marketing florestal

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marketing florestal
1
EDERSON AUGUSTO ZANETTI
MARKETING FLORESTAL
JUNHO/2000
2
1. INTRODUCAO..................................................................................................................03
2.
PORQUÊ UTILIZAR O MARKETING FLORESTAL...................................................03
3. A PRODUCAO DE BENS E SERVICOS FLORESTAIS................................................05
4. OPERACIONALIZANDO OS MÚLTIPLOS USOS DA FLORESTA............................15
5. CONCLUSAO....................................................................................................................17
Ederson Augusto Zanetti
Eng Florestal UFPR
Crea 53161
Mestrando Albert-Ludwigs-universität Freiburg – Alemanha
Instituto de Política Florestal
"Encontramos com os índios do rio Negro algumas dessas pedras verdes conhecidas como
pedras das Amazonas porque os indígenas pretendem, segundo uma velha tradição, que elas
são originárias do pais das "mulheres sem marido"(...) A superstição agrega uma grande
importância a essas substâncias minerais: exibem-nas como amuletos no colarinho porque
protegem, segundo a crença popular, contra os males dos nervos, as febres e a peçonha das
serpentes venenosas."
Descrição feita por Humbolt das muiraquitãs1
1
http://www.amazonlife.com/info/iFicha.asp?pPagina=Info-Hist-Viaj-AlexanderVonH&pPai=743
3
1. INTRODUCAO
É possível divisar uma variedade de atribuições dentro das florestas, desde a
exploração madeireira, passando pelos diversos produtos secundários e chegando até os
acordos mundiais para a redução das emissões gasosas.
No processo de incorporação dos múltiplos usos das florestas na economia nacional,
devem estar previstas atividades que possam capacitar os diferentes setores da sociedade a
participar de forma a ajudar na construção de uma nova realidade.
Para conseguir estabelecer novos parâmetros na utilização dos recursos naturais, as
políticas devem demandar um grande envolvimento dos diferentes grupos interessados nas
florestas.
Devem ser estabelecidos sistemas integrados para o fomento da produção, a
centralização do seu montante e a adequada distribuição dos produtos e serviços para os
diferentes pontos.
O Marketing Florestal é uma ferramenta imprescindível na realização da tarefa de
aproximar o consumidor do produtor florestal, justificando econômica, social e
ambientalmente o uso dos recursos naturais de forma plena.
A comercialização adequada envolve mecanismo de promoção e fomento das
atividades, e esta centrada na racionalidade dos procedimentos, que devem ser claramente
demonstrados ao público em geral.
2. PORQUÊ UTILIZAR O MARKETING FLORESTAL
A função prática envolvida no conceito de Marketing florestal está relacionada com o
processo de orientação mercadológica, através de planejamento sistemático, avaliação e
controle da produção e dos serviços das florestas2.
Para poder atender com eficiência as demandas da sociedade, uma constante análise da
situação de mercado, o conhecimentos das tendências e das potencialidades de produção, são
ferramentas imprescindíveis no delineamento de estratégias seguras.
A diversidade de capacidades que podem ser exploradas na produção de bens e
serviços das florestas, em especial as da Amazônia, deve ser conseguida através de atitudes
que prevejam maior compatibilidade de usos.
História - Viajantes Alexander von Humbolt
4
Há que se juntar a esses fatores a teoria da propriedade de JOHN LOCKE(1689), que
delimita a abrangência com a utilização do trabalho3, o trabalho que cada pessoa despende na
natureza determina seu direito de propriedade.
Pensando nisso, o grau de esforço empregado em trabalhar um determinado aspecto
das florestas, reflete o domínio exercido sobre este fator e, como conseqüência, delega a
potencialidade de explorar o fruto desse trabalho despendido.
Ao desenvolver tarefas destinadas ao uso dos múltiplos fatores envolvidos na
produção e nos serviços disponíveis nas florestas, amplia-se o horizonte de atividades a serem
realizadas, bem como o escopo de fatores que podem contribuir para sua racional utilização.
Através do emprego de metodologias coerentes com as prerrogativas mundiais de
múltiplos usos e sustentabilidade das florestas, aliadas ao estabelecimento de políticas seguras
de mercado para os produtos, o País alcançará o direito de tomar posse definitiva do seu
patrimônio natural.
Mais do que isso, a propriedade florestal deve ser moldada em princípios que
fundamentem e exijam o uso dos múltiplos fatores envolvidos, todos eles representando
recursos da nação, que devem ser utilizados para promover a evolução econômica e social de
nossa população.
As teorias de concorrência de mercado, apontam para a solução da equação envolvida
entre a produção e distribuição da produção, através da diferenciação aplicada aos produtos,
em mercados de concorrência4.
Um dos fatores envolvidos na influência da formação de preços nos produtos florestais
é o Marketing5, que nos outros mercados envolve cifras bastante consideráveis, servindo de
instrumento para desenvolvimento de comércio em qualquer nível.
A sub-utilizacao dos recursos e serviços abrangidos pelo setor florestal está ligada ao
desconhecimento dos mercados, e também das tecnologias, para estruturação da exploração
destes produtos e serviços.
Como exemplo da racionalidade envolvida na utilização, o princípio número 05,
Benefícios da Floresta, do FSC(Forest Stewardship council),prevê o múltiplo uso das florestas
2
BECKER, M. , GROßMANN, C.M. Marketing von Forestbetrieben – Überblick. Marketing-Konzepte.
Forstliche Marktlehre. Arbeitsmaterial zum Kernblock „Forstliche Marktlehre“ Wintersemester 1999/2000.ìtem
4.1 Albert-Ludwigs-Universität Freiburg. Freiburg, Alemanha. 1999.
3
LOCKE, J. Second Treatise of Government in Two Treatrises of Government:A Critical Edition With an
Introduction and Apparatus Criticus By Peter Laslett. Cambridge University Press, revised edition. Cambridge,
Inglaterra. 1964.
4
MACHLUP, F. Monopoly and Competition: A Classification of Market Positions“American Economic
Review. XXVII, setembro, 1937. Pag 445-451.
5
e ressalta a importância do marketing desses produtos e serviços na promoção do
fortalecimento do processo6 .
Uma rápida reflexão sobre estes fatores, determina a urgência em se buscar
ferramentas capazes de instrumentalizar o processo de desenvolvimento e capacitação da
comercialização dos diferentes produtos e serviços das florestas.
As características únicas encontradas nas florestas tropicais, em especial as da
Amazônia brasileira, o imenso potencial representado e a necessidade de gerar renda para
uma população cada vez mais carente, são fatores impulsionadores destas atitudes.
Investindo em operações florestais sustentavelmente manejadas, com um arcabouço
maior de atividades envolvidas, transforma-se, através do trabalho, um panorama de
desordenada e perigosa ocupação, em um produtor infindável de recursos naturais de
qualidade, para uma sociedade em transformação.
O marketing dos produtos florestais brasileiros rompe a barreira da problemática
envolvida nas incursões econômicas pela florestas, notadamente infrutíferas, e gera as bases
necessárias para o pleno desenvolvimento das suas reais potencialidades economico-sociais.
3. A PRODUCAO DE BENS E SERVICOS FLORESTAIS
Considerando como alvo maior as florestas nativas do continente Amazônico, o
enfoque busca delimitar a abrangência de alguns mercados que poderiam encontrar-se
presentes nas operações realizadas.
Iniciando por fatores como o desenvolvimento do processo de certificação para a
produção de papel, celulose e, principalmente, de madeira serrada de qualidade, provindas de
florestas nativas manejadas sustentadamente.
O desenvolvimento de projetos voltados para a integralização no protocolo de Kyoto,
de importância cada vez maior no contexto de atitudes globalmente coordenadas para a
redução dos efeitos causados pela emissão de gases poluentes na atmosfera.
A questão da biodiversidade, com suas implicações no patrimônio genético, na
indústria farmacêutica e de cosméticos além de todas as possibilidades envolvidas no seu uso
pelas comunidades.
5
BECKER, M. , GROßMANN, C.M. Marketing von Forestbetrieben – Überblick. Marketing-Konzepte.
Forstliche Marktlehre. Arbeitsmaterial zum Kernblock „Forstliche Marktlehre“ Wintersemester 1999/2000.ìtem
4.1 Albert-Ludwigs-Universität Freiburg. Freiburg, Alemanha. 1999.
6
FSC. Certificarion Standards For Managed Forestry Projects in Brazilian Forests.Benefits From the Forest.
P5.4. http://216.33.240.250/cgibin/linkrd?_lang=&lah=6443fe3691e2634919ad187c2a5460e2&lat=961936752&hm___action=http%3a%2f%2f
www%2escattercreek%2ecom%2f%7elizell.
6
O mercado do turismo, mais especificamente do eco-turismo, atividade de vultosa
participação em todas as modernas economias, e capaz de gerar dividendos fantásticos e
subaproveitados.
A imensa gama de produtos florestais secundários, mundialmente os NTFP(Non
Timber Forest Products), que inclusive já tiveram representantes de um ciclo econômico
nacional de importância histórica, o „ciclo da borracha“.
O desenvolvimento de técnicas de manejo para o aproveitamento do extraordinário
mercado da caca, atividade que demanda conhecimento científico apurado e que,
harmonicamente conduzido, gera os dividendos necessários para realização das pesquisas
necessárias.
A pesca esportiva, atividade bastante salutar e de interesse amplamente vislumbrado
nas comunidades, capaz de movimentar mercados interligados, fortalecendo a participação
dos demais setores da economia.
Além da mineração, forma antiga de exploração de recursos, as prospecções estudadas
e realizadas, principalmente pela PETROBRAS, as possibilidades de usos agro-florestais e
outros que deverão vir a ser examinados.
O processo de Certificação Florestal tem sido objeto de estudos a nível mundial, e
cada país procura desenvolver metodologias que possam possibilitar o acesso e a continuidade
de suas operações nos mercados globais.
Iniciado em 1977, através do Blue Angel Program, tem a intenção clara de reduzir as
ansiedades dos consumidores quanto ao impacto dos produtos, promovendo a certificação,
por organismo alheio ao processo, da qualidade ambiental observada.
A certificação de madeiras é uma das últimas iniciativas, provendo incentivos de
marketing para encorajar o desenvolvimento de manejos sustentados das florestas, dentro das
prerrogativas sociais, econômicas e ambientais.
A luta pela certificação florestal no Brasil atinge proporções gritantes, face a constante
demanda por novas áreas para o desenvolvimento de projetos agrícolas, travando um batalha
injusta e irracional, determinada pela falta de conhecimento do potencial das florestas.
A cultura do desmatamento, enraizada nas tecnologias agro-pastoris do nosso
empresariado, causa chagas que fazem arder os olhos da comunidade mundial, com
queimadas realizadas por fazendeiros que lideram o processo que capacitou a devastação, em
trinta anos, de uma área equivalente à da Franca7.
7
CAVALCANTI, K e MANSUR, A. Carrascos da Mata.Veja: O Massacre da Moto-Serra. Editora Abril.
Edicao 1592.07 de Abril de 1999.Pag. 108.
7
A Amazônia tem recursos florestais imensos, abrigando um terço das florestas
tropicais do mundo, a região produz 75% da madeira em tora do Brasil, com exportações
modestas que devem alcançar impulso com a exaustão das florestas Asiáticas, prevendo-se
para 2010 ser a principal região produtora de madeiras tropicais do Globo8.
Com práticas relativamente baratas, demandando antes treinamento especializado, é
possível conseguir delinear vantagens econômicas seguras para os investimentos florestais,
buscando alternativas capazes de preservar e melhorar a qualidade dos bosques.
Algumas dessa práticas foram apresentadas pelo „Manual para a Produção de Madeira
na Amazônia“, que demonstra claramente uma série de atividades pertinentes a orientação das
operações de exploração com vistas a sustentabilidade.
Todos estes processos ganham um aliado importante nos mecanismos de certificação,
reconhecidos internacionalmente como responsáveis pela avaliação e homologação dos
procedimentos como de qualidade.
Notadamente, o FSC (Forest Stwardship Council)tem sido a estampa com maior
crescimento mundial, atingindo 20.000.000 ha e com mais de 10.000 produtos licenciados,
sob os auspícios da WWF(World Wildlife Foundation), busca atingir a marca de
200.000.000ha certificados até o ano de 20059.
Além dos benefícios de marketing que o processo de certificação traz para as empresas
de um modo geral, há de se observar sua atuação no sentido de demandar melhores
planejamentos a nível nacional, além de prever a multidisciplinarinadade.
Desta forma, os grupos marginalizados nos procedimentos de planificação florestas
ganham maior importância, podendo ver correspondidas suas aspirações na pragmática da
construção de programas para utilização dos recursos naturais, principalmente florestas.
A busca de certificação de florestas brasileiras contribui decisivamente para o
processo de democratização do patrimônio natural nacional, abrangendo múltiplos usos,
sustentabilidade e participação efetiva da sociedade.
Em assim fazendo, o processo determina a inclusão da questão econômica, com uma
nova visão das áreas florestais, o reconhecimento da preocupação ecológica e abrange ainda o
aspecto social, ao solicitar a presença de todos os grupos que dependem do recurso.
8
AMARAL, P. et all. Florestas Para Sempre.Um Manual Para a Producao de Madeira na
Amazônia.Introcucao.Imazon. Belém, Pará. 1998.Pag. 07.
9
WWF and FSC. International Press Briefing.Press Briefing Invitation.London Arena. Londres, Inglaterra. 06
de junho de 2000.
8
Nos próximos anos a utilização de madeira pela indústria deve apresentar um
crescimento médio de 1,7% ao ano, enquanto a de uso energético deve ter um acréscimo de
cerca de 1,1% ao ano10.
O mercado mundial de produtos florestais representa um montante de cerca de
US$140 bilhões ao ano, dados de 1997 e 199811, destes as exportações de produtos florestais
brasileiras atingiram US$ 2.381.839.000,0012, modesta porcentagem.
A madeira serrada totalizou US$ 79.632.244,00 em 1997 e outros US$ 85.940.128,00
em 1998, sendo que os totais para o segmento de madeira sólida foram US$ 251.342.028,00 e
US$ 182.855.650,00 respectivamente13, porcentagens ainda menores.
Ainda a que se levar em conta que a quantidade de diferentes espécies presentes na
Amazônia, só para o setor de madeira serrada existem mais de 500 diferentes14e, com novas
pesquisas, o número tende a aumentar.
Com a implementação de programas de certificação, somados as perspectivas de
queda na produção dos países concorrentes, os benefícios que podem advir desta prática são
da casa de alguns milhões de dólares americanos.
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM –Clean Development Mechanism),
teve origem na proposta brasileira, apresentada em maio de 1997, ao Secretariado da
Convenção de Bonn, para estabelecer elementos para a definição do protocola à convenção15.
O protocolo de Kyoto lanchou as bases para um entendimento global do problema da
influência humana nas mudanças climáticas, especialmente no que diz respeito as emissões
gasosas, principalmente nos países desenvolvidos.
Para realização deste controle, o envolvimento amplo e irrestrito da comunidade
mundial é prerrogativa básica, os mecanismos envolvidos no processo de integração geram o
chamado „seqüestro de carbono“.
10
FAO.State of Worl Forests 1999.Global Trends in Forest Products. .
http://www.fao.org/forestry/FO/SOFO/SOFO99/sofo99-e.stm.2000. Pag 34.
11
FAO. Forestry.FAOSTAT.
http://www.fao.org/forestry/include/frames/english.asp?section=http://apps.fao.org/cgi-bin/nphdb.pl?subset=forestry. 2000
12
FAO. Forestry.FAOSTAT.
http://www.fao.org/forestry/include/frames/english.asp?section=http://apps.fao.org/cgi-bin/nphdb.pl?subset=forestry. 2000
13
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA.Segmento de Madeira
Sólida.http://www.ipef.br/sbs/estatisticas/. 2000.
14
MELO, E.C. Mais de 500 espécies de Árvores Produtoras de Madeira na Amazônia.Brasil Florestal;4(13):3334, jan. mar. IBDF.Sao Paulo, Sao Paulo. 1973. http://www.ibama.gov.br/produtos.htm
15
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Pontos de Vista do Brasil sobre o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo(CDM).Introducao.2000.http://www.mct.gov.br/clima/quioto/dakar.htm.
9
As nações signatárias se comprometem a reduzir as taxas de emissão a níveis pelo
menos 5% inferiores aos apresentados em 1990, para os países do Annex I – industrializados–
até o ano de 200516.
Para realização da distribuição das quotas referentes as emissões, haverá um comitê
centralizador, o pagamento dos excessos realizados em países fortemente industrializados,
pode gerar dividendos dirigidos às nações que mantém programas eficientes de controle.
No Brasil, um grupo de pesquisadores está trabalhando, em conjunto com outros 200
em um grupo fundado pela NASA, que busca determinar o papel das florestas tropicais na
redução dos níveis de CO2, controlando o efeito-estufa.
Supostamente,Seriam necessários US$3,3 trilhões para o controle do efeito estufa sem
a floresta Amazônica17, as implicações destes valores para o futuro da economia nacional,
dentro das diretrizes do protocolo, são algo a ser meticulosamente estudado.
O processo de ocupação da região já levou à eliminação de 550.000 km2 de floresta
através do corte e da queima18 da vegetação, resultando na liberação do equivalente a 2-4%
das emissões globais de carbono para a atmosfera19, contribuindo para o agravamento do
efeito estufa.
Existem hoje cadastrados 122 projetos para redução de emissão de gases, com uma
média de 16 anos de duração e 1.900.000 milhões de toneladas de CO2 seqüestradas, destes,
12 projetos florestais são responsáveis por 65% do total20.
Os projetos florestais, dentro do protocolo, são compatíveis com a utilização prevista
em conjunto as técnicas de manejo sustentável das nações, podendo servir inclusive de
suporte ao seu desenvolvimento21.
Ainda sobre os CDM, o mecanismo vai permitir aos países em desenvolvimento obter
certificados com projetos de redução de emissões de gases poluentes. Depois, esses
16
ONU. KYOTO Protocol to the United Nations Framework Convention on Climate Change. ENGLISH
CONFERENCE OF THE PARTIES Third session Kyoto, 1-10 December 1997. Artigo 3.
http://www.cnn.com/SPECIALS/1997/global.warming/stories/treaty/
17
FEARNSIDE, P. INPA – Instituto nacional de Pesquisas da Amazônia in: VEJA. Especial da Amazônica.n°
1527. Editora Abril. Sao Paulo, Sao Paulo. Dezembro, 1997.Pág 96.
18
INPE (1998), Desmatamento na Amazônia 1995-1997, São José dos Campos, SP, Brasil. 1998.
19
HOUGHTON,R. et al. (2000), "Annual fluxes of carbon from deforestation and regrowth in the Brazilian
Amazon", Nature ,403: 301-304; FERNSIDE, P.M. (1997), "Greenhouse gases from deforestation in Brazilian
Amazonia: Net committed emissions", Climatic Change, 35:321-360.
20
UNITED NATIONS. Framework Convention on Climate Change.Activities Implemented Jointly Under the
Pilot Phase.17.1999.pág. 08.
21
UNITED NATIONS. Framework Convention on Climate Change.Activities Implemented Jointly Under the
Pilot Phase.56.1999.pág. 19.
10
certificados podem ser vendidos aos países desenvolvidos, que poderão utilizá-los para
cumprir as metas de redução de emissões de gases estabelecidas22.
Estimativas oficiais mostram que o impacto econômico da mudança de clima na
economia brasileira pode superar US$ 10 bilhões por ano, para mais ou para menos,
dependendo das ações adotadas pelo país em relação ao problema23.
O mercado da biodiversidade, mais especificamente, a biotecnologia, e o seu
magnífico potencial em revolucionar os cuidados com a saúde tem justificado o entusiasmo
dos investidores com o setor24.
Detentor de cerca de 20% da diversidade biológica do planeta, o país ainda não tinha
idéia da valorização dos recursos naturais. Mas um grupo de técnicos do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) calculam, inicialmente, que a
nossa biodiversidade vale hoje em torno de R$ 4 trilhões, cinco vezes mais o Produto
Nacional Bruto.
A ciência da genética florestal busca atingir um balanço entre conservação e uso dos
recursos genéticos, através do programa „construindo estratégias para o manejo dos recursos
genéticos no novo milênio“25.
Já são argumentos suficientes para demonstrar a possibilidades envolvidas no uso da
biodiversidade, somadas a discussão mundial acerca do uso de plantas geneticamente
modificadas na produção de alimentos.
No campo das florestas, o Fórum Global sobre Biodiversidade (GBF), busca integrar
as comunidades, através de considerações locais, nacionais e regionais, capacitando o uso
sustentável, conservação e divisão dos benefícios gerados pela biodiversidade26.
Existe um consenso também em torno da questão da necessidade dos países terem um
maior envolvimento com o uso da sua biodiversidade, para evitar „a maior exploração por
terceiros jamais vista na história“27.
Para citar o exemplo da importância do desenvolvimento do setor a nível nacional,
basta ver o que ocorre com a questão agrícola, das 7000 empresas existentes em 1979, hoje
dez companhias controlam mais de 30% do mercado mundial de sementes28.
22
CNOL.Presidente da AEB participa de reunião sobre mudança de clima
http://www.congressonacional.com.br/cnol/noticias/brasil/noticias/2000/junho/04/14.shtml
23
CNOL. FHC cria fórum para debater alterações climáticas.
http://www.congressonacional.com.br/cnol/noticias/brasil/noticias/2000/junho/21/96.shtml
24
ASHTON, Z. A Foolish Chechlist for Biotech Investing.13 de junho de
2000.www.fool.com/research/2000/foolsden000613.htm
25
CANADIAN FORESTS WEBSITE. Conference:Building Strategies for the NewMillennium
[email protected].
26
RUKANGIRA, E. The Eastern and Southern Africa Regional Biodiversity [email protected].
Junho, 2000.
11
O Brasil possui um patrimônio de biodiversidade vítima de controvérsias científicas,
entretanto, sejam 12.000 ou 60.000 diferentes espécies de plantas29, o interesse das cerca de
600 plantas ornamentais, 700 com potencial madeireiro mais de 500 com qualidades
medicinais30 é divisível.
A empresa Suíça, Novartis Pharma AG, em acordo recente com as autoridades da
Associação Brasileira para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia
(BioAmazônia), realizou contrato perigoso para sociedade nacional.
A processo de exploração alertado antes esta aqui documentado, convergindo para a
empresa todos os direitos sobre a exploração da biodiversidade Amazônica, o que é um contra
censo nas tentativas de gerar renda para a população do nosso país.
Não existem números seguros para relatar o possível desempenho deste setor na
economia dos múltiplos usos das florestas, salta aos olhos a falta de pesquisa e
desenvolvimento do setor, presa de organismos melhor aparamentados.
Ente 25 e 40% de todos os produtos farmacêuticos provêm das florestas Tropicais,
oficialmente, e o patrimônio representado pela sua biodiversidade tem sido constantemente
ameaçado pela situação de penúria da população.
A extinção de espécies é um processo alarmante, visto que a Terra necessita cerca de
10 milhões de anos para repor uma espécie extinta31, e a lista das ameaçadas na floresta
Amazônica, no item fauna é de perto de 30032, e ainda outras 100 da nossa flora33.
O mercado do Turismo representa um mercado com amplas oportunidades no setor
florestal nacional, indevidamente pouco explorado pela falta de tecnologias adequadas e infraestrutura compatível com a capacidade de geração de renda do setor.
O Ecoturismo, por exemplo, com um setor que movimenta no mundo
US$230.000.000.000,00 , possui amplas possibilidades nas nossas florestas, e tem na
Amazônia, 17 hotéis disponíveis a sua realização, em um território de 5.100.000 km2.
No Brasil o turismo movimenta US$2.300.000.000,00 (1997), sendo apenas 3% do
total produzido junto às florestas, ou US$40.000.000,00 , contra, por exemplo, a Costa Rica,
com uma floresta 98 vezes menor, com US$ 600.000.000,0034.
27
BHATRGAVA, P. Interview.The Guardian Weekly.8 a 14 de julho de 1999.Nova Dehli, Índia.
RURAL ADVANCEMENT FOUNDATION INTERNATIONAL. Canadá.
29
PEREZ, E.L. in:Indriunas, L. Estudo „reduz“ Biodiversidade Amazônica.Jornal da Ciência (JC E-Mail). 14 de
Junho de 2000. N° 1562 – Notícias de C&T – Servico da SBPC.
30 30
PEREZ, E.L. in:Indriunas, L. Estudo „reduz“ Biodiversidade Amazônica.Jornal da Ciência (JC E-Mail). 14
de Junho de 2000. N° 1562 – Notícias de C&T – Servico da SBPC.
31
CNOL.Terra sofre com Extincao de Espécies.Estudo da Universidade de Duke(EUA).
http://www.congres...iedades/notícias/2000/junho/27/3.shtml
32
AMAZONIA.IBAMA’s Official list of dThreatened Fauna.http://www.amayonica.net/Articles/68.htm
28
12
Está previsto um crescimento para o setor no país, nos próximos 10 anos, de 4,2% nas
viagens de turismo, que hoje contribuem com 3,5% do PIB(Produto Interno Bruto) e geram
cerca de 2,5 milhões de empregos35.
A utilização simultânea de áreas florestais para produção de uma diversidade de
fatores é feita em diversos países ao redor do globo, especialmente o caso das florestas
Alemãs deve ser citado, aonde vê-se a harmonia entre utilização e recreação realizadas na
plenitude.
A representatividade do setor para a economia florestal pode ser verificada em vários
outros exemplos, como o dos parques americanos, aonde os visitante, apenas em um dos
estados da federação, gastam mais de 1 bilhão de dólares por ano.
Estas despesas são referentes às viagens diurnas e camping, sendo responsáveis pelo
estabelecimento de 15.000 empregos nos parques, arcando com 11 milhões de dólares em
taxas municipais e outros 82 milhões de dólares em taxas estaduais36 .
Os produtos secundários florestais representam outro imenso recurso, capaz de gerar
renda e estabelecer populações no seio da floresta, que necessita e pena pela falta de
estratégias de marketing eficientes.
As políticas florestais deveriam estar focadas em criar oportunidades econômicas para
os grupos em desvantagem e as pobres populações rurais que dependem das florestas para
sobreviver, enquanto atentariam para processos de longa duração e conservação dos recursos
naturais37.
Os NTFP envolvem diversos setores na sua comercialização, os proprietários dos
produtos, os coletores, as populações locais, o comércio urbano, manufaturadores,
exportadores e agências governamentais, que precisam estabelecer um campo comum de
trabalho.
Existem dois aspectos básicos envolvidos na criação deste campo comum de trabalho,
primeiro o fato das políticas atuais serem mal orientadas no sentido de explorar os recursos de
forma sustentada, representados pelos NTFP.
33
AMAZONIA.IBAMA’s Official list of dThreatened Flora.http://www.amayonica.net/Articles/69.htm
NETO, J.S. O Valor do Verde in:Veja, Especial da Amazônia.Editora Abril. N° 1527. Sao Paulo, Sao Paulo.
Dezembro, 1997.
35
CNOL. Viagens de Turismo no Brasil Crescerao 4,2% em 10
anos.http://www.congrs...onomia/noticias/2000/junho/19/48.shtml
36
WASHINGTON STATE PARKS AND RECREATION COMMISSION.Economic Impacts of Visitors to
Washington State Parks 1997.1999. http://www.parks.wa.gov/fundap8.htm
37
OJHA, H.R. Current Policy Issues in NFTP Development in Nepal.Abstract. 2000.
34
13
Segundo os incentivos ao setor devem estar orientados para que os proprietários sejam
capazes de realizar a exploração destes recursos de maneira a promover a sustentabilidade e
encorajando sua conservação.
O mercado destes produtos tem avançado e representa excelente oportunidade para
nossas florestas, dada a vastidão do território e a enorme diversidade de espécies, um exemplo
é a fábrica construída pela Daimler Benz/Mercedes Benz, em Icoaraci, no Pará.
A principal matéria prima da unidade industrial é a fibra de coco utilizada para a
fabricação de encosto e apoio de cabeça para automóveis entre outros usos. O projeto orçado
em US$ 7 milhões consumirá inicialmente 40 toneladas de fibra de coco compradas de 8
pequenas agroindústrias do Pará38.
As 400 famílias assentadas no projeto Uatumã expõem produtos obtidos com o
cupuaçu em forma de polpa, doce (com e sem castanha), geléia, licor, bala, salame, sequilhos,
creme, também peças de decoração elaboradas a partir da casca de cupuaçu e madeira39.
Economias baseadas em NTFP na África, Nepal, Rússia, Costa Rica, e muitos outras
regiões do Globo, além do crescente interesse na sustentabilidade dos usos, justificam a
utilização cada vez maior destes recursos, para reduzir o impacto causado pelas operações de
grande escala sobre o patrimônio florestal.
Normalmente as grandes operações demandam investimentos pesados, com grande
utilização de maquinário e intervenções proporcionais nas florestas, o uso dos múltiplos
recursos pode determinar a fronteira que delimita o seu uso em prol da conservação e melhor
distribuição de renda, além do assentamento das populações rurais.
Avançando um pouco mais na questão dos múltiplos usos dos recursos, o mercado da
caca esportiva, totalmente negligenciado, representa mais uma alternativa econômica, além de
contribuir para o manejo das populações de animais selvagens.
O tráfico da fauna silvestre brasileira representa cerca de 2 bilhões de dólares ao ano40,
um comércio ilegal realizando às expensas de uma falta de investimento e gerenciamento
deste setor da economia.
Os investimentos no setor revertem em benefícios para diversas outras indústrias e
prestadoras de serviços, além de demandarem acompanhamento constante do comportamento
das populações de animais silvestres, contribuindo para seu estudo e conservação.
38
http://www.amazonlife.com/info/iGrupo.asp?pPagina=Info-Hist-EconomiaNaAmazônia
CNOL. Assentados do Amazonas participam de exposição na Embrapa.
http://www.congressonacional.com.br/cnol/noticias/brasil/noticias/2000/junho/10/10.shtml
39
40
CNOL. Tráfico de Animais Silvestres no Brasil Movimenta R$ 2 Bilhoes por
ano.http://www.congre...grasil/noticias/2000/junho/14/78.shtml
14
É preciso compreender que a caca desempenha um papel crucial no moderno manejo
de populações selvagens hoje, e pode representar um papel ainda mais importante no sucesso
dos programas no futuro.
Nos EUA, o departamento do Interior, pesca e vida selvagem, realizou pesquisa sobre
as associações entre a pesca, caca e atividades de recreação, com resultados bastante
significativos para justificar a presença das atividades.
Em 1991, ano da pesquisa, a caca representou, somente em selos de licença,
permissões, licenças de caca e diárias, US$ 529.895.000,00 com uma média de U$ 38,00 por
indivíduo.
Em armas, utilizadas para o esporte, os números chegam a US$ 1.547.000.000,00 no
ano, atingindo a marca de US$ 3.267.000.000,00 para todo o equipamento utilizado na prática
da caca41.
Na região Amazônica, estão presentes 324 das 483 espécies de mamíferos existentes
no Brasil42, que podem ser favorecidos pelos estudos realizados quando da implantação dos
mecanismos para o seu aproveitamento.
O mercado da pesca esportiva esta diretamente relacionado ao do turismo, a estreita
relação favorece o estabelecimento de mecanismos capazes de favorecer o gerenciamento dos
recursos que ambos podem utilizar e oferecer ao público.
Movimenta US$ 24.000.000.000,00 ao ano, nos Estados Unidos, com 60.000.000 de
pescadores, no Brasil conta com um efetivo de 6.000.000 de pessoas, crescendo a marca de
30% ao ano43.
Sem contar com o fato de que o número de espécies disponíveis nos infindáveis rios
da região ultrapassa em muito os Norte Americanos, sendo da ordem de 2.500 a 3.000 as
espécies de peixes existentes44.
A proteção da água, a floresta amazônica contém dois terços de toda água doce do
planeta, uma riqueza que desperta cada dia mais o interesse mundial, já havendo ocorrido
diversos encontros para tratar do assunto.
41
IHEA(INTERNATIONAL HUNTER EDUCATION ASSOCIATION). IHEA and Wildlife
Management.http://www.ihea.com/public/wildlife.html
42
VARELLA, F. Caldeirao de Vida in:Veja, Especial da Amazônia.Editora Abril. N° 1527. Sao Paulo, Sao
Paulo. Dezembro, 1997.
43
NETO, J.S. O Valor do Verde in:Veja, Especial da Amazônia.Editora Abril. N° 1527. Sao Paulo, Sao Paulo.
Dezembro, 1997.
44
VARELLA, F. Caldeirao de Vida in:Veja, Especial da Amazônia.Editora Abril. N° 1527. Sao Paulo, Sao
Paulo. Dezembro, 1997.
15
Na Alemanha temos um caso que retrata bem os valores a serem integrados na
proteção das reservas deste precioso líquido, as empresas devem pagar pela água que utilizam
em seus processos, assim como pela que resulta no final da cadeia produtiva.
Tanto quanto mais substâncias estão presentes no final da produção, tanto maior será o
valor cobrado, desta forma, as empresas buscam investir em alternativas, como filtragem por
exemplo, para estabelecer padrões mais próximos da qualidade original.
Uma característica a mais a ser utilizada no manejo das florestas brasileiras, cobrar
taxas de poluição dos rios, quanto mais ingressamos no estudo das possibilidades de
utilização dos nossos recursos, tanto mais alternativas aparecem.
A Exploração energética, o potencial do subsolo, a agrosilvicultura, o valor cultural da
floresta, a preservação das paisagens e tantas outras, impossíveis de se listar, cada análise que
se faz, descobre-se uma nova alternativa de uso.
As características únicas deste patrimônio devem ser preservadas, e o mecanismo de
Marketing é essencial para concretizar a utilização das potencialidades, superficialmente
apontadas.
Diversas tentativas tem sido feitas no sentido de avaliar a magnitude do realizável em
termos dos bosques florestais, estudos como o realizado pelo Ministério Agropecuário e
Florestal da Nicarágua.
Na revisão da literatura internacional, o ministério mostrou que, apenas com a
utilização dos produtos madeireiros e NTFP, os benefícios ecológicos e recreacionais, a
fixação do Carbono, diversidade ecológica e valores culturais, a floresta realiza um total de
US$ 218,00 por ha, a cada ano, a metade deste valor supera o uso agropecuário.
Outro aspecto a ser apontado é o da geração de empregos do setor, só no caso da
indústria madeireira, a capacidade de gerar empregos ultrapassa em 10 vezes a da
agropecuária45.
4. OPERACIONALIZANDO OS MÚLTIPLOS USOS DAS FLORESTAS
O Marketing é a ferramenta que vai possibilitar a operacionalização destes múltiplos
usos, rompendo a barreira entre a produção e sua viabilização, é claro que deve haver infraestrutura condizente, mas a comercialização é a forma mais direta de se promover a utilização
ampla dos recursos.
45
ALMEIDA, O. e UHL, C (1995), Developing a Quantitative Framework for Sustainable Resource-Use
Planning in the Brazilian Amazon.World Development 23 (10): 1745-64.
16
O Marketing Florestal deve ser disciplina curricular dos cursos de Engenharia
Florestal no Brasil, instrumentalizando o profissional do setor com a capacidade crítica para
fundamentar seu julgamento quando da abordagem às florestas.
Os organismos políticos devem efetivar projetos voltados ao desenvolvimento das
múltiplas atividades nas florestas, por serem capazes de produzir suficientes econômicos que
justificam os investimentos em tempo e numerário necessários.
As políticas dos diferentes órgãos devem adaptar-se a necessidade de promover a
sustentabilidade dos usos de forma coerente e participativa, abordando todos os aspectos
envolvidos na utilização e conservação das florestas.
A falta de preparo institucional reflete na supra-utilização e compromete a
sustentabilidade dos manejos, os produtores estão limitados às tecnologias tradicionais,
notadamente agrícolas e pecuárias.
A nova abordagem política deve estar sustentada em mecanismos legais, através de
regulamentações que facilitem e incentivem o uso das florestas46, fomentando a abordagem
dos múltiplos usos.
A comercialização dos produtos deve ser estimulada através da promoção de
Marketing dos produtos e serviços das florestas, isenção de tributos para produtos em vias de
aproveitamento, ampliação e subsidiamento para estes novos produtos e serviços.
É preciso educar, treinar e enfim capacitar o produtor rural, os órgãos governamentais
e os profissionais do setor para a plena utilização dos recursos representados pelas florestas
nacionais, com característica que a colocam em posição de destaque ante a comunidade
mundial.
A infra-estrutura para absorver a produção deve ser semelhante a utilizada para regular
estoques agrícolas, sendo papel do governo alocar recursos no sentido de absorver a produção,
divulgar e realizar a ligação entre a floresta e a sociedade de uma forma geral.
Na Alemanha existem inclusive sistemas operacionais de Software especializados no
gerenciamento das múltiplas utilizações das florestas, que em breve estarão alcançando o
território nacional.
O fortalecimento da imagem do país junto a comunidade global, passa pelo
reconhecimento das operações realizadas na abordagem das florestas, sendo a sustentabilidade
a grande busca da sociedade atual.
46
SILVA, M.A.M.L. , SILVA, Z.A.G.P.G. e RODRIGUES, E. De Volta ao Tempo dos Patroes? A Manutencao
da Floresta em Reservas Extrativistas.Trabalho Apresentado no Congresso de Direito Ambiental,4. Sao Paulo,
Anais. Procuradoria de Justica e Meio Ambiente do Estado de Sao Paulo/Instituto O Direito por um Planeta
Verde.2000
17
A potencialidade de mercado esta diretamente relacionada com as justificativas
ambientais demandadas, a clareza nas operações e o uso da internet para viabilizá-las ao
público em geral.
5. CONCLUSAO
Existe uma lacuna entre a produção de bens e serviços florestais, responsável pela falta
de efetividade dos programas destinados a promover a sustentabilidade das abordagens feitas
em nossas florestas.
A gama de recursos que podem ser utilizados, somadas as possibilidades de usos
paralelos nas áreas e mais as últimas discussões mundiais em torno da criação de sistemáticas
capazes de promover a conservação dos bosques florestais, justificam o interesse na
sustentabilidade dos usos das florestas.
A abordagem dos mercados demonstra claramente a potencialidade do setor florestal
em gerar emprego e renda, além de contribuir para a permanência das populações rurais,
evitando a migração para os grandes centros.
O Marketing Florestal é a ferramenta que deve ser utilizada para preencher o vazio que
o produtor sente quando deve buscar usos para os recursos que produz, bem como possibilitar
ao consumidor o reconhecimento do esforço feito em gerar sustentabilidade.
As políticas de governo devem ser ajustadas para prever a múltipla utilização das
florestas, através de mecanismos anteriormente utilizados para fomentar a produção agrícola e
pecuária, que aliás geraram a constante pressão observada sobre as florestas.
A sustentabilidade do uso dos recursos naturais está dependente da criação deste
mecanismos, promovendo o aumento da renda com o uso das florestas, tornando-as
competitivas dentro das estruturas de mercado.
A utilização econômica dos diversos recursos representados pela fauna e flora são
capazes de gerar recursos suficientes para a promoção de estudos destinados a estabelecer
estratégias de conservação e sustentabilidade nas operações.
A geração de recursos deve contribuir significativamente para o fortalecimento da
economia do país, possibilitando a construção de infra-estrutura e progresso social, de forma
ordenada.

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