Irrigar para produzir mais

Transcrição

Irrigar para produzir mais
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Revista Canavieiros - Outubro de 2015
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“É preciso inovação para que
eu possa cumprir minha missão:
alimentar o mundo.”
Silvio Sarpa - Agricultor
Agricultura,
o maior trabalho da Terra.
Acreditamos que alimentar a população do planeta, hoje e no
futuro, depende do equilíbrio entre a natureza, a agricultura e
as pessoas. Produzir cada vez mais e melhor requer inovação,
e assim como o Silvio, a BASF tem o compromisso com uma
agricultura sustentável, por isso inova em produtos e serviços
que o ajudem a cumprir sua missão de alimentar, vestir e mover
o mundo. Com o Silvio, fazemos a agricultura avançar.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Editorial
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Olhos voltados para a irrigação
D
e acordo com especialistas, uma gestão eficiente, responsável e sustentável do manejo
da água nos canaviais irrigados pode contribuir para um novo ciclo virtuoso e de desenvolvimento do setor sucroenergético brasileiro. Esse é o tema da matéria de capa da Canavieiros de outubro. A reportagem mostra que a irrigação tem se tornado essencial para garantir
a produtividade em algumas lavouras e o sistema vem sendo cada vez mais usado por usinas e
produtores de cana-de-açúcar. Uma entrevista com Márcio Santos, presidente da CSEI (Câmara
Setorial de Equipamentos de Irrigação), da ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos) resume as perspectivas para a irrigação no Brasil.
A edição de outubro detalha ainda as novidades apresentadas em eventos como o 9º Grande
Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar, Congresso da ANDAV e GAF 2016. Como também, mostra que as usinas buscam alternativas para capacitar seus funcionários, como no caso
da Raízen, que implantou um simulador de caminhão de cana para treinar os motoristas, ação
que já resultou na queda de 50% dos acidentes nas estradas. Além disso, tem matéria sobre a
evolução do Grupo Ourofino, que comemora os cinco anos da Ourofino Agrociência.
Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC (Instituto Agronômico) é nosso entrevistado
do mês. A edição traz ainda matérias sobre as novas tecnologias disponibilizadas ao setor, como
o novo inseticida contra broca-da-cana, da Syngenta e sobre a inauguração do laboratório de
biotecnologia industrial da Dupont. Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo Professor Marcos
Fava Neves; opinam no “Artigo Técnico” Fábio Amaral, engenheiro agrônomo, Breno Campos,
mestrando do IAC, Carlos Azânia, pesquisador do IAC e Andrea Azânia, bióloga/consultora;
Breno Henrique Souza, engenheiro agrônomo da Canaoeste de Descalvado-SP e Manoel Regis
L. V. Leal, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol do CTBE / Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM.
As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, mostram que a Canaoeste e
Orplana marcam evento para discutir remuneração dos produtores de cana pela biomassa e que
a Copercana realizou a IX Reunião Técnica do Projeto Amemdoim.
Boa leitura!
Conselho Editorial
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Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
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Revisão: Lueli Vedovato
Tiragem DESTA EDIçÃO:
22.000 exemplares
ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
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são de responsabilidade de seus autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada,
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Revista Canavieiros - Outubro de 2015
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Ano IX - Edição 112 - Outubro de 2015 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 18
Irrigar para produzir mais
Gestão eficiente, responsável e
sustentável do manejo da água nos
canaviais irrigados pode contribuir
para um novo ciclo virtuoso e de desenvolvimento do setor sucroenergético brasileiro, afirmam especialistas
05 - Entrevista
Marcos Landell
diretor do Centro de Cana IAC
10 - Notícias Copercana
- IX Reunião Técnica do Projeto Amendoim apresenta alternativas para compensar a
falta de clorotalonil
11 - Notícias Canaoeste
E mais:
Coluna Caipirinha
.....................página 20
Destaque:
Interior paulista sedia importante
encontro sobre variedades de cana
.....................página 30
ANDAV debate gargalos e perspectivas do setor de distribuição de
insumos agropecuários
.....................página 34
GAF 16 debate os desafios para um
agronegócio sustentável
.....................página 40
Campanha “Cana-de-Açúcar: A Cultura da Inovação” é lançada em SP
.....................página 43
Raízen apresenta seu primeiro Simulador de Caminhão de cana-de-açúcar
.....................página 44
- Canaoeste e Orplana marcam evento para discutir remuneração dos produtores de
cana pela biomassa
- Biblioteca da Canaoeste promove oficina de leitura para jovens do Projeto Guri, em
Sertãozinho-SP
- Canaoeste e Copercana são homenageadas no MasterCana Brasil 2015
Ourofino Agrociência ganha emancipação
.....................página 46
16 - Notícias Sicoob Cocred
Acompanhamento de Safra
.....................página 60
- Balancete Mensal
54 - Artigos Técnicos
- Sistematização de Áreas e Conservação do Solo
Práticas fundamentais para o bom desempenho do canavial
- O uso pleno da cana-de-açúcar
Tecnologias para formação de viveiros de cana-de-açúcar
Informações Setoriais
.....................página 50
Novas Tecnologias
DuPont anuncia mais uma expansão
da unidade em Paulínia-SP
.....................página 64
Syngenta reúne convidados para lançar o Ampligo, inseticida contra a
broca-da-cana
.....................página 66
CTC lança tecnologia para recolhimento e aproveitamento sustentável
da palha da cana-de-açúcar
.....................página 67
Classificados
.....................página 69
Cultura
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
....................página 74
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Entrevista I
Adoção de novas variedades:
produtividade e rentabilidade
O diretor do Centro de Cana IAC (Instituto Agronômico), Marcos Landell, falou sobre o assunto durante importante evento sobre variedades de cana, em Ribeirão Preto-SP, onde concedeu entrevista à Revista Canavieiros.
Confira!
Marcos Landell
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Em sua palestra no 9º Encontro de Variedades de
Cana, você afirmou que "não adianta
produzir novas variedades e adotar as
mesmas estratégias passadas". Fale
um pouco sobre essa sua afirmação.
Landell: Temos um exemplo bem
recente nessa expansão da canavicultura. Por falta de planejamento, as coisas
foram muito focadas na operacionalização do sistema. O pessoal se dedicava a
fazer um plantio que muitas vezes não
era de boa qualidade e não tinha mudas.
Usavam o canavial comercial que às
vezes estava em seu quarto corte e multiplicavam problemas. Por outro lado,
perdemos praticamente décadas multiplicando variedades antigas. Coincidentemente nesse período de expansão,
a mecanização assumiu 100% nas áreas
de cana-de-açúcar. Antigamente, no final
da década de 90, uma boa parte de produtores cortava cana manual, o plantio
era todo manual e, de repente, tínhamos
outro cenário. Toda colheita sendo feita
mecânica e inclusive o plantio começou
a ser de uma hora para a outra também
mecânico. Houve uma troca de procedimentos no cenário de mecanização e
não houve uma adoção de variedades
mais modernas adaptadas a isso, o que
gerou uma série de problemas. Um deles são canaviais com essas variedades
mais antigas pouco adaptadas a pisoteio
e plantio mecânico, canaviais com muitas falhas, com baixa população, o que
gera, como consequência, a baixa produtividade. As variedades hoje são melhores que as de 20 anos atrás, não é normal alguém adotar variedades antigas.
Estamos cometendo dois erros: usando
variedades antigas, desprezando aquilo
que de novo foi gerado por programas
de melhoramentos sérios e, segundo, a
gente está utilizando as mesmas estratégias de produção do passado, quando
temos hoje modelos de produção totalmente diferentes. O modelo da matriz,
por exemplo, o terceiro eixo da matriz,
antecipação dos primeiros ciclos para
gerar populações maiores, fazer gestão
de população no canavial para estabilizar a produtividade em altos níveis.
Tem uma série de estratégias novas e o
pessoal está usando isso com as mesmas estratégias antigas. Apesar de uma
boa parte do setor estar adotando coisas
novas, ainda tem um pessoal vivendo do
passado e isso faz permanecermos ainda
em produtividades muito baixas.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
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Revista Canavieiros: O que você
atribui a pouca adoção de novas
variedades?
Landell: Um dos problemas que retardou e que retarda a adoção de novas
variedades é o plantio mecânico. Ele
derrubou a taxa de multiplicação que
antes, por exemplo, uma pessoa que tinha uma nova variedade e queria crescer
rapidamente, plantava manual essa cana
e chegava a fazer relações de 1 hectare
para 20. Hoje, com o plantio mecânico,
não tem muito o que fazer. As máquinas
têm os seus limites, as operações têm
seus limites, a pessoa consegue taxas
médias de multiplicação de 1 para 3,5 e,
se fizer muito bem feito, de 1 para 5 ou 6,
mas é o máximo que se consegue. A operação de plantio mecânico, além de gastar mais mudas e ficar mais cara, prejudica a velocidade de adoção de uma nova
variedade. Uma das coisas que nos fez
pensar no MPB (Mudas Pré-Brotadas)
como uma solução para alcançar taxas
de crescimento bastante grandes foi porque com o MPB é possível a fazer 1 para
100. Se pegar todas as mudas dentro de
um hectare teremos muda suficiente para
plantar 100 hectares, dois meses depois.
Então, pode ser que o MPB nos livre
dessas amarras que impedem ou que reduzem a velocidade de adoção de novas
variedades e incorporação dos ganhos
dessas novas variedades para o bolso do
produtor.
primeiro momento se pensa em MPB
para fazer um viveiro pré-primário ou
primário, mas acho que num segundo
momento, se tivermos aquilo que estamos percebendo de sucesso em termos
de aumento de produtividade, redução
de consumo de muda e, principalmente,
a oportunidade de estabelecer um canavial com uma gestão espacial, onde
é possível saber exatamente o ponto
onde está sua unidade biológica, que é
a toceira. A partir daí, se usarmos isso a
favor do estabelecimento, por exemplo,
numa agricultura de precisão, saberemos exatamente onde está a toceira, e
podemos tratá-la como um indivíduo,
como um elemento único na área de
produção. Isso gera uma perspectiva totalmente nova. Eu não sei onde vai dar
isso, mas pode ser que reduza o adubo em função de uma utilização mais
pontual desse produto naquela unidade
biológica que é a toceira. Hoje, com o
plantio em colmos, não sabemos onde
está a toceira, nem quantas toceiras temos em um metro. Ninguém sabe porque isso é aleatório, o canavial é aleatório, não tem uma distribuição espacial
conhecida. Com o MPB, técnicas de
plantio de mudas, é possível estabelecer um arranjo espacial conhecido e
que vai poder atuar por exemplo com a
agricultura de precisão a favor, cuidando de cada indivíduo e proporcionando
melhor resposta de produção.
Revista Canavieiros: Como você
tem visto o sistema de multiplicação
que as empresas vêm adotando por
meio de MPB?
Landell: É muito curioso, é um
processo em desenvolvimento e temos
aprendido muito, todo mundo junto. Temos visitado e recebido visitas de muitas pessoas que estão fazendo de maneira artesanal o seu MPB, praticamente
todos ficam encantados com a técnica
porque percebem benefícios e potencialidade. Quando entrar o processo de
automação, que é uma questão de tempo, desde a retirada dos minirebolos,
minitoletes, até o plantio se transformar em plantio mecânico, quando essas
coisas ficarem redondas, com certeza a
adoção vai ser maior, àqueles que hoje
ainda são relutantes vão se entregar a
essa tecnologia. Provavelmente nesse
Revista Canavieiros: Nos últimos
anos a produtividade da cana-de-açúcar caiu. Apesar disso, muitos pesquisadores, empresas, produtores e usinas
têm trabalhado para recuperar o tempo perdido, desenvolvendo tecnologias
e novos conceitos que visam retomar
o crescimento da produtividade agrícola e atingir a cana dos três dígitos.
Qual seria a estratégia para construir
a cana de três dígitos?
Landell: Primeiro é o treinamento, o
convencimento, as pessoas precisam estar
convencidas e, segundo, é como construir
essa cana de três dígitos. Você constrói
quando planta e, para isso, é necessário
pensar antes no preparo do solo, na incorporação de insumos como calcário, gesso
e em uma boa adubação. É importante
trabalhar com um material biológico que
seja bom para o plantio mecânico. Para
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
isso, temos que trabalhar com uma variedade que nasça bem e que perfilhe bem
para não começar o canavial com baixa
população. Então duas coisas são essenciais: construir um patrimônio biológico
de alta população e manter isso nos cortes
que se seguem. Com certeza, quem fizer
isso bem feito, com grupo varietal novo,
vai chegar aos três dígitos com facilidade,
eu não tenho dúvida disso.
Revista Canavieiros: Apesar do cenário que o setor vem atravessando, o
que o produtor e as empresas podem
esperar do IAC em 2016?
Landell: Vamos ter em 2016 o lançamento de novas variedades. Estamos
definindo, depende ainda das colheitas
até novembro, e então faremos os nossos ensaios, materiais novos, um pacote
mais desenvolvido do MPB. Faremos
também uma ação contundente divulgando os conceitos de manejo varietal
falando da matriz, do terceiro eixo da
matriz, tudo em cima de um modelo que
proporcione o aumento das populações
dos nossos canaviais não apenas para
gerar maiores produtividades nos cortes a cortes, mas principalmente para
aumentar longevidade associada a altas
produtividades. Esses dois pontos longevidade e produtividade são essenciais
para sustentabilidade econômica da canavicultura nacional e, principalmente,
de fornecedor que não tem uma indústria
para agregar valor, tem só a cana, só a
área agrícola e precisa aumentar a longevidade dos seus canaviais e a produtividade. Se ele fizer essas duas coisas, com
certeza fecha as contas mesmo num cenário bastante desfavorável com a falta
de política clara do Governo Federal. E
eu acredito que ainda temos ferramentas
nesse meio biológico que é nossa área
de produção, para verticalizar de maneira tal que fiquemos livres das garras da
desorganização que existe nesse país em
função das políticas de etanol, de energia sustentável, da bioenergia. Apesar de
não termos políticas favoráveis e claras
para isso, que nos permita pensar nesses
próximos 20 anos, eu tenho uma vida
que posso me planejar. Se a gente subir,
elevar nosso voo para produtividades e
longevidades maiores, derrubamos o
custo de produção, diluímos bastante e
com isso nos sustentamos. RC
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Revista Canavieiros - Outubro de 2015
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Coluna Caipirinha
Caipirinha
Um novo dólar e um novo momento para a cana
Para começo de conversa... Quais
são os efeitos do dólar a 3,5 - 4 reais?
- caem em dólar os custos do setor
que são em reais e sobem em reais os
insumos que são dolarizados, mas no
balanço, ficamos mais competitivos internacionalmente;
- açúcar fica mais atrativo para exportar;
- safra mais açucareira;
- importações de etanol ficam quase
inviáveis;
- exportação de etanol fica atrativa;
- importações de gasolina ficam muito complicadas;
- menor oferta de etanol no mercado interno, por possível safra mais
açucareira;
- empresas endividadas em dólar enfrentam maiores dificuldades.
Isto tudo colocado junto, nos leva a
um caldo diferente para 2015/16...
O que acontece com nosso agro?
O índice de preços da FAO/
ONU (Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura) iniciou uma reação, após atingir maiores
baixas dos últimos 4 anos. A produção mundial de grãos 2015/16 está em
2,534 bilhões de toneladas, 24 milhões
de toneladas (0,8%) mais baixas que
2014/15. O consumo segue firme, com
2,530 bilhões de toneladas (50% para
ração animal). Vale dizer que aumentamos o consumo mundial de grãos em
31 milhões de toneladas (1%) no ano.
Os estoques ainda estão altos, em 638
milhões de toneladas (25% do consumo anual). O novo câmbio deve fazer o
Brasil plantar áreas recordes.
O que acontece com nossa cana?
O aumento do diesel -, desnecessário, pois o diesel vendido pela Petrobras no mercado interno está ao redor
de 10 a 15% mais caro que no exterior e
estamos num país que precisa estimular
a produção -, trará ainda mais impacto de custos nas usinas. Estima-se que
para cada 10 litros de etanol gerados, 1
litro de diesel é necessário;
O Pro-renova, programa para renovação de canaviais do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), terá
apenas metade do que foi alocado em
14/15, o que dificultará a renovação. Sinais do cobertor curto;
Finalizado setembro, a moagem
de cana no Centro-Sul está em 444,3
milhões de toneladas, contra 441,44
milhões de toneladas processadas até
setembro de 2014. Porém, São Paulo
tem quase 12 milhões de toneladas de
defasagem na moagem;
O ATR até o final de setembro
estava, na média da safra, em 132,16.
Estamos 2,5% abaixo de 2014. Porém,
o clima melhor elevou a produtividade
média da safra para 85,3 toneladas/ha,
10% a mais que na safra anterior;
Rendimento agrícola de 3 dígitos
é o nosso desafio. Competitividade no
campo e na usina, maior controle das
perdas de colheita;
Entrevistando usineiros que considero muito eficientes e austeros, na
safra 2014/15 o custo de se produzir
açúcar foi de 40 por saca, etanol hidratado 1,05/l e anidro 1,15/l;
Mas aí vem o dreno do setor:
juros saltaram de 11,5 para 14,25% e
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Marcos Fava Neves*
câmbio de 3,20 a 4,00. De acordo com
o Itaú-BBA, com 65 grupos que representam 75% do setor mostram que o endividamento cresceu 23% em um ano,
pulando de mais de 46 para quase 57
bilhões de reais. Quase 43% do endividamento analisado pelo Banco está em
dólar. A dívida pulou de 3,8 em 2013/14
para 4,3 vezes o EBITDA em 2014/15,
sendo que a dívida líquida atingiu 133
reais/toneladas de cana. Além da restituição da CIDE (Contribuições de
Intervenção no Domínio Econômico),
uma ação coordenada dos agentes financeiros na estrutura de débitos de
empresas que se mostrem competitivas
do ponto de vista operacional e que não
conseguem fazer frente ao endividamento do curto prazo é uma importante
alternativa;
O relatório mais recente da EPE
(Empresa de Pesquisa Energética), ligada ao MME (Ministério de Minas e
Energia), mostra uma produção de cana
de 792 milhões de toneladas em 2020
e de em 841 milhões de toneladas em
2024. Teríamos, de acordo com este
material, uma produção de 47,6 milhões de toneladas de açúcar em 2024,
com crescimento de 2,8% ao ano, com
ATR de 142,8 e produtividade média de
85,3 t/ha. O consumo de etanol hidratado seria de 27 bilhões de litros, um
crescimento anual de 6,8% ao ano e o
anidro, um crescimento de 1,9% ao ano,
chegando a 13 bilhões de litros.
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O que acontece com nosso açúcar?
A OIA (Organização Internacional
do Açúcar) prevê déficit de 2,48 milhões
de toneladas na safra 2015/16 e 6,2 milhões de toneladas na safra 2015/16, que
começou em 1º de outubro;
A Czarnikow elevou a previsão
de déficit de açúcar no ciclo 15/16 de
1,7 para 4,1 milhões de toneladas. Boa
notícia! O consumo dos estoques deve
ser mais rápido;
Para a Datagro, os preços do açúcar começam a subir com a relação estoque/consumo ao redor de 41%. Neste
momento estão em 46%, e precisam de
um déficit de 9 milhões de toneladas
para chegar a 41%;
O provável maior consumo e reajuste dos preços do etanol puxou para
cima os preços do açúcar, que voltaram
a passar de 13 centavos/libra peso.
Governo da Índia planeja algum
tipo de subsídio para que as usinas paguem os produtores de cana. A situação
de endividamento por lá é enorme, reflexo dos preços baixos do açúcar. Estima-se a produção deste ano na Índia em 28
milhões de toneladas, contra 26,5 na safra passada. A demanda interna é de 25
milhões de toneladas. Planeja colocar de
maneira subsidiada 4 milhões de toneladas no mercado internacional, pois o
preço controlado interno é mais alto que
o de exportação, o que representaria 8%
do total transacionado, e já foi questionada na OMC (Organização Mundial do
Comércio) pelos outros produtores. Há
notícias mais recentes que este quadro
pode mudar fortemente com a seca observada em algumas regiões, devido às
monções estarem mais fracas;
USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) acredita
que a China importará ao redor de 5,5
milhões de toneladas na safra 2015/16.
Os baixos preços e altos custos de produção desestimulam o crescimento da
produção chinesa;
A partir de 2017, o açúcar pode
ter mais um fantasma, a volta da Europa exportando para países do Norte
da África. Porém, na Europa comenta-se que o break-even é ao redor de
US$ 400 por tonelada. Não é muito
eficiente no longo prazo. A Rússia está
ao lado, e mais barata e estes devem
melhorar a capacidade;
Com o novo câmbio a 4 reais,
estima-se que cerca de 40% da produção de açúcar do ciclo 2015/2016 tenha
sido vendida, e o preço travado em reais.
Preços que chegam a R$ 1300/tonelada;
Estamos em processo de mudança no açúcar, e considero este conjunto
de notícias favorável.
O que acontece com nosso etanol?
Na ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil anunciou uma
arrojada meta de reduzir as emissões de
gases do efeito estufa em 37% até 2025.
Deveremos ter 45% de renováveis na
matriz energética, e o etanol está citado;
Este mês teve uma sequência de
eventos favoráveis, a começar do inesperado aumento da gasolina (6%) anunciado pela Petrobras. Além de mostrar
responsabilidade e ajudar no caixa da
Petrobras (a gasolina está 7,7% mais
cara no Brasil), permitiu aumento dos
preços de etanol.
Há estimativas que teremos etanol até o final da entressafra (31 de março) se o consumo não superar 1,2 bilhão
de litros por mês. Portanto, forte reação
nos preços é esperada, algo que nesta
coluna falamos há seis meses. Pena que
as usinas endividadas tiveram que vender aos preços médios que tivemos até
o momento, que foram menores que em
2014/15. Mais uma destruição de valor
no setor;
Em agosto à venda de etanol,
segundo a ANP, cresceu 48,1%, deslocando consumo de gasolina, que caiu
11%. O diesel caiu 6%, o que mostra
frenagem na produção. Segue com os
mesmos números de 2015 o consumo
geral no Brasil;
Com a dificuldade de se aprovar
a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), ganha força a volta da incidência
na CIDE na gasolina, o que poderia
aumentar o valor do litro em quase 60
centavos. Pode ser encarado como um
tributo de emissão de carbono;
Petrobras anunciou corte de 50%
dos investimentos previstos para o ano.
Dos US$ 29 bilhões, serão investidos
US$ 20 bilhões. Vem mais crise pela
frente. Tenho esperança do dia que a
Petrobras vai anunciar um profundo
corte de benefícios de seus funcioná-
rios, algo fora da realidade do país.
Apenas a área de comunicação da Petrobras emprega 1.200 funcionários,
fora os terceirizados... Quanta gordura;
É necessário revermos a estrutura
de comercialização do etanol. No estágio atual, ganhos logísticos não são totalmente capturados. A discussão deve
envolver desde uma desregulamentação
até a criação de blocos regionais de comercialização. É hora de mapearmos os
pontos negativos e positivos para saber
se esta ação pode contribuir com a geração de valor;
Etanol de segunda geração é uma
solução, afinal quem não quer produzir
50% a mais na mesma área...
Não se comunica adequadamente
o etanol no ponto de venda. Temos que
bater no fato das externalidades positivas do etanol, que devem ser valorizadas e reconhecidas.
Quem é o homenageado do mês?
Todo mês homenageamos um
lutador da causa da cana, da causa do
agro. Nesta edição minha homenagem
vai ao Celso Torquato Junqueira Franco, presidente da UDOP.
Haja Limão:
Temos uma safra inteira de limão
para falar aqui, mas aqui foco apenas na
questão que temos que aprender a estocar
vento, como disse nossa mandatária. Que
vergonha, não me lembro de ser tão mal
representado e de ver tanta deterioração
em nossa política. Outro dia eu disse a
um grande líder do setor de cana, antes
deslumbrado com Lula, que o lulopetismo destruiu pelo menos uma geração no
Brasil. Perdemos de 15 a 20 anos, e quem
não concordar com minha análise, pode
me escrever, tenho farto material para enviar para leitura e reflexão. RC
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Notícias Copercana
IX Reunião Técnica do Projeto Amendoim apresenta
alternativas para compensar a falta de clorotalonil
Fungicida, usado no controle da pinta preta, doença que mais afeta a cultura no país, não
tem sido encontrado e preocupa produtores, que podem ter perdas de 10% a 50%
Igor Savenhago
A
preocupação com a falta de clorotalonil, fungicida que combate
os principais problemas da lavoura de amendoim, foi o principal assunto da IX Reunião Técnica promovida
pela Copercana no dia 30 de setembro
no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho-SP. O produto, que não tem sido
encontrado no mercado, prejudica o controle da mancha preta, chamada popularmente de pinta preta, e outras doenças do
mesmo grupo, conhecidas como cescosporioses – entre elas, a mancha barrenta
e a mancha em V.
De acordo com Augusto César Strini
Paixão, gerente da UNAME (Unidade de
Grãos da Copercana), que abriu a reunião,
a falta da molécula deixa um ponto de interrogação no futuro da cultura no país.
Ele afirma que as multinacionais que comercializam o clorotalonil no Brasil não
deram motivos para a ausência do produto das prateleiras e nem perspectivas
para que a situação se resolva num curto
prazo. Para os produtores que participam
do Projeto Amendoim da Copercana, não
haverá problemas para a safra 2015/16, já
que a cooperativa se antecipou e garantiu estoque. Mas para os que não têm um
acesso privilegiado como esse, o caminho
tem sido apostar em alternativas, como
soluções à base de cobre.
O assunto foi abordado por Modesto Barreto, da Agro Alerta Consultoria
e professor aposentado da Unesp de
Jaboticabal. Ele explicou que, para as
condições de cultivo do país, com clima tropical, a pinta preta é considerada
a principal ameaça foliar ao amendoim.
Causada pelo fungo Cercosporidium
personatum, pode provocar uma redução de 10% a 50% na produção de
vagens quando não controlada adequadamente. Segundo ele, por ser um fungicida de largo espectro, que atua em vá-
Augusto César Strini Paixão,
gerente da UNAME
Modesto Barreto, da Agro Alerta
Consultoria
rios pontos do fungo, o clorotalonil é o
mais indicado no combate. “Ele é usado
nos EUA há cerca de 50 anos sem casos
de resistência da planta à sua aplicação”.
respectivamente, no combate da verrugose e da ferrugem. Diante da falta do
clorotalonil, ele alerta que é preciso encontrar formas que permitam economia
no consumo do produto, como alterná-lo
com aplicações de fungicidas cúpricos.
“Estes não são tão eficazes como o clorotalonil, mas, neste momento em que
não se sabe direito o que vai acontecer
no mercado, é possível recorrer a eles”.
Barreto chamou a atenção para o aparecimento de manchas nas lavouras mesmo com a aplicação da molécula. Neste
caso, apresentou algumas possíveis causas, como o ataque por bactérias. “Muitas vezes, o produtor pensa que é pinta
preta, mas a plantação está sendo alvo de
outros microorganismos. É preciso ficar
atento porque as manchas provocadas
por algumas bactérias são muito parecidas com a pinta preta”. Outros fatores a
serem avaliados são eventuais diferenças
de eficácia entre as marcas comerciais
vendidas no país, se há a necessidade de
reduzir o intervalo entre as aplicações,
influência das chuvas, que podem atrapalhar as pulverizações e comprometer
o efeito desejado, ou a possibilidade de
que produtos com indicação duvidosa
possam estar sendo inseridos no tanque
junto com o fungicida.
O professor afirma que o ideal é fazer
de sete a oito aplicações de clorotalonil
no amendoim, a cada 15 dias a partir dos
40-45 dias após o plantio. Da quarta aplicação em diante, é recomendável misturar com triazol e estribulinas, usados,
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Produção
O Brasil produziu, na safra 2014/15,
346,9 mil toneladas de amendoim, segundo a Conab (Companhia Nacional
de Abastecimento). O número, que é o
maior desde a década de 70, representa um aumento de 9,8% em relação à
temporada passada, quando o volume
colhido foi de 315,8 mil toneladas. O
Estado de São Paulo responde por cerca
de 85% da produção nacional.
A falta de clorotalonil pode afetar não
apenas o desempenho no campo, como o
das exportações. Nos últimos anos, as vendas externas do grão registraram aumentos
sucessivos. Passaram de 51 mil toneladas
em 2010 para 62 mil em 2012 e 80 mil
em 2013. Só no ano passado, por causa de
condições climáticas adversas, houve retração, para 64 mil. Para 2015, a previsão é
de nova alta, para 75 mil toneladas. RC
11
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Especial
Canaoeste 70 Anos
12
Canaoeste e Orplana marcam evento para discutir
remuneração dos produtores de cana pela biomassa
Um dos objetivos do encontro, que será em novembro e terá cinco palestras, é começar uma
análise sobre a viabilidade de incluir o bagaço e a palha no Sistema Consecana
Igor Savenhago
E
stendendo as comemorações pelos seus 70 anos de existência,
completados no dia 22 de julho,
a Canaoeste realiza em seu auditório em
Sertãozinho-SP, no próximo dia 26 de
novembro, com apoio da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul), o seminário “Perspectiva Econômica da Biomassa (Palhada e Bagaço de Cana-de-Açúcar)”.
A programação prevê cinco palestras,
com abertura do presidente das duas entidades, Manoel Ortolan. As inscrições
são gratuitas e as vagas, direcionadas a
produtores que integram as associações-membros da Orplana, limitadas.
De acordo com o gestor de Relacionamentos, Recursos e Projetos da
Canaoeste, Almir Torcato, o objetivo é
começar uma discussão sobre a viabilidade de inclusão, no Sistema Consecana, da remuneração do agricultor pela
biomassa. “O encontro será um seminário analítico sobre novas alternativas
de renda pelo potencial que temos, não
só da biomassa oriunda da palha e do
bagaço, mas também do cavaco de madeira, entre outros. O evento trará uma
análise criteriosa de riscos e perspectivas para a tomada de decisões, se vale
a pena ou não entrar no negócio, e para
a visualização de alternativas. Discutir,
por exemplo, o valor do bagaço e o que
vem sendo estudado no que se refere à
remuneração pelo seu excedente”, informa Torcato.
Ainda segundo o gestor, o encontro
servirá para mostrar que as entidades
representativas do segmento estão atentas à questão. “A Orplana e a Canaoeste
estão propondo a revisão no Consecana.
Mas isso não é um processo simples.
Envolve questões políticas e econômicas. Se queremos, lá na frente, garantir a
participação nesse assunto, precisamos
Almir Torcato, gestor de Relacionamentos,
Recursos e Projetos da Canaoeste
Manoel Ortolan,
presidente da Canaoeste
começar a discutir já, deixando claro ao
fornecedor de cana que não estamos parados no tempo. Outro ponto é que este
é um tema ainda muito mistificado. Por
isso, é importante abordá-lo”.
Segundo o presidente da Orplana e
da Canaoeste, Manoel Ortolan, a questão da remuneração pela biomassa é
atual e precisa ser analisada. Uma possível mudança no Sistema Consecana
não deve, na visão dele, ser imediata,
já que a discussão deverá se intensificar só a partir de 2016. No entanto, a
hora é oportuna para que se comece a
colocar o tema na pauta. “A biomassa
já vem, há algum tempo, nos motivando nessa direção. Só estávamos esperando atingir um número de unidades
industriais que fosse representativo
para o setor, a partir do qual se reconhecesse que existe um bom mercado,
uma boa definição, que pudesse ser remunerada. Como fizemos, por exemplo, com o álcool, que não existia no
Consecana, mas entrou à medida que
se tornou um mercado significativo. É
o mesmo caminho da biomassa”.
O evento ocupará um dia todo, das
8h às 17h. Após a abertura feita por
Ortolan, o primeiro palestrante será
Marcos Landell, diretor do Centro de
Cana do IAC (Instituto Agronômico
de Campinas) em Ribeirão Preto. Ele
irá falar sobre os “Ônus e Bônus da
Palha”. Na sequência, será a vez de Luiz
Carlos Dalben, agrônomo e consultor da
Agrícola Rio Claro, com “Detalhamento,
custos e receitas sobre a operação de
recolhimento da palha”. O professor
da USP de Ribeirão Preto e sócio da
Markestrat Consultoria, Marcos Fava
Neves, fará a apresentação “Quanto vale
o bagaço?”. Ele será seguido por Vinícius
Casseli, consultor em equipamentos
e máquinas para colheita florestal
e processamento de biomassa, com
“Mercado de biomassa: comercialização
e transporte”, e Roberto Sachs, gerente
departamento técnico da Assocap/
Canacap (Associação dos Fornecedores
de Cana de Capivari-SP e Cooperativa
dos Plantadores de Cana da Região de
Capivari), com “Estudo da remuneração
do bagaço de cana excedente”.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Atualmente, cerca de 170 usinas
cogeram energia elétrica a partir de
resíduos da cana. “Existe um grande
esforço para sair o retrofit (programa
de financiamento para a renovação de
caldeiras), o que daria oportunidade a
outras tantas. Quem não está cogerando vende seu bagaço. E, mesmo quem
cogera, vende o excedente. A partir
disso, devemos fazer um trabalho para
13
sentaram casos de sucesso no enfrentamento da crise que atinge a cadeia
sucroenergética e convocaram os produtores a abraçarem suas associações,
para que o setor se fortaleça.
XV Encontro Anual de Produtores
ver o que podemos reivindicar. Vejo o
bagaço com bom espaço para entrar no
Consecana, via geração ou comercialização, captando preço. Já a palha talvez
seja um mercado de oportunidades. Se
a usina está comprando, você recolhe e
comercializa”, conclui Ortolan.
Mais tarde, no XV Encontro Anual
de Produtores, que fez parte da programação da 23ª edição da Fenasucro &
Agrocana, Canaoeste e Orplana apre-
As sete décadas de trajetória da
associação também foram lembradas
com um vídeo comemorativo, em que
pais e filhos agricultores refletem sobre os novos rumos da cultura da cana
e os caminhos para preparar as lideranças para os próximos anos. Todas essas
novidades estão sendo reforçadas em
reportagens da TV Canaoeste e da Revista Canavieiros. RC
Informações sobre o seminário podem ser obtidas pelo telefone (16)
3946-3300, ramais 2090 e 2190.
Ano movimentado
A chegada aos 70 anos está sendo
intensa para a associação, que aproveita a data para inaugurar uma nova
fase. A exemplo do que está sendo feito na Orplana, que promove um trabalho de reestruturação conduzido pela
Markestrat Consultoria, a Canaoeste
entende que é o momento de mudar
um pouco o perfil. Por meio do projeto “Caminhos da Cana”, o professor
Marcos Fava Neves conversou com
produtores que compõem a entidade,
além de diretores e gestores. Em breve, irá apresentar um plano de ações,
visando garantir uma aproximação
ainda maior dos anseios de seus associados e aprimorar a representatividade política.
O início dessa nova etapa foi anunciado, oficialmente, em 22 de julho,
dia do aniversário da Canaoeste, durante o Seminário de Mecanização
realizado em parceria com a STAB
(Sociedade dos Técnicos Açucareiros
e Alcooleiros do Brasil). No evento,
foram discutidas as mudanças provocadas com o fim das queimadas e do
corte manual da cana e as medidas que
estão sendo tomadas para permitir uma
transição adequada às novas tecnologias de plantio e colheita.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
14
Notícias Canaoeste
Biblioteca da Canaoeste promove oficina de leitura
para jovens do Projeto Guri, em Sertãozinho-SP
Haroldo Beraldo (bibliotecário) falou sobre a história da leitura e distribuiu 80 livros; evento
integrou a campanha “Dia de Ler. Todo dia!”, realizado em 427 cidades brasileiras
Igor Savenhago
A
proveitando a campanha “Dia
de Ler. Todo dia!”, uma mobilização nacional para incentivar a leitura, realizada em 427 cidades
do país no dia 1º de outubro, o bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo, foi convidado pelo Projeto Guri
em Sertãozinho-SP para desenvolver
uma oficina com crianças. O projeto,
mantido pelo Governo do Estado com
auxílio da prefeitura, funciona na Escola de Música Natale Garrefa, no Centro.
Oferece 159 vagas e, atualmente, atende 122 interessados, de oito a 18 anos
incompletos, em aprender técnicas de
canto e coral e instrumentos musicais.
Durante pouco mais de uma hora,
Beraldo apresentou aos 63 jovens presentes na dinâmica um pouco da história da leitura, desde as pinturas rupestres, feitas pelo homem pré-histórico
em rochas, até a contemporaneidade,
com as tecnologias digitais. “Foi um
dia muito bacana, em que pudemos
abordar informações relacionadas ao
universo dos livros, buscando desmistificar a leitura para os jovens”. Fazendo
perguntas curiosas e propondo vários
pequenos desafios, o bibliotecário instigou a participação das crianças. Ao
final, fez uma doação de 80 livros aos
participantes do projeto.
“A doação foi feita na condição de
que eles repassem a amigos ou familiares após terminarem a leitura. Ou que
entreguem os exemplares em uma das
unidades da Geladeiroteca espalhadas
pela região. Isso é uma forma, também,
de divulgar o projeto da geladeira a
alunos e professores”. A Geladeiroteca
consiste em aproveitar carcaças de geladeiras velhas, que são adaptadas, ilustradas e instaladas em pontos fixos para
disponibilizar livros de forma gratuita.
Desde 2013, quando surgiu a ideia,
sete unidades foram implantadas. Uma
em Ribeirão Preto-SP, no Hospital Dia
(anexo ao Hospital das Clínicas – HC), e
seis em Sertãozinho: no ambulatório da
UBS (Unidade Básica de Saúde) Plínio
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
de Lima Rubião, no Jardim Recreio; na
EMEI (Escola Municipal de Educação
Infantil) Aracy Pelá, no Jardim Porto
Seguro; na ABA (Associação de Amigos do Bairro Alvorada); no CEJUSC
(Centro de Solução de Conflitos e Cidadania), no bairro Shangri-lá; no CCI
(Centro de Convivência do Idoso), no
Jardim Soljumar; e no CRAS V (Centro
de Referência de Assistência Social),
na Vila Garcia. A oitava, que está sendo
preparada, já tem destino certo: A UBS
(Unidade Básica de Saúde) do distrito
de Cruz das Posses.
No ano passado, o projeto foi reconhecido pelo Prêmio Vivaleitura, promovido pelos Ministérios da Cultura e
da Educação e pela OEI (Organização
dos Estados Ibero-Americanos para a
Educação, a Ciência e a Cultura), com
apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União
dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Fundação Santilana. Entregue em Brasília-DF, o prêmio
classificou a Geladeiroteca da Canaoeste entre as 20 melhores iniciativas do
Brasil e entre as cinco vencedoras na
categoria “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias”. Ainda em 2014,
Beraldo participou, em São Paulo, do
7º Seminário Internacional de Biblio-
15
tecas Públicas e Comunitárias (Biblioteca Viva).
Escolhas
A estudante Maria Luiza Bocalon,
de nove anos, foi uma das participantes
da oficina promovida por Beraldo. Ela,
que está no quarto ano do Ensino Fundamental e pratica violino no Projeto
Guri, escolheu, entre os livros doados
pela Canaoeste, “Bruxa Madrinha”, da
escritora Maria Elisa Penteado. “Gostei
de tudo, principalmente da hora que ele
mostrou que são muitas as formas de
ler, não só pelos livros”. A menina se
referia ao momento em que o bibliotecário apresentou uma vitrola e colocou
um disco de vinil da banda britânica
Pink Floyd, formada em 1965 e que
teve o fim anunciado oficialmente agora
em 2015, para ser ouvido.
Já Carolina Barcelos Sanchez, de
oito anos, que está no terceiro ano do
Ensino Fundamental e estuda violoncelo, levou para casa o livro “Rua Descalça”, de José Mário de Vasconcelos.
Ela afirma gostar muito de ler e que a
oficina foi mais um incentivo. Outro estudante, Eric Gabriel de Souza, de 13
anos, que frequenta o 6º ano do Ensino Fundamental e é adepto da bateria,
ficou com a obra “Mariana”, de Pedro
Bandeira. Ele contou que pretende ler
rápido para trocar com amigos.
Haroldo Beraldo,
bibliotecário da Canaoeste
Segundo Andreia Georgete França,
coordenadora do Guri em Sertãozinho, o
objetivo do projeto é promover o desenvolvimento humano por meio da arte. Por
isso, não só a música é incentivada. A leitura tem espaço garantido. Além de oficinas, como a ministrada por Beraldo, existe um trabalho para aumentar o acervo
oferecido aos alunos, que oferece cerca
de 180 itens, entre livros, CDs e DVDs.
netto, supervisora de desenvolvimento
social do projeto, são 381 polos no Estado, sendo 20 na região de Ribeirão Preto, área pela qual é responsável. Caso
haja vagas, como acontece em Sertãozinho, basta que os pais ou responsáveis
preencham um cadastro para que os interessados comecem a frequentar as aulas. O único requisito é que o candidato
esteja matriculado numa escola regular
(municipal ou estadual).
O Guri funciona às terças e quintas à
tarde. Segundo Camila Fressati Furla-
Informações podem ser obtidas pelo
telefone (16) 3942-1598. RC
Canaoeste e Copercana são homenageadas no
MasterCana Brasil 2015
Da redação
O
rganizado pela ProCana Brasil,
o Prêmio MasterCana reconhece o trabalho de profissionais e organizações que atuam por um
segmento mais eficiente em prol do
aprimoramento tecnológico, humano e
socioeconômico do setor sucroenergético alinhado com a sustentabilidade e o
meio ambiente.
Foto: Alberto Gonzaga
A cerimônia de premiação aconteceu
no dia 24 de setembro, no Centro de Eventos São Paulo Center, na Capital paulista.
O presidente da Canaoeste e diretor da Copercana, Manoel Ortolan,
foi homenageado, juntamente com um
seleto grupo de profissionais e lideranças da agroindústria canavieira, com o
prêmio "Os mais influentes do setor",
durante a realização do jantar MasterCana Brasil 2015. RC
Josias Messias, (presidente da ProCana), Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Bruno Rangel
Geraldo (presidente da Coplana) e Antonio Eduardo Tonielo Filho (presidente do CeiseBr)
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
16
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Agosto/2015 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 31 de Agosto de 2015.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
17
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
18
Reportagem de Capa
Irrigar para produzir mais
Gestão eficiente, responsável e sustentável do manejo da água nos canaviais
irrigados pode contribuir para um novo ciclo virtuoso e de desenvolvimento do
setor sucroenergético brasileiro, afirmam especialistas
Andréia Vital
S
uperar os desafios da crise hídrica com sustentabilidade e produtividade tem sido o lema de muitas usinas e fornecedores de cana. Em
um momento no qual garantir rentabilidade para o setor passou a ser essencial
para a sobrevivência, a irrigação vem
ganhando espaço entre os produtores.
“A irrigação em cana é fundamental
para o aumento da produtividade, mas
para que isso ocorra não basta apenas
irrigar, é necessário fazer o manejo da
água que vem da chuva, da água que
está no solo e da água que é transferida
dos mananciais para os canaviais. A irrigação é um trato cultural que precisa
estar inserido no plano diretor de cada
empresa, unidade ou fornecedor”, afirma Marco Viana, superintendente do
GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar), pontuando
que existem resultados comprovados
de até 30% ou mais de aumento de
produtividade, dependendo do manejo.
O executivo frisa ainda que é necessário fazer um projeto que direcione o
sistema de irrigação adequado para a situação em questão, respeitando a legislação, a lei de outorga. “Todos os traba-
lhos que acompanhamos nestes últimos
dois anos e meio têm direcionado para
resultados excelentes com irrigação”,
diz o superintendente do GIFC. O grupo, que atualmente é comandado por
Patrick Francino Campos, Gestor Corporativo de Irrigação do Grupo Jalles
Machado, tem como objetivo discutir e
estudar o uso e o manejo da água e o
aumento de produtividade da cana-de-açúcar, entre outros.
Desde que foi criado, em 2012, já
realizou 22 encontros técnicos, em diferentes cidades de estados como Alagoas, Paraíba, Goiás, Minas Gerais e
São Paulo. “Os eventos são sempre
baseados em questões que foram levantadas durante reuniões anteriores e
os especialistas esclarecem as dúvidas
que muitos têm em relação ao uso da
água para irrigação e gerando o que nós
chamamos de boletim de irrigação, um
documento que é atualizado ano a ano e
serve de parâmetros para novos encontros”, explica o profissional, contando
que já passaram mais de 2500 participantes pelos encontros.
“Os benefícios da irrigação são
evidentes. Temos que discutir agora
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Marco Viana, superintendente do GIFC
inovação em projetos, viabilidade de
investimentos, custos e novas tecnologias para contribuir com a difusão do
manejo sustentável da água”, alerta o
especialista. Para isso, o grupo organiza no final de outubro a segunda edição
do Seminário Brasileiro de Irrigação de
Cana-de-Açúcar com Água - Irrigacana, em Ribeirão Preto-SP. Com o tema
“Gestão Eficiente da Água e dos Insumos que Podem Potencializar a Produtividade da Cana Irrigada”, o evento
pretende apresentar ao setor sucroenergético propostas e soluções inovadoras
para superar os desafios da produtividade e deve receber mais de 500 profissionais do segmento.
19
As 16 palestras da programação serão divididas em quatro temários, tais
como – Reaprendendo a fazer projetos
– Novos parâmetros e diretrizes para
cana irrigada de máxima produtividade; Inovação em irrigação de cana –
Novidade em sistemas, controle e manejo; Aprendendo com a crise hídrica
– Como fazer da cena uma produtora de
água e Decisão de investir em irrigação
de cana – Novos métodos de comprovação de viabilidade.
Entre os palestrantes convidados,
estarão pesquisadores, consultores e
representantes de instituições, agências de governo, empresas e universidades, como Jalles Machado, Grupo
Clealco, ESALQ, UFMG, UNESP,
APTA – Agência Paulista de Tecno-
logia do Agronegócio, IAC – Instituto Agronômico de Campinas, ANA –
Agência Nacional de Água, CENBIO
– Centro Nacional de Referência em
Biomassa, Embrapa, Terracal Alimentos e Bioenergia, Grupo Gloria (com
usinas no Peru, Argentina e Equador),
Bayer CropScience e outros representantes de empresas de irrigação, insumos e serviços do setor.
“Em nossa participação no Irrigacana, através da palestra 'Paradigmas em
irrigação de cana que devem ser quebrados – novas estratégias para manejo
de água', apresentaremos o potencial
produtivo da cana-de-açúcar sob sistema de produção irrigado no Cerrado”,
adianta o engenheiro agrícola Vinicius
Bof Bufon (Pesquisador dr. da Embra-
pa Cerrados para Desenvolvimento de
Sistema de Produção Irrigada de Cana
no Cerrado).
Segundo ele, serão dadas recomendações técnicas de como manejar diferentes variedades de cana para otimizar a
produtividade de forma sustentável, sem
desperdiçar água. “Também daremos
recomendações de estratégias para interromper a irrigação no momento correto
antes da colheita no Cerrado, visando
otimizar a produção de açúcar por hectare, e não perder, na reta final da safra,
a produtividade que foi conquistada com
tanto esforço ao longo do ano agrícola.
Faremos ainda recomendações de irrigação de salvamento para diversos solos do
Cerrado, técnica fundamental para quem
produz cana nesta região”, finaliza.
Parcerias com universidades fomentam o desenvolvimento da agricultura irrigada
Os trabalhos desenvolvidos pelo
GIFC em parcerias com universidades
como UNESP e ESALQ/USP e institutos de pesquisa como o PECEGE
(Programa de Educação Continuada
em Economia e Gestão de Empresas da
ESALQ/USP) são importantes, destaca
Marcos Viana. “Iniciamos um trabalho
com o Instituto PECEGE com o objetivo de desenvolver uma metodologia
para análise e comparação de custos
de irrigação para cana, que poderá ser
uma ferramenta de gestão e de tomada
de decisão para as usinas associadas ao
grupo”, contou o especialista.
A parceria foi firmada durante o 22º
Encontro do Grupo, realizado em agosto, na UFSCar (Universidade Federal de
São Carlos) – Campus Araras –SP, e que
contou com a participação do diretor do
Centro de Ciências Agrárias da instituição, Josivaldo Prudêncio Gomes de Moraes, que destacou a relevância do evento que aproxima a universidade do setor
sucroenergético, além de representantes
de usinas, empresas e estudantes.
Durante a reunião, os pesquisadores
do PECEGE João Henrique Mantellatto
Rosa e Haroldo Torres, que também é
gestor de projetos do instituto, apresentaram o Projeto de Custos de Produção
feito a partir de pesquisa realizada com
113 usinas do país e fornecedores de
cana. O objetivo foi mostrar o potencial do modelo de custo de produção
desenvolvido pelo instituto e que pode
ser adequado às necessidades do GIFC
e seus associados para a criação de uma
metodologia de análise e comparação
de custos de cana irrigada.
“O PECEGE faz o levantamento de
custos do setor surcroenergético desde
a safra 2007/2008 e, neste encontro,
procuramos abordar algumas temáticas de gestão de custos, principalmente
para sistemas de irrigação. O objetivo
do encontro como um todo foi apresentar para os participantes presentes,
principalmente usinas, a criação de
uma metodologia comum, sistematizada e que permite a comparação dos
resultados dos participantes principalmente para geração de ambiente benchmark”, disse Torres, o pesquisador e
gestor de projetos do Instituto Pecege
– Programa de Educação Continuada
em Economia e Gestão de Empresas,
afirmando que tanto a preocupação do
PECEGE quanto do GIFC é trazer a
discussão da gestão de custos para a
cadeia sucroenergética, principalmente com enfoque em produtividade.
O encontro também contou com apresentações do presidente do GIFC e coordenador de Irrigação do Grupo Jalles
Machado, Patrick Campos, e o gerente
de irrigação da BEVAP, Arturildo Apel-
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
20
feler, que mostraram ao público como
as respectivas usinas calculam os gastos com a cana irrigada. Também foram
apresentados detalhes da análise de viabilidade dos concentradores de vinhaça
utilizados pela Usina Boa Vista, pertencente ao Grupo São Martinho, apresentada por Célio Manechini, assessor de
Tecnologia Agronômica da empresa.
Haroldo Torres (PECEGE), João
Matellatto (PECEGE), Marcos Viana
(GIFC) e Aline Bigaton (PECEGE).
Projetos de irrigação em universidades ajudam a formar
mão-de-obra especializada
Um projeto de irrigação na UFSCar – Campus Araras – SP é a menina dos olhos para o professor dr. José
Geanini Peres, do departamento de
Recursos Humanos e Proteção Ambiental da instituição. “Conseguimos
ganhos expressivos de produtividade
nos blocos irrigados”, conta ele, explicando que o experimento se baseia
em quatro lâminas de irrigação e cinco variedades de cana-de-açúcar, todas da RIDESA/UFSCar (Programa
de Melhoramento Genético de Cana
da Universidade Federal de São Carlos). Os detalhes dos experimentos
com irrigação feitos na UFSCar foram destacados pelo professor durante encontro do GIFC, realizado na
instituição, oportunidade na qual elogiou o trabalho do grupo no fomento
à discussão e utilização de novas tecnologias de irrigação para o aumento
da produtividade dos canaviais.
Cada um dos quatros blocos existentes no experimento tem tratamentos
diferenciados, sendo que um deles não
recebe nenhuma irrigação e os outros
três recebem 50%, 100% e 150% da
evaporação indicada por um medidor
classificado como tanque Classe A,
que identifica se ocorre ou não deficit
hídrico, sendo os dados de evaporação registrados diariamente na estação meteorológica e disponibilizados
na página do CCA/ UFSCar (Centro
de Ciências Agrárias). “A partir dessa
constatação, com mais ou menos evaporação, é feita a irrigação respeitando
a necessidade indicada com aplicações
Professor dr. José Geanini Peres, do departamento de Recursos
Humanos e Proteção Ambiental da instituição
de 2,5, 5 e 7,5 milímetros de água”,
ensina o professor, dizendo que já colheram uma cana planta, duas socas e
estão trabalhando na última soca.
O experimento faz parte das disciplinas de Irrigação e Drenagem, Hidráulica Agrícola e Relações Hídricas do
Sistema Solo-Água-Planta, do curso de
Agronomia da universidade, sendo que
30 estudantes já passaram pela experiência, que no momento é administrada
por seis estudantes da graduação.
O aluno do terceiro ano de Agronomia da instituição, Vitor Strapasson, participa deste projeto desde o
primeiro ano e considera a experiência válida. “Aprendemos muita coisa
sobre o sistema de irrigação, é válido
diante de tanta oportunidade no mercado de trabalho”, afirma.
A NaanDanJain é parceira neste
projeto. “É política da empresa articular-se de forma institucional com
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Vitor Strapasson, aluno do
terceiro ano de Agronomia
entidades de classe, universidades,
centros de pesquisa e outros órgãos
oficiais e privados que fomentem o desenvolvimento da agricultura irrigada”, explica Antonio Alfredo Teixeira
Mendes, gerente geral da NaanDanJain Brasil. A empresa iniciou suas
atividades no Brasil em 1998, através
da aquisição de participação societária em empresa distribuidora local,
à época ainda como Dan Sprinklers,
21
com matriz sediada em Israel. No ano
de 2001, houve uma fusão entre Dan
Sprinklers e Naan Irrigation, também
Israelense, e a seguir sua incorporação pela empresa Indiana Jain Irrigation, fato que deu origem à NaanDanJain, no ano de 2007.
Evolução das tecnologias de irrigação
De acordo com o profissional, desde
que a empresa iniciou suas atividades
no Brasil, em 1998, houve um grande
desenvolvimento nas tecnologias de irrigação, principalmente em sistemas de
aspersão através de pivôs centrais e irrigação localizada de alta eficiência (gotejamento e microaspersão), seja para a
irrigação de grãos, frutíferas, hortaliças,
citros, café, cultivos protegidos (estufas
e casas de vegetação) e outros cultivos
de campo aberto.
Antonio Alfredo Teixeira Mendes, gerente
geral da NaanDanJain Brasil
De acordo com Mendes, o sucesso
da irrigação depende não apenas de
um equipamento de qualidade e de um
projeto bem executado, mas também de
boas práticas de manejo de água e solo,
manutenção preventiva e corretiva do
sistema de irrigação e seus componentes, integração adequada da tecnologia
às várias práticas agronômicas, domínio das tecnologias de fertirrigação e
aplicação de produtos químicos via
água de irrigação.
“No caso dos experimentos em curso na UFSCar, especificamente no que
se refere à irrigação de canaviais, nosso
objetivo é apoiar pesquisas que buscam
trazer informações sobre produtividade
de diferentes variedades de cana-deaçúcar submetidas a diferentes lâminas
e manejo de irrigação, avaliar resultados da aplicação de produtos químicos
em sistemas de gotejamento enterrados,
entre muitos outros temas”, afirma.
A empresa participa ativamente
também de outros projetos de pesquisa
relacionados à agricultura irrigada e à
aplicação de equipamentos de irrigação junto a empresas privadas e órgãos
oficiais, como, Petrobras Biocombustíveis, Embrapa Pecuária Sudeste – Programa Balde Cheio, Instituto Agronômico de Campinas, UNESP, ESALQ/
USP, entre outros.
No que se refere à irrigação de canaviais, o especialista diz que estima se
que apenas 2 a 3% dos nove milhões de
hectares plantados sejam efetivamente
irrigados com água. “O que não inclui
a aplicação de vinhaça através de sistemas de irrigação por aspersão, principalmente carretéis enroladores autopropelidos”, afirma ele, constatando que,
“dessa forma, há um enorme potencial
de crescimento da irrigação de canaviais com água, especialmente nas áreas
de déficit hídrico no Centro-Oeste, Noroeste do Estado de São Paulo – além
do Nordeste do país, que acreditamos se
tornará realidade nos próximos anos”.
A NaanDanJain, que oferece sistemas de irrigação por gotejamento auto
compensados e anti-sifão subsuperficial
e sistemas de irrigação por aspersão de
alta eficiência, atualmente, tem como
mercados mais relevantes em termos de
áreas implantadas e distribuição de produtos e equipamentos para a irrigação,
as culturas de citricultura, cafeicultura,
fruticultura - principalmente de clima
tropical - hortaliças, irrigação de pastagens para gado de leite e corte, cultivos
protegidos de flores de corte, bulbos
e gladíolos, estufas de propagação de
mudas vegetais - inclusive controle climático e muitos outros cultivos de campo aberto.
Já o setor canavieiro, ainda tem muito a crescer, afirma o profissional. “A
tecnologia de irrigação de alta eficiência para aplicação em canaviais ainda
é bastante incipiente se comparada ao
potencial, assim em termos de vendas,
em 2014, o mercado de cana-de-açúcar
representou menos de 10% do faturamento da NaanDanJain. Por outro lado,
sabemos que o mercado sucroenergético é daqueles que apresentam maior potencial de crescimento a médio prazo,
principalmente devido à necessidade
urgente de aumento da produtividade
agrícola e redução do custo da tonelada
da cana produzida no país”, afirma.
O investimento para implantação de
um projeto de irrigação localizado por
gotejamento é da ordem de R$ 8 mil por
ha. “O importante é que a amortização
do investimento ocorre de forma muito
positiva, devido ao aumento de produtividade e redução dos custos de produção, entre outros”, assegura o profissioRevista Canavieiros - Outubro de 2015
22
Reportagem de Capa
nal, orientando aos interessados realizar
um plano diretor de irrigação para cada
unidade de produção, contemplando os
investimentos de capital e custos operacionais para os vários sistemas de irrigação disponíveis, de forma a otimizar
o retorno do investimento e garantir os
ganhos econômicos projetados.
A perspectiva de crescimento da utilização da irrigação é aposta da empresa devido ao potencial do agronegócio
brasileiro. Tanto que a companhia inaugurou uma nova fábrica no país este
ano, trazendo para o Brasil a mais alta
tecnologia de fabricação disponível no
mercado internacional e ampliando de
forma expressiva a capacidade de produção de tubos gotejadores integrados
de inúmeras configurações, bem como
tubos de polietileno para uso agrícola, conta o especialista. “Dessa forma,
sentimo-nos totalmente preparados
para reagir ao aumento da demanda que
todos esperamos, com a superação das
atuais dificuldades enfrentadas pelo setor de açúcar e álcool no país”, conclui.
Seminário da ESALQ/USP aborda irrigação
O tema irrigação também fez parte de
um seminário realizado recentemente na
ESALQ/USP, em Piracicaba – SP. Promovido pelo GPID (Grupo de Práticas
em Irrigação e Drenagem) e pelo GELQ2016 (Grupo de Estudos “Luiz de Queiroz”), o evento contou com o apoio do
GIFC e discutiu técnicas atuais relacionadas às tecnologias de automação dos
diversos sistemas de irrigação.
“O III Simpósio de Irrigação Tecnologias de Automação teve como objetivo mostrar a interessados pela área,
produtores, profissionais e estudantes,
o que existe atualmente no mercado
para automação da irrigação, e também
mostrar o que vem sendo pesquisado
no meio acadêmico. A diferença desse
simpósio em relação às primeiras edições foi o tema o qual foi abordado,
sendo que, no primeiro, discutimos as
‘Tecnologias para Irrigação em pastagem’ e, no segundo, ‘Tecnologias de
Fertirrigação’, explicou Marcos Vinícius Pelicer, membro do GPID (Grupo
de Práticas em Irrigação e Drenagem)
Marcos Vinícius Pelicer, membro do GPID
(Grupo de Práticas em Irrigação e Drenagem)
e Coordenador de Eventos do GELQ
e Coordenador de Eventos do GELQ
(Grupo de Estudos "Luiz de Queiroz").
Segundo o coordenador do evento, atualmente, existem para irrigação,
além de sistemas de acionamento automático, sistemas que variam a potência
da bomba em relação à topografia do
terreno, que aumenta a economia de
energia; a tecnologia da taxa variável,
onde no mesmo sistema se consegue
aplicar lâminas diferentes, além de sistema de monitoramento via internet,
que possibilita monitorar virtualmente,
pelo computador ou celular, em tempo
real, o seu sistema de irrigação, o quanto está se irrigando, o consumo de energia, dentre outras variáveis.
“Caso algum imprevisto aconteça,
uma mensagem automática é enviada
a você avisando o ocorrido”, explica
ele, afirmando que, na área de pesquisa, vêm sendo estudados sensores de
monitoramento, para monitorar com
mais precisão as variáveis do seu
sistema de irrigação, e modos mais
eficientes dessas informações serem
transmitidas para o produtor, sendo
todas essas informações abordadas
pelos palestrantes do evento.
Gotas que potencializam a produtividade dos canaviais
A Netafim Brasil é líder em irrigação
por gotejamento. A empresa israelense
completa este ano 20 anos de atuação no
mercado brasileiro, tendo iniciado suas
atividades na região Nordeste do Platô
de Neopólis-SE. Segundo Marcos Kawasse, gerente comercial da empresa,
após a instalação dos projetos de irrigação nessa região, houve uma grande
expansão para o resto do país, principal-
Marcos Kawasse, gerente comercial da
Netafim Brasil
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
23
mente no cerrado mineiro com café, para
outras regiões do Nordeste com frutas
tropicais, e no Estado de São Paulo com
citricultura e cana-de- açúcar. “Falando
mais especificamente do mercado canavieiro, no início eram instalados projetos
de aproximadamente 5 ha em várias usinas espalhadas pelo Brasil, mas o grande projeto de cana veio em 2008, com a
venda de 1.500 ha para uma única usina.
Após essa data, a venda para o setor não
parou de crescer, sendo que em média é
comercializado, atualmente, de 2 mil a
3 mil ha de gotejamento por ano apenas
para cana-de-açúcar”, conta.
De acordo com o gerente, a irrigação localizada por gotejamento oferece vários benefícios aos produtores e
usinas, entre eles o aumento da produtividade dos canaviais que pode variar
de 50 a 100% dependendo do ambiente
de produção em que a cultura se encontra e aumento na longevidade sem
a necessidade de reforma do canavial.
Além de garantir que não haja o desperdício de água. “Já temos casos no
Brasil em que a lavoura está com 18
cortes sem a necessidade de reforma,
sendo que, para esse caso, estimamos
que chegará a 20 cortes. Além disso,
podemos citar a possibilidade de realizar os tratos culturais através do
sistema de irrigação por gotejamento,
como a adubação (nutrirrigação), controle de pragas do solo (quimicação), o
uso de maturadores, ácidos orgânicos e
até mesmo o uso da vinhaça”, explica
Kawasse, afirmando que esses quesitos visam à redução do custo da tonelada de cana, pois, utilizando o sistema
para a realização dos tratos culturais,
pode-se diminuir o uso de maquinário,
gastos com óleo diesel e mão de obra.
Outro ponto importante é a melhora no
corte e carregamento, onde é possível
reduzir o custo em mais de 20%, contabiliza o profissional.
A cana está entre as quatro principais
culturas atendidas pela empresa, assim
como café, citrus e vegetais. “Cada
ano, desde 2010, uma dessas culturas é
a principal, devido a algum projeto especifico. No ano de 2014, a cana foi a
principal de vendas, com cerca de 25%
de todas as negociações. Esse ano a
cana representa cerca de 15% de todas
as vendas e esperamos para o próximo
ano, voltar a crescer essa participação”
esclarece o especialista.
O investimento para a implantação
deste sistema depende da lâmina de
água que vai utilizar, da topografia,
da distância da fonte de água, podendo variar de R$ 7.500,00 a 10.000,00
por hectare. “O capex (investimento
inicial) é um pouco mais elevado quando relacionados às outras tecnologias
de irrigação, no entanto, devido aos
benefícios de aumento de produtividade, aumento da longevidade, maior
produção de ATR/ha, diminuição nos
custos de CCT, diminuição nos custos
de arrendamento entre outras, esse valor de investimento, em média está se
pagando com 2,5 a 3 anos. Lembrando
que a estimativa é que o canavial fique,
pelo menos, 10 anos sem reforma, com
o payback (prazo de retorno) de 3 anos,
o produtor/usina terá 7 anos com os benefícios”, elucida.
Usina Santa Fé, de Nova Europa-SP, conseguiu
produtividade de 195 ton/ha com o sistema
Na Usina Santa Fé, localizada no
interior de SP, foi implantado um projeto em uma área de 100 ha, concebido com uma lâmina de 3,5 mm/dia,
com espaçamento alternado de 1,5 x
0,40m, cujos tubos gotejadores foram
enterrados a aproximadamente 25cm
de profundidade. “Esses gotejadores,
cujo o nome é Dripnet PC AS, são gotejadores específicos para a cultura da
cana-de-açúcar, pois possui funções de
autocompensação, ou seja, mantém a
uniformidade de aplicação em toda a
área e a função de anti-sifão, função
essencial que permite que o gotejador
seja enterrado, sem que ocorra problemas com entupimento”, explica.
Segundo o técnico, em relação ao
manejo de irrigação, foi adotado como
ferramenta para a tomada de decisão o
uso de tensiometria e toda a parte nutricional, fornecida através do sistema
de irrigação, foi parcelada entre os 10
primeiros da cultura. “Esse projeto elevou a produtividade média em relação
à testemunha em mais de 47%, sendo
que em alguns setores a produtividade
alcançou 195 ton/ha”, contou.
Recentemente ocorreu uma visita
técnica à usina, organizada pela Netafim e o Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), que contou com a participação de pesquisadores e produtores
do Egito, que conheceram o sistema
de irrigação por gotejamento, desde a
plantação até a colheita, como também,
conferiram a execução do procedimento de assistência técnica programada
adotada pela usina, entendendo os cuidados com manutenção e checagem do
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
24
sistema realizados para obter melhor
performance e demonstrar os procedimentos de análises.
“Apesar da concepção básica de irrigação ter nascido no Egito, o sistema que
predomina nesse país é o de inundação,
desta maneira um dos objetivos da visita
ao Brasil foi para conhecer métodos de
irrigação que promovam a economia de
água”, destaca Daniel Pedroso, coordenador agronômico da Netafim.
A pesquisadora cientifica da APTA/
IAC, Raffaella Rossetto, acompanhou
a visita com dois pesquisadores do
Egito e avaliou o projeto como bastante simples e eficiente. "Quando chegamos, o pessoal da Netafim estava
fazendo checagem anual do sistema.
Dezesseis trincheiras foram abertas
para verificar a situação de cada tubo e
dos bicos gotejadores. Além disso, em
cada ponta de tubo é medida a pressão,
para que se possa fazer um diagnóstico de vazamentos e da quantidade de
água que está passando em cada tubo.
A irrigação por gotejamento enterrado
é muito eficiente em aumentar a produtividade e longevidade do canavial.
Foi visível o crescimento da soqueira
irrigada, comparada com a não irrigada", testemunhou ela.
na, a Usina IACO, a Usina Japungu, a
Usina Seresta, a Usina Monte Alegre e
a Usina Coruripe. “Neste caso, em um
dos projetos houve a colheita mecânica
por 12 anos, no qual a produtividade se
manteve aproximadamente em 90 ton/
ha, pois o 12º corte, houve a reforma
apenas dos tubos gotejadores e da variedade plantada e no mês de setembro
passado houve o terceiro corte dessa
área que esta com uma média de 170
toneladas/ha”, diz o técnico.
Segundo Raffaella, em conversas
com os egípcios, eles julgaram que a
manutenção do sistema como um todo
é muito fácil e exige menos trabalho
que a manutenção de outros sistemas
existentes no Egito.
Outras usinas também já recorreram
a irrigação por gotejamento com o objetivo de aumentar suas produtividades,
como a Usina Agrovale, a Usina Dia-
Produtores também aderiram ao sistema
A busca por mais rendimento tem
levado produtores a fazerem uso da
irrigação também, como o caso de
Luiz Fernando Feltre, um dos primeiros fornecedores de cana no Estado
de São Paulo a colher os resultados
irrigando a lavoura. A família Feltre
trabalha com a cultura há mais de 120
anos, mas somente em 2006 esse sistema de irrigação por gotejamento foi
implantado gerando resultados positivos desde então.
Na região de Jaú, interior de São
Paulo, dos 800 hectares cultivados por
Luiz, 35 hectares são irrigados por gotejamento, garantindo que o fornecimento de água e nutrientes seja o ideal
durante todo o ciclo da cultura. “A irrigação localizada por gotejamento, além
de diminuir a mão de obra e aumentar a
produtividade, ainda permite o aumento
da longevidade do canavial, mesmo em
colheita mecanizada, em relação ao canavial de sequeiro”, explica Pedroso, da
Netafim. A cultura pode ser renovada a
cada 10 ou 15 anos. Enquanto nas áreas
de sequeiro, a cultura tem que ser renovada no máximo em cinco anos.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Luiz Fernando Feltre, fornecedor de cana
Antes da implantação do sistema, a
produtividade era de 80 toneladas por
hectare em no máximo cinco cortes.
Hoje, a Fazenda São João produz em
média 100 toneladas por hectare e está
atualmente no 9º corte mecanizado na
área de gotejo. “No sequeiro, as folhas são meio fechadas e contorcidas
devido ao estresse hídrico, enquanto
nas áreas de irrigação por gotejamento, elas são abertas e verdes”, explica Feltre, que tem mais dois projetos
para ampliar a área de irrigação para
150 hectares.
25
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
26
Reportagem de Capa
Novos projetos devem surgir para as próximas safras
O Grupo Clealco também está interessado em descobrir os benefícios de
se irrigar as lavoras. No momento trabalham em um plano diretor de irrigação visando entender o potencial de ganho que a irrigação racional pode gerar.
“Utilizando as ferramentas disponíveis,
estamos fazendo um cruzamento das
informações climáticas, dos ambientes
de produção, da hidrologia e topografia das áreas, e através de modelagens
e informações reais de campo, traçando
potenciais de produtividade para cada
percentual de deficit hídrico coberto,
finalizando o estudo com o retorno econômico”, explica o diretor Agrícola do
Grupo, Cássio Paggiaro.
“Desta forma, teremos a visão de
como esta ferramenta poderá nos auxiliar no ganho de produtividade agrícola”, explica o executivo. A Clealco
possui três unidades processadoras de
cana de açúcar e na safra 14/15 processou 9.243.000 ton. de cana, produziu
627.000 ton. de açúcar, 295.000 m³ de
etanol e exportou 97.000 MW de energia elétrica. Para a safra 15/16 projeta
moagem de 10.700.000 ton. de cana,
produção de 780.000 ton. de açúcar e
318.000 m³ de etanol, e exportação de
151.000 MW de energia elétrica.
Já a BEVAP (Usina Bioenergética
Vale do Paracatu) apostou no sistema e
hoje não abre mão da irrigação para garantir produtividade dos seus canaviais.
Localizada em João Pinheiro-MG, em
uma região banhada por três rios, o Paracatu, principal afluente do São Francisco, e pelos Rio Verde e Rio Preto, a
usina irriga 30 mil hectares de plantação de cana, o que representa 94% de
sua área total de sua lavoura. Para se ter
uma ideia da grandiosidade da estrutura, entre pivôs centrais, rebocáveis e lineares próprios, são 123 equipamentos,
e a usina ainda conta com 34 hidroroll
e mais 58 pivôs e 12 hidroholl de fornecedor dá sustentação à sua estrutura.
Investimento que resulta em uma pro-
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Cássio Paggiaro,
diretor Agrícola do Grupo Clealco
dutividade média de tonelada de cana
por hectare de 98 ton/ha.
Segundo Hermes Augusto Guimarães Arantes, Gerente Agrícola da BEVAP, dos 1.400 funcionários da usina,
175 são dedicados exclusivamente ao
processo de irrigação. “Irrigamos de
abril a outubro. Na nossa região não
dá para plantar cana sem irrigar, seria
prejuízo certo para a empresa”, explica
Arantes. Na última safra a usina moeu
2.420 mil ton. de cana e produziu 76.339
toneladas de açúcar, 154.534 litros de
etanol e 289.038 MWh de energia. Já
a previsão para esta safra atual é moer
2.554 mil toneladas, produzir 101.500
toneladas de açúcar, 150.325 litros de
etanol e 399.232 MWh de energia.
27
“Irrigação é um processo de aprendizado e requer um
projeto de implantação. Não é comprar e usar”
Andréia Vital
A opinião é de Márcio Santos, presidente da CSEI (Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação), da ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos). De acordo com o executivo, existem muitas iniciativas para ampliar a área
irrigada no Brasil, que hoje compreende um pouco mais de 5 milhões de hectares, mas o desafio é descobrir onde irrigar, já
que existem opiniões discrepantes sobre o tema.
Segundo estudo do Ministério da Integração Nacional em parceria com a Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz) e o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), o país tem potencial para expandir até 10
vezes o tamanho atual, o que aponta boas perspectivas para a irrigação. “Para manter a produção ao longo do ano em alguns
locais onde há seca, é importante que se tenha uma tecnologia de suporte à produção de alimentos específicos, que só serão
produzidos em determinada época do ano se houver a irrigação, por isso, este sistema vem crescendo ao longo dos anos”.
Santos é presidente também da Lindsay América do Sul, uma subsidiária da americana Lindsay Manufacturing Co., que
produz uma linha completa de sistemas de irrigação, como também atua na área de infraestrutura e segurança rodoviária.
Confira a entrevista:
Revista Canavieiros: Por ocasião
de sua posse como presidente da CSEI
– Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação, durante a Agrishow
2015, o senhor pediu a colaboração
de todos para ampliar a área irrigada
no Brasil. O senhor acha que há boas
perspectivas boas para a irrigação nas
lavouras brasileiras?
Márcio Santos: As perdas de produtividades em alguns locais devido à seca
têm aumentado e há disponibilidade de
água para irrigação em muitos desses locais, então é possível implantar projetos.
É por isso que cada vez mais aparecem
iniciativas para ampliar a área irrigada no
Brasil, porque sabem que assim podem
garantir a produção, evitando prejuízos
que vão se acumulando ao longo dos anos
devido à irregularidade das chuvas.
Existem muitos trabalhos no sentido de verificar quais são os locais adequados, a disponibilidade de recursos
hídricos e produtos que necessitam de
irrigação. Como no caso do tomate, um
dos produtos que fazem parte da cesta
básica e que são irrigados, pois se não
houver a produção, o preço dispara.
Então, para manter a produção, ao
longo do ano, em alguns locais onde
há seca, é importante que se tenha uma
tecnologia de suporte à produção de
alimentos específicos, que só serão produzidos em determinada época do ano
se houver a irrigação. Por isso, este sistema vem crescendo ao longo dos anos.
Mas o grande desafio ainda é descobrir onde irrigar. Como Câmara Setorial, procuramos nos amparar no conhecimento das agências (ex. Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ANA (Agência Nacional
de Águas), etc e buscar um consenso
sobre o sistema, já que existem vários
posicionamentos sobre o assunto. Precisamos estar presentes, participando
sempre, no sentido de colaborar com
o processo de aprendizado como um
todo, porque sabemos que este aprendizado é útil e assim, de fato, pisaremos
em solo seguro, contribuindo com a expansão da irrigação no Brasil.
Revista Canavieiros: No caso do
setor sucroenergético, que há mais
de cinco anos enfrenta uma de suas
piores crises e que precisa buscar produtividades mais altas para conseguir
sair deste cenário cinzento, a irrigação
poderia ser uma saída, mas é preciso
investir, o que no momento é complicado. Qual é a sua receita neste caso?
Márcio Santos: O setor sofreu com
vários problemas, inclusive a queda da
produtividade, sem nenhuma dúvida.
Não há um consenso entre ser boa ou
ruim a irrigação na lavoura canavieira,
inclusive há especialistas que dizem que
não é bom irrigar a cana para a produção
de etanol, existem outros que acham que
deve se irrigar a cana para a produção do
combustível. Dentro da Câmara Setorial
Márcio Santos, presidente da Câmara Setorial de
Equipamentos de Irrigação, da ABIMAQ
é difícil dar uma receita para o setor. O
que tenho clareza é que a produtividade
da cana-de-açúcar não cresceu nos últimos anos e a produtividade está muito
ligada ao manejo, quando se pode incluir
a irrigação, que em muitos casos deu excelentes resultados.
Revista Canavieiros: A ministra
da Agricultura, Kátia Abreu, pretende elaborar um projeto com base no
estudo “Análise Territorial no Brasil
para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada”, desenvolvido na Esalq/
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
28
A irrigação é um processo de aprendizado. A principal indicação em relação à irrigação é que ela contribua
com a produtividade da cultura. O
mercado está crescendo para o sistema e seu aprendizado não é tão demorado como antigamente. Mesmo
assim, na irrigação tem que esperar
duas ou três safras e só aí começar a
refinar o processo depois que aprendeu como utilizá-lo.
USP, em parceria com o Ministério da
Integração Nacional, em que o Brasil
irrigue, a curto prazo, mais 1,5 milhão
de hectares e, a médio prazo, 5 milhões
de hectares. Qual a sua opinião sobre
este interesse do Governo Federal em
aumentar a área irrigada no país?
Márcio Santos: A gente sabe que
um pedaço da inflação está ligada à
cesta básica, pois quando você vai medir a inflação, vários itens são da cesta
básica e parte da indicação se dá pela
escassez do produto. Ter a viabilidade
de produzir algum item da cesta básica
de forma continua ajuda a não ter efeitos sazonais. É mitigar os efeitos sazonais e isso é bom. Então, o interesse
da Kátia Abreu não é ajudar a irrigação, não é ajudar o agricultor, ela está
atacando na raiz, garantindo assim os
alimentos da cesta básica, evitando o
aumento da inflação.
É necessário, antes de dizer que se
tem que irrigar, indicar os locais onde
se deve irrigar. Só aí poderemos colocar
o projeto para irrigar no local certo.
Eu entendo como muito saudável,
porque ela está atuando alinhada com o
que seria para o país, a fonte de contenção de problemas. A ação é favorável,
pois ela vai atuar entre outras coisas
em irrigação em cesta básica e falta um
programa específico para este fim.
Revista Canavieiros: A venda de
equipamentos de irrigação também vem
caindo como a de máquinas agrícolas?
Márcio Santos: Todos sofrem o efeito da crise. A irrigação tem o que a gente chama de uma cauda longa, ou seja, o
tempo entre uma pessoa decidir comprar
um trator é bem menor do que ela decidir comprar um pivô e colocá-lo para
funcionar. Uma máquina não chega a ser
um produto de prateleira, mas está bem
customizada. Assim, o cliente compra e
leva ou recebe o produto. Já o pivô requer
um projeto. Este projeto é submetido à
avaliação e requer uma aprovação ambiental, um conjunto de obra. O processo
é mais longo do que o processo para adquirir uma máquina agrícola. Tanto é que,
com raríssimas exceções, vendedores de
máquinas não são vendedores de pivô,
porque cada um tem um modo de operar
diferente. Como um todo estamos caindo,
a única diferença é que, às vezes, quando
isso ocorre demora um pouquinho mais
para chegar na gente, mas chega. O problema é quando o mercado de máquina
começar a recuperar, pois demoramos um
pouco mais para recuperar também.
Revista Canavieiros: Atualmente,
quantas empresas desse setor estão em
funcionamento no Brasil?
Márcio Santos: A CSEI tem hoje 45
empresas associadas que estão de alguma forma ligadas ao mercado de irrigação. Mas tenho certeza que a Câmara
não tem todos os envolvidos, embora
represente boa parte deles, porque muitas vezes se considera um fabricando de
pivô, ou o fabricante de rolo, ou o fabricante de sistema de gotejamento, como
os de peças, como empresas do setor.
Revista Canavieiros: Em relação
à Lindsay, o senhor poderia fazer um
balanço desde que a empresa iniciou
suas atividades no Brasil? O mercado
cresceu?
Márcio Santos: A Lindsay está no
Brasil desde 2002 e a irrigação cresceu bastante desde então. Mas é preciso entender que este projeto não é
feito da noite para o dia. Não é uma
coisa que eu compro e coloco na lavoura e passo a utilizar amanhã. Tem
que aprender a trabalhar a tecnologia.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Revista Canavieiros: Hoje a empresa atende a quais culturas? Quanto representa o setor canavieiro para vocês?
Márcio Santos: A Lindsay atende a
várias culturas, como soja, feijão, sendo
milho a principal. A cana-de-açúcar é o
sexto item nesta lista e representa cerca
de 5% das vendas da empresa.
Revista Canavieiros: Quais tipos
de irrigação fornecem?
Márcio Santos: Oferecemos tecnologias para irrigação por pivôs. Temos
soluções que vão desde o bombeamento de água até sistemas de automação e
lâmina variável. No caso do pivô central, ele fornece a estabilidade necessária para reboque sobre terreno rústico e
destina-se ao uso em situações onde os
pontos de pivô são ajustados em uma
linha reta. Já o móvel é adequado para
áreas mais irregulares, sistemas mais
longos e aplicações que necessitam de
uma estrutura mais robusta.
Revista Canavieiros: E em relação
a custos? Projetos de irrigação ainda
necessitam de altos investimentos?
Márcio Santos: Projetos de irrigação não são baratos. Tem custo para
todo gosto, depende do que você quer
fazer. Quando a gente pensa em irrigação, alguns projetos exigem grandes
investimentos, pois existem necessidades, como a energia. Se vai usar um
gerador é outra necessidade. Ou se vai
utilizar uma cultura que exija um volume maior de água por hectare, então
isso varia muito. Tanto é que quando
criamos os padrões para que o BNDES
pudesse avaliar o padrão médio para financiar projetos de irrigação, este custo
variava entre R$ 6 até R$ 20 mil por
hectare, depende da cultura. Então, é
uma banda muito, muito larga. RC
14º PRODUTIVIDADE
&
29
REDUÇÃO DE CU$TO$
DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA
20 anos
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
30
Destaque I
Interior paulista sedia importante encontro
sobre variedades de cana-de-açúcar
O evento reuniu durante dois dias os principais centros de melhoramentos,
profissionais de usinas, consultores e pesquisadores
Fernanda Clariano
P
ara apresentar os últimos avanços obtidos pelos centros de
melhoramentos e discutir novas
tecnologias de manejo, produtividade
e rentabilidade para o setor, o Grupo
IDEA realizou nos dias 23 e 24 de setembro, no Centro de Convenções em
Ribeirão Preto-SP, o 9º Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar.
Com o objetivo de promover a reciclagem de conhecimentos e fomentar discussões capazes de auxiliar nas
decisões e estratégias dos grupos canavieiros, o evento reuniu um público
aproximado de 500 pessoas que acompanharam palestras de grandes especialistas em manejo varietal e variedades
de cana, além do compartilhamento de
experiências bem-sucedidas de alguns
dos maiores grupos sucroenergéticos do
país como o IAC, CanaVialis/Monsanto, RIDESA e CTC.
Na abertura, o diretor do Grupo
IDEA, Dib Nunes, fez um panorama
sobre o atual momento e a importância
das variedades do setor sucroenergético. Segundo ele, o setor tem passado
por muitas crises, porém, não perdeu
sua competitividade, pois as variedades conseguiram recuperar as perdas.
Dib ainda afirmou que, mais do que
nunca, as variedades de cana estão
sendo exigidas para devolver a competitividade com ganhos de produtivida-
Dib Nunes,
diretor do Grupo IDEA
Representantes da Usina Santo Antônio, do Grupo Balbo, receberam a premiação das
mãos do gerente regional de vendas CTC, Rodrigo Malhmman.
de e produção. "Agora, elas têm que
produzir mais, se adaptando às novas
formas de cultivo e sobrevivendo à
mecanização", disse.
Abrindo o ciclo de palestras, José
Alencar Magro, da Campo Fértil, alertou sobre uma nova doença que tem
tido presença crescente nos canaviais
brasileiros. De acordo com Magro, a
doença ataca a soqueira da cana, podendo levar à morte da planta. "Esta
possível nova doença dos canaviais
está presente principalmente em cortes
mais avançados", ressalta.
Presente no evento, a pesquisadora
do Centro de Cana do IAC (Instituto
Agronômico), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, Silvana Creste, pediu a palavra e
disse que a doença apresentada por Magro é a Colletotrichum falcatum (Antracnose). Conhecida como o câncer da
cana, a doença é causada por um fungo
e é comum nos canaviais na Índia. Segundo a pesquisadora, a doença já vem
sendo estudada pelo IAC.
Empresas e seus produtos
A Syngenta, por meio do coordenador
técnico do Plene, Guilherme Moura, abordou o Programa de Eficiência Agronômica - a aposta da Syngenta para aumentar a
produtividade e qualidade dos canaviais.
Moura explicou que o programa consiste em uma consultoria customizada, que
ajuda o cliente na execução dos trabalhos
com a cultura e ainda afirmou:"É necessário trabalhar todas as fases do ciclo da
cana-de-açúcar e entender o desafio de
cada uma delas. Devemos trabalhar viveiros que possuam sanidade adequada
e pureza genética que possam entregar o
resultado que esperamos das variedades".
A Bayer CropScience, com Ivandro
Manteufel, da área de Desenvolvi-
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
mento de Mercado Cana, apresentou
os resultados da aplicação do Ethrel
para o aumento da qualidade da cana
e as principais causas do florescimento: fotoperíodo, variedades, umidade
e temperatura. Manteufel frisou que o
Ethrel é uma solução que traz muito
retorno ao produtor. Numa média de
15 áreas em que o produto foi aplicado, o ganho foi de 7,5 t/ha de cana a
mais e não floresceram.
A UPL apresentou o trabalho realizado com o ATRIUN, maturador/biocatalisador da empresa, em 117 campos conduzidos nas últimas três safras.
De acordo com o representante Marcus
Brites, nos campos trabalhados os ga-
31
nhos em ATR foram em média de 8,59
kg/ton. Em TCH, os ganhos médios
foram de 5,13ton/ha. Somados, esses
benefícios representam 1,7 toneladas
a mais de açúcar por hectare. Ainda
segundo Brites, além da produtividade, o maturador/biocatalisador proporciona, ainda, mais segurança, pois
aumenta a área de uso e mais flexibilidade de colheita.
A Nexsteppe, empresa dedicada ao melhoramento genético pioneiro de sementes
de sorgo e desenvolvimento de matérias-primas sustentáveis para as indústrias de
bioenergia, biocombustíveis e bioprodutos, apresentou seu novo híbrido de sorgo
etanol Malibu. O representante técnico de
vendas, Cristiano Moura, discorreu sobre a
planta como uma opção de matéria-prima
para início de safra da cana.
Experiências
Grupo Guarani - O gerente técnico corporativo da Guarani, José Olavo
Bueno Vendramini, comentou sobre os
fatores de decisão para as escolhas das
variedades. Segundo ele, não pode ser
uma decisão emocional, pois muda-se o
tempo e mudam-se as variedades. A cada
fechamento de trimestre, o Grupo emite
um boletim de performance varietal com
os resultados das principais variedades
colhidas no período. Das variedades colhidas no Grupo, 18% são RB867515 e
24% mais plantada é RB966928. Além
José Olavo Bueno Vendramini,
Grupo Guarani
disso, realizam eventos anuais para alinhamento técnico e difusão das informações de desempenho das variedades, com
palestras voltadas para os colaboradores
com os principais institutos de pesquisas
e dias de campos de variedades, com o
objetivo de divulgar informações.
Usina Coruripe - Durante o 9º
Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar, o gerente corporativo de
planejamento e desenvolvimento agrícola da Usina Coruripe, Mário Sérgio
Mário Sérgio Matias da Silva,
Usina Coruripe
Matias da Silva, articulou sobre como a
empresa trata a questão varietal.
José Francisco Fogaça,
NovAmérica
NovAmérica - O gerente de planejamento e desenvolvimento agronômico do
Grupo, José Francisco Fogaça, divulgou o
censo varietal das áreas colhidas e plantadas das suas unidades. Na unidade Caarapó, a variedade mais colhida é a SP832847, com 24,88%. Em seguida, aparecem
a RB867515, com 17,09%, e a SP813250, com 15,22%. Com relação às variedades mais plantadas, o ranking é o seguinte: SP83-2847 (20,89%), RB867515
(17,82%) e CTC15 (16,96%). Já na Tarumã, a mais colhida é a variedade CTC4,
com 25,85%. Em segundo lugar, aparece a
RB966928, com 11,99%, e, em terceiro, a
CTC15, com 10,59%. No plantio, a CTC4
também é a vencedora, com 28,11%. Em
seguida aparece a RB966928 (20,92%) e a
RB92579 (18,43%).
SJC Bioenergia - Manter o stand, preservando ao máximo a linha de cana, reduzir impactos do déficit hídrico e conter
o florescimento são os grandes desafios
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
32
Destaque I
da SJC Bioenergia, que busca renovar o
seu plantel varietal e tem a CTC4 como
principal prioridade. Durante o evento,
a supervisora de planejamento e desenvolvimento agrícola da SJC Bioenergia,
Patrícia Fontoura, afirmou que a empresa
tem buscado, a cada safra, renovar seu
plantel varietal, multiplicando materiais
mais recentes. Segundo Patrícia, 2015 foi
um ano em que o plantio foi muito bem
planejado e as novas variedades foram
sendo multiplicadas.
Patrícia Fontoura,
SJC Bioenergia
Grupo da Pedra Agroindustrial
– De acordo com o gestor agrícola do
departamento técnico agronômico do
Grupo, Sérgio Medeiros Selegato, das
variedades cultivadas pelo grupo, 42%
são CTC, 38% são RB e 12% SP.
Sérgio Medeiros Selegato,
Grupo Pedra
Grupo São Martinho – Já o assessor de tecnologia do Grupo São Martinho, Renê de Assis Sordi, afirmou em
sua apresentação que 41% das variedades utilizadas no Grupo São Martinho
são RB, 33% são CTC e 20% SP.
Renê de Assis Sordi,
Grupo São Martinho
Programas de melhoramentos
Os programas de melhoramento de
cana, que atuam no Brasil, apresentaram
durante o 9º Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar o desempenho
de suas variedades, relataram técnicas de
manejo e lançaram novos materiais.
apresentou o censo varietal nos Estados
de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Luiz Antonio Dias Paes,
gerente nacional de vendas do CTC
Marcos Landell, diretor do
Centro de Cana IAC
O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) anunciou a reorganização das
variedades de cana-de-açúcar da companhia em três famílias e o lançamento
de duas novas cultivares. Apresentadas
pelo gerente nacional de vendas do
CTC, Luiz Antonio Dias Paes, os novos
materiais marcam uma nova família de
classes para as variedades comerciais
do CTC. Todas as variedades da empresa, tanto as antigas como as novas,
se enquadrarão nas novas famílias, que
são: CTC SWEET (Variedades com
foco no ATR); CTC POWER (Variedades com foco na produtividade) e CTC
VALUE (Variedades balanceadas, com
foco em ATR e produtividade). Paes
afirmou durante o evento que as novas
variedades vieram para solucionar os
problemas que o setor enfrenta atualmente, como baixo ATR e baixa fibra
no início de safra e queda da produtividade no final da safra.
dade da nova geração de variedades do
programa na região Centro-Sul. Segundo ele, ainda há pouca adoção de novas
variedades de cana-de-açúcar, o que se
deve ao aumento do plantio mecanizado, que diminuiu a taxa de multiplicação. Landell afirmou que "Não adianta
produzir novas variedades e adotar as
mesmas estratégias do passado". Ele ressaltou, ainda, que os sistemas de mudas
pré-brotadas vieram para ajudar no aumento da renovação do plantel varietal.
Já a RIDESA UFSCar (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do
Setor Sucroenergético da Universidade
Federal de São Carlos) mostrou a proposta da instituição para o controle de
doenças incidentes em cana-de-açúcar,
como carvão, ferrugem alaranjada e
mosaico, baseada na utilização de variedades resistentes. A RIDESA também
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
O diretor do Centro de Cana IAC
(Instituto Agronômico), Marcos Landell, apresentou os ganhos de produtivi-
No encerramento do 9º Grande Encontro de Variedades de Cana-de-Açúcar, o idealizador do evento apresentou
uma avaliação do manejo varietal praticado nas usinas do Centro-Sul do Brasil.
Na palestra “Avaliação do Manejo Varietal Praticado nas Usinas do Centro-Sul”, Dib deu dicas de como enfrentar
as atuais dificuldades e elevar a produtividade do canavial, somente com a gestão estratégica de variedades (manejo).
“Apresentei maneiras de se elevar a produtividade, além de melhorar o teor de
sacarose, usando algumas técnicas e procedimentos operacionais. Com as novas
variedades e também com os materiais
mais antigos e de alta performance, é
possível atingir produtividade acima de
90 t por hectare, em cinco cortes e em
ambientes C, D e E”, afirmou. RC
33
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
34
Destaque II
ANDAV debate gargalos e perspectivas do
setor de distribuição de insumos agropecuários
Um dos principais eventos do segmento recebeu mais de
4.500 pessoas e contou com exposição de 70 empresas
Andréia Vital
A
profissionalização do agronegócio brasileiro como meio para
aumentar a competitividade em
âmbito global e o desenvolvimento das
cadeias produtivas, além de questões
como o atual cenário econômico para o
mercado e tecnologias de gestão e governança corporativa, foram pautas do
V Congresso ANDAV – Fórum & Exposição (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários). O evento, realizado no espaço
Transamérica Expo Center, na capital
paulista, recentemente, contou ainda com
a exposição de 70 empresas do segmento.
“Distribuidores de todas as regiões
brasileiras estiveram aqui conferindo
as novidades apresentadas no fórum e
exposição. É uma demonstração de que
o agronegócio segue sua toada em ritmo forte, como também mostra que a
associação segue fazendo a sua lição
de casa, promovendo a capacitação de
todos os seus agentes, buscando desenvolvimento contínuo”, afirmou Henrique Mazotini, diretor executivo da ANDAV. O evento recebeu mais de 4.500
profissionais do segmento.
Henrique Mazotini,
diretor executivo da ANDAV
A leitura oficial da carta aberta da
entidade contendo reivindicações dos
distribuidores de insumos agrícolas e
veterinários ao Governo Federal marcou
a abertura do evento, que contou com a
participação do secretário da Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo,
Arnaldo Jardim, secretário da Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo
Arnaldo Jardim, e do coordenador geral
de agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Júlio César Bueno, que na oportunidade representou a ministra Kátia Abreu.
O documento apontava quatro fatores considerados essenciais para aumentar a competitividade do segmento, tais como o crédito rural, produtos
ilegais, logística e a modernização da
legislação referente ao setor.
Debates sobre os aspectos financeiros
e gerenciamento de crédito marcaram o
primeiro dia do evento, que contou com
palestra do superintendente de agronegócio da Caixa Econômica Federal, Márcio
Vieira Recalde. O executivo explanou
sobre a entrada da instituição no agronegócio. Já a diretora do Rural Banking
Rabobank Brasil, Fabiana Alves, falou
sobre alternativas de crédito oferecidas
pela instituição à produção agrícola e o
diretor do grupo segurador BBMAPFRE
e presidente da Comissão Técnica de Seguros Agrícolas, Wady Cury, ressaltou a
importância do seguro agrícola no Brasil.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
O destaque no segundo dia do congresso foi para o painel sobre governança corporativa, com palestra de Fernando Curado, professor e consultor da
Saint Paul Institute of Finance e MSCI
Governança e Estratégia. Também
chamou atenção a palestra de Luiza
Vincioni, sócia-diretora da Realizzare
Estratégias Organizacionais e LMV Soluções Organizacionais, sobre inovação
em gestão estratégica de pessoas e o desenvolvimento de culturas organizacionais com foco nos colaboradores.
Ao explanar na palestra “Treinamento
de Comunicação Assertiva para Líderes e
Gestores – Desenvolvendo Líderes Capazes de se Posicionar Perante o Mercado”,
Richard Vinic, mestre em Comunicação e
professor coordenador dos cursos de Pós-Graduação em Gestão de Marketing de
Serviços e Administração de Marketing –
FAAP, afirmou que a comunicação hoje é
um grande desafio nas empresas. “É um
dos maiores problemas em qualquer organização e, apesar dos diversos cursos
que se têm sobre o assunto, a impressão
que se tem é que nunca se comunicou tão
mal como no momento”, confessou.
Vinic deu dicas aos participantes para
tornar a comunicação em suas empresas
mais efetiva e assertiva para o papel de
gestores. O especialista afirmou que o
bom líder é aquele que se comunica garantindo que a comunicação irá culminar com a ação que é esperada. “Comunicação é importante para os gestores,
35
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Revista Canavieiros - Outubro de 2015
36
Richard Vinic, mestre em Comunicação e
professor coordenador na FAAP
Paulo Renato Herrmann, presidente no
Brasil da John Deerer
é uma competência imprescindível da
qual muitos líderes estão abrindo mão.
O líder não tem que ter todas as respostas, mas ele tem que fazer as perguntas
certas e dar a oportunidade da equipe
construir conjuntamente”, concluiu,
ressaltando a importância de “estar em
rapport”, que é uma palavra de origem
francesa que significa “relação”. Representa gerar empatia, ou seja, uma relação de confiança e harmonia dentro de
um processo de comunicação no qual a
pessoa fica mais aberta e receptiva para
interagir, trocar e receber informações.
grande à empresa”, ressaltou pontuando
que compromisso, integridade e ética são
essenciais em qualquer negócio.
Também ocorreu neste dia um treinamento sobre toxicologia que reuniu representantes de 15 órgãos estaduais de defesa
agropecuária de estados como RS, PR, SP,
GO, MG, RJ, TO, PA, MA, ES, BA e PE.
As imagens e valores construídos ao
longo dos 178 anos da John Deere foram
apresentados por Paulo Renato Herrmann, presidente no Brasil e vice-presidente de vendas e marketing da América
Latina da multinacional no último dia do
evento. Herrmann discorreu sobre a trajetória da empresa, ressaltando como foi
possível acompanhar o desenvolvimento tecnológico ao longo dos anos sem
perder suas características e essências.
“Uma empresa, para crescer ao longo
dos anos, passar por momentos de crise
e se manter firme nos negócios, precisa
estar atenta às mudanças impostas pelo
mercado e se atualizar sempre”, frisou
Nos bastidores do evento, o executivo contou que a empresa acaba de
lançar uma nova família com cinco
modelos de tratores, a Série de Tratores
8R com potência nominal de 270 cv até
370 cv, indicada para plantio em grandes tarefas, principalmente preparo de
solo e plantio de grandes áreas, tanto na
área de cana quanto na área de grãos.
Neste dia, ocorreu ainda um debate
com consumidores dos distribuidores
de insumos agrícolas e veterinários, que
deram sua visão sobre o procedimento sob a mediação de Marcelo Prado,
sócio-diretor da consultoria MPrado.
Participaram da discussão a pecuarista
Camila Vieira, o diretor geral da vinícola Perini, Benildo Perinie, e o produtor
de grãos, José Augusto Tanure.
A John Deere tem lideranças longevas
e lideranças feitas dentro da própria casa,
que são duas caraterísticas importantes,
explicou ele, afirmando que a empresa
teve até agora somente 8 CEOs. “Isso
mostra que cada um carrega a empresa
por um período grande, lidera por um período grande e dá uma consistência muito
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Benildo Perinie,
diretor geral da vinícola Perini
José Augusto Tanure,
produtor de grãos
Ficou a cargo do empresário e escritor Carlos Júlio encerrar os painéis do
dia, com a palestra motivacional, que
abordou a inovação para as distribuidoras, como desenvolver seu mercado e
os passos para o sucesso empresarial. A
partir de um vídeo, o empresário questionou o público sobre como agir em
situações de extremo limite, em que o
empresário precisa tomar decisões sobre as quais existem perdas e ganhos.
Carlos Júlio,
empresário e escritor
Marcelo Prado, sócio-diretor da
consultoria MPrado
Camila Vieira,
pecuarista
No final da apresentação, Júlio falou
sobre colocar as estratégias definidas
para a empresa em prática. “O empresário ou gestor precisa promover a atualização na gestão, propor metas de curto,
médio e longo prazo. Isso vai exigir dos
empresários novas estratégias, com novos processos e ideias”, concluiu.
A próxima edição do Congresso
ANDAV – Fórum & Exposição acontece no período de 15 a 17 de agosto
de 2016, no Transamérica Expo Center,
em São Paulo.
37
Destaque II
Expositores levaram novas tecnologias para o
V Congresso ANDAV – Fórum & Exposição
A FMC participou do Congresso
com novo portfólio integrado para diversos cultivos. “Investir em novas
tecnologias e pesquisas atendendo
também toda a cadeia da distribuição
de insumos agrícolas e, principalmente, trocar experiências e informações é
essencial para contribuir na evolução
do agronegócio. Com a aquisição da
Cheminova, estamos agora trabalhando
com portfólio integrado que traz ainda
mais conveniência e produtividade no
campo”, destacou o diretor de Marketing, Ricardo Almeida.
Já a AGDATA, empresa americana
que fornece serviços de coleta e análise de dados para o agronegócio, apresentou seu portfólio durante o evento.
Fornecendo serviços para as indústrias
de agricultura, proteção de cultivos e
saúde animal, a AGDATA detém 90%
da parcela do mercado nos EUA. Recentemente, a companhia inaugurou
escritório em Alphaville, Barueri (SP),
que concentrará as operações referentes à América Latina. A empresa tem
sede em Charlotte, Carolina do Norte
(EUA), e atua há 25 anos no mercado.
“O agronegócio do Brasil irá se tornar
mais competitivo na busca pela liderança do mercado global. Este caminho está
sendo trilhado com investimentos em
tecnologias e métodos inovadores que
já se provaram eficientes. A inclusão da
análise de dados na tomada de decisões,
seja para reorganizar a cadeia de fornecedores, o planejamento de produção, as
vendas ou o marketing, é uma parte fundamental deste processo que certamente
irá revolucionar os negócios. Esperamos
nos tornar referência nesta área por aqui,
assim como já somos na América do
Norte”, avalia Kim Noel, country manager da AGDATA no Brasil.
De acordo com João Benetti, diretor
comercial – Sudeste Nordeste da Yara
Fertilizantes, a empresa norueguesa apresentou na ANDAV um fertilizante líquido, da linha YaraLiva, inédito no mercado
brasileiro. “Melhor enraizamento, maior
João Benetti
Júlio Afonso Tourinho
sanidade das plantas e colheita com mais
qualidade são alguns benefícios oferecidos pelo produto”, explicou Benetti,
destacando que, além de mais eficiência
como fertilizantes, o produto proporciona
ganho operacional com redução de custo
e mão de obra na lavoura.
públicos como o produtor, o distribuidor
de insumos, o pesquisador, a indústria,
o mercado e todos os atores que de uma
forma ou de outra interfere no ciclo do
agro trazendo ganhos para todo mundo.
Além da solução líquida, a empresa
mostrou também suas linhas de fertilizantes especiais, chamadas de Premium
Offerings, que oferecem aumento na
produtividade e na rentabilidade das
lavouras por meio da presença dos nutrientes ideais para a nutrição das diferentes culturas.
Elaine Delgado
A Bayer CropScience divulgou, na
feira, a Rede AgroServices, lançada para
dialogar com o setor e sociedade sobre
tudo que permeia a produção de fibras,
alimentos e energia no país. Segundo
Elaine Delgado, coordenadora de Serviço da multinacional, trata-se de uma plataforma colaborativa, que vai tentar unir
A Stoller do Brasil, empresa conhecida no segmento de nutrição foliar à
base de micronutrientes, reforçou a divulgação das propriedades do Stimulate, um promotor de crescimento. “Nós
já conseguimos mensurar o benefício
desse produto diretamente na taxa fotossintética na cana-de-açúcar, trazendo um efeito anti-stress muito grande
da cultura”, explicou o gerente regional
da Stoller, Júlio Afonso Tourinho.
Segundo ele, além do segmento de fisiologia, a empresa apresentou seu portfólio de controle biológico, não só em
cana-de-açúcar, mas em outras culturas
também. “O nosso carro-chefe de controle biológico para o setor canavieiro é
o MethaMax EC®, um inseticida biológico à base do fungo Metarhizium,
que proporciona excelentes níveis de
controle à cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar”, contou ele. Outro destaque
foi o Programa Mover, uma tecnologia
que deve ser aplicada 45 dias antes da
colheita visando ao enriquecimento a
concentração de açúcar, aumentando o
ATR e o pol da cana-de-açúcar, entregando neste caso mais açúcar por tonelada de cana colhida na usina.
“O grande faturamento da Stoller
no Brasil é via sistema de distribuição
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
38
interessante, segundo Marcus Brites,
gerente de marketing da empresa.
“Destaco aqui o ATRiun, um biocatalizador que atua de maneira diferenciada nas reações bioquímicas das
plantas, aumentando sua velocidade
de atuação, através do aumento da
quantidade de açúcares, sem inibir o
crescimento da mesma”.
Diretores da UPL, empresa indiana especializada em pesquisa, desenvolvimento e
distribuição de protetores agroquímicos
e a nossa participação neste evento é
realmente valorizar este centro de distribuição, que é organizado através da
ANDAV, onde a gente prestigia os nossos principais distribuidores do Brasil
com esta estrutura que a gente monta
aqui neste congresso de grande importância para o setor de distribuição de
insumos”, afirmou.
Tourinho contou também que a multinacional deve inaugurar uma fábrica de
produtos biológicos ainda este ano, que
deverá ser a maior da América Latina.
“A nova planta está instalada na unidade
fabril de nutrição e fisiologia, em Cosmópolis – SP, e ali nós vamos ter uma estrutura bem pesada para continuar acelerando a questão de produtos biológicos,
de FBN (fixação biológica de nitrogênio)
e também de controle biológico, que são
os nematicidas, inseticidas e fungicidas
de controle biológico”, concluiu.
A UPL, uma empresa indiana especializada em pesquisa, desenvolvimento e
distribuição de protetores agroquímicos,
participou pela primeira vez da ANDAV.
“É um congresso muito importante não
só de fornecedores, mas distribuidores
e o objetivo da empresa nesta participação é apresentar a companhia para o
agronegócio, principalmente para esta
rede de distribuidores. Apesar de estarmos no Brasil há três anos, atuando em
todas as regiões e em todas as culturas,
acreditamos que ainda é necessário nos
aproximarmos deste público”, afirmou
o gerente de Acesso de Mercado da empresa, Gustavo Volpe Pimenta.
Além de divulgar a marca, a intenção também foi de fortalecer a imagem
do Unizeb Gold, único fungicida protetor registrado para soja, milho e algodão, como também divulgar o OPLider,
um programa de relacionamento voltado para distribuidores e cooperativas,
além de expor o seu amplo portfólio de
produtos nos segmentos de inseticidas,
fungicidas, herbicidas e nutrição.
Para o setor sucroenergético, a empresa oferece um portfólio bastante
A UPL pretende ampliar seu portfólio na busca do reconhecimento como
empresa de inovação tecnológica. De
acordo com Luiz Fernando Schmitt,
responsável pela unidade de nutrição
da multinacional, a empresa tem o seu
core business desenhado na área de defensivos, mas o negócio nutrição vem
ganhando gradativamente ênfase no
radar da empresa, evidenciado pela potencialidade que existe neste segmento. “Temos um posicionamento muito
claro no defensivo, mas queremos fazer a nutrição caminhar em paralelo e
capturar oportunidades através dessa
inovação produzida pela nutrição junto
com a linha de defensivos e assim sermos efetivamente reconhecidos como
uma empresa de inovação tecnológica”, ressaltou.
Cresce mercado de fertilizantes especiais diz Abisolo
De acordo com José Alberto Nunes
da Silva, secretário Executivo da Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal), a participação no Congresso e
Exposição da ANDAV foi muito positiva, pois o evento reúne toda a cadeia
de fertilizantes e possibilita angariar
sócios para a associação. “Mais uma
vez, atingimos os nossos objetivos e
muitas empresas que não estão na Abisolo hoje já têm possibilidade de passar a ser nossas associadas”, afirmou
ele, contando que, em abril deste ano,
a associação promoveu um fórum e
reuniu mais de 700 pessoas.
“Conseguimos passar a estes profissionais a mensagem da Abisolo, divulgando tecnologias de nutrição vegetal,
oferecendo explicações e as devidas
recomendações técnicas do setor, que é
de nutrição vegetal, ou seja, dos chamados fertilizantes especiais”.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
José Alberto Nunes da Silva
Segundo Silva, o segmento nacional
de fertilizantes especiais, que engloba
fertilizantes orgânicos, organominerais,
biofertilizantes, condicionadores de solo
e substratos para plantas, movimentou em
2014 cerca de R$ 3,5 bilhões e a deverá
ter um crescimento de 6% em 2015.
Atualmente, 84 empresas de um conjunto
de 390 empresas registradas no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) são associadas da Abisolo. RC
39
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Revista Canavieiros - Outubro de 2015
40
Destaque III
GAF 16 debate os desafios para um
agronegócio sustentável
Evento abordará as perspectivas para o agronegócio mundial, evidenciando os potenciais brasileiros
Andréia Vital
L
ideranças do agronegócio lançaram em setembro, na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São
Paulo, a terceira edição do Global Agribusiness Fórum (GAF 2016). O evento
realizado em conjunto pela SRB (Sociedade Rural Brasileira), a Abramilho
(Associação Brasileira dos Produtores
de Milho), a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e a DATAGRO (principal consultoria de Açúcar e
Álcool do mundo) acontecerá nos dias
4 e 5 de julho de 2016, no Grand Hyatt
São Paulo, na capital paulista.
O “Agronegócio do amanhã: fazer
mais com menos. Disseminando as bases do desenvolvimento sustentável”
será o tema central do GAF 2016, que
reunirá as principais personalidades
mundiais do agribusiness. O fórum
norteará as tendências para aumentar
a produtividade mundial, preservando
e fazendo melhor uso dos recursos naturais disponíveis para vencer o desafio
de alimentar o mundo no futuro.
“Nós acreditamos na agricultura brasileira pelo que ela conseguiu construir
de valor e por ser exemplo para outros
países atualmente”, afirmou o presidente
da DATAGRO, Plínio Nastari. Segundo
ele, a intenção do evento é promover uma
discussão com grandes líderes globais sobre o agronegócio, debatendo o aumento
de produtividade, eficiência operacional
com formação de mão de obra e infraestrutura. “É preciso valorizar o que está
sendo feito aqui no Brasil, disseminando
a produção eficiente e sustentável para ser
usada em outros locais”, disse ele.
Nastari frisou também a necessidade
de se debater as oportunidades e evidenciar os potenciais nacionais, como o do
setor sucroenergético para a geração de
energia. “Fazer com que os biocombustíveis, a energia elétrica de biomassa e
biometano possam desempenhar papel de liderança crescente para atender
à demanda de energia que não para de
crescer”, disse, reforçando que aliado à
decisão dos líderes do G7, que resolveram banir, até 2100, os fósseis, petróleo,
carvão mineral e gás natural de forma
muito corajosa, é uma oportunidade para
a agricultura do mundo, valorizando
o papel da biomassa que advenha dessa agricultura das diferentes formas de
aproveitamento energético. “A agricultura e o agro precisam estar preparados
e organizados para atender a grande expansão prevista da demanda e continuar
mantendo padrões de produtividade e
sustentabilidade”, concluiu.
O diretor da DATAGRO, Guilherme Nastari, destacou a importância do
evento, na ocasião. “As pessoas acham
que quem é do agronegócio tem que
usar botina e o GAF é o agronegócio
que se debate aqui na cidade, discussões
comerciais, de relacionamento que são
interessantes em momentos de crise.
Neste país, por exemplo, historicamente
o agronegócio é o grande lastro, é uma
grande base para que a gente superasse
os problemas difíceis do Brasil” disse, se
referindo à participação do agro no PIB
brasileiro. Nastari contou também que a
última edição do GAF foi transmitida ao
vivo para mais de cinco mil alunos de 17
universidades brasileiras.
Segundo ele, nas edições anteriores, o
GAF trouxe para o Brasil expoentes como
Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados
Unidos e ganhador do Prêmio Nobel, e
Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro americano. Entre os palestrantes do
GAF 2014, destaque para as presenças do
Embaixador Roberto Azevedo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), e do empresário Abílio
Diniz, presidente do Conselho de Administração da BRFoods.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Durante o lançamento do GAF 2016,
foram discutidas ainda as perspectivas
para a agricultura e o agronegócio, os desafios para a valorização dos produtos no
mercado internacional e o uso de tecnologias para acelerar a produtividade, além
da sustentabilidade da produção por representantes das entidades organizadoras
do evento, além da DATAGRO, a SRB
(Sociedade Rural Brasileira), a Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) e a ABCZ (Associação
Brasileira dos Criadores de Zebu).
Gustavo Junqueira, presidente da SRB
Ao fazer uma reflexão sobre o protagonismo do agronegócio brasileiro no
cenário mundial, o presidente da SRB,
Gustavo Junqueira, apontou que o conteúdo debatido no GAF16 não preocupa
somente a sociedade rural, mas também a
sociedade mundial. Também alertou a necessidade de melhorar a imagem do agronegócio como um todo. “O Brasil hoje é o
país mais sustentável na agricultura, mas
é preciso continuar inovando sempre. Nós
fizemos a revolução tecnológica, temos a
revolução verde, mas ainda não fizemos a
revolução de gestão”, pontuou.
O presidente do Conselho do GAF,
Cesário Ramalho, afirmou que “o
agronegócio é a nossa alavanca e sabe
exatamente o que quer", ao expor as
perspectivas do agronegócio. Já Sérgio
Bortolozzo, da Abramilho, falou sobre
a criação da entidade, em 2007, mo-
41
Cesário Ramalho, presidente do
Conselho do GAF
Sérgio Bortolozzo,
da Abramilho
Luiz Cláudio Paranhos,
presidente da ABCZ
mento no qual vivia se uma turbulência
em relação a usar ou não a biotecnologia no setor. “Conseguimos um enorme
êxito. Hoje, o modo de aprovação dos
materiais e da tecnologia que se usa no
Brasil é mais sério, mais objetivo do
que em todo mundo, e enquanto muitos
países patinam para conseguir as aprovações, o Brasil faz até rapidamente
graças à atuação da Abramilho”, disse
ele, ressaltando como o uso de tecnolo-
gias pode ajudar a elevar a produção de
milho e proteína.
7 milhões de empregos, exportando
dois milhões de toneladas para mais de
150 países. “A pecuária nacional deverá crescer 24% este ano”, disse ele,
destacando os desafios para aumentar
a produtividade, ingressar em novos
mercados e profissionalizar a gestão
nas propriedades rurais buscando cada
vez mais uma bovinocultura de corte e
de leite mais moderna, competitiva e
sustentável.
O potencial no mercado internacional para a pecuária brasileira foi
destacado pelo presidente da ABCZ,
Luiz Cláudio Paranhos. Com quase
210 milhões de cabeça, o Brasil tem
um segmento de carne bovina em crescimento, que movimenta R$ 167,5 bilhões por ano e gera aproximadamente
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
42
Destaque III
Barreiras protecionistas impedem crescimento
do agronegócio brasileiro
Ao participar do lançamento do GAF,
Leontino Balbo Jr., agrônomo e diretor
agrícola da Usina São Francisco, expôs
as dificuldades encontradas especificamente no negócio de produtos certificados. “Nós produzimos açúcar e álcool
orgânico e encontramos muitas barreiras
protecionistas, principalmente na Europa, onde os europeus não estão respeitando as próprias regras que eles criaram
em relação às tarifas de importação”,
alertou ele, dando como exemplo o fato
de uma empresa inglesa poder mandar
açúcar convencional para a Índia e trazer
a mesma quantidade de açúcar orgânico
sem pagar imposto de importação, o que
é proibido pelas normas de comércio da
comunidade europeia. “E, mesmo assim, os importadores ingleses não respeitam e isso tem prejudicado muito os
nossos negócios na Europa, já que eles
distribuem para todo o continente europeu”, queixou-se, afirmando que o Grupo
Balbo chegou a deter 70% do mercado
orgânico de açúcar na Europa e hoje tem
15%, sendo que cresceram em outros
mercados, como EUA, Canadá, Ásia e
Emirados Árabes Unidos (Dubai).
Leontino Balbo Jr., agrônomo e diretor agrícola da Usina São Francisco
Atualmente, o Grupo Balbo produz
seis milhões de toneladas de cana em
três unidades, 320 mil m³ de etanol,
260 mil toneladas de açúcar no total,
e, desse açúcar, 70 mil toneladas são
de açúcar orgânico e exportam para 64
países. “Temos outros produtos de varejo como café, sucos, biscoitos, ração
animal e também produzimos energia
elétrica para distribuir, são 48 megawatts, sendo que consumimos 16 e
vendemos 32, fora do horário de pico,
este total é suficiente para atender uma
cidade quase que do porte de Ribeirão
Preto”, frisou.
Sobre a crise, o executivo afirmou que
também são afetados, já que uma grande parcela dos produtos que produzem é
convencional, os quais os preços estão
deprimidos e o custo financeiro aumentou
muito de um ano para cá. “Podemos dizer
que este custo financeiro é praticamente
insuportável e mesmo tendo resultado operacional o que a gente vê é o endividamento das empresas aumentar”, desabafou ele,
contando que, até o momento, não ocorreu
nenhuma demissão na empresa devido à
crise graças a algumas mudanças na forma
de trabalhar e racionalização de alguns recursos promovidos na empresa.
Seminário ERA
Para contar toda essa trajetória de
sucesso alcançada pelo Grupo, principalmente sobre o sistema de produção
orgânica de produção de cana-de-açúcar,
que é referência internacional em sustentabilidade, criado por ele, ao longo das
últimas três décadas, denominado ERA
– Agricultura Revitalizadora de Ecossistemas, será realizado, em Ribeirão Preto
(SP), nos dias 18 e 19 de novembro deste
ano, o Seminário ERA.
“Pensando na expansão dos benefícios deste novo modelo de agricultura,
criei a empresa Agrosfortis, que atuará
na transferência desta tecnologia aos
clientes interessados na implantação
deste sistema no futuro próximo”, explicou Balbo.
O sistema desenvolvido pelo agrônomo foi inspirado nos métodos naturais
de produção animal e vegetal, que são
os mais econômicos e produtivos que se
pode encontrar. Não são utilizados fertilizantes ou defensivos químicos de qualquer natureza. O novo método de produção “ERA” foi aplicado em vastas áreas
de cana-de-açúcar ao longo de 25 anos.
Os comprovados benefícios conquistados com o sistema poderão ser conhecidos durante o evento, tais como: produtividade 20% superior à convencional;
reconstrução da bioestrutura do solo; recuperação e aumento da fertilidade original do solo; preservação e perenidade
do principal ativo do produtor: a terra;
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
lavouras naturalmente livres de pragas
e doenças; ativação do “desconhecido”
sistema imunológico natural das plantas;
melhor qualidade da produção; maior resiliência das lavouras a condições climáticas adversas; revitalização das culturas
e dos ecossistemas; elevada sustentabilidade geral; aumento exponencial da biodiversidade geral; recuperação e preservação dos recursos hídricos; diminuição
das emissões de gases de efeito estufa
em 30%; redução dos recursos mecânicos necessários à produção e otimização
dos custos de produção.
Mais informação pelo site.
http://agrosfortis.com.br/ RC
43
Destaque IV
Campanha “Cana-de-Açúcar: A Cultura da
Inovação” é lançada em SP
Solidaridad, Raízen, Braskem, Tetra Pak e Socicana se reuniram para divulgar iniciativa
que promove a sustentabilidade e a inovação na cadeia da cana-de-açúcar
Andréia Vital com informações da assessoria de imprensa
P
romover a sustentabilidade e as
inovações existentes na cadeia
da cana-de-açúcar é o mote da
campanha “Cana-de-Açúcar: A Cultura da Inovação”, lançada no dia 22
de setembro, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo-SP. Coordenada
pela ONG Solidaridad em parceria
com a Raízen, Braskem, Tetra Pak e
Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba), a iniciativa
nasceu do objetivo comum entre as
empresas de conscientizar consumidores e formadores de opinião sobre os
avanços ocorridos nas últimas décadas
em todo o processo produtivo, desde
a produção no campo até a fabricação
de embalagens utilizadas no dia a dia.
Além das tecnologias que permitem
a produção de açúcar, etanol e energia
elétrica mais sustentável, outros produtos gerados a partir da cana transformam
a matéria-prima em bens de maior valor
agregado, como o plástico verde usado
em embalagens de alta tecnologia.
“O consumidor, ao comprar um produto com uma embalagem feita a partir
do polietileno verde, talvez não saiba que
esta matéria-prima é renovável e oriunda
da cana-de-açúcar. Os investimentos em
inovação e sustentabilidade feitos pelas
empresas parceiras da iniciativa trouxeram grandes benefícios ambientais e sociais, reforçando o compromisso com o
bem-estar dos trabalhadores, produtores
e sociedade”, explica Fatima Cardoso,
gerente-geral da Solidaridad no Brasil.
A executiva afirma ainda que “Esse grupo acredita na corresponsabilidade para
promover a sustentabilidade e a inovação em todas etapas da produção”.
Para João Alberto Abreu, diretor
Agroindustrial da Raízen, a campanha de conscientização ressalta a
importância das inovações na cadeia
da cana-de-açúcar. “Na Raízen, nós
aproveitamos tudo o que vem da cana-de-açúcar. Hoje, a matéria-prima
passa por diferentes processos para
fabricação de etanol e açúcar e nós
usamos o bagaço oriundo dessa atividade para gerar toda energia necessária para nossa operação. Dessa forma,
conseguimos ser autossuficientes em
nossa produção e ainda comercializar
o excedente dessa energia no mercado”, conclui.
As ações iniciativas da campanha são
divulgadas no site como também em vídeo veiculado na Globo News.
Acesse: www.canainovadora.com.br
RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
44
Destaque V
Raízen apresenta seu primeiro Simulador de
Caminhão de cana-de-açúcar
Implantação do equipamento já resultou na redução de 50% do número de acidentes nas estradas
Andréia Vital
A
Raízen abriu as portas da Unidade Bonfim, localizada em Guariba-SP, para mostrar o primeiro
Simulador de Caminhão de cana-de-açúcar da empresa. Pioneiro, o projeto faz
parte do programa de capacitação de
motoristas “Rota da Excelência”, desenvolvido pela companhia, a fim de
aperfeiçoar a formação profissional e a
qualidade dos funcionários. A empresa
investiu R$ 320 mil no projeto, que contou com a parceria da Instituição FABET
- Fundação Adolpho Bósio de Educação
no Transporte, criada pelo SETCOM,
que atua na capacitação de motoristas.
O simulador possibilita um treinamento personalizado, submetendo o
operador a diversas situações em trajetos do dia a dia do profissional nos mais
variados cenários, com climas e terrenos diferentes, com segurança. O treinamento é feito em sala de aula, com
acompanhamento de um monitor que
orienta a cada procedimento errado.
Luis Carlos Veguin, Luiz Vinholis, Nivaldo Ferreira
assim como no processo seletivo para
novas admissões”, afirmou Luis Carlos
Veguin, diretor de Recursos Humanos da
Raízen durante coletiva de imprensa. Na
ocasião, o executivo estava acompanhado por Nivaldo Ferreira, gerente Agroindústria do Polo Araraquara, e por Silvana
Carla Pereira Alves, analista de Formação
Profissional do Polo Araraquara.
“A operação assistida e o monitoramento permitem ter um diagnóstico
quanto à 'dirigibilidade' de cada um, e a
partir daí são traçados treinamentos individualizados para o motorista em questão, focando em manobras repetitivas e
na correção de eventuais falhas. Este é
um processo contínuo de aprendizado,
onde a segurança de nossos profissionais
é a diretriz primordial”, explicou Veguin,
contando que o projeto
Simulador de Caminhão de cana-de-açúcar abre ainda a possibilidade de promoção para a
função de instrutor aos
motoristas canavieiros.
“Estes profissionais auxiliam nos treinamentos
em sala de aula, no monitoramento diário e fazem a operação assistida
de todos os participantes
em sua rotina de trabalho”, ressaltou.
Também contribui para a economia
de combustível, pneus e vida útil dos
caminhões da companhia, reduzindo assim os custos. “Até o momento, foram
realizados mais de 100 treinamentos
com motoristas próprios da empresa,
que aperfeiçoaram o desempenho do
transporte canavieiro. O aparelho será
utilizado para as capacitações técnicas de entressafra de forma preventiva,
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
A iniciativa foi considerada muito
boa por Rodrigo Valdeir da Silva, mesmo ele tendo mais de três anos e meio de
profissão. “Comecei a trabalhar na Raízen nesta safra e fui um dos primeiros
a me capacitar no Simulador de Caminhão de cana-de-açúcar da companhia”,
informou ele, explicando que o operador
passa a ter mais confiança com o aprendizado devido ao seu realismo.
Desde que foi implantado, em julho
deste ano, o simulador, que usa tecnologia Simbra e já possibilitou a redução de
50% dos acidentes nas estradas, capacitou 620 motoristas do Polo Araraquara,
formado pelas unidades Bonfim, Serra,
Tamoio, Araraquara e Junqueira, e a previsão é que o treinamento passe a ser rotina também em outros polos da Raízen,
com a aquisição de novos equipamentos.
O Polo Araraquara tem 6.041 funcionários diretos e é responsável por 20% da
capacidade de moagem de cana da Raízen no Brasil, com previsão para a safra
15/16 de moer 13,361 milhões de toneladas; produzir 1.108.000 ton/ano de açúcar
e 402 mil m³ de etanol e cogerar 361 mil
MWh. A mecanização também já atingiu
índices altos no polo, sendo que 98,5% da
colheita é feita por máquinas e 100% do
plantio é mecanizado. RC
45
Seu braço forte
contra as doenças
da Cana.
Forte ação preventiva e residual.
Nativo é o fator de proteção essencial para todo produtor Canavieiro
que busca produtividade. Sua eficácia abrange proteção prolongada
nas folhas e no sulco de plantio, em diferentes variedades de Cana,
o que auxilia no resultado da produção.
Nativo é o fungicida ideal para Cana.
• Ampla proteção para as folhas e toletes de plantio
promovendo vigor para as plantas de Cana;
• Ideal para gramíneas devido ao seu efeito translaminar;
• Resistente a lavagem por chuvas prolongando o período
de proteção;
• Potencializa o efeito de outros tratamentos para o sulco
de plantio.
Nativo - Protege muito, contra mais doenças.
www.bayercropscience.com.br
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
46
Destaque VI
Ourofino Agrociência ganha emancipação
Criada em 2010, empresa que tem DNA de um Grupo brasileiro reconhecido
internacionalmente deve faturar R$ 500 milhões este ano
Andréia Vital
D
esde que foi criada em 1987, por
Jardel Massari e Norival Bonamichi, dois amigos de infância,
com o objetivo de distribuir insumos
veterinários, a Ourofino vem com um
legado que a posiciona como referência
em uma indústria acirrada como a farmacêutica, como também nas indicações
de melhores empresas para se trabalhar
no Brasil, inspirando tradição e qualidade de seus produtos. De um barracão de
fundo de quintal, hoje a empresa, que recebeu o nome da cidade que era distrito
de Confidente- MG, onde os amigos nasceram, e que ficou famosa pela música
de Sérgio Reis, “O Menino da Porteira”,
possui uma grande estrutura em Cravinhos-SP, sendo a terceira companhia do
Brasil e uma das 20 maiores do mundo
no segmento de saúde animal, tendo
presença em 30 países. Do Trissulfin, a
primeira solução de fabricação própria,
até os dias atuais, a empresa tem no seu
portfólio mais de 120 produtos.
“A abertura da Ourofino Agrociência em 2010 foi uma oportunidade para
manter o ritmo de crescimento, já que
existe uma sinergia entre o segmento
animal e agricultura”, explicou Massari. Segundo o executivo, o processo
de expansão começou há sete anos com
uma parceria com o BNDES PAR para
alavancar dois novos projetos: o primeiro voltado para a indústria de febre
aftosa e o segundo para a implantação
de uma fábrica de defensivos agrícolas,
em Uberaba-MG.
Assim nascia a Ourofino Agrociência, uma empresa 100% brasileira fabricante de defensivos agrícolas, com a
instalação de uma planta, considerada a
mais moderna da América Latina neste
segmento, em Uberaba – MG, que recebeu investimentos de aproximadamente
US$ 100 milhões.
Em outubro de 2014, ocorreu uma
restruturação no Grupo Ourofino: a
Ourofino em Cravinhos-SP
Jardel Massari, fundador da Ourofino
Saúde Animal abriu capital passando a
ser uma SA (Sociedade Anônima), oferecendo suas ações na bolsa.
Com esse novo perfil, as empresas
se separaram, já que se encontravam
em maturidades diferentes. A Ourofino Saúde Animal passou a ter acionistas como fundos de pensão, além dos
antigos donos, Jardel Massari e Norival Bonamichi. Já a Ourofino Agrociência, empresa de capital fechado,
continuou sob a tutela dos fundadores
do Grupo e mudou sua sede para Ribeirão Preto-SP.
“Temos a mesma origem, mas cada
empresa tem sua própria história”, explicou Jurandir Paccini Neto, presidente da Ourofino Agrociência, ressaltando
que a companhia completou, em setembro deste ano, cinco anos de atuação
com motivos para comemorar.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Jurandir Paccini Neto, presidente da
Ourofino Agrociência
“São quarenta mil metros quadrados
de área construída, em uma área total
de 250 mil m², com equipamentos modernos e ambiente automatizado, com
capacidade de produção de 100 milhões
de litros por ano, 17 soluções em seu
portfólio, tem um Centro de Pesquisa
Agronômica certificado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em Guatapará (SP). É uma
fazenda experimental onde são testadas
e desenvolvidas as soluções da Ourofino que posteriormente estarão no campo
atendendo, com eficiência, às necessidades de clientes em todo o Brasil, além de
um escritório de negócios em Xangai, na
China, para relacionamento com fornecedores de matérias-primas”, elucidou o
executivo, contanto que atualmente contam com 315 colaboradores.
“Somos uma empresa jovem, mas
com profissionais experientes. A Ouro-
47
fino Agrociência tem um knowhow de
pessoas que estão há anos no mercado,
que sabem o que estão fazendo. Tudo
isso aliado à visão de negócios dos
senhores Norival e Jardel, que sabem
como ninguém levar uma empresa ao
sucesso”, afirmou o Paccini Neto.
De acordo com o executivo, para
2015, a previsão é atingir faturamento
total de R$ 500 milhões, o que representa 35% acima ao do ano passado.
Já a meta para os próximos cinco anos
é alcançar 5% de market share com a
obtenção do registro de mais 32 produtos. “Nossa perspectiva é crescer
R$ 100 milhões por ano”, ressalta
Everton Molina Campos, gerente de
Marketing & Inteligência Corporativa
da empresa.
Comemoração dos cinco anos foi marcada por visita da imprensa às
sedes das empresas em Ribeirão Preto e Cravinhos e à fábrica em MG
Para mostrar os avanços conquistados ao longo dos últimos anos, a empresa organizou um evento para jornalistas
com visitas às suas instalações. Coube
ao diretor de Operações Industriais da
companhia, Jair Sunega, acompanhar a
imprensa pela fábrica em Uberaba-MG.
“A partir de um SGI (Sistema de Gestão Integrada), conquistamos todas as
certificações que garantem alta confiabilidade nos processos, como em BPL
(Boas Práticas de Laboratórios) para
estudos de resíduos em vegetais, pelo
Inmetro; além dos ISOs 9001 (garantia
da qualidade) e 14001 (meio ambiente)
e OHSAS 18001 (segurança)”, diz ele,
explicando que o portfólio da empresa
se divide em herbicidas, fungicidas e
inseticidas para as principais culturas
do Brasil, como soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, entre outras.
“É uma das maiores plantas do segmento no Brasil em capacidade de produção, temos condições de produzir
Jair Sunega, diretor de
Operações Industriais
10% da capacidade do mercado brasileiro, que é de aproximadamente um
bilhão de litros. Estamos produzindo
neste momento em torno de 35 milhões
de litros, embora nossa capacidade seja
de 100 milhões de litros por ano”, afirmou Sunega, contanto que já estão em
processo de expansão com a construção
de um novo galpão para armazenagens
de defensivos.
Além dos produtos da marca Ourofino (60%), a fábrica produz produtos
de terceiros. “A planta já nasceu com
o conceito de prestar serviços a outras
empresas e isso de fato aconteceu e é
motivo de orgulho para nós porque é
uma planta muito nova e as empresas
são extremamente exigentes, do ponto
de vista de terceirizar a produção dos
seus produtos”.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
48
Destaque VI
Burocracia para a liberação de novos produtos e falta de isonomia regulatória
Mas nem tudo são flores. De acordo com o presidente da Agrociência,
alguns percalços como o burocrático
sistema regulatório na área agrícola são
gargalos a serem superados. “O registro
do produto tem que passar por três órgãos MAPA (Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento), IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis)
e pela ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), do Ministério da
Saúde e demora, às vezes, quase 10
anos para sair, o que atrapalha os investimentos no país”, diz, contando que o
registro de cada novo produto custa em
torno de R$ 1,5 milhão.
Outra queixa do empresário é referente à legislação de 2004, que permite importar produtos prontos pagando
menos imposto do que a importação
da matéria-prima. “Há falta de isonomia regulatória e uma situação tributária que, no mínimo, permite trazer um
produto de fora basicamente no mesmo
custo que produzir aqui no Brasil. Além
disso, não existe nenhum regulamento
para a importação, então os produtos
entram no país sem atender a uma série de determinações rigorosas da legislação nacional a qual temos que nos
submeter”, reclama ele, afirmando que,
devido a isso, as indústrias de produção
de defensivos agrícolas não ampliaram
sua capacidade no Brasil e o volume
movimentado, que em 2014 chegou a
US$12,249 bilhões, segundo o SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria
de Produtos para Defesa Vegetal), poderia ser mais expressivo.
“Existe preconceito contra os defensivos, alegam que é veneno, mas eles
são como um medicamento, que você
não pode tomar em excesso. No caso
dos defensivos, o uso de maneira consciente, com produtos cada vez mais elaborados e menos tóxicos é necessário,
pois não existe produção de alimento
no mundo se não houver defensivo”,
constata Massari, ressaltando que a demanda por comida aumentará nos próximos anos com a taxa de população
em crescimento.
Segundo o executivo, o Brasil e os
EUA são os primeiros no consumo de
volume absoluto de defensivos agrícolas, mas fica com o sexto lugar em litro
ou quilo por hectare, ficando bem atrás
de outros países como do Japão, onde a
dosagem é 20 vezes a usada em terras
brasileiras e da França, que utiliza seis
vezes mais do que aqui.
Setor canavieiro representa segundo faturamento
da Ourofino Agrociência
Mesmo em crise, o setor sucroenergético representa o maior market
share da Ourofino Agrociência, sendo
o segundo faturamento da empresa,
diz o seu presidente. De acordo com
ele, 9 dos 17 produtos do portfólio da
companhia são voltados para a cana-de-açúcar. “Ainda faltam um herbicida para a época de seca, mais um
inseticida e reguladores de crescimento, mas todos estão contemplados
nos nossos investimentos futuros”,
afirmou ele, se referindo aos 32 novos
produtos que aguardam liberação para
serem comercializados.
“O setor se estagnou e o acesso ao
crédito se tornou muito mais difícil.
Portanto, precisamos ter um custo
competitivo devido ao momento que
o segmento vive”, disse.
Paccini Neto comentou ainda que,
no ano passado, a empresa realizou
um encontro específico para o setor,
chamado AgroEncontro, com a participação de profissionais, lideranças,
pesquisadores, empresas e institui-
ções, como o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), RIDESA e CTC
(Centro de Tecnologia Canavieira). O
dia de campo serviu para apresentar
sua linha de produtos voltados para
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
melhorar a produtividade da cana-de-açúcar, como o DemolidorBR, FortalezaBR e CoronelBR, utilizados para
ervas daninhas, e DiamanteBR e SingularBR, soluções para insetos.
49
Variedades CTC.
Novas e com 46 anos
de experiência.
Força e robustez gerando
mais produtividade.
Precocidade com
alto teor de açúcar.
Power CTC9004M e Sweet CTC9005HP. De um lado produtividade, do outro alto
teor de açúcar. Mas acima de tudo, o conhecimento, a experiência e a visão inovadora
da marca CTC, construídas em mais de quatro décadas de desenvolvimento e
melhoramento genético. O resultado? Variedades com qualidades únicas.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
50
Informações Setoriais
Chuvas de setembro e previsões climáticas
para outubro a dezembro/2015
Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de setembro de 2015.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas deste mês de setembro
de 2015 (119mm), quase que toda concentrada
no meio do mês, foi praticamente o dobro das
respectivas normais climáticas dos locais observados (65mm) e as de setembro de 2014 (55mm).
Os mapas A1 e A2, a seguir, mostram os diferenciais de distribuição das
chuvas de setembro destes dois anos no
Estado de São Paulo. Em 2014 (mapa
A1) as chuvas (25 a 200mm) ocorreram
em gradiente crescente do Nordeste
ao Sudoeste do Estado. Enquanto que,
em setembro de 2015 (mapa A2), os
mm (milímetros) de chuvas (50 a 100)
concentraram-se no Centro-Norte e Sudoeste de São Paulo, maiores volumes
(150 a 200mm) foram anotados nas
regiões canavieiras de Campinas, Ourinhos, Piracicaba e Sorocaba.
As anotações de chuvas dos Escritórios Regionais, que são condensadas
em Viradouro, são disponibilizadas diariamente pelo site Canaoeste e suas médias mensais e as respectivas normais
climáticas são apresentadas neste artigo
no quadro 2, a seguir.
Os dados do quadro 2 mostram as expressivas diferenças observadas entre as
médias mensais das chuvas acumuladas
de janeiro a setembro de 2013 a 2015
(Vide destaque, canto inferior direito). A
média mensal do período janeiro a setembro de 2013 foi quase duas vezes e meia a
de 2014 e esta foi pouco mais que a metade de 2015. Notem que, mesmo com bons
volumes de chuvas de fevereiro a junho e
setembro de 2015, o total médio de chuvas ainda ficou aquém das normais climáticas, devido quase que exclusivamente
ao mês de janeiro de 2015.
Nos mapas B1 e B2 são apresentados os comparativos de distribuição das
chuvas entre estes dois anos, a saber: na
média notaram pequenas diferenças em
GO, MG, MT e SP; enquanto que, nas
áreas canavieiras do MS e PR, as chuvas foram mais presentes.
Mapa A1 - setembro 2014
Mapa A2 - setembro 2015
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Para planejamentos próximo-futuros,
a Canaoeste resume o prognóstico de
consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais para o
final de outubro e os meses de novembro
e dezembro, como mostrado no mapa 4.
• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser próximas a acima das respectivas normais climáticas para as Regiões Centro-Sul do Brasil;
• O consenso INMET-INPE prevê
que as chuvas poderão ocorrer com
iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das
normais climáticas) em quase toda área
sucroenergética da Região Centro Oeste e Sudeste do Brasil, exceto as faixas
Centro-Sul do MS e Sudoeste SP. Já na
Região Sul, poderão predominar chuvas acima das normais regionais;
• Tendo-se como referência o Centro
de Cana-IAC, as médias históricas das
chuvas em Ribeirão Preto e municípios
(bem) próximos são de 125mm em outubro, 170mm em novembro e 270mm
em dezembro.
A SOMAR Meteorologia, com a
qual a Canaoeste mantém convênio, elaborou no início de outubro uma análise
da condição atual de El Niño; a saber:
O NOAA (Centro Americano de
Meteorologia e Oceanografia), no trimestre julho-agosto-setembro, mediu a
temperatura do Oceano Pacífico equatorial central, região chamada de El
Niño 3.4. A água estava 1,5°C mais elevada que o normal para época do ano. A
atmosfera brasileira já está respondendo a este aquecimento, demonstrada
pelas chuvas acima dos 100 milímetros
em setembro na Região Sul e nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do
Sul. Por outro lado, praticamente todo
51
Quadro 2:- Médias mensais e normais climáticas dos acumulados das
chuvas de janeiro a setembro de 2013 a 2015.
Mapa 4:- Elaboração Canaoeste 70 anos
do Prognóstico de Consenso entre INMETINPE para final de outubro e os meses de
novembro e dezembro.
OBS:- Normais (ou médias) climáticas são as dos locais enumerados de 1 a 10 e mais a
do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto.
Mapa B1 - setembro 2014
Mapa B2 - setembro 2015
o centro e norte do Brasil terminou o
mês com precipitação abaixo da média.
Voltando ao Oceano Pacífico, a tendência é de manutenção do aquecimento nos próximos meses com um pico
e desvio de quase +2,5°C no trimestre
outubro-dezembro. Para a atmosfera
brasileira, o trimestre outubro-dezembro trará implicações em chuva acima
da média no Sul e no Sul dos Estados de
São Paulo e Mato Grosso do Sul. Já na
maior parte do Sudeste e Centro-Oeste,
espera-se chuva próxima da média,
embora sua regularização aconteça de
forma mais atrasada que o normal. A
temperatura ficará acima da média em
boa parte do país com maiores desvios
entre o Norte e Nordeste.
Novamente retornando ao Pacífico,
no decorrer do primeiro trimestre de
2016, espera-se diminuição gradativa
da temperatura do Pacífico equatorial
central, provavelmente, com término do
fenômeno em meados do próximo ano.
Traduzindo para a região de abrangência Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred, São Paulo e com cautelosa extensão à Região Centro Sul do Brasil,
apresenta-se a previsão para os próximos meses, como se segue:
Durante o mês de outubro, o fenômeno El Niño estará se mostrando mais
presente, bloqueando as frentes frias nos
Estados do Sul. Prevê-se chuvas na virada deste próximo final de semana prolongado, alcançando com bons volumes
de chuvas em todo Estado do Paraná,
Sul e Leste do Mato Grosso do Sul, toda
faixa Norte (exceto quase que metade)
do Nordeste de São Paulo, Pontal do
Triângulo Mineiro e Meio-Oeste goiano. A seguir, poderá ocorrer estiagem de
10 a 17 dias, e talvez chuvas ocasionais.
A estiagem de 10 dias, se confirmar as
previsões Cptec-Inpe, e de 17 dias, pelas
previsões norte-americanas. Pela previsão Cptec-Inpe, poderá acontecer período chuvoso de até 100mm, entre 23-25
até o final do mês. E a menos favorável
prevê chuvas consistentes apenas nos
dias finais do mês. Neste intervalo seco,
as temperaturas poderão ser elevadas,
sugerindo redobradas atenções à Saúde,
contínuos monitoramentos e patrulhamentos contra incêndios, entre outros.
Vamos torcer para que prevaleça a previsão brasileira pelo Cptec-Inpe, pois
eventuais danos podem incluir canaviais
a colher, a bisar e os que foram colhidos e que já receberam os devidos tratos
culturais. Nas primeiras quinzenas dos
meses de novembro, dezembro e janeiro,
poderão ocorrer poucas chuvas, mas as
segundas quinzenas serão mais chuvosas
e até quase que contínuas.RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
52
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
53
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
54
Artigo Técnico
O uso pleno da cana-de-açúcar
Manoel Regis L. V. Leal (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol
CTBE / Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM)
A
duz os riscos econômicos do negócio.
O etanol de segunda geração (2G) já é
olhado como um outro produto para o
médio ou longo prazo.
Primeiro precisamos olhar para os
constituintes básicos da cana: açúcares, fibras do colmo e fibras das folhas
e ponteiros. Energeticamente falando,
cada um destes componentes representa aproximadamente um terço da energia primária da planta, mas por razões
econômicas e culturais são tratados de
forma bem diferentes pelas usinas: há
um esforço enorme para se aproveitar
ao máximo os açúcares na produção
de açúcar e etanol. O bagaço (fibras do
colmo) é apenas o combustível necessário para suprir as necessidades energéticas da usina e a palha (fibras das folhas
e ponteiros). É algo novo que surgiu
com o fim das queimadas nos canaviais
e não se sabe bem para que serve. Todavia, este panorama está mudando, pois
a eletricidade está se tornando rapidamente um terceiro produto, auxiliando
na diversificação da produção, que re-
Para esta visão de aproveitamento pleno da cana prosperar, barreiras
culturais, tecnológicas, econômicas e
institucionais precisam ser claramente
identificadas e eliminadas. Primeiro,
um melhor aproveitamento do bagaço
precisa ser conseguido através da redução drástica do consumo energético no processamento da cana e, para
isso, já existem soluções tecnológicas
comercialmente disponíveis e amplamente testadas. Estas soluções têm
sido pouco utilizadas devido ao fato de
que até há pouco tempo o bagaço não
encontrava muitos usos comerciais
fora das usinas, desestimulando os investimentos em otimização energética.
A privatização do setor elétrico nacional e criação da figura do PI (Produtor
Independente), abertura da rede nacional para uso pelos PI´s e criação da sistemática dos leilões de energia animaram o setor sucroalcooleiro a se tornar
sucroenergético. Algumas usinas de
maior porte já utilizam algumas dessas
tecnologias para reduzir o consumo de
vapor e aumentar a geração de eletricidade excedente através do aumento
da pressão e temperatura do vapor das
caldeiras e uso de TG (turbogeradores)
de condensação, além dos de contrapressão. Os resultados em termos de
aumento de geração de energia elétrica são expressivos. Todavia, fatores
cana-de-açúcar é a matéria-prima mais utilizada na produção
de açúcar, sendo produzida em
mais de 100 países. Todavia, ela está se
tornando excelente para produção de
energia, que no Brasil vem sendo feita
de forma combinada com a produção
de açúcar. Do ponto de vista energético, a cana já representa 15,7% da oferta
de energia primária do Brasil, mesmo
o país se mantendo como o maior produtor e exportador de açúcar do mundo. Algumas questões podem surgir:
já atingimos o limite onde é possível
chegar? Se não, até onde podemos ir e
como chegar lá?
Figura 1: Remoção excessiva de palha
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Manoel Regis L. V. Leal
econômicos e entraves legais e institucionais ainda inibem um avanço mais
significativo nesta área.
E a palha? Este terceiro componente
energético da cana está recebendo uma
atenção crescente por parte das usinas
devido à importância que a venda de
eletricidade excedente está assumindo
no faturamento. Das várias alternativas
tentadas para seu recolhimento, duas
sobreviveram: o enfardamento e a colheita integral, onde a palha e a cana
são trazidas juntas na mesma carga e
separadas em uma ELS (estação de limpeza a seco) instalada no sistema de recepção de cana das usinas; nesta última
rota de recolhimento, os ventiladores
das colhedoras têm suas velocidades
Figura 2: Compactação e pisoteio
55
reduzidas para permitir que mais palha
seja jogada nos transbordos junto com a
cana. Uma terceira rota de recolhimento ainda corre pela raia de fora após ter
sido testada e descartada – a que usa
forrageiras. Infelizmente, vários problemas ainda persistem nestas rotas,
tanto no campo como na indústria, sendo os principais:
• Enfardamento: alto teor de impurezas minerais, compactação do solo e danos nas soqueiras pelo tráfego adicional
nos canaviais, dificuldades na trituração
dos fardos e custos ainda elevados;
• Colheita integral: redução da densidade da carga de cana pela maior presença de impurezas vegetais que encarece o transporte da cana e requer um
maior número de caminhões e transbordos, custo da instalação do sistema
de limpeza a seco na usina e consumo
energético do mesmo e impactos negativos na capacidade da moenda e cor do
caldo devido ao aumento de impurezas
vegetais na cana moída;
• Forrageira: alto custo de manutenção, baixa densidade da carga de palha,
tráfego adicional de equipamentos no
canavial com mais compactação e danos nas soqueiras.
dutividade do canavial são a proteção
contra erosão (Figura 1), o pisoteio de
soqueiras (Figura 2) e a manutenção da
matéria orgânica do solo.
Estes problemas resultam em alto custo
de recolhimento, impactos negativos nos
equipamentos de processoe nas caldeiras
pelo aumento das impurezas minerais. No
canavial, o tráfego adicional pelos equipamentos de recolhimento precisa ser melhor
estudado e seus efeitos quantificados para
serem incluídos nos custos da palha.
Os aspectos referentes à proteção
contra erosão e manutenção da matéria orgânica do solo estão relacionados com a quantidade mínima de palha
que precisa permanecer no solo para se
conseguir estes efeitos benéficos; estes
valores mínimos dependem da topografia, tipo de solo e época da colheita, e
outros menos importantes.
Finalmente, é sabido que o colchão de
palha que fica no campo tem impactos
agronômicos, na maioria positivos como
proteção contra erosão, aumento da matéria orgânica no solo, aumento da atividade microbiológica, redução das perdas
de água e outros. No lado negativo, tem-se o aumento das populações de pragas,
risco de incêndio e retardo na brotação
de soqueiras em certas variedades e em
condições climáticas desfavoráveis. Os
pontos mais críticos relacionados à pro-
Existem ainda muitos problemas relacionados ao recolhimento e uso da palha
da cana para suplementar o bagaço na
geração de energia elétrica excedente nas
usinas. No médio prazo eles serão resolvidos conduzindo ao uso pleno do potencial
energético da cana e melhoria da sustentabilidade do setor sucroenergético. Não menos importante, e talvez mais complexa, é
a remoção das barreiras institucionais para
a venda de eletricidade excedente pelas
usinas, mas isso é uma outra história. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
56
Artigo Técnico
Sistematização de Áreas e Conservação do Solo
Práticas fundamentais para o bom desempenho do canavial
Breno Henrique Souza
Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Descalvado
N
os últimos anos, o aumento
da área cultivada com cana-de-açúcar forçou a busca
por novas tecnologias, principalmente na mecanização da colheita
devido à necessidade de maior agilidade
no processo, a falta de mão de obra e o
protocolo agroambiental, que antecipou
os prazos de eliminação da queima da
palha para o corte manual (MAGALHÃES, P.S; GRAZIANO et.al.).
Partindo deste princípio, torna-se
necessário criar ferramentas para acompanhar esse desenvolvimento e a adaptação das técnicas de sistematização de
áreas e a conservação do solo, que são
fundamentais nesse novo cenário.
A sistematização é uma terminologia utilizada no setor canavieiro para o
planejamento da implantação de um canavial, na qual são definidos: dimensionamentos de talhões e nivelamento do
terreno, retirada de materiais estranhos,
localização de estradas e carreadores,
terraceamento adequado, sistema conservacionista e planejamento da sulcação. (BENEDINI; CONDE, 2008).
O rendimento operacional das máquinas está diretamente relacionado
com a sistematização da área, nas mais
variadas operações, incluindo a colheita. A sistematização determinará
o percurso dessas operações e, consequentemente, o número de manobras
necessárias e o local onde essas manobras serão realizadas. As mudanças tecnológicas recentes na área de geoprocessamento e topografia proporcionam
condições excelentes para a elaboração
de projetos de sistematização de áreas
agrícolas (MAULE, 2013).
O preparo de solo é um fator importante dentro do processo de sistematização e deve proporcionar uma
boa uniformidade de profundidade e
um razoável nivelamento da superfí-
cie do terreno. Ambas as ações possibilitam uma sulcação uniforme e
perfeito paralelismo.
Também é fundamental a adoção
de linhas de plantio bastante alongadas e com menor número possível de
matacões, reduzindo as manobras e
o pisoteio da soqueira, o que é conseguido com o aumento do espaço
horizontal entre os terraços ou com a
eliminação desses. Dessa forma, a sistematização proporciona a otimização da área agrícola
e incrementos dos rendimentos operacionais, da longevidade e produtividade
agrícola, da conservação do solo e da
água e, consequentemente, da sustentabilidade da atividade canavieira.
Resumidamente, pode-se dizer que
uma sistematização sustentável reúne
interesses entre o operacional (incremento de rendimentos do sistema de
corte e carregamento nos transbordos
com significativa redução de custos) e
aspectos agronômicos (eliminação do
pisoteio da linha com a obtenção de
maiores produtividades e maior longevidade), ambos resultando em maior
lucratividade quando a sistematização
para o plantio e a colheita da cultura forem realizadas de forma planejada.
Técnicas de Sistematização
As técnicas de sistematização de
solo têm o objetivo de melhorar a
conservação e minimizar erosões, da
mesma forma que permitem a melhor
infiltração e distribuição de água no
solo. Também possibilita a melhora
da colheita mecanizada e tratos culturais, bem como isso está relacionado à
longevidade, produtividade e lucro no
canavial. Na sequência estão descritas
algumas etapas da sistematização:
1. Dimensionamento de talhões:
Geralmente os talhões de cana são
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Breno Henrique Souza, Engenheiro
Agrônomo da Canaoeste de Descalvado
subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam em
média 10 a 20 hectares.
2. Carreadores:
Recomenda-se fazer carreadores secundários com largura de 5,0 metros,
pois os transbordos possuem 3,7 metros de largura e carreadores principais
(mestres) iguais a 7,0 a 8,0 metros. O
planejamento antecipado das estradas é
importante para o formato dos talhões e
posição da sulcação.
Os carreadores em nível (sem degrau) podem apresentar função de contenção de água porque facilitam a drenagem da água para a lavoura.
Vale ressaltar que os carreadores se
destinam ao trânsito de veículos leves
e pesados e, portanto, devem ter sua
superfície bastante compactada, possibilitando o tráfego mesmo após a ocorrência das precipitações.
3. Terraços:
Conceitualmente, os terraços são
considerados como práticas mecânicas
de conservação do solo e da água e são
utilizados para fracionar as encostas em
segmentos, impedindo o acúmulo expo-
57
nencial do volume de água, principalmente em lançantes longas.
O tipo de terraço (curva de nível) a
ser implantado em determinada área
deve ser escolhido com base na análise das características pluviométricas
(quantidade, intensidade, duração e
frequência) e do solo (profundidade,
textura dos horizontes e permeabilidade). O conhecimento desses elementos
permite que selecione o tipo de terraço
mais apropriado à sua situação.
Devemos sempre levar em consideração a topografia da área antes de sua
implantação.
3.1. Tipos de Terraços:
Embutido: é o modelo mais adotado. Considerado o mais resistente em
relação à erosão. Usado até a declividade de 12%. Possibilita a colheita mecanizada, mas não permite o cruzamento
de máquinas e equipamentos.
Embutido invertido: usado em área
declivosa, máximo de 18%. Permite
maior captação de água, além de possibilitar o corte mecanizado em toda sua
área, mas não permite o cruzamento de
máquinas e equipamentos.
Base larga: usado até a declividade
de 6%. Permite o corte mecanizado em
toda sua largura e o cruzamento de máquinas e equipamentos. É mais fraco do
que o embutido.
Canal escoadouro: usado em solos
com deficiência de drenagem. Tem a
desvantagem de oferecer maior risco de
assoreamento e, por isso, necessita de
mais manutenção.
4. Sulcação
O planejamento de plantio de cana-de-açúcar é uma das ferramentas de
mais baixo custo e de grande impacto
nas operações motomecanizadas. Dentre os procedimentos, o planejamento da
sulcação é o que traz resultados imediatos, pois aumenta o rendimento das operações, ao mesmo tempo em que reduz
os custos. Praticamente todas as operações do sistema de produção da cana-de-açúcar seguem as linhas de plantio. Quanto mais linhas contínuas (menor número de sulcos mortos) houver
em uma área, menor será o número de
manobras necessárias para todas as operações mecânicas, seja de plantio mecânico ou manual, aplicação de herbicidas,
cultivo de soqueiras e colheita mecânica.
O layout de sulcação depende do
tipo de solo, declividade, sistema conservacionista e o tipo de preparo do
solo. É fundamental que seja feito o
planejamento de sulcação da área a ser
plantada sem esquecer as práticas conservacionistas.
O planejamento da sulcação, aliado
a eliminação racional de terraços, pode
incrementar o rendimento operacional
da colheita mecânica e tratos culturais
em até 50%.
Considerações Finais
Atualmente o termo sistematização
tem um sentido mais amplo, referindo-se também ao sistema conservacionista.
O objetivo principal da sistematização de áreas é diminuir o terraceamento
e racionalizar a sulcação da área, com
o propósito de diminuir ao máximo o
número de manobras dos equipamentos, sem perder a segurança no controle
de erosão.
Os benefícios do plantio e da colheita mecanizados da cana-de-açúcar estão
diretamente dependentes do desenvolvimento de sistematizações adequadas
e sustentáveis, sendo importante o estu-
do de novas tecnologias relacionadas à
conservação do solo e da água.
De maneira geral, as práticas de sistematização de áreas e conservação do
solo deverão ser feitas em função dos
aspectos ambientais e socioeconômicos
de cada propriedade e região. Informamos que a reforma do canavial deve ser
encarada como uma oportunidade de
implantação dessas práticas e procedimentos como: florestamento e reflorestamento, rotação de culturas, cobertura
morta, manutenção da palha na superfície do solo, faixa de bordadura, cultura
em faixa, adubação verde, química e
orgânica, manejo do mato, devem ser
também considerados.
Para maiores informações e esclarecimentos de dúvidas consulte
a equipe de engenheiros agrônomos
da Canaoeste.
Bibliografias citadas.
BENEDINI, M.S.; CONDE, A.J.
Sistematização de área para colheita
mecanizada da cana-de-açúcar. Revista Coplana, Guariba, SP, 2008, n.
53, p. 23 – 26. Disponível em: http://
www.coplana.com/gxpfiles/ws001/design/RevistaCoplana/2008/Dezembro /
pag23-24-25-26.pdf. Acesso em: 15 de
setembro de 2015.
MAGALHÃES, P. S.; GRAZIANO
et. al. Workshop de colheita de Cana-de-açúcar e palha para produção de
etanol, 2006. Disponível em: http://
www.apta.sp.gov.br/cana/anexos/relatorio_workshop_colheita_de_cana.pdf.
Acesso em: 14 de setembro de 2015.
MAULE, R. F. Sistematização agrícola e boas práticas de conservação de
solo. Revista onlineAscana. Disponível em https://www.produtosdointerior.
com.br/siteascana/?p=480. Acesso em:
15 de setembro de 2015. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
58
Artigo Técnico
Tecnologias para formação de viveiros de
cana-de-açúcar
Fabio Amaral (Eng. Agrônomo), Breno Campos (mestrando IAC), Carlos Azania (pesquisador IAC) e Andrea Azania (Bióloga/consultora)
D
entre as diversas atividades
envolvidas no sistema de produção de cana, a formação de
viveiros está entre aquelas de maior
importância. Viveiros são áreas de produção de cana-de-açúcar que recebem
cuidados fitossanitários especiais e são
responsáveis pelo fornecimento de mudas de alta qualidade agronômica, fitossanitária e genética para a formação de
novos canaviais comerciais.
O planejamento correto inicia-se
com a formação do plantel de cultivares
na unidade produtora, o que é fundamental para o sucesso da atividade. Escolhidas as cultivares, o primeiro passo
a ser dado para que estas expressem
todo seu potencial produtivo é a obtenção de mudas sadias, livres de pragas,
doenças e misturas varietais. Este objetivo só é possível através da formação
de viveiros de alta qualidade.
A grande e acelerada expansão da
área cultivada com cana-de-açúcar,
observada nos últimos anos no Brasil,
principalmente para regiões menos tradicionais no cultivo canavieiro, muitas
vezes foi realizada sem a devida atenção à produção das mudas. Como consequência, os reflexos podem ser observados, seja na queda da produtividade
agrícola, seja no aumento da incidência
de certas doenças nos canaviais.
Na contramão desta tendência, a
formação de viveiros através do uso
de mudas pré-brotadas vem ganhando cada vez mais adeptos nos últimos
anos no setor sucroenergético, ciente
da importância do tema. Trata-se de
um método de plantio diferente daquele
tradicionalmente conhecido, no qual os
colmos da cana-de-açúcar são seccionados em pedaços de 40 a 60 cm, colocados em sulcos e depois cobertos na
própria área de cultivo.
Atualmente, a Basf com o produto
Agmusa, o IAC (Instituto Agronômico
de Campinas) com as MPB’s e a Syngenta com o Plene PB, dispõem deste
tipo de muda pré-brotada. Neste novo
sistema, as mudas são produzidas através da secção do colmo da planta de
cana-de-açúcar, de onde são retirados
os minirebolos (minitoletes) com gemas individualizadas. Após passarem
por tratamento com fungicidas são
acomodados em tubetes com substrato onde ocorre a brotação da gema. Na
sequência, passam por um cuidadoso
processo de aclimatação até a obtenção de mudas preparadas para o transplantio no solo.
Durante o processo de formação,
as mudas recebem diversos tratos culturais, podas frequentes e passam pelo
processo de retirada de plantas anormais (“roguing”) em cada lote produzido. Os cuidados garantem que o material entregue ao produtor seja vigoroso,
de porte uniforme, de pureza genética
confirmada e livre de pragas e doenças.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Além disso, a rastreabilidade de todo
o processo é possível, conferindo segurança quanto à origem da muda adquirida. Em geral, os viveiros obtidos
a partir do transplantio dessas mudas
pré-brotadas são denominados viveiros
primários. Estes darão origem aos viveiros secundários, que por sua vez originarão mudas para áreas comerciais.
Os colmos que são utilizados para
a obtenção das mudas pré-brotadas
também advêm de viveiros. Estes são
denominados viveiros pré-primários e
são obtidos através do plantio de mudas comumente chamadas de mudas de
meristema. Este tipo de muda difere das
mudas pré-brotadas, pois não são provenientes de colmos, mas sim obtidas a
partir do desenvolvimento de plântulas
de cana-de-açúcar geradas através da
técnica de micropropagação de tecidos
(meristema apical da planta-mãe ou
planta-matriz). Antes do aparecimento
das mudas pré-brotadas em larga escala,
este era um método bastante utilizado
59
por diversas unidades sucroenergéticas
para a introdução de novas cultivares
ou para acelerar a multiplicação de alguma cultivar de interesse.
No sistema de mudas de meristema
ou mudas pré-brotadas, há a garantia
de pureza genética e a certeza da sanidade do material. Mas é evidente
que o processo de produção das mudas
pré-brotadas é mais simples, pois não
depende de técnicas de micropropagação, o que torna este método aplicável
em maior escala e de maior facilidade de difusão. As mudas pré-brotadas
mostram-se, em geral, mais vigorosas
e, por isso, mais resistentes às condições ambientais adversas, embora ambas dependam de cuidados especiais
com irrigação, principalmente nos primeiros dias após o transplantio.
Assim, o produtor que deseja formar um viveiro primário pode adquirir
as mudas pré-brotadas diretamente das
empresas produtoras. Com isso, o produtor dispensa a fase de formação de
viveiros pré-primários com mudas vindas de cultura de meristema.
Desse modo, a formação dos viveiros pré-primários, de menor escala e
maior complexidade, fica sob responsabilidade das empresas que fabricam
as mudas pré-brotadas. O produtor
pode então focar na formação dos viveiros primários, posicionando-os de
forma conveniente em sua área agrícola, de forma a facilitar sua multiplicação para a formação de viveiros
secundários que gerarão as mudas para
as áreas comerciais.
Independentemente da opção feita,
se por mudas pré-brotadas ou mudas
de meristema, fica claro que é fundamental a adoção de tecnologias para a
formação de viveiros. As respostas em
produtividade são certas, pois são garantidas a pureza genética e a sanidade
do material que dará origem às áreas
comerciais.
Dessa forma, é possível manter o
plantel varietal da unidade produtora
atualizado e de acordo com o planejado, além de introduzir novos materiais
de destaque em menor espaço de tempo.
Também, se preferir, o produtor poderá
resgatar materiais de interesse outrora
desprezados e usufruir com maior eficiência do primeiro insumo da produção
canavieira: a cultivar.
Esquema de formação de viveiros usado na formação de colmos aos plantios comerciais. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
60
Safra
Acompanhamento da safra 2015/2016
S
ão apresentados a seguir os dados obtidos
até a segunda quinzena de setembro, referentes à safra 2015/2016, em comparação
com os da safra 2014/2015, no mesmo período.
Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumula-
do (kg/tonelada) do início da safra até a segunda
quinzena de setembro desta safra em comparação
com o obtido na 2014/2015, sendo que o ATR da
safra 2015/2016 está 7,73 Kg abaixo do obtido
na 2014/2015 no mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
fornecedores de cana da Canaoeste das safras 2014/2015 e 2015/2016
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,
até a segunda quinzena de setembro, da safra 2014/2015.
Thiago de Andrade Silva
Gerente de Planejamento, Controle,
Topografia e T.I. da Canaoeste
As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da
qualidade tecnológica da matéria-prima
nas safras 2014/2015 e 2015/2016.
O gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2015/2016
em comparação com a safra 2014/2015.
O BRIX do caldo da safra 2015/2016
ficou bem abaixo em relação ao da safra
2014/2015 durante todo o período, com
menor acentuação no mês de agosto.
Na média, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 5,8% inferior ao da safra
2014/2015.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,
até a segunda quinzena de setembro, da safra 2015/2016
O gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do Caldo, sendo que na
média, nesta safra de 2015/2016, a POL
do caldo está 6% inferior ao da safra
2014/2015.
O gráfico 3 contém o comportamento
da Pureza do caldo na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A pureza do caldo da safra
2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na safra 2014/2015 durante todo
o período, com acentuação na segunda quinzena de abril, exceto a partir
da segunda quinzena de junho que ficou equiparado.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
61
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A Fibra da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo daquela obtida na safra
2014/2015 no mês de abril e com menor
acentuação na segunda quinzena de julho,
primeira quinzena de agosto e no mês de
setembro e pouco abaixo no mês de maio,
na segunda quinzena de junho, na primeira quinzena de julho e na segunda quinzena de agosto, igualando na primeira quinzena de junho, ficando na média 1,5%
inferior à observada na safra 2014/2015.
O gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2015/2016
em comparação com a 2014/2015.
A POL da cana na safra 2015/2016ficou muito abaixo da obtida na safra
2014/2015 durante todo o período, ficando, nesta safra, 5,8% inferior ao da
2014/2015.
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
O gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015.
O ATR, expresso em kg/t de cana na
safra 2015/2016, ficou muito abaixo do
obtido na safra 2014/2015 durante todo
o período, apresentando, portanto, um
comportamento semelhante ao da POL
da cana, tendo em vista que a mesma
participa com 90% do ATR. Na média,
o teor de ATR desta safra está 5,4% inferior ao da safra anterior.
Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana
O gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2015/2016 em
comparação com a 2014/2015.
A precipitação pluviométrica média
observada nos meses de fevereiro, março e maio de 2015 ficou muito acima
da obtida em 2014, equiparada no mês
de janeiro, abaixo nos meses de abril e
julho e pouco acima no mês de junho,
agosto e setembro.
O gráfico 8 contém o comportamento
da precipitação pluviométrica acumulada por Trimestre na safra 2015/2016 em
comparação com a 2014/2015.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
62
Safra
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2014 e 2015
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, em 2014 e 2015
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Em 2015, observa-se um volume de
chuva muito acima no primeiro Trimestre e no segundo Trimestre e pouco acima no terceiro Trimestre, se comparado
aos volumes médios de 2014.
Estamos na primeira quinzena de
mês de outubro e os municípios da área
de abrangência da Canaoeste acumularam em média 90 mm de chuva concentrados em poucos dias no mês de
setembro. Mesmo assim, houve grande
estiagem após essas chuvas no mês de
setembro. Mesmo com a chuva, não
houve diminuição do risco de incêndios. Com isso, a produtividade continua equiparada a da safra passada na
média e o teor de ATR com valores inferiores aos equivalentes para o mesmo
período analisado se fosse em condições normais de crescimento vegetativo e maturação do canavial, porém com
menor recuperação da qualidade, que
foi mais expressiva na segunda quinzena de setembro. Mesmo com o volume
de chuva do mês de setembro, não foi
suficiente para mudar o cenário de déficit hídrico. Levando em conta todo
o cenário, o ATR médio ficou 7,73 kg
abaixo do obtido na safra 2014/2015,
até a segunda quinzena de setembro. RC
63
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
64
Novas Tecnologias
DuPont anuncia mais uma expansão da
unidade em Paulínia-SP
A DuPont reuniu a imprensa de vários Estados do país para a inauguração do
novo laboratório de biotecnologia industrial
Fernanda Clariano
O
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da DuPont Brasil,
localizado em Paulínia-SP, não
para de crescer e segue investindo em
tecnologia e inovação. No dia 19 de setembro, a empresa reuniu jornalistas de
vários Estados do país para a inauguração do Laboratório de Desenvolvimento de Aplicações. As novas instalações
foram projetadas para atender às demandas do mercado latino-americano
de Tratamento de sementes, Biociências Industriais e Impressão Flexográfica. Nos últimos seis anos, a companhia
investiu US$ 22 milhões no complexo.
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da DuPont Brasil
ingredientes utilizados pela indústria para
melhorar o sabor, a qualidade nutricional
e a textura dos alimentos.
Marcelo Borges, líder de
Inovação e Tecnologia
De acordo com o líder de Inovação e
Tecnologia para a DuPont América Latina, Marcelo Borges, a empresa mantém
seu foco no crescimento, orientada à ciência e tecnologia. “Na nova DuPont, inovação é a chave para viabilizar o sucesso
dos clientes da empresa”, disse Borges
que ainda destacou. “O Brasil tem um papel de extrema importância para a DuPont
em todos os seus pilares de atuação”.
Os três pilares
estratégicos da DuPont
Agricultura e Nutrição: reúne as áreas de Proteção de Cultivos (Defensivos
Agrícolas), Sementes e Nutrição e Saúde,
esta última responsável pela produção de
Biociências Industriais: desenvolvimento de soluções enzimáticas para
os mercados de nutrição animal, biorrefinarias, limpeza e cuidados pessoais,
contribuindo para a formação de uma
indústria de base biológica sustentável
e cada vez mais alinhada com as necessidades do mercado local.
Materiais Avançados: a demanda
por materiais mais leves e resistentes
para a indústria automotiva e aeroespacial, a necessidade de componentes
eletrônicos cada vez menores e eficientes e a busca por tecnologias que
ofereçam cada vez mais proteção são
exemplos de algumas tendências identificadas no mercado e que são cobertas neste pilar estratégico da DuPont.
Aqui, também está contemplada a área
de Impressão Flexográfica, cujas tecnologias são responsáveis por trazer
mais qualidade e produtividade na impressão de rótulos e embalagens.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Novas instalações
O laboratório de Tratamento de Sementes, um dos mais importantes para
a agricultura, será responsável por análises qualitativas dos processos de tratamento e do desempenho das sementes,
especialmente de milho, soja e algodão.
O investimento ocorre um ano depois
da DuPont anunciar o ingresso no mercado de tratamento de sementes por
meio do inseticida Dermacor®.
Marcelo Okamura, líder do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento de Paulínia
65
O líder do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Paulínia, Marcelo
Okamura, salientou que os trabalhos
desenvolvidos pela DuPont já vêm auxiliando os produtores no combate às
principais pragas da agricultura e serão
expandidos a partir de agora. “O laboratório permitirá testes de novos ingredientes ativos, novas formulações e estudos
diversos envolvendo desde a cobertura
das sementes, passando pela germinação até a medição do vigor das plantas e
das raízes”, disse Okamura, que também
afirmou que novas tecnologias para soja,
milho e algodão estão sendo aprimoradas e podem ser lançadas no mercado
em 2016, caso haja aprovação em tempo
hábil. “Este laboratório vai nos permitir
lançar produtos de forma rápida e eficiente, trazendo novas tecnologias para
os agricultores do Brasil”, ressaltou.
Os laboratórios de Biociências Industriais deverão atender às necessidades
John Julio Jansen, vice-presidente de
Biociências Industriais na América Latina
dos mercados de Biotecnologia Industrial (biocombustíveis e Processamento
de Grãos), Nutrição Animal e Higiene &
Limpeza. No caso de biocombustíveis,
o destaque é para a produção de etanol
a partir do bagaço de cana-de-açúcar.
Outra opção também deverá ser o milho,
pois a companhia investe em pesquisas
para a produção do etanol a partir do cereal. Os laboratórios também apoiarão
o desenvolvimento de novas aplicações
com parceiros e universidades, permitindo a troca de conhecimento e a conexão
com os cientistas que atuam nos 150
centros de Pesquisa e Desenvolvimento
da DuPont no mundo. “Com os investimentos, ampliaremos a nossa atuação na
América Latina por meio de aplicações
que atendam às necessidades específicas
de nossos clientes, proporcionando mais
agilidade nos processos de análises”,
afirmou o vice-presidente de Biociências
Industriais para a DuPont na América
Latina, John Julio Jansen.
Wilson Araújo, líder do laboratório de
Biociências Industriais
Zusanne Nagy, líder da divisão de
Eletrônicos e Comunicação na
América Latina
Para o líder do laboratório de Biociências Industriais, Wilson Araújo, a
DuPont avalia a demanda específica do
cliente e, dentro de seu hall de conhecimento, busca as soluções e as inovações. “A empresa é muito focada na
união entre os aspectos técnicos e sua
aplicabilidade específica segundo as
necessidades atuais e, principalmente,
as futuras”, destacou. “Realizamos um
trabalho muito forte que envolve pesquisa e negócios”, disse.
Outra área que também é beneficiada com a expansão do Centro de Inovação é a de Impressão Flexográfica.
O novo laboratório permitirá as mais
diversas combinações de tecnologia no
processo de impressão e disponibilizará os mais avançados equipamentos da
linha DuPontTM Cyrel®. "O laboratório é o primeiro da América Latina
exclusivamente dedicado a auxiliar
os clientes da região em processos de
melhoria, oferecendo suporte técnico,
treinamentos e testes para simular diferentes tipos de aplicações", explicou
a líder da divisão de Eletrônicos e Comunicação para a DuPont América Latina, Zusanne Nagy. A previsão é que
o Laboratório de Flexografia Cyrel®
entre em operação a partir de novembro de 2015.
Com mais essa expansão, a empresa demonstra o quanto acredita e
aposta na pesquisa e desenvolvimento voltados a maior produtividade
e segurança dos mais diversos segmentos que atende.RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
66
Novas Tecnologias II
Syngenta reúne convidados para lançar o
Ampligo, inseticida contra a broca-da-cana
Principal inimigo dos canaviais, este inseto, que está presente em oito milhões de hectares, dos dez
cultivados no país, responde por 46% das perdas provocadas por pragas na cultura
Igor Savenhago
C
ontrolar uma praga que causa
prejuízos anuais de R$ 3,1 bilhões por ano para o cultivo da
cana-de-açúcar no Brasil é um desafio
não só para produtores, mas também
para pesquisadores e empresas fornecedoras de insumos para a cadeia sucroenergética. A broca-da-cana é hoje,
o principal inimigo da cultura no país,
estando presente em cerca de oito milhões de hectares – de um total de aproximadamente dez cultivados com cana
no território nacional –, causando perdas de pouco mais de R$ 380,00 por
hectare/ano. A cada 1% de infestação, a
praga pode reduzir em 0,92% a produtividade em toneladas por hectare, em
média, e em 0,68% o volume de ATR
(Açúcar Total Recuperável).
ca. Mais de cem pessoas estiveram no
local, entre produtores e representantes
de cooperativas e associações, técnicos
de usinas e estudiosos no assunto. Eles
assistiram a três palestras: com Geraldo
Papa, do Seag Cana, grupo especializado em pesquisas com cana-de-açúcar da
Unesp de Ilha Solteira; Santin Gravena,
consultor da SGS e professor aposentado da Unesp de Jaboticabal; e Lupércio
Garcia, do setor de Desenvolvimento
Técnico de Mercado da própria Syngenta. Eles debateram, com os presentes, alternativas para eliminar a broca
sem afetar seus predadores naturais e
sem comprometer a produtividade dos
canaviais.
Os dados foram apresentados no
último dia 29 de setembro, no Hotel
Mont Blanc, em Ribeirão Preto-SP,
onde a Syngenta reuniu convidados
para lançar, oficialmente, o Ampligo,
inseticida voltado ao combate da bro-
Segundo o professor Papa, existem,
no mundo, 1300 espécies de insetos
que atacam a cana, sendo que 500 delas
estão no continente americano e 30 no
Brasil. Todo esse arsenal, se negligenciado, pode comprometer seriamente
as áreas de plantio. O problema se intensifica no Brasil se considerarmos as
características da agricultura nacional.
Áreas extensas com monocultura submetidas a plantios sucessivos oferecem
condições satisfatórias para a proliferação das pragas. Isso demanda muitas
doses de químicos, o que contribui para
um aumento da resistência dos insetos e até para o aparecimento de novas
pragas. Dois dos agravantes no caso da
broca-da-cana são seu alto poder des-
Geraldo Papa, do Seag Cana
Santin Gravena, consultor da SGS e professor aposentado da Unesp de Jaboticabal
As estimativas das principais consultorias especializadas apontam que, juntas, as principais pragas da cana – além
da broca, cigarrinha, cupins, broca gigante, migdolus, saúvas, Sphenophorus
Levis e elasmo – provoquem perdas da
ordem de R$ 6,7 bilhões por ano. Sozinha, a broca responde, portanto, por
quase a metade desse total (46%).
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
trutivo e o fato de estar amplamente
distribuída nas lavouras.
Papa foi um dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do Ampligo,
cuja molécula é formada pelas substâncias clorantraniliprole e lambdacialotrina. Testes feitos pela equipe do professor
mostraram, de acordo com dados apresentados na palestra, que a vantagem dessa mistura é a menor chance de errar no
time da aplicação. Basta utilizá-lo apenas
um dia antes da liberação, no canavial, da
vespa Cotesia flavipes, utilizada no controle biológico por ser predadora da broca. Dessa forma, o parasitismo não será
afetado. Os estudos mostraram que esse
breve intervalo é suficiente para que o inseticida não mate também a vespa.
Seletividade
O professor e consultor Santin Gravena veio na sequência e continuou
falando sobre as vantagens da mistura.
Ele explicou que a associação de clorantra com lambda permite justamente
a seletividade – controlar a broca salvando os inimigos naturais e outros organismos no ambiente canavieiro. São
dois modos de ação: a lambda mata uma
parte da população da broca por efeito
residual e de choque. Já o clorantra elimina o que sobra da ação do lambda,
mas por ingestão, principalmente de
efeito mais demorado, o que não ocorre
com os predadores naturais.
Lupércio Garcia, do setor de Desenvolvimento Técnico de Mercado Syngenta
67
os testes foi projetado e construído para
imitar, do chão, uma aplicação aérea.
Isso foi possível graças a duas hastes
longas que ultrapassavam da altura do
canavial. Os efeitos foram observados
durante 16 dias, prazo em que não foram verificadas ações nocivas nas comunidades de artrópodes e insetos da
área plantada e de vegetações do entorno, incluindo inimigos naturais. Outro
resultado foi que a dose recomendada
de aplicação que se mostrou mais eficaz
na relação custo-benefício foi a de 100
ml por hectare.
A SGS tem oito estações experimentais espalhadas pelo país. Em algumas
delas, foram testados os efeitos da mistura em quatro condições diferentes.
Uma área, que serviu como testemunha, não teve o inseticida aplicado. Em
outras duas, as quantidades utilizadas
foram de 100 ml e 200 ml por hectare.
E, na última, foi testado apenas o clorantra, na medida de 60 g por hectare.
O equipamento para aplicação durante
Ação simples
O encontro terminou com Lupércio
Garcia, do Desenvolvimento Técnico
de Mercado da Syngenta. Ele apresentou características comportamentais da
broca e os motivos que, na visão da empresa, tornam o Ampligo a melhor solução do mercado para essa finalidade.
A praga tem um ciclo reprodutivo de
57 a 90 dias. São, portanto, de quatro a
cinco novas gerações por ano, com pico
populacional de novembro a março. A
ação do Ampligo contra o inseto é eficaz,
segundo ele, porque a lambdacialotrina
libera íons de cálcio dentro das células
musculares, o que causa contração. Já o
clorantraniliprole tem efeito nas células
nervosas, aumentando-as e provocando
um descontrole das atividades.
Garcia afirma que o inseticida, que
chegou ao mercado canavieiro em abril
deste ano, tem ação simples. “É um lagarticida por excelência, confiável, rápido, possui longo residual e é diferente
por combinar dois modos de ação”. Na
dose de 100 ml, conforme antecipado
por Gravena, o produto age por 90 dias.
Levantamentos feitos pela Syngenta
demonstraram que, em áreas cujo índice de infestação caiu de 11,5% para 5%
com a utilização do inseticida, a produtividade subiu de 93,6 para 99,6 toneladas
por hectare e o volume de ATR passou
de 125,6 para 131,4 kg por hectare. RC
CTC lança tecnologia para recolhimento e aproveitamento
sustentável da palha da cana-de-açúcar
Empresa inaugurou na quarta-feira (30/9) planta industrial desenvolvida na Usina Ferrari
Informações assessoria de imprensa CTC
F
oi inaugurada no dia 30 de setembro, em evento para as principais lideranças do setor sucroenergético, a mais nova tecnologia CTC,
o Palha Flex. Trata-se de uma inovação
tecnológica para o recolhimento e processamento da palha da cana-de-açúcar
para geração de bioeletricidade.
“O Palha Flex é uma solução sustentável de produção de energia. Por meio
deste processo, as usinas terão a biomassa
necessária para a cogeração de energia
elétrica adicional ou o Etanol de Segunda
Geração (E2G) ”, explica Viler Correa Janeiro, diretor de Negócios do CTC.
A Usina Ferrari, por meio da tecnologia do Palha Flex, será capaz de processar 100.000 toneladas de biomassa adicional durante a safra, as quais,
em termos médios, poderiam produzir
energia elétrica adicional para abastecer
uma cidade de aproximadamente 125
mil habitantes, praticamente o dobro
da cidade de Pirassununga (São Paulo),
por exemplo. “O Palha Flex tem uma
importância econômica muito grande,
pois a palha que até então ficava no
campo será utilizada como matéria-prima para produção de energia elétrica,
aumentando a nossa receita e contribuindo para a segurança energética da
região e do País”, afirma Antônio Previte, diretor financeiro do Grupo Ferrari.
Dada a atual crise de abastecimento
energético, esta seria uma importante
solução capaz de mudar o cenário em
que vivemos. “Ao desenvolver este
projeto, vimos que o mercado necessitava de uma tecnologia robusta e completa para o processamento adequado
dessa biomassa. Nosso desafio é multi-
plicar essa tecnologia para outras usinas
e regiões”, finaliza Henrique D´Avila,
especialista de negócios do CTC.
Conheça os principais diferenciais
do Palha Flex:
Flexibilidade – atende de forma
completa e diferenciada às principais
rotas de recolhimento de palha (em fardos; sistema de limpeza a seco ou sistema híbrido);
Maior planta para processamento
de palha instalada no Brasil com capacidade de 25 toneladas por hora ou 100
mil toneladas por safra;
Integração Agroindustrial – solução que opera de forma otimizada a atuação no campo e na indústria e melhor
custo-benefício do mercado. RC
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
68
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
69
Vendem-se
- Fazenda no município de Buritizeiro
com aera de 715 Hectares, toda cercada,
200 há para desmate, 300 há formado,
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Buritizeiro (Rio São Francisco). Valor
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76,68 hectares, formado, casa e curral,
energia elétrica, cercada a 18 km de Buritizeiro (Rio São Francisco) valor R$
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gravidade, 3 cachoeiras dentro da propriedade, vista panorâmica do parque
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um motorista, totalizando 29 lugares, ar-condicionado e direção hidráulica; Km
atual: 011.108km seminovo, prata, 2012.
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conforme determina o CONTRAN para
veículos de passageiros. Bancos e assoalho totalmente estofados, preço de ocasião;
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- Transbordo Sermag, 2013, 12500 SE;
- Distrib. Antoniosi GS 1102, 2014;
- Carroceria de ferro de 8 metros
para planta de cana;
- Carroceria de ferro de 8 metros
para plantio e transporte de cana inteira,
marca Galego, 2008;
- Bomba alta pressão 3”, saída de 2,
adaptada com carrinho e motor acoplado, valor R$ 2.000,00;
- 2 balcões de 5 metros com 20 gavetas reforçadas de 20x40, fino acabamento valor de R$ 2.000,00 cada;
- Balcão de 5 metros com portas de
correr, em ótimo estado, R$ 2.000,00;
- Carreta de 2 rodas R$ 1.500,00;
- 2 rolos compactadores para adaptar
em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00;
- 1 conjunto para transporte de cana
picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas;
- Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires
plantado em cana-de-açúcar, sendo a
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
70
maioria de 2º corte, totalmente plaina
na melhor região de Frutal, próximo a
2.000 metros do bim do Cutrale e 11
km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina
Coruripe e 17 km até a Usina Frutal;
- Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires plantado
em cana-de-açúcar, sendo a maioria de
2º e 3º corte, a 2 km do asfalto, ótima localização e excelentes benfeitorias na região de Frutal-MG, com distância de 25
km da Usina Coruripe e 40 km da Usina
Cerradão. Ambas propriedades se aceita
permuta com áreas maiores ou menores.
Tratar com Marcus ou Nelson pelos
telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999.
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Tratar com Cláudio pelo telefone
(16) 9 9109-8693.
Vendem-se
- Caminhonete F 250 XLT, 2007, cor preta, ar-condicionado, bancos de couro, Airbag;
- Caminhonete D20 Custom de
Luxe, 1995, cor verde;
- Caminhonete D20 Custom S, 1992,
cabine dupla, cor vinho;
- Caminhão Mercedes Benz 1418,
1990, caçamba basculante.
Tratar com João Pedro pelo telefone
(14) 9 9758-1249 - Tupã-SP.
Vendem-se
- F250, XLT, 2003;
- D20, 1987, branca;
- D20, 1987, verde/preta;
- D20, 1992, turbo de fábrica;
- D20, 1993, completa turbo de fábrica;
- Ranger, 2007, XLT, branca, diesel,
4x4, cabine dupla;
- Strada Adventure Locker, 2011, preta;
- Palio Weekend Adventure Locker,
2009, branco;
- F4000, 1989, cinza;
- Carroceria madeira Trator Valtra,
BM100, 2005;
- Caminhão Mercedes Benz 1634,
2009, impecável;
- Caçamba Facchini, 2005, com pneus.
Tratar com: Diogo (19) 9 92136928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro
(19) 9 9280-9392.
Vendem-se
- Caminhão VW 26310, ano 2004 canavieiro 6x4, cana picada;
- Carreta de dois eixos, cana picada
– Rondon.
Tratar com João pelos telefones:
(17) 3281-1359 ou (17) 9 9732-3118.
conservação.
Tratar com dr. Henrique pelo telefone (16) 9 9615-4015 ou e-mail [email protected].
Vendem-se
- Arado Piscin 05 Bacia – Faz. Platina;
- Cultivador de Cana/Sucador DMP
02 Aste com marcador, Fazenda Quenia;
- Grade niveladora abrir sem roda,
com 24 discos, Fazenda Quenia;
- Grade niveladora sem roda, com 28
discos, Fazenda Quenia;
- Grade niveladora abrir sem roda,
com 32 discos, Fazenda Quenia;
- Duas grades Roma, com pistão intermediário, com 24 discos, Fazenda
Quenia;
- Plantadeira Coop TATU 9/8, Plantio Direto, Fazenda Quenia;
- Plantadeira TATU 9/8, plantio convencional PST, Fazenda Quenia;
- Subsolador de 07 Aste STARA de
arrasto, com controle remoto, Fazenda
Quenia;
- Dois tanques d’água 9000 litros,
com Chassi 02 eixos e 8 rodas/pneu
1000/20, Fazenda Quenia;
- Tanque d’água 8000 litros, com8
rodas e pneus 900/20, Fazenda Quenia;
- Tanque d’água 6000 litros, com
chassi de 2 eixos, com 8 rodas/pneu,
Fazenda Platina;
- Tanque d’água 8000 litros, com
chassi de 2 eixos, com 8 rodas/pneu,
Fazenda Platina;
- Dois terraciadores sem rodas TATU
22 discos, Fazenda Quenia;
- Três tornados 1.300, Fazenda Quenia;
- Trator Massey Ferguson 290, Fazenda sem comando.
Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (17) 3325-2608, (17) 9 96193333 ou (17) 9 8121-4243.
ALUGA-SE
Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1
carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1
trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturadore de ração, 3 silos trincheiras de
porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha,
Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade.
Tratar com Luiz Hamilton Montans
pelo telefone (16) 9 8125-0184.
Vendem-se
- 01 camionete cabine dupla
Ford Ranger XLT CD4 3.1 - cinza 2013/2014 - R$ 108.000,00;
- 01 motoniveladora Caterpillar 12M
- ano 2008 - R$ 285.000,00.
Tratar com Wilson pelo telefone (17)
9 9739-2000 – Viradouro-SP.
Vende-se
Área de mata fechada para reserva ambiental de 10 a 170 hectares, Guatapará/
Pradópolis -SP, R$ 25.000,00 o hectare.
Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910.
COMPRA-SE
Tronco para curral (Brete) usado,
marca Beckhauser, em bom estado de
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
Vendem-se
- Transformador trifásico de 15
KWA, preço R$ 2.400,00;
- Transformador trifásico de 30
KWA, preço R$ 2.600,00.
Tratar com Chico Rodrigues pelos
telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16)
3947-3725 ou (16) 3947-4414.
Vendem-se
- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou
brejo (100% aproveitável) em OlímpiaSP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos
dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos
de Rio Preto, 35 minutos de Barretos,
plaino, na rodovia, sem benfeitorias,
mas com energia na propriedade;
- Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede,
área de churrasco (100 m²), casa de funcionário reformada, pomar e árvores ao
redor da sede, 4 alqueires de mata nativa
de médio/grande porte, terras de "bacuri"
(indicador de terras muito férteis). Rede
elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia.
Tratar com David pelo telefone: (17)
9 8115-6239.
Vendem-se
LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E
GIR PO
- 4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e
3 com 26 meses;
- 11 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação.
Seis já estão prenhas;
Obs.: Sítio localizado na cidade de
Santo Antônio da Alegria - SP, há 15
anos trabalhando com inseminação.
Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected].
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Vende-se
Gleba de terras sem benfeitorias (30
alqueires), boas águas, arrendamento
de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no município de
Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira).
Tratar com proprietário, em Ribeirão
Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281
ou (16) 3635-5440.
Vendem-se
- Mudas de seringueira, Clone RRIM
600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP
14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município
de Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda;
- Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada
próxima da rodovia asfaltada. Ótimo
aproveitamento para plantio de cana,
seringueira e/ou pastagens. Preço: R$
60.000,00/alqueirão;
- Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privativos,
sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte,
armários embutidos, banheiro social,
sala, sala de jantar, jardim de inverno,
cozinha com armários, área de serviço,
quarto com estante em alvenaria, WC,
despensa, varanda coberta, ótima área
externa. Excelente ponto comercial.
Área construída: 270 m².
Tratar com Marina e Ailton pelos
telefones: (17) 9 9656-3637 e (16)
99134-8033 - Marina (17) 9 9656-2210
e (16) 9 9117-2210 – Ailton.
Vende-se
Destilaria completa com capacidade
para 150.000 litros de etanol hidratado
por dia. Composta por preparo de cana
com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários
TGM; caldeira; destilaria; trocadores
de calor; tratamento de caldo e Gerador
2000 KVA, enfim, Destilaria completa
a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente
350.000 toneladas. Preço a combinar.
Localizada no município de Tambaú-SP.
Tratar com Edson pelos telefones e/
ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 93813513 / 9 9219-4414, e-mail: edson@
camilloferrari.com.br.
Vendem-se
- Motor de 75CV com bomba KSB
100/6 revisada e sem uso;
- Chave de partida ''a óleo";
- Transformador de 75 KVA;
- Postes duplos T de cimento;
- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.
Tratar com Francisco pelo telefone
(17) 9 8145-5664.
VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE
- Destilaria de cachaça e álcool,
completa, (10.000 litros de cachaça por
dia);
- Esteira de cana inteira, picador com
22 facas, esteira de cana picada, dois
ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira
Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;
- Máquina a vapor de 220 HP (toca
os ternos e o picador);
- Seis dornas de fermentação de
10.000 litros cada;
- Destilaria de bandeja/calota A e B
de 600 mm de diâmetro com trocador
de calor;
- Dois tonéis de madeira amendoim
com capacidade de 50.000 litros cada;
Valor Total R$ 600.000,00. Estudo
troca por imóvel.
Localização: Laranjal Paulista.
Tratar com Adriano pelos contatos:
[email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube.
com/watch?v=_mzWp3PCavA.
Vende-se
Cultivador marca DMB, novo, São
Francisco para cana crua e queimada,
com haste dupla e com motor hidráulico. Acompanha asas para sulcar e marcador de banquetas com pistão. Valor:
R$16.000,00.
Contatos com os proprietários: (16)
9 9609-5158 ou (16) 9 9766-0328 com
Edinelson/Edenilson.
Vende-se
Ordenhadeira mecânica completa
com 4 unidades, Usinox.
Obs: também funciona quando ligada no trator.
Tratar com José Augusto pelo telefone (16) 9 9996-2647.
Vendem-se
- Fazenda de cana na região de
Franca-SP, área de 450 alqueires, 330
alqueires em cana já arrendada para
usina, 3 km do asfalto média de 50 a
60 km das usinas Batatais, Buritizal,
Cevasa-Cargil, casa sede, 3 casas de
funcionários, 1 curral completo, documentação ok;
- Fazenda de 124 alqueires em Patrocínio Paulista, na beira do asfalto, sem
benfeitoria, terra vermelha, 2 matrículas, 54 e 70 alqueires;
- Sítio de 12 alqueires em Cássias
dos Coqueiros, casa simples, curral, estrutura completa para pecuária. (Aceita
imóvel na negociação);
- Fazenda de 4.085 hectares em Tocantins, está aberta 90%, 100% plana,
excelente logística, na beira do asfalto,
faz divisa com o rio Dueré, boa para
gado, plantio de feijão, arroz, melancia
e outras culturas, documentação Ok.
Tratar com Miguel pelo telefone (16)
9 9312-1441.
VENDE-SE OU ALUGA-SE
Salão medindo 11,00 metros de
frente por 42,00 metros de fundo, 462
metros, possui cobertura metálica com
368,10 metros, localizado à Rua Carlos
Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP.
Preço a combinar.
Tratar com César pelo telefone (16)
9 9197-7086.
Vendem-se
- Fazenda em Rancharia -SP, com
400 alqueires, em cana própria, às margens da rodovia, 40 Km da Usina;
- Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru-SP, R$ 220.000,00;
- Apartamento em lançamento, próximo à USP, com parcelas a partir de
R$ 505,00;
- Casa no condomínio Ipê Amarelo,
em Ribeirão Preto, nova, maravilhosa;
- Apartamento Jardim Botânico, 3
suítes, com armários, imóvel novo, próximo ao Parque Carlos Raya;
- Sala comercial em Ribeirão Preto,
próximo ao Ribeirão Shopping;
- Terreno no condomínio Olhos
D'Água em Ribeirão Preto, prolongamento da Avenida Prof. João Fiusa;
- Casa no Condomínio Quinta do
Golfe, em Ribeirão Preto, armários e
toda estrutura de lazer no condomínio.
WWW.SORDIEMPREENDIMENTOS.COM.BR.
Tratar com Paulo pelos telefones
(16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243.
VENDE-SE
Trator 292 MF, traçado, 2007.
Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767.
Vendem-se
- Duas casas, no mesmo terreno, com
três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00;
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
72
- 1 estabelecimento comercial, montado com base para Academia, em um
terreno de 200m², contendo uma casa
de laje com dois quartos, sala, cozinha,
copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo
Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor:
R$ 220.000,00;
- 1 casa de aproximadamente 500m²,
com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separados da casa,
localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056,
Sertãozinho-SP. Preço a combinar.
Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.
COMPRA-SE
Área que seja própria para o plantio
de cana, em torno de 20 alqueires, pode
estar arrendada ou em cana própria ou
pasto, que seja próxima à Usina.
Tratar com José Antônio pelo telefone: (16) 9 9142-5362 ou 16 3491-7144,
à noite.
Vendem-se
- Colheitadeira Case A7700, ano
2009, 7700, esteira, motor Cummins
M11, Autotrac, máquina utilizada na
última safra. Valor: R$ 128.000,00;
- Colheitadeira Case A8800, ano
2011, esteira, máquina na colheita de
cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;
- Colheitadeira Case A7700, ano
2007, série 770678, motor Scania novo,
máquina revisada e trabalhando. Valor:
R$ 118.000,00;
- Colheitadeira Case 8800, ano 2010,
motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00;
- Transbordo de 10 toneladas, 2006 e
2007, R$ 20.000,00;
-Transbordo de 8,5 toneladas, ano
2002, R$ 15.000,00.
Tratar com Marcelo pelos telefones
(16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.
Vendem-se
- VW 15180 / 12 pipa bombeiro;
- VW 31320 / 12 chassi;
- VW 31320 / 11 pipa bombeiro;
- VW 31320 / 10 pipa bombeiro;
- VW 15180 / 10 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 13180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 17180 / 08 munck 15 toneladas;
- VW 15180 / 07 toco chassi;
- VW 12140 / 96 oficina móvel;
- MB 2726 / 10 pipa bombeiro;
- MB 2423 / 01 pipa bombeiro;
- MB 2318 / 94 pipa bombeiro;
- MB 2318 / 94 basculante;
- MB 2220 / 89 pipa bombeiro;
- MB 2013 / 81 munck 6 toneladas;
- MB 1513 / 75 toco chassi;
- MB 1113 / 69 toco chassi;
- F.Cargo 1719 / 13 toco chassi;
- F.Cargo 2628 / 07 basculante;
- F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro;
- F12000 / 95 pipa bombeiro;
- F14000 / 90 pipa bombeiro;
- Prancha Facchini 2008 3 eixos;
- Tanque fibra 36.000 litros;
- Tanque fibra 15.000 litros;
- Comboio Gascom 2.000 litros;
- Comboio Gascom 4.000 litros;
- Caçamba basculante 12m³;
- Caçamba basculante 5m³;
- Munck Hincol H 43000;
- Munck Masal MS 12000;
- Munck Hincol H 4000;
- Munck 640-18;
- Carroceria de madeira carga seca;
- Baú Facchini 7.60;
- Baú 3/4 oficina móvel;
- Carroceria cana inteira;
- Carroceria plantio cana;
- Carroceria borracheiro Gascom;
- Tanque pipa bombeiro.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243
Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp /
78133866 id 96- 81149 Nextel.
Vendem-se
- Roçadeira Baldan RD1.700
R$5.500
- Grade Niveladora de 48 discos
NVCR R$14.000,00
- Bazuca com capacidade de 6.000
Kg R$ 4.000,00;
- Pá-Carregadeira, modelo 938 GII,
ano 2006, série 0938 GERTB, em bom
estado de conservação. R$ 150.000,00;
- Conjunto de irrigação completo com
Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador
Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30
mil metros, sem uso R$ 52.000,00;
- Trator modelo BH 205, gabinado
completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de
uso R$ 120.000,00;
- Trator modelo BH 205, gabinado
completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 hora de uso
R$ 120.000,00;
- Compressor, modelo ACC115, motor 115 HP/84 KW, pressão de trabalho
06 BAR, Fad 350 pés cúbicos por minuto, peso 1950 kg, acoplado com carreta. R$ 119.000,00.
Tratar com Furtunato pelos telefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 ou
[email protected]
Prazo a combinar.
Vende-se
L200, traçada, cor branca, ano 2006,
com ar-condicionado.
Tratar com Raul pelo telefone (34)
9972-3073.
Vendem-se
- Eliminador de soqueira, marca:
DMB, Ano: 2012, seminovo;
- Arado Reversível 4 disco, marca:
Santa Izabel, PSH 430, Ano 2004;
- Plantadeira Semeato Modelo PH5,
com 4 linhas, toda revisada, Ano 1983;
- Plantadeira Semeato 3 linhas;
- Grade niveladora 20x20 de arrasto
e transporte no hidráulico;
- Carpideira 5 linhas;
- Arado reversível, 3 bacia;
- Cobridor de Cana, oscilante;
- Pulverizador PJ 500 Jacto;
- Pulverizador Condon, 600 litros,
com mexedor;
- Distribuidor de Calcário, marca:
Jumil 5.500 KG, esteira larga;
- Sulcador DMB, com marcador;
- Trator FORD 6600, Ano 1979, 4x2;
- Carreta de 2 rodas, basculante, com
desarme manual;
- Jogo de pneus finos 13-6-38;
- Subsolador de arrasto, 5 hastes de
controle com pneus 900 x20.
Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920.
- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade
exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.
- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores,
tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as
partes interessadas.
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
73
Agros fortis
Tecnologias de Agricultura Biológica
Revista Canavieiros - Outubro de 2015
74
Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Contabilidade Básica
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Se não conheço os mapas, escolho o imprevisto:
qualquer sinal é um bom presságio”
Lya Luft
Renata Sborgia
1) Maria gosta de “animalzinhos”!
Maria precisa gostar também da escrita correta!
O correto é: animaizinhos
Regra fácil: o substantivo é animal.
Animal - expressão levada para o plural: animai(s) + zinhos = animaizinhos
Outro exemplo: Flores = florezinhas
Flores - o substantivo é levado para o plural: flor + ES = flores
A desinência do plural s é retirada: flore
Acrescentando: flore + zinha = florezinha
A desinência do plural s é acrescentada depois do sufixo:
Florezinha + s = florezinhas
“Construído com uma linguagem clara e
acessível, Contabilidade Básica chega em
sua 16ª edição, mantendo a proposta que
transformou em sucesso editorial: apresentar noções introdutórias, porém essenciais,
sobre o tema, sem perder de vista o rigor
técnico e a aplicação dos conceitos apresentados. Atualizado com as modificações
ocorridas nas Normas Brasileiras de Contabilidade, resultantes do processo de convergência para as normas internacionais, o
livro trata de todos os temas de interesse dos
estudantes e profissionais da área.”
(Trecho extraído da contracapa do livro)
Referência:
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez.
Contabilidade básica. – 16. Ed. ver. E atual. – São Paulo: Saraiva, 2013.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
2) Ficou muito tempo “em pé”?
Em pé ou de pé são expressões existentes e significam a mesma coisa:
a) Que algo ou alguém está em posição vertical, em posição ereta.
Ex.: Fiquei (de) em pé por horas a fio.
b) Que algo se mantém
Ex.: O nosso acordo continua (de) em pé.
3) Leva-se pizza “a domicílio”.
... a pizza nunca chegará!
O correto é: Leva-se pizza em domicílio.
Regra fácil: A domicílio ou Em domicílio: as duas expressões existem em
nosso idioma e significam a mesma coisa. No entanto, cada locução adverbial só
pode ser usada com determinados verbos.
A domicílio: só deve ser usada com verbos que indicam movimento, tais como:
levar, enviar, trazer, conduzir...
Em domicílio: só deve ser usada com verbos que não exprimem ideia de movimento, tais como: dar, cortar, fazer, entregar...
Ex.: Entrego pizza em domicílio.
Segundo a gramática normativa (norma culta), entrega-se algo em algum lugar.
PARA VOCÊ PENSAR:
“A quatro mãos escrevemos o roteiro para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados, nem sempre nos levamos a sério.”
Lya Luft
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
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