Museus em transição

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Museus em transição
> Museus em transição
[ editorial ] Ao finalizar 2005, algumas
– Visitas de acompanhamento
palavras de balanço relativamente à actua> Práticas de Conservação
ção da RPM no ano que agora finda.
18
dezembro 2005
Boletim trimestral da Rede Portuguesa de Museus
Museus em transição
– Visitas de acompanhamento
Preventiva em Museus da RPM
Fortemente marcado pela nova realidade
No passado dia 30 de Outubro, a Estrutura de Missão Rede
> Participação em Encontros
jurídica da Museologia portuguesa, na
Portuguesa de Museus iniciou as visitas aos museus da RPM com
> Reunião de trabalho nos Açores
decorrência da aprovação em 2004 da
o objectivo de verificar a sua adequação aos parâmetros exigidos
respectiva Lei Quadro, foi este período
pela Lei Quadro dos Museus Portugueses. O artigo 140.º da referida
bastante dedicado à preparação e ao
lei estipula a transição dos museus integrados na RPM para o novo
acompanhamento dos museus da RPM
sistema de credenciação, dispondo os museus de dois anos a partir
para o novo enquadramento legal. Tratou-
da publicação desta lei para se adaptarem aos novos quesitos, isto é,
-se essencialmente de uma fase de trabalho
até Setembro de 2006.
técnico interno, que incluiu a preparação
De acordo com o diagnóstico efectuado antes do início das visitas,
de alguma documentação de apoio,
muitos museus ainda não tinham concluídos os documentos agora
de regulamentação e de controlo, com
obrigatórios à luz da lei, como a definição de uma política de
expressão pública posterior na realização
incorporações, de normas e procedimentos de conservação
de acções de sensibilização junto dos
preventiva, de plano de segurança e de um regulamento interno
responsáveis pelos museus e das suas
do museu. Estes documentos orientadores e reguladores são da
entidades de tutela, incluindo reuniões,
maior importância para assegurar um funcionamento qualificado
visitas, contactos, pareceres e orientações.
aos museus, acautelando acções adequadas face às situações mais
Desaguando no trabalho de terreno actual-
diversas em consonância com a missão e a vocação assumida pelos
mente em curso, mediante visitas a todos
museus. Os patrimónios à sua guarda e os públicos a quem o seu
os museus da RPM, e do qual se dá conta
trabalho se destina são o fulcro da sistematização do trabalho que
nas páginas deste boletim, esta fase
estes documentos preconizam.
representa uma aferição prática dos
Desde finais de Outubro, foram então efectuadas visitas a dezoito
requisitos legalmente estabelecidos, da sua
museus:
aplicabilidade e da sua relevância para
Museu Municipal de Aljustrel
a elevação da qualidade do trabalho
Museu Municipal de Santiago do Cacém
> Centro de Documentação –
Destaques
> Centro de Documentação
da RPM – Novos Serviços
> Concepção e Montagem da
exposição Malhoa e Bordalo –
Confluências de uma geração,
por João Herdade
> A Emergência e a Génese dos
Museus Industriais e de Empresa
em Portugal, por Jorge Custódio
> Notícias Museus RPM
> Em Agenda
> Outras Notícias
. 6.º Encontro do Comité dos Museus
Casas Históricas do ICOM-DEMHIST
. Os Amigos dos Museus de Portugal
reuniram-se em Congresso
. Colaboração entre os Ministérios
da Educação e da Cultura
> Dissertações
> Encontros
(cont. na página 2)
(cont. na página 2)
(continuação da página anterior)
museológico, aspecto que sem sombra de dúvidas temos
Instituto Português de Museus, mantendo a Estrutura
presencialmente confirmado.
de Missão na minha dependência directa e prosseguindo
Da acção da Estrutura de Missão importa também
esta a sua actividade e o seu funcionamento, de acordo
salientar neste virar do ano as melhorias introduzidas
com as respectivas linhas programáticas. Com esta
no Centro de Documentação da RPM, através da oferta
mudança, crendo dar o meu contributo às linhas de
de novos serviços, de maior comunicação regular com
trabalho definidas para a política museológica nacional,
os utentes e de extensão do tempo de abertura ao público.
espero também uma maior articulação entre a Estrutura
É com satisfação que neste boletim anunciamos essas
de Missão e os serviços do IPM com reflexo na maior
mudanças, que estarão disponíveis a partir de Janeiro.
cooperação entre os museus desta rede.
Cabem também nesta edição do Boletim as muitas notícias
Num cenário nacional de dificuldades e de contenção
sobre a actividade dos museus da RPM e o crescimento
financeira, não deixou o Programa de Apoio à Qualificação
da nova rubrica dedicada às edições destes museus, que
de Museus da RPM de ser também atingido pelos
registou um exponencial crescimento. Dois olhares
problemas que actualmente afectam o País. A atribuição
exteriores concorrem para os artigos desta edição: João
dos apoios financeiros aos museus que tinham candida-
Herdade, chefe da divisão de projectos e obras do IPM,
tado os seus projectos ao abrigo daquele Programa foi
traz-nos a visão do arquitecto no relato e análise da
infelizmente protelada para o primeiro semestre de 2006,
exposição Malhoa e Bordalo – Confluências de uma
esperando-se uma regularização desses mesmos apoios
geração; Jorge Custódio, director do Convento de Cristo
em concomitância com o lançamento de um novo
e reconhecido especialista de património industrial, faz-
regulamento e de um novo programa de apoio financeiro
-nos o ponto de situação sobre a génese dos museus
que se almeja entre em vigor a partir do início de 2007.
industriais em Portugal.
As alterações de gestão introduzidas a partir do mês
A Subdirectora do Instituto Português de Museus,
de Novembro levaram-me a assumir a subdirecção do
Clara Camacho
(continuação da página anterior)
Museus em transição –
Visitas de acompanhamento
Museu Pedro Nunes (Alcácer do Sal)
Efectuadas pela equipa técnica da Estrutura de Missão
Museu de Mértola
RPM, algumas das visitas aos museus contaram com
Museu do Brinquedo (Sintra)
a presença da Subdirectora do Instituto Português de
Museu Anjos Teixeira (Sintra)
Museus e duas, respectivamente, ao Museu da Casa
Museu Ferreira de Castro (Sintra)
Grande em Freixo de Numão e ao Museu Municipal
Museu José Luciano de Castro (Anadia)
de Esposende, com a participação da Directora do
Museu da Pedra (Cantanhede)
Museu da Guarda e da Directora do Museu de Alberto
Museu Amadeo de Souza Cardoso (Amarante)
Sampaio, numa perspectiva de articulação regional.
Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real
Foi evidente o empenhamento e o esforço dos
Museu Municipal de Benavente
responsáveis e dos técnicos da maior parte dos museus
Museu Leonel Trindade (Torres Vedras)
no cumprimento das recomendações constantes nos
Museu da Casa Grande (Freixo de Numão, Vila Nova
Relatórios de Adesão à RPM e na sua adequação ao
de Foz Côa) Museu da Pólvora Negra (Barcarena, Oeiras)
novo quadro legal. Alguns museus já dispõem de
Museu Municipal de Vale de Cambra
documentos obrigatórios elaborados, solicitando agora
Museu Municipal de Coruche
o parecer à EMRPM para posterior aprovação por parte
Museu Municipal de Esposende
da sua tutela. Muitas vezes já têm cumpridos quesitos
2 | Boletim Trimestral
Notícias RPM
anteriormente em falta, como o implementação de
Na sua maioria, as visitas realizadas aos museus
um serviço educativo, a informatização do inventário,
permitiram verificar a evolução de uma importante
a monitorização das condições de conservação e a
área de comunicação com os públicos: as edições e
adequada organização das reservas. Outros museus
os materiais pedagógicos. A recente criação de uma
têm em curso a elaboração dos documentos e alguns
secção específica para a divulgação das edições dos
projectos para concretização de vertentes de trabalho
museus da RPM neste Boletim visa dar conta deste
lacunares. Têm sido notórios os resultados do recurso
aspecto que o contacto com os museus in loco também
a consultorias técnicas promovidas pela EMRPM,
veio reforçar (V. notícias pp. 23-25). Algumas com apoio
sobretudo na área da conservação preventiva.
da RPM através do Programa de Apoio à Qualificação
Mas nem todos os museus visitados têm caminhado
de Museus, as edições dos museus espelham o avanço
a bom passo, tendo mesmo algumas das visitas
no conhecimento das respectivas colecções e oferecem
revelado grandes dificuldades em manter a qualidade
ao público a possibilidade de explorar e de aprofundar
de trabalho desejável a uma instituição museológica.
determinadas temáticas.
Algumas áreas continuam a necessitar de recursos
As visitas aos restantes museus que integram a RPM
técnicos, financeiros e humanos especializados para
irão continuar ao longo do primeiro semestre de 2006,
colmatar carências fundamentais que se repercutem
estando a EMRPM disponível para articular linhas de
nos serviços disponibilizados ao público e na preservação
trabalho e para prestar o apoio e o aconselhamento
das respectivas colecções.
considerados oportunos por parte dos museus. ❚
Práticas de Conservação Preventiva
em Museus da RPM
No âmbito do trabalho com os museus que integram
particular localizados nas regiões de Lisboa e Vale do
a Rede Portuguesa de Museus e das suas linhas de
Tejo (11) e do Algarve (7), sendo menos expressiva a
acção, a Estrutura de Missão RPM tem como propósito
participação de profissionais de outras regiões (2 do
estimular o encontro entre estes museus para debater
Alentejo e 1 do Norte); de outros museus e de outras
determinadas vertentes do trabalho museológico e para
entidades estiveram presentes quinze profissionais
reforçar laços regionais e afinidades de campos temáticos.
(9 do Algarve, 5 do Alentejo e 1 do Norte).
Foi nesta perspectiva que no dia 23 de Setembro de
À sessão de abertura seguiu-se a apresentação de Nuno
2005 foi organizado um Encontro dedicado às Práticas
Moreira, consultor da RPM, intitulada “Experiências de
de Conservação Preventiva em Museus da RPM no Museu
apoio técnico a museus da RPM na área da conservação
Municipal de Faro.
preventiva”, que suscitou um amplo debate.
O referido Encontro, que contou com a preciosa
Susana Paté, Técnica de Conservação do Museu Municipal
colaboração do museu anfitrião, teve como objectivos
de Faro abordou “A área da conservação preventiva
a apresentação de práticas e de projectos desenvolvidos
no Museu Municipal de Faro”, cuja visita posterior ao
na área da conservação preventiva por museus da
laboratório de conservação e restauro e às reservas
RPM, o debate sobre os problemas que afectam as
permitiu observar in loco os equipamentos utilizados
suas colecções, as formas de actuação e os resultados
e algumas das práticas e soluções adoptadas para
obtidos, bem como a reflexão sobre os contributos
assegurar a preservação das colecções.
do Programa de Apoio Técnico.
Ana Isabel Palma Santos, Mathias Tissot e João Almeida,
Aberto a todos os museus do País, o Encontro contou
Técnicos do Museu Nacional de Arqueologia, com a
com trinta e seis participantes, dos quais se destacam
comunicação “As reservas do Museu Nacional de
vinte e um profissionais de museus da RPM, em
Arqueologia” explicitaram os problemas com que se
Rede Portuguesa de Museus | 3
confronta diariamente o museu e as soluções encontradas
face às especificidades patrimoniais e a uma estrutura
para os ultrapassar.
territorial descentralizada”.
José Gameiro, responsável do Museu Municipal de
Foi evidente a singularidade de cada uma das experiências
Portimão, partilhou a sua experiência através da
ressaltadas, o que contribuiu para reflectir sobre
comunicação “Conservação preventiva, estratégias de
preocupações com que os museus se debatem no seu
aplicação no Museu Municipal de Portimão”.
dia-a-dia e sobre as estratégias possíveis para diminuir
Graça Filipe e Ana Luísa Duarte, respectivamente
os efeitos de variados agentes de degradação das
responsável e técnica do Ecomuseu Municipal do
colecções, tendo sido considerados muito úteis o apoio
Seixal, apresentaram “Conservação preventiva no
técnico da RPM e a necessidade de formação especializada
Ecomuseu Municipal do Seixal – problemas e práticas
e atenta para lidar com estes problemas. ❚
Participação em Encontros
O Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de
de Cascais. Neste Congresso, a Subdirectora do IPM
Museus marcou presença e deu o seu contributo no
apresentou a comunicação intitulada “Amigos dos
I Congresso da Federação de Amigos dos Museus de
Museus – A perspectiva do Instituto Português de
Portugal, subordinado ao tema Os Amigos dos Museus,
Museus”, destacando de entre os cento e vinte museus
elementos activos nas estratégias dos museus, que decorreu
que integram a RPM trinta e dois museus com associações
de 17 a 19 de Novembro de 2005 no Centro Cultural
ou grupos de amigos activos. (Ver notícia p. 30). ❚
Reunião de trabalho com os museus
dos Açores
Na ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, nos dias 9
ao longo dos últimos quatro anos, a realização de:
e 10 de Novembro, foi realizada uma reunião de
quatro reuniões de trabalho e de diversas visitas aos
trabalho entre os responsáveis dos museus dependentes
museus da DRC dos Açores; a publicação de notícias
da Direcção Regional de Cultura dos Açores localizados
sobre actividades dos referidos museus no Site e no
nas diversas ilhas que constituem o arquipélago: Museu
Boletim da RPM, a sua divulgação no Roteiro dos
Carlos Machado (São Miguel), Museu da Graciosa,
Museus da RPM e no Site da RPM; a organização de
Museu da Horta (Faial), Museu das Flores, Museu de
acções de formação; e a prestação de apoio técnico
Angra do Heroísmo (Terceira), Museu de Santa Maria,
na área da educação em museus ao Museu de São
Museu de São Jorge e Museu do Pico.
Jorge e na área do inventário e documentação ao
No âmbito da cooperação estabelecida por protocolo
Museu do Pico – Museu da Indústria Baleeira.
entre o Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa
No que respeita à Lei Quadro dos Museus Portugueses,
de Museus e a Direcção Regional de Cultura dos
é de salientar o trabalho em curso nos museus referidos,
Açores, e na sequência da adesão à RPM dos museus
já muito avançado, de adequação aos quesitos exigidos,
dependentes dessa Direcção, participaram nesta reunião
como a elaboração de documentos obrigatórios.
a Subdirectora do IPM e a Coordenadora Adjunta da
Na perspectiva da cooperação futura, foi proposto o
RPM. No quadro da RPM, são de ressaltar os seguintes
reforço de acções no âmbito da informação e divul-
assuntos tratados: 1) Balanço da cooperação RPM-
gação dos museus dependentes da DRC dos Açores,
-DRC/museus dos Açores; 2) O momento actual: Lei
da formação dos seus profissionais e do apoio técnico
Quadro dos Museus Portugueses; 3) Cooperação futura.
a estes museus em vertentes do trabalho museológico
Quanto ao balanço da cooperação, importa referir,
consideradas necessárias. ❚
4 | Boletim Trimestral
Centro de Documentação
O debate, a exploração teórica e a análise crítica do museu são o
oferecem reflexões críticas acerca de museus e exposições, recorrendo,
eixo comum que liga as obras em Destaque neste Boletim. A
nas suas análises, a contributos da sociologia, antropologia, etnografia
interdisciplinaridade e a reflexão sobre o papel do museu na sociedade
e psicanálise, colocando, deste modo, a investigação museológica
contemporânea, numa perspectiva histórica, são o traço de união
no contexto mais abrangente da teoria social e cultural. Finalmente,
dos textos reunidos na primeira obra em Destaque. The museum in
Museums, objects and collections: a cultural study centra a sua análise
transition: a philosophical perspective valoriza a análise filosófica da
na relação museu-objectos-colecções, através do exame da natureza
natureza e do papel do museu num contexto de transformação,
do coleccionismo e dos objectos e da construção de modelos teóricos
interrogando o museu enquanto produtor de experiências e mediador
de interpretação. De cada uma das obras destaca-se a respectiva
entre o público e o objecto. Na terceira obra seleccionada, os autores
referência bibliográfica e um resumo sumário.
Destaques
TÍTULO: Museum studies: an anthology of contexts
Resumo: Esta antologia, editada por Bettina Messias Carbonell, reúne
AUTORES: ed. Bettina Messias Carbonell
um conjunto de textos acerca dos museus, numa perspectiva histórica
PUBLICAÇÃO: Oxford: Blackwell, 2004
e interdisciplinar, relacionando-os com a arte, cultura e filosofia e
DESC. FÍSICA: xxxiii, 640 p.
analisando o seu papel na sociedade contemporânea. Estruturado em
ISBN: 0-631-22830-6
cinco secções – Museologia; Estados da “natureza” no museu: história
natural, antropologia, etnologia; Estatuto das nações e o museu; História
no museu; Artes, ofícios e público – o livro é uma obra de referência
para profissionais e estudantes dos museus e da museologia.
TÍTULO: The museum in transition: a philosophical
perspective
AUTORES: Hilde S. Hein
Resumo: Numa perspectiva filosófica, a Autora analisa a existência dos
museus num mundo em transição social, tecnológica, cultural e ideológica,
interrogando o museu quanto à sua natureza, objectivos e funções. Tentando
PUBLICAÇÃO: Washington: Smithsonian Institution,
2000
responder às questões: Porque existe o museu? O que tem para oferecer?
O que pode o museu ensinar e como? A Autora aponta a sua reflexão
DESC. FÍSICA: 203 p.
para a relação que o museu estabelece com as colecções e com a
ISBN: 1-56098-396-5
comunidade, para o cumprimento da sua função educativa e social, para
a promoção da experiência face ao objecto, da globalização face à identidade
e para as implicações éticas, estéticas e epistemológicas da mudança.
TÍTULO: Theorising museums
Resumo: Editada pelos sociólogos Sharon Macdonald e Gordon Fyfe, esta obra
AUTORES: ed. Sharon MacDonald, Gordon Fyfe
reúne um conjunto de textos de diversos especialistas – antropólogos, sociólogos
PUBLICAÇÃO: Oxford: Blackwell, 1996
e museólogos – acerca do museu e da sua prática, no âmbito da teoria social
DESC. FÍSICA: 236 p.
e cultural contemporânea. Ao longo do texto, dividido em três partes –
ISBN: 0-631-20151-3
Contextos: espaço e tempo; Contestação: diferenças e identidades; Conteúdos:
classificações e prática –, os Autores constroem teorias e fomentam o debate
em torno de questões de identidade e diversidade, conhecimento e poder,
tempo e espaço, globalização e consumo, analisando estudos de caso
exemplificativos das problemáticas desenvolvidas.
TÍTULO: Museums, objects and collections: a cultural study
Resumo: Alicerçada numa sólida base teórico-prática e tendo por
AUTORA: Susan M. Pearce
princípio estruturante a noção das colecções como elemento fulcral
PUBLICAÇÃO: London; New York: Leicester University
Press, 1992
do trabalho museológico, a Autora explora a natureza da inter-
DESC. FÍSICA: 296 p.
COLECÇÃO: Leicester Museum Studies
ISBN: 0-7185-1442-4
relação museu-objectos-colecções. Partindo do enquadramento
histórico dos museus e do coleccionismo, e recorrendo frequentemente à apresentação de casos ilustrativos, a obra avança pela
linguagem simbólica dos objectos, das colecções e exposições,
discutindo a natureza do coleccionismo, o significado dos objectos
e os problemas que se colocam, nesta área, aos profissionais de
museus.
Rede Portuguesa de Museus | 5
Centro de Documentação da RPM
– Novos Serviços
A partir de Janeiro de 2006, o Centro de Documentação
que corresponda às áreas de interesse seleccionadas.
da Rede Portuguesa de Museus irá colocar novos
No Centro de Documentação on-line (http://www.
serviços à disposição dos utilizadores e introduzir
rpmuseus-pt.org/), além da consulta do catálogo, de
alterações ao seu funcionamento:
bibliografias temáticas e dos Destaques publicados no
– Boletim Bibliográfico
Boletim, será possível aceder à listagem de documentação
De periodicidade trimestral, para divulgação de novas
existente no Centro de Documentação, designadamente
incorporações no catálogo, bastando, para o receber,
Publicações Periódicas, Bases de Dados de Publicações
enviar o pedido para o correio electrónico do Centro
Periódicas on-line, Trabalhos de Investigação, Edições
de Documentação ([email protected]).
apoiadas pelo PAQM e referências bibliográficas
– Serviço de Difusão Selectiva de Informação
organizadas em Dossiês Temáticos.
Serviço personalizado de difusão da informação, a solicitar
O Centro de Documentação passará a estar aberto
mediante o preenchimento de uma ficha de adesão
ao público três tardes por semana – segundas, quartas
(disponível no site da Rede Portuguesa de Museus)
e sextas-feiras, das 14h30 às 18h30, sendo sempre
e do seu envio para o Centro de Documentação.
aconselhável a marcação prévia de consulta através
A partir desse momento, o utilizador será informado
do telefone 21 361 74 90 ou do correio electrónico
sempre que dê entrada no CD RPM documentação
[email protected]. ❚
Artigo
Concepção e Montagem da exposição
Malhoa e Bordalo
– Confluências de uma geração
João Herdade*
* Arquitecto. Chefe da Divisão de Projectos
e Obras do Instituto Português de Museus
Introdução
particular sobre os espaços e as especificidades dos
A Divisão de Projectos e Obras (DPO) do Instituto
museus que resulta numa mais valia de qualidade
Português de Museus (IPM) tem vindo, no âmbito
e numa economia de custos que, dados os recursos
das suas atribuições, a ser solicitada pelos museus
escassos, é um objectivo essencial a prosseguir.
do IPM para a elaboração de projectos de requali-
Desde 2004 que a DPO tem vindo a colaborar
ficação de espaços expositivos, quer em relação à
estreitamente com o Museu de Cerâmica das Caldas,
reformulação das exposições permanentes de alguns
onde foram realizados os projectos de duas
museus, como nos Museus de Alberto Sampaio e
exposições temporárias relacionadas com Rafael
D. Diogo de Sousa, quer no acompanhamento de
Bordalo Pinheiro e seu filho Manuel Gustavo e feitas
outros projectos por equipas exteriores. Por outro
experiências e investigação sobre os conceitos de
lado, ao longo dos anos tem executado variados
acessibilidade e a sua tradução nos projectos expositi-
projectos de exposições temporárias sempre que os
vos. Por outro lado, desde há largos anos temos
museus assim o solicitam, o que tem permitido
vindo a acompanhar o projecto de remodelação e
acumular uma experiência e um conhecimento
ampliação do Museu José Malhoa e os problemas
6 | Boletim Trimestral
colocados pela reformulação da exposição permanente.
Requisitos/Condicionantes/Requalificação da sala
Nesta linha da actuação, a Directora do Museu e a
Malhoa
Direcção do IPM decidiram encarregar a DPO de
No início deste projecto, a maior condicionante era
conceber o projecto da exposição tendo como
a obra de reabilitação da cobertura da “Sala Malhoa”
parâmetros de trabalho a necessidade absoluta de
que, devido a problemas estruturais, teve de ser
controlar os custos da montagem de modo a não
objecto de uma completa substituição da estrutura
exceder os limites definidos e de assegurar a sua
existente. O ataque generalizado por xilófagos levou
realização nos prazos extremamente curtos que o
à rotura dos apoios das asnas e consequente risco
museu dispunha para a realizar. Outro objectivo
de colapso da cobertura.
seria que a apresentação desta importante exposição
A solução projectada pela Direcção-Geral de Edifícios
fosse marcante e distinta relativamente à imagem
e Monumentos Nacionais – DGEMN consistiu na
e concepção museográfica que o museu tem criado
sua substituição por outra estrutura em peças de
ao longo dos anos.
madeira lamelada colada com a mesma geometria.
Aproveitou-se igualmente para substituir as placas
Programa
da clarabóia em policarbonato e introduzir uma nova
O programa desta exposição foi elaborado pela
solução para o sobre-céu da sala. Esta solução estava
Directora do museu, Dr.ª Matilde Tomaz do Couto,
prevista no projecto de remodelação e ampliação do
com a colaboração da Dr.ª Cristina Azevedo Tavares.
museu do Arqº João Santa-Rita que teve o apoio do
A exposição pretendia comemorar os 150 anos do
Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC
nascimento de José Malhoa e o centenário da morte
no estudo da ventilação natural das salas. Este projecto
de Rafael Bordalo Pinheiro através do confronto
tem como objectivo melhorar o isolamento térmico
entre as duas personalidades no enquadramento da
da cobertura através da introdução de chapas de
geração de artistas a que pertenceram.
policarbonato dotadas de registos que evitem que o
Foi fornecido um CD ROM contendo a listagem de
calor de aquecimento da sala se escape no Inverno
326 peças e fotografias digitalizadas de todos os
através da clarabóia. Por outro lado, prevê-se a
objectos.
substituição dos vidros do sobre-céu existente por
Posteriormente, em reuniões sucessivas de apresen-
outros temperados e dotados de película que previna
tação e de discussão do projecto, foi-se reduzindo
a eventual queda de fragmentos em caso de quebra.
a presença de alguns núcleos de peças, em particular
Esta obra tinha um prazo de execução de 2 meses
na sala Bordalo Pinheiro, e noutros casos adicionan-
estando a abertura da exposição condicionada pela
do-se peças que melhoraram o enquadramento de
sua conclusão. Os riscos inerentes à sua execução
alguns objectos, como o mobiliário do atelier de
não eram compatíveis com a presença de obras de
José Malhoa.
arte no interior do museu, o que implicava que a
data de abertura era factor condicionante no início
Espaço no edifício
da montagem da exposição.
Os espaços em que se pretendiam instalar a
Pretendia-se ainda promover uma requalificação da
exposição são os existentes no Museu, não se
entrada do museu, sem que houvesse implicações
definindo à partida se esta iria abarcar a totalidade
significativas com custos.
das salas. Havia a necessidade de manter aberta a
sala onde se encontram as peças de escultura de
Percurso expositivo
maior dimensão, bem como encontrar uma zona
Foi elaborado um primeiro estudo de distribuição
para reserva temporária das peças do museu que
das peças pelo espaço, com o desenho de cada obra
seriam armazenadas pela desmontagem das salas
à escala e que se destinava exclusivamente a avaliar
onde normalmente se encontravam expostas.
as necessidades de espaço para cada núcleo expositivo.
Rede Portuguesa de Museus | 7
Este trabalho implicou a representação em planta
de cada quadro e objecto com as dimensões exactas
incluindo molduras.
Deste trabalho resultou que a exposição teria que
ocupar nove salas, reservando-se a sala 11 do museu
para instalação de uma reserva temporária para
armazenamento de peças e materiais expositivos.
O percurso terminaria na sala 8 na qual era possível
passar directamente para o claustro e continuar para
a saída do museu ou prosseguir a visita pelas restantes
salas de exposição permanente que permaneceriam
sem alterações e que levariam o visitante de novo
que se iria aproveitar a iluminação natural das salas
até à entrada do museu/loja.
sem adicionar novo equipamento.
Foi necessário ainda manter nas salas duas obras
Preparação das salas de exposição
que, pelas suas dimensões, não era viável, nem prá-
O Museu deparava-se já há vários anos com a ausência
tico, efectuar a sua deslocação, ocultando-as através
de trabalhos de manutenção nos espaços expositivos,
de painéis.
pelo que foi necessário proceder à reparação das
Apesar destas balizas, entendia-se que a concepção
paredes e dos tectos do percurso expositivo, operação
da exposição deveria propor uma rotura com a
que foi feita de forma faseada ainda com o museu
imagem habitual que o museu tinha, imprimindo
aberto ao público.
uma linguagem mais afirmativa e que permitisse criar
uma identidade distinta entre os diferentes núcleos
Planeamento
da exposição.
Apesar de o primeiro guião da exposição ter sido
Propôs-se assim, desde o princípio, a introdução de
entregue com bastante antecedência, o facto da
elementos arquitectónicos no início de cada núcleo
Divisão de Projectos e Obras estar envolvida na
que seriam idênticos, mas que permitiriam em
montagem de outra exposição levou a que se
simultâneo: marcar a entrada nesse núcleo, comunicar
dispusesse de um tempo muito reduzido para a sua
ao visitante a informação essencial para a sua
concepção e montagem. Por outro lado, o atraso e a
compreensão e caracterização e associar a cada
complexidade dos trabalhos de reabilitação da
núcleo uma cor distinta que seria o elo de ligação
cobertura na sala Malhoa já referidos eram condicio-
visual entre todas as peças expostas nesse espaço.
nantes para o início da montagem.
Inicialmente pensou-se que se deveria conceber um
elemento tridimensional distinto, solto no espaço.
Concepção do projecto
Depois estudou-se outra solução que partia do
Na concepção do projecto da exposição procurou-se
aproveitamento dos painéis existentes, adaptando
como princípio utilizar todo o equipamento expositivo
uma pala horizontal que os ligaria à parede.
existente no museu, uma vez que se pretendia limitar
Esta barreira permitia, por um lado, que se estabelecesse
ao máximo os custos com a montagem. Por outro
um momento de pausa antes da entrada no núcleo
lado, uma vez que o museu iria a curto prazo ser
expositivo e que evitasse que as obras fossem aperce-
fechado para obras de remodelação não fazia sentido
bidas de imediato, ganhando assim um momento
estar a investir em novos suportes expositivos que
de adaptação ao novo núcleo. Outro objectivo era
poderiam não ser adequados à nova intervenção.
que a frente desse painel servisse para se anunciar
Assim, para além de se utilizarem todos os painéis e
o nome do núcleo e no seu tardoz houvesse um texto
vitrinas existentes, também se partia do princípio
explicativo do mesmo.
8 | Boletim Trimestral
Foi proposto que no início da exposição se apresen-
cedo se constatou que o número de peças a expor
tassem os dois “protagonistas” Malhoa e Bordalo,
era excessivo em relação à capacidade da sala,
através de peças que os dessem a conhecer, retratos
propondo-se a retirada de vários objectos, uma vez
a óleo e bustos, sendo a sala imediatamente a seguir
que um dos núcleos fundamentais, onde se preten-
utilizada para a continuação da exposição da
dia expor “A Paixão de Cristo”, requeria uma escala
iconografia respectiva, de cada lado do espaço,
e ambiente próprio que importava diferenciar da
marcado por cores opostas. No eixo deste espaço,
restante produção artística de Bordalo.
de onde se iria iniciar a visita aos três núcleos princi-
Este núcleo levou ainda ao desenho de uma estrutura
pais da exposição, Malhoa, Rafael Bordalo e o Grupo
que pretendia recriar um espaço arquitectónico onde
do Leão, seriam colocados num painel retratos de
inserir a cena bíblica “Jesus em casa de Anaz”, criando-
figuras igualmente representativas e que por assim
-se um pórtico e uma base para a exposição das figuras
dizer anunciavam os temas e a produção que se
que serviam também para a apresentação do modelo
poderia ver nas restantes salas. Até à elaboração da
das peças e de desenhos executados como estudo de
solução final foram elaboradas vinte e sete versões
cenas diferentes.
diferentes, aperfeiçoando as soluções através de um
diálogo constante com a Directora do Museu, entre
Adaptação dos equipamentos expositivos
17 de Junho e 26 de Julho de 2005.
O museu dispunha de painéis de 3,0 m por 30 cm
de espessura, sendo aproveitados os com 1,83 m
Sala Malhoa
de largura para a marcação das entradas, sendo os
Este núcleo era o que comportava as peças de maior
restantes com 1,5 m de largura colocados como su-
dimensão, que seriam expostas em sub-núcleos que
portes de quadros e de reproduções digitalizadas.
importava delimitar. Para atingir este objectivo
As vitrinas existentes foram alteradas, de modo a
resolveu-se dividir a sala por painéis criando quatro
melhorar a sua estabilidade, através da colocação
zonas de obras agrupadas por temas, sem no entanto
de painéis entre as pernas de sustentação e que lhes
se pretender criar compartimentos separados para
conferiam também um aspecto mais sólido e uma
cada um deles. Estes painéis permitiam também que
volumetria menos “transparente”.
os diferentes núcleos se fossem descobrindo gradual
A generalidade dos painéis foi reparada, excepto
e sucessivamente, propondo um percurso de visita
nalguns casos em que se optou por construí-los
coerente, que começava nas “marinhas”, passando pela
novos, dado o grau de degradação das superfícies
pintura de costumes, retrato e terminando na pintura
com repinturas sucessivas e que impediam a colagem
de elementos arquitectónicos.
de imagens e letras em vinil.
Nesta sala pretendia-se uma visão pontual do núcleo
Foram ainda construídos novos painéis necessários
seguinte da exposição e da sua obra emblemática “O
para obras de grandes dimensões, como o quadro
Grupo do Leão”, atingindo-se esse objectivo pela colo-
do “Grupo do Leão”, o “Julgamento do Marquês de
cação ao eixo da sala da pintura, no corredor envolvente
Pombal”, ou para a exposição do tecto da sala.
e fazendo a separação através de um banco colocado
Ainda relativamente aos painéis das entradas procurou
no vão da sala que servia igualmente para a sua
realçar-se a zona dos títulos dos núcleos criando nas
contemplação e como momento de repouso na visita.
palas rasgos com a dimensão dos textos, de modo a
realçar com luz natural proveniente das clarabóias
Sala Rafael Bordalo Pinheiro
das salas a superfície onde o texto era aplicado.
Esta sala foi, sem dúvida, a mais complexa de
organizar pelo número de peças e documentos a
Montagem
expor e também por a sua configuração obrigar a
Uma vez que se estimava que o custo da exposição
um percurso de retorno pelo mesmo espaço. Desde
não ultrapassasse os 25.000 € foi iniciado um processo
Rede Portuguesa de Museus | 9
de consulta prévia a cinco empresas com provas
no pórtico. Os valores de intensidade luminosa revela-
dadas neste tipo de trabalho.
ram-se sobretudo na Sala Malhoa com alguns picos
Obtiveram-se valores bastante díspares, propondo-se
de excesso de luz, apesar de a filtragem dos U.V. estar
a adjudicação dos trabalhos à firma que apresentou
assegurada triplamente, ou seja: O policarbonato do
o preço mais baixo, no valor de 20.196.89 €.
revestimento exterior das asnas, bem como o colocado
A montagem da exposição iniciou-se com a monta-
para reforço do isolamento térmico têm ambos
gem dos painéis em MDF que eram aparafusados
filtragem incorporada. Para além disso a película colada
por troços de modo a permitir a sua desmontagem
nos vidros do sobre céu possui também um filtro U.V..
posterior e facilidade de armazenagem.
Constatou-se apesar disso, nessa mesma sala, a neces-
Os painéis foram de seguida pintados com tinta de
sidade de para o final da tarde ligar a iluminação
base aquosa, sendo necessário primeiro uma camada
fluorescente para garantir uma visibilidade adequada
de tinta branca previamente à aplicação da tinta
das peças.
de cor. No caso do amarelo, foram preciso até quatro
O facto de todas as salas possuírem pé-direito elevado
camadas de tinta para se conseguir a homogeneidade
e de estarem pintadas de branco resultou numa
pretendida. Os quadros foram fixos utilizando o
iluminação uniforme das peças sem necessidade de
tubo de suspensão existente nas salas do museu e
iluminação pontual, mesmo nos objectos expostos
suspensos com cabos, sendo utilizadas escápulas e
dentro de vitrinas.
parafusos quando a montagem era feita directamente
nos painéis de MDF.
Grafismo
A colocação das estátuas, em alguns casos, implicou
O projecto gráfico da exposição foi desenvolvido pela
a criação de apoios próprios, como nos casos das peças
TVM designers, que assegurou a composição do catálogo.
de Simões de Almeida e Moreira Rato, ou em peças de
A produção foi feita pela Oficina de Museus, que montou
menor peso e dimensão foram utilizadas as bases das
todos os textos de sala, produziu e forneceu as placas
vitrinas com os reforços já referidos.
de legenda, bem como os telões exteriores e cartazes.
Procedeu-se a uma reorganização do espaço na entrada,
O facto de se terem utilizado cinco cores diferentes
retirando-se algum mobiliário e dispondo as vitrinas
para os núcleos revelou-se uma complicação adicional
existentes de ambos os lados do percurso no fim da
à época da montagem de exposição (Agosto/Setembro)
visita. As vitrinas foram esvaziadas e escolhida uma
pela dificuldade de encontrar no mercado as placas em
gama mais limitada de peças para melhorar a leitura
vinil com os tons pretendidos, que deveriam corres-
e atractividade. Utilizaram-se os plintos de madeira
ponder às cores básicas empregues nos suportes, painéis
existentes para expor livros no eixo da sala, escolhendo-
e vitrinas de cada sala, a adaptações e aproximações
-se propositadamente obras directamente relacionadas
com resultados por vezes não muito conseguidos.
com os artistas representados nesta exposição. Nos
plintos individuais colocados em frente da bilheteira
Conclusões
e junto ao painel com a ficha técnica da exposição
Desta experiência importa retirar algumas conclusões.
criaram-se “pilhas” de catálogos da exposição.
Em primeiro lugar, é essencial verificar com o Comissário da exposição que a listagem das peças entregue
Iluminação
contém todos os elementos necessários à caracterização
Como foi referido, utilizou-se a iluminação ambiente
das obras expostas. Neste caso, verificou-se que várias
proveniente das clarabóias das salas, apenas no caso
publicações que se pretendiam expor não estavam
do conjunto da “Paixão de Cristo” foram introduzidos
digitalizadas para, por exemplo, permitir a sua amplia-
dois projectores de halogéneo junto à base das peças
ção ou para serem tratadas pelo designer gráfico.
para criar uma efeito mais dramático de iluminação,
Muitas vezes não foi possível expor todas as peças, da-
que era balançado pelas duas aberturas pontuais feitas
da a exiguidade do espaço ou pela sua apresentação
10 | Boletim Trimestral
ser mais eficaz através de ampliação fotográfica em
A quarta conclusão é que é possível, pela reutilização
painéis. Noutras peças (esculturas) não se dispunham
dos equipamentos expositivos existentes, reduzir
de dimensões fiáveis para conceber suportes e bases
significativamente os custos e os tempos de mon-
com o rigor adequado.
tagem. O facto de se utilizarem painéis e módulos
A segunda conclusão é que é essencial uma avaliação
de vitrinas com dimensões iguais permitiu a fabricação
permanente das soluções que projectamos. Investigar
em série com a redução de custos inerente. Por outro
e propor soluções alternativas para a disposição das
lado, permitiu com facilidade alterações no posiciona-
peças. Este trabalho sobre a organização espacial da
mento e disposição dos mesmos, mesmo já durante a
exposição e o confronto com as ideias que o Comissá-
montagem com as peças, sem custos adicionais, o que
rio da exposição pretende transmitir ao público
resultou num custo final da exposição de 37.320 €.
permitiu aclarar alguns conceitos e avaliar a eficácia
A última conclusão respeita à gama e tom das cores
do discurso e da forma como as obras se devem
utilizadas. Como já foi expresso, pretendeu-se criar
apresentar. Permite ainda verificar e validar o número
uma marcação cromática forte em cada núcleo através
e qualidade das obras, sendo necessário por vezes re-
da escolha de cores primárias, complementadas com
tirar peças para permitir uma exposição mais equili-
a sua utilização nas tabelas das peças. Embora se tenham
brada do conjunto.
registado críticas a estas opções cromáticas, a generali-
Como terceira conclusão, verificou-se que a finalização
dade dos comentários que o museu nos fez chegar
dos trabalhos de reabilitação das salas foram condicio-
foram de bom acolhimento a esta “inovação” na ima-
nantes no planeamento da montagem, obrigando a
gem habitual do museu. Da nossa parte, entendemos
um esforço adicional de coordenação dos diferentes
que a aplicação da cor nas tabelas não resultou como
trabalhos, salientando-se a necessidade de um planea-
esperávamos, mesmo tendo em conta as dificuldades
mento rigoroso do encadeado de acções para se cum-
encontradas em fazer corresponder as cores disponíveis
prirem os prazos estabelecidos, considerando margens
no mercado às referências das cores dos painéis.
para atrasos que sempre acabam por ocorrer.
Novembro de 2005 ❚
A Emergência e a Génese dos Museus
Industriais e de Empresa em Portugal
* Director do Convento de Cristo
Jorge Custódio*
Nos últimos tempos, a museologia portuguesa
a “Casa da Luz” do Funchal, um museu dedicado à
contemporânea salientou-se a nível internacional. Em
electricidade na Ilha da Madeira, foi distinguido, em
1990, o “Museu da Água Manuel da Maia”, uma criação
1998, com o Silver Otter Trophy, instituído pela British
da Empresa Pública das Águas Livres, foi galardoado
Guild of Travel Writers, para o melhor projecto de
como o melhor museu do ano pelo Conselho da
turismo cultural em país estrangeiro.
O Museu da Água Manuel da Maia é o
Europa . Onze anos depois, em Pisa, o “Museu da
Que razões culturais, sociais e museológicas explicam
único museu português com este prémio
Cortiça da Fábrica do Inglês” foi distinguido com o
os quatro casos de sucesso? Tratar-se-iam de acon-
prémio Luigi Michelleti, para o melhor museu industrial
tecimentos extraordinários e ocasionais ou, pelo contrário,
D. João V encarregado da obra de constru-
europeu do ano. No ano seguinte, o Museu da Cerâmica
resultados evidentes de uma tradição museológica
ção do Aqueduto de Águas Livres.
de Sacavém alcançou o mesmo galardão. Entretanto,
profundamente estruturada e/ou institucionalizada?
1
internacional. Manuel da Maia (1677-
1
-1768) foi o engenheiro do tempo de
Rede Portuguesa de Museus | 11
Que motivos condicionaram o desenho da escolha
do objecto estético”4. Pelo contrário, permitem a
destes museus pelos diferentes júris internacionais?
descoisificação do objecto industrial pela apropriação
Até que ponto as novas constelações do património
da cadeia de produção e dos lugares que ocuparam o
cultural e as subsequentes especializações contextua-
empresário, o trabalhador e a máquina no contrato
lizaram uma sociologia da renovação da museologia
de transformação das matérias-primas em produtos.
do país, sobretudo a industrial?
Conferem-lhe novos valores alienados pela função
Este estudo não pretende responder em absoluto a
económica de produção. No próprio caso da valorização
todas as questões, mas sim apresentar o contexto geral
da arquitectura industrial, depreciam-lhe a efemeridade
da emergência e génese dos museus industriais, no
do económico, atribuindo-lhe um lugar nas arqui-
2
quadro cronológico dos anos 80 e 90.
tecturas contemporâneas, que urge salvaguardar e
ticas foi o Museu do Ferro da Região de
Convém perceber os conceitos, as metodologias e os
conservar. A “(re)incarnação” do trabalho no museu
paralelos que foram as razões constituintes dos quatro
– muitas vezes por mediação do próprio edifício ou
casos enunciados, já que parecem evidenciar inovação
mina, onde o operador tinha o seu lugar social
empresa Ferrominas, E.P.. Com a extinção
na museologia portuguesa dos últimos quinze anos,
determinado – desvenda as identidades ocultas,
desta empresa, o museu transitou para a
pondo em destaque a génese dos museus industriais
contribuindo para um melhor relacionamento dos
e de empresa reflectindo uma outra dimensão do
agentes sociais com o real e fomentando a consciência
cenário museológico português, tanto a nível nacional
histórica, social e técnica das comunidades. Num
de Moncorvo (cf. Museu do Ferro & da
(independentemente da congénita apatia da política
processo de reutilização dos bens culturais deixados
Região de Moncorvo. Centro de Interpre-
cultural do Estado, neste sector), como sobretudo a
pela civilização industrial, criam-se sinergias para a
tação, catálogo (coordenação de Jorge
nível regional e local. Se atendermos, simultaneamente,
participação, o desenvolvimento integrado, a comunica-
ao carácter universal do fenómeno da industrialização
ção, porque esses mesmos bens passam a ser entendidos
3
e da produção dos objectos arquitectónicos, tecno-
como recursos culturais. A fábrica ou a mina, com as
Kenneth Hudson, um dos mais importantes
lógicos, da sociologia do trabalho e da circulação e
suas soluções arquitectónicas e técnicas acabam por
teóricos da museologia contemporânea,
distribuição dos produtos fabricados (que lhe conferem
ser transformados/refuncionalizados em contentores
substância material e espacio-temporal), a dimensão
do próprio museu.
4
de uma museologia industrial não se limita ao espaço
Um contraponto a esta análise impõe-se, do ponto de
da globalização da cultura institucional:
das regiões fabris e do estado-nação, mas integra-se
vista da história dos museus industriais no nosso país.
o caso dos museus”, in IV Congresso Portu-
em comunidades mais latas de raiz e contexto interna-
“Portugal has no museum of science and technology,
cional, como a Europa, o Atlântico (no caso dos museus
no open-air museum and very few company museums.
da pesca e indústria baleeira) e as antigas colónias das
The emphasis in museums is on the art treasures, the
Industrial Archaeology of Europe, Bath:
metrópoles industriais.
wealth and the maritime and colonial power of
Adam & Dart, 1971, p. 122. A questão
Em Portugal, o nascimento, o desenvolvimento e o
Portugal’s great past, which was, however, quite a long
da inexistência de um museu central de
devir da salvaguarda e valorização do património e da
time ago” – era assim que Kenneth Hudson (1914-
arqueologia industrial constituíram os fundamentos
-1999) referia a situação dos museus portugueses em
culturais e as bases teóricas, conceptuais e de projecto
1971 numa famosa obra sobre o património industrial
6
do surto dos museus industriais, em curso desde 1984 .
europeu . Contrariando esta célebre afirmação, um
Vida da Empresa e o Papel dos Museus
No horizonte da museologia portuguesa, os museus
outro especialista da área e dos museus, o italiano
da indústria não se filiam nos paradigmas da
Maximo Negri, salientava vinte anos mais tarde uma
“influência” do poder institucional, até porque, ao
radical mudança de Portugal, no campo da museologia,
O primeiro museu com estas caracterís-
Moncorvo, inaugurado em Dezembro de
1984, no novo bairro mineiro da Salgueireda
(Carvalhal, Moncorvo), pertencente à antiga
vila de Torre de Moncorvo e renovou-se
com um centro de interpretação, passando a designar-se Museu do Ferro & da Região
Custódio e Nelson Campos), Torre de
Moncorvo, 2002, sobretudo pp. 20-41).
Para usar uma expressão muito cara a
in The Museums of Influence, Cambrigde:
Cambridge University Press, 1987.
Faria, Margarida Lima – “Etapas e limites
guês de Sociologia, Painel 7 – GT7-1, Lisboa,
1999, p. 2.
5
HUDSON, Kenneth – A Guide to the
ciência e técnica, referida pelo autor,
continua actual, face ao impasse existente
2
5
na instituição sediada em Coimbra.
Cf. NEGRI, Massimo – “Os Museus na
de Empresa na Arqueologia Industrial”.
In Colóquio da Associação Portuguesa de
3
Museus de Empresa, Lisboa: Museu da
Água, 1992 [policopiado].
7
Damos como exemplo de uma colecção
contrário dos museus do establishment oficial, não
ocorrida na última década do século passado. Segundo
consubstanciam – em oposição ao que afirmou
Negri, o nascimento de vários museus empresariais,
Margarida Lima de Faria para o caso das instituições-
constituía uma das apostas mais consequentes e criativas
-museu da ideologia nacionalista anterior ao 25 de
do movimento de salvaguarda e valorização do
Fábrica de Panos da Covilhã, fundada pelo
Abril de 1974 – “a separação, moderna, do sujeito e
património industrial em Portugal .
Marquês de Pombal, em 1769. Para além
em constituição, o caso do acervo que se
originou a partir da intervenção arqueológica
12 | Boletim Trimestral
6
no espaço da tinturaria pombalina da Real
dos objectos recolhidos aquando da
Ora a década de 90 constituiu um momento significa-
investigações técnicas, científicas e industriais, neces-
descoberta das estruturas e das duas fases
tivo na consciencialização do valor do património
sárias para conduzir o processo da musealização dos
industrial no contexto cultural, implicando um surto
edifícios, dos espaços e das colecções constituídas ou
de estudos, programas e projectos tanto de preservação
a constituir7.
que foram recolhidos na região (que fazem
dos monumentos e edifícios in situ, como de inovação
Os reflexos da criação e da institucionalização dos museus
hoje parte do acervo museológico), o inven-
no âmbito da criação de novos museus. As origens
industriais podem ainda testar-se na comunidade
deste movimento remontam aos finais dos anos 70 e
científica, envolvendo diversos encontros nacionais e
inícios de 80, quando a arqueologia industrial e a
internacionais, na génese de novos conceitos, como
(IPPAR), a necessária recolha de documenta-
valorização do património industrial foram divulgados
“museologia industrial” e “museus de empresa” e na
ção (um dos aspectos mais originais da
em Portugal, iniciando-se desde então várias exposições,
constituição de associações8 e grupos de trabalho para
a classificação de edifícios industriais, a teorização dos
a promoção e valorização dos projectos em curso.
primeiros museus industriais portugueses (Museu do
No quadro geral da problemática do património cultural
na Ribeira da Degoldra (já que o património
Ferro da Região de Moncorvo, o Ecomuseu do Seixal,
português, a «museologia industrial» (terminologia
fabril de José Mendes Veiga, o seu empresá-
Museu dos Lanifícios da Região da Covilhã e Museu
cuja audiência se alargou por toda a Europa e de forma
rio, foi objecto de uma exposição em 1987
do Vidro da Marinha Grande) e o lançamento das
bastante acentuada na Inglaterra9) apresentou-se como
“primeiras experiências” (de novo o Museu do Ferro,
uma importante alternativa para a salvaguarda e
PINHEIRO, Elisa, As Fábricas de José Mendes
em Moncorvo, o núcleo-sede e o Moinho Maré de
conservação do património industrial, tão desprotegido
Veiga e Sucessores. Exposição temporária. 30
Corroios do Ecomuseu do Seixal, o Museu da Água
ainda pelas autoridades públicas10. No quadro das
de Abril a 19 de Julho de 1987, in Cadernos
Manuel da Maia, em Lisboa).
transformações da paisagem industrial portuguesa das
O impulso gerado veio a caracterizar as diferentes
duas últimas décadas, a questão da criação de museus
tendências dos museus industriais em gestação, cujas
industriais e técnicos constituiu uma estratégia e uma
bases teóricas acabaram por beneficiar da polémica
forma de preservação da arquitectura do trabalho ou
entre a museologia tradicional/nova museologia no
dos espaços laborais, como também dos equipamentos
seio da comunidade dos museólogos, durante toda a
técnicos e máquinas e ainda da memória industrial
década. Deverá considerar-se que os novos museus
local, regional e colectiva. Muitos museus surgiram na
pretendam abrir museus à comunidade de
industriais vieram testemunhar a necessidade de
sequência da classificação de imóveis fabris (Central
modo à dar visibilidade aos seus patrimónios
renovação da museologia portuguesa, quer pelas
Tejo), da descoberta arqueológica de estruturas de
culturais.
novidades introduzidas, quer pelas problemáticas
trabalho (projecto do museu de sítio do Real Filatório
agendadas, quer ainda, em função da valorização de
de Chacim, em Macedo de Cavaleiros, núcleo museo-
Marilyn Palmer salientava o papel dos
objectos museológicos vulgares, efémeros ou de relativo
lógico da Tinturaria Pombalina da Real Fábrica de
museus industriais como factor de preserva-
valor documental. Por outro lado, os museus
Panos e núcleo das Râmulas ao Sol, ambos integrados
ção de monumentos e artefactos deste perío-
relacionados com o património industrial tinham-se
no Museu dos Lanifícios da Covilhã), da estratégia
consolidado, quer a partir de colecções recolhidas no
empresarial ou autárquica para agarrar valores patri-
passado, quer como resultado de descobertas arqueo-
moniais que de uma forma ou outra estariam con-
O Inventário do Património Industrial
lógicas sem precedentes, para além da própria valori-
denados à demolição (museus têxteis em unidades
da Covilhã, que se iniciou oficialmente
zação do património industrial, implicando um relacio-
fabris do Vale do Ave, Museu do Cimento da Maceira-
namento estrito entre contentor (museu) e conteúdos
-Liz), de sítios e espaços, cuja única alternativa de
(colecções), algo que recolocava no cerne da discussão
desenvolvimento socio-económico passa obrigatoria-
tónico (IPPAR) e a Universidade da Beira
o valor intrínseco e endógeno da arquitectura industrial,
mente pela potenciação e valorização do património
Interior, introduziu um novo momento
enquanto espaço museal. Em todos os casos evi-
industrial e mineiro (Museu do Ferro & da Região de
de mudança na atitude das instituições
denciava-se inovação nos objectivos e temáticas, reve-
Moncorvo, Museu do Carvão & das Minas do Pejão,
lando o impacto atingido dos fenómenos industriais
este último em fase de instalação, depois da aprovação
relevo ao património industrial. Foi pena
e técnicos sobre a cultura patrimonial portuguesa, de
do programa e do projecto arquitectónico na Rede
que se entrasse num impasse.
forma absoluta e relativa, atendendo à vertente das
Portuguesa de Museus).
das escavações (1987-1992), foi a investigação sobre a tinturaria do período manufactureiro que norteou a pesquisa dos objectos
tário que uns anos depois a Universidade
da Beira Interior (UBI) propôs ao Instituto
Português do Património Arquitectónico
experiência do museu da UBI) e o próprio
desenvolvimento que veio a ter a protecção,
salvaguarda e musealização da Fábrica Veiga,
na fase de arranque do Museu dos Lanifícios).
Cf. CUSTÓDIO, Jorge, SANTOS, Luísa e
de Arqueologia, Arqueologia Industrial e
Património Arquitectónico, n.º 1, UBI/Centro
de Estudo e Protecção do Património,
Covilhã, 1990.
8
Tais como a APOREM – Associação Portu-
guesa de Empresas com Museu, constituída
em 1992 e que entre os seus objectivos
consta a colaboração com empresas que
9
Em Industrial Archaeology: Working for the
Future (Leicester: AIA, 1991, ponto 3.12),
do e como instituições de promoção da
arqueologia industrial, versus património
industrial.
10
em 27 de Setembro de 2000, depois da
celebração de um protocolo entre o Instituto Português do Património Arquitec-
governamentais
responsáveis
pelo
património cultural, passando a conferir
Rede Portuguesa de Museus | 13
Ora a salvaguarda e valorização do património industrial
sítios e espaços relacionados com as “memórias do
em Portugal data do início dos anos 80 do século
trabalho”.
passado, uma a duas décadas depois do seu apareci-
A dinâmica acelerou, sobretudo depois da realização de
mento na Inglaterra, na Bélgica, França, Holanda,
uma grande exposição inaugurada na Central Tejo, em
Alemanha e na América do Norte. Desde esse momento,
Maio de 1985 – “Arqueologia Industrial: um Mundo a
tanto a salvaguarda e valorização, como a génese dos
Descobrir, um Mundo a Defender” –, perspectivando-
museus industriais andaram associados à consciencia-
-se, desde então, uma influência significativa no conceito
lização do significado das etapas e períodos da indus-
museológico de valorização11. A Central Tejo foi o primeiro
11
A realização da exposição esteve
cometida a uma comissão nomeada pelo
trialização em Portugal e dos objectos a eles inerentes,
edifício português relacionado com o património
como à observação das transformações económi-
industrial a ser classificado como imóvel de interesse
cas, sociais e culturais ocorridas após a “revolução
público. A EDP – Electricidade de Portugal disponibilizou
associações industriais do país. Sobre esta
dos cravos” (25 de Abril de 1974). Os efeitos da
o edifício para a realização de um projecto de investigação
exposição, ver BARBLAN, Marc Antonio
descolonização, da democratização e da entrada de
e recolha de património técnico e industrial pelo país.
– “A Exposição da Central Tejo: Etapa
Portugal na Comunidade Europeia agiram no tecido
Os objectivos desta exposição configuravam impor-
industrial português e determinaram o encerramento
tantes etapas da construção de uma identidade em
universal”. In Museologia e Arqueologia
e demolição de fábricas, minas, estruturas técnicas e
vias de extinção, pressupondo a materialização de uma
Industrial, Lisboa: APAI, 1991, pp.105-108.
equipamentos anexos, desarticulando as memórias e
investigação documental, técnica e social que abarcava
as identidades relacionadas com o trabalho (manufac-
as energias (da força motriz humana à solar); as tecno-
tureiro, maquinofactureiro) e a mecanização da
logias pré-industriais, envolvendo o lato mundo da
indústria. A sensibilização sobre o património industrial,
molinologia; as minas, da dupla perspectiva de arqueo-
por sua vez, correu em paralelo com a actualização
logia mineira e mineração industrial; o universo fabril,
dos conceitos do património cultural e seu aprofunda-
da maquinofactura à mecanização; os produtos indus-
mento, tanto em extensão como em profundidade,
triais, sua distribuição e consumo e o sector dos trans-
situação que correspondeu a uma vaga cultural de
portes, com especial incidência nos caminhos-de-ferro,
fundo inspirada na crítica à autarcia salazarista-
cujo património estava a ser conservado em pequenos
-marcelista e na oposição aos valores monumentais
núcleos disseminados pelo país.
tradicionais e às práticas de conservação e restauro do
O Instituto Português do Património Cultural, insti-
regime que tombara em 1974.
tuição que agregava uma direcção de museus, ainda
O movimento de salvaguarda do património industrial
formulou nessa época a hipótese de criação de um
adquire, inicialmente, contornos de participação da
museu central destinado a promover a salvaguarda do
sociedade civil, através da fundação de associações
património industrial (móvel e imóvel) e das sucessivas
relacionadas com o novo paradigma de património,
memórias da industrialização. Este centro museológico
devendo referir-se o papel desempenhado pelas
teria o apoio institucional da Associação Industrial
Associação de Arqueologia Industrial da Região de Lisboa
Portuguesa. Embora este modelo programático fosse
(1980-1986), da Associação Portuguesa de Arqueologia
apoiado pela Cultura, pela Técnica e pela Indústria
Industrial (1986-....) e da Associação Portuguesa para o
não teve capacidade de singrar, do ponto de vista
Património Industrial (1997-....). O impulso conferido
político e financeiro, inviabilizando a gestação de uma
por estas associações e por diversos especialistas com
instância cultural fundamental, direccionada para a
ligações ao movimento internacional (TICCIH – The
valorização da memória industrial, técnica e social e
International Committee for Conservation of Industrial
sua respectiva conservação e valorização. Os efeitos
Heritage) reflectiu-se no país, não apenas em termos
futuros eram promissores também no campo da
de sensibilização, como na classificação e protecção
renovação da investigação da história da indústria e
de bens industriais, na salvaguarda e conservação do
do trabalho e na afirmação de uma nova disciplina
património técnico e industrial e na musealização de
arqueológica – a arqueologia industrial.
Ministro da Cultura e envolveu o Instituto
Português do Património Cultural e as
importante na valorização do património
14 | Boletim Trimestral
industrial português e realização de alcance
A influência cultural desta exposição atingiu uma escala
esquecer a renovação internacional da museologia,
nacional. Reflectiu-se nas escolas e universidades, no
como uma outra razão de fundo da génese dos novos
mundo empresarial e operário e gerou sinergias junto
museus industriais.
das comunidades industriais locais. Uns tempos depois,
Na realidade, depois de George Henri Rivière, os museus
iniciou-se a descoberta do valor cultural e social do
não podiam ser mais o mesmo, tanto no que respeita
mundo do trabalho e das sucessivas experiências
ao modelo, à classificação, à tipologia, à programação,
industriais e técnicas, que cada fábrica, mina, armazém
arquitectura e à organização13. A própria função dos
ou obra pública potenciava do ponto de vista
museus mudou radicalmente pela emergência das
Muitos Planos Directores Municipais
patrimonial . O património e a arqueologia industrial
estratégias de educação e de comunicação, integrando-
documentam na listagem do património
passavam a introduzir na área da cultura objectos
-os em sistemas globais da Natureza, do Património,
técnicos que dela se encontravam alheados. Revelava
da História e da Cultura. Bastou que o conceito de
mente à década de 80 seria impensável
o confronto entre as identidades reconhecidas e as
“ecomuseu” fosse inventado, como uma visão integral
ver inventariados ou coligidos num docu-
ocultas, entre a cultura elitizada e o sentimento de
da experiência museológica, nas suas relações entre
mento oficial. Veja-se, por exemplo, o
apropriação de um património relacionado com o
objectos e sujeitos, entre história, património e território,
quotidiano de comunidades mais alargadas e
entre formação e comunicação, entre quotidiano e
desapossadas.
cultura.
RIVIÈRE, George Henri – La Muséologie
Fez entrar na esfera do património outras comunidades,
Por sua vez, a Declaração do Québec (1984) postulou
selon... Cours de Muséologie/Textes et
como os operários e os mineiros, os técnicos e os
o princípio da relação entre museologia e desenvolvi-
engenheiros industriais. O sentimento de pertença a
mento integrado, preocupando-se com a personalidade
um património cultural não reconhecido oficialmente
das comunidades e a ideia do museu enquanto
até então, estimulou a intervenção de diversos agentes,
laboratório da construção do futuro. As grandes
quer na sensibilização (cabendo um papel importante
novidades polarizavam-se à volta dos princípios da
à comunicação social), quer na identificação de outros
nova museologia, para a qual o investimento da
valores culturais para além dos monumentos já vistos.
memória colectiva enquanto património, tanto do
Para muitos desses novos interlocutores, a salvaguarda
ponto de vista material, como sobretudo social, era o
dos vestígios físicos (móveis ou imóveis) só faria sentido
fundamento primeiro dos museus. Contrários à
desde que os diferentes objectos fossem observados,
institucionalização dos museus, os projectos museais
integrados, compreendidos e interpretados na sua
teriam de contar futuramente com o desenvolvimento
relação com a participação dos agentes sociais e
das comunidades e sua participação, a fragmentação
culturais. Eis um dos motivos que levou à consideração
territorial em correspondência com os núcleos da vida
da localização dos vestígios industriais em projectos
económica, social e cultural, envolvendo a interdisci-
de natureza museológica.
plinaridade como método de rigor destinado à inter-
Neste processo de valorização do património industrial
pretação, em oposição à cenografia museal.
integraram-se as empresas com colecções técnicas e
De forma indirecta, a Declaração do Québec e o
património edificado classificado ou de valor cultural
Movimento Internacional para a Nova Museologia,
e técnico. O Museu da Água – bem como a sua ligação
que veio organizar um Atelier em Portugal, em 1985,
às correntes do património industrial emergentes nessa
influenciaram o programa do Ecomuseu do Seixal,
época em Portugal – serviu de modelo a outros museus
que envolvia a preservação de diferentes imóveis
de empresa, cuja gestação vinha de longe, mas cuja
pré-industriais e industriais, a criação de núcleos
materialização ocorreu na década de 90.
museológicos, como fragmentos explicativos do
Mas se a emergência da salvaguarda e valorização do
território do concelho do Seixal e uma estratégia
património industrial e alguns casos de intervenções
de desenvolvimento cultural, ainda que radicalmente
arqueológicas em sítios industriais foram a base material
enfeudada a uma autarquia e não a uma comunidade
do arranque de projectos de museus, há que não
social.
12
proposto à salvaguarda e valorização,
12
imóveis e objectos técnicos, que anterior-
caso do PDM da Vila de Salvaterra de
Magos, uma povoação agrícola da lezíria
ribatejana.
13
témoignages, Paris: Dunod-Bordas, 1989,
sobretudo, pp. 327-341.
Museu da Água
Rede Portuguesa de Museus | 15
Do ponto de vista teórico, para além da influência de
construção, envolvendo a participação da comunidade
Rivière e de um dos seus mais dilectos companheiros
industrial (num momento de desindustrialização), da
– Hugues de Varine, então responsável pelo Instituto
autarquia (implicando o inventário do património
Franco-Português em Portugal –, sentiu-se também
industrial) e da própria Universidade como motor do
uma enorme influência inglesa, padronizada pela
processo da eleição dos imóveis e da conservação e
personalidade mais marcante de Kenneth Hudson, um
restauro dos bens móveis. Três outros núcleos vieram
arqueólogo industrial, ele próprio um teórico da
a potenciar este museu têxtil, a eleição de um espaço
museologia. Aliás, estas duas correntes foram respon-
de referência paisagístico, o Núcleo das Râmulas ao
sáveis por dois modelos de museus europeus, cujos
Sol; o Núcleo documental e o Núcleo da Fábrica de
efeitos foram marcantes na década de 80 e nos quais
José Mendes Veiga, situado na Ribeira da Degoldra,
o património industrial e técnico assumiu um lugar
em vias de conclusão. Perante o desaparecimento dos
de relevo – o Ecomuseu de Le Creusot/Montceau-les-
estendais de panos ao ar livre, com as suas características
-Mines e o Ironbrigde Gorge Museum .
râmulas, houve que preservar um exemplar, perante
14
Museu do Trabalho Michel Giacometti
14
HUDSON, K., “Ecomuseums became
more realistic”, in Nordisk Museologi, 1996/2,
A convergência destes princípios, modelos e teses
o efeito drástico da reconversão da paisagem industrial
tornou-se notória no próprio pensamento da museo-
da cidade pelo efeito das modernas urbanizações.
logia em Portugal, incluindo nos museus industriais,
Embora atrasado, o inventário das fábricas veio a
-se como um sector da arqueologia experi-
ligados às autarquias, como resultado de projectos de
determinar a protecção de alguns núcleos, quer
mental, que partindo da articulação da sua
feição pedagógica e social, como foram os casos do
envolvidos no parque dos edifícios da Universidade,
problemática com os seus resultados con-
Ecomuseu do Seixal, do Museu do Trabalho de Michel
quer resultantes de acordos pontuais com os respon-
Giacometti e do Museu dos Lanifícios da Região da
sáveis autárquicos. Quanto ao núcleo documental,
de amanhã as principais conquistas técnicas
Covilhã.
para além da conservação do património arquivístico
do passado, resultantes da sua investigação
O projecto da Covilhã arrancou com a descoberta e a
e documental das unidades têxteis, contém em si o
intervenção arqueológica nas estruturas da tinturaria
gérmen do museu-escola-oficina. Pela re-descoberta de
da Real Fábrica de Panos, fundada pelo Marquês de
antigos processos técnicos de produção de tecidos,
Pombal, em 1769. Trata-se de um achado invulgar de
fabricados em máquinas hoje consideradas obsoletas,
uma estrutura semelhante à da manufactura dos
cuja salvaguarda, interpretação e re-criação, pode
Gobelins de Paris, que pela sua dimensão, número de
antever-se a re-introdução de velhos padrões têxteis
suportes em granito das caldeiras e dornas e volumetria
(cuja memória social se perdeu), nos actuais ou futuros
viabilizou o aparecimento do Núcleo da Tinturaria
circuitos comerciais.
Pombalina, integrado na Universidade da Beira Interior.
Eis, pois, como a dinâmica conceptual da arqueologia
Todavia, o suporte teórico inicial do museu implicava
industrial em confronto com novos padrões da
um entendimento da memória colectiva da cidade
museologia contemporânea e da experimentação de
têxtil e um inventário das suas unidades fabris, de
casos objectivos – num contexto de afirmação do
qualquer época que fossem, tanto no seio da cidade,
património industrial – foram os alicerces da criação
como dispersas pela Serra da Estrela, de modo a conferir
dos primeiros museus industriais portugueses. Sem que
uma leitura diacrónica e sincrónica do percurso dos
a reflexão teórica estimulasse o ambiente polémico
lanifícios em toda a região. Envolvia, por outro lado,
das experiências realizadas, até porque a emergência
a comunidade universitária, correlacionando-se com
dos casos se impunha para a salvaguarda bens
o curso de engenharia de lanifícios da Universidade
industriais móveis e imóveis, a génese dos novos museus
da Beira Interior e o apoio à criatividade industrial,
reflectiu-se, também, de alguma forma, na discussão
numa perspectiva de arqueologia industrial projectiva .
da própria museologia, contribuindo para a sua
Assim, o museu foi entendido como um processo em
actualização e renovação. ❚
pp. 11-20.
15
A arqueologia industrial projectiva define-
cretos se projecta no tecido social, econó-
15
16 | Boletim Trimestral
mico e cultural, entregando à sociedade
e experimentação.
Museu dos Lanifícios
Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
pelos Museus integrados na RPM
Museu de Alberto Sampaio
– Workshop sobre conser vação
– Academia de xadrez
de materiais têxteis
Decorreu no passado dia 28 de Novembro, no Museu
Dando seguimento ao trabalho desenvolvido nos anos
de Alberto Sampaio, o Workshop Textiles Collections:
anteriores o Museu de Alberto Sampaio retoma as
damage prediction, evaluation and mitigation/elimination,
actividades de xadrez.
a cargo do especialista britânico David Howell.
A Academia de Xadrez dos Amiguinhos do Museu de
Tratou-se de uma iniciativa da Secção de Museologia,
Alberto Sampaio promove o ensino e a prática do xadrez
do Departamento de Ciências e Técnicas do Património
junto dos jovens. Para isso, decorrem treinos de terça
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto1,
a sexta-feira, das 18h00 às 19h30, e aos sábados de
que contou com a prestigiosa colaboração do referido
manhã, das 10h00 às 12h30.
museu.
A Academia organiza também provas entre jovens,
A jornada foi dedicada aos materiais têxteis, aos
participando em diversas competições, incluindo ao
4150-564 Porto
agentes de sua alteração, às metodologias de avaliação
nível federado. Paralelamente, para os jovens mais
Tel.: 22 607 71 72/22 607 71 00
de dano e às de sua previsão e mitigação/eliminação
dotados, a Academia organiza sessões de treino avançado.
Fax: 22 607 71 81
em contexto de reserva e de exposição. Tão importante
Nas actividades da Academia participam cerca de uma
quanto o conteúdo da acção foi o salutar contacto
centena de jovens. ❚
1
Departamento de Ciências e Técnicas
do Património
Faculdade de Letras da Universidade
do Porto
Via Panorâmica, s/n
[email protected]
entre pessoas e instituições, o germinar de um grupo
de trabalho e o esforço assumido de congregação de
Informações e contactos
Museu de Alberto Sampaio 4810-251 Guimarães
vontades e recursos.
Tel.: 253 423 910/Fax: 253 423 919
[email protected]
M u s e u A n j o s Te i x e i r a
– Maleta Pedagógica
O Museu Anjos Teixeira, dando continuidade à imple-
determinadas competências na área da expressão plástica.
mentação de actividades educativas nos diversos museus
Tendo como ponto de partida a exploração de diversos
municipais e com o intuito de divulgar, junto dos mais
materiais contidos na Maleta Pedagógica, os alunos podem
novos, as várias colecções museológicas, preservando
contactar com a obra exposta, de um modo interactivo.
e promovendo a nossa herança cultural, candidatou à
Constituída por um Guião de Utilização, duas réplicas em
RPM, ao abrigo do PAQM/2003 (Sub-Programa de Apoio
bronze (O Saloio e a Porca com bacorinhos) e respectivas
a Projectos Educativos), a concepção de uma Maleta
“madres” que possibilitam a sua reprodução em gesso,
Pedagógica, tendo esta candidatura merecido aceitação.
um conjunto de teques (úteis para retocar, alisar, polir),
Direccionada, essencialmente, para os 1.º e 2.º ciclos
um pacote de gesso em pó, um pedaço de barro e doze
do Ensino Básico, a Maleta Pedagógica tem como
diapositivos, a Maleta Pedagógica permite efectuar variadas
objectivos primordiais a divulgação da obra dos escul-
abordagens sobre a colecção e a produção artística dos
Informações e contactos
tores Artur Anjos Teixeira e Pedro Anjos Teixeira, (pai e
dois escultores.
Museu Anjos Teixeira
filho, respectivamente), numa perspectiva lúdico-didác-
A Maleta Pedagógica está, pois, disponível para ser
tica, permitindo, deste modo, a dinamização e a promo-
explorada por todos aqueles que tiverem curiosidade
ção de laços afectivos entre a obra dos dois escul-
em descobri-la, desde que seja efectuada a necessária
Tel./Fax: 21 923 88 27
tores e a comunidade escolar, proporcionando aos
marcação prévia.
[email protected]
alunos um enquadramento que lhes permita adquirir
Azinhaga da Sardinha
Rio do Porto
2170 Sintra
Basilissa Calhau ❚
Rede Portuguesa de Museus | 17
M u s e u d e Av e i r o
– Serviço Educativo
O Museu de Aveiro encontra-se instalado no edifício
tuais sobressai o gosto Barroco. As colecções, consti-
do extinto Convento de Jesus, casa de clausura feminina
tuídas por objectos de Arte Sacra, situam-se entre os
com origem no século XV. Sujeito a inúmeras inter-
séculos XV e XVIII. A partir da exploração do espaço
venções, o edifício preserva ainda evidências arquitec-
e das suas colecções, os Serviços Educativos asseguram
tónicas quer do período da fundação (Gótico tardio)
anualmente uma programação renovada e diversificada,
quer dos períodos Manuelino e Renascentista. Na
da qual se destacam as visitas e oficinas temáticas dirigidas
fachada e na decoração dos diversos espaços conven-
aos diferentes níveis escolares.
– Vi s i t a s t e m á t i c a s
– Aventura Matemática no Museu (1.º ciclo do ensino básico)
Conhecimento do espaço museológico e das suas colecções a partir de raciocínios e operações matemáticas.
– Aveiro Quinhentista (1.º ciclo do ensino básico)
Oficina: Vamos vestir para o retrato?
Histórias que retratam os usos e costumes da população.
Traje como trampolim para a improvisação de cenas do quotidiano com personagens dos vários estratos
sociais. Réplicas de trajes quinhentistas.
– Botica Conventual (1.º e 2.º ciclos do ensino básico)
Oficina: Mezinhas e unguentos, remédios de outros tempos
A visita tem como espaço central o “armário da farmácia” e um herbário através do qual é possível a
identificação de certas plantas e a sua aplicação nas práticas curativas, nos cuidados de higiene e na culinária
da época.
– A Princesa Joana e o Convento (ensino pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico)
Jogos didácticos
Visita com incidência na personagem da Princesa Joana, realçando a sua relação com o Convento de Jesus
e com a população da Vila de Aveiro.
– O Número e a Arte (2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário)
Apostando na relação dos números com a arte, a visita procura associar conceitos matemáticos na descoberta
das colecções e do espaço do Museu.
– Clero: no trabalho e na oração (2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário)
O papel fundamental do Clero na sociedade: o clero secular/regular, o alto/baixo clero, o clero masculino/feminino.
– Viagem pelo Barroco (3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário)
Oficina: Reconstituição de uma capela de características barrocas – simbologia, técnicas e materiais
História das mentalidades, arte e cultura da época barroca.
Sessão de diapositivos contextualizando este período, seguindo-se a exploração sensorial e interpretativa
dos espaços conventuais.
O Liberalismo em Aveiro:
1. O Mata-Frades e o Liberalismo em Aveiro (3.º ciclo do ensino básico)
Consequências das reformas liberais nas comunidades religiosas femininas e masculinas. Alterações funcionais
Informações e contactos
dos edifícios religiosos e respectivas sequelas para a preservação do património. O Museu como exemplo:
Museu de Aveiro
da extinção do Convento à instituição museológica.
Avenida de Santa Joana Princesa
2. Literatura e Liberalismo (vertente literária) (ensino secundário)
3810-329 Aveiro
Através da observação dos espaços conventuais é possível compreender o contexto social, político e cultural
Tel.: 234 423 297/234 383 188
em que surgem as obras de Eça de Queirós e de Almeida Garrett (Frei Luís de Sousa), estabelecendo assim
Fax: 234 421 749
a ligação entre os movimentos literários e a realidade da época em que surgiram. ❚
[email protected]
www.ipmuseus.pt
18 | Boletim Trimestral
Museu do Brinquedo
– Inventário e Conser vação
Com o apoio da RPM, num trabalho contínuo de três
das colecções, e a cooperação dos recursos humanos
anos, o Museu do Brinquedo procedeu à inventariação
da instituição.
de 6.500 objectos do respectivo acervo, estimado em
A par do processo de inventariação das colecções tem
40.000 objectos. Trata-se de um inventário descritivo e
sido efectuado o seu estudo e a sua rigorosa identificação
manual. Concomitantemente, tem sido efectuado o
com a preciosa colaboração do coleccionador Eng. João
registo fotográfico-digital já na perspectiva da futura
Arbués Moreira.
Museu do Brinquedo
informatização do inventário das colecções do museu.
Na perspectiva da conservação preventiva, o inventário
Rua Visconde de Monserrate, 26
As actividades têm seguido as normas emanadas do IPM
das colecções também tem vindo a favorecer a realização
e envolveram uma dinâmica muito particular ao museu,
de campanhas de limpeza das vitrinas receptoras dos
nomeadamente, a (re)movimentação das colecções e a
objectos que figuram na exposição permanente do
[email protected]
sua reorganização segundo critérios temáticos e de con-
museu, bem como o restauro de objectos, cerca de 3%,
www.museu-do-brinquedo.pt
servação preventiva, designadamente, a estabilidade
dado o bom estado de conservação das colecções. ❚
Informações e contactos
2710-591 Sintra
Tel.: 21 910 60 16
Fax: 21 923 00 59
Museu de Ciência
– Curso de Formação da RPM sobre “Museus e Acessibilidade”
Inserido no Eixo Formação da Rede Portuguesa de
museus com o propósito de tornar significante o
Museus, realizou-se no passado mês de Outubro no
conhecimento sobre o património à sua guarda.
Museu de Ciência, um curso de formação sobre o
Entenda-se que o conceito de acessibilidade a que
tema “Museus e Acessibilidade” que teve como
nos referimos não se aplica apenas aos aspectos de
formadores Elisabete Mendes da Federação Nacional
acesso físico, mas também de experiência sensorial e
de Cooperativas de Solidariedade Social (FENACERCI),
de entendimento conceptual dos objectos e conteúdos
Peter Colwell da Associação de Cegos e Amblíopes
que, em exposição, em reserva ou através de outro
de Portugal (ACAPO) e Clara Mineiro do Instituto
meio, são comunicados e divulgados ao público.
Português de Museus (IPM) e como participantes cerca
A utilização de boas práticas na implementação de
de 20 profissionais de museus.
exposições/actividades acessíveis beneficia todos os
A acessibilidade de todos os cidadãos aos museus e
visitantes/participantes e o próprio museu.
às colecções é um importante tema de reflexão para
Do ponto de vista do museu, o diagnóstico e a
todos os profissionais e, consequentemente, propiciador
avaliação da acessibilidade é já em si mesmo um bom
de tomadas de atitudes que constituam uma resposta
exercício de auto-análise. Em seguida, a implementação
adequada e qualificada para as necessidades de
de novas práticas caracteriza-se por uma “onda” de
públicos diferenciados e que permitam a fruição do
inovação que produz satisfação laboral internamente,
espaço, das colecções e das actividades a todos os
traz uma maior diversidade de públicos, propicia uma
cidadãos.
maior segurança, beneficia a qualidade dos serviços
As directivas nacionais e internacionais e os princípios,
e favorece o cumprimento do próprio conceito de
que orientam o objectivo de tornar público o que é
museu.
pertença do público, promovem a acessibilidade geral
Alguns exemplos: a eliminação de obstáculos físicos
e total, não só dos espaços museológicos, mas também
e de desníveis, a ampliação dos espaços de circulação
dos bens patrimoniais e das actividades criadas nos
propiciam um maior conforto e segurança para todos;
Rede Portuguesa de Museus | 19
um sistema de sinalética claro e conciso evita confusões,
Ultrapassadas as primeiras dificuldades – que se
orienta e organiza percursos de visita; uma linguagem
prendem com a mudança de atitudes, a sensibilização
simples e textos acessíveis asseguram uma maior
dos funcionários aliada à necessidade de formação –,
compreensão da comunicação com a diversidade de
a adaptação das instalações e dos meios de comunicação
visitantes; as zonas de descanso ao longo do percurso
pode e deve contar com recursos já existentes e com
concorrem para a fruição da visita.
a colaboração de instituições e entidades disponíveis:
Do ponto de vista do visitante, a visita torna-se uma
•
experiência agradável quando: o acesso está bem
bilidade” – colecção Temas de Museologia
identificado; a escolha do circuito de visita é explícita;
•
a iluminação e o percurso expositivo facilitam a leitura
http://gam.pavconhecimento.pt (no endereço do GAM
e a percepção do discurso e dos objectos; a linguagem
encontram-se disponíveis listas de recursos institucionais
utilizada é simples, concisa e consistente; os elevadores,
e projectos em curso).
Instituto Português de Museus – “Museus e AcessiInformações e contactos
GAM (Grupo para a Acessibilidade nos Museus) –
Museu da Ciência da Universidade
de Lisboa
Rua da Escola Politécnica, 56
1250-102 Lisboa
Tel.: 21 392 18 60
Fax: 21 390 93 26
as escadas e as saídas (nomeadamente as de emergência)
[email protected]
estão bem indicados.
Graça Santa-Bárbara ❚
www.museu-de-ciencia.ul.pt
Museu Municipal de Coruche
– Carta do património do Concelho de Coruche
O Museu Municipal de Coruche vai levar a cabo os
Arqueológica com vista à publicação dos elementos
estudos necessários para a realização da Carta do
já disponíveis e resultantes da campanha que decorreu
Património do Concelho de Coruche. Pretende-se com
nos finais da década de 90. Por outro lado, no terreno
este trabalho identificar e inventariar todas as espécies
encontram-se já os elementos do Centro de Arqueo-
de interesse patrimonial e histórico relevantes para a
logia de Almada, cujo objecto de investigação se
preservação da memória colectiva de Coruche. Será
direccionará para o património edificado da vila de
um trabalho que se desenrolará de forma faseada e
Coruche. Deste trabalho resultará um inventário
abarcará áreas como o património arqueológico,
sistemático, registo fotográfico e uma ficha de conjunto
Museu Municipal de Coruche
edificado, religioso e etnográfico (património agrícola,
abarcando todo o perímetro urbano da vila. Pretende-
Rua Júlio Maria de Sousa
tauromáquico e imaterial – lendas, trajes, música,
-se, com o resultado desta análise, reunir as condições
2100-192 Coruche
formas de estar e viver, etc.). Até ao final do ano
para uma reclassificação e um alargamento do centro
decorrerá a primeira fase, estando já a desenvolver-
histórico de Coruche, no sentido da sua melhor gestão,
-se os trabalhos referentes à continuação da Carta
requalificação, conservação e valorização. ❚
Informações e contactos
Tel.: 243 610 823
Fax: 243 610 821
Museu de Penafiel
– Reabertura da exposição de longa duração no São Martinho
Integrando o programa da festa/feira anual de São
com o público e mais espaços para as actividades dos
Martinho, que entre 10 e 20 de Novembro traz à cidade
Serviços Educativos no próprio circuito da exposição.
de Penafiel, todos os anos, milhares de visitantes, o Museu
A comunicação com o público beneficiou ainda, como
Municipal de Penafiel reabriu a sua exposição de longa
acções comparticipadas pelo Programa de Apoio à
duração, profundamente remodelada, embora dentro
Qualificação de Museus de 2004 da RPM, da colocação
dos condicionalismos do espaço disponível. Privilegiou-
de sinalética exterior, sobre a porta principal, identificando
-se uma concepção que permitirá melhor comunicação
a entrada do Museu, e da criação de um cartaz para a
20 | Boletim Trimestral
[email protected]
www.museu-coruche.org
instituição, apresentado ao público no dia 19 de
confeccionadas com castanha, desde a sopa aos pratos
Novembro.
salgados, terminando com uma grande variedade
Informações e contactos
Foram também definitivamente colocados os meios de
de sobremesas, constituiu jornada participada com
Museu Municipal de Penafiel
controle ambiental adquiridos com o estímulo do
muito agrado pelo público, já que permitiu reavivar
Programa de Apoio à Qualificação de Museus de 2003
a memória destes comeres tradicionais para os visitan-
da RPM, que vão permitir monitorizar as actuais condi-
tes de mais idade, lembrando sabores da infância, e
Fax: 255 711 066
ções e planear a instalação do Museu no novo edifício.
mostrar potencialidades ignoradas aos mais novos e
[email protected]
O magusto gastronómico, apenas com especialidades
forasteiros. ❚
Rua Conde de Ferreira
4560-483 Penafiel
Tel.: 255 712 760
Museu Municipal de Santiago do Cacém
– Cortiça em debate
– Atelier de fotografia
No dia 7 de Novembro, o Museu Municipal de
Tendo como base a referida exposição, o serviço
Santiago do Cacém aproveitou a oportunidade do
educativo do museu está ainda a desenvolver, em
tema da exposição Do Montado à Fábrica de Cortiça.
colaboração com o Movimento de Expressão Foto-
Fotografias de Júlio Pereira Dinis, pertencente ao acervo
gráfica – M.E.F., ateliers de fotografia direccionados
do Ecomuseu Municipal do Seixal, para realizar mais
para as escolas do 1.º Ciclo do ensino básico do
um espaço de debate, as Conversas com... Espaço de
concelho. ❚
debate de ideias sobre temáticas de interesse da
comunidade. A responsável pelo Ecomuseu foi convidada
Informações e contactos
a moderar este debate que contou com a participação
Museu Municipal de Santiago do Cacém
do fotógrafo Júlio Pereira Dinis e de várias pessoas
Praça do Município
ligadas ao mundo da cortiça. Os temas abordados
7540-136 Santiago do Cacém
Tel.: 269 827 375
foram: O sobreiro e a cortiça desde da antiguidade;
Fax: 269 829 498
Produção florestal; Transformação industrial; A cortiça
[email protected]
no futuro/O futuro da cortiça.
www.cm-santiago-do-cacem.pt/cultura/museu.htm
Museu Nacional da Imprensa
– M u s e u Vi r t u a l d o C a r t o o n
durante a abertura oficial do VII PortoCartoon-World
Festival. A “inauguração” deste museu foi feita pela
Ministra da Cultura, acompanhada da Presidente da FECO
(Federation of Cartoonists Organisations) Marlene Pohle,
do presidente do júri do VII PortoCartoon, G. Wolinksi e
Informações e contactos
Museu Nacional da Imprensa
do director do Museu Nacional da Imprensa, Luís
E.N. 108 n.º 206
Humberto Marcos, autor do projecto.
4300-316 Porto
Localizável em www.imultimedia.pt/museuvirtualdo
Tel.: 225 304 966
cartoon, o novo museu virtual pretende ser mais uma
Fax: 225 301 071
[email protected]
O Museu Nacional da Imprensa lançou no dia 4 de
etapa na atenção que o Museu da Imprensa tem dado
www.imultimedia.pt/museuvirtpress
Novembro de 2005, o Museu Virtual do Cartoon,
ao cartoon, desde a sua inauguração em 1997. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 21
Museu da Pólvora Negra
– GEMINE MUSE – 2005
O Museu da Pólvora Negra, na sequência do repto
nova interacção entre formas de arte estabelecidas,
lançado pelo Clube Português de Artes e Ideias – Lugar
promovendo a inter-conexão entre tradição e inovação,
Comum, aderiu ao projecto GEMINE MUSE – 2005,
potenciando a colaboração inter-institucional através
decorrendo as exposições em vários países da Europa,
do envolvimento de diferentes organizações, aumen-
de 26 de Novembro de 2005 a 26 de Fevereiro de
tando o público no museu com novos visitantes ligados
2006, integrado no Programa Cultura 2000.
à arte contemporânea, sem nunca deixar de salientar
A abertura do Museu da Pólvora a Negra a um projecto
e valorizar a herança artística europeia.
desta natureza, afigura-se-nos de particular relevância
Neste contexto, o Museu da Pólvora Negra, expõe de
Fábrica da Pólvora de Barcarena
neste preciso momento, já que o mesmo se associa
25 de Fevereiro a 30 de Março de 2006, as obras do
Estrada das Fontaínhas
a uma nova etapa na programação, permitindo e
italiano Mirko Barbierato e da grega Maria-Andromachi
facilitando o contacto entre jovens artistas e o
Chatzinikolaou, propiciando um elo de ligação entre o
património que se encontra à sua guarda, por forma
antigo e o contemporâneo através dos “novos” olhares.
a obter uma abordagem diferente à arte antiga e uma
Teresa Tomás ❚
Informações e contactos
Museu da Pólvora Negra
2745-615 Barcarena
Tel.: 21 438 14 00
Fax: 21 437 11 65
[email protected]
www.cm-oeiras.pt
Museu virtual À Descoberta da Arte Islâmica
– P r o j e c t o e m p a rc e r i a
O museu virtual À Descoberta da Arte Islâmica foi
partir de 2007, e tal como num museu ao vivo,
apresentado no dia 23 de Novembro na Fundação
À Descoberta da Arte Islâmica começará a apresentação
Calouste Gulbenkian, numa sessão promovida conjun-
de uma série de exposições temáticas.
tamente pela ONG Museum with no Frontiers, pelo
À Descoberta da Arte Islâmica combina exposições
Museu Calouste Gulbenkian, pelo Campo Arqueológico
virtuais com monumentos que podem ser visitados
de Mértola e pelo Museu Arqueológico Municipal de
ao vivo, num esforço inédito de aproximação de estudo
Silves.
e divulgação da realidade histórica e cultural de uma
O museu virtual, apresentado sob a forma de um
das grandes civilizações do Mediterrâneo.
website (www.discoverislamicart.org), é fruto da iniciativa
Integram ainda o site visitas virtuais a nove percursos
da Museum with no Frontiers e resulta da colaboração
pela arte islâmica no Mediterrâneo (iniciativa lançada
entre 17 museus de 14 países da Europa, do Norte de
em 2000 e da qual resultou, em Portugal, o catálogo
África e do Médio Oriente. A sua colecção permanente
Terras da Moura Encantada), uma zona informativa
é composta por 850 objectos museológicos e 385
sobre o projecto Discover Islamic Art e ainda uma
monumentos e sítios arqueológicos de 11 países, os
secção de livros e viagens, que estará acessível a partir
quais dispõem de fichas descritivas detalhadas, que
de meados de 2006.
podem ser consultadas pelos visitantes do site. As fichas
O projecto é coordenado em Portugal pelo Campo
estarão disponíveis na língua de origem e ainda em
Arqueológico de Mértola e pelo Museu de Mértola,
inglês, francês e árabe e abrangerão um leque temporal
tendo como principais parceiros o Museu Calouste
situado entre o início do período Omeia (661 d.C.) e
Gulbenkian e o Museu Arqueológico Municipal de
o fim do Império Otomano (1922 d.C.).
Silves.
Os visitantes do site poderão deslocar-se dentro do
Discover Islamic Art é um projecto realizado com o
museu virtual como num espaço físico, vendo peças,
apoio da União Europeia no âmbito do programa
Informações e contactos
lendo legendas e relacionando materiais entre si. A
Euromed Heritage. ❚
www.discoverislamicart.org
22 | Boletim Trimestral
Edições dos Museus da RPM
Museu Arqueológico do Carmo
A obra Construindo a Memória – As Colecções do Museu Arqueológico do Carmo, editada pela Associação dos
Arqueólogos Portugueses, foi lançada oficialmente no dia 1 de Dezembro de 2005, pelas 18 horas, nas Ruínas
do Carmo, em Lisboa, com a presença de Sua Excelência o Presidente da República, que se dignou dar o seu
Alto Patrocínio e prefaciar esta publicação, do Senhor Secretário de Estado da Cultura, do Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, bem como de outras individualidades pertencentes ao sector do património cultural.
Este volume, de 640 páginas, com o excelente grafismo do atelier de design Nuno Vale Cardoso+Nina Barreiros
e ilustrado por cerca de 900 fotografias de grande qualidade, da autoria de José Pessoa e de outros fotógrafos,
foi coordenado pelo arqueólogo José Morais Arnaud e pela historiadora de arte Carla Varela Fernandes e contou
com a colaboração de 40 especialistas em Arqueologia, Egiptologia, Epigrafia, Heráldica, e História de Arte.
Além do estudo exaustivo do rico e diversificado acervo de um dos mais antigos museus do país, em grande
parte ainda inédito, inclui também textos sobre a história do museu e do monumento em que está instalado,
bem como sobre o processo de remodelação recentemente concluído, pelo que será decerto uma obra de
referência indispensável para todos os que se interessam pelo património cultural do país.
A sua publicação só foi possível graças ao apoio recebido por diversas instituições públicas e privadas, nomeadamente
o Ministério da Cultura, através do Programa Operacional da Cultura e da Rede Portuguesa de Museus, a Imopolis
e a Fundação Calouste Gulbenkian, e constitui o culminar de um vasto processo de remodelação deste museu,
que tem vindo a ser desenvolvido ao longo de quase uma década pela Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Esta obra, cujo preço de capa é de 75 €, será distribuída a nível nacional pela Bertrand, devendo encontrar-se
nas principais livrarias do país a partir de dia 2 de Dezembro. Pode também ser adquirida no Museu Arqueológico
do Carmo e em alguns museus e palácios nacionais.
Ecomuseu Municipal do Seixal
No passado dia 15 de Outubro foi apresentado ao público o livro Memórias da Siderurgia. Contribuições
para a história da indústria siderúrgica em Portugal, editado pela Câmara Municipal através do Ecomuseu
Municipal do Seixal. As três empresas siderúrgicas do concelho contribuíram significativamente para a
promoção desta edição da História Publicações, potenciando a ideia de que uma dinâmica de desenvolvimento
integrado favorecerá tanto a qualificação de equipamentos de produção como a valorização do património
técnico e industrial.
Também em Outubro, no dia 29, teve lugar no Salão Nobre da Associação de Reformados – Centro de
Dia de Arrentela a apresentação pública do livro de Mouette Barboff, intitulado O Milagre das Águas: o
terramoto, Arrentela e a Nossa Senhora da Soledade. Esta edição, integrada na colecção Património e História
(número 3), no quadro de actividades do Ecomuseu Municipal do Seixal, alarga a abrangência disciplinar
desta série de edições à etnografia e o âmbito de divulgação do património cultural do Concelho do
Seixal ao património imaterial.
Dando continuidade à edição de materiais educativos do Ecomuseu Municipal do Seixal, foi publicamente
apresentado em Novembro o n.º 2 da colecção Dossiês Didácticos intitulado Descobertas matemáticas no
Ecomuseu Municipal do Seixal. Concebida no âmbito de uma parceria estabelecida entre a equipa do
Serviço Educativo e os professores António Roque e Pedro Esteves, esta edição contou com o apoio do
Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa da Rede Portuguesa de Museus no âmbito do Programa
de Apoio à Qualificação de Museus.
Também com o apoio do IPM/RPM no âmbito do mesmo programa, o Ecomuseu editou os desdobráveis
Embarcações tradicionais do Tejo e Navegação no estuário do Tejo: a bordo das embarcações tradicionais
Amoroso, Baía do Seixal e Gaivotas. O primeiro desdobrável apresenta as três embarcações pertencentes
Rede Portuguesa de Museus | 23
ao acervo do Ecomuseu e utilizadas em passeios no Tejo – o varino Amoroso e os botes-de-fragata Gaivotas
e Baía do Seixal – a sua história, cronologia e características técnicas. O segundo, dentro da mesma
temática, compreende informações sobre estaleiros, pinturas e decorações, oficinas de vela e a Carta
hidrográfica desde a Foz a Vila Franca de Xira.
Museu dos Biscaínhos
Foi publicado pelo Instituto Português de Museus o Roteiro do Museu dos Biscaínhos. Esta edição dá a
conhecer o Museu instalado no Palácio dos Biscaínhos, conjunto patrimonial que inclui o edifício, os
jardins barrocos e o seu acervo, que integra colecções de artes decorativas – mobiliário, cerâmica, vidros,
têxteis, ourivesaria, metais e armas – bem como pintura, escultura, desenho, gravura, instrumentos
musicais, meios de transporte e etnografia. Ao longo do Roteiro é possível percorrer os dois pisos do
Museu: o térreo, onde se localizavam espaços de cariz funcional, como a cozinha, a cavalariça e os jardins,
e o andar nobre, onde decorria a vivência quotidiana da família nobre que habitava o palácio.
Museu da Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de Famalicão)
Por ocasião da exposição Manuel Patinha: o olhar inteligente la mirada inteligente foi editado o Caderno
n.º 4 do Centro de Estudos do Surrealismo dedicado à obra de Manuel Patinha. Esta edição recolhe alguns
poemas do seu livro inédito Laços de Cinza e Diamantes junto de uma selecção de desenhos tirados dos
seus cadernos de trabalho.
Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Foi editado o catálogo 5.º Prémio Amadeo de Souza-Cardoso dedicado aos 97 artistas seleccionados para o
referido prémio bianual, reinstituído pela Câmara Municipal de Amarante em 1997. Do conjunto dos artistas
concorrentes, cujas obras se encontraram em exposição no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso,
em Amarante, de 17 de Setembro a 27 de Novembro de 2005, foi distinguida a pintora Ana Maria com o
Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e consagrada a carreira artística do pintor Nikias Skapinakis, a quem foi
atribuído o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e de cuja obra se publicou o catálogo Nikias Skapinakis.
Museu Municipal de Coruche
A acompanhar a exposição temporária Coruche na obra do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles patente ao
público até Maio de 2006, o Museu Municipal de Coruche publicou uma entrevista com o Arquitecto
paisagista. A entrevista complementa a exposição retrospectiva, cujo foco principal se centrou nos projectos
de Ribeiro Telles para a vila de Coruche, que nunca foram implementados, percorrendo ainda a vida e a
obra do arquitecto e a sua ligação a Coruche.
Museu Municipal de Vila Franca de Xira
Coordenado pelo Professor Rogério Ribeiro, foi editado o catálogo da Exposição Um Tempo e um Lugar
a qual pretende recuperar através da história documental e artística, um tempo da cultura portuguesa,
balizado entre os anos 40 e 60, nas suas vertentes culturais, na caracterização social e política, bem como
no enquadramento nacional e internacional da época.
O ponto de partida são as dez Exposições Gerais de Artes Plásticas, realizadas na SNBA, entre 1946 e
1956, que constituíram uma importante manifestação na vida artística portuguesa e acabaram por se
transformar no palco do que se designa por Movimento Neo-Realista.
Museu Nacional de Arqueologia
O Museu Nacional de Arqueologia editou o catálogo Mosaicos romanos nas colecções do Museu Nacional de
Arqueologia, a mais importante colecção de mosaicos romanos portugueses e que inclui também espécimes
provenientes de outros locais do Império Romano. O catálogo bilingue (português e inglês) compreende a
história da colecção, um capítulo sobre a Ars Musiva, a arte do mosaico e o catálogo da colecção, ordenado
por região – Estremadura, Algarve, Alentejo e Estrangeiro. O livro é complementado por um CD-Rom (em
24 | Boletim Trimestral
português e inglês), dividido em quatro secções interactivas: Informações sobre a exposição; Arqueólogos
que realizaram trabalhos sobre arqueologia romana; Consulta, por região, dos mosaicos da colecção do
Museu; Extras, a partir de cujas opções se pode aprender técnicas de restauro e de produção de mosaicos.
Museu do Papel Terras de Santa Maria
O Museu do Papel Terras de Santa Maria publicou o projecto educativo O despertar do museu a novos
públicos que será desenvolvido até ao final do primeiro trimestre de 2006. Este projecto educativo abrange
um conjunto de actividades de dinamização e de divulgação destinadas a consolidar práticas educativas
com públicos específicos, numa perspectiva inclusiva e formativa. Neste sentido, o programa contempla
acções para crianças; ex-combatentes, seus familiares e antigas madrinhas de guerra; IPSS, hospitais,
misericórdias, projectos educativos e culturais; antigos operários, fabricantes e técnicos da indústria
papeleira; deficientes auditivos e invisuais, professores do ensino especial e público em geral.
Museu da Pedra
Fruto de uma parceria entre o Museu da Pedra e o Museu de História Natural, com coordenação científica
do Prof. Galopim de Carvalho, foi inaugurada em Outubro a exposição O calcário na ciência, na tecnologia
e na arte, que ficará patente ao público até 29 de Janeiro de 2006. A par da exposição, que conta a
origem, natureza e diversidade das rochas calcárias e a sua utilização artística, utilitária e económica, foi
editado um catálogo com o mesmo título.
Foi publicada a Carta arqueológica do concelho de Cantanhede, da autoria de Carlos Manuel Simões Cruz.
O projecto, desenvolvido entre 2001 e 2003, tinha por objectivo o levantamento sistemático dos vestígios
arqueológicos do município de Cantanhede, desde a Pré-História à Idade Média. A Carta arqueológica
agora editada, instrumento de consulta e de trabalho, inclui o quadro físico e ambiental do município,
o inventário de sítios por freguesia e um capítulo sobre o povoamento, bem como o catálogo bibliográfico
e a lista de sítios.
Museus de Sintra
– A Ler, Aprender – Museus para contar e encantar
Com o propósito de gerar novos interesses junto dos mais novos, e numa perspectiva de “educação pela
arte”, constituiu-se como projecto da autarquia de Sintra a edição de livros de contos que contemplassem
os museus municipais, por forma a cativar alunos e professores a visitar esses espaços, incrementados pela
leitura de um conto acerca de cada um deles.
Os seis museus que moram em Sintra – Museu Ferreira de Castro, Museu Anjos Teixeira, Museu Leal da Câmara,
Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas, Museu do Brinquedo e Sintra Museu de Arte Moderna –, foram
o objecto do desafio. Sete escritores de literatura infanto-juvenil os destinatários desse desafio.
José Jorge Letria, Alice Vieira, António Torrado, Ana Maria Magalhães/Isabel Alçada, Luísa Ducla Soares e Gilda
Nunes Barata deram as histórias; André Letria e Danuta Wojciechowska, as ilustrações.
Foram seis os títulos editados, cujo lançamento se procedeu a 19 de Setembro de 2005, no Sintra Museu de
Arte Moderna:
•
Duas Irmãs em Odrinhas (Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas); Texto: Gilda Nunes Barata;
Ilustração: Danuta Wojciechowska
•
O Camaleão Mágico (Sintra Museu de Arte Moderna); Texto: Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada;
•
Não há Borracha que Apague o Sonho (Museu Ferreira de Castro); Texto: Luísa Ducla Soares;
Ilustração: Danuta Wojciechowska
Ilustração: Danuta Wojciechowska
•
O Escultor, as Aves e o Sonho (Museu Anjos Teixeira); Texto: José Jorge Letria; Ilustração: André Letria
•
A Fita Cor de Rosa (Museu do Brinquedo); Texto: Alice Vieira; Ilustração: André Letria
•
O Perfume dos Limões (Casa-Museu Leal da Câmara); Texto: António Torrado; Ilustração: André Letria
Ana Alcântara
Câmara Municipal de Sintra ❚
Rede Portuguesa de Museus | 25
Em Agenda
Do Montado à Fábrica de Cortiça
Museu Municipal de Santiago do Cacém
Até 8 de Fevereiro de 2006
A itinerância da exposição de fotografias de Júlio Pereira Dinis sobre a temática da cortiça, pertencente
ao acervo do Ecomuseu Municipal do Seixal e organizada pelo Museu Municipal de Santiago do Cacém
com o seu apoio, privilegia o olhar sobre as actividades primordiais do universo cultural corticeiro a
montante da fábrica.
A exposição original Do montado à fábrica de cortiça mostrou-nos mais abrangentemente o contexto
industrial a Sul do Tejo, nomeadamente fábricas do concelho do Seixal, como a Mundet & C.ª Lda., mas
tendo o objectivo de realçar, como o faz esta nova exibição, a indissociabilidade entre a produção e
transformação de uma matéria-prima singular, das mais importantes da região e do país.
Os registos de Júlio Pereira Dinis, datados das décadas de 50 e de 60 do século XX, ao documentarem
o ambiente do montado, com certeza vão reacender memórias ou suscitar emoções junto de muitos visitantes, por se ligarem directamente às
suas vivências ou experiências de trabalho.
Tendo por fonte o arquivo empresarial da Mundet, firma instalada no Seixal há precisamente 100 anos e que encerrou em 1989, podemos
referenciar 441 herdades do concelho de Santiago do Cacém registadas em função da sua importância como produtores de cortiça. Este foi o
Concelho do distrito de Setúbal mais referenciado pelo sistema de compras da Mundet.
Ao propormo-nos estreitar laços entre o Ecomuseu Municipal do Seixal e o Museu Municipal de Santiago do Cacém, ambos fazendo parte da
Rede Portuguesa de Museus, esta itinerância sugere que projectemos outras partilhas de recursos, podendo futuramente aprofundar o conhecimento
sobre territórios comuns e também encontrar novas formas de valorizar o património cultural ligado ao universo da cortiça.
Praça do Município › 7540-136 Santiago do Cacém › Tel.: 269 827 375 › Fax: 269 829 498 › [email protected] › www.cm-santiago-do-cacem.pt/cultura/museu.htm
Fotografar a Mundet
Praceta Francisco Adolfo Coelho
Ecomuseu Municipal do Seixal
Público-alvo: juvenil e adulto/famílias
Torre da Marinha, 2840-490 Seixal
Exposições temporárias
19 de Fevereiro às 15h00
Tel.: 21 227 62 90 (às 2.as e 3.as feiras) Fax: 21 227 63 40
[email protected]
Núcleo da Mundet
Edifício das Caldeiras Babcock
Lançamento de edições
Património e Indústria, o fascínio do encontro
Dossiês didácticos
Fotografia de Rosa Reis
– n.º3 A pé pelo Concelho do Seixal: Arrentela e Seixal
Até 16 de Fevereiro de 2006
Edifício das Caldeiras de Cozer
Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz Mundet diz
e Seixal – materiais didácticos para a educação patrimonial
Museu de Arqueologia
e Numismática de Vila Real
no concelho do Seixal
Exposição permanente de Arqueologia
28 de Março às 15h00
O legado de João Parente: trinta anos de recolha
– n.º4 Os Núcleos Urbanos Antigos de Amora, Arrentela
arqueológica em Trás-os-Montes
cortiça
Desde Outubro de 2005
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
Núcleo Naval
Desde Setembro de 2005
Exposição
Barcos, memórias do Tejo
Rua do Rossio
5000-657 Vila Real
Serviço Educativo
Tel.: 259 325 730/1/2
Estaleiro de Brincadeiras
Fax: 259 308 161
Dança dos Barcos
[email protected]
Público-alvo: escolar/turmas do ensino pré-escolar e
do 1.º ciclo do ensino básico
Público-alvo: juvenil e adulto/famílias
Museu de Arte Contemporânea
de Serralves
8 de Janeiro às 15h00; 5 de Fevereiro às 15h00; 5 de Março
Exposições
às 15h00
Fora de Rui Chafes e Pedro Costa
Vamos Jogar ao Dominó?
Serviço Educativo
Comissariado: Catherine David e João Fernandes
Descobertas Matemáticas na Mundet
Público-alvo: escolar/turmas do ensino básico
Núcleo da Quinta da Trindade
Até 15 de Janeiro de 2006
Público-alvo: juvenil e adulto/famílias
Serviço Educativo
Ringbahn de Filipa César
19 de Março às 15h00
Os Romanos entre nós
Comissariado: João Fernandes
Público-alvo: escolar/turmas do ensino básico do concelho
Até 15 de Janeiro de 2006
26 | Boletim Trimestral
Anschool II de Thomas Hirschhorn
Museo Nacional de Arte Romano
Comissariado: João Fernandes
Museu Calouste Gulbenkian
c/ José Ramón Mélida, s/n
Até 29 de Janeiro de 2006
Exposições
[email protected].
06800 Mérida
Galeria de Exposições Temporárias
Rua D. João de Castro, 210
Conceber as Artes Decorativas
4150-417 Porto
Desenhos Franceses do Século XVIII
Tel.: 808 200 543/22 615 65 00
Até 15 de Janeiro de 2006
Exposição
[email protected]
www.serralves.pt
Museu de Arte Sacra e Etnologia
Museu da Fundação Cupertino
de Miranda
Galeria de Exposição Permanente
Manuel Patinha: o olhar inteligente/la mirada inteligente
Uma obra em foco: Antoine Watteau (1684-1721) na
Comissariado: Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves
Colecção Calouste Gulbenkian
Até 24 de Fevereiro de 2006
Até 15 de Janeiro de 2006
Exposição
Presépios concebidos por crianças de Fátima
Av. de Berna, 45 A
Até 31 de Janeiro de 2006
1067-001 Lisboa Codex
Tel.: 21 782 30 00 Fax: 21 782 30 32
www.museu.gulbenkian.pt
[email protected]
Museu do Chiado – MNAC
Praceta Cupertino de Miranda
Exposição
4764-968 Vila Nova de Famalicão
O Olhar Fauve
Tel.: 252 301 650
Celebração do centenário do Salão de Outono de
[email protected]
1905, que o crítico de arte Louis Vauxcelles denominou
como cage aux fauves (jaula de feras)
Rua Francisco Marto, 52, Apt. 5,
Comissariado: Olivier Le Bihan, director do Musée des
Museu da Quinta das Cruzes
2496-908 Fátima
Beaux-Arts de Bordeaux
Exposição
Tel.: 249 539 470 Fax: 249 539 479
13 Janeiro a 19 Março 2006
Um olhar do Porto – Uma Colecção de Artes Decorativas
[email protected]
www.consolata.pt
Até 28 de Fevereiro de 2006
Rua Serpa Pinto, 4
1200-444 Lisboa
Calçada do Pico, n.º1
Tel.: 21 343 21 48 Fax: 21 343 21 51
9000-206 Funchal
Museu de Arte Sacra do Funchal
[email protected]
Tel.: 291 740 670 Fax: 291 741 384
Exposição
www.museudochiado-ipmuseus.pt
[email protected]
Museu de Ciência
da Universidade de Lisboa
Museu Municipal de Coruche
Rua do Bispo, 21
9000-073 Funchal
Exposição
Canção da Terra
Tel.: 291 228 900 Fax: 291 231 341
Química viva – Química Segura
Intervenção Escultórica de Maria Ribeiro Ribeiro Telles
[email protected]
Projecto sobre segurança em laboratórios químicos
Pátio do museu
members.netmadeira.com/MASF
escolares e de investigação
A Madeira nas Rotas do Oriente
Até 28 de Fevereiro de 2006
Exposições
Até 17 de Março de 2006
Museu do Brinquedo
Rua da Escola Politécnica, 56
Exposição
1250-102 Lisboa
A História do Automóvel
Tel.: 21 392 18 60 Fax: 21 390 93 26
[email protected]
www.museu-de-ciencia.ul.pt
Colecções do Museu de Évora
no Museo Nacional de Arte
Romano (Mérida)
Coruche na obra do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles
Parceria com o Museu de Évora
Até Maio de 2006
Destaque: Ferrari F1 construído em Lego em tamanho original
Exposição
Até 10 de Março de 2006
Imagens e Mensagens – Escultura Romana do Museu
Serviço Educativo
de Évora
Atelier “Floresta, Jardim, Esta Flor é Assim...”
Rua Visconde de Monserrate, 26
Organização: Instituto Português de Museus, Museu de
Público-alvo: 1.º ciclo do Ensino Básico
2710-591 Sintra
Évora, Ministerio de Cultura, Museo Nacional de Arte
Atelier “Artes na História”
Tel.: 21 910 60 16 Fax: 21 923 00 59
Romano
Atelier multi-temático com o objectivo de explorar a
[email protected]
Coordenação: Joaquim Oliveira Caetano, Trinidad Nogales
exposição de longa duração O homem e o trabalho –
www.museu-do-brinquedo.pt
Bassarate
a magia da mão (Temas: Pré-história e Romanização)
Até 8 de Janeiro de 2006
Rede Portuguesa de Museus | 27
Os Construtores de Antas
E.N. 108, n.º 206
Público-alvo: 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico
4300-316 Porto
Vamos construir um mosaico...
Tel.: 22 530 49 66 Fax: 22 530 10 71
Museu do Papel
Terras de Santa Maria
Público-alvo: 2.º ciclo do Ensino Básico
[email protected]
Exposição
Em colaboração com o Museu Arqueológico de S. Miguel
www.imultimedia.pt/museuvirtpress
O Papel dos Aerogramas
de Odrinhas
Atelier “Costurar em Tempos de Outrora”
Público-alvo: generalista
Museu Nacional do Traje
Conferências
Actividades Educativas
“O Museu convida...”
O Cinema vai ao Museu!
com o apoio da Escola Secundária
Iniciação no processo produtivo de um filme em todas
com o apoio da Escola Profissional
as suas fases: preparação do guião, operadores de câmara,
actores, espaço, gravação, edição e visionamento do filme.
Rua Júlio Maria de Sousa
Destinatários: crianças a partir dos 6 anos
2100-192 Coruche
Bilhete individual 10 €
Exposição integrada no projecto educativo “O despertar
Tel.: 243 610 823 Fax: 243 610 821
Marcação prévia: Joana Castro 91 908 81 81
do Museu a Novos Públicos”. O papel dos aerogramas
[email protected]
3.º Sábado de cada mês das 14h30 às 17h30
enquanto suporte de escrita durante a Guerra Colonial.
www.museu-coruche.org
Sardanisca
Até 26 Novembro de 2006
Destinatários: Dos 12 aos 36 meses
Bilhete individual 3 €/ familiar 10 €¤
Rua de Riomaior, 338
Marcação prévia: Marc Bonnet 91 939 66 88
4535-301 Paços de Brandão
1.os e 3.os Domingos de cada mês das 10h30 às 12h00
Tel.: 22 744 29 47 Fax: 22 745 99 32
Exposição
Camaleão
[email protected]
Colecção de Artes Plásticas do Museu Municipal.
Destinatários: Dos 3 aos 6 anos
Gravura – 4 Técnicas
Bilhete individual 4 €/ familiar 12 €¤
Museu Municipal
de Vila Franca de Xira
Marcação prévia: Marc Bonnet 91 939 66 88
Museu do Papel Moeda
1.os e 3.os Domingos de cada mês das 15h00 às 17h30
Visitas orientadas
Museu Municipal de Vila Franca de Xira
Escolinha de Teatro pela Lúdico.Arte
O Mundo Maravilhoso do Museu do Papel Moeda
Rua Serpa Pinto, n.º 65
20 € por mês
Público-alvo: seniores
2600-263 Vila Franca de Xira
Sábados das 10h00 às 12h00
Terças-feiras 11h00/15h00
Tel.: 263 280 350
Atelier de Técnicas de Batik
Douro Acima
Fax: 263 280 358
por Maria Helena Pires
Público-alvo: ATL´s, Jardins de Infância, Escolas do Ensino
Sala dos Teares
Básico (1.º Ciclo)
Bilhete 5 €/ familiar 15 €¤
Quartas, Quintas e Sextas-feiras 10h00/11h00/15h00/16h00
Até 1 de Outubro de 2006
Museu Nacional do Azulejo
Marcação prévia: Maria Helena Pires 96 270 47 37
Exposição
Sábados das 10h00 às 12h00
Avenida da Boavista, 4245
Betty Woodman. Teatros. Téâtres. Theatres
Festas de Aniversário
4100-140 Porto
Até 2 de Abril de 2006
Actividades relacionadas com o Parque do Monteiro-
Tel.: 22 610 11 89 Fax: 22 610 34 12
-Mor e a defesa do meio-ambiente ou com a temática
[email protected]
do traje O Traje como meio de comunicação
www.facm.pt
Marcação prévia: Rosário Severo ou Clara Monteiro
21 758 85 37
Todos os fins-de-semana
Rua da Madre de Deus, 4
Museu dos Transportes
e Comunicações
1900-312 Lisboa
Largo Júlio de Castilho
Ciclo de Exposições Temporárias
Tel.: 21 810 03 40
Lumiar 1600-483 Lisboa
Reunião de Obra
[email protected]
Tel.: 21 758 85 37
Natureza complexa e interdisciplinar do trabalho do
[email protected]
arquitecto no processo de obra: fase do Projecto de
www.museudotraje-ipmuseus.pt
Execução e Assistência Técnica à obra.
Museu Nacional da Imprensa
O programa de cada exposição temporária inclui uma
conferência e uma visita guiada à obra.
Exposições
VII PortoCartoon-World Festival “Humor e Sociedade”
Museu Nogueira da Silva
Galeria de Exposições Temporárias
Exposição
Norte, Associação para o Museu dos Transportes e
Até 31 de Janeiro de 2006
A mão que pensa,
Comunicações
D. Quixote na Imprensa Portuguesa
desenho e narrativa
Recuperação do Palácio do Freixo e áreas envolventes,
Comemoração do 4º centenário da obra de Cervantes,
de Valerio Adami
Porto 1995-2003 – Fernando Távora e José Bernardo Távora
através da sua repercussão na imprensa portuguesa,
Até 18 de Fevereiro de 2006
Até 12 Março 2006
Sala Rodrigo Álvares
Av. Central, n.º 61
Edifício da Alfândega, Rua Nova Alfândega
Até 28 de Fevereiro de 2006
4710-228 Braga
4050-430 Porto
Tel.: 253 601 275
Tel.: 22 340 30 00/22 340 30 58 Fax: 22 340 30 98
[email protected]
[email protected]
www.mns.uminho.pt
www.amtc.pt
Organização Ordem dos Arquitectos-Secção Regional
em particular nos séculos XIX e XX.
28 | Boletim Trimestral
Outras Notícias
6.º Encontro do Comité dos Museus
Casas Históricas do ICOM-DEMHIST*
* por Maria de Jesus Monge
Após Génova, Barcelona, Amesterdão, Lenzburg (Zurique)
volta do tema proposto. O dia de trabalhos terminou
Directora do Museu Biblioteca
e Berlim, o 6.º Encontro do DEMHIST realizou-se em
com uma visita guiada ao Palácio Nacional da Ajuda pela
da Casa de Bragança
Lisboa, de 12 a 14 de Outubro de 2005 no Museu
Directora, Dra Isabel Silveira Godinho, e alguns técnicos.
Paço Ducal de Vila Viçosa
Nacional de Etnologia, organizado pela Comissão Nacional
O dia 13 foi dedicado a visitas a diferentes espaços museo-
Portuguesa do ICOM. O IPM facultou as instalações do
lógicos nos concelhos de Sintra (Palácio Nacional da Pena,
Museu Nacional de Etnologia e o apoio administrativo
Palácio Nacional de Sintra e Casa-Museu Leal da Câmara)
da RPM, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação
e de Cascais (Museu-Biblioteca Conde de Castro Guima-
da Casa de Bragança e a Câmara Municipal de Cascais
rães, Casa de Santa Maria e Museu Verdades de Faria).
(sob forma de um almoço oferecido aos participantes,
No dia 14 realizou-se a Assembleia Geral do DEMHIST
documentação e visita guiada aos diferentes espaços
seguida da eleição trienal dos corpos gerentes. Antes do
museológicos) disponibilizaram apoio financeiro e vários
encerramento dos trabalhos, Maria Antónia Pinto de
museus colaboraram através da realização de visitas guiadas
Matos presidiu a uma Mesa Redonda sobre o tema da
aos participantes no Encontro.
Conservação Interactiva de edifícios e colecções, com Julius
O tema escolhido para 2005 foi Guardiães da Memória:
Bryant, até recentemente do corpo técnico do English
Conservação de edifícios e das suas colecções. As propostas
Heritage e actualmente no Victoria & Albert Museum
de reflexão são sempre abrangentes e com esta opção
de Londres e Tessa Luger do Instituto Holandês de
tentou-se, por um lado, fomentar a análise de aspectos
Conservação. Após um resumo inicial dos aspectos
directamente relacionados com a interpretação específica
mais significativos das visitas dos dias anteriores, a
dos espaços museológicos em análise, valorizando a impor-
discussão generalizou-se e muitos dos intervenientes
tância das memórias individuais e colectivas na afirmação
expressaram as suas dúvidas, questões, pontos de vista
de identidades; não descurando, num segundo momento,
num debate vivo e revelador do interesse pelas proble-
uma componente prática de preservação material designa-
máticas abordadas.
damente através das questões da conservação preventiva
A tarde de dia 14 foi ainda dedicada a visitas ao Palácio
de espaços e colecções. As visitas a instituições
Fronteira e a instituições museológicas na área de Lisboa:
museológicas, variadas na forma como realizam as suas
Fundação Medeiros e Almeida, Fundação Ricardo Espírito
funções de guardiães da memória, mas semelhantes no
Santo Silva e Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves. No
objectivo de a manter viva, permitiram contactar
dia 15 de manhã, já como actividade extra programa,
directamente com este universo específico, diagnosticar
um grupo de 25 participantes deslocaram-se ao Museu
problemas, apreciar soluções...
Biblioteca da Casa de Bragança, em Vila Viçosa.
No dia 12, a sessão de abertura foi presidida pelo Director
Terminado o Encontro, os participantes mostraram-se
do IPM, Dr. Manuel Bairrão Oleiro, em representação da
agradados com a qualidade das comunicações, a variedade
Ministra da Cultura, pelo Presidente da Comissão Nacional
das questões e realidades abordadas e a aberta troca de
Portuguesa do ICOM, Dr. João Castel-Branco Pereira, pela
experiências. As visitas realizadas permitiram conhecer
Presidente do DEMHIST, Dr.ª Rosanna Pavoni, e pelo
espaços museológicos significativos pelos conjuntos
Director do Museu Nacional de Etnologia, Prof. Doutor
patrimoniais que representam, mas também pelas práticas
Joaquim Pais de Brito. O orador principal, o Prof. Doutor
que desenvolvem, nem sempre consensuais. Realidades
Gaspar Martins Pereira da Faculdade de Letras da
tão diferentes como palácios nacionais, casas-museus
Universidade do Porto, iniciou os trabalhos com a
geridas por autarquias, fundações privadas que gerem
comunicação Casas-históricas museus: património, memória
espólios de coleccionadores e até um palácio habitado
e desenvolvimento. Ao longo do dia oito intervenções de
pelo proprietário, possibilitam uma leitura abrangente da
outros tantos países apresentaram questões concretas à
realidade nacional no que concerne esta tipologia
Rede Portuguesa de Museus | 29
específica. Foi interessante a adesão tanto de colegas
mente semelhantes e a troca de experiências e saberes
portugueses (quase 30) como dos numerosos estrangeiros
é fundamental para o desenvolvimento de práticas
(mais de 40, entre os quais brasileiros e espanhóis que
adequadas de conservação, estudo e divulgação.
raramente participam em reuniões internacionais).
O próximo encontro terá lugar em Malta, provavelmente
Os problemas e desafios que se colocam são frequente-
em Setembro de 2006. ❚
Os Amigos dos Museus de Portugal
reuniram-se em Congresso*
Organizou a Federação de Amigos dos Museus de Portugal
Vilaça, directora do museu da Fundação Medeiros e
* por José d’Encarnação
o seu I Congresso, de 17 a 19 de Novembro de 2005,
Almeida, trouxe um novo repto ao debate: a casa-museu
Docente do Mestrado em Museologia
subordinado ao tema «Os Amigos dos Museus, elementos
que dirige, de propriedade particular, detém uma colecção
e Património Cultural na Universidade
activos nas estratégias dos museus».
ímpar, situa-se no coração de Lisboa, mas... não tem
de Coimbra
Decorreram os trabalhos no auditório do Centro Cultural
Grupo de Amigos – como fazer?
de Cascais, em três painéis, consoante os pontos de vista
No 3.º painel, intervieram: Francisco Sousa Lobo, que,
a abordar: o de entidades com tutela sobre museus, o
sob o sugestivo título «A fortificação da memória», deu
dos museus e, finalmente, o dos Amigos dos Museus.
conta da intensa actividade levada a cabo, por todo o
Assim, no primeiro, usou da palavra a Subdirectora do
País, pela associação que dirige, os «Amigos dos
IPM, Dr.ª Clara Camacho, que traçou uma panorâmica,
Castelos»; José Eduardo Neto da Silva traçou-nos, ao
a nível nacional, dos grupos/associações de amigos
invés, um panorama, se não desolador, pelo menos,
existentes nos 32 dos 120 museus que integram a RPM.
assaz preocupante: a sua Associação de Amigos do
Sublinhou serem objectivos dos Amigos o enriquecimento
Museu Nacional Ferroviário luta, há quatro anos e sem
das colecções, a valorização dos associados, o trabalho
grande êxito, pela instalação do museu no Entroncamento;
voluntário e o mecenato, a promoção de investigação,
por seu turno, Ricardo Pereira, em representação da
exposições, publicações e cursos, a defesa do património
associação Pedra Angular – criada para a defesa,
da área envolvente do Museu e a cooperação com outros
divulgação e preservação do vasto património confiado
museus. E, portanto, concluiu, é intenção do IPM apoiar
às igrejas – referiu a actividade desenvolvida. Já no final,
o mais possível a criação e a actividade dos Amigos de
Ortigão Neves, do Grupo dos Amigos do Museu de
Museus.
Marinha, relatou o minucioso trabalho de inventário que,
Cristina Passos, da Fundação Serralves, falou sobre «Os
no seio do seu Grupo, se está a desenvolver no sentido
Amigos dos Museus: elementos activos nas estratégias
de tudo se saber acerca das instituições museológicas
dos museus».
que directamente se prendem com a actividade marítima,
A iniciar o 2.º painel, Dalila Rodrigues, directora do Museu
tendo exemplificado com o caso do Aquário Vasco da
Nacional de Arte Antiga, acentuou serem os grupos de
Gama, no Dafundo.
amigos «um meio fundamental à concretização do
Em jeito de comunicado final, foram estas ideias-mestras
programa do museu, seja no plano da sua essencial
que me pareceu poderem sintetizar os resultados deste
dimensão sócio-pedagógica, seja no do, não menos
I Congresso: Os Amigos dos Museus de Portugal:
essencial, plano dos recursos humanos e financeiros» e
1. Congratulam-se com a oportunidade da iniciativa,
«constituem também uma âncora ou uma garantia de
levada a cabo sob os auspícios da Federação de Amigos
efectivo compromisso do museu com a comunidade».
dos Museus de Portugal, e manifestam o seu maior
Sofia Pessanha deu conta da actividade desenvolvida
reconhecimento a quantos tornaram possível este
pela Casa-Museu Abel Salazar, de Matosinhos, cuja
evento, designadamente a Câmara Municipal de Cascais.
Associação Divulgadora dinamiza acções de âmbito
2. Reiteram a sua convicção de que constituem, na
cultural: exposições, conferências, publicações... E Teresa
verdade, elo imprescindível na defesa e promoção das
30 | Boletim Trimestral
entidades museológicas, independentemente da entidade
dos Amigos dos Museus de Portugal não podem deixar
a que estejam directamente subordinadas. 3. Nesse
de manifestar, por exemplo, a sua mais profunda
sentido, reafirmam a sua vontade de – no mais estrito
apreensão pela demora na viabilização do Museu
respeito pelos campos de acção próprios de cada entidade
Ferroviário Nacional, como forma de se suster a
e pelas hierarquias existentes – fomentarem benéficas
degradação de um rico património da nossa memória
sinergias para que, em conjunto, os museus atinjam os
colectiva. 5. Ouvidos, neste I Congresso, os contributos
seus objectivos maiores. 4. Como pessoas colectivas que
das entidades tutelares, de responsáveis por museus e
visam uma actividade de índole eminentemente cultural,
de Amigos dos Museus, reconhece-se a incontestável
consideram ser estrita obrigação do Estado e das entidades
utilidade desta reunião, cuja continuidade vivamente se
tutelares dos Museus, propiciar, sem peias burocrático-
preconiza – para, em reencontro, se concertarem
-administrativas, um diálogo frutuoso, com vista a mais
estratégias, se reforçar o mútuo conhecimento e se
rendível aproveitamento dos recursos museológicos do
fomentar ainda maior coesão em torno dos objectivos
País. Nesse âmbito, os participantes neste I Congresso
comuns. ❚
Colaboração entre os Ministérios
da Educação e da Cultura
Na sequência da colaboração estabelecida entre os
Programa de Promoção de Projectos Educativos na Área
Ministérios da Educação e da Cultura, destaca-se o
da Cultura, entre os quais se integram os museus, podem
carácter inédito e o relevante significado do conteúdo
incluir, entre outros, o concurso “A minha escola adopta
do Despacho Conjunto n.º 834/2005, de 4 de
um museu” actualmente em curso, acções de sensibili-
Novembro, referente ao Programa de Promoção de
zação para a preservação do património cultural, activida-
Projectos Educativos na Área da Cultura, e o do Despacho
des de serviço educativo, criação de maletas pedagógicas
Conjunto n.º 1053/ 2005, de 7 de Dezembro, que
e outras edições e a execução de acções de formação.
possibilita a afectação de pessoal docente ao Ministério
Esta iniciativa promovida pelas Ministras da Cultura e
da Cultura.
da Educação poderá contribuir para o desenvolvimento
Informações
Os modelos de programas educativos a desenvolver nos
de profícuos projectos de real articulação entre as duas
www.min-edu.pt
espaços de cultura definidos pelo Regulamento do
áreas. ❚
Dissertações
Mestrados
• Na Universidade Lusófona de Humanidades e
Rodrigues obteve o grau de Mestre em Museologia e
Tecnologias, a 16 de Junho de 2005, Maria José Messias
Museografia mediante a apresentação da dissertação
obteve o grau de Mestre em Museologia mediante a
Uma Nova Rede de Museus para o Exército Português.
apresentação da dissertação O Lúdico e a Aprendizagem
no Museu: as Perspectivas das Crianças sobre as Visitas
Doutoramento
Escolares às Instituições.
• No Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM),
• Na Universidade Católica Portuguesa, a 30 de
em Paris, a 20 de Outubro de 2005, Marta Lourenço,
Setembro de 2005, Filipe N. B. Mascarenhas Serra
investigadora do quadro do Museu de Ciência, obteve
obteve o grau de Mestre em Património Cultural
o Doutoramento em História da Técnica e Museologia
mediante a apresentação da dissertação Práticas de
mediante a apresentação da tese Entre Dois Mundos:
Gestão Administrativa nos Museus Portugueses.
a Especificidade e o Significado Contemporâneo dos
• Na Faculdade de Belas Artes/Universidade de Lisboa,
Museus e Colecções das Universidades Europeias (texto
a 28 de Novembro de 2005, Francisco António Amado
disponível em http://correio.cc.fc.ul.pt/~martal). ❚
Rede Portuguesa de Museus | 31
Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
Email: [email protected]
Web Site: www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
IMPRESSÃO Facsimile
3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
ISSN 1645-2186
Associação Portuguesa
de Museologia
40 anos (1965-2005)
Encontros
– Prémios APOM de Museologia
Seminário Sabe escrever para todos?
Conferência Internacional para
A acessibilidade da comunicação escrita
a Cultura e o Património on-line
nos museus
– Museum and the Web 2006 – MW2006
23 de Janeiro de 2006
22 a 25 de Março de 2006
Auditório do Pavilhão do Conhecimento – Ciência
Albuquerque, Novo México, USA
Viva, Parque das Nações, Lisboa
Organização Archives & Museum Informatics
Organização GAM – Grupo para a Acessibilidade
Tema Cultura e Património on-line
nos Museus
Informações e contactos
Maria da Feira*
Tema A acessibilidade dos textos dos museus
Archives & Museum Informatics
Museu da Indústria de Chapéus de São João da
(painéis, legendas, folhetos, sites etc.), não apenas
158 Lee Avenue, Toronto, Ontário
Madeira
no que diz respeito ao público com necessidades
M4E 2P3 Canada
especiais, mas ao público em geral.
Tel.: + 1 416 691 2516
Informações e contactos
Fax: + 1 416 352 6025
7.000 Anos de Arte Persa – Museu da Fundação
Rosário Azevedo
[email protected]
Calouste Gulbenkian*
Tel.: 21 782 34 55/6/7
www.archimuse.com/mw2006/
2003/2004/2005
• Melhor Museu Português
Museu Municipal de Faro*
Museu Municipal de Coruche*
• Menção Honrosa
Museu do Papel Terras de Santa Maria, Santa
Museu da Luz, Aldeia da Luz
Museu de Terras de Basto, Cabeceiras de Basto
• Melhor Exposição
Eduardo Nery – Exposição Retrospectiva – Museu
[email protected]
Nacional do Azulejo*, Museu Nacional de Soares
dos Reis* e Museu da Água*
http://gam.pavconhecimento.pt
Encontro The Museum: A World Forum
25-27 de Abril de 2006
Habitantes e habitats – Pré e Proto-história na
Encontro de Serviços Educativos
Celebração dos 40 anos de Museum Studies
de Museus
na Universidade de Leicester
20 de Fevereiro de 2006
Organização Universidade de Leicester
Ecomuseu Municipal do Seixal
Temas Museu do Século XXI:
Organização Ecomuseu Municipal do Seixal e
Conceito Objectivos e paradigmas; Suas comu-
• Melhor Serviço de Extensão Cultural
Grupo para a Acessibilidade nos Museus (GAM)
nidades; Identidades; Exposição; Educação
Museu Nacional do Traje e da Moda*
Participação de Amanda Tojal, museóloga brasi-
Informações e contactos
leira e educadora de museus de arte.
Department of Museum Studies
Informações e contactos
University of Leicester
Praceta Francisco Adolfo Coelho
105 Princess Road East,
Torre da Marinha, 2840-490 Seixal
Leicester LE1 7LG
Tel.: 21 227 62 90 (às 2. e 3. feiras)
Tel.: +44 (0) 116 252 3962
Fax: 21 227 63 40
Fax: +44 (0) 111 252 3960
[email protected]
[email protected]
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
www.le.ac.uk/museumstudies
Bacia do Lis – Câmara Municipal de Leiria
• Melhor Catálogo
Carlos Relvas e Casa da Fotografia – Divisão de
Documentação e Fotografia do IPM
7.000 Anos de Arte Persa – Museu da Fundação
Calouste Gulbenkian*
Museu da Fundação Serralves*
Museu Municipal de Loures*
• Menção Honrosa
Museu de A Brincar, Arronches
• Melhor Trabalho sobre Museologia
Inventário Artístico da Arquiodiocese de Évora
as
as
e Exposição Tesouros de Arte e Devoção
– Fundação Eugénio de Almeida
• Melhor Obra Museológica
Benjamim Pereira
*Museus da RPM

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