arquivos do museu de história natural
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I UNIVERSIDADE FEOERAL DE MINAS GeRAIS ARQUIVOS DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL VOLUME VIII-IX BELO HORIZONTE / MG / 1983 ·1984 I TNDICE Apresentação. por 3 ATAS DA IIQ REUNI AD CIENTTFICA DA SOCI EDADE DE ARQUEOLOGIA BRASI LEIRA ...••..••.•• • ..••. .•...•• . .••....•• .•• .••••••.. .••.. .• •• .•••• ..•• • 9 As primeiras ocupações humanas da ãrea arqueológica de S. Raimundo Nona to Pteuf, por Ui.ede G<.U.dcn. . • • •• • •• • •• •• • • • • • • • • • • • • • • • • • •. •• ••• • • • • • • • • • • • • • 17 Nota preliminar sobre a industria li t i ca da fase Terra Ronca. po r At6~edO A.C.' M. de Souza , Il.u4fut Simome.n g ACJJ.Jty P. de Otive..úLa • . . • • • ••• • •. • •.. • .•• • •• 21 Arqueologia do Brej o da Ma dre de Deus. Pernambuco. por Je.a.ttnúte M. V. de ' Lima ...•.•..•..••..••.•••.•••.•••. .••••.•••. .•••. •••..•••••.•••.•••.••..•• 29 Anãlise de restos alimentares do abr igo GO JA 01. projeto Parana iba-Serranõpo-' l is-Goiâs (Res umo) , por PedJw r. SchmUz e AndJt.ê L. Ja.c.otu.l. ..• •. • . . . .. • •. • 33 Caçadores: dieta e alimentação, anãlise dos restos de alimentos de origem ani -' mal recolhidos nas escavações do abr igo GO-JA-O l, por Ll.ÚZ E. MoJtw.a. ..... 35 As industrias liti cas e cerâmicas no Estado de Mi nas Gerais : dif ic ul dades de interpretação. por AndJt.é PMu.6 •••• ••••• •• ••• •••• • •••••••••• ••••• • ••• .• •• . 55 Adaptações marit imas no Brasi l , por Wutey tlWLt • ..••••. .•••. .••• .••• .•••. 61 Projeto arqueolõgico do litoral setentrional do Rio Gra nde do Sul ; o sitio ar -' queolõgico de l tapeve, muntcfpto de Tor res. por ,4.Jt11O A. KeJut, FVUU1ltdo La. satvia. &: Gu.itheJtme Naue •• . .•• ..•••.••. ..•••..••.••••.. . .••• ..• .. ..•• . •• . ..• .• 73 Noticias preliminares sobre o programa arqueo lõgico do nor t e fl uminense. por At6!Ledo M. de Souza.. CÜtVt A. Lo.tu.6o, Joel C. de Souza. t Mwtil.o O. C. de Souza. . .• ..•..•. .• •..••. .•• • .•• . .•••• . ..••...•...•••.•••.••••. •••.••• . .•• . AFase Ite tpu, RJ - novas considerações. por OnderntVt Via.6 e EUa.na. lhe 87 CMva.- 9; Estudos de paleonutrição em sitios -sobre -dunas da f ase It ai pu-RJ , por sheila. M. F. Mendcttç.a. de Souza., Rubett6 S. Santo.&, CJÚ.6.tbw. S. Sc.h.>La.nJn , CJLi.!.lina. C. de M.Vuutda. •••• .•••••••• ••••••••••••••••••••••••• • ••••• ••• •• ••• .• •• ••••• • •••• 1O7 Sitias Cerâmicos da Bacia Paranã-Goiâs. por ULL6f<4 $.únott6elt, Al6Jte.do A. C. Me.n-' donç.a. de Souza, Ac..a.Jty P. Olivw.a., She1.1.a. M.F.U. de SOu.za. , MaJU..a. A. C. M. de Souza • ...•. .•..•••.••• .••..•••. •••• .••• . . .••••• . .. . ..•• .••.• .••••.••• .••. 121 Horticultore s pré-histõricos do No rdeste , por Ma..!Lco'& Albuqu.eJU(ue 131 Um sitio arqueolõgico Tupi- Guar ani da sub-tradição pintada no se rtão pernambuc~ no, por Ma.1tc.o.& G. Uma , Jac..io/'ÚJut SUva. Rocha. 13S Os pictog lifos da grata da Bu rí t'i rana, por Ató!Ledo A.C.M. de Souza, she.Lta. M. F. M. de Souza t. /.IaJL.út C. L. F. RodUguu • • .•••.•• ..•••••••..•.••••..•• • .•••• .•• 143 A arte rupest re da Serra do Cabral (MGl e a ocupação humana nos abr igos da regi ão: abordagem i nict a1. po r Pa.u.lo R. Seda, L.a.uJta. P.R. Sil.va t. Roóân.geta. Mene- ' eee ...•• ... ... ..... . ... .. .. ... .•.......... ........ ........ .......•... .... . 155 A ident i fi cação das t radi ções rupes tres no Est ado de Minas Ge ra is: difi culdades ' e comparação com regiões nordestinas. por Fabiano Lôpeó de rau1.a. t. And!t.e PILOUó ••••••• •••• •••• • •• • • ••••••• •• • •••• •••••• • ••••••••••••••• •••• •••••••••• 185 Métodos de anãlis e mi nera lógica , petrogrãfica e fís ico-q uímica aplicados ao est u do de sina lações r upestres e artefatos lít icos e cerâmicos: Algumas considera - ' ções prãticas, po r RLú Campoó PeJLez t. Fabiano Lopu. de Pau1.a. • • • •• • • • • • • • • • 191 Aspectos ambienta is e arte rupestre na ãrea do Projeto Alto Araguaia , por Me:tiJl.a. &vt.beJLi Ribe1JuJ ••.•• • ••••••• .•••..•••.••• .•• . .••••.•••.•• •• . ..• .. .•.. 211 Modelo arqueológico no projeto Serra Gera l. Tentativas de corre lações sistém icas e ecológicas , por AU:.a..i!t Sa1u &vt.boóa •.•• ..•• . .••.••••. .••.• . .•• .•... .••. 229 Proj et o Ilha do Bana nal , por AU:.a..i!t Sa1eó &t.!Lbo,ba t. Aco.Juj P. OUveiAa. ... .• . 243 Balanço da Arq ueo logia Bras il eira - cctãs, por A.Utt..iA Sa1u Ba.JtbOM . • •. • 261 Os índi os Charrua e Minuano na antiga banda oriental do Urug ua i, por rtala IJLene &1óile EeclleJL •.•• .••..••.. ••..••. .••••.•••.•••.•••..••.•• .••..••••..• 277 A pesquisa etnoarqueolõgica entre os Baroro os Mato Grosso. por Inrnhitd " Wu..6t • • •• ••• ••••• •••• ••• ••• ••• •••• ••••• • ••• • ••• • •• ••• •• • .• ••• ••••• ••••• • ••• 285 Resumo. Pesquisas Arq ueológicas no Baixo Uatumã/Jatapu (AM) - Resultados preliminares, por MáJUo F. Si.mõeó , Concúç.ão G. Cou& t. DaJÚet F.F. Lopeó •••. .•• 297 Resumo . Pesquisa s arqueolõgicas no Médi o Rio Negro (AMl - Res ultados prel imina- ' res , por MaJt.w F. s.imõeó , Ana. Lúc.ia. dr. c. Machade t: Ana. Lúcia M. Kalkma.I'U1 •• • ••• ••• • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • •• • • • • • • • • • • •• • •••••• ••••• •••• • • ••• • 299 Res umo. Pesquisa Arq ueológica no Lago de Si lves (AM) - Resultados prelimi nares, po r McVt..w FeJVteiAa. s.imõu t: Ana. Lúc.ia. da. C. 1Jac.ha.de - 301 Resumo. O sitio cerãmico de ltaguã: um sitio de contato no litora l do Estado de São Paulo. Brasil , por Do!La.th P-iYl.t1J Uc.h.ôa, MaJúa. CJt.L6tina. M<.neiJw Sc.a.tama.- ' c.chúJ.. t. CW Dei Rio Gvtc.ia. . .•••. .••. .•..•••• ..• . .. .•••• .. .... ..• . .• ..• . .• 3 O3 Cronologia y Oc upacion Prehispanica en el N.E . Argentino, por Ma.4ia. Arnanda Ca.ggian.o •..•• .•• .•.• .•.• .••• .••..•.• .• .•. . ... • .... . .... ..• .. . .•. . .. . .. . . . . 3 O5 Traços não -métricos cranianos e distância biológica em grupos i ndí genas int eri o ranos e da 1itora1 do Bras il - "Homem de Lagoa Santa". í ndios Botocudos e cons - trutores de Sanoequt s , por /.I.a.Jt..U.{.a CaJtva.tho de Me.Uo e AlvVn , MaJLgaJtu de CaJt- ' va1lto SCMU (. Paulo sêJt.g.ic P!Ún9.6 he.im da cW!ha. • . •• .•• . ..•• • . •• . . • • • • .• ••• 323 · Os seios fronta i s em gr upos indTgenas brasi leiros - Co nst r ut or es de s ambaqui s e Botocudos , por waUeJt. BeJt.tctano (. /.I.a.Jt..U.{.a CaJtvalho de MeU.c e AlvVn ... .. ... .. . . .. ...... . .. . . ... . ... .... . ......... ..... . ... . ... . . .. . . .. . . . . . .. . 339 _ Os es queletos humanos da Furna do Estra go - Pernambuco. Brasil Nota pr évi a . por Ma.!UUa CMva..tho de Millo e AluVn e sheil..a. MaJUa. FeJtJLa.z /./endOI1Çd de Souza. ••• • ••• ••• • • ••• • ••• • •• • •• •••••• ••• • ••••• •• ••• • ••• ••• • •• • • 34 9 ... Arquivo Mus . Hist . Na t . Vol. VIII /IX HORTICULTORES PR E-HISTORICOS 00 NORO EST E Marcos Alb uquerqu e UFP E Se r á abo rda do ne s t a com unicação ape nas a lg uns a s pec to pertine ntes a oc upação pré -histórica. por gr upos de hor ticu l to r es do No r deste e mais especif icamente do Esta do de Pernamb uco. O Laboratório de Ar queo l og i a do Departamento de Hi! tõria do Centro de Filosofia e Ciências Hum ana s da Universidade Fede r a l de Pernambuco, com o apoio do CNPq . vem dese nvol vendo intenso prograna de pesq ui s a , com o objeti vo de estudar os pr oces s os' de adaptação de gr upos de horticu ltores no Nordest e do Brasil, nota damente os de Trad ição Tupiguaran i. O Estado de Per nambuco poss ui, grosso modo , quatro' zonas f i siográfica s di stintas. A f a ix a li to rânea que é em pa r t e rec obert a por uma vegetação de Resti nga . se apres e nta ent recor ta da por numeros os cur sos d'ág ua de mé dio e de peque no portes . A co nfiguração topográfi ca da á rea associada ao bai xo volume de água des tes r ios, permite' que não apenas nos estuãrios, ma s a inda largas porções da costa at ra vés dos meandros , das gamboas. sejam inv adid as por águas salg! da , por ocasião das mares altas. Desta mistura de águas . doce e sa lgada, resulta um nive l de salini da de favoráve l. que complement! do por uma situação de águas calm as , permi te a i nsta lação de vasta á re a re coberta pelo Domin io dos Mang ues . Ai nda nos d ias a tua is este Dominio abr i ga um a var i ada f auna de cr ustác e os e mo l uscos . a lém de um av i faun a abunda nte. Suce de ndo no s ent i do l es te- oes t e a fa ixa l ito r âne a , es t á insta lada a Mata At lân tica , ent r e corta da por r i os perenes. Esta cobe rtura vegeta l se es tende paralela ao litoral numa faixa de aproximadame nte 60 km. Limita ndo a oeste da Mata Atlántica , o Oominio das Caa t i ngas recobre praticamente o restan t e da área do Estado . O Oominio das Caating as,co m seus facies hipo e hiper xerõfilo, caracteriza os Agrestes e os Sertões pernambuca nos, e de resto, trad uzem de forma ampla a maior porção do Nordes te orie ntal . Do ponto de vista da adaptação huma na, obse rv a-se uma s ubsta ncial di fe r e nc i ação entr e o Dominio da Mata e o Domi nio ' da Caa t i nga. Ra zão pe l a qua l. nesta comu ni cação, o Do mi nio da Ca atin ga se rá t rata do como um to do , não s e estab e l ec en do di vi s õe s mi nuciosas entre o Agreste e o Se r t ão . Neste Dominio , todos os rios 132 sao temporãrios. com exceção do São Francisco. que apenas tangen-' cia o Estado. O sistema hidrogrãfico desta Região possui ãgua apenas no curto periodo das ch uvas. que se precipitam de forma conce~ trada. Nesta época, atravês dos rios temporãrios que integram o sistema do São Francisco. sobem peixes, atingindo através dos afl~ entes secundãrios e terciãrios. boa parte da região semi-ãrida . Na região da Mata foram escavados numerosos sitias' cerâmicos, na sua maioria integrantes das Tradições Tupiguarani e Aratu . Trabalhos mais recentes vêm sendo desenvolvidos no semi-ãri do. onde foram identificados a lguns sitios de grupos ceramistas cuja tradição tecnológica se associa a dos grupos horticu ltores tradicionalmente enquadrados no modelo de ~Floresta Tropical". No início dos trabalhos na região semi-árida, quando foram l oca l i zados e escavados os primeiros sítios cerâmicos. e~ tes em áreas perifericas â zona da Mata, supôs -se que se tratassem de grupos procedentes da região da mata que. pressionados pe los portugueses. haviam migrado para o Agreste. Esta hipótese encontrou respaldo. na epoca. em algumas datações recentes que se dispunha naque la ocasião. Entretanto. no decorrer dos trabalhos, nao se constatou indícios de desagregação social. presumível a um grupo que.pressionado por outro de maior complexidade cultural os portugueses -. abandonasse seu habitat. ingressando em um ecossis tema profundamente diferenciado do primeiro. Numerosas aldeias escavadas demonstraram uma alta densidade demográfica. sobretudo quando comparadas com a ldeias de mesma tradição ceramista . escavadas na Zona da Mata . O plano das aldeias escavadas no semi -arido • bem como os padrões tecnológicos da ceramlca. não se apresentam m! nos complexos que os encontrados na Zona da Mata . Conseq~e ntemente todos os e lementos de que dispomos no momento nos levam a acredi-' tar que os grupos da Tradição Tupiguarani. cujos vestígios foram ' escavados na região semi-arida. encontravam-se bastante adaptados' a esta região . Esta constatação reflete uma situação atê certo po~ to conflitante com o modelo de ocupação tradicionalmente descrito' para os Tupiguarani. Buscando-se conci liar as evidências as formu lações pre-existentes. que se baseiam no conjunto de informações ' ate então disponíveis. desenvolveram-se duas linhas de questionamentos: a) A ~egião oc upada pelos portadores da Tradição Tupiguar! ni atualmente sob condições semi-ãridas. por ocasião da presença daqueles grupos . apresentavam condi ções mais umidas. compatíveis I 133 com a presen ça de uma floresta tropical. b) Os gr upos por tadores da Tradição Tupi gua r a ni teria m desenvolvido um processo de adaptaI ção ao s em i-ãrid o . no qua l a piscosidade dos rios. a navega ção. a fauna e a f lo ra. a alta pluviosidade carac terTstica da Flcresta Tr op i ca l . não constituíam-se f at ores limitantes para o esta belecimen t o do grupo. Em conso ninc i a com a s e gunda hi p6t e se . poder -se-ia su por que teria sid o a ma nd ioca e co nse q Ue nt ement e a pos s i bi l i da de de seu cu ltivo o pr i ncip a l o u um do s pr i ncip a i s fat ores da Tradiçã o Tupiguarani. a o i nvi s dos dem ais que a penas te riam ag ido de forma comple mentar q ua ndo da ocupação da Fl or e s t a Tr opical . Coos 1- os fatores que inter ferem no cultivo da mandi oca, e so bretudo compar ando- se as condi çõ es eda fo - climiticas das dua s regiões como suporte i i ns t a l ação desta cultura , diferentes aspe ct os devem ser levantados. Dent r e às condições diferenciadas dos solos do semi-arido e da Zona da Mata, esta o pH. Esta euforbiicea pr efere solos com tendência mais bâsicas do que acidas . Neste partic~ lar , os so los da região de mata. em vi r t ude da um idade e da acelerada decomposiç ão da matéria orgânica, possuem uma tendê ncia mais acida que os solos do Sertão . Esta maior ac idez encontrada na Zona da Mata não impede em absoluto o cultivo da mandioca; entretanto' não poderá ser considerado um fator positivo ao seu cu lt ivo, sob~~ t udo por dificultar a abso rção de algun s nutrientes. Grande part e dos so los do Sertão entretanto apresentam tendência mais básica ' oferece nes te aspectc, vantagens ao cultivo da mãndioca. C on5ide~ do a grande dispe rsao da Tradição Tupigua ra ni ao longo do Brasi l , outro aspe cto positi vo oferecido pela ambiência serni-arida a um grupc rnandioqueiro refere-se as cond ições térmicas. Em região de Floresta Sub-Tropical as mini mas de temperat ura retardam consider! ve lmente o crescimen to da mandioca, comprometendo conseqaentemente a expectativa alimentar. Na r egião serni -ár ida , as máximas de temp~ ratura são compativeis com as tolerâncias da mandioca permitindo ' o seu crescimento vegetativo e radicular . Um aspecto ca r ac t er ; s t i co da região semi-arida que poderia ser apontado como um fator negat ivo pa ra o cultivo da man dioca é a ba ixa precip ita ção e concentração pluviométrica . Ocorre que as exigências de água da mandi oca são ma iores apenas durante os tres primeiros meses apôs o plantio. Superado este per;ado as trocas efet uadas ent re a parte aérea e a radic ular permitem o seu des envol vi ment o . s uport ando inc lus iv e gran des estiagens. A altimetria da região serni -ári da const itu i -se ' em outro fatar posit ivo para o cultivo da mandioca. pois suas coderando -s~ 134 tas inferiores aos 1000 m. favorecem seu desenvolvimento. Admitindo que o cultivo da mandioca na região semi-árida constitui a-se o produto básico para a alimentação Tupiguar~ ni e que este forneceria os suprimentos de hidrato de carbono. teria necessariamente que haver uma complementação proteica. Na regi ão da Mata. recortada por uma rede fluvial perene. parte desta necessidade poderia ser suprida pela pesca. Na região semi-arida entretanto. que não oferece este recurso, salvo em um curto espaço' de tempo conforme foi abordado anteriormente. a complementação pr~ téica poderia ser obtida atraves da caça de uma fauna abundante C! paz de suprir estas necessidades sem prejuizo do equilibrio alime~ taro Consoante os problemas expostos pertinentes às duas hipóteses levantadas neste trabalho tem prosseguimento pesquisas ' pãleo-climãticas alem das arqueológicas com o objetivo de esclarecer os processos de adaptação adotados pelos grupos de Tradição T~ piguarani no Nordeste do Brasil, especialmente após a constatação' de sua presença em ãreas atualmente sob o domínio de condições semi-áridas. Indiscutivelmente seria prematuro e ate leviano. no estado atual dos trabalhos se fazer qualquer afirmação categórica com relação a este processo, ficando apenas registradas as linhas' gerais que norteiam estas pesquisas, alem da preocupação de que seja considerada a possibilidade de revisão, pelo menos de forma parcial, no modelo de ocupação dos grupos da Tradição Tupiguarani. Texto disponibilizado pelo site Brasil Arqueológico - Equipe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco http://www.magmarqueologia.pro.br/ Conteúdo protegido pela lei de direitos autorais. É permitida a reprodução parcial ou total deste texto, sem alteração de seu conteúdo original, desde que seja citada a fonte e o autor. COMO CITAR ESTA OBRA: ALBUQUERQUE, Marcos. Horticultores pré-históricos do Nordeste. Arquivos do Museu de História Natural, Belo Horizonte, v. 8/9, p. 131-134, 1983/1984.