Revista Brasileira de Quiropraxia
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66 Revista brasileira de Quiropraxia Brazilian Journal of Chiropractic Apoio: ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 67 de 143 REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OF CHIROPRACTIC Volume IV - Número 2 – Julho a Dezembro 2013 ÍNDICE – CONTENT 1. 2. EDITORIAL E INSTRUÇÕES AOS AUTORES REVISÃO E ATUALIZAÇÃO Técnicas Integrativas à Quiropraxia: Exercícios Terapêuticos Practices in integrative chiropractic: Therapeutic Exercises 69 76 Eliana Soares Pereira 3. The basis of Chiropractic Manipulative Reflex Technique (CMRT) Bases da Técnica Quiroprática Manipulativa Reflexa (CMRT) 79 Joseph F Unger Jr 4. ARTIGOS ORIGINAIS A eficácia do ajuste cervical em portadores da Síndrome de Cefaleia Cervicogênica The effectiveness of cervical adjustment in patients with cervicogenic headache syndrome 83 Marcelo Todescatt Gritti e Mariana Wentz Faoro 5. Perfil sociodemográfico dos usuários do serviço de quiropraxia de uma unidade básica de saúde em Porto Alegre/RS User’s sociodemographic profile of utilization of chiropractic services in a basic health care unit in Porto Alegre. 93 Carlos Podalirio B. de Almeida, Ranieli G. Zapelini, Bárbara N. G. de Goulart 6. Avaliação da relação do tratamento de manipulação articular com a expressão urinária de hidroxiprolina em atletas corredores fundistas Assessment of the relationship of the treatment of joint manipulation with the expression urinary hydroxyproline athletes in long distance runners 7 104 Renato Hirose,Stefan M. Westerstahl, Song Duck Kim,Carlos J. R. Oliveira Alterações pós-ajustes vertebrais em praticantes de montanhismo Changes in post-spinal adjustments practitioners of mountaineering 114 Ismael Ziero e Marcelo Machado de Oliveira 8. Prevalência de escoliose idiopática em pacientes submetidos ao atendimento quiroprático em uma clínica escola Prevalence of idiopathic scoliosis in patients undergoing chiropractic care in a clinic school Gabriela Piccoli Pizzamiglio, Mariana Wentz Faoro, Nara Isabel Gehlen 9. 125 Efeitos do tratamento quiroprático associado ou não ao uso de bandagem elástica na postura cervical de deficientes visuais Effects of chiropractic treatment with or without the use of elastic bandage on cervical posture for the visually impaired 135 Leticia Gitaci e Angela Kolberg ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 68 de 143 EDITORIAL Os profissionais da área não têm medido esforços para fidelizar seus pacientes e aumentar sua credibilidade profissional e assim consolidar seu papel na sociedade. Para tanto, reconhecem a necessidade de vincular o modelo de prática com as necessidades dentro do nosso meio social, respeitando os limites éticos e da boa prática profissional baseada em evidências científicas. As perspectivas atuais de trabalho são grandes e estão em contínua evolução, exigindo que o profissional desafie sua capacidade cotidiana e busque atualização constante, utilizando novas abordagens e procedimentos eficazes que agreguem um diferencial a sua prática. O melhor caminho para alcançar essa meta é a “educação permanente”, cujo conceito abrange todas as áreas de atividade humana e está baseada em três pontos: aperfeiçoamento, especialização e pesquisa. Baseados nestas premissas a Revista Brasileira de Quiropraxia nas edições deste ano traz artigos de atualização e revisão que abordam conceitos básicos de ferramentas exclusivas da profissão, como é o caso da Sacro Occipital Techinic (SOT), Chiropractic Manipulative Reflex Technique (CMRT) e práticas comuns entre os diferentes terapeutas manuais como os Exercícios Terapêuticos e a Bandagem Elástica. Esperamos que apreciem e aproveitem a leitura. Lembramos ainda que o envio de artigos para a revista é contínuo, devem ser encaminhados para o e-mail: [email protected] respeitando-se as normas do periódico, que podem ser encontradas na secção de orientação aos autores. Boa Leitura. Corpo Editorial ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 69 de 143 REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OF CHIROPRACTIC Corpo Editorial Editor científico Djalma José Fagundes Editores assistentes Ana Paula Albuquerque Facchinato Evergisto Souto Maior Lopes Jornalista científico Anna Carolina Negrini Fagundes Martino Consultor da língua inglesa Ricardo Fujikawa Conselho nacional de consultores (Brasil) Eduardo S. Botelho Bracher Fernando Redondo Aline Pereira Labate Fernandes Conselho internacional de consultores David Chapman Smith Reed Phillips Fábio Dal Bello Assessoria e Gerência Executiva Mara Célia Paiva ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 70 de 143 AGRADECIMENTOS A Revista Brasileira de Quiropraxia publica trabalhos científicos e culturais de interesse aos profissionais da área ósteomioarticular. A qualidade das informações neles expressas é avaliada de forma sistemática por colegas experientes. Todo trabalho de investigação ou revisão submetido à revista é enviado a especialistas encarregados de revê-los de forma detalhada, visando obter avaliações abalizadas sobre a qualidade técnica do texto. Outros colegas também disponibilizam seu tempo para elaborar revisão ortográfica e formatação dos textos. Em reconhecimento à espontânea colaboração desses especialistas, bem como a conduta ética demonstrada nesse processo, expressamos aqui o nosso agradecimento. Revisão científica Carlos Podalirio B. de Almeida Cley Jonir Foster Jardeweski Daniel Facchini Katherine Palmina Cassemiro Colomba Marcos Vinícius Zirbes Mariana Wentz Faoro Patrícia Bergesch Rafael Henrique Santos Vinicius Tieppo Francio Revisão ortográfica Anna Carolina Negrini Fagundes Martino Formatação de texto Elisangela Zancanário ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 71 de 143 INSTRUÇÕES AOS AUTORES Apresentação A Revista Brasileira de Quiropraxia (Brazilian Journal of Chiropractic) é uma entidade aberta de comunicação e divulgação de atividades científicas e profissionais na área de Quiropraxia. Ela recebe colaboração em suas diversas seções, após avaliação de pelo menos dois de seus membros do Conselho de Consultores e que irão julgar a relevância, formatação e pertinência da comunicação. Os autores e coautores devem ter participação efetiva na elaboração do trabalho publicado, seja no seu planejamento, seja na execução e interpretação. O autor principal é o responsável pela lisura e consistência das informações do artigo. Os indivíduos que prestaram apenas colaboração técnica devem ser designados na secção de agradecimentos. O original do artigo ou comunicação deve ser acompanhado de uma carta ao editor-chefe apresentando o título do trabalho, autores e respectivos graus acadêmicos, instituição de origem e motivo da submissão. Deve acompanhar uma carta de cessão dos direitos autorais e compromisso de exclusividade de publicação segundo o modelo: Cessão de Direitos Os autores abaixo assinados estão de acordo com a transferência dos direitos autorais (Ato de Direitos Autorais /1976) do artigo intitulado: ........................................................................ à Revista Brasileira de Quiropraxia. Por outro lado, garante ser o artigo original, não estar em avaliação por outro periódico, não ser total ou parcialmente publicado anteriormente e não ter conflito de interesses com terceiros. O artigo foi lido e cada um dos autores confirma sua contribuição e está de acordo com as disposições legais que regem a publicação. Cidade, data Nome legível e assinatura de todos os autores. Submissão de artigos ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 72 de 143 Os originais podem ser submetidos para a apreciação da revista por via eletrônica (e-mail) ou por cópia em CD-ROM (ou equivalente), preferencialmente em inglês e ser produzidos em editor de texto compatível com Windows Word, em Times New Roman ou Arial, tamanho 12, margens superior e inferior de 2,5 cm e laterais 3,0 cm. Os parágrafos devem ser separados por espaço duplo, não ultrapassando 12 (doze páginas incluindo referências, figuras, tabelas e anexos). Estudos de casos não devem ultrapassar 6 (seis) páginas digitadas em sua extensão total, incluindo referências, figuras, tabelas e anexos. Os artigos e comunicações enviadas serão analisados pelo editor-chefe; sendo pertinentes e tendo respeitado as normas de formatação da Revista eles serão encaminhados ao Conselho Consultivo da revista para avaliação do mérito científico da publicação. Os originais poderão ser devolvidos para correções e adaptações de acordo com a análise dos consultores ou podem ser recusados. A Revista reserva o direito eventual de recusa sem a obrigação de justificativa. Os artigos originais recusados serão devolvidos aos autores. Figuras, Tabelas e Quadros As figuras e tabelas devem ser enviadas em arquivos separados. As imagens devem ser designadas como “Figuras”, numeradas em algarismos arábicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto e enviadas em arquivo JPG ou TIF com alta resolução. As tabelas devem ser numeradas em algarismos romanos de acordo com a ordem em que aparecem no texto. Quadros deve ser numerado em algarismos arábicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto. Formato do Artigo Os originais devem conter um arquivo separado com a página de título (title page) onde deve constar: - o título do artigo (máximo de 80 caracteres) - nome completo dos autores - afiliação e mais alto grau acadêmico - instituição de origem do trabalho - título abreviado (running title) máximo de quarenta caracteres - fontes de financiamento ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 73 de 143 - conflito de interesses - endereço completo do autor correspondente (endereço, telefone, fax e email). Formato das Referências As referências devem ser numeradas em algarismos arábicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto, no qual devem ser identificadas com o mesmo número no formato sobrescrito. Os autores devem apresentar as referências seguindo as normas básicas de Vancouver com Sobrenome, Prenome do(s) autor(es). Título do artigo. Título do Periódico. Ano; Volume (número); páginas inicial-final. Exemplos de formatação: Artigo: Santos C, Baccili A, Braga P V, Saad I A B, Ribeiro G O A, Conti B M P, Oberg T D. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de Jaguariúna, São Paulo - Revista Paulista Pediatria. 2009; 27(1): 74-80. Monografia (Livros, Manuais, Folhetos, Dicionários, Guias): Wyatt, L, Handbook of clinical Chiropractic care, 2ª edição. United States: Jones and Bartlett Pusblishers, 2005. Resumo: Ostertag C. Advances on stereotactic irradiation of brain tumors. In: Anais do 3° Simpósio International de Dor; São Paulo: 1997,p. 77 (abstr.). Artigo em formato eletrônico: International Committee of Medical Journal Editors: Uniform requirements for manuscripts submeted to biomedical journals. Disponível em URL: http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm. Acessado em 15 de maio 2010. Resumo (abstract) Em arquivo separado deve ser enviado um resumo estruturado (objetivos, métodos, resultados e conclusões) com no máximo 250 palavras. Deverá ter uma versão em português e outra em inglês. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 74 de 143 Unitermos (key-words) Ao final do resumo devem constar pelo menos cinco palavras - chaves de acordo com a normatização dos Descritores em Ciências da Saúde da BIREME (Biblioteca Regional de Medicina). Texto Devem constar de Introdução, Objetivos, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Agradecimentos e Referências. Comissão de ética Os artigos devem trazer o número do protocolo da aprovação do Comitê de Ética da Instituição de origem e declaração do preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Contato Revista Brasileira de Quiropraxia/Brazilian Journal of Chiropractic Secretaria Geral: Rua Columbus, 82 - Vila Leopoldina. CEP 05304-010, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] - Tel.: +55(11)3641-7819 ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 75 de 143 REVISÃO E ATUALIZAÇÃO PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA QUIROPRAXIA: Exercícios Terapêuticos PRACTICES IN INTEGRATIVE CHIROPRACTIC: Therapeutic Exercises Eliana Soares Pereira [email protected] Os sintomas de distúrbios quiropraxista3. A doença articular musculoesqueléticos (DME) são os degenerativa representa por si só a mais metade das queixas dos pacientes. prevalentes na população mundial, independente do seu grau Na de industrialização, e atinge todas padrões de referência afetam a as faixas etárias1. A modificação coluna vertebral e ombros, mas nos hábitos de vida, o aumento do também podem ocorrer no tórax, estresse e das cobranças no mundo quadris, corporativo, são considerados as articulação sacroilíaca3-4. principais causas pelo aumento de maioria As das região vezes, inguinal algias estes ou vertebrais sua incidência2. A sua origem pode consideradas estar problema de saúde pública5. relacionada ao sistema na são atualmente Elas nervoso, como resultado de uma ocorrem dor secundária a uma lesão óssea afetam mais de 30% da população ou muscular, ou ser o consequência de 70 anos de idade ou mais, numa de um defeito cerebelar. Diversos base mensal6, com custos sócios processos patológicos, como por econômicos significativos7. Vários exemplo, os distúrbios metabólicos, estudos têm demonstrado que a também sistema terapia de exercício físico, seja de produzindo estabilização ou flexibilidade, são afetam o musculoesquelético, diferentes variados graus de incapacidade incapacidade relacionada à dor e funcional podendo inclusive gerar gravidade nas algias vertebrais8-10. incapacidade. Historicamente, a Com sintomas e tratamentos eficazes para reduzir a e de idade, e artrites tipos em qualquer um certeza, desordens a as elas prevenção de DME ocorre há milênios. Relatos relacionadas são as doenças mais antigos descrevem agricultores encontradas na prática clínica do chineses praticando exercícios que ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 76 de 143 mimetizavam os movimentos que os pacientes com escoliose é o último camponeses recurso. Os pacientes são tratados produziam nos campos11. Com o passar dos conservadoramente, tempos, estes movimentos procedimentos incluindo o ajuste influências quiroprático, terapia sacro occipital receberam outras formando escolas específicas, como e o caso do Liang Gong em 18 terapêuticos como o Pilates , para terapias. Os exercícios utilizados fortalecimento muscular e equilíbrio nesta caráter das curvaturas da coluna vertebral, preventivo e atuam na correção diminuição da dor e aumento da postural, redução do estresse e função18. Os tratamento conhecidos prática aumento tem um 12 na concentração , modalidades com de exercícios ® programas de como benefícios que proporcionam maior Mackenzie® e Escola da Coluna, produtividade no são amplamente utilizados, seus atividades custos são relativamente baixos e e segurança desenvolvimento das 13 laborais . sua eficiência é incontestável para Ainda sob a influência casos de dor lombar crônica19. oriental, encontramos na literatura Os problemas de saúde em alguns estudos em que a prática de geral Yoga foi aplicada em indivíduos evitados com um estilo de vida mais com ativo. distúrbios vertebrais, resultados com expressivos, especialmente no quesito podem Se ser o reduzidos paciente ou estiver consciente dos benefícios advindos da atividade física orientada, incapacidade derivada pela dor, certamente ocorrerá maior adesão estabilização aos e coluna vertebral flexibilidade da 14-16 exercícios . A associação quiropraxista de processos psicológicos à prática terapêuticos dos exercícios, como mudança no permanentes20-21. foco de atenção, foi tratada com e indicados os serão pelo resultados precoces e REFERENCIAS: sucesso em terapias cognitivas e comportamentais para a dor lombar crônica17. Na Alemanha, no Schroth 1. Brandão AG, Horta BL, Tomasi E. Sintomas de Distúrbios osteomusculares em bancários de Pelotas e região: prevalência e fatores associados. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2005; 8(3):295-305. Hospital Katharina, a cirurgia para ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 77 de 143 2. Maciel RH, Albuquerque AMFC, Melzer AC, Leônidas SR. Quem se Beneficia dos Programas de Ginástica Laboral? Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. 2005;(8):71-86. 3. Goubert L, Crombez G, Peters M. Painrelated fear and avoidance: a conditioning perspective. In Asmundson GJ, Vlaeyen JW, Crombez G, eds. Understanding and Treating Fear of Pain. New York, NY: Oxford University Press; 2004:25–50. 4. Fagundes DJ et al. QuiropraxiaDiagnóstico e Tratamento da Coluna Vertebral. São Paulo: Roca, 2013. 5. Fejer R, Kyvik KO, Hartvigsen J: The prevalence of neck pain in the world population: a systematic critical review of the literature. Eur Spine J 2005, 15:834848. 6. Hartvigsen J, Frederiksen H, Christensen K: Back and neck pain exhibit many common features in old age. A population based study of 4,486 Danish twins aged 70-102. Spine 2004, 29:576580. 7. Stewart WF, Ricci JA, Chee E, Morganstein D, Lipton R. Lost productive time and cost due to common pain conditions in the UW workforce. JAMA 2003; 290:244354. 8. Hartvigsen J, 8. Christensen K: Active lifestyle protects against incident low back pain in seniors. Spine 2007, 32:76-81. 9. Hayden JA, Van TMW, Tomlinson G: Systematic review: strategies for using exercise therapy to improve outcomes in chronic low back pain. Ann Intern Med 2005, 142:776-785. 10. Maiers MM, Jan H, Schulz C, Schulz K, Evans RL, Bronfort G. Chiropractic and exercise for seniors with low back pain or neck pain: the design of two randomized clinical trials. BMC Musculoskeletal Disorders 2007, 8:94 11. Corral, J. QIGONG-Ch’I Kung Arte e Ciência da Medicina Tradicional Chinesa, 2008. Disponível em http//lacomunidad.elpais.com/Jorge- corra/2008/2/4/-qigong-ch-i-kung-arte-eciencia-da medicina-tradicional. 12. Bittar A. Influencia da atividade ergonômica e o exercício. Revista Revinter. 2004. 13. Manzieri D. Estudo dos efeitos do Lian Gong em 18 terapias na qualidade de vida dos trabalhadores de uma empresa siderúrgica no Município de São Paulo. Revista Fisiobrasil. 78 ed. 2006. 14. Sherman KJ, Cherkin DC, Erro J, et al. Comparing yoga, exercise, and a self-care book for chronic low back pain: a randomized, controlled trial. Ann Intern Med 2005; 143:849–56. 15. Morone NE, Greco CM, Weiner DK. Mindfulness meditation for the treatment of chronic low back pain in older adults: a randomized controlled pilot study. Pain 2008; 134:310–19. 16. Tekur P, Singphow C, Nagendra HR, et al. Effect of short-term intensive yoga program on pain, functional disability and spinal flexibility in chronic low back pain: a randomized control study. J Altern Complement Med 2008; 14:637–44. 17. Kole-Snijders AMJ, Vlaeyen JWS, Goossens MEJB, et al. Chronic low back pain: what does cognitive coping skills training add to operant behavioral treatment? Results of a randomized clinical trial. J Consult Clin Psychol 1999; 67:931– 44. 18. Blum CL. Chiropractic and Pilates Therapy for the Treatment of adult scoliosis. JMPT. May 2002. 19. Garcia NA et al. Effectiveness of Back School versus McKenzie Exercises in Patients with Chronic Nonspecific Low Back Pain: A Randomized Controlled Trial. Phys Ther 2013 June 93:729-747. 20. Paffenbarger R, Hyde R, Wing, A, Hsieh C. Physical activity, all cause mortality, longevity of college alumni. N Eng. J Med 1986; 314:605-613. 21. Patrick Milroy et al. Factors affecting compliance to chiropractic prescribed home exercise: a review of the literature. J Can Chiropr Assoc 2000; 44(3). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 78 de 143 REVISÃO E ATUALIZAÇÃO THE BASIS OF CHIROPRACTIC MANIPULATIVE REFLEX TECHNIQUE (CMRT) Bases da Técnica Quiroprática Manipulativa Reflexa (CMRT) Dr Joseph F Unger Jr DC, FICS ©SORSI, Inc. [email protected] Skeletal muscles all receive The body is designed to be a innervations from multiple nerve self-sustaining and self-correcting roots of the spine. This is clearly an mechanism. adaptive mechanism advantage. There are, In chiropractic is theorized this to be however, notable exceptions. The dependent upon the proper flow of muscles of the intervertebral motor innate energy through the nerves. At units are all derived from a single the vertebral level the mechanism is nerve root. This is due to the dependent upon the body's ability to embryological derivation of these coordinate function of each segment muscles. early of the spine. In this way, proper development in the embryo, a single alignment and nerve function is vertebra, its maintained throughout a variety of musculature and During our intervertebral an organ all positions and postures as well as originate from the same scleroderm. loads As a result, they all share common straining. This mechanism is under neurology life. the direct control of the brain and Stimulation at any point in any of the central nervous system. The brain related organs and tissues can and central nervous system in turn potentially affect all other related are organs and tissues. Furthermore, cerebrospinal these are pressures to insure normal function. reflexively The CSF mechanism is intimately habituated. This kind of deep-seated influenced by the cranial and spinal viscerosomatic and somatovisceral dural functions and can become reflex arcing can become a serious dysfunctional if the Dura is stressed. throughout various capable of nerve becoming tracts produced absolutely by lifting dependent fluid flow and upon and detriment to human health. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 79 de 143 The mobility and coordinated neurology that is responsible for the function of a vertebral motor unit is function of these important muscles. ultimately under the control of the Under central nervous system and its muscle action may be inadequate influence upon the intervertebral for muscles; namely, the interspinalis, mechanical function. The segment rotatores and loses stability and becomes hyper muscles. These intertransversari muscles are those circumstances proper the coordination of mobile, risking overextension of its ultimately responsible for the core physiological stability of each vertebral segment. potential injury. The vertebral They adapt to stresses, strains and segment can then become changes in loading and postures. subluxated in motion as well as They also maintain the position of function. the vertebra protecting the nerve This limits resulting subluxation in in turn root and its vital functions. Proper results in a loss of vital neurological central function to the organ. The organ in over nervous system controls these important muscles turn may become sick and unable to prevent chiropractic subluxations. heal optimally. This hyper mobility is When proper structure and responsible for an increase in function is intact, they also provide a neurological activity to the central mechanism for the body to correct nervous system, alerting the brain to itself of vertebral dysfunctions. This this dysfunction. In response, a is because the human system, if neuromuscular lockdown or splinting given the proper functions and of the muscles of the motor unit circumstances as provided by the occurs. Now this segment is not only central nervous system when it is positionally free of dural irritations, is self- central healing. It is equally important to have been compromised. Ultimately note that these this neurology with muscles share organ function. subluxated, but the nervous system controls whole reflex mechanism becomes neurologically habituated Therefore, if a viscous is producing and cannot reset itself. inordinate amounts of neurological Furthermore, each of these muscles reflex back to the central nervous has direct reflex to the occipital fiber system, it will compete for the same system as described by Dr. De ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 80 de 143 Jarnette. The specific occipital line tender, it indicates that a detrimental fibers are as follows: viscerosomatic and somatovisceral The occipital fiber Line 1 results from interspinalis irritation muscle. of This the is reflex arc has developed that needs more than just the neutralization. It is beyond the fix capabilities of cerebrospinal fluid flow and stasis subluxation at the related vertebral segment. In indicates the need for the occipital other words, if the cranial sacral fiber Line 2 procedures including pump mechanism for that specific C.M.R.T. on this natural neurologically produced by a stasis vertebra is compromised, there is a to body's its kind own, of and A Line 3 fiber is the result of resulting irritation in the interspinalis irritation muscle producing a Line 1 occipital muscles. This reflex can become fiber. active from two different These are common of the intertransversari major occurrences and can change from causations. One is a traumatically- hour to hour depending upon the induced irritation requiring specific mental, intervention and procedures. emotional and physical The status of the individual. A Line 1 other is due to a barrage of fiber require neurological reflexing from organ treatment, because it may change of pathology. The latter may require its own accord due to multiple multidisciplinary factors. occipital fiber evidence of organ alone may not attention. The A Line 2 fiber is a response to pathology is denoted by Line 1 plus irritation of the rotatores muscle Line 2 plus Line 3 fibers. If the resulting from organ irritation. This tenderness fiber may also change day to day or junction/lateral hour to hour depending upon the controlled by pressures at C-1 and mental, C-2, status emotional of and the physical individual. Neutralization only may alleviate a at double the spinous thumb pedicle is lift not and additional help may be needed. Accurate occipital fiber symptoms but may not produce diagnostics are essential in this long-lasting results. If, however, an technique. Occipital fiber palpation active that and diagnosis requires diligence, continues and stays swollen and/or training and constant focus and fiber is diagnosed ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 81 de 143 study. Also the accurate location of develop above the occipital fiber the fibers must also be maintained. lines. The practitioner must be There are additionally sub occipital aware of these other areas to guard fibers used in pain control as well as against misdiagnosis. areas of pain that sometimes In summation, the need for the occipital fiber neutralization procedure and C.M.R.T. is identified by the line one fiber associated with the corresponding line two findings. REFERENCES Visceral Innervation, Compiled by the Research Staff of the Professional Researcher Service, 1946 C.M.R.T. Chiropractic Manipulative Reflex Technique, Dr. A F Dangerfield, SORSI Dispatcher July 1971 Chiropractic Manipulative Reflex Technique, Major Bertrand De Jarnette DC, 1966 Technic and Practice of Bloodless Surgery, Major Bertrand De Jarnette DC, 1939 Sacro Occipital Research Bulletin, December 1957, De Jarnette The Chiropractic Theories, Robert A Leach, 1994 Sacro Occipital Notes 1958, De Jarnette The Neurodynamics of the Vertebral Subluxation, A E Homewood, 1962 Viscerosomatic Pre-and Postganglionic Technique, Ned Heese DC, private paper Reflex Pain, Major Bertrand De Jarnette, 1934 Symptoms of Visceral Disease, Francis Marion Pottenger M.D. Anything Can Cause Anything, William David Harper DC, 1964 The Neurophysiology of the Seven Occipital Fibers Associated with Viscerae November and December SORSI Dispatcher 1968, Dr. A. F. Dangerfield with the approval of Dr. MB De Jarnette DC Somatovisceral Aspects of Chiropractic: An Evidence-Based Approach, Charles Masarsky and Marion Todres-Masarsky An Atlas of Pain Patterns, Mayo Clinic and Mayo Foundation 1961 Line Two Occipital Fiber Technique with Advanced C.M.R.T. Methods, Major Bertrand DeJarnette DC, compiled and edited by Ned Heese DC, 1993 Chiropractic Manipulative Reflex Technique Seminar Notes, SORSI (1970’s) ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 82 de 143 ARTIGO ORIGINAL A eficácia do ajuste cervical em portadores da Síndrome de Cefaleia Cervicogênica The effectiveness of cervical adjustment in patients with cervicogenic headache syndrome Marcelo Todescatt GrittiI e Mariana Wentz FaoroII I. Quiropraxista especialista em Inclusão Social e Acessibilidade. Feevale. II. Quiropraxista Mestre em Saúde Coletiva. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. III. Psicólogo e especialista em Quiropraxia pela Palmer College of Chiropractic - EUA. E-mail do autor correspondente: [email protected] RESUMO OBJETIVO: Avaliar a eficácia do ajuste articular na coluna cervical em portadores de síndrome da cefaleia cervicogênica. MÉTODOS: Num universo de 18 indivíduos que buscaram tratamento quiroprático numa clínica escola na cidade de Novo Hamburgo, foi selecionado dez, sendo nove do gênero feminino. A hipótese diagnóstica foi realizada tendo como base os critérios da Sociedade Internacional de Cefaleias. Os indivíduos foram alocados em dois grupos de acordo com a presença de subluxação em C2. O grupo A apresentou desalinhamento em C2 e o grupo B em qualquer outra vértebra cervical. O tratamento totalizou seis atendimentos, duas vezes por semana. As técnicas de ajustes adotadas foram Cadeira Cervical e Modified Rotatory Break. A intensidade de dor foi avaliada pela Escala Visual Analógica de dor e a frequência das crises por relato. RESULTADOS: A média da intensidade de dor pré-tratamento no grupo A foi 5,75 e pós-tratamento 1,5. No grupo B foi de 5,16 e póstratamento 0,3. A média da frequência semanal de dor durante as crises pré-tratamento, no grupo A, foi de 4,25 crises e pós-tratamento 0,75 crises. No grupo B, foi 5,16 e pós-tratamento 0,3 crises. Os resultados não apresentaram significância estatística. As vértebras mais acometidas por subluxação, durante o tratamento, foram C2, C1, C3 e C5, respectivamente. CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, verificou-se que o ajuste articular foi efetivo na redução dos sintomas em ambos os grupos de indivíduos, objetos do estudo. PALAVRAS-CHAVE: Manipulação da coluna, cervicalgia, quiropraxia, cefaleia. ABSTRACT OBJECTIVE: To evaluate the effectiveness of joint adjustment of the cervical spine in patients with cervicogenic headache syndrome. METHODS: In a population of 18 individuals seeking chiropractic treatment in a clinical school in the city of Novo Hamburgo, Brazil, ten were selected, being 9 women. The diagnosis was made based on the criteria of the International Headache Society. The subjects were divided into two groups according to the presence of subluxation on C2. Group A showed misalignment at C2 and group B in any other cervical vertebra. The treatment totaled six sessions, the frequency of which was twice a week. The adjustment techniques adopted were Cervical Chair and Modified Rotatory Break. Pain intensity was assessed by visual analog scale of pain, and frequency of symptoms by personal report. RESULTS: Comparing drug consumption data before and after treatment, a 71% reduction was observed. The mean pain intensity in the pretreatment group was 5.75, and 1.5 in the posttreatment group. In group B it was 5.16 and 0.3 pre and post-treatment, respectively. The average frequency of weekly pain crises during pre-treatment in group A was 4.25, while posttreatment frequency was of 0.75. In group B was 5.16 and 0.3 post treatment crises. The results ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 83 de 143 were not statistically significant. The most often subluxated vertebrae during treatment were C2, C1, C3 and C5, respectively. CONCLUSION: Based on these results, it was found that joint adjustment was effective in reducing the signs and symptoms in both groups of individuals who were the subject of the study. KEY WORDS: Spinal Manipulation, neck pain, chiropractic, headache. INTRODUÇÃO A Sociedade Internacional de articulares e ou estruturas Cefaleia (SIC) identificou quatorze vasculares do pescoço4. O modelo tipos de dor de cabeça1. Quanto a fisiopatológico, sua etiologia classificou-as em dois Neuroanatomia, grupos: as primárias que constituem núcleo trigeminocervical, as fibras por si só a doença, como é o caso nervosas da Migrânea sem aura; e o segundo descendente do nervo trigêmeo grupo, interagem com fibras sensoriais das que cefaleias é formado secundárias, provocadas pelas que raízes afirma sensoriais cervicais na que no no trato superiores e doenças podem, nesta convergência, referir demonstráveis por exames clínicos dor cervical para a região frontal da ou laboratoriais como, por exemplo, cabeça e face5-6. as por são baseado cefaleias infecções associadas sistêmicas, às disfunções Os critérios diagnósticos da SCC incluem: dor usualmente endócrinas, intoxicações e lesões unilateral, episódica, de intensidade expansivas do Sistema Nervoso variável, Central1,2. posterior do pescoço, que pode se A Síndrome da Cefaleia com origem na parte irradiar para toda a cabeça, com Cervicogênica (SCC) foi introduzida resistência na literatura em 1983, faz parte do movimentação passiva do pescoço subgrupo das cefaleias, e por advir e de afecções vertebrais cervicais, é cervical. Os pacientes geralmente considerada uma doença apresentam secundária3. Acredita-se que cervical, síndrome é decorrente comprometimento musculares, de nervosas, a do estruturas ósseas, ou alterações limitação na história fonofobia à musculatura de e trauma fotofobia. Náuseas e vômitos são sintomas associados, considerados menos frequentes5. Os registros atuais das ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 84 de 143 características epidemiológicas ocasionalmente intervenção apontam para uma prevalência, na cirúrgica16. O cuidado quiroprático é população geral, entre 0,4 e 2,5%6. realizado A idade média dos pacientes é de atenção particular à região alta da 42,9 anos, sendo quatro vezes mais coluna comum em mulheres10,11. tecidos moles, compressas frias ou A avaliação musculoesquelética cervical, quentes, ajustes, orientação postural dos especialmente da coluna cervical, é advindos atividade imprescindível na identificação das orientada17. primárias da de e benefícios física Há Como a classificação da SCC relatos consistentes na literatura de entre os tipos de cefaleia é recente, padrões desequilíbrio e dada sua complexidade, é natural musculares específicos presentes que as opções de tratamento sejam em pacientes que apresentaram a escassas. Baseado neste contexto, síndrome. Estes padrões de tensão propôs-se avaliar os efeitos do e fraqueza muscular, narrados em ajuste vertebral e os resultados estudos publicados, são descrições obtidos nos quesitos intensidade e com apresentação consistente da frequência do quadro álgico em síndrome cruzada superior, descrita pessoas acometidas por SCC. de SCC. da dando mobilização conscientização causas minuciosa, com por Janda12,14. O sucesso do tratamento normalmente requer abordagem multifacetada com indicação, muitas vezes, farmacológica, anestésica, e MÉTODOS A presente pesquisa 400.03.08.1251. Todos os caracterizou-se como um estudo de indivíduos assinaram o termo de intervenção, quase experimental. O consentimento livre e esclarecido. protocolo da pesquisa foi submetido Amostra e aprovado pelo Comitê de Ética em A hipótese diagnóstica foi Pesquisa da Universidade Feevale realizada pelos quiropraxistas com e base foi cadastrado sob nº nos critérios da SIC1,15, ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 85 de 143 excluindo o critério radiográfico. vertebral (comprovados em exames Inicialmente, selecionados de imagem) e outras cefaleias, que indivíduos de ambos os gêneros, não fosse a SCC. Os indivíduos que maiores de 18 anos, com idade utilizavam terapia medicamentosa média de 31,5 anos, que buscaram com prescrição o tratamento quiroprático, para suas tratamento da cefaleia, queixas de cefaleia, na clínica foram excluídos do estudo. Embora escola na Universidade Feevale. apresentassem melhora no quadro Foram excluídos durante a foram médica para o aqueles que álgico, clínica e/ou abandonaram a pesquisa, limitando relataram ser assim, a amostra ao número de dez, portadores de cefaleias eventuais sendo nove mulheres. A amostra foi (duas vezes ou menos por mês), dividida portadores de doenças vasculares, denominados A e B, o grupo A paralisia cerebral, retardo mental, contou com seis representantes. exame história físico dois também em indivíduos, dois grupos, fratura ou cirurgia cervical, fusão CRITÉRIO DIAGNÓSTICO NA SÍNDROME DE CEFALÉIA CERVICOGÊNICA 1 Critérios maiores Sintomas e sinais de envolvimento cervical: a) precipitação da dor cervical semelhante à espontânea por: * 1. movimento do pescoço ou sustentação desajeitada da cabeça; 2. pressão externa da região cervical posterior e superior ipsilateral ou da região occipital; b) redução da movimentação cervical habitual; * c) dor na mão, ombro e pescoço ipsilateral, de natureza vaga e não radicular, ou ocasionalmente dor no braço de natureza radicular. * Alívio completo ou quase completo (> 90%) da dor após o bloqueio anestésico do nervo grande occipital e/ou da raiz C2 no lado sintomático. Características da dor Unilateralidade da dor sem mudança de lado, podendo ocorrer o quadro em qualquer um dos lados. Critérios menores a) moderada, não excruciante, geralmente de natureza não pulsátil, começando no pescoço e espalhando-se para as áreas oculofrontotemporal, onde, em geral, é máxima; b) duração variável (horas) ou dor contínua flutuante. Outras características de alguma importância: a) melhora eventual com tratamento preventivo com indometacina; b) melhora eventual da crise com uso de ergotamina ou de sumatriptano; c) preponderância no gênero feminino; d) história de trauma craniano ou cervical (whiplash). Características de menor importância: a) náusea; b) fonofobia e fotofobia; c) vertigens; d) alteração visual ipsilateral; e) dificuldades de deglutição; f) edema e hiperemia na área periocular ipsilateral. Figura 1 – Tradução e adaptação do texto disponível na Sociedade Internacional de Enxaqueca1. * A presença dos três pontos indicados com asterisco fortalece o diagnóstico. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 86 de 143 Procedimentos A amostra foi selecionada de maneira não julgamento probabilística, dos responsáveis durante Quiropraxistas pela a por intervenção, avaliação musculoesquelética. física avaliada pela Escala Visual Analógica de dor (EVA), preenchida pelo paciente atendimento. antes A de frequência cada das a crises e o relato das alterações confirmação diagnóstica de SCC, os sintomatológicas foram registrados, indivíduos foram alocados em dois em todas as consultas. Três dias grupos de acordo com a presença após a última consulta, o índice da de subluxação em C2. O grupo A foi EVA e a frequência das crises foram composto novamente relatados. por Após A intensidade da dor foi indivíduos com desalinhamento em C2 e o grupo B pelos que Estudo estatístico apresentavam A desalinhamento em qualquer outra vértebra cervical. Ambos os grupos foram submetidos a três semanas de tratamento, duas vezes por semana, totalizando seis atendimentos, e foram ajustados análise estatística foi realizada utilizando o programa Epi Info, versão 3.3.4. Foi considerado estatisticamente significativo erro alfa inferior a 5% no teste de MannWhitney (p<0,05). pelas técnicas Cadeira Cervical e Modified Rotatory Break. RESULTADOS A média da intensidade de dor pré-tratamento no grupo A foi 5,75 e póstratamento 1,5. Em relatório, dois indivíduos declararam que a dor foi substituída por leve desconforto (Gráfico 1). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 87 de 143 Gráfico 1 – Intensidade de dor pré e pós-tratamento do grupo A. No grupo B a média da intensidade de dor pré-tratamento foi 5,16 e póstratamento 0,3 (Gráfico 2). As médias apresentadas pelos grupos A e B não apresentaram significância estatística. Gráfico 2 – Mensuração de dor pela EVA do grupo B antes e pós-tratamento. A média da frequência de dor semanal durante as crises pré-tratamento, no grupo A, foi de 4,25 crises e pós-tratamento 0,75 crises. Os indivíduos D e F relataram crises de cefaleia entre as consultas. Embora a frequência das crises entre as consultas apresentassem redução, as mesmas não demonstraram significância estatística (Gráfico 3). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 88 de 143 Gráfico 3 – relatos da frequência de dor entre as consultas do grupo A. As médias apresentadas pelo grupo B foram de 3,5 antes do tratamento e 0,3 pós-tratamento. Os indivíduos G e J relataram crises de dor na fase final do tratamento. O indivíduo J relatou remissão considerável na frequência de crises. (Gráfico 4). Gráfico 4 – relatos da frequência de dor entre as consultas do grupo B. Gráfico 5 – Frequência dos ajustes efetuados em ambos os grupos. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 89 de 143 DISCUSSÃO Após revisão sistemática de velocidade e baixa amplitude, estudos sobre a SCC, em bancos adotado neste estudo, deva ser de dados virtuais e fisicos, a partir utilizado com cautela em pacientes de 1983, ano da introdução de sua com denominação presente biomédica 20 na literatura quadro cefaleias5, de pesquisa a apresentou pode-se observar que diminuição na frequência das crises os tratamentos convencionais mais após o ajuste vertebral (gráfico 3 e adotados 4), para esta condição, o que comprova que o concentram-se em trapia manual. tratamento adotado pela quiropraxia Algumas é seguro27. pesquisas relatam a eficácia da mobilização dos tecidos As vértebras mais moles e ajuste articular na remissão subluxadas, durante o tratamento, do quadro álgico em pacientes que foram apresentavam queixas situadas na respectivamente região da coluna cervical21-23. A articulações occipito-atlas e atlas- revisão áxis de randomizados alguns alguns demonstrou, casos, tratamentos estudos em ambos possuem C2, (C0, responsáveis C1, C3 e (gráfico C1 e por 5). C5, As C2) são 50% da os lateralização e rotação da cabeça efeitos sobre o pescoço17. Acredita-se que similares e, em outros estudos, que no os resultados do ajuste articular fibras nervosas sensoriais no trato para dor cervical são superiores aos descendente do nervo trigêmeo, da 24 mobilização . Os dados núcleo caudal do trigeminocervical, núcleo as trigeminal, apresentados na pesquisa atual interagem com fibras sensoriais das apresentaram raízes cervicais superiores (C1-C2) diminuição na intensidade de dor, em ambos os e grupos que desencadear cervicalgia à SCC6-8. na Nas referências pesquisadas, não pesquisados corrobora literatura com 25,26 os o achados (gráfico 1 e 2). Embora alguns foi relatos podem, nesta encontrado convergência, registro da prevalência de desalinhamentos ou advirtam que o ajuste de alta ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 90 de 143 ajustes vertebrais realizados em pacientes que apresentam SCC. CONCLUSÃO em 2013]; [31 p.]. Disponível em: http://www.cursodedorusp.com.br/materiais /cefaleiacervicogenica.doc Com base nos resultados obtidos, verificou-se que a terapia de ajuste articular foi efetiva na redução dos sintomas dos indivíduos que foram objeto do estudo. No entanto, uma amostra maior poderá obter resultados de maior relevância estatística e, com isso, a indicação da terapia se tornará mais segura e eficiente. CONFLITOS DE INTERESSES: Não há. AGRADECIMENTOS: À Mara Célia Paiva pelo preparo deste manuscrito. REFERÊNCIAS: 1. Headache Classification Subcommittee of the International Society The international classification of headache disorders: 2ª ed. Cephalalgia. 2004;24(Suppl 1):9–160. 2. 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Cephalalgia. 1983 Dec;3(4):249-56. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 92 de 143 ARTIGO ORIGINAL Perfil sociodemográfico dos usuários do serviço de quiropraxia de uma unidade básica de saúde em Porto Alegre/RS User’s sociodemographic profile of utilization of chiropractic services in a basic health care unit in Porto Alegre Carlos Podalirio B. de AlmeidaI, Ranieli G. ZapeliniII, Bárbara N. G. de GoulartIII I. Quiropraxista doutorando em Ciências Pneumológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. II. Quiropraxista. Mestre em Saúde Coletiva. Professora no Instituto de Ciências da Saúde. FEEVALE-RS. III. Fga. PhD. Professora Adjunta na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail do autor correspondente: [email protected] ABSTRACT OBJECTIVE: The aim of this study was to identify the user’s profile chiropractic a Basic Health Unit in Porto Alegre/RS, the one-year period. METHODS: A cross-sectional study with quantitative secondary data from the records who received chiropractic care during the study period. RESULTS: The majority of users was female, married, had incomplete primary education, median age 43 years, were employed, did not have the habit of smoking or altered sleep, did not use alcohol. There was statistical significance when associated with systolic and diastolic blood pressure with smoking (p = 0.05, p = 0.02) and alcohol consumption (p = 0.002, p = 0.01). Cigarette smoking was more prevalent in males (p = 0.01). The reason for seeking chiropractic care to users was associated with retirees, with 40% of this group had low back pain (p = 0.02). CONCLUSION: The profile of users who use chiropractic care in the UBS study is consistent with other public health services presented in the biomedical literature. KEY WORDS: Chiropractic, public health, lifestyle, epidemiology, Health Unique System. RESUMO OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi identificar o perfil dos usuários do serviço de quiropraxia de uma Unidade Básica de Saúde de Porto Alegre/RS, no período de um ano. MÉTODOS: Estudo transversal quantitativo com dados secundários a partir de prontuários dos usuários que receberam atendimento quiroprático no período do estudo. RESULTADOS: A maioria dos usuários era do gênero feminino, estavam casados, possuíam ensino fundamental incompleto, com media de idade de 43 anos, estavam empregados, não tinham o hábito de fumar, distúrbios do sono e nem faziam uso de bebidas alcoólicas. Houve significância estatística quando se associou pressão arterial diastólica e sistólica com o hábito de fumar (p=0,05, p=0,02) e ao uso de bebidas alcoólicas (p=0,002, p=0,01). O hábito de fumar foi mais prevalente no gênero masculino (p=0,01). O motivo de procura ao atendimento quiroprático esteve associado com os usuários aposentados, sendo que, 40% deste grupo apresentava dor lombar (p=0,02). CONCLUSÃO: O perfil dos usuários que utilizam o atendimento quiroprático na UBS estudada condiz com os demais serviços de saúde pública apresentado na literatura biomédica. PALAVRAS-CHAVE: Quiropraxia, estilo de vida, saúde pública, epidemiologia, sistema único de saúde. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 93 de 143 INTRODUÇÃO A preocupação com a saúde saúde da população, o SUS se social coletiva iniciou-se a partir de propôs epidemias, e da necessidade de priorizando as ações preventivas e conhecer suas causas. Os primeiros a promover democratizando a as saúde, informações registros sobre a saúde coletiva são relevantes para que a população bíblicos, da época de Jesus Cristo, conheça seus direitos e os riscos a a de sua saúde5. Sob este contexto, o inúmeros casos de lepra e do profissional quiropraxista viu-se apto isolamento de seus portadores da a integrar o corpo de profissionais população geral, no intuito de evitar da área de saúde desse Sistema, seu contágio1. Internacionalmente, a visto tratar-se de uma profissão que política e a economia delinearam a compreende o sistema de medicina trajetória da saúde social, suas complementar à medicina alopática, necessidades de reformulações e especificamente, partir do aparecimento estabelecimento de metas capazes atuando fonte de referência nos cuidados da de garantir o direito fundamental do coluna ser humano2. musculoesquelética6. No Brasil, a saúde como vertebral e medicina pública foi objeto de uma série de Ainda segundo as regras que transformações no campo político e preconizam o SUS, o setor privado social em busca da democratização pode integrar o sistema de forma da da complementar, da contratos e convênios de prestação universalização do acesso e o de serviço ao Estado – quando as reconhecimento da saúde como unidades públicas de assistência à direito universal do ser humano que saúde não são suficientes para culminou, em 1988, na conquista do garantir Sistema Único de Saúde (SUS)3,4. população de uma determinada saúde, da organização ampliação popular, Desde sua criação, além da promoção da equidade no atendimento das necessidades de o região7. meio atendimento Assim, preenchimento existentes no cumprimento relacionadas prestados, por a toda visando de aos o lacunas mercado das de e no demandas serviços iniciaram-se ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 94 de 143 negociações, que em agosto de Segundo a literatura, a 2007, culminou com um convênio análise da população que frequenta entre um determinado serviço biomédico, a Superior Instituição de Ensino no dos Sinos Vale seja de caráter emergencial, (FEEVALE) e o município de Porto ambulatorial ou utilizando a rede Alegre, que desde então recebe primária de atenção à saúde, traz atendimento tratamento O baseado na é manipulação vertebral quiroprático8. ou e uma ajustamento de sua privação, discriminação carência, exclusão12. e de Firmados neste fundamento, optou- modalidades terapêuticas manuais se por realizar um estudo para e o identificar o perfil de usuários que quiropraxista avalia o paciente e o buscaram atendimento quiroprático instrui a respeito da prevenção de na Unidade Básica de Saúde (UBS) doenças, Vila Farrapos, na região noroeste de mecânicas, variedade valiosa contribuição na identificação em promoção que de saúde, nutrição adequada, exercícios e 9 METODOS modificação no estilo de vida . Movidos de A pesquisa foi submetida à de apreciação e aprovação do Comitê a de Ética em Pesquisa do Centro Quiropraxia tem se dedicado a Universitário Feevale (processo nº ampliar 4.00.03.10.1878). Foi realizado um alcançar pela Porto Alegre/RS. altos excelência, há suas busca padrões seis bases anos, de dados teórico-práticas, dentro do SUS, estudo utilizando-se prontuários de pesquisa e transversal de a partir usuários de que investigação científica, por meio de receberam atendimento quiroprático Trabalhos de Conclusão de Curso9- em uma UBS no município de Porto 11 Alegre. , que validem suas hipóteses e abordagens. Esta ação tem o Coleta de dados objetivo de proporcionar qualidade no atendimento aos usuários que procuram seus serviços, oferecendo cuidado eficaz e seguro, capaz de satisfazer pacientes8. as necessidades dos Realizou-se um contato com os responsáveis pela UBS escolhida para pesquisa, para autorização do manuseio dos prontuários. A coleta ocorreu entre abril e maio, conforme ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 95 de 143 dias e horários determinados pela Análise Estatística direção da Universidade. Os dados desta pesquisa Critérios de Inclusão e exclusão Dos 320 prontuários foram transcritos, para uma planilha do software Microsoft Office Excel analisados, 80 deles (25%) foram 2007, incluídos os descritiva. Para a associação das critérios necessários para utilização variáveis nominais dicotômicas foi no estudo, ou seja, continham utilizado o Teste Qui-quadrado e informações pessoais, laudo de coeficiente por apresentarem a estatística utilizada foi de Pearson, sendo exames de imagem e laboratoriais, considerado história atual da doença, dados de significativo p<0,05. Ao término da exame físico e forma da execução coleta, do atendimento quiroprático. Foram apresentados em forma de gráficos excluídos e os apresentaram prontuários que informações tabelas estatisticamente os dados e foram apresentados à comunidade acadêmica. incompletas ou omissas. RESULTADOS Tabela 1 - características demográficas e sociais ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 96 de 143 Gráfico 2 - Motivo de procura ao atendimento quiroprático. Tabela 2- Gênero associado ao hábito de fumar Gênero Hábito de fumar Fumante Masculino Ex-fumante Não fumante Total N % N % N % N % 5 26,3* 7 36,8 7 36,8 19 100 11,3 45 72,6 62 100 Feminino 10 16,1 7 *Associação estatisticamente significativa Tabela 3 – Gênero associado ao sono Gênero Sono Alterado Não Alterado Total N % N % N % Masculino 4 21,1 15 78,9 19 100 Feminino 26 41,9 36 58,1 62 100 Tabela 4 – Gênero associado ao uso de bebidas alcoólicas Gênero Bebidas alcoólicas Sim Não Total N % N % N % Masculino 7 36,8 12 63,2 19 100 Feminino 16 25,8 46 74,2 62 100 Total 23 28,4% 58 71,6 81 100 ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 97 de 143 DISCUSSÃO Pesquisar as necessidades simultaneamente os de um público específico possibilita cumulativos mudanças ou melhorias em um envelhecimento produto já existente e ou a criação mister, de novas modalidades de serviços, ministrada garantindo que sejam preenchidas indicado e capaz de prevenir, tratar as lacunas existentes no mercado e oferecer orientações específicas suprindo desta forma, as demandas que evitem a diminuição da força relacionadas serviços muscular e da mobilidade articular, prestados13. Após levantamento de fatores estes considerados de risco referencias para aos de publicações nos últimos 10 anos nos bancos de a do riscos trabalho e biológico6. atenção pela à do Neste saúde Quiropraxia doenças é ocupacionais 10 típicas . dados virtuais e impressos, sobre o Deste universo, 62 usuários perfil sociodemográfico dos usuários (76.5%) eram do gênero feminino, do SUS, foram separados alguns 34 deles (42%) possuíam ensino estudos realizados em metrópoles fundamental do (11,1%); relataram ter concluído o país para compor esta discussão. ensino incompleto fundamental; e três nove deles Este estudo, contou com a (3,7%) afirmaram possuir ensino participação de 81 usuários da médio incompleto; 28 participantes unidade Farrapos da UBS que (34,6%) concluíram o ensino médio; receberam uma pessoa (1,2%) relatou ter atendimento quiroprático. A idade mediana ensino superior incompleto, analisada dos mesmos foi de 43 enquanto seis (7,4%) concluíram o anos, ensino superior (gráfico 1). sendo estes dados semelhantes aos encontrados na Em relação ao estado civil, literatura12,14. Esta fase da vida é 13 usuários (16%) eram solteiros, geralmente marcada por um período 53 casados (65,4%); dez (12,3%) laboral intenso, para ambos os divorciados e cinco (6,2%) relataram gêneros outra condição civil. específica, e já merece atenção que integra ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 98 de 143 Quanto à usuários ocupação, (12,3%) 10 eram mulheres, a maioria casados, 58,6% possuíam ensino fundamental aposentados, 54 estava empregado incompleto e 1.1% ensino superior (66,4%), completo12. somente desempregado, estudantes (6,2%) um (1,2%) cinco eram e 11 deles (13,6%) eram do lar. características sociais, Os dados encontrados nesta pesquisa Um estudo de 2010, com corroboram realizado na e Região Metropolitana de Belo Horizonte, os com 8055 usuários, demonstrou que achados em um estudo de 2010, 53% dos participantes pertenciam realizado na cidade de Pelotas-RS. ao gênero feminino, com idade em usuários média de 39,2 anos para ambos os pertenciam ao gênero feminino, gêneros e 67,4% relatou ter o 47,1% ensino fundamental completo17. que 77% eram solteiros, ensino relação verificou-se possuíam fundamental 26,5% viúvos e 10% Com escolaridade, 46,1% dos casados, 16,4% divorciados. com demográficas incompleto, fundamental à que Nos trabalhos citados houve unanimidade do gênero feminino na busca pelo serviço público de ensino saúde, o que confirma os dados de 14,3% um completo, estudo morbidade, internacional que relata de que as 10,4% ensino médio incompleto, mulheres utilizam 20% mais os 20% ensino médio completo, 7,2% serviços de saúde do que os eram analfabetos, e 2% possuíam homens18,19. ensino superior ou técnico15. Dados semelhantes também O motivo principal que fez os usuários foram encontrados em 2008 em atendimento pesquisa realizada no município de e/ou 16 São Paulo com 102 usuários, em coluna procurarem o quiroprático foi dor desconforto lombar na com região da 33,3%, a que 55% dos usuários eram do segunda queixa foi na região da gênero feminino, a maioria possuía coluna cervical com 14,3%, seguida nível fundamental e eram casados. pela dor torácica e em membros Em Florianópolis destacamos inferiores, apenas 1,2% eram um estudo de 2002, com 261 assintomáticos (gráfico 2). Estes pacientes, dos quais 63,6% eram dados corroboram com relatos ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 99 de 143 internacionais de que as algias quiropraxistas, vertebrais outros são consideradas fisioterapeutas profissionais da e saúde atualmente um problema de saúde utilizando protocolos de tratamento pública19. baseados em evidências, visando a Elas ocorrem em qualquer idade, e afetam mais de melhor 30% da população de 70 anos de desordens idade base recentes realizados no Canadá, mensal20. O motivo de procura ao Reino Unido e Estados Unidos atendimento quiroprático associado discorrem aos quando a manipulação vertebral, ou mais, numa aposentados, obteve condução de casos de vertebrais. melhores resultados significância estatística com p=0,02, realizada pois o devidamente habilitados e integrada e/ou à prescrição de exercícios são 40% deles atendimento desconforto procuraram por na dor coluna por Estudos lombar. adicionadas Existem diversos fatores de risco habitual21-23. individuais para dor lombar, entre eles: idade, fumar, gênero, hábito condicionamento inadequado, muscular má postura, e a ao profissionais cuidado médico O quesito hábito de fumar de associado ao gênero, apresentou físico significância estatística com p=0,01. fadiga os usuários do gênero da masculino 23,6% eram fumantes. coluna21. A dor lombar é destaque Quando se associou o hábito de entre as causas de aposentadoria fumar por arterial (PA) diastólica e sistólica invalidez previdenciários. imobilidade Entre e auxílio-doença Levantamentos e alteração constatou-se uma da pressão significância realizados com trabalhadores nos estatística Estados Unidos mostraram uma p=0,05 e p=0,02. Os efeitos do prevalência tabagismo são catastróficos, um em de 17,6% atingindo 20 mais de 22 milhões de indivíduos . Sob o ponto de vista de pacientes, de: cada dez adultos no mundo morre devido ao vicio, o que representa e aproximadamente cinco milhões de instituições provedoras dos serviços óbitos anuais. Se o atual padrão de a continuar, a proporção será de um do trabalho em cada seis óbitos até 2030, cerca com ortopedistas, de 10 milhões de óbitos por ano. saúde, profissionais respectivamente é importância multidisciplinar inquestionável ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 100 de 143 Isso significa que aproximadamente alterações da PA, diastólica 500 milhões de pessoas que estão sistólica, os dados apresentaram vivas hoje morrerão por causa do significância tabagismo22. respectivamente: p=0,002 e p=0,01. estatística e de A associação de gênero dos Corroborando com estes achados, usuários e a maneira do sono não citamos relatos de um estudo que apresentou significância estatística, afirma que a dependência do álcool embora 41,9% das mulheres e acomete cerca de 10% a 12% da 21,1% população mundial e, de acordo dos homens relataram distúrbio no sono (gráfico 3). Estes com dados confirmam os achados na domiciliar sobre o uso de drogas, literatura sobre a prevalência da 11,2% dos brasileiros que vivem insônia no gênero feminino23. nas 107 maiores cidades do país. A o primeiro dificuldade para dormir e baixa Os qualidade de sono podem gerar alcoolismo são responsáveis por sinais e mais de 10% dos problemas totais comprometimento no estilo de vida de saúde no Brasil26. Ademais, 5% saudável24. A manipulação vertebral a 7% da hipertensão arterial na afeta aferentes população decorrem de consumo de tecidos álcool. Três doses por dia é o limiar de os estresse neurônios primários dos paravertebrais, controlando problemas levantamento relacionados ao o para elevar a pressão sanguínea e sistema motor e processamento da está associado a uma elevação de 25 dor , contribuindo dessa forma no 3mmHg27. aumento da qualidade de sono, saudáveis associados a um estilo diminuindo de o consequentemente estresse e melhora na saúde e bem-estar. vida Hábitos ativo diminuição do nutricionais contribuem estresse na com consequente melhora na qualidade No tocante gênero e uso de de vida28. A quiropraxia pode bebidas alcoólicas, também não beneficiar-se do vínculo adquirido apresentou significância estatística, com os usuários atendidos pelo todavia, serviço e encorajá-los a melhorarem beberem 28,4% deles com afirmaram frequência. Em seus hábitos. contrapartida, quando se associou o uso de bebidas alcoólicas com ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 101 de 143 CONCLUSÃO O perfil dos usuários que utilizam o atendimento quiroprático na UBS estudada condiz com os demais serviços de saúde pública 3. Cohn A. A reforma sanitária brasileira após 20 anos do SUS: reflexões. Cad. Saúde Pública, 25 (7), 1614-1619, 2009. 4. Martins PC et al. De quem é o SUS? Sobre as representações sociais dos usuários do Programa Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, 16 (3), 1933-1942, 2011. apresentado na literatura biomédica. Espera-se que a obtenção deste conhecimento, incentive a discussão entre os quiropraxistas, no intuito de instrumentos elaborar de novos abordagens clínicas, que vá de encontro às necessidades dos indivíduos que buscam este tipo de serviço, seja tratando ou adotando preventivamente educativas medidas para a redução de fatores de riscos potencialmente associados à incapacidade. CONFLITOS DE INTERESSES: Não há. AGRADECIMENTOS: À Mara Célia Paiva pelo preparo deste manuscrito. REFERÊNCIAS: 1. Hochman G, Pires-Alves, Fernando A, Trindade L, Nísia. A história dos trabalhadores da saúde como política pública. Ciência e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p. 816-816, jun. 2008. 2. Polignano MV. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. Disponível:http://www.fag.edu.br/professore s/yjamal/Epidemiologia%20e%20saude%2 0pub. Acesso em: 10.02.2013. 5. PARÁ. Secretaria Executiva de Saúde Pública do Estado, Leis Nº. 8080/90 e 8.142/90. Dispõe sobre os Princípios e Diretrizes do SUS. Portal de saúde do Pará. Disponível em: http://www.sespa.pa.gov.br/Sus/sus/sus_oq uee.htm Acesso em: 18 set. 2007. 6. Fontanella F et al. Conhecimento, acesso e aceitação das práticas integrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária do Sistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC. Unisul. Curso de Farmácia – Habilitação Análises Clínicas. 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E-mail do autor correspondente: [email protected] ABSTRACT OBJECTIVES: To evaluate the association between manipulation spinal Chiropractic and the musculoskeletal lesion's expression using the hydroxyploline dose's mensuration in long distance runners's urine. METHODS: A sample of eight distance runners, six males, between 15 and 45 years old, who have integrated both the control group and the group analysis. Was applied in both groups a structured, pre-workout and post-workout with issues containing personal data, anthropometric characteristics, habits and possible damage to musculoskeletal derived from physical activity. In the control group after the completion of the pre-workout questionnaire was held the first urine collection, after the circuit exercises proceeded to fill out the questionnaire after training, subjective assessment of pain and the second urine collection and forwarding the same for laboratory analysis. The group performed the same analysis procedures, adding manipulative therapy after urine collection pre-workout and answer the questions in the questionnaire after training on the onset of adverse reactions and subjective improvement during training after joint manipulation. RESULTS: Analysis of urinary hydroxyproline in both groups showed a variation of 0.3mg which does not represent a statistically significant difference. Noted that 62.5% of the athletes reported a reduction of pain during training after chiropractic manipulative therapy and 75.0% of the athletes reported no adverse reactions after chiropractic manipulative therapy. CONCLUSIONS: The trainings conducted by the club with this sample group were performed within the safety standards required to prevent damage to the musculoskeletal system. The joint manipulation therapy was effective in reducing pain symptoms and secure parameter in adverse reactions.KEYWORDS: Spinal manipulation, adverse effects, hydroxyproline, runners, chiropractic. RESUMO OBJETIVOS: Avaliar a relação entre a terapia de manipulação espinhal quiroprática e a expressão de lesão musculoesquelética utilizando a mensuração da dosagem da hidroxiprolina na urina em atletas corredores fundistas. MÉTODOS: Participaram da amostra oito corredores fundistas, seis do gênero masculino, entre 15 e 45 anos, que integraram tanto o grupo controle como o grupo análise. Foi aplicado em ambos os grupos um questionário estruturado, prétreino e pós-treino, com questões contendo dados pessoais, características antropométricas, hábitos e possíveis danos musculoesqueléticos derivados de atividade física. No grupo controle após o preenchimento do questionário pré-treino foi realizada a primeira coleta de urina, após a realização do circuito de exercícios procedeu-se o preenchimento do questionário pós-treino, avaliação subjetiva de dor e a segunda coleta de urina e encaminhamento da mesma para análise laboratorial. O grupo análise realizou os mesmos procedimentos, ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 104 de 143 acrescentando a terapia de manipulação articular após a coleta de urina pré-treino e reposta às perguntas do questionário pós-treino sobre o aparecimento de reações adversas e melhora subjetiva durante o treinamento após a manipulação articular. RESULTADOS: Na análise urinária da hidroxiprolina em ambos os grupos observou-se uma variação em seus níveis médios em 0,3mg não representando uma diferença estatisticamente significativa. Observou que 62,5% dos atletas referiram diminuição do quadro álgico durante o treinamento após terapia de manipulação articular quiroprática e 75.0% dos atletas não referiram reações adversas após terapia de manipulação articular quiroprática. CONCLUSÕES: Os treinos realizados no clube estudado, com este grupo amostral foram realizados dentro dos padrões de segurança necessários para evitar a ocorrência de danos no sistema musculoesquelético. A terapia de manipulação articular quiroprática mostrou-se eficaz na redução do quadro álgico e segura no parâmetro reações adversas. PALAVRAS-CHAVE: Manipulação corredores, quiropraxia. espinhal, efeitos adversos, hidroxiprolina, atletas INTRODUÇÃO A Quiropraxia uma temperatura na pele estão entre os profissão da área da saúde que lida relatos mais comuns dos seus com o diagnóstico, tratamento e efeitos adversos que, geralmente prevenção são leves e passageiros3,5. Relatos mecânicas é das desordens do sistema musculoesquelético e das de complicações acidente graves, vascular cerebral, implicações destes transtornos no síndrome sistema nervoso e na saúde em agravamento de hérnia de disco, geral1. são Há uma ênfase em da como cauda considerados equina raros e e não tratamentos manuais incluindo a apresentaram objetivamente nexo manipulação articular, que causal6. A segurança na prática caracterizada por impulso um é quiroprática continua sendo um 7-9 dirigido para mover uma articulação importante foco de pesquisa . Um além da sua amplitude fisiológica de estudo de 1998 estimou que a cada movimento, sem ultrapassar o limite 10 milhões de manipulações na anatômico1,2. A referida manobra é região superior da coluna cervical utilizada como forma de tratamento ocorre lesão em 6,4 e na região para disfunções na coluna vertebral lombar, uma em 100 milhões de e outras condições. Desconforto manipulações8. local, dor de cabeça, cansaço, tontura, náuseas e aumento da Em busca da melhora no potencial atlético, o corredor ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 105 de 143 fundista se expõe regularmente a comparação dos seus coeficientes ações musculares com sobrecarga antes e após treinamento permite durante o treinamento de resistência identificar a dimensão da lesão de força10, o que o leva, muitas tecidual12,13. vezes, às lesões no aparelho Considerando o exposto, esta locomotor com sintomas de dor e pesquisa se propôs a estudar a consequente aumento na excreção relação urinária da hidroxiprolina (HP)11. A manipulação articular e a expressão HP é reconhecida como marcador de biológico do utilizando catabolismo/anabolismo do hidroxiprolina na urina em atletas colágeno do aparelho locomotor, corredores fundistas e identificar as seus níveis aumentados na urina reações sugerem a ocorrência de micro manobras de manipulação articular lesão nos tecidos conjuntivos. A e sua dimensão. entre lesão o tratamento de musculoesquelética, a dosagem adversas da após as MÉTODOS A pesquisa realizada pode Atletismo. O estudo foi realizado em ser classificada como do tipo quase um Clube de Esportes, localizado experimental, participantes no município de São Paulo-Brasil. fizeram parte do grupo controle e Critérios de inclusão e exclusão seus análise, com teste e reteste após treinamento14. informados sobre o teor da pesquisa e assinaram Foram incluídos na amostra Os sujeitos foram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. atletas de ambos os gêneros, com idade entre 15 e 45 anos e prática na modalidade de corrida de fundo a mais de seis meses. Foram Amostra excluídos os atletas que tinham A amostra foi composta por dificuldade modalidade de corrida de fundo, previamente, seis do gênero masculino, inscritos características na neural, muscular e ou esquelética de horas e em jejum Brasileira 12 permanecer oito praticantes de atletismo da Federação por em que, apresentassem como: alteração ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 106 de 143 associados, consumo de álcool ou Analógica de dor (EVA)15. outra pudesse seguida os participantes tiveram 10 influenciar os níveis de HP na minutos de descanso e início das excreção urinária; índice de massa atividades esportivas com duração corporal (IMC) doenças metabólicas, substância que acima Em de 40; de 1 hora e 50 minutos com corrida dor, ou leve; alongamento; técnica de aqueles que adotavam dieta com corrida e tiros de corrida de 400 e alto valor proteico. 1000 metros. Duas horas após o Procedimentos treino foi realizada a segunda coleta de O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira os atletas atuaram como grupo controle e na segunda como grupo análise. Antes de cada coleta os participantes do estudo foram orientados a realizar urina e preenchimento do questionário pós-treino para aferir sintomatologia do aspecto de dor e sua intensidade, utilizando a EVA. A análise urinaria foi realizada para exame hidroxiprolina duas horas, utilizando o método colorimétrico. jejum de 12 horas e desprezar a primeira urina do dia. As amostras Etapa dois - (grupo análise) foram coletadas e armazenadas em participou dessa fase os sujeitos da recipientes plásticos esterilizados amostra anterior, uma semana após fornecidos pelo laboratório OMNI- a finalização da primeira etapa. Foi CCNI Medicina Diagnóstica, local seguida a ordem cronológica em que foi realizada a análise da anterior, substituindo o período de urina. descanso após o preenchimento do questionário Etapa um - (grupo controle) seguiuse a seguinte ordem cronológica: questionário pré-treino, coleta um de urina, descanso, prática do pré-treino, pela manipulação articular, realizada em regiões anatômicas do esqueleto axial que apresentaram restrição articular. treino, coleta dois, questionário póstreino e análise da urina. O questionário pré-treino constou de informações sobre presença Estatística Os dados foram analisados de pela frequência absoluta e relativa, lesões e ou dor e sua intensidade aplicando o teste paramétrico “t” de foi dimensionada pela Escala Visual Student para verificar a ocorrência ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 107 de 143 de diferenças significativas na valor de 5% (p<0,05) foi adotado hidroxiprolina e o teste de Wilcoxon como limite para para avaliar os níveis de dor. O hipótese de nulidade13. rejeição da RESULTADOS Gráfico 1: Média do nível de hidroxiprolina segundo o grupo e o momento do estudo. Gráfico 2: Correlação entre EVA e nível de hidroxiprolina segundo o grupo e o momento do estudo. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 108 de 143 Tabela 1: Demonstração de reações adversas após a manipulação articular REAÇÕES ADVERSAS N % desconforto local 2 25 dor de cabeça 0 0 cansaço 0 0 aumento da temperatura 0 0 tontura 0 0 náuseas 0 0 nenhuma 6 75% DISCUSSÃO A capacidade de força no movimento encontra-se avaliados oito atletas entre 15 e 45 competência anos. Em relação ao tempo de motora e de força, a somatória de atividade física, 62,5% iniciaram a ambas as competências originou o prática há mais de 48 meses; termo “resistência de força” que quanto à frequência, 75% treinavam está associada à habilidade de seis vezes por semana e 87,5% manter um nível constante de força afirmaram durante o tempo de um gesto ou treinamento tinha duração de 60 a interligada humano No presente estudo foram com a 16 atividade esportiva . dessa competência A busca que a sessão de 120 minutos. De acordo com a durante os gerar a fundista percorre em média uma degradação do colágeno no tecido distância de 64 km em treinamentos muscular e tendíneos, o que é semanais realizados num espaço de mensurável por índices bioquímicos quatro a sete dias18. treinamentos pode como a HD tendíneos17. literatura Na esportiva, análise o corredor urinária da hidroxiprolina do grupo controle, foi ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 109 de 143 observado um aumento da média, mediana mediana, mínimo, máximo e desvio- permaneceram padrão do pós-treino em relação ao diminuição da média foi de 0,125 pré-treino, com aumento de 0,3 (11,1%) entre os dois momentos mg/amostra de 2 horas (7,35%) na (Gráfico média entre eles. No grupo análise, corroboram com ocorreram Salgueiro19 e idênticos índices em e o 2). valor mínimo inalterados. Referidos os A achados relatos Oliveira20 de que relação ao pré-treino com aumento identificaram diminuição da dor, semelhante de 0,3 mg/amostra de após tratamento com a manipulação duas horas e (10,73%) na média articular. entre os dois momentos (Gráfico 1). posicionamento articular promove o O aumento de DH entre as coletas, aumento da mobilidade espinhal em ambos os grupos, segundo o com teste de normalidade constatou que atividade nas fibras proprioceptivas essa facetárias, inibindo a transmissão de diferença não é estatisticamente significativa para realizados dentro dos correção consequente do aumento de estímulos dolorosos5. p< 0,05, sugerindo que os treinos foram A Embora a presente amostra seja estatisticamente falando padrões de segurança necessários absolutamente pequena, o que não para nos evitar a ocorrência de alteração em cadeias musculares12. No quesito permite resultados, dos generalizar oito os sujeitos avaliação participantes somente dois referiram subjetiva da dor mensurada pela desconforto leve e momentâneo EVA o grupo controle apresentou após a manipulação articular, o que um aumento na média, mediana, sugere que o tratamento adotado foi máximo em eficaz e seguro. Registros similares comparação ao pós-treino com o foram encontrados na literatura: pré-treino. O valor mínimo continuou num estudo de 2007, realizado com igual e o aumento da média foi de 19.722 pacientes de quiropraxia no 1,875 (214,2%) entre eles. No grupo Reino Unido, os efeitos adversos análise, observou-se diminuição nos imediatos índices manipulação e da desvio-padrão EVA médio, valor encontrados da coluna após a cervical máximo e desvio-padrão do pós- foram leves e temporários e o índice treino em relação ao pré-treino. A de um evento adverso grave variou ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 110 de 143 de "baixo a muito baixo" em até sete dias após tratamento21. o Um recebeu um procedimento falso, sem efeito algum, demonstrou que segundo estudo, de 2009, que não contou com nove anos de registros estatisticamente de quantidade de reações adversas internação população hospitalar de analisou Ontário, 818 Canadá casos comprometimento na da houve entre os grupos diferença significativa na 21 . O que podemos de concluir que as reações adversas artéria de exacerbação da dor após o vertebrobasilar e acidente vascular tratamento cerebral. possivelmente não passam de um Como resultado encontrou-se uma associação entre efeito visitas a um profissional de saúde e Cada posterior curso da artéria vértebro segurança basilar, contudo não apresentou tratamento! nenhuma evidência que a quiroprático, placebo. vez mais e Entre percebemos a eficácia do limitações que a as manipulação articular quiroprática podem ter interferido nos resultados predispusesse o paciente a um destaca-se o tamanho restrito da maior risco do que qualquer outro amostra; a dificuldade em encontrar profissional de cuidados primários9. atletas Em permanecer em jejum por doze 2013, num ensaio clínico que se horas; pessoas, atendidas duas vezes por padronização de treinamento entre semana, em que 50% receberam os atletas e a falta de apoio um financeiro normal de um quiropraxista, e a outra metade dificuldade a randomizado controlado com 167 ajuste a dispusessem para os custos na das análises laboratoriais. A terapia de manipulação CONCLUSÕES articular quiroprática mostrou-se O treinamento realizado pelo grupo amostral foi realizado dentro dos padrões de segurança eficaz na redução do quadro álgico necessários para evitar a ocorrência e segura no parâmetro reações de adversas. danos musculoesquelético. ao sistema CONFLITOS DE INTERESSES: Não há. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 111 de 143 AGRADECIMENTOS: À Mara Celia Paiva pelo preparo manuscrito. deste REFERÊNCIAS 1. World Federation of Chiropractic (WFC) Philosophy in Chiropractic Education. Courtesy of Life College of Chiropractic West; 2000. 2. Organização Mundial da Saúde. Diretrizes da OMS Sobre a Formação Básica e a Segurança em Quiropraxia. Rio Grande do Sul: Feevale; 2005. 3) Ernst E. Prospective investigations into the safety of spinal manipulation. J Pain Symptom Manage, 2001;21(3): 238-42. 4) J C Krieg. Chiropractic manipulation: an historical perspective. Iowa Orthop J, 1995;15:95-100. 5) Scott H. 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Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Feevale-RS. II. Quiropraxista e Professor especialista. Feevale. E-mail do autor correspondente: [email protected] RESUMO OBJETIVO: identificar a ocorrência de alterações nas queixas de dor apresentadas por praticantes do montanhismo após tratamento quiroprático. MÉTODOS: Estudo quantitativo analítico transversal pré-experimental, composto por oito praticantes de montanhismo da Associação Caxiense de Montanhismo, de ambos os gêneros, entre as idades de 24 e 30 anos, que apresentavam disfunções musculoesqueléticas. Os indivíduos foram avaliados utilizando questionário informativo, escala visual analógica de dor e o prontuário da Clínica Escola. Para avaliação específica, foi aplicado um questionário apropriado, segundo as queixas apresentadas: Incapacidade do pescoço, questionário para lesões localizadas nos membros superiores e inferiores de Gary Jacob e o questionário de Incapacidade de Oswestry para a coluna lombar. Os questionários específicos foram aplicados na primeira e última consulta. O tratamento constou de quatro atendimentos, duas vezes por semana e incluiu tração articular e ajustes nas subluxações encontradas, na coluna vertebral e extremidades. RESULTADOS: Inicialmente, todos os participantes apresentaram queixas na coluna cervical e lombar, 50% relatou queixas nos membros superiores e 62,5% nos membros inferiores. Após tratamento, a redução sintomatológica na coluna cervical e membros superiores foram de 12,5% e nos membros inferiores 25%. O melhor resultado foi atingido na coluna lombar, com diminuição de 75% nas queixas. A análise dos questionários aplicados comparando as queixas musculoesqueléticas com o tempo de prática corrente e de prática diário demonstrou que a dor é maior entre os que praticam o esporte há mais de quatro anos. Quanto ao treinamento diário, esta pesquisa não apresentou relação entre a quantidade de dias da prática do esporte ao mês e a média de escala de dor, exceto entre os que se queixavam de dor cervical. CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o tratamento quiroprático proporcionou redução no quadro sintomatológico e aumento no desempenho esportivo em praticantes de montanhismo. PALAVRAS-CHAVES: Quiropraxia, alterações álgicas, lesão, escalada esportiva, tratamento. ABSTRACT OBJECTIVE: identify the occurrence of changes in pain complaints presented by practitioners of mountaineering after chiropractic treatment. METHODS: Pre-experimental cross-sectional study, consists of eight practicing mountaineering Mountaineering Association Caxiense, six males, between the ages of 24 and 30 years, which had musculoskeletal dysfunctions. The subjects were evaluated using informative questionnaire, visual analogue scale for pain and the medical records of the Clinical School. For specific evaluation, a questionnaire was appropriate, according to the complaints: Inability neck, questionnaire for lesions in the upper and lower limbs Gary Jacob and the Oswestry Disability Questionnaire for the lumbar spine. The specific questionnaires were applied in the first and last visit. The treatment consisted of four sessions, twice a week and included tensile joint subluxations and adjustments found in the spine and ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 114 de 143 extremities. RESULTS: Initially, all participants had complaints in the cervical and lumbar spine, 50% reported complaints in the upper and lower limbs in 62.5%. After treatment, the reduction of symptoms of cervical spine and upper limb was 12.5% and lower limbs 25%. The best result was achieved in the lumbar spine, with a decrease of 75% in complaints. The analysis of the questionnaires comparing musculoskeletal complaints with time and practice daily practice showed that the pain is greater among those who practice the sport for over four years. As for the daily training, this study showed no relationship between the amounts of days the practice of sport per month and average pain scale, except among those who complained of neck pain. CONCLUSION: Based on these results, it is concluded that chiropractic treatment caused a reduction in symptomatology and increased sports performance practitioners in mountaineering. KEY WORDS: Chiropractic, painful changes, injury, sport climber, treatment. INTRODUÇÃO Montanhismo a nos estados do Rio de Janeiro, São atividade de subir montanhas, seja Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do caminhando Sul, primeira ou é escalando. escalada sobre A rochas Ceará, Paraná e Santa Catarina, filiadas a Confederação ocorreu nos Alpes em 1492 e foi Brasileira realizada pelo francês Antoine de Escalada, e ainda outras tantas Ville. Novas escaladas ocorreram associações, clubes, centros de séculos depois, sempre com cunho montanhismo e escalada em cada exploratório da natureza. No século estado3. XX montanhistas no Brasil é composta a escalada tornou-se de Montanhismo A população e de 10.0003,4 modalidade esportiva com regras e por competições. A partir de então, o participantes. Destes, acredita-se montanhismo que 1000 encontram-se no Rio difundiu-se aproximadamente internacionalmente e atualmente é Grande do Sul5. praticado fechadas formada por uma via de subida (indoor) e abertas (outdoor) por íngreme e vertical, com agarras, pessoas de todas as idades1. No pontos de apoio e superfícies de Brasil sua história inicia no século sustentação no trajeto1. Para chegar XVII no período de exploração de ao cume é terras. apurada, em Foi bandeirantes descobrir áreas impulsionada com terras o pelos intuito novas e de A escalada é necessário direção controle concentração, força psicológico, motora e criar equilíbrio para realizar movimentos caminhos alternativos2. Atualmente adequados e garantir, desta forma, existem cerca de sete federações a própria segurança e a dos ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 115 de 143 acompanhantes6. As escaladas são fisiológico, traumatiza o sistema geralmente braços realizadas elevados, com os capsulo-ligamentar de 90 exacerbando acima graus, o que predispõe os membros 7 a e tendíneos, pressão intra- articular e aumentando o atrito entre superiores (MMSS) a lesões . As essas estruturas com consequente mais os desgaste articular. A articulação montanhistas, dividem-se em duas inter falangeana proximal é a mais categorias, as causadas por quedas atingida11. e comuns, as por uso entre excessivo. As Nos membros ocasionadas por quedas são raras e (MMII) a maioria resulta de uso excessivo, evidenciadas. As lesões de menisco ocorrendo com maior frequência e rupturas do ligamento cruzado nos dedos das mãos, cotovelos e anterior são as mais comuns, e ombros8. ocorrem quando realiza hiperflexão À semelhança de outros as lesões inferiores o são pouco montanhista do joelho países, no Brasil os dados oficiais combinado com rotação lateral da sobre a prevalência de distúrbio tíbia e rotação medial do fêmur, o musculoesquelético não apresenta que leva a compressão do corno estratificação posterior do acometida ou diagnóstico firmado9. postura essa, Estima-se que 75% dos escaladores posição de apresentem disfunções em MMSS Embora as lesões nos pés, sejam por mesmos tendinites, a 7 uso esportivo segundo repetitivo . recorrente a O gesto menos menisco medial12, conhecida rã escalada13. na frequentes, como a literatura expõe os recente descreve alta incidência de como as problemas relacionados à sapatilha tendões, de escalada. No intuito de alcançar distúrbios ruptura região de distensões, contraturas musculares uma e fraturas, além de predispor à aumentar luxação do ombro10. proprioceptiva As lesões posição estável a e assim sensibilidade do pé os nos punhos e mãos são decorrentes montanhistas utilizam uma sapatilha da pegadas muito apertada, que comprime o pé. durante a escalada, a sobrecarga Este hábito induz a deformidades muscular somada ao movimento específicas, realizado musculoesqueléticos, biomecânica num das padrão não problemas ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 116 de 143 dermatológicos e compressões neurológicas, como a neuropraxia dos ramos do nervo esternocleidomastóideo, além dos ligamentos do joelho16. fibular superficial8. O tratamento conservador adotado para as lesões por uso As lesões mais comuns repetitivo é o mesmo utilizado em na coluna vertebral ocorrem em não atletas, com ressalvas de que o decorrência da fixação segmentar retorno à atividade deva ser gradual da coluna cervical durante a subida, para evitar recidivas. Durante a fase resultando em dor no pescoço que aguda, é indicado o repouso da pode a articulação lesionada, crioterapia, região dos ombros e braços . Os uso de suporte de imobilização, se desequilíbrios necessário, e antinflamatórios. Na ser encaminhada para 14 musculares desta região podem alterar a rotação fase superior da escápula, alterando o contra indicações para o ajuste ritmo numa articular, como fratura proximal do promover úmero ou luxação do ombro, são escápuloumeral cadeira e cíclica, encurtamento adaptativo dos pós-aguda, realizados os observada ajustes as nas músculos peitorais, utilizados nos subluxações encontradas na coluna gestos de agarrar e puxar15. Um vertebral e nas extremidades17. O atletas ajuste articular além de promover o amadores de escalada esportiva, alívio dos sintomas restabelece a identificou casos de contratura no comunicação músculo quadrado lombar entre os nervoso e o restante do corpo18. amostra12. Como as contraturas musculares Segundo a Técnica Sacro Occipital, miofasciais estão associadas à dor este achado é um indicativo de e desalinhamento nas cristas ilíacas. vezes, faz-se necessário a liberação A não correção desta condição mioarticular, antes de realizar os afeta músculos ajustes, já que a prática permite, por antigravitacionais: quadrado lombar, vias reflexas, o relaxamento dos trapézio, tecidos estudo recente, participantes da com os latíssimo do dorso, entre subluxação moles, o vertebral, sistema muitas aumento da sartório, grácil, tensor da fáscia lata, amplitude articular e melhora na trato produtividade do atleta17,18. íliotibial, temporal e ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 117 de 143 Não foram encontrados, na realização deste trabalho, literatura biomédica, relatos sobre o objetivando identificar a ocorrência efeito do tratamento quiroprático de alterações nas queixas de dor nas alterações musculoesqueléticas apresentadas por praticantes do em praticantes de montanhismo. montanhismo Por quiroprático. esta razão, propôs-se a após tratamento MÉTODOS A presente caracterizou-se quantitativo pesquisa probabilística por estudo Inicialmente, a como analítico transversal composta por conveniência. amostra 20 participantes, pré-experimental, com propósito de porém, verificar a incidência de lesões compareceram a ocorridas consultas. foram praticantes em de desportistas modalidades de somente Não para O consumissem da pesquisa foi oito destes todas as inseridos aqueles que realizavam tratamento montanhismo do Rio Grande do Sul. protocolo foi doenças crônicas, medicamento submetido e aprovado pelo Comitê analgésico e/ou antinflamatórios e de da os que utilizassem próteses ou foi órteses na coluna vertebral ou Ética em Universidade Pesquisa Feevale e cadastrado sob nº 400.03.08.1251. extremidades. Todos os indivíduos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi elaborado nas Amostra A pesquisa foi composta por praticantes de montanhismo, modalidades de ambos do os gêneros, com faixa etária mínima de 24 anos e máxima de 30 anos, totalizando oito participantes, que apresentaram disfunções neuromusculoesqueléticas. O tipo de Procedimentos amostragem foi não dependências da sede Associação Caxiense da de Montanhismo, entre os meses de abril e maio. Para a avaliação dos indivíduos foi utilizado um questionário informativo, a escala visual analógica de dor (EVA) e o prontuário da Clínica Escola de Quiropraxia da Universidade Feevale. Para avaliação específica, ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 118 de 143 foi aplicado um questionário encontradas na coluna vertebral e apropriado, segundo as queixas extremidades. A intensidade da dor apresentadas: foi avaliada pela EVA, preenchida Incapacidade do pescoço, para a coluna cervical; pelo questionário para lesões localizadas atendimento. nos membros superiores e inferiores crises e o relato das alterações de Gary Jacob e o questionário de sintomatológicas foram registrados, Incapacidade de Oswestry para a em todas as consultas. coluna lombar. Estudo estatístico Os questionários paciente A antes A análise de frequência estatística cada das foi específicos da queixa principal do realizada utilizando o programa Epi indivíduo Info, versão 3.3.4. Foi considerado foram aplicados na primeira e última consulta, de um estatisticamente total de quatro, duas por semana. alfa inferior a 5% no teste de Mann- O tratamento constou de tração e Whitney (p<0,05). ajustes nas significativo erro subluxações RESULTADOS Gráfico 1 - Comparativo pré e pós-tratamento por queixa musculoesquelética. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 119 de 143 Gráfico 2 – Comparativo da dor por queixa antes e após o tratamento. Tabela 2 – Comparação de queixas por tempo de prática corrente e prática diária. Tempo de prática corrente Tempo de prática diária 1 a 3 anos Coluna cervical 5,16 Coluna lombar 3,16 Membros superiores 2 Membros inferiores 2,66 4 a 5 anos 6 5 5 4 Mais de 6 anos 1 a 2 dias 5 5 4 2 2 6 0 6 3 a 5 dias 5,5 3,5 3,5 1,83 6 ou mais dias 7 2 0 5 DISCUSSÃO Entre os esportes incluídos aumento de interessados na prática para os jogos olímpicos de 2020 do esporte20. O presente estudo, encontra-se a escalada esportiva19. antes do tratamento, demonstrou Esta modalidade foi formada em unanimidade entre os esportistas 2007 para queixa de dor na coluna e desde então, tem experimentado grande crescimento, cervical e lombar (gráfico 1). expressos literatura pelo número de federações, clubes licenciados e há poucos Na relatados recentes sobre a prevalência de ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 120 de 143 lesões na coluna vertebral entre os estudo também demonstrou que escaladores. Um estudo realizado 50% da população relatou dor ou com apresentou desconforto nos MMSS. O mesmo apenas quatro relatos de lesão na ocorreu em relação ao MMII em coluna lombar, o que contradiz com 62,5% dos escaladores (gráfico 1). 295 alpinistas os achados da presente pesquisa. Os dados desta pesquisa Durante a escalada o praticante validam parcialmente os relatos assume encontrados uma posição de na literatura que hiperextensão da coluna cervical, afirmam que a escalada é uma comprimindo as facetas articulares, atividade o que promove dor e desconforto participantes articulares, especialmente durante a sobrecarga realização da segurança de outro incidência que varia entre 33-51%, e praticante. O uso do capacete de sugerem que anormalidades na segurança também biomecânica escápuloumeral sejam é um fator contribuinte para sintomas de dor 14 nesta região anatômica . as que predispõe às nos seus lesões por MMSS, com responsáveis por estas 23 Em disfunções . Um segundo estudo relação à dor lombar estar presente avaliando diferentes modalidades na população esportivas apontou a dor no ombro estudada, sugere que os músculos como o sintoma mais referido pelos profundos atletas, com 72,3%, seguida de totalidade do da tronco, multífidos, transverso do abdome, diafragma e luxação assoalho pélvico, conhecidos como movimento do ombro em 17,6%, CORE, não foram fortalecimentos fraqueza muscular 11,7%, síndrome adequadamente, já que os mesmos do braço-morto 11,7% e falseio em compõem o centro de força e 6,7%. estabilidade apresentavam responsável pela 21 sustentação da coluna lombar . O fortalecimento dos mesmos 27,7%, Dos limitação participantes mais de de 35% um 24 sintoma . é As lesões em MMII essencial nesta prática esportiva, parecem ser menos evidentes entre pois os escaladores. Encontramos na desta o recrutamento musculatura adequado diminuirá a sobrecarga dos MMSS evitando as 22 lesões por uso excessivo . Este literatura um relato de apenas seis lesões no joelho entre 295 alpinistas, o que contradiz com os ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 121 de 143 resultados demonstrados25. ora esporte há mais tempo, ou seja, de Outro estudo, declara que as lesões 4 em membros inferiores são mais esperado, pois o maior tempo de comuns em escalada outdoors e prática da escalada tende a causar são causadas Estabelecer por com prevalência quedas 26 precisão de em diante. Isso era . maior número de lesões, e portanto, a uma escala de dor maior. Porém, lesões musculoesqueléticas anos entre analisando cada separadamente, não queixa ocorreu o alpinistas é uma difícil questão, pois mesmo. Nos membros inferiores, não há uma lista básica que se por exemplo, o menor valor de possam comparar em ambas as escala de dor esteve entre os modalidades, indoor ou outdoor25. praticantes que escalavam há mais Embora tenha de seis anos. Sugere-se que a apresentado significância estatística prática produziu experiência capaz os de administrar os gestos esportivos resultados não obtidos com a intervenção quiroprática demonstrou de redução no índice de dor nas agravamento sintomatológico, como queixas musculoesqueléticas alongamentos durante e após a (gráfico 2), especialmente na coluna prática, distribuição do peso do lombar com um decréscimo de 75%. corpo sobre os membros inferiores A pode para não sobrecarregar o tendão e produzir, em curto prazo, alterações a musculatura flexora do antebraço visco elásticas na musculatura e e mão28. Quanto ao treinamento nos ligamentos causando mudanças diário, súbitas na amplitude de movimento apresentou da coluna vertebral e dos membros quantidade de dias da prática do inferiores27. esporte ao mês e a média de escala manipulação A articular análise questionários comparando dos aplicados as queixas maior risco, esta evitando pesquisa relação o não entre a de dor, exceto entre os que se queixavam de dor cervical. Destaca-se na como principal musculoesqueléticas com o tempo dificuldade realização deste de prática corrente e de prática estudo o não comparecimento de diária (tabela 1) demonstrou que a doze participantes que compunham dor é maior entre os que praticam o a amostra inicial formada de vinte, à ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 122 de 143 totalidade das consultas que compunham o tratamento. CONCLUSÃO Com base nos resultados CONFLITOS E INTERESSES: Não obtidos, conclui-se que o tratamento há. quiroprático proporcionou redução AGRADECIMENTOS: À Mara Celia no Paiva quadro sintomatológico e aumento no desempenho esportivo pelo preparo deste manuscrito. em praticantes de montanhismo. Como medidas a evidência preventivas para de esta população é baixa, propõe–se mais estudos a respeito. REFERÊNCIAS: 1. Pereira DW, Piccolo VLN. Escalada, uma ascensão à transcendência. RAM. 2010;7(2):83-96. 2. Nazari J, Gomes AC, Oliveira TC. Escalada: esporte, lazer e subsídios teóricos. EF y Deportes RD. 2008;12:117. 3. Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada. Relações de Entidades filiadas. [homepage na internet]. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.cbme.org.br/cbme/filiados.html >. Acesso em 18 Abril 2013. 4. Costa C. Montanhismo. Disponível em: <http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/ 80.pdf.html>. Acesso em: 30 Março 2011, 10:40:16. 5. Pesquisa Escalada Brasil. 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Após o diagnóstico confirmado de escoliose, foi analisado gênero, idade, grau da afecção e quadro álgico dos portadores. Foi utilizado o teste t-Student com um índice de significância de p < 0,05 em todas as comparações. RESULTADOS: Num universo de 3780 prontuários, 136 deles eram de portadores de escoliose idiopática. A faixa etária mediana foi de 39 anos, sendo a idade mínima de três e a máxima de 80 anos, dentre os quais 77% eram mulheres. Observou-se predomínio da curva primária torácica 68%, seguida pela lombar 32%. As curvaturas secundárias apresentaram valores de 32% na região torácica e 28% na lombar. Para as curvas primárias a convexidade à direita representou 63% dos casos, com média de angulação da curvatura de 22° (dp (desvio padrão) = 14º). A média de angulação da curva secundária foi de 19°, variando 15° para mais ou para menos (desvio padrão). A queixa de dor esteve presente em 71% da amostra. Em 20% dos prontuários foi mencionado que as curvas foram mensuradas utilizando a técnica de ângulo de Cobb. CONCLUSÃO: O presente estudo revelou que a prevalência estimada de escoliose de etiologia idiopática e as variáveis associadas são compatíveis com os valores descritos na literatura consultada. PALAVRAS-CHAVE: escoliose, epidemiologia, quiropraxia, curvas da coluna, prevalência. ABSTRACT OBJECTIVE: To estimate the prevalence of idiopathic scoliosis and associated variables in patients enrolled in a clinical chiropractic school in one year. METHODS: Cross-sectional rretrospective descriptive study, in which the unit of analysis was the medical records of chiropractic teaching clinic of a Higher Education Institution. After the confirmed diagnosis of scoliosis was analyzed gender and age, degree of disorder and pain symptoms. RESULTS: In a universe of 3780 records, 136 of them were of idiopathic scoliosis. The median age was 39 years, with a minimum age of three and maximum of 80 years, of whom 77% were women. Predominance of primary thoracic curve 68%, followed by 32% lumbar. The secondary curvatures showed values of 32% in the thoracic region and 28% in the lumbar. For primary curves convexity to the right represented 63% of cases, with an average angle of curvature of 22 ° (SD (standard deviation) = 14). The average angle of the secondary curve was 19 °, ranging from 15 ° plus or minus (standard deviation). The complaint of pain was present in 71% ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 125 de 143 of the sample. In 20% of the records mentioned that the curves were measured using the technique of Cobb angle. CONCLUSION: The present study revealed that the estimated prevalence of idiopathic scoliosis and associated variables are consistent with the values reported in the literature. KEY WORDS: scoliosis, epidemiology, chiropractic, spinal curves, prevalence. INTRODUÇÃO A escoliose é uma deformação congênita, morfológica tridimensional da coluna doença vertebral, em que as vértebras se secundária a artrite reumatoide, inclinam no plano frontal, giram no traumática, por contraturas extra plano axial e se coloca em póstero- vertebrais, flexão no plano sagital1-3. Com este osteocondrodistrofias, infecciosas e posicionamento por alterações metabólicas. Entre as espinhosos os das processos vértebras se escolioses neurofibromatosa, do tecido por colágeno, por não estruturais dirigem no sentido da concavidade encontram-se a postural, histérica, e a cifose torácica é diminuída ou por irritação radicular, inflamatória, anulada3-5. Para cada curva, as por discrepância do membro inferior vértebras e associada às contraturas do mais chamadas inclinadas vértebras são limite, quadril3-5. Atualmente, está enquanto que a vértebra que está disponível um teste genético que se no meio da curvatura e que está propõe a estimar a probabilidade da mais desviada do eixo vertical é progressão da doença com base em chamada de vértebra ápice4. marcadores genômicos e índices A princípio, as escolioses são clínicos. Todavia, a associação divididas em dois grandes grupos, entre os marcadores e índices ainda as estruturais e as não estruturais. necessitam de confirmação6. Dentro destas duas categorias Estima-se que 80% das existem outras subdivisões que são escolioses não apresentem causa utilizadas de particular As razão, como critério classificação e nomenclatura4. identificável, são por esta denominadas são idiopáticas7. Relatos da prevalência idiopática, da escoliose do adulto na população neuromuscular, por ação tumoral, geral apresentam uma variação de escolioses subdivididas estruturais em ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 126 de 143 1,4% a 32%8. Poucos são os indicada estudos encontrados na literatura apresenta características clínicas sobre a escoliose no adulto, quando atípicas como: início precoce e comparados progressão acelerada da curva, dor, às deformidades quando o infantis e do adolescente. Supõe-se sinais que isso ocorra, devido à maior associadas, preocupação curvatura torácica ou toracolombar com suas neurológicos, portador pé síndromes torto complicações secundárias do que de com a escoliose propriamente dita7. componente cifótico e afilamento de Além do problema estético, convexidade à congênito, esquerda, pedículos10. a escoliose pode causar dor e O tratamento convencional é disfunção importante. Os sintomas o mesmo realizado há 30 anos e o mais comumente relatados são: dor cuidado e deformidades diminuição da amplitude de quiroprático leves para <25° é movimento à lateralização, para o composto por avaliação dos fatores lado da convexidade. Quando o de risco relativos à progressão da quadro escoliótico evolui muito, o curva; paciente desenvolver angulação e da maturidade do alterações pulmonares, cardíacas e esqueleto a cada seis meses; ajuste complicações como a estenose, a articular, espondilolistese e a degeneração necessária; liberação miofascial e pode do disco intervertebral 8-10 . orientação acompanhamento mobilização postural. da onde Para O diagnóstico da escoliose deformidades moderadas entre 10 e idiopática é comumente realizado 50°, acrescenta-se a utilização da com exames de imagem, como as maca de flexo-extensão, na posição radiografias com o paciente em correta para correção; alongamento ortostatismo3. É considerado como diário; exercícios proprioceptivos; variação anormal da curvatura da palmilha, se necessário, e se a coluna, ângulos acima de 10º e o curva for progressiva, indica-se o padrão a uso de coletes. Nas deformidades e >50°, o ajuste quiroprático e demais dimensão ouro para da avaliar curvatura acompanhar a evolução da mesma cuidados continua de pacientes que não desejam se Cobb . A ressonância magnética é submeter à cirurgia; nesta fase a 10 sendo o método podem auxiliar os ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 127 de 143 angulação da escoliose pode progredir 0,5 ou 1° por ano3,12. idiopática e as variáveis associadas em pacientes atendidos em uma O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de escoliose clinica escola de Quiropraxia no período de um ano. MÉTODOS A presente pesquisa Procedimentos caracterizou-se como um estudo transversal, A análise baseou-se em observacional exames de imagem, anamnese e descritivo. O protocolo da pesquisa exame físico. Foram inseridos no foi submetido e aprovado pelo estudo Comitê de Ética em Pesquisa da encontravam preenchidos de forma Universidade correta Feevale e foi os e prontuários que completa. se Foram cadastrado sob nº 400.03.08.1103. descatados aqueles com relatos de Amostra complicação A população do estudo foi composta à escoliose. Estudo estatístico prontuários de pacientes que Os dados foram processados procuraram atendimento na Clinica e submetidos à análise utilizando, Escola de Quiropraxia no período para tal, a estatística descritiva. Foi de um ano. A amostra contemplou utilizado o teste t de Student com os prontuários de pacientes com um índice de significância de p < diagnóstico de escoliose idiopática. 0,05 em todas as comparações. atendimento por relacionada dos RESULTADOS Num universo de 3780 prontuários, 136 deles (3,6%) eram de portadores de escoliose idiopática. A faixa etária mediana total dos pacientes foi de 39 anos, sendo a idade mínima de três e a máxima de 80 anos, dentre os quais 77% pertenciam ao gênero feminino. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 128 de 143 Gráfico 1 – Incidência de indivíduos portadores de escoliose idiopática (n=3780). No tocante às curvaturas, observou-se predomínio da curva primária torácica (68%), seguida pela lombar (32%). As secundárias aparecem em menor frequência, apresentando valores de 32% na região torácica e 28% na lombar. Gráfico 2 – Classificação das curvaturas primárias encontradas. Para as curvas primárias a convexidade à direita representou 63% dos casos, com média de angulação da curvatura de 22° (dp (desvio padrão) = 14º). O estudo apontou, ainda, que as curvas acima de 20º foram prevalentes nas mulheres. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 129 de 143 Gráfico 3 – proporção da convexidade na escoliose primária. A média de angulação da curva secundária foi de 19°, variando 15° para mais ou para menos (desvio padrão). Gráfico 4 – classificação das curvas secundárias. Gráfico 5 – Proporção das queixas de dor (n=136). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 130 de 143 Gráfico 6 - Proporção do método utilizado para mensuração da curva escoliótica. DISCUSSÃO As deformidades da coluna adolescentes, os despesas não vertebral, escoliose em particular, honorários representa o tipo mais prevalente de cobertas, foi de $ 2,7 bilhões15. O deformidade ortopédica em crianças que e prevenção e tratamento precoce adolescentes, enquanto a escoliose idiopática representa a forma mais 1,2 comum . É e excluindo denota a importância da desta condição. de Em geral a deformidade se conhecimento cientifico desde 1969 desenvolve durante o crescimento que a escoliose pode continuar a em progredir durante a idade adulta, saudáveis após a maturidade esquelética13, população pediátrica no mundo. Em como também desenvolver-se na cada seis crianças, uma necessita idade adulta, neste caso ela é de tratamento ativo para evitar a e e adolescentes afetas 4% da progressão da curvatura1,13,14. No 2010, o total dos custos hospitalares adulto, de estimados nos Estados Unidos da prevalência América para os pacientes liberados conduzidos. do hospital com um diagnóstico de literatura, descrevem uma variação escoliose de denominada degenerativa14. crianças idiopática Em em poucos 1,4% da Os a estudos escoliose foram achados 32%. Com na o ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 131 de 143 envelhecimento da população e a com a maioria dos estudos antigos melhora na qualidade de vida, a e atuais17,19-21. escoliose do adulto tornando cada vez está se mais um importante problema de saúde 8,16 . No quesito da prevalência da condição entre encontramos os gêneros, algumas diferenças A convexidade à direita representou 63% dos casos deste estudo (gráfico 3 e 4) corroborando com dados antigos que encontraram curvas torácicas esquerda em 88% dos pacientes com escoliose estatísticas. Enquanto um estudo de idiopática infantil e curvas torácicas 2002 direitas em 90% dos pacientes não entre os apresentou 9 gêneros , diferença outros 8,14,17 adolescentes22. detectaram uma maior frequência A dor esteve presente em da deformidade no gênero feminino, 71% o que corrobora com os achados (gráfico 5), o que nos leva a supor a desta pesquisa, que obteve uma presença de um intenso processo representação de 77% dos casos degenerativo em estruturas mulheres. Alguns estudos dos casos deste estudo comprometendo envolvidas, as devido sugerem que a maior incidência no principalmente gênero feminino ocorra em função compensatória de alterações ligadas portadores desta deformidade8-10. ao gene receptor de estrogênio1,18 . de 2% apresentava atitude comum Entre Na atual população avaliada menos à entre as os limitações encontradas para a realização deste estudo, destaca-se a insuficiência escoliose (gráfico 1), dado este de coerente com a media encontrada prontuários, trazendo informações na literatura. No que tange às da curvaturas, observou-se predomínio detectada da curva primária torácica 68%, registro da evolução da mesma por seguida exames de imagens. pela lombar 32%. As informações fase da a contidas vida em nos que deformidade e foi o Em apenas secundárias aparecem com menor 20% dos prontuários de avaliação frequência, apresentando valores de foi mencionado que as curvas foram 32% na região torácica e 28% na mensuradas utilizando a técnica de lombar (gráfico 2), concordando ângulo de Cobb (gráfico 6). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 132 de 143 A atuação da Quiropraxia na CONCLUSÃO escoliose idiopática é promissora, O presente estudo revelou tanto na fase juvenil como na idade que a prevalência estimada de adulta. Seu tratamento conservador escoliose de etiologia idiopática e as é capaz de prevenir ou, pelo menos, variáveis associadas retardar a progressão da curva compatíveis com escoliótica. descritos na literatura consultada. vertebrais, Além pode dos ajustes necessária os pés restabelecimento simetria bilateral que da da atuem função no e marcha23, juntamente com a orientação de exercícios equilíbrio que do melhorem corpo e valores a utilização de órteses estabilizadoras para os são CONFLITOS DE INTERESSES: Não há. AGRADECIMENTOS: À Mara Celia Paiva pelo preparo deste manuscrito. o da coordenação neuromuscular24,25. REFERÊNCIAS: 1. Miller NH. Adolescent idiopathic scoliosis: etiology. The Pediatric Spine.2001; 347-354. Weinstein SLLippincott, Williams & Wilkins, Philadelphia, PA, USA. 2. Tribus CB: Degenerative lumbar scoliosis: evaluation and management. J Am Acad Orthop Surg. 2003;11(3):174-183. 3. Fagundes DJ et al. 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Estudo descritivo sobre o primeiro mutirão no Brasil de cirurgias eletivas para o tratamento de escoliose. Coluna/Columna ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 134 de 143 ARTIGO ORIGINAL Efeitos do tratamento quiroprático associado ou não ao uso de bandagem elástica na postura cervical de deficientes visuais Effects of chiropractic treatment with or without the use of elastic bandage on cervical posture for the visually impaired Leticia GitaciI e Angela KolbergII I. Quiropraxista pós-graduada em Cinesiologia Laboral pela Faculdade América Latina. II. PhD, Ft.Qui e Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Cinesiologia Laboral na Faculdade América Latina-Caxias do Sul-RS.Brasil. E-mail do autor correspondente: [email protected] RESUMO OBJETIVOS: Investigar os efeitos do ajuste articular e da aplicação de bandagens elásticas na amplitude de movimento na região cervical em portadores de deficiência visual que apresentaram assimetria postural nesta região da coluna vertebral. MÉTODOS: Pesquisa clínica randomizada, composta por dez indivíduos escolhidos randomicamente, formando dois grupos iguais. O primeiro recebeu tratamento quiroprático com ajustes articulares vertebrais e o segundo, além dos ajustes, a aplicação de bandagens elásticas na região cervical. A avaliação postural foi realizada pelo Software de Avaliação Postural e a amplitude de movimento articular foi mensurada pela goniometria. RESULTADOS: Observou-se diferença estatisticamente significativa na amplitude de movimento de extensão e inclinação lateral direita, nos pacientes do segundo grupo, tratados com ajustes e aplicação de bandagem elástica. A amplitude de movimento de extensão alcançou a média pré-tratamento de 57,4º e pós-tratamento 67,6º (P= 0,003). A média da amplitude de movimento de inclinação lateral direita pré-tratamento foi de 31,7º e pós-tratamento 37º (P= 0,001). CONCLUSÃO: O tratamento quiroprático com ajuste articular vertebral, associado à aplicação de bandagem elástica mostrou-se mais eficiente do que o utilizado isoladamente, na correção postural e aumento da amplitude de movimento na região cervical. PALAVRAS-CHAVES: postura, deficiente visual, quiropraxia, bandagem elástica, tratamento. ABSTRACT OBJECTIVES: To investigate the effects of joint adjustment and the application of elastic bandages in the range of movement in the cervical region, in visually impaired postural asymmetry observed in this region of the spine. METHODS: Randomized clinical trial, comprising ten randomly chosen individuals, forming two equal groups. One received chiropractic care and spinal adjustments with other, plus adjustments, the application of elastic bandages in the cervical region. Postural assessment was performed by Software Postural Assessment and range of motion was measured by goniometry. RESULTS: Observed a statistically significant difference in range of motion of extension and right lateral tilt in patients of the second group, treated with adjustments and applying elastic bandage. The range of motion in extension averaged pretreatment of 57.4 ° and 67.6 ° after treatment (P = 0.003). The average range of motion of right lateral tilt pretreatment was 31.7 º and 37 º post-treatment (P = 0.001). CONCLUSION: The chiropractic articular spinal adjustment associated with the application of an elastic bandage was more efficient than that one used alone, in the correct posture and increase range of motion in the cervical region. KEY WORDS: posture, visual deficiency, chiropractic, elastic bandage, treatment. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 135 de 143 INTRODUÇÃO Uma das vantagens da equilíbrio, além da orientação espacial, cinestésica mãos permaneçam livres e o olhar Neste contexto, esteja dirigido para o horizonte. deficientes visuais Dentre as desvantagens, destaca- maior deslocamento do centro de se a predisposição ao aumento da pressão sobrecarga sobre a coluna vertebral comparação a indivíduos com a e membros inferiores¹. Desde o visão preservada5. século XIX, a função dos captores sensitivos que indivíduos apresentariam gravitacional Na literatura em biomédica à encontram-se descrições de relatos manutenção da posição ereta do das principais assimetrias posturais homem encontradas entre os deficientes foi recorrem e social5. postura ereta é permitir que as questionada, e a importância dos olhos foi colocada em evidência2. A partir visuais. Entre elas citam-se: a dessa anteriorização cefálica, assimetria premissa, numerosos estudos em de ombros, alteração escapular, neurociência elaborados proeminência abdominal, báscula demonstrando, de forma evidente, o anterior de pelve e alterações da papel da visão, como um importante coluna vertebral em crianças com captor do sistema postural2. cegueira congênita6. Na busca de foram A postura e o equilíbrio do adaptações posturais ser humano são mantidos por três compensatórias tipos visual, corporal é alterada7. Em alguns vestibular e proprioceptiva3. A partir achados foram encontrados uma do momento que se perde um dos relação entre escoliose postural e a destes sistemas, há uma perda população funcional dos disfunções visuais. Nesses estudos envolvidos no de informações: mecanismos equilíbrio1,4. a que consciência apresentava A comprovou-se que as crianças com ausência de visão, por exemplo, dificuldades visuais apresentaram pode implicar em alterações no aumento nas assimetrias posturais, tônus principalmente muscular, coordenação postura, motora/psíquica, escoliótica, o na que curvatura resulta em ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 136 de 143 postura anormal de cabeça, no pontos anatômicos referenciais, que intuito de compensar o ângulo da deverão corresponder aos ângulos visão3,8. determinados pelo software. As A avaliação postural e a imagens captadas, devem ser de mensuração objetiva da amplitude boa qualidade, para uma adequada do movimento articular (ADMA), tem interpretação fotogramétrica10. sido de fundamental importância Para a aferição de amplitude para o diagnóstico, planejamento e de acompanhamento da evolução e ferramentas utilizadas: a análise por dos radiografias11, goniômetro manual e resultados tratamento Entre os de qualquer musculoesquelético1,4. recursos físico-funcionais postural diagnósticos movimento várias eletrônico, fita flexível estimativa e são métrica, as régua visual11,12. para avaliação Neste estudo optou-se pelo estudo utilizados pelos da goniometria, já que a mesma quiropraxistas, encontram-se a atua na análise da função e na Biofotogrametria Computadorizada biomecânica articular, aferindo o e a Goniometria. A fotogrametria é a desvio arte, gravidade12,13. ciência e tecnologia de angular em relação à obtenção de informação confiável Um dos objetivos clínicos da sobre objetos físicos e o meio Quiropraxia é restaurar as funções ambiente por meio de processos de fisiológicas articulares, devolvendo gravação, medição e interpretação às de imagens fotográficas e padrões natural. Este resultado pode ser de energia eletromagnética radiante obtido pela técnica de quiropraxia, e outras fontes. denominada ajuste articular, que se Possibilita o articulações baseia inter-relação entre partes diferentes alavanca, curto, específico de alta do corpo humano difíceis de serem velocidade e linha de correção mensuradas objetiva14. Além de manipulação registradas por outros meios9. Para a avaliação articular, postural, os indivíduos devem se outras submeter aumento demarcações, previamente a o um movimento registro de mudanças sutis e da ou em seu movimento quiropraxista estratégias da força de utiliza visando o muscular, geralmente estabilidade dinâmica e amplitude realizadas com bolas de isopor, em de movimento. O Kinesio Tex® ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 137 de 143 cutâneos16. Tape é uma ferramenta útil nestes de processos. Sua bandagem elástica aumento foi somatossensorial pode melhorar o projetada propriedades para da imitar pele as humana, receptores da O estimulação sistema de controle postural15-17. evitando estímulos sensoriais. O Assim, a proposta desta tipo de aplicação define a tensão a pesquisa foi investigar os efeitos da ser usada15. Acredita-se que a manipulação articular e da aplicação bandagem do elástica aumente a método cervical, na ADMA muscular, reduzindo dor, portadores de deficiência visual que corrigindo os posicionamentos apresentaram assimetria postural inapropriados e estimulando a ação coluna Taping, propriocepção normalizando o tônus a da Kinesio em nesta região da coluna vertebral. MÉTODOS Esta é uma pesquisa clínica visuais, cegos ou com baixa visão, randomizada que foi submetida à alunos de uma escola da cidade de apreciação e aprovação do Comitê Caxias do Sul. de Ética em Pesquisa da Faculdade Procedimentos América Latina e foi cadastrado sob nº 4.00.03.09.1433. autorização da instituição de ensino e autorização dos O grupo constituído de dez Após pais ou responsáveis pelos menores de idade, o Termo de Consentimento livre e esclarecido, oferecido de três maneiras: braile, ampliado e tinta e indivíduos subdivido, randomicamente, em duas equipes iguais. A primeira recebeu tratamento quiroprático com ajustes cervicais e a segunda, além dos ajustes, a aplicação de bandagens elásticas foi assinado. foi na região cervical. A avaliação postural foi realizada pelo Amostra Software SAPO e a amplitude dos A população deste trabalho movimentos de flexão, extensão, foi constituída por dez indivíduos de lateralização e rotação, ambos os gêneros, com idades mensurada pela goniometria. foi entre 12 e 19 anos, deficientes ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 138 de 143 Figuras 1,2,3 – pontos selecionados para análise fotogramétrica, mensuração da amplitude de movimento cervical e modelo da aplicação da bandagem, respectivamente. Cada grupo recebeu três Antes da primeira e após a atendimentos com um intervalo de última consulta, os participantes cinco dias. Na primeira equipe, foram fotografados na vista lateral inicialmente foi direita. Os três pontos demarcados, goniometria e quiroprático conforme realizada o a tratamento trago direito, acrômio direito e listagens processo espinhoso de C7, foram encontradas. Os participantes foram pré-determinados pelo software de ajustados um Avaliação Postural SAPO. Após a intervalo de cinco dias. Ao final do realização das fotos, as mesmas tratamento, a goniometria na região foram transferidas a um computador cervical foi novamente realizada. e analisadas pelo software, para Na três vezes, segunda com equipe foi geração dos dados utilizados para a adotado o mesmo procedimento, comparação nesta pesquisa. sendo acrescido à aplicação da Análise estatística bandagem elástica na região cervical. A goniometria foi realizada novamente cinco dias após a terceira aplicação da bandagem, no momento em que a mesma foi retirada. Os dados foram processados e submetidos à análise utilizando, para tal, a estatística descritiva. Foi utilizado o teste t-Student com um índice de significância de p < 0,05 em todas as comparações. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 139 de 143 RESULTADOS Tabela 1 – média e desvio padrão dos resultados goniométricos. Movimento/Abordagem Média Desvio Quiropraxia (pré) 72,6 8,8 Quiropraxia (pós) Quiropraxia+ Bandagem elástica (pré) 77,6 61,8 10,6 12,9 Quiropraxia + Bandagem elástica (pós) 68,6 15,9 Quiropraxia (pré) 66,6 3,3 Quiropraxia (pós) 69,6 3,1 Quiropraxia+ Bandagem elástica (pré) 57,4 3,8 Quiropraxia + Bandagem elástica (pós) 67,6 8,6 Quiropraxia (pré) 44,4 8 Quiropraxia (pós) 46,4 8,3 Quiropraxia+ Bandagem elástica (pré) 31,2 6,3 Quiropraxia + Bandagem elástica (pós) 37 5,8 Quiropraxia (pré) 40,2 9,0 Quiropraxia (pós) 41,6 10,621 Quiropraxia+ Bandagem elástica (pré) 31,6 5,898 Quiropraxia + Bandagem elástica (pós) 36,6 4,393 Quiropraxia (pré) Quiropraxia (pós) 63,6 66,2 14,100 14,195 Quiropraxia+ Bandagem elástica (pré) 59,6 6,877 Quiropraxia + Bandagem elástica (pós) 67 7,563 FLEXÃO EXTENSÃO INCLINAÇÃO DIREITA INCLINAÇÃO ESQUERDA ROTAÇÃO DIREITA Não estudado, pois não passou no teste de normalidade. ROTAÇÃO ESQUERDA ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 140 de 143 Tabela 2 – dados da avaliação postural realizada pelo software SAPO. ALINHAMENTO HORIZONTAL DA CABEÇA (C7) Q Q + BE PRÉ PÓS PRÉ PÓS 44,1 50,4 44,5 46,9 P= 0,132 4,9 Desvio Padrão 4,7 4,3 4,9 ALINHAMENTO HORIZONTAL DA CABEÇA (ACRÔMIO) PRÉ Q PÓS PRÉ Q + BE PÓS P= 0,206 17,5 24,2 19,9 24,9 Desvio Padrão 8,4 8,3 7,9 8,2 DISCUSSÃO As funcionais baseados na: correção da função de elásticas têm sua origem no método um músculo debilitado, melhora da Kinesio Taping®, desenvolvido no circulação do local diminuição da Japão pelo Dr. Kenzo Kase, na dor década de 1970. Este criou um tipo reposição de bandagem especial, com peso e subluxadas espessura semelhantes aos da pele anormal do músculo, ajudando a e capaz de suportar um estiramento devolver a função da fáscia e do de próprio músculo e, a bandagem causa que a ainda até bandagens 140% do comprimento. Acredita-se bandagem elástica aumente a por supressão neurológica, das articulações aliviando um propriocepção, a tensão aumento em propriocepção normalizando o tônus aumento muscular, reduzindo mecanorreceptores cutâneos17. corrigindo os a dor, posicionamentos da virtude técnica de receptores cutâneos15. longitudinal pela bandagem elástica são do dos Nesta pesquisa foi utilizada a inapropriados e estimulando a ação Os mecanismos propostos excitação da em “Y” em com corte uma das extremidades da bandagem, dandolhe a forma de um “Y” (figura 1). ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 141 de 143 Esta técnica permite “abraçar” recentes indicam que a bandagem ventres musculares mais largos, elástica, embora produza uma diminuição da estimulação força reativa, uma vez que divide a capaz de compensar a perda de 15 bandagem ao meio . produz aumento somatossensorial, informação Os dados da goniometria da entre músculos/articulações com o cervical demonstraram melhora na cérebro, produzindo melhora no ADM, embora as diferenças entre o sistema de controle postural20. pré e pós-tratamento não foram CONCLUSÃO suficientes para apresentar O significância estatística (tabela 1). Outros estudos18,19, que utilizaram a goniometria, para aferição dos resultados no aumento de ADM também apresentaram resultados com Os articular vertebral associado à aplicação de bandagem elástica mostrou-se mais eficiente do que o utilizado isoladamente, na pacientes que ADMA na região cervical. Embora os objetivos tenham receberam o tratamento quiroprático com ajustes articulares vertebrais à aplicação de bandagens elásticas apresentaram aumento na ADM cervical geral e resultados significativos ajuste quiroprático correção postural e aumento da semelhantes. associados tratamento estatisticamente no movimento de sido alcançados, evidencia-se e sugere-se a necessidade de uma maior investigação, com um número maior de sujeitos, utilizando outros métodos de avaliação. CONFLITOS E INTERESSES: Não extensão e inclinação direita com há. P= AGRADECIMENTOS: À Mara Celia 0,003 respectivamente. e P=0,001, Pesquisas Paiva pelo preparo do manuscrito. REFERÊNCIAS: 1. Magge DJ. Avaliação Musculoesquelética. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2010. 2. Bernard Bricot. Posturologia. 3ª ed. São Paulo: Ícone, 2004. 3. Sanchez HM et al. Avaliação postural de indivíduos portadores de deficiência visual através da biofotogrametria computadorizada. Fisioter. Mov. 2008; abril/jun; 21(2):11-20. ISSN 2179 – 7676 – RBQ - Volume IV, n. 2 - Página 142 de 143 4. Kendall FP, Mcreary EK, Provance PG. Músculos: Provas e Funções. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2007. 5. Silva CH, Grubits S. Discussão sobre o efeito positivo da equoterapia em crianças cegas. PSIC – Revista de Psicologia da Vetor Editora, 2004: 5(2):6-13. 6. Amaya JMM. De Cabrera BC. Postura em ninõs videntes e invidentes congênitos. Acta Pediatr.1991;12(3):136-147. 8. Lord SR, Menz HB. Visual contributions to postural stability in older adults. Gerontology. 2000;46(6):306-310. 9. Aspras – American Society for Photogrammetry and Remote Sensing. What is ASPRS – definition [homepage na Internet].Bethesda: American Society for Photogrammetry and Remote Sensing; 2000 [atualizada em 2006 Nov 16; acesso em 10032011. Disponível em: http://www.asprs.org/society/about.html. 10. Liposcki BD, Rosa Neto F, Savall AC. Validação do conteúdo do instrumento postural-IAP: Revista Digital. 2007;109(12):1-9. 16. Halseth T, J, R, Lien J. 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