Ano 13 Ed 144 Mai 2012
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Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -2 E ste é o segundo texto sobre fundamentos de Umbanda. No primeiro, foi importante explicar o que é “fundamento” e falar sobre “Umbanda” e “Umbandas”. Quando se fala de um fundamento da religião, estamos falando do todo ou da maioria, e quando falamos de visões mais particulares, estamos falando de particularidades ou fundamentos deste, ou daquele segmento. Logo podemos dizer, por exemplo, que sacrifício animal não é um fundamento de Umbanda, o que quer dizer que para se praticar Umbanda não é necessário fazer sacrifício animal e que a grande maioria dos terreiros de Umbanda não pratica o sacrifício animal. As práticas de sacrifício surgem, em alguns seguimentos de Umbanda, por influência do candomblé e de outros cultos de nação. Geralmente os terreiros que adotam sacrifícios animais se denominam como tendas de “Umbanda Africanista”, que pode ser chamada também de “Umbanda Mista”, “Umbanda Trançada”, “Umbanda Omolocô”, ou “Umbandomblé”. Este último pode se aproximar dos terreiros de Candomblé que passaram a trabalhar com entidades de Umbanda, como caboclos, pretos-velhos, baianos e boiadeiros. Neste caso, é difícil saber se trata-se de um terreiro de Umbanda ou Candomblé. Não é um fundamento de Umbanda cobrar pelos trabalhos de atendimento espiritual. Mas é comum que, num templo, tenda, ou centro, os médiuns se unam para pagar as contas ou dar uma contribuição mensal. Bem diferente de cobrar por um atendimento. Aqui o fundamento de Umbanda está na questão da prática da caridade espiritual, que não deve ser confundida com exploração. Para evitar do médium se sentir explorado, ou usado pelas pessoas ou por espíritos, é que normalmente se definem dias e horários para os expediente: Diretor Responsável: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112 E-Mail: [email protected] Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 Planalto Paulista São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 8820-7972 Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected] É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teológico e unificando a comunidade Umbandista. Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal. Jornalistas Responsáveis: Marcio Pugliesi - MTB: 33888 Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401 As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.). atendimentos mediúnicos, de forma que os mesmos não atrapalhem o ritmo de vida de cada um. Há médiuns que podem disponibilizar um ou dois dias da semana para o trabalho de atendimento, outros apenas de quinze em quinze dia. Cada um tem a sua medida e sabe de seus compromissos e necessidades. Cada um faz o que pode e dá o que tem. O importante é encontrar uma medida saudável. A música é um fundamento de Umbanda. A nossa música sagrada é chamada de “pontos de Umbanda”. Para executá-la, não é obrigatório o uso de atabaques, mas a cada dia vemos mais terreiros aderindo ao som dos atabaques que, quando bem tocados, auxiliam nos trabalhos espirituais. O som grave da percussão de couro, ou similar, trabalha o nosso chacra básico e a energia da terra, o que ajuda o médium a sintonizar com uma força primordial e parar um pouco a cabeça. Voltando-se à terra, a mente para um pouco de pensar e atrapalhar o processo mediúnico. O uso de símbolos riscados no chão é um fundamento mágico da religião de umbanda, magística por excelência. São os “pontos riscados”, por meio dos quais as entidades espirituais traçam “espaços mágicos”, abrem vórtices de energia e campos de vibração para limpeza, descarga, cortes de energia, imantação, consagração e também para evocar as forças, poderes e mistérios dos Orixás. Esta “Magia de Pemba” é presente desde o nascimento da religião e constitui um vasto campo de estudos, polêmicas e realizações. Existem muitas formas de grafias e escritas mágicas. Os guias de Umbanda têm uma forma particular de escrever sua magia por meio de um giz mineral chamado de “pemba”. O uso das velas também é um dos fundamentos de Umbanda, por mais simples que seja o trabalho espiritual, sempre existe no mínimo uma vela acesa. Acendemos velas para os orixás e guias de Umbanda. A vela potencializa e perpetua os pedidos e orações dos adeptos das religiões. Muitos têm medo de acender velas em suas residências, no entanto, o Umbandista sabe que, quando uma vela tem “dono” espiritual, nada de mal pode ser desencadeado por meio dela, pois a força a que ela está ligada sempre se manifestará para proteger o fiel umbandista. Entre o uso de velas está também um fundamento simples e muito presente na Umbanda, a vela para o “anjo da guarda”. Costuma-se acender uma vela de sete dias para o anjo da guarda como forma de proteção do praticante de Umbanda. Anjo da Guarda é um mistério de Deus voltado a nossa proteção. Ter sempre acesa uma vela traz segurança mediúnica e proteção espiritual, que se estende ao campo emocional do médium. Claro que, como todas, é uma proteção que depende do merecimento e da postura deste médium diante da vida e de seu círculo de relacionamentos. As “sete linhas de Umbanda” são um fundamento muito polêmico e discutido desde os primórdios da religião, pois cada um cria, ou inventa, as suas sete linhas de Umbanda particulares. No entanto, basta saber que o fundamento das sete linhas se refere às sete vibrações de Deus, que são sete energias básicas na criação. Existem muitos Orixás, muito mais que sete. Cada grupo adapta as sete linhas para os Orixás que já conhece. Com um estudo mais aprofundado, é possível identificar todos os Orixás conhecidos nas mesmas sete vibrações, as sete linhas de Umbanda. Certa vez, um guia me falou: “filho, quando lhe perguntarem o que são as sete linhas de Umbanda, diga que são as sete formas que deus tem de nos Amar.” Bem... estes foram alguns conceitos fundamentais sobre a religião de Umbanda. Espero, com estas linhas e palavras, ajudar na compreensão de nossa fé. Contatos: [email protected] Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -3 15 de Novembro: Dia Nacional da Umbanda por SANDRA SANTOS - Presidente da AUEESP Contatos: [email protected] A Comissão de Educação do Senado Federal, havia instituído dia 20/03/2012, o dia 15 de Novembro como DIA NACIONAL DA UMBANDA. Gratidão e agradecimentos mais do que especiais ao ex-deputado Carlos Santana (RJ) que entrou com o Projeto, ao amigo, irmão e deputado federal Vicentinho do PT (SP) que desde o primeiro momento abraçou a causa da comunidade umbandista, ao seu chefe de gabinete Paulo César pelo empenho e correria durante a última semana, e aos companheiros Cássio Ribeiro e Josa Queiroz presidente e vice da FUCABRAD, pelas inúmeras reuniões e idas à Brasília, e por acreditarem no nosso sonho. Que nosso Pai Maior os abençoe. Hoje e sempre !!! “Um sonho que se sonha só, é só um sonho, um sonho que se sonha junto, é realidade” (Paulo Freire) E m 1999 foi fundado o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda com a proposta de tornar-se uma instituição de ensino religioso umbandista. Em pouco tempo de funcionamento eu tornei-me um aglutinador único de pessoas e poderia ter procedido de forma concentradora ou expansora. A forma concentradora e a da maioria dos centros de Umbanda, onde o médium entra e fica ligado a ele para sempre e a forma expansora é aquela em que a pessoa entra, estuda, desenvolve sua mediunidade, aprende a trabalhar com seus Guias e depois opta por permanecer ou afastar-se da casa que o formou. Após ouvir muitas orientações dos meus Guias espirituais optei pelo procedimento expansor. Explico-me! Muitas pessoas vinham estudar a Umbanda e a Magia comigo e, como os grupos de estudos eram formados, cada um com centenas de pessoas, entre elas haviam muitas que, após serem preparadas poderiam desenvolver grandes trabalhos dentro da Umbanda. Havia um selecionamento natural e sem nenhuma interferência minha, aonde os mais aptos iam sobressaindo-se e exteriorizando seus dons, suas vocações e seus talentos. Aos poucos cada um ia dando início às suas missões e compromissos para com suas forças espirituais e seus Orixás e eu apoiava suas iniciativas torcendo para que prosperassem. E pude ver pessoas crescerem de forma única dentro da Umbanda e começarem a realizar um ótimo trabalho, tanto no campo do ensino religioso quanto no de auxilio à expansão da Umbanda, levando-a para pessoas que dificilmente eu sozinho alcançaria. O Colégio de Umbanda Sagrada, como é conhecido carinhosamente o núcleo central de um movimento livre Presidência da República - Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 12.644, DE 16 DE MAIO DE 2012. Institui o Dia Nacional da Umbanda. de renovação e expansão da Umbanda ainda é um referencial para alguns desses talentosos umbandistas, altamente capacitados para o que se propuseram. Cito só alguns para exemplificar o meu acerto em confiar na capacidade e nas boas intenções de pessoas maravilhosas que Deus e os Orixás confiaramme por um instante de suas vidas, instante esse que foi suficiente para acender no íntimo delas a luminosíssima chama da confiança em si mesmos e de infinitas possibilidades. O que eu quero que entendam é que se eu tivesse optado pela forma concentradora, eu teria me transformado em uma árvore frondosa onde muitos se abrigariam, daria frutos e quando eu morresse todos ficariam ao relento e possivelmente só um ou outro vingaria individualmente, como tem acontecido tanto na Umbanda com os seus líderes concentradores que retêm junto de si e por muito tempo médiuns excepcionais mas que eles não deixam sair de suas casas, bloqueando seu crescimento como dirigentes de centros de Umbanda. Isso escrevo com conhecimento de causa porque são muitos os que me procuram justamente porque isso está acontecendo com eles. Como optei pela forma expansora, optando por contribuir com sua formação e estimulando seu crescimento pessoal, hoje me sinto como uma árvore, ainda muito frondosa e muito frutífera, mas cercado de muitas outras árvores, também frondosas e frutíferas e que estão criando vicejantes bosques ao seu redor e, assim, juntos, formamos uma floresta que vem servindo a muitas pessoas necessitadas, constituindo-se em uma força expansora da Umbanda, com cada um formando novos umbandistas e auxiliando-os a, também eles, crescerem frondosos e frutíferos. Poderia citar os nomes de outros dirigentes espirituais umbandistas que me concederam um instante de suas vidas e juntos, aprendemos no Colégio de Umbanda Sagrada. Mas não há espaço suficiente aqui nesta página e não sei se gostariam de ser citados nesse contexto, pois assim como há os que sentem orgulho de terem estudado nessa escola ímpar dentro da Umbanda, há os que depois de terem adquirido nela tudo o que precisavam para iniciar suas missões e cumprirem seus compromissos espirituais do Colégio se afastaram porque dele já não precisam mais. A todos eu peço a Deus que abençoe-os (as) e quero que saibam que sou grato a Ele, aos vossos Orixás e aos vossos Guias espirituais por terem me concedido a honra e a satisfação de ter convivido com vocês por um instante muito luminoso de nossas vidas. Na comemoração dos treze anos de existência do Colégio de Umbanda Sagrada, aceitem os meus sinceros votos de parabéns e de muito sucesso a todos! A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmente, em 15 de novembro. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 16 de maio de 2012 - 191º. da Independência e 124º. da República. DILMA ROUSSEFF Anna Maria Buarque de Hollanda Luiza Helena de Bairros Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -4 O uso religioso de guias, colares, coroas, braceletes, pulseiras, cocar de Caboclo, anéis, fitas trançadas, palha da costa, são utilizados nos rituais de Umbanda, estão agregados valores de proteção e adorno, sendo que o médium oferece na mão de um guia ou um Orixá para consagrar e o máximo que o médium sabe é que esse círculo fixo ou maleável é para proteção, e nada mais. Os grandes Reis, Índios, Padres. Bispos, Papas, Rainhas, Príncipes, Imperadores, Ministros, Sacerdotes, Magos, de povos e culturas de todos os tempos, já utilizavam e ainda utilizam seus “adornos” seja na cabeça, no pescoço, nas vestimentas e etc. E sempre será uma representação simbólica de “grau”, ou de “proteção”, “firmeza” e etc. Na nossa Religião utilizamos as guias dos Orixás, sendo a primeira guia quando o médium inicia-se na Religião, é a guia de Pai Oxalá, branca representando a sua iniciação, aceitação Religiosa, com rituais de Batismo, deitada para Pai Oxalá, onde o Ritual é iniciado da caminhada Religiosa do filho de fé. Cada terreiro procede com rituais específicos, mas o fundamento está no fato deste médium ter sua quartinha branca, 1 pedra cristal, vela de 7 dias branca, a primeira lavagem de coroa, o paninho de bater cabeça, e etc. No meu terreiro realizamos este Ritual, a deitada de Pai Oxalá, todo ano. Voltando ao assunto das guias, quero esclarecer aos leitores que tudo na Umbanda requer procedimentos litúrgicos específicos e com fundamento. Não dá para o médium comprar aquela guia só porque gostou ou achou bonita, e nem a quantidade de guia do pescoço vai demonstrar se ele é melhor que o outro. Vamos aprofundar os nossos conhecimentos e saber que um círculo mágico se devidamente consagrado, transformase em um portal “energético” que beneficiará o seu dono, mas também a todos que estarão a sua volta. Toda ação manifestada estará atuando com uma energia tripolar, ora irradiando, ora absorvendo, ora neutralizando, expandindo as energias em círculos concêntricos de luzes e cores, restaurando as energias que estão em desequilíbrios energéticos ou vibratórios. Então irmãos Umbandistas, não tenham vergonha em hipótese nenhuma de usar suas guias de proteção no seu dia a dia. Existe diferença entre guia de proteção de uso diário, e guia “Mágica Religiosa” de Orixá e Guias Espirituais utilizados nas cerimônias Religiosas, ou seja, dentro dos terreiros em dias de trabalho, mais isso é assunto para a próxima matéria. Recomendo que leia o livro “Formulário de Consagrações Umbandistas, o livro de fundamentos” de Rubens Saraceni publicado pela Madras Editora. Contatos:[email protected] O ego é um elemento sabotador que leva os indivíduos a acreditarem que estão acima dos outros, desperta sentimentos que aprisionam seus hospedeiros no cárcere da vaidade, da arrogância, da prepotência e tantos outros obscuros comportamentos... Não podemos sabendo disso, ao menos desconfiando que somos hospedeiros deste sabotador, permitir que tenha tanto espaço em nossas ações, opiniões e pensamentos... Perde-se muito tempo, muita energia tentando convencer alguém sobre algo em você ou aquilo que você acredita... É um disperdício de vida, dedicar muito tempo em armar estratégias que possam fazer prevalecer seu interesses sobre o outro ou coisas... Na Umbanda temos a oportunidade de no convívio com espíritos diversos que já superaram estas questões nos auxiliam no processo de espiritualização que é o caminho de autoconhecimento e despertar da luz própria, suficiente para garantir o seu objetivo intrinseco na encarnação, o de EVOLUIR! Contatos: www.rodrigoqueiroz.blog.br O s “Guias” da Umbanda são assim denominados por já terem percorrido com êxito o Caminho No qual outros peregrinos ainda ensaiam os primeiros passos. Eles conhecem bem os trechos mais tranqüilos e os mais perigosos; As subidas íngremes, os declives sinuosos, as curvas inesperadas, os atalhos duvidosos; Os regatos de águas potáveis e os de águas contaminadas; As árvores de frutos comestíveis e os arbustos de frutos venenosos; As paisagens exuberantes e outras nem tanto... Sim, os Guias conhecem bem o Caminho porque já trilharam toda a sua extensão Ora errando, ora acertando, mas sempre aprendendo e progredindo Até finalmente chegar ao Destino traçado. Então, descortina-se a eles um novo e promissor Caminho na Infinita Espiral da Evolução Com experiências e aprendizados inéditos e empolgantes. No entanto, antes de prosseguir Viagem, os Guias da Umbanda voltam-se Para a incontável multidão de almas peregrinas sedentas por orientação, amparo e sustentação. Tocados pela Fraternidade e Compaixão, os Guias retornam ao início do Caminho Para oferecer generosamente seus legados de Sabedoria a todos aqueles Que por algum motivo se atrasaram no cumprimento de seus roteiros espirituais. Essa é apenas uma das missões que os nobres Guias da Umbanda desempenham em favor da Humanidade. Sejam eles reconhecidos por isto, ou não.h Por isso, Filho de Umbanda, antes de despejar toneladas de lamúrias, reclamações, barganhas, Pedidos e favores absurdos no colo “do seu Guia”, lembre-se: Os Guias são Servidores do Divino e não serviçais dos humanos. Os Guias são Tutores e Amparadores Espirituais, e não “muletas” conscienciais, Muito menos “amuletos” psicológicos para pessoas que não confiam em si mesmas. Os Guias apreciam gratidão e sinceridade e não bajulação e futilidade. Os Guias são fontes de inspiração, instrução e iluminação E não de advinhação, alienação e superstição. Os Guias não são condutores de gado, são Orientadores de Gente. Pense bem nisso antes de delegar a administração de sua vida a terceiros, Sejam eles encarnados ou astralizados. Saiba que ninguém caminhará por você. Ninguém te carregará no colo, a não ser sua própria Ilusão... ...até o momento de você voltar à realidade na primeira pedra em que tropeçar. Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -5 N a Umbanda cultuamos Olorum, nosso Divino Criador, e suas Divindades Sagradas, os Orixás. Os Sete Tronos Divinos da Umbanda, dão sustentação à vida, por meio de sete qualidades divinas que originam os sete elementos formadores principais, de onde retiramos tudo que necessitamos para viver e evoluir: o cristalino, o mineral, o vegetal, o fogo, o ar, a terra e a água. “Deus fornece o solo (terra), a umidade (água), o calor (fogo), o oxigênio (ar), a fertilidade (minerais), as sementes (vegetais) e os processos genéticos (cristais). (Rubens Saraceni, As Sete Linhas de Umbanda - Madras Editora). Para o Povo Cigano é muito fácil entender, respeitar e participar dos 7 Tronos Divinos de Deus, porque nas suas longas Jornadas, passando por vários lugares eles aprenderam, se adaptaram e seguiam em frente, e hoje com todo o conhecimento adquirido são Ótimo trabalhadores dentro dos 7 Tronos Divinos de Deus. Este Povo conhece profundamente estes 7 elementos que dão sustentação a vida, e são mestres que hoje nos ensinam através das suas magias, rituais, banhos, como utilizarmos para nosso melhor beneficio. Antigamente logo no inicio das primeiras manifestações, os Ciganos se apresentavam nas Giras de Esquerdas juntos com os nossos amados Exus e Pombas-Giras e até hoje isso acontece, e sabe o porquê disso? Hoje esta Linha Cigana Espiritual nos explica e nos ensina que assim como o Sr. Exu e a Sra. Pomba-gira são senhores dos caminhos os Ciganos também são senhores dos caminhos, por este motivos podem estar no mesmo trabalho espiritual na esquerda. Assim como esta Linha espiritual Cigana pode trabalhar em qualquer linha espiritual da direita, os Ciganos se apresentam e podem trabalhar prestando a caridade sem nenhum problema, esta Egrégora é livre e se adapta a todas as linhas de trabalho, dentro dos 7 Tronos Divinos de Deus. Vou exemplificar para que todos possam acompanhar como esta Linha Cigana pode executar os seus conhecimentos dentro dos 7 Tronos de Deus. Trono da Fé: Nos nossos trabalhos espirituais, quando temos a atuação direta do Trono da Fé, esta linha cigana trabalha, assim como qualquer outra linha, despertando e revigorando a Fé nas pessoas,os ciganos nos mostram e nos ensinam que existe um único Deus, e para eles Cristo é o maior dos ciganos, porque assim como eles ciganos, andou por muitos lugares, não tinha casa, ou uma parada fixa, Cristo continuava e nada abalava a sua confiança no Nosso Pai Maior. Trono do Amor Este Tono de Deus regido por Oxum com o verbo Amar, e Oxumaré com o verbo diluir, os Ciganos podem trabalhar em uma gira somente deles, sobre a regência de Oxum e Oxumaré, ou lado a lado com os Caboclos e Caboclas de Oxumaré e Oxum, porque o importante é o verbo que estes Orixás regem, amar e diluir, e os Ciganos são mestres em nos auxiliar para diluirmos magoas e tristezas, para permitirmos a renovação que Oxumaré nos ensina, para assim estarmos prontos. Para vivenciarmos o Amor Verdadeiro que Mãe Oxum nos traz. Trono do Conhecimento Neste Trono Divino de Pai Oxóssi e de Mãe Obá, com a regência dos verbos conhecer e concentrar os Ciganos são mestres em ervas, banhos, tinturas, chás, e quando podem trabalhar dividindo dos seus conhecimentos que adquiriram nas suas andanças e caminhas pelo mundo os trabalhos espirituais ganham um brilho ainda maior, enriquecedor tanto para o plano espiritual como para o plano material, na verdade somos nós os médiuns e consulentes que recebemos esta maior parte. Trono da Justiça Neste Trono Divino Pai Xangô nos ensina a nos Equilibrarmos, físico, emocional, financeiro e espiritual, e Mãe Egunitá que com o seu Fogo Divino queima e purifica o que esta nos desequilibrando, neste momento fechem os olhos e imaginem uma Fogueira na sua frente, nós fomos induzidos a acreditarmos que a fogueira para o Povo Cigano é para aquece-los nas noites frias, também é, mas quando os ciganos usam e manipulam esta energia ígnea é exatamente para queimar e purificar o que nos impede de nos equilibramos. Trono da Lei Neste Trono Pai Ogum e Mãe Iansã, regem abrir e direcionar, os Ciganos podem trabalhar com os seus punhais, com os Oráculos, com a sua dança, com os leques, enfim com os seus elementos diríamos tradicionais, para ministrar passes nesta regência dos verbos abrir e direcionar e muitas vezes achamos que esta Egrégora esta dançando, mas na verdade estão trabalhando para que todos que estão precisando desta regência, recebam o que vieram buscar. Trono da Elevação Nesta regência de Pai Obaluaye e Mãe Nanã, verbos curar e renovar, os Ciganos são mestres em nos ensinar através dos seus banhos e rituais a cortamos o que esta nos prejudicando e impedindo a nossa Renovação, e isso nos é passado de uma forma muito sutil, muito tranquila, para ficarmos harmonizados e renovados. Trono da Geração Neste Trono Divino Pai Omulu, com o verbo transformar e Mãe Iemanjá gerando o tudo o que nós precisando nos acolhendo nos seus braços amorosos. Esta Egrégora Cigana faz o mesmo, nos auxilia a gerarmos as transformações que precisamos em nossas vidas, enfim somos amorosamente acolhidos. E recebemos o que precisamos. Em outras palavras, o que desejo esclarecer é que esta Grande Egrégora do Povo Cigano pode trabalhar com os 7 sentidos, os 7 elementos, as 7 manifestações Divinas do Nosso Pai Maior, mantendo a direção no caminho do Bem para o nosso Crescimento Espiritual. - Caboclo eu te peço, por favor, não deixe os problemas alheios na minha mente ao final da gira, - Somente o que for necessário a sua evolução filho. - Caboclo, eu me lembro que estávamos no final dos trabalhos e um irmão muito querido estava ao nosso lado e já havia se despedido de seu Guia e vi, que vós, Caboclo, pediu um elemento material para sua magia, não me lembro se foi pemba , charuto ou vela. - Foi uma vela filho. - E este irmão acocorouse em sua vaidade e disse que deverias pedir a algum cambone... Caboclo, fiquei tão entristecido, decepcionado... Meu irmão sentiu-se tão superior aos demais trabalhadores, que se esqueceu que há pouco tempo éramos cambones , e comentávamos sobre a necessária humildade do médium. - Sim filho, ele se esqueceu ou não aprendeu que todos são médiuns e todos são cambones; que todos são trabalhadores , estão para servir a espiritualidade, mas filho, não há melhor lugar para se aprender a lição que na escola, não é mesmo? - Sim Caboclo, me lembro muito bem que nossa querida mãe espiritual se aproximou , com aquela sua meiguice, e com seu gesto habitual, com as mãos unidas como que em oração, e disse a vós: “Salve suas forças Caboclo, agradeço a sua presença em nossa casa. Tem algo que queira e eu possa ajudar”? Tu agradeceste e disseste que não. - Sim filho. - Caboclo a nossa querida mãe espiritual demonstrou tudo aquilo que faltou ao meu irmão: humildade e devoção . Eu estava inteiro ali contigo e quase chorei. Este gesto dela resumiu muitos tratados e teses literárias sobre a UMBANDA que eu já tinha lido. Isto foi muito significativo, mas eu repuxei os olhos, observei meu irmão e ele está distraído, conversando alguma bobagem e rindo. A lição ali expressa não valeu de nada paizinho, ele não percebeu nem assimilou o que se passou neste instante mágico que marcou tanto a este teu filho. O lindo gesto de nossa mãe lhe passou em branco, Caboclo, foi em vão! Não tocou a quem deveria. - Filho preste atenção: O terreiro é um templo apenas para os sinceros. Trabalho duro é uma benção para os humildes. A evolução espiritual acontece no silêncio de Tua introspecção. Na simbiose perfeita do seu corpo mediúnico com o astral. A lição foi aprendida. A lição filho, foi para você! Não olhe mais para os lados, filho, com os olhos do julgamento. Apenas sinta o bater dos corações. Olhe para dentro e para frente, e me verás. Respire fundo e sinta a minha presença em ti todos os momentos, te amparando te protegendo e andando contigo neste longo e largo caminho sem fim, o caminho da evolução espiritual. Vou repetir para que não se esqueças mais filho meu: “A evolução espiritual acontece no silêncio da tua introspecção”. - Sim Caboclo. Agora entendi, obrigado! Salve Paizinho. Devemos sim olhar a estes irmãos como os nossos Guias olham a todos os espíritos enc arnados ou desencarnados que baixam em nossos terreiros: com compaixão. Claro que nós encarnados não somos santos. Mas naquele momento único do trabalho espiritual nós temos um contato direto com seres divinos, então temos uma responsabilidade maior, por que nos é dado este mérito. Pelos exemplos. É como me disse meu mestre amigo Alexandre Cumino: “Não somos divinos, mas naquele momento único da incorporação nós nos ‘divinificamos’. ” De que nos vale toda a razão se ela não vier recheada pela compaixão, se não trouxer harmonia e paz aos corações? Para conseguirmos uma sintonia fina com “canais” superiores precisamos de humildade, simplicidade, pureza de pensamentos, sentimentos e ações. Não somos melhores que os outros, mas estamos no caminho evolutivo e nos sentimos privilegiados. Devemos sim agradecer a corrente espiritual que nos atende pelas oportunidades que nos ajudam a ter desapego material e um vislumbre espiritual. A Umbanda ensina o respeito às diferenças, portanto pratiquemos! Ensina que a observação é necessária para formarmos nossos conceitos, mas o julgamento não. Pois existe a Lei e a Justiça Divina, e seus aplicadores, e destas ninguém escapa. Okê, Caboclo! Saravá Umbanda! Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -6 V ovó Maria fumegava seu pito e batia seu pé ao som da curimba enquanto observava o terreiro, onde os cambones movimentavam-se atendendo aos pretos velhos e aos consulentes. Mandingueira, acostumada a enfrentar de tudo um pouco nos trabalhos de magia, sabia perfeitamente como o mal agia tentando disseminar o esforço do bem. Sob variadas formas, as trevas vagavam por ali também. Alguns em busca de socorro; outros, mal-intencionados, debochavam dos trabalhadores da luz. Muitos chegavam grudados no corpo das pessoas, qual parasitas sugando sua vitalidade. Outros, por sobre seus ombros, arqueando e causando dores nos hospedeiros, ou amarrados nos tornozelos, arrastavam-se com gemidos de dor. Fora os tantos que eram barrados pela guarda do local, ainda na porta do terreiro e que, lá de fora, esbravejavam palavrões. Da mesma forma, o movimento dos Exus e outros falangeiros se fazia intenso no lado astral do ambiente, para que, dentro do merecimento de cada espírito, pudessem ser encaminhados. Uma senhora com ares de madame se aproximou da Preta Velha para receber atendimento. Vinha arrastando uma perna que mantinha enfaixada. – Saravá, filha – falou Vovó Maria, enquanto desinfetava o campo magnético da mulher com um galho verde, além de soprar a fumaça do palheiro em direção ao seu abdome, o que fez com que a mulher demonstrasse nojo em sua fisionomia. Fingindo ignorar, a Preta Velha, cantarolando, continuou a sua limpeza. Riscando um ponto com sua pemba no chão do terreiro, pediu que a mulher colocasse sobre ele a perna ferida. “Será que não vai piorar o que tenho?”, pensou a mulher, já arrependida por estar ali naquele lugar desagradável. “Vou sair daqui impregnada por estes cheiros!” Vovó Maria sorriu, pois captara o pensamento da mulher, mas preferiu ignorar tudo isso. O que a mulher não sabia era a gravidade real do seu caso, ou seja, aquilo que não aparecia no físico. Se ela pudesse ver o que estava causando a dor e o inchaço na perna, aí sim, certamente ficaria muito enojada. Na contraparte energética, abundavam larvas que se abasteciam da vitalidade do que já era uma enorme ferida e que breve irromperia também no físico. Além disso, uma entidade espiritual, em quase total deformação, mantinha-se algemada à sua perna, nutrindo, assim, essas larvas astrais. Para qualquer neófito, aquilo mais parecia um cadáver retirado da tumba mortal, inclusive pelo mau cheiro que exalava. Com a destreza de um mago, a Preta Velha sabia como desvincular e transmutar toda essa parafernália de energias densas, libertando e socorrendo a entidade escravizada a ela. Feitos os devidos “curativos” no corpo energético da mulher, Vovó Maria, que à visão dos encarnados não fez mais que um benzimento com ervas e algumas baforadas de palheiro, dirigiu-se agora com voz firme à consulente: – Preta Velha até aqui ouviu calada o que a filha pensou a respeito do seu trabalho. Agora preciso abrir minhas tramelas e puxar sua orelha. Ouvindo isso, a mulher afastou-se um pouco da entidade, assustada com a possibilidade de que ela viesse mesmo a lhe puxar a orelha. “Escutou o que pensei? Ah, essa é boa. Ela está blefando comigo”, pensou novamente a mulher. – Se a madame não acredita em nosso trabalho, por que veio aqui buscar ajuda? Filha, não estamos aqui enganando ninguém. Procuramos fazer o que é possível, dentro do merecimento de cada um. – É que me recomendaram vir me benzer, mas eu não gosto muito dessas coisas… – E só veio porque está desesperada de dor e a medicina não lhe deu alento, não foi filha? – complementou a preta velha. – Os médicos querem drenar a perna e eu fiquei com medo, pois nos exames não aparece nada, mas a dor estava insuportável. – Estava? Por quê, a dor já acalmou? – É, agora acalmou, parece que minha perna está amortecida. – E está mesmo, eu fiz um curativo. A mulher, olhando a perna e não vendo curativo nenhum, já estava pronta para emitir um pensamento de desconfiança quando a Preta Velha interferiu: – Vá para sua casa, filha, e amanhã bem cedo colha uma rosa do seu jardim, ainda com orvalho, e lave a sua perna com ela, na água corrente. Ao meio-dia o inchaço vai sumir e sua perna estará curada. Não ousando mais desconfiar, ela agradeceu e já estava saindo quando a Preta Velha a chamou e disse: – Não se esqueça de pagar a promessa que fez pra Sinhá Maria, antes dela morrer… Arregalando os olhos, a mulher quase enfartou e tratou de sair daquele lugar imediatamente. O cambone, que a tudo assistia calado, não agüentando a curiosidade perguntou que promessa foi essa. – Meu menino, o que nós escondemos dos homens fica gravado no mundo dos espíritos. Essa filha, herdeira de um carma bastan- te pesado por ter sido dona de escravos em vida passada e, principalmente, por tê-los ferido a ferro e fogo, imprimindo sua marca na panturrilha dos negros, recebeu nesta encarnação, como sua fiel cozinheira, uma negra chamada Sinhá Maria. Esse espírito mantinha laços de carinho profundo pela madame desde o tempo da escravidão, quando foi sua “Bá” e, por isso, única poupada de suas maldades. Nessa encarnação, juntaram-se novamente no intuito de que a bondosa negra pudesse des pertar na mulher um pouco de humildade, para que esta tivesse a oportunidade de ressarcir os débitos, diante da necessidade que surgiria de auxiliar alguém envolvido na trama cármica. Sinhá Maria, acometida de deficiência respiratória, antes de desencarnar solicitou à sua patroa que, na sua falta, assistisse seu esposo, que era paraplégico, faltando-lhe as duas pernas. Deixou para isso todas as suas economias de anos a fio de trabalho e só lhe pediu que mantivesse com isso a alimentação e os medicamentos. Mas na primeira vez que ela foi até a favela onde morava o homem, desistiu da ajuda, pois aquele não era o seu “palco”. Tratou logo de ajustar uma vizinha do barraco, dando-lhe todo o dinheiro que Sinhá havia deixado, com a promessa de cuidar do pobre homem. Não é preciso dizer que rumo tomaram as economias da pobre negra; em pouco tempo, para evitar que ele morresse à míngua, a Assistência Social o internou em asilo público. Lá ele aguarda sua amada para buscá-lo, tirandoo do sofrimento do corpo físico. Nenhuma visita, nenhum cuidado especial. A madame se havia “esquecido” da promessa. Eu só fiz lembrá-la para que não tenha que voltar aqui com as duas pernas inválidas. A Lei só nos cobra o que é de direito, mas ela é infalível. Quanto mais atrasamos o pagamento de nossas dívidas, maiores elas ficam. Por isso, camboninho, negra velha sempre diz para os filhos que a caridade é moeda valiosa que todos possuímos, mas que poucos de nós usam. Se não acordamos sozinhos, na hora exata a vida liga o “desperta-dor” e, às vezes, acordamos assustados com a barulheira que ele faz… eh, eh, eh… Entendeu, meu menino? – Sim, minha mãe. Lembrei que tenho de visitar meu avô que está no asilo… Sorrindo e balançando a cabeça a bondosa Preta Velha falou com seus botões: – Nega véia matô dois coelhos com uma cajadada só… eh, eh… E, batendo o pé no chão, fumando seu pito e cantarolando, prosseguiu ela, socorrendo e curando até que, junto aos demais, voltou para as bandas de Aruanda. Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -7 Q uantas ideias passam por nossa mente a cada minuto! Você já parou para ouvir seus pensamentos? Sabe quais idéias se repetem continuamente? Ou que emoções cismam em retornar, trazendo lembranças, dor e sofrimento? A mente é mutável, dual e sutil. Não há como impedir o movimento do fluxo da mente, já que, por si só, ela é o próprio movimento. A mente é a representação do ar e do éter, este que também pode ser chamado de espaço, ou da energia sutil do universo. Na mente tudo é dinâmico e muda como o curso de um rio: nunca é o mesmo. Ela tem força, energia. Assim como o vento, leva os pensamentos e sentimentos. Mas como o espaço, abrange tudo o que permeia nosso consciente e inconsciente. A mente é sensível, e pequenas palavras, emoções, atos ou energias a afetam. E a mente também é dual. Constantemente vamos do amor ao ódio, da atração à repulsão, do gozo à culpa. A mente se desloca nos opostos. Um pensamento já traz a possibilidade do seu contrário e o reforça. Tentar segurar a mente é um trabalho em vão; mas é possível aceitar o diferente e conservar o pensamento longe dos extremos. A mente é um objeto, pois podemos observá-la em ação. Mas também é um instrumento, ou uma ferramenta, pois trabalha para processar todas as percepções recebidas por nossos cinco sentidos. É através dela que nos comunicamos com o mundo, recebemos, filtramos, analisamos, concluímos e expressamos. Tudo certo até aí. A dificuldade surge quando nos tornamos escravos da mente. Quando esse fluxo incessante de ideias e pensamentos nos domina, ao invés de ser dominado. Mas como controlar a mente? O primeiro passo é nos tornarmos conscientes do que pensamos e com que frequência. Depois aprender a projetar pensamentos positivos e evitar os negativos. A cura está em mudar a forma de pensar. Só quando mudamos os nossos pensamentos mais profundos é que podemos realmente mudar e ir além dos limites impostos pela mente. É mais do que mudar nossas ideias sobre as coisas, é alterar nossos sentimentos e instintos mais profundos. Outro passo é desenvolver nossa inteligência. Não falo de decorar livros, ou se tornar um expert em algum assunto (ou em todos). Falo de desenvolver a inteligência enquanto parte objetiva da mente capaz da observação distanciada. É olharmos para nós mesmos como se fossemos uma outra pessoa. É conhecermos nossos pensamentos e emoções mais íntimos. Porque de um lado a mente capta o que de vem de fora e se torna “intelecto”. De outro, ela olha pra dentro por meio de nossa consciência mais profunda e se torna o que poderíamos chamar de “verdadeira inteligência”. Essa é a capacidade de perceber o conteúdo por trás da aparência; de ir além das crenças, preconceitos, ideias pré-concebidas; de encontrar a verdade que toca e ressoa em nossa alma. A ética e a verdade são mais do que conceitos estabelecidos por uma sociedade. Todos temos um senso ético inato, que podemos chamar de consciência. Pode ser que, para alguns, a necessidade ou os valores aprendidos mascarem essa consciência. Mas há um sentir interno que sempre nos diz se algo é certo ou errado, além de valores sociais. Quanto mais inteligentes nos tornamos, mais forte é nossa consciência, melhores são nossos pensamentos e mais clara é nossa mente. O ayurveda, a milenar medicina indiana, diz que a mente, enquanto pensamentos, sensações e sentidos, de Manas. Num nível intermediário, de inteligência ou capacidade de discriminar e julgar as coisas, temos Buddhi. Num nível mais profundo, enquanto mente interior ou parte central da consciência, está Chitta. A evolução consiste em observar e controlar Manas, desenvolver Buddhi e alcançar a percepção clara em Chitta. Mas o que isso tem a ver com a mediunidade e a Umbanda? TUDO! Como sermos seres melhores se somos dominados por nossos pensamentos e emoções desordenadas? Como cuidarmos de nosso próximo ou transmitirmos lições e ensinamentos sem curarmos nossas próprias dores e desequilíbrios? Como nos curarmos sem termos inteligência sobre nossas verdades interiores? Como nos conectarmos com nossos guias e orixás sem percebermos a verdade maior que tudo permeia, só alcançada na clareza e sensibilidade de nossa consciência superior? Para começar este caminho, é preciso observar e cuidar de nossos pensamentos. Depois, aprender alguma técnica de meditação. Também é muito importante a autoanálise e o autoconhecimento. E pra isso precisamos buscar o que chamamos de “silêncio interior”. Uma pessoa serena e equilibrada é o melhor médium que nossa querida Umbanda pode ter. Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -8 Dizer: “Sou filho dos Orixás” é uma afirmação de Fé, um pedido de bênção, mas também um compromisso. O compromisso de amar, honrar e praticar os Valores Imateriais que os Amados Pais e Mães Divinos simbolizam e representam. O compromisso de praticá-la, inclusive o de estender essa bênção ao próximo, porque somos filhos de um mesmo e Único Deus, com direitos e responsabilidades iguais perante o Criador. Dizer: “Sou filho de Oxalá” é um pedido de bênção que traz o compromisso de amar, honrar e praticar tudo aquilo que o Divino Pai do Branco simboliza e representa. A cor branca é a síntese das cores do arco-íris e, portanto, um símbolo de Paz, de Fraternidade, de Congregação ou União em torno de um ideal elevado, de Concórdia e de Perdão. Quando eu peço para mim essa bênção, assumo o compromisso de praticá-la. O compromisso de não combater os irmãos de outras crenças; de jamais guerrear em nome da Fé, nem pretender dividir ou segregar aqueles que Deus uniu neste abençoado Plano da Vida. Pedirei, sim, ao Sagrado Pai Oxalá que a Sua Luz Cristalina reine e clareie o Universo inteiro, despertando os mais nobres ideais de Fraternidade, para que todos os homens e mulheres sejam livres nas suas crenças, despertem, se autoiluminem e se amem como irmãos. Dizer: “Sou filho de Oxum” é um pedido de bênção que traz o com promisso de amar, honrar e praticar tudo aquilo que a Divina Mãe do Amor Incondicional ― que é “O Ouro de Deus”― simboliza e representa. O rosa e o dourado de Mamãe Oxum simbolizam a União Sacralizada pelo Amor, que faz conceber vidas e idéias, que se compadece das fragilidades alheias, A o acordar agradecer pela noite, tentar lembrar os sonhos, o período de mediunidade noturna. No almoço observar os alimentos e imaginar todas as pessoas e animais, vegetais e a natureza, envolvida na produção daquele alimento. agradecer a cada uma dessas pessoas e seres, e agradecer aos Orixás pelo alimento que ele lhe traga energia e saúde. Pensar naqueles que não podem se alimentar e enviar energias de força e esperança. Ao final da tarde na janta ou no lanche fazer o mesmo que no almoço. Ao deitar-se agradecer pelo dia, e procurar todas as coisas boas do dia e agradecer por elas. que nos enriquece no espírito e na matéria e nos traz a Prosperidade em todos os aspectos. Ao pedir para mim essa bênção, assumo o compromisso de praticá-la. O compromisso de não odiar, nem semear intrigas; de não alimentar mágoas, rancores, ciúmes, invejas ou discórdias; de não cobiçar as conquistas dos outros. Pois creio que o “Ouro de Deus” está em tudo e em todos, operando em silêncio para a união e perpetuação das sementes da Vida e a produção da Riqueza que nunca perece e propicia todas as outras, e que existe em abundância para todos, tal como o fluir das águas doces e claras das minas, cachoeiras, rios e cascatas. Dizer: “Sou filho de Oxóssi” é um pedido de bênção que traz o compromisso de amar, honrar e praticar tudo aquilo que o Divino Pai do Conhecimento simboliza e representa. O arco do Divino Caçador representa a determinação na busca em aprender, divinizando as nossas capacidades mentais. A Flecha apontada para o Alto indica o salto evolutivo que vem pelo Conhecimento que nos autoilumina, realizando a expansão em todos os nossos Sentidos. A cor verde que lhe é dedicada representa a Fauna, a Flora e o Reino Vegetal, de incomparável poder de cura e fartura; poder sublime que O objetivo do exercício é educar nossa mente a perceber que sempre temos algo a agradecer, mas as coisas ruins ganham sempre proporção maior em nossa mente. Ao fazer isso aprenderemo a educar a alma e a mente a fixar-se mais nas coisas positivas, trazendo energias deste padrão para o nosso dia-a-dia, fazendo com que os acontecimentos ruins não tomem proporções que prejudiquem nosso campo energético. O exercício também nos faz perceber como todos estamos ligados, pois cada alimento do dia envolveu inúmeros espíritos e seres, agradecer a cada um deles nos liga aos mesmo fazendo uma acaba por envolver todos aqueles que se dedicam ao aprendizado no Bem e para o Bem. Ao pedir essa bênção para mim, assumo o compromisso de praticála. O compromisso de me autoconhecer, de reverenciar o Conhecimento que rege a Criação, e de não sonegar o que aprendi; de não usar com má-fé o conhecimento adquirido; de não praticar atos de desrespeito contra a Mãe Natureza que a todos nós alimenta e abastece. Dizer: “Sou filho de Xangô” é um pedido de bênção que traz o compromisso de amar, honrar e praticar tudo aquilo que o Divino Pai da Justiça simboliza e representa. A cor marrom que lhe é dedicada representa a nobreza própria do Reino da Justiça. As pedreiras traduzem a estabilidade e a firmeza que adquirimos pelo equilíbrio dos sentidos. A balança, com os dois pesos e medidas, nos convida à temperança, ao bom senso, à moderação entre o racional e o emocional. O duplo machado simboliza o corte dos excessos, para o império da Justiça. O fogo, traduzido na cor vermelha, a faísca do raio e o trovão são também símbolos da atuação da Justiça Divina que atravessa os céus do Universo para acalentar as almas dos aflitos, equilibrando a tudo e a todos, amparando e protegendo a senda evolutiva da Criação. Ao pedir essa bênção para mim, assumo o compromisso de praticá-la. O compromisso de não fazer julgamentos apressados ou falsos; de não demandar contra aqueles que nada me devem, seja por pensamentos, palavras ou atos; de não proceder com maledicência; de não me render a excessos; de não exigir dos outros a doação daquilo que ainda não sei doar de mim mesmo. E ra uma vez um rapaz que seguia seu caminho e a cada passo que dava, uma vitória era obtida. Em muitos lugares, passou e aprendeu com os outros;com o tempo e com a experiência mais ensinava do que aprendia. E assim foi, seu reconhecimento pela sua sabedoria logo veio, e o deixava feliz, cada passo que dava, observava pessoas o admirando e querendo se espelhar no que ele fazia. Um determinado momento, ao caminhar no deserto, se deparou com uma capa bem reluzente, que avistou de longe. Chegou perto e viu que era uma capa de cobre. Ele adorava aquele metal e a achou muito bonita. E assim, vestiu-a. Continuou sua caminhada, foi se sentindo bonito e importante. Começou a olhar as pessoas de uma maneira diferente, onde todas tinham defeitos e coisas para aprender. Ao caminhar mais, avistou uma capa que brilhava ainda mais, era uma capa de prata. Ficou perplexo, era como um espelho da Lua. Achou lindo e no mesmo instante trocou de capa, sendo o novo dono da capa de Prata. Sentiu de leve o peso, mas a luz que irradiava da capa valia o pequeno sacrifício de caminhar com algo pesado naquele Sol. Sua caminhada continuou e algumas pessoas simples que cruzavam seu caminho ele já nem cumprimentava, pois, o que teria para aprender com aquelas pessoas mas algumas sim, dependendo da feição. Sentia-se muito bonito e importante e gostava que o bajulassem por seu conhecimento e reconhecendo a sua importância, pois não é qualquer um que usa uma capa de prata. No dia seguinte caminhou e caminhou ao Sol para chegar a uma outra cidade quando de longe algo que brilhava muito chamou sua atenção. Meu Deus,era uma capa de Ouro!! Do mais puro. O rapaz vestiu, cedeu um pouco, pois era muito pesada, mas sua felicidade era tamanha e ficou tentado por tamanha beleza e se sentiu digno de vesti-la, pois estava de acordo com os seus ganhos e triunfos. Quanto mais caminhava, mais calor lhe dava, e o peso estava ficando insuportável. Ia pedir ajuda, porém as pessoas já nem se aproximavam, tamanho brilho da capa que os cegavam naquele Sol. Já com sede e com fome e sozinho, percebeu que de nada adiantava uma capa de Ouro se já não tinha amigos e com toda a riqueza do mundo, se sentia abandonado. Foi quando em prantos, se ajoelhou e decidiu deixar a capa de Ouro ali, mais leve e precisando de ajuda, pediu assim que chegou à cidade, onde as pessoas simples que ele ignorou, o receberam de braços abertos. A capa era seu ego e seu brilho a sua arrogância que distanciava a todos e o cegava. Mediunidade é a respiração energética da Alma: Inspirando e expirando, Absorvendo e exalando, Agindo, reagindo, interagindo – Sempre servindo. Mediunidade é Serviço, não é servidão. Mediunidade é neutra, pois lida com o positivo e com o negativo, em processo criativo. Mediunidade é troca constante: Dar recebendo, Receber dando – Sempre caminhando. Mediunidade é pura Intuição, bem apoiada sobre a Razão e a Emoção. Mediunidade é como eletricidade. Não tem segredo. Cuide dela com responsabilidade e sem medo. Continua na próxima edição. corrente de energias positivas, e nos faz pensar sobre o que comemos. Orai e vigiai, a assertiva do mestre Jesus deve ser lei para todos os médiuns, ao agradecermos ao percebemos as coisas boas, elevamos nossa vibração e oramos, ou seja vigiamos e rezamos. Bom exercício a todos. Observação, coloque em um caderno, diário, para perceber como você terá dificuldade em fazer isso todos os dias, e somente com perseverança e determinação conseguiremos elevar nossas energias e assim buscarmos a iluminação e a libertação. Paz e Luz! Mediunidade une, conecta, aproxima O povo de Baixo com o povo de Cima. Mediunidade é interação entre o Porteiro, o Portador e o Portal. Mediunidade não é benção nem maldição: mediunidade é missão. Mediunidade é atalho entre o plano Físico e o Astral; Mediunidade é Luz, Movimento e Som. Mediunidade é dom para quem é bom. Mensagem recebida pelo médium Vanderlei Alves (Tenda de Umbanda do Caboclo Estrela do Mar - TEUCEM), em 23/04/12. Contatos: [email protected] Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -9 Curso de Atabaque (Curimba) Toque e Canto TAMBOR DE ORIXÁ Com Severino Sena, há 14 anos formando Ogãs e Instrutores. M esmo proibida, pois geralmente era praticada com fins inferiores, a comunicação mediúnica é um fato bíblico. Dentre vários outros, a comunicação com os chamados “mortos” é um dos princípios básicos do espiritismo, inclusive, podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgiu todo o seu arcabouço doutrinário. MEDIUNIDADE NA BÍBLIA Primeiramente, selecionei alguns trechos com relação à sobrevivência do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos: • Quanto a você [Abraão], irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz. (Gênesis.15,15) • Quando Jacó acabou de dar instruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reuniu com seus antepassados. (Gênesis 49,33). • Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó. (Mateus 8,11). • E, quanto à ressurreição, será que não leram o que Deus disse a vocês: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos. (Mateus 22,31-32). Vejamos mais algumas passagens: • Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feitceiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal cousa. (Deuteronômio 18,9-14). Moisés não era totalmente contra o profetismo (mediunismo), apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdade. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Números 11, 24-30: • Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh. Em seguida reuniu setenta anciãos dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciães. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém, nunca mais o fizeram. • Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moisés: “Eis que Eldad e Medad”, disse ele, “estão profetizando no acampamento”. Josué, filho de Nun, que desde a sua infância servia a Moisés, tomou a palavra e disse: “Moisés, meu senhor, proíbe-os!” Respondeu-lhe Moisés: “Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!” A seguir Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciãos de Israel. Outro ponto importante que convém ressaltar é a respeito da palavra espírito, que aparece inúmeras vezes na Bíblia. Mas afinal o que é espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligadas do corpo físico pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que, exceto quando atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria. JESUS E AS COMUNICAÇÕES Veremos agora a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela acontece com o próprio Cristo. Leiamos: • Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quiseres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.” Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz.” Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantem-se, e não tenham medo.” Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos” (Mateus 17,1-9). Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos. Apenas disse aos discípulos para não que contassem a ninguém sobre aquela “sessão espírita”, até que acontecesse a sua “ressurreição”. E se ele mesmo disse: “tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais” (João, 14,12). Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos. Na ocasião da ressurreição de Jesus, algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de “anjos vestidos de branco” (João 20,12; Mateus 28,2), enquanto que outras nos dizem ser “homens vestidos de branco” (Lucas 24,4; Marcos 16,5). Podemos concluir que realmente a comunicação com os mortos está presente na Bíblia, por mais que se esforcem em querer tirar dela esse fato. Templo de Doutrina Umbandista Pai Oxalá e Pai Ogum Magia DIVINA dAS SETE PEDRAS SAGRADAS SEGUNDA-Feira: Das 20h00 às 22h00 Sacerdócio de umbanda Terça-Feira: Das 20h00 às 22h00 desenvolvimento mediúnico QUINTA-Feira: Das 20h00 às 22h00 sábado: Das 14h00 às 16h00 Magia DIVINA dAS SETE ERVAS SAGRADAS sábado: Das 10h00 às 12h00 Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi Rudge Ramos - S.B. do Campo Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00 Novas Turmas! homens e mulheres!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e toque na Umbanda, para Guias e Orixás!!! sem taxa de matrícula: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento SEGUNDAS-Feiras, das 19h20 às 22h30 CEIE - Centro de Est. Inic. Evolução Pça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP Sextas, AS 19h00 e SÁBADOS, AS 9H00 Instituto sete porteiras do brasil Av. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia Adquira o CD “Umbanda canta para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá” Informações: 3984-0181/9622-7909 www.tambordeorixá.net.br [email protected] [email protected] Erveiro da Jurema Templo Escola “Ventos de Aruanda” Cursos Ministrados por Adriano Camargo • Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5; • Ervas na Umbanda; • Magia Divina das Sete Chamas; • Magia Divina das Sete Pedras; • Magia Divina das Sete Ervas; • Magia Divina das Sete Raios; • Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda. Informações e Inscrições: Av. Senador Vergueiro, 4362 - Sl. 2 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo (11) 4177-1178 - 9279-0528 ( www. ventosdearuanda.com.br Escola de Baralho Cigano Carmem Romani Sunacai Curso de Baralho Cigano Templo da Luz Dourada ( 2302-4087 Dança Cigana AZOTHY ( 2937-8004 ( 2292-8296 / 7874-1060 Prof.Rose de Souza http://carmemromani.com/ Templo UFFAD Formando turma para Teologia de Umbanda Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 Tel: (11) 2956-4881 Nova São Miguel Paulista - SP Página -10 Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012 Página -11 S alve turminha das ervas e do amor à mãe Natureza. Mesmo não sendo o objetivo dessa coluna, vamos atender a alguns pedidos de leitores e falar um pouquinho sobre os chás. É praticamente impossível não falarmos algo sobre o preparo das ervas na medicina popular. Mesmo porque esse poder de cura milenar é também revestidos de muitos mitos e dogmas, na maioria das vezes populares ou mesmo familiares. Vemos muitos questionamentos serem feitos sobre o que pode e o que não pode sobre o seu preparo e uso. Muitos desses questionamentos se devem ao fato de os escritos sobre ervas derivarem sempre das mesmas fontes, consagrados pesquisadores do passado, que em suas intrigantes formas de encontrar respostas, conceituaram muito dos preparos ao seu universo presente, ou seja, se o especialista da época usava um cadinho de porcelana para fazer um amassado de ervas, com certeza dirá que o adequado para o preparo de um amassado de ervas é apenas o cadinho de porcelana. Conceitualmente, o chá é um remédio natural. O uso das propriedades curativas e preventivas da erva está no consciente coletivo como uma poderosa ferramenta Os chás devem ser preparados com extrema higiene, seguindo algumas regras básicas do bom procedimento, e seguindo também algumas formas consagradas de preparo como descreveremos a seguir. a) Usar preferencialmente para o preparo do chá, uma panela de vidro ou inox. No entanto, se você não tiver um desses apetrechos, pode sim fazer seu preparo na sua leiteira, chaleira, panela de alumínio ou afim. Eles não devem ficar no alumínio e principalmente no plástico. Não é meia dúzia de preparos numa panela de alumínio que vão fazer mal a alguém. Se lembrarmos, nós que moramos nas cidades, inalamos substâncias muito mais perigosas no ar poluído. b) Os chás devem ser administrados na hora que são preparados. A maioria dos preparos fermentam depois de algum tempo. O ideal é não deixar o preparo ultrapassar seis horas. c) Podemos guardar o preparo na geladeira sim. Seguindo o mesmo critério das seis horas de preparo. Os métodos para o preparo dos chás variam pelo tipo de erva a ser usada. Fresca, seca, parte dura como casca, semente ou parte mais mole como folha, caule, requerem tipos diferentes de preparo. Vamos citar os tipos mais comuns, lembrando que essas informações sobre os chás são bastante comuns. Para preparar o chá, há várias maneiras. As principais são: a) Infusão: Derramar água fervendo sobre as ervas numa vasilha e deixar tampado por pelo menos 10 minutos, ou até esfriar. Esse preparo é adequado para as partes moles da erva. Folhas, caule e flores são indicados para esse método. Raízes, cascas ou sementes para serem usadas assim devem estar bem picadas ou trituradas. b) Decocção: Coloca-se as ervas numa panela ou bule e completa-se com água. Deixa ferver por uma média de 15 minutos. Esse preparo é indicado para partes duras da erva, como raízes, casca e sementes. c) Tisana: Quando a água da panela estiver fervendo, coloca-se as ervas e dei- xa ferver por mais uns 2 minutos. Tire do fogo e deixe repousar por alguns minutos ou até esfriar. Esse método pode ser usado para qualquer preparo de chás. d) Maceração: Colocar as ervas de molho em água fria, durante umas 6 horas pelo menos. Esse método é bastante usado para ervas frescas. Depois de preparado, o chá pode ser adoçado com mel, açúcar comum ou mascavo de preferência. Para os diabéticos pode ser usado Stévia (Stévia rebaudiana), um adoçante natural, junto ao chá. Ou mesmo o adoçante de sua preferência. Resta lembrar que a água usada nos chás deve ser potável. E as ervas devem ser de muito boa procedência, devendo ser evitadas as que ficam expostas em barracas sob a ação da poeira e poluição. Não vamos aqui dar receitinhas con sagradas na farmacopeia popular, por entender que há muitas publicações formatadas por especialista no assunto. Então, pra não perder o costume, uma ficha de erva ritualística. Alfazema (lavanda) Lavandula officinalis Chaix Cultivada como ornamental, as alfazemas ou lavandas como são comumente chamadas, tem origem européia e apenas algumas espécies desenvolvem-se bem no Brasil. É um subarbusto de folhas verdes acinzentadas e cujas flores e sementes são extremamente cheirosas. Uma variedade que pega muito bem em nosso clima é a Lavandula dentata var. candicans. Há de se prestar bastante atenção na identificação desta erva, pois alem de receber vários nomes populares que a remetem à família dos alecrins e hissopos, seu aroma característico cria muita confusão. Usada como um poderoso equilibrador, na forma tradicional de essência ou perfume (seiva de alfazema) durante os rituais religiosos. Seu uso não se limita a banhos e defumações, sendo largamente usada fresca ou seca, em óleos e azeites consagrados, amacis e ornamentos. Energia vibratória tranquilizadora, não chega a ser um calmante espiritual, mas traz a paz de espírito necessária à resolução dos problemas cotidianos e no específico à aceitação e compreensão de perdas. Uma erva “maternal” com característica harmonizadora. Por essas qualidades é associada também ao desenvolvimento e preparação dos médiuns. Sinônimos botânicos: Lavandula augustifolia Mill.; Lavandula spica L. Sinônimos populares: lavanda; lavanda inglesa; lavandula. Indicações ritualísticas: Acalmadora do espírito, tranqüiliza as situações difíceis. Harmonia. Ação (verbos): harmonizar, tranqüilizar. Cor energética: cristalino azulado, azul claro. Orixás principais: Iemanjá, Oxalá e Oxum. Adriano Camargo Erveiro da Jurema / Contatos: [email protected] CASA 7 LINHAS Artigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ... ( (14) 3232-3876 Rua Gerson França, 2-28 Centro, Bauru - SP CASA SÃO BENEDITO Sob nova direção O mais completo estoque de Artigos religiosos (14) 3223-2552 Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru D eus, perfeito em sua criação, dotou o Homem de vários sentidos, para que seu espírito tivesse assim portas de comunicação com o mundo físico, ajudando-o a viver, integrar-se e evoluir nesta escola chamada Terra. Dentre estes sentidos está o olfato, que ao captar os aromas, nos despertam lembranças e associações, aflorando nossas emoções e fazendo-nos rir, ou chorar de saudades. Quem já não voltou ao passado, sentindo fragrâncias que fizessem lembrar a infância distante? Ou, para nós umbandistas, que ao sentirmos o aroma provindo do charuto ou cachimbo, não lembramos imediatamente de nossos queridos PretosVelhos e Caboclos ?!. Assim, através dos aromas podemos ficar relaxados, agitados, próximos ou afastados de pessoas, coisas ou lugares. Por este motivo, os templos do Egito antigo, dos Hindus, Persas, e hoje os templos umbandistas, católicos, esotéricos etc. Sensibilizam o olfato através dos odores da defumação, harmonizando e aumentando o teor das vibrações psíquicas, produzindo condições de recepção e inspiração nos planos físico e espiritual. Além de influenciar em nossas vibrações psíquicas, as ervas utilizadas na defumação são poderosos agentes de limpeza vibratória, que tornam o ambiente mais agradável e leve. Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder energético aglutinado em meses ou anos no solo da Terra, absorção de nutrientes dos raios de sol, da lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo, projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e de- sejos, como raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, sensualidade etc. Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumação, diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao queimá-las, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em fuga alguns desencarnados de vibração inferior. Os antigos Magos, graças ao seu conhecimento e experiência incomuns, sabiam combinar certas ervas de emanações tão poderosas, que traçavam barreiras intransponíveis aos espíritos intrusos ou que tencionavam turbar-lhes o trabalho de magia. Apesar das ervas servirem de barreiras fluídico-magnéticas para os espíritos inferiores, seu poder é temporário, pois os irmãos do plano astral de baixa vibração são atraídos novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratória inferior (Lei de Afinidades). Portanto, vigilância quanto ao nível dos pensamentos e atos. Convém lembrar que ao manipular o defumador, deve-se estar concentrado, a fim de se potencializar seus efeitos, impedindo assim que este ato litúrgico-magístico de limpeza psico-espiritual se transforme apenas em ato mecânico de agitação do turíbulo. Salve a Defumação !!! Saravá!!! Nossa capa: Reprodução parcial da obra “in grandma´s hands” de Keith Mallett Página -12 Jornal de Umbanda Sagrada - Maio/2012
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