Michael Kenneth Alpert - Ensinando e aprendendo a trompa
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Michael Kenneth Alpert - Ensinando e aprendendo a trompa
1 Introdução O estudo da trompa é um processo multifacetado. Há numerosas técnicas que deve ser dominado a ponto de que o estudante ou profissional possa estar confortável para atender as demandas modernas do instrumento. Quando um iniciante se vê diante de todas as técnicas que devem ser exercitadas como rotina para obter um mínimo de sucesso na trompa, pode parecer a ele uma tarefa hercúlea. Todas as demandas técnicas são facilmente perdidas na confusão do selecionar entre centenas de métodos disponíveis atualmente. O estudante corre o risco de abandonar a única orientação necessária para desenvolver bom controle e domínio sobre o instrumento; que é como praticar. O trompista e compositor Gunther Schuller escreveu que os dois elementos primários que podem levar ao êxito são inteligência e perseverança. O que um estudante pode concretizar através de horas de estudos cansativos fisicamente, outro pode alcançar na metade do tempo aplicando simplesmente raciocínio lógico e inteligência. Uma coisa é certa: nada menos do que uma direção constante rumo à perfeição será suficiente para desenvolver um verdadeiro artista profissional. Atitude física, postura analítica inteligente (positiva, e não negativa na opinião) e um grande entusiasmo quanto à perfeição esses ingredientes raramente existem numa mesma pessoa. Quando existem ela ou ele estão aptos a encontrar um lugar no mundo da música. É com podem habilitar o estudante, bem como o professor a encontrar a direção no labirinto de métodos e exercícios. O objetivo é ser capaz de juntar todas os processos multifacetados numa atividade natural, integrada e o menos trabalhosa possível. Nada é realizado sem o cumprimento dos passos adequados e aprender a tocar um instrumento é o primeiro bom exemplo dessa regra. É muito fácil permanecer tranqüilo realizando estudos fáceis, que o estudante pode tocar confortavelmente e ignorando estudos que serão apropriados para que ele ou ela cresça como trompista. Philip Farkas aponta, em seu A 2 arte de tocar trompa (The Art of French Horn Playing) : Provavelmente o aspecto mais importante da prática é saber como praticar. Antes de saber realmente como, você deve analisar primeiro suas habilidades. Questione-se a respeito do que faz bem em seu instrumento e o que faz mal. Como está sua resistência, afinação, extensão, articulação, legato, pp e ff? Você deve pensar em suas habilidades fria e impessoalmente para obter um conceito claro do que você está tentando aprender de forma definitiva. 1 A arte de praticar e tocar envolve uma coletânea de fatores que ultrapassam a dimensão física dos exercícios e rotinas de estudos e ainda uma parte importante do desenvolvimento geral no instrumento: dominar a si próprio. Pressupondo que o instrumento é simplesmente uma extensão de si mesmo, o máximo de trabalho no controle deve ser aplicado e treinado. No livro Pensamentos para tocar bem trompa 2 Froydis Ree Wekre vai além do fator físico no tocar mencionando fatores mentais que devem ser levados em consideração: pensamentos, sentimentos, energia, criatividade, desejo, paciência, etc. Nos capítulos deste trabalho, Relaxamento e o artista em concerto e Tocando trompa; um gesto equilibrado , essas questões são discutidas. O medo e o relaxamento são fatores que não podem ser negligenciados pelo professor e são parte integrada do processo de aprendizado de qualquer músico. Alguns dos mais importantes aspectos de tocar trompa são discutidos nas páginas seguintes. Agradeço aos meus alunos ao longo de trinta anos lecionando bem como em colaboração com grandes instrumentistas de metal, resultando em muitas idéias que preenchem essas páginas. 1 FARKAS, Philip. The Art of Horn Playing. Bloomington, WindMusic Inc. 1965, p. 11. WEKRE, Froydis Ree. Thoughts on Playing the Horn Well. Oslo, Copyright by Froydis Ree Wekre. 1994, p. 28. 2 3 1 Iniciando A trompa é um instrumento popular entre as platéias em todo o mundo. Sua articulação leve, seu som aveludado e próximo à voz humana são qualidades que encantam os ouvintes ao mesmo tempo em que pode soar enérgica e agressiva, equiparando a outros instrumentos de sonoridade possante. Richard Strauss expressou o mais ardente entusiasmo e aprovação à trompa quando, em sua edição revisada reescrita do livro de instrumentação de Hector Berlioz discute o instrumento desta forma: De todos os instrumentos a trompa é provavelmente o único em que a sonoridade é assimilada melhor por diferentes grupos instrumentais. Tanto soa a vitalidade dourada em que o coração extravasando de Siegfried grita na antiga floresta germânica quanto, na Mazeppa de Liszt, esmorece sobre os confins das estepes como a última voz em pranto do chefe dos cossacos morrendo ou mostra a forma delicada de Isolda em direção ao Tristanupon morrendo. As águas calmas do mar: caso ria do marido manipulado (Mestres Cantores, 3º ato), ou atingir Becmesser com David, o triste aprendiz, ou caso cante as maravilhas do elmo mágico (Tarnhelm) em notas bouché, constantemente a trompa preenche lugares de inúmeras maneira possíveis, distinta em muitas formas e sempre proeminentemente chamando a atenção. 3 A trompa é um instrumento de grande beleza! E esta não pode ser desprezada quando discutimos e trabalhamos com todos os pequenos detalhes que levam a uma performance bem sucedida com a trompa. Basicamente a trompa é um alto-falante de metal colocado delicadamente em contato com os lábios do instrumentista. Este pro7duz e controla o som, não o instrumento. A trompa simplesmente projeta e intensifica o som do instrumentista. Desta forma vamos observar primeiramente o que o trompista deve fazer: Relaxe! Relaxar o máximo possível enquanto você aprende os primeiros passos. Relaxamento é a chave para todo desenvolvimento bem sucedido. Você pode sentir o relaxamento através das sensações de calor (nas mãos e rosto) e peso (em todo o corpo, especialmente nos ombros e rosto). É verdade que entram em ação muitos músculos 3 FRANZ, Oscar. Complete Method for the French Horn. Nova Iorque. Carl Fischer. 1906, p. 6 e 7. 4 trabalhando juntos para produzir o som. Você deve aprender a usar somente os músculos necessários e nenhum outro; todos os outros músculos devem permanecer relaxados e independentes. Gunther Schuller coloca isso da seguinte forma: é um processo de eliminação daqueles movimentos físicos que não produzem o resultado desejado, eventualmente reduzindo para aqueles movimentos que produzem o que é efetivo. 4 Sempre que possível, permita que essas sensações (de relaxamento) entrem em tudo que você faz enquanto toca estudando ou se apresentando. 1.1 Postura Vamos pensar sobre postura. Uma boa postura não é apenas boa aparência: afeta tudo que você faz em seu instrumento. Você deve aprender a manter seu corpo numa posição ereta e equilibrada. Um excesso de rigidez ao sentar deve ser evitado, com Philip Farkas nos mostra: A postura ao tocar sentado não pode ser largada, pesada tanto quanto não deve ser militar: o trompista cedo encontraria a rigidez tornando seus movimentos mais lentos ao tocar. Uma postura moderadamente ereta e ainda relaxada é a correta. 5 São seus ossos que devem realizar essa tarefa, não seus músculos. Deixe seu corpo carregá-lo. Você deveria evitar inclinar suas costas sobre as cadeiras porque estas diferem drasticamente umas das outras e quase nunca são bem alinhadas com o corpo humano (muitas delas são desenhadas primeiramente para empilhar e armazenar, não para receber diferentes formatos de corpo). Sentando na ponta da sua cadeira, com ambos os pés encostando por inteiro no chão, formando um tripé com seu tronco e fazendo com que seu corpo se sinta um pouco maior do que o normal para deixá-lo à frente e, ao mesmo tempo, suavemente apontando para cima. Sinta seus ombros esticando não permitindo que eles subam. Imagine seus ombros muito pesados. Figura 1 Exemplo de postura 4 5 SCHULLER, Gunther. Op cit, p72. FARKAS, Philip. Op cit. p. 11. 5 Sua coluna deve permanecer ereta, não arqueada. A tudo isso acrescente uma expressão relaxada em seu rosto começando por cima, com as pálpebras relaxadas, e descendo até a mandíbula, que deve estar bem solta. Se você, após todo esse relaxamento, sentir alguma dureza ou tensão nalguma parte do corpo, especialmente no rosto ou mãos, experimente se exercitar. Você pode tentar contrair a musculatura tensa ainda mais, manter por alguns segundos, e soltar os músculos deixando a tensão sair, sentindo o calor da pressão sanguínea, retornando seu todo seu corpo para uma boa e equilibrada postura ereta. 1.2 Posição das mãos Deixe seus braços e mãos repousarem numa posição relaxada em ambos os lados e observe a curvatura natural das suas mãos. Sua mão esquerda poderia manter esse formato porém com uma ligeira abertura dos dedos como se fosse segurar uma bola de tênis. A mão direita também manterá seu formato natural mas com uma leve movimentação do polegar em direção a palma da mão e com os outros dedos gradativamente mais retos, como a mão em forma de pá de um nadador ou como se imaginasse estar segurando um punhado de água 6 - como Farkas descreve. A sensação, quando a mão direita está posicionada na campana, Figura 2 Posição da mão direita é como se estivesse moldada à curvatura. A área dos dedos próxima as primeiras falanges deve ser moldada a curvatura do interior da campana. Quando a palma da mão é movida em direção oposta a campana o som se tornará mais aberto e a afinação mais alta. Ao contrário, com a palma mais próxima, uma sonoridade mais fechada será esperada, juntamente com uma afinação mais baixa. 7 Quando ambas as mãos estão relaxadas e soltas, sinta o fluxo de calor circular livremente; certamente seus braços e ombros estarão igualmente relaxados, sentindo 6 7 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 12. FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 12, 6 intensidade e pronto para tocar. Lembre-se de que uma postura relaxada é muito importante! 1.3 A trompa e o bocal O primeiro problema do trompista é comprar um instrumento e um bocal. Porque em muitos casos o primeiro instrumento e o primeiro bocal têm uma grande influência sobre os estágios iniciais de formação no desenvolvimento de um trompista; nesta situação um cuidado considerável deve ser tomado. É claro, a escolha de um instrumento é pessoal; porém alguns aspectos básicos podem ser elencados para ajudar o aluno iniciante. Figura 3 Visão de frente e verso Se o trompista é absolutamente um iniciante, ele deve ser orientado a procurar informações com um professor ou trompista profissional. Caso o trompista já esteja em algum estágio mais avançado e esteja comprando um novo instrumento, é bom lembrar que novos instrumentos reagem um pouco inexpressivamente quando tocados pela primeira vez. A ação das válvulas é geralmente justa e firme; e o ar, deslizando a descoberto através do comprimento do tubo, produzindo algo como um som frio e brilhante. Com o tempo e paciência, e com trabalho consciente, o novo instrumento deve estabilizar quanto ao som e oferecer melhor resposta ao tocá-lo. 7 Obviamente o instrumento deve soar com relativa facilidade, e deve possuir o maior número de notas centradas possível, especialmente no registro superior de sua extensão. O instrumento, caso seja usado (de segunda mão), deve ser analisado para que seja adquirido em boas condições físicas. Muitos riscos na campana ou na tubulação são sinais para proceder com cautela, porque isso geralmente significa que o metal original foi bastante desgastado. Muitos riscos também alteram o espectro sonoro do instrumento e detrai sua pureza e firmeza sonora. Um instrumento velho deveria ser verificado quanto a vazamentos de ar em seus rotores ou na tubulação que comporta os rotores. Agora remova a trompa de seu estojo para verificar essas novas e importantes idéias sobre postura. Assim como você retirou o instrumento, seja cuidadoso ao segurá-lo nalguma parte bem firme da tubulação, não em alguma parte móvel. Usar ambas as mãos é uma boa idéia. Isso ajudará a evitar possíveis amassões. Caso algum amassado aconteça, você terá abalado a tensão do metal, e o instrumento pode não reproduzir finamente o seu tocar tão bem quanto poderia. É importante tratar seu instrumento com grande cuidado. O bocal deve ser inserido firmemente com um pequeno giro no sentido horário para que não caia e fique amassado ou riscado. Para remove-lo, simplesmente gire-o no sentido antihorário e puxe com delicadeza. A escolha do bocal é um assunto vital e muito mais difícil, e o jovem estudante deve ser aconselhado o mais breve possível a procurar orientação do mais competente profissional disponível. Em muitos anos de ensino, eu tenho testemunhado frustrações de jovens instrumentistas que iniciaram seus estudos com um bocal inadequado e cujas embocaduras desenvolveram certos aspectos não naturais devido a bocais errados. Nesses casos o dano à embocadura foi adquirido sem conhecimento e desnecessariamente; e desde que o dano não seja permanente, alguns meses serão gastos na prática meticulosa para reajustando corrigir a embocadura. O bocal ideal é algo muito ligado a gostos e necessidades pessoais, praticamente impossível de generalizar. Talvez o que possa ser ideal para um trompista seja impraticável para outro. Um trompista agudo certamente necessidades diferentes quanto ao bocal usado 8 do que um trompista grave. Se algo pode dito de forma geral, é que o bocal deve possuir dimensões moderadas e capacitar o trompista a realizar os vários estilos que o instrumentista moderno deve tocar: da leveza mozartiana à força de Mahler e Strauss. Philip Farkas, em seu tratado de trompa, enfatiza esse ponto: qualquer tendência de super valorizar algum detalhe específico na escolha do bocal quase sempre terá como resultado um desempenho pobre para a técnica preterida. Portanto uma escolha moderada é a melhor e precisamente por esta razão eu defendo um bocal normal e para todas as propostas. 8 Embora muitos instrumentistas e professores permeiam sua escolha por um bocal sob um ponto de vista físico, eu gostaria de dizer que este aspecto não é suficiente se nós considerarmos tocar trompa como uma fina arte, e não um meio de ganhar a vida. Como trabalhamos com música, os requerimentos físicos de um bocal devem ser balanceados levando em conta necessidades musicais. O estudante médio de trompa, algum dia, pensa em tocar nalguma orquestra de alto nível; e essas orquestras tocam uma extensa literatura em vários estilos em dois séculos de música. Um bocal ou uma trompa devem oferecer ao trompista flexibilidade suficiente para cobrir as demandas desse repertório. Um bocal ou trompa que oferece som grande ou muito grande ao trompista irá, indubitavelmente, fazer injustiça à alguma área do repertório. Eu penso que não é musical, além de pequeno, perseguir uma sonoridade específica sem considerar necessidades musicais que cada peça musical requer do trompista. Um som grande ou gordo que permanece inexoravelmente o mesmo possui muito pouco valor musical tocando peças de Debussy ou Mozart, onde esse som inflexível descaracteriza a leve textura orquestral produzida. Isso demonstra absolutamente que essa maneira de tocar, enquanto talvez satisfaça o ego do músico, está em oposição às intenções do compositor. Similarmente, um som extremamente leve não irá satisfazer necessidades de uma sinfonia de Brahms ou Mahler. Um músico verdadeiramente artista e criativo não somente irá aprender a subjulgar sua característica sonora devido ao estilo da peça que está tocando mas saberá variar as características sonoras numa peça, mesclando sons não tão encorpados com seções de madeiras e outras vezes sons pesados com seções de metais e, ainda, outros 8 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 5 9 timbres com a melodiosa textura das cordas. Ainda, um bocal ou instrumento que fixa o músico a uma sonoridade tende a ser musicalmente limitante. O desenvolvimento mais sensível é encontrar um bocal que faça quase tudo equilibradamente e relativamente bem e nada nos extremos. Porque baixar um padrão é talvez desapontador em relação ao ideal, mas é a única solução prática. Quando o trompista realmente percebe a imensa diversidade de música que será tocada na orquestra, música de câmara ou repertório solo ele compreenderá que o bocal ideal é o único que pode oferecer o melhor e moderado desenvolvimento e não os extremos muito raso, pequeno ou muito profundo, de grande calibre. Farkas resume essa idéia: ... escolha um bocal que é genericamente aceito como 'normal'. Essa escolha proporciona a experiência de saber o que é 'normal' porém estude vários modelos diferentes e você logo aprenderá a reconhecer o bocal médio. 9 Um bocal possui cinco áreas que afetam seriamente o espectro sonoro da nota. A borda, o copo, a garganta, o calibre e o rabo do bocal são eles. A borda deve ser de tamanho moderato e não muito reta. Muito larga e reta, a borda irá prover ao trompista grande resistência, mas propiciará um som escuro, pouca sensibilidade, e Figura 4 Identificação das partes do bocal provavelmente, menos precisão no registro agudo. De outra forma, uma borda que é muito pequena e curva será sentida desconfortável nos lábios, desta forma diminuindo a resistência; entretanto vai privilegiar a precisão da embocadura dando ao trompista o melhor ajuste ou encaixe dos lábios no bocal. O lado interno da borda não deve ser muito afilado ou arredondado, caso afilado atrapalha especialmente ligaduras regulares. 9 FARKAS, Philip. Op. Cit. p.5. 10 A profundidade e largura do copo afetam o som muito diretamente. Um copo raso produzirá um som brilhante e facilitará o registro agudo enquanto que um copo profundo leva a um som com características opostas. Calibre largo ou calibre pequeno afetam o som de forma similar. O primeiro torna o som gordo e parecido com uma tuba, que facilmente perde concentração, pureza de som, e conseqüentemente, projeção. Um calibre muito pequeno produzirá um som fino, penetrante e parecido próximo ao de um trompete. Nenhum deles aprimora, obviamente, nos dá o melódioso, redondo e brilhante som que é qualidade especial única do instrumento. Por agora devemos notar as vantagens de um aprendizado pessoal automaticamente traz com suas desvantagens inerentes. È por essa razão que um aprendizado dentro de um comprometimento não radical é a única opção prática. A melhor estratégia para o bocal é: escolha um bom primeiro bocal e fique com ele. Alguém que tenha experimentado diferentes bocais sabe que: 1) depois de tentar dois ou três diferentes é difícil ter uma opinião objetiva sobre qualquer um deles e 2) geralmente se retorna ao primeiro bocal instintivamente escolhido. Philip Farkas acentua em seu texto: Unicamente para preservar a sanidade todos nós retornaremos à verdade fundamental: nós devemos permanecer com um bocal, bom ou ruim, e aprimorar nossos resultados conscientes e praticar corretamente utilizar uma embocadura bem formada e adequada. 10 A verdade sobre isso é que não há bocal que vá resolver toda sorte de problemas de alguém. Somente prática e perseverança podem resolver com sucesso a questão. A postura não radical que sugeri quanto a bocais me parece igualmente aplicável ao tipo de instrumento a ser escolhido. Exceto em situações especiais (como tocar determinados repertórios com tessituras especialmente altas), eu penso o ideal instrumento para o dia-a-dia em condições normais ser uma trompa dupla em si bemol e fá. Esta satisfaz a maioria das necessidades inerentes a um repertório orquestral ou à música de câmara quanto uma trompa somente em fá ou somente em si bemol satisfariam. A qualidade de 10 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 5 11 uma trompa dupla em si bemol pode ser muito bonita certamente, como a grande habilidade de muitos excelentes músicos pode atestar. Nas mãos de um músico sensível, o decréscimo teórico de qualidade que deveria existir numa trompa com duas seções de tubos (uma para cada tonalidade) pode ser facilmente superado. Na maioria dos casos a seção em fá da trompa dupla proporciona melhor sonoridade na região grave enquanto que a seção em si bemol torna mais fácil e preciso o trabalho na região aguda do instrumento. A trompa dupla, ainda, oferece a possibilidade de escolha nas duas oitavas médias do instrumento, desta forma enriquecendo as possibilidades também em relação ao timbre, recurso importante em certos contextos. 1.4 Posicionando a trompa Muitos instrumentos são desenhados para um corpo de tamanho médio, o que geralmente torna a trompa grande para um jovem trompista. Enquanto estiver aprendendo desta forma técnicas básicas como a boa postura, é importante lembrar que você está edificando os alicerces para uma vocação ou hobby para a vida toda. Então o faça corretamente certo desde o princípio. Enquanto estiver com seu instrumento para tocar, leve a trompa até você para o seu tamanho e formato de corpo em perfeita postura. Sempre faça isso não importando como você se desenvolverá ou mudará através dos anos! Se você ainda é pequeno, ou possui tronco curto, gire sua cabeça levemente para a esquerda enquanto gira sua perna ou pernas para a direita. Pode ser necessário ao mesmo tempo em que descansa a trompa sobre sua perna. Do mesmo modo você cresce e pode precisar Figura 5 Posição segurando a trompa desencostar a campana da sua perna inteiramente para manter sua boa postura, o que é muito mais importante. Não é aceitável envolver sua trompa com seu corpo. Deixe a trompa para você e para seu próprio corpo. Seu corpo é o que você tem para trabalhar, então trabalhe com ele. 12 Segure a trompa equilibrada entre sua mão esquerda e sua perna direita permitindo que a mão direita esteja livremente situada na campana. A maioria do tempo, sua mão poderia descansar com os dedos esticados contra a parte de baixo da campana e a palma apontando para cima em direção a seu peito. Descanse o dedo médio da mão direita numa posição de quatro horas do relógio com a curvatura da campana. Figura 6 Mão direita na campana A mão esquerda permaneceria curvada com a ponta dos dedos repousando sobre as chaves. O polegar e o dedo mínimo devem segurar suavemente as alças fixas, ou o dedo mínimo segurar a alça e o polegar sobre a chave de polegar na trompa dupla. Se você possui o tronco comprido ou toca sem encostar a campana na perna, a mão direita torna-se o outro ponto de equilíbrio para a trompa. A mão direita com o mesmo formato é mais bem colocada na posição de duas horas no relógio, com a palma para baixo em direção as suas cadeiras. As alterações na sonoridade quando mais próxima ou mais distante do corpo devem ser postas em questão com seu professor ou colega. Normalmente o som um som mais claro e brilhante resulta da campana sem contato com o corpo. Figura 7 Mão esquerda Isso pode ser benéfico ou não para o trompista dependendo da cor natural de sua sonoridade. Alguns outros elementos a se considerar quando posicionamos a campana mais próxima ou distante do corpo seriam a projeção do som, a afinação e o próprio conforto. Todo o peso do instrumento, quando a campana não se apóia no corpo está concentrado na parte superior do polegar e do indicador. O peso de uma trompa dupla, após poucas horas tocando pode ser muito desconfortável tanto para iniciantes ou para trompistas que tocam há anos. Gunther Schuller, embora um pouco subjetivo, pode ajudar bastante: ambos os posicionamentos são admissíveis desde que permitam verdadeiro entretenimento para a 13 intenção do compositor. 11 Onde chegamos com isso? Como alguém sabe, com certeza, a intenção do compositor se não houve qualquer documentação quanto a isso da sonoridade esperada por Mozart, Beethoven ou Brahms? A escolha de uma postura pode ser apenas classificada como escolha de natureza pessoal dependendo do gosto de cada trompista. Independente da escolha que você faça, é vital que você segure sua trompa com as mãos ou a coxa e não permita que os lábios tornem-se uma dos pontos de equilíbrio do instrumento. Pressionando os lábios desta forma você interferiria na vibração e causaria um cansaço ao instrumentista rapidamente! 1.5 Respiração Agora que você sabe como se posicionar corretamente, você está pronto para o mais importante elemento tocando um instrumento de sopro ou de metal: ar e tudo que vem do seu uso. Respire grandes porções de ar, necessárias para frases longas, e para um som cheio de vibração, característico da trompa, voc6e deve primeiro usar sua boca inteira como rota principal junta a uma garganta aberta e relaxada e, ainda, uma região abdominal relaxada e plenamente elástica. Permita que ar a mais entre pelas narinas. Lembre-se de que quanto mais ar melhor! Um excelente e simples meio de preencher com ar é inalar profundamente enquanto pensa em sussurrar a sílaba RAU . Enquanto faz isso, sinta o fluir de ar através da base de sua boca. Você também sentirá que sua região abdominal baixa se expandirá para baixo e um pouco para frente. Quando você chegar ao máximo de sua inalação, a região das suas costas, na altura do umbigo, e a região média do seu peito também vão se expandir um pouco. Tente memorizar essa sensação de estar gordo , para que isso o ajude a conseguir mais ar. Isso é muito bom, mas somente se os ombros permanecerem imóveis e a garganta não estiver sempre apertada ou constrita em qualquer caso. Quando seus pulmões se enchem de muito ar, é fácil imaginar que você fecharia imediatamente uma válvula nalgum lugar para não deixar o ar escapar de forma 11 SCHULLER, Gunther. Op. Cit. p. 15. 14 descontrolada. O lugar óbvio para tal válvula seria sua garganta, mas isso simplesmente não é necessário. Respire da maneira explicada anteriormente com a garganta aberta e relaxada. Apenas mantenha o ar dentro de si e imagine um tanque quente e calmo perfeitamente abaixo da cavidade da boca. Agora libere apenas pouco ar sem fazer barulho. Agora mantenha o ar novamente. Agora gradualmente libere o ar quente remanescente. Cedo se aprende que não há necessidade de segurar o ar na garganta. Jamais faça disso uma necessidade, pois, isso é uma maneira de tencionar a garganta. Bem como você notou até agora depois de ter respirado durante muitos anos, o ar nos pulmões naturalmente quer ser liberado ou exalado e seria se simplesmente permitido, especialmente no começo da exalação. Isso também funciona quando você toca trompa, com alguns justos refinamentos. Você não precisa realmente empurrar a primeira porção de ar, visto que ela é naturalmente empurrada por todo o ar comprimido dentro dos pulmões e pela elasticidade natural da caixa torácica, que simplesmente relaxa voltando ao normal. Depois de liberar a primeira porção desse ar comprimido vindo da área do peito, você deve gradualmente começar a usar sua área abdominal empurrando suavemente contra a região inferior dos pulmões. É importante realizar esse movimento com a área do estômago não flexionando músculos, mas com um movimento direcional numa larga área do corpo. Isso é mais como dançar do que levantar pesos. Você simplesmente começa procurando ficar magro . É o exato movimento oposto que você sentiu tão naturalmente durante a inalação quando ficou gordo . Pense somente sobre os músculos laterais que relaxam igualmente quando você inala e contrai igualmente quando você completa sua exalação. Os músculos na superfície frontal do abdômen não necessitam comprimir-se tocando em condições normais. Se você enrijece intencionalmente esses músculos como se suportando para ser batido no estômago ou levantando muito peso você terá uma tensão quase incontrolável formada na garganta. Tente cantar uma quente e relaxada nota enquanto seu estômago está tenso. O som da sua voz naturalmente parecerá muito apertado. É possível abrir sua garganta com todas aquelas tensões acontecendo, mas porque perder toda essa energia se não é necessário e tão antinatural? Você precisará dessa energia para muitas outras coisas. Philip Farkas considera o processo de exalação como pressão 15 controlada quando emitimos o ar entretando ele diz que isso poderia ser confundido com pressão diafragmática. A expressão é equivocada, desde que o diafragma realmente atua no processo de inalação e relaxa na expiração, embora haja grande pressão sobre ele, vinda de baixo. 12 Froydis Ree Wekre, em seu método, expressa a 'pressão controlada' de Farkas com o termo suporte ativo. Pressão diafragmática é um assunto controverso: muitos trompistas a recomendam enfaticamente como uma pressão constante em volta e vinda debaixo do estômago. Outros dizem que a importância do suporte tem sido exagerada. Penso que a verdade é algo na média: encontrei muita utilidade para o suporte, porém não necessário em todo o tempo. É muito útil na região aguda, para notas agudas e fortes bem como para a boa qualidade do staccato especialmente na região aguda. Schuller define a atuação do diafragma em termo simples e claros: 13 Gunther O grau de pressão condicionado ao diafragma é ditado pelo ouvido que, presumivelmente, ouve o som que está sendo produzido. O ouvido mais sensível colocará mais demandas sobre o diafragma. 14 Noutras palavras, o conteúdo da frase musical ditará quanto de trabalho com o diafragma é necessário de acordo com o momento musical apropriado. A principal intenção é exalar o mais relaxado e natural possível. Então, para inalar, simplesmente puxe o ar através da base da boca e, ao mesmo tempo, deixe a área abdominal baixa e para frente enquanto produz o som RAU. Suspenda o ar com uma garganta aberta e permita que o ar seja liberado silenciosamente. Sempre quando jogar o ar dentro da trompa permita que a área abdominal siga e suporte o ar que vem da porção baixa dos pulmões gradualmente esvaziando e para cima. Lembre-se de suportar esse processo da forma mais relaxada possível, para resultar em som vibrante e cheio. 12 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 29. WEKRE, Froydis Ree. Op. Cit. p. 48. 14 SCHULLER, Gunther. Op. Cit. p. 28. 13 16 1.6 A Embocadura Agora a discussão vira-se para a vibração, mecanismo de produção das notas que é chamado a abertura entre seus lábios. Essa abertura é a porção central dos lábios onde o ar passa em direção ao bocal. Uma abertura bem formada estará em toda a porção da borda do bocal. A membrana vibrando é formada pelo auxílio da embocadura. Parecido com a afinação do violino ou do violão, a embocadura é um afinador dos músculos faciais da bochecha, do queixo e lábios para permitir um relaxamento e abertura adequados. Como uma corda bem afinada, a embocadura uma vez formada não irá sofrer mudanças expressivas (pelo menos não tocando normalmente a região média e aguda). Para formar a embocadura, comece vibrando o som: emmm . Sinta a posição da mandíbula. Pense como os dentes estão separados, e ainda como a mandíbula está relaxada. Agora simplesmente prenda os cantos da boca (firmes, porém não tensos) em direção aos seus dentes. Não é um sorriso largo, mas apenas sorriso suficiente para Figura 8 Rosto formando "emmm" impedir a formação de bochechas e lábios inchados enquanto sopra.(Farkas discute, em seu livro, que há duas escolas de posicionamento de embocadura: uma com a musculatura com se o músico estivesse sorrindo e outra com a musculatura enrugando em volta da boca. Eu diria que são duas escolas opostas. Há muito músicos representando cada uma delas e muitos outros, que combinam ambos os métodos. Eu acredito que quaisquer extremos são errados e que estão certos aqueles que combinam ambas de forma inteligente. 15 Idealmente, o trompista deve, nas próprias palavras de Farkas, criar sua embocadura sorriso-enrugada.) Isto firma prendendo e também leva os músculos do queixo apontarem para baixo numa posição côncava ou esticada. Deste modo, o lábio inferior nunca preencherá com ar, e o queixo permanecerá estável em vez de subir. Sempre se lembre de manter um sentimento de firmar essa posição facial do mesmo modo se há um tipo de 15 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 19. 17 flacidez na sua face. Desta forma você pode impor um tipo de sensação relaxada para contrabalançar a rigidez da embocadura. A partir da posição dos músculos faciais, o próximo passo é simplificar formando um leve enrugamento no centro da boca, como se pronunciando a letra p. Sua vibração acontecerá com a liberação do ar passando através de uma abertura oval nos lábios. Caso seus dentes superiores fiquem mais à frente do que os inferiores, seus lábios superiores provavelmente ficaram mais protuberantes do que os inferiores. Deixe que sua embocadura e abertura labial permaneçam numa postura mais natural possível. Esse ponto é muito importante para encontrar a melhor posição para a embocadura. Essa idéia delineia alguns paralelos como uma observação. Froydis Ree Wekre escreveu: O formato dos dentes, bem como as tendencias individuais em relação a posição da mandíbula, serao fatores decisivos no encontrar da sua embocadura pessoal. 16 . Praticando o buzzing sem o bocal ou com somente a borda do bocal é muito benéfico em doses pequenas. Não é possível realizar bem o buzzing possuindo uma embocadura mal formada. Você também pode aprender bastante sobre seus próprios músculos da embocadura e sobre a importância do balanço entre a pressão do ar e a abertura labial. Uma grande extensão não é necessária. Simplesmente procure por um som limpo e aberto, obviamente com centro das notas afinado. No método de William R. Brophy, é explicado que a qualidade sonora da vibração (com ou sem bocal) é de extrema importância. A qualidade do som que devemos alcançar pode ser melhor descrita mais exatamente como o tipo de som solto e cheio de ar, mas com boa afinação. O tipo de vibração que nós devemos tentar obter resultará numa rica, cheia, livre e irrestrita qualidade sonora quando aplicado a trompa. 17 16 WEKRE, Froydis Ree. Op. Cit. p. 34. BROPHY, William R.. Technical Studies for Carl Fischer. 1977. p. 38. 17 Solving Special Problems on the Horn. Nova Iorque. 18 1.7 Posicionamento do bocal É tempo de posicionar o bocal em sua embocadura. Somente com o bocal, sem a trompa, coloque a borda apenas repousando dois terços ou três quartos da sua circunferência sobre o lábio superior dependendo das proporções - que são encontradas em cada estudante, em seus lábios e sua formação da arcada dentária. Movimente o bocal em seus lábios até encontrar uma posição que dê conforto e uma espécie de encaixe. Figura 9 Posicionando o bocal Quando encontrar um lugar confortável o estudante deve tentar lembrar a sensação e memorizar o que está sendo observado ao usar um espelho como acessório. Com o bocal a mais ou menos um centímetro dos lábios, comece uma vibração clara e sonora, aproximando e posicionando lentamente a borda junto aos lábios (sem interromper a vibração) até encaixar com pressão o suficiente evitando, assim, o vazamento de ar pelos cantos da boca. O trompista deve tentar criar uma vibração limpa e projetada proporcionada por uma coluna de ar sólida e constante, através do bocal. 1.8 Umidade labial Há duas escolas, (de pensadores), em relação à umidade nos lábios. Há quem prefira tocar com os lábios secos, ancorando seus lábios na borda do bocal e reduzindo, assim, a possibilidade da embocadura migrar para uma posição desfavorável. De outra maneira, outra escola prefere tocar com lábios umedecidos conferindo aos lábios uma flutuação na borda do bocal e ganhando com isso mais condições e flexibilidade na grande extensão do instrumento.Tanto Schuller quanto Farkas são grandes defensores de tocar com lábios úmidos, pois tocar assim aumenta a flexibilidade, especialmente em ligaduras de lábio 18 e os lábios úmidos capacitam, ou melhor ainda, insistem com que os músculos da 18 SCHULLER, Gunther. Op. Cit. p. 23. 19 embocadura trabalhem da maneira correta. Esses músculos, não estando fixos ao bocal, são capazes de contrair e relaxar como a retina no olho humano ou o diafragma junto a uma câmara fotográfica. 19 A aplicação de uma ou outra escola, escolha de cada estudante, será posta à prova pelo professor a fim de verificar que escola afere o melhor resultado. Visto que há inúmeros posicionamentos da embocadura entre instrumentistas, permanece o fato de que há grande variedade de preferências entre tocar com lábios secos ou úmidos. Os benefícios de uma ou outra dependem de cada estudante. 1.9 Ângulo do bocal A pequena pressão vinda do bocal sobre seus lábios deve ser igualmente distribuída do topo a base e de lado a lado. Uma forma de observar isso é assegurar-se de que o ângulo do bocal em seus lábios está de acordo diretamente com a relação natural entre dentes superiores e inferiores quando se forma o som em. Noutras palavras, jamais projete sua mandíbula desnecessariamente enquanto toca a tessitura normal. Coloque seu bocal em seu instrumento. Observe o ângulo do tudel Figura 10 Ângulo do bocal enquanto você sente pressão igualmente distribuída em todos os pontos dos seus lábios. Você deve acomodar a forma e ângulos da sua face, essa estrutura de sua face é a parte mais importante do seu instrumento(observe os comentários de Froydis Ree Wekre sobre mordida profunda (overbite) e mordida anterior cruzada (underbite) na unidade da embocadura). O objetivo é tornar a atividade de tocar trompa o mais natural quanto possível. Trabalhar com a estrutura natural da sua face é um ingrediente essencial nesse processo. 19 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 25 20 1.10 Articulação Com toda a informação precedente compreendida e em sua mente, você está pronto para liberar uma quente e cheia coluna de ar além de uma abertura labial bastante vibrante em seu instrumento. Para tornar essa liberação precisa, use sua língua muito da mesma maneira que você diria o som Tahh . A ponta da língua toca muito levemente a linha da gengiva próximo aos dentes superiores. Na liberação do ar quente, a ponta da língua baixa rapidamente e levemente se recolhe, repousando próxima ao fundo da boca. Deixe o fluxo de ar com uma velocidade constante e depois em seguida, como descrito previamente, simplesmente suspenda o ar para que o som cesse. Apenas deixe o movimento do ar parar. Quase nunca é necessário parar o ar com uma constrição da garganta ou fechando com a língua em direção ao teto da boca. Quando esses métodos são aplicados, você está procurando tocar um efeito de técnica extra que poderia ser solicitado por compositores contemporâneos, mas certamente não no que habitualmente se toca no repertório geral. No que diz respeito à articulação, falando de forma geral, o ar faz a maioria do trabalho. A língua ajuda somente a definir o tipo de início de cada som. A leveza da língua tocando a linha da gengiva, a modesta compressão para a liberação do ar, e mais legato, doce e suave a nota soará. Depois do ar ser liberado, o som da nota é, unicamente, tão bom quanto a coluna de ar que o precede, o que inclui a qualidade vogal do som, como tah, dah, tuh ou doh. Você deveria evitar exagero na tensão ou rigidez da língua. Simplesmente compreenda esta função como uma válvula de liberação do ar vindo dos pulmões ou, como Farkas diz: A língua, quando está articulando, faz apenas uma coisa: sai do caminho para dar passagem à coluna de ar que estava bloqueando. 20 Alguém dirá que você deve atacar uma nota, dando a mesma caráter agressivo ou violento em seu início. Na prática Brophy coloca em seu método que é mais apropriado sentir a articulação com a língua liberando a passagem de ar, ao mesmo tempo que o diafragma. 21 Neste sentido o melhor é pensar nos termos de uma liberação da nota em que a ênfase está concentrada no som por ele mesmo (corpo da nota) e não sobre a articulação. 20 21 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 49. BROPHY, William R.. Op. Cit. p. 28 21 1.11 Tessitura A extensão requerida para um trompista profissional é aproximadamente quatro oitavas, ou quarenta e oito notas diferentes. Distribuídas em cinco regiões a partir da nota mais aguda: Aguda (dó5 até dó#4), Média (dó4 até dó#3), Média grave (dó3 até sol#2), Grave (sol2 até fá#1) e Super grave (fá1 até dó1). Cada uma dessas regiões tem suas próprias características e importância e mescla-se com outras, dependendo da força ou fraqueza do instrumentista. Você pode primeiramente concentrar-se na região média, desde que todos os bons hábitos da técnica sejam focados sobre como você produz essas notas. 1.12 Digitação A digitação é concebida para ajudar você a compreender a trompa em fá e como ela trabalha no relacionamento com séries de notas chamadas harmônicos. As séries são a escala natural. Toda música é baseada nessas notas. Para o trompista, a aberto ou Figura 11 digitação atual que você necessita aprender primeiro é marcada com simplesmente 0 (nenhum dedo mostrado), escrito no início de cada compasso. Isso inclui todos as notas dó e sol, a maioria das notas mi e um ré. Essas notas são as primeiras da série harmônica. Cada uma dessas notas da primeira posição pode ser abaixada um semitom usando a segunda válvula ou um tom com o uso da primeira válvula. Quando outra nota aparece, a seqüência começa novamente. Na clave de fá você pode ver a seqüência inteira. 22 Aprenda essa seqüência ao digitar: 0, 2, 1, 12, 23, 13, 123. O motivo de isso funcionar pode ser observado nas bombas correspondentes a cada uma das válvulas em sua trompa. Você pode ver que a bomba mais curta está situada na segunda válvula, a primeira válvula recebe a bomba intermediária e a maior bomba pertence à terceira válvula. Apertando uma chave você adiciona ao comprimento do tubo principal a bomba correspondente à chave. A segunda válvula abaixa a afinação meio tom, a primeira um tom inteiro e a terceira um tom e um semitom. Você perceberá que as válvulas 1 e 2 acionadas juntamente correspondem tanto quanto o tom e o semitom da terceira válvula sozinha. A terceira válvula geralmente é construída para ser um pouco maior do que a soma da primeira e segunda, o que a leva a ser mais afinada. Olhe novamente a seqüência da digitação e você verá que a matemática é muito fácil de compreender. Memorize estas seqüências enquanto aprende porque elas funcionam (Vá até o fim desse capítulo e saiba como a trompa em si bemol, a válvula do lado do polegar das trompas duplas, relaciona-se com os modelos de digitação da trompa em fá. Tudo é bastaste simples). Figura 12 1.13 Encontrando as notas Você poderia começar tentando tocar na trompa o sol escrito na segunda linha (sol 3). Primeiro vá até um piano e toque o dó central. Este é o sol 3 escrito para a trompa. Tenha sempre em mente esta relação: a trompa em fá soa uma quinta justa (7 semitons) abaixo das notas escritas para ela. 23 Com o dó central do piano em seu ouvido, tente vibrar o sol escrito somente com os lábios, depois com o bocal e, finalmente, toque-o com a trompa. Você deve ser capaz de controlar essa nota ao mesmo tempo em que sente o ar e a vibração dela nos lábios. Comece a memorizar essa sensação. Enquanto toca o sol 3 escrito, comece a relaxar levemente a abertura labial deixando a nota descer ao mi 3. Relaxando um pouco mais e você terá o dó central soando. Volte ao piano, toque em seqüência um dó 3, lá 2 e um fá 2. As mesmas notas que você tocou na trompa. Toque várias vezes nos dois instrumentos e memorize a melodia (sol-mi-dó). Sempre que você for estudar sua trompa, toque o sol 3 e veja se você consegue tocar a melodia. Caso a melodia esteja diferente, pense que as três notas que você está procurando são vizinhas e na mesma posição. Aprenda a sentir o que é certo em seu lábios e com seu ouvido interno o que você usa pra cantar. A trompa possui muitas notas próximas umas as outras, especialmente no registro agudo. A digitação na trompa não ajuda muito a encontrar as notas. Para tocar bem, você precisa aprender a ouvir as notas bem. Não é difícil, apenas necessita de tempo, concentração e uma boa memória para sons e sensações. As notas acontecerão se você pensar desta forma. Você poderia começar fazendo o exercício descrito acima também na com a primeira ou a segunda válvula pressionada. Experimente. Seja curioso. Faça brincadeiras com as notas você mesmo. 1.14 Notas agudas e graves Para entrar no registro agudo vindo de uma tranqüila região média, você deve começar tornando a abertura labial levemente menor, sem colar os lábios, enquanto aumenta a velocidade do ar. Faça somente o quanto você precisar para alcançar a nota. Também ajuda mudar a vocalização do som, colocando a posição da língua de forma que passe de um a para um e . Noutras palavras, quanto mais você queira tocar notas mais agudas na trompa, mais a língua deve ser arqueada para cima, vinda de sua posição normal dentro da boca. Não force algo. Deixe essa subida para a região aguda ser a mais natural possível. Tudo é uma questão de tempo e prática. Se uma escolha é feita e você começa a usar de força e tensão isso significa que futuramente mais tempo será gasto para desfazer 24 determinados hábitos que seriam aprendidos corretamente no ínicio do aprendizado. Sob nenhuma circunstância a força bruta ou excessiva pressão sobre o bocal deve acontecer na região aguda; caso as notas agudas estejam vindo com dificuldade, pare e tente novamente no dia seguinte. 22 Para tocar notas graves na trompa vindo da embocadura da região média, você apenas deixe o formato oval da abertura labial relaxar numa grande abertura enquanto expande o interior da boca para simular a formação da onda . A velocidade do ar deve ser sentida um pouco mais lenta quando você está descendo, mas você sempre sentirá uma controlada coluna de ar fluindo através de todo comprimento do instrumento e além. Em algum lugar próximo e abaixo do sol3 escrito (dó central de efeito), a maioria dos trompistas deve mudar a posição de sua mandíbula. Aqui é onde uma mandíbula mais baixa e mais a frente deve normalmente tornar-se necessária (como se você estivesse cantando a sua nota mais grave possível). É também semelhante a mudar de corda de um violinista; nesse caso mudar pra outra disposição a embocadura. Junto com essa mudança da mandíbula (faça o menor movimento possível), você verá também, ou precisará criar, uma larga posição vocálica no interior de sua boca, movendo da onda até a vogal o ou u descendo até a oitava inferior. Essas mudanças são necessárias e completamente naturais porque você deve manter a pressão equilibrada sobre os lábios que estão sendo movidos juntos com a mandíbula.Sempre mantenha-se relaxado e sopre livremente tanto quanto possível. Concentre-se em aplicar o que William Robinson define com um relaxamento controlado. Esse relaxamento deve ser levado quando se toca na região aguda, o tanto quanto possível , desta forma proporcionando liberdade ao tocar no registro agudo. 22 23 BROPHY, Wiliam R.. Op. Cit. p. 11. ROBINSON, William C.. Na Illustraded Advanced Method for French Horn Playing. Bloominton. Windmusic. 1971 p. 28. 23 25 1.15 Controlando o volume A faixa de dinâmica do fraco ao forte tem algumas semelhanças básicas para com as notas da região aguda para a grave. Tocar fraco é similar ao tocar a região aguda na necessidade de uma pequena, embora sem colar os lábios, abertura entre os mesmos e o uso de uma pequena formação vocálica do interior de sua boca. Para tocar muito suave você deve desenvolver um grande controle de uma abertura labial muito pequena com uma coluna de ar lenta, sólida e controlada. Não deixe a boa qualidade de sons muito suaves deixá-lo esquecer da sua coluna de ar. Pense que o ar como se fosse uma luz, um laser projetado através do instrumento. Tocar forte é semelhante a região grave na necessidade de uma abertura labial grande e uma formação vogal do som maior do que o normal. Para tocar forte você deve permitir que a abertura relaxe se tornando mais larga, enquanto o fluxo de ar aumenta em tamanho e velocidade. Embora o som forte do instrumento seja muito poderoso e encorpado, você não deve enganar-se acreditando que esse som muscular requer uma grande quantidade de tensão corporal. Somente é necessário um grande volume de ar e uma abertura labial que esteja relaxada e aberta o bastante para corresponder. Gunther Schuller pensa o diafragma como o motor e a embocadura dando a direção, como um leme ou um volante. A embocadura direciona o ar e controla a velocidade com a qual o ar adentra ao bocal. Caso pensemos nos pulmões como a fonte do ar, a embocadura representa nào somente o destino desse ar mas uma parede de resistência e controle de pressão. 24 O princípio é muito simples: o fluxo de uma coluna de ar consistente alimentada pela fonte (pulmões) pode ser incrementado com a diminuição da abertura labial (trabalho da embocadura) como uma passagem estreita no curso de um riacho acelera o fluxo d'água. 24 SCHULLER, Gunther. Op. Cit. p. 28 26 1.16 Praticando Toda essa informação é apenas informação. Nenhum desses conceitos podem ser reclamados em benefícios do estudante de trompa até que essas idéias tenham sido postas em períodos de estudo e prática: isso significa atividade física e mental constante e quase todos os dias o mais concentrado possível e aprendendo, sempre ouvindo, sentindo e pensando. A prática deve ser sempre bem planejada e variada bem como muito regular. Ë mais importante que o estudo seja feito pouco a pouco todos os dias do que muito num dia e nada noutro. Uma possibilidade, independente do nível em que se esteja, é desenvolver uma sessão diária de aquecimento que possa gradativamente movimentar os músculos e fluxo sanguíneo da embocadura. Essa sessão de aquecimento pode utilizar a região média em notas longas, escalas articuladas e ligadas e arpejos. O estudante avançado pode adicionar estudos de trinados labiais, padrões de articulações alternadas com legato e intervalos grandes todos os exercícios necessários às capacidades individuais do estudante. Os estudos de aquecimento podem ser elaborados pelo estudante baseados em seu estágio técnico no instrumento. Procurar linhas de trabalho junto ao professor para ajudar a criar uma boa rotina de aquecimento seria muito recomendável. Farkas relaciona em sete passos o objetivo de um aquecimento: 1. Acordar a embocadura para o dia de forma que esteja forte e flexível; 2. Revisar os todos os fundamentos técnicos. 3. Enfatizar a técnica labial em oposição à técnica digitando; 4. Desenvolver a respiração, profundamente. 5. Obter flexibilidade através de uma extensão de três oitavas. 27 6. Aprimorar e manter uma sonoridade bonita ao tocar no lado fá da trompa. 7. Fornecer uma prática completa ao dia para aqueles dias de férias quando alguém deseja merecidamente manter a embocadura com o mínimo de tempo e esforço.25 Cada dia o estudante deve dividir a prática diária entre estudos técnicos, estudos melódicos, solos ou peças, um pouco de leitura à primeira vista, música de câmara e na hora apropriada, estudar leitura com transposição e excertos orquestrais. Até o estudante desenvolver a habilidade de ouvir objetivamente a si próprio e aprender a analisar e criticar cada som que toca em seu instrumento ele deve ser orientado por um professor experiente. Tendo um orientador a seu lado as possibilidades de encontrar soluções aumentam para cada problema que venha ao encontro do aluno. Nunca demais, a presença do professor só pode contar positivamente, uma vez por semana; desta forma o estudante deve tornar-se adepto de usar seus próprios olhos e ouvidos corretamente para o início de seus estudos na trompa. 25 FARKAS, Philip. Op. Cit. p. 44 28 2 A Sessão de Aquecimento O aquecimento possui muitas funções que decorrem de sua duração, plano organizacional e perfeição. Se a proposta é somente circular o sangue e reencontrar a embocadura ao contato com o bocal e a necessidade de vibração, pouco tempo minutos de 10 a 15 é suficiente. Possivelmente algumas notas longas, escalas e arpejos, numa seqüência de dificuldade crescente pode ser suficiente a esta importante função de aquecimento. Entretanto, para estudantes dedicados, especialmente durante os anos de formação, uma sessão de aquecimento envolve muito mais do que essa função inicial do aquecimento. Ela pode cobrir toda a técnica básica necessária ao instrumento, que se segue: 1) Um trabalho físico que contribuirá enormemente para todo processo de fortalecimento e resistência. 2) Um teste e recalibração de todo o processo de coordenação motora. 3) Um suporte no desenvolvimento e manutenção de uma consistência de respostas em todos os aspectos físicos da performance. 4) Um momento onde se pode ter uma visão geral de alguns hábitos não desejáveis, podem ser percebidos antes que se tornem problemas maiores. 5) A confiança advinda das técnicas que são constantemente trabalhadas e aprimoradas. Se cuidadosamente planejadas e executadas, são pensadas para durarem entre 45 minutos e uma hora e servem como fundamento diário para a consistência e vigor necessários à performance diária, bem como fonte de ascensão a uma boa resistência e outras necessidades técnicas. Há tantas maneiras de formular sessões planejadas, como há peixes no mar, porém algumas linhas guias podem ser sugeridas: 29 1) Cada seção de aquecimento pode ter uma proposta específica para sua inclusão. 2) A sessão pode começar com simplicidade em todos os aspectos e aumentar gradualmente a extensão, dinâmicas e todos os outros aspectos de complexidade. 3) As primeiras seções podem ser pensadas então, para incluir as funções iniciais do aquecimento discutidas acima. 4) Os aspectos técnicos da execução para serem exercitados podem incluir postura, aspectos da respiração, controle da afinação, ligaduras labiais, articulação (staccato, legato, etc.), mudanças de registro, intervalos, (legatos labiais e legatos articulados), de quaisquer dimensões, toda a gama de dinâmica, padrões de escalas e arpejos, trinados labiais, articulação dupla e tripla e trompa bouchê. Alguns equipamentos adicionais podem ser benéficos durante a sessão: espelho, metrônomo, afinador e B.E.R.P., para estudos iniciais de vibração e ocasionalmente algum dispositivo de gravação. O espelho pode ter dupla função: exibir o que você está fazendo corretamente, como seu ganho sobre os resultados almejados bem como as falhas que podem estar sendo desenvolvidas em sua embocadura. O metrônomo é útil para consistência, para aferição do crescimento, ou simplesmente para manter a sessão em movimento. O afinador é o melhor para um exame da entonação em toda sessão. Tendo o afinador desligado ao seu lado é o melhor, uma vez que ele tem sua utilidade como referência depois de você ter decidido que algo que você ouviu e sentiu está correto. O acessório chamado B.E.R.P. é inserido no receptáculo e recebe o bocal, fazendo ponte entre este e o instrumento. Permite que o instrumentista vibre naturalmente os lábios com uma resistência que simula o tocar com a trompa no seu ângulo normal de contato com os lábios sem ressoar junto ao instrumento. Como exercício é útil para o fluxo de ar e do sangue nos estágios iniciais de uma sessão de manutenção. Um gravador de alta qualidade pode ser usado sempre para examinar a entonação e serve como terceiro ouvido para um julgamento mais objetivo da performance geral e crescimento. 30 Caso todas as idéias e ferramentas acima forem aplicadas numa sessão inicial, em seus estudos diários, esta sessão completa de aquecimento será o caminho mais importante para aquisição de força e consistência ao tocar. Entretanto, um aluno deve estar disposto a reservar tempo para formular cuidadosamente exercícios adequados à suas próprias necessidades musicais ou técnicas, e depois tocar cada exercício com a máxima concentração e dedicação. A seção seguinte inclui dois níveis concebidos para serem aplicados no desenvolvimento de uma sessão própria de manutenção. A primeira parte é um tanto geral, porém, inclui um formato básico que ajudará na estruturação de um aquecimento voltado ao estudante. 2.1 Linhas Gerais para uma sessão de manutenção básica: A. Arranjos Preliminares 1. Rotina de relaxamento (alongamento); 2. Vibração dos lábios sem bocal (aumenta o fluxo sanguíneo); 3. Vibração com bocal (contato com os lábios). B. Aquecimento 1. Primeiras notas (som quente e centrado); 2. Escalas ligadas (ar segue através do instrumento, em linha); 3. Arpejos articulados (flexibilidade pesada); 4. Escalas agressivas (forte, resposta da articulação). 31 C. Manutenção e aprimoramento 1. Trinados (flexibilidade relaxada); 2. Articulação dupla e tripla (agilidade leve, rápida); 3. Outras técnicas (bouchê, surdina, glissando, etc.); 4. Intervalos grandes (ligados com o lábio, legato e staccato). D. Desaquecimento 1. Precisão (ataques isolados, notas longas); 2. Relaxamento na extensão grave (notas pedais, sustentadas). Aquecimento secundário (reaquecimento) A. Relaxamento, alongamento, movimentação do ar, produção de notas quentes ; B. Arpejos ligados, expansão gradual da extensão, exercícios de flexibilidade; C. Escalas e intervalos padrões articulados, expansão da dinâmica. Linhas gerais detalhadas sugeridas para elaborar uma cuidadosa sessão de aquecimento/ manutenção A. Rotina de relaxamento 1. Postura e posicionamento de equilíbrio; 2. Alongamento; 32 3. Aumento do fluxo sanguíneo através do corpo; 4. Respiração profunda (veja capítulo 3, Seção do Ar). B. Vibração dos lábios (sem o bocal) 1. Notas isoladas na região média, com clareza e foco; 2. Expansão gradual (padrões de escalas); 3. Controle de entonação. C. Vibração com o bocal (sem o instrumento) 1. Focada, com som claro, na dinâmica média; 2. Padrões de escalas, melódicos, claros e fortes; 3. Aumentar a extensão sem pressão em excesso. D. Primeiras notas bonitas 1. Atividade limitada, região média expandindo para os extremos; 2. Encontrando o centro absoluto de cada nota, vibrar, dinâmicas médias; 3. Notas longas isoladas (evitando extremo trabalho físico), use bastante ar. E. Padrões de escalas 1. Maiores ou menores: Cobrindo de 6 a 12 tons (ciclo das quartas ou cromático); 2. Melodias agradáveis na dinâmica média (o caráter vocal sempre desejável). 33 F. Arpejos articulados (forte) 1. Escolhendo dentre maiores, menores ou de 7ª da dominante (expandindo até os limites da extensão); 2. Usando de 6 a 12 tons (ciclo de quartas ou cromático); 3. Atividade na dinâmica forte com som cheio. G. Arpejos ligados 1. Escolhendo entre maiores, menores, aumentados ou diminutos (para os extremos); 2. Escolhendo a partir de 6 a todas as tonalidades dependendo dos modos e padrões escolhidos; 3. Intervalos grandes, tempo rápido, flexibilidade leve (como os instrumentos de madeira). H. Modelos agressivos de escalas (muito forte e cheio) 1. Escolher entre maiores, menores, tons inteiros, cromáticos, dóricos, lídios ou frígios; 2. Em todas as tonalidades e modos e toda a extensão da trompa; 3. Som de seção de metais da orquestra, articulação pesada (ou ligada agressivamente, às vezes). 34 I. Trinados (lábio basicamente) 1. Toda a extensão possível (mi 1 até dó 5 ou mais agudo); 2. mp-ff com uso de crescendos e decrescendos; 3. Construindo a partir de intervalos de trinado pequenos, para estender os padrões de trinado. J. Estudos de articulação variados 1. Dupla articulação; tempos, dinâmicas e extensão variados; 2. Tripla articulação; tuh-kuh-tuh e tuh-tuh-kuh; tempos, dinâmicas e extensão variados; 3. Dupla articulação com variação das sílabas; (três padrões: tuh-kuh-tuh, kuhtuh-kuh e tuh-kuh-tuh) 4. Somente kuh; notas e escalas repetidas; 5. Frulatto; dinâmicas e extensão variadas; 6. Exercícios com consoantes variadas: (iu, zz, th, d, t, d, th, zz, iu) (ver Variedade na articulação, capítulo 3). K. Outras técnicas úteis (baseadas na necessidade da trompa) 1. Trompa bouchê: ataques, extensão e dinâmicas variadas; 2. ¾ bouchê/eco: ataques, extensão e dinâmicas variadas; 3. Prática com surdina: melodias e articulações variadas; 35 4. Glissando, meia válvula, double-stops, vibrato, quartos de tom, etc. L. Intervalos grandes (articulados e ligados) 1. Quintas e quartas ascendentes e descendentes (articulações e dinâmicas variadas); 2. Saltos de uma ou duas oitavas, ascendentes e descendentes (com articulações e dinâmicas variadas). M. Estudos de precisão (ouvindo e sentindo ataques iniciais) 1. Ataques isolados (comprimento médio, com todo ar); 2. Alternando dinâmicas entre extremos 3. Modo relaxado, efeito de diminuir a velocidade do ar. N. Região grave (desaquecimento) 1. Padrões descendentes em som cheio (afinação); 2. Notas pedais sustentadas, dinâmicas médias controladas. 36 3 Técnicas Estendidas O ar é a mais importante consideração técnica a ser abordada por um instrumentista de sopro. Há somente uma técnica que nós precisamos pensar durante todo o tempo, que versa sobre aquisição e utilização do ar. Tudo que nós fazemos é único para a experiência de tocar trompa, do mesmo modo quando não estamos tocando ou estudando, não fazemos algo que possa desfazer nossas habilidades já desenvolvidas. Os lábios, por exemplo, permanecem em repouso quando não estamos tocando, porém, inalando e exalando continuamente de forma menos profunda. Gastamos a grande maioria do dia praticando respiração mais superficial, desta forma, a respiração eficiente e suficiente para tocar trompa não se torna um hábito, pelo menos não o tanto quanto a música exige. Desde que as especificações de respirar e soprar, estejam explicadas, o que pode ser feito para torná-las melhor? Baseado na respiração do yoga, nos exemplos de Aston, na técnica de Alexander e no senso comum, o seguinte exercício de respiração progressiva ajudará no desenvolvimento da respiração. Procure encontrar uma postura relaxada e equilibrada, longe das costas da cadeira. 1. Flexione seus músculos inferiores das costas de forma a criar uma letra C com sua espinha, pescoço e cabeça abaixada, liberando ar. Sinta o alongamento dos músculos inferiores das costas. 2. Lentamente desloque seu peso para frente projetando seu peito para fora, inalando ar enquanto sua cabeça, pescoço e costas começam a desfazer a posição de C . Sinta os músculos abdominais se alongando. 3. Assuma uma posição neutra entre essas duas posições de alongamento, sentindo todo seu peso distribuído uniformemente pelo seu corpo, mantido pela sua estrutura óssea, não por seus músculos. Foque sua atenção à frente enquanto permite que sua cabeça se mova levemente para cima. 37 4. Mexa seus ombros, braços e mãos de maneira livre, liberando as tensões residuais. Sinta o fluxo sanguíneo através dos dedos. 5. Ligue um metrônomo em 60 batidas por minuto e siga as instruções abaixo, respirando corretamente e completamente com uma transição suave em cada mudança de sentido do ar, quando encerram cada inalação e exalação: A. Inale por 3 tempos, exale por 6, e repita. B. Inale por 4 tempos, exale por 8, e repita. C. Inale por 5 tempos, exale por 10, e repita. D. Inale por 6 tempos, exale por 12, e repita. E. Inale por 3 tempos, exale por 15, e repita. F. Inale por 2 tempos, exale por 18, e repita. G. Inale por 1 tempo, exale por 21, e repita. H. Inale por 1 tempo, exale por quanto tempo você possa sem ser muito desconfortável, e repita. Esse exercício pode e talvez deva ser modificado de acordo com sua capacidade atual. Conseqüentemente, isso ajudará a desenvolver sua habilidade de relaxar, focar, concentrar e controlar o ar de forma avançada. Esse exercício usa o ar e ajudará imensamente. 38 Figura 13 Exercício de respiração 1. Ponha o metrônomo em 40 batidas por minuto 2. Inale totalmente em quatro tempos (sempre em compasso 4/4) 3. Toque um sol 3 seguro, por dois tempos em mf 4. Exale completamente o ar residual no terceiro tempo 5. Inale totalmente no quarto tempo 6. Repita a seqüência mais duas vezes 7. Toque um sol 3 por 8 ou mais tempos, começando p, crescendo por 4 tempos, e diminuindo tanto quanto possível, até o silêncio 8. Descanse pelo menos 8 segundos 9. Repita todo o exercício usando o si bemol 3 10. Continue repetindo o exercício todo com o mi 3, o ré bemol 4, o mi 4, o si bemol 2, etc. Se cada meio tom tocado estiver cheio e sólido, e cada nota longa estiver controlada com boa extensão e dinâmicas, esse simples exercício resultará em muitos benefícios. As notas sugeridas são óbvias e dentro de um arpejo diminuto que se expande. Isso permite progressivamente chegar à região grave e à região aguda sem notas estressantes, com algum conforto para a embocadura. 39 Normalmente exercícios que combinam estresse muscular com relaxamento resultam em algo positivo. Faça esse exercício com o arpejo, estendendo para o grave e agudo tanto quanto possível, cada dia. Comece com o fá sustenido 3 no dia seguinte e com fá 3 no terceiro dia. 3.1 Notas Longas Não há exercício que receba maior aprovação e, ao mesmo tempo, desdém dos músicos que as notas longas. Notas longas são tediosas! ou Notas longas resolveram todos os meus problemas! . Extremos talvez, mas ambos muito verdadeiros. Para resolver a questão do tédio, eu sugiro que o músico tenha um plano a seguir, que provenha o máximo de resultado, com o mínimo de tempo. Além do que o estudante entediado pode tornar-se mais focado nos resultados do exercício e não se entediar a qualquer momento. O seguinte exercício tem feito maravilhas por estudantes que tem tentado por um grande período de tempo. Tenho recebido notícias de resultados significativos quase que imediatamente. Figura 14 Notas longas 40 1. Deixe o metrônomo em 60 batidas por minuto 2. Toque o sol 3, em pp, por 10 tempos, e descanse por dois. 3. Toque o sol 3 começando em pp, crescendo até f e retornando ao pp em 8 tempos, e descanse 4 tempos. 4. Toque o sol 3 começando em pp, crescendo até fff em 8 tempos, descanse 4 tempos, toque ff por 8 tempos descanse 4 tempos, ataque fff diminuindo por 12 tempos (ou mais) até ppp, e relaxe um pouco. 5. Repita o padrão acima seguindo o arpejo diminuto sugerido para o segundo estudo de respiração, (subindo até o si bemol, descendo até o mi, etc.). Comece com o fá sustenido 3 no dia seguinte e fá 3 ao terceiro dia. 3.2 Trinados Desde o período barroco, o trinado é uma técnica requerida aos trompistas. Essa flutuação rápida entre duas notas vizinhas pode ser bem realizada com as válvulas, especialmente quando de meio tom; ou com ação coordenada envolvendo lábios, ar e língua, no caso de duas notas da mesma série harmônica, que, conseqüentemente, são tocadas na mesma posição. É necessário praticar o trinado executado com as válvulas, especialmente quando digitações difíceis são a única alternativa. Também precisam ser muito bem controlados nas situações em que o compositor solicita andamentos flexíveis ou flutuações irregulares. Ou, ainda, quando o trinado com as válvulas deve equiparar-se estilisticamente a um trinado labial. Crie seus próprios estudos que incorporem combinações de trinados e trêmulos, como 1 para 2, 1 para 23, 12 para 23, 13 para 2, etc.. Tenha uma tabela de digitação disponível que liste todas as possibilidades para cada nota de uma trompa Fá/Si bemol ou Si bemol/Fá agudo. Com esta você poderá criar uma tabela de trinados que inclua digitações usuais e opcionais para trinados de meio tom em que a segunda válvula é a única que se move, subindo ou descendo a nota principal. Algumas dessas possibilidades vão, 41 infelizmente, estar desafinadas ou exigir que você toque harmônicos fracos. Entretanto conhecê-los e praticá-los pode ajudar a conhecer importantes e, algumas vezes, necessárias alternativas. Na habilidade técnica, trinados labiais são outra história. Por alguma razão, essa técnica particular causa grande aborrecimento para muitos estudantes tanto quanto a profissionais. Um componente chave na compreensão de como trinados labiais funcionaram, envolve repensar e dar um novo nome ao trinado labial. Eles podem repensar o trio lábioslíngua-ar em seus trinados. O procedimento envolve os três aspectos do seu tocar de forma coordenada, onde nenhum dos três tenha sobrecarga. O maior problema normalmente ocorre quando o estudante usa muita flexibilidade labial entre duas notas vizinhas notas de fácil execução, geralmente, quando tocadas numa passagem de escalas. Comece a resolver esse problema de super utilização de flexibilidade estudando o seguinte: Figura 15 Exercícios de Trinados 42 1. Toque um dó sustenido 4 em sua trompa 2. Tente tocá-lo novamente, sem chaves na trompa em fá 3. Sendo impossível, deixe a nota indo e voltando, entre o dó sustenido e o ré bemol, sentido a quebra entre as notas 4. Com a língua fazendo o movimento necessário a produzir tah-i-á , (duas semicolcheias e uma colcheia), e crescendo na terceira nota (á) você repete rapidamente essa quebra 5. Repita esse movimento com as quebras muitas vezes nessas notas aprendendo a transformá-lo num só movimento 6. Amplie esse gesto para tah-i-á-i-a , (quatro semicolcheias e a última nota em colcheia) 7. Repita esse último muitas vezes, até que sinta como se fosse um único gesto 8. Continue a adicionar grupos de semicolcheias até que tenha um trinado que você sinta como um movimento flutuante e pareça mais como uma nota longa do que um cansativo exercício de flexibilidade Repita esse exercício subindo meio tom e depois descendo meio tom tomando consciência de que o movimento da língua é fator importante para ir subindo até que, em notas acima da pauta, a língua faça a maior parte do trabalho; e, abaixo do segundo espaço da pauta, os lábios trabalhem mais sem, contudo, realizarem toda a tarefa. Em toda a tessitura, porém, pensar no ar é obrigatório! Muitos estudantes atacam um trinado e recuam o fluxo de ar. Isso muda a sensação do trinado como uma reação ao ar para os lábios e a língua. Sem ar, os lábios e a língua vibram em função do silêncio! Nós sugerimos 43 reconsiderar uma nova nomenclatura: em vez de trinado labial, o trinado seria labial, lingual e do ar . 3.3 Articulação múltipla Você deve se sentir confortável usando o meio e a ponta da língua para criar padrões duplos ou triplos de pulsação do ar para executar a articulação múltipla. A ponta da língua, como se pronunciando alguma consoante, pode tocar com leveza a região da gengiva próxima aos dentes frontais e rapidamente mover-se para baixo, em vez de retrairse para dentro da cavidade bucal. Esse movimento é importante para a articulação simples, porém muito mais importante à articulação múltipla. O meio da língua é mais bem usado se também for posicionado o mais à frente possível na boca, (como se pronunciando a consoante k). O problema mais comum na articulação múltipla é a língua mover-se de maneira horizontal. Ela indo e voltando, em vez de subir e descer, deixa a sílaba k atrás e na garganta, muito longe da sílaba t , que está tocando a frente, próximo aos dentes frontais. O resultado é a diminuição da velocidade do movimento e a separação das notas, na execução, que leva a uma pulsação de ar desequilibrada na abertura com o k gutural geralmente muito menos preciso do que o t . O movimento interno torna-se semelhante ao pronunciado em tu-gu-tu-gu , resultando em som lento, pesado e produzido com dificuldade, em pouco tempo causando tensão na língua e mandíbula. A razão para articulação múltipla é nos permitir pulsar o ar muito rapidamente. Devemos encontrar uma maneira de realizar o movimento com o menor desgaste possível. Praticando sem o instrumento primeiro e mais tarde com a trompa, auxilia-nos a deixar os movimentos de língua mais leves. A tripla articulação pode ser feita de três formas distintas. Cada uma traz suas vantagens e deve ser aprimorada até o domínio e conforto. O mais apropriado, em minha opinião, é o uso das consoantes t-k-t , por duas razões importantes. A primeira é quando 44 um compositor escreve um grupo três notas rápidas, ele estruturou a idéia com a primeira nota sendo forte e à segunda sendo a mais fraca das três. O k para a maioria de nós é o som mais fraco. A segunda razão vem de minha experiência observando alunos que usam o padrão t-t-k . Este, por alguma razão, evolui periodicamente para uma tercina desequilibrada, mais próxima a um grupo de uma colcheia seguida de duas semicolcheias. Entretanto, recomendo que ambos os padrões sejam praticados e aperfeiçoados. Em nível profissional, um trompista, atuando em um quinteto de metais ou em uma seção de metais com muita precisão, deverá ser capaz de executar ambos, para igualar-se aos outros músicos. O terceiro padrão de tripla articulação é o que pode ser chamado de dupla articulação mesclada. É uma excelente maneira de criar uma repetição de notas muito equilibrada, (como os últimos compassos de Villanelle, de Paul Dukas). A idéia é usar um padrão de dupla articulação modificando a acentuação natural para cada três notas, (se não com o seu ar, ao menos com seu sentido de subdivisão mental): t-k-t,k-t-k,t-k-t,k-t-k . Para tornar efetivo o que foi dito acima, a prática de estudos de articulação simples e exercícios usando somente a consoante k em vez de t . Quando ficar cansado ou tenso, pare e descanse. Retorne com um posicionamento de língua menos forçado contra o céu da boca, mantendo a língua na região anterior da boca, tanto quanto possível. A qualidade do som é importante, mesmo em notas rápidas ou curtas; então depois de certificar-se que sua língua está confortavelmente posicionada na frente da boca, (através da formação ti-ki-ti ), abra gradualmente, até a posição do som vocálico enquanto libera a língua de sua posição: tah-kah-tah . Saiba também que a habilidade de administrar várias formações consonantais da língua, o mais óbvio, é sendo o mais legato, dah-gahdah, dah-gah-dah , deve ser considerada e praticada com igual entusiasmo. Pratique os seguintes exercícios e expanda essas idéias para ajudar a criar uma articulação múltipla, flexível e versátil. 45 1. Repita uma nota da região média 16 vezes num tempo moderado apenas pronunciando kih e sentindo o posicionamento da língua; 2. Repita a mesma nota 16 vezes usando keh voltando à posição da língua ao céu da boca; 3. Repita o exercício acima usando somente kah mantendo o lugar original da língua; 4. Toque uma escala ou várias usando somente kah em várias regiões e mantendo a posição anterior da língua; 5. Usando kah somente, toque alguns padrões arpejados em várias regiões; 6. Repita de 1 a 5 usando os vários padrões de dupla articulação, começando com as consoantes t, k, d, g; 7. Repita de 1 a 5 usando os vários padrões de tripla articulação, começando com as consoantes t, k, d, g. 3.4 Variedade da articulação A habilidade da comunicação verbal depende da profundidade e substância do vocabulário disponível para nos expressar. Quando evoluímos como músicos, nós desenvolvemo-nos como comunicadores da música. Música é uma linguagem abstrata. O significado disso é conceber na mente o pensamento abstrato, e depois conduzir esse pensamento sobre a trompa, usando o jargão específico. Um dos aspectos de se tocar metais, que necessita de uma grande e árdua atenção, é a variedade de articulações que estão disponíveis. A grande variedade de ataques pode e deve tornar-se o maior aspecto do vocabulário. Esses aspectos do som precisam de uma atenção muito mais detalhada que a dada nos conceitos básicos de qualidade sonora. De fato, os ataques definem a identidade básica de nosso som para o ouvinte. Se o ataque for removido de uma gravação de uma trompa e uma flauta, por exemplo, a distinção entre ambos se tornará um pouco obscura. Desta forma, as qualidades iniciais das articulações de ataque são tão importantes quanto ao pensamento de criar e avaliar um som bonito. 46 Em situações de aprendizado, nós usamos a língua em notas normais com um ataque com t e, em notas mais ligadas, com um ataque com d . Caso não usemos essas maneiras de liberação do ar, as notas ficam simplesmente o mais ligadas e juntas possível. Desta forma assumimos que somente podemos usar duas consoantes e uma vogal para imitar uma nota, (tah, dah e yah). Isso talvez seja extrema simplificação, mas observando muitos estudantes e profissionais, pouco pensamento e prática tem sido dedicado a todas as outras opções. A consoante t pode ser usada com grande variação de pressão ou compressão contra a gengiva. Tanto pode ser mais relaxada quanto misturada a um d mais pesado, que pode ser também gradualmente relaxado para cobrir uma variedade de compressões, mesclado em t e, eventualmente, y , que inicia o som de um vibrato timbral. Esse contínuo na articulação pode e deve ser praticado. Tente os seguintes exercícios sobre uma nota média, (de início), em mf sem qualquer crescendo ou diminuindo. 1. Ponha o metrônomo em 100 batidas por minuto. 2. Respire profundamente, solte todo o ar e respire novamente. 3. Toque colcheias começando com o mais comprimido tut possível. 4. Continue gradualmente relaxando a compressão da língua e saindo do céu da boca. 5. Chegando ao menor som do movimento da língua possível (quase um yah ), gradualmente pulse o ar para obter mais som. 6. Retorne a posição tut , de staccato da língua pelo fim da exalação. Mantenha um registro de quantos degraus diferentes de sons consonantais pode produzir durante uma exalação. Ouça e aprenda que cada um é diferente do outro, e eles 47 não são agrupados em grupos distintos de quatro de um som, quatro de outro. Esse exercício dá controle, mas ensina o quão vasto o vocabulário pode ser, sobre apenas uma nota e uma dinâmica! Essas variações são naturais para instrumentistas de jazz que geralmente tentam imitar a voz de cantores que, é claro, possuem toda a gama de consoantes a sua disposição. O estilo barroco pode também ser engrandecido por uma variedade de articulação tanto quanto for necessário ao instrumentista para que agrupe padrões melódicos sem produzir um ligado impróprio. Os trompistas que usam instrumentos sem válvulas devem aprimorar vários degraus em sua articulação para unificar a movimentação entre as mais diversas posições da mão. Mais gratificante também é descobrir e aperfeiçoar essas escolhas, enquanto provém uma experiência auditiva muito mais interessante para os ouvintes e colegas. 3.5 Frulatto É, provavelmente, a técnica de efeito sonoro mais difícil de ensinar e aprender. Alguns dizem que você pode tanto fazer frulatto a sua língua quanto não fazê-lo. Entretanto pode ser aprendido. O procedimento em si requer que o músico coloque sua língua para cima de forma relaxada, porém, ainda firme contra o céu da boca próximo à frente. Os lados da língua devem sentir as fileiras de molares em cada lado e permanecer em contato até o fim do frulatto. Com consistência e uma coluna de ar normal, a porção da frente da língua tende a resistir e permitir a passagem do ar alternadamente num movimento rápido de ida e volta, vibrando. O lugar por onde o ar escapa pode ser por um lado ou outro. Deixe que aconteça naturalmente, como estiver acontecendo. Cada pessoa possui uma língua única. A concepção mais equivocada parece ser posicionar a língua tanto muito alta dentro da boca quanto muito para trás do céu da boca. Outro erro inclui a ponta da língua encostada nos dentes ou moldando a língua em forma de ponta em vez de deixá-la em seu formato natural. O ponto de contato frontal deve, na maioria dos casos, ser no final da gengiva, próximo aos incisivos. Ainda, a língua pode ser flexionada pelo instrumentista, crente que há grande necessidade de esforço. Porém a língua para essa técnica deve estar 48 relativamente relaxada e permitindo o reflexo à coluna de ar semelhante à forma como a abertura da embocadura normalmente faz. Ambos são exatamente posicionados para reagir ao fluxo de ar na produção consciente de uma vibração. 1. Posicione a língua, como descrito o acima. 2. Pronuncie com vigor a palavra três de forma que o som do erre vibre como trrrrrrrrrrrres , deixando a parte frontal da língua sustentar um frulato enfatizando o t e não os rrrrr . 3. Repita o exercício acima, sussurrando os sons. 4. Com o instrumento, repita a sensação de sussurro usando a abertura labial e sustentando o trrrrrr tanto quando possível. Outro caminho seria o seguinte: 1. Enrugue seus lábios como se pronunciasse a letra p. 2. Comprima ar atrás dos lábios firmemente. 3. Libere uma pequena explosão com o ar enquanto pronuncia as letras p e t , deixando a língua posicionada como o descrito acima e criando um forte e sussurrado ronronado: PTrrrrrrrrr. Caso você ainda não consiga produzir o frulatto mesmo depois de ter trabalhado com perseverança os exercícios acima, o melhor seria um efeito chamado growl , ou seja, a reprodução de um rosnado , que é usado geralmente em jazz. A técnica envolve o estreitamento da garganta, como você faria se fosse engolir quando, estivesse tratando uma dor de garganta. Forçando o ar agressivamente através da abertura estreita, chega-se a um som de rugido, menos fácil de controlar que um frulatto, que, embora possuindo um som mais sujo, pode substituir, sendo útil. 49 3.6 Vibrato Para a maioria dos instrumentos de orquestra ou de banda é claro que o vibrato é um componente apropriado de suas sonoridades. Para a trompa isso não é tão claro. Existem aqueles que pensam que o vibrato nunca deve ser usado porque a trompa é uma voz pura, enquanto que outros instrumentos têm sons doces. Em algumas áreas isso é verdade. A trompa pode produzir um som bonito, sem as ondulações adicionais aplicadas ao som. Entretanto os sons de instrumentos de cordas, flautas, oboés, fagotes e saxofones quase não são interessantes sem o vibrato. Clarinetes e outros instrumentos de metal parecem oscilar entre o doce e o puro tanto quanto necessário. Por que não as trompas? Atualmente, em alguns países como Rússia e República Tcheca, e entre muitos solistas e alguns músicos de orquestra no mundo, o vibrato é utilizado como grande ferramenta dando excelentes vantagens musicais. O vibrato deve ser pensado como um aprimoramento para um som já bonito ou como intensificador de uma linha musical excitante e florida. O vibrato não pode tornar um som de baixa qualidade ou uma frase musical desinteressante melhor. Eu recomendo o estudo de três tipos distintos de vibrato. Cada qual possui sua técnica e oferece um efeito sonoro único. Mantê-los separados em um primeiro momento, ajuda o aluno a compreender como cada um funciona, como cada um altera o som e como ajudam, eventualmente, no desenvolvimento de um aprendizado personalizado para essa técnica especial de valorização sonora. 1. Primeiro, há um vibrato intensificador, usado para intensificar uma linha musical através do pulsar da coluna de ar. Algumas vezes chamado de vibrato de diafragma, essa técnica é mais bem controlada pela abertura da garganta. A coluna de ar, controlada, flui rapidamente através de um abrir e fechar da garganta. 2. Segundo e menos eficiente, é o vibrato timbral que colore o som discretamente mudando a formação da vogal dentro da boca quando a nota é sustentada. 50 3. Terceiro e tão eficiente quanto o primeiro, é o vibrato de afinação, que produz uma leve flutuação na afinação de uma nota, tanto acima, quanto abaixo, através do ajuste da abertura labial, geralmente fruto da movimentação da mandíbula para baixo e para cima. Existem poucos músicos que defendem o movimento da mão direita na campana para criar um vibrato ou mesmo balançar a trompa de uma forma controlada. Esses métodos não são recomendados porque eles podem fadigar o lábio, conseqüência de ambos levarem a flutuações de pressão dos lábios sobre o bocal. São efeitos aplicados no som depois de ele estar no instrumento e, conseqüentemente, soam muito mais mecânicos. Eu prefiro projetar na trompa o som desejado para que o instrumento somente o ressoe e o amplie. Para desenvolver esses três tipos de vibrato comece experimentando o seguinte: A. Vibrato de intensidade 1. Ponha o metrônomo em 80 batidas por minuto; 2. Sem a trompa, sopre uma grande quantidade de pulsações de semicolcheias com os lábios enrugados, mantendo uma coluna de ar constante, (evite soprar em demasia, apenas crie um gentil huh-huh-huh na garganta); 3. Com sua trompa toque um sol 3 e coloque pulsações de semicolcheias no ar, sem alterar a afinação da nota; 4. Repita o nº 3, gradualmente aumentando e decrescendo a velocidade das pulsações. 51 B.Vibrato timbral 1. Ponha o metrônomo em 80 batidas por minuto. 2. Sem a trompa, cante as sílabas ah-i-ah-i-ah-i-ah-i-ah e sinta o movimento da língua. 3. Com a sua trompa toque o sol 3 e produza flutuações de semicolcheias com a língua sobre uma sólida coluna de ar sem alterar a afinação. 4. Repita o nº 3 gradualmente aumentando e decrescendo a velocidade das flutuações. C.Vibrato de afinação 1. Ponha o metrônomo em 80 batidas por minuto. 2. Sem a trompa, cante os sons uá-u-uá-u-uá-u-uá-u com seus lábios parcialmente enrugados movendo discretamente sua mandíbula para cima e para baixo e deixando o som do u com a afinação baixa. 3. Com seu instrumento toque um sol 3 e adicione ondulaçòes em semicolcheias à finação sempre com uma sólida coluna ar sustentando e sem variações na garganta ou na língua. 4. Repita o nº 3 aumentando e decrescendo gradualmente a velocidade das ondulações. Após cada um desses três métodos de vibrato estarem bem compreendidos e controlados em diversas regiões e notas, bem como tempos variados, ficará claro que nenhum deles constitui sozinho o vibrato. O melhor vibrato para o trompista clássico será a combinação coordenada dos três. Refaça os exercícios acima combinando as três formas e depois aplique o resultado numa simples e bonita melodia. Eu recomendo colocar o estudo 52 do vibrato em seus estudos durante muito tempo. Paulatinamente a técnica será fundida ao seu vocabulário musical eventualmente surgindo em sua execução naturalmente e não aplicada intencionalmente. Felizmente, para o trompista dos tempos atuais, o vibrato será usado unicamente por escolha pessoal do músico. Quando ocorrer um impulso musical, aprecie o que este aprimoramento traz à sua linha musical. Como técnica usada em outras épocas, eu recomendo que você se familiarize com o típico vibrato usado por várias escolas de trompistas através dos tempos. As mais óbvias são a escola francesa, a escola russa e escolas afins e, de gerações passadas. Esse conhecimento é importante para o trompista moderno somente para compreender que a aplicação controlada e apropriada de um estilo de vibrato poderia aproximar a execução das intenções do compositor. Tchaikovsky provavelmente esperava ouvir o vibrato russo, e poderíamos assumir que Debussy estava ouvindo o vibrato francês do começo do século XX. Consciente dessa importância, imitar o vibrato dessa época é objeto de uma escolha pessoal e artística. 3.7 Bouchê A técnica mais comum requerida por compositores é o bouchê. O símbolo + é colocado acima da nota e espera-se ouvir uma nota com pressão e de qualidade nasal. Quanto mais forte, mais é intensificado o efeito penetrante e nasal. Essa técnica existe desde o século XVIII, porém, tanto músicos, como especialistas em acústica e professores ainda não compreendem o que acontece acusticamente falando. Em termos simples, uma vez que a mão direita cobre completamente a abertura da campana, e o músico compensa adequadamente aumentando a pressão contra esse bloqueio, a nota parece mudar um semitom. Isso é verdade para a trompa em fá e para a parte em fá da trompa dupla. O trompista deve transpor a digitação um semitom abaixo da notação escrita, (isto é, trompa em mi), o que funciona bem dentro do que se propõe. 53 O próximo passo envolve sabermos como os compositores esperam o glissando de entrada e saída de bouchê bem como outros efeitos de glissando. Dentro da música moderna esse efeito sonoro é muito comum. O músico e o compositor devem ter em mente que mover a mão direita gradualmente para dentro da campana, não sobe um semitom. Abaixa a nota um semitom. A variação do intervalo é totalmente dependente da distância do próximo harmônico inferior da digitação. Tente o seguinte: Figura 16 Estudos de bouchê 1. Sustente um sol 3 na trompa aberta e gradualmente introduza a mão, em forma ovalada, com o polegar retraído levemente sobre a palma e os dedos pouco curvados e justapostos um sobre o outro. 2. Relaxe a abertura o suficiente para permitir que o som desça com a descida da mão. (o movimento da mão aumenta o tamanho da coluna de ar que vibra). 3. Chegue na nota fá, (um tom abaixo de sol e um semitom acima de mi), e sustente a afinação enquanto cresce até um ff. 4. Toque um mi 3 na trompa normalmente, e siga os passos 1 e 2 acima. Chegando ao ré bemol, (terça menor abaixo do mi e um semitom acima da nota dó), sustente e cresça até um ff. Sol, mi e dó são, respectivamente, o sexto, quinto e quarto harmônico da trompa em fá aberta. Colocar bouchê em uma nota, é baixá-la para um semitom acima do próximo harmônico inferior, que significa o resultado da mão direita sobre o ar e a abertura. A tendência natural, entretanto, é tentar manter a nota próxima da origem. Você deseja vibrar o que é próximo do que está vendo. Então você poderia perceber que essa experiência 54 mostra que a nota quer se mover para uma vibração um semitom acima da nota de origem. E está certo, tanto você, (quanto o compositor), estão percebendo que depois de iniciar o sol 3 sua embocadura escolhe vibrar um lá bemol. Você está subindo a afinação, (soprando mais intensamente), do sexto harmônico e isso está soando a descida do sétimo harmônico, (o si bemol). Então você não está subindo o sol 3, (sexto harmônico). Pensar dessa maneira conduz a notas cheias com bouchê e passos gradativos na compreensão do glissando através de bouché, além de funcionar bem com a trompa em fá. Figura 17 Seqüências de bouchê 1. Sustente um sol 3 e faça um glissando até o fá 3, cobrindo a abertura da campana completamente com a mão direita, em semínimas com o metrônomo em colcheias. 2. Começando no sol 3, articule o sol aberto-fá bouchê em colcheias, com o tempo em colcheias. 3. Começando no sol 3, ligue-o em tercinas de colcheias no fá abaixo bouchê. Com o tempo em colcheias. 55 4. Articule semicolcheias alternando entre o sol 3 aberto e o fá 3 bouchê, com o tempo em colcheias. Continue esse exercício em toda a gama de notas da trompa em fá, sempre percebendo onde você está nas séries que a afinação sobe, (séries harmônicas). Aprenda a distinguir porque isso acontece, praticando a trompa lisa, (bastante discutido no capítulo A trompa lisa para o trompista moderno ). Problemas comuns englobando a produção de som na trompa bouchê incluem: 1. Produzindo um som cheio e com pressão. Isso geralmente é causado por um posicionamento incorreto do polegar. Certifique-se que seu polegar está colocado sobre sua palma, alinhado com seu indicador, com a ponta em direção à articulação média de seu dedo indicador e cobrindo completamente o espaço do segundo. Os quatro dedos estão unidos e levemente curvados enquanto fecham o suficiente para, em forma de concha, serem capazes de se adaptar à campana num ângulo confortável. Esse cobrir deve ser pensado como uma dobradiça no meio, tampando a abertura oval com pouca ou nenhuma força. Não tente tampar completamente a campana com o seu punho pensando num formato circular. 2. Projetando um volume apropriado. A parte interna da sua boca deve estar formada com uma vogal semelhante a quando se toca forte. A projeção do ar deve ser mais focada e o fluxo forçado contra a resistência adicionada (pelo fechamento). Isso é sentido como se você estivesse soprando um ff caso você deseje projetar um volume mf. (f=mp, etc.). 3. Encontrando a nota. Aponte com o seu ar e a sensação da vibração nos lábios, para a nota que está soando, não para a nota que você está digitando. Pensar um semitom abaixo leva você a atacar a nota com afinação baixa, o que pode ser um grande problema na região aguda onde os harmônicos estão muito próximos entre si. 56 4. Precisão no registro agudo usando o lado si bemol da trompa dupla. O uso da posição bouchê é coerente com a trompa em fá. Entretanto, há digitações alternativas que podem ser usadas no lado si bemol que pode dar a você uma grande segurança. A maioria dos trompistas têm segurança até a região próxima ao do 4 na trompa em fá. Tentar usar o calante sétimo harmônico no lado em si bemol começando no si 3. Desta forma, si=P (polegar) 13, dó=P23, dó sustenido=P12, ré=P1, ré sustenido=P2 e mi=P0. O jeito fácil de lembrar dessas digitações é pensar na trompa em fá sustenido sobre o lado si bemol até o mi. Acima disso temos menos segurança. Tente fá 4=P3 (a 3 sozinha é pensada para ser uma digitação alternativa), Fa sustenido=P23, Sol=P3, Lá=P2, Lá sustenido=P0, Si=P1 e Dó=P2. O jeito mais fácil de lembrar essa digitação é pensar na trompa em sol no lado si bemol de Fá sustenido até Lá sustenido, retornando a trompa em mi, do, si para cima. Todas essas digitações em si bemol solicitam um grande trabalho ouvindo, com possíveis ajustes na embocadura, mas são geralmente mais seguras do que usar o lado em fá da trompa na oitava aguda. 5. Controle ou simples produção de um som bouchê abaixo da nota Dó central. Aqui nós vamos encontrar uma variedade de problemas. O mais comum é uma cobertura inadequada da mão direita: muitos buracos ou vazamentos encontrados comumente na base da palma ou entre dedos, (veja nº 1, acima). Essa extensão também requer uma coluna de ar forçada através de uma cavidade bucal ampla. O tamanho variado das mãos e das várias aberturas das campanas é outra causa de inconsistências em passagens de trompa bouchê, mas especialmente na oitava grave. Uma mão pequena e fina e uma campana de uma trompa Conn 8D combinam para gerar vários problemas. Caso sua mão tenha juntas grossas e seja magra, vários vazamentos e pouco controle na região grave. Você deve aprender a adaptar seu tamanho de mão na proporção do tamanho da campana da melhor maneira possível para os melhores resultados com bouchê na região grave. A solução deve vir com experimentação e prática muito concentrada. A surdina de metal, (algumas vezes referida como a surdina bouchê), fecha a campana de maneira similar e provê um som com as características básicas da trompa 57 bouchê. O volume de som é grande, a qualidade é algo menos comprimida, (isto é, mais aberta), e a extensão grave é mais fácil de produzir. Como a trompa bouchê, o trompista deve transpor um semitom abaixo enquanto usa a surdina. O trompista versátil deve conhecer e ser capaz de executar todos os aspectos da trompa bouchê por muitas razões, como os glissandos, mencionados acima e outros aspectos correlatos solicitados por compositores contemporâneos. Esses efeitos não são possíveis com surdina de metal. Possuir uma surdina de metal é importante, entretanto, levando em conta que alguns compositores a solicitam por suas características únicas. Eles assumem que um trompista profissional possuirá uma. Outra menos comum solicitação de mão direita deve ser compreendida e praticada incluindo trompa eco, meia fechada e três quartos fechada. Esses três nomes basicamente se remetem a uma técnica. O som desejado e esperado, é geralmente próximo a um eco distante ou sussurro velado. Para o trompista, esse som geralmente parece muito abafado ou de baixa qualidade. A notação é um + inscrito dentro de um círculo, ou em algum dos três escrito. O som é produzido cobrindo a campana com a mão o suficiente para abaixar algo próximo a um semitom. O músico deve escolher a digitação para trompa em fá sustenido. Pratique o seguinte, enquanto usa um afinador para maior precisão. 1. Sustente um dó 4, trazendo gradualmente a mão direita em direção a campana enquanto relaxa a embocadura para permitir que a afinação baixe um semitom, indo para o si 3. Pense em qual distância a mão deve ficar para produzir essa mudança. 2. Sustente um sol 3, e traga lentamente a mão em direção a campana, enquanto relaxa a abertura labial descendo a um sol bemol. Pense na nova posição da mão direita. 3. Repita os padrões acima com mi 3, descendo até mi bemol e o dó central descendo até o si 2. 58 Mesmo sem uma oitava torna-se evidente porque esse efeito é chamado por muitos nomes. Não há algo exatamente sobre o que você deve fazer fisicamente para conseguir essa mudança. A cobertura necessária para as notas agudas é diretamente proporcional a quão agudas sejam. Por que isso acontece? Pense no que aconteceu com as notas bouchê. A mesma mão direita cobrindo ativamente todas as notas, porém, mudanças ocorriam quando se tocava notas graves nas séries harmônicas. Desta forma, a ação de cobrir a campana causa grandes mudanças para as notas graves e menos mudanças para as notas agudas. Para a trompa eco, a ação pode depois ser maior para causar a mesma quantidade de mudança, (isto é, um semitom), na região aguda do que na região grave. Depois de compreendido o princípio básico, o trompista deve simplesmente apontar para a nota desejada, cobrir com a mão direita na quantidade certa, e tocar como se fosse uma trompa em fá sustenido. Desde que a mão fique flutuando livremente na campana, e o músico aprende onde a mão deve ser posicionada para cada nota, (baseado em sua percepção auditiva), essa técnica funciona bem na trompa em si bemol e na trompa em fá. Melhor no lado em si bemol na região aguda, pois os harmônicos são mais separados, (do que o lado em fá); desta forma proporciona maior sensação de eco, em comparação ao efeito de bouchê. Uma vez que as séries harmônicas de uma digitação alcancem o 9º harmônico, a manobra descendente para trompa eco torna-se a mesma que a trompa bouchê. Nesse contexto, um músico sensível pode tentar escurecer o som eco de outras formas de modo que haja a distinção esperada entre os dois sons. Solicitações de trompa eco na oitava aguda são, felizmente, muito incomuns. Outra técnica de mão direita envolve uma oscilação do tipo uá-uá ou um efeito de vibrato extremamente distorcido através do controle da flutuação com a mão direita; curtas variações de afinação, para cima e para baixo, (geralmente usadas em jazz), e algumas solicitações de glissandos micro-tonais ou notas micro tonais executadas com a minúcia do movimento da mão direita. Outro recurso é usar feltros colados à palma da mão direita para suavizar o som e atender aos desejos incompreensíveis de maestros nas entradas pppp ou quando os membros de um quinteto de sopros solicitam escurecer a ressonância inalcançável do som da trompa. 59 3.8 Região Aguda Tocar na região aguda da trompa, apesar de parecer difícil para muitos, é baseado em poucos importantes conceitos. O êxito depende primordialmente da região média: um eficiente posicionamento e pressão no bocal, um refinado e sólido controle de ar, o uso apropriado da garganta relaxada e aberta, cavidade bucal e tamanho da abertura labial, e, finalmente, os músculos das bochechas e do queixo estarem firmes o suficiente para evitar bolsas de ar ou fluxos remanescentes com os dentes e gengivas. A maneira como se produz a terceira oitava, (dó central até dó 4), é o alicerce para o sucesso na região aguda. É uma proporção de dois para um entre as oitavas. Se o dó 4 está tenso e tocado com ar em demasia, não haverá um modo de duplicar essas condições e, com isso, produzir o dó 5 com êxito. As atitudes necessárias à região aguda, comparadas às da região média: 1. Abertura labial mais focada e progressivamente mais fechada; Coluna de ar mais concentrada e rápida; 2. Posição alta para a língua (mais em direção ao som da vogal i ); 3. Coluna de ar descendente, (simultaneamente com o nº 3); 4. Ângulo levemente descendente do bocal, (menor pressão no lábio superior). 5. O lábio superior focado, com mais músculos em direção ao centro, (como o bico de um pássaro) 6. Bochechas e queixo numa posição consistente e firme, (porém não tensos!) 7. Uma leve pressão, a mais ancorada no lábio inferior. 60 Cada um dos itens anteriores deve partir gradualmente da parte superior da região média, mudando-se apenas o necessário. Neste caso, menos , significa melhor. Tocar na região aguda não é difícil, é somente uma mudança de degrau, o resultado de uma progressão lógica das ações relacionadas acima. Um jogo conceitual que ajuda muitos estudantes é considerar o seguinte: Onde, diante do seu corpo, o dó 5 está? Ouça e pense a respeito, depois aponte-o. Pensando desta maneira está acima da sua cabeça? Fora do seu alcance? Coloque-o corretamente ao nível de seus olhos, alinhado com a cabeça. Olhe para ela, ouça-o e relaxe quando você descobrir onde ele está. Pense onde o dó 4, dó central e a região grave estão. Certifique-se de que você pode alcançar a todos sem grande dificuldade. Dance através de toda extensão com seus braços, ouvidos e olhos. Quando estudantes iniciantes tentam arduamente, ou durante muito tempo se forçam a tocar notas agudas, sem uma sólida região média, tensões são formadas, a pressão sobre o bocal aumenta, os lábios reagem super flexionando-se para protegerem a si mesmos, o som é estrangulado e torna-se óbvio que essas notas estão fora de alcance. Uma sensação de desespero posteriormente bloqueia mentalmente a região aguda para esses estudantes. Infelizmente esse cenário é comum, e para desfazer esses bloqueios gasta-se mais tempo e energia do que se o estudante tivesse sido paciente no início. O jogo conceitual acima visa facilitar o desbloqueio da mente dos estudantes. Poucas idéias, porém, com muita importância que ajudam a aumentar o controle na região aguda incluem a posição da mão na campana. Procure tocar em sua trompa notas acima da pauta sem a mão direita na campana. Próximo ao sol 4, o centro começa a dissipar e as notas progressivamente tornam-se mais difusas. Isso porque a ressonância da coluna de ar próxima ao sol 5 alcança um ponto nodal próximo a onde o trompista posiciona sua mão direita na campana. Caso a mão não esteja ali para sustentar esses pontos dessas notas agudas, estas se tornam difusas e perdem o centro. Cada músico deve experimentar variações na posição da mão direita que possam dar suporte a essas notas agudas. Descobri 61 que a mão totalmente estendida pouco afastada da campana ajuda a dar suporte e estabilizar as notas agudas sem prejudicar a projeção. Direcionar a coluna de ar por baixo, como se através do queixo, combinada progressivamente com uma formação vogal alta na cavidade oral parece ajudar. A vogal a pode ser adequada para a conformação da cavidade oral na região média. Deixe que a língua suba, gradualmente, em direção a vogal e , (porém nunca deixe que a língua vá para trás, na direção da garganta), e depois em direção à vogal i . Juntamente com uma rápida coluna de ar através da garganta aberta, tudo isso muda a formação vogal para dar suporte e segurança a uma região aguda relativamente forte. As rápidas vibrações que deram origem a uma nota aguda devem vir de uma embocadura forte e focada. E isso acontece dentro do bocal. Aprender a vibrar sem o bocal pode ajudar muitos trompistas a descobrirem e aprimorarem sua região aguda. Determinados tipos de lábios, (especialmente os grandes), e texturas labiais frágeis nem sempre ajudam na vibração labial. Vibrar os lábios ao extremo pode também levar a uma embocadura pouco flexível, extremamente enrugada e em direção ao centro. Entretanto, aprender a vibrar com foco e claramente, pode-se alcançar duas ou mais oitavas e produzir melodias de forma precisa, colhendo, assim, muitos benefícios, especialmente para a região aguda. O efeito da formação vogal na região aguda torna-se bastante óbvio com a prática da vibração. Vibrar sem o bocal pode ser exaustivo, deste modo poucos minutos devem ser o suficiente. Benefícios extras na região aguda, advindos da vibração somente com o bocal ou com o uso do B.E.R.P, sempre resultam num som focado, bem sustentado e cheio. O B.E.R.P é uma pequena peça de metal ou plástico, encaixada no cano do bocal com furos para permitir que o ar saia. Deve ser posicionada dentro ou próximo ao tudel, possibilitando ao músico ter o mesmo ângulo e resistência do bocal ao vibrar que teria ao tocar o instrumento. Vibrar na região aguda é especialmente útil enquanto se sente o foco e a velocidade do ar. 62 Os melhores exercícios para alcançar a oitava aguda da trompa baseiam-se nas ligaduras em séries harmônicas. Tente o seguinte: 1. Comece no dó 4 com a trompa em fá e ligue, (em semínimas), com a nota ré 4 indo e voltando. 2. Toque novamente porém ligando até o ré para o mi e voltando ao dó; chegando ao fá sustenido e retornando ao dó e, finalmente, alcançando o sol 4 e voltando ao dó 4. 3. Continue a expandir esse padrão até o dó 5 ou mais sempre retornando ao dó 4 e com a trompa em fá. 4. Comece novamente no si 3, (segunda válvula na trompa em fá), e repita os padrões nos passos 1, 2 e 3 acima. 5. Continue descendo cromaticamente até o fá sustenido, aumentando o tubo progressivamente com a seqüência 1, 12, 23, 13 e 123. 6. Comece no dó sustenido 4 com a trompa em si bemol, (válvulas 2 e 3), seguindo o padrão. (Repita com P12, P1, P2, P0 o mais agudo que você possa chegar confortavelmente, e depois tente subir um pouco sem forçar). *26 Outro exercício que é fortemente recomendado está nas páginas 58 e 59 de The Art of French Horn Playing de Philip Farkas. Cada linha desse estudo pode ser grandemente enriquecida alternando dinâmicas e articulações no seguinte padrão: articule o primeiro compasso em p, ligue com o segundo em f, articule o terceiro em p e ligue ao quarto e último numa nota final sustentada em f. As dinâmicas devem ser invertidas em dias alternados para o melhor resultado através do tempo. Tocar as cantatas e o concerto de Brandenburgo de Bach, trechos de Handel, o concerto para trompa de Telemann, de Foerster, de Leopold Mozart e outros do início do 26 * Esse exercício está em Estudos técnicos para resolver problemas na trompa de William Brophy. 63 século XVIII, juntamente com muitos dos estudos líricos de Gallay, pode aprimorar a região aguda do trompista. Em todos esses exercícios e solos recomendados, você deve persistir, aprendendo e aplicando tudo que foi discutido anteriormente levando em consideração as várias técnicas e conceitos enquanto toca na região aguda. 3.9 Região Grave Muitos jovens estudantes avançados, e mesmo um número significativo de profissionais têm evitado se especializar na região grave. A razão principal é que, historicamente, as várias partes de trompa, enquanto seção, foram escritas enfatizando o cor alto - a região aguda sobre a 1ª e 3ª trompas e o cor basso região grave sobre a 2ª e 4ª trompas. Isso permitiu que o trompista se especializasse e a maioria dos jovens trompistas de hoje desejem tocar partes de 1ª ou 3ª trompa que vão à região aguda e contém a grande maioria dos solos, desta forma acabando por limitar a trompa a essa extensão em detrimento de toda tessitura do instrumento. Entretanto espera-se do profissional de hoje a capacidade de tocar habilmente em pelo menos três oitavas e meia ou mais, especialmente em audições. Todo trompista, espera-se, usa o tempo e energia para aprender as diferenças entre as regiões, enquanto também aprende a dominar e apreciar os sons da trompa grave. Considerando o equipamento, contudo, deve-se perceber que a maioria das trompas é construída para que as regiões média e aguda tenham fácil controle. A trompa é, desde há muito tempo, o instrumento de metal com o menor diâmetro de tudel. Também possui um bocal com copo bastante profundo com uma fina borda que possui um dos menores diâmetros entre os instrumentos de metal. E, ainda, esperam que toquemos dentro da tessitura aguda do trompete e mergulhemos nos graves da tuba. Para fazer tudo isso, com uma embocadura, é quase impossível. 64 Tanto quanto a região aguda, a região grave também exige um registro médio eficiente e relaxado, que é de onde partirá. Partindo da forma de tocar na região média, seguiremos os seguintes caminhos: 1. Menor compressão do ar e, conseqüentemente, projeção de ar. 2. Uma cavidade oral ampliada formando vogais graves, (ó até ô). 3. A mandíbula posicionada para frente e para baixo. 4. Mais da parte interna do lábio inferior envolvida na vibração. 5. Uma coluna de ar mais direcionada por cima e consistente. 6. Menor pressão do bocal no lábio inferior, equiparando-a com o superior. 7. Ângulo ascendente com o bocal, (inclinando para cima). 8. Sempre mantendo os músculos das bochechas firmes, (jamais tensos!), e do queixo alinhados. A região aguda origina-se gradativamente do registro médio. Entretanto, a região grave, uma grande mudança, um degrau devido ao tamanho e proporção do instrumento e bocal usados. Nos números 2, 3, 4 e 5 acima, algumas das mudanças que são necessárias a quase todos os trompistas para que entrem na região grave, estão relacionadas. Pouquíssimos estudantes, dentro de minha experiência, têm sido capazes de realizar essa mudança com pequenos incrementos em toda a extensão. A maioria encontra o foco no registro agudo, configurando a mandíbula e os lábios como se pronunciasse o som ehmmmm , e o foco no registro grave, usando a mandíbula e os lábios como se falasse ohmmmm . Tente o seguinte: 65 1. Coloque um espelho em sua estante de música e observe atentamente o que acontece. 2. Olhe seus lábios e mandíbula enquanto desce cromaticamente desde o sol 3. 3. Não mude qualquer coisa dentro de sua boca, porém mantenha a disposição do ehmmm . 4. Quando o som começar a perder tamanho, ou estiver soando forçado , observe entre quais notas isso ocorre, continue descendo um pouco mais e depois pare. 5. Considerando todos os oito passos descritos acima sobre registro grave, produza um sólido dó 2 e suba cromaticamente. 6. Continue subindo sem mudar nada na mandíbula ou nos lábios e no ângulo do bocal. 7. Quando um som sem consistência, sem foco, aparecer, pense entre quais notas ou em qual região isso ocorre; continue um pouco mais e depois pare. 8. Aponte entre quais notas ocorrem sons de mais baixa qualidade, (pense que este ponto difere ligeiramente de pessoa para pessoa e geralmente está entre o sol e o lá bemol da oitava 2). 9. Olhando o espelho, repita o número 2 e depois, quando alcançar o ponto do item 8, (talvez o lá bemol), mude sua embocadura, (lábios, mandíbula, ângulo, etc.), da posição do registro médio para os que foram descritos nos oito passos acima e continue descendo cromaticamente. 10. Comece num sólido dó 2 como acima, e depois, subindo com a conformação da embocadura apropriada para graves, até atingir o ponto de mudança, rapidamente retorne ao posicionamento da região media, e continue subindo até o sol 3. 66 Repita esse exercício muitas vezes por um período de vários dias que o certifique do ponto de mudança. Demonstre todo esse processo para amigos ou professor para colher impressões a respeito. Diferentes dinâmicas devem também mostrar novas informações. Inicie com mf e repita em f, ff, mp e p antes de ter certeza. Depois de ter decidido, pratique a mudança em grandes intervalos dentro de contextos melódicos, conferindo freqüentemente em um afinador cromático, enquanto lapida, através do trabalho, um som bonito e consistente. Dê a essa mudança tempo adequado para que seja incorporada à sua técnica. Os problemas mais comuns na região grave envolvem um enrugamento para fora, dos lábios. Esse enrugamento para fora é mais uma projeção dos mesmos, baseada na necessidade instintiva de movê-los para dentro do lábio inferior.Essa necessidade pode ser mais bem suprida através das mudanças de lábio e mandíbula descritas anteriormente. Uma vez perdido o contato dos músculos dos lábios e queixo com os dentes e gengiva, não se pode ter adequado controle e foco dentro desse cenário flutuante . Tente manter ao máximo possível, a conformação da embocadura no registro médio, considerando os músculos faciais e posição do bocal. Projetar os lábios para fora geralmente leva o bocal a escorregar para baixo. Sair dessa posição labial para a conformação do registro médio ou agudo é muito difícil e normalmente causa uma distorção audível ou quebra no som seguindo para sérios problemas de entonação. Outro problema envolve pouca ou nenhuma mudança no ângulo do bocal, que resulta em muita pressão no lábio inferior devido à mandíbula descer e projetar-se para frente. Nos registros médio e agudo o lábio superior é o vibrador primário. Na região grave o lábio inferior torna-se muito mais ativo. Usar pressão a mais no lábio inferior no registro grave é tanto problemática quanto muita pressão no lábio superior na região aguda. Ambos são estresses desnecessários contra os lábios eventualmente obstruindo a vibração enquanto desafiam a resistência física de qualquer um. Nas duas oitavas graves há uma forte tendência entre os trompistas de desejarem produzir um som grave como se tocassem uma tuba. Obcecar-se por essa idéia não é bom. 67 Usar a maior e mais grave formação vogal do u , especialmente na segunda oitava, (grave), desfoca o centro do som e pode desafinar as notas. Tocar desafinado na região grave é muito comum. A proposta das partes de uma segunda e uma quarta trompa é estabelecer uma base de afinação para o naipe. O som resultante, especialmente para o ouvido de quem toca, será brilhante como uma tuba porém quente como um trombone. Aprecie e aceite esse som. Outro fator importante é a posição da mão direita no registro grave. Ela deve abrir gradativamente tanto quanto você descer. O efeito descendente de uma mão em forma de concha na afinação é tanto maior quanto mais grave você for às séries harmônicas, (veja a seção da trompa com o bouchê). Essa abertura da mão direita tornará a percepção do som pelo músico algo mais brilhante e talvez além do desejado. Tranqüilize-se sabendo que o som pode ser ouvido longe e, caso esteja afinado e com um bom e sólido ar, será rico e cheio de harmônicos. Peça para outros ouvirem e ajudar. Exercícios e estudos para o desenvolvimento do registro grave são facilmente encontrados. Alguns são simples transcrições de estudos para tuba ou trombone, embora sejam úteis. Outros serão discutidos mais tarde no capítulo sobre estudos. Muitos professores defendem a idéia de tocar os 60 estudos de Kopprasch uma oitava abaixo e todas as notas em f ou ff. Isso funciona e deve ajudar. O ponto mais importante é a dinâmica escolhida. Philip Farkas diz, em The Art of French Horn Playing , que essas notas graves devem ser tocadas fortemente com o objetivo de amaciá-las . Uma vez que a habilidade para tocá-las deve ser exercida poucas vezes, essas notas devem ser incorporadas permanentemente. Isso é mais efetivo à medida que o músico continua a praticá-las ao longo do tempo. O exercício de região grave nas páginas 60 e 61 do livro de Farkas é muito eficiente. Encontrei essa eficácia quando o toquei em f para ff, com as seguintes modificações: (Veja os estudos de graves de P. Farkas no anexo, página X ) 1. Use todas as digitações usuais sempre exercitando os harmônicos que você irá usar. 68 2. Ligue a colcheia como escrito, adicione um compasso de oito semicolcheias articuladas e finalize com uma semínima ao final. 3. Adicione o Dó sustenido e o Fá sustenido no final da oitava linha. 4. Continue o mesmo processo descendo uma oitava das linhas 9 até quanto possível sempre tocando em f ou ff. 14 tanto 5. Para as linhas 15, 16 e 17, retorne à oitava original e insira um terceiro compasso de três grupos de arpejos em semicolcheias articulados agressivamente. Sempre tente metralhar seu som agressivamente enquanto toca o exercício acima. Pode não ser o som que você desejaria produzir, mas a questão é ganhar força e potência no registro grave. Tentar equilibrar a sonoridade dentre todas as notas, independente do que aconteça, terá resultado em cada sessão prática. A idéia é ganhar controle e balanço do ar e da embocadura. Trabalhando o exercício, relaxe a abertura labial. Deixe o ar gerar a força e permita aos lábios responder de acordo. Tocar agressivamente forte geralmente acompanha excessiva força nos músculos faciais. Não os force! Deixe a amplificação para a trompa. Depois de estudos extensivos e consistentes, as dinâmicas leves parecerão entrar em seu lugar, (entretanto, isso acontece somente no registro grave). Outro interessante e produtivo estudo de região grave envolve glissar as notas. No próximo capítulo, sobre a trompa lisa, são discutidas notas falsas. São notas tocadas através do abaixamento do segundo harmônico, uma quarta justa abaixo ou mais, conseguido através da abertura labial, descendo a mandíbula e deixando a formação vogal o mais grave possível. Esta distorção foi, e ainda é, uma técnica comum usada para corrigir notas na trompa lisa e de caça, normalmente numa região muito aguda da tessitura da trompa. O intervalo da distorção no agudo é menor, porém, o exercício é sempre útil para desenvolver força e flexibilidade. Para desenvolvimento extra na região grave, tente o seguinte: 69 Figura 18- Exercícios para notas graves 1. Ligue o afinador e coloque num lugar de fácil visualização. 2 . Coloque o metrônomo em 60 batidas por minuto. 3. Toque um Dó 2 na trompa em Fá e abaixe a afinação dele para um Si 1, em semínimas, retornando ao Dó, descendo ao Si bemol, voltando ao Dó, depois descendo ao Lá, ao Dó novamente e depois pare. 4. Comece novamente no Dó 2, descendo até o Lá 1, voltando ao Dó, descendo ao Lá bemol, ao Dó, ao Sol, ao Dó e depois pare. 5. Comece no Dó 2 descendo muito lentamente, tanto quanto for possível, sustentando a linha da afinação e tentando fazê-lo o mais sonoro possível e mais longe possível e depois retorne ao Dó parando em seguida. Esse exercício deve ser executado numa dinâmica média enquanto observa-se sempre o afinador, procurando obter o mais focado e bonito som possível. Repita o exercício acima, usando cada uma das posições de chaves descendentes da trompa em Fá e depois realizando também no lado Si bemol da trompa iniciando a partir do Fá 2. Crie seus próprios exercícios com notas falsas na região aguda para ganhar mais controle da abertura labial. 70 Quando um trompista obtém grande competência na região grave, a região média torna-se mais relaxada e aberta e, por sua vez, leva a um registro agudo mais aberto permitindo ganhar algumas notas na extensão bastante acima da pauta na clave de Sol. Trompetistas de jazz, especialistas em tocar agudo, praticam notas falsas e notas pedais o tempo todo. Aumentar sua competência na região grave irá recompensá-lo, caso estude com consistência e cuidado. 3.10 Precisão de ataque Tocar com precisão é provavelmente mais difícil na trompa do que qualquer outro instrumento na orquestra. Interessado o suficiente, o estudante de trompa para a maior parte parece deixar a precisão de lado esperando que o tempo resolva esse tipo de problema. Até certo ponto isso é verdade uma vez que o estudante adquire mais experiência e está apto a controlar o fator estresse em seu favor, porém há muito a tocar que poderia aprimorar o controle sobre a precisão. A precisão no ataque pode ser tratada como qualquer outro aspecto importante do desenvolvimento do músico juntamente com a aplicação de estudos diários bem como implementação de rotinas. Atualmente a precisão é desenvolvida juntamente com outros aspectos da técnica da trompa, como respiração correta, posicionamento da embocadura, articulação e mesmo a postura. Bom desenvolvimento, prática concentrada em todos desses aspectos do tocar certamente proporcionarão sólida consistência e segurança em seu desempenho. A linha que separa um bonito e aberto ataque de outro, desconfortável e sem foco, é muito tênue. Pouco cuidado ou falta de concentração pode resultar em situações embaraçosas que nós conhecemos bem! A metodologia para resolução dessa dificuldade é muito simples e leva ao desenvolvimento de disciplina e concentração tanto quanto ao ataque correto das notas. Este pode ser chamado de método da penalidade e deve ser aplicado quando todos os outros problemas técnicos da peça em questão estiverem resolvidos. O objetivo é deixar a peça com o mais perfeito acabamento enquanto for executada dentro do estudo. Caso haja alguma falha, a penalidade é voltar e fazer novamente tantas vezes quantas forem necessárias à perfeição. A idéia é voltar a atenção de quem toca o máximo possível para a 71 peça como se estivesse tocando em recital. O músico deve sentir e manipular a tensão que acontece ao longo de um trabalho sem perder a correta concentração para as últimas notas. Isso não deve colocar o músico num estado tenso ou nervoso mas sim desenvolver a atitude da concentração forte o suficiente para acertar as notas mesmo estando nervoso. Esse método de penalidades deve ser realizado com alguma variação aplicada de forma inteligente à cada peça. Outra variação pode ser produzida contando-se todos os erros e insistir, tocando e repetindo de forma bem sucedida tantas vezes quanto forem os erros. Isso se mostrará muito cansativo, física e mentalmente, porém com o tempo o estudante irá desenvolver habilidade para acertar tanto quanto o hábito de sempre aprimorar os estudos da mesma maneira. Isso requer muitas, muitas tentativas até produzir um acabamento perfeito numa simples linha musical. Essas idéias são apenas algumas sugestões como um ponto de partida, ser criativo e descobrir outras formas de estimular o desejo de acertar mais. As recompensas são grandes quando alguém tem uma visão otimista ao iniciar o estudo da precisão. Determinação e resolução são qualidades imprescindíveis nesse estudo para alcançar a perfeita execução. Algum trompista dirá que a nota mais difícil para tocar nalguma passagem é a primeira nota. Nada mais frustrante do que errar a primeira nota de um solo, dando a sensação de que tudo foi arruinado antes mesmo de começar! É muito comum isso acontecer para o trompista e por uma boa razão; sendo psicologicamente uma nota que se toca frio , o músico está mais nervoso. Uma vez que o solo está acontecendo, o momento parece estar controlado e tornando-se um pouco mais fácil. É também muito freqüente na maioria do repertório em que uma nota isolada, em um ataque solo, aparece subitamente com uma dinâmica pp marcada. Algumas vezes esses solos envolvem atacar algumas da notas mais problemáticas no instrumento, com um sol sustenido 4 ou mesmo algo acima disso. Esse tipo de solo provoca uma angústia mental tanto quanto um solo longo e elaborado. Focar nos estudos enfatizando ataques isolados e aleatoriamente é a melhor maneira de estar preparado para esse tipo de problema. Um exercício dessa natureza pode ser facilmente criado para cada dia de estudo 72 tendo em mente que qualquer processo padrão será sempre novo e definirá o ouvido do músico. Quando um tipo de estudo é escrito deve ser feito visando minimizar a fácil percepção de algum padrão de escala ou arpejo quando tocado. Procure escrever uma seqüência de notas de modo aleatório o tanto quanto possível para que o ouvido ajude o mínimo possível nos ataques. Tente aprender como sentir cada nota. Cada uma possui uma sensação distinta, como se possuísse sabor. Este, caso estudado regularmente em notas separadas, deve se tornar tanto instintivo quando seguro. No exemplo abaixo, certifique-se de que cada nota seja tocada o mais limpa possível. Faça uma pausa de três ou quatro tempos entre cada ataque, e nesta retire o bocal para que o próximo ataque tenha uma sensação completamente nova e diferenciada da anterior. Alterne as dinâmicas entre p e ff sempre procurando o ataque puro e limpo. Em todo o instrumento existem notas mais problemáticas que são mais suscetíveis a erros do que outras. Dar preferência a essas em seu estudo é a única maneira de conquistar e dominá-las. Aplique o sistema de penalidades nesse exercício. Quando um ataque é perdido, insista em três repetições bem sucedidas antes de continuar. Esse exercício também pode funcionar como uma boa sessão de aquecimento quando os lábios ainda não estão despertos e funcionais. Esc reva suas próprias notas e tente m anter os intervalos diíc eis Figura 19- Estudo de Precisão 73 4. A trompa lisa para o trompista moderno Nos últimos vinte e cinco anos parece ter surgido um interesse na maneira de tocar dos séculos XVII, XVIII e XIX. Muitos anos atrás Hermann Baumann causou alvoroço entre os trompistas do seu tempo ao surgir com as gravações dos concertos de Mozart tocados na trompa lisa. Finalmente se tornou óbvio que a trompa lisa era verdadeiramente uma forma de expressão artística. Muitos de nós começaram a aprender por si mesmos o instrumento visto que não havia professores na área ( e os últimos mestres na trompa lisa haviam morrido no começo do século XX). Nós não somente aprendemos como manusear o novo instrumento como também aprendemos e ouvimos muito os compositores da época. O que mudou tudo. A sonata para trompa op. 17 de Beethoven, os concertos de Mozart, os trios e divertimentos de Haydn, muitos trechos orquestrais e mesmo o trio op 40 de Brahms reclamaram um sério repensar. Alguns desses esforços facilitaram a percepção de sutilezas das notas, ouvir e ajustar os diversos matizes timbrísticos e melhor compreender a profunda importância das séries harmônicas em sua relação com a trompa moderna. Trompa bouché e eco também tornaram-se técnicas muito mais compreendidas e menos difíceis. Desenvolver novas habilidades num maravilhoso instrumento com sonoridade única deveria ser o suficiente para dedicarmos tempo a ele. Os bônus mencionados devem ser tornar necessidade. O que se segue é uma visão geral dos princípios de se tocar trompa lisa para um trompista moderno. Isso deve servir como guia para ajudar estudantes num começo seguro sem cair em armadilhas experimentadas por aqueles que começaram por si mesmos vinte anos atrás. 4.1 O Instrumento Primeiramente, e talvez o mais importante, é achar e adquirir uma réplica de trompa lisa caso seja possível. Os problemas específicos requerem soluções diferenciadas caso você apenas esteja aprendendo técnicas de trompa lisa numa trompa moderna. O tamanho da abertura da campana não é, de forma geral, muito diferente dependendo do seu tipo de 74 instrumento. O peso e a conseqüente ressonância da trompa atual é um fator importante. Muitos fabricantes de trompa no mundo todo agora projetam e fabricam trompas lisas em acordo com as especificações de seus predecessores. Alguns desses fabricantes são: Andréas Jungwirth, Vienna, Áustria, Richard Seraphinoff, Bloomigton, Indiana, EUA; Paxman Musical Instrument Ltd., Londres, Inglaterra; Gebr. Alxander, Mainz, Alemanha; Lowell Greer, Toledo, Ohio, EUA; George McCraken, Barhamsville, Virginia, EUA; and Adalto Soares, Tatuí, São Paulo, Brasil. Em toda a história houve uma variedade de modelos de trompa lisa. Os instrumentos remanescentes, fotografias dos séculos XVIII e XIX mostram inúmeras experiências em modelos. Há duas configurações que são mais comuns: a primeira é orquesterhorn, que possui voltas (vários tamanhos de tubos que são usados para mudar a tonalidade) e uma volta de afinação localizada junto ao corpo do instrumento. A outra é o inventionshorn que possui tudel fixo, campana grande e poucas voltas, que são inseridas no corpo do instrumento para mudar tonalidade e também como volta de afinação. É o inventionshorn que deriva do estilo boêmio-autríaco atribuído a Joseph Hampel, o pai da técnica da trompa lisa, em cerca de 1740-1750. Ambos os estilos de instrumentos são aceitáveis; o primeiro produz um som brilhante e claro, mais estável nos harmônicos abertos e o segundo possui uma sonoridade mais melodiosa, com um timbre mais projetado com grande espaço na campana para movimentação da mão. 4.2 As Séries Harmônicas A maneira pela qual a trompa lisa funciona é fundada sobre a série harmônica da nota dó escrita. Quase todos as partes de trompa lisa são baseadas na escrita na tonalidade de dó. A volta que você usará, entretanto, que levará a execução soar na tonalidade correta é pedida nas partes como trompa em mi bemol , corno em sol , etc. Isso é realmente necessário e conveniente para os trompistas dado que temos que aprender somente uma configuração de posições de mão escrita em somente uma tonalidade. 75 A primeira coisa que um estudante deve memorizar é a série harmônica de dó. Esta é composta de notas que estão disponíveis sem qualquer alteração no posicionamento da mão direita na campana. Como você percebe na figura 1 abaixo, a 7ª, 11ª, 13ª e 14ª posições (também chamados de harmônicos ou parciais e denominados como quartos de tom) estão fora da afinação (em relação a escala temperada) e não podem ser tocados com a posição aberta de mão como todas as outras. Figura 20 Série harmônica 4.3 Técnica de mão A posições exatas da mão na campana devem ser gradualmente aprendidas e decididas para cada trompista e para cada tipo de trompa. O ouvido deve ser o guia. O posicionamento adequado pode ser visto na figura 2 embora possa variar de trompa para trompa ou de músico para músico. Porém serve como guia para que você comece seus estudos. Uma série de comparações interessantes pode ser encontrada na página 99 de A trompa (The French Horn) de Morley-Pegge onde estão as posições de mão oito diferentes trompistas de 1803 até 1911. Cada um defende, surpreendentemente, diferentes configurações. Todas são válidas, então pense que suas conclusões serão diferentes das minhas e de outras porém ainda serão válidas, pelos menos até que você mude sua concepção de som. O conceito de trompa lisa definitivamente não é uma ciência metrificada. Desta forma torna o aprendizado mais criativo e interessante. O mapa abaixo está organizado para demonstrar alguns dos princípios básicos necessários à compreensão do processo aplicado. Entendendo esse processo, o trompista moderno usará melhor as funções da mão direita na música contemporânea. A mão direita 76 necessita cobrir parcialmente e talvez um pouco menos firme do que o usual. Enquanto ela cobre ou fecha a abertura da campana sendo inserida gradualmente a afinação de uma nota abaixa. O trompista deve deixar isso acontecer. Evite compensar com o lábio em qualquer direção. Aprenda a deixar a mão trabalhar. O abaixamento continua até a mão cobrir totalmente e fechar com meio tom acima do próximo harmônico inferior. A abertura totalmente tampada é o que chamamos de trompa bouché na música de hoje. Embora isso não seja claramente visível ao nosso limitado sistema de notação a distância entre cada nota da série harmônica é progressiva. Duas notas não são eqüidistantes de quaisquer outras duas. Isso é a escala natural e é simplesmente perfeita. Nós não somos perfeitos, e nossos instrumentos também não, então devemos planejar nossas ações. O movimento da mão direita que abaixa uma nota dada meio tom é chamado de trompa eco, meia bouché ou três quartos bouché na música de hoje. ( a razão para tantos nomes é porque há muitas posições diferentes da mão para abaixar um semitom cada um dos variados harmônicos). Isso pode ser facilmente observado através do mapa das posições de mão direita . Comece a aprender essas posições para cada nota coberta trabalhando para abaixar cada harmônico. + = completamente bouchê o = mão bem aberta ou fora da ca mpana x/x = frações de abertura s Figura 21 Mapa de mão direita 77 4.4 As voltas Como mencionado, a chave da composição geralmente prescreve o tamanho da volta necessária. As exceções acontecem quando várias trompas são designadas em diferentes afinações para selecionar o efeitos com timbre e harmônicos diferenciados. As afinações mais comuns incluem trompa em mi bemol, ré, fá e mi para solos e música de câmara. Outras afinações, encontradas principalmente ao final do século XVIII incluem dó grave, sol, lá, si bemol grave, si bemol agudo, dó agudo e ocasionalmente si, lá bemol, fá sustenido e ré bemol. Outras afinações foram solicitadas porém muito infrequentemente e na maioria em óperas. Sabendo que o trompista que toca trompa lisa somente precisa aprender as posições de mão para a tonalidade de dó (que é sempre a que é notada), esse rol faz realmente pouca diferença. Entretanto há diferenças que requerem um ouvido muito versátil e sensível. Pense que o ouvido deve ser muito bem treinado e sempre atento visto que, para algo escrito na parte, podemos ter quatorze diferentes sonoridades e sensações em seus lábios diferentes! Tornar-se um experto em trompa lisa é completamente praticável para o trompista moderno, que vivencia elementos enigmáticos similares quando tem que transportar ou é solicitado a tocar uma parte em si bemol para tuba wagneriana. 4.5 O som Uma das maravilhas desse instrumento e técnica chamado trompa lisa é (e foi) seu som mágico, melodioso e místico que parece vindo de nenhum e algum lugar ao mesmo tempo. Por que Mozart, Beethoven e Brahms teriam escolhido este instrumento para papéis importantes e não o trombone, por exemplo, que era muito mais direto, menos limitado e harmonicamente versátil? O porquê parece óbvio, especialmente após ouvir Hermann Baumann ou Lowell Greer tocando trompa lisa nos concertos de Mozart. A natureza quente do som, o legato extraordinário, e o timbre próximo a voz eram o resultado da simples produção das notas. Esses grandes compositores devem ter se encantado com o desafio proporcionado pelas idiossincráticas limitações e o conseqüente potencial da trompa lisa. 78 O músico tem algumas escolhas importantes para fazer considerando a sonoridade que terão efeito em todo os outros aspectos da técnica. Caso haja preferência por um som mais aberto, mais próximo ao som da trompa moderna, a posição da mão direita será parecida com a configuração da mão direita atualmente. A limitação para essa escolha pode observada tocando o si bemol 3 com a mão inteiramente fora da campana. Essa é a nota que deve ser afinada porque é o único harmônico fora da afinação temperada que se tem pouco ou nenhum controle. Sugere-se que seja a base para afinar o instrumento. Afine o si bemol 3 (que soa mi bemol 3 com a volta em fá). Depois afine o dó 4 (que soa fá 3 usando a volta em fá). Essa nota será afinada levando a mão para uma posição mais fechada. Essa posição se tornará a base para a maioria das notas abertas e delimitando a sonoridade dos sons abertos. As notas cobertas de acordo e a sonoridade geral será única, mesclando-se bem os timbres que se tem das várias configurações de mão. Caso o músico escolha uma qualidade sonora distante, melodiosa advinda de uma maior cobertura com a mão, o processo acima iniciará com o si bemol 3 (ou seja, sétimo harmônico). Para isso deixe as pontas dos dedos da mão direita tocarem o interior da campana com a mão levemente aberta e depois afine a volta de acordo. Essa posição da mão afetará ligeiramente a afinação e a nota terá um timbre um pouco mais aberto. Depois encontre o quão se deve fechar para obter o dó 4 e você terá a sonoridade básica para a maioria das notas. Essa qualidade de som possui um caráter mais vocálico porém leva mais tempo para os trompistas modernos se acostumarem como sendo a sonoridade básica que se deve esperar que o instrumento projete. É o que geralmente acontece. Esse configuração básica de mão requer menor movimentação entre os vários posicionamentos e, desta forma, facilita um pouco. A primeira configuração oferece um som mais aberto e claro com menos mágica e a segunda, descrita logo acima, um som menos unificado porém com uma técnica de mão mais rápida. Cada uma das configurações possui suas virtudes e ambas devem ser experimentadas e testadas. O músico deve encontrar no resultado final algo entre os esses dois extremos. 79 4.6 Conceitos de afinação Afinação é uma preocupação constante para trompistas em todos os tipos de trompa. Entretanto, para o trompista de trompa lisa envolve intensa concentração, conhecimento e flexibilidade. Esse aspecto do aprender a ajustar as notas na trompa lisa é um dos grandes benefícios para o músico contemporâneo quando retorna para a trompa moderna (onde os problemas de afinação são menores). Primeiramente o trompista deve se sentir confortável com a sensação dos parciais do 7º, 11º e 13º harmônico. Esses harmônicos que você deve tocar serão ajustados pela mão para obter o desejado cromatismo. Depois encontre a posição da mão que ajustará a afinação desses três parciais até o desejado. A sétima, sobre o si bemol 3, requer uma leve cobertura para a levá-la a nota lá. Sopre firme o lá, crescendo e diminuindo enquanto mantém seus olhos no afinador. O fá 4 e lá bemol 4 são notas que requerem cobertura completa porém oferecem menos sensações de insegurança do que o lá 3. Essas três notas descem de harmônicos baixos. Esses harmônicos definem lugares ou nós com os quais não estamos familiarizados, desta forma, todas as notas cobertas que derivam delas são difíceis para sentir e afinar. Estude cada uma delas com extrema atenção como se fossem área de estudo deles próprios. Algumas outras notórias notas difíceis de afinar são aquelas com posições entre a trompa eco e a trompa bouché. O mais óbvio é o ré 3. É uma nota que exige grande trabalho. Se você observar os concertos de Mozart, Haydn e a sonata op. 17 de Beethoven entre muitas outras composições especialmente em obras no período clássico você não encontrara essa nota escrita. É muito difícil na trompa lisa. Entretanto torna-se comum o uso do ré na música da metade do século XIX. O Trio para trompa, violino e piano de Brahms (op40) é um perfeito exemplo. Outro problema menos óbvio de entonação é a dificuldade de discernir entre a afinação e o timbre de uma nota. Como o timbre flutua devido aos diferentes posicionamento de mão, o ouvido pode ser facilmente confundido. Nós ouvimos em ambos os lados de nossas cabeças e do interior. Nós não podemos ajudar mas ouvir as imediatas e óbvias vibrações sonoras de nosso crânio, dentes e tímpanos. Simultaneamente nós 80 devemos manter o foco no que estamos ouvindo do som emanado da campana para nosso ouvido direito e em todos os sons que reverberam de todos os lados. Se todo som que nós produzimos foi semelhante na qualidade (como seria na trompa moderna), os timbres tornariam-se um problema a menos, pelo menos considerando nossa percepção das notas. As diferenças entre os matizes timbrísticos das notas das variadas posição da mão direita são certamente uma distração. A percepção da afinação torna-se uma tarefa árdua porém de maior importância. O afinador deve ser uma ferramenta útil nesse processo de aprendizado e sempre deve ser usado como ponto de referência porém sem tornar sua presença uma necessidade que beire à dependência. Outra ferramenta útil para auto-ajuda seria algum dispositivo de gravação. 4.7 Conceitos de Articulação Quando o trompista ajusta a nota com a mão, para cima ou para baixo, trabalhando o mesmo harmônico (por exemplo, saindo da nota Dó, do terceiro espaço, indo para a nota Si da terceira linha e voltando ao Dó), o ressultado será um glissando, criando um efeito de Doo waa, a menos que este movimento seja executado juntamente com um ataque preciso de língua. O trompista deve dominar de forma segura o legato, como se fosse um trombonista tocando duas notas ligadas, de uma posição para outra. O som do glissando deve ser contínuo, de uma nota a outra, utilizando harmônicos próximos (por exemplo, uma nota Dó do terceiro espaço, indo até o Ré da quarta linha e voltando uma vez mais para o Dó). O som flik em um som, (semelhante a uma mudança provocada pelo acionamento de válvula, com a interrupção da coluna de ar), pode ser criado, utilizando delicadamente as consoantes D ou L com a língua. Por um tempo, enquanto se muda de harmônico, isto não será necessário, mas desejável, para unificar as notas numa passagem muito longa. Uma vez mais o desenvolvimento de uma técnica específica de mão, fornecerá ao trompista moderno uma valiosa ferramenta para que este possa desenvolver outras articulações. Dennis Brain era um mestre nesse tipo de articulação. Nas passagens em legato, o resultado obtido por Brain era perfeito. 81 4.8 Projeção da Dinâmica Para utilizar essas técnicas numa linha musical, o trompista necessita de pleno domínio das mesmas, além de disposição para enfrentar desafios.Coordenar o uso do ar é a chave. Uma nota Dó, terceiro espaço, soará muito mais projetada do que um Si, da terceira linha, que soa muito mais entupido . O trompista deve compensar essa diferença, variando a quantidade de ar, sempre atento à quantidade necessária a cada nota.O Si bemol da terceira linha (que é tocado com a mão aberta) e o Lá bemol do segundo espaço ( tocado com a mão parada) são exemplos de situações extremas. O Si bemol necessita de menos quantidade de ar (som mais macio) enquanto o Lá bemol necessita de uma quantidade muito maior de ar (som mais áspero). A habilidade de compensar o ar rapidamente é de fundamental importância para o instrumentista de trompa lisa. Se isso não ocorrer, a diferença de timbres ficará prejudicada, parecendo haver um grande desnível de uma nota para outra. Uma vez dominada esta técnica, a sonoridade resultante será tão ou mais macia do que a da trompa moderna. Nos estágios avançados de tal coordenação, a prática continua sendo necessária, porém a tendência é a de se tornar algo natural, tal qual o processo de aprendizagem do dedilhado. Dominar esta técnica é muito importante para determinados aspectos da música moderna. Fornece também diversas opções de articulação na música barroca e clássica. 4.9 Regiões problemáticas Uma região de difícil execução, por exemplo, é aquela logo abaixo do Dó 2, na clave de Fá. Beethoven, por exemplo escreveu um Sol 1 em sua Sonata, opus 17. Usar a palma da mão parece não ser a forma mais eficiente de produzir esses sons, já que tende a tirar a proporção necessária do ar. Essas notas são comumente chamadas Notas falsas . Também são conhecidas por artificiais ou fabricadas . Tocar essas notas, consiste em relaxar e abrir os lábios, o maxilar e a garganta; mas o instrumentista de trompa lisa não faz 82 só isso. Ele aprende a mirar uma nota mais grave, produzindo assim um espaço onde o trompista pode produzir as notas, em até intervalos de quarta (como no concertino de Weber). O passo seguinte é equalizar todas as notas alcançadas. Essa técnica de mirar outras notas é usada pelo trompista para corrigir a afinação em alguns casos. Isso era na verdade um procedimento padrão na música antiga, quando as trompas de caça foram tiradas da floresta para tocar junto com as cordas e oboés. Para o trompista moderno, essa habilidade serve como ferramenta para muitas nuances do Jazz e um valioso exercício para a flexibilidade, para fortalecer a embocadura e um maior controle em todos os registros, especialmente a região grave. 4.10 Trinados Assumindo que o trompista desenvolveu um trinado de lábios e língua, um trinado na trompa lisa para a maioria das partes, coloquemos alguns poucos novos problemas para trinados de tom inteiro entre harmônicos abertos (como entre dó 4 e ré 4) e harmônicos vizinhos fechados (como si 4 e dó 5 no Concerto de Brandenburgo nº 1). Quando harmônicos vizinhos, necessários ao trinado, não distam exatamente um tom ou um semitom o trompista aprende a sugerir com grupos de notas e espera que o ouvinte receba o significado harmonicamente. Um exemplo deste tipo de trinado é a segunda entre lá 3 e si 3. Essas duas notas requerem duas posições de mão ligeiramente diferentes para estarem afinadas. O músico pode começar o trinado lentamente, corrigindo as diferenças e o ouvinte ouve o intervalo afinado, o que não ocorre quando se acelera as mudanças deixando a mão direita somente numa posição, que não favorece a afinação precisa. Outro trinado comum ocorre entre fá # 4 e sol 4. Este precisa ser iniciado com o fá sustenido afinado coberto (com a mão direita) e o sol aberto, rapidamente passando a um trinado entre o harmônico 11 e 12 mantendo uma posição ligeiramente aberta entre o fá e fá sustenido e também aberta para o sol. Esta solução é honesta e afinada; as platéias o perdoariam. 83 4.11 Os resultados A singularidade da trompa natural entre todos os instrumentos do século dezoito e início do século XIX chamou a atenção de muitos compositores. Sua sonoridade velada era mágica, combinava potenciais superiores a outras vozes (instrumentos) e suas limitações, quando consideradas e trabalhadas por mentes criativas e inovadoras, tornavam-se força. Quando a composição, cuidadosa, sabia utilizar as inúmeras qualidades sonoras em várias regiões, como nos concertos de Mozart, na sonata de Beethoven (op. 17) e no trio de Brahms (op.40), a sensação ouvida, de luz e escuridão, tensão e relaxamento, distância e presença produzia uma nova tela para a criatividade. A essência básica melodiosa, o som coberto separaram a trompa de outros metais com som mais agressivo permitindo que a mesma se tornasse uma importante e gentil voz solista, bem como a substância de seu som era frequente parceira de uníssonos. Embora as válvulas tenham se incorporado a trompa, a mão direita permaneceu na campana com o instrumento moderno continuando a tradição do som escuro e velado. Isse som foi muito apreciado e admirado por grandes compositores clássicos. Considerando que a experiência é a essência da evolução e do conhecimento, nós podemos somente concluir que há muito ganho em se estudar a trompa natural. É o ancestral da trompa de válvulas e demanda muito mais atenção e maestria comparado ao instrumento moderno. Os resultados são, sem dúvida, frutificadores e recompensam tornando-se integrados ao nosso estudo diário facilitanto o proceso de aprendizado e performance na trompa moderna. 84 4.12 Leituras extras recomendadas Morley-Pegge, R., The French Horn, 2nd Edition, W.W. Norton, NY, 1973. Fitzpatrick, H., The Horn and Horn Playing 1680-1830, Oxford University Press, London, 1970. Baines, A., Brass Instruments: Their History and Development, Faber , London, 1976. Bruechle, B. and K. Janetzky, A Pictorial History of the Horn, Schneider, Tutzing, 1976. Dauprat, L.F., Mèthode de Cor-alto et Cor-basse, 1824, facsimile/translation by Viola Roth, Birdalone Music, Bloomington, In, 1994. Austin, Paul, A Modern Valve Horn Player s Guide to the Natural Horn, Cincinnati, 1993. Leituras adicionais e referências sobre a trompa natural podem ser encontradas nos jornais e periódicos da International Horn Society (Sociedade Internacional da Trompa) e da Historic Brass Society ( Sociedade Histórica dos Instrumentos de Metal). 4.12.1 Composições recomendadas (Estágios iniciais) Beethoven, L. Van, Sonata, Op.17 Saint-Saëns, C., Romance, Op. 36 Mozart, W.A., Concerto in D, No. 1 (K.412) 85 Ries, F., Sonata, Op. 34 Haydn, F.J., Concerto in D, No. 2 Haydn, M., Concertino in D 4.12.2 Duetos Mozart, W.A., 12 Duos (K.487), International Edition (not transposed) Dauprat, L.F., 20 Duets (in different keys), McCoy Horn Library Stich-Punto, J.V., 24 Waldhornduette, Bärenreiter Edito Supraphon Kling, H., 30 Duets for Two Horns, International Music Company Schubert, F., 5 Duets, Presser Pub. Co. Rossini, G., 5 Duets, Masters Music Pub. 4.12.3 Composições recomendadas (Nível avançado) Brahms, J., Waldhorn Trio, Op. 40 Danzi, F., Sonata in Eb Gallay, J.F., Caprices and Concerto in F Haydn, F.J., Divertimento a tre Mozart, W.A., Concerti in Eb, No. 2,3 and 4; Quinteto (K.407) 86 Rosseti, F.A., Concerti (todos) Weber, C.M., von, Concertino in E 87 5 Audição para orquestra profissional Caso você deseje tornar-se alguém que participe diariamente de uma orquestra profissional ,possivelmente você fará poucas ou talvez muitas audições. O processo típico de uma audição não é perfeito, porém é correto e consistente e administrado pelo mundo todo. Ainda não foi inventado um sistema melhor de seleção e a audição continua a ser aperfeiçoada com o tempo e experiência. Dar todo candidato a chance de praticar e tocar um concerto com a orquestra desejada é o que todas os candidatos (e músicos de orquestra) prefeririam. Em vez disso você deve provar sua habilidade e valor para um grupo pequeno de instrumentistas da orquestra e o maestro em poucos minutos... você por si mesmo. O comitê de julgamento possui um trabalho difícil. Eles devem selecionar, de um grande número de candidatos, o melhor colega possível, que toca com qualidade e ajuda a levar a orquestra à sonoridade desejada e necessária a todos os espetáculos e concertos pelo resto de suas vidas. Isso é um negócio muito sério! Conseguir um emprego numa orquestra não apenas é o resultado lógico de um jovem músico talentoso. Você pode realmente trabalhar para os melhores resultados todos os dias durante anos. E nesse tempo você precisará aprender tudo sobre música orquestral, compositores, maestros, solistas profissionais e, sobretudo, você deve aprender o que é esperado, e como demonstrar isso através da sua trompa. As necessidades são extremamente rigorosas e como consequência o músico deve sentir a importância do esforço, energia e tempo para alcançar seus objetivos. Ouça concertos ao vivo e muitas gravações. Selecione repertório novo e importante cada semana, trabalhe o que as orquestras geralmente tocam e estude solos de trompa importantes (veja a lista dos trechos orquestrais mais solicitados para audições no final do capítulo). Utilize livros de trechos orquestrais, partes completas e, melhor, a partitura é a maneira mais inteligente de complementar sua audição. Uma audição focada enquanto se estuda a partitura fortalece seu objetivo em conhecer e comprender. 88 Obter êxito nalguma coisa requer o conhecimento necessário e a experiência adquirida quando se utiliza esse conhecimento. O foco pode ser perdido caso o estudante realize os trechos orquestrais cegamente, como se estivesse fazendo algum estudo e não estando familiarizado com o contexto de cada excerto. O estudante pode ouvir muito bem. Não há maneira de um estudante cobrir, em 4 anos de estudos, o vasto repertório do contexto orquestral. Porém ouvindo todo o grande repertório, o que é possível, os excertos estabelecerão lugar certo no conhecimento do estudante. Esse conhecimento torna-se o alicerce para a prática de bons hábitos. Tempos, rítmos, relações timbrísticas, combinações necessárias, direção musical e estilos apropriados devem estar todos em perspectiva. O estudante deve procurar que todos os solos, bem como os acompanhamentos respectivos estejam em sua memória. Um trecho orquestral tornará-se significativamente aprendido quando a música desse excerto é conhecida pelo instrumentista. Jovens e menos experientes instrumentistas tocando numa audição pelas mesmas posições que instrumentistas mais velhos e mais experientes deve mostrar, de alguma forma, um comparativo do nível do conhecimento musical. O resumo das experiências que serão demonstradas a uma comissão mostrarão o que o músico tem feito. A habilidade para uma audição provará o que o músico sabe e o que será capaz de fazer se uma chance for dada. Muitas orquestras contratam por período temporário jovens instrumentistas e preferem fazê-lo em muitos casos acreditando que esses serão facilmente moldados. A verdade é que os músicos da orquestra e o maestro estão procurando por indivíduos musicais, inspirados que se assemelham a suas próprias habilidades e gostos musicais e vão se integrar socialmente ao grupo da orquestra. Sendo mais específico, as seguintes são algumas regras básicas de como iniciar, continuar e completar essa longa trilha para tornar-se um músico orquestral. 89 5.1 Regra: Primeira Lição Quando planejar sua prática e trabalho de forma consistente. Depois de você possuir um conhecimento geral do repertório você deve aprender (consulte as listas ao final do capítulo) a desenvolver uma meta de quanto fazer a cada semana. Pense em ouvir diariamente como parte da alocação do seu tempo. Comece a praticar cada novo excerto lentamente sem esquecer nada. O tempo seria decidido ouvindo (com metrônomo), perguntando ao seu professor e medindo as diferenças. Marque a parte com todos os tempos e o padrão para referência futura. Considere, ao praticar, o que especificamente querem ouvir várias bancas avaliadoras e torne isso suas metas preparando cada trecho. Esses são critérios básicos que as bancas julgadoras usam. Estão listados do mais objetivo (fatos e realidades) para o mais subjetivo (opiniões e preferências). 1. Ritmo Ritmo absoluto e pulso consistente são desejados de um instrumentista orquestral, sem exceções. Quaisquer irregularidades no ritmo são óbvias e causarão eliminação imediata! 2. Precisão Notas que falham são evidentes e desconcertantes para um ouvinte. Todos falham as notas por erro humano. Entretanto ninguém as desconsidera caso as falhas sugiram uma falha na preparação ou técnica. 3. Estabilidade e controle Controle consistente da sonoridade nos excertos são notados facilmente pelos ouvintes. Convicção musical é parte disso. 4. Afinação É um problema em todas as orquestras então não há desejo em contratar mais problemas. Afinação precisa e rápida adaptação da afinação ao conjunto são testadas pelo teste tocando com outros membros da seção. Afinação é muito importante. 90 5. Contrastes de dinâmica Contrastes na dinâmica, dramáticos e apropriados, são exigidos para um instrumentista na orquestra. Um controle estável do som é esperado em todas as dinâmicas e tessitura do instrumento. 6. Timbre Cada seção de orquestra tem um timbre, uma cor na sonoridade na qual você deve se encaixar, caso seja contratado. Isso torna-se uma questão a ser decidida pelo comitê julgador. Tocar com o seu mais bonito e controlado som e evitar qualquer extremo para tentar satisfazer as opiniões quanto a esse aspecto subjetivo. 7. Comunicação musical Possua uma mensagem musical para projetar para cada excerto baseado primariamente em tudo que é apropriado ao compositor, estilo e às especificidades desse solo dentro da peça, mas também sobre como você sente esse momento musical. Conte a sua estória. Todos que estão ouvindo são bons músicos porém nem todos são trompistas, então fale uma língua que seja comum a todos. Não exagere, mas defitivamente não hesite. Noutras palaras, não toque sendo cansativo! 8. Impressões gerais Isso é verdadeiramente onde a maioria das decisões ocorrem por um julgador. Pensar que essas pessoas que estão sentadas por cerca de 50 a 200 audições focarão no detalhe absoluto de cada instrumentista para mapear que notas falharam e porquê, que notas estavam desafinadas e por quanto tempo, ou se o tempo era muito rápido ou muito lento é estar enganado. A banca coleta impressões gerais baseadas em todos os itens anteriores. Se um ritmo está errado, você tem um problema rítmico; casos notas falhem, você tem um problema de precisão; caso você tenha criado um momento muito especial que atraia a atenção, você será, obviamente, um músico refinado. Você deve, durante cada sessão prática, considerar tudo falado acima. Você deve estar comprometido com todos os detalhes da musica e com todos os detalhes do tocar. Cada excerto deve tornar-se parte do seu conhecimento musical, que você pode livre e desinibidamente compartilhar com outros, tanto quanto faria com o concerto de Mozart ou Strauss. Pense primariamente sobre a mensagem musical que você deve tornar consistente com a intenção do compositor quando toca algum excerto. 91 5.1.1 Regra: Incorpore todos os excertos importantes, não somente os aprenda Estudos são usados como expressão para vários fins a que se destinam. Você deve estudá-los bem até que possam ser executados com segurança e competência. Só então você passa ao próximo estudo. Solos são aprendidos e talvez memorizados até o ponto em que você se depara com a audiência e compartilha sua interpretação no formato de um recital. Excertos, entretanto, requerem tudo acima e mais pois o momento musical vem ao mesmo tempo do que a chave para um emprego. Eles devem ser completamente aprendidos e tornar-se parte natural de seu repertório básico, aquele que você construir, passo a passo, dentro de uma ordem de circunstâncias possíveis ou impossíveis. Este é o significado de incorporar. 5.1.2 Regra: Saiba o que você pode e deve fazer, e ignore o resto Sendo muito crítico em relação ao que se toca, (durante a performance), pode ser altamente prejudicial ao desempenho. Quando perguntarem como foi sua audição ou prova, às vezes eles só estão especulando para ver o que os juízes pensam. Ou podem falar a respeito de outros concorrentes, de como tocaram ou como aqueceram. Olhar o desempenho de outra pessoa, e prestar atenção aos pontos fortes e carregar isso para nosso próprio desempenho é, possivelmente a única coisa a ser feita. Entretanto, se você, durante a prova passa a se preocupar com o que os examinadores estão pensando, isso poderá se voltar contra você mesmo, fazendo com que perca a concentração e não tenha um desempenho satisfatório. Apenas concentre-se nos seus objetivos pessoais, deixando para os examinadores a questão da avaliação. A idéia é não se confundir e não perder o foco, numa situação que não está em suas mãos. O caso é bastante simples; você está lá para fazer o que sabe de melhor, e os examinadores também, mesmo que eles tenham uma outra opinião sobre você. 92 Você está lá simplesmente para vender o seu produto a eles. Se você tiver o produto que eles querem, comprarão, se não tiver, não comprarão. Isso não significa que seu produto é inferior. Então, não importa o quanto tempo você gastou na confecção do seu produto, se eles não querem, outras pessoas o comprarão. Nunca faça uma crítica tão dura sobre si mesmo. Isso distorce a realidade e cria uma bagagem negativa que não ajudará em nada. Faça o seu melhor e tente não gastar energia criando situações fantasiosas a respeito da situação real. Tocar trompa é o que você faz, não o que você é. Evite a obsessão, que limita seus esforços no sentido de tocar bem. Nossa inteligência deve ser usada para concentração em uma função de cada vez, o resto deve ficar do lado de fora da sala de audição. 5.2 Repertório de orquestra, trechos orquestrais, CDs e livros Hoje em dia existem várias coleções de trechos orquestrais disponíveis no mercado. Abaixo estão listadas coleções fáceis de serem encontradas e muito úteis. Outros são específicos de algum autor ou período. Alguns foram preparados especificamente para audições, contendo os solos mais pedidos em provas. Quase todos são excelentes para o estudo da transposição, outros apresentam partes completas. LABAR, Arthur T. Horn player s Audition Handbook. Miami: Belwin-Mills Publishing, 1971 MOORE, Richard, Anthology of French Horn Music. Pacific: Mel Bay Publications, 1978 CHAMBERS, James, Orchestral Excerpts. New York: International Publications, 1965. (7 vols.) 93 CHAMBERS, James, Richard Strauss Orchestral Studies. New York: International Publications, 1965 CHAMBERS, James, Richard Wagner Orchestral Studies, New York: International Publications, 1965. RITZKOWSKY/SPACH, Orchester Probespiel - Test Pieces for Orchestral Auditions (Germany). Leipzig: Peters, 1965 (inclui CDs de todos os trechos de trompa.) LABAR, Arthur T. e Howard Howard. Hornists Opera and Ballet Handbook. Pheonix: Phoenix Music, 1982. JONES, Mason, 20th Century Orchestra Studies. New York: G. Schirmer Publications, 1971. KLAMOND, O.. Mahler, Orchesterstudien. Frankfurt: Zimmermann, 1977 (5 volumes) SCULLER/HAUNTON, F.J. Haydn: Horn Passages. Newton Center: Margun Music, 1976. JANETZKY, K., Bach Studies for Waldhorn. Leipzig: Hofmeister, 1958 (2 vols.), JANETZKY, K., Handel Studies for Waldhorn. Leipzig: Hofmeister,1959 (2 vols.) KLAMOND, O., J.S. Bach, Orchesterstudien. Frankfurt: Zimmermann, 1961. FARR, L.A.., Horn Player s Guide to Orchestral Excerpts. Cleveland: Broad River Press, 1969. (contém listas com trechos determinados de coleções antigas) 94 5.2.1 Partes de Trompa completas Thomas, D.. The Orchestral Audition Repertoire for Horn: Comprehensive and Unabridged. London: Thompson Editions, 1993. (145 partes completas de 84 composições, totalizando 1.043 páginas) Seleção da Kalmus Music de separatas de 1a. Trompa separadas (como Robert King Music)em coletâneas. (Incluem Dvorak, Mahler, Strauss, Stravinsky e Wagner), Edwin F. Prokoviev, Shostakovich, Kalmus & Co., Inc. 5.2.2 Textos DUNKELD, Stuart, The Audition Process, Anxiety Management and Coping Strategies, New York, Pendragon, 1984. SHARPS, Erica, How to Get an Orchestra Job...and Keep It, Boston, Encinitas Press, 1991. REID&WEAIT, Auditions Are Just the Beginning,Vancouver, Association of Canadian Orchestras, 1996. WERKRE, F.R., Opiniões De Como Tocar Trompa Bem, Oslo, Copyright de Froydis Ree Wekre, 1994 (versão em português de Mario Rocha). 95 5.2.3 Gravação de Trechos orquestrais Krehbiel, David, Orchestra Excerpts for Horn, with Spoken Commentary, San Fransisco Symphony, (20 major excerpts performed and discussed), Summit Records, DCD 141 (taken from Horn Player s Audition Handbook, LaBar). (20 maiores trechos orquestrais, tocados e comentados) 5.2.4 Uma lista comentada para Trompa O que segue é uma detalhada lista de peças publicadas no volume 32, número 3 de The Horn Call: The Journal of the International Horn Society. Esta lista é o resultado da pesquisa de um grande número de organizações profissionais, festivais de músicas e grupos amadores de todo o mundo. Está listada na ordem de freqüência. É também inclusa uma lista de solos que são sugeridos para audições em orquestra. Estas partes devem ser estudadas e escutadas pelos estudantes. 40 Peças mais pedidas (Em ordem de frequência) Strauss, Till Eulenspiegel Shoshtakovich, Symphony No. 5 Tchaikovsky, Symphony No. 5 Beethoven, Symphony No. 7 Beethoven, Symphony No. 3 Brahms, Symphony No. 4 Brahms, Symphony No. 1 Mendelssohn, Nocturne from A Midsummer Night s Dream Strauss, Don Juan Strauss, Ein Heldenleben Beethoven, Symphony No. 9 Brahms, Symphony No. 3 Wagner, Short Call from Siegfried Mahler, Symphony No. 1 Dvorak, Symphony No. 9 Brahms, Symphony No. 2 Berlioz, Scherzo from Queen Mab Beethoven, Overture to Fidelio Tchaikovsky, Symphony No. 4 Brahms, Piano Concerto No. 2 Bach, Brandenburg Concerto No.1 Beethoven, Symphonies No. 6&8 Wagner, Das Reingold Strauss, Don Quixote Mahler, Symphony No. 5 Brahms, Piano Concerto No. 1 Bach, Mass in Bb minor Haydn, Symphony No. 31 Mendelssohn, Symphony No. 3 Bruckner, Symphony No. 4 Brahms, Academic Festival Overture Mozart, Symphony No. 40 Saint-Saëns, Symphony No. 3 Weber, Overture to Der Freischútz Mahler, Symphony No. 4 Brahms, Variations on a Theme by Haydn Ravel, Piano Concerto in G Schumann, Symphony No. 3 Schubert, Symphony No. 9 96 Berlioz, Symhonie Fantastique Bizet, Micaela s Aria from Carmen Borodin, Polovetsian Dances Debussy, La Mer Brahms, Tragic Overture Beethoven, Piano Concerto No.5 Brahms, Serenades Nos. 1&2 Bruckner, Rossini, Overture to Semiramide Symphony No. 4 Debussy, Prelude to the Dvorak, Cello Concerto afternoon of a Faun Franck, Symphony in D min Dvorak, Symphonies Nos. 7&8 Beethoven, Symphony No. 2 Enesco, Romanian Rhapsodie Mahler, Symphony No. 3 Defalla, Dances from The Three Cornered Hat Prokofiev, Suites 1&2 from Gershwin, Piano Concerto in F Romeo and Juliet Ginastera, Variaciones Concertantes Wagner, Long Call from Siegfried Haydn, Symphony No. 48 Mussorgsky, Pictures at an Exibition Hindemith, Concert Music for Strings and Brass Stravinsky, Suite from The Fairy s Hindemith, Mathis der Maler Kiss Hindemith, Symphonic Metamorphosis Stravinsky, Suite From The Firebird Liszt, Humperdinck, Hänsel und Gretel Prelude Les Préludes Kodaly, Háry János Suite Ravel, Daphnis et Chloë Mahler, Symphonies Nos. 2,6,7,9 Rossini, La Gazza Ladra Mendelssohn, Symphony No. 4 Schoenberg, Chamber Symphony, Op. 9 Mozart, Piano Concerto No. 27 Strauss, Death and Transfiguration Mozart, Violin Concerto No. 5 Stravinsky, The Rite of Spring Mozart, Symphonies Nos. 29, 39, 41 Wagner, Overture to Die Meistersinger Mozart, Sinfonia Concertante (para sopras) Haydn, Symphony No. 45 Strauss, Prokofiev, Leutenant Kije Suite from Die Rosenkavalier Ravel, Bolero Prokofiev, Symphonies Nos. 5&6 Beethoven, Symphony No. 4 Puccini, Opening to Act III of Tosca Rimsky-Korsakov, Scheherazade Strauss, Also Rachmaninov, Piano Concerto No. 2 Sprach Zarathustra Rachmaninov, Symphonic Dances Ravel, Pavane for a Dead Princess Rachmaninov, Symphony No. 2 Weber, Overture to Oberone Ravel, Alborada del Grazioso Ravel, Rhaspsodie Espagñole Respighi, Pines of Rome Menos freqüentes que outros (Em ordem alfabética) Respighi, Roman Festivals Rimsky-Korsakov, Capriccio Espagñole Bartok, Concerto for Orchestra Rossini, Overture to Barber of Saville Beethoven, Aria from Fidelio Rossini, Overture to Turk in Italy Beethoven, Concerto for Violin Beethoven, Shostakovich, Cello Concerto Symphonies Nos. 1&5 Shostakovich, Symphony No. 1 Strauss, Dance from Solome Wagner, Ride of the Valkyries Strauss, Sinfonia Domestica Wagner, Overture to the Flying Dutchman Stravinsky, Dumbarton Oaks Wagner, Siegfried Idyll Wagner, Stravinsky, Fireworks Prelude to ActIII of Lohengren Wagner, Stravinsky, Jeux de Cartes Overture to Tannhaüser Wagner, Tristan und Stravinsky, Suite from Pulcinella Isolde ( Prelude and Love Death ) Tchaikovsky, Capriccio Italiene Tchaikovsky, Francesca da Rimini Tchaikovsky, Symphonies, Nos. 2,3 & 4 Thomas, Overture to Mignon Mais freqüente do que os outros (Em ordem de importância) 97 Solos Específicos para Audições (Em ordem de freqüência) Mozart, Concerto Nos. 4,2, & 3 Strauss, Concerto No. 1 Neuling, Bagatelle (low horn) Beethoven, Sonata, Op. 17 Strauss, Concerto No. 2 Bach, suites de cello Schumann, Adagio e Allegro Glière, Concerto Hindemith, concerto Mozart, Concerto No. 1 98 6 O Recital, evento audacioso e benéfico Um recital planejado inteligentemente, cuidadosamente preparado e muito bem executado pode fazer mais pelo desenvolvimento musical do estudante do que qualquer outro evento isolado. Recitais são para os seus executantes uma oportunidade para se focalizar em um grupo selecionado de composições por um período de tempo mais longo, no fim do qual eles podem compartilhar sua melhor execução em um ambiente formal com suas famílias e amigos. A preparação para um recital proporciona ao estudante um objetivo com um prazo definido pela realidade iminente do concerto, o que pode realçar o conteúdo e seriedade das sessões de estudo. Além disso, os recitais dão uma amostra da realidade profissional para jovens músicos, com respeito à qualidade de seu progresso e às suas possibilidades naquele momento. As inúmeras experiências adicionais advindas da formulação, organização e administração de todos os aspectos do recital também são extremamente benéficas para se ter uma perspectiva futura de diferentes elementos que constituem a execução musical. O formato mais popular de recital é o concerto solo, que geralmente envolve um pianista que executa os acompanhamentos orquestais transcritos ou acompanha o solista em música de câmara, executando o repertório de sonatas. Uma hora de música requer muita energia física e mental do estudante, jovem ou adiantado. Recomenda-se que os estudantes aproveitem qualquer oportunidade de tocar em público para outros alunos, para amigos, em encontros familiares, na igreja. Qualquer oportunidade deve ser utilizada para atuar como solista. O aluno prepara o corpo, a mente e o espírito, criando pequenos aperitivos que se transformarão no recital completo. 6.1 O Que Preparar? Planejar um evento como esse requer muita reflexão, organização e tomada de decisões. O recital solo típico deve começar com uma peça significativa, como um concerto importante que você sempre tenha apreciado, embora não tenha tido a oportunidade de executar. O repertório básico é um ótimpo ponto de partida. Se a peça 99 escolhida é do período romântico (Strauss, Gliére, Schumann, Czerny), é recomendável escolher a seguir uma peça do período clássico (por ex. Mozart, Haydn, Beethoven), que promove equilíbrio e contraste. Anote a duração exata dessas peças e encontre a seguir peças barrocas ou contemporâneas que preencham os 45 a 65 minutos de música típicos da maioria dos recitais solo de instrumentos de sopro ou metal. Essa maneira de selecionar o repertório do recital poderia ser chamado de abordagem de show de variedades . A ordem das peças pode se basear no caráter e duração de cada obra. No entanto, você pode preferir iniciar com a peça mais confortável para tocar e terminar com outra que seja a mais leve em termos de estilo ou mais apropriada à sua energia e habilidade como instrumentista. A ordem cronológica (por data de composição) também é geralmente interessante para o público. Qualquer que seja a decisão, ela deve ser baseada em um equilíbrio entre argumentos sólidos, gosto artístico e considerações de natureza prática. Um recital bem planejado é muito mais interessante de ser preparado e também assistido. Há muitas outras possibilidades e organização, além da que denominamos de show de variedades . Aqui, você deve usar sua imaginação. Abaixo, algumas sugestões a respeito de como dar forma a um recital: 1. obras contrastantes do mesmo período histórico; 2. obras contrastantes de compositores do mesmo país; 3. transcrições de obras para outros instrumentos; 4. obras de compositores de natureza mais leve; 5. obras contrastantes de mulheres compositoras; 6. peças em um único movimento, agrupadas de maneira interessante; 7. recital completo ou em grande parte consistente de peças solo; 100 8. palestra-recital baseado em um projeto de pesquisa; 9. peças originais, escritas pelo próprio executante; 10. obras baseadas em música folclórica, étnica ou jazz. A música de câmara, acrescentada a um recital primordialmente solístico ou como plano de um recital completo, é sempre bastante apreciada pelos ouvintes, por possibilitar que o recital inclua algumas das mais belas peças já escritas e também por permitir variedade timbrística e visual. Os trompistas devem conviver, aprender e executar as seguintes peças: - Trio para trompa op. 40, de Brahms, - Quintetos KV 407 e KV 452, de Mozart, - Cântico 111, de Britten, - Quinteto op. 16 e Sexteto op. 71, de Beethoven, - Canção Auf dem Strom e Octeto em fá maior, de Schubert, - Quinteto de sopros op. 43, de Nielsen, - Sonata para quatro trompas, de Hindemith, - Sonata para trio de metais e Sexteto para quinteto de sopros e piano, de Poulenc. Isto providenciará a base da competência musical em diversos estilos, além de enfatizar a habilidade pessoal de ouvir e interagir com outros músicos. Cooperação e trabalho de equipe nunca atingirão níveis tão refinados como na execução bem preparada de música de câmara. 101 As decisões necessárias para planejar um recital de música de câmara são bastante numerosas. Com respeito ao repertório, as peças acima mencionadas encabeçam a relação das recomendações mais populares. Criar uma hora de música com obras pertencentes a essa lista contribuirá para a realização de um evento muito refinado. A seguir, alguns conselhos complementares que devem ser levados em consideração para estimular o pensamento e o planejamento musical: 1. faça parte de um quinteto de sopros ou de metais e toque muitos concertos; 2. faça parte de um trio com violino, trompa e piano (para o qual existem muitas obras interessantes); 3. faça parte de um quarteto de trompas (para o qual existe extenso repertório, inclusive de música contemporânea); 4. escolha amigo(s) mucicista(s) com quem você gostaria de trabalhar e selecione um repertório que utilize seu(s) instrumento(s) ou tipo(s) de voz; 5. opte por timbres variados, que agradem à audiência; 6. prepare um recital de trios, quartetos ou quintetos variados; 7. prepare um recital de duetos, trios e quartetos de trompa; 8. escolha peças para instrumentos não familiares (por ex., violão ou harpa); 9. escolha peças incluindo instrumentistas que você gostaria de conhecer; 10. escolha grupos com os quais você gostaria de trabalhar, possivelmente orientados por alguém com quem você gostaria de aprender. Em um nível ainda mais prático, é recomendável observar a seguinte diretriz, como maneira de criar e preparar as melhores condições possíveis para um bom recital. 102 6.2. Como Preparar um Recital 1. Comece a preparar o programa com antecedência de três ou quatro meses. A. Escolha o repertório levando em consideração as suas habilidades, necessidades e preferências. Faça isto em conjunto com seu orientador, se possível. Tenha um planejamento e um motivo para incluir cada peça. Inclua peças do repertório básico e também obras novas para você e para o público. B. Considere uma duração de 60 a no máximo 90 minutos para o concerto (i.e., 45 a 65 minutos de música). C. Entre em contato com os músicos que participarão do concerto o quanto antes. Escolha os melhores músicos possíveis. Agende com eles a data e hora do recital. Exija um envolvimento responsável de todos eles. Entregue a todos por escrito uma agenda de concertos. D. Adquira uma partitura pessoal de todo o repertório; faça, para sua segurança, uma cópia de cada parte; planeje os ensaios o quanto antes e distribua uma agenda escrita dos ensaios a todos os participantes. 2. Estude a música (não apenas a sua parte) detalhadamente. Pratique profundamente a sua parte. A. ouça diversas gravações das peças escolhdas e anote o que você ouve. B. procure e estude outras edições dessas peças, se possível, e faça suas anotações. C. cultive uma afeição e identidade especial com cada uma das peças, criando familiaridade com elas. 103 3. Pratique a peça no seu lugar de estudo, imaginando o público à sua frente. A. Depois de aprender totalmente a música, algumas semanas antes do recital, use sua imaginação para criar a aparência e a sensação do público e da sala de concerto. B. Entre em seu ambiente de estudo (vindo de fora), ande confiantemente em direção à estante de partitura (se possível, diante de um espelho), sorria, agradeça e toque a música completa com a maior freqüência possível. Tudo isto é parte da execução musical, portanto, pratique todos os movimentos relacionados a ela. Assim, o recital em si será apenas mais uma passagem completa da música, para aquela audiência que você parecerá ter visto tantas vezes antes. 4. Faça ensaios gerais o quanto antes, com no mínimo 60 dias de antecedência. A. Agende aulas e orientações com um professor, quando apropriado. B. Planeje passagens informais de todas as peças duas ou três semanas antes do recital. C. Grave seus ensaios gerais e execuções informais muitas vezes e ouça-as junto com os outros participantes; discuta as gravações critiamente. D. Organize com antecedência uma gravação profissional do seu recital. Essas gravações são uma informação muito valiosa para seu aprendizado e crescimento como executante. Além do mais, essas gravações, quando bem feitas, podem ser ótimas opções para serem enviadas para audições, no futuro. 104 5. Planeje e prepare seu programa e a publicidade com no mínimo três semanas de antecedência. A. Estude todos os aspectos de cada peça e dos compositores para a sua compreensão pessoal e para fazer notas de programa interessantes. B. Prepare um programa acurado e completo com os nomes completos dos compositores, datas, números de opus ou data de composição e com os nomes de todos os movimentos ou seções de cada obra. C. Inclua uma lista dos nomes e instrumentos de todos os participantes. D. Inclua no programa alguma informação interessante sobre cada peça. É recomendável também fornecer informações verbais durante o recital. A comunicação verbal ajuda a diminuir a distância entre o público e os executantes, criando um ambiente mais informal. E. A maioria dos recitais é produzida por entidades que fornecem o material gráfico para as notas de programa. Se isto não ocorrer, procure preparar um programa com papel de boa qualidade, boa impressão e um bom lay-out. Esses detalhes demonstram respeito por sua audiência. Eles são também valiosos para o executante, já que documentam o trabalho duro dispendido para realizar o recital. Os programas devem sempre ser guardados, já que provavelmente serão mencionados mais adiante em sua carreira. F. Faça publicidade do evento com antecedência de uma a três semanas. Crie um cartaz claro e conciso, com uma imagem interessante, que chame atenção. Informe sua família e amigos através de e-mail, telefone ou por qualquer outro meio efetivo. Procure também divulgar seu recital através do jornal e de estações de rádio públicas. Mande a esses órgãos uma cópia do programa. É importante ter confiança no que você faz. 105 6. Agende um ensaio geral incluindo todos os participantes do recital na sala de concerto, na semana que antecede o evento. Procure tocar todas as peças na ordem em que serão executadas no concerto, se possível. A. Decida uma posição (sentado ou em pé) para cada peça, levando em consideração a acústica e a aparência. Procure ter na platéia algum ouvinte que ajude a tomar essas decisões. B. Discuta todos os aspectos de sua presença de palco, incluindo a entrada, agradecimento, saída e retorno ao palco. Pratique todos esses aspectos imaginando seu público. C. Combine a roupa com os outros participantes. Você deve estar vestido de maneira que demonstre respeito pelo público e sua roupa deve estar de acordo com as dos outros executantes, em termos de estilo. 7. Faça um plano de estudo para os dois dias que antecedem o recital e para o dia do mesmo. Permaneça consistente com aquilo que seu corpo e sua embocadura estão acostumados. Não exagere nem pratique de menos. Procure manter um bom equilíbrio com relação ao trabalho vindouro. 8. Procure permanecer relaxado, confiante, focado e entusiasmado. Mergulhar exageradamente no evento durante as horas vagas diurnas ou noturnas pode causar um excesso de desconforto e tensão. Aprenda a separar os pensamentos construtivos dos destrutivos. Os pensamentos construtivos são aqueles que se relacionam com seu objetivo real, como que roupa devo vestir ou onde devo posicionar os microfones . Os destrutivos ou ilusórios são aqueles do tipo e se eu perder o controle? ou e se minha boca ficar seca e se eu começar a tremer? . Trate os pensamentos negativos como se fossem excesso de ruido, como o barulho do tráfego ou de alguém falando alto demais. Não os alimente, não estabeleça diálogo com pensamentos negativos. Deixe-os dissipar no ar como qualquer ruído externo. PERMANEÇA SEMPRE POSITIVO! APRECIE A EXPERIÊNCIA! 106 6.3 O Dia da Performance Esse é o dia em que todo o seu trabalho e esforço devem ser divididos com sua audiância. É fundamental que sua mente e corpo estejam descansados para que você esteja abastecido da energia necessária para a apresentação. Com um aquecimento inteligente e bem planejado, o dia deverá estar inteiramente focado na música. Aprecie os sentimentos desenvolvidos para cada peça musical. Sente-se sozinho, sossegado, e pense em cada obra, nota por nota, enquanto respira profundamente e se concentra em pensamentos bons e positivos com relação à performance. Deseje estar no palco e fazer o público se comprazer com sua presença. Não perca a auto-confiança, em face da importância do evento. Ele está lá para ser conquistado por você. 107 7. Relaxamento durante a execução Supondo que você está basicamente capaz, mental e fisicamente para tocar bem, e se preparou adequadamente para tocar, os 5 maiores componentes de controle para o sucesso de seu desempenho são: relaxamento, motivação, concentração, imaginação e auto-sugestão. Destes, relaxamento e auto-sugestão são os fatores que moldam o controle. Mesmo misturado com os outros fatores, é apropriado pensar em relaxamento como sendo o que afeta a mente e a auto-sugestão o que afeta o físico. Motivação, concentração e imaginação são mais fáceis de realizar durante a execução propriamente dita, quando se está pensando sobre você, sobre o evento, podendo apenas sentir e relaxar. Motivação é o que te traz ao lugar; sem o desejo de tocar, sem entusiasmo, a mente é ocupada por dúvidas. Essas dúvidas quebram a concentração no que foi planejado para se fazer e toda essa confusão interna não reserva nenhum tempo para que a imaginação trabalhe, e a música aconteça, o que na verdade é a motivação para se tocar. Sem relaxamento e um pensamento positivo, não há a interação entre corpo e mente. Sem esta harmonia, um sentimento muito incômodo se faz presente, trazendo com ele a falta de completa falta de controle das funções vitais para um bom desempenho. Nós todos já estamos familiarizados com estes sentimentos, então como podemos fazer para manter o controle e permitir que a performance seja uma saída controlada para a nossa imaginação musical? Relaxamento freqüentemente é definido como a ausência da tensão, mas na verdade não é apenas a falta de alguma coisa. Relaxamento pode ser identificado como a sensação física de aquecimento , (nas mãos), e uma sensação de pesar, (na face, nos ombros e nos braços), e pela projeção mental de autoconfiança. Essas sensações de relaxamento requerem algum tempo de estudo em silêncio para conseguir convocar essas sensações no momento da performance. Na hora em que se a tensão excessiva entra na relação corpo/mente, é difícil identificar sua fonte rapidamente e controlar seus efeitos negativos. Tensão, mental e física, tem a tendência de nos tirar do caminho correto. Nós precisamos acreditar em nossa capacidade de controlar tudo isto antes que aconteça, diretamente na fonte. Os controles estão todos dentro de nós. Alguns de nós 108 estão mais suscetíveis a focalizar na sensação de aquecimento do músculo, que nos acalmam. Outros parecem mais adaptados a criar padrões de pensamentos positivos, que também nos deixa relaxados. Podemos nos sentir fragilizados como uma folha ao vento Até que chegamos à percepção que nós somos Ambos, a folha e o vento. Alan Watts Herbert Benson escreveu em seu formidável livro, publicado em 1975, que simplesmente definiu uma maneira de que qualquer pessoa pode alcançar o que ele chamou de Resposta Relaxada . 1. Um lugar silencioso, isolado de outras distrações. Fechar os olhos pode ajudar. 2. Posição e posturas confortáveis. 3. Relaxamento. Relaxar, mas sempre atento ao que está acontecendo. 4. Trabalho da mente. Focalizar em algo, como um som, uma palavra, uma sensação, um aspecto visual. Por séculos, os maiores mestres do Yoga de todo o mundo têm para si a importância do lugar de meditação. Algo similar ocorre na hipnose e semi-hipnose. Tal lugar ajuda a nos libertar de toda tensão acumulada. Estas práticas são de grande valia, não só no desempenho da carreira musical, como no de muitas outras profissões detentoras de alto nível de stress. A idéia é não só aplicar os procedimentos, mas também acreditar que isso nos faz bem. É muito difícil encontrarmos tais condições para executar o instrumento. Essa conduta de relaxamento deve ser praticada nos minutos que antecedem a execução. Esse período que antecede a execução é quando outras vibrações externas perturbam nossa mente fazendo com que percamos o foco e o entusiasmo e até mesmo a auto-confiança fica abalada. Ao passo que 109 se a conduta de relaxar for adotada, o desempenho pode melhorar significantemente. Uma postura correta, com músculos trabalhando de forma relaxada é uma necessidade para todos os aspectos de um bom desempenho. Alguns cuidados podem ser tomados no sentido de cuidar de sua postura, encontrando uma posição na cadeira, que encontre uma posição equilibrada. Sinta como se seus ossos o mantivessem ereto, não seus músculos. Torça e estique em torno de seu centro de equilíbrio para dar certo. Deixe os pés leves na parte dianteira e ajuste os calcanhares de forma a encaixar o peso do corpo sobre eles. Certifique-se que o calcanhar está firme no chão. Deixe o pescoço livre. Isto fornece a parte acima da cintura um descanso adicional, além de dar a sensação de altivez. Os braços e ombros devem conter a tensão necessária para o trabalho, nada mais do que isto. Coloque a tensão para fora, fazendo uma varredura em sua mente, para se certificar de que os músculos estão trabalhando relaxados. Os músculos utilizados para se tocar trompa devem fazer movimentos naturais, curvando-se às linhas físicas possíveis e livres. Evite movimentos não-naturais junto com uma tensão adicional, isso faz com que o fluxo sanguíneo seja alterado e nós necessitamos de uma corrente sanguínea livre, para que haja uma correta distribuição de calor no corpo e possa garantir a liberdade de movimentos. A atitude de sentir e observar o que está ocorrendo é boa, e ao mesmo tempo nem tanto assim. Mas no período de concentração, antes da execução é a única atitude a ser levada em conta. Durante a execução propriamente dita, a atitude de relaxamento total pode contribuir para que o executante se desconcentre e esteja suscetível a erros. Essa atitude é diferente de ser alheio ao que está acontecendo. Isto não é desejável. Nem é desejável que nossos medos e nosso próprio julgamento tomem proporções demasiadamente importantes. Onde está o equilíbrio nisso tudo? Há um provérbio da filosofia do Tai Chi Chuan que diz: Inerte, seja como uma grande montanha, movendo-se, seja como um grande rio. Essa frase resume uma imagem poderosa, completamente apropriada para o músico, o de uma atitude passiva, de resignação e observância, aliada à uma atividade mental ativa, de atenção. Com uma visualização neste foco, os músicos necessitam sentir fisicamente, focalizando uma montanha, ou seja, a postura, e a respiração e as notas devem fluir como um rio. 110 O ar é nosso combustível, o ar é o chi , é a força da vida. Para todos os músicos, o ar é a fonte de força e estabilidade. É uma necessidade física como a água, que flui, como os movimentos de fluxo e refluxo. Não importa qual o tipo de performance, a respiração deve sempre ser estudada e realizada como sendo a parte central da comunicação musical. O ar assume um papel importante para quem toca instrumentos de metal, de sopro ou canta, e, além disso é a causa real dos sons produzidos. O senhor Benson sugere o uso de um som, uma palavra, ou uma sensação como referência para se relaxar. O próprio ar, e o processo de se respirar profundamente pode se transformar no que ele sugere. Quando se inspira deve-se criar o som ou palavra de referência. Os pulmões enchem-se por inteiro e os lábios retornam à sua posição original em torno do bocal. Enquanto o ar se liberta a língua vai para a mesma posição de pronúncia da consoante T . Pensando na consoante T , fica fácil visualizar a correta posição da língua. Outras considerações a respeito de respiração sugere que se inspire pelos cantos da boca, pois isso é mais rápido do que respirar pelo nariz. Esse processo, (como se engordasse) permite a entrada de uma quantidade maior de ar, aliado à abertura da glote. Enquanto o ar entra, o abdômen, simultaneamente, cai e infla (como um balão), expandindo-se a caixa toráxica, estendendo ligeiramente os músculos peitorais. Suspendendo a entrada do ar, a segunda etapa é fazer com que ele siga o caminho inverso de volta para o instrumento. A maioria dos músicos prefere um som morno, muito mais do que o frio, assim sendo, a exalação cria este ar morno, controlando a liberação do ar através da glote (que estará aberta, relaxada, com a mesma abertura de garganta usada para se criar uma palavra ou para se inspirar). Enquanto o ar é liberado, a elasticidade natural da garganta tende a voltar ao normal. Neste momento a musculatura começa a subir, empurrando o restante do ar (pensando sempre para cima). Evite pensar em relaxar os músculos abdominais tanto quanto for possível. Deixe os músculos do dorso relaxados e acompanhando o fluxo de ar, não permitindo movimentos excessivos. Desta maneira estaremos fornecendo ao nosso som o chi . Ir a nível mais elevado, onde se compreende a verdadeira importância do ar, se considera a exaltação que é sentida ao inspirar e a exaltação sentida ao tocar. Deixe que tudo 111 isso faça parte da expressão musical, tanto quanto o som da trompa em si. Com a prática e a experiência, se descobrirá o quanto o foco na respiração tem o poder de nos libertar das tensões. Auto-sugestão é algo que nivela a nossa mente constantemente, sem que estejamos conscientes disso. A mente é formada o tempo todo por diálogos internos. Ela é preenchida por esses diálogos. Essa vibração interna é inconsciente e ela realmente nos influencia e nos é útil. Esse potencial, do pensamento controlado, de usar a auto-sugestão, é uma ferramenta muito poderosa. O uso concentrado e focalizado de frases positivas faz com que o psicológico influencie o físico, nos colocando num estágio bastante elevado. Isso implica simplesmente que você é o que pensa ser e todos nós possuímos a habilidade de utilizar a auto-sugestão para transformação própria. Os homens não são perturbados pelas coisas em si, mas pela visão que têm delas. Epictetus (55-135 D.C.) Os povos são felizes na medida em que suas mentes o são. Abraham Lincoln A maior descoberta da minha geração é que seres humanos, mudando as atitudes internas de suas mentes, podem mudar os aspectos exteriores de suas vidas. William James Para o músico, o ator, o orador ou qualquer outra profissão que exija contato com grandes públicos, o problema mais devastador é o medo. O medo, se não dominado, atrapalha, colocando todo o trabalho a perder. Quando essa situação acontece, o stress é muito grande, é como se um aviso de emergência soasse dentro da pessoa. Em inglês essa situação é conhecida por fight ou flight , ou seja, lutar ou fugir . Todas as criaturas têm um sistema de alerta interno quando se encontram em situações difíceis ou em perigo iminente. Essa situação descarrega uma dose extra de adrenalina em nosso corpo, que deve ser usada ou descartada. Se a emergência for real, essa adrenalina nos dará força para lutar ou fugir. Entretanto, no geral 112 esses alarmes não são verdadeiros e são disparados por situações que são criadas pela nossa imaginação. Da garganta para baixo o corpo não pode diferenciar uma emergência real de uma imaginária, assim, entra em estado de emergência e gera uma quantidade incrível de energia. E sendo a realidade do executante necessária de uma quantidade menor de energia, não existe um canal para a eliminação do excesso dessa energia. Consequentemente, essa adrenalina se manifesta como tensão física, rigidez dos membros e dedos, agitação, instabilidade, medo e até mesmo terror. Junto a tudo isso vem a falta de confiança e insegurança. Tentar manter o controle nessa situação, com toda essa tensão e ansiedade despende muito trabalho e causa um desgaste grande do corpo e da mente. Isso deixa a pessoa num estado tão terrível que ela gostaria de não estar mais lá, criando um conflito entre o que se passa dentro da pessoa e a situação em si. Levando-se em conta que não é o evento em si, mas a reação a ele que altera a nossa atitude, então é necessário que ele seja reinterpretado de forma a vê-lo sob um enfoque mais positivo e instalar em nossas mentes idéias mais otimistas e focalizar nossos objetivos musicais. Auto-sugestão é a chave para alterar nossas perspectives exteriores e interiores com relação ao stress pré concerto a que nos submetemos encontrar um modo de preencher nossa mente com pensamentos positivos. Sendo realista a respeito do que nosso público espera e do que podemos fazer é uma forma de intensificar o desejo de estarmos nessa situação. Isso nos diz porque a música é importante e que o desempenho nada mais é do que compartilhar esses sentimentos fortes com as outras pessoas. Imagine que você irá apreciar a música, se coloque no lugar de ouvinte. Diga o que você quer ouvir, como você quer ouvir e imagine-se sendo esta pessoa. Você deve criar sugestões sobre como atingir tais resultados. Exemplo: Meu corpo está relaxado! Meu som está quente. Considerações: Use pensamentos positivos para alcançar resultados positivos. Exemplo: Eu não vou ficar nervoso na hora de tocar! Considerações: Evite o uso de sentenças negativas em suas frases. A mente não irá registrar a negativa, mas sim o que se está negando. Então o corpo responde conforme o que 113 registrou, ou seja, a palavra nervoso . (Apenas como treino, experimente falar dez vezes a palavra nervoso e veja o peso que ela traz). Exemplo: Estudar hoje para tocar bem amanhã . Considerações: Evite o enfoque no futuro. Isso poderia ser colocado de outra forma como: Eu toco bem. Amo tocar. Estou preparado e pronto para dar o meu melhor. Auto-sugestões também podem ser chamadas de afirmações. Essa sim é uma palavra adequada. Você deve ter controle e uma clara idéia de onde se quer estar tecnicamente pronto e evitar surpresas durante o seu desempenho. Isso é uma forma de afirmação. Você deve praticar agora, trabalhando corpo e mente, para sentir e pensar exatamente como no momento em que se for executar. As afirmações são compostas por frases e pensamentos sobre o ideal de desempenho. Aqui sugiro algumas frases que podem ser usadas sempre antes de alguma apresentação ou quando necessitar de auto-confiança. Estou bem! Estou muito contente! Estou relaxado e pronto para tocar. Eu sou forte e competente. Estou preparado e ansioso para mostrar a minha música para as outras pessoas. A música vai acontecer agora, assim eu quero... Eu olho para o futuro e credito nessa experiência toda a confiança do mundo... sou uma pessoa de bem... gosto de mim mesmo... eu tenho o direito de que gostar de mim... O que eu tenho é muito especial e ninguém no mundo poderá fazer melhor do que eu... erros fazem parte... devo aprender com meus erros... eu estou em paz com o mundo... estou calmo e quero muito estar aqui. Você pode listar estas frases e carrega-las consigo em um teste ou numa audição. Se você precisar de força, pode sacar de sua lista e lê-la calmamente, digerindo cada palavra e dirigindo seu foco a elas. Você pode apenas mentalizar essa frase, como se estivesse falando com você mesmo. Qualquer que seja o caso, essas palavras têm que ser ditas com muita convicção até que você sinta a diminuição do medo e da ansiedade, relaxando a parte do abdômen. 114 8 Tocar Trompa: um Ato de Equilíbrio Tocar bem requer um sentido de equilíbrio bem sintonizado. O excesso de um músculo (embocadura) e a falta de outro (diafragma/controle) causa cansaço muscular. Excesso de um pensamento (medo de não tocar adequadamente) e falta de outo (confiança) causa stress muscular; excesso de preocupação com a maneira de tocar (técnica) aliado à falta de preocupação com a mensagem (a expressão musical) resulta em falha na comunicação. É preciso aprender a entender a importância deste equilíbrio antes de se libertar da acumulação excessiva de técnicas que se sobrepõem, adquiridas após tantos anos de estudo intenso e que criam às vezes confusão. É preciso aprender a entender a importância desse equilíbrio antes de desfazer atitudes preconceituosas com relação a si próprio como executante ou com relação à música como arte merecedora de ser comunicada a outros. Com relação aos pontos principais que serão discutidos, o Macmillan Contemporary Dictionary define equilíbrio como a igualdade entre forças e elementos . Equilíbrio, relacionando-se ao ofício de tocar, é equilíbrio físico . Equilíbrio, relacionando-se ao ato da performance, é estabilidade mental e emocional . Equilíbrio, relacionando-se à arte da música, é uma integração estética agradável de elementos, proporção e harmonia . Nosso objetivo, como artistas, é atingir um equilíbrio exato das forças e elementos necessários, de modo que possamos, em muitos níveis, comunicar nossa mensagem, nossa compreensão, nosso entusiasmo, nossa maneira ou estilo, estando conscientes das intenções do compositor. Peresguindo esse objetivo ideal, devemos aprender a desfrutar de nossa posição na escala ilimitada de desenvolvimento musical. Devemos estar conscientes do ponto em que 115 estamos, onde estivemos e para onde queremos ir. Sem perseguição de ideal, não há objetivo. Perseguição e objetivo devem sempre estar em equilíbrio. 8.1. Força em Equilíbrio Um corpo relaxado requer boa postura. Você deve encontrar uma posição na cadeira na qual todo seu peso esteja apoiado nos ossos. Sinta o peso de seus ombros e da parte superior de seu corpo na bacia, como se ela estivesse empurrando suavemente a cadeira. Mantendo essa sensação de peso relaxado, deixe sua cabeça se elevar levemente como se estivesse sendo suavemente puxada por um fio ligado ao topo de sua fronte. Requer-se, para posição em pé, a mesma senção, com o peso do corpo descansando sobre os ossos equilibrados nas plantas do pé, de modo que seja possível elevar os artelhos sem se inclinar para a frente. Traga a trompa na direção do seu corpo, mantendo a melhor postura. Não permita que a forma ou o tamanho da trompa afetem seu equilíbrio. O peso do instrumento deve estar igualmente distribuido entre a palma de sua mão esquerda e sua perna. Se você segura seu instrumento fora da perna, equilibre-o entre as duas mãos. Evite usar os lábios como apoio para a trompa em todos os momentos. As mãos devem manter uma curva relaxada e natural, e os ombros e braços devem descansar sentindo o peso da gravidade, permanecendo pesados e sem tensão. Uma embocadura versátil requer um equilíbrio dos músculos faciais. A melhor maneira de descobrir esse equilíbrio é simplesmente começando com a posição natural de sua mandíbula quando você pronuncia o som emmm. O queixo e os músculos da bochecha, assim como a testa e os músculos em volta dos olhos devem sentir-se pesados e orientados para baixo. A partir desta posição fundamental relaxada e bastante natural, os cantos da boca deverão ser igualmente comprimidos para dentro de modo a permitir uma posição consistente. Com um estimulo adequado da coluna de ar do executante, essa posição deverá responder com um zumbido regular e claro na abertura dos lábios. 116 Um som fluente requer um equilíbrio relaxado entre a força da coluna de ar e o tamanho e textura da abertura. Com relação ao ato de respirar, é preciso equilibrar acuradamente a inalação com uma exalação completa e não encoberta. Respire sempre com a garganta bem expandida, permitindo simultaneamente que a região abdominal se mova para baixo e para a frente. A seguir, permita uma pequena expansão dos músculos peitorais próximos ao cotovelo, arredondando o topo do pulmão para uma inalação completa. Para exalar suavemente e de maneira completa, é necessário fazer exatamente o contrário. O peito precisa relaxar (desinflar) antes que o abdômem retorne à sua posição normal, na rota de um fluxo ascendente em direção à parte baixa das costelas. Esses são os movimentos simples de parecer gordo e parecer magro . A flexão dos músculos abdominais, muito comum entre os instrumentistas de metal, não é uma ação natural na respeiração profunda, e deve ser evitada, ou limitada ao mínimo. Ela consome energia necessária, forçando o músculo a sofrer uma isometria interna, e freqüentemente causa uma sensação de exalaçõ completa antes que o ar tenha de fato sido expelido. É preciso aprender a relaxar os movimentos de maneira a sentir e controlar acuradamente o ciclo de ar que enche o corpo, a trompa e o espaço com sons que fluem livremente. . A abertura é simplesmente uma ferramenta criada para responder ao movimento do ar vibrante. O posicionamento relaxado, porém firme e consistente, do centro do lábio na borda do bocal, equilibrado por uma coluna de ar rápida, quente e fluente, permite um som que flui livremente. O excesso de tensão labial, que se torna às vezes necessário por causa de uma coluna de ar muito lenta, resulta em um som tenso, além de limitar a a flexibilidade e o registro agudo; freqüentemente diminui também a resistência do executante. A abertura deve ser o mais aberta e relaxada possível, não servindo como um ponto de resistência excessiva, mas como um elemento vibrador que responde ao máximo. É necessário um equilíbrio controlado, e isso requer uma sensação de coluna de ar mais rápida e cheia para a maioria dos instrumentistas. Uma boa maneira de se visualizar isto é imaginar que se deve desperdiçar o ar! Deixe o preencher completamente a trompa. Não guarde nada para si. O resultado dessa sensação positivamente equilibrada geralmente demonstra não haver desperdício real algum. 117 8.2 Arte em Equilíbrio Para realizar uma performance esteticamente satisfatória, devemos produzir uma integração aprazível entre proporções estilisticamente adequadas, que são comunicadas em termos técnicos e espirituais ao ouvinte receptivo. Como podemos desenvolver uma capacidade como essa? Apenas pela experiência. Diversas experiências em todas as formas de música serão muito vantajosas. Uma exposição com mente aberta a todas as formas de música sincera e duradoura, através de audição intensiva e participação ativa, será necessária para alcançar o nível desejado de entendimento, para que o nível de performance se eleve para um nível profissional. São as diversas habilidades aliadas a uma consciência artística que o executante transmite para a audiência. O objetivo principal é a expressividade artística. Todas essas coisas têm sua origem no espaço de estudo. Executantes com uma profunda compreensão das proporções estilísticas adequadas podem criar diariamente um equilíbrio para si, incluído na rotina de estudo. Planeje equilibrar as atividades exercícios, estudos, solos, música de câmara, excertos e repertório para grandes grupos. Dentro de cada uma dessas categorias, diversifique o conteúdo entre períodos musicais (barroco, clacissismo, romantismo, música contemporânea, etc.), estilos de música (clássico, jazz, folclórico, étnico, etc.), maneiras de tocar (forte e piano, agudo e grave, agressivo e passivo, etc.), maneiras de executar (lendo e memorizando, improvisando, etc.). Abrir a mente e o coração para todas as expressões de música sincera e duradoura, permite que nos preparemos para objetivos maiores, ganhando crescimento substancial e uma performance mais madura e artística. 8.3 O Ato do Equilíbrio De acordo com Yehudi Menuhim, a tarefa do executante musical consiste em estabelecer um equilíbrio entre a composição e a sua própria consciência . Quando a habilidade, a atitude mental positiva e a devoção com relação ao maravilhamento artístico 118 da música não estão integradas ou equilibradas - quando ficamos obsecados pela técnica em detrimento da música - a performance sofre. O público sente-se desapontado e o executante sente essas frustações. Aprender a equilibrar as alegrias ressoantes da música com as frustrações periódias da performance é um confronto difícil, mas necessário. As frustrações trazem informações muito valiosas e o sucesso traz alegria. Essa mistura é a realidade constante do músico. Resumindo, o desafio último dos executantes é ter a habilidade e o conhecimento para ser o apresentador e o sonhador que comunica os milagres da música para o público, com os seus meios. 119 9 Estágios de Desenvolvimento Musical Os povos que incluem o estudo de música têm um desenvolvimento mais acentuado. Talvez isso aconteça porque a maioria das pessoas que escolhem o caminho de desafios do estudo de música se enquadrem na definição dada por Donald McClelland, um psicólogo de Harvard, e autor do livro Clássicos do comportamento organizacional . As pessoas assumem a responsabilidade e iniciativa, perante grandes desafios difíceis, às vezes, mas nunca impossíveis, procurando atingir os resultados o mais precisos possíveis. Como professor, nunca se deve perder isso de vista. Professores são afortunados por poderem ter talento à mão para trabalhá-los e extrair o melhor deles. Mas dentro dessa fortuna, contudo, ainda é necessário um correto direcionamento. Assim, se pensamentos como objetivos grandes e exigência de precisão de seus professores povoarem sua mente, então você terá uma perspectiva completa do que se fazer no futuro e a noção de como andam os seus padrões de crescimento. Os professores precisam conhecer testes padronizados de aprendizagem musical e estar cientes de como esse conhecimento pode ajudar e motivar os estudantes. Quando os estudantes enfocam objetivos difíceis, estão também, acertando o estágio para uma provável insatisfação. Essa insatisfação não chega aos níveis de stress ou do nervosismo extremo, mas é mais uma atitude que sirva como força necessária para a motivação e o crescimento. Sem este sentimento de querer mais e mais a sua própria música, os estudantes puderam agregar outros que não ajudam em nada. Motivação pode ser definida como o desejo de maximizar o prazer e diminuir a dor, ou o direcionamento de tudo em prol dos objetivos. Os professores podem ajudar a criar algumas dessas expectativas. Estudantes motivados, progredindo, criarão algumas atribuições musicais também. Além dos objetivos apresentados ao longo da vida estudantil, existem alguns tópicos mais gerais que também se apresentam. Todos, alunos e professores, devem estar atentos a esses tópicos. Notemos a pesquisa feita por Abraham H. Maslow sobre a motivação humana e o paralelo que ele traça com os diferentes níveis do desenvolvimento humano. Primeiramente ele estudou os fatores biológicos e seu desenvolvimento que sustentam o comportamento humano, chegando a uma hierarquia de necessidades. O primeiro nível começa com as necessidades 120 fisiológicas simples, e move-se para a necessidadee de se sentir seguro. O terceiro nível envolve o carinho e o amor, seguido da necessidade de bem estar e realização pessoal. O quinto nível, no alto da pirâmide envolve a necessidade de um conhecimento maior, consciência estética, o saber.. estima / respeito a mor / compa nheirismo segura nça necessida des fisiológica s Figura 22 Pirâmide de Maslow Na teoria, cada um destes níveis da necessidade humana requer a realização completa do nível anterior para poder se seguir para o próximo estágio. Simplesmente, quando alguém está com fome, nada mais além de comida é mais importante. Em seguida, a partir do momento em que não se tem mais a preocupação da fome, esta passa a ser a necessidade de abrigo, um local seguro, livre de ameaças e perigos. O próximo estágio é a procura por uma companhia, a necessidade de pertencer, seguido por um desejo de auto valorização e reconhecimento externo de conquistas, e eventualmente evoluindo ao nível seguinte, de auto valor gerado internamente e satisfação pessoal. A similaridade com Maslow servem como estímulo para o pensamento. Têm, de fato, idéias consistentes e fazendo um paradoxo, chamarei aqui de estágios no desenvolvimento musical . Em relação, estes valiosos conhecimentos aos tópicos do aprendizado musical que professores e alunos devem estar atentos, os primeiros podem utilizar esta sequência como fator decisivo na motivação dos estudantes. 121 1. Começando com as necessidades materiais básicas, deve-se ter certeza que o estudante tem um instrumento em boas condições de uso e um espaço físico adequado para se praticar. Necessitará, também de materiais adicionais como partituras, métodos, gravações, além de muita paciência, instrução adequada e bastante estímulo. 2. A segurança o conforto ao tocar exigem a observância a fatores de ordem biológica, que incluem os atributos físicos necessários para se executar o instrumento e livres de pressões externa de parentes ou outras pessoas. A cobrança excessiva dos professores também pode minar a auto-confiança dos alunos iniciantes. A paciência e o incentivo do professor podem aliviar este problema. 3. O amor, uma sensação de pertencer, trata da habilidade mental para encontrar conforto e apoio dos outros. Para o estudante se desenvolver no estudo da música, esta necessidade pode ser preenchida pelo trabalho em grupo. As bandas, orquestras e corais poderão ser úteis desde que o professor ou diretor elogie e incentive sempre a participação individual. A cooperação mútua, mais do que o sentimento de competição pode ajudar. Juntando isso à participação em grupos de câmara também ajuda. Desafio, mas sem hostilidade; deve-se manter a segurança e a tenacidade. O grupo não soará pronto desde o início, mas os estudantes sentem sua contribuição individual florecerem e trabalhando bastante passarão a outros níveis de exigências. 4. Elevada auto-estima, senso de dever cumprido, status junto a outros estudantes e o sentimento de que trabalharam duro são sentimentos que tomam os estudantes que passaram pelos três primeiros níveis. Este desenvolvimento pessoal os faz ter a certeza, eventualmente, de que a música fará parte de suas vidas para sempre. O processo começa com estímulo intelectual, ou mesmo um desafio, e, dado uma dose de reforço, vai mais fundo, no âmago de sua alma. Tais estudantes terão experimentado muitos desempenhos bem sucedidos; terão o apoio de seus pares, pais e professores; e sentirão grande alegria em executar. 122 5. A alegria da música pode ser experimentada muitas vezes ao longo deste caminho. Quando o estudante sentir no âmago de seu ser a música tocá-lo profundamente, ultrapassando o próprio ego, sentirá o resultado de todo o esforço. O entusiasmo pela arte, o esforço compenetrado durante todo aquele tempo e as experiências adquiridas na prática musical tornam-se recompensas, valores. Valores estes que levam-no para dentro da música, para dentro de sua alma. Sendo mais específico, sob a ótica do estudante, estes cinco tópicos são usados mais para descrever atividades específicas, do que provavelmente ocorram e sejam necessárias no decorrer da vida estudantil. 1. No início, um jovem estudante pode escolher ligar um instrumento como se fosse simplesmente uma máquina. Um instrumento sofisticado, como a trompa, pode fazer um jovem estudante parecer uma criança com um brinquedo novo. 2. Logo a criança deseja conviver em grupo. É natural que outras crianças ao ver isso, queiram tocar um instrumento também. A atenção e o reconhecimento do adulto podem fazer a diferença no tocante ao desenvolvimento do aluno. 3. A necessidade de ser admirado dentro do grupo, por sua família e seus professores, fazer parte de conjuntos bem sucedidos, influi decisivamente no ego do aluno, ou seja, ele precisa mais do que a simples aceitação. 4. Nesse nível, um treinamento musical mais apurado, se faz necessário. O estudante necessita de novos desafios, apresentados através do contato com seus pares de habilidades e interesses comuns com especialistas respeitados. Todo o espectro de possibilidades em música se faz presente neste estágio; composição, teoria musical, história da música, regência e performance avançada. Tornar-se músico é o objetivo, utilizando o ambiente da performance como caminho, ou meio mais importante, não sendo, necessariamente este o objetivo final 123 5. Nesse estágio compartilhar informações pode ser muito interessante. Este é o estágio para os melhores professores, os melhores músicos, melhores orientadores e dedicados músicos amadores que escolheram se aperfeiçoar mais, não para aqueles que patinam entre os níveis 3 e 4, preocupados apenas com os próprios egos, auto-estima e fama. Isto é quando há a procura por realizações significativas e puramente estéticas. O que os estudantes aprendem nesses cinco níveis? 1. Os estudantes devem enfocar melodias simples, a posição dos dedos e dos lábios, a curvatura dos braços ou o controle das cordas vocais. 2. A música de seus conjuntos torna-se a mais importante. A maior parte de sua energia e foco serão concentrados na sua importância como integrante do grupo e o que podem fazer para atingir melhores resultados. 3. Os solos são adicionados ao contexto, talvez como teste, junto com escalas e arpejos, e alguns estudos. Preparar-se para ter aulas individuais passa a ser prioridade. 4. O estudo do repertório básico do instrumento, estudos técnicos, estudos principais, trechos orquestrais, música de câmara, aquecimento ocorrem concomitantemente à preparação para audições, testes, provas e recitais. 5. Caso estejam empregados estudarão também o necessário para a apresentação seguinte. Após isso, as opções podem ser um repertório novo, improvisação, técnicas extendidas, conceitos específicos de música antiga, e uma leitura do repertório já conhecido. Isto é particularmente interessante para notar que alguns profissionais também estudam a fundo a sonoridade. Este pode ter muito a ver com a grande ênfase que o estudante coloca, quando em estágios mais elementares em estudos técnicos, ao invés de estudos de sonoridade. Esta prioridade pode se alterar, através do tempo, e se concentrar em estudos de notas longas e de sonoridade. O interesse pode pender para o estudo da trompa natural por inúmeras razões; o interesse histórico no instrumento e o repertório do período clássico para o instrumento, um estudo mais apurado do controle 124 e da flexibilidade, ou menos apenas expandir seu campo de conhecimento (seja profissional ou amador) dentro de conjuntos que utilizam instrumentos originais dos séculos XVIII e XIX. É importante saber que estes níveis são somente estágios sugeridos que não podem ser tomados por padrão. Estas categorias se sobreporão e os estudantes podem parecer estar em mais de um estágio de cada vez. Podem até mesmo retroceder, a um estágio anterior, por motivos diversos. Mas isso é apenas um exercício de perspectiva. Os professores devem usar esta informação e estar cientes do nível de cada um, levando em conta o seu desenvolvimento. Os professores devem estar atentos à ordem de necessidade dos alunos a fim de adotar a seqüência adequada. 125 10 O Aluno Responsável De acordo com Günter Schüller em seu livro Horn Technique , Dado um talento adequado, o instrumentista apenas será bom se ele procurar sê-lo . O comentário acima coloca muita responsabilidade pessoal no aluno individualmente. O trabalho e a dedicação cultivarão e moldarão o talento para algo muito maior. Enquanto desenvolvendo a maturidade na performance do músico, nós todos fomos induzidos a procurar atalhos para se chegar aos nossos objetivos. Nós gostaríamos de acreditar que se possuirmos as melhores marcas de instrumento, lermos os melhores livros, e estudarmos com os melhores professores, nós poderemos logo virar o melhor concertista. O que freqüentemente fazemos é procurar fora de nós mesmos uma receita para o sucesso, ignorando um exame interior buscando repostas para nossas questões. Se o que Confúcio falou é verdade, A grande sabedoria é saber que nós sabemos, e saber o que nós não sabemos , nós precisamos toda ajuda de outras fontes para definir os detalhes. Aulas particulares é simplesmente o caminho mais efetivo para uma pessoa aprender de outra pessoa, enquanto a atividade é fundamentada na difusão da informação e perspectivas e não apenas em conjecturas superficiais, (por exemplo, mestre e discípulo). O papel fundamental do professor é responder as exigências específicas e conceitos e trabalhar como um time, colaborando juntos no caminho de um objetivo que é aprender como aprender. O aprender é facilitado quando o aluno participa responsavelmente no processo de aprendizagem. Quando ele escolhe sua própria direção, ajuda a descobrir seus próprios recursos, formula suas próprias questões, decide seu próprio curso de ação e convive com as conseqüências de cada uma dessas escolhas, daí o aprendizado significativo é maximizado . Carl Rogers, em Freedom to Learn . Isso não quer dizer que os alunos já sabem tudo o que eles precisam saber. Significa que eles têm a responsabilidade de encontrar o que eles sabem e o que não sabem. Eles deveriam virar seus próprios professores. Professores, também, deveriam preparar seus alunos com 126 habilidade progressiva para raciocinar, e para ficar de pé sozinhos e julgar se sua metodologia está certa ou errada. Como aluno, você deve se sentir responsável em informar seu professor sobre o que trabalhou bem a respeito daqueles estudos, exercícios e aquecimentos. Isso pode exigir um pensamento extensivo, auto-análise, o que é bom. Você deve se sentir livre e confortável para informar o professor de que você percebeu seus méritos. Isso vai exigir pensamento objetivo também, mas é vital e importante que você pense muito nisso. É igualmente importante você acreditar em seus méritos e basear seu crescimento e autoconfiança sobre eles. Você deveria comunicar seu professor seus objetivos imediatos e futuros, assim como seus planos para atingi-los. O aluno responsável sente-se dono de seus sucessos e fracassos e sabiamente usa esta informação no futuro. Sempre que possível, o aluno responsável cria lições à cerca do que lhe parece mais importante, o que é mais polido, ou que poderia contrastar com a aula anterior. Esse tipo de aula deve ser planejado inteligentemente para ser aplicada em objetivos futuros, enquanto considerando sempre o total de objetivos futuros. O material apresentado em aula deveria ser muito maior em quantidade do que o que realmente se preparou. O professor não tem condições de ouvir tudo o que foi estudado. No entanto, logo ficará óbvio ao professor que o aluno está estudando uma grande quantidade de materiais pela forma como ele demonstra tocar qualquer tipo de peça. Observe a forma como você está estudando. Estava melhorando a sua maneira de tocar hoje ou na última semana? Como? Por quê? Seus estudos estão organizados, planejados e variados? Você tem um plano para cada aspecto do tocar? Você deve ter um plano para cada obra, cada sessão, cada dia, cada semana, cada mês, cada ano. Planeje também cada sessão de estudos de forma a notar o desenvolvimento passo a passo. O que segue é um plano básico detalhado de prática que pode fornecer a estrutura e a forma de como o estudante pode exercer um controle maior sobre seu avanço: 127 1. Olhe atentamente o estudo ou a composição que se vai estudar e decida qual o melhor caminho para você atender melhor as intenções do compositor e da técnica musical; 2. Decida o(s) valor(es) de sua técnica musical presente. Planeje o que você espera realizar através deste trabalho; 3. Seja meticuloso no trabalho com a trompa. Cante a parte em voz alta, considerando todos os acidentes, dinâmica, articulações, respirações, idéias musicais e assim por diante. 4. Agora, com os números 1, 2 e 3 em mente, leia através de sua trompa. Não esqueça uma coisa muito importante: tenha sempre um som cheio e bonito; 5. Volte mentalmente, sempre em seções que lhe parecem problemáticas. Decida quando. Com sua trompa, pratique até que estas seções fiquem tão fluente quanto o resto do trabalho; 6. Agora, repita o trabalho inteiro, perfeitamente , neste andamento lento original, sempre com os números 1 e 2 acima; 7. Comece a aumentar o andamento gradualmente com a ajuda de um metrônomo. Aumente o tempo em algumas batidas por segundo a cada nova tentativa. (A referência de um afinador eletrônico ajudará.) 8. Caso o tempo não seja indicado, decida-se por um tempo que se enquadre melhor nas características musicais e técnicas do trabalho e lembre-se de marcar novas respirações quando o andamento estiver mais rápido. Inicie o processo de trabalho dos detalhes. 9. Depois de pronto, toque-o várias vezes perfeitamente . É somente neste ponto do trabalho que você pode exercer a arte de executar. Até este ponto sua função foi resolver problemas. Agora você pode colher os frutos de seu trabalho e entrar mais no espírito da música. 128 10. Tenha um tempo para revisar o que aprendeu e realizou. Eram esses mesmo os objetivos que você queria atingir? Você mudará seu enfoque na próxima vez? Você pode aplicar esses resultados e a forma de trabalhar em outras peças e estudos. É importante notar que nós temos a tendência de aperfeiçoar o que tocamos e o modo como tocamos. É verdadeiro que se nós estudamos bem, nós tocamos bem. O oposto também é verdadeiro. É importante estar a par do que você necessita trabalhar e se tudo está fluindo corretamente. Faça uma lista ou use a lista indicada abaixo como ponto de partida. Ao considerar tais detalhes, dê uma nota para você mesmo usando o sistema numérico seguinte: 5- Excelente, 4- Bom, 3- Médio, 2- Fraco e 1- Ao trabalho! 1. O tocar: postura e posição, de pé e sentado; 2. Dedilhado: Trompa em Fá e em Si bemol, e opcionais; 3. Afinação: geral e nas regiões extremas, (use um afinador eletrônico); 4. Respiração: eficiência, controle e capacidade; 5. Embocadura: colocação correta do bocal, foco muscular correto, relação com o ar e várias regiões; 6. Ataque: clareza, fluência, variedade, staccato duplo, triplo e frulatto; 7. Variedade: vários intervalos, dinâmicas e mudanças de registro; 8. Qualidade sonora: som centrado, consistência em todos os registros e variedade de timbres; 129 9. Regiões: extremidades, claro controle do som (agudo, médio, médio-grave e grave); 10. Dinâmicas: resposta, controle e afinação em todas as extremidades e em todas as regiões; 11. Precisão: ataque inicial em todas as dinâmicas, consistência nas entradas e mudanças de nota; 12. Resistência: facilidade para produzir notas em todas as regiões e níveis de resistência em todas as regiões; 13. Concentração: Habilidade de manter o foco por longos períodos; 14. Trinado labial: fluência, controle em todas as dinâmicas, conhecimento de todos os dedilhados e também trêmulos de lábio; 15. Bouchè: controle da afinação e da entonação, respostas, projeção, registro grave, dedilhados nas afinações de Fá e Si bemol; 16. Utilizando surdina: controle da afinação e da entonação, respostas, projeção, silenciosa manipulação da surdina; 17. Transposição: Mi bemol, Mi, Ré, Dó, Sol, Si bemol baixo, Lá, Si, Si bemol agudo, Dó agudo, Lá bemol, Fá sustenido, Ré bemol, (em ordem aproximada de uso); 18. Fluência de leitura: clave de Fá, armaduras de clave, variedade de estilos e períodos, mudança de caráter, ritmos complexos, transposição; 19. Vibrato: controle em todas as regiões, variedade de estilos e formas; 20. Técnicas estendidas: glissando, double stops, técnica de meia válvula, notas duplas; 130 21. Trompa Lisa: Conceitos e técnicas; 22. Repertório: conhecer o repertório básico, estudos, música de câmara, estudos técnicos e trechos orquestrais. 23. Aquecimento/Sessão de Manutenção: Rotina diária progressiva, envolvendo muito do que foi listado acima, projetado pessoalmente e modificado regularmente; Adiciona-se a esta lista outros elementos, que sejam importantes em seu dia a dia, dada a sua avaliação de cada elemento, e suas necessidades em seu trabalho, mantendo-se a par delas, utilizando anotações diárias. As especificações de seu trabalho também devem ser listadas. Tenha tempo para anotar seus progressos, erros, impressões, objetivos e sucessos. Um diário de sua prática é recomendado. Um outro elemento importante em manter esse controle de seu aprendizado e ganhar valiosas perspectivas, é o desenvolvimento de sua própria biblioteca de literatura para trompa. Como decidir qual o material adequado para o meu progresso? É uma pergunta que envolve muita pesquisa e experimentação. Esta prática de arquivo e pesquisa transforma-se em parte importante do processo de desenvolvimento do estudante. São listadas a seguir algumas sugestões: 1. Métodos e livros de estudos; 2. Concertos solo ou sonatas (desde o período barroco até o contemporâneo); 3. Duos (ou outras combinações) de concertos; 4. Solos sem acompanhamento; 5. Trechos orquestrais; 6. Duetos, trios e quartetos de trompas; 131 7. Música de câmara, (com cordas, sopros, metais, etc.). Procure partes em comum em listas de concursos. Estude discografias para saber o que os principais trompistas estão gravando. Escute quantas gravações puder, retiradas de bibliotecas ou emprestadas com colegas. As competições nacionais e internacionais também vão apontar as tendências consideradas importantes para o trabalho da trompa. É também importante consultar seu professor sobre o repertório para trompa e saber se seu repertório é o mesmo que você está trabalhando. 132 11 O Professor Responsável Ensinar de forma eficaz uma outra pessoa, é uma tarefa de responsabilidade muito grande. A habilidade de responder a perguntas, de uma outra pessoa, tem importância vital dentro do contexto de ensinar. Ouvir, reagir, responder e reciclar o modo de ensinar, personalizando cada aula para cada estudante parece ser a maneira mais eficaz de contribuir para seu crescimento, como músico e como ser humano. Nos primeiros anos lecionando, curiosamente ou inconscientemente, tendemos a utilizar técnicas que foram utilizadas pelos nossos próprios professores. Não há nada errado em agir assim, utilizar técnicas de nossos professores, a quem respeitamos e admiramos, e que tanto nos ajudaram a atingir nossos objetivos musicais. Agora que chegamos à posição de professores, é fácil supor que nossa própria estrada profissional é a mais fácil de se evoluir. Contudo, devemos ter o cuidado de estar ciente do fato de que, quando nós éramos estudantes, tivemos nossas próprias dificuldades e fraquezas e que nossos professores fizeram um profundo exame para encontrar a maneira mais adequada de nos orientar. Em muitos de nossos alunos, estas dificuldades e fraquezas podem, também, se fazerem presentes, necessitando uma atitude similar à de nossos mestres, mas e quando nos confrontamos com problemas estranhos a nós, aos quais nunca tivemos que tratar antes? Aqueles problemas que são estranhos a nós, são uma realidade na vida do aluno. Nesse momento, o reino de nosso conhecimento, torna-se limitado e requer do professor uma reflexão sobre qual a melhor maneira de resolver tais problemas, demandando muita pesquisa. Somado a isso, ao tratar daqueles problemas que nos são familiares, devemos refletir e recordar e quando formos resolver os problemas que no soam novos, devemos pesquisar e experimentar. O professor responsável deve deixar o estudante ciente destes fatos, comunicando-lhe que às vezes estarão pisando em terras estranhas. Por exemplo, nós podemos dizer: Vamos tentar desta maneira e ver o que acontece. ou O que você pensa sobre isso? . Haverá sempre ocasiões onde o professor e o estudante têm que fazer uma incursão na obscuridade a fim de descobrirem juntos o qual a melhor opção de ação. Os benefícios obtidos podem ser a resolução do problema pelo aluno e o ganho de experiência pelo professor, que pode utilizar essa solução em problemas similares futuros. Certamente a 133 maioria dos grandes problemas, sejam eles de ordem técnica ou musical, são compartilhados pela maioria dos estudantes. Neste sentido, nós como professores, podemos aplicar estas soluções de forma quase rotineira. Ao mesmo tempo, devemos ter a habilidade de improvisar soluções originais para problemas inesperadas. Cada estudante traz consigo algo original ou diferente, que força o professor a refletir ou rever seus conceitos e forma de ensinar. O professor deve ser franco e aberto com o estudante, inquirindo em cada junção nova, que objetivo gostaria de perseguir. Que tipo de peça você gostaria de estudar? Qual concerto de Mozart? Qual período é o seu preferido? Qual trecho orquestral? Estas perguntas colocam a responsabilidade de escolha sobre os ombros do estudante. Esta responsabilidade inclui uma escolha de que peça, estudo ou trecho orquestral cabe melhor à sua necessidade atual. Se faltar força ao estudante no registro grave, por exemplo, deve escolher um estudo que dê ênfase a este problema. Se o problema for transposição, a concentração dos estudos deve ser neste sentido. O estudante tem a liberdade de escolha do repertório, mas também deve estar sensível às suas próprias prioridades na escolha. Se o estudante não estiver ciente dessas prioridades, então é o trabalho do professor conscientizá-lo. Para ajudar o estudante em sua escolha de repertório, dentro da extensão de tempo, prefiro dar as seguintes opções de escolha: Opções de solo Mozart, concerto No. 4 Mozart, concerto No. 2 Beethoven, sonata Op. 17 Strauss, concerto No. 1 Opções de Estudos 1. Kopprasch, No. 7, 12 or 16 2. Maxime-Alponse( book 2), No. 5, 8 or 9 3. Müller, No. 3 or 7 134 Opções de Trechos Orquestrais 1. Strauss, Don Juan or Ein Heldenleben 2. Brahms, symphony No. 2 and concerto No. 2 for piano 3. Shostakovich symphony No. 5 Dentro de cada categoria de escolha, o professor pode dar diferentes opções para os estudantes, tal como escolher um número na parte A, dois na parte B e dois na parte C. Isto, obviamente pode variar significativamente. Em longo prazo, dentro de todas as escolhas que podem ser feitas, o estudante tocará, por fim, tudo o que está listado. Desta maneira, o estudante mantém a independência de escolher seu repertório, ao mesmo tempo em que o professor pode dirigir as escolhas para o tratamento de problemas técnicos específicos, sendo que a exposição necessária do repertório é o mais importante. A assimilação é também um processo importante ao ensinar o estudante. Sendo assim, nós enquanto professores, devemos olhar através dos olhos de nossos estudantes, ouvir através de seus ouvidos e procurar sentir o que sentem. Por exemplo, diga que deseja que seu aluno melhore a qualidade da afinação. Para justapor nosso som ao lado do dele, e para dizer, simplesmente, deve ser assim , é ignorar o processo e colocará todo o objetivo a se perder. Se preferivelmente, nós sentimos empatia com seu som real nesse momento, poderíamos introduzir, gradualmente um processo possível para sua melhoria. Esse processo poderia ser o que nós fizemos ou o que faríamos se nosso som estivesse naquelas circunstâncias. Comece fazendo-lhes perguntas que você se perguntaria se estivesse com aquele problema. Responda verbalmente a suas tentativas de encontrar uma solução e o que você responderia se pensasse da mesma maneira que o aluno e tivesse o mesmo problema que ele. Se coloque no mesmo lugar que seu aluno, compartilhe com ele o sentimento de confusão que o atinge, estimule suas habilidades para resolver o problema, ajude a encontrar uma saída, e esteja pronto para comemorar com ele quando encontrar uma saída para o problema, não importando o quão simples a solução possa parecer. Centrar-se em si mesmo é a idéia que norteia o processo de aprendizagem. Para tocar bem, os estudantes devem se sentir bem, física e mentalmente. Devem focalizar no melhor, acreditar no melhor, e esperar o melhor. Se os estudantes puderem aprender a 135 confiar em seus próprios talentos especiais, aprecia sinceramente suas sessões de estudo, e admiram-se como indivíduos dignos, sua vontade de fazer o melhor aparecerá. É a responsabilidade do professor ajudar a encontrar o caminho certo para cada estudante chegar nestes níveis de confiança. Há somente um sentido único para se ensinar, que é aquele que ajuda a melhor maneira de aprender. Cada professor deve encontrar sua própria maneira de fazer isso. O fator primordial é ajudar o estudante a encontrar um caminho, mas ele é quem deve segui-lo. Tal maneira mantém o ato de ensinar que interessa e estimula o aluno. 136 12 Seções da Trompa Um dos problemas de desempenho do trompista de bandas ou orquestras é projetar o som o melhor possível. O som da trompa não é direto como o de outros instrumentos, mas nem por isso os trompistas devem simplesmente forçar seu som para se fazer ouvir. Abaixo estão algumas considerações que podem ajudar professores, maestros e instrumentistas a resolverem alguns destes problemas. A trompa deve muita de suas características acústicas, tais como uma projeção timbral morna e sonora e um som que parece não vir de alguma parte em especial, mas do todo ao mesmo tempo a um fator muito importante: sua posição. Parece estar em desvantagem em relação a outros instrumentos. Somente a trompa tem o som projetado para trás e para baixo. O som alusivo e indireto é parcialmente a causa dessa mágica que envolve o som da trompa, mas cria também muitos problemas. As soluções não são de todo complicadas, desde que haja um entendimento entre o maestro e o trompista. Os trompistas são relutantes em perguntar ou simplesmente inconscientes de como estão soando na primeira fileira. O contrapeso entre seções dentro de um grupo grande é certamente uma das considerações mais importantes. Então há o problema da projeção entre as próprias trompas, combinando determinados tipos de articulação, combinar os timbres, controlar a posição da mão dentro da campana, ou simplesmente o problema do ego, entre outros. Estão listadas a seguir algumas soluções sugeridas. 12.1 Posicionamento do Naipe 1. O primeiro trompista deve tocar com a campana abaixo do nível da campana dos outros trompistas. Isto permite que todos os outros trompistas ouçam a primeira trompa como referência. Em geral esta é a parte mais aguda do naipe, e em geral é onde está o maior interesse melódico. Uma outra consideração é que os outros trompistas não serão tão audíveis quanto a primeira trompa para não criar 137 influências negativas. O assistente, caso seja usado, e colocado geralmente à esquerda da primeira trompa, de modo que a primeira trompa e a segunda trompa estejam lado a lado. 2. Esta providência, como se fosse um carrinho, não é separada por razões visuais, mas para que todos os trompistas tenham suas campanas voltadas para a mesma direção. 3. Um espaço amplo, (aproximadamente meio metro), é necessário entre os músicos, para permitir que seus sons fluam livremente e não seja barrado pelo corpo do vizinho. (Isto é similar a um trompete ou trombone tocando com uma cortina na frente da campana!). 4. A posição dos trompistas deve ter a mesma distância da superfície que se encontra atrás deles. 5. Sempre que possível, use um biombo de aproximadamente dois metros e meio atrás dos trompistas. Evite cortinas ou biombos cobertos por panos, mas se necessário, nunca a menos de dois metros e meio. Evite colocar o naipe de trompas na frente de outros naipes, para evitar a absorção do som pela roupa desses músicos. 6. A madeirite, o plástico, o tijolo e o concreto são superfícies que rebatem o som do que a madeira, mas melhor do que cortinas ou panos. 7. Nunca coloque o naipe de trompas em frente ao de percussão, em especial na frente do tímpano ou do bumbo. A vibração intensa advinda desses instrumentos transforma-se numa explosão concentrada, focalizada na pressão de ar que entra na campana e pode afetar o controle da abertura de uma nota, além de influir negativamente na resistência. É normal que a maioria dos conjuntos ensaie em um espaço e então, após um ou dois ensaios, sejam feitos ajustes no que se está tocando. Os trompistas são afetados extremamente por essas mudanças, e os regentes freqüentemente se confundem sobre o que 138 perguntar ou o que esperar de seu naipe de trompas. Em um espaço menor, o som das trompas pode soar muito mais presente do que numa sala de concertos maior. Os regentes devem estar atentos a isso e ajudar a preparar os trompistas para enfrentar as exigências da sala de concertos. O volume necessário deve ser incentivado e ensaiado uniformemente, seja na sala pequena ou na grande. Uma outra consideração importante da colocação envolve posicionar as trompas na frente de outros instrumentos de metal. O que acontece é que quando os trompetes e trombones ouvem o som direto das trompas, tendem a tocar mais forte, visando contrabalancear o peso. Este aumento é ouvido imediatamente pelo trompista, que por sua vez aumenta seu volume, resultando na distorção de todo o naipe de metais. É sempre desejável e melhor colocar o naipe de trompas em uma fileira na parte traseira do conjunto. 12.2 Equilibrando o naipe de Trompas 1. Com todas as campanas voltadas para a mesma direção, e distanciada igualmente da parede traseira, os membros do naipe devem combinar uma posição da mão direita dentro da campana. Eu recomendo que ele a deixe descansada, em forma côncava, com os dedos retos, os pés descansando em posição de quatro horas, ou na de duas horas se preso fora do pé. 2. As várias regiões da trompa projetam-se de forma completamente diferente umas das outras. Assim sendo, os trompistas devem compensar esta diferença. A última oitava e meia projeta-se muito bem desde a dinâmica mp ou mesmo menos; assim, não é necessário ser muito agressivo até a dinâmica ff ou mais. Desde o Fá do primeiro espaço, descendo uma oitava e meia, região freqüentemente usada pelas segundas e quartas trompas, a projeção natural é muito menor, assim os trompistas devem tocar um pouco mais forte. A região grave necessita de um 139 volume cheio, um som desobstruído e atenção constante na afinação. Evite distorcê-la ou fazer uso desnecessário de força, entretanto. 3. Todos os que tocam segunda, terceira ou quarta trompa devem ajustar a afinação com a primeira, além de combinar o timbre a ser usado. A afinação exata se projeta bem. 4. Combinar os inícios e finais de acordes ou frases ou articulações, criam um som realçado no naipe. 5. Respirar junto, em conjunto, como um time, faz com que o naipe trabalhe e soe melhor. 12.3 Outras considerações importantes 1. Nenhuma parte é mais importante do que outra num naipe de trompas. Cada uma tem a sua função. A primeira trompa ajusta o estilo e as articulações das outras vozes. A segunda trompa ajusta a sua e serve de base para a primeira trompa, tocando um pouco mais forte. A terceira trompa deve combinar, e assume um papel de liderança do naipe quando a primeira trompa não está tocando. A quarta trompa ajusta a sua e serve de base para a terceira trompa, tocando um pouco mais forte. A trompa assistente deve ser preparada para se somar ao som da primeira trompa ou assumir o posto a qualquer momento. 2. Os uníssonos na região aguda requerem força e digitação e sustentação de ar similares. 140 3. Os problemas de afinação mais comuns incluem todas as primeiras e segundas combinações da válvula, (sempre afinadas), as quintas parciais no grave, (por exemplo, o Mi da primeira linha, descendo até um Dó sustenido, na afinação em Fá), as afinações em Si bemol e Fá da trompa não são iguais, (geralmente a seção em Si bemol é mais afinada), a região extremamente aguda é mais fácil para alguns trompistas, enquanto que para outros ocorre o inverso, sendo mais fácil tocar na região mais grave. 4. A técnica do bouchè deve ser dominada pelos trompistas, e a deve-se tentar manter a qualidade de som e a afinação. 5. É muito importante a oportunidade de trabalho em conjunto, em duetos, trios, quartetos de trompas. Desta maneira o naipe cria uma ligação mais forte, técnica e espiritual. 6. É necessário encontrar a oportunidade de tempo para o naipe de trompas todo trabalhar, durante o ensaio, em conjunto com o naipe de metais. Se as trompas, trompetes, trombones e tuba se prepararem corretamente sozinhos, então a etapa seguinte será o ensaio do naipe de metais inteiro. É sempre benéfico convidar uma pessoa de fora para ouvir e expressar sua opinião sobre o naipe de trompas. Muitas vezes, ao tocar dentro do naipe, fica difícil ter discernimento e uma visão objetiva dos problemas, em especial sobre equilíbrio, afinação e ritmo. Uma opinião neutra, de outra perspectiva, pode ser de grande valia. 141 13 A Escrita para Trompa As trompas, embora pertencentes ao naipe de metais, como se sabe, são usados freqüentemente como parte do naipe de sopros. É raro encontrar uma única trompa em um conjunto pequeno. Vêm sempre aos pares, ou seja, ou não se tem nenhuma trompa ou duas. Na orquestra sinfônica completa, existem quatro trompas, (ou dispostos em duplas). Antes da invenção e da perfeição das válvulas, eram usadas várias trompas, nas mais diversas afinações, de acordo com a composição a ser tocada. Suas partes eram escritas na afinação de Dó, e a abertura das voltas móveis é que determinava em qual afinação o instrumento foi ajustado. Assim, no período Clássico, nós encontramos trompas afinadas em Dó, Ré, Mi bemol, Mi, Fá, etc., e peças para trompa em caráter mais simples e diatônico, e tudo escrito na chave de Dó, mas para soar na chave da parte, por exemplo: Figura 23 Trompa em Ré visto que na mesma chave, mas para trompa em Mi bemol soaria: Figura 24 Trompa em Mi bemol e assim por diante em todas as chaves. A trompa em Dó soou uma oitava mais grave do que a nota escrita. Agora que toda esta complicação tornou-se desnecessária, com a criação da válvula, uma trompa apenas é usada universalmente. Esta trompa é afinada em Fá. A passagem dada acima naturalmente soaria: 142 Figura 25 Trompa em Fá se tocado em Trompa em fá.Sendo assim, as peças de Trompa soam uma quinta acima do exigido.A clave de fá é usada para as peças ou trechos mais graves indo desde Figura 26 Tessitura para Trompa aguda as notas em ambas as extremidades do compasso são difíceis de produzir.O e seguindo a escrita normal do compasso da Trompa. Figura 27 Tessitura para Trompa grave Algumas notas mais agudas podem ser alcançadas por trompistas mais experientes, e são encontradas freqüentemente em peças mais modernas e são arriscadas para trompistas com pouca experiência e causam a ele desconforto físico ao tocar. É difícil tocar estas passagens em p ou pp. Figura 28 Exemplo de dinâmica A abaixo Figura 29 Exemplo de dinâmica B escreva apenas notas ligadas. A região grave, indo para baixo na trompa, é ineficaz e têm pouca projeção. Neste caso seria mais interessante escrever esta parte dobrada, a fim de reforçar o poder de projeção desta passagem. Anteriormente, as notas escritas na clave de Fá, foram escritas uma quarta abaixo do que o requerido, ao invés de uma quarta acima. Esta prática não tem nenhum fundamento, e está desaparecendo. O compositor é recomendado a escrever uma quinta acima do que a nota requerida, se na clave de Fá, no 143 entanto, alguma indicação verbal deva ser dada no caso das trompas, (por exemplo, Nova notação para clave de Fá ). As peças para Trompa são escritas geralmente, como nos tempos anteriores ao aparecimento da válvula, sem chaves, com os acidentes necessários sendo indicados. O uso de armaduras de claves, entretanto, está ganhando terreno e tem a vantagem de dar ao trompista um sentido mais seguro da tonalidade da parte. O único argumento, fora da tradição pura, na escrita sem armadura de clave, é que age como um guia para o maestro em localizar as partes da Trompa na grade! A Trompa é um instrumento profundamente expressivo quando usado para a música leve, nuances simples no registro médio, freqüentemente dizem. Figura 30 Registro Médio Alguns tendem a recordar apenas solos bonitos ou que o remetam ao drama, como o Andante Cantabile da 5ª. Sinfonia de Tchaikovsky ou o Noturno de Mendelssohn de Sonho de Uma Noite de Verão. É também capaz do ataque mais agressivo quando tocado rudemente, estridente de que é realçado, (perdendo em projeção, naturalmente), pelo bouchè ou seja, fechando a campana com a mão ou uma surdina. O efeito anterior, como sabido é o bouchè, indicado por uma cruz, assim: Figura 31 Bouchê Deve ser reservado para momentos de intensidade ou de terror dramático. Para muito romântico ou efeito de eco, a Trompa com surdina fundida é muito macia e completamente eficaz, e fornece uma cor sem igual dentro do conjunto. Notas mais piano e estacionárias nas peças, constituem o princípio do dever dos trompistas, porque toda a contagem mostrará, mas são também muito úteis quando para dobrar outros instrumentos quando se deseja dar mais corpo e sentido a uma linha melódica 144 particularmente grande no registro de tenor. As notas repetidas, as duplas e trios, são uma característica da escrita para trompa, e embora as passagens requisitem a agilidade considerável podem ser encontradas em sua maioria em peças modernas, e são geralmente dobradas em segurança por outros instrumentos de modo que o corpo do som possa mais agudamente ser definido. Ao orquestrador inexperiente é recomendável manter suas peças para trompa, na sua maior parte, dentro do caráter de uma linha vocal, e evitar saltos muito grandes e não vocais. A primeira e a terceira trompa devem raramente ir abaixo disso Figura 32 Referência grave para Trompa aguda e a segunda e quarta trompa deve raramente ultrapassar Figura 33 Referência aguda para Trompa grave Isto é devido, de fato, à natureza da especialização do trompista, em sua respectiva área de atuação. Esta regra, no entanto, não é rígida, em especial para passagens em uníssono para duas trompas. 145 14 Lista de Repertório: Trompa solo/Piano Todo o repertório listado a seguir é recomendado e foi agrupado por períodos da música. Cada seção foi organizada na ordem geral da posição de cada composição dentro do repertório básico, baseada na preferência e popularidade entre estudantes e profissionais. Esta lista deve ser apenas um ponto de referência para o estudante, que pode começar a partir dela ou da sua busca para constituir uma biblioteca pessoal. Período Barroco Telemann, G.P., Concerto in D Maj., Pegasus. Förster, C., Concerto in Eb (No. 1), Hofmeister. Förster, C., Concerto in Eb (No. 2), McCoy. Corelli, A., Sonata in G min., Edition Musicus. Mouret, J.J., Two Divertissements, Siècle Musical, Geneve Bach, J.S., Sonata in Eb (No. 2), International Handel, G.F., Sonata in G min., AMP. Corrette, M., Concerto, Heinrichshofen. Neruda, J., Concerto, Billaudot. Senaillé, J.B., Allegro Spiritoso, Southern. Senaillé, J.B., Sarabande & Allegro, International. Bach, J.S., Aria from 3rd Suite, Baron. 146 Período Clássico Mozart, W.A., Concertos 3,2,4,1, Breitkopf. Haydn, F.J., Concertos 1,2 in D, Boosey. Beethoven, Sonata Op. 17, Boosey. Mozart, W.A., Concert Rondo, Breitkopf. De Krufft, N., Sonata in E, Birdalone. Danzi, F., Sonata in Eb, International. Haydn, M. Concertino in D, Universal. Rosseti, F.A., Concerto in Eb, International. Ries, F., Sonata, Op. 34, Schott. Cherubini, L., Two Sonatas, International. Período Romântico Strauss, R., Concerto No. 1, International. Strauss, F., Nocturne, Op. 7, Universal. Strauss, R.., Andante, (1888), Boosey. Schumann, R., Adagio and Allegro, Boosey. Saint-Saëns, C., Morceu de Concert, International. Saint-Saëns, C., Romance, Op., 36, Belwin. Strauss, R., Concerto No. 2, Boosey International. Glière, R., Concerto, Op. 91, International. Glière, R., Romance, Valse Triste, International. Glière, R., Intermezzo, Leeds. Glière, R., Nocturne, Leeds. Glazounov, A., Reverie, Op. 24, Leeds. Chabrier, E., Larghetto, Musica Rara. Strauss, F., Concerto, Op. 8, Carl Fischer. 147 Weber, C. M. von, Concertino in E, Peters. Rossini, G. A., Prelude, Theme, & Variations. Rheinberger, J., Sonata in Eb, Schott. Czerny, C., Andante e Polacca, Doblinger Pós Romântico/Moderno Conservador Dukas, P., Villanelle, International. Françaix, J., Divertimento, Presser. Bozza, E., En Foret, Leduc. Madsen, T., Sonata Op. 24, Musik Huset. Scriabin, A., Romance, Belwin. Françaix, J., Canon in Octave, International. Vinter, G., Hunter s Moon, Boosey. Hovhaness, A., Artik ( concerto), C.F. Peters. Larsson, L. E., Concertino, Op. 45, Gehrman. Planel, R., Caprice, Leduc. Nielsen, C., Canto Serioso, Skandinavisk. Wilder, A., Sonatas Nos. 1,2 & 3, Margun. Wilder, A., Suite, Margun. Schoeck, O., Concerto, Op. 65, Boosey. Piantoni, L., Air de Chasse, Leduc. Damase, J. M., Berceuse, Leduc. 148 Moderno Hidemith, P., Sonate (1939), Schott. Heiden, B., Sonata (1939), AMP. Poulenc, F., Elegy, Chester. Hindemith, P., Sonate for Althorn, Scott. Jacob, G., Concerto, Galaxy. Ewazen, E., Sonata, Southern. Abbott, A., Alla Caccia, Arcadia Music Pub. Co. Nelhybel, V., Scherzo Concertante, General. Hindemith P., Concerto, Schott. Vignery, J., Sonata, Op. 7, Brogneaux. Reynolds, V., Partita, Southern. Seiber, M., Notturno, Schott. Koechlin, C., Sonata, Op. 70, Eschig. Kvandal, J., Introduction & Allegro, Norsk. Tomasi, H., Concerto, Leduc. Moderno/Vanguarda Musgrave, T., Music for Hn & Pno, Chester. Hamilton, I., Sonata Notturna, Schott. Hartley, W., Sonorities II, Presser. Reynolds, V., Sonata, Southern. McCabe, J., The Goddess Trilogy, Novello. Durko, Z., Symbols, Ed. Musica Budapest. Porter, Q., Sonata (1946), Robert King. Schumann, W., Three Colloquies, Merion. 149 14.1 Trompa solo (listada em ordem alfabética por compositor) Esta é uma breve lista de repertório para trompa solista e serve como um caminho efetivo para o desenvolvimento artístico do intérprete, criando assim um verdadeiro solista. Agrell, J., Romp for Solo Horn, Ed. Marc Reift. Amram, D., Blues Variations for Monk, Peters. Apostel, H. E., Sonatine, Universal. Arnold, M., Fantasy for Horn, Faber. Babbitt, M., Around the Horn, Southern. Bach, J. S., Suites (for Cello), Southern. Barboteau, G., Cinq Pieces Poetiques, Choudens. Berge, S., Horn Lokk, Norsk. Buyanovski, V., Travel Sketches, McCoy. Friedman, S., Topango Variations, Seesaw. Gallay, J., 40 Preludes, Op. 27, International. Gryc, S., Reflections on a Southern Hymn, Robert King. Hermanson, A., Alarme, AD Nordiska. Hill, D., Reflections for Horn Alone, Manduca. Ketting, O., Intrada, Donemus. Kogan, L. Kaddish, Israel B&W Pub. Krol, B., Laudatio, Simrock. Lyon, D., Partita, Schirmer. Marshall, P., Miniatures, Seesaw. Marshall, P., Colored Leaves, Spindrift Music Co. Mishori, Y., Prolonged Shofar Variations, Israel B&W Pub. Pearlman, M., Tryptych, IHS Press. Persichetti, V., Parable VIII, Elkan Vogal. 150 Plog, A., Postcards, BIM. Reynolds ,V., Elegy, Carl Fischer. Reynolds, V., 48 Etudes, Schirmer. Rossini, G., Le Rendez-vous de Chasse, McCoy. Schuller, G., Studies for Unaccompanied Horn, Oxford. Schultz, M., Glowing Embers, Jomar Press. Stutschewsky, J., Kol Koreh, Israeli Music. Thimming, L., Bluefire Crown II, U.W. School of Music. Wilder, A., 12 Pieces for Solo Horn, Shawnee. 14.2 Estudos e Exercícios para Trompa Os estudos e exercícios para trompa são a maior presença no trabalho de um estudante. Isto é comprovadamente benéfico em determinados estágios do desenvolvimento, se os estudos forem bem escolhidos e utilizados objetivamente. O único e mais importante objetivo para trompistas modernos é a versatilidade na consciência musical e na técnica completa do instrumento. Os estudos têm papel significativo no processo, em especial se cada sessão da prática contêm tipos variados e de períodos e estilos diferentes. Entretanto, dedicar-se à prática de um estudo referente apenas ao século XIX, de que há muito material, resolveria em parte o problema. Os estudantes necessitam também ter a máxima atenção a todos os desafios musicais e técnicos encontrados dentro dos grandes trabalhos dos compositores do século XX. Seria impossível listar todos os excelentes métodos disponíveis. Com mais de 200 títulos conhecido por este escritor, aqueles aqui listados representam o que é considerado basicamente, repertório de estudos, auxiliando o que o trompista precisa para desenvolver a versatilidade, musicalidade e a capacidade estilística de grandes proporções. De acordo com o questionário escrito por William Robinson, pela Internet, no site da International Horn Society, resultou na tabulação dos solos e métodos mais solicitados entre os 43 professores americanos mais conhecidos. Os métodos que aparecem nas primeiras colocações, nestas tabulações, são considerados repertório básico e estão listadas abaixo. Eles 151 foram listados em ordem de importância e utilidade para conservatórios, faculdades de música e além. Estudos e Exercícios para Níveis Elementares Maxime-Alphonse, 200 Études ( Vols. 3-6), Leduc. Kopprasch, C., 60 Selected Studies (2 bks.), Fischer. Fearn, W., Exercises for Flexible Horn Playing, Presser. Gallay, J. F., 40 Préludes, Op. 27, International. Schuller, G., Studies for Unaccompanied Horn, Oxford. Reynolds, V., 48 Études, G. Schirmer. Frehse, A., 34 Etuden für Tiefes Horn, Hofmeister. Hackleman, M., 34 Characteristic Etudes for Low Horn, Editions BIM. Hackleman, M., 21 Characteristic Etudes for High Horn,Editions BIM. Shoemaker, J.R., G. Concone, Legato Etudes, Belwin. Brophy. W., Technical Studies, Carl Fischer. Barboteu, G., Études Classiques, Choudens. Barboteu, G., Vingt Études oncertantes, Choudens. Nagel, R., Speed Studies (trp.), Mentor. Falk, J., 20 Études Atonales, Leduc. Singer, J., Embouchure Building, Belwin. Gallay, J. F., 12 Grand Caprices, Op. 33, Leduc. Franz, O., Complete Method, Fischer. Brahms, J., 10 Horn Studies, Henn. Kling, H., 40 Characteristic Studies, International. Righini, P., 6 Studi Seriali, Ricordi. Gates, E., Odd Meter Studies, Sam Fox. Neuling, H., 30 Spezial-Etuden (low horn), Pro Musica. Ceccarossi, D., École Complete du Cor, Leduc Ceccarossi, D., 10 Caprices pour Cor, Leduc. Bourgue, D., Techni- Cor ( 5 Vols.). Clark, J., Exercises for Jazz French Horn, Hidden Meaning Music. 152 14.3 Repertório de Música de Câmara para Trompa Combinações Frequentes ( *repertório básico) (listado em ordem alfabética) 14.3.1 Trompa, Violino e Piano Brahms, J., Trio, Op. 40, International.* Berkeley, L., Trio, Op. 44, Chester.* Dussek, J. L., Notturno Concertante, Musica Rara. Graun, K. H., Trio in D Major, McCoy (basso continuo). Herbison, J., Twilight Music, AMP. Ligeti, G., Trio, Schott. Presser, W., Rhapsody on a Peaceful Theme, Presser. Telemann, G. P., Concerto ( arr. Leloir), KaWe. Welcher, D., Partita (from composer). Wyner, Y., Horn Trio, G. Schirmer. Zelenka, I., Trio (12-tone), Editions Modern. 14.3.2 Trompa, Voz e Piano Britton, B., Serenade, Op. 31, Boosey (tenor).* Britton, B., Canticle III, Op. 55, Boosey (tenor). Cooke, A., Nocturnes, Boosey (soprano).* Bach, W. F., Aria, Tischer & Jagenberg (soprano). Berlioz, H., Le Jeune Patre Breton, Op. 13 No. 3, International (soprano). Krol, B., Horati de Vino Carmina, Benjamin (soprano). Lachner, F., 2 Songs, Musica Rara (soprano). Lachner, F., Die Seejungfern, Music Rara (tenor). Lachner, F., Notte Soave Delizia, Musica Rara (alto). Plog, A., Aesop s Fables, Southern (narrator). Schubert, F., Auf dem Strom, Breitkopf (tenor or soprano).* 153 Schumann, W., The Young Dead Soldiers, Presser (soprano). Strauss, R., Das Alphorn, Boosey (soprano). 14.3.3 Trompa, Instrumentos variados e Piano Beethoven, L. Van, Quintet, Op. 16, Musica Rara (ob, cl, bsn).* Dohnanyi, E., Sextet, Op. 37, Lengnick (cl, vn, vla, vc). Ewazen, E., Ballade, Southern (fl). Herzogenberg, H. Von, Trio, Musica Rara (ob). Kellaway, R., Sonoro and Dance of the ocean Breeze, MS (tuba). Mozart, W. A., Quintet (K. 452), Musica Rara (ob, cl, bsn). Reinecke, C., Trio in a minor, Op. 188, International (ob). Reinecke, C., Trio in Bb, Op. 274, Western (cl). Rochberg, G., Trio, Presser (cl). Schuller, G., Romantic Sonata, G. Schirmer (cl). Stravinsky, I., Septet,(1953), Boosey Hawkes (cl, bsn, vn, va, vc). Titl, A. E., Serenade, Molenaar (fl). Tovey, D., Trio, Op. 8, Schott (cl). Wilder, A., Suite, Margun (cl). Wilder, A., Suite Nos. 1 and 2, . Schirmer (tuba). 14.3.4 Trompa(s) com cordas Amram, D., Music from Marlboro, Peters (vc). Beethoven, L. van, Sextet, Op. 81b, International ( 2hn, 2vn, va, vc).* Cherubini, L., Sonata No. 1 and 2, Sikorski (2vn, va, vc).* Haydn, F. J., Divertimento á Tre, Doblinger ( vn, vc).* Heiden, B., Quintet (1952), AMP (2vn, va, vc). Krol, B., Cantico, Benjamin (2vn, va, vc). Mozart, W. A., Quintet (K. 407), Peters (1vn, 2va, vc).* Mozart, W. A., A Musical Joke ( K. 522), International (2hn, 2vn, va, vc). Reicha, A., Quintet, Op. 106, Musica Rara (2vn, va, vc). 154 14.3.5 Trios de Metais Beethoven, L. van, Trio, Op. 87, Robert King (trp, trb). Hill, D., Elegies and Variations (1972), Manuscript (trp, trb). Kirchner, L., Fanfare, AMP (2trp). Nagel, R., Brass Trio No. 2, Mentor (trp, trb). Pinkham, D., Brass Trio, Peters (trp, trb). Poulenc, F., Sonata, Chester (trp, trb).* Reynolds, F., Trio, Schirmer (trp, trb). Reynolds, F., Trio, Schirmer (trb, tuba). Running, A., Aria and Allegro, Shawnee (trp, trb), Stevens, J., Triangles, Editions BIM (trb, tuba). 14.3.6 Quarteto de Metais Bernstein, L., Fanfare for Bima, Boosey (trp,trb, tuba). Hindemith, P., Morgenmusik, Schirmer (2trp, [hn], trb, tuba). Schuller, G., Little Brass Music, Mentor (trp. Trb, tuba).* Simon, A., Quartour, Robert King (2trp, trb). 14.3.7 Quinteto de Metais Adson, J., Masques & Anti masques, Medici. Arnold, M., Quintet, Patterson.* Arutunian, A., Armenian Scenes, Editions BIM. Bach, J. S., Art of the Fugue (Frackenpohl), Hal Leonard. Bach, Jan, Laudes, Mentor.* Bach, Jan, Rounds and Dances, Galaxy. Bernstein, L., West Side Story (Gale), Music Express. Bozza, E., Sonatine, Leduc.* Calvert, M., Suite from the Monteregian Hills, Berandol.* Cheetham, J., A Brass Menagerie, Mark Tezak. Cheetham, J., Scherzo, Western.* Dahl, I., Music for Brass Instruments, Warner Bros.* 155 Dukas, P., Fanfare (La Péri), Presser.* East, M., Amavi, Wimbledon. Ends, J., Three salutations, Accura. Etler, A., Quintet, AMP.* Ewald, V., Quintet No. 1 (Symphony for Brass), Lyceum.* Ewald, V., Quintets No. 2 & 3, G. Schirmer.* Ewald, V., Quintets No. 4, Op. 8, Brass Ring Editions.* Farnaby, G., Fancies Toyes and Dreams, Chester.* Gershwin, G., Selections from Porgy and Bess (Gale), Musicians Pub. Gregson, E., Equal Dances, Novello. Harbison, J., Christmas Vespers, AMP. Harbison, J., Magnum Mysterium, AMP. Hill, D., Intrada, Manduca/PP Music Hill, D., Timepieces, www. reallygoodmusic.com Holborne, A., Elizabethan Dance Suite, G. Schirmer.* Horovitz, J., Music Hall Suite, G. Novello.* Husa, K., Landscapes, AMP. Koetsier, J., Kleiner Zirkusmarsch, Op. 79A, Marc Reift. Lovelock, W., Suite, Medici. Lutoslawski, W., Mini Overture, Chester. Peaslee, R., Distant Dancing, Margun. Pilss, K., Scherzo 2, Robert King. Praetorius, M., 9 Dances from Terpshire, Medici. Reynolds, V., Centone Nos 1,2,4,5,9,10,11,12, Southern. Rieti, V., Incisioni (Engravings), General. Rodgers, R., Selections from the Sound of Music, (Gale), Musicians Pub. Sampson, D., Distant Voices, Brass Ring Ed. Sampson, D., Morning Music, The Brass Press.* Scheidt, S., Canzona Bergamasca, Philharmusica, Corp. Scheidt, S., Die Bänkelsängerlieder, Cor.* Schuller, G., Music for Brass Quintet, AMP. Stevens, J., Fabrics, Editions BIM. 156 Stevens, J., Seasons, Editions BIM.* Stevens, J., Urban Images, Editions BIM. 14.3.8 Quarteto de Metais com Piano Husa, K., Concerto, Leduc. Reynolds, V., Concertare IV, Carl Fischer. 14.3.9 Trompa(s) e sopros Bach, J., 4 Two-bit Contraptions, Galaxy (fl).* Beethoven, L. van, Quintet, (Op.. posth.), Schott (ob, 3hn, bsn). Handel, G. F., Sonata in D, Presser (2cl). Janácek, ., Mládí, (Youth Suite) International (ww quintet with bs cl).* 14.3.10 Quinteto de Sopros Arnold, M., Three Shanties, Peterson.* Andriessen, H., Quintet, Donemus. Badings, H., Quintet, Donemus. Barber, S., Summer Music, G. Schirmer.* Barrows, J., March, G. Schirmer. Barthe, A., Passacaglia, Rubank. Beethoven, L. van, Quintet (adapt.of Sextet, Op.71), Rubank. Berezowsky, N., Suite No. 2 for WW. Quint., Mills. Berio, L., Opus Zoo, Universal. Blummer, G., Quintet in Bb, Op. 52, Zimmerman. Bozza, E., Scherzo, Leduc.* Bozza, E., Variations sur un Théme Libre, Leduc. Brod, H., Quintet, McGinnis & Marx. Cambini, G., Quintets No. 1, 2, & 3, McGinnis & Marx.* Carter, E., Quintet, AMP.* Chávez, C., Soli No. 2, Mills. Cowell, H., Suite, AMP. Dahl, I., Allegro and Arioso, McGinnis & Marx. 157 Danzi, F., Quintet in G minor, Op. 56, No. 2 (14 more), Leukart.* Eder, H., Quintet, Doblinger. Essex, K., Quintet, Hinrichsen. Etler, A., Quintets No. 1 & 2, AMP.* Fine, I., Partita, Boosey.* Finke, F., Quintet, Breitkopf. Foerster, J. B., Quintet, Hudebni Matice (Supraphon). Fortner, W., 5 Bagatellen, Schott. Françaix, J., Quintets 1 & 2, Schott.* Fricker, P. R. Quintet, Schott. Furst, P. W., Konzertante Musik, Doblinger. Füssl, H., Kleine Kammermusik, Bärenreiter.* Gebaur, F. R., 3 Quintets, McGinnis & Marx. Genzmer, H., Quintet, Litolff.* Gerhard, R., Quintet, Hinrichsen. Goeb, R., Quintet, ACA. Harbison, J., Quintet for Winds, AMP.* Heiden, B., Sinfonia and Woodwind Quintet, AMP. Henze, H. W., Quintet, Schott. Hindemith, P., Kleine Kammermusik, Op. 24, No. 2, Schott.* Ibert, J., Trois pieces breve, Leduc.* Jacob, J., Quintet, Boosey. Kelterborn, R., 7 Bagatelles, EM Klughardt, A. F., Quintet in C, Op. 79, Zimmerman. Kubizek, A., Quintet, Doblinger. Lefebvre, C. E., Suite, Op. 57, Hamelle. Ligeti, G., Six Bagatelles and 10 Stücke (1968), Schott. Marlpiero, G. F., Dialogue No. 4, Ricordi Martinu, B., Quintet, Chester. Milhaud, D., La Chiminée du Roi Réne, Southern.* Moore, D., Quintet, Schirmer. Motensen, O., Quintet, Hansen. 158 Nielsen, C., Quintet, Hansen.* Nelhybel, V., Quintet, Peters. Perle, G., Quintet No. 1, Presser; No.2 & 3, Boelke-Bo-Mart,Inc.;No.4,Galaxy Persichetti, V., Pastorale, G. Schirmer. Pierné, G., Pastorale, Leduc. Piston, W., Quintet, AMP.* Rameau-Desormiére, Suite from Acante et Céphise, Leduc. Reicha, A., 24 Quintets, Simrock (Op. 88, No.2).* Riegger, W., Quintet Ars Viva- Schott. Schoenberg, A., Quintet, Universal.* Schuller, G., Quintet (1958), Schott Schuller, G., Suite, McGinnis & Marx. Seiber, M., Permutazione a Cinque, Schott. Shifrin, R., Movements, ACA. Sowerby, L., Quintet, Schirmer. Taffenel, C. P., Quintet pour Instruments à vent, International (or Leduc).* Tomasi, H., Variations sur un Théme Corse, Leduc Villa-Lobos, H., Quintette en forme de Choros, Schott. Wilder, A., Quintet No.11, Kendor. Zafred, M., Sinfonietta for WW. Quintet, Ricordi. Zender, H., Quintet, Peters. 14.3.11 Quinteto de Sopros e Piano Beethoven, L., van, Quintet Op. 16, Musica Rara (ob, cl, bsn).* Casadesus, R., Sextet, Durand (fl, ob, cl, bsn). Jacob, G., Sextet, Musica Rara (fl, ob, cl, bsn). Mozart, W. A., Quintet K.452, Musica Rara (ob. cl. Bsn).* Poulenc, F., Sextour, Hanson (fl, ob, cl, bsn).* 14.3.12 Trompa e Percussão Hill, D., Thoughtful Wanderings, IHS press. Reynolds, V., Hornvibes (vibraphone) Warner Bros. 159 Schultz, M., Dragons in the Sky, JOMAR Press (tape, percussion). 14.3.13 Trompa e Órgão Albright, W., Romance, Peters. Bach, J. S., Arien und Chorale, Heinrichshofen. Bach, J. S., Jesu, Joy of Man s Desiring, McCoy. Badings, H., Canzona, Donemus. Faust, R., Meditation, Faust. Faust, R., Celebration,Faust. Krol, B., Missa Muta, Op. 55, Bote & Bock.* Mouret, J. J., Rondeau, MccOy. Pflüger, H. G., Concerto, Bote & Bock. Read, G., De Profundis, Robert King. Schmalz, P., Processional and Recessional, Phoebus Pub. 14.3.14 Trompa e Harpa Chaussier, H., Elegy, McCoy. Dauprat, L. F., Sonata in F., Chouden. Daupart, L. F., Air Ecossais Varié, Schonenberger, Paris. Duvernoy, F., Deuxieme Nocturne, Richaut. Koetsier, J., Sonata, Donemus. Ravel, M., Pavane, Editions Musicus. 14.3.15 Combinações Variadas Beethoven, L. van, Septet, Op. 20. International (cl, bsn, hn, vn, va, vc, db).* Dohnányi, E., Sextet, Op. 37, Lengnick (cl, hn, vn, va, vc, pno). Fasch J. F.m, Sonata a 4, McCoy (ob, hn, vn, cravo). Ireland, J., Sextet, Augener (cl, hn, 2vn, va, vc). Martinu, B., Quartetto, Panton ( cl. hn, vc, petite tambor). Nielsen, C., Serenata Invano, Masters (cl, hn, vc, db). Schubert, F., Octet in F, Eulanberg (cl, hn, bsn, 2vn, va, vc, db).* Schuller, G., Trio, Op. 13, AMP (ob, hn, va). 160 Strauss, R., Till Eulenspiegel Einmal Anders, Peters (cl, hn, bsn, vn, db). 14.4 Várias combinações de Trompa em Música de Câmara (* repertório básico) 14.4.1 Duas Trompas Bach, J. S., 9 Duets (Ramm), Medici. Barboteu, G., 4 duos, Chouden. Dauprat, L. F., 20 Duets (for Horns in different keys), McCoy. Durko, Z., 8 Duos, Editions Musica Budapest. Duvernoy, F., 20 Duets, Op. 3, International. Gibbons, O., Fantasia (Baldwin), Philharmusica Corp. Heiden, B., 5 Canons, AMP.* Hill, D., 10 Pieces for Two Horns, Hornists Nest.* Hill, D., 27 Rare Horn Duets, McCoy. Hoss, W., (ed.), 60 Selected Duets, Southern. Kopprasch, W., 8 Duets, International.* Mozart, W. A., 12 Duos (K. 487), McGinnis & Marx. * Nicolai, O., 3 Sonatas (Brockway), Kunzelman.* Reynolds, V., Calls, Carl Fischer.* Rimsky-Korsakov, N., Two Duets, Robert King. Rossini, G., 5 Duets (Leloir), Masters. Schubert, F., Five Duets (Goldman), Presser. Schuller, G., Duets for Unaccompanied Horns, Oxford.* Shaw, L., Bipperies, Hornists Nest. Wilder, A., 22 Duets, G. Schirmer.* 161 14.4.2 Duas Trompas e Piano Beethoven, L. van, Sextet, Op 81b, Cor Pub.* Fiala, J., Concerto in Eb, Musica Rara. Haydn, F. J., Concerto (Eb), Pizka.* Kuhlau, F., Concertino in F, International. Mozart, L., Concerto in Eb, Musica Rara. Rosetti, F. A., Concerto in Eb, International. Schuller, G., 3 Hommages, G. Schirmer. Telemann, G. P., Suite in F Major, International.* Vivaldi, A., Concerto in F Major, International.* 14.4.3 Três Trompas Bach, J. S., 5 Trios (Shaw), and Trios Bk. 2 & 3, Hornists Nest. Barrows, J., La Chasse, Hornists Nest. Beethoven, L., Trio, Op. 87, Cor Pub. Boismortier, J. S., Sonata (Shaw), Hornists Nest. Dauprat, L. F., Grand Trio No. 1 & Grand Trio No. 2 (Meek), Billaudot.* Fritchie, W. P., Jazz Stylings, Vols. 1 & 2, McCoy. Gallay, J. F., Trio, Op. 24, Nos. 1, 2, & 3, McCoy. Hill, D., 5 Pieces for Three Horns, Hornists Nest. Mozart, W. A., Divertimento No. 2 (Walshe), No. 4 (Hilfiger), Hornists Nest. Reicha, A., 10 Trios Op. 82, Suites 1, 2, & 3, Ka We.* Scarlatti, D., Sonata XIII (Hill), McCoy. Schneider, G. A., 18 Trios, Pro Musica. Shaw, L., Tripperies, Hornists Nest. Stich, W., 20 Trios, KaWe. Wekre, F., Fugue, McCoy. 162 14.4.4 Três Trompas e Piano Beethoven, L. van, Aria from Fidelio, No. 9, (Freiberg), Pizka. Hanisch, A., Concerto, KaWe. Telemann, G. P., Concerto, KaWe. 14.4.5 Três Trompas em Música de Câmara Dvorák, A., Serenade in d minor,Op. 44, International(2ob, 2cl, 2bsn, vc, db). Beethoven, L., Quintet, Op. Posth., Schott (ob, bsn).* Villa-Lobos, H., Chorôs No. 4, Eschig (tromb). 14.4.6 Quatro Trompas Bach, J. S., Gigue Fugue (Becknell), Hornists Nest. Bach, J. S., Fugue in c minor, Hornists Nest. Basset, L., Music for Four Horns, Robert King. Beethoven, L. van, 3 Equale, Robert King. Bozza, E., Suite, Leduc.* Chávez, C., Sonata for Four Horns, Mills. Coscia, S., Suite, M. Baron. Dauprat, L. F. Quartets, Lemoine.* Galley, J. F., Grand Quartet, Op. 26, Pizka.* Graas, J., Three Quartets, Mills. Griend, K. van de, Quartet, Donemus. Harris, A., Theme and Variations, Shawnee. Heiden, B., Quartet for Horns, AMP.* Hidas, F., Chamber Music, Editions Musica Budapest. Hill, D., Shared Reflections, Manduca/PP Music. Hindemith, P., Sonata, Schott.* Kienzl, W., 3 Konzertstücke, Oertel, Hanover. Koetsier, J., Petite Suite, Donemus. Koetsier, J., 5 Miniatures (New Version), Editions BMI. LeClaire, D., Quartet, Southern. 163 Lo Presti, R., Second Suite, Shawnee. McKay, F., Two Pieces, Gamble. Mityushin, A., Concertino (Leuba), Southern. * Molter, J. M., Symphony in C Major (Janetzky), Musica Rara. Mozart, W. A., Overture to the Magic Flute, Hornists Nest. Ochs, R., Vergnügliche Musik, Pro Musik. Otey, W., Prelude, Scherzo and Passacaglia, Sansone. Poldini, E., Serenade, U.E. Ravel/Debussy, French Impressionists, (2 Vols.), Phoenix Music. Reynolds, V., Short Suite for Four Horns, Robert King. Rimsky-Korsakov, G., Notturno, Musica Rara. Rossini, G., Le Rendez-vous de Chasse, KaWe.* Scharnberg, W., Ed., 19 Viannese Quartets for Horns, 2 Books, McCoy. Schubert, F., Six Quartets (Reynolds), Southern. Schumann, R., Six Quartets (Reynolds), Southern. Shaw, L., Fripperies (8 Books), Hornists Nest.* Stanhope, D., Cortettes (humorous), Hornists Nest. Suttner, J., 4 Quartets, Grosch, Dortmund. Tcherepnine, N., Six Pieces, Editions Musicus.* Tippet, M., Sonata, Schott.* Tomasi, H., Petite Suite for Four Horns, Leduc.* Turner, K., Fanfare for Barcs & Quartet No. 1, Music Press Dist. (Neth.). Turner, K., Quartet No. 2, Editions BMI. Windsperger, L., Three Suites, Schott. Zbinden, J. F., Three Pieces, Breitkopf. 14.4.7 Quatro Trompas com Piano Hübler, H., Concerto (Leloir), KaWe. Rossini, G., Le Rendezvous de Chasse (Leloir), Billaudot.* Schumann, R., Konzertstück, Op. 86, International.* 164 14.4.8 Quatro Trompas em Música de Câmara Doppler, F., L Oiseau des Bois (Thomas), Southern (fl). Schuller, G., Perpetuum Mobile, G., Schirmer (bsn). Schuller, G., Quintet for 4 Hns and Bn.(tuba), MJQ Music. Strauss, R., Till Eulenspiegel Blues (Haddad), Shawnee (bass, drms). Wilder, A., Jazz Suite, G. Schirmer (cravo, guitar, bass, drms). 14.4.9 Cinco Trompas Leitermeyer, F., 3 Studien, Doplinger. Liszt, F., Melodic Alps Flowers (Jeurissen), McCoy (opt. Alphorn solo). Lo Presti, R., Fantasy, Israel Brass Woodwind Pub. Schuller, G., Five Pieces for Five Horns, Margun. Shaw, L., Quipperies, Vols. 1 & 2, Hornists Nest. Turner, K., Casbah of Tetouan, Phoenix Music. 14.4.10 Seis Trompas Bach, J. S., Allegro, Hornists Nest. Beethoven, . van, Sextet, Op. 81b, Baltimore Horn Club. Dauprat, L. F., Sextets for horns, Lemoine.* Dickow, R., Midday Music, Queen City. Handel, G. F., 6 Pieces from The Water music, Hornists Nest. Hervig, R., Blue Horns, Southern. Kerkorian, G., Sextet, Hornists Nest. Perrini, N., Festival Fanfare, Hornists Nest. Telemann, G. P., Tafelmusik Finale, Baltimore Horn Club. Winteregg, S. L., Pastiche, Hornists Nest. 165 14.5 Referência de editores de música Accura Music (USA) AMP Associated Music Publishing (see Hal Leonard) Arcadia Music Publishing Co. London, England Augener (UK) (see ECS Publishing) Baltimore Horn Club (USA) Belwin- Mills Publishing Corp. (see Warner Bros. Publications) Benjamin Anton J. Benjamin (Germany) ( see Theodore Presser Co.) Berandol (Canada) (see Magnamusic Distributors) Billaudot Editions Billaidot (France) (see Theodor Presser Co.) BIM Editions BIM (Switzerland) 166 Birdalone Books Bloominton, IN (USA) Boelke-Bomart Inc. Hillsdale, NY (USA) Boston Music Company Boston, MA (USA) Boosey & Hawkes, Inc. New York, NY (USA) Bote & Bock (Germany) (See Boosey and Hawkes) Bourne Company New York, NY (USA) Brass Press Clearwater, FL (USA) Brass Ring Editions (USA) Breitkopf & Härtel Leipzig, Germany Wiesbaden, Germany Brodt Music Publications Charlotte, NC (USA) Brogneauz 167 Editions Musicales Brogneaux (Belgium) J. W. Chester Music (UK) (see Music Sales Corporation) Choudens (France) (see Theodore Presser) Cor Publishing Co. (USA) Doblinger Ludwig Doblinger (Germany) Donemus ( Holland) (see Theodore Presser) Durand S. A. (France) (see Theodore Presser) ECS Publishing Boston MA (USA) Henri Elkan Music Publishing Co. New York, NY (USA) Elkin-Vogal, Inc. (see Theodore Presser) Eschig Editions Max Eschig (France) Editions Eulenberg (Switzerland) 168 Faber Music, Ltd. (UK) (see Hal Leonard or Boosey & Hawkes) Randall Faust (USA) Carl Fischer, LLC New York, NY (USA) Sam Fox Music Co. (see Plymouth Music Company) Galaxy Music Corp. (see ECS Publishing) General Music Publishing (see Boston Music Co.) Gehrman Carl Gehrmans Musikverlog (Sweden) Hansen Edition Wilhelm Hansen (Germany) (see Shawnee Press) Heinrichshofen Edition (Germany) (see C. F. Peters) Editions Henn (Switzerland) Hofmeister 169 Friedrich Hofmeister Musikverlag Leipzig, Germany (see Elkin Music) Hamelle et Cie (France) (see Robert King or Theodore Presser) Hidden Meaning Music New York, NY (USA) The Hornists Nest (USA) International Horn Society Press (USA) International Music Company (see Bourne Company) Israel Brass & Woodwind Publications (Israel) (see Robert King Music Sales) Jomar Press Austin, TX (USA) KaWe Editions KaWe (Germany) Kendor Music Company Delevan, NY (USA) Robert King Music Company Robert King Music Sales, Inc. North Easton, MA (USA) 170 Kunzelman Edition Kunzelman (Switzerland) (see C. F. Peters) Leduc Alphonse Leduc et Cie (France) (see Robert King Music Sales) Leeds (see Warner Bros. Publications) Alfred Lengnick & Company LTD (UK) (see Elkin Music) Hal Leonard Corp. Milwakee, WI (USA) Leuckart F. E. C. Leuckart (see Hal Leonard) Lyceum Press (USA) Magnamusic Distributors Sharon, CT (USA) Manduca Music Publications Portland. ME (USA) Margun Music Margun/Gunmar Music, Inc Newton Centre, MA (USA) 171 Masters Music Publications, Inc. Boca Raton, FL (USA) McCoy Horn Library Minneapolis, MN (USA) McGinnis & Marx Music Publishers New York, NY (USA) Medici Press St. Cloud, MN (USA) Mentor Music, Inc. Brookfield, CT (USA) Merion Music, Inc. (see Theodore Presser) Mills (see Warner Bros. Publications) Editions Modern (USA) Molenaar Muziekcentrale (see Henri Elkan Music Publishing Co.) Ms Publications Chicago, IL (USA) Music Sales Corporation New York, NY (USA) 172 Edition Musica Budapest (Hungary) (see Boosey & Hawkes or Theodore Presser) Musica Rara (France) Musicians Publications Trenton, NJ (USA) Edition Musicus, Inc. Stanford, CT (USA) Music Express (USA) Mussik Huset A/S (Germany) New World Enterprises of Montrose, Inc. Montrose, NY (USA) Norsk Musikforlaget (Sweden) Novello (England) (see Music Sales and Shawnee Press) Oxford University Press New York, NY (USA) Panton (see New World Enterprises of Montrose, Inc.) Patterson (see Carl Fischer) Pegasus (Germany) 173 Pelikan Musikverlag Zurich, Switzerland (see Magnumusic Distributors) C. F. Peters Corp. (Editions Peters, Germany, UK) New York, NY (USA) Philharmusica Corporation (USA) Phoebus Publications Oshkosh, WI (USA) Phoenix Publications (Netherlands) Pizka Edition Hans Pizka (Germany) Plymouth Music Company, Inc Fort Lauderdale, FL (USA) PP Music (see Manduca Music) Prague-Hudebni Matice A division of Editio Supraphon (see New World Enterprises of Montrose, Inc.) Presser Theodore Presser Company 174 Pro Art Publications (see Warner Bros. Publications) Pro Musica Verlag (Germany) Queen City Brass Publications (see Manduca Music) Editions Mare Reift(Switzerland) G. Ricordi & Co. (Italy) Rubank (see Hal Leonard Corp.) G. Schirmer, Inc. New York, NY (USA) (see Hal Leonard or Music Sales) Schonenberger Paris, France Schott Music European American Music (see Warner Bros. Publications) Seesaw Music Corp. New York, NY (USA) Shawnee Press Inc. Delaware Water Gap, PA (USA) 175 Siècle Musical Geneva, Switzerland Sikorski (Italy) (see Hal Leonard) N. Simrock (UK) (see Teodore Presser) Skandinavisk Musikforlag (Denmark) Southern Music Company San Antonio, TX (USA) Spindrift Music Co. Lexington, MA (USA) Studio P/R (see Warner Bros. Publications) Mark Teezak (Germany) Tischer & Jagenberg (Germany) Universal Edition (see Warner Bros. Publications) Warner Bros. Publications Miami, Fl. (USA) Western International Music (USA) 176 Wimbledon Music Company (USA) Zimmerman Wilhelm Zimmerman (Germany) 14.6 Música Brasileira para Trompa 14.6.1 Trompa sem Acompanhamento COSTA, Maria Helena da, O Caçador, São Paulo, Novas Metas, 1985 LACERDA, Osvaldo, Melodia Para Trompa, São Paulo, copia heliografica, Biblioteca de ECA/USP, 1974 MENDES, Gilberto, Gregoriano, Rio de Janeiro, Funarte, 1984 14.6.2 Trompa com Piano ALVES, José Orlando, Fantasia Para Trompa e Piano, São Paulo, partitura manuscrito, 2000. ANES, Carlos, A Caça, São Paulo, partitura manuscrito, 1959. ANTUNES, Jorge, Redundaniae, 177 s.c., Sistrum, 1985. BIDART, Lycia de Biase, Eco, São Paulo, partitura manuscrito, Biblioteca, ECA/USP, 198? BIDART, Lycia de Biase, Concertino Fantasia, São Paulo, partitura manuscrito, Biblioteca, ECA/USP, 1984. BLAUTH, Brenno, Sonatina Para Trompa e Piano, São Paulo, Novas Metas, 1974 BONNA, Káthia, Imagins, São Paulo, edição da compositora, 1999 BOTA, João Victor, Duo, s.c., edição de compositor, 2001 BRAGA, Francisco, Chant D autme, Rio de Janeiro, partitura manuscrito, 1943 BRIGIDO, Odemar, Etheral Impression, s.c., sem informação, 1984 CARRASCO, Claudinei, Bruxas Musicais, São Paulo, Edição de compositor, 2005 CAVALCANTI, Nestor de Hollanda, Suite em Trés Partes, s.c., edição de compositor, 1999 FERRAZ, Silvio, A Flor e O Cristal, São Paulo, patitura manuscrito, 1985 178 FICARELLI, Mario, Interlúdio, São Paulo, Novas Metas, 1983 GRECO, Vincente, Sonata, São Paulo, SDP ECA, 1975 GUERRA-PEIXE, César, Espaços Sonoros, Rio de Janeiro, patitura manuscrito, 1985 GUERREIO, Antonio, Divertimento, s.c., patitura manuscrito, 1981 HAVENS, Daniel Richard, Windows, São Paulo, Edição de compositor, 1985 LACERDA, Osvaldo, Ária, São Paulo, Novos Metas, 1983 LACERDA, Osvaldo, Canção e Dança, São Paulo, Novos Metas, 1984 LACERDA, Osvaldo, Três Peças: Cantiga, Seresteira, e Dança Ritual, São Paulo, Novas Metas, 1983 LARANJA, Gustavo, Canção e Dança, s.c., partitura manuscrito, s.d. MAHLE, Ernst, Sonatina, Piracicaba, partitura manuscrito, 1972 MAHLE, Ernst, As Melodias da Cecília, São Paulo, Irmãos Vitale, 1972 179 NOBRE, Marlos, Desafio XIII, s.c., Música Nova do Brasil, 1987 NOGUEIRA, Marcos, Suíte, s.c., partitura manuscrito, 1988 OTAVIANO, J., Canto Elegíaco, s.c., partitura manuscrito, 1918 OTAVIANO, J., Scherzo, s.c., partitura manuscrito, s.d. PICCHI, Achille, Suíte, São Paulo, partitura manuscrito, s.d. PRADO, Almeida, Balada, São Paulo, partitura manuscrito, 1984 REPUBLICANO, Assis, Concertino, Rio de Janeiro, partitura manuscrito, 1938 SANTORO, Cláudio, Duo, São Paulo, Savart, 1982 SIQUEIRA, Jose, Trés Estudos Leipzig, Deuscher verlag, 1969 VIANA, Anderson, Fantasieta São Paulo, partitura manuscrito, 1984 VICTORIO, Roberto, Trés Instantânios, s.c. partitura manuscrito, 1984 180 VIERA, Amaral, Noturno, São Paulo, Ponteio, 1989 VILLANI-CÔRTES, Edmundo, Introdução e/ao Desafio, São Paulo, partitura manuscrito, 1992 VILLANI-CÔRTES, Edmundo, Fonte Eterno, São Paulo, partitura manuscrito, s.d. VILLANI-CÔRTES, Edmundo, Concertino, São Paulo, partitura manuscrito, 2005 14.6.3 Combinações Variadas BIDART, Lycia de Biase, Dedicando: Pequenos Trechos Musicais (Flauta, clarineta e trompa), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, s.d. BIDART, Lycia de Biase, Serenga, Fantasia Sobre Canto de Remadores do Rio Tieté (flauta, clarineta, fagote e trompa), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, s.d. CARDOSO, Lindembergue, A Estrela Op. 49 (Soprano, trompa e piano), Salvador, Universidade Federal da Bahia, 1991 CARDOSO, Lindembrgue, Canção Sintetica (mezzosoprano, clarineta, fagote, oboé, trompa), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, 1976 HAVENS, Daniel, Suíte No. 1 para 6 Trompas, São Paulo, Novas Metas, 1984 LACERDA, Osvaldo, Invenção (clarineta e trompa), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, 1954 181 LACERDA, Osvaldo, Invenção (flauta, trompa e fagote), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, 1954 MENDES, Gilberto, Omaggio a de Sica (trompa e trombone), São Paulo, Biblioteca, ECA/USP, s.d. NOBRE, Marlos, Ukrinmakrinkri (soprano, oboé, piano, piccolo, e trompa), Washington, Pan American Union, Biblioteca, ECA/USP, 1968 OLIVEIRA, Jamary, Congruencias (trompa, piano, e amplificadores) São Paulo, Novas Metas, 1983 VILLA-LOBOS, Heitor QUINTETO EM FORMA DE CHOROS (flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote) Editions Max Eshig, Paris 182 15 BIBLIOGRAFIA BAINES, A.. Brass Instruments: Their History and Development. London, England: Faber Ltd., 1976 BROPHY, William R.. Technical Studies for Solving Special Problems on the Horn. New York: Carl Fischer, 1977 DAUPRAT, L. F.. Méthode de Cor-alto et Cor-basse (Paris, 1824). Bloomington: Birdalone Music, s.d. FARKAS, Philip. The Art of Horn Playing. Rochester: Wind Music, Inc., 1956 FRANZ, Oscar. Complete Method for the French Horn. New York: Carl Fischer, 1906. JACOB, Gordon. Orchestral Technique. London, England, Oxford University Press, 1940 MASLOW, Abraham. Motivation and Personality. New York: Harper and Row, 1954. McCLELLAND, David. Classics of Organizational Behavior. Chicago: Waveland Press, Inc., 1958 (3° edição, 1977). MORLEY-PEGGE, R The French Horn. London, England, Ernest Benn Ltd., 1960 (2° edição,1971) ROBINSON, William C.. An Illustrated Advanced Method for French Horn Playing. Bloomington: Wind Music, 1971. ROGERS, Carl, R. Freedom to Learn. New York: Charles E. Merrill Publishing, 1969. SCHULLER, Gunther. Horn Technique. London: Oxford University Press, 1962. 183 WATTS, Alan. The Book: On the Taboo Against Knowing Who You Are. New York: Vantage Books, 1972. WERKE, Froydis, Ree. Thoughts On Playing the Horn Well. Oslo: Froydis Ree Werke, 1994. This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.