DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
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DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
tila do Catequista –Etapa I – Módulo II Diocese de São José dos Campos DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética ENCONTROS EM PREPARAÇÃO PARA A PRIMEIRA EU CARISTIA Etapa I – Módulo II Apostila do Catequista 1 2 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II CONTEÚDO O Perfil do Catequista ................................................................................................................................................. 5 Compromissos do Catequista ...................................................................................................................................... 6 Espiritualidade do Catequista..................................................................................................................................... 6 Planejamento da Catequese ........................................................................................................................................ 7 1º Encontro: Acolhida e Entrosamento ..................................................................................................................... 9 2º Encontro: Os Amigos de Jesus Vivem em Comunidade ..................................................................................... 12 3º Encontro: Jesus Inicia sua Missão a Partir do Batismo ................................................................................... 16 4º Encontro: Jesus Forma sua Equipe ...................................................................................................................... 18 5º Encontro: Jesus nos Ensina a Rezar ................................................................................................................... 22 6º Encontro: Jesus Fala do Reino em Parábolas .................................................................................................... 25 7º Encontro: Jesus Nos Ensina a Repartir ............................................................................................................. 28 8º Encontro: Jesus Nos Ensina a Amar e Perdoar ................................................................................................ 30 9º Encontro: Jesus Nos Ensina a Acolher .............................................................................................................. 35 10º Encontro: Jesus Nos Ensina a Verdadeira Felicidade .................................................................................... 37 11º Encontro: Entrada de Jesus em Jerusalém ...................................................................................................... 41 12º Encontro: Lava-Pés e Instituição da Eucaristia .............................................................................................. 44 13º Encontro: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus ......................................................................................... 47 14º Encontro: Jesus Escolhe Pedro ......................................................................................................................... 52 15º Encontro: Jesus Nos Envia o Espírito Santo ................................................................................................... 55 16º Encontro: O Espírito Santo e Seus Dons ......................................................................................................... 60 17º Encontro: Jesus e a Lei de Deus ....................................................................................................................... 64 18º Encontro: Mandamentos: Guia para s Vida....................................................................................................... 68 19º Encontro: Mandamentos: Dignidade á Vida (5º, 7º e 10º) ............................................................................. 73 20º Encontro: Mandamentos: Dignidade á Vida (6º, 8º e 9º)............................................................................... 78 1º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82 2º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82 3º Tema Extra: Semana Santa e Páscoa .................................................................................................................. 91 4º Tema Extra: O Santo Padroeiro ......................................................................................................................... 92 5º Tema Extra: Maio, Mês de Maria e Diadas Mães ............................................................................................. 98 6º Tema Extra: Corpus Christi ............................................................................................................................... 100 7º Tema Extra:Vocação – Dia dos Pais .................................................................................................................. 104 8º Tema Extra: Setembro – Mês da Bíblia ........................................................................................................... 108 9º Tema Extra: Missões ........................................................................................................................................... 113 10º Tema Extra:Dízimo ............................................................................................................................................ 115 Bibligrafia................................................................................................................................................................... 119 Dinâmicas para serem usadas nos encontros da Campanha da Fraternidade 2012...... .. .. .. .. .. . .. . . .. .. .. . . ...134 3 4 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II O PERFIL DO CATEQUISTA Faz parte do necessário perfil do catequista: Equilíbrio psicológico, maturidade humana e afetiva. Liderança, Criatividade Responsabilidade e iniciativa. e perseverança. Capacidade de diálogo e de trabalho em Equipe. Vocação para catequista. Vida coerente com a fé (não esteja impedido de receber os Participação na formação inicial de, no mínimo, 01 (um) ano. Disposição para progredir na fé e Sacramentos por ter sido atingido por espiritualidade (conversão alguma lei canônica). contínua, vida de oração, vida sacramental). Boa comunicação. Ter no mínimo 16 anos e ter sido crismado. (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86) Participação, engajamento e espírito de serviço à comunidade. Amor preferencial pelos pobres. 5 COMPROMISSOS DO CATEQUISTA 1. Comunicar a Palavra de Deus com o testemunho (experiência de fé e vida). 2. Dedicar-se, de modo específico, ao serviço da Palavra. 3. Anunciar a Palavra e denunciar o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua vocação de filho de Deus. 4. Participar ativamente dos eventos paroquiais e reuniões de Catequese (núcleo paroquial, Região Pastoral e Diocese). 5. Leitura assídua de livros, revistas e boletins. 6. Atualizar-se, participando assiduamente de cursos, formação permanente e retiros. 7. Elaborar antecipadamente, em equipe, os encontros catequéticos e encontros para as famílias dos catequizandos (pensar em gestos concretos com os catequizandos nas famílias). ESPIRI TUALI DADE DO CATEQUISTA A Catequese Renovada qualifica o catequista como pessoa de profunda espiritualidade, que leva uma vida de oração. Por isso, diz que a formação deve ter cuidado de desenvolver principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé, seu compromisso com a transformação do mundo. A espiritualidade do catequista, para ser autêntica, deve estar integrada na vida concreta, compreendendo as atitudes de: 1. Relacionamento pessoal e profundo com Deus. 2. Seguimento de Cristo nas atitudes e interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão sincera. 3. Docilidade à ação do Espírito Santo. 4. Comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo. 5. Amor filial à Virgem Maria, Mãe e Modelo de catequista. 6. Vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas. 7. Escuta, com fé e fidelidade, à Palavra de Deus que se manifesta na Bíblia, na Igreja e nos acontecimentos. 8. Integração dos aspectos celebrativos da liturgia e da piedade popular. 9. Vida sacramental, de oração, de contemplação encarnada na vida do povo. 10. Sentido de serviço para todos. 11. Espiritualidade do trabalho e da ação. 12. Amor aos empobrecidos e vivência evangélica. 13. Alegria de ser evangelizador (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 87-88) 6 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II PLANEJAMENTO DA CATEQUESE 1. ETAPA I – INICIAÇÃO À VIDA EUCARÍSTICA – MÓDULO II DATA ENCONTRO TEMA 7 8 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO 1. Objetivos: Fazer uma experiência com Jesus, o Amigo para conhecê-Lo melhor e caminhar com Ele por toda a vida. 2. Conteúdo do Encontro: Diálogo para saber o que fizeram durante as férias. Todos se conhecem devido à caminhada do ano passado. Acolhimento aos catequizandos que integram a nova turma. 3. Desenvolvimento do Tema: Promover um ambiente acolhedor. Receber com alegria cada catequizando Organizar os catequizandos sentados em círculo, tendo no centro imagem ou figura de Jesus, vela, flores e Bíblia. Pedir que formem pares e se entrevistem de forma a se conhecerem melhor. Em seguida cada um fará a apresentação do amigo que foi entrevistado, não podendo fazer a própria apresentação. Quem estiver sendo apresentando vai verificando se as informações a seu respeito estão corretas conforme foi passado na entrevista. Explicar que agora formam um grupo de amigos que, juntos irão aprender sobre a mensagem de Jesus para todos. Explicar que juntos construímos a comunidade dos amigos de Jesus, e pertencemos à uma Paróquia (ou Capela que pertence à Paróquia....). Explicar sobre a paróquia, as pessoas que nela trabalham, o que fazem. Falar sobre o Santo Padroeiro da Paróquia (ou Capela). Visitar a Igreja ou Capela. Conversar sobre as atitudes que se espera dos amigos de Jesus (apostila) Conversar sobre a melhor convivência em família, com os amigos, com a nova turma de catequese. Perguntar o que esperam da catequese neste ano. 4. Leitura utilizada: Mc 10, 13-16. 5. Ambientação: toalha, vela, bíblia, figura de Jesus. 6. Material utilizado: figuras de Jesus. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Preferencialmente levar os catequizandos à Capela do Santíssimo e motivar orações espontâneas de agradecimento pelo grupo de catequese. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O centro do primeiro anúncio (querigma) é a libertação de tudo aquilo que oprime a pessoa pessoa de Jesus, proclamando o Reino como uma humana, sobretudo do pecado e do maligno, na nova e definitiva invenção de Deus que salva com um alegria de conhecer a Deus e ser por Ele conhecido, poder superior àquele que utilizou na criação do de o ver e se entregar a Ele” (DNC 30). mundo. “Essa salvação é o ‘grande dom de Deus’, 9 Por querigma devemos entender o anúncio Só quem fez esta experiência de Jesus alegre de Jesus, que nos leva a conhecer e amar a Cristo pode passar pelo processo catequético, pois sua pessoa como presença a salvadora de Deus na só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua história da humanidade e em nossa história pessoal vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide o ensinamento do Mestre. livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua O querigma também pode ser aprofundado proposta, reorientando toda a sua vida num processo sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do de conversão constante e crescente. livro “O pequeno Príncipe”. O encontro do príncipe O querigma apresenta os principais fatos da com a raposa em que se estabelece uma profunda vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como amizade, para fazer uma comparação com a amizade Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo que Ele quer aprofundar com cada um, explicando amigo. É preciso apresentar que Ele é o Filho de que para isso Jesus quer cativar os catequizandos e Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como ser cativado por eles. Aproveite as narrativas! Elas nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para são sempre bem vindas! Conte as narrativas com com todos. Amou a todos os que dele se arte, com entusiasmo, para que o catequizando aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e saboreie o que é contado. Pode ser organizado um a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade pequeno teatro, ou apenas feita uma leitura. (Cf. das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e Saint-Exupery. “O pequeno Príncipe”. 48 ed. Rio de seguir seus passos. Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69) O querigma, portanto, proporciona experiência de amor profundo de Cristo, gerando Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, adesão a Ele. Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 11. O encontro do Príncipe com a Raposa E foi então que apareceu a raposa: Bom dia, disse a raposa. Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita... Sou uma raposa, disse a raposa Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. Ah! desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: Que quer dizer "cativar"? Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras? Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"? Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas? Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"? É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços. Criar laços? Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não 10 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor, eu creio que ela me cativou ... É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ... Oh! não foi na Terra, disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada: Num outro planeta? Sim. Há caçadores nesse planeta? Não. Que bom! E galinhas? Também não. Nada é perfeito, suspirou a raposa. 11 2º ENCONTRO: OS AMIG OS DE JESUS VIVE M EM COMUNIDADE 1. Objetivos: Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa em nossa vida cristã. Despertar o desejo de participar da missa e entender os vários momentos da celebração. Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar dela e vivenciá-la. Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da fraternidade e da partilha 2. Conteúdo do encontro: A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar e da Eucaristia. Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo. Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama. Explicar a missa parte por parte. 3. Desenvolvimento do Encontro: Conversar com os catequizandos sobre uma festa de aniversário. Enumerar os momentos, desde a preparação da festa até o seu final, o bolo, o parabéns a você, o apagar a vela, que é o ponto alto da comemoração. Tudo numa festa é importante, mas o principal é a comemoração da vida de uma pessoa. Assim é a Celebração Eucarística. Lembramos de um fato do passado – Cristo que fez a ceia com os apóstolos, doou a sua vida, dando seu corpo e sangue para a salvação de todos. Quando vamos à missa, relembramos as palavras e gestos que Jesus usou e atualizamos a entrega de Jesus porque Ele veio para salvar a todos, tanto os que viviam no seu tempo como os cristãos de todos os tempos (passado, presente e futuro). Leia o texto bíblico Lc 22, 14-20. Realize um segundo momento, com uma leitura dialogada: toda a turma narra e um dos catequizandos faz a leitura das falas de Jesus. Dramatize a cena com base nos versículos 19 e 20 em que Jesus abençoa e distribui o pão e o vinho. Levar os catequizandos até a igreja para explicar as partes da missa . 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 22, 14-20; At 2, 42-47 / Jo 5, 12-13. 5. Ambientação: toalha, bandeja com pão, trigo, uva, bíblia. 6. Material utilizado: Apostila, figuras de igreja, bandeja com pão e uva. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: fazer uma oração na presença de Jesus na Capela do Santíssimo. 12 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Os cristãos de todos os lugares se reúnem como família de Deus para encontrarem o Senhor passagem da morte para a vida, e a passagem desta vida (deste mundo) para o Pai. e entrar em comunhão com Ele. Lá estão ricos e Com isto, pode-se afirmar que a Eucaristia pobres, doentes e sadios, jovens e idosos, mas, é uma lembrança da morte e ressurreição de todos em Cristo, formam a comunidade-Igreja, e Jesus? Na Eucaristia não revivemos a Páscoa do unidos celebram no amor de Cristo. Senhor. Não é algo que ficou perdido no tempo. É 1. O que celebram? celebrar aquele acontecimento, trazendo-o para o Jesus reuniu os apóstolos para uma ceia hoje, com a mesma força que teve no passado. É especial, diferente das que até então havia como a Páscoa dos judeus, que ainda hoje é a participado com eles. Usou coisas simples e festa que comemora a saída do Egito, a passagem comuns ao povo da época, vinho e pão, e operou o da escravidão para a liberdade. maior de seus milagres pela força de suas palavras 2. Quando se celebra a Eucaristia? e por obra do Espírito Santo. "Fazei isto em Os primeiros cristãos celebravam a memória de mim" foi o que Jesus nos ordenou Eucaristia, assim como nós hoje, no domingo. nesta Última Ceia. Desde então a Eucaristia faz Várias passagens bíblicas nos afirmam isso, como parte da vida do cristão. por exemplo: 1Cor 16,2 e Ap 1,10, onde se lê: No Novo Testamento várias passagens domingo, Dia do Senhor. A palavra domingo vem do narram a Instituição da Eucaristia: 1Cor 11,23-25, latim Domine Dies, Dia do Senhor. Portanto, é o Lc 22,19-20 e Mc 14,22-24. O Evangelista João domingo que dá sentido aos outros dias da semana. 6,51-54 Somente aqueles que, por razões fortes e prefere narrar a importância de comungar o Corpo e Sangue do Senhor. Os primeiros cristãos chamavam a missa de considerando os tempos atuais, podem celebrar no sábado, em missa vespertina. Ceia do Senhor ou Fração do Pão. Nós hoje preferimos chamá-la de Eucaristia, que significa Ação de Graças, que não é apenas um muito obrigado pelos benefícios recebidos, mas uma entrega alegre e confiante da vida a Deus. O que nos pode ajudar a entender o que é a Eucaristia são as palavras ditas na missa, após a consagração: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus". Toda a nossa vida e nossa história são marcadas pelo mistério pascal celebrado na Eucaristia. Anunciamos a morte de Cristo no passado, há dois mil anos. Proclamamos sua ressurreição, sua presença vivente entre nós, no 4. Quem celebra? O grande celebrante é Jesus. Porém, toda comunidade de fé também celebra com Cristo quando ouve a Palavra de Deus e recebe o Corpo e o Sangue de Jesus pela ação do Espírito Santo: "As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é o 'sacramento da unidade', isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção dos bispos. Por isso, estas celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja" (CIC 114). Fonte: Crescer em Comunhão, Vol. III, Livro do Catequista, 2008. p. 102-103 presente. Esperamos sua vinda gloriosa, no futuro. Portanto, a Eucaristia é a celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa - sua 13 Quando alguém muito querido vem a nossa recebermos forças na luta do dia-a-dia. O casa, como o recebemos? Então vamos ver como sacerdote oferece a Deus tudo o que é colocado nos preparamos para participar da Missa. no altar. Oração Hoje e domingo, dia do Senhor. Vamos encontrar nossos amigos, parentes, etc. Eucarística: Nesta oração é transformado o pão e o vinho no Corpo e Sangue Ao entrar no local da celebração, vamos de Cristo. Tudo o que vimos e ouvimos é ficar em silêncio, para preparar em oração o transformado grande momento em que Cristo deu a sua vida por nós. Ele acontecimento da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. na Eucaristia. Recordamos o está presente sobre o altar; não o vemos, mas isto Canto de Entrada: Ao iniciar, cantamos sabemos pela fé. A oração por Cristo, com Cristo alegres por estarmos reunidos com os irmãos na e em Cristo, resume este ato da fé. Ao casa do nosso Deus e Pai, o sacerdote recebe a pronunciarmos o Amém, queremos dizer que todos cumprimentando em nome das três pessoas aceitamos tudo, com amor e gratidão. Pai Nosso: É a oração que Jesus nos da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. ensinou e é a mais completa das orações. Essa Ato Penitencial: Quando amamos alguém de verdade, é necessário ir ao seu encontro, sem oração nos torna irmãos, porque Deus é o nosso Pai. mágoa. Por isso, pedimos perdão de nossas faltas. Oração pela Igreja: A Igreja, Santa pela O Ato Penitencial nos convida a dar uma parada e graça de Deus e pecadora porque realizada por ver onde pecamos e no que precisamos mudar de pecadores e em favor de pecadores, pede pela vida. unidade de seus filhos para testemunho de Jesus Hino de Louvor: Depois de pedir perdão, Cristo, na fé, no culto e na caridade (cfr. Jo 17). junto e diante de toda a Comunidade, estamos em Saudação da Paz: Desejamos a paz do condições de glorificar a Deus. Cantamos ou Cristo a todas as pessoas: aos amigos e aos rezamos, com alegria o Glória. inimigos. Só Cristo pode, realmente, nos dar a paz Rito da Palavra: Até agora Deus nos ouviu. e ajudar-nos a viver como irmãos. É nossa vez de ouvi-Lo nas três leituras tiradas da Cordeiro de Deus: Pedimos três vezes que Bíblia, intercaladas pelo Salmo de Meditação e a tenha piedade de nós, para frisar bem que só Aclamação do Evangelho. A Palavra de Deus Deus tira os pecados do mundo e o quanto transforma a nossa vida. E as leituras vão nos precisamos de perdão. Não somos dignos de mostrar que Deus sempre está presente no seu sermos perdoados, mas Jesus quer nos perdoar e povo. ficar conosco. o perdão, Comunhão: A mesa está posta e o alimento ouvimos a palavra de Deus, e o celebrante explica preparado. Somos convidados a participar da as leituras na homilia. Vamos sintetizar tudo isso, Comunhão com toda a humanidade que sofre e rezando o Creio em Deus Pai, que contém as também se alegra, porque Cristo é ponto de verdades fundamentais da nossa fé. unidade dos que n'Ele crêem. E esta união deve Fomos acolhidos, recebemos Oração dos Fiéis: Toda a comunidade faz acompanhar-nos até nossas famílias, vizinhos e os pedidos, conforme as suas necessidades. colegas de escola e trabalho, como sinal da vida e Rezamos também pelos governantes, pelos que unidade. sofrem, pelo mundo inteiro. Despedida: Ao despedir-nos, devemos estar Ofertório: É a hora de colocar sobre o cheios da graça de Deus. O sacerdote diz: “Vamos altar toda nossa vida para ser consagrada. Por em paz e que o Senhor nos acompanhe”, e nos isso, não pode ser oferta só de dinheiro, de abençoa mantimentos para os pobres, mas da vida, para 14 em nome da Santíssima Trindade. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Respondemos: Amém. Mas na verdade a Missa não além de ser bíblica, contém todo o Mistério da termina, ela continua durante a semana. nossa fé e salvação. Podemos notar que no começo e no fim da Missa, o sacerdote invoca a proteção da Santíssima Trindade. Vemos assim que a missa Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Paulus, 2003 – p. 312-314. 15 3º ENCONTRO: JESUS INICIA SUA MISSÃO A PARTIR DO BATISMO 1. Objetivos: Levar os catequizandos a conhecerem a pessoa de Jesus, como viveu, sua missão, seu projeto de vida e seu amor pela comunidade. Compreender que o batismo de Jesus marca o início de sua vida pública e o nosso batismo inicia-nos na vida cristã. 2. Conteúdo do Encontro: O Batismo nos leva a um compromisso de vida. Devemos nos esforçar para viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Ao ser batizado Jesus quis assumir um compromisso. Relembrar os símbolos do Batismo. Verificar se todos foram batizados 3. Desenvolvimento do Tema: Quem é Jesus para você? (deixar que falem ) Vocês sabiam que Jesus nasceu numa cidade pequena chamada Nazaré, numa família igual a tantas outras daquela época? Jesus, mesmo sendo Filho de Deus, quis nascer de uma mulher que foi Maria e que hoje nós chamamos de Nossa Senhora , que é a nossa mãe do céu. Jesus teve um pai adotivo José, que era carpinteiro e que ensinou Jesus a fazer os objetos de madeira que se usava na época. Jesus nasceu de uma família como a nossa e viveu no meio do seu povo. Os primeiros anos de vida de Jesus são parecidos com a vida de qualquer criança, Ele chora, ri, brinca, come, tem amigos, ajuda seus pais etc... Freqüenta a Igreja da sua época que era chamada Sinagoga dos Judeus. Ninguém podia imaginar que o filho de José, o carpinteiro fosse o Messias o Filho de Deus. Depois de adulto Jesus partilhava das angústias e das esperanças de seu povo. Vivia as alegrias e os momentos difíceis que todos viviam, e sem usar os privilégios que tinha como Filho de Deus. Jesus era consciente de que tinha uma missão a cumprir no meio de nós: anunciar a todos o Amor do Pai e seu Reino de justiça e paz. Ao completar 30 anos Jesus vai até o Rio Jordão para ser batizado por João Batista que pregava um batismo de conversão, de mudança de vida. Jesus queria ficar ao lado dos pobres e oprimidos e também dos pecadores que João batizava. Explicar como foi o Batismo de Jesus Falar da voz do Pai, da presença do Espírito Santo sobre o Filho que é Jesus = Santíssima Trindade. (Jesus recebe a Força do Alto, do Pai para iniciar a sua missão) Falar que no nosso Batismo também recebemos a Graça de Deus e somos chamados a sermos missionários do Reino de Deus. O nosso compromisso com o Reino de Deus deve concretizar-se em nossas atitudes humanas de amor fiel a Deus. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 3, 16-17; Mt 4, 12-17 5. Ambientação: toalha, bíblia. 6. Material utilizado: Apostila, figura do batismo de Jesus. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Orientar que façam orações espontâneas lembrando-se do próprio batismo e pedindo a Jesus que os ajude viver bem a sua missão de batizados. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 16 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II A vida pública de Jesus tem início com o seu esperança estava baseada na promessa da vinda batismo por João no rio Jordão. João Batista, o do Messias. Ele deveria ser o enviado de Deus precursor de Jesus, proclamava "um batismo de para libertar o seu povo. Sendo consagrado, arrependimento para remissão dos pecados" (Lc (ungido) pelo próprio Deus, deveria ter força e 3,3). Por isso era procurado por muitas pessoas de poder. diferentes grupos e classes sociais que vinham fazer-se batizar por ele. Jesus não costumava usar o título de Messias. Quando chamavam Jesus de Messias, ele O seu batismo visava preparar as pessoas aceitava o título. Quando Pedro diz que Jesus é o para a chegada daquele que vem mostrar a Messias, Jesus recomenda-lhe que não diga a proximidade do Reino (cf. Mt 1, 15), por isso dizia: ninguém; que guarde segredo (cf. Mc 8, 29-30). "depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Jesus manifesta aos seus discípulos a sua Eu não sou digno de me abaixar para desamarrar missão. Anuncia a eles que sua missão não será de suas sandálias" (Mc 1,17). glória, de grandes sucessos. Convida muitos a Quando Jesus vai ao Jordão e pede a João participar de sua missão: "Quem quiser vir comigo, para ser batizado por ele, este o questiona. Jesus esqueça-se de si mesmo e carregue a sua cruz" insiste na necessidade de ser batizado par João. (cf. Mt 16, 24). Com sua atitude demonstra que Ele, mesmo sem Os discípulos não entendiam a missão de ser pecador, se solidariza com a condição dos Jesus. Sonhavam com desfiles espetaculares e pecadores. entradas triunfais. Percebe-se isto claramente Durante o batismo de Jesus duas provas divinas acontecem: os céus se abriram e o Espírito de Deus desceu como pomba e pousou sobre Jesus quando Pedro quer impedir a ida de Jesus para Jerusalém, para não enfrentar o sofrimento. Jesus tinha falado: "Preciso ir para e uma voz do céu disse: "Tu és o meu Filho amado, Jerusalém e ali os líderes judeus, os chefes dos de ti eu me agrado" (Mc 1, 11). Assim, o Pai e o sacerdotes e os professores da Lei vão me fazer Espírito Santo dão testemunho da divindade de sofrer muito. Serei morto, e no terceiro dia, Jesus e de sua missão salvífica. ressuscitarei. Então Pedro o repreendeu: "Que O batismo de Jesus marca o início de sua Deus não permita! Isto não pode acontecer de vida pública. Ele deixa Nazaré e se coloca a jeito nenhum!" Severamente Jesus respondeu a serviço do povo em favor da vida Ele mesmo falou: Pedro: "Saia da minha frente, Satanás! Você está "Vim para que todos tenham vida e a tenham pensando como homem e não como Deus pensa!" em abundância" (Jo 10,10). Para nós o batismo marcou uma nova vida. Ser batizado é assumir a (cf. Mt 16, 21-23). A única vez que Jesus proclama mesma missão de Jesus. Nós, cristãos, somos abertamente que é o Messias, é na resposta a chamados a lutar pela vida, onde ela é ameaçada. pergunta No tempo de Jesus, os habitantes da de Caifás no seu julgamento e condenação (cfr. Mt 26, 63-64). Palestina esperavam a chegada do Messias que libertaria o país das mãos dos Romanos e Fonte: devolveria, à nação de Israel o esplendor dos Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, tempos de Davi e de Salomão. O povo tentou libertar-se das dominações estrangeiras, mas nada conseguiu. A sua única Ed. Vozes, 2008 – p. 34. Fé,Vida e Comunidade, Ed. Paulus, 2003 – p. 187188 17 4º ENCONTRO: JESUS FORMA SUA EQUIPE 1. Objetivos: Reconhecer no convite que Jesus fez aos apóstolos um chamado para cada um. Reconhecer que Jesus não realizava a missão sozinho, chama a outros para participar. 2. Conteúdo do encontro: Jesus espalha a semente do Reino de Deus em todos os corações e preparava os doze Apóstolos para serem mensageiros do Reino. Relatar os compromissos que os discípulos tiveram que deixar por aceitar o convite de Jesus e também os nossos compromissos de cristãos. Enfatizar o discipulado. 3. Desenvolvimento do Tema: Mostrar o cartaz com os nomes dos 12 apóstolos = enviados por Jesus para uma missão. Perguntar se já ouviram falar deles... Quem são? O que faziam antes? (obs.- Pedro, Tiago, João eram pescadores; Mateus cobrava impostos etc...) Falar da importância de trabalhar em equipe. Ex: grupos de escola, futebol, etc... Quando mais pessoas trabalham juntas, com o mesmo objetivo, o resultado do trabalho é melhor. Jesus também quis montar uma equipe para ajudá-lo na sua missão: levar o anúncio do Reino de Deus a todas as pessoas do mundo inteiro. Jesus ensinava como as pessoas deviam viver para ter uma vida mais feliz. Ele ensinava que devemos seguir a Palavra de Deus, porque ela orienta a nossa vida. Jesus queria que a sua missão nunca parasse, por isso convidou pessoas (apóstolos) para fazer parte do seu grupo, aprender com Ele, e depois continuar a sua missão de ensinar as pessoas. Hoje Ele chama cada um de nós para isso. Quando somos batizados, Jesus nos dá essa missão. Todos são chamados, devemos ser discípulos, para aprender, e depois devemos ensinar aos outros. Devemos ser apóstolos de Jesus como catequistas, missionários, freiras, padres, pessoas que fazem trabalho nas pastorais da Igreja. Dinâmica: Jesus nos chama pelo nome Objetivo: importância de sermos conhecido pelo nome "Jesus chama cada um pelo nome". Material: Um crachá para cada pessoa do grupo e um saco ou caixa de papelão para colocar todos os crachás. Descrição: O coordenador deverá recolher todos os crachás colocar no saco ou na caixa; misturar todos os crachás em seguida entregar um crachá para cada catequizando. Este deverá encontrar o verdadeiro dono do crachá, em 1 minuto. Comentar: O nosso nome é muito importante. Assim como Jesus chamou os Apóstolos pelo nome, Ele também nos chama pelo nome para fazer parte da sua equipe. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 6, 12-16 ou Mc 3, 17-19 5. Ambientação: toalha, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: em silêncio, de olhos fechados, pedir que pensem em Jesus que os está chamando pelo nome – em seguida rezar juntos a oração da apostila. 18 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Na caminhada junto com Jesus os discípulos inspira a ficarmos mais parecidos com Ele, ouviram suas pregações, viram suas curas e seus especialmente no Amor a Deus e ao próximo, e a milagres. acompanharam Jesus fidelidade as orientações de vida dadas pelo fisicamente e comungaram de sua vida e idéias. Mestre no Sermão da Montanha. Por isso, a Eles o seguiram pelos caminhos da Galiléia e da conversão Judéia ate a cruz. Esta caminhada se configura encerrado, tanto em nível pessoal quanto social, pela conversão - aceitação de Deus na própria vida porque, se o Reino de Deus passa por realizações - e pelo seguimento em trilhar os caminhos de históricas, não se esgota nem se identifica com Jesus. Conversão e seguimento constituem o dom elas (cf Puebla 193, 1221, 1159). Os discípulos ao Reino é um processo nunca da fé, uma vez que esta é opção de vida, adesão a Jesus deixou Nazaré e começou a andar pelos Jesus Cristo, a Deus e ao seu Projeto de vida nova vilarejos e cidades da Galiléia, proclamando que o Reino para todos. de Deus havia chegado. A fé e a conversão envolvem a pessoa Em pouco tempo, juntou gente que o seguia inteira ao reconhecer, acolher, interiorizar e e acreditava nele. Chamavam-se discípulos. Dentre desenvolver uma experiência de encontro pessoal eles Jesus escolheu doze, para serem seus com Jesus Cristo, encantando-se por Ele e apóstolos, tomando-se seu discípulo. Ser discípulo é uma "Mensageiros", "proclamadores". que quer dizer: "enviados", opção que implica para o ser humano em assumir Por que Jesus escolheu doze? O povo judeu no seu modo de viver palavras e ações que era descendente das doze tribos. Assim os estejam de acordo com as exigências de ser patriarcas, os chefes das doze tribos foram os cristão: acolher a vontade divina, participar fundadores do povo de Deus. Os doze apóstolos ativamente da missão da Igreja revelando-a na eram destinados a ser os fundadores do novo povo vida familiar, matrimonial, profissional, tomando- de Deus, daqueles que entram no Projeto de Deus. se seguidor de Jesus Cristo em todas as Que tipo de pessoas Jesus devia escolher para instâncias da vida. serem apóstolos? Deviam ser puros, santos, É o próprio Jesus que toma a iniciativa, chamando para segui-lo. O apelo é importantes ou bons oradores? feito, Os primeiros quatro homens que Jesus primeiramente, àqueles a quem ele confia uma escolheu eram pescadores do mar da Galiléia. Jesus missão particular, a começar pelos doze apóstolos criou-se em Nazaré, a 40 Km do mar da Galiléia; que o acompanhavam e a quem envia em missão conhecia bem os pescadores. Certo dia, Jesus foi ao pelas cidades, aldeias e vilas anunciando a Boa- mar da Galiléia, viu no barco dois irmãos André e Nova do Reino. São eles que inicialmente, ao ouvir Simão, lançando suas redes. Quando ouviram Jesus o chamado de Jesus, abandonam tudo e o seguem. chamando, recolheram a rede e dirigiram o barco No entanto, a renúncia que realizam dos próprios para a margem. bens e de si mesmos somente será compreendida “Venham! - Disse Jesus a André e Simão. após a ressurreição de Cristo, quando o Espírito Sigam-me. Vocês são pescadores, mas eu os farei Santo os guiar para a verdade total (cf. Jo 16,13). pescadores de homens". Como juntavam peixes em Jesus nos convida a tomar-nos seus discípulos deixando-nos o seu exemplo e o suas redes, assim iriam juntar homens para o Reino de Deus. testemunho dos apóstolos que se comprometeram Os dois reconheceram Jesus, porque André a viver e a participar da edificação do seu Reino. tinha sido discípulo de João Batista, e trouxera Assim, na medida em que vamos seguindo o Cristo seu irmão Simão para conhecê-lo. Acreditaram em Ressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja nos Jesus, e iam dar, com alegria, sua vida por Ele. 19 Ao chamado de Jesus, deixaram Justamente o contrário eram os homens, imediatamente o barco e as redes, e o seguiram. chamados Zelotas. Eram ardentes patriotas, que Sabiam o que queriam e que serviço novo tinha lutavam assiduamente contra a dominação romana. para eles. Mais adiante, Jesus encontrou outro Jesus escolheu um Zelota, chamado Simão, barco. Pertencia ao velho Zebedeu, um abastado para ser um dos seus discípulos. pescador. Tiago e João, seus dois filhos, estavam Filipe, outro apóstolo, foi trazido a Jesus com ele, sentados no barco. Consertavam suas por André, de quem era grande amigo. Filipe, por redes. Jesus chamou-os, dizendo: "Tiago e João, sua vez, trouxe seu amigo Bartolomeu, às vezes venham. Sigam-me". E eles deixaram tudo e chamado Natanael. seguiram a Jesus (cf. Mt 4,19-22). Simão Pedro morava na Os outros, que Jesus escolheu para serem de seus apóstolos foram: Judas, Tomé, e um outro Cafarnaum, um porto ativo à margem do lago. Os cidade Tiago, chamado Tiago o Menor, para distingui-lo romanos tinham uma tropa na estrada principal, do irmão de João. que cortava a cidade, do norte ao sul. Cafarnaum Ora, estes onze apóstolos eram diferentes tinha sua própria alfândega, onde os pescadores e uns dos outros em muitos pontos. Todos, porém os viajantes eram obrigados a pagar impostos aos eram da Galiléia, do norte de Israel. O 12º romanos. Ali estava um publicano: Levi Mateus, apóstolo era Judas, chamado Iscariotes, porque sentado à mesa, e ao lado de um soldado que, de nascera em Keriot, uma aldeia no sul de Israel. pé, velava por sua segurança, pois o povo não De todos, era o mais estranho. Mas os doze, gostava de pagar impostos aos romanos, nem o apesar de serem tão diferentes entre si, estavam imposto próprio dos judeus. Concentravam seu bem unidos pela mesma fé em Jesus. ódio contra os publicanos, judeus que coletavam os Jesus tinha uma concepção totalmente impostos para os romanos. Eram traidores de seu diferente do que era ser discípulo. Este não era próprio como para ele um aluno, mas um amigo: "Não vos chama enriqueciam a custa do povo, do qual cobravam "servos", dizia Ele aos seus discípulos, mas mais do que era prescrito. "amigos" (cf. Jo 15, 14-15). povo, Assim e Levi todo mundo Mateus era sabia odiado e Queria que os seus discípulos vivessem com desprezado, rico em dinheiro, mas pobre em Ele, que ficassem em sua companhia, sem o deixar, amigos. Um dia ficou muito surpreso, quando para terem contatos incessantes e, portanto, deparou com Jesus. "Mateus, vem e segue-me", diálogos e ensinamentos... Caminhando, comendo, disse Jesus (cf. Mt 9,9). rindo ou chorando com eles, assando-lhes peixe de Mateus deixou tudo como estava e seguiu a Jesus. Depois disso, Mateus preparou na sua casa manhãzinha na margem do lago ou dormindo ao lado deles, ao relento. uma grande festa para Jesus. Convidou todos os Aproveitava os acontecimentos da vida de amigos. Na maioria eram naturalmente publicanos todos os dias para familiarizá-los com o seu ou gente desprezada. O povo de Cafarnaum ficou pensamento. escandalizado ao ver o profeta em tal companhia. As pessoas, em desacordo, perguntavam: Como Jesus pode sentar-se a mesa com pessoas tão desprezíveis? E Jesus respondeu: Só os doentes precisam de médico. Eu não vim chamar gente como vocês, que estão em amizade com Deus. Preciso chamar os pecadores, para abrir seus corações a Deus (cf. Mt 9,12). 20 Cafarnaum era um excelente campo de trabalho para Jesus. Quando permanecia na cidade, hospedava-se na casa de Simão Pedro. De Cafarnaum partia sempre com os doze apóstolos para as cidades e aldeias vizinhas da Galiléia. Em todo lugar anunciou a Boa Nova e seu amor. Mostrou o amor de Deus em tudo que fazia. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Amava a todos, não menosprezava ninguém. Falava com autoridade. Também seu ensinamento era de fácil compreensão, pois ensinava, Jesus espalhava a semente do Reino em todos os corações e preparava os doze apóstolos contando para serem mensageiros do reino. lindas histórias (parábolas) e fatos da vida. O amor de Deus mostrou-se também em Jesus, na sua compaixão pelos doentes. Assim as massas corriam para ouvir Jesus. A força do amor de Deus irradiava-se nele. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 40-41. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 200-203. Odiava o pecado, mas amava o pecador. Deu sempre preferência aos pobres e aos oprimidos. 21 5º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REZAR 1. Objetivos: Reconhecer no Pai Nosso a oração da fraternidade e da confiança em Deus. Reconhecer que a oração do Pai Nosso é um diálogo pessoal e comunitário com o Pai. 2. Conteúdo do Encontro: Rezando o Pai Nosso expressamos nossa relação de filhos de Deus Pai. Com o Pai Nosso declaramos que pertencemos a uma grande família e, igualmente, entendemos a partilha do Pão Nosso de cada dia como reconhecimento da providência paterna de Deus, que se preocupa com os problemas de seus filhos. Através da oração pedimos e nos responsabilizamos por aquilo que pedimos. 3. Desenvolvimento do Tema: Perguntar se todos costumam rezar e quando rezam. Falar da importância da oração como uma comunicação, conversa com Deus. Deus nos criou por amor, nos escuta e sabe de tudo que precisamos. “Pedi e recebereis, buscai e achareis...” (Lucas 11, 9). Jesus também pedia ao Pai... agradecia... conversava... Isto é oração Quando Jesus rezava? De manhã (Lc 6,12); de noite (Mc 1, 35); nas alegrias (Lc 10, 21); na tristeza (Lc 22, 41); pedindo (Lc 23, 34 ; Jo 17). Com a oração recebemos a força necessária para vencermos todos os obstáculos. Perguntar se todos conhecem a oração do Pai nosso. É a oração dos filhos de Deus: todos nós! É oração de perdão. É oração de partilha. Ler as passagens bíblicas onde Jesus ensina aos apóstolos a oração do Pai Nosso. Explicar o significado de cada parte do Pai Nosso. Acompanhando na apostila fazer com que todos leiam e compreendam o significado de cada frase do Pai Nosso. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 6, 9-15 e Lc 11, 1-4. 5. Ambientação: toalha, bíblia, flores, imagem de Jesus rezando. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com uma figura de Jesus rezando. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: orientar a escrita da oração do Pai Nosso. 22 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Os Evangelhos nos transmitem uma série de ensinamentos de Jesus sobre a oração. aqueles já receberam a sua recompensa! ... Mas tu, quando quiseres rezar, retira-te para o teu quarto Segundo o costume do seu povo. Jesus rezava e ali, onde ninguém te veja, fecha a porta. Então, teu de manhã, à noite, antes e depois das refeições. Pai dos Céus que vê no mais íntimo do teu coração, Rezou antes da multiplicação dos pães e da última Ceia. te recompensará" (cf. Mt 6-6). Cada um deve apresentar-se diante de Deus Todos os sábados se dirigia à Sinagoga, tal como é: com suas fraquezas. Um dia Jesus tomando parte nas orações feitas em comum. apresenta dois tipos de oração: a do fariseu, Participava também das cerimônias no Templo de orgulhoso de si, da sua cultura e da sua fidelidade Jerusalém. religiosa, e a de um publicano consciente e Os Evangelhos nos apresentam Jesus, arrependidíssimo das suas fraquezas e das suas rezando de uma maneira espontânea e pessoal, faltas (Lc 18,95). conforme os acontecimentos e circunstâncias. A sua oração acontecia na vida: era com os apóstolos de Enquanto o primeiro se julga digno da estima de Deus e exprime o desprezo pelas pessoas de má regresso da missão (cf. Lc 10,21), junto do sepulcro conduta, o segundo só do poder Deus espera o de Lázaro (cf. Jo 11,41-42), ao longo de uma vigília perdão das suas faltas. (cf. Jo 17), a caminho do Horto das Oliveiras (cf. Lc A fé que transporta montanhas 23,24), na noite em que foi preso (cf. Mc 15,34), e O amigo que importuna em plena noite (cf. Le até sobre a cruz, pedindo pelos seus algozes, (cf. Lc 11 5-13), o juiz corrupto importunado pela viúva, (cf. 23,34) recita o início de um salmo (cf. Mt 27,46). Os evangelhos mostram como Jesus passava Le 18,2) são parábolas contadas por Jesus, cheias de doutrina sobre a oração. horas inteiras em meditação, em intimidade com o Uma mulher que sofre de hemorragia pensa: Pai. Antes de nascer o sol, ia num lugar isolado para "Se tocar na orla da sua túnica, serei curada". E isto orar. Vai à montanha e passa toda a noite em oração aconteceu. Jesus volta-se e diz a ela: "A tua fé te (cf. Lc 6, 12; Mc 6,46; Mt 14,23). salvou" (cf. Mc 5,34). Jesus não condenou as manifestações de Um centurião romano vem pedir-lhe a cura de alegria e de entusiasmo, os cantos, a música ou a um criado seu, e tem a certeza de que Jesus pode dança. Ao contrário, somos levados a pensar que curar mesmo a distância. Jesus diz-lhe: "Nunca tenha tomado parte nas danças sagradas com os encontrei ninguém com tanta fé. Vá! e o criado ficou peregrinos na noite da Festa dos Tabernáculos, nos curado (cf. Mt 8,5-13). pátios do Templo, ao som da trombeta, ao ritmo dos tamborins e dos címbalos (cf. Jo 7, 37). Uma mulher estrangeira, Cananéia, confia que Jesus pode e quer expulsar as forças do mal que Jesus cantou o hino pascal depois da Última Ceia (cf. Mc 14,26). dominam a sua filha. E ela insiste. Jesus responde: "Mulher, é grande a tua fé (cf. Mt 15, 28). Mas Jesus condenou a ostentação na oração. Jairo, chefe da Sinagoga, foi ao encontro de Todos os dias, à tardinha, em Jerusalém, se ouvia o som das trombetas do Templo. Era o anúncio do Jesus porque sua filha estava morrendo. Jesus vai a casa dele. No caminho, sabe da notícia: a menina sacrifício da tarde. A população era assim morreu. Jesus diz a Jairo: Creia firmemente! E a convidada a reunir-se ali e a rezar. Alguns menina viveu. (cf. Mc 5,36). fariseus nas Jesus conhece, em profundidade, o coração encruzilhadas e tomavam ostensivamente atitudes faziam tudo humano. Mas o homem se interroga: – como Deus espalhafatosas na para oração se colocar, olhares pode preocupar-se com ele entre bilhões de pessoas admirados da gente simples. Jesus desmascarava sob os do mundo? Às vezes pensa num Deus "chefe" e não esta hipocrisia: "Aos olhos de Deus, dizia Ele, num Pai cheio de bondade, por isso desespera-se 23 porque não vê a realização de seus desejos. Esta oração lembra que não podemos aproximar-nos Depressa perde a confiança, pensando que já rezou de Deus, esquecendo os irmãos. o suficiente, então abandona toda a atitude de esperança em Deus. "O Pai Nosso" O “Pai Nosso" não é apenas uma oração importante; é também uma Profissão de Fé. Na Igreja primitiva exigia-se que o batizando o Um dia os discípulos viram Jesus rezar. recitasse publicamente antes de receber a água Quando acabou a oração pediram-lhe: "Ensina-nos a rezar" (Lc 11,15). batismal. No tempo de Jesus, cada grupo religioso tinha Para orar, dizei somente isto ... E ensina-lhes as suas orações próprias que lhe serviam de a oração do "Pai Nosso". Encontramo-la nos evangelhos de Mateus (cf. 6,9-15) e de Lucas (cf. 11, 1-4). identificação religiosa. Jesus ensina aos discípulos como deviam rezar: "Não imiteis os pagãos diante dos seus ídolos. Começa por uma invocação ao "Pai dos Céus". Pensam que será por muito gritar, que serão Na religião dos judeus admitia-se que Deus tivesse pelo seu povo cuidados de pai. Deus tinha se atendidos mais facilmente. Um erro! Vosso Pai dos céus conhece as vossas necessidades antes que lhe comprometido com o povo ao longo da sua história: o apresenteis". (Mt 6,7-8). tinha libertado, protegido e perdoado. “O Pai Nosso é verdadeiramente o resumo de Quando Jesus falava do Pai dos Céus, queria todo o Evangelho. Depois de o Senhor nos ter legado falar duma vida de família que ultrapassa a esta fórmula de oração, acrescentou: 'Pedi e imaginação. Ele empregava a palavra "Abba" que se recebereis' (Lc 11,9). Cada um pode, portanto, traduz por "Papai". Jesus quer comunicar a vida de dirigir ao céu diversas orações segundo as suas Deus aos seus discípulos. Quer fazê-los entrar na Família do mesmo Deus. necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que continua a ser a oração fundamental” Por isso, devem dizer na oração: "Pai". o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da Galácia: "Deus enviou o seu Filho para fazer de nós seus filhos adotivos. E a prova de que nós somos filhos, Deus pôs nos nossos corações o Espírito de seu filho que clama "Abba! Pai!" (Gl 4, 4-7) Notemos, que dizendo: "Pai Nosso" e não "Meu Pai", o discípulo de Jesus faz uma proclamação de fraternidade . Não há diferença entre os homens de qualquer raça, povo ou condição social. Todos são filhos do único Pai e devem amar-se como irmãos. 24 (CIC 2761). Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 230-233. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 6º ENCONTRO: JESUS FALA DO REINO EM PA RÁBOLAS 1. Objetivos: Compreender que as parábolas revelam a manifestação do amor de Deus e um convite para participar do seu Reino. Mostrar que Jesus contava pequenas histórias apresentando e favorecendo ao povo a acolhida do Reino de Deus. 2. Conteúdo do encontro: Quando Jesus usa as parábolas está nos revelando os ensinamentos do Reino de Deus. Como contribuímos para a construção do Reino de Deus, aqui na terra? O que significa Reino de Deus? Quais as diferenças e semelhanças entre o Reino de Deus e a nossa sociedade? 3. Desenvolvimento do Tema: Perguntar se eles se lembram que Jesus chamou a todos nós para ajudarmos na construção do Reino de Deus. Pedir que falem sobre os acontecimentos no mundo (TV, Jornais, etc..): será que tudo o que acontece está de acordo com o Projeto de Jesus? (mostrar que existem muitas coisas erradas, mas também muitas coisas boas) Para ensinar como podemos construir o Reino de Deus aqui na terra, na nossa vida, Jesus contou muitas parábolas. Explicar o que é uma Parábola – “Parábolas são histórias que Jesus contava fazendo uma comparação das experiências da vida das pessoas com as coisas do Reino de Deus que Ele queria ensinar e que as pessoas pudessem entender e praticar” Convidar os catequizandos a encontrar na Bíblia o capítulo 13 do Evangelho de Mateus. Ler com eles o título das várias parábolas deste capítulo para que reconheçam que foram muitas as parábolas que Jesus contou. Ler o texto de Mateus 13, 1-9 – A parábola do Semeador. Motivá-los a observar os elementos comparativos do texto completando as atividades da apostila. Fazer a dinâmica: Colocar a bandeja com a terra suja no centro da sala (mesa ou chão). Distribua a semente (dê mais de uma para cada catequizando) Dizer que a bandeja representa o nosso coração. O que precisamos fazer para que a semente que vamos plantar possa nascer e crescer bem? Limpar a terra, deixando-a bem fofinha (= tirar os pecados do coração). Dizer que a semente é a Palavra de Deus. Perguntar se querem cultivar seu coração com coisas boas para serem felizes, e fazer a vontade de Deus. Relembre o texto bíblico com a ajuda dos catequizandos. Relembre o sentido da parábola: o que a parábola fala para cada um de nós e que convite nos faz. 25 Convidar cada criança a plantar a sua semente fazendo uma intenção de realizar alguma coisa boa para os outros e assim ajudar Jesus na construção do Reino. Ex: ler a Bíblia, rezar , partilhar o lanche, doar uma roupa, pedir perdão, rezar etc. Fazer as atividades da apostila, explicando o sentido das outras parábolas. 4. Leitura utilizada: Mt 5, 13, Mt 13, 31-32, Mt 5, 14 , Mt 13, 33, Lc 8, 4-15, Mt 13, 44, Lc 15, 4 ou outras parábolas sobre o Reino de Deus. 5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, flores. Ver a ambientação solicitada na dinâmica. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, bandeja (ou caixa) com terra, cheia de sujeira e sementes. 7. Atividades: fazer as leituras bíblicas e esperar que completem a atividade. 8. Momento de Oração : Motivar a reflexão e orientar a escrita da oração. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Jesus faz uso de parábolas e sob essa O que é Parábola? forma apresenta os mistérios de Deus tornando a É uma comparação tirada da experiência de realidade do seu Plano acessível e familiar à vida e da realidade que toda gente compreende, compreensão das pessoas. E, também sob esta reflete, despertando o gosto pela ação. mesma forma, Jesus nos ensina por meio das parábolas como é possível fazer parte do Reino. Toda tem uma idéia e uma comparação com um fato real. Explica, ainda, que para entrar no Reino devemos agir, pois as palavras por si só não bastam. Parábola A comparação nas Parábolas compreende três elementos: A realidade do Reino está envolvida no a coisa que se compara, mistério, portanto, difícil de defini-lo ou vê-lo no a coisa com que se compara, seu todo. Mas Deus toma a iniciativa de revelar o ponto precise do comparação; aquilo que esta realidade e convida todas as pessoas para nos faz refletir para levar a ação. fazer parte dela. Por isso Jesus se utiliza das A comparação está a serviço do sentido de parábolas para comparar a realidade do Reino com vida e de uma proposta para a transformação da as situações vividas pelas pessoas de seu tempo, sociedade. para que possam compreender como se faz a Como Jesus usou as Parábolas opção para participar do Reino de Deus. Nesse sentido, embora as parábolas possam ser aparentemente superficiais, elas dão margem vida dos camponeses da Galiléia. O ponto principal é a perspectiva da vinda do Reino, aqui e agora. O que é o Reino? para alimentar interpretações profundas e tocam o coração humano porque este percebe a presença Fez comparações a partir da realidade e da Usou as Parábolas, não como histórias do Reino muito próximo dele pela linguagem neutras, nem histórias impessoais. Fez com figurativa. No entanto, que para compreender o os ouvintes tomassem partido, ensinamento de Jesus através das parábolas é aceitando a nova forma de viver o Projeto necessário localizá-las no tempo e no contexto da de Deus. (Aliança = fraternidade = nova época de Jesus. Isto significa relacionar as sociedade = Reino de Deus). diferenças culturais, sociais e tecnol6gicas que Usou imagens da vida diária (normal) da separam as duas realidades: a de Jesus (voltada realidade, servindo-se do seu dinamismo para o meio rural, produção artesanal) e a nossa interno, (agroindustrial). Desta forma, pela compreensão religioso. das parábolas torna-se possível vivenciar 0 mistério do amor de Deus revelado por Jesus Cristo. 26 mostrando o modelo social e Colocou as situações críticas da vida do povo, a fim de resgatar o seu valor e o valor Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II do seu trabalho, visando a libertação do povo. Nenhuma das parábolas foi imaginada por Jesus; todas foram vividas por Ele. E só podem Todos entendem as Parábolas? ser compreendidas, por nós, quando plenamente As Parábolas são para entender ou para não vividas. entender? Toda Parábola consta de dois elementos: o Parece que os ouvintes compreenderam seu sentido superficialmente, sem acolher símbolo material e o simbolizado espiritual. mais O símbolo material é tirado da natureza profundamente a mensagem. Isto exigiria uma humana. mudança radical de vida. compreensão do simbolizado espiritual depende do Marcos apresenta o texto de Isaías 6,9 para constatar isto: E compreensível a todos, mas a grau de fé em que cada pessoa está. Se ela está no grau 50, interpreta a parábola no grau 50; "Falava em parábolas para que, olhando, não quem esta no grau 10, interpreta no 10, e assim vejam; ouvindo, não ouçam e não entendam, a por diante. Não é possível dar uma explicação menos que se convertam". definitiva e universalmente válida das parábolas. Uma determinada Parábola não mensagem, contém como uma uma só e fórmula fechada. A Parábola é aberta, feita para provocar a A sua universalidade admite inúmeras interpretações, proporcionais ao grau de reflexão e de vivência de cada pessoa. O importante é que as Parábolas devem ser reflexão e a tomada de atitude das pessoas. refletidas para levar à ação de transformar a As Parábolas são: sociedade, conforme o coração de Deus. Jesus um instrumento de diálogo, chama para entrar no Reino, por meio de elaboradas a partir da experiência vivida, Parábolas, traço característico de seu ensino. Por pretendendo levar à conversão e à ação. meio delas, convida para o Banquete do Reino, mas O Ponto Central das Parábolas e o Reino de exige também uma opção radical: para merecer o Deus ou Reino dos Céus. Esse Reino de Deus existe em todo homem, está dentro do homem, como uma semente, um embrião. Mas, na maior parte, os homens estão Reino é preciso dar tudo. As palavras não bastam, exigem-se atos. As Parábolas são para o homem uma espécie de espelho. insensíveis a este dom. A Parábola ajuda o homem Como é que ele recebe a Palavra? Como chão a despertar, a desenvolver este Reino que Jesus duro ou como terra boa? Que faz ele dos talentos chama a "luz do alqueire", o "tesouro escondido", a recebidos? Jesus é a presença do Reino neste "pérola preciosa". Para os ouvintes, inexperientes mundo de Deus, Jesus não podia dizer o que na realidade Parábolas. estão secretamente no centro das era esse Reino. Só podia comunicar através de "É preciso entrar no Reino, quer dizer, comparações e analogias a que era semelhante a tornar-se discípulo de Cristo, para conhecer os esse Reino "é semelhante a um grão de mostarda" mistérios do Reino dos Céus (cfr. Mt 13,11). Para ... "a um fermento" "a uma festa nupcial" ... "as os que ficam de "fora" (cf. Mc 4,11), tudo continua dez virgens", etc. enigmático" (CIC 546). Jesus passava muitas horas em oração antes de ensinar o povo. Foi na oração que Jesus descobriu a pedagogia para explicar ao povo o que é o Reino de Deus. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 54. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p.220-222. 27 7º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REPARTIR 1. Objetivos: Perceber que o amor generoso de Jesus nos leva a viver a partilha. Compreender que Jesus quer que os bens sejam partilhados entre todos, conforme suas necessidades. 2. Conteúdo do Encontro: Através da mensagem de Jesus podemos entender que para acabar com a fome no mundo é preciso partilhar, valorizando o pouco que cada um possui e que é repartido entre todos, assim a comunidade se torna um sinal do amor generoso de Deus. Destacar o valor da caridade e da solidariedade. Quais os movimentos existentes em nossa comunidade que prestam auxílio às pessoas empobrecidas e carentes? Como por ex. os Vicentinos.Como podemos ajudá-los? 3. Desenvolvimento do Tema: DINÂMICA: Teatrinho com 3 situações: usar 3 carteiras como “casas”. Escolher 3 (ou mais) crianças para cada “casa”: Escolher uma criança para ser aquele que vai pedir algo para comer. Bate palma na 1ª casa e alguém da casa fala: “Não tenho nada agora, passe depois!” (sai triste) Vai para a 2ª casa, bate e alguém diz: “Só tenho pão velho, duro, você quer?” ( sai triste) Vai para a 3ª casa, bate e alguém fala: “Você está com fome? Vou te dar um pão fresquinho! Acabei de comprar!” Todos ficam felizes: quem deu o pão e quem recebeu. Houve partilha, repartiu com o necessitado a mesma coisa que a família ia comer. Conversar se elas gostam de repartir com os outros as suas coisas, balas, lanches, emprestar coisas para amigos ou irmãos etc... O que elas sentem quando vêem pessoas vivendo nas ruas, crianças pedindo esmolas, descalças, com fome. Crianças doentes sem assistência médica... etc... LER A BÍBLIA e comentar: Jesus teve compaixão do povo – Jesus pediu para que os discípulos mesmos dessem de comer ao povo necessitado (hoje pede para nós). Jesus deu graças ao Pai antes de multiplicar os pães e peixes. Dar graças significa que tudo vem do nosso Pai do céu que deseja que tudo o que Ele dá seja repartido entre todos. Mostrar para as crianças que para Jesus multiplicar e repartir os pães e peixes foi preciso que alguém mostrando a bondade oferecesse o que tinha: 5 pães e 2 peixes. Se cada um de nós repartirmos o pouco que temos com aqueles que não têm nada todos ficaremos satisfeitos e estaremos fazendo a vontade de Jesus. DÍZIMO é uma forma de partilhar os nossos bens com aqueles que precisam. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 14, 13-21. 5. Ambientação: toalha, bíblia, velas, imagem – cartazes. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes com pessoas que passam por necessidades. 7. Atividades: orientar as atividades. 8. Momento de Oração: orientar a oração. 28 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA No Antigo Testamento, os milagres são sempre sinais de Deus agindo em favor do povo. No Novo Testamento, os como a nós mesmos, por amor de Deus." (CIC 1822). milagres Os discípulos foram os primeiros a realizados por Jesus são também chamados de experimentarem de perto o amor de Jesus Cristo. sinais, pois apontam sempre para uma realidade No encontro pessoal e íntimo com Ele, puderam maior: a glória de Deus. descobrir e desenvolver sua vocação primeira de Jesus fez, sem dúvida, muitos milagres. Em todos eles, é possível identificar sua intenção. No seu tempo, Jesus tinha viver em comunhão com Deus e com as pessoas, a partir como do amor que agora transborda naturalmente. destinatárias pessoas que acreditavam em um O encontro com Cristo é condição ao seu Deus libertador, mas aguardavam ainda a vinda do seguimento e a observância de seu mandamento Messias. maior: "Amai-vos uns aos outros. Como eu vos Jesus, ao acontecimentos fazer milagres, extraordinários, provocando suscita nos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros" (Jo 13,34). Mas quem é o outro, ou interlocutores aquilo que chamamos de primeiro o próximo, conforme nos referimos mais passo na fé, ou seja, a aceitação de Jesus como o normalmente? Essa pergunta é muito importante: Messias, o Filho de Deus. " ... Sabemos que vens O próximo não se refere a um parente ou amigo, da parte de Deus como um mestre, ninguém pode mas ao ser humano. Amar a Deus é amar a pessoa fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com necessitada, que precisa da minha ajuda e ele" (Jo 3,2b). presença. Seja ela quem for, conhecida ou não. "Os sinais operados por Jesus testemunham Esse é o verdadeiro compromisso com Deus e com que o Pai o enviou. Convidam a crer nele. Aos que a o outro. É também esse compromisso que motiva e ele se dirigem com fé, concede o que pedem. justifica as "campanhas da fraternidade" e muitas Assim os milagres fortificam a fé naquele que obras assistenciais. Essa é a condição: que realiza obras de seu Pai: testemunham que ele é o amemos, como Ele mesmo, os nossos inimigos, que Filho de Deus." (CIC 548). nos tornemos próximos dos mais afastados, que Reconhecendo Cristo como Messias, a glória de Deus se manifesta aos homens. No entanto, ' Jesus nunca permite que seus seguidores parem nos milagres. É necessário dar amemos como Ele as crianças, os pobres, os excluídos ... (cf. CIC 1823). O apóstolo Paulo nos recomenda a bem viver o amor. Diz-nos ainda: um segundo passo na fé, que é o conhecimento e "Por ora subsistem a fé, a esperança e a seguimento de Jesus. Se Ele ressuscita Lázaro, é caridade - as três. Porém, a maior delas é a para afirmar: "Eu sou a ressurreição e a vida". Se caridade." (1 Cor 13,13). ele multiplica os pães, é para depois dizer "Eu sou o pão descido do céu". Em outras palavras, o novo mandamento "amai-vos uns aos outros como vos amo" (Jo 15,12) Os milagres, portanto, são meios que Jesus nos leva à ação concreta em relação aos mais utilizou para ensinar que o plano glorioso de Deus, necessitados: "Tive fome e me destes de comer, há muito esperado, está se cumprindo; e para tive sede e me destes de beber, era peregrino e introduzir as pessoas neste mistério divino. me acolhestes." (Mt 25,35). "A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus em primeiro lugar e ao próximo Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. II, Ed. Vozes, 2004 – p. 40 e 56 29 8º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A AMAR E PERDOAR 1. Objetivos: Conscientizar os catequizandos que amando e perdoando estamos realizando o projeto de vida de Jesus. Reconhecer o valor do perdão que Jesus veio nos ensinar. Perceber que nosso Deus nos oferece em Jesus o perdão e nos pede reconciliação com Ele e com nossos irmãos. Reconhecer que é na vivência do amor incondicional que reside a maior felicidade e a condição para um mundo mais justo e fraterno. Compreender que amamos a Deus quando amamos verdadeiramente as pessoas como irmãos e irmãs e perdoamos e damos o perdão. 2. Conteúdo do Encontro: Fazer a reflexão que é fácil amar e perdoar a quem gostamos, mas Jesus ensina que Deus é misericórdia, que dizer, está sempre disposto a perdoar qualquer pessoa, qualquer um de nós: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido”. Quem ama perdoa sempre, inclusive os inimigos. Porque as pessoas acham difícil pedir perdão, fazer as pazes? Conseqüências da inimizade, do sentimento de vingança e de raiva. 3. Desenvolvimento do Tema: 1º Momento – Jesus ensina a amar: Iniciar o encontro com a ambientação para o 1º momento. Conversar com os catequizandos sobre situações de pobreza e riqueza das pessoas nos diversos lugares do mundo: locais de desenvolvimento econômico, alta tecnologia, de pobreza, florestas exuberantes e terras áridas, desmatamentos. Comente que a árvore que estão vendo no centro da sala representa o desamor no mundo. Compare as situações de vida das pessoas nestes locais: de facilidades e dificuldades, desperanças e sonhos, de paz e guerra... À medida que forem conversando, coloque na árvore as gravuras de má qualidade de vida das pessoas. Pergunte o que Jesus acharia destas situações. Deixe-os se expressarem livremente. Comente que Jesus se identifica com os que sofrem, com os pobres, com os doentes, com os abandonados... e Ele conta com as pessoas para ajudar o seu próximo a mudar de vida. Ler Mt 25, 34-45 que nos indica a prática que deve acompanhar todo cristão junto aos ’pequeninos’. 2º Momento – Jesus ensina a perdoar: Mudar as figuras para o 2º momento. Para entender melhor o sentido do perdão, ler o texto Jo 8, 3-11 se for possível de forma dialogada. Explorar os seguintes aspectos a partir do texto bíblico e com a ajuda dos cartazes: o 30 A pergunta que Jesus faz à mulher e as palavras que pronunciou ao despedir-se. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II o O jeito de olhar dos fariseus e escribas sobre a mulher. o Como terá sido o olhar da mulher para Jesus e dele para a mulher. o Existem olhares que nos ajudam a ser melhores. Comparar os olhares das figuras expostas para perceber tal afirmação. Ler Mt 18, 21-22 – Jesus nos anima a perdoar sempre. A tristeza, a raiva e o desejo de vingança fecham o coração ao perdão. Muitas vezes julgamos as pessoas somente pelo olhar. Quando alguém nos desrespeita logo queremos nos vingar: “não levo desaforo para casa”. Jesus nos anima a perdoar para viver em paz. Todos nós precisamos do perdão. Ele faz parte da nossa vida, pois é perdoando que se é perdoado e sendo perdoados que vivemos em comunhão com nossos irmãos. Na oração do Pai-Nosso, que Jesus ensinou, nós pedimos para que Deus perdoe as nossas ofensas do mesmo modo que nós perdoamos aqueles que nos ofenderam. Se Deus é tão bom para nós, precisamos ser bons e misericordiosos com os outros. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 22, 34-40, Jo 8, 3-11, Mt 18, 21-22. 5. Ambientação: 1º momento: colocar no centro da sala o desenho de um tronco de árvore e galhos com aparência de árvore seca (ou o próprio galho seco) e gravuras retiradas de jornais e revistas que retratem situações de desamor das pessoas. 2º momento: colocar no centro da sala figuras de pessoas se abraçando, de mãos dadas ou que expressem sinal de perdão. Colocar também figuras de pessoas discutindo, brigando. Colocar, ainda, pessoas com olhares que expressem ódio, alegria, amor, paz, dentre eles a figura de Jesus. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, gravuras conforme descritas na ambientação 7. Atividades: orientar as atividades, que poderão ser feitas em casa. 8. Momento de Oração: encerrar o encontro com a oração do Pai Nosso, meditando o trecho em que pedimos perdão a Deus, na medida em que perdoamos a quem nos tenha ofendido. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Jesus nos diz de diversas formas que o amor a Deus coincide e identifica-se com o amor ao próximo de quem devo aproximar-me porque necessita de mim. Neste sentido, O amor de Deus e o amor ao próximo são inseparáveis: Para Jesus, o amor de Deus e o amor ao pode-se próximo são inseparáveis, pois se constituem em identificar sua maneira de explicar o amor um só mandamento, do qual dependem todos os compreendendo que: outros: "Se alguém disser: 'amo a Deus', mas 0 amor a Deus assemelha-se ao amor ao odeia o seu irmão, é um mentiroso. Pois quem não próximo: ama seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o que não vê? É este mandamento dele recebemos: coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Aquele que ama a Deus, ame também seu irmão" Esse é o grande e o primeiro mandamento. 0 (1Jo 4,20-21). segundo é semelhante a esse: amaras o teu Existe uma espécie de igualdade entre o amor próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 37-40). de Deus e o amor ao próximo: 31 0 que se faz ao próximo (em especial ao mais humilde e necessitado) é como se o fizesse ao próprio Jesus: "Em verdade vos digo: cada vez que fizeste a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40) . A norma do amor será a de amar como Jesus nos amou: O amor de Cristo foi até as últimas conseqüências: "Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar as nossas vidas pelos irmãos" (1Jo 3,16). Com isso queremos afirmar que: Jesus se dirige ao ser humano concreto - seja publicano, prostituta, pobre, oprimido, fariseu, rabino -, a todos os seres humanos; Catecismo da Igreja Católica 1822. A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. 1823. Jesus faz da caridade o mandamento novo (75). Amando os seus «até ao fim» (Jo 13, 1), manifesta o amor do Pai, que Ele próprio recebe. E os discípulos, amando-se uns aos outros, imitam o amor de Jesus, amor que eles recebem também em si. É por isso que Jesus diz: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor» (Jo 15, 9). E ainda: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei» (Jo 15, 12). Nós amamos a Deus e defendemos sua causa amando como Jesus amou em qualquer situação em que o ser humano se encontre; Para o perdão é preciso uma só pessoa, para a Este amor deve ser humano, aqui neste mundo e agora, no tempo que estamos vivendo; reconciliação é preciso duas: Deus e o homem. Em todo caso, para reconstruir a relação quebrada com o Nada deve estar acima do amor aos irmãos ou outro, é preciso mostrar que se quer a paz e a contentar-se em cumprir a lei: "Com efeito, eu reconciliação, ou seja, quem ofende precisa pedir vos asseguro que, se a vossa justiça não perdão e o ofendido precisa responder ao pedido de exceder a dos escribas e a dos fariseus, não desculpa, acolhendo-o de forma confiante. Mesmo entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5,20). rompendo com Deus, Ele não reage, não fecha a porta Por ser o amor nosso mandamento, a única medida do amor é amar sem medida. Esta é a última vontade de Jesus: "Dou-vos por dentro. Ela fica sempre aberta, pois assim é Deus-Pai: Ele sempre perdoa! um Assim também se apresenta Jesus nos mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. evangelhos: sempre acolhedor para o perdão. Isto Como eu vos amei, amai-vos também uns aos se pode constatar nos encontros com Zaqueu, outros. Nisso conhecerão todos que sois meus Mateus, Madalena, a adúltera, os inimigos, na discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros" (Jo agonia da cruz. E ainda, nas curas que realizava, a 13,34-35). condição era o perdão: "Seus pecados te são Tanto o Antigo como o Novo Testamento perdoados, vai em paz!" (Lc 7,48-50; Mc 2,5). têm como "costura" o perdão de Deus. Aliás, Jesus resume sua atitude fundamental para podemos dizer que a Bíblia é a história do Pai que com os pecadores na Parábola do Filho Pródigo (Lc sempre perdoa o filho. É a expressão máxima do 15,11-32).0 pedido de perdão do filho mostra amor, da bondade e da misericórdia de Deus para abertura de si, confiança em ser solto das conosco. O perdão é o que nos aproxima dele. amarras que o prendiam provocadas pelo pecado e Porém, não basta pedir o perdão, é preciso nos disposição para assumir uma vida nova. Isso supõe reconciliar com Ele e com os irmãos. uma grande capacidade de superação de si mesmo e confiança nos outros. Essa prática do perdão que Jesus anuncia deveria continuar na sua Igreja. Se, para tantas 32 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II outras realidades da vida cristã Jesus deixou o Sacramento da Penitência, Reconciliação ou sinais, sacramentos, para essa realidade do Confissão. perdão também instituiu um sinal, para que, pelo perdão visível, sacramental, ele pudesse se encontrar conosco durante nossa vida. Esse sinal é Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 67, 72-73 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA II – As chaves do Reino 981. Depois da ressurreição, Cristo enviou os seus Apóstolos «a anunciar a todos os povos o arrependimento em seu nome, com vista à remissão dos pecados» (Lc 24, 47). Este «ministério da reconciliação» (2 Cor 5, 18), não o cumprem os Apóstolos e os seus sucessores somente anunciando aos homens o perdão de Deus que nos foi merecido por Jesus Cristo, e chamando-os à conversão e à fé; mas também comunicando-lhes a remissão dos pecados pelo Batismo e reconciliando-os com Deus e com a Igreja, graças ao poder das chaves recebido de Cristo: A Igreja «recebeu as chaves do Reino dos céus, para que nela se faça a remissão dos pecados pelo Sangue de Cristo e a ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma, morta pelos pecados, recupera a vida para viver com Cristo, cuja graça nos salvou» (551). 982. Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente dos seus erros» (552). Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado (553). 983. A catequese deve esforçar-se por despertar e alimentar, entre os fiéis, a fé na grandeza incomparável do dom que Cristo ressuscitado fez à sua Igreja: a missão e o poder de verdadeiramente perdoar os pecados, pelo ministério dos Apóstolos e seus sucessores: «O Senhor quer que os seus discípulos tenham um poder imenso: Ele quer que os seus pobres servidores façam, em seu nome, tudo quanto Ele fazia quando vivia na terra» (554). «Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. [...] Deus sanciona lá em cima tudo o que os sacerdotes fazem cá em baixo» (555). «Se na Igreja não houvesse a remissão dos pecados, nada havia a esperar, não existiria qualquer esperança duma vida eterna, duma libertação eterna. Demos graças a Deus, que deu à sua Igreja um tal dom» (556). 33 2227. Por sua vez, os filhos contribuem para o crescimento dos seus pais na santidade (20). Todos e cada um se darão, generosamente e sem se cansar, o perdão mútuo exigido pelas ofensas, querelas, injustiças e abandonos. Assim o sugere o afeto mútuo. E assim o exige a caridade de Cristo (21). 2608. Jesus insiste na conversão do coração desde o sermão da montanha: a reconciliação com o irmão antes de apresentar a oferta no altar (59); o amor dos inimigos e a oração pelos perseguidores (60); orar ao Pai «no segredo» (Mt 6, 6); não se perder em fórmulas (61); perdoar do fundo do coração na oração (62); a pureza do coração e a busca do Reino (63) Esta conversão está totalmente polarizada no Pai: é filial. «ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO» 2842. Este «como» não é único no ensinamento de Jesus. «Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48); «sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36); «dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 13, 34). Observar o mandamento do Senhor é impossível, quando se trata de imitar, do exterior, o modelo divino. Trata-se duma participação vital, vinda «do fundo do coração», na santidade, na misericórdia e no amor do nosso Deus. Só o Espírito, que é «nossa vida» (Gl 5, 25), pode fazer «nossos» os mesmos sentimentos que existiram em Cristo Jesus (123). Então, a unidade do perdão torna-se possível, «perdoando-nos mutuamente como Deus nos perdoou em Cristo» (Ef 4, 32). 2843. Assim ganham vida as palavras do Senhor sobre o perdão, sobre este amor que ama até ao extremo do amor (124). A parábola do servo desapiedado, que conclui o ensinamento do Senhor sobre a comunhão eclesial (125), termina com estas palavras: «Assim procederá convosco o meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do fundo do coração». É aí, de fato, «no fundo do coração», que tudo se ata e desata. Não está no nosso poder deixar de sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo muda a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão. 2844. A oração cristã vai até ao perdão dos inimigos (126). Transfigura o discípulo, configurando-o com o seu Mestre. O perdão é o cume da oração cristã; o dom da oração só pode ser recebido num coração em sintonia com a compaixão divina. O perdão testemunha também que, no nosso mundo, o amor é mais forte que o pecado. Os mártires de ontem e de hoje dão este testemunho de Jesus. O perdão é a condição fundamental da reconciliação (127) dos filhos de Deus com o seu Pai e dos homens entre si (128). 2845. Não há limite nem medida para este perdão essencialmente divino (129). Quando se trata de ofensas (de «pecados», segundo Lc 11, 4, ou de «dívidas» segundo Mt 6, 12), de fato nós somos sempre devedores: «Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros» (Rm 13, 8). A comunhão da Santíssima Trindade é a fonte e o critério da verdade de toda a relação (130). E é vivida na oração, sobretudo na Eucaristia (131): «Deus não aceita o sacrifício do dissidente e manda-o retirar-se do altar e reconciliar-se primeiro com o irmão: só com orações pacíficas se podem fazer as pazes com Deus. O maior sacrifício para Deus é a nossa paz, a concórdia fraterna é um povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (132). 34 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 9º ENCONTR O: JESUS NOS ENSINA A ACOLHER 1. Objetivos: Perceber que Jesus valoriza e acolhe cada pessoa humana sem distinção. 2. Conteúdo do Encontro: Jesus acolhia e curava os fracos e oprimidos. Sentido dos milagres e curas de Jesus. Jesus continua a fazer milagres? Como podemos imitar Jesus no acolhimento. Acolher a Palavra de Deus é também acolher o próprio Deus em sua vida. 3. Desenvolvimento do Tema: Dinâmica: Sentir-se cego Vendar os olhos dos catequizandos e pedir que se locomovam dentro da sala para que realmente possam fazer uma experiência da realidade e limitações de um cego. Após algumas locomoções abraçá-lo carinhosamente. Depois que todos passaram pela experiência partilhar a experiência – o que e como se sentiram com os olhos vendados. Ler Mc 10, 46–52. Compare a experiência da dinâmica com a do cego Bartimeu. Partilhar a leitura mostrando o quanto Jesus era sensível para com os mais fracos: as crianças, cegos, paralíticos, mendigos, pobres...e como acolhia as pessoas. A partir dessa acolhida de Jesus, a pessoa fica curada, se torna um discípulo de Jesus e o segue. No tempo de Jesus pessoas que possuíam alguma deficiência eram considerados pecadores e por isso eram excluídos da sociedade, do Templo – eram desvalorizados pelos políticos e religiosos da época. Sentar à beira do caminho era exclusão, não podiam conviver com os outros. Mostrar, na leitura bíblica, como Jesus acolhia, ajudava a todos, fortalecia a fé de cada um, amava, perdoava e acolhia como eram. Fazer um paralelo com os excluídos de hoje. Questionar o que conhecem do mundo de hoje. Questionar o que Jesus faria para essas pessoas hoje. E nós, como devemos agir? Ler Lc 10, 38-42 – Jesus costumava visitar os amigos – ler a apostila. Comentar a resposta de Jesus, muitas vezes nós também ficamos agitados, e deixamos de lado o que é mais importante. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mc 10, 46-52 e Lc 10, 38-42 5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, vela, flores. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, vendas para a dinâmica. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração da apostila. 35 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA No tempo de Jesus, se misturavam fé, compartilha a vida dos pobres, desde o estábulo política, saúde, sociedade - tudo tinha a ver com a até a cruz; reconhece a fome, a sede e a religião. Assim os doentes eram mantidos longe indigência. Mais ainda: identifica-se com os das pessoas, pois eram considerados castigados e pobres de todos os tipos e faz do amor ativo para abandonados por Deus, porque se achava que com eles a condição para se entrar no seu Reino" contaminavam os puros (saudáveis) e os religiosos. (CIC 544). Jesus, porém, mostra que estas atitudes não eram Um dos motivos da fúria de muitos líderes corretas e faz o contrário do que os sacerdotes religiosos da época foi a acolhida de Jesus aos do Templo diziam e faziam. Jesus age como o bom marginalizados, sua predileção pelos pobres." pastor que deixa 99 ovelhas sozinhas, para ir a O maior milagre que Jesus pode realizar é procura de uma só, que se perdeu (Mt 18,10-14), abrir os olhos da fé (Mc 10,46-52). Corremos o pois a "ovelha" distante inquieta mais o pastor do risco de enxergar e não vermos quase nada. Sua que a segurança das 99. visão de fé está nítida? Vê quando as pessoas Jesus demonstra na sua prática exatamente estão sofrendo, sentem quem tem amor no coração age fazendo o bem ao necessidade do próximo é um dom de Deus, que próximo e atendendo-o em suas necessidades. podemos pedir e cultivar. de não cumprir as leis Jesus declara que o Reino de Deus é para eles (Mt 5,3). Por isso cura em dia de sábado, come com os pecadores, não tem medo de se aproximar deles, 36 acolhê-los. Desta forma, de perceber a de discriminação dos doentes pobres e deficientes, tocá-los, sensibilidade angustia, desprezo? Além A quando esse gesto em diversas ocasiões. Ele mostra que "Jesus Fonte: Crescer em Comunhão, Catequista, vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p.60. Livro do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 10º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A VERDADEIRA FELICIDADE 1. Objetivos: Identificar na proposta do Sermão da montanha o caminho para a construção de um mundo mais fraterno e feliz. Reconhecer nas bem aventuranças anunciadas por Jesus o verdadeiro caminho para a felicidade humana. 2. Conteúdo do Encontro: Comparar os valores ensinados por Jesus e os valores da nossa sociedade. O dinheiro e os bens materiais trazem felicidade? Que tipo de felicidade é essa? Existem pessoas pobres que são felizes? Por quê? 3. Desenvolvimento do Tema: Colocar na sala cartazes, recortes de jornais e revistas ou frases de propagandas que mostram os valores da sociedade de hoje e figuras da verdadeira felicidade. Fazer uma tempestade de idéias sobre a pergunta: O que as pessoas acham ser a felicidade? O que nos faz felizes por algum tempo e o que nos pode fazer felizes para sempre? Descobrir com os catequizandos o que a sociedade de hoje valoriza. Definir alguns conceitos de felicidade. Jesus ensina que onde estão os verdadeiros valores, está a verdadeira felicidade. Ler Mt 5, 1-12. Jesus elogia e diz que são bem aventurados, isto quer dizer, que são felizes: os pobres, aqueles que agora têm fome, aqueles que choram, aqueles que sofrem por causa das coisas de Deus, estas pessoas pertencem ao Reino de Deus. Jesus quer mostrar que a felicidade não está na riqueza, nos lucros e em outros bens que são passageiros, que não fazem as pessoas felizes, fraternas e justas. Jesus fala no Sermão da Montanha, das alegrias que teremos no céu. Ele nos fala dos valores do Reino que garantem nossa felicidade eterna. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 5, 1-12 5. Ambientação: decorar o espaço com frases e figuras conforme o item 3. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, figuras e frases descritos no item 3. 7. Atividades: orientar as atividades 37 8. Momento de Oração: Leia com os catequizandos um pensamento de Santa Teresa de Jesus, várias vezes em dois coros: “Nada te perturbe, nada te assuste. Tudo passa, Deus não muda.A paciência tudo alcança.A quem tem Deus nada lhe falta. Só Deus basta”. Ou use a música de Tudo passa de Salete Ferreira: Tudo passa, tudo passa, tudo vai passar / Só não muda o amor de Deus que é Pai. / Nem a morte, nem a dor, nem a solidão / Pode superar o amor de Deus por mim oh! oh! / Só Deus não passará / Só Deus permanecerá / Só Deus / Seu amor que vive em mim / Só Deus não passará / Só Deus permanecerá / Só Deus / Ele voltará / Oh! Senhor teu corpo e sangue minha redenção / Aliança por toda eternidade / Vem agora, oh meu Deus toma meu coração / Pois sem ti nada posso realizar ah! ah! ah! Depois peça que os catequizandos elaborem uma oração, escolhendo uma das bem-aventuranças. Em seguida peça que cada um reze silenciosamente a oração que formulou. Encerrar com a oração da confiança em Deus: o Pai Nosso. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA As da As bem-aventuranças nos convidam “... a profunda purificar nosso coração de seus maus instintos e a felicidade anunciada para Jesus Cristo, pois bem- procurar o amor de Deus acima de tudo. Ensinam aventurança é sinônimo de felicidade. Com elas, que a verdadeira felicidade não está nas riquezas Jesus Cristo nos ensina que devemos ter total ou no bem-estar, nem na glória, poder ou obra confiança nele, mesmo nos momentos de aflições, humana por mais útil que seja, como as ciências, a perseguições e calúnias. O coração fiel sabe que o técnica e as artes nem em outra criatura Reino dos Céus está garantido não por forças qualquer, mas apenas em Deus, fonte de todo o humanas, mas por graça daquele que é o Todo- bem e de todo o amor" (CIC 1723). comunhão bem-aventuranças com Deus e são geram sinais a poderoso. Tal confiança gera paz e mansidão ingredientes necessários a uma perfeita felicidade. Jesus Cristo nos ensina ainda que não se Deus colocou no coração do homem o desejo de felicidade como forma de trazê-lo para si, pois só Deus pode nos fazer plenamente felizes. Ele se dirige a cada um pessoalmente e a Igreja, povo de pode apenas viver tentando buscar a felicidade Deus, apenas para si mesmo. Se pensarmos assim aventurança. corremos o risco de tentar alcançar paz e nos chamando à sua própria bem- Assim, "A prometida bem-aventurança nos mansidão sem nos importarmos com aqueles que coloca diante de escolhas estão ao nosso redor. O Mestre nos ensina, Convida-nos a purificar nosso coração de seus morais decisivas. também, que para sermos realmente felizes é maus instintos e a procurar o amor de Deus acima necessário promover a felicidade de nossos de tudo. semelhantes. Não basta apenas ser pacífico, mas Desta forma, as bem-aventuranças "[ ... ] é preciso promover a paz. Não basta ser justo, iluminam as ações e atitudes características da mas é preciso desejar ardentemente que a justiça vida seja feita. Não basta ser bem-aventurado, é sustentam a esperança nas tribulações; anunciam preciso, além disso, promover a bem-aventurança. as bênçãos e recompensas já obscuramente cristã; são promessas paradoxais que Portanto, ser feliz não é concentrar-se adquiridas pelos discípulos; são iniciadas na vida sobre si mesmo, mas é preciso entregar-se àquele da Virgem Maria e de todos os santos" (CIC 1717). que é a força, que nos impulsiona a buscarmos a Quem seguir a mensagem evangélica das justiça, a paz e a misericórdia a fim de fazer o bem-aventuranças faz-se um ser bem-aventurado, outro feliz, mesmo que isso signifique a renúncia uma pessoa feliz segundo o Evangelho. O bem- aos nossos desejos particulares. aventurado é aquele que não acumula bens só para 38 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II si. Toma-se um ser mais disponível ao Reino dos cada dia se acentuam o materialismo, a descrença, Céus. Nunca se cansa de louvar e adorar a Deus. a violência, etc. Está sempre pronto a arrepender-se e confessar Vivemos numa sociedade onde as palavras: seus pecados, amar e servir o irmão, sem querer honestidade, moral, verdade, justiça e amor, nada em troca. perderam o seu sentido original. A sociedade valoriza mais o ter do que o O bem-aventurado é uma pessoa feliz e, ser. Não valoriza os doentes, os pobres, os que certamente, queremos viver felizes. Jesus, subindo o monte, nos aparece como promovem a paz e a justiça. um novo Moisés promulgador da Nova Lei, no novo Tudo isso nos traz uma angústia, porque Sinai. Chama de bem-aventurados os pobres e estamos lutando contra a maré. À vista disso, humildes. Fala a linguagem que Deus usou com seu somos tentados a desanimar e, às vezes, até povo através dos profetas. Ex: em Sofonias 2,3; deixar tudo. 3,12-13. S. Paulo emprega a mesma linguagem em 1Cor.1, 26-31. Mas, vale a pena continuar? A sociedade é um grande desafio para nós. O Sermão da Montanha é um sermão revolucionário. Jesus "vira a mesa". É uma Qual a atitude de Jesus diante disso? O que Jesus valoriza? As palavras de Jesus, inversão de valores tradicionais. Os hebreus pronunciadas no Sermão da Montanha há quase cultivavam a convicção de que a prosperidade 2.000 anos, vem de encontro a essa angústia e são material, o sucesso, eram sinais das bênçãos de válidas hoje e sempre: porque são palavras de vida Deus; a pobreza e a esterilidade eram sinais de eterna. Não tem época, nem lugar. E qual deve ser maldição. a nossa atitude? Agora os bem-aventurados não são mais os Devemos retomar as Bem-aventuranças ricos deste mundo, os saciados, os favorecidos, para não deixar morrer em nós o desejo de mas os que têm fome e choram, os pobres e evangelizar e transformar a sociedade ... perseguidos. É a nova lógica, que Maria, a bem- As Bem-aventuranças (Mt. 5, 1-12) se aventurada por excelência, canta: "Derrubou os encontram dentro do Sermão da Montanha (Mt 5 poderosos ... " (Lc 1,52). a 7). Jesus vem e anuncia o seu programa. Anuncia o Reino (cf.Mc 1,14). Jesus vem provar, Quem são os bem-aventurados e por quê? por palavras e ações, que o Reino de Deus tinha .os pobres de espírito - porque deles é o chegado e estava se realizando na sua Pessoa (cf.Lc 4, 16ss). Jesus encarnou a realidade do povo. A sua mensagem era resposta às necessidades da época. Quando Jesus veio ao mundo ele encontrou: Templo e Lei. A Aliança era assim vivida: presença no reino dos céus. os mansos - porque possuirão a terra. os que choram - porque serão consolados. os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados. os misericordiosos - porque alcançarão misericórdia. templo, observância da lei, oração, jejum, esmola, os puros de coração - porque verão a Deus. pureza nos ritos (externos). Os fariseus e os os pacíficos - porque serão chamados doutores da Lei faziam assim a cabeça do povo. Como viver a Nova Aliança hoje? Este nosso século XX é marcado pelo filhos de Deus. os que sofrem perseguição por amor à justiça - porque deles é o Reino dos Céus. materialismo e ateísmo (milhares de pessoas não acreditam em Deus e não acreditam em nada). E a 39 Os pobres de espírito: São pessoas que reconhecem o seu nada e aprendem que tudo o que mesma maneira: casa construída sobre a rocha (cf. Mt 7.24-27; Lc 6, 47-49). tem, vem direta ou indiretamente de Deus. Ler as Bem-aventuranças e refletir: Abertas para Deus acolhem, não julgam, perdoam. Onde Jesus pronunciou as Bem-aventuranças? Os mansos (virtude apostólica): São pessoas compreensivas. "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" (Mt 11,29). Possuir a terra é em Mateus, na Montanha; em Lucas, na planície, lugares abertos. não no Templo nem na Sinagoga, mas num possuir o coração do irmão para levá-lo até Cristo. lugar onde todos pudessem ter acesso à sua Os que choram: São pessoas que tem capacidade Palavra e à sua Pessoa. de se arrepender e aquelas que são solidárias com A quem ele falou? o sofrimento do outro. aos pescadores, agricultores, comerciantes, Os que tem fome e sede de justiça: São às pessoas simples e marginalizadas, pessoas que desejam realmente fazer a vontade a maioria sem voz nem vez. de Deus, construindo um sociedade justa, sem corrupção. "Meu alimento é fazer a vontade de O que ele disse? meu Pai" (Jo 4,34). Os misericordiosos: São pessoas que tem a coragem de perdoar e pedir perdão. Os puros de coração: São pessoas bondosas, leais, sem ganância. "Se seu olho é puro, tudo em você é luz." (Mt 6,22). Os pacíficos: São pessoas que promovem a paz. Viver em paz não é cruzar os braços, mas é lutar. É transformar. A paz exige luta e perseverança. Os que sofrem perseguição por causa da justiça: São pessoas que se desinstalam, que saem de si para lutar por um mundo melhor. As Bem-aventuranças são o ponto alto e o coração do Evangelho. Resumem todo o programa do Reino. Elas são a Boa-Nova (cf. Mt 5, 3-12) que os cristãos devem difundir pelas suas boas ações (cf. Mt 5, 13-16). Vós sois o sal da terra ... Elas são também o anúncio da felicidade e condição para possuir o Reino dos Céus. As Bem-aventuranças foram escritas por Mateus e Lucas. Tanto em Mateus como em Lucas elas começam com um poema, e terminam da 40 Ele prometeu riqueza, mudança de vida, prestígio, etc.? Ou, "Vocês são bem-aventurados ... porque, aqui e agora, vocês já desfrutam do Reino dos Céus? " "As bem-aventuranças retomam e aperfeiçoam as promessas de Deus, desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus. Correspondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração do homem" (CIC 1725). "As bem-aventuranças colocam-nos perante opções decisivas relativamente aos bens terrestres; purificam O nosso coração, para nos ensinarem a amar a Deus sobre todas as coisas" (CIC 1728). Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. IV, Ed.Vozes, 2008 – p.20 e 40. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 213-217 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 11º ENCONTRO: ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM 1. Objetivos: Reconhecer que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é comemorada até hoje na liturgia da procissão do Domingo de Ramos. 2. Conteúdo do Encontro: Relembrar a entrada de Jesus em Jerusalém, onde o povo o aclamou: “Jesus, Filho de Davi e Rei. O povo deseja um rei justo que os liberte da opressão. A partir do Domingo de Ramos inicia-se a Semana Santa. 2. Desenvolvimento do Tema: Perguntar se estão lembrados da procissão do Domingo de Ramos (explicar os ramos, os cantos) Relembrar a seqüência das atividades de Jesus: com 30 anos foi batizado por João Batista, foi para o deserto, entrou na Sinagoga e disse que Ele era o Messias esperado (Lc,4) / começou a ensinar o povo ( parábolas), fez muitos milagres, ensinou a amar , perdoar, repartir etc... / uma multidão o seguia / chamou os apóstolos etc... / como já aprendemos. Passou três anos ensinando a todos até que chegou a hora da sua paixão e morte (explicar), então Ele foi para a cidade de Jerusalém onde tudo iria acontecer. Quando entrou na cidade, montado num jumentinho, foi recebido como rei, aclamado com cantos de hosana e ramos de palmeiras, as pessoas colocaram seus mantos coloridos no chão para Jesus passar. O povo recebe Jesus como o grande e poderoso rei libertador, mas quando ele é preso e condenado o povo se desilude e o abandona. Não sabiam que Jesus veio nos libertar do pecado do mal e nos dar a vida eterna no céu. Ler a passagem na Bíblia. (Zacarias e Mateus). CELEBRAÇÃO: Montar um tapete com as cartolinas ou papéis coloridos / dar ramos para as crianças e cantar o canto de Hosana ( santo ). Pode ser CD. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da Bíblia – Lc 19, 28-40 5. Ambientação: toalha, bíblia, 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, Gravura do Domingo de Ramos, ramos de palmeira e tapete (de papel) colorido. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de oração: Aproveitar o momento de celebração e encerrar com a oração do Credo. 41 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR, HOMILIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI, Praça de São Pedro, Domingo, 1 de Abril de 2007 – www.vatican.va Queridos irmãos e irmãs! Na procissão do Ele nos concede ser seus amigos e porque nos deu Domingo de Ramos a chave da vida. Esta alegria, que está no início, é, associamo-nos à multidão dos discípulos que, em contudo também expressão do nosso "sim" a festa jubilosa, acompanham o Senhor na sua Jesus e da nossa disponibilidade a ir com Ele entrada em Jerusalém. Como eles louvamos o aonde quer que nos leve. A exortação que estava Senhor em coro por todos os prodígios que vimos. hoje no início da nossa liturgia interpreta, Sim, também nós vimos e ainda vemos os prodígios portanto justamente a procissão também como de Cristo: como Ele leva homens e mulheres a representação renunciar aos confortos da própria vida e a "seguimento de Cristo": colocar-se totalmente ao serviço dos que sofrem; segui-Lo", dissemos. A expressão "seguimento de como Ele dá coragem a homens e mulheres de se Cristo" é uma descrição de toda a existência oporem à violência e à mentira, para dar lugar no cristã em geral. Em que consiste? O que significa mundo à verdade; como Ele, no segredo, induz concretamente "seguir Cristo?". simbólica do que chamamos "Pedimos a graça de homens e mulheres a fazer o bem ao próximo, a No início, com os primeiros discípulos, o suscitar a reconciliação onde havia o ódio, a criar sentido era muito simples e imediato: significava a paz onde reinava a inimizade. que estas pessoas tinham decidido abandonar a A procissão é antes de tudo um testemunho sua profissão, os seus negócios, toda a sua vida jubiloso que prestamos a Jesus Cristo, no qual se para andar com Jesus. Significava empreender tornou visível para nós o Rosto de Deus e graças uma nova profissão: a de discípulos. O conteúdo ao qual o coração de Deus está aberto a todos fundamental desta profissão era andar com o nós. No Evangelho de Lucas a narração do início do mestre, confiar-se totalmente à sua guia. Assim, o cortejo é seguimento era uma coisa exterior e, ao mesmo composta em parte literalmente segundo o modelo tempo, muito interior. O aspecto exterior era o do rito da coroação com o qual, segundo o Primeiro caminhar atrás de Jesus nas suas peregrinações Livro dos Reis, Salomão foi revestido como através da Palestina; o interior era a nova herdeiro da realeza de David (cf. 1 Rs 1, 33-35). orientação da existência, que já não tinha o seu Assim a procissão dos Ramos é também uma ponto de referência nos negócios, na profissão procissão de Cristo Rei: nós professamos a que dava de que viver, na vontade pessoal, mas que realeza de Jesus Cristo, reconhecemos Jesus se abandonava totalmente à vontade do outro. como o Filho de David, o verdadeiro Salomão o Rei Estar à sua disposição já se tinha tornado a razão da paz e da justiça. Reconhecê-Lo como Rei de vida. A que renúncia do que era próprio isto significa: aceitá-Lo como Aquele que nos indica o obrigasse, que dissuasão de si mesmos, podemos caminho, no qual temos confiança e que seguimos. reconhecê-lo de modo bastante claro em algumas Significa aceitar dia após dia a sua palavra como cenas dos Evangelhos. nas proximidades de Jerusalém critério válido para a nossa vida. Significa ver Mas evidencia-se com isto o que significa n'Ele a autoridade à qual nos submetemos. para nós o seguimento e qual é a sua verdadeira Submetemo-nos a Ele, porque a sua autoridade é a essência para nós: autoridade da verdade. interior da existência. Exige que eu deixe de me trata-se de uma mudança A procissão dos Ramos é como aquela vez fechar no meu eu, considerando a minha auto- para os discípulos antes de tudo expressão de realização a razão principal da minha vida. Exige alegria, porque podemos conhecer Jesus, porque que eu me dedique livremente ao outro pela 42 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II verdade, pelo amor, por Deus que, em Jesus do prazer; um coração cujo amor é verdadeiro e Cristo, me precede e me indica o caminho. Trata- não apenas paixão de um momento. Mãos inocentes se da decisão fundamental de não considerar a e coração puro: se nós caminhamos com Jesus, utilidade e o lucro, a carreira e o sucesso como subimos e encontramos as purificações que nos finalidade conduzirão verdadeiramente àquela altura para a última da minha vida, mas de reconhecer ao contrário como critérios autênticos qual o homem é destinado: a verdade e o amor. Trata-se de escolher entre próprio Deus. a amizade com o viver só para mim mesmo ou doar-me pela coisa O Salmo 24 [23] que fala da subida que maior. E consideremos bem que verdade e amor termina com a liturgia de entrada diante do não são valores abstratos; em Jesus Cristo eles pórtico do templo: "Levantai, ó portas, os vossos tornaram-se pessoa. Ao segui-Lo entro para o frontais, levantai-vos, portas antigas, e entre o serviço da verdade e do amor. Perdendo-me rei da glória". reencontro-me. Na antiga liturgia do Domingo de Ramos o Voltemos à liturgia e à procissão dos Ramos. sacerdote, ao chegar diante da igreja, batia com Nela a liturgia prevê como canto o Salmo 24 [23], força com a haste da cruz da procissão na porta que era também em Israel um canto processional ainda fechada, que após este bater se abria. Era usado para a subida ao monte do templo. O Salmo uma bonita imagem para o mistério do próprio interpreta a subida interior da qual a subida Jesus Cristo que, com o madeiro da cruz, com a exterior é imagem e nos explica assim mais uma força do seu amor que se doa, bateu do lado do vez o que significa subir com Cristo. "Quem subirá mundo à porta de Deus; do lado de um mundo que o monte do Senhor?", pergunta o Salmo, e indica não conseguia encontrar o acesso para Deus. Com duas condições fundamentais. Os que sobem e a Cruz Jesus abriu de par em par a porta de Deus, desejam chegar deveras ao cume, chegar à altura a porta entre Deus e os homens. Agora ela está verdadeira, devem ser pessoas que se interrogam aberta. Mas também do outro lado o Senhor bate sobre Deus. Pessoas que perscrutam à sua volta com a sua cruz: bate às portas do mundo, às para procurar Deus, para procurar o seu rosto. portas dos nossos corações, que assim com Queridos jovens amigos como é importante hoje frequência precisamente isto: não se deixar simplesmente fechadas para Deus. E fala-nos mais ou menos levar aqui e ali na vida; não se contentar com o que assim: se as provas que Deus na criação te dá da todos pensam, dizem e fazem. Perscrutar Deus e sua existência não conseguem fazer com que te procurar Deus. Não deixar que a pergunta sobre abras a Ele; se a palavra da Escritura e a Deus se dissolva nas nossas almas. O desejo do mensagem da Igreja te deixam indiferente então que é maior. O desejo de conhecer o seu Rosto... olha para mim, para o Deus que por ti se fez e em tão grande número estão A outra condição muito concreta para a sofredor, que pessoalmente sofre contigo vê que subida é esta: pode estar no lugar santo "quem eu sofro por amor a ti e abre-te a mim, teu tem mãos inocentes e coração puro". Mãos Senhor e teu Deus. inocentes mãos que não são usadas para atos de Eis o apelo que neste momento deixamos violência. São mãos que não estão sujas pela penetrar no nosso coração. O Senhor nos ajude a corrupção, com subornos. Coração puro quando é abrir a porta do coração, a porta do mundo, para puro um coração? É puro um coração que não finge que Ele, o Deus vivente, possa no seu Filho entrar e não se mancha com mentiras nem hipocrisia. Um neste nosso tempo, alcançar a nossa vida. Amém. coração que permanece transparente como água nascente, porque não conhece a falsidade. É puro um coração que não se aliena com o inebriamento 43 12º ENCONTRO: LAVA-PÉS E INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA 1. Objetivo: Compreender que ao instituir o Sacramento da Eucaristia na Última Ceia, Jesus torna perpétua a sua presença viva na Igreja. Compreender que: como Jesus devemos servir uns aos outros. 2. Conteúdo do Encontro: Jesus nos deixou uma lição de amor e humildade ao lavar os pés dos apóstolos. Ao celebrar a Páscoa da libertação do povo de Israel do Egito, Jesus celebrou a Páscoa da Nova e eterna Aliança, pois se fez o novo Cordeiro Pascal. Ao dar graças ao Pai Jesus institui a Eucaristia e pede aos apóstolos que façam em sua memória. 3. Desenvolvimento do Tema: Apresentar dois cartazes: um da Última Ceia e um de uma refeição em família e pedir que comentem os dois. Conversar sobre uma refeição em família. O que as pessoas fazem? Conversam. Comem. Ficam alegres. É bom estar juntos. Como não deve ser uma refeição em família. Não deve faltar o que comer. Não deve haver brigas ou discussões. Deixar que os catequizandos falem sobre os pontos positivos e negativos de uma família, na hora da refeição. Explicar o sentido da Ceia Pascal dos judeus (Páscoa dos judeus = comemoração da libertação do povo escravo no Egito, por Moisés) Jesus transforma a última ceia com os apóstolos numa Nova Aliança (= compromisso, promessa) feita com Seu Sangue e Seu Corpo na Eucaristia. O sacrifício de sua vida na cruz é a Nova e Eterna Aliança feita entre Deus e seu povo para a nossa salvação, nossa vida eterna. Antes de começar a ceia, Jesus num gesto de humildade, lava os pés dos seus apóstolos para ensinar que é necessário ser humilde e servir a todos, como Ele mesmo faz. Na Quinta-feira Santa a Igreja relembra esse gesto: o bispo ou o padre lava os pés de 12 homens escolhidos na comunidade. Ler João 13, 1–15 Depois de lavar os pés dos apóstolos Jesus ceia com eles e institui a Eucaristia. Pede que se faça a mesma coisa em memória Dele. Jesus celebra nesta refeição a Nova Páscoa e deixa para nós um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” Ler Lc 22, 14-20. Jesus quis ficar sempre conosco. Por isso, nesta refeição de Páscoa, Ele se torna Alimento – a Eucaristia – que nos dá força para caminharmos sempre unidos. Hoje em todas as missas o padre repete as mesmas palavras de Jesus e a hóstia (pão) e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus pela força do Espírito Santo. Isso acontece no momento da consagração do pão e do vinho quando o padre diz: “ Tomai e comei todos vós: isto é o meu Corpo que é dado por vós...” Tomai e bebei todos vós este é o sangue da 44 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II nova e eterna aliança que é derramado por vós...”- e o padre ergue o Corpo e o Sangue de Cristo, oferecendo ao Pai do céu, como Jesus pediu. Os apóstolos de Jesus foram os primeiros sacerdotes (padres) da nossa Igreja. A hóstia consagrada é realmente o Corpo Santo de Jesus e o vinho consagrado é realmente o Sangue Santo de Jesus, embora continuem com a mesma aparência e gosto. Nós fazemos adoração (orações) ao Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada), porque é o próprio Jesus que se faz presente nesse Sacramento. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – João 13, 1-7 e Lc 22, 14-20. 5. Ambientação: toalha, bíblia,cartazes, preparar simbolicamente a mesa para um banquete, com bolos, biscoitos e sucos. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes da Última Ceia e de uma refeição em família. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração:Cantar “Prova de amor” ou outro canto que mostre que devemos ter amor pelas pessoas. Fazer o banquete, a mesa é o “Reino”, o “banquete” é a alegria de estarem com Deus, as velas são a luz da Palavra, os “participantes” são os amigos, os convidados. Ler Lucas 22, 14-20. Ficar um instante em silêncio e pedir que façam uma oração agradecendo a Jesus o amor que ele nos dá e o alimento que nos oferece. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Uma refeição torna-se muito mais agradável quando nos sentamos à mesa com pessoas queridas. No 14º dia do mês da primavera, chamado Nisan, matavam-se muitos cordeiros no Templo e seu sangue era derramado aos pés do altar dos Em diversas ocasiões, Jesus esteve, como holocaustos; a carne era assada e à noite comiam- convidado, à mesa com pessoas bem diferentes: na em família ou em grupos, com um determinado fariseus número de pessoas. piedosos, cobradores de impostos, amigos, como: Lázaro, Marta e Maria. Comeu, A ceia pascal tinha início na tarde do dia 14 ainda junto aos marginalizados e prostitutas. Mas, de Nisan, após o pôr-do-sol, e se prolongava até a geralmente, comia com o grupo de seus discípulos. meia-noite. Não se tratava de uma refeição Não faltaram as más línguas que o classificaram qualquer. Sua importância era o aspecto religioso. de "comilão e beberrão" (Mt 11, 19). As comidas e as bebidas tinham um significado Jesus sabia que os inimigos tramavam simbólico. contra sua vida. Previa um fim trágico, semelhante O cerimonial prescrevia que se enchessem ao de muitos profetas. Por isso convidou seus quatro taças de vinho em memória das expressões amigos para comer com ele pela última vez. com que eram formuladas, em Ex 6, 6-8, sobre a Celebraram juntos a "Ceia pascal". libertação da escravidão do Egito. Em determinado momento, Jesus partiu um Depois de servida a primeira taça, o pai ou o pão em pedaços e distribuiu-os aos presentes. membro mais responsável da família pronunciava Passou também um cálice com vinho para que dele uma bênção para a comemoração da solenidade. tomassem, confiando-lhes o encargo de repetirem Comiam-se, o mesmo gesto em sua memória. acontecimentos do Êxodo do Egito, as verduras Celebrava-se uma das maiores festas depois, em recordação aos amargas, molhadas em água e vinagre. judaicas - a Páscoa. Nessa ocasião, judeus de todo Depois de ter bebido a segunda taça, o mais o país e até mesmo os estrangeiros, dirigiam-se jovem dos comensais da comunidade, a maioria das para Jerusalém. vezes um dos filhos, devia dirigir ao chefe da 45 família uma pergunta sobre a significado da Diversos tragos deste cerimonial da ceia celebração. Na resposta eram ressaltados três pascal podem-se descobrir nos relatos evangélicos pontos: da Última Geia. (Ler Mt 26,26-30; Mc 14,26; Lc 1. 22,7). O Cordeiro recorda que Deus, no Egito, passou adiante das casas dos hebreus, poupando suas famílias. A ceia pascal cristã – presente entre nós depois da Última Ceia, enriqueceu-se de outro 2. O pão ázimo e comido porque a partida repentina do Egito não permitiu a preparação significado: Cristo e o novo "Cordeiro pascal" imolado para a libertação de todos. do pão com fermento. 3. As verduras amargas eram destinadas a recordar a amargura da escravidão no Egito. Cantava-se, então, o Hallel (Salmos 113- Agora, nada mais há que possa romper a Aliança de Deus com os homens. O pacto iniciado com Abraão e confirmado 114). Após o canto, o pai de família tomava o pão com Moisés foi definitivamente ázimo, pronunciava sobre ele a benção. O partia Morte e Ressurreição de Jesus. selado pela para servi-lo aos presentes. Só então tinha lugar o "Ao abraçar em seu coração humano, o amor momento culminante da ceia, a repartição e a do Pai para com os homens, Jesus amou-os até ao consumação do cordeiro pascal. fim (Jo 13, 1), pois não há maior amor do que dar a Depois era servida a terceira taça, vida por aqueles que se ama" (Jo 15,13) (CIC 609). enquanto se pronunciava sobre ela uma benção especial, chamada "benção da taça", Seguia o Fonte: canto do grande Hallel (Sl 115, 1-118, 29). Servida Catequista, Ed. Paulus, 2003 –p. 243-245 a quarta taça, uma fórmula de louvor e uma breve oração de agradecimento concluíam a celebração. 46 Fé, Vida e Comunidade, Livro do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 13º ENCONTRO: PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS 1. Objetivo: Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição. Despertar sentimentos de gratidão e confiança em Jesus que se oferece ao Pai por amor a nós. Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo ressuscitado. 2. Conteúdo do Encontro: O amor vence a dor, o sofrimento e a morte. Como podemos vencer a morte e viver a ressurreição em cada dia da nossa vida: na família, na escola, no trabalho e na comunidade. O Círio Pascal simboliza o Cristo presente: ontem, hoje e sempre. 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer ligação com os encontros anteriores (Jesus entra em Jerusalém e a Última Ceia ) Jesus foi preso e condenado por ensinar idéias diferentes daquela época. Ele acolhia os pecadores, os marginalizados, os doentes, os leprosos, falava do Reino de Deus nesse mundo e se declarou o Messias esperado pelo povo, o Filho de Deus. Fazia muitos milagres, até no sábado. A lei não permitia. O povo aclamava Jesus como Rei e os poderosos ficaram com medo que Jesus tomasse os seus tronos. Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos. Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna. Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a cada um de nós, para nos libertar do mal e nos dar a vida eterna no Céu. Acompanhar com os cartazes o sofrimento de Jesus. Explorar o símbolo da cruz, esclarecendo que carregar a cruz não é necessariamente sinal de dor ou sofrimento. Temos que abraçar a cruz por amor a Jesus. Explorar o sinal da cruz e o seu significado como o sinal do cristão. Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita ao 3º dia, no Domingo e prometeu que com o seu poder Ele vai ressuscitar todos nós, também. Esclarecer o significado da ressurreição. A ressurreição de Jesus é o grande sinal da vida. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Jo 19, 1-30; Mt 28, 5-10; Mt 28, 16-20 5. Ambientação: toalha, bíblia, vela, flores, cartazes. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes da Via Sacra, uma cruz de palito de sorvete para cada catequizando, um pano branco, flores, vela acesa 7. Atividades: acompanhar as atividades 8. Momento de Oração: Pedir que cada catequizando coloque um pano branco na sua cruz enquanto acendemos a vela, simbolizando a ressurreição de Cristo. 47 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA PAIXÃO E MORTE DE JESUS O tempo passado na cruz era extremamente O sofrimento atinge todo mundo. Até as doloroso. crianças sofrem. Pela televisão chegamos a ver As dificuldades respiratórias tornavam-se cenas cruéis atingindo as crianças, vítimas de insuportáveis. O condenado tentava erguer-se, guerra, fome, violência... Por que o "bom" Deus fazendo movimentos com os braços, para respirar permite um pouco de ar. o sofrimento de inocentes? Essa pergunta sempre incomodou também o povo de Intensos foram também os sofrimentos de Israel. O autor do livro de Jó levanta essa ordem moral e espiritual a que Jesus foi problemática e tenta dar uma resposta que não foi submetido. Amava seu povo e fizera tudo por ele. totalmente satisfatória, nem definitiva. No entanto, foram os representantes desse povo No canto do Servo de Javé (Is 53), Isaías que exigiram sua morte. O julgamento desleal, interpreta o sofrimento dos inocentes como feito perante a autoridade judaica e romana, reparação e penitência pelos pecados do mundo. feria seu senso de justiça. Seus amigos, os Jesus, o melhor e o mais inocente dos discípulos todos, exceto João, O abandonaram. homens, assumiu inteiramente a condição humana Um deles chegou a traí-lo. A dor de sua mãe, que e também todo o sofrimento. Foi traído por seu estava junto a cruz, causava-lhe grande aflição. amigo Judas, preso por ordem do Sinédrio e Com submetido a julgamento pela autoridade judaica e impressão de que o próprio Deus, a quem chamava romana. de Pai, O havia abandonado. Estando prestes a A flagelação, decretada pelo governador Pôncio Pilatos, foi executada com um chicote, todo esse sofrimento, Por que Jesus teve que sofrer tanto? Esta pergunta terrivelmente cruel que não podia ser aplicado a comunidades primitivas. homem livre e, menos ainda, a cidadão romano. Os coroando-O com espinhos, zombando d'Ele, chamando-O de "rei dos Judeus". políticos Pôncio inquietava seus discípulos e as Na pregação dos apóstolos (cf. At 3, 18), depois da vinda do Espírito Santo, e nas cartas de São Paulo aparece claramente o sentido do sofrimento de Cristo: Ele é o "Servo de Javé", o Levado pelo medo, pela covardia e por interesses a que me abandonaste? " pequenas esferas de chumbo. Era um castigo de Jesus, teve expirar, Jesus gritou: "Meu Deus, meu Deus, por cujas tiras de couro traziam nas extremidades soldados divertiram-se às custas Jesus Pilatos, sofredor, que trouxe a Redenção para seu povo. A embora história da Paixão de Jesus, narrada pelos quatros convencido da inocência de Jesus, condenou-O a evangelistas, não quer apenas lembrar o que se morte por crucificação, suplício destinado a passou nos últimos dias da sua vida, mas pretende escravos e a quem não fosse cidadão romano. explicitar o sentido do sofrimento humano. O condenado era amarrado com os braços Para São Marcos, o sofrimento de Cristo estendidos sobre a pesada trave horizontal da tinha um sentido. cruz, que ele mesmo devia carregar até o lugar da Jesus prevê e aceita a morte execução. Essa trave era levantada até a altura conscientemente. Sofre como um inocente. Mas a conveniente e fixada à trave vertical, que já sua estava plantada no chão. definitivamente, que Jesus é o Filho de Deus A causa judeus cristãos, pela narração da Paixão, como em desfalecimento, a parada da circulação, o colapso, todo o seu Evangelho, que Jesus é o Messias a prometido (27,43). 48 crucificados para revelam, crucificados - também para Jesus - era o sufocamento. morte Ressurreição (14,26-15,1-47). E São Mateus quer mostrar aos Os da e os asfixia. exata Morte morriam por Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Para São Lucas a Paixão e Morte de Jesus revela-O como Salvador dos pecadores (23, 43). E São João O vê, nas mais difíceis circunstancias da vida, como Rei e Messias (18, 33-37). Apesar da Paixão e Morte de Jesus, o sofrimento humano continua e a pergunta persiste: por que há tanto sofrimento no mundo? Por que tenho que sofrer tanto? Só a fé nos responde que toda dor, até a morte, tem um sentido. Se não tivessem sentido, Deus Pai não teria permitido que seu Filho, o "Filho do Homem" sofresse e morresse. "Na Cruz, Jesus consuma o seu sacrifício. E o amor até ao fim (cfr. Jo 13,1) que confere seu valor de redenção e de reparação, de expiação e de satisfação ao Sacrifício de Cristo. Ele nos conheceu e amou na oferenda da sua vida. A caridade de Cristo nos impulsiona, quando consideramos que um só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram (2Cor 5,14). Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de oferecer-se em sacrifício por todos. A existência em Cristo, da Pessoa Divina do Filho, que supera e, ao mesmo tempo, abraça todas as pessoas humanas, e que O constitui Cabeça de toda a humanidade, torna possível o seu sacrifício redentor por todos" (CIC 616). RESSURREIÇÃO DE JESUS Todos os anos festejamos a Páscoa. Páscoa – palavra hebraica que significa a passagem de Deus. A mensagem da Ressurreição de Cristo é o Quem servia a um rei – como escravo, funcionário, conselheiro, chefe do exército, ministro – era chamado, na Bíblia, “servo do rei”. Nas orações bíblicas o homem diz a Deus: “Eu sou teu servo!” quando se diz de Moisés, Josué, Davi que eram “servos do Senhor”, trata-se de um título especial de honra. Também os profetas e até Nabucodonosor, o rei que destruiu Jerusalém e deportou os judeus para a Babilônia, receberam tal título. Na segunda parte do livro de Isaías, o povo de Deus é chamado “Servo do Senhor ou Servo de Javé” porque deve dar testemunho em favor de seu Deus, diante de todo o mundo. Jesus utilizou esses textos, aplicando-os a si e à sua missão. E a primeira pregação cristã reconheceu em Jesus o Servo perfeito, anunciado por Isaías. Se quisermos entender bem o que significa Ressurreição, devemos percorrer esse caminho. Por isso, começamos com o texto mais antigo sobre a fé da primitiva Igreja na Ressurreição de Cristo. Esse texto está no capítulo 15 da primeira Carta aos Coríntios. Paulo escreveu aos cristãos de Corinto no ano 54 d.C., apresentando a verdadeira fé da Igreja na Ressurreição. Ele usa uma fórmula da profissão de fé que estava difundida na Igreja e pertencia à Tradição. "Cristo segundo as ressuscitou morreu pelos Escrituras, ao terceiro e nossos foi dia, pecados, sepultado segundo e as centro não só dos Evangelhos, como de todo o Escrituras, e apareceu a Cefas e depois aos Doze" Novo Testamento. (1 Cor 15, 3-5). 49 Para Paulo, a mensagem da Ressurreição de Cristo é o centro da nossa fé: "Se, porém, Cristo não ressuscitou, então e vazia nossa pregação e vossa fé não tem sentido" (1 Cor 15, 14). "Ressurreição", "exaltação" são palavras e expressões usadas para afirmar que Jesus está vivo, que Deus não O abandonou na morte. Assim, a Ressurreição de Jesus aparece como o "sim" de Deus à vida de Jesus: "Este homem ( ... ) vós o entregastes, crucificando-o por mãos de ímpios; Deus, porém, O ressuscitou", diz Pedro na manhã de Pentecostes (cf. At 2, 23-24). Deus se pôs ao lado de Jesus. Confirma-se, assim, que Jesus é o Filho de Deus vivo. A fé na Ressurreição de Jesus se apóia nas experiências dos apóstolos e dos discípulos. Uma testemunha muito importante é Pedro. Mas inúmeros discípulos constataram a ressurreição de Jesus, como, por exemplo, os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35); eles constataram a Ressurreição. Desse modo, seus discípulos deviam entender o que Jesus dissera: “Eu já não sou deste mundo" (cf. Jo 8,23). Temos, dado real, expresso pelos quatros evangelistas e presente em todo o NT, é que Jesus ressuscitou. Ele Vive! Apareceu a seus discípulos. Não se trata de aparição, como de um fantasma. Os Evangelhos dizem que os discípulos podiam tocá-Lo, comer e beber com Ele (Lc 24, 36-43; Jo 20, 17). São Paulo expressou, assim: "Por acaso ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados para participar de sua Morte?" (Rm 6,3). Todos fomos "sepultados" nas águas batismais. A emersão das águas significa a ressurreição, a saída do sepulcro, como Cristo. São Paulo quer dizer que, no Batismo, nossa vida uniu-se à de Cristo: “Se fomos incorporados a Cristo por uma morte semelhante à d'Ele, também o seremos mediante a Ressurreição" (Rm 6,5). 50 futuro garantido porque Ressurreição de Cristo. Jesus está conosco até o fim dos séculos. Podemos conviver e contar com ele. Ele luta conosco e vive em nós. Crer na Ressurreição é crer que a vida é mais forte do que a morte, o bem é mais forte do que o mal. Que é ressuscitar? Na morte, que é a separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na decomposição, ao passo que a sua alma vai ao encontro de Deus, ficando a espera de ser novamente unida ao seu corpo glorificado. Deus, na sua onipotência restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus (CIC 997). Quem ressuscitará? A Ressurreição não diz respeito apenas a Jesus. É também para nós; ela mudou nossa vida. um trazemos em nós o gérmen da nova vida pela As narrativas sobre as aparições de Jesus foram escolhidas e inseridas nos Evangelhos. O pois, Todos os homens que morreram: os que tiverem feito o bem sairão para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento (cf. Jo 5,29)-(CIC 998). De que maneira? Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo: Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu (Lc 24,39); mas Ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele, todos ressuscitarão com seu próprio corpo que tem agora, porém, este Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II corpo será transfigurado em corpo de glória (Fl imensa prova de amor nós somos convidados a não 3,21), em corpo espiritual (1Cor 15,44)-(CIC 999). ficar passivos. É Jesus mesmo quem nos convida: Quando? "Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, Definitivamente no último dia (Jo 6,39- tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24). 40.54; 11,24); no fim do mundo. A ressurreição dos mortos está intimamente associada à parusia de Cristo (CIC 1001). A vida cristã é vida de imitação e seguimento de Jesus. - Se Ele doou sua vida, nós também podemos doar a nossa por amor aos demais, associando nossos sofrimentos aos de Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Cristo na cruz. "Fora da cruz não existe outra Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 252-255 e escada por onde subir ao céu" (Santa Rosa de 260-262. Lima, apud: CIC 618). "A morte violenta de Jesus não foi o resultado de um acaso num conjunto infeliz de circunstâncias. Ela faz parte do mistério do projeto salvador de Deus realizou-se projeto de Deus (CIC 599). Jesus aceita sua "uma vez por todas" (Hb 9,26) pela morte morte livremente e dá uma interpretação para ela redentora de Jesus Cristo (cf. CIC 571). - Ele quer morrer para realizar com seu povo uma O Mas, por que a morte de Cristo nos salva? Na verdade, não é só a morte de Cristo que nos salva, mas toda a sua vida. Desde a encarnação até a sua ressurreição, tudo o que Jesus Cristo fez, é hoje salvação para toda a humanidade. Isso porque Jesus é Deus, que se encarna, assumindo plenamente a nossa condição humana. nova e eterna humanidade. aliança, Esse que sentido salve da toda morte a nós encontramos na ceia que Jesus tomou um dia antes de sua crucificação: "Isto é o meu corpo que é dado por vós [...]. Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós ... " (Lc 22,19-20). Com efeito, Jesus aceitou livremente sua paixão e sua morte, e por amor de A morte de cruz é o ato último e extremo seu Pai e da humanidade, para sua salvação: desse imenso amor e doação de Deus por nós. Para "Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente" Ele não bastou fazer-se igual à sua criatura, pois (Jo 10,18). "Daí a liberdade soberana do Filho de o Senhor quis amar até as últimas consequências, Deus quando Ele mesmo vai ao encontro da morte" até o extremo. Por isso, quis morrer por nós, e (CIC 609). com uma morte extremamente dolorosa e humilhante revelando-nos que "É o 'amor até o fim' que confere o valor de redenção (...) ao Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, 2008 – p. 85-86 sacrifício de Cristo" (CIC 616). Diante dessa 51 14º ENCONTRO: JESUS ESCOLHE PEDRO 1. Objetivo: Reconhecer que o convite feito a Pedro por Jesus, também é feito a nós, para que testemunhamos a nossa vida em Cristo. 2. Conteúdo do Encontro: O convite feito por Jesus a Pedro é pessoal e amoroso. Jesus também nos chama a caminhar ao seu lado e ser pescador como Pedro, testemunhando a alegria de viver com Cristo. 3. Desenvolvimento do Tema: Ouvir o canto: “O povo de Deus no deserto andava...” com o objetivo de refletir com os catequizandos o início da caminhada do Povo, desde o Antigo Testamento até os nossos dias. Pistas para conversar: perguntar os nomes dos catequistas da paróquia, ministros, diáconos, padres, do Bispo e do Papa, explicando a missão de cada um deles e qual é a nossa missão de batizados. Nosso Deus continua caminhando com seu povo, inicia a caminhada com Abraão, Moisés, com os Profetas, envia Jesus Cristo que escolhe os Apóstolos - Ler Lc 5, 1-11. Dentre os Apóstolos Jesus escolhe Pedro – Ler Mt 16, 13-18. Jesus afirma após a confissão de Pedro, na comunidade dos discípulos: “Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão fazer contra ela”. O nome de Pedro era Simão, filho de Jonas. O nome Pedro em hebraico (Kefas) significa pedra, rocha. Naquela região existiam muitas pedreiras ou grutas onde os pastores ou os viajantes iam se esconder para se proteger da chuva ou dos ladrões. Assim Pedro iria guardar e proteger a comunidade e levar os ensinamentos de Jesus. É dada a Pedro a missão de seguir e continuar a doação total de Cristo. Pedro é perseguido e preso por causa da sua missão, pois não se omitiu diante das injustiças sociais – Ler At. 12, 1-11.18-19. Hoje temos o Papa, Bispos, Padres, Religiosas e Religiosos, e leigos que assumem, pelo Batismo a missão de Jesus Cristo em favor do povo de Deus. É hoje missão do Papa, dos Bispos e de todos os cristãos manter a unidade e fidelidade aos ensinamentos de Cristo pela prática libertadora. Conversar sobre a hierarquia da Igreja e sucessão dos papas – ver apostila. 4. Leitura utilizada: Lc 5, 1-11; Mt 16, 13-18; At. 12, 1-11.18-19 5. Ambientação: toalha, bíblia, vela, flores, cartazes com fotos do Papa, Bispo e outras pessoas que trabalham para a Igreja. 6. Material utilizado: cartazes (ver acima). 7. Atividades: ler os textos bíblicos e acompanhar as atividades da apostila. 8. Momento de Oração: Convidar os catequizandos formular uma oração pedindo pelo Papa, pelo Bispo e pelos sacerdotes, e rezar juntos. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 52 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II A Igreja somos nós e temos um grande Para que isto aconteça em âmbito de Igreja compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Povo - Comunidade viva, é necessário viver Boa Nova de Jesus. intensamente essa Igreja é Povo, é comunidade viva, é viver experiência nas pequenas Comunidades Eclesiais de Base. em comunhão. A comunidade deve ser organizada através Para que isto aconteça, é necessário que de Reflexão e Planejamento. Há então, vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos necessidade de reunir todos os seus membros. em comum tudo aquilo que temos, como nos falam Estas reuniões são muito importantes para um os Atos dos Apóstolos (2,42-47). conhecimento mútuo, sentindo os problemas uns A união concreta dos cristãos não é um fato que já acabou: é uma tarefa de todo dia. Por isso, dos outros. E, também, para caminharmos unidos, realizando a fraternidade. devemos ter o sentido de responsabilidade, isto Assim, uma comunidade bem organizada e quer dizer, devemos contribuir com as nossas atuante terá grande influência na sociedade. Ela próprias qualidades e aptidões (carismas), para será um Sinal e oferecerá Serviços, visando a atender às necessidades de todos os nossos construção do Reino de Deus. irmãos. As Paróquias devem tornar-se comunidades Hoje podemos nos sentir Igreja Povo – Comunidade viva. Mas esta de irmãos. Para conseguir esta fraternidade é necessário formar pequenos grupos porque uma realidade "Igreja-Povo- Comunidade Viva" é de todos os dias e depende paróquia, às vezes, é grande demais, sobretudo no Brasil. muito, muito de nós. Por isso, estão se formando pequenas A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. comunidades, principalmente na periferia das Nem somente o Papa, os Bispos, os Padres formam grandes cidades e nas zonas rurais. Os moradores a Igreja. Eles estão a serviço da Igreja. A Igreja de um bairro procuram uma comunhão de vida é a Família de Deus; a Igreja somos todos nós. entre si. Querem por amor a Jesus Cristo, ajudar- São todos os que têm a mesma fé. se mutuamente, como vizinhos e amigos. São Paulo, na sua Carta aos Coríntios, nos Podemos dizer, então, que "Comunidade de fala: "Somos um só corpo, que é formado de Base" é um grupo de pessoas que procuram ter um muitas partes" (1Cor 12, 20). Devemos sentir-nos relacionamento pessoal mais profundo, capaz de também uma parte importante do Corpo de Cristo, criar o sentido de solidariedade. E a união de que é a sua Igreja. moradores de um lugar (capela, bairro) em torno Como cristãos, membros do Corpo de Cristo, dos seus problemas, das suas necessidades, dos precisamos estar sempre atentos em: seus desejos em vista a um' objetivo comum. A partir de "grupos de base", de "grupos de ver as coisas boas e más da comunidade e descobrir o que podemos fazer diante disso; reflexão", caminhar para chegar as Comunidades Eclesiais de realizar o Reino de Deus no bairro, em nossa cidade; de "círculos bíblicos", podemos Base. conhecer e participar do plano de trabalho Elas devem ser grupos abertos da Igreja do Brasil, da Diocese, da Paróquia; (missionários) de pessoas que buscam crescer na fé. Essas pessoas se reúnem em torno da Palavra participar da comunidade não somente na catequese para a Primeira Eucaristia, casamento, de Deus, animadas pelo Espírito Santo e Missas de 7º dia ... mas com compromisso que alimentadas pelo Sacramento da Eucaristia. Onde prende a nossa vida à comunidade. vivem, testemunham o amor de Deus, no serviço mútuo. 53 São chamadas de: Comunidades: chamando dentre judeus e gentios um povo, que porque procuram o relacionamento das várias pessoas, unindo-as na junto crescesse na unidade, não segundo a carne, mas no Espírito" (CIC 781). "As características do Povo de Deus: O busca de interesses comuns. Eclesiais: porque procuram fazer com que Povo de Deus tem características que o as pessoas vivam a fé, a esperança e o amor. Elas distinguem de todos os agrupamentos religiosos, são alimentadas pela Palavra de Deus, com a étnicos, políticos ou culturais da história: disposição de, no compromisso com esta Palavra, Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence como serem abertas à realidade onde vivem e agem de propriedade a nenhum povo. Mas adquiriu para acordo com essa mesma realidade. Convencidos de si um povo, dentre os que outrora não eram um que Deus fala pelos acontecimentos, procuram povo: 'uma raça eleita, um sacerdócio régio, mudar para melhor e mais humana, a realidade uma nação santa' (1Pd 2,9); onde vivem. Na Comunidade Eclesial as pessoas a pessoa torna-se membro deste povo não pelo celebram os acontecimentos diários como sinais nascimento físico, mas pelo nascimento do da presença de Deus, tendo na Eucaristia a força alto, da água e do Espírito (Jo 3,3-5), isto é, e o fundamento para a vivência fraterna. pela fé em Cristo e pelo Batismo; A Comunidade realiza a Igreja visível: Paróquia, este povo tem Jesus Cristo por "Chefe", Igreja Particular e Universal. Continua a missão "Cabeça", o "Messias = "Ungido", pelo fato da de Jesus Cristo e caminha de acordo com o Plano mesma Unção derivar da Cabeça para o Corpo, de Pastoral da Diocese, animada pelo Bispo, o povo é o Povo Messiânico; a condição deste povo é a dignidade dos filhos sucessor dos Apóstolos. de Base: porque procuram realizar essa caminhada a partir das pessoas e do ambiente de Deus: como num templo, onde reside o Espírito Santo; sua lei, é o mandamento novo de amar como onde vivem. "A Igreja - Povo de Deus: Em qualquer época e em qualquer povo é aceito por Deus todo Cristo mesmo nos amou. É a lei nova do Espírito Santo (Rm 8,2; GI 5,25). aquele que teme e pratica a justiça. Deus, contudo sua missão é ser o sal da terra e a luz do decidiu santificar e salvar os homens, não mundo. Ele constitui para todo o gênero sozinhos, sem nenhuma conexão uns com os humano o mais forte germe de unidade, outros, esperança e salvação. mas constituídos num povo, que O conhecesse na verdade e santamente O servisse. sua meta é o Reino de Deus iniciado na terra Escolheu por isso a Israel como a seu povo. por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e Estabeleceu com ele a Aliança e o instruiu passo a mais, até que, no fim dos tempos, seja passo ... Tudo isso, porém , aconteceu em consumado por Deus" (CIC 782). preparação à nova e perfeita Aliança que se estabeleceria em Cristo ... Esta é a Nova Aliança, isto é, o Novo Testamento no seu Sangue, 54 Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 279-282 do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 15º ENCONTRO: JESUS NOS ENVIA O ESPÍRITO SANTO 1. Objetivos: Reconhecer que o Espírito Santo é Deus dentro deles, que age em suas vidas e os coloca no seguimento a Jesus Cristo. Reconhecer a presença do Espírito Santo que anima e conduz as comunidades. 2. Conteúdo do Encontro: Jesus quer nos salvar cumprindo bem a promessa do Pai: dar o Espírito Santo. O Espírito Santo nos faz reconhecer que somos pecadores e nos leva a Jesus para recebermos o perdão. É necessário que cada um peça para si a graça da presença do Espírito Santo em sua vida. Vivendo na comunidade Igreja cada um de nós experimenta a vida no Espírito, sente-se ajudado na sua busca de santidade. 3. Desenvolvimento do Encontro: Através de uma “explosão de idéias” incentive os catequizandos a falarem do que se lembram sobre o Espírito Santo. Dinâmica: o Providenciar pedaços bem pequenos de papéis e régua escolar. o Pegue a régua e friccione-a com rapidez no cabelo, e aproxime, sem encostar, nos papéis recortados. o Observar o que aconteceu e deixar que os catequizandos falem livremente, tentando responder: o que atrai o papel? Comentar que o Espírito Santo é:como a força que estava na régua, nós somos os papeizinhos; é invisível, mas atua em tudo e em todos desde o início da criação; é quem dá vida a todos; é aquele que guiou a história da salvação, guiou Jesus, hoje guia a Igreja e cada um de nós. Os papéis que não grudaram são como as pessoas que não deixam a força do Espírito Santo agirem nelas e assim não são conduzidas pelo Espírito Santo na vida. Deus Pai é Deus acima e além de nós; Deus Filho é Deus entre nós, um de nós, no meio de nós; Deus Espírito Santo é Deus dentro de cada um de nós. Falar do Espírito Santo, nosso Santificador: Explicar que o Espírito Santo é a 3ª Pessoa da Santíssima Trindade. É a “ força que vem do alto”, conforme Jesus havia prometido enviar quando ressuscitasse e voltasse para o Pai. É o amor mútuo do Pai e do Filho que transborda e contagia a todos nós. Ele nos conduz, nos guia, pelo caminho de Jesus revelando tudo o que é necessário para a nossa salvação. 4. Leitura utilizada:At 1, 4-14; Rm 5, 5 5. Ambientação: toalha, bíblia, vela 6. Material utilizado: régua e papéis 7. Atividades: orientar as atividades 55 8. Momento de Oração: Motive os catequizandos a fazer uma oração espontânea, pedindo ao Espírito Santo que ajude a ser bom filho, bom aluno... Após cada oração, cantar com eles o refrão: “Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar” Rezar em dois coros a oração do Espírito Santo que está na apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Com a morte e a ressurreição de Jesus, um novo tempo é inaugurado: Jesus volta ao Pai, e, seu Filho. Foi Ele também que iluminou a missão de Jesus, descendo sobre Ele no batismo. com Ele, envia como dom a plenitude do Espírito O próprio Cristo proclamou no início de sua ao novo povo de Deus. Portanto, "terminada a obra missão: "O Espírito Santo está sobre mim, porque que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na me ungiu, e enviou-me para anunciar a Boa-Nova terra, foi enviado o Espírito Santo [ ... ] para aos pobres, para sarar os contritos de coração, santificar a Igreja, permanentemente" (LG 4) e a para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a partir de agora o Espírito Santo é responsável por restauração da vista, para por em liberdade os guiá-la. cativos, para publicar o ano da graça do Senhor" Segundo Bergamini (1994, p. 404), para os (Lc 4,18-19). A criação, a redenção e a cristãos, nesse dia, a Igreja é manifestada ao santificação são obras comuns das três pessoas mundo, com a qual Deus fez a nova lei, não mais divinas. Mas a tradição cristã, na liturgia e na em tábuas de pedra, mas, sim, nos corações dos espiritualidade, acostumou-se fiéis. Logo, "A partir desse dia, o Reino anunciado alguma divina por Jesus está aberto aos que crêem nele [...]. considerando a aproximação ou semelhança entre Pela sua vinda, o Espírito Santo inaugura o tempo a ação e a pessoa. da Igreja, os 'últimos tempos', no qual o Reino é recebido como dom de Deus, embora pessoa uma a obra apropriar a especifica, Assim como o Pai tem a missão específica da não criação, e o Filho tem a missão específica da plenamente realizado, mas que caminha para a sua salvação, o Espírito Santo também tem sua missão plena realização e perfeição no último dia" (CIC específica: Ele distingue-se na Trindade pela ação 732). santificadora e reveladora de Deus. Todas as Embora a manifestação mais comentada do vezes que o Pai e o Filho realizam algo, é o Espírito Santo seja a de Pentecostes, a ação Espírito Santo que revela aos seres humanos, santificadora e geradora da vida do Espírito santificando-os. Santo se fez presente desde o momento da criação, conforme o relato da Sagrada Escritura em Gênesis, nos primeiros versículos, nos revela: Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.III, Ed.Vozes, 2008 - p. 11-12. "0 Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn 1,2). A Festa de Pentecostes que se celebra cada Ainda, podemos reconhecer que o Espírito Santo de Deus atuou em todos os momentos da ano, 50 dias depois da Páscoa é para os cristãos, a Festa do Espírito Santo. Historia da Salvação: O Espírito atuou nos Muitas pessoas não compreendem muito patriarcas e juízes, sacerdotes e profetas. Deus bem quando falamos de Deus Pai, criador do se manifestou a Abraão prometendo-lhe uma mundo e dos homens; e quando falamos de Deus grande descendência pela qual todas as famílias Filho, Jesus Cristo, que tomou a nossa condição da terra seriam abençoadas (Gn 12,3). Essa humana e viveu entre nós. Mas, quando falamos do bênção realizou-se em Jesus, que nos envia o seu Espírito Santo, é para muitos, um mistério muito Espírito. Pelo seu Espírito realizou a Encarnação difícil de entender. do Verbo, ao preparar Maria para ser a mãe do 56 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II O Espírito Santo não é uma misteriosa corrente energética; é Deus que mantém a sua presença no mundo e encaminha os homens. perseguidor fanático da Igreja, fora do grupo dos Doze e de toda a Instituição. O próprio Pedro, no seu discurso de Quando o Espírito Santo toma posse de Pentecostes, reconhecia que estava realizando o alguém, multiplica os seus dons. Ele faz com que que fora predito pelo profeta Joel: que o Espírito as pessoas descubram grandes coisas, faz com de Deus se comunicaria tanto as crianças como que elas desempenhem uma missão, mesmo que aos jovens e adultos. esta ultrapasse as possibilidades humanas. Na História da Igreja vemos muitas pessoas A História do Povo de Deus é iluminada pelo humildes que foram mais inspiradas do que Espírito Santo que escolheu, dinamizou homens e pessoas de alto nível. O Espírito Santo as inspirou mulheres de todas as idades e de todas as com novas orientações e novos rumos, que ainda a condições. Igreja E precise estar atento à sua ação. O homem é livre e pode fazer-lhe resistência. No mar, o vento não fica diminuído para soprar nas velas de um barco. É preciso dirigir o barco e orientar as velas para captar toda a força do vento. oficial não tinha conseguido e, só posteriormente, os aprovou. O Espírito Santo está fora do nosso alcance. Ninguém o pode trancar. Ele é como um vento. É o que Jesus dizia a Nicodemos: Deus não deve ser procurado fora do "Tu ouves o vento, mas não sabes de onde mundo. O seu poder age no meio dos homens. vem, nem para onde vai. Assim acontece também Muitas aquele que nasce do Espírito" (Jo 3, 8). vezes, os discípulos de Jesus experimentaram a força que agia através deles. O Espírito, assim como o vento, não sopra Por exemplo: quando por motivos de sua fé, eles unicamente na Igreja de Cristo, mas também nos são levados aos tribunais, como aconteceu com os corações de todas as pessoas de boa vontade que apóstolos depois de Pentecostes, as respostas que procuram a verdade. eles deram deixaram os juízes admirados e confusos. É Os cristãos devem reconhecer a ação do Espírito nas diversas iniciativas dessas pessoas. o Espírito Santo que sugere os O Espírito Santo não teme as argumentos e faz lançar por terra as acusações transformações e está continuamente pronto a mais fortes e desfazem as armadilhas preparadas instaurar novos caminhos. Isto só é terrível para pelos inimigos de Jesus. aqueles que esperam que o futuro se assemelhe ao Jesus já o predissera: "Diante dos tribunais, não vos perturbeis porque o Espírito Santo falará por vós" (Mc 13, 11). age passado. Mas quando Jesus Ressuscitado enviou os Apóstolos em missão, a Igreja quis pôr em relevo O Espírito Santo é soberanamente livre; ele as diferentes ações do Espírito Santo, através frequentemente dos dois Sacramentos: de forma inédita e inesperada como fez no início da Igreja. A primeira iniciativa dos apóstolos foi a de No purificadora Batismo, e acentua-se santificante; o a ação batizado é completar o seu número, depois do abandono de perdoado dos seus pecados e nasce para a Vida Judas. Eles tinham consciência de que o povo era Divina. o novo Israel de Deus, mas desfalcado do número Na Confirmação, acentua-se a ação doze (as doze tribos de Israel). Em vista disso fortificante, dinâmica do Espírito Santo em vista elegeram Matias, fiel testemunha de Jesus. O da missão irradiante do cristão no seu meio Espírito ambiente e no seu modo de vida para transformar Santo também escolheu Paulo, o a sociedade. 57 "A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estas São numerosos: a água viva que jorra do são coração trespassado de Cristo e mata a sede dos disposições permanentes que tornam o homem batizados; a unção com o óleo que é o sinal dócil para seguir os impulsos do mesmo Espírito" sacramental (CIC 1830). transforma o que toca; a nuvem, obscura e da Confirmação; o fogo que luminosa, na qual se revela a glória divina; a Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 265-267. imposição das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no batismo. COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 140. O que significa que o Espírito «falou pelos profetas»? [687-688; 702-706; 743] Com o termo profetas entende-se todos CREIO NO ESPÍRITO SANTO os que foram inspirados pelo Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito conduz as 136. Que quer dizer a Igreja quando professa: profecias do Antigo Testamento ao seu pleno «Creio no Espírito Santo»? [683-686] cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério Crer no Espírito Santo é professar a no Novo Testamento. terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que 141. O que é que o Espírito Santo realiza em procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é João Batista? [717-720] adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado João Batista, o último profeta do Antigo aos nossos corações» (Gal 4,6) para recebermos a Testamento é cheio do Espírito Santo, que o envia vida nova de filhos de Deus. a «preparar para o Senhor um povo bem disposto» 137. Porque é que as missões do Filho e do (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Espírito são inseparáveis? [687-690 - 742-743] Deus: Aquele sobre o qual João viu o Espírito Na Trindade indivisível, o Filho e o descer e permanecer, «Aquele que batiza no Espírito são distintos, mas inseparáveis. De fato, Espírito» (Jo 1,33). desde o princípio até ao final dos tempos, quando 142. Qual é a obra do Espírito em Maria? o Pai envia o Seu Filho, envia também o eu Espírito [721-726 ; 744] que nos une a Cristo na fé, para, como filhos Em Maria, o Espírito Santo realiza as adotivos, podermos chamar Deus «Pai» (Rm 8,15). expectativas O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo Testamento para a vinda de Cristo. De forma através da sua ação quando nos revela o Verbo e única enche-a de graça e torna fecunda a sua quando age na Igreja. virgindade para dar à luz o Filho de Deus 138. Quais são as designações do Espírito encarnado. Faz dela a Mãe do «Cristo total», isto Santo? [691-693] é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. e a preparação do Antigo «Espírito Santo» é o nome próprio da Maria está com os Doze no dia de Pentecostes, terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus quando o Espírito inaugura os «últimos tempos» chama-lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, com a manifestação da Igreja. Advogado) e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa. 143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo Jesus, na missão terrena? [727-730; 745-746] O Filho de Deus é consagrado Messias 139. Com que símbolos se representa o Espírito através da unção do Espírito na sua humanidade Santo? [694-701] desde a Encarnação. Ele revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e 58 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os Apóstolos depois da Ressurreição. 144. O que acontece no Pentecostes? [731-732; 738] Cinqüenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos batizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e os faz viver em Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas funções, para que todos dêem «o fruto do Espírito» (Gal 5,22). é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do 146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a coração dos fiéis? [738-741] anunciar e a difundir o mistério da comunhão Por meio dos sacramentos, Cristo trinitária. comunica aos membros do Seu Corpo o Seu «Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito Espírito e a graça de Deus que produz os frutos celeste, encontrámos a verdadeira fé: adoramos a de vida nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Trindade indivisível porque nos salvou» (Liturgia Espírito Santo é o Mestre da oração. Bizantina, Tropário das Vésperas de Pentecostes) 145. Que faz o Espírito Santo na Igreja? [733-741; 747] 59 16º ENCONTR O: O ESPÍRI TO SANTO E SEUS DONS 1. Objetivos: Conhecer a ação do Espírito Santo através dos seus dons. Reconhecer a presença do Espírito Santo na vida e se abrir à sua ação. 2. Conteúdo do Encontro: Em Pentecostes Jesus deixa seu Espírito. O Espírito Santo concede-nos muitos dons. Os dons do Espírito Santo são uma forma de nos colocarmos a serviço da comunidade. Como descobrir esses dons? 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer ligação com encontros anteriores (Ressurreição, Jesus volta ao Pai e promete enviar o Espírito Santo. Em João 16, 5 = Jesus promete que enviaria o Espírito Santo. Em Atos 1, 8 = Jesus pede que esperem essa vinda. Em Atos 1, 12 – 14 = Os apóstolos, juntamente com Maria e outras pessoas, ficam reunidos em oração no cenáculo em Jerusalém esperando essa promessa. Em Atos 2, 1 – 4 = Dia de Pentecostes – enquanto rezam recebem o Espírito Santo com toda a sua força. ( Explicar os símbolos: Vento, línguas de fogo) Explicar a festa de Pentecostes ( festa das colheitas = 50 dias após a Páscoa) em Jerusalém. Explicar os muitos símbolos do Espírito Santo. Explicar que o Espírito Santo anima a Igreja, está presente nos Sacramentos, na Palavra de Deus e distribui muitos dons para as pessoas trabalharem na comunidade. Explicar os dons do Espírito Santo. Explicar que a comunidade, a nossa Igreja é guiada e ajudada pelo Espírito Santo. Mostrar que na oração do CREDO dizemos que acreditamos no Espírito Santo. 4. Leitura utilizada: At 2, 1-13 5. Ambientação: toalha, bíblia, jarro com água, meio copo de óleo, uma vela, um desenho ou figura de uma pomba, um ventilador pequeno (para explicar os símbolos do Espírito Santo). 6. Material utilizado: símbolos do Espírito Santo pombinhas com Atos 1, 8, para lembrancinha. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de oração: Inicie o momento de oração com o canto: “A nós descei” (Ir.M.Kolling),convide os catequizandos a rezarem a oração que está na apostila. 60 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA No Pentecostes, os apóstolos recebem o agir em nossa vida nos transforma, nos purifica Espírito Santo e descobrem que não estão sós. Ao renovando nossa vida. Foi em forma de fogo que o contrário, há uma presença viva e vivificante. Pelo Espírito desceu em Pentecostes. Espírito, os apóstolos tinham Jesus em suas vidas e nas comunidades que formavam, deixando-os água viva que jorra de Cristo, para nos lavar e conscientes de sua missão: comunicadores da Boa garantir vida nova. Vida nova gerada nas águas do Notícia de Jesus a todos os povos. batismo. Muitas são as manifestações do Espírito Água - Geradora de vida. O Espírito é a Pomba - É sinal especial do Espírito. Foi Santo, tendo em vista a edificação, sustentação e em forma de pomba que o Espírito Santo desceu expansão da comunidade nascente. Um forte sobre Cristo em seu batismo. ardor missionário, curas, milagres e prodígios testemunham a origem divina da comunidade escolhidas por Deus para uma missão especial. primitiva. Jesus foi ungido por Deus não com óleo, mas com Os apóstolos, impulsionados pelo Espírito Óleo - Usado para ungir pessoas o Espírito Santo (Cristo, do grego Christos, Santo, passam a repetir os mesmos gestos, Messias, do hebraico Massiah, Ungido, em atitudes e a oração de Jesus. Eles continuam a português). O óleo, portanto, é sinal do Espírito realizar, na fração do pão, a ação de graças que Santo que ungiu Jesus, nos unge e nos fortalece Jesus apresentou ao Pai, antes de sua morte. hoje para cumprir nossa missão. Sentem a necessidade de viver a mesma união com As pessoas que percebem a ação do Espírito os novos discípulos, a exemplo dele. Assim, o Santo e se abrem cotidianamente a Ele tornam-se Espírito Santo torna-se a alma da comunidade dos grandes colaboradoras de Deus e servidoras do seguidores de Jesus, animando a Igreja através povo. Ele, portanto, é a alma da comunidade de seus dons, colocando todos a serviço do seguidora de Jesus. Evangelho. A ação do Espírito Santo se faz presente "Os sete dons do Espírito Santo são: Sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, até hoje na Igreja. Porém, sua ação, por vezes, é ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude, imperceptível. Por isso os cristãos de todos os pertencem a Cristo, Filho de Davi. Completam e tempos recorrem aos símbolos para explicar sua levam à perfeição as virtudes daqueles que os atuação na comunidade. recebem. Tornam os fiéis dóceis para obedecerem Os símbolos que representam o Espírito prontamente as inspirações divinas" (CIC 1830). Santo apontam para a liberdade e mobilidade, "Os frutos do Espírito são perfeições que o para a força e a ação dele no mundo, na Igreja, Espírito Santo modela em nós como primícias da nas pessoas: glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze frutos: Vento - É o ar em movimento, capaz de caridade, alegria, paz, paciência, soprar onde quer. Nós não somos donos dele, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, apenas deixamo-nos conduzir por ele. Assim é o fidelidade, modéstia, continência, castidade" (cf. Espírito Santo: embora não seja percebido pelos Gl 5,22-23)-(CIC 1832). nossos olhos, o resultado de seus movimentos é concreto: impulsiona-nos a realizar a vontade do Pai. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed. Vozes, 2008 – p. 15-16 Fogo - Sua ação de calor transforma, purifica e queima. Assim é o Espírito Santo, ao 61 OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO 696. O fogo. Enquanto a água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no (Catecismo da Igreja Católica) Espírito Santo, o fogo simboliza a energia 694. A água. O simbolismo da água é significativo transformadora dos atos do Espírito Santo. O da ação do Espírito Santo no Batismo, pois que, profeta Elias, que «apareceu como um fogo e cuja após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o palavra queimava como um facho ardente» (Sir sinal sacramental eficaz do novo nascimento. Do 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu mesmo modo que a gestação do nosso primeiro sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do nascimento se operou na água, assim a água fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em batismal nosso que toca. João Batista, que «irá à frente do nascimento para a vida divina nos é dado no Senhor com o espírito e a força de Elias» (Lc 1, Espírito Santo. Mas, «batizados num só Espírito», 17), anuncia Cristo como Aquele que «há de «a todos nós foi dado beber de um único Espírito» batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16), (1 Cor 12, 13): portanto, o Espírito é também aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar pessoalmente a Água viva que brota de Cristo fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha crucificado como da sua fonte, e jorra em nós ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de línguas, para a vida eterna. «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito 695. A unção. O simbolismo da unção com óleo é Santo repousa sobre os discípulos na manhã de também significativo do Espírito Santo, a ponto Pentecostes e os enche de Si. A tradição de se tomar o seu sinônimo. Na iniciação cristã, espiritual reterá este simbolismo do fogo como ela é o sinal sacramental da Confirmação, que um dos mais expressivos da ação do Espírito justamente nas Igrejas Orientais se chama Santo. «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19). «Crismação». Mas, para lhe apreender toda a 697. A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são força, temos de voltar à primeira unção realizada inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias» Desde as teofanias do Antigo Testamento, a em hebraico) significa «ungido» pelo Espírito de nuvem, umas vezes escura, outras luminosa, revela Deus. Houve «ungidos» do Senhor na antiga o Deus vivo e salvador, velando a transcendência Aliança, sobretudo o rei David. Mas Jesus é o da sua glória: a Moisés no monte Sinai, na tenda ungido de Deus de maneira única: a humanidade da reunião e durante a marcha pelo deserto; a que o Filho assume é totalmente «ungida pelo Salomão, quando da dedicação do templo. Ora Espírito Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo estas figuras são realizadas por Cristo no Espírito Espírito Santo. A Virgem Maria concebe Cristo do Santo. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e a Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê Cristo quando do seu nascimento e leva Simeão a à luz Jesus. No monte da transfiguração, é Ele ir ao templo ver o Cristo do Senhor. É Ele que que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua enche Cristo e cujo poder emana de Cristo nos sombra» Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e seus atos de cura e salvamento. Finalmente, é Ele João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que que ressuscita Jesus dentre os mortos. Então, dizia: "Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai- plenamente sua O!"» (Lc 9, 35). E, enfim, a mesma nuvem que humanidade vencedora da morte, Jesus difunde «esconde Jesus aos olhos» dos discípulos no dia em profusão o Espírito Santo, até que «os santos» da Ascensão e que O revelará como Filho do constituam, na sua união à humanidade do Filho de Homem na sua glória, no dia da sua vinda. significa realmente constituído que «Cristo» o na Deus, o «homem adulto à medida completa da plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), «o Cristo total», para empregar a expressão de Santo Agostinho. 62 698. O selo é um símbolo próximo da unção. Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo» (Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II também com o seu selo». Porque indica o efeito (Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao indelével nos cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito sacramentos do Batismo, da Confirmação e da de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O utilizada em certas tradições teológicas para hino «Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito exprimir o «caráter» indelével, impresso por Santo como «digitus paternae dexterae» — estes três sacramentos, que não podem ser «Dedo da mão direita do Pai». da unção do Espírito Santo repetidos. 701. A pomba. No final do dilúvio (cujo 699. A mão. É pela imposição das mãos que Jesus simbolismo tem a ver com o Batismo), a pomba cura os doentes e abençoa as crianças . O mesmo solta por Noé regressa com um ramo verde de farão os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez pela imposição das mãos dos Apóstolos que o habitável. Quando Cristo sobe das águas do seu Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus batismo, o Espírito Santo, sob a forma duma coloca a imposição das mãos no número dos pomba, desce e paira sobre Ele. O Espírito desce «artigos fundamentais» do seu ensino. Este sinal e repousa no coração purificado dos batizados. Em da efusão onipotente do Espírito Santo, guarda-o certas igrejas, a sagrada Reserva eucarística é a Igreja nas suas epicleses sacramentais. conservada num relicário metálico em forma de 700. O dedo. «É pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demônios». Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» pomba (o columbarium) suspenso sobre o altar. O símbolo da pomba para significar o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã. 63 17º ENCONTRO: JESUS E A LEI DE DEUS 1. Objetivos: Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o pleno cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao próximo é a fonte mais segura de felicidade. Aprender a rezar os Dez Mandamentos para poder vivêlos. 2. Conteúdo do Encontro: Os Mandamentos são caminhos a seguir e expressam, em gestos concretos, uma convivência de amor com Deus e com os irmãos. 3. Desenvolvimento do Tema: Levar uma figura de um carro e comentar: quais os tipos de carros que conhecem, o que faz um carro andar, o que precisa para dar partida em um carro. A partir do exemplo do carro, mostrar que, como o carro precisa de pistas para andar, nós também precisamos de pistas para viver. Fazer junto com os catequizandos, a relação entre o que observaram e comentaram sobre os carros com a vida, destacando os seguintes aspectos: carro é a nossa vida, o motor é o coração e a chave de partida é a voz de Deus que orienta a consciência. Carro é nossa vida – comentar como guiamos o carro também guiamos a nossa vida. Para guiar um carro precisamos conhecer as normas e leis de trânsito. A nossa vida também precisa de leis que nos ajudem a viver melhor. Organize uma conversa perguntando o que são leis? Quais leis conhecem? Se as leis são importantes na vida de uma pessoa? Por quê? Como ajudam as pessoas a viverem melhor? Motor é a consciência – Deus, nosso Pai, colocou em cada pessoa a consciência que está sempre vigilante, dizendo: “isto é de Deus, pode fazer”, ou, então, “isto não é do bem, afaste-se”. Chave de partida é a voz de Deus que orienta a consciência – se obedeço à voz da consciência, sou feliz. Fazer a correspondência dos Dez Mandamentos com vida. Lembrar que os conselhos recebidos dos pais é a voz de Deus que lembra os Dez Mandamentos. Recordar a história de Moisés e da Aliança. Ler Ex 20, 1-17. Levar uma Arca da Aliança com os Dez Mandamentos dentro e relembrar com os catequizandos a arca que fizeram no Módulo I. Os Mandamentos de Deus são leis que devem ser seguidas por todos. Quando elas são respeitadas as pessoas são felizes, mas quando são deixadas de lado acontece a dor e o sofrimento. Nossa consciência é iluminada pela Palavra de Deus, mas é preciso que busquemos na fé e na oração essa Palavra para colocá-la em prática. Essas Leis que Deus nos deu são leis para sermos felizes. Ler Mateus 5, 17-19 para descobrir o que Jesus falou sobre os Dez Mandamentos. Em seguida Ler Mt 22, 37-40 que é a síntese dos mandamentos anunciado por Jesus. Solicitar que os catequizandos relatem fatos que ocorrem no mundo porque as pessoas não seguem os Mandamentos de Deus. Ajude-os se necessário, falando de situações de guerra, brigas, roubos, violência, fome. 64 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Pedir que os catequizandos escrevam os mandamentos nas tábuas da lei. 4. Leitura utilizada: Ex 19, 3-6; Ex 20, 1-17; Mt 5, 17-19 5. Ambientação: Colar o cartaz do carro. No momento oportuno substituir pelo coração vermelho. 6. Material utilizado: (1) cartaz de um carro; (2) coração de cartolina vermelha (0,50x0,50); e (3) tábuas da lei recortadas em sulfite para cada catequizando. (modelo no final da apostila) 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de oração: Em um momento de reflexão, explicar que no coração de cada um de nós está presente esta mesma Lei. Nosso desejo de amar, de ser feliz e de ajudar as pessoas é a maior prova disso. Pedir para cada catequizando colar no coração a sua tábua da Lei, fazendo uma oração de agradecimento a Deus por ter nos dado a Lei do Amor como meio para ser feliz. Rezar juntos a oração que está na apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A Lei que está na Bíblia chama-se "A Lei dos dez Mandamentos" (Ex 20,1-17). Sinai. Mas, antes de proclamá-la, declarou o motivo e a autoridade da nova lei e anunciou Deus a entregou a Moisés, depois que Libertou seu povo da escravidão do Egito. Isto foi solenemente o titulo dos Dez mandamentos. Deus disse: em torno do ano 1250 a.C. Jesus não anulou esta Lei. Ele veio completá-la (Mt 5,17), e ela vale até hoje para todos aqueles que acreditam em Deus. “Eu sou Javé, o teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da escravidão" (Ex 20,2) Uma lei é uma indicação na estrada. Indica o caminho a seguir. É uma ajuda na caminhada; é uma ferramenta no trabalho. Pela Lei dos Dez Mandamentos, Deus indicou o caminho certo para o povo: 1. nunca mais voltar a viver na escravidão; O povo sentiu, nesta declaração da Lei, que Deus é o nosso Libertador e o que fez Deus decretar a Lei foi o "clamor do povo”. Ele disse a Moisés: 2. conservar a liberdade que conquistou, saindo do Egito; 3. viver na justiça e na fraternidade; 4. ser sinal de Deus no mundo; 5. organizado em comunidades, ser resposta ao clamor de todo o povo; 6. ser um anúncio e uma amostra daquilo que Deus “Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa dos seus opressores, pois eu conheço as suas angústias. Por isso, desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta onde corre leite e mel" (Ex 3,7-8) quer para todos; 7. chegar à prática perfeita do amor de Deus e do amor ao próximo. Os Dez Mandamentos nos fazem conhecer melhor os nossos deveres, os nossos direitos e a nossa missão. No dia em que Deus proclamou a lei dos Dez Mandamentos para a primeira comunidade do Povo de Deus, ele reuniu o pessoal ao pé do Monte Os mandamentos são a resposta de Deus ao clamor do povo oprimido. A fiel observância dos mandamentos impede a volta do povo à escravidão. Por isso, em cada mandamento, deveríamos perguntar: qual é o clamor que está por trás dele? No tempo de Jesus havia alguns fariseus que ensinavam os mandamentos, sem observá-los (Mt 23,4; Mc 7,8-13; Jo 7,19) . Só repetiam a 65 letra, mas matavam o espírito da Lei (Lc 11, 39- acreditamos que esta Lei de Deus, plenamente 44; 2Cor 3,6). Esqueciam que a lei tinha sido dada revelada em Cristo, complementa a vida do ser para a humano na terra, em todos os seus sentidos. Ela transformaram em instrumento de opressão (Lc libertar e educar (Gl 3,21) e protege a vida, a família, possibilita uma reta 11,46; Mt 11,28). aproximação da natureza, das ciências, porque em Jesus criticou a interpretação dos fariseus tudo coloca Deus em primeiro lugar e o respeito e e dos doutores (Mt 5,20; 26,1-36) e deu uma nova serviço como condição para o relacionamento explicação (Mt5,17-48). humano. Fomos criados por Deus e carregamos no Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do mais íntimo de nós mesmos a vontade de amar, servir, ajudar, libertar, gerar vida. Isso tudo é a Catequista, Paulus, 2003 – p. 98-99. Lei de Deus que está presente em nossos Jesus Cristo foi fiel à Lei de Deus corações. Segui-la significa conhecer a Lei de Ele Deus profundamente, perceber que está presente reconheceu que ela nasceu do coração de seu Pai e em nós mesmos e nas Escrituras, viver a vontade que estava presente ao mesmo tempo no coração de Deus vigiando a nossa prática e aplicar a sua de cada pessoa, por isso Ele disse: "Eu não vim Lei em nossa vida. manifestada nos Dez Mandamentos. abolir a Lei, mas levá-la ao cumprimento" (Mt 5,17). Assim, o que Ele fez foi assumi-la e colocá- Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, la no plano do amor ao doar a sua vida na cruz, por Vol. II, Vozes, 2008 – p. 77-78. nós, configurando a Nova e Eterna Aliança. Com sua atitude Ele qualificou a Lei estabelecendo o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA critério de que só quem ama a Deus e ao próximo, O DECÁLOGO E A LEI NATURAL com disposição de fazer da própria vida uma 2070. Os Dez Mandamentos fazem parte da doação, é capaz de viver conforme a vontade de revelação de Deus. Mas, ao mesmo tempo, Deus e ser verdadeiramente feliz. ensinam-nos a verdadeira humanidade do homem. A Lei entregue a Moisés foi aperfeiçoada Põem em relevo os deveres essenciais e, por em Cristo. Ele concentrou os Dez Mandamentos conseguinte, em: "Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo fundamentais inerentes à natureza da pessoa ... " (cf. Mt. 22,37-40). Amar-se, cuidar-se, humana. O Decálogo encerra uma expressão assumir-se como filho de Deus é condição e base privilegiada da «lei natural»: para se poder amar a Deus e ao próximo e vice- No princípio, Deus admoestou os homens com os versa. Jesus Cristo é amor, por isso a nova Lei é, preceitos da lei natural, que tinha enraizado nos essencialmente, o amor. Seguir Jesus Cristo seus corações, isto é, pelo Decálogo. Se alguém implica conhecê-lo e amá-lo, assim como seu Pai e não os cumprisse, não se salvaria. E Deus não no Espírito Santo amar a todos os irmãos exigiu mais nada aos homens» (20). indistintamente. Diante disso, todos nós, enquanto 2071. Embora acessíveis à simples razão, os Igreja somos vocacionados a levar adiante a preceitos do Decálogo foram revelados. Para missão de Jesus Cristo, portanto, indiretamente, os direitos somos atingir um conhecimento completo e certo das chamados a ser não somente os portadores da Lei exigências da lei natural, a humanidade pecadora do Amor, mas seus propagadores. precisava desta revelação: A partir do Novo Testamento é possível «Uma explicação completa dos mandamentos do compreender também que a Lei de Deus não está Decálogo tornou-se necessária no estado de em contradição com a Lei Natural divulgada pelas pecado, por causa do obscurecimento da lei da "pessoas razão e do desvio da vontade» (21) 66 de boa vontade". Ao contrário, Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Nós conhecemos os mandamentos de Deus pela 2074. Jesus diz: «Eu sou a cepa, vós as varas. revelação divina que nos é proposta na Igreja e Quando alguém permanece em Mim, e Eu nele, pela voz da consciência moral. esse é que dá muito fruto, porque, sem Mim, nada A OBRIGAÇÃO DO DECÁLOGO 2072. Uma deveres referência nesta palavra, é a santidade duma vida fundamentais do homem para com Deus e para fecundada pela união com Cristo. Quando cremos com o próximo, os Dez Mandamentos revelam, no em Jesus Cristo, comungamos nos seus mistérios seu conteúdo primordial, obrigações graves. São e guardamos os seus mandamentos, o Salvador basicamente imutáveis e a sua obrigação impõe-se vem em pessoa amar em nós o seu Pai e os seus sempre e em toda a parte. Ninguém pode irmãos, o nosso Pai e os nossos irmãos. A sua dispensar-se dela. Os Dez Mandamentos foram pessoa toma-se, graças ao Espírito, a regra viva e gravados por Deus no coração do ser humano. interior do nosso agir. «É este o meu mandamento: 2073. que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei» Mas vez a que exprimem os podeis fazer» (Jo 15, 5). O fruto, a que se faz obediência aos mandamentos também implica obrigações cuja matéria, em si (Jo 15, 12). mesma, é leve. Assim, a injúria por palavras é proibida pelo quinto mandamento, mas só poderá ser falta grave em razão das circunstâncias ou da intenção de quem a profere. «SEM MIM, NADA PODEIS FAZER» 67 18º ENCONTRO: MANDA MENTOS: GUIA PARA A VIDA 1. Objetivos: Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o pleno cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao próximo são a fonte mais segura de felicidade. Compreender que os três primeiros Mandamentos ajudam a descobrir e a encontrar o Verdadeiro e Único Deus, amando-O ainda mais com um correto testemunho de vida. Compreender que o quarto Mandamento mostra que o amor, o respeito, a obediência, a gratidão aos pais devem ser uma meta na vida de cada ser humano. 2. Conteúdo do encontro: Significado de amar a Deus sobre todas as coisas: as atitudes a que se refere este mandamento, superstições e crenças em objetos, horóscopos etc. Falta de fé, de esperança e amor a Deus expressos pela falta de oração. Desrespeito com as coisas sagradas, consagradas a Deus; o uso impróprio do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os Santos. Juramento falso usando o nome de Deus. A sociedade que obriga, impõe aos trabalhadores o trabalho sem dias de folga para o descanso; Deus nos quer livres; o domingo, dia de descanso sagrado, de ficar com a família e também reunirse como Igreja, povo de Deus, para celebrar a Aliança e a liberdade; Importância da participação das famílias nas missas na comunidade. Autoridade que Deus concedeu aos pais; Deus quis que depois Dele mesmo, nós honrássemos e amássemos nossos pais, avós, os mais velhos. Falta de respeito, desunião nas famílias. Relacionamento entre pais e filhos. 3. Desenvolvimento do Tema: Explicar que Deus fez uma aliança, um compromisso com seu povo, para que o povo pudesse ser feliz na terra que eles iriam habitar. Deus quer que cada um de nós seja fiel a esses mandamentos para que a nossa vida seja cada vez mais santa. Os Mandamentos que Deus nos dá são para mostrar o caminho da nossa felicidade aqui e no céu. Quem não respeita as leis de Deus acaba fazendo o mal aos outros e a si mesmo. Será sempre infeliz. Ler Ex 20, 1-11 e explicar que os 3 primeiros mandamentos são para o nosso relacionamento com Deus. Ler Lc 24, 1-8 para explicar porque hoje nós guardamos o domingo e não o sábado. Apresentar uma figura de uma família e perguntar o que pensam sobre Família e o que entendem sobre respeitar pai e mãe. Pedir para que eles memorizem os 4 primeiros mandamentos. Repetir a leitura Mt 22, 37-40, feita no encontro anterior, e provoque uma conversa sobre a relação entre a apresentação dos Dez Mandamentos no Antigo e no Novo Testamento. 4. Leitura utilizada: Ex 20, 1-12; Lc 24, 1-8; Mt 22. 37-40 5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, cartazes com imagens de famílias. 6. Material utilizado: (1) cartazes com imagens de famílias; (2) pedaços de papel para o catequizando escrever o pedido de perdão. 7. Atividades: orientar as atividades 68 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 8. Momento de oração: Ajude os catequizandos a fazerem um breve exame de consciência a partir dos mandamentos trabalhados no encontro. Em seguida motive-os a escreverem no pedaço de papel os pedidos de perdão daquilo que refletiu. Ajude-os a fazer um propósito de cumprir os mandamentos e cada um deverá rasgar o seu papel e colocar no lixo, simbolizando a ruptura com o pecado e o compromisso de viver melhor os mandamentos em suas vidas. Encerrar com a oração do Pai Nosso. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Apresentamos algumas idéias sobre os quatro primeiros mandamentos, fundamentadas no Catecismo da Igreja Católica: 1º Mandamento: "Eu sou o Senhor teu Deus não terás outro deus além de mim" (Dt 6,1314). 2º Mandamento: "Não invocar o santo nome de Deus em vão" (Ex 20,7; Dt 5,11). Significa que devemos usar o nome de Deus somente bendizendo-o, louvando-o e glorificandoo. Deve-se, pois, ser evitado o abuso de invocar o nome de Deus para justificar um crime, e ainda Este mandamento nos conduz a guardar e todo o uso inconveniente do seu nome, como a praticar as três virtudes teologais: fé, esperança blasfêmia, que por sua natureza é um pecado e caridade, como também, a evitar os pecados que grave, a elas se opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que promessas feitas em nome de Deus (cf. CIC 2142- lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida 2149; 2160-2162). as imprecações e a infidelidade às voluntária, a incredulidade, a heresia. A esperança Este mandamento proíbe: o juramento falso, é a expectativa confiante da ajuda de Deus, pois assim se chama a Deus, que é a própria evitando o desespero. A caridade é o amor a Deus Verdade, como testemunha da mentira (cf. CIC sobre todas as coisas. Assim, são rejeitadas, 2150-2151; 2163-2164); o perjúrio, que significa portanto, a indiferença, a ingratidão e o ódio a fazer, sob juramento, uma promessa com intenção Deus, o qual nasce do orgulho (cf. CIC de não mantê-la ou de violar a promessa feita sob 2083- 2094; 2133-2134). juramento. Este é um pecado grave contra Deus, Este mandamento nos convida para: que é sempre fiel às suas promessas (cf. CIC 2152-2155). Prestar o culto devido a Deus individual e comunitariamente. Rezar a Deus com expressões de louvor, de ação de graças, de intercessão e de festa de guarda" (Ex 20,8-10). Deus abençoou e declarou sagrado o dia de súplica. 3º Mandamento: "Santificar os domingos de Manter as promessas e os votos sábado porque recorda o seu repouso no sétimo dia da criação, que fizermos a Deus. a libertação de Israel da Procurar conhecer a verdade no escravidão do Egito e a Aliança que Deus que se refere à Deus e à sua Igreja, para assumir estabe1eceu com o povo (cf. CIC 2168-2172; e guardá-la fielmente. 2189). à Jesus reconheceu a santidade do sábado e, idolatria, à superstição, à irreligião, e ao ateísmo com a sua autoridade divina, deu-lhe a sua (cf. interpretação autêntica: "0 Sábado foi feito para Renunciar ao politeísmo, CIC 2095-2105; 2135-2136; 2104-2109; 2110-2128; 2137-2140). o homem e não o homem para o Sábado" (Mc 2,27) (cf. 2173). Mas, a partir de Cristo, Domingo, por 69 ser dia da Ressurreição do Senhor, tomou-se para e espirituais. Em particular, têm a missão de os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas educá-los na fé cristã (cf. CIC 2252-2253). as festas: O dia do Senhor, no qual Ele, com a sua Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 81-83. homem em Deus (cf. CIC 2174-2176; 2190-2191). 1º Mandamento: “SÓ JAVÉ COMO DEUS E Os cristãos santificam o Domingo e as NENHUM OUTRO” festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor. Para isso, deixam de realizar as atividades que os impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor, como também, o devido descanso da mente e do corpo. Mas, são permitidas as atividades ligadas às necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do Domingo, à vida de família e à saúde (cf. CIC 2177-2185; 2192-2193). 4° mandamento: "Honrar pai e mãe" (Ex 20,12). No Egito, na casa da escravidão, a religião dos deuses era usada para reforçar o sistema e o poder do faraó. O faraó fazia grandes imagens, estátuas e templos para dar ao povo a impressão de grande respeito a Deus. Levava o povo a dobrar os joelhos diante do seu poder como se fosse um poder divino. O Primeiro Mandamento pede três coisas: Não ter outros deuses além de Javé; Não fazer imagens; Não dobrar os joelhos diante destes deuses e imagens! (Ex 20,3-5) Este mandamento nos manda honrar e O primeiro mandamento, manda escolher respeitar os pais e aqueles que Deus, para o nosso entre Javé e outros deuses, isto é, entre a bem, revestiu com a sua autoridade (cf. CIC 2196- liberdade e a opressão, entre a vida e a morte. à Quem quer ser da comunidade do povo de valorização da família, na qual se estabelecem Deus, deve aceitar Javé como Deus único e relações pessoais e responsabilidades primárias. verdadeiro (Dt 6,4-5), pois Javé é um Deus Em Cristo, a família torna-se igreja doméstica, apaixonado pelo povo (Ex 20, 5-6). Quem quer ser porque ela é comunidade de fé, de esperança e de do povo de Deus deve romper o sistema do faraó amor (cf. CIC 2201-2205; 2249). e dos reis que usam a religião como meio para 2200; 2247-2248). Remete-nos, também, Em relação aos pais, os filhos devem respeito (piedade filial), docilidade e obediência, oprimir e explorar o pobre. Jesus pede para romper com o sistema dos reconhecimento, contribuindo, assim, também com as boas relações entre irmãos e falsos deuses: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6,24). irmãs, para o crescimento da harmonia e da Jesus resgatou a imagem verdadeira de santidade de toda a vida familiar. Se os pais se Deus que é o próprio ser humano, o próximo, encontrarem de criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27). doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos Ele mandou amar o próximo e dar a vida pelo irmão devem-lhes ajuda moral e material (cf. CIC 2214- (Mt 22,39; Jo 15,13). em situação de indigência, Há pessoas que para obedecer o primeiro 2220; 2251). Os divina, pais, são os participantes primeiros da paternidade responsáveis pela educação dos filhos e os primeiros anunciadores mandamento tiram da parede da casa as imagens ou fotografias. Pensam que assim cumprem o mandamento. da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos Mas o importante é não apoiar o sistema, como pessoas e filhos de Deus e, dentro do em nome de um falso deus, que explora e oprime o possível, de prover as suas necessidades materiais povo. 70 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 2º Mandamento: "NÃO PRONUNCIAR O NOME DE DEUS EM VÃO" 3º Mandamento: “LEMBRA-TE DE OBSERVAR O SÉTIMO DIA, O DIA DE JAVÉ" O segundo mandamento completa o primeiro e lhe dá maior força. Ele diz: "Não pronunciarás o nome de Javé, teu Deus, em vão, porque Javé não deixará sem castigo aquele que pronunciar o seu nome em vão". O roubo, a injustiça, as mordomias, as mentiras. Diziam que era o "direito dos reis" (1Sm 8,11-18). O nome de Deus é Javé. Deus o revelou no momento em que começou a libertar o povo do Egito. (Ex 3,13-15). Javé quer dizer: Emanuel, Deus-conosco, presença libertadora. É o resumo da garantia dada a Moisés na sua missão de libertar o povo: "Eu estarei com você!" (Ex 3,12). Jesus é Emanuel, o Deus-conosco (Mt 1,23). Ele é a nova maneira de Deus estar presente no meio de nós para realizar a libertação (Lc 4,18-19). "Por causa do seu nome, ele guia o povo por bons caminhos" (Sl 22,3). Quem tem a coragem de levar a sério o nome de Javé, terá a certeza da sua proteção e da sua libertação (Sl 90,14). Depois da ressurreição, Jesus recebeu um novo Nome que está acima de todo Nome (Fl 2,9). O Nome de Jesus é o SENHOR (Fl 2,11; At 2,36). Mas, não basta dizer: "Senhor! Senhor!" É preciso praticar a vontade do Pai (cf. Mt 7,21), viver o seu Projeto. mandamento trata da observância do dia de descanso, ou dia do sábado. Sábado quer dizer "sétimo dia". Nós costumamos falar em "santificar os domingos e os dias santos de guarda". O texto da Bíblia diz: (Ex 20,7). No Egito, a invocação dos deuses encobria o terceiro "Trabalharás durante seis dias, e neles farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado de Javé, teu Deus! Nele não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está nas tuas portas. Porque em seis dias Javé fez o céu, a terra, o mar, e tudo que eles contém, mas repousou no sétimo dia. Por isso, Javé abençoou o dia do sábado e o santificou" (Ex 20. 8-11). Será que o terceiro mandamento é só para não trabalhar e ir à Igreja? Também o terceiro mandamento foi dado para impedir que a escravidão voltasse a oprimir o povo. O povo tinha que trabalhar e produzir, sem descanso (Ex 5. 7-9). O faraó não queria dar licença para o povo celebrar e fazer festa (Ex 5. 4-5). Mais tarde, na escravidão da Babilônia, o povo gritava: "Somos empurrados com a canga no pescoço, estamos esgotados pelos trabalhos forçados, oprimidos em dura escravidão" (Lam 5.5). O povo valia apenas pelo trabalho que fazia, enriquecendo o faraó. Não valia como gente. Por causa deste sistema errado, o povo vivia abatido (Ex 5,14), era chamado de preguiçoso (Ex 5,17). O grito do povo chegou aos ouvidos de Deus e Ele libertou o povo. Para impedir que o mesmo sistema desumano voltasse, esse mandamento foi dado para que a comunidade criasse uma nova mentalidade de não explorar o trabalho do irmão. "Recorda que foste escravo na terra do Egito, e que Javé, teu Deus, te fez sair de lá com mão forte e braço estendido. 71 É por isso que Javé, teu Deus, te ordenou guardar o dia do sábado!" (Dt5,15). Era o que hoje chamamos a "grande família patriarcal". Era um conjunto de várias outras Ao celebrar o sábado, a comunidade deve também se lembrar das maravilhas que Javé realizou. famílias que moravam no mesmo lugar e que eram unidas entre si por laços de parentesco. Várias famílias formavam um clã. Vários clãs Deve ser uma esperança de libertação, força na luta e na alegria de ser conduzida pelo poder de Deus e pelo trabalho dos homens. Mas, formavam uma tribo. A "família" daquele tempo correspondia ao nosso povoado, hoje. este mandamento não é observado, porque o Dentro da sociedade, ela exercia a função trabalhador no dia de descanso, muitas vezes, que hoje está começando a ser exercida pelas precisa trabalhar para dar comida aos seus filhos. comunidades. Assim, "honrar pai e mãe" era não só E respeitar os pais, mas era também respeitar a muitos não celebram, na comunidade, a esperança de libertação e as maravilhas de Deus. 4º Mandamento: "HONRAR PAI E MÃE PARA TER LONGA VIDA NA TERRA" O quarto mandamento inclui uma promessa para aquele que o observar. Ele diz: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem teus dias na terra que Javé, teu Deus, te dá!" (Ex 20,12). Qual é o sentido deste mandamento? O texto da Bíblia é claro: todos são obrigados a honrar pai e mãe. autoridade dos "pais" da comunidade. No Novo Testamento, Jesus reforça o poder das comunidades. Em caso de algum abuso ou crime, ele diz, deve-se procurar resolver o caso no grupo menor possível! Se isto não der certo, deve-se apelar para a "Igreja" isto é, para a "comunidade". E aquilo que a comunidade decidir fica decidido pelo próprio Deus! (Mt 18,15-18). Por tudo isso, o renascimento das comunidades em fase de organização no Brasil e Mas em que sentido este respeito pelos pais na América é uma semente de esperança para o pode contribuir para prolongar a permanência do surgimento de uma sociedade menos opressora e povo na terra que ele vai conquistar? Os egípcios mais fraterna, do jeito que Deus quer. também diziam aos filhos: "Honra teu pai e tua mãe!" Quando hoje dizemos "honra teu pai e tua mãe", pensamos nas famílias em que nascemos. Famílias relativamente pequenas: pai, mãe e filhos. Cada uma delas vive a sua vida, independente da outra. Na Bíblia, porém, a família era mais ampla. 72 Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 100 a 104 do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 19º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (5º, 7º e 10º) 1. Objetivos: Reconhecer a dignidade da vida humana. Assumir a defesa da vida no dia a dia. Reconhecer que somos muito importantes no plano de amor de Deus, que nos criou para sermos felizes e vivermos como pessoa e não como objeto. 2. Conteúdo do Encontro: Respeitar e valorizar a santidade da vida, por isso proíbe o atentado contra a vida. Identificar os sinais de morte em nossa sociedade. Não se mata só com armas, mas através dos sentimentos, das palavras: ódio, raiva, vingança, mentira, desprezo, exclusão social. Atitude de respeito em relação à propriedade alheia. Ambição, cobiça desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na tristeza que se experimenta perante os bens alheios e o desejo exagerado de se apoderar deles. 3. Desenvolvimento doTema: Recordar os Mandamentos estudados até agora. Preparar algumas perguntas sobre os Mandamentos e colocar em uma caixinha. Rodar a caixa entre os catequizandos batendo palmas. Ao parar de bater palmas, quem está com a caixa tira uma pergunta e responde. Colocar também algumas perguntas sobre os Mandamentos que dizem respeito à dignidade da vida. A vida é sagrada e desde o seu início e ninguém pode destruir um ser humano, pois é um ato gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador. Respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade. Significado da palavra cobiça. Retomar a importância de ter como propósito procurar viver no dia a dia os Mandamentos de Deus. Pedir que memorizem os Mandamentos. 4. Leitura utilizada: Gn 1, 26; Am 8, 4-8; Mt 6, 19- 23, Sl 119[118], 1-3.6.8-14 5. Ambientação: toalha, bíblia, vela acesa, cartaz com imagem de Jesus. 6. Material utilizado: cartazes e frases ou notícias de assassinatos, roubos etc; cartaz com imagem de Jesus; tiras de papel com os versículos do salmo 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de oração: Coloque em evidência a imagem de Jesus e num recipiente sobre a mesa, os versículos do salmo, ao lado da Bíblia e da vela acesa. Organize a turma círculo em volta da Bíblia e da imagem de Jesus e diga que Ela vai rezar o salmo “conosco”. Peça que cada catequizando retire um versículo e proceda a leitura. Após a leitura conduzir um breve momento de agradecimento a Deus pelo conteúdo aprendido neste encontro. 73 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 5º Mandamento: "Não matar" (Ex 23,7). vegetais e animais que há no universo, com A vida é sagrada e desde o seu início supõe a ação criadora de Deus, por isso permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. A ninguém e lícito destruir um ser humano, pois é um ato gravemente contrário à especial atenção para com as espécies ameaçadas de extinção (cf. CIC 2407; 2450-2451). Para maior 10º CIC alheias" (Ex 20,17). 2318-2320). Assim, explicitamente, este mandamento proíbe: O homicídio direto, voluntário e a cooperação nele. O aborto direto, querido como fim ou como meio, e também a cooperação nele. A eutanásia direta, que consiste em por fim a vida de pessoas com deficiências, doentes ou moribundas, mediante um ato ou omissão de uma ação devida. O suicídio e a cooperação voluntária nele (cf. CIC 2268-2283; 2321-2326). Deve-se combater igualmente as ações que provocam a morte das pessoas aos poucos, como as ações de exclusão social, de desrespeito, que propagam a imoralidade e expõem a vida das pessoas ao risco de morte. Deve-se cuidar também da "morte do espírito", pelo pecado em todos os sentidos. sobre a bens ler: CIC 2401-2402. dignidade da pessoa e à santidade do Criador (cf. 2258-2262; fundamentação distribuição universal e a propriedade privada dos Mandamento: Este "Não cobiçar mandamento as completa coisas o 9º mandamento e exige uma atitude interior de respeito em relação à propriedade alheia. Proíbe a ambição, a cobiça desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na tristeza que se experimenta perante os bens alheios e o desejo exagerado de se apoderar deles (cf. CIC 25342540; 2551-2554). O maior desejo do homem deve consistir em ver a Deus. Ele não deve desviar-se em bens materiais, efêmeros (cf. CIC 2548-2550; 2557). Jesus solicita de seus discípulos o desprendimento das riquezas - segundo o espírito da pobreza providência evangélica de Deus, que e o abandono à nos liberta da preocupação pelo amanhã, preparam-nos para a bem-aventurança dos "pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus" (Mt 5,3) (cf. CIC 2544- 7° Mandamento: "Não roubar" (Ex 20,15). 2547; 2556) . O sétimo mandamento proíbe o furto que é apoderar-se do bem alheio contra a vontade do Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, seu proprietário. É o que também acontece no Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 83, 87-89. pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com 5º Mandamento: “NÃO MATARÁS” prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou faturas ... (cf. CIC 2408-2413; 24532455). O sétimo mandamento prescreve o respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade. Em particular, exige o respeito das promessas e dos contratos estipulados; a reparação da injustiça cometida e a restituição do mal feito; o respeito pela integridade da criação mediante o uso prudente e moderado dos recursos minerais, 74 O quinto mandamento, é muito importante: defende o direito à vida. Todas as pessoas têm direito à vida. E todo aquele que desrespeitar o direito do outro à vida, e o matar de propósito, este já não merece viver: "Quem ferir o outro e causar a sua morte, será morto." (Ex 21,12). Diz outro texto: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II derramado. Pois à imagem de Deus o homem foi assassinato: raiva, xingamento, maldição (Mt 5, criado." (Gen 9,6). 22), chegando à plenitude do amor a Deus e ao A vida é o maior dom de Deus. Ela deve ser próximo (Mt 22,34-40). respeitada como se respeita a imagem do próprio Deus. Jesus ajudou o povo a ver os erros do passado e a ter respeito pela vida. Pede que se Por isso, a vida deve ser respeitada e combata a vingança pelo perdão (Mt 18,22). Deu protegida desde a concepção. Um atentado contra exemplo, perdoando aqueles que o mataram (Lc a vida é como um atentado contra Deus! Este 23,34). Criticou a mentalidade que dizia: respeito pela vida aparece, concretamente, na "Amarás o teu próximo e odiarás o teu organização da comunidade que se formou no inimigo" (Mt 5,43). Manda amar também os deserto, após a saída do Egito. Por isso diz o inimigos e rezar pelos que nos perseguem (Mt mandamento: "Não matarás" (Ex 20,13). O povo 5,44). começou a realizar esta difícil tarefa, criando leis Pela sua vida e palavra, Jesus mostrou o para educar os seus filhos no respeito à vida. O objetivo desse mandamento: "Eu vim para que objetivo das leis não era a defesa dos interesses todos tenham vida, e vida em abundância" (Jo dos grandes, como fazia o faraó, mas era a defesa 10,10). do direito à vida dos fracos (Ex 22, 20-26). Foi um longo processo de erros e falhas. Jesus observou esse mandamento, respeitando a vida. Escutava o clamor do povo O povo libertado não tinha as idéias bem abandonado, doente, pobre, faminto, pecador, claras. Eles misturavam o respeito a vida com o marginalizado e condenado. Ele se opôs ao sistema ódio aos inimigos e com o desejo de vingança. de morte, montado pelos fariseus e sacerdotes Identificavam a vontade de Javé com a lei que daquele tempo, mas perdoou e acolheu o assassino dizia "olho por olho, dente por dente". Usavam os que, com ele, estava pregado na cruz! métodos do faraó para impor aos outros a sua fé no Deus que escuta o clamor dos oprimidos. Por Ele foi condenado pelo sistema de morte e isso, cometeram injustiças, praticaram muitos morreu como um pobre, gritando e clamando ao crimes. Vagarosamente foram entendendo o que Deus da vida (Me 15,37). significava a vida. Algumas vezes, o ensinamento A sua fé está no Deus dos vivos e não no da escola do faraó chegou a voltar, dando-lhes deus dos mortos (Mt 22,32); de um Deus que sentimentos pagãos. O sistema de morte voltou a escuta o clamor dos pobres. dominar a vida do povo, principalmente depois que o povo pediu um rei (1Sm 12, 6-25). Jesus venceu a morte, venceu o mundo (1Jo 5,4) e Deus o ressuscitou! No fim, depois de quase dois mil anos de Jesus mostrou que o caminho para chegar à caminhada, depois de muitas denúncias por parte observância perfeita do quinto mandamento é dos profetas, depois de uma longa e dolorosa imitar o próprio Deus (Mt 5,44-45,48), que é Deus educação, Jesus veio revelar ao povo o verdadeiro da vida! sentido do quinto mandamento. Ele disse: "0uvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás! Aquele que matar terá que responder em juízo. Eu, porém, vos digo: aquele que se encolerizar 7º Mandamento: "NÃO ROUBAR" Aqui vale a pena repetir o título dos Dez Mandamentos: contra o seu irmão, terá que responder em juízo." "Eu sou Javé, teu Deus, que te fez sair do (Mt 5, 21-22). Conforme Jesus, só observa Egito, da casa da escravidão. Por isso: não plenamente esse mandamento quem arrancar de furtarás". Mas também no Egito era proibido dentro de si tudo aquilo que pode levar ao roubar. Os ladrões eram presos como em qualquer 75 outra sociedade. Desta maneira, o faraó até confirmava a legitimidade do seu sistema. O povo queria uma sociedade onde a segurança fosse total, e onde cada um fosse Pois, prendendo e castigando os ladrões, ele respeitado nos meios de vida que possuía. Uma dava segurança aos seus súditos. Em que ponto, sociedade assim dava tranquilidade e favorecia a então, o sétimo mandamento significava uma convivência e a confiança mútua. libertação da "casa da escravidão"? A observância deste mandamento ajudava o O sistema do faraó e dos reis de Canaã era baseado no roubo. O faraó e os reis podiam tomar as terras, os animais, os produtos, os empregados, os filhos e as filhas do povo. povo a evitar o acúmulo de bens e a explorar o irmão. Ele fazia entender que a Providência Divina passa pela organização fraterna e justa do povo. Era um "direito do rei", reconhecido por lei (1Sam 8,11-18). E por isso, tais atitudes do faraó e dos reis não eram consideradas como roubo. 10º Mandamento: “NÃO COBIÇAR O QUE PERTENCE A TEU PRÓXIMO” Como exemplo, o Rei Salomão chegou a ter O último mandamento ataca e combate a uma renda anual de 666 talentos de ouro (1Reis ganância e a cobiça. A ganância do faraó era 10,14). São mais de 22 toneladas de ouro! Chegou grande. Ele era imitado pelos reis de Canaã. Basta a empregar, em trabalhos forçados na construção lembrar a ganância do rei Salomão. Quando o do templo, mais de 180.000 operários (1Reis 5, 13- profeta Samuel, velho já, encerrou a sua carreira 16; ou 1 Reis 5, 27-30). Era dono de uma frota de de chefe e Juiz, ele prestou contas de sua gestão navios (1Reis 9, 26-28; 10, 22). No seu palácio, os e mostrou que nunca tinha sido ganancioso (1Sm pratos, os copos e os talheres eram de ouro puro 12,3-5). (1Reis 10,21). Ele tinha 1400 carros e 12.000 Samuel era obrigado a prestar contas, a cavaleiros (1Reis 10, 26). Diariamente, recebia submeter-se à crítica do povo. Depois de Samuel 13.500 litros de flor de farinha e 27.000 litros de vieram os reis (1Samuel 12,1-2). farinha comum, 10 bois cevados e 20 bois de Os reis nunca prestaram contas ao povo. pelos Imitando o faraó e os outros reis, eles começaram prefeitos, nomeados por ele, no país inteiro (1Reis a acumular, levados pela ganância. Davi foi 4,22-23 27-28; ou 1 Reis 5, 2-3.7-8). ganancioso (2Sm 12,1-15) e Salomão o imitou e o pasto, além de outras coisas, dadas No entanto, nunca ninguém o chamou de ladrão, pois era um direito que a lei lhe dava. Da mesma maneira o faraó roubava as terras, não pagava salário, roubava a força física superou! Por isso, não adiantava proibir o roubo, se não se combatia também a ganância que produz o roubo. do povo. Este roubo tão grande arrancava o Assim, o último mandamento ataca a raiz da clamor da boca do povo e fazia o povo chorar de opressão, combate a sua causa mais profunda: angústia (Ex 3, 7). Este roubo não era castigado, "Não cobiçarás nada do que pertence a teu nem era chamado de roubo. Mas Deus o observou, próximo". Esta lei é para impedir que o sistema da o examinou, percebeu as conseqüências e, na sua escravidão volte a reinar e a dominar o povo. Ela lei, ele decretou: "Não furtarás." (Ex 20,15). Por defende o direito que os pequenos têm de possuir esse decreto Deus não se dirige a uma pessoa o necessário para viver. isoladamente, mas ao próprio povo. Ele deseja uma nova organização que não seja baseada no roubo legitimado por lei. Também havia leis para impedir os roubos pequenos (Ex 22,1-15). Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante algum tempo. Em vez de cobiçar e acumular, vendiam seus bens e dividiam o produto entre os necessitados (At 4,32-35). Mas, quando São Tiago escreve sua carta, anos mais tarde, a situação já não era assim. 76 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II Ele condena violentamente os ricos que se Por isso, o último mandamento conclama o enriqueciam à custa dos pobres sem defesa. São povo oprimido, que acabava de sair da escravidão, Tiago diz aos ricos: "Vocês condenaram o justo e a se organizar de maneira diferente. o mataram, porque ele não oferecia resistência" (Tg 5,6). Só assim teria poder para impedir que a ganância tornasse a se infiltrar na cabeça do povo. A fraqueza, sem defesa do pobre, suscita e aumenta a ganância e a prepotência impune dos Fonte: ricos. Catequista, Ed. Paulus, 2003 - p. 104-111 Fé, Vida e Comunidade, Livro do 77 20º ENCONTRO: MA NDAMENTOS: DIG NIDADE À VIDA (6º, 8º e 9º) 1. Objetivos: Descobrir a importância dos Mandamentos da Lei de Deus como proposta de vida para amar o próximo seguindo a sua vontade. Saber rezar os Dez Mandamentos para poder vivê-los, pois são Palavras de Vida. Valorizar a verdade e o cultivo de verdadeiras amizades a exemplo de Jesus. Compreender a sexualidade como uma dimensão para o ser humano viver o amor. 2. Conteúdo do Encontro: Deus criou o ser humano como homem e mulher, com igual dignidade pessoal e inscreveu nele a vocação ao amor e à comunhão. Comentar quais atitudes estão contra o sexto e nono mandamento. Conversar sobre a família. Falar sobre o sexo, sobre o relacionamento “homem e mulher”. Deus não fez o homem e a mulher para ficar sozinho. Ele fez o homem para que um ajudasse o outro, por isso é natural que o homem e a mulher gostem de ficar juntos. Eles precisam um do outro e desejam formar uma família. Nós nos comunicamos com o outro com todos os nossos sentidos (falando, ouvindo); comunicamo-nos também através do sexo. O diálogo com o corpo só é sincero se há respeito entre o homem e a mulher. Nunca considerar o corpo do outro como um objeto. Lembrar sempre que cada pessoa é Templo onde mora Deus, á casa de Deus. A falsidade e hipocrisia são as atitudes que Jesus mais condena, porque vem do orgulho e matam a amizade entre as pessoas. 3. Desenvolvimento do Tema: Apresentar vários cartazes de casais e deixar que falem sobre eles. Perguntar o que entendem por sexualidade. Em nossa sociedade muitas vezes a sexualidade está banalizada, a falta de valores, a dificuldade de viver valores que são contrários ao que a maioria das pessoas pensa. Nosso mundo entende sexo como valor em si mesmo. Está desvinculado do compromisso com o outro. Muitos pensam no outro como um objeto. A sexualidade deve nos ajudar a ser mais gente, a ser mais feliz. A força da graça de Deus na sexualidade. Deus quer que as pessoas cuidem bem da própria vida e da vida dos outros. O 8º Mandamento nos ensina a ser leais e sinceros. Jesus não gosta daqueles que por fora são de um jeito e por dentro de outro. A falsidade prejudica a nós mesmos. Um pecado grave é a calúnia. Caluniar uma pessoa é falar coisas dela sem saber se é verdade. Jesus pede que não julguemos ninguém. 4. Leitura utilizada: Ef 5, 31-33; Ef 5, 25-28; Mt 5, 33-37 5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem. 6. Material utilizado: Figuras de casais, felizes e infelizes. 7. Atividades: orientar as atividades 78 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II 8. Momento de Oração: Escrever a oração pedida na apostila. Depois cada um deverá rezá-la em silêncio, fazendo com Jesus o compromisso de ser sempre sincero e puro de coração. Encerrar com a oração do Pai Nosso. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 6° Mandamento: "Não cometer o adultério" (Ex 20,14). O oitavo mandamento requer o respeito à verdade, acompanhado pela discrição da caridade: na comunicação e na informação, que devem Este mandamento revela que Deus criou o assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da ser humano como homem e mulher, com igual vida particular e o perigo de escândalo; na reserva dignidade pessoal, e inscreveu nele a vocação ao dos segredos profissionais, que se devem sempre amor e à comunhão. Compete a cada um aceitar a manter, salvo em casos excepcionais, por motivos sua sua graves e proporcionados. Exige-se também o importância para a pessoa toda, como também, o respeito pelas confidências feitas sob o sigilo do valor da especificidade e da complementaridade segredo (cf. CIC 2488-2492; 2510-2511 ). (cf. CIC 2331-2336; 2392-2393). Uma culpa contra a verdade exige a reparação, identidade sexual, reconhecendo a Embora no texto bíblico se leia "não cometerás adultério" (Ex 20, 14), a Tradição da Igreja segue ensinamentos interpretando morais do Antigo todos e os Novo Testamento, e considera que o sexto mandamento engloba todos os pecados contra a castidade. quando se ocasionou dano a outrem. Ler sobre isto em CIC 2475-2487; 2507-2509. 9º Mandamento: “Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos (Não desejar a mulher do próximo)" (Ex 20,17). Por castidade entende-se a integração O nono mandamento nos faz compreender positiva da sexualidade na pessoa. A sexualidade que a pureza exige o pudor, que, preservando a torna-se verdadeiramente humana quando é bem intimidade da pessoa, exprime a delicadeza da integrada na relação pessoa a pessoa. A castidade castidade e orienta os olhares e os gestos em é uma virtude moral, um dom de Deus, uma graça, conformidade com a dignidade das pessoas e da um fruto do Espírito (cf. CIC 2337-2338). sua comunhão. Ela liberta do erotismo difuso e 8º Mandamento: "Não levantar falso testemunho" (Ex 20,16). afasta de tudo aquilo que favorece a curiosidade mórbida. Requer uma purificação do ambiente social, mediante uma luta constante contra a O oitavo mandamento proíbe: permissividade dos costumes, que assenta numa O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede pela natureza da concepção errônea da liberdade humana (cf. CIC 2521- 2527; 2533). verdade que ela deforma, das circunstâncias, O nono mandamento proíbe cultivar das intenções do mentiroso e dos danos pensamentos causados às vítimas. proibidas pelo sexto mandamento (cf. CIC 2517- O juízo temerário, a maledicência, a e desejos relativos às ações 2519; 2531-2532). difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a Complemente seu mandamento lendo boa reputação e a honra a que a pessoa tem este direito. 252882530. conhecimento CIC sabre 2514-2516; A lisonja ou adulação, se a sua finalidade for a realização de pecados graves ou a obtençãoo de vantagens ilícitas. Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. II, Ed. Vozes, 2008 – p. 87-89. 79 6º Mandamento: "NÃO COMETERÁS Ele quis restabelecer a igualdade. ADULTÉRIO" O sexto mandamento foi reduzido à pratica No sexto mandamento, a lei de Deus mostra a sua profundidade e a sua importância. A mudança que ela quer realizar na deve ser um sociedade é radical e total. O relacionamento relacionamento de amor e de fraternidade. Não basta que se criem relacionamentos de igualdade no campo político, econômico e social. O relacionamento de igualdade deve penetrar no núcleo mais íntimo da vida humana que é o relacionamento homem-mulher, no casamento. da castidade, num esforço de respeitar o próprio corpo. A Bíblia quer mais do que isto. Ela quer que seja respeitada a imagem de Deus no ser humano, no respeito mútuo, sem nenhum domínio. Mas, motivado pelo crescimento igual e harmonioso do homem e da mulher, acabando com uma das raízes mais profundas do sistema de opressão que é a dominação da mulher pelo homem. É um desafio! É o passo concreto que a lei de Deus dá no sexto mandamento: "Não cometerás adultério". Este mandamento não faz distinção entre 8º permitido trair o seu companheiro. Na realidade, a mulher levou desvantagem frente ao homem na aplicação concreta deste mulher. No NT, Jesus retoma o ideal que Deus tinha em mente quando deu o sexto mandamento: "Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério". Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já cometeu adultério com ela em seu coração" (Mt 5,27-28). Naquele tempo, o divórcio era facilitado. Por qualquer motivo o homem podia mandar embora a sua esposa. Jesus diz: "Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher?" (Mt 19,4). E ele proibiu que a esposa fosse repudiada. Quem repudiava sua esposa e casava com outra mulher, cometia adultério e era motivo para que a sua esposa também cometesse adultério (Mt 5,31-32; 19,4-9). Esta palavra de Jesus impressionou os apóstolos, que disseram: “Se é assim a condição do homem em relação à mulher, então não vale a pena casar-se!" (Mt 19,10). Isto é um sinal de que Jesus limitou a liberdade do homem frente a mulher. 80 DIRÁS FALSO Deus declara ao grupo de Moisés: "Eu sou Javé, Deus, que te fez sair do Egito, da casa da escravidão. Por isso: “não dirás falso testemunho contra teu irmão!” (Ex 20,2.16). Este mandamento quer dizer o seguinte: mandamento. Dava-se mais liberdade ao homem do que à "NÃO TESTEMUNHO" homem e mulher. Tanto ao homem como à mulher, não é Mandamento: 1.Não imitar o exemplo dado pelo sistema corrupto e ter a coragem de defender o irmão, sobretudo o pobre, nos tribunais da justiça. 2. Lutar organização na para qual criar seja uma possível nova todos conseguirem os seus direitos na justiça. E que já não seja possível alguém levantar contra o seu irmão. No código da aliança, a Bíblia dá uma série de normas como fazer isto concretamente (Ex 23,1-9). Além disso, o que se quer promover com a observância deste mandamento é que o amor à verdade se torne novamente a base do relacionamento entre as pessoas. Sem o amor à verdade, a possibilidade de diálogo é destruída na sua raiz e a convivência social se torna impossível. Jesus veio revelar esta intenção do Pai. Ele disse: “Que o vosso sim, seja sim, e o vosso não, seja não!” (Mt 5, 37). A organização igualitária do povo em comunidades fraternas não é só questão de economia e de política.É também uma questão de conversão sincera de cada um à verdade. “A Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II verdade vos libertará!” (Jo 8, 32). Aqueles que A Bíblia diz: "Não cobiçarás a casa do teu caminham e lutam com Javé por uma nova próximo, não desejaras a sua mulher, nem o seu sociedade devem praticar o amor à verdade. servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu Assim renovam a sociedade a partir de sua base e criam condições para uma nova justiça; A sociedade garante a justiça social. Quando realiza as condições que permitem às associações e ao indivíduo obter o que lhes é devido, segundo a sua natureza e vocação. jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo". (Ex 20, 17) O nono mandamento está dividido em dois. Por isso temos dez mandamentos. O nono proíbe desejar a mulher do próximo. O décimo proíbe desejar a propriedade alheia. A justiça está ligada ao bem comum e ao exercício da autoridade (CIC 1928) Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do 9º Mandamento: “NÃO DESEJAR A MULHER Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 106, 109- DO PRÓXIMO” 111 Para nós, hoje, o nono mandamento diz: "Não desejar a mulher do próximo". 81 1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATER NI DADE 1. Objetivos: Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período. Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012. Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF-2012). 2. Conteúdo do Encontro: Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo o dia da Páscoa. Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os catequizandos, que deverão dobrar ao meio. Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os quarenta dias da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma. Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Combinar em cada encontro as ações da semana. Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história – A pomba e a formiga. Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar. Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou imaginando o belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no calcanhar. O caçador abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado de ser salva pela pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este olhou de novo para o rio, seu almoço tinha desaparecido. Comentar a história: Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga? Quando é que sou pomba? Quando sou caçador? Quem foi solidário e fraterno? A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação 82 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o espírito. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-12, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila). QUARESMA SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM 22/02 23/02 24/02 25/02 26/02 27/02 28/02 29/02 01/03 02/03 03/03 04/03 05/03 06/03 07/03 08/03 09/03 10/03 11/03 12/03 13/03 14/03 15/03 16/03 17/03 18/03 19/03 20/03 21/03 22/03 23/03 24/03 25/03 26/03 27/03 28/03 29/03 30/03 31/03 01/04 02/04 03/04 04/04 05/04 06/04 07/04 08/04 19/03 Boas atitudes da semana 83 2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE 1. . Objetivos: Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF-2012). 2. Conteúdo do Encontro: Explicar o que é Quaresma e como se vive este tempo. Explicar o que é a Campanha da Fraternidade, o tema e lema da CF-2012 e como vivenciar a Campanha na família e na vida. 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Utilizar uma das dinâmicas propostas no Apêndice no final da Apostila de acordo com a idade de seus catequizandos. Para explicar sobre a fraternidade, a dignidade da pessoa humana e a cidadania, contar a história – A águia e a galinha. Era uma vez um camponês que pegou um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista e, enquanto passeavam ele viu á águia e disse: Esse pássaro aí não é galinha, mas uma águia. De fato – disse o camponês. É águia, mas eu criei como galinha. Não – retrucou o naturalista. Ela é, e sempre será uma águia. Pois tem coração de águia. Esse coração a fará um dia voar às alturas. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente. Por mais uma vez ele experimento e a águia voltou para junto das galinhas. No dia seguinte, o naturalista pegou a águia e a levou para o alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto, na direção do sol e ordenou-lhe: Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se, 84 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... (Leonardo Boff) Comentar a história: Como será que Deus nos criou? Somos águias ou galinhas? Ou será que somos as duas juntas? É possível viver a condição “galinha”, satisfatoriamente nos dias de hoje? Como a condição “águia” pode ajudar para termos mais qualidade de vida? Pense: Características que predominam em cada condição: 1. Galinha: alimentação, moradia, ir à escola, praticar esportes, hábitos de higiene, trabalho, cuidado com o meio ambiente (mostrar figuras para ilustrar) 2. Águia: capacidade de amar, a busca por Deus, amor ao próximo, superar dificuldades, coragem para arriscar, persistência, sinceridade, realizar a vocação, buscar a felicidade. 3. Reflexão: Observando a águia e a galinha, o que concluímos? Agimos, somos apenas como uma delas? Ou as duas condições são essenciais para a realização humana? 4. Concluir: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Busca as alturas, o sol; foi feita para grandes ideais e os grandes sentimentos. Muitas vezes, porém, fica presa a coisas como uma galinha ciscando no galinheiro. Não nascemos só para cuidar de comida, roupa... As duas condições são essenciais para a realização humana. Criados à imagem e semelhança de Deus, temos que buscar sempre a perfeição, a nossa conversão, mas sempre sabedores de nossa pequenez. A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e a Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. Ler Lc 10, 29-37 – A parábola do Bom Samaritano Comentar que o cartaz atualiza este encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita de cuidado. A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A cruz recorda a salvação que Jesus Cristo nos conquistou. A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos, para possibilitar atendimento digno, para que a saúde se difunda sobre a Terra. Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade. A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos. Este ano a Campanha deseja sensibilizar a todos a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. 85 O samaritano faz o papel de Jesus, movido pela compaixão diante de um acontecimento da vida, do dia a dia. O desafio para fazer o bem surge quando menos se espera. Jesus pede que olhemos para a realidade, para a vida. Com sua graça, vamos converter nossa vida procurando “Ter em nós os mesmos sentimentos que animavam Jesus”. (Fl 2,5). É hora de assumir compromisso, ver o que o texto nos leva a viver. O Evangelho de Lucas nos mostra que nem todos que conhecem a Bíblia são os que a praticam, são os melhores exemplos. Que compromisso vou assumir, qual gesto concreto essa parábola despertou em mim? Como vou ser “o próximo” de pessoas que precisam de ajuda? 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, cartaz da Campanha da Fraternidade, figura de uma águia e de uma galinha. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-2012, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades da apostila 8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila). APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Introdução A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o espírito. A Igreja propõe como tema da Campanha deste ano: A Fraternidade e a Saúde Pública, como lema: Que a Saúde se difunda sobre a terra (Eclo. 38,8). Deseja assim sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. A Igreja, nessa Quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da saúde pública e levar os discípulos missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento, na morte. Levá-los, ao mesmo tempo, a exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. O Sistema Único de Saúde – SUS , inspirado em belos princípios como o da universalidade, cuja proposta é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser modelo para o mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a 86 contento, sobretudo os mais necessitados desses serviços. Entendendo ser um anseio da população, especialmente da mais carente, um atendimento de saúde digno e de qualidade, a Campanha da Fraternidade 2012 aborda o tema da saúde, conforme os objetivos a seguir propostos. Objetivo Geral: Refletir a realidade da saúde no Brasil, em vista de uma vida saudável, mobilizando o espírito fraterno e comunitário das pessoas, na atenção aos enfermos e na busca por melhoria no sistema público de saúde. Objetivos Específicos: 1. Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável, em detrimento dos que comprometem a boa saúde; 2. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e integração na comunidade. Organizar este serviço nas comunidades que ainda não despertaram para esta exigência evangélica; 3. Alertar para a importância da organização da Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe. 4. Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, bem como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade; Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 5. Despertar, nas comunidades, a discussão sobre a realidade da saúde pública, levá-las ao acompanhamento da prática da cidadania no trato da causa pública e à exigência de qualificação dos gestores da área da saúde; 6. Estimular e fortalecer a mobilização popular em defesa do SUS e de seu justo financiamento, orientando a comunidade sobre seus direitos e deveres em relação ao sistema de saúde como a participação nos espaços de controle, fiscalização e deliberação das políticas públicas de saúde. Saúde e realidade Doença - dois lados da mesma A vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo a aparato tecnológico hoje disponível. Assim, as enfermidades, o sofrimento e a morte apresentam-se como realidades duras de serem enfrentadas e contrariam os anseios de vida e bem-estar do ser humano. Nas línguas antigas é comum a utilização de um mesmo termo para expressar os significados de saúde e de salvação. Na língua grega, soter e aquele que cura e ao mesmo tempo é salvador. Em latim, ocorre a mesmo com salus. Verifica-se o mesmo em outras línguas. Certamente, a convergência destes significados para um único termo é reflexo da dura experiência existencial diante destes fenômenos e a percepção de que o doente necessita ser curado ou salvo da moléstia pela ação de outrem. Saúde e salvação para a Igreja A experiência da doença mostra que o ser humano é uma profunda unidade pneumossomática. Não é possível separar corpo e alma. Ao paralisar o corpo, a doença impede o espírito de voar. Mas se, de um lado, a experiência é de profunda unidade, de outro, é de profunda ruptura. Com a doença passamos a perceber o corpo como um 'outro', independente, rebelde e opressor. Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe. Alem de não respeitar nossa liberdade, ela também tolhe nosso direito de ir e vir. A doença é, por isso, um forte convite à reconciliação e à harmonização com nosso próprio ser. A doença é também um apelo à fraternidade e à igualdade, pois não discrimina ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças, jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante de todos nossa profunda igualdade. Diante de tal realidade, a atitude mais lógica é a da fraternidade e da solidariedade. A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade. Nesse sentido, o Guia para a Pastoral da Saúde, entendendo que a saúde é uma condição essencial para o desenvolvimento pessoal e comunitário, apresenta algumas exigências para sua melhoria: a) articular o tema saúde com a alimentação; a educação; o trabalho; a remuneração; a promoção da mulher, da criança, da ecologia, do meio ambiente etc.; b) a preocupação com as ações de promoção da saúde e defesa da vida, que respondem a necessidades imediatas das pessoas, das coletividades e das relações interpessoais. No entanto, que estas ações contribuam para a construção de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento nacional, local e paroquial, calcada em valores como: a igualdade, a solidariedade, a justiça, a democracia, a qualidade de vida e a participação cidadã. Contribuições recentes da Igreja para a Saúde no Brasil Em mais uma manifestação da preocupação da Igreja com a realidade social da população, em 1981, a Campanha da Fraternidade: “Saúde e Fraternidade” apresentou o lema: “Saúde para todos”. A Campanha contribuiu para a reflexão nacional do conceito ampliado de saúde. Na época o Papa João Paulo II escreveu, em sua mensagem para a Campanha, que a “boa saúde não é apenas ausência de doenças: é vida plenamente vivida em todas as suas dimensões pessoais e sociais. Como o contrário , a falta de saúde, não é só a presença da dor ou o mal físico. Há tantos nossos irmãos enfermos por causa inevitáveis ou evitáveis, a sofrer, paralisados, à beira do caminho, à espera da misericórdia do próximo, sem a qual jamais poderão superar o estados de semimortos”. A discussão sobre a saúde foi retomada na CF de 1984, como tema Fraternidade e Vida e o lema “Para que todos tenham vida”, partindo da citação bíblica: “pois eu estava com fome e me 87 deste de comer,... doente, e cuidaste de mim” (Mt 25, 35-36). Esta Campanha buscou ser um sinal de esperança para as comunidades cristãs e para todo o povo brasileiro, a fim de que, em um panorama de sombras e de atentados à vida, sentissem a luz de Cristo, que vence o egoísmo, o pecado e a morte, reforçando os princípios norteadores da valorização da vida, do início até o seu fim. Tais iniciativas constituem marcos importantes da ação da Igreja, tanto no campo da saúde como no da saúde pública, em nosso país. Por ser amplo o leque destas atividades, com satisfação identificam-se ações pastorais, próprias do múnus eclesial, que resultam em contribuição da Igreja para o cumprimento das “Metas do Milênio” com as quais o governo brasileiro comprometeu-se perante a comunidade internacional, mobilizando diretamente seus vários setores: “Metas do Milênio” propostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) com objetivos a serem alcançados até 2015: Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome; Educação básica de qualidade para todos; Igualdade entre os sexos e mais autonomia para as mulheres; Redução da mortalidade infantil; Melhoria da saúde materna; Combate a epidemias e doenças; Garantia da sustentabilidade ambiental; Estabelecer parcerias desenvolvimento. mundiais para o Doença e saúde no Antigo Testamento eliminando a causa da doença, ou seja, o pecado, pode-se obter novamente de Deus a saúde. Houve, um tempo, que entre os judeus piedosos, o fato de recorrer a médicos era visto como falta de fé no Deus vivo e verdadeiro, pois a doença era compreendida como forma de punição por parte de Deus. O livro do Eclesiástico considera a doença como o pior de todos os males (cf 30, 17), um mal que faz perder o sono (cf 31, 2). O povo judeu entendia que a falta de saúde estava intimamente ligada com a culpa, o pecado. A cura para as doenças deveria ser obtida, em primeiro lugar, pela oração (cf 2Sm 12, 15-23). Saúde e doença no Novo Testamento O capítulo nono do Evangelho de São João relata o encontro de Jesus com um cego de nascença (cf Jo 9, 1-41). De acordo com o relato, são os discípulos que, em primeiro lugar, percebem a presença do cego e propõem uma questão a Jesus. A dúvida dos discípulos é de ordem teológica: “Quem pecou para ele nascer cego?” Teria o homem pecado ou teriam sido seus pais (cf Jo 9, 2) . A resposta de Jesus é clara: “nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para se manifestarem nele as obras de Deus” (cf Jo 9, 3). Cristo interrompe a tradição de vincular doença e pecado e oferece aos discípulos, aos fariseus, aos judeus e familiares do cego e ao próprio cego uma catequese sobre sua missão. Jesus apresenta-se como “luz do mundo” e luz que se manifesta pelas obras que realiza. Essa experiência permite que o próprio cego se transforme em discípulo. A bíblia hebraica, já nas primeiras páginas, apresenta a origem do mal e do sofrimento, mas descartando qualquer possibilidade de participação divina. No decorrer da caminhada do povo hebreu, outros conceitos e outras justificativas foram sendo desenvolvidas a respeito da doença e do sofrimento, que passaram a ser vistos como conseqüência do pecado e da desobediência. Assim a preservação da saúde mais do que a cura da doença, era obtida pela observância da Lei de Deus. O anúncio da missão de Jesus na sinagoga de Nazaré inclui “a recuperação da vista aos cegos” (cf Lc 4, 18). No entanto em toda ação de Jesus, percebemos inúmeros gestos de quem está preocupado em recuperar a saúde. Não apenas no aspecto biológico, mas promover o ser humano para ter uma vida digna, saudável e reintegrada à sociedade, porque a doença significava a exclusão social. Diz o evangelho: “Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (Mt 4, 23). Porém, quem não a observa terá a maldição, a infelicidade, as doenças e a opressão (cf Dt 28, 15ss). A doença é vista como castigo de Deus ao pecado do ser humano, por isso, somente Com sua ação evangelizadora, Jesus não apenas cura os doentes, mas resgata o ser humano para o meio da sociedade, dando-lhe dignidade e apresenta uma nova forma de relacionar-se com 88 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II as pessoas necessitadas. O Novo Testamento é repleto de relatos de Jesus curando os doentes, os quais testemunham que a ação salvífica de Jesus também acontecia em suas intervenções no cuidado e atenção com os que sofrem. A parábola do Bom Samaritano nos lembra a condição da fragilidade humana a que todos estamos condicionados desde a criação. Mas indica que os seguidores de Jesus devem descobrir a importância do cuidado. A fragilidade somente se cura mediante a proximidade daquele que se dispõe a cuidar do debilitado. Cuida-se da própria vulnerabilidade quando se consente a proximidade do outro. O samaritano é aquele que em face da necessidade do outro a assimila e se deixa transformar por ela. Não só porque cuida do ferido e lhe dá abrigo, mas porque o faz em prejuízo dos seus próprios planos iniciais. Esta atitude é revelada nos sete verbos desta parábola e indica um modo de ser diante do outro, que pode iluminar o engajamento da Igreja e dos cristãos no campo da saúde pública: a) VER – a primeira atitude do samaritano que descia pelo caminho foi enxergar a realidade. Não ignorou a presença de alguém caído, de alguém que teve seus direitos violentados e que se encontro à margem da estrada. b) COMPARECER-SE – a percepção da presença do caído conduziu o samaritano à atitude de compaixão. Ele deixou-se afetar pela presença do violentado que jazia quase morto. A compaixão desencadeou as demais atitudes tomadas pelo Samaritano. c) APROXIMAR-SE – ao contrário dos que antecederam, o viajante estrangeiro aproximou-se do caído, foi ao seu encontro, não passou adiante. No homem assaltado, ferido, necessitado, reconheceu seu próximo, apesar de muitas diferenças entre ambos. d) CURAR – a presença do outro exige cuidado. A aproximação, a compaixão não são simplesmente sentimentos benevolentes voltados ao outro. Elas se tornam obra, se transformam em ação que lança mão dos elementos que tem disponíveis para salvar o outro. e) COLOCAR NO PRÓPRIO ANIMAL – colocou a serviço do outro os próprios bens. Não temeu disponibilizar ao desconhecido ferido tudo o que dispunha: seu meio de transporte, o que trazia para seu próprio cuidado e seu dinheiro. f) LEVAR À HOSPEDARIA – mudou seu itinerário e acabou mobilizando e envolvendo outras pessoas. Nem sempre conseguimos responder a todas as demandas, mas podemos mobilizar outras forças para atender e cuidar de quem sofre. g) CUIDAR – esse é o sétimo verbo e expressa o conjunto da intervenção do samaritano. Trata-se de um cuidado coletivo, que envolveu outros personagens, recursos financeiros, estruturas que o viajante, não dispunha e o compromisso de retornar. A razão do retorno é que agora ela incluía outra pessoa, um compromisso que não estava planejado no início da viagem, mas não pode mais ser ignorado, cuidar passa a ser uma missão. A figura do bom samaritano assume a condição de modelo para a ação evangelizadora da Igreja no campo da saúde e no campo da defesa das políticas públicas. Unção dos Enfermos, sacramento da cura O sacramento da unção dos enfermos é compreendido no âmbito da missão salvífica da Igreja, ou seja, no contexto do ministério de cura que toda Igreja exerce junto aos enfermos. A unção não é um sacramento pontual e isolado, que se celebra de forma quase mágica, numa UTI, a um moribundo totalmente inconsciente. Pelo contrário, é um sacramento eclesial que, além de comprometer toda a Igreja, é também o ápice de um processo em favor e a serviço dos irmãos enfermos de uma comunidade. Faz parte do ministério de cura que atualiza e significa a presença do Reino no hoje das pessoas. Por ser um serviço de toda a Igreja, compromete todos na comunidade: o próprio doente em atitude plenamente ativa de identificação com Jesus Cristo, de aceitação da própria debilidade e de contribuição para o bem do povo de Deus e a salvação de todo o mundo; de todos os crentes em atitude de amor e presença junto aos pobres e doentes; dos religiosos, fazendo presente no mundo a pessoa de Cristo que se preocupa e cura os doentes; dos presbíteros cujo ministério exige deles, não só a visita, a atenção e a animação dos doentes, mas também a visibilidade da presença viva do Senhor que unge, cura e salva; dos bispos que precisam, 89 num trabalho de coordenação pastoral e evangelizadora, mostrar que os doentes não são seres passivos, mas comprometidos com o Corpo de Cristo. É pena que, na mentalidade comum dos fiéis e até mesmo dos agentes de pastoral, o sacramento da unção dos enfermos ainda não tenha se desconectado suficientemente de sua relação com a morte. Este passo, no entanto, precisa ser dado. Todos precisam ter muito claro que o sacramento da unção dos enfermos já não é mais nem sacramento que consagra a morte nem preparação imediata para a eternidade. Pelo contrário, é o sacramento que consagra uma situação de vida, ou seja, uma situação de doença, confiando ao doente a missão de completar, no próprio corpo, o que falta à paixão de Cristo. 1. A Pastoral da Saúde A Pastoral da Saúde que representa a atividade desempenhada pela Igreja no Setor da Saúde, é expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus para com a humanidade que sofre. A Igreja, ao meditar a parábola do bom samaritano (cf Lc 10, 25-37), entende que não é licito delegar o alivio do sofrimento apenas à medicina, mas é necessário ampliar o significado desta atividade humana. No Brasil esta Pastoral conta com 80 mil agentes voluntários. Seu objetivo é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito nacional e de referência internacional. 2. Como as famílias podem colaborar para a saúde se difundir A família ocupa o lugar primário na humanização da pessoa e da sociedade. Por isso é chamada a ser uma comunidade de saúde, a educar para viver bem, a promover o bem estar de seus 90 membros e do ambiente que a cerca. É importante recuperar a família como colaboradora essencial no cuidado e no acompanhamento de seus membros. Vários dos condicionantes e determinantes da saúde dependem da adesão das famílias e da educação prática das crianças. 3. Seguem algumas propostas de ação concreta para esta esfera: a) Incentivar o cuidado pleno aos extremos da vida (criança e idosos), buscando atendimento digno, humano e com qualidade nos serviços de saúde, nos três níveis de governo; b) Garantir que a prevenção avance para além da informação. É necessário visar não só ao bem estar individual, mas também ao familiar e ao de todos, através de ações educativas abrangentes; c) Buscar a sensibilização e a mobilização de familiares e amigos quanto à ações básicas de prevenção e promoção da saúde,como manter o cartão de vacinas atualizado; d) Estimular a doção e a manutenção de padrões e estilos de vida saudáveis e a abolição de hábitos inadequados de vida. Até reeducação alimentar e incentivo à atividade física regular; e) Estimular o uso dos serviços de saúde, de forma consciente, organizada e cuidadosa, visando à otimização de recursos públicos; f) Estimular a disseminação do conceito de que a prevenção ao uso de drogas é de responsabilidade de todos, ou seja, pais, professores, empresários, líderes comunitários, sindicatos, igrejas e autoridades. g) Incentivar e difundir programas de coleta seletiva e de reciclagem, no suporte a projetos de pesquisa na área ambiental e no estímulo de práticas sustentáveis, divulgadas em empresas, escolas e comunidades. Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, CNBB, Brasília – DF. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 3º TEMA EXTRA: SEMA NA SANTA E PÁ SCOA 1. Objetivos: Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos levar a vivo com Ele a sua ressurreição. Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor e valorizar os símbolos dessa proposta. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa) Retomar o compromisso da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e ler com os catequizandos o texto da apostila. Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo). Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da Semana Santa na paróquia. DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de Palmeira e cantos de Hosana. QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia. SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade. SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus. DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA! 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte) APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Ler e refletir sobre as leituras utilizadas para o encontro Citações bíblicas: Domingo de Ramos: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12, 12-16; Lc 19, 18-40. Ceia do Senhor: Jo 13, 1-15. Paixão e Morte: Jo 18, 1 a 19, 42. Ressurreição: Mt 28, 1-10; Mc 16, 1-18; Lc 24, 1-12. 91 4º TEMA EXTR A: O SANTO PADROEI RO 1. Objetivo: Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia 2. Conteúdo: Nós também podemos e devemos ser santos História do Santo Padroeiro e história da Paróquia 3. Desenvolvimento do tema: Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3) Perguntar se sabem o que é ser santo. Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos. Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus. O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem) Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que falem). Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida. Falar dos Santos recém canonizados: Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de 2007; Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti. Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica. Falar sobre a Paróquia – completar as atividades 4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso do santinho) APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua vida, onde nasceu e porque se tornou santo. Pesquisar histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo de canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico, Franz de Castro Holzwarth. 92 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS REFLEXÃO DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS O SIGNIFICADO DOS SANTOS HOJE NUM MUNDO EM MUDANÇA 1. "Para fazer de um homem um santo, só é Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o realce do tema da santidade. No "grande exército que é um santo, nem o que é um homem", de santos e de mártires", que inclui "Sumos observava Pascal com o seu esmero característico Pontífices, nos Pensamentos. Recorro a esta observação para humildes figuras de leigos e de religiosos, de um indicar as duas perspectivas destas reflexões: extremo ao outro do globo observou o Papa João no santo convergem bem conhecidos da história, ou a celebração de Deus Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu (nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do mais do que nunca a dimensão que melhor exprime homem, nas suas potencialidades, nos seus limites, o mistério da Igreja. Mensagem eloqüente, que nas suas aspirações e nas suas realizações. não tem necessidade de palavras, ela representa São conhecidas as inúmeras objeções que ao vivo o rosto de Cristo". hoje se levantam contra o conceito de "santidade" Para compreender a Igreja, é necessário e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de fruto reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e filhos mais exemplares. Na grande relevância, diversas situações do mundo contemporâneo, é também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às preciso olhar para os santos que "representam beatificações e canonizações durante o seu profundamente o rosto de Cristo" (Ibidem), como Pontificado, houve quem insinuasse a existência nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar de santos e há de fazê-lo em nome daquele anúncio uma estratégia expansionista da Igreja católica. e eloquente. Para tão diversificados por categorias, precisamente em instrumento de santidade no mundo. nacionalidades e culturas, seria apenas uma operação amadurecido da santidade que a enche e a transforma Para outros, a proposta de novos beatos e santos, mais de marketing a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que, finalidades de liderança do Papado na sociedade embora possuindo uma natureza igual à nossa, se civil contemporânea. Por fim, há quem veja nas transformam mais perfeitamente na imagem de canonizações e no culto dos santos um resíduo Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos anacrônico de triunfalismo religioso, alheio e até fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o contrário ao espírito e à orientação do Concílio qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão Vaticano II, que realçou com muita força a grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf. vocação à santidade de todos os cristãos. Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho" apenas (Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen sociológica do nosso tema corre o risco de ser não gentium encontramos a profunda razão do culto só aos beatos e santos. redutiva, mas uma santidade, "Deus manifesta de forma viva aos homens com Evidentemente, da também leitura desviante da compreensão deste fenômeno, tão característico da Igreja católica. 2. Na Carta Apostólica Novo millennio 3. A Igreja realiza a missão que lhe foi confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento de santidade através dos caminhos da ineunte, a Carta que o Papa João Paulo II evangelização, dos sacramentos e da prática da entregou à Igreja no encerramento do Grande caridade. Esta missão recebe uma notável 93 contribuição de conteúdos e de estímulos serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e espirituais, também da proclamação dos beatos e pelas santas que pertencem aos mais diversos santos, porque eles mostram que a santidade é contextos de referência histórica, mas viveram a acessível às multidões, que a santidade pode ser mesma fé. Este internacionalismo confirma que a imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, santidade não tem limites e que não morreu na eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de nova em Cristo não são uma utopia ou um mero profunda atualidade. O mundo muda, mas os sistema de valores, mas "fermento" e "sal", santos, embora também mudem com o mundo que capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora se transforma, representam sempre o mesmo das várias culturas, regiões geográficas e épocas rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura, históricas. um indício inconfundível da vitalidade peculiar, "O futuro dos homens observava o saudoso meta-cultural e meta-histórica para nós, Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do os seus pecados corroem todos os caminhos da anúncio e da Graça cristã? história e levam a uma dialética cheia de causas e 5. Neste contexto de pensamentos, é de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões interessante fazer uma observação sobre o modo e de interrupções. A certeza de que os santos como a Igreja católica reconhece e proclama os continuarão a acompanhar os homens é uma das beatos e os santos. Refiro-me em particular ao poucas garantias do futuro" (Il primato della trabalho da Congregação para as Causas dos verità, pág. 154.). Santos, chamada a estudar e reconhecer a 4. O fenômeno dos santos e da santidade santidade e os santos através de um cristã cria um sentido de admiração que nunca procedimento minucioso e sábio, consolidado, esmoreceu na vida da Igreja e que não pode renovado e renovável no tempo. deixar de surpreender até um observador laico Os santos e a santidade são reconhecidos atento, sobretudo hoje, num mundo que muda com um movimento que parte de baixo para cima. contínua e rapidamente, num mundo fragmentado Ainda hoje, é o próprio povo cristão que, sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de reconhecendo por intuição da fé a "fama de valores como de costumes. É da admiração que santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé fase do processo de canonização os candidatos à encarne em todas as latitudes, nos diversos canonização contextos históricos, entre as mais variadas competente da Santa Sé. Nem a Congregação para categorias e estados de vida? Como é possível as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou que, sem dinamismos de poder, impositivos ou "fabricam" os santos. Como todos os cristãos persuasivos que sejam, e sem dinamismos de sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este uniformidade, mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde existam tantos santos, tão é e, em uma seguida, constatação à a Congregação diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo quer", que estamos e com a sua Igreja? O que é que leva à livre habituados desde há séculos, e hoje muito mais, assunção do núcleo germinativo cristão, que uma vez que a Igreja está espalhada em todas as depois desenvolve tanta diversidade e beleza na partes do mundo e em todas as camadas sociais. unidade da santidade? Como é diferente a Assim, deve reconhecer-se que o Papa João globalização, de que hoje se fala com tanta Paulo II fez da proclamação de novos beatos e frequência, da catolicidade ou universalidade da santos uma autêntica e constante forma de fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e evangelização difunde! acompanhar a pregação das verdades e dos e de magistério. Ele quis Aquele internacionalismo do catolicismo, que valores evangélicos com a apresentação de santos não é procurado com vista ao poder, mas ao que viveram aquelas verdades e aqueles valores de 94 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, Além disso, na Carta Apostólica Novo portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são da santidade são variados e apropriados à vocação mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais de encontraram a morte no martírio. Os leigos concedido, nestes anos, beatificar e canonizar elevados às honras dos altares são também muito muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos mais do que geralmente se pensa: com efeito, que se santificaram nas condições ordinárias da trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no vida" (n. 31). total. cada um. Sem Para alguns, eles são muitos; para outros, poucos. Agradeço dúvida, ao tantas Senhor ter-me beatificações e canonizações são também um sinal da capacidade de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja. No que diz respeito ao número de santos, o 6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo considera que eles são demasiados. Pelo contrário, seu culto e pelo ardente e sério trabalho de fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a estudo que precede e que se segue à sua este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há canonização. demasiadas beatificações. Mas isto, além de O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa refletir a realidade, que por graça de Deus é investigação aquela que é, corresponde também ao desejo acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf. expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já de tal maneira no mundo e a sua mensagem encontrou a Congregação para as Causas dos mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, Santos que o elevado número de beatificações reflete experimentada. histórica, preparada teológica e, hoje, e pastoral" plenamente precisamente de modo vivo a ação do Espírito O cuidado pela verdade histórica esteve Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais sempre presente no trabalho da Congregação para essencial para a Igreja, o da santidade. Com as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X, efeito, foi o Concílio que realçou de forma de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no particular a Código de Direito Canónico de 1917, pedia a (Discurso de vocação universal reunião e o estudo de todos os documentos preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, históricos relativos às causas. Mas a novidade 13 de Junho de 1994). fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio Carta do santidade" em Na abertura à Apostólica Consistório, Tertio millennio "Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930, adveniente, o Papa João Paulo II escreveu: com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação "Nestes as dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de canonizações e as beatificações. Elas manifestam anos, oferecer a contribuição eficaz para a abordagem a vivacidade das Igrejas locais, muito mais das causas "históricas", ou seja, das que não numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no contavam primeiro milênio. A maior homenagem que todas as relativas às mesmas causas. O serviço prestado Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro pela "Secção histórica", em seguida denominada milênio, presença como "Departamento histórico-hagiográfico", foi onipotente do Redentor, mediante os frutos de alargado a todas as causas, mesmo às mais fé, esperança e caridade em homens e mulheres "recentes", aumentando a sensibilidade histórico- de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas crítica a todos os níveis e em todas as fases do várias formas da vocação cristã" (n. 37). processo. será foram-se a multiplicando demonstração da com testemunhas contemporâneas 95 Finalmente, a Constituição Apostólica ponto de vista cultural, independentemente da Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro abordagem cultural, religiosa e de estudo com que de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7 nos aproximemos deles. Um grande filósofo de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente francês do século XX, Henry Bergson, observou a contribuição determinante do método e da que "as maiores personagens da história não são qualidade histórica na abordagem das causas dos os conquistadores, mas os santos". E Jean santos. Delumeau, um historiador do catolicismo de A verdade histórica, tão diligentemente Quinhentos, convidava a verificar como os procurada por motivos teológicos e pastorais, traz grandes impulsos da história do cristianismo muitos benefícios também à apresentação cultural foram caracterizados por um retorno às fontes, dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos sacristia" para serem estudados e apresentados santos e pelos movimentos de santidade na Igreja. também como personagens historicamente Nos últimos anos, o Cardeal Joseph significativas, no contexto da vida da sua Igreja, Ratzinger afirmou justamente que "não são as da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis, Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles, mas a todos aqueles que se ocupam da história, da os santos, são a verdadeira e determinante cultura, da vida civil, da política, da pedagogia, maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que etc. aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o Desta maneira, a missão destes extraordinários homens de Deus continua de eterno no tempo". maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o bem de toda a sociedade. 8. Num mundo que se transforma, os santos não só não permanecem marginalizados histórica A este propósito, é significativo o fato de ou culturalmente, mas parece que devo concluir que o Arquivo da Congregação para as Causas dos estão Santos já não é freqüentado somente por interessantes e credíveis. a tornar-se sujeitos ainda mais "pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico", Numa época de crise das utopias coletivas, mas também por estudiosos leigos que recorrem num período de desconfiança e de incredulidade ao mesmo para a relação das suas teses de em relação ao que é teórico e ideológico, está a licenciatura, pedagogia, encontram para de estudos sociologia, um material históricos, de nascer uma nova atenção para com os santos, porque ali figuras singulares em que se encontra não uma abundante e nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral, etc., historicamente credível. mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir 7. Portanto, com o seu valor particular, a santidade diz respeito também à cultura. Os através do estudo, a amar com devoção e a realizar mediante a imitação. santos permitiram que se criassem novos modelos Só podemos alegrar-nos com este despertar culturais, novas respostas aos problemas e aos de atenção para com os santos, porque eles são de grandes novos todos, constituem um patrimônio da humanidade desenvolvimentos de humanidade no caminho da desafios dos povos e que progride para além de si mesma, num história. A herança dos santos "é uma herança que desenvolvimento que, enquanto honra o homem, não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é Padre mas fazer frutificar num perene dever de a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião). gratidão e num renovado propósito de imitação" (Novo millennio ineunte, 7). Quero ler tudo o que consideramos até aqui, à luz de uma mensagem, verdadeiramente Os santos são como faróis; eles indicaram fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na aos homens as possibilidades de que o ser humano minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre dispõe. Por isso, são interessantes também do este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo 96 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma vinculada à dignidade batismal de cada cristão e, das vocações em particular, está ao serviço da por conseguinte, explicar melhor também o papel santidade! E é indubitavelmente neste sentido das beatificações e canonizações no caminho que, quando olhamos para a Igreja, jamais pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que santos", que gera santidade com fecundidade e foi enviada para o dia mundial de oração pelas generosidade superabundantes. vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja é acompanhar os cristãos pelos caminhos da Fonte: santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a http://www.vatican.va/roman_curia/congregation caridade de Cristo, derramada pelo Espírito s/csaints/documents/rc_con_csaints_doc_20030 Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae 315_martins-saints_po.html Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5). Precisamos de Santos Precisamos de Santos sem véu ou batina. Precisamos de Santos de calças jeans e tênis. Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos. Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade. Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade. Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais. Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man. Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos. Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos". (João Paulo II) 97 5º TEMA EXTRA: MAI O, MÊS DE MARIA E DI A DAS MÃES 1. Objetivo: Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo. Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter comercial. Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias. 2. Conteúdo do Encontro: Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a escolheu para ser a Mãe de Jesus. Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais necessitados. Falar que ela intercede por nós junto a Deus. 3. Desenvolvimento do Encontro: Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples da cidade de Nazaré, na Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana. Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os outros, ser amiga de todas as pessoas. Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos. Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração, Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus. Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora. Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus. É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela. 4. Leitura utilizada: Lc 1, 26-38; Jo 2, 1-12; Jo 19, 25-27; At 1, 14 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos O Deus de Maria não é um deus pequeno, mostra que: mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz Maria é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas grandes coisas. não toma o seu lugar. Maria se doou a Deus e ao povo e teve Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita atitude de discípula de Cristo. A devoção a Maria deve levar a Cristo. Maria nos mostra a emancipação da mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel importante na obra da Salvação. Maria é a mulher forte. Conheceu de perto a pobreza, o sofrimento, o exílio. 98 fidelidade ao Plano de Deus. Esta é a primeira e fundamental exigência da catequese. Maria é: Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm 2,5). Cheia de graça. Imaculada Conceição. (A Igreja declarou dogma de fé em 1854). Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Assunta. Foi assumida ao céu onde está de corpo e alma. (A Igreja declarou dogma de fé desfrutar dos bens que Deus criou para todos (P. 267). DEVOÇÃO A MARIA em 1950) O Documento de Puebla ressalta: Mulher de luta: não se acomoda; O povo brasileiro tem profunda devoção a abre caminhos. outros lugares, em outras cidades, Maria Única criatura que ao mesmo tempo é: Filha Esposa e Mãe de Deus. imagem perfeita da Igreja". redentora do Cristo. É o modelo indispensável para seguir a Cristo. vocação de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo Ela é a primeira leiga associada à obra de recebe outros nomes. Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra. No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria é a Exemplo Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em Poderoso". A verdadeira devoção a Maria consiste em imitá-la nesse grande amor à Deus e aos mais porque viveu, com fidelidade, a sua vocação. necessitados, e não apenas em fazer promessas, novenas, etc. Maria é para a América Latina, uma esperança Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor mostre o Plano de Deus e interceda por nós promove a libertação da mulher. Se é escrava "agora e na hora de nossa morte. Amem". do Senhor, não é escrava de mais ninguém, podendo lutar contra as demais escravidões, Fonte: como o egoísmo, a exploração do homem, as Catequista, Paulus, 2003 – p. 157-158. Fé, Vida e Comunidade, Livro do estruturas que impedem uma participação fraterna na construção da sociedade para Informação complementar sobre o Dia das Mães: O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava. Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data. No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães. No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores. Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes. 99 6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI 1.Objetivo: Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo Eucarístico. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia. 3. Desenvolvimento do tema: Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no mundo todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo. A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira. Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes. Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus Christi. Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida. A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem aventurados o que crêem sem ter visto”. Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram (conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que aconteceram). Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes. 4. Leitura utilizada: Jo 6, 51-59 e Lc 22, 7-20 e da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila – fichas - Com certeza e Fala sério 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de Oração: rezar juntos a oração da apostila 100 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II DINÂMICA Fala sério / Com certeza. OBJETIVO: Perguntas referentes aos temas Corpus Christi e Eucaristia. DESENVOLVIMENTO: Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA, conforme o número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas abaixo, os catequizandos deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO (quando a afirmação estiver errada) ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada afirmação o catequista deve aproveitar para dar a explicação a respeito do assunto. 1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza – 2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade 3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós. – Com certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós. 4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério - Quinta-feira Santa, dia da Santa Ceia 5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e verdadeiro entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão. 6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala sério – Quinta-feira Santa e Corpus Christi; 7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos, diferentes. 8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós. 9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem ser ter visto”. 10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega das ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes 11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo 12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a amar até as últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se entregando totalmente por causa do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus. 13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso devemos nos preparar bem e estar puros de coração. 14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar o seu poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no Sacramento da Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé. . 101 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A revista “Jesus” das Edições Paulinas de Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), apresenta uma resenha de milagres eucarísticos. que negava a Presença real de Cristo na Há tempos, foi traçado um “Mapa Eucarístico”, Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro que registra o local e a data de mais de 130 de Verona, com três sacerdotes celebravam a milagres, metade dos quais ocorridos na Missa de Páscoa; no momento de partir o pão Itália. São muitíssimos os milagres eucarísticos no consagrado, a Hóstia se transformou em carne, da mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma qual saiu um fluxo de sangue que atingiu a parte francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda durante mais de quarenta anos só de Eucaristia. hoje. Há documentos que narram o fato: um Teresa Newmann, na Alemanha, durante mais de “Breve’ do Cardeal Migliatori (1404). - Bula de 36 anos alimentou-se só de Eucaristia. Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em 1 - Lanciano - Itália – no ano 700 Roma em 1975. Mas, a descoberta mais Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da importante deu-se em Londres, em 1981, foi ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja encontrado um documento de 1197 narrando o dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a fato. 4 - Offida - Itália – 1273 Consagração, que ele realizara, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue Ricciarella Stasio - devota imprudente, depositado dentro do cálice. O exame das realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia; relíquias, segundo critérios rigorosamente em uma dessas profanações, a Hóstia se científicos, foi efetuado em 1970-71 e outra vez transformou em carne e sangue. Foram entregues em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, ao pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo este fato. 5 - Sena – Cássia - Itália – 1330 Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. Resultados: Hoje este milagre é celebrado em Cássia, 1) A hóstia é realmente constituída por terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um fibras musculares estriadas, pertencentes ao sacerdote foi levar o viático a um enfermo e miocárdio. colocou indevidamente, de maneira apressada e 2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que para levá-la ao doente grave. No momento da pertencem os vestígios de sangue, o sangue Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se contido na carne e o sangue do cálice revelam liquefez e, quase reduzida a sangue, molhou as tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ páginas do Livro. Então o sacerdote negligente (sangue comum aos Judeus). Este é também o apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da frade agostiniano de Sena, o qual levou para universidade de Turim, identificou no Santo Perúgia a página manchada de sangue e para Sudário. Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. A 3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia sangue se apresentam com uma estrutura de base chamada de “Corpus Domini” é atualmente intacta e sem sinais de alterações substanciais; venerada na basílica de Santa Rita. 6 - Turim - Itália – 1453 este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa conservar a matéria humana, mas, ao contrário, pelo ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam apesar da ação dos mais variados agentes físicos, a cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o atmosféricos, ambientais e biológicos. Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no 2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 qual se guardava o corpo de Cristo ocultando-no Inicio da Festa de Corpus Christi dentro de uma carruagem juntamente com os 3 - Ferrara - 28/03/1171 outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da 102 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol”. Os espectadores chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento (Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de “Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o prodígio. 7 - Sena - Itália – 1730 Na Basílica de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão 223 hóstias consagradas, por ladrões que roubaram o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de esmolas misturadas com dinheiro. Elas foram limpas e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que com o passar do tempo as Hóstias não se estragaram, o que é um grande milagre. A partir de 1914 foram feitos exames químicos que comprovaram pão em perfeito estado de conservação. 8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal (1247) Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se deu com uma dona de casa, Euvira, casada com Pero Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe resolver o problema se como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada. Para obter a Hóstia, a mulher fingiuse de doente e enganou o padre da igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada, a mulher correu para casa na Rua das Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue. 9 – Faverney, na França, em 1600 O Milagre Eucarístico que aconteceu em Faverney, na França consistiu numa notável demonstração sobrenatural de superação da lei da gravidade. Faverney está localizado a 20 quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot, notou que o Ostensório que se encontrava junto Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e ficou suspenso no ar e que as chamas se inclinavam e não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul também apressaram-se para observar e testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que queria consumir toda a Igreja, o Milagre não cessou, o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou flutuando no espaço. 10 - Em Stich, Alemanha, 1970 Na região Bávara da Alemanha, junto à fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um padre visitante da Suíça estava celebrando uma Missa numa capela, uma série incomum de eventos aconteceu. Depois da Consagração, o celebrante notou que uma pequena mancha avermelhada começou a aparecer no corporal, no lugar onde o cálice tinha estado descansando. Desejando saber se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a mão dele debaixo do cálice, mas achou-o completamente seco. A esta altura, a mancha crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez centavos. Depois de completar a Missa, o padre inspecionou todo o altar, mas não conseguiu encontrar qualquer coisa que pudesse ser remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele trancou o corporal que apresentava a mancha num local seguro, até que pudesse discutir o assunto com o pároco. Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br 103 7º TEMA EXTRA :VOCA ÇÃO – DIA DOS PAIS 1. Objetivos: Distinguir o significado de Vocação e Profissão. Conscientizar os catequizandos a respeito da responsabilidade, de cada um, para com as vocações, bem como da importância de descobrirmos e vivermos nossa vocação. Resgatar a importância do papel do pai em nossas vidas. Conversar com os catequizandos sobre a importância de amar e valorizar o pai ou o responsável em todos os dias do ano, não somente nesta data. 2. Conteúdos do Encontro: Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre. Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos momentos. 3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo) Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO. Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”: “Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?” Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra: Profissão Vocação 1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho 2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida 3. pode ser trocada 1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço 3. é para sempre 4. é exercida em determinadas horas 4. é vivida 24 horas por dia 5. tem remuneração 5. não tem remuneração ou salário 6. tem aposentadoria 6. não tem aposentadoria 7. quando não é exercida, falta o necessário para viver. 8. na profissão eu faço 7. vive da providência divina 8. na vocação eu vivo A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 5, 10-11 104 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, figura de um pássaro, cartaz 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais. A VOCAÇÃO DE PIERRE Pierre é um pássaro. Ele vive na “Floresta das Vocações”. Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica. E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica. Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua vocação específica. Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a sua vocação! Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté! E o João-de-Barro, é um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói! E eu? Qual é a minha vocação? Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você descobrir sozinho! A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos! Mas tenha certeza de uma coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração. Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também possuía uma vocação! Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua??? Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um antigo asilo, próximo da “Floresta das Vocações”. E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . . Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . . Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes. Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais? Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação? Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse por si mesmo descobrir qual era a sua vocação? Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou! O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs Pierre cantarolava. Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê? Eles estão muito tristes vovô! Além de estarem tristes, eles também estão doentes! Mas porque vovô? Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas! Quando você cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . . Você era sinal de que Deus não os havia abandonado! Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . . Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!! Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!! A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”. Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho! 105 Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração! Mas temos a liberdade de dizer: sim ou não a ela! Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por várias etapas de amadurecimento: medo, questionamentos, desafios, visão da realidade... E hoje você só é feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação! Dia dos Pais O dia dos pais começou a ser comemorado nos Estados Unidos em 1910, pelos habitantes da cidade de Spokane, em Washington. A sra. Brice Dood, que vivia nessa cidade, achava que deveria haver um dia especialmente dedicado aos pais. Resolveu falar sobre isso com o sacerdote da igreja de sua cidade. Este e outros sacerdotes, juntamente com uma associação cristã, divulgaram a idéia, que acabou se espalhando por todo o país. Em 1924, o presidente americano pediu aos habitantes dos Estados Unidos que homenageassem os pais num dia especial. Foi escolhido, então, o terceiro domingo de junho como o dia dos pais. No Brasil, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA "A VOCAÇÃO DE SAMUEL" 1 Sm 3, 1-10 Introdução chamando o menino e disse a Samuel: "Volta a Estamos no Mês das Vocações. Hoje, vamos deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: refletir sobre o chamado de Deus em nossa "Fala, Senhor, que teu servo escuta!" E Samuel vida.No lº livro de Samuel encontramos uma voltou a seu lugar para dormir. O Senhor veio, narração bonita de um jovem, Samuel, que sentiu o pôs-se junto dele e chamou-o como das outras chamado de Deus e soube responder. Samuel era vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala, um grande profeta no tempo dos reis Saul e Daví. que teu servo escuta!". (Querendo saber a missão (Leia na Bíblia o primeiro capítulo do 1º livro de que Deus deu a Samuel, pode seguir a leitura na Samuel) Bíblia) 1º passo: Vamos ler, com muita atenção, 2º passo A resposta de Samuel ao chamado uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli. se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto. muitas Samuel estava dormindo no santuário do Senhor, existência onde se encontrava a arca de Deus. Então, o construir um mundo justo e fraterno, onde haja Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!", lugar para todos serem felizes. O segundo respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me chamado chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao Senhor Samuel!" mundo. Depois, vem o chamado para diversas Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu missões. Pode ser o chamado para um estado de me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu: vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas chamou de novo: "Samuel, "Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!" O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel! Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste; aqui estou!". Eli compreendeu, então, que era o Senhor que estava 106 vezes. Primeiro, fomos chamados à e, como tal, temos uma missão: se deu no nosso Batismo. Fomos o chamado de Deus vem, muitas vezes, para determinadas funções e serviços: dentro da família, da comunidade, do trabalho... Vamos refletir: Quando tomei consciência de um chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II uma resposta? (Quando a reflexão for feita em o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em grupo, pode haver um momento de partilha) silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de 3º passo Nem sempre é fácil dar uma resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia. (Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama pessoas de todo tipo, de idades diferentes, casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não podemos pensar que o chamado é só para um determinado estado de vida. Deus chama na vida Deus na minha vida? Onde Deus está me chamando? Como? Fale com Deus sobre seus medos, seu comodismo, sua falta de generosidade... (Se a reflexão for em grupo, pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui, Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...") Inês Broshuis – Catequeta Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004 de cada um e em diversas situações, quando menos 107 8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA 1. Objetivo: Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da aproximação e da leitura da Bíblia. 2. Conteúdo do Encontro: Respeito à Palavra de Deus. Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua foi escrita, para que foi escrita. De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento, quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve nos acompanhar por toda a vida. 3. Desenvolvimento do Encontro: A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas. A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”. A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e em inúmeras línguas e dialetos mais falados. A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar. Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar. Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque. Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando beije a bíblia em sinal de respeito. 4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 5. O QUE É A BÍBLIA? 6. PARTES DA BIBLIA Os cristãos colocaram os fundamentos de sua fé na revelação de Deus ao antigo Povo a) ANTIGO TESTAMENTO (AT) Fala da História do Povo que Deus hebraico. Esta revelação teve a sua plenitude em escolheu para fazer com Ele uma Aliança, antes do Jesus Cristo. nascimento de Jesus. É composto por 46 livros. Esta hist6rico- O AT mostra como surgiu esse povo, como religiosa se encontra no Livro da Bíblia. Mas, a viveu na escravidão no Egito, como possuiu uma Bíblia e mais do que um L1vro: e uma coleção de terra, como foi governado, quais as relações que Livros. teve com os outros povos e nações, como Bíblia grande um organizou as suas leis e como viveu a sua religião. substantivo plural que quer dizer: Livros. Ela Apresenta seus costumes, sua cultura, seus contém 73 livros sendo que: 46 livros são do conflitos, derrotas e esperanças. Antigo uma Testamento Testamento. 108 é experiência palavra e 27 grega, livros do é Novo O AT mostra, também, como esse povo se comportou em relação à Aliança com Javé, o seu Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar muitas vezes no meio do Povo, em rodas de no meio da humanidade, através desse povo. conversa, no meio das famílias, e só depois foi Israel foi um povo escolhido, porque foi escrita. escolhido para realizar o Projeto de Deus. O povo se esforçava para colocar Deus na O AT é para os cristãos como um documento de fé para conhecer melhor a Deus e vida, organizando a vida pessoal e social de acordo com a justiça. tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o Os livros da Bíblia não foram escritos na AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança. ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta a b) NOVO TESTAMENTO (NT) criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a ser Foi escrito depois da Ressurreição de Jesus. escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu pelo ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois do Para compreender o NT e necessário saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta a Os livros do NT foram escritos depois da Encarnação de Jesus na terra concreta do povo morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo de Israel. Jesus assumiu sua história, suas ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia tradições, diferença sua cultura e sua religião e o compromisso de realizar o Projeto do Pai do "dizer" e do "escrever". O importante era transmitir aos outros uma nova O NT apresenta, também, a experiência e consciência comunitária, nascida no povo a partir a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros da experiência com Deus. Contavam os fatos mais cristãos. importantes do passado. Com a vinda de Jesus realiza-se um Como nós hoje decoramos a letra dos Testamento Novo, uma Nova Aliança, um encontro cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as definitivo com Deus. Por isso, tudo o que Jesus histórias as leis, as profecias, os salmos, os disse e fez e tudo o que foi proclamado sobre provérbios e tantas coisas que, depois, foram Jesus pelos seus apóstolos e discípulos, constitui escritas na Bíblia. o documento de nossa fé - o Novo Testamento. A maior preocupação do povo era "contar" Estas partes da Bíblia têm o nome de sua experiência para não esquecer os fatos de sua TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum") história. A memória mantinha-se viva e, para que que ela não se apagasse, registraram por escrito. significa "documento importante", como aquele documento (testamento) que alguns pais fazem para os seus filhos. O Testamento na Bíblia, relembra A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu da preocupação de não esquecer o passado. A a Bíblia começou a ser escrita em torno do ano 1250 ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos depois com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada ao do nascimento de Jesus. longo de toda a história deste povo. 7. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia não foi escrita de um dia para outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos depois que as coisas aconteceram, outros 200 anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia levou 11 séculos (1100 anos) para ser escrita. É bom lembrar que a Palavra de Deus foi, em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus. Durante muitos anos foi falada e recordada Quando os livros da Bíblia foram escritos, não eram divididos em capítulos e versículos como estão divididos hoje. A divisão em capítulos aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês Estevão Langton, arcebispo de Cantuária, e a divisão em versículos foi feita em 1527, pelo dominicano Pagnini. A Bíblia foi impressa pela primeira vez, em latim, no ano 1450 depois de Cristo. 8. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA? 109 A Bíblia foi escrita em lugares diferentes. A maior parte dela foi escrita O modo de falar da Bíblia é o mesmo modo na de falar da época em que cada Livro foi escrito. Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou Isto é importante conhecer e considerar para que e onde nasceu a Igreja. não fiquemos presos aos símbolos e aos sinais que Algumas partes do AT foram escritas na são usados na Bíblia. Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600 anos "Para descobrir a intenção dos autores a.C. Outras partes foram escritas no Egito para sagrados, é preciso ter em conta as condições do onde o povo emigrou depois do cativeiro. seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor, na Grécia e na Itália, onde havia muitas comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo. Nesses povos havia em uso naquela época, os modos de sentir e narrar, correntes naquela época. Porque a verdade é proposta e expressa de modos diversos, quando diferença de costumes, de cultura, de religião, de situação se trata de gêneros históricos, proféticos, poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC 110). econômica, social e política. Tudo isto deixou Às vezes, não é fácil compreender o que marcas na Bíblia e teve influência na maneira da está escrito porque a linguagem é diferente da Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus. nossa. Muitas vezes não entendemos palavras usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o 9. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA? Não foi uma única pessoa que escreveu a Bíblia. Foram diversos autores. Deus se serviu de diversos tipos de pessoas para escrever a Bíblia: homens e mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis, doutores e pastores, operários de várias profissões. Gente instruída que sabia ler e escrever e gente simples que só sabia contar histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu de casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas as classes, todos convertidos e unidos na mesma preocupação de construir um povo irmão, onde reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor, nem oprimido. Eles escreveram por inspiração de Deus. Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do céu e eles foram escrevendo. "Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e através deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106) Eles escreveram os acontecimentos do Povo de Deus. Mas nem todos os acontecimentos foram escritos; apenas foram escritos os fatos mais importantes da grande História do Povo de Deus. 110 que dizer das palavras que foram escritas há mais de 2.000 anos? A fé do antigo povo e dos cristãos reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu serviço a inteligência e o conhecimento que tinham da vida e da história do povo, a sensibilidade humana, sua fantasia e reflexão. Eram homens que receberam a inspiração de Deus. "Toda Escritura é divinamente inspirada". (2Tm 3,16-17). Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia é obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também Livro da Fé e da Vida de um Povo. A Bíblia é a Palavra de Deus em forma humana (1 T8 2, 13). Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais importante dentre os milhões de livros já escritos até hoje. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II a) Contar o passado 10. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A Nos não nos esquecemos do passado da BÍBLIA A diferentes: Bíblia foi escrita hebraico, em aramaico e 3 línguas grego. O hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo menino israelita devia estudá-la. A língua familiar dos hebreus era o aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua foi falada por eles até a entrada na Terra de Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o hebraico. Quando a Palestina foi invadida pelos gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a falar a língua grega. Traduções - A Bíblia foi traduzida para ser compreendida. Como o hebraico era muito difícil e não era a língua falada pelo povo, surgiram as traduções gregas. A mais famosa tradução foi a dos "Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C, em Alexandria. Quando foi feita, foram acrescentados 7 livros que não constavam da Bíblia hebraica. Há uma diferença entre a Bíblia dos católicos e a Bíblia dos protestantes. As protestantes ficaram com a Bíblia hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus, parte do livro de Daniel e Ester. Os católicos seguiram o exemplo dos apóstolos, ficando com a tradução grega dos Setenta. Tradução para o Latim: São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e esta tradução se chama "Vulgata" ou popular. Hoje a Bíblia esta traduzida nas principais línguas de todos os povos e as traduções populares crescem dia-a-dia. 11. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia foi escrita para manter o povo na caminhada. Três coisas animam o povo a caminhar: a) contar o passado; b) anunciar o futuro; c) mostrar o presente. nossa vida. Ficamos corajosos quando sentimos que fomos ajudados a vencer na vida. Assim também o povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as coisas que Deus tinha feito para ele no passado, se animava a caminhar para frente. Os livros que falam do passado do povo de Israel chamam-se: Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem da vida e da história do povo no Egito), Êxodo (saída do Egito), Levítico (formação de um povo santo e instruções para o culto), Números (a caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio (segunda lei - projeto de uma nova sociedade). Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel (1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1 e 2). São 16 os livros históricos. b) Anunciar o futuro Ficamos animados quando olhamos para as possibilidades que temos no futuro. Nascem em nós a esperança, a força e a coragem. Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se animava a caminhar para frente, quando eram colocadas, pelos profetas, as promessas feitas por Deus para o futuro. Os livros que falam do futuro do povo de Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos. c) Mostrar o presente Ficamos felizes quando sentimos que Deus caminha conosco, na nossa vida presente e com nossos problemas. Assim aconteceu com o Povo da Bíblia quando começou a caminhar com Deus. Olhava não só o passado, nem só o futuro, mas também o presente, buscando soluções para seus problemas. Tudo Sapienciais: isto Jó está - escrito Salmos - nos Livros Provérbios 111 Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria - nos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais. constituiu "Com efeito, tudo o que foi escrito, herdeiro de tudo e por quem igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2). anteriormente, foi escrito para nossa instrução, a Cristo é a luz que ilumina o passado, o fim de que, pela constância e consolação que presente e o futuro. Fazendo referência a Ele, provêm das Escrituras, possuamos a esperança" podemos entender a mensagem da Bíblia hoje. (Rm 15,4). "Tendo Deus falado outrora muitas vezes e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falou- 112 Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39. Livro do Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 9º TEMA EXTRA: MISSÕES 1. Objetivos: Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da Igreja. Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como missionário. Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e transformador à da Palavra de Deus . 2. Conteúdo do Encontro: Iniciar a reflexão com o texto da apostila. Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos (carne seca e salgada). Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz” para o mundo. 3. Desenvolvimento do Tema: É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15) É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho. Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas são os missionários. Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo conhecido e amado. Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente o que aprende na catequese, estará sendo um missionário. Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos missionários. O que você pode fazer para ser missionário? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia. 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelos missionários. 113 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Outubro, mês missionário Padre Wagner Augusto Portugal As exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o O mundo não conhece a Deus. Mundial das Missões seja ocasião útil para homem conquista grandes descobertas - mas o compreender sempre melhor que o testemunho do mundo ainda não conhece Deus. amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De Há aqueles que não o conhecem porque fato, servir o Evangelho não deve ser considerado sempre viveram em um ambiente de crendices, uma aventura solitária, mas um compromisso superstições, idolatrias e buscas de filosofias que compartilhado de todas as comunidades. Ao lado não são cristãs como o espiritismo que nega a dos que estão na linha de frente nas fronteiras da ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos com a fé cristã católica, sendo até antagônica. missionários e missionárias -, muitos outros, Estes precisam que um missionário lhes mostre, crianças, jovens e adultos, com sua oração e com palavras, meditações e ações, a existência de cooperação, contribuem, de várias formas, para a um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que que nos ama e que quer ser amado por nós, esta co-participação, graças à colaboração de principalmente através todos, aumente sempre”. do amor aos nossos semelhantes. Por isso, como nos convoca o Santo Padre, Há aqueles que já foram informados sobre não sejamos individualistas e vivendo uma fé esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, intimistas, mas na missão de juntos construirmos o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o a projeto de felicidade que Deus tem para nós. É missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo que possamos como missionários levar o amor de caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem mais seguro. uma fé que nos coloca nos espírito de redes de Infelizmente, há também aqueles que Igreja nos coloquemos como discípulos- comunidade, na partilha e na caridade. conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por Por isso é preciso que nós, que somos isso mesmo, se acham tão melhores do que os cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro outros, altivez, como ocasião de reflexão e de ponto de partida esquecendo que a humildade, a simplicidade nos para um trabalho que, embora seja árduo, é conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos compensador e nos ajudará a construir um mundo afasta d'Ele. melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu. que Para se assentam todos esses, em sua urge que surjam missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a humildade e o serviço espontâneo e desinteressado. O mês de outubro é considerado no seio da Igreja Católica como o mês das missões para lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou de outra, não a conhecem realmente. O Santo Padre Bento XVI em sua mensagem para o dia das missões de 2010 nos 114 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 10º TEMA EXTRA:DÍZIMO 1. Objetivos: Levar os catequizandos a refletirem que a igreja necessita de recursos para realizar sua missão. Assumir a responsabilidade de assumir as necessidades da igreja e colaborar com a sua missão. 2. Conteúdo do Encontro: A igreja necessita de recursos para realizar a sua missão. Por isso, exorta seus fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta tarefa, pois “igreja somos todos nós, e suas necessidades são nossas”. Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis. Deus é amor partilhado, Deus reparte conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos dá e por disso dizemos que “Dízimo é Partilha”. 3. Desenvolvimento do Tema: Contar a história – Dízimo é Partilha (em anexo) Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada catequizando ajuda a igreja na sua missão. Explicar: 1. Dimensão Religiosa - Uma parte do dízimo que contribui para manutenção da Igreja. 2. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres. 3. Dimensão Social – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas que precisam. O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista. HISTÓRIA – DÍZIMO É PARTILHA Um dia a Luciana encontrou com a Fernanda. Oi Fernanda, onde você vai? Vou até a igreja devolver o meu dízimo. Você paga dízimo? Claro que sim, eu sou dizimista mirim. Nós, jovens e crianças também podemos e devemos pagar o dízimo. Deus nos dá tudo o que temos. Pagando o dízimo estamos devolvendo a Deus uma parte que recebemos. Dízimo não é esmola ou doação do resto que nos sobra: DÍZIMO É PARTILHA! Mas Fernanda, eu não trabalho, como vou ser dizimista? Você não recebe mesada dos seus pais? É às vezes eu ganho um dinheirinho do meu pai, da minha madrinha. Então, você pode doar um pouco do que você ganha. Mas se a gente dá para Deus, o que Ele faz com o dinheiro? 115 O Dízimo é entregue à igreja e é todo usado para as coisas de Deus. Como assim? Olha só o Dízimo tem 3 finalidades. A primeira é RELIGIOSA – tem muitas coisas que precisam ser comprada: livros, velas, hóstias, som, objetos litúrgicos, as toalhas.... Além do mais a igreja tem muitas despesas: funcionários, materiais para as catequistas darem os encontros de catequese etc. Também tem que pagar as contas do telefone, da luz, da água, material de limpeza, etc. Nossa parece a minha casa. E é a sua casa, a casa de todos nós, por isso cada um tem que ajudar com a sua parte. O Dízimo também tem outra finalidade que é MISSIONÁRIA – ajuda os missionários, ajuda a formar novos padres. E a outra finalidade? A outra é SOCIAL – uma parte do dízimo é usada para ajudar quem necessita. Ela tem uma Obra Social. Nossa é muito importante contribuir com a igreja. Isso mesmo – DÍZIMO É PARTILHA. Entendeu Lu, essas são as coisas de Deus que eu falei. Viu porque a Igreja precisa de DIZIMISTAS??? É..., eu não sabia que ser dizimista era tão importante!!!!! É importante para a IGREJA , mas é mais importante ainda para Deus . APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA DÍZIMO É EXPRESSÃO FORTE DE COMUNIDADE Sem comunidade não é dízimo. Só é dízimo o O dízimo faz parte de uma realidade que entregamos na comunidade. A muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo e oferta, entre tantas outras, são formas de comunidade retira o aspecto realizar a partilha. meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o sentido cristão e pastoral. Para podermos entender o que é a partilha, Através da comunidade passa a ser precisamos mergulhar no próprio mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA. legítima a preocupação de buscar os meios Quando materiais para a manutenção dos serviços de que afirmamos que Deus é Amor partilhado entre a comunidade cristã necessita. três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério Temos que ter em mente que nem tudo o que fazemos para resolver os dizemos que Deus é Amor, nós inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha problemas por natureza, Deus reparte conosco a vida, financeiros da comunidade é pastoral. Só é através da criação, a sua intimidade, através da pastoral quando há identificação com toda a ação Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de da Igreja como comunidade de salvação. Por mais precioso que é seu próprio Filho. A exemplo: Uma venda recorde de bebidas para Encarnação e a Redenção são mistérios da angariar fundos para suprir as necessidades de partilha de Deus com a humanidade. uma pastoral – os fins não justificam os meios. Jesus Cristo partilha sua vida conosco e, Por isso que rifas, bingos e outros expedientes na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para passam ao largo da pastoral quando são utilizados ser Mãe de todos nós. No Sacramento da como meios para suprir necessidades financeiras. Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão "Dízimo é partilha." 116 e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II sangue "derramado" para a salvação de todos. Por dar à Igreja condições de realizar a sua missão isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha na dimensão religiosa, social e missionária. total, sem restrições. Já no Domingo de Páscoa, e de forma Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é Tatto, O Recado, p.11 a 13. efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus Os dez Mandamentos do Dízimo dons entre todos os crentes. Para continuar a sua missão no mundo, até 01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua meu próximo. Igreja que se caracteriza como uma comunidade Partilho com alegria, conforme manda meu de partilha. coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, 2,42-47 nos mostra as características da um dê conforme decidir em seu coração, sem pena ou constrangimento, porque Deus ama quem comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7). uma comunidade que é fiel à palavra de Deus 02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração recebo de Deus. comum, "O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo na celebração da Eucaristia e na "partilha dos bens"; "todos os que criam estavam 23,1). unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas "Vejamos: em que você é mais do que os outros? propriedades e distribuíam o preço por todos, O que é que você possui que não tenha recebido?" segundo as necessidades que cada um tinha" (1 Coríntios 4,7). (Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição, 03 - Sou dizimista porque minha gratidão a inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma Deus me leva a devolver um pouco do muito única comunidade que vivia o entusiasmo do que recebo. primeiro amor logo no início do cristianismo, como Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho é verdade que esta realidade não deve ter segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez durado muito tempo, mas é o ideal proposto para leprosos: "Não foram dez os curados? Onde toda a comunidade que queira ser verdadeira estão os outros nove?” Só um voltou para dar comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de glória a Deus? (Lucas 17, 11-19). Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de 04 - Sou dizimista porque aceito como palavra Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores, de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o deve ser comunidade de oração, deve ter como dízimo é fonte de bênçãos. centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a Trazei o dízimo integral ao Templo para que haja partilha dos bens. A partilha torna-se, assim, alimento em minha casa. Façam essa experiência uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como comigo – diz Javé dos Exércitos. Vocês hão de não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade ver, então, se não abro as comportas do céu, se aos Pastores, ou sem oração, também não pode não derramo sobre vocês minhas bênçãos de haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos. fartura” (Malaquias 3, 10). Dízimo e Oferta são gestos concretos de partilha, Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que é a forma mais simples para nós depositavam ofertas no Tesouro do Templo. vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva vendermos todos os bens, mas a devolução de pobre depositou mais do que todos. Pois todos os uma pequena parte dos bens que Ele próprio outros depositaram o que estava sobrando para coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo oferta, para as necessidades dos irmãos e para o que possuía para viver” (Lucas 21, 1-4). 117 05 - Sou dizimista porque creio, e confio, em 10 - Sou dizimista porque quero ver minha Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e comunidade de confiança. testemunhar o Evangelho no mundo inteiro. “Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai que vamos comer? O que vamos beber? O que em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando (Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15). essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, Dez boas razões para ser Dizimista sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de 1. crescer e minha Igreja O dízimo é uma profunda relação entre você e Deus. Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em 2. A oferta do dízimo é o reconhecimento dos dons acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31- gratuitos recebidos de Deus Pai, retribuindo, de 33). forma justa, parte do que d’Ele você recebeu. 06 - Sou dizimista porque o partilhar mata o meu egoísmo. colheita a comunidade religiosa, patrimônio de todos . A parábola do homem rico cuja terra deu uma grande 3. Seu dízimo ajuda a manter e este resolveu construir celeiros maiores para guardar todo o trigo junto com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a 4. O dízimo mantém, também, os que vivem para o Evangelho. 5. O dízimo que você oferece vai se transformar em Evangelho, em remédio, em pão, em missão. 6. Sua alegria será, extremamente, grande, sua vida. E as coisas que você preparou, para quando você verificar, daqui a algum tempo, o quem vão ficar?” Assim acontece com quem que, com o seu dízimo, se tornou possível. ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus” (Lucas 12, 16-21). 07 - Sou dizimista porque creio na vida cristã em comunidade. "Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês são todos irmãos". 08 - Sou dizimista porque Deus, o único pai rico, não quer ninguém passando necessidade. 7. Em vez de obrigação, você vai se sentir grato e agradecido a Deus por lhe dar condições de participar da vida paroquial com seu dízimo. 8. A prática do dízimo integra, cada vez mais, a pessoa à comunidade. 9. A sua oferta permanente tornará vitoriosa a Pastoral do Dízimo. 10. Com a oferta do dízimo, você será participante ativo na construção do Reino de Deus. “Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40). 09 - Sou dizimista porque gosto de viver em liberdade e alegria, celebrando desde já a vida plena. "Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5). "Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34). 118 Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II BIBLIGR AFIA 1. Bíblia Sagrada - Ave Maria, Editora Ave Maria. 2. Catecismo da Igreja Católica, Editora Vozes e Loyola. 3. Diretório Nacional da Catequese – 84, DOCUMENTOS DA CNBB, Editora Paulinas. 4. Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma, Diocese São José dos Campos. 5. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003. 6. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008. 7. Educação para a Comunidade de Fé – Livro do catequista I, II e III e Catequizando I, II e III, Maria do Carmo Saraiva, Editora Paulinas. 8. Caminhando na Construção do Reino – Livro do Catequista e Catequizando 1, Catequese de Primeira Eucaristia – Edição revisada e ampliada, Equipe Regional de Catequese – Votuporanga – SP, Editora Salesiana 9. Sementes de Vida – Primeira Eucaristia - Livro do catequista e catequizando – 1ª fase, Pastoral Catequética de Ponta Grossa – PR, Editora Ave Maria. 10. Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Issaac Chalita, Editora Santuário. 11. Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora Vozes. 12. A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora Vozes. 13. Correndo ao Encontro de Jesus – 1ª e 2ª ano. Comissão Arquidiocesana de Iniciação Eucarística – Arquidiocese Niterói, Editora Vozes. 14. Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, Edições CNBB, 2011, Brasília-DF. 119 DI NÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA CAMPANHA DA FRATERNI DADE 2012 PARA FALAR DE SAÚDE Apresentar duas rosas (ou outra flor) aos catequizandos, uma murcha, despetalando e outra bonita, cheia de vida, saudável. Estas duas flores, nos mostram a doença e a saúde. Para vocês o que é saúde? ( as respostas vão girar em torno de: não ter doença, dor, estar forte etc). Completar o conceito de saúde que vai além da ausência de doenças: “Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre.”. “A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade”. Se fôssemos escolher uma destas flores para oferecer a alguém, qual seria? A bonita, claro! Não oferecemos aquilo que julgamos que não agrada. Não nos doamos, se não gostamos de nós mesmos. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, deu-nos dignidade de filhos, de pessoa humana com capacidade de amar. É ponto de partida para amar, descobrir o próprio valor, viver a dignidade e proclamá-la a toda pessoa. Esta é a força capaz de estabelecer relacionamentos fraternos, solidários, que a CF nos propõe. Ela quer suscitar o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde. ORAÇÃO DOS BONS PROPÓSITOS Distribuir aos catequizandos, saches de açúcar (ou providenciar um açucareiro com uma colherinha). Dispor de um recipiente com água, outro com gelo, suco em pó ou um copo de concentrado. Em clima de celebração e oração, lembrar aos catequizandos que podemos fazer um mundo melhor: “remediar”, com bons propósitos, as situações de sofrimento, dor, doença, mal estar. Para isso peçamos a Jesus que nos ajude a modificar nosso comportamento e nossas ações em prol da nossa saúde. À medida que cada um for fazendo seu “propósito”, pedir que coloque seu “ingrediente” na jarra que está sobre a mesa. Os propósitos devem se manifestados em voz alta, como orações. Por exemplo: “Jesus dê-me forças para controlar a vontade de comer doces, chocolates, refrigerantes em excesso.” “Jesus ajude-me a dominar a preguiça e fazer mais exercícios físicos.” “Jesus fortaleça-me para não cair na tentação de colocar em risco minha saúde, colocando-me em situações de risco: drogas, álcool, brincar com fogo, objetos cortantes, etc.” Criar mais situações como: expor-se ao frio sem agasalho; não escovar os dentes; ver TV em excesso; usar em demasia a internet, o telefone celular; jogar demais videogame; dormir muito tarde, etc. 120 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Depois que todos colocarem na jarra suas “orações”, acrescentar a água, mexer o suco e distribuir um copo para cada um. DINÂMICA: “SEGURA...NÃO DEIXA CAIR!” Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja escrito um dos “males” (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que está escrito no papel. A papeleta ‘gripe’ deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número de participantes (colocá-la para um terço das pessoas). Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente, evitando que alguém caia. No meio do círculo fica o “doutor”, a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O “médico” lê um dos diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a “doença” correspondente amolece o corpo para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não deixá-la cair. Se a pessoa cair, ela morre... Depois de ser amparada, a pessoa ‘doente’ volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há várias pessoas com esta “doença”, muita gente vai “cair” ao mesmo tempo e o círculo vai se desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está acontecendo com a saúde pública. Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram. Como se sentiram ao serem taxados de “doentes”? Como viram a doença que cada um recebeu? Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que vai desmoronar, cair. Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro? Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a importância da prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente. Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que sofrem. DOENÇAS: Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade, colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e placas nos dentes. (Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos). DIAGNÓSTICOS: Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos. (gripe) Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão) Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene. (dengue) 121 A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica exercícios físicos. (hipertensão) Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se alimenta com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes) A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal. (problemas renais) Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia) Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios físicos. (obesidade) Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto) A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência química) A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira. Consome alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia) A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição sonora. (dores de ouvido e de cabeça) A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie) UM OLHAR SOBRE A REALIDADE MATERIAL: uma folha de cartolina, desenho do contorno de uma grande mão, pintado de marrom, que servirá para ser a raiz e o tronco da árvore / fita crepe ou cola / várias tesouras / folhas em branco para todos / lápis de cor verde e amarelo (para pintar folhas). Distribuir, para cada um, uma folha de papel em branco e lápis de cor. Pedir para desenhar o contorno de uma das mãos com os dedos ligeiramente abertos, pintar de verde e recortar. Pedir que coloquem, num canto, o próprio nome e que, no meio da mão desenhada, escrevam: SAÚDE. Após a confecção das mãos, o catequista apresentará ao grupo o desenho do contorno da grande mão (como se fosse a raiz de uma árvore) e pergunta: De quem pode ser essa mão? (deixar a pergunta no ar). Quando estudamos os povos, desde as mais antigas civilizações, encontramos sempre o assunto saúde e doença, misturado com religião. Deuses, demônios, maus espíritos, magia... (TB, 09) aparecem com explicação para a dor, a morte, os sofrimentos de modo geral. Por exemplo, no caso dos indígenas brasileiros, quem era o “médico” da tribo? O pajé. E nós? O que pensamos sobre a existência do mal, da doença? São castigo de Deus? Ele é o culpado? (deixar que falem, discutam, sem responder diretamente às indagações). Então, nossas mãos não podem fazer nada? O que será que depende de nós? Em que os povos da Bíblia acreditavam? Vamos descobrir, pesquisando na Bíblia.: Dt 28, 1-2; Dt 28, 15-20; 2Cr 16, 7; 2Cr 16, 12-13. Após a leitura, concluir com rápidas palavras. O livro do Deuteronômio apresenta saúde como bênção e doença como maldição, devido ao pecado, ao afastamento de Deus. Nas Crônicas, todos eram dependentes do Senhor. Procurar ajuda de um médio em lugar de Deus, era derrota na guerra e morte certa. Como em Deuteronômio, a Bíblia aqui nos fala de castigo de Deus. 122 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II Vamos ler no livro de Eclesiástico, como instrui sobre saúde e doença – Eclo 38, 1-15 – Este texto realça a importância da saúde, de se ter os meios para que a saúde se difunda sobre a terra, que é o nosso lema nesta Campanha da Fraternidade. Mas logo a seguir, pede que se recorra ao Senhor e evite o pecado. Vimos a força, o peso do pecado em todas essas leituras. Mas será que Jesus mostrou o outro lado da moeda, o outro lado dessa mão? Como Ele viu a doença? N cartolina com a mão marrom desenhada, formar uma árvore, tendo essa mão como raiz. (modelo abaixo) Cada catequizando coloca a mão que desenhou e recortou, formando as folhas da árvore, conforme uma sequência pré- determinada. Deus nos criou por amor para sermos felizes. Tudo que Ele fez mostra quem Ele é. Mas nossos primeiros pais recusaram a amizade com o Pai Criador e, pela desobediência, o pecado entrou na vida das pessoas. Com o pecado veio a dor, a morte. Deus, em sua infinita bondade, enviou seu Filho Jesus para salvar a humanidade. Ao morrer na cruz, Ele funda a igreja para continuar a oferecer a salvação. A Igreja somos nós, todos os batizados. Formamos o Corpo de Cristo. Jesus não tem outras mãos, a não ser as nossas, para construir o mundo como Deus quer. E Deus não quer sofrimento. O que podemos levar aos outros com nossas mãos? Como podemos agir em prol da saúde? Orientar os catequizandos para pensar num gesto concreto: visitar um doente, consolar um amigo que sofre, fazer doação de medicamentos, alimentos, fraldas, ouvir um idoso em suas aflições, rezar pelos que sofrem. Ao som de uma música (da CF-2012 ou outra), colar na cartolina as mãos que confeccionaram, como se fossem folhas e galhos da árvore. Ao terminar todos juntos dão as mãos e pedem: “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA!” Modelo da árvore: podem ser escrito, na “raiztronco”, os nomes dos santos que dedicaram suas vidas ao atendimento e ao conforto dos doentes: São Camilo, São João de Deus, Santa Paulina, Beata Ir. Dulce, São Galvão (cf. TB, 221). 123 Este espaço está reservado para a sua avaliação, comentários e sugestões. Anote o número do encontro, a quantidade de catequizandos que você tem e a faixa etária. Faça o seu comentário e entregue ao seu coordenador. Você estará ajudando a melhorar este material com a sua valiosa contribuição. 124 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II 125 126
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