PROGRAmmA setembro outubro 2016 - Lisboa

Transcrição

PROGRAmmA setembro outubro 2016 - Lisboa
PROGRAmmA
SETEMBRO 2016
HALORY GOERGER E
ANTOINE DEFOORT
Germinal
● teatro
qui 08 e sex 09 ↣ 21h30
╓─── BRUNO PERNADAS
║
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Those who throw objects
║
║
at the crocodiles will be
║
║
asked to retrieve them
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● música
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╙ Æ ter 13 ↣ 22h
╓─── MERIJN OUDENAMPSEN
║
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Em Defesa da Utopia
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║
● debate e pensamento
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╙ Æ qui 15 ↣ 18h30
╓─── KATE MCINTOSH
║
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Mesa de Trabalho
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★ Palácio Pombal
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║
● crianças e jovens
║
╟ Æ sáb 17 ↣ 15h às 19h
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╙ Æ dom 18 ↣ 11h às 13h
e 14h às 19h
╓─── KATE MCINTOSH
║
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Worktable
║
║
★ Palácio Pombal
║
║
● instalação
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╟ Æ ter 20 a sex 23 ↣ 17h às 20h
║
╙ Æ sáb 24 ↣ 15h às 20h
╓─── BRUNO PERNADAS
║
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Worst Summer Ever
║
║
● música
║
╙ Æ ter 20 ↣ 22h
╓─── MALA VOADORA
║
║
Moçambique
║
║
● teatro
║
╟ Æ sex 23, sáb 24
║
║
e ter 27 ↣ 21h30
║
╙ Æ dom 25 ↣ 18h30
╓─── MARCELO EVELIN
║
║
★ Espaço Alkantara
║
║
● masterclass
║
╙ Æ seg 26 a qua 28 ↣ 14h às 19h
╓───
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FILIPA FRANCISCO com
FRANCISCO CAMACHO,
MIGUEL PEREIRA E SÍLVIA REAL
Projeto Espiões
● dança
sex 30 e sáb 01 out ↣ 21h30
dom 02 out ↣ 18h30
MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL
EQUIPA
diretor artístico
Mark Deputter
diretora executiva Andreia Cunha
programador música
Pedro Santos
programadora crianças e jovens
Susana Menezes
assistentes de programação
Laura Lopes e Liliana Coutinho
adjunta gestão
Glória Silva
diretora de produção
Mafalda Santos
adjunta direção de produção
Rafaela Gonçalves
produtoras executivas
Catarina Ferreira
e Maria Ana Freitas
segurança Securitas
António Simões, António Oliveira,
Mário Fernandes, Filipe Tomé
e Valter Julião
PROGRAmmA
proprietário
EGEAC, E.M.
diretor
Mark Deputter
editora
Catarina Medina
morada
Avenida da Liberdade, 192
1250-147 Lisboa
sede de redação
Rua Bulhão Pato, 1B
1700-081 Lisboa
periodicidade
bimestral
diretora de comunicação
Catarina Medina
tiragem
11 mil exemplares
gabinete de comunicação
Susana Pomba
O PROGRAmmA foi escrito ao abrigo
do Acordo Ortográfico de 1990.
Foi impresso em papel de produção
nacional.
imagem e design gráfico
barbara says…
diretora de cena
Rita Monteiro
adjunta direção de cena
Sílvia Lé
camareira
Rita Talina
diretor técnico
João Alves
adjunta direção técnica
Anaísa Guerreiro
técnicos de audiovisual
Félix Magalhães, João Van Zelst
e Miguel Mendes
técnicos de iluminação / palco Luís Balola, Nuno Samora,
Paulo Lopes e Manuel Martins
bilheteira/receção
Diana Bento e Rosa Ramos
frente de sala Luridima
Isabel Clímaco (chefe de equipa),
Afonso Matos, Ana Paula Santos,
Francisco Tavares e Rita Resende
limpeza Astrolimpa
Hermínia Santos, Celeste Jesus,
Maria Figueiredo,
Maria Edmar, Matilde Reis,
Simona Aconstantinesei,
Lucinda Oliveira
e Engrácia Rodrigues
ÍNDICE
TEATRO
Æ HALORY GOERGER E ANTOINE DEFOORT: Germinal
Æ MALA VOADORA: Moçambique
MÚSICA
Æ BRUNO PERNADAS
Those who throw objects at the crocodiles
will be asked to retrieve them
Æ BRUNO PERNADAS: Worst Summer Ever
Æ JOANA SÁ: À escuta: o aberto (para piano
e instalação de placas ressoadoras de metal)
Æ MATMOS: performs Robert Ashley’s Perfect Lives
DEBATE E PENSAMENTO
Æ MERIJN OUDENAMPSEN: Em Defesa da Utopia
Æ NURSEL KILIÇ E EDA DÜZGÜN
Democracia num Lugar Improvável
Æ PROJETO D’AJUDA
Æ HELENA INVERNO E VERÓNICA CASTRO
Um Elefante na Sala
Æ ANA BORRALHO, JOÃO GALANTE E ROBERTO FRATINI
SERAFIDE: Arte e Participação
Æ JAVIER TORET E AMADOR FERNÁNDEZ­‑SAVATER
Democracias de Base — O Caso Espanhol
CRIANÇAS E JOVENS
Æ KATE MCINTOSH: Mesa de Trabalho
Æ ANA LÚCIA PALMINHA, SUZANA BRANCO
E MARIA JOÃO CASTELO: Saia de Roda
INSTALAÇÃO
Æ KATE MCINTOSH: Worktable
MASTERCLASS
Æ MARCELO EVELIN
DANÇA
Æ FILIPA FRANCISCO com FRANCISCO CAMACHO,
MIGUEL PEREIRA E SÍLVIA REAL
Projeto Espiões
Æ FAUSTIN LINYEKULA: Le Cargo
PERFORMANCE
Æ PROJETO COLETIVO A PARTIR DE UMA PROPOSTA
DE LOÏC TOUZÉ E ANNE KERZERHO
À Volta da Mesa: para um imaginário do gesto
Æ EDIT KALDOR: Web of Trust
Æ CHRISTOPHE MEIERHANS
A Hundred Wars to World Peace
ÓPERA
Æ VASCO MENDONÇA, KRIS VERDONCK, DIMITRI VERHULST,
LOD MUZIEKTHEATER E ORQUESTRA GULBENKIAN
Bosch Beach
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B
DEBATE
E
PENSAMENTO,
WORKSHOPS,
Alice: “Would you tell me, please, which way
I ought to go from here?”
The cat: “That depends a good deal on
where you want to get to.”
Lewis Carroll, Alice in Wonderland
Em 1516, Thomas More publicou Utopia, uma crítica
à sociedade em que vivia e um manifesto para um
mundo melhor. Em 1917, a Revolução Russa derrubou
o regime czarista, rumo a um futuro mais feliz. Como
se sabe, as promessas não se realizaram e a história
do século xx demonstrou que a humanidade é capaz
de monstruosidades em nome de um suposto mundo
ideal. Tornou­‑se hábito olhar para qualquer aspiração
utópica com uma mistura de descrença e desconfiança.
Depois da queda do muro de Berlim, pensar a sociedade
em termos ideológicos tornou­‑se tabu e a política
transformou­‑se num exercício de gestão. A ambição de
construir um mundo melhor foi trocada pela convicção
de que estamos a viver no melhor dos mundos possíveis
e de que é suficiente confiar na “mão invisível” do
mercado e limar as imperfeições.
No entanto, o conceito da “gestão eficiente”
do mundo globalizado em moldes neoliberais está
a falhar. Confrontadas com a degradação alarmante do
ecossistema, o aumento das desigualdades, a privatização
selvagem do que deveria ser comum, a migração massiva,
o desaparecimento da solidariedade, cada vez mais
pessoas reclamam o regresso da política: uma política
que reocupe o seu lugar central, que ouse imaginar novos
modos de atuar, procure caminhos diferentes e inclua
os cidadãos nos processos de decisão. Quais são as
ideias que estão a emergir capazes de nos inspirar? Onde
estão os projetos que experimentam diferentes formas
de conviver? Quais são as utopias de que a humanidade
precisa para agir criticamente e recriar o presente? Será
que a arte tem aqui um papel a desempenhar? Business
as usual deixou de ser opção: é preciso voltar a imaginar
o mundo em que queremos viver. É preciso juntarmo­‑nos
enquanto cidadãos para o construir.
R E S I L I Ê N C I A
PERFORMANCE, DANÇA, CRIANÇAS E JOVENS
O ciclo UTOPIAS oferece um programa alargado
que atravessa toda a temporada 2016­‑2017 do Teatro
Maria Matos, com espetáculos, instalações, palestras,
encontros e eventos no espaço público, com convidados
que fazem do agir crítico e da imaginação política
uma tarefa diária. As UTOPIAS da temporada estão
organizadas em seis arquipélagos, seis territórios para
conhecer possibilidades que estão já em curso, e de
imaginar outras. Em setembro e outubro, visitamos
o Arquipélago da Resiliência, em que olhamos para
o regresso da imaginação política nos movimentos
sociais que têm irrompido um pouco por todo o mundo
nos últimos anos. À crescente precariedade e aos
discursos do medo contrapõem mais solidariedade.
Ao status quo respondem com ativismo e participação
a todos os níveis da sociedade. A utopia é aqui um
horizonte que se reinventa enquanto se vai caminhando.
curadoria: Liliana Coutinho e Mark Deputter
↣setembro ↣ outubro 2016
Arquipélago da Resiliência
olha para o regresso da
imaginação política nos
movimentos sociais que têm
irrompido um pouco por todo
o mundo nos últimos anos.
↣ novembro ↣ dezembro 2016
Arquipélago das Diversidades
parte da crise dos refugiados
para revisitar os problemas
e as oportunidades da
sociedade diversa.
↣
janeiro ↣ fevereiro 2017
Arquipélago Comum
revisita os muitos projetos
utópicos surgidos dos
comunismos e anarquismos que
surgiram no início do século xx.
↣
março 2017
Arquipélago dos Afetos
dá a palavra aos muitos que
estão a repensar a política como
uma atividade também afetiva.
↣
março ↣ abril 2017
Arquipélago Capital
centra-se nas forças
imaginativas e destrutivas
do capitalismo.
↣
maio ↣ julho 2017
Arquipélago Verde
foca o imaginário utópico mais
influente da atualidade, surgido
da necessidade incontornável
de manter o planeta viável.
TEATRO ★ 8 e 9 setembro
quinta e sexta ↣ 21h30
HALORY GOERGER
E ANTOINE DEFOORT
Germinal
E se pudéssemos recomeçar do zero? Para iniciar o ciclo
UTOPIAS, o Teatro Maria Matos volta a apresentar o espetáculo
que marcou o Alkantara Festival de 2014, Germinal. Quatro
indivíduos encontram­‑se num palco vazio, um espaço
virgem. A partir do nada, iniciam a criação de um mundo
novo, com tudo o que isso implica: a invenção da linguagem,
o desenvolvimento do conhecimento, a construção da
comunidade, a criação da própria história. Fazem experiências
com ciência, tecnologia e estruturas sociais. Organizam
o mundo de acordo com novas regras e categorias. Tudo se
classifica. Tudo se parte. Com um humor subversivo e ácido,
Goerger e Defoort jogam às utopias para dissecar o estado
do mundo e os seus modos de funcionamento.
sala principal com bancada ● 7€ a 14€
em francês com legendas ● duração: 70 min ● M/12
What if we could start from scratch? To open its
program on utopia, Teatro Maria Matos presents
a performance that marked Alkantara Festival
2014. In Germinal, we witness the birth of a new
world and all that it implies: the invention of
language, the development of knowledge, the
construction of a community, the creation of
history itself. With a subversive humour, Goerger
and Defoort play around with utopia to dissect
the state of the world and the way it functions.
Coapresentação
Com o apoio NXTSTP/
Programa Cultura da
União Europeia
8
conceito e direção:
Halory Goerger
e Antoine Defoort
interpretação:
Arnaud Boulogne,
Jean­‑Baptiste Delannoy,
Ondine Cloez, Beatriz Setién,
Antoine Defoort,
Denis Robert, Halory Goerger,
Sébastien Vial
e a voz de Mathilde Maillard
conceção técnica:
Maël Teillant
direção técnica:
Frédérick Borrutzu e Colin Plancher
produção técnica e cenário:
Frédérick Borrotzu
e Colin Plancher
luz:
Sébastien Bausseron
e Alice Dussart
som: Robin Mignot
e Régis Estreich
consultor luz:
Annie Leuridan
construção cenário:
Christian Allamano,
Cédric Ravier e Danny Vandeput
produção e olhar exterior:
Julien Fournet
assessoria de produção:
Mathilde Maillard
administração:
Sarah Calvez
e Kevin Deffrennes
secretariado e digressão:
Anne Rogeaux
logística: Pauline Foury
crédito fotográfico:
Bea Borgers
MÚSICA ★ 13 setembro
terça ↣ 22h
BRUNO PERNADAS
Those who throw objects
at the crocodiles will be
asked to retrieve them
Teria sido necessário estar bem longe do país em 2014 para
que a estreia de Bruno Pernadas em nome próprio nos passasse
ao lado. How can we be joyful in a world full of knowledge, editado
com estrondo em março desse ano, foi o primeiro assalto de
um ano vitorioso; depois, no mês seguinte, Pernadas deslumbrou­
‑nos num concerto esgotado na sala do Teatro Maria Matos, onde
todo o seu mundo sonoro frondoso ganhou corpo e magicamente
se desfolhou; por último, no final do ano, nas inevitáveis listas
da imprensa, o seu disco arrebatou o cume dos melhores discos
nacionais do ano. Those who throw objects at the crododiles will
be asked to retrieve them é finalmente o regresso de Pernadas
e o regresso ao esplendor do seu álbum anterior — e arrisca­‑se,
com desarmante facilidade, a conquistar iguais adjetivos
e prémios. Voltamos a ouvir uma torrente pop de múltiplas cores
e formas, brincando aos géneros como se fossem plasticina,
mostrando composição acima da média interpretada por músicos
de igual calibre. De volta estão as estrelas e o Espaço, o exotismo
e os cheiros de outras culturas, o geométrico da composição
e a liberdade musical. Acreditem: o relâmpago que sentiram em
2014 vai voltar a atingir­‑nos em cheio. E, quando se refizerem do
golpe, preparem­‑se para serem fulminados de novo com Worst
Summer Ever, na semana seguinte, mais um disco de originais
e mais um concerto.
sala principal
6 € a 12 € ● M/6
It was his year — Bruno Pernadas was in every best albums
list of 2014 in Portugal and gave us an unforgettable concert
—, now he continues with his pop dream and proposes a new
journey over the never­‑ending musical labyrinth of his songs.
Once again, our stage will be filled with flawless musicians that
will put together piece by piece this whole new intoxicating
sound puzzle, which will go straight into our future memories
of 2016.
10
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Wor s t S
guitarra, sintetizador,
sampler e composição:
Bruno Pernadas
bateria e sampler:
João Correia
baixo elétrico:
Nuno Lucas
voz, teclados
e sintetizador:
Margarida Campelo
voz e guitarra:
Francisca Cortesão
voz e guitarra:
Afonso Cabral
trompete
e flugelhorn:
Diogo Duque
saxofone alto,
tenor e soprano:
João Capinha
saxofone tenor,
soprano
e barítono:
Raimundo Semedo
flauta:
Diana Mortágua
crédito fotográfico:
Vera Marmelo
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guitarra, sampler,
composição:
Bruno Pernadas
contrabaixo:
Francisco Brito
bateria:
David Pires
piano:
Sérgio Rodrigues
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saxofone alto
e soprano:
João Mortágua
saxofone tenor
e soprano:
Desidério Lázaro
crédito fotográfico:
Vera Marmelo
MÚSICA ★ 20 setembro
terça ↣ 22h
BRUNO PERNADAS
Worst Summer Ever
Se 2016 já seria feliz com um novo disco de Bruno Pernadas, este
ano arrisca­‑se a ser memorável com a edição simultânea de dois
álbuns de originais em nome próprio. Depois da viagem por Those
who throw objects at the crododiles will be asked to retrieve them,
do dia 13, esta noite de dia 20 fica reservada para entrarmos em
Worst Summer Ever, um trabalho em quinteto discursando
o idioma clássico do jazz. Mas, como sabemos das partituras de
Bruno Pernadas, nada é exatamente clássico, nem exatamente
jazz, e este seu projeto é mais uma ideia musical que parece
alimentar­‑se profusamente de muitos estilos para criar as suas
próprias regras. Ou seja, o jazz como um rio agitado onde confluem
diversos afluentes inesperados que enriquecem um caudal
generoso de ideias e dinâmicas coletivas. Por vezes energético
e demolidor, noutras vezes cinematográfico e melancólico, este
quinteto, operando nas suas mais variadas formações, parece
estar preparado para qualquer tipo de situações, deslumbrando­
‑nos pela exatidão dos movimentos e pela invenção da sua
espontaneidade. Não chega a ser o outro lado do espelho de
Bruno Pernadas porque muito do seu jazz já habita o seu mundo
pop, mas com Worst Summer Ever cria­‑se um díptico muito fiel
às suas capacidades criativas. E, como sempre, um palco é o local
privilegiado para assistir a isto tudo.
sala principal com bancada
6€ a 12€ ● M/6
A week after presenting Those who throw objects at the
crocodiles will be asked to retrieve them, Pernadas comes
back with another record and another concert. Five warrior
musicians get together around jazz, as a common language,
even though they have accepted characteristics and emotions
that don’t fit in that category and canon. This is only possible
with an armoured quintet that shines intensely as a collective
and as the sum of valuable individuals.
13
DEBATE E PENSAMENTO ★ 15 setembro
quinta ↣ 18h30
MERIJN OUDENAMPSEN
Em Defesa da Utopia
Publicado em 1516, Utopia de Thomas More
tornou­‑se o texto fundador da tradição
utópica. Desde então tem funcionado como
uma plataforma para avaliar os méritos
do pensamento utópico e do engajamento
intelectual. O utopismo conduz necessariamente
à violência e totalitarismo? As ideias utópicas
têm de terminar “num miserável ataque de
depressão”, como Marx escreveu uma vez?
É possível transformar a sociedade com base
em ideias? Que papel podem desempenhar
os intelectuais na política? O debate sobre
o pensamento utópico tem sido dominado
por uma série de académicos — Karl Popper,
Isaiah Berlin, Hannah Arendt e John Gray —
que têm descrito a tradição utópica como um
bilhete só de ida para o totalitarismo. Nesta
palestra, Merijn Oudenampsen argumenta
que a mensagem da Utopia de More ou foi mal
interpretada ou mal representada. O livro Utopia
apresenta uma visão instável, fictícia, de uma
sociedade alternativa que serve principalmente
para criticar o aqui e agora. Esta pertence a uma
cadeia utópica “iconoclasta”, que desempenha
um papel central em movimentos de protesto
tais como Occupy e 15M.
conferência em inglês
palco da sala principal ● entrada livre
(sujeita à lotação) mediante levantamento
de bilhete no próprio dia a partir das 15h
duração: 2h
live streaming acessível em
teatromariamatos.pt
Published in 1516, Utopia by Thomas More
became the founding text of the utopian tradition.
Ever since then, it has functioned as a platform
to gauge the merits of utopian thought and
intellectual engagement as such. Does utopianism
necessarily lead to violence and totalitarianism?
Is it possible to transform society on the basis of
ideas? What role can intellectuals play in politics?
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
15
CRIANÇAS E JOVENS ★ +6 anos
17 e 18 setembro
sábado ↣ 15h às 19h
domingo ↣ 11h às 13h e 14h às 19h
(de 15 em 15 mins)
KATE MCINTOSH
Mesa de Trabalho
Esta mesa de trabalho é especial. Nela, convidamos­‑te a desfazer
objetos. São objetos que podes encontrar na vida quotidiana
mas que hoje vão estar à tua disposição, preparados para serem
trabalhados por ti. Preparado com luvas de segurança e vários
tipos de ferramentas, vais poder usar toda a tua força ou toda
a tua delicadeza para, por exemplo, separar as várias peças de
um guarda­‑chuva ou de um brinquedo. Nesta instalação viva, nada
pode ficar intacto! Mas não penses que estamos aqui só para
desmantelar, porque cada pedaço ganhará uma nova vida. Depois
desta primeira parte, vais receber um conjunto de instruções
para avançares para outras ações e novas transformações.
Palácio Pombal
instalação ● 3€ (1 criança + 1 adulto)
6€ (2 crianças + 1 adulto) ● lotação reduzida
excecionalmente não se aceitam reservas
duração: 60 min (aprox.)
This is a special worktable. In it, we invite you to break apart
objects that you can find in your daily life but that today will
be at your disposal, prepared to be dismantled by you. But it
doesn’t end there, you have to listen to the instructions and
bring them back to life, in a new way.
Apresentação no âmbito da rede Create to Connect com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
16
conceito e realização:
Kate McIntosh
produção:
SPIN
crédito fotográfico:
Kate McIntosh
Worktable (no original)
foi uma encomenda do
evento Performance
is a Dirty Work da
Roehampton University.
INSTALAÇÃO ★ 20 a 24 setembro
terça a sexta ↣ 17h às 20h
sábado ↣ 15h às 20h
(de 15 em 15 mins)
KATE MCINTOSH
Worktable
Worktable é uma instalação viva, aberta ao público de forma
contínua durante várias horas e vários dias. O visitante faz um
percurso por uma série de salas: deve inscrever­‑se para entrar
e pode ficar o tempo que quiser. Uma vez lá dentro, são dadas
instruções, equipamento e óculos de segurança para que possa
começar a trabalhar, ou seja, a quebrar, despedaçar, separar,
dissecar… para depois reordenar, remontar, reconstruir os vários
objetos que ali estão. Ao som de uma banda sonora que se vai
criando pela amplificação dos gestos do trabalho, cabe a cada um
decidir como é que os objetos se separam, e como é que as peças
se voltam a juntar, para criar um algo novo, uma nova realidade.
Mãos à obra.
Apresentação no âmbito da rede Create to Connect com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
Palácio Pombal
preço único: 5€ ● lotação reduzida
excecionalmente não se aceitam reservas
duração: 60 min (aprox.)
18
Worktable is a live installation, open to visitors
continuously for several hours and days. It
takes place in a series of rooms — you must
sign in to enter, and can stay as long as you
like. Once inside you are given instructions,
equipment and safety goggles so you can get
to work — it's up to you to decide how things
come apart, and how they come back together
again. Sign in and get to work.
conceito e realização:
Kate McIntosh
produção:
SPIN
crédito fotográfico:
Kate McIntosh
Worktable (no original)
foi uma encomenda do
evento Performance
is a Dirty Work da
Roehampton University.
TEATRO ★ 23 a 27 setembro
(exceto segunda 26)
sexta, sábado e terça ↣ 21h30
domingo ↣ 18h30
coprodução mm
MALA VOADORA
Moçambique
Os três elementos mais antigos da mala voadora nasceram em
Moçambique. Um deles é Jorge Andrade. Apesar de ter vindo
para Portugal com quatro anos, propõe­‑se a construir uma
autobiografia como se tivesse vivido em Moçambique toda
a sua vida. E para que a sua história se torne credível, vai ter
de impô­‑la à História do país. E se o teatro documental só tem
interesse se contar mentiras, trazem-se imagens efetivamente
documentais para o contexto ficcional do teatro, ficcionando­
‑as de um modo que não visa a verdade. Visa antes, como um
romance histórico, inventar uma história cujo contexto advém
da História. Jorge Andrade fará parte da História de Moçambique.
sala principal com bancada
6€ a 12€ ● duração: 60 min
classificação etária: a classificar pela CCE
Jorge Andrade was born in Mozambique but moved to Portugal
with his parents when he was 4. In the piece Moçambique, he
reinvents his biography starting from something that never
happened: what if he would have stayed? Since documentary
theatre only matters when it tells lies, he chooses to impose
his personal history on the History of the country. Jorge
Andrade becomes part of the History of Mozambique.
texto e direção:
Jorge Andrade
elenco:
Isabel Zua, Jani Zhao,
Jorge Andrade, Matamba
Joaquim, Tânia Alves,
Welkett Bungué, Bruno
Huca, entre outros
cenografia e figurinos:
José Capela
fotografia de cena:
José Carlos Duarte
direção de produção:
Joana Costa Santos
apoio à produção
e comunicação:
Jonathan da Costa
gestão e programação
cultural:
Vânia Rodrigues
20
apoio: Centro Cultural
Português em Moçambique
coprodução:
Mala Voadora, Maria Matos
Teatro Municipal, Teatro
Municipal do Porto. Rivoli.
Campo Alegre e Teatro
Viriato
crédito fotográfico:
António MV
DANÇA ★ 30 setembro a 2 outubro
sexta e sábado ↣ 21h30
domingo ↣ 18h30
coprodução mm
FILIPA FRANCISCO com
FRANCISCO CAMACHO,
MIGUEL PEREIRA
E SÍLVIA REAL
Projeto Espiões
Este espetáculo aborda a relação entre as artes
performativas e a construção e transmissão da memória
cultural. A partir das memórias individuais e coletivas
de alguns dos artistas da sua vida — os coreógrafos­
‑intérpretes Francisco Camacho, Miguel Pereira
e Sílvia Real — Filipa Francisco identifica um património
ímpar e desenha um gesto criativo e afirmativo face
à escassez de arquivos e documentação sobre a dança
no panorama nacional português. Na sequência de
projetos anteriores como Íman, construído a partir das
memórias individuais de intérpretes de dança africana
e hip hop, ou A Viagem, que explora a dança tradicional
como uma forma de ligação ao corpo, Projeto Espiões
propõe valorizar uma herança incorporada através de
um confronto entre repertórios e imaginários pessoais,
e novos gestos coreográficos.
sala principal com bancada
6€ a 12€ ● duração: 90 min
classificação etária: a classificar pela CCE
Projeto Espiões [Project Spies] looks into the
relationship between the performing arts and the
creation and transmission of cultural heritage.
Collecting the individual and shared memories of
a number of artists she admires, Filipa Francisco
identifies a rich and unequalled heritage and turns
it into an act of creative resistance, in view of the
lack of documentation on the history of dance in
Portugal.
22
criação e direção artística:
Filipa Francisco
cocriação e interpretação:
Francisco Camacho,
Miguel Pereira e Sílvia Real
composição musical:
António Pedro
figurinos:
Carlota Lagido
desenho de luz
e direção técnica:
Carlos Ramos
documentação e
acompanhamento crítico:
Cláudia Galhós
produção e difusão:
Materiais Diversos,
estrutura financiada
pela República Portuguesa —
Cultura / Direção-Geral
das Artes​
coprodução:
Materiais Diversos,
Maria Matos Teatro
Municipal, Teatro Municipal
do Porto. Rivoli. Campo
Alegre e rede Open Latitudes
(Latitudes Contemporaines,
Vooruit, L’Arsenic, Body/
Mind, Teatro dele Moire,
Sin Arts Culture, Le Phénix,
MIR Festival/Materiais
Diversos, financiado pelo
programa Cultura da
União Europeia)
apoio:
EIRA, Polo Cultural das
Gaivotas | Boavista — Câmara
Municipal de Lisboa,
Fundação GDA, Companhia
Caótica e Duplacena
crédito fotográfico:
Bruno Simão
PERFORMANCE ★ 1 e 2 outubro
sábado e domingo ↣ 17h30
PROJETO COLETIVO A PARTIR
DE UMA PROPOSTA DE LOÏC
TOUZÉ E ANNE KERZERHO
À Volta da Mesa: para um
imaginário do gesto
A economia hipertecnológica da atualidade criou um mundo
de peritos, com conhecimentos altamente especializados nas
suas áreas de trabalho. Esta especialização extrema criou uma
sociedade de responsabilidades compartimentadas em que cada
um age exclusivamente na área da sua competência. À Volta da
Mesa é um passo na direção oposta, um gesto que propõe uma
reaproximação a partir da realidade que todos partilhamos:
o corpo e as suas capacidades. Reinventando a forma tradicional
da conferência, À Volta da Mesa convida pessoas locais com uma
prática de corpo específica a partilharem o seu conhecimento
com um número reduzido de público reunido à volta de mesas.
Os participantes terão a possibilidade de dialogar e pensar
com pessoas de várias áreas da sociedade contemporânea
acerca do gesto que emerge pelo exercício de uma profissão
ou atividade: um bombeiro, um talhante, um respigador, uma
médica, um cozinheiro, entre outros. Este evento propõe
reconsiderar as ligações existentes entre prática e teoria,
valorizando a experiência corporal e subjetiva e o seu papel
na compreensão do mundo onde vivemos.
Palácio Pombal ● evento performativo
entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento
de bilhete no próprio dia a partir das 16h ● duração: 90 min
classificação etária: a classificar pela CCE
Reinventing the form of a traditional conference, Around the
Table invites people who have a particular body practice to
share their knowledge with a small public gathered around an
ensemble of tables, creating the conditions for dialogue and
reflection about questions of the body, in particular, about the
specificities of the bodies and their specialists.
Apresentação no âmbito da rede Create to Connect
com o apoio do Programa Cultura da União Europeia
24
conceção:
Loïc Touzé e Anne Kerzerho
implementado por:
António MV, Carolina
Campos, Catarina Santos,
David Marques,
Francisca Manuel,
Filipe Pereira,
Joana Leal, Luísa Veloso,
Matthieu Ehrlacher,
Sara Palácios,
Sezen Tonguz
e Teresa Silva
coordenação:
Elizabete Francisca
equipa internacional:
Alain Michard, Jennifer
Bonn e Loïc Touzé
oradores:
15 habitantes locais
(a definir)
música:
Zarabatana (Bernardo
Álvares, Carlos Godinho e
Yaw Tembe)
conceção da refeição:
Catarina Santos
e Inês Milagres
produção:
O Rumo do Fumo
apoio:
Forum Dança
agradecimentos:
Mariana Tengner Barros,
alunos do curso PEPCC do
Forum Dança, 3/QUARTOS
e Causas Comuns
coprodução:
ORO/Nantes (estrutura
apoiada pelo Estado, pela
Prefeitura do País de
Loire — Direção Regional do
Assuntos Culturais,
pela Cidade de Nantes,
e recebe a ajuda do
Instituto Francês para
os seus projetos no
estrangeiro, assim como
do Departamento de
Loire-Atlântico) com a
participação do colectivo
kom.post e Louma (membros
fundadores do projeto)
coprodução
(edição Lisboa):
Maria Matos
Teatro Municipal
O Rumo do Fumo é uma
estrutura financiada pelo
Ministério da Cultura/
Direção-Geral das Artes
crédito desenho:
Catarina Santos
DEBATE E PENSAMENTO ★ 4 outubro
terça ↣ 18h30
NURSEL KILIÇ E EDA DÜZGÜN
Democracia num Lugar
Improvável
Rojava é conhecida como a região no extremo Norte da Síria,
na fronteira com a Turquia, onde o povo Curdo ergueu a frente
de combate mais eficaz contra o Daesh. Mas atrás das imagens
de guerra que os media internacionais nos mostram diariamente,
existe uma outra realidade ainda pouco conhecida: Rojava
é uma região que alberga milhares de pessoas de várias
etnias e culturas, e tornou­‑se o berço de um novo projeto de
sociedade, baseado num confederalismo democrático. Com
um sistema de governação que privilegia a participação cidadã,
a multiculturalidade, a economia cooperativa e a consciência
ecológica, o projeto democrático de Rojava mostra­‑se como
alternativa viável à organização económica dominante e às
estruturas tradicionais do estado nação. Criando condições
concretas para a participação das mulheres no espaço público,
o conceito da igualdade de género está efetivamente a suplantar
o patriarcado enraizado. Em Rojava está a decorrer uma
reorganização do viver em comum e das estruturas políticas que
o sustentam. É este território político que nos propomos conhecer
durante esta conversa com Nursel Kiliç, porta­‑voz da Representação
do Movimento das Mulheres Curdas, e Eda Düzgün, antiga
representante do Cenî — Gabinete das Mulheres para a Paz e atual
membro da Representação do Movimento das Mulheres Curdas.
conferência em francês (com tradução simultânea) e inglês
sala principal com bancada ● entrada livre
(sujeita à lotação) mediante levantamento de bilhete
no próprio dia a partir das 15h ● duração: 2h
live streaming acessível em teatromariamatos.pt
Rojava is known as the region, in the most northern part
of Syria, where Kurdish people are resisting the military
expansion of Daesh. But behind the images that are being
spread by the international media, another, little known
reality is taking shape. In this region and in these improbable
circumstances, a multi­‑ethnic population is building a new
democratic project, presenting itself as an alternative to the
dominant structures of worldwide economy, patriarchy and
the nation state.
26
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
PERFORMANCE ★ 6 e 7 outubro
quinta e sexta ↣ 21h30
EDIT KALDOR
Web of Trust
Os movimentos e as revoluções que aconteceram um pouco por
todo o mundo desde 2010 têm origens e objetivos diferentes,
mas partilham algumas características básicas: uma aversão do
status quo reinante, uma vontade de mudança, uma necessidade
de partilha e uma ferramenta poderosa para unir tudo: a internet.
Web of Trust testa os limites das redes sociais, trazendo
a internet para o teatro e usando­‑a como palco. Estabelece um
processo de construção de uma rede online de pessoas com
origens, necessidades e recursos diferentes. O desenvolvimento
dessa rede de estranhos depende de todos aqueles que nela
participam. Web of Trust lida com a distância entre palavras
e ações, convidando o público a formular e a negociar as suas
ideias sobre a relação entre o indivíduo e o coletivo, e a explorar
o potencial de processos de auto­‑organização. É uma proposta
para ser testada. Traga o seu tablet, computador portátil ou
smartphone, se quiser participar.
sala principal com bancada
6€ a 12€ ● duração: 90 min
classificação etária: a classificar pela CCE
Web of Trust brings the internet into the theatre and uses it as
its stage. It sets up a process of building an online network of
people with very different backgrounds, needs and resources.
How this web of strangers develops depends on all those who
take part.
conceito: Edit Kaldor
colaboração:
Gigi Argyropoulou, Lisa
Skwirblies, Jurrien van
Rheenen, Bojan Djordjev,
Joris Favié, Nele Beinborn,
Rufino Henricus, Martin
Kaffarnik, Nicola Unger,
Oleg Myrzak, Meike Jansen,
Giorgi M., Rudy Keijzer,
Aleksandra Jarocka,
Jana Mendelski, Ivo de
Kler, Rodrigue Peguy,
Alexander Nagel, Sylvain
Vriens, entre outros
produção:
Edit Kaldor/Stichting Kata
coprodução:
Kunstenfestivaldesarts,
Hebbel am Ufer, Dublin
Theatre Festival,
SPRING Festival, Vooruit
e Cincinnati Contemporary
Arts Center
apoio:
City of Amsterdam,
Performing Arts Fund
Netherlands, Open
Latitudes network e
Onassis Cultural Centre
28
crédito fotográfico:
Luc Vleminckx / Edit Kaldor
Coapresentação
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura da
União Europeia
MÚSICA ★ 13 e 14 outubro
quinta e sexta ↣ 22h
JOANA SÁ
À escuta: o aberto
(para piano e instalação de placas
ressoadoras de metal)
Terceira parte de uma trilogia de solos para piano semi­‑preparado
e extensões sonoras, À escuta: o aberto volta a mostrar Joana Sá
em confronto direto entre corpo, música e instrumento, sendo
que o foco está, desta vez, no corpo performativo. Ou seja,
o corpo à escuta, o corpo que por um lado faz o tempo e o espaço
musicais, que vive através da música, e que por outro lida com
a sua própria sucumbência. Ainda, o gesto como intervalo mediador
entre essas duas dimensões, como prolongamento ou extensão
corpórea, abolindo interior ou exterior, e reformulando o espaço
e o tempo como algo permanentemente vulnerável, ativo e líquido.
Ao vivo, tal como já fizemos com Through This Looking Glass (2011)
e Elogio da Desordem (2013) na nossa sala, experimentamos nas
performances de Joana Sá uma tridimensionalidade rara, com som
e imagem (e movimento e palavra) a invadir a nossa envolvência,
jogando com dinâmicas que alteram a nossa perceção e fruição.
É do seu piano que tudo se cria e transforma, estilhaçando
composições que se materializam em ambientes e objetos
circundantes. Ativando este processo, Joana Sá debruça­‑se
uma vez mais na sua própria performance, na construção, como
diria o filósofo e musicólogo Peter Szendy, de um corpo feito de
“membros fantasmas” ou “corpos improváveis”, extensões fictícias
que alimentam as suas histórias. Há eletrónica, imagens, chapas
metálicas que relampejam no céu, mas À escuta: o aberto é uma
peça para piano e tudo aquilo que, brilhantemente, se consegue
criar fora dele.
sala principal com bancada
6 € a 12 € ● M/6
À escuta: o aberto closes a trilogy of works that includes,
Through This Looking Glass and Elogio da Desordem, both
presented in our main room in 2011 and 2013, respectively.
Once again, Joana Sá works with the body, its limits and
possibilities, and their relation with a piano more and more
open to the outside. Interpretative sounds, images and objects
that fill a room up entirely.
30
composição
e performance:
Joana Sá
espaço cénico:
Daniel Costa Neves,
Rita Sá e Joana Sá
design sonoro:
Joana Sá
e Hélder Nelson
design de luz:
Daniel Costa Neves
e Tela Negra
operação de som:
Hélder Nelson
operação de luz:
Tela Negra
produção: Turbina
crédito fotográfico:
Nuno Carvalho
DANÇA ★ 15 outubro
sábado ↣ 21h
FAUSTIN LINYEKULA
Le Cargo
Na preparação do programa Artista na Cidade 2016,
o coreógrafo Faustin Linyekula visitou o bairro da
Cova da Moura, o maior e mais heterogéneo núcleo
de população migrante na região da Grande Lisboa,
exprimindo então a vontade de ali dançar. A dança
de Linyekula é feita com e para a cidade e por isso
estendemos esta vontade a outros bairros de Lisboa
(Vale da Amoreira e Bairro Padre Cruz). Linyekula
passou as últimas décadas a contar histórias:
do Congo, da República Democrática do Congo,
do Zaire, do Congo Belga. Ao longo da sua história
o seu país foi chamado de todos esses nomes. Nelas,
os corpos são marcados pela História e as vidas são
marcadas pela violência. Como é que se pode deixar
o corpo falar da História deixando as palavras para
trás, mesmo se só por um instante? Nesta viagem
em direção a si­‑próprio, Linyekula embarca num
comboio que deixou de existir, cujos trilhos foram
engolidos pela floresta. Procura o que desapareceu,
dança o que foi proibido pela nova época, pelo
Deus dos Milagres. Encontra o baterista mestre
que desistiu do ritmo e se tornou pastor.
Casa Conveniente / Zona não vigiada
Av. João Paulo II, lote 536, 1A,
Bairro do Condado, Chelas
duração: 55 min ● M/6 ● entrada livre
(sujeita à lotação reduzida do espaço)
The Congolese choreographer Faustin
Linyekula, Artist in the City 2016, spent the
last decades telling stories, stories of bodies
marked by history, stories of lives marked by
violence. How can we let the body speak of
history while leaving words behind, even if for
an instant?
Apresentação no âmbito da rede Create to Connect com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
32
coreografia e
interpretação:
Faustin Linyekula
música:
Flamme Kapaya
e Obilo Drummers
produção:
Studios Kabako
e Virginie Dupray
coprodução:
Centre National
de la Danse
apoio:
DRAC Ile­‑de­‑France,
Ministério da Cultura e
da Comunicação de França
coapresentação:
Maria Matos Teatro
Municipal e Casa
Conveniente/
Zona não vigiada
crédito fotográfico:
José Frade
DEBATE E PENSAMENTO ★ 16 outubro
domingo ↣ 10h30 às 15h
PROJETO D’AJUDA
Mais que uma fantasia, a utopia é uma realidade por concretizar.
Fruto de um trabalho contínuo, iniciado em 2011, o Projeto
D’Ajuda atua sobre o território do Bairro 2 de Maio, através da
criação de momentos de participação, na construção de uma
visão partilhada da cidade. Neste encontro com o Projeto D’Ajuda
procuramos fomentar o diálogo entre duas visões do território,
uma local e outra exterior. Através da escolha de um dos três
percursos guiados, de uma exposição e de um almoço em jeito
de tertúlia, o público terá ocasião de conhecer o bairro e os seus
habitantes e de trocar ideias sobre a democracia participativa
e as experiências de participação do Projeto D’Ajuda.
Percurso 1
Pretende dar a conhecer a zona norte da Ajuda e a sua
proximidade ao Parque Florestal de Monsanto, lugar de grande
riqueza natural, mas sobretudo de histórias e memórias.
Percurso 2
Surge de um processo de construção partilhada de guias
emocionais com habitantes e trabalhadores da Ajuda. É um
percurso assente verdadeiramente nas memórias, onde cada
lugar apresentado se torna especial.
Percurso 3
Foca-se na arte, na arquitetura, na paisagem e no património
da Ajuda, através do olhar de dois jovens do Projeto D’Ajuda.
Largo do Cantinho, Bairro 2 de Maio
preço único: 5€ (inclui almoço)
atenção: data limite de compra de bilhetes, 14 outubro
lotação reduzida ● excecionalmente não se aceitam reservas
Three different paths to choose from, guided by the
memories of the people who live in Ajuda and the places of
this neighbourhood and a lunch/debate about Participant
Democracy. This gathering will show us how Projeto D’Ajuda
has worked in a participatory way with its inhabitants.
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
34
DEBATE E PENSAMENTO ★ 16 outubro
domingo ↣ 17h30
HELENA INVERNO E VERÓNICA CASTRO
Um Elefante na Sala
ANA BORRALHO, JOÃO GALANTE
E ROBERTO FRATINI SERAFIDE
Arte e Participação
Atlas estreou no Teatro Maria Matos em outubro de 2011, no
auge dos movimentos sociais que se levantaram em cidades do
mundo inteiro. Inspirados pela filosofia do artista Joseph Beuys
que afirma “Nós somos a revolução” e “Todos somos artistas”,
Ana Borralho & João Galante montaram uma performance a que
chamam “uma coreografia de resistência”. Nesta performance,
que mistura o pessoal, o político, o profissional e o artístico,
100 pessoas de diferentes profissões e de várias classes sociais
sobem ao palco para partilhar as suas angústias e os seus sonhos
e, sobretudo, para protestar. Quando Atlas é catapultada para os
palcos internacionais ganha uma nova dimensão: inevitavelmente,
os participantes de cada país acrescentam a esta coreografia
social as suas variações culturais. O documentário Um Elefante
na Sala regista a preparação e a apresentação desta performance
em Lisboa e em Helsínquia. Depois da projeção do filme, segue­‑se
um debate sobre o impacto social e político de propostas
artísticas que chamam para os palcos pessoas estranhas
à criação artística.
filme e debate ● sala principal
entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento
de bilhete no próprio dia a partir das 15h
duração: 85 min (filme) + 60 min (debate em inglês)
classificação etária: a classificar pela CCE
Atlas premièred at Teatro Maria Matos in October 2011, when
social movements rise up in cities all over the world. Inspired
by the writings of Joseph Beuys (“We are the revolution”,
“We are all artists”), Ana Borralho & João Galante create
a performance which they call “a choreography of resistance”.
The film An Elephant in the Room documents the preparation
and presentation of the performance in Lisbon and Helsinki.
Its projection is followed by a debate about the social and
political impact of this brand of artistic creation.
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
35
ÓPERA ★ 20 e 21 outubro
quinta e sexta ↣ 21h30
encomenda mm
VASCO MENDONÇA,
KRIS VERDONCK,
DIMITRI VERHULST,
LOD MUZIEKTHEATER E
ORQUESTRA GULBENKIAN
Bosch Beach
36
Por ocasião do 500º aniversário da morte do pintor Hieronymus
Bosch, o LOD muziektheater reúne o compositor Vasco Mendonça,
o escritor Dimitri Verhulst e o encenador Kris Verdonck numa
produção de teatro musical baseada na sua obra.
Em Bosch Beach, as distopias criadas por Bosch são tomadas como
ponto de partida para olhar o mundo de hoje. Que aspeto teria
agora o inferno? Na época de Bosch — contemporâneo de Thomas
More — existia a noção do “Falso Paraíso”, um lugar idílico, que
esconde uma realidade terrível. O que, à primeira vista, parece
“o melhor dos mundos possíveis” torna­‑se, sob uma outra
perspetiva, um inferno na terra. A praia de Bosch é uma praia do
Mediterrâneo atual, como as esplêndidas praias de Lampedusa,
onde os turistas nadam em águas azuis e tomam banhos de sol
enquanto outras pessoas, refugiadas, vão dando à costa.
sala principal
7,5€ a 15€ ● duração: 75 min
classificação etária: a classificar pela CCE
On the occasion of the 500th anniversary of Hieronymus
Bosch’s death, composer Vasco Mendonça, writer Dimitri
Verhulst and director Kris Verdonck create a music­‑theatre
production based on his work. In Bosch Beach, the various
dystopias depicted by Bosch are taken as the starting point
for a look at today’s world. What would hell look like today?
música:
Vasco Mendonça
libreto:
Dimitri Verhulst
encenação:
Kris Verdonck
dramaturgia:
Kristof Van Baarle
coreografia :
Marc Iglesias
maestro:
Etienne Siebens
orquestra:
Orquestra Gulbenkian
cantores:
Marion Tassou
(soprano),
Rodrigo Ferreira
(contratenor)
e Damien Pass
(barítono)
produção:
LOD muziektheater
coprodução:
Jheronimus Bosch
500 Foundation,
37
A Two Dogs Company,
Kaaitheater,
Maria Matos
Teatro Municipal,
Asko|Schönberg,
Concertgebouw
Brugge, Fundação
Calouste Gulbenkian,
Theater Mousonturm
Frankfurt
crédito fotográfico:
Museo Nacional
del Prado
em colaboração com
Uma coprodução House
on Fire com o apoio
do Programa Cultura
da União Europeia
CRIANÇAS E JOVENS ★ 3↣5 anos
21 a 30 outubro (exceto segunda 24)
encomenda mm
ANA LÚCIA PALMINHA,
SUZANA BRANCO
E MARIA JOÃO CASTELO
Saia de Roda
Queremos inventar uma festa! Uma festa onde participemos
todos. Reunir para celebrar. Mas para isso é preciso trabalhar,
imaginar em conjunto, cada um fazer a sua tarefa, porque esta
festa é um imenso carrossel que gira com as mãos de todos
a empurrar! Cheias de vontade, duas amigas juntam objetos,
pequenas histórias, sons e movimentos de roda. Constroem
assim uma festa que respira com diferentes cores e que é como
as estações do ano — uma a seguir à outra sem nunca haver um
fim. Por isso é preciso parar para ganhar forças e beber um copo
de água fresquinha! Viajando pelo nosso país descobrimos tantas
formas de festejar, de tocar música, de dançar, que nos apetece
inventar esta celebração inspirada em coisas simples que vêm da
natureza ou das gavetas antigas, mas que só acontecem se todos
dermos um bocadinho de nós. E tu, o que é que trazes para
a nossa festa?
semana: 10h / sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30
criança: 3€ / adulto: 7€
teatro ● sala de ensaios ● duração: 35 min
classificação etária: a classificar pela CCE
We want to make a party! A party with the participation of
everyone. We should all get together and celebrate. Full of
energy, two friends gather objects, short stories, sounds and
the movements of a wheel to build a party that breeds with
different colours and is like the seasons — one after the other
without an end in sight.
38
criação
e interpretação:
Ana Lúcia Palminha
e Suzana Branco
criação e conceção
plástica:
Maria João Castelo
fotografia e vídeo:
Diogo Pessoa de Andrade
apoio à pesquisa:
Teresa Perdigão
e Ana Paula Guimarães
crédito fotográfico:
Maria João Castelo
30 outubro ↣ 11h
sessão descontraída
O que é uma sessão descontraída?
É uma sessão de teatro, dança ou música que
decorre numa atmosfera mais descontraída
e acolhedora e com mais tolerância no que diz
respeito ao movimento e ao barulho na plateia.
Destina-se a todos os indivíduos e famílias que
prefiram um ambiente com reduzidos níveis de
ansiedade. Pessoas com condições do espectro
autista (ASD), incluindo síndrome de Asperger;
pessoas com deficiência intelectual; crianças
com défice de atenção; pessoas com síndroma
de Down; pessoas com síndroma de Tourette;
seniores em estados iniciais de demência;
pessoas com deficiências sensoriais, sociais ou
de comunicação; famílias com crianças pequenas.
Mais informação em acessocultura.org
DEBATE E PENSAMENTO ★ 23 outubro
domingo ↣ 17h30
JAVIER TORET E AMADOR
FERNÁNDEZ­‑ SAVATER
Democracias de Base —
O Caso Espanhol
com moderação de José Neves
Nos últimos anos temos assistido ao surgimento de movimentos
de cidadãos que reivindicam o espaço público como espaço de
construção de uma democracia participativa, propondo ações
e políticas para colmatar desigualdades sociais e económicas:
o Occupy Wall Street, o M­‑15, o Barcelona Comum, a Acampada
do Rossio, a parisiense Noite de Pé, entre outros. Alguns desses
movimentos diluem­‑se, outros reorganizam­‑se, trabalhando em
escalas mais pequenas. Há os que ganham escala institucional.
Um caso paradigmático deste último tipo de transformação
decorre atualmente em Espanha, onde partidos como Podemos
e Barcelona em Comum surgiram de plataformas de movimentos
de cidadãos. Como é que se deu esta mudança de escala?
Como é que se organizaram, primeiro, as plataformas cidadãs
e depois os partidos? Que possibilidades surgiram e que outras
40
In the last few years we have witnessed, motivated by
economic and social crises, to the rise of citizen movements
that claim public sphere as a space of construction of a
participatory democracy. In this debate we focus on the
Spanish case, where parties as Podemos and Barcelona em
Comum emerged from platforms of citizen movements.
Encontro com
Javier Toret
Palácio Pombal ● em espanhol
●duração: 90 min
●entrada livre sujeita a seleção prévia
●máximo de 10 participantes
●inscrição obrigatória com envio de carta
de motivação para [email protected]
até 19 outubro
se fecharam neste processo? Que proximidade com os
movimentos de base mantém estes partidos e de que forma
convocam os cidadãos para a participação democrática? Amador
Fernández­‑Savater (Madrid) é investigador independente,
participante em vários movimentos cidadãos e editor. Javier
Toret (Barcelona) é ativista, cofundador da rede autogestionária
N­‑1.cc e do grupo Datanalysis15m e investigador no Instituto
Interdisciplinar da Internet da Universidade Aberta da Catalunha.
conferência em espanhol com tradução simultânea
sala principal ● entrada livre (sujeita à lotação)
mediante levantamento de bilhete no próprio dia
a partir das 15h ● duração: 2h
live streaming acessível em teatromariamatos.pt
41
Apresentação no âmbito da rede House on Fire com
o apoio do Programa Cultura da União Europeia
24 outubro
segunda ↣ 18h30
MÚSICA ★ 26 outubro
quarta ↣ 22h
MATMOS
performs Robert Ashley’s
Perfect Lives
Raoul, um famoso cantor, e Buddy, seu amigo e o maior pianista
do mundo, são dois forasteiros em pleno midwest norte­‑americano,
atuando no Perfect Lives Lounge enquanto decidem, com a ajuda
de dois locais, perpetrar o maior assalto de sempre, roubando por
um dia — e apenas por um dia! — o dinheiro dos cofres do banco
da cidade. Esta é a imaginativa e surreal intriga principal de
Perfect Lives, uma ópera em sete atos escrita entre 1978 e 83,
descrita habitualmente como sendo uma das grandes obras de
“texto musical” da segunda metade do século XX. Foi, e continua
a ser, um marco audiovisual por ter sido composta para televisão,
para o canal britânico Channel 4, fazendo parte de uma trilogia
de óperas feita para esse suporte.
Falecido em março de 2014, Robert Ashley foi um dos mais
brilhantes compositores norte­‑americanos, trabalhando
habilmente voz, narração e eletrónica como poucos o fizeram
dentro das regras operáticas, embora negasse habitualmente
essa categorização por não explicar corretamente as suas intenções
e ruturas. Observador atento dos comportamentos sociais, em
especial à linguagem (incluindo a sua), os libretos são espelhos de
uma realidade colorida e diversa, por vezes tragicamente mundana,
tangencialmente pop, sempre experimental. Prestando um tributo
começado, de modo tímido, quando nos visitaram em junho de
2015, os Matmos voltam a Perfect Lives para uma homenagem única
e épica, propondo um ensemble de dez músicos e um videasta para
recordar uma obra­‑prima absoluta e, assim, prestar justiça a um
dos mais visionários compositores dos últimos 50 anos.
sala principal
7,5€ a 15€ ● M/6
We heard a small excerpt of Perfect Lives when Matmos
visited us in June 2015, now they come back with a large
scale homage precisely to that masterpiece by Robert Ashley.
Composed for TV, this is a rare opportunity to listen to the
music, this time reworked in equal parts of Matmos invention,
and faithfulness to the magic of the original.
42
narrador, vídeo,
guitarra, sintetizador:
M.C. Schmidt
eletrónica:
Drew Daniel
contrabaixo:
Britton Powell
voz:
Jennifer Kirby e
Caroline Marcantoni
vídeo:
Max Eilbacher
piano:
Walker Teret
quarteto de cordas:
a definir
crédito fotográfico:
Josh Sisk (Matmos) e
stills de Perfect Lives
PERFORMANCE ★ 29 e 30 outubro
sábado e domingo ↣ 19h30
coprodução mm
CHRISTOPHE MEIERHANS
A Hundred Wars
to World Peace
É um jantar e é sobre democracia. Não sobre democracia como
engenharia institucional para a organização de massas, mas
democracia como algo que internalizamos, como indivíduos,
ao nível da nossa vida diária. Uma refeição reúne as pessoas,
é acolhedora e convivial. No entanto, a mesa é também a casa das
nossas convicções mais profundas: existenciais, éticas, estéticas,
económicas, sociais, rituais ou religiosas. Noutras palavras, um
jantar é o cenário perfeito para o confronto político. A cozinha
será o nosso teatro de operações. Durante A Hundred Wars to
World Peace — Verein zur Aufhebung des Notwendigen todos os
44
This is a dinner and it is about democracy. All those present in
the theatre will form a temporary community, each individual
member holding the destiny of the whole community in his
hands. But as spectators often disagree, this performance is
not about consensus. It is sometimes said that we are what we
eat. In A Hundred Wars to World Peace, we will eat what we
are and nobody really knows what that will taste like.
conceito e direção:
Christophe Meierhans
(inspirado numa ideia original
de Verein zur Aufhebung
des Notwendigen, com um
agradecimento a R. Komarnicki)
dramaturgia:
Bart Capelle
cenografia e co­p ensamento:
Holger Lindmüller
e Michael Carstens
vídeo:
Luca Mattei
produção:
Hiros
coprodução:
Kaaitheater, Vooruit,
BIT theatergarasjen,
BUDA, Nouveau Théâtre de
Montreuil e Vaba Lava
apoio:
The Flemish Government
e Kunstenwerkplaats
Pianofabriek
crédito fotográfico:
Luca Mattei
Apresentação no âmbito da
rede House on Fire com o apoio
do Programa Cultura da União
Europeia
presentes no teatro irão formar uma comunidade temporária.
Cada indivíduo terá o destino de toda a comunidade nas suas mãos.
Mas como os espetadores entram em desacordo com regularidade,
gostando de coisas diferentes e estando prontos para as defender,
esta performance não é sobre consenso. Diz­‑se que somos
o que comemos. Nesta performance, vamos comer o que somos
e ninguém sabe realmente qual será o sabor.
palco da sala principal ● 7€ a 14€ ● duração: 2h30
classificação etária: a classificar pela CCE
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MASTERCLASS ★ 26 a 28 setembro
segunda a quarta ↣ 14h às 19h
coorganização: Maria Matos Teatro Municipal e Alkantara
crédito fotográfico: Koen Cobbaert
MARCELO EVELIN
O coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin irá partilhar
a investigação teórico­‑prática que desenvolve
atualmente para a sua nova criação Dança Doente
(a apresentar no Teatro Maria Matos em outubro
de 2017). A articulação entre investigação,
teoria e prática é comum no trabalho de Evelin.
A pesquisa para esta peça tem como base os
escritos do bailarino e coreógrafo japonês Hijikata
Tatsumi e aborda a dança como pathos, partindo
da experiência de alteração da perceção subjetiva
do corpo, afetado e infetado pelo mundo.
Espaço Alkantara
●masterclass dirigida a bailarinos de dança contemporânea
●entrada livre sujeita a seleção, máximo de 20 participantes
●inscrição obrigatória com CV, e carta de motivação (1 página)
para [email protected] até 15 setembro
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Coproduções em digressão
em setembro e outubro 2016
Æ ANA BORR ALHO & JOÃO GALANTE: Atlas
Estreia outubro 2011
Loulé, Festival Verão Azul, Cine-teatro Louletano ↣ 24 setembro 2016
Æ ANTÓNIO JORGE GONÇALVES: Barriga da Baleia
Estreia novembro 2012
S. Miguel, Açores, Teatro Micaelense ↣ 14 e 15 outubro 2016
Æ FILIPA FR ANCISCO: Projeto Espiões
Estreia setembro 2016
Torres Vedras, Festival Materiais Diversos, Teatro Virgínia
↣ 17 setembro 2016
Æ INÊS BAR AHONA E MIGUEL FR AGATA: A Caminhada dos Elefantes
Estreia novembro 2013
Matosinhos, Teatro Constantino Nery ↣ 1 outubro 2016
Æ PABLO FIDALGO LAREO: Habrás de ir a la guerra que empieza hoy
Estreia Outubro 2015
Minde, Festival Materiais Diversos, Fábrica da Cultura
↣ 23 setembro 2016
Santiago de Compostela, Auditório de Galiza ↣ 11 outubro 2016
Æ TIAGO RODRIGUES/TEATRO NACIONAL D.MARIA II: By Heart
Estreia novembro 2013
Alemanha, Wiesbaden, Wiesbaden Biennale ↣ 4 setembro 2016
Æ MARLENE MONTEIRO FREITAS com Andreas Merk: Jaguar
Estreia outubro 2015
Suíça, Basel, Kaserne Basel ↣ 31 agosto e 1 setembro 2016
França, Artigue-près-Bordeaux, Le Cuvier ↣ 6 outubro 2016
França, Hauts-de-France, L’échangér-CDC ↣ 8 outubro 2016
Suíça, Berna, Bern Dampfzentral ↣ 22 e 23 outubro 2016
Æ MARLENE MONTEIRO FREITAS:
de marfim e carne — as estátuas também sofrem
Estreia maio 2014
Lisboa, Centro Cultural de Belém ↣ 16 e 17 setembro 2016
Suíça, Genebra, ADC ↣ 17 a 19 outubro 2016
Æ RIMINI PROTOKOLL: Europa em casa
Estreia outubro 2015
Alemanha, Bona, Beethovenfest ↣ 11 setembro a 11 outubro 2016
Áustria, Viena, BRUT ↣ 28 setembro a 8 outubro 2016
Rússia, Moscovo, Territoryfest ↣ 12 a 20 outubro 2016
Æ CLÁUDIA DIAS: Segunda-feira: Atenção à Direita
Estreia junho 2016
Irlanda, Dublin Tiger Fringe ↣ 18 a 20 setembro 2016
Espanha, Bilbao, Dantzaldia Festival, Alhóndiga-Azkuna Zentroa
↣ 6 setembro 2016
Lituânia, Vilnius International Theatre Festival Sirenos
↣ 12 e 13 outubro 2016
Torres Novas, Teatro Virgínia Materiais Diversos ↣ 22 outubro 2016
Æ RUI CATALÃO: E Agora, Nós!
Estreia maio 2016
Barreiro, Auditório Municipal Augusto Cabrita ↣ 10 setembro 2016
Sesimbra, Cineteatro Municipal João Mota ↣ 15 outubro 2016
Santarém, Teatro Sá da Bandeira ↣ 2 de outubro 2016
Alcanena, Cineteatro São Pedro ↣ 22 outubro 2016
Almada, Teatro Municipal Joaquim Benite ↣ 29 outubro 2016
crédito fotográfico: Gabriela Neeb e Elina Giounanli
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Os teatros municipais Maria Matos
e São Luiz lançam um novo festival
bienal dedicado à criação artística
de uma cidade, com pouca presença
na programação cultural de Lisboa.
Na primeira edição visitamos a cidade
de Atenas, apresentando espetáculos
de teatro e de dança de artistas
e companhias gregas, entre elas,
Alexandra Bachzetsis, Blitz Theatregroup,
Anestis Azas e Prodromos Tsinikoris.
Atenas não é apenas uma cidade onde,
pela força dos acontecimentos, se
experimenta com novas formas de
democracia e solidariedade, é também
um lugar com uma pujança artística
extraordinária, impulsionada por uma
nova geração de artistas. Venham viajar
connosco. Bom dia, Atenas.
As Noites Maria&Luiz são um espaço de programação
internacional, feita em conjunto pelos teatros municipais
Maria Matos e São Luiz.
BILHETEIRA
terça a domingo das 15h às 20h
em dias de espetáculo das 15h até 30 minutos
após o início do mesmo
218 438 801 • [email protected]
bilheteira online: www.teatromariamatos.pt
outros locais de venda: ABEP / CTT / Fnac /
São Luiz Teatro Municipal / Worten
mm café
terça a domingo ↣ 18h às 02h *
* NOVO HORÁRIO (a partir de 1 setembro)
DESCONTOS*
PREÇO ÚNICO
5€ menores de 30 anos (apenas válido para
espetáculos mencionados)
DESCONTO 50%
portadores do cartão Maria & Luiz, estudantes, maiores
de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante,
desempregados, profissionais do espetáculo, funcionários
da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante)
DESCONTO 30%
grupos de dez ou mais pessoas (com reserva
e levantamento antecipado)
GRUPOS ESCOLARES
Mais informação na bilheteira
CARTÃO MARIA & LUIZ
cartão que garante acesso a desconto de 50% em todos
os espetáculos assinalados do Teatro Maria Matos e do
Teatro São Luiz para maiores de 30 e menores de 65 anos
durante 12 meses. Preço 10€.
www.mariaeluiz.pt • [email protected]
Condições: Válido durante 12 meses a partir do momento da
compra. Desconto mediante apresentação do cartão, apenas
válido na bilheteira física e online do Teatro Maria Matos
e do Teatro São Luiz. Não acumulável com outros descontos
e não extensível a espetáculos de preço único, passes
e outros selecionados. A utilização do cartão é pessoal
e intransmissível.
*descontos não acumuláveis
RESERVAS
levantamento prévio obrigatório até 30 minutos
antes do espetáculo.
PROGRAMAÇÃO CRIANÇAS E JOVENS
FAMÍLIAS
ESPETÁCULOS
7€ preço adultos
3€ preço crianças / adolescentes
RESERVAS
levantamento prévio obrigatório nas 48h após a reserva
não se aceitam reservas nas 48h antes do espetáculo
ESCOLAS
ESPETÁCULOS
3€ preço único para aluno em contexto escolar
professor acompanhante não paga
RESERVAS
pagamento parcial obrigatório nas 48h após a reserva
COMO CHEGAR?
Teatro Maria Matos
Avenida Frei Miguel Contreiras, 52
1700-213 Lisboa
comboio: Roma — Areeiro • metro: Roma
autocarros: 727, 735 e 767
bicicletas: Ciclovia e parque de bicicletas
junto ao Teatro Maria Matos
RECEBER INFORMAÇÃO DO TEATRO MARIA MATOS
Para receber o nosso programma em casa ou
informação por email, por favor escreva-nos
para: [email protected]
Teatro Maria Matos faz parte das seguintes redes de programação
House on Fire e Create to Connect
são redes financiadas pelo Programa
Cultura da União Europeia
Teatro Maria Matos nas
redes sociais
Imagine 2020 é uma rede apoiada
pelo programa Europa Criativa
da União Europeia
Parceiros
Apoio à divulgação
PROGRAmmA
OUTUBRO 2016
FILIPA FRANCISCO com
FRANCISCO CAMACHO,
MIGUEL PEREIRA E SÍLVIA REAL
Projeto Espiões
● dança
sex 30 set e sáb 01 ↣ 21h30
dom 02 ↣ 18h30
╓─── PROJETO COLETIVO A PARTIR
║
║
DE UMA PROPOSTA DE LOÏC
║
║
TOUZÉ E ANNE KERZERHO
║
║
À Volta da Mesa: para um
║
║
imaginário do gesto
║
║
★ Palácio Pombal
║
║
● performance
║
╙ Æ sáb 01 e dom 02 ↣ 17h30
╓─── NURSEL KILIÇ E EDA DÜZGÜN
║
║
Democracia num Lugar
║
║
Improvável
║
║
● debate e pensamento
║
╙ Æ ter 04 ↣ 18h30
╓─── EDIT KALDOR
║
║
Web of Trust
║
║
● performance
║
╙ Æ qui 06 e sex 07 ↣ 21h30
╓─── JOANA SÁ
║
║
À escuta: o aberto
║
║ (para piano e instalação de
║
║
placas ressoadoras de metal)
║
║
● música
║
╙ Æ qui 13 e sex 14 ↣ 22h
╓─── FAUSTIN LINYEKULA
║
║
Le Cargo
║
║
★ Casa Conveniente /
║
║
Zona não vigiada
║
║
● dança
║
╙ Æ sáb 15 ↣ 21h
╓─── PROJETO D’AJUDA
║
║
★ Largo do Cantinho,
║
║
Bairro 2 de Maio
║
║
● debate e pensamento
║
╙ Æ dom 16 ↣ 10h30 às 15h
╓───
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║
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║
║
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HELENA INVERNO E VERÓNICA
CASTRO: Um Elefante na Sala
ANA BORRALHO, JOÃO GALANTE
E ROBERTO FRATINI SERAFIDE
Arte e Participação
● debate e pensamento
dom 16 ↣ 17h30
╓─── VASCO MENDONÇA, KRIS
║
║
VERDONCK, DIMITRI VERHULST,
║
║
LOD MUZIEKTHEATER E
║
║
ORQUESTRA GULBENKIAN
║
║
Bosch Beach
║
║
● ópera
║
╙ Æ qui 20 e sex 21 ↣ 21h30
╓─── ANA LÚCIA PALMINHA, SUZANA
║
║
BRANCO E MARIA JOÃO CASTELO
║
║
Saia de Roda
║
║
● crianças e jovens
║
╟ Æ sex 21, ter 25 a sex 28 ↣ 10h
║
╟ Æ sáb 22 e sáb 29 ↣ 16h30
║
╙ Æ dom 23 e dom 30 ↣ 11h e 16h30
╓─── JAVIER TORET E AMADOR
║
║
FERNÁNDEZ-SAVATER
║
║
Democracias de Base —
║
║ — O Caso Espanhol
║
║
● debate e pensamento
║
╙ Æ dom 23 ↣ 17h30
╓─── Encontro com Javier Toret
║
║
★ Palácio Pombal
║
║
● debate e pensamento
║
╙ Æ seg 24 ↣ 18h30
╓─── MATMOS performs Robert
║
║
Ashley’s Perfect Lives
║
║
● música
║
╙ Æ qua 26 ↣ 22h
╓─── CHRISTOPHE MEIERHANS
║
║
A Hundred Wars to World Peace
║
║
● performance
║
╙ Æ sáb 29 e dom 30 ↣ 19h30
╓───
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║
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║
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║
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║
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