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VidaBosch Anetta Fevereiro | Março | Abril de 2009 • nº 17 Criando um novo mundo Com técnica que une agricultura a arquitetura, lar vira ecossistema sustentável Para gostar de ler Projetos públicos e privados tentam zerar o número de cidades sem biblioteca Vida a um Como quem mora sozinho pode tornar o apartamento mais confortável Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit. Etiam nisi. Duis feugiat, leo nec volutpat iaculis, nisl erat semper velit, eget molestie magna risus non lacus. d, velit sit amet iaculis lacinia, eros lectus rutrum augue, sit amet ultrices neque justo at felis. Praesent ac mauris. Maecenas quis purus. Curabitur nisl. editorial 20 26 Preservando o mundo e as futuras gerações Preservação ambiental é um principio empresarial da Bosch. É por isso que muitas das 14 patentes que a Bosch registra diariamente contribuem para o desenvolvimento de energias renováveis, redução de emissões e economia de combustível. Sustentabilidade e redução de impactos ambientais são vistas não como atitudes isoladas, mas como práticas diárias do nosso trabalho, envolvendo cada vez mais nossos colaboradores, fornecedores, clientes e todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com a marca Bosch nesse contexto mais amplo que é a sustentabilidade. Em uma das reportagens especiais desta edição, falamos da prática da permacultura, um sistema diferente de pensar o design de uma plantação, de forma a não desperdiçar terra e usar o mínimo de energia. Em Brasil cresce, destacamos um setor que vem se expandindo no país e que vive justamente de “fazer mais”: o de alimentos funcionais — aqueles aos quais são acrescentados nutrientes saudáveis, como fibras e ômega 3. E, por falar em saúde, na seção saudável e gostoso mostramos os benefícios do chá e trazemos informações sobre como prepará-lo na temperatura ideal. Além disso, em aquilo deu nisso contamos um pouco história do banho. Aproveite mais um exemplar da Vida Bosch na sua vida — e até a próxima edição! Ellen Paula 32 38 Sumário 02 viagem | Cachoeiras e trilhas do Rio que não deságuam num mar de gente 08 eu e meu carro | No do carro, Zezé Polessa canta e se diverte, sem representar 10 torque e potência | Como pavimentar o caminho para o fim dos buracos 14 casa e conforto | Ambientes unidos facilitam a vida de quem vive sozinho 20 saudável e gostoso | Por que o chá é a terceira bebida mais consumida do mundo 26 tendências | Na permacultura, casa e lavoura viram ecossistema sustentável 30 grandes obras | Como atravessar a floresta com 58 mil dutos 32 Brasil cresce | Alimentos funcionais têm mais nutrientes e mais vendas 38 atitude cidadã | Nenhuma cidade sem biblioteca é a meta deste ano 42 aquilo deu nisso | Banho já foi sinônimo de reza e de encontro social 46 áudio | Viaje nas trilhas sonoras para rodar pelas estradas do Brasil Expediente VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento de Marketing Corporativo (MKC). Se você tiver dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o Serviço de Atendimento ao Consumidor Bosch: (011) 2126-1950 (Grande São Paulo) e 0800-7045446 (outros locais) ou www.bosch.com.br/contato Presidente: Andreas Nobis • Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva • Produção e edição: PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Jesuíno Arruda, 797, 10° andar, CEP 04532-082, São Paulo, SP, tel. (11) 3512-2100, fax (11) 3512-2105 / e-mail: [email protected] • Projeto gráfico e diagramação: Buono Disegno ([email protected]), tel. (11) 3512-2122 • Tratamento de imagem e finalização: Inovater • Impressão: Log & Print • Revisão: Celso Kobashi ([email protected]) • Jornalista responsável: Jaime Spitzcovsky (DRT-SP 26479) 2 | VidaBosch | viagem O lado verde do Rio Flávio Veloso/Opção Brasil Imagens Trilhas entre árvores da Floresta da Tijuca, cachoeiras e até praias quase desertas — tudo isso em plena capital fluminense | Por Malu Toledo 4 | VidaBosch | viagem viagem | VidaBosch | 5 Carlos Secchin/Opção Brasil Imagens Wagner Santos/Kino.com.br Quasebart O Parque Nacional da Tijuca conta com a exuberância da Pedra da Gávea (à esq.), a adrenalina dos saltos na Pedra Bonita (à dir.) e a beleza da queda da Cascatinha (pág. ao lado) D estino turístico mais procurado do país, o Rio de Janeiro tem muito mais a oferecer do que samba, futebol e a praia de Copacabana. Com uma natureza extasiante, a cidade cartão-postal abriga não só uma, mas duas das maiores florestas urbanas do mundo. O Parque Nacional da Tijuca, com 3.972 hectares (maior que a ilha de Fernando de Noronha), perde em tamanho para o Parque Estadual da Pedra Branca, na zona oeste, com 12.500 hectares (maior que 641 municípios brasileiros). Ganha, porém, na preferência de aventureiros. Localizado na parte central do município, o parque nacional faz limite com os bairros de Botafogo, Jardim Botânico, Gávea, São Conrado, Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Grajaú, Vila Isabel, Rio Comprido e Laranjeiras.Divide-se em quatro setores, ilhas verdes no oceano urbano: a Floresta da Tijuca, onde fica a administração; a Serra da Carioca, que engloba Corcovado, Paineiras, Sumaré, Dona Marta e Parque Lage; a Pedra Bonita e da Gávea, voltadas para a Barra da Tijuca; e Pretos Forros e Covancas, que não recebem visitação. Criado em 1961, o parque abriga um vasto patrimônio natural, com cerca de 600 espécies vegetais, entre nativas da Mata Atlântica e exóticas, e mais de 300 espécies de animais. O local, cuja gestão é compartilhada entre a prefeitura do Rio e o Ibama, recebe cerca de 1,7 milhão de visitantes por ano. A grande maioria — mais de 1,2 milhão — é atraída pelo Cristo Redentor. A visão do alto do Corcovado é de fato deslumbrante, mas por que se restringir a ela? O parque tem 69 elevações geológicas, 42 vales, 43 córregos e rios, 43 cascatas e cachoeiras, dois lagos, 19 pequenas represas e 61 grutas e cavernas. Atualmente, há 99 trilhas sinalizadas. A Floresta da Tijuca, que concentra passeios ecológicos e históricos, é o cenário perfeito para praticar caminhadas, ciclismo e montanhismo. O caminho para se chegar às cachoeiras, grutas e picos é percorrido ao som do canto dos pássaros e sob a sombra de árvores monumentais, onde se avistam animais como saguis. Tanta exuberância pode dar a impressão de que a floresta é um recanto intocado no meio da metrópole, mas a área é fruto de reflorestamento. Após anos de desmatamento intenso, com a ocupação de chácaras e o plantio de cana-de-açúcar e café, Dom Pedro 2º a desapropriou em 1861; 13 anos depois, já haviam sido plantadas 100 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. O resultado está na atmosfera, no ar puro que se respira antes mesmo da chegada à entrada principal, no Alto da Boa Vista (praça Afonso Vizeu, logo depois do Corpo de Bombeiros para quem sobe pela Barra da Tijuca). No centro de visitantes, é possível obter informações sobre as trilhas. Quem não tem experiência ou quer explorar caminhos mais tortuosos deve ir acompanhado por guias turísticos. Marco Antonelli, coordenador de ecoturismo do parque, diz que, para segurança dos pró- O Parque Nacional da Tijuca abriga 600 espécies vegetais e mais de 300 espécies de animais. Tem 43 córregos e rios, 43 cascatas e cachoeiras e 61 grutas e cavernas prios visitantes, é pedido que avisem na guarita aonde pretendem ir (importante: o celular não pega em alguns pontos). A área fica aberta ao público todos os dias, das 8h às 18h, e a entrada é gratuita. A estrada asfaltada que atravessa a Floresta é compartilhada por carros, ciclistas e pedestres. Por ela, o visitante logo chega ao largo da Cascatinha, onde ficava a casa do pintor francês Antonie Taunay (avô do escritor Visconde de Taunay). O banho é proibido na Cascatinha, mas a visita à queda d’ água de quase 30 metros de altura é recompensada pela grande beleza do lugar. O caminho bucólico da estrada leva à capela Mayrink, do século 19. A igrejinha rosa, restaurada nos anos 1930, foi adornada com pinturas de Cândido Portinari; o jardim foi projetado por Burle Marx. Os casamentos que ainda são realizados ali dão um toque ainda mais pitoresco ao local, que parece extraído de um conto de fadas. O passeio pode continuar pelo circuito das grutas, que começa e termina nos restaurantes A Floresta e Esquilos, que ocupam casarões antigos. A trilha circular interna passa por oito grutas. A mais imponente é a do Morcego, que tem cerca de 20 metros de altura e 100 metros de comprimento. Nos dias ensolarados, o estreito espaço entre as rochas é iluminado por um foco de luz. Outra pedida é tirar o dia para subir até o Pico do Papagaio, a 989 metros de altitude, onde é possível praticar rapel. Durante a caminhada, feita quase toda na sombra, há pequenos mirantes de onde se veem trechos da cidade maravilhosa. A trilha é leve só até chegar a uma bifurcação, onde se entra à esquerda. Quem pega a direi- ta chega ao Pico da Tijuca, o mais alto do parque, a 1.022 metros de altitude — de lá, contempla-se uma das mais espetaculares vistas: as praias, a Pedra da Gávea, o Maracanã, a Baia da Guanabara, as cidades serranas e Niterói. Algumas empresas de ecoturismo oferecem esses e outros roteiros. No site da Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (www.abeta. com.br), é possível verificar quais operadoras fazem parte do programa Aventura Segura, do Ministério do Turismo. Para quem tem pouco tempo, uma boa opção é aproveitar as cachoeiras do Horto, muito frequentadas pelos cariocas. O acesso é fácil e, melhor, o banho é permitido e relaxante. As cachoeiras do Quebra e do Chuveiro têm belas piscinas naturais. A trilha sai da estrada Dona Castorina, no fim da rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico. No Maciço da Gávea, a emoção continua com escaladas íngremes e voos livres. O melhor caminho é a estrada das Canoas, em 6 | VidaBosch | viagem viagem | VidaBosch | 7 Fotos Sérgio Soares Ponte Pres. Costa E. Silva Bento Ribeiro Baía de Guanabara Rio de Janeiro 101 Niterói RJ Parque Estadual da Pedra Branca Pedra da Tartaruga e Praia do Perigoso, onde pode se praticar rapel São Conrado. O trecho até a Pedra Bonita não é tão arborizado quanto o da Floresta, mas o percurso é tranquilo e leva a um dos mirantes mais incríveis do Rio. De lá, é possível descer de asa-delta ou parapente até a praia de São Conrado e do Pepino, na Barra. Quem tiver mais prática e fôlego pode se aventurar a subir a Pedra da Gávea, a 842 metros de altura. A caminhada puxada é recompensada pela vista panorâmica que se tem de um outro ângulo da cidade: as praias, o Pão de Açúcar, o Corcovado. Em um trecho mais inclinado do trajeto, é preciso usar pés, mãos e equipamentos de segurança para subir. Cercado de misticismo, o local é um dos mais procurados do parque. A estimativa é que cerca de 80 Tijuca Parque Nacional da Tijuca Barra da Tijuca O Parque Estadual da Pedra Branca, a maior unidade de conservação do município, que engloba diversos bairros — como Recreio dos Bandeirantes, Vargem Pequena, Guaratiba e Jacarepaguá —, ainda é desconhecido por muitos cariocas e praticamente intocado. Criado em 1974, tem vegetação típica da Mata Atlântica e abriga o ponto mais alto da capital, o Pico da Pedra Branca, com 1.024 metros de altitude. As duas principais entradas do parque são a Sede do Pau da Fome, na Taquara, e a da Estrada do Camorim, abertas das 8h às 17h. da Prainha, no final do Recreio. Cercado de montanhas cobertas de vegetação nativa, o santuário ecológico de apenas 700 metros de extensão atrai muita gente. A vizinha Grumari, área de proteção, também é muito frequentada por surfistas por causa das grandes ondas. O ideal é chegar por trilhas às cinco praias, tão belas quanto pouco frequentadas, conhecidas como Selvagens: Funda, do Inferno, do Meio, do Perigoso e dos Búzios. Meio, do Perigoso e dos Búzios. Com tantas opções ainda pouco exploradas da cidade maravilhosa, as belas — porém lotadas — praias de Copacabana, Ipanema e Leblon podem ficar, se ainda sobrar fôlego, para depois das trilhas. Sinal verde para o sistema elétrico Antes de passear de carro para conhecer o lado verde do Rio de Janeiro, é recomendável que o sistema elétrico tenha passado por manutenção periódica, especialmente em épocas de calor e chuva, como o verão. Nessa revisão, é importante verificar o motor de partida, ou de arranque. Trata-se de um pequeno motor elétrico cuja função é dar força inicial para o motor principal (aquele a combustão) entrar em ação. Ele é acionado assim que o motorista vira a chave do carro. A partir daí, o equipamento transforma a energia elétrica da bateria em energia mecânica, que fará o motor a combustão girar até alcançar a rotação mínima para funcionar sozinho. A atuação do motor de partida, portanto, dura pouco — de 2 a 5 segundos, em média, o motor a combustão já atinge o nível de rotação necessário para a autonomia. No entanto, ele é fundamental: sem o dispositivo o carro simplesmente não liga. A entrada de resíduos (poeira, areia, ou água) pode danificar os contatos elétricos e comprometer a movimentação de algumas de suas peças. Por isso, em uma revisão periódica (veja o período exato no manual de seu carro), convém checar os componentes do motor de partida, como as buchas, mais expostas aos resíduos do ambiente. A revisão também pode incluir o alternador — sem o qual não funcionam os equipamentos elétricos do automóvel (vidro, limpador de para-brisa, ajustes automáticos, sistema de ignição, etc.). Para garantir Pedra Branca — e alta Lagoa Rodrigo de Freitas Parque da Cidade Para as caminhadas de longas distâncias é necessário pedir autorização à Fundação Instituto Estadual de Florestas (IEF), que administra o local. O conselho é seguir sempre com guia especializado. Um dos passeios mais procurados é a trilha com vegetação densa até o Açude do Camorim, um grande lago localizado a 436 metros de altitude. Segundo o guia de turismo Fernando Teixeira, a melhor época para qualquer uma dessas atividades é entre maio e setembro: não está tão quente, o céu fica mais limpo e há menor possibilidade de chuvas. Mesmo no assunto pelo qual o Rio é mais conhecido — praias — é possível escapar do burburinho. A melhor opção fica depois mil pessoas visitem a área por ano, segundo Antonelli. Morro do Pão de Açúcar Jardim Botânico São Conrado Onde ficar Onde comer Solar de Santa Ladeira dos Meirelles, 32. Santa Teresa • (21) 2221-2117 www.solardesanta.com.br Os Esquilos Estrada Barão d’ Escragnolle, s/n., Floresta da Tijuca. • (21) 2492-2197• Das 12h às 18h; fecha às seg. Katura Garden – Barra de Guaratiba Est. Barra de Guaratiba, 1245. (21) 3156-0708 www.katuragarden.com Aprazível R. Aprazível, 62. – Santa Teresa (21) 2508-9174 • Das 12h às 23h (ter. a sáb.) e 12h/18h (dom.) Baron Garden R.Barão de Guaratiba 195, Glória www.barongarden.com Tia Palmira R. Caminho do Souza, 18. Barra de Guaratiba • (21) 2410-8169 • 11h30 às 17h (sáb. e dom. até 18h); fecha às seg. Arquivo Bosch Dicas do Bosch Service que o ar-condicionado, por exemplo, resfrie mesmo sob o calor do Rio, é preciso um alternador em bom estado. Esse dispositivo faz o contrário do motor de partida: transforma a energia do motor a combustão em energia elétrica — e, assim, alimenta os equipamentos elétricos do veículo. A manutenção é necessária para avaliar se há necessidade de reparo no alternador ou em algum de seus componentes (o rolamento do alternador, por exemplo, pode se desgastar com a entrada de resíduos durante as chuvas). Os carros com injeção eletrônica dependem de energia para funcionar. Se ele quebrar, o motorista depende da bateria, que dura menos do que duas horas. Por isso, ele é um item essencial para a segurança. A revisão pode ser feita na rede Bosch Car Service, que conta com técnicos capacitados para fazer manutenção do sistema elétrico com a qualidade e a tecnologia da Bosch. Encontre a oficina mais perto de você em www.boschservice.com.br 8 | VidaBosch | eu e meu carro | Por Mariana Desidério Para a atriz Zezé Polessa, dirigir tem de ser prazeroso; câmbio hidramático, piloto automático e MP3 player ajudam nessa tarefa G Marino Azevedo/Photocamera Os prazeres da direção uiar em velocidade, de preferência na estrada, enquanto escuta músicas e canta, evitando o mau humor do trânsito — tudo isso num carro de câmbio automático, para dispensar até o trabalho de trocar de marchas. Para a atriz Zezé Polessa, ou Maria José de Castro Polessa, dirigir tem de ser assim: um momento de prazer e tranquilidade. Filha de um protético dentário (que faz próteses e aparelhos para os dentes), a atriz vem de uma família sem carros. Quando estudou e concluiu o curso de Medicina, não tinha automóvel. Quando, após refletir muito e optar pela carreira artística (“teve dúvida, sofrimento, mas, na hora da decisão, a coisa foi como um parto: ninguém segura”), começou a atuar em peças, filmes e novelas, fez tudo isso sem ter carro. Zezé, hoje com 55 anos, só foi assumir o volante aos 35. Com um filho de cinco anos e o casamento no final, ela resolveu ficar independente das caronas. Desde então, a atriz já gostou tanto dos carros menores quanto dos robustos 4x4, sua preferência atual. Ainda assim, até hoje prefere não ir ao trabalho dirigindo — reserva a tarefa para compromissos pessoais e viagens. Na época em que aprendeu a dirigir, Zezé chegou a ser considerada a barbeira do Rio de Janeiro — não por seu desempenho na direção, mas por sua atuação na novela “Top Model” (1989/1990), da Globo, em que interpretou a desastrada Naná. No comando de uma Kombi, Naná buscava as crianças na escola e, de quebra, acabava com o sossego dos motoristas. Bem humorada, Zezé conta que no dia seguinte ao primeiro capítulo da novela já foi reconhecida. O motorista não teve dúvida: “Cuidado com a barbeira!”, avisou. “Ele já tinha visto a novela e eu já era a barbeira da cidade”, lembra a atriz, que atualmente está em cartaz com a peça “Não sou feliz, mas tenho marido” e cujo último trabalho na televisão foi a novela “Beleza Pura”, na Globo. Ela confessa que, na vida real, também é um pouco distraída, principalmente quando está acompanhada e conversando. Mas se apressa em ressaltar: “Nunca bati. Só um amassadinho às vezes, mas nada sério.” Trocar de marcha era um problema. “Chegava uma hora que, na minha distração, eu não sabia mais em que marcha estava. Ficava ‘já passei a quarta? Estou na terceira? Na quinta?’”. Não por acaso, seu automóvel atual, um Honda CR-V, é automático. “Agora acho que marcha é uma coisa esquisitíssima, totalmente desnecessária”, conta Zezé, que se prepara para um novo trabalho no cinema — “O Bem Amado”, que deve estrear no segundo semestre de 2009. Além de livrar a atriz das dificuldades com as marchas, os recursos automáticos foram importantes por desempenharem outro trabalho sujo: regular o acelerador nas estradas. Zezé, que gosta de velocidade, lamenta que nas rodovias brasileiras os limites não permitam grandes ousadias, e conta que, agora, é o piloto automático que limita a velocidade quando ela está viajando. “Uso na estrada. É maravilhoso”. Já que a troca das marchas e a regulação da velocidade não são mais problemas, a atriz pode se ocupar com coisas que tornam sua direção ainda mais prazerosa: ouvir e cantar músicas e distribuir gentilezas pelo trânsito. Em seu carro, ouve-se de pop (Amy Winehouse, ultimamente) a música clássica, passando por MPB. A música pode vir tanto do MP3 de seu telefone, que ela liga no aparelho de som, quanto das rádios, que prefere quando dirige na cidade, para ouvir músicas novas e notícias. Quem acompanhar Zezé no trânsito também poderá ouvi-la falando com os outros motoristas e testemunhar seu bom humor ao dirigir. “Eles não ouvem, mas eu falo. Quando me dão passagem é ‘ô fofinha, muito obrigada, lindinha!’” A gentileza da atriz também aparece quando é ela que precisa ajudar os outros carros. “Dou passagem quando é táxi, sei que o cara roda aí o dia inteiro. Também deixo ônibus passar, porque está levando 50 pessoas e eu estou sozinha no carro, é justo que ele passe na frente. Eu não discuto no trânsito.” A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Ligação direta com o celular O hábito de usar recursos do celular para ouvir música no carro, como faz Zezé Polessa, é recente. Os telefones mais modernos podem transmitir o áudio dos arquivos MP3 diretamente para o som do automóvel, sem a necessidade de fios. Isso, entretanto, só é possível nos sons automotivos mais atualizados, como o Hamburg MP68, lançado em 2008 pela Blaupunkt, marca do Grupo Bosch. O responsável pela conexão entre os dois é o bluetooth, um sistema de transmissão de dados por pequenas ondas de rádio que também deve estar presente no celular com a função audio streaming. A tecnologia bluetooth permite também acessar a agenda do telefone pelo rádio e, ainda, fazer e receber ligações. Para atender enquanto estiver guiando, basta apertar o botão verde, no lado esquerdo do autorrádio. O Hamburg MP68 conta com um microfone de ambiente, o que melhora a nitidez na captação de voz e evita ecos. Na hora de fazer a chamada, além dos números da agenda, o som automotivo tem um teclado alfanumérico para discar diretamente do aparelho. Quem não tem um celular com bluetooth, mas também quer cantar no carro, ainda pode usar a entrada USB do Hamburg para acessar as músicas do pendrive, tocar arquivos de MP3 guardados em CDs ou acoplar um acessório à entrada auxiliar do rádio para executar as canções armazenadas em um MP3 player. torque e potência | Por Manuel Alves Filho Shutterstock 10 | VidaBosch | Saindo do buraco Concreto e asfalto podem ser usados para abrir novas estradas ou reparar as já existentes; a escolha depende do volume e do tipo do tráfego A última pesquisa rodoviária promovida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), de 2007, apurou que mais da metade (54,5%) da malha de estradas brasileiras analisada apresentava pavimento em estado regular, ruim ou péssimo, o que corresponde a 47.700 quilômetros com algum grau de deficiência. Desses, 16.300 quilômetros apresentavam predominância de defeitos como afundamentos, ondulações e buracos ou encontravam-se totalmente destruídos. Além de representar um risco à segurança dos usuários, o mau estado de conservação das estradas traz impactos ao bolso de todos, contribuindo para o encarecimento dos custos com transporte – que são transferidos ao preço final de vários produtos. Portanto, que as pistas brasileiras precisam de reparos não se discute. Quando se pensa em restaurar ou abrir novas estradas, secretários de obras se deparam com uma questão: massa asfáltica (asfalto) ou concreto? Qual desses dois materiais é o mais adequado para recuperar as velhas rodovias e abrir novas estradas no país, acabando com a buraqueira? Para especialistas de diferentes áreas, desde que dentro das especificações e que sejam usados seguindo recomendações técnicas, os dois tipos de pavimento podem ser eficientes em situações diferentes. As diferenças A escolha entre o asfalto (chamado de pa- vimento flexível) e o concreto (pavimento rígido) depende, em primeiro lugar, das características da estrada, explica Mario Sérgio Escudeiro, gerente de projetos da Engelog, empresa que integra a Companhia de Concessão Rodoviária (CCR), responsável pela administração de 1.484 quilômetros de rodovias no Brasil, entre elas o Sistema Anhanguera/Bandeirantes. “Por ser mais resistente, o concreto é recomendado para rodovias que recebem tráfego pesado e lento. Esse tipo de pavi- mento, quando bem aplicado, não sofre deformações nessas condições”, afirma. Outra característica positiva do pavimento rígido, acrescenta, é o seu tempo de vida útil, que pode superar 30 anos. O concreto, entretanto, também apresenta desvantagens quando comparado com o asfalto, destaca Escudeiro. Ele exige maior cuidado técnico no momento da execução e tem um custo inicial mais elevado. A diferença de preço, informa o especialista, varia bastante e depende de fatores como distância das usinas de concreto, poder de negociação dos executores da obra e variação do preço do petróleo, matéria-prima do asfalto. O concreto, de acordo com Escudeiro, também pode oferecer menor conforto ao usuário, pois exige a presença de juntas de dilatação, pequenos cortes na pista que permitem a contração e a expansão do material em razão da mudança de temperatura. É comum o motorista sentir um solavanco ao passar com o veículo sobre esses pontos. torque e potência torque e potência | VidaBosch | 13 Clóvis Ferreira/Digna Imagens Nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, tanto o asfalto quanto o concreto são utilizados Quanto ao asfalto, prossegue o gerente da Engelog, ele é indicado para rodovias com trânsito leve e rápido. “O tempo de vida útil é menor [de três a dez anos, de acordo com os fabricantes do produto], mas, em compensação, o asfalto é mais barato. Além disso, é bem mais fácil e custa menos fazer reparos”, pondera Escudeiro. Defensora do uso de concreto, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), representante da indústria do cimento (um dos componentes do concreto) no Brasil, concorda que os dois materiais devem conviver nas rodovias brasileiras, mas destaca vantagens relacionadas à segurança quando o material escolhido é o que produz. “As rodovias alemãs, as chamadas autobans, consideradas as melhores do mundo, são feitas em concreto. Esse tipo de material, além de mais resistente, oferece maior segurança e conforto aos motoristas. Há um melhor escoamento da água da chuva, em função das ranhuras existentes no piso, o que evita a aquaplanagem”, afirma Ronaldo Vizzoni, gerente nacional de infraestrutura da entidade. O diretor da ABCP acrescenta O concreto é mais indicado para recuperar rodovias com trânsito intenso e pesado; o asfalto serve a estradas com tráfego leve e a vias urbanas que o concreto permite maior aderência dos pneus, fazendo com que os veículos precisem de menos espaço para frenagem. “Não podemos esquecer, ainda, que o concreto é um pavimento claro, e por isso reflete melhor a luz. Isso amplia o campo de visão do motorista e reduz os investimentos em iluminação pública.” Sobre as desvantagens relacionadas ao custo inicial do concreto, Vizzoni argumenta: “Graças ao aprimoramento tecnológico, essa diferença caiu muito nos últimos anos. Ela está em apenas 5%. Entretanto, essa margem desaparece com o tempo, pois o concreto praticamente não exige manutenção”. As diferenças entre os materiais não são tão flagrantes assim para o diretor técnico da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda), Raymundo Costa Pereira. Ele afirma que o pavimento flexível pode ser empregado com igual sucesso em uma estrada vicinal de pouco movimento ou em uma autopista com trânsito intenso e pesado. “O concreto é mais eficiente se utilizado em rodovias de plataformas amplas, com mais de duas faixas de rolamento e com tráfego intenso, pesado e canalizado. Nos demais tipos de rodovia, ele perde em eficiência para o asfalto. Nesse caso, eficiência deve ser entendida como um fator que abrange economicidade e praticidade de aplicação e manutenção”, defende. Qualidade em qualquer pavimento “O concreto é mais indicado para rodovias com trânsito intenso e pesado, corredores de ônibus e estacionamentos para caminhões. O asfalto serve a estradas com tráfego leve e a vias urbanas. Não há uma solução universal”, avalia o professor Cássio Eduardo Lima de Paiva, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O especialista em dimensionamen- to e manutenção de pavimentos rígidos e flexíveis avalia que outras vantagens são “pouco palpáveis”. Ele afirma desconhecer estudos científicos que apontem que este ou aquele evite a aquaplanagem ou que um ou outro seja mais eficiente em relação à reflexão de luz. Alheio às discussões técnicas, quem vive rodando pelas estradas avalia que as diferenças entre os materiais são mínimas. “O único aspecto que percebemos claramente é que os governos, tanto federal quanto estaduais, deram uma demonstração de que não têm capacidade técnica e financeira para cuidar das nossas rodovias. Chegamos à triste conclusão de que é melhor que sejam entregues à iniciativa privada. Nosso cuidado vai ser lutar para que a tarifa de pedágio não seja tão elevada quanto é hoje”, lamenta Diumar Bueno, presidente da Federação Interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Fenacam), que representa os caminhoneiros de todo o país, exceto os de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A avaliação do dirigente sindical faz sentido, segundo o professor Cássio Paiva. Ele considera que o mau estado de conservação das rodovias, principalmente as que estão sob a responsabilidade da administração pública, é resultado de um longo período sem investimentos em obras de recuperação e preservação. “Deixaram os dentes estragar para fazer a dentadura”, compara. “As obras têm sido feitas muito mais para dar funcionalidade às estradas do que para restaurá-las. Ações como as chamadas operações tapa-buraco, por exemplo, não são duradouras”, acrescenta. Outro fator que concorre para a deterioração dos pavimentos é a falta de controle em relação ao excesso de carga dos caminhões. Essa prática pode fazer com que a vida útil do pavimento seja reduzida em até 25%. Contribuem ainda para o desgaste precoce das estradas os erros técnicos de construção (relativos à compactação do solo, espessura do pavimento, entre outros) e o emprego de materiais de baixa qualidade, de acordo com o especialista. Em 2007, antes da crise financeira global, o Ministério dos Transportes lançou o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) com o objetivo de pautar políticas dos próximos quatro Planos Plurianuais (PPAs), de 2008 a 2023. O PNLT prevê investimentos de R$ 172,4 bilhões nesse período. Destes, R$ 74,2 bilhões (43%) estão destinados à recuperação e manutenção da malha rodoviária nacional. Mas até que as estradas estejam em boas condições de uso, os brasileiros continuarão enfrentando gastos e riscos. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que as rodovias em mau estado de conservação são responsáveis por um aumento de 38% no custo de manutenção dos veículos e de 58% no consumo de combustíveis. Também respondem pela metade dos acidentes de trânsito registrados no Brasil, que impõem um custo social e econômico ao país de R$ 24,6 bilhões ao ano. São dados concretos e que, infelizmente, não estão sujeitos a simples recapeamentos. A Bosch na sua vida Pronto para qualquer estrada Para motoristas que fazem longas viagens, manter o veículo sempre em ordem é essencial, pois o uso frequente gera desgastes e prejudica a regulagem dos componentes do caminhão. Quando é preciso enfrentar estradas em mau estado de conservação, sejam elas de asfalto ou concreto, os danos podem chegar mais rapidamente, e a atenção com a manutenção preventiva deve ser redobrada. Onde quer que estejam, os caminhoneiros podem recorrer ao Bosch Truck Service para ajustar seus veículos e consertar componentes com problemas. São 415 oficinas espalhadas por todos os Estados do Brasil, que oferecem serviços de diagnóstico e reparo de sistemas elétricos, manutenção de injeção, direção hidráulica e filtros, entre outras peças. O sistema de injeção, por exemplo, sofre desgaste natural com o tempo e perde a calibragem. As oficinas Bosch Truck Service contam com aparelhos de diagnóstico para detectar eventuais falhas. Devidamente regulado, o sistema de injeção faz o motor render mais e poluir menos. É também importante revisar, a cada 10 mil quilômetros, o filtro de óleo diesel, que precisa estar em bom estado para que componentes do motor não sejam danificados. O mesmo Arquivo Bosch 12 | VidaBosch | é indicado em relação ao filtro de ar, importante no caminhão para evitar que impurezas e umidade tragam danos ao intercooler (equipamento que resfria e comprime o ar, aumentando a quantidade de oxigênio e melhorando a combustão). Se o filtro não funcionar, pode haver oxidação das peças e perda de rendimento do motor. Para saber onde você pode fazer a revisão de seu veículo, acesse www.boschservice.com.br 14 | VidaBosch | casa e conforto | Por Tiago Mali Aprender a ser só Divulgação Portas de correr, móveis baixos e cortinas que vão para a máquina de lavar podem tornar mais agradável a vida de quem mora sozinho 16 | VidaBosch | casa e conforto casa e conforto | VidaBosch | 17 Fotos Marcos Pinto Shutterstock Cozinha e sala podem perder as portas para aumentar a sensação de espaço Q uando o jornalista Athos Sampaio saiu do apartamento em que vivia com um amigo para morar sozinho, em maio de 2003, teve de se acostumar com algumas novidades: ter menos espaço, arcar com mais despesas e enfrentar a solidão. Como ele, mais de 6 milhões de brasileiros (que ocupam 1 de cada 10 domicílios no país) não dividem seus tetos. Por opção ou necessidade, adotam um estilo de vida mais prático, o que muitas vezes significa morar em casas ou apartamentos pequenos. “Hoje, tenho só dois ambientes: uma sala, que também é cozinha, e um banheiro, que também é lavabo”, conta Sampaio, que vive numa quitinete de 30 m2 no centro de São Paulo. Nisso, ele não está só, segundo o arquiteto Antonio Ferreira Jr. “Cerca de 90% dos nossos clientes que moram sozinhos vivem em espaços reduzidos. É importante aproveitar cada canto”, afirma. Além de ajudar a reduzir despesas, morar em um imóvel pequeno também ajuda a combater a solidão. “Uma pessoa nessa situação não quer morar [num lugar] grande porque fica uma sensação de vazio. Locais menores trazem conforto e aconchego — o que temos de fazer é tentar anular a sensa- ção de sufoco que pode vir deles”, assinala a arquiteta de interiores Mariza Freitas. Sem divisão Quebrar as paredes para unir cômodos é uma recomendação de consenso entre os especialistas quando a ideia é evitar o sentimento de clausura. “As pessoas querem transformar a casa em um lugar prazeroso para receber os amigos. A integração permite que todos estejam no mesmo ambiente. Pode-se cozinhar enquanto se conversa com alguém na sala, por exemplo”, diz a arquiteta Walléria Teixeira, responsável pela elaboração de um flat para solteiros na Casa Cor 2008, em Brasília. A arquiteta Flávia Martins usou e abusou da ideia em um projeto de 37 m2 no Rio de Janeiro, no qual ela uniu sala, quarto e cozinha. A especialista trocou o banheiro - que ficava no meio do caminho - de lugar e fez com que o quarto fosse separado da sala por um móvel vazado (os buracos permitem enxergar o outro lado e ampliam a sensação de espaço). Não usada pela cliente de Flávia, a área de serviço virou uma outra parte da cozinha. Além dos móveis vazados, Walléria Teixeira sugere, para aumentar es- paço, instalar portas de correr, que juntam ou separam os ambientes de acordo com a situação. Ela indica, em especial, as que têm trilhos do tipo TPD — que permitem que todas as partes (folhas) de uma porta fiquem juntas quando ela está aberta, ao invés de um conjunto ficar do lado direito e o outro, do lado esquerdo. Portas de correr têm uma grande vantagem em ambientes pequenos: desobstruem as passagens e aumentam a área útil. “Em todo o raio de uma porta comum você não pode colocar nenhum objeto. Perde espaço onde já não se tem muito”, observa Mariza. Colocado em estantes, o artifício pode ser usado para organizar mais o lar, segundo o designer de interiores Apoena Parente. “Estantes fechadas com portas de correr criam uma sensação de ordem maior. Esconder um pouco a bagunça é importante quando o ritmo de vida não nos permite organizar objetos e livros em prateleiras e armários”, explica o arquiteto, que passou nove de seus 32 anos morando sozinho. Usar cada espaço Parente começou a conhecer em profundidade o tema quando se mudou para Bra- sília, em 2001. O arquiteto manauense, por questões financeiras, decidiu ficar em um apartamento de 30 m2, “nove passos de uma extremidade à outra do imóvel”. Colocando em prática seus conhecimentos, tentou tornar o ambiente mais agradável e passou a indicar suas soluções aos clientes. “Sempre aconselho, por exemplo, a comprar poucos e pequenos móveis. Em espaços reduzidos, móveis volumosos prejudicam muito a circulação. Mesas de seis lugares ou geladeiras grandes dão a sensação de que o espaço é menor ainda”. Outra boa ideia, sugere, são os móveis que o morador pode deslocar ou transformar conforme a situação, como puffs e sofá-cama. Além disso, fica bem uma mesa de canto que vira mesa de centro para receber amigos, ou racks com rodinhas – que ajudam na hora da faxina. Athos Sampaio aprendeu da pior forma: Hoje, só uso móveis pequenos e que se A Bosch na sua vida Onde há coifa não há fumaça Integrar vários ambientes, como sugerem arquitetos e decoradores, exige cuidado redobrado para que cozinhar não signifique encher todos os cômodos da casa de fumaça. Para evitar isso, uma coifa silenciosa e que tenha grande poder de exaustão é imprescindível. A Coifa Curva da Bosch alia essas duas características à praticidade: seus filtros de alumínio não são descartáveis e podem ser facilmente limpos em uma lava-louça e depois recolocados no equipamento, o que, além de proporcionar economia, é ambientalmente sustentável. Além disso, o aparelho tem design di ferenciado (foge do modelo retangular convencional) e duas opções de tamanho: 90 e 60 centímetros – este ideal para fogões de quatro bocas. O máximo poder de sucção do equipamento é obtido quando a coifa é ligada a uma tubulação que conduza a fumaça para fora do ambiente. Entretanto, se não for possível a instalação dos dutos, o produto pode funcionar como um depurador. A coifa conta com duas lâmpadas ha lógenas (que dão mais visibilidade) e três velocidades – o que pode ser útil para quem só precisa fazer comida para Arquivo Bosch uma pessoa. Se a intenção for cozinhar pouco e sem excesso de gordura, usar uma velocidade inferior faz com que o aparelho funcione com nível de ruído ainda menor. 18 | VidaBosch | casa e conforto Fotos Andrea Marques/Fotonauta casa e conforto | VidaBosch | 19 Ao integrar a sala com a cozinha, é necessário ter uma coifa eficiente para não permitir que todo o ambiente acabe ficando engordurado encaixam. “Mas, antes, comprei uma mesa de computador que entulhou o apartamento. Ainda mais depois que passei a ter um laptop”, lamenta. Em casos como o dele, a tecnologia também pode dar uma mão. Da mesma forma que o laptop torna desnecessária uma mesa especial para o um computador, há televisores de LCD que podem ser plugados diretamente ao PC, dispensando o monitor, e videogames (ou notebooks) que, ligados à TV, fazem o papel do aparelho de DVD. Essa integração pode ajudar na criação de home office dentro da sala, economizando mais espaço. Cozinha menor A união entre ambientes, no entanto, pode trazer inconvenientes. Para evitar que o cheiro da cozinha se espalhe, Parente recomenda caprichar na coifa. Se ela não for boa, “o cheiro e a gordura da comida, além do barulho, podem passar mais facilmente de um cômodo a outro”, destaca. O arquiteto Antônio Ferreira Jr. chama ressa, convém escolher luz amarela para cobrir tudo isso, ao invés da branca. “Ela mostra as cores de forma mais real, tem capacidade de iluminação igual e proporciona um conforto maior,” indica Parente. Praticidade O conforto para os olhos pouco adianta se não for combinado com praticidade, avisam os especialistas. Uma pessoa que mora sozinha, com pouco tempo para se dedicar à faxina, agradece se os materiais usados no lar forem fáceis de limpar. Nesse sentido, os arquitetos sugerem porcelanato (mais resistente) ou carpete de madeira (mais barato) para o piso; tintas acetinadas (não sujam tão facilmente) para as paredes e laminados (que imitam madeira, mas são mais fáceis de desengordurar) para os móveis da cozinha. Cortinas de voile, um tecido fino e leve, também são preferíveis: “é mandar para a máquina de lavar e depois estender de novo no trilho”, diz Ferreira Jr. Ao economizar tempo em tarefas como limpar o lar, é possível aproveitar melhor o que Sampaio — que vive sozinho há quase seis anos — considera uma das grandes vantagens da situação: “A liberdade. De não dar satisfação, de tomar decisões e de trazer quem você quiser, na hora que quiser, para a sua casa”. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch A arquiteta Flávia Martins integrou todos os ambientes para fazer este apartamento de 37m2 no Rio de Janeiro ficar mais amplo a atenção para a possibilidade de reduzir espaços na cozinha. “Quem mora sozinho não precisa de muitos armários, tem poucas panelas e, no máximo, uns 12 pratos. Pode fazer um balcão mais profundo para guardar as panelas e ficar com elas sempre à mão, e uma dispensa que comporte alimentos para uma semana — convenhamos, solteiro não faz grandes compras.” Quando o espaço é muito pequeno, acrescenta Parente, uma mesa dobrável que se abre na hora de comer também pode ser uma solução. Walléria também sugere ter móveis menores na cozinha. Em seu projeto para a Casa Cor de Brasília, preferiu o mobiliário baixo para ampliar a sensação de espaço. “Uma altura pequena pode também ser adotada no rack da televisão e na mesa de centro, por exemplo. Mas isso significa usar menos o espaço, guardar menos coisas,” alerta. Outro truque que dá a impressão de estar em um lugar maior são móveis transparentes, de vidro ou acrílico, e os espelhos. “Mas tem de ter cuidado. Se você coloca os espelhos em frente ao seu mobiliário, dobra todas as informações dos objetos e cria a sensação de que o lugar está carregado”, ressalva Parente. “Uma boa alternativa pode ser fixá-los em um estreitamento do apartamento ou até no corredor”. Como não é apenas espaço o que inte- Até a área de serviço fica limpa Três tarefas atormentam o cotidiano das pessoas que moram sozinhas: lavar, secar e passar. Sem ter com quem dividir as outras tarefas do lar, elas não podem perder muito tempo colocando roupas na máquina, esperando-as secar e montando o cavalete para passá-las com ferro. A lavadora Lava e Seca da Bosch, com capacidade para 5 quilos, é feita para dar uma mão em todos esses momentos. Ela economiza espaço na área de serviço ao reunir, em um único produto, as funções de lavar e secar — dispensa não só outra máquina, mas também o varal. Além disso, é o aparelho mais compacto do mercado, secando até 2,5 quilos de cada vez. Ao contrário de 98% das máquinas de lavar disponíveis no Brasil, na Lava e Seca o tambor fica na horizontal, o que ajuda a diminuir os danos às roupas e evita atrito entre os tecidos na hora da lavagem. Chamado de sistema de tombamento, esse mecanismo também evita a formação de rugas, o que ajuda na tarefa de passar. A Lava e Seca também contorna um outro obstáculo – o custo. Primeiro, porque sai mais barato comprar a Lava e Seca do que uma máquina de lavar e outra de secar do mesmo nível. Depois, porque é o equipamento de sua categoria que mais economiza água por ciclo de lavagem. 20 | VidaBosch | casa e conforto | Por Maria Eduarda Mattar Khoo Eng Yow Novo em folhas Dusan Zidar Opções geladas e benefícios como retardar o envelhecimento ajudam a manter o chá na posição de terceira bebida mais consumida no mundo 22 | VidaBosch | saudável e gostoso saudável e gostoso | VidaBosch | 23 Jason Rothe Arteretum Chá, originalmente, era o termo usado para definir somente as infusões feitas das folhas da planta Camelia sinensis origem é chinesa, a tradição é inglesa e seus principais consumidores, indianos. É a terceira bebida mais consumida do planeta, atrás somente da água e do leite. Dono de tantos predicados internacionais, o chá, nos últimos 20 anos, foi renovado e ainda mais difundido, com a divulgação de propriedades que ajudam a retardar o envelhecimento, a popularização das versões geladas e sua aplicação nas dietas de emagrecimento. A versão mais aceita sobre o surgimento do chá conta que, na China do século 27 a.C., o imperador Shen Nung fervia a água que consumia, por perceber que, assim, menos doenças eram transmitidas. Numa tarde, uma folha caiu no copo que segurava, mudando a cor e o sabor da água quente. A folha era da planta Camelia sinensis e aquela mistura seria o primeiro chá. Por isso, a rigor, chá engloba somente as bebidas derivadas da Camelia sinensis: os famosos chás verde e preto e os, um pouco menos badalados, chás branco e Oolong. Eles se diferenciam em função da parte do vegetal utilizada e dos processos de tratamento (oxidação, fermentação, etc.) empregados. Com o tempo, no entanto, a palavra chá passou a ser usada para denominar outras misturas de água quente com ervas, folhas e até frutas e sementes. Propagação O chá foi levado à Europa, por volta do século 17, por holandeses ou portugueses — há versões conflitantes sobre os responsáveis. Mas teria sido a princesa portuguesa Catarina de Bragança a responsável por levar o hábito de tomar as infusões aos bretões quando se casou com o rei Carlos II, da Inglaterra. Lá, a bebida ganhou um status de ritual — às cinco da tarde, ou em qualquer horário. Hoje, ele é degustado em todo o mundo, abastecido pela produção de China e Índia (metade do chá consumido no mundo vem dos dois países). Em 2007, o consumo de chá só foi superado pelo de água e pelo de leite — deste, no entanto, não se sabe o quanto foi tomado em forma de bebida e o quanto foi usado em lacticínios. As informações são do relatório “The Global Multiple Beverage Marketplace”, da consultoria especializada em bebidas Beverage Marketing Group. As folhas cultivadas em Darjeeling, cidade situada em uma das montanhas do Himalaia, no nordeste indiano, são consideradas as melhores do mundo. A altitude é importante: quanto mais alto o local, melhor a folha. “O tempo de colheita também influencia. A da primavera é a melhor”, completa Elizeth van der Vorst, consultora de chás, diretora do site Amigos do Chá. No Brasil, segundo ela, a infusão vem ganhando paladares. “Quinze anos atrás, quando comecei a introduzir alguns chás no Brasil, a cultura sobre a bebida não era tão difundida”, lembra a especialista. Lellington Lobo Franco, autor do livro “100 chás e seus benefícios” (Ed. Elevação), vai além e afirma acreditar “que os chás começam a ganhar status semelhante ao do vinho no país”. Como o vinho, o chá conta com um ritual, cercado de regras, para o consumo. A temperatura da água é a principal delas. “A água não pode ferver. Não pode ultrapassar 85 graus, para não queimar as folhas e fazê-las perderem as propriedades. Quando começarem a subir as bolinhas, deve-se desligar o fogo”, ensina, enfaticamente, Elizeth. Devem-se evitar chaleiras de servir em ferro ou aço, optando pelas de porcelana ou vidro. “Além de conservarem as propriedades das folhas e infusões, embelezam a bebida, permitem que se veja a cor”, destaca Elizeth. O tempo de infusão também modifica sabores e aromas, porém é uma escolha mais pessoal. A regra geral indica que os chás verde e preto devem ficar no máximo três minutos, para não amargar, e as infusões de frutas, oito. “O aconselhável é obedecer o tempo de infusão impresso na própria etiqueta e a quantidade por xícara”, aconselha Elizeth. Para acompanhar, salgados como quiches, sanduíches leves, bolos e doces são uma boa combinação. Há muitos que descartam o ritual de aquecimento. Há cerca de duas décadas, o consumo das versões geladas começou a se popularizar. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Refrigerantes e Bebibas Não-alcóolicas (Abir), entre 2005 e 2007, o consumo de O consumo de chá gelado no Brasil teve crescimento médio anual de 10%, entre 2005 e 2007 chá gelado teve um crescimento médio anual de 10%. Nos EUA, principal mercado da versão gelada, o consumo, em valor, cresceu 47% nos últimos dez anos, segundo o Beverage Marketing Group. “Chás prontos para consumo experimentaram um crescimento sólido nos EUA porque são uma opção de bebida saudável e refrescante”, escreve Gary Hemphill, da consultoria. Para ele, isso se deve, em grande parte, a muitas “inovações na categoria, com novos sabores e tipos de chá — por exemplo, o chá verde gelado”. A possibilidade de consumo a qualquer hora e o fato de representar uma alternativa saudável, em tempos de estresse e preocupações com o bem-estar e dietas, contribuem para a escalada do chá gelado. Além disso, o hábito de tomar a bebida não fica prejudicado nos meses de verão, época em que se registra a melhor performance dos iced teas no mercado. Inúmeros são os estudos que associam a bebida – especialmente os tipos derivados da Camellia sinensis — a impactos positivos na saúde. “São vários benefícios. O principal é eliminar as toxinas do corpo”, diz Carlos Alves Soares, autor do livro “A cura que vem dos chás” (Ed. Vozes). Ele estima que as variedades da bebida ajudam a curar em torno de 80% de problemas do dia-a-dia. “Resolvem problemas de azia, má digestão de origem estomacal, gases e problemas em todo o trato intestinal”, completa. Os derivados de cafeína ajudam a manter a pessoa desperta, “mas podem provocar insônia em pessoas sensíveis à cafeína”, adverte Lellington Lobo Franco. Quanto a doenças mais graves, pesquisas indicam o auxílio da bebida na prevenção de inúmeros males, de problemas de coração até câncer, passando por doenças da pele. Os chás verde e preto são duas das vedetes dos estudiosos. Ambos, por conterem catequinas (substâncias antioxidantes), são relacionados ao efeito de retardar o envelhecimento. O chá verde também ajuda a regular a flora intestinal e virou peça central nas dietas de emagrecimento. O aconselhável, para perder alguns quilos, é beber de três a quatro xícaras diariamente, de acordo com Lelington Lobo Franco. Já o preto, queridinho dos britânicos, reduz o estresse e controla o colesterol ruim. Depois de milênios da invenção da bebida, essas novas propriedades descobertas mostram que, quente ou frio, motivo é o que não falta para continuar tomando chá. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch A Dicas para o consumo Chá quente sem fogo Uma tecnologia recém-chegada ao Brasil pode fazer a água do chá atingir o ponto ideal até duas vezes mais rápido. A Bosch trouxe ao país o Cooktop por Indução, que, diferentemente de outros aparelhos, não aquece usando resistência elétrica ou gás. O calor, nesse equipamento, é gerado pela ação de um campo magnético em uma panela de material magnético. “O diferencial é o fato de o produto funcionar apenas com uma panela posicionada sobre a zona de cocção e não gerar aquecimento excessivo em sua superfície”, afirma Rodrigo Locatelli, gerente de produtos do marketing da Bosch Eletrodomésticos. Para ele, o grande benefício está na rapidez de aquecimento aliada à segurança e à facilidade na limpeza. Como o novo equipamento desliga quando se retira a panela, evitam-se queimaduras e acidentes. Controlar a intensidade do calor para tirar a água do chá na hora certa também fica mais fácil com os 17 níveis diferentes de aquecimento do aparelho. Além disso, aquele leite que insiste em derramar quando é fervido pode ser limpado sem sofrimento. Mesmo fazendo os alimentos na panela atingirem a mesma temperatura que uma boca de fogão convencional, a superfície de vidro do aparelho não passa de 90ºC, impedindo que o tal leite vire o uma crosta difícil de remover e aumentando ainda mais a segurança para o uso. 24 | VidaBosch | saudável e gostoso saudável e gostoso | VidaBosch | 25 Xícara principal O chá é um dos maiores atrativos de um bistrô em Curitiba que serve 12 variedades da bebida – muitas criadas pela chef da casa, Geraldine Miraglia C erta vez, na praia, ela juntou mel, gengibre e limão para matar a sede da família. Geraldine Miraglia não imaginou que aquele preparado se tornaria o sucesso de seu restaurante. Hoje, chamada de chá Oli, a composição é uma das atrações principais do Oli Gastronomia, bistrô da chef em Curitiba. “Quando passei a oferecê-lo no bistrô, muitos vinham pelo chá. Tenho clientes até de Brasília que levam garrafas do chá em um isopor”, conta Geraldine, que guarda a receita do preparado em segredo. Prestes a fazer 40 anos, a fonoaudióloga decidiu fazer um curso de gastronomia, hobby apreciado desde pequena. Matriculou-se, então, nas aulas do pâtissière francês Laurent Grouleaux, então dono e chef do restaurante L’Opera, em Curitiba. Em 2003, com o curso terminado, foi convidada a participar de um bazar de Natal de Curitiba. “Para isso, desenvolvi alimentos que poderiam ser oferecidos como presentes, com belas embalagens e pouco perecíveis.” As receitas fizeram sucesso e ela passou a receber encomendas. Era o embrião do bistrô, inaugurado dois anos depois. Com o sucesso do empreendimento, um segundo restaurante, o Oli Café e Empório, também foi aberto em um shopping. Os chás têm lugar de destaque no cardápio das casas: são 12 variedades, boa parte de misturas criadas especialmente por ela. “Muitos querem sabores mais digestivos, outros optam pela experiência olfativa e gustativa, outros pelo aspecto saudável”, elenca Geraldine, que revela estar desenvolvendo novos sabores – “mas ainda são segredo”. Dicas de acompanhamentos, ela tem aos montes — um deles a chef ensina a fazer abaixo, junto com a receita de dois chás. Fotos Daniel Sviech/Imagem Ideal Fotografia Chá gelado de limão e menta Ingredientes 500 ml de água 2 colheres (sopa) de chá de limão (preparado com folhas e cascas secas) 2 colheres (chá) de chá de menta 6 a 8 rodelas de limão Modo de fazer Aqueça a água até que comece a ferver. Acrescente as folhas de chá (com o fogo já desligado), tampe e cubra com um pano, deixando em infusão por 5 minutos. Coe o chá e deixe-o esfriar. Sirva em copos, com gelo e rodelas de limão. Salgados, como quiches e sanduíches com toques mais fortes, como mostarda, vinagre e ervas, podem ser contrastados com doces, de bolos e biscoitos mais básicos aos ricos em cremes e sofisticados. “Me surpreendo com o número de clientes que saboreiam o chá Oli durante almoços e jantares”. Ela cultiva o chá como um ritual — o que inclui a escolha da xícara, que depende do tipo de chá e da chaleira. “Gosto de uma frase do escritor inglês Henry Fielding: ‘amor e escândalos são os melhores adoçantes para o chá’. Humor à parte, ilustra um pouco o que penso sobre o chá: é um programa, não apenas uma bebida”, resume. Os chás têm lugar de destaque nos dois restaurantes da chef Oli Gastronomia Rua Senador Saraiva, 209, | São Francisco | Curitiba | Tel.: (41) 3016-8696 www.oligastronomia.com.br Sanduíche de pera, roquefort e agrião Chá de laranja e cravo Ingredientes 3 a 4 colheres de chá de laranja (feito com folhas e cascas secas da fruta) 250 ml de água quente 1 laranja seca, com a casca lavada, cortada em gomos de 1 cm Cravos inteiros Modo de fazer Prepare, para cada xícara, um gomo de laranja, colocando cravos na sua casca. Aqueça a chaleira e as xícaras com água quente e seque-as. Coloque as folhas de chá na chaleira e acrescente a água quente. Cubra com um pano e deixe em infusão por 5 minutos. Coloque um gomo de laranja já preparado no fundo de cada xícara. Sirva o chá sobre os gomos. Ingredientes 4 fatias de pão de centeio sem as cascas 1 xícara de folhas pequenas de agrião 2 peras maduras fatiadas 30 g de queijo roquefort (ou gorgonzola) Pimenta do reino Alface roxo Modo de fazer Coloque as fatias de pera sobre cada fatia de pão. Cubra-as com o queijo. Leve ao forno pré-aquecido até que o queijo derreta. Tempere com um pouco de pimenta moída na hora. Acrescente o agrião sobre o queijo. Decore o prato com a folha de alface roxa. 26 | VidaBosch | tendências | Por Lia Melo Construindo o Jardim do Éden Permacultura, a “cultura da permanência”, une agricultura, arquitetura e filosofia para tentar transformar casas e propriedades agrícolas em exemplos de sustentabilidade Fotos Shutterstock I magine viver em uma casa sem contas de luz, água ou gás, sem gastos com alimentação e sem gerar qualquer tipo de poluição. Uma utopia? Um futuro distante e impossível? Não, longe disso. É algo que alguns brasileiros colocam em prática há mais de 15 anos. O nome? Permacultura. Permacultura (termo cunhado pelos australianos David Holmgren e Bill Mollison) significa, literalmente, cultura da permanência — um conceito que começou na agricultura, jogando fora a ideia de rotação de solos (troca de cultura a cada novo plantio). A cultura da permanência prevê a organização do ambiente de maneira que não seja necessário substituí-lo, uma organização baseada nos ecossistemas naturais, que evite o esgotamento de uma região. Nas palavras do próprio Mollison: “uma tentativa de criar um Jardim do Éden”. A chave é usar não uma única espécie, mas uma grande biodiversidade de plantas e animais diferentes que, com um desenvolvimento coordenado, mantenham a terra fértil e produtiva. Cada elo da corrente da permacultura, pela teoria, sustenta outro elo. O mantra que norteia a organização dessa intrincada rede é “controlar o consumo, compartilhar os excedentes”. O conceito surgiu na Austrália, em me- ados da década de 70. Depois, foi levado do campo para dentro de casa. “Porque nem só de pão vive o homem”, brinca o bioarquiteto e permacultor Sérgio Pamplona, de Brasília. “A permacultura passou a abranger tudo de que o ser humano necessita para uma existência digna, dentro de uma perspectiva de design do espaço, ou do planejamento, voltado para a sustentabilidade”, descreve. Pouco depois, o conceito entrou no mundo da arquitetura e inspirou projetos de casas “independentes”. O esgoto não é jogado fora para que o Estado lhe dê algum destino desconhecido, mas tratado por plantas, sem emissões de gases nocivos. A água não surge magicamente das torneiras; ela vem da chuva e é reaproveitada. A energia tampouco é coisa que vem de fora para dentro; ela pode surgir de unidades eólicas e solares ou da decomposição de dejetos de animais de criação. O aquecimento no inverno e o resfriamento no verão são efeitos não de máquinas modernas, mas da disposição estratégica de janelas e telhados. O lar em si se transforma em um ecossistema fechado. Na casa da professora e permacultora Suzana Martins Maringoni, em Florianópolis (SC), a meta é “emissão zero”. Para obter água, ela colocou calhas no telhado que recolhem a chuva e a leva a uma cisterna, protegida do sol. A água é depois bombeada para a caixa d’água e de lá distribuída pelas torneiras. “A água da chuva é potável, a não ser em lugares com chuva ácida. E mesmo nesses locais, depois de 10 minutos de chuva, ela fica limpa”, diz a professora. Até o esgoto é tratado em casa, separado em águas cinzas (a simples água suja, usada nas pias e chuveiros) e negras (as do vaso sanitário). Para obter energia, Suzana usa painéis solares. Para esquentar a água no banho, a opção escolhida foi fazer uma “conexão” com o fogão. Mas a permacultura não parou por aí. Depois de estrear na agricultura e ir para a arquitetura, ampliou-se. “Hoje dizemos (e isso ainda é resumido e vago) que é um sistema de planejamento de assentamentos humanos sustentáveis”, diz Pamplona. “Mas também é um movimento e um conjunto de princípios de ação no dia-a-dia.” Suzana concorda. “A permacultura não é um pacote tecnológico, nem uma técnica. Entra neste contexto em que vivemos, usando conceitos extraídos da ecologia, como a observação dos sistemas naturais, e usando conteúdos e técnicas propostas pela agricultura natural, pela arquitetura vernácula [mais simples] e pelos estudos de tendências tendências | VidaBosch | 29 Fotos Suzana Maringoni “Ele não gasta, por exemplo, nunca mais com fertilizantes ou pesticidas. E tem um produto diferenciado que pode ser a chave do sucesso em um mercado competitivo”, acredita o professor. Os permacultores concordam. “Há um limite para os projetos de desenvolvimento ecológico, e estudos já comprovaram isso: o espaço. Depois que a iniciativa atinge certo tamanho, é difícil manter a sustentabilidade”, reconhece Bastos. “As grandes cidades são o limite. Elas não são sustentáveis, nem para a permacultura nem para modelo nenhum. Nem no [videogame] ‘Sin City’ uma megacidade funciona”, afirma Suzana Maringoni. Ela come principalmente alimentos orgânicos, comprados em feiras de produtores em Florianópolis e evita viajar de avião, veículo que emite muitos poluentes. Mas tem um carro 93 a diesel — Suzana está tentando usar biodiesel. Ainda assim, os adeptos pregam que os obstáculos não impedem que o planeta todo seja capaz de viver de permacultura. Exigiria uma mudança completa de Técnicas sustentáveis de construção na Estação de Permacultura em São Pedro de Alcântara (SC), à esq., e sistema de coleta de água da chuva no Sitio Raízes, em São jose do Cerrito (SC) Conceito foi criado na Austrália, na década de 70. Um dos precursores veio ao Brasil para participar dar Rio-92 e ajudou a disseminar a prática por aqui energias alternativas. Com isso, ela passa a propor a construção de novos paradigmas para a vida humana”, apregoa. A proposta correu o mundo e chegou ao Brasil em 1992, ano da Rio-92, conferência ambiental na qual representantes de quase todos os países se reuniram no Rio de Janeiro para discutir ações em prol do desenvolvimento sustentável. Mollison desembarcou fervilhando de propostas verdes e ofereceu seu curso sobre o assunto. “De lá saíram as sementes dos primeiros centros e institutos brasileiros, o Ipers [Instituto de Permacultura do Rio Grande do Sul] e o IPB [Instituto de Permacultura da Bahia]”, conta Pamplona. “Daí a coisa foi só crescendo”. “Como a permacultura é interdisciplinar, pessoas de diferentes áreas começam a vê-la como um bom caminho para soluções à crise de recursos naturais”, afirma Suzana. No final dos anos 90, um grupo de permacultores de Santa Catarina, organizados no Instituto de Permacultura AustroBrasileiro, deram um novo passo: criaram a Rede Permear, reunindo os esforços e organizando as atividades dos praticantes dessa filosofia de todo o Brasil. O trabalho dos permacultores, de lá para cá, tem sido de formiguinha. Em seus projetos espalhados pelas regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, eles têm martelado seu ideal: permacultura não se aplica apenas à agricultura; aplica-se a tudo. Para Pamplona, o conceito pode ser aplicado em todos os setores. “Mas isso implica sempre em uma mudança de atitude que as pessoas nem sempre estão dispostas a ter”, propala. “Agora essa mudança é facultativa, mas em um futuro não muito distante acabará sendo não só obrigatória, mas urgente e emergencial”, acredita. O fotógrafo e permacultor paulista Marco Aurélio Tavares Bastos concorda. “A permacultura é a única alternativa viável para que possamos continuar a viver neste planeta a longo prazo”. Problema de escala A Bosch na sua vida Na avaliação do agrônomo Francisco Câmara, professor do departamento de Produção Vegetal da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o conceito é muito bom para pequenos proprietários de terras, mas praticamente impossível de ser utilizado em escala planetária. “É uma atividade sustentável que tem aspectos muito interessantes do ponto de vista ecológico”, reconhece Câmara. “Um dos principais é o estímulo à biodiversidade das espécies vegetais”, afirma. “Mas há um senão, um único senão: não é possível fazê-la funcionar em larga escala. Ela atinge seu ápice nas pequenas propriedades de terra”, explica. “É fácil colocar um permacultor para cuidar de uma área de dois, três, até cinco hectares. Mas mil hectares, não. Precisaria de um exército de permacultores, e seria praticamente impossível conseguir organizar todos os intrincados elos que a atividade exige”, diz. Para o pequeno produtor, no entanto, a técnica traz benefício certo. “A economia é imediata, instantânea”, afirma Câmara. Bons ventos sustentáveis Bons ventos são capazes de prover eletricidade sustentável a quem pretende aderir à permacultura. A força do ar em movimento, base da energia eólica, é uma fonte limpa e renovável, que tanto pode gerar energia para consumo de larga escala, em parques eólicos, quanto para pequenas comunidades que escolherem minimizar seus impactos no meio ambiente. A geração depende da movimentação das hélices de moinhos de vento, que acionam os geradores. Cada gerador conta com três pás que giram em torno do próprio eixo, inclinadas ao sentido do vento, e recebem de frente a corrente de ar. O ritmo do giro também deve ser constante, mesmo que a velocidade do vento oscile. Para garantir o funcionamento desse complexo sistema, a Bosch Rexroth, empresa do Grupo Bosch, desenvolveu um equipamento hidráulico capaz de ajustar o posicionamento da hélice, o ângulo das pás e a rotação do gerador. Sem essas funções, seria impossível aproveitar todo o potencial energético que o vento pode proporcionar, explica Pedro Aoki, tecnólogo de vendas da Rexroth. Além de sistemas hidráulicos, a empresa também fornece transmissões mecânicas para geradores eólicos. A Rexroth conta com duas fábricas no Brasil — uma localizada em Atibaia (SP) e outra em Pomerode (SC) — e também fornece soluções industriais para outros setores. A empresa atua ainda nas áreas hidráulica industrial e móbil, pneumática, acionamentos elétricos e controles, tecnologias de acionamento linear, montagem e Service (reparo de componentes; montagens de grande e pequeno porte de tubulações hidráulicas e pneumáticas e treinamentos padrão e específico, de acordo com a necessidade do cliente). atitude e um mundo de pessoas vivendo em pequenas propriedades, consumindo apenas o necessário para a sobrevivência e ligadas à natureza. Difícil? Sem dúvida. Mas, para eles, não impossível. “A crise ambiental está tão maluca, o planeta tão ferido e machucado, que ou fazemos algo ou as baratas vão ver a gloriosa raça humana sucumbir. A vida continua, mas, e nós?”, questiona Suzana. “Permacultura não é o único caminho, mas é um bom caminho. Seja permacultura, seja o que for, temos que construir outras maneiras de sobreviver e usar os recursos que temos. Neste ritmo de consumo a coisa não é possível”, acredita ela. “Os verdadeiros limites são as mentalidades conservadoras e os limites de criatividade”, afirma Pamplona. Mas é possível subsistir de permacultura? “Subsistir, sim. Não viver com os excessos que vemos hoje como normais”. “Subsistir sim, com alegria, abundância e qualidade de vida. Mas com uma mudança profunda na nossa perspectiva de vida. Acredito nisso”. Arquivo Rexroth 28 | VidaBosch | grandes obras | Por Alexandre Ribeiro Agência Petrobras Selva de dutos Três fases Construção de gasoduto Urucu-Coari-Manaus, no meio da Floresta Amazônica, tem de usar 471 embarcações e dois helicópteros para transportar os 58 mil tubos da obra P ara uma companhia como a Petrobras, que já construiu o gasoduto BolíviaBrasil, de mais de 3.100 quilômetros, tirar do papel um duto de pouco mais de 661 km não seria um grande problema. Isso se o novo gasoduto não estivesse encravado no coração da Amazônia, atravessando grandes rios e igarapés, passando pela floresta, em área de alta sensibilidade ambiental, e sujeito a vários meses de chuvas torrenciais e solo úmido e instável. Todos esses fatores tornam a construção do gasoduto UrucuCoari-Manaus um grande desafio. A previsão é que esses obstáculos sejam superados até setembro, quando o gasoduto deve entrar em funcionamento, mais de três anos após o início de sua construção (julho de 2006). Com a obra, será possível levar o gás natural de Urucu à capital do Amazonas e, por meio de sete ramais, aos municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba. Inicialmente, serão transferidos 5,5 milhões de metros cúbicos diários de gás Outro desafio é fazer materiais de construção, equipamentos e trabalhadores chegarem à obra. Serão usados 58 mil tubos, 471 embarcações para transporte de material e de pessoas e dois helicópteros para mover tubos até o local. Para alojar os funcionários, 29 clareiras foram abertas e 16 acampamentos instalados na selva. Ao final dos trabalhos, a obra vai gerar 7 mil empregos diretos, 70% deles ocupados por moradores da região, e quase 20 mil indiretos. A construção do gasoduto foi dividida em três grandes trechos: o trecho A, de 279 quilômetros, entre Urucu e Coari; o trecho B1, de 196 quilômetros, entre Coari e Anamã e o trecho B2, de 186 quilômetros, entre Anamã e Manaus. No trecho A, um duto de transporte de gás de cozinha com cerca de 200 quilômetros, será convertido para conduzir todo o gás natural. Além disso, um novo duto de gás de cozinha (ou por gás liquefeito de petróleo, GLP), será construído. O GLP é apenas uma parte do gás natu- natural, que vão, prioritariamente, abastecer sete termelétricas com o objetivo de gerar energia para a região. A capacidade do duto, contudo, pode chegar a 10 milhões de metros cúbicos diários de gás, com a instalação de estações de compressão ao longo do percurso. Essas estações, porém, estão condicionadas à ampliação da demanda por gás natural nas regiões por onde o duto passa. A chegada do gás a Manaus vai fazer com que deixem de ser consumidas anualmente 737 mil toneladas de óleo combustível usados em usinas termelétricas, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além do ganho ambiental — a queima do óleo gera muito mais emissões atmosféricas que a do gás natural —, a substituição vai gerar uma economia de R$ 1,2 bilhão anuais para os consumidores de eletricidade. Apesar disso, levar o gás natural de Urucu a Manaus implicará custos altos. A Petrobras estima que o investimento total seja de R$ 3,5 bilhões. Essa cifra, segundo a companhia, equivale a mais que o dobro do que seria aplicado em projeto semelhante no Sudeste. O custo também é quase 50% maior do que o inicialmente previsto pela petroleira: R$ 2,4 bilhões. Obra difícil Construir um gasoduto rasgando a Floresta Amazônica exige técnicas avançadas para cumprir as determinações do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam). A principal delas é o uso do furo direcional, procedimento normalmente aplicado em áreas densamente povoadas e na produção de petróleo no fundo do mar. Com a tecnologia, busca-se um percurso para o gás que fuja de barreiras naturais no trajeto. Na obra de Urucu-Coari-Manaus, esses furos — 19 ao todo — são fundamentais para não prejudicar cursos de água. Com o procedimento, os tubos estão sendo instalados a 15 metros abaixo do leito dos rios, reduzindo o impacto ambiental. ral. Pela tubulação antiga, ele era levado até Coari, às margens do rio Solimões, e de lá seguia em grandes balsas para abastecer a população de Manaus e de outras capitais do Nordeste, como São Luís, no Maranhão. Sem alternativa de transporte, outras frações do gás natural eram reinjetadas no reservatório de Urucu. Uma dessas frações é o metano, que representa de 80% a 90% do gás natural e que pode ser queimado para gerar energia elétrica ou abastecer veículos movidos a gás natural veicular (GNV). O trecho B1, entre Coari e Anamã, embora não seja o de maior extensão, é considerado o mais complexo. Isso porque a região concentra a maior parte de área alagável do gasoduto. Por esse motivo, o B1 será o último trecho a ter todos os seus tubos enterrados. Já os 186 km entre Anamã e Manaus registram o maior número de rodovias próximas à faixa do gasoduto, o que facilita bastante o trabalho dos construtores. Ainda assim, é necessário o uso de balsas para transportar equipamentos e tubos para algumas áreas. A Bosch na sua vida Como “parafusar” 58 mil tubos? Não são poucos os parafusos que sustentam os mais de 600 quilômetros de dutos. A junção de grandes tubulações, como a do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, pode provocar intenso desgaste nas ferramentas. Sabendo disso, um dos equipamentos escolhidos foi a Chave de Impacto Pneumática de 1 polegada da Bosch – uma espécie de “parafusadeira de mais torque e maior resistência”, segundo o consultor técnico comercial da Divisão de Ferramentas da Bosch, Maximiliano Martins. O equipamento tem um motor que captura o ar e aperta o parafuso usando um golpe de ar comprimido. “A junção é mais firme e tem menos desgaste. Como é só o ar passando, é menor o consumo da máquina”, explica Maximiliano. Por se tratar de dutos que transportam gás, as áreas em que os tubos se unem merecem atenção redobrada, para evitar acidentes. A chave de impacto oferece precisão a esse procedimento. Outra vantagem é que o aparelho não precisa ser plugado na tomada. Ele funciona com uma mangueira ligada a um compressor de ar — o conjunto pode ser transportado pela obra. Isso é importante em locais onde é difícil contar com rede elétrica. Arquivo Bosch 30 | VidaBosch | Depois da junção, os tubos são soldados e o acabamento é feito com as esmerilhadeiras GWS 21-180 e GWS 7-115 da Bosch. Outras ferramentas da empresa, como a Serra Circular GKS 7 ¼ polegadas, que corta os moldes em madeira usados para montar as estruturas de concreto que sustentam os tubos e a Serra Policorte GCO 14-2, que faz acabamentos como os da esmerilhadeira, mas mais pesados, estão sendo utilizadas. 32 | VidaBosch | brasil cresce | Por Dayanne Sousa Alimentos aditivados Digitalife Setor de comidas funcionais – aquelas que podem prevenir o colesterol, beneficiar os dentes ou o intestino – cresce cerca de 10% ao ano 34 | VidaBosch | F brasil cresce Fotos Shutterstock ornecer energia e substâncias essenciais para o corpo continuar funcionando. Resumidamente, é para isso que servem os alimentos. Já proteger os dentes, tornar regular o intestino e diminuir o colesterol é coisa só de remédio, certo? Errado. É cada vez mais comum encontrar nas prateleiras de supermercados os alimentos funcionais, aqueles que, além das funções nutricionais básicas, são incrementados para produzir efeitos metabólicos ou fisiológicos benéficos à saúde. Nos últimos dois anos, o setor registrou crescimento anual de aproximadamente 10%, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). A entidade estima que o setor, no Brasil, tenha faturamento de cerca de US$ 1 bilhão por ano, ou em torno de R$ 2,4 bilhões (no câmbio de 30 de dezembro de 2008). Embora pareça alto, o valor ainda não chega a 1% do volume total de vendas do setor alimentício: R$ 268 bilhões, também brasil cresce | VidaBosch | 35 de acordo com estimativa da Abia. O segmento é uma pequena parte da gigantesca indústria de alimentos, mas seu rápido crescimento já chama atenção dos empresários, de acordo com Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (Abiad). “Houve grande evolução [no setor] apenas nessa década, de uns três ou quatro anos pra cá.” Para Gouvêa, o espaço cada vez maior que os supermercados dedicam para sucos com soja, iogurtes com fibras e barras de cereal é uma das maiores provas desse sucesso. “A indústria é pressionada pelo varejo a surgir com novidades e desenvolve cada vez mais variedades”, acrescenta. Os iogurtes funcionais representam a fatia do setor que mais vende. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), 15% dos domicílios brasileiros compram esses iogurtes cerca de duas vezes por mês. O apelo do produto está no uso Linhas de alimentos funcionais incluem bolachas, chicletes, cereais e óleos de fibras e probióticos, micro-organismos como os lactobacilos, que auxiliam no funcionamento do intestino, uma preocupação frequente para as mulheres, ressalta pesquisa feita pela entidade. Dentre os alimentos de propriedade funcional reconhecida, se destacam os produtos com ômega 3. Capaz de prevenir doenças cardíacas, esse tipo de substância aparece em margarinas, leites longa-vida enriquecidos e óleos de peixe. Outra linha, a dos sucos à base de soja, teve um desempenho surpreendente: o consumo, diz a Abras, saltou 3% em 2006 e 18% em 2007, segundo os dados mais recentes. Além disso, a soja, que pode ajudar a reduzir o colesterol, e as fibras, que atuam no intestino, já se tornam ingredientes da hora do lanche, quando aparecem nas barrinhas de cereal ou em biscoitos. Até mesmo os chicletes já surfam na onda do saudável. Os que contêm xilitol, uma espécie de álcool que substitui o açúcar, evitam os danos aos dentes. Consumidores Pesquisas de mercado explicam que o sucesso desses produtos se deve a uma crescente preocupação da população com a saúde. Em 2006, um levantamento da consultoria de consumo domiciliar LatinPanel mostrou que 18% das donas de casa entrevistadas decidem suas compras preocupadas com saúde e meio ambiente. Embora boa parte dos brasileiros ainda desconheça o que são os funcionais (segundo a Abiad, 44% não sabe o que o termo significa), o fato de se preocuparem com a saúde já faz com que as indústrias levem em consideração, cada vez mais, o consumidor de produtos saudáveis, segundo Gouvêa. Quase todos os ingredientes que fazem a diferença nos funcionais são encontrados na natureza. O ômega 3 está nos peixes, as fibras, nas frutas e cereais, e a soja pode ser cozida ou consumida no leite e carne fabricados com o alimento. A praticidade de encontrar vários benefícios à Para conseguir vender um alimento com o rótulo de funcional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária exige testes que comprovem a presença de ingredientes benéficos à saúde saúde em um produto, porém, parece ser irresistível. Nos Estados Unidos, esse tipo de consumo é muito forte. Estudo do Conselho Internacional de Informação Alimentar (IFIC, na sigla em inglês) mostra que nove em cada dez consumidores norte-americanos sabe nomear um tipo de alimento e associá-lo à sua propriedade funcional. A pesquisa que coletou opiniões de mil consumidores em 2007 também revela que 65% dos entrevistados acreditam ter um “grande controle” sobre sua saúde e, desses, 70% declararam que a alimentação tem papel fundamental nisso. “O segmento dos funcionais é um mercado próprio de países emergentes ou desenvolvidos”, avalia o economista da Abia Denis Ribeiro. “No Brasil, [essa área] ainda tem muito para crescer.” Para o economista, as expectativas nacionais para os próximos anos só não são maiores por conta da crise financeira global, que deve fazer o crescimento do setor atingir não mais que 8% em 2009. Saúde Antes de associar as descrições no rótulo a vantagens imediatas, é importante estar atento. Mais do que conferir se um alimento tem algum ingrediente com propriedade funcional, é preciso ver se a fórmula não inclui outros elementos que possam ser danosos à saúde, alerta José Alfredo Arêas, professor de nutrição da Universidade de São Paulo (USP). “Um salgadinho cheio de gordura poderia ser considerado funcional se ele tivesse 2% de fibra. É um 36 | VidaBosch | brasil cresce brasil cresce | VidaBosch | 37 O fato de algum alimento trazer ingredientes com propriedades funcionais não garante que faça bem à saúde — ele pode ter outros componentes não-saudáveis exemplo absurdo, mas ilustra o que pode acontecer.” Para conseguir vender um alimento com o rótulo de funcional, é preciso obter autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São exigidos dos fabricantes documentos que comprovem a presença de ingredientes como o ômega 3, fibras e outros componentes reconhecidos como benéficos à saúde. Desde que a fórmula contenha as quantidades pré-estabelecidas do ingrediente, essas qualidades podem ser destacadas na embalagem. O maior desafio das indústrias é não só desenvolver alimentos que incluam essas substâncias adicionais, mas também construir fórmulas livres dos malefícios que um produto processado pode ter: excesso de sal, de açúcar ou de gordura, defende Arêas. O professor trabalha há mais de 12 anos criando salgadinhos enriquecidos com ferro e livres de gorduras saturadas e tem a patente desse tipo de produto. Denis Ribeiro, da Abia, afirma que desenvolver algo novo exige tempo e dinheiro para pesquisas: “para um alimento funcional, leva certamente o dobro do tempo normal.” Apesar disso, o presidente da Abiad destaca que, uma vez que uma grande indústria realize os testes necessários e comprove a eficácia de um produto, empresas menores podem desenvolver a mesma ideia e garantir a competitividade de preços. Na Anvisa, a partir do momento em que um ingrediente se torna reconhecido, é mais fácil alegar a funcionalidade de um produto que contenha fórmula semelhante. Remédio ou alimento? “Que teu alimento seja teu medicamento”, disse Hipócrates, cerca de 400 anos antes de Cristo. A relação entre boa saúde e boa alimentação é tão antiga quanto a frase, frisa Arêas. O professor adverte que, por conta de os funcionais atuarem no limite entre medicina e nutrição, é necessário bastante atenção na hora de comprar. Assim como um remédio pode favorecer um aspecto da saúde e desfavorecer outro, o funcional também pode ser muito bom para um determinado efeito, mas sozinho não é completo, lembra o especialista. A Anvisa ressalta que apenas credencia produtos que incluam a mensagem de que as propriedades dos alimentos diferenciados só são eficazes se forem associadas a uma alimentação e a hábitos de vida saudáveis. O professor Arêas não descarta a importância da ressalva: “o segredo está no equilíbrio”. Pacotes selados e seguros A embalagem é especialmente importante para um alimento funcional, já que é pelo rótulo que o consumidor pode se informar e ser atraído pelos benefícios desses produtos. Entretanto, além de chamar atenção para as qualidades do alimento, quando se trata de barras de cereais e biscoitos funcionais, a embalagem precisa ser bem lacrada e impedir a entrada de ar para mantê-los crocantes e conservar o sabor. As embaladoras do tipo Flowpack 203, produzidas pela Bosch, fazem pacotes herméticos, com selagem que impede o contato do alimento com o ar exterior. Impedir a entrada ou saída de ar na embalagem é um dos fatores mais significativos para manter a integridade do produto e protegê-lo de contaminação por micro-organismos. Em casos que requerem ainda mais proteção, é possível optar por embalagens múltiplas. A capacidade de trabalhar com invólucros rígidos ou soltos, de formatos e tamanhos diferentes, faz com que a Flowpack 203 também possa embalar chocolates e outros doces em barra, sabonetes e até ataduras. A velocidade da máquina permite que ela seja usada em empresas com grande produção de alimentos, diz Elaine Firmino, assistente de vendas e marketing da Divisão de Tecnologia de Embalagem da Bosch. “Dependendo do produto, ela pode fazer até 400 pacotes por minuto, já o modelo Flowpack 203HS pode alcançar até 600 pacotes por minuto.” O equipamento pode incluir acessórios como o emendador automático de filme (dispositivo que dispensa parar a produção quando é necessário trocar a bobina do material usado para embalar o produto) e outros aparelhos adicionais que detectam e rejeitam produtos ou pacotes defeituosos, sem parar o processo de embalagem. “Esta máquina produz 24 horas por dia, sem interrupção, parando apenas para manutenções preventivas”, acrescenta Elaine. Fotos Arquivo Bosch 15% dos domicílios brasileiros compram iogurtes funcionais cerca de duas vezes por mês Beata Becla A Bosch na sua vida 38 | VidaBosch | atitude cidadã | Por Mariana Desidério Vladimir Nikitin Nanka (Kucherenko Olena) Para formar um país de leitores Projetos que promovem o acesso público à leitura pretendem zerar o número de cidades sem bibliotecas até o fim de 2009 e melhorar a qualidade e a quantidade de livros disponíveis atitude cidadã atitude cidadã | VidaBosch | 41 “U m país se faz com homens e livros”, dizia Monteiro Lobato, criador de personagens como Emília, Visconde de Sabugosa e Dona Benta, fundamentais para a vida literária de muitas crianças brasileiras. Não foi só ele que se expressou sobre a importância dos livros para sociedade. A Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco) publicou, em 1994, um manifesto pela biblioteca pública e, cinco anos depois, documento semelhante em favor das bibliotecas escolares. Este defende o acesso aos livros como “a possibilidade de [os alunos] se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios”. Apesar do consenso sobre o papel de destaque da leitura no desenvolvimento dos cidadãos, em muitos lugares do Brasil o acesso a livros de qualidade ainda é escasso. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2006, apenas 22% das escolas públicas de ensino fundamental do país tinham biblioteca. O quadro é pior no Norte (11%) e no Nordeste (10%). Para combater esse problema, são desenvolvidos projetos como o Programa Nacional Biblioteca da Escola, do Ministério da Educação (MEC), e a campanha “Biblioteca Escolar: Construção de uma Rede de Informações para o Ensino Público”, do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), em prol da qualidade das bibliotecas escolares. O programa do ministério foi criado em 1997 para enviar acervos com obras de referência às escolas. De 2005 a 2008, foram distribuídos mais de 22 milhões de exemplares, pouco menos que o total de alunos matriculados no ensino fundamental (29,8 milhões em 2006). Em 2008, foram 9 milhões de livros, distribuídos para cerca de 230 mil escolas de ensino infantil, fundamental e médio — uma média de 39 exemplares por escola. Para isso, foram gastos R$ 65 milhões na compra desses acervos, o que dá uma média de R$ 7 por exemplar. Mas não só de volumes se faz uma biblioteca. “Muitas delas acabam se tornando depósitos de livros, porque não existe um cuidado”, afirma a presidente do CFB, Nêmora Rodrigues. Segundo Nêmora, ape- A Bosch na sua vida Amontoado, só de conhecimento Projetos que envolvem criação e melhoria de bibliotecas estão dentro do leque de ações do Instituto Robert Bosch, que tem como objetivo principal promover a educação. Por meio de consultoria social, a entidade desenvolve iniciativas na área não apenas para a Bosch, mas também para fornecedores da empresa que participam do Fit for Global Approach (programa da Bosch que oferece capacitação a seus fornecedores locais, para que eles possam se tornar fornecedores mundiais da Bosch). A consultoria oferecida à companhia Rudolph, especializada em usinagem e fornecedora da Bosch, já deu frutos: o Projeto Escola Cidadã. Desenvolvida na Escola de Ensino Fundamental Clara Donner, em Timbó (SC), onde fica a sede da Rudolph. A ação já levou à escola uma sala de informática e reformou sua biblioteca. Com a reforma, o espaço, que mal comportava uma turma de alunos, ganhou estrutura apropriada. Os livros, antes amontoados, agora são visíveis tanto para os pequenos da primeira série quanto para os maiores, da oitava. “A biblioteca era um depósito de livros, agora os alunos podem utilizar o espaço para ler e pesquisar”, conta a assistente técnica pedagógica, Adriana Vinter Bächtold, que acompanhou o processo. Junto com a organização do espaço, a biblioteca recebeu mesas para estudo e cerca de 500 livros. Ela atende, hoje, todos os 210 alunos da escola e é fonte de pesquisa para ex-alunos (já que a instituição de ensino médio mais próxima fica a sete quilômetros dali) e para a comunidade. Wolfgang Rudolph, presidente da empresa, comenta que, com acesso aos livros, os beneficiados “podem ver adiante”. “Queremos incluir essas pessoas entre aquelas que podem ser o presidente da república”, completa. De 2005 a 2008, o Ministério da Educação distribuiu mais de 22 milhões de livros para bibliotecas de escolas públicas nas 2% das bibliotecas de escolas públicas contam com um funcionário que se declara bibliotecário, o que torna mais difícil a convivência dos alunos com o espaço. “Normalmente, quem trabalha nas bibliotecas são professores em desvio de função, que não têm capacidade de regência de classe. Se eles já têm essa dificuldade, vão ter também dificuldade de tratar com o público”, pondera Nêmora. Além da falta de bibliotecários, para a presidente da CFB o fato de as bibliotecas, muitas vezes, não fazerem parte do projeto pedagógico das escolas também dificulta o contato dos alunos com os livros. A coordenadora do MEC aponta problema semelhante: “No Brasil, muitas escolas, ainda que recebam os acervos, não colocam à disposição de seus alunos e professores; existe um cuidado excessivo com o livro. É um problema muito sério, porque como é que você forma leitor, se o leitor não tem acesso ao livro?” A solução está, para Jane, nos programas de formação de professores. Apenas 22% das escolas públicas de ensino fundamental do Brasil tinham biblioteca em 2006 Se o governo e a sociedade organizada têm projetos voltados ao acesso a livros, a iniciativa privada também exerce um papel importante, segundo Zoara Failla, diretora de projetos do Instituto Pró-Livros, entidade financiada pelas editoras para promover o acesso à leitura e ao livro. Para ela, que trabalha com educação há mais de dez anos, a importância da iniciativa privada se dá pela falta de recursos estatais e por trazer uma visão diferente da governamental. “Juntar as duas experiências é saudável”, afirma. Bibliotecas públicas Todos esses programas ajudam as bibliotecas das escolas a dar acesso aos livros. Porém, para quem já passou da fase escolar, ou para o estudante que deseja ir além do acervo da instituição de ensino, é preciso recorrer às bibliotecas públicas. O local deve dar “as condições básicas para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais”, de acordo com o manifesto da Unesco. Diferente das coleções escolares — direcionadas a um público de estudantes —, as bibliotecas públicas devem ter em seus acervos exemplares sobre diversos assuntos, que atendam todos os campos do conhecimento. Conhecida como a cidade natal de Lampião, Serra Talhada (PE) não tinha uma biblioteca pública até dezembro de 2006. Há 16 anos na área de biblioteconomia, Norma Lúcia Gonçalves, diretora da atual biblioteca, conta que, antes, os 76 mil habitantes precisavam usar o acervo da Faculdade de Formação de Professores da cidade, que o disponibilizava a não-alunos de segunda a sexta-feira das 16h20 às 19h. Hoje, a biblioteca pública municipal Vereador Cecílio Tiburtino de Lima fica aberta ao público das 8h às 22h, de segunda a sexta, e com planos de abrir aos fins de semana. O espaço, que antes era um estacionamento no piso térreo da Câmara de Vereadores do município, recebe hoje, mensalmente, quase 2 mil usuários (na maioria jovens), especialmente em época de provas. “As pessoas acolheram muito bem a biblioteca. Além do acervo do governo, a própria população doou exemplares”, conta a diretora. Como Serra Talhada, outros 829 municípios que não possuíam biblioteca pública foram contemplados pelo Programa Livro Aberto do governo federal entre 2004 e 2007. Até 2009, o programa pretende zerar os municípios sem biblioteca pública. Biblioteca do século 21 Além da carência de livros em acervos públicos, existe outra carência a ser combatida: a dos cidadãos que não têm acesso a conteúdos digitais, seja por não saber como acessá-los, seja pela falta de disponibilidade. Instituições mais modernas, Arquivo Bosch 40 | VidaBosch | como a Biblioteca Nacional de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em dezembro de 2008 já incorporam essa demanda. A biblioteca coloca à disposição os acervos digitais das 10 mil maiores instituições de ensino superior do mundo e das 300 maiores do Brasil, de acordo com a representante do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia para os projetos de inclusão digital da biblioteca, Cecília Leite de Oliveira. Além de disponibilizar os acervos, a biblioteca tem diversas atividades voltadas à inclusão digital. Entre elas, acesso gratuito à internet, salas para minicursos de capacitação digital e um espaço infantil para a alfabetização digital de crianças a partir dos cinco anos.“Hoje, com a busca por conteúdos digitais cada vez maior e a necessidade dos jovens de conhecer as tecnologias, a biblioteca, como agente transformador e espaço do saber, não pode estar distante desta realidade, que é uma demanda de todo usuário”, afirma Cecília. aquilo deu nisso | Por Maria Cecília Maciel Jose AS Reyes 42 | VidaBosch | A brir a torneira e deixar um jato de água cair sobre o corpo não é um costume ligado apenas à higiene. Rituais religiosos, tratamentos de saúde e formas de convivência já estiveram — ou ainda estão — relacionados ao ato de banhar-se. Não se sabe quando o ser humano começou com essa prática. Há registros de construções feitas pelo homem ainda na pré-história para se lavar. O banho como Banho de cultura O costume de banhar-se, antes ligado a reuniões sociais e rituais religiosos, volta-se ao prazer individual, com tecnologias de controle preciso de temperatura, massagem e cromoterapia ritual era praticado no Egito antigo, quando água e diferentes óleos eram usados em cerimônias para divindades. Dentro das pirâmides, havia uma espécie de banheiro para os faraós. Escavações também indicam que substâncias à base de detergentes, anteriores a 2.800 a.C., podem ter sido usadas na Babilônia para limpeza dos cabelos. Ainda hoje permanecem rituais envolvendo o banho, como o dos hindus — que, banhar-se ocorreu durante as civilizações grega e romana. Técnicas de distribuição de água encontradas em construções feitas na Grécia entre 1.700 a.C. e 1.200 a.C ainda surpreendem. Tudo era razão para os gregos se banharem: saúde, higiene, espiritualidade, relaxamento após as práticas esportivas, ou mero prazer. Apesar dos primeiros banhos romanos datarem de 300 a.C., há relatos de que foi o médico a cada ano, mergulham no rio Ganges, na Índia, para participar de uma celebração de purificação — ou o dos japoneses, que tomam banho coletivo. Entretanto, dos ritos de purificação antigos aos dispositivos tecnológicos que controlam a temperatura do banho hoje, muitas águas rolaram. Termas Um grande desenvolvimento na forma de grego Asclepíades de Bitínia, no século 1 a.C., o grande incentivador das famosas termas. Ele acreditava que o desequilíbrio do corpo tinha relação direta com as doenças e tratava seus pacientes com terapias naturais, dietas, exercícios, massagens e, principalmente, banhos. Nessa época, os romanos já contavam com uma engenharia bem desenvolvida nessa área. Todos os cômodos das termas eram aquecidos por meio de um sistema chamado hipocausto (do grego “está aceso por baixo”), que consistia em câmaras ocas, sob os pavimentos, por onde circulava o ar quente produzido numa fornalha. As águas das piscinas eram esquentadas em caldeiras e chegavam por canos de chumbo. Os locais dispunham de um espaço onde os banhistas se despiam; uma sala de banhos frios; uma sala de transição entre os banhos aquilo deu nisso frios e quentes; e a sala de banhos quentes, para transpirar e eliminar toxinas. Aonde o Império Romano chegou na Europa, foram construídas estações próximas a fontes de águas consideradas medicinais, como Aim-lé-Bains e Vichy, na França, Wiesbaden e Baden Baden, na Alemanha, e Bath, na Inglaterra. Esses templos da água também serviam para encontros sociais, políticos, artísticos e espirituais — a deusa Minerva e outros deuses eram representados por estátuas, pinturas e mosaicos. Banho de gato cerimônia islâmica do banho, era capaz de estimular a imaginação de muitos ocidentais, com belas mulheres se banhando e se embelezando, num ambiente adornado com luxo. Para os árabes, no entanto, lavar -se e perfumar-se para a oração era meditar sobre os pecados do corpo e fazer a limpeza do espírito. No Brasil de 1500, os portugueses ficaram admirados com a quantidade de vezes por dia que os índios entravam nos rios e no mar. E acabaram aderindo ao saudável costume. O banho frequente só foi, definitivamente reestabelecido no ocidente quando o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) mostrou a importância da higiene na saúde. Seus estudos levaram à conclusão de que a maior causa de morte entre os doentes eram as infecções provocadas pela falta de asseio dos próprios médicos e hospitais. Chuveiro a lenha Com essa mudança de percepção, o banho voltou à rotina dos europeus no século 20, dessa vez acompanhado de várias novidades em equipamentos, utensílios e cosmé- As novas salas de banho podem ser equipadas com hidromassagem para várias pessoas, TV de plasma, piso aquecido, som ambiente e espelho com sistema antiembaçante designs, que não deixam a fiação aparente, trazem vários tipos de jatos, inclusive “massagem”, display de temperatura em LCD, cano incorporado e até resistência em forma de refil – que pode ser trocada quando se queima. Mesmo em tempos de sustentabilidade, o chuveiro elétrico pode ser boa opção: exige menos vazão de água, comparado a outros modelos; esquenta mais rápido, desperdiçando menos água, e usa a principal fonte de energia brasileira, que é limpa e não polui o ar. Para esse tipo de chuveiros, há dois cuidados importantes a serem tomados, de acordo com Sérgio Luiz Pereira, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “O consumidor só deve comprar chuveiros elétricos de fabricantes preocupados com a eficiência dos seus equipamentos. A correta instalação elétrica também é fundamental para segurança pessoal e patrimonial.” Sérgio ainda destaca a necessidade de consumo sustentável por parte de cada cidadão, usando energia e água com responsabilidade. ticos. O primeiro sabonete produzido em larga escala é de 1925. Seguindo a tendência, o banheiro, que ficava do lado de fora da casa, foi para dentro, conferindo mais comodidade à família. A velha banheira de ferro esmaltado passou a ser feita de louça e fixada na alvenaria e o chuveiro ganhou o box. Aliás, o imprescindível chuveiro já foi aquecido por meio da queima de lenha, antes de funcionar a gás, a partir da década de 20. O modelo elétrico só começou a ser fabricado no Brasil na década 40. No começo, esses equipamentos não eram tão seguros. A isolação dos condutores era mal feita e a carcaça metálica deixava a resistência elétrica entrar em contato com a água, o que gerava choques ao abrir a torneira. Bem diferente dos novos Zsolt Nyulaszi Esse banho coletivo foi abolido na Idade Média, marcada pelo poder da Igreja Católica. Era relacionado ao pecado: ali, as pessoas poderiam ver-se nuas. O banho frequente, mesmo que solitário, também não escapou: “amolece a alma”, era uma das crenças da época — o que só fez aumentar as pestes e as epidemias. A roupa era usada até ficar muito suja ou apenas sacudida e encharcada de perfume. Não se lavavam as mãos, nem o rosto — isso “desgastava a pele”. Nesse período, a prática do hamman, aquilo deu nisso | VidaBosch | 45 Banheira de hidromassagem é umas das opções modernas para recriar, em ambiente privado, o requinte das termas Novas opções Não foi apenas o chuveiro elétrico que evoluiu. Atualmente, existem as salas de banho, cômodos projetados exclusivamente para proporcionar a melhor experiência durante o ato de banhar-se. Além de grandes banheiras (que podem ser projetadas para comportar toda a família), elas podem ser equipadas com TV de plasma, piso aquecido, som ambiente, ar-condicionado, espelho com sistema antiembaçante e até acesso à internet. Dentre as opções luxuosas, há, ainda, o chuveiro que reúne princípios de cromoterapia (terapia que, por meio de cores, trata dos males físicos e mentais das pessoas). Cada um dos furos do aparelho é iluminado por um sistema de fibras óticas que proporciona sete cores diferentes. A imersão pode ser feita em uma banheira hidromassagem — aquela que funciona com uma bomba que suga a água da banheira, devolvendo-a pressurizada através de bocais fixados na superfície interna, massageando o corpo e proporcionando relaxamento. Há também a renovada opção do ofurô (banheira, de madeira ou fibra, com no mínimo 60 cm de profundidade, para que a pessoa, sentada, possa ficar coberta por água até os ombros). Quando se trata de variação de temperatura no ofurô (controlada, hoje, com precisão), ela pode ser pensada para causar efeitos diversos: a água fria estimula o metabolismo e aumenta a imunidade e a água quente serve para os músculos doloridos e renova o corpo após exercícios físicos intensos. Para os dois casos, há possibilidade de potencializar os benefícios com o uso de essências aromatizantes, flores, frutas e leite durante o banho. Também há a opção da banheira SPA, uma hidromassagem maior e mais profunda com sistema de filtragem para reutilização da água. Além dos jatos, o aparelho traz iluminação sub-aquática e aquecimento elétrico ou a gás. A ideia de integrar quarto e banheiro, para otimizar espaços pequenos, também é possível com as banheiras autoportantes, que dispensam estrutura de alvenaria, podendo ser colocadas facilmente em vários espaços da casa. A Bosch na sua vida Águas (quentes) passadas Assim como o banho, a experiência da Bosch Termotecnologia na fabricação de aquecedores também remonta a tempos antigos. A companhia que deu origem ao setor da Bosch é a responsável pela invenção e produção do primeiro aquecedor de água a gás do mundo. Se hoje podemos contar com banho aquecido por gás no inverno, devemos agradecer ao Sr. Junkers, o inventor do calorímetro, um aparelho para medir o poder calorífico dos combustíveis. Logo se percebeu que o calorímetro também poderia ser usado para coordenar quanto gás usar no aquecimento da água do banho: nascia, em 1895, o aquecedor de água a gás. Na época da invenção, foi fundada a Junkers S.A., que, em 1932, foi comprada pela Bosch e transformada em sua divisão de termotecnologia. Com mais de cem anos de experiência e desde 1963 no Brasil, a divisão hoje é a maior fabricante de aquecedores domésticos do mundo. Além do primeiro aquecedor de água a gás, a Bosch também é pioneira no aquecedor com hidrogerador, lançado em 2000. Na era da consciência ecológica, o produto dispensa pilhas e energia elétrica. Seu hidrogerador funciona como uma miniusina hidrelétrica, aproveitando a energia mecânica da passagem da água e transformando-a na energia elétrica necessária para o funcionamento do aparelho. Hoje, o hidrogerador pode ser encontrado no modelo GWH 420 CODH. A economia de energia proporcionada pelo aparelho vai além. O aquecedor também ajusta a sua potência automaticamente, de acordo com a vazão de água, e conta com sete posições no regulador de gás, permitindo um ajuste mais preciso da temperatura da água. Arquivo Bosch 44 | VidaBosch | 46 | VidaBosch | áudio | Por Ricardo Ditchun O caminho se faz cantando Da MPB ao rock, vasta produção musical parece ter sido feita para entrar em trilhas sonoras de viagens de carro; confira dicas para fazer uma boa seleção Anthony Harris S e o carro já inspira liberdade, a combinação automóvel, música e estrada surge como uma definição muito próxima desse ideal. A relação é largamente explorada em road movies e romances. Mas a produção maior, claro, fica no universo musical. São canções e mais canções que parecem ter sido planejadas para o papel de companheiras de viagem. Reunidas de acordo com os mais variados critérios, se transformam em trilhas personalizadas. O recurso é usado desde o início dos anos 60, com a invenção das fitas cassete. Até então, dependia-se do gosto das emissoras de rádio. As fitas magnéticas levaram para dentro do carro álbuns inteiros e, melhor, seleções que revelavam muito do estilo e da personalidade de seus autores. Quem foi jovem até os anos 80, deve guardar boas recordações das caixas produzidas para acomodar 10 ou 20 fitas. A importância delas era de tal ordem que boa parte dos motoristas, com medo de furtos, não se esquecia de carregar as arcas de tesouros musicais para o trabalho, cinemas e lanchonetes. O mesmo ritual se repetia com os CDs, tecnologia surgida no começo dos anos 80, que decretou o desaparecimento das fitinhas. Dessa vez, eram os compact discs que vinham e voltavam dos automóveis acondicionados em cases. Mas, desde o fim da década de 90, ganha espaço o MP3, um tipo de compressão de arquivos de áudio que apresenta mais praticidade em relação aos discos e que é – por enquanto – o melhor dos mundos para quem adora ouvir trilhas musicais enquanto dirige seu automóvel. O som de cada destino Escolher bem as listas musicais que vão preencher CDs ou dispositivos de MP3 depende de sensibilidade. As trilhas podem ser programadas em razão dos destinos e dos trajetos. Se a intenção é ir para alguma praia em busca de sol e de contato com a natureza, há vasta produção que tem esses temas como foco (Beach Boys, Tom Jobim, Dorival Caymmi, The Ventures, The Surfaris, Dick Dale, entre outros). A idéia é seguir rumo ao interior? Ouça música de raiz, sertaneja, caipira, cabocla... Ou, ainda, as muitas manifestações estrangeiras que tratam do assunto como o blues norte-americano, a produção da banda inglesa Led Zeppelin – influenciada pela música celta e pelo folk – e a mistura estilística do Manu Chao. No Brasil, para ambas as situações, vale uma dica infalível: Tim Maia. “Praia e campo pedem sons diferentes, mas prefiro evitar associações óbvias. Numa viagem ao litoral, caem bem Sly & The Family Stone, Red Hot Chili Peppers, Van Halen”, sugere o tradutor Alysson Navarro. Navarro, um apaixonado por música, é veterano em fazer trilhas para viagens e para áudio A trilha pode variar de acordo com o destino. Vai para a praia? Inclua Dorival Caymmi ou Beach Boys. Vai ao interior? Toque música caipira os amigos desde pequeno. A publicitária Jane Fernandes, também aficionada por música e listas, afirma que faz sua seleção influenciada pelo destino, pela companhia e até mesmo pelo humor no momento da viagem. “Quando vou para a praia, gosto de ouvir rock americano, surf music e tecno, além de Jack Johnson e Bob Marley. Já quando o interior é o destino, prefiro rock clássico e country americano”, elenca. O básico das estradas Música, como se sabe, é como religião e política. Cada um tem as suas preferências e qualquer imposição costuma resultar em conflito. Mas cabem sugestões dentro da relação entre canções e estrada. Uma, muito óbvia, mas que não pode ser esquecida, é a trilha sonora do longa-metragem “Sem Destino” (“Easy Rider”, 1969), dirigido por Dennis Hopper. O roteiro musical do filme contém a obra mais emblemática para quem comunga dos princípios libertários, seja sobre duas rodas – como fazem os personagens de Peter Fonda e Dennis Hopper –, ou em um carro. Da trilha do filme, “Born to Be Wild”, da banda Steppenwolf, é perfeita para trajetos longos. Diz a letra: “Deixe seu motor funcionando / Dirija-se para a autoestrada / Em busca da aventura”. Mais estradeiras? “Proud Mary”, do Creedence Clearwater Revival, “Day Tripper”, de John Lennon e Paul McCartney, “A Little Less Conversation”, na voz de Elvis, e muita coisa de Bob Dylan e Simon & Garfunkel. Boa parte das melhores músicas desse tipo, aliás, são dos Estados Unidos. A explicação é simples: paixão por automóveis, vasto território repleto de diferenças sociais, culturais e geográficas e uma profusão de estradas impecáveis. O assunto é tão presente por lá que o departamento de transportes do país mantém uma página de internet com uma listagem de 1.590 músicas relacionadas às estradas. Vale a pena conferir no site (www.fhwa.dot.gov/ infrastructure/lyrics.cfm). No Brasil, o tamanho do país também favorece essa tendência. Como companhia, dá para ouvir quase toda a produção do Clube da Esquina (“Eu já estou com o pé na estrada / Qualquer dia a gente se vê / Sei que nada será como antes, amanhã”), os clássicos de viagem de Roberto e Erasmo Carlos (“Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo / Se confunde em minha mente”), as canções do trio Sá, Rodrix & Guarabyra e boa parte do bom repertório sertanejo e nordestino. Para uma boa seleção Buscar músicas para uma viagem longa pode levar muito tempo. Antes de cada partida, Jane Fernandes gasta pelo menos duas horas com a preparação do roteiro musical. Para ela, que conta com um grande acervo digital, ter em cada arquivo as informações sobre o artista, gênero e álbum agiliza o processo. “Tenho cerca de 6 mil músicas arquivadas, todas separadas por estilo”, conta. Além de um acervo musical organizado, Alysson Navarro considera que o melhor para montar uma boa trilha é seguir as dicas do personagem Rob Gordon – uma enciclopédia ambulante de música pop – do livro (e do filme homônimo) “Alta Fidelidade”. “Ele fala sobre a importância da primeira música, das letras e da seqüência. Acho que é por aí. Tem de entrar no clima da viagem, do motivo dela, da companhia... Assim, uma música vai pedindo a outra. Só não dá para começar com ‘The End’, do The Doors (risos) [“Este é o fim / Caro amigo / Este é o fim / Meu único amigo, o fim”]. É pedir pra nem ouvir o resto”, conclui. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch 48 | VidaBosch | Mandando o CD passear Quando se pensa em preparar a trilha sonora para viajar, muitos já começam a selecionar CDs em um estojo grande para levar no carro ou a compilar as músicas para gravar os “discos da viagem”. Todo esse trabalho já não é mais necessário. Com o MP3, centenas de arquivos podem ser guardados em pequenos aparelhos — não é mais preciso malabarismo para trocar CD e dirigir ao mesmo tempo. O auto-rádio Melbourne SD27, que traz o design retrô só como um diferencial, é pioneiro nessa tendência: foi o primeiro aparelho da Blaupunkt, marca do Grupo Bosch, a eliminar o drive de CD. No lugar, a conectividade com MP3 players ou iPods e com cartões SD (aqueles também usados em máquinas fotográficas digitais). Dessa forma, é só organizar a biblioteca musical em listas de reprodução e acelerar para a viagem. Ligar o MP3 player é fácil: basta conectá-lo por um cabo P2 à entrada na frente do rádio e selecionar as canções. Da mesma forma, é só inserir o pequeno cartão SD para reproduzir arquivos do tipo MP3 ou WMA. Integrado com a tecnologia bluetooth, o aparelho ainda possibilita transmitir áudio sem fios (por uma interface opcional) e atender ligações sem tocar no celular. O Melbourne e outros produtos da Blaupunkt podem ser encontrados em vários pontos de venda pelo Brasil. Para achar o mais próximo, acesse www. blaupunkt.com.br.
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