O Digital Trash como Mainstream
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O Digital Trash como Mainstream
O Digital Trash como Mainstream: Considerações sobre a difusão de informações em redes sociais na Internet Raquel Recuero [email protected] Objetivos • Discutir como a estruturação de redes sociais deu novo impulso à difusão de informações na Rede; • Discutir que tipo de informação é difundida e como os tipos de rede influenciam essa difusão; • Discutir em que medida a estrutura de rede da Internet auxilia na difusão das informações compreendidas dentro da categoria "digital trash"; • Discutir como essas informações tornam-se mainstream na Rede. • Estrutura de rede através da comunicação mediada pelo computador: o advento dos sites de redes sociais. Redes Sociais • Atores +conexões (Degenne e Forsé, 1999; Scott, 2000) • Conexões sociais = laços sociais • Laços sociais são formados pela interação mediada pelo computador. Sites de Redes Sociais • A partir dos anos 2000, há um grande crescimento dos sistemas de redes sociais. (Blogger, 2002; Fotolog, 2002; Friendster, 2002, MySpace, 2003; Orkut, 2004; Multiply, 2004; Yahoo360, 2005; Facebook, 2005) • Definição: Sistema que permita a criação de perfis, as trocas sociais (mediadas pelo computador), com rede social pública e associada (Boyd, 2006). • Sites de redes sociais complexificaram a rede. Criaram diversos novos links em questão de minutos. Cada vez mais conexões foram acrescidas à Rede (Boyd, 2004). • Mais pessoas trocando informação na Internet = mais informação circulando. Difusão de Informações • A estrutura da rede influencia a difusão da informação (Adamic, 2004; Adamic, Buykokkten e Adar, 2004). • As informações são difundidas com base na percepção do capital social (Recuero, 2006). Capital Social • Todo o laço social serve de “via” para o trânsito de determinados valores. Por um laço transita, por exemplo, confiança, informação, suporte e etc. • Há vários tipos de capital social, compreendidos em dois níveis, relacionado às trocas sociais menos ou mais institucionalizadas (Bertolini e Bravo, 2004). • O primeiro nível compreende: capital social relacional, cognitivo e normativo. • O segundo nível compreende: capital social institucional e confiança no ambiente social. Tipos de Informação • Informações que se propagam para construção de capital social relacional através da interação social: jogos, questionários etc. • Informações que se propagam para a construção de capital social cognitivo pelo conteúdo: piadas, fotografias engraçadas, correntes; Informações que atuam no capital social relacional • Informações como jogos parecem ser mais difundidas em comunidades virtuais emergentes, baseadas na interação e nas trocas sociais. • Essas transmissão de informação parece aprofundar laços sociais, gerar mais capital social e clusterizar uma rede. • Trata-se de uma troca informacional que tem um objetivo para a rede como um todo. • São informações normalmente propagadas por diversos usuários em uma mesma rede. Informações que atuam no capital social cognitivo • Informações que geram capital social para o usuário que a propaga: piadas, links, fotografias engraçadas, elementos marginalizados, etc. • Essas informações geram capital cognitivo na rede; • São informações normalmente propagadas por apenas um usuário em cada grupo ou rede social. O Digital Trash • Grande parte das informações que se propagam na Internet são as informações com caráter lúdico ou marginal. Informações que não seriam "mainstream" na mídia tradicional. • Essas informações poderiam constituir-se em uma cultura "digital trash"? O Digital Trash como Mainstream • "Fenômenos da Internet": informações que são difundidas muito rapidamente e que logo tornam-se amplamente conhecidas de todos os usuários de determinados sistemas. • Também conhecidos como "efeito de rede". • Exemplos: Brasil x EUA no Orkut, jogos nos fotologs e weblogs, fakesters, jogos nas comunidades, spam, etc. O Digital Trash como Mainstream: hipóteses • Influenciadores: atores muito conectados ou com grande confiança na rede social; • Capital Social percebido pela rede: Ganho social percebido através daquilo que é lúdico, causa ruído ou é marginalizado; • Espaço percebido como "livre" para a circulação de qualquer tipo de informação. Apontamentos Finais • A estrutura de rede facilitou a difusão de informações entre as pessoas na Internet; • Essas informações são difundidas baseadas no tipo de capital social que geram para a rede; • Informações que apelam ao capital social cognitivo tendem a circular mais perifericamente nas redes, atingindo alguns nós, mas não todos; • Informações que apelam ao capital social relacional tendem a circular com mais força em redes menores, atingindo grande parte dos nós (comunidades virtuais, por exemplo). Referências •ADAMIC, L.; ADAR, E. How to Search a Social Network. Social Networks, n. 27, vol. 3, p.187-203, Julho 2005. Disponível em <http://www.hpl.hp.com/research/idl>. Acesso em: 23 mar 2004. •______. Friends and Neighbours on the Web. Social Networks, n. 25, vol 3, p. 211-230, Julho 2003. Disponível em <http:// www.hpl.hp.com/research/idl>. Acesso em: 23 mar 2004. •ADAMIC, L.; BUYUKKOKTEN, O. e ADAR, E. A Social Network Caught in the Web. First Monday, vol 8, 2003. Disponível em <http://www.firstmonday.org/issues/issue8_6/adamic/>. Acesso em: 04 maio 2006. •BARABÁSI, A. L. Linked. How Everything is Connected to Everything else and what it means for Business, Science and Everyday Life. Cambridge: Plume, 2003. •BARABÁSI, A. L.; ALBERT, R. Emergence of Scaling in Random Networks. Science, vol. 286, p. 509 -512, 15 de outubro de 1999. •BERTOLINI, S.; BRAVO, G. Social Capital, a Multidimensional Concept. Disponível em <http://www.ex.ac.uk/shipss/politics/ research/socialcapital/other/bertolini.pdf> Acesso em 17 out 2004. •BOYD, D. Friendster and Publicly Articulated Social Networks. Conference on Human Factors and Computing Systems (CHI 2004). Vienna: ACM, April 24-29, 2004. •______. Identity Production in a Networked Culture: Why Youth Heart MySpace. Talk as AAAS 2006 (part of panel: "It's 10PM: Do You Know Where Your Children Are ... Online!"). St. Louis, Missouri: February 19, 2006. Disponível em <http://www.danah.org/ papers/AAAS2006.html>. 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