Fellowes óleo pro pingo
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Fellowes óleo pro pingo
OGLOBO Irineu Marinho (1876-1925) ESPORTES GOL DE MÃO ELIMINA O BRASIL DA COPA AMÉRICA A seleção brasileira deu adeus à Copa América ao ser eliminada pelo Peru com um gol de mão de Ruidíaz. Há 29 anos o Brasil não era elimina- do na etapa inicial do torneio continental. Após campanha em que a equipe só fez gols contra o Haiti, Dunga sofre séria ameaça no cargo. (1904-2003) Roberto Marinho RIO DE JANEIRO oglobo.com.br Brasileirão STEVEN SENNE/AP SEGUNDA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2016 ANO XCI - Nº 30.261 RODADA RUIM PARA O RIO De mão. Ruidíaz completa para o gol de forma ilegal. O árbitro Andrés Cunha levou quatro minutos para validar Nenhum carioca venceu no fim de semana: o Fla perdeu do Figueirense por 1 a 0, em Santa Catarina. No Raulino, o Botafogo ficou no 1 a 1 com o Vitória. MASSACRE NA FLÓRIDA _ Terror e ódio homofóbico matam 50 no maior ataque a tiros dos EUA Americano, filho de afegãos, jurou lealdade ao Estado Islâmico e abriu fogo em boate gay em Orlando JOE RAEDLE/AFP Número de vítimas é o maior no país desde o 11/9. Grupo jihadista reivindica autoria, mas FBI ainda não confirma. Em seu 16º pronunciamento à nação após um tiroteio, Obama critica, mais uma vez, o fácil acesso dos americanos às armas Tragédia. Agentes do FBI procuram vestígios da ação do atirador na parede parcialmente danificada por tiros da boate Pulse, em Orlando, onde Omar Mateen foi abatido após alvejar mais de cem pessoas: segundo o pai, ele era homofóbico ror. Por meio de uma agência na internet, o Estado Islâmico reivindicou o ataque, considerado o maior a tiros na História dos EUA e também o mais mortífero direcionado a gays. Mas o FBI não confirmou vínculos entre o atirador e o grupo jihadista. Segundo o pai, Mateen não era religioso, mas demonstrava claros sinais de homo- MPs agravam contas de Dilma O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) classificou como “grave irregularidade” a edição de quatro medidas provisórias, em 2015, que criaram gastos extras de R$ 49,6 bilhões. As MPs não teriam sido editadas levando em considera- ção critérios de urgência, imprevisibilidade ou calamidade. O novo parecer integra o processo no TCU que analisa as contas da presidente afastada, Dilma Rousseff. O julgamento no plenário da corte de contas ocorrerá na próxima quarta-feira. PÁGINA 3 fobia. Em seu 16º pronunciamento à nação após um tiroteio, o presidente Barack Obama classificou o ato como de terror e ódio: “Isso mostra como é fácil que uma pessoa consiga uma arma e dispare dentro de escola, restaurante, cinema ou boate.” O massacre causou enorme comoção no país e no mundo. PÁGINAS 20 a 23 PÁGINA 7 O candidato republicano Donald Trump pode se beneficiar do clima de medo. Ele acusou o presidente Barack Obama e a rival, Hillary Clinton, de serem fracos. PÁGINA 23 Grampeado entre Michelzão e Michelzinho SEGUNDO CADERNO CICLOVIA AGORA TERÁ REFORÇO Trump aproveita para atacar democratas A fera indomada do cinema CLÁUDIO ASSIS LANÇA NOVO FILME E DIZ QUE FOI USADO EM POLÊMICA CHICO — Meu filho, um dia tudo isso será meu! ALEXANDRE CASSIANO Um atirador homofóbico, que jurou lealdade ao Estado Islâmico, perpetrou o maior ataque terrorista nos EUA desde o 11 de Setembro, matando 50 pessoas e ferindo 53 na lotada boate gay Pulse, em Orlando. Filho de afegãos, Omar Mateen, de 29 anos, fora interrogado em três ocasiões pelo FBI por possíveis conexões com o ter- CARLOS TUFVESSON O massacre atinge todos que defendem os direitos humanos universais. PÁGINA 22 MARC BASSETS Orlando vai pôr o acesso fácil a armas e o jihadismo no centro da campanha americana. PÁGINA 22 Sirkis confirma reunião, mas nega caixa 2 para Marina Coordenador da campanha de Marina Silva pelo PV em 2010, Alfredo Sirkis admitiu ontem encontro com Léo Pinheiro, então presidente da OAS, em que pediu doação, mas negou irregularidades. PÁGINA 6 VOLBEAT REFRESCA A CENA DO ROCK Com som melódico e pesado, disco recém-lançado da banda desponta entre os mais vendidos na internet. 2ª Edição • Preço deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro • R$ 4,00 • Circulam com esta edição: Segundo Caderno e caderno Esportes JOSÉ EDUARDO AGUALUSA Colunista lista suas livrarias preferidas pelo mundo. RAPHAEL MONTES As regras para se escrever boas histórias de detetives. 2 l O GLOBO Segunda-feira 13 .6 .2016 Página 2 Conte algo que não sei [email protected] _ RICARDO NOBLAT ‘O racismo segue vivo e perigoso no Brasil e nos EUA’ _ Ollie Johnson, cientista político Professor de Estudos Afro-Americanos na Wayne University (Detroit) esteve no Rio para pesquisa e para falar sobre o Partido dos Panteras Negras, em seminário na UFRJ MÔNICA IMBUZEIRO “Nasci e cresci em Atlantic City, Nova Jersey. Eu me graduei em Estudos Afro-Americanos e Relações Internacionais na Brown University, onde estudei português. Vim para cá e me apaixonei pelo país. Fiz mestrado em estudos brasileiros e fui à Berkeley, para mestrado e doutorado em políticas sociais.” | | “É uma guerra, tem sido uma guerra.” Michel Temer, presidente interino da República, sobre o primeiro mês do seu governo. _ Querida, deu errado! Primeiramente... Se Dilma tivesse chances de voltar ao cargo do qual foi afastada, ela não acenaria, como o fez em entrevista à TV Brasil, com a proposta de convocação de um plebiscito para que os brasileiros digam se são favoráveis a uma eleição presidencial antecipada. Caso ocorresse, a eleição serviria à escolha de um presidente para completar o mandato de Dilma. O que significa... _ ENTREVISTA A: SÉRGIO LUZ [email protected] ARTE DE ANTONIO LUCENA Conte algo que não sei. Os EUA, infelizmente, são um dos principais patrocinadores do terrorismo no mundo. Fizeram intervenções em muitos países em sua história. E continuam fazendo. Centenas de milhares de pessoas foram mortas no Iraque, no Afeganistão, no Oriente Médio. E a maioria era inocente. É um crime terrível, pelo qual os EUA não se desculparam ou se responsabilizaram. Houve muita violação dos direitos humanos. E é sobre isso que os Panteras Negras falavam há 50 anos, durante a Guerra do Vietnã, quando milhões de vietnamitas perderam suas vidas, sem nunca representar ameaça ao governo ou à população americana. Há 50 anos era a Guerra Fria. Agora é a Guerra ao Terrorismo. l Qual o legado dos Panteras Negras? Os Panteras Negras formavam a liderança do movimento Black Power, entre 1960 e 1970. l O movimento dos direitos civis foi um pouco anterior, entre 1950 e 1960. Ambos foram importantes na luta de libertação dos negros americanos. E muito veio graças à política de não violência ligada ao reverendo Martin Luther King Jr. O principal legado é de coragem, força e crítica à legitimidade do sistema político americano, que não era justo ou correto. Mostraram que brutalidade policial e pobreza não podiam ser realidades para as comunidades afro-americanas. É um legado bem poderoso. O que mudou na questão do racismo desde os anos 1960? Infelizmente, o racismo segue bem vivo e perigoso no Brasil e nos EUA. Mesmo que tenha acontecido uma melhora social, a supremacia branca ainda está presente em todas as instituições. Você vê isso na reação policial. Mesmo que estejam integradas racialmente, l as forças policiais seguem com a mentalidade enraizada de que jovens afro-americanos representam um perigo maior. E isso ocorre mesmo no governo de um presidente negro, com uma família afro-americana residindo na Casa Branca. Os índices sociais e econômicos confirmam que a desigualdade racial ainda é forte nos EUA. Infelizmente, o presidente Obama foi muito silencioso sobre esse tema. No Sul dos EUA, há um órgão chamado Southern Poverty Law Center, uma organização de direitos civis do Alabama, que identifica e mapeia grupos racistas e de ódio. Estão espalhados por todo o país. É muito triste que em 2016 a gente tenha grupos de supremacia racial, com nomes neonazistas, a Ku Klux Klan… E um problema ainda maior são as pessoas poderosas que simpatizam com essas ideias, como Donald Trump. Acha que ele tem chances? Há muita gente simpática a seu ponto de vista. Outras se submetem a seu discurso do medo. E o medo funciona. São tempos muito perigosos nos EUA. Como alguém pode dizer o que ele diz sobre mexicanos, muçulmanos? É frustrante que a gente tenha que seguir lutando essas batalhas. Acho que Hillary será eleita. Mas se ela não o levar a sério, ele pode vencer. l E o que achou da candidatura do Bernie Sanders? Foi um sopro de ar em nossa política. Ele tem vigor juvenil, apesar da idade. Sua plataforma era uma revolução, com ênfase no sistema de saúde e na educação, para tentar tirar o poder do 1% que controla a riqueza do país. Muita gente apoiou a mensagem. Mas ele deu de cara com a máquina dos Clinton. Contudo, motivou milhões de pessoas de uma forma que os outros não conseguiram. l Imagem da semana _ DEFEITO DE NASCENÇA NO JOÁ FOTO PABLO JACOB Operários remendam a pista do novo Elevado do Joá dez dias depois da inauguração. Para especialistas, os buracos — um deles de quase um metro quadrado — surgidos no asfalto em tão pouco tempo são resultado de má qualidade do material ou falha na execução da obra, concebida para ficar como legado olímpico l Leia também _ País Economia Em quatro anos, número de prisões por corrupção aumenta mais de 400% Governo Temer já tem R$ 500 bilhões em projetos que devem ser licitados ao setor privado, como campos de petróleo, rodovias, ferrovias, aeroportos e portos PÁGINA 5 PÁGINA 15 Rio Em fim de semana de frio e ressaca, cidade registrou, na noite de sábado, a menor temperatura do ano: 10,8 graus Ipiranga compra rede de postos Ale por R$ 2,1 bilhões, fortalecendo atuação no Nordeste PÁGINA 17 PÁGINA 14 Loterias O leitor deve checar os resultados em agências oficiais e no site da CEF porque, com os horários de fechamento do jornal, os números aqui publicados, divulgados sempre no fim da noite pela CEF, podem eventualmente estar defasados. l MEGA-SENA 1.827 26 l 33 l 42 l 43 l 53 l 54 l Acumulado em R$ 5,3 milhões DUPLA SENA 1.503 01 l 06 l 13 l 23 l 24 l 30 l 2º Sorteio l 01 l 24 l 35 l 38 l 41 l 44 Um ganhador no 1º Sorteio 1º Sorteio QUINA 4.107 09 l 41 l 44 l 50 l 60 l Acumulado em R$ 3,8 milhões QUE DILMA TEM plena consciência de sua impossibilidade de governar até o dia 31 de dezembro de 2018, como deveria. O impeachment passou na Câmara com os votos de 71,5% dos 513 deputados, obrigando-a a se afastar do cargo. Foi admitido no Senado com os votos de 67,9% dos 81 senadores. Esse percentual tem tudo para ser maior no ato final do julgamento dela. DILMA CAIU PORQUE pedalou contra o Tesouro, fez um governo desastroso e perdeu apoio político. Quer voltar por pouco tempo, preocupada apenas com sua biografia. “Querida, deu errado. Você só tem de escolher por qual porta sair”, ensinou Lula a Dilma no dia em que ela se despediu do Palácio do Planalto. Hoje, refugiada no Palácio da Alvorada, espera que a sorte mude seu destino. PARA ELA, BEM QUE os brasileiros poderiam se encantar outra vez com a ideia de Diretas já! Ou seja: nem Dilma, nem Temer, mas um terceiro. E já! E assim, devolvida temporariamente ao poder, Dilma sairia mais tarde dali pela porta de quem abdicou de direito adquirido pensando acima de tudo no país — Dilma, a generosa; Dilma, a abnegada; Dilma, a estadista. HAVERIA OUTRA PORTA pela qual a ex-presidente poderia sair: a do rotundo fracasso do governo provisório de Temer. Ela nunca admitirá que torce para que Temer fracasse, mas não faz outra coisa, não deseja outra coisa. Dane-se o país, se esse for o preço a pagar para dar um lustro no que se dirá de Dilma no futuro. Golpeada, Dilma caiu, mas o golpista-mor, também. Vítima e algoz. Lorota! TEMER É VISTO COM muita desconfiança, e é natural que seja. Ele é do PMDB, partido tão encrencado na Lava-Jato quanto o PT. Por duas vezes foi vice de Dilma, responsável, assim como Lula, pela dramática situação econômica, política e moral que o país atravessa. Temer é uma esfinge. Mas Dilma, não. Decifrada, a maioria dos brasileiros deu-lhe as costas. LULA ESTÁ PERDIDO. E disso dão testemunho os que convivem com ele, e os que o escutam falar nos raros atos públicos a que comparece. No da última sextafeira, que lotou apenas quatro quadras da Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, nem Lula nem ninguém perdeu tempo em comentar a proposta de plebiscito com Diretas já! Daqui a dois anos haverá diretas. Antecipá-las para quê? Para o PT perder? AGORA A DERROTA SERIA certa. Este ano ou em 2018, não se sabe se o PT contaria com Lula como candidato. Sérgio Moro deve saber. Ou o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Lula poderá escapar de ser preso para que não se dê ao PT um aspirante a mártir. Não mais uma jararaca de vida curta, talvez um São Sebastião flechado. Mas livrar-se da Lava-Jato, esqueça. Ele não se livrará. SE TEMER NÃO FOR alvejado por uma bala perdida ou, pior, certeira, dessas que ultimamente produziram severo estrago na imagem de influentes caciques do PMDB, seguirá capengando na direção do seu Santo Graal — um ajuste nas contas públicas e a aprovação de algumas reformas econômicas. É pouca ambição? Não, não é. Nas atuais circunstâncias, é muita. www.oglobo.com.br/noblat www.twitter.com/blogdonoblat www.facebook.com/blogdonoblatoglobo Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO País l 3 NOVO ARGUMENTO Urgência em xeque _ Ministério Público aponta ‘grave irregularidade’ na edição de MPs que criaram despesas ANDRÉ COELHO/12-11-2014 VINICIUS SASSINE [email protected] -BRASÍLIA- Um parecer do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) aponta como “grave irregularidade” a edição de quatro medidas provisórias em 2015 que criaram gastos extras de R$ 49,6 bilhões, sem levar em conta critérios de urgência, imprevisibilidade ou calamidade, necessários à proposição de MPs pelo presidente da República. O parecer integra o processo no TCU que analisa as contas de 2015 da presidente afastada Dilma Rousseff, e foi encaminhado aos gabinetes dos ministros na última sexta-feira pelo relator do processo, ministro José Múcio Monteiro. O Ministério Público elencou cinco irregularidades relacionadas às MPs que criaram os créditos extraordinários. Os apontamentos se somam a outros 19 indícios de irregularidades nas contas de Dilma, listados pela área técnica do TCU num documento de 117 páginas. Entre esses indícios está a edição de seis decretos autorizando créditos suplementares, sem aval do Congresso — antes da aprovação da nova meta fiscal enviada ao Parlamento. Assim, a análise das contas de 2015 de Dilma pode levar em conta indícios de irregularidades na liberação de novos créditos tanto por meio de decretos quanto por meio de MPs, uma novidade até agora no julgamento das contas pelo TCU. Múcio poderá submeter 24 indícios de irregularidades à apreciação pelo plenário. Uma primeira análise pelo colegiado está prevista para ocorrer na quarta-feira, 15. O relator deve dar um prazo de 30 dias para a presidente apresentar explicações. O ministro decidirá hoje quais pontos indicados pelos auditores e pelo Ministério Público serão levados à sessão de quarta. No ano passado, os ministros do TCU aprovaram um parecer pela rejeição das contas de 2014 com base em 13 indícios de irregularidades. A rejeição pode voltar a ocorrer neste ano. A palavra final é do Congresso. O processo de impeachment de Dilma, afastada desde 12 de maio, tem como base a edição de decretos de créditos suplementares e a prática das “pedaladas” fiscais, presente no julgamento das contas. “MPS EXPANDIRAM GASTOS EM CENÁRIO ADVERSO” O parecer que considera irregulares as MPs 686, 697, 702 e 709 de 2015 — todas convertidas em lei — é assinado pelo procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Paulo Soares Bugarin. “Além da abertura de créditos suplementares sem autorização legislativa, por meio de decretos do Executivo, houve também a abertura de créditos extraordinários por medida provisória, com inobservância aos pressupostos constitucionais de imprevisibilidade e urgência”, afirma. “As graves irregularidades cometidas tiveram como consequência a manutenção ou expansão dos gastos públicos em um cenário onde a legislação orçamentária e fiscal impunha uma maior restrição na execução dos gastos.” Conforme o Ministério Público junto ao TCU, a abertura de créditos extraordinários por meio de MPs só é possível para atender a despesas “imprevisíveis e urgentes”, como em casos de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Uma das MPs abriu crédito de R$ 5,1 bilhões para o Ministério da Educação garantir Argumentos. José Múcio Monteiro, relator das contas do governo no TCU, decide hoje quais serão os indícios levantados pelo MP que pretende levar ao plenário da corte a continuidade do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); de R$ 4,6 bilhões para o pagamento de auxílio nos juros cobrados pelo BNDES; e de R$ 35,8 milhões para a aplicação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “Não é possível identificar nenhum fato imprevisível que justificasse tal medida”, diz o procurador-geral no parecer. “Há características de créditos suplementares, apesar de classificados como extraordinários. Assim, as autorizações dessas despesas deveriam ter prévia autorização legislativa”, continua. O procurador argumenta que aumentos de despesa devem ser acompanhados de cortes de outros gastos em valores equivalentes. “O uso de MP para créditos suplementares burla a exigência de observância da meta fiscal, macula as estatísticas fiscais, aumentando valores destinados a créditos extraordinários fictícios, o que atenta contra as normas de direito financeiro, em especial a lei orçamentária e o adequado controle legislativo”, cita o parecer. Outra MP abriu créditos extraordinários de R$ 2,5 bilhões ao Ministério da Saúde, para aumento de demandas de média e alta complexidade no SUS; R$ 10,9 bilhões ao Ministério do Trabalho e Emprego, para pagamento de passivos do FGTS; R$ 8,9 bilhões ao Ministério das Cidades, destinado a passivos do Minha Casa Minha Vida; e R$ 15,1 bilhões para passivos com o BNDES por conta de auxílios nos juros de financiamentos. O dinhei- ro destinado à Saúde está de acordo com o que prevê a Constituição para MPs, segundo o procurador-geral, “ante a alegada situação de vulnerabilidade para a ocorrência de surto das epidemias de dengue, zika e chikungunya”. Os outros três casos dizem respeito a pagamentos de “pedaladas”, o que não deveria ser feito via MP, segundo o MP. O documento conclui que a abertura de créditos viola a Constituição, normas gerais do direito financeiro, a lei orçamentária e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Além disso, o Ministério Público entende que a autorização de operação de financiamento do projeto de compra de novos caças para a Aeronáutica infringiu a LRF. ERROS REPETIDOS EM DOIS ANOS SEGUIDOS O relatório técnico que embasará o voto de Múcio considerou ilegal o pagamento das “pedaladas” feito nos últimos dias de 2015, na ordem de R$ 74 bilhões. Este registro foi incluído como parte dos indícios de irregularidades nas contas de 2015. O ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, que faz a defesa da presidente afastada, disse ao GLOBO que os créditos não precisavam passar pelo Congresso, conforme a lei orçamentária. — As despesas autorizadas não eram incompatíveis com a meta fiscal, uma vez que estavam contingenciadas. O curioso é que o próprio TCU, no período, também pediu um decreto semelhante — disse, por meio de mensagem de celular. l U PRINCIPAIS IRREGULARIDADES MPS: Ministério Público aponta que medidas provisórias que criaram créditos suplementares afrontaram a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária. FIES: Abertura de crédito extra para o Fies, com despesas obrigatórias para mais de dois exercícios, o que é vedado pela LRF. CAÇAS. Operação externa de crédito para a compra dos caças suecos, em desacordo com a LRF. PLANO SAFRA: Os auditores do tribunal detectaram irregularidades nas pedaladas para financiar o plano Safra e juros em créditos do BNDES, além do pagamento das pedaladas sem a devida autorização pela Lei Orçamentária. Também apontaram corte de despesas em valor inferior ao necessário para cumprir a meta fiscal. OMISSÃO: De passivos da União, nas estatísticas de dívida pública, junto a Banco do Brasil, Caixa, BNDES e FGTS. REPASSES. Falta de repasses da Infraero para o Fundo de Aviação Civil e do DPVat para o Fundo Nacional de Saúde. CRÉDITO: Operação de crédito irregular envolvendo União e Banco da Amazônia Teto de gastos públicos será novo teste para Temer no Congresso Presidente interino entregará PEC pessoalmente na quarta-feira CRISTIANE JUNGBLUT E MARTHA BECK [email protected] -BRASÍLIA- Completados 30 dias de governo provisório, o presidente interino Michel Temer vai pôr novamente seu prestígio à prova no Congresso. Ele pretende ir pessoalmente ao Legislativo para entregar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que vai criar um teto para os gastos públicos. Seu maior problema, no entanto, está dentro da própria equipe, que diverge sobre o texto final. O teto fixaria que as despesas do governo durante o ano seriam iguais ao orçamento do ano anterior, mais a inflação. O impasse no governo provisório se dá devido ao prazo de duração do teto. De um lado, os ministros políticos defendem um prazo mais curto para facilitar a aprovação. Do outro, está a área econômica, que quer um prazo de pelo menos dez anos para mostrar ao mercado um compromisso de longo prazo com o reequilíbrio fiscal. Segundo um interlocutor do Planalto, há propostas de dois, cinco, sete e até dez anos. Mas segundo ele, Temer está propenso a fazer vinculações de tempo a mandatos presidenciais. Assim, o teto duraria até o fim de 2018, quando acaba o atual governo, ou até o fim de 2022, quando seriam sete anos e dois mandatos presidenciais. O teto para os gastos será calculado tendo como base inicial as despesas de 2016. A partir daí, eles só subiriam com base na inflação registrada no ano anterior. Temer voltou ontem de São AFP Recado. Para Meirelles, teto duradouro será boa sinalização ao mercado Paulo e se reunirá hoje com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira (Planejamento). Há chances de o presidente interino optar por um prazo maior para não desagradar a Meirelles. A ideia é fechar o texto até esta terça-feira. O peemedebista pretende ir ao Congresso no dia seguinte. DEFESA DA APROVAÇÃO DA DRU O presidente também defenderá, na Câmara, a aprovação da nova DRU (mecanismo que permite ao governo mexer livremente em 30% de suas receitas carimbadas até 2023) no Senado, as Leis das Estatais e a Lei dos Fundos de Pensão. Ainda como parte do esforço para manter positiva a relação com a maioria no Congresso, Temer continuará os encontros extraagenda com senadores. Ele trabalha com o placar de 59 votos a favor do afastamento definitivo da presidente Dilma. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo completa 30 dias com votações importantes no Congresso e com uma maioria expressiva — o que é importante para manter o placar a favor do impeachment de Dilma. — Nestes 30 dias, aprovamos tudo o que precisávamos e com mais de 2/3 dos votos. Há quanto tempo o governo não conseguia isso? — disse Padilha. O ministro adotou o discurso de que o governo Temer já está levando a uma retomada da atividade econômica, apesar dos números ruins, e aproveitou para dizer que a reforma da Previdência não prejudicará ninguém. — O governo não tem uma proposta. Tem muitas. Queremos uma reforma da Previdência juntamente com a visão dos interessados — disse Padilha. l 4 l O GLOBO l País l Efeito cascata de aumento do STF passará de R$ 1 bilhão EFEITO CASCATA NOS ESTADOS MAIS ENDIVIDADOS IMPACTO PREVISTO COM AUMENTO DO TETO DO FUNCIONALISMO ACRE PERNAMBUCO CEARÁ ALAGOAS O reajuste para desembargadores e procuradores seria automático. Executivo, TJ e MP não responderam O aumento de desembargadores e de conselheiros do Tribunal de Contas é automático, mas os dois órgãos não fizeram estimativas de gastos extras. O MP não se manifestou Governo do estado e Tribunal de Contas não responderam. Aumentos dos desembargadores é automático. Ministério Público não quis se manifestar RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA Executivo, Ministério Público e Tribunal de Contas não responderam. Para o Judiciário, é automático, mas o TJ-AL disse que só fará estimativas se o reajuste do STF for sacramentado 62,8% 198,7% R$ 23,9 milhões RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA* 96,9% 62,2% R$ 11,3 milhões IMPACTO ANUAL Não calculado [email protected] A aprovação do aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não trará gastos extras apenas para a União. Em um período de dificuldade até para honrar a folha de pagamento, os estados também sofrerão as consequências do reajuste. O chamado efeito cascata vai gerar nos dez estados mais endividados do país um impacto anual de, pelo menos, R$ 1 bilhão. O valor final pode ser bem maior, já que apenas São Paulo e Rio de Janeiro forneceram informações para que fosse feito um cálculo completo da elevação de despesas. Estados como o Rio Grande do Sul informaram que só irão fazer contas se o aumento realmente entrar em vigor, o que ainda depende de aprovação pelo Senado. O efeito cascata acontece porque os vencimentos do Supremo, segundo a Constituição, servem de teto para o funcionalismo público de todas as esferas. Muitos servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário estaduais sofrem um corte no salário por causa dessa regra. Com o aumento no STF, esse corte fica menor. Além disso, os salários dos desembargadores dos tribunais de Justiça estaduais, dos procuradores dos ministérios públicos e dos conselheiros dos tribunais de contas são equivalentes a 90,25% do salário do STF. Em alguns estados, esse aumento é automático e em outros dependem da provação de um projeto de lei. Mas uma liminar conseguida em março do ano passado pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determina o reajuste imediato sempre que houver aumento para os representantes do Supremo. — Os estados não podem fazer nada quanto a essa despesa extra. E isso acontece num momento em que o governo federal tenta impor restrição de gastos aos estados durante a renegociação das dívidas — -SÃO PAULO- analisa Roberto Piscitelli, professor de finanças da Universidade de Brasília. Não são apenas os aumentos automáticos que preocupam os governos estaduais. A avaliação é que a elevação do teto pode fazer com que servidores reivindiquem reajustes. Em São Paulo, a Secretaria de Planejamento e Gestão admite que “talvez ocorra pressão por parte das carreiras de procurador do estado e defensor público para um ajuste da remuneração base, de forma a adequá-la ao novo teto”. SP E RIO SE COMPLICAM A Secretaria da Fazenda paulista estima que se o aumento do STF entrar em vigor ainda este mês vai provocar um gasto adicional com a folha de pagamento deste ano de R$ 183,5 milhões para todos os poderes. Pelo projeto aprovado na Câmara, os vencimentos dos representantes do Supremo passariam de 33.763 para R$ 36.703,88, a partir de junho. Ainda de acordo com a proposta, em janeiro do ano que vem, o salário subiria novamente, para R$ 39.293,32. Em 2017, o governo de São Paulo projeta um impacto de R$ 508 milhões, quantia suficiente para construir dois hospitais. São Paulo é o quinto estado mais endividado do Brasil. Com arrecadação em queda, o estado tem adiado o início de novas obras, renegociando contratos para manter os compromissos em dia. No Rio, onde o governo anunciou semana passada que precisará parcelar os salários dos servidores mais uma vez, o impacto para o Poder Executivo será de R$ 258 milhões em 2017. O Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas projetam um gasto extra de mais R$ 130 milhões. Com a segunda maior dívida entre os estados, o Rio tem estudado medidas como a limitação do uso do bilhete único aos contribuintes isentos do imposto de renda. O efeito cascata do aumento dos ministros do STF seria quase quatro vezes maior do que os R$ 100 milhões economizados com a essa medida. l Urologia - Sexologia Dr. Rodolpho Ottoni - CRM 52.11303.0 • Próstata sem cirurgia • DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) • DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino ou Hipogonadismo) • Reposição hormonal • Disfunções Sexuais Laboratório Próprio - Av. N. Sra. Copacabana, 195/809 (garagem) Tels.: 2247-4995 / Telefax: 2247-1109 acesse 140 SHOPPING BOULEVARD SÃO GONÇALO Av. Presidente Kennedy, 425 SÃO GONÇALO SHOPPING Av. São Gonçalo, 100 IRAJÁ Av. Monsenhor Felix, 1.154 140 BANGU SHOPPING Rua Fonseca, 240 SHOPPING METROPOLITANO BARRA Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1.300 CASCADURA Av. Dom Helder Camara, 9.783 Classificados do Rio. Achou de verdade. classificadosdorio.com.br / 2534-4333 RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA IMPACTO ANUAL Não calculado (Executivo) (Executivo) CE AC PE AL MATO GROSSO DO SUL GOIÁS Cerca de 700 servidores ativos e inativos devem ter benefício imediato. Aumento de desembargadores depende de ato próprio do TJ. Justiça, MP e Tribunal de Contas não calcularam impacto Aumento beneficiaria imediatamente 105 servidores. Custo anual de R$ 2,6 milhões para o Executivo. Aumento automático para desembargadores e para procuradores GO MG MS RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA SP 94% R$ 26,4 milhões RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA RJ 98,6% R$ 2,6 milhões IMPACTO ANUAL IMPACTO ANUAL RS SÃO PAULO RIO GRANDE DO SUL MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO Procuradores do Estado e defensores públicos têm rendimentos vinculados ao salário dos ministros do STF. 1.294 servidores teriam aumento. Judiciário, MP e Tribunal de Contas teriam aumento automático Executivo e Judiciário não estimaram o gasto extra, mas haverá impacto. No TJ-RS, 103 servidores e magistrados, cujos salários estão limitados pelo teto teriam os rendimentos aumentados imediatamente. A elevação do salário dos desembargadores é automática O Executivo reconhece o impacto, mas não fez cálculos. Hoje, 1.400 funcionários têm salários limitados pelo teto e teriam aumento imediato.No Judiciário, o gasto extra é de 98,3 milhões. O MP e o Tribunal de Contas não responderam O governo do estado estima que 3.700 servidores (ativos e inativos) podem ter aumento. No Executivo, o extra estimado é de R$ 258,3 milhões, em 2017. Já no TJ-RJ, no MP e no Tribunal de Contas, o impacto seria de R$ 130 milhões RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA IMPACTO ANUAL Não calculado IMPACTO ANUAL RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA 167,8% 216,6% R$ 508,1 milhões IMPACTO ANUAL RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA 201,1% 198,7% R$ 98,3 milhões R$ 388,3 milhões IMPACTO ANUAL Fonte: Consulta aos órgãos estaduais *Relação dívida/receita no final de 2015 U Memória TEMER DEU AVAL PARA AUMENTO O reajuste do Supremo foi aprovado na Câmara no dia 1º de junho, com aval do governo, em um pacote de 14 projetos que prevem reajustes para o funcionalismo dos três poderes, com despesas para a União de cerca de R$ 50 bilhões, em quatro anos. Como repercutiu mal, Michel Temer fez um pente-fino nos projetos aprovados e descobriu que alguns foram incluídos pelos aliados. Temer se reuniu nessa semana com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, para discutir o aumento dos vencimentos dos ministros, de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Agora, ministros do Planalto dizem que são contra a aprovação do projeto no Senado, alegando justamente que eles causarão um efeito-cascata. A intenção do Planalto, afirmam esses ministros, é segurar, ao menos por enquanto, a votação no Senado. | Opinião | GORDURA MERECE APLAUSOS a promessa do governo do presidente interino Michel Temer de cortar 4 mil cargos de confiança. Trata-se de importante sinalização num país em que é vital o ajuste nas contas públicas. MELHOR QUE Dilma, cuja promessa neste sentido não foi cumprida. Mas vale registrar que a economia será de mero 0,1% da folha da União. E além disso, o total de cargos comissionados mais bem remunerados, os DAS, é de 24.250. Depois dos cortes e da conversão de alguns em funções comissionadas, ainda restarão 10.404 QUER DIZER, a gordura continua excessiva. Programas sociais federais têm repasses atrasados Manutenção de centros é uma das ações ameaçadas RENATA MARIZ [email protected] acesse RELAÇÃO DÍVIDA X RECEITA IMPACTO ANUAL IMPACTO ANUAL Despesa extra automática ocorre porque reajuste do Supremo eleva o teto de funcionários estaduais SÉRGIO ROXO Segunda-feira 13 .6 .2016 -BRASÍLIA- A manutenção dos milhares de centros de referência de assistência social espalhados pelo país, a política de implantação de cisternas e o programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar estão ameaçados por falta de recursos. O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, confirma que repasses estão atrasados e que só de débitos acumulados, principalmente desde 2014, a pasta deve R$ 1,6 bilhão a estados e municípios. Diferentemente do Bolsa Família, que tem orçamento assegurado na pasta, essas políticas são pagas com recursos discricionários, que podem ser cortados pelo governo. E foram. Tal verba já caiu 38,4%, de R$ 5,25 bi em 2015 para R$ 3,27 bi no orçamento deste ano, em valores nominais. Terra disse que negocia com a equipe econômica a liberação de dinheiro para quitar os atrasados antes de pensar novos compromissos: — É baque enorme na área social, que vinha sendo desidratada silenciosamente pelo governo Dilma. Estou conversando com o presidente para vencermos os débitos em primeiro lugar. O maior montante em atraso é o do Sistema Único de Assistência Social, de R$ 829 milhões, recursos vitais para centros de referência de assistência social (Cras e Creas), nos estados e municípios, em benefício de idosos, deficientes e moradores de rua. O segundo programa mais prejudicado é o Plano de Segurança Alimentar Nutricional. Repasses atrasados para ações como compra de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar já somam R$ 465 milhões. A implantação de cisternas, via Programa de Aceleração do Crescimento, tem R$ 322 milhões a serem quitados. O orçamento da pasta para despesas discricionárias, que bancam tais programas, mas podem ser contingenciadas, vem caindo desde 2012. A diminuição, entretanto, ficava em torno de 10% ao ano. A grande tesourada — a queda de quase 40% — se deu no orçamento sancionado por Dilma neste ano. Os montantes empenhados (reservados para pagamento posterior) e efetivamente pagos (quando a obra/serviço já foi entregue) também vêm caindo. O empenho em 2014 (R$ 5,5 bilhões) representou 92,1% do orçamento autorizado. Em 2015, essa proporção caiu para 73,5% (R$ 3,8 bilhões). O pago também caiu: de 80% do total em 2014 para 61,3% no ano seguinte. As primeiras liberações feitas por Osmar Terra a 2.650 prefeituras ocorreram semana passada. O ministério conseguiu pagar pouco mais de R$ 200 milhões, referentes a repasses de 2015, do Brasil Carinhoso. O valor varia por cada criança do Bolsa Família de 0 a 48 meses matriculadas em creches. A transferência costumava ser feita no último trimestre de cada ano. Mas, no fim do ano passado, o governo editou MP modificando as regras. Tudo isso fez com que a 1ª parcela de 2015, depositada só em fevereiro passado, somasse R$ 406 milhões, ante os R$ 766,1 milhões transferidos no repasse único de 2014, ano eleitoral. O governo argumentou, em dezembro, ao mudar a MP, que as prefeituras tinham ainda em conta, em outubro passado, R$ 476,3 milhões de saldo — 33% do que havia sido transferido até então desde o início do Brasil Carinhoso: R$ 1,4 bi. l l País l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO l 5 Prisões por corrupção crescem 438% em 4 anos Presos por este tipo de crime, no entanto, ainda correspondem a apenas 0,2% da população carcerária RENATA MARIZ [email protected] -BRASÍLIA-. Corromper e ser corrompido têm leva- do a mais prisões no Brasil. Em quatro anos, a corrupção passiva cresceu 438,7% entre os crimes cometidos por detidos no país. O censo nacional da população carcerária de 2010, feito pelo Ministério da Justiça, indicava 93 delitos dessa natureza. O número saltou para 501 registros na última contagem do governo federal, referente a dezembro de 2014 e concluída recentemente. A corrupção ativa também aumentou no período: de 575 para 942 ocorrências, alta de 63,8%. Apesar do incremento, os dois crimes respondem por apenas 0,2% do total contabilizado nas cadeias brasileiras. A baixa proporção dos crimes de corrupção dentro do universo da população carcerária, onde delitos como roubo e furto predominam, não é exclusividade do Brasil, segundo o subprocurador-geral da República Marcelo Muscogliati. Coordenador da Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF), ele ressalta que a presença de condenados por esse crime é baixa em qualquer parte do mundo devido à dificuldade de obtenção de provas. Não importa se o caso é de corrupção ativa, em que o particular oferece proveito indevido ao funcionário público, ou passiva, quando o agente do Estado solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem ilegal. — Quem pratica a corrupção não dá recibo. O que os números mostram é que tem havido uma atuação indiscutivelmente mais efetiva na investigação e no processamento dos crimes de colarinho branco no país — afirma Muscogliati. MOMENTO É OPORTUNO PARA AMPLIAR AÇÕES A opinião é unânime entre quem trabalha no combate à corrupção e estudiosos do tema. Há consenso também de que há muito a melhorar no aperfeiçoamento dos instrumentos de investigação e de julgamento. Alterações na legislação e um trabalho mais sintonizado entre os diferentes órgãos de controle são alguns dos pontos levantados. Segundo Valdecir Pascoal, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, é preciso aproveitar a mobilização em torno do assunto para cobrar mudanças estruturais que não só identifiquem CRIME E CASTIGO VEJA A EVOLUÇÃO DAS PRISÕES DE CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1500 575 Corrupção ativa 1200 Peculato 942 Contrabando e descaminho Corrupção passiva Concussão e excesso de exação 1.357 714 574 501 900 600 575 434 285 267 72 93 42 101 50 2010 Fonte: Depen/Ministério da Justiça a corrupção como evitem que ela ocorra: — Vivemos uma grande febre nesse campo. Se olharmos para trás, não há nada parecido na história do Brasil em termos de controle, de liberdade de imprensa, de democracia, com o momento atual. Temos de aproveitar o impulso — afirma. Uma das frentes de maior visibilidade atualmente, o pacote anticorrupção — com dez medidas propostas pelo MPF acompanhadas de milhares de assinaturas de cidadãos — está parado na Câmara. Ele foi apresentado na forma de um projeto de lei por um conjunto de deputados há mais de dois meses. Mas, para começar a tramitar, é preciso que o presidente da Casa, Waldir Maranhão, autorize a criação da comissão especial para analisar a matéria. Maranhão é um dos investigados na Operação Lava-Jato. As propostas do pacote vão desde a veiculação de campanhas custeadas com parte do orçamento dos governos para publicidade a mudanças na lei para limitar o uso de recursos protelatórios no Judiciário. Há ainda, entre as dez medidas, a tipificação do crime de enriquecimento ilícito e aumento 2012 300 2014 0 Editoria de Arte de penas para a corrupção. A punição mínima, hoje de dois anos, passaria a ser de quatro anos. E variaria conforme o valor envolvido no delito, podendo chegar a 25 anos. Procedimentos de investigação seriam simplificados. — Muitas medidas visam a dar racionalidade às investigações, sem implicar perda de garantia do investigado. Hoje, a capacidade de impetração de habeas corpus, a facilidade com que nulidades pequenas anulem a operação inteira tornam o gerenciamento de investigações complexas um caos — defende o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava-Jato. Ele destaca, porém, que nem o pacote de propostas legislativas nem operações bem-sucedidas vão, isoladamente, reduzir de forma consistente a corrupção no país. Isso só ocorrerá, na sua avaliação, se o Legislativo aprovar uma reforma política focada em dois pontos: fim da lista aberta de candidatos e diminuição do número de partidos políticos. — São fatores criminógenos. Precisamos, com listas fechadas, diminuir o preço das campanhas, tornando-as acessíveis a pessoas que não precisem buscar o apoio empresarial e político para alcançar um resultado positivo. A simples extinção da doação empresarial levará ao caixa 2. O país precisa fazer uma reforma completa, não aos pedaços — afirma. A incidência de outros crimes contra a administração pública também aumentou nos últimos anos entre a população carcerária. O registro de contrabando e descaminho passou de 267 para 714, entre 2010 e 2014. Também subiu de 42 para 51 o número de delitos de concussão e excesso de exação, que é exigir vantagem em virtude da função pública ou cobrar tributos e contribuições indevidas, ou de forma vexatória quando elas são devidas. O peculato, caracterizado pela apropriação ou desvio de dinheiro ou bem a que o funcionário público tem acesso por conta do cargo, caiu de 434 para 285 ocorrências no mesmo período. O combate maior aos desvios de dinheiro acaba aumentando a atenção sobre esse tipo de crime. No último ranking da percepção da corrupção no mundo, da organização Transparência Internacional em 2015, o Brasil piorou, caindo sete posições em relação ao levantamento anterior. Está em 76º lugar entre 168 países avaliados pela entidade. TRANSPARÊNCIA CONTRIBUI PARA MAIS PRISÕES Avanços no campo administrativo são apontados como fundamentais para um combate à corrupção mais eficaz. O canal direto dos órgãos de controle e de investigação com instituições financeiras nacionais e internacionais é um dos exemplos apontados. Para Muscogliati, progressos do tipo, que não dependem exclusivamente de mudanças na lei, têm garantido o desmantelamento de esquemas complexos: — Quando você questiona os suíços, eles não só dão as informações sobre contas como mandam as cópias. Isso não acontecia na década de 1990. Coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Corrupção da Unesp, a cientista política Rita Biason aponta que o ambiente cada vez mais pautado pela transparência dos gastos e dos atos dos agentes públicos contribui para a identificação de casos de corrupção: — Não existia Lei de Acesso à Informação ou outros mecanismos de transparência na gestão do Collor, que precisou da denúncia de um irmão. Hoje, você não depende de alguém de dentro do esquema denunciar. Eventualmente, quem está dentro pode optar por uma delação premiada. l 6 l O GLOBO l País l Segunda-feira 13 .6 .2016 Sirkis admite reunião, Coaf vê operações suspeitas em conta de presidente do DEM mas nega caixa 2 Agripino Maia é investigado por indícios de receber propina da OAS AILTON DE FREITAS CAROLINA BRÍGIDO [email protected] THIAGO HERDY E CRISTIANE JUNGBLUT [email protected] -BRASÍLIA- Investigado. O presidente nacional do Democratas, senador potiguar José Agripino Maia período da minha vida. A minha família tem loteamentos, como o Alphaville, e vários empreendimentos imobiliários dos quais eu tenho participação. Eu tenho o direito de doar aos meus filhos e também de receber doação da minha mãe — esclareceu o senador. Uma das movimentações que intrigaram o Coaf foi o saque de R$ 170 mil de uma das contas de Agripino. Cerca de 40 dias depois, o dinheiro foi depositado de volta na mesma conta de forma fracionada. O senador explica: — É um direito que eu tenho. Eu ia fazer um negócio que, depois, não foi concretizado. Outra movimentação suspeita foi o depósito em espécie de R$ 90 mil em uma de suas contas. Agripino explicou que tinha R$ 100 mil em espécie em casa, e que tinha inclusive declarado o montante no Imposto de Renda do ano anterior. Portanto, não há qualquer tipo de ilegalidade na operação. Agripino admitiu que recebeu dinheiro da OAS, mas de forma legítima, na forma de doação para campanha, conforme foi declarado à Justiça Eleitoral. Ele acredita que os dados bancários e fiscais, dos quais Barroso já pediu a quebra dos sigilos em abril, esclarecerão a legalidade das operações financeiras. Além de Agripino, tiveram os sigilos quebrados o filho dele, o deputado Felipe Maia (DEM-RN), e de mais 14 pessoas. Os dados já foram encaminhados ao STF e estão sob sigilo. l U PMDB CONTRA-ATACA GEDDEL: HOUVE ‘ATAQUE AO PROCESSO POLÍTICO’ Na semana em que Rodrigo Janot pediu a prisão preventiva de quatro dirigentes do PMDB, o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) reinterpretou o ato como um “ataque ao processo político brasileiro”. A expressão foi usada por Geddel no programa “Preto no branco”, apresentado pelo colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno no Canal Brasil. A entrevista foi ao ar ontem à noite. Ao ser perguntado se o pedido de prisão preventiva dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá (por obstrução da Lava-Jato), do ex-senador José Sarney, e do deputado afastado Eduardo Cunha (por operar para impedir sua cassação) havia “abalado a estrutura” do governo interino, Geddel respondeu: “Evidente que um caso desse impacto causa estupefação, causa surpresa, e causa sobretudo perguntas. O que gerou isso? O que levou isso? O que está por trás disso? Apenas a busca do combate à corrupção? Há algo mais do ponto de vista do que pode ser encarado como um ataque ao processo político brasileiro. Essas respostas vão surgir a medida que o supremo tribunal federal se manifeste a respeito das razões que levaram a esse pedido”. -SÃO PAULO E BRASÍLIA- Um dos coordenadores da campanha de Marina Silva em 2010, o ex-deputado federal do PV pelo Rio de Janeiro Alfredo Sirkis negou ontem ter havido caixa 2 para a candidata na disputa daquele ano. Ele confirma, porém, ter se reunido com o então presidente da OAS, Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e o candidato a vice-presidente de Marina, Guilherme Leal, para pedir uma colaboração para a campanha. Segundo informação publicada pelo colunista Lauro Jardim, na edição do GLOBO de ontem, Pinheiro prometeu aos procuradores da Lava-Jato falar sobre um pedido de contribuição para a disputa de 2010, que teria sido feito por Leal e paga fora da contabilidade oficial apresentada à Justiça Eleitoral. Pinheiro tenta fechar um acordo de delação premiada. Sirkis afirma que, depois do encontro, Pinheiro fez duas doações, a seu pedido, de R$ 200 mil — a primeira em agosto e a segunda em setembro de 2010, totalizando R$ 400 mil. Os repasses foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como contribuições para o Comitê Financeiro Único do PV no Rio de Janeiro, em vez do comitê da campanha nacional. “As doações serviram para apoiar a campanha presidencial no Estado do Rio de Janeiro, a de governador, de deputados federais e estaduais, que funcionaram naquela eleição com uma logística unificada (material, pesquisas, rádio e TV)”, escreveu Sirkis, em nota divulgada também ontem. “Não cabe a insinuação de que a campanha de Marina tenha recebido quaisquer doações ilegais”, completou. Sirkis também deu mais detalhes sobre o encontro: “Houve a reunião em São Paulo (...). Foi a partir de iniciativa do sr. Léo Pinheiro, que tinha interesse em conhecer as ideias da campanha presidencial de Marina pelo PV. A reunião foi curta e consistiu principalmente de perguntas do sr. Léo Pinheiro sobre nossas posições em relação à economia brasileira e questões ambientais”, relatou Sirkis. De acordo com os registros do TSE, os R$ 400 mil da OAS foram gastos pelo PV do Rio com pessoal e impressão de materiais diversos para o partido. Líderes partidários na Câmara e no Senado receberam com cautela a informação de que Marina Silva recebeu recursos da OAS. Nos bastidores, ironizaram que Marina é uma das maiores críticas dos partidos e da política de doações. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA), disse que a citação a Marina surpreende e que é preciso verificar se a informação se confirmará. — Mas a simples citação é algo novo, porque até aqui ela não estaria envolvida em nenhum processo — disse Imbassahy. Já o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), criticou o fato de Marina sempre estar atacando os demais partidos e políticos. — Agora, ela que caiu na rede. É preciso separar o que é doação e o que é dinheiro de corrupção. No caso dela, que se julga a fada da floresta, que fica criticando todo mundo, é complicada (a citação) — disse Pauderney. l Na rede. Marina Silva entra no radar da Lava-Jato com revelação de ex-presidente da OAS, que tenta fechar acordo de delação premiada PEDRO KIRILOS/7-6-2016 Com a ajuda de parentes, assessores e empresas com as quais tem ligação, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), teria realizado operações suspeitas no valor de R$ 15,9 milhões entre dezembro de 2011 e novembro de 2014. O indício é de que houve lavagem de dinheiro. A informação está em um relatório do Conselho de Controle de Atividades financeiras (Coaf) e integra inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o parlamentar. Agripino é investigado sob suspeita de ter recebido o dinheiro como propina da OAS, uma das empreiteiras alvo da LavaJato. Em troca, o senador teria viabilizado a liberação de recursos do BNDES para a empreiteira, para financiar a construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, construído para a Copa de 2014. Segundo parecer da Polícia Federal inserido no inquérito, a movimentação financeira suspeita foi realizada “exatamente em épocas de campanhas eleitorais (2010 e 2014), fornecendo mais um indício de que os pedidos de doações eleitorais feitos pelo parlamentar à OAS foram prontamente atendidos, e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina”. Para a PF, os elementos da investigação até agora fornecem “reluzentes indícios de que, de fato, as obras referentes à Arena das Dunas em Natal, entre 2011 e 2014, passou por diversos entraves perante os órgãos de controle e o próprio banco público financiador do empreendimento, o que corrobora a suspeita de que José Agripino Maia efetivamente atuou com a finalidade de auxiliar a empresa, destinatária do financiamento, na superação dessas dificuldades”. Entre os elementos que confirmam a tese estão diálogos registrados no celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Os investigadores também estão convencidos de que o doleiro Alberto Youssef e os operadores Rafael Angulo Lopez e Adarico Negromonte Filho foram a Natal em mais de uma oportunidade, entre 2011 e 2014, para abastecer o caixa dois da OAS. A defesa de Agripino entregou uma petição ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito, explicando que não há nada de suspeito na movimentação bancária do senador. O dinheiro seria fruto de dividendos da rede de comunicação e também de loteamentos da família Maia. Além disso, na mesma época, o senador teria recebido doações da mãe (no nome de quem estão os empreendimentos imobiliários) e teria feito transferências financeiras para os dois filhos na mesma época. — Esse dinheiro se refere a um longo PSDB vê acusação com cautela; para líder do DEM, ‘ela agora caiu na rede’ SAÚDE A JATO VINICIUS SASSINE [email protected] -BRASÍLIA- O bancário aposentado Osmar Teroço, de 60 anos, consultou sua posição na lista de espera por um fígado na última sexta-feira e constatou que era o quinto na fila. No começo da manhã de ontem, numa nova consulta na internet, Teroço viu que saltara para a primeira posição. Uma hora depois, pelo telefone, chegou a boa notícia do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal do Ceará (UFC): um fígado saudável foi ofertado a Fortaleza. O órgão chegou a tempo, graças ao novo protocolo adotado por decreto do presidente interino Michel Temer, após série de reportagens de O GLOBO revelar a recusa de pedidos de transporte por falta de aeronaves em solo. O órgão só não foi implantado por razões puramente médicas. O fígado não era compatível, fator que acompanha a angústia de quem está na fila de espera. Outro órgão, que não chegou pela FAB, estava sendo transplantado ontem à noite. Desta vez, o transporte não foi um impeditivo ao transplante. A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou o órgão de Natal à capital cearense no fim da tarde de ontem. Teroço seria o primeiro a fazer uma cirurgia, recebendo um órgão transportado pela FAB, depois do decreto presidencial Com novo protocolo, FAB transporta órgão ao Ceará Fígado chegou a tempo em Fortaleza, mas não foi implantado por incompatibilidade que reserva pelo menos uma aeronave da FAB exclusivamente ao transporte de órgãos destinados ao transplante. O decreto foi assinado na última segunda-feira, um dia depois da reportagem do GLOBO revelar que a Aeronáutica recusou pedidos para transportar 153 corações, fígados, pulmões, pâncreas, rins e ossos entre 2013 e 2015. Nos mesmos dias das recusas, a FAB atendeu a 716 requisições de transporte de autoridades. Um decreto de 2002 obriga o atendimento a ministros e presidentes de poderes. O deslocamento de órgãos era assegurado apenas por acordo de cooperação com o Ministério da Saúde. O decreto publicado na terça-feira tem força de lei e determinou que a FAB “manterá permanentemente disponível, no mínimo, uma aeronave que servirá exclusivamente a esse propósito (transporte do órgão ou do paciente, dependendo do caso)”. O fígado que surgiu em Natal, e foi descartado, não teria chances de chegar a Fortaleza, uma distância de 532 quilômetros, DIVULGAÇÃO/FAB Via aérea. Militar da FAB entrega a um técnico a caixa com o fígado para o transplante se não fosse por meio de um avião da FAB. A central de transplantes constatou existir voos comerciais apenas pela manhã e, então, acionou a Aeronáutica. A instituição colocou à disposição um Bandeirante C-95. A aeronave partiu de Recife para Natal e, já com o fígado embarcado, de Natal a Fortaleza. Pousou às 18h30m na capital cearense. Este foi o segundo transporte de órgão após o decreto. O primeiro buscou um fígado em Salvador e o levou a Recife, na noite de quinta-feira, mas o transplante também não foi realizado por conta das condições do órgão. OTIMISMO ATÉ O CONTRATEMPO A cirurgia de Teroço começou às 19h de ontem e duraria mais de cinco horas. A cirurgia foi interrompida e retomada com a chegada do novo órgão. O bancário tem uma cirrose grave, que resultou em câncer no fígado. Saiu com a mulher do Paraná para fazer o tratamento em Fortaleza. — Há três anos estamos nessa caminhada toda. Alugamos uma quitinete perto do hospital. A espera na fila é muito difícil e angustiante — diz a costureira Sandra Aniceto, 47 anos, mulher de Teroço. O bancário tem três filhos e integrava a fila de quase cem pacientes à espera de um fígado no HC. Para a produção da série de reportagens, O GLOBO esteve no ambulatório, coordenado pelo médico José Huygens Garcia. l Segunda-feira 13 .6 .2016 2ª Edição O GLOBO Rio l 7 SOLUÇÃO APÓS TRAGÉDIA Reforço só agora _ Recuperação de trecho de ciclovia que desabou prevê estrutura mais resistente às ondas MÁRCIA FOLETTO Recuperação. O costão do Vidigal , nas proximidades da Gruta da Imprensa, local do acidente ocorrido em abril. Trecho terá reforço estrutural para resistir ao impacto das ondas. Previsão é que pista seja reaberta em agosto U O PROJETO PARA A CICLOVIA LUIZ ERNESTO MAGALHÃES [email protected] O plano de recuperação do trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou no dia 21 de abril, na Avenida Niemeyer, provocando a morte de duas pessoas, prevê reforço da estrutura e amarração dos pilares ao tabuleiro (pista) e às rochas nas imediações da Gruta da Imprensa. De acordo com o projeto, a que O GLOBO teve acesso, agora o estudo levará em conta também a ação da chamada onda centenária, ou seja, o maior registro dos últimos cem anos, como deveria ter ocorrido no projeto original. Detalhes da reconstrução deverão ser anunciados hoje pela prefeitura. Para resistir à ação das ondas, a pista sobre a Gruta da Imprensa — trecho onde houve o desabamento — deverá ser apoiada em três novos pilares, bem mais robustos em comparação aos que existiam (que serão demolidos). Eles também serão cravados na rocha, o que dará mais resistência à estrutura. O cronograma prevê que as obras terminem em agosto, mas não há certeza se haverá tempo de concluir as intervenções antes da Olimpíada do Rio, que acontecerá de 5 a 21 de agosto, porque o ritmo das obras também dependerá das condições do mar. Por questões de segurança, parte dos trabalhos não poderá ser feita em dias de ressaca. Segundo o dossiê para a reconstrução da via, o consórcio Contemat-Concrejato será responsável por refazer o trecho acidentado, bem como pelo desenvolvimento dos projetos de recuperação. O consórcio é o mesmo que foi contratado pela prefeitura para a execução das obras. As técnicas de reconstrução a serem empregadas seguirão recomendações feitas pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe/UFRJ) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), contratados pela prefeitura, depois do acidente, para uma perícia independente. FISCALIZAÇÃO EXTERNA Mas qualquer intervenção só será executada com a aprovação do município, num processo que envolverá ainda um terceiro personagem. A prefeitura decidiu contratar uma outra empresa para executar perícias nos projetos desenvolvidos pelo consórcio, para atestar se as soluções técnicas desenvolvidas são de fato as melhores. Essa consultoria especializada executará o que é conhecido no jargão das empreiteiras como CQP (Controle de Qualidade de Projeto). Em maio, o INPH já havia antecipado alguns detalhes sobre a necessidade de implantar uma Memória CÁLCULO ESTRUTURAL FOI BASEADO NA OCORRÊNCIA DAS ONDAS DOS ÚLTIMOS 100 ANOS Concretagem local CICL OVIA Novos pilares AV. NIE MEY ER Concretagem local No trecho da queda, os três pilares antigos serão demolidos e reconstruídos. Antes mediam 70cm por 70cm e agora terão 60cm por 2m Ancoragem Os três pilares reconstruídos serão ancorados na rocha Nova pista da ciclovia Será concretada nos pilares, formando uma estrutura única Reforço Serão reforçados um pilar de cada lado do trecho onde a pista caiu Editoria de Arte estrutura mais resistente no trecho onde houve o acidente. Segundo estimativas da entidade, a ciclovia no trecho que desabou era capaz de suportar um impacto de apenas 0,55 tonelada por metro quadrado. A pressão exercida pela onda que atingiu a ciclovia chegou a 3 toneladas por metro quadrado — quase seis vezes aquela que poderia suportar. Na época, o INPH estimou que a nova pista teria que aguentar uma pressão de pelo menos 6,6 toneladas por metro quadrado. A entidade também avaliou que, com as mudanças, a ciclovia seria segura. Mas recomendou à prefeitura que não permitisse a passagem de ciclistas em dias de ressaca mais forte. Quando a pista for reaberta,a prefeitura adotará um sistema de alerta para interditar a área em caso de ressacas violentas. A Coppe e o INPH também são responsáveis por revisar o projeto da ciclovia que integra o projeto do novo Joá, entre a Barra e São Conrado. O município aproveitou a construção de duas novas pistas no elevado para também criar uma ligação entre as ciclovias da Zona Oeste e da Zona Sul da cidade. Nesse caso, os estudos — que começaram após o desabamento — ainda não terminaram. Por isso, ainda não há prazo para a ciclovia ser aberta ao público, apesar de as pistas terem sido liberadas ao tráfego no dia 28 de maio. Os documentos obtidos pelo GLOBO não deixam claro se a estatal Geo-Rio vai continuar a fiscalizar a execução dos serviços no com- plexo cicloviário após a tragédia. Outra informação que não consta dos relatórios é se haverá necessidade de reforço estrutural em outros trechos da ciclovia. Procurado, o município informou que todos os detalhes sobre a recuperação serão explicados hoje à tarde numa apresentação que será feita pelo prefeito Eduardo Paes e por especialistas da Coppe e do INPH no Centro de Operações. CICLOVIA CONTINUA INTERDITADA Enquanto as obras de recuperação não começam, o trecho da ciclovia que contorna o costão do Vidigal permanece interditado aos ciclistas com faixas da Defesa Civil e cavaletes. Apenas um pequeno trecho entre o Leblon e o Vidigal (que já servia para circulação de ciclistas antes do acidente) se encontra aberto aos usuários. Equipes da Guarda Municipal fazem plantões em pontos estratégicos do trecho interditado para impedir que o bloqueio seja desrespeitado. Dias após o acidente, a Justiça chegou a determinar a interdição total da ciclovia, mas, posteriormente, reconsiderou a decisão, permitindo um bloqueio apenas parcial. Há duas semanas, operários do Consórcio Contemat-Concrejato retornaram aos canteiros para retirar estruturas que ficaram danificadas no fim de maio e remover outros materiais. No início da tarde da última sexta-feira, por exemplo, havia pelo menos 30 operários no local. Parte das equipes trabalhava próximo à Gruta da Imprensa. l ACIDENTE PROVOCOU A MORTE DE DUAS PESSOAS O acidente na Ciclovia Tim Maia ocorreu no dia 21 de abril, feriado de Tiradentes. Um trecho de quase 20 metros da pista acima da Gruta da Imprensa, no Costão do Vidigal, desabou durante uma ressaca. O engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari Ronaldo Severino da Silva, de 60, que caminhavam pelo local, foram arrastados pelas ondas e morreram. O acidente colocou em xeque a qualidade do projeto. Uma sequência de erros contribuiu para a tragédia. O projeto só levou em conta o impacto das ondas nos pilares de sustentação e não no tabuleiro, com força de baixo para cima, como O GLOBO revelou. Em maio, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) divulgaram laudo confirmando a informação divulgada pelo jornal e concluíram que o trecho caiu porque a pista não era fixada aos pilares, ficando apenas apoiada sobre eles. No dia do acidente, uma onda bateu na encosta da Gruta da Imprensa, ganhou força e subiu, levantando e derrubando a pista. Segundo o laudo, o trecho onde ocorreu o acidente foi atingido por ondas de até quatro metros, com velocidade de até 65 Km/h. O laudo também divulgou informações sobre a quantidade e a qualidade dos materiais empregados no projeto. Cita, por exemplo, que faltavam parafusos sob o tabuleiro. — Houve um erro primário. Analisamos as memórias de cálculo e só encontramos o estudo das marés em relação aos pilares — declarou o diretor do ICCE, Sérgio William Silva, ao divulgar o laudo. As causas da tragédia também foram alvo de investigação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ). A entidade também concluiu que houve falha na elaboração do projeto, devido à ausência de estudos sobre o impacto das ondas no local. Para o Crea, outro problema foi o fato de a Geo-Rio não ter experiência para licitar e fiscalizar a obra. A entidade também decidiu instaurar sindicância para investigar as responsabilidades de pelo menos dez profissionais — os nomes são mantidos em sigilo. Eles podem ser punidos com penas que variam da simples advertência sigilosa à perda do registro. A obra da ciclovia custou R$ 44,7 milhões e teve financiamento do BNDES. 8 l O GLOBO l Rio l Cultura na UTI Segunda-feira 13 .6 .2016 A falta de recursos fez a Orquestra Sinfônica Brasileira cancelar 11 apresentações da temporada 2016. Segundo a direção da OSB, a medida é para preservar a qualidade artística. Todos os concertos de série com venda antecipada de assinaturas serão mantidos, com o remanejamento das datas de quatro espetáculos. ANCELMO GOIS Cinco obras de arte de Tomie Ohtake (1913-2015), a artista plástica japonesa naturalizada brasileira, serão leiloadas, dias 5 e 6 de julho, por Evandro Carneiro em evento coordenado por Soraia Cals. Veja, ao lado, uma das peças. São todas de uma coleção paulista. Os preços variam entre R$ 350 mil e R$ 550 mil. ANA CLÁUDIA GUIMARÃES, DANIEL BRUNET E TIAGO ROGERO FILIPE CEROLIM Outra... Dava pena ver o estande do Brasil na Feira do Livro de Lisboa, que acaba hoje. Trata-se de uma casinha de dois metros quadrados sem a menor graça e com livros da Fundação Alexandre Gusmão, do Itamaraty, sobre política exterior. Vira essa boca para lá Zika: um em um milhão Devo mil reais O Ministério da Saúde calculou o risco de contrair zika nos Jogos. Para o estudo, a possibilidade é de 1,8 em 1 milhão. Como são esperados 500 mil turistas, a chance de alguém pegar zika no Rio é de 0,9. Ou seja, menos de um turista pode ser contaminado. Além disso, os casos já caíram 90%, no Rio. Eram 2.116 casos, em fevereiro, e, em maio, foram 208. É. Pode ser. O Serviço Central de Proteção ao Crédito do CDLRio ouviu 500 inadimplentes: 28,9% devem menos de R$ 1 mil. O descontrole financeiro (17,8%) e o desemprego (15,8%) são as razões mais apontadas para o calote. E o que essa turma mais deixou de pagar foram o cartão de crédito (26,7%) e o cartão da própria loja (11,1%). Já... Acredite. Há sombrias estimativas do Ministério da Fazenda sobre o Brasil até o Natal. Numa delas, o desemprego subiria de 11,2% para 14% na virada do ano. Seriam quase mais três milhões de pessoas na rua. Um pouco menos otimista é o estudo do professor Eduardo Massad, da USP. Ele calculou em 15 o número de visitantes que podem contrair zika durante a Rio-2016. Não é só aqui... Não vai ficar pronto A Flórida, nos EUA, já registra 162 casos de zika, sendo 38 em grávidas. Palco de provas de velocidade no ciclismo, o Velódromo da Barra, no Rio, não ficará 100% pronto até a Rio-2016. Os problemas começaram com a recuperação judicial da empresa que venceu a licitação. U Zona Franca O juiz Pedro Henrique, da Infância, atingiu, após No mais No fim de semana houve briga entre torcedores ingleses e russos, na França, cenário de atentados terroristas recentes, e, em Orlando, nos EUA, foram assassinados a cantora Christina Grimmie, 22 anos, e, no dia seguinte, 50 pessoas numa boate gay. O mundo anda inóspito, inclusive o Brasil, palco de tantas desgraças recentes. Não está fácil para ninguém. DIVULGAÇÃO Obras de Ohtake www.oglobo.com.br/ancelmo DESORDEM URBANA Parece até piada de mau gosto. Veja só esse contêiner abandonado na altura do Posto 2 do Aterro do Flamengo, no Rio. Trata-se, acredite se quiser, de um antigo posto da Secretaria municipal de... Ordem Pública, aquela que deveria, ao menos na teoria, cuidar para que o espaço público não fosse ocupado irregularmente l campanha, a meta de 317 adoções, em maio. Hoje, o desembargador Antônio Carlos Amorim festeja aniversário em família. Mara Mac Dowell desfila coleção Oceanos, quinta, no Píer Mauá. José Lavaquial, da Hubs, empresa de inovação, está na Lacu Workshop Week, na Finlândia. Martie lança álbum “Quem te viu” com participação de Menescal, quarta, no Solar de Botafogo. O Buonasera U.N.O., em São Francisco, lança o doce uruguaio Chajá. Sergio Mauricio recebe a Medalha Albert Sabin, no plenário da Câmara de Niterói. Marcela Flórido abre exposição, amanhã, no Espaço Cultural do Ibeu, em Copacabana. Leão fecha o cerco A Receita identificou 8.843 pessoas físicas que não pagaram, em 2011, o carnê-leão, obrigatório para quem mora aqui e recebe rendimentos de outra pessoa física ou do exterior. O valor total das multas é de uns R$ 175 milhões. No primeiro dos 11 lotes de investigados, mil pessoas foram autuadas. Alegria, alegria A coleguinha Ana Arruda Callado chorou ao tomar posse, quarta passada, na Academia Carioca de Letras, quando seu paraninfo, Cícero Sandroni, citou o jornal alternativo dos anos 1960 “O sol”, que a então jovem jornalista dirigia. É aquele da famosa citação de Caetano, em 1967: “...o Sol na banca de revista me enche de alegria e preguiça...”, parte da música “Alegria, alegria”, que inaugurou a guitarra elétrica nos festivais de MPB. No país da Lava-Jato Na missa de ontem, no Convento de Santo Antônio, no Rio, o frei Neylor brincou com os fiéis: “Fui convidado para participar de um ato ecumênico, amanhã, na Transpetro. Espero que o juiz Sérgio Moro não mande me prender. Impulsionado pelos Jogos, Rio tem um boom de 5 estrelas MÁRCIA FOLETTO Número de quartos em hotéis de luxo cresceu, em 5 anos, 33%. Suítes chegam a custar R$ 34 mil por dia SELMA SCHMIDT [email protected] O Rio já tem uma paisagem que é um luxo e, ultimamente, tem oferecido aos turistas que não abrem mão do belo na hora de se hospedar cada vez mais opções. O número de quartos em hotéis cinco estrelas passou, entre 2010 e abril deste ano, de 4,2 mil para 5,6 mil, um aumento de 33,3%. O crescimento, impulsionado pela lei, sancionada há seis anos, que concede benefícios fiscais para facilitar a construção de acomodações para a Olimpíada do Rio, vai ganhar um impulso ainda maior no segundo semestre, quando a previsão é que a cidade ostente 6,9 mil suítes com o número máximo de estrelas (aumento de 64,2% em relação ao 2010), segundo dados da Rio Negócios, agência da prefeitura. É claro que o luxo tem um preço salgado. Na penthouse do novo Grand Hyatt Rio de Janeiro — em frente à Praia da Barra e ao lado da reserva e da Lagoa de Marapendi — o hóspede precisa pagar US$ 10 mil dólares (cerca de R$ 34 mil) por dia. A penthouse é maior do que a maioria dos apartamentos cariocas: tem 308 metros quadrados, 113 deles só de varanda. O turista que se hos- pedar nela pode nadar numa piscina privativa de borda infinita e tem à disposição um elevador exclusivo, roupas de cama de 800 fios, além de adega e serviços que incluem fazer e desfazer malas. Quem opta pela suíte presidencial, também no sétimo e último andar do hotel, pagará pelo menos US$ 6.200 por dia (cerca de R$ 21 mil) para ficar num apartamento menor, embora com espaço igualmente generoso — 165 metros quadrados — e com mordomias semelhantes, à exceção da piscina. MIMOS PARA CONQUISTAR O Grand Hyatt foi inaugurado em março e é um dos 17 cinco estrelas da cidade, que deve ter 20 até o final do ano (em 2010, eram 14). É claro que, na hora de conquistar os clientes mais exigentes, eles têm sido obrigados a caprichar na criatividade e mimos. O novo Hilton Barra, com os seus 298 quartos, aceita até dois cachorros, com 34 quilos cada (do porte de um labrador), por apartamento. E oferece um colchão exclusivo da rede: o Suite Dreams, importado, que melhora a circulação e ajuda a ter uma noite de sono tranquila. As roupas de cama e banho são Trousseau Hotel Collection, e os banheiros têm kits da francesa L’Occitane. O Windsor Marapendi é outro cinco estrelas já inaugurado. Já o sofisticado Emiliano, ainda em construção no Posto 6, em Copacabana, vai abrir parcialmente para a Olimpíada. Dos 98 quartos, a expectativa é de que 30 estejam operando em agosto. Lá, a diária na suíte mais cara — a master, com 120 metros quadrados — sai por R$ 9.910. Uma atração são as suítes spa (R$ 5.726, por dia), onde o hóspede encontra de tudo para relaxar: sauna, jacuzzi, chuveiro especial e sala privativa para massagens. Com 13 andares, o Emiliano Rio foi construído em terreno que, de 1927 até 2009, abrigou mansão do Consulado da Áustria. O imóvel foi arrematado por R$ 40 milhões em um leilão, em 2012. O Trump, na Barra, e o Nacional, em São Conrado, engrossam a lista dos cinco estrelas que correm contra o tempo para inaugurar, pelo menos parcialmente, até agosto. Fechado desde 1995, o Nacional — que vai virar o Grand Meliá Rio de Janeiro Hotel Nacional — tem 1.200 operários que trabalham em dois turnos nos 34 andares de sua torre redonda. — Não há a menor possibilidade de o Nacional não abrir para os Jogos. Pode não funcionar integralmente, mas vai abrir. Seus quartos estão reservados para a família olímpica — garante Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ). Independentemente de tamanha correria, o Rio já superou com folga o número de aco- Na orla. As obras do Emiliano, na Avenida Atlântica: hotel vai abrir parcialmente 30 dos seus 98 quartos em agosto O SALTO DA HOTELARIA CRESCIMENTO DA OFERTA DE ACOMODAÇÕES Quartos totais (inclui hotéis, albergues, pousadas, aparts e motéis) 60 49.600 (+56,4%) 50 52.300 (+64,9%) 40 31.700 30 20 2010 Fim de abril de 2016 2º semestre de 2016 19,8 mil 33,4 mil (+68.7%) 35,8 mil (+80,8%) 5 estrelas 4,2 mil 5,6 mil (+33,3%) 6,9 mil (+64,2%) 4 estrelas 7,2 mil 12,4 mil (+72%) 12,7 mil (+76,3%) Hotéis Fonte: Prefeitura do Rio modações necessárias para a Olimpíada do Rio. A meta prevista no dossiê de candidatura da cidade para os Jogos era contar com pelo menos 40 mil quartos. E, segundo dados da Rio Negócios, até o fim de abril eles somavam 49.600 unidades, Editoria de Arte sendo 33.400 em hotéis e 16.200 em aparts, motéis, pousadas e albergues. Mas, levando em consideração as obras em andamento, poderão chegar a 52.300 quartos (35.800 em hotéis), um crescimento de 65% em relação a 2010. — Construímos muito mais quartos do que os dez mil necessários — comenta Alfredo Lopes. — Dos hotéis que projetamos, 98% foram construídos. Pela lei de incentivos, os investidores tinham de obter o habite-se do hotel até 31 de maio (prazo já com prorrogação) para assegurar os benefícios. Um decreto do prefeito Eduardo Paes, de 3 de junho, no entanto, facilitou a vida de quem já tinha o habite-se provisório: deu mais 30 dias para obter a documentação exigida para conseguir o certificado definitivo. Segundo a Secretaria municipal de Urbanismo, 50 hotéis obtiveram o habite-se definitivo e há outros 15 com certificado provisório. O boom hoteleiro movimentou a economia fluminense: — Os resultados do setor hoteleiro somam investimentos na ordem de R$ 6 bilhões, com criação de 15 mil novos postos de trabalho diretos e 45 mil indiretos, além da atração de novos grupos para a cidade e do estímulo à ampliação de investimentos de bandeiras que já estavam presentes no Rio — diz Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios. l l Rio l Segunda-feira 13 .6 .2016 PAPRICA FOTOGRAFIA BELEZA NA FESTA DA FIRMA Rosanne Mulholland, 35 anos, é clicada nos bastidores do filme “Festa da firma”, de André Pellenz, que está sendo rodado no Rio. Na comédia, a atriz é Aline, namorada de Vlad (Marcos Veras) O GLOBO l 9 Buracos e remendos no caminho do BRT Transoeste Para especialista, problema ocorre por falha no projeto de drenagem DOMINGOS PEIXOTO CRISTINA GRANATO ALEGRIA E SOTAQUE Ricardo Pereira, 36 anos, e Francisca Pinto Pereira, 32, distribuíram sorrisos na 1ª Festa dos Santos Populares Portugueses, no Paço Imperial, no Rio FOTO DE ARQUIVO U Ponto Final Este brasilianista Thomas Skidmore, que faleceu, sábado, aos 83 anos, estava no lugar certo na hora certa. Na noite de 30 de março de 1964, véspera do golpe, enquanto Jango discursava no Automóvel Clube, o embaixador americano Lincoln Gordon recebia na sala de sua casa, na Rua São Clemente, no Rio, Thomas Skidmore e a mulher dele, Felicity, cujo pai era amigo do embaixador. Gordon atendeu o telefonema do então secretário de Estado americano Dean Rusk (1909-1994), que queria saber como estavam as coisas. Pouco depois, Rusk telefonou ao presidente Lyndon Johnson (1908-1973) aconselhando-o a deixar o rancho onde estava, no Texas, e viajar para Washington, porque o bicho estava pegando no Brasil. e-mail: [email protected] Fotos: [email protected] POLUIÇÃO DAS LAGOAS DIVULGAÇÃO/MARIO MOSCATELLI Lixo flutuante. Jacaré se movimenta envolvido por sacos plásticos Quem tem boca vai ao Vaticano Biólogo tenta levar ao Papa problema ambiental do Rio SIMONE CANDIDA [email protected] C omo última cartada para conseguir recursos parar salvar o sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá, o biólogo Mário Moscatelli decidiu apelar ao Papa. Literalmente. No dia 21, Moscatelli terá uma audiência com o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, e irá pedir ajuda ao cardeal para conseguir um encontro com o Papa Francisco, no Vaticano, para tratar do problema ambiental. Mas, antes disso, o ambientalista pretende recorrer a poderes mais próximos: quer tentar se reunir com o presidente interino Michel Temer, a quem deseja entregar um dossiê que lista graves problemas de poluição dos quatro rios (Anil, Rio das Pedras, Pavuna e Pavuninha) que desembocam nas lagoas de Jacarepaguá e Barra. Com 15 páginas, o documento traz imagens impressionantes, como as de um jacaré envolvido num saco plástico na Lagoa da Tijuca, de cotias dividindo espaço com lixo na Lagoa de Jacarepaguá e da mancha de esgoto in natura sendo despejado no Arroio Pavuninha, ao lado do Parque Olímpico. — Do ponto de vista ambiental, estes serão os Jogos Olímpicos do fiasco. A despoluição destes rios e das lagoas faziam parte do pacote olímpico. Quando a cidade se candidatou a sede, a prefeitura e o estado se comprometeram com despoluição do sistema lagunar e dos rios que desembocam nas lagoas da região. — diz Moscatelli, que espera contar com a ajuda da Arquidiocese, já que a Campanha da Fraternidade deste ano tem o foco na foco no saneamento básico, no desenvolvimento, na saúde integral e na qualidade de vida. — Estamos a menos de 60 dias das Olimpíadas e a situação é vergonhosa. Para o ambientalista, é preciso correr contra o tempo. — A Baía de Guanabara já não tem mais jeito, mas as lagoas e rios da Baixada de Jacarepaguá, se forem feitos investimentos agora, podem ser restaurados em cinco anos. l Asfalto irregular: ônibus trafega pelo corredor exclusivo, tomado por buracos: para evitar remendos, alguns motoristas dirigem fora da pista LUIZ GUSTAVO SCHMITT [email protected] Calombos, remendos e muitos, muitos buracos. Esse foi o cenário encontrado anteontem pelo GLOBO ao longo dos 52 quilômetros de extensão do BRT Transoeste, que liga o Terminal Alvorada a Campo Grande e Santa Cruz. Primeiro dos quatro corredores exclusivos para ônibus no Rio, o sistema foi inaugurado há quatro anos. Em todo o caminho, o quadro mais crítico é entre as estações Mato Alto e Pingo D'Água, em Guaratiba. Ali, não faltam crateras. No ponto de ônibus em frente à estação Mato Alto, no sentido Campo Grande, o asfalto cedeu tanto que é possível observar vergalhões expostos. Também havia calombos no asfalto na pista sentido Barra, em frente à Cidade das Artes, na entrada do Terminal Alvorada. Lá, há um trecho em obras, que é a segunda fase do corredor viário, que será prolongado até o Jardim Oceânico, onde se encontrará com a Linha 4 do metrô (Ipanema-Barra). OBRA FICOU PRONTA EM 2012 O Transoeste foi anunciado em 2009, um dia depois de o Rio ter sido escolhido sede das Olimpíadas. A obra ficou pronta quatro meses antes da reeleição do prefeito Eduardo Paes, em junho de 2012. A precariedade na qualidade do asfalto não é uma particularidade do BRT: o Elevado do Joá, recém-entregue, já passou por uma operação tapa-buracos, na semana passada. Representante da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE) no Conselho Regional de Engenheria e Agronomia (Crea), o engenheiro Antonio Eulalio Pedrosa Araujo disse que os buracos no cor- redor do BRT ocorrem por causa de falhas pelo recuo e seguiam pela faixa dos carros no projeto de drenagem da pista. de passeio. — O problema foi a falta de um projeConsiderado um dos legados das obras to adequado de drenagem e o dimensi- da Copa de 2014 e da Olimpíada, o BRT onamento das camadas finais da terra- recebeu seus primeiros retoques na pista planagem do pavimento. O ideal seria em janeiro de 2013, sete meses após o inírebaixar o lençol freático para aumen- cio de sua operação. Os buracos da época tar a capacidade de suporte da pista. causaram mal-estar e levaram a um bateNo Joá também houve problema de boca entre a construtora Sanerio e o predrenagem, mas é pontual — disse Pe- feito. Paes disse que a obra estava malfeita. drosa. — Essas deformações A empresa argumentou que os U ocorreriam até mesmo se a pisproblemas ocorreram por causa ta tivesse sido feita de concreto, Números da entrega às pressas antes da que também acaba rachando eleição. por falta de suporte da base. Os Até hoje a situação persiste e reproblemas de projetos no BRT R$ 900 prises de cenas de recapeamento são típicos de obras feitas às de buracos se sucedem no correMILHÕES pressas e cujo andamento não dor. Entre os usuários, o BRT não É o custo que é regido pela boa técnica, mas a obra do BRT é só elogios. Embora passageiros pela pressão de entregar no reconheçam que houve redução já consumiu. prazo político. do tempo de deslocamento entre Diretora técnica da Associaa Barra e Campo Grande, não falção Brasileira de Pavimentatam críticas relacionadas ao esta214 ção, Luciana Dantas afirma que do da pista e à superlotação. MIL não é normal haver buracos — A pista está muito esburacaÉ o número de numa obra viária de grande da. É difícil manter o equilíbrio passageiros porte nos primeiros anos. transportados para quem viaja em pé, já que o — No início não é para apareônibus está sempre lotado. Já vi por dia no cer nada. O normal seria haver muita gente se machucar — discorredor que fissuras e trincas pequenas e se a usuária Bruna Oliveira. liga a Barra não buracos. Mas isso depois de A Secretaria de Conservação e a Campo quatro ou cinco anos de uso. A Grande desde Serviços Públicos informou que falta de uma boa drenagem poexecuta rotineiramente serviços 2012. de causar defeitos prematuros. de manutenção no Transoeste. No percurso do BRT, a equipe de repor- Em 2016, um trecho de 12 quilômetros, tagem do GLOBO se deparou com alguns em ambos os sentidos do corredor, passou ônibus trafegando fora do corredor exclu- por fresagem e recapeamento. Entre as essivo, que é a essência desse sistema de tações do Magarça e do Mato Alto foi fretransporte. No trecho entre as estações sado outro trecho de oito quilômetros que Mato Alto e Magarça, no sentido Santa aguarda condições climáticas favoráveis Cruz, a pista do corredor teve que ser fre- para aplicação do asfalto e finalização dos sada, o que impedia a circulação dos veí- serviços. O Consórcio BRT informou que culos. Mais adiante, mesmo nos trechos até o fim de julho serão acrescentados 158 onde não havia recapeamento, mas sobra- ônibus à frota, a maior parte com 23 mevam ondulações na pista segregada, os tros de comprimento e capacidade para motoristas dos coletivos evitavam retornar transportar 220 pessoas cada. l Horário e trajeto do VLT são ampliados GABRIEL DE PAIVA/6-6-2016 A partir de hoje, sistema funciona das 11h às 16h e inclui Parada dos Navios GUILHERME RAMALHO [email protected] O horário de funcionamento e o trajeto do VLT serão ampliados a partir de hoje. Em sua segunda semana de operação, os bondes circularão das 11h às 16h, entre o Aeroporto Santos Dumont e a Parada dos Navios, próxima ao terminal de cruzeiros, na altura do Armazém 4. Na primeira semana, a operação foi feita das 12h às 15h, do aeroporto até a Praça Mauá. No mês passado, antes de a inauguração do VLT ser adiada de 22 de maio para 5 de junho, a prefeitura divulgou o plano operacional do novo transporte, informando que, até agosto, o serviço seria ampliado progressivamente, em oito etapas, cada uma com duração média de uma semana. No entanto, o secretário executivo de governo, Rafael Picciani, afirma que o planejamento está passando por ajustes e algumas etapas serão aglutinadas. Pelo plano apresentado, o Bonde. Em julho, começará cobrança da passagem, que deve diminuir o número de passageiros horário de funcionamento da segunda semana seria ampliado em apenas uma hora, e o trajeto inicial seria mantido. Picciani disse ainda que pretende colocar mais bondes em circulação para amenizar a superlotação (estão sendo usados três VLTs, não dois como previsto). Até o dia 30, as viagens serão gratuitas. No dia 1º de julho, começará a cobrança de tarifa (R$ 3,80). A recarga do Bilhete Único ou compra do cartão VLT poderá ser feita, em dinheiro ou cartão de débito, em máquinas automáticas, em cada uma das paradas. A validação terá que ser feita voluntariamente dentro das composições. Haverá, no entanto, fiscais da concessionária e guardas municipais conferindo se os passageiros fizeram o pagamento. — Agora que é novidade todo mundo está querendo conhecer. Tem gente que fica durante toda a operação indo e voltando só para andar de VLT. Quando a operação comercial começar, acho que os vagões não vão ficar tão cheios. Será mais fácil se deslocar dentro do trem — acredita Picciani. l 10 l O GLOBO l Rio l RIO Previsão Ar seco polar deixa o temo firme no Rio. O dia começa frio e com névoa, mas logo cedo o sol reaparece. Mesmo assim, não vai fazer calor. O tempo esquenta ao longo da semana. HOJE Ontem Mínima Máxima 11,2˚ Alto da Boa vista 21˚ Vila Militar ZONA SUL ZONA NORTE ZONA OESTE SENSAÇÃO TÉRMICA/RIO PROBABILIDADE DE CHUVA 11°/20° 10°/23° 12°/22° 10°/20° Baixa 10°/22° 9°/25° 11°/24° 9°/25° Baixa 24° 13°/23° 12°/26° 14°/25° 12°/26° Baixa 11° Santo Antônio 11° de Pádua QUINTA 15°/24° 14°/27° 16°/26° 14°/27° Baixa SEXTA 16°/26° 15°/29° 17°/28° 15°/30° Baixa SÁBADO 18°/26° 17°/29° 19°/28° 17°/30° Baixa DOMINGO 19°/27° 18°/30° 20°/29° 18°/30° Baixa 9° do Sul 13° Visconde 1° Marés RIO DE JANEIRO Baixa Alta Baixa Alta Hora 4h32m 8h27m 16h54m 21h14m 0,9m 0,4m 0,9m Altura 0,6m ANGRA DOS REIS Baixa Hora 3h25m Altura 0,6m Alta Baixa Alta 9h23m 16h16m 23h01m 0,8m 0,5m 0,8m CABO FRIO Baixa Hora 3h41m Altura 0,6m de Mauá Alta Baixa Alta 9h03m 16h05m 22h26m 0,8m 0,4m 0,9m Valença 18° Volta 17° 37˚/40˚ 6° 23° Teresópolis SERRANA 14° Nova Friburgo 4° Santa Maria Madalena 24° Casimiro 24° de Abreu 13° 13° 24° 12° MUNDO 11° AMÉRICA DO SUL Mín. Máx. São Francisco de Itabapoana NORTE São Fidélis 6° Vento de sudoeste, entre 15km/h e 40km/h. Pressão atmosférica de 1.030hPa. Ondas de 2,5 a 3,0m. Ondulação de sul. Melhores locais: Grumari, canto do Recreio e Copacabana (informações Ricosurf). TEMPERATURAS MÁXIMAS Acima de 40˚ 16° Itaperuna Campos S S S S S S S S C Assunção Bogotá Buenos Aires Caracas La Paz Lima Montevidéu Quito Santiago 23° 13° 23° São João 24° da Barra 12° 13° 3° 4° 8° 19° -3° 18° 3° 12° 8° 20° 16° 14° 26° 11° 24° 14° 22° 18° Amanhã Mín. Máx. S S S C S S S S C 7° 3° 10° 20° -2° 17° 6° 11° 8° 0h 22° 15° -2h 0h 14° 26° -1,5h 11° -1h 25° -2h 0h 16° 22° -2h 0h 16° AMÉRICA DO NORTE/CENTRAL 18° 7° Macaé BRASIL Ar polar deixa o dia muito São Paulo 3°/ 17° Porto Alegre 2°/ 16° Hoje 22° 20° Redonda Barra 22° Cachoeiras 24° Rio das 6° frio no Sul e em quase todo o Resende Petrópolis 15° do Piraí 7° 11° de Macacu 6° Sudeste e Centro-Oeste. Faz 13° Ostras 5° 18° Barra SUL frio pela manhã também no Silva Jardim 23° 21° Mansa 6° 23° Duque 14° sul da Amazônia. Tempo Búzios 12° LAGOS de Caxias 21° chuvoso no sul da Bahia e 23° 12° 21° Niterói 12° Araruama Cabo Frio 21° pancadas de chuva no 13° 10° Mangaratiba 23° Rio de 12° restante do país. 22° Janeiro Saquarema 23°Maricá 10° 13° Angra 21° 13° METROPOLITANA Macapá Fortaleza dos Reis Boa Vista 10° 20° 24° / 36° 23°/ 30° Natal 23°/ 29° Paraty 9° 22°/ 31° São Luís Belém 24°/ 31° Manaus João Sol 23°/ 33° 24°/ 32° Pessoa Nascente Poente 20°/ 31° Porto Velho Teresina 6h31m 17h15m Recife 18°/ 28° 22°/ 32° 20°/ 30° Palmas Rio Branco Maceió 23°/ 34° 21°/ 31° 15°/ 27° Aracaju Salvador Brasília Cuiabá 22°/ 30° 23°/ 28° 11°/ 25° 13°/ 26° Vitória Campo Grande 17°/ 24° 7°/ 21° Belo Horizonte 10°/ 21° Goiânia Rio de Janeiro 12°/ 29° Ondas Ventos 10°/ 23° 18° Impróprias (informações Inea): Flamengo, Botafogo, Urca, Ipanema, Leblon, Vidigal, São Conrado, Barra e Pontal. Bom Jesus do Itabapoana QUARTA Lua Praias 21° Porciúncula 10° AMANHÃ 21° Paraíba Crescente Cheia Minguante Nova 12/6 20/6 27/6 4/7 2ª Edição Segunda-feira 13 .6 .2016 Florianópolis 4°/ 18° Cid. do México Havana Los Angeles Miami Montreal Nova York Orlando Washington DC C C S C C S C S 13° 25° 13° 25° 10° 12° 24° 14° 22° 35° 22° 34° 20° 25° 34° 28° C C S C S S C S 11° 24° 14° 26° 6° 12° 25° 17° 24° 39° 24° 34° 23° 26° 33° 24° -3h -1h -4h -1h -1h -1h -1h -1h C S S C C C C S C S S C S 14° 18° 16° 13° 13° 12° 9° 18° 12° 17° 8° 12° 18° 17° 31° 26° 20° 18° 19° 18° 24° 18° 31° 18° 19° 23° C C S C C C C S C S S C S 13° 18° 14° 11° 12° 11° 8° 14° 12° 14° 7° 11° 18° 17° 27° 26° 22° 19° 18° 18° 25° 18° 30° 21° 18° 23° +5h +6h +5h +5h +5h +5h +5h +4h +4h +5h +6h +5h +5h EUROPA Amsterdã Atenas Barcelona Berlim Bruxelas Frankfurt Genebra Lisboa Londres Madri Moscou Paris Roma ÁSIA Jerusalém Pequim Tóquio S 21° 36° C 17° 32° C 18° 20° S 23° 37° +5h C 17° 29° +11h S 17° 24° +12h S 22° 40° C 6° 9° S 23° 42° +5h S 6° 16° +5h Sydney S 9° S 9° S: sol N: nublado ÁFRICA Cairo Johannesburgo OCEANIA 18° C: chuvoso 19° +14h Ne: neve Mais informações sobre o tempo NA INTERNET Curitiba -2°/ 13° oglobo.com.br/servicos/tempo/ PREVISÃO 34˚/36˚ 31˚/33º 28˚/30˚ 25˚/27˚ 22˚/24˚ 18˚/21˚ 13˚/17˚ Abaixo de 12˚ Sol Parcialmente nublado Nublado Sol com pancadas de chuva Polícia busca mais imagens de adolescente REPRODUÇÃO Ideia é descobrir se jovem sumida no Tom Jobim deixou local acompanhada RODRIGO BERTHONE EVERA ARAÚJO [email protected] A investigação sobre o desaparecimento da jovem Sarah Neves Mamede, de 15 anos, continua a mobilizar agentes da Polícia Civil. A adolescente sumiu na última quarta-feira no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha, enquanto esperava, com os pais, um voo para Fortaleza, onde mora. Ela disse à família que iria ao banheiro procurar um documento que havia perdido — e não foi mais vista. Policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), responsável pelo caso, solicitaram novas imagens do circuito de segurança do aeroporto a fim de descobrir se a jovem deixou o local acompanhada. Registros já obtidos pela polícia mostram a menina entrando e saindo do banheiro sozinha. Sarah voltava de uma viagem de férias para Foz do Iguaçu, onde permaneceu por quatro dias com os pais. A família estava no Rio para fazer conexão até Fortaleza. MORANDO NUMA COMUNIDADE Dois dias depois do desaparecimento, a jovem fez contato com um amigo através de uma rede social. Na mensagem, Sarah, que nunca tinha visitado o Rio, disse estar bem e contou estar morando com uma família em uma comunidade carioca. Desde então, não há informações sobre o paradeiro dela. — Não consigo dormir desde o dia em que ela sumiu. Por enquanto, estamos esperando infor mações da polícia, mas ainda não nos temos nada concreto. Espero receber um tele- Sarah: jovem de 15 anos está desaparecida “Acho que minha filha foi por conta própria ao encontro de alguém que conheceu pela internet, mas acredito que agora esteja sendo mantida em cárcere privado.” Aluízio Mamede Pai de Sarah LARGURA JORGE KOELER PEREIRA DA SILVA Missa 7º dia Mabity, Tomaz, Fernanda e Diana; Doda, Tininha, Pedro e Duda; Fernando, Luciana, Juliana e Luis Felipe, convidam para MISSA DE 7º DIA a ser celebrada dia 14/06 (3ª feira) às 18:00h, na Igreja Sagrado Coração de Jesus na Universidade PUC na Gávea. 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 col. col. col. col. col. col. col. col. col. col. col. col. (4,6 cm) (4,6 cm) (4,6 cm) (9,6 cm) (9,6 cm) (9,6 cm) (9,6 cm) (9,6 cm) (14,6 cm) (14,6 cm) (14,6 cm) (14,6 cm) fonema dizendo que eu posso ir ao Rio para buscar a minha filha. Só vou me conformar quando receber uma boa notícia — diz G ecilda Neves, mãe da menina, afirmando que sempre teve um bom relacionamento com a filha. — A nossa relação é boa, Sarah é muito amada e sentimos o mesmo da parte dela. CONTATO COM MORADOR DO RIO Aluizio Mamede, pai da jovem, contou que a filha vinha mantendo contato através da internet há pelo menos dois meses com uma pessoa do Rio, e acredita que a suposta fuga do aeroporto possa ter sido premeditada. — Acho que minha filha foi por conta própria ao encontro de alguém que conheceu pela internet, mas acredito que neste momento ela esteja sendo mantida em cárcere privado por esta pessoa. Estou tentando ser otimista e pensar positivo, mas estou preparado emocionalmente para qualquer notícia, seja boa ou ruim — diz o pai da jovem. Esta não é a primeira vez que Sarah some sem avisar a família. Segundo Inês Mamede, tia da jovem, ela já desapareceu em outras ocasiões: —Ela já teve alguns sumiços, mas sempre foram aqui em Fortaleza e as amigas sabiam onde ela estava. Dessa vez é diferente, porque além de ser em outro estado, ninguém sabe onde ou com quem ela está. A Fundação para a Infância e Adolescência fez um cartaz com a foto de Sarah para ajudar na localização dela. A jovem estava vestida com calça e jaqueta jeans, tênis bege e carregava uma mochila colorida quando sumiu. Informações podem ser enviadas para os telefones (21) 2286-8337 / 2334-8000 / 98596-5296, ou para o Disque-D enúncia no número 21 2253-1177. l ALTURA R$ R$ 3 cm 4 cm 5 cm 3 cm 4 cm 5 cm 7 cm 8 cm 4 cm 6 cm 7 cm 10 cm 1.125,00 1.500,00 1.875,00 2.250,00 3.000,00 3.750,00 5.250,00 6.000,00 4.500,00 6.750,00 7.875,00 11.250,00 1.518,00 2.024,00 2.530,00 3.036,00 4.048,00 5.060,00 7.084,00 8.096,00 6.072,00 9.108,00 10.626,00 15.180,00 2534-4333 • Para outros formatos consulte: , de 2ª a 6ª feira, das 8 às 20h. • Loja: Rua Irineu Marinho, 35, Cidade Nova, de 2ª a 6ª feira, das 9 às 18h. • Plantão final de semana / feriados: 2534-5501, Sábado, das 10 às 17h. Sábado, das 10 às 16h para demais dias. Domingo, das 16 às 19h. Pa amento à vista somente em dinheiro ou che ue. Nublado com chuvas Chuvas com trovoadas Geada PM é morto em tentativa de assalto no Cachambi Policial, que saía de casa para ir trabalhar e foi atingido por mais de dez disparos, deixa três filhos REPRODUÇÃO GUSTAVO CUNHA [email protected] Um policial militar morreu na manhã de ontem durante uma tentativa de assalto no Cachambi, na Rua Honório, por volta das 6h30m. Alvarani de Sousa Dutra, do 9º BPM (Rocha Miranda), era 2º sargento da Polícia Militar. Testemunhas contaram à polícia que a vítima viu um conhecido sendo assaltado e tentou reagir, já que estava com uma pistola, e houve tiroteio. Durante os disparos, Alvarani tentou se esconder em uma vila, mas se deparou com outros suspeitos armados. O agente foi atingido por mais de dez disparos. Ele era casado e deixa três filhos. Uma das filhas da vítima, Kelly Cristina Dutra, de 23 anos, disse querer a apuração do fato. — Meu pai estava com a marmita na mão. Ele iria para o Fórum de Madureira, onde faz um trabalho adicional. Ao que tudo indica, os bandidos reconheceram que ele era policial por causa da calça dele. Foi uma covardia o que fizeram. Meu pai era muito tranquilo — lamentou. Segundo a PM, “de acordo com informações do 3º BPM (Méier), na madrugada deste Vítima. Alvarani de Sousa Dutra domingo, um policial lotado no 9º BPM (Rocha Miranda) foi morto em uma tentativa de assalto. Ele estava saindo de sua casa no Cachambi, quando foi rendido por criminosos” . De acordo com moradores do bairro, assaltos são rotina na Rua Honório há cerca de dois anos. Alguns deixam de sair de casa por conta da insegurança. Uma padaria, por exemplo, alterou seus horários de funcionamento após sofrer dois assaltos numa mesma semana, recentemente. — No sábado, assaltaram a padaria às 9h. Na quarta-feira, quando o dono resolveu reabrir o estabelecimento, um grupo de bandidos entrou no lugar de novo — conta um morador, que pede para não ser identificado. — Está muito difícil viver aqui. Foi-se o tempo de tranquilidade neste bairro. Tenho medo até de ter filho, com essa situação. l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO Dos Leitores | oglobo.com.br/participe Eu-repórter l 11 | Das redes sociais facebook.com/jornaloglobo facebook.com/jornaloglobo DIVULGAÇÃO twitter.com/jornaloglobo REPRODUÇÃO “A invasão ocorre há pelo menos dois anos, mas agora está pior. Há pilhas de pneus, carros velhos, entulhos. Cadê a fiscalização?” ELZA FIÚZA | AGÊNCIA BRASIL Vera Marconi, sobre a apropriação da calçada, pelo morador de uma casa, na Avenida Irene Lopes, entre as ruas Cícero Barreto e Dr. Cássio Rothier do Amaral, em Itaipu, Região Oceânica de Niterói. A prefeitura diz que será aberto um processo administrativo na Secretaria de Ordem Pública para que o Departamento de Fiscalização de Postura realize fiscalização no local. | “Eles já têm memória muscular” “Intolerância, ódio, homofobia. Por um mundo de paz!” Gustavo Giovanella Em reality, personal trainers engordam para emagrecer com participantes Cartas e e-mails “Tá difícil encontrar um político verdadeiro” @josemarcelobh Alexandre Oliveira Suposto atirador jurou lealdade ao Estado Islâmico Em delação, Léo Pinheiro diz que campanha de Marina Silva teve caixa dois | As cartas, contendo telefone e endereço do autor, devem ser dirigidas à seção Dos Leitores. O GLOBO, Rua Irineu Marinho 35, CEP 20233-900. Pelo fax, 2534-5535 ou pelo e-mail [email protected] _ A PIOR CRISE a O Brasil atravessa a pior das crises: a falência da credibilidade das autoridades. Um princípio de liderança diz que o exemplo deve vir de cima. Um chefe só tem moral para exigir algo de subordinados se der o exemplo, ou seja, se cumprir aquilo que está exigindo. No nosso país, os maiores corruptos estão entre membros dos poderes, em especial, no Legislativo. Todos os dias sabemos de envolvimento de autoridades, que deveriam servir de exemplo, em situações desonestas. Como consequência, a sociedade passa a encarar esses fatos como normais, agindo com naturalidade ao se envolver em falcatruas. Vai ser difícil mudar esse cenário, pois não sabemos em quem confiar. GILBERTO PEREIRA RIO _ HOLOCAUSTO POLÍTICO a Políticos sentem vergonha? Têm consciência dos ilícitos praticados, das transgressões, ou ainda riem desavergonhadamente? Mas se o riso deles ainda não cessou em breve cessará. Os que riram e debocharam do Brasil e seu povo sofrido estão sendo exterminados, e os poucos que ainda riem em breve não rirão mais. MARCO ANTONIO PINTO REIS RIO _ a Depois das notícias bombásticas a que os brasileiros tiveram acesso, o que acontecerá? Com um sistema político falido, como será o recomeço? Será que estamos diante de um novo Brasil? Que os culpados continuem sendo punidos e a população possa ver uma luz no fim desse túnel negro que levou nosso país ladeira abaixo. Vamos continuar policiando e torcendo! ARMINDA ALBUQUERQUE RIO _ VÃO FALTAR ALGEMAS a O Legislativo foi composto por nossos votos, isto é, pela sociedade a que pertencemos e com gente com o mesmo DNA que temos. Assim foi, também, o Executivo. O Judiciário, indiretamente, idem. Ninguém discute que assaltante de cofres públicos deve ir para a cadeia. Mas esse clima que evolui para a escassez de algemas sugere GIL PORTELLA SANTOS RIO _ PETROBRAS FALIU SOZINHA JOSÉ ALVES DE FRANÇA RIO MEU PIRÃO... a Séculos de falta de justiça fizeram com que confundíssemos justiça com o que é bom para nós. Injusto é o que é ruim. Assim, vimos o fim do Ministério da Cultura ser atacado por artistas. Todos achávamos o número de ministérios exagerado, mas que se reduzam os dos outros. Cientistas querem o de Ciências e Tecnologia de volta. Dizem que sem ciências não existe Viagra. Deve ter orçamento pífio, também. Os pescadores devem fazer greve para ressuscitar o da Pesca. Sem pesca não existe salada de frutos do mar e o orçamento também era pífio. Políticos não querem perder votos, e o povo é quem paga, portanto... 250 ministérios. Meu pirão primeiro. OSWALDO CRUZ GRIBEL MAR DE ESPANHA, MG a Convido um parlamentar fichalimpa que queira liderar a formação de um frente para a extinção desta anomalia que é o foro privilegiado. É sabido que uma quantidade ínfima (5%) de casos é julgada no STF. Os demais acabam prescrevendo ou são esquecidos. Convido OAB e movimentos sociais a participarem. Recuso-me a crer que não haja senadores ou deputados que tenham ilibada conduta para assumir essa luta. Quem não deve não teme. HÉLIO ORLANDI RIO JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA BELO HORIZONTE, MG a Pesquisadores dos EUA tentam desenvolver órgãos humanos em animais, após manipulação genética com células-tronco humanas. O objetivo é fazer com que os animais se tornem fornecedores de órgãos para transplantes em humanos. Como as pesquisas são caras e demoradas, talvez fosse mais eficiente, mais rápido e menos custoso realizar ampla campanha nos meios de comunicação para incentivar que as pessoas sejam doadoras de órgãos. FLÁVIO GÜTTLER RIO _ _ LIÇÕES ENGANOSAS a É absurda a avalanche de requerimentos ao STF por quem tem foro privilegiado, levando-se em conta o número de ministros que integram a Corte. Os processos são formados e sorteados, cabendo a cada ministro sua relatoria, que não se resume a um simples sim ou não, mas ao seu convencimento, à profunda análise jurídica e à consulta jurisprudencial aos demais ministros. Vale notar a quantidade de laudas de cada voto, antes de o tema ser debatido em plenário. Então, para cobrarmos rapidez nos julgamentos seria necessário que se a Ora apresentam benesses que a regulamentação dos jogos de azar trarão ao país, ora alardeiam a abundante colheita de impostos com a legalização da maconha. Por trás dessas teses ilusórias estão espertalhões que não desistem de tentar ensinar que virtude e vício se confundem. Sêneca, um dos mais célebres intelectuais do Império Romano, nos ensinou a desprezar essas enganosas lições: “Os vícios são aprendidos sem mestre.” NARISH KEITH RIO _ DESRESPEITO a Não é possível que seja normal sermos perturbados, diariamente, com sucessivos telefonemas, inclusive nos fins de semana e a qualquer hora, com gravações ou representantes oferecendo serviços que, muitas vezes, já possuímos. O dia apenas começou e já recebi três ligações de companhia telefônica, todas com o mesmo propósito. A prática desse expediente e a omissão dos legisladores quanto a isso são um desrespeito ao cidadão. MARCIO AGUIAR RIO _ FARÓIS ACESOS a Em relação à carta do leitor Fran- cisco Estado (5/6), não só concordo como acrescento que num país com sol na maior parte do ano e do território, acender farol de dia não aumentará a visibilidade de outro veículo. Quem não vê um carro de dia na estrada nem deve dirigir. Mas há uma agravante, não sei se considerada. Ao acender o farol, na maioria dos carros a luminosidade do painel é reduzida, pois o sistema entende que estamos em área de baixa luminosidade, ou de noite. Dirigir ao sol sem termos os instrumentos legíveis é mais perigoso que com farol apagado. ALBERTO CHINICZ RIO _ ‘LEGADO’ OLÍMPICO a O prefeito Eduardo Paes deveria rever a contratação de empreiteiras responsáveis por essas obras ditas “legado olímpico”. Primeiro foi a ciclovia na Avenida Niemeyer. Agora, a duplicação do Elevado do Joá, que dez dias depois de inaugurado já apresentava um buraco de quase dois metros quadrados na saída do túnel, em São Conrado. E não podemos esquecer que, após a inauguração do BRT Transoeste, em 2012, as pistas não suportaram o trânsito e apareceram crateras. Tem algo de podre no reino da Dinamarca! FERNANDA FIGUEIREDO RIO _ ALIMENTAR POMBOS a Em nome de uma pseudoassepsia, aumenta-se o preconceito com uma ave que há muito o homem inseriu em solo brasileiro e agora quer se livrar dela a qualquer custo. Qualquer dejeto pode conter um fator patológico. É fato. Mas, ao que tudo indica, há exagero no que diz respeito aos pombos, pois se fosse tão perigoso todos os garis do Rio estariam contaminados, e também a minha mãe, uma idosa que há seis anos tem satisfação de alimentá-los na janela de seu quarto e que até agora, felizmente, só tem recebido um retorno positivo, inclusive uma interação difícil de imaginar. ROSANGELA MOTA PEIXOTO RIO _ ASFALTO RUIM a O carioca que circula pela Barra exclama impropérios impublicáveis, sempre que seu carro entra e sai de alguma cratera. O asfalto e a mão de obra são da pior qualidade. As principais avenidas parecem colchas de retalho: asfalto com colorações diferentes tapam os buracos, alguns já conhecidos e dos quais se desvia, e superfícies desniveladas. Prefeito, passe pela Linha Amarela e observe o que é um bom trabalho feito com asfalto. Pena que esse tapete esteja entre duas avenidas destruídas: a Brasil e a das Américas. ANTONIO SERGIO M. SANTOS RIO _ a Estranha como está sendo feita a obra de recapeamento nas avenidas Vieira Souto e Delfim Moreira, em Ipanema e Leblon: retiram uma camada maior de asfalto do que colocam, deixando perigosos desníveis, com tampões e bueiros mais altos. Vamos torcer para que dure pelo menos até a Rio-2016, o que não acredito, considerando o que estamos vendo no novo Elevado do Joá. ARNALDO GORIN RIO _ DESORDEM URBANA a Repete-se o clima festivo da inauguração do BRT, que logo depois virou BRTrem, com ambulantes, pregadores religiosos, pedintes, gente sem camisa, de sunga e pranchas, estações depredadas, pessoas invadindo pistas para não pagar passagem, uma bagunça. É o que vai acontecer com o VLT. É só aguardar. Bem-vindo, VLTrem! HUMBERTO CONTINENTINO NAGEL RIO Há 50 anos 13 de junho de 1966 CHICO CARUSO/6-1-2011 CONFERÊNCIA RIO+20: DIVERGÊNCIAS Encontro da ONU sobre desenvolvimento sustentável começou em 13/6/2011 no Rio. Barragens no país REPRESAS COM REJEITOS TÓXICOS Há 500 barragens com rejeitos: a maioria de mineração; as de restos industriais vêm depois. acervo.oglobo.globo.com a Ninguém foi responsável pela compra de Pasadena, ou pelo fracasso do Comperj, ou pela ruína da Rnest, ou pela destruição da Petrobras. O ex-presidente Lula; a presidente afastada, Dilma Rousseff; o presidente do Senado, Renan Calheiros; o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha; o senador Fernando Collor de Mello e tantos outros repetem continuamente que não sabiam de nada e que não participaram de qualquer esquema de corrupção. Percebemos que ninguém pode ser responsabilizado pelo colapso financeiro da maior estatal brasileira. Portanto, os delatores da Lava-Jato estão mentindo. A Petrobras se autogerenciou. TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS FORO PRIVILEGIADO Futuro do planeta DOIS ANOS SEM MARLENE, ‘A MAIOR’ A “favorita da Aeronáutica”, cantora morreu, aos 91 anos, no dia 13 de junho de 2014. _ _ _ Hoje no Acervo O GLOBO Era do Rádio aumentasse o número de ministros ou se reduzissem os beneficiários do tal foro privilegiado. exagero. Parece que alguns do Judiciário vieram de outra galáxia. Enquanto isto, toda a sociedade é punida, com a economia paralisada e esperando o dia seguinte. Musa da posse ‘PMDB: ATAQUE TEMERÁRIO’ Na charge, Marcela aparece entre Mantega e o marido, Michel Temer. Manifesto contra divórcio tem 300 mil assinaturas Salva menina com botão de sapato alojado no pulmão Depois da assinatura de Pelé, o manifesto contrário ao divórcio e a outros dispositivos referentes à família, contidos no projeto do Código Civil, ganhou ontem o apoio do General Dióscoro Gonçalves Vale, Comandante-Geral da PM mineira. O manifesto já foi assinado por 300 mil pessoas, entre elas, Ministro Juraci Magalhães, do Exterior; Governador Negrão de Lima, da Guanabara; Sr. Lino Sá Pereira, Procurador-Geral da Guanabara; Desembargador Rafael Monteiro, Presidente do TJ de São Paulo, e 19 desembargadores da Justiça paulista. Um botão de sapato foi aspirado pela menina Tânia Maria Teixeira Teles, de seis anos, indo alojar-se em seu pulmão esquerdo. Graças a uma operação de emergência praticada pelo médico Pinto de Castro no Hospital Moncorvo Filho, a menina escapou de morrer, tal como ocorreu há dias com o menino Temístocles de Carvalho, que teve a traquéia obstruída por uma tampa de caneta esferográfica. O botão foi retirado por meio de um broncoscópio. O médico teve de abrir a garganta da menina para facilitar-lhe a respiração e pô-la fora de perigo. 12 l O GLOBO Segunda-feira 13 .6 .2016 OGLOBO Tema em discussão | | Legalização do jogo para o país aumentar a arrecadação | Nossa opinião | | Outra opinião | Ideia danosa Façam as apostas contumaz o uso que se faz da liberação ideia. Obstinado no ideário de enfrentar a crise do jogo como moeda de troca em diver- fiscal sem recorrer a remédios amargos, duros sas demandas do país. Já foi oferecida mas necessários, o lulopetismo segurou-se na como antídoto contra o desemprego, possibilidade de combater a crise com mágicas, estímulo para desenvolver o turismo e até mes- um terreno fértil para propostas mirabolantes. E mo como ação para reduzir a criminalidade mesmo nos primeiros dias do governo do presi(neste caso, pela visão reducionista de que, ao se dente interino, Michel Temer, houve vozes do tirar uma atividade da clandestinidade, seus as- primeiro escalão defendendo o indefensável, pectos deletérios desapareceriam). sempre ao som do mesmo mantra dos supostos Num momento como este de descontrole or- benefícios, para os cofres públicos, da legalização çamentário (regado pelos equívocos do lulope- dos jogos de azar. tismo), que arrasta o Brasil para a mais grave criÀ parte a realidade de que cassinos e roletas se econômica de sua história, era alimentam redes de lavagem de dinheiro — o que, neste aspecto, faria previsível que também neste camA atividade a legalização, em lugar de abastecer po a jogatina chegasse ao balcão abastece os cofres do Estado, azeitar ainda de propostas salvacionistas. Não lavanderias de mais a já eficiente engrenagem clandeu outra. destina montada pelos chefes da O tema, com maior ou menor dinheiro, contravenção —, o jogo não pode insistência, é recorrente no Conestimula o ser analisado sem se levar em conta gresso, espaço de pressões. O endividamento seus outros elementos deletérios. lobby do jogo é conhecidamente Em si, eles são fonte de desequilíum dos mais atuantes no Legislae incrementa a brio para famílias, uma vez que dívitivo. De tal modo que, ao longo violência das de jogos são uma das mais nocidos anos, não se atravessou uma vas causas de endividamento. Há única legislatura sem que estivesse (como agora) em tramitação ao menos um ainda o grave aspecto criminal que o cerca: da projeto em favor da legalização de apostas e se- clandestinidade, os chefões que controlam as melhantes. Agora, a cantilena voltou a soar mais apostas no país recorrem a práticas violentas, à forte, cevada pelo argumento de que, liberada, a maneira das máfias internacionais (e, de resto, atividade carrearia para o caixa do Estado que- com elas mantêm ligações), para impor seu poder. A legalização do jogo é danosa em todos os brado um reforço substancial de arrecadação. No auge do colapso econômico da gestão Dil- aspectos, pois dela só se beneficiam os que o ma, ano passado, o canto da sereia chegou a em- controlam e seus prepostos, em especial os que balar ouvidos no Planalto. Pelo menos um minis- atuam junto às instituições para mudar as leis do tro, na época, aproximou-se de apadrinhar a país em favor dessa condenável atividade. l zinho arrecadou US$ 5 milhões em impostos oriundos do jogo. Enquanto isso, o Brasil recebe urante a década de 1940, os cassi- apenas 6 milhões de turistas, número bem abainos atraiam frequentadores que xo do seu potencial. Em Las Vegas, então, os núiam jogar e assistir aos shows. Foi a meros são estratosféricos. São milhares de visiépoca em que o glamour do Rio ga- tantes anuais, com um faturamento anual de binhou fama. lhões de dólares. O Cassino do Hotel Quitandinha levava a PeOs críticos da liberação argumentam que o jotrópolis visitantes, alavancando a atividade eco- go favorece a lavagem de dinheiro e o crime ornômica da cidade, assim como ocorria, por ganizado. Curiosamente, esses são problemas exemplo, em Poços de Caldas e Lambari. En- que, mesmo sem a liberação, vemos todos os diquanto ajudava a construir a imagem turística as nas páginas dos nossos jornais. Aliás, usando do país, o jogo era responsável por mais uma vez o Uruguai como 40 mil empregos diretos, quando a exemplo, lá as estatísticas de criA vocação população brasileira era de cerca minalidade são bem menores do turística de de 40 milhões de pessoas. A partir que as nossas. Aqui, temos um Esvários estados de 1946, com a proibição dos chatado paternalista, querendo nos mados jogos de azar, o Brasil viu conduzir. do Brasil desaparecerem não apenas esses Com uma taxa de desemprego levaria, com o postos de trabalho, como também de 10,2% da população ativa, não jogo, ao início podemos nos dar ao luxo de abrir muitos outros indiretos. Vale lemmão do jogo. A vocação turística brar que o país tinha, então, setenta de um ciclo de vários estados do Brasil facilicassinos em funcionamento. virtuoso taria, a curto prazo, a chegada de É preciso, entretanto, não perderinvestimentos, a construção de mos de vista o contexto histórico dos anos 40, marcados pelo moralismo, com o hotéis, ou seja, o início de um ciclo virtuoso. O que estamos esperando? A cada ano perdeEstado sendo um orientador dos costumes. Hoje, quase 70 anos depois, essa proibição mos milhões de empregos em nome de um prenão faz mais qualquer sentido. Abrir mão do jo- conceito sem sentido. Em pleno século XXI, já é go é abrir mão de um excelente instrumento de mais do que hora de deixarmos para trás os progresso. Para que possamos quantificar a nos- anos 40, pois o futuro não perdoa quem não resa perda, vale registrar que o Uruguai inaugurou conhece o momento de mudar. l em Rivera um novo cassino, com investimento de US$ 33 milhões, expandindo seu potencial Pedro Fernandes é deputado estadual (PMDB) e turístico. Só na última alta temporada nosso vi- presidente da Comissão de Orçamento da Alerj É PEDRO FERNANDES D DENIS LERRER ROSENFIELD Mentalidades Brasil vive um processo particularmente complexo de transição de uma mentalidade patrimonialista, “aprimorada” em seu caráter bolchevique graças aos governos petistas, para uma mentalidade moderna, própria de um Estado em que começa a vigorar o império da lei. Ou seja, estamos presenciando uma difícil transição do governo de uma classe política acostumada a manipular leis e instituições, como se estas devessem estar a seu serviço e proveito, para um governo ancorado em instituições, cujo validade transcende à ação direta dos políticos. As gravações do ex-senador Sérgio Machado com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney são, neste sentido, particularmente ilustrativas. Com efeito, elas exibem intenções e tentativas de manipulação das leis e instituições, como se ações junto a ministros e juízes fossem de natureza, por si sós, a alterarem todo um processo judicial. De fato, estavam e estão acostumados a um tipo de comportamento que se espelha em uma concepção patrimonialista, como se a coisa pública não estivesse a serviço da coletividade, mas de seu proveito próprio e pessoal. Não se trata, aqui, somente da questão de se tal comportamento configura ou não um crime determinado como obstrução de Justiça, mas de um tipo de atitude que se pauta, como se fosse seu direito próprio, em considerar leis e instituições como se pudessem ser modificadas a seu bel-prazer. Mais especificamente, habituaram-se à impunidade como se as leis a eles não se aplicassem. Espantam-se com o que O está acontecendo, pois não perceberam que o país está mudando, e esta mudança está fortemente ancorada em uma sociedade que está dando um basta a esta mentalidade. Caberia aqui uma observação relativa ao suposto “patrimonialismo” petista. Lê-se frequentemente, inclusive em intelectuais de esquerda, que o PT teria incorrido nas práticas dos partidos políticos tradicionais, como se, em sua pureza, ele tivesse sido seduzido pelo atraso. Os petistas procuram se desresponsabilizar do que fizeram, dizendo ter feito somente mais do mesmo. Igualam-se para se eximirem de sua própria culpa. Tal posicionamento tem ainda o objetivo de manter a pureza da ideia de esquerda, como se esta pudesse simplesmente ser recuperada sem nada reconhecer de feito próprio. Ora, a corrupção petista é fruto do aparelhamento partidário do Estado, com o intuito de, progressivamente, levar a cabo uma transformação socialista da sociedade brasileira. Ela é bolchevique. Para eles, esse aparelhamento e a sua corrupção seriam meros meios de uma progressiva mudança revolucionária. Ou seja, a corrupção, para além dos benefícios pessoais, seria um instrumento de captura da sociedade e de controle, para isto, de seus meios de comunicação privados. Nesta perspectiva, a corrupção petista, de caráter político revolucionário, inscreve-se na tradição patrimonialista para dela tirar proveito. A corrupção e o aparelhamento partidário do Estado pertencem à própria ideia de esquerda, fazem parte de sua essência. O que é particularmente interessante no cenário político atual é a clivagem estabelecida entre a sociedade Fale com O GLOBO PRESIDENTE Roberto Irineu Marinho VICE-PRESIDENTES João Roberto Marinho - José Roberto Marinho _ OGLOBO é publicado pela Infoglobo Comunicação e Participações S.A. DIRETOR - GERAL: Frederic Zoghaib Kachar _ DIRETOR DE REDAÇÃO E EDITOR RESPONSÁVEL AGÊNCIA O GLOBO DE NOTÍCIAS Venda de noticiário: (21) 2534-5656 Banco de imagens: (21) 2534-5777 Pesquisa: (21) 2534-5779 Atendimento ao estudante: (21) 2534-5610 PUBLICIDADE Noticiário: (21) 2534-4310 Classificados: (21) 2534-4333 MARCELO Corrupção petista, de caráter político revolucionário, inscreve-se na tradição patrimonialista para dela tirar proveito e a classe política. A primeira se caracteriza por valores não patrimonialistas, exigindo de seus representantes um comportamento condizente com a proteção pública dos recursos públicos. Não mais admite que os recursos da saúde, da educação, do saneamento, da habitação, entre outros, sejam drenados pela corrupção, desviados de seus objetivos específicos. Ela abomina o fisiologismo, a barganha de cargos e todo esse espetáculo explícito de negociação ou de negociatas de posições, emendas e ou- Geral e Redação (21) 2534-5000 Jornais de Bairro: (21) 2534-4355 Missas, religiosos e fúnebres: (21) 2534-4333. Plantão nos fins de semana e feriados: (21) 2534-5501 Loja: Rua Irineu Marinho 35, Cidade Nova International sales: Multimedia, Inc. (USA). Tel: +1-407 903-5000 E-mail: [email protected] tras benesses em detrimento do bem público. Para isto, foi às ruas e criou as condições do impeachment. A sociedade brasileira não se deixou corromper, e talvez seja este o nosso maior ativo, um patrimônio propriamente nacional. Ela clama, portanto, por um novo Estado, livre do patrimonialismo histórico brasileiro e de sua vertente petista. Ela já efetuou uma mudança de mentalidade, que não ocorreu ainda na classe política, que dela fica a reboque. A operação Lava-Jato, por sua vez, é a expressão desta nova mentalidade que já opera no nível propriamente estatal. Ela começa a fazer valer o governo das leis e instituições, resgatando a ideia propriamente republicana de coisa pública. Sua tradução mais imediata é a punição de poderosos, daqueles que viviam à margem da lei, Classifone (21) 2534-4333 Relacionamento com o Assinante: www.portaldoassinante.com.br ou pelos telefones 4002-5300 (capitais e grandes cidades) e 0800-0218433 (demais localidades), de 2ª a 6ª feira, das 6h30m às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 12h Twitter: @falecom_OGLOBO. Facebook: facebook.com/clubeoglobo Assinatura mensal com débito automáti- desrespeitando as instituições e considerando a coisa pública como se fosse privada. A impunidade, graças a ela, está sendo progressivamente abolida, trazendo agentes políticos e empresariais às suas respectivas culpas e responsabilidades. Tudo isto, evidentemente, surpreende, precisamente por revelar o surgimento de uma nova mentalidade em um setor da burocracia estatal, no caso no Judiciário, no Ministério Público e na Polícia Federal. A sociedade se sente na Lava-Jato representada. Na verdade, esta não teria condições de ser bem-sucedida se não contasse com esse imenso apoio social. O país se modernizou socialmente. Goza de uma ampla liberdade de expressão, com jornais independentes, investigativos e de opinião, em linhas gerais em defesa do avanço da democracia. Para todos os efeitos, não se trata de um movimento social dirigido contra um partido determinado, mas de afirmação de novos valores e princípios, voltandose contra qualquer partido que não seguir esses novos valores. Ontem o PT foi o foco principal, hoje é o PMDB, talvez amanhã seja o PSDB ou qualquer outro partido. A moralidade pública tornou-se um princípio da sociedade, e esta exige que a classe política se paute por este novo padrão político. A ética na política é atualmente um bandeira social. Exige a prudência que a classe política e o novo governo entrem em sintonia com uma sociedade portadora de uma nova mentalidade. l Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul Para assinar (21) 2534-4315 ou oglobo.com.br/assine co no cartão de crédito, ou débito em contacorrente (preço de segunda a domingo), para RJ/MG/ES: normal, R$ 125,66; promocional, R$ 89,90 VENDA AVULSA/Estados Dias úteis: RJ, MG e ES: R$ 4,00; SP e DF: 4,00; demais estados: 5,50; Domingos: RJ, MG e ES: R$ 5,00; SP: R$ 5,50; DF: 7,00; demais estados: 10,00 Carga tributária federal aproximada de 20% ATENDIMENTO AO LEITOR De 2ª a 6ª feira, das 6h30m às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 12h, Tel: (21) 2534 5200 oglobo.com.br/faleconosco O GLOBO é associado: ANJ - IVC - GDA - SIP - WAN Ascânio Seleme EDITORES EXECUTIVOS Chico Amaral, Paulo Motta e Silvia Fonseca _ Rua Irineu Marinho 35 - Cidade Nova - Rio de Janeiro, RJ CEP 20.230-901 Tel: (21) 2534-5000 Fax: (21) 2534-5535 _ Princípios editoriais do Grupo Globo: http://glo.bo/pri_edit a EDITORES - País: Alan Gripp - [email protected] Rio: Rolland Gianotti - [email protected] Economia: Flávia Barbosa - [email protected] Mundo: Sandra Cohen [email protected] Sociedade: William Helal [email protected] Segundo Caderno: Fátima Sá - [email protected] Esportes: Márvio dos Anjos - [email protected] Fotografia: Claudio Versiani - [email protected] Arte: Rubens Paiva - [email protected] Opinião: Aluizio Maranhão - [email protected] Acervo e Qualificação: Gustavo Villela - [email protected] a SUPLEMENTOS - Boa Viagem: Léa Cristina - [email protected] Rio Show: Inês Amorim - [email protected] Ela: Renata Izaal - [email protected] Revista O GLOBO: Ana Cristina Reis - [email protected] Bairros: Milton Calmon Filho - [email protected] Site: Eduardo Diniz - [email protected] Videojornalismo: Roberto Maltchik - [email protected] Desenvolvimento de Plataformas: Maíra Carvalho - [email protected] a SUCURSAIS - Brasília: Sergio Fadul - [email protected] São Paulo: Aguinaldo Novo - [email protected] O GLOBO Segunda-feira 13 .6 .2016 l 13 OGLOBO PAULO GUEDES _ Onde o povo está P or que nunca antes, em qualquer lugar do mundo, houve um programa de combate à inflação que durasse décadas? Por que estaríamos condenados à mais longa sequência de bilionários escândalos políticos da História? “Enormes somas passando pelas mãos do Estado”, diria Marx. “Impunidade”, diriam Barbosa e Moro. “Faltou a dimensão fiscal”, diria o Prêmio Nobel em Economia de 2011, Thomas Sargent. Estariam todos certos. A ininterrupta escalada dos gastos públicos como porcentagem do PIB foi um problema estrutural herdado do antigo regime militar e agravado por sucessivos governos de uma obsoleta social-democracia, que lubrifica fisiológicas alianças com o descontrole de gastos. Foi essa falta de compromisso com o controle dos gastos públicos o calcanhar de aquiles de todos os nossos programas de estabilização. Levando sempre ao aumento dos juros e à elevação dos impostos na tentativa de frear a aceleração inflacionária, derrubou investimentos e nossa dinâmica de crescimento a longo prazo. A corrupção na política e a armadilha do baixo crescimento na economia são as duas faces de um governo central hipertrofiado e disfuncional. A proposta de emenda constitucional para o con- trole dos gastos públicos federais é fundamental para escaparmos a essa armadilha. As degeneradas práticas políticas sob investigação da Lava-Jato estão também associadas à concentração de poder no Executivo federal, à hipertrofia da engrenagem estatal e à centralização administrativa. São legítimas as ampliações de gastos de uma democracia emergente em saúde, educação e A implementação descentralizada das políticas públicas é uma exigência e também uma garantia de serviços mais eficientes RAUL VELLOSO Para viver às próprias custas P or envolver uma mistura de aspectos conjunturais e estruturais, o tema das dívidas estaduais tem recebido tratamento inadequado. O fato é que, tanto a União como os estados tiveram de lidar com a brutal queda de receita que a maior recessão de nossa história lhes causou, sem dispor dos instrumentos de ajuste que só o setor privado detém. Ao mesmo tempo, cabe enfrentar um problema financeiro estrutural que vem se agravando nas contas estaduais, e que se manifesta pela inviabilidade de eles continuarem pagando o serviço da dívida renegociada nas bases estabelecidas mais recentemente pela União. No setor privado, sabe-se o que ocorre nas recessões: demissões, reestruturações etc. É a lei da sobrevivência. O espaço para demitir pessoas no setor público é, contudo, mínimo. Aumentar impostos em épocas como a atual cheira a suicídio político. O Banco Central tende a financiar os déficits da União inicialmente emitindo moeda, e depois procura enxugar a liquidez adicional via títulos de curtíssimo prazo para não pagar juros escorchantes. Num segundo momento, a União apresenta um programa de ajuste para compensar o aumento da dívida pública. Sem essa válvula de financiamento, os estados, que se tornaram meros departamentos financeiros subordinados à União (veja mais sobre isso em raulvelloso.com.br), correm atrás de receitas extraordinárias e adiam pagamentos, na esperança de que a recessão acabe logo. O Estado do Rio teve o efeito adicional da forte queda do preço externo do petróleo, que reduziu outra fonte importante: os royalties. Daí deter o maior buraco financeiro do momento. Assim, da mesma forma que o Banco Central foi chamado a emitir moeda para financiar os déficits primários gigantescos da União em 2015 (R$ 117 bilhões) e o que se projeta para 2016 (R$ 170 bilhões), algo análogo terá de ser feito como forma de dar tratamento isonômico aos entes subnacionais. E também para evitar uma total desorganização das respectivas administrações. Se a União os colocou num cercado em que comanda todos os seus atos financeiros relevantes e toma uma plêiade de decisões que atinge frontalmente seus orçamentos — tais como o recente reajuste do teto do STF ou o aumento do piso dos professores —, não pode deixar de socorrê-los do furacão devastador causado pela gestão Dilma Rousseff, e deve, obviamente, explicar tudo isso à sociedade. ANDRÉ MELLO ALFREDO GUARISCHI R Além de não poderem inclusive tocar nas receitas cativas transferidas aos respectivos Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Defensoria Pública, ou mexer nos gastos vinculados à educação, saúde etc, o que resta é pouco. Ao final, os estados são instados a atrasar, sistematicamente, pagamentos de salários, aposentadorias e outros dispêndios críticos, que abocanham a quase totalidade de seus orçamentos, algo que já vem ocorrendo, e que a União, graças à “maquininha do BC”, não precisou fazer. Há pouco, viu-se, no Rio, que o IML parou pela segunda vez de receber cadáveres, e é dramática a imagem de velhinhos na TV mostrando longas prescrições de remédios que não conseguem mais pagar por não receberem em dia. A saída óbvia é dispensar os estados de efetuar o pagamento do serviço da dívida à União em 2016 e 2017, admitindo dois anos de recessão brava, e aproveitar para corrigir a inviabilidade do último esquema de renegociação de dívidas efetuado em 1998-2000, que, entre outras coisas, exige um pagamento mensal da ordem de 13% das receitas estaduais, algo que, na prática, se mostrou inviável. Cabe, agora, recalcular a dívida estadual com essa carência e no mesmo prazo original (ou seja, não deve haver extensão de prazo), com Tabela Price e juros compostos de IPCA mais 4% (algo já de consenso), mas admitindo um pagamento máximo de anteriores. Ou seja, não havia um vínculo com o projeto de governo. Enquanto Lula manteve esse time, as coisas funcionaram. O problema é que a política adotada naqueles anos não tinha nada a ver com o partido. Quando o PT começou a dar as cartas, em meados da década, o barco do país começou a desandar — e, quando assumiu de vez o controle, o barco naufragou. Treze anos depois, o que tínhamos no começo de 2016? Falta de liderança, de equipe, de projeto e de rumo. A ideia de que as experiências de FHC e de Lula/Dilma se igualam é um completo equívoco. Insisto para que o leitor faça os devidos paralelos. De um lado, o que temos? Ex-autoridades que podem ir a qualquer lugar, têm seu papel reconhecido e formaram um elenco estelar de craques que honrariam qualquer equipe. E do outro? Um exministro da Fazenda que teve que sair do governo duas vezes por fatos que não conseguia explicar; outro que não consegue sair para a rua sem passar por constrangimentos por ter levado o país à maior crise da sua história; uma penca de membros do “alto generalato” partidário espalhados pelas prisões do país; e o vazio mais absoluto. Liderança, equipe, projeto, rumo. Havia no passado; deixou de haver depois. Em momentos em que o país precisa reencontrar o caminho do progresso, é bom estabelecer as diferenças. A formação da equipe de Temer, nesse sentido, dá espaço para recuperar certo otimismo. l Fabio Giambiagi é economista Alfredo Guarischi é médico serviço da ordem de 6% das receitas, segundo meus cálculos (para reconhecer a dificuldade estrutural), e não os 13% anteriores. Chega-se, então, ao novo estoque, abaix o do atual em x% e variando conforme o caso. Até poderíamos jogar o problema para debaixo do tapete. Só que os mercados sabem que ele existe, e colocam esse efeito em seus cálculos. O importante é condicionar qualquer socorro à adoção de políticas que, em conjunto com as que a União já está preparando, ponham um ponto de parada na evolução futura da razão dívida pública total/PIB. Sugiro a leitura de minha proposta de remanejar recursos dos orçamentos estaduais, via um fundo de estabilização previdenciária, na minha página da internet anteriormente referida. Temo que o governo aceite enfrentar o financiamento do buraco pelo caminho acima sugerido, mas empurre para a frente o problema estrutural da dívida mal dimensionada, por temer uma repercussão negativa do tipo: “Estão mais uma vez perdoando dívida de gastadores” etc. Entendo, contudo, que estamos diante de uma oportunidade única de preparar os entes subnacionais para uma nova etapa em que, sujeitos a salvaguardas, possam se libertar do paternalismo da União à custa de assumir a responsabilidade de viver às próprias custas. l Raul Velloso é economista Os pingos nos is V Risco real e percebido isco aceitável é o que vale a pena. Viajar de avião ou ser operado são missões que podem ser cumpridas de forma segura, porém o desfecho exato será conhecido a posteriori. Variando o contexto — viajar no Oriente Médio ou cirurgia de urgência —, a imprevisibilidade aumenta. A segurança não é um termo matemático: “Quantos quilos de risco é aceitável?” A percepção incorreta do risco deve-se à falta de informações, de experiência ou por interferências externas. Não há custo em segurança, e sim investimento, mais barato que o acidente. Também não há acidentes sem precedentes, pois diversos fatores contribuem para sua gênese e inexiste uma causa raiz. Cada fator tem sua dinâmica, inter-relacionamentos e linha de tempo. Todos têm importância, mas alguns parecem ter maior relevância, porém, isoladamente, não causariam o evento adverso; deve-se buscar entender não apenas quem estava envolvido, mas por que e como o fato se desenvolveu. Atribuir ao acaso um acidente é uma forma simplista de não se aprofundar na análise da sua dinâmica. Um ato terrorista não é um acidente. Em Bruxelas, após o atentado ao aeroporto, emitiu-se um alerta para fechar o metrô. Usaram o e-mail errado. Falhou a comunicação. DesNão há a acidentes sem consideraram experiência do precedentes, massacre de Papois diversos ris, ocorrido quatro meses fatores antes. Os rescontribuem ponsáveis belgas pela segurança para sua foram questiogênese nados por menosprezarem as ameaças conhecidas e não terem treinado contingências para mitigar as consequências de atos terroristas. O treinamento com foco na missão cria sinergismo, mitiga o conflito nas relações humanas e desenvolve o significado de decisão compartilhada — um por todos, todos por um! Esse modelo de treinamento diminui o distanciamento entre a alta gestão (estratégica) e o profissional operacional (no “olho do furacão”), contribuindo para a liderança situacional diante da incerteza — na qual o operacional assume o controle e é seguido pela equipe, não sendo sua atitude confundida como desvio de protocolo ou insubordinação. Katzenbach e Smith, no livro “A virtude das equipes”, afirmam que “equipes não buscam o consenso, mas a melhor resposta”, e atribui-se ao talentoso jogador de basquete Michael Jordan a frase “Talento ganha jogo, mas trabalho de equipe e inteligência ganham campeonatos”. A avaliação do risco na guerra contra o terrorismo globalizado está em sua infância, mas, nesse contexto, os órgãos de segurança pública brasileiros vêm realizando treinamentos intensos e contínuos. O sistema de saúde pré-hospitalar, com os bombeiros à frente, estão bem treinados. Mas o final da linha é nos hospitais, cujos gestores públicos deveriam promover mais treinamentos dos times multidisciplinares — equipes —, dessa forma diminuindo a distância entre o risco percebido e o real. l FABIO GIAMBIAGI olto aqui a lidar com as questões nacionais. Não tenho procuração para defender a gestão FHC. Embora tenha exercido uma função subalterna no governo dele em 1995, seria despropositado me considerar parte da sua equipe. Feito o esclarecimento inicial, o leitor que porventura tiver acompanhado meus artigos nos últimos 20 anos sabe da minha identificação com as políticas implementadas por FHC, cujo governo defendi, sem ter me furtado na época, entretanto, a criticar a política fiscal implementada até 1998. Além disso, estou ligado, por comunhão de ideias e vínculos de amizade, a boa parte das pessoas que ocuparam posições de destaque na equipe econômica naqueles anos. Por isso, incomoda-me a postura falsamente neutra que tende a colocar no mesmo nível a gestão de governo 1995-2002 com o que aconteceu depois. Ao dizer isto, quero ressaltar o papel que uma boa equipe, competente e honesta representa para o desempenho de um governo. Só para citar os casos mais conhecidos, vou lembrar nomes cujo espírito público, dedicação ao trabalho e qualidade técnica seriam reconhecidos em qualquer burocracia pública das mais avançadas do mundo: Malan, Gustavo Franco, Arminio Fraga, Amaury Bier, Bacha, Lara Resende, Mendonça de Barros, Pérsio Arida, Gustavo Loyola, Murilo Portugal, E. Amadeo, Eduardo Guimarães, Fabio Barbosa, Eduardo Guardia, Martus Tavares, Pedro Parente, Guilherme Dias, Reichstul, Francis- previdência. É meritória a democratização dos orçamentos públicos com programas de transferência de renda. Mas a implementação descentralizada das políticas públicas é uma exigência e também uma garantia de serviços mais eficientes. Controles locais, menos corrupção. O povo vive nos estados e nos municípios, e não em Brasília. O dinheiro da saúde, da segurança, do saneamento e da educação precisa ir aonde o povo está. A reforma administrativa do Estado para enxugamento radical do número de ministérios e descentralização de recursos fiscais para estados e municípios, apoiada por um pacto federativo, torna possível essa troca de eixo na sustentação parlamentar e na gestão dos recursos públicos. l co Gros, Elena Landau e os diretores do Banco Central naqueles anos fariam bonito em qualquer país. Todos se destacaram no governo FHC; todos tinham um nome profissional prévio; todos saíram da função pública sem maiores problemas quando as circunstâncias assim o requereram, dando mostras de que não tinham interesse no cargo em si — e todos voltaram à planície e continuaram se destacando nas suas respectivas áreas. Ainda que com todos os problemas de um país difícil de governar e com as tensões inerentes a qualquer grupo — administradas com maestria por FHC —, eles deram uma colaboração decisiva para vencer a hiperinflação, revezaramse para “tocar o barco” durante oito anos, legaram um país com a economia essencialmente estabilizada — noves fora a bagunça de 2002, associada às estripulias da campanha eleitoral — e depois foram cuidar da vida, com pleno sucesso. Eles tinham o sentimento de ajudar o país, senso de pertencimento a uma equipe e cumpriram com zelo a sua missão. Eram anos em que havia liderança, equipe, projeto e rumo. O que veio depois? Aqui é preciso fazer uma distinção. Na equipe de Lula em 2003 e nos primeiros anos, havia nomes com algumas daquelas características: Henrique Meirelles, Joaquim Levy, Marcos Lisboa, Roberto Rodrigues e a ótima equipe de diretores do Banco Central. Eles tinham dois denominadores em comum: 1) a competência; e 2) a ausência de identificação com o PT ou com as ideias por este defendidas ao longo dos 20 anos 14 l O GLOBO l Rio l Segunda-feira 13 .6 .2016 Com dois anos de atraso, terceiro piscinão é inaugurado RIO10,8° DOMINGOS PEIXOTO Paes alerta que enchentes só terminarão após desvio do Rio Joana MÁRCIA FOLETTO MARCO STAMM [email protected] O reservatório de águas pluviais da nova Praça Varnhagen, na Tijuca, com capacidade para 43 milhões de litros de água, foi inaugurado ontem. É o terceiro “piscinão” do Programa de Controle de Enchentes da Grande Tijuca, que só deve ser concluído em julho, quando terminarem as obras de canalização e de desvio do Rio Joana. Toda a obra custará R$ 460 milhões. O Rio Joana, que foi desviado da Praça da Bandeira, passará por baixo do Morro da Mangueira e da Quinta da Boa Vista, desaguando na Baía da Guanabara. Cerca de 90% dos trabalhos já foram executados. No entanto, antes do término da canalização do rio não é possível garantir o fim de enchentes na região, como a que aconteceu em março. — A garantia que eu tenho dos técnicos de drenagem, repito, eu não sou um, é que, estando tudo pronto, isso não vai encher mais, mas quando a obra do Rio Joana estiver concluída — afirmou o prefeito Eduardo Paes. Além do piscinão da Praça Varnhagen, já foram inaugurados os reservatórios da Praça da Bandeira e da Praça Niterói. Juntos, eles têm capacidade para armazenar 119 milhões de litros de água, número 42,3% menor do que os 281 milhões planejados inicialmente. A obra teve atraso de 25 meses na entrega, prevista para maio de 2014, ainda para atender à Copa do Mundo, de acordo com os contratos Frio e ressaca. Homem se protege do vento na orla da Zona Sul Cidade bate recorde de frio este ano Onda alcançou ciclovia do Leblon e deixou um buraco na orla RODRIGO BERTHONE Piscinão. Reservatório inaugurado na Praça Varnhagen pode armazenar 43 milhões de litros originais arquivados no Tribunal de Contas do Município. — Eu diria que está muito mais atrasada, porque desde que o Rio é Rio a gente sabe que alaga tudo isso aqui. Então, está muito mais atrasado do que desde a Copa — disse Paes. CUSTO SERÁ 48% ACIMA DO PREVISTO O custo final dos três reservatórios e do desvio do Rio Joana será de R$ 460 milhões, um valor 48% acima dos R$ 310 milhões estimados inicialmente para os 281 milhões de litros, conforme consta nos contratos. — A gente está implantando um sistema que é o recomendado. Teve al- gumas mudanças ao longo do projeto, em razão até de desapropriações, e essas mudanças atenderam àquilo que os técnicos determinaram — disse o prefeito. Do projeto inicial, já está descartada a construção do piscinão no Grajaú. Já o reservatório da Rua Heitor Beltrãodeverá ter o projeto concluído e licitado ainda este ano. Junto com o piscinão, foi entregue ontem a reforma da Praça Varnhagen. Ela foi reurbanizada e passa a contar com parquinho infantil, área para ginástica, mesas de jogos e fraldários. Na próxima semana, deve ser instalada uma academia da terceira idade no local. l [email protected] A cidade do Rio registrou, na noite de sábado, recorde de frio no ano. Os termômetros marcaram 10,8°C no Alto da Boa Vista, às 22h30m, de acordo com o sistema Alerta Rio, da prefeitura. O recorde anterior era de 11,3°C, registrado às 5h de sexta-feira, no mesmo bairro. Além de derrubar a temperatura, a frente fria que chegou ao Rio veio acompanhada de ressaca na orla da cidade. Na madrugada de ontem, grandes ondas foram registradas na praia do Leblon: a água alcançou a ciclovia, e um buraco chegou a aparecer próximo às obras dos novos quiosques. No sábado, o Centro de Hidrografia da Marinha registrou uma onda de 6 metros na Baía de Guanabara. Segundo o Instituto Climatempo, ondas fortes ainda devem atingir a orla do Rio até a noite de hoje. A Marinha recomenda que seja evitado o banho de mar em áreas que estejam em condições de ressaca. Os frequentadores da orla também devem seguir as orientações das equipes do Corpo de Bombeiros, e não é recomendado que pescadores naveguem durante o período de ressaca. l Hoje na web oglobo.com.br/rio l RIO 2016: Saiba tudo sobre a preparação para as Olimpíadas. oglobo.com.br/rio/rio-2016 l ZIKA: As verdades e as mentiras sobre a doença http://glo.bo/1QfTAEH Saiba como colaborar com o conteúdo do GLOBO. oglobo.globo.com/rio/ saiba-como-colaborar-comconteudo-do-jornal-globo-peloaplicativo-whatsapp-15952193 l WHATSAPP: l EU-REPÓRTER: Envie seu flagrante. Ele pode virar notícia. oglobo.com.br/participe l TWITTER: Siga as notícias de Rio no microblog. twitter.com/OGlobo_Rio l FACEBOOK: Confira as notícias do GLOBO na rede social. www.facebook.com/jornaloglobo l GOOGLE+: Acompanhe perfil do GLOBO. o l O GLOBO NO CELULAR: Confira as notícias de Rio onde você estiver. oglobo.mobi/rio. acesse 140 SÃO JOÃO DO MERITI (SHOPPING GRANDE RIO) Estrada Antonio Sendas, 111 SHOPPING VIA PARQUE Av. Ayrton Senna, 3.000 AMÉRICAS SHOPPING Av. das Américas, 15.500 acesse 140 JACAREPAGUÁ (PREZUNIC CENTER) Estr. Marechal Miguel Salazar Mendes de Moraes, 906 MADUREIRA SHOPPING Estrada do Portela, 222 TIJUCA Rua Conde de Bonfim, 604 ITABORAÍ SHOPPING Rod. Gov. Mario Covas, BR 101, KM 205 Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO Economia HERMES DE PAULA HERMES DE PAULA Mercado de combustíveis l 15 Restituição do IR PÁG. 17 PÁG. 18 IPIRANGA COMPRA REDE ALE POR R$ 2,1 BI DINHEIRO EXTRA PARA ACERTAR AS CONTAS Distribuidora do grupo Ultrapar se consolida como segunda maior do país e reforça presença no Nordeste Devolução de imposto pode ajudar a pagar dívidas, dizem analistas. Jorge Henrique Silva (foto) vai quitar financiamento INFRAESTRUTURA R$ 500 bilhões em projetos _ Programa de parcerias de Temer prevê campos de petróleo, portos, aeroportos, ferrovias e rodovias PAULO FRIDMAN/BLOOMBERG NEWS/23-7-2015 GERALDA DOCA [email protected] DANILO FARIELLO [email protected] -BRASÍLIA- Na tentativa de atrair o setor privado e ge- rar empregos, o governo do presidente interino Michel Temer está correndo para fechar a carteira de projetos do Programa de Parceiras e Investimentos (PPI), batizado de Crescer, com valores estimados em R$ 500 bilhões para os próximos dois anos. A principal estrela do portfólio é a área de petróleo e gás, com ênfase na exploração do présal: serão 20 projetos, considerando estudos em andamento, com perspectiva de investimentos de US$ 120 bilhões (R$ 408 bilhões). São campos em alto mar, na altura do Estado do Rio, com projeções para criar 11 mil postos de trabalho diretos e outros 195 mil indiretos em toda a cadeia, segundo dados da secretaria responsável pelo programa. Também vão migrar para o programa as concessões no setor de infraestrutura, que foram lançadas pelo governo do PT no chamado Programa de Investimentos em Logística (PIL), mas com uma nova roupagem, regras menos intervencionistas e maiores taxas de retorno para os investidores. Ao todo são 19 rodovias, incluindo cinco novos trechos, e mais seis renovações (Nova Dutra, nova subida para Petrópolis e a chamada Rodovia do Aço), com investimentos estimados em R$ 49 bilhões. No setor aeroportuário, a novidade é a concessão de Cuiabá (MT), que não fazia parte da terceira rodada de privatização (Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis). Entre as ferrovias, terão prioridade as linhas Transnordestina, NorteSul e a chamada Ferrogrão, entre Lucas do Rio Verde (MT) e o Porto de Miritituba (PA). O programa contempla, ainda, três renovações com América Latina Logística (ALL); MRS Logística S.A e VLI. PREVISÃO DE US$ 228 BI EM ROYALTIES E IMPOSTOS Também farão parte do portfólio 50 áreas em portos, sendo seis no Pará, novas áreas em Santos, mais arrendamentos e terminais de uso privado. No setor de energia, o projeto mais avançado é a licitação da distribuidora goiana Celg, com previsão de R$ 5 bilhões de investimentos. Outros ativos poderão entrar na lista de projetos. Uma equipe de 15 pessoas, somando técnicos e especialistas de diversas áreas, agências reguladoras e do mercado, participa de força-tarefa para identificar as travas de cada projeto e os problemas de marco regulatório. Licitações marcadas foram suspensas e serão relançadas dentro de uma nova concepção, como foi o caso das seis áreas no porto do Pará. A ordem é passar um pente fino nos estudos de concessão já realizados, a fim de identificar se todas as recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) foram acatadas e acelerar os novos. A força-tarefa criada para destravar as concessões já apontou problemas em estudos ou editais de vários projetos que estavam em anda- Gargalo logístico. Caminhões em fila para entrar no Porto de Santos. Áreas no terminal e no Pará estão nos 50 projetos do setor que o governo pretende levar a leilão mento. Entre eles estão rodovias como a BR-364 (GO-MG); BR-476 (PR-SC); BR-364/060 (MTGO) e BR-163 (MT-PA). Entre as alternativas propostas estão revisão de tarifas, mudanças em prazos para aumento de investimentos e inclusão de novos riscos nos projetos. Além disso, os estudos da BR 101 (RJ, BA, SC) terão de ser revistos em função de prazos. Na concessão de ferrovias, os técnicos apontam a necessidade de resolver o problema da travessia do Parque de Jiamanxin para tirar do papel a Ferrogrão e acertar a modelagem econômica para renovar contratos com concessionários atuais. Na nova rodada de privatização dos aeroportos, os investidores deverão ser dispensados de construir a segunda pista de Salvador, em área de dunas. Também será preciso resolver o problema do acesso ao aeroporto de Florianópolis por causa de uma área de mangue próxima. Para os portos, o desafio é rever as regras para atrair interessados. Na área de petróleo e gás, os técnicos listaram ainda a necessidade de renovar o Repetro — regime especial de importação de equipamentos de exploração — e regulamentar a unitização (acordo entre concessionárias de diferentes áreas no caso em que as reservas de petróleo são interligadas). O chefe do PPI, Moreira Franco, se diz entusiasmado com o potencial da área de petróleo e gás — setor afetado pelos impactos da Operação Lava Jato. A revisão das regras de exploração do présal é um dos motivos de atração dos investidores estrangeiros, na avaliação do governo. — Eu vejo esse setor como fundamental para movimentar a economia do Rio de Janeiro e tirar o Estado da crise, gerar empregos e aumentar a renda — disse Moreira Franco. ABERTURA DO SETOR DE GÁS É INCENTIVO À INDÚSTRIA De acordo com projeções utilizadas pelo governo, os investimentos nas reservas já conhecidas têm potencial para produzir 10 bilhões de barris e gerar uma receita governamental, incluindo royalties e impostos, da ordem de US$ 228 bilhões. O primeiro passo para tornar os números realidade, segundo Moreira, é votar na Câmara projeto aprovado pelo Senado que retira da Petrobras a obrigatoriedade de entrar na exploração do pré-sal, entre outras medidas. Além dos potenciais investidores, quem se ani- ma com a perspectiva de novos investimentos no setor de óleo e gás é a indústria. Para os consumidores intensivos de energia, um acesso mais barato e facilitado a esses combustíveis poderá aumentar a competitividade da produção nacional. Na próxima quinta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia) realizarão em Brasília um seminário para demonstrar o potencial de impulso à indústria brasileira com um mercado mais competitivo do gás. Segundo Camila Stocchi, gerente de energia da Abrace, a indústria pode ter aumentos significativos de competitividade com maior transparência e uma expansão da oferta desse mercado. Segundo ela, a magnitude desse retorno pode ser tomada a partir das consequências da redução do preço de 20% adotado pela Comgás, anunciado nas últimas semanas, que implicará em redução de custos de cerca de R$ 1 bilhão ao ano pelas empresas paulistas. Ela destaca, porém, que, para o mercado de gás deslanchar, são necessários ajustes em normas federais e estaduais — uma vez que os estados legislam sobre a distribuição de gás. l Fundos de investimento se preparam para disputar leilões de infraestrutura Grupos nacionais e estrangeiros já dispõem de US$ 5 bi em caixa para o setor ROBERTA SCRIVANO [email protected] -SÃO PAULO- Com a crise econômi- ca e o baque das investigações da Operação Lava Jato sobre as grandes empreiteiras do país, o setor de infraestrutura espera uma drástica mudança na composição dos consórcios que disputarão os projetos que devem ser licitados pelo governo, tão logo o ambiente político se estabilize. As grandes empreiteiras tendem a deixar de ser as protagonistas nesses processos, dando lugar aos fundos de investimento e de private equity. Fundos nacionais como o Pátria Investimentos e Vinci Partners, a americana Hamilton Lane e a australiana Mac- quaire são alguns dos grandes gestores de recursos que já se movimentam para disputar os novos projetos de infraestrutura que serão concedidos. Juntos, esses grupos já dispõem de pelo menos US$ 5 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) em caixa para aplicar em novas concessões de infraesturura. Venilton Tadini, presidente executivo da Abdib, associação que reúne as indústrias de base e infraestrutura, confirma a crescente importância dos fundos de investimentos e de private equity para destravar o novo ciclo de privatizações no setor. ‘MOMENTO DE TRANSIÇÃO’ Tanto é assim que, conta ele, um fundo exclusivo de infraestrutura foi criado recentemente pelo Pátria Investimentos. Rapidamente, esse fundo captou US$ 2 bilhões e tornou-se um associado da Abdib. — A entrada forte dos fundos nos projetos de infraestrutura ocorreria em algum momento, porque é uma tendência global. Mas a Lava Jato está precipitando essa mudança. Esse é um momento de transição — diz Tadini. A Vinci Partnes também constituiu um novo fundo focado em infraestrutura. Ainda em fase de capitalização, esse fundo já conta com US$ 700 milhões em caixa. José Guilherme Souza, sócio da Vinci, diz que a crise nas construtoras está abrindo “uma oportunidade de investimentos em infraestrutura sem precedentes”. Ele conta ainda que está trabalhando com um grupo europeu que tem interesse específico em disputar novas concessões de aeroportos aqui. — São ativos de infraestrutura de alta qualidade, que terão bom retorno — observa Souza, revelando que, além dos aeroportos, a gestora também olha com atenção oportunidades no setor de energia. A gestora global de private equity Hamilton Lane, que admi- “A entrada forte dos fundos nos projetos de infraestrutura ocorreria em algum momento, porque é uma tendência global. Mas a Lava Jato está precipitando essa mudança” Venilton Tadini Presidente executivo da Abdib nistra US$ 260 bilhões em seu portfólio e mantém escritório no Rio, também está avaliando os projetos de energia e aeroportos em elaboração no governo. Segundo Ricardo Fernandez, diretor executivo para América Latina da Hamilton, a gestora está “monitorando muito de perto o setor de infraestrutura brasileiro”. A companhia considera haver uma oportunidade “enorme para fundos que têm capacidade de investir nos ativos” de elevado valor. Fontes do mercado afirmam que a gestora já teria reservado pelo menos US$ 1 bilhão para investir na infraestrutura brasileira nos próximos 12 meses. O executivo, no entanto, não confirma a informação. — Estamos ativamente buscando investimentos em infraestrutura no país — frisou. Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), conta que ter fundos na liderança de consórcios já é prática em diversos países. E confirma que, na expectativa de uma nova onda de privatização, fundos estrangeiros bem capitalizados de fato se preparam para entrar nas próximas rodadas. Pires cita, por exemplo, o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, e o canadense Brookfield entre os que avaliam ativamente as oportunidades no país. LÁ FORA, EMPREITEIRA NÃO LIDERA A gestora canadense Brookfield, aliás, ofereceu US$ 5,2 bilhões pela Nova Transportadora do Sudeste (NTS), a divisão de operação de oleodutos da Petrobas. Em dois meses, concluída a auditoria para avaliar os ativos e a contabilidade (due diligence) da NTS, o negócios deve ser fechado. — Só no Brasil há essa anomalia de haver construtora como cabeça de consórcio. No mundo todo o fundo é o líder e, depois de vencer o leilão, contrata a construtora que ele julgar interessante para o projeto — disse. l 16 l O GLOBO l Economia l Segunda-feira 13 .6 .2016 FMI alerta para risco de elevada dívida corporativa na China [email protected] GEORGE VIDOR Endividamento é de 145% do PIB e estatais têm grande participação | | CARRO CHEFE Indústria automobilística foi uma das molas propulsoras da economias, mas é possível que o mercado não volte a crescer tanto O automóvel foi, sem dúvida, uma das molas propulsoras da economia brasileira no governo Lula. Em dez anos (2004-2014), a frota se expandiu em 20 milhões de veículos. Havia uma demanda reprimida, pois o carro exerce uma fascinação sobre o ser humano difícil de ser explicada. Milhões de famílias sonhavam em ter o próprio carro. Talvez seja pelo desejo de liberdade que todos temos instintivamente: o automóvel dá a sensação que se pode ir a qualquer lugar. Ao menos em tese. Mesmo em áreas periféricas, como é o caso da Baixada Fluminense, a motorização se tornou um fenômeno (Japeri tem hoje um automóvel para cada sete habitantes. Há dez anos, era um carro para cada 30 moradores). O automóvel ajudou a eleger e a reeleger Dilma. Mas não só grande parte dessa demanda foi atendida como a vida nas cidades se tornou caótica, com congestionamentos que levam qualquer um ao desespero. Crédito mais escasso, juros mais altos, salários encolhendo, tudo isso provocou uma queda vertiginosa nas vendas. E o pé no freio na indústria provocou um efeito dominó que tem se refletido em diversas áreas. A siderurgia, por exemplo, vem capengando porque o aço é um dos principais insumos do automóvel. É pouco provável que esse mercado volte a curto — e mesmo a médio — prazo ao período da bonança. Os investimentos em transporte público de alta capacidade começaram a dar resultados e muita gente se sente aliviada em não ficar mais presa ao automóvel. A economia brasileira terá de buscar outros caminhos para ganhar novo impulso. -SHENZHEN (CHINA)- Em missão na China, o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, alertou para o elevado endividamento corporativo no país asiático, disse que este é um problema sério e defendeu que a questão precisa ser tratada de forma rápida e efetiva, ou corre o risco de se deteriorar. O número dois do Fundo destacou que dificuldades em uma economia como a chinesa podem repercutir em todo o mundo e citou as instabilidades do mercado financeiro chinês em 2015. — Aprendemos nos últimos 20 anos como rupturas na economia e no mercado de um país podem reverberar mundialmente, como vimos na repentina instabilidade do mercado Seu espaço 0800 707 3487 regus.com.br LICITAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL Nº. 15/000010-PG – COOKTOP E FORNO ELÉTRICOS A ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO comunica a realização da licitação acima. O Edital está disponível no site: www.escolasesc.com.br (licitações). 140 GUANABARA (SHOPPING GUANABARA BARRA) Av. das Américas, 3.501 PARQUE SHOPPING SULACAP Av. Marechal Fontenelle, S/N CAMPOS DE GOYTACAZES (BOULEVARD SHOP. CAMPOS) Av. Jornalista Roberto Marinho, 221 140 COPACABANA Rua Barata Ribeiro, 181 DUQUE DE CAXIAS (PREZUNIC CENTER) Rua José de Alvarenga, 95 NOVA IGUAÇU Av. Nilo Peçanha, 639 SULACAP (PARQUE SHOPPING SULACAP) Av. Marechal Fontenele, s/nº MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA AVISO DE LICITAÇÃO Pregão Eletrônico nº. 078/2016 PREGÃO ELETRÔNICO – Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de vigilância ostensiva para execução nas dependências localizadas em Manaus, pertencentes à Amazonas Distribuidora de Energia S/A. Edital disponível no site: www.comprasnet.gov.br. Entrega das propostas: a partir de 13.06.2016 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br. Abertura das Propostas: 23.06.2016 às 10h00 (horário de Brasília no site: www.comprasnet.gov.br). DIEGO SOUSA DA LUZ Pregoeiro acesse acesse _ oglobo.globo.com/ blogs/vidor acesse acesse Correndo atrás A Espanha conquistou a pole position no reino da gastronomia europeia, o que fica evidente no número de restaurantes estrelados que existe por lá. As regiões competem entre elas e hoje o País Basco (em torno de San Sebastián) se destaca mais que a Catalunha. O fluxo de turistas para lá já era significativo e foi reforçado pelos que viajam motivados pela gastronomia. Portugal está entrando por esse caminha. A cozinha portuguesa tem se renovado pelas mãos de um grupo de novos chefs (José Avilez, do Belcanto e Café Lisboa), Rui Paula (do DOP no Porto e DOC em Peso da Régua, região do Douro, e que abriu também um restaurante em Recife) e de iniciativas como a área voltada exclusivamente para esse fim no Mercado da Ribeira — a Cadeg de lá — em Lisboa. O turismo gastronômico é uma via que precisamos valorizar mais no Brasil. No blog, em breve, escreverei mais detalhes sobre os restaurantes citados. l O escritório que você precisa no momento necessário• Escritórios Mobiliados Escritórios Virtuais Coworking Salas de Reunião Business Lounges _ ‘Gastroturismo’ ‘PROBLEMA SÉRIO E CRESCENTE’ Além disso, Lipton defendeu que tanto credores quanto endividados devem fazer parte da solução do problema, ou seja, tanto bancos quanto as companhias. E que é preciso agir também para acabar com os problemas de governança nos setores bancário e corporativo. — A China enfrenta um conjunto extraordinário de desafios. O crescimento está desacelerando, mas para uma velocidade que seria invejada por qualquer economia avançada. No entanto, dívida corporativa permanece um problema sério e crescente que precisa ser tratado imediatamente e com compromisso com reformas — disse. Lipton ponderou, no entanto, que a China demonstrou uma enorme capacidade de adaptação e evolução na última geração. Assim, afirmou, “há toda razão para acreditar que pode fazer esta transição e assegurar que o novo normal da economia chinesa é um desenvolvimento sustentável que beneficie tanto a China quanto o mundo”. l Escolha a melhor localização para sua empresa no Rio de Janeiro, ou conheça nossa rede global com mais de 3000 centros de negócios, incluindo 11 cidades do Brasil. Quem paga E por falar em custos, em tempos de vacas magras, as empresas de médio e grande porte têm de buscar soluções inovadores para poupar tempo e dinheiro. A terceirização tem sido uma saída natural, ainda que sempre surjam riscos de questões trabalhistas ou interpretação equivocada da Justiça em relação a esses contratos. Mas é possível “terceirizar” serviços dentro de uma mesma organização, por meio de um centro de serviços compartilhados separado das unidades de negócios principais da empresa. Há menos de dez anos os “CSC” começaram a ser adotados no Brasil por companhias que competem com multinacionais. Mas é ainda uma experiência que não se disseminou entre gestores, embora a Coppead tenha incorporado o tema a seus cursos. De lá se formaram os primeiros profissionais especializados na montagem de CSC (a maioria englobando folha de pagamento, contabilidade, contas a pagar e serviços similares). É o caso da jovem engenheira Vanessa Saavedra Frederico, que se juntou a outros colegas para criar o Instituto de Engenharia de Gestão. Vanessa escreveu e publicou um livro sobre os CSC em 2014, pioneiro no tema, no Brasil. experiências do passado. Entre as lições mais importantes, destacou ele, estão o fato de que o problema da dívida corporativa deve ser tratado de forma rápida e efetiva. As dívidas de empresas de hoje podem se tornar um problema sistêmico de dívida amanhã, que levaria a um crescimento econômico mais lento ou a uma crise bancária, ou ambos. Conheça as nossas soluções flexíveis de espaços de trabalho para facilitar a abertura, expansão ou realocação de sua empresa. _ A ANS, agência reguladora dos planos de saúde, tem um “estoque” de R$ 1 bilhão em multas. O valor é desproporcional aos fatores que os geraram. Se a agência considerar que o plano rejeitou indevidamente parte de uma despesa, mesmo que a diferença seja de R$ 300, a multa pode chegar a R$ 80 mil. Contestar as multas na Justiça obriga os administradores de planos de saúde a depositar em juízo os valores contestados, o que compromete o capital de giro, tão precioso nesses tempos de crise. Então, acaba sendo financeiramente mais fácil negociar o pagamento das multas em 60 prestações. Isso vira despesa administrativa e, de certa forma, é transferido para o que será cobrado dos segurados. É o famoso “custo Brasil”. chinês no ano passado. A questão é que qualquer discussão de desenvolvimento sustentável deve levar em consideração as vulnerabilidades de uma economia sistemicamente importante — apontou Lipton. Hoje, o endividamento corporativo na China corresponde a 145% do Produto Interno Bruto (PIB), nível que ele considera elevado, seja qual for a medida usada. Estimativas do FMI apontam que as empresas estatais respondem por cerca de 55% desse endividamento, bem mais que os 22% que representam da economia chinesa. Ele afirmou que, embora reconheça que a China é única em muitos aspectos, não é o primeiro país a enfrentar dívidas. E é possível aprender com 140 CENTRO - RJ Av. Passos, 42, 44 e 46 SHOPPING JARDIM GUADALUPE Av. Brasil, 22.155 CABO FRIO (SHOPPING PARK LAGOS CABO FRIO) Av. Henrique Terra, 1.700 140 BOULEVARD RIO SHOPPING Rua Barão de São Francisco, 236 SHOPPING NOVA AMÉRICA Linha Amarela, Saída 5 e Metrô Del Castilho GUANABARA ALCÂNTARA Av. Jornalista Roberto Marinho, 221 l Economia l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO Ipiranga compra rede Ale por R$ 2,1 bilhões l 17 HERMES DE PAULA Com aquisição, distribuidora passa a ter 25% do mercado e reforça sua presença no Nordeste RAMONA ORDOÑEZ [email protected] RONALDO D’ERCOLE [email protected] Em meio à crise econômica e à queda no consumo de combustíveis, cujas vendas recuaram 5% este ano até abril, o grupo Ultrapar decidiu ampliar sua posição no setor de distribuição no país. O grupo informou ontem que sua subsidiária Ipiranga fechou a compra da distribuidora de combustíveis Ale por R$ 2,17 bilhões. Segundo analistas, a operação tem como principal atrativo fortalecer a presença da Ipiranga no Nordeste. No mercado de combustíveis, já se sabia que a Ale era uma “candidata à venda”. Quarta colocada no ranking de distribuidoras do país — porém, bem atrás de BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen — a Ale chegou a ser negociada em diferentes ocasiões nos últimos três anos. Com o negócio, a Ipiranga consolidou sua posição como a segunda maior distribuidora do -RIO E SÃO PAULO- país, atrás da BR Distribuidora, passando a ter agora 25,8% do mercado de venda de gasolina, contra os 20,4% anteriores, segundo dados consolidados do último relatório da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A BR, da Petrobras, tem 29% de participação. Com um faturamento da ordem de R$ 300 bilhões anuais, cada 1% de mercado de combustíveis representa um ganho de cerca de R$ 3 bilhões de participação de mercado. A Ale possui uma rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, enquanto a Ipiranga detém 7.241 postos e rede de 1.919 lojas. Segundo um executivo do setor, a venda da Ale já estava sendo aguardada. — A empresa (Ale) estava grande demais para ser regional, mas era pequena para ter uma atuação forte a nível nacional. Estava no meio do caminho e precisava definir seu futuro. Já a Ipiranga reforça sua posição no Nordeste, onde tinha uma atuação mais fraca — destacou o executivo. Nova direção. Carro abastece no Ale da Gávea. Rede é a quarta maior do país, com 2 mil postos e 260 lojas de conveniência. Negócio depende de aval do Cade “A rede Ale, com sede em Natal (RN), tem forte presença no Nordeste e complementa geograficamente a rede de postos da Ipiranga, que possui menor participação nesses mercados em relação ao restante do país e tem focado seus investimentos nessa região”, disse a Ultrapar em comunicado. A Ale tem participação de 7,3% nas vendas de combustíveis no Nordeste que, somados aos 13,8% da Ipiranga, permitirá à rede do grupo Ultra elevar para 21,1% sua fatia na região. NO SUDESTE, 34,7% DO MERCADO Segundo uma fonte próxima do negócio, o Nordeste é considerado estratégico às grandes redes porque é um mercado que, além do potencial de crescimento, perde menos vendas em períodos de crise como o atual, e cresce mais fortemente em momentos de expansão econômica. No Sudeste, segundo dados da ANP, ao incorporar os 5,2% de participação da Ale na região aos seus 29,5%, a Ipiranga passará a ter 34,7% do mercado, encostando nos 36,6% da BR, líder no setor. O negócio está sujeito à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de acionistas da Ultrapar. O valor a ser pago aos vendedores terá a dedução da dívida líquida da Ale, em 31 de dezembro de 2015, e será sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento líquido na data do fechamento da transação. O endividamento líquido da Ale era de R$ 737 milhões no fim de dezembro de 2015. A Ale encerrou 2015 com receita de R$ 11,4 bilhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 275 milhões de reais. A Alesat Combustíveis S.A., controladora da rede Ale de distribuição de combustíveis, foi criada há 20 anos com a união da distribuidora de óleo diesel ALE Combustíveis, controlada pelo grupo mineiro Asamar, com a Satélite Distribuidora de Petróleo, do empresário Marcelo Alecrim, do Rio Grande do Norte. A Alesat também tem como sócio o fundo americano Darby Overseas Investments, que tem um braço de private equity na Amércia Latina. Além da Ipiranga, a Ultrapar atua em várias áreas de varejo, como na distribuição de GLP, o gás de botijão, por meio da Ultragaz, que é líder do mercado. O grupo atua também na indústria de especialidades químicas e petroquímica, por meio da Oxiteno, com presença nos Estados Unidos, no Uruguai, no México e na Venezuela. l U Números 29 POR CENTO É a participação de mercado da BR Distribuidora na venda de gasolina. 20,4 POR CENTO É a fatia de mercado da Ipiranga. Com os 5,4% da Ale, terá 25,8%. 17,9 POR CENTO É a parcela da Raízen na venda de gasolina. 14,3 POR CENTO É a fatia da Ipiranga no total de postos no país. A Ale tem 3,8%. 18 l O GLOBO l Economia l Segunda-feira 13 .6 .2016 Você investe Restituição do IR é ajuda extra para pagar as dívidas HERMES DE PAULA Especialistas sugerem usar valor para quitar ou renegociar débitos. Quem puder, deve investir COMO USAR O DINHEIRO VEJA SIMULAÇÕES DE APLICAÇÕES PARA A RESTITUIÇÃO (Foi considerado valor de R$ 1.549,97 para período de dois anos) Rendimento líquido em 2 anos Aplicação Valor final 1.931,47 1.910,58 1.895,78 1.885,14 1.870,41 1.810,67 24,61% 23,27% 22,31% 21,62% 20,67% 16,82% 1 CDB pós (114% do CDI) 2 Tesouro IPCA* (janeiro 2019) *** 3 Tesouro prefixado (janeiro 2019)*** 4 Fundo renda fixa (taxa de adm. de 0,7% a.a.) 5 Fundo DI (taxa de adm. de 0,3% a.a.) 6 Poupança** Estimativas consideram projeção da Órama de CDI médio até junho de 2018 em 11,8%. * Prevê inflação média de 0,53% ao mês até junho de 2018 ** Remuneração média de 0,65% a.m. *** Não considera custos Fonte: Alexandre Espírito Santo, economista da Órama Editoria de Arte RENNAN SETTI [email protected] JÚLIA COPLE* [email protected] Pouco mais de 1,6 milhão de brasileiros acordará na próxima quarta-feira com um dinheiro extra na conta. No primeiro lote de restituição do Imposto de Renda (IR) 2016, a Receita Federal depositará um total de R$ 2,65 bilhões para os contribuintes que foram mais ligeiros na hora de ajustar as contas com o Leão e também para idosos, deficientes e portadores de doenças graves. Ninguém vai ficar rico com o dinheiro, é claro, já que o valor médio das restituições desse lote será de R$ 1.549,97. Mas em um país onde 40% da população adulta tem o “nome sujo”, sua chegada é no mínimo oportuna. Para especialistas, mesmo que a restituição não permita quitar todos os débitos, deve ser um ponto de partida para uma renegociação. Para aqueles contribuintes que, na contramão das probabilidades, atravessam incólumes a crise, o valor devolvido pela Receita pode ser a chance de dar o troco nos juros elevados que têm apertado o orçamento, por meio de investimentos que acompanham as taxas. — Dada a situação econômica em que estamos, para quem tem dívida, a prioridade é quitá-la. Se não puder quitá-la inteiramente, o ideal é fazer a quitação parcial. Outra boa opção é pagar antecipadamente alguma dívida que ainda não está em atraso. Nesse caso, deve-se pedir o desconto — recomendou Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça do Consumidor no Ministério Público de Minas Gerais e responsável pelo site Educação Financeira Para Todos. Simulações do economista Alexandre Espírito Santo, da distribuidora de fundos de investimento Órama, mostram que se desfazer das dívidas com o valor da restituição evitará uma bola de neve nos débitos futuros. Uma dívida de cartão de crédito hoje com o exato valor da restituição média de IR (R$ 1.549,97), por exemplo, se transformará em R$ 8.301,33 daqui a um ano. No cheque especial, o valor saltaria para R$ 5.698,31; no caso de dívida contraída no comércio, iria para R$ 3.055,92. Os cálculos usaram como base as taxas de juros médias de cada linha de crédito apuradas em abril pela Anefac, associação que reúne executivos de finanças. — Embora a taxa de referência, a Selic, tenha se estabilizado, os juros das linhas de crédito sobem porque a inadimplência também cresceu. Como isso é custo, os bancos e financeiras repassam para o consumidor — explicou Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. O contingente de brasileiros com dívidas subiu 8,1% em um ano, de 55,5 milhões para 60 milhões em março passado. Em junho de 2012, somavam 50,2 milhões, de acordo com a Serasa Experian. Segundo Rabi, a principal razão para o crescimento não é a Selic estar no maior patamar em dez anos (14,25%), mas o desemprego. — Embora a inflação já comece a cair e o Banco Central ameace reduzir a Selic, o desemprego deve continuar subindo. Assim, o número de inadimplentes continuará aumentando — lamentou Rabi. | HOJE - FOCUS: O Banco Central (BC) divulga esta manhã sua pesquisa semanal com economistas do mercado financeiro, que traz previsões para os principais indicadores. BOVESPA SAL. MÍNIMO SAL. MÍNIMO (FEDERAL)* (RJ)** TR 07/06 0,2259% 08/06 0,2177% 09/06 0,2110% Selic: 14,25% Correção da Poupança Até 03/05/12 25/06 26/06 27/06 28/06 29/06 30/06 01/07 02/07 03/07 04/07 05/07 06/07 07/07 08/07 09/07 A partir de 04/05/12 ÍNDICE 0,6872% 0,6634% 0,6685% 0,6547% 0,7053% 0,7053% 0,7053% 0,6963% 0,6642% 0,6272% 0,6562% 0,7269% 0,7270% 0,7188% 0,7121% DIA 25/06 26/06 27/06 28/06 29/06 30/06 01/07 02/07 03/07 04/07 05/07 06/07 07/07 08/07 09/07 ÍNDICE 0,6872% 0,6634% 0,6685% 0,6547% 0,7053% 0,7053% 0,7053% 0,6963% 0,6642% 0,6272% 0,6562% 0,7269% 0,7270% 0,7188% 0,7121% Obs: Segundo norma do Banco Central, os rendimentos dos dias 29, 30 e 31 correspondem ao dia 1º do mês subsequente. Dezembro -3,9% Janeiro -6,79% Fevereiro +5,91% Março +16,9% Abril +7,7% Maio -10,1% R$ 788 R$ 788 R$ 880 R$ 880 R$ 880 R$ 880 R$ 953,47 R$ 1.052,34 R$ 1.052,34 R$ 1.052,34 R$ 1.052,34 R$ 1.052,34 Obs: * O valor do salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2016 é de R$ 880. ** Piso para empregado doméstico, entre outros. IMPOSTO DE RENDA IR NA FONTE JUNHO 2016 Base de cálculo R$ 1.903,98 De R$ 1.903,99 a 2.826,65 De R$ 2.826,66 a 3.751,05 De R$ 3.751,06 a 4.664,68 Acima de R$ 4.664,68 Alíquota Parcela a deduzir Isento 7,5% 15% 22,5% 27,5% — R$ 142,80 R$ 354,80 R$ 636,13 R$ 869,36 15/6 - EUA: O Federal Reserve (BC dos EUA) divulga sua decisão sobre os juros do país, o evento mais importante da semana para os mercados globais. Espera-se que as taxas fiquem inalteradas. Deduções: a) R$ 189,59 por dependente; b) dedução especial para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com 65 anos ou mais: R$ 1.903,98; c) contribuição mensal à Previdência Social; d) pensão alimentícia paga devido a acordo ou sentença judicial. Obs: Para calcular o imposto a pagar, aplique a alíquota e deduza a parcela correspondente à faixa. Esta nova tabela só vale para o recolhimento do IRPF este ano. A correção da terceira parcela do IRPF de 2016, que vence no dia 30 de junho, é de 2,11%. Salário de contribuição (R$) Até 1.556,94 de 1.556,95 a 2.594,92 de 2.594,93 a 5.189,82 Alíquota (%) 8 9 11 Obs: Percentuais incidentes de forma não cumulativa (artigo 22 do regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social). Trabalhador autônomo Para o contribuinte individual e facultativo, o valor da contribuição deverá ser de 20% do salário-base. Contribuição mensal mínima de R$ 176,00 (para o piso de R$ 880,00) e máxima de R$ 1.037,96 (para o teto de R$ 5.189,82) Junho R$ 1,0641 Obs: foi extinta RENEGOCIAÇÃO PODE GARANTIR DESCONTO Mesmo quem não perdeu o emprego tem visto sua renda afetada pela crise e, por consequência, contraiu dívidas. É o caso do executivo de vendas Jorge Henrique Silva, cuja restituição representa entre 5% e 10% do seu salário: — A restituição vai ajudar porque as vendas caíram até 40%. Quero usá-la para pagar o cartão de crédito e o financiamento do carro. Para quem vai aceitar o conselho dos especialistas e encerrar dívidas, a recomendação é se desfazer primeiro das dívidas com juros maiores, como rotativo do cartão de crédito e cheque especial. Caso o valor da restituição seja menor que o da dívida, a saída é tentar renegociar. O promotor Lélio Calhau lembrou que, na Defensoria Pública do Rio, há um núcleo de defesa do consumidor (o telefone é 2868-2100, ramais 121 e 307). Segundo Luiz Rabi, nos feirões de renegociação promovidos pela Serasa, os consumidores conseguem descontos de até 90% junto aos credores. Os especialistas afirmam que, como a inadimplência está pressionando o caixa dos bancos, eles têm se mostrado mais abertos para renegociar valores. Para os consumidores sem dívida, o alerta é para não usar a restituição como entrada em novo empréstimo ou deixar o dinheiro parado no banco. 15/6 - SERVIÇOS: O IBGE libera às 9h a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que trará dados sobre o desempenho do setor em abril. Analistas esperam tombo de 4,7% ante o mesmo mês de 2015. UFIR/RJ Junho R$ 3,0023 IPCA (IBGE) Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio 4493,17 4550,23 4591,18 4610,92 4639,05 4675,23 Obs: A Unif foi extinta em 1996. Cada Unif vale 25,08 Ufir (também extinta). Para calcular o valor a ser pago, multiplique o número de Unifs por 25,08 e depois pelo último valor da Ufir (R$ 1,0641). (1 Uferj = 44,2655 Ufir-RJ) No ano Últ. 12meses 0,96% 10,67% 1,27% 1,27% 0,90% 2,18% 0,43% 2,62% 0,61% 3,25% 0,78% 4,05% 10,48% 10,67% 10,71% 9,39% 9,28% 9,32% Índice Variações percentuais Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio 617,044 624,060 632,114 635,349 637,434 642,651 No mês No ano Últ. 12meses 0,49% 10,54% 1,14% 1,14% 1,29% 2,44% 0,51% 2,97% 0,33% 3,30% 0,82% 4,15% 10,54% 10,95% 12,08% 11,56% 10,63% 11,09% IGP-DI (FGV) Índice Variações percentuais (8/94=100) UNIF No mês IGP-M (FGV) (8/94=100) Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio 610,128 619,476 624,366 627,060 629,345 636,468 (*) Estagiário sob supervisão de Rennan Setti 16/6 - ATA: O BC divulga a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros foi mantida em 14,25% ao ano. 16/6 - ATIVIDADE: O BC libera o IBC-Br de abril, indicador que mede a atividade econômica e é considerado uma prévia do PIB. Ele vem de sua 15ª queda seguida, mas agora espera-se estabilidade. CÂMBIO BOLSA DE VALORES: Informações sobre cotações diárias de ações e evolução dos índices Ibovespa e IVBX-2 podem ser obtidas no site da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), www.bovespa.com.br CDB/CDI/TBF: As taxas de CDB e CDI podem ser consultadas nos sites de Anbima (www.anbima.com.br) e Cetip (www.cetip.com.br). A Taxa Básica Financeira (TBF) está disponível no site do Banco Central (www.bc.gov.br). Para visualizá-la, clicar em “Economia e finanças” e, posteriormente, em “Séries temporais” FUNDOS DE INVESTIMENTO: Informações disponíveis no site da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), www.anbima.com.br. Clicar em “Fundos de investimento” IDTR: Pode ser consultado no site da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), www.fenaseg.org.br. Clicar na barra “Serviços” e, posteriormente, em FAJ-TR. Selecionar o ano e o mês desejados ÍNDICE DE PREÇOS: Outros indicadores podem ser consultados nos sites da Fundação Getulio Vargas (FGV, www.fgv.br), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, www.ibge.gov.br) e da Anbima (www.anbima.com.br) DÓLAR Índice Variações percentuais (12/93=100) — O momento oferece uma excelente oportunidade de investimento pré-fixado (quando a rentabilidade final é conhecida desde o momento da aplicação) — recomendou Espírito Santo, da Órama, sugerindo que o contribuinte fuja da baixa rentabilidade da poupança e evite o clima instável da Bolsa de Valores. — Os juros da Selic devem começar a cair em agosto e, caso o economia melhore como esperado, fecharão 2017 em 10,5%. Logo, quem aplicar em prefixado hoje terá taxas extraordinárias que não existirão mais no futuro. É a melhor aplicação hoje. Simulações de Espírito Santo mostram que, ao investir uma restituição de R$ 1.549,97, o contribuinte conseguirá rentabilidade líquida acima de 20% em um período de dois anos entre as aplicações mais populares. O maior ganho seria o de um CDB pósfixado, que transformaria o dinheiro em R$ 1.931,47 no período, já descontados os impostos. Mas o CDB é um título privado e oferece algum risco de calote. Entre os títulos públicos, considerados mais seguros, a melhor opção é o Tesouro IPCA (que rende uma taxa pré-fixada mais a inflação do período) com vencimento em janeiro de 2019. Em dois anos, a aplicação se transformaria em R$ 1.910,58. A caderneta de poupança, por sua vez, devolveria R$ 1.810,67. Alexandre Tavares, de 26 anos, usará a primeira restituição da vida (equivalente à metade do seu salário) para investir. — Meu primo aplica em um fundo de investimentos, então vou usar a restituição para seguir o seu exemplo — disse o engenheiro. l | INFLAÇÃO Trabalhador assalariado UFIR Segundo a Serasa, o brasileiro tem, em média, quatro dívidas em atraso. Entre as dívidas bancárias (prestações de casa e carro, empréstimos, cheque especial etc.), o valor médio do débito é de R$ 1.300; entre as não-bancárias (água, luz e telefone), deve-se, na média, R$ 370. Fique de olho INSS/JUNHO ÍNDICES Indicadores DIA AMANHÃ - COMÉRCIO: O IBGE informa o desempenho das vendas do varejo em abril. Analistas estimam que o segmento cresceu 0,5% naquele mês, contra recuo de 0,9% em março. Poupança. Alexandre Tavares vai usar dinheiro liberado na restituição do Imposto de Renda para investir num fundo No mês No ano Últ. 12meses 1,19% 10,21% 0,44% 10,70% 1,53% 1,53% 0,43% 2,78% 0,36% 3,15% 1,13% 4,32% 10,64% 10,70% 11,65% 11,07% 10,46% 11,26% Dólar comercial (taxa Ptax) Paralelo (São Paulo/CMA) Diferença entre paralelo e comercial Dólar-turismo esp. (Banco do Brasil) Dólar-turismo esp. (Bradesco) EURO Euro comercial (taxa Ptax) Euro-turismo esp. (Banco do Brasil) Euro-turismo esp. (Bradesco) Compra R$ Venda R$ 3,4255 3,32 -3,08% 3,34 3,4261 3,56 3,91% 3,52 3,20 3,64 Compra R$ Venda R$ 3,8636 3,7572 3,62 3,8650 3,9670 4,12 OUTRAS MOEDAS Cotações para venda ao público (em R$) Franco suíço Iene japonês Libra esterlina Peso argentino Yuan chinês Peso chileno Peso mexicano Dólar canadense 3,55008 0,0320117 4,88185 0,247838 0,521693 0,00506528 0,183618 2,67752 FONTE: MERCADO Obs: As cotações de outras moedas estrangeiras podem ser consultadas nos sites www.xe.com/ucc e www.oanda.com. l Economia l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO NOVO APP INSPIRAÇÃO PARA INOVAR na palma da sua mão A qualquer hora do dia, uma seleção das notícias mais relevantes Acesso à edição mensal da revista, aos es eciais e edições anteriores Reportagens organizadas por assuntos Uma nova experiência de leitura e navegação adaptada à sua tela EDIÇÃO DE JUNHO GRÁTIS! BAIXE GRÁTIS. DISPONÍVEL PARA APP.EPOCANEGOCIOS.GLOBO.COM l 19 20 l O GLOBO MATANÇA NA BOATE GAY 3ª Edição Segunda-feira 13 .6 .2016 Mundo “Este é um dia especialmente doloroso para nossos amigos e colegas gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais. É um ataque contra todos nós” Barack Obama Presidente dos EUA REPRODUÇÃO DE TWITTER “Todos esperamos que maneiras possam ser encontradas, o mais rápido possível, para identificar e contrastar as causas dessa violência terrível e absurda, que perturba o desejo de paz de toda a Humanidade” Papa Francisco STEVE NESIUS/REUTERS Terrorista e homofóbico Dor. Amigos e familiares de vítimas do atentado na boate Pulse se abraçam do lado de fora da central de polícia de Orlando. Ataque foi classificado pelo Papa Francisco como “violência terrível e absurda, que perturba desejo de paz” Atirador que jurou lealdade ao Estado Islâmico faz o maior ataque nos EUA desde o 11/9 Um ato de terror e ódio. Com essas palavras, o presidente americano, Barack Obama, classificou o ataque na boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida, como o maior atentado realizado no país desde o 11 de Setembro. Durante o massacre, que deixou 50 mortos e 53 feridos na madrugada de ontem, o atirador, identificado como Omar Mateen, um americano de 29 anos, de origem afegã, teria ligado para a polícia e jurado lealdade ao Estado Islâmico (EI) antes de ser abatido. O EI reivindicou a autoria do atentado, referindose a Mateen como “um soldado do califado", mas o FBI ainda não confirmou as ligações do atirador com o grupo jihadista. — O massacre é um lembrete de que os ataques a qualquer americano, independentemente de raça, etnia, religião ou orientação sexual, são ataques contra todos nós — afirmou o presidente. Pela 16ª vez em sete anos o presidente se viu obrigado a realizar um pronunciamento à nação após um tiroteio: — Isso mostra como é fácil que uma pessoa consiga uma arma e dispare dentro de uma escola, restaurante, cinema ou boate. Isso poderia acontecer em qualquer uma de nossas comunidades. Nascido em 1986 em Nova York, Omar Mateen foi descrito por seus pais, imigrantes afegãos, como “muçulmano, mas não muito religioso”. Apesar do juramento de lealdade ao EI e do reconhecimento por parte do grupo, o pai do atirador, Mir Seddique, afirmou que o atentado — o maior contra a comunidade LGBT na História do país — não teve motivações religiosas, destacando que o filho demonstrava sinais claros de homofobia. — Uma ocasião estávamos em Bayside, no centro de Miami. Ele viu dois homens se beijando e se enfureceu— afirmou Seddique à rede NBC. — “Veja isso”, ele dizia. “Fazem isso na frente do meu filho”. Mateen trabalhou como segurança num estabelecimento para delinquentes juvenis. Desde 2007 era funcionário da empresa GS4. Tinha um histórico vi- REPRODUÇÃO -ORLANDO, FLÓRIDA- REPRODUÇÕES DO FACEBOOK Edward Sotomayor Jr. O agente de turismo tinha 34 anos e se descrevia como disciplinado Stanley Almodovar III. Técnico de farmácia, tinha 23 anos e levou três tiros . Luis Omar Ocasio-Capo. Vítima do atirador tinha apenas 20 anos “Instável”. Omar Mateen, de 29 anos, foi descrito por familiares como homofóbico e violento olento, conforme definiu a uzbeque Sitora Alisherzoda Yusufiy, que foi casada com ele entre 2009 e 2011. Ela afirmou que o ex-marido não era “mentalmente estável”. — Ele era abusivo. Chegava em casa e me batia se eu não tivesse terminado de lavar as roupas — contou Sitora, que conheceu Mateen pela internet e se mudou para a Flórida para casar-se com ele. Segundo Sitora, foi necessária a ajuda dos sogros para que ela pudesse abandonar o marido. Após o divórcio, Mateen se casou novamente e teve um filho, hoje com 3 anos. O EI também persegue homossexuais nos territórios que domina. Vídeos gravados em Raqqa, capital do autoproclamado califado do grupo na Síria, mostram gays sendo atirados do alto de prédios pelos jihadistas. No mês passado, o diretor do FBI, James Comey, afirmou que a agência investigava cerca de mil casos de pessoas que teriam sido radicalizadas on-line, 80% delas ligadas ao EI. O agente especial Ronald Hop- per afirmou que Mateen despertou o interesse da agência em 2013, após comentários inflamados a colegas de trabalho, e no ano seguinte, por ligações com um radical americano que viajara para a Síria. De acordo com Hopper, Mateen foi interrogado pelo FBI em três ocasiões. JOVENS ENTRE VÍTIMAS Aos poucos, as histórias das vítimas começam a surgir. Até a noite de ontem, oito haviam sido identificadas: Edward Sotomayor Jr., de 34 anos; Stanley Almodovar III, 23; Luis Omar Ocasio-Capo, 20; Juan Ramon Guerrero, 22; Eric Ivan Ortiz-Rivera, 36; Peter O. Gonzalez-Cruz, 22; Luis S. Vielma, 22, e Kimberly Morris, 37. Almodovar foi descrito por parentes como uma alma boa. O técnico de farmácia foi atingido três vezes, uma delas no peito, e morreu no Orlando Regional Medical Center. Sotomayor trabalhava em uma agência de viagens especializada em público gay. Seu patrão postou no Facebook que ontem era um dos dias mais tristes de sua vida. Ontem, na Califórnia, um homem identificado como James Howell foi detido pela polícia do condado de Los Angeles em um veículo repleto de armas e materiais explosivos, pouco antes da tradicional Parada do Orgulho Gay, em Santa Mônica. Segundo policiais, ele afirmou que tinha planos de atingir o público do evento. Mas a polícia acredita que não haja ligações entre os dois casos. A matança na boate Pulse causou comoção no país e no mundo. Chefes de Estado e governo, ativistas e celebridades se solidarizaram. Vigílias em homenagens às vítimas se repetiram em Tel Aviv, Paris e Roma, entre outras cidades. Em comunicado, o Papa Francisco classificou o massacre como “violência terrível e absurda, que perturba tão profundamente o desejo de paz do povo americano e de toda a Humanidade de forma eficaz.” l NA WEB glo.bo/1rkqJc1 Fotogaleria: as imagens da tragédia em Orlando TESTEMUNHAS DO HORROR “Por volta das 2h, alguém começou a atirar. As pessoas se jogaram no chão. Havia sangue por toda parte” Ricardo Negron Estava dentro da boate “Não sei se ele foi baleado. Ele me mandou uma mensagem dizendo que o atirador estava no banheiro, e que ia morrer” Mina Justice Mãe de rapaz feito refém dentro da boate “Por favor, avisem aos policiais que estamos escondidos no camarim” Usuário do Twitter @GoEmili0 Estava dentro da boate l Mundo l Segunda-feira 13 .6 .2016 2ª Edição MATANÇA REPRODUÇÃO DE TWITTER “Quero lamentar a tragédia nos que vitimou dezenas de norte-americanos. Expresso a solidariedade brasileira às famílias das vítimas” NA BOATE GAY O GLOBO “Nada pode justificar matar civis. Meus pensamentos estão com as famílias, com as vítimas, assim como com o povo e com o governo americanos” Michel Temer Ashraf Ghani Presidente interino do Brasil Presidente do Afeganistão O QUE ACONTECEU NA MADRUGADA DE TERROR Antes de 2h (hora local) O cidadão americano Omar Mateen, nascido em 1986, em Nova York e morador de Port St. Lucie, na Flórida, uma cidade a 193 km de Orlando, estacionou sua van do lado de fora da boate Pulse Maiores tiroteios em massa dos EUA Número de pessoas mortas e feridas nos 25 ataques mais mortíferos Mortos Orlando FLÓRIDA Boate Pulse Orlando Feridos Boate Pulse, 2016 50 53 Instituto Politécnico e Universidade Virginia Tech, 2007 33 23 Escola Newtown, 2012 28 Port St. Lucie Às 2h02m Ele entrou na boate armado com um rifle de assalto tipo AR-15, uma pistola, várias cargas de munição e abriu fogo, disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina. Um policial armado que trabalhava na segurança da boate trocou tiros com Mateen 24 20 McDonald´s de San Isidro, 1984 22 19 Escola Columbine, 1999 A BOATE PULSE 15 24 Serviço Postal dos EUA, 1986 Considerada um local emblemático para a causa gay. Frequentada por jovens e muitos latinos, foi fundada em 2004 por Barbara Poma e Ron Legler. Barbara perdeu o irmão John em 1991 para a Aids, e faz parte da comunidade engajada na luta por direitos LGBT Aeroporto International Orlando 15 6 Cidade de San Bernardino, 2015 14 21 Cidade de Birghamton, 2009 14 4 Base militar de Fort Hood, 2009 13 5 km 58 12 8 Escola de Red Lake, 2005 10 O LOCAL DO ATAQUE 5 Prédio da General Motors, 1990 10 4 Cidade de Atlanta, 1999 Segundo andar 9 13 Revista Standard Gravure, 1989 9 Em algum momento depois do início do tiroteio, Mateen foi para fora da boate e em seguida retornou para o interior, pegando algumas pessoas como reféns. A polícia chamou a Swat 12 Faculdade Umpqua Community, 2015 Primeiro andar 9 9 Prédio 101 da Rua Califórnia, 1993 9 Pátio Às 3h Um post foi publicado na página da boate no Facebook: "Todos saiam da Pulse e continuem correndo". Do lado de fora, a polícia ouviu que havia pelo menos 15 pessoas escondidas em um banheiro 6 Shopping Westroads, Nebraska, 2007 9 Entrada 4 Distribuidora de Cerveja Hartford, 2010 9 2 Igreja Charleston, 2015 Às 5h 9 Estacionamento 1 Igreja Batista Wedgwood, 1999 8 W 7 Casa de repouso para idosos Carthage, 2009 Es t he rS t re et A LIGAÇÃO PARA O 911 12 Prédio da Marinha, 2013 Walt Disney World Resort A polícia e a Swat começaram a resgatar os reféns. Um policial foi baleado na cabeça e salvo por seu capacete, segundo o chefe de polícia 30 Cinema Aurora, 2012 ORLANDO O rifle é o mesmo tipo de arma usada nos ataques de Aurora, Newtown e San Bernardino. Nos últimos dez anos, o armamento foi usado em 14 massacres, e metade desses aconteceu no último ano 2 Cafeteria Luby, 1991 Residência de Mateen FLÓRIDA O atirador ligou para o 911 durante o ataque, prometeu lealdade ao Estado Islâmico e mencionou o atentado da Maratona de Boston, segundo o FBI ORA VENUE NGE A 8 3 Oficina de soldagem em Miami, 1982 8 3 Salão de beleza em Seal Beach, 2011 8 1 Fonte: O GLOBO com sites e agências internacionais Editoria de Arte STEVEN FERNANDEZ/AP Tiros e sangue na noite de diversão Sobreviventes contam como se esconderam durante ataque à boate Pulse -ORLANDO, EUA- Pouco depois das 2h da manhã de ontem (hora local), a noite dedicada a ritmos latinos na Pulse, principal boate gay de Orlando, se aproximava de seu fim, quando o DJ Ray Rivera, presença constante na programação do clube, ouviu o que pensou serem fogos de artifício na pista de dança. Poucos segundos depois, no entanto, Rivera entendeu o que acontecia. Armado com um fuzil AR-15 e uma pistola, Omar Mir Seddique Mateen, de 29 anos, disparava contra frequentadores, nos momentos iniciais daquele que se tornaria o maior ataque terrorista com armas de fogo na História dos EUA, superando a chacina no Instituto Politécnico da Virgínia, no qual o estudante Seung-Hui Cho abriu fogo matando 32 pessoas e ferindo outras 23, em abril de 2007. — Ouvi barulhos, então abaixei o volume da música e vi pessoas correndo para todos os lados — contou o DJ. — Foi completamente caótico. Rivera conseguiu se esconder em sua cabine e fugir da boate, assim como Christopher Hansen, que se mudou há dois meses para a Flórida e teve que engatinhar até a saída traseira do clube. — Ouvi o barulho dos tiros, mas cheguei a pensar que fizessem parte da música — diz Hansen. — Quando cheguei à rua, havia sangue por toda parte. Vi um homem caído e não tinha certeza l 21 TESTEMUNHAS DO HORROR “Vi corpos por toda parte. No estacionamento, as pessoas eram marcadas com cores diferentes, para que paramédicos pudessem saber a quem ajudar primeiro” Christopher Hansen Estava dentro da boate Resgate. Ferido é carregado após atentado na boate Pulse na madrugada de ontem. Policias usaram blindado para entrar no clube a alvejar atirador se ele estava morto ou não. Tirei minha bandana e tentei estancar o sangue que saía do ferimento a bala em suas costas. Mateen abriu fogo dentro da boate e trocou tiros com um segurança. Em algum momento ele saiu brevemente e retornou, mantendo frequentadores do clube como reféns. Foi feito um cerco e por volta das 5h a Swat — o esquadrão especial da polícia — usou um veículo blindado para arrombar as portas da Pulse, abater o atirador e libertar cerca de dez pessoas que permaneciam sob a mira de suas armas. Cerca de 20 minutos após os disparos iniciais, o terrorista ligou para a polícia, jurando lealdade a Abu Bakr alBaghdadi, líder do Estado Islâmico, e mencionando os irmãos Tsarnaev, responsáveis pelo atentado a bomba na Maratona de Boston de 2013. Antes de morrer, trocando tiros com policiais, o terrorista matou 50 pessoas e feriu outras 53. Menos de dez minutos após o início do tiroteio, a página da Pulse no Facebook divulgou uma mensagem urgente, na qual instruía frequentadores a “sair da boate e continuar correndo”. Horas mais tarde, Mina Justice, uma moradora de Orlando, revelou a troca de mensagens de texto com seu filho, Eddie, que se escondeu num banheiro durante o atentado. Ele a informava sobre o ataque à Pulse e pedia que ela chamasse a polícia, antes de afirmar: “Ele está vindo. Vou morrer”. Até a noite de ontem, a polícia de Orlando não havia conseguido informar se Eddie Justice estava ou não entre as vítimas do ataque à boate. Localizado no nº 1912 da Avenida South Orange, a Pulse ocupa uma casa relativamente pequena numa rua repleta de lanchonetes e shopping centers, próxima ao centro e a menos de 30 quilômetros do complexo de parques de diversão da Disney. A boate é dividida em três ambientes, cada um deles com sua própria decoração temática e seleção musical. Vídeos gravados antes do ataque mostram frequentadores bebendo e se divertindo sob as luzes de neon ao som de reggaeton, merengue e salsa. MEDIDAS EXTREMAS Luis Burbano, que também conseguiu escapar da Pulse logo após o início do tiroteio, conta que aproveitou o primeiro intervalo nos disparos para correr até porta, e no caminho viu funcionários e clientes escondidos num vestiário “esperando por um milagre”. Do lado de fora do clube, Burbano ajudou a conter hemorragias de dois homens baleados, usando sua camiseta. Entre 3h e 5h, policiais cercaram o clube e se comunicaram com Mateen, embora o conteúdo das conversas não tenha sido divulgado. Usando um blindado, a equipe de operações especiais da polícia abriu espaço, derrubando um pedaço da parede e entrando no clube. — Sempre que tivermos uma situação com reféns, definitivamente usaremos medidas extremas para garantir que tenhamos uma equipe de resposta à altura — afirmou o chefe da polícia de Orlando, John Mina. Mais de uma dezenas de policiais apontaram suas armas para Mateen, que disparou, atingindo o capacete de um agente. Um grupo de cerca de 20 pessoas tinha se escondido num cômodo, e o atirador mantinha outro grupo menor numa sala. Ao lado de Mateen estava um pacote de baterias que os policiais temiam fazer parte de um artefato explosivo. Foi necessário o isolamento do local e o uso de um robô para que as autoridades pudessem examinar o local do crime. Enquanto isso, amigos e familiares de frequentadores do clube se amontoavam do lado de fora, em busca de informações. “Estou assustado, nervoso e preocupado com todos aqueles que estavam na boate”, escreveu no Facebook Brian Reagan, gerente da Pulse, que estava na boate durante o ataque. “Por favor, rezem. Isso não pode ser verdade”. l NA WEB glo.bo/tqAOGi Artistas manifestam apoio às vítimas do ataque “Achei que o barulho fosse parte da música, até que vi fogo saindo de uma arma” Rosie Feba Estava dentro da boate “Eu vi o garoto caído e falei para ele se levantar. Estava ferido no braço e tórax. Fiz um torniquete e continuei falando para mantê-lo acordado. Um outro cara estava voltando para achar um amigo, mesmo com um ferimento de tiro”' Luis Burbano Estava dentro da boate 22 l O GLOBO MATANÇA NA BOATE GAY l Mundo l REPRODUÇÃO DE TWITTER “É um momento traumático e emotivo para muitas pessoas. Sonho que o mundo reflita sobre o que podemos fazer para mudar essa violência” Lady Gaga Segunda-feira 13 .6 .2016 “No mínimo, rifles de assalto automáticos e aqueles que podem ser transformados em armas de assalto com grandes pentes devem ser banidos” Cher Cantora Cantora Vítimas são homenageadas em paradas gays Homossexuais lamentam massacre e destacam importância de superar ódio e limitações a direitos -ORLANDO E LOS ANGELES- O massacre em Orlando jogou uma sombra sobre os desfiles de orgulho gay que ocorreram ontem em cidades como Los Angeles e Washington. Um forte esquema de segurança foi montado para garantir as celebrações. A indignação com o atentado — o maior contra a comunidade gay no país — e a homenagem às vítimas do atentado marcaram todos os discursos. — É claro que estamos de luto e com raiva e precisamos expressar isso — disse Lorri Jean, diretora-executiva do Centro LGBT de Los Angeles. — Não podemos permitir que este incidente de ódio nos silencie. O presidente da parada gay na cidade, Chris Classen, destacou os efeitos da tragédia em um comunicado: “Estamos de coração partido porque perdemos muitos de nossos irmãos, irmãs e aliados nesta tragédia (em Orlando). Vamos fazer um momento de silêncio para eles, mas continuaremos exibindo nosso orgulho, e não apenas hoje, como todos os dias”. Em Washington, Craig Baldwin, diretor da Shakespeare Theater Company, distribuía adesivos que diziam “Shakespeare — Meninos beijam meninos desde 1592”: — Um incidente como este traz o ódio que existe lá fora para o primeiro plano — lamentou. — É um lembrete do que temos de fazer para espalhar amor, não ódio. Junho é o mês do orgulho gay nos EUA, em homenagem a um motim realizado em 28 de junho de 1969, quando homossexuais denunciaram policiais por maus-tratos em Nova York. Na semana passada, o presidente Barack Obama recebeu 300 homossexuais na Casa Branca. DECISÃO HISTÓRICA Em 26 de junho do ano passado, por cinco votos a quatro, a Suprema Corte legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, uma medida que ainda era proibida em 14 estados. Ainda assim, os homossexuais sofrem resistências — dois meses depois, um caso em Kentucky ganhou repercussão nacional, em que a escrivã Kim Davis recusou-se a emitir certidões de casamento a dois gays, alegando que tal união não é permitida por Deus. Kim foi presa por descumprir a decisão judicial. A decisão acompanhou a mudança da opinião pública ao longo dos últimos 20 anos. Em 1996, de acordo com pesquisa do instituto Gallup, apenas 27% dos americanos apoiavam a união entre homossexuais. No ano passado, eram 61%. Devido à urgência em atender os feridos do atentado, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aboliu temporariamente a restrição à doação de sangue por homossexuais. Até agora, os gays apenas poderiam doar se não tiveram relações sexuais nos últimos 12 meses. A alegação é que os exames que permitem a detecção do vírus HIV só podem encontrar infecções depois de uma janela de 25 dias. l JESSICA KOURKOUNIS/AFP Vigilância ampliada. Policiais de Filadélfia fazem a proteção da parada gay: conquistas recentes, como a decisão da Suprema Corte a favor da união de pessoas do mesmo sexo, ainda enfrentam fortes resistências nos Estados Unidos Artigos Intolerância nossa de cada dia CARLOS TUFVESSON O massacre de ódio e terror ocorrido na boate gay de Orlando não pode ser limitado à territorialidade dos EUA. Atinge a todos que defendem os direitos humanos universais, lutam contra o discurso de ódio e se unem na defesa dos direitos das minorias. Esse massacre, esse ato de ódio, ocorre exatamente no mês que o mundo celebra a origem das paradas do orgulho LGBT — o levante de Stonewall, no dia 28 próximo. O autor do massacre, Omar Mateen, não é um rosto desconhecido. Ele representa todos aqueles que realizam deliberadamente o discurso de ódio em nosso dia a dia, e lá como aqui são corresponsáveis pelo assassinato desses cidadãos. A homossexualidade não é uma doença, mas a homofobia, sim, e nós, cidadãos de bem, precisamos ser protegidos dessas pessoas que chegam ao ponto de cometer o maior atentado contra cidadãos nos EUA desde o 11 de Setembro! E as vítimas não são apenas a comunidade LGBT e nossas famílias, mas todos nós cidadãos de bem, seres humanos que acreditamos num mundo melhor onde os direitos de todos e todas sejam igualmente respeitados. Cabe à sociedade se indignar e não permitir ser usada por pessoas que, deliberadamente de má-fé, distorcem a luta pelos direitos humanos em nosso país, com o intuito de semear o medo e incitar ao ódio, deturpando informações para usar cidadãos de bem e de boa-fé! Se nós não nos indignarmos, a violência de hoje amanhã se voltará contra nós, não só restrita aos LGBT, pois tudo será uma razão ou causa para praticar a intolerância! Toda pessoa que é homofóbica também é machista, é racista. Eles professam, na verdade, a violência contra quem pensa “diferente”, e essa é uma questão inaceitável num país tão etnicamente pluri- cultural como o nosso. Daí a importância e a obrigação de o poder público não permitir a impunidade no nosso país contra crimes de ódio que, infelizmente, vêm numa grande crescente há dez anos, apesar do conhecimento do governo federal, que possui tais índices e praticamente nada faz, permitindo que politicas públicas pedagógicas de combate ao preconceito e à intolerancia sejam sistematicamente barganhadas e boicotadas! Um LGBT é assassinado no Brasil a cada 23 horas, e os rostos dos assassinos são os mesmos conhecidos de todos nós, representado hoje pelo autor do massacre. Até quando? Denuncie! Ajude a reverter a escalada dessa violência que atinge minorias em nosso país. Se um de nós não tem direitos civis, nenhum de nós tem direitos civis. Estilista e militante de direitos civis e humanos há 21 anos. Ódio e armas: conjunção letal nos EUA MARC BASSETS A matança homofóbica que aconteceu em Orlando, na madrugada de domingo, foi classificada como o maior ataque terrorista em solo americano desde o 11 de setembro de 2001, e também como o mais trágico ataque com armas de fogo em toda a História do país. Nas próximas horas, o debate será entre dois aspectos principais — primeiro, de que os EUA são o país com mais armas de fogo per capita e, entre os desenvolvidos, aquele com mais violência armada. Além disso, a possibilidade permanente de que lá residam cidadãos americanos simpatizantes ao terrorismo jihadista, e dispostos a perpetrar atentados ao menos inspirados pelo Estado Islâmico (EI). Não sabemos, por enquanto, qual a procedência da arma usada no massacre da boate Pulse. E também não são oficiais as motivações do criminoso. É, portanto, hora de cautela. O medo permite a confluência, perfeita e letal, dos dois aspectos citados. Poucos países oferecem tantas armas — são mais de 300 milhões disponíveis — e também um acesso tão fácil a elas (que é um direito consagrado pela Constituição americana, pela interpretação vigente). Os EUA, além disso, estão em guerra com o EI e são inimigos históricos do jihadismo. Nos últimos meses, derrotas impostas aos terroristas na Síria e no Iraque têm levado o EI a tentar expandir a guerra aos países ocidentais. Depois dos atentados de 2001, quando mais de três mil pessoas morreram, a entrada de estrangeiros nos EUA ficou bem mais difícil. Por isso, um ataque como os realizados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono, com vários terroristas infiltrados e uma complexa logística, que exigiu anos de preparação, dificilmente se repetirá. Da mesma forma os cenários mais apocalípticos de ataques com armas biológicas ou pequenos artefatos nucleares tampouco se tornaram realidade. Tem sido dito frequentemente que o próximo ataque será feito por alguém que viva legalmente nos Estados Unidos, e com recursos bastante rudimentares — como um rifle ou uma simples pistola. A matança de Orlando chega em um momento de máxima tensão na política americana. O direito de portar armas tem sido debatido na campanha para as eleições presidenciais de 8 de novembro. A novidade é que, agora, há um candidato à Casa Branca que tem alertado — e com êxito — sobre atentados jihadistas. O republicano Donald Trump, rival da democrata Hillary Clinton, tem falado em registrar os muçulmanos que residem nos EUA e em proibir a entrada de outros fiéis desta religião. Orlando vai pôr à prova os dois candidatos a governar o país mais poderoso do planeta. Do “El País” l Mundo l Segunda-feira 13 .6 .2016 3ª Edição MATANÇA NA BOATE GAY O GLOBO REPRODUÇÃO DE TWITTER “Horrorizado com os relatos do massacre desta noite em Orlando. Meus pensamentos estão com as vítimas e com suas famílias” David Cameron l 23 “Em nome do povo e do governo israelenses, apresento minhas mais sinceras condolências ao povo americano após o horrível ataque desta noite” Benjamin Netanyahu Primeiro-ministro britânico Primeiro-ministro israelense Medo pode favorecer campanha de Trump Republicano já havia crescido nas pesquisas após ataques de Paris, San Bernardino e Bruxelas ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP HENRIQUE GOMES BATISTA Correspondente [email protected] -WASHINGTON- O republicano Donald Trump aproveitou o massacre de Orlando para atacar os democratas. Com um discurso duro, ele se antecipou inclusive às investigações, indicando que se tratava de um ataque terrorista, e reforçou sua proposta de proibir que muçulmanos entrem nos Estados Unidos. A ideia é repetir o que ocorreu após os ataques de Paris e San Bernardino, em 2015, e Bruxelas, em março passado, quando o magnata subiu nas pesquisas na onda do medo dos eleitores. Já Hillary Clinton agiu com mais cautela, mas também aproveitou para defender sua bandeira de restrição às armas. Oficialmente, ambos os candidatos suspenderam suas campanhas em respeito às vítimas do atentado e a seus familiares. Mesmo longe dos comícios, no entanto, eles aproveitaram as redes sociais e os comunicados oficiais para tentar fisgar o eleitor, que nesses momentos fica mais inseguro e tende a um comportamento mais conservador e defensivo, o que favorece os republicanos. Por outro lado, ataques muito fortes e conclusões apressadas podem soar como oportunistas e demonstrar insensibilidade dos políticos. “O que aconteceu em Orlando é apenas o começo. Nossa liderança é fraca e ineficaz”, afirmou Trump em sua conta no twitter. “Incidente horrível na Flórida. Orando por todas as vítimas e suas famílias. Quando isso vai parar? Quando ficaremos fortes, inteligentes e vigilantes?”. Sua campanha enviou uma mensagem informando que este havia sido o segundo ataque de radicais islâmicos em seis meses. “Em seu discurso de hoje, o presidente Obama se recusou até mesmo a dizer as palavras ‘radicalismo islâmico’. Por isso, ele deveria renunciar. E se Hillary Clinton, após este ataque, ainda não consegue dizer as duas palavras, ‘islã radical’, ela deve sair da corrida presidencial”, disse a mensagem assinada pelo candidato republicano. GANHO DE ATÉ CINCO PONTOS PERCENTUAIS O comunicado chamava o atirador Omar Mateen de terrorista e lembrava que ele é filho de um imigrante afegão. “De acordo com o Pew Research, 99% das pessoas no Afeganistão apoiam a opressiva sharia. Nós recebemos mais de cem mil imigrantes do Oriente Médio a cada ano. Desde o 11 de Setembro, centenas de imigrantes e seus filhos têm sido implicados com o terrorismo nos Estados Unidos”, disse ele, que lembrou que Hillary quer aumentar “drasticamente” essa imigração. Dados da época dos três ataques indicam que Trump ganhou até cinco pontos percentuais nas simulações de enfrentamento com Hillary Clinton. Foi justamente após os 130 mortos na França que o magnata fez a polêmica proposta de fechar o país aos islâmicos. Ele Vigília. Ativistas e simpatizantes da causa LGBT se reuniram ontem em frente à Casa Branca, com bandeira a meio pau em luto pelas vítimas do massacre em Orlando U proposta de evitar armas em mãos de “terroristas e criminosos violentos”. Ela afirmou que é o momento de todos ficarem juntos e que rezava pelas vítimas e seus familiares. EXTREMISMO MODO DE VIDA OCIDENTAL COMO ALVO Separadas por um oceano, Paris e Orlando mostram uma indesejável caraterística em comum: as duas cidades foram alvo de um extremismo que não suporta a tolerância, a liberdade e a alegria de viver. Na capital francesa, terroristas do Estado Islâmico foram à zona boêmia e abriram fogo contra restaurantes, o Stade de France e a casa de shows Bataclan — locais onde a juventude parisiense se diverte. No fundo, o objetivo dos atentados de 13 de novembro do ano passado era atingir o modo de vida ocidental. Deixaram mais de 130 mortos, mas não dobraram o espírito da cidade, determinada a continuar com sua rotina, apesar do aumento da segurança. Em Orlando, o ataque a uma boate no mês do Orgulho Gay não parece ser ao acaso. O grupo extremista tem um histórico de também usou o medo do terrorismo externo para reforçar sua proposta de muro na fronteira com o México, que seria feito para barrar imigrantes ilegais mas que, de quebra, evitaria a entrada de terroristas. Já no lado democrata, Hillary anunciou o cancelamento do comício que faria no Wisconsin, na quarta-feira. E aproveitou para defender FOTO DE DIIVULGAÇÃO execução de homossexuais nas áreas sob seu domínio. Passando nos últimos tempos de alvos militares a civis, teria novamente na mira locais marcados pela tolerância. No caso da Pulse, o objetivo se torna ainda mais visível não só por ser uma casa noturna, mas também por estar ligada à defesa dos direitos da comunidade LGBT — algo que parece ser incompreensível para os membros do Estado Islâmico. uma de suas principais bandeiras: o aumento do controle de armas no país. Ela também mandou mensagens de apoio à comunidade gay. “O atirador atacou uma discoteca LGBT durante o Mês do Orgulho Gay. Por favor, saibam que vocês tem milhões de aliados em todo o nosso país, eu sou um deles”, disse ela em um comunicado, acrescentando uma defesa para a O clima foi de luto durante a 16ª edição da Parada LGBT de Madureira, que reuniu milhares de pessoas na tarde de ontem na Zona Norte do Rio. A festa teve um minuto de silêncio pelos 50 mortos no massacre na boate gay Pulse, em Orlando (EUA). Ativistas como Renata Frisson, Lauren Alexander, Carlos Tufvesson, David Brasil e Juju Maravilha (foto) destacaram a importância de que seja mantida a luta pelos direitos LGBT e contra a homofobia. O coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, declarou que “a comunidade LGBT está de luto”. Em São Paulo, cerca de cem pessoas participaram de uma vigília na Avenida Paulista com velas, cartazes e bandeiras LGBT. “Massacre em Orlando assusta a Copa América”, no Caderno de Esportes Brasileiro: ataque provocou mobilização popular Morador da cidade destaca esforços para atendimento a feridos; consulado fez plantão SOLIDARIEDADE NO RIO E EM SÃO PAULO NRA: AR-15 CLASSIFICADO COMO ARMA DE CAÇA A defesa democrata de mais restrições às armas não é aceita pelos republicanos. Após os ataques de San Bernardino, Hillary e o presidente Obama correram para atacar o episódio como mais um dos recorrentes tiroteios entre americanos, mas depois ficou provado que o ato que resultou em 14 mortes foi uma ação terrorista orquestrada pelo Estado Islâmico. No Twitter, apoiadores da democrata lembraram que Trump tem o apoio formal da Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês), lobistas pró-armas. A revista “Slate” lembrou que a NRA afirma que o rifle AR-15 usado no ataque de Orlando é classificado como “para caça e defesa pessoal”. O senador Bernie Sanders, que segue na disputa pela indicação democrata, apesar da confirmação numérica da candidatura de Hillary, escreveu em sua conta do twitter que “todos os americanos estão horrorizados, revoltados e tristes com a atrocidade terrível em Orlando.” l -ORLANDO E WASHINGTON- O brasiliense Thiago Zveiter, que mora a poucos metros da boate Pulse, garante que “todo mundo já foi lá”. Para o jovem de 29 anos, o atirador poderia ter escolhido outros locais que ele frequenta. — Para os homossexuais, a boate é um espaço de afirmação de identidade, de liberdade, a balada onde nós podemos ser nós mesmos — define, emocionado. — Muitos dizem que esta tragédia pode ter ligação com o terrorismo, mas também é uma amostra de como existe um ódio tão forte contra uma minoria. Zveiter avalia que o atentado deixou os moradores da cidade mais unidos. Há, segundo ele, uma mobilização para o atendimento a feridos e suas famílias: — Ainda há algumas pessoas sobre as quais não temos informação. Não sabemos se estão entre os mortos, os feridos, ou na polícia prestando depoimento. É uma situação muito chocante. O Consulado-Geral do Brasil em Miami fez regime de plantão para receber informações sobre brasileiros que estariam na boate no momento do atentado. O Itamaraty, porém, não foi procurado até ontem à noite. Em nota, o governo brasileiro afirmou “seu mais firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo. Nenhuma motivação, nenhum argumento justifica o recurso a semelhante barbárie assassina”. INVESTIMENTO EM TURISMO Os parques temáticos fizeram de Orlando um dos destinos mais populares dos EUA. Entre as atrações como a clássica Disney World e a reprodução dos cenários da franquia Harry Potter, a cidade receberá novas atrações ainda este ano, como o Sea World e a montanha-russa Mako, com 61 metros de altura e que atingirá até 118km/h. A International Drive, que ganhou o apelido “Estrada da diversão”, testemunhou nos últimos anos a multiplicação de hotéis, lojas e restaurantes ao longo de seus 20 quilômetros. Este é o endereço do Museu Madame Tussauds e da roda-gigante Orlando Eye. Outro ponto popular é o Titanic, the Experience, que reconstitui a viagem do transatlântico, onde visitantes ganham cartão de embarque com identificação de classe da tarifa. A mesma interatividade pode ser vista em CSI: The Experience, inspirado no seriado de TV, onde o objetivo é analisar cenas de crimes, das impressões digitais aos exames de DNA. A casa de ponta-cabeça do WonderWorks e a casa torta de Rypleys’s Believe it or not! são pontos populares há mais de 20 anos. Enquanto o Rypley’s surpreende os visitantes com curiosidades como um autorretrato de Van Gogh pintado em esmalte de unha e um painel gigante com o perfil de Jimi Hendrix feito com cartas de baralho, o WonderWorks apresenta máquinas e brinquedos interativos de um playground indoor. Após investimentos de mais de US$ 5 bilhões, o Visit Orlando, escritório oficial da cidade, estimase que são necessários 77 dias para ver todas as suas atrações. O objetivo é fazer com que os visitantes voltem com frequência cada vez maior. l Colaborou Henrique Gomes Batista, de Washington 24 l O GLOBO Segunda-feira 13 .6 .2016 Sociedade MEDICINA Fronteiras entre a mente e o cérebro _ CESAR BAIMA Enviado especial [email protected] -BUENOS AIRES- Há mais coisas entre a mente e o cérebro do que supõe nossa vã filosofia. E, para muitos especialistas, é justamente nesta interseção entre a biologia e nossos comportamentos, emoções e reações que está o futuro para a maior compreensão e melhor tratamento de transtornos psíquicos. Pensando nisto, há 12 anos um grupo se reuniu para criar um evento multidisciplinar que juntasse de neurocientistas a terapeutas para apresentar e discutir os avanços nesta busca, que está apagando as fronteiras entre a ciência básica e a prática clínica. Devidamente batizado como “Congresso mundial sobre cérebro, comportamento e emoções”, este ano ele começou ontem e vai até quarta-feira na capital argentina, com a participação de mais de três mil pesquisadores, psiquiatras, neurologistas e psicólogos, entre outros profissionais da área. — Na verdade, mente e cérebro estão sendo vistos cada vez mais como a mesma coisa — conta o psiquiatra Pedro do Prado Lima, integrante do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (InsCer-PUCRS), um dos idealizadores do evento e copresidente da edição deste ano. — Trazendo juntas estas diferentes visões biológicas e psicológicas, ciência básica e prática clínica, visamos não só a doença, mas também a neurociência da vida cotidiana, do amor, da raiva, da tomada de decisões, da ética e de todos os tipos de comportamentos. Desde o primeiro momento buscamos uma real integração destes vários assuntos, procurando as interfaces que existem entre eles, as explicações diferentes para os mesmos fenômenos mentais. Evento reúne de neurocientistas a clínicos para melhor compreender os transtornos mentais LATINSTOCK “Estudos mostram que quem tem depressão crônica também tem uma chance grande, em torno de 40%, de ter um infarto ou ficar diabético” Pedro do Prado Lima Psiquiatra Segundo Lima, esta crescente integração entre os estudos do cérebro e da mente com a prática clínica deverá render muitos frutos, como a descoberta de biomarcadores e outras pistas físicas que possam servir de indicadores para a predisposição a alguns distúrbios mentais muito comuns, como depressão e bipolaridade. — A busca por estes marcadores é meio como um Santo Graal para a psiquiatria, tanto que estamos à procura deles há décadas — considera. — Por enquanto, porém, a variabilidade nestes indicadores é muito grande, o que Neurônios. Especialistas acreditam que a solução para distúrbios psíquicos pode estar na interseção entre biologia e comportamento faz com que tenham validade nas pesquisas, mas ainda não na clínica, para beneficiar um paciente. Um dia isso virá, mas hoje não é o caso. Estamos vivendo uma era em que todo o funcionamento de um cérebro normal está sendo destrinchado, e isso vai nos informar muito sobre doenças mentais. Para Lima, tal avanço se mostra ainda mais fundamental diante da grande prevalência de distúrbios psiquiátricos na sociedade atual e seu alto custo social. De acordo com ele, os gastos com essas doenças superam em muito os com problemas cardíacos, câncer ou outros, o que faz com que os investimentos em neurociência, em especial os voltados à psiquiatria, sejam os mais importantes a serem feitos na medicina. — As doenças psiquiátricas afetam muita gente. Só a depressão pega 20% da população, o transtorno bipolar, 5%, transtorno obsessivo-compulsivo, 2,5%, personalidade borderline 3% da população, e assim por diante — enumera. — E são doenças que, além de serem extremamente prevalentes, pegam pessoas jovens, no auge de sua vida produtiva, à diferença de áreas como a cardiologia ou a oncologia, em que a grande maioria das pessoas que ficam doentes são idosas. E isso traz um enorme custo social. Lima também lembra que algumas condições psiquiátricas, como a depressão, também levam ao aparecimento de outras doenças por meio de mecanismos inflamatórios, o que multiplica seu fardo para a sociedade. — Estudos mostram, por exemplo, que quem tem depressão crônica também tem uma chance grande, em torno de 40%, de desenvolver placas nas artérias coronárias e ter um infarto, ou ficar diabético — aponta. — Por isso as doenças psiquiátricas são caríssimas, uma verdadeira tragédia para a saúde pública. Se os governos fizessem as contas, eles colocariam muitos recursos em pesquisas nesta área, pois sua repercussão, seus resultados, podem fazer com que a sociedade economize muito dinheiro e fique mais produtiva. Este trabalho de unir mente e cérebro, claro, não vai ser simples, reconhece Lima. Além de genética e epigenética, isto é, natureza e criação, ambiente, hoje se sabe que o desenvolvimento de transtorno psiquiátricos envolve outras partes do corpo, como as glândulas, o que exige a atração de geneticistas e endocrinologistas, por exemplo, para este esforço. — Este campo é muito maior do que se imaginava, de uma complexidade extrema, e por isso será um avanço complicado — admite. — Por outro lado, pensando na psicofarmacologia, o desenvolvimento de um novo medicamento é muito caro, e estas pesquisas estão trazendo novos paradigmas para isso. Estamos descobrindo substâncias que têm efeitos diferentes dos que estamos acostumados. Não estamos mais presos àquela história de serotonina, dopamina e outros mecanismos em que estão envolvidos neurotransmissores para uma abordagem mais ampla graças a estes novos entendimentos. E esta é a função da ciência, trazer visões novas e conhecimento para este desenvolvimento. l *O repórter viajou a convite da CCM, empresa organizadora do evento [email protected] E m filmes cujos professores são os protagonistas, é comum eles serem retratados como personagens inspiradores, detentores de uma espécie de dom natural para ensinar seus alunos. É normal em se tratando de ficção. O problema é que esse imaginário é também bastante frequente no senso comum. Ensinar, porém, é uma tarefa complexa, que exige preparo e constante suporte ao trabalho em sala de aula. Em sua mais recente edição, a revista “The Economist” tratou do tema em reportagem de capa. O texto cita estudos recentes que mostram que professores que tiveram apoio constante de colegas mais experientes designados para avaliar seu trabalho e dar orientações precisas sobre o que fazer obtiveram resultados melhores para seus alunos do que os demais. A matéria também destaca que em países ou estados com melhores resultados em educação — caso de Finlândia, Cingapura e Xangai — esta cultura de colaboração entre professores é bastante presente. Neste ponto, a reportagem da “The Economist” vai na mesma linha de livros, estudos e relatórios internacionais que têm destacado cada vez mais a necessidade de criar ambientes profissionais de apoio ao professor em sala de aula. Esta prática é particularmente im- ANTÔNIO GOIS EDUCAÇÃO Olhar a sala de aula Novos estudos mostram a importância de dar apoio ao trabalho do professor e criar uma cultura de colaboração nas escolas portante numa profissão em que a maior parte do trabalho acontece de forma isolada dos demais colegas, dentro de sala de aula. No livro “Professores Excelentes”, por exemplo, Barbara Bruns e Javier Luque descrevem num dos capítulos os resultados de um estudo do Banco Mundial que observou mais de 15 mil salas de aula em sete países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil. Um dos indicadores utilizados para avaliar a qualidade da aula foi o tempo que os professores efetivamente conse- guiam usar para ensinar os alunos, sem interrupções por causa de tarefas burocráticas, atrasos ou indisciplina. Em muitas escolas, foi observada grande discrepância na qualidade da aula entre professores do mesmo colégio. O livro cita como exemplo uma escola em Minas Gerais onde havia um professor que conseguia dedicar 80% do tempo de aula para o ensino, enquanto outro, no mesmo estabelecimento, aproveitava apenas 20%. Uma maneira de interpretar este resultado é concluir que o professor que dedicava apenas 20% do tempo para ensinar era negligente com seus alunos, e o melhor a fazer seria afastá-lo da sala de aula, para que não prejudicasse mais os estudantes. Pode ser verdade em alguns casos, pois há bons e maus profissionais em qualquer área. Outra conclusão possível é de que aquele mesmo professor estava tentando fazer o melhor que podia. Sem oferecer a ele apoio e uma orientação clara sobre como melhorar, ele continuará tendo dificuldades, por mais que se esforce. Um indicador do quanto os professores estão recebendo suporte e apoio para melhorar é perguntar a eles com que frequência costumam observar outros colegas em sala de aula, para dar ou receber algum retorno sobre seu trabalho. Num estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico publicado em 2014, o Brasil apareceu, numa lista de 32 países, como uma das nações em que isso era menos frequente, com 77% dos docentes afirmando que nunca faziam isso, ante uma média de 45% em todos os países do levantamento. O dado indica que ainda há muito a avançar no Brasil para garantir boas condições de trabalho que permitam estabelecer uma cultura de apoio e trocas frequentes entre professores, em benefício dos alunos. l ESPORTES OGLOBO Fla: disposição sem conclusão Fernando Calazans PÁGINA 2 EDUARDO VALENTE/FRAMEPHOTO SEGUNDA-FEIRA 13.6.2016 2ª EDIÇÃO oglobo.com.br ALAN PATRICK DERROTA EM FLORIPA PÁGINA 3 Sempre pode piorar NA ASA DO PERU Gol de mão elimina um Brasil que não soube concluir. Dunga está sob risco U STEVEN SENNE/AP m bom primeiro tempo, uma queda de rendimento diante da marcação mais dura do Peru e a eliminação em um gol de mão, validado por grande equívoco do árbitro uruguaio Andrés Cunha. Com o 1 a 0 no estádio Foxborough, o Brasil está eliminado da Copa América na primeira fase, o que não acontecia desde 1987. A pressão sobre o técnico Dunga deve chegar ao máximo nos próximos dias, a menos de dois meses para os Jogos Olímpicos, tratados como prioridade pela CBF, que preferiu poupar Neymar para o Rio. E a verdade é que o Brasil só fez gols contra o semiamador Haiti. Para piorar o cenário, a seleção atualmente ainda está fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018 nas eliminatórias sul-americanas. — O meu sentimento é mesmo do torcedor o que todos viram. Se não tiver as imagens, não tem como mudar aquilo que todo mundo viu — afirmou Dunga, que atribuiu a derrota apenas ao erro do árbitro. — Não deu para entender porque levaram quatro minutos para confirmar o gol. Não tem como técnico ter influência sobre isso. ESCALAÇÃO OUSADA Dunga levou a campo uma escalação com duas mudanças esperadas e uma surpresa. Na zaga, Miranda, recuperado de lesão, retomou a vaga de Marquinhos, enquanto no ataque se confirmou que Gabriel é o novo titular no lugar de Jonas. A ousadia do treinador foi a escolha do substituto do suspenso Casemiro. Em vez de Wallace, do Grêmio, de estilo mais marcador, Dunga optou por Lucas Lima. Com seis jogadores que tratam bem a bola do meio para a frente (Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, William, Phillippe Coutinho e Gabriel), o Brasil foi um time que trocou passes e ATUAÇÕES aa B R A S I L Alisson 5,5. Tranquilo. Praticamente assistia ao jogo até levar o gol, em que não teve culpa. Daniel Alves 5. Comedido. Com Filipe Luís no ataque, se preocupou mais em compôr a defesa. Gil 5. Esforçado. Teve algum trabalho. No final, tentou ajudar o ataque. Miranda 5. Sereno. Tinha uma noite tranquila até o ataque peruano que terminou no gol da noite. Filipe Luís 6,5. Avançado. Foi uma das mais importantes peças ofensivas da seleção, mas o lance do gol saiu pelo seu lado. Elias 6. Teve a chance. Era o volante que melhor distribuía a partida na primeira etapa. Depois do intervalo teve mais dificuldades. Perdeu uma oportunidade na cara do gol no fim. Renato Augusto 5,5. Altos e baixos. Boas inversões de jogo, mas, imprudente, cometeu um pênalti não assinalado pelo árbitro na primeira etapa. Lucas Lima 5,5. Pouco. Espetava-se mais do camisa 10. Perdeu uma bola na saída de bola que resultou em uma falta próximo à área. Willian 5,5. Vagalume. Fez um primeiro tempo apagado, embora tenha participado de uma boa chance de gol. Alternou momentos de brilho com sumiço em campo. Philippe Coutinho 6,5. Criativo. Melhor jogador do time na primeira etapa, fez boas jogadas no ataque. Caiu com a equipe no segundo tempo. Gabriel 5,5. Dois tempos. Se movimentou bem e quase marcou um gol no primeiro tempo. Desapareceu depois do intervalo e foi substituído. Hulk 4,5. Devendo. Entrou com a missão de chutar a gol e nada conseguiu fazer. Dunga 5. Para frente. Ousou ao optar por Lucas Lima e Gabriel. O time, porém, pouco chutou. aa P E R U Aposta de risco. Gareca segurou o empate enquanto pôde e apostou num único golpe. Teve sucesso com um gol de mão. aa A R B I T R AG E M Atrapalhado. O uruguaio Andrés Cunha Mão do adeus. O atacante Ruidíaz usa a mão para fazer o gol que eliminou o Brasil da Copa América na primeira fase, o que não acontecia desde 1987 controlou a partida por todo o tempo até o intervalo. Se não foi brilhante, foi superior e impôs seu estilo. Com a marcação adiantada em alguns momentos, conseguiu roubar bolas no campo de ataque. Chances reais de gol não foram muitas, e o goleiro peruano Gallese apareceu bem em dois chutes perigoso de Gabriel, que foi mais ativo do que Jonas vinha sendo. A saída de bola com Elias e Renato Augusto foi ágil, e o time contou com boa presença ofensiva dos laterais. Como ponto negativo, a mania de tentar cavar um pênalti, ignorada pelo menos três vezes pelo árbitro. No seu melhor jogo, porém, o Brasil só não foi para o intervalo perdendo justamente por um erro de Cunha. Numa rara ofensiva do Peru, que não conseguiu nenhuma finalização no primeiro tempo, Flores foi derrubado por Renato Augusto dentro da área, mas o árbitro não marcou o pênalti. DEMORA PARA SUBSTITUIR Com uma postura um pouco mais agressiva no segundo tempo, tentando marcar um pouco mais à frente, a seleção do Peru dificultou o jogo para o Brasil. Os meio-campistas brasileiros já não encontraram tanto espaço para trocar passes. O Perupouco chegava à frente, mas, com o passar do tempo e a perspectiva de que um gol significaria a eliminação, a partida foi ganhando contornos tensos para o Brasil. Dunga hesitava em mexer — a única substituição, de Gabriel por Hulk, só aconteceu aos 26 minutos. Três minutos depois, aconteceu o que se temia. Numa rara escapada pela ponta direita, Andy Polo foi à linha de funda pela direita, às costas de Filipe Luís, invadiu a área e cruzou para Ruidíaz completar para o gol. Como só ficaria claro no replay, o atacante peruano usou a mão para fazer o gol. O árbitro uruguaio ainda demorou quase quatro minutos para validar o gol, conversou com os auxiliares, mas confirmou o 1 a 0. Restavam pouco mais de 15 minutos. Na melhor chance criada, aos 46 minutos, Elias não conseguiu concluir o cruzamento cara a cara. Há 31 anos, o Brasil não perdia do Peru. Aconteceu. Agora é esperar. l deixou de pênalti para as duas equipes e demorou para dar o gol marcado com mão. Brasil Peru 0 1 Brasil: Alisson, Daniel Alves, Gil, Miranda e Filipe Luís; Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, Willian, Phillipe Coutinho ; Gabriel (Hulk). Peru: Pedro Gallese, Aldo Corzo, Christian Ramos, Balbín (Yotún), Alberto Rodríguez e Trauco; Andy Polo, Óscar Vilchez e Cueva (Tapia); Édison Flores (Ruidíaz) e Paolo Guerrero. Gol: No 2T, Ruidíaz aos 29. Cartões: Lucas Lima Juiz: Andrés Cunha (URU). Público pagante: 36.187 pessoas. Local: Foxborough, nos Estados Unidos. Massacre em Orlando assusta Copa América; Grupo C decide 1º lugar EDUARDO MUNOZ ALVAREZ/AFP Lateral da Argentina lembra que alguns jogadores levaram a família aos EUA. Se, há algumas semanas, atos de terrorismo eram uma das principais preocupações para os organizadores da Eurocopa, que está sendo realizada na França, foi nos Estados Unidos, sede da Copa América, que a barbárie se fez presente, ainda que em evento sem relação com a competição. O ataque que matou 50 pessoas na boate Pulse, em Orlando, na madrugada de ontem, levou preocupação à organização e a jogadores da Copa América. A cidade foi uma das sedes do torneio, mas já não havia mais outros jogos programados para a cidade. No primeiro jogo da noite de ontem, foi realizado um minu- Respeito. Equatorianos se abraçam antes do minuto de silêncio. A equipe se classificou ao bater o Haiti por 4 a 0 to de silêncio antes de a bola rolar para a vitória do Equador sobre o Haiti, por 4 a 0, em jogo disputado em Nova Jersey. Os gols equatorianos foram marcados por Enner Valencia, Noboa, Ayoví e Antonio Valencia. O lateral-esquerdo titular da Argentina, Marcos Rojo, resumiu ontem a apreensão que tomou conta dos jogadores: — Isso nos assusta, claro. Muitos jogadores trouxeram as famílias para o torneio, não sa- bemos o que pode acontecer. Claro que não é bom, nos preocupa — disse. A classificada Argentina é líder do grupo D e joga amanhã contra a eliminada Bolívia, quando Chile e Panamá lutarão por vaga. Até a noite de ontem, a organização da Copa América ainda não havia emitido comunicado oficial sobre o massacre. JOGOS DE HOJE A eliminação do Paraguai na primeira fase causou o pedido de demissão do seu técnico, o argentino Ramón Díaz. Nas eliminatórias sul-americanas, o Paraguai é sétimo, com os mesmos nove pontos do Brasil, em sexto. Os dois jogos de hoje, pelo Grupo C, servem para decidir quem fica em primeiro. Já classificados, México e Venezuela se enfrentam em Houston, às 21h (no Sportv 2). Os mexicanos jogam pelo empate. Depois, às 23h (Sportv), Uruguai e Jamaica se despedem, em Santa Clara. l Leia mais sobre o massacre em Orlando nas páginas 20 a 23 Copa América CLASSIFICAÇÃO EQUIPE P J V SG 1 2 2 4 6 6 0 0 México Venezuela Uruguai Jamaica 2 2 2 2 2 2 0 0 4 2 -3 -3 P - Pontos ganhos; J - Jogos; V - Vitórias; SG - Saldo de gols TERCEIRA RODADA HOJE 21h 23h México Uruguai x Venezuela x Jamaíca QUARTAS DE FINAL 16/6 17/6 18/6 18/6 EUA Peru 1ºD MEX ou VEN x x x x Equador Colômbia MEX ou VEN 2ºD l O GLOBO 2 l Esportes l EUROCOPA [email protected] FERNANDO CALAZANS | 2ª Edição Segunda-feira 13 .6 .2016 Início sofrido | Os mesmos erros O time do Flamengo parece continuar o mesmo, com todos os técnicos que passaram por lá ultimamente. Como aconteceu ontem também, na segunda derrota seguida, desta vez para o Figueirense, por 1 a 0. Um time que busca o ataque, que pode até chegar à área, mais aí sofre com a dificuldade para concluir, finalizar a jogada na direção do gol. No caso de ontem, com domínio do campo, sobretudo no segundo tempo. M esmo com um início tumultuado, com muitas faltas, algumas violentas, e com o árbitro Leandro Vuaden assistindo a tudo e apitando burocraticamente — mesmo assim, o jogo atingiu a marca louvável de 65 por cento de bola rolando. Padrão europeu. O Flamengo já começou partindo para cima do Figueirense com disposição, mas com poucas finalizações, mostrando que o ataque é o mesmo com ou sem Guerrero. O Figueirense também atacava e, de um lado de outro, apareciam os goleiros atuando com segurança: Gatito Fernández, do Figueirense, e Alex Muralha, do Flamengo. Até que chegou a hora de um chute realmente indefensável. Foi de Rafael Moura, um tiro enviesado, muito forte, bem no ângulo. O chute do gol e da vitória. O Flamengo chutava mais, mas quem decidiu foi o Figueirense. No segundo tempo, o Flamengo apertou ainda mais o cerco, mas esbarrou nos pés de seus atacantes, que erravam muito, ou nas mãos de Gatito, que defendia tudo. As substituições feitas por Zé Ricardo foram compreensíveis, mas não deram certo, porque os reservas erraram tanto quanto os titulares. Cirino e Gabriel não acertaram nada, assim como Everton e Ederson no primeiro tempo. Nem passe, nem drible, nem gol. O zagueiro Rafael Vaz se destacou na defesa, ainda mais considerando que foi uma estreia precipitada, poucos dias após sua chegada ao Flamengo. _ Ataque sem gols Em sete rodadas do Campeonato Brasileiro, o Botafogo não fez mais do que 4 gols. O quarto gol foi ontem, mas não foi suficiente para ganhar do Vitória, que empatou nos acréscimos (1 a 1). Foi também o quarto jogo sem vitória do time. O número 4 parece estar perseguindo o Botafogo. O jogo foi muito ruim, interrompido a cada minuto por causa da avalanche de faltas, sem contar aquelas tantas que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro deixou de marcar. Jogo truncado, com pouco tempo de bola rolando. Ficou claro mais uma vez o problema capital do Botafogo: o ataque improdutivo. Com seis minutos de jogo, o time já tinha desperdiçado duas oportunidades. E, a partir de então, o Vitória equilibrou as ações, desperdiçando também as suas. No segundo tempo, logo no início, Sassá entrou para fazer o gol que os titulares não faziam, e, no fim, nos acréscimos, o Vitória, que já pressionava o Botafogo, empatou com Victor Ramos. A impressão que se tem, ainda que na fase inicial da competição, é que o único objetivo do Botafogo, sua única ambição, é não ser rebaixado outra vez. Pelo menos é isso que a falta de qualidade do time sugere. Os jovens do ataque, como Ribamar, Neilton, Sassá, Gegê e outros podem até se afirmar mais adiante, mas, por enquanto, não podem formar o setor ofensivo de um time como o Botafogo. _ O recorde perdido O sábado não bom foi para os cariocas. Nem para o Vasco na Segunda Divisão, nem para o Fluminense na Primeira. A sorte não atuou a favor do Vasco, como o time merecia. No único jogo que faltava para igualar o recorde de 35 partidas de invencibilidade marcado pelo clube nos anos 40 — recorde estabelecido pelo time chamado de Expresso da Vitória — o Vasco perdeu de 2 a 1 para o Atlético Goianiense. Agora, mesmo sem um time da qualidade do Expresso, o Vasco cumpre uma campanha digna da grandeza do clube. Foram 34 jogos sem derrota, numa série que teve início em novembro do ano passado. Sete meses sem perder e um título de campeão estadual. Um time, no mínimo, bem armado, com jogadores aplicados, empenhados em cumprir dentro de campo as instruções do técnico Jorginho. Não custava nada que a sorte lhe concedesse pelo menos um empatezinho, para realizar o sonho de repetir o feito de um dos melhores — se não o melhor — time da história do clube. O Fluminense abusou das bolas altas no empate de 1 a 1 com o Grêmio: foram quase 30. Algo estranho para um time treinado por Levir Culpi, técnico estudioso e atualizado. Será que ele está mudando de filosofia? Com um homem a mais desde o primeiro tempo, o time só chegou ao empate aos 30 minutos do segundo, com o gol de Marcos Júnior. O ataque, com o estreante Maranhão e o jovem Richarlison, não funcionou. l AP A MARCA DO SETE Schweinsteiger entra no fim e faz segundo gol da Alemanha na estreia dos tetracampeões do mundo MARCELO ALVES [email protected] torno, depois de tantas semanas para voltar à boa forma — disse Joachim Löw. A convocação de Bastian Schweinsteiger para a Euroco- DECISÃO NA QUINTA pa foi uma surpresa. Depois de Na próxima rodada, na quintauma temporada irregular no feira, a Alemanha enfrentará a Manchester United, em que Polônia, no Estádio da França, sofreu uma lesão séria no joe- em Saint Denis, em jogo decisilho direito, ao final de março, a vo para a primeira colocação do expectativa era que o meia de grupo C. Ontem, os poloneses 31 anos ficaria fora do torneio derrotaram a Irlanda do Norte na França. Mas o técnico Joa- por 1 a 0, gol do jovem atacante chim Löw resolveu dar um vo- Milik, do Ajax, da Holanda. to de confiança ao jogador e o Com 14 remanescentes do tíchamou para a competição. tulo mundial conquistado no E logo na estreia, Schweins- Brasil há dois anos, a Alemateiger mostrou nha tenta voltar a que a escolha do conquistar a Eurotreinador foi acercopa depois de 20 A RODADA tada. O camisa 7 anos. O último típrecisou de apetulo foi em 1996, Ontem nas três minutos na Inglaterra. para provar o seu Para Löw, o time valor na difícil vialemão está mais GRUPO C: Polônia tória alemã sobre a experiente e tem 1x0 Irlanda do Norte; Ucrânia por 2 a 0, chances de interAlemanha 2x0 em Villeneuveromper o jejum. Já Ucrânia d’Ascq, na estreia o meia Toni Kroos da equipe. acredita que a seGRUPO D: Turquia —É um sentileção alemã preci0x1 Croácia mento ótimo. Clasa jogar com intero que para mim é ligência para venHoje mais importante o cer o torneio. fato de termos — Precisamos vencido e conser um pouco GRUPO D: Espanha x quistado os três mais inteligentes Rep. Tcheca, 10h pontos. Mas óbvio se quisermos venque ter feito um cer esse torneio. GRUPO E: Irlanda x gol é ainda meMas eu estou conSuécia, 13h; Bélgica lhor. Me dá muita fiante que serex Itália, 16h confiança. Mas a mos — analisou. próxima partida Kroos foi um dos será mais difícil, contra a Polô- destaques da partida em uma nia. Temos que ver como va- Eurocopa que está exibindo os mos jogar contra eles — disse o jogadores do Real Madrid, atuvolante alemão. al campeão europeu, como Schweinsteiger entrou aos 44 destaques de suas seleções. minutos do segundo tempo e Ontem, por exemplo, Luka marcou o segundo gol da equi- Modric fez o gol da vitória da pe aos 47, depois de um con- Croácia sobre a Turquia por 1 a tra-ataque alemão. No fim da 0, no Parque dos Príncipes, em jogada, Özil tocou na área para Paris. O atacante Gareth Bale já o meia, que bateu de primeira havia sido decisivo na vitória estufando a rede do goleiro de País de Gales sobre a EsloPyatov. O primeiro gol foi mar- váquia por 2 a 1. cado por Mustafi, de cabeça, — Todos os jogadores do Reaos 19 minutos do primeiro al Madrid vieram muito emtempo, após cruzamento do polgados para a Eurocopa devolante Toni Kroos. pois de conquistar a Liga dos — Eles realmente nos agredi- Campeões. É incrível que eu ram na área, mas defendemos possa ter contribuído para a vimelhor no segundo tempo, e tória, mas não ganhamos nada Bastian Schweinsteiger teve o ainda. Foi apenas o primeiro prazer de fazer um grande re- jogo — disse Kroos. l Pronto. Schweinsteiger comemora seu gol, o segundo da Alemanha na Euro Espanha, Itália e Suécia exibem suas armas na rodada de hoje Em 2008, os alemães perderam a decisão para a Espanha, atual bicampeã europeia e que estreia hoje na competição, contra a República Tcheca. O jogo válido pelo grupo D será disputado às 10h (de Brasília). Alemães e espanhóis são os recordistas de títulos da competição, com três taças. A principal dúvida espanhola é no gol, com chance para De Gea, do Manchester United, em vez do eterno capitão Iker Casillas, do Porto. Às 13h, a Suécia de Zlatan Ibrahimovic, ex-astro do PSG, estreia no Estádio da França, em Paris, contra a Irlanda, pelo chamado grupo da morte, o E. Logo depois, às 16h, pelo mesmo grupo, a Itália dos brasileiros Thiago Motta e Eder enfrentará em Lyon a perigosa Bélgica do craque Eden Hazard, atacante do Chelsea. O Sportv e a Band transmitem todas as partidas do dia. l Uefa ameaça excluir times de torcidas violentas ALAIN JOCARD/AFP Três cidades francesas já tiveram confrontos entre hooligans. Dez foram presos até ontem O primeiro fim de semana da Eurocopa terminou com a sombra do hooliganismo, demonstrações de violência entre torcedores que se tornaram comuns nas competições europeias entre seleções. Houve confrontos em pelo menos três cidades francesas desde a última quinta, véspera do início da Euro. Até a tarde de ontem, dez pessoas continuavam presas — incluindo torcedores ingleses e russos, cujas seleções foram ameaçadas até de exclusão pela Uefa, caso as cenas de violência se repitam. O comitê executivo da entidade, responsável pela organização da Eurocopa, pediu às federações de Inglaterra e Rússia Segurança. Torcedor da Croácia é revistado antes do jogo contra a Turquia que convoquem seus torcedores para se comportarem “de forma responsável e respeitosa”. Ingleses e russos se enfrentaram nas ruas de Marselha no sábado e dentro do estádio Vélodrome, logo após o apito final. Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas e um inglês foi hospitalizado em estado crítico — ontem, sua condição era “estável”. A chance de novos problemas, contudo, é real. Um russo que retornou a Moscou no sábado, identificado apenas como Vladimir, declarou à agência de notícias France-Presse que as brigas são motivadas por questões de “honra”. — Lutei contra sujeitos tatuados que tinham entre 40 e 50 anos. Todos viemos para isso. Fazemos isso por esporte, perder contra eles representa perder nossa honra — afirmou. ALEMÃES PRESOS Em Lille, onde a Alemanha venceu a Ucrânia por 2 a 0, horas antes da partida, alemães e ucranianos se envolveram em um confronto nas ruas da cidade. Ninguém foi preso. Em Nice, onde a Polônia venceu a Irlanda do Norte ontem por 1 a 0, houve confusão na noite de sábado. Um grupo de franceses provocou torcedores norte-irlandeses, dando início a uma troca de agressões em região repleta de bares. Sete pessoas ficaram feridas, segundo a prefeitura de Nice. Ontem, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou a proibição da venda de bebidas alcoólicas em vésperas e dias de jogos em regiões de risco. l Com agências internacionais l Esportes l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO l 3 BRASILEIRO VAZ JOGA, RÉVER NO BANCO Ontem, sem César Martins suspenso e Juan lesionado, Zé Ricardo entrou em campo com Rafael Vaz ao lado de Léo Duarte. Sem ritmo de jogo, Réver ficou no banco. Momentos antes do jogo, o técnico ficou sem Fernandinho que sofreu uma trauma no joelho direito e deu lugar a Ederson no time titular. Apesar de atuar fora de casa, o Flamengo fez um bom primeiro tempo, especialmente Fred estreia com gol, mas Atlético-MG perde clássico Cruzeiro vence por 3 a 2, de virada. Em São Paulo, Palmeiras bate Corinthians típico clássico mineiro, cheio de gols, expulsões e provocações, o atacante Fred estreou no AtléticoMG, como sempre fez na carreira: balançando as redes. Porém, não foi o suficiente para impedir a vitória do Cruzeiro por 3 a 2, ontem, no Independência. Com o triunfo, o time saiu da zona de rebaixamento, com oito pontos, deixou lá o arquirrival, com sete. — Dentro do possível, pessoalmente, foi bom — disse Fred. Com a camisa 99, a expectativa era se Fred comemoraria um gol no time de coração. O atacante não teve muitas chances no primeiro tempo, e viu o Atlético-MG abrir o placar com Rafael Carioca. O Cruzeiro empatou depois, com Alisson. Logo no início da etapa final, Riascos virou o placar. O ex-jogador do Fluminense empatou aos 10 minutos, após jogada de Robinho e vibrou muito com a nova torcida. Porém, pouco fez no restante do jogo e Bruno Rodrigo marcou o da vitória, logo após as expulsões do atleticano Marcos Rocha e do cruzeirense Bryan. O Cruzeiro ainda perderia mais um jogador, o lateral Lucas. Na Arena Palmeiras, os donos da casa derrotaram o Corinthians, por 1 a 0, ontem, com gol de Cleiton Xavier, no início do segundo tempo. Foi a primeira vitória sobre o rival no estádio. O resultado levou o Palmeiras à segunda colocação, com 15 pontos, atrás do Internacional. O Corinthians, que lutava para manter a liderança do Brasileiro, caiu para a quarta colocação, com 13. l EDUARDO VALENTE/FRAMEPHOTO Interino mesmo ATUAÇÕES aa F L A M E N G O VAI PASSAR Alex Muralha 6. Sem culpa. Havia feito uma ótima defesa antes de sofrer o gol, em chute difícil. Rodinei 5,5. Constância. Foi sempre ao ataque, mas errou muitos cruzamentos. Léo Duarte 5,5. Seguro. Não enfeitou e afastou a bola sempre que chegou ao seu setor. Zé Ricardo perde segunda no comando do Flamengo e está garantido só até quarta-feira Rafael Vaz 5. Altos e baixos. Teve boas antecipações e viradas de jogo. Mas deixou um buraco na defesa ao se lançar sem necessidade para dar combate na lateral, no lance do gol. Jorge 5. Irregular. Outro que não esteve numa boa tarde tecnicamente. Mas não se omitiu. Márcio Araújo 4. Perdido. Foi envolvido algumas vezes na marcação. Com a bola, foi pouco útil. Mancuello 5. Burocrático. Melhorou um pouco o toque de bola no meio. Quando chegou ao ataque, não conseguiu ajudar muito. Willian Arão 6. O de sempre. É um jogador atento e com boa dinâmica no meio. Desta vez, não conseguiu aparecer na área rival. Alan Patrick 6,5. Toque de qualidade. Deu nova mostra de ser o mais habilidoso do Fla. É dos poucos a conseguir abrir espaços na defesa rival com dribles. Arriscou chutes de fora. Éverton 4. Corre mais do que pensa. Foi veloz, mas quase sempre tomou a decisão errada. Marcelo Cirino 4. À altura. Manteve o padrão de Éverton. Éderson 4,5. Deslocado. Depois de um bom início, Numa fria. Em Florianópolis, o técnico Zé Ricardo observa a derrota para o Figueirense. O Flamengo arriscou chutes de fora, mas não teve sucesso nos primeiros 20 minutos, quando arriscou muitos chutes de fora da área, com Alan Patrick, Rodinei e Jorge. A estratégia deixou o Figueirense acuado mesmo em casa. A melhor chance do Flamengo não veio em chute de longe. Aos 13, Felipe Vizeu na área recebeu na área, mas seu chute fez curva contrária à direção do gol. Aos poucos, a pressão diminuiu. Aos 27, Alex Muralha espalmou para escanteio uma tentativa perigosa de Dudu, de bicicleta. Aos 41, Carlos Alberto teve tranquilidade para aproveitarse da marcação à distância de Rafael Vaz e passar com categoria para Rafael Moura na área. O atacante chutou de primeira, por cima de Alex Muralha, para fazer 1 a 0. MANCUELLO NO 2º TEMPO Após o intervalo, o Flamengo voltou com uma mudança. Zé Ricardo tirou Márcio Araújo e colocou Mancuello. Aos oito, Alan Patrick chutou para boa defesa de Fernández. Na sobra, Vizeu demorou para finalizar e foi desarmado. Smartphone Galaxy A7 Duos* SAMSUNG Android 5.5, processador Octa Core de 1.5 GHz, memória interna de 16 GB, câmera principal de 13 MP, câmera frontal de 5 MP, Micro SD de até 64 GB, tela de 5.5”, 4 G, dourado Com o Figueirense já recuado e apostando em contra-ataques, Zé Ricardo fez duas mudanças antes dos 30 minutos. Primeiro, tirou Everton, que saiu chateado, para a entrada de Marcelo Cirino. Depois, tirou o apagado Ederson para a entrada de Gabriel. No fim, sem tanta técnica, o Flamengo quase chegou ao empate. Nos dez minutos finais, Rafael Vaz teve duas chances, mas foi Gatito Fernández quem apareceu melhor. O goleiro ainda cortou um cruzamento na cabeça de Vizeu. l sumiu. Não tem estilo para jogar pela ponta. Figueirense Flamengo 1 0 Gabriel 6. Faísca. Levou perigo em alguns lances. Felipe Vizeu 4. Era Guerrero? Perdeu lance fácil. que fez Figueirense: Gatito Fernández, Ayrton, Marquinhos, Bruno Alves e Marquinhos Pedroso; Elicarlos, Ferrugem e Carlos Alberto (Bady); Dudu, Gustavo Ermel (Lins) e Rafael Moura (Guilherme Queiroz). Flamengo: Muralha, Rodinei, Rafael Vaz, Léo Duarte e Jorge; Márcio Araújo (Mancuello), William Arão, Alan Patrick e Everton (Marcelo Cirino); Ederson (Gabriel) e Vizeu. Gol: No 1T, Rafael Moura aos 41. Juiz: Leandro Vuaden (FIFA-RS) Amarelos: Marquinhos, Dudu e Everton. Público pagante: 10.948 (11.556 presentes) Renda: R$ 357.270,00. Local: Orlando Scarpelli, em Florianópolis. 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O time não conseguiu reagir. aa F I G U E I R E N S E Herói. Num time de pouca técnica, Rafael Moura, o He-Man, garantiu a vitoria. aa A R B I T R AG E M Impreciso. Leandro Vuadem (RS) não influenciou o placar, mas cometeu vários pequenos erros técnicos. Flu aposta nos jovens na era pós Fred Fotos meramente ilustrativas. -FLORIANÓPOLIS- O Flamengo bem que tentou, arriscou chutes de fora, mas não teve forças para vencer o Figueirense longe de casa neste domingo. A derrota para o time catarinense por 1 a 0, no Orlando Scarpelli, foi a segunda seguida de Zé Ricardo depois de iniciar sua trajetória com duas vitórias. A partir de hoje, com a volta do presidente Eduardo Bandeira de Mello ao Rio, decisões mais importantes devem ser tomadas. Ontem, o vice de futebol Flavio Godinho garantiu o técnico até quarta-feira, contra o Cruzeiro, no Mineirão. — Zé Ricardo está confirmado para quarta-feira. Temos de contratar mais um zagueiro e, se precisar, mais reforços – afirmou Godinho ao Globoesporte. Além das definições sobre o comandante, o Flamengo está perto de anunciar o ex-jogador Mozer como gerente de futebol. Ontem, após a derrota, Zé Ricardo falou sobre sua situação no clube, em que não sabe se será efetivado ou se vira uma auxiliar da comissão. — O resultado faz diferença em todos os esportes. Eu mantenho que estou tranquilo, desde o primeiro jogo contra a Ponte Preta — disse. — Os atletas compraram a ideia. Evoluímos em alguns pontos. Infelizmente, hoje (ontem), a questão circunstancial foi a bola não entrar. Apesar de o discurso ser de vida que segue, o Fluminense não vai se esquecer de Fred tão facilmente. Após o empate em 1 a 1 com o Grêmio, sábado, em Volta Redonda, o assunto não poderia ser outro. Jogadores e o técnico Levir Culpi falaram pela primeira vez sobre a saída do atacante. O treinador disse que caberá aos jovens assumir o espaço no ataque, principalmente a Richarlison, de 19 anos. — Ele (Fred) comandava o time, tinha o monopólio. Apesar da idade, ainda joga em alta qualidade e preocupa o sistema defensivo do adversário. Agora temos os jovens como Richarlison, Marcos Júnior, Scarpa... Eles vão ter de criar o espaço deles, criar respeito. É o caminho natural das coisas. Uns saem, outros chegam. l Vasco aguarda retorno de Martín Silva Como a seleção uruguaia já está eliminada da Copa América, tendo apenas a partida contra a Jamaica hoje para cumprir, o técnico Jorginho espera ter o goleiro titular nos treinos a partir desta quarta-feira, com vistas ao jogo contra o Paysandu. Antes, na terça-feira, o Vasco enfrenta o Náutico, às 19h15, em São Januário. Jorginho fez questão de dar força ao goleiro Jordi, isentando-o de qualquer falha na derrota de sábado para o AtléticoGO, em Cariacica. — Jordi fez excelentes partidas. Se ele trabalhar algumas coisas tenho certeza que vai se tornar um dos melhores goleiros do futebol brasileiro. Parabéns para ele. Não vi falha dele. Acho que eles foram muito felizes naquele momento. l 4 l O GLOBO l Esportes l Segunda-feira 13 .6 .2016 BRASILEIRO Deu azia Botafogo INDIGESTÃO MATINAL 1 SUSTO MÉDICO NO VITÓRIA A partida começou com um grande susto de razões médicas. Logo aos cinco minutos, o volante Flávio, do Vitória, levou a pior num choque com Bruno Silva e caiu desacordado no gramado. Levado pela maca com o nariz sangrando, foi atendido pelo médico à beira do campo, já com a lucidez recuperada. Com o risco de ter havido uma concussão cerebral, o médico do time baiano ordenou a substituição, o que irritou Flávio, que pedia para voltar à partida, numa cena que chamou a atenção. Depois, ele reconheceu que o melhor foi ter saído. Retomada a partida, o Botafogo foi melhor que o Vitória. GUITO MORETO Frustração. Sassá se abraça às redes após perder um gol ontem, em Volta Redonda. O atacante botafoguense marcou ontem depois de sair do banco, mas o Vitória conseguiu evitar a derrota no fim GOL DA RODADA ATUAÇÕES aa B OTA FO G O Clássica jogada de escanteio, dessas que quebram uns galhos desde sempre. E sim, Ricardo Gomes precisa de soluções como essa. Gegê cobra fechado, e Luís Ricardo desvia de cabeça. Na segunda trave, Sassá entra fechando e abre o placar. Organizado na defesa a ponto de não dar espaços ao contraatque rival, o alvinegro desperdiçou as três melhores chances que criou na etapa, com Anderson Aquino, Ribamar e Bruno Silva. O começo do segundo tempo foi um bom momento do Botafogo. O time havia acabo de ter ótima oportunidade em jogada de Luís Ricardo quando abriu o placar em lance de bola parada. Em escanteio da esquerda, a bola foi desviada no primeiro pau, e Sassá, que havia entrado no lugar de Ribamar no intervalo, completou para as redes: era 1 a 0. Foi justamente depois que saiu na frente que o Botafogo passou a jogar pior. Sem convicção para continuar mantendo a bola no campo ofensivo, viu o Vitória passar a controlar a posse de bola e tentava esporadicamente os contra-ata- Brasileiro - Série A 16 15 14 13 10 10 10 10 10 10 10 9 9 8 8 7 7 5 5 5 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 5 5 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0 2 1 1 1 1 1 1 4 4 3 3 2 2 1 4 2 2 2 1 2 1 2 3 3 3 3 3 1 1 2 2 3 3 4 2 4 4 4 8 14 11 10 9 7 6 7 7 11 6 7 8 11 8 10 10 8 6 4 3 7 5 5 6 7 6 9 10 9 6 7 10 9 11 13 13 12 11 9 P - Pontos ganhos; J - Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas; GP - Gols pró; GC - Gols contra; N - Não jogou V D V V D V V D V E V D E E E D E D E D V V D V D V D V D V E V D D V D E V D D D V V V V D V D V E E D V D D D E E V D V V E D V D D V V D E V E D V V D D D E SÁBADO Cansou. O melhor do meio-campo alvinegro até sair por cansaço. jogadas e participou do lance do gol. Salgueiro 5. um gol perdido. Leandrinho 6. Emerson Silva 5,5. Taciturno. Pouco fez em campo. Seguro. Atuação regular e sem comprometer. Renan Fonseca 4,5. Atabalhoado. Errou jogadas e se enrolou em Gegê 4. Trágico. Um jogo apagado e ainda perdeu a bola na jogada do gol do Vitória. alguns lances nos ataques do Vitória. Diogo Barbosa 5. Anderson Aquino 4. Que fase. Errou passes, perdeu um gol, e e foi regular na defesa. Ribamar 5. Discreto. Pouco apareceu no apoio ao ataque levou um cartão amarelo. Não foi um bom dia. Airton 6. Bem. Correu muito e até criou no ataque. Fernandes 5. Sumido. Entrou e nada acrescentou. Bruno Silva 5. Susto. Apareceu pelo choque com Flávio e Regular. Lutou perdeu um gol e saiu. Sassá 6,5. Decisivo. Entrou bem e fez o gol. Ricardo Gomes 6,5. Mexeu bem. Foi feliz ao mudar o ataque, mas o time acabou sendo castigado. aa V I TÓ R I A aa A R B I T R AG E M Ensaboado. Marinho incomodou a defesa do Foi bem. Ricardo Marques Ribeiro não comprometeu o resultado. Botafogo. Fernando Miguel também esteve bem. pela esquerda, Diego Renan cruzou no segundo pau, a zaga teve uma pane coletiva, e o zagueiro rubro-negro Victor Ramos mandou para o gol. — Infelizmente, acontece. Foi uma fatalidade. Mas sei que vai melhorar. Nosso time é bom — acredita Sassá. l ques. Na primeira boa investida do Vitória, Kieza quase empatou em driblar Emerson Silva e bater na trave. Mesmo sofrendo um pouco, o time conseguiu levar a vitória parcial até o fim da partida, mas o que todos temiam acabou acontecendo. Em lance Internacional Ponte Preta Fluminense São Paulo 3x1 2x1 1x1 1x2 América-MG Chapecoense Grêmio Atlético-PR Botafogo Coritiba Palmeiras Atlético-MG Figueirense Santa Cruz 1x1 3x2 1x0 2x3 1x0 0x2 Vitória Sport Corinthians Cruzeiro Flamengo Santos ONTEM OS ARTILHEIROS CLASSIFICAÇÃO 6 gols Grafite (Santa Cruz) e Bruno Rangel (Chapecoense) EQUIPE 5 gols Rafael Moura (Figueirense) 4 gols Diego Souza (Sport), Luan (Grêmio), Felipe Azevedo (Ponte Preta), Kieza (Vitória) e Gabriel Jesus (Palmeiras) 3 gols Kleber (Coritiba), Fred (AtléticoMG), Aylon (Internacional) e Vitor Bueno (Santos) Série A Internacional Palmeiras Grêmio Corinthians Santos Flamengo São Paulo Ponte Preta Atlético-PR Chapecoense Fluminense Figueirense Vitória Santa Cruz Cruzeiro Coritiba Atlético-MG Sport América-MG Botafogo SÉTIMA RODADA P J V E D GP GC ÚLTIMOS JOGOS OITAVA RODADA QUARTA 19:30 19:30 19:30 21:00 21:00 21:00 21:45 21:45 São Paulo Chapecoense Ponte Preta Botafogo Santos Santa Cruz Cruzeiro Coritiba x x x x x x x x Vitória Grêmio Atlético-PR América-MG Sport Figueirense Flamengo Palmeiras QUINTA 19:30 Internacional 20:00 Fluminense x Atlético-MG x Corinthians 6 gols Grafite, Santa Cruz Rebaixamento Libertadores Rebaixamento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Sidão 6. Alívio. Estreia segura. Não teve culpa no gol. Luis Ricardo 6,5. Voluntarioso. Aparece bem no ataque, criou Série B CLASSIFICAÇÃO EQUIPE 1 Botafogo: Sidão, L. Ricardo, Emerson Silva, R. Fonseca e Diogo; Airton (Fernandes), Bruno Silva, Leandrinho (Salgueiro) e Gegê; Anderson Aquino e Ribamar (Sassá). Vitória: Fernando Miguel; Norberto, Victor Ramos, Ramon e Diego Renan; Amaral (Alípio), Willian Farias e Flávio (Tiago Real); Marinho, Dagoberto (Vander) e Kieza. Cartões: Aquino, Airton, Marinho e Sassá. Gols: 2T: Sassá aos 6M,V. Ramos aos 46M Juiz: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) Público pagante: 1.203 pagantes. Renda: R$ 28.340. Local:: Estádio Raulino de Oliveira. Para Ricardo Gomes, empate sofrido pelo Botafogo nos acréscimos e que o mantém na lanterna é ‘difícil de engolir’. Alvinegro agora enfrenta o América-MG, também em casa, já com obrigação de vencer -VOLTA REDONDA- Mesmo sem fazer uma grande partida, o Botafogo dominava o Vitória e vencia merecidamente até o fim do jogo por 1 a 0, resultado que o levaria para fora da zona de rebaixamento. Com uma bobeada defensiva nos acréscimos, veio o gol de empate e tudo se perdeu: com cinco pontos, o alvinegro segue na lanterna. O resultado é preocupante porque o rubro-negro baiano é um dos times que devem brigar na parte de baixo da tabela, um potencial rival direto se o Botafogo não conseguir grande evolução logo. Diante do menor público do Brasileiro (1.203 pagantes), na manhã de ontem, em Volta Redonda, o Botafogo repetiu erros como a dificuldade de fazer gols (é o pior ataque da competição). A próxima partida é a oportunidade ideal para voltar a vencer: o alvinegro receberá o América-MG, novamente em Volta Redonda, na quarta-feira, às 21h. — É difícil de engolir este gol no fim. O segundo tempo foi muito abaixo, perdemos Aírton, Leandro. O time caiu, tivemos dificuldades. Temos que trabalhar. Ainda tem muita para acontecer. Faltam 31 rodadas, muitos pontos a serem disputados. Estou muito confiante apesar do início complicado. Tivemos muitas lesões — lamentou o técnico Ricardo Gomes, ainda chateado como o gol sofrido no fim. — Perdemos a bola no meio no campo, o time ainda estava saindo, se arrumando. A experiência tem um peso importante em qualquer situação do esporte. Foi o preço que pagamos. Quartafeira temos mais uma chance de recuperação. Vitória 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Vasco Atlético-GO Bahia Náutico Brasil Criciúma Ceará CRB Luverdense Oeste Londrina Avaí Paraná Joinville Bragantino Vila Nova Goiás Paysandu Sampaio Corrêa Tupi OITAVA RODADA P J V E D GP GC ÚLTIMOS JOGOS 19 19 17 16 14 13 13 12 12 12 12 10 10 9 8 7 6 6 4 3 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 6 6 5 5 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 1 0 3 3 3 1 4 3 2 1 3 3 1 0 1 1 1 2 2 3 3 4 2 2 2 4 2 3 4 5 4 4 6 7 16 10 14 18 8 9 13 9 10 8 6 10 6 5 4 9 6 7 5 7 6 5 5 6 6 5 12 13 9 7 5 9 10 8 8 11 11 16 18 10 E D E E V V V V V E E D E V E D D D E D P - Pontos ganhos; J - Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas; GP - Gols pró; GC - Gols contra; N - Não jogou V V V V E D V D E V V V E D D E D D D D V E V V D V V V D V D D E D V V D D D D D V V V V D D D V E V D D V E D E E V D 10/6 Bahia S. Corrêa Goiás 3x0 CRB 1x0 Criciúma 1x1 Oeste Náutico Brasil Avaí Londrina Atlético-GO Bragantino Luverdense 5x1 1x0 0x1 1x0 2x1 0x0 2x0 SÁBADO Paraná Tupi Joinville Vila Nova Vasco Paysandu Ceará NONA RODADA AMANHÃ 19:15 19:15 19:15 19:15 19:15 19:15 19:15 21:30 21:30 21:30 Oeste Vila Nova Vasco Tupi Joinville Paraná Criciúma Ceará CRB Paysandu x x x x x x x x x x Londrina S. Corrêa Náutico Luverdense Atlético-GO Goiás Bahia Brasil Bragantino Avaí l Esportes l Segunda-feira 13 .6 .2016 Pit Stop | O GLOBO l 5 | CELSO ITIBERÊ DEIXOU CHEGAR A Ferrari mostrou no Canadá que finalmente conseguiu levar seu motor ao patamar dos Mercedes, embora saiba que isso pode lhe custar muito caro até o fim da temporada. Vettel aproveitou a ligeira hesitação de Hamilton e Rosberg na largada e como um foguete assumiu a liderança. O inesperado toque de roda entre os dois prateados na entrada da primeira curva lhe permitiu ligeira vantagem, mas não foi o bastante. Se a equipe italiana acertou no V6, por outro lado arriscou demais na estratégia e tirou de Seb a possibilidade de ganhar a corrida. Hamilton, por sua vez, se bobeou na largada foi absolutamente perfeito no resto da corrida. Fez durar o mais tempo possível os pneus ultramacios, para fazer uma só parada e chegar ao fim com os macios. Sabia que isso iria depender de impor ritmo forte, mas sem qualquer senão que pudesse comprometer a durabilidade dos pneus. Foi perfeito. Evitou o travamento de rodas e conseguiu alguns décimos de segundo por volta para minimizar as perdas de borracha. Recebeu a bandeirada sem ter sido ameaçado. Interrupção necessária. Achei lindo ele dedicar a vitoria a Muhammad Ali e o melhor de tudo foi repetir a frase do ídolo: “Flutuar como uma borboleta, picar como uma abelha”, repetindo a coreografia do ídolo, com direito a dancinha e o movimento de braços. Hamilton definitivamente não faz parte do “microuniverso robótico”. Voltando à corrida,. A Ferrari não contava com essa esperteza do inglês. Por isso, alguma voltas depois da troca de Lewis, sob o regime do “virtual safety car” chamou Vettel para uma segunda parada, dando-lhe pneus mais velozes, os supermacios. Tática suicida? Não achei. O erro grosseiro ocorreu na previsão de durabilidade. Vettel, o líder, parou antes de Hamilton e recebeu supermacios, o que automaticamente jogava [email protected] GEOFF ROBINS/AFP RESULTADO DO GP DO CANADÁ CLASSIFICAÇÃO 1. Lewis Hamilton (Mercedes) 2. Sebastian Vettel (Ferrari) 3. Valtteri Bottas (Williams) 4. Max Verstappen (RBR) 5. Nico Hosberg (Mercedes) 18. Felipe Nars (Sauber) 20. Felipe Massa (Williams) a Ferrari para duas paradas. Por quê? Porque pelos cálculos de seus estrategistas não seria possível fazer as 70 voltas com apenas uma parada. Estavam convencidos de que a Mercedes daria o mesmo passo. Quando viram que Lewis recebeu macios sentiram que ele tentaria levá-los até o fim e aí jogaram bola ou búrica, entregando ao alemão pneus mais velozes, que permitiriam recuperar terreno e estar em condições de ultrapassar o Mercedes quando Hamilton ficasse com os pneus desgastados. Em outras palavras: não foi suicídio, mas tentativa de corrigir o equívoco. O alemão fez corrida espetacular, com voltas mais rápidas em sucessão e foi se aproximando. A diferença caiu de 9s6 para menos de 5s, mas aí o pneu acabou, perdeu aderência e o obrigou a levantar o pé. Tinha 13 voltas a menos que os de Hamilton, que continuavam firmes. Se me pedissem para dar notas, daria 10 para os dois. CÁLCULO E AUTOCONFIANÇA O roteiro da corrida foi simples. Largada surpreendente, definição de posições, Vettel na liderança e pressionado por Hamilton até sua segunda parada e a partir dela a perseguição alucinante do carro vermelho ao prateado, com a diferença caindo vagarosamente. Para Hamilton, a vitória de número 45 e a quinta em Montreal tem dois significados. Fortaleceu sua posição psicológica em relação a Nico e diminuiu de 24 para 9 pontos a vantagem do companheiro na luta pelo Mundial. Na caminhada para subir na tabela contou com a ajuda de Verstappen, que aproveitou as dificuldades de Ricciardo para deixá-lo para trás e nas últimas voltas defendeu com técnica, coragem e aguerrimento ao ataque de Rosberg em busca da terceira posição. Alguma aconteceu com o F16 de Kimi, que durante a corrida balançava o carro a fim de conseguir aquecê-los e ganhar aderência. Foi isso que o fez entrar uma segunda vez nos boxes MUNDIAL DE PILOTOS PONTUAÇÃO 1. Nico Rosberg (Mercedes) 2. Lewis Hamilton (Mercedes) 3. Sebastian Vettel (Ferrari) 4. Daniel Ricciardo (RBR) 5. Kimi Räikkönen (Ferrari) 6. Max Verstappen (Toro Rosso) 7. Valtteri Bottas (Williams) 8. Felipe Massa (Williams) 9. Sergio Pérez (Force India) 10. Daniil Kvyat (Toro Rosso) 21. Felipe Nasr (Sauber) e, mais tarde, entregar sem luta a posição a Rosberg. Sexto lugar foi pouco. A Force India de novo ficou com seus pilotos entre os dez, mas isso não me parece muito dispondo do motor Mercedes. Merece mais Carlos Sainz que largou em 20º e terminou em 9º. Seu Toro usa o V6 Ferrari de 2015. FERRARI: O BOM E O RUIM Para a Fórmula-1 a corrida de Montreal traz promessas. A melhor delas é a de maior competição, porque a Ferrari mostrou que, em andamento de corrida, conseguiu encostar nos Mercedes. O motor empata em cavalaria e confiabilidade e já tinha mostrado isso na classificação, em que Vettel ficou a apenas 0s178 do pole Hamilton. Não dá para dizer o que vai acontecer domingo que vem em Baku, no Azerbaijão, circuito que ninguém conhece, mas dá para apostar que na Áustria a guerra vai se repetir. Difícil é saber se essa evolução do V6 permitirá à Ferrari continuar competitiva até o fim da temporada. A FIA disponibilizou 32 “tokens de desenvolvimento” e na busca de competitividade, promovendo evoluções a cada corrida, já usou 28. Provavelmente os últimos quatro estão reservados para o GP da Itália, em Monza. Já os adversários contam com muito mais folga. No ranking das fichas para gastar a Renault tem 11, a Honda 20 e a Mercedes 21. TURFE Warriors perdem Green para 5º jogo da final AFP Time da Califórnia pode conquistar bicampeonato sobre Cleveland Cavaliers -OAKLAND, EUA- UM A MENOS NO BANCO Apesar da suspensão e de não poder entrar em quadra, ele será inscrito para o jogo. Isso significa que o técnico Steve Kerr terá onze jogadores no banco de reservas, um a menos do que o máximo permitida. Ainda assim, ele acredita na vitória. — Em casa, nós temos um chance de fechar (a série final). Não acho que precisamos de mais uma vantagem psicológica, o jogo nos dá a maior motivação. Temos versatilidade e eu acho que vamos conseguir (superar a perda de Green) — afirmou Kerr ontem. Sem o mesmo histórico, Le- 116 107 78 72 69 50 44 37 24 22 0 Na briga. Hamilton salta na comemoração da vitória BASQUETE Os Golden State Warriors podem se sagrar bicampeões da NBA nesta noite. Assim como no ano passado, o time dos astros Stephen Curry, melhor jogador da temporada regular, e Klay Thompson enfrentam os Cleveland Cavaliers, de LeBron James. A partida é a quinta da decisão em melhor de sete jogos liderada por 3 a 1 pelos Cleveland. O jogo será em Oakland, na Califórnia, às 22h (horário de Brasília). A ESPN transmite. Ontem à tarde, a NBA anunciou a suspensão do ala-pivô Draymond Green por uma partida. No jogo 4, ele se estranhou com LeBron. O lance foi considerado uma falta flagrante passível de punição posterior ao jogo. Como já tinha um histórico de punições, inclusive em uma das partidas finais da Conferência Oeste, quando deu um chute em Steven Adams, de Oklahoma City Thunder, Green foi punido. 1 h31m05s296 a 5s011 a 46s422 a 53s020 a 1m02s093 a duas voltas abandonou Eficaz. Green foi titular em 21 jogos de mata-matas, com média de 15 pontos Jogadores se provocam o tempo todo. Estou chocado que alguns levem isso de forma pessoal. Klay Thompson Ala do Golden State Warriors Bron foi punido apenas como uma falta técnica e está garantido na partida de hoje. Técnico dos Cavaliers, Tyronn Lue foi multado em US$ 25 mil (R$ 85,5 mil) por críticas que fez contra os árbitros do jogo. Curiosamente, LeBron e Green podem ser companheiros de equipe na seleção americana que estará nos Jogos Olímpicos do Rio. Eles estão na pré-lista de convocados e não foram um dos oito atletas que já anunciaram ter desistido da competição, como Curry, Russell Westbrook e James Harden. A imprensa americana deu grande atenção à forte discus- são com LeBron. Embora tenha elogiado a competitividade de Green, o ala do Cavaliers reclamou por ter sido zingado e pelo adversário ter tentado acertá-lo entre as pernas após uma disputa de bola. Ontem, Klay Thompson criticou a forma como o assunto foi tratado. — Jogadores se provocam na liga o tempo todo. Eu estou chocado que algumas pessoas levem isso de forma pessoal. É uma liga de homens. Eu já escutei muitas coisas ruins em quadra e, no fim, isso fica na quadra. Nós somos todos competitivos. Provocação é parte do jogo. É parte de qualquer esporte, especialmente competitivos como este — afirmou Thompson. A perda de Green não é trivial. Embora Curry e Thompson tenham os holofotes sobre si, a eficiência do ala-pivô ajudou o time a bater o recorde de vitórias em um temporada regular — os Warriors venceram 73 dos 82 jogos. Nos playoffs, Green atuou 21 partidas, sempre como titular, com médias de 37,7 minutos, 15 pontos marcados, 9,7 rebotes e 5,9 assistências por partida. Na vitória sobre os Cavaliers no jogo 2, quando Curry e Thompson não brilharam como de costume, o ala-pivô foi o melhor jogador da partida, com 28 pontos. BRASILEIROS NOS WARRIORS Convocados por Rubén Magnano para os Jogos Olímpicos do Rio, Leandrinho e Anderson Varejão têm a chance de conquistar o título da NBA. No ano passado, o ala já havia vencido com os Warriors. Já Varejão, vice no ano passado com o Cleveland, tem a chance de conquistar seu primeiro título. Mesmo se perder a decisão, ele poderá receber o anel de campeão. A decisão é da direção do Cavaliers, onde ele jogou metade da temporada. l HERMES DE PAULA Campeões. My Cherie Amour e Wesley Cardoso na arrancada da vitória My Cherie Amour vence GP Brasil no Dia dos Namorados J. Ricardo é o segundo com Energia Guest. Favorita, a égua Daffy Girl fica apenas em 12ª Realizado no Dia dos Namorados, o Grande Prêmio Brasil de turfe teve um vencedor cujo apelido parece adequado para a data: o cavalo My Cherie Amour (“meu querido amor”, em tradução livre). Montado pelo jóquei Wesley da Silva Cardoso, de 22 anos, o cavalo do treinador Venâncio Nahid arrancou nos metros finais e tirou a vitória de Energia Guest, montado pelo experiente J. Ricardo, que terminou em segundo no Hipódromo da Gávea, no Rio. Nahid conquistou seu quinto GP Brasil, o segundo consecutivo — seu cavalo Barolo, montado por Waldomiro Blandi, foi o campeão em 2015. Já Wesley, natural de Magé, na região metropolitana do Rio, comemorou sua primeira vitória no GP Brasil. O cavalo Benggala, que pulou na frente no início da prova e depois perdeu desempenho, acabou chegando na terceira colocação. Perfectly Associat e Chicão completaram a lista dos cinco primeiros. Única fêmea no páreo, a égua Daffy Girl chegou ao GP Brasil como favorita, mas terminou apenas na 12ª posição. A montaria do jóquei V. Gil vinha acompanhando o pelotão de frente, mas não conseguiu arrancar na reta final e ficou para trás. l l O GLOBO l Esportes l Revezamento da tocha FOGO OLÍMPICO CHEGA A SÃO LUÍS DO MARANHÃO Segunda-feira 13 .6 .2016 Polo aquático FERNANDO SOUTELLO/RIO2016 6 BRASIL ENCERRA LIGA MUNDIAL EM ÚLTIMO No 41º dia do revezamento, o símbolo das Olimpíadas chegou à capital maranhense com direito a danças e figurinos de bumba-meu-boi na praça Dom Pedro II, no centro histórico, onde fica a prefeitura. O percurso total em São Luís é de 40km e foi adornado com temas populares da cultural local. A primeira condutora foi a menina Jaqueline Caldas, de 12 anos, que joga futebol num projeto social da cidade desde os 7 anos. Pelo lado dos atletas, os mais marcantes foram José Carlos Moreira, o Codó, velocista dos 100m que vai participar de sua terceira edição olímpica, Ana Paula Rodrigues, da seleção de handebol, e Iziane, jogadora de basquete que, aos 34 anos, continua a ser um dos principais nomes da seleção de Antonio Carlos Barbosa. — Cada edição dos Jogos é muito diferente da outra. Nesta, a torcida vai ser um empurrão a mais — afirmou Codó, que também é o nome de seu município maranhense de nascença. Detentor de um ouro e uma prata no revezamento 4x100m em Pans, ele participou do desafio Mano a Mano disputado na semana passada com o astro americano Justin Gatlin, na Quinta da Boa Vista, no Rio. Terminou em quarto lugar, com o tempo de 10s60. Numa quadra de escola pública, Ana Paula Rodrigues começou uma carreira que lhe rendeu o Mundial de handebol em 2013, além de dois ouros em Pans, na equipe treinada pelo dinamarquês Morten Soubak. Mas não foram só atletas da atual delegação que fizeram parte do revezamento maranhense. O dirigente José Emílio Moreira, que foi chefe de delegação de judô nos Jogos de Atlanta, também se emocionou ao conduzir a chama em sua cidade. Andressa Sheron, líder da Amattra, uma ONG de políticas LGBT fundada por ela e por sua mãe, também mostrou orgulho como portadora do símbolo olímpico. O mais inusitado foi um pedido de casamento, em pleno Dia dos Namorados, feito por Romeu Mattos para Samya Silva. Um dia antes, em Palmas, uma alteração no percurso criou um mal-estar entre prefeitura, governo do estado de Tocantins e o Comitê Rio-2016. A prefeitura manifestou insatisfação com a eliminação do bairro Jardim Taquari e retirou a Guarda Municipal e a Secretaria de Trânsito do evento, atribuindo a decisão ao governo do estado, que negou ter decidido. O Comitê afirmou que desviou o percurso devido a questões de segurança. FIVB/DIVULGAÇÃO Freguesia. Natália sobe contra o bloqueio duplo da Sérvia, que nunca derrotou o Brasil na história dos confrontos. Seleção feminina encerra etapa do Rio com três vitórias Limada MAIS UM CORTE Técnico Zé Roberto dispensa a central Carol, que não se recuperaria de lesões a tempo. Seleção derrota Sérvia por 3 sets a 0 na Barra e encerra primeira fase do GP invicta A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu a segunda baixa a menos de dois meses dos Jogos Olímpicos. Na briga por uma vaga na equipe, a central Carol, de 25 anos, foi cortada ontem pelo técnico José Roberto Guimarães. Durante os treinos, ela sofreu duas lesões: uma nas costas e outra no tornozelo esquerdo, que a tirou das partidas do Grand Prix, no Rio, como a vitória de ontem sobre a Sérvia por 3 sets a 0 (25/20, 25/ 18 e 25/18), na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico na Barra da Tijuca. Zé Roberto alegou que não haveria tempo hábil para esperar a recuperação da jogadora e poder testá-la. Ela disputava o lugar de terceira central com Adenízia e Juciely. As duas outras vagas são das bicampeãs olímpicas Fabiana e Thaísa. Ao todo, o técnico chamou 19 atletas para selecionar as 12 que farão parte do grupo olímpico em agosto. — Não dá tempo de recuperar. Ela torceu o pé, mas teve um problema nas costas antes. Teve de parar. Agora, voltou e torceu o pé. Ela iria começar a ser liberada na segunda-feira. Para colocar em forma de novo e começar a jogar, só na terceira ou quarta semana. Não dava para fazer isso. Infelizmente. Não dava. O tempo corria contra ela. Precisamos pensar em montar o time, A seleção brasileira feminina de polo aquático ficou em oitavo na Super Final da Liga Mundial, o último grande teste antes da Olimpíada de 2016. A despedida aconteceu com derrota para o Canadá por 12 a 6, placar que confirmou o Brasil na última colocação do torneio. Com isso, as brasileiras deixam a Super Final sem vitórias: na fase de grupos, a seleção havia acumulado derrotas para EUA, Espanha e o próprio Canadá. As campeãs foram as americanas, que venceram a Espanha na final por 13 a 9. O pódio foi completo pela Austrália, que ficou com o bronze ao vencer a China por 10 a 3. DIVULGAÇÃO/FINA trocar uma ou outra peça. Se eu ficar revezando, não vou conseguir montar uma unidade de time — explicou o treinador. Carol ficou com o grupo até sábado à noite, depois de conversar com o técnico. A despedida foi dolorosa, segundo Zé Roberto. — Ela sentiu, chorou. Mas ela entendeu. Depois, ficou até o jantar. Para a gente, é muito duro. Ela estava na briga. Ela tem coisas importantes. Carol tem um saque fantástico e bloqueio. Mas ela estava correndo contra o tempo. Infelizmente, aconteceu em um momento complicado — disse ele, que já havia perdido a oposta Monique, que pediu dispensa por problemas pessoais. Sem a central no grupo, a seleção encerrou a primeira etapa do Grand Prix invicta, antes de seguir viagem para Macau. O destaque foi a ponteira Gabi, que preocupava Zé Roberto por causa das dores no tornozelo esquerdo nos últimos meses. Ontem, ela ficou o tempo todo em quadra, ao contrário das últimas partidas, quando entrou apenas para sacar. O Brasil não levou sustos durante todo o jogo e fechou os três sets com facilidade. Com o melhor público da Arena Carioca 1 — que receberá os jogos de basquete durante os Jogos —, o momento mais emocionante ocorreu no intervalo para o terceiro set. Algumas jogadores que participaram de edições dos Jogos Olímpicos foram homenageadas. Vera Mossa, Ida e Sandra, estrelas dos anos 80 e 90, até as campeãs olímpicas em Pequim e em Londres, como Walewska e Paula Pequeno, receberam medalha da CBV. Na etapa carioca, o Brasil já havia vencido a Itália e o Japão. Na segunda rodada, na China, a seleção enfrentará a Sérvia, a Bélgica e as donas de casa. No encerramento da fase de classificação, as meninas vão jogar contra Itália, Bélgica e Turquia, na cidade turca Ankara. As finais serão em Bangcoc, na Tailândia, d 6 a 10 de julho. RESSACA ATINGE ARENA DO VÔLEI DE PRAIA Após ser embargada pela prefeitura do Rio de Janeiro por falta da licença da secretaria municipal de meio ambiente, parte da obra da arena olímpica do vôlei de praia foi invadida pelo mar. A ressaca na praia de Copacabana atingiu as grades de proteção do equipamento olímpico, que foram derrubadas pela força das águas. Apesar da paralisação, operários do Rio-2016repararam os estragos ontem e disseram que a estrutura principal não foi afetada. A arena é a maior montada na praia de Copacabana, com 21 metros de altura e 62 metros quadrados. Além do local de competição, a estrutura montada para a mídia, no posto 5, também teve as grades de proteção arrancadas pela ressaca. Os organizadores não temem atrasos nas obras. l BARILOCHE TEMPORADA DE NEVE BARILOCHE HOTEL BELLAVISTA 6 DIAS Inclui passagem aérea e hospedagem. VALE MUITO E CUSTA POUCO 4.146 ou 10x sem juros 414,60 reais À vista R$ ENCONTRE A CVC MAIS PRÓXIMA DE VOCÊ NO WWW.CVC.COM.BR/LOJAS, CONSULTE SEU AGENTE DE VIAGENS OU ACESSE O SITE. 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Preço e data de saída sujeitos a reajuste e disponibilidade. Condições de pagamento com parcelamento 0+10 vezes sem juros no cartão de crédito ou 1+9 no boleto bancário. Sujeito a aprovação de crédito. Cartão de crédito CVC: sujeito a análise de crédito e critério de elegibilidade pelo banco emissor. Taxas de embarque cobradas pelos aeroportos não estão incluídas nos preços e deverão ser pagas por todos os passageiros. Preços calculados com câmbio CVC em 9/6/2016 US$ 1,00 = R$ 3,39. Pacotes devem ser calculados com câmbio do dia da compra. Base do pacote Bariloche: US$ 1.158. cvc.com.br SEGUNDO CADERNO OGLOBO Uma livraria para passar o resto dos meus dias: a Altair, em Barcelona pág. 2 JOSÉ EDUARDO AGUALUSA VOLBEAT BANDA AREJA A CENA DO ROCK SEGUNDA-FEIRA 13.6.2016 oglobo.com.br pág. 6 DIRETOR PERNAMBUCANO LANÇA ‘BIG JATO’ E RECLAMA QUE FOI USADO EM POLÊMICA SOBRE MACHISMO ALEXANDRE CASSIANO QUEM NÃO REAGE RASTEJA CLÁUDIO ASSIS ANDRÉ MIRANDA [email protected] A história do menino que enfrenta a vontade paterna e deixa a origem humilde em busca de sonhos mais altos na cidade grande é a mesma de milhões de brasileiros, inclusive Xico Sá e Cláudio Assis. Baseado no livro homônimo em que Xico resgatou suas memórias de infância, Assis lança nesta quinta-feira o longa-metragem ‘‘Big Jato’’, o quarto depois de ‘‘Amarelo manga’’ (2002), ‘‘Baixio das bestas’’ (2006) e ‘‘A febre do rato’’ (2011). Com Matheus Nachtergaele, Marcela Cartaxo, Jards Macalé e os jovens Francisco de Assis (filho de Cláudio) e Rafael Nicácio, a produção venceu o último Festival de Brasília, mas também se viu em polêmica. Cláudio foi vaiado no palco do festival por, dias antes, ter sido acusado de machista no Recife, quando ele e Lírio Ferreira perturbaram uma sessão de ‘‘Que horas ela volta?’’, de Anna Muylaert, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Em entrevista ao GLOBO, ele aceita o rótulo, mas diz denunciar o machismo em seus filmes. E reclama que o usaram para ‘‘vender ingressos’’. Como você chegou ao livro do Xico Sá? A gente é amigo, ele é padrinho do meu filho. Ele é do Ceará, de Crato, e foi estudar no Recife, nos conhecemos na faculdade. A primeira entrevista que eu dei querendo ser cineasta foi para o Xico querendo ser jornalista. l É muito parecida, sim, eu saí com 17 anos. Saí sozinho. Em Recife, fiz dois anos e meio de faculdade de Economia e depois fui para Comunicação Social. Mas, antes, eu já trabalhava com cinema. Fiz um cineclube em Caruaru com amigos. A gente alugava uns filmes em Recife, voltava de ônibus para Caruaru e projetava lá. É a história de muitos nordestinos, não? Tem uma hora no filme em que o Matheus (Nachtergaele) olha para a câmera e diz: ‘‘Sertanejo forte é o que parte, não o que fica’’. Costuma-se dizer que o sertanejo forte é aquele que fica. Mas eu não acho isso, não. Sertanejo forte é o que vai embora. Como alguém pode ficar morrendo na miséria? É uma necessidade do ser humano de correr atrás de uma coisa melhor. É recorrente, vai acontecer sempre. É a aventura, o homem é movido pela conquista. Esses lugares, por mais que hoje você possa ter internet, ainda são muito diminutos para o anseio da juventude. Então, quando pode, o jovem parte. l No livro, a frase escrita no para-choque do caminhão é ‘‘Dirigido por mim, guiado por Deus’’. No filme, você colocou ‘‘Quem não reage rasteja’’. Por quê? É uma frase que eu falo sempre. Eu usei no ‘‘Crime delicado’’, do Beto Brant, em que eu fui ator e me deixaram falar o que quisesse. Acho que tem tudo a ver com a história de ‘‘Big Jato’’. l No filme, o Matheus interpreta dois irmãos quase antagônicos, o bruto e o poeta. A ideia era dar a mesma cara para essas duas personalidades complementares? No início eu pensei fazer com quatro atores. l Essa história que o Xico conta no livro e que você adaptou, do garoto amadurecendo para decidir sair da cidade de interior é a sua história também? Você saiu assim de Caruaru? l DIVULGAÇÃO Dois fariam um irmão. Eu queria o Matheus, o Irandhir (Santos), o Júlio (Andrade) e o João Miguel. Mas pessoal falou que eu era louco, que o filme era um baixo orçamento, não tinha como pegar quatro atores. Então de quatro para fazer dois virou um para fazer dois. Foi ótimo, e Matheus foi fantástico. Seu cinema sempre lidou com esse encontro de brutalidade e poesia. É do ser humano. O ser humano é a porra de um animal que foi enquadrado. Botaram a gente aqui, mas a fera não foi completamente domada. l A carreira de ‘‘Big Jato’’ começou agitada. No Festival de Brasília, você foi vaiado pelo que havia acontecido no Recife. O NA WEB que houve de fato? facebook.com/ É verdade que a gente perturjornaloglobo bou a sessão. Mas a Anna e eu Veja entrevista éramos amigos, a gente teve até ao vivo, às 15h, um namoro anos atrás. E eu com Matheus acompanhei tudo do filme, ela Nachtergaele me ligava para contar os problemas. Quinze dias antes daquela exibição na Fundaj, jantei com ela e seu marido. Depois da sessão, a gente jantou também. Digo isso para você entender o grau de amizade. E o que aconteceu foi que brinquei com o maquiador Marcos Freire, que é meu amigo há anos. E chamei a Regina Casé de ‘‘gorda’’ porque tinham me contado que a própria Regina criou caso porque se achou gorda no filme. Eu peguei o microfone e pedi para todo mundo se sentar. Eu não sou santinho. Mas, pô, se você vai apresentar seu filme e chega um mané qualquer e diz para você se sentar, você aceita? Acontece que a gente era amigo! Agora vem dizer que eu fui escroto? É para vender ingresso, é para ir para o Oscar? Você fala como se tivesse rompido com a Anna. Pô, ela chegou em todo o canto e disse que o cinema pernambucano é machista. Se o filme dela fosse sobre isso... Mas nem é. Ela entrou numa onda errada para vender ingresso. Me fudeu para vender ingresso. Achei desnecessário. l l l Falaram que você foi machista com a Anna. ENTRE A POESIA E A MATEMÁTICA No filme ‘‘Big Jato’’, Matheus Nachtergaele interpreta dois personagens, o pai e o tio do protagonista Francisco: o primeiro percorre a cidade com o caminhão Big Jato limpando fossas e quer que o filho estude matemática; enquanto que o segundo é radialista e incentiva o sobrinho a seguir seus sonhos de poeta. Mas tem gente que rotula seu cinema como machista. Você tem essa consciência? Tenho. l Você se considera machista? Todos nós somos, a sociedade brasileira é machista. Temos o machismo imbuído na gente, eu sou. Mas no meu cinema eu tento denunciar o machismo. Aquela cena em que o avô vende a neta no ‘‘Baixio das bestas’’ eu vi quando criança. Era uma denúncia. l As vaias em Brasília te incomodaram? Eu errei e pedi desculpas. Mas esse erro me impede de falar ao apresentar meu filme? Em vez de vir me vaiar porque não vão fazer plantão na frente da casa da secretária de Mulheres do governo Temer que é contra o aborto? Atrapalhar a sessão de pré-estreia de uma amiga faz de você um monstro? Se quiserem discutir machismo comigo, eu discuto. Mas fazer ‘‘úúúúú’’, aí não.l l l O GLOBO 2 l Segundo Caderno l [email protected] JOSÉ EDUARDO AGUALUSA | | Segunda-feira 13 .6 .2016 Gente Boa CLEO GUIMARÃES Email: [email protected] e Blog: http://blogs.oglobo.globo.com/gente-boa/ COM MARIA FORTUNA E FERNANDA PONTES | As livrarias da minha vida Durante muitos anos, sempre que viajava para o Rio, escolhia o hotel em função da proximidade com a Livraria da Travessa, em Ipanema. Hoje em dia frequento mais a Travessa do Shopping Leblon. É lá que combino todos os meus encontros. Sou pontual. Infelizmente a pontualidade é, de entre todas as virtudes, aquela que mais se parece com um defeito. Sobretudo no Rio de Janeiro. Se um amigo me convida para jantar em sua casa às 21 horas, eu apareço às 21 horas. Com amigos cariocas muitas vezes fui recebido com indisfarçada desconfiança. TEATRO LADO B Hooligans na mira Jorge Farjalla fala sobre suas peças e de novo projeto: transformar Letícia Spiller em Hamlet MARCOS RAMOS JOSÉ EDUARDO AGUALUSA 3ª MARCUS FAUSTINI 4ª 5ª 6ª FRED FLÁVIA ZÉLIA COELHO OLIVEIRA DUNCAN SAB MARCIO TAVARES D'AMARAL DOM FERNANDO GABEIRA A Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos — Sesge, para os íntimos — já recebeu fotos e informações de pessoas procuradas em mais de cem países. Impressionou a quantidade de hooligans, os violentos torcedores de futebol da Inglaterra. Eles são muitos e vão merecer uma atenção toda especial. Aliás e a propósito O esquema de segurança dos Jogos promete trabalhar com o conceito de “baixa ostensividade”. Para não passar um clima de guerra aos cariocas e turistas, somente os policiais militares e oficiais do exército trabalharão uniformizados e com armas aparentes. O resto dos 85 mil homens, a maioria deles da Força Nacional de Segurança, ficará à paisana. Almeidinha pelo mundo “V O Baile do Almeidinha, que costuma lotar o Circo Voador, vai atravessar o oceano e fazer suas primeiras apresentações internacionais. Hamilton de Holanda e sua orquestra Magnífica estarão no Montreux Jazz Festival, na Suíça, dia 10 de julho e, seis dias depois, fazem o baile queridinho dos cariocas na estreia do festival Mimo, em Amarante, Portugal. A noite terá a participação da catalã Silvia Pérez Cruz. Efeito VLT O estilo dele. Jorge Farjalla: diretor aposta em espetáculos ousados e fora do lugar comum J orge Farjalla estreou na direção de grandes atrizes no teatro mostrando a que veio. É dele a sugestão da nudez elegante de Letícia Spiller e também a desconstrução de Rosamaria Murtinho — irreconhecível — em “Dorotéia”. l A peça comemora 60 anos de carreira de Rosamaria e está em turnê pelo Brasil. Assim como neste espetáculo, as montagens anteriores do diretor foram ousa- das, com o nu sempre presente. Em “Dante’s inferno” todo o elenco ficava pelado. “Há um porquê nas minhas exposições do corpo. O desnudamento vem de dentro, o físico é consequência”. l “Gratuito ou não, sempre há algo a dizer com isso”, continua. Farjalla já tem um novo trabalho com Letícia Spiller engatilhado: o texto “hamletmaschine”, de Heiner Müller — à sua maneira, claro. UMA PONTE MUSICAL PARIS-RIO ERIC GARAULT / DIVULGAÇÃO A chegada do VLT e do Museu do Amanhã à agora movimentada Praça Mauá está provocando mudanças significativas no comércio do Centro. O restaurante Mosteiro, por exemplo, vai passar a abrir para almoço aos sábados e domingos — o que nunca aconteceu em seus 52 anos de funcionamento em frente ao Mosteiro de São Bento. Comer bem O ponto onde funcionava o Botequim Informal, na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, vai virar uma trattoria italiana. No Leblon, a loja onde se instalou a reencarnação do Garcia & Rodrigues, na Dias Ferreira, será ocupada em breve pelo vizinho Stuzzi, gastrobar moderninho que vai dobrar de tamanho. A Suderj informa Mudança no elenco de “Herivelto como conheci”. Totia Meireles fará o papel que foi de Marília Pêra até 2014 na nova temporada do espetáculo de Cacau Hygino e Yaçanã Martins. Rio $urreal Uma empada no boteco Cabidinho, em Botafogo, está custando R$ 13. ‘O Schwarzenegger é um grande amigo’, diz brasileira DIVULGAÇÃO ocê?! Não disse às 21?!” “São 21!” “Exatamente. Você chegou muito cedo. Cara, que saco!, você chega sempre cedo demais.” A verdade — juro! — é que faço um enorme esforço para chegar atrasado, mas nunca consigo. Sempre acontece alguma coisa — calha-me na sorte um taxista que gosta de velocidade, ou então é o trânsito que subitamente se abre para que nós passemos, como o Mar Vermelho diante de Moisés —, e eu acabo chegando à hora aprazada. Geralmente, antes. Assim, passei a combinar todos os meus encontros na Travessa do Shopping Leblon. Enquanto os meus amigos não chegam, vou me informando sobre os novos lançamentos e namorando títulos. O pior que pode acontecer, caso os amigos se atrasem muito, é eu comprar mais livros do que aqueles que o meu orçamento permite. Talvez eu leia um pouco acima das minhas possibilidades. Gosto muito da Travessa, como gosto, em São Paulo, da Livraria da Vila, não apenas pelo motivo óbvio, por causa dos livros, mas porque são espaços charmosos e acolhedores. Contudo, se tivesse de escolher uma livraria, no mundo, onde passar o resto dos meus dias, escolheria a Altair, em Barcelona. A Altair junta livros e viagens e só isso já justificaria a escolha. Mas tem mais. Muito mais. Em primeiro lugar a Altair não expõe apenas alguns livros de viagens. Estão todos lá. Ou assim parece ser. São milhares e milhares de títulos, em vários idiomas, além de mapas dos lugares mais improváveis e inexplorados. Logo à entrada da livraria, que se distribui por dois andares, numa área enorme, existe uma parede onde qualquer viajante pode deixar notas. Há leitores que deixam as suas impressões e sugestões de viagem e outros que buscam parceiros de aventura; uns que alugam quartos em cidades de que nunca ouvimos falar, e outros que procuram um livro raro, num idioma obscuro. A livraria oferece ainda um espaço para leitura, com cadeirões confortáveis. Gosto de me sentar num deles como se estivesse em casa — na casa que sempre quis ter — enquanto decido que livros levarei. Na Altair funciona ainda uma agência de viagens especializada em roteiros exóticos. Assim, o leitor-viajante pode adquirir os livros, mapas e ainda as passagens para o destino dos seus sonhos. Em Lisboa há também uma livraria de viagens de que gosto muito, a Palavra de Viajante, a qual, embora pequena, é muito simpática e acolhedora. Cuidado para não entrar, logo na porta ao lado, na livraria da Chiado Editora. A primeira vez que isso me aconteceu julguei ter transposto um portal para um universo paralelo. Ali estava eu numa livraria portuguesa, rodeado de estantes por todos os lados, mas não era capaz de identificar um único autor. Todos os títulos me eram estranhos. Saí. Voltei a entrar, mas os estranhos livros continuavam lá. Só mais tarde percebi que tinham todos a mesma chancela. A Chiado Editora deve ser a editora de língua portuguesa que mais títulos publica. É também a menos conhecida. Os autores pagam para serem publicados — e logo esquecidos. Os livros da Chiado raramente surgem em qualquer outra livraria. É, com certeza, um excelente negócio para a editora. Não para os escritores. Ainda em Lisboa aconselho uma visita à Bertrand, no Chiado, quanto mais não seja por ostentar o título de livraria mais antiga do mundo. A Ler Devagar, no espaço da Lx Factory, instalada numa antiga tipografia, tem sido considerada uma das mais bonitas do mundo por publicações como “New York Times”, “The Guardian” e muitos outros. Mais do que bonita, é um espaço originalíssimo e um paraíso para quem procura publicações raras e mais antigas. Bonita, sim, sem qualquer dúvida, é a Lello, na cidade do Porto. O esplendor da escadaria em madeira, que leva ao segundo andar, é de tirar o fôlego. J.K. Rowling viveu no Porto durante alguns anos. Diz-se que a Lello inspirou a escritora britânica para criar a livraria na qual Harry Potter e os seus colegas adquirem os livros de magia. Pode ser. Magia não lhe falta. l 2ª | Bom de som. Fernando Del Papa: canção de seu primeiro CD solo toca em rádio francesa C antor e cavaquinista, Fernando Del Papa espalha música brasileira pela Europa desde 2000, quando chegou à capital francesa e fundou o Club du Choro de Paris. Lá ele também criou a Orquestra do Fubá, que toca forró na noite parisiense, e a Asso- ciation Roda do Cavaco, que reúne seus alunos franceses. “Eles têm grande admiração pela nossa música, mas são exigentes”. Fernando foca agora na carreira solo, com seu primeiro CD, “Eu também”, que já bomba na rádio francesa Fip e está sendo lançado aqui. U Marcelo Gun ‘As empresas estão muito adultas’ Um dos poucos latinos convidados pela Nasa para estudar possíveis problemas do futuro, na Singularity University, na Califórnia, o comediante Murilo Gun faz sucesso no Brasil com palestras corporativas, que misturam humor, criatividade e universo empresarial. Ele falou à coluna. Como as empresas podem usar o humor a seu favor? A palavra não é humor, mas infantilidade, criancice. Não no sentido de bobo, mas de pensar como criança, que imagina universos, cria cenários. As empresas se tornaram adultas demais, e adultos imaginam pouco. l l Então a noção de que o ambiente de trabalho combina com seriedade está com os dias contados? Ainda se vive o modelo “5x2”: cinco dias sofridos para dois felizes na semana. Criou-se a ideia de que o trabalho é a parte ruim da vida, e aí o “eu criança” não vem. Mas empresas inovadoras estão criando ambientes infantis. Não é só videogame, mas a consequência de uma cultura que estimula criatividade e imaginação. Em suas palestras, quais as maiores frustrações que você percebe? A falta de clareza da cultura da empresa para a equipe. O funcionário não sabe quem ele é, o que o move. Com os dois sabendo disso, vêm o match. l Ela é carioca. Ana Leal: sócia do ator americano A empresária carioca Ana Leal acaba de voltar da África do Sul, onde acompanhou uma edição do Arnold Classic. Ela é sócia do ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e responsável pelo evento de fisiculturismo no Brasil. “Ele se importa com as pessoas, é generoso e tem ótimo senso de humor”, diz Ana, a mulher por trás também da Rio Sports Show, feira de negócios fitness, que aconteceu até anteontem, na Marina. U Curtinhas Marcela Flórido, artista plástica carioca radicada em Nova York, abre exposição no Espaço Cultural do IBEU, em Copacabana, amanhã, 17h. Haras Equiprime, em Teresópolis, recebe o concurso internacional de hipismo The Number One, de quinta a domingo. Carlos Vergara e Natacha Fink desenvolveram com a Jeffrey uma edição limitada de cervejas. A degustação será no sábado, na Villa Aymoré. Luiz Haroldo Pereira, cirurgião plástico, agora atende também no Americas Medical City, na Barra. l Segundo Caderno l Segunda-feira 13 .6 .2016 O GLOBO l 3 VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR OU ACESSE NO SITE: rioshow.com.br OS DESTAQUES DE HOJE DA PROGRAMAÇÃO CULTURAL Cinema ‘Lolo, o filho da minha namorada’ Show Bernardo Diniz e Iara Ferreira Havia um filho no caminho Uma parceria pela música brasileira ONDE: Casa do Choro. Rua da Carioca 38, Centro (2242-9947). QUANDO: Seg e ter, às 18h30m. QUANTO: R$ 30. CLASSIFICAÇÃO: Livre. Show ‘Gala di voce’ A atriz e cineasta francesa Julie Delpy (foto) entrou para o imaginário dos cinéfilos de todo o mundo em 1995, quando estrelou “Antes do amanhecer”, de Richard Linklater (“Boyhood”), ao lado de Ethan Hawke. Depois do filme, que gerou duas continuações, acompanhando os encontros e desencontros do casal Celine e Jesse, Delpy estreou na direção com “Looking for Jimmy” (2002). Hoje, em quatro salas da cidade, o Festival Varilux de Cinema Francês exibe o sexto longa da realizadora, “Lolo, o filho da minha namorada”. Na comédia, Violette (a própria Delpy), A diferença em relação à mesmice que impera no estilo está nos ângulos inusitados e na movimentação de câmera de James Wan, que domina a linguagem cinematográfica e transforma os espectadores em voyeurs. Carlos Helí de Almeida Mario Abbade DRAMA COMÉDIA DRAMÁTICA ‘Paz para nós em nossos sonhos’ No recital “Gala di voce”, as sopranos Marina Cyrino e Anna Hannickel, acompanhadas pela pianista Mirna Rubim, interpretam obras de Chiquinha Gonzaga e VillaLobos, entre outros. ONDE, QUANDO E QUANTO: Espaço Itaú de Cinema, às 15h25m (R$ 25). Cine Maison, às 18h (Grátis). Cine Joia, às 15h25m (R$ 24). Cinemark Downton, às 16h15m (R$ 18). CLASSIFICAÇÃO: 12 anos. ONDE: Teatro Fashion Mall. Fashion Mall, 2º piso. Estrada da Gávea 899, São Conrado (2422-9800). QUANDO: Seg, às 21h. QUANTO: R$ 60. CLASSIFICAÇÃO: Livre. ‘Invocação do mal 2’ Nelson Xavier, em caracterização particularmente difícil, consegue transmitir a sabedoria e o senso de humor de seu personagem. O filme ganhou os prêmios de direção, ator, atriz (Juliana Paes) e fotografia no Festival de Gramado. Entre o clássico e o popular uma parisiense que trabalha no mundo da moda, se envolve com Jean-René (Dany Boon), um aficionado por computadores que decide ir a Paris pelo relacionamento. O conto de fadas, contudo, cai por terra quando ele conhece Lolo (Vincent Lacoste), o mimado filho de sua namorada, que fará de tudo para romper com o relacionamento do casal. TERROR ‘A despedida’ Os artistas apresentam as canções do disco de estreia da dupla, “Bené e Iáiá”, lançado no ano passado. Além de faixas como “Wannabe”, “Jogo de cena” e “Clichê”, o duo toca músicas inéditas. FOTOS DE DIVULGAÇÃO O Bonequinho viu DRAMA ‘Casamento de verdade’ Este raro representante do cinema da Lituânia em nossas telas tem sua beleza. Prestigiado em festivais internacionais, o filme pode sensibilizar os espectadores envolvidos por sua atmosfera de extremo pessimismo. O inferno está cheio de boas intenções, comprova “Casamento de verdade”, um drama lésbico que parece ter sido feito para “educar” aqueles que relutam em aceitar a união entre pessoas do mesmo sexo. Susana Schild Carlos Helí de Almeida Artes visuais A POESIA DESVELADA NA OBRA DE ARNALDO ANTUNES DIVULGAÇÃO Herdeiro da tradição visual concreta, o músico e artista tira a palavra de seu lugar comum na mostra em que apresenta 30 anos de sua trajetória Crítica “PALAVRA EM MOVIMENTO” ONDE: Centro Cultural Correios — Rua Visconde de Itaboraí 20 (2253-1580). QUANDO: Ter. a dom., das 12h às 19h. Até 17/7. QUANTO: Grátis. CLASSIFICAÇÃO: Livre. “Objeto A”. Olhar pop na colagem feita a partir da da observação das imagens e subversão do uso do alfabeto LUISA DUARTE [email protected] A exposição “Palavra em movimento”, de Arnaldo Antunes, com curadoria de Daniel Rangel, traz a produção visual desse artista múltiplo. Conhecido popularmente por seus anos como integrante dos Titãs e, posteriormente, por suas parcerias com Marisa Monte, Arnaldo, desde antes dos anos da banda de rock, e até hoje, sempre foi poeta. Um artista pa- ra quem a palavra está no eixo do jogo que busca dar outros sentidos para o mundo e à forma com que nos relacionamos com ele. E se a linguagem das palavras é a principal entre todas para que essa relação ocorra, realizar torções nesse lugar é alterar percepções fundamentais e cotidianas. Herdeira da tradição da poesia concreta, a poesia visual do artista lida com questões que fa- zem da dimensão imagética e objectual tão ou mais importante do que a sua face narrativa, bem como encontra-se ali uma subversão do uso do alfabeto tal como o conhecemos a fim de instaurar rotas inauditas para a criação. Assim, trata-se de fazer da forma o depositário do que se quer dizer, e não mero instrumento de comunicação de algo que lhe é exterior. A Galeria de Arte Ibeu (3816-9473) inaugura às 19h a exposição “Sinais de amor e pinturas recentes”, da artista Marcela Flórido, com curadoria de Gaby Collins-Fernandez. l QUARTA, DIA 15 A Galeria Mercedes Viegas (2294-4305) exibe a partir das 15h a produção recente de Vânia Mignone. A artista apresenta colagens, pinturas sobre MDF e técnica mista sobre papel, num total de 28 trabalhos. l QUINTA, DIA 16 O Museu de Arte Contemporânea — MAC (2620-2400), em Niterói, reabre ao público, às 18h, após 18 meses em obras., com três exposições: “Ephemera: diálogos entre-vistas”, exibe obras da coleção MAC-Sattamini, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara; “A arte de contar histórias” reúne obras de l artistas brasileiros e estrangeiros, com curadoria da norueguesa Selene Wendt; e a individual “Da escuta da matéria aos escombros do ser”, instalação sonora do artista Marcelo Armani. l A Galeria Monique Paton (2283-0560) inaugura às 19h a exposição “Desejo inverso”, com desenhos e pinturas do paulista Sidnei Amaral. Curadoria de Mariana Coggiola. SEXTA, DIA 17 Simone Cupello inaugura às 19h, no Centro Cultural Justiça Federal (3261-2550) a mostra “Olhares privados”. A artista exibe fotografias apresentadas, em sua maioria, na forma de esculturas fotográficas. l Como parte do FotoRio, Marcelo Macedo exibe a partir das 18h, no Espaço Sérgio Porto (2535-3846), a mostra “Travessia”. O fotógrafo garimpou em feira de antiguidades álbuns familiares que serviram de base para intervenções gráficas. Curadoria de Julieta Roitman. l SÁBADO, DIA 18 O evento “Permanências e destruições”, programa de arte pública do Oi Futuro, ocupa a Torre H (Avenida das Américas 1.245), projetada por Oscar Niemeyer na Barra da Tijuca, e jamais concluída. Das 10h às 16h, os artistas Angelo Venosa, Daniel Albuquerque, Janaina Wagner, Igor Vidor, Anton Steenbock e a dupla This Land Your Land fazem performances, instalações e intervenções no prédio. l O Arte Clube Jacarandá abre ao público, a partir das 15h, um novo espaço, o Jacarandá, na Villa Aymoré, na Glória, com a exposição “Do clube para a praça”. Organizada por Luisa Duarte, a mostra reúne obras de 26 artistas, entre eles Carlito Carvalhosa, Cadu, Carlos Vergara, Cabelo, Daniel Senise, Everardo Miranda, Luiz Zerbini, Marcos Chaves, Vicente de Mello, Raul Mourão e Waltercio Caldas. Na ocasião, será lançado o número 2 da revista “Jacaranda”. l DE UM OBJETO DO COTIDIANO, “MAR MEL” No pequeno objeto intitulado “Mar Mel” (2008), testemunha-se muitas das estratégias utilizadas pelo artista ao longo de sua trajetória. Dois maços de cigarros, Marlboro e Camel, foram apropriados. Em seguida, cada um deles foi seccionado de maneira a termos a metade de cada um formando um só maço feito da junção de ambos. Da decomposição do primeiro restou uma das mais belas palavras da língua portuguesa, mar. Do segundo, mel. De dois maços de cigarro, objetos do cotidiano que costumam passar completamente desapercebidos, vítimas do hábito que entorpece o olhar, Arnaldo encontra a possibilidade de construção poética. E não somente isso,acha ali, em entes associados a um universo bruto, a suavidade, a delicadeza e a promessa de conforto guardadas nas palavras mar e mel. Ou seja, o avesso do que aqueles maços fadados ao esquecimento originalmente transmitiam ao mundo. Esse exemplo de subversão que desvela o mais próximo em sua insuspeita face poética ocorre em vários outros trabalhos da exposição. Na porta que nos faz chegar onde já estávamos, no guarda-chuva que torna-se sol, nos letreiros das cidades tornados poemas. “Palavra em movimento” é uma mostra que traz a produção de mais de 30 anos de um de nossos maiores artistas. Com Arnaldo Antunes aprendemos achar o novo, de novo, para usar uma expressão de Tunga, seu amigo e parceiro. l Em Nova York Agenda da semana AMANHÃ Ao longo da exposição testemunhamos essa intenção poética de linhagem concreta, mas também pop e punk, ocorrendo em inúmeros meios. Vídeo, fotografia, instalação, objeto, monotipias, som, voz. Se a palavra é o denominador comum, os meios para provocá-la a sair de seu lugar comum são vários. Desde as colagens da série “Oráculo”, de 1981, vê-se a obsessão de Arnaldo em dar materialidade à palavra escrita, desconstruindo-a para construir novamente. Vê-se igualmente aqui um olho já pop e punk, característica que dará uma visualidade familiar aos seus trabalhos, pois aliada a uma dimensão da indústria cultural e de uma esfera popular do consumo de imagens. O artista japonês Masao Yamamoto faz sua primeira exposição no novo espaço da galeria Marcelo Guarnieri (2523-6157), das 11h às 17h, com três séries de fotografias: “A box of Ku”, “Nakazora” e “Kawa=Flow”. Ele apresenta ainda cinco “caixas-poemas” — cada uma tem em seu interior uma série de fotografias e um haikai — e pequenos livros produzidos à mão. O texto do catálogo é de Agnaldo Farias. l Às 17h, a artista visual Odaraya Mello, autora de “Fagun”, um livro de poemas e origamis, é a convidada da roda de ativação da mostra “Leituras para mover o centro”, de Ana Hupe, no CCBB (3808-2020). Entrada franca. l DOMINGO, DIA 19 Às 14h, o Museu de Arte do Rio — MAR (3031-2741) realiza a atividade educativa “Mínimo necessário para”. Já às 15h, acontece a conversa de galeria especial com um convidado do programa Vizinhos do MAR. l De Fortaleza MoMA celebra Lloyd Vigor da Coleção Wright em 2017 Edson Queiroz O MoMA de Nova York vai homenagear os 150 anos de nascimento de Frank Lloyd Wright, em 2017, com uma grande exposição sobre o arquiteto americano, um dos nomes mais relevantes da área no século XX. A mostra, a ser inaugurada em junho com 450 obras, pretende estimular um debate crítico sobre o designer e intelectual que utilizou novas tecnologias e materiais, antecipando teorias relacionadas à natureza, ao planejamento urbano e a políticas sociais.l A Fundação Edson Queiroz, de Fortaleza, abre nesta quinta uma exposição portentosa, com 250 obras dos principais nomes da arte brasileira, com curadoria de Fábio Magalhães, José Roberto Teixeira e Max Perlingeiro. Um recorte da coleção também será exibido a partir do dia 26 na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre: “Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz” reúne 76 obras do modernismo brasileiro.l 4 l O GLOBO l Segundo Caderno l Segunda-feira 13 .6 .2016 Os destaques de hoje na TV FOTOS DE DIVULGAÇÃO Paramount Channel, 22h Com sotaque inglês Criador de “Downton Abbey”, Julian Fellowes assina “Doctor Thorne”, série de três episódios sobre a história de Mary Thorne (Stefanie Martini), moça que cresce sob a tutela do avô (Tom Hollander). Natalia Castro natalia.castro@ oglobo.com.br Nat Geo, 22h45m Globo, 8:50m Discovery, 21h30m Record, 22h30m ‘Férias na prisão’ ‘Mais você’ ‘Guerra ao tráfico’ ‘Xuxa Meneghel’ A décima temporada da série começa com o drama real de Tabitha Ritchie, canadense de 28 anos que vai para a Colômbia atrás de uma vida nova e se dá mal ao se meter com drogas. O matinal de Ana Maria Braga inicia nova temporada do “Jogo de panelas”, em que cinco anônimos revelam suas habilidades gastronômicas na busca do prêmio de R$ 10 mil. São nove episódios que mostram as operações da polícia internacional para evitar que carregamentos de drogas cheguem a seu destino final. O primeiro episódio é no Panamá. A apresentadora recebe os comediantes Fábio Porchat, Luis Lobianco e Tati Lopeso, todos do “Porta dos fundos”, para falar sobre a repercussão do vídeo em que Xuxa faz participação especial. Horóscopo POR CLAUDIA LISBOA (21/3 a 20/4) Elemento: Fogo. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Libra. Regente: Marte. Em tempos de crise e de tensão, é preciso respeitar tudo o que, dentro e fora de si, foge ao seu controle. É tempo de compreender que o que dói pode ser transformado em experiência e maturidade. LIBRA (23/9 a 22/10) Elemento: Ar. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Áries. Regente: Vênus. O desejo de viver intensamente evita que os relacionamentos se tornem superficiais. É tempo de confiar na potência dos encontros capazes de produzir mudanças profundas no seu modo de ser. TOURO (21/4 a 20/5) Elemento: Terra. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Escorpião. Regente: Vênus. Ao utilizar a imaginação, é possível captar os recursos que necessita para levar adiante as suas realizações. É tempo de dar um voto de confiança à intuição e usufruir os bons resultados obtidos. ESCORPIÃO (23/10 a 21/11) Elemento: Água. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Touro. Regente: Plutão. Você pode ser invadido pela sensação de frustração, ainda que não exista algum fato contribuindo para isso. É tempo de focar nas questões internas para ter equilíbrio para lidar com os problemas externos. GÊMEOS (21/5 a 20/6) Elemento: Ar. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Sagitário. Regente: Mercúrio. Mesmo que você tenha excelentes ideias, a arte de viver bem também inclui a possibilidade de realizá-las. É tempo de dar vida de forma prática às ideias que já foram elaboradas no plano mental. SAGITÁRIO (22/11 a 21/12) Elemento: Fogo. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Gêmeos. Regente: Júpiter. Acreditar que tudo vai dar certo sem agir para que algo aconteça pode provocar revezes. É tempo de acolher as frustrações e ser hábil para aprender tanto com os acertos quanto com os erros. CÂNCER LEÃO (21/6 a 22/7) Elemento: Água. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Capricórnio. Regente: Lua. (23/7 a 22/8) Elemento: Fogo. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Aquário. Regente: Sol. É admirável a prudência que, entre outras coisas, significa responder pelos próprios atos. É tempo de medir com cuidado cada ação para ter a consciência das possíveis consequências. Estilo é uma marca registrada que você imprime no que produz e na forma como se relaciona. É tempo de se organizar para não deixar que a falta de atenção ofusque sua singularidade. CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1) Elemento: Terra. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Câncer. Regente: Saturno. AQUÁRIO Quando o que você faz não o realiza, é preciso visualizar alguma mudança que permita a abertura de novas possibilidades. É tempo de poder interferir no desconforto sem destruir o que está saudável. (21/1 a 19/2) Elemento: Ar. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Leão. Regente: Urano. Cultivar a disciplina pode ser um bom modo de facilitar a expressão da criatividade. É tempo de se organizar para tornar a vida mais prática, respeitando, entretanto, a manutenção da liberdade. Logodesafio POR SÔNIA PERDIGÃO VIRGEM (23/8 a 22/9) Elemento: Terra. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Peixes. Regente: Mercúrio. O que se pode obter no futuro depende das ações no presente, garantindo, assim, um resultado mais previsível. É tempo de caminhar passo a passo, até conseguir realizar as metas estabelecidas. PEIXES (20/2 a 20/3) Elemento: Água. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Virgem. Regente: Netuno. É possível que os sentimentos mudem repentinamente, dando lugar a desejos estranhos à sua rotina. É tempo de acolher as experiências que possibilitem a vivência de novas emoções. Foram encontradas 19 palavras: 8 de 5 letras, 7 de 6 letras, 3 de 7 letras, 1 de 8 letras, além da palavra original. Com a sequência de letras SO foram encontradas 16 palavras. Instruções: Encontrar a palavra original utilizando todas as letras contidas apenas no quadro maior. Com estas mesmas letras formar o maior número possível de palavras de 5 letras ou mais. Achar outras palavras (de 4 letras ou mais) com o auxílio da sequência de letras do quadro menor. As letras só poderão ser usadas uma vez em cada palavra. Não valem verbos, plurais e nomes próprios. Solução: dente, dever, entre, pente, rente, tripé, verde, vinte; dentre, inerte, perene, pivete, revide, vedete, ventre; pedinte, repente, vidente; evidente; PREVIDENTE. Com a sequência de letras SO: denso, diverso, inverso, peso, piso, preso, pretenso, riso, sopé, sorte, sorvete, soviete, tenso, teso, verso, visor. ÁRIES Expediente EDITORA: FÁTIMA SÁ [email protected] l EDITORES ASSISTENTES: CRISTINA FIBE [email protected], EDUARDO FRADKIN [email protected], EDUARDO RODRIGUES [email protected], GABRIELA GOULART [email protected], HELENA ARAGÃO [email protected] l DIAGRAMAÇÃO: MARIANA MORGADO, PAULA FABRIS E TOMÁS BREVES l TELEFONES: REDAÇÃO: 2534-5703 l PUBLICIDADE: 2534-4310 [email protected] l CORRESPONDÊNCIA: Rua Irineu Marinho 35, 2º andar. CEP: 20233-900 l Segundo Caderno l Segunda-feira 13 .6 .2016 [email protected] PATRÍCIA KOGUT FALAM DE AMOR Bruna Lombardi vai reviver o programa “Gente de expressão”, que foi ao ar na Manchete e na Bandeirantes nos anos 90. Ela fará isso num portal que prepara para lançar em breve. A bela produzirá novas entrevistas, que ficarão junto com o material de arquivo. 10 0 Para Marisa Orth, pela Francesca de “Haja coração”, novela de Daniel Ortiz dirigida por Fred Mayrink. A atriz, muito mais vista fazendo personagens cômicos, está bem neste papel dramático. Para certos letreiros em programas populares. Eles ultrapassam até os limites de tais programas. Por exemplo, numa entrevista de Sabrina Boing Boing ao “TV Fama”, lia-se: “Vai explodir!”. Ui. DIVULGAÇÃO Caminho de volta Ainda ‘Rocky story’ Depois de muitos anos na Record, Rocco Pitanga vai fazer novela na Globo. Ele será o advogado do personagem de Vladimir Brichta em “Rock story”, nova trama das 19h. E falando na história de Maria Helena Nascimento, Ana Beatriz Nogueira foi convidada por Dennis Carvalho — e aceitou. Ela será a mãe do personagem de Rafael Vitti. DE CARA NOVA Maria Beltrão posa no novo cenário do “Estúdio i”, programa que apresenta na GloboNews. Entre as novidades, haverá quatro monitores de TV mostrando a participação dos internautas nas redes sociais ENTREVISTA Ted Sarandos ‘QUEREMOS INVESTIR NO CINEMA BRASILEIRO’ Executivo-chefe de conteúdo da Netflix diz mirar mercado nacional e afirma que a curto prazo não haverá publicidade em séries e filmes ANDRÉ MIRANDA [email protected] A Netflix divulgou na semana passada uma nova pesquisa sobre os hábitos de consumo entre seus assinantes, dividindo as séries exibidas entre “devoradas” e “saboreadas”. Na primeira categoria se enquadram as que são assistidas em pouco tempo pelo espectador, sobretudo suspenses (como “Breaking bad”) e terrores (“The walking dead”), enquanto na segunda estão programas vistos paulatinamente, como comédias (“BoJack Horseman”) e dramas políticos (“House of cards”). Nenhum desses exemplos, contudo, ainda é originalmente falado em português. Mas isso pode mudar. Em entrevista ao GLOBO, o executivo-chefe de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, diz que a empresa planeja investir na produção brasileira. Atualmente a Netflix produz no Brasil a série “3%”, com direção de Cesar Charlone, ainda sem data de estreia, e já anunciou que vai se reunir com o cineasta José Padilha para a discutir a série que o diretor brasileiro prepara sobre a Operação LavaJato. Para Sarandos, o potencial é grande num país em que a série mais ‘‘saboreada’’ é “House of cards” (no mundo é “BoJack Horseman”) e a mais “devorada” é “The fall” (a mesma no mundo). Existe algum equilíbrio ideal entre as séries ‘‘devoradas’’ e ‘‘saboreadas’’? Alguma é melhor do que a outra para os negócios? Eu acho que as pessoas assistem a uma mistura delas. Uma das grandes mudanças é que as pessoas passaram a ver uma série inteira antes de assistir a outra. Em vez de você ver uma série na noite de quarta, uma na quinta e outra no sábado, você prefere uma maratona inteira de “Breaking bad’’ e só depois parte para o próximo programa. O que nós fazemos é ter as opções que se enquadrem em todos os gêneros. l A Netflix é conhecida pelo uso constante de dados estatísticos para determinar os gostos dos assinantes e então tomar decisões sobre a produ- l l 5 PAULO SEVERO Eis o elenco de “A reunificação das duas Coreias”: Marcelo Valle, Bianca Byington, Gustavo Machado, Solange Badim, Verônica Debom, Reiner Tenente e Louise Cardoso. A peça estreia no dia 24, com direção de João Fonseca COM FLORENÇA MAZZA, ANNA LUIZA SANTIAGO E RAFAELA SANTOS EXPRESSÃO ETERNA O GLOBO ção ou exibição do conteúdo. Mas e a intuição? Ela não exerce papel na empresa? Nós usamos algoritmos para determinar as possibilidades econômicas de uma série, mas não na decisão criativa de qual série produzir. Definitivamente o que fazemos é mesclar os dados e a intuição. É um modelo que tem se mostrado bemsucedido até agora. O quanto o Brasil é importante para os negócios da Netflix? Sei que vocês não costumam dizer números de assinantes, mas eu preciso perguntar: quantos assinantes há no país? Não posso abrir os números do Brasil, mas é um dos nossos mercados que mais crescem. Foi um dos nossos primeiros territórios internacionais, e acho que ter chegado cedo aí nos ajudou a desenvolver boas estratégias de programação; boas relações bancárias, o que faz com que os pagamentos com cartão de crédito funcionem bem; e um melhor conhecimento do gosto dos brasileiros. E também acho que vamos bem no Brasil porque, antes de a Netflix chegar, havia um limite de escolhas. Nós trouxemos mais opções. JOÃO COTTA/ TV GLOBO PRESTE ATENÇÃO Autor da peça “Cartola, o musical. O mundo é um moinho”, Artur Xexéo com Nilcemar Nogueira, neta do compositor, e Flávio Bauraqui, que o interpretará. O elenco foi escolhido depois de testes em São Paulo SEM TEMPO Passarela Uma saudade João Vicente de Castro, que fez sucesso no Baile da Vogue, foi escalado pelo GNT para fazer a cobertura do desfile de abertura do Rio Moda Rio, amanhã, no Píer Mauá. No time titular, estarão Lilian Pacce, Mariana Weickert e Caio Braz. Na próxima sexta, quando faz dez anos da morte de Bussunda, o Viva exibirá um especial. Os amigos e companheiros no “Casseta & Planeta” Hélio de la Peña, Cláudio Manoel, Beto Silva e Marcelo Madureira gravaram depoimentos que serão misturados ao material de arquivo. Por incompatibilidade de agendas, Nuno Leal Filho não poderá fazer “Haja coração”. Ele foi convidado para o papel que seria inicialmente de Leopoldo Pacheco. A produção ainda está à procura de um ator para o personagem, um cinquentão que tem Transtorno Obsessivo Compulsivo. Sobe A audiência de “Êta mundo bom!”, no ar há quatro meses, é motivo de festa nos bastidores da Globo. A média de maio (PNT) foi de 30 pontos, cinco a mais do que no mês da estreia. Esse crescimento é no país todo. Em Porto Alegre, por exemplo, a novela subiu de 24, em janeiro, para 34. Nas mídias sociais, a trama também é sucesso. Até o burro Policarpo aparece nos trending topics do Twitter com regularidade. Exportação. Para Sarandos, a série brasileira “3%” “vai viajar bem para todo o mundo” Independente A produtora Giros começará a gravar em julho “De mala e cuia”, uma série documental infantil. Em 13 episódios, a atração acompanhará uma criança na terra natal de seu avô imigrante, descobrindo as raízes de sua família. NA WEB patriciakogut.com O mundo da televisão passa por aqui. Visite. contato e nossa relação foi parar em ‘‘Narcos’’ e depois no projeto em que ele trabalha agora. Já ‘‘3%’’ é bem diferente, é voltada para um público mais jovem, é uma ficção científica distópica. É uma série feita no Brasil, em português e acho que vai viajar bem para todo o mundo. Mas existe uma meta para a produção de séries originais no Brasil? Não temos uma meta definida, mas é importante dizer que também não temos um limite para o que podemos produzir no Brasil. Estamos atrás de boas séries e bons roteiristas, e o Brasil está cheio deles. l E quanto à produção de filmes? Existe algo em vista para o Brasil? Queremos investir no cinema brasileiro. Há tão ANA B poucos filmes brasileiros que viajam para RANCO fora do Brasil e alcançam uma audiência global. Então a gente vê isso como uma oportunidade com a qual pretendemos trabalhar. l Recentemente foram publicadas notícias de que a Netflix realizou testes para a inserção de publicidade... Isso não é verdade. l l l Atualmente vocês têm uma série original sendo produzida no Brasil, a ‘‘3%’’, e anunciaram uma outra, que será dirigida pelo José Padilha. Há mais a caminho? A beleza do Brasil é que se trata de um mercado maravilhoso, com grandes contadores de história, e já com uma boa infraestrutura de produção. José foi uma das primeiras pessoas que eu conheci quando estava pesquisando sobre o mercado brasileiro, mantivemos Mas é uma notícia recorrente. São comuns os boatos sobre a Netflix começar a vender espaço publicitário. As pessoas espalham esses boatos porque odeiam a possibilidade. Mas, a curto prazo, nós não planejamos colocar propaganda na Netflix. l l Muitos diretores de cinema produziram ou anunciaram parcerias com a Netflix. O que faz os cineastas deixarem de lado o lançamento no cinema e aceitarem a ideia do streaming? Os diretores querem que seus filmes sejam culturalmente relevantes. Antigamente isso significava estar num cinema, mas hoje a Netflix oferece essa relevância cultural. Por exemplo, em dezembro todo o mundo falou sobre nossa série “Making a murderer”. Nós conseguimos fazer de um filme um assunto global. Sua exibição no cinema não chega perto disso. l 6 l O GLOBO l Segundo Caderno l E E-mail: [email protected] m 1928, o escritor e crítico americano S. S. Van Dine, criador do detetive Philo Vance, publicou sua lista de 20 regras para escrever um bom romance policial. Como sabemos, listas costumam ser reducionistas e mais atrapalham do que ajudam, principalmente quando o assunto é literatura. São raras as regras para se escrever boa literatura, se é que elas existem. De todo modo, para os interessados no gênero policial, a lista de Van Dine tem relevância histórica e ajuda a entender alguns elementos da literatura policial hoje. Abaixo, escolhi e comentei algumas regras (ficaria enorme se comentasse todas), mostrando que poucas ainda são pertinentes — a maioria perdeu sentido e chega a ser engraçada ou patética. Vale conhecer: 1. O leitor deve ter oportunidade igual a do detetive de solucionar o mistério. Todas as pistas devem ser claramente descritas e enunciadas. Para o leitor da Era de Ouro, o romance policial era, antes de tudo, um torneio intelectual, uma espécie de “livro-jogo” que o desafiava. Whodunit (quem matou?) era tanto o gênero quanto o objetivo do leitor ao buscar esses romances. Não bastava ler, era preciso desvendar o quebra-cabeças também. Assim, leitor e detetive deveriam ter acesso às mesmas informações na “disputa” de quem desvendaria o final primeiro. A meu ver, é uma regra ainda válida: apenas nos romances policiais ruins o autor surge com um elemento que não havia aparecido antes e resolve toda a situação. 2. Nenhum truque ou tapeação proposital deve ser utilizado pelo autor, senão os RAPHAEL MONTES AS REGRAS DO MISTÉRIO que tenham sido legitimamente empregados pelo criminoso contra o próprio detetive. Naturalmente, “tapeações” narrativas e de linguagem são muitíssimo interessantes. Há ótimos livros policiais que se utilizam da perspectiva do personagem (normalmente, em primeira pessoa) para fazer o leitor tomar um partido ou acreditar em uma versão dos fatos. 3. Não deve haver interesse amoroso no entrecho. Trazer amor à cena é atravancar a obra puramente intelectual com sentimentos que não vêm ao caso. A questão a ser deslindada é a de levar o criminoso ao tribunal e não a de levar um casal enamorado ao altar. A regra não faz mais sentido. No estilo clássico, os personagens não mereciam grandes aprofundamentos psicológicos e serviam de peças ao “livro-jogo”. Nesse contexto, entrechos amorosos não tinham mesmo vez. Hoje em dia, há vários romances policiais românticos e que exploram justamente a intriga amorosa. 4. Jamais o detetive ou algum investigador deve ser o culpado. Isso seria tapeação a mais deslavada, correspondente a oferecer a alguém uma moeda de níquel, nova e luzidia, em troca de uma moeda de ouro maciço. Seria impostura. Na época de sua publicação, a lista de Van Dine ficou tão famosa que diversos autores trataram de escrever romances que quebrassem suas regras. Agatha Christie, Edgar Wallace, Erle Stanley Gardner escreveram livros em que o assassino era o investigador. 5. O culpado deve ser identificado mediante deduções lógicas e não por acidente, coincidência ou confissão forçada. O contrário disso seria mostrar ao leitor que todo o seu trabalho de dedução foi inútil, pois o tempo todo tinha o nome do criminoso escondido na manga do paletó. O autor assim não passa de um brincalhão. Assino embaixo. A base do romance policial é a trama bem arquitetada, com sequências lógicas e personagens fortes, como reafirma a regra 10. 10. O culpado sempre deve ser uma pessoa que tenha desempenhado um papel mais ou menos importante na história, isto é, alguém que o leitor conheça e o interesse. Acusar do crime, no último capítulo, uma personagem DINAMÁ QUINA Vo C v de pes endas e fech lbeat refresc om peso e m a os pes a m ados c egafestiv o rock, bom elodia, omo Bla al na B élg ba nas ck Sab bath e ica ao lado Iron Ma iden DIVULGAÇÃO/NATHAN GALLAGHER Segunda-feira 13 .6 .2016 que acaba de introduzir ou que desempenhou na intriga um papel completamente insuficiente seria, da parte do autor, confessar sua incapacidade de medir-se com o leitor. 11. O autor nunca deve escolher o criminoso entre o pessoal doméstico, tais como criado, mordomo, lacaio, crupiê, cozinheiro ou outros. Há nisso uma objeção de princípio, pois é uma solução fácil demais. O culpado deve ser alguém que valha a pena. A regra é absurda, claro, mas traz uma curiosidade: no fim da época vitoriana na Inglaterra, quando o gênero policial nascia, alguns autores apontavam, de preferência, elementos da criadagem como criminosos. Na época, G. Bernard Shaw chegou a comentar que “a aristocracia inglesa é tão esnobe e preguiçosa que até para cometer um crime manda que seu mordomo o faça”. Daqui, surgiu o senso comum de que o mordomo é sempre o culpado. 15. A verdade do problema deve estar bem à vista em todos os momentos da narrativa. O leitor tem que ser arguto para perceber. Quando o leitor, chegando à última página, recomeça a leitura deve pensar: Puxa, por que eu não percebi isso? O leitor tem que se convencer que não é tão arguto quanto o detetive. Uma novela de mistério nunca será de mistério para todos os leitores, pois alguns deles descobrirão o assassino antes do detetive. Hoje em dia, há diversos romances policiais sem o elemento “final surpresa” — acredito que esta seja uma tendência do policial contemporâneo. Ainda assim, é uma delícia chegar ao final de um mistério e perceber que foi enganado o tempo todo, não? Boa leitura a todos! l O BALÉ DOS BALÉS, EM MOMENTO SUBLIME DA ARTE Dança Crítica “O LAGO DOS CINES” ONDE: Teatro Municipal — Praça Floriano s/n, Centro (2299-1711). QUANDO: 14, 15, 17 e 18 de junho, às 20h. QUANTO: De R$ 36 a R$ 600. CLASSIIFICAÇÃO: Livre. COTAÇÃO: Ótimo ADRIANA PAVLOVA [email protected] N Sucesso. Jon Larsen (à esquerda), Michael Poulsen e Rob Caggiano: o Volbeat chegou ao terceiro lugar da iTunes Store, em meio a ícones do pop BERNARDO ARAUJO [email protected] O tradicional festival Graspop, na Bélgica, que começa na próxima sexta-feira, é o sonho dourado de qualquer metaleiro: entre as principais atrações estão o Black Sabbath, em sua turnê de despedida, e o Iron Maiden; logo abaixo, Slayer, Megadeth, Anthrax, Ghost, King Diamond... o povo de Belzebu todo estará lá. No meio de tantos dinossauros, chama a atenção exatamente o headliner do sábado, dia 18, que se apresenta depois do rolo compressor do Slayer. — É uma honra, estamos muito orgulhosos — diz Michael Poulsen, dinamarquês de 41 anos, cantor, guitarrista e principal compositor do Volbeat. — Sabemos que, hoje, não somos uma banda lendária como tantas que estão no festival. É uma grande satisfação estar ao lado do Black Sabbath, que vai se aposentar, e seguir carregando a bandeira. Fundado em 2001 quando Poulsen se cansou de fazer death metal com a banda Dominus, o Volbeat, que tem Jon Larsen na bateria e Rob Caggiano (ex-Anthrax) na guitarra, não é exatamente uma banda de heavy metal. Apesar das guitarras de chumbo, a banda tem influências como o rock tradicional de Elvis Presley e Johnny Cash — o que ajuda a explicar seu sucesso: o seu disco recémlançado, “Seal the deal & let’s boogie”, estava, no fim da semana passada, em terceiro lugar na lista dos mais vendidos da iTunes Stores, no meio de Beyoncés, Nicks Jonases e Drakes. No Spotify, suas cinco músicas mais populares somam mais de 130 milhões de execuções. Parece incrível: uma banda de rock de sucesso em pleno 2016. — O importante, para mim, é sempre a melodia — diz Poulsen, que calcula ter composto 95% do novo disco. — Tiramos um ano de folga, e fiquei compondo em casa. No meio de uma tonelada de material, fui reunindo as músicas que tinham mais a ver umas com as outras. A influência do heavy metal é clara, mas acho que fizemos um disco de rock. DE MARIE A MARY JANE Aos 15 anos de carreira, o Volbeat já tem uma história. Ao longo dela, são frequentes os nomes de mulheres nas músicas, como no sucesso “Lola Montez” e nas novas “Marie Laveau” e “Mary Jane Kelly”. — Eu gosto de mergulhar nas histórias das pessoas — diz ele. — Mary Jane Kelly foi a última vítima de Jack, o Estripador, e pouco se sabe sobre ela; Mary Laveau é mais conhecida, era uma praticante de vodu em Nova Orleans. São personagens fascinantes e inspiradoras. Além de pequenas aulas de história, “Seal the deal...” traz sabores de bandas como Metallica (com quem o Volbeat já viajou em turnê) e Ramones. — Gravamos “Rebound”, música da banda americana Tennage Bottlerock, que amamos, e cujo baterista, Brandon Carlisle, morreu de repente em 2015 — conta ele. — É uma banda punk com influência do rock dos anos 1950 e 60, como os Ramones e os Misfits. Cantando, ele demonstra ainda menos sotaque do que conversando em inglês. Menos no refrão de “For evigt”. — Gostamos de gravar versos em dinamarquês, fazemos isso desde o começo — explica ele. — Pode ser até que um dia faça uma canção inteira na minha língua, mas o idioma do rock é mesmo o inglês. l ão é por acaso que “O lago dos cisnes” é chamado de balé dos balés. A obra — que teve estreia oficial em 1877 na Rússia dos czares mas que só foi ter notoriedade de fato ao ser remodelada em 1895 com o Balé Mariinsky — é um daqueles momentos sublimes da arte em que todos os elementos se encaixam com perfeição. A música inspiradora de Tchaikovsky, cujos temas grudam como chiclete nos ouvidos, é guia para uma coreografia não menos potente. Os solistas estão lá para brilhar em pas-de-deux repletos de técnica e romantismo, enquanto o corpo de baile exibe sua versatilidade e competência em danças de caráter (folclóricas), variações e, sobretudo, na sutileza dos atos brancos, chamados assim por acontecerem no mundo dos sonhos. Portanto, nada mais acertado do que o Balé do Teatro Municipal do Rio, companhia clássica mais importante do país, celebrar seus 80 anos de história apresentando “O lago dos cisnes”, com a orquestra da casa regida por Javier Logioia Orbe. E, para sorte e prazer da plateia, dançando o balé dos balés de maneira impecável, exibindo a melhor forma de solistas e corpo de baile, e assim garantindo uma verdadeira experiência artística ao público. Nos quatro atos, é possível perceber a mão firme das atuais diretoras da companhia, as primeiras bailarinas Ana Botafogo e Cecília Kerche, que desde que assumiram o cargo têm feito um trabalho exemplar. Apoiadas numa equipe de ensaiadores que reúne estrelas que ajudaram a fazer a fama do Balé do Municipal, como Norma Pinna, Teresa Augusta, Áurea Hammerli e Marcelo Misailidis, as diretoras deram novo fôlego à companhia e isto está claro em cena. ESTRUTURA TÉCNICA BEM USADA Tudo conspira a favor dessa remontagem de “O lago dos cisnes”, que segue a versão concebida 2006 pela russa Yelena Pankova, a partir do desenho coreográfico original de Marius Petipa e Lev Ivanov. Cláudia Mota (que volta à cena no dia 15) honra o título de primeira bailarina do Municipal, num equilíbrio perfeito entre a pureza e delicadeza da princesa-cisne Odette com a sensualidade e determinação da rival Odile, neste papel duplo que é chave para mostrar a maturidade de uma grande intérprete. Outro destaque é Cícero Gomes como Bobo da Corte, que de novo se ajusta na medida a um personagem que une a técnica apurada à verve cômica. Em meio a tantos acertos, é importante ressaltar ainda a riqueza dos figurinos e cenários, além do cuidado com os mínimos detalhes da produção. Se bem usada, a estrutura técnica do Teatro Municipal do Rio tem seu lugar de excelência. l DIVULGAÇÃO/JULIA RÓNAI NA WEB VÍDEO oglobo.com.br/cultura Veja o videoclipe de “The devil’s bleeding crown”, do Volbeat Destaque. Primeira bailarina, Cláudia Mota une delicadeza e sensualidade