a visão dos pais em relação a importância da

Transcrição

a visão dos pais em relação a importância da
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
VOLUME 10 - NÚMERO 01 - 2015 - MAGAZINE
1
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
É com grande satisfação que, no vigésimo oitavo ano de realização do Encontro Nacional de
Atividade Física - ENAF, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação pode ser
traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra
o universo da atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e
profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia.
A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um
passo na construção dos saberes que unem formação e produção.
É a partir desse contexto que a Revista on-line ENAF SCIENCE é novamente lançada. Esperamos
que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os
trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como
resumo na forma de pôster.
Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por
um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial:
participar da construção de uma ciência da atividade física.
2
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ÍNDICE
(Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho)
ARTIGOS
INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO AERÓBIO SOBRE OS LIMIARES DE DOR EM DOR LOMBAR NÃO ESPECÍFICA:
UMA REVISÃO SISTEMATIZADA (ARTIGO PREMIADO) ..................................................................................................... 5
O MÉTODO DO TREINAMENTO FUNCIONAL BOARD FITNESS PARA GANHO DE FLEXIBILIDADE E EQUILÍBRIO .. 16
O MÉTADO DO TREINAMENTO FUNCIONAL BOARD FITNESS PARA O GANHO DE RESISTÊNCIA DE FORÇAEM
MEMBROS SUPERIORES EM ADOLESCENTES DE 14 A 17 ANOS OBESOS E COM SOBREPESO ............................. 24
PROFISSIONAIS MULTIDISCIPLINARES EM CUIDADO COM O CÂNCER ....................................................................... 31
ANÁLISE RETROSPECTIVA DAS HEPTATLETAS NOS CAMPEONATOS BRASILEIRO DE MENORES
INTERSELEÇÕES .................................................................................................................................................................. 39
CONSUMO ALIMENTAR E SUPLEMENTAR EM CICLISTAS AMADORES DE MONTAIN BIKE CROOS COUNTRY ...... 46
ANÁLISE DO ESTADO DE HUMOR EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO DE BMX ..................................................... 55
CORRIDA DE RUA: PERFIL DOS PRATICANTES QUE PARTICIPAM DOS EVENTOS .................................................... 61
ASPECTOS METODOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM DE NATAÇÃO PARA ADULTOS EM ACADEMIAS, CLUBES
E ESCOLAS DE NATAÇAO EM ITAUNA/MG ....................................................................................................................... 69
BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA A TERCEIRA IDADE ...................................................................................... 79
ANÁLISE BIOMECÂNICA DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO NO MÉTODO TRADICIONAL E UTILIZANDO A BOLA
SUÍÇA ..................................................................................................................................................................................... 85
RACISMO NO FUTEBOL: UMA ANALISE CRÍTICA E SOCIAL .......................................................................................... 92
ARTES MARCIAIS CHINESAS PARA SAÚDE FÍSICA E MENTAL ................................................................................... 102
ESTADO NUTRICIONAL DA ARBITRAGEM DE FUTEBOL DO PARANÁ ........................................................................ 110
EFEITOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA EM PERIÓDICOS
NACIONAIS .......................................................................................................................................................................... 119
ELETROMIOGRAFIA DO MÚSCULO PEITORAL MAIOR DE PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NOS EXERCÍCIOS
SUPINO RETO E SUPINO INCLINADO .............................................................................................................................. 126
ÍNDICE DE FORÇA MÁXIMA RELATIVA NO EXERCÍCIO LEG PRESS PARA MULHERES DE 22 À 34 ANOS EM 1
RM ........................................................................................................................................................................................ 135
EFEITO DA UTILIZAÇÃO DO JOGADOR CORINGA NO JOGO REDUZIDO DE FUTEBOL ............................................ 142
RESPOSTAS DA FREQUENCIA CARDÍACA DURANTE A APLICAÇÃO DO YO-YO TEST EM JOVENS ATLETAS
DE FUTSAL .......................................................................................................................................................................... 152
A IDADE COMO FATOR DE DETECÇÃO DE TALENTOS ESPORTIVOS NO VOLEIBOL ............................................... 158
PARÂMETROS NEUROMUSCULARES DE JOGADORES DE FUTSAL EM PRÉ-TEMPORADA .................................... 172
3
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ESTUDOS DO PERFIL DO ESTADO DE HUMOR EM ATLETAS DE NATAÇÃO ............................................................. 184
FATORES INTERVENIENTES NO PROCESSO DE HIPERTROFIA MUSCULAR ............................................................. 197
A MUSCULAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A QUALIDADE DE VIDA .................................................................... 214
BENEFICIOS DA ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS COM DEPRESSÃO ........................................................................... 222
CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIAS ......... 230
A EXCLUSÃO DO CONTEÚDO NATAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........ 241
O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NAMUSCULAÇÃO CONVENCIONAL ........................................................ 248
RESUMOS
ELABORAÇÃO DE PROPOSTA PARA TRABALHO EDUCATIVO COM GESTANTES ................................................... 254
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO FÍSICO EM ATLETAS CADEIRANTES COM LESÃO MEDULAR ......... 255
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ATLETAS E NÃO ATLETAS SAUDÁVEIS – DIFERENÇAS E
ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELO TREINAMENTO FÍSICO DE ENDURANCE .......................................................... 256
A GINÁSTICA LABORAL E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SÁUDE DOS FUNCIONÁRIOS .............................................. 257
PERIODIZAÇÃO LINEAR E NÃO-LINEAR NA MUSCULAÇÃO ........................................................................................ 258
ESPORTES DE AVENTURA UMA POSSIBILIDADE DE DIMINUIR O ESTRESSE DO COTIDIANO SOCIAL ................. 259
SISTEMAS ENERGÉTICOS UTILIZADOS NAS PROVAS DE CORRIDA DO ATLETISMO .............................................. 260
EDUCAÇÃO FÍSICA E SUSTENTABILIDADE, ATRAVÉS DOS MATERIAIS RECICLÁVEIS ........................................... 261
AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DA CADEIA POSTERIOR ENTRE PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE
TREINAMENTO RESISTIDO ............................................................................................................................................... 262
ZUMBA SUPERANDO EXPECTATIVAS: O ENCONTRO HARMÔNICO DA SAÚDE, DA ATIVIDADE FÍSICA, DA
DANÇA E DO PRAZER ........................................................................................................................................................ 263
ANÁLISE DE GANHO DE FORÇA NEURO MUSCULAR E AUMENTO DE VOLUME DE OXIGÊNIO MAXIMO EM
PRATICANTES DE MÉTODO EXCLUSIVO DE TREINAMENTO FUNCIONAL. ................................................................ 264
ANALISE DA QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORES DO SETOR ADMINISTRATIVO DE UMA EMPRESA DE
PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS ................................................................................................................................. 265
4
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO AERÓBIO SOBRE OS LIMIARES DE DOR EM
DOR LOMBAR NÃO ESPECÍFICA: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA
Artigo Premiado
ZECCHIN-OLIVEIRA. A.M.; RIBEIRO, V.B.; MENEZES-REIS;R.; POLI-NETO, O.B.
1: Arthur Marques Zecchin-Oliveira. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP – Ribeirão,
2:Victor Barbosa Ribeiro. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP – Ribeirão Preto, São
Paulo, 3: Rafael de Menezes Reis. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP – Ribeirão
Preto, São Paulo. 4: Omero Benedicto Poli-Neto - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
USP – Ribeirão Preto, São Paulo
email: [email protected]
Resumo
Estudos envolvendo diversas modalidades de tratamento no combate da dor lombar não
específica encontram dificuldades em estabelecer qual é a melhor estratégia a ser adotada.
Entretanto, sabe-se que pacientes com dor lombar devem manter exercícios físicos em sua rotina.
O exercício físico tem se mostrado muito positivo no tratamento, melhorando diversos aspectos
do individual biológico. O exercício aeróbio não é uma modalidade comumente indicada para
tratamento da dor lombar não específica por desconhecimento da maioria dos profissionais.
Poucos são os clínicos que sabem seus efeitos e benefícios por ser uma modalidade cujos estudos
são muito recentes. Portanto, o objetivo do presente estudo foi revisar sistematicamente os
resultados do treinamento físico aeróbio, isolado e concomitante a outros treinamentos sobre a
dor lombar não específica. Métodos: Foi realizada uma busca por artigos originais e em inglês em
periódicos com fator de impacto na base de dados Pubmed. Resultados: 1040 artigos originais
foram encontrados e 14 foram selecionados ao se encontrar dentro dos critérios de inclusão e
exclusão do estudo. Conclusão: O exercício físico aeróbio e o treinamento concorrente
demonstraram ter relevância para melhora significativa da dor lombar não específica, não
apresentando contra indicação sobre intensidade (média de 3 vezes por semana).
Palavras-chave: dor lombar, treinamento, exercício
Abstract
Introduction: Studies involving diverse modalities of treatment in the fight of nonspecific low back
pain find it difficult to establish what is the best strategy to adopt. However, it is known that
patients with low back pain should keep exercise in your routine. The exercise has been very
positive in the treatment, improving various aspects of the biological subjects. Aerobic exercise is
not a method commonly indicated for the treatment of nonspecific low back pain due to
ignorance of most professionals. Few clinicians who know their effects and benefits for being a
mode whose studies are very recent. Therefore, the aim of this study was to systematically review
the results of aerobic exercise, isolated and concomitant other trainings on non-specific low back
pain. Methods: A search was performed for original articles in English and in journals with impact
factor in the Pubmed database. Results: 1040 original articles were found and 14 were selected to
be within the criteria for inclusion and exclusion from the study. Conclusion: Aerobic exercise and
5
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
concurrent training have demonstrated relevance to significant improvement of nonspecific low
back pain, showing no contraindication on intensity (average of 3 times per week).
Keywords: low back pain, trainning, exercise
1. INTRODUÇÃO
A dor lombar não específica é um problema muito comum, apresentando uma prevalência de
70% entre os adultos (DUTHEY, 2009). Em mais de 85% dos casos seu mecanismo é pouco
entendido e desta forma, a patologia acaba sendo classificada como não especifica e de origem
desconhecida (DEYO e PHILLIPS, 1996). A dor lombar costuma ser classificada como uma dor
somática (sentida na superfície), contudo, geralmente não tem seu local de sensibilidade
precisamente definido. Dessa forma, esta dor pode ser facilmente confundida com a dor visceral,
que é profunda, acarretando em erros diagnósticos por parte dos médicos especialistas (SILVA,
2006). A dor lombar aguda é aquela que está instalada a menos de 6 meses no indivíduo e a
crônica é superior à 6 meses (SILVA, 2006). A dor é mensurada normalmente por seu limiar: o
estímulo mínimo necessário para induzir ou provocar dor no indivíduo (SILVA, 2006).
É entendido que pacientes com dor crônica lombar devem continuar com suas atividades físicas
regularmente (HENCHOZ e KAI-LIK, 2008). Dos diversos meios de tratamento, o exercício tem sido
bastante investigado. Este tem demonstrado ser importante não só para o tratamento de dor
crônica lombar específica, mas também na melhora do sistema cardiovascular, humor,
autoestima, melhora performance nos esportes, etc. Apesar de se conhecer que o exercício físico
programado é capaz de promover benefícios e ser um meio importante de tratamento da dor
lombar não específica, não há um consenso sobre qual o melhor método de treinamento (DEYO e
PHILIPS, 1996), (SILVA, 2006). Não obstante, o exercício aeróbio não é uma modalidade
comumente indicada para tratamento da dor lombar não especifica por desconhecimento da
maioria dos profissionais. Poucos são os clínicos que sabem seus efeitos e benefícios por ser uma
modalidade cujos estudos são muito recentes.
2. OBJETIVO
Portanto, o objetivo do presente estudo foi revisar sistematicamente os resultados do
treinamento físico aeróbio, isolado e concomitante a outros treinamentos, sobre a dor lombar não
específica.
3. METODOLOGIA
Foi feita uma busca na base de dados Pubmed por “low back pain and exercise”; “low back pain
and Physical” e “Low back pain and training”, sendo analisados todos artigos disponíveis até
agosto de 2015. Os artigos foram revisados inicialmente pelo título, resumo e palavras chave.
Foram incluídos estudos que avaliaram os efeitos do treinamento aeróbio, isolado ou
concomitante a outro tipo de treinamento, sobre a dor lombar e qual o método de avaliação do
limiar da dor mais utilizada. Os trabalhos também deveriam estar na língua inglesa. Foram
excluídos os artigos em que a amostra estudada era composta por mulheres no período
gestacional, idosos, crianças e indivíduos com outras doenças (cardiovascular, metabólicas e
musculoesqueléticas)
6
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
4. RESULTADOS
Após a fase de busca, houve um total de 1040 artigos pesquisados no Pubmed. Destes, 995
artigos foram excluídos por não ter relação com a busca (tema, resumo e palavras-chave). Assim,
restaram 46 artigos que foram avaliados, sendo 7 artigos dos descritores de busca “low back pain
and training”, 8 artigos dos descritores de busca “low back pain and physical ”, e 31 artigos dos
descritores “low back pain and exercise”. Após a análise dos artigos apenas 14 artigos foram
selecionados (Tabela 1). Houve exclusão de três artigos na fase final: dois por serem duplicata
(estarem em dois descritores de busca) e outros dois por serem artigos não finalizados (estudo
piloto).
Dos artigos selecionados eles foram divididos em duas categorias; a primeira categoria foi
exercício aeróbio no tratamento de dor lombar, e a segunda categoria foi o exercício aeróbio e
anaeróbio (concorrente) para o tratamento de dor lombar. Dos artigos incluídos, houve um total
de 9 artigos (VELDE e MIERAU, 2000; SCULCO, et al., 2001; CHATZITHEODOROU, et al., 2007;
MEEUS et al., 2010; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; MURTEZANI, et al, 2011; LEMLEY, et al., 2014;
PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014; IRANDOUST e TAHERI, 2015) que relacionaram a primeira categoria
(exercício aquático, exercício de corrida, exercício de bicicleta e exercício misto com diferentes
modalidades aeróbias) enquanto um total de 5 artigos (HOFFMAN, et al., 2005; DUNDAR, et al.,
2009; CUESTA-VARGAS, et al., 2011; BAENA-BEATO, et al., 2014; SIHAWONG; JANWANTANAKUL e
JIAMJARASRANGS, 2014) que relacionaram a segunda categoria (treinamento concorrente,
aeróbio e anaeróbio), totalizando 14 artigos considerados válidos para a busca por exercício
aeróbio e limiar de dor em dor lombar (figura 1). Com relação às escalas de avaliação de dor,
observou-se a preferência pelo uso da escala de dor experimental Visual analogic scale (VAS). Dos
artigos analisados 10 deles utilizaram da escala VAS (VELDE e MIERAU, 2000; HOFFMAN, et al.,
2005; DUNDAR, et al., 2009; MEEUS et al., 2010; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; MURTEZANI, et al,
2011; CUESTA-VARGAS, et al., 2011, BAENA-BEATO, et al., 2014; PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014;
SIHAWONG; JANWANTANAKUL; JIAMJARASRANGS, 2014), 1 artigo utilizou da escala McGill Pain
Questionaire (MPQ) (LEMLEY, et al., 2014), 1 artigo utilizou da escala Number Rating Scale (NRS)
(SCULCO, et al., 2001), 2 artigos utilizaram da percepção de dor com algometro de pressão (VELDE
e MIERAU, 2000; MURTEZANI et al, 2011) e 1 artigo utilizou da escala Brief Pain Inventory (BPI)
(IRANDOUST e TAHERI, 2015). As informações encontram-se resumidas na tabela 1.
Tabela 1 – Classificação geral dos artigos selecionados
Autor
Esporte
Paciente
Velde
e Escada,
258 pacientes
Mierau, 2000
caminhada,
com LBP (1001
bicicleta
sem LBC). Não
ergométrica (grupo especifica
exercício).
Sem homens
e
exercício
(grupo mulheres
controle)
Sculco et al, Corrida e bicicleta
2001
ergométrica (grupo
controle não fazia
nada)
Hoffman,
et Bicicleta
35 pacientes
(aeróbio=10 h,
7
m;
controle=11 h,
7 m.)
8
pacientes.
7
Método
5' a 20'. 3x
semana
aeróbio
+
força
+
alongamento
- 60%Fcmax
por
6
semanas.
45',
4x
semana há
60% Fcmax
por
10
semanas
25'(5'
com
Efeitos
No
tratamento:
NRS,
mostrou
melhora
significativa
(confuso por ter
forca junto)
No tratamento: BPI
(não
mostrou
melhora
significativa da dor)
No
tratamento:
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
al., 2005
ergométrica (dois Bicicleta
grupos com dor ergométrica:
crônica
lombar (4 h e 4m)
fizeram
mesma
coisa)
50% vo2 e
20'com
70%vo2).
Duas sessões
apenas
2x semana
Chatzitheodor
ou et al., 2007
Corrida
(grupo 20 pacientes
controle parado)
(exercício= 5h,
5m.; controle
6h, 4m.)
30' a 50'. 3x
semana 60%
a 80% Fcmax
por
12
semanas
Água
(exercício
Dundar et al., aeróbio) grupo I.
2009
exercício em casa
alongamento
e
força grupo II água,
Treinamento
concorrente.
Grupo
I
Caminhada;
e
Rasmussengrupo II resistência
Barr et al., de força. Grupo
2009
sem dor e grupo
com
dor
(caminhada: uma
sessão
na
1
semana e outra na
8
semana,
exercícios
não
fala). Treinamento
concorrente
65 pacientes
com
dor
lombar :(32 no
grupo I, sendo
15 m e 17 h. e
33 no grupo II,
sendo 16 m e
17 h)
71 pacientes
com
dor
lombar aguda
ou crônica
Não especifica
homens
e
mulheres (n);
não especifica
subdivisões
105 (56 anos;
Henchoz , et Slalow c/ bola exercício
55
al.. 2010
(aeróbio) e forca anos).
simultâneo.
controle:56
Treinamento
adultos, h 37 e
concorrente.
m
19.
Exercício: 49
adultos, 27 h e
22 m
78 pacientes
((26; 21 m, 5 h
em síndrome
Meuus et al., Bicicleta
da
fadiga
8
60' os dois
programas.
5x semana
por
4
semanas.
Não
especifica
intensidade
45'
caminhada e
45' exercício
especifico.
Fortalecimen
to:
8
semanas
(não
especifica
quantas
vezes
por
semana nem
intensidade)
90’
treino,
Aeróbio
e
força por 12
semanas
Intensidade
de
85%
Fcmáx.
6 sessões de
bike
aumentando
1 Wtt a cada
VAS e PPT (tanto o
VAS quanto o
estimulo
de
pressão de dor, a
percepção mostrou
melhorar,
diminuindo a dor)
No
tratamento:
MPQ
.
Alta
intensidade
aeróbio mostrou
diminuição
significativa da dor.
No
tratamento:
VAS
houve
melhora
significativa da dor,
mostrando
que
agua é melhor que
exercício no solo
No
tratamento:
VAS não houve
grandes mudanças
No
tratamento:
VAS melhora da
dor
No
tratamento:
PPT
(ombro,
lombar, panturrilha
mão) grupo com
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
2010
ergométrica
somente
crônica), (21
com LBP 11 m,
10 h) e 31
saudáveis 21
m, 10 h)) idade
média: CfS 41,
LBP
41
e
saudáveis 40
Cuesta-Vargas
et al., 2011
Água e Força (deep
water running) e
exercício
com
peso. Treinamento
concorrente
46 pacientes
(grupo
de
força: 14 m, 10
h. Grupo de
força e DWR:
13 m, 12 h)
Chan, Mok e Aeróbio
Yeung et al., (caminhada,
2011
corrida,
step,
bicicleta
ergométrica),
fisioterapia e grupo
controle
46 pacientes
(controle: 5 h,
17
m;
intervenção: 5
h, 19 m) idade
média: 46 anos
controle e 47,1
intervenção
Mutezani
al., 2011
50 pacientes
grupo
exercício (26 h,
24 m) e 51
pacientes
grupo passivo
(26 h, 25 m).
Não especifica
idade
et Bicicleta
ergométrica
(aquec.)
Parte
principal:
caminhada esteira,
subida de escada e
bicicleta e grupo
controle
passivo
métodos
9
2", apos o 6º
round
terminava)
por
2
semanas não
especificado
quanto
tempo.
Intensidade
medida em
Watts.
60’
(DWR
80’)
3x
semana por
15 semanas
Intensidade
medida por
“leg circle”
20 minutos
3x semana
por
8
semanas.
Não
informou
Intensidade
iniciou entre
40-60%
Fcmáx.
e
aumentou
gradualment
e até 85%
Fcmáx
30
a
45
minutos por
dia
3x
semana por
12 semanas.
intensidade
entre 60-75%
Fcmáx.
LBP teve melhora
da dor em relacao
aos pacientes com
Fcs
No
tratamento:
VAS (não especifica
a hora da coleta).
Houve
melhora
significativa da dor,
porém não houve
diferença
significativa
do
exercício + DWR
No
tratamento:
VAS (antes, após 8
semanas e apos 12
semanas)
houve
melhora
significativa da dor
no
grupo
de
intervenção
No
tratamento:
VAS
melhora
significativa da dor
em relação a antes
do exercício (houve
melhora
significativa
em
comparação com o
grupo controle, as
coletas
foram
feitas no inicio do
tratamento e no
final
do
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Baena-Beato
et al., 2014
Água e treino 60
paciente
força. Treinamento (30 homens e
concorrente
30 mulheres).
Não especifica
idade
Pires, Cruz e Água
((grupo
Caeiro, 2014
controle)
(não
especificado))
e
educação
neurofisiológica
tratamento)
55‘ a 60’. 4x No
tratamento:
semana
VAS (antes e após
(média),
teste)
melhora
intensidade
significativa da dor
não
(pode ter sido por
informada
conta do exercício
(trabalhou
de
forca
para
pela escala abdominal)
de
borg
progressiva),
por
8
semanas
30
a
60 No
tratamento:
minutos; 2x VAS (6 meses após
semana por o
inicio
do
12 semanas. exercício e 9 meses
Não
após
o
inicio)
especifica
melhora
intensidade
significativa da dor
62 pacientes
(controle 51
anos
e
educação
controle 50.9
anos).
Não
especifica
idade
Sihawong,
Aeróbio (isometria 563 pacientes. 6’ - 8’ 2x
Janwantanaku de
músculos Aeróbio: (366 semana por
l
e 10x60") somente
m, 197 h)
12 meses.
Jiamjarasrangs
Não
i, 2014
especifica
intensidade
No
tratamento:
VAS 1x por dia, não
especifica quando)
não
houve
mudança na dor
Dos 14 artigos selecionados 9 deles trataram os indivíduos com o uso de exercício aeróbio
(VELDE e MIERAU, 2000; SCULCO, et al., 2001; CHATZITHEODOROU, et al., 2007; MEEUS et al.,
2010; CHAN; MOK; YEUNG, 2011; MURTEZANI, et al, 2011; LEMLEY et al., 2014; PIRES, CRUZ e
CAEIRO, 2014; IRANDOUST e TAHERI, 2015), 3 utilizaram o treinamento concorrente (HOFFMAN,
et al., 2005; CUESTA-VARGAS, et al., 2011; SIHAWONG, JANWANTANAKUL e JIAMJARASRANGS,
2014), outros 2 compararam a diferença entre treinamento aeróbio e resistido em grupos
diferentes com dor lombar (DUNDAR, et al., 2009; BAENA-BEATO, et al., 2014). A média de tempo
das intervenções dos estudos foi de 21,1 semanas. Com relação à frequência realização de
exercícios físicos semanais, um artigo utilizou uma sessão por semana (DUNDAR, et al., 2009), 3
artigos: 2 sessões por semana (VELDE e MIERAU, 2000; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; MURTEZANI,
et al, 2011), 5 artigos: 3 sessões por semana (SCULCO, et al., 2001; HOFFMAN, et al., 2005; MEEUS
et al., 2010; LEMLEY et al., 2014; PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014), 4 sessões por semana em 2 artigos
(SIHAWONG, JANWANTANAKUL, JIAMJARASRANGS, 2014; IRANDOUST e TAHERI, 2015) e 5
sessões por semana em apenas um artigo (BAENA-BEATO, et al., 2014); sendo que dois artigos não
especificaram as sessões de treinamento (Tabela 2) (CHATZITHEODOROU, et al., 2007; CUESTAVARGAS, et al., 2011). O estudo que mostrou maior “n” foi de 1259 pacientes (IRANDOUST e
TAHERI, 2015) e o menor avaliou 8 pacientes (PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014). Na tabela 2 esta
apresentado de forma resumida o número de sessões semanais.
10
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Tabela 2 - Frequência semanal de prática de atividade física
Treinos na semana
Rasmussen-Barr et al., 2009
Pires, Cruz e Caeiro, 2014
Sihawong, Janwantanakul e Jiamjarasrangsi, 2014
Hoffman, et al., 2005
Chatzitheodorou et al., 2007
Velde e Mierau, 2000
Chan, Mok e Yeung et al., 2011
Mutezani et al., 2011
Cuesta-Vargas et al., 2011
Sculco et al, 2001
Baena-Beato et al., 2014
Dundar et al., 2009
Meuus et al., 2010
Henchoz , et al.. 2010
1
x
2
3
4
5
x
x
x
ND
ND
x
ND
ND
x
x
x
x
x
x
x
x
ND
ND
ND
ND
ND
ND
5. DISCUSSÃO
Neste artigo de revisão, 14 artigos foram incluídos por avaliarem os limiares de dor com exercício
aeróbio no tratamento de dor lombar não específica.
Em alguns estudos envolvendo o exercício físico aeróbio não houve efetividade no combate da
dor lombar (MANNION et al., 2001; RASMUSSEN-BAR, et al., 2009; HENCHOZ, et al., 2010).
Resultados similares também foram apresentados em outros dois artigos, e sugere-se que uma
das possibilidades para estes resultados é a intensidade utilizada (em média 60% da frequência
cardíaca máxima) não sendo suficiente para provocar grandes adaptações e melhora da dor nos
pacientes envolvidos (CHAN, MOK e YEUNG, 2011; IRANDOUST; TAHERI, 2015). No estudo de
Sihawong et al. (2014) o mesmo pode ter acontecido já que o autor não relatou qual foi a
intensidade utilizada. Em outros 12 artigos houve melhora significativa da dor (Tabela 1). Com
relação ao instrumento de avaliação, de forma geral, os autores utilizaram principalmente a escala
de intensidade de dor VAS (provavelmente pela alta validade e fidedignidade) (VELDE e MIERAU,
2000; HOFFMAN, et al., 2005; MEEUS et al., 2010; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; CUESTA-VARGAS,
et al., 2011; MURTEZANI, et al, 2011; BAENA-BEATO, et al., 2014; PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014;
SIHAWONG, JANWANTANAKUL e JIAMJARASRANGS, 2014).
Em um estudo de Mutezani et al. (2011) foi avaliada a dor lombar crônica em 101 trabalhadores;
sendo dois grupos: um que realizou exercício aeróbio por 12 semanas em alta intensidade e outro
grupo que realizou exercícios passivos (alongamento simples). Após as 12 semanas observou-se
uma melhora significativa da dor na escala VAS, tanto no exercício aeróbio de alta intensidade
quanto no método passivo.
Foram encontrados estudos principalmente envolvendo exercício aeróbio e exercício
concorrente (aeróbio com anaeróbio). Este foi altamente indicado para o tratamento da dor
lombar (VELDE e MIERAU, 2000; SCULCO, et al., 2001; HOFFMAN, et al., 2005;
CHATZITHEODOROU, et al., 2007; MEEUS et al., 2010; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; CUESTAVARGAS, et al., 2011; MURTEZANI, et al, 2011; BAENA-BEATO, et al., 2014; LEMLEY et al., 2014),
PIRES, CRUZ e CAEIRO, 2014; SIHAWONG, JANWANTANAKUL e JIAMJARASRANGS, 2014). Porém,
11
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
um grande problema encontrado foi novamente a ausência de detalhamento da intensidade
trabalhada (VELDE e MIERAU, 2000; DUNDAR, et al., 2009; CHAN, MOK e YEUNG, 2011; BAENABEATO, et al., 2014; SIHAWONG; JANWANTANAKUL e JIAMJARASRANGS, 2014)
As limitações deste presente estudo se limitaram basicamente em falta de informações básicas
sobre o exercício proposto nos artigos e o não detalhamento da intensidade durante as
intervenções. O mesmo foi visto no artigo de revisão do Van-Middelkoop et al. (2011), que fez
uma varredura (diversas bases de dados), e o objetivo do estudo foi verificar a efetividade do
exercício fisioterapêutico (manipulação), TENS (estimulação elétrica no nervo transcutâneo),
massagem, educação, tratamento psicológico, terapia quente/frio e outras modalidades no
tratamento de dor crônica lombar.
Os dados complementares com relação as sessões de treino na semana podem ser fatores
limitantes para mudança no limiar de dor. Dentre todos os artigos selecionados na fase final, foi
possível observar que a maioria dos artigos descrevem uma rotina de treino de 3 vezes por
semana (5 artigos), estudos que usaram 1 vez ou 5 vezes por semana de treinamento foi apenas
um artigo cada. O estudo que utilizou do treinamento somente 1 vez por semana (DUNDAR, et al.,
2009), não mostrou melhora significativa da dor lombar, podendo ser a frequência de treino um
fator determinante. Outro estudo que não mostrou melhora significativa da dor foi o estudo de
Sihawong et al. (2014). Neste estudo foi feito o treinamento 2 vezes por semana por 12 meses. O
método utilizado, segundo o estudo foi método aeróbio (exercício isométrico de músculos
específicos), com duração de 6 a 8 minutos por sessão, o que pode ser considerado um curto
tempo para provocar analgesia, ou até mesmo a forma como foi utilizado o exercício isométrico
ser insuficiente para provocar grandes mudanças no limiar de dor (10 séries de 60 segundos).
Diversos estudos que utilizaram o mesmo método de treino (exercício isométrico) mostraram
melhora da dor, em certas populações como: idosos (SILVA, 2006), Fibromialgia (FERREIRA et al.,
2007), dor crônica cervical (VAN-MIDDELKOOP et al., 2011), (HOEGER et al., 2011).
Por fim, foi visto que pacientes com dor lombar tem maior facilidade de executar exercícios no
período da manhã, possivelmente porque no período da manhã as pessoas tendem a estar com a
coluna vertebral mais relaxada (Gupta, et al., 2013). No presente estudo não foi observado em
nenhum dos outros artigos selecionados que momento do dia era feita a atividade física. Dessa
forma, essa seria mais uma variável a ser investigada em estudos futuros.
6. CONCLUSÃO
A pratica do exercício físico é altamente indicada (em especial o exercício aeróbio e o
treinamento concorrente) para tratamento de dor lombar não especifica. Pacientes que treinam 3
vezes por semana mostram uma melhora significativa da dor lombar. Existem ainda poucos dados
publicados sobre a relação entre exercício aeróbio e alterações sobre o limiar de dor em dor
lombar em adultos. É de grande importância para a prática clínica que o uso de exercícios aeróbios
como meio de intervenção na dor lombar crônica seja mais difundida e prescrita objetivando
melhores resultados.
12
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
7. REFERÊNCIAS
1. BAENA-BEATO, P. A.; DELGADO-FERNANDEZ, M.; ARTERO, E. G.; ROBLES-FUENTES, A.;
GATTO-CARDIA, M. C.; ARROYO-MORALES, M. Disability predictors in chronic low back
pain after aquatic exercise. Am J Phys Med Rehabil, v. 93, n. 7, p. 615-23, Jul 2014.
2. CHAN, C. W.; MOK, N. W.; YEUNG, E. W. Aerobic exercise training in addition to
conventional physiotherapy for chronic low back pain: a randomized controlled trial. Arch
Phys Med Rehabil, v. 92, n. 10, p. 1681-5, Oct 2011.
3. CHATZITHEODOROU, D.; KABITSIS, C.; MALLIOU, P., MOUGIOS, V. A pilot study of the
effects of high-intensity aerobic exercise versus passive interventions on pain, disability,
psychological strain, and serum cortisol concentrations in people with chronic low back
pain. Phys Ther, v. 87, n. 3, p. 304-12, Mar 2007.
4. CUESTA-VARGAS, A. I. GARCIA-ROMERO, J. C., ARROYO-MORELES, M., DIEGO-ACOSTA,
A. M., DALY, D. J. et al. Exercise, manual therapy, and education with or without highintensity deep-water running for nonspecific chronic low back pain: a pragmatic
randomized controlled trial. Am J Phys Med Rehabil, v. 90, n. 7, p. 526-34; quiz 535-8, Jul
2011.
5. DEYO, R. A.; PHILLIPS, W. R. Low back pain. A primary care challenge. Spine (Phila Pa
1976), v. 21, n. 24, p. 2826-32, Dec 15 1996.
6. DUNDAR, U.; SOLAK, O.; YIGIT, I.; EVCIK, D.; KAVUNCU, V. Clinical effectiveness of
aquatic exercise to treat chronic low back pain: a randomized controlled trial. Spine (Phila
Pa 1976), v. 34, n. 14, p. 1436-40, Jun 15 2009.
7. DUTHEY, B. Priority Medicines for Europe and the World- 2013 Uptade, Background
Paper 6 - Priority Deseases and Rasons for Inclusion. BP 6.24 - Low Back Pain. WHO
Collaborating Centre for Pharmaceutical Policy and Regulation v. 1, n. 1, p. 1-29, 2013.
8. FERREIRA, M. L.; FERREIRA, P. H.; LATIMER, J.; HEBERT, R.D.; HODGES, P.W.; JENNINGS,
M. D. Comparison of general exercise, motor control exercise and spinal manipulative
therapy for chronic low back pain: A randomized trial. Pain, v. 131, n. 1-2, p. 31-7, Sep
2007.
9. GUPTA, B. D.; AGGARWAL, S.; GUPTA, B., GUPTA, M.; GUPTA. Effect of Deep Cervical
Flexor Training vs. Conventional Isometric Training on Forward Head Posture, Pain, Neck
Disability Index In Dentists Suffering from Chronic Neck Pain. J Clin Diagn Res, v. 7, n. 10, p.
2261-4, Oct 2013.
10. HENCHOZ, Y.; GOUMOENS, P.; NORBERG, M.; PAILLEX, R.; SO, A. K. et al. Role of
physical exercise in low back pain rehabilitation: a randomized controlled trial of a threemonth exercise program in patients who have completed multidisciplinary rehabilitation.
Spine (Phila Pa 1976), v. 35, n. 12, p. 1192-9, May 20 2010.
13
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
11. HENCHOZ, Y.; KAI-LIK SO, A. Exercise and nonspecific low back pain: a literature review.
Joint Bone Spine, v. 75, n. 5, p. 533-9, Oct 2008.
12. HIBRIDOSIHAWONG, R.; JANWANTANAKUL, P.; JIAMJARASRANGSI, W. A prospective,
cluster-randomized controlled trial of exercise program to prevent low back pain in office
workers. Eur Spine J, v. 23, n. 4, p. 786-93, Apr 2014.
13. HOEGER BEMENT, M. K.; WREYER, A.; HARTLEY, S.; DREWEK, B.; HARKINS, A. L.;
HUNTER, S. K. Pain perception after isometric exercise in women with fibromyalgia. Arch
Phys Med Rehabil, v. 92, n. 1, p. 89-95, Jan 2011.
14. HOFFMAN, M. D.; SHEPANSKI, M. A.; MACKENZIE, S. P.; CLIFFORD, P. S. Experimentally
induced pain perception is acutely reduced by aerobic exercise in people with chronic low
back pain. J Rehabil Res Dev, v. 42, n. 2, p. 183-90, Mar-Apr 2005.
15. IRANDOUST, K.; TAHERI, M. The effects of aquatic exercise on body composition and
nonspecific low back pain in elderly males. J Phys Ther Sci, v. 27, n. 2, p. 433-5, Feb 2015.
16. LEMLEY, K. J.; DREWEK, B.; HUNTER, S. K.; HOEGER, B. M. K. Pain relief after isometric
exercise is not task-dependent in older men and women. Med Sci Sports Exerc, v. 46, n. 1,
p. 185-91, Jan 2014.
17. MANNION, A. F.; MUNTENER, M.; TAIMELA, S.; DVORAK, J. Comparison of three active
therapies for chronic low back pain: results of a randomized clinical trial with one-year
follow-up. Rheumatology (Oxford), v. 40, n. 7, p. 772-8, Jul 2001.,
18. MEEUS, M.; ROUSSEL, N. A.; TRUIJEN, S.; NIJS, J. Reduced pressure pain thresholds in
response to exercise in chronic fatigue syndrome but not in chronic low back pain: an
experimental study. J Rehabil Med, v. 42, n. 9, p. 884-90, Oct 2010.
19. MURTEZANI, A.; HUNDOZI, H.; OROVCANEC, N.; SLLAMNIKU, S.; OSMANI, T. A. A
comparison of high intensity aerobic exercise and passive modalities for the treatment of
workers with chronic low back pain: a randomized, controlled trial. Eur J Phys Rehabil
Med, v. 47, n. 3, p. 359-66, Sep 2011.
20. PIRES, D.; CRUZ, E. B.; CAEIRO, C. Aquatic exercise and pain neurophysiology education
versus aquatic exercise alone for patients with chronic low back pain: a randomized
controlled trial. Clin Rehabil, Sep 8 2014.
21. RASMUSSEN-BARR, E.; ANG, B.; ARVIDSSON, I.; NILSSON-WIKMAR, L. Graded exercise
for recurrent low-back pain: a randomized, controlled trial with 6-, 12-, and 36-month
follow-ups. Spine (Phila Pa 1976), v. 34, n. 3, p. 221-8, Feb 1 2009.
22. SCULCO, A. D.; PAUP, D. C.; FRNHALL, B.; SCULCO, M. J. Effects of aerobic exercise on
low back pain patients in treatment. Spine J, v. 1, n. 2, p. 95-101, Mar-Apr 2001.
23. SILVA, J. A. R.-F., N. P. Avaliação e mensuração de dor: pesquisa, teoria e prática. .
14
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Ribeirão Preto: Funpec, 2006.
24. VELDE, G.; MIERAU, D. The effect of exercise on percentile rank aerobic capacity, pain,
and self-rated disability in patients with chronic low-back pain: a retrospective chart
review. Arch Phys Med Rehabil, v. 81, n. 11, p. 1457-63, Nov 2000.
25. VAN-MIDDELKOOP, M.; RUBINSTEIN, S. M.; KUIJPERS, T.; VERHAGEN, A. P.; OSTELO, R.;
KOES, B. W. A systematic review on the effectiveness of physical and rehabilitation
interventions for chronic non-specific low back pain. Eur Spine J, v. 20, n. 1, p. 19-39, Jan
2011.
15
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O MÉTODO DO TREINAMENTO FUNCIONAL BOARD FITNESS PARA
GANHO DE FLEXIBILIDADE E EQUILÍBRIO
MORAES, K. C.¹;
CORADINI, S. A¹;
JUNIOR, A. J. S²;
1 Discente do Instituto Enaf Educação e Pesquisa – Guaxupé, Minas Gerais - Brasil
2 Doutor em Ciência da Motricidade, docente do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé, Minas Gerais – Brasil
[email protected]
Resumo
O presente artigo teve como objetivo, verificar o efeito de um programa de treinamento
funcional, o Board Fitness, sobre o ganho de flexibilidade e equilíbrio para adolescentes. A
amostra foi composta por 16 adolescentes com idades entre 14 a 17 anos, sendo 8 de ambos os
gêneros. A prática do método board fitness foi realizada durante 12 semanas, sendo 3 vezes por
semana, com duração de 50 minutos cada aula, os testes de flexibilidade e equilíbrio, que foram
realizados antes do treinamento e após as 12 semanas de treino. Foi encontrado melhora
significativa (P<0,05) em todos os testes relacionados.
Palavras chaves: Treinamento funcional, board fitness, adolescentes, flexibilidade e equilíbrio.
Abstract
This study aimed to verify the effect of a functional training program, the Board Fitness, about
gaining flexibility and balance for teenagers. The sample consisted of 16 adolescents aged 14-17
years and 8 of both genders. The practice of board fitness method was carried out for 12 weeks, 3
times a week, lasting 50 minutes each lesson, flexibility and balance tests, which were performed
before training and after 12 weeks of training. Found significant improvement (P <0.05) in all
related tests.
Key words: Functional training, fitness board, teens, flexibility and balance.
INTRODUÇÃO
A obesidade é amplamente reconhecida como fator de risco para o desenvolvimento de outros
problemas de saúde, que igualmente, estão presentes em populações cada vez mais jovens. A
obesidade é uma epidemia mundial que vêm crescendo assustadoramente no Brasil e no mundo.
Vários fatores podem influenciar no aparecimento da obesidade, entre eles segundo McArdle et
al. (2003) estão: o fator genético, hábitos alimentares, inatividade física, fatores socioeconômicos,
comportamentais e metabólicos.
16
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Os termos sobrepeso e obesidade são muitas vezes utilizados no mesmo sentido, mas significam
coisas diferentes. Sobrepeso pode ser entendido como peso que excede o normal ou padrão para
determinada pessoa, de acordo com sua altura e porte físico. Obesidade é a condição em que a
quantidade de gordura é excessiva. Homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de
35% são considerados obesos. Foram classificados com sobrepeso, homens com percentual de
gordura entre 15 a 20% e mulheres entre 25 á 30%. E obesidade, homens com percentual de
gordura acima de 20% e mulheres acima de 30% (McArdle, et al., 2003).
O exercício é fortemente indicado para o controle do peso devido ao aumento do gasto
energético, utilizando os estoques de gordura como fonte de combustível. O treinamento pode
oferecer uma proteção contra lesões, fortalecendo a musculatura de articulações, por exemplo.
No entanto, estudos mostram que o treinamento de força em crianças e adolescentes é capaz de
aumentar a força, de forma semelhante ao que acontece nos adultos, mas na maioria das vezes
sem alterações no volume muscular. Em relação ao crescimento e à maturação, aparentemente, o
treino de força não tem efeitos sobre o crescimento, em termos de altura, mas tem grande efeito
o peso e a composição corporal. Portanto, ocorre aumento na coordenação e maior ativação das
unidades motoras, ou seja, melhora nas adaptações neurais (WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010)
O presente artigo científico mostra o ganho da flexibilidade e equilíbrio em adolescentes de 14 a
18 anos sedentários, e que esteja acima do peso, podendo adquirir através da prática do método
do Treinamento Funcional Board Fitness, criado e desenvolvido por Mateus Benelli no ano de
2006 a 2008, tendo sido requerido o registro de patente no ano de 2010, dando inicio no seu
método, tendo uma boa aceitação na área da educação física.
Segundo Mateus Benelli o Board Fitness traz para o mercado uma metodologia de treinamento
funcional em grupo, com a utilização de músicas editadas com intuito de motivar os alunos,
promovendo o condicionamento físico. A metodologia foi formatada para que se obtenha uma
intensidade de esforço de média a alta, em um formato de 30`a 40` de aula.
No Treinamento Funcional Board Fitness são utilizados exercícios multiplanares e multiarticulares
com intercalação de movimentos de contração isotônico em alguns segmentos e contração
isométrica em outros segmentos. Os movimentos são feitos em grandes amplitudes articular com
o objetivo de acumular o gasto energético. Com o equipamento Board Fitness amplia ainda mais
as possibilidades do treinamento, onde a característica básica é a fácil adaptabilidade, podendo-se
criar inúmeros exercícios em função das necessidades de cada individuo. O Board Fitness exige
uma maior e melhor controle motor, ativando os procioceptores e recrutando os extabilizadores
do CORE, desenvolvendo o equilíbrio e flexibilidade.
A superfície instável do board fitness ativa os proprioceptores — terminações nervosas que
funcionam como sensores de movimento e posição corporal. O resultado é a melhora significativa
do equilíbrio. Os músculos profundos que sustentam a coluna e os abdominais ficam fortes.
Exercícios que exigem equilíbrio estimulam o sistema de controle motor e favorecem ganhos de
força muscular, a melhoria dos mecanismos de propriocepção, a diminuição dos desequilíbrios
musculares causadores de desvios posturais e uma maior sinergia entre os músculos durante um
movimento (CAMPOS; NETO, 2004).
Para Silveira, Simões, Caetano, Gobbi, 2006, equilíbrio corporal é definido como a manutenção do
corpo com um mínimo de oscilação, e o equilíbrio estático refere-se à manutenção da postura
durante o desempenho de uma habilidade motora, o qual tende a interferir na orientação do
corpo. O corpo deve ser hábil para responder às translações do centro de gravidade, podendo ser
voluntárias ou involuntárias. Já para Hu, o equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade
dentro de uma base de suporte para proporcionar maior estabilidade nos segmentos corporais
durante situações estáticas e dinâmicas.
17
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A flexibilidade pode ser definida como a amplitude de movimento em uma articulação ou grupo
de articulações e depende da estrutura óssea e da resistência dos tecidos moles da articulação.
Um programa de treinamento pode ser capaz de manter ou melhorá-la em algumas condições em
pessoas que possuem limitações (Neto e colaboradores, 2008). A flexibilidade é considerada um
importante componente da forma muscular para realização de movimentos que são necessários
para ações importantes na vida diária (Souza e Lisboa, 2008). Considera-se, recentemente, que a
flexibilidade seja uma das principais variáveis da aptidão física relacionada à saúde, de modo que o
aumento dos seus valores, a partir de programas de exercício físico, pode representar uma
melhoria na qualidade de vida (Araújo, 2005).
OBJETIVOS
A pesquisa científica tem como objetivo verificar o efeito de um programa de treinamento
funcional Board Fitness sobre a flexibilidade e equilíbrio em adolescentes.
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra foi composta por 16 adolescentes com idades entre 14 a 17 anos, sendo 8 moços e 8
moças, na faixa etária de 14 a 17 anos. A prática do método board fitnes foi realizada durante 12
semanas, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos cada aula, os testes foi feito no começo
do treinamento e no final das 12 semanas. Os resultados sugerem uma relação linear positiva,
entre os resultados do teste de flexibilidade e do teste de equilíbrio. Antes da inclusão no
programa de treinamento de força board fitness, foi realizada uma avaliação da composição
corporal e da força muscular de membros superiores. Todos os procedimentos foram realizados
pelo mesmo avaliador.
Para análise da composição corporal foi medido o peso corporal dos voluntários por meio de uma
balança mecânica filizola e a estatura foi medida no estadiômetro.
Para os testes de flexibilidade seguimos a seguinte instrução do teste SASB: Uma fita métrica
estendida no chão e, na marca de 38,1 cm desta fita, uma tira de fita adesiva de 30,0 cm
atravessando a fita métrica. A fita adesiva deve segurar a fita métrica no chão. O avaliado deve
estar descalço, sentar-se com a extremidade (zero) da fita métrica entre as pernas, os calcanhares
devem quase tocar a fita adesiva na marca 38,1cm e estarem separados cerca de 30,0
centímetros. Com os joelhos estendidos, o avaliado inclina-se levantamente e estende os braços e
as mãos o mais distante possível, o avaliado deve manter-se nesta posição o tempo suficiente para
a distância ser marcada (figura1). O resultado é medido em centímetros a partir da posição mais
longínqua que o avaliado pode alcançar na escala com as pontas dos dedos. Registra-se o melhor
resultado entre as duas execuções com anotação em uma casa decimal.
Para o teste de equilíbrio seguimos a seguinte instrução: O indivíduo em pé, apoiado somente em
um dos membros, estenderá o outro, paralelamente ao solo. O tronco flexionado, paralelo ao
solo, seguirá o eixo do membro inferior que está elevado. Os membros superiores deverão estar
abduzidos em 90 com o tronco, imitando a figura de um avião (figura2).
18
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Figura 1. Teste de
Figura 2.
RESULTADOS
19
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 01. Teste de Flexibilidade
Gráfico 02. Teste de Equilíbrio
Nº
Média
(DP)
Idade
Teste
Equilibrio
Colunas1
Teste
Flexibilidade
Anos
Teste Incial
Teste Final Teste Inicial
Teste
Final
15,3±1,2
25,3±13,5
42,0±17,7* 32,6±8,1
42,0±7,5*
Colunas2
Tabela 01. Idade dos indivíduos (n=16). Resultados dos testes de Equilíbrio e Flexibilidade.
20
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito de um programa de treinamento funcional
Board Fitness sobre a flexibilidade e equilíbrio em adolescentes. Nossa hipótese foi de que este
programa induziria adaptações fisiológicas que promovessem melhores nos parâmetros
estudados. Os resultados encontrados comprovaram nossa hipótese, observamos significativas
melhoras nos parâmetros.
Nossos resultados foram semelhantes aos observados por SILVA; PINHEIRO (2015). Estes autores
estudaram o efeito de um programa resistido com duração de seis meses com uma intensidade
dentre 50 a 70% de 1RM em mulheres com idade de 58 anos. Foi encontradas melhoras de 76,8%
na flexibilidade e os autores concluíram que o treinamento resistido é um método eficiente em
melhorar a flexibilidade e, portanto, a qualidade de vida nestas voluntárias. Em nosso estudo
também encontramos melhoras na flexibilidade de jovens que realizaram um programa de
treinamento funcional em Board Fitness. Apesar de serem treinamentos e voluntários diferentes,
podemos constatar que a flexibilidade é um parâmetro que apresenta melhoras em diferentes
modalidades de treinamento. Podemos verificar também que não há necessidade de um
treinamento resistido com intensidade entre 50 a 70% 1RM para a melhora a flexibilidade, o
treinamento funcional poderá apresentar excelentes resultados em uma intensidade menor.
Outro estudo similar aos nossos resultados foi o dos autores CARNEIRO; SILVA (2014). Estes
compararam as capacidades funcionais de idosas praticantes de exercícios físicos generalizados
após 8 semanas de treinamento. Para tanto 14 idosas (68,04,2 anos) participaram do estudo. O
grupo foi submetido ao programa de treinamento, 60 min/dia, 3 vezes/semana, durante 8
semanas. Foi encontrado melhora significativa (P<0,05) em todos os testes relacionados à
flexibilidade e equilíbrio. Apesar de serem treinamentos e voluntários diferentes, podemos
constatar que a flexibilidade e equilíbrio é um parâmetro que apresenta melhoras em diferentes
modalidades de treinamento. Com esse estudo podemos verificar também que os exercícios
físicos generalizados poderão apresentar excelentes resultados em uma intensidade menor, assim
como o treinamento funcional com o Board Fitness.
OLIVEIRA et al (2014) encontraram melhoras na flexibilidade e também no equilíbrio, foi. Esses
autores estudaram o efeito de um programa de 8 sessões de pilates, com duração de quatro
semanas em dez mulheres, com média de 22,5±1,80 anos. Foi encontrado melhora significativa
(P<0,05) em todos os testes relacionados à flexibilidade e equilíbrio. Em nosso estudo também
encontramos melhoras na flexibilidade e equilíbrio de jovens que realizaram um programa de
treinamento funcional com Board Fitness. Apesar de serem treinamentos e voluntários diferentes,
podemos constatar que a flexibilidade e equilíbrio é um parâmetro que apresenta melhoras em
diferentes modalidades de treinamento. Com esse estudo podemos verificar também que o
pilates poderá apresentar excelentes resultados em uma intensidade menor, assim como o
treinamento funcional com o Board Fitness.
Segundo HAUSER et al (2013) foi estudado a relação entre equilíbrio e força para membros
inferiores de idosos ingressantes em um programa de prevenção de quedas com 32 idosos, com
idade média de 76,54(±8,3) anos, participantes de um projeto de extensão. Foram encontradas
melhoras significativas (p<0,05), concluindo que o trabalho de força muscular para idosos pode
melhorar o equilíbrio e favorecer a prevenção de quedas. Em nosso estudo também encontramos
melhoras no equilíbrio de jovens que realizaram um programa de treinamento funcional em Board
21
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Fitness. Apesar de serem treinamentos e voluntários diferentes, podemos constatar que o
equilíbrio é um parâmetro que apresenta melhoras em diferentes modalidades de treinamento.
CONCLUSÃO
A partir desse trabalho cientifico pode-se concluir que o Treinamento Funcional Board Fitness é
um método eficiente, contribuindo para o desenvolvimento da flexibilidade, da coordenação
motora, da lateralidade, do equilíbrio, bem como no aperfeiçoamento, do controle motor, de
acordo com a funcionalidade de cada individuo, enfatizando exercícios que trabalhem o corpo
como um todo.
Por oferecer uma enorme variação de aplicação de seus exercícios, torna-se uma atividade
extremamente desafiadora e motivante, exigindo de seu praticante um melhor controle motor,
ocasionando o desenvolvimento das principais capacidades físicas, e de uma maneira geral,
indicando todo o tipo de população, respeitando-se apenas os limites de cada um.
Para que se alcance resultados positivos, é indicado que se prescreva tal atividade baseando se
nos princípios e métodos do treinamento Board Fitness.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARAUJO, C. G. S. Flexiteste: um método completo para avaliar a flexibilidade. Barueri. Manole.
2005.
BENELLI, M; Apostila Board Fitness, Campinas,2014.
CAMPOS, M. A.; NETO, B. C. Treinamento funcional resistido: para melhoria da capacidade
funcional e reabilitação de lesões musculoesqueléticas. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
CARNEIRO, H. C.; SILVA, C. O. V. Comparação das capacidades funcionais de mulheres idosas
praticantes de exercícios físicos durante oito semanas. Colloquium Vitae, vol. 6, n. Especial, Jul–
Dez, 2014, p. 29-35. ISSN: 1984-6436. DOI: 10.5747/cv.2014.v06.nesp.000231
HAUSER, E; MARTINS, V. F; TEIXEIRA, A. R; ZABALETA A. D; GONÇALVES A.K Relação entre força
muscular e equilíbrio de idosos no programa de equilíbrio. ConScientiae Saúde, 2013;12(4):580587.
MCARDLE, W. KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: Energia,
Nutrição e Desempenho Humano. 5ª Edição. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Kooogan, 2003.
NETO, A. P.; e colaboradores. Perfil da flexibilidade em trabalhadores participantes de um
programa de ginástica laboral de uma empresa metalúrgica de Guaxupé-MG. Fit & Perf J. Vol. 8.
Núm. 4. p. 279-285. 2008
OLIVEIRA, L. C; OLIVEIRA, D. A. A. P; OLIVEIRA, R. F; STOCCO, M. R; JASSI, F. J; SILVA, J. K. M;
OLIVEIRA, R.G. Efeitos do Pilates na resistência muscular, flexibilidade e equilíbrio de mulheres
jovens. ConScientiae Saúde, vol. 13, núm. 4, dezembro, 2014, pp. 533-540, Universidade Nove de
Julho. São Paulo, Brasil.
22
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
SILVA, W. T. L.; PINHEIRO, C. J. B. Efeito de um programa linear de treinamento resistido sobre a
autonomia funcional, a flexibilidade, a força e a qualidade de vida de mulheres em idade
avançada. R. bras. Qual. Vida, Ponta Grossa, v. 7, n. 2, p. 75-88, abr./jun. 2015.
SILVEIRA C.R.A, MENUCHI M.R.T.P, SIMÕES C.S, CAETANO M.J.D, GOBBI L.T.B. Validade de
construção em testes de equilíbrio: ordenação cronológica na apresentação das tarefas. Rev Bras
Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(3):66-72.
SOUZA, P. C.; Lisboa, R. A. P. Aplicação do flex test em idosos praticantes de um programa de
yoga. Rev. da Faculdade de Ed. Física da UNICAMP. Vol. 6. edição Especial. p. 164-173. 2008.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L.; KENNEY, W. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri, SP:
2010.
23
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O MÉTADO DO TREINAMENTO FUNCIONAL BOARD FITNESS PARA O
GANHO DE RESISTÊNCIA DE FORÇAEM MEMBROS SUPERIORES EM
ADOLESCENTES DE 14 A 17 ANOS OBESOS E COM SOBREPESO
CORADINI, S. A¹;
MORAES, K. C¹;
JUNIOR, A. J. S²;
1 Discentes do Instituto Enaf Educação e Pesquisa. Guaxupé, Minas Gerais – Brasil
2 Doutor em Ciência da Motricidade, docente do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé. Guaxupé, Minas Gerais - Brasil
[email protected]
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo,verificar o efeito de um programa de treinamento funcional,
o Board Fitness, sobre o ganho de resistência e força em membros superiores para adolescentes.
A amostra foi composta por 16 adolescentes com idades entre 14 a 17 anos, sendo 8 de ambos os
gêneros. A prática do método board fitness foi realizada durante 12 semanas,sendo 3 vezes por
semana, com duração de 50 minutos cada aula, os testes de flexão de braço e abdominal, que
foram realizados antes do treinamento e após as 12 semanas de treino. Foi encontrado melhora
significativa (P<0,05) em todos os testes relacionados.
Palavras chaves: Board fitness, adolescentes, força e resistência, membros superiores.
ABSTRACT
This study aimed to verify the effect of a functional training program, the Fitness Board, about
gaining resistance and strength in upper limbs for teenagers. The sample consisted of 16
adolescents aged 14-17 years and 8 of both genders. The practice of board fitness method was
carried out for 12 weeks, 3 times a week, lasting 50 minutes each lesson, arm bending tests and
abdominal, which were carried out before training and after 12 weeks of training. Found
significant improvement (P <0.05) in all related tests.
Key words: Fitness board, teens, strength and resistance, upper limbs.
INTRODUÇÃO
A obesidade é amplamente reconhecida como fator de risco para o desenvolvimento de outros
problemas de saúde, que igualmente, estão presentes em populações cada vez mais jovens. A
obesidade é uma epidemia mundial que vêm crescendoassustadoramente no Brasil e no mundo.
Vários fatores podem influenciar noaparecimento da obesidade, entre eles segundo McArdle et al.
(2003) estão: ofator genético, hábitos alimentares, inatividade física, fatores
socioeconômicos,comportamentais e metabólicos.
24
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Os termos sobrepeso e obesidade são muitas vezes utilizados no mesmo sentido, mas significam
coisasdiferentes. Sobrepeso pode ser entendido como peso que excede o normal ou padrão para
determinadapessoa, de acordo com sua altura e porte físico. Obesidade é a condição em que a
quantidade de gorduraé excessiva. Homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de
35% são considerados obesos.Foram classificados com sobrepeso, homens com percentual de
gordura entre 15 a 20% e mulheres entre 25 á 30%. E obesidade, homens com percentual de
gordura acima de 20% e mulheres acima de 30% (McArdle, et al., 2003).
O exercício é fortemente indicado para o controle do peso devido ao aumento do gasto
energético,utilizando os estoques de gordura como fonte de combustível. O treinamentopode
oferecer uma proteção contra lesões, fortalecendo a musculatura de articulações, por exemplo.
Noentanto, estudos mostram que o treinamento de força em crianças e adolescentes é capaz de
aumentara força, de forma semelhante ao que acontece nos adultos, mas na maioria das vezes
sem alterações novolume muscular. Em relação ao crescimento e à maturação, aparentemente, o
treino de força não temefeitos sobre o crescimento, em termos de altura, mas tem grande efeito o
peso e a composição corporal.Portanto, ocorre aumento na coordenação e maior ativação das
unidades motoras, ou seja, melhora nasadaptações neurais (WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010).
A força e a resistência muscular são componentes da aptidão física importantes, sendo
necessários níveis mínimos para realização de atividades diárias, como, por exemplo, carregar,
apoiar e tracionar objetos pesados.Sabemos que força muscular é a capacidade de exercer
tensões musculares contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo a mesma. Sendo
a quantidade máxima de tensão, em um padrão específico de movimento que se manifesta.
De acordo com Komi, força muscular é a força ou torque máximo que um músculo ou grupo
muscular pode gerar em velocidade específica ou determinada. Força é uma capacidade física que
pode se manifestar na forma de força absoluta, força máxima, força hipertrófica, resistência de
força e força explosiva (rápida ou potência). (FOSCHINI D, PRESTES J, FOSCHINI BTR, MARIN DP et.
al. 2010.). Força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, superando,
sustentando ou cedendo à mesma (GUEDES, 1997). Zatsiorsky (1999) define força como a medida
instantânea da interação entre dois corpos. A força muscular é um importante componente da
aptidão física relacionada à saúde, além de exercer papel relevante para o desempenho físico em
inúmeras modalidades esportivas (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). Dentre as diferentes formas de
treinamento para o desenvolvimento da força muscular, destaca-se a prática de exercícios com
pesos e a prática de treinamentos funcionais.
De acordo com Dantas (1998, p.172
apud ARAGÃO; DANTAS; DANTAS).
Resistência muscular é a qualidade física que dota um músculo da capacidade de executar uma
quantidade numerosa de contrações sem que haja diminuição na amplitude do movimento, na
frequência, na velocidade e na força de execução, resistindo ao surgimento da fadiga muscular
localizada.Desta forma podemos dizer que uma pessoa com boa resistência muscular consegue
executar um mesmo movimento repetidamente por numerosas vezes de forma idêntica a
primeira repetição sem que haja presença de fatiga muscular, ou cansaço muscular.A melhora do
nível de resistência muscular das crianças e jovens pode ser um fator importante no auxilio de
uma boa qualidade de vida na fase adulta ou idosa, pois para Adams e col. (2000 apud ARAGÃO;
DANTAS; DANTAS) o incremento da resistência muscular localizada em idosos pode levar à
melhora na habilidade para desempenhar tarefas submáximas e atividades recreacionais, assim
como o aumento de todos os aspectos de aptidão muscular pode levar ao incremento da
independência e da habilidade em desempenharatividades da vida diária.
Hoje em dia existem vários estilos e modalidades de exercícios físicos no mundo inteiro, cada um
deles procura proporcionar seus benefícios específicos, e possuem origens em diversos países e
25
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
cidades. Dentre esses, um que de destaca é o Board Fitness. Esse estilo de exercícios procura
misturar movimentos que são praticados com o skate e movimentos funcionais que proporcionam
resultados ótimos para o corpo.
O método do Treinamento Funcional Board Fitness, criado e desenvolvido por Mateus Benelli no
ano de 2006 a 2008, tendo sido requerido o registro de patente no ano de 2010, dando inicio no
seu método, tendo uma boa aceitação na área da educação física.Segundo Mateus Benelli o Board
Fitness traz para o mercado uma metodologia de treinamento funcional em grupo, com a
utilização de músicas editadas com intuito de motivar os alunos, promovendo o condicionamento
físico. A metodologia foi formatada para que se obtenha uma intensidade de esforço de média a
alta, em um formato de 30`a 40` de aula.
No Treinamento Funcional Board Fitness são utilizados exercícios multiplanares e multiarticulares
com intercalação de movimentos de contração isotônico em alguns segmentos e contração
isométrica em outros segmentos. Os movimentos são feitos em grandes amplitudes articular com
o objetivo de acumular o gasto energético. Com o equipamento Board Fitness amplia ainda mais
as possibilidades do treinamento, onde a característica básica é a fácil adaptabilidade, podendo-se
criar inúmeros exercícios em função das necessidades de cada individuo. O Board Fitness exige
uma maior e melhor controle motor, ativando os procioceptores e recrutando os estabilizadores
do CORE, desenvolvendo a força e resistência muscular.
Sendo assim a intenção deste trabalho é avaliar se o método do Treinamento Funcional Board
Fitness capacita a geração de ganho de força e resistência em membros superiores em
adolescentes obesos e com sobrepeso.
OBJETIVO
A pesquisa científica tem como objetivo verificar o efeito de um programa de treinamento
funcional Board Fitness sobre o ganho de resistência e força em membros superiores para
adolescentes.
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra foi composta por 16 adolescentes com idades entre 14 a 17 anos, sendo 8 de ambos os
gêneros. A prática do método board fitness foi realizada durante 12 semanas,sendo 3 vezes por
semana, com duração de 50 minutos cada aula, os testes foi feito no começo do treinamento e no
final das 12 semanas.
Antes da inclusão no programa de treinamento de força board fitness, foi realizada uma avaliação
da composição corporal e da força muscular de membros superiores. Todos os procedimentos
foram realizados pelo mesmo avaliador.
Para análise da composição corporal foi medido o peso corporal dos voluntários por meio de uma
balança mecânica filizola. A estatura foi medida no estadiômetro e calculou-se o IMC (índice de
massa corporal). O percentual de gordura foi determinado por meio das nove dobras cutâneas.
Para avaliação de força muscular, os voluntários foram submetidos a testes de flexão de braço e
abdominal, sendo marcado o número de repetições por tempo de um minuto no teste de flexão
de braço e trinta segundos para a abdominal.
No teste de flexão de braço o avaliado deve se posicionar em decúbito ventral, com as mãos
apoiadas no solo, com uma distância de dez a vinte centímetros a partir da linha dos ombros, com
os dedos voltados para frente. O posicionamento das mãos sobre o solo não deve ser acima da
26
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
linha dos ombros e, na posição inicial do movimento o rosto deve permitir um alinhamento
adequado entre o tronco e as pernas.
Na aplicação do teste para o sexo feminino é modificado apenas o apoio do joelho sobre o solo. Os
demais procedimentos são realizados para ambos os gêneros.
Como vemos nas figuras abaixo para melhor entender a execução dos teste. Vale lembrar que é
recomendado o avaliado executar algumas vezes o movimento para melhor aprendizado do teste.
Figura.1: Teste de flexão de braço para ambos os gêneros.
Para o teste de abdominal, o avaliado deverá assumir a posição em decúbito dorsal, joelhos
fletidos formando um ângulo de noventa graus. As plantas dos pés devem estar em pleno contato
com o solo, e os pés devem estar afastados a uma distância inferior a trinta centímetros. Os
braçosterão que permanecer cruzados e as mãos apoiadas nos ombro (segundo padrão de
AAHPERD apud MARINS; GIANNICHI, 2003).
Ao realizar o movimento, o indivíduo, obrigatoriamente, tocará os cotovelos nas coxas, e
retornará à posição inicial encostando a escápula no solo, quando será efetuada a contagem.
O teste será executado em duplas. Um indivíduo realizaráo teste enquanto o outro segura as
pernas do avaliado, para evitar o trabalho de outros agrupamentos musculares.
Figura. 2: Teste abdominal para ambos os gêneros.
27
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RESULTADOS
GRÁFICO 1: Teste de Abdominal
GRÁFICO 2: Teste de Flexão de Braço
Média
(DP)
Idade
Teste
Abdominal
Teste de Flexão
de Braço
anos
Teste
Inicial
Teste Final
Teste Inicial
Teste Final
15,3±1,2
22,0±22,9 30,1±22,5*
9,1±5,7
17,3±6,3*
TABELA 1: Idade dos indivíduos (n=16). Resultados dos testes Abdominal e Flexão de Braço.
DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito de um programa de treinamento funcional
Board Fitness sobre a força e resistência nos membros superiores em adolescentes. Nossa
hipótese foi de que este programa proporcionasse adaptações fisiológicas que promovessem
28
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
melhoras nos parâmetros estudados. Os resultados encontrados comprovaram nossa hipótese,
observamos significativas melhoras nos parâmetros.
Nossos resultados foram semelhantes aos observados por SILVA; PINHEIRO (2015). Estes autores
estudaram o efeito de um programa resistido com duração de seis meses com uma intensidade
dentre 50 a 70% de 1RM em mulheres com idade de 58 anos. Foram encontradas melhoras de
40,5% como bíceps cross e 31,0% leg press horizontalpara força de membros superiores e os
autores concluíram que o treinamento resistido é um método eficiente em melhorar a força e,
portanto, a qualidade de vida nestas voluntárias. Em nosso estudo também encontramos
melhoras na força de jovens que realizaram um programa de treinamento funcional em Board
Fitness. Apesar de serem treinamentos e voluntários diferentes, podemos constatar que a
flexibilidade é um parâmetro que apresenta melhoras em diferentes modalidades de treinamento.
Podemos verificar também que não há necessidade de um treinamento resistido com intensidade
entre 50 a 70% 1RM para a melhora da força nos membros superiores, o treinamento funcional
poderá apresentar excelentes resultados em uma intensidade menor.
Outro estudo similar ao nosso trabalho foi o autor JUNIOR et al (2015) que buscou-se comparar
nível de força de membros superiores e inferiores de idosas praticantes e não praticantes de
ginástica funcional,trata-se de um estudo quase-experimental, com amostra constituída por 101
idosas, sendo 50 participantes de atividades de ginástica funcional e 51 não participantes de
nenhum programa sistemático de atividade física. Cujo os resultados apresentaramp<0,05
evidenciando que o grupo de praticantes de ginástica funcional apresentam força de membros
superiores e inferiores em melhores níveis. Apesar de ser voluntários diferentes, podemos
constatar que a força de membros superiores foi significativa independentemente da idade dos
voluntários.
Resultados que corrobora com este estudo da melhora na resistência muscular, foi OLIVEIRA et al
(2014). Esses autores estudaram o efeito de um programa de 8 sessões de pilates, com duração de
quatro semanas em dez mulheres, com média de 22,5±1,80 anos. Foi encontrado melhora
significativa (P<0,05) em todos os testes relacionados à força no tronco. Em nosso estudo também
encontramos melhoras na força de jovens que realizaram um programa de treinamento funcional
com Board Fitness. Mesmo sendo apenas mulheres como voluntarias, podemos constatar que a
força é um parâmetro que apresenta melhoras em diferentes modalidades de treinamento. Com
esse estudo podemos verificar também que o pilates poderá apresentar excelentes resultados em
uma intensidade menor, assim como o treinamento funcional com o Board Fitness.
CONCLUSÃO
A partir desse trabalho podemos concluir que o Treinamento Funcional Board Fitness é um
método eficiente, contribuindo para o desenvolvimento da força, daresistência muscular e
cardiovascular, da flexibilidade, da coordenação motora, da lateralidade, do equilíbrio, bem como
no aperfeiçoamento, do controle motor, de acordo com a funcionalidade de cada individuo,
enfatizando exercícios que trabalhem o corpocomo um todo. Porem necessita de mais estudos
para verificar se mantem o ganho de força e resistência nos membros inferiores.
Por oferecer uma enorme variação de aplicação de seus exercícios, torna-se uma atividade
extremamente desafiadora e motivante, exigindo de seu praticante um melhor controle motor,
ocasionando o desenvolvimento das principais capacidades físicas, e de uma maneira geral,
indicando todo o tipo de população, respeitando-se apenas os limites de cada um.
Para que se alcance resultados positivos, é indicado que se prescreva tal atividade baseando se
nos princípios e métodos do treinamento Board Fitness.
29
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AAHPERD. Health related physical fitness test manual. Reston, American Alliance for Health,
Physical Education, Recreation and Dance, 1980.
BOMPA, T. O; CORNACCHIA, L. J. Treinamento de força consciente. Estratégias para ganho de
massa muscular. Phorte Editora. 2000
BENELLI, M.; Apostila Board Fitness, Campinas, 2014.
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
GUEDES, D. P. Composição Corporal: Princípios Técnicas e Aplicações. 2.ed. Londrina: APEF, 1994
GUEDES D. P.Manual prático para avaliação em educação física. São Paulo: Manole; 2006.
JÚNIOR, S.S.S; GUIMARÃES, A. C. A; KORN, S; MACHADO, Z. Força de membros superiores e
inferiores de idosas praticantes e não praticantes de ginástica funcional. Saúde (Santa Maria),
Santa Maria, Vol. 41, n. 1, Jan./Jul, p. 255-262, 2015.
KOMI, P.V. Stretch-Shortening Cycle. In: KOMI, P.V. Strength and power in sport. London:
Blackwell Scientific Publication, 2003, p.184-202.
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e Prescrição de atividade física: guia prático. 3. ed.
Rio de Janeiro: Shape, 2003.
MCARDLE, W. KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: Energia,
Nutrição e Desempenho Humano. 5ª Edição. Rio de Janeiro, EditoraGuanabara Kooogan, 2003.
OLIVEIRA, L. C; OLIVEIRA, D. A. A. P; OLIVEIRA, R. F; STOCCO, M. R; JASSI, F. J; SILVA, J. K. M;
OLIVEIRA, R.G. Efeitos do Pilates na resistência muscular, flexibilidade e equilíbrio de mulheres
jovens. ConScientiae Saúde, vol. 13, núm. 4, dezembro, 2014, pp. 533-540, Universidade Nove de
Julho. São Paulo, Brasil.
PRESTES, J.; FOSCHINI, D.; MARCHETTI, P.; CHARRO, M.A. Prescrição e Periodização do
Treinamento de Força em Academias. 1.ed. Barueri: Editora Manole, 2010.
SILVA, W. T. L.; PINHEIRO, C. J. B. Efeito de um programa linear de treinamento resistido sobre a
autonomia funcional, a flexibilidade, a força e a qualidade de vida de mulheres em idade
avançada. R. bras. Qual. Vida, Ponta Grossa, v. 7, n. 2, p. 75-88, abr./jun. 2015.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L.; KENNEY, W. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri, SP:
2010.
ZATSIORSKY,V. M. Ciência e prática do treinamento de força. São Paulo,Phorte,1999.
30
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
PROFISSIONAIS MULTIDISCIPLINARES EM CUIDADO COM O CÂNCER
BOVO, Mainara Cristina;
Acadêmica do 1º período de Nutrição- UNIP/Campus São José do Rio Pardo
CARVALHO Marilia Budri Dias de
Acadêmica do 1º período de Nutrição- UNIP/Campus São José do Rio Pardo
Prof. Orientador: Marcelo Callegari Zanetti
RESUMO
Este estudo teve como finalidade apresentar uma doença que vem aumentando
significativamente junto à modernidade acelerada e desenfreada, fazendo com que as pessoas
deixem a saúde em segundo plano. Sendo assim, muitas doenças podem surgir, entre elas o
câncer, uma doença preocupante, porém quando os profissionais de saúde estão aptos para
atender pacientes de modo integral, prestando assistência clínica e aceitando suas singularidades
a chance de cura ou melhora aumenta. Há um grande desafio em diminuir o numero de
portadores, para tal, o presente estudo expressa formas saudáveis para melhorar a qualidade de
vida, e integrar os profissionais no combate à enfermidade. Foram investigados por meio de
intrevista, profissionais como, psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico em busca
da relação profissional/paciente desde o inicio do diagnostico do câncer. Consequentemente o
trabalho da equipe multidisciplinar, é essencial para a evolução do paciente.
Palavras-chave: câncer, atendimento profissional multidisciplinar, qualidade de vida.
ABSTRACT
This study aimed to present a disease that is increasing significantly with the rapid and rampant
modernity, causing people to leave the background in health. So many diseases can arise,
including cancer, a worrisome disease, but when health professionals are able to meet so full of
patients, providing clinical care and accepting their singularities the chance of cure or
improvement increases. There is a major challenge in reducing the number of carriers, for such,
this study expresses healthy ways to improve the quality of life, and integrate professionals in
combating the disease. Were investigated by intrevista, as professionals, psychologist, nutritionist,
physiotherapist and physical education teacher in pursuit of professional / patient relationship
from the beginning of the diagnosis of cancer. As a result the work of the multidisciplinary team is
essential for the evolution of the patient.
Keywords: cancer, multidisciplinary professional care, quality of life.
INTRODUÇÃO
O presente estudo irá ressaltar uma doença chamada câncer, com suas causas, prevenções e
tratamentos, com o intuito de integrar e mostrar a realidade da doença e a vida equilibrada que o
mesmo poderá levar e usufruir. Tem por objetivo estudar o perfil dos profissionais vinculados com
a patologia e como trabalham em vista de melhores condições de vida ao necessitado, por meio
de pesquisas, observações e questionários, e como a doença vem se desenvolvendo
correlacionando-as a seus fatores e riscos.
31
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
No mundo moderno, as praticas de saúde mudaram e desgravaram-se em inúmeros aspectos.
Conforme as populações aumentaram foi-se surgindo a necessidade de produzir mais e em menos
tempo. No século XVIII, a Revolução Industrial, contribuiu para o crescimento populacional, o qual
gerou a necessidade de investimento em novas técnicas de produção, voltadas ao atendimento da
demanda, cada vez maior, por bens e serviços. Tal fato resultou na intensificação da exploração
dos recursos naturais e, consequentemente, no aumento da produção de resíduos poluentes,
assim sua produção tornou-se industrializada e maléfica. (VELOSO, 2012)
Tal produção fez-se tão artificial e viciante que a real alimentação foi-se substituindo por estes
alimentos com baixo valor nutricional. Segundo Yum (1982, p. 13) “Se nosso caminho torna-se
mais moderno, torna-se também mais artificial. Neste caso, dificilmente ocorrerá verdadeira
saúde, porque Natureza – Saúde – Vida possuem o mesmo significado. Na atualidade, já ocorre o
inverso, Artificialismo – Doença – Morte.” Causando menos resistência imunológica e mais
pessoas obesas, condição esta que favorece e pode promover o desenvolvimento de diversas
doenças no ser humano.
Com a vida moderna, a produção desenfreada trouxe também o consumismo, fazendo com que as
pessoas consumam cada vez mais e desfaçam de seus bens materiais em menos tempo, que se
preocupem mais com a tecnologia do que com a pratica de exercícios físicos. Segundo Enes e
Slater (2010), o fato é que houve, ao longo do tempo, uma redução progressiva da prática de
atividade física combinada com maior tempo dedicado às atividades de baixa intensidade, como
assistir televisão, usar computador e jogar videogame.
Todos estes fatores contribuem para um ambiente desfavorável e consequentemente riscos de
doenças como o câncer. Atualmente vemos que os casos de câncer e morte pelo mesmo vêm
aumentando, e isso se deve à fatores de risco encontrados no meio ambiente, ou, em parte por
hereditariedade. Estudos mostram que 80% das mortes estão relacionadas aos fatores ambientais,
de consumo, ocupacional e cultural. No entanto, a maioria dos casos pode ser prevenida. (Doll &
Peto, 1981; Perera, 1996)
O câncer se define como um conjunto de células que tem seu crescimento anormal e
incontrolável, onde alterações do funcionamento de genes controladores do ciclo celular, em
consequência de mutações, são relacionadas ao surgimento de um câncer, pois permitem que
células se renovem de forma anormal. O mesmo sustenta mais de centenas de doenças,
originando-se em qualquer órgão ou tecido dos seres humanos, podendo se multiplicar muito
rapidamente, assim, possuindo a capacidade de tomar conta não só do órgão que ali se originou,
mas também, passando para órgãos vizinhos. (WEINBERG, 2008)
Quando o mesmo se espalha pelo corpo recebe o nome de metástase. Caso ocorra o crescimento
descontrolado em determinado órgão é denominado um tumor, podendo ser benigno ou maligno.
Entretanto quando benigno o tumor representa apenas uma massa de células que se multiplicam
vagarosamente e equiparar-se ao tecido original, assim não podendo causar risco de vida.
(WEINBERG, 2008)
Nas últimas décadas, a alimentação mostrou-se fundamental na promoção da saúde e proteção da
doença, porém, desde a Antiguidade nos estudos antropológicos filósofos como Hipócrates e
Sócrates relatavam que o alimento era o remédio mais eficaz para uma boa saúde e cuidado com
o corpo. (BRUNO & NALDI, 1998)
Sabe-se que os alimentos são fontes essenciais de nutrientes para o crescimento,
desenvolvimento e restauração do nosso organismo. No entanto, o adequado manuseio e escolha
dos mesmos, - lembrando e conciliando os diversos grupos alimentares – pode ser um ponto
positivo e essencial para melhora. Contudo, essas escolhas devem ser conscientes, surgir
espontaneamente e ser motivadas por melhor qualidade de vida.
32
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Porém com a globalização cidades, e consequentemente, aumento na população e cada vez mais
acúmulo de tarefas diárias, em busca de uma vida socioeconômica melhor, muitas pessoas
passaram a buscar a alimentação rápida e prática como forma de ganhar tempo, esquecendo
assim da importância de uma alimentação regrada e saudável para promover e prevenir futuras
indesejáveis complicações e doenças. (COLLAÇO, 2004)
Patologias como o câncer necessitam de importantes mudanças na alimentação diária,
selecionando alimentos específicos que contribuam para recuperação do estado nutricional do
enfermo. Os alimentos estão diretamente associados ao desenvolvimento desta terrível doença.
Mesmo que o diagnóstico de câncer tenha outros fatores contribuintes, os alimentos continuam
sendo uma de suas principais causas dessa doença. (RAMALHO, 2006)
Figura 1 – Tabela de alimentos que inibem o câncer
Fonte: Sodré Gonçalves do Livro “Uma Saída para o Câncer”.
Segundo Servan-Schreiber (2008, p.121) “Há alguns anos, toda a indústria farmacêutica estava a
procura de moléculas sintéticas inovadoras capazes de bloquear a formação de novos vasos
sanguíneos necessários ao crescimento de tumores. Yihai e Renhai Cao, dois pesquisadores do
instituto Karolinska de Estocolmo, demonstraram pela primeira vez que um alimento tão banal
quanto o chá era capaz de bloquear a angiogenese, servindo-se dos mesmos mecanismos que os
medicamentos existentes.”
Tendo em vista todos os efeitos positivos que os alimentos agregam, é possível afirmar que eles
não são apenas importantes para a prevenção, como também no tratamento, ajudando e
substituindo tratamentos químicos indesejados e essenciais para recuperação ou melhorando a
fase pós óbito. (SERVAN-SCHREIBER, 2008)
33
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O câncer, quando diagnosticado, necessita de muitos cuidados e atenção. Os portadores da
doença passam por dificuldades que precisam de certos acompanhamentos, normalmente
integrados com diferentes profissionais, neste caso os psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e
até o educador físico exercem funções fundamentais para adaptação, melhora na qualidade de
vida ou em outros casos até na reabilitação do individuo. (SANTOS, 1996)
O profissional psicólogo irá trabalhar observando o doente, investigando e compreendendo os
aspectos psicodinâmicos do adoecer, tornando-os mais familiares às reações emocionais próprias
e suas relações com o processo de adoecer, facilitando a relação destes e instrumentalizando-os
em sua relação com o individuo a fim de melhorar a qualidade de vida na hospitalização e
tratamento, tornando a equipe de saúde mais sensível à diminuição da cisão entre corpo e mente,
à comunicação que se estabelece com o paciente e ao trabalho interdisciplinar. (SANTOS, 1996)
Segundo o psicólogo entrevistado a doença é organizada em estados ou fases, são elas: Negação,
Barganha, Revolta, Depressão, Aceitação e Ganho Secundário encontradas em algumas obras
desenvolvidas junto a pacientes terminais. Assim o psicólogo irá trabalhar para que o paciente
consiga percorrer as mesmas da melhor maneira possível.
O trabalho realizado, com pacientes que adquiram câncer, pelos nutricionistas inseridos na equipe
multidisciplinar em cuidados paliativos tem como função buscar melhorar a qualidade de vida dos
pacientes, através do melhor suporte nutricional possível, aliviando sintomas como perda
progressiva de peso e a anorexia (falta de apetite),disfagia (dificuldade de deglutição), odinofagia
(dor à deglutição), disgeusia (alteração do paladar), mucosite (inflamação da mucosa oral),
náuseas e vômitos, dispneia (falta de ar) e outros sintomas que podem levar à redução do
consumo alimentar, muitas vezes prejudicado por problemas específicos da localização do tumor e
dos tratamentos realizados. (CARAMICO , 2005)
Através de anamnese alimentar detalhada, a orientação nutricional, se adéqua às queixas dos
pacientes, sendo assim a nutricionista observa as comorbidades associadas e as intolerâncias
alimentares, sabendo então qual via de alimentação acessível poderá usar: a oral ou a enteral (por
meio de cateteres ou ostomias, diretamente no trato digestivo).
A dietoterapia deve ser adaptada conforme o suporte emocional, respeitando as necessidades e a
preferência de cada individuo. Fazendo com que a alimentação seja voltada para transformar o
momento das refeições em algo prazeroso, saudável e sociável. (CARAMICO , 2005)
Já os fisioterapeutas possuem variadas técnicas, para melhorar a qualidade de vida de seus
pacientes. Dentre as intervenções para o alivio da dor utiliza a eletroterapia com o TENS, a
aplicação do frio, as terapias manuais, a massagem etc. Quando se tem a fadiga ela atua no
manejo dos sintomas e na sua prevenção, por meio do equilíbrio da atividade e do descanso.
Uma das principais metas do fisioterapeuta é a preservação da função motora do paciente, para
não ter o risco de incapacidades decorrentes da imobilidade resultante da doença, e das comorbidades associadas. Com as técnicas de reabilitação, ele pode ajudar o indivíduo a alcançar
uma maior independência funcional, sempre respeitando as limitações de cada paciente e
ressaltando as suas potencialidades. (Bergmann, 2006)
A avaliação do paciente é abrangente e visa sintomas e sinais como: dor, linfedema, dispnéia,
fadiga, alterações neurológicas etc. Sempre atentos para que fatores importantes não passem
despercebidos, ouvindo as necessidades e reclamações dos pacientes. Levando o caso clínico para
a equipe multidisciplinar e assim desenvolvendo um plano terapêutico, nos sintomas psicofísicos,
o tratamento e as técnicas de relaxamento podem ser realizados em conjunto com o psicólogo,
sempre esclarecendo as ações a serem desenvolvidas aos familiares e cuidadores. (Bergmann,
2006)
34
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Também tem-se estudado muito nas ultimas décadas sobre praticas de educação física na busca
para tratamentos de doenças e terapias complementares, no caso do câncer proporciona bemestar para os pacientes. Existem diversas vantagens fisiológicas de um tratamento por meio da
atividade física, diminui a inflamação, já que modula a atividade do corpo. Só isso já é muito
positivo, mas também pode-se falar de uma melhora por conta do paciente respirar mais e
melhor, levando oxigênio para as células.
Não pode jamais obrigar um paciente que nunca praticou uma atividade física a pratica-la, tem
que ser aceito pela pessoa e ao mesmo tento prazeroso, pois durante o tratamento do câncer é
muito importante evitar o estresse, comendo bem e fazendo algo que gosta ajuda em resultados
positivos.
É sempre importante o acompanhamento de um médico, pois junto com o educador físico, ele
saberá orientar os limites de quem luta contra o câncer, e além do médico o próprio paciente ira
dizer qual seu limite, principalmente quando for casos pós-operatórios. O educador físico tem
como objetivo melhorar a qualidade de vida de seus pacientes, auxiliando fisiologicamente no
processo da melhora. Pois a educação física faz bem pra todos, principalmente para quem tem
câncer.
OBJETIVOS
Descrever as praticas utilizadas por profissionais psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e
educadores físicos, ressaltando e analisando os cuidados paliativos para melhor qualidade de vida
do paciente com câncer, abrangendo o meio psicossocial, necessidades físicas e emocionais.
METODOLOGIA
O presente estudo parte do princípio observacional / exploratório, fundado com bases científicas,
através de questionamentos, observações, de modo prático (pesquisa de campo). Também fora
utilizado como parâmetro, clínicas para reabilitação e tratamento do câncer, tanto privadas
(particulares) como também em associações (doações). Foram entrevistados para esta pesquisa,
pacientes, assistente social de uma das associações visitadas e profissionais da área de saúde, tais
como psicóloga e nutricionista.
Em entrevista com a psicóloga foi elaborado um questionário para esclarecer questões como:
Quais são as principais dificuldades que o portador de câncer encontra?; Como é o trabalho da
profissional em relação a pacientes terminais?; Qual a relação entre o profissional com o
paciente?; Se o tratamento inclui a família?; Como os pacientes passam pelas fases prédeterminadas?; Entre outras.
Para a entrevista com a nutricionista realizou-se um questionário, o qual continha as seguintes
questões: Qual beneficio as visitas domiciliares apresentam?; Qual a relação entre o profissional
com o paciente?; Quais os procedimentos utilizados no tratamento?; Se os paciente seguem as
recomendações propostas?; Entre outras.
Na entrevista com o educador físico foram realizadas questões semelhantes, como: Qual a relação
entre o profissional com o paciente?; Como o paciente reage no decorrer do tratamento?; Entre
outras.
Para o fisioterapeuta foi elaborada as seguintes perguntas: Qual a relação da atuação dos
fisioterapeutas com o câncer? Em quais tipos de câncer a fisioterapia auxilia mais? Em qual
período da doença é feito o tratamento?
Já para a assistente social, foram realizadas as seguintes questões: Qual o trabalho exercido pela
mesma ?; Qual a importância do seu trabalho?; E qual a relação entre o profissional com o
paciente?
35
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As visitas domiciliares realizadas por profissionais atuantes favorecem muito na questão de
locomoção de um doente, que apresente peculiaridades. Quando o profissional se desloca até a
casa do paciente, ele ajuda também na questão da familiaridade e aproximação entre os
moradores da mesma, no processo de cuidador/paciente.
Quando o paciente adquiri uma proximidade emocional com o profissional ele se sente mais a
vontade para se expor e mostrar suas fraquezas, um passo muito importante para que estes
profissionais capacitados interfiram na doença de maneira correta e consciente.
No final de 2014, Mato Grosso do Sul, passou a executar um projeto do governo federal, em
pacientes com câncer que recebiam atendimento na própria casa. É preciso ter o quadro clinico
estável e receber alta hospitalar, depois tem que avaliar as condições da casa e se a alguém que
possa cuidar do paciente. O atendimento domiciliar, aliado ao carinho da família, é essencial na
recuperação, afirmam os enfermeiros do hospital.
(Disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2014/10/pacientes-com-cancerrecebem-atendimento-domiciliar-em-ms.html)
Em entrevista com a psicóloga ela retrata que a primeira dificuldade que o paciente tem é a
aceitação, onde o doente acaba por ter medo do que venha a acontecer, raiva por se sentir inútil
entre outros. E a ultima dificuldade são as transformações físicas que a doença acarreta, “Um
homem em pleno vigor perder as forças é sempre penoso...”. Disse também que o seu trabalho
em relação a pacientes é fazer com que passem por todas as fazes estudadas da melhor maneira
possível, sempre conversar e tentar incentiva-los. Disse ainda, que além disso o apoio da família é
essencial para qualquer tipo de doença, em especial a que se trata o estudo.
Segundo a nutricionista entrevistada os procedimentos se iniciam na primeira avaliação, onde irá
se aprofundar na historia do paciente através de anamnésia alimentar e nutricional, anamnésia
clinica, analise de exames bioquímicos, antroponutria e realizando assim a prescrição dietética. Em
relação a seguir corretamente a dieta proposta, os pacientes apresentam muita dificuldade pelo
fato de terem o paladar afetado, e outros aspectos, porém como estão em uma fase onde
necessitam de muita atenção e estão muito carentes eles procuram seguir para obter uma
melhora, sendo assim o trabalho fica prazeroso.
O educador físico por sua vez relata que os pacientes nunca procuram seus cuidados por vontade
própria, ou seja, precisam sempre ter a recomendação de um médico para a prática de exercícios.
Diz ainda que, no inicio das práticas encontra mais dificuldade de aceitação por parte dos
pacientes, pois eles não possuíam o costume de se exercitarem antes de adquirirem a doença,
porém, com o passar do tempo eles começam a enxergar os benefícios, e o tratamento fica bem
mais fácil.
Na entrevista com o fisioterapeuta, ele relata que atualmente se preocupa muito com a qualidade
de vida que os pacientes vão ter durante o tratamento. Os recursos da fisioterapia podem ser
usados em todos os casos, porém os mais frequentes são, o câncer de mama, onde o grande
problema é o esvaziamento ganglionar, tumores de cabeça e pescoço e relacionados ao sistema
musculoesquelético. Ainda afirma que o tratamento auxilia na prevenção dos distúrbios linfáticos
e na recuperação, proporcionando melhora antes, durante e depois do tratamento.
Em relação à entrevista dada pela assistente social, seu trabalho na associação é respeitar a
autonomia do paciente, abordada como um direito. Procura identificar o que mais o preocupa e à
família, aprofundar os conhecimentos do momento em que estão vivendo e conhecer a doença.
São analisadas as dificuldades apresentadas pelos pacientes e transmitindo essas informações
36
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
para a associação. Também auxiliam nas orientações para pacientes e familiares sobre
procurações, atestados, auxílio-doença, aposentadorias, isenção de impostos, garantidos por lei
aos pacientes com câncer ou outras doenças crônicas. E sua importância é fazer o possível para
garantir os direitos dos pacientes após vinculados a associações, e os fazeres dessas associações
respeitando os níveis socioeconômicos com o foco na melhoria da qualidade de vida dos
pacientes.
CONCLUSÕES
Não só para o câncer, como também para inúmeras doenças, os profissionais multidisciplinares
são fundamentais para o tratamento, recuperação e melhora, de pacientes que se encontram
abalados, fisicamente e/ou mentalmente.
Por meio da pesquisa em campo houve certa recusa no momento de acompanhamento a uma
instituição, pois havia uma grande restrição em relação ao paciente e com seus trabalhos
prestados. Também teve-se dificuldade em abordar alguns portadores da doença, em especial
aqueles em estagio mais avançado e os que ainda não aceitam conviver com isto.
Pacientes que desenvolveram qualquer tipo de câncer e que consigam um tratamento com esse
conjunto de profissionais, que envolve um tratamento amplo com todo o corpo, sempre terá
resultados bem mais satisfatórios.
REFERÊNCIAS
ENES, C. C.; SLATER, B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes.
Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 13, n. 1, 2010.
YUM, S. JONK. Doenças Causas e Tratamentos. 3ª edição, Impresso no Brasil – Imprensa Oficial do
Ceará – IOCE, 1982.
SERVAN-SCHREIBER, DAVID. Anticâncer. Editora Objetiva LTDA, Rio de Janeiro, 2008.
SCHNEIDER, Dr. ERNESTO. A cura e a saúde pelos alimentos. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí,
São Paulo, 9º edição, 1987.
CARAMICO DC. Dietoterapia. In: Ramos A, Carvalho GM. Enfermagem e Nutrição. São Paulo: EPU;
2005.
RAMALHO, Cris. Comida que cuida. São Paulo. Unesp, 2006.
BRUNO, I.; NALDI, N. O. O milagre das plantas. São Paulo: Editora Atheneu, 1998.
WEINBERG, ROBERT A. A biologia do câncer. Artmed, 2008.
SANTOS C, SEBASTIANI R. Acompanhamento psicológico à pessoa portadora de doença crônica.
São Paulo: Pioneira; 1996.
COLLAÇO, J.H.L. Restaurantes de comida rápida, os fast foods, em praças de alimentação de
shopping centers: transformações no comer. Revista Estudos Históricos 1, 33. 2004.
INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva). Disponível em <
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home>. Acesso em 27 de abril de 2015
BVS
(Biblioteca
Virtual
em
Saúde).
Disponível
em
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/tnm2.pdf>. Acesso em 04 de maio de 2015
37
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
SciELO
(Scientific
Eletronic
Library
On-line).
<http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em 04 de maio de 2015
Disponivel
em
BERGMANN, Anke et al. Fisioterapia em mastologia oncológica: rotinas do Hospital do Câncer
III/INCA. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v.52, n.1. 2006.
WEB ARTIGOS - Câncer do Colo do Útero e Câncer de Mama. Disponivel em
<http://www.webartigos.com/artigos/cancer-do-colo-do-utero-e-cancer-demama/25825/#ixzz3a8ORSAJf>. Acesso em 01 de maio de 2015
CIÊNCIA HOJE – Câncer. Disponivel em <http://www.dbm.ufpb.br/cancer.pdf>. Acesso em 26 de
abril de 2015
38
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANÁLISE RETROSPECTIVA DAS HEPTATLETAS NOS CAMPEONATOS
BRASILEIRO DE MENORES INTERSELEÇÕES
KAUIT, J. P.1 Da SILVA, A. I. 2
1: Árbitro da Federação Paranaense de Atletismo - Paraná - Brasil.
2: Departamento de Educação Física - UEPG - Paraná - Brasil.
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados obtidos por atletas do heptatlo, na categoria
menores, durante o Campeonato Brasileiro de Menores no período de 2000 à 2012. Este estudo é
classificado como sendo descritivo retrospectivo. Como base de dados foram utilizadas as
informações disponíveis no site da Confederação Brasileira de Atletismo, relativa à prova do
heptatlo da categoria menores, que inclui adolescentes com idade de 13 a 17 anos, do sexo
feminino. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com dois critérios, seguido
do teste de Tukey para comparações entre os valores médios de desempenho. Para a avaliação do
decréscimo do desempenho ao longo dos anos de acompanhamento foi utilizada o coeficiente de
declividade da reta pela análise de regressão. Apesar da tentativa de massificação desta
modalidade desportiva por todo o Brasil, e de todo o apoio e investimento que o atletismo
recebeu no período deste estudo, observa-se que não ocorreram avanços no desempenho das
heptatletas nestes 13 anos. Das sete provas analisadas, apenas no arremesso do peso ocorreu
melhora estatisticamente significante.
Palavras chave: Atletismo, prova combinada, campeonato de menores.
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the results obtained by heptathlon athletes in the youth
category during the Brazilian Youth Championship from 2000 to 2012. This study is classified as
retrospective descriptive. As database we used the information available on the Athletics Brazilian
Confederation site on the heptathlon proof of youth category, which includes Female Athletes
aged 13-17 years. Data were subjected to analysis of variance (ANOVA) with two criteria, followed
by the Tukey test for comparisons between the mean values of performance. For evaluating the
performance decrease over the years of follow-up was used the stretch of the slope coefficient of
the regression analysis. Despite attempts to mass this sport throughout Brazil, and all the support
and investment that athletics received during the period of this study, it is observed that there
were no advances in the performance of these athletes. Of the seven trials analyzed, only the shot
put there was a statistically significant improvement.
Keywords: athletics, combined test, youth championship.
INTRODUÇÃO
A origem das provas combinadas é antiga, e novamente vêm dos Gregos na busca da perfeição
de um atleta completo. Desta forma, resolveu-se criar uma prova para beneficiar os atletas que
não tinham destaque em apenas uma prova, mas que fossem regular em várias provas. E assim,
criaram a 708 a.C. o Pentatlo, que consistia na corrida do Stadium (aproximadamente 200 metros),
salto em distância, lançamentos do disco e dardo, e um determinado tipo de luta. (CBAt, 2009).
39
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Na modernidade, competições combinadas, como se conhece agora, provavelmente tenha
começado na América em 1880. Para chegar ao resultado final em pontos, cada uma das provas
que formam o conjunto das provas combinadas recebe uma pontuação parcial conforme o
resultado, e na soma total o atleta que possuir a maior pontuação torna-se o campeão. Para
avaliar as marcas estabelecidas foram criadas tabelas que sofreram várias alterações ao longo da
história, não sabendo ao certo qual a tabela ainda correta, surgiram então as tabelas lineares, as
progressivas, e as regressivas.
Grande parte dos estudos publicados em revisão bibliográfica, envolviam os atletas das
categorias adultas ou eram relacionados ao aperfeiçoamento ou desenvolvimento das técnicas
das modalidades deste esporte. Contudo, recentemente foram publicados estudos com atletas, de
ambos os sexos, de categorias de base do atletismo, onde foram apresentados dados referente a
performance destes atletas no transcorrer de um determinado período (Takahashi e
colaboradores, 2002; Kaiut e Da Silva, 2009; Kaiut e Da Silva, 2010a; Kaiut, Da Silva e Nascimento,
2010b; Kaiut e Da Silva, 2010c).
Os resultados obtidos em provas oficiais são utilizados pelos técnicos como referencial para o
diagnóstico das possibilidades de seu atleta e definição de objetivos. Já a Confederação Brasileira
de Atletismo utiliza os resultados destas competições para selecionar os atletas que irão
representar o país em competições internacionais. Contudo, na iniciação desportiva, os resultados
em competições de menores, servirão também como referenciais para a detecção de novos
talentos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi analisar e comparar os resultados obtidos por
atletas do sexo feminino, na categoria menores, nas sete provas que compõe o heptatlo, durante
o Campeonato Brasileiro de Menores de 2000 à 2012.
METODOLOGIA
Este estudo é classificado como sendo descritivo retrospectivo. Como base de dados foram
utilizadas as informações disponíveis no site da Confederação Brasileira de Atletismo
(www.cbat.org.br), relativas à prova combinada do heptatlo. A amostra foi constituída por
adolescentes com idade de 13, 14, 15, 16 e 17 anos, do sexo feminino, da categoria menores. Os
dados coletados foram organizados e analisados de forma a classificar as três primeiras colocadas
e melhores pontuadas em cada uma das provas que constituem o heptatlo, ou seja, 100 metros
com barreiras, salto em altura, arremesso do peso, 200 metros rasos, salto em distância,
lançamento do dardo e 800 metros rasos, respectivamente.
Os resultados dos testes estão reportados como média e o respectivo desvio padrão e foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) com dois critérios, seguido do teste de Tukey para
comparações entre os valores médios de desempenho. Para a avaliação do decréscimo do
desempenho ao longo dos anos de acompanhamento foi utilizada o coeficiente de declividade da
reta pela análise de regressão (CA - Coeficiente Angular). A significância estatística foi considerada
para p <0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O heptatlo consiste em um conjunto de sete provas, e devem ser realizadas em dois dias
consecutivos de competição, e a ordem das suas provas devem ser respeitadas, não sendo
possível alteração da ordem das provas ou antecipação de alguma destas. No primeiro dia de
competição são realizadas 4 provas, sendo a primeira prova o 100 metros com barreira,
posteriormente o salto em altura, o arremesso do peso e 200 metros rasos. No segundo dia as 3
provas finais consistem no salto em distância, lançamento do dardo e 800 metros rasos.
40
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Através da análise dos dados, foi possível determinar a média alcançada pelas atletas brasileiras
nos três primeiros lugares, em todas as provas que compõem o heptatlo, seja elas as provas de
pista ou de campo. A seguir vamos analisar todas as provas que oficializam o heptatlo, na
respectiva ordem de competição, estabelecendo a seguinte sequência: 100 metros com barreiras,
salto em altura, arremesso do peso, 200 metros rasos, salto em distância, lançamento do dardo e
800 metros rasos.
A primeira prova analisada o 100 metros com barreiras, foi estabelecido tempo médio para as
atletas que ficaram entre as três primeiras colocadas na classificação final, no período de 2000 à
2012. A atleta primeira colocada obteve o tempo médio de 14”81 ± 0,41 segundos. A segunda
colocada teve a média de 15”27 ± 0,37 segundos, enquanto a terceira colocada estabeleceu o
tempo médio de 15”58 ± 0,49 segundos
Neste período de 13 anos, o melhor resultado para a faixa etária dos 17 anos no campeonato
brasileiro na prova dos 100 metros com barreiras, foi conseguido no ano de 2010, onde a atleta
obteve o tempo de 14”18 segundos. Na faixa etária dos 16 anos o melhor resultado encontrado foi
o tempo de 14”58 segundos, obtido no ano de 2009. Já na faixa etária dos 15 anos de idade o
melhor resultado foi alcançado no ano de 2004, com o tempo de 15”26 segundos. Em todo este
período foi encontrado uma única atleta com 14 anos de idade participando do heptatlo, no ano
de 2000, estabeleceu o tempo de 15”72 segundos, ficando em 2º lugar na pontuação da prova dos
100 metros com barreiras. Já na faixa etária dos 13 anos de idade, não encontramos nenhuma
atleta entre as 10 melhores na categoria menores neste período de treze anos, e isto repetirá nas
demais provas em análise a seguir.
Devido à flutuação dos resultados foi constatado um aumento estatisticamente significativo do
desempenho físico apenas para a atleta primeira colocada (teste t; p<0,05). Para as atletas
segunda e terceiras colocadas, a análise das declividades foram estatisticamente iguais a zero
(teste t; p>0,05), assim sendo, não há diferença entre os valores obtidos entre os anos de 2000 à
2012 para cada competidora.
A segunda prova da primeira etapa do heptatlo é o salto em altura. Neste período de treze anos
a distância média para as três primeiras atletas que melhor pontuaram foram de: 1,65±0,07m,
1,56±0,04m, 1,53±0,03m.
Em relação a faixa etária, no período de estudo, o melhor resultado para uma atleta com 17 anos
de idade na prova do salto em altura, foi conseguido no ano de 2003, com a marca de 1,79
metros. Na faixa etária dos 16 anos a marca de 1,71 metros, repetiu por duas vezes, no ano de
2002 e 2012. Já na faixa etária dos 15 anos de idade o melhor resultado foi alcançado no ano de
2002, com a marca de 1,56 metros, ficando em 3º lugar na pontuação desta prova. Para a única
atleta com 14 anos de idade, no ano de 2000, estabeleceu a marca de 1,42 metros, e obteve a 8º
colocação na pontuação final desta mesma prova.
Com relação aos três primeiros lugares, devido à flutuação dos resultados, as declividades para a
primeira, segunda e terceiras colocadas foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05).
Portanto, não há diferença entre os valores obtidos entre os anos de 2000 à 2012 para cada
competidora.
Neste período de 2000 à 2012, a terceira prova a ser analisada, será o arremesso do peso. A
atleta primeira colocada obteve a média de 11,06±1,21m. A segunda colocada teve a marca de
10,24± 1,02m, enquanto a terceira colocada estabeleceu a marca de 9,62 ± 0,92m.
Neste período de 13 anos, o melhor resultado para a faixa etária dos 17 anos no campeonato
brasileiro na prova do arremesso do peso, foi conseguido no ano de 2010, onde a atleta obteve a
marca de 13,13 metros. Na faixa etária dos 16 anos o melhor resultado encontrado foi a marca de
12,85 metros, obtido no ano de 2009. Já na faixa etária dos 15 anos de idade o melhor resultado
41
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
foi alcançado no ano de 2011, com a marca de 10,36 metros. Para uma atleta com 14 anos de
idade, foi encontrado no ano de 2000 a marca de 7,60 metros, com esta marca conquistou o 6º
lugar na prova.
Kaiut, Da Silva e Nascimento (2010b) ao analisar a prova individual do arremesso do peso
feminino, no período de 2000 a 2009, foi constatado como melhor resultado para uma atleta de
14 anos de idade a marca de 11,22 metros.
Observa-se a ausência do sinal negativo na análise da declividade das retas de regressão nas três
primeiras colocações analisadas da prova do arremesso do peso. Portanto, nenhuma colocação
sofreu queda no período de tempo analisado. Todos as competidoras que obtiveram a primeira,
segunda e terceira colocações, apresentaram um aumento na performance física entre os anos de
2000 à 2012. Portanto, foi constatado um aumento estatisticamente significativo do desempenho
físico para as três primeiras colocadas, ou seja, teste t; p<0,05.
Este aumento no desempenho das atletas na prova do arremesso do peso ocorreu
progressivamente ao longo do período de estudo. A partir do ano de 2012 ocorreu uma alteração
na regra da modalidade em relação a quilagem do implemento, passando de 4 kg para 3 kg o
implemento oficial da categoria menores. Fato este que pode ser relevante para análise do estudo
a partir do ano de 2012, pois esta mudança na regra não deve ser levada em consideração ao
analisar o desempenho das atletas do ano de 2000 até o ano de 2011.
Estudos realizados por Kaiut, Da Silva e Nascimento (2010b) para a prova do arremesso do peso
feminino, apontam uma melhora estatisticamente significantes apenas para a atleta segunda
colocada, no período de 2000 a 2009. Período este fora da alteração da regra citado acima.
A última prova do primeiro dia de competição do heptatlo é o 200 metros rasos. Neste período
de treze anos o tempo médio para as três primeiras atletas que melhor pontuaram na prova foram
de: 25”72±0,52 segundos, 26”37±0,47 segundos, 26,74±0,40 segundos
Ao se analisar os resultados por faixa etária, encontramos para uma atleta de 17 anos, no ano de
2007, o tempo de 24”93 segundos, na prova dos 200 metros rasos. Na faixa etária dos 16 anos o
melhor resultado encontrado foi o tempo de 25”53 segundos, obtida no ano de 2002. Já na faixa
etária dos 15 anos de idade o melhor resultado foi alcançado no ano de 2005, com o tempo de
25”62 segundos. Para uma atleta com 14 anos de idade, foi encontrado no ano de 2000 o tempo
de 28”02, ficando no 6º lugar na prova.
Ao se analisar esta prova, observa-se mais uma vez a ausência do sinal negativo na análise da
declividade das retas de regressão, isto indica, que as competidoras envolvidas na disputa dos 200
metros rasos não sofreram declínio no desempenho entre os anos de 2000 à 2012. Entretanto,
devido à flutuação dos resultados, as declividades para a primeira, segunda e terceiras colocadas
foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05). Portanto, não há diferença entre os valores
obtidos entre os anos de 2000 à 2012 para cada competidora.
Vamos analisar o último dia de disputa do heptatlo, com as seguintes provas: salto em distância,
lançamento do dardo e 800 metros rasos. Na prova do salto em distância, no período de 2000 à
2012, a distância em média para a atleta primeira colocada, ou seja, melhor pontuada nesta prova
foi de 5,34± 0,18m. Para a atleta segunda e terceira colocada tivemos a média de: 5,18±0,11m,
5,10±0,10, respectivamente.
Neste estudo o melhor resultado encontrado para uma atleta de 17 anos, foi no ano de 2007,
com a marca de 5,66 metros. Na faixa etária dos 16 anos o melhor resultado encontrado foi a
marca de 5,64 metros, obtida no ano de 2009. Já na faixa etária dos 15 anos de idade o melhor
resultado foi alcançado no ano de 2007, com a marca de 5,42 metros. Para uma atleta com 14
anos de idade, foi encontrado no ano de 2000 a marca de 4,61 metros, ficando apenas no 8º lugar
na pontuação da prova.
42
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Na análise estatística da prova do salto em distância, observamos a ausência do sinal negativo na
análise da declividade das retas de regressão, portanto, não sofreram declínio no desempenho
entre os anos de 2000 à 2012. Devido à flutuação dos resultados, as declividades para a primeira,
segunda e terceiras colocadas foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05).
No período de 2000 a 2008, estudos referente ao salto em distância, do Campeonato Brasileiro
de Menores, indicam um declínio no desempenho das atletas, primeira, segunda e terceira
colocada, nesta competição (KAIUT e DA SILVA, 2010a).
A penúltima prova do heptatlo, o lançamento do dardo, apresentamos a distância média
alcançadas pelas atletas no período de treze anos. A atleta melhor pontuada nesta prova teve a
média de 34,92± 2,60m. Para a atleta segunda e terceira colocada tivemos a média de:
32,93±2,36m, 31,70±2,22m, respectivamente.
Ao analisarmos o resultado por faixa etária, neste período de treze anos, encontramos a marca
de 40,33 metros, obtida no ano de 2004, para uma atleta de 17 anos de idade, no seu último ano
de competição nesta categoria. Para uma atleta de 16 anos o melhor resultado encontrado foi a
marca de 38,07 metros, obtida no ano de 2009. Já na faixa etária dos 15 anos de idade o melhor
resultado foi alcançado no ano de 2002, com a marca de 33,81 metros. Para uma atleta com 14
anos de idade, foi encontrado no ano de 2000 a marca de 23,63 metros, ficando apenas no 6º
lugar na pontuação da prova.
Como descrito na prova anterior, observou-se também ausência do sinal negativo na análise da
declividade das retas de regressão, isto indica que as competidoras envolvidas na disputa do
lançamento do dardo não sofreram declínio no desempenho entre os anos de 2000 à 2012.
Entretanto, devido à flutuação dos resultados, as declividades para a primeira, segunda e terceiras
colocadas foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05). Portanto, não há diferença entre
os valores obtidos entre os anos de 2000 à 2012 para cada competidora.
A alteração da regra em relação ao implemento ocorrida no ano de 2012, não ficou restrita
apenas na prova do arremesso do peso, mudança também ocorreu no lançamento do dardo. Até o
ano de 2011, o peso do implemento, ou seja, o peso do dardo oficial na categoria menores tinha o
valor de 600 gramas. A partir do ano de 2012 ocorreu uma redução no peso do implemento,
passando para 500 gramas. Mesmo com a alteração da regra, não encontramos uma evolução da
performance das atletas, baseado através de estudos estatísticos. Fato este da alteração da regra,
pode ser essencial para o desempenho das atletas a partir do ano de 2012 em futuros estudos.
Estudo realizado por Kaiut, Da Silva e Nascimento (2010b), referente a prova do lançamento do
dardo feminino, no Campeonato de Menores, no período de 2000 a 2009, não demonstram
diferença estatisticamente significante para as atletas primeira e terceira colocada nesta prova.
Ainda no mesmo estudo, ocorreu um declínio no desempenho da atleta segunda colocada, neste
período de dez anos.
Terminamos este estudo analisando a última prova do heptatlo, a prova dos 800 metros rasos. O
tempo médio em minutos e segundos para a atleta primeira colocada na pontuação geral desta
prova foi de 2’28”40± 3,31. Para a atleta segunda e terceira colocada tivemos a média em tempo
de: 2’30”68±3,72; 2’33”84±4,77, respectivamente.
Para uma atleta de 17 anos de idade, no seu último ano de competição nesta categoria, foi
estabelecido o tempo de 2’24”55 segundos como melhor marca, no ano de 2012. Já, uma atleta
de 16 anos, estabeleceu o melhor resultado na prova dos 800 metros do heptatlo, nestes treze
anos de estudo, com o tempo de 2’22”07 segundos, no ano de 2000, superando até mesmo as
atletas de 17 anos de idade. Na faixa etária dos 15 anos de idade o melhor resultado foi alcançado
no ano de 2001, com o tempo de 2’26”30. A única atleta com 14 anos de idade, também superou
as atletas com 17 anos de idade com o tempo de 2’24”62 segundos, conquistando o 2º lugar na
43
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
pontuação geral desta prova, no ano de 2000. Este tempo realizado pela atleta também é o
terceiro melhor resultado encontrado neste período de estudo.
Na prova dos 800 metros rasos, percebemos a ausência do sinal negativo na análise da
declividade das retas de regressão, ou seja, as competidoras envolvidas na disputa não sofreram
declínio no desempenho entre os anos de 2000 à 2012. Entretanto, devido à flutuação dos
resultados, as declividades para a primeira, segunda e terceiras colocadas foram estatisticamente
iguais a zero (teste t; p>0,05). Portanto, não há diferença entre os valores obtidos entre os anos de
2000 à 2012 para cada competidora.
CONCLUSÃO
Em todas as provas que compõem o heptatlo não tivemos o declínio do rendimento das atletas,
ou seja, mantiveram resultados iguais as atletas que disputavam esta prova em anos anteriores,
ou a evolução durante este período de 2000 à 2012 não foi estatisticamente significante. Baseado
no resultado das três melhores atletas pontuadas na classificação final de cada prova.
Para as três primeiras colocadas da prova do arremesso do peso, e para a primeira colocada dos
100 metros com barreiras neste período de estudo ocorreu uma evolução estatisticamente
significante no desempenho das atletas.
Observou-se a evolução no rendimento na primeira colocação apenas em duas provas, o 100
metros com barreiras, e o arremesso do peso. Outras evoluções ocorreram apenas na segunda e
terceira colocação do arremesso do peso. Se analisarmos que as atletas primeiras colocadas é que
pleiteiam uma vaga para campeonatos internacionais, seja este Campeonato Sulamericano,
Panamericano, ou Mundial, a evolução de apenas duas prova de um total de sete provas do
heptatlo é insignificante para alcançarmos conquistas expressivas.
Baseado nos resultados apresentados neste período de 13 anos, concluímos que no futuro as
atletas brasileiras da prova do heptatlo, terão dificuldades em conquistar um lugar ao pódio em
competições internacionais na categoria menores, ou até mesmo na categoria adulta, com as
principais atletas do mundo, pois a cada ano estas atletas da nova geração do atletismo brasileiro
vêm apresentando resultados iguais ou inferiores aos atletas que disputavam esta prova em anos
anteriores.
REFERÊNCIAS
CBAt. Histórico das Provas – Masculino. Disponível em:
<http://www.cbat.org.br/provas/historico_masculino.asp>. Acesso em: 07/02/2009.
CBAt.
IAAF
Scoring
Tables
for
Combined
Events.
Disponível
em:
<
http://www.cbat.org.br/atletismo/Tabela_pontos_combinadas_IAAF.pdf
>.
Acesso
em
20/12/2012.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Atletismo Regras Oficiais de Competição 2012 - 2013.
São Paulo: Phorte Editora, 2012.
KAIUT, J. P.; Da SILVA, A. I. Análise dos resultados de saltadores em um período de nove anos do
campeonato de menores. Coleção Pesquisa em Educação Física. Vol. 8. Núm. 1. p.57 – 64. 2009.
KAIUT, J. P.; Da SILVA, A. I. Performance analysis of female jumpers in athletics. FIEP. Vol. 80 Núm.
2. p.573 – 576. 2010a.
44
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
KAIUT, J. P.; Da SILVA, A. I. NASCIMENTO, A. J. Análise da performance de lançadoras no
campeonato de menores. Coleção Pesquisa em Educação Física. Vol. 9. Núm. 4. p.37 – 44. 2010b.
KAIUT, J. P.; Da SILVA, A. I. Análise retrospectiva dos resultados de lançadores no campeonato de
menores. R.E.V.I. Revista de Estudos do Vale Iguaçu. Vol. 1. p. 35-50. 2010c.
TAKAHASHI, K. e colaboradores. Determinação da velocidade de crescimento do resultado
competitivo como indicador na seleção de talentos de saltadores em distancia do Estado de São
Paulo. Revista Digital. Disponível em: www.efdeportes.com Núm. 45 - 2002. Acesso em
07/02/2009.
45
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
CONSUMO ALIMENTAR E SUPLEMENTAR EM CICLISTAS AMADORES DE
MONTAIN BIKE CROOS COUNTRY
Reis. B, G¹; Braz. S, H².
¹Discente do curso de Graduação em Educação Física do Instituto de Ciências da Saúde da
Universidade Paulista – UNIP – Campus São José do Rio Pardo.
² Orientador Docente do curso de Graduação em Educação Física do Instituto de Ciências da Saúde
da Universidade Paulista – UNIP – Campus São José do Rio Pardo.
Resumo
Os adeptos do Mountain Bike vêm crescendo dia a dia, especificamente na modalidade cross
country onde os atletas pedalam com bicicletas especificas para terrenos acidentados. Varias
provas desta modalidade de nível amador, vem sendo realizadas por todo pais, a busca por
resultados necessita de vários aspectos. Um deles é uma boa alimentação, porém vários atletas
acabam fazendo uso de suplementos alimentares, para obter um melhor desempenho e
resultados melhores. Esta pesquisa de campos teve como objetivo realizar uma analise do
consumo de alimentos e suplementos nesta população, para poder trazer uma visão sistematizada
sobre como quais são os hábitos alimentares e o uso de suplementos alimentares. E por fim fazer
uma reflexão sobre como que tem que ser feita estes procedimentos alimentares para obter
resultado e ter uma vida saudável. Para isso, participaram da pesquisa 26 atletas de 32 14 anos
de idade do sexo masculino ativos em competição de Mountain bike estilo croos country. Foram
utilizados dois métodos retrospectivos com questionários fechados autoaplicáveis, um para avaliar
o habito alimentar por meio de um formulário de marcadores de consumo alimentar, e outro para
análise do uso de suplementação nutricional adaptado. Verificou-se que o hábito alimentar da
maioria destes atletas não é bom, ou seja, não está suprindo as suas necessidades fisiológicas.
Destacou-se também que 88% dos indivíduos consomem suplementos, mas apenas 22% são
acompanhados por um nutricionista. A partir destes resultados pode-se concluir que a
alimentação destes atletas apresenta inadequações quando comparada com as recomendações
descritas no guia alimentar para a população brasileira do Ministério da Saúde (MS) e que o uso de
suplementação nutricional é feito de forma abusiva e sem critérios demonstrando uma carência
de informação e orientação especializada.
Palavra chave: Alimentação, Suplementação e Mountain bike
Abstract
Fans of mountain biking, are growing day by day, specifically in cross country sport where athletes
pedal with specific bikes for rough terrain. Several proofs of this amateur mode, is being carried
out by the whole country, the search for results requires several respects. One is good nutrition,
but many athletes make use of dietary supplements for better performance and better results.
This field of research aims to conduct an analysis of the consumption of foods and supplements in
this population in order to bring a systematic insight into how this being the power and the use of
dietary supplements. And finally to reflect on what has to be done these food procedures for
46
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
results and have a healthy life. For this, 26 athletes participated in the survey of 32 ± 14 years old
male active in amateur Mountain bike competition in croos country mode. Two retrospective selfreport methods with closed questionnaires, one for analysis of tailored nutritional
supplementation use, and another to evaluate food consumption through a form of dietary intake
markers were used. It was found that the dietary habit of most of these players do not provide
back their physiological needs. It also pointed out that 88% individuals consume supplements, but
only 22% are accompanied by a nutritionist. From these results it can be concluded that the power
of these athletes has inadequacies compared with the recommendations outlined in the Food
Guide for the Brazilian population of the Ministry of Health (MOH) and that the use of nutritional
supplementation is made improperly and without criteria demonstrating a lack of information and
expert guidance.
Keyword: Food, supplementation and Mountain bike
Introdução
O ciclismo tem ganhado cada vez mais adeptos em todo o mundo e tem se difundido bastante no
país, proporcionando aos seus participantes momentos prazerosos junto á natureza, além de
contribuir para aprimorar o condicionamento físico ¹. É o esporte mais popular do mundo, a
organização das Nações Unidas publicou, em 1987, que o planeta compreende mais de 420
milhões de ciclistas, sendo que cerca de 97% das pessoas utilizam a bicicleta como meio de
transporte e 3% com finalidade esportiva ou educativa ².
Este esporte com existência superior a um século em esfera mundial é dirigido e regulamentado
pela União Ciclística Internacional (UCI), e no Brasil é regulamentado pela Confederação Brasileira
de Ciclismo (CBC). Dentro do ciclismo há varias modalidades, que se deferência do terreno como:
ciclismo de estrada, ciclismo de pista, ciclismo BMX e ciclismo de montanha (Mountain Bike).
Segundo Satoshi (2008), o Mountain Bike também conhecido como (MTB), surgiu como uma
modalidade do ciclismo na década de 70, nos Estados Unidos da América e, durante a década de
80, o Mountain Bike chegou ao Brasil com campeonatos baseados nos moldes internacionais.
O cross country é o estilo mais praticado, sendo também a prova mais tradicional do Mountain
Bike, compreendendo diversos tipos de solos, subidas e descidas, percorrendo distâncias entre 6 e
20 km, mas também pode envolver provas com maior duração ou percurso. Geralmente são
provas disputadas em grupos, separadas em categorias variadas, conforme técnica e idade do
ciclista. Em 1996 nos jogos olímpicos de Atlanta nos Estados Unidos da América, o cross country,
estreou nos jogos passando assim a ser considerado como esporte olímpico. A duração de uma
competição varia entre 2 a 3 horas, com grande exigência aeróbia e a utilização de
aproximadamente 90% da freqüência cardíaca máxima ³.
Por se tratar de uma modalidade esportiva onde os treinos e provas apresentam longa duração e
percursos com variados graus de dificuldade e intensidade, o cross country é considerado um
esporte de grande exigência física e nutricional. Visto a exigência deste esporte percebe se que a
alimentação deve ser diferente de um individuo não atleta.
Para que estes ciclistas tirem proveito de uma boa alimentação eles devem estar atentos para
ingerir de forma correta os nutrientes que são classificados em diferentes grupos: os macro
nutrientes representados pelos carboidratos, gorduras, proteínas e os micronutrientes compostos
pelas vitaminas e minerais 4.
Os carboidratos são fonte de energia e devem compor 50% a 60% das calorias diárias de um
indivíduo adulto saudável, são compostos por átomos de carbono hidrogênio e oxigênio e
47
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
fornecem ao corpo uma forma de energia rapidamente disponível, que é a principal fonte de
energia dos atletas 5. As gorduras também fornecem energia e são constituintes estruturais de
muitas células do organismo, devendo contemplar de 25% a 30% das calorias totais. As proteínas
desempenham uma série de papéis, sendo necessárias na formação, no crescimento e no
desenvolvimento de tecidos corporais, na formação de enzimas que regulam a produção e a
geração de energia, sobretudo quando os estoques de carboidratos estão baixos. Estas devem
estar presentes na alimentação diária na faixa de 10% a 15% das calorias totais6.
Estudos descrevem que geralmente os atletas não consomem quantidades adequadas de
carboidratos e fazem uso de altas concentrações de carboidratos refinados ou gorduras quando
suas necessidades energéticas estão muito aumentadas e muitos fazem uso de suplementos
vitamínicos e de minerais 7.
Devido à vários aspectos sócio econômico ou falta de informações vários atletas acabam tendo
uma insuficiência alimentar. Portanto a busca por melhores resultados tem levado cada vez mais
atletas a utilizar-se de recursos ergogênicos nutricionais, se constituído em um dos fatores chave
para o alto desempenho 8.
Os recursos ergogênicos servem para aumentar o tecido muscular (aminoácidos), a oferta de
energia para o músculo e produção de energia no músculo 5. Há ainda muita falta de informações
fidedignas em relação à Ciência da Nutrição, levando os praticantes de exercícios físicos a
manterem hábitos alimentares inadequados ou consumirem erroneamente suplementos
alimentares, pEstudos demonstram que a provável crescente esta relacionada à
divulgaçrejudicando o alcance de seus objetivos com a prática de exercícios físicos 9.
ão pela mídia de diferentes suplementos e seus efeitos benéficos sobre a saúde que tenha
influenciado o aumento da demanda destes produtos 10. Que acaba afetando a saúde tendo em
vista que muitos indivíduos consomem sem um acompanhamento profissional. Sabe-se que há um
grande risco relacionado ao consumo desses suplementos, incluindo o doping em conseqüência da
presença das substâncias proibidas que não estão declaradas nos rótulos das embalagens 11.
A partir desta revisão, surgiu o interesse em realizar uma pesquisa com atletas de croos country,
com o objetivo de conhecer seus consumos alimentares e suplementares, bem como avaliar a se o
consumo esta sendo de maneira saudável ou não. Esses resultados servirão nos futuros estudos
com consumo de suplementos, bem como embasamento em programas de educação nutricional.
Objetivo
Analisar como é a alimentação dos ciclistas amadores de Mountain Bike da modalidade croos
country, eo uso de suplementação de Moda modalidade mountain bike, e o uso de suplementos
alimentares. E depois comparar o habito alimentar as suas necessidades fisiológicas, e se o uso de
suplementos esta sendo supervisionado por um nutricionista.
Hipótese
A grande maioria destes atletas faz uso de suplementos alimentares. Mas sem acompanhamento
profissional necessário para ter uma vida saudável.
Materiais e Métodos
Esta pesquisa esta sendo aprovada previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Plataforma
Brasil, sob o parecer consubstanciado número 1.223.085, CAAE 48511815.9.0000.5512no dia
11/09/2015.
O estudo se trata de uma pesquisa aplicada, de caráter quantitativo, descritivo e experimental. A
coleta de dados foi realizada no mês de setembro de 2015 e contou com, 26 atletas de 32 14
anos de idade do sexo masculino ativos em competição de Mountain Bike croos country,
participantes de uma prova amadora na cidade de Monte Santo de Minas.
48
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A coleta dos dados foi feita por meio de uma entrevista momentos antes da largada, com
abordagens do pesquisador responsável que primeiramente explicou os objetivos da pesquisa.
Para aqueles que concordaram foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE.
Foram utilizados dois métodos retrospectivos com questionários fechados autoaplicáveis, a fim de
colher informações sobre a ingestão alimentar e o uso de suplementos pelos ciclistas durante a
semana que antecede a prova.
O primeiro questionário é um marcador de consumo alimentar, adaptado segundo Ministério da
Saúde, Sistema de Avaliação Nutricional (SISVAN), com objetivo de obter um registro de consumo
alimentar por métodos retrospectivos, considerando a última semana que antecede a prova. Este
questionário é fechado auto-aplicavel contando com oito questões de diferentes grupos
alimentares, cada questão com três alternativas para que o ciclista assinalasse como foi seu
consumo alimentar durante a semana que antecede a prova.
O segundo questionário também fechado auto-aplicável, adaptado do estudo de Carvalho e
colaboradores 11 2010, composto de oito questões referentes ao perfil dos atletas, à experiência e
ao volume de treino, ao acompanhamento e prescrição por parte de profissionais habilitados
sobre aspectos nutricionais e principalmente a suplementação desportiva. Todos os dados obtidos
foram processados e tabulados no programa Microsoft Office Excel 2007.
Resultados
Na tabela 1, encontra se os resultados das sete questões relacionadas ao consumo alimentar
semanal do primeiro questionário.
No item Feijão, 84% afirmam consumir diariamente, 8% consomem alguns dias e 8% não
consomem este tipo de alimento. No item Frutas frescas 27% afirmam consumir diariamente, 58%
consomem alguns dias e 15% não consomem este tipo de alimento. Porem a maioria dos atletas
foge deste padrão no item. Pois segundo. No item Verduras e/ou legumes, 46% dos atletas
afirmam consumir diariamente, 50% consomem alguns dias e 4% não consumiram este tipo de
alimento. No item Hambúrguer e/ou embutidos, 12% afirmam consumir diariamente, 42%
consomem alguns dias e 46% não consomem este tipo de alimento. o padrão se enquadra como
regular pois. No item Bebidas adoçadas, 23% afirmam consumir diariamente, 54% consomem
49
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
alguns dias e 23% não consomem este tipo de alimento. No item Macarrão instantâneo,
salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, 16% afirmam consumir diariamente, 42% consomem
alguns dias e 42% não consomem este tipo de alimento. No item Biscoito recheado, doces ou
guloseimas, 15% afirmam consumir diariamente, 46% consomem alguns dias e 39% não
consomem este tipo de alimento.
Em relação ao uso de suplemento alimentar, a referente pesquisa revelou que 88% dos atletas
entrevistados afirmam consumir suplemento alimentar enquanto que apenas 12% afirmam não
consumir qualquer tipo de suplemento alimentar Gráfico 1.
Gráfico 1 - Distribuição do número e percentagens de participantes segundo o consumo de
suplementos.
Destes 88% dos atletas que consomem suplemento alimentar 50% afirmam fazer uso de
Aminoácidos ou outros concentrados protéicos, 35% afirmam consumir Vitaminas e minerais, 46%
afirmam consumir carboidratos e 30% afirmam consumir Bebida isotônica Gráfico 2.
Gráfico 2 – Distribuição do número e prevalência de participantes quanto ao tipo de suplementos.
Quanto a questão quem prescreveu os suplementos alimentares destacam se que a grande
maioria ou seja 43% consomem por conta própria, 9% disseram amigos, mais 9% disseram outros,
4% mais de uma indicação, 13% Disseram um educador físico e apenas 22% afirmaram ter um
Nutricionista Gráfico 3.
50
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 3 – Prevalência do relato de consumo de acordo com a indicação para o uso de
suplementos.
Quanto a questão de sua escolaridade foi avaliado que 77% cursaram até o ensino médio, 4%
apenas o ensino fundamental e 19% tem ensino Superior Gráfico 4.
Gráfico 4 – Escolaridade
Discussão
O hábito alimentar da maioria dos atletas é satisfatório somente em um item feijão. Pois nos
outros itens a maioria dos atletas do presente estudo consumia diariamente o alimento feijão,
igual a média da população brasileira segundo o SISVAN. Segundo as recomendações descritas no
guia alimentar para a população brasileira (2006) do Ministério da Saúde (MS) 12.
Porém, nota-se que há inadequação nutricional em relação à ingestão de frutas e verduras, uma
vez que, apenas aproximadamente um quarto da amostra avaliada admitiu o consumo regular
desse grupo alimentar, desta forma a grande maioria dos participantes ignorou a recomendação
da ingestão diária desse elemento de fundamental importância na regulação do organismo, bem
como um amplo fornecedor de vitaminas e minerais indispensáveis à manutenção dos tecidos.
51
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A rotina alimentar dos atletas inclui também alimentos supérfluos (industrializados, embutidos,
refrigerantes, frituras e doces) consumidos até mais que os vegetais e frutas, hábito este, causador
de um desequilíbrio na dieta, influenciando desta forma, negativamente o rendimento esportivo,
contrapondo assim o objetivo destes atletas. Williams (2002)8orienta que se deve optar por uma
dieta farta em alimentos ricos em carboidratos complexos (pães e cereais integrais), fibras,
leguminosas (feijões), frutas e vegetais, porém pobre em açúcar refinado, favorecendo assim, o
equilíbrio da dieta como um todo, contemplando a variedade e moderação. Jesus e colaboradores
2012 realizaram um estudo com atletas do voleibol masculino onde verificou-se que o consumo de
alimentos supérfluos (industrializados, embutidos, refrigerantes, frituras e doces) consumidos
quase que na mesma proporção que os vegetais e frutas.
Tais resultados assemelham-se aos encontrados no presente artigo, demonstrando desta forma
que o acompanhamento da dieta em atletas necessita de nutricionistas especializados que
desenvolvam estratégias dietéticas individualizadas para alcançar um equilíbrio, garantindo assim,
a oferta de nutrientes essenciais e a redução dos supérfluos melhorando desta forma o
desempenho esportivo.
Em nosso estudo destaca se que a maioria usam suplementos alimentares. Estes resultados são
coerentes aos encontrados por Camargo e colaboradores11 que analisou atletas de Mountain Bike
amador onde 78% usam suplementos. O estudo de Hirschbruch, Fisberg, Mochizuki, (2008) 13 que
afirmam que 61,2% da amostra utilizam suplementos. No estudo de Hallak, Fabrini e Peluzio
(2007)14 verificou-se também que a maioria dos entrevistados, ou seja, 81,2% da amostra faziam
uso de algum suplemento nutricional. No estudo de Jesus e colaboradores 2012 15 mostra que
100% dos atletas afirmam fazer uso de suplementos alimentares. Fato este, preocupante diante
da falta de orientação e critério para a utilização dos produtos associado à atividade física
aumentada e rotina alimentar irregular, dessa forma imagina-se que ao fazer uso de suplementos
os atletas erroneamente tentam equilibrar a dieta no intuito de obter benefícios com a
suplementação. Que pode estar relacionado ao grande crescimento do mercado de suplementos
alimentares que usam a propaganda para vender seus problemas. Pois a mídia hoje em dia tem
tido forte influência nas escolhas dos praticantes, além da facilidade de se obter no mercado todo
e qualquer tipo de suplemento, sem qualquer prescrição médica ou nutricional 16.
A população estudada que consumia suplementos, a metade dos entrevistados afirmou utilizar
produtos a base de aminoácidos, seguido por carboidratos 46% que é realmente preocupante pois
segundo estudo de Camargo e Colaboradores 201011 que fala sobre a importância do mesmo para
esta população, por se tratar de um esporte de longa duração é primordial que se use
carboidratos em forma de suplemento para suprir os estoques de energia durante os treinos e
provas.
Nesse estudo relatou que a maioria dos atletas de Mountain Bike faz o uso de suplementos
nutricionais 78% e Pior sem a indicação de um nutricionista e sim por influências de amigos
vendedores iniciativa própria e por educador físico que não pode de maneira nenhuma prescrever
suplementos, apenas 22% afirmaram manter acompanhamento com nutricionista. Este resultado
é semelhante ao de Camargo e colaboradores11 onde apenas 17% dos atletas de Mountain Bike
têm um acompanhamento com nutricionista. Em estudos realizados para adquirir conhecimento
sobre hábitos de hidratação dos atletas de Mountain Bike relatou-se que 28,7% dos atletas nunca
tiveram algum tipo de orientação17. Em estudos anteriores realizados por Pereira; Lajolo e
Hirschbruch (2003)9, o consumo de suplementos alimentares foi orientado por nutricionista
apenas por 7,8% dos entrevistados.
No Gráfico 4 nota se que apenas 19% dos atletas acabaram ou estão cursando o ensino superior,
isso faz relevância uma vez que a maioria desta população mantém um acompanhamento com um
52
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
nutricionista. Fato que pode ser explicado por duas hipóteses a primeira é a financeira pois
pensando em uma boa saúde e resultados melhores esta população esta investindo em um
nutricionista, a outra hipótese equivale ao grau de preocupação com a saúde por ser uma pessoa
graduada e estudada.
Conclusão
Pode se concluir, ao menos para estes atletas que o hábito alimentar dos mesmos não
contemplam o princípio de uma dieta equilibrada que possa suprir suas necessidades fisiológicas
especificas para o esporte. Assim como o uso de suplementos alimentares tem sido realizado de
forma abusiva e, sem critérios, a maioria dos atletas não é acompanhada por um nutricionista.
Portando aceita-se nossa hipótese que a maioria dos atletas entrevistados fazem uso de
suplementos. Mas sem acompanhamento profissional necessário para ter uma vida saudável.
Ainda, ressalta-se que a orientação por parte de um profissional nutricionista especializado é de
extrema importância para poder ter um consumo suplementar saudável que supra suas
necessidades fisiológicas especificas do esporte. Pois ao contrário do que se imagina, este
consumo pode prejudicar o desempenho esportivo bem como a saúde do atleta.
Vale ressaltar que o objetivo deste trabalho é apenas analisar o consumo alimentar e suplementar
dos atletas amadores de Mountain Bike cros country. Sugere novos estudos que possam promover
estratégias alimentares e suplementares com acompanhamento por um profissional habilitado.
Referencias Bibliográficas
SATOSHI, F. História do Mountain Bikeno Brasil e no Mundo. São Paulo, 2000. Revisado em ago.
2008. Disponível em: <http://www.webventure.com.br/bike/n/a-historia-do-mountain-bike--como-tudo-comecou/105/secao/bike>. Acesso em: 12 jan. 2013
POLISHUK, Dmitrij Arsentevich. El ciclismo: preparación, teoría y práctica. Barcelona: Paidotribo,
[s. d].
Costa, V.P.; Nakamura, F.Y.; Oliveira, F.R; Aspectos fisiológicos e de treinamento de mountain
bikers brasileiros. Revista de Educação Física. Num. 136. 2006. p. 5ALVES, L. A. Recursos ergogênicos nutricionais. In: BIESEK, S.; ALVES, L. A.; GUERRA, I. Estratégias
de nutrição e suplementação no esporte. Barueri/SP: Manole, 2005. p. 283- 318.
Alves, L.A. Recursos ergogênicos nutricionais. Rev Min Educ Fis, Viçosa, MG. Vol. 10. Num. 1. 2002.
p. 23-50.
TIRAPEGUI, J.; MENDES, R. R. Introdução à nutrição e à atividade física. In:TIRAPEGUI, J. Nutrição,
metabolismo e suplementação na atividade física. São Paulo:Atheneu, 2005. p. 3-27.
LEAF, A., FRISA, K.B. Eating for health or for athletic performance. American Journal of Clinical
Nutrition,Bethesda, v.49, n.6, p.1066-1069, 1989.
WILLIAMS, Melvin. Nutrição para a saúde, condicionamento físico e desempenho esportivo. 5. ed.
São Paulo: Manole, 2002.
Pereira, R. F.; Lajolo, F. M.; Hirschbruch, M. D. Consumo de suplementos por alunos de academias
de ginástica em São Paulo. Revista de Nutrição. Vol. 16. Num. 3. p. 265-72. 2003.
Rocha, L. P.; Pereira, M. V. L. Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de exercícios
físicos em academias. Revista de Nutrição. Vol. 11. Num. 1. p. 76-82. 1998.
Camargo, M,M.; Madeira, A.R. ;Navarro, F. Consumo de Suplementos porUsuarios amadores
Mountain Bikers amadore. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, vol. 4. n. 20. 2010 p. 115-120.
Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. Promovendo a
alimentação saudável. Brasília, 2006.
53
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Hirschbruch, M.D.; Fisberg, M.; Mochizuki, L. Consumo de suplementos por jovens freqüentadores
de academia de ginástica em São Paulo. Revista Med. Esporte. Vol. 14. Num. 6. 2008. p. 539-543.
Hallak, A.; Fabrini, F.; Peluzio, M.C.G. Avaliação do Consumo de Suplementos Nutricionais em
academias da zona Sul de Belo Horizonte, MG, Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São
Paulo. Vol. 1. Num. 2. 2007. p. 55-60.
JESUS, S,B.; FILHO, A, D.; SANTINI, E.; Consumo Alimentar e o uso de suplemento Nutricional em
atletas de um time de Voleibol masculino Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 6.
n. 34. p. 310-314. Jul/Ago. 2012.
Santos, K.M.O.; Barros Filho, A.A.F. Consumo de Produtos Vitamínicos entre Universitários de São
Paulo, SP. Revista de Saúde Pública. São Paulo. Vol.36 Núm.2. 2002. Abril.
Cruz, M.A.; Cabral, C.A.; Marins, J.C. Nível de conhecimento e hábitos de hidratação dos atletas de
montain bike. Fitness e performance j. Vol. 8. Num. 2. 2009. p. 79-89.
54
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANÁLISE DO ESTADO DE HUMOR EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO DE
BMX
SILVA, F.J.1, PUSSIELDI, G.A.1
1 - Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal - Florestal – Minas Gerais - Brasil
RESUMO
Este estudo teve como objetivo verificar o estado de humor em atletas de alto rendimento de
BMX, nas provas importantes que ocorreram no Campeonato Brasileiro de BMX e no Campeonato
Mundial de BMX de 2014. A amostra compreendeu 8 atletas, com média de idade 19,3 ± 2,3 anos,
sendo 2 mulheres e 6 homens. Para análise do estado de humor, utilizou-se o POMS (MCNAIR et
al. 1971), traduzido ao português e validado por Peluso (2003). Para obtenção dos dados foram
feitas duas aplicações. A primeira aplicação foi realizada antes do Campeonato Brasileiro de BMX e
a segunda antes do Campeonato Mundial de BMX. Todas as explicações prévias sobre os
procedimentos foram apresentadas antes do início da administração. Foram encontradas
diferenças significativas apenas na variável Fadiga, o que é normal, em virtude de que o
Campeonato Brasileiro não ter sido a competição alvo destes atletas participantes no estudo e
também eles estavam treinando em uma maior intensidade, inclusive nas vésperas do
Campeonato Brasileiro, por isso estavam mais fadigados neste período. No entanto, para todas as
outras variáveis o estado de humor se manteve estável caracterizando um perfil equilibrado dos
atletas (Iceberg Profile), característica necessária para atletas de alto nível que mantém um
adequado controle emocional.Concluímos que estes atletas mantiveram o estado de humor
estável no Campeonato Brasileiro de BMX e no CampeonatoMundial de BMX, característica
fundamental no esporte de alto rendimento.
Palavras-chave: Estado de Humor, Esporte de Alto Rendimento e BMX.
ABSTRACT
The aim of this studywas to verifythemoodforhigh performanceBMX athletesat
significanteventsthat occurred in theBrazilianBMXChampionshipand the2014BMXWorld
Championships. The sample included8athletes,mean age19.3± 2.3years,2women and 6men.To
analyze themood, we used the POMS (MCNAIR et al. 1971), translated into Portuguese and
validated by Peluso (2003). Toobtain the datawere madetwo applications. The first applicationwas
made beforethe BrazilianChampionship BMX andthe secondbefore theWorld Championships BMX.
All the previousexplanations of the proceduresarepresented before thestart of administration.
Significant differenceswere found onlyin the variablefatigue, which is normalbecause
oftheBrazilian Championshipnot have been thetargetcompetitiontheseathletes participatingin the
studyand also theywere trainingat a higherintensity this period and were morefatiguedat this
time.However, forall other variablesthemoodhas been stablefeaturinga balanced profileof
athletes(Iceberg
Profile),
featurerequiredfor
high-levelathletes
whomaintains
an
adequateemotional control. We conclude thatthese athleteshave maintainedthe state
ofstablemoodin the Brazilian ChampionshipBMXandBMXWorldChampionshipskey featureinhigh
performance sport.
55
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Keywords:Mood, HighPerformance andSportBMX.
INTRODUÇÃO:
O BMX é um esporte individual de habilidade aberta, com diversas condições que variam de pista
para pista, que exigem adaptações constantes por parte dos competidores, havendo também
contato físico entre os mesmos (ZABALA et al., 2008). Em virtude das características do BMX, os
atletas são submetidos a um estresse nos treinamentos e, principalmente, nas competições.
Portanto, atletas em alto nível, devem ser capazes de realizar exercícios intensos e recuperar-se
rapidamente desses estímulos.
Desta forma, para que o atleta possa manter um rendimento satisfatório ao longo de
treinamentos e competições, é necessário que haja um equilíbrio entre as cargas de trabalho
(treinos e competições) e o período destinado à recuperação.De acordo com Freitas, Miranda e
Bara Filho (2009),a mensuração adequada da magnitude do treinamento, bem como do efeito que
isso provoca ao organismo do atleta, permite uma melhor programação do treinamento para
evitar o excesso ou a subestimação da carga, assegurando que os atletas estejam no auge de sua
condição física na competição.
Sabe-se que o exercício intenso, seguido por uma recuperação insuficiente, relaciona-se de forma
direta com o aumento do dano ao tecido muscular, verificada pelo aumento dos níveis séricos de
creatina quinase (CK) (NOGUEIRA et al., 2014), além de afetar negativamente o estado dehumor
(diminuição da percepção de vigor e aumento da percepção de fadiga),já que no alto rendimento,
as capacidades físicas e psicológicas dos atletas são exigidas ao máximo, devido à constante busca
por resultados positivos (WERNECK, BARA FILHO & RIBEIRO, 2006; MARQUES &BRANDÃO, 2010).
Estas condições podem acarretar uma queda no rendimento do atleta que pode ser revertida, com
recuperação adequada, em até duas semanas, caracterizando o overreaching. Casoa relação
esforço-recuperação inadequada se prolongue, o atleta pode vir a manifestar a síndrome do
overtraining(FREITAS, MIRANDA & BARA FILHO 2009). Por este motivo tem sido proposto o
monitoramento do processo de treinamento através de marcadores psicológicos, como o estado
de humor, por exemplo. A verificação dos mecanismos envolvidos no estado psicológico em
atletas pode auxiliar a identificar dificuldades, e apontar características latentes, sendo de grande
relevância para realizar os ajustes psicológicos necessários, no esporte de alto nível. Rotta, Rohlfs
e Oliveira (2014) afirmam que os estados de humor são indicadores que auxiliam de maneira
eficaz no rendimento e a prevenção da saúde do atleta.
Portanto,o monitoramento preciso e regular através de marcadores psicológicos pode servir como
mais uma ferramenta para técnicos, fisiologistas e preparadores físicos no melhor equilíbrio entre
carga e recuperação na periodização de treinamento. Neste contexto, o objetivo do presente
estudo foi verificar o estado de humor em atletas de alto rendimento de BMX, em duas provas
importantes que ocorreram, no Campeonato Brasileiro de BMX e no Campeonato Mundial de
BMX.
MATERIAL E MÉTODOS:
Amostra
A amostra compreendeu oito (8) atletas de alto rendimento de BMX, com média de idade 19,3 ±
2,3 anos, sendo duas (2) mulheres e seis (6) homens. Todos os atletas possuem experiência em
provas internacionais e participam de competições há mais de 5 anos.
56
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Procedimentos Éticos
Ao apresentarem-se como voluntários, os participantes foram informados, quanto ao objetivo e
aos procedimentos metodológicos do estudo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa sob parecer
CAAE:36578014.2.0000.5153. O consentimento para a participação no estudo foi obtido pela
assinatura de cada voluntário do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estando cientes de
que a qualquer momento poderiam, sem constrangimento, deixar de participar do mesmo. Foram
tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos voluntários e garantindo o
anonimato.
Instrumentos
Para analise do estado de humor, utilizou-se o POMS, questionário de avaliação do estado de
humor (MCNAIR et al. 1971) e com o constructo e validação de Terry et al. (1999) e traduzido ao
português e validado por Peluso (2003). A versão utilizada consta de 24 questões em uma escala
Tipo Likert de quatro pontos que representam cada uma das facetas que fazem parte do
instrumento original, sendo os valores 0 = nada; 1 = um pouco; 2 = moderado; 3 = bastante; e 4 =
extremamente. Assim para o preenchimento do questionário é necessário assinalar o número que
melhor descreve como o indivíduo vem se sentindo nos últimos 3 dias.
Para a avaliação dos resultados foram utilizadas as 24 variáveis, onde os domínios são assim
distribuídos: Raiva (variáveis: mal-humorado, rancoroso, aborrecido, furioso); confusão (variáveis:
confuso, aturdido, desorientado, inseguro); depressão (variáveis: infeliz, desanimado, miserável,
deprimido); fadiga (variáveis: esgotado, apático, cansado, exausto); tensão (variáveis: nervoso,
preocupado, ansioso, aterrorizado); vigor (variáveis: animado, ativo, enérgico, alerta).
Procedimentos
Para obtenção dos dados foram feitas duas aplicações. A primeira aplicação foi realizada antes do
Campeonato Brasileiro de BMX e a segunda antes do CampeonatoMundial de BMX. Todas as
explicações prévias sobre os procedimentos foram apresentadas antes do início da administração.
O questionário foi respondido individualmente e sem consulta ao colega ou a qualquer outra
pessoa. Não foi estipulado um tempo para preenchimento do questionário sendo seu
preenchimento de caráter voluntário.
Procedimentos Estatísticos
Para a análise estatística utilizou-se o pacote estatístico GraphicPrism 4.0. Seguindo-se os
seguintes passos: 1º) Tabulação de todos os dados em uma única planilha; 2º) Estatística descritiva
apresentando a média, o desvio padrão e o erro padrão; 3º) Verificação da normalidade através
Shapiro-Wilktest para todas as variáveis; 4º) Comparação das variáveis através do Student-test
segundo a validação dos questionários de estado de humor na língua portuguesa, com nível de
significância de p ≤ 0,05.
RESULTADOSE DISCUSSÃO:
Os resultados apresentados na Figura 1 através do Studenttest, com nível de significância para
amostras relacionadas com p ≤ 0.05, evidenciam que não foram encontradas diferenças
57
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
significativas quando comparadas as variáveis: raiva, confusão, depressão, tensão e vigor durante
o Campeonato Brasileiro de BMX e o Campeonato Mundial de BMX. No entanto houve diferença
significativa para a variável fadiga, o que é normal, em virtude de que o Campeonato Brasileiro
não ter sido a competição alvo destes atletas participantes no estudo e também eles estavam
treinando em uma maior intensidade, inclusive nas vésperas do Campeonato Brasileiro, por isso
estavam mais fadigados neste período. Porém, para todas as outras variáveis o estado de humor
se manteve estável caracterizando um perfil equilibrado dos atletas (Iceberg Profile), característica
necessária para atletas de alto nível que mantém um adequado controle emocional. Atletas com
perfil equilibrado, com excelentes resultados foram também encontrados no estudo de Pussieldi
(2007) que observou um comportamento estável em todas as fases de treinamento para uma
competição alvo com alta complexidade que foram os Jogos Olímpicos de 2004. Neste estudo de
Pussieldi (2007), os nadadores conseguiram melhorar o rendimento esportivo sem apresentar
episódios de doença mental ou física e nem desequilíbrio emocional.
Figura 1. Comparação das variáveis do Estado de Humor em atletas, antes do Campeonato
Brasileiro de BMX e do Campeonato Mundial de BMX.
Nosso estudo, também mostrou resultados semelhantes com os apresentados por Marques e
Brandão, (2010), porém, eles avaliaram nadadores de alto rendimento, durante um macrociclo de
treinamento. Desta maneira, estes autores mostram que há associação entre o volume de
treinamento, a percepção subjetiva do esforço e os estados de humor, que pode ser observada
quando há uma variação no volume de treinamento, de tal forma, que quando o volume diminui,
a percepção subjetiva do esforço e a percepção psicológica de fadiga tendem a diminuir também.
Assim, apesar de compreendermos que pode ocorrer uma variabilidade dos estados de humor em
função do volume de treinamento, observamos em nosso estudo que somente a fadiga foi
estatisticamente significativa. Marques e Brandão, (2010) afirmam que o vigor tende a subir
conforme há uma redução significativa do volume de treinamento, no entanto apesar de
apresentar um aparente aumento não encontramos esta diferença significativa. Talvez pelo
motivo de que as duas competições avaliadas são eventos que exigem alto rendimento, e não
foram comparados dados entre treinamento e competição.
58
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Tanto o fator raiva como o fator depressão aparentemente diminuíram, mas não foram
encontradas diferenças significativas entre estas variáveis. Esta tendência a diminuição, talvez
possa ser explicada pelo fato de que a percepção de sucesso e auto-eficáciados atletas da amostra
de nosso estudo seja diferente aos campeões Mundiais e possam estar aceitando as
consequências da competição antecipadamente. O melhor resultado dos atletas no estudo foi a
classificação até as quartas de final. No estudo de Casanova et al. (2015), quando avaliaram um
período competitivo em futebol em cinco fases, foi observado uma diminuição do vigor e um
aumento da tensão e depressão, explicado pelo resultado do campeonato obtido pelos atletas.
As variáveis vigor e tensão foram as que estiveram mais elevadas nos dois momentos, no
Campeonato Brasileiro e no Mundial, explicado pelo fato de que em competição estas variáveis
normalmente estão mais elevadas (PUSSIELDI, 2007). Resultado diferente foi encontrado por
Hadalaet al. (2010) onde encontraram elevadas as variáveis raiva e depressão durante uma
competição de alto rendimento de vela, o AmericasCup. Nosso estudo é o primeiro que compara
duas competições de diferentes níveis em ciclismo e na modalidade BMX.
O conhecimento do programa de treinamento que o ciclista realiza é importante, uma vez que,
aparentemente o tipo de treinamento realizado também pode interferir nos estados de humor.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados deste estudo, podemos concluir que no Campeonato Mundial os atletas
apresentaram uma diminuição na variável fadiga, o que era esperado, pois os atletas antes da
competição alvo deverão estar descansados, mostrando que o planejamento executado précompetição estava de acordo com os princípios do treinamento esportivo.
REFERÊNCIAS
CASANOVA, N.; PALMEIRA-DE-OLIVEIRA, A.; PEREIRA, A.; CRISÓSTOMO, L.D.; TRAVASSOS, B.
COSTA,
A.M.
Cortisol,
testosteroneandmoodstatevariationduringanofficialfemalefootballcompetition. J. Sports Med
Phys Fitness. Jul 8, 2015. [Epub ahead of print]
FREITAS, D.S.; MIRANDA, R.; BARA FILHO, M. Marcadores psicológico, fisiológico e bioquímico para
determinação dos efeitos da carga de treino e do overtraining. Rev. Bras. Cineantropom.
DesempenhoHum., v. 11, n. 4, p. 457-465, 2009.
HADALA,M.; CEBOLLA, A.; BAÑOS, R.; BARRIOS, C. Mood profile of an America's Cup team:
relationship with muscle damage and injuries. Med Sci Sports Exerc. v.42, n.7, p:1403-1408, 2010.
doi: 10.1249/MSS.0b013e3181cd5cb9.
MARQUES, L.E.; BRANDÃO, M.R.F. Volume de treinamento, percepção subjetiva do esforço e
estados de humor durante um macrociclo de treinamento. RevBras. Psicol. Esporte, v.3, n. 4,
p.64-78, 2010.
MCNAIR, D.M.; LORR, M.; DROPPLEMAN, L.F. Manual for the profile of mood states. San Diego:
Educationaland Industrial Testing Service; 1971.
59
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
NOGUEIRA, F.R.D.; CHACON-MIKAHIL, M.P.T.; VECHIN, F.C.; BERTON, R.P.B.; CAVAGLIERI, C.R.;
LIBARDI, C.A. Dor muscular e atividade de creatina quinase após ações excêntricas: uma analise de
cluster. Rev. BrasMed. Esporte, v. 20, n. 4, p. 257-261, 2014.
PELUSO, M.A.M. Alterações de humor associadas a atividade física intensa (Tese de doutorado).
São Paulo: Universidade de São Paulo; p.1-231, 2003.
PUSSIELDI, G.A. Estudio de los estados de salud y ánimo, calidadde vida ymotivación, a lo largo
de una fase de preparación competitiva ennadadores, y elefectodelejercicio agudo
enlarespuesta de lascitocinas plasmáticas. 2007. 257f. Tese (Doutorado em Ciências de
laActividadFisica y del Deporte) – Universidad de León, León, Espanha, 2007.
ROTTA, T.M.; ROHLFS, I.C.M.; OLIVEIRA, W.F. Aplicabilidade do BRUMS: estados de humor em
atletas de voleibol e tênis no alto rendimento. Rev. Bras. Med.Esporte, v. 20, n. 6, p. 424-428,
2014.
TERRY, P.C.; LANE, A.M.; LANE, H.J.; KEOHANE, L. Development and validation of mood measure
for adolescents. J. Sports Sci., v.17, p.861-872, 1999.
ZABALA, M.;REQUENA, B.;SÁNCHEZ-MUÑOZ, C.;GONZÁLEZ-BADILLO, J.J.;GARCÍA I, OÖPIK V,
PÄÄSUKE M. Effects of sodium bicarbonate ingestion on performance and perceptual responses in
a laboratory-simulated BMX cycling qualification series. J. Strength Cond. R., v. 22, n.5, p.16451653, 2008.
WERNECK, F.Z.; BARA FILHO, M.G.; RIBEIRO, L.C.S. Efeitos do Exercício Físico sobre os Estados de
Humor: uma revisão. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte e do Exercício. v. 0, p. 22-54,
2006.
Endereço do Autor:
Rodovia LMG 818, Km 6, UFV – Campus Florestal, Florestal, MG,
CEP 35690-000
60
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
CORRIDA DE RUA: PERFIL DOS PRATICANTES QUE PARTICIPAM DOS
EVENTOS
FREITAS, M. S.¹; BERTOLO, M.²
1, 2- União das Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO) – São José do Rio Preto – São Paulo –
Brasil.
[email protected]
Resumo
Introdução: A corrida de rua é uma opção de modalidade esportiva para a população, pois
permite acesso decorrente da facilidade de sua prática, dos benefícios à saúde e do seu baixo
custo. Sendo assim, o número de adeptos da modalidade tem aumentado significativamente com
o passar dos anos. Objetivo: Traçar o perfil das pessoas que participam dos eventos de corrida de
rua na cidade de São José do Rio Preto. Metodologia: Este estudo é de âmbito social, realizado por
meio de uma pesquisa bibliográfica e de campo de natureza qualitativa e quantitativa. A pesquisa
bibliográfica parte de uma análise interpretativa e crítica de conteúdos obtidos no acervo da
UNILAGO e sites acadêmicos como SciELO, LILACS – Bireme e Google acadêmico. Na pesquisa de
campo foi aplicado um questionário de forma aleatória em uma amostra de 71 pessoas, no qual,
havia perguntas referentes a dados pessoais e de treinamento. Os dados foram coletados nos
locais dos eventos de corrida, na faixa etária de 18 a 70 anos de ambos os sexos, no período de
dois meses no ano de 2014. Resultado: A maioria dos participantes é do sexo masculino 79%
sendo a faixa etária predominante de 45 a 59 anos 23% e o sexo feminino correspondem 21%,
sendo a faixa etária de 25 a 34 anos 7%. A estatura varia de 176 a 185 cm 28% e o peso de 60 a
74Kg. Aqueles que já concluíram o ensino superior correspondem a 41% e a profissão em maior
destaque é da área da saúde 21%. Os Casados correspondem a 58%, sendo que, 45% têm filho;
arenda familiar é de R$ 2.000,00 a R$ 4.000,00 que corresponde a 54%. A motivação própria 93%
é que levou a prática da corrida de rua, sendo que 73% seguem uma prescrição de um treinador
com formação em educação; já 7% aderiram àmodalidade devida prescrição médica. Conclusão: A
freqüência de realização dos eventos de corrida de rua tem aumentado graças à evolução do
esporte e pela procura das pessoas independente de sua condição social. A mídia também ajuda
na questão de motivação por meio dos programas de televisão, jornais e revistas especializadas
que são voltados á saúde e prática de atividade física. A corrida de rua é um campo de enorme
atuação do Educador Físico, pois, como revelou a pesquisa, a maioria dos praticantes busca o
acompanhamento de um treinador para direcionar seu treinamento.
Palavras chave: corrida de rua, treinamento de corrida, prática de corrida.
Abstract
Introduction: street racing is a sport option for the population because it allows access due to the
ease of their practice, the health benefits and its low cost. Thus, the number of sport's fans has
increased significantly over the years. Objective: To describe the profile of people who participate
61
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
in street racing events in the city of São José do Rio Preto. Methodology: This study is social,
conducted through a literature review and qualitative and quantitative field. The literature part of
an interpretative analysis and content critical obtained from the UNILAGO collections and
academic sites as SciELO, LILACS Browse - and Google Scholar. In field research a questionnaire
was administered randomly in a sample of 71 people, in which there were questions about
personal data and training. Data were collected at the sites of racing events, aged 18-70 years of
both sexes, within two months of the year 2014. The result: The majority of participants are male
79% the age group prevailing 45-59 years 23% and females 21% match, the age group 25-34 years
7%. The height varies 176-185 cm 28% and the weight 60 to 74kg. Those who have completed
higher education account for 41% and the profession in most of this is that the health care 21%.
The Married correspond to 58%, and 45% have a son; family income is R $ 2,000.00 to R $ 4,000.00
corresponding to 54%. The own motivation 93% is leading the practice of street racing, and 73%
follow a prescription from a coach with a background in education; 7% have joined the proper
prescription mode. Conclusion: The frequency of accomplishment of street racing events has
increased thanks to the evolution of the sport and demand the independent people of their social
condition. The media also helps in matter of motivation through television programs, newspapers
and specialized magazines that are geared to health and physical activity. Street racing is a huge
work of the Physical Educator field because, as the survey found, most practitioners search
tracking a coach to guide your training.
Keywords: Street running/Street racing; Running training/Endurance exercise; Running practice.
Introdução
Grande parte da população, nos dias atuais, tem sido incentivada pelos órgãos responsáveis pela
saúde pública, pela mídia e até mesmo por instituições privadas como o próprio local de trabalho
a praticarem atividade física e saírem do sedentarismo para obter uma melhor qualidade de vida,
sendo assim, existem várias modalidades esportivas para serem praticados, assim como, vários
tipos de treinamento.
Entre as modalidades esportivas, a corrida de rua, torna-se hoje, uma opção de esporte mais
popular por se tratar de uma atividade de baixo custo, facilidade da prática, benefícios à saúde e
acessível a todos os gêneros e idade; como se pensam, que é só calçar um par de tênis, vestir uma
roupa adequada e ter disposição para começar o exercício de maneira saudável, Hino (2009).
A corrida de rua surgiu na Inglaterra no século XVIII onde se tornou bastante popular, expandindose posteriormente para o resto da Europa e Estados Unidos. No final do século XIX a modalidade
ganhou impulso depois do grande sucesso da primeira Maratona Olímpica, que por sua vez,
tornou-se popular principalmente nos Estados Unidos. Por volta de 1970, ocorreu o "jogging
boom" que foi baseado na teoria do médico norte-americano Kenneth Cooper, criador do "Teste
de Cooper". Desde então, a prática da modalidade cresceu de forma significativa na história
Salgado (2006).
A corrida de rua é um esporte popular que consiste em percorrer a pé um determinado percurso
geralmente em terreno asfáltico podendo variar o tipo de piso de acordo com o objetivo e local de
residência do praticante, devido ao seu baixo custo e ótimo beneficio á saúde como; melhora da
aptidão cardiorrespiratória, redução de peso, redução da porcentagem de gordura corporal, sendo
assim, a modalidade vem crescendo a cada dia tanto em relação a número de adeptos quanto a
número de provas organizadas, que segundo Truccolo (2008 p. 109) “Pelas suas características, a
62
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
corrida de rua pode receber qualquer praticante da modalidade, e o corredor não precisa ter
necessariamente uma habilidade especifica para participar”.
A corrida de rua é definida pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) como
aquelas disputadas em circuitos de rua, avenidas e estradas com distâncias oficiais variando entre
5 e 100Km(BASTOS, 2009 p. 77 apud SALGADO e CHACON-MIKHAIL, 2006).
O fenômeno da corrida de rua esta consolidado nos dados apresentados no site da RUNNER’S
WORLD (2010) que revela na primeira metade da década passada, foi marcada por um elevado
número de novas corridas de rua no Estado de São Paulo, sendo que, em 2001, apenas 11 provas
eram oficialmente reconhecidas pela Federação Paulista de Atletismo – FPA, houve um salto para
168 provas em 2005 e foi subindo até atingir 287 provas oficiais em 2010, dentre estas, 117
aconteceram na Capital e 170 no Interior do Estado. As provas em São Paulo cresceram 23% em
relação ao ano anterior de 94 para 117 e no Interior a evolução foi de 16,5% de 146 para 170.
Objetivo
Traçar o perfil das pessoas que participam dos eventos de corrida de rua na cidade de São José do
Rio Preto.
Metodologia
Esse estudo é de âmbito social, realizado através de uma pesquisa bibliográfica e de campo de
natureza qualitativa e quantitativa. A pesquisa bibliográfica parte de uma analise interpretativa e
crítica de conteúdos obtidos através do acervo da UNILAGO e sites acadêmicos tendo como busca
as seguintes palavras chave: corrida de rua, treinamento de corrida e prática de corrida.
Pesquisa de campo buscou analisar as informações de atletas de elite e de atletas amadores que
participam de eventos de corrida de rua através de um questionário estruturado, na qual, buscouse conhecer e entender o perfil e contexto social dos participantes.
Foi aplicado, de forma aleatória, um questionário aos participantes presentes nos eventos de
corrida, antes da largada e após a chegada, dentro de uma faixa etária de 18 a 70 anos de ambos
os sexos, no período de dois meses. Esta ampla faixa etária é o reflexo da praticidade da
modalidade que permite a participação de qualquer individuo saudável independente de sua
idade, e a escolha pelo período se deve pelo fato de utilizar os eventos de corridas de rua sediadas
na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, na qual, é aberta para o público em
geral tanto da cidade de São José do Rio Preto quanto da região.
Os dados selecionados que traçam o perfil dos participantes são: sexo, idade, estatura, peso,
estado civil, se tem filho, escolaridade, profissão, renda familiar, o motivo que iniciou a prática da
corrida e se os treinos são acompanhados por um profissional de educação física.
Os eventos de corrida são divulgados e as inscrições realizadas em sites específicos criados pelos
organizadores ou por outros que fazem a cronometragem.
Os dados foram analisados a partir de um programa de estatística chamado de SPSS 16.0.
Resultados
O gráficofoi produzido através do cruzamento entre as variáveis: sexo e idade descrevem que a
maior parte dos participantes da pesquisa é do sexo masculino 79% sendo que a maioria 23%
encontra-se com idade entre 45 a 59 anos, na faixa etária de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos temos
uma igualdade de participante 21% respectivamente, em uma menor quantidade de participantes
encontra-se na idade menor de 24 anos 11% e maior que 60 anos 3%.
63
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Já no sexo feminino que corresponde um total de participantes de 21%, na faixa etária entre 25 a
34 anos corresponde a 7%, entre 35 a 44 anos e entre 45 a 59 anos corresponde 4%
respectivamente, menor que 24 anos apenas 2% e acima de 60 anos 4%.
Gráfico 1: Relação entre sexo e idade dos praticantes de corrida.
No cruzamento entre a estatura e o peso constatou que a maioria apresenta uma estatura de 176
a 185cm sendo que 28% pesa de 60 a 74Kg, 14% pesa de 45
a 59Kg, 7% pesa de 75 a 89Kg e 1,5% pesa 90 a 104Kg.
Na estatura de 165 a 175cm, 15% pesa de 45 a 59Kg, 6% pesa de 60 a 74Kg e 1,5% pesa de 30 a
44Kg e 1,5% pesa de 75 a 89Kg.
Na estatura de 186 a 195 cm, 10% pesa de 60 a 74Kg, 8% pesa de 75 a 89Kg, 3% pesa de 45 a
59Kg e 1,5% pesa acima de 105Kg.
Em menor quantidade apresenta na estatura maior de 196cm, 1,5% pesa da 60 a 74Kg e 1,5%
pesa acima de 105Kg.
Gráfico 2: Relação entre estatura e o peso dos praticantes de corrida.
A escolaridade consta que 41% concluíram o ensino superior, 34% concluíram o ensino médio e
25% são pós-graduados.
Gráfico 3: Escolaridade dos praticantes de corrida.
64
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
No cruzamento das variáveis estado civil e se a pessoa tem filho revela que a maioria 58% é
casada, destes, 45% tem filho e 13% não tem filho.
Na situação de estar solteiro 36,5% não tem filho.
Na situação de estar divorciado corresponde a 5,5%, sendo que 4% têm filho e 1,5% não tem
filho.
Gráfico 4: Relação entre o estado civil e se tem filhos dos praticantes de corrida.
Na variável profissão, a maioria atua na área da saúde 21%, 17% na área de humanas, 11%
atuam no comércio, 11% trabalham de forma braçal, 8,5% possui algum curso técnico, 8,5% são
atletas profissionais, 7% são estudantes, 7% são aposentados, 6% trabalham no serviço público e
3% atuam na área de exatas.
Gráfico 5: Profissão dos praticantes de corrida.
65
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A maioria dos participantes 54% apresenta uma renda familiar de R$ 2.000,00 a R$ 4.000,00. Já
33% apresentam uma renda familiar maior que R$ 4.000,00 e 13% apresenta uma renda familiar
menor que R$ 2.000,00.
Gráfico 6: Renda familiar dos praticantes de corrida.
Na variável do motivo que levou a prática da corrida de rua e se os treinamentos são
acompanhados por um treinador graduado em educação física revela que 77% são acompanhados
por um educador físico sendo 73% iniciou a prática por vontade própria e 4% por prescrição
médica. Já 23% correm por conta própria sendo 20% iniciou por vontade própria e 3% por
prescrição médica.
Gráfico 7: Relação entre o motivo de praticar corrida e se é acompanhado por um profissional.
Discussões
A amostra extraída nos eventos de corrida de rua revela que a maioria dos participantes é do
sexo masculino 79% e 21% do sexo feminino. A faixa etária que prevalece no sexo masculino é a
de 45 a 59 anos 23% e no sexo feminino é a de 25 a 34 anos 7% que pode variar a cada evento de
corrida de rua.
66
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Nota-se que um predomínio de estatura de 176 a 185 cm, sendo 28% com peso de 60 a 74Kg,
14% com peso de 45 a 59Kg, 7% com peso de 75 a 89Kg e apenas 1,5% com peso de 90 a 104Kg. A
maioria está dentro do índice de massa corporal – IMC, ou seja, com o peso normal sendo a
corrida uma modalidade que permite manter o peso normal.
A maioria dos corredores já concluiu o ensino superior 41%, enquanto os que já concluíram o
ensino médio correspondem a 34% e aqueles que já realizaram uma pós-graduação corresponde a
25%; a profissão em maior destaque é da área da saúde 21% como exemplo: enfermeiros,
médicos, fisioterapeutas; seguida da área do comércio 17%.
Grande parte é do estado civil casado 58%, sendo que, 45% têm filho e 13% não tem filho; já os
solteiros correspondem a 36,5% que não tinha filho. A renda familiar em destaque é de R$
2.000,00 a R$ 4.000,00 54% seguida de uma renda maior de R$ 4.000,00.
O que levou a pratica da corrida de rua dos participantes foi à motivação própria 93% sendo que
73% seguem uma prescrição de um treinador com formação em educação física e 20% treinam
sem instruções de um profissional. Já 7% aderiram à corrida de rua por prescrição médica devido
ao sedentarismo ou com uma patologia associado ao mesmo; destes, 4% procuraram um
educador físico e 3% começou a correr sem orientação de um profissional.
Conclusão
A freqüência de realização dos eventos de corrida de rua tem aumentado graças à evolução do
esporte e pela procura das pessoas, por motivos psicológicos, sociais e fisiológicos. A mídia
também ajuda na questão de motivação dos participantes, por meio dos programas de televisão,
jornais e revistas especializadas que são voltados á saúde e prática de atividade física. A corrida de
rua é um campo de enorme atuação do Educador Físico, pois, como revelou a pesquisa, a maioria
dos praticantes busca o acompanhamento de um treinador para direcionar seu treinamento.
A modalidade permite acesso à prática independente do sexo, idade, peso, estatura, estado civil,
profissão e classe social, sendo assim, no momento do evento de corrida todos estão integradas
com motivação distinta e pessoal.
A corrida de rua esta tendo uma evolução muito rápida, na qual, torna-se um tema relevante
que permite ainda ser explorado através de estudos e análises, sendo assim, concluímos que este
estudo é uma pequena parte de um grande todo, e que serão necessários outros trabalhos
científicos para desvendar mais informações para os interessados.
Referências Bibliográficas
BASTOS, F. C.; PEDRO, M.A.D.; PALHARES, J.M.; Corrida de rua: Analise da produção cientifica em
universidades paulistas. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 17, n. 2, p. 76-86, 2009.
HINO, A. A. F.; etall. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados. Rev. Bras.
Med. Esporte - vol. 15, nº 1 – jan/ fev, 2009.
http://runnersworld.abril.com.br/noticias/corridas-rua-tem-maior-crescimento-ultimos-quatroanos-280713_p.shtml (acessado em 17/09/2014).
67
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
SALGADO, J. V. V; CHACON-MIKAHIL, M.P. T. corrida de rua: analise do crescimento do numero de
provas e de praticantes. CONEXÕES, Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP,
Campinas, v. 4, n. 1, 2006 – ISSN 1983 – 9030.
TRUCCOLO, B.A; MADURO, P.A; FEIJÓ, E.A; Fatores motivacionais de adesão a grupos de
corrida.Motriz, Rio Claro, v.14 n.2 p.108-114, abr./jun. 2008.
68
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ASPECTOS METODOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM DE NATAÇÃO PARA
ADULTOS EM ACADEMIAS, CLUBES E ESCOLAS DE NATAÇAO EM
ITAUNA/MG
MARIANA, C. G¹; OLIVEIRA, R. S.²; PUSSIELDI, G. A.¹.
¹ Universidade Federal de Viçosa - Florestal – Minas Gerais - Brasil
² Universidade de Itaúna – Itaúna – Minas Gerais – Brasil
[email protected]
RESUMO
Introdução: Esta pesquisa busca estudar os aspectos metodológicos da aprendizagem de natação
para adultos em academias, clubes e escolas de natação de Itaúna/MG, visto que não há um
consenso na comunidade técnica e científica sobre a sequência metodológica correta para
aprendizagem de natação, discute-se qual seria a primeira técnica a ser introduzida e exercitada
após a realização da adaptação ao meio aquático. Objetivo: Avaliar os métodos de ensinoaprendizagem em natação para adultos, utilizados em academias, clubes e escolas de natação em
Itaúna/MG. Metodologia:A amostra foi composta por 63 alunos de natação.A coleta de dados foi
realizada no local das aulas através do “Questionário de pesquisa de campo –aluno composto por
4 questões.De acordo com as respostas, foi possível obter um perfil do conjunto dos participantes.
Resultados: Na primeira questão, perguntou-seporque está aprendendo a nadar. 25% marcaram
duas opções, a primeira opção “Porque gosto” e a segunda opção “ Porque pretendo participar de
competições”. Cerca de 14% marcaram a segunda opção. Cerca de 6%, marcaram a terceira opção,
“por influência de outras pessoas”. E somente cerca de 3% marcaram as três opções.Na segunda
questão, perguntou-se qual lado do corpo ele coordena melhor. Cerca de 66% respondeu que
coordena melhor o lado direito,11% responderam que coordena melhor o lado esquerdo e 22%
marcaram as duas opções. Na terceira questão, se perguntou o que o aluno tem maior dificuldade
de coordenação, as pernas, os braços ou a respiração, a maioria dos alunos respondeu que tem
menor dificuldade de coordenação com os braços. Na quarta questão, se perguntou qual o jeito
mais fácil para fazer a virada simples, a maioria respondeu que faz a virada simples batendo as
mãos na parede e impulsionando com os pés, representando cerca de 82%. E somente 11
participantes, responderam que ainda não aprenderam a fazer a virada simples, representando
cerca de 18%. Conclusão: É importante que o professor tenha sempre em mente que os alunos
são diferentes tanto em termos de potencial quanto de interesses. Quando o aluno responde a
desafios, aumenta a sensação de auto eficáciao que o torna mais motivado. Quando os alunos
encontram atividades ricas e desafiadoras, quando sua participação permite que aumente suas
percepções de competência e autodeterminação eles começam a apresentar maior envolvimento.
Torna-se, portanto, imprescindível que o professor mobilize os alunos no sentido de obterem o
melhor rendimento possível sem submete-los a excessos.
Palavras Chave: Natação, metodologia do ensino, ensino/aprendizagem.
ABSTRACT
Introduction: The aims of this study was to verify the methodological aspects of swimming
learning for adults in clubs and swimming schools of Itaúna City.There is not consensus in the
scientific and technical community on the correct methodological sequence for swimming
69
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
learning. The studies seek to know which is the first technique to be introduced and used after the
completion of the adaptation phase in swimming.Objective: To evaluate the teaching and learning
methods in swimming for adults, used in clubs and swimming schools in ItaúnaCity. Methods: The
sample consisted of 63 swimming students. Data collection was carried out on site classes through
the field research Questionnaire - student consists of 4 questions. According to the responses, it
was possible to obtain a profile of all the participants. Results: In the first question, wondered why
is learning to swim. 25% scored two options, the first option "Because I like" and the latter
"Because I intend to participate in competitions." About 14% marked the second option. About
6%, marked the third option, "under the influence of others".And only about 3% marked the three
options. On the second question, he wondered which side of the body he heads better. About 66%
said that better coordinates the right side, 11% said that better coordinates the left side and 22%
marked the two options. On the third question, wondered what the student has greater difficulty
in coordination, legs, arms or breathing, most students responded that have less difficulty
coordinating with arms. In the fourth question, he wondered what the easiest way to make simple
turn, most replied that makes the simple turn clapping his hands on the wall and pushing with
their feet, representing about 82%. And only 11 participants, said they have not yet learned to do
the simple turn, representing about 18%. Conclusion: It is important that the teacher keep in mind
that students are different both in terms of potential and interests. When the student responds to
challenges, increases the feeling of self-efficacy which makes it more motivated. When students
are rich and challenging activities, whose participation allows increases their perceptions of
competence and self-determination they begin to have greater involvement. It is therefore
essential that the teacher mobilize students in order to obtain the best possible performance
without submitting them to excess.
Key words: Swimming, teaching methodology, teaching / learning.
INTRODUÇÃO
A didática da natação não tem sido um campo fértil de pesquisa científica, o que se deve,
provavelmente, ao fato da aprendizagem ser multifatorialmente condicionada, tornando difícil
estabelecer e operacionalizar meios e técnicas capazes de produzir resultados confiáveis. Como
consequência, muitos dos trabalhos realizados nesta área são especulativos (FERNANDES et al.,
2002).
A questão de qual a primeira técnica de natação a ser introduzida e exercitada após a realização
da adaptação ao meio aquático (AMA) não é novidade para a comunidade técnica e científica
ligada a esta modalidade. Os trabalhos encontrados nesta área não são muito numerosos e, na sua
maioria, podem ser classificados como textos técnicos de opinião, consubstanciados na
experiência prática de cada autor. Uma das consequências do aspecto pouco científico dos
trabalhos é o aparecimento de correntes de ensino muito diversas e, caso não raro, pouco
consensuais, o que levanta sérios problemas ao professor de Educação Física não especialista em
natação (FERNANDES et al., 2002).
No ensino de qualquer técnica de nado é fundamental realizar um trabalho sequencialmente
correto, partindo dos elementos constituintes da técnica que são mais simples e ir realizando
pequenos acréscimos até chegar à técnica global. É muito importante, nas progressões
pedagógicas, trabalhar as partes sem nunca perder a noção do todo (SOARES; VILAS-BOAS, 2001).
O ensino das técnicas de nado constitui uma etapa fundamental na formação das competências
do nadador, daí surgi o interesse em saber se existe alguma concordância ou razão para definir
70
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
qual a primeira técnica a ser ensinada. Para a maioria dos autores, esta eleição depende do
objetivo que se pretende (FERNANDES et al., 2002).
Durante muito tempo predominou nas escolas de natação o método mecanicista, o qual
priorizava a técnica. Isso acontecia principalmente porque a natação era ensinada basicamente
por técnicos desportistas. Com o passar do tempo, as pesquisas sobre a aprendizagem da natação
se intensificaram, percebendo-se que era preciso adequar o ensino conforme as necessidades de
cada aluno, levando em consideração aspectos pedagógicos, assim como a motivação e a
individualidade biológica (CAETANO;GONZALEZ, 2013).
Observa-se que a preocupação dos coordenadores e professores das escolas é o rápido
aprendizado dos estilos, principalmente para dar satisfação aos pais da eficiência dos métodos
pedagógicos estabelecidos pela escola (LIMA, 1997).
Muitas crianças ou alunos desaparecem das escolas de aprendizagem da natação pela falta de
criatividade nas estratégias desenvolvidas pelos professores. Com, certeza a preconização de
resultados imediatos e ausência da criatividade nas aulas são alguns dos motivos que não
podemos desprezar (LIMA, 1997).
O ensino da natação tem se caracterizado pela sistematização de rotinas das chamadas
“sequências pedagógicas” compostas por conteúdos pré-determinados para o aprendizado
técnico dos quatro estilos da natação competitiva. Quando o ensino é focado no produto,
aspectos como a etapa de desenvolvimento da habilidade do nadar em que o aluno se encontra,
sua faixa etária, seus interesses e possibilidades físicas particulares não são considerados, o que
pode tornar a aprendizagem da natação um processo monótono e sem significado para quem
aprende e repetitivo e desinteressante para quem ensina. A fim de alterar esta situação, é
fundamental que o foco do ensino passe a ser o processo do aprender a nadar e não o seu
produto, qual seja, o domínio mecânico dos estilos consagrados de nado (FERNANDES; COSTA,
2006)
OBJETIVOS
Este estudo teve o objetivo de avaliar os métodos de ensino-aprendizagem em natação, utilizados
em academias, clubes e escolas de natação em Itaúna/MG, através da avaliação dos aspectos
metodológicos dos alunos com a prática da nataçãoe os aspectos metodológicos do ensinoaprendizagem de natação.
METODOLOGIA
Tipo de Estudo: Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo transversal. A metodologia
qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a
complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as
investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc. (MARCONI; LAKATOS, 2007).
Local de Estudo: A pesquisa foi realizada em cinco locais, três clubes, uma escola de natação e
uma academia, na cidade de Itaúna/MG. Alguns dos locais possuem uma piscina grande,
azulejada, com água aquecida e coberta. Todas as instalações encontram-se em ótimo estado de
conservação e segurança para os praticantes.
Amostra: Participarão da pesquisa 63alunos de natação matriculados em academias, clubes e
escolas de natação em Itaúna/MG. Participaram também desta pesquisa, seis professores de
natação, de ambos os sexos. Foram incluídos na pesquisa, alunos de natação regularmente
matriculados em academias, clubes e escolas de natação em Itaúna/MG, de ambos os sexos e
tiveram o Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis para a
71
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
participação no estudo. Foram excluídos alunos os alunos cujos pais ou responsáveis legais não
assinarem o termo de consentimento.
Procedimentos: A coleta foi realizada no próprio local das aulas de natação. O questionário foi
respondido antes do início das aulas. As informações do questionário foram registradas pelos
sujeitos de forma auto administrada, ou seja, foram preenchidas pelos próprios participantes.
Instrumentos: O instrumento utilizado para coleta de dados e informações foi um “Questionário
de pesquisa de campo - Professores”, que consta de 11 questões. Também foi utilizado o
“Questionário de pesquisa de campo – Alunos”, que consta de quatro questões. Ambos os
questionários foram de rápida aplicação.
Procedimentos Éticos: O presente estudo foiaprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Itaúna. Antes de iniciar a coleta dos dados, todos os participantes foram
esclarecidos sobre o objetivo do estudo, o modo de aplicação e o destino dos dados. Também foi
informado que a participação no estudo era voluntária, que os resultados seriam tratados com
confidencialidade, tendo sido garantido o anonimato das informações. Todos os participantes do
estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As informações do questionário
foram registradas pelos participantes.
RESULTADOS
Os resultados aqui apresentados referem-se às respostas fornecidas pelo conjunto dos seis
participantes deste estudo mediante a aplicação do instrumento “Questionário de pesquisa de
campo - Professores”, que consta de 11 questões. Na primeira questão do questionário se
perguntou quais eram os métodos e recursos didáticos materiais que o professor mais utiliza no
processo de ensino-aprendizagem de natação. Três professores, responderam que começam com
a adaptação ao meio aquático ou líquido, seis professores responderam que utilizam como
recurso didático material as pranchas. Cinco professores, responderam que utilizam também os
flutuadores. Alguns professores responderam também que utilizam boias, espaguetes/macarrão,
bastões, bolas, brinquedos e halteres.
Na segunda questão do questionário, se perguntou qual seria a sequência mais indicada para a
introdução da aprendizagem dos processos de adaptação ao meio líquido. Um professor
respondeu que a sequência mais indicada seria a: respiração, equilíbrio, flutuação e por último a
propulsão. Outro professor respondeu que a sequência seria: respiração, flutuação, equilíbrio e
por último a propulsão. Já outro professor respondeu que a sequência seria: flutuação, equilíbrio,
respiração e por último a propulsão. Outro professor também citou a respiração como sendo o
primeiro processo inicial da adaptação ao meio líquido.
Na terceira questão do questionário, se perguntou quais eram os detalhes técnicos mais
significativos na aprendizagem introdutória de natação, dois professores citaram a socialização
entre os alunos através de brincadeiras, jogos e música, outro citou a aplicação de regras e
estratagemas, outro citou a questão de noções de segurança, e ainda outro considera importante
o condicionamento físico e a manutenção da forma física.
Na quarta questão, se perguntou se os quatro estilos de nataçãopodem ser ensinados
simultaneamente. Observou-se um consenso entre os professores, visto que todos os seis
professores responderam que “sim”. Três professores responderam que “sim”, mas preferem
ensinar separadamente.
A quinta questão trata de como o professor trabalha os condicionamentos aeróbico e anaeróbico
durante o processo de ensino-aprendizagem de natação. Três professores responderam que no
condicionamento aeróbico se trabalha a resistência, com exercícios que vão exigir maior fluxo de
oxigenação, com grande carga repetitiva em pouco tempo. E no condicionamento anaeróbico se
72
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
trabalha a força e velocidade, aumentando a carga ou realizando exercícios de fortalecimento. Há
uma redução de repetições com aumento da intensidade.
Na sexta questão, se questiona qual seria a melhor idade para se iniciar o treinamento de
mergulho na piscina. Nesta questão pode-se considerar que houve um consenso entre os
professores, visto que quatro professores responderam que seria 6 anos de idade a melhor para
se iniciar o treinamento do mergulho.
Na sétima questão, se pergunta qual seria a melhor sequência de introdução da aprendizagem
dos nados para alunos adultos. Quatro professores responderam que o crawl seria o primeiro.
Três professores responderam que seria crawl, costas e peito, sendo que desses três professores
responderam uma sequência idêntica: crawl, costas, peito e borboleta.
Na oitava questão do questionário, se pergunta qual seria a melhor maneira de trabalhar a
virada simples. As respostas foram variadas, sendo que dois professores responderam que seria
próximo a borda da piscina; dois professores responderam que seria com cambalhotas, um
professor respondeu que seria com a demonstração na prática e outro professor respondeu que
teria que ensinar primeiro fora d’água e posteriormente dentro da piscina.
Na nona questão, se questiona qual seria a melhor maneira de trabalhar o aperfeiçoamento dos
estilos. A maioria dos professores respondeu que teria que trabalhar com exercícios repetitivos,
corretivos e treinamento.
Na décima questão, se pergunta a partir de que etapa da aprendizagem da natação já se torna
possível introduzir detalhes técnicos e táticos de competição. As respostas foram variadas,
incluindo resposta como: a partir do nível V; na etapa de aperfeiçoamento; quando o aluno já
possuir certa consciência e quando o aluno já estiver bem sincronizado (pernas, braços e
respiração).
Finalmente, na décima primeira questão, se perguntou quais seriam os aspectos técnicos e
táticos que devem ser mais enfatizados durante o treinamento para competição. Dois professores
responderam que seria a velocidade, força e resistência. Outros dois professores responderam
que seria as saídas e viradas.
Com relação à pesquisa realizada com os alunos, foi utilizado um instrumento de coleta de dados
denominado de “Questionário de pesquisa de campo - Alunos”, que constou de quatro questões.
Os resultados aqui apresentados referem-se às respostas fornecidas pelo conjunto dos 63
participantes deste estudo.
Na primeira questão, se perguntou por que está aprendendo a nadar. As respostas podem ser
observadas no gráfico 1.
GRÁFICO 1 – Questão número 1 do questionário.
73
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Na segunda questão, se perguntou para o participante, qual lado do corpo ele coordena melhor.
GRÁFICO Nº 2 – Questão número 2 do questionário.
Na terceira questão, se perguntou o que o aluno tem maior dificuldade de coordenação, as
pernas, os braços ou a respiração. Como se pode observar no gráfico 3:
GRÁFICO 3 - Questão número 3 do questionário.
Ainda na terceira questão, a maioria dos alunos respondeu que tem menor dificuldade de
coordenação com os braços, como se pode observar no gráfico 4.
GRÁFICO 4 - Questão número 3 do questionário.
74
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Na quarta questão, se perguntou qual o jeito mais fácil para fazer a virada simples.
GRÁFICO 5 – Questão número 4 do questionário.
DISCUSSÃO
De acordo com as respostas, foi possível obter um perfil do conjunto dos participantes. Verificouse ainda que todos os questionários aplicados foram respondidos e entregues, o que parece
demonstrar o interesse desses professores com relação à temática.Diante do perfil apresentado
pelos participantes, é possível confirmar alguns dos resultados obtidos com aqueles encontrados
na literatura sobre a metodologia da aprendizagem natação.
Na primeira questão respostas encontradas concordam em parte com Freitas e Silva (2010) que
dizem que a adaptação ao meio aquático deve ser dividida em duas partes, e os cinco domínios
fazem parte da segunda, sendo a primeira etapa a segurança e ambientação.Ainda na primeira
questão, todos responderam que utilizam como recurso didático material as pranchas. Cinco
professores, responderam que utilizam também os flutuadores. Alguns professores responderam
também que utilizam bóias, espaguetes/macarrão, bastões, bolas, brinquedos e halteres.
Na segunda questão pelo menos esses três resultados têm em comum que a propulsão teria que
ser o último processo da adaptação ao meio líquido, este resultado concorda com Freitas e Silva
(2010), que em seu texto trazem apenas três fatores, nesta ordem: equilíbrio, respiração e por
ultimo a propulsão
Na terceira questão as respostas foram variadas, de forma que todas elas são apoiadas por
Rodrigues (2012) que dizem que as técnicas introdutórias, possibilitam além de uma maior
segurança na água, a aquisição de um maior e mais rico controlo gestual e, por isso, uma mais
ampla disponibilidade motora, contribuindo para uma mais rápida preparação como nadadores. E,
deste modo, integrar eficazmente as capacidades físicas e psicológicas do indivíduo que
contribuem para o domínio completo do meio aquático.
Na quarta questão, os resultados concordam com Soares (2015)que sugere que depois das
questões essenciais da adaptação ao meio aquático estarem totalmente resolvidas, os alunos
estão prontos a iniciar a aprendizagem das quatro técnicas de nado.
Na quinta questão os resultados são embasados por Santarem(2010), quando dia que caminhar,
andar, pedalar, nadar, dançar ou fazer qualquer atividade que obrigue a pessoa a sustentar seu
peso corporal enquanto se movimenta são exercícios aeróbicos. E também com Altimariet al
(2006) que definem exercícios anaeróbios como os de alta intensidade e curta duração.
75
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Na sexta questão, se questiona qual seria a melhor idade para se iniciar o treinamento de
mergulho na piscina. Nesta questão pode-se considerar que houve um consenso entre os
professores, visto que quatro professores responderam que seria 6 anos de idade a melhor para
se iniciar o treinamento do mergulho, representando cerca de 67%.
Na sétima questão, novamente os resultados concordam com Soares (2015), quando sugere que
se inicie este processo pelo ensino simultâneo das técnicas de crawl e de costas, passando,
seguidamente, ao peito e, por fim, à Borboleta.
Na oitava questão as respostas variadas são embasadas por Freitas et al (2008) que dia que se
pode supor que as informações verbais e a visualização das viradas, orientaram os indivíduos a
alterarem características pessoais do movimento de virada e associados a um maior tempo de
prática, poderão ter o reflexo no seu desempenho.
Na nona questão, as respostas discordam de Mazuroskiet al (2008) que em seu estudo concluem
que com frequência, um escore indiferente indica que você pode ter dificuldade em aprender
daquela maneira. Uma solução pode ser direcionar sua aprendizagem aos seus estilos mais
dominantes. Outra solução pode ser tentar desenvolver algumas das habilidades que podem
aperfeiçoar seu(s) estilo(s) de aprendizagem em áreas indiferentes.
Na décima e decima primeira questão, os resultados encontrados na literatura são, além de
escassos, muito variantes. Em relação a idade, muitos autores dizem que há uma
interdependência entre a idade e o tempo de prática, sendo o segundo mais importante que o
primeiro. Já sobre os aspectos técnicos e táticos, os autores da literatura, assim como os
professores pesquisados, não entram em consenso.
Com relação a pesquisa realizada com os alunos, foi utilizado um instrumento de coleta de dados
denominado de “Questionário de pesquisa de campo - Alunos”, que constou de quatro questões.
Os resultados aqui apresentados referem-se às respostas fornecidas pelo conjunto dos 63
participantes deste estudo.
Esse questionário foi aplicado para alunos de natação em academias, clubes e escolas específicas
de natação.
De acordo com as respostas, foi possível obter um perfil do conjunto dos participantes. Através
do questionário foi possível obter de informações importantes e de compreender as perspectivas
e experiências das pessoas questionadas.
Na primeira questão do questionário aplicado aos 63 participantes, se perguntou porque está
aprendendo a nadar. A maioria respondeu porque gosta, representando cerca de 50% da
população estudada. Muitos participantes marcaram duas opções, a primeira opção “Porque
gosto” e a segunda opção “ Porque pretendo participar de competições”, representando cerca de
25%. Cerca de 14% marcaram a segunda opção, responderam que pretendem participar de
competições. Cerca de 6%, marcaram a terceira opção, responderam que estão aprendendo a
nadar por influência de outras pessoas. E somente cerca de 3% marcaram as três opções. Como se
pôde observar no gráfico 1.
Na segunda questão, se perguntou para o participante, qual lado do corpo ele coordena melhor.
A maioria respondeu que coordena melhor o lado direito, como se esperava, representando cerca
de 66%. Isso corresponde com a maioria da população em geral, pois sabemos que a maioria é
destra. E somente sete participantes (11%) responderam que coordena melhor o lado esquerdo,
ou seja, são canhotos. Porém, quatorze participantes responderam as duas opções, representando
aproximadamente 22%.
Na terceira questão, se perguntou o que o aluno tem maior dificuldade de coordenação, as
pernas, os braços ou a respiração. Como se pode observar no gráfico 3, 32 participantes
responderam, sendo que a maioria respondeu que tem maior dificuldade de coordenação com a
76
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
respiração. Porém, 31 participantes não responderam a questão corretamente, possivelmente por
não interpretar direito a questão.
Ainda na terceira questão, a maioria dos alunos respondeu que tem menor dificuldade de
coordenação com os braços, como se pode observar no gráfico 4.
Na quarta questão, se perguntou qual o jeito mais fácil para fazer a virada simples. Como se
pode observar no gráfico 5, maioria respondeu que faz a virada simples batendo as mãos na
parede e impulsionando com os pés, representando cerca de 82%. E somente 11 participantes,
responderam que ainda não aprenderam a fazer a virada simples, representando cerca de 18%.
CONCLUSÃO
Com as pesquisas de campo e literária observou-se que para um bom desempenho na natação,
independente do nado, é necessário uma boa capacidade de ensino-aprendizagem.
Os professoresneste estudo se mostraram que estão atualizados de acordo com a literatura
específica na área, e que com isso busca-se atualizar através de pesquisas e estudos, a fim de
melhor transmitir aos seus alunos todas as novidades em termos de técnicas de aprendizagem de
natação.
Pode-se concluir também que os alunos participantes deste estudo apresentaram respostas
homogêneas independente das escolas, e que as diferenças são devidas ao nível de rendimento.
REFERÊNCIAS
ALTIMAR, L.R.; MORAES, A.C; TIRAPEGUI, J.; MOREAU, R.L.M. Cafeína e performance em exercícios
anaeróbios.Rev. Bras. Cienc.Farm.,São Paulo, v. 1, n. 42, p.11-22, jan. 2006. Trimestral.
CAETANO, A.P.F.; GONZALEZ, R.H. O ensino da natação: uma revisão acerca dos métodos de
ensino-aprendizagem.Efdeportes.com: Revista Digital,Buenos Aires, v. 176, n. 17, p.1-10, jan.
2013. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd176/o-ensino-da-natacao-metodos.htm>.
Acesso em: 16 jun. 2015.
FERNANDES, R.; MOROUÇO, P.; MARINHO, D.; SOARES, D.; FIGUEIREDO, J.; MOTA, J.; RAMOS, L.;
BARBOSA, V.; LIMA, A.B.; SOARES, S. A natação como conteúdo da disciplina de educação física.
Depois da adaptação ao meio aquático que técnica ensinar? In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO
FÍSICA E DESPORTO DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA, 9, São Luís-Maranhão. 2002.
FERNANDES, J.R.P.; COSTA, P.H.L. Pedagogia da natação: um mergulho para além dos quatro
estilos. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., v.20, n.1, p.5-14. 2006.
FREITAS, E.S.; SCHUTZ, G.R.; HAUPENTHAL, A.; KREBS, R.J.; ROESLER, H.Comportamento dos
indicadores biomecânicos de desempenho da virada na natação com diferentes tipos de
feedback.Cinergis,Santa Cruz do Sul, v. 9, n. 2, p.234-243, jan. 2008. Anual. Disponível em:
<http://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/788>. Acesso em: 01 jul. 2015.
FREITAS, M.; SILVA, J. Adaptação ao Meio Aquático Uma Proposta Pedagógico-Terapêutica.
Revista Diversidades, Rio de Janeiro, v. 1, n. 28, p.13-16, abr. 2010. Trimestral.
LIMA, W.U. Métodos de aprendizagem em natação. In: Workshop Aprendizagem em Natação, 1,
São Luís, 14 a 16 de Novembro 1997, promoção Escola de Natação Golfinho.
77
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
MARCONI, A.M.; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2007.
MAZUROSKI Jr., A.; AMATO, L.J.D.; JASINSKI, L.; SAITO, M. Variação nos estilos de aprendizagem:
investigando as diferenças individuais na sala de aula. ReVEL. v.6, n. 11, agosto de 2008. ISSN
1678-8931 [www.revel.inf.br].
RODRIGUES, E.A. Exercícios básicos de natação, salvamento e socorrismo aquático para programas
em piscina de grande profundidade. Efdesportes, Buenos Aires, v. 168, n. 17, p.10-15, maio 2012.
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd168/exercicios-de-salvamento-e-socorrismoaquatico.htm>. Acesso em: 01 jul. 2015.
SANTAREM
J.M.
Exercício
aeróbio
/anaerobio.
artigo
disponivel
<www.saudetotal.com.br/artigos/atividadefisica/exaerobio.asp>. Acesso em: 01 jul. 2015.
em
SOARES, S.; VILAS-BOAS, J.P. Sequência metodológica para aprendizagem das técnicas de bruços e
mariposa. Rev. Mundo da Natação. 2001.
SOARES, S.NATAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO 1º CICLO. 17 f. Monografia (Especialização) Curso de Educação Física, Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade
do
Porto,
Porto,
2014.
Cap.
4.
Disponível
em:
<http://www.aquabarra.com.br/artigos/aprendizagem/NATACAO_EM_EDUCACAO_FISICA.pdf>.
Acesso em: 01 jul. 2015
Endereço: Rodovia LMG 818, Km 6, UFV – Campus Florestal, Florestal, Minas Gerais, CEP 35690000
78
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA A TERCEIRA IDADE
CORDEIRO, A. M. O.1;
SILVA, A. R. ²;
ABREU. J. C.1.
1. ENAF - Desenvolvimento Serviços Educacionais. Manaus - Amazonas - Brasil.
2. ENAF - Desenvolvimento Serviços Educacionais. Manaus - Amazonas - Brasil.
1. Orientadora: Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Manaus - Amazonas - Brasil.
[email protected]
RESUMO
Este artigo tem como objetivo conhecer de que forma a hidroginástica como atividade física pode
contribuir para a melhoria de vida da pessoa da terceira idade. A prática da hidroginástica pode
levar á menor impacto nas articulações, maior esforço nos movimentos e sensação de conforto
causada pela água. Justifica-se em manutenção das capacidades funcionais, como andar ou
agachar, por exemplo, e ajuda a diminuir os riscos causados por uma vida sedentária, homens e
mulheres que praticam exercícios regularmente correm menos risco de virem a sofrer de
limitações físicas na terceira idade. Assim, pesquisar sobre a temática consiste em um desafio,
pela própria escassez de literatura existente. Acreditamos que essa pesquisa se reverte de grande
relevância para o curso de Educação Física, uma vez que a participação do profissional se dá em
diversas áreas dentre elas a pessoa idosa.
Palavras-Chave: Envelhecimento; Hidroginástica; Qualidade de vida.
ABSTRACT
This article aims to know how the water aerobics as physical activity can contribute to the
improvement of life of the elderly person. The practice of water aerobics can lead to less impacto
n the joints, greater effort in movemente and sensation of comfort caused by water. Justified on
grounds of physical exercise in general, contribuiting to the maintenance of functionaç abilities
such as walking or squatting, for example, and helps reduce the risks caused by a sedentary
lifestyle, men and women who exercise regularly less risk that they will suffer from physical
limitations in old age. Thus, research on the topic is a challegnte, by the scarcity or literature. We
believe this research is of great relevance to reverse the Physical Education course, since the
participation of professional occurs in several áreas among them the elderly.
Keywords: Aging; Aerobics; Health.
INTRODUÇÃO
Nos indivíduos idosos, a prática de atividade física ajuda a manter ou melhorar a densidade
mineral óssea, o que é de extrema importância para a prevenção e o tratamento da osteoporose.
Também melhora a força muscular, a flexibilidade articular e o equilíbrio, reduzindo a incidência
de quedas e o risco de fraturas.
Diante de um cenário tão importante de informações é válido o conhecimento sobre a
hidroginástica e sua importância no contexto da vida do ser humano como atividade física e
principalmente a pessoa da terceira idade.
Assim, adotar uma rotina de exercícios como prática diária provavelmente é uma atitude positiva
para manter a forma e a saúde no decorrer de toda a vida. A prática de exercícios físicos
79
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
proporciona benefícios tanto a curto como em longo prazo, melhoram o funcionamento geral do
organismo e ajudam a combater várias doenças. A ideia de que o exercício está associado com boa
saúde não é nova. Os antigos chineses praticavam ginastica medica para prevenir doenças.
A prática de atividade física de maneira adequada promove o estimulo cardíaco, pulmonar,
muscular e contribui também para o bem-estar psicológico. Essas questões são verdadeiras para
indivíduos de qualquer faixa etária, principalmente aqueles que se encontram na fase da terceira
idade, pois precisam de renovação constante e estímulo á aprendizagem, ao raciocínio e á alegria
e o prazer de viver. Na prática da socialização a atividade física proporciona novas formas de
inclusão social onde o idoso sente-se valorizado como pessoa humana.
A hidroginástica é indicada como atividade física, para aqueles que dela realmente necessitam,
incluindo os que apresentam problemas de saúde, os mais diversos. Existem variações da
hidroginástica, como ritmos, intensidades diferentes e adaptações de outras atividades para a
piscina, como o jump-hidrosjump, o spinning-hidrobike ou ciclismo aquático, o triatlhon – com o
circuito de bicicleta, jump e hidroginástica, entre muitas outras modalidades que podem utilizar a
água e seis efeitos sobre o impacto de atividades esportivas. A relevância deste estudo teve como
objetivo compreender e verificar a atuação do profissional de educação física no conhecimento do
processo do beneficio da hidroginástica para a 3ª idade e, de que forma, poderá contribuir para a
realização de um trabalho com qualidade na aplicação de hidroginástica junto aos idosos.
OBJETIVO
Conhecer de que forma a hidroginástica como atividade física pode contribuir para a melhoria de
vida da pessoa da terceira idade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado um levantamento bibliográfico de estudos relacionados ao tema, encontrados nas
bases de dados, de artigos e livros nacionais, com publicação entre os anos de 1988 e 2012. Foram
considerados estudos que relacionavam a respostas dos benefícios da hidroginástica para a
terceira idade. Dentre as referências encontradas, foram selecionados 4 livros e 16 artigos
considerados significativos, incluindo estudos experimentais e revisões. A busca foi realizada nos
portais científicos de revistas eletrônicas.
REFERENCIAL TEÓRICO
1 Envelhecimento
O envelhecimento populacional é um fenômeno recente na história da humanidade. Vem
acompanhado de significativas transformações demográficas, biológicas, sociais, econômicas e
comportamentais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o envelhecimento
populacional como uma historia de sucesso das politicas de saúde públicas e sociais e, portanto a
maior conquista, o triunfo da humanidade no último século (MERCADANTE, 2003, p. 20).
O envelhecimento não é problema e sim vitória. Problema será se as nações desenvolvidas ou em
desenvolvimento não elaborarem nem executarem politicas e programas para promoverem um
envelhecimento digno e sustentável. As politicas e programas oficiais devem contemplar os
direitos, as necessidades, as preferencias e a capacidade dos idosos. O desafio será incluir na
agenda de desenvolvimento socioeconômico dos países politicas para promover o envelhecimento
ativo possibilitando qualidade aos anos adicionados á vida.
O envelhecimento é um processo universal, em termos gerais, segundo a forma como se
apresenta, pode referir-se a um fenômeno fisiológico, de comportamento social ou ainda
80
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
cronológico, isto é, de idade, é um processo em que ocorrem mudanças nas células, nos tecidos e
no funcionamento dos diversos órgãos.
O homem em desenvolvimento durante o ciclo da vida é um ser biopsicossocial, podendo sofrer
influência e influenciar o ambiente em que vive, em um processo de adaptação. Em suas relações
com o mundo, o ambiente físico, politico e cultural no qual está situado podendo facilitar ou
dificultar o processo de adaptação acelerando ou adiando o envelhecimento (RODRIGUEZ et al.,
2004).
A sociedade brasileira ainda carrega muitos mitos em relação á velhice. É uma crença que certas
alterações físicas e mentais em idosos, da perda de memória, á pressão alta, são normais. As
pessoas acabam por confundir os conceitos tomando-os como sinônimo. Os rumos das politicas e
das ações em saúde preventiva podem mudar esses preconceitos quanto ás doenças mais comuns
do envelhecimento.
A velhice por sua complexidade de temas á ela relacionados propõe o desenvolvimento de um
saber novo que leve em conta uma perspectiva multidisciplinar cuja complexidade e
contextualização sejam efetivamente destacadas. Refletir sobre a velhice e a saúde do idoso a
partir de um novo pensamento significa também transformar o processo do envelhecimento em
objeto do saber cientifico, entendendo este não apenas a partir da visibilidade do seu aumento
demográfico, mas também, e principalmente, pelo fato de ser uma construção social.
Diante deste conceito a prática física, dentre elas a hidroginástica, nessa fase da vida ajuda a
manter ou melhorar a densidade mineral óssea que é de extrema importância para a prevenção
do tratamento da osteoporose. Também melhora a força muscular, a flexibilidade articular e o
equilíbrio.
2 Histórico e evolução da hidroginástica
A história nos mostra que a água vem sento utilizada há vários séculos e de diversas formar,
visando a melhorar a qualidade de vida através de atividades físicas e terapêuticas, que vai desde
uma caminhada ate a execução de exercícios elaborados para as diversas partes do corpo com
objetivos e finalidades diferentes.
Desde 360-375 a.C. a água já era utilizada por Hipócrates com fins terapêuticos. Os romanos a
usavam largamente com finalidades recreativas e curativas, também os gregos (século V a.C.)
atribuíam-lhe propriedades medicinais (SKINNER, 1985). As atividades executadas na água fazem
parte da mais remota historia humana, seja pela imposição ambiental, ou pelo fascínio que esta
exerce sobre o homem.
Os exercícios desenvolvidos nesse meio podem atingir os mais diversos objetivos. Na
hidroginástica existe a possibilidade de atender indivíduos que descobriram na água uma opção de
treinamento físico, relaxamento, recreação, reabilitação e trabalho estético (SOVA, 1999). Vale
ressaltar a importância de ter claras as características de cada atividade.
Segundo Bonachela (2004) a hidroginástica teve seu inicio e desenvolvimento na Alemanha,
visando atender inicialmente um grupo de pessoas de mais idade que precisavam praticar uma
atividade física segura, sem causar riscos ou lesões ás articulações e lhes proporcionassem bemestar físico.
Essa prática de exercício dentro da água chegou aos Estados Unidos onde a hidroginástica foi
aperfeiçoada, saindo de suas características iniciais, tornando uma atividade física de melhor
qualidade, incorporando-se ao mundo da atividade física.
Portanto a hidroginástica hoje é uma realidade nos grandes centros do mundo, há vista a
realização de grandes eventos, onde os profissionais estão sempre buscando novos
81
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
conhecimentos para crescimento profissional e melhoria do atendimento os usuários, em especial
a pessoa da 3ª idade.
3 Benefícios da hidroginástica para a terceira idade
A hidroginástica vem sendo uma atividade bastante praticada nos dias de hoje, especialmente por
idosos, proporcionando ao mesmo tempo momentos de lazer com amigos e exercitando o corpo,
pois através dela podem obter melhoras na qualidade de vida, garantindo uma velhice mais
saudável. Desta forma, percebe-se a importância da prática de alguma atividade física como fonte
de equilíbrio, mas não nos esquecendo da importância de ter a orientação de um profissional da
área para a execução das atividades, e através dessas orientações á prática de um exercício físico
se torna mais seguro e confortável.
Relatam (ROCHA, 1994; BONACHELA, 2004) que as propriedades físicas da água irão auxiliar, ainda
mais os idosos, na movimentação das articulações, na flexibilidade, na diminuição da tensão
articular (baixo impacto), na força, na resistência, nos sistema cardiovascular e no respiratório, no
relaxamento, na eliminação das tensões mentais entre outros.
Nesta perspectiva entende-se que as propriedades físicas da água podem ser utilizadas como
instrumentos de avaliação na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa, assim como no grau
de satisfação em relação á realização pessoal.
Conforme (BARBOSA, 2001; ROCHA, 1994; BONACHELA, 2004; PIRES, et al., 2002) a prática de uma
atividade física, bem como na hidroginástica, toma o idoso mais apto e mais saudável,
proporciona uma melhora na qualidade de vida para essa faixa etária, devido aos vários benefícios
que ela oferece.
O termo qualidade de vida é amplamente utilizado na atualidade, em contextos discursivos e em
diferentes áreas de conhecimento. De difícil definição, expressa um conjunto de elementos
identificados como fundamentais ao que se possa entender como boa vida que valha a pena ser
vivida.
Novaes (2001) afirma que as atividades mais recomendadas por médicos para essa faixa etária são
exercícios na água: a hidroginástica e a natação. A hidroginástica é o exercício ideal para as
pessoas que possuem problemas ósseos, como osteoporose e artrite.
Neste contexto, a ideia de bom envelhecimento como envelhecimento com qualidade de vida, é
preocupação do campo da atividade física, a qual originou formulações teóricas diversas sobre
velhice bem sucedida de envelhecimento ativo.
De acordo com Alves (2009) “a população de faixa etária de 60 anos ou mais é o grupo que
apresenta um maior crescimento populacional, isso se dá por conta da longevidade e da qualidade
de vida com que esta população está vivendo”. A hidroginástica, nessa faixa etária contribui para
uma melhor qualidade de vida, sendo uma atividade física benéfica tanto para a saúde mental
como também para a saúde física de quem a pratica. Através de exercícios físicos é possível
encontrar uma boa qualidade de vida, além de uma alimentação equilibrada e um bom
relacionamento familiar.
A hidroginástica propicia o emagrecimento geral, fortalecimento e resistência muscular, melhora a
flexibilidade, melhora do equilíbrio e também da coordenação, diminuição do estresse,
contribuição para a reabilitação física e condicionamento físico geral. A prática de qualquer
exercício físico melhora o humor por causa da liberação do hormônio endorfina, o qual causa a
sensação de bem-estar e relaxamento, reduzindo ainda a ansiedade, permitindo com que ocorra o
aumento da funcionalidade do sistema imunológico, acarretando benefícios cardiovasculares,
facilita o controle da obesidade, proporcionando ainda benefícios psicológicos como: autoestima e
melhora o relacionamento social através do conhecimento de novos amigos (BONACHELA, 2004).
82
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Diante do contexto percebe-se que cada vez mais o ser humano busca melhorar a qualidade de
vida, e os idosos, por sua vez estão se conscientizando de que podem e devem praticar atividades
físicas para reduzir e prevenir doenças que chegam com a idade, daí a importância da
hidroginástica para melhoria da qualidade de vida da terceira idade.
4 Qualidade de Vida
Segundo Bonachella (2004), adotar uma atividade de exercício como prática diária provavelmente
é uma atitude física para manter a forma e a saúde no decorrer da vida.
De acordo com Barbosa (2001) para a terceira idade a pratica da atividade física ajuda a manter ou
a melhorar a força muscular, o equilíbrio e a intenção social.
Portanto, adotar uma rotina de exercícios como prática diária provavelmente é uma atitude
positiva para manter a forma e a saúde no decorrer de toda a vida. A prática de exercícios físicos
proporciona benefícios tanto a curto como em longo prazo, melhoram o funcionamento geral do
organismo e ajudam a combater várias doenças. A ideia de que o exercício está associado com boa
saúde não é nova. Os antigos chineses praticavam ginástica médica para prevenir doenças.
A prática de atividade física de maneira adequada promove o estimulo cardíaco, pulmonar,
muscular e contribui também para o bem-estar psicológico. Essas questões são verdadeiras para
indivíduos de qualquer faixa etária, principalmente aqueles que se encontram na fase da 3ª idade,
pois precisam de renovação constante e estímulo á aprendizagem, ao raciocínio e á alegria e o
prazer de viver.
É fato que as constantes descobertas da melhoria de vida e longevidade do idoso estão
surpreendendo a classe média. Portanto, a apreciação destas inúmeras questões que a saúde
passou a englobar nos últimos trouxe a incorporação dos fatores sociais desenvolvendo-os como
parte fundamental de determinantes dentro do processo saúde-doença.
Poucas iniciativas têm procurado discutir, por meio de uma nova visão, o acesso por parte dos
mais idosos á qualidade de vida, principalmente em uma era em que os indicadores estatísticos
apontam para a realidade do envelhecimento mundial dos seres humanos trazem desafios que
devem ser vencidos.
Idosos sedentários possuem menor mobilidade e maior propensão a quedas quando comparados
a idosos que praticam atividades físicas regularmente.
Portanto, ainda precisamos cultivar os direitos na terceira idade, vivendo em uma sociedade tão
preconceituosa, temos muito que aprender com esta temática. Temos um crescente movimento
de preconceito e uma visão bastante limitada do idoso. A cada dia surgem idosos que desafiam os
preconceitos e repensam seu cotidiano.
DISCUSSÃO
O ser humano busca melhorar a qualidade de vida, e os idosos, por sua vez estão se
conscientizando de que podem e devem praticar atividades físicas para reduzir e prevenir doenças
que chegam com a idade. Portanto é fundamental a prática da hidroginástica, nessa fase da vida,
sendo uma atividade física benéfica tanto para a saúde mental como também para a saúde física
de quem a pratica, ajudando a manter ou melhorar a densidade mineral óssea que é de extrema
importância para a prevenção do tratamento da osteoporose. Constatamos também que, as
propriedades físicas da água irão auxiliar, ainda mais os idosos, na movimentação das articulações,
na flexibilidade, na força, na resistência, no sistema cardiorrespiratório, no relaxamento, sendo
considerada de baixo impacto.
Precisamos cultivar os direitos na terceira idade, vivendo em uma sociedade tão preconceituosa,
temos muito que aprender com esta temática. Desta forma, percebe-se a importância da prática
83
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
desta atividade como fonte de equilíbrio, mas não nos esquecendo da importância de ter a
orientação de um profissional da área para a execução das atividades.
CONCLUSÃO
A finalidade deste artigo foi estabelecer uma comparação entre as teorias e as práticas na
expectativa de investigar os benefícios da hidroginástica para a pessoa da terceira idade.
A atividade física praticada nos dias de hoje, especialmente por idosos, proporciona momentos de
lazer com amigos e ao mesmo tempo exercita o corpo, pois através da atividade física eles podem
obter melhoras na qualidade de vida garantindo uma velhice mais saudável.
Desta forma, percebe-se a importância da prática de alguma atividade física como fonte de
equilíbrio, mas não esquecendo que as mesmas tomem consciência da importância de ter a
orientação de um profissional da área para a execução das atividades, e através dessas
orientações a prática de um exercício físico se torna mais seguro e confortável, nesse contexto o
professor de educação física pode contribuir com sua prática profissional.
Trabalhar com pessoas exige tolerância, compreensão e conhecimento. O profissional deve estar
sempre motivado, estabelecer metas de possível execução, e procurar conhecer suas habilidades e
potencial, definir o que quer da vida e assim passar essa imagem para os clientes que serão
atendidos em especial a pessoa idosa.
REFERÊNCIAS
ALVES, Marcus Vinicius Patente. Hidroginástica: novas abordagens. São Paulo: Atheneu, 2009.
BARBOSA, J.H.P. Educação física em programas de saúde. In Curso de extensão universitária
Educação Física na Saúde, 2001. Centro Universitário Claretiano-CEUCLAR- Batatais, SP.
BONACHELA, V. Manual básico de hidroginástica. 2ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
BRUNO, Marta Regina Pastor. Autonomia e cidadania: caminhos e possibilidades para o ser
idoso. São Paulo, 2003.
NOVAES, R. G. A Importância da Hidroginástica na Promoção da Qualidade de Vida em Idosos.
www.cdof.com.br 10.09.2012.
PIRES, T.S. NOGUEIRA, J.L; RODRIGUES A.; AMORTIM, M.G.; OLIVEIRA, A.F. A recreação na terceira
idade. www.cdof.com.br 13.09.2012.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao
desempenho. 3ed. São Paulo: Manole, 2000.
RODRIGUES, P. R. A, et al., Como cuidar dos idosos. 4ed. Capinas/SP: Papirus, 2004.
Sampaio, C. A Relação da Atividade Física com os Idosos. Disponível em:
www.saudeemmovimento.com.br . Acesso em: 13.09.2012.
SOVA, Ruth. Hidroginástica na Terceira Idade. 1ed. São Paulo: Manole, 1988.
BAUN, Pappas MaryBeth. Exercícios de Hidroginástica. 2ed. São Paulo: Manole, 2010.
Endereço: Rua Urucará, 1376, Cachoeirinha, CEP: 69.065.180. Manaus- AM.
84
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANÁLISE BIOMECÂNICA DO EXERCÍCIO AGACHAMENTO NO MÉTODO
TRADICIONAL E UTILIZANDO A BOLA SUÍÇA
F. C. Moreira*, E. Y. Nagata**, W. R. Livramento** e T. Hirata**
*Escola Superior de Cruzeiro (ESC), Cruzeiro, Brasil
**Departamento de Engenharia Mecânica/Unesp, Guaratinguetá, Brasil
[email protected]
Abstract: The squat exercise has great efficiency in the developing anterior and posterior
muscles of the thigh, however, has shown a large number of injuries. The present study aimed
to compare the traditional squat exercise with support from the Swiss ball, through kinematics,
electromyography of the rectus femoris and vastus lateralis and dynamometry. Ten subjects
participated in the study, where performed five repetitions of the squat exercise in each
method, with the bar and with the support of the Swiss ball. It was found that the exercise ball
squat with support from Switzerland, presented the best results. Thus, it is important for
professionals in the area, pay attention to the subject in order to provide them alternatives to a
more secure and efficient implementation.
Key words: Squat exercise, Swiss ball, biomechanics.
Introdução
O exercício de agachamento é muito eficiente em desenvolver os músculos anteriores e
posteriores de coxa. É um movimento multiarticular e é considerado um dos melhores exercícios
de musculação devido a sua eficiência. Nos agachamentos profundos, foram medidas pressões de
até 400 kg na articulação do joelho [4]. A compressão patelofemoral aumenta com a flexão do
joelho [7].
Algumas variações do exercício de agachamento podem ser realizadas, dentre elas destaca-se o
agachamento com o auxilio da bola Suíça [11], que apresenta uma maior estabilização do
praticante no momento da execução [10]. Apesar de ser muito praticado, o agachamento com
apoio da bola Suíça tem sido pouco estudado [11].
O presente estudo propõe comparar o agachamento com a barra e o agachamento com o apoio
da bola suíça por meio de análise biomecânica, utilizando a cinemetria, a eletromiografia dos
músculos reto femoral e vasto lateral e a dinamometria durante a execução do movimento.
Materiais e Métodos
Amostra – Participaram do estudo dez voluntários do sexo masculino com idade de 18 à 25 anos,
saudáveis e sem histórico de lesão nos membros inferiores. Todos com no mínimo 6 a 8 meses de
treino em musculação.
Instrumentos – Para a pesquisa foi necessário uma bola Suíça Acte (65 cm), uma barra (Polimet,
1,50 mts, 8kg), anilhas (2 de 5kg, 2 de 10kg e 2 de 1kg), duas câmeras digitais da marca Sony DSCW120, Cyber-shot de 7.2 megapixels, 30 fps (frames por segundo ou “quadros por segundo”), um
85
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
notebook LG A410, um eletromiógrafo da EMG System do Brasil, modelo EMG611C com seis
canais.
Utilizou-se um eletromiógrafo da EMG System do Brasil, modelo EMG611C com quatro canais com
conversor A/D (analógico/digital) de 16 bits de resolução e com faixa de entrada de -5V a +5V. A
freqüência de amostragem de 2000 Hz, com amplificação de 2000. O filtro foi ajustado na faixa de
10Hz a 500 Hz, de quarta ordem, com tempo de análise de 20 segundos. Para a captação dos sinais
eletromiográficos foram utilizados sensores ativo bipolares diferenciais, pré-amplificados (ganho
de 20 vezes) e com uma taxa de rejeição de modo comum maior que 100 dB. Foram utilizados
eletrodos de superfície com base em Ag-AgCl (prata-cloreto de prata), com geometria circular de
10mm de diâmetro. As faces dos eletrodos foram recobertas por gel condutor para aumento da
condutividade elétrica. Utilizou-se uma bateria, para que não houvesse interferência dos sinais da
rede elétrica.
Utilizou-se para o tratamento dos dados, o próprio eletromiógrafo, para obtenção dos gráficos
Vrms (tensão rms – root mean square) da atividade elétrica muscular em relação ao tempo. O
procedimento da captura e análise do sinal eletromiográfico, foi baseado na recomendação da
International Society Electrophysiology Kinesiology (ISEK).
Para aquisição de dados de forças de contato do membro de apoio, foi utilizada uma plataforma
de forças, desenvolvida e calibrada devidamente no laboratório de Biomecânica. Com a
plataforma de forças foram coletadas as forças de reações verticais do pé de apoio. A plataforma
de força utilizada nesta pesquisa foi desenvolvida segundo padrões Internacionais de Medidas
com capacidade de carga de 3600N, com dimensões de 70 x 500 x 500 mm, altura-larguraprofundidade, material de alumínio 5052, constituída por 4 células de carga. Cada células de carga
foi construída com capacidade de 900 N, sensibilidade de 2mV/V, corpo em aço 4340, 4
extensômetros (modelo J2A – 06 – SO38 – 350) com fator de ganho 2,05, fabricante MM. A
captação dos sinais de extensômetros foi realizada utilizando um condicionador Spider8, da marca
HBM com programa especifico CARMAN, frequência de aquisição de 200Hz.
Procedimentos – Para a coleta dos dados do eletromiógrafo foram realizadas tricotomia e
assepsia na pele na região dos músculos reto femoral e vasto lateral de acordo com o protocolo
SENIAM. Os eletrodos foram colocados apenas na perna dominante. Os sujeitos fizeram
aquecimento prévio e simulação do movimento antes da aquisição dos dados.
No início, os indivíduos subiram na plataforma zerada e após o comando foram submetidos a
exercícios de agachamento com a barra, constituídos de uma série de 5 repetições com velocidade
constante e uma carga de 6 kg de anilhas em cada lado da barra totalizando 20 kg com o peso da
barra (8 kg). Após terminar os movimentos de agachamento com a barra, os indivíduos desceram
da plataforma e a barra foi retirada. Novamente a plataforma foi zerada para dar início a mais uma
série de 5 repetições do exercício agachamento com o apoio da bola Suíça, estando esta apoiada
na região lombar. Para totalizar 20 kg, os indivíduos utilizaram duas anilhas de 10 kg, uma em cada
mão. Na figura 1, estão demonstrados os tipos de agachamento utilizado na pesquisa.
Figura 1. a) Agachamento com Barra; b) Agachamento com o apoio da Bola Suíça.
86
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Durante a execução do agachamento, foram coletados sinais eletromusculares dos músculos reto
femoral e vasto lateral. Para a coleta do sinal EMG foi baseado na recomendação daInternational
Society Electrophysiology Kinesiology (ISEK).
A figura 2 ilustra o sinal EMG processado de um individuo durante 5 repetições do exercício de
agachamento. A amplitude média do sinal foi obtida para cada músculo nas duas formas de
execução pelo sinal obtido durante a contração realizada no movimento.
A análise estatística dos dados foi feita a partir do vrms, obtidos dos pontos médios de maior
atividade eletromuscular (µV) apresentados nos músculos: reto femoral e vasto lateral. Os dados
obtidos foram comparados entre os dois métodos do exercício de agachamento.
A dinamometria esteve presente no trabalho por meio da plataforma de força. A análise dos
dados obtidos pela plataforma foi aplicada em um gráfico onde analisados os picos da força de
reação do solo, sincronizou-se com a cinemetria para chegar aos ângulos referentes aos picos da
FRS. Ilustrado na figura 3, o gráfico com os números referentes a pressão exercida sobre o solo.
RESULTADOS:
No momento de maior flexão da articulação do joelho por meio da cinemetria foi analisado uma
média de 76,6º com o exercício agachamento com a barra e um desvio padrão de 2,90º e 86,04º
com o apoio da bola com um desvio padrão de 2,79º. Já na articulação do tornozelo a média é de
86,08º para o agachamento com a barra com um desvio padrão de 4,04º e 104,4º para o
agachamento com o apoio da bola com um desvio padrão de 3,83º. E o quadril apresentou uma
angulação de 74,6º com um desvio padrão de 3,68º para o agachamento com a barra e 105,24º
para o agachamento com o apoio da bola com um desvio de 3,06º. No gráfico 4, apresenta os
ângulos referentes as articulações citadas acima.
87
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
No gráfico 5, será apresentado os dados obtidos na plataforma de força. Onde os dados são
apresentados em quilograma força (kgf), onde resultam da força de reação do solo. Analisa-se que
o agachamento com a barra obteve uma média de 128,97 kgf sobre o solo no seu momento de
pico com uma média de 4,08 kgf e o agachamento com o apoio da bola suíça apresentou uma
média de 114,5 kgf sobre o solo com uma média de 2,76 kgf no seu desvio padrão.
Com os dados obtidos, colocado em sincronia com a cinemetria, verificou-se que os picos
apresentados na plataforma se obtiveram no agachamento com barra com uma angulação média
de 86º e com o apoio da bola Suíça uma média de 98º.
Os resultados da atividade eletromuscular foram obtidos do ponto médio da maior ativação
eletromuscular apresentado no gráfico 2, no momento da realização do movimento.
No gráfico 6,pode-se ver a média em (µV) dos músculos analisados no presente trabalho,
observando se que o músculo Vasto Lateral no exercício agachamento com a barra apresenta uma
tensão média de 0,36 (µV) e um desvio de 0,23 (µV), e com o apoio da bola apresenta uma tensão
média de 0,41 (µV) com um desvio de 0,24 (µV). O músculo Reto Femoral apresentou uma tensão
média de 0,33 (µV) para o exercício agachamento com a barra e um desvio de 0,17(µV) e uma
tensão média de 0,46 (µV) para o exercício de agachamento com o apoio da bola suíça com um
desvio de 0,15 (µV).
88
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Através dos dados da eletromiografia, houve a comparação com a cinemetria onde foi deparado
com uma média de 85º no agachamento com barra e 94,5º para o agachamento com o apoio da
bola Suíça, e levou-se em consideração que a maioria dos indivíduos apresentou uma maior
intensidade na atividade eletromuscular no ponto de iniciação da força concêntrica no movimento
do agachamento (movimento de subida).
DISCUSSÃO:
No presente trabalho foram coletados dados por meio de cinemetria, eletromiografia e
plataforma de força. De acordo com os dados obtidos na coleta por meio da cinemetria, observase que o exercício agachamento com o apoio da bola suíça apresenta um menor grau do desvio
padrão possibilitando uma estabilidade maior em relação ao agachamento com a barra.
Uma das articulações mais exigidas no exercício agachamento é a articulação do joelho e também
é a que apresenta grandes danos para seus praticantes. E por meio da cinemetria pode-se
observar que a angulação sofrida pelo joelho no exercício agachamento com barra é menor,
aumentando significativamente a compressão patelofemoral, onde, por sua vez, aumenta com a
diminuição do ângulo exercido sobre a articulação do joelho [6].
A compressão patelofemoral aumenta com a flexão do joelho, onde realizou os testes com uma
amostra composta por dez (10) indivíduos, onde realizaram duas formas de agachamento livre,
ultrapassando a linha vertical da ponta do dedo dos pés e não ultrapassando a linha do mesmo
[7]. No seguinte estudo, possibilita uma menor compressão patelofemoral no exercício
agachamento com o apoio da bola suíça devido aos dados obtidos.
Verificou-se através da plataforma de força que o exercício agachamento com barra exerce uma
força de 128,97 kgf sobre o solo, com um valor 12,63% acima do valor apresentado pelo exercício
agachamento com o apoio da bola e com uma diferença de 48,03% no desvio padrão durante o
exercício. Possibilitando em uma maior dificuldade na realização do exercício agachamento com
barra, acreditando-se em uma exigência de um melhor conhecimento ou habilidade do atleta para
um melhor resultado conquistado na realização do mesmo. O agachamento com o apoio da bola
já apresenta números mais baixos em relação à força exercida sobre o solo, possibilitando a
prática de indivíduos menos experientes.
Em análise da ativação do músculo vasto medial, bíceps femoral cabeça longa, semitendíneo e
glúteo máximo e verificou que todos apresentam uma significativa participação durante o
exercício. E por meio desses dados obtido pelo autor, pode-se observar que o exercício de
agachamento com barra exige mais musculaturas podendo então implicar nos resultados
coletados no presente trabalho [9]. Onde o exercício agachamento com o apoio da bola suíça
sendo mais concentrado devido às angulações apresentadas nas articulações [10].
89
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Segundo os dados da eletromiografia, o agachamento com o apoio da bola suíça apresentou uma
maior tensão da atividade eletromuscular dos músculos relacionados no presente estudo. O fato
de o desvio padrão apresentar um alto valor deve-se ao sinal do eletromiógrafo.
Realizaram uma pesquisa da mesma linha de raciocínio do presente estudo, onde também
realizaram a análise da atividade eletromuscular de músculos do membro inferior, onde coletaram
dados do músculo reto femoral e o vasto medial da coxa, verificando uma maior tensão do
músculo reto femoral do exercício agachamento com o apoio da bola suíça em relação ao
agachamento livre [11].
O presente estudo obteve o mesmo resultado com a análise do músculo reto femoral,
consolidando ainda mais a probabilidade do agachamento com o apoio da bola apresentar uma
melhor eficiência em relação ao agachamento com a barra.
CONCLUSÃO:
Por meio dos dados obtidos na pesquisa, pode-se concluir que o agachamento com o apoio da
bola suíça apresentou melhores resultados em relação ao agachamento com barra.
O agachamento com o apoio da bola suíça, pode ser bastante aproveitado para a iniciação de
atletas de musculação, pois, segundo dados ele apresenta uma maior estabilidade para o atleta e
uma maior eficiência dos músculos, reto femoral e vasto lateral, em relação ao agachamento com
a barra.
E para finalizar, de acordo com dados e estudos apresentados por vários autores e os dados
obtidos no presente estudo o exercício agachamento com o apoio da bola apresenta uma melhor
biomecânica relacionada aos ângulos obtidos como padrão para uma eficiência do exercício.
Demonstrando-se um exercício eficiente e com baixo risco de lesão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1] AMADIO, A.C. et al. Introdução à Biomecânica para Análise do Movimento Humano:
Descrição e Aplicação dos Métodos de Medição. São Paulo: USP, 1996.
[2] BAUMANN, W. Métodos de medição e campos de aplicação da Biomecânica: estado da arte e
perspectivas. Trad. de Sonia C. Correa e Ricardo Barros. / Apresentado ao VI Congresso Brasileiro
de Biomecânica, Brasília1995.
[3] BOSSI, Luis Cláudio. Periodização na musculação. São Paulo: Phorte, 2009.
[4] CAMPOS, Maurício de Arruda. Biomecânica da musculação. 3 ed. Rio de janeiro: Sprint, 2006.
[5] CARRIÈRE, Beate. Bola Suíça: Teoria, Exercícios Basicos e Aplicação Clínica. São Paulo: Manole,
1999.
[6] HALL, Susan J. Biomecânica Básica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
[7] HIRATA R.P; DUARTE M. Efeito da posição relativa do joelho sobre a carga mecânica interna
durante o agachamento. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 2, p. 121- 125
2007.
90
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
[8] HIRATA, Rogério Pessoto. Análise da Carga Mecânica no Joelho Durante o Agachamento.
Dissertação de Mestrado da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
[9] LIMA, C. S; PINTO, R. S. Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
[10] MARTINS, Daniela S; CRUZ, Ticiane M. F. Exercícios com bola: um guia prático. São Paulo:
Phorte, 2007.
[11] SAMPAIO-JORGE, F; SCHETTINO, L; PEREIRA, R. Análise eletromiografica durante o exercício
de agachamento com e sem auxílio de bola suíça. Brazilian Journal of Sports and Exercise
Research, Rio de Janeiro, v. 1, n.2, 2010.
[12] SOUZA, F. M. C. P. G. et al. Atividade eletromiográfica no agachamento nas posições de 40º,
60º e 90º de flexão do joelho. Revista Brasileira de medicina do esporte, Niteroi, v. 13, n.5, 2007.
[13] WINTER, DA. The Biomechanics and motor control of human gait. Normal, Elderly and
Pathological. Ontario, Canada: University of Waterloo Press, p. 143, 1991.
91
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RACISMO NO FUTEBOL: UMA ANALISE CRÍTICA E SOCIAL
CASAS, Fernando; ALVES, Rafael; ROCHA, Leandro; BINA, Marcos Vínicius; SILVA, José Ricardo.
ARRUDA, Eduardo Okuhara (Orientador)
Resumo
O presente artigo, de natureza teórica, teve como foco o tema do racismo no futebol, visto que se
trata de uma discussão emergente no esporte que tem provocado polêmicas. A prática do racismo
no esporte, nessa pesquisa especificamente no futebol de alto rendimento, coloca-se como um
tema pouco discutido na área esportiva, tendo em vista que se trata de um tema de natureza
crítico-social e, como é sabido, os temas na área esportiva orientam-se mais comumente para
temas relacionados à performance esportiva. O objetivo da pesquisa foi analisar de que forma a
Educação Física pode contribuir no enfrentamento de práticas racistas e mesmo abrir discussões
sobre a temática. Para compor o quadro teórico optou-se por autores que discutem o tema do
racismo no esporte, do campo da sociologia e da história. A partir da revisão teórica, das leituras e
interlocução com os autores, foi possível compor algumas considerações finais que apontam para
uma predominância de valores hegemônicos que se vinculam a uma cosmovisão etnocêntrica que
valoriza uma visão de mundo branco-européia geradora de práticas que tendem a desvalorizar as
representações africanas e outras etnias.
Palavras-chave: Racismo no futebol, Esporte e racismo e Educação Física e racismo.
Abstract
This article, theoretical in nature, focused on the theme of racism in soccer, emerging debate on
sport that has provoked controversy. The practice of racism in sport, this research specifically in a
high performance sport, positions itself as a topic rarely discussed in sports, given that this is an
issue of critical-social nature and, as you know, the issues in sports orient themselves most
commonly for issues related to sports performance. The aim of the research was to examine how
physical education can contribute in facing racist practices and even open discussions on the
subject. To compose the theoretical framework was chosen by authors to discuss the topic racism
in sports, the field of sociology and history. From the theoretical review, readings and dialogue
with the authors, it was possible to make some concluding remarks that point to a predominance
of hegemonic values that are linked to an ethnocentric worldview that values a vision of
generating white European world practices that tend to devaluing African representations and
other ethnicities.
Keywords: Racism in soccer, Sport and Racism, Physical Education and racism
Introdução
O presente artigo abordou o tema do racismo na perspectiva da ética e cidadania. Buscamos
nessa pesquisa encaminhar uma reflexão acerca do racismo e, a partir de uma análise críticosocial, contribuir para o debate e o enfrentamento do mesmo no esporte, especificamente no
futebol.
A problemática formulada nessa pesquisa se constitui da seguinte forma: É possível gerar uma
reflexão crítica sobre racismo no esporte de rendimento, especificamente, no futebol? A
razão
que nos motivou a escolher o tema reside nas práticas racistas tão em evidência nos últimos
tempos, práticas veiculadas pela grande mídia, televisa e impressa.
92
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Considerando que o racismo nos dias atuais tem sido amplamente discutido, afim de que haja
uma aliança no combate às diversas ofensas feitas por parte de grupos que ataca através de
cartazes, internet e outros, tudo porque simples fato da pessoa ser negra.
Considerando que o racismo nos dias atuais tem sido um tema tão amplamente discutido,
especialmente em setores acadêmicos, e, ao mesmo tempo, parece-nos que dentro dos espaços
esportivos o tema segue latente. Desse modo, pretendemos provocar essa discussão, levar para
dentro do solo onde nasce o esporte, os espaços esportivos.
Para discorrer acerca dessas questões aqui preliminarmente apresentadas, entendemos ser
relevante uma análise histórica do racismo.
A implementação de negros no futebol foi feita aos poucos e de certa maneira até velada, pois a
abordagem social na época era muito desfavorável e muito hostil em alguns casos, já que a cultura
do país apesar de ter abolido a escravidão era uma visível segregação racial excluindo os negros
não apenas do futebol como também da grande maioria dos esportes, até que pudéssemos mudar
não apenas a maneira de pensar do povo como basicamente reeduca-lo para que deixasse o
pensamento racista de lado, mas como vimos há alguns meses ainda existem pessoas que
consideram o racismo a melhor maneira de desestruturar psicologicamente um atleta.
O negro no futebol brasileiro é uma obra pioneira para a história do futebol no Brasil e tem
significativa importância para compreender a construção dessa história. O livro - nas suas duas
edições - é influenciado claramente pela ideologia da democracia racial construída a partir do
pensamento freyriano. É importante destacar essa influência, pois é a partir disso que Mario Filho
constrói todo o épico de seu livro. Crente no mito da harmonia social e principalmente, na
singularidade da cultura brasileira, uma cultura híbrida e mestiça para ele, assim como para
Freyre, e o futebol seria mais um campo no qual essa particularidade se manifestaria, existiria um
"jeito brasileiro de jogar bola". A importância do esporte vai além, pois seria o espaço que
possibilitaria a maior ascensão de negros e mestiços naquele período (apesar dessa ideia
encontrar forte permanência até hoje). Na obra de Filho o negro alcançaria essa ascensão social e
o fim do racismo através do talento inato para jogar futebol, pois até no futebol o brasileiro considerado por excelência o mulato, o mestiço - teria um jeito singular de ser, marcado pela
mistura de todas as culturas e fortemente influenciado pelas características do negro, como a
ginga. (ANTUNES, 2004, p. 4)
A inserção dos negros no futebol foi substancialmente difícil, pois naquela época a divisão social e,
principalmente, racial se fazia presente de uma maneira conturbada, chegando até ao ponto de
alguns jogadores negros usarem pó de arroz para clarearem o tom de sua pele se passando
despercebidamente para que somente assim fosse capaz de jogar futebol em um time
profissional. O negro aos poucos foi conquistando seu espaço dentro de campo pelo seu estilo
único e diferente de se jogar futebol, deixando por assim dizer o futebol bem mais bonito de se
ver pelo seu talento natural e habilidade excepcional para colocarem o gingado de seu povo para
dentro das quatro linhas.
Esse foi apenas inicio de toda a revolução que a raça negra traria para o esporte em si e não
apenas para o futebol exclusivamente, citando aqui uns poucos exemplos, temos no futebol o
negro mais famoso do mundo o "Rei Pelé" considerado o atleta do século, ainda temos nas
quadras de basquete Michael Jordan, nas pistas de atletismo nomes como Usain Bolt, ou a lenda
Jensen Owens o negro que calou Hitler e sua Alemanha que difundia a criação de uma raça
superior ariana(branca), nos ringues tivemos Mike Tyson e o mais fulminante de todos os
93
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
boxeadores Mohamed Ali, com esses pouquíssimos exemplos e muitos outros aqui não citados é
impossível negar a importância do negro em toda a história do esporte e por assim dizer também
no futebol de um modo mais ainda mais contundente.
Relatamos, ainda, a enorme diferença que existe na maneira em que o futebol é assistido, e até
mesmo comercializado, seja ele vinculado pela TV , rádio ou dentro dos estádios, totalmente
diferente dos países economicamente forte. Se compararmos o futebol jogado no Brasil, além de
muito ultrapassado dentro de campo com jogadores de pouquíssima qualidade, nossos estádios
apesar de terem arenas muito bem estruturadas, são pouquíssimas e, ainda, seu funcionamento
nem de longe representa o estilo europeu. Mas, é preciso avançar em termos de educação e ética,
até conseguimos atingir o nível da educação de países mais desenvolvidos.
Vale ressaltar, que há uma estreita relação entre o esporte e as classes sociais, nesse sentido,
Toledo (2002, p. 16), compreende que
o futebol de espetáculo também se caracteriza pela divisão social do trabalho, dentro e fora de
campo. Não obstante a distinção clara e precisa entre quem pratica e quem assiste, há nesse
espaço social uma trama de outras especialidades em torno das quais produzem-se as lutas em
relação às competências, aos interesses e às reciprocidades. Com a ressalva de que faltou atribuir
maior destaque aos dirigentes, o que tomo a liberdade de fazer agora, concordo com a
caracterização dos principais segmentos de agentes do campo do futebol de espetáculo (ou subcampo, se preferirem) apresentadas.
Para os dirigentes, lamentavelmente, o jogador deixou de ser humano passando a ser um produto,
ou seja, uma mercadoria muito rentável e de fácil comercialização. Aqui no Brasil não tem mais
essa de jogar por amor ao time, tanto jogadores e clubes querem apenas se dar bem
financeiramente, ouço a dizer que tem jogadores que nem mesmo gostam de futebol e só o fazem
por ser lucrativo.
A grande realidade é que no Brasil todo brasileiro homem tem como sonho de criança se tornar
um jogador de futebol de sucesso podendo assim tirar sua família da vida difícil e as vezes até
miserável em que ela vive, por mais que todos saibamos que o esporte em si faz muito bem para
saúde nos trazendo uma vida saudável e com uma qualidade melhor, nossa literatura pouco
difundi a pratica do esporte em si, se voltando quase que 100% ao futebol, teremos aqui no Brasil
no ano que vem a maior competição esportiva do mundo e tirando o voleibol, os esportes a vela,
judô e a natação que sempre nos trás medalhas, seremos subitamente massacrados em 90% dos
esportes restantes, deixando assim claro para o mundo inteiro ver que o Brasil realmente se
resume apenas ao futebol.
A literatura brasileira em ciências sociais praticamente ignora este segmento, à exceção de uma
ou outra referência periférica acerca da importância de algumas instituições tradicionais - como o
Colégio Rio Branco, no Rio de Janeiro, ou o Mackenzi, em São Paulo - na disseminação do habitus
esportivo no princípio do século XX. Há de ser observado que a escola, ou certos dispositivos
forjados por e através dela, estão migrando para o interior dos clubes esportivos e para as
"escolinhas de futebol" (Damo 2005: 260-98).Pag 18
O que vemos é que o esporte em si ainda é pouquíssimo difundido no Brasil, por mais que os
nossos atletas. Façam sucesso em alguns deles, a grande realidade é que o fazem por terem
talento fora do normal, pois a quantidade de atletas que são apoiados e praticamente irrisórios se
comparado ao tanto de atletas que buscam o seu lugar ao sol, muitas empresas e até algumas
94
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
universidades dão apoio para que os clubes menores possam ter a possibilidade de revelar algum
talento excepcional, diferentemente do futebol que os empresários conseguem fazer jogadores de
qualidade ínfima ou quase nenhuma vingarem em suas respectivas carreiras, chegando até a
terem passagem por grande clubes nacionais e até mesmo internacionais.
As vezes chega até a ser engraçada a nossa relação com o futebol, se buscarmos na historia
sempre tivemos os melhores jogadores do mundo em praticamente todas as posições, e se
falarmos de passado se torna um pouco difícil de se determinar onde e quando exatamente o
futebol surgiu, o que podemos aqui falar foi que o futebol foi criado por diversas culturas e povos
pelo mundo e depois ele foi unificado tendo regras básicas que praticamente são as mesmas no
mundo inteiro.
Difícil de apontar a origem exata do futebol, mas sabemos que o seu desenvolvimento esteve
quase sempre, relacionado à fertilidade representada sob a forma de cultos e rituais em
reverência às estações do ano. Para o povo Celta a bola, por exemplo, representava o sol, ou seja,
a potencialidade do sol sobre a terra, a fertilidade, no qual sistematizou um jogo, por volta do
século IV da era cristã, ao qual deram o nome Sôule. Este jogo tinha por objetivo rolar a bola ao
chão numa representação do sol sobre a terra. Após a introdução do elemento "competição" o
joga tornou se mais longo havendo uma ampliação do espaço do jogo. (SILVA, 2011, página).
Segundo Silva (2011, p. 24) é difícil descobrir onde o futebol tenha surgido com exatidão, o que
temos são algumas datas próximas de jogos que se assemelham ao futebol, para o povo Celta a
bola, por exemplo, representava o sol, ou por assim dizer a sua predominância sobre a terra, sobre
a fertilidade, no que se deu origem um jogo que o antigo povo praticava cujo nome era Soulê em
meados do século lV depois de Cristo, a objetividade do jogo era que a bola rolasse sobre o chão,
na mais clara e simples forma assim representada do sol sobre a terra, muito depois disso mais
tempo lhe foi acrescentado ao jogo, o tornando mais longo e ainda com uma mudança de
tamanho no local onde o jogo era praticado, ate chegarmos as medidas oficiais se tornando regra
o espaço limite onde o jogo de futebol é praticado nos dias atuais.
Pretende se discutir o futebol como uma forma não só de legitimação do preconceito, mas
também de organização dos grupos marginalizados contra esta realidade.
Com a prática do esporte e do futebol em todo o mundo e por muitas pessoas de diferentes raças
e classes sociais, ele acabou se tornando muito mais praticado e difundido em todos os
continentes, o que o tornou numa ferramenta muito util e precisa no combate direto contra o
racismo, ao praticarem esportes os povos acabarem se unindo deixando o preconceito de lado,
mesmo com toda a loucura de Hitler e a criação de raça superior.
Segundo Wedderburn (2007, p. x) a interpretação do racismo foi orientada durante o século XX
por dois grandes desastres na história da humanidade
o holocausto judeu sob o III Reich e a escravidão negra africana. Entendia-se que o racismo,
especificamente a partir do século XV, era a sistematização de ideias e valores do europeu acerca
da diversidade racial e cultural dos diferentes povos no momento em que a Europa entrou, pela
primeira vez, em contato com eles.
De acordo com WEDDERBURN (2007) Durante o século XX aconteceram dois desastres
catastróficos para a humanidade de uma maneira geral, o que acabou por interpretar o racismo de
uma forma mais orientada, o holocausto judeu no lll Reich e a escravidão negra africana,
acabaram que sendo carros chefes para o crescimento do racismo em uma escala mundial, o
95
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
racismo deu-se origem aproximadamente no século XV, com a grande evolução de ideias e valores
do povo europeu, colocando a raça a que pertenciam como sendo uma raça superior as demais,
pela sua cultura ser totalmente diferente dos povos que entravam na Europa
naquele momento, tendo pela primeira vez um contato não apenas visual como antes, mais
também um contato de proximidade ou seja mais físico, o que fez o povo europeu ter a certeza de
que eles eram muito superiores aos demais povos ali reunidos.
Sua função no mundo moderno tem uma ligação íntima com dois aspectos fundamentais da vida
burguesa. O primeiro é a disciplina das massas que o esporte ensina e reafirma, quando exige que
todos cheguem aos estádios em horas certas, pagando corretamente as entradas. E o segundo é a
sua ligação íntima com a idéia de fair-play, pois esporte trivializa a vitória e a derrota. Ademais, o
esporte afirma valores capitalistas básicos, como o individualismo (cada um de nós tem o direito
de escolher um clube, time ou herói esportivo), e o igualitarismo (no início do jogo os adversários
são iguais e devem ser tratados com lisura e respeito, principalmente na derrota), o que, como já
disse, ajuda na socialização de uma justiça burguesa universalista (DAMATTA, 1994, p. 13-14).
Damatta diz que no mundo moderno que hoje vivemos o futebol tem uma função profundamente
especial na ligação mais profunda com dois aspectos da burguesia, o primeiro é que as massas
acabam meio que se disciplinando através do esporte que as ensinam, que a chegada nos estádios
com alguma antecedência pode lhe dar mais calma para procurarem seus lugares calmamente
antes do jogo começar e quando assim for feito eles já estavam devidamente prontos e
acomodados para presenciarem a partida, tendo pago sua entrada corretamente e tendo se
assentado no local correspondente ao que seu ingresso indica, o segundo é ter uma ligação mais
forte com o chamado fair-play, pois como todos nos sabemos o esporte se divide em dois estágios
onde se pode vencer ou perder, ainda temos alguns valores que além de capitalistas são muito
simples e básicos, como o individualismo(por exemplo onde cada um tem o seu direito de escolher
o clube para qual vai torcer ou seu herói esportivo), e o igualitarismo( no começo de uma partida
todos ali dentro de campo são iguais e devem ser tratados todos do mesmo jeito com respeito e
educação, não importando no final quem ganhou ou perdeu, ali somos todos iguais), o que já
disseram é que tudo isso ajuda e muito na socialização de dois povos que ate podem ter suas
diferenças mais fora dali, em outro âmbito, pois quando estamos juntos num mesmo local a única
verdade que se pode existir é que somos todos iguais, sem nenhuma distinção de credo, raça, cor
e etc...
Cavalcanti e Capraro (2009), afirmam que pelo fato da sociedade brasileira acreditar não ser
racista
gerou revolta e indignação no caso de Grafite, e pensar dessa forma é desconsiderar que o
racismo faz parte de nossa sociedade.Portanto, essa miopia faz com que tudo seja considerado
normal quando se brinca com a cor de alguém e essa normalidade somente passa a ser
questionada quando se estende até os campos de futebol por meio das inúmeras manifestações
racistas de algumas torcidas, especialmente na Europa.
De acordo com Cavalcanti e Capraro o povo brasileiro não acredita ser racista, mesmo com
inúmeros casos relatados e divulgados em âmbito nacional não vemos nenhuma indignação do
povo, o que foi totalmente oposto quando ocorreu o caso grafite, o que me faz pensar que
quando agimos de modo racista com nós mesmos acabamos meio que aceitando o que aqui vou
chamar de "racismo interno", mas quando esse ato vem de alguém que não pertence à mesma
96
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
pátria que a nossa, acabamos ficando revoltados e cobrando das autoridades e até mesmo do
povo punições severas, aos que cometem esse ato que sendo brasileiro ou estrangeiro é
deplorável e inadmissível em qualquer situação. Achasse normal quando brincamos com a cor de
alguém, mas tudo isso muda e de maneira drástica quando, por exemplo, nos encontramos num
estádio de futebol, onde chamar o negro de macaco, preto e outras denominações deixa de ser
um ato de brincadeira, e transforma-se num ato de pura hostilidade, onde o único intuito e
objetivo é atingir, afrontar, denegrir, humilhar e mostrar que se é um ser superior as pessoas
pertencentes a aquela raça, e na Europa esses casos são e estão muito frequentes nos vários
estádios daquele continente, infelizmente.
Uma vez que o controle social era tratado como uma questão primordialmente privada, isto é, a
esfera privada imperava sobre a pública, a concepção do Estado assemelhava-se mais a uma
espécie de ‘núcleo familiar ampliado'. *...+ Sabemos que os valores burgueses surgiram no
contexto de uma história específica. A valorização do indivíduo e dos direitos civis deu-se como
produto da luta da burguesia contra o Antigo Regime. [...] Trata-se de mudanças estruturais que
não ocorreram no Brasil do século XIX (HOFBAUER, 2006, p. 151).
Segundo Hofbauer algumas mudanças que eram necessárias no Brasil do século xix não ocorreram
para que fossem devidamente valorizado o indivíduo e seus direitos civis, para que ele pudesse
receber como um produto ou até mesmo recompensa da burguesia contra o antigo regime, já que
nele havia um controle apesar de social sempre sendo tratado mais como uma questão privada,
particular, sendo que essa particularidade era quem imperava sobe a publica, e isso na visão do
estado se parecia demais com algum tipo ou espécie amplificada de um centro até que de certo
modo familiar.
Antes de sair em livro, O Negro no Futebol Brasileiro teve a mais ampla divulgação jornalística que
se poderia desejar, pois foi publicado diariamente, durante cinco meses, no O Globo, o jornal de
maior circulação da imprensa brasileira. E não apareceu uma refutação de quem quer que fosse,
embora quase todos os personagens da história do futebol brasileiro estejam vivos, tenham lido as
páginas reunidas neste volume. O que prova que o que está aqui é a verdade pura e simples (
SOUZA FILHO, 2003, p. 23)
A CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA: DIMENSÃO HISTÓRICA E FORMAÇÃO IDEOLÓGICA
Para muitos, sem o devido conhecimento sobre o assunto, o professor ou profissional de
Educação Física limita-se apenas a ensinar a prática na escola, sendo assim, não sabendo de fato
qual o seu papel na formação do aluno.
Para Santos et al (2008, p.2 ),
A educação física escolar como disciplina devera apresentar-se como uma atividade contínua,
articulada, consciente, comprometida com o aluno e com os fundamentos educacionais, onde o
professor se posicione como indivíduos hábeis intelectualmente, capazes de compreender,
analisar e criticar os fenômenos que norteiam a sua pratica e sua realidade objetivando através do
desempenho de suas atividades o desenvolvimento, e a formação de seus alunos, onde corpo e
mente seja visto como uma unidade, pois, o homem não é só corpo e muito menos só intelecto,
ele deve ser considerado como um todo, perfeito e abrangente, que pensa, sente e executa.
97
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O inicio da Educação Física no Brasil vinculou-se a um cenário autoritário e desprovido de
conteúdos educativos, onde não havia a expectativa de um projeto de formação crítica e
cidadania.
Arantes (2008, p. 1), aponta que:
Quando se pensa sobre a história da Educação Física escolar no Brasil, é muito importante lembrar
que a sua recomendação, introdução e permanência na educação formal ocorreu em um cenário
de época bastante conservador; ocupou um espaço físico modesto e foi marcada por uma história
social com muitos percalços.
Ultrapassando esta fase de dificuldades no inicio, a Educação Física obteve uma gradual evolução,
década após década, até se chegar à sua atual fase, onde a forma de pensar e agir avançou e
constituiu concepções mais inclusivas.
Para Arantes (2008, p 1),
Vencendo os costumes, combatendo o preconceito e ampliando seus conteúdos a citada prática
motora de então, hoje, educação física, é oferecida aos escolares brasileiros sem distinção de
sexo, gênero ou classe social.
Nesse sentido, dizer que a Educação Física trata apenas de movimentos corporais, sem as
dimensões sociais e culturais, representa a um pensamento desatualizado. Para Daolio (2007, p 2),
“O profissional de Educação Física, trata do ser humano nas suas manifestações culturais
relacionadas ao corpo e ao movimento humano”.
Está cada vez mais perceptível a importância da EFe1 como campo social e cultural, pratica
corporais, nas escolas, podendo contribuir para formar cidadãos para conviver em uma sociedade
digna e com boas perspectivas de futuro.
De acordo com Mantoan (2003) no Brasil começou um movimento social no sentido da
constituição de escolas democráticas, especialmente, a partir de 1996 com Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional que possibilitou mudanças. Agora, com o paradigma da inclusão essas
escolas passam a ser não somente uma utopia, mas a possibilidade de uma escola que contemple
a diversidade humana.
A E.F. tem como suas características principais o ensino dos movimentos corporais, estudos
científicos sobre o corpo humano, o ensino de comportamentos sociais e culturais dentre outros
fatores preponderantes na formação básica do aluno, sendo de total responsabilidade do
professor programar suas aulas, para que não passe despercebidos todos esses fatores sociais e
educativos.
FUTEBOL E CIDADANIA: RESSIGNIFCANDO A PRÁTICA
O futebol é um tema que pode ser abordado por vários prismas. O recorte feito neste artigo
concentra-se nas transformações ocorridas na sociedade. Este artigo visa analisar como o futebol
colabora com sociedade através de incentivos e projetos. Ações de solidariedade com foco em
ensinar aos jovens através do lazer/esporte como o futebol, ações de cidadania, respeito ao
próximo e ao ambiente. Foi possível compreender que há a possibilidade de unir o esporte e a
98
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
cidadania, com isso cabe aos profissionais da educação e da Educação Física, contribuir para a
mudança dessa realidade.
O futebol pode representar um grande exercício de cidadania, na medida em que há uma
preocupação com a construção de valores, bem como um espaço para o diálogo e o entendimento
de questões como relacionamento e convivência. Tem-se como registro em Dallari (1998 p.14)
que,
A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar
ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou
excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do
grupo social.
A partir deste estudo é questionada a importância de melhores condições de vida: alimentação,
moradia, transportes, trabalho, educação, cultura, lazer e esportes no qual passam a ser de
fundamental importância para promoção de uma melhor qualidade de vida e, consequentemente,
interferem na conquista do eixo principal no qual contém todas essas características, como a
cidadania.
Para Farias (2006, p.46) “o futebol surgiu como foco norteador capaz de mudar a formação das
crianças do nosso país que no início de suas vidas, tinham o futebol como diversão’”.
Nesse aspecto, já que a cidadania representa um eixo importante no que tange a questão da
qualidade de vida, as Nações Unidas, no seu relatório, aponta que o desenvolvimento e paz
através do esporte por sua própria natureza envolve participação como também a inclusão e a
cidadania, na medida em que une indivíduos e comunidades, construindo aspectos comuns e
unido diferenças étnicas e culturais. (LEDO, 2007)
Sob o mesmo ponto de vista por Ledo (2007, p.15),
O esporte, como importante fenômeno social, sempre deveria ser utilizado como instrumento de
inserção social e promoção da cidadania. Ele traz benefícios de toda ordem a quem o pratica e a
quem dele usufrui. O potencial do esporte é muito amplo, na medida em que determina formas
de participação, interação, cooperação, auto-estima, iniciativa, disciplina pessoal, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa relação de esporte, futebol, racismo, negro e Educação física existem seguimentos e
direcionamentos para se desenvolver estudo numa perspectiva de se historiar, refletir, analisar,
contribuir e desmistificar a presença do negro no futebol brasileiro.
Neste sentido, como o professor de Educação Física pode contribuir no enfrentamento do racismo
no futebol?
O professor de Educação física pode contribuir utilizando matérias jornalísticas a respeito do
negro no futebol e discuti-las com os alunos, assim, havendo uma reflexão do acontecimento,
podendo ainda destacar grandes personagens negro do futebol brasileiro e mundial, outra forma
de adentrar nessa temática nas aulas de Educação Física é propor atividades, onde o professor
possa incentivar os alunos a pesquisarem sobre a vida destes personagens marcantes no mundo
do futebol.
Apesar da importância que a educação física possui na esfera educacional, necessário se faz que
os objetivos para serem alcançados, vão além das atividades teóricas e praticas, por um
99
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
compromisso politico pedagógico, tendo como base de como, por que, onde e para que tais
relações, e assim, poderá ter uma transformação social, onde a prática pedagógica libertadora
comprometa de certa forma a quebrar barreiras sobre as questões de raças.
É importante ressaltar que, para atingirmos os objetivos propostos, se faz necessário que o
comprometimento politico social educacional seja efetivado.
Pode-se dizer que faltam muitos passos a serem dados para atenuarmos o preconceito e o
racismo, na vida e no futebol. Mas entendemos que o caminho está trilhado, e essa trilha deve ser
percorrida com comprometimento e ousadia pelos educadores, educando família e sociedade,
pois ainda se tem muito a fazer. Até porque é preciso entender que o Brasil e o mundo são
espaços multiculturais, e que por isso há uma diversidade cultural e étnica e que essa diferença
não deve ser entendida como desigual.
Referências
ANTUNES, Fátima Martin R. F. “Mário Filho: levantando o véu da alma brasileira” In: Com
brasileiro, não há quem possa! Futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e
Nelson Rodrigues. São Paulo: Editora UNESP, 2004, pp. 124-129.
BOURDIEU, Pierre (1999). A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
BOURDIEU, Pierre. 1990. “Programa para uma sociologia do esporte”. In: Coisas Ditas. São Paulo:
Brasiliense: 207-20.
CAVALCANTI, E. A. CAPRARO, A. M. Racismo no futebol sul-americano: o caso Grafite versus
Desábato. Motriz, Rio Claro, v.15 n.4 p.741-748, out./dez. 2009.
DALLARI, D. Direitos Humanos e Cidadania, São Paulo, Moderna, 1998.
Damo, Arlei Sander. Do dom a profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da
formação de jogadores no brasil e na França. Tese (Doutorado) – Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
DAMO, Arlei. 2005. Senso de jogo - Esporte e Sociedade, número 1, Nov2005/Fev2006
http://www.lazer.eefd.ufrj.br/espsoc/
DAMATTA, R. Antropologia do óbvio. Revista USP, São Paulo, nº 22, p. 10-17, jun/jul/ago 1994.
DAMATTA, Roberto. Esporte na sociedade: um ensaio sobre o futebol brasileiro. In: UNIVERSO do
futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotherke, 1982.
FARIAS B. William. Ensinando Cidadania Através do Futebol, São Paulo, 2006.
FILHO, Mario Rodrigues. O negro no futebol brasileiro. ed. 4. Rio de Janeiro: Mauad, 2003.
FREIRE, João Batista. Pedagogia do Futebol. 2. ed. Campinas: Autores Associados (Coleção
educação física e esportes), 2003.
FREIRE, João Batista. A especialização precoce no esporte. De Corpo Inteiro. decorpointeiro.com.br
HOFBAUER, Andreas . Estudos das relacoes raciais: um legado da Escola Paulista. Revista Versões,
v. 2, p. 143-162, 2006.2.
HOFBAUER, Andreas . Acoes afirmativas e o debate sobre racismo no Brasil. Lua Nova. Revista de
Cultura e Política, v. 68, p. 9-56, 2006.3.
HOFBAUER, Na. Uma história do branqueamento ou o negro em questão. São Paulo: Editora
UNESP, 2006.
LEDO C, Esporte, Cidadania e Inclusão Social; Universidade Católica do Salvador, visualizado
em: www.cidadedofutebol.com.br/estudossociais. 06/03/14
MURAD, Mauricio. O lugar teórico da sociologia no futebol. FUTEBOL e Cultura Brasileira. Rio de
Janeiro: UERJ, 1995.
100
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Martins, M. J. D. (1995). Desenvolvimento moral e educação para os valores. Psychologica, 14,
101-113.
MARTINS, P. A. SANTOS, A. C. O. Jornalismo Esportivo e Visibilidade Midiática: o caso Messi.
Intercom – XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2010, Caxias do Sul – RS,
Brasil, 2010.
TOLEDO, Luiz Henrique de. 2002. Lógicas no Futebol. São Paulo: Hucitec/FAPESP
SILVA, Carlos Alberto Figueiredo; VOTRE, Sebastião Josué. Racismo no futebol. Rio de Janeiro: HP
Comunicaçao Editora, 2006.
SILVA, Carlos Alberto Figueiredo. Futebol, linguagem e mídia: entrada, ascensão e consolidação
dos jogadores negros e mestiços no futebol brasileiro. (Tese de Doutorado). Doutorado em
Educação Física - Universidade Gama Filho, 2002
WEDDERBURN, Carlos Moore. O RACISMO ATRAVÉS DA HISTÓRIA: DA ANTIGUIDADE À
MODERNIDADE, p. 250, 2007.
VELOSO, Mariza; MADEIRA, Angélica. Leituras Brasileiras: Itinerários no pensamento social e na
literatura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 3 Ibidem, p. 37.
MARTINS, Paulo Henrique N. A cultura política do patriarcalismo. Revista de Estudos de Sociologia
Online, Vol. 1, 1995, p. 2.
VELOSO, Mariza; MADEIRA, Angélica. Leituras Brasileiras: Itinerários no pensamento social e na
literatura. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 41.
ANTUNES, Fátima Martin R. F. “Mário Filho: levantando o véu da alma brasileira” In: Com
brasileiro, não há quem possa! Futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e
Nelson Rodrigues. São Paulo: Editora UNESP, 2004, pp. 124-129.
101
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ARTES MARCIAIS CHINESAS PARA SAÚDE FÍSICA E MENTAL
ANDRADE; F. A. B.1 DA SILVA; A. I. 2. SANTOS NETO; A. 3
1 Programa de Iniciação Científica – Bolsa CNPq - UEPG. 2 Departamento de Educação Física
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Programa de Iniciação Científica – Bolsa PROVIC – UEPG.
Paraná – Brasil.
[email protected]
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi organizar uma revisão sistemática de artigos envolvendo
exercícios físicos para saúde advindos da medicina tradicional chinesa. Para tal revisão foram
utilizados periódicos encontrados em bases de dados comoPubMed, SciELO e CAPES nas línguas
português e inglês. A partir dos estudos revisados destaca-se que o Tai Chi e o Chi Kung em suas
partes terapêuticas auxiliam na melhora de pacientes com doenças fisiológicas e problemas
físicos. Portanto, conclui-se que as artes marciais chinesas são um método não convencional
efetivo no auxílio na recuperação de vários problemas de saúde.
Palavras-chave:Tai Chi, Chi Kung, Artes Marciais
ABSTRACT
The objective from the present study was to organize a systematic review from articles that
involves physical exercise arising from tradicional Chinese medicine. From which were used
periodics found ondatabases such as PubMed, SciELO and CAPES on Portuguese and English. From
the reviewed studies stands out that Tai Chi and Chi Kung in its many therapeutic ways assists on
recovery from patients with physiological diseases and physical problems. Therefore, it was
concluded that Chinese martial arts are an effective non-conventional method on recovery in
many health problems.
Keywords: Tai Chi, Chi Kung, Martial Arts
INTRODUÇÃO
Tai Chi Chuan é uma arte marcial chinesa também conhecido como Tai Ji Quan(YUCHENG GUOet
al 2013) que pode significar “boxe do último supremo”. O Tai Chi foi criado com propósitos de
combate e defesa pessoal, mas com o passar dos séculos foi dada mais ênfase no
desenvolvimento da saúde segundo De Lazzari (2009). O Tai Chi consiste em exercícios de baixa
intensidade utilizando movimentos suaves e lentos aliados à respiração, porém segundo Chan
(2014) os princípios lentos e suaves do Tai Chi podem ser empregados de maneira rápida e
explosiva, já que a velocidade em potencial está oculta nos movimentos lentos da arte.
A versão mais aceita da origem do Tai Chi Chuan é de que um monge Chang San Feng treinou no
templo Shaolin na China na Dinastia Sung (1200 d.C.) e migrou para a Montanha Wudang onde se
estabeleceu e criou o Tai Chi Chuan (DE LAZZARI,2009).
OChi Kung ou Qi Gong que é definido como “qualquer treinamento ou estudo relativo ao Chi que
requeira um longo tempo e muito esforço” (DE LAZZARI,2009), possui os mesmos princípios do Tai
Chi, tanto marciais quanto terapêuticos,pois contém exercícios que trabalham a energia (Chi) e da
calma mental afim de aprimorar a saúde e ajudar na prevenção de doenças.
Devido aos conflitos políticos da China desde tempos imemoriais, muitos relatos sobre sua cultura
estão perdidos no tempo, porém acredita-se que a prática e o estudo sobre o Chi vão além de
102
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
4000 anos atrás, tal estudo e conhecimento é utilizado até hoje nas artes marciais, medicinais e
em questões espirituais. O Chi Kung, que nasceu dos estudos do Chi tem seu início próximo à
introdução do I Ching, O Livro das Mutações escrito por LaoTse que data de 2400 a.C. (DE
LAZZARI,2009)
Chi possui vários significados, segundo Maciocia (2008) é uma energia que pode se manifestar
simultaneamente sobre níveis tanto físico quanto espiritual e pode ser condensada ou dispersa
dentro do nosso organismo e em tudo o que existe.
A diferença dos nomes Tai Chi Chuan e Tai Ji Quan, Chi Kung e Qi Gong dão-se por causa do
sistema Pinyin (soletração de sons, traduzindo-se literalmente). É um sistema de transcrição
utilizada pela República Popular da China e possui duas maneiras de se escrever. A primeira é a
fonética romanizada de acordo com o próprio sistema Pinyin (Tai Ji Quan ou Qi Gong) e a escrita
de acordo com a aproximação fonética para a língua portuguesa (Tai Chi Chuan e Chi Kung).
Portanto como o artigo está escrito na língua portuguesa foi escolhido utilizar-se da aproximação
para o português.
Embora essas duas artes marciais tenham a contraparte marcial tão estruturada quanto a parte
terapêutica tendo suas raízes fortemente atreladas ao Wu Shu, que significa “arte da guerra” e
representa o início do conhecimento militar chinês, o Tai Chi envolve todas a técnicas básicas de
artes marciais como chutes, socos, imobilizações e torções com o diferencial de serem feitos de
maneira suave e cuidadosa (YUCHENG GUO et al, 2013).Manor et al (2013) atestou que o Tai Chi
seria uma opção terapêutica segura, barata e praticável para manter a independência funcional de
idosos vulneráveis, o que explicaria a predominância das pesquisas nas áreas terapêuticas.
Contudo pesquisas envolvendo marcialidade relacionam-se com outras artes marciais, como Tae
KwonDo, Karate e Kung Fu.
METODOLOGIA
Esta revisão de literatura foi realizada a partir de trabalhos relacionados a Tai Chi Chuan (Tai Ji
Quan) e Chi Kung (Qi Gong). O levantamento bibliográfico foi realizado através de uma pesquisa
pela internet seguindo as palavras chave Tai Chi, Tai Ji, Chi Kung e Qi Gong, artes marciais e
martialarts. Foram analisados artigos publicados com os idiomas de português e inglês.
As bases de dados usadas na pesquisa foram PubMed, SciELO e o portal de periódicos da CAPES.
Para a análise foram separados em dois grupos, artigos sobre Tai Chi e artigos sobre Chi Kung.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram analisados 27 artigos relacionados à Chi Kung e Tai Chi Chuan, sendo destes 22 somente
sobre Tai Chi, 4 sobre Chi Kung e 2 que abrangeram as duas artes. Foram analisados os resultados
dos trabalhos levando-se em consideração os benefícios das artes marciais para a saúde quaisquer
que fossem. Redução da secreção de cortisol, aumento e/ou manutenção na densidade mineral
óssea, melhora em scores de depressão, ansiedade, demência e problemas no sono, melhora no
equilíbrio, controle na diabetes.
As intervenções por Tai Chi e Chi Kung variaram de nove
semanas até quase dois anos com uma frequência de prática pelo menos duas vezes na semana
com cada aula possuindo uma hora de duração, sendo em vários casos a recomendação pela
prática em casa por 30 minutos através de vídeo aulas ou pelo conteúdo já aprendido durante as
vivências. A intensidade dos exercícios foi ditada pela prática das formas que, segundo De Lazzari
(2003) “são sequências de movimentos definidos”, similares a uma coreografia que representam
as características do estilo praticado.
103
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Tai Chi
Li et al (2008) aplicou Tai Chi três vezes por semana durante 24 semanas em pessoas idosas e
constatou que a prática melhorou a performance de locomoção em membros inferiores. Em um
estudo mais recente, este mesmo grupo (LI et al, 2013) realizou novamente uma pesquisa
mostrando que a prática com duas vezes por semana durante vinte e quatro semanas, praticantes
melhoraram sua estabilidade, integração sensorial, melhora na marcha e capacidade funcional.
Os efeitos do Tai Chi em pessoas com artrite reumatoide foram analisados por Waiter-Jones et al
(2013). A intervenção foi dada em doze semanas e ao final da mesma foi elaborado um
questionário que continha apenas duas perguntas. A primeira era de como a participação das
aulas do Tai Chi afetavam-nos psicologicamente e a segunda era como participar das aulas de Tai
Chi os afetavam socialmente.
Pelos dados transcritos, sete temas foram identificados sugerindo que os praticantes
perceberam que o Tai Chi é psicologicamente benéfico, relatando da “ligação entre corpo e
mente, que ajudou a diminuir a ansiedade e a depressão, melhorou auto-estima e cognição assim
como melhorou fator estético e a doença. Os benefícios sociais do Tai Chi são de que ofereceu a
um senso de inclusão e uma fonte de conselho e ajuda, assim como uma oportunidade para
comparações sociais e senso de perspectiva”.
Os idosos são uma população que requerem cuidados especiais, para ajudar na independência
dos mesmos a OMS recomenda o uso de atividade física. Uma alternativa para uma atividade física
mais ativa é o Tai Chi, em 2015 Sun et al realizaram uma pesquisa envolvendo intervenção de Tai
Chi em idosos duas vezes por semana por seis meses tendo as aulas duração de uma hora. Foi
aplicado o Mini-mentalStateExamination(MMSE) para avaliar grau de demência e foi constatado
que o score aumentou significativamente em idosos além de melhorar suas funções físicas.
Em 2014, Manor et al avaliaram os benefícios funcionais do Tai Chi em abrigos para idosos com
intervenções duas vezes por semana por doze semanas. Foram aplicados testes de Short
PhysicalPerformaceBattery (SPPB) para funções físicas, Berg Balance Score (BBS) para
equilíbrio,TimedUpand Go(TUG) para mobilidade e um teste que consistia no indivíduo andar
enquanto fazia cálculos matemáticos. O estudo teve como resultado as melhoras do SPPB e no
teste de múltiplas tarefas ao caminhar, mas não afetou o BBS e o TUG.
Um dos maiores problemas em mulheres no período da menopausa é a diminuição da densidade
mineral óssea, tornando-as frágeis e suscetíveis a fraturas. Em 2015 Wang et al realizaram um
estudo que comparou o Tai Chi tradicional com uma espécie de Tai Chi simplificado na redução da
perda da densidade óssea em pacientes num período de pós menopausa. A análise da densidade
mineral óssea foi dada nas regiões da L2-L4, pescoço do fêmur e triângulo de Ward e identificou
que ambos os treinamentos ajudam na redução da perda da durabilidade óssea, porém o Tai Chi
simplificado mostrou-se efetivo em praticantes com habilidades e mobilidade limitadas.
Um dos grandes problemas de saúde em idosos consiste no medo de cair(SCHEFFER et al, 2008),
o estudo realizado por Tzu-Ting Huang et al (2010) demonstrou que idosos que praticaram Tai Chi
duas vezes por semana durante 12 semanas tiveram menos medo de cair, maior eficácia em evitar
as quedas, melhor mobilidade no que tange marcha e equilíbrio, melhor apoio social e melhor
qualidade de vida.
Poucas pesquisas relacionam a prática do Tai Chi e dos sintomas da depressão, Yungjie Li et al
(2014) realizou um estudo com 529 participantes aplicando dois questionários, Self Rating
DepressionScale (SDS) para indivíduos com menos de 65 anos e GeriatricDepressionScale (GDS)
para participantes de idade maior ou igual a 65. No presente estudo foi notada uma alta taxa de
desistência de pacientes depressivos.
104
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Vários fatores que poderiam perturbar os resultados da pesquisa foram analisados, dentre eles
fatores corporais (idade, sexo, IMC) e questões comportamentais (se fumava ou bebia, se possui
esposa, seu emprego, dentre outros), mas não foi constatado que a prática do Tai Chi Chuan
influenciou nos sintomas da depressão na população.
Em contrapartida dos estudos com pessoas idosas ou acima de 35 anos, Zheng (2015) aplicou a
intervenção de Tai Chi Chuan em jovens estudantes chineses. O estudo indicou que o Tai Chi
Chuan pode melhorar a flexibilidade e o equilíbrio se comparados com outras atividades físicas
rotineiras, porém não foi detectado melhoria nas funções proprioceptivas de membros inferiores,
cardíaco-pulmonar ou efeitos psicológicos. Acredita-se que essa discrepância das funções
proprioceptivas da população jovem da adulta seja pelo fato dos estudantes serem mais jovens e
praticarem esportes.
Com a evolução da medicina e a expectativa de vida da população mundial subindo, é esperado
que até 2050 aumente o número de idosos acima de 65 anos (OMS, 2014). Das várias
preocupações com a saúde de pessoas velhas está a capacidade cognitiva. De acordo com o
levantamento feito por GuohuaZheng (2015) sobre estudos envolvendo idosos e intervenções de
Tai Chi foi demonstrado que tais exercícios melhoram a maioria dos resultados de habilidades
cognitivas globais.
Para pessoas com Doença Crônica Obstrutiva Pulmonária (COPD) a capacidade de realizar
atividades físicas é reduzida (WEIBING WU et al, 2014).
Na revisão sistemática sobre COPD, Wu et al 2014 observaram que o treinamento de Tai Chi de
12 a 24 semanas com uma hora de duração e pelo menos uma vez por semana auxilia na melhora
significativa da qualidade de vida de pessoas com COPD ao serem aplicados questionários para
pessoas
com
essa
doença
(Saint
George
RespiratoryQuestionnaire
e
ChronicRespiratoryDiseaseQuestionnaire).
A problemática do estudo de Fuzhong Li (2014) foi analisar a melhora no equilíbrio e locomoção
de idosos aplicando intervenções de Tai Chi duas vezes na semana com uma hora de duração
durante 48 semanas utilizando-se de formas adaptadas do estilo Yang. Segundo o autor “a
performance de várias atividades e tarefas habituais requerem mover e controlar seu centro de
gravidade para várias posições dentro de uma base de apoio”. No final da intervenção constatouse uma melhoria nos limites de estabilidade da população estudada, porém não teve um grupo
controle para realizar uma comparação.
Em 2015 uma revisão bibliográfica realizada por Chen et al buscou os efeitos do Tai Chi Chuan na
marcha e no equilíbrio analisando nove estudos contendo 820 participantes. Segundo sua análise,
verificou-se que o BBS resultante dos estudos em que compararam a arte marcial a outras formas
de exercício foi melhor do que qualquer ou nenhum treinamento para desenvolvimento do
equilíbrio. Segundo o autor a marcha e o equilíbrio são fundamentais para pacientes com derrame
a fim de prevenir acidentes oriundos da falta destas qualidades.Os resultados mostraram que
além da melhora no equilíbrio o Tai Chi também auxilia na melhora da marcha, pois fortalece
juntas e articulações.
Juntamente com as artes marciais e terapêuticas chinesas, o mundo investe em exercícios na
água tais como hidromassagem, hidroginástica e hidroterapia. Macías-Hernández (2015) realizou
uma revisão que mostrou os benefícios do Tai Chi e de hidroterapias que auxiliam em pessoas com
doenças musculoesqueléticas, já que essas terapias além de oferecerem melhoras nas
características importantes para um melhor equilíbrio com pouco impacto nas articulações
também ajuda na redução do receio por quedas. O artigo também cita o Ai Chi, uma espécie de
Tai Chi combinado com hidroterapia que tem como benefícios a melhora de equilíbrio estático e
equilíbrio dinâmico.
105
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Embora muitos estudos demonstrarem claramente a eficácia do Tai Chi no auxílio de problemas
relacionados a capacidades funcionais e psicológicas, Michael Irwin em 2014 comparou os efeitos
da Terapia Cognitiva Comportamental (CBT) e Tai Chi Chuan e demonstrou que o CBT foi mais
eficiente ao tratar insônia.
Por um lado, a CBT ajuda na mudança dos parâmetros do sono, qualidade do sono e seus efeitos
benéficos persistem após o tratamento, o Tai Chi não obteve melhoras significantes na qualidade
do sono. O praticante de Tai Chi somente mantém os benefícios da melhora do sono se praticar
constantemente a arte.
Em se tratando de câncer, as diretrizes para atividades físicas de órgãos como ACMS (Colégio
Americano de Medicina do Esporte) o paciente precisa praticar pelo menos 150 minutos de
atividade moderada com exercícios aeróbicos por semana mais dois a três treinamentos de força
por semana. Tais diretrizes não tem relação a atividades como Tai Chi. A vantagem do Tai Chi é
que ele pode ser feito por pessoas debilitadas (WINTERS-STONE,2013)
Mustian et al (2008) relatou que o Tai Chi melhora a capacidade aeróbica e força muscular em
pessoas com câncer de mama enquanto que falhou em reduzir marcadores de inflamação ou a
resistência de insulina.
A esclerose múltipla é caracterizada por um processo inflamatório no sistema nervoso central,
causando neurodegeneração e dano axonal (COMPSTON, 2006). Em 2014 Burschka et al aplicaram
intervenção de Tai Chi do estilo Yang por 6 meses em aulas semanais de 90 minutos. Ao final da
intervenção perceberam que os parâmetros objetivos como equilíbrio e coordenação assim como
medidas subjetivas como depressão e satisfação melhoraram.
Chi Kung
Um estudo sobre o controle de diabetes foi encontrado de Liu Xinet al (2014), onde 41
participantes com idades entre 41 e 71 anos com elevadas taxas de glicose sanguínea sofreram
intervenção do Chi Kung Kai Mai. Neste estudo o Chi Kung reduziu o peso corporal, circunferência
da cintura e melhorou a força nas pernas, tendo a redução do peso associada positivamente à
resistência à insulina.
No estudo de Elisa Ponzio (2014), a intervenção de Chi Kung foi utilizada em adultos para
mensuração do cortisol durante o dia. A intervenção durou doze semanas com duas sessões por
semana com uma hora de duração. Para testar a quantidade de cortisol durante o dia foram
coletadas amostras de saliva durante o dia que reduziu ao final da intervenção. Um questionário
(PSS-10, Percieved Stress Scale) relacionado ao estresse foi aplicado antes da intervenção que
media quanto o indivíduo se estressava em algumas situações diárias. Ao final do estudo os
resultados dos testes de estresse foram de moderado para baixo.
Em 2014 Chan et al pesquisaram os efeitos do Chi Kung PaTuanTin (Oito peças de brocado) no
alívio de pessoas com doenças similares à síndrome da fadiga crônica. O estudo trabalhou com
uma intervenção de nove semanas consecutivas com sessões de uma hora e meia e através de
testes como PittsburgSleepQuality Index (PSQI), Chalder Fatigue Scale (ChFS), Hospital
AnxietandDepressionScale (HADS) e GloballAssessments, Satisfactionand Adverse Events. Ao final
do estudo foi verificado que através dos scores do teste o Chi Kung foi eficaz para reduzir fadiga,
aliviar o sono, ansiedade e sintomas depressivos em doenças similares à síndrome da fadiga
crônica.
Realizando uma revisão sistemática, Jane Sawynok e Mary Lynch (2014) constataram que a
magnitude e duração dos benefícios do Chi Kung para ospacientes de fibromialgia é significante. A
prática fora dos locais de treino se tornando diária de seis a oito semanas auxiliam na redução dos
sintomas da fibromialgia. Ao final deste estudo percebeu-se que as pesquisas que envolvem Chi
106
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Kung e fibromialgia são escassas, porém como método de tratamento é extremamente eficaz e
notável se a prática for regular e constante.
Como ambas artes marciais tem fundamentos e diretrizes similares elas também podem ser
usadas em conjunto, na pesquisa de Chae-Hee Park et al(2008) o objetivo foi unificar programas
de Tai Chi e Chi Kung em aulas de 45 minutos, três vezes na semana por 12 semanas e teve como
objetivo avaliar a aceitação dessas atividades em idosos em comunidades de idosos do ocidente.
No início da intervenção os aposentados acreditavam que a pratica não iria influencia-los, porém
após a intervenção eles relataram melhoras no equilíbrio, diminuição no receio de quedas e
sensação de bem-estar além de aumentar seu convívio social e serem mais ativos. Alguns
relataram até experiências espirituais advindas da prática.
Yang Yang et al (2014) aplicaram intervenções de Tai Chi e Chi Kung três vezes na semana com
uma hora de duração cada sessão, tendo a intervenção um período de seis meses. Foi utilizado
movimentos advindos do estilo Chen com movimentos simples e tendo sua ênfase na meditação.
Durante as aulas foram tocadas música tradicional chinesa.
Ao final do estudo os idosos comentaram um aumento significante nas capacidades funcionais e
relataram que suas experiências subjetivas foram fortes e inesperadas. O autor ainda comenta
que a idade avançada e experiência de vida pode ter feito com que os praticantes aceitassem e
apreciassem as experiências que tiveram.
Conclusão
O presente estudo mostrou como a prática das artes marciais chinesas influenciam
positivamente na saúde de uma população muito heterogênea, enquanto que com jovens
saudáveis percebeu-se melhoras nas funções motoras de membros inferiores (ZHENG, 2015),
idosos sentiram as mesmas funções debilitadas pelo tempo se fortalecerem o que acarretou em
benefícios em sua saúde e na questão social.
No levantamento bibliográfico não foi achado referência ao TuiShou, uma maneira de se praticar
Tai Chi que significa “Empurrar com as mãos” (DE LAZZARI, 2009). Esta prática marcial faz parte do
Tai Chi e segue os mesmos princípios, apenas Yang Yang em 2014 cita o TuiShou em seu estudo,
mas por questões de tempo decidiu não aplicá-lo.
Referênciasbibliográficas
BURSCHKA; J. M. KEUNE; P. M. OY; U. H. OSCHMANN; P. KUHN; P. Mindfulness-based
interventions in multiple sclerosis: beneficial effects of Tai Chi on balance, coordination, fatigue
and depression. BMC Neurology.14:165, 2014.
CHAN; W. K. Tai Chi Chuan Estilo Yang Tradicional.São Paulo.Barany Editora, 2014.
CHAN; J. S. M. Qigong Exercises Alleviate Fatigue, Anxiety, and Depressive Symptoms, Improves
Sleep Quality, and Shortens Sleep Latency in Persons with Chronic Fatigue Syndrome-Like
Illness,Evidence- Based
Complementary
and
Alternative
Medicine.Jul
31.
doi:
10.1155/2013/485341, 2013.
CHEN; B. L. GUO; J. B. LIU; M. S. LI; X. ZOU; J. CHEN; X. ZHANG; L. YUE; Y. S. WANG; X. Q. Effects of
Tradicional Chinese Exercise on Gait and Balance for Stroke: A Systematic Review and MetaAnalysis. PLoS ONE. 10(8): e0135932. doi: 10.1371/journal.pone.0135932, 2015.
DE LAZARI; F. Tai Chi Chuan: Saúde e Equilíbrio. Segunda Edição. Ribeirão Preto. Editora São
Gabriel Ltda, 2009.
HERNÁNDEZ; S. I. M. TORRES; L. V. ALBA; J. D. M. ZARCO; R. C. BASTIDA; M. A. S. MEDINA; E. C.
BRINGAS; T. I. N. Water-based Tai Chi: theoreticalbenefits in musculoskeletaldiseases. Current
evidence. Journal of Exercise Rehabilitation.11(3):120-124, 2015.
107
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
HUANG; T.T. YANG; L.H. LIU; C.Y. Reducing the fear of falling among community-dwelling elderly
adults through cognitive-behavioural strategies and intense Tai Chi exercise: a randomized
controlled trial. Journal of Advanced Nursing.67(5), 961–971. doi: 10.1111/j.13652648.2010.05553.x, 2011.
IRWIN; M.R. OLMSTEAD; R. CARRILLO; C. SADEGHI; N. BREEN; E.C. WITARAMA; T. YOKOMIZO; M.
LAVRETSKY; H. CARROLL; J.E. MOTIVALA; S.J. BOOTZIN; R. NICASSIO; P. Cognitive behavioral
therapy vs. Tai Chi for late life insomnia and inflammatory risk: a randomized controlled
comparative efficacy trial. SLEEP. 49(1):89–97, 2014.
LI; F. The effects of Tai Chi Quan training on limits of stability in older adults. Clinical Interventions
in Aging. 9 1261–1268, 2014.
LIU; X. Et al. Qi-Gong Mind-Body Therapy and Diabetes Control: A Randomized Controlled Trial.
American Journal of Preventive Medicine. 41(2):152–158, 2011.
LI; Y. SU; Q. Guo; H. WU; H. DU; H. YANG; G. MENG; G. LI; C. NAGATOMI; R. NIU; K. Long-term Tai
Chi training is related to depressive symptoms among Tai Chi practioners.
JournalofAffectiveDisorders.dx.doi.org/10.1016/j.jad.2014.07.0290165-0327, 2014.
MACIOCIA; G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. Segunda Edição.São Paulo. Editora Roca
Ltda, 2007.
MANOR; B. LOUGH; M. GAGNON; M. M. CUPPLES; A. WAYNE; P. M. LIPSITZ; L.
A.FuncionalBeneficts of Tai Chi Training in Senior Housing Facilities, The American Geriatrics
Society. 62:1484–1489, 2014.
MUSTIAN; K.M. PALESH; O.G. FLECKSTEINER; S.A. Tai Chi Chuan for breast cancer survivors. Med
Sport Sci. 52: 209–217, 2008.
PARK; C. H. MALAVASI; L. JAHNKE; R. ZAJKO; W. C. MARTIN; P. NEUMAN; J. PARK; E. WEN; H. J.
ZHOU; C. Integrating Qi Gong and Tai Chi experiences into traditional western physical activity
programs in long-term care retirement communities.DOI: 10.1249/01.mss.0000321549.50666.24,
2008.
PONZIO; E. Et al. Qi-gong training reduces basal and stress- elicited cortisol secretion in healthy
older adults. European Journal of Integrative Medicine. 7: 194–201, 2015.
OMS.
10
facts
on
ageing
and
the
life
course,
disponívelem<http://www.who.int/features/factfiles/ageing/en/>,
2014,
acessadoem
18/08/2015.
SAWYNOK; J. LYNCH; M. Qigong and Fibromyalgia: Randomized Controlled Trials and Beyond.
Evidence- Based
Complementary
and
Alternative
Medicine.
http://dx.doi.org/10.1155/2014/379715, 2014.
SUN; J. Tai Chi improves cognitive and physical function in the elderly: a randomized controlled
trial, Journal of Physical Therapy Science. 27: 1467–1471, 2015.
LI; F. HARMER; P. FITZGERALD; K. ECKSTORM; E. STOCK; R. GALVER; J. MADDALOZZO; G. BATYA; S.
S. Tai Chi and postural stability in patients with Parkinson's Disease. New England Journal of
Medicine.366:511-519, 2012.
STONE; K. W. Tai Ji Quan for the aging cancer survivor: Mitigating the accelerated development of
disability, falls, and cardiovascular disease from cancer treatment. J Sport Health Sci.3(1): 52–57.
doi:10.1016/j.jshs.2013.11.003, 2014
WAITE-JONES; J. M. Psycholsocial effects of Tai Chi exercise on people with rheumatoid arthritis,
Journal of Clinical Nursing. 22, 3053–3061, doi: 10.1111/jocn.12327, 2013.
WANG; H et al. Simplified Tai Chi Resistance Training versus Traditional Tai Chi in Slowing Bone
Loss in Postmenopausal Women, Evidence- Based Complementary and Alternative Medicine.
http://dx.doi.org/10.1155/2015/379451, 2015.
108
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
WU; W. LIU; X. WANG; L. WANG; Z. HU; J. YAN; J. Effects of Tai Chi on exercise capacity and healthrelated quality of life in patients with chronic obstructive pulmonary disease: a systematic review
and meta-analysis. International Journal of COPD,9 1253–1263, 2014.
YANG; Y. DECELLE; S. REED; M. ROSENGREN; K. SCHLAGAL; R. GREENE; J. Subjective Experiences of
Older Adults Practicing Taiji and Qigong. Journal of Aging Research. doi:10.4061/2011/650210,
2011.
ZHENG; G. LAN; X. LI; M. LING; K. LIN; H. CHEN; L. TAO; J. LI; J. ZHENG; X. CHEN; B. FANG; Q.
Effectiveness of Tai Chi on Physical and Psychological Health of College Students: Results of a
Randomized Controlled Trial. PLoSONE. 10(7): e0132605. doi:10.1371/journal.pone.0132605, 2015
ZHENG; G. LIU; F. LI; S. HUANG; M. TAO; J. CHEN; L. Tai Chi and the Protection of Cognitive Ability.
American Journal of Preventive Medicine.Jul;49(1):89-97, 2015.
109
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ESTADO NUTRICIONAL DA ARBITRAGEM DE FUTEBOL DO PARANÁ
Da SILVA, A. I.1 PRESTES, M. C. S. 2 FERREIRA, D. G. 3
1: GPAF - Grupo de Pesquisa em Árbitros de Futebol - UEPG - Paraná - Brasil 2: Programa de
Iniciação Científica - Bolsa UEPG - Paraná - Brasil. 3: Programa de Iniciação Científica - Bolsa
Fundação Araucária - Paraná - Brasil.
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar e comparar o estado nutricional de árbitros e árbitros
assistente utilizando o Índice de Massa Corporal. A amostra foi constituída por 161 árbitros
divididos por função: um grupo formado por 80 árbitros principais (AP) e outro com 81 árbitros
assistentes, todos do sexo masculino. Foram mensurados, o peso, a estatura, frequência e duração
da atividade física semanal. O valor médio do IMC dos AP foi de 24,9±2,2 kg/m 2, e dos AA de
24,4±2,4 kg/m2. Entretanto, uma análise mais minuciosa dos dados permitiu constatar que apenas
52,25% dos AP e 59,26% dos AA encontram-se com valores de IMC considerados dentro da
normalidade, ou seja,uma boa parcela dos AP e AA encontram-se com sobrepeso. Com base
nestes resultados sugere-se as federações que passem a oferecer aos seus árbitros programas de
condicionamento físico associado a orientações nutricionais visando melhorar o perfil atlético
destes.
Palavra chave: árbitro, futebol, avaliação física, IMC
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze and compare the referees and assistant referees nutritional
status using the Body Mass Index. The sample was composed by 161 male referees divided by
function: a group of 80 referees (AP) and the other with 81 assistant referees. Were measured,
weight, height, frequency and duration of physical activity per week. Average BMI values were by
AP 24.9±2.2 kg/m2 and the by AA 24.4±2.4 kg/m2. However, a more careful data analysis have
showed that only 52.25% of AP and 59.26% of AA are with BMI considered normal, in other words,
a good portion of the AP and AA are overweight. Based on these results it is suggested that the
federations began to offer physical training associated with nutritional guidance programs to
improve the referee’s athletic profile.
Key words: Referee, soccer, physical evaluation, BMI.
INTRODUÇÃO
Para poder desempenhar bem as suas funções durante o jogo e acompanhar de perto as jogadas
que ocorrem dentro das dimensões do campo de futebol, o árbitro deve apresentar um perfil
morfológico adequado, isto porque, vários estudos demonstraram elevados índices de correlação
entre a porcentagem de gordura e o rendimento desportivo (HOUSH et al.,1984) evidenciando a
incompatibilidade entre a performance atlética e altos índices de adiposidade subcutânea em
esporte de predominância aeróbica, como é o caso do futebol. Desta forma, segundo Marques
(2000) a composição corporal é um aspecto importante para o nível de aptidão física de atletas de
qualquer modalidade, visto que o excesso de gordura pode diminuir o desempenho do atleta.
Além de prejudicar o desempenho esportivo de um atleta, um alto nível de gordura corporal está
110
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
relacionado à incidência de doenças crônicas degenerativas como diabetes, arteriosclerose,
hipertensão, entre outras (DEMINICE e ROSA, 2009).
O aumento do interesse por parte da mídia pelas partidas de futebol fez com que a equipe de
arbitragem tivesse seu papel dentro das quatro linhas reconhecido, pois as pessoas notaram,
devido à repetição das jogadas (replays), que as decisões certas ou erradas do árbitro podem
interferir de maneira direta no resultado da partida. Assim, como a televisão começou a se
interessar em mostrar com mais detalhes a atuação do árbitro dentro do campo de jogo, mais
pessoas passaram a se interessar pela profissão de árbitro de futebol. Pesquisas sobre este grupo
podem fornecer subsídios para conhecer melhor o perfil desta categoria profissional, servindo
como referência para futuros árbitros de futebol que pretendem atuar no quadro da entidade
maior do futebol brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desta maneira, torna-se
evidente a necessidade de se investir em estudos que abordem o perfil físico de árbitros de
futebol. Portanto, o objetivo deste trabalho foi determinar a proporção de árbitros e árbitros
assistente de futebol que possuem uma composição corporal dentro dos padrões de normalidade
utilizando como indicador o Índice de Massa Corporal (IMC).
METODOLOGIA
A população deste estudo foi constituída por árbitros de futebol profissionais pertencentes ao
quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A amostra foi constituída por 161
árbitros do sexo masculino que se apresentaram à Comissão de Avaliação da Aptidão Física da FPF,
para a temporada de 2013. Os árbitros foram divididos em dois grupos: um grupo formado por 80
indivíduos que atuam durante a partida como árbitro principal (AP) e o outro formado por 81
árbitros assistentes (AA), aquele que atua como “bandeirinhas”. As avaliações ocorreram nos dias
02, 24 e 25 de novembro de 2012. As provas foram realizadas no período matutino, nas cidades de
Londrina e Curitiba no Estado do Paraná. Os procedimentos aqui adotados estão de acordo com a
RESOLUÇÃO N.º 196, de 10 OUTUBRO de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, que trata dos
procedimentos de pesquisa em seres humanos. O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Parecer: 125.870).
As medidas de massa corporal e estatura foram obtidas por meio de informação autor referida
obtidas através de uma entrevista onde o pesquisador (entrevistador) fazia perguntas ao
entrevistado e preenchia um questionário individual. Também foram levantadas informações
sobre o volume de atividade física semanal dos árbitros. A validade das medidas auto referidas de
massa corporal e estatura já foram comprovadas em alguns estudos (SILVEIRA et al., 2005). O IMC
foi determinado dividindo-se o peso (kg) pela altura (m) ao quadrado. Para classificação do estado
nutricional dos árbitros adotaram se os critérios da WHO (1998), considerando peso normal IMC <
24,9 kg/m2 e excesso de peso como IMC ≥ 25 kg/m2.
Os resultados dos dados estão reportados como média e o respectivo desvio padrão e foram
submetidos a análise de variância (ANOVA) modelo inteiramente casualizado, seguido do teste de
Tukey para identificação das diferenças entre os pares de médias estatisticamente significantes.
Também foi utilizado o teste t não pareado. Os dados foram considerados estatisticamente
significantes quando a probabilidade da ocorrência de hipótese nula foi menor que 0,05.
RESULTADOS
Os resultados envolvendo toda a amostra e todas as variáveis mensuradas são apresentados na
tabela 1. Os dados demonstram que praticamente 50% da amostra eram AP e os outros 50% eram
AA. Constatou-se também, que após o confronto entre as variáveis estudadas entre os AP e AA
não foi encontrada nenhuma diferença estatisticamente significativa (p>0,05).
111
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Tabela 1: Características descritivas de todos os árbitros avaliados (n=161).
Árbitros (n=80)
Assistentes (n=81)
X ± dp
X ± dp
Peso (kg)
81,08 ± 9,62
75,58 ± 8,94
Altura (m)
1,80 ± 0,06
1,76 ± 0,06
Idade (anos)
30,51 ± 5,69
29,43 ± 5,58
IMC (kg/m²)
24,93 ± 2,19
24,43 ± 2,40
Frequência (dias)
3,56 ± 1,47
4,04 ± 4,50
Duração (min)
53,81 ± 24,58
57,47 ± 21,27
X=média; dp=desvio padrão; kg=quilogramas; m=metros; min=minutos.
Todos
X ± dp
78,31 ± 9,7
1,78 ± 0,1
29,98 ± 5,8
24,68 ± 2,3
3,80 ± 1,5
55,65 ± 23,0
Os árbitros avaliados na cidade de Londrina demonstram serem, em média, os mais altos do
Paraná. Os árbitros avaliados na cidade de Londrina apresentaram: idade mais alta, massa
corporal mais baixa, IMC mais baixo, frequência e duração de treinamento menor do que a região
oeste e maior que os de Curitiba e região metropolitana. Contudo, a análise estatística pelo teste
ANOVA seguido do post hoc de Tukey entre todas as regiões demonstrou não existir diferenças
estatisticamente significativas (p>0,05).
DISCUSSÃO
O componente físico é tido como um dos mais importantes para uma boa preparação do árbitro
para assim, efetivar sua atuação no campo de jogo (Da SILVA, 2005). O IMC médio dos árbitros
envolvidos neste estudo foi de 24,68±2,3 kg/m2 (n=161). Na média, tanto os AP como os AA estão
dentro do padrão de normalidade, já que o ponto de corte para o excesso de peso segundo a
WHO (1998) é de 25 kg/m2.
O valor do IMC encontrado em um estudo envolvendo 215 árbitros brasileiros foi de 24,8±2,8
kg/m2 (Da SILVA et al. 2011). Helsen e Bultynck (2004) relataram valores de IMC de 24,2±2,6 kg/m²
nos árbitros que atuaram nas finais do Campeonato Europeu de 2000. Já árbitros espanhóis
apresentaram um IMC médio de 24,90±2,73 kg/m² (CABALLERO et al., 2011), ou seja, os árbitros
envolvidos nesses estudos estariam com o IMC dentro da normalidade, segundo o valor de
referência da WHO (1998).
A grande maioria dos estudos publicados referente à arbitragem de futebol, envolvem o AP, sendo
os estudos com AA muito raros. Apesar disso, em um estudo envolvendo árbitros da FIFA, o valor
do IMC médio dos AP foi de 23 kg/m², enquanto os do AA foi de 24 kg/m² (KRUSTRUP et al., 2009).
No trabalho desenvolvido com árbitros brasileiros do quadro da CBF, o IMC dos AP foi de
25,27±2,34, sendo a dos AA de 24,3±2,62 (Da SILVA e RECH, 2008). Observa-se que os AP deste
último estudo, em detrimento dos AA, eram classificados com sobrepeso.
Uma análise mais minuciosa dos dados desta pesquisa (n=161) permitiu constatar que 57% dos
árbitros se encontram com valores de IMC considerados dentro da normalidade (média de
23,01±1,32 kg/m2). Em contra partida, os outros 43% apresentam valores iguais ou superiores a 25
(média de 26,79±1,35 kg/m2), ou seja, estes árbitros são considerados com sobrepeso. Portanto,
na realidade foi constatada a existência de dois grupos de árbitros, um com sobrepeso e outro
com o IMC dentro do padrão de normalidade, sendo esta diferença estatisticamente significativa
(p=0,0001).
O excesso de peso, historicamente, tem sido associado a vários tipos de doenças crônicodegenerativas (NIEMAN, 1999). Além das variáveis metabólicas, a aptidão física depende da
composição corporal adequada, pois o excesso de peso limita os movimentos além de
112
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
desempenhar papel de sobrecarga para o sistema locomotor (RODRIGUEZ-AÑEZ e PETROSKI,
2002). Contudo, a caracterização de excesso de peso torna-se difícil sem a utilização de
indicadores mais precisos que permitam quantificar a gordura corporal, como é o caso do
percentual de gordura ou então da distribuição da gordura corporal como o IMC, em que a relação
massa por área fornece um indicador de sobrepeso. No estudo envolvendo árbitros brasileiros e
uruguaios, foi constatado que os árbitros brasileiros apresentavam um valor de IMC superior aos
árbitros uruguaios (24,8±2,4 versus 21,1±1,6 kg/m2) ficando evidenciado que isto era em
decorrência do percentual de gordura maior dos árbitros brasileiros (18,7±4,4 versus 14,0±2,4 %G)
(Da SILVA, SANTOS e CABRERA, 2012).
Na figura 1 observa-se que a porcentagem de AP com sobrepeso é praticamente igual a
porcentagem de AP dentro do padrão de normalidade, contrastando com a porcentagem dos AA,
onde a porcentagem dos com IMC normal é maior. Em um estudo envolvendo árbitros cearenses
e potiguaras, onde esses foram separados por função, constatou-se que os AP apresentavam um
IMC de 25,1±2,0 kg/m2 que os elevam a categoria de sobrepeso, contra o valor de 24,2±3,0 kg/m2
dos AA que os manteve no padrão de normalidade. Em trabalhos envolvendo árbitros do Paraná e
Sergipe (Da SILVA et al., 2012) e outro envolvendo árbitros brasileiros e uruguaios (Da SILVA,
SANTOS e CABRERA, 2012) também foi observado que quando se separa os árbitros pelo valor do
IMC, há dois grupos de árbitros na mesma amostra, ou seja, um com IMC dentro do padrão de
normalidade e outro acima.
70
Porcentagens
60
50
40
30
20
10
0
normal AP
acima AP
normal AA
acima AA
Figura 1. Porcentagem de AP e AA acima e dentro do padrão de normalidade.
Quando os árbitros foram separados por regiões e agrupados levando-se em consideração o valor
do IMC acima ou abaixo do padrão de normalidade, constatou-se que em todas as regiões havia
uma porcentagem significativa de árbitros considerados com sobrepeso. A média do IMC dos
árbitros da região norte, os classificam com dentro do padrão de normalidade. Contudo, ao
separar os dados constatou-se que a média do IMC dos árbitros que estão acima do normal foi de
26,79±1,44 kg/m2, (39%), sendo a do grupo normal de 23,08±1,34 kg/m2, (61%), diferença esta
estatisticamente significativa (p=0,0001).
Os árbitros avaliados em Curitiba apresentaram um valor médio do IMC, dentro do índice de
normalidade, ou seja, menor que 25 kg/m2. Ao separar e analisar os dados constatou-se que 43%
apresentavam índices acima do normal (26,90±0,93kg/m2) e 57% dentro da normalidade
(22,88±1,45kg/m2), sendo a diferença dos valores de IMC estatisticamente significativa
(p=0,0001).
113
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Como ocorreu com os árbitros avaliados nas outras regiões, o valor médio do IMC dos árbitros
avaliados na região oeste ficou dentro da normalidade. Contudo, a separação dos dados dos
árbitros que estavam com o IMC acima dos que estavam com valores dentro da normalidade,
mostrou que 49% dos árbitros avaliados estavam com o índice acima do ideal (26,7±1,57 kg/m 2),
ou seja, com sobrepeso, sendo que os outros 51% apresentaram um índice bem menor
(23,06±1,06 kg/m2). Ao contrário das outras regiões analisadas anteriormente, a porcentagem de
árbitros com IMC acima de 25 kg/m2 se aproximou muito dos que estão normais. Apesar disso, a
análise estatística entre estes dois grupos demonstrou haver diferença estatisticamente
significativa (p=0,0001).
Tendo em vista a amplitude da faixa etária dos árbitros, os dados relativos ao IMC foram
distribuídos em três faixas etárias. O primeiro grupo foi formado pelos árbitros mais jovens com
faixa etária de 20 a 29 anos, o segundo grupo foi composto por árbitros com idade de 30 a 39 anos
e o terceiro grupo foi composto pelos árbitros mais velhos, com idade igual ou superior a 40 anos.
O valor do IMC dos árbitros mais jovens (20-29 anos) foi menor do que o dos árbitros das outras
faixas etárias, sendo os mesmos o único grupo que apresentou um IMC dentro do valor de
normalidade (< 25 kg/m2). Entretanto, não houve diferenças estatísticas ao confrontar os árbitros
de cada faixa etária (p>0,05).
O presente estudo identificou que com o passar dos anos, os árbitros apresentam um aumento no
IMC. Este fato corrobora com os achados de Fidelix e Da Silva (2010), que constataram um
aumento da porcentagem da gordura corporal nos árbitros com o passar dos anos, demonstrando
que os árbitros mais velhos devem se preparar e se preservar mais, tendo em vista que com o
processo de envelhecimento existe a tendência em acontecer um maior acúmulo de gordura
corporal.
A faixa etária dos árbitros da maioria dos estudos encontrados durante a revisão bibliográfica
envolvia árbitros entre os 30 a 39 anos. Dos 161 árbitros aqui avaliados, apenas 63 estão dentro
desta faixa etária, ou seja, 39,1% da amostra. Este dado não corrobora com a afirmativa
anteriormente levantada de que a maioria dos árbitros estão na faixa dos trinta anos, encontrado
em outros estudos. Os árbitros com idade entre 20 a 29 anos formaram o maior grupo, que ficou
com 52,8% do total de árbitros avaliados, sendo que os 8,1% restantes, formaram o grupo
constituído por árbitros com mais de 40 anos.
Após a avaliação física de todos os árbitros da Federação Paranaense de futebol (n=215) no ano de
2004, foi constatado que 55 árbitros tinham idade entre 20 a 29 anos, 127 idade entre 30 a 39
anos e 33 possuíam idade acima de 40 anos (Da SILVA et al. 2011), ou seja, havia muito mais
árbitros nas faixas etárias mais velhas. Contudo, apesar da maioria dos árbitros estarem com idade
dentro da faixa etária dos 30 anos, quando comparado os dados de árbitros avaliados nos anos de
1997, 2000 e 2004, constatou-se que apenas 30% dos árbitros tinham mais de sete anos de
experiência na arbitragem (PEREIRA, ALADASHVILE, Da SILVA, 2006). Desta forma, como agora os
árbitros da FPF estão mais concentrados na faixa etária dos 20 anos, isto leva a crer que o número
de árbitros mais experientes diminuiu desta forma são poucos os árbitros com experiência
necessária para atuar em jogos da elite do futebol brasileiro, já que como discutido
anteriormente, o tempo de arbitragem é um fator determinante para um árbitro atuar nos
grandes jogos.
Os árbitros afirmaram fazer uma preparação física para arbitrar em média quatro vezes por
semana, sendo que a duração foi em média de 55 minutos (tabela 1). A atividade física praticada
pela grande maioria dos árbitros foi a corrida aeróbica, sendo ignorado por eles os trabalhos
anaeróbicos, ou seja, corridas intermitentes. Em um estudo envolvendo somente os árbitros de
elite do Paraná, foi constado que esses também só treinavam quatro vezes por semana, contudo a
114
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
duração de cada sessão era de 75 minutos, ou seja, os árbitros da CBF treinavam quase 50% a
mais do que a média deste estudo (Da SILVA e PAES 2011a). Portanto, o que se observa aqui, é
que a grande maioria dos árbitros treina com frequência, duração e tipo de atividade física
recomendada para uma pessoa possuir o mínimo de qualidade de vida. Isso também já foi
observado e discutido na Dinamarca, quando Krustrup e Bangsbo (2001), avaliaram árbitros
dinamarqueses e relataram que o treinamento dos árbitros de alta classe, frequentemente,
consistia de corrida aeróbica de intensidade moderada com percursos entre 3 - 7 km.
Outro fator preocupante diagnosticado com a análise dos dados foi a constatação que os árbitros
com o aumento da idade vão diminuindo a frequência e a duração da sessão de treinamento
(figuras 2 e 3), fator este que pode comprometer a arbitragem de uma partida de futebol, já que
informações científicas afirmaram que o envelhecimento tem sido relatado como fator negativo
ao desempenho físico (CASTAGNA, D’OTTAVIO e WESTON, 2005). Em um estudo onde foram
avaliados fisicamente árbitros separados por faixas etárias, não foi constatado diferenças nos
resultados do teste de resistência aeróbica entre os grupos de diferentes faixas etárias
(CASTAGNA, D’OTTAVIO e WESTON, 2005). Entretanto, estes autores afirmaram que após análise
regressiva dos dados obtidos há uma tendência significativa, relacionando idade e decréscimo no
desempenho aeróbico. Este resultado apóia a ideia de que através do treinamento físico regular,
as diferenças relacionadas com a idade no desempenho físico podem ser reduzidas (ROGERS et
al.,1990).
4,5
Frequência (dias)
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
20-29 anos
30-39 anos
Figura 2. Frequência por faixa etária dos árbitros avaliados
115
>40 anos
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
58
57
Duração (minutos)
56
55
54
53
52
51
50
49
48
20-29 anos
30-39 anos
>40 anos
Figura 3. Duração por faixa etária dos árbitros avaliados.
Apesar do fator experiência dos árbitros da elite do futebol poderem superar uma pequena
redução da aptidão anaeróbica por serem mais seletivos em relação a atividades de alta
intensidade utilizadas durante a partida, tendo em vista que a experiência adquirida em anos de
arbitragem propicia aos árbitros mais antigos verificarem com antecedência aquelas jogadas que
vão dar em nada, portanto, sem a necessidade que o mesmo se desloque até o local onde as
mesmas estão ocorrendo (Da SILVA e PAES, 2011b), os árbitros acima dos 30 anos devem ser
orientados a manter uma frequência e duração de suas sessões de treinamento idêntica ao dos
colegas mais novos, para que a fadiga muscular não venha a comprometer a sua atuação dentro
do campo de jogo. Para finalizar, Bouchard (2003), afirma que a participação regular em
programas de exercícios físicos é um dos fortes indicadores da manutenção da perda de peso em
longo prazo. Além disso, cita que os baixos níveis de atividade física são também indicadores de
ganho de peso.
CONCLUSÃO
A porcentagem de AP e AA considerados com sobrepeso foi elevada, portanto preocupante, já
que o futebol profissional é altamente competitivo, necessitando dos atletas altos níveis de
preparação física, desta forma, como os árbitros são os responsáveis em aplicar as regras durante
o jogo tendo que estar o mais próximo das jogadas possível, seria conveniente aconselhá-los a
entrar num programa de exercícios e aconselhamento nutricional, visando melhorar sua condição
física e seu desempenho durante o jogo.
O desenvolvimento de futuros estudos que descrevam as ações motoras dos árbitros de futebol
no transcorrer da partida, correlacionando-os com dados cineantropométricos e a performance
durante os testes físicos propostos pela FIFA, ajudarão a definir melhor o perfil do árbitro de
futebol.
REFERENCIAS
BOUCHARD, C. Atividadefísica e obesidade. 1. ed. São Paulo: Manole, 2003.
CABALLERO, J. A. R.; OJEDA, E. B.; GARCÍA-ARANDA, J. M.; MALLO, J.; HELSEN, W.; SARMIENTO, S.;
GARCÍA-MANSO, JM.; VALDIVIELSO MEN. Estudo ecocardiográfico do perfil estrutural e funcional
116
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
cardíaco de árbitros de futebol.The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v.51, n.4,
p.633-8, 2011.
CASTAGNA, C.; ABT, G.; D’OTTAVIO, S.; WESTON, M. Age-related effects on fitness performance in
elite-level soccer referees.Journal of Strength and Conditioning Research, v.19, n.4, p.785-790,
2005.
DA SILVA, A.I.; FERNANDEZ, R.; PAES, M.R.; FERNANDES, L.C.; RECH, C. R. Somatotype and body
composition of brazilian football (soccer) referees. Medicina del Deporte, v. 28, p.168-173, 2011.
DA SILVA, A. I.; FIDELIX, Y.L.; SANTOS, I.A.M.; ALMEIDA, M. B.; SILVA, D. A. S. Antropometria e
morfologia de árbitros profissionais de futebol: comparação entre os Estados do Paraná e Sergipe.
Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 20, p.63-71, 2012.
DA SILVA, A. I.; RECH, C. R. Somatotipo e composição corporal de árbitros e árbitros assistentes da
CBF. Revista Brasileira de Cineantropometria& Desempenho humano, v.10, n.2, p.143-146, 2008.
DA SILVA, A I.; SANTOS, H.; CABRERA, C. Comparative analys isofbody composition of football
(soccer) referees from BRAZIL and URUGUAY. International Journal of Morphology, v.30, n.3,
p.877-882, 2012.
DA SILVA, A I.; PAES, M. R. Lesões ocorridas em árbitros de futebol da CBF durante a partida,
treinamento e teste físico.Fisioterapia Brasil, v.12, n. 4, p.267-272, 2011a.
DA SILVA, A I.; PAES, M. R. Qual seria a idade para o árbitro entra no quadro de arbitragem da
CBF? Revista Científica da Federação Internacional de Educação Física, v. 81, p. 64 - 67b, 2011b.
DEMINICE, R.; ROSA, F. T. Pregas cutâneas vs impedância bioelétrica na avaliação da composição
corporal de atletas: uma revisão crítica. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho
humano, v. 11, n. 3, p. 334-340, 2009.
FIDELIX, Y. L.; Da SILVA, A. I. Morfologia do árbitro do futebol após 10 anos na arbitragem.
Arquivos de Ciência da Saúde da UNIPAR, v. 14, n 1, p. 27-35, 2010.
HELSEN, W.; BULTYNCK, J. B. Physical and perceptual-cognitive demands of top-class refereeing in
association football.Journal of Sports Sciences, v.22, p.179-189, 2004.
HOUSH, T.J.; THORLAND, W.G.; JOHNSON, G.O.; THARP, G.D. Body composition variables as
discriminants of event participation in elite adolescent male track and field athletes. British Journal
of Sports Sciences, v.2, p.3-11, 1984.
KRUSTRUP, P.; BANGSBO, J. Physiological demands of top-class soccer refereeing in relation to
physical capacity: effect of intense intermittent exercise training. Journal of Sports Sciences, v.1,
p.881-891, 2001.
117
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
KRUSTRUP, P.; HELSEN, W.; RANDERES, M. B.; CHRISTENSEN, J. F.; MACDONALD, C.; REBELO, A. N.;
BANGSBO, J. Demandas físicas e perfil das atividades de árbitros e árbitros assistentes em partidas
internacionais. Journal of Sports Sciences, v.27, n.11, p.1167–1176, 2009.
MARQUES, M. B.; HEYWARD, V.; PAIVA, C. E. Validação cruzada de equações de bioimpedância em
mulheres brasileiras por meio de absortometria radiológica de dupla energia (DXA). Revista
Brasileira de Cineantropometria & Desempenho humano, v. 8, n. 4, p. 14-20, 2000.
NIEMAN, D. C. Exercício e Saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu
medicamento. São Paulo: Manole, 1999.
PEREIRA, A. J.; ALADASHVILE, G. A.; DA SILVA, A. I. Causas que levam alguns árbitros a desistirem
da carreira de árbitro profissional.Revista da Educação Física/UEM Maringá, v. 17, n. 2, p. 185-192,
2006.
RODRIGUEZ-AÑEZ, C.R.; PETROSKI, E. L. O exercício físico no controle do sobrepeso e da
obesidade. Lecturas educación física y deportes (Buenos Aires), v.52, n.8, 2002.
ROGERS, M. A.; HAGBERG, J.M.; MARTIN, W.H.; ESHANI, N.A. Decline in VO2max with ageing in
masters athletes and sedentary men. Journal of Applied Physiology, v. 68, p. 2195-2199. 1990.
118
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
EFEITOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE
LITERATURA EM PERIÓDICOS NACIONAIS
PEREIRA, H. S. (1); PINTO, N. V. (2)
(1)
Pós-graduanda do curso Treinamento Funcional pela
(2)
Docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Canindé.
E-mail: [email protected]
RESUMO
O treinamento funcional é reconhecido pelo aprimoramento de valências físicas e psicomotoras,
que quando desenvolvidas no idoso promovem autonomia funcional e qualidade de vida. Este
estudo teve por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos do treinamento
funcional em idosos. Realizou-se uma revisão de literatura entre os anos de 2010 e 2015,
selecionando apenas artigos científicos originais e de cunho experimental publicados em
periódicos nacionais. Pode-se identificar que, de uma maneira geral, o equilíbrio foi a principal
valência psicomotora avaliada, entretanto algumas capacidades físicas, a percepção de esforço,
qualidade de vida geral, e a capacidade funcional também foram objetos de estudo. Em todos os
artigos avaliados o treinamento funcional promoveu efeitos positivos na capacidade funcional e na
qualidade de vida dos idosos.
PALAVRA-CHAVES: Treinamento Funcional; Idoso; Exercício Físico.
ABSTRACT
Functional training is recognized by the improvement of physical and psychomotor valences,
which when developed in the elderly promote functional autonomy and quality of life. This study
aimed to conduct a literature review on the effects of functional training in elderly. It held a
review between 2010 and 2015 selecting original scientific articles and experimental studies
published in national journals. Could identify that, in general, the balance was the main
psychomotor valence evaluated, however fitness, effort perception, general quality of life, and
functional capacity were also objects of study. In all evaluated articles, functional training
promoted positive effects on functional capacity and quality of life of older people.
KEYWORD: Functional Training; Elderly; Physical Exercise.
INTRODUÇÃO
Em todo o mundo o envelhecimento tem promovido características peculiares e desafiadoras.
Mota e Carvalho (2006) apontam para os desafios contraditórios entre o aumento de idosos ativos
e consequentemente da necessidade de espaços sociais adequados e o aumento de idosos com
limitações, o que exige atenção e apoio do poder público e da sociedade.
O Treinamento Funcional - TF é caracterizado como um treinamento resistido, que objetiva o
aprimoramento de valências físicas e psicomotoras, como: o equilíbrio, força muscular, a potência,
estabilidade postural e etc. (SOUZA; SOUSA, 2013).
119
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Sua estratégia metodológica é direcionada ao desenvolvimento integrado das capacidades físicas
promovendo a melhora da habilidade e capacidade funcional para realização das funções
cotidianas e/ou esportivas, sendo regida pelos princípios biológicos do treinamento físico, em
especial, o princípio da especificidade (TEIXEIRA; EVANGELISTA, 2014).
Monteiro e Evangelista (2012) definem o TF como um novo tipo de treinamento especializado de
força, que se utiliza do próprio corpo como instrumento de trabalho ou alguns objetos específicos
como as bolas suíças, elásticos, ou qualquer outro instrumento que promovam instabilidades e
desequilíbrios, trazendo benefícios na propriocepção, na força, flexibilidade, resistência muscular,
coordenação motora, equilíbrio e condicionamento cardiovascular.
Sua aplicação pedagógica no idoso pode ampliar a capacidade funcional, a aptidão física e motora
que tendem a se reduzir com o envelhecimento, promovendo independência nas atividades da
vida diária e consequente melhora na qualidade de vida (SOUZA; SOUSA, 2013; MALAQUIAS,
2014).
Entretanto, suas estratégias de ensino e aplicabilidades metodológicas ainda parecem empíricas e
pouco estudadas pela comunidade científica, especialmente quando direcionada ao público idoso.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os
efeitos do treinamento funcional em idosos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada revisão de literatura entre os anos de 2010 e 2015, mediante a busca de estudos na
Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), pelos descritores (DEC’S): treino funcional, treinamento
funcional e idoso, utilizando para o cruzamento destes descritores a expressão “booleana” que
compreende o código “AND”. Ainda, realizou-se a busca pelo Google acadêmico utilizando os
descritores: treinamento funcional, core training e idoso. As bases de dados resultantes foram:
Scientific Eletronic Library Online (Scielo), PubMed e Lilacs.
Para este estudo foram selecionados apenas artigos científicos originais e de cunho experimental
aplicado com seres humanos e publicados em periódicos nacionais.
Foi encontrado um total de 259 artigos na pesquisa inicial. Destes, foram selecionados 17 estudos
a partir da leitura de seus resumos e em seguida, com base nos critérios de inclusão já descritos e
da leitura integral dos textos foram selecionados 8 artigos científicos para esta revisão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor discussão dos artigos utilizados nesta revisão, as amostras, intervenções, os
procedimentos avaliativos e os resultados destes serão organizados e apresentados na tabela 1, e
serão discutidos de acordo com as suas especificidades em relação aos desempenhos advindos do
treinamento funcional em idosos.
Pode-se identificar que, de uma maneira geral, o equilíbrio foi a principal valência psicomotora
avaliada, estando presente em cinco dos oito artigos avaliados. Em outras perspectivas encontrouse o artigo de Silva et al. (2012) que cursava sobre a percepção da intensidade do TF, o artigo de
Santos e Azevedo (2014), abordando a qualidade de vida geral (QVG), e o estudo de Schimitt e
Machado (2014) avaliando a força, resistência, flexibilidade, agilidade e capacidade funcional em
idosos.
120
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Vale ressaltar que além do equilíbrio, os demais estudos avaliaram ainda a flexibilidade,
mobilidade, agilidade, resistência muscular superior e inferior, agilidade, locomoção, atividade
instrumental da vida diária e o sentar e levantar.
Tabela 01 – Dados descritivos dos artigos nacionais.
Artigos Autor/Ano Amostra
Intervenção
Avaliação
1
2
Gléria;
Sandoval,
2011
>
Avaliação
do
Equilíbrio Inicial –
Escala de Poma:
Média: 55,21
09 idosos
Método:
DP: 1,89
(65 a 79 Analítico
>
Avaliação
do
anos)
Experimental;
Equilíbrio Final –
Escala de Poma:
Média: 57,00
DP: 0,00
> Método
Grupo
Descritivo,
Controle: 15
quantitativo
Silva et al.,
e qualitativo;
2012
Grupo
> Treinos:
Experimental:
24 sessões
09
(3x/semana)
27 idoso (60
a 72 anos)
3
Santos;
Azevedo,
2014
Grupo
Paciente
GP: 12
> Método:
– prospectivocontrolado
Grupo NãoPraticante –
GC: 15
121
>
Percepção
e
intensidade do TF:
Os exercícios não
foram
percebidos
como muito intensos;
A
maioria
dos
exercícios
foram
classificados
como:
“fácil”; “relativamente
fácil”, e no máximo
“ligeiramente
cansativos”;
> IMC:
GP: 1,6 + 0,82
GC: 2,0 + 1,0
> Após o treinamento
houve uma melhora
significativamente em
todos os testes de
aptidão
física
aplicados (levantar e
sentar;
flexão
de
antebraço; sentar e
alcançar;
caminhar
2,44m e voltar a
sentar; alcançar atrás
Resultados
> Na avaliação do
equilíbrio pela escala
de Poma houve um
aumento real do
escore
de
1,79
representando
3,25%;
> A prática dos
exercícios do TF foi
eficaz na melhora da
força muscular bem
como do equilíbrio e
marcha dos idosos
estudados (escala de
Poma).
O estudo mostrou
que os exercícios do
TF
podem
ser
aplicados,
com
segurança,
em
idosos saudáveis no
que se refere ao
esforço físico geral.
O TF corrobora para
a
melhoria
e
manutenção
da
qualidade de vida
geral
(QVG)
de
idosos,
incrementando na
força, na resistência,
na flexibilidade e na
autonomia funcional.
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
das costas e andar 6
minutos).
4
5
6
7
Farias,
2014
Fragoso;
Bondan,
2014
19 idosos
Treinos:
60 a 78 anos
8 semanas
(65 + 4,5)
14 indivíduos
(55 a 75
anos)
Estudo Qualiquanti, quase
experimental;
Treinos:
semenas
12
> O Equilíbrio Estático
não houve melhoras.
Hipótese: o tempo de
duração
do
treinamento
(8
semanas) não foi o
suficiente.
O TF foi eficaz na
melhora
da
mobilidade,
agilidade, RMS e
RMI.
O
TF
é
uma
alternativa
interessante
para
atenuar os efeitos
deletério
decorrentes
do
avanço da idade.
> Os teste de Sentar,
Levantar e Locomoverse obteve melhoras,
uma evolução de
9,07%;
>
Agilidade:
uma
melhora de 9,2%;
> Equilíbrio: uma
melhora considerável
de 22,36%.
> Apenas 21,4% do
grupo apresentaram
melhoras
na
realização
de
atividades do dia-adia (N=03);
> Observou-se uma
melhora
na
flexibilidade
dos
membros inferiores
associada ao avanço
da idade.
115
idosos
>
As
variáveis
Schimitt;
(separados
Correlacional
agilidade
e
Machado, em 6 grupos)
expost facto
capacidade aeróbica
2014
(60 a 80
obtiveram diferença
anos)
estatística
significativa
em
todas as avaliações,
com
pior
desempenho entre
os mais idosos.
Estudo
>
Avaliação
Pré- Não houve diferença
quaseTreinamento:
estatística
experimental; > Equilíbrio Estático significante
no
Lustosa et 7 idosas (64 a
Treinos:
Unipodálico:
equilíbrio estático:
al., 2010
88 anos)
8
semanas MID
–
membro (p>0,105),
(24 sessões)
inferior direito:
Houve
diferença
3x
por m: 5,9 dp + 3,3
significativa no AIVD:
> Não foi observado
diferenças significas
nas seguintes variáveis
avaliadas:
Força e resistência de
membros inferiores e
superiores,
flexibilidade
de
membros superiores e
inferiores.
(obs.:
o
estudo
ressalta que esse fato
se deve a função da
idade)
122
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
semana de 50 MIE – membro inferior (p=0,042).
min.
esquerdo:
m: 4,6 dp + 2,8
>
AIVD
– Ativ.
Instrumental da Vida
Diária:
m: 27,3 dp + 2,6
8
2 grupos
Grupo
Roma et
Resistido: 46
al., 2013
Grupo
Aeróbio: 50
>
Avaliação
PósTreinamento:
> Equilíbrio Estático
Unipodálico:
MID
–
membro
inferior direito:
m: 7,1 dp + 4,1
MIE – membro inferior
esquerdo:
m: 5,7 dp + 4,3
>
AIVD
– Ativ.
Instrumental da Vida
Diária:
m: 29,0 dp + 0,8
> GRUPO RESISTIDO
Melhora
no
sentar/levantar
(p=0,022)
Melhoras
no
Equilíbrio:
Pés seguidos (p=0,039)
Enfileirados (p=0,001)
- Os dois grupos
Melhoras
apresentaram
Flexibilidade (p=0,001)
melhoras na Aptidão
Ensaio Clínico
Física;
Randomizado > GRUPO AERÓBIO
Não
houve
Prospectivo
- Diferença Estatística
diferença estatística
na
velocidade
quando os 2 grupos
(p=0,008)
foram comparados.
- Equilíbrio
Pés seguidos (p=0,02)
Enfileirados (p=0,042)
Melhoras
Flexibilidade
(não
houve
diferença
significativa
–
p=0,359);
123
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gléria e Sandoval (2011) trabalharam o equilíbrio, com o teste: Escala de POMA, que é um método
fidedigno e prático para avaliar o equilíbrio e também a marcha dos idosos. Os idosos desse
estudo alcançaram melhoras significativas estatisticamente (p=0,00), alcançando a média máxima
do teste na avaliação final (M=57,00).
O trabalho de Silva et al., (2012) avaliou a percepção da intensidade do treinamento funcional e
concluiu que a percepção dos idosos diante desse exercício é positiva, sendo que as sessões
avaliadas foram em sua maioria classificadas como “fácil” e “relativamente fácil”.
O artigo de Santos e Azevedo (2014) mostrou que o TF melhorou os aspectos de aptidão física que
o estudo avaliou. O trabalho de Farias (2014) mostrou que o TF foi eficaz em diversos aspectos,
porém, o equilíbrio estático não apresentou melhoras. Na pesquisa de Fragoso e Bondan (2014), o
resultado que mais obteve eficácia foi o fator equilíbrio. O estudo de Schimitt e Machado (2014)
não avaliou a valência: equilíbrio, mas sim, as capacidades: força, resistência dos membros
superiores e inferiores. Na flexibilidade de membros superiores não houve diferenças, mas os
demais fatores obtiveram melhorias (Tabela 01).
O programa de treinamento funcional, embora não tenha como prioridade os ganhos de
equilíbrio, flexibilidade ou força muscular, esse tipo de treino gera modificações em todas essas
valências, com maior impacto na mobilidade, diminuindo a dependência funcional do idoso
(LUSTOSA et al., 2010).
O treinamento funcional, por combinar o trabalho resistido, utilizando a sustentação da própria
massa corporal e pesos livres aliado ao treinamento aeróbio parece ter uma melhor aplicabilidade,
uma vez que não requer a tradicional aparelhagem relacionada ao treinamento resistido, a
musculação (VASCONCELLOS et al., 2008). É um tipo de treino que melhor atende os idosos, o
público com algumas limitações ou pessoas que busquem um treinamento de maior intensidade,
pois o TF pode tem como qualidade, o controle da intensidade
O estudo de Lustosa et al., (2010) confirmou que o treinamento funcional mostrou melhoras
significativas nas atividades da vida de diária e que há uma tendência de melhora no fator,
equilíbrio.
O trabalho de Lustosa et al., (2010) trabalhou com a vertente: Equilíbrio Estático Unipodálico, lado
direito e esquerdo e com a Atividade Instrumental da Vida Diária. No equilíbrio não houve
mudanças significativas, já na AIVD houve mudanças estatisticamente comprovadas.
No trabalho de Roma et al., (2013) também trabalharam o equilíbrio e a flexibilidade. Houve
melhoras nessas duas vertentes, tanto nos exercícios resistidos, como nos exercícios aeróbicos.
É correto afirmar que melhorando o condicionamento físico dos idosos através do TF evitam-se os
riscos de lesões, que podem ser causados pelas quedas, ajuda na cicatrização de lesionados e pela
sua dinâmica, esse treinamento ajuda na motivação dos praticantes (RIBEIRO, 2006).
É perceptível que qualquer atividade física para o idoso é bem-vinda, e que quanto mais cedo
iniciada pode, além de promover uma melhora na aptidão física e psicomotora, prevenir os
declínios fisiológicos advindos do envelhecimento.
O treinamento funcional, por sua vez, pode promover a independência funcional do idoso ao
ampliar as suas capacidades físicas e psicomotoras tão necessárias nas atividades da vida diária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo pode apresentar uma breve revisão sobre os efeitos do treinamento funcional
em idosos. Por tratar-se de uma modalidade relativamente nova, nota-se que ainda existem
poucos estudos nacionais relacionados a esta temática, especialmente de cunho experimental
com idosos.
124
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Sua prática tem sido explorada em diversos centros esportivos, clubes e academias, devendo
assim, ampliar sua abordagem científica e pedagógica. Embora os estudos sobre o envelhecimento
já estejam bem explorados, assim como as estratégias de intervenção da prática física na melhora
da capacidade funcional do idoso, a sua associação com atividades físicas de caráter
proprioceptivo-motor específico ao treinamento funcional ainda merece atenção da comunidade
científica.
Nota-se que o equilíbrio foi a principal valência avaliada, justificada provavelmente pelos índices
de queda característicos do idoso. Todavia, outras vertentes físicas e psicomotoras como a
velocidade de reação, a força e a resistência na ação de tarefas do cotidiano, coordenação motora
geral e fina e o ritmo podem ser exploradas a fim de fortalecer as futuras estratégias pedagógicas
do treinamento funcional para esta população.
Por fim, ressalta-se o consenso em todos os artigos avaliados de que o treinamento funcional é
capaz de intervir positivamente na qualidade de vida e na capacidade funcional de idosos.
REFERÊNCIAS
GLÉRIA, P. D. M. P.; SANDOVAL, Renato Alves. Treinamento funcional como recurso
fisioterapêutico para o aprimoramento da força muscular e equilíbrio de idosos. EFDeportes.com.
Rev Digital Buenos Aires [periódico na Internet], v. 16, p. 161, 2011;
LUSTOSA, Lygia Paccini et al. Efeito de um programa de treinamento funcional no equilíbrio
postural de idosas da comunidade. Fisioter Pesq, v. 17, n. 2, p. 153-6, 2010;
MONTEIRO, A. G.; EVANGELISTA, A. L. Treinamento funcional: uma abordagem prática. São Paulo:
Phorte, 2012;
MOTA, Jorge; CARVALHO, Joana. In: TANI, Go.; BENTO, Jorge Olímpio.; PETERSEN, Ricardo
Demétrico de Souza. (Org.) Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006;
RIBEIRO, Ana Paula de Freitas. A eficiência da especificidade do treinamento funcional resistido.
Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Metodologia da preparação
Física – Personal Training. Centro de Pós-graduação e Pesquisa da UNIFMU – Centro Universitário.
2006;
ROMA, Maria Fernanda Bottino et al. Efeitos das atividades físicas resistida e aeróbia em idosos
em relação à aptidão física e à funcionalidade: ensaio clínico prospectivo. Einstein (São Paulo), v.
11, n. 2, p. 153-157, 2013;
SILVA, K. R. A. et al. Análise da Complexidade e Intensidade Percebida em Exercícios de Programa
de Treinamento Funcional para Idosos. Revista Piauiense de Saúde. Teresina, v. 1, n. 2, p. 4-11,
2012;
SOUZA, Luis Ricardo de Lima. SOUSA, Évitom Corrêa de.. Os efeitos do treinamento funcional na
capacidade funcional de idosos. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde – UEPA, 2013;
TEIXEIRA, Cauê La Scala. EVANGELISTA, Alexandre Lopes. Treinamento funcional e core training:
definição
de
conceitos
com
base
em
revisão
de
literatura.
<http://www.efdeportes.com/efd188/treinamento-funcional-e-core-training.htm>.
Revista
Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014;
VASCONCELLOS, S. A. N.; GONÇALVES, R. N.; MONTEIRO, L. L.; PEREIRA, E. F. M. Uma revisão sobre
treino concorrente. Ensaios e Ciências: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, Valinhos, v. 12, n.
2, p. 17-33, 2008.
125
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ELETROMIOGRAFIA DO MÚSCULO PEITORAL MAIOR DE PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO NOS EXERCÍCIOS SUPINO RETO E SUPINO INCLINADO
SANTOS, L.F.
QUEIROZ, R.R.
LAFETÁ, J.C.¹
SOUSA, R.S.¹
1 – UNIMONTES – Montes Claros – Brasil
[email protected]
RESUMO
Perante a assombrosa estimação do treinamento de força pelos povos do mundo inteiro, não
apenas no meio desportivo, mas como atividade para fins estéticos, profiláticos, terapêuticos e o
mais importante promoção da qualidade de vida de todos os seus praticantes, tornaram-se
necessárias pesquisas em alguns dos inúmeros exercícios que a modalidade oferece, tentando
entender o comportamento dos músculos quando está sujeito a essas resistências mecânicas, em
especial no tocante da biomecânica. A eletromiografia mostra-se como uma técnica eficiente para
examinar essa ação muscular, dando subsídio no diagnóstico e acompanhamento dos resultados
do treino. Partindo pela escassez de estudos sobre esse assunto na literatura, o estudo teve como
objetivo analisar e comparar através da quantificação da atividade elétrica no músculo
(Eletromiografia- EMG), o comportamento do músculo peitoral maior de praticantes de
musculação durante a realização dos exercícios supino reto e supino inclinado. Participaram da
amostra 06 indivíduos homens, com histórico em treinamento de força. Foi utilizado um
eletromiógrafo Miootol 4 canais da marca Miotec, software Miografh 2.0 para aquisição e
processamento dos sinais. Os resultados foram analisados no SPSS 20.0, utilizou-se o teste t
Student para amostra pareada com p≤0,05, permitiu concluir que: o peitoral maior parece ser
mais estimulado no supino reto, o supino inclinado consegue priorizar as fibras claviculares,
apesar de no supino reto apresentar resultados superiores, mas sem significância. As fibras
esternais foram mais estimuladas no supino reto assim como as claviculares no inclinado.
Palavras Chaves: Treinamento de Força, Eletromiografia, Supino.
ABSTRACT
Given the astonishing estimation of strength training for people of the world, not just in the sports
environment, but as an activity for aesthetic purposes, prophylactic, therapeutic, and most
importantly promoting the quality of life of all its practitioners, it became necessary research
some of the many exercises that offers the sport, trying to understand the behavior of muscles
when they are subjected to these strengths, in particular regarding the biomechanics.
Electromyography shows up as an effective technique to examine this muscle action, giving
allowance for the diagnosis and monitoring of training results. Leaving the scarcity of studies on
this subject in the literature, the study aimed to analyze and compare by quantifying the electrical
activity in the muscle EMG, the behavior of the pectorals major muscle of bodybuilders during the
exercises bench press and incline presses. A sample of 06 male subjects, with historical strength
126
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
training. We used a 4-channel electromyography Miootol brand Miotec, Miografh 2.0 software for
acquisition and signal processing. The results were analyzed with SPSS 20.0, we used the Student t
test for paired samples with p ≤ 0.05, indicated that: the pectorals major appears to be more
stimulated in the bench press, incline presses can prioritize clavicles fibers, although in the bench
press submit superior results, but without significance. Sternal fibers were more stimulated bench
press as well as in clavicles inclined.
Key Words: Strength Training, Electromyography, Bench Press.
INTRODUÇÃO
O levantamento de peso que atualmente é reconhecido como treinamento de força ou
treinamento resistido, mas popularmente recebe o nome de musculação tendo indícios de sua
aceitação no inicio do século XX, antes disto se torna impossível comprovar quando e onde o
homem abraçou essa causa como prática de exercício físico regular, por ser uma prática milenar
(DA SILVA et. al., 2001).
De acordo com Vianna e Novaes (2009) musculação é uma modalidade que tem como objetivo o
desenvolvimento de qualidades físicas em relação às estruturas músculo-articulares, bem como a
sua manutenção. Através de uma boa orientação, ela tem um papel importante na prevenção de
lesões músculo-articulares, reduzindo e evitando inúmeras lesões advindas do esporte.
Os treinos em musculação são aplicados em aparelhos móveis que deve ser firmado em algum
membro do corpo ou segurado com as mãos para ser deslocado durante a realização do exercício.
Os aparelhos fixos são do tipo compacto ou amplo, o que abrange também as unidades com
estações de módulos e aglomerados dedicados a desenvolverem vários grupos musculares
(LEME,1999).
Bompa et. al. (2004) relata que dos vários exercícios, o que se destaca na musculação é o supino,
pois ele desenvolve as qualidades físicas de quase todos os músculos envolvidos no complexo do
ombro.
Godoy (1994) traz detalhes mostrando os grupos musculares e suas respectivas ações durante a
execução do exercício supino: peitoral maior parte clavicular (durante a flexão e abdução dos
ombros), peitoral maior esterno costal (durante a extensão e adução dos ombros). As duas
porções do peitoral maior atuam na abdução horizontal e na rotação interna dos ombros. O
deltóide anterior (atua na flexão horizontal, na rotação medial e na abdução dos ombros) e o
tríceps braquial (atua na extensão do cotovelo).
A Eletromiografia (EMG) é um processo que torna possível a análise do estado ativo de um
determinado músculo. São medidos através de eletrodos afixados sobre a pele do indivíduo,
chamados eletrodos de superfície, e só existe a possibilidade porque a excitação dos músculos é
dependente da atividade elétrica. Os estímulos originados do sistema nervoso central chegam ao
músculo esquelético por meio dos motoneurônios inferiores. Cada neurônio inerva um conjunto
de fibra muscular. Esse conjunto neuromuscular é chamado de unidade motora, que do sistema
neuromuscular ela é a menor unidade funcional. Em repouso, há diferença de cargas elétricas
entre os meios da membrana da célula muscular, sendo que o meio extracelular com carga
positiva e o meio intracelular com carga negativa. A excitação da membrana ocorre por um
impulso nervoso que proporciona sua despolarização, resultando em uma carga positiva no meio
intracelular (potencial de ação) (JACOB et. al., 1990).
Esclarecendo ainda mais Bompa et. al. (2004) diz que EMG é um método que nos permite
classificar os melhores exercícios para cada grupo muscular através de uma avaliação do
127
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
mecanismo de qualquer articulação – músculos que são motores primários na mesma -, seja ela
normal ou patológica.
Na literatura, estudos cinesiológicos abordando eletromiografia e musculação são escassos, uma
vez que grande parte das abordagens em musculação, principalmente no que diz a respeito da
biomecânica dos exercícios não possuem um bom embasamento científico, foram levantadas
baseando-se em experiências e observações subjetivas de atletas e treinadores que foram
passadas de geração a geração e ainda sevem de paradigma para os treinos atuais, o presente
estudo colabora abordando um exercício do levantamento básico denominado supino, sendo
executado em banco reto e banco inclinado, ambos utilizando peso livre (barra e anilhas).
O objetivo do estudo foi analisar e comparar através da quantificação da atividade elétrica no
músculo (Eletromiografia- EMG), o comportamento do músculo peitoral maior de praticantes de
musculação durante a realização dos exercícios supino reto e supino inclinado.
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa se caracteriza por ser um estudo descritivo, quantitativo e de corte transversal, com
população composta por clientes de uma academia que se localiza no município de Montes Claros
– MG e a amostra ficou composta por 06 indivíduos do sexo masculino, com idade de 18 a 24
anos, massa corporal de 68 a 82 Kg, estatura de 173 a 181 cm. O tempo de prática em
treinamento de força varia de 6 a 10 meses. Todos os sujeitos possuíam experiência na execução
dos exercícios propostos e foram capazes de realizar 1-RM dos exercícios com uma carga superior
à da massa corporal.
A coleta dos dados foi realizada em dois momentos, sendo que o primeiro para breve avaliação
dos voluntários, coletando idade, peso, altura e anamnese para conhecimento das condições de
saúde e condicionamento, e ainda um pré-teste com a intenção de identificar a 1-RM dos
voluntários em cada exercício e adaptação ao protocolo experimental. Os exercícios foram
executados em um banco de 46 cm de altura, 26 cm de largura e com 135 cm de comprimento,
nas laterais acoplado a esse banco existem dois suportes fixos com 150 cm de altura e
equidistantes 110 cm para o posicionamento da barra, o seu encosto pode ser ajustado em 07
inclinações diferentes, aparelho produzido pela Açoissa Fitness & Equipament.
Para realização do supino reto: deitado sobre o banco horizontal, os glúteos em contato com o
banco, pés apoiados no chão; segurar a barra, mãos em pronação, com uma distância igual ou
superior a largura dos ombros; inspirar e descer a barra, controlando o movimento, até o peito;
desenvolver expirando no final do esforço. Supino Inclinado: sentado sobre um banco inclinado
entre 45º e 60º, segurando a barra; mãos em pronação com uma distância igual ou superior a
largura dos ombros; inspirar e descer a barra a barra sobre a fúrcula esternal; desenvolver e
expirar no final do movimento. O teste de 1-RM determinou a carga máxima com o qual fosse
possível efetuar uma repetição completa sem auxilio externo, cada sujeito teve três
oportunidades de mensuração com intervalo de cinco miinutos entre cada tentativa. E
finalmente 48 horas após a realização do pré-teste, realizou-se a coleta dos dados
eletromiográficos. Eletromiógrafo EMG Miootol 04 canais (Marca Miotec), com alta precisão na
aquisição dos sinais de EMGs (14 Bits), com célula de carga de 200 Kgf (dinamômetro) e
eletrogoniômetro. O eletromiógrafo possui alta representatividade do sinal de EMG em todos os
canais (200 amostras ̸ segundo por canal ), baixo nível de ruído ˂ 02 LSB (Low Significative Bit),
possui bateria recarregável com duração de 40 horas de uso contínuo, alto nível de segurança
para o paciente e o profissional (isolamento elétrico 3.000 volts, programa Miograph para coleta,
processamento e interpretação dos sinais adquiridos; com alta flexibilidade possibilitando a
128
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
utilização de acessórios (sondas uroginecológicas, goniômetro digital, entre outros) em qualquer
um dos seus canais, sendo estes analógicos de entrada com conexão com microcomputador via
porta USB (conector padrão tipo B), dimensões reduzidas, com porta cinto, possibilitando a
fixação do equipamento junto ao corpo do paciente.
Para aquisição da atividade elétrica muscular foi utilizado Eletrodos Meditrace 100 Infantil – Ag ̸ Ag
Cl – Gel Sólido (hidrogel) adesivo e condutor, que superam as especificações da Associação para o
Avanço de Instrumentos Médicos (AAMI) para eletrodos de monitoração e proporciona uma
excelente qualidade de traçado, com baixa impedância, o que facilita uma rápida estabilização da
linha de base. É universal para a monitoração de adultos porque incorpora numerosas
características para satisfazer as necessidades de diversos departamentos, sendo que antes da sua
fixação no ponto anatômico, foi realizada a assepsia da pele com algodão embebido em álcool em
gel 70%, os participantes que tinham excesso de pelos no local fizeram a tricotomia com
barbeador, estas atitudes foram adotadas afim e diminuir a impedância da pele e alcançar a
máxima fixação do eletrodo. Fixados no hemisfério direito (dominante) dos sujeitos por meio de
adesivos do próprio. Eles ficaram posicionados paralelamente às fibras musculares, sendo que dois
posicionados em média dois centímetros abaixo da clavícula (canal 1, fibras claviculares), outros
dois posicionados no meio do peitoral maior levemente lateralizados (canal 2, fibras esternais) e
ainda um quinto eletrodo posicionado sobre a sétima vértebra cervical (eletrodo de referência).
A recepção dos sinais da ativação elétrica muscular nos exercícios foi durante a execução de uma
série máxima com a carga equivalente a 80% de 1-RM em ambos os exercícios. O percentual de
80% de 1-RM foi empregado, a fim de aproximar o experimento da situação real de treino, uma
vez que essa variável permite o individuo executar de 8 a 10 repetições, as quais eles utilizam em
seus treinos. Os exercícios foram realizados com um intervalo mínimo de 5 minutos. Os sujeitos
foram orientados a realizar a fase excêntrica direcionando a barra numa linha próxima ao centro
do esterno, sem, contudo, tocar o tórax para evitar movimentação dos eletrodos. Durante o teste,
com o intuito de minimizar a interferência de fatores extrínsecos, como a rede elétrica local,
lâmpadas, eletroeletrônicos e etc., foi utilizado filtros para diminuir essa incidência, fazendo com
que a análise seja feita de forma eficiente, tentando captar apenas sinais musculares. Foram
aplicados dois filtros Notch Filter e passa – banda. E após a coleta o Notch Filter foi reaplicado de
acordo com a observação das cristas dos sinais eletromiográficos que se formam durante a
análise.
Os dados foram analisados no pacote estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS –
versão 20.0), sendo que foi realizada a estatística descritiva, com média, desvio padrão e para
testar a normalidade da amostra recorreu-se ao teste de Shapiro Wilk. Já para comparar a
atividade elétrica dos músculos foi realizado o teste t Student para amostra independentes com
nível de significância de 0,05. Todas as técnicas experimentais, assim como a metodologia, seguem
as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, estabelecidas
na Resolução nº 251, de 07 de agosto de 1997, do Conselho Nacional de Saúde e na Resolução nº
196, de 10 de outubro de 1996.
RESULTADOS
A caracterização da amostra do estudo é apresentada logo abaixo em forma de tabela, com as
respectivas médias e desvio padrão.
Tabela 01: Descrição da amostra.
N Média ± DP
Idade (anos)
6
21,00 ± 2,96
129
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Peso Corporal (kg) 6
73,60 ± 4,85
Estatura (m)
6
1,75 ± 0,03
IMC
6
23,79 ± 1,57
Tempo de TF (meses)
6
8,83 ± 1,60
A amostra foi composta por 06 homens com composição corporal semelhante, sendo que a
idade média dos sujeitos foi de 21 anos, peso corporal médio de 73,60 kg, altura na casa de 1,75
m, a média do IMC foi de 23,79 e 8,83 meses era o tempo médio de cada individuo no TF.
Tabela 02: Comparação da atividade eletromiográfica (EMG) do peitoral maior durante a
realização do supino reto e supino inclinado.
Supino Reto Supino Inclinado
N Média ± DP Média ± DP
t
Sig
EMG (média) 6 264,75 ± 78,51
233,89 ± 52,29
1,911 0,114
EMG (máximo) 6 1370,66±319,27 1077,20±208,33
3,029 0,029
*P≤ 0,05
Tabela 03: Comparação da atividade eletromiográfica entre as fibras claviculares (PFC) e fibras
esternais (PFE) do peitoral maior, durante a realização do supino reto (SR) e supino inclinado (SI).
PFC
PFE
N
Média ± DP
Média ± DP
t
Sig
SR (média)
6
274,68 ± 100,95
254,83 ± 69,05
0,670 0,532
SI (média)
6
330,20 ± 94,89
137,58 ± 21,09
5,288 0,003
SR (máxima)
6
1426,95±514,58
1314,38±317,83
0,484 0,649
SI (máxima)
6
1397,53±375,80
756,86 ± 185,91
3,720 0,14
*P≤ 0,05
Tabela 04: Comparação da atividade eletromiográfica das fibras claviculares e esternais do
peitoral maior entre os exercícios supino reto e supino inclinado.
Supino Reto Supino Inclinado
N
Média ± DP
Média ± DP
t
Sig
PFC (média)
6
274,68 ± 100,95
330,20 ± 94,89
-3,814 0,012
PFE (média)
6
254,83 ± 69,05
137,58 ± 21,09
5,742 0,002
PFC (máxima) 6
1426,95 ± 514,58
1397,53 ± 375,80
0,231 0,827
PFE (máxima) 6
1314,38 ± 317,83
756,86 ± 185,91
5,414 0,003
*P≤ 0,05
DISCUSSÃO
Na tabela 02 estão dispostos os resultados provenientes da análise comparativa da atividade
eletromiográfica do peitoral maior na realização do supino reto e inclinado. Para obter o trabalho
total do peitoral maior durante os exercícios, foi realizada a soma dos valores médios e máximos
das fibras claviculares e esternais. Fazendo a comparação desses achados pode-se observar que
não houve diferença significativa para os valores médios, já nos valores máximos foi encontrada
uma diferença significativa de 0,029 do supino reto para o supino inclinado.
Conforme os resultados apresentados na tabela 03 foi possível dispor que ocorreu diferença
significativa para as fibras claviculares e esternais apenas durante a realização do supino inclinado
(valores médios), sendo esta diferença de 0,003.
130
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A tabela 04 traz uma comparação importante, a atividade eletromiográfica das fibras claviculares
e esternais na execução dos dois exercícios. Apenas nos valores máximos do peitoral maior fibras
claviculares não houve diferença significativa (0,827), do supino reto para o supino inclinado.
No estudo de Leme (1999) analisando eletromiograficamente o músculo peitoral maior
esternocostal e clavicular, deltóide anterior e porção longa do tríceps braquial, durante os
exercícios: supino reto, supino fechado, crucifixo e supino reto com halteres, concluiu que nos
exercícios realizados com barra, em particular o supino reto, o músculo peitoral maior
esternocostal e clavicular são os que apresentam atividade semelhante, fazendo destaque para o
tríceps do braço no supino fechado. Agora nos exercícios executados com halter, em particular o
supino reto com halter, os músculos peitoral maior esternocostal, clavicular e deltóide anterior,
são os que apresentam maior atividade, sendo que entre estes exercícios, todos os músculos
apresentam atividade semelhante, fazendo-se destaque para o deltóide anterior no crucifixo. Já
no presente estudo, comparando o supino reto, os achados foram parecidos, as duas fibras do
peitoral tem atividades semelhantes, apesar dos estudos utilizarem localizações diferentes para os
eletrodos esternocostais.
O atual estudo visou analisar apenas um músculo envolvido no supino reto e supino inclinado
diferente de Rocha Junior et. al. (2007) que comparou a atividade eletromiográfica dos músculos
envolvido durante a execução dos exercícios supino reto e crucifixo na máquina. Os resultados não
revelaram diferenças na atividade do peitoral maior e deltóide anterior entre os exercícios. A
atividade do tríceps braquial foi maior na realização do supino em comparação com o crucifixo (p
< 0,01). Durante o supino, a atividade do peitoral foi maior em relação ao tríceps, sem diferenças
entre o peitoral e deltóide ou deltóide e tríceps. No crucifixo, a atividade do peitoral e a do
deltóide foram maiores em relação ao tríceps (p < 0,01), sem diferenças entre deltoide e peitoral.
De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que, caso o objetivo do treinamento seja
promover estímulos para o deltóide ou peitoral, ambos os exercícios podem ser usados,
dependendo da disponibilidade de materiais e/ou da especificidade da atividade motora na qual
se procura melhorar a performance. Este estudo não corrobora a hipótese da literatura que
sugere exercícios multiarticulares com recrutamento maior que exercícios uniarticulares.
As diferenças metodológicas tornam difícil a comparação e aplicação prática de estudos que, por
meio da EMG, buscam avaliar a eficiência de exercícios na requisição de músculos específicos. Um
exemplo é a utilização de protocolos que fazem uso de percentuais de 1-RM para estabelecer a
intensidade dos testes. Rezende et. al. (2012) diz que a prescrição e periodização do treinamento
neuromuscular, as contrações bilaterais realizadas no aparelho desenvolvimento articulado
convergente são eficientes visando recrutamento dos músculos deltóide médio, peitoral maior
porção clavicular e tríceps braquial cabeça longa, sendo evidenciadas diferenças entre o membro
dominante e o não dominante apenas para o tríceps braquial dominante (p = 0,0016) com a carga
de 80% da CVM em atletas nadadores com histórico de treinamento com pesos.
Devido à carência de informações biomecânicas relativas ao exercício supino plano com halteres,
particularmente quanto ao comportamento dos músculos envolvidos neste movimento durante as
fases concêntrica e excêntrica, Da Silva et. al. (2001) analisou eletromiograficamente o músculo
peitoral maior parte esternocostal e parte clavicular, deltóide fibras anteriores e tríceps do braço
cabeça longa, diante dos resultados conclui-se que neste exercício, em ambas as fases do
movimento o músculo mais ativo é o peitoral maior parte clavicular, sendo que todos os músculos
analisados são mais ativos na fase concêntrica (p £ 0,05).
Analisando os coeficientes de variação (CV) intrasujeito e intersujeitos, da atividade
eletromiográfica dos músculos peitoral maior parte esternocostal e clavicular, deltóide anterior e
tríceps braquial cabeça longa durante o exercício supino fechado, observando as fases
131
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
concêntricas e excêntricas do movimento, concluiu-se que o músculo peitoral maior parte
esternocostal é aquele que apresenta menor variabilidade intrasujeito na fase excêntrica e o
tríceps na concêntrica. Na análise intersujeitos, o músculo peitoral maior parte esternocostal é
aquele que apresenta o menor CV nas duas fases (BARBOSA e GONÇALVES, 2002).
Oliveira et. al. (s.d.) buscou verificar o efeito do tempo de execução, da intensidade da carga e do
tipo de contração na atividade eletromiográfica do músculo longuíssimo do tórax bilateralmente,
durante a execução do exercício rosca bíceps, os resultados permitiram concluir que a execução
do exercício rosca bíceps aumenta a atividade eletromiográfica dos músculos longuíssimos do
tórax, principalmente durante movimentos concêntricos dos cotovelos a partir dos 80% do tempo
de execução.
Devido à carência de informações biomecânicas relativas aos exercícios de agachamento e
avanço, principalmente quanto ao comportamento dos músculos envolvidos nestes movimentos,
Coscrato et. al. (s.d.) em seu estudo teve como objetivo verificar a resposta eletromiográfica dos
músculos glúteo máximo e eretor da espinha durante o agachamento sem calço, agachamento
com calço, avanço com passo largo e avanço com passo menor. Os achados encontrados foram os
seguintes: a) o músculo glúteo máximo apresentou mesmo perfil eletromíográflco para os 04 tipos
de exercício, ou seja, não apresentou diferença significativa; b) a participação do músculo eretor
da espinha foi maior nos exercícios de agachamento do que nos exercícios de avanço; c) o
músculo eretor da espinha apresentou valores médios de energia superiores ao músculo glúteo
máximo em todos os exercícios.
Os resultados obtidos do estudo referem-se a uma amostra composta por indivíduos treinados.
Portanto, estudos adicionais são necessários para avaliar as respostas em indivíduos sem
experiência com os exercícios testados. Também é importante ressaltar que o cálculo da
amplitude do sinal EMG permite a análise quantitativa do recrutamento de unidades motoras,
enquanto os resultados obtidos com um programa de exercícios resistidos dependem do controle
de diversas variáveis. Desse modo, deve-se ter cautela ao utilizar tais resultados para qualificação
dos exercícios, pois não é possível prever as adaptações a um programa de treinamento com base
unicamente nesses dados (ROCHA JUNIOR et. al., 2007).
CONCLUSÃO
A EMG se mostra um método importantíssimo no diagnóstico das ações musculares e
acompanhamento da progressão em treinos de força, por isso pode e deve ser usada por
treinadores para obtenção dos resultados de forma otimizada.
Diante dos resultados apresentados e discussão dos mesmos e de acordo com a metodologia
utilizada, foi possível verificar que o peitoral maior parece ser mais estimulado no supino reto, o
supino inclinado consegue priorizar as fibras claviculares, apesar de no supino reto apresentar
resultados superiores, mas sem significância. As fibras esternais foram mais estimuladas no supino
reto assim como as claviculares no inclinado.
O supino reto não substitui o inclinado em programas de musculação, mas, porém o supino
inclinado deve ser exercício auxiliar quando se tem como objetivo o desenvolvimento das fibras
claviculares do peitoral maior.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
132
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANDRADE, C.R.F. de; SASSI, F.C. A study about electromyography: rest, maximum and minimum
labial tension in fluent speakers. Pró-Fono, 2003. p. 111-6.
AZEVEDO, P. H. S. M.; AOKI, M. S.; SOUZA JUNIOR, T. P.; TRICOLI, V. Biomotricity Roundtable –
Resistance Training And Hypertrophy. v. 3, n. 1, p. 02-10, 2009.
BARBOSA, F. S. S. E GONÇALVES, M. Análise do coeficiente de variação do sinal eletromiográfico
dos músculos peitoral maior, deltóide fibras anteriores e tríceps do braço cabeça longa no
desenvolvimento em banco fechado. Rev. Bras. Ciên. e Mov. p. 37-42, 2002.
BARROSO, R.; TRICOLI, V.; UGRINOWITSCH, C. Adaptações neurais e morfológicas ao treinamento
de força com ações excêntricas. Rev. bras. Ciên. e Mov. p. 111-122, 2005.
BIANCHINI E.M.G. Articulação temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades
fonoaudiológicas. 2. ed. Ribeirão Preto: Book Toy Livraria Editora Ltda, 2010.
BOMPA, T. O.; PASQUALE, M. D.; CORNACHIA, L. J. Treinamento de Força – Levando a Sério. 2. ed.
São Paulo: Manole, 2004.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CULTURISMO MUSCULAÇÃO E FITNESS . Disponível em : <http: ̸ ̸
www.cbcm.com.br> Acessado em 02 fev. 2011.
COSCRATO, D. O.; MARTINS, B. G. S.; MORAIS, R. V.; DE MELLO, C. A. B.; CARMO, J. Análise da
resposta eletromiográfica dos músculos glúteo máximo e eretor da espinha durante os
exercícios de agachamento e avanço. Programa de Pós Graduação em Educação Física – UGF. s.d.
DA SILVA, S. R. D.; GONÇALVES, M. & LEME, M. A. A. Supino Plano com Halteres: Um Estudo
Eletromiográfico. Motriz. v. 7, n.1 p. 1-5, Jan-Jun, 2001.
DELAVIER, F. Guia dos Movimentos de Musculação – Abordagem Anatômica. 2. ed. São Paulo:
Manole, 2000.
FLECK, S. & KRAEMER, W. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
FRY, A. C.; NEWTON, R. U. Uma breve história do treinamento de força, princípios básicos e
conceitos. In: Kraemer, W.; Hakkinen, K. editors. Treinamento de força para o esporte. 1. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004. p. 15-32.
GODOY, E. S. Musculação: Fitness. Editora Sprint Ltda, 1994. p.127.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Introdução à fisiologia: a célula e a fisiologia geral. In: Tratado de
fisiologia médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Tradução: Taranto,
G.
133
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e Fisiologia Humana. 5 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1990.
LEME, M.A.A. Estudo eletromiográfico doss músculos peitoral maior, deltóide e tríceps do braço
em indivíduos treinados em musculação [tese]. Piracicaba, SP: Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba; 1999. p.140.
MEDEIROS. Motricidade orofacial: inter-relação entre fonoaudiologia & odontologia. 1 ed. 2006.
p.124.
OLIVEIRA, A.; GONÇALVES, M.; CARDOZO, A. BARBOSA, F. Exercício rosca bíceps: influência do
tempo de execução e da intensidade da carga na atividade eletromiográfica de músculos
lombares. Rev. Port. Cien. Desp. 6(2) p. 170–178.
O’ SULLIVAN, S. B., CULLEN, K. E., SCHMTZ, T. J. Fisioterapia: Tratamento / Procedimentos e
Avaliação. São Paulo: Manole LTDA, 1987. Tradução: Marx, A. G.
O’ SULLIVAN, S. B., SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliação / Tratamento. 2 ed. São Paulo: Manole
LTDA, 1993. Tradução: Gomes, F. N.
REZENDE, F. N.; SOUSA, G. C.; HADDAD, E. G.; OLIVEIRA, V. S.; MEDEIROS, R. S.; AGOSTINI, G. G.;
MAROCOLO, M. Estudo eletromiográfico dos músculos deltoide, peitoral maior e tríceps braquial
de nadadores durante contrações bilaterais realizadas em exercício multiarticular com cargas
variadas. Rev. Bras. Med. Esporte – v. 18, n. 2, Mar/Abr, 2012.
ROCHA JÚNIOR, V. A.; GENTIL, P.; OLIVEIRA, E.; CARMO, J. Comparação entre a atividade EMG do
peitoral maior, deltóide anterior e tríceps braquial durante os exercícios supino reto e crucifixo.
Rev. Bras. Med. Esporte _ v. 13, n. 1, Jan/Fev, 2007.
RODRIGUES, C.E.C. Musculação, métodos e sistemas. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
RODRIGUEZ-AÑEZ, C. R. A eletromiografia na análise da postura. 2000. Disponível em <http: ̸ ̸
www.kinen.ufsc.br ̸ edit01 ̸ artigo4.pdf> Acessado em 12 ago. 2012.
SENISE, E.S. Terapia miofuncional orofacial modular em pessoas com disfunção
temporomandibular: um estudo eletromiográfico [dissertação]. São Paulo: Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, 2010.
SILVA, L.S.M.F.; MOREAU, R.L.M. Uso de esteróides anabólicos androgênicos por participantes de
musculação nas academias da cidade de São Paulo. Rev. Bras. Ciênc. Farm. p. 327-33, 2003.
TUBINO, M. Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo: IBRASA, 1984.
VIANNA, J. M.; NOVAES, J. DA S. Personal Training & Condicionamento Físico em Academia. 3 ed.
Rio de Janeiro: Shape, 2009.
134
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ÍNDICE DE FORÇA MÁXIMA RELATIVA NO EXERCÍCIO LEG PRESS PARA
MULHERES DE 22 À 34 ANOS EM 1 RM
Izabel Cristina Roberto (Roberto I. C.)
Juliana Barbosa Côrtes Squarisi (Squarisi J. B. C.)
Márcia Cunha Pereira (Pereira M. C.)
Matheus Moraes Domingos (Domingos M. M.)
Introdução
Nos últimos anos, com a crescente busca por padrões estéticos de pessoas vinculadas nas mídias
tecnológicas, tem levado a muitas mulheres à procura por um físico mais definido e consequente
ganho de força favorável para as mudanças estruturais. Desta forma, é importante que os
parâmetros para avaliação de um treino correto sejam bem elaborados em conformidade com os
padrões já pré estabelecidos no meio acadêmico. O American College of Sports Medicine (ACSM)
recomenda que o treinamento contra a resistência seja realizado por adultos e idosos com pelo
menos uma série de repetições de 8 à 12 vezes, de duas à três vezes na semana com até 10
exercícios para grupamentos musculares diferentes¹
O teste de 1RM (uma repetição máxima) de um determinado exercício para um ou mais
grupamentos musculares é um teste bem difundido mas nem sempre utilizado, exatamente por
sua dificuldade na realização, pouco tempo¹ e poucos Profissionais de Educação Física habilitados
para tal. Esse teste é para predizer a maior carga que um indivíduo suporta, sendo realizado de
forma correta e uma única vez. O valor prescrito nos treinamentos é teórico, já que esse teste de
resistência e força é pouco realizado¹. Não pode ser excluído a possibilidade do teste de 1 RM ser
superestimado ou subestimado levando consequentemente a uma prescrição sub ou
superestimado, desta forma, esse teste é mais utilizado em avaliações e pesquisas científicas¹.
Os testes e retestes de 1RM para serem fidedignos necessitam que sua aplicação sejam realizados
pelo mesmo avaliador, em períodos compatíveis com o anterior, tanto quanto o climático como
também com as diferenças hormonais mensais que todas as mulheres passam, o que não significa
que não possam ser realizados nos períodos menstruais ou pré-menstruais.
O teste de força tem como umas das finalidades provocar mudanças na composição corporal, no
desempenho motor e na hipertrofica muscular², não é imeditato o alcance da força, necessita-se
de mais tempo para alcançar a força máxima (% 1 RM) já que esta é o maior valor encontrado em
uma contração voluntária máxima contraresistência.³ A força máxima é um dos componentes da
Força Rápida explicada abaixo:
Força Rápida: capacidade do sistema neuromuscular de produzir o maior impulso ou força
possível, no tempo disponível para tal.
Resistência de Força: maior capacidade do sistema neuromuscular em produzir a maior somatória
de impulsos possíveis, sob condições metabólicas predominantemente anaeróbicas e condições de
fadiga.³
Para conseguir uma potencialização da força desenvolvendo a coordenação intramuscular, basta
realizar uma repetição máxima acima de 85% na maior velocidade possível. Esse aumento
135
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
depende do tamanho do músculo, pois quanto maior ele for, mais sensível é para o aumento da
frequência de disparo, que é o número de vezes em segundos que o motoneurônio dispara um
impulso elétrico nas placas motoras das células por ele inervadas.³p.20
Ao se aplicar uma tensão adequada às fibras musculares e às proteínas contráteis, obtem-se o
ganho de força. Para que haja um aumento deste ganho, a tensão adequada é aproximadamente
60%-80% da potência máxima do músculo, já Fleck e Kraemer recomendaram uma variação entre
75%-90% de uma contração equivalente a uma
repetição máxima (1RM) para otimizar o ganho de força.4 4
Segundo Gentil 2004 o teste de 1 RM tem o objetivo de encontrar a carga máxima com que o
indivíduo conseguiria realizar apenas uma repetição de um determinado exercício. Dessa forma,
justifica a sua aplicabilidade no papel essencial na prescrição do exercício, para se determinar uma
carga “ideal de treino”.
Diante das informações aqui descritas, Será que as mulheres de 20 anos em relação as mulheres
com 34 anos a predisposição do ganho de força máxima é maior? Com isso, o objetivo desse
trabalho é verificar o índice de força máxima em mulheres treinadas com idade entre 20 à 34 anos
no teste de 1 RM no leg press. Pressupondo a necessidade que muitos treinadores, exclusivos para
mulheres têm para otimizar seu treinamento e os resultados no ganho de força nos membros
inferiores, que as informações aqui contidas serão de grande importância aos Profissionais de
Educação Física.
Metodologia
O teste de 1 contração máxima foi realizado na academia do Contorno do Corpo unidade
Funcionários, rua Aimorés 20, com o aparelho Leg Press 45° da marca Matrix. O teste foi realizado
por 20 voluntárias treinadas com massa corporal variando de 21 à 30% de gordura corporal e de
1,50-1,70m de altura, a faixa etária varia entre 20 e 34 anos, todas familiarizada com o aparelho.
Foram estabelecidos alguns critérios de inclusão para a realização do teste, no mínimo 12 meses
de treinamento e no máximo 20 dias de desistência, ausência de lesões musculoesqueléticas,
articulares e ligamentares.
Cada participante leu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde antes das
voluntárias lerem o documento, este foi explicado detalhadamente de forma individual.
Padronização para a Execução do teste
Na realização do exercício leg press 45º, as voluntárias apoiavam os pés na plataforma de maneira
mais confortável apoiando toda a extensão dos pés e regularam o banco pela altura da inclinação
e essa posição foi demarcada com fita adesiva branca fixada sobre essa plataforma, desta forma,
foi garantida a reprodução exata do posicionamento dos pés durante toda a coleta de dados e
também foi demarcado nas laterais onde cada voluntária deveria descer a plataforma formando
um ângulo de 90º na articulação do joelho, medido através de uma régua assumido como posição
final na fase excêntrica. A determinação do ponto inicial e final na execução do exercício leg press
45º fixou a amplitude de movimento a ser realizado.
O aparelho leg press 45º da Matrix utilizado neste estudo apresentava um suporte para colocação
das anilhas e tinha três níveis de regulagem, possibilitando que todas voluntárias, independente
das características antropométricas, realizassem o exercício com uma angulação de 90º na
articulação do joelho no final da fase excêntrica.
136
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Os critérios de interrupção no teste de 1RM e na realização do número máximo de repetições
foram: alteração de qualquer aspecto da padronização da execução (amplitude de movimento e
ritmo) e presença de movimentos acessórios. Movimento acessório foi entendido como qualquer
movimento que não tivesse relação com o padrão de execução do exercício. Não foi permitida
nenhuma forma de ajuda externa ao executante.
Procedimentos para a coleta de dados
Definido o padrão para a execução do teste, iniciou a coleta de dados. A avaliação foi feita em um
único dia. Na realização do teste foi preciso a utilização de pesos 20 kg cada um. O protocolo
utilizado consiste em, aquecimento com 20 repetições sem carga com um minuto de intervalo, 8
repetições com 50% da carga estimada com 1 minuto de intervalo, 3 repetições à 70% da carga
estimada com 3 minutos de intervalo; e no teste propriamente dito, no qual foram realizadas as
tentativas de 1 RM com 5 minutos de intervalo entre elas. Como o exercício leg press inicia na fase
excêntrica para a fase concêntrica, para a realização da fase excêntrica foi necessária a ajuda de 2
monitores para tirar o aparelho da inércia.
Os testes foram realizados em dois horários com grupos menores das voluntárias. Após o
aquecimento, as voluntárias realizaram 1 RM com o peso à 40% e 80%. Esses valores foram
escolhidos por já terem sido estudados antes por (Anderson & Kearney , 1982; H Oeger et al.,
1990)5.
Realização do Teste de 1 RM
Foram possíveis até seis tentativas para que as voluntárias descobrissem o peso máximo a ser
suportado em uma repetição6, com intervalo de 5 minutos entre as séries. Para cada tentativa foi
acrescido 15 kg, quando estava se aproximando da carga máxima, esses acréscimos foram de 2,5
kg, até que as voluntárias alcançassem o valor máximo7
.
O exercício leg press 45° foi selecionado porque é de fácil administração, apresenta pouca
exigência coordenativa, consequentemente de fácil familiarização. Além disso, são comumente
prescrito nos programas de musculação.
Resultados
Os resultados são expressos em média ± desvio-padrão (DP) e encontram-se dispostos em formato
de tabela.
137
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A tabela 1. Apresenta o número de amostras, a quantidade de carga máxima alcançado em 1 RM,
as idades dos dois grupos analisados
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Total
Média
Grupo I
160
180
200
200
200
200
210
240
260
260
2110
211
Idade
21
25
28
28
23
21
20
20
24
22
232
Grupo II
100
120
150
150
160
160
170
200
210
210
1630
163
Idade
34
32
34
33
32
32
30
30
32
33
322
A tabela 2. Mostra os resultados obtidos nos dois grupos pesquisado.
Grupos
Grupo I
Grupo II
Menor
160
100
Variação da Carga
Cargas (em Kg)
Maior
260
210
Variação
62,50%
110,00%
Observações
Diferença da média das cargas = 48, ou 29,45%
Variação da carga nos grupos: Grupo I = 62,5 % e Grupo=110%
O gráfico 1. mostra a média dos valores alcançados dos dois grupos.
Média das cargas máximas
138
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Academia Contorno do Corpo- Belo Horizonte - 2015
Médiadascargasmáx.(emK
g)
250
211
200
163
150
100
50
0
Grupo I
Idade
Grupo II
139
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
No Gráfico 2 encontra a variação da força máxima em 1 RM dos dois grupos
analisados, sendo o grupo azul das mulheres com a faixa etária de 20 à 28 anos de
idade e o grupo vermelho as mulheres com a faixa etária de 30 à 34 anos de idade.
Avaliação da carga máxima
Academia Contorno do Corpo - Belo Horizonte - 2015
máxima (emKg)
300
250
200
Grupo I
Grupo II
Carga
150
100
50
0
Ordem da amostra
Discussão
Com base nos dados alcançados, ao analisar os gráficos verificou que no Grupo I
composto por mulheres na faixa etária de 20 à 28 anos de idade houve um aumento
da força durante o teste de 1RM, conseguindo essas atingirem seu 100% em uma única
repetição máxima, resultado esse que também foi verificado no Grupo II, composto
por mulheres na faixa etária de 30 à 34 anos de idade, conforme a literatura, a força
muscular é uma das mais importantes qualidades físicas do corpo humano, podendo
ser afetada por três características naturais: sexo, idade e estilo de vida.
Estudos indicam, que entre 20 e 30 anos de idade a força muscular se mantém
estabilizada, o sistema neuromuscular alcança sua maturação plena entre essas
idades8. Para um bom desempenho das habilidades motoras é essencial a força
muscular8. Após este período, inicia-se um decréscimo relativo, tanto em homens
quanto em mulheres, pois com a idade a estrutura e função muscular alteram-se e a
perda de massa óssea é maior nas mulheres idosas em comparação com os homens,
predispondo à fraturas. Essa redução é devido a baixa de vitamina D e de cálcio, baixa
de hormônios, como estrógeno, paratireóide, calcitonina, costiesteróides e
progesterona, imobilidade pelo estilo de vida sedentário, sendo esse último fator
distante da realidade do grupo de amostra pesquisado8. Comprova assim que
mulheres acima de 32 anos de idade começa a perder força muscular, caracterizado
pela perda degenerativa do sistema orgânico. Isso não é um processo rápido que
acontece de uma só vez. As mulheres jovens conseguem recrutar um maior número de
fibras musculares do tipo II, fibras rápidas gerando assim um aumento significante de
140
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
força. Após o pico de 25 à 30 anos de idade onde a perda de força é imperceptível
percebe-se mais esse declínio no sexto período de vida dos indivíduos.
Conclusão
Conclui dessa forma que o teste aqui realizado de 1 contração máxima em mulheres
com faixas etárias próximas, 20 à 34 anos alcançaram uma ligeira diferença na força
máxima adquirida pois com o aumento da idade, mulheres vão perdendo força
muscular e diminui o recrutamento de fibras musculares principalmente pela atrofia
das mesmas e o estilo de
vida se torna menos agitado, levando à maior tempo em ociosidade. Por isso, o esforço
para o aumento de força também cai ao ponto de que mulheres idosas fazem uso de
atividades de ganho de força na grande maioria das vezes para realizar de forma
satisfatória as necessidades cotidianas. Dessa forma, como os dois grupos eram
compostos por mulheres dentro da faixa etária correspondente de um ótimo nível de
massa muscular e eram mulheres muito ativas, praticantes de musculação não foi
verificado mudanças muito grandes nos valores finais de 1 RM.
Referências
Teste de Força e Resistência Muscular: confiabilidade e predição de uma repetição
máxima – Revisão e novas evidências, Marta Inez Rodrigues Pereira e Paulo Sergio
Chagas Gomes; Rev Bras Med Esporte Vol. 9, Nº 5 – Set/Out, 2003I
Influência do Aquecimento Específico e da Flexibilidade no Teste de 1RM
Roberto Simão, Mateus Beltrame Giacomini,Thaís da Silva Dornelles, Maria Gladis
Franco Marramom e Luís Eduardo Viveiros; Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício
Volume 2
Musculação – Modelo didático para prescrição e controle das atividades p.18,19
Recursos do ACSM para o Personal Trainer,Terceira Edição,American College of Sport
Medicine,Gen(Grupo Editorial Nacional)2010,Cap.05,Fisologia do Exercício, página 13
Anderson & Kearney , 1982; H Oeger et al., 1990
Anderson & K Earney , 1982; M Ayhew & M Ayhew , 2002
B Loomfield , Ackland & e Lliot , 1994
O envelhecimento e o sistema músculo esquelético - http://www.efdeportes.com/
Revista Digital - Buenos Aires - Año11 - N° 101 - Octubre de 2006
141
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
EFEITO DA UTILIZAÇÃO DO JOGADOR CORINGA NO JOGO
REDUZIDO DE FUTEBOL
ARCANGELO; S. A.1
1- Universidade Estadual Paulista - UNESP – Bauru – Brasil.
[email protected]
RESUMO
O futebol é o esporte mais popular do Brasil e também um dos mais praticados no
mundo. Dentro desse contexto, a prática do futebol universitário vem aumentando o
número de praticantes. Uma metodologia muito utilizada nos treinamentos de equipes
de alto rendimento são jogos em campo reduzidos (JCR). Dessa forma, o objetivo desse
estudo foi avaliar a intensidade de esforço físico de jogadores de futebol durante um
modelo de jogo reduzido, 4x4, verificar a relação entre a [La], a FC e a PSE dos
jogadores e a influência do jogador coringa na intensidade do jogo reduzido. Foram
analisados oito jogadores da UNESP de Bauru com média de idade 21,2 + 1,5 anos,
peso 75,8 + 11,6 kg, estatura 177 + 8 cm, percentual de gordura 12,3 + 5,5%, VO2max
37,1ml/kg/min. O treinos ocorreram em quatro tempo de seis minutos, com intervalo
de um minuto e meio entre os tempos. A [La] e a PSE foram coletadas entre o segundo
e terceiro tempo e logo após o fim do treino, a FC foi aferida a cada cinco segundos
durante todo o treinamento através do monitor de frequência cardíaca RS400. Um
treino teve participação do jogador coringa (4x4+1) e o outro não (4x4). Os resultados
apresentados não mostraram correlação da FC com a [La] e PSE. A FC apresentou
diferença significativa, sendo 157 + 10 no jogo 4x4+1 e 146 + 13 no jogo 4x4. A
porcentagem da FCmax no jogo com coringa foi de 81,3 + 5,1% e no jogo sem coringa
75,7 + 6,8%. Os jogadores ficaram maior parte do tempo em uma intensidade mais alta
no JCR com coringa, 37,8% do tempo de jogo acima dos 85% da FCmax, contra 22,5%
do tempo de jogo acima dos 85% da FCmax no JCR sem coringa, demonstrando que a
utilização de um jogador coringa tornou o jogo mais intenso e se mostrou eficaz para
aumentar a intensidade do jogo.
Palavras-chave: Futebol, Jogo Reduzido, Carga de Treinamento.
ABSTRACT
Soccer is the most popular sport in Brazil and one of the most popular in the world.
Within this context, the practice of university soccer has increased the number of
practitioners. A methodology widely used in the training of high performance teams
are games reduced field (JCR). The objective of this study was to evaluate the
intensity of physical effort of football players during a small side game, 4x4, check the
correlation between [La], HR PSE and the players and the floater influence on the
intensity of the small side game. We analyzed eight players of UNESP in Bauru mean
age 21.2 + 1.5 years, weight 75.8 + 11.6 kg, height 177 ± 8cm, body fat
percentage 12.3 + 5.5%, VO2max 37.1 ml / kg / min. The training was performed in 4 x
6 min with an interval of between one minute for recovery. The [La] and PSE were
collected between the second and third time and after the end of training, the HR was
measured every five seconds throughout the training through the RS400 heart rate
monitor. A training session player floater participation (4x4 +1) and the other
142
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
not (4x4). The results presented showed no correlation with the HR [La]
and PSE. HR significantly different, being 157 + 10 in the game 4x4+1 and 146 + 13 in
the game 4x4. The percentage of HRmax in the game with floater was
81.3% and 75.7% in the game without. The players were most of the time in a higher
intensity in the JCR with a floater, 37.8% of playing time over 85% HRmax, and
22.5% of
playing time
over
85% of HRmax in
the
JCR without floater,
demonstrating that
the
use
of a
floater player made
the
game more
intense and efficient to increase the intensity of the game.
Key-words: Soccer, Small Side Games, Training Load.
INTRODUÇÃO
O futebol é um esporte coletivo que integra o grupo dos jogos desportivos coletivos
caracterizados pela variabilidade técnica, acumulação dos efeitos fisiológicos e
motores e por grande participação mental (TEODORESCU, 1977 apud
GARGANTA,1999). Os jogadores e as equipes procuram resolver as situações de jogo,
diversas vezes e simultaneamente, diferentes problemas que tornam o jogo
imprevisível no contexto de oposição e cooperação que estão inseridos. Por ser um
jogo em que a frequência, a ordem cronológica e a complexidade não podem ser prédeterminadas (METZLER, 1987, apud GARGANTA, 1999), a demanda fisiológica
também varia bastante, utilizando diferentes vias energéticas.
Guerra e Barros (2004) consideram o futebol um esporte no qual jogadores
apresentam características fisiológicas diferentes devido à posição de atuação e função
desempenhada, onde os jogadores realizam exercícios intermitentes de intensidade
variável utilizando diferentes vias energéticas: aeróbia, anaeróbia lática e anaeróbia
alática.
Ao entrevistar 4 preparadores físicos , Rosa (2010) constatou a necessidade de
pesquisar a quantificação das demandas fisiológicas impostas pelos jogos e treinos
táticos no período competitivo. O controle da carga de treinamento é mais efetivo nos
esportes individuais, pois é mais fácil de obter o resultado de modo mais objetivo. Já
nos desportos coletivos as tentativas e propostas se encontram no campo exploratório
e os estudos sobre o tema são escassos (BORIN; GOMES; LEITE, 2007). Muitos
treinadores, com a intenção de intensificar o trabalho do atleta, realizam alto volume
de exercícios com duração e intensidade superiores ao que o atleta suporta. Há
necessidade de produzir diferentes trabalhos para ter parâmetros em diferentes
categorias, pois a maioria das pesquisas apresenta valores obtidos da população
adulta, e a partir daí o que se observa é a utilização dos mesmos valores para
categorias menores (BORIN; GOMES; LEITE, 2007). Portanto, a quantificação da carga
de treinamento em equipes de diferentes categorias é importante para ter um melhor
controle da intensidade do treinamento.
A medição da [La] tem sido utilizada frequentemente para quantificar a intensidade do
esforço realizado pelo atleta em diferentes modalidades esportivas. O futebol tem um
componente anaeróbio lático importante, e em certos momentos do jogo, de acordo
com o envolvimento do jogador, a produção de lactato pode ser muito elevada.
Entretanto, não existe a possibilidade de parar o jogo para realizar a coleta, e os
resultados obtidos no final de cada tempo pode não representar a real concentração
produzida pelo atleta (SILVA, et. al. 2000).
143
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Ao analisar o comportamento do lactato em 13 jogadores profissionais do Mato
Grosso, com idade media de 25 + 5 anos, durante partidas validas pelo campeonato
matogrossense de 2007, Olegini, Cardoso e Navarro (2008) encontraram valores
médios de 4,63 + 0,91mM após o primeiro tempo e 3,68 + 0,57mM após o segundo
tempo dos jogos. Outro estudo realizado por Silva et. al. (2000) avaliou 26 jogadores
de futebol do sexo masculino, com idade entre 18 e 33 anos, para verificar o
envolvimento do metabolismo anaeróbio lático em partidas de futebol. A média da
[La] dos jogadores apresentou no fim do primeiro tempo 7,1mM + 0,6mM e ao final do
segundo tempo 5,7mM + 1,3mM (P<0,05). A diferença da [La] entre o primeiro e
segundo tempo pode estar associada a atividade glicolítica reduzida e a diminuição do
glicogênio muscular, motivados por pouco treinamento especifico e/ou má
alimentação.
Apesar de a análise da [La] ser um método invasivo e mais caro que a FC e PSE, sua
precisão na quantificação da intensidade do esforço é maior. Porém, requer material
adequado e pessoas qualificadas para efetuar a coleta corretamente, além de
interromper o treinamento para realização dos devidos procedimentos.
A FC é uma ferramenta utilizada para controlar a carga do esforço aeróbio e medida
indireta do gasto energético da atividade física. A variação da FC no exercício físico e
uma indicação da carga fisiológica proporcional à intensidade do exercício realizado
(VALQUER; BARROS, 2004).
Fernandes (2002), ao pesquisar jogadores profissionais do São Paulo Futebol Clube,
constatou que a maior parte do tempo de jogo ocorre em intensidades de exercícios
referentes a valores menores que 77% da frequência cardíaca máxima (FCmax).
Tanaka (2007) verificou o comportamento da FC durante uma partida de futebol, com
jogadores juvenis e constatou que o futebol é um esporte de natureza intermitente,
intercalando períodos de alta, média e baixa intensidade. A FC média durante o jogo
foi de 169±14 bpm, o que corresponde a 82% da FCmax. Houve diferença significativa
entre a média da FC do 1º tempo (172±13 bpm) e do 2º tempo (168±15 bpm). Entre as
posições de jogo houve diferença significativa na média da FC, os goleiros (143±5 bpm)
apresentaram valores inferiores às demais posições, a FC dos laterais (179±4 bpm),
meias (176±8 bpm) e atacantes (173±11 bpm) não diferiram entre si, mas foram
superiores a dos zagueiros (162±3bpm). Além disso, a FC é um indicador de fácil
acesso, não invasivo, e sua utilização não implica negativamente na sessão avaliada.
A percepção subjetiva de esforço (PSE) é um método barato e prático para controlar a
carga de treinamento. O método consiste em uma avaliação psicofisiológica, na qual o
individuo classifica subjetivamente o nível de esforço realizado após o esforço
(FOSTER, 1998).
Impellizzeri et. al. (2004) avaliaram a resposta da FC e da PSE em 19 jovens jogadores
(17,6 + 0,7 anos), durante sete semanas. Foram coletadas 479 respostas individuais
durante as sessões de treinamento no futebol, observando correlação significativa
(r=0,5 a r=0,85, P<0,01), mostrando a PSE como um bom indicador da carga do treino
de futebol. Além disso, o método é barato e prático para técnicos e preparadores
físicos monitorarem a carga de treinamento.
Talamoni (2010), ao analisar a resposta da FC e da PSE em atletas de uma equipe da
primeira divisão do campeonato paulista de futebol durante um modelo de treino de
jogo reduzido, concluiu que a PSE pode ser um parâmetro para controlar a intensidade
desse tipo de treino, pois possui correlação significantemente positiva com a FC.
144
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Hill-Hass et. al. (2009) analisaram a variabilidade das respostas fisiológicas e
perceptivas, através da PSE, FC, [La] e distância percorrida, em jogadores com faixa
etária entre 15,6 e 17,9 anos, durante a prática de jogos reduzidos contínuos e
intervalados, e verificou que esse tipo de treino pode proporcionar um estimulo de
treinamento aeróbio de alta intensidade.
De acordo com as características do modelo de jogo em campo reduzido (JCR) no
futebol, tamanho do campo, número de jogadores, e intervalo de recuperação, pode a
carga de trabalho pode apresentar diferenças. Uma das regras comum nos JCR é a
utilização de um jogador “extra”, denominado coringa, que tem a função de jogar para
a equipe que esta com a posse de bola (HILL-HASS, 2010). Isso permite uma
superioridade numérica da equipe que detém a aposse de bola, por exemplo: 4x4+1
ou 5x5+1. Dentro desse contexto, esse estudo teve como objetivo verificar a
intensidade de esforço físico de jogadores de futebol durante um modelo de jogo
reduzido, utilizando o coringa.
OBJETIVOS
Verificar a relação entre a [La], a FC e a PSE dos jogadores de futebol universitários
durante um modelo de jogo reduzido com e sem a utilização do jogador coringa.
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
Participaram do estudo nove jogadores de futebol universitários matriculados na
UNESP de Bauru, integrantes da equipe de futebol que treinavam duas vezes por
semana com o objetivo de disputar uma competição universitária estadual. Os
jogadores foram escolhidos levando em conta a disponibilidade de horário para a
pesquisa.
Os voluntários foram informados previamente sobre todos os procedimentos
realizados no presente estudo e pesquisa através de um termo de consentimento livreesclarecido e assinaram o mesmo, consentindo que os resultados fossem publicados.
Antes disso o projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética local (Processo:
347/46/01/08).
Procedimentos
Os jogadores foram submetidos a uma avaliação antropométrica e avaliados durante
dois modelos de jogo em campo reduzido (JCR) realizados no campo de futebol da
praça de esportes da UNESP de Bauru. Os treinamentos foram compostos por quatro
tempos de 6 min, com pausas de 1,5 min para coleta de sangue para a dosagem da
[La]. A coleta de sangue foi realizada em repouso, no intervalo do segundo para o
terceiro tempo, e ao final do jogo. A verificação da PSE foi realizada nos intervalos do
segundo para o terceiro tempo, e logo após o final do jogo. A FC foi aferida durante
todo o treinamento.
Avaliação Antropométrica
Foi realizada uma avaliação antropométrica para caracterização da amostra. Para
determinar a massa corporal foi utilizada uma balança digital (Tanita BC-553) e a
estatura foi aferida através de uma fita métrica fixada a parede. O percentual de
gordura foi determinado pela equação de siri (1961) e a densidade corporal, através da
formula proposta por Jackson e Pollock (1978).
Segue abaixo a equação da Densidade Corporal:
145
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
= (1,10938-(0,0008267)*(∑3))+(0,0000016*((∑3)2)-(0,0002574*Idade))
Onde : ∑3 = somatória das dobras cutâneas (abdominal, peitoral e coxa).
Equação de Percentual de Gordura: %G = (4.95 / densidade – 4.50) x 100 (SIRI, 1961)
Avaliação aeróbia intermitente (Yo-yo)
A performance aeróbia intermitente foi avaliada através do teste YO-YO com intervalo
de recuperação, nível 1 (KRUSTUP et al., 2003). O teste consiste em percorrer a
distância de 20 m em ida e volta com 10 s de recuperação entre cada estágio (40m). A
velocidade inicial é de 5 km/h, aumenta para 9 Km/h, ambos apenas com 1 estágios.
Na velocidade de 11, 12 e 13 Km/h são 2, 3 e 4 estágios, respectivamente, e a partir de
14 Km/h são 8 estágios para cada velocidade, com a velocidade progredindo a cada 1
Km/h até a exaustão. O controle da velocidade foi feito através de um sinal sonoro,
emitido por um computador e amplificado em uma caixa de som. Caso o jogador não
conseguisse manter a velocidade por 3 vezes era cancelado o teste e considerado a
distância percorrida no estágio anterior.
Jogo em campo reduzido com e sem coringa
O JCR foi disputado em campo de futebol gramado medindo 30x20 m, com balizas de 1
m de largura por 0,5 m de altura. Quatro bolas extras foram colocadas nas laterais e
nos fundos do campo para que a reposição fosse feita imediatamente após a bola sair
de jogo. A duração do treinamento foi de quatro tempos de 6 (seis) minutos, com
pausa de 1,5 minutos entre os tempos, sendo realizado coleta de sangue e verificação
da PSE no intervalo do segundo para o terceiro tempo. Um dos JCR foi realizado entre
duas equipes de quatro jogadores e um coringa (4x4+1), que apoiava a equipe que
estava com a posse de bola, criando assim superioridade numérica. O outro JCR foi
realizado em dia diferente, com duas equipes de quatro jogadores, mas sem o coringa
(4x4). Ambos os jogos foram realizados no mesmo horário.
Aferição da frequência cardíaca
A FC foi gravada a cada 5 s, durante todo o treinamento, através do monitor de
frequência cardíaca RS400 (Polar Instrument, Finlândia). Os dados obtidos foram
transferidos para um computador para análise. Os resultados foram analisados com o
auxílio do programa Polar Precision Performance 2.1. Para o cálculo da FCmax
individual de cada atleta foi utilizada a equação de TANAKA et al. (2001):
FCmax = 208 – (0,7 x idade)
Análise do lactato sanguíneo
Foram coletados 25 uL de sangue do lóbulo da orelha dos jogadores, após assepsia
com álcool, com auxilio de tubo capilar heparinizado, previamente calibrado para 25
uL. Imediatamente após a coleta, o sangue foi desproteinizado em 400 uL de acido
tricloroacético (TCA) 4 %, contidos em tubos de plástico tipo Eppendorf, mantidos
sobre resfriamento até posterior analise. A análise da concentração do lactato
sanguíneo foi feita através do método enzimático (ENGEL; JONES, 1978).
Resumidamente, as amostras foi agitadas e centrifugadas a 6000 rpm por dois minutos
e a seguir foi extraído 100 uL do sobrenadante, colocados em tubo de ensaio e
adicionado 500 uL de uma solução reagente contendo nicotinamida dinucleotídio
(NAD) e lactato desidrogenase (LDH). Após a mistura das amostras a solução reagente,
as mesmas foram agitadas e incubadas em banho-maria a 37 º C por vinte minutos
para posterior analise em espectrofotômetro UV-VIS. O procedimento de leitura
incluiu: zerar o aparelho com água destilada e ler três amostras com a solução
146
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
reagente acrescidas de 100 uL de água destilada (solução branco), preparadas com o
mesmo procedimento das amostras.
Percepção subjetiva de esforço
A percepção subjetiva de esforço foi avaliada após o segundo período do jogo e
imediatamente após o treinamento, onde os jogadores indicaram sua PSE, em uma
escala de 0-10 proposta por Foster (1998). Os valores foram anotados individualmente
e nenhum jogador teve acesso à informação dos demais. No entanto, antes do inicio
do treino, os jogadores tomaram conhecimento da escala.
Análise estatística
A normalidade da FC e [La] foram confirmadas pelo teste de Shapiro-Wilk e a entre FC
e a [La] foi determinada através do teste-t para amostras pareadas. Para o cálculo da
PSE entre os dois grupo foi utilizado o teste não paramétrico de Wilcoxon. A
associação entre a PSE e a FC e a [La] foi determinada através da correlação de
Pearson. Todos os testes utilizaram programa SPSS 14.0, e o nível de significância
adotado foi de 5% (p<0,05).
RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra, idade (anos), peso (kg), estatura
(cm) e porcentagem de gordura (%G).
Tabela 1. Caracterização da amostra: idade, peso, estatura e gordura.
Idade
Peso
Estatura
Gordura
VO2max
(Anos)
(kg)
(cm)
(%G)
(ml/kg/min)
21,2 + 1,5
75,8 + 11,6
177 + 8
12,3 + 5,5
43,1 + 2,3
Foram avaliados oito jogadores de futebol universitários regularmente matriculados na
Universidade Estadual Paulista, UNESP de Bauru. Os jogadores treinavam
regularmente duas vezes por semana. O desempenho na avaliação aeróbica
intermitente apresentou a média de 800 metros, o que corresponde ao VO 2max médio
de 43,1 ml/kg/min. Na Tabela 2 são apresentados os resultados da [La], FC, percentual
da FCmax e da PSE nos dois modelos de treinamento realizados na forma de média e
desvio padrão. Houve diferença significativa apenas entre a FC dos dois modelos de
JCR, P = 0,02.
Tabela 2. Média e desvio padrão da concentração de Lactato sanguíneo ([La]),
frequência cardíaca (FC), porcentagem da frequência cardíaca máxima (FCmax) e
percepção subjetiva de esforço (PSE), nos jogos reduzidos com coringa (4x4+1) e sem
coringa (4x4).
4 x 4+1
4x4
[La] (mmol/L)
2,6 + 1,08
2,2 + 1,38
Máximo
5,9
5,0
Mínimo
0,9
0,4
FC (bpm)
157 + 10*
146 + 13
Máximo
189
190
Mínimo
82
76
FCmax (%)
81,3 + 5,1*
75,7 + 6,8
147
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Máximo
Mínimo
PSE
97
42
4+1
98
39
4+2
Máximo
6
8
Mínimo
3
2
*Diferença significativa (p<0,05)
A figura 1 apresenta as três zonas de intensidade em que a frequência cardíaca dos
jogadores foram subdivididas. Durante o JCR 4x4 os jogadores permaneceram maior
parte do tempo ente 65-85% da FCmax, enquanto que no 4x4+1 os jogadores ficaram
maior parte do tempo em uma intensidade mais elevada, mostrando que o jogo com
coringa teve maior exigência dos jogadores.
Figura 1. Zonas de intensidade em que a FC dos jogadores permaneceram durante o
tempo de jogo.
*
*
*
*
*Diferença significante entre os dois treinamentos (<65%, p=0,02; >85%, p=0,02)
Não houve correlação significante entre nenhum dos parâmetros estudados,
considerando os resultados ao final dos dois JCR (tabela 3).
Tabela 4 – Valores da correlação (r) entre FC, [La] e PSE ao final do treinamento.
4x4
FC
[La]
PSE
FC
0,55
0,09
[La]
0,55
0,60
PSE
0,09
0,60
4x4+1
FC
[La]
PSE
TOTAL
FC
[La]
PSE
FC
0,03
-0,35
[La]
0,03
- 0,24
PSE
-0,35
- 0,24
-
FC
0,40
-0,13
[La]
0,40
0,39
PSE
-0,13
0,39
-
148
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
*Não houve correlação significante entre os três parâmetros avaliados em ambos os
JCR e considerando os resultados dos dois JCR (Total), p<0,05.
DISCUSSÃO
O objetivo do estudo foi avaliar a intensidade de esforço físico de jogadores de futebol
durante um modelo de jogo reduzido, verificando a relação entre a [La], a FC e a PSE
dos jogadores e a influência do jogador coringa na intensidade do jogo reduzido.
A FC durante os dois JCR, 4x4+1 e 4x4, diferiram entre si (81% vs 75%,
respectivamente). A PSE e a [La] não apresentaram diferença significante entre os dois
modelos de JCR. Além da FC média, durante o jogo 4x4+1 os jogadores permaneceram
maior parte do tempo exercitando-se em uma faixa de intensidade mais elevada (6585% da FCmax). A maior intensidade do JCR de 4x4+1 deve-se a situação de vantagem
numérica do ataque sobre a defesa, criada pelo coringa, fazendo com que a equipe
sem a posse de bola tenha que se empenhar mais durante a marcação. A utilização do
coringa facilita o trabalho tático com a posse de bola, pois estando o ataque sempre
em vantagem numérica, os jogadores terão liberdade maior para desenvolver as
jogadas do que se estivessem em igualdade numérica. Coelho et al (2008), comparou a
intensidade de treinamento coletivo, treinamento em jogo reduzido e jogo oficial e
constatou que o treino coletivo apresentou intensidade menor quando comparado ao
jogo oficial. Já o jogo reduzido não apresentou diferença significativa na intensidade
quando comparado com o jogo oficial. A FC no treinamento de JCR (157 bpm, 79% da
FCmax), do estudo de Coelho et al (2008), foi muito similar a do 4x4+1 (157 bpm, 81%
da FCmax). Da mesma forma que apontada por Coelho et al (2008), tanto o JCR
daquele estudo como o 4x4+1, do presente estudo podem ser utilizados como um
estimulo de treinamento aeróbico no futebol.
Hill-Hass et al. (2010) investigou a influência do numero de jogadores e a variação das
regras em JCR e constatou que o uso do coringa pode ser apropriado para manter ou
desenvolver o condicionamento aeróbico, sendo que o coringa tem maior efeito
quando o número de jogadores é menor. Neste mesmo estudo, Hill-Hass et al. (2010)
ainda verificaram que o fato de a posse de bola trocar constantemente entre as
equipes exigiu uma distância percorrida acima da média pelo coringa. Entretanto, a FC
do coringa não diferiu dos demais jogadores. Possivelmente, uma justificativa para
esses resultados seja que o coringa precise correr mais para se desmarcar e receber a
bola, no entanto, a sua atividade não é mais intensa da que a dos demais jogadores
por que ele não executa a marcação. Isso demonstra que percorrer maior distância
durante o jogo nem sempre esta associada a maior intensidade.
Os valores de FCmax encontrados durante o jogo com coringa, indicam que o JCR de
4x4+1 foi realizado em uma zona de treinamento aeróbio de intensidade próxima do
limiar anaeróbio (>85% FCmax), por 38% do tempo, resultado este superior a do JCR
de 4x4, 22% do tempo. De acordo com Fernandes (2002), o jogador permanece a
maior parte do tempo no jogo oficial em FC inferior a 77% da FCmax, porem, os
momentos decisivos da partida são realizados em alta intensidade. Bangsbo (1994)
demonstrou que a resposta da FC acima de 85% favorece o desenvolvimento do
metabolismo aeróbio. Da mesma forma, Segundo HOOF et. al. (2002) demonstraram
que o treinamento com JCR de 5x5 mais jogadores adicionais no ataque e treinamento
intervalado feito na forma de circuito com estações com bola, ambos a intensidade de
149
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
90-95% da FCmax favoreceram a melhora da aptidão aeróbia. Dessa forma, supomos
que o modelo de JCR 4x4+1 apresenta melhor opção do que o 4x4 na melhoria da
aptidão aeróbia e pode ser uma boa opção para substituir treinamentos físicos
tradicionais, realizados sem bola, que também tem como objetivo o desenvolvimento
da aptidão aeróbia.
Na análise da correlação entre os FC PSE e [La] não foram encontradas correlações
significantes. Em um estudo realizado por Coutts et al. (2007), foi encontrada
correlação significativa entre a PSE e a FC em diferentes JR, com diferentes tamanhos
de campo e número de jogadores, compostos de três tempos de quatro minutos cada.
Além da FC, este autor relacionou a PSE com os níveis de lactato sanguíneo
mensurados durante esses treinamentos e, também, encontrou uma correlação
significativa positiva. Entretanto, os resultados que encontramos no trabalho realizado
não apresentou correlação significativa da PSE com a FC e a [La], indicando uma
ferramenta não válida para jogadores universitários durante treinamentos de jogos
reduzidos. Talvez a falta de experiência em treinamentos sistematizados dos jogadores
possa explicar as diferença entre nossos resultados e os de outros estudos na literatura
(Coutts et al, 2007; Rampinini et al. 2004).
Os resultados encontrados da [La] foram menores que os encontrados por Olegini,
Cardoso e Navarro (2008), [La] = 4,63mM em uma partida de futebol oficial,
demonstrando que o jogo reduzido, independente da utilização do coringa, possui uma
intensidade menor que jogos oficiais.
O modelo jogo reduzido utilizado no presente estudo se mostrou uma forma eficaz de
treinar a parte técnica, tática e física dos jogadores concomitantemente, como
constatou Jones e Drust (2007), quando compararam um modelo de jogo reduzido 4 x
4 com um de 8 x 8 e constataram que o numero reduzido de jogadores envolvidos não
influencia significativamente na demanda fisiológica exigida, porem o número de
ações técnicas e táticas são influenciados significativamente pelo menor numero de
jogadores. Rampinini et al. (2007) também demonstraram que o JCR com 5x5
apresenta maio intensidade do que o JCR de 6x6. Com um número menor de jogadores
(3x3) a intensidade ainda é maior (RAMPININI et al., 2007).
CONCLUSÃO
O JCR com coringa apresentou intensidade superior ao jogo sem coringa, FC = 157 e
81% vs FC = 146 bpm e 75% FCmax, respectivamente. Além disso, durante o jogo com
coringa os jogadores ficaram maior parte do tempo em uma intensidade mais alta
(acima de 85% da FCmax) do tempo de jogo em comparação com o jogo sem coringa
(37,8 vs 22,5% do tempo, respectivamente), demonstrando que a utilização de um
jogador coringa tornou o jogo mais intenso e se mostrou eficaz para aumentar a
intensidade do jogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORIN, J.P.; GOMES, A.C.; LEITE, G.D.S. Preparação desportiva: aspectos do controle da
carga de treinamento nos jogos coletivos. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.
18, n. 1, p. 97-105, 2007.
ENGEL, R.C.; JONES, J.B. Causes and elimination of erratic blanks in enzymatic
metabolic assays involving the use of NAD+ in alkaline hydrazine buffers: improves
150
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
conditions for assay of L-glutamate, L-lactate and other metabolites. Analalytical
Biochemistry, v.88, p.84-475, 1978.
FERNANDES SR. Perfil da frequência cardíaca durante a partida de futebol.
[Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Reabilitação]. São Paulo
(SP): Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo; 2002.
FOSTER, C. Monitoring training in athletes with reference to overtraining syndrome.
Medicine and Science in Sports and Exercise, v.30, n.7, p.1164-1168, 1998.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Proposição de equações para a predição da
quantidade de gordura corporal em adultos jovens. Semina, Londrina, v. 12, n. 2, p. 6170, 1991.
HILL-HAAS, S.V.; DAWSON, B.T., et al. Physiological responses and time-motion
characteristics of various small-sided soccer games in youth players. J Sports Sci, v.27,
n.1, Jan 1, p.1-8. 2009.
HILL-HAAS, S.V. et al. Time-motion characteristics and physiological responses of smallsides games in elite youth players: the influence of players numbers and rule changes.
Journal of Strength and Conditioning Research. v.24, n.8, 2010
HOFF, J. et al. Soccer specific aerobic endurance training. Br. J. Sports Med, 36:218221,2002.
KRUSTRUP, P. et al. The Yo-Yo intermitent recovery test:phsysiological response,
reliability, and validity. Medicine & Science in Sports & Exercise. v. 25, n. 4, p. 697705, 2003.
MCARDLE, W.W.; KATCH, R.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e
Desempenho Humano. 5ª. ed: Editora Guanabara Koogan, 2003.
OLEGINI, E.; CARDOSO, R.V.; NAVARRO, A.C.; Avaliação da concentração de lactato
sanguineo em futebolistas profisionais no campeonato mato-grossense de futebol em
2007. Revista brasileira de prescrição e fisiologia do exercício ISSN1981-9900, 2008.
RAMPININI, E.; COUTTS, A.J., et al. Variation in top level soccer match performance. Int
J Sports Med, v.28, n.12, p.1018-24. 2007.
ROSA, R.P. Preparação física no futebol: seletividade e aplicação das cargas durante o
período competitivo. [Trabalho de conclusão de curso]. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Escola de Educação Física, 2010.
SILVA, P.R.S.; INARRA, L.A.; VIDAL, J.R.R.; OBERG, A.A.R.B.; JÚNIOR, A.F.; ROXO,
C.D.M.N.; MACHADO, G.S.; TEIXEIRA, A.A.A. Níveis de lactato sanguíneo, em
futebolistas profissionais, verificados após o primeiro e o segundo tempos em partidas
de futebol. Acta Fisiátrica 7(2): 68-74, 2000
TANAKA, M.M. Comportamento da frequência cardíaca durante a partida de futebol
em jogadores juvenis. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências.
Departamento de Educação Física, 2007.
TANAKA, H.; MONAHAN, K. D.; SEALS, D. R. Age-predicted maximal heart rate revisited.
Journal of the American College of Cardiology, New York, v..37, n.1, p. 153-156, 2001.
VALQUER, W.; BARROS, T.L. Preparação física no futebol. In: BARROS, T.L.; GUERRA, I.
Ciência do Futebol. São Paulo: Manole, 2004, p. 21-38.
151
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RESPOSTAS DA FREQUENCIA CARDÍACA DURANTE A APLICAÇÃO
DO YO-YO TEST EM JOVENS ATLETAS DE FUTSAL
COSTA, C. M.¹; JÁCOME, J. S. P.¹; PINTO, A. C.¹; SANTA CRUZ, R. A. R¹.
1. Universidade Estadual de Roraima – Roraima – Brasil.
[email protected]
RESUMO
O objetivo desse estudo foi analisar as respostas da frequência cardíaca (FC), durante a
aplicação de um teste de campo intermitente e progressivo em jovens atletas
praticantes de futsal. Participaram do estudo 10 atletas do sexo masculino, da
categoria sub-17 (16,5±2 anos, 168±7 cm, 61,1± 9,5 kg). O desempenho foi analisado
através do Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 (Yo-Yo IR1). As medidas da FC
foram realizadas em repouso, nos intervalos dos estágios de recuperação ao longo da
aplicação do teste e ao final do teste. Todos os atletas utilizavam frequencímetros e
foram monitorados individualmente. A normalidade dos dados foi constatada pelo
teste de Shapiro-Wilks. Para o tratamento dos dados foi utilizada estatística descritiva
(média e desvio padrão). Os resultados mostraram um aumento exponencial da FC
indicando uma curva crescente ao longo do teste, alcançando níveis máximos no final
da avaliação. Concluímos que o Yo-Yo IR1 pode ser utilizado para se conhecer a FC
máxima de jovens atletas de futsal.
Palavras Chave: Frequência Cardíaca; Avaliação; Futsal.
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the heart rate (HR) during the application of an
intermittent and progressive field test in young athletes practicing futsal. The study
included 10 male athletes, the U-17 (16.5 ± 2 years, 168 ± 7 cm, 61.1 ± 9.5 kg). The
performance was analyzed by Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 (Yo-Yo IR1).
The CR measurements were performed at rest, in the intervals of recovery stages
along the test application and test end. All athletes used frequency meters and were
monitored individually. Data normality was verified by the Shapiro-Wilks test. For the
treatment of the data was used descriptive statistics (mean and standard deviation).
The results showed an exponential increase in HR indicating an increasing curve
throughout the test, reaching peak levels at the end of evaluation. We conclude that
the Yo-Yo IR1 can be used to meet the maximum FC youth futsal players.
Keywords: Heart rate; Evaluation; Futsal.
INTRODUÇÃO
O futsal é uma modalidade esportiva acíclica caracterizada por esforços intermitentes
com curtos intervalos de recuperação entre as ações, intercalando esforços de alta e
baixa intensidade. A característica intermitente do esporte exige dos atletas altas
demandas físicas, técnicas e táticas durante toda partida, com ênfase na capacidade
152
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
de tomar decisões em um curto espaço de tempo e na criatividade dos atletas
(MATZENBACHER et., al, 2014).
Esporte coletivo, que ganhou dinamismo nos últimos anos, em virtude das alterações
feitas nas suas regras, não existindo atualmente, no alto rendimento, muitas
diferenças individuais entre os jogadores que atuam na linha (SANTA CRUZ, 2014).
O que difere o futsal dos outros esportes coletivos de característica intermitente é
que as médias da frequência cardíaca e do percentual da FCmáx verificadas durante as
partidas são geralmente maiores do que as reveladas em estudos similares em jogos
de futebol, basquetebol e handebol (BARBERO, et. al, 2008).
A utilização da frequência cardíaca é amplamente aceita como um indicador da
resposta cardiovascular em muitos esportes, sendo usada para o controle da carga
interna de treinamento. A razão para se usar a frequência cardíaca é que ela pode ser
facilmente mensurada e analisada. Além disso, é um parâmetro não invasivo.
Avaliando-se a frequência cardíaca, como parâmetro fisiológico interno da carga
competitiva do futsal, verificou-se que a intensidade do jogo é elevada, pois os atletas
permanecem a maior parte do tempo em quadra com a intensidade acima dos 85% da
frequência cardíaca máxima (BARBERO, et. al, 2008).
Uma forma adequada de avaliar a performance aeróbia/anaeróbia dos atletas em
teste de campo é a utilização do Yo-Yo Intermittente Recovery Test.
O Yo-Yo Intermittente Recovery Test Level 1 (Yo-Yo IR1) foi proposto como um teste de
campo de fácil aplicação e baixo custo (SVENSSON E DRUST, 2005). É um teste
fundamentado em corridas com regime de ida e volta (20m) com incremento de
velocidade de deslocamento controlado por sinal sonoro, tendo como principal
atributo de mensuração a intermitência dos movimentos, caracterizadas com
paralisação de 10 segundos de recuperação entre os estímulos para novo
deslocamento. Os deslocamentos são conduzidos até a exaustão do jogador,
caracterizados pelo não acompanhamento dos sinais sonoros nas respectivas
marcações. Devido a essa característica, o Yo-Yo IR1 tem sido recomendado como
ótima medida de avaliação para modalidades coletivas de quadra.
Os determinantes fisiológicos do desempenho no Yo-Yo IR1 são relacionados com as
exigências fisiológicas durante o jogo, as quais não dependem somente do consumo
máximo de oxigênio, mas também da capacidade de manter o equilíbrio ácido-base, e
de condicionantes neuromusculares (OLIVEIRA et al., 2012).
Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi analisar as respostas da frequência cardíaca
(FC), durante a aplicação de um teste de campo intermitente e progressivo em jovens
atletas praticantes de futsal.
OBJETIVOS
O objetivo desse estudo foi analisar as respostas da frequência cardíaca (FC), durante
a aplicação de um teste de campo intermitente e progressivo em jovens atletas
praticantes de futsal.
MATERIAIS E MÉTODOS
153
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Amostra
Participaram do estudo 10 alunos/atletas jogadores de futsal (16,5±2 anos, 168±7 cm,
61,1± 9,5 kg), do sexo masculino, da categoria sub-17. Foram esclarecidos os objetivos
do estudo e os responsáveis pelos atletas assinaram termo de consentimento para
participação voluntária dos atletas na pesquisa. Este estudo foi aprovado pelo
CEP/UNIMEP sob o protocolo 070/13.
Materiais Utilizados
Foram utilizados monitores cardíacos (Polar Team System®).
Instrumentos Empregados
O Yo – Yo Intermittent Recovery Test – nível 1 (YY1) (Bangsbo, 1996) é um teste que
consiste percorrer a distância de 20 m em regime de ida e volta (40m) com um
intervalo de 10 s de recuperação ativa, em 5 m. A velocidade inicial do teste é de 10
km•h-1, a segunda velocidade é de 11,5 km•h-1 e nas velocidades seguintes, a partir
de 13 km•h-1, a velocidade aumenta em 0,5 Km•h-1, até a exaustão. A velocidade do
teste foi controlada por sinais sonoros emitidos. O teste foi interrompido quando os
jogadores não foram capazes de percorrer por duas vezes consecutivas o trajeto
dentro do tempo delimitado pelos sinais sonoros ou pela fadiga voluntária, sendo
considerada a distância percorrida total (em metros) o desempenho final do teste.
Todos os atletas já estavam familiarizados com o teste, pois já utilizaram o mesmo em
avaliações anteriores.
Procedimentos Realizados
As medidas da FC foram realizadas em repouso (registrados durante 10 minutos com o
atleta na posição supina), nos intervalos dos estágios de recuperação ao longo da
aplicação do teste e ao final do teste (abandono do teste pelo atleta). Todos os atletas
utilizavam frequencímetros e foram monitorados individualmente. Para registrar os
valores de FC, foram utilizados monitores cardíacos (Polar Team System®).
Tratamento Estatístico
A normalidade dos dados foi constatada pelo teste de Shapiro-Wilks. Para o
tratamento dos dados foi utilizada estatística descritiva (média e desvio padrão).
RESULTADOS
A figura 1 apresenta os resultados referentes às respostas da FC em repouso, durante
a aplicação do teste de esforço e no final do teste.
A média da FC dos atletas em repouso apresentou valores de 72,2 Bpm.
154
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Figura 1. Respostas da FC – 1 (repouso); 2,3,4,5,6,7,8 e 9 (estágios do teste); 10 (final
do teste).
DISCUSSÃO
As avaliações de controle em diferentes períodos da preparação dos atletas tem sido a
forma mais utilizada para verificar a evolução do treinamento e para adequar a
prescrição e organização do programa (SANTA CRUZ, et., al, 2014).
Assim, os programas devem ser acompanhados por avaliações que indiquem o
comportamento das capacidades e seu grau de desenvolvimento em cada fase do
macrociclo.
O yo-yo teste de recuperação intermitente surge como uma prova para avaliar a
capacidade de recuperação de um sujeito submetido a um exercício progressivamente
máximo e intermitente (BANGSBO, 1996). A duração do teste varia entre 5 e 20
minutos, com distâncias percorridas médias de 1793 ± 100 m, dependendo da
capacidade do atleta. Essas características se aproximam muito das ações encontradas
durante um jogo de futsal, tornando o Yo – Yo Intermittent Recovery totalmente
aplicável para essa modalidade.
A mensuração da frequência cardíaca ao longo do teste, serve como parâmetro para
analisarmos as solicitações fisiológicas impostas aos atletas.
Os resultados do presente estudo, realizado com jovens atletas praticantes de futsal,
encontrou na média da FC em repouso valores de 72,2 bpm, demonstrando valores
aceitáveis para esse momento de acordo com a literatura especializada.
Podemos perceber, analisando a figura 1 que durante a realização do primeiro
estágio do teste com velocidades de 10 km/h, a FC dos indivíduos evolui para 146,2
bpm. Com o incremento da velocidade para 12 km/h no nível 2, existe um aumento
exponencial das respostas cardiovasculares para valores médios em torno de 168,5
bpm. Os níveis 3 e 4 do teste que atingem velocidades de 13 km/h e 13,5 km/h
indicam valores de 170 e 178,5 bpm. A partir dos 14 km/h em que os atletas devem
realizar 4 vezes o percurso de 2x20 metros chegam a atingir os 193,1 bpm. Após os
14,5 km/h houve o aumento sucessivo da velocidade do teste com incrementos de 0.5
155
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
km/h a cada 8 idas e voltas (para um total de 320 m), nesse estágio os atletas
apresentaram FC média de 196,8 evoluindo para 199,1 no sétimo estágio. A parte final
do teste até o esgotamento (estágios 8 e 9) os indivíduos apresentaram valores de
200,4 e 205,7 bpm sendo considerado esse último valor como a FC ao final do teste.
A distância média alcançada ao final do teste foi de 1720 metros e a velocidade
atingida foi de 16 km/h.
CONCLUSÃO
A aplicação de testes de controle para mensurar a capacidade orgânica de jovens
atletas inseridos em programas de treinamento, se faz necessária dentro do complexo
meio do treinamento desportivo. Nesse sentido, monitorar as respostas da frequência
cardíaca durante um teste progressivo, pode ser um excelente parâmetro fisiológico
para se entender os esforços realizados pelos atletas. Assim, podemos concluir que a
frequência cardíaca dos jovens atletas apresentou uma curva crescente ao longo do
teste, alcançando níveis máximos no final da avaliação, podendo o Yo-Yo IR1 ser
utilizado para se conhecer a FC máxima de jovens atletas de futsal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANGSBO, J. Yo-yo tests. Copenhague: August Krogh Institute, 1996.
BARBERO ÁLVAREZ, J. C., SOTO, V. M., BARBERO ÁLVAREZ, V., GRANDA VERA, J. Match
analysis and heart rate of futsal players during competition. J Sports Sci, v. 26, p. 6373, 2008.
MATZENBACHERA, F., PASQUARELLIC, B. N., RABELO, F. N. e STANGANELLIA, L. C. R.
Demanda fisiológica no futsal competitivo. Características físicas e fisiológicas de
atletas profissionais. Rev Andal Med Deporte, v.7(3), p. 122-31, 2014.
PELEGRINOTTI, I. L., BRAGHIN, R. S., STANGANELLI, L. C. R., DA MOTA, G. R., LOPES, C.
R. Comparação das respostas da frequência cardíaca de futebolistas juvenis em jogos
oficiais com o teste de esforço. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São Paulo, v.5,
n.17, p.227-232. Set/Out/Nov/Dez. 2013.
MEDINA, J. A., LORENTE, V. M., MARQUETA, P. M., SALILLAS, L. G. Heart Rate
Variations in an Elite Futsal Player after Twelve Years of Maximum Performance.
American Journal of Sports Science and Medicine, v 2, nº 3, p. 98-102, 2014.
156
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
OLIVEIRA, R. S. PEDRO, R. E. MILANEZ, V. F., BORTOLOTTI, H., COSTA, M. V.,
NAKAMURA, F. Y. Relação entre variabilidade da frequência cardíaca e aumento no
desempenho físico em jogadores de futebol. Rev Bras Cineantropom Desempenho
Hum 2012, v. 14(6), p. 713-722, 2012.
SANTA CRUZ, R. A. R. Parâmetros para a determinação das demandas fisiológicas no
futsal. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 165177, ago. 2014.
SANTA CRUZ, R. A. R., Oliveira, R. M., GALIASSO, C. A. F. PELLEGRINOTTI, I. L.
Alterações de indicadores neuromusculares em atletas de futsal durante um
macrociclo. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São Paulo, v. 6, nº 20, p.153-159,
2014.
SVENSSON, M. e DRUST, B. Testing soccer players. J Sports Sci, v. 23, p. 601-18, 2005.
157
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A IDADE COMO FATOR DE DETECÇÃO DE TALENTOS ESPORTIVOS
NO VOLEIBOL
Lidiany Barbosa Tolosa*
André Luiz Zanella**
* Especialista em Musculação e Personal Training, ENAF, Especialista em Gestão e
Docência do Ensino Superior, Fatech, Macapá.
** Mestre em Educação pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Portugal.
E-mail: [email protected]
RESUMO
O artigo analisa a abordagem desenvolvimentista demonstrando que a idade
cronológica pode ser fator para detectar talentos esportivos e até mesmo campeões
olímpicos, a tal ponto de se teorizar comparativamente a possibilidade dos que
nascem em primeiro semestre do ano terem maior propensão ao talento dos nascidos
no segundo semestre. Os resultados foram obtidos mediante pesquisa bibliográfica, de
natureza exploratória e descritiva e de abordagens qualitativa e quantitativa. Foram
avaliadas 79 atletas pertencentes às seleções brasileiras infanto-juvenil, juvenil e
adulta, e mais três equipes adultas. As atletas de maior nível de desempenho
apresentaram a idade de menarca e de início no treinamento tardia, além de estatura
mais elevada em relação às demais. É importante a avaliação da maturação nos
processos de seleção de talentos. A especialização precoce não é o caminho mais
indicado para o sucesso.
Palavras chave: voleibol; talento esportivo; maturação; iniciação esportiva.
ABSTRACT
The article analyzes the developmental approach demonstrating that chronological age
can be a factor for detecting sports talents and even Olympic champions, to the point
of theorizing compared the ability of those born in the first half of the year have a
greater propensity to the talent of those born in the second semester. The results
were obtained through bibliographic research, exploratory and descriptive and
qualitative and quantitative approaches. We evaluated 79 athletes belonging to the
Brazilian National children's, youth and adult, and three adult teams. The highest level
of performance of athletes presented the age of menarche and late start in training as
well as higher stature in relation to others. It is important to assess the maturity in
talent selection processes. Early specialization is not the most appropriate way to
success.
Key words: volleyball; sporting talent; ripeness; sport initiation.
1. INTRODUÇÃO
158
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O artigo apresenta estudos teóricos sobre a temática “A idade como fator de detecção
de talentos esportivos no voleibol”, justifica-se sua escolha salientando que o homem
é um ser delimitado por suas próprias dimensões físicas, por sua curva biológica e por
sua limitação cultural e social. Ao longo de sua jornada esse ser busca, cria, transforma
várias coisas em sua permanente trajetória pela plenitude da vida. Mas eis que surge a
sociedade na qual está inserido, com seus “limitadores sociais”, sempre delimitando
esse ser social.
A sociedade contemporânea recebe uma gama de informações a uma velocidade
impressionante e um ritmo de consumo exacerbado, gerando cada vez mais entre os
seus componentes a competitividade, o rendimento, a desumanização, a
especialização, o sedentarismo, a desescolarização e outros fenômenos. A atual
sociedade cibernética, onde grande parte das necessidades cotidianas do homem está
ao alcance de um simples toque de um dedo em um botão, tem levado a grande
maioria da população mundial a desenvolver através do sedentarismo a chamada
doença do século: a hipocinestesia (doença desenvolvida por falta ou pouco exercício
físico).
Assim, surge incorporar no cotidiano o esporte, não como conquistado e apropriado
pela burguesia em sua origem, mas sim agora como uma ferramenta de inclusão, ou
seja, para todos os cidadãos. Com esse novo olhar, esse novo conceito, destaca-se,
segundo Cazorla Prieto (1979), a notável relevância social do esporte no final do século
XX, e cita seis referências para o entendimento desse importante fenômeno social: a)
sua dupla perspectiva, como fenômeno social universal e como instrumento de
equilíbrio pessoal, b) o consumismo esportivo, c) os espetáculos esportivos, d) os
valores que o esporte leva à sociedade, e) o impacto social do associacionismo
esportivo e f) a difusão do esporte através dos meios de comunicação.
A sociedade, em sua dimensão de consumo, leva as pessoas a consumirem mais e uma
das formas encontradas é o consumo pelo esporte, que semelhante a um produto
lançado no mercado, como por exemplo uma marca de tênis associada a determinada
modalidade esportiva, que um campeão tenha usado e que imediatamente bate
recordes de vendas. O homem, ao envolver-se no consumismo, cria necessidades que
em quadros circunstanciais diferentes talvez fossem prescindíveis, mas que
atualmente compõem inclusive o próprio estudo de vida daqueles que pertencem às
classes mais altas. O esporte é, sem dúvida, uma das variáveis mais ponderáveis no
estilo de vida atual.
Quanto aos espetáculos esportivos, manifestam verdadeiros retratos da sociedade de
massas, submissa ao consumismo torna-se espectadora ao identificar-se com seus
praticantes, conduzindo-os a emoções fortíssimas de sofrimento, stress, alegria,
tristeza, prazer, podendo chegar à violência. Assim, no caso do futebol, esporte que
tem contribuído para a ocorrência do fenômeno “mobilidade social” em que alguns
poucos atletas profissionais pertencentes a extratos sociais mais modestos conseguem
galgar para o extrato social dos ricos através do esporte. Um sonho. Uma utopia. Mas
possível na esperança e expectativa de vida e das realizações de crianças que
encontram na chance de serem selecionadas em peneiras de clubes, e assim, galgar
paulatinamente para o mundo do futebol profissional, conquistando sua vaga em
algum clube e assim, se tornar um atleta campeão.
159
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Por tudo isso, pergunta-se: será que a idade cronológica serve como fator
determinante na detecção de talentos esportivos ou ela é mais uma ferramenta que
auxilia nesta detecção?
Supõe-se, que a idade cronológica não é capaz de determinar o reconhecimento de um
talento no voleibol, pois depende também de fatores culturais e específicos do
voleibol que devem ser levado em consideração, como é o caso da performance
individual; não basta o aprendizado nas peneiras, é preciso saber que a performance
humana de um indivíduo sofre transformações durante toda a vida esportiva, que vão
determinar dentro de um espaço de tempo quem é mais apto para o alto nível de
rendimento.
Assim sendo e com os pressupostos anteriormente apresentados este estudo deve
como objetivo analisar a abordagem desenvolvimentista demonstrando que a idade
cronológica pode ser fator para detectar talentos esportivos e até mesmo campeões
olímpicos, a tal ponto de se teorizar comparativamente a possibilidade dos que
nascem em primeiro semestre do ano terem maior propensão ao talento dos nascidos
no segundo semestre.
Pretende-se nesse contexto, proceder à pesquisa bibliográfica, um estudo ex-pos-fato,
por se tratar de analise de documentos já disponíveis e encontrados nos registros das
equipes de voleibol. Com a finalidade de analisar livros, artigos científicos,
monografias, dissertações e teses para construir referencial teórico que consiga
demonstrar as premissas contidas nos objetivos do artigo. Além disso, pretende-se
utilizar o método de natureza descritiva para se proceder a interpretação desses
materiais. E quanto a análise dos dados, pretende-se utilizar a abordagem quantitativa.
O artigo está organizado em tópicos, os quais abordam:
2. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO MOTOR
A abordagem desenvolvimentista foi uma proposta pedagógica criada para contrapor
os ideais da pedagogia tecnicista, esportivista e de tendência biologicista. Dessa forma,
essa abordagem, insurgente na década de 1970, surgiu para movimentar as aulas de
educação física na escola, propondo-se uma nova conjuntura social e fatual para o seu
desenvolvimento no país.
Além disso, é interessante citar que a abordagem do desenvolvimento desde que
surgiu propôs um trabalho pedagógico interventivo com várias faixas etárias. Mas no
caso da faixa etária de 4 a 14 anos de idade, enfatizando a necessidade de se construir
um ambiente pedagógico produtivo (Tani et al, 1988; Manoel, 1994).
A abordagem desenvolvimentista enfatiza em seu bojo as principais características
etárias relacionadas aos aspectos: físicos, motor, cognitivo e afetivo/social. O
desenvolvimento humano reflete no comportamento do individuo e também em suas
condutas sociais demonstrando reações do individuo que em algum momento de seu
desenvolvimento foram obtidas espontaneamente ou sofreram aprendizado para
serem realizadas. É a partir do correto funcionamento das funções biológicas (latentes
ou aprendidas) que o ser humano cresce, evoluindo em todos os seus aspectos (físico e
biológico, intelectual e mental, social e emocional) (MANOEL, 1994).
Desse modo, pode-se constatar que o dinamismo da abordagem desenvolvimentista,
na criança, torna-se mais evidente quando os comportamentos e condutas tornam-se
mais coerentes com a realidade e enfatizando a completude que os movimentos e atos
160
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
corporais tem contribuído para a expansão do crescimento do corpo humano. Nesse
sentido, Tani et al. (2006) expõe a importância de se analisar dois importantes
componentes nesse processo: o crescimento (evidente na quantidade de material
biológico que auxilia no crescimento físico, bem como no desenvolvimento dos
músculos, dos ossos e do corpo humano como um todo) e o desenvolvimento (este
acompanha paralelamente o crescimento do corpo humano, mas tornando-se mais
evidente nas modificações que o ocorrem no funcionamento da máquina humana.
Na sequencia de funcionamento da abordagem desenvolvimentista, deve-se salientar
o aspecto da ‘sequencia’ de realização do movimento nas crianças, salientando que
essa sequencia é a mesma, o que varia é a velocidade de progressão. Dessa forma, a
ordenação das ações que irão auxiliar na identificação da maturação do movimento
nas crianças, deve envolver o fundamento grau e a velocidade em que ocorre o
domínio, esses por sua vez, cada criança possui sua forma e tempo de desenvolver,
não acontecendo ao mesmo tempo para todas as crianças. Em seguida, segue-se o
aspecto da ‘interdependência’ a qual reforça a ocorrência de um outro fenômeno,
denominado ‘habilidades básicas dentro da sequência de desenvolvimento’, essas por
sua vez, são fundamentais, ou seja, são pré-requisitos para que os movimentos
posteriores possam ser realizados e atingidos pela criança. Por terceira colocação de
ocorrências nessa fase, vem o denominado ‘mudanças’, que permite às crianças
controlar e dominar as ações de seu corpo enquanto realiza os movimentos em uma
determinada atividade (TANI et al., 1988, p.65),
Manning (2001) diz que a criança entre seus 2 e 5 anos de idade, se enquadra na
completude da abordagem desenvolvimentista quando as alterações físicas acontecem
principalmente no crescimento do corpo, que afeta suas feições, seus pensamentos,
seus movimentos, suas ações e suas relações sociais e afetivas. Kuhlmann Junior
(2007) complementa que até os seus sete anos de idade, o corpo e suas partes físicas
vão crescer de forma rápida, e por isso, a escola entra no contexto com o proposito de
fazer a criança não apenas desenvolver e crescer seu corpo, mas também, fazê-lo
conseguir dominar e controlar as partes que estão crescendo e se desenvolvendo no
corpo das crianças, de modo a promover o que o autor chama de “desenvolvimento
adequado”.
A abordagem desenvolvimentista é defendida essencialmente por Manoel (1994) e por
Tani et al. (1988), os quais enfatizam que o enquadramento do movimento como tema
central da abordagem é a essencial característica do trabalho pedagógico, uma aula
não poderá acontecer se não houver movimentos. A aprendizagem deve ocorrer com a
implementação de atividades práticas que promovam o desenvolvimento das
habilidades motoras.
Então na Teoria Desenvolvimentista defendida por Manoel (1994) e por Tani et al
(1988), o conceito de habilidades motoras torna-se o conceito que esboçará a
importância de se trabalhar a adaptação do corpo humano, o seu desenvolvimento e
seu crescimento, e a sua inserção às adaptações que envolvem tarefas do cotidiano da
criança, de modo que consigam resolver problemas motores mais facilmente e com
habilidades que aos poucos foram concebidas e desenvolvidas.
161
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Durante os primeiros anos de escolaridade, as crianças sentem uma insaciável
necessidade de movimento, ficam felizes em fazer experiências novas e se
entusiasmam com todos os jogos. A aquisição das aptidões motoras fundamentais
(força, velocidade, resistência, flexibilidade, equilíbrio, etc.) e as aprendizagens
técnicas esportivas elementares [...] têm grande importância para o desenvolvimento
da criança (PINHEIRO, 1981, p. 3).
Nesse sentido, como se pode constatar, a abordagem desenvolvimentista tem o
propósito de estabelecer diretrizes para a elaboração de estratégias pedagógicas
motoras e cognitivas para alunos entre 4 e 14 anos de idade, e assim, estabelecer um
processo ensino aprendizagem fundamentado nas características do desenvolvimento
humano para o caso da elaboração de estratégias pedagógicas e curriculares na
Educação Física Escolar. Nesse sentido, Tani et al. (1988) descreve que é esta teoria
enfatiza a presença e a essência do rendimento do corpo humano, visto sob o enfoque
do desenvolvimento das funções do corpo nos aspectos motores, cognitivos, afetivos e
sociais.
Como se pode observar, o movimento é fundamental para desenvolver ferramentas
estratégicas que auxiliarão na tarefa do desenvolvimento motor, cognitivo,
afetivo/social, estabelecendo o que Gallahue (1982) denominou “modelo de
taxonomia de desenvolvimento motor”, proposto para demonstrar a organização e o
funcionamento sistêmico dos movimentos na abordagem desenvolvimentista,
organizado da seguinte maneira:
1 Período dos movimentos do feto: momento do nascimento da criança até completar
1 ano de vida. Esses movimentos são involuntários, e são base operacional para que os
aspectos motores e os reflexos se desenvolvam (GALLAHUE; OZMUN, 2001);
2 Período da espontaneidade e dos reflexos nos movimentos: momento que
acompanha a criança desde o nascimento até o 1.º ano de vida. Nesse sentido, os
reflexos e a espontaneidade são evidentes no movimentos primitivos que aos poucos
vão sendo modificados, estruturados e organizados em sua ocorrência, de modo que
se tornarão, em progressão lenta, comportamentos voluntários (sem controle e
realizados de forma grosseira) (GALLAHUE; OZMUN, 2001);
3 Fase dos movimentos rudimentares: essa fase é evidente a partir do primeiro ano
de vida até que a criança complete os dois anos, quando os movimentos da criança
passam a ser precisos e controlados pela criança. São rudimentares porque a criança
está aprendendo a lidar com a manipulação, locomoção e equilíbrio para realizar suas
atividades diárias (GALLAHUE; OZMUN, 2001);
4 Fase dos movimentos fundamentais: essa fase é evidente no período de dois anos
aos sete anos de vida da criança, evidente com a organização do sistema motor. São
fundamentais porque envolvem as crianças para explorar e experimentar as
capacidades físicas de seu corpo enquanto estão correndo, saltando, arremessando,
por exemplo (GALLAHUE; OZMUN, 2001);
5 Fase de combinação de movimentos fundamentais e movimentos culturalmente
determinados: acontece a partir dos sete anos de idade, ocorre quando a criança
passa a utilizar seus movimentos como ferramenta para as várias atividades cotidianas,
recreativas e esportivas (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
Assim, após apresentar o modelo de taxionomia de desenvolvimento motor, fica
evidente que o desenvolvimento motor da criança auxilia e contribui para a formação
162
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
de outros aspectos do desenvolvimento humano, como por exemplo, na maturação,
no auxilio do contexto do processo ensino aprendizagem, na motivação e em aspectos
sociais e culturais que a criança já experimentou em sua vida. Por isso, deve-se
salientar que para os movimentos serem realizados exige-se habilidades, as quais
segundo Gallahue; Donnelly (2008) possuem também uma sistematização de suas
principais funções, indo das básicas até as mais complexas. Os autores organizam as
habilidades dos movimentos da seguinte maneira:
- Locomotoras: acontece quando a criança realiza atividades que irão necessitar de
suas funções para mudar de um lugar para ou outro. Por exemplo: quando precisará se
mover para a escola (andar), quando estiver brincando de queimada (correr), quando
suas atividades forem mais específicas para o desenvolvimento do condicionamento
físico (saltos ou pulos), entre outros;
- Manipulativas: acontecem principalmente quando a criança está se preparando para
realizar atividades que envolvam grande força em momentos específicos, como por
exemplo: quando arremessa uma bola para a cesta, quando chuta uma bola para o gol,
quando rebate movimento involuntário de terceiro, entre outras situações;
- Estabilização: habilidades utilizadas normalmente quando a criança que está
realizando movimentos precisa parar e determinar a força física e quais músculos do
corpo utilizar, para então realizar novos movimentos. É o caso, por exemplo, quando
está brincando de girar, quando está em momentos de pega a pega (flexionando e
estabilizando habilidades motoras quando irá correr), ou então quando realiza
posições invertidas.
Por isso, ao se analisar as habilidades e os movimentos inerentes ao processo de
desenvolvimento motor dos seres humanos, segundo demonstrado por Gallahue
(1982) e ampliado por Manoel (1994), as habilidades básicas e específicas podem ser
organizadas como se observa no Quadro 1, a seguir:
Quadro 1 – Classificação hierárquica das habilidades motoras
Fonte: Gallahue (1982) e ampliada por Manuel (1994).
Como se pode constatar no Quadro 1, as habilidades básicas e específicas contribuem
para a abordagem desenvolvimentista, principalmente quando os componentes que
compõem o processo educativo da criança estão presentes tanto nas habilidades
básicas (locomoção, manipulação e estabilização) e nas habilidades específicas
(esporte, danças e jogos).
163
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
3. A IDADE COMO FATOR DE DETECÇÃO DE TALENTOS ESPORTIVOS NO VOLEIBOL
Estudos como os de Werner et al. (2005) expõem que o sucesso na identificação de
talentos esportivos é fruto de uma política que acompanha o individuo desde seu
processo de aprendizagem infantil até a universidade. O desejo de proporcionar
educação e igualdade tem propiciado as escolas preparatórias de talentos esportivos a
participação bem sucedida por cada um e todas as crianças, independentemente de,
por exemplo, raça, religião ou o fundo é uma preocupação primordial. Para cumprir
estes objetivos, as crianças são agrupadas por idade cronológica, geralmente
conseguida através do estabelecimento de um período de seleção em muitos sistemas
de ensino, a idade inicial para começar os trabalhos mais intensos de rendimento é 12
anos.
Tal informação é confirmada por DUWE; NOVAES (2014), ao constatarem que os
grandes resultados desportivos somente serão possível se forem respeitadas as etapas
naturais do desenvolvimento do atleta, principalmente a idade biológica. Acelerar
esses processos para conseguir rendimentos específicos mais altos a curto prazo
poderá provocar maiores limitações nos níveis de rendimento futuro do atleta. As
primeiras etapas do treinamento (10 anos) são prioritariamente de formação, em que
progressivamente devem-se criar as bases para as próximas fases. Ao se tentar atingir
objetivos inerentes ao voleibol, com a vitória e o rendimento máximo, muitas vezes
acabam especializando precocemente o atleta, tornando a aprendizagem mais rápida,
possibilitando a obtenção dos resultados almejados rapidamente. Este procedimento
tem sido comum em muitos desportos, em que as crianças começam a treinar na fase
de desenvolvimento de habilidades motoras básicas. Entretanto, esta prática tem se
mostrado inadequada, pois é grande o número de desportistas que têm abandonado
os treinamentos em função da perda de motivação e saturação emocional.
Weineck (1991), dentro do treinamento desportivo, definiu três etapas
predeterminadas:
1. Etapa de iniciação desportiva (aproximadamente 10-14 anos): este período se
divide em duas fases: a primeira fase chama-se pré-puberal (10-13 anos) quando é o
começo da vida desportiva dos futuros voleibolistas, quando o treinador deverá ter
consciência de que algumas atividades deverão ser evitadas como exercícios com
grandes sobrecargas sobre o sistema ósteo-articular e contatos físicos violentos; a
segunda fase chama-se puberal (13-14 anos), quando há um crescimento e
desenvolvimento em máxima velocidade, determinando um aumento da força
muscular em virtude do aumento do hormônio testosterona nos meninos
2. Etapa de preparação para alta competição (15-19 anos): O papel fundamental do
treinador é saber selecionar seus atletas para a preparação para a alta competição.
Segundo Weineck (1991), o objetivo dessa prévia seria dar continuação ao trabalho,
formando atletas altamente qualificados; ele sugere alguns parâmetros a serem
observados pelo treinador: nível de rendimento da velocidade de reação do jogador;
altura e envergadura do jogador; aquisição dos domínios fundamentais técnicos;
personalidade do atleta; e equilíbrio psíquico estabilizado (nível intelectual aumentado
e capacidade de observação melhorada), tendo bons efeitos sobre o processo de
treinamento.
3. Etapa de alta competição (20 anos em diante): O objetivo, segundo Weineck
(1991), seria o aprofundamento específico das capacidades e, ainda, o treinamento
164
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
desportivo de alta competição pode ser considerado, em termos organizacionais,
como
uma
composição
das
quatro
preparações
fundamentais
(técnica/tática/física/psicológica) sob um efetivo controle médico (médico, de
alimentação e dos hábitos de vida dos atletas).
O voleibol é uma modalidade esportiva constituída de várias habilidades específicas,
muitas vezes complexas, como é o caso da cortada, que devem ser executadas em um
tempo muito curto, pois não existe a retenção da bola. Bojikian (2002) analisa a
atuação do jogador de voleibol como resolução de situações– problema que são
criadas a cada instante dependendo da variabilidade dos mecanismos de pressão:
tempo, precisão, complexidade, organização, variabilidade e carga, indicados por
Kröger; Roth (2002), para quem “a capacidade de solucionar situações-problema num
jogo é muito dependente das capacidades coordenativas”. Os mesmos autores,
concordando com Weineck (1999), apontam para o fato de o período ótimo para o
desenvolvimento das capacidades coordenativas ir até mais ou menos 12 anos de
idade, e que após esse período a melhora que pode ser alcançada é muito menor.
Concluem, portanto, que a especialização precoce, que não dá ao atleta a
oportunidade de desenvolver todas as suas potencialidades, de forma a adquirir uma
experiência motora vasta e variada, dificultará, no futuro, um ótimo aperfeiçoamento
técnico-tático. Poucos campeões precoces são campeões na fase adulta (AÑÓ, 1997). A
Federação Internacional de Voleibol (FIVB, 1994) coloca entre as condições para se
chegar a um voleibol de alto nível, a existência de um programa de treinamento a
longo prazo, direcionado para a seleção e promoção de talentos, levando em conta o
desenvolvimento de crianças e adolescentes. Coloca, também, a necessidade de que a
seleção de futuros talentos seja baseada em critérios.
Sem dúvida, o indivíduo deve ser entendido como um todo, em que vários aspectos se
inter-relacionam, interferindo uns nos outros ao longo do tempo, e formando o atleta
de talento. Além do mais, por se tratar de uma modalidade coletiva, a formação de
uma grande equipe de voleibol depende de muito mais do que a simples junção de seis
grandes talentos. É importante a forma como esses elementos interagem entre si e
com o técnico, e como seus talentos individuais se complementam.
O atleta de voleibol, como os atletas das demais modalidades, deve possuir certas
características que possibilitem a ele um alto nível de rendimento. Segundo a FIVB
(1994), as características fundamentais para o voleibol são classificadas em:
- características somáticas: estatura, massa corporal, comprimento de membros,
índices antropométricos;
- características motoras: velocidade, potência anaeróbia, força explosiva, potência
aeróbia, destreza, flexibilidade;
- características psicológicas: personalidade, comportamento, inteligência e relações
interpessoais.
Bojikian (2003) com base na análise da técnica de execução das habilidades motoras
específicas do voleibol, divide os fundamentos básicos do voleibol em três grupos,
cada um deles possuindo capacidades motoras comuns. Para o grupo 1 de
fundamentos (posição básica, movimentação, toque, manchete e saque por baixo),
cita como capacidades motoras mais relevantes: equilíbrio, coordenação e força. Para
o grupo 2 (saque tipo tênis, cortada e bloqueio): coordenação, velocidade, equilíbrio,
potência muscular e força. Já para o grupo 3 (defesa, rolamentos e mergulhos):
velocidade, coordenação, flexibilidade, agilidade, força e potência muscular.
165
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Rizola Neto; Jabur; Oliveira (2000) citam algumas características como fundamentais
para o bom desempenho da capacidade de alcance de bloqueio e ataque: estatura,
altura total, força explosiva de membros inferiores e uma técnica de ataque bem
desenvolvida.
Silva et al. (2003) afirmam que em termos de perfil, o jogador de voleibol deveria ser
alto, ágil, possuir envergadura e altura de alcance elevadas, e baixa gordura corporal.
No voleibol atual, o quanto o indivíduo salta parece não ser o mais importante, mas
sim qual a altura de alcance no ataque e no bloqueio. Essa altura de alcance é
altamente dependente da estatura e envergadura do atleta. Um atleta com estatura e
envergadura elevadas pode chegar mais rapidamente ao ponto de ataque ou bloqueio,
e pode se preparar rapidamente para a ação seguinte. Já um atleta mais baixo, ainda
que com boa capacidade de salto, levará mais tempo para as mesmas ações e
possivelmente sofrerá um desgaste maior ao longo de uma partida.
Num desses estudos com a seleção brasileira masculina adulta, Silva; Rivet (1988)
observam que entre os jogadores das diversas posições de jogo, divididos em
levantadores, atacantes centrais e atacantes de ponta, entre as características
antropométricas e de aptidão avaliadas, apenas a estatura apresentou diferença
significante entre as posições de jogo.
Num estudo com uma amostra bem mais significativa, Gualdi-Russo; Zaccagni (2001)
avaliaram 478 atletas italianos de voleibol profissional divididos por sexo e por nível
competitivo (A1 e A2). Foram encontradas, como esperado, diferenças entre os sexos
em todas as variáveis antropométricas medidas e, entre os níveis competitivos, em
algumas delas, como, por exemplo, estatura, somatório de dobras cutâneas e
somatotipo. Na comparação por posição de jogo, os levantadores diferiram dos três
tipos de atacantes (centrais, opostos e atacantes de entrada de rede), sendo mais
leves, mais baixos e com o menor valor de diâmetros de úmero e fêmur que os demais.
Quanto ao somatotipo, os levantadores apresentaram valores mais elevados de
endomorfia e mesomorfia, enquanto os centrais apresentaram maiores valores de
ectomorfia. Foram encontradas diferenças significantes entre os níveis competitivos
para endomorfia e ectomorfia nos homens e para os três componentes nas mulheres.
Os atletas de melhor nível tenderam a um físico mais linear, com maiores valores de
ectomorfia, e menores de endomorfia e mesomorfia. Segundo os autores, o
conhecimento das características antropométricas por posição de jogo de atletas de
alto rendimento proporciona mais informação ao profissional que atua na seleção e
promoção de talentos.
Thyssen-Milder; Mayhew (1991) avaliando 50 jogadoras escolares de voleibol,
procuram verificar a precisão dos testes de habilidades técnicas, testes
antropométricos e testes de aptidão física, e agrupar as jogadoras de três diferentes
categorias. Concluem que a combinação dos testes de toque, manchete, salto vertical
e peso classificou corretamente 68% das atletas em seu nível. Os testes de habilidades
técnicas, como toque e manchete contra uma parede, realizados nesse estudo,
poderiam não ser capazes de diferenciar as atletas brasileiras, uma vez que, mesmo
nas categorias de base, nossas atletas possuem um domínio muito bom dessas
habilidades, o que nos faz acreditar que todas elas teriam condições de executá-los
sem dificuldades.
Viviani; Baldin (1993) compararam o somatotipo de jogadoras de 14 anos em média,
com o de jogadoras de 20 anos, não tendo encontrado diferença significante entre os
166
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
grupos, talvez porque aos 14 anos, o processo de maturação biológica já esteja em sua
fase final, equiparando assim os dois grupos quanto a essa variável, porém, sem
informações sobre o estágio maturacional e sobre o tipo de treinamento, as possíveis
explicações ficam limitadas.
METODOLOGIA
Foram avaliadas atletas de 12 clubes brasileiros que pertencem a Superliga masculina
de voleibol2, totalizando a participação de 224 atletas na edição nacional realizada no
ano de 2014. A intenção foi de se obter informações sobre as atletas de sucesso
comprovado. Os atletas foram questionados quanto à idade e posição no time. Os
atletas responderam a um questionário.
RESULTADOS E DISCUSSÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apontaram para valores de média de nascimento e posições dos
jogadores, relacionando principalmente a identificação dos talentos por trimestre do
ano de nascimento e levando em consideração a possibilidade de ressaltar a partir da
média, o reconhecimento dos talentos na prática de vôlei por algumas características
específicas.
Tabela 1. Critérios: média da faixa etária e nascimento por trimestre dos atletas
1 – Idades dos atletas
%
18 a 21 anos
16,7
22 a 30 anos
43,4
Acima de 31 anos
39,9
2 – Nascimentos por trimestre
Janeiro a Março
Abril a Junho
Julho a Setembro
Outubro a Dezembro
32,6
29,1
20,1
18,2
De acordo com a tabela 1, pode-se identificar que a maioria dos atletas que
complementarem a base de dados desse artigo, possuíam idade compreendida entre
22 e 30 anos (43,4%).
Além disso, a tabela 1 confirmou que a maioria dos talentos do vôlei nasceram no
primeiro trimestre do ano, ou seja, 32,6% nasceram no primeiro trimestre do ano
(janeiro a março), seguido de 29,1% que nasceram no segundo trimestre (abril a
junho).
No voleibol, Bojikian et al. (2007) estudaram jogadoras profissionais e de seleções
brasileiras de diversas categorias e constataram que estas atletas iniciaram-se na
prática competitiva, em média, aos 11,6 anos de idade e, especificamente as jogadoras
de seleção brasileira adulta, aos 13 anos. Embora não tivessem investigado se as
2
Participaram dessa edição os seguintes: Sada Cruzeiro, Funvic Taubaté, Kappersberg Canoas,
Modamaringá, Montes Claros Vôlei, RJ Volei, São Bernardo Volei, SESI, UFJF, Volei Brasil Kirin,
Vivo/Minas, Volta Redonda.
167
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
atletas vivenciaram práticas esportivas em outras modalidades além do voleibol e em
quais posições atuaram durante sua formação esportiva, os autores apontam para
uma relação entre o início tardio e as maiores chances de sucesso na modalidade.
Bojikian et al. (2007) afirmam que é comum que atletas com bom desempenho
precoce não consigam o mesmo sucesso na idade adulta, e atletas com bom
rendimento em fases posteriores tendem a obter melhores resultados do que aqueles
especializados precocemente. Os dados desta presente pesquisa com atletas de
voleibol masculino fortalecem esta hipótese e ainda mostram que eles iniciaram os
treinos e as competições um pouco mais velhos, em média, do que as jogadoras
analisadas.
Existe uma crença entre treinadores e pais de jovens atletas que, quanto mais cedo o
talento esportivo for desenvolvido, maiores as chances de sucesso no alto rendimento
(MENEZES et al., 2014; CAVICHIOLLI et al., 2011).
Tanto os dados apresentados neste estudo, quanto os relatados pela literatura
apresentada negam este pressuposto e encontram ressonância em Moesch et al.
(2011), que afirmam que menos tempo de treinamento em idades mais jovens e a
especialização somente após a adolescência parecem beneficiar jovens atletas.
O atleta, ou genericamente o indivíduo, é um estado físico no espaço-tempo,
resultante de seu embasamento genético expresso através das condições física e
psicoemocional, o qual é modulado na sua expressão por diferentes variáveis
ambientais, das quais o treinamento físico é uma delas, outras sendo: condição de
saúde, entendida como ausência de lesão, de fadiga crônica e de drogas, nutrição
adequada, além de condições socioculturais favoráveis (KISS et al., 2004).
O diagnóstico da aptidão/condição é considerado o principal problema da detecção de
talentos esportivos, em função do seu conceito. Foram elaborados no Brasil,
referenciais de crescimento físico, adiposidade e condição física de escolares de
diferentes níveis socioeconômicos e de jovens atletas (MOESCH et al., 2011).
Silva et al. (2000) avaliaram em seu estudo, a relação faixa etária dos jogadores de
voleibol e caraterísticas cineantropométricas respectivamente, e concluíram que a
análise de Cluster é um bom instrumento para separar as atletas em dois grupos
(melhores e piores), independente da categoria.
Em outro estudo, Stamm et al. (2003) estudaram 32 atletas de voleibol da Estonia, com
idades distintas, similar e esse estudo, e relacionaram a relação data de nascimento
com a eficiência na performance em jogos, quanto ao saque, ataque, defesa, bloqueio
e recepção. E puderam constatar que os que iniciaram mais jovens as atividades de
alto rendimento para o esporte são considerados talentos esportivos a partir do
momento que em sua fase adulta, após os 21 anos, constata-se sucesso nas atividades
e na participação da equipe que representa em campeonatos esportivos e em
competições oficiais.
Fernandes (2004) declara em seu estudo não encontrar documentos que tratem
especificamente sobre qual a idade em que deve ocorrer o processo de especialização
ou de escolha das posições dos jogadores nas equipes de voleibol, deixando, assim, a
decisão nas mãos dos treinadores, com base em sua experiência e intuição.
Tabela 2. Posições dos jogadores
Posições / Trimestre de Nascimento dos Atletas
Clubes
Levantadore Opostos
Ponteiro
Meio
168
de Líberos
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Volta
Redond
a
Vivo/Mi
nas
Vôlei
Brasil
Kirin
UFJF
SESI
São
Bernard
o Vôlei
Montes
Claros
Vôlei
RJ Vôlei
Modam
aringá
Kappers
berg
Canoas
Funvic
Taubaté
Sada
Cruzeiro
TOTAL
s
1
º
T
ri
1
rede
2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2
º º º º º º º º º º º º º
T T T T T T T T T T T T T
ri ri ri ri ri ri ri ri ri ri ri ri ri
1 1 2 1
3
1
2
1
2
2
1
2
1
1
2
2
1
1
1
1
3
1
1
1
1
1
5
2
2
1
3
1
1
1
2
1
2
1
1
1
1
2
1
1
2
2
1
2
2
2
2
2
1
1
1
3
2
2
2
3
4
1
1
1
1
1
3
1
2
1
1
1
3
2
1
1
1
3
2
1
1
1
2
2
3
2
1
3
1
1
3
4
º
T
ri
1
1
2
2
2
1
3
2
2
2
2
1
1
1
2
2
2
3
º
T
ri
1
1
º
T
ri
2
º
T
ri
1
1
1
3
º
T
ri
1
4
º
T
ri
2
2
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1 1 7 5 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 6 6 3 5
5 0
8 2
7 9 3 3 6 4 5 0
Obs.: 1º Tri – Janeiro a Março; 2º Tri – Abril a Junho; 3º Tri – Julho a Setembro; 4º Tri –
Outubro a Dezembro.
Analisando-se a tabela 2, deve primeiramente realizar a análise dos dados separandoos por posições dos jogadores.
Sendo assim, para os levantadores, no estudo com todos os times da Super Liga de
Voleibol do Brasil, constatou-se que a maioria dos talentos do vôlei nasceram no
primeiro trimestre (15 no total). Portanto, observação que a detecção de talentos é
mais frutífera em atletas que, nessa posição, nasceram no primeiro trimestre do ano.
Maia e Mesquita (2006) e Fernandes (2004) mencionam que a especialização não é
definida temporalmente, porém tendenciosamente ocorre primeiro com o levantador,
pelas particularidades técnicas que o mesmo apresenta, aliadas às exigências
específicas do jogo.
169
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Para a posição Opostos, constatou-se dados similar ao anterior, pois a maioria dos
atletas entrevistados também nasceu no primeiro trimestre (18) e no segundo
trimestre (12) do ano, mostrando portanto que a seleção acontece por jogadores que
nasceram nesses meses do ano.
Encontram-se vários aspectos relevantes para a discussão do tema proposto, assim
como em Borsari (2001) e Cordeiro (1997), que colocam que o atleta deve ter estatura
privilegiada, com muita coordenação, possibilitando ataques de bolas altas, rápidas e
bloqueios nos vários pontos da rede, sem muito desgaste físico. Além de força,
agilidade, raciocínio e reações rápidas, deve ser dotado de grande resistência, pois os
jogos podem durar duas ou mais horas.
Em relação a posição Ponteiro, constatou-se um certo equilíbrio no embasamento dos
dados coletados com os atletas, pois 17 atletas nasceram no primeiro trimestre, 19 no
segundo trimestre, 16 no terceiro e 13 no quarto trimestre do ano, e assim, não há
como concluir seletividade por trimestre nessa posição.
Em relação a posição meio de rede, percebe-se também um certo equilíbrio na
participação dos atletas, pois a diferença de atletas que nasceram no primeiro
trimestre como nos demais é relativamente e pouca, e portanto, não interfere nas
conclusões e pertinências propositadas para esse artigo.
Por fim, em relação aos líberos, constatou-se que a maioria nasceu no primeiro e no
segundo trimestres do ano, mostrando que estão em pareo de igualdade.
CONCLUSÃO
Diante da revisão de literatura que fora apresentada no corpo desse artigo, pode-se
confirmar que a idade é fator de detecção de talentos esportivos no voleibol brasileiro,
pois as influências da maturação sexual, do crescimento, da adiposidade e da idade
cronológica sobre a condição física de jovens atletas foram estudadas, e
demonstraram que a maioria dos jogadores não apresenta indicativos de que tenha
sido especializada precocemente no voleibol, visto terem vivenciado modalidades
esportivas diferentes e processos de iniciação, especialização e participação em
competições no voleibol em idades de acordo com as indicadas pela literatura.
Porém, é possível afirmar, de acordo com o grupo estudado, e com afirmações obtidas
na literatura, que jovens atletas não precisam ser especializados precocemente para
atuarem no esporte de alto rendimento.
A idade para o voleibol é fator para detectar talentos. Nesse sentido, os autores
analisados confirmam que aptidão, talento e dom sobrepõem-se em seus significados
e parecem termos interrelacionados, envolvendo conceitualmente os aspectos inatos
(naturais) do ser humano, mas, porém, considerando em seu desenvolvimento e
manifestação (do talento) a dependência da interação favorável com o meio ambiente.
Abordar fatores como altura e outras valências físicas a idade pode sim ser mais um
fator para escolha de atletas. Numa pessoa talentosa as estruturas neurofisiológicas e
anatômicas, assim como as capacidades motoras e psicológicas estão presentes no
nascimento, podem ser detectadas no processo de socialização e serem estimuladas e
desenvolvidas no meio onde está inserida, desde que este forneça condições para tal.
O grupo de variáveis de crescimento, concordando com a literatura, foi o que
apresentou maiores diferenças entre os grupos de categorias e posições de jogo,
170
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
também em conformidade com os estudos em equipes adultas, que evidenciam a
importância, principalmente, das variáveis estatura e envergadura para a modalidade,
especialmente para a posição de atacante central, seguida da atacante de ponta e
levantadora, embora esse dado mereça continuar sob investigação.
REFERÊNCIAS
GRECO, P.J.; BENDA, R.N.; CHAGAS, M.H. A aprendizagem do gesto técnico esportivo.
In: GRECO, P.J.; SAMULSKI, D.; CARAN JÚNIOR, E. Temas atuais em educação física e
esportes. Belo Horizonte: Health, 1997. cap. 3, p.45-58.
RÉ, A.H.N.; BARBANTI, V.J. Uma visão macroscópica da influência das capacidades
motoras no desempenho esportivo. In: SILVA, L.R.R. Desempenho esportivo:
treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo: Phorte, 2006.
BARBANTI, V.J. Formação de esportistas. Barueri: Manole, 2005.
BOJIKIAN, J.C. Ensinando voleibol. 3ed. São Paulo: Phorte, 2005.
BOJIKIAN, João Crisóstomo Marcondes et al. Talento esportivo no voleibol feminino do
Brasil: maturação e iniciação esportiva. Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte – 2007, 6 (3): 179-187.
BOT, Felipe Luiz. Detecção de talentos para o voleibol com crianças. Disponível em: <
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/CI-278TC.pdf>. Acessado em: 5 de maio de 2015.
BOJIKIAN JCM et al. Talento esportivo no voleibol feminino do Brasil: maturação e
iniciação esportiva. Rev Mackenzie Educ Fís Esporte. 2007;6:179-87.
MOESCH K et al. Late specialization: the key to success in centimeters, grams, or
seconds (cgs) sports. Scand J Med Sci Sports. 2011;21:282-90.
MENEZES RP et al. Especialização esportiva precoce e o ensino dos jogos coletivos de
invasão. Movimento (Porto Alegre). 2014;20:351-73.
CAVICHIOLLI FR et al. O processo de formação do atleta de futsal e futebol: análise
etnográ‚ ca. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2011;25:631-47.
KISS, Maria Augusta Pedutti Dal´Molin et al. Desempenho e Talento Esportivos. Rev.
paul. Educ. Fís., São Paulo, v.18, p.89-100, ago. 2004.
171
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
PARÂMETROS NEUROMUSCULARES DE JOGADORES DE FUTSAL
EM PRÉ-TEMPORADA
Mateus das Neves Naneti1, Rodrigo Ferro Magosso2
Curso de especialização em Fisiologia do Exercício da UFSCar – São Carlos - SP
Centro de Estudos em Fisiologia do Exercício, Musculação e Avaliação Física (CEFEMA)
– Araraquara – SP
Resumo
O futsal é uma modalidade de característica intermitente, na qual os atletas devem
apresentar elevado nível em diversas capacidades funcionais como resistência, força,
agilidade, velocidade e potência. A avaliação periódica dos atletas de futsal fornece
diretrizes para a preparação física e indícios de sua capacidade de suportar a demanda
das partidas. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho no RAST, agachamento
na barra guiada e impulsão horizontal de uma amostra de jogadores de futsal em prétemporada. Foram avaliados para este estudo treze jogadores de futsal do gênero
masculino, pertencentes à equipe do Rio Preto Futsal – SP, com idade média de 23,3 ±
4,3 anos, que realizaram o RAST, teste de impulsão horizontal na quadra de jogo e o
agachamento na barra guiada. A potência pico foi de 9,8 ± 1,5 W/kg, a potência média
foi de 8,2 ± 0,4 W/kg e o índice de fadiga foi de 8,0 ± 3,2 W/s. Concluiu-se que estes
atletas estavam muito abaixo do requerido para a modalidade. Percebe-se uma
correlação muito fraca entre os parâmetros avaliados, sugerindo um treinamento
específico de potência anaeróbia, e performance de movimentos, sendo avaliados
separadamente para um melhor desempenho no futsal profissional.
Abstract
Indoor soccer is an intermittent sport, in which athletes must present high level in
several functional capabilities such as endurance, strength, agility, speed and power.
Periodic evaluation of players provides guidelines for the preparation and physical
evidence of their ability to withstand the demands of matches. The aim of this study
was to analyze the performance on RAST, horizontal jump and smith machine squat of
indoor soccer players in pre-season. Thirteen male athletes from the Rio Preto team,
mean age 23.3 ± 4.3 years, who underwent the test RAST and horizontal thrust on the
court and the guided bar squats in the gym where they train. Peak power on RAST was
9.8 ± 1.5 W/kg, the average power was 8.2 ± 0.4 W/kg and the fatigue index was 8.0 ±
3.2 W/s. We concluded that these athletes were far below that required for the sport.
We suggest a specific training anaerobic power, and performance of specific
movements for better performance in professional indoor soccer.
172
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Introdução
O futsal é uma modalidade de característica intermitente, na qual os atletas devem
apresentar elevado nível em diversas capacidades funcionais como resistência, força,
agilidade, velocidade e potência (Siegler et al., 2003). Em nível profissional, esta
combinação de capacidades funcionais pode ser considerada pelos relatos das ações
da modalidade predominantes em baixa e média velocidade (Álvarez; Hermoso; Vera;
2004; Araujo et al.; 1996; Moreno, 2001; Soares; Tourinho Filho; 2006). Esta
combinação de capacidades funcionais pode ser considerada como uma resistência de
potência (Balciunas et al., 2006).
Os jogadores permanecem parados aproximadamente 1/3 do tempo total das
partidas, caminhando cerca de 11% (0 a 1 m/s), cerca de 46% em trote (1 a 3 m/s) e
aproximadamente 26% em velocidade média de corrida (3 a 5 m/s) e corridas em alta
velocidade que perfazem 17% sendo que desta porcentagem 15% se dá a corridas
entre ( 5 a 7 m/s) e o restante correspondem aos “sprints” (>7 m/s) (Moreno, 2001).
Levando-se em consideração o tempo de jogo, pode-se dizer que a cada 60 segundos
em que o jogador está na quadra, ele realiza 1,17 “sprints” (>7 m/s), 1,46 corridas em
alta velocidade (5 – 7 m/s), 1,64 corridas em média velocidade (3 – 5 m/s) e 4,21
deslocamentos em baixa velocidade (<3 m/s). Um “Sprint” é realizado a cada 56
segundos, corridas em alta velocidade a cada 43 segundos, corridas em média
velocidade a cada 37 segundos e deslocamentos em baixa intensidade a cada 14
segundos (Álvarez; Hermoso; Vera; 2004).
Para uma correta preparação física dos atletas, é de fundamental importância que
estes sejam submetidos a avaliações periódicas, que servem de diretrizes para a
prescrição do treinamento físico bem como para fornecer à comissão técnica um perfil
dos jogadores para determinar estratégias de jogo como jogadas ensaiadas e
substituições programadas durante a partida, pois a condição física dos atletas afeta
diretamente o seu desempenho técnico (Ostojic et al., 2006).
Neste sentido, o RAST (running-based anaerobic speed test) é capaz de fornecer
informações valiosas sobre a potência anaeróbia dos atletas bem como sobre o seu
índice de fadiga, de maneira similar ao teste de Wingate, desenvolvido na década de
1970 para medir precisamente a capacidade anaeróbia (Zacharogiannis et al., 2004).
Em ambos os testes, o pico de potência atingido durante um teste reflete a capacidade
de um indivíduo de utilizar o sistema fosfagênio para produção de ATP, o que se
denomina potência anaeróbia alática, enquanto a potência média do teste reflete a
potência anaeróbia lática (Abbasian et al., 2012). Devido a sua praticidade por
requerer apenas um espaço para que se possa realizar tiros de 35 metros e um
cronômetro ou sistema de foto-células, o RAST teste tornou-se popular dentre diversas
modalidades esportivas como handebol (Roseguini et al., 2008) e futebol (Braz et al.,
2009).
Além deste, outros testes, como os de impulsão horizontal e vertical, que mensuram
indiretamente a força e potência de membros inferiores, (Celafiscs,1987), são meios
adequados para a verificação da força de salto, uma vez que tais saltos não requerem
muito em termos de coordenação, mas sim de força (Weineck, 1999). Segundo
Weineck (1999), os saltos horizontais e verticais mobilizam diferentes grupos
musculares, por isso precisam ser trabalhados especificamente. Dada a sua relação
com a força de membros inferiores, o Colégio Americano de Medicina do Esporte
173
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
(ACSM, 2003) recomenda a avaliação do valor de 1 repetição máxima (1RM) no
exercício agachamento para avaliação da força de atletas.
Tendo a importância a avaliação funcional para a prescrição e acompanhamento de
atletas de futsal, o presente estudo teve objetivo de avaliar os atletas profissionais de
futsal em período de temporada.
Materiais e métodos
Foram avaliados para este estudo treze jogadores de futsal do gênero masculino,
pertencentes à equipe do Rio Preto Futsal–SP. Todos os jogadores tinham experiência
em realização dos testes, com esta, ou em outras equipes em que atuaram e vinham
de período de transição (sem treinamento específico), em um macrociclo semestral,
iniciando-se assim os testes no inicio do segundo semestre. Antes da execução, todos
os atletas foram informados a respeito da execução e riscos de sua realização.
RAST: o teste foi realizado em quadra de futsal, onde foi demarcada uma distância de
35 metros com dois cones e mais duas áreas de escape de 10m para a desaceleração
dos atletas. Os atletas foram instruídos a percorrer esta distância em seis tiros
máximos, separados por intervalos de 10 segundos entre cada tiro. Para garantir que o
tempo fosse o menor possível, todos os atletas foram instruídos a desacelerar apenas
após a sua chegada nas áreas de escape. Os parâmetros determinados pelo teste
foram o cálculo da potência (W) de cada tiro (equação 1), a potência pico representada
pelo tiro de menor tempo, a potência média (W) (equação 2) e índice de fadiga (IF;
W/s) (equação 3), representadas respectivamente:
Equação 1 (cálculo da potência de cada tiro)
P(W) = (massa corporal x distância2)/ tempo3
Onde a massa corporal é medida em kg, a distância em metros e o tempo em
segundos.
Equação 2 (cálculo da potência média)
Pméd(W) = (P1 + P2 + P3 + P4 + P5 + P6)/6
Onde P1 a P6 representam a potência de cada tiro.
Equação 3 (cálculo do índice de fadiga – IF)
IF (W/s) = (PMáx – PMin)/Tempo total
Onde PMáx é a potência máxima, PMin é a potência mínima e o tempo total é a soma do
tempo dos seis tiros.
174
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Após os cálculos, a potência foi corrigida pela massa corporal dos atletas para fornecer
o valor em W/kg.
Teste de repetições máximas : este teste é baseado na relação entre o percentual de
1RM e o número de repetições máximas que pode ser realizado
. Para o teste , foi
colocado um peso onde estimava -se que o avaliado seria capaz de realizar até
15
repetições em uma série máxima . Caso na quarta repetição o voluntário não se
apresentasse perto da falha concêntrica , a série era interrompida para que mais peso
fosse acrescido ao exercício e , após um intervalo de dois minutos , era feita uma nova
tentativa.
Este procedimento é repetido até que se realize a série máxima dentro da faixa
estabelecida de repetições. Em seguida, a partir do número de repetições executadas
na série máxima, era determinado qual percentual de 1RM correspondia o peso
aplicado no teste e o valor de 1RM (100%) era calculado. Após o teste de 1RM, o valor
foi dividido pela massa corporal do atleta para o cálculo do Índice de Força Máxima
Relativa (IFMR).
A Tabela 1 representa a relação entre o percentual de 1RM e o número de repetições
em séries máximas.
Tabela 1- Relação entre %1RM e número de repetições em séries máximas
Repetições
%1RM
4
90
5
87
6
85
7
83
8
80
9
77
10
75
11
73
12
70
13
68
14
67
15
65
Impulsão horizontal: O atleta se posiciona com os pés paralelos atrás de uma linha (fita
métrica) demarcada no chão, com os joelhos semi-flexionados, após o comando
“atenção, já!”, o avaliado salta no sentido horizontal, com impulsão simultânea das
pernas, objetivando atingir o ponto mais distante da fita métrica ou marcação. É
permitido a movimentação livre dos braços. Serão realizadas três tentativas,
registrando-se a marca atingida pela parte anterior do pé que mais se aproximar do
ponto de partida.
175
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Análise estatística
Os dados foram analisados para normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk e
apresentaram distribuição normal. Todos os resultados são descritos pela estatística
descritiva (Média ± Desvio Padrão).
Resultados
A potência pico, que reflete a capacidade anaeróbia alática dos atletas, foi de 9,8 ± 1,5
W/kg, a potência média, que reflete a capacidade anaeróbia lática foi de 8,2 ± 0,4
W/kg e o índice de fadiga, que reflete a capacidade de manutenção da potência em
esforços repetidos foi de 8,0 ± 3,2 W/s. Todos os resultados são apresentados na
Tabela 2.
Tabela 2. Resultados do Rast em segundos
Atletas
Tiro 1 Tiro 2 Tiro 3 Tiro 4 Tiro 5 Tiro 6 Pmáx
(seg)
(seg)
(seg)
(seg)
(seg)
(seg)
(seg)
1
5,83
5,30
5,48
5,33
2
5,51
5,31
5,33
5,20
3
5,54
4,75
5,38
5,19
4
5,23
4,89
5,06
5,19
5
5,12
4,89
5,03
5,04
6
5,78
5,80
5,95
6,35
7
5,36
5,04
5,31
5,61
8
5,50
4,68
5,30
5,19
9
5,37
4,88
4,74
5,59
10
5,59
5,02
5,32
5,34
11
5,19
5,28
5,06
5,21
12
5,31
5,54
5,50
5,68
13
5,34
4,91
5,17
5,92
Média da potência máx e min (segundos)
Desvio padrão
176
5,27
5,45
5,61
5,42
5,45
6,59
5,53
5,24
5,44
5,49
4,72
5,61
5,95
5,74
5,35
5,61
5,33
5,47
6,93
5,89
5,59
5,32
5,74
5,60
5,73
6,34
5,27
5,31
4,75
4,89
4,89
5,78
5,04
4,68
4,74
5,02
5,06
5,31
4,91
5,05
0,30
Pmin
(seg)
5,83
5,51
5,61
5,42
5,47
6,93
5,89
5,59
5,59
5,74
5,60
5,73
6,34
5,78
0,41
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Tabela 3. Resultados de performance no RAST
Atletas
Peso(kg)
Pmáx
Pméd
(W/kg)
(W/kg)
1
93
8,2
8,3
2
85
8,7
8,4
3
72
11,4
8,1
4
67,7
10,4
8,6
5
63,9
10,4
8,7
6
108
6,3
7,5
7
79,8
9,5
8,0
8
65
11,9
8,4
9
80,9
11,5
8,7
10
66,2
9,6
7,9
11
70,2
11,6
9,2
12
69,7
8,1
7,7
13
86,2
10,3
7,9
Média
77,5
9,8
8,2
Desvio Padrão
12,4
1,5
0,4
Pmin
(W/kg)
6,2
7,3
6,9
7,6
6,1
17,2
8,3
5,4
7,0
6,8
8,4
9,6
8,3
8,1
2,8
IF (W/s)
5,7
3,6
10,8
6,0
6,1
7,6
8,7
10,1
11,5
6,5
10,5
3,4
14,2
8,0
3,2
Pmáx = potência máxima em W/g; Pméd = potência média em W/kg; Pmin = potência
mínima em W/kg e IF = índice de fadiga em W/s.
Tabela 4.Resultados de performance na estimativa de RM no agachamento na Barra
Guiada.
Atletas
1RM no agachamento Índice
de
força
guiado
máxima relativa
(IFMR)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Média
Desvio Padrão
240
185
185
125
160
185
182
130
179
100
160
120
186
164,3
36,0
2,5
2,1
2,5
1,8
2,5
1,7
2,2
2,0
2,2
1,5
2,2
1,7
2,1
2,0
0,3
177
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
*Índice de força máx. relativa(IFMR) = 1RM(kg)/ peso corporal(kg). (Marsola, Carvalho
e Robert Pires 2011)
Tabela 5.Resultados de performance na impulsão horizontal
Atletas
Salto 1(cm)
1
214
2
224
3
216
4
214
5
223
6
203
7
198
8
214
9
229
10
203
11
219
12
211
13
206
Média da Potência Máxima
Desvio Padrão
Salto2(cm)
232
234
220
224
244
2,16
202
220
238
245
232
222
194
Salto 3(cm)
226
234
226
220
239
217
212
220
250
210
231
218
212
Pot.Máx(cm)
232
234
226
224
244
217
212
220
250
245
232
222
212
228,4
12,4
Discussão
O futsal é um desporto que exige dos atletas velocidade, força e deslocamento
rápidos e a intensidade do jogo oscila de leve à máxima. A modalidade tem como
característica a velocidade acíclica, que trabalha as capacidades e habilidades
responsáveis pelos movimentos executados em alta velocidade pelos atletas durante o
jogo (Borin et al., 1999). Esta elevada demanda pode afetar significativamente o índice
técnico de atletas de futsal, de maneira que os jogadores com melhor aproveitamento
em fundamentos dentro da partida, também são aqueles que apresentam melhor
condicionamento físico.
A partir da importância da preparação física , fica claro que a avaliação física é
fundamental para o processo de preparação atlética. O RAST teste é
comprovadamente fidedigno para a mensuração da capacidade anaeróbia de
jogadores (Zacharogiannis et al., 2004; Abbasian et al., 2012), sendo capaz de refletir a
potência anaeróbia alática e lática dos atletas, bem como o seu índice de fadiga. O
profissional que utiliza este teste como base pode utilizar a potência anaeróbia como a
capacidade que um atleta possui de participar em lances decisivos na partida como a
conclusão de uma jogada ou um contra-ataque, enquanto que o índice de fadiga vai
determinar a sua capacidade de manter a potência em esforços repetitivos, o que é
traduzido como o seu tempo de atuação em alto nível físico em quadra. Quanto menor
o IF, mais tempo um atleta consegue permanecer em quadra de maneira decisiva.
Os valores encontrados no presente estudo são inferiores aos descritos pelo estudo de
Gonçalvez et al. (2007). Isto indica que os atletas estão abaixo do necessário para
178
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
desenvolverem futsal de alto nível, especialmente para a disputa de campeonato
estadual. Estes valores podem sugerir que todos os atletas estavam em período de
transição e não vinham realizando treinamento específico do futsal, sendo que alguns
deles reportaram uma interrupção total do treinamento antes do período de testes.
Desta maneira, é altamente recomendável a incorporação de treinamento específico
de potência anaeróbia (lática e alática) para que estes atletas possam ter resultados
satisfatórios no campeonato.
Estes resultados também podem ser definidos como parâmetro de pré-temporada, de
maneira que técnicos e preparadores físicos não devem, necessariamente, descartar
atletas com o mesmo resultado no RAST teste, caso venham da mesma condição de
redução ou mesmo interrupção do treinamento específico da modalildade.
Como o futsal apresenta características de exercícios intermitentes de alta
intensidade, seguidos de intervalos incompletos de recuperação, o que resulta em
uma maior contribuição das reservas intramusculares de ATP e PCr (Barbero; Barbero,
2003). Assim, a força (Fonseca et al., 2007), a potência anaeróbia (Cometti et al., 2001)
e o índice de fadiga (Ferreira et al., 2009) são variáveis essenciais para atletas de futsal
de elite, a fim de manter esforços intensos para atacar e defender.
Alguns autores sugerem que a força, velocidade, potência, resistência, agilidade e
massa magra são atributos considerados indispensáveis para o futsal (Altimari et al.,
1999, Balikian et al., 2002; Chagas et al., 2005; Goulart et al., 2007). Nesse sentido,
estes testes foram utilizados na mensuração de algumas dessas variáveis e
relacionando-as. Martínez, Salgado, Lago, e Peñas (2004) examinaram a relação entre
a força explosiva dos membros inferiores e a capacidade de aceleração linear com as
mudanças de direção. Os autores puderam observar uma correlação positiva e
significativa, sendo esta maior quando as distancias eram menores e em percursos
com mudanças sucessivas de direção. Em contrapartida, Gonzalez e Aguiar (2001) não
constataram qualquer associação entre a corrida linear de curta duração (30 metros) e
a força explosiva dos membros inferiores.
No caso do futsal, valências físicas como força (potência), velocidade de
deslocamento, agilidade, entre outras, são muito requisitadas, e igualmente ao futebol
americano, os atletas necessitam realizar “movimentos específicos e poderosos”,
caracterizados pela força explosiva (McARDLE, KATCH e KATCH, 2003, p.412). Levando
em consideração tais características, a aplicação do método pliométrico de
treinamento para o futsal é muito viável, uma vez que atende satisfatoriamente o
desenvolvimento da força
explosiva (DANTAS, 2003; HERNANDES JÚNIOR, 2003; MESÓN e RAMOS, 2001) e
consequentemente capacidades dependentes e relacionadas a essa força, como a
agilidade e a velocidade (SANTO, JANEIRA e MAIA, 1997)
Os testes de estimativa de RM e Impulsão Horizontal e Potência máxima no Rast teste,
não apresentaram forte relação relação entre eles. Os atletas que apresentaram maior
IFMR (índice de força máxima relativa), não necessariamente apresentaram melhores
índices de potência através dos saltos (impulsão horizontal) e maiores índices de
potência máxima (W/g) no Rast teste, e assim sucessivamente. Segundo Weineck
(1999), esses atletas precisam ser estimulados a coordenação e performance
especifica de movimento durante seus treinamentos. Tais capacidades, como
velocidade e potência (força x velocidade) avaliadas neste estudo são fundamentais e
decisivas para o futsal, ditas como fatores determinantes dentro do jogo (Borin et
179
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
al.,1999), onde os atletas deverão trabalhar em conjunto essas capacidades, bem
como a performance de movimento especifica exigidas pela modalidade.
Conclusão
Conclui-se que os jogadores em pré-temporada avaliados no Rast teste, se encontram
significativamente abaixo dos índices funcionais esperados para o sucesso na
modalidade em questão .A partir dos testes de impulsão horizontal , estimativa de RM
(IFMR) e potência máxima no Rast teste, percebe-se uma correlação muito fraca entre
os parâmetros avaliados. Sugerindo um treinamento específico de potência anaeróbia,
e performance de movimentos, sendo avaliados separadamente para um melhor
desempenho no futsal profissional.
Referências
ABBASIAN S., GOLZAR S., ONVANI V., SARGAZI L. The predict of RAST Test from WANT
test in Elite Athletes. Research Journal of Recent Sciences. Vol.1(3), 72-75, March
(2012)
ALEX ZELANTI ROSEGUINI, Adelino Sanchez Ramos da Silva, Claudio Alexandre
Gobatto. Determinações e Relações dos Parâmetros Anaeróbios do RAST, do Limiar
Anaeróbio e da Resposta Lactacidemica Obtida no Início, no Intervalo e ao Final de
uma Partida Oficial de Handebol. Rev Bras Med Esporte – Vol. 14, No 1 – Jan/Fev,
2008.
ALTIMARI, L. R.; OKANO, A. C.; COELHO, D.F.; CYRINO, E. S. Efeitos do treinamento de
futsal sobre o desempenho motor em atividades predominantemente aeróbias e
anaeróbias. Revista Treinamento Desportivo, v. 4, n. 3, p. 23-28, 1999.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Resource Manual for guidelines for exrcise
testing and prescription. 4ed. USA; 2003.
ARAUJO,TL; ANDRADE,D.R; FIGUEIRA JUNIOR,A.J; FERREIRA,M. Demanda fisiológica
durante o jogo de futebol de salão, através da distancia percorrida. Revista da
Associação dos Professores de Educação física, v.11, 19, p12-20, 1996.
BALCIUNAS, M.; STONKUS, S.; ABRANTES, C.; SAMPAIO, J. Long term effects of
different training modalities on power, speed, skill and anaerobic capacity in young
male basketball players. Journal of Sports Science
and Medicine, Bursa, v. 5, p. 163-170, 2006.
BALIKIAN, P.; LOURENÇÃO, A.; RIBEIRO, L. F. P.; FESTUCCIA, W. T. L.; NEIVA, C. M.
Consumo máximo de oxigênio e limiar anaeróbio de jogadores de futebol: comparação
entre as diferentes posições. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 8, n. 2, p. 3236, 2002.
180
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
BARBERO ÁLVAREZ, J. C.; BARBERO ÁLVAREZ, V. Relación entre el consumo máximo de
oxígeno y la capacidad para realizar ejercicio intermitente de alta intensidad en
jugadores de fútbol sala. Revista de Entrenamiento Deportivo, v. 17, n. 2, p. 13-24,
2003.
BOMPA, T. O. A periodização no treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2001.
Borin JP, Gonçalves A, Padovani CR, Aragon FF. Variabilidade da intensidade de esforço
nas três posições do basquetebol: ensaio quantitativo em nosso meio. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte 1999; 20(2):119-125.
CELASFISCS, Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul,
p. 57-68, 1987.
CHAGAS, M, H.; LEITE, C. M. F.; UGRINOWITSCH, H.; BENDA, R. N.; MENZEL, H.-J.;
SOUZA, P. R. C.; MOREIRA, E. A. Associação entre tempo de reação e de movimento
em jogadores de futsal. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 19, n. 4, p.
269-75, 2005.
COMETTI, G.; MAFFIULETTI, N. A.; POUSSON, M.; CHATARD, J. C.; MAFFULLI, N.
Isokinetic strength and anaerobic power of elite, subelite and amateur French soccer
players. International Journal of Sports Medicine, v. 22, p. 45-51, 2001.
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
FERREIRA, A. P.; GOMES, A. S.; LANDHWER, R.; FRANÇA, N. M. Potência anaeróbia e
índice de fadiga de atletas de futsal da Seleção Brasiliense. Revista Brasileira de
Futebol, v. 2, n. 1, p. 60-69, 2009.
FONSECA, S. T.; OCARINO, J. M.; SILVA, P. L. P.; BRICIO, R. S.; COSTA, C. A.; WANNER, L.
L. Caracterização da performance muscular em atletas profissionais de futebol. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n. 3, p. 143-147, 2007.
GONÇALVES, H. R.; ARRUDA, M.; VALOTO, T. A.; ALVES, A. C.; SILVA, F. A.; FERNANDES,
F. Análise de informações associadas a testes de potência anaeróbia em atle tas jovens
de diferentes modalidades esportivas. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 11, n. 2,
p. 107-121, maio/ago. 2007.
Gonzalez, M., & Aguiar, S. (2001). Estudio comparativo entre a carrera lineal e con
cambios de dirección e a su relación con valores do teste de Bosco. Vigo: Universidad
de Ciencias de Educación de Pontevedra e Universidad de Vigo.
181
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
GOULART, L. F.; DIAS, R. M. R.; ALTIMARI, L. R. Força isocinética de jogadores de
futebol categoria sub-20: comparação entre diferentes posições de jogo. Revista
Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 9, n. 2, p. 165-169, 2007.
ITURRI, J.G; GARCIA, J.A Valores de desportistas e aspectos biomecânicos e funcionais.
Editora Femede. 1999.
MARSOLA, T.S; Carvalho, RDT; Robert- Pires, C.M. Relação entre peso levantado em
teste 1RM e peso corporal de homens sedentários no exercício supino reto. Revista
Brasileira de Prescrição de Fisiologia do Exercício. São Paulo v.5, n30, p.484-489,
nov/dez.2011.
Martínez, L. C., Salgado, J. J. C., Lago, E. D., & Peñas, C. L. (2004, Março). Relación entre
parámetros antropométricos y manifestaciones de fuerza y velocidad en futbolistas en
edades de formación. Comunicação apresentada no III Congreso de la Asociación
Española de Ciencias del Deporte, Valência, Espanha.
MCARDLE, W. D; KATCH. F. I; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e
desempenho humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
MESÓN, J; RAMOS, O. M. La fuerza explosiva de miembros inferiores en los jugadores
de hockey. Lecturas Educación Física y Deportes, v. 7, n. 43, dez. 2001. Disponível em
http://www.efdeportes.com/fd43/hockey.htm. Acesso em 17 mar. 2005.
MORENO, J. H. Análisis de los parâmetros espacio y tiempo en el fútbol sala. La
distancia recorrida, el ritmo y dirección del desplazamiento del jugador durante um
encuentro de competición: los casos de Gay (defensa), C.Marrero (cierre), J.Beto
(pivote), J. Limones (ala) y J. Claveria (portero). Apunts de Educación Fisica y
Despostes, v. 65, p. 32-44, 2001.
SANTO, E; JANEIRA, M. A; MAIA, J. A. R. Efeitos do treinamento e do destreino
específicos na força explosiva: um estudo em jovens basquetebolistas do sexo
masculino. Revista Paulista de Educação Física, v. 11, n. 2, p. 116-127, 1997.
S.E. MCINNES, J.S. CARLSON, C.J. JONES & M.J. MCKENNA. The physiological load
imposed on basketball players during competition. Journal of Sports Sciences Volume
13, Issue 5, 1995
SIEGLER, J., GASKILL, S. AND RUBY, B. (2003) Changes evaluated in soccer specific
power endurance either with or without a 10-week, in-season, intermittent, highintensity training protocol. Journal of Strength and Conditioning Research 2, 379-387.
182
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
SOARES ,B.H.,S TOURINHO FILHO, H.(2006). Analise da distancia e intensidade dos
deslocamentos numa partida de futsal nas diferentes posições de jogo. Revista
brasileira de Educação Física e Esporte, 20(2), 93-101.
TIAGO VOLPI BRAZ, LEANDRO MATEUS PAGOTO SPIGOLON, JOÃO PAULO BORIN.
Proposta De Bateria De Testes Para Monitoramento Das Capacidades Motoras Em
Futebolistas. R. da Educação Fi ́sica/UEM Maringá, v. 20, n. 4, p. 569-575, 4. trim. 2009.
WEINECK, J. Treinamento Total. 9º edição.Manole. São Paulo 1999.
WEINECK, J. Futebol total o treinamento físico no futebol. São Paulo: Phorte, 2000.
ZACHAROGIANNIS, E., PARADISIS, G. AND TZIORTZIS, S. (2004) An evaluation of tests of
anaerobic power and capacity. Medicine & Science in Sports & Exercise 36 (suppl. 5),
S116
183
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ESTUDOS DO PERFIL DO ESTADO DE HUMOR EM ATLETAS DE
NATAÇÃO
MORAES, G. M.
RODRIGUES, M. M.
ENAF Desenvolvimento – Bauru – São Paulo – Brasil
[email protected]
RESUMO
O supertreinamento ou overtraining, sendo uma consequência individual, fruto das
más adaptações referentes ao aumento no volume e/ou intensidade do treino, o
principal objetivo do atleta é chegar ao desempenho de pico da própria carreira,
embasado na teoria de “quanto mais se treinar, melhor”. É essa individualidade que
pode deixar muito difícil para os treinadores, atletas e técnicos compreenderem de
maneira universal e observarem que o indivíduo está com a síndrome, e não é difícil de
perceber que as consequências não são positivas para o praticante. O objetivo do
presente estudo será avaliar o estado de humor em atletas do sexo masculino e
feminino, praticantes de natação, durante a fase pré-competitiva. Justifica-se abordar
conceitos referentes ao fenômeno do supertreinamento em jovens nadadores, bem
como identificar as causas, consequências e principais sintomas, durante os momentos
que antecedem a competição. Sendo assim, um melhor aprofundamento na análise
dos principais fatores geradores do estresse competitivo, por meio da avaliação do
estado de humor possibilitará a prevenção desta síndrome em atletas de natação. Um
resultado inicial da pesquisa a qual deixa claro que a média calculada na amostra, que
para variável tensão ocorreram diferenças de desempenho entre os indivíduos
analisados. Verificam-se ainda, valores equidistantes para as variáveis como vigor
(67,71) e confusão (12,50). Em relação a esses estados de humor, observou-se
alterações significativas no vigor de alguns atletas, o que não é positivo para o
rendimento dos mesmos. Notou-se também mudança em dois estados de humor
negativos, depressão e tensão tiveram resultados maiores do que o almejado pelo
padrão.
Palavras-chave: Supertreinamento; estados de humor e natação.
ABSTRACT
Overtraining or overtraining, being a consequence individual fruit of bad adaptations
related to the increase in volume and/or intensity of the workout, the athlete's
primary goal is to reach the peak performance of one's career, based on the theory of
"the more you train the better "(WILLMORE; Costill, 2001). It is this individuality that
can make it very difficult for coaches, athletes and coaches understand so universal
and observe that the individual is with the syndrome, and it is not difficult to perceive
that the consequences are not positive for the practitioner (ARAUJO, et al, 2008). The
184
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
aim of this study is to assess the mood in male athletes and female practitioners of
swimming during the pre-competitive. It is justified to address concepts related to the
phenomenon of overtraining in young gymnasts, as well as identify the causes,
consequences and major symptoms during the moments preceding the competition.
This, a better insight into the analysis of the main factors causing the competitive
stress, through the evaluation of mood states allow prevention of this syndrome in
athletes swimmers. A result of the initial search which makes it clear that averaged in
the sample, which occurred for variable voltage performance differences among the
individuals. There are also equidistant values for variables like force (67.71) and
confusion (12,50). For these moods, observed significant changes in the force of some
athletes, which is not positive for the performance thereof. It was also noted change in
two negative mood states, depression and tension had results greater than the desired
standard.
Keywords: Overtraining; moods and swimming.
INTRODUÇÃO
Desde que o esporte se torna uma das prioridades na vida de um atleta, este, necessita
dedicar-se grande parte do tempo do seu dia aos treinamentos. Mesmo sendo
encarado como essencial para o desempenho esportivo, esse aumento excessivo de
treinamento também pode se constituir em um fator de risco para diminuição do
desempenho do atleta (SAMULSKI, 2002).
Assim, é dada ao treinamento uma periodização, que expõe os atletas a cargas de
grandes volumes e altas intensidades, seguidas por uma carga de treinamento mais
baixa, conhecida como estágio de repouso ou afunilamento (WEINBERG; GOULD,
2008). Portanto, o grande desafio para técnicos e atletas é aumentar
progressivamente a carga de treinamento, com o objetivo de promover adaptações
ideais, eliminando os efeitos negativos, como lesões (SAMULSKI, 2002). O overraching,
ou treinamento periódico é descrito como acúmulo de estresse intrínseco e extrínseco
ao treinamento, que resultam em diminuição de curto prazo do desempenho com ou
sem sinais e sintomas fisiológicos e psicológicos do overtraining em que a restauração
do desempenho pode levar de vários dias a várias semanas (BUDGETT, 1998), podendo
ser reconhecida como a pré-fase para o overtraining (ALENCAR; et al, 2010).
O treinamento excessivo para um atleta pode ser o treinamento ideal para outro. Esse
treinamento de forma positiva se refere a um ciclo curto de treinos a qual os atletas se
expõem à cargas máximas. Todavia, há um período de repouso e a recuperação, a qual
é essencial para tornar o corpo do praticante adaptado a essa sobrecarga,
condicionando-o. Se o atleta for afetado por falta de repouso ou outros estressores
físicos e psicológicos, o desempenho é deteriorado (LOWERY; FORSYTHE, 2006). Esse
processo de treinamento excessivo pode causar consequências positivas, como a
sobrecarga ideal no treino do atleta, a boa adaptação, melhora no desempenho ou
então, tem como consequências negativas, a má adaptação quando o estado de
exagero é exorbitante e o desempenho não é satisfatório. O treinamento excessivo
negativo leva primeiro à estafa e logo aos estados mais graves se for mantido sem o
devido repouso (SAMULSKI, 2002).
185
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Weinberg e Gould (2008) observaram que a estafa é o resultado de um treinamento
excessivo, cujo atleta tem dificuldade de manter um padrão em seus treinos e não
pode mais alcançar resultados de desempenhos anteriores, tendo uma redução
significativa em sua performance por um período prolongado, que ocorre durante ou
após o período de treinamento excessivo, não recebendo melhora em resposta à
redução rápida do treino. O atleta estafado apresenta transtornos no humor e
percepção de aumento do esforço durante o exercício.
Desta forma, supertreinamento ou overtraining, sendo uma consequência individual,
fruto das más adaptações referentes ao aumento no volume e/ou intensidade do
treino, o principal objetivo do atleta é chegar ao desempenho de pico da própria
carreira, embasado na teoria de “quanto mais se treinar, melhor” (COSTILL;
WILLMORE, 2001.). É essa individualidade que pode deixar muito difícil para os
treinadores, atletas e técnicos compreenderem de maneira universal e observarem
que o indivíduo está com a síndrome, e não é difícil de perceber que as consequências
não são positivas para o praticante (ARAUJO; et al, 2008).
Outras causas também podem reforçar as chances de um indivíduo apresentar
overtraining, uma delas é a nutrição inadequada frente à carga de treinamento.
Fatores ambientais (altitude, temperatura, umidade) também podem deixar o atleta
vulnerável à síndrome. Profissionais sem orientação de um treinador também correm
riscos de adquirir lesões como consequência de supertreinamento, devido à falta de
conhecimento em relação à recuperação e inexperiência de sintomas. Finalmente,
estressores psicossociais, como problemas de relacionamento pessoal e obrigações
profissionais aumentam o risco de overtraining. Uma boa alimentação, hidratação
completa, descanso adequado e espaçamento entre as sessões de treinamento mais
pesados, podem ser uma boa estratégia para minimizar os riscos de adquirir a
síndrome (ARAUJO; et al., 2008; BUDGETT, 1998).
Contudo, estudos demonstram que, o estresse emocional causado pelo desejo de
vencer, medo do fracasso e outras expectativas, que podem ser acompanhados pela
perda do desejo de competir e entusiasmo pelo treinamento também são fatores
psicológicos demonstrados em atletas portando a síndrome. O estado de humor do
indivíduo pode ser alterado na medida em que seu treinamento se torna mais pesado,
aumentando também a depressão, raiva, fadiga e diminuição do vigor. (ARAUJO; et al,
2008).
Para que haja melhor compreensão das variáveis do humor e suas contextualizações, o
quadro abaixo irá descrevê-las:
186
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Quadro 1. Subescalas da Escala de Humor Brunel
Subescala
Definição
Estado de tensão musculoesquelético e
Tensão
preocupação
Estado Emocional de desânimo, tristeza e
Depressão
infelicidade
Estado de hostilidade, relativamente aos outros
Raiva
Estado de energia, vigor físico
Vigor
Estado de cansaço, baixa energia
Fadiga
Confusão Mental
Estado de atordoamento, instabilidade nas
emoções
Fonte: Brandt R, Viana MS, Segato L, Andrade A. Estados de humor de velejadores
durante o Pré-Panamericano. Motriz 2010; 16(4): 834-40.
Tendo em vista esses estados de humor, não há um padrão a ser seguido, e sim
aproximações do que seria melhor para os atletas. Brandt, et al., (2010) mostraram em
pesquisa que, quanto mais negativo for o humor, principalmente apresentando altos
níveis de tensão e raiva, maior poderá ser a severidade da lesão pela diminuição da
capacidade física e mental disponível para prática esportiva.
Em estudo foi verificado que de maneira geral, os atletas apresentam vigor mais
elevado, em comparação às outras variáveis que compõem o humor (tensão,
depressão, raiva, fadiga e confusão, já citadas anteriormente). Esse estado foi
denominado perfil de iceberg, cujo perfil é próximo daquele considerado ideal para
que o atleta atinja o melhor rendimento esportivo. Um perfil oposto ao de iceberg, ou
seja, baixo nível de vigor e elevados estados de humor negativos como fadiga, raiva,
depressão, tensão e confusão, é considerado um estado de humor deprimido
(BRANDT, et al., 2010).
Diante deste contexto, justifica-se abordar conceitos referentes ao fenômeno do
supertreinamento em jovens nadadores, bem como identificar as causas,
consequências e principais sintomas, durante os momentos que antecedem a
competição. Sendo assim, um melhor aprofundamento na análise dos principais
fatores geradores do estresse competitivo, por meio da avaliação do estado de humor
possibilitará a prevenção desta síndrome em atletas de natação.
OBJETIVOS
Será avaliar o estado de humor em atletas do sexo masculino e feminino, praticantes
de
natação,
durante
a
fase
pré-competitiva.
187
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
Participaram da pesquisa 24 atletas de natação da cidade de Bauru e região, na Copa
Paulista de Natação 2015, realizado no dia 05 e 06 de maio de 2015. Neste campeonato
foram coletados dados de 14 atletas do sexo feminino e 10 do sexo masculino, com idade
entre 14 e 17 anos, pertencentes às categorias infantil e júnior.
Procedimentos
Os dados serão coletados individualmente, no próprio ambiente durante a competição de
natação, organizadas na cidade de Bauru. Após preencherem o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Apêndice 1) e confirmarem a participação espontânea na pesquisa, os
atletas deverão responder a Escala de Humor de Brunel (BRUMS), de 30 a 60 minutos
antecedendo à realização das provas.
Instrumento
Escala de Humor de Brunel (BRUMS): A Escala de Humor de Brunel (BRUMS) foi
desenvolvida para permitir uma rápida mensuração do estado de humor em populações
compostas por adultos e adolescentes (TERRY; LANE; FOGARTY, 2003). Adaptado do Profile
of Mood States – POMS (MCNAIR; LORR; DROPPLEMAN, 1971), validado para o português
por Rohlfs et al. (2008). O BRUMS contém 24 indicadores simples de humor, tais como as
sensações de raiva, disposição, nervosismo e insatisfação que são perceptíveis pelo
indivíduo que está sendo avaliado. Os avaliados respondem como se situam em relação às
tais sensações, de acordo com a escala d 5 pontos (de 0 = nada a 4 = extremamente). A
forma colocada na pergunta é “Como você se sente agora”, embora outra forma: “Como
você tem se sentido nesta última semana, inclusive hoje”, ou “Como você normalmente se
sente” possam ser usadas. Será preenchida também uma Ficha de Avaliação Demográfica,
para levantar dados mediante questões abertas e fechadas sobre as variáveis: idade, gênero,
tempo como atleta federado, tempo de participação competitiva.
Plano de Análise dos Dados
Os dados coletados foram organizados em tabela e figuras para facilitar a apresentação,
propiciando o melhor entendimento dos seus itens, com análise dos cálculos de estatística
descritiva de média, desvio padrão, de percentil e da frequência de ocorrência absoluta e
relativa das respostas obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O propósito do presente estudo foi realizar um diagnóstico do estado de humor dos atletas
pertencentes de uma equipe de natação de Bauru em período pré-competitivo. Esta
competição tem como objetivo principal preparar os atletas para os Jogos Abertos do
Interior Paulista.
A Tabela 1 apresenta os valores médios e desvio padrão do estado de humor dos atletas
analisados. De maneira geral, os atletas que participaram da pesquisa apresentaram elevado
nível de vigor (67,71 ± 3,78), moderada tensão (32,81 ± 3,44), depressão e raiva em valores
188
respectivamente baixos (1,30 ± 0,51) e (2,34 ± 0,77), fadiga (8,07 ± 1,68) e confusão (12,50 ±
1,93) em níveis moderados.
Tabela 1. Valores de Média e Desvio Padrão dos Fatores do Estado de Humor dos Atletas de
Natação (n=24).
Estado
de Médi Desvio
humor
a
Padrão
Tensão
Depressão
Raiva
Vigor
Fadiga
Confusão
Os resultados encontrados para os Estados de Humor, em cada um dos atletas analisados,
podem ser observados nas Figuras 1 e 2. Nota-se que os atletas em média apresentaram o
perfil de iceberg em todas as fases investigadas, porém predominantemente os fatores
tensão, vigor e confusão acusaram maior discrepância entre os atletas nestes valores.
FIGURA 1. Perfil do Estado de Humor dos Atletas de Natação (n=24).
Segundo Wilberg e Goulg (2008), atletas bem sucedidos e com boa saúde mental,
apresentam vigor acima da média da população, mas fadiga, raiva, confusão e depressão
abaixo da média da população, e de acordo com esses autores, isso reflete de forma direta
na saúde mental dos praticantes. Desta forma, testes como o realizado na pesquisa podem
ajudar a identificar componentes fortes e fracos de um atleta, e essa informação pode ser
189
usada ao seu favor, através de um bom desenvolvimento de treinamento e suas adequações
voltadas à habilidades psicológicas. Os transtornos do humor aumentam a medida que se
intensifica o estímulo de treinamento. Portanto, quanto mais forte o treinamento, maior o
transtorno de humor, e esse transtorno inclui aumento da depressão, raiva, fadiga e
diminuição do vigor. Inversamente, as reduções na carga de treinamento estão associadas
com melhoras do humor (SAMULSKI, 2002).
Observa-se na Figura 1, que a média calculada, para variável tensão (32,82 ± 3,44)
ocorreram diferenças no desempenho entre os indivíduos analisados. Verificam-se ainda,
valores equidistantes para as variáveis como vigor (67,71 ± 3,78) e confusão mental (12,50 ±
1,93).
FIGURA 2. Perfil do Estado de Humor dos Atletas de Natação em Percentil (n=24).
Os resultados desta pesquisa proporcionaram uma visualização dos estados de humor em
cada atleta, conscientes de que o bom rendimento desses depende não somente do estado
físico, mas também do psicológico em estados positivos. Ressalta-se a importância do
controle e manutenção de níveis adequados de estresse, ansiedade e outros fatores
psicológicos por parte dos mesmos, ainda que algumas manifestações possam ser bem
sucedidas quando bem instruídas afim de alcançar um nível ótimo antes da competição;
fazendo com que o atleta supra suas necessidades através da mobilização das energias para
almejar seus objetivos. Entretanto na maioria das vezes influem negativamente, quando são
originados das pressões externas e/ou do próprio indivíduo uma situação de preocupação e
cobrança obstruindo seu bem estar e auto-estima (ESCOBAR; LACERDA, 2010).
Segundo Déa et al. (2011) para uma população de atletas, espera-se como ideal um valor
percentil maior do que 60 para o fator vigor e menor que 40 para fatores negativos como
raiva, fadiga, depressão, tensão e confusão. Contudo, pode-se observar claramente na figura
2 que alguns atletas não atingiram o nível considerado como ideal para o fator de vigor e dos
demais fatores negativos (raiva, fadiga, depressão, tensão e confusão) e consequentemente
obter um desempenho desejável de acordo com perfil de iceberg.
190
Na Figura 2, é apresentado o estado de humor em percentil dos atletas, em vista do padrão
de normalidade, observa-se claramente os resultados daqueles que não atingiram os valores
ideais para os fatores de humor como vigor, que exige resultado igual ou maior ao percentil
60; e fatores como raiva, depressão, tensão, fadiga e confusão que requerem valores iguais
ou menores ao percentil 40.
As alterações no fator vigor foram detectadas em 25% dos atletas, isto é, em 6 dos 24 atletas
observa-se essa ocorrência. Segundo Brandt et al. (2011), o vigor está diretamente ligado ao
bom rendimento esportivo e apresenta ligação direta com os demais fatores de humor, de
modo que uma redução naquele provoca de maneira geral, alterações negativas nestes. A
diminuição deste fator associado ao aumento das outras variáveis pode ser sintoma de
excesso de treinamento, por falta de repouso ou descanso ou até mesmo equívoco na
periodização do treinamento (BRANDT et al., 2011). Nota-se alterações no estado de tensão,
o qual apresentou 25% dos atletas entrevistados, considerando que, níveis elevados de
tensão poderiam contribuir na geração de energia e na redução de outros fatores como a
fadiga. No entanto, estando com níveis elevados de tensão há maior probabilidade de o
atleta se lesionar (BRANDT et al., 2011).
Apenas (8,3%) dos atletas apresentaram alterações nos fatores de depressão e confusão
mental. O fator depressão muitas vezes é encontrado nos atletas por conta de um mau
resultado, diferenciando-se do estado de confusão mental, cujo tem relação direta com
novas situações em que não há controle, como a participação pela primeira vez em uma
competição importante (BRANDT et al., 2011).
A variação do fator raiva mostra que 8,33% da amostra analisada apresenta diferença do
restante, esse fator em níveis moderados pode alterar as percepções corporais, adiando a
fadiga, sustentando a agilidade e contribuindo para que o atleta mantenha o foco,
contribuindo assim, para melhor rendimento esportivo durante a competição, segundo
Brandt et al. (2011).
Diferenciando-se do estado de fadiga é observado 16,66% dos atletas analisados se
mostraram com índice de alteração na normalidade. Em um estudo realizado por Brandt et
al. (2011), mostra que o atleta deve apresentar baixos níveis de fadiga para que esteja nas
melhores condições para treinar e competir, sendo que, níveis elevados desse fator podem
sugerir um cansaço excessivo ou falta de cansaço, o que é prejudicial ao desempenho
esportivo, denotando mau preparo físico e/ou mental.
CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo oferecem apoio empírico na proposta de estudar os
estados de humor de atletas na Natação, embora os mecanismos que estão ocultos sobre os
efeitos das alterações no estado de humor ainda necessitam ser investigados nesta
modalidade.
Neste estudo, foram observadas alterações nos estados de humor dos atletas em pequena
parcela dos participantes, com níveis não adequados de tensão, vigor e confusão mental. Em
relação aos estados de humor, observou-se também alterações no fator vigor de alguns
atletas, o que não é positivo para o rendimento dos mesmos. Notou-se também alterações
em dois fatores dos estados de humor, que são considerados negativos, confusão mental e
tensão. Estes tiverem escores maiores do que o proposto pela literatura como padrão, em
decorrência disso, estes atletas estão mais vulneráveis a lesões e consequentemente a
diminuição da capacidade física e mental disponível para prática esportiva.
191
Ressalta-se que, a alteração no nível de confusão mental tem relação direta com situações
novas e pode prejudicar a tomada de decisões do atleta. Tais alterações podem ser
minimizadas com o aumento da vivência e experiência esportiva, o nadador vai se tornando
mentalmente fortalecido para lidar com essas emoções, diminuindo as interferências no seu
desempenho atlético (BRANDT et al., 2011). Pode-se notar que essa hipótese é verdadeira,
se analisarmos a faixa etária dos atletas que participaram da pesquisa, fica evidente que, em
sua maioria possuem determinada inexperiência pela pouca idade apresentada.
REFERÊNCIAS
ALENCAR, T. A.M; MATIAS, K. F. S; SILVA, L.A.R.S; PUCCA, M.M. Overtraining/ Overuse em
ciclistas e seu retorno ao esporte. Rev. Movimenta – Vol. 3, No. 1 – 2010.
ARAUJO, G. G. ; GOBATTO, C. A.; HIRATA, R. D. C.; HIRATA, M. H.; CAVAGLIERI, C. R.;
VERLENGIA, R. Respostas fisiológicas para detectar o overtraining. Revista Educação
Física/UEM – Vol. 19, No.2. 2008. 275-289.
BRANDT, R.; VIANA, M. S.; SEGATO, L.; ANDRADE, A. Estados de humor de velejadores
durante o Pré-Panamericano. Motriz, Rio Claro – Vol. 16, No. 4. 2010. 834-840
COSTILL, L. D. ; WILLMORE H. J. Fisiologia do esporte e do exercício. Manole, 2001.
ESCOBAR, L.; LACERDA, A. Identificação e caracterização dos estados de humor de atletas da
seleção carioca de beach soccer durante o campeonato brasileiro. Movimento & Percepção,
Espírito Santo do Pinhal – Vol. 11, No. 16. 2010. 107-119.
LOWERY, L.; FORSYTHE, C. Protein and overtraining: Potential applications for free-living
athletes. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 2006. 42-50.
MCNAIR, D. M.; LORR, M.; DROPPLEMAN, L. F. Manual for the profile of mood states. San
Diego, CA: Educational and Industrial Testing Services; 1971.
RAEDEKE, T. D.; SMITH, A. L. Development and preliminary validation of an athlete burnout
measure. J Sport Exerc Psychol, 2001; 23: 238-306.
ROHLFS, I. C. P. M.; ROTTA, T. M; ANDRADE, A.; TERRY, P. C.; KREBS, R.J.; CARVALO, T. A
Escala de Humor de Brunel (BRUMS): Instrumento para detecção precoce da síndrome de
excesso de treinamento. Rev Bras Med Esporte - Vol. 14, No. 3 – Mai/Jun, 2008.
SAMULSKI, D. Psicologia do esporte. Manole, 2002.
TRERRY, P. C.; STANTON, A. L.; FOGARTY, G. J. Construt validity of the POMS-A for use with
adults. Psychology of Sport and Exercise, 2003; 4: 125-39.
VIEIRA, I.; RAMOS, A.; MARTINS, D.; BUCASIO, E.; PEREIRA, A. M. B.; FIGUEIRA, I.; JARDIM, S.
Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. ANO
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto
Alegre: Artmed, 2008.
192
APÊNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E PÓS-ESCLARECIDO
(Obrigatório para Pesquisa Científicas em Seres Humanos – Resolução n.º 196/96 – CNS)
Eu,.......................................................................................RG............................ Declaro que aceito
fazer parte, por livre e espontânea vontade, da pesquisa: ESTUDOS DO PERFIL DE ESTADO DE
HUMOR EM ATLETAS DE NATAÇÃO. Informo que compreendi todas as informações que me foram
dadas pelos pesquisadores Mayra Grava de Moraes e Carlos Eduardo Lopes Verardi no telefone (14)
8121-5451 respectivamente sob nossa responsabilidade, de acordo com o seguinte texto:
O objetivo do presente estudo será avaliar o estado de humor em atletas do sexo masculino e
feminino, praticantes de natação, durante as competições. Os dados serão coletados
individualmente, no próprio ambiente durante as competições de natação, por meio da Escala de
Humor de Brunel (BRUMS) foi desenvolvida para permitir uma rápida mensuração do estado de
humor em populações compostas por adultos e adolescentes. Tendo em vista a escassez de
trabalhos relacionados com a Natação, este estudo, justifica-se por abordar conceitos referentes ao
fenômeno do supertreinamento em jovens nadadores, bem como identificar as causas,
consequências e principais sintomas, durante os momentos que antecedem a competição. Sendo
assim, um melhor aprofundamento na análise dos principais fatores geradores do estresse
competitivo, por meio da avaliação do estado de humor possibilitará a prevenção desta síndrome em
atletas de natação.
Os riscos para os participantes são mínimos e incluem a possibilidade de experimentar sentimentos
de ansiedade, ao discutir aspectos emocionais que podem causar preocupação pelo impacto
negativo que podem ter sobre a prática esportiva. Poderá haver benefícios no sentido de
compreendermos melhor as dimensões psicológicas envolvidas na prática da Natação.
Entendo que nenhuma compensação será oferecida em decorrência de nossa participação e que
minha assinatura neste documento, por livre e espontânea vontade, representa a concordância para
atuarmos como sujeitos no estudo proposto. A qualquer momento, até a conclusão da pesquisa,
poderei desistir de participar e retirar meu consentimento ou solicitar esclarecimentos. Minha recusa
não trará nenhum prejuízo na relação com o pesquisador ou com a instituição.
Fica-me assegurado que nossos nomes não serão referenciados, o sigilo de nossa identidade e
conhecer os resultados obtidos sejam eles favoráveis ou não. Essa pesquisa também, não trará
despesas, gastos ou danos para nós e, caso haja, serão ressarcidos. Todas as informações por mim
fornecidas por meio dos questionários, e os resultados, serão mantidos em sigilo. Estes, só serão
utilizados em publicações, eventos científicos, aulas, sem que meu nome venha a público. A
participação nesta pesquisa consiste em, responder aos questionários, para uso exclusivamente
acadêmico e científico. Os resultados obtidos poderão ser revertidos para os profissionais que atuam
nessa área, bem como para obter informações que possam auxiliar na preparação psicológica dos
praticantes da Natação.
DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o
que nos foi explicado, consinto voluntariamente (em participar/que meu dependente legal participe)
desta pesquisa.
Bauru,..... de .................................................... de 20..........
Assinatura do responsável Assinatura do participante
Data:
___/___/___
Assinatura do Pesquisador – Carlos Eduardo Lopes Verardi e
Telefone para contato: (14) 3103-6082/Ramal:7615 e Mayra Grava de Moraes (14) 8121-5451
Data:___/___/___
193
TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR
DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no Capítulo IV da
Resolução 196/96. Expliquei a natureza, objetivos, riscos e benefícios deste estudo. Obtive,
de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido e me coloquei à
disposição para esclarecimentos de qualquer dúvida sobre a realização desta pesquisa.
_____________________________
Assinatura do Pesquisador
Mayra Grava de Moraes e Carlos Eduardo Lopes Verardi
Telefone para contato: (14) 98121-5451
194
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
APÊNDICE 2
Ficha de Avaliação Demográfica
Data : _____/_____/______.
Nome: _______________________________________.Idade:_____________.
Escolaridade: ____________________. Categoria:______________________.
1) Idade de iniciação
___________________.
esportiva
(há
quantos
anos
começou
a
treinar
a
natação?
2) Tempo como atleta em competições oficiais (há quantos anos começou a participar de
competições organizadas por federações e confederações): ______________.
3) Características do Treinamento:
Quantas vezes você treina por semana?_______ vezes.
Quantas vezes você treina por dia? _______ vezes.
Quantas horas de duração têm cada treinamento diário? ______ horas.
Quantas horas você treinou na semana que antecedeu essa competição? _______ horas.
4) Você já participou de quais competições:
Competições Internacionais (Nº. de vezes):________
Competições Nacionais (Nº. de vezes):___________
Competições Estaduais (Nº. de vezes):___________
Competições Municipais (Nº. de vezes):__________
Jogos Regionais (Nº. de vezes):________________
Jogos Abertos do Interior (Nº. de vezes):__________
5) Já teve algum tipo de lesão ocorrida durante os treinamentos ou competições de natação? ( ) sim (
) não
Caso a resposta for sim:
Que tipo de lesão: _______________________________________.
Quanto tempo durou o afastamento da prática da natação: ___________.
ANEXO 1
Escala de Humor de Brunel (BRUMS)
195
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
196
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
FATORES INTERVENIENTES NO PROCESSO DE HIPERTROFIA MUSCULAR
Alvanir Rodrigues Pinto*
Jack Weverton de Souza da Costa*
André Luiz Zanella**
¹ Alunos do curso de Pós-graduação em Musculação e Personal Trainer pelo ENAF, Poços de Caldas,
SP – Brasil.
² Professor de Educação Física do Instituto Federal do Amapá, Discente do Programa de Mestrado da
UFRRJ, mestre em Avaliação das Atividades Físicas e Desportivas pela Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro, Portugal, Discente do Programa de Mestrado em Educação da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
RESUMO
O presente trabalho, de cunho bibliográfico, tem como objetivo estudar os fatores intervenientes no
processo de hipertrofia muscular; em especial esclarecendo a importância sobre o Treinamento
Resistido, da Alimentação equilibrada e a Recuperação (sono) pós-exercício para a obtenção de bons
resultados. O treinamento resistido é conhecido popularmente como “Musculação” este serve para o
treinamento e desenvolvimento do corpo humano. Outro fator importante é a hipertrofia muscular
que é um processo de microlesões ocasionado por estímulos de unidades motoras. Segundo Gentil
(2005) a hipertrofia muscular é o aumento volumétrico de um músculo, devido ao aumento
volumétrico das fibras que a constituem, isso ocorre devido algumas variáveis que são respeitadas:
nível de treino do aluno, tipos de treino, volume, intensidade e intervalos de descanso. A alimentação
tem que ser saudável como todos os nutrientes para ajudar no desenvolvimento do sistema muscular
com carboidratos, lipídios, Proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais. Estes elementos irão
beneficiar a conquista dos objetivos do treinamento resistido, em algumas situações, vai ser preciso a
utilização de suplementação. A recuperação diária de seis a oito horas, do volume de treino é
requisito fundamental para se ter bons resultados no processo de hipertrofia muscular. Desta forma,
uma atividade física adequadamente prescrita pelo Educador Físico irá possibilitar a conquista do
aumento do tônus muscular (hipertrofia muscular), mediante o pequeno desgaste e o mínimo risco
de lesionar a musculatura.
Palavras-chave: Hipertrofia muscular. Treinamento Resistido. Alimentação. Sono.
ABSTRACT
This paper, the bibliographical, aims to study the factors involved in muscle hypertrophy process; in
particular clarifying the importance of the Resistance Training, the Balanced nutrition and recovery
(sleep) after exercise to obtain good results. Resistance training is popularly known as “Musculação”
this is for the training and development of human body. Another important factor is that muscle
hypertrophy is a microdamage process caused by stimulation of motor units. According Gentil (2005)
muscle hypertrophy is the increase in volume of a muscle due to the increased volume of the fibers
that constitute it, this is because some variables that are respected: training level of the student,
types of training, volume, intensity and intervals rest. The food has to be healthy as all the nutrients
to help in the development of the muscular system with carbohydrates, lipids, proteins, amino acids,
vitamins and minerals. These elements will benefit the achievement of the goals of resistance
197
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
training, in some situations, it will require the use of supplementation. The daily recovery six to eight
hours of training volume is a fundamental requirement to have good results in muscular hypertrophy
process. In this way, a physical activity properly prescribed by the Physical Educator will enable the
achievement of increased muscle tone (muscle hypertrophy) by the little wear and minimal risk of
injuring the muscles.
Keywords: Muscle Hypertrophy. Resistance Training. Food. Sleep.
1-Introdução
Ao longo dos anos a estética do corpo do homem vem sendo considerada através de determinados
padrões corporais, dentre eles a musculatura bem desenvolvida tem sido intensamente cobiçada
como espelho de corpo ideal, especialmente na atualidade, refletida principalmente através do
mundo globalizado representado pela mídia. Constituindo, um número crescente de jovens que
utilizam o treinamento com peso aliado ao uso de anabolizantes, suplementos alimentares e práticas
dietéticas na maioria das vezes inadequadas com a intenção de rapidamente desenvolver a chamada
hipertrofia muscular (COURTINE, 1995; APPLEGATE, 1996; CLARKSON, 1999).
Assim, o presente trabalho tem como objetivo estudar os fatores intervenientes no processo de
hipertrofia muscular; esclarecendo a importância do Treinamento Resistido, Alimentação equilibrada,
Recuperação (sono) pós-exercício para a obtenção de bons resultados, Métodos de Treino e dos
Fatores que contribuem para Hipertrofia.
O que justifica entre vários esportes que a musculação como forma de competição vem ao longo dos
anos sendo o esporte mais bem praticado pela população mundial, sendo praticada por todas as
classes sociais, através de melhores benefícios para a saúde e bem estar da sociedade.
Hoje a mídia padronizar certos estilos de beleza, fazendo com que a maioria das pessoas, se adeque
ao que é exposto por programas e novelas que pertencem ao dia a dia da população, devemos
esclarecer aos leitores que atualmente existe três tipos de características que diferenciam as pessoas
nos famosos padrões corporais: Endomorfo, Mesomorfo e Ectomorfo.
É de fundamental importância a prescrição de determinados exercícios para obtenção de resultados
ligados a hipertrofia muscular, respeitando os limites de cada indivíduo, é compreensível que deve-se
manipular algumas variáveis de treino. Tais como, nível de treino do aluno, tipo de treino, volume e
intensidade. Estudos versam sobre o treinamento metabólico e tensional para melhores rendimentos
no aumento do tônus muscular.
O papel do Professor de Educação Física é adequar alguns tipos de treinamento resistido para que as
pessoas envolvidas no trabalho de musculação alcance determinados objetivos que estão ligados a
estética ou a saúde de maneira geral.
2-Metodologia
O presente trabalho foi realizado a partir de uma revisão de literatura. Foram pesquisados 4 livros e
21 artigos nacionais e internacionais retirados das bases de 5 dados, ACSM; SCIELO; INTERNATIONAL
SOCIETY OF SPORTS NUTRITION POSITRON e Google Acadêmico, publicados entre os anos de 2002 e
2014. Os termos-chave utilizados no idioma português foram: Hipertrofia muscular, Treinamento
Resistido, Alimentação e Sono. Já para o inglês os mesmos termos-chave foram utilizados.
3 – Musculação
O treinamento resistido é conhecido popularmente como ``Musculação´´ este serve para o
treinamento e desenvolvimento do corpo humano. A Musculação se originou na Grécia Antiga, não
temos uma data precisa. Ela se refere a qualquer tipo de treinamento em que o corpo se movimenta
198
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
em alguma direção contra algum tipo de força oposta. Segundo Ramos (1982) esses tipos de
treinamento eram praticados em ginásios tais como salas cobertas e locais ao ar livre que formavam
os estabelecimentos públicos destinados ao treinamento atlético.
De Acordo Com Bittencourt (1984) ele afirma que:
Foi Milon de Crotona, atleta seis vezes campeão dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, que deu base
às primeiras práticas da musculação, uma vez que o atleta realizava seus treinamentos com um
bezerro às costas. À medida com que o bezerro crescia, o atleta era favorecido com relação à força.
Surgindo assim o princípio da adaptação fisiológica. As esculturas da Grécia Antiga ilustram o
levantamento de pesos. Em Olympia foi encontrada uma pedra, datada de 600 a. C. com uma
inscrição dizendo que esta havia sido levantada por uma atleta chamado Bybon.
Entende-se por musculação a prática de exercícios físicos, logo não se confunde com esporte, pois foi
através dela que se denominou algumas modalidades esportivas tais como fisiculturismo
(musculação de competição) e o levantamento de peso (halterofilismo). Segundo Bittencourt (1984)
diz que os levantamentos de peso não faziam parte do programa oficial na Grécia Antiga. Entretanto,
foi encontrada na cidade de Olímpia uma pedra com o peso de 143,5 Kg, com local para
empunhadura e inscrições que diziam ter o atleta Bybom a levantado, acima de sua cabeça, com uma
de suas mãos. O halterofilismo é a prática da ginástica ou do esporte competitivo de levantamento
de pesos e halteres. Fisiculturismo é a prática regular de determinadas atividades físicas, utilizando
como meio o levantamento de peso, procurando desenvolver o volume muscular e a definição
(através de uma alimentação balanceada) com fins estéticos ou competitivos (HOUAISS, 2007).
A musculação é um processo continuo de transformações que se perpassam por gerações, trazendo a
ocorrência da práxis (teoria e prática), ou seja, ela se traduz na adequação das atividades impostas
para os objetivos da coletividade ou de maneira individual, onde os indivíduos que praticam o
treinamento resistido traçam metas a serem alcançadas por determinado tempo, respeitando alguns
fatores.
A partir do século XIX, houve uma certa preocupação da sociedade intelectual que pregava a eugenia
de raça e a higienização, como pratica de atividades físicas voltadas para manterem indivíduos fortes
e saudáveis, seguindo a visão de que os homens deveriam ser treinados para o trabalho e as
mulheres para os serviços domésticos (CASTELLANI, 1994). Através desse contexto que se deu início a
implementação da Educação Física na escola, as práticas que eram fomentadas fora do contexto
escolar não eram valoradas à disciplina Educação Física, pois eram vistas como ligadas ao lazer e o
entretenimento.
Um fator que externa esse lazer e entretenimento era as apresentações em teatros e circos dos
“homens mais fortes do mundo” que se colocavam como atrações nesses estabelecimentos, isso
trouxe visibilidade para a musculação fazendo com que houvesse uma propagação da mesma. De
Acordo com Bittencourt (1984) atletas como Louis Attila, Eugen Sandow e Charles Samson,
difundiram os resultados que a musculação poderia proporcionar.
Segundo Zanella (2014) a competição intitulada como “O Físico mais Fabuloso do Mundo”
idealizada e realizado por Eugene Sandow que contou com cerca de 156 atletas e tendo como
vencedor “Willian Murray” O evento foi realizado no Hoyal Alberte Hall, de Londres na data de 1901
e foi a primeira forma de competição na musculação e o interesse foi tão grande que milhares de
pessoas se amontoaram na porta de entrada, sendo que foi registrado 15.000 pessoas nas finais.
A musculação como forma de competição no seu primeiro evento teve como jurados: Charles Lawes,
um notável escultor da época, Arthur Conan Doyle, o famoso escritor de "Sherlock Holmes" e o
próprio Eugene Sandow. O troféu foi uma estátua do físico de Eugene Sandow segurando uma barra
199
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
com pesos de bola, a mesma que é usada até hoje para premiar o físico mais fabuloso de mundo que
é o Mr. Olympia (ZANELLA, 2014).
Isso faz com que Eugene Sandow seja considerado o pai da musculação como forma de competição
ou fisiculturismo onde se tem por objetivo vencer quem tem os melhores músculos. Ele nasceu na
Alemanha em 1867 e se tornou um ídolo do esporte e foi por 30 anos considerado o melhor físico do
mundo e faleceu em 1925 (ZANELLA, 2014).
No século XX, observou-se uma acentuação na credibilidade da musculação, em 1939 ocorreu a
regulamentação do culturismo, chamado também de fisiculturismo, que é o físico trabalhado de
maneira proporcional. Nessa mesma data foi criado o evento Mr. América, o qual avaliava os atletas
pelas características da hipertrofia, definição muscular, proporção entre as dimensões dos grupos
musculares e sequência de poses. Esse seguimento foi considerado o auge da prática do
fisiculturismo até então. (BITTENCOURT, 1984. p. 12)
Já em 1984, os títulos mais disputados e almejados pela sociedade que praticava a musculação com
forma de competição passaram a ser o Mister e Miss Olympia, onde é possível observar que houve
inserção da mulher como praticante de Halterofilismo e competidora de Culturismo. Arnold
Schwarzenegger foi vencedor do Mister Olympia sete vezes. (BITTENCOURT, 1984. p. 12).
Estas informações nos remete a um crescimento cultural da musculação, pois foi através dessas
iniciativas que se obteve uma expansão de valores na inserção da pratica do treinamento resistido
como competição e saúde. Foi através dessas atividades que a sociedade começou a buscar, se inseri
no processo de adaptação a utilização dos meios que a musculação pode e poderia proporcionar aos
praticantes, tais como: padrão estético, melhor condicionamento físico, saúde e etc.
3.1-Força
É toda ação contra determinado objeto que produz determinada resistência. De acordo com Barbanti
(1979), força muscular é a capacidade de exercer tensão contra uma resistência, englobando fatores
mecânicos e fisiológicos. Ela se dividi em duas formas: força dinâmica e força estática.
A força dinâmica é quando ocorre um encurtamento das fibras musculares, gerando uma
aproximação ou afastamento dos seguimentos ou partes musculares próximas, portanto há
movimento. Isso se traduz na capacidade do sistema motor realiza o maior número possível de
contrações. A força dinâmica ela pode ser positiva ou negativa (BARBANTI, 1979).
A força positiva também conhecida como força muscular dinâmica concêntrica onde reside o
trabalho de força contra determinada resistência, ou seja, ocorre a superação de determinada
sobrecarga (peso). Estas atividades provocam maiores recrutamentos de unidades motoras. A força
negativa ou excêntrica ocorre quando a resistência é maior que a força produzida contra
determinada sobrecarga (peso). Na fase excêntrica o encurtamento das fibras, ele é menor no início
do movimento em relação a força concêntrica, aquela produz maior tensão muscular enquanto que a
outra é mais solicitada na parte dos movimentos desportivos (BARBANTI, 1979).
Segundo Tubino (1984), Força estática ou isométrica é aquela em que não produz encurtamento das
fibras musculares, portanto não ocorre movimento. Há, porém, hiperplasia (um aumento do tônus
muscular). A força estática é a maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração
voluntária. Podemos entender como trabalho isométrico (iso = igual; metria = medida).
De acordo com Barbanti (1979) a terminologia desportiva diferencia três tipos de força dinâmica:
força máxima, força rápida(potência) e resistência de força.
Força máxima: É a quantidade máxima de peso levantado (anilhas, halteres) em um esforço simples
máximo, onde o aluno completa todo o movimento que não poderá ser executado uma segunda vez.
Através dela se pode aplicar o teste de 1rm (uma repetição máxima) que favorece o programa de
treinamento para indivíduos que almejam hipertrofia muscular. Força rápida: é toda forma de força
200
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
executada em um curto período de tempo, quando se tem a capacidade neuromuscular de
movimentar o corpo ou parte do corpo em uma velocidade máxima (rápida). A resistência de força: é
o retardamento da fadiga muscular contra o cansaço de seguidas execuções de exercícios
(BARBANTI,1979).
De acordo com Fleck e Kraemer (1999), eles dizem:
O termo treinamento de força tem sido usado para descrever um tipo de exercício que requer que os
músculos se movam (ou tentem se mover). Assim, funcionam contra uma determinada resistência,
sendo que esta é normalmente representada por algum tipo de equipamento, seja em forma de
máquinas ou pesos livres.
A força muscular é a capacidade que determinado indivíduo tem de realizar algumas execuções
contra determinada resistência, isso faz com que o aluno produza um maior recrutamento de
unidades motoras ocasionando o que é chamado de hipertrofia muscular (aumento do tônus
muscular de maneira momentânea). O treinamento de força faz com que a pessoa utilize
determinados equipamentos tais como, máquinas, pesos livres entre outros e através deles faz com
que os indivíduos possam executar determinadas repetições, provocando a movimentação dos
músculos em consequência a hipertrofia.
3.2-Hipertrofia Muscular
É um processo de microlesões ocasionado por estímulos de unidades motoras. Segundo Gentil (2005)
a hipertrofia muscular é o aumento volumétrico de um músculo, devido ao aumento volumétrico das
fibras que a constituem.
Dentro da musculatura são trabalhadas dois tipos de fibras musculares, elas ajudam no
desenvolvimento da hipertrofia, fibras tipos 1e 2, são conhecida como lenta e rápida. Fibras tipos 1
conhecida como aeróbia que utiliza oxigênio para produção de energia, através dos glóbulos
vermelhos, desenvolve o movimento de contração lenta nos músculos, resultando uma grande
produção de ATP, permitindo esforços duradouros. Estas fibras predominam nos músculos dos
atletas de resistência. Fibras tipos 2 são conhecidas como anaeróbias elas não utilizam oxigênio para
produção de energia, essas fibras brancas, tem uma contração rápida, de maior diâmetro, com
predomínio de metabolismo energético dentro de seu treino uma carga alta pode ser trabalhada
(COMETTI, 1999).
Segundo Gentil (2005), não existe treino de hipertrofia para diferentes tipos de fibras musculares
(brancas/rápidas/tipo II e vermelhas/lentas/tipo I). Ambos os tipos de fibras aumentam seu tamanho
em resposta ao treinamento de força, independentemente de se usarem cargas altas ou baixas.
O ACSM (Colégio Americano de Medicina Esportiva, 2009) cita que a hipertrofia muscular pode ser
otimizada através de estímulos mecânicos (altas cargas, ações excêntricas (fase descendente do
movimento) e um volume baixo a moderado) e estímulos metabólicos (acúmulos de metabólitos
como por exemplo: o ácido lático e resíduos do metabolismo).
Quando se utilizar à quantidade de séries, trabalhos mostram (tais como: Elaboração de um
programa de treinamento para diferentes objetivos, silvestre, Brasília, 2012) aumentos similares na
hipertrofia em indivíduos destreinados fazendo uso de séries simples ou séries múltiplas, no entanto
as evidências que este trabalho nos sugere é que as séries múltiplas são melhores para ganhos
hipertróficos (RATAMESS et al., 2009). Hakkinen et al., 1988a, 1988b, 1989, 1992 entre muitos outros
que o sucederam comparou série simples (uma) com séries múltiplas (três) e comprovou que a
liberação aguda de testosterona é maior na série simples. Concluiu também que quanto maior o
201
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
número de séries maiores as chances de o efeito contrário acontecer gerando o que se conhece em
fisiologia de catabolismo (perda de massa muscular).
O catabolismo é quando o corpo do indivíduo degenera o tecido muscular. Esse processo pode
acontecer por causa do treino aeróbico (onde se tem uma maior exigência de oxigênio) ou pela
musculação. Quando uma pessoa faz treinamento resistido, os músculos são fadigados, e isso se
relaciona a quanto mais longo e difícil forem os exercícios ocasionando a diminuição da massa
muscular do aluno (SANTARÉM, 2003).
Para Guedes (2003), a hipertrofia muscular ocorre devido principalmente à dois tipos de sobrecarga
do treinamento resistido, a sobrecarga tensional e a sobrecarga metabólica.
Segundo Santarém (1999) a sobrecarga tensional é o grau de tensão que ocorre no músculo durante
a contração, é proporcional à resistência oposta ao movimento, quanto maior o peso, maior a
sobrecarga tensional. De Acordo Com Guedes (2003), A sobrecarga metabólica é a solicitação
acentuada dos processos de produção de energia, e nos exercícios com pesos é dada pelas repetições
mais altas e pelos intervalos curtos entre as séries. Essa sobrecarga contribui para o aumento de
volume muscular através do aumento de substratos energéticos localizados no sarcoplasma. Estas
sobrecargas ocorrem sempre juntas, embora seja possível enfatizar uma ou outra. Pesos grandes e
consequentemente baixas repetições, enfatizam a sobrecarga tensional, enquanto que pesos não tão
grandes, que permitem mais repetições, enfatizam a sobrecarga metabólica.
Sobrecarga tensional tem uma hipertrofia miofibrilar que produz aumento no conteúdo de proteína,
aumento da miofribrilar (aumento na produção de força), por causa do treinamento de cargas altas.
Sobrecarga metabólica modo de hipertrofia através da creatina fosfato, glicogênio e água, sugere
repetições elevadas e intervalos curtos.
De Acordo com GUYTON (1973) Em uma maneira inexplicada, a insulina “liga” o maquinário
ribossômico. Sem a insulina, os ribossomos param de funcionar, como se a insulina tivesse um
mecanismo de “liga” e “desliga”.
O papel da insulina no processo de hipertrofia muscular diz-se que ela estimula a síntese proteica
direcionando os ribossomos para criar mais proteínas. Essa relação se dar porque os músculos são
formados de proteínas, elas são criadas pelos ribossomos e eles são ativados pela insulina. Isto
significa que a insulina é necessária para a construir a massa muscular, pois ela inibe a quebra de
massa muscular.
3.3-O Papel Da Alimentação Na Hipertrofia
Como alimentação pode ajudar no desenvolvimento da hipertrofia dentro do treinamento da
musculação. Para se chega ao corpo perfeito são importantes três requisitos: alimentação, treino e
bom descanso, eles tem um papel importante na real evolução desse conjunto de fatores, até chega
a hipertrofia muscular. Antigamente muitas pessoas achavam que para ter um corpo definido era só
trabalha com cargas, muitos estudos mostravam que através da alimentação poderia chega-se mais
rápido a seus objetivos, com uma reorganização no horário de alimentar-se de maneira saudável, as
refeições que fossem ricas em proteínas, carboidratos e legumes são as mais sugeridas. Através
desses equilíbrios se tem uma hipertrofia mais elaborada no corpo do aluno.
Muitos procuram na academia a fonte de crescimento, mas pouco ajuda, se não houver uma
reeducação alimentar de qualidade para supri as necessidades do seu treinamento. A importância da
dieta levar em consideração a reposição dos nutrientes necessários para o músculo, é fundamental
através do treino mais pesado (volume baixo e intensidade alta) que os músculos utilizem os
nutrientes para seu crescimento. Para se criar um ambiente anabólico favorável à hipertrofia
muscular, o estado nutricional do organismo é fundamental, pois é através da alimentação que se
202
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
obtém os substratos necessários para a síntese proteica (Kerksick e colaboradores, 2008; Oliveira e
colaboradores, 2006; Rodriguez e colaboradores, 2009; Wilson e Wilson, 2006).
Alimentação tem que ser saudável como todos os nutrientes para ajuda no desenvolvimento do
sistema muscular com carboidratos, lipídios, Proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais. Com tudo
isso, o organismo as vezes não consegui supri suas necessidade de fortalece o corpo, por isso precisa
as vezes ser ajudado com uma suplementação para provi a demanda calórica do organismo.
Outro conceito importante sobre suplementação é expresso pela Portaria da ANVISA (1998), ao dizer
que:
Segundo a portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 222 de 24 de Março de
1998, os alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física,
incluem formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos
essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de
cadeia ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica.
Bacurau (2000, p.18) comenta que a utilização de suplementos alimentares é um fenômeno que
cresce a cada dia. Com aumento na procura de suplementos muitas pessoas buscam a cada dia
alimentar-se, com esses produtos e esquecem que a melhor refeição é sua comida do dia a dia, isso
pode prejudica seu organismo.
De Acordo Com UCHIDA (2002, p191) informa:
Que todo indivíduo interessado em promover mudanças em sua dieta deve procurar um nutricionista
com especialização em nutrição esportiva. Infelizmente, profissionais mal-intencionados de outras
áreas têm assumido esse papel, prescrevendo dietas e suplementos.
Para Santarém (2003), os exercícios com pesos desenvolvem importantes qualidades de aptidão,
como força e potência. Assim, para um treinamento adequado, a genética favorável e a boa
alimentação são os aspectos fundamentais para um bom desenvolvimento muscular.
Para ajudar no Desenvolvimento do sistema muscular, pessoas precisam buscar profissionais
capacitados, como educadores físicos e nutricionista para melhorar o trabalho de hipertrofia e em
decorrência favorecer o seu crescimento muscular.
O papel do educador físico nesse processo de hipertrofia se traduz na adequação do treino,
progressão de exercícios e os possíveis fatores que iram influenciar no resultado final do objetivo
indivíduo. Na parte da alimentação deve-se atentar para que a ingestão de calorias (nutrientes,
proteínas e carboidratos e etc.), seja maior do que a perda calórica para não ocorre o famoso
catabolismo que é o excesso de treino em decorrência da falta de recuperação ou falta de alimentos
que possam supri a necessidade calórica do indivíduo. Para se obter resultados positivos dentro do
que chamamos de hipertrofia muscular o repouso da pessoa que se submete a esse tipo de trabalho,
deve ser em média de 06 a 08 horas de descanso para que o corpo do aluno possa ser reabilitado a
prática novas demandas que exijam estresse muscular, desde que haja uma programação
englobando esses três requisitos para atingir o objetivo do aluno.
3.4-Série, Repetições E Intervalo De Descanso No Processo De Hipertrofia
Para que se tenha uma evolução adaptativa de hipertrofia é necessário que observemos as seguintes
informações: Série é um conjunto de determinados números de repetições que são executadas por
203
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
um determinado período de tempo e são seguidas de algumas pausas (descanso). Repetições são
movimentos completos de determinado exercício voltando a posição inicial realizados perenemente
sem descanso. Intervalo de descanso é o período que o corpo do indivíduo se recupera do estresse
muscular provocado ao longo do treinamento resistido.
O treinamento resistido para hipertrofia muscular produz importantes aumentos de força. O número
de séries por exercício deve ser entre 03 e 06 e a maioria das séries devem ficar entre 06 e 10
repetições tendo a carga relativa entre 70-90% de 1RM. Os intervalos de descanso, ficam entre 1 e 2
minutos, pois produzem maiores respostas agudas de GH e testosterona, ocasionando uma maior
eficiência para hipertrofia do que intervalos maiores. As cargas utilizadas são sempre de moderadas à
muito pesadas e de volume alto (ACSM, 2002).
A determinação da carga de 1-RM (teste de uma repetição máxima) é empregado um número
máximo de cinco tentativas com intervalos de descanso passivo de três a cinco minutos. É solicitado
ao indivíduo que realize duas repetições completas durante a execução do exercício. Caso isto seja
realizado a carga é ajustada em mais 5% e nova execução é feita, até atingir a carga em que apenas
uma execução seja possível. O aluno é instruído a não permitir que o corpo perda contato com o
aparelho (WEIR et al., 1994).
Quando se falar em volume na musculação estamos discorrendo sobre o número de repetições,
séries e exercícios em um dado treinamento ou por algum período, considerando um volume de
treino semanal, ele é uma das variáveis mais importantes e por falta de conhecimento dos
praticantes vem sendo praticado de maneira errada.
Inúmeras pessoas fazem a seguinte pergunta na musculação “qual a melhor série e repetições para
hipertrofia muscular”, infelizmente não é tão simples assim, não existe a “melhor série, repetições”,
o que existem são vários bons e comprovados volumes de treino que podem ser executados quando
programado por profissionais da área.
De acordo com Vieira (2009), o aluno que pratica musculação e que esteja em período da adaptação
é recomendado volume e intensidade baixos, na fase intermediária, volume e intensidade médios.
Em uma fase dita mais avançada que é conhecida por ele como intermediária II, ele recomenda
volume médio e baixo e a intensidade alta e finalizando o processo quando o aluno chega no estágio
de avançado, o volume é baixo e baixíssimo e a intensidade é altíssima.
Falando agora de uma maneira mais específica e qualitativa, Zanella (2014), propõe para o objetivo
de hipertrofia uma faixa de repetições entre 06 a 12, e uma quantidade de séries maior do que 03 em
cada exercício para a obtenção de melhores resultados.
Fleck e Kraemer (2006), recomendam o uso de séries elevadas (altas) por músculo ou grupo
muscular, ou seja, maiores que 03, quando o objetivo do aluno for a hipertrofia muscular.
Segundo Lima (2009), para os indivíduos considerados iniciantes deve-se aplicar 02 séries por
exercício, para as pessoas ditas no estágio intermediário 03 séries e para os alunos avançados 03 a 04
séries, seguindo como base de 05 a 12 repetições por exercício, respeitando o nível de treinamento
de cada indivíduo.
De acordo com Gentil (2008) alunos iniciantes na musculação é indicado de 04 a 08 exercícios, com
01 ou 02 séries e o número de repetições acima de 12, onde se visa o aprendizado dos movimentos,
dentro de um volume de treino de 16 séries. É destacado por ele que nas academias ocorre o uso
abusivo de séries e repetições, erro que deve ser evitado. Para indivíduos com 01 a 02 meses de
experiência, respeitando o nível de adaptação adquirido pelo aluno, o autor recomenda de 08 a 20
séries por treinamento, sendo 01 a 03 por séries por exercício, 04 a 08 exercícios e repetições acima
de 10.
Para os alunos intermediários o volume máximo de treino deve ser de 20 séries por treinamento, por
conseguinte no máximo 02 exercícios ou 04séries para os grandes grupos musculares, à exceção da
204
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
coxa. Para indivíduos avançados, segundo o mesmo autor, o volume máximo de treino deve ser de 24
séries por dia, sendo realizado 08 séries por grupamento muscular (GENTIL, 2008).
É importante frisar que rotineiramente há um abuso no volume de treinamento dos praticantes de
musculação, principalmente quando o objetivo é hipertrofia muscular. Além de retardar o alcance
dos resultados, tornando os treinos mais catabólicos (fadiga muscular ou diminuição do tônus
muscular) que anabólicos (aumento do tônus muscular), muitos praticantes da musculação podem
ser vítimas de um estado de “supertreinamento” que pode gerar graves problemas a saúde e que
para ser revertido poderá levar alguns meses.
De acordo com Stoppani (2008), ele nos traz que a execução de mais de 20 séries por grupamento
musculares, ou 40 séries diárias, se realizadas por um longo período, podem levar a um estado de
supertreinamento. Fox (2000), comenta que há um certo desequilíbrio entre o treino de musculação
e a recuperação no supertreinamento. Este, segundo ele, é provocado por um período de alta
intensidade de treino ou alto volume de treino que é a junção de séries e repetições altas e cargas
pesadas em combinação com períodos curtos de recuperação que podem provocar lesões graves
causando o afastamento dos alunos da sala de musculação.
À vista disso, uma excessiva voracidade em conseguir resultados pode comprometer a atividade
como um todo, além de provocar sérios riscos à saúde, o que vai na contra mão dos princípios
norteadores de uma vida saudável, propiciada pela prática do treinamento resistido.
Segundo Bompa (2000) “O intervalo de repouso entre as séries é talvez o componente mais
importante do treinamento quando o objetivo é a hipertrofia” (p. 70).
Esse é um dos fatores mais importante no treinamento resistido e um dos mais negligenciados pelos
praticantes e uma grande parte dos instrutores de musculação. Um intervalo longo entre as séries e
exercícios, além de tornar o treino demorado ocasionar a perda de intensidade no treino, fator de
suma importância para o alcance da hipertrofia muscular.
Segundo Uchida et al. (2010), os intervalos de descanso que tem como objetivo hipertrofia muscular,
não deve passa de 90 segundos, entre as séries e exercícios, pois segundo o mesmo autor, alguns
praticantes de musculação tendem a descansar mais tempo do que o necessário, ocasionando a
minimização de estímulo no local trabalhado (recrutando poucas unidades motoras).
Segundo Uchida (2006), o intervalo de descanso entre as sessões de treino para hipertrofia muscular
é de 48 a 72 horas em média, o intervalo entre as séries é de 30 segundos a 2 minutos.
Nos intervalos de descanso entre as séries o coração bombeia o maior volume de sangue para o
músculo que esta sendo exercitado, sendo que um intervalo de descanso considerado curto leva à
diminuição da quantidade de sangue que chega ao músculo treinado (impedindo a circulação de
oxigênio). Deste modo, o aluno, devido à falta de energia, não terá condições de finalizar o
treinamento (BOMPA, 2000).
Para o esclarecimento das informações é necessário que se leve em conta o estágio e objetivo do
aluno pois se o mesmo não possui experiência na atividade física onde se vise hipertrofia muscular é
viável intervalos de descanso entre as séries de 30 a 45 segundos, pois nesse momento a prioridade é
o fortalecimento da aprendizagem neuromotora do indivíduo, já aquelas pessoas que perpassaram
por esse estágio é indicado intervalos de descanso de 60 a 120 segundos entre as séries.
Uma das formas mais utilizadas para promoção da hipertrofia muscular através do treinamento
resistido é a utilização de repetições máximas. O número de repetições proposto fica entre 06 e 12
repetições, pausa entre 01 e 02 minutos e intensidade relativa de 70% a 90% da carga máxima
(ZANELLA, 2014).
É importante que se esclareça a aplicação da intensidade no treinamento resistido quando se tem
como objetivo a hipertrofia muscular, pois através dela se obtém a carga (ou peso utilizado no
exercício) de maneira exata para execução de determinada finalidade. Intensidade é o grau de
205
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
dificuldade de executarmos determinado exercício, levando em conta o nível de treinamento do
aluno.
Fleck e Kraemer (2006), discorrem sobre a aplicação do teste de 1RM, onde calcular-se a repetição
máxima de determinado exercício, ocasionando o planejamento da intensidade de um treino
periodizado, caso exista.
Percebe-se a utilização desse teste por atletas profissionais de diversas modalidades do esporte,
principalmente em se tratando de treinamento periodizado. Mas quando se relacionar a intensidade
para aplicação das cargas visando a hipertrofia muscular dentro da sala de musculação é quase que
impossível a sua aplicação, devido ao grande número de alunos que são atendidos, pois as variáveis
são muitas o que demandaria uma mudança constante no planejamento de treino dos alunos.
De acordo com Gentil (2008), ele afirma que a aplicação da intensidade para os alunos iniciantes
deve se nortear no aspecto qualitativo de treino, pois, nesta fase a intensidade dá lugar a
aprendizagem neuromotora, para as fases subsequentes. Nos primeiros meses de treinamento deve
se incentivar o aluno a aumentar a carga, para que o mesmo possa tomar consciência nos exercícios e
controlar as cargas utilizadas para prosseguir os níveis de treinamento.
Segundo Gentil (2008), alunos considerados intermediários, diz-se que eles precisam de um processo
de conscientização sobre a intensidade, que através disso, o professor de musculação poderá
incrementar alguns métodos de sobrecarga metabólica, tais como: super-set, repetições parciais e
pré-exaustão. Devemos submeter nesse estágio o uso de repetições máximas.
No caso dos alunos conhecidos como avançados no treinamento resistido, propõe-se um aumento de
intensidade, quando comparado aos outros estágios, pois se entende que estes indivíduos, já
possuem a capacidade de suportar altos níveis de intensidade, fazendo uso de métodos de estresse
tensionais e metabólicos (GENTIL, 2008).
Sabendo da importância de um educador físico na hora de prescrever determinado treino, deve-se
atentar para a individualidade biológica, pois existem indivíduos que se encontram em estágios
diferentes de treino. Diante do que foi exposto, leva-se em conta que indivíduos que não tem
experiência na musculação deve-se prescrever treinos com volume e intensidade baixos para que a
pessoa considerada iniciante adquira experiência neuromotora e possa prosseguir nos estágios, já
aqueles indivíduos considerados intermediários ou que já possuam certa experiência o indicado é
volume e intensidade médios ou volume médio e intensidade alta, respeitando o nível de
treinamento do aluno. Quando aluno passa por toda essas etapas e chega no que chamamos de
estágio avançado, o volume é baixo e baixíssimo e a intensidade é altíssima.
No trabalho de musculação com iniciantes e intermediários é sugerido a utilização de cargas
moderadas (70-85% de 1RM), de 1 a 3 séries por exercício e de 8-12 repetições por série. No caso dos
avançados é recomendado cargas entre 70-90% de 1RM, de 3 a 6 séries por exercício e de 6-10
repetições por série (ZANELLA, 2014).
NÍVEL
DE FORÇA
FORÇA
% CARGA
REPETIÇÕES INTERVALO
90-100%
1-6
HIPERTROFIA 70-90%
FORÇA
60-80%
EXPLOSIVA
RESISTÊNCIA 40-60%
MUSCULAR
Fonte: Zanella (2014)
6-10
8-12
15-20
VELOCIDADE NÚMEROS
DE SÉRIES
Maior que 3 Lenta
4-6
min
1-2 min
Lenta
3-6
Maior que 2 Rápida
3-6
min
30´´- 1 min Média
2-4
206
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Para se obter êxodo em qualquer tipo de treino, é necessário fazer a manipulação de quais exercícios
serão colocados à disposição no cronograma de treino. Segundo Fleck e Kraemer (2006), os exercícios
monoarticulares são exercícios que isolam grupos musculares em determinados exercícios, tais como
as roscas para bíceps e a flexão plantar, já os exercícios multiarticulares são conhecidos por envolve
grandes quantidades de grupos musculares, exemplos: os supinos, os desenvolvimentos, os
agachamentos e as remadas. Esses exercícios (mono e multi), podem ser trabalhados em maquinas e
com pesos livres.
Na escolha de exercícios para alunos iniciantes, Gentil (2008), entende que deve-se evitar os
trabalhos monoarticulares, pois os exercícios multiarticulares parecem ser mais qualitativos para as
adaptações iniciais e os riscos são considerados pequenos, desde que se tenha uma orientação
adequada.
É interessante perceber quando o aluno iniciante na sala de musculação iniciar suas atividades de
aprendizagem neuromotora com pesos livres e no decorrer das atividades passa a utilizar as
máquinas, ocorre uma maior possibilidade de aumentar as cargas (STONE & BORDEN, 1997 apud
Gentil, 2008).
Uchida, Charro, Bacurau, Navarro e Pontes (2003), advogam a utilização de máquinas para alunos
iniciantes no treinamento resistido, mas reconhecem que os exercícios multiarticulares são os mais
aceitos para esta etapa inicial de treinamento.
Na literatura tem sido solicitado que deve-se primeiro trabalhar com os exercícios multiarticulares,
pois eles exigem um volume total de treino maior (repetições x carga), isso ocorre devido a utilização
de grandes grupos musculares, visto que, eles podem realizar uma quantidade maior de repetições
com alta intensidade (carga), já nos exercícios monoarticulares se eles fossem executados de maneira
inicial poderia ocorrer uma fadiga antecipada dos músculos ocasionando uma perda de volume de
treino, comprometendo o objetivo do aluno, uma vez que estes tipos de exercícios são bem, aceitos,
para o treinamento de hipertrofia muscular (ACSM, 2002; GENTIL, 2005).
Dentre as informações esmiuçada a respeito da escolha de exercícios para o aumento do tônus
muscular, devemos nos atentar para o nível de treinamento de cada indivíduo. Todavia o educador
físico deve promover programa de treino relacionando a divisão de grupos musculares que deverá
ser trabalhado de acordo com as peculiaridades de cada aluno, para não ocorrer o estresse articular,
através de uma mal elaboração de divisão de treino por grupos musculares.
3.5-Principais Métodos De Treinamento Para Hipertrofia Muscular
Nessa conceituação devemos nos atentar para o que se pretende com esses métodos, eles só serão
eficazes se considerado três questões: a quem se destina, quando aplicá-los e o que se quer obter
desses métodos, isto é, qual a tarefa que será resolvida por ele, nesse caso estamos visando a
hipertrofia muscular.
Sabendo que existem dois métodos de treino muito utilizado para as pessoas que visam a hipertrofia,
vamos construir um arcabouço de informações sobre o treino metabólico e tensional.
Treino metabólico envolve mais volume e menos carga, em outras palavras, consiste em volume alto
e intensidade baixa. Sugere-se que a velocidade de execução seja ritmada, sem da prioridade a fase
excêntrica. Podemos aplicar os seguintes modelos de treinos: pirâmide; drop-set; bi-set.
A pirâmide crescente é aquela que consiste em aumentar a carga e diminuir o número de repetições
ao longo da série. Analisando a literatura de Santarem (1999), a sobrecarga metabólica aumenta nos
exercícios com pesos na medida em que aumentamos as repetições ou diminuímos os intervalos de
repouso.
207
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O aluno pode seguir esse modelo de pirâmide crescente (3x6,8,10,12), onde o número 3 representa
as séries e os números 6, 8, 10, 12 as repetições. As repetições geralmente são realizadas com cargas
máximas ou submáximas (GENTIL, 2005).
O drop-set acontece por redução da carga a cada série buscando o maior número de repetições
máximas. Segundo Gentil (2005), o drop-set, ou série descendente pode ser caracterizado em três
passos:
1 – realização do movimento com técnica perfeita até
2
–
redução
da
carga
(em
aproximadamente
20%),
3 – prosseguimento do exercício com técnica perfeita até nova falha.
a falha concêntrica;
após
a
falha;
e
Em atividades de alta intensidade (cargas elevadas), ocorre uma decorrente diminuição no
recrutamento de unidades motoras, provocando uma falha na continuação do movimento, levando
uma descontinuação do exercício. As diminuições das cargas no drop-set, tem o objetivo de retardar
a fadiga muscular, adaptando o cansaço ao contexto de estresse muscular, e prolongado por mais
tempo a execução do exercício (GENTIL, 2005).
O indivíduo pode utilizar esse modelo de drop-set (3x8, 8, 8), deve-se compreender que o número 3 é
a série e os número 8 representam as repetições, onde na primeira série deveria ser executada 3
séries de 8 repetições (com uma carga constante), intervalo de descanso para a segunda série de 60
segundos e mais 3 séries de 8 repetições (com a mesma carga, que foi executada na primeira série),
com intervalo de descanso de 60 segundos para a próxima série, e na terceira e última série, será
executada mais 3 séries de 8 repetições, no entanto a carga será reduzida ao termino de cada 8
repetições completas na equivalência de 15 a 20% da carga relativa GENTIL, 2005).
Perceber-se que entre a mudança ou redução de peso na última série, é que se tem o descanso, isso
pode levar no máximo 10 a 15 segundos. Não há intervalo para descanso na série única do Drop set,
são apenas os segundos que se leva para diminuir o peso (carga).
O bi-set é a realização de dois exercícios para o mesmo grupo muscular sem intervalo de descanso na
execução dos dois exercícios. A finalidade deste treinamento é produzir um acréscimo de fluxo
sanguíneo nos músculos ocasionando a hipertrofia. De maneira lúdica o que ocorre no bi-set é que ao
término do primeiro exercício, algumas unidades motoras não poderia ser mais recrutadas, fazendo
com que não ocorresse a execução completa do movimento, entretanto a modificação para um novo
estresse muscular (exercício) com padrões motores diferentes (e intensidades apropriadas à nova
condição) permitiria o avanço do estímulo, evoluindo o tempo sob tensão muscular e prolongando o
estresse metabólico (GENTIL, 2005).
O modelo de treino de bi-set, pode ser esse 4x10 no agachamento livre+ extensora, é necessário que
o aluno utilize no primeiro exercício utilize uma carga na faixa de 70 a 90% da carga máxima, para
poder recrutar o máximo de unidades motoras e no segundo exercício para o mesmo grupo muscular
execute novas 10 repetições com uma carga diferente ou igual a execução do primeiro. Compreendese que (4x10) significa que o número 4 representa as séries e o número 10 as repetições que no caso
do bi-set, será executado 20 repetições (10 repetições no agachamento livre e 10 repetições na
extensora).
Treino tensional é muito utilizado nas academias, ele se traduz em muita carga e pouco volume.
Quando é dado esse tipo de estímulo no treino ocorre um estresse muscular muito forte nos
músculos. Para que aconteça a hipertrofia é dado um intervalo de recuperação e com isso produz-se
o anabolismo que é formação de mais miofibrilas, que são elas as responsáveis pelo aumento do
tônus muscular (GUEDES, 2003).
Os intervalos de descanso no treino tensional são em média de 90 a 120 segundos, pois geralmente a
intensidade de treino é alto (cargas elevadas), e o volume é baixo (poucas repetições), isso faz com
208
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
que ocorra muitas microlesões e para que o musculo se recomponha para executar outras atividades
é necessário de um intervalo de tempo maior (GUEDES, 2003).
Sugestão de treino 4x6 sabendo que o objetivo do aluno é hipertrofia muscular (neste caso são 4
séries de 6 repetições), no caso a intensidade é alta e o volume baixo, ou seja a carga relativa deve
ficar em torno de 70 a 90 % de 1RM e as séries e repetições para este treino serão baixas. Tempo de
descanso de 90 a 120 segundos devido ao grande esforço realizados nas execuções do exercício.
Portanto esses dois métodos de treinos se aplicam a determinados grupos de pessoas, levando em
conta a experiência dos indivíduos para aplicação do treino. Treino tensional indica-se para todos os
tipos de alunos, se formos programar um treino de aluno iniciante, para este será indicado 3x6 ou
3x10 entre outras, pois nesse momento se prioriza a execução correta do exercício, já para os
intermediários e avançados devemos combinar volume baixo a intensidade alta respeitando o limite
do aluno envolvido no treino, no caso poderia ser 4x6 ou 3x6 com a carga relativa de 70 a 90% de 1
rm.
Treino metabólico por envolve um grande número de repetições (volume alto), no quesito treino
para alunos que necessitam de um demanda neuromotora maior, é uma boa aplicação de treino no
caso alunos iniciantes pode ser elaborado volume de treino com 3x20, 4x20 e etc, pois os mesmos
terão uma percepção elevada de memorização de execuções corretas, nesse momento não é
priorizado o aumento de cargas. Já para alunos considerados intermediários e avançados ocorre o
que chamamos de exercícios combinados a prioridade é um volume de treino alto e a intensidade
moderada, ou seja, se for um bi-set (3x20), neste nível de treino a musculatura do indivíduo chega
próximo da fadiga muscular onde ocorrer uma diminuição no recrutamento de unidades motoras e
quando ocorre a troca do exercício o musculo consegue executar mais movimentos proporcionando
um volume maior de recrutamento de unidades motoras o que provoca a hipertrofia miofibrilar que
é o aumento do tônus muscular.
A seguir apresentaremos um resumo dos principais métodos aplicados para o treinamento de
hipertrofia muscular. No aspecto de treino, temos alguns autores que defendem alguns métodos de
treino. Gentil (2005), nas aplicações dos métodos de treino, entende que o treinamento metabólico
que possui características de uma atividade física mais demorado é um dos mais indicados quando o
objetivo é hipertrofia, pois nesse método a aplicação do volume (séries e repetições) é representada
por series altas (4 a 6) e repetições altas (15 a 30), e a utilização de cargas (intensidade) para a
execução do exercício é de baixa a moderada (dependendo do exercício ou da forma de execução,
ocorre uma diminuição de carga de 15% a 20% de 1RM), por ocorrer uma aplicação maior de séries e
repetições há um predomínio de treinos como bi-set e drop-set, que são treinos que se tem a
possibilidade de fazer a conjugação do exercício.
Já autores como Guedes (2003) e Lima (2009), se aprofundaram em treinos conhecidos como
tensionais, onde ocorre um predomínio de mais intensidade e menos volume, ou seja, no treino
tensional, os alunos envolvidos irão utilizar cargas altas (de acordo com a característica do indivíduo
serão utilizadas cargas com 70 a 90% de 1RM, para que isso ocorra é feito um teste de 1 repetição
máxima), por se usar cargas elevadas as séries e repetições são baixas (3x6, 4x12, 5x6 ou 6x6),
levando em conta a tabela de treino de hipertrofia de ZANELLA (20014), o volume (séries e
repetições) para hipertrofia é 3 a 6 séries e de 6 a 12 repetições e um intervalo de descanso de 60 a
120 segundos, nesse treino ocorre estresse muscular que provoca o anabolismo que é o crescimento
do tônus muscular através da recuperação.
Tendo em vista tudo que foi explanado existe um método de treino que é a junção do treino
metabólico e tensional que é trabalhada por Zanella (2014) e ACSM (2002), este método é muito
aplicado, pois se priorizar tanto a aprendizagem neuromotora, quanto o estresse muscular. O volume
(séries e repetições é de baixo a moderado), o que se encaixaria em um modelo de treino de 3x10,
4x6 ou 3x20, a carga (intensidade de moderada a alta) pode ser representada por 50% a 90% de 1RM,
209
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
isso depende do nível de treinamento do aluno, no caso de alunos iniciantes o que se priorizar é
forma de execução correta do exercício, pois é através disso que ele promoverá uma maior
aprendizagem neuromotora. E para alunos mais experientes é possível fazer manipulação dessas
variáveis de uma forma planejada aos seus objetivos que são a hipertrofia muscular. Logo abaixo o
resumo dos principais métodos aplicados para o treinamento de hipertrofia muscular.
Resumo da Tabela De Treinamento De Hipertrofia Em Função Dos Autores Pesquisados
Referência/Ano Método de Séries
Repetições Intervalo
Intensidade
Treino
Gentil (2005)
Metabólico
Volume
Volume
60 a 120 Baixa
a
alto
alto
segundos
moderada
Guedes (2003)
Tensional
Volume
Volume
90 a 120 Alto
baixo
baixo
segundos
Zanella (2014)
Isotônico
Volume
Volume
60 a 120 Moderada a
baixo
a baixo
a segundos
alta
moderado moderado
Uchida (2006)
30 a 120
segundos
Lima (2009)
Tensional
Volume
Volume
Baixo,
baixo
a baixo
a
moderado e
moderado moderado
alto
Acsm (2002)
Isotônico
Volume
Volume
60 a 120 Moderada e
baixo
a baixo
a segundos
Alta
moderado moderado
E para que a hipertrofia muscular ocorra deve-se levar em consideração alguns princípios básicos do
treinamento ligados à hipertrofia.
Princípio da Sobrecarga: está relacionada à aplicação de uma carga acima dos níveis habituais
induzindo a uma série de adaptações que permitem ao organismo funcionar de forma mais eficiente
(TUBINO, 1984). Entretanto a sobrecarga, que um treino proporcionará ao sistema não poderá ser
entendida unicamente contabilizando o peso utilizado ou a quantidade de séries, repetições
realizadas, mas principalmente, por meio da qualificação das alterações fisiológicas proporcionadas,
que pode ser feita pela análise de fatores como: amplitude de movimento, forma de execução, tipos
de contração, métodos do treinamento, intervalo de descanso. (GENTIL, 2005).
Princípio da Individualidade Biológica: diz respeito ao fato de que os indivíduos respondem de formas
diferentes aos estímulos impostos pelo treinamento e que fatores genéticos influenciam diretamente
nestas respostas (TUBINO, 1984).
Portanto, a hipertrofia muscular, apesar de complexa não fica tão difícil assim de entender, não basta
ter um programa de treino para hipertrofia, mas uma série de fatores, que envolvem não somente os
princípios básicos aqui citados, mas também a idade, os hormônios, a genética, dentre eles também
o consumo ideal de proteína, que será discutido posteriormente, e o principal que trata-se da
qualidade de vida para que se alcance o tão sonhado objetivo.
4 - Considerações Finais
Desta forma, uma atividade física adequadamente prescrita pelo Educador Físico irá possibilitar a
conquista do aumento do tônus muscular (hipertrofia muscular), mediante o pequeno desgaste e o
mínimo risco de lesionar a musculatura.
210
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Sabemos que a musculação traz inúmeros benefícios, tais como: queima de gordura; maior gasto
calórico; as roupas vão vestir bem; os ossos vão ficar mais fortes; faz bem ao cérebro. O treinamento
resistido por se tratar de uma atividade física que provoca estresse muscular ocasionar nas pessoas
um sono produtivo, ou seja, as pessoas conseguem dormir mais e melhor, com a evolução da
musculação, seis meses de trabalho de treinamento resistido, faz com que ocorra um aumento da
função cognitiva, melhorando a memória, o raciocínio e o foco, isso proporcionar a algumas pessoas
um acréscimo de produtividade no trabalho e pode contribuir com a diminuição da perda de massa
muscular e deixar o corpo da pessoa mais definido e modelado.
Em virtude dos fatos mencionados, aparece diversas pessoas na sala de musculação com objetivo de
aumentar o tônus muscular, mas é necessário especificar o nível de treinamento de cada indivíduo,
pois se o mesmo estiver interessado em disputar competições relacionadas ao treinamento resistido
este deve segui um treino mais específico, para atingir determinadas etapas e deve fazer uso das
variáveis de treino, para aquela determinada modalidade. Já os alunos que tem como interesse a
hipertrofia muscular, esses devem se atentar ao conjunto de variáveis que envolve-a, nível de
descanso diário de 06 a 08 horas, volume de treino baixo a moderado dependendo do nível de
adaptação do aluno, intensidade alta (no caso de alunos iniciantes, não se preconiza o aumento de
cargas elevadas, pois se prioriza a aprendizagem neuromotora), intervalo de descanso entre as séries
de 60 a 120 segundos. Portanto devemos levar em conta esses requisitos para garantir o rendimento
qualitativo da estada do aluno na sala de musculação.
Em vista dos argumentos apresentados hoje um dos métodos que tem se aplicado aos treinos de
musculação é o treinamento isotônico, pois ele é junção do treino metabólico e tensional. Esses
treinos fazem com que ocorra um aumento na produção de microlesões e devido a variação de treino
aliado ao descanso entre o volume de treino, isso provocar o que nós conhecemos como hipertrofia
muscular ou aumento do tônus muscular. No treino metabólico por envolve estímulos que façam
com que as células musculares sofram um maior estresse bioquímico, pelo tempo elevado de
realização de cada série, nesse tipo de treino a intensidade é menor se comparado ao treino
tensional e o volume é alto. No treino tensional os estímulos que são dados atuam mais diretamente
sobre as fibras musculares, aumentando as microlesões, os intervalos de tempo entre as séries são
de 60 a 120 segundos, devido a cargas elevadas e repetições baixas. Esses fatores do treino tensional
promove o aumento do tamanho e também da quantidade de miofibrilas em cada fibra muscular,
provocando a hipertrofia miofibrilar.
Por isso tudo, a musculação se torna um alicerce na vida da sociedade, pois se traduz na aplicação do
aspecto quantitativo e qualitativo, devido estar presente na maioria dos seguimentos sociais. Hoje a
qualidade de vida humana passa por aspectos de saúde, bem estar físico e psicológico, quando o
treinamento resistido proporcionar um melhor condicionamento físico ele reduz as possibilidades de
doenças relacionadas ao sedentarismo, e quando ele promove o bem estar estético do corpo
humano (aumento do tônus muscular, definição ou redução do percentual de gordura) ele promove
o bem estar físico e psicológico, por todo esses aspectos a musculação é hoje uma forma de opção de
vida saudável.
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand on Progression Models in Resistance
Training for Healthy Adults. Med Sci Sports Exerc. 2002.
BACURAU, R.F. Nutrição e Suplementação Esportiva. São Paulo: Phorte, 2000.
211
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
BARBANTI, V. J. Teoria e Prática do Treinamento Desportivo. 2ª ed. São Paulo. Editora Edgard
Blucher, 1979.
BITTENCOURT, N. Musculação: Uma Abordagem Metodológica. Rio de Janeiro: Sprint, 1984.
BOMPA, t.O.; CORBACCIA, L.J. Treinamento de Força Consciente. Tradução de Dilmar Pinto Guedes.
São Paulo: Phorte, 2000.
BRASIL, M.S. Secretaria da Vigilância Sanitária. Aprova o Regulamento Técnico Referente a
Alimentos para Praticantes de Atividade Física, Constante do Anexo dessa Portaria. Portaria Nº 222,
de 24 de março de 1998.
CASTELLANI F.L. Educação Física no Brasil: A História que Não se Conta. 4ª ed. Campinas: Papirus,
1994.
COMETTI, G. Fútbol y Musculación. 1ª ed. Barcelona, 1999.
CLARKSON, P.; COURTINE J.J. Suplementos Nutricionais para Ganho de Peso: Os Stakhanovistas do
Narcisismo. Sports Science Exchange. 1999.
FOSS, M.; FOX, K.S. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan S.A., 2000.
FLECK, S.J; KRAEMER, W.J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Ed.
Artmed, 1999.
FLECK, S.J; KRAEMER, W.J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular; Tradução Jerri Luiz
Ribeiro. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.
GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
GUYTON, A.C.; JONES, C.E.; COLEMAN, T.B. Circulatory Physiology: Cardiac Output and Jts
Regulation. 2ª ed. Philadelphia: WB Saunders Co, 1973.
GUEDES, J.D.P. Musculação: Estética e Saúde Feminina. São Paulo: Phorte, 2003.
HAKKINEN et al. Atividade Física e Uso do Cérebro Podem Regenerar Neurônios. 1988ª, 1988b,
1989, 1992. Acesso em: 01/06/2015 – Disponível em: http://www.cdof.com.br/fisio18.htm
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
KERKSICK, C.; HARVEY, T.; STOUT, J.; CAMPBELL, B.; WILBORN, C.; KREIDER, R.; KALMAN, D.;
ZIEGENFUSS, T.; LOPEZ, H.; LANDIS, J.; IVY, J. L.; ANTONIO, J. International Society of Sports Nutrition
Position Stand: Nutrient Timing. J Int Soc Sports Nutr. Vol. 5. Núm.17. 2008.
LIMA, V.P. Musculação: A prática dos Métodos de Treinamento. Rio de Janeiro: Sprint, 2009.
212
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
MEDICINE AND SCIENCE IN SPORTS AND EXERCISE, vol.34, no 2, pp. 364-380, 2002.
OLIVEIRA, P. V.; BAPTISTA, L.; MOREIRA, F.; LANCHA, A.H. Correlação entre a Suplementação de
Proteína e Carboidrato em Indivíduos Submetidos a um Programa de Treinamento com Pesos. Ver.
Bras Med Esporte. Vol.12. Núm. 1. P.51-55. 2006.
RATAMESS, N. A.; ALVAR, B. A.; EVETOCH, T. K.; HOUSH, T. J.; KIBLER, W. B.; KRAEMER, W. J.;
TRIPLETT, N. T. American College of Sports Medicine position stand. Progression Models in
Resistance Training for Healthy Adults. Med Sci Sports Exerc, v. 41, n. 3, p. 687-708, Mar, 2009.
RAMOS, J.J. Os Exercícios Físicos na História e na Arte. São Paulo: IBRASA, 1982.
RODRIGUEZ, N. R.; DIMARCO, N. M.; LANGLEY, S.;American Dietetic Association; Dietetians of
Canada; American College of Sports Medicine. Position of the American Dietetic Association,
Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and athletic
performance. J Am Diet Assoc. Vol. 109. Núm.3. p.509-27. 2009
SANTARÉM, J.M. Atualização em Exercícios Resistidos: Ativação das Fibras Musculares. Disponível
em: http: //www.fisiculturismo.com.br.html. Acesso em: 25 de maio de 2003.
STOPPANI, J. Enciclopédia de Musculação e Força. Porto Alegre: Artmed, 2008.
TUBINO, M.J.G. Biblioteca de Educação Física. 3ª ed. São Paulo, IBRASA, 1984.
TUBINO, M.J.G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. 3ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1984.
UCHIDA, M. CHARRO, M. BACURAU, R. NAVARRO PONTES, F. Manual de musculação: Uma
Abordagem Teórico-Prática ao Treinamento de Força. São Paulo: Phorte, 2003.
UCHIDA, M. C.; Et al. Manual de Musculação: Uma abordagem Teórico-Prática do Treinamento de
Força. 4 ª ed. São Paulo: Phorte, 2006.
UCHIDA, M. C.; CHARRO, M. A.; BACURAU, R. F. P.; NAVARRO, F.; JÚNIOR, F. L. P. Manual de
Musculação: Uma Abordagem Teórico-Prática do Treinamento de Força. 6ª ed. São Paulo: Phorte,
2010.
VIEIRA, F.G. Métodos de treinamento em Musculação. São Paulo: Ícone, 2009.
ZANELLA, A.L. Apostila de Musculação Apresentada no Curso de Musculação e Personal Training de
Pós-graduação Lato Sensu, ENAF. 2014.
WEIR, J.P.; WAGNER, L.L.; HOUSH, T.J. The Effect of Rest Interval Length on Repeated Maximal
Bench Presses. J Strength and Cond Res, n. 8, v. 1, p. 58-60, 1994.
WILSON J., WILSON, G. J. Contemporary Issues in Protein Requirements and Consumption for
Resistance Trained Athletes. J int Soc Sports Nutr. Vol. 3. Núm1. P.7-27. 2006.
213
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A MUSCULAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A QUALIDADE DE VIDA
Tereza de Jesus Ribeiro Hipólito*
Graci Oliveira Lobato*
Maria da Conceição dos Santos*
Rinaldo Oliveira do Nascimento**
*Discente do Curso de Pós-Graduação em Musculação e Personal Trainer, ENAF, Especialista em
Docência do Ensino Superior, Meta, Macapá.
** Mestrando em Ciências da Educação.
E-mail: [email protected]
RESUMO
O artigo apresenta estudos sobre a importância da musculação para a promoção da qualidade de
vida e bem estar social de frequentadores de academias. Fez-se pesquisa bibliográfica e pesquisa de
campo com uma amostra de 100 frequentadores de uma academia de musculação. Os resultados
esboçam a grande maioria, 56% tinha idade entre 16 a 25 anos, começaram os trabalhos de
musculação na academia por motivo de saúde e qualidade de vida (43%) e com 45% que o maior
benefício da musculação é a qualidade de vida, seguida de: emagrecer (23%), aumentar ou definir a
musculatura (19%), prevenir e tratar lesões (7%) e questões estéticas (6%). Concluiu-se que a
atividade física é necessária em todas as idades por recomendações médicas, e os benefícios que ela
traz para o homem.
Palavras chave: Musculação. Benefícios. Saúde. Qualidade de vida.
ABSTRACT
The article presents studies on the importance of weight training to promote quality of life and social
welfare academies goers. There was literature and field research with a sample of 100 patrons of a
bodybuilding gym. The results outline the vast majority, 56% were between 16-25 years old, began
bodybuilding at the gym work because of health and quality of life (43%) and 45% that the greatest
benefit of weight training is the quality of life, followed by: weight loss (23%) increase or define the
muscle (19%), prevent and treat lesions (7%) and aesthetic considerations (6%). Physical activity It
was concluded that it is necessary at all ages for medical recommendations, and the benefits it brings
to man.
214
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Keywords: Bodybuilding. Benefits. Health. Quality of life.
INTRODUÇÃO
Atualmente, no século XXI, a ciência desportiva passa por um processo de especialização, passando a
se preocupar com os problemas sociais que acometem grande parcela da população.
Estudos como os de Bryant; Peterson; Peterson (2001) e Bossi (2009) confirmam que, entre muitos
problemas decorrentes da ausência de atividades físicas nos seres humanos, há a obesidade, o
sedentarismo, várias doenças físicas e psíquicas e, declaram ainda que, na infância, reside grande
parte das causas desses problemas de saúde característicos da vida adulta, pois, os adultos que hoje
adoecem facilmente, em sua infância pouco tiveram motivação para participar das atividades físicas.
As tendências da sociedade moderna a procura de uma melhor qualidade de vida fez com que
fossem criadas atividades que colocassem em movimento o seu corpo e ao mesmo tempo seu bemestar e melhora de sua saúde. Esse preceito é defendido por Santarém (2000) ao expor que a boa
qualidade de vida é observada também na capacidade de conseguir realizar as atividades desejadas,
do ponto de vista homeostático e biomecânico, sem risco para o perfeito funcionamento do
organismo humano. O autor também expõe que a partir do momento que o homem começa a criar
novos hábitos, adotando em suas práticas de atividades físicas o caminhar, correr, pedalar, nadar,
adotando novas e saudáveis hábitos alimentares, bem como a prática da hidroginástica e da
musculação promovem melhor desempenho físico para sua vida, sofrendo menos estresse em suas
atividades diárias.
Para o conhecimento acadêmico, o estudo é inovador, mas com muitas referências bibliográficas
publicadas, torna-se um referencial para que futuras obras possam ser divulgadas.
Para a ciência, tem-se a mesma justificativa, pois apresentaremos os benefícios causados pela
musculação e consequentemente pela realização de atividade física, de modo que possa ser um
material para auxiliar na construção de conhecimentos e auxiliar às outras disciplinas. No aspecto
social, o estudo contribui para que os métodos da musculação possibilitem a mudança de
comportamentos negativos e contribuir para a diminuição dos problemas de saúde.
É nesse contexto que reside o propósito de análise deste artigo, que pretende descrever os principais
benefícios da musculação para os frequentadores de academias, e sua relação com a qualidade de
vida e bem estar.
O artigo pretende apresentar estudos sobre musculação e qualidade de vida, relacionando não
somente os benefícios que possam incorrer aos indivíduos que a praticam. E dessa forma,
especificamente, demonstrar a importância da musculação para a promoção da qualidade de vida e
bem estar social de frequentadores de academias.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A construção deste artigo tem como base um estudo em duas formas, uma pesquisa bibliográfica
baseada em referenciais teóricos relacionadas ao tema deste artigo, e uma pesquisa de campo
executada a partir de dados coletados em questionários aplicados a alunos frequentadores de uma
academia de musculação.
A pesquisa de campo aconteceu na Academia Cárdio Fitness, situada na cidade de Macapá,
atendendo cerca de 700 alunos e 17, destes, para o momento, participaram da pesquisa amostra de
100 (cem) alunos e 4 (quatro) professores. Foi aplicado questionário com perguntas do tipo fechadas.
Através da pesquisa quantitativa fora possível apreender uma série de informações coletadas nas
entrevistas e nas observações realizadas na Academia Cárdio Fitness. Os dados coletados formaram
215
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
um quadro estatístico em que foram mensurados os dados diversos e deles tirados os resultados
finais da pesquisa do presente artigo.
MUSCULAÇÃO
Para Lima; Pinto (2008) a musculação é hoje em dia uma das modalidades de atividade física mais
praticada pela população em geral, crianças, jovens, adultos e também os idosos. Tanto homens
quanto mulheres estão inseridos em programas de treinamento com fins preventivos, com a
intenção de melhorar o desempenho esportivo, e principalmente, com fins estéticos.
Segundo Gardner (2002), a satisfação do corpo é um aspecto muito importante e tem uma grande
relação com a imagem corporal, é através dela que o indivíduo mostra-se satisfeito ou não com sua
aparência. Esta se trata de um componente subjetivo da imagem corporal e está relacionada com o
tamanho do corpo ou partes dele. Além disso, padrões e normas da cultura dominante influenciam
indivíduos, provocando distúrbios de imagem corporal. Que está associada a características
cognitivas, afetivas e comportamentais. A insatisfação corporal tem sido também identificada como a
discrepância entre o corpo percebido e o corpo desejado, sendo que quanto maior for o
afastamento, maior a insatisfação.
A procura pela prática da atividade física, inúmeras vezes está relacionada à insatisfação corporal.
Para Damasceno; Lima; Vianna; Vianna e Novaes (2005), a prática de um exercício regular não está só
relacionada à saúde como fator principal. Para determinados grupos, a estética torna-se um ponto
crucial e a saúde vem como consequência da boa forma. Um dos padrões de beleza defendido por
nossa sociedade é o de corpos modelados por músculos fortes e definidos, fazendo com que cada vez
mais mulheres busquem na musculação a sua tão desejável estética.
Para Esquerdo (2010), o exercício físico é a forma mais divertida, eficaz e barata de se manter
saudável, e dentre eles a musculação é o meio mais completo, preventivo, terapêutico e estético
para conseguirmos esses objetivos.
QUALIDADE DE VIDA
O termo qualidade de vida foi originalmente cunhado nos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial
(1939 – 1945), descrevendo o efeito da influência material através das posses (carros, casas e outros
bens) nas vidas das pessoas, e subsequente passou a cobrir a educação, saúde, bem-estar, economia,
crescimento industrial, e a defesa do mundo livre (Thompson; Kirwan, 1996).
Nessa época o termo era usado como referência ao “dia de amanhã”, já que o desenvolvimento
tecnológico ganhou força com o período da Guerra Fria (1947 – 1991) e se abateu sobre o meio
ambiente através do consumo de matéria-prima, levando as pessoas a refletirem sobre o que
deixariam para seus filhos, ou qual seria a qualidade de vida deles. Sobre esse período de crescente
consumo, Minayo; Hartz; Buss (2000) mostram que o surgimento do movimento ambientalista de
1970 questionou os modelos predatórios de bem-estar da humanidade, trazendo noções de
sustentabilidade ao discutido significado da qualidade de vida.
De natureza subjetiva, o termo foi incluído em indexadores médicos em 1975, mas somente em 1980
as publicações científicas começaram a apresentar de maneira sistematizada as pesquisas na área,
sendo a oncologia a primeira especialidade da saúde a estudar o termo (BERLIM; FLECK, 2003).
Sobre o quadro atual, Galloway (2006) aponta que a busca por melhor qualidade de vida guia as
agendas governamentais dos países do ocidente. Para entender o que os governos, ações ou
tratamentos buscam quando se referem a ela, é preciso entender o que compõe esse termo.
216
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Qualidade de vida representa as sensações subjetivas de sentir-se bem, inseridas em um sistema de
valores, com perspectivas que variam individualmente (Velarde-Jurado; Avila-Fiqueroa, 2002). Devido
a essa subjetividade e poucas discussões sobre o tema até a década de 1980, o termo qualidade de
vida era usado como sinônimo de satisfação com a vida, auto-estima, bem-estar, felicidade, saúde,
valor e significado da vida, habilidade de cuidar de si mesmo e independência funcional (CARR;
THOMPSON; KIRWAN, 1996).
Na década de 1980 Cohen (2000) construiu uma reflexão sobre a qualidade de vida, partindo das
discussões sobre a realização de cirurgia arterial coronariana. O autor afirmou que a vida humana é a
condição para os valores humanos, mostrando uma relação entre o ser vivo biológico e sua condição
subjetiva.
Concepções mais objetivas podem ser vistas nas políticas públicas com efeitos sobre a saúde coletiva.
Nelas as informações sobre qualidade de vida (conceito definido segundo os parâmetros avaliados
pelas instituições) têm sido utilizadas para avaliar os impactos de tratamentos em determinados
grupos de enfermos como comparação entre procedimentos para controle de problemas de saúde
(Seidl; Zannon, 2004). Medições objetivas, aplicadas em grandes populações foram estudadas por
Minayo; Hartz; Buss (2000) e apresentadas como medidas e padrões gerais da qualidade de vida.
Dentre elas, destacam-se o Índice de Desenvolvimento Humano, elaborado pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento levando em conta a renda, a saúde e a educação; o Índice de
Condições de Vida, elaborado pela Fundação João Pinheiro de Belo Horizonte (Minas Gerais - Brasil)
abrangendo renda, educação, infância, habitação e longevidade; e o Índice de Qualidade de Vida,
construído pelo jornal Folha de São Paulo, com foco em trabalho, segurança, moradia, serviços de
saúde, dinheiro, estudo, qualidade do ar, lazer e serviços de transporte. Essas são medidas que se
aplicam ao campo econômico, com vistas à alocação de recursos financeiros. Outras duas maneiras
de se classificar a qualidade de vida são através da saúde (funcional, objetiva) ou da percepção do
indivíduo (subjetiva).
A qualidade de vida funcional, com vistas à saúde e funcionamento normal do organismo é chamada
de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), do inglês Health Related Quality of Life. Ela é aceita
como importante dentro do ambiente médico-hospitalar (CALVERT; SKELTON, 2008).
Segundo Galloway (2006) a QVRS considera aspectos relativos às enfermidades, às disfunções e às
necessárias intervenções terapêuticas em saúde, identificando o impacto destes na qualidade de
vida. São pontos objetivos da investigação médica. A explicação do autor engloba alguns aspectos,
como renda, liberdade ou qualidade do ambiente podem não ser considerados saúde, mesmo
sabendo que esses aspectos podem afetar o paciente, mas estão distantes do controlado ambiente
médico.
MUSCULAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
A musculação atualmente necessita de um cuidado especial, principalmente em decorrência da
evolução científica que apresentou nas últimas décadas com a publicação de pesquisas e artigos
sobre seus benefícios e segurança na prática.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (Galloway, 2006) afirma que a saúde e qualidade de
vida do homem podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física. Na
publicação são usados estudos sobre efeitos fisiológicos da prática regular de atividade física, e em
nenhum momento é adotada posição sobre o que é qualidade de vida. Dessa forma é possível
concluir a visão funcionalista dos autores e perceber o entendimento de qualidade de vida como
sinônimo de saúde.
Em 1946 a OMS definiu saúde como um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não
meramente a ausência de doença (Galloway, 2006). O mesmo autor critica que apesar de mais de 60
217
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
anos da definição, somente nos últimos tempos é que os profissionais da saúde passaram a
compreender o processo saúde – doença além das manifestações das patologias.
Galloway (2006) avaliou o nível de atividade física de 50 mulheres (40 – 60 anos) através do IPAQ. A
amostra estudada apresentou a ginástica como principal tipo de atividade física e a caminhada como
meio de transporte em atividades de deslocamento. Os autores utilizaram uma definição de
qualidade de vida, sendo a percepção individual sobre saúde e outros aspectos gerais da vida pessoal.
Apesar de afirmar que a atividade física teve forte impacto na vida das participantes da amostra, os
autores não apresentaram evidências dessa relação. Também não mensuraram a qualidade de vida
para atestar qual foi essa relevância da atividade física.
Estudo pioneiro sobre prevalência de atividade física em município de pequeno porte no Brasil foi
realizado por Minayo; Hartz; Buss (2000). As autoras avaliaram 575 pessoas através do IPAQ. 57,4%
dos avaliados foram classificados como insuficientemente ativos e 37,7% como suficientemente
ativos. As autoras afirmam que os resultados podem ser utilizados nas políticas públicas de saúde do
município, e no início do trabalho apontam que a inatividade física se manifesta negativamente em
doenças e se reflete em maior gasto com tratamento médico pelo governo. Isso concorda com
Galloway (2006) e Minayo; Hartz; Buss (2000) sobre as agendas e medidas governamentais sobre
qualidade de vida (novamente relacionada à saúde).
Em seu estudo sobre relação entre atividade física e qualidade de vida, Minayo; Hartz; Buss (2000)
coletaram informações de uma amostra de 1211 japoneses através do IPAQ e do SF-8 (Medical
Outcomes Study Short Form 8-Item Health Survey). Esse instrumento questiona sobre QVRS. Após a
coleta de dados com o IPAQ, os autores dividiram os participantes em grupos segundo as
recomendações japonesas para atividade física: recomendado, insuficiente e inativo. O grupo
recomendado teve altos escores no SF-8, mostrando que existe relação entre atividade física e QVRS.
Tratar do tema musculação na vida do homem e seus benefícios para a qualidade de vida e de que
forma podem ser praticadas é trazer para sua vida momentos de bem estar físico, melhorando sua
forma de convívio social.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente, os resultados demonstram, de acordo com o gráfico 1, a seguinte configuração etária
da amostra.
Gráfico 1. Faixa etária dos participantes da pesquisa
Constatou-se que 56% da amostra analisada tinha idade entre 16 a 25 anos, 33% tinham de 26 a 75
anos e 11% tinham 12 a 15 anos. Então, constata-se que a maioria dos frequentadores dessa
academia analisada, é composta por jovens e adultos.
Mazo (2001) citou que o envelhecimento é um processo único e inexorável, caracterizado pela
redução gradativa da capacidade dos vários sistemas orgânicos em realizar eficazmente suas funções,
que estas reduções estariam associadas ao processo de envelhecimento e poderia ser resultado do
218
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
estilo de vida dos indivíduos, e não apenas uma característica própria e inevitável deste processo.
Assim sendo, os idosos buscariam cada vez mais praticar atividades físicas respeitando a
periodicidade mínima recomendada e a carga horária diária, visando obter melhores resultados.
No entanto, pessoas com níveis adequados de outras formas de atividade física, como os exercícios
resistidos, também costumam apresentar bons indicadores de saúde cardiovascular, embora sem
valores elevados de VO2 máximo. No caso de pessoas idosas com limitações patológicas ou de
aptidão que impedem exercícios contínuos, não deve haver preocupação com os níveis de VO2
máximo, desde que outras formas de atividade física estejam sendo realizadas1. Exercícios resistidos
conseguem elevar o VO2 máximo de forma discreta em jovens, mas são adequados para impedir a
sua redução para valores críticos, durante o envelhecimento. Em pessoas idosas, aumentos de VO2
máximo de até 23% já foram documentados. Outros parâmetros de aptidão cardiovascular também
são estimulados pelos exercícios resistidos (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).
Gráfico 2. Motivos para frequentar a academia
Em seguida, o gráfico 2 apresenta os dados relativos aos motivos que levaram os frequentadores a
começaram os trabalhos de musculação na academia, assim, constatou-se os seguintes motivos: 43%
saúde e qualidade de vida, 21% definição muscular, 19% hipertrofia, 12% emagrecimento e 5%
estética.
Na revisão feita por Koslowsky (2004) a qualidade de vida é entendida como grau de satisfação do
indivíduo com a vida, e durante o trabalho o autor aborda a atividade física através da prescrição,
avaliação e resultados biológicos. A discussão principal do autor é evitar o sedentarismo e suas
repercussões para manter um alto nível de qualidade de vida.
Gráfico 3. Musculação e principais implicações para a saúde
No gráfico 3, são descritas as informações obtidas com os entrevistados acerca das principais
implicações da musculação para a melhora da qualidade de vida. Dessa forma, constatou-se com 45%
219
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
que o maior benefício da musculação é a qualidade de vida, seguida de: emagrecer (23%), aumentar
ou definir a musculatura (19%), prevenir e tratar lesões (7%) e questões estéticas (6%).
Segundo Santarem (2000), uma das atividades mais recomendadas pelos profissionais da saúde para
qualquer pessoa, hoje é a musculação. Podendo ser direcionada para os mais variados objetivos,
sejam para emagrecer, aumentar ou definir a musculatura, como também, prevenir lesões e tratá-las.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, quem sofre maior stress ao sustentar ou levantar
peso, não é o músculo, e sim a parte óssea, por isso praticar musculação vai “fortifica-la” aos poucos
e em grande importância: A musculação estimula e aumenta a produção de células ósseas, deixando
o osso mais “forte” e prevenindo a osteoporose (perda de massa óssea).
CONCLUSÃO
Com tanta tecnologia hoje em dia, nós não reparamos, mas saiba que passamos boa parte do nosso
tempo sentado. E esse hábito é muito prejudicial para a saúde. Passar boa parte do nosso tempo
sentado é tão comum que pouca gente reflete sobre os efeitos negativos que o ato pode trazer para
a saúde. E o problema não é só para a coluna, apesar dessa ser a primeira coisa que passa pela nossa
cabeça quando ficamos por muito tempo sentado.
Observamos que hoje mesmo tendo a consciência que a atividade física é necessário seja ela em toda
as idades por recomendações médicas, e os benefícios que ela traz para o homem. Ainda ficamos
adiando a busca por essa qualidade de vida, colocando obstáculos no nosso dia-a-dia ou quando
estamos na academia queremos resultado rápido sem muito esforço físico.
Há aluno hoje que chegam na academia e que estão iniciando o treinamento, e já perguntam para
seu professor o que devem tomar, para ganho de massa, perder peso e outros. Sempre recomendo
um nutricionista, pois ele irá avaliar e indicar conforme a necessidade ou não do aluno. Pois o que se
percebe nas academias, são profissionais recomendando suplementos e receitas. O aluno não é
atleta, se ele está ali na academia é por alguma razão ou recomendado pelo médico. Pois, para
qualquer eventualidade, é preciso saber do seu histórico familiar, hipertensão, diabéticos e outros.
Isso são cuidados que devem de ser tomados.
Os agentes de Orientação e fiscalização verificam se o estabelecimento tem licença de
funcionamento, alvará de Vigilância Sanitária, registro de pessoa jurídica junto ao Conselho e se os
profissionais da academia estão habilitados para trabalhar como profissionais de Educação Física, isto
é, se possuem registro profissional. Se for confirmada alguma irregularidade, a academia é atuada e
tem prazo para sanar os problemas. Após esse prazo os fiscais voltam e conferem se tá tudo em
ordem.
A musculação rejuvenesce e mantém você jovem. A partir dos 30 (trinta) anos, nós começamos a
perder massa muscular e podemos chegar a perder 30% de massa muscular magra até os 80 (oitenta)
anos. Todos nós envelhecemos, mais quem faz musculação, retarda este envelhecimento. A perda
muscular é amenizada para quem faz exercícios com peso. Além disso, você começará a se relacionar
melhor com as pessoas, aparecerão novas oportunidades, tanto na vida profissional quanto na
pessoal, irá melhorar seu lado psicológico, autoestima e confiança, bem-estar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Berlim, M. T.; Fleck, M. P. A. (2003) Quality of life: a brand new concept for research and practice in
psychiatry. Rev Bras Psiquiatr, 25 (4), pp. 249-52.
Bossi, L.C. (2009) Periodização na musculação. Phorte, São Paulo.
Bryant, X. C.; Peterson, A. J.; Peterson, L. S. (2001) Treinamento de força para mulheres. Manole, São
Paulo.
220
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Calvert, M. J.; Skelton, J. R. (2008) Alterações glicêmicas em diabéticos tipo 1 após uma sessão de
exercícios resistidos. EF Deportes, 13 (120).
Carr, A. J.; Thompson, P.W.; Kirwan, J. R. (1996) Quality of life measures. British Journal of
Rheumatology, 35, 1996, 275-81.
Cohen, C. (2000) O instrumento de avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde
(WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva. 5 (1), pp. 33-8.
Damasceno, V.O.; Lima, J. R. P.; Vianna, J. M.; Vianna, V. R. Á.; Novaes, J. S. (2005) Tipo físico ideal e
satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Revista Brasileira de Medicina do
Esporte, 11(1), pp. 181-186.
Esquerdo, M. O. (2010) Enciclopédia da musculação. Leap, São Paulo.
Galloway, S. (2006) Importância da aptidão física relacionada à saúde. Revista Brasileira de
Cineantropometria & Desempenho Humano, 5 (2), pp. 75-85.
Gardner, R.M. (2002) Treinamento com pesos: na composição corporal de mulheres jovens. Revista
da Educação Física UEM, v. 13, p. 41 – 45.
Koslowsky, M. (2004) Influências da atividade física no aumento da qualidade de vida. EFDeportes, 10
(69).
Lima, S. C.; Pinto, S. R. (2008) Cinesiologia e Musculação. Artmed, Porto Alegre.
Mazo, G. Z.; Lopes, M. A.; Benedetti, T. B. (2001) Educação física e o idoso: concepção
gerontológica. Sulina, Porto Alegre.
Minayo, M.C.S.; Hartz, Z.M.A.; Buss, P.M. (2000) Qualidade de vida e saúde: um debate
necessário. Ciência e Saúde Coletiva, 5 (1), pp. 7-18.
Santarem, J.M. (2000) Treinamento de força e potência. In: O exercício: preparação fisiológica,
avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. Atheneu, São Paulo.
Seidl, E. M. F.; Zannon, C. M. L. C. (2004) Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e
metodológicos. Cad. Saúde Pública, 20 (2), pp. 580-588.
Velarde-Jurado, E; Avila-Fiqueroa, C. (2002) Evaluación de la cualidad de vida. Salud Publica Mex., 44
(4), pp. 349-361.
221
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
BENEFICIOS DA ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS COM DEPRESSÃO
LOPES, S.Fˡ
SILVA, D.Mˡ
LIMA, J.Rˡ
NASSAR,S.E²
1-Enaf-Desnvolvimento e serviços educacionais. Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício, Avaliação
Física e Atividades para Grupos especiais - Manaus – Brasil.
2-Universidade Federal do Pará- Doutor em Educação
Mestre em Educação Física
[email protected]
Resumo
O envelhecimento da população é hoje um fenômeno universal e a depressão é um problema
frequente em idosos. A atividade física é uma variável frequentemente citada na literatura como
sendo de grande relevância para a saúde em geral. Objetivo: essa revisão tem como objetivo analisar
os estudos já existentes sobre os benefícios da atividade física em idosos com depressão.
Metodologia: foi realizada uma revisão sistemática de literatura na base de dados Scielo e Google
acadêmico referente aos anos de 2002 a 2014, foram analisados aspectos como, tipo de estudo,
instrumento utilizado para medir a pressão, idade e quantidade de idosos pesquisados. Resultados:
12 artigos foram selecionados sendo mais da maioria de estudo de controlados-randomizado,
aspectos metodológicos analisados variaram entre os trabalhos pesquisados, os instrumentos
utilizados para medir a depressão foi a Escala de Depressão Geriátrica (GDS), em media os estudos
analisaram 120 idosos por pesquisa com idade ≥60 anos. Conclusão: A literatura em geral sustentam
os benefícios da atividade física em idosos com depressão. Há fortes evidências que o idoso que se
exercita obtém uma variedade de benefícios, inclusive menos enfermidades e aumento na
capacidade de enfrentar o estresse diário. (Silva & Chaves, 2009).
Palavras chaves: Atividade física, idosos e depressão.
Abstract
Population aging is now a universal phenomenon and depression is a common problem in the elderly.
Physical activity is a variable often cited in the literature as being of great importance to overall
health. Objective: This review aims to analyze existing studies on the benefits of physical activity in
older adults with depression. Methods: we carried out a systematic review of literature in the
database Scielo and Google Scholar for the years 2002-2014, were analyzed aspects such as, type of
study, an instrument used to measure pressure, age and amount of surveyed seniors. Results: 14
articles were selected and more than most of controlled-randomized study, methodological
parameters analyzed differed among the surveyed work, the instruments used to measure
depression was the Geriatric Depression Scale (GDS), on average the studies analyzed 120 patients
Search for aged ≥60 years. Conclusion: The literatures generally support the benefits of physical
activity in older adults with depression. There is strong evidence that the elderly who exercise get a
variety of benefits, including fewer illnesses and increased ability to cope with daily stress. (Silva &
Chaves, 2009).
Key words: physical activity, seniors and depression.
222
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Introdução
A Organização Mundial da Saúde define depressão como um transtorno mental comum,
caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de
culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite (Araujo, Aparecida, Conceição, &
Quênia, 2013).O idoso muitas vezes apresenta sintomas que muitas vezes são superpostos ao
processo de envelhecimento normal.
A depressão em idosos é subdiagnosticada e subtratada. Nos idosos, o diagnóstico é dificultado por
problemas físicos coexistentes e, frequentemente, os médicos encaram os sintomas depressivos
como manifestações normais do envelhecimento e não tomam às atitudes necessárias, entretanto, a
depressão é um problema de saúde comum e tratável: de 80 a 90% dos que sofrem desse transtorno
podem ser efetivamente tratados e quase todos que recebem tratamento apresentam algum
benefício.(Gumarães & Caldas, 2006)
O processo de envelhecimento promove alterações progressivas e irreversíveis em parâmetros
biológicos, morfológicos e funcionais que podem resultar em reduções no desempenho de
capacidades físicas. O sedentarismo, muito presente nesta população, intensifica os graus de
incapacidade e dependência, levando a uma diminuição significativa da qualidade de vida destes
idosos2. Cada vez mais aumenta a expectativa de vida, segundo o IBGE a expectativa de vida do
brasileiro passou a ser de 74,6 anos em 2012. Cinco meses e 12 dias a mais em relação à estimada em
2011 (74,1). Em 2030 a expectativa de vida será de 78,64 anos (figura 1).
Figura 1 Fonte IBGE
Atualmente velhice não é sinônimo de doença e incapacidade, também chamada de terceira idade,
ou melhor idade, corresponde à fase em que todos devem aproveitar a vida da melhor maneira
possível, sendo independente e saudável, transmitindo as experiências vividas até o momento e
demonstrando que é possível chegar nessa fase ainda com muita vontade de viver e de aprender
cada vez mais. Afinal, o envelhecimento é um fenômeno fisiológico, progressivo e inerente a todos os
seres humanos. (Abade & Zamai, 2009)
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura
esquelética, portanto voluntária, que resulte num gasto energético, acima dos níveis de repouso.
Inclui desde as AVD (atividades da vida diária) até as atividades esportivas e de lazer como dança,
caminhadas, entre outros1. Segundo Corazza, a prática regular de atividade física tem alcançado o
status de tratamento não farmacológico coadjuvante ou independente para a melhora da saúde
biopsicossocial como meio de promoção da qualidade de vida na população idosa. (Gumarães &
Caldas, 2006)
223
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Objetivo
O objetivo desse trabalho é avaliar nas literaturas já existentes a relação do beneficio da atividade
física em idosos com depressão. A atividade física é uma frequente variável citada na literatura como
sendo de grande relevância para a saúde em geral.
Material e método
Este estudo trata-se de uma revisão sistemática de trabalhos científicos que pesquisaram a relação
da atividade física em idosos com depressão. A identificação dos artigos foi feita através de busca
bibliográfica na base de dados Scielo e Google Acadêmico, referente aos anos de 2002 a 2014.
Buscando-se as palavras chaves: Atividade Física, Idosos e depressão. A seleção dos artigos baseou-se
na conformidade dos limites dos assuntos objetivos desse trabalho, tendo sido desconsiderado
aqueles que apesar de ter aparecido no resultado de busca não abordavam o assunto sob o ponto de
vista epidemiológico da depressão no idoso e da atividade física. Foram excluídos artigos que não
apresentavam as três palavras chaves no mesmo estudo. Artigos em português também foram um
dos critérios de seleção excluindo assim artigos de outros idiomas.
Resultados
Seguindo a estratégia definida a busca bibliográfica resultou 64 artigos. De acordo com o objetivo e
critérios de inclusão foram selecionados 12 artigos e em média foram estudos de casos randomizados
que usaram a Escala de Depressão em Geriatria (EDG) já validada no Brasil, com 15 itens com
respostas simples de sim ou não, de fácil aplicação e não se faz necessário um profissional com
formação médica (Anexo1). A organização mundial da saúde classifica a fase da terceira idade a
pessoa com idade igual ou superior a 60 anos nos países em desenvolvidos subindo para 65 nos
países desenvolvidos os estudos em questão pesquisaram em média 125 idosos por estudo com a
idade ≥ que 60 anos. Para melhor compreensão e visualização dos resultados da busca bibliográfica,
os trabalhos foram agrupados de acordo com o delineamento metodológico utilizado. Veja no quadro
1. De um total de 12 estudos 1 foi de pesquisa explicatoria, 6 de caso randomizado, 1 de transversal e
de correlação, 1 de campo, 1 de pesquisa quantitativa, 1 de corte transversal, interdisciplinar e
qualitativa, 2 de corte transversal, 1 transversal comparativo, essa tabela apresenta características
dos estudos selecionado segundo o autor, ano, tema, idade, quantidade de pesquisados e tipo de
pesquisa.
Autor/ano
Tema
Idade Quantidade Tipo
dos
de idosos
pesquisa
idosos
±
Stella,F;Gobbi,S;
Icassatti,D.C;Riani,
J.L.C/2002
Depressão
no
idoso: Diagnóstico,
tratamento
e
benefícios
da
atividade física.
Cheik,N.C;Reis,I.T;Heredia,
Efeitos
do
R.A.G;Ventura,M.L;Tufik,S;
exercício físico e
Antunes,H.K.M;Mello,M.T/2003 da atividade física 67
na depressão e
ansiedades
em
224
de
Explicatoria
54
De
caso
randomizado
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
(Corazza, 2005)
(Zarperllon,
G.M;Rosa,
F.G;Schwertner,
D.S;Bento,
V.L.G;Coutinho, A.A.G;Paulini,
2005)
Nunes, M.B; Moraes, P.R;
Rodrigues, T;Costa, J. A/2006
Irigaray, T. Q.;Schneider, R. H./
2007.
(Benedetti, Borges, Petroski, &
Gonçalves, 2008)
Silva, M. S.;Chaves, E. M./2009
indivíduos idosos.
Influência
da
prática regular de
atividade
física
sobre
sintomas
depressivos
em
idosos
institucionalizados.
Tendência
a
estados
depressivos
em
idosos praticantes
de atividade física.
Correlação entre
sintomatologia
depressiva
e
prática
de
atividades sociais
em idosos.
Prevalência
de
depressão
em
idosas
participantes da
Universidade para
a Terceira Idade.
Atividade física e
estado de saúde
mental de idosos.
Atividade Física e
Bem-Estar
na
Velhice.
60
68
43
De
caso
randomizado
122
De
caso
randomizado
Randomizado
Transversal e
de correlação
66
150
73
103
De campo
71
875
62
62
Estudo sobre a
influência
da
prática
de
atividade física na 60
síndrome
depressiva e no
bem-estar
de
sujeitos da terceira
idade
Gonçalves, V. C., & Andrade, K. Prevalência
de
L./2010
depressão
em
idosos atendidos 71
em ambulatório de
geriatria da região
nordeste do Brasil
(São Luís-MA)
Quantitativa
randomizada
De
corte
transversal,
interdisciplinar
e qualitativa
Abade, M., & Zamai, C./2009.
225
De
corte
transversal
18
102
De
corte
transversal
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
(Mazo, Krug, Virtuoso, Streit, & Autoestima
E
Benetti, 2012)
Depresão
Em
Transversal
Idosos Praticantes 60
174
randomizado
De
Exercícios
Físicos.
Melo, B;Moraes, H.S;Silveira, Efeito
do
De
caso
H;Oliveira,
N;Camaz, treinamento físico 52
60
randomizado
A.D;Jerson, L /2014
na qualidade de
vida em idosos
com
depressão
maior.
Quadro 1
Tais estudos citaram como possíveis causas da depressão: humor deprimido, autoestima baixa,
pessimismo, pensamentos lentos, perda de interesse ou prazer, alterações do sono, retardo
psicomotor, padrões alimentares perturbados, causando, contudo, distúrbios clínicos, desajustes
sociais, entre outros(Abade & Zamai, 2009), como mostra o quadro 2.
Sintomas do estado de Sintomas
humor
neurovegetativos
Deprimido/disfórico
Distúrbio do sono
Irritabilidade Sentimento de Inapetência
abandono/
inutilidade Emagrecimento
Tristeza Diminuição da Perda da energia
autoestima
Desânimo Lentificação
Retraimento social /solidão psicomotora
Anedonia e desinteresse Inquietação
Idéias
autodepreciativas psicomotora Dores
Idéias de morte Tentativas inespecíficas
de suicídio
Hipocondria
Quadro 2(Abade & Zamai, 2009)
Sintomas
cognitivos
Dificuldade de: memória
concentração
Lentificação do
raciocínio
Sintomas
psicóticos
Delírios de morte
Delírios de ruína
Idéias paranóides
Alucinações
mandativas
de
suicídio
DISCUSSÃO
A metodologia usada nos estudos são diferentes uns dos outros, mas todos chegam a um mesmo
resultado, encontrou-se grande variação de faixas etárias nas amostras estudadas e nem todos os
autores seguiram parâmetros e definições internacionais como critérios de inclusão, dificultando a
comparabilidade entre os estudos, dos estudos analisados a maior amostra era representada por 875
idosos enquanto a menor era composta por 18 indivíduos. A atividade física em geral gera muitos
benefícios para o ser vivo, mas no caso dos idosos é de suma importância. Para (Stella, Gobbi,
Corazza, Luiz, & Costa, 2002) Atividade física eleva a autoestima do idoso, contribui para a
implementação das relações psicossociais e estimula as funções cognitivas, principalmente a
capacidade de concentração e de memória. Na maioria dos estudos foi usado método randomizado
como mostra o estudo feito por (Cheik & Reis, 2003) foram selecionados 54 idosos saudáveis (66,85 ±
4,42 anos), de ambos os sexos, que foram subdivididos em 3 grupos: Grupo A – controle (indivíduos
sedentários), n=18; Grupo B – grupo de desportistas (indivíduos sedentários que passaram a praticar
226
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
exercícios físicos regularmente), n=18; Grupo C – grupo de lazer (indivíduos que participam de
programas de atividade física não sistematizada) n=18. Os voluntários do Grupo B iniciaram um
programa de exercício físico por um período de quatro meses sendo então reavaliados seguindo o
mesmo protocolo inicial. Os resultados revelaram que o Grupo de desportistas obteve um índice
satisfatório significativo de redução dos escores de depressão (Inventário Beck), passando de leve
para normal, e em relação aos índices indicativos para ansiedade (Idade Traço e Estado) e os dados se
demonstraram baixos em todos os grupos analisados. Os resultados sugerem que a prática regular de
exercício físico orientado com parâmetros fisiológicos, pode contribuir na redução dos escores para
depressão e ansiedade em indivíduos com mais de 60 anos.
Outro tipo de pesquisa utilizada por 5 dos 12 estudos selecionados foi o de pesquisa transversal
como mostra (Gonçalves & Andrade, 2010) Foi realizado estudo transversal com aplicação de
questionário contendo: variáveis clínicas e epidemiológicas, Escala de Depressão Geriátrica de
Yesavage (EDG), WHOQOL-Old e WHOQOL-Abreviado em idosos atendidos no Setor de Geriatria do
Programa de Ação Integrada para o Aposentado, de janeiro a abril de 2009, em São Luis-MA. Os
dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS for Windows 14.0, com aplicação dos testes
não paramétricos adequados, inclusive correlação de Spearman, considerando as diferenças
significantes quando P<0,05. Foram avaliados 102 idosos com a idade variando de 60 a 91 anos e a
média de 71,5 ± 6,7 anos. A maioria eram mulheres (71,6%), casados (64,8%) e aposentados (87,3%);
38,2% eram hipertensos; 11,8%, diabéticos; 20,6%, com hipertensão e diabetes; 40,2% procuraram
atendimento por doença do sistema osteomuscular; 34,3%, do aparelho circulatório e 14,7%, por
doenças endócrinas. A EGD variou de 0 a 13, com a média de 6,0 ± 3,9. A prevalência de depressão
foi de 50%, sendo grave em 13,7%. Observou-se associação significante entre depressão e idade,
sexo, raça e atividade física, refletindo na qualidade de vida dos idosos. A prevalência de depressão
foi alta, afetando homens, negros e sedentários, com agravamento conforme avanço da idade e
influenciando na piora da qualidade de vida.
A utilização da Escala de Depressão Geriátrica foi utilizada em quase todos os estudos por ser
simples e de fácil aplicação corroborando com essa afirmação temos os autores (Irigaray & Schneider,
2007) a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) é uma medida utilizada para o rastreamento de
depressão em idosos, sendo um dos instrumentos mais frequentes utilizados para esse fim. É
composta por 15 itens na versão curta e foi desenvolvida especialmente para o rastreamento dos
transtornos de humor em idosos, com perguntas que evitam a esfera das queixas somáticas. São
perguntas fechadas, apresentando respostas do tipo “sim” ou “não”. Diversos estudos mostraram
que a GDS oferece medidas válidas e confiáveis.
Conclusão
A literatura aqui verificada parece de maneira geral, sustentar que a atividade física traz benefícios
para os idosos com depressão. Tendo em vista que essa pesquisa foi feita com artigos publicados de
2002 a 2014, e as conclusões seguem a mesma linha de pensamento segundo o estudo de (Stella et
al., 2002) A atividade física, quando regular e bem planejada, contribui para a minimização do
sofrimento psíquico do idoso deprimido, além de oferecer oportunidade de envolvimento
psicossocial, elevação da autoestima, implementação das funções cognitivas, com saída do quadro
depressivo e menores taxas de recaída. E o de (Melo, B;Moraes, H.S;Silveira, H;Oliveira, N;Camaz,
A.D;Jerson, 2014) O presente estudo mostrou que tanto o Treinamento Aeróbico quanto o
Treinamento Força com intensidade moderada podem contribuir para a redução dos sintomas de
depressão e melhora da qualidade de vida, especialmente dos aspectos físicos. E ainda, que tais
alterações podem ser dependentes de aspectos fisiológicos causados pelo exercício, e não somente
pelo contato social. Em contrapartida a essas afirmações e as de outros autores concluímos que “a
atividade física traz muitos benefícios para idosos com depressão” bem como a independência para
227
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
certas atividades, prazer pela a vida, auxiliam na autoestima, aptidão física, retardo do declínio
funcional e diminuição dos efeitos deletérios provocados pelo envelhecimento além de benefícios
físicos, psicológicos e sociais.
Apesar de a literatura sustentar os efeitos benéficos da atividade física em idosos depressivos, há
mais necessidade de estudos a cerca do tema. E também Propõe-se que as administrações
municipais organizem programas de atividade física, além da inclusão exercícios físicos nas
programações dos Grupos de Terceira Idade.
Referências Bibliografia
Abade, M., & Zamai, C. a. (2009). Estudo sobre a influência da prática de atividade física na síndrome
depressiva e no bem-estar de sujeitos da terceira idade Key words : physical activity , depression
syndrome , well-being , third ag, 319–335.
Araujo, catiusque lima de B., Aparecida, C. S. de S., Conceição, R. S., & Quênia, A. G. da S. (2013). No
Title. ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS COM DIAGNOSTICO DE DEPRESSÃO, 9, 23–26.
Benedetti, T., Borges, L., Petroski, E., & Gonçalves, L. (2008). Atividade física e estado de saúde
mental de idosos. Physical activity and mental health. Rev Saúde Pública, 42(2), 302–307.
http://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000007
Cheik, N. C., & Reis, I. T. (2003). Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e
ansiedade em indivíduos idosos Effects of the physical exercise and physial activity on the depression
and anxiety in elderly. Revista Brasileira de Ciência E Movimento, 11(3), 45–51.
Corazza, D. I. (2005). INFLUÊNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE SINTOMAS
DEPRESSIVOS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.
Gonçalves, V. C., & Andrade, K. L. (2010). Prevalência de depressão em idosos atendidos em
ambulatório de geriatria da região nordeste do Brasil (São Luís-MA), 8(1), 289–300. Retrieved from
http://revista.unati.uerj.br/pdf/rbgg/v13n2/v13n2a13.pdf
Gumarães, J. M. N., & Caldas, C. P. (2006). A influência da atividade física nos quadros depressivos de
pessoas idosas: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Epidemiologia, 9(4), 481–492.
http://doi.org/10.1590/S1415-790X2006000400009
Irigaray, T. Q., & Schneider, R. H. (2007). Prevalência de depressão em idosas participantes da
Universidade para a Terceira Idade. Revista de Psiquiatria Do Rio Grande Do Sul, 29(1), 19–27.
http://doi.org/10.1590/S0101-81082007000100008
Mazo, G. Z., Krug, R. R., Virtuoso, J. F., Streit, I. A., & Benetti, M. Z. (2012). Autoestima E Depresão Em
Idosos
Praticantes
De
Exercícios
Físicos.
Kinesis,
30(1),
188–199.
http://doi.org/10.5902/010283085724
Melo, B;Moraes, H.S;Silveira, H;Oliveira, N;Camaz, A.D;Jerson, L. (2014). Efeito do treinamento físico
na qualidade de vida em idosos com depressão maior Effects physical training on quality of life in
older adults with major depression.
Silva, M. S., & Chaves, E. M. (2009). Atividade Física e Bem-Estar na Velhice, 11(2), 225–236.
Stella, F., Gobbi, S., Corazza, D. I., Luiz, J., & Costa, R. (2002). Depressão no Idoso : Diagnóstico ,
Tratamento e Benefícios da, 8, 91–98.
Zarperllon, G.M;Rosa, F.G;Schwertner, D.S;Bento, V.L.G;Coutinho, A.A.G;Paulini, J. N. . (2005).
TENDÊNCIA A ESTADOS DEPRESSIVOS EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA. Most, 45–49.
http://7a12.ibge.gov.br/pt/vamos-conhecer-o-brasil/nosso-povo/caracteristicas-da-populacao
Anexo 1
228
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA – GDS
1. Está satisfeito (a) com sua vida? (não =1) (sim = 0)
2. Diminuiu a maior parte de suas atividades e interesses? (sim = 1) (não = 0)
3. Sente que a vida está vazia? (sim=1) (não = 0)
4. Aborrece-se com freqüência? (sim=1) (não = 0)
5. Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)
6. Teme que algo ruim possa lhe acontecer? (sim=1) (não = 0)
7. Sente-se feliz a maior parte do tempo? (não=1) (sim = 0)
8. Sente-se freqüentemente desamparado (a)? (sim=1) (não = 0)
9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? (sim=1) (não = 0)
10. Acha que tem mais problemas de memória que a maioria? (sim=1) (não = 0)
11. Acha que é maravilhoso estar vivo agora? (não=1) (sim = 0)
12. Vale a pena viver como vive agora? (não=1) (sim = 0)
13. Sente-se cheio(a) de energia? (não=1) (sim = 0)
14. Acha que sua situação tem solução? (não=1) (sim = 0)
15. Acha que tem muita gente em situação melhor? (sim=1) (não = 0)
Avaliação:
0 = Quando a resposta for diferente do exemplo entre parênteses.
1= Quando a resposta for igual ao exemplo entre parênteses.
Total > 5 = suspeita de depressão
Tabela para apresentação dos resultados do GDS
DATA
RESPOSTAS
RESPOSTAS
SIM
NÃO
229
PONTUAÇÃO
TOTAL
CLASSIFICAÇÃO
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM PRATICANTES DE
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIAS
NEVES, F. P. R.1;
VALENTINI, A. F.1;
FIGUEIREDO, A. P.1;
ENAF – Minas Gerais – Brasil.
email: [email protected]
RESUMO
O estudo objetivou verificar o consumo de suplementos nutricionais por praticantes de atividades
físicas em diversas academias da cidade de Lavras - MG. A pesquisa abordou 50 participantes que
assumiram o uso de suplementos alimentares e aplicou um questionário com perguntas específicas
ao tema, relacionadas a exercícios e suplementação, sobre o tipo de atividade física, tempo de
permanência na academia e frequência semanal de atividade física. Os entrevistados são do sexo
masculino, com idade entre 15 e 35 anos. Os resultados obtidos apontaram um alerta sobre a falta de
orientação qualificada para a decisão de começar a fazer uso de suplementos: a maioria foi norteada
por amigos ou escolheram o suplemento por conta própria. Também, a grande maioria dos
entrevistados respondeu que seu principal objetivo para o hábito de frequentar a academia é a busca
por hipertrofia muscular, o que promove a dominância da escolha de compostos protéicos para
atingir essa meta. Diante dos dados coletados, conclui-se que a busca pelo corpo esteticamente
perfeito está acima da preocupação com a saúde e qualidade de vida, o que leva os praticantes a
fazerem uso de suplementos sem a supervisão e acompanhamento de um profissional capacitado.
PALAVRAS-CHAVES: Suplemento alimentar; nutrição; alimentação
ABSTRACT
The study aimed to verify the consumption of nutritional supplements for practitioners of physical
activities in various academies in the city of Lavras - MG. The survey addressed 50 participants who
took the use of dietary supplements and applied a questionnaire with specific questions to the topic
related to exercise and supplementation, on the type of physical activity, time spent in the gym and
weekly frequency of physical activity. Respondents are male, aged between 15 and 35 years. The
results showed a warning about the lack of qualified guidance for the decision to start making use of
supplements: most were guided by friends or chose the supplement on their own. Also, the vast
majority of respondents replied that his main goal for the habit of attending the gym is the search for
muscle hypertrophy, which promotes the dominance of choice of protein compounds to achieve this
goal. On the collected data, we conclude that the search for aesthetically perfect body is above the
concern for the health and quality of life, leading practitioners to make use of supplements without
the supervision and monitoring of a skilled professional.
KEYWORDS: Food supplement; nutrition; food
230
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
INTRODUÇÃO
O suplemento alimentar é definido por Williams (2004) como substância(s) adicionada(s) à dieta,
principalmente vitaminas, minerais, aminoácidos, metabólicos constituintes, extratos ou
combinações de qualquer desses ingredientes. Segundo Meirelles (2003), os suplementos são
projetados para aperfeiçoar o desempenho humano em quaisquer níveis, isto é, desde um atleta
competitivo desejando ser campeão mundial no próximo ano até um indivíduo não atleta desejando
longevidade e bem estar.
Outro motivo para a ingestão de suplementos se refere às práticas nutricionais extremamente rígidas
e às tensões que o treinamento e as competições impõem às pessoas que praticam atividades físicas.
Os suplementos asseguram ao indivíduo a obtenção de grande parte dos nutrientes necessários para
a manutenção e cuidado com a saúde, além de prevenir e/ou combater deficiências diagnosticadas
no usuário (MEIRELLES, 2003).
Atualmente, a suplementação não é restrita a atletas que buscam melhorar o desempenho em um
ambiente de competição, mas, também, os praticantes de atividades físicas estão aumentando o
consumo de suplementos para melhoria do próprio desempenho (Bacurau, 2009). O crescente uso de
suplementos alimentares por praticantes de exercícios físicos é notório, principalmente por
frequentadores de academias de ginástica e musculação - foco dessa pesquisa. Os suplementos
foram projetados para eliminar quaisquer deficiências possíveis ou existentes na dieta do indivíduo
comum, que, com a correria do cotidiano, tende a necessitar da ingestão de vitaminas, minerais e
oligoelementos para complementar sua dieta balanceada (MEIRELLES, 2003).
Entretanto, estudos apontam que há uma ausência de informação de grande parte dos consumidores
desses suplementos. Os frequentadores de academias de ginástica e musculação são um público
distinto e característico, que se preocupam com o corpo e a qualidade de vida, sendo muito adeptos
ao modismo alimentar, exposto pela mídia e treinadores (Carvalho; Hirschbrush, 2003). A população
tem sido levada a procurar, de forma abusiva, essas substâncias que potenciam a busca de um corpo
esteticamente perfeito (Santos; Santos, 2002).
Neste contexto, a prescrição e a orientação feita por profissionais da área nutricional são de
fundamental importância, sabendo-se que a suplementação na dieta é recomendada apenas em
situações específicas (Santos; Barros Filho, 2002), ou seja, para atletas e/ou indivíduos que
necessitam de nutrientes, literalmente “suplementares” aos que são oferecidos pela alimentação
convencional.
O exercício físico deve ser compreendido como uma das formas de atividade física planejada,
estruturada, sistemática, efetuada com movimentos corporais repetitivos, a fim de manter ou
desenvolver um ou mais componentes da aptidão física (Lima, 2002). Tendo em vista esse contexto,
observa-se a necessidade de abordagem do tema, visando levantamento de dados sobre o uso de
suplementos alimentares por frequentadores de academias e diagnóstico do cenário de consumo
consciente (ou não) desses produtos.
OBJETIVOS
231
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Esse estudo visa levantar dados e analisar as informações disponibilizadas por praticantes de
atividades físicas que frequentam diversas academias de musculação e atividades aeróbicas. A busca
pelos participantes dessa pesquisa parte de um perfil comum: homens entre 15 e 35 anos que
assumem consumir suplementos alimentares em sua dieta nutricional; e, a partir das informações
obtidas, o objetivo é traçar um diagnóstico comum entre os entrevistados, a fim de identificar suas
características e hábitos relacionados ao uso de suplementos, tipo de exercício praticado, frequência,
tempo de atividade física e metas buscadas com esses hábitos.
Dessa forma, a pesquisa montará um cenário atual acerca do consumo de suplementos nutricionais
em praticantes de exercício físico em academias.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi elaborada a partir de uma abordagem quantitativa, iniciada no mês de janeiro e
concluída no mês de maio de 2015, por meio de questionários distribuídos para 50 indivíduos do
gênero masculino, com idade entre 15 e 35 anos, praticantes de exercícios físicos em 10 academias
(escolhidas aleatoriamente) da cidade de Lavras (MG).
A abordagem dos participantes foi aleatória e todos os entrevistados foram orientados com isonomia
e imparcialidade. O tempo para resposta das questões apresentadas foi livre e o participante obteve
total autonomia para responder da maneira que julgava correta.
Os entrevistados puderam optar por revelar suas identidades, promovendo uma oportunidade para
total sinceridade ao responder as questões propostas. Dessa forma, toda a análise realizada tem base
fundamental no conteúdo das entrevistas, sem contaminação com pré-conceitos ou julgamentos
adquiridos de quaisquer outras formas de interação com os entrevistados.
Os dados levantados a partir das respostas dos questionários foram analisados por meio de tabelas e
gráficos, proporcionando uma visão global sobre as informações coletadas.
RESULTADO
Os gráficos abaixo traduzem os resultados do levantamento realizado.
232
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 1 - De acordo com a pesquisa, a grande maioria dos praticantes de atividades físicas em
academia - que fazem o uso de suplementos, está há um período de treino superior a 23 meses. A
segunda maior parcela de tempo em treinamento é de 11 a 14 meses. E a minoria dos entrevistados
frequentam a academia a apenas 3 meses.
Gráfico 2 – O levantamento apontou que a maioria dos entrevistados pratica somente a musculação,
sendo outra grande parcela praticava musculação e atividade aeróbica; restando uma minoria
praticante, somente, de atividades aeróbicas.
233
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 3 – Todos os praticantes abordados por essa pesquisa frequentam a academia, no mínimo,
três vezes por semana; e é expressiva a parcela de entrevistados que praticam atividades físicas de 5
a 7 vezes por semana.
Gráfico 4 – As respostas dos praticantes de atividades físicas apontam que nenhum entrevistado se
exercita por mais de 3 horas. E é significante a parcela de indivíduos que permanecem nas academias
por uma até duas horas.
234
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 5 - De acordo com a pesquisa, a maior parte dos entrevistados começou a usar suplementos
recentemente: cerca de 1 a 6 meses. Outra parcela expressiva de praticantes faz uso de suplementos
há mais de 23 meses. E os demais resultados ficaram bem divididos entre os entrevistados.
Gráfico 6 – Os dados coletados apontam que o composto predominante no suplemento mais
utilizado é o protéico e uma parcela significativa faz uso de outros tipos de compostos alimentares.
Também, as vitaminas e minerais são os menos consumidos pelos praticantes abordados.
235
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 7 – Predominantemente, o suplemento mais utilizado pelos praticantes de atividades físicas é
o Whey Protein. Em segundo lugar está o BCAA, seguido pela Creatina. Os demais compostos não
têm um consumo expressivo.
Gráfico 8 - De acordo com a pesquisa, a maioria dos praticantes abordados consume os suplementos
diariamente. A segunda maior frequência de consumo é por ciclos. Já a menor opção marcada foi “às
vezes”.
236
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 9 – O levantamento aponta que a maioria dos entrevistados segue as orientações descritas
pelo fabricante, no rótulo do produto. Enquanto a minoria afirma não seguir essa orientação.
Gráfico 10 – A pesquisa revela que a indicação para o consumo de suplementos é realizada pelos
amigos dos praticantes. Em segundo lugar, os entrevistados resolvem tomar suplementos por conta
própria. Em seguida, o instrutor de academia que recomenda a ingestão dos compostos. Por fim, uma
minoria de entrevistados respondeu pelas demais opções: nutricionista, vendedor, educador
físico/personal.
237
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Gráfico 11 - De acordo com a pesquisa, o local onde acontece a maioria das indicações é na academia
e as demais opções estão dividas entre os praticantes.
Gráfico 12 - De acordo com os entrevistados, o objetivo da grande maioria é a hipertrofia muscular.
Em segundo lugar houve empate entre a melhora de desempenho e a busca por definição muscular.
Em seguida, o emagrecimento é apontado por uma parcela significativa dos praticantes. E, por
último, está a procura por qualidade de vida.
DISCUSSÃO
O levantamento de dados realizado nessa pesquisa analisa o consumo de suplementos nutricionais
consumidos pelos praticantes de atividades físicas em academias da cidade de Lavras – MG. Os
participantes abordados têm um perfil inicialmente comum: homens, com idade entre 15 e 35 anos;
e, durante o trabalho de entrevistas, outras características também se mostraram comuns, como o
maior interesse no ganho de massa muscular e menos preocupação com a qualidade de vida, entre
outros.
Considerando o resultado obtido de que os suplementos protéicos e de aminoácidos são os mais
consumidos pelos praticantes de atividades físicas, confirma-se o estudo de Rocha e Pereira (1998),
em que a maioria dos praticantes também faz uso desses compostos. Dessa forma, sugere-se que,
para esse público, a musculação associada ao consumo de suplementos nutricionais resultará em
hipertrofia e definição mais eficiente, confirmando, ainda, o estudo de Duarte et al. (2007), realizado
nas academias de ginástica de Franca - SP.
238
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Outro ponto comum entre os entrevistados aponta que a maioria realiza apenas musculação nas
academias e não atividades aeróbicas. Observou-se também que uma parcela significativa dos
participantes frequentam as academias por um longo período, superior a 23 meses, demonstrando
que a prática de atividades físicas é uma preocupação intrínseca no cotidiano dos entrevistados.
Em relação à duração dos treinos na academia, há outra característica comum entre os participantes,
revelando que a maioria permanece de 1 a 2 horas na academia. Essa análise também consta nos
resultados no estudo de Pimenta, Lopes (2008), realizado nas academias de Cascavel - PR, onde a
maior parte dos participantes permanece nas academias de 1 a 2 horas por dia.
A análise das respostas sobre a indicação para início do uso dos suplementos nutricionais apontou
um resultado alarmante: grande parte dos entrevistados revela optar pelo consumo de suplementos
a partir de sugestões de seus amigos – sem qualquer avaliação profissional mais apurada para o
começo desse hábito. Da mesma forma, é possível considerar a carência de acompanhamento
profissional capacitado para a avaliação dos resultados e consequências desses novos hábitos
nutricionais.
Sugere-se, para futuras pesquisas, um maior número de pesquisados, separando-se por grupos de
menor diferença de idade, a fim de avaliar as preferências por grupos etários. Também seria
interessante analisar as semelhanças e diferenças dos praticantes de atividades físicas do sexo
feminino.
CONCLUSÃO
Concluiu-se com esta pesquisa que o consumo de suplementos por praticantes de exercícios físicos
em academias de Lavras – MG. em sua grande maioria, é desorientado quanto à real necessidade
desse hábito; ou seja, iniciam o uso de suplementos sem prescrição de um profissional qualificado da
área da nutrição humana e continuam o consumo sem um acompanhamento qualificado dos
resultados e consequências dessa prática. Durante o levantamento das respostas apresentadas,
observa-se que a orientação para o consumo de suplementos alimentares está sendo feita
indevidamente por profissionais de outras áreas, amigos sem formação específica e até mesmo por
conta própria; contrariando, muitas vezes, a real necessidade do consumo nesses suplementos para
os praticantes.
Também, é possível concluir que o objetivo principal da maioria destes praticantes é a estética;
deixando a qualidade de vida e a saúde em segundo plano. Dessa forma, os praticantes entrevistados
fazem uso de suplementação do tipo protéica, que está associada à hipertrofia muscular, em
detrimento a outros tipos de compostos suplementares.
REFERÊNCIAS
BACURAU, Reury Frank. Nutrição e suplementação esportiva. 6ª edição. São Paulo: Phorte, 2009.
CARVALHO J. R.; HIRSCHBRUCH M. D. Consumo de suplementos nutricionais por frequentadores de
uma academia de ginástica de São Paulo. In: I Premio Maria Lucia Cavalcanti. Anais. São Paulo:
Conselho Regional de Nutricionistas, 3ª região, 2003.
DUARTE, P. S. F.; NEIVA, C. M.; SANTOS, C. M.; PELIZER, L. H.; ZANINELO, M. O. Aspectos gerais e
indicadores estatísticos sobre consumo de suplementos nutricionais em academias de ginástica,
nutrição em pauta. Jan./fev., 2007.
239
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
LIMA, M.D.O. Qualidade de vida relacionada às atividades físicas. Recife: ED/UFPE, 2002.
MEIRELLES, L. Suplementos nutricionais são os alvos da medicina ortomolecular. Rio de Janeiro:
Grupo de estudos avançados em Saúde e Exercício, 2003.
PIMENTA, M. G., LOPES, A.C. Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de atividade
física de academias de ginástica de cascavel – PR. Revista de nutrição, 2008. Disponível em: <http://
/scielo.org/php/index.php> Acesso em: 03 ago. 2011.
ROCHA, L. P.; PEREIRA, M. V. L. Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de exercícios
físicos em academias. Rev. Nutr., v. 11, 1998, p.76 - 82.
SANTOS, K.M.O.; BARROS FILHO, A.A. Consumo de produtos vitamínicos entre universitários de São
Paulo, SP. Revista de Saúde Pública vol. 36, n.02, p.250-253, 2002.
SANTOS, M. A. A. dos; SANTOS, R. P. dos. Uso de suplementos alimentares como forma de melhorar
a performance nos programas de atividade física em academias de ginástica. Rev. paul. Educ. Fís.,
São Paulo, 16(2): 174-85, jul./dez., 2002.
WILLIAMS, M. suplementos dietéticos e desempenho esportivo: introdução e vitaminas. Nutrição
em Pauta, n.64, p.56-61, 2004.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DOMINGOS, M. M,; PAIVA NETO, A. Manual para elaboração do trabalho de conclusão de curso
(TCC). Poços de Caldas, 2014. Disponível em: < > Acesso em: 25 abril 2014.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-Reitoria de Graduação. Sistema de
Bibliotecas. Padrão PUC Minas de normalização: normas da ABNT para apresentação de trabalhos
científicos, teses, dissertações e monografias. Belo Horizonte, 2010. Disponível
em:<http://www.pucminas.br/ biblioteca>. Acesso em: 30 abril 2014.
240
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A EXCLUSÃO DO CONTEÚDO NATAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NO ENSINO FUNDAMENTAL
Deleting the content swimming in Physical Education classes in elementary education
RAMOS, Messias Maria de Jesus1; NASCIMENTO, Erika Morgana Felix2
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi compreender o motivo da exclusão do conteúdo natação nas aulas
de educação física no ensino fundamental. A amostra foi composta por nove professores de
Educação Física do ensino fundamental que trabalham com natação em três escolas estaduais de
tempo integral localizada na cidade de Manaus-AM. Foi utilizado um questionário com quatro
perguntas abertas elaboradas pelo próprio pesquisador, nos quais questionavam sobre a importância
do conteúdo de natação, a metodologia utilizada, as dificuldades de inserir a natação nas aulas de
educação física e a opinião dos professores a respeito da inserção do conteúdo de natação em
escolas que não possuem infraestrutura. Os resultados mostram que mesmo nas escolas com
infraestrutura (piscinas) existe a carência de materiais e a falta de manutenção prejudicando o
aprendizado dos alunos. Conclui-se que mesmo as escolas com toda uma infraestrutura para as aulas
práticas de natação, a maioria das escolas tem problemas com a manutenção de materiais
adequados para as aulas de natação.
Palavras Chaves: Natação, Educação Física escolar, Ensino Fundamental.
Abstract
The aim of this study was to understand the reason for deleting the content swimming in physical
education classes in elementary school. The sample consisted of nine physical education teachers of
elementary school working with swimming in three state schools full time in the city of Manaus - AM.
A questionnaire with four open questions developed by the researcher, in which asked about the
importance of the content of swimming, the methodology used, the difficulties of inserting swimming
in physical education classes and the teachers' opinion about the inclusion of content swimming in
schools that haven’t infrastructure. The results showed that even in schools with infrastructure
(pools) there was a lack of materials and lack of maintenance damaging student learning. It was
concluded that even schools with a whole infrastructure for practical swimming lessons, most schools
have problems with maintenance adequate materials for swimming lessons.
Keywords: Swimming, Physical Education, Elementary Education
Introdução
A natação é considerada um dos exercícios físicos mais completos, é o ato de mover-se e sustentar-se
na água por impulso próprio (MERIDA, 2000 apud FERREIRA, 2007). A natação é considerada uma
atividade que pode ser praticada por todas as idades, pois é importante para a saúde, servindo
também como meio de sobrevivência no meio liquido, além de trabalhar outras capacidades físicas,
motoras e sensoriais.
A natação deve garantir o desenvolvimento equilibrado do indivíduo, oferecendo-lhe os meios para
que ele mesmo consiga atingir seus fins, auxiliando na estruturação do seu esquema corporal,
permitindo que às crianças tenham noções perceptivas do próprio corpo, através das vivencias em
diferentes posições (LIMA, 1999, apud MACEDO, 2OO7).
241
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Considerando-se este desporto como prático corporal e educacional dentro da escola, observa-se
que há, sobretudo, uma carência de estudos que relacionam sua aplicação neste âmbito. Como
provável consequência, em muitas escolas que possuem a estrutura física e equipamentos
necessários, o meio líquido foi pouco utilizado com o propósito de aplicação das aulas de Educação
Física escolar (MACEDO et al., 2007 apud MENDONÇA, 2011 ).
Segundo os Paramentos Curriculares Nacionais-PCN’S (1997 p.37) considera-se esporte as práticas
em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais,
nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional. Envolvem
condições espaciais e de equipamentos sofisticados como campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues,
ginásios, etc.
Para se falar do ensino da natação é necessário que o aprendizado mesma na escola tenha
componentes educativos entendidos de acordo com as dimensões dos conteúdos pedagógicos,
fazendo com que o aluno conheça um pouco da história da natação, entendendo as mudanças que
ocorreram com o passar do tempo, adquirindo conhecimentos em algumas regras e fundamentos
básicos e podendo assim vir a ter um maior interesse pelo esporte e quem sabe buscar meios de
praticá-lo (FERRAZ, 1996 apud FERNANDES, 2OO6).
Diante do exposto acima, o objetivo do presente estudo foi compreender o motivo da exclusão do
conteúdo natação nas aulas de educação física no ensino fundamental.
Métodos
Amostra
A amostra do presente estudo foi composta por 9 professores de Educação Física, sendo 6 mulheres
e 3 homens professores do ensino fundamental que trabalham em 3 escolas estaduais de tempo
integral da zona leste de Manaus-AM. Os professores de Educação física que participaram do
presente estudo preencheram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
O estudo seguiu as normas de pesquisa envolvendo seres humanos estabelecidos pela declaração
de Helsinki e diretrizes da resolução 196/96, do conselho nacional de saúde.
Detalhes dos Procedimentos
Após o envio do trabalho para aprovação do comitê de ética fez-se o contato com a direção das
escolas selecionadas. Os gestores disponibilizaram um dia da semana para que a pesquisa fosse
realizada. No dia pré-estabelecido a pesquisadora entregou o questionário aos professores de
Educação Física, para que os mesmos o respondessem.
O instrumento utilizado para pesquisa foi um questionário com quatro perguntas abertas elaboradas
pelo próprio pesquisador direcionado aos professores de educação física das escolas selecionadas.
O questionário abordou as seguintes questões.
1- Qual sua opinião sobre o conteúdo da natação nas aulas de educação física no ensino
fundamental?
2 - Como você ministra os conteúdos de natação nas aulas de educação física?
3 - Qual a maior dificuldade em inserir o conteúdo natação nas aulas de educação física?
4 - Em sua opinião como a natação deve ser trabalhada nas escolas sem estrutura para prática? É
possível?
Após a coleta de dados as perguntas foram selecionadas por categorias, de acordo com o
conteúdo pesquisado onde foi discutido e analisado através de perguntas e respostas, utilizando
como ferramenta o Word 2007.
242
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Resultados e Discussão
Os resultados do presente estudo foram apresentados em quatro quadros, sendo que cada um
corresponde a uma pergunta do questionário utilizado na atual pesquisa.
Quadro 1. Análise do conteúdo relacionado à pergunta 1: Qual sua opinião sobre o conteúdo natação
nas aulas de Educação Física no ensino fundamental?
Respostas
Professores
Importante, pois a vivência no meio líquido é fundamental para o
5
desenvolvimento global do aluno.
Dar a mesma importância para esporte natação que para os demais
3
esportes.
Aulas lúdicas e recreativas
1
Durante a pesquisa, ao serem questionados sobre a importância da inserção do conteúdo natação
nas aulas de Educação Física (quadro 1) cinco professores responderam que o conteúdo é de suma
importância na formação global do aluno. Frente a mesma pergunta, três professores responderam
que dão o mesmo valor a natação do que outros esportes e apenas um professor respondeu que
aborda a natação com aulas lúdicas e recreativa.
Para se falar em pedagogia da natação é necessário assumir que o aprendizado da natação tenha
componentes educativos, entendidos aqui como aqueles de natureza procedimental, conceitual e
atitudinal presentes nos conteúdos de ensino (FERRAZ, 1996 apud FERNANDES, 2006).
O objetivo da natação na Educação Física Escolar é oportunizar aos alunos vivências no meio líquido,
desenvolvendo suas potencialidades, diferente do objetivo das práticas esportivas, que visam o alto
rendimento. Dessa forma, a Educação Física deve ser democrática e não seletiva (BRASIL, 2000, apud
MACEDO et al., 2007).
As propostas se direcionam especificamente para a possibilidade do trabalho com brincadeiras em
meio líquido como um espaço para manifestação do lúdico, ou seja, uma forma de expressão artística
que permita o encontro entre professor e aluno, num processo que antecede o ato de nadar, mas
que facilita sua ambientação em meio líquido. (FREIRE, 2004 apud, TAHARA, 2007).
De acordoTahara, et al.,(2006)apud Da Luz 2013 há uma forte tendência de as atividades aquáticas
serem inseridas nas escolas. Pois esta havendo um grande interesse por parte dos pais por escolas
que oferecem atividades aquáticas, as quais podem ser relevantes para o processo de
desenvolvimento físico e psicológico de suas crianças.
Considerando a natação como prática corporal e educacional dentro da escola, observa-se que há,
sobretudo, uma carência de estudos que relacionam sua aplicação neste âmbito (MACEDO et al.,
2007). Tahara (2007) reforça esta importância evidenciando que as brincadeiras e jogos lúdicos no
meio aquático permite ao aluno a possibilidade de trazer suas experiências vividas anteriormente e,
assim, abrindo outras oportunidades de expressão e sensibilização.
Em outro estudo elaborado por Freire e Andries Jr. (2001), sugerem-se as atividades lúdicas como fins
pedagógicos para alcançar os plenos objetivos da natação para crianças. O brincar permite satisfação
de seus desejos e a resolução de alguns conflitos, que, na vida real, não são possíveis de acontecer
com tanta facilidade e espontaneidade.
Quadro 2. Análise do conteúdo relacionado à pergunta 2: Como você ministra os conteúdos de
natação nas aulas de educação física?
243
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Respostas
Aulas teóricas audiovisuais, e aulas práticas de forma recreativas
Apenas com aulas teóricas, audiovisuais
Professores
8
1
No quadro 2, foi questionado aos professores como eles ministram suas aulas de natação na
Educação Física. Oito professores responderam que sempre ministram de forma lúdica e recreativa,
com auxílio de materiais como bóias, pranchas, dentre outros e apenas um professor respondeu que
aborda o conteúdo com aulas teóricas e audiovisuais.
O meio líquido é desencadeador de novas emoções, sensações e pode proporcionar manifestações
simbólicas de outra natureza, diferentes daquelas que não são desse meio (SELAU, 2000, apud DA
LUZ, 2013). A brincadeira é um instrumento válido que auxilia na formação da criança. No entanto,
Benda(1999, apud MOISEIS, 2006), citou ser interessante complementar este processo de formação
com outras atividades não lúdicas, dando indícios de que é necessário alternar metodologia lúdica
com a tradicional de ensino.
Para Tahara (2007) professor pode lançar mão de sua capacidade de fantasiar para despertar o
brincar no aluno, fazendo com que este associe as fantasias daquele ao seu brincar, já que ambas,
brincar e fantasiar fazem parte do potencial criativo do ser humano. O profissional de natação que
hoje se limita apenas ao ensino dos quatro nados e não procura a diversificação de conhecimentos
não consegue perceber a riqueza que a natação pode oferecer às pessoas e às crianças carentes
(TAHARA, 2007). Esse profissional se compromete em relação ao mercado de trabalho, pois
atualmente se exige mais qualidade e seriedade àqueles que nele atuam. Porém, antes de ministrar
uma aula é preciso um planejamento e conhecimento do público a ser trabalhado, pois muitas vezes
tem alunos com níveis de aprendizagem avançado e isso, às vezes, causa desinteresse dos mesmos,
por isso, seria interessante alternar aulas recreativas com diferentes dificuldades.
Quadro 3. Análise do conteúdo relacionado à pergunta 3: Qual a maior dificuldade em inserir o
conteúdo natação nas aulas de educação física?
Respostas
Professores
Falta de manutenção na piscina e materiais
8
Os alunos sentem envergonhados ao ficarem de trajes de banho na
1
frente dos colegas.
No questionamento na terceira pergunta, em relação a maior dificuldade em ministra o conteúdo
natação nas aulas de Educação Física (quadro 3), oito professores mencionaram que a limpeza da
piscina e falta de materiais são os maiores empecilhos nas aulas práticas de natação. Enquanto um
professor declarou que tem problema relacionado à vestimenta dos alunos.
Considerando-se a natação como prática corporal e educacional dentro da escola, observa-se que há,
sobretudo, uma carência de estudos que relacionam sua aplicação neste âmbito. Como provável
consequência, em muitas escolas que possuem a estrutura física e equipamentos necessários, o meio
líquido foi pouco utilizado (MACEDO et al., 2007;).
Assim, a piscina deixa de ser uma opção para se aplicar atividades educacionais, ficando meramente
podada à natação de academia, oferecendo apenas o aprendizado dos quatro estilos de nados
(FERNANDES; COSTA, 2007).
Ainda, cabe ressaltar que a natação está inserida no bloco de esportes, caracterizando-se por adotar
regras oficiais e competitivas e por envolver a utilização de equipamentos específicos como campo,
piscina, ginásio, entre outros. Por isso, faz-se necessário a estruturação física dessas instalações para
aplicação desse esporte na grade curricular das escolas (MACEDO et al., 2007).
244
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Quadro 4. Análise do conteúdo relacionado à pergunta 4: Em sua opinião como a natação deve ser
trabalhada nas escolas sem estrutura para prática? É possível?
Respostas
Professores
Sim, com aulas teóricas e áudio visual, parcerias com clubes.
5
Impossível só na teoria, pois o principal é a prática
4
Na questão relacionada a quarta pergunta (quadro 4) foi questionado aos professores de educação
física se era possível trabalhar o conteúdo natação nas escolas sem estrutura. Cinco professores
responderam que tem possibilidade, outros quatro dizem que não, sem a pratica não é possível.
Essas respostas são contraditórias, pois de acordo com Macedo (2007), as três dimensões do
conteúdo podem ser trabalhadas nas aulas teóricas de natação, principalmente a conceitual, que fala
da história da natação, utilidade da natação ao longo do tempo, relação da natação com o lazer, com
o esporte e com a qualidade de vida, além das regras que podem ser apresentadas e discutidas com
os alunos.
Os grandes desafios enfrentados por cada professor de natação atualmente são superar a noção de
que aprender a nadar se resume ao domínio técnico dos quatro estilos, valorizar o aluno como
alguém que já traz um saber anterior, considerá-lo membro ativo no processo de aprendizagem e
mudar sua postura diante dos objetivos a serem alcançados (FERNANDES; COSTA, 2006).
A natação é mais uma oportunidade para o desenvolvimento da criança (GOMES; MARQUES, 2001),
contudo, também é um serviço e uma fonte financeira a mais para as escolas e, dessa forma sendo
paga, também é uma limitação ao acesso à prática desta modalidade para os que não podem pagar.
Evidenciando a escassez de piscinas públicas como uma barreira para o acesso à natação, os
informantes fornecem indícios de que há um reconhecimento e identificação das barreiras sociais
para o acesso à prática esportiva como atividade de lazer (BALASSO, 2008).
Segundo Balasso (2008) de fato, a escassez de equipamentos espaços públicos que viabilizem a
realização de atividades de lazer nas cidades é conhecida por todos, assim, seria necessário uma
melhor gestão governamental, com a implementação de programas mais justo e eficaz. Paiva et al.,
(1999) desenvolveram uma proposta de plano participativo, para a aplicação da natação na escola
relacionado à uma abordagem crítica, com o objetivo de se propor uma prática pedagógica em que
os alunos desenvolvam seu potencial crítico, sendo capazes de solucionar problemas.
Considerando-se a natação como prática corporal e educacional dentro da escola, observa-se que há,
sobretudo, uma carência de estudos que relacionam sua aplicação neste âmbito. Como provável
consequência, em muitas escolas que possuem a estrutura física e equipamentos necessários, o meio
líquido foi pouco utilizado (MACEDO et al., 2007).
Ainda, para Balasso (2008) a natação surge como uma área alternativa, não pela sua menor
importância, mas pela dificuldade da grande maioria das escolas usufruírem da utilização de piscinas.
As principais limitações do presente estudo foram o número pequeno de professores avaliados. Um
número mais elevado de sujeitos possibilitaria a utilização de análise estatística, o que reforçaria a
interpretação dos resultados.
Conclusão
Baseado no resultado da presente pesquisa, realizada por meio de um questionário com quatro
perguntas abertas sobre a natação com os professores de Educação Física do ensino fundamental, foi
evidenciado que mesmo as escolas com toda uma infraestrutura para as aulas práticas de natação, a
245
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
maioria das escolas tem problemas com a manutenção e materiais adequados para as aulas práticas
de natação.
Assim o conteúdo vem sendo pouco trabalhado, a qual vem atrapalhar o nível de aprendizagem dos
alunos, sendo que o objetivo principal é o conhecimento da modalidade para os benefícios da saúde
de forma integral do aluno.
Portanto é essencial que os professores e a escola em geral reconheçam a importância da natação,
espera-se que tais informações contidas nesse trabalho possam auxiliar para uma maior
compreensão sobre a natação nas aulas de educação física, tendo em vista que existem casos de
alunos que não se identificam com nenhum dos esportes trabalhados na escola e acabam se
desinteressando pela prática do exercício físico.
Referências Bibliográficas
Ana Paula; MENDONÇA, David; BORGES, Camila, A natação como conteúdo na educação física
escolar uma possibilidade pouco exploradas In: congresso Paulistano de Educação física escolar, São
Paulo 2011.
BALASSO,Ismar Lino; BALASSO Camila Odebrecht. Natação e inclusão social no colégio municipal
domingues souza lemos. Revista cientifica do itpac volume L Número1.Julho de 2008.
BENDA, Cristiane Abranches Pereira. A utilização de jogos, brinquedos e brincadeiras na
aprendizagem da natação. Rev. Min. Educação Física, Viçosa, 7(1):35-50, 1999.
BETTI, M; ZULIANI, L. R. Educação Física Escolar: uma Proposta de Diretrizes Pedagógicas. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, n. 1, p.73-81, anual. 2002
BONNACELLI, M. C. L. M. A natação no deslizar aquático da corporeidade. 2004. Tese (Doutorado
em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade de Campinas. Disponível em
ttp://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000316341&fd=y>. Acesso em: 27 mar. 2011.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais : educação física/
Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília. MEC/SEF, 2000. CAVALCANTI, V; PUGA Barbosa, Rita
Maria dos S. Caracterização do conhecimento de natação por parte de envelhecentes do Estado do
Amazonas. Rver. BIUS - v. 1, n.º2 2010 CATTEAU, R; GAROFF, G. O ensino da natação. 3 ed. São
Paulo: Manole, 1990.
DA LUZ,Manoel Alair Rodrigues. et al., A relação do desempenho escolar com a praticada natação.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013.
http://www.efdeportes.com/
DAMASCENO, L. G. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. São Paulo: Autores A ssociados,
1997.
DARIDO, S. C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003.
DANTAS,Débora Bocchino GAMA, Florencio Eliane, et al Influência da natação na percepção
corporal. Universadade São Judas Tadeus -Outubro 2009.
ENCICLOPÉDIA BARSA UNIVERSAL. Natação. Barsa Planeta Internacional Ltda, 2008.
FERNANDES, Josiane Regina Pejon; DA COSTA, Paula Hentschel Lobo. Pedagogia da natação: um
mergulho para além dos quatro estilos. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, n.1, p.5-14,
jan./mar. 2006.
FERRAZ, O. L. Educação física escolar: conhecimento e especificidade a questão da pré-escola.
Revista Paulista de Educação Física. São Paulo, supl.2, p.16-22, 1996 135. FERREIRA, A. B. O. Novo
dicionário Aurélio. 2.ed, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986
246
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
FREIRE, M. Tim-bum: mergulhando no lúdico. In: SCHWARTZ, G. M. (org) Dinâmica Lúdica. São
Paulo: Manole, 2004. p. 131-146.
LIMA, W. U. Ensinando Natação. São Paulo: Phorte Editora, 1999.
MACEDO, Nathália de Paula et al. Natação: o cenário no ciclo I do ensino Fundamental nas escolas
particulares. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – Volume 6, número 1 , 2007.
MCGRAW, M. B. Swimming behavior of the human infant. Journal of Pediatrics.1939, 15: 495-500.
MENDONÇA, Ana Paula; David; BORGES, Camila, A natação como conteúdo na educação física
escolar uma possibilidade pouco exploradas In: congresso Paulistano de Educação física escolar, São
Paulo 2011.
MARINHO, I. P. História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Cia. Brasil Editora, [s/d]. MASSAUD,
M. G.; CORRÊA, C. R.; Natação na idade escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
MASSAUD, M. G.; CORRÊA, C. R.; Natação na idade escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
MOISÈS,Perides, Marcia. Ensino da natação: Expectativas dos pais de alunos. Revista Mackenzie de
Educação Física e Esporte – 2006, 5(2):65-74
SAA VEDRA, J. M; ESCALANTE, Y; RODRÍGUEZ, F. A. La evolución de la natación. EF Desportes Revista
Digital,
Buenos
Aires,
ano
9,
n.
66,
nov.
2003.
Disponível
em:<http://www.efdeportes.com/efd66/natacion.htm>. Acesso em: 8 mar. 2011.
TAHARA, Klein Alexandre. O elemento lúdico presente em escolas de natação para crianças. Revista
Fafibe On Line-n.3-ago.2007 São Paulo.
247
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
O TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO NAMUSCULAÇÃO
CONVENCIONAL
Allan da Costa e Silva Barbosa
Alexander Freire Teles
Hugo Ronnan Luna Esteves
ENAF/ DESENVOLVIMENTO SERVIÇOS EDUCACIONAIS
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem o propósito de explicar a importância de treinamento funcional/musculação
e analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação,
e de que forma os dois podem estar associando um ao outro, já que os dois métodos de treinamento
traz benefícios à saúde. A combinação de treinamento funcional e musculação para muitas pessoas é
uma boa saída, mas ainda é um assunto bastante discutido no mundo fitness, e surgem muitas
pergunta, como: qual traz mais resultados? Qual é o melhor? Qual gasta mais calorias? Esses são
alguns questionamentos e dúvidas que mais ouvimos nas academias. O treinamento funcional para a
maioria é o mais importante, mas todas as pessoas também precisam trabalhar os músculos
isoladamente, e a musculação faz isso de forma eficiente, e principalmente se for a máquinas
guiadas. Logo este artigo mostrará os resultados obtidos através das pesquisas realizadas e
orientações de profissionais especializados. Portanto, o foco deste trabalho é saber de que forma o
treinamento funcionalfaz parte da musculação, Pois qualquer pessoa que deseja melhorar a força,
resistência ou hipertrofia muscular pode praticá-la.Entenderemos o que é treinamento funcional, e
se pode ter uma aplicação prática e eficaz para o praticante de musculação.Todos nos passamos por
dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente! Saibatambém como melhorar seu
desempenho no treino. É importante ressaltar que para cada objetivo há um tipo de treinamento
especifico.
Palavras chaves: saúde; treinamento funcional; musculação.
ABSTRACT
This work has the purpose to explain the importance of functional training / bodybuilding and analyze
the functional training can be an effective application to the bodybuilding practitioner, and how the
two can be associating each other, since both methods training brings health benefits. The
combination of functional training and weight for many people is a good solution, but it is still a
subject much discussed in the fitness world, and many questions arise, such as: what brings more
results? Which one is the best? Which spends more calories? These are some questions and doubts
that we hear the academies. Functional training for the majority is the most important, but all the
people also need to work muscles in isolation, and weight does this efficiently, especially if it is
guided machines. So this article will show the results obtained from the research conducted and
specialized professional guidelines. Therefore, the focus of this work is to know how functional
training is part of bodybuilding, for anyone who wants to improve strength, endurance or muscle
hypertrophy can practice it. We understand what functional training is, and you can have a practical
and effective application to the bodybuilding practitioner. All go in for difficulties in our lives and in
the weight is no different! Also learn how to improve their performance in training. Note that for
each objective there is a specific type of training.
Key words: health; functional training; bodybuilding
248
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
1-Introdução
Aimportância da atividade física foi motivo devários estudos, pois esses estudos provam vários
benefícios quea atividade física traz para o ser humano, como: aumenta o metabolismo, melhora a
irrigação sanguínea, diabetes, obesidade, aumento da oxigenação, diminuição de batimentos
cardíacos e hipertensão arterial, sobretudo modela o corpo. O objetivo desse trabalho é analisar se o
treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação? O
entendimento do termo treinamento é, sem dúvida muito amplo, e aplicado em diversas áreas
cientificas e profissionais. Por isso, apenas buscaremos entender se o treinamento funcional e a
musculação podem ser explorados juntos. E esclareceremos também, qualquer que seja a sua
escolha, que tanto a musculação quanto o treinamento funcional irão melhorar a sua qualidade de
vida. Embora, os dois modelos de atividade física apresentado nesse artigo faça bem a sua saúde,
você precisa primeiramente procurar um medico para fazer os exames necessários antes de iniciar
qualquer treinamento.Por conseguinte, não nos aprofundaremos a respeito do assunto, apenas
analisaremos de que forma otreinamento funcional está aplicado na musculação, quais são seus
benefícios e como melhorar o desempenho no treino com peso. Para melhor desenvolvimento do
artigo usamos os livros: treinamento funcional na musculação de (Bossi, 2011), apostila da
confederação brasileira de esporte e lazer (2013),entre outros.
2-Revisão de Literatura
2.1O Treinamento Funcionalaplicado na musculação
A palavra “treinamento” refere-se à aquisição de conhecimentos, competênciase habilidades.Esse
termo é muito amplo, porque está empregado em diversas áreas cientificas e profissionais.Já
o“Funcional” éaquilo que possui eficiência, utilidade e praticidade.Unindo esses conceitos temos; “O
treinamento funcionaltrabalha o corpo como um todo e não somente grupos musculares isolados, ou
seja, trabalha o corpo de forma integrada e diversas capacidades, como força, equilíbrio, agilidade e
resistência”.
Segundo alguns autores (Bossi, Coutinho, 2011), o termo treinamento funcional surgiu na segunda
guerra Mundial, com a reabilitação de lesões dos soldados, e também com os atletas olímpicos nos
anos 50. No Brasil, o treinamento funcional teve sua origem com os profissionais de fisioterapias na
reabilitação de pacientes, no qual utilizavam exercícios que imitavam o que seus pacientes faziam em
suas tarefas diárias ou em seu trabalho.Portanto, de acordo com (Campos, 2004). o desenvolvimento
de treinamento funcional está inteiramente ligada a capacidade funcional dos indivíduos. Essa
capacidade pode ser entendida como uma grande realização de tarefas diárias como; andar, correr,
pular, levantar algo ou agachar sem ajuda de outra pessoa. Seguindo a mesma linha de pensamento
(Campos, 2004) afirma que para executar os exercícios com precisão é necessário que a pessoa se
movimente de maneira eficiente conta a ação da gravidade, ou seja, ela deve possuir amplitude de
movimentos, mobilidade articular, força e resistência muscular bem como a habilidade de coordenar
os movimentos.Segundo, os autores Monteiro e Evangelista (2010). O treinamento funcional se
refere ao um treinamento que visa trabalhar os diversos grupos musculares ao mesmo tempo. Já a
musculação, também chamada de hipertrofia muscular ou treinamento de força é entendida como
ganho de massa, ou seja, aumento da massa muscular, pois estes são trabalhados os músculos
isoladamente, que é proporcionado através de um treinamento. Vejamos, segundo Lambert, a
musculação leva ao aperfeiçoamento de força, que é uma das valências físicas que possuímos. Há
outras capacidades físicas envolvidas, mas o foco aqui é a força. Logo, a força muscular exerce um
papel importante para a capacidade funcional, por ser um componente da aptidão física relacionada
à saúde, alémdisso, é importantíssimo para o desempenho físico em inúmeras atividades cotidiana
ou esportista. Então, podemos perceber que os dois modelos de treinamento andam juntos,
treinamento funcional e musculação estão ligados as suas ações motoras, mas em situações
249
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
totalmente diferentes entre peso corporal e máquinas, aumento de volume. Segundo Bossi, (2011) o
treinamento funcional aplicado na musculação traz um método de estímulos musculares para atingir
um corpo com desenho muscular maisatlético, por meio de deslocamentos e movimentos que
buscam ser mais próximos dos vividos diariamente.
De acordo com o professor Sendon, sendo assim, as vantagens que o treinamento funcional
apresenta, vão além dos fatores unicamente trabalhados na musculação. Mas, espere! Não estou
dizendo que a musculação seja um esporte incompleto, muito pelo contrario, sessões de musculação
bem feitas são extremamente completas e valem para todos os músculos. Entretanto, se, podemos
aperfeiçoar alguns deste que não são o enfoque principal da musculação, então, ainda obteremos
mais resultados e consequentemente um melhor desempenho da musculação em si, seja em
quesitos de força, estabilidade, equilíbrio, melhora na respiração, melhora na coordenação motora,
melhora da postura dentro e fora do exercício, formas de execução e também consciência corporal.
Vale ressaltar que os programas de treinamento para hipertrofia muscular exigem variação de
estímulos, e os exercícios funcionais podem essa variação. Portanto, pensando na saúde como em
um toda, a inclusão de alguns exercícios funcionais nos programas de musculação pode ser uma
estratégia interessante do ponto de vista fisiológico e motivacional. (Teixeira, 2009).
2.2Musculação e treinamento funcional caminham juntos
Atualmente, a musculação, ou a musculatura tem um papel muito importantenos sistemas de
treinamento do esportista. Qualquer que seja sua especialidade consagra uma parte mais ou menos
importante de seu tempo de trabalho a musculação. Aliás, os modelos corporais do homeme da
mulher são representados por indivíduos com uma musculatura de forte. O interesse pela
musculação foi, portanto, fortemente reforçado na população. No entanto, o desenvolvimento das
qualidades e do volume dos músculos exige um conhecimento anatômico e fisiológico. (Raymond
Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso, professor na
Universidade de Paris x).
Musculação é o conjunto de processos e meios que levam ao aumento eaperfeiçoamento de força
muscular, associada ou não a outa qualidade física. Lambert (1987). A força nunca aparece, nos
outros esportes, de uma forma clara e concisa, mas como uma combinação ou mistura de fatores
fiscos de condicionamento do desempenho. De acordo com a preparadorafísicaMariana Nascimento,
retifica que, na musculação o objetivo é ganho de força e no treinamento funcional a flexibilidade,
velocidade, resistência e todas as capacidades físicas que possuímos. É fundamental ressaltar que
tanto o treinamento funcional quanto a musculação vão melhorar a qualidade de vida do praticante.
Logo, os dois tipos de treinamento podem caminhar juntos, para algumas pessoas o funcional é mais
estimulante, mas a musculação também precisa ser trabalhada, pois é necessário trabalhar os
músculos de maneira especifica e isolada. Ela esclarece que não há treino melhor que o outro, pode
se dizer equivalentes, cada um com seu propósito, e tanto um quanto o outro vai auxiliar no
desenvolvimento corporal dos praticantes.Para entendermos melhor, a forma que o treinamento
funcional pode ter uma aplicação prática e eficaz na musculação; vejamos um exemplo: um banco de
supino reto com um par de halteres de 40 kg em cada mão. Você deita no banco e executa 8
movimentos em boa forma se grandes dificuldades, agora imaginemos a mesma situação, mas invés
de você estar deitado em um banco plano de supino, você encontra-se em um banco com angulação
de 45°, ou o que chamamos de supino inclinado e com a mesma carga. O movimento é facilitado ou
dificultado? Pela biomecânica do exercício e pelo grau de isolamento no peitoral, ele será dificultado.
Logo, você realizará menos repetições, ou realizará repetições parcialmente completas ou terá de
diminuir o peso. Em outra situação: você, ao invés de realizar o supino em um banco, seja ele reto ou
inclinado, onde você pode ter todo um apoio e suporte, focando no músculo especifica alvo( apesar
250
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
de simultaneamente estar trabalhando diversos outros músculos auxiliares e sinérgicos também),
você está em uma bola daquelas de pilattes que toda academia tem. Será que você se quer
conseguiria realizaro movimento com esta carga?
Particularmente duvido! Mas, por que isso ocorre? Simplesmente porque causamos uma
desestabilidade no corpo, forçando-o a trabalhar e ativar outros grupamentos musculares, além,
claro do grupamento alvo principal. Isso faz com que mais energia seja desprendida para o controle,
equilíbrio e força, faz com que você fique menos relaxado e então, através dessa desestabilidade é
que começamos a obter certa estabilidade. Isso fará com que posteriormente isso possa ter algum
tipo de aplicação no treino básico com pesos. O corpo necessita de uma boa oxigenação nos tecidos
para continuar com máxima eficiência no exercício físico. O treinamento funcional pode muitas vezes
auxiliarnesse processo, favorecendo um pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino
clássico. A aplicabilidade do mesmo também pode envolver a readaptação e/ou a recuperação de
indivíduos e atletas que se encontram em estado de lesão. Muitas vezes, esses atletas são impedidos
de realizar determinado movimento ou até mesmo podem realiza-lo, mas sem gerar lá grande
sobrecarga. ( Sendon, 2013.)
2.3Dicas para melhorar o desempenho notreino de musculação.
Todos nos passamos por dificuldades em nossas vidas e na musculação não é diferente. Vejamos
como podemos fazer paramelhorar seu desempenho durante os treinamentos com pesos. (Sendo,
2013) professor na confederação brasileira de esporte e lazer. Inúmeros aspectos podem interferir
um treinamento, mas tomando os devidos cuidados e levando em consideração a individualidade
biológica, os problemas podem ser driblados, continuando a obter bons resultados no processo de
ganho de massa ou perda de gorduras.
Dieta: A dieta é fator primordial para um bom desempenho dentro da academia. Sem uma dieta
equilibrada que forneça quantidades interessantes, é difícil ou impossível não ficar indisposto, ter
queda de rendimento.
Descanso adequado: O descanso é tão importante quanto o treinamento propriamente dito. Sem um
descanso adequado, fica difícil ter não só a recuperação muscular quanto à síntese das miofibrilas
musculares, quanto à síntese de glicogênio e até mesmo recuperação de articulações, tendões e
outros. Muitos costumam treinar o mesmo músculo duas, até três vezes em uma semana, isso não é
recomendado. Temos que ter cuidado também com a periodização e não treinarmos com a mente
cansada, pois às vezes subestimamos o poder da mente e a capacidade que a mesma tem de
interferir em estados físicos, por isso, evite treinar aparentemente cansado.
2.4 Os benefícios de se treinar musculação.
Segundo o professor ( Marcelo Sendon,2013) veremos os principais benefícios que a musculação traz
para a saúde. A musculação é uma atividade físicaque trabalha dando ação aos músculos. Como já
sabemos, os músculos são órgãos capazes de “expandir” e “encolher”, sendo responsáveis pelo
movimento do corpo humano. Dessa forma, os músculos transmitem os seus movimentos aos ossos,
formando o sistema do aparelholocomotor. Portanto, a musculação geralmente utiliza pesos nos
treinos. Embora não seja considerado um esporte, a musculação é um importante instrumento para a
manutenção da saúde e do condicionamento físico do praticante, seja ele atleta ou não.
Os principais benefícios da musculação são:
Aumento da massa muscular;
Reduz a gordura corporal;
Mantem a pele esticada em caso de emagrecimento e envelhecimento;
251
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
Aumenta a densidade óssea;
Alivia os sintomas da artrite.
Previne dores nas costas e melhora a postura;
Eleva a taxa metabólica;
Melhora a circulação e pode diminuir a pressão arterial.
Objetivos
Os objetivos deste estudo são:
Conceituaro treinamento funcional e a musculação.
Analisar se o treinamento funcional pode ter uma aplicação eficaz para o praticante de musculação e
de que formas.
Explicar como você pode melhorar seu desempenho no treino de musculação.
Mostrar os benefícios de se treinarmusculação.
Materiais e métodos
Amostra
O presente estudo visa analisar se o treinamento funcional pode estar aplicado na execução dos
exercícios de musculação, quais são as dicas para se melhorar no treinamento com peso e os
benefícios que a musculação traz para a saúde, é claro, este estudo foi realizado com base em
conhecimentos científicos e orientação de professores e profissionais da área.
Materiais utilizados
Para melhor desenvolvimento da pesquisa foram utilizados e selecionados: livros, apostilas, opiniões
de especialista e autores a respeito do assunto.
Instrumentos empregados
A técnica utilizada neste artigo é a pesquisa bibliográfica, que abrange toda a bibliográfica já tornada
publica em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas e pesquisas de opiniões de
professores, treinadores, e educadores físicos.
Procedimentos realizados
O presente artigo foi realizado em base de dados científica, apostilas atualizadase orientação de
profissionais especializados como: Guia detreinamento da confederação brasileira de esporte e lazer,
treinamento funcional na musculação de Bossi, entre outros.
Tratamento estatístico
A hipótese estatística é um procedimento no qual, nos permite decidir, com base em informações
obtidas na pesquisa experimental. Porém, o estudo apresentado neste trabalho se caracteriza como
pesquisa bibliográfica.
Resultados
Conforme a pesquisa realizada, obtivemos um resultado positivo com relação à aplicabilidade do
treinamento funcional na musculação, com base é claro em estudo científicos já citados acima.
Acredita-se que não existe treino melhor que o outro, mas cada um com seu propósito. Constatou-se
que otreinamento funcional pode auxiliar no processo de treino na musculação, favorecendo um
pouco as condições cardiovasculares do atleta no treino, esta aplicabilidade também acontece na
readaptação e/ou recuperação de indivíduos que se encontram em estado de lesão.
Discussão
O objetivo deste artigo é discutir a relevância do treinamento funcional nos programas de
treinamento de força, de acordo com os conceitos descritos e os resultados obtidos através das
pesquisas realizadas, podemos afirmar que tanto o treinamento funcional quanto a musculação
podem ser exploradas juntas, no entanto o treinamento funcional inserido na musculação traz um
252
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
método de estímulos muscularesespecifico já o funcional trabalha o corpo todo. Observou-se nesse
estudo com base na revisão literária que o treinamento funcional pode ter sim, uma aplicação
eficiente no treino de musculaçãoe os benefícios que a mesma traz para a saúde. Embora, muitas
pessoas prefiram o funcional por acharem ser mais estimulante e motivante, mas a musculação
precisa também ser praticada, porque são necessários que se trabalhem alguns músculos de maneira
especifica. Lembramos que a musculação é muito eficiente para hipertrofia, que não é o objetivo do
funcional.
Considerações finais
Perante as informações obtidas na pesquisa podemos concluir que o treinamento funcional e a
musculação possuem benefícios e podem ser exploradas juntas, foram citados,educadores físicos e
autores adeptos a respeito do assunto com o objetivo de esclarecer as dúvidas, e inclusive
recomendam a prática dos dois métodos em paralelo, para garantir condicionamento físico, força,
potência e definição muscular. Portanto, os principais objetivos analisados foram: De que forma o
funcional está inserido na musculação, quais são seus benefícios e comomelhorar o desempenho no
treinamento de peso.
Referências bibliográficas
BOSSI LC. Treinamento funcional na musculação:São Paulo: Phorte 2011.
CAMPOS, Mauricio de Arruda; CORAUCCI Neto, Bruno. Treinamento funcional resistido. Rio de
Janeiro: Revinter, 2004.
MONTEIRO AG, EVANGELISTAAL. Treinamento funcional: uma abordagem prática. São Paulo:
Phorte,2010.
NASCIMENTO, Mariana. Preparadora física. Artigo relacionado Movimente-se. Rio de Janeiro, 2014.
RAYMOND Thomas, ex- recordista e campeão francês de atletismo e levantamento de peso,
professor na universidade de Paris x.
SENDON, Marcelo. Orientador físico. Apostila, Guia de treinamento super completo, da confederação
brasileira de esporte e lazer, 2013.
253
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RESUMOS
ELABORAÇÃO DE PROPOSTA PARA TRABALHO EDUCATIVO COM
GESTANTES
BESSA,F.G.¹;SANTOS,C.T.¹;MÁXIMO,D.B.;STARLING,S.M.¹;RANGEL,T.P.¹;
1 - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte – Brasil
Introdução: No período gestacional, a mulher passa por diversas mudanças decorrentes das várias
adaptações fisiológicas do organismo, estando muitas vezes em um estágio nutricional vulnerável, o
qual pode ter influência direta no desenvolvimento fetal. Dentre esses estágios, podemos ressaltar o
ganho de peso inadequado, sendo que tanto o baixo peso quanto o ganho de peso excessivo
ocasionam riscos para a evolução do feto. Por isso, a assistência nutricional ás gestantes em todo prénatal, é um componente essencial para a boa saúde da própria gestante e de seu filho. Objetivo: Este
projeto tem como objetivo elaborar uma proposta de trabalho de educação nutricional para grupos
de gestantes, para prevenção de possíveis riscos a saúde da mãe e do bebê. Além disso, este projeto
buscou incentivar a amamentação. Metodologia: Foi elaborado um material educativo para
gestantes, contendo diversos temas relevantes na gestação, além de uma cartilha com a sequência
das atividades a serem realizadas e um CD contendo os slides em Powerpoint. Foi realizado um
projeto piloto para testar a aplicação da proposta na prática. Teve como público alvo gestantes de
baixa renda. Foi adotado como critério de seleção estarem entre o primeiro e o nono mês de
gestação e terem se inscrito na Clínica de Nutrição da PUC Minas Barreiro, onde também
aconteceram os encontros.Foram realizadas reuniões semanais com duração de uma hora cada,
totalizando uma carga horária de seis horas. Resultados: A partir do projeto piloto, foi possível
constatar que atividades de educação nutricional tem efeito promissor na melhoria da adequação de
hábitos alimentares e de qualidade de vida na gestação. Dentre os temas abordados durante a
execução dos encontros, podemos ressaltar a oficina de culinária e os dez passos da alimentação
saudável como os que geraram maior interesse e interação por parte das seis participantes
voluntárias do projeto piloto proposto. Após a execução do projeto piloto, foram realizadas algumas
modificações no manual. Conclusão: Acredita-se que a realização de projetos de educação nutricional
durante o pré-natal pode promover uma melhor adequação alimentar durante a gestação e,
consequentemente, após este período, visto que são criados conceitos referentes a práticas
saudáveis que são levadas para toda a vida.
Palavras chave: período gestacional, desenvolvimento fetal, educação nutricional.
Email: [email protected]
254
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO FÍSICO EM ATLETAS CADEIRANTES
COM LESÃO MEDULAR
REIS-MENEZES, R.; RIBEIRO, V.B. 1; ZECCHIN- OLIVEIRA 1, A. M.; LOPES, I. P. 1; FILHO, H. T1.
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto - São Paulo- Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: Atletas com lesão medular apresentam redução da sua capacidade aeróbia global, em
comparação com indivíduos não portadores de deficiência. Porém, seu treinamento tem sido
realizado igual ao de um atleta sadio, desconsiderando suas particularidades. Objetivo: Identificar o
que tem sido relatado pela literatura nos últimos anos envolvendo a capacidade aeróbia de atletas
cadeirantes com lesão medular. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática por meio de busca
de artigos originais em inglês publicados e indexados na base de dados PubMed. Para a busca foram
utilizados as palavra chaves: ''aerobic'', '' wheelchair'', ''sports'' e ''endurance''. Resultados: Foram
encontrados 44 artigos originais., Destes, 39 foram localizados por meio das palavras-chaves:
“aerobic”, “wheelchair” e “sports”; e além destes foram encontrados mais 5, ao realizar a busca com
a combinação “endurance”, “wheelchair” e “sports”. Após a leitura dos resumos e que se adequaram
à proposta da atual pesquisa, de acordo com os critérios de inclusão e exclusãoforam selecionados 17
artigos. Conclusão: Observou-se que diante dos estudos avaliados, o nível da lesão e o grau de
mobilidade afetam diretamente a capacidade aeróbia dos esportistas. Atletas cadeirantes
apresentaram VO2 pico e potência aeróbia semelhantes a dos atletas saudáveis, e FCmáx maior.
Atletas cadeirantes de modalidades esportivas de esforço contínuo exibem melhor capacidade
aeróbia que atletas de esforços intermitentes.
Palavras-chaves: Adaptação fisiológica; Cadeiras de Rodas; Esportes
255
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ATLETAS E NÃO ATLETAS
SAUDÁVEIS – DIFERENÇAS E ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELO
TREINAMENTO FÍSICO DE ENDURANCE
RIBEIRO, V.B. 1; REIS-MENEZES, R.; OLIVEIRA 1, A. M. Z.; LOPES, I. P. 1; FILHO, H. T1.
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto - São Paulo- Brasil
E-mail: [email protected];
Introdução e Objetivo: A análise da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) é um importante
método para a avaliação da modulação autonômica cardíaca, e difere conforme as condições de
saúde, nível de condicionamento físico e condições de treinamento. Portanto, o objetivo deste
estudo foi comparar a VFC entre atletas de endurance e não atletas saudáveis e entre atletas de
diferentes modalidades de endurance, bem como identificar a influência do treinamento de alto
rendimento sobre a VFC. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da base de dados
Pubmed de artigos originais publicados entre agosto de 2009 e dezembro de 2014 que avaliaram a
VFC em atletas. Utilizou-se as seguintes combinações de termos: ''autonomic cardiac'' and sport;
''autonomic cardiac'' and athlete; ''heart rate variability'' and sport e ''heart rate variability'' and
athlete. Resultados: Foram lidos todos os resumos, que totalizaram em 2.777, sendo préselecionados 29 artigos para leitura na íntegra. Destes, foram selecionados 11 que de fato se
enquadravam no perfil do estudo e foram analisados. Dos artigos incluídos, 10 realizaram a avaliação
no domínio do tempo, 8 no domínio da frequência e sete em ambos. Conclusão: Atletas de algumas
modalidades esportivas apresentam maior modulação parassimpática quando comparados aos não
atletas. Adicionalmente, a VFC pode alterar em diferentes condições, dependendo de variáveis como
idade, fadiga, gordura corporal, intensidade e cargas de treinamento. De uma maneira geral, a
análise da VFC demonstra ser uma importante ferramenta para avaliação da modulação autonômica
cardíaca em atletas, antes, durante e após o treinamento, na recuperação e para a prescrição do
treinamento.
Palavras-chaves: Frequência Cardíaca, atletas, treinamento físico.
256
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
A GINÁSTICA LABORAL E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SÁUDE DOS
FUNCIONÁRIOS
CARDOSO, I.C. -1
FILISMINO, S.F. - 1
INFORSATO, F.B.F. - 2
Graduandas em Educação FísicaFACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA – Limeira - São
Paulo – Brasil;
Doutora em Educação Física, Docente FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA – Limeira São Paulo – Brasil;
[email protected]
(Introdução)Através da busca na prevenção de doenças ocupacionais, as empresas cada vez mais
estão investindo em programas de ginástica laboral para seus funcionários, essas atividades vem
sendo realizadas durante as pausas no expediente de trabalho, de acordo com a necessidade das
demandas físicas que são exigidas durante o período aplicando exercícios previamente elaborados,
antes, durante ou após o expediente. (SAMPAIO; OLIVERA, 2008 apud MANOSSO;et al,
2014).Segundo Lima, (2005) a ginástica Laboral é definida como uma atividade realizada no ambiente
de trabalho visando compensar as estruturas mais utilizadas durante o expediente e também
compensar as estruturas que não foram utilizadas. Sendo classificada conforme o horário e objetivo
de execução, ou seja, Ginástica Preparatória: De 5 á 10 minutos antes do expediente, aquecendo os
colaboradores para a tarefa exigida. Ginástica Compensatória: De 3 á 4 horas depois do início do
expediente (MENDES, LEITE, 2008). E corrigindo os vícios posturais relaxando a musculatura. (LIMA,
2007). Ginástica Relaxamento: Aplicada no final do expediente, relaxando a musculatura que foi
exigida durante o período de trabalho e a mente. (LIMA, 2007).(Objetivo) Verificar os benefícios
proporcionados pela ginástica laboral para os funcionários e para a empresa e salientar a importância
da atividade física no ambiente de trabalho como estimulo para melhoria na qualidade de vida.
(Metodologia)A metodologia utilizada é a pesquisa descritiva de caráter bibliográfico, segundo Rudio
(2007). A Sugestão de exercícios de alongamentos para aplicação da Ginástica Laboral nas empresas
traz vários benefícios tantopara as empresas quanto para os funcionários, dentre eles: diminuio
número de afastamentos, maior produtividade, bem estar, redução de faltas no trabalho, redução de
dores musculares, diminuição da ansiedade, prevenção de lesões entre outros. (LIMA, 2007)
(Conclusão)De acordo com o perfil da empresa, qual o tipo de serviçoque dispõe, cabe a um
profissional da Educação Física capacitado para identificar quais são os melhores exercícios de acordo
com a classificação que serão aplicados durante o expediente. Ao ministrar esses
alongamentosbeneficiando a empresa e os funcionários, proporcionando melhora na qualidade de
vida, diminuição dos acidentes, lesões amenizando desconfortos, diminuindo dores musculares,
absenteísmo, diminuição de afastamentos e facilitando na prevenção de algumas patologias
relacionadas ao trabalho.
Palavras Chaves:Ginástica Laboral, Benefícios, Empresa.
257
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
PERIODIZAÇÃO LINEAR E NÃO-LINEAR NA MUSCULAÇÃO
GOMES, L.R.G.1; LIMA, A.C.V.C.2; VERRI, E.D.3; JUNIOR, T.D.B.4; FIOCO, E.M.5
1-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
2-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
3-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
4-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
5-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
[email protected]
A musculação é uma atividade física que está ao alcance de todos, podendo ser realizada em
academias de várias faixas de preço ou até mesmo podendo ser realizado em casa. A periodização na
musculação é uma forma de facilitar e tornar mais eficaz a organização de um determinado programa
de treinamento, para todos os públicos. O objetivo do trabalho é demonstrar que a periodização é a
melhor forma de desenvolver treinamentos em salas de musculação para todos os públicos. Dois
métodos de periodização são utilizados na musculação, sendo a periodização linear ou clássica que
foi desenvolvida por cientistas da antiga União Soviética é até hoje a mais utilizada em salas de
musculação, devido a sua maior praticidade para ser desenvolvida em grupos que há bastante
rotatividade como é a musculação. Uma característica do método clássico é sua divisão em ciclos
sendo denominados, macrociclos, mesociclos e microciclos. A outra maneira de se periodizar é a
periodização não linear ou ondulatória que nada mais é que uma evolução do modelo clássico, esta
periodização as alterações em suas variáveis são realizadas em um período mais curto e também este
método é muito mais flexível que o modelo clássico. Estudos estão sendo realizados para comparar
as duas formas de se periodizar, os resultados demonstraram que a periodização não linear se
mostrou mais eficaz para ganhos de força, hipertrofia e resistência.
Palavras-chave: Planejamento. Periodização. Musculação.
258
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ESPORTES DE AVENTURA UMA POSSIBILIDADE DE DIMINUIR O ESTRESSE
DO COTIDIANO SOCIAL
CANDIDO,H.L.1; MACIEL,C.I.1; LOPES,D.R.1; OLIVEIRA,A.N.1 .
ARRUDA, E. O. 1. (Orientador)
1 - Centro Universitário Ítalo brasileiro –Uniítalo–São Paulo–SP–
Brasil
Contato: [email protected]
RESUMO
Essa pesquisa de natureza teórica teve como foco a relação da diminuição do estresse e os esportes
de aventura. O objetivo da pesquisa foi analisar os fatores sociais que podem levar o sujeito a níveis
de estresse que interferem no cotidiano das pessoas na sociedade contemporânea. Os esportes de
aventura têm como base os desafios a serem superados e o inesperado. Representam inúmeras
modalidades que podem ser caracterizadas pelo local praticado, terra, ar e água, sendo assim, o
esporte de aventura é uma prática corporal que pode ser usada para grupos de risco em estresse,
como pessoas de funções administrativas aos operários em indústrias. Quanto ao aspecto
metodológico, foi realizada uma busca em bases de dados como Scielo e Google Acadêmico. Dos
materiais pesquisados foram selecionados artigos de revisão, artigos originais e livrosque discutem o
tema. A partir da revisão teórica foi possível compreender que o esporte de aventura, independente
do local praticado, representa uma prática corporal que auxilia não apenas na diminuição do
estresse, mas na aquisição de um espírito agonístico, capaz de superar seus próprios limites.
Palavras-chave: Esportes de Aventura, Sociedade Contemporânea, Estresse .
259
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
SISTEMAS ENERGÉTICOS UTILIZADOS NAS PROVAS DE CORRIDA DO
ATLETISMO
Ravetta, G.A.B.¹, Junior, M.V.B.¹, Braz, S.H.²
¹Discente da Universidade Paulista,São José do Rio Pardo,São Paulo,Brasil
²Docente da Universidade Paulista,São José do Rio Pardo,São Paulo,Brasil
[email protected]
Introdução: O atletismo tem em sua origem na própria existência do homem, pois estes movimentos
naturais realizados para subsistência, hoje faz parte do sistema esportivo de performance, onde
destaca-se os sistemas energéticos que são responsáveis pelo fornecimento de energia para os
músculos realizarem os movimentos, estes diferem-se de acordo com a intensidade e tempo de
atividade, assim sendo utilizam diferentes tipos de sistemas, que são: o ATP-CP; Glicose anaeróbia e
sistema aeróbio. Como as diversas provas de corrida no atletismo apresentam características
distintas, é possível verificar onde e como esses sistemas energéticos são aplicados para gerar
energia, ou seja, fazer a ressíntese de ATP. Objetivo: Identificar as fontes energéticas usadas nas
provas de 100, 200, 400, 800, 1.500, 5.000, 10.000 metros e maratona. Metodologia: Pesquisa
aplicada exploratória de revisão, através de leituras de livros, revistas, sites e artigos especializados
no assunto. Resultados: Nas provas de 100 e 200 metros, por se tratar de uma prova de curta
duração e de grande intensidade, os atletas praticamente não respiram durante a prova, sendo assim
classificada como atividade Anaeróbia Alática, portanto é necessário que o atleta tenha
disponibilidade de fosfocreatina para ressíntese de ATP. Nas provas de 400, 800 e 1.500 metros o
sistema utilizado é o Anaeróbio Lático, onde que a fonte de energia é na quebra do glicogênio
pressente no corpo, esse processo gera a glicose a ser utilizada na produção de ATP e também a
produção de ácido lático, e como conseqüência a fadiga. As provas de 5.000, 10.000 metros e as
maratonas são provas de maior duração, porém de menor intensidade possibilitando o atleta a
inspirar e expirar, portanto classificadas como atividades do sistema aeróbio que têm como fonte de
energia na quebra de carboidratos, gorduras e proteínas, através do Ciclo de Krebs e a cadeia
respiratória. Conclusão: Em virtude dos fatos mencionados, conclui-se que para cada prova existe um
sistema energético que deve estar em plena eficiência para que haja excelentes resultados no
desempenho de cada atleta. Sugere-se estudos mais aprofundados referente ao tema, uma vez que
de acordo com os tipos de fibra pode ocorrer adaptações em virtude do treinamento especifico.
Palavras-chave: Atletismo, Corrida, Sistemas Energéticos.
260
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
EDUCAÇÃO FÍSICA E SUSTENTABILIDADE, ATRAVÉS DOS MATERIAIS
RECICLÁVEIS
GONÇALVES, G. H.¹; CLEMENTE, G. A. B. F.²
1 – Universidade de Ribeirão Preto – Ribeirão Preto – São Paulo – Brasil.
2 – Centro Universitário de Franca – Franca – São Paulo – Brasil.
email: [email protected]
Efetivamente, a sustentabilidade está diretamente associada à educação ambiental que implica a
sensibilização e o ensino-aprendizagem em relação ao tema transversal meio ambiente. Ao passo
que, o tema reciclagem cria atitudes para a diminuição do impacto ambiental e contribui para um
desenvolvimento global e sustentável (LIMA, 2009). O discurso sobre sustentabilidade é um assunto
que tem sido bastante reiterado nos últimos anos, na qual é essencial que seja trabalhado também
no contexto escolar, inclusive na Educação Física escolar. O objetivo do trabalho visa analisar a
sustentabilidade diante da Educação Física no âmbito escolar, com o apoio do tema transversal meio
ambiente, através da criação e confecção de brinquedos e jogos com materiais recicláveis. A
metodologia apresentada é de tipo exploratório-descritivo, visando refletir e alcançar maior
familiaridade com a questão da sustentabilidade e a Educação Física escolar, tendo em vista a tornálo mais explícito ou a constituir hipóteses (GIL, 2010). O trabalho abordou os seguintes aspectos: (A)
levantamento bibliográfico; (B) criação e confecção de jogos e brinquedos com materiais recicláveis e
(C) análise qualitativa diante da aplicabilidade destes recursos materiais recicláveis e sustentáveis no
âmbito escolar, “que estimulem a compreensão” (GIL, 2010). Foram pesquisados artigos e livros das
bases de dados SCIELO (Scientific Electronic Library Online), Lilacs, Capes, entre outras. No entanto,
foram considerados os trabalhos dos últimos anos e estudados no período de fevereiro a maio de
2015. Além disso, demonstrou de maneira qualitativa, pois foi realizada uma observação de uma aula
de Educação Física, com a aplicabilidade de brinquedos e jogos com materiais recicláveis (LAKATOS;
MARCONI, 1999). Partindo da observação de uma aula de Educação Física foi possível analisar
qualitativamente que o resultado é excelente e que também depende de uma boa mediação do
educador. Visto que, os brinquedos e jogos tornam recursos materiais alternativos e diversificados,
podendo favorecer o Profissional de Educação Física na falta dos mesmos (COSTA, 2006). Dessa
forma, a Educação Física escolar pode auxiliar na conscientização sustentável, promovendo um
consumo consciente e que possibilita mudanças de hábitos. Então, a utilização dos 3R’s nas aulas de
Educação Física, proporciona uma consciência da importância do reduzir, reciclar e reutilizar para
uma sociedade sustentável.
Palavras-chave: Materiais Recicláveis, Sustentabilidade e Educação Física.
261
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DA CADEIA POSTERIOR ENTRE PRATICANTES
E NÃO PRATICANTES DE TREINAMENTO RESISTIDO
GOMES, L.R.G.1; LIMA, A.C.V.C.2; VERRI, E.D. 3; ZANELLA, C.A.B.4; FIOCO, E.M.5
1-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
2-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
3-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
4-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
5-CLARETIANO- Centro universitário de Batatais- São Paulo- Brasil
[email protected]
A flexibilidade é importante para o indivíduo pois pode melhorar a qualidade do movimento,
podendo ser realizado em grandes amplitudes reduzindo os riscos de lesões aumentando o
aperfeiçoamento motor e a eficiência mecânica, caracteriza-se por vários fatores entre eles a
mobilidade, a elasticidade, a plasticidade e a maleabilidade. A avaliação da flexibilidade foi realizada
através do banco de Wells com 40 participantes de ambos os sexos, sendo 20 praticantes e 20 não
praticantes de treinamento resistido, para avaliar a relação entre os dois grupos foi utilizado o teste-t
com 5% de significância, com base nos resultados, os praticantes apresentaram uma média de
17,34cm e desvio padrão 9,99 e não praticantes uma média 12,32cm e desvio padrão ± 10,77. Com
base no resultado p=0,372 houve diferenças significativas entre os dois grupos, esse resultado pode
ser justificado devido a possibilidade da prática do exercício resistido aumentar a flexibilidade ou
manter os níveis de flexibilidade obtendo uma melhora da qualidade de vida e saúde, já o grupo de
não praticantes compromete sua flexibilidade ao apresentar inatividade física a qual pode prejudicar
futuramente essa aptidão, tendo em vista que a sua diminuição acarreta em um grau de dificuldade
muito grande em relação a atividades de vida diárias, alteração do equilíbrio e diminuição da
performance atlética através da pouca mobilidade articular. É de conhecimento que força e
flexibilidade diminuídas são as maiores limitações para atividades da vida diária.
Palavras-Chave: Flexibilidade. Plasticidade. Treinamento.
262
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ZUMBA SUPERANDO EXPECTATIVAS: O ENCONTRO HARMÔNICO DA
SAÚDE, DA ATIVIDADE FÍSICA, DA DANÇA E DO PRAZER
¹SANTOS, M. L. ; ¹SILVA, R. A. S. ; ¹PALIOTTA, C. L. ; ¹SCOSS, D. M.
1- Centro Universitário Ítalo Brasileiro – UNIÍTALO, São Paulo – SP, Brasil.
Introdução: Apesar das evidências científicas sobre a importância da prática regular de exercícios
aeróbicos na prevenção de doenças cardíacas, no controle de peso, no aumento do colesterol bom
(HDL), na mobilização da gordura como fonte de energia, mais alegria e disposição, entre outros
benefícios, milhares de pessoas sofrem as consequências do baixo nível de condicionamento
aeróbico e do sedentarismo. A American College of Sport Medicine estabelece como índices para
qualidade de vida e boa saúde, o controle dos parâmetros de aptidão física relacionados ao
condicionamento cardiopulmonar, a flexibilidade, força, percentual de gordura e resistência muscular
localizada. Dado o exposto, é possível identificar entre as modalidades da ginástica, possibilidades de
intervenção que possibilitem alcançar tais parâmetros, como é o caso da ginástica aeróbica. Objetivo:
Comprovar a eficácia da ginástica aeróbica através da dança, mais especificamente a modalidade
Zumba (mescla da dança e ginástica, aliando ritmos latinos com movimentos de fitness), como um
instrumento na promoção da saúde e do bem-estar. Metodologia: Através de revisão literária, e de
avaliações de gasto calórico nas aulas de Zumba Fitness, em um grupo de 30 pessoas, entre homens e
mulheres, alunos de diversas academias da zona sul de São Paulo escolhidos aleatoriamente, entre
15 e 56 anos. Os dados foram obtidos por meio de um monitor cardíaco da marca Oregon Scientific
SH201. Resultado: As avaliações revelaram uma grande diferença de gasto calórico entre seus
participantes, variando entre 222 a 755 calorias, média de 314 calorias gastas em uma aula,
mostrando se uma ótima ferramenta para a melhora da aptidão física. Conclusão: Considerando que
a dança é uma atividade que envolve os três domínios da natureza humana (fisiológica, afetiva e
cognitiva), é um ótimo instrumento para a melhora da qualidade de vida. A dança beneficia quem a
pratica, é capaz de transformar o ser humano de forma completa, para que assim torne se apto a
enfrentar de modo positivo as diversas situações de seu cotidiano. E uma das razões que Zumba seja
tão popular, é que não há maneira certa ou errada de fazer, os participantes são encorajados a se
moverem pela batida da música e a coreografia é menos formal do que em muitas outras aulas de
ginástica coletiva, tornando se uma atividade física estimuladora e prazerosa.
Palavras-chaves: dança, saúde, atividade física.
263
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANÁLISE DE GANHO DE FORÇA NEURO MUSCULAR E AUMENTO DE
VOLUME DE OXIGÊNIO MAXIMO EM PRATICANTES DE MÉTODO
EXCLUSIVO DE TREINAMENTO FUNCIONAL.
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos vários estudos vêm apontando que o aumento da força muscular e o
aumento do volume de oxigênio Maximo (VO²MAX), contribuem diretamente para manutenção da
saúde de seus praticantes. O treinamento funcional vem sendo alvo de discussão quanto sua eficácia
e aplicabilidade.
OBJETIVO: O objetivo do estudo foi de verificar se um determinado método de treinamento funcional
com suas características especificas seria capaz de promover aumento de força muscular e Vo² Max,
em indivíduos treinados.
METODOLOGIA:20 indivíduos foram escolhidos aleatoriamente dentro de um grupo de 40 indivíduos
praticantes do método funcional, idade média 27anos+/-, peso corporal 64+/- foram submetidos a
teste de repetições máximas nos exercícios levantamento terra e supino horizontal, os mesmos
também realizaram teste indireto para estimar vo²max, de 1600 metros, os participantes foram
submetidos a 8 semanas de treinamento e posteriormente submetidos aos mesmos testes citados. O
treinamento foi realizado em diferentes blocos de treinos diários sendo realizados 3vezes por
semana.
RESULTADOS: os resultados apontam um aumento de força na media 30% no exercício supino reto,
aumento de 54% no exercício levantamento terra e aumento 21% no Vo² Maximo.CONCLUSÃO: O
método de treino parece ter sido capaz de aumentar a força muscular nos exercícios e aumentar o
Vo² Maximo.
Apresentação em pôster.
Orientador:Cássio Mascarenhas Robert Pires
Autores: Machado.O; Cordeiro G; Silva C
Instituição: Dayfit77 Método de treino
264
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ANALISE DA QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORES DO SETOR
ADMINISTRATIVO DE UMA EMPRESA DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS
JOIA, L.T 1; SILVA, L. A 2
1
Universidade Paulista – UNIP - São José do Rio Pardo – São Paulo - Brasil;2Universidade Paulista –
UNIP - São José do Rio Pardo – São Paulo - Brasil;
E-mail:[email protected]
Introdução: A forma de gerir empresas e consequentemente pessoas,tem sofrido grandes
modificações nos últimos anos, o que vem causando um incômodo crescente nos administradores e
nos profissionais. Este incômodo reflete a divergência existente entre as práticas de administração e
as necessidades das pessoas e da empresa atual, que deseja continuar e perenizar-se nesta
esferacompetitiva e globalizada.Eliminar esta divergência requer a introdução de novos conceitos
para compreender a realidade organizacional, rever paradigmas e ações que, podem estar
interferindonos resultados almejados. Investir na saúde dos seus trabalhadores não se trata mais de
uma utopia, conhecer a percepção que o trabalhador tem em relação à qualidade de vidatorna- se
cada vez mais importante dentro de um processo de desenvolvimento global da empresa atual,
tendo em vista foi aplicado o questionário whoqol abreviado.Objetivo: O presente estudo teve como
objetivo avaliar a qualidade de vida dos funcionários do setor administrativo de uma empresa de
processamento de alimentos da cidade de Ribeirão Preto - SP. Metodologia: Os dados foram
coletados por meio da aplicação do questionáriowhoqol, o estudo foi realizado com 20
colaboradores,sendo 15 do sexo feminino e 5 dos sexo masculino,utilizando o software BioEstat 5.0
foi possível verificar a normalidade dos dados pelo teste Shapiro-Wilk e em seguida, com a
normalidade dos dados, realizar o teste ANOVA para a comparação dos mesmos.Resultados: Após
análise dos dados observamos que nenhum dosdomínios atingiu pontuação máxima (100 pontos), e
que os domínios físico, psicológico e social tiveram pontuação acima de 70, porém o domínio meio
ambiente teve uma pontuação abaixo de 70, sendo domínio físico com média de (77,72), seguido de
domínio psicológico (73,81), domínio social (73,02) e domínio do meio ambiente (64,43), indicando
uma baixa percepção do meio ambiente na qualidade de vida. Conclusão: Com isso é possível
concluir que os trabalhadores do setor administrativo de uma empresa de processamento de
alimentos possuem uma pontuação aceitável nos domínios físico, psicológico e social, e uma
pontuação abaixo do aceitável no domínio meio ambiente.
265
Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926
Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento
ARTIGOS
www.enaf.com.br
266