Sindetur

Transcrição

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Sindetur - SP
50 anos
Memória do Turismo
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Sindetur-SP 50 Anos — Memória do Turismo é uma publicação do
Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo — Sindetur-SP — São Paulo, 2001
Presidente
Eduardo Vampré do Nascimento
Vice-presidentes
Francisco J. Leme da Silva, Hélio Matsuoka,
Eloi D´Ávila de Oliveira e Alfredo Meneguelli
Secretários
Celso Luiz Garcia, Francisco Pelosi Neto e Ary Handler
Tesoureiros
Thomas Rabe e Ilya Hirsch
Conselho Fiscal
Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio e Aldo Leone
Suplentes
Leonel Rossi Jr., Marcos Roberto Tinoco e Jarbas Favoretto
Diretor Executivo
Marciano Gianerini Freire
Assessoria Jurídica
Joandre Antonio Ferraz e Josebel Ferraz Tambelini
Assessoria de Imprensa
Nina Marciano (MTb 10946) e Zedu Lima (MTb 10677)
Fica proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação, por qualquer meio, sem prévia autorização do Sindetur-SP.
Direitos desta edição reservados à:
Coordenação: Assessoria de Imprensa do Sindetur-SP
Pesquisa: Nina Marciano e Zedu Lima
Texto: Zedu Lima
Fotos: Arquivos do Sindetur-SP, da Abav-SP,
de associados e de Lúcio Soares Lúcio
Rua Santo Antonio, 555 – 1º A. – conj. 11
Cep: 01314-000 – São Paulo – SP
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Site: www.rgeditores.com.br
E-mail: [email protected]
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Editoração e fotolitos: JOIN Bureau de Editoração
Projeto gráfico e Capa: Neide Siqueira (JOIN)
Editores: Reginaldo Dutra e João Benício Ferreira Dutra
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APRESENTAÇÃO
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anos
50
50 anos em prol do agente de viagens
Ao se comemorar neste ano o cinqüentenário do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo — Sindetur-SP, nada mais justo do
que resgatar sua memória.
É o que pretende esta publicação. Depoimentos dos dirigentes do Sindicato em diferentes épocas, alguns ainda na ativa e outros que se foram,
mas deixaram sua marca indelével. Lembranças de correligionários que trabalharam, às vezes nos bastidores, pela sua constituição e consolidação.
Imagens de decretos e de fatos. Esse foi o material que utilizamos para
contar a história de nossa entidade.
São reminiscências que ajudam a conhecer, também, um pouco da
história do turismo em São Paulo e, por que não, no Brasil, já que o
Sindetur-SP foi um dos pioneiros a delinear a atividade turística no País.
Ao contar a história do Sindicato, não poderíamos deixar de contextualizá-la na história do Brasil nesses 50 anos. Mesmo porque, como atividade
econômica, sua dinâmica depende e interfere na economia brasileira.
Desde sua criação, no dia 12 de janeiro de 1951, o Sindicato teve
como meta dar ao agente de viagens, cuja atividade é tão pouco compreendida na sua essência, o status de um profissional reconhecido perante a
sociedade a que serve. É ele o arquiteto e mediador da realização do sonho
milenar que as pessoas têm de viajar.
Ao reunir os fatos e as lembranças nesta publicação, nosso objetivo é
resgatar o patrimônio histórico de nossa entidade, para que a história do
turismo em São Paulo não se perca e seja contada a outras gerações.
Eduardo Vampré do Nascimento
presidente do Sindetur-SP e do Conselho de Turismo
da Federação do Comércio do Estado de S. Paulo
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Compartilhando conquistas
É com satisfação que registro a passagem dos 50 anos do Sindicato
das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, uma das entidades mais
expressivas do setor no Brasil e com relevantes serviços prestados à sociedade brasileira e à comunidade empresarial a que serve com eficiência há
cinco décadas. Nesse meio tempo, a CNC, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo e o Sindetur-SP tiveram a oportunidade de compartilhar
muitas conquistas.
A CNC, fundada em 1945, logo no ano seguinte, em 1946, lançava as
bases de um dos maiores sistemas de desenvolvimento social do mundo,
formado pelos vitoriosos Sesc — Serviço Social do Comércio e Senac —
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. São instrumentos valiosos do
empresariado brasileiro do comércio de bens e serviços, e particularmente
do turismo brasileiro, que encontra nestas duas entidades o apoio à formação de pessoal especializado e às suas melhores ações de estímulo ao bemestar social.
É de se notar que o potencial do turismo brasileiro é incalculável. É
uma mina de diamantes a ser explorada com muito entusiasmo pelo
empresariado do setor, que o Sindetur-SP tão bem representa há 50 anos.
Espero que esse sindicato esteja comemorando “apenas” o seu primeiro cinqüentenário. Virão outros com certeza, porque as grandes obras
permanecem.
Parabéns a todos, da primeira Diretoria à atual, liderada por Eduardo
Vampré do Nascimento.
Antonio Oliveira Santos
Presidente da Confederação
Nacional do Comércio
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anos
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Escola de lideranças
O Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo é uma
escola de lideranças. Foi a minha escola. Aliás, não só minha, mas de
muitos companheiros ao longo desse meio século de atividade. O Sindetur-SP
é o representante legal dos agentes de viagens. Negociando acordos coletivos com o Sindicato dos Empregados e defendendo as reivindicações do
setor em constantes gestões junto aos organismos governamentais, tornouse a legítima voz dos empresários de turismo, contribuindo para o desenvolvimento do setor.
O turismo é a atividade que mais distribui dinheiro, fazendo circular a
riqueza como nenhum outro segmento, e sem custos ou perdas para o País.
Desde que seja, naturalmente, um turismo sustentado.
Fui empresário de turismo e diretor do Sindetur-SP. Como representante eleito por esse segmento empresarial, comecei a participar das reuniões da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro do
Comércio, há 25 anos.
Parabéns ao Sindetur-SP e a todas as diretorias que o conduziram
nesses 50 anos de existência.
Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo — Fecomercio
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PRELIMINARES
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Mas não é essa a notícia principal da primeira página dos jornais
O Estado de S. Paulo e Folha da Manhã, os mais importantes do Estado, na
edição de 12 de janeiro de 1951, dia em que o Sindicato é criado. O destaque é o rescaldo da II Guerra Mundial, como o envio de mais tropas
norte-americanas para garantir a segurança na Europa do pós-guerra e o
conflito da Coréia. Quanto à política nacional, apenas a Folha publica, em
segundo plano, matéria sobre a posse de Getúlio e a decisão da Câmara
Federal de estender até março a legislação vigente.
A cidade de São Paulo conta com 2,2 milhões de habitantes e sua vida
cultural já corresponde à afirmação de “cidade que mais cresce no mundo”.
A realização da I Bienal Internacional de Artes Plásticas, em outubro de
1951, ratifica a vocação da cidade para a cultura. O evento, idealizado por
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Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural.
O ano em que o Sindetur-SP
nasce, 1951, é marcado por
fatos que dão início a uma transformação político-cultural no País.
O principal deles é a volta de Getúlio
Vargas à presidência da República, eleito
pelo povo, após ter sido deposto em
1945 pelas Forças Militares.
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Ciccillo Mattarazzo, conta com a participação de 21 países, de onde são
trazidas 1.800 obras. Aproximadamente 5.000 pessoas participam de sua
inauguração e, nos 66 dias de duração, a mostra é vista por cerca de 100 mil
pessoas, que movimentam a então incipiente indústria turística da cidade.
Apesar desse conceito que a cidade já tem, o porto de Santos, uma de
suas portas de entrada, deixa a desejar. É o que relata uma turista ilustre,
a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop. Em novembro de 1951, dez
meses após o surgimento do Sindetur-SP, ela desembarca em Santos para
visitar o País por alguns dias e acaba ficando por aqui, mais precisamente
no Rio de Janeiro, por 15 anos. Suas impressões sobre o porto santista
estão na poesia “Chegada em Santos”, escrita em janeiro de 1952:
Eis uma costa; eis um porto;
Após uma dieta frugal de horizonte, uma paisagem:
morros de formas nada práticas, cheios — quem sabe? — de
autocomiseração
Termine o desjejum. Lá vem o navio-tender,
uma estranha e antiga embarcação,
“Isto É São Paulo”, Ed. Melhoramentos.
com um trapo estranho e colorido ao vento.
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E agora, cautelosas, descemos de costas a escada,
eu e uma outra passageira, Miss Breen,
num cais onde vinte e seis cargueiros aguardam
um carregamento de café que não tem mais fim.
Cuidado, moço, com esse gancho! Ah!
não é que ele fisgou a saia de Miss Breen,
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É nesse contexto de um país com grande expectativa pelo novo governo, agora democrático, de Getúlio Vargas, e cheio de contradições que, no
dia 12 de janeiro de 1951, o então ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, Marcial Dias Pequeno, assina o documento de criação do Sindicato
das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo.
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O ato, na verdade, formaliza a transformação em sindicato da Associação Profissional das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, fundada no dia 18 de maio de 1949 com esse objetivo. A ata da criação da
associação acena para a “formação de uma entidade sindical representativa
daquele grupo, para melhor coordenação dos interesses comuns e gozo
das prerrogativas por lei, asseguradas aos órgãos sindicais...”
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Com sede na Rua 15 de Novembro, 228, 14º andar, um verdadeiro
“condomínio de sindicatos”, a Associação tem como primeiro presidente
Oswaldo Ferraz Alvim e a contribuição associativa é estipulada em
CR$ 100,00 (cem cruzeiros). Sete meses após sua fundação, já conta com
31 empresas associadas.
Liderança pioneira
Essas iniciativas contam com a participação de um dos primeiros líderes de nossa categoria, Modesto Mastrorosa. Iniciando suas atividades em
turismo em 1942, na Exprinter, e sempre entusiasta pela profissionalização
do agente de viagens, Mastrorosa é, também, o idealizador, fundador e primeiro presidente da Abav-SP.
Em depoimento ao informativo publicado pelo Sindicato (Sindetur-SP
Informa — nº 9, junho/96), provavelmente um dos últimos que fez
antes de falecer em outubro de 1999, ele comenta as primeiras
iniciativas da entidade. Entre elas, a filiação do Sindetur-SP à
Federação do Comércio do Estado de São Paulo-FCESP, aprovada
pela Assembléia Geral Extraordinária do dia 13 de agosto de
1952 e assinada pelo presidente Ferraz Alvim.
Somente em 1956 o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo tem um agente de viagens na
presidência: Joaquim Mariano Dias Menezes. Segundo Mastrorosa, o presidente era “dublê de agente de viagens e jornalista
que, mais tarde, elegendo-se deputado federal, conseguiu dar ao
Sindicato maior expressão.”
Em 1958 já são 35 agentes de viagens associados ao Sindicato, mas
a necessidade de fortalecimento e representatividade da entidade persiste.
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Enquanto isso, São Paulo já dá sinais de ser o grande centro turístico
do País. O movimento no aeroporto da cidade é maior do que nos demais
aeroportos brasileiros. Em 1958 pousam em São Paulo 44.658 aviões; são
embarcados 725.144 passageiros; desembarcados 744.046; e em trânsito,
143.302. (No aeroporto Santo Dumont, Rio de Janeiro, reconhecida como a
mais turística das cidades brasileiras, os números são: 33.508 pousos;
680.820 passageiros embarcados; 694.134 passageiros desembarcados; e
7.210 em trânsito).
Dias Menezes deixa a presidência do Sindetur-SP em 1962. Depois
dele assume Nélson Moraes, da Exprinter, seguido por Alberto Pinho, até
chegar, em 1968, às mãos de Modesto Mastrorosa, que conta:
“Nos seis anos que estive à frente do Sindetur-SP, nosso trabalho foi
desenvolvido junto com a Abav-SP, onde, em 1979, depois de 20 anos, reassumi
a presidência. As ações sociais ficavam com a Abav e as jurídicas com o
Sindetur. Trabalhamos sempre de comum acordo em tudo que dizia respeito
ao agente de viagens e ao seu engrandecimento.”
A utilização da mesma infra-estrutura administrativa pelas duas
entidades, interrompida na gestão do então presidente do Sindetur-SP, Antonio Aulísio (1986-1989), faz com que muitos fatos se confundam na
história de ambas.
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O trabalho conjunto da Abav-SP e
Sindetur-SP era registrado pela
publicação do INFORMATIVO
ABAV-SP — Sindetur-SP, a
primeira publicação da categoria
em São Paulo, editada nos anos de
1984 e 1985. A partir de 1992,
o Sindicato publica a revista
SINDETUR e, em 1996, começa
a editar o SINDETUR-SP
INFORMA seguido pelo
ESPAÇO SINDETUR-SP.
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OS FATOS
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Antonio Aguillar.
Por volta de 1953, a capital paulistana se prepara para receber um grande número de turistas que virão participar das festividades do IV Centenário da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro
de 1954. Inauguração da Catedral inacabada, do Parque do Ibirapuera,
chuva de papel prateado constam da programação, capitaneada pelo
governador Lucas Nogueira Garcez. Além de muitos brasileiros de
outros Estados, a cidade é visitada por estrangeiros.
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Fascículo “Nosso Século”., Abril Cultural
Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural.
Monumento às Bandeiras, São Paulo, 1954.
Inauguração da Catedral, praça da Sé,
SP, 25/1/1954.
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Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural.
Na propaganda, viajar é uma peça do vestuário
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Naquela época, a publicidade ainda não é um instrumento utilizado pelo setor de turismo
para estimular seu público a viajar. Um anúncio sugerindo como desfrutar melhor as
férias, publicado na revista O Cruzeiro
Cruzeiro, em dezembro de 1953, comprova essa
deficiência. A peça não exibe as maravilhas de algum destino turístico, nem oferece
pacotes de viagens ou descreve as rotas de qualquer empresa aérea. Para as férias, o
ideal é “viajar” com as Alpargatas Roda.
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O PRIMEIRO CÓDIGO DE ÉTICA
O Sindetur-SP, por sua vez, dá os primeiros passos para sua jornada
rumo ao reconhecimento como entidade de classe.
1957
Três anos após sua fundação, a diretoria reconhece a necessidade de
modificar os Estatutos Sociais da entidade. O projeto de alteração é apresentado e aprovado na Assembléia Geral Extraordinária do dia 19 de julho
de 1954. Revelando seu pioneirismo e a constante preocupação com o
profissionalismo da categoria, o Sindetur-SP é uma das primeiras entidades
do setor a elaborar um código de ética.
O projeto é desenvolvido por uma Comissão Técnica presidida por
José Alvarez que, ao apresentá-lo para a Assembléia Geral Extraordinária
de 11 de março de 1955, ressalta: “Muito se fez, mas muito ainda há a
fazer para a solução dos inúmeros problemas com que se debatem as Agências de Passagem e de Turismo e que dependem da cooperação de todos para
serem resolvidos.”
Após calorosos debates e apartes, o presidente da Comissão Técnica
ressalta que a exclusão de itens que penaliza os associados infratores,
como querem alguns, invalida o Código.
Novo impasse, mas no dia 18 de abril de 1957, o Ministério Público
aprova o Código de Ética do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado
de São Paulo como parte integrante dos estatutos sociais da entidade.
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A primeira “briga”
Cabe ao consórcio Real-Aerovias, que mais tarde será incorporada à
Varig, provocar, em 1955, a primeira “briga” do Sindicato com uma empresa
aérea. Isso porque o referido consórcio pretende criar um serviço de venda
direta, através de suas próprias agências, motivando a realização da Assembléia Geral Extraordinária no dia 14 de junho daquele ano.
Após ressaltar “a injustiça e o perigo que representaria para a classe a
concretização daquela idéia por parte de uma companhia aérea”, o relator do
problema, Hector Robino, alerta que “tal serviço não tem similaridade com
aquele que diversas companhias fazem no exterior, pois, enquanto aquelas
(...) financiam planos através de agências de turismo, e exclusivamente
através dessas agências, o que o consórcio pretendia fazer seria um serviço
direto, através de suas próprias agências.”
A diretoria do Sindicato entrega pessoalmente um ofício aos diretores
do Consórcio Real-Aerovia, protestando contra aquela iniciativa, assinado
por todos os associados. A empresa aérea desiste do projeto passados alguns meses.
Quase dez anos depois, a “batalha é marítima”. Por volta de 1963, após
alugar seus navios com exclusividade para a Exprinter e Touring Club durante dois anos, a Companhia Costeira lança programa de cruzeiros pela
costa brasileira por sua conta, com quatro navios saindo de Santos. Essa
atitude, como não poderia deixar de ser, provoca indignação nos agentes de
viagens de São Paulo. Acontece que a empresa não repassa à categoria a
venda de passagens, o que seria de praxe.
Ao prometer perante a diretoria do Sindicato que na próxima temporada os agentes de viagens de São Paulo não ficarão de fora, o agente da
Companhia Costeira no Estado, Comandante Túlio de Azevedo, irrita ainda
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mais a audiência: na sua promessa, as cotas de passagens estariam à disposição de todos mediante comissão de 5%, quando, na verdade, o valor da
comissão pago aos agentes era de 7% ou até mesmo 10%.
Agaxtur: uma viagem no tempo rumo ao século XXI.
O resultado é a suspensão de vendas diretas e a entrega de seus
navios para mais um fretador, a Agaxtur, que cria o primeiro réveilllon em
alto mar. Essas empresas passam a reconhecer nos agentes de viagens fortes aliados, pagando-lhes as comissões que se pratica habitualmente.
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O protetor legal da categoria
Qual é a função de um Sindicato? Quais são suas obrigações para com seus
associados? Como deve ser seu envolvimento com a sociedade em que atua?
Para responder a essas perguntas, é necessário reformular os estatutos sociais do Sindetur-SP. O novo documento, com 92 artigos, é aprovado
unanimemente pelos 26 associados presentes à Assembléia Extraordinária
de 11 de outubro de 1955.
O Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, passa a
ser, então, “constituído para fins de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica das empresas de turismo e agências
de passagens, na base territorial do Estado de São Paulo...”
Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural.
O envolvimento com a sociedade e com
as esferas governamentais é estabelecido
com as obrigações do Sindicato de “representar, perante as autoridades administrativas e
judiciárias, os interesses da categoria econômica das empresas de turismo e os interesses
individuais dos associados. Também deve colaborar com o Estado, como órgão técnico e
consultivo, no estudo e solução dos problemas que se relacionem com sua categoria.”
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Por esse período, São Paulo começa a delinear sua face. Ao lado do perfil de capital cultural do País, plenamente reconhecido, um outro
passa a ser desenhado com traços fortes: o de
grande potência industrial brasileira.
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Graças ao Programa de Metas de Juscelino Kubitscheck, que prevê
“crescer 50 anos em cinco”, investimentos estrangeiros começam a
entrar no Brasil para sustentar os projetos de industrialização.
Entre eles, o da indústria automobilística, que encontra em São
Paulo o parque ideal para seu desenvolvimento. Entre 1957 e
1960, são produzidos 321.000 veículos, mais de 90% acima
do previsto.
Esse boom industrial ajuda a definir o produto turístico
que São Paulo passa a oferecer ao País e ao mundo. Para mostrar
o que fabricam e atrair compradores de outros centros nacionais
e do exterior, um grupo de empresários paulistas, liderados por
Caio de Alcântara Machado, decide “construir o maior centro de exposições da América do Sul”.
Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural.
Em 1968, às margens do Rio
Tietê (daí seu nome Anhembi, que
em tupi-guarani significa “margem grande”), começa a ser
construído o Centro Inter-americano de Feiras e Salões, com
aproximadamente 400.336m 2 e
bancado por uma empresa de
capital privado. Após convênio
firmado em nível federal, estadual e municipal, a empresa
passa a chamar-se Anhembi S/A
— Centro de Feiras e Salões e a
prefeitura de São Paulo passa a
ser acionista majoritária.
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Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural.
Com a extinção da Secretaria de Turismo e Fomento do Município
em 1977, todas as atribuições referentes ao turismo na cidade ficam sob
o encargo da Anhembi S/A, que, em 1979, passa a se chamar Paulistur S/A
— Empresa Paulista de Turismo. A partir de 1986, com o nome de Anhembi
— Centro de Feiras e Congressos S/A, retoma seu foco original destinado
à comercialização de espaços para
eventos. Finalmente, a partir de 1989,
a empresa assume as atribuições e o
nome que tem hoje: Anhembi — Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo
S/A, continuando a prefeitura como
sócia majoritária. Em 1991, ganha um
anexo, o Pólo de Arte Cultura, mais
conhecido como Sambódromo.
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Se não fomos beneficiados pelas belezas naturais, nosso grande
filão, então, passa a ser as relações
comerciais estimuladas pela industrialização. A cidade transforma-se no
maior pólo do turismo de negócios da
América do Sul, com benefícios não
apenas para o turismo receptivo, mas,
também, para o emissivo. O executivo paulistano, segundo levantamento
da Abav Nacional, no ano 2000, é o que mais viaja. Cerca de 70% dos
passageiros embarcados no aeroporto de Congonhas voam a negócios, o
que leva a entidade a estimar que 35% dos US$ 3 bilhões que o turismo
de negócios movimenta ao ano venha de São Paulo. Os destinos mais
freqüentes são Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília,
e, no exterior, Estados Unidos e Europa.
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Em contrapartida, São Paulo é considerada a melhor cidade da América Latina para negócios, de acordo com pesquisa divulgada no ano passado pela revista América Economia. Foram entrevistados 500 executivos durante três meses, em 11 países da região. Depois de São Paulo, que
ficou com 23% das preferências, vem Cidade do México, com 12,4%, seguida de Santiago do Chile e Buenos Aires.
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A EBULIÇÃO
DOS ANOS 60
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O turismo passa a interessar
as esferas políticas
A década de 60 é um período de som, fúria e conquistas em todo o mundo. Enquanto em 1961 o astronauta russo Yuri Gagarin é o primeiro homem a viajar
a bordo de uma astronave, os Estados Unidos assistem, dois anos depois, o assassinato do seu mais
carismático presidente, John Fitzgerald Kennedy.
O Brasil também embarca numa montanha-russa de
acontecimentos contraditórios. Em 1960, as atenções estavam todas
voltadas para a inauguração de Brasília, que acontece no dia 21 de abril
no Planalto Central do País.
“Primeira Página”, Publifolha.
Nesse mesmo ano, Jânio Quadros é eleito presidente com o maior
sufrágio de votos até então, para, no ano seguinte, renunciar, dando início a uma crise institucional que culmina com o golpe militar de 1964.
A partir daí, a repressão e censura empurram muita gente para
fora do País. Os que não podem sair, começam a “viajar” nas músicas,
filmes e peças teatrais, produzidos pelos grandes talentos que surgem
nas artes brasileiras, a maioria na ativa até hoje.
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“Airborne”, Infraero.
O movimento no aeroporto de Congonhas continua confirmando a
posição de São Paulo como grande pólo emissor e receptor de turistas. Em
1960 são embarcados 770.894 passageiros e desembarcados 783.130, movimentando a atividade dos agentes de viagens.
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A regulamentação da atividade
O Sindetur-SP começa seus 10 anos de existência com perspectivas
promissoras. Joaquim Mariano Dias Menezes, que havia sido presidente
do Sindicato por três gestões consecutivas (54, 56 e 58), é eleito deputado federal em 1962. Na sua plataforma, promete tudo fazer em benefício da categoria de agentes de viagens, pois como colega de classe,
bem compreendo seus justos anseios e reivindicações.
Uma de suas primeiras iniciativas é tentar conseguir junto às autoridades federais uma regulamentação, ainda que provisória, das atividades das agências de viagens. Tal empenho é plenamente justificado, valendo aqui um parêntese para uma viagem com diversas escalas pelos
meandros jurídicos dessa regulamentação.
Tudo começa com o Decreto-Lei nº 406, de 04/05/1938, segundo o
qual as agências de viagens aéreas, marítimas ou terrestres só podem
vender passagens autorizadas pelo Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio. Tal autorização depende da comprovação de um capital social
mínimo no Departamento Nacional de Imigração daquele Ministério, conforme o Decreto nº 3.010, de 20/08/38.
Getúlio Vargas, ao instituir o chamado Estado Novo, em 1937, cria,
para divulgar seu Governo, o famoso Departamento de Imprensa e Propaganda — DIP, em 1939, e, em sua estrutura, a Divisão de Turismo, a qual
recebe a atribuição de fiscalizar as agências e venda de passagens .
Dele nasce o Decreto-Lei nº 2.240, de 23/07/1940, o primeiro a
regulamentar de forma exclusiva o que chama de empresas e agências de
viagens e turismo, ali conceituadas como estabelecimentos de assistência remunerada aos viajantes. O registro para seu funcionamento conti-
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nua sendo no DIP, que não exige mais capital mínimo, mas apresentação
de caução, e prevê a aplicação de penalidades de multa e suspensão do
funcionamento às infratoras.
Com a queda do Estado Novo e a volta do Estado democrático, o DIP é
extinto em 1946 e há um hiato até 1951. A partir daí, as empresas de
turismo ficam sujeitas a registro no Departamento Nacional de Imigração,
sucedido pelo Instituto Nacional de Imigração e Colonização — (INIC). Essa
situação dura até 30 de dezembro de 1964, quando é promulgada a Lei
nº 4.504, que transfere o registro e a fiscalização do INIC para o Ministério
da Indústria e Comércio.
É somente com o Decreto-Lei nº 55, de 18 de novembro de 1966,
criando a Empresa Brasileira de Turismo — Embratur, que o registro e a
fiscalização das agências de viagens passam a ser sua atribuição. O registro
é extinto pelo Decreto-Lei nº 2.294/86, que liberaliza o exercício das atividades turísticas em geral, mas mantém o poder de fiscalização da Embratur.
Essa liberdade e poder são mantidos pela Lei nº 8.181/91, que reorganiza
aquela entidade.
Atualmente, há quatro projetos de lei que tratam da regulamentação
das atividades das agências de turismo, de autoria dos deputados Jackson
Pereira, Ronaldo Vasconcellos e Alex Canziani e do senador Moreira Mendes
que, em última análise, condicionam seu funcionamento a registro no órgão
competente, que, no momento, continua sendo a Embratur. Até o fechamento
deste livro, excetuando o projeto do deputado Alex Canziani, que merece
certas correções, os demais tiveram opinião desfavorável do Sindetur-SP,
pois não definem as condições para obtenção desse registro, recriando o risco
de serem estabelecidas exigências arbitrárias por parte do Poder Executivo.
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Na verdade, o próprio setor ainda não conseguiu formular quais requisitos econômicos e técnicos mínimos devem ser observados para o adequado exercício das atividades das agências de turismo, sob o regime
constitucional vigente de livre mercado, mas regulado e fiscalizado na
forma da lei.
No dia 26 de outubro de 1962, o jornal O Estado de S.Paulo publica
matéria sugerindo a criação de uma taxa municipal de turismo e que
fosse instituída pelo governo estadual uma sociedade de economia mista
denominada “Turismo Paulista S.A.”. O apoio do Sindicato à iniciativa é
imediato.
Novos ventos parecem estar soprando a favor. Aproveitando as ainda
poucas janelas que esses ares começam a abrir para o setor, o Sindetur-SP
ratifica sua liderança. Conclama que é chegada a hora de todos os sindicatos de turismo do Brasil se unirem para opinar e deliberar sobre o que
realmente é de interesse da categoria.
E mais. Munido de um memorial de reivindicações, o presidente do
Sindicato agenda encontro com o governador do Estado, Ademar de Barros,
e com o presidente da República, Jango Goulart. Com este, o assunto principal é conseguir um reajuste das comissões sobre a venda de passagens,
além de outras providências em favor da atividade de agentes de viagens,
como sua regulamentação.
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Secretarias, Embratur e Ministério
O Rio de Janeiro é o primeiro Estado brasileiro a ter um órgão oficial
gestor do turismo. Trata-se do Flumitur, criado em 12/04/60 e ligado à
então Secretaria da Indústria e Comércio. (Em 1980, o Flumitur passa a se
chamar TurisRio, órgão da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo).
Secretaria
O Sindicato já vem articulando, com o poder legislativo paulista, a
criação da Secretaria de Turismo no Estado de São Paulo. O primeiro projeto
nesse sentido é elaborado pelo deputado Hilário Torloni, constantemente
cobrado pelo Sindetur-SP, que quer acompanhar o trabalho de perto e alertar
para a necessidade de se ter profissionais ligados ao setor no Conselho
Estadual de Turismo, previsto na lei que criaria a Secretaria.
No dia 13 de agosto de 1963, uma comissão composta pela diretoria
do Sindicato e da Abav-SP, e por associados de ambas entidades, apresenta
ao governador Ademar de Barros um ofício expondo o pensamento da classe
com relação à futura Secretaria de Turismo.
Nessa ocasião, o Sindetur-SP faz outra investida para regulamentar a
atividade de agente de viagens. Para isso, elabora um novo projeto, contendo os itens positivos do antigo Decreto-Lei nº 2240/40, do anteprojeto
elaborado em 1959 pelo próprio Sindicato e do projeto de lei já existente.
Outras preocupações rondam as mentes e corações da diretoria e dos
associados do Sindetur-SP. Uma delas é impedir as companhias aéreas de
vender passagens diretamente para as grandes empresas. Essas recebem
10% de comissão, enquanto que, para os agentes, paga-se 7%. Aliás, elevar
esse índice de comissão para 10% é outro motivo de inquietação. Ambas
fazem parte de um vasto repertório de reivindicações que o Sindicato apre-
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senta no Congresso Internacional da I.A.T.A. (International Air Transport
Association), realizado no Rio de Janeiro, do dia 14 a 24 de janeiro de 1964.
A presença do Sindetur-SP nas decisões para se criar uma política de
turismo nacional, com a implantação de organismos que coordenassem essa
política, torna-se cada vez mais assídua. Em 1964, antes, portanto do
surgimento da Embratur, já se cogita, em São Paulo, da criação de um Ministério do Turismo. O autor do projeto de lei é o deputado federal paulista
Plínio Salgado, que promete ao presidente do Sindicato, Alberto Pinto, enviar-lhe uma cópia do dispositivo para ser analisado pela diretoria da entidade de classe.
Em 1965 é criada a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo,
sob o comando do radialista José Blota Júnior, sucedido por Pedro de Magalhães Padilha. Dois anos depois, suas atribuições são ampliadas e ela
passa a ser designada, por decreto de 1967, Secretaria da Cultura, Esporte e Turismo. Com a criação da Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, surge, em 1975, a atual Secretaria de Esportes e Turismo, com o
objetivo de desenvolver, também, as atividades compreendidas no Sistema Estadual de Desportos, o que deixa as atribuições a favor do turismo
em segundo plano.
As iniciativas estaduais e a pressão das entidades de classe levam
parlamentares a voltar seus interesses para a criação de organismo para
desenvolver o turismo nacional. Nos dias 15 e 16 de agosto de 1963, o
Sindicato é convocado para uma mesa redonda em Brasília, organizada por
deputados com esse objetivo. O titular do novo órgão seria indicado pela
Confederação Nacional do Comércio-CNC, e a preocupação do Sindicato das
Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, registrada em ata da Assembléia de 04 de setembro de 1963, é que essa pessoa fosse um profissional
do setor, altamente qualificado para o cargo.
Turismo
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Embratur
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No dia 18 de novembro de 1966 é criada, pelo decreto-lei nº 55, a
Embratur — Empresa Brasileira de Turismo e seu primeiro presidente é Joaquim Manuel Xavier da Silveira, seguido por Carlos Alberto de Andrade
Pinto, Paulo Manoel Protásio, Said Farhat, Miguel Colasuonno, Hermógenes
Teixeira Ladeira, Joaquim Affonso Mac Dowell Leite de Castro, João Dória
Jr., Pedro Grossi Jr., Ricardo Mesquita de Faria, Ronaldo do Monte Rosa,
Lúcio Bello de Almeida Neves, Flavio José de Almeida Coelho e, atualmente,
Caio Luiz de Carvalho.
Com natureza de empresa pública, capital integralmente constituído
pela União e personalidade jurídica de direito público, a nova entidade é,
inicialmente, vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio e com
sede no Rio de Janeiro. Em 1987, a Embratur é considerada Autarquia Especial e, em 1991, pela Lei nº 8181, de 28 de março, passa a denominar-se
Embratur — Instituto Brasileiro de Turismo, autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República, com sede em
Brasília.
Com a criação do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, em
novembro de 1992, a entidade se vincula a essa pasta. Finalmente, no dia
1º de janeiro de 1999, o presidente Fernando Henrique Cardoso, cria, por
Medida Provisória, o Ministério do Esporte e Turismo, ao qual a Embratur
passa a responder.
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Próxima escala:
surpresas, sustos e crises
Antes disso, o mundo prossegue sua viagem maluca dos anos 60, com
roteiro imprevisível. O presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald
Kennedy é assassinado em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963. A crise
institucional brasileira recrudesce, com os militares assumindo o poder no
dia 1º de abril de 1964, iniciando um longo período de repressão e censura;
o marechal Castelo Branco é investido presidente da República no dia 16
de abril. Em 1967, é substituído pelo general Costa e Silva.
Considerado como o ano de chumbo, 1968 não deixa por menos: enquanto no Brasil os meios de comunicação ficavam sem “seu rei” Assis
Chateaubriand, os norte-americanos lamentam e temem as conseqüências
pelo assassinado do líder pacifista negro Martin Luther King. No mês de
maio, o movimento estudantil francês coloca a França de pernas para o ar,
o presidente De Gaulle em crise e influencia estudantes de outras partes
do mundo. O senador Robert Kennedy, irmão do falecido presidente John
Kennedy, é assassinado em Los Angeles.
A terra continua em transe no Brasil com o fortalecimento do movimento contra a repressão e contra o governo militar. O presidente Costa e
Silva edita o Ato Institucional nº 5, em 1969, com o recesso do Congresso
e duras medidas impedindo a livre expressão do pensamento e de ações.
No meio de todo esse “tiroteio” sobra uma bala para os agentes de
viagens: a medida econômica elevando em 13% a cotação do dólar e proibindo as financeiras de financiar pacotes turísticos para fora do País, inibindo, conseqüentemente, as viagens para o exterior. O então ministro da
Fazenda, Delfim Netto, justifica a medida como necessária para estimular
as exportações brasileiras, desviar as pressões episódicas sobre o mercado
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cambial, desestimular a especulação com o dólar e incentivar o investimento estrangeiro no Brasil.
Para amenizar tão conturbado período, uma das imagens mais
emblemáticas dessa década é a foto do astronauta norte-americano Neil
Armstrong pisando na lua, no dia 20 de junho de 1969. Se é um assombro
na época, hoje os avanços tecnológicos e novas conquistas científicas, como
a clonagem de animais, minimiza o feito. A própria Nasa, responsável por
aquela viagem, garante que, em breve, o destino lua fará parte dos pacotes
de viagens de operadores e agentes do mundo todo.
Mais uma briga “aérea”
Provocado pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), o
Sindetur-SP entra no clima belicoso que tanto caracteriza a década de 60,
que chega ao fim. O motivo é uma circular enviada aos agentes de viagens
pelo sindicato das empresas aeroviárias, reduzindo para 15 dias o prazo
para entrega dos relatórios e do pagamento das vendas das passagens aéreas, bem como a criação de bilhetes especiais para os vôos da Ponte Aérea
com faturamento semanal e pagamento em 15 dias pelas agências. A justificativa é a unificação do sistema de pagamento.
Ocupando o mesmo diminuto espaço da rua 24 de Maio, a Abav-SP e o
Sindetur-SP, tendo nas presidências, respectivamente, Modesto Mastrorosa
e Alberto Pinho, convocam uma reunião da diretoria e associados das duas
entidades no dia 02 de outubro de 1969 para analisar o caso e apresentar
soluções.
O vice-presidente do Sindicato, Eduardo Vampré do Nascimento, propõe que se faça uma campanha pelos jornais e, “em última instância, deixar
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de pagar os relatórios, devolvendo os bilhetes às respectivas companhias
aéreas.” A idéia é posta de lado, diante do pequeno número de agentes
presentes para decidir sobre uma medida tão radical.
O consultor jurídico da Abav-SP, Abrahão Mello, consultado, pondera
que um diálogo com as empresas de aviação é difícil e não surtiria o efeito
desejado. Propõe, então, uma interpelação judicial contras as companhias
aéreas, mostrando que a atitude delas pode se caracterizar abuso econômico, além de provocar um problema social que envolve milhares de pessoas.
Antes que essa proposta seja aprovada unanimemente, o membro da
diretoria da Abav-SP, Diego Suarez Marruecos, põe mais água na fervura.
Para ele, essa ação judicial pode encadear uma série de outras semelhantes. Seus argumentos: “1 º) É estranho que as grandes agências não estejam
presentes. 2 º) É possível que se obtenha uma solução negativa do processo
legal. 3 º) É provável que o poder econômico que se esteja combatendo pode
estar, também, infiltrado nas Agências de Viagens e que as Cias. Aéreas podem combater a questão exibindo estatísticas que mostrem as agências que
já faltaram com o pagamento.”
O presidente do Sindetur-SP afasta esses receios, lembrando que a
circular do Snea deixava bem claro que o motivo da redução do prazo é a
unificação do sistema do pagamento. Aprovada, então, a moção do consultor jurídico, constitui-se uma comissão para assessorá-lo quanto às peculiaridades da atividade turística.
Não há interpelação judicial. O caso é tratado pela diretoria da AbavNacional e pelo Sindetur-SP, que se reúnem com os presidentes do Snea e
das companhias aéreas. O resultado dessa reunião é o tema da última assembléia da década, realizada pelo Sindetur-SP e Abav-SP, no dia 22 de
dezembro de 1969. Fica estabelecido que as novas agências que vierem a
se cadastrar, em todo o território nacional, e as agências punidas por não
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observar os prazos vigentes, ficariam obrigadas aos novos ditames. As já
existentes permaneceriam com o prazo de costume para apresentação do
relatório e mais 15 dias para efetuar o pagamento das passagens vendidas.
A partir de 01 de março de 1970, passariam a valer os novos bilhetes especiais (talonários) para a Ponte Aérea São Paulo/Rio de Janeiro, com faturamento semanal e pagamento em 15 dias.
Ao finalizar, Modesto Mastrorosa e Alberto Pinho informam que o
“Snea se comprometeu a não tomar qualquer medida que envolva os Agentes, sem antes ouvir os órgãos de classe.”
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Força Representativa
O ano de 1970 é promissor para o mercado turístico do País. O motivo é a
Copa do Mundo de Futebol, que movimenta as agências de viagens para atender
aos milhares de brasileiros que querem assistir aos jogos no México. A seleção
comandada por Zagalo faz uma excelente campanha e arrebata, definitivamente,
a Taça Jules Rimet.
O Brasil é comandado pelo terceiro presidente militar, o general
Garrastazu Médici, que elimina as últimas resistências clandestinas ao
sistema.
O Sindicato consolida-se como força representativa dos agentes de viagens de São Paulo, irradiando suas realizações para outras
praças. Nesse período, várias situações exigem da entidade uma postura política inequívoca. Iniciativas que revelam sua vocação de liderança diante da categoria que representa.
“Primeira Página”, Publifolha.
O Snea, mais uma vez, é alvo da ação do Sindetur-SP e da sua
aliada Abav-SP. O motivo é a decisão daquele sindicato das empresas
aeroviárias de limitar o uso de cartão de crédito na compra de passagens aéreas. Em telegrama enviado ao Snea, em 1973, ambas as entidades lamentam a decisão e solicitam um pronunciamento urgente
do destinatário.
No mesmo embalo, constituem uma comissão para reivindicar à
Prefeitura de São Paulo uma regulamentação mais racional sobre a
taxação do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as atividades de turismo.
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Luta ferrenha
Mas são a Embratur, comandada por Paulo Manoel Protásio,
e o Ministério da Fazenda, a cargo de Mário Henrique Simonsen,
que tiram o Sindetur-SP e a Abav-SP do sério. E, de quebra,
levam todas as entidades de turismo do País a empenhar uma
luta ferrenha contra as arbitrariedades do governo federal por
eles representado.
No primeiro caso, o motivo é o decreto nº 73.845, de 14
de março de 1974, através do qual a Embratur dispõe sobre os
serviços das agências de viagens e transportadoras turísticas,
sem consultar nenhuma entidade do setor. Numa reunião no
Rio de Janeiro, imediatamente convocada pelo Conselho Nacional da Abav, Paulo Protásio afirma que o objetivo é estabelecer
uma forma de elevar o nível dos agentes de viagens.
Em outra reunião, realizada em Brasília, o vice-presidente
do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, lembra ao presidente da Embratur que o único conhecimento que aquela
entidade do governo federal tem sobre as atividades dos agentes de viagens são os balanços apresentados e as irregularidades denunciadas. O presidente da Abav-SP, Walter Steurer, por
sua vez, ressalta que somente quando os agentes de viagens
tomaram conhecimento, no ano anterior, da elaboração de um
anteprojeto dispondo sobre suas atividades, é que a Embratur
convidou-os a participar. Mas, mesmo assim, de nada adiantou,
pois das sugestões apresentadas pelo setor, nenhuma foi aproveitada no decreto em discussão.
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O caso tem outros desdobramentos. Durante outra reunião conjunta
da diretoria do Sindicato e da Abav-SP, no dia 08 de abril de 1974, Mario
de Mello Faro, vice-presidente da Cotal — Confederação de Organizações
Turísticas da América Latina, discorda do que considera “silêncio” das duas
entidades paulistas em relação ao decreto nº 73.845/74. Afirma “já ser
hora da classe pronunciar-se, principalmente se considerarmos que as atitudes tomadas por São Paulo serão levadas em conta em todo o Brasil.”
Encerra sua manifestação, apresentando um texto de telegrama, que deveria ser enviado para todas as autoridades, instando a Embratur a rever
o Decreto.
Vale lembrar que, nesse período, exerce influente atividade o Conselho Técnico de Turismo, criado pelo Sindetur-SP com o objetivo de estudar e propor soluções para os problemas da categoria. Dele toma parte
um grande número de autores e personagens da história do turismo de
São Paulo: Modesto Mastrorosa, Mario de Mello Faro, Raul Radu, Jorge
Haddad, Jose San Leiman, Geraldo Balthazar Gião, Eduardo Aprá, Rodolfo
Mainieri, Nilson Vicentini, Vicenti Curti, Celso Matsuda, Claudia Gerlinger,
José Leonardo de Moura Coutinho, Paulo Adem, Tasso Gadzanis, Antonio
Conte, Januário Perillo de Moraes, Manoel Joaquim de Carvalho, Leonel
Rossi Jr., Geraldo Killick, Ilya Hirsch, Ulrich Mielenhausen, Guilherme
Paulus, Margarida Hessel, Milton Sanches, Roberto Evandrus Tinoco,
Danton Andrade, Martin Jensen, entre outros.
É a partir de 1974, também, que o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo passa a usar sua primeira sigla — Setesp,
que permanece até, aproximadamente, 1985, quando recebe a sigla oficial
Sindetur, como os sindicatos de outros Estados, acrescida da identificação
da unidade federativa a que pertence.
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Memória do Turismo
de ação mútua de colaboração entre as partes, documento esse que serviria para delinear as atividades
de ambos os organismos daqui para a frente. Ou seja,
renovar o esquema de trabalho entre Embratur e
Agências de Viagens.”
Por sugestão do presidente da Abav-Nacional,
Wanderley Xavier Bezera, esse trabalho conjunto
deverá ser acompanhado por Rubens F. Sant´Anna,
Djalma Meirelles e Eduardo Vampré do Nascimento.
Sem solução
Mas o impasse do Decreto 73.855/74 da Embratur continua. Sindetur-SP e Abav-SP propõem
elaborar um questionário para ser respondido por
seus associados sobre suas atividades, que serviria
de subsídio para a Embratur reformular o decreto
polêmico. O trabalho envolve até o Departamento
de Pesquisa da Faculdade de Turismo Morumbi, acionado pelo vice-presidente do Sindicato, Adel Auada.
Enquanto isso, numa reunião em Brasília com
representantes do turismo nacional, o presidente
da Embratur, Paulo Protásio, afirma que a entidade
quer trabalhar em conjunto com os agentes de viagens. Para isso, conforme a ata da assembléia conjunta Sindicato-SP/Abav-SP, de 28 de maio de 1974,
registra, era necessário “formalizar um documento
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Para enegrecer ainda mais esse quadro sinistro, em 1976 o ministro da Fazenda Mário Henrique
Simonsen, edita, através do Banco Central, medida
proibindo a remessa de divisas ao exterior para pagamento de serviços de turismo e cria o Depósito
Compulsório para Viagens. Em última análise, ele
engessa a atividade turística brasileira.
A revolta do setor é geral. Em reunião tumultuada na Federação do Comércio do Estado de São
Paulo, Eduardo Vampré do Nascimento, como presidente do Sindetur-SP, investe contra o ministro
Simonsen, perguntando-lhe quais eram as segundas intenções do governo atrás daquelas medidas.
(ver Lembranças).
Dois meses depois, o Sindetur-SP está às voltas, ou melhor, “às revoltas”, com mais uma lei da
Embratur, a de nº 6.505/76, que dá ao Executivo
poderes totais para regulamentar o funcionamento
das agências de viagens e sua fiscalização.
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Comunicação e profissionalismo
Em compensação, o Sindicato inova, mais uma vez, encerrando a década de 1970 com dois grandes feitos que servem de modelo para outras entidades.
Em junho de 1975, inaugura o sistema telefônico AbavSetesp, que origina o Convênio de Atividades Conjuntas firmado entre as duas entidades. É constituído de um PABX
com uma rede de telefones internos, que liga as agências
de viagens às companhias aéreas e à rede hoteleira. Sob a
orientação do então presidente do Sindicato, Eduardo Vampré
do Nascimento, o projeto é viabilizado tecnicamente pelo
engenheiro e ex-diretor da ex-Telesp, João Corrente. Sua
implantação é resultado do empenho de Modesto Mastrorosa, presidente da Abav-SP, que não mede esforços para
vê-lo funcionando, com a colaboração dos diretores das duas
entidades.
A solenidade de inauguração, na Rua Brigadeiro
Galvão, onde o sistema está instalado, conta
com a presença do presidente da Embratur,
Said Farhat, do secretário de Turismo de São
Paulo, Ruy Silva, e representantes das entidades dos agentes de viagens.
Em 1979, já no novo endereço da Avenida Dr. Vieira de Carvalho, 115, 11º, para onde
se mudou no ano anterior, o Sindetur-SP
realiza o 1º Salão Profissional de Turismo.
Idealizado por Raul Radu (ver Lembranças), é
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a primeira vez que se realiza uma feira onde as operadoras de turismo
vão comercializar, diretamente para os agentes de viagens, seus produtos
turísticos. O evento acontece nos dias 04 e 05 de junho, no Hilton Hotel,
com o nome sugerido pelo então assessor de promoção do Sindicato, Paulo
Santos Mattos.
Como pano de fundo, o Brasil é comandado por outro militar, o general Ernesto Geisel, que começa a delinear a abertura política. Em 1978, ele
passa o bastão para o general João Batista Figueiredo, o último deles na
presidência do País. Ainda em política, Juscelino Kubitschek morre em 1976
e, no ano seguinte, Carlos Lacerda.
Outro esporte começa a despertar a atenção dos brasileiros e do turismo
nacional, com a primeira vitória de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 em 1972.
No cenário externo, os Estados Unidos e Vietnam assinam um acordo
de Paz. O presidente Richard Nixon renuncia em conseqüência do escândalo Watergate. João Paulo 2º começa seu pontificado em 1978.
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NOVOS TEMPOS
Uma luz de liberdade começa a iluminar o túnel dos anos 80. Depois
de quase 21 anos de governo autoritário, Tancredo Neves é eleito em janeiro de 1985, pelo Colégio Eleitoral, o primeiro presidente civil desde 1964.
Ganha, mas não leva. Quer a fatalidade que ele venha a falecer sem tomar
posse, em abril do mesmo ano. Em seu lugar, assume José Sarney e, em
1988, entra em vigor a Nova Constituição brasileira.
Do lado de fora, agressões contra celebridades de todos os calibres
assustam o mundo. Em dezembro de 1980, o beatle John Lennon é assassinado e, no ano seguinte, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, e
o papa João Paulo 2º sofrem atentado.
Nessa ocasião, o Conselho de Turismo da Federação do
Comércio do Estado de São Paulo, presidido por Eduardo Vampré
do Nascimento, mostra seu poder de decisão.
Em 1983 aciona a Secretaria Municipal de Finanças
com uma proposta para reduzir a cobrança do ISS das agências de viagens. A proposta é aceita e o órgão de finanças
da Prefeitura edita portaria, vigente até hoje, considerando como base de cálculo para o ISS não o preço de venda
dos pacotes turísticos, mas a margem de 30% sobre esse
preço, calculada pelas operadoras.
Em abril de 1986, Nascimento entrega ao ministro
da Fazenda, Dílson Funaro, um longo trabalho realizado
pela entidade sobre câmbio-viagem que o governo pretende
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Memória do Turismo
criar. O objetivo é mostrar que o setor já vinha estudando a instituição
desse câmbio diferenciado, que poderia servir de subsídio para o projeto
governamental. O câmbio-viagem estabelecia uma cotação da moeda estrangeira específica para viagens internacionais, tanto para compra de moeda
trazida por turistas ao País, como para venda a quem viaje ao exterior.
O trabalho da Federação estabelecia que o novo câmbio seria fixado
diariamente pelo Banco Central, considerada a cotação de mercado e a
excedência ou escassez de moeda estrangeira existente em caixa. As agências de viagens de turismo poderiam dispor desse câmbio para o pagamento
de serviços turísticos terrestres prestados no exterior e para o recebimento
de numerário relativo a serviços prestados no País a turistas estrangeiros.
A atividade turística nacional é colocada em destaque em mais uma
atitude contraditória do governo federal. Após eleger 1986 o Ano Nacional
do Turismo, no final do mesmo, José Sarney extingue os incentivos fiscais
que a categoria tivera desde 1966 e torna livre o exercício de todas as
atividades turísticas, sem qualquer exigência. A conseqüência é a proliferação intensa, e à vezes predatória, das agências de turismo.
É nesse quadro que Antonio Aulísio assume a presidência do SindeturSP, em 1986, procedendo a separação administrativa entre o Sindicato e a
Abav-SP (ver Lembranças). Não se trata de um rompimento, pois as duas
entidades continuam integradas em muitas parcerias. Uma delas é o Balcão de Atendimento, instalado no Aeroporto de Congonhas, desde 1983, e
no de Cumbica, a partir de 1985. Seus usuários são as agências de viagens
associadas ao Sindetur-SP e à Abav-SP, que o utilizam para o envio de
documentos, passagens e vouchers para serem retirados pelos passageiros.
Esse serviço faz parte do Convênio de Atividades Conjuntas, inaugurado
em 1975 com o Sistema Telefônico Sindetur/Abav que, diante das inovações
tecnológicas surgidas na década de 80 nas telecomunicações, começa a mos-
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trar sua obsolescência, além dos altos custos operacionais. Quando a administração desse convênio telefônico passa para o Sindetur-SP, o presidente
Antônio Aulísio alerta para esse problema, não afastando a hipótese de que
essa prestação de serviços sofra um colapso diante das elevadas tarifas
cobradas dos usurários.
Em 1989, o governo de José Sarney lança, através do Banco Central, o
dólar turismo, cuja proposta original, elaborada pelo Conselho de Turismo da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo, presidido por Eduardo Vampré
do Nascimento, fora apresentada para o poder executivo federal em 1983
(ver Lembranças). Por se tratar de uma nova política cambial, muitos agentes
de viagens são pegos de surpresa. O vice-presidente do Sindetur-SP, Adel
Auada, sugere, então, que se convide alguém do Banco Central para que faça
uma ampla exposição a respeito para os associados do Sindicato.
Antes de encerrar sua gestão, Antonio Aulísio capacita a sede do Sindicato com um espaço para implantar sua biblioteca, preparado pelo assessor de turismo Eduardo Pires de Campos. Institui, também, o Regimento
Eleitoral da entidade, estabelecendo normas para as eleições da Diretoria,
Conselho Fiscal e Delegados junto ao Conselho de Representantes da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Concorrências desleais
Conseqüência da não regulamentação, a atividade de agente de viagens começa a sofrer uma acirrada concorrência. Companhias aéreas e
instituições financeiras, inclusive oficiais, fazem parte desse rol de competidores incômodos.
Uma comissão da diretoria do Sindetur-SP, comandada por seu presidente Michel Tuma Ness, se reúne no dia 16 de março de 1993 com os
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diretores da American Express para questionar sua atuação indevida no mercado com o funcionamento da agência de viagens daquela empresa de cartão
de crédito. As explicações não convencem os profissionais do setor, que pedem o fechamento da mesma. Preocupada, a diretoria da Amex argumenta
que é um procedimento normal da empresa no mundo todo, mas que vai
repensar a situação para continuar convivendo em paz com o trade turístico.
Nessa ocasião, o presidente da Abav-Nacional, Tasso Gadzanis, articula uma luta ferrenha contra a existência da BBtur, agência de viagens
administrada pelo Banco do Brasil. Sua atitude recebe os parabéns do Sindicato em ofício enviado por sua diretoria.
“Primeira Página”, Publifolha.
Tudo parece conspirar contra os agentes. O alto valor do ISS cobrado
na Capital provoca uma evasão de agências de viagens para outros municípios da Grande São Paulo. Diante disso, associados do Sindetur-SP solicitam ao presidente Tuma Ness que reivindique ao Secretário do Planejamento a isenção desse imposto para as empresas de turismo da Capital.
O Brasil já tem outro presidente, Fernando Collor, empossado em 1990,
mas defenestrado do poder em 1992 pelo impeachment. Em seu lugar assume o vice Itamar Franco, cujo Ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso dá um novo rumo à economia nacional.
Povo esportista, o brasileiro venera um outro herói: Ayrton Senna, tricampeão da Fórmula 1. Suas atuações são uma grande contribuição para o
turismo brasileiro. As etapas do campeonato em Interlagos atraem para São
Paulo turistas do Brasil todo e dos países vizinhos, lotando os hotéis e movimentando as agências de turismo receptivo da cidade. Em 1994 ele deixa definitivamente as pistas em um acidente fatal na etapa italiana da Fórmula 1.
O mundo está diferente. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS) não existe mais e o Muro de Berlim é derrubado.
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GLOBALIZAÇÃO E PARCERIAS
Quando a diretoria do Sindetur-SP,
comandada por Eduardo Vampré do Nascimento, assume em 1995, um mundo novo dá
as cartas. A sociedade pós-industrial, em que
a tecnologia passa a substituir o trabalho
humano, privilegia o setor de serviços, ao qual
o turismo se integra. A globalização, com a
rapidez da informação e a supremacia dos
mercados financeiros, traz conseqüências
para todos os setores produtivos do País, que
tem no presidente Fernando Henrique Cardoso um defensor da nova ordem econômica.
A nova moeda, o Real, provoca um fenômeno que o turismo, mais do que outro
setor, evidencia. Sem inflação, sobra dinheiro
para as pessoas viajarem. Mesmo aquelas
que nunca o fizeram, tornam realidade seu
sonho de conhecer outros países.
A internet invade lares e empresas,
mostrando seu potencial e assustando, no
início, o agente de viagens, que vê nesse
revolucionário instrumento de informação
um novo concorrente.
São novos valores que exigem mudança. Mas mudar como? Para onde?
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Essas perguntas, expressas por um
mercado turístico desorientado, induzem o
Sindetur-SP a tentar respondê-las. A fim de
subsidiar o agente de viagens com referências atualizadas para enfrentar a nova realidade, o Sindicato instala o Fórum dos
Empresários de Turismo, que vem sendo
realizado desde 1996.
Especialistas dos mais diversos setores, como o economista Antoninho Marmo
Trevisan, o perito em marketing turístico,
Luís Lara, o consultor de empresas Stefen
Kanitz, juristas como o desembargador
Yussef Cahali e o juiz Ricardo Chimenti, entre outros, dão o seu recado. Suas palestras
apontam caminhos para o turismo num
mundo globalizado, a necessidade de um código brasileiro para o setor, o impacto da
internet etc. Paralelamente, é desenvolvida
consultoria técnica nas agências de viagens,
em parceria com o Sebrae/SP.
O Senac também oferece sua colaboração com o seminário “Globalização e Tecnologia: o futuro dos profissionais e das empresas de turismo”, para que representantes
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Memória do Turismo
do trade apresentem suas opiniões. É o que faz o presidente do
Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, ao afirmar que “a partir de agora, não mais será o grande que engolirá o pequeno, mas o
veloz que engolirá o lerdo. É a fábula da tartaruga e da lebre em
versão informatizada, não dando mais tempo para a lebre descansar.
Daí entendo que, mais do que a própria globalização, o que afetará
nosso setor é a velocidade da informação.”
Com tantos elementos inovando as relações do mercado turístico, nada mais pertinente do que o Sindicato dar nova linguagem ao seu Estatuto Social. As principais alterações, introduzidas
em 1998, estabelecem filiação apenas para empresas, não para
autônomos; melhor cadastramento na admissão, com informações
econômico-financeiras das candidatas; e dever do associado manter conduta ética no mercado, não lesiva a seus clientes, às demais
associadas e à imagem da categoria.
Remuneração justa
Por iniciativa do seu Comitê de Contas Comerciais, o SindeturSP lança, em 1996, a Tabela de Orientação de Preços. Nela são
sugeridos valores para as agências de viagens e operadoras de turismo cobrarem dos clientes que procuram informações, mas não
concretizam a compra. Embora seja uma prática comum em outras
atividades, como a dos corretores de imóveis e, principalmente, a
dos estabelecimentos financeiros, a Secretaria de Direito Econômico abre processo de averiguação, concluindo, no final, que não
há ilegalidade no uso da Tabela.
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Apesar de a entidade, desde sua criação, ter buscado sempre a regulamentação da atividade, o Sindicato acha por bem se posicionar contra o substitutivo do
deputado federal Nelson Otoch, do Ceará, do projeto de
lei nº 2.471/91 que trata da questão. Em ofício enviado
àquele parlamentar em 1996, justifica-se afirmando
que, ao contrário do que o substitutivo propõe, o
Sindetur — SP entende que a atividade econômica do
agente de viagens deve ser regulamentada a partir da
qualificação profissional, fiscalizada por um conselho,
a exemplo de outras profissões, como a de advogado
(OAB) e de administração (CFTA).
Em compensação, na esteira provedora de mais
subsídios para o trabalho da categoria, o Sindetur-SP
oferece aos seus associados o Projeto de Normalização
para Agências de Viagens. Trata-se de um manual cujo
objetivo é definir e padronizar a metodologia para a
elaboração, implantação e manutenção de normas de
procedimentos das agências de turismo do Estado de
São Paulo. O trabalho é desenvolvido por 14 associadas
em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos Especiais), Senac/SP e IBQN/RJ (Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear do Rio de Janeiro).
Em contraponto às surpresas do mundo globalizado, o Sindetur-SP continua lidando com problemas mais comezinhos. Em 1999, assessorado pelo
consultor jurídico Joandre Antonio Ferraz, consegue
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Memória do Turismo
uma vitória com a liminar judicial que assegura às suas associadas a opção
pelo SIMPLES. Essa liminar é conseqüência do mandado de segurança coletivo, impetrado pela Consultoria Jurídica contra a Receita Federal.
Em 2000, o benefício do imposto simplificado é consolidado com a
sentença do Juiz Substituto da 8ª Vara Federal de São Paulo, Rafael Andrade
de Margalho, concedendo a segurança requerida. A Receita Federal, entretanto, recorreu contra a medida e o processo aguarda julgamento no
Tribunal Regional Federal, com parecer da Procuradoria da República favorável ao Sindetur-SP.
Novos “ataques aéreos”
Apesar do tamanho do adversário e de seu poder de fogo, o SindeturSP não se intimida em entrar com ação judicial contra as companhias aéreas
nacionais em 1997. O objetivo é acionar as empresas de aviação a devolver
os valores do ICMS, que vêm descontando indevidamente das comissões
das agências de viagens, embora essas estivessem desobrigadas desse imposto desde 1964. A sentença foi favorável ao Sindicato, tendo havido recurso das companhias aéreas, que se encontra aguardando julgamento no
1º Tribunal de Alçada Civil.
No alvorecer do ano 2000, num vôo rasante e sem aviso, as companhias aéreas fazem mais um ataque, reduzindo as comissões pagas às agências de viagens de 9% (nacionais) e 10% (internacionais) para 7% e 9%.
Contra essa investida, o Sindetur-SP ajuíza demanda judicial, que se encontra
em andamento. Acima de todas e diversificadas reações do setor, o mais
importante foi a união de todas as entidades e de seus associados na busca
da solução.
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Relações de Consumo
Não bastassem as contendas com seus fornecedores, um novo e grave problema afeta a saúde das
agências de viagens. Desde o início da vigência do Código de Defesa do Consumidor, em março de 1991,
as agências vêm enfrentando reclamações e demandas, muitas vezes fundadas na indústria dos danos
morais, decorrente da Constituição Federal de 1988.
Uma das dificuldades que elas têm tido está no
fato de tal código tratar de forma genérica do fornecimento de serviços e nada tratar sobre os de natureza
turística, aliada ao desconhecimento que perdura a respeito das particularidades do nosso setor.
Daí porque o Sindetur-SP promoveu diversos
contatos com o então secretário da Justiça e da
Lançamento da Cartilha de Turismo: Tasso Gadzanis, Cidadania do Estado de São Paulo, Belisário dos Santos
presidente da Abav-SP; Maria Inês Fornazaro, dire- Jr., que culminaram com a criação, no Procon-SP, da
tora executiva do Procon/SP; Edson Luiz Vismona,
secretário da Justiça; Ilya Michael Hirsch, presidente Câmara Técnica de Consumo de Serviços Turísticos, em
da Braztoa; e Eduardo Vampré do Nascimento, junho de 1999. Dela fazem parte, também,
presidente do Sindetur/SP.
a Abav-SP, a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) e, mais recentemente, a Belta (Associação Brasileira
de Operadores e Representantes de Programas Educacionais e Cursos no Exterior).
Os dois produtos resultantes dos trabalhos da Câmara são a Cartilha de Turismo, com
ampla distribuição nacional, contendo orientações sobre como contratar os serviços
turísticos, e a Ficha de Roteiro Turístico, um contrato sucinto que mostra o que está
no pacote turístico oferecido ao cliente, mas que, devido à sua complexidade, vem
inibindo sua utilização. Razão pela qual está sendo reavaliada.
No momento, estão em andamento estudos comparativos entre a deliberação
normativa da Embratur nº 161/85 e o Código de Defesa do Consumidor sobre as
condições contratuais de cancelamento de viagens.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Relações harmoniosas
A busca da harmonia da atividade turística com a sociedade em que
atua fica mais evidente com a instalação, em fevereiro deste ano, do Conselho de Turismo da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São
Paulo), sob o comando do presidente do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do
Nascimento.
Trata-se de um conselho de turismo exclusivamente empresarial, do
qual fazem parte representantes da Abav-SP, Abeoc-SP (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis), Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), Abraccef
(Associação Brasileira de Congressos, Convenções e Feira), Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil), Aviesp (Associação das
Agências de Viagens Independentes do Estado de São Paulo), Braztoa, Favecc
(Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais), São
Paulo Visitors & Convention Bureau, Senac, Sesc, Sindiprom (Sindicato de
Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e
Eventos do Estado de São Paulo), Ubrafe (União Brasileira dos Promotores
de Feiras) e Viva o Centro.
Ao comemorar seus 50 anos, o Sindetur-SP não pode deixar de fora
desta festa os funcionários que trabalham nas empresas de seus associados. No dia 11 de julho último, institui com o Seetur (Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo do Estado de São Paulo) a Comissão
Intersindical de Conciliação Prévia de Turismo, a primeira do setor no Brasil.
O objetivo é tentar conciliar qualquer conflito individual na área trabalhista do setor de turismo, representado pelo Sindetur-SP e Seetur-SP.
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Solenidade de instalação
da Câmara Setorial de
Turismo do Estado de
São Paulo, realizada
na Fecomercio —
Federação do Comércio
do Estado de São Paulo,
dia 12/08/1996.
A partir da esquerda:
Caio Luiz de Carvalho,
presidente da Embratur;
deputado Francisco
Dornelles, ministro da
Indústria, do Comércio
e do Turismo; Abram
Szajman, presidente
da Fecomercio; e
Eduardo Vampré do
Nascimento, presidente
do Sindetur-SP.
Instalação do Conselho Técnico de Turismo da Fecomercio em 14/02/2001.
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50 anos
LEMBRANÇAS
Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
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Relato de
acontecimentos,
realizações e
das lembranças
que ficaram
na memória
dos homens
do turismo de
São Paulo
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Considerado por muitos um “professor” de turismo — era assim como o
trade e a imprensa especializada o reverenciavam — Raul Radu tinha como
grande meta, quase uma obsessão, a profissionalização do agente de viagens. Foi por ela que brigou muito, teimou demais e idealizou muitas
ações que vieram a se concretizar, como o Salão Profissional de Turismo,
concebido por ele, Eduardo Vampré do Nascimento e Paulo Santos
Mattos e realizado pela primeira vez em 1979. Mais tarde, esse
ideal norteou seu trabalho como membro do Conselho Técnico do
Sindetur-SP.
Radu nasceu em 1927, em Bucareste, Romênia, onde cursou a
faculdade de Letras. Durante a II Grande Guerra, por ser judeu, sofre injunções e ingressa na resistência contra o fascismo. Em 1960
deixa seu país, onde era membro do sindicato dos jornalistas e criador
do Escritório Nacional Romeno de Turismo, e emigra para o Brasil como
representante da publicação francesa “Les Repértoires des Voyages”.
Em 1962 começa a trabalhar na agência de viagens Passatours e, dez
anos depois, monta sua própria empresa, a Airtour do Brasil. Em 1973 lança
o livro Europa ao alcance de todos, baseado nas dúvidas dos seus clientes
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
sobre as principais atrações européias. Em 1986 a publicação já estava na
quarta edição, com mais de 60 mil exemplares vendidos.
Sua fama de homem “sem papas na língua” é superada pela do profissional idealista. Raul Radu faleceu em 1997 deixando prova de sua previsão do futuro, com o qual estava antenado, em muitos artigos e entrevistas
publicados pela imprensa especializada:
É praticamente impossível alguém cobrir bem todos os setores turísticos do mundo. Isso porque, para se fazer um trabalho realmente honesto
e consciente, é necessário que o operador não apenas conheça bem os
locais em oferta, mas, principalmente, que acompanhe as evoluções por
que esses locais passam, a fim de adaptar seus programas às novas situações. É impraticável manter o mundo todo sob controle para se adaptarem
os programas. (Na reportagem “Raul Radu”, publicada no Guia Panrotas,
Janeiro/83, defendendo a especialização do agente de viagens)
Turismo não é um simples comércio. Tem finalidades sociais e culturais.
Assim, não pode ter êxito um comerciante improvisado que se propõe a
vender apenas mais um produto, que nesse caso se chama turismo. Nós,
que somos profissionais do setor, temos permanentemente de nos enriquecer humana e culturalmente. Temos que conhecer a fundo o nosso produto. Temos de ser profissionais a toda a prova.
(...) Em todo o mundo o turista ideal é o que forma o turismo de massa.
A classe média. O aposentado. O estudante. No Brasil, entretanto (infelizmente), foi a categoria que mais sofreu e hoje é aquela que realmente não
pode mais se dar ao luxo de fazer turismo. Isso, inclusive, explica porque o
turismo de massa no Brasil está acabando. (Entrevista fornecida ao Guia
Aeronáutico-Abril/89).
..., surgiu a idéia de se criar o Salão Profissional de Turismo. Entre os
argumentos para a decisão posso citar: a necessidade de profissionalização
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do setor; maior aproximação entre operadores e agentes de viagens, melhor preparação e formação de vendedores diante das exigências crescentes do público e a abertura do turismo brasileiro para um maior leque de
opções. (Trecho do artigo “A profissionalização do setor”, de 1989).
Ora, devemos deixar de lado qualquer dignidade e a consciência profissional, para somente encher as poltronas de aviões e ônibus em detrimento da saúde de nossas empresas — pequenas ou grandes? Não será
somente uma falta de experiência e de preparo escolher o caminho das
facilidades? (Trecho do artigo “O câmbio turístico flutuante para pagamento de serviços turísticos no exterior”, publicado no Informativo ABAV
— Jul./Ago. — 89)
Mas vale a pergunta: quem protege o agente de viagens? Como intermediário de serviços, ele confecciona o seu produto — excursão, pacote ou
simples viagens — costurando com materiais alheios — transportes, hotéis,
divertimentos etc — sob medida ao consumidor. Depende de suas escolhas,
de preparo cultural e profissional, de talento e intuição psicológica, de seu
investimento e honestidade o bom funcionamento da engrenagem que
oferece ao turista. Erros são possíveis, má-fé ou imperícia inaceitáveis.
(...) De fato, a profissão não existe legalmente, não é reconhecida e sua
regulamentação é um sonho ainda.
(...) Quem protege o agente de viagens no Brasil — sempre o responsável
— de medidas governamentais, abruptas ou incompletas, que cambiam as
regras do jogo, com as quais fomos brindados nos últimos 20 anos (depósitos compulsórios, mudanças de câmbio e regras incompletas etc)? Quem
protege o agente de viagens do desrespeito dos acordos — nunca escritos —
dos transportadores e hoteleiros por mudança unilateral de tarifas, por reservas confirmadas e não respeitadas (o temível overbooking nas altas temporadas)? (Trechos do artigo “Proteção ao turista, sim. E quem protege o
agente?”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 19/02/1991).
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Memórias do Turismo
Apesar de ser médico, Mario de Mello Faro não conseguiu ficar imune ao
vírus sedutor do turismo. Mas a contaminação não foi imediata. Durante
oito anos, ele combateu em duas frentes: como médico pneumológico,
função que exercia desde 1946, quando se formou, e no turismo, ao
qual foi apresentado em 1959. A família mantinha em Santos a
“Faro e Irmãos”, empresa que, entre outras atividades, fazia câmbio, vendia passagens marítimas e locava veículos, tudo o que faz
uma agência de viagens. Invertendo as posições, em 1960 os irmãos fizeram o diagnóstico da empresa e lhe mostraram a receita: era necessário que ele assumisse a filial em São Paulo,
aberta por influência de Alberto Pinto.
Até 1968 ele dividiu seu tempo entre as atividades de médico que já havia legado à comunidade científica 22 trabalhos
em pneumologia, recebido quatro prêmios, exercido o posto de coordenador da campanha contra a tuberculose no Estado de São Paulo,
o cargo de chefe da clínica de pneumologia do Hospital Mandaqui, e
o trabalho de agente de viagens que passou, a partir daí, a ser definitivo em sua vida.
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Nesses seus 41 anos de atividade turística já foi presidente da AbavSP (1964/65), na qual atuou várias vezes como membro conselheiro, função exercida, também, na Abav-Nacional e no Sindetur-SP. Exerceu, ainda,
a presidência do Skal Club de São Paulo (1973/74) e do Nacional (1977); foi
2º vice-presidente e presidente da Cotal — Confederação de Organizações
Turísticas da América Latina (1966/67-1974/75 e 1976/77), membro do
CNTur (1979), presidente da primeira diretoria Executiva do São Paulo
Convention and Visitors Bureau (1983/84).
Sobre o fato de trocar uma carreira consolidada de médico pela de
agente de viagens, Mello Faro lembra-se de uma resposta que deu a uma
ex-paciente: “Como médico eu vivia entre quatro paredes e meus horizontes
não iam muito além da porta do consultório. Dentro dele, na maioria das
vezes, eu era portador de notícias ruins, que faziam as pessoas sofrerem. Já
no turismo, eu sempre transmito alegria às pessoas e deixei de viver entre
quatro paredes para viver nos quatro cantos do mundo”.
Atualmente, além de diretor da Mello Faro Turismo e Câmbio, que
fundou com seus filhos em 1991, desligando-se da Casa Faro, ainda encontra tempo para se dedicar à genealogia, que já resultou em dois trabalhos
publicados: “A família Mello Faro em Portugal e no Brasil” (1996) e “Família
Fidalgas Portuguesas e seus vínculos no Brasil” (1999). É também membro
do Conselho Editorial da Revista Turismo em Análise, da Escola de Comunicações e Artes da USP, para a qual colaborou com um número temático de
sua autoria denominado “Eventos e Turismo” (1997).
“Quando comecei a trabalhar na Casa Faro, não havia mais do que
400 empresas de turismo em São Paulo e todos se conheciam. O agente
de viagens tinha muito prestígio junto aos componentes do ‘trade’ turístico; era paparicado pelas companhias aéreas, que o consideravam o
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Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
seu melhor elemento de vendas. Hoje existe a nova figura do consolidador,
que passou a exercer o papel da empresa aérea, e as operadoras turísticas que montam programas para mais de 2.000 agências só no Estado
de São Paulo.
Logo que passei a administrar a filial de São Paulo da empresa do meu pai e
dos meus irmãos, fiz uma avaliação criteriosa do mercado. Percebi que a maioria dos meus colegas dedicava-se a vender bilhetes aéreos e passagens de
navios e conclui que era necessário acrescentar algo mais. Passei a promover
eventos nacionais e internacionais, o que permitia que a empresa trabalhasse
tanto como agência de turismo receptivo como de emissivo. Foi uma escolha
acertada. O turismo de eventos só tem crescido, pois atende a duas necessidades que os tempos atuais têm acentuado: as pessoas precisam se atualizar
em suas profissões e aprenderem mais e as empresas perceberam a importância de integrar e motivar seus funcionários.
No momento, não participo como membro efetivo de nenhuma entidade de
classe porque entendo que devo abrir espaço para os novos valores que estão
surgindo. Acredito que um sindicato como o Sindetur-SP deve ter entre suas
atribuições congregar as agências de viagens; melhorar seu perfil técnicoprofissional; buscar melhores condições de rentabilidade, vigiando o procedimento agência de viagens/fornecedores; promover o intercâmbio sócio-cultural
entre seus associados e estar presente, sempre que necessário, junto aos órgãos
governamentais, buscando condições adequadas de trabalho.”
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Ao atravessar as portas da agência de viagens Victur para ser um dos seus
funcionários, Eduardo Vampré do Nascimento não imaginava que estava
começando, naqueles idos de 1958, uma longa carreira no turismo. A agência em questão foi a primeira a se instalar na zona da Avenida Paulista, em
suntuosas dependências do recém inaugurado Conjunto Nacional. Tanta pompa e circunstância, porém, não resistiu à total falta
de experiência dos seus diretores, que se acreditavam “técnicos de muito saber em turismo”. Entre eles, o ex-vice-governador do
Estado, Porfírio da Paz, Antonio Nelson
Pagano, José Alvarez e muitos outros. Pouco
tempo depois, a agência fechou.
Mas esse não foi o primeiro emprego
de Nascimento, que começou a trabalhar em
1950 no escritório do pai, o despachante
Annibal P. Nascimento. Depois do equívoco
Victur, monta, em outubro de 1961, sua própria empresa, a Turismo e Passagens Nasci-
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
mento, no Edifício Glória, da Praça Ramos de Azevedo, próximo ao Largo de
São Francisco onde faz o curso de Direito.
Sua biografia profissional se confunde com a atividade política que
passa a exercer nos quadros diretivos das mais diversas entidades de classe
do setor. Como presidente do Sindetur-SP, já está na quarta gestão: as duas
primeiras foram no período de 1974 a 1977 e de 1977 a 1980; a terceira,
de 1995 a 1998, quando foi reeleito para o atual mandato.
Foi membro representante dos agentes de viagens no CNtur durante
dois anos, um dos fundadores e o primeiro presidente da Braztoa — Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, da qual é membro do Conselho Consultivo, função que exerce, também, na Abav/Nacional — Associação
Brasileira das Agências de Viagens, na Secretaria de Esportes e Turismo do
Estado de São Paulo e no Sesc.
Exerce, ainda, a presidência do Conselho de Turismo da Federação do
Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), entidade da qual é um dos
diretores. Antes dessas atividades, porém, está a de diretor-presidente das
empresas Nascimento e Turismo e Sun & Sea Representações e Turismo.
“Dividia meu tempo entre a Faculdade de Direito, a política estudantil e
minha incipiente agência aberta em 1961. Com o advento do governo militar,
em 1964, uma “bomba” estoura em minhas mãos: o único banco com que
trabalhava fecha suas portas. Para superar as dificuldades, me uno a dois
velhos amigos, o Horácio Piragibe Galvão, já falecido, e o Leonel Rossi Jr., e
transformamos minha empresa na Decatur, que atua até hoje no mercado, sob
a presidência do Leonel.
Após a formatura em 1965, encontrei mais tempo para as atividades profissionais. Logo percebi que, para lutar pelas correções que considerava necessárias para nossa categoria, o melhor caminho era participar de alguma entidade
de classe. Ao oferecer meus préstimos ao então presidente do Sindetur-SP,
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conheci grandes figuras do turismo como Takeharu Akagawa e Modesto Mastrorosa. Com este, sou eleito vice-presidente na chapa que vai dirigir a entidade
a partir de 1971.
Naquela época, o Sindetur-SP e a Abav-SP ocupavam duas ou três salas da
Galeria 24 de Maio, que, somadas, não chegavam a 60 m2. Esse espaço modesto foi a arena de infindáveis debates.
Um deles, provocado por uma iniciativa governamental, deu muito que
falar. No dia 04 de junho de 1976, o Banco Central edita a Resolução Geral de
Câmbio GECAM 313 proibindo a remessa de divisas ao exterior para pagamento
de serviços turísticos. Ao mesmo tempo, cria o Depósito Compulsório para
Viagem ao Exterior pelo qual somente poderia viajar quem “emprestasse” ao
governo a quantia, equivalente aos valores atuais, de US$ 1.200 que seria
devolvida dois anos após a viagem, sem juros e sem correção monetária, em 24
prestações mensais. Na minha opinião, foi o maior baque que o turismo brasileiro sofreu nos últimos 50 anos, superando, inclusive, o confisco do governo
Collor nos anos 90.
Fiquei tão inconformado que, não fosse o apoio da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo, da qual eu era membro do Conselho de Turismo desde
1974, acredito que teria sofrido a ira do governo militar. Isso porque, numa
ocasião, perguntei publicamente ao então ministro da Fazenda, Mário Henrique
Simonsen, “se o governo brasileiro queria, com o GECAM 313 e o Depósito
Compulsório, criar uma cortina de ouro, a exemplo da cortina de ferro da Rússia,
para tapar a vista dos brasileiros e impedir que, lá fora, soubessem o que de fato
acontecia no País”.
O assunto continuou provocando polêmica. No Congresso da Abav de 1977,
realizado em Curitiba, insinuamos, propositadamente, que a exposição que
acontecia paralelamente só podia estar mostrando produtos contrabandeados.
Já que a grande maioria dele era de pacotes de viagens ao exterior, e como
estavam proibidas as remessas de pagamento, esses pacotes só poderiam ser
negociados no câmbio negro, ou seja, pelo mercado paralelo. O governo, representado na ocasião pelo então presidente da Embratur, Sayd Farah, preferiu
calar-se e fazer olhos de mercador.
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Memória do Turismo
Mas não desistimos. Às vésperas da Copa do Mundo de 1978, organizamos
um almoço para a imprensa esportiva, econômica e de turismo. Ao final, comunicamos que nenhum brasileiro poderia assistir aos jogos da Copa na Argentina, pois estavam proibidas as remessas para pagamentos de serviços no exterior. Quando a informação saiu publicada, foi um Deus nos acuda. Era ministro
ligando para ministro, ministro ligando para minha casa querendo saber do que
se tratava. Infelizmente, mais uma vez taparam o sol com a peneira e, para não
haver uma comoção nacional, permitiram as remessas apenas para os jogos.
Vale lembrar que, em todas as nossas batalhas, principalmente contra a
Embratur, contávamos com um grande aliado no Rio de Janeiro, o Orlando
Fonseca, presidente do Sindetur daquele Estado. Personalidade difícil, mas um
caráter inquestionável.
No Congresso da Abav de 1978, o Sindicato, em parceria com a Federação
do Comércio do Estado de São Paulo, novamente volta à luta. Desta vez, propondo o que considero, sem dúvida alguma, o maior feito daquela gestão, a
implantação do Câmbio Turismo, trabalho que contou com a inestimável trabalho do assessor jurídico do Conselho de Turismo da Fecomercio, Joandre Antonio Ferraz. Foram anos de maratona apresentando esse projeto em todos os
fóruns que podíamos: Conselho de Turismo do CNC (Conselho Nacional do
Comércio), CNtur (Conselho Nacional de Turismo do Ministério da Indústria e
Comércio), Congresso da ABIH etc.
No nosso projeto, o câmbio-viagem seria fixado diariamente pelo Banco
Central, considerada a cotação de mercado e a excedência ou escassez de
moeda estrangeira existente em caixa, sendo apropriadas e saídas na conta
viagens internacionais. As agências de turismo poderiam dispor deste câmbio
para o pagamento de serviços turísticos terrestres prestados no exterior e para
o recebimento de numerário relativo a serviços prestados no País a turistas
estrangeiros.
Dez anos depois, o presidente José Sarney implanta o dólar turismo, um
sistema próximo ao que havíamos sugerido. Foi uma perda incalculável para
nossa Balança de Pagamentos.
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Uma outra briga boa aconteceu no começo dos anos 70, contra a implantação do VTD — Vôo de Turismo Doméstico, cujo objetivo era promover o turismo
de massa. Acontece que, para sua viabilização, era necessário um mínimo de
40 passageiros e nenhum ônibus naquela época, que seria utilizado no programa, possuía mais do que 36 assentos (algo elementar que as autoridades demoraram a perceber, apesar de nossos avisos).
O mais grave foi que, na calada da noite, a Embratur tenta viabilizar os Vôos
de Turismo Doméstico apenas para duas agências apadrinhadas, excluindo as
demais do processo. Foi um luta feia, cheia de ameaças, carteiradas, gravações
secretas, mas que, no final, entre mortos e feridos, salvaram-se todos e o
projeto ficou democratizado e obteve razoável sucesso.
Quando a Abav-SP, sob a presidência do Jurandy Carador, mudou-se para
Av. Vieira de Carvalho, 115, achei que o Sindetur-SP não poderia ficar fisicamente distante daquela entidade. Com a interferência do nosso conselheiro
Jorge Haddad, conseguimos um bom preço pelo imóvel no mesmo endereço
da Abav-SP, para onde o Sindicato mudou-se em 1978 e onde estamos até
hoje. Lembro-me que a entidade não tinha muito dinheiro e, tampouco, receita, mas aceitamos o desafio. Graças à coragem do nosso companheiro
José Augusto Franco, que foi avalista, e a um bom trabalho administrativo
que desenvolvemos, criando receitas paralelas com a realização de eventos e
unindo as administrações do Sindicato com a da Abav-SP, pudemos pagar o
imóvel sem problema.
Por essa época, o sistema de distribuição dos pacotes turísticos pelos operadores para os agentes de viagens era, ainda, muito incipiente. Os agentes, por
sua vez, desconheciam quase por completo que produtos as operadoras tinham
para vender. Raul Radu, que sempre trazia as últimas novidades da Europa,
insistiu para que criássemos um evento para promover esses encontros, como
já acontecia nos centros europeus. Criamos, então, em parceria com a AbavSP, o Salão Profissional de Turismo, cuja primeira edição aconteceu em 1979.
Retornei ao Sindetur-SP em 1995, depois de um intervalo de 15 anos,
com a plataforma TUR (Transparência, União e Reabilitação). Essa volta se
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
deveu a pedido de muitos companheiros, face à inexplicável perda do dissídio
coletivo no ano anterior, que elevou o salário-base da categoria em 100%.
Nossa primeira medida foi agregar novamente o Sindicato à Federação do
Comércio do Estado de São Paulo, desligando-nos da Fenactur — Federação
Nacional de Turismo
Outros desafios surgiram. Um deles foi dar subsídios para o agente de viagens enfrentar e se posicionar em em um mundo que mudou radicalmente,
com a globalização e a internet interferindo demais no setor de serviços, do
qual fazemos parte. Uma das iniciativas é o Fórum dos Empresários de Turismo,
com palestras e debates de especialista de diversos setores.
Dentro desse viés profissionalizante, instituímos, também em 1996, a Tabela de Orientação de Preços para que o agente cobrasse pelas consultas, como
já fazem profissionais de outros segmentos. Apurada sua irregularidade pela
Secretaria de Direito Econômico, foi considerada legal, em 1999. Outro resultado positivo foi conseguir, através de ação judicial, que as empresas associadas ao Sindetur-SP pudessem usufruir o imposto simplificado, o SIMPLES.
Mantemos, infelizmente, alguns desentendimentos com as companhias
aéreas. Primeiro, pela cobrança indevida do ICMS que elas fizeram às agências
e continuam fazendo. O segundo, em conjunto com outras entidades do setor,
contra a inesperada atitude de reduzir as comissões.
Criamos, também em conjunto com as outras entidades e com o Procon-SP,
a Câmara Técnica de Turismo no intuito de fazer esse órgão de defesa do
consumidor entender as peculiaridades do turismo e evitar a indústria das
reclamações.
Com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo do Estado de São
Paulo — Seetur-SP, estabelecemos a primeira Comissão de Conciliação Prévia
do setor de turismo.
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Nosso desafio consiste, ainda, em fazer com que parte dos empresários de
turismo compreendam a verdadeira função do Sindetur-SP. Infelizmente, ainda permanece em muitos a idéia do sindicalismo trabalhista da época do Getúlio
Vargas, o sindicalismo comandado pelo governo, o sindicalismo de pelegos que
se extinguiu há muitos anos.
O Sindicato é uma associação de classe constituída para fins de estudo,
coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica, cuja
prerrogativa é representar e defender os interesses gerais da categoria representada e os individuais de suas associadas perante as autoridades administrativas e judiciárias (Artigos 1º e 2º § 1º dos Estatutos Sociais).”
Mário de Mello Faro, Eduardo Vampré do Nascimento, Miguel Colassuono e Walter Steurer.
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Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
Adel Auada iniciou suas atividades em turismo no final da década de
60 na empresa Müller, criada pelo filho do Charles Müller, o homem do
futebol. Atualmente é diretor da Travelcred. Foi vice-presidente do
Sindetur-SP em duas gestões. A primeira com Eduardo Vampré do Nascimento (1974-1980) e a segunda com Antonio Aulísio (1986-1989). Exerceu, ainda, a função de Conselheiro Fiscal em uma das duas gestões de
Michel Tuma Ness. Foi presidente da Abav-Nacional (1976-1979) e desde
1996 é presidente de honra da Fenactur — Federação Nacional de Turismo.
“Em 1976 um fato traumatizou o mercado: o depósito compulsório para o
turismo que, juntamente com uma portaria do governo impedindo o pagamento de serviços no exterior, provocou um caos nos negócios dos agentes de
viagens. Não devemos esquecer que estávamos sob a ditadura militar e regidos
pelo AI-5. O diálogo com o governo era difícil e, embora existisse a Embratur,
ela agia em estrita obediência às autoridades.
Pois bem. Cansados de não sermos ouvidos, nós, da Abav-Nacional, resolvemos protestar mais radicalmente contra essas medidas autoritárias do
governo, que considerávamos prejudiciais para o setor. Em 1978 nos desligamos dos organismos nacionais — Iata, Cotal, Asta. Como conseqüência, fui
convocado quatro vezes para depor no SNI. Nunca sofri nada, mas eles
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queriam saber se nossa atitude era provocação. Não, não era. Tratava-se de uma
questão de sobrevivência, pois o governo estava tirando o nosso oxigênio. Ou
morríamos quietos ou morríamos gritando. Preferíamos morrer gritando. Na
ocasião um coronel me pediu para fazer um relato sobre a situação, que não
resultou em nada.
Mas nem tudo era espinhos. O mercado turístico estava em franca atividade. Era um período de desenvolvimento do turismo nacional, promovendo o
surgimento das primeiras operadoras de turismo rodoviário e aéreo dentro do
País. Foi criado o VTD — Vôo de Turismo Doméstico, primeiras tentativas de
tarifas diferenciadas através da formação de um grupo para um mesmo destino. Havia, também, uma agência de São Paulo que fazia excursão de ônibus
para Fortaleza e a volta era de avião, ou vice-versa. O turismo internacional,
por sua vez, estava bastante forte, com muito fretamento para o exterior.
Ao contrário do mercado, em plena agitação, as entidades de classe
estavam muito passivas como representantes dos agentes de viagens. O
Sindetur-SP, por exemplo, exauria suas funções no dissídio coletivo. Nós três
— Eduardo Nascimento, Walter Steurer e eu — achávamos que deveríamos
mudar essa situação.
O primeiro passo foi formar uma aliança e procurar atuar dentro das entidades representativas do setor. O Walter candidatou-se e foi eleito presidente
da Abav-SP em 1973 e, no ano seguinte, o Eduardo era eleito presidente do
Sindetur-SP. Para ratificar a estratégia, candidatei-me como vice dos dois.
As duas entidades assumiram, então, o papel de representantes intransigentes
dos agentes de viagens.
Um dos nossos primeiros embates foi com a Embratur, que controlava as
agências com resquícios de totalitarismo. Com nosso enfrentamento, o relacionamento começou a mudar para um campo de entendimento democrático.
Outro resultado de nossa atuação foi a retomada do Congresso da Abav, que
havia sido interrompido 10 ou 12 anos antes, e o Walter conseguir realizar o do
Guarujá, em 74. Desde então, o evento, nunca mais deixou de ser feito.
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50 anos
Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
Na nossa gestão foi firmada a parceria Abav-SP/Sindetur-SP para a implantação do sistema telefônico, uma grande novidade na área de comunicação. Firmamos o primeiro convênio com a hotelaria estabelecendo direitos e
obrigações. Trabalhamos intensamente na nova regulamentação das agências
de viagens e o relacionamento dessas com as companhias aéreas passou a ser
intermediado pelas duas das entidades. Até o diálogo com o governo foi restabelecido. Antes, eles nem sabiam o que era a Abav; depois, ela passou a ser
referência de turismo para os representantes governamentais.
Quando assumi como vice do Antonio Aulísio, dez anos havia se passado. O
Sindicato tinha sido engolido pela Abav-SP, agia como se fosse uma divisão
dela. Um dos grandes méritos do Toninho foi separar a estrutura administrativa
das duas entidades, dando vida própria novamente ao Sindetur-SP. Ele conseguiu, também, estabelecer um relacionamento mais cordial com o sindicato
dos empregados.
Resumindo, considero o papel do Sindetur-SP fundamental na história do
turismo brasileiro. Primeiro, porque é o maior do Brasil. Depois, fica no Estado
onde acontecem as coisas — São Paulo é um laboratório permanente. Acho que
o Sindicato é a grande representação democrática do setor, mesmo porque a
Abav se segmentou muito, gerando filhos como a Braztoa, Aviesp, Favec, Belta
e outras. A Abav hoje é um conglomerado de interesses múltiplos, com dificuldade para falar em nome de todos.”
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Diretor de Assuntos Internacionais da Abav-Nacional e da empresa Decatur, Leonel Rossi Júnior presidiu o Sindetur-SP no período de 1980 a 1983.
Anteriormente foi membro do Conselho Nacional de
Turismo-CNTur.
“No CNTur nossa briga era com o sistema bancário,
que resolveu atuar no turismo. Sem autorização, os bancos instalavam balcões nos aeroportos para vender bilhetes aéreos. Tínhamos que “gladiar” com essas instituições financeiras, que, protegidas pelo governo, ficaram dez anos arrebentando o negócio das agências de viagens. Foi uma época heróica.
Quem estava na Embratur naquela época era o Miguel Colassuono e nós
nos dávamos bem. De comum acordo, balizávamos a abertura de agências
em todo o Brasil. Era importante que o mercado não ficasse nas mãos “das
donas Marias”. Com a mudança do Governo, a Embratur passou a ser comandada pelo João Dória Jr.; a partir daí, qualquer um podia abrir uma agência de
viagens. O Dória saiu da Embratur em 1988 e o CNTur “sumiu” em 1990, no governo Collor, tendo suas atribuições transferidas para a Embratur pela Lei nº 8.181/91.
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Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
Quando estava na presidência do Sindetur-SP, formou-se, pela primeira vez, uma verdadeira união dos sindicatos da categoria. O Mayer
Ambar, presidente do Sindetur do Rio de Janeiro, e eu convidamos dirigentes de sindicatos de outros estados para criarmos um Fórum de Sindicatos de Turismo. O objetivo era estabelecer uma política homogênea que
nos desse mais força para apresentar nossas reivindicações para as autoridades. O primeiro presidente desse Fórum fui eu e, em seguida, o Ambar.
Com o Modesto Mastrorosa à frente da Abav-SP e eu no Sindetur-SP,
resolvemos unir a estrutura administrativa das duas entidades. Com isso
reduzíamos custos e trabalhávamos em conjunto. Na gestão seguinte, do
José Augusto, esse esquema foi mantido; quando o Toninho Aulísio entrou, ele separou.
Foi na nossa gestão que conseguimos o aumento da comissão de 7%
para 10% na venda de bilhete aéreo doméstico e de 7% para 9% no internacional.
O Sindetur-SP tem feito um bom trabalho. Só acho que ele deveria se
ater à parte que lhe cabe e que faz bem, o de representante patronal da
categoria. O Brasil é um dos poucos países que tem sindicato patronal.
Isso vem do Estado Novo. É meio fascista, mas, no nosso caso, dá mais
força para os agentes de viagens.”
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Atual presidente da Fenactur — Federação Nacional de Turismo e vice-presidente da CNTur — Confederação Nacional de Turismo, Michel Tuma Ness começou a exercer atividades turísticas por volta de 1970, quando abriu sua agência de viagens
Status Turismo Ltda.
Ao longo de sua vida profissional, por muitas ocasiões teve
seu nome ligado às entidades de classe do setor, como o SindeturSP, que presidiu por duas gestões consecutivas (1989 a 1991 e
1992 a 1995), Abav-SP, onde atuou como conselheiro. Foi diretor da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e membro
dos Conselhos Estadual e Municipal de Turismo e do CCNT —
Conselho Consultivo Nacional de Turismo da Embratur.
“Há uma expressiva diferença entre o mercado de turismo dos
anos 70 e o atual. Naquela época, as relações profissionais eram pautadas por um harmonioso diálogo entre os agentes de viagens com todos os seus parceiros do setor. Havia um
absoluto e fiel respeito aos compromissos assumidos. Apesar da natural competitividade,
reinava um comportamento altamente ético entre os empresários. Da mesma maneira,
existia mais união entre as entidades de turismo, que, confio, voltaremos a ter.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
À frente do Sindetur-SP, nossa preocupação foi valorizar o trabalho
profissional do agente de viagens. Nesse sentido, uma de nossas iniciativas foi lançar a campanha nacional “Procure Seu Agente de Viagens”,
visando estimular o turista a adquirir seu bilhete aéreo nas agências.
Ainda dentro desse objetivo, criamos, a partir de 1993, a Escola Aberta de
Turismo, para filiados ou não ao Sindicato, com duas vertentes: um fórum,
com palestra de um convidado sobre um tema sempre problemático, realizado a cada dois meses, do qual participaram o Comandante Rolim,
Miguel Colassuuono, João Dória Jr., entre outros. A segunda vertente, realizada em conjunto com a Escola de Sociologia e Política, era o desenvolvimento de pesquisas técnico-científicas, tendo como base estudos realizados em turismo.
Vale destacar, também, os seminários que o Sindicato realizou sobre a
qualidade da atividade do agente de viagens, em particular a palestra do
economista Joelmir Beting sobre “Turismo e Economia”, que atraiu uma
platéia de mais de 800 pessoas.
Com a criação da “Feira Móvel de Turismo”, em 1990, levamos os
agentes e operadores da Capital para mostrar seus produtos aos agentes
do interior, que, dessa maneira, não precisavam se deslocar até São Paulo
para conhecer os pacotes turísticos. Com isso, poupamos-lhes tempo
e dinheiro.
Procuramos, sempre, interagir com outros setores, como as companhias aéreas, com as quais realizamos os “Painéis de Debates”. Participamos, ainda, dos grupos de trabalho da Prefeitura que desenvolveram o
“Diagnóstico Turístico da Cidade de São Paulo”, que planejaram o “Esquema de Melhoria de Sinalização Turística do Município” e mantivemos presença permanente junto às equipes que tratavam da constituição do Funtur
— Fundo Municipal de Turismo e na transformação do Platum — Plano de
Turismo Municipal em lei.
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A maior emoção que tive como presidente do Sindetur-SP foi com a
homenagem que prestamos aos pioneiros do turismo em São Paulo, como
Modesto Mastrorosa, Aldo Leone, Takearu Agakawa, Jorge Haddad, Delfin
Blanco, entre outros. A festa aconteceu no hotel Maksoud Plaza, em
comemoração aos 40 anos do Sindetur-SP, e foi precedida de palestra
do então secretário da OMT — Organização Mundial de Turismo, Augusto
Huescar, que veio para São Paulo especialmente para participar do evento.
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50 anos
Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
Antonio Aulísio foi vice-presidente da Abav-SP, presidente do
Sindetur-SP no período de 1986 a 1989 e da Braztoa — Brazilian
Tour Operators’ Association, para as quais atua como Conselheiro. Foi membro do Conselho Municipal de Turismo e presidiu
o Skal Clube SP. No momento participa do Conselho Estadual de
Turismo. A empresa que dirige, Flot Operadora Turística, é uma
das cinco a integrar o pool de operadoras no programa “See América Vacations para todo USA”, com a chancela da TIA (Travel
Industry Association of América).
“Para protestar contra o depósito compulsório, imposto pelo
governo para inibir a saída de divisas, protagonizamos uma cena,
até então, inédita no trade: uma passeata que ficou conhecida
como “passeata dos engravatados”. Organizada pelo Sindicato,
contou com a adesão maciça de outras entidades e empresas do setor, que até
dispensaram seus funcionários, e com a cobertura da imprensa.
A concentração foi em frente ao colégio Caetano de Campos, de onde seguimos pela Avenida São Luís até a Biblioteca Municipal, na Xavier de Toledo, fim do
percurso. Ao passarmos em frente do Hotel Eldorado, o Gama, gerente do esta-
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belecimento, que conhecia todo mundo do trade, pediu aos seus garçons
para servirem água aos manifestantes. Acho que foi a única passeata de
que se tem notícia em que os participantes pararam para beber água,
servidos por garçons com bandeja e copos. Uma imagem imperdível para
as emissoras de TV que cobriam o evento.
Foi uma época de grande ascensão no turismo brasileiro. Muitas empresas, que hoje são líder de mercado, começavam a despontar, entre elas
a CVC e a Soletur. Houve um crescimento muito grande das companhias
aéreas nacionais, ampliando suas malhas aeroviárias. O país recuperava a
abertura política e passava por modificações econômicas. O Brasil como
um todo, enfim, começou a crescer mais.
Quando eu comecei, em 1968, na Panorama Turismo, a situação era
outra. O turismo brasileiro se resumia a viagens rodoviárias. Devido ao
custo alto e à falta de informação, viajar para o exterior era um privilégio
para poucos que utilizavam mais o transporte marítimo do que aéreo
para a Europa.
Voltando ao Sindicato. Ao procedermos a separação de sua estrutura
administrativa da Abav-SP, nossa intenção foi colocar o Sindetur-SP dentro
da lei. De acordo com a CLT, ele não poderia trabalhar em conjunto com a
Abav-SP nos moldes como vinha fazendo. Foi uma separação amistosa;
tanto assim que em nenhum momento as duas entidades deixaram de ser
muito próximas e terem, praticamente, os mesmos associados.
Os sindicatos, de uma maneira geral, guardam resquícios da estrutura sindical dos tempos do Getúlio; ainda hoje tem ligação com o governo, repasses de verba etc. As associações, pelo contrário, têm mais
liberdade de ação.
Acho que o Sindetur de São Paulo é o único filiado à uma Federação
do Comércio, no caso a Fecomercio-SP, da qual, durante muito tempo,
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Sindetur-SP –
Memórias do Turismo
utilizou as assessorias jurídica, econômica e técnica. Isso ajudou o Sindicato a mostrar sua cara e despontar com mais força entre os demais.
O Sindetur -SP está, atualmente, no melhor momento de sua história.
Criou uma estrutura própria muito grande que lhe dá condições de atender os associados com os diversos tipos de assessorias e serviços. Suas
iniciativas voltadas para o aprimoramento da categoria, como o Fórum
dos Empresários de Turismo, são extremamente importantes.”
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Jorge Haddad é membro do Conselho Consultivo do Sindetur-SP e
um dos profissionais pioneiros de turismo em São Paulo. É diretor da
agência Brasília, cuja matriz foi criada em 1945, na longínqua Beirute, com o mesmo nome da então futura capital federal do Brasil.
Além da filial paulistana, a empresa libanesa, ainda em atividade,
possui filiais na África, Monróvia e em Trípoli.
“A Agência Brasília
de Viagens de São Paulo
é apenas um mês mais nova
que o Sindetur-SP. Foi inaugurada em fevereiro de 1951,
especializada em Oriente Médio. Inicialmente, nossos principais clientes eram imigrantes que vinham do Líbano em
viagens que duravam mais de 36 horas.
Uma das minhas principais colaborações para o
Sindetur-SP foi ter insistido e influenciado na compra do
edifício da atual sede do Sindicato, na Av. Vieira de Carvalho, 115. Acompanhando sua atuação ao longo desses 50
anos, posso afirmar que a entidade tornou-se uma proteção para as agências de viagens de São Paulo, abrindo
muitas portas para o profissional junto a outras esferas da
administração pública.”
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Diretorias do Sindetur-SP
GALERIA
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Gestão de 1949/1952
Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim
Diretoria: Secretário: Cícero Neves Requejo, Tesoureiro: Sylvio de
Paula Ramos.
Suplentes: Joaquim Mariano Dias de Menezes, Modesto Mastrorosa e Helena Chiappetta.
Conselho Fiscal: Eugênio de Almeida Salles, Marcos Kertzmann e
John Edward Hunnicutt.
Suplentes: Paulo Gilberto Pimenta de Pádua, Ângelo Prado Vecchio
e Julio Pinto Figueira.
Gestão de 1952/1954
Oswaldo Ferraz Alvim
Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim
Diretoria: Modesto Mastrorosa e Luiz Fernando Ribeiro Ratto.
Suplentes: Eddy de Freitas Crissiuma, Marcos Kertzmann e Flávio
Aurélio José Pucci.
Conselho Fiscal Efetivo: Joaquim Mariano Dias de Menezes, Eugênio de Almeida Salles e John Edward Hunnicutt.
Suplentes: Diva Weigert Rocha, Omar Marques Lisboa e Miguel Pinto
Cardoso.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Oswaldo Ferraz Alvim e Eddy de
Freitas Crissiuma.
Suplentes: Modesto Mastrorosa e Luiz Fernando Ribeiro Ratto.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1954/1956
Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim
Diretoria: Joaquim Mariano Dias de Menezes e John Edward
Hunnicutt.
Suplentes: Numa Lemos Ramos, Riccieri Eugênio Ponchiroli e
Nelson Moraes.
Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Omar Marques Lisboa e
Osvaldo de Sylos Cintra.
Suplentes: Rudolf Karl Phillipp Woehrle, Ângelo Prado Vecchio e
Otelo Pace.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Oswaldo Ferraz Alvim e John
Edward Hannicutt.
Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes e José Lavini.
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Gestão de 1956/1958
Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes
Diretoria: Riccieri Eugênio Ponchirolli e Carlos Augusto de Santa
Cruz Oliveira.
Suplentes: John Edward Hunnicutt, Aldo Leone e Helmut Schutt.
Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Omar Marques Lisboa e Armando Sander. Suplentes: Harry Lunish, Eugênio de Almeida
Salles e Nelson Moraes.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias
Menezes, Riccieri Eugênio Ponchirolli e Carlos Augusto de Santa
Cruz Oliveira.
Suplentes: John Edward Hunnicutt, Aldo Leone e Helmut Schutt.
Joaquim Mariano
Dias Menezes
Gestão de 1958/1960
Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes
Diretoria: José Ribeiro Villela, Riccieri Eugênio Ponchirolli, José
Zaroni e Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira.
Suplentes: Aldo Leone, Diva Weigert Rocha, Rudolf Karl Phillipi
Woeshle, Modesto Mastrorosa e Ruth Bruck.
Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Arnaldo Batalhini e Nelson
Moraes.
Suplentes: Francisco Marcondes Homem de Mello Filho, Antonio
Mário Valério e Eugênio de Almeida Salles.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes,
Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni.
Suplentes: Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira, Aldo Leone e Diva
Weigert Rocha.
Gestão de 1960/1962
Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes
Diretoria: Vice-Presidente: Antonio Nelson Pagana, 1º Secretário:
Riccieri Eugênio Ponchirolli, 2º Secretário: José Zaroni, Tesoureiro: Jorge Artamanow.
Suplentes: Ruth Bruck, Pedro de Almeida, Rudolf Karl Phillipi
Woehrle, Modesto Mastrorosa e Cícero Requejo.
Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Antonio Mário Valério e Nelson Moraes.
Suplentes: Francisco Marcondes Homem de Mello Filho, Cecília
Penoud, Eugênio de Almeida Salles.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes,
Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni.
Suplentes: Modesto Mastrorosa, Pedro Prado de Almeida e Ruth Bruck.
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Gestão de 1962/1964
Presidente: Nelson Moraes
Diretoria: Vice-Presidente: Alberto Pinho, 1º Secretário: Riccieri
Eugênio Ponchirolli, 2º Secretário: Ruth Bruck e Tesoureiro: Jorge Artamanow.
Suplentes: Modesto Mastrorosa, Fernando Turquim Almeida Filho,
José Zaroni, Eugênio Almeida Salles e Diva Weigert Rocha.
Conselho Fiscal Efetivo: Osmar Azevedo de Mattos, Cícero Requejo
e Armando Sander.
Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes, Aldo Leone e Bernardo
Savin.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes,
Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni.
Nelson Moraes
Suplentes: Luiz Fernando Ribeiro Ratto, Aldo Leone e Armando
Sander.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1964/1966
Presidente: Alberto Pinho
Diretoria: Vice-Presidente: Tonino Mastrorosa, 1º Secretário: Riccieri
Eurgênio Ponchirolli, 2ª Secretária: Ruth Bruck e Tesoureiro: Jorge
Artamanow.
Suplentes: Gerald Killick, Fernando Turquim Almeida Filho, Wilson
Pinheiro de Castro, Diva Weigert Rocha e John Edward Hunnicutt.
Conselho Fiscal Efetivo: Cícero Requejo, Armando Sander e Mário
de Mello Faro.
Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes, Miguel Fortunato e
José Zaroni.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes,
Fernando Furquim Almeida Filho e Riccieri Eurgênio Ponchirolli.
Alberto Pinho
Suplentes: José Zaroni, André Eduardo Carrara de Sambuy e Miguel
Fortunato.
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Gestão de 1966/1968
Presidente: Alberto Pinho
Diretoria: Vice-Presidente: Bruno Stefani, 1º Secretário: Luiz Fernando
Ribeiro Ratto, 2º Secretário: Tonino Mastrorosa e Tesoureiro: Gerald
Killick.
Suplentes: Vicente Curti, Luiz Alberto Menezes, Nelson Moraes, Gaston
Belot De La Hunaudaye e Miguel Fortunato.
Conselho Fiscal Efetivo: Armando Sander, Cícero Requejo e Mário de
Mello Faro.
Suplentes: Modesto Mastrorosa, Ruth Bruck e Frederiko Octavio G.
Brotero.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho, Luiz Fernando Ribeiro
Ratto e Armando Sander.
Suplentes: Luiz Alberto Menezes, Vicente Curti e Frederiko Octavio G.
Brotero.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1968/1971
Presidente: Modesto Mastrorosa
Diretoria: Vice-Presidente: Alberto Pinho, 1º Secretário: Endi Stefani,
2º Secretário: Luiz Fernando Ratto e Tesoureiro: Nelson Smith.
Suplentes: Bruno Stefani, Fernando Turquim Almeida Filho, Takeharu
Akagawa, Marcos Arbaitman e Armando Sander.
Conselho Fiscal Efetivo: Vicente Lurti, Geraldo Killick e Tonino
Mastrorosa.
Suplentes: Aldo Leone, Geraldo Leal e Mário de Mello Faro.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho, Endi Stefani e
Fernando Furquim.
Modesto Mastrorosa
Suplentes: Fernando Ratto, Armando Sander e Aldo Leone.
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Gestão de 1971/1974
Presidente: Modesto Mastrorosa
Diretoria: Alberto Pinho, Fernando Giannotti, Eduardo Vampré do Nascimento e George Wilson Smith.
Suplentes: Bruno Stefani, Nivaldo de Oliveira, Takeharu Akagawa, Antonio Conte e Windor Antonio Rosa dos Santos.
Conselho Fiscal Efetivo: Vicente Curti, Antonio Flavio e Tonino Mastrorosa.
Suplentes: Danton Guttenberg de Andrade Filho, Aldo Leone e José Antonio de Paula Leite.
Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho e Fernando Giannotti.
Suplentes: Windor Antonio Rosa dos Santos e Antonio Conte.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1974/1977
Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento
Diretoria: Adel Auada, Eduardo Magalhães Couto, Danton G. de
Andrade e Modesto Mastrorosa.
Suplentes: Antonio Conte, Antonio Aulísio, Arnaldo Batalhini, Gerald
Killick e Sérgio Gagliardi.
Conselho Fiscal Efetivo: Takeharu Akagawa, José Augusto Lima de
Carvalho Franco e Luiz Phelippe Britto Pereira.
Suplentes: Vicente Curti, Fernando Giannottti e Januário Perillo de
Moraes.
Delegados junto à Federação do Comercio: Eduardo Vampré do
Nascimento e Adel Auada.
Eduardo Vampré
do Nascimento
Suplentes: Eduardo Magalhães Couto e José Augusto Lima de
Carvalho.
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Gestão de 1977/1980
Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento
Diretoria: Modesto Mastrorosa, Januário Perillo de Moraes, Goiaci
Alves Guimarães, Raul Radu, José Augusto L.C. Franco e Manoel
T. de Carvalho.
Suplementes: Jurandy Carador, Leonel Rossi Jr., Alexandre Kalin e
Takeharu Akagawa.
Conselho Fiscal Efetivo: Mário Galvão M. Lacerda, Vicente Curti e
Danton G. de Andrade.
Suplentes: Oswaldo da Silva, Ilya Michael Hirsch e Luis Oliveira de
Barros.
Delegados junto à Federação do Comercio: Eduardo Vampré do
Nascimento e José Augusto Franco.
Suplentes: Modesto Mastrorosa e Goiaci Alves Guimarães.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1980/1983
Presidente: Leonel Rossi Júnior
Diretoria: Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio, Gladis Sáfadi,
Ariovaldo de Oliveira Lopes, Geraldo Baltazar Gião e Augusto Nogueira Moraes.
Suplentes: Domingos Palmeiro de Toledo Piza, Ilya Michael Hirsch.
Conselho Fiscal Efetivo: Sylvio Ferraz, José Augusto Lima de Carvalho Franco e Marcel Jeduab.
Suplentes: Vicente Curti, Antonio Conte e Januário Perillo de Moraes.
Delegados junto à Federação do Comércio: Eduardo Vampré do
Nascimento e Abram Szajman.
Leonel Rossi Júnior
Suplentes: Goiaci Alves Guimarães e Leonel Rossi Jr.
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Gestão de 1983/1986
Presidente: José Augusto Lima de Carvalho Franco
Diretoria: Maurice Renné Fermon, José San Leiman, Ilya Michael
Hirsch, Gilberto Davanzo, Geraldo Baltazar Gião e Alfredo
Meneguelli.
Suplentes: Guilherme Paulus, Domingos Palmeiro de Toledo Piza,
Mauro Sérgio Vicentini e Fernando de Almeida Castanheira.
Conselho Fiscal Efetivo: Eduardo Vampré do Nascimento e Juarez
Cintra Pereira Filho.
Suplentes: Roberto Tinoco, Claudionor Nespoli e Cláudia Galenger.
Delegados junto à Federação do Comércio: Abram Szajman e
Rodolfo Maineri.
J osé Augusto Lima
de Carvalho Franco
Suplentes: Ariovaldo de Oliveira Lopes e Augusto Nogueira Moraes.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1986/1989
Presidente: Antonio Aulísio
Diretoria: 1º Vice-Presidente: Walter Steurer, 2º Vice-Presidente:
Adel Auada, 1º Secretário: Utulante Vignola, 2ª Secretária: Margarida Hessel, 1º Tesoureiro: Geraldo Balthasar Gião e 2º Tesoureiro: Gilberto Davanzo.
Suplentes: Maria Viviane Pancarani Gandelhman, Juarez Cintra Pereira Filho, José Luis Santos e Décio Apolinário.
Conselho Fiscal Efetivo: Goiaci Alves Guimarães, Nilceu Saito
e Ramon Paul Dunoguier. Suplentes: Antonio Conte e Amadeu
Orestes Mattera Junior.
Delegados junto à Federação do Comércio Efetivos: Abram
Szajman e Eduardo Vampré do Nascimento.
Antonio Aulísio
Suplentes: Leonel Rossi Junior e José Sam Leiman.
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Gestões de 1989/1992 — 1992/1995
Presidente: Michel Tuma Ness
Diretoria: José Leonardo de Moura Coutinho, Jarbas Favoretto, Nilson
Vicentini, Gilberto Davanzo, Nilceu Saito e Augusto Nogueira de
Moraes.
Suplentes: Mauro Sérgio Vicentim, José Luis dos Santos, Eduardo
Borelli e Francisco Antonio Martins Diniz.
Conselho Fiscal Efetivo: Adel Auada, Leonel Rossi Junior e Antonio
Aulisio.
Suplentes: Paulo Roberto Aulisio e Sidney Dip.
Delegados junto à Federação do Comércio Efetivos: Abram
Szajman e Eduardo Vampré do Nascimento.
Suplentes: José Sam Leiman e Antonio Aulisio.
Michel Tuma Ness
Criação da Federação Nacional do Turismo em 08/03/1990, legalizada em 26/03/1996.
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Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
Gestão de 1995/1998
Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento
Diretoria: 1º Vice-Presidente: Hélio Matshoka, 2º Vice-Presidente:
Eloi D’Ávila de Oliveira, 1º Secretário: Gilberto Braghetta,
2º Secretário: Marcos Roberto Tinoco, 1º Tesoureiro: Alfredo
Meneguelli, 2º Tesoureiro: Francisco Leme da Silva.
Conselho Fiscal Efetivo: Modesto Mastrorosa, Raul Takaki e Ilya
Hirsch.
Conselho Fiscal Suplente: José Grossman, Raul Radu e Pedro
Martinez Garcia.
Representantes junto à Federação do Comercio do Est. De S.
Paulo Efetivos: Eduardo Vampré do Nascimento e Domingos
Toledo Piza.
Eduardo Vampré
do Nascimento
Suplentes: Humberto Folegatti e Cylene Colombo Zogbi.
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101
Atual gestão (1998)
Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento
Diretoria: Vice-Presidentes: Francisco Leme da Silva, Hélio Matsuoka,
Elói D’Ávila de Oliveira, Alfredo Meneguelli, 1º Secretário: Celso Luiz
Garcia, 2º Secretário: Francisco Pelosi, 3º Secretário: Ary Handler,
1º Tesoureiro: Thomas Rabe e 2º Tesoureiro: Ilya Hirsch.
Conselho Fiscal Efetivo: Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio e Aldo
Leone.
Conselho Fiscal Suplente: Leonel Rossi Junior, Marcos Roberto Tinoco
e Jarbas Favoretto.
Representantes junto à Federação do Comércio do Estado de São
Paulo Efetivos: Eduardo Vampré do Nascimento e Hélio Matsuoka.
Suplentes: Francisco Leme da Silva e Francisco Pelosi.
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BIBLIOGRAFIA
Sindetur-SP — 50 anos
Memória do Turismo
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103
Bibliografia
Abril Cultural, Nosso Século 1945/1960, São Paulo, 1980.
Abril Cultural, 100 Anos de Propaganda, São Paulo, 1980.
Abril Editora, Realidade Extra, edição especial nº 40-A, São Paulo, 1969.
Agaxtur, Uma viagem no tempo rumo ao Século XXI, edição histórica sobre os 45
anos da operadora de turismo Agaxtur, São Paulo, 1999.
Bloch Editores S.A, Fatos e Fotos — Documento histórico, São Paulo,1969.
Ferraz, Joandre Antonio, Regime Jurídico do Turismo, Ed. Papirus, Campinas, 1992.
Folha de S. Paulo, Primeira Página, 4ª Edição, São Paulo.
Paulo Henriques Britto, Elizabeth Bishop — O Iceberg Imaginário e outros poemas,
Companhia das Letras, São Paulo, 2001.
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ACONTECIMENTOS
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Capa do Suplemento de
Turismo do jornal O Estado
de S. Paulo, de 23/12/1983,
com caricaturas de, no sentido
horário: Modesto Mastrorosa,
Miguel Colassuono, Caio
Pompeu de Toledo, Leonel
Rossi Júnior, José Augusto
Franco e Waldemar Albien.
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1
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FÓRUM DOS
EMPRESÁRIOS DE TURISMO
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2
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Mauro Mendonça, professor da
Fundação Getúlio Vargas (RJ)
e consultor de empresas.
“Qualidade Total é Condição
para a Sobrevivência” — 1996.
João Roberto Gretz,
professor.
“Como mudar
sua agência de
viagens” — 1996.
José Ernesto de Mattos
Lourenço, juiz diretor
do Juizado Especial do
Procon e Adnan El Kadri,
presidente da Comissão de
Defesa do Consumidor da
OAB-SP. “ Repensando a
proteção do consumidor de
serviços turísticos” — 1996.
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3
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Luís Lara, especialista em marketing turístico.
“Identificando Alternativas de Atuação no
Mercado” — 1996. A partir da esquerda: Eduardo
Vampré do Nascimento, presidente do SindeturSP; João Meirelles Filho, presidente do Instituto
de Ecoturismo do Brasil; Gilmar Pinto Caldeira,
diretor-executivo da Incentive
House; Aldo Leone, presidente
da Braztoa; Luís Lara; e Gilberto Braghetta, secretário
do Sindetur-SP.
Oscar Manuel de
Castro Ferreira, consultor.
“Quem somos e quais são
nossos desafios” — 1997.
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4
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Stephen Kanitz, consultor de empresas.
“Quadro atual da economia brasileira e
seus reflexos sobre o setor dos empresários
de turismo” — 1999.
Cadu L
emos,
profes
sor esp
ecializ
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ado
rketing
.
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ível —
Inform
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— 199
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ah
199 .
Said C
ismo”.
r
u
T
o
Yussef
ral n
no Mo
“O Da
Tito Martino, band leader.
Etapa Cultural: “Noite de Jazz e
Geografia Histórica” — 1999.
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5
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Edson Gimenes,
contador e consultor de
empresas. “Como sobreviver
diante da redução de
comissionamento e seus
reflexos” — 1999 e 2000.
Maria Inês Fornazaro,
diretora executiva do
Procon-SP. “10 anos
do Código de Defesa do
Consumidor” — 2000.
Eduardo Szazi e Marcos Ribeiro
Barbosa, advogados. “Fusão de
empresas — cooperativas, centrais
de serviços, mecanismos de
redução de custos. Seus aspectos
societários e fiscais” — 2000
Ricardo Cunha Chimenti, juiz da
Corregedoria Geral da Justiça
de São Paulo. “A responsabilidade
dos empresários de turismo e os
juizados especiais” — 2000.
Eduardo Terra e João
Paulo Lara de Siqueira,
professores e
coordenadores do curso
de e-commerce da
USP. “Turismo na
Internet: ameaças e
oportunidades” — 2001.
Dorival Donadão,
consultor de empresas.
“ Qualidade e Modernidade
em Turismo” — 2000.
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Nesta edição extra do Fórum, em 11/07/2001,
o Sindetur-SP e o Seetur-SP instituíram a
Comissão Intersindical de Conciliação Prévia
de Turismo, a primeira do setor no Brasil.
A partir da esquerda: senador Moreira Mendes, presidente
do Sindetur-RO;
Lu i z Ve c c h i a ,
presidente do
Seetur-SP;
Abram Szajman, presidente da Fecomercio;
ministro Almir Pazzianotto, presidente do Tribunal Superior do Trabalho; e Francisco Antonio
de Oliveira, presidente do Tribunal Regional
do Trabalho.
Após a instalação da Comissão, tiveram início
os debates sobre seu funcionamento com a
participação de, a partir da esquerda: Joandre Antonio Ferraz,
coordenador jurídico do SindeturSP; Luiz Vecchia, presidente do
Seetur-SP; Josebel Tambellini,
assessora jurídica do Sindetur-SP;
Marcos Tavares Leite, assessor
jurídico do Simpi (Sindicato das
Micro e Pequenas Empresas);
Eduardo Vampré do Nascimento,
presidente do Sindetur-SP; e João
Medeiros Gambôa, assessor jurídico
do Seetur-SP.
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ALMOÇOS
COM PALESTRA
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Secretário de Esportes e Turismo
do Estado de São Paulo,
Marcos Arbaitman — 24/04/2000
Secretário de Justiça e
Defesa da Cidadania do Estado
de São Paulo, Belisário dos
Santos Júnior — 26/03/2000
Delegado da Deatur,
Guerdson Ferreira —
28/06/2000
Vice-presidente Comercial
e de Marketing da Varig,
Roberto Macedo — 28/07/2000
Presidente do
Snea, brigadeiro
Mauro José
Miranda Gandra
— 25/08/2000
Diretor-presidente da Anhembi Turismo e
Eventos, Eduardo Sanovicz — 28/03/2001
Vice-presidente executivo da
Transbrasil, Flávio Carvalho
— 27/09/2000
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Vice-presidente de
Marketing e Serviços da
Gol, Tarcísio Gargioni —
25/04/2001
SALÃO PROFISSIONAL
DE TURISMO
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Abertura oficial do XX Salão Profissional de Turismo, maio/1996, com a
presença de autoridades do setor, entre
elas, o presidente da Embratur, Caio Luiz
de Carvalho e o presidente da Abav/
Nacional, Sérgio Nogueira.
Abertura oficial do XXII Salão Profissional
de Turismo, maio/1998, a partir da esquerda:
José Wagner Ferreira, vice-presidente da Vasp;
Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do
Sindetur-SP; Caio Luiz de Carvalho, presidente
da Embratur; Tasso Gadzanis, presidente da
Abav-SP; e Marcos Arbaitman, secretário de
Esportes e Turismo do Estado de São Paulo.
Abertura oficial do XXIII Salão Profissional de Turismo,
maio/1999, a partir da esquerda: Pedro Costa, presidente
da Abav-BA; Fransciso Leme da Silva, vice-presidente
do Sindetur-SP; Brigadeiro Mauro Gandra, presidente do
Snea; Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur; e
Tasso Gadzanis, presidente da Abav-SP.
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TORNEIO ABERTO DE TÊNIS
1997-1998-2001
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20/9/2010, 18:59
Jungi
Hira
Maria Hira
Aldo Leone Filho
Álva
K
Teddy
ahane
ro C
han
vic
Jurand
y Cara
dor
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CONFRATERNIZAÇÃO
FIM DE ANO
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Restau
1996 –
omba
rante B
im
1997 — Hotel Sofitel — os presidentes
do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do
Nascimento e da Abav-SP, Tasso Gadzanis.
1998 — Bar des Arts — a partir da esquerda:
Nilton Volpi, vice-presidente da American
Express; os presidentes Eduardo Vampré do
Nascimento, do Sindetur-SP; Tasso Gadzanis,
da Abav-SP; e Antonio Aulísio, da Braztoa.
1999 — Clube Hípica Paulista — os
presidentes da Abav-SP, Tasso Gadzanis;
do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do
Nascimento; e da Braztoa, Ilya Hirsch.
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REUNIÕES
Reunião da Câmara Setorial de
Turismo, junho/1997, Eduardo
Vampré do Nascimento, presidente
do Sindetur-SP; Emerson Kapaz,
secretário da Ciência, Tecnologia
e Desenvolvimento do Estado de
São Paulo; e Valter Lessio, diretor
de Turismo do Anhembi.
Primeira reunião para a instalação da
Câmara Técnica de Turismo, julho/1997,
a partir da esquerda: Eduardo Vampré do
Nascimento, presidente do Sindetur-SP;
Maria Inês Fornazaro, diretora executiva
do Procon/SP; Antonio Aulísio,
presidente da Braztoa; e Leonel Rossi
Júnior, presidente da Abav-SP.
Posse da diretoria: 1999
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