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Sindetur - SP 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 1 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP 50 Anos — Memória do Turismo é uma publicação do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo — Sindetur-SP — São Paulo, 2001 Presidente Eduardo Vampré do Nascimento Vice-presidentes Francisco J. Leme da Silva, Hélio Matsuoka, Eloi D´Ávila de Oliveira e Alfredo Meneguelli Secretários Celso Luiz Garcia, Francisco Pelosi Neto e Ary Handler Tesoureiros Thomas Rabe e Ilya Hirsch Conselho Fiscal Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio e Aldo Leone Suplentes Leonel Rossi Jr., Marcos Roberto Tinoco e Jarbas Favoretto Diretor Executivo Marciano Gianerini Freire Assessoria Jurídica Joandre Antonio Ferraz e Josebel Ferraz Tambelini Assessoria de Imprensa Nina Marciano (MTb 10946) e Zedu Lima (MTb 10677) Fica proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação, por qualquer meio, sem prévia autorização do Sindetur-SP. Direitos desta edição reservados à: Coordenação: Assessoria de Imprensa do Sindetur-SP Pesquisa: Nina Marciano e Zedu Lima Texto: Zedu Lima Fotos: Arquivos do Sindetur-SP, da Abav-SP, de associados e de Lúcio Soares Lúcio Rua Santo Antonio, 555 – 1º A. – conj. 11 Cep: 01314-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3105-1743 – Fax: (11) 3106-6275 Site: www.rgeditores.com.br E-mail: [email protected] Sindetur-50anos.p65 2 Editoração e fotolitos: JOIN Bureau de Editoração Projeto gráfico e Capa: Neide Siqueira (JOIN) Editores: Reginaldo Dutra e João Benício Ferreira Dutra 20/9/2010, 18:56 Sindetur-50anos.p65 3 20/9/2010, 18:56 APRESENTAÇÃO Sindetur-50anos.p65 4 20/9/2010, 18:56 anos 50 50 anos em prol do agente de viagens Ao se comemorar neste ano o cinqüentenário do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo — Sindetur-SP, nada mais justo do que resgatar sua memória. É o que pretende esta publicação. Depoimentos dos dirigentes do Sindicato em diferentes épocas, alguns ainda na ativa e outros que se foram, mas deixaram sua marca indelével. Lembranças de correligionários que trabalharam, às vezes nos bastidores, pela sua constituição e consolidação. Imagens de decretos e de fatos. Esse foi o material que utilizamos para contar a história de nossa entidade. São reminiscências que ajudam a conhecer, também, um pouco da história do turismo em São Paulo e, por que não, no Brasil, já que o Sindetur-SP foi um dos pioneiros a delinear a atividade turística no País. Ao contar a história do Sindicato, não poderíamos deixar de contextualizá-la na história do Brasil nesses 50 anos. Mesmo porque, como atividade econômica, sua dinâmica depende e interfere na economia brasileira. Desde sua criação, no dia 12 de janeiro de 1951, o Sindicato teve como meta dar ao agente de viagens, cuja atividade é tão pouco compreendida na sua essência, o status de um profissional reconhecido perante a sociedade a que serve. É ele o arquiteto e mediador da realização do sonho milenar que as pessoas têm de viajar. Ao reunir os fatos e as lembranças nesta publicação, nosso objetivo é resgatar o patrimônio histórico de nossa entidade, para que a história do turismo em São Paulo não se perca e seja contada a outras gerações. Eduardo Vampré do Nascimento presidente do Sindetur-SP e do Conselho de Turismo da Federação do Comércio do Estado de S. Paulo Sindetur-50anos.p65 5 20/9/2010, 18:56 Compartilhando conquistas É com satisfação que registro a passagem dos 50 anos do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, uma das entidades mais expressivas do setor no Brasil e com relevantes serviços prestados à sociedade brasileira e à comunidade empresarial a que serve com eficiência há cinco décadas. Nesse meio tempo, a CNC, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo e o Sindetur-SP tiveram a oportunidade de compartilhar muitas conquistas. A CNC, fundada em 1945, logo no ano seguinte, em 1946, lançava as bases de um dos maiores sistemas de desenvolvimento social do mundo, formado pelos vitoriosos Sesc — Serviço Social do Comércio e Senac — Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. São instrumentos valiosos do empresariado brasileiro do comércio de bens e serviços, e particularmente do turismo brasileiro, que encontra nestas duas entidades o apoio à formação de pessoal especializado e às suas melhores ações de estímulo ao bemestar social. É de se notar que o potencial do turismo brasileiro é incalculável. É uma mina de diamantes a ser explorada com muito entusiasmo pelo empresariado do setor, que o Sindetur-SP tão bem representa há 50 anos. Espero que esse sindicato esteja comemorando “apenas” o seu primeiro cinqüentenário. Virão outros com certeza, porque as grandes obras permanecem. Parabéns a todos, da primeira Diretoria à atual, liderada por Eduardo Vampré do Nascimento. Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio Sindetur-50anos.p65 6 20/9/2010, 18:56 anos 50 Escola de lideranças O Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo é uma escola de lideranças. Foi a minha escola. Aliás, não só minha, mas de muitos companheiros ao longo desse meio século de atividade. O Sindetur-SP é o representante legal dos agentes de viagens. Negociando acordos coletivos com o Sindicato dos Empregados e defendendo as reivindicações do setor em constantes gestões junto aos organismos governamentais, tornouse a legítima voz dos empresários de turismo, contribuindo para o desenvolvimento do setor. O turismo é a atividade que mais distribui dinheiro, fazendo circular a riqueza como nenhum outro segmento, e sem custos ou perdas para o País. Desde que seja, naturalmente, um turismo sustentado. Fui empresário de turismo e diretor do Sindetur-SP. Como representante eleito por esse segmento empresarial, comecei a participar das reuniões da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro do Comércio, há 25 anos. Parabéns ao Sindetur-SP e a todas as diretorias que o conduziram nesses 50 anos de existência. Abram Szajman Presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo — Fecomercio Sindetur-50anos.p65 7 20/9/2010, 18:56 PRELIMINARES Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 8 20/9/2010, 18:56 9 Mas não é essa a notícia principal da primeira página dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Manhã, os mais importantes do Estado, na edição de 12 de janeiro de 1951, dia em que o Sindicato é criado. O destaque é o rescaldo da II Guerra Mundial, como o envio de mais tropas norte-americanas para garantir a segurança na Europa do pós-guerra e o conflito da Coréia. Quanto à política nacional, apenas a Folha publica, em segundo plano, matéria sobre a posse de Getúlio e a decisão da Câmara Federal de estender até março a legislação vigente. A cidade de São Paulo conta com 2,2 milhões de habitantes e sua vida cultural já corresponde à afirmação de “cidade que mais cresce no mundo”. A realização da I Bienal Internacional de Artes Plásticas, em outubro de 1951, ratifica a vocação da cidade para a cultura. O evento, idealizado por Sindetur-50anos.p65 9 20/9/2010, 18:56 Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural. O ano em que o Sindetur-SP nasce, 1951, é marcado por fatos que dão início a uma transformação político-cultural no País. O principal deles é a volta de Getúlio Vargas à presidência da República, eleito pelo povo, após ter sido deposto em 1945 pelas Forças Militares. Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Ciccillo Mattarazzo, conta com a participação de 21 países, de onde são trazidas 1.800 obras. Aproximadamente 5.000 pessoas participam de sua inauguração e, nos 66 dias de duração, a mostra é vista por cerca de 100 mil pessoas, que movimentam a então incipiente indústria turística da cidade. Apesar desse conceito que a cidade já tem, o porto de Santos, uma de suas portas de entrada, deixa a desejar. É o que relata uma turista ilustre, a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop. Em novembro de 1951, dez meses após o surgimento do Sindetur-SP, ela desembarca em Santos para visitar o País por alguns dias e acaba ficando por aqui, mais precisamente no Rio de Janeiro, por 15 anos. Suas impressões sobre o porto santista estão na poesia “Chegada em Santos”, escrita em janeiro de 1952: Eis uma costa; eis um porto; Após uma dieta frugal de horizonte, uma paisagem: morros de formas nada práticas, cheios — quem sabe? — de autocomiseração Termine o desjejum. Lá vem o navio-tender, uma estranha e antiga embarcação, “Isto É São Paulo”, Ed. Melhoramentos. com um trapo estranho e colorido ao vento. Sindetur-50anos.p65 E agora, cautelosas, descemos de costas a escada, eu e uma outra passageira, Miss Breen, num cais onde vinte e seis cargueiros aguardam um carregamento de café que não tem mais fim. Cuidado, moço, com esse gancho! Ah! não é que ele fisgou a saia de Miss Breen, 10 20/9/2010, 18:56 11 É nesse contexto de um país com grande expectativa pelo novo governo, agora democrático, de Getúlio Vargas, e cheio de contradições que, no dia 12 de janeiro de 1951, o então ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, Marcial Dias Pequeno, assina o documento de criação do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo. Sindetur-50anos.p65 11 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo O ato, na verdade, formaliza a transformação em sindicato da Associação Profissional das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, fundada no dia 18 de maio de 1949 com esse objetivo. A ata da criação da associação acena para a “formação de uma entidade sindical representativa daquele grupo, para melhor coordenação dos interesses comuns e gozo das prerrogativas por lei, asseguradas aos órgãos sindicais...” Sindetur-50anos.p65 12 20/9/2010, 18:56 13 Com sede na Rua 15 de Novembro, 228, 14º andar, um verdadeiro “condomínio de sindicatos”, a Associação tem como primeiro presidente Oswaldo Ferraz Alvim e a contribuição associativa é estipulada em CR$ 100,00 (cem cruzeiros). Sete meses após sua fundação, já conta com 31 empresas associadas. Liderança pioneira Essas iniciativas contam com a participação de um dos primeiros líderes de nossa categoria, Modesto Mastrorosa. Iniciando suas atividades em turismo em 1942, na Exprinter, e sempre entusiasta pela profissionalização do agente de viagens, Mastrorosa é, também, o idealizador, fundador e primeiro presidente da Abav-SP. Em depoimento ao informativo publicado pelo Sindicato (Sindetur-SP Informa — nº 9, junho/96), provavelmente um dos últimos que fez antes de falecer em outubro de 1999, ele comenta as primeiras iniciativas da entidade. Entre elas, a filiação do Sindetur-SP à Federação do Comércio do Estado de São Paulo-FCESP, aprovada pela Assembléia Geral Extraordinária do dia 13 de agosto de 1952 e assinada pelo presidente Ferraz Alvim. Somente em 1956 o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo tem um agente de viagens na presidência: Joaquim Mariano Dias Menezes. Segundo Mastrorosa, o presidente era “dublê de agente de viagens e jornalista que, mais tarde, elegendo-se deputado federal, conseguiu dar ao Sindicato maior expressão.” Em 1958 já são 35 agentes de viagens associados ao Sindicato, mas a necessidade de fortalecimento e representatividade da entidade persiste. Sindetur-50anos.p65 13 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Enquanto isso, São Paulo já dá sinais de ser o grande centro turístico do País. O movimento no aeroporto da cidade é maior do que nos demais aeroportos brasileiros. Em 1958 pousam em São Paulo 44.658 aviões; são embarcados 725.144 passageiros; desembarcados 744.046; e em trânsito, 143.302. (No aeroporto Santo Dumont, Rio de Janeiro, reconhecida como a mais turística das cidades brasileiras, os números são: 33.508 pousos; 680.820 passageiros embarcados; 694.134 passageiros desembarcados; e 7.210 em trânsito). Dias Menezes deixa a presidência do Sindetur-SP em 1962. Depois dele assume Nélson Moraes, da Exprinter, seguido por Alberto Pinho, até chegar, em 1968, às mãos de Modesto Mastrorosa, que conta: “Nos seis anos que estive à frente do Sindetur-SP, nosso trabalho foi desenvolvido junto com a Abav-SP, onde, em 1979, depois de 20 anos, reassumi a presidência. As ações sociais ficavam com a Abav e as jurídicas com o Sindetur. Trabalhamos sempre de comum acordo em tudo que dizia respeito ao agente de viagens e ao seu engrandecimento.” A utilização da mesma infra-estrutura administrativa pelas duas entidades, interrompida na gestão do então presidente do Sindetur-SP, Antonio Aulísio (1986-1989), faz com que muitos fatos se confundam na história de ambas. Sindetur-50anos.p65 14 20/9/2010, 18:56 15 O trabalho conjunto da Abav-SP e Sindetur-SP era registrado pela publicação do INFORMATIVO ABAV-SP — Sindetur-SP, a primeira publicação da categoria em São Paulo, editada nos anos de 1984 e 1985. A partir de 1992, o Sindicato publica a revista SINDETUR e, em 1996, começa a editar o SINDETUR-SP INFORMA seguido pelo ESPAÇO SINDETUR-SP. Sindetur-50anos.p65 15 20/9/2010, 18:56 OS FATOS Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 16 20/9/2010, 18:56 17 Antonio Aguillar. Por volta de 1953, a capital paulistana se prepara para receber um grande número de turistas que virão participar das festividades do IV Centenário da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1954. Inauguração da Catedral inacabada, do Parque do Ibirapuera, chuva de papel prateado constam da programação, capitaneada pelo governador Lucas Nogueira Garcez. Além de muitos brasileiros de outros Estados, a cidade é visitada por estrangeiros. Sindetur-50anos.p65 17 Fascículo “Nosso Século”., Abril Cultural Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural. Monumento às Bandeiras, São Paulo, 1954. Inauguração da Catedral, praça da Sé, SP, 25/1/1954. 20/9/2010, 18:56 Sindetur-50anos.p65 Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural. Na propaganda, viajar é uma peça do vestuário Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Naquela época, a publicidade ainda não é um instrumento utilizado pelo setor de turismo para estimular seu público a viajar. Um anúncio sugerindo como desfrutar melhor as férias, publicado na revista O Cruzeiro Cruzeiro, em dezembro de 1953, comprova essa deficiência. A peça não exibe as maravilhas de algum destino turístico, nem oferece pacotes de viagens ou descreve as rotas de qualquer empresa aérea. Para as férias, o ideal é “viajar” com as Alpargatas Roda. 18 20/9/2010, 18:56 19 O PRIMEIRO CÓDIGO DE ÉTICA O Sindetur-SP, por sua vez, dá os primeiros passos para sua jornada rumo ao reconhecimento como entidade de classe. 1957 Três anos após sua fundação, a diretoria reconhece a necessidade de modificar os Estatutos Sociais da entidade. O projeto de alteração é apresentado e aprovado na Assembléia Geral Extraordinária do dia 19 de julho de 1954. Revelando seu pioneirismo e a constante preocupação com o profissionalismo da categoria, o Sindetur-SP é uma das primeiras entidades do setor a elaborar um código de ética. O projeto é desenvolvido por uma Comissão Técnica presidida por José Alvarez que, ao apresentá-lo para a Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1955, ressalta: “Muito se fez, mas muito ainda há a fazer para a solução dos inúmeros problemas com que se debatem as Agências de Passagem e de Turismo e que dependem da cooperação de todos para serem resolvidos.” Após calorosos debates e apartes, o presidente da Comissão Técnica ressalta que a exclusão de itens que penaliza os associados infratores, como querem alguns, invalida o Código. Novo impasse, mas no dia 18 de abril de 1957, o Ministério Público aprova o Código de Ética do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo como parte integrante dos estatutos sociais da entidade. Sindetur-50anos.p65 19 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 20 20/9/2010, 18:56 21 A primeira “briga” Cabe ao consórcio Real-Aerovias, que mais tarde será incorporada à Varig, provocar, em 1955, a primeira “briga” do Sindicato com uma empresa aérea. Isso porque o referido consórcio pretende criar um serviço de venda direta, através de suas próprias agências, motivando a realização da Assembléia Geral Extraordinária no dia 14 de junho daquele ano. Após ressaltar “a injustiça e o perigo que representaria para a classe a concretização daquela idéia por parte de uma companhia aérea”, o relator do problema, Hector Robino, alerta que “tal serviço não tem similaridade com aquele que diversas companhias fazem no exterior, pois, enquanto aquelas (...) financiam planos através de agências de turismo, e exclusivamente através dessas agências, o que o consórcio pretendia fazer seria um serviço direto, através de suas próprias agências.” A diretoria do Sindicato entrega pessoalmente um ofício aos diretores do Consórcio Real-Aerovia, protestando contra aquela iniciativa, assinado por todos os associados. A empresa aérea desiste do projeto passados alguns meses. Quase dez anos depois, a “batalha é marítima”. Por volta de 1963, após alugar seus navios com exclusividade para a Exprinter e Touring Club durante dois anos, a Companhia Costeira lança programa de cruzeiros pela costa brasileira por sua conta, com quatro navios saindo de Santos. Essa atitude, como não poderia deixar de ser, provoca indignação nos agentes de viagens de São Paulo. Acontece que a empresa não repassa à categoria a venda de passagens, o que seria de praxe. Ao prometer perante a diretoria do Sindicato que na próxima temporada os agentes de viagens de São Paulo não ficarão de fora, o agente da Companhia Costeira no Estado, Comandante Túlio de Azevedo, irrita ainda Sindetur-50anos.p65 21 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 22 20/9/2010, 18:56 23 mais a audiência: na sua promessa, as cotas de passagens estariam à disposição de todos mediante comissão de 5%, quando, na verdade, o valor da comissão pago aos agentes era de 7% ou até mesmo 10%. Agaxtur: uma viagem no tempo rumo ao século XXI. O resultado é a suspensão de vendas diretas e a entrega de seus navios para mais um fretador, a Agaxtur, que cria o primeiro réveilllon em alto mar. Essas empresas passam a reconhecer nos agentes de viagens fortes aliados, pagando-lhes as comissões que se pratica habitualmente. Sindetur-50anos.p65 23 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo O protetor legal da categoria Qual é a função de um Sindicato? Quais são suas obrigações para com seus associados? Como deve ser seu envolvimento com a sociedade em que atua? Para responder a essas perguntas, é necessário reformular os estatutos sociais do Sindetur-SP. O novo documento, com 92 artigos, é aprovado unanimemente pelos 26 associados presentes à Assembléia Extraordinária de 11 de outubro de 1955. O Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, passa a ser, então, “constituído para fins de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica das empresas de turismo e agências de passagens, na base territorial do Estado de São Paulo...” Fascículo “Nosso Século”, Abril Cultural. O envolvimento com a sociedade e com as esferas governamentais é estabelecido com as obrigações do Sindicato de “representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses da categoria econômica das empresas de turismo e os interesses individuais dos associados. Também deve colaborar com o Estado, como órgão técnico e consultivo, no estudo e solução dos problemas que se relacionem com sua categoria.” Sindetur-50anos.p65 Por esse período, São Paulo começa a delinear sua face. Ao lado do perfil de capital cultural do País, plenamente reconhecido, um outro passa a ser desenhado com traços fortes: o de grande potência industrial brasileira. 24 20/9/2010, 18:56 25 Graças ao Programa de Metas de Juscelino Kubitscheck, que prevê “crescer 50 anos em cinco”, investimentos estrangeiros começam a entrar no Brasil para sustentar os projetos de industrialização. Entre eles, o da indústria automobilística, que encontra em São Paulo o parque ideal para seu desenvolvimento. Entre 1957 e 1960, são produzidos 321.000 veículos, mais de 90% acima do previsto. Esse boom industrial ajuda a definir o produto turístico que São Paulo passa a oferecer ao País e ao mundo. Para mostrar o que fabricam e atrair compradores de outros centros nacionais e do exterior, um grupo de empresários paulistas, liderados por Caio de Alcântara Machado, decide “construir o maior centro de exposições da América do Sul”. Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural. Em 1968, às margens do Rio Tietê (daí seu nome Anhembi, que em tupi-guarani significa “margem grande”), começa a ser construído o Centro Inter-americano de Feiras e Salões, com aproximadamente 400.336m 2 e bancado por uma empresa de capital privado. Após convênio firmado em nível federal, estadual e municipal, a empresa passa a chamar-se Anhembi S/A — Centro de Feiras e Salões e a prefeitura de São Paulo passa a ser acionista majoritária. Sindetur-50anos.p65 25 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Fascículo “100 Anos de Propaganda”, Abril Cultural. Com a extinção da Secretaria de Turismo e Fomento do Município em 1977, todas as atribuições referentes ao turismo na cidade ficam sob o encargo da Anhembi S/A, que, em 1979, passa a se chamar Paulistur S/A — Empresa Paulista de Turismo. A partir de 1986, com o nome de Anhembi — Centro de Feiras e Congressos S/A, retoma seu foco original destinado à comercialização de espaços para eventos. Finalmente, a partir de 1989, a empresa assume as atribuições e o nome que tem hoje: Anhembi — Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo S/A, continuando a prefeitura como sócia majoritária. Em 1991, ganha um anexo, o Pólo de Arte Cultura, mais conhecido como Sambódromo. Sindetur-50anos.p65 Se não fomos beneficiados pelas belezas naturais, nosso grande filão, então, passa a ser as relações comerciais estimuladas pela industrialização. A cidade transforma-se no maior pólo do turismo de negócios da América do Sul, com benefícios não apenas para o turismo receptivo, mas, também, para o emissivo. O executivo paulistano, segundo levantamento da Abav Nacional, no ano 2000, é o que mais viaja. Cerca de 70% dos passageiros embarcados no aeroporto de Congonhas voam a negócios, o que leva a entidade a estimar que 35% dos US$ 3 bilhões que o turismo de negócios movimenta ao ano venha de São Paulo. Os destinos mais freqüentes são Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, e, no exterior, Estados Unidos e Europa. 26 20/9/2010, 18:56 27 Em contrapartida, São Paulo é considerada a melhor cidade da América Latina para negócios, de acordo com pesquisa divulgada no ano passado pela revista América Economia. Foram entrevistados 500 executivos durante três meses, em 11 países da região. Depois de São Paulo, que ficou com 23% das preferências, vem Cidade do México, com 12,4%, seguida de Santiago do Chile e Buenos Aires. Sindetur-50anos.p65 27 20/9/2010, 18:56 A EBULIÇÃO DOS ANOS 60 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 28 20/9/2010, 18:56 29 O turismo passa a interessar as esferas políticas A década de 60 é um período de som, fúria e conquistas em todo o mundo. Enquanto em 1961 o astronauta russo Yuri Gagarin é o primeiro homem a viajar a bordo de uma astronave, os Estados Unidos assistem, dois anos depois, o assassinato do seu mais carismático presidente, John Fitzgerald Kennedy. O Brasil também embarca numa montanha-russa de acontecimentos contraditórios. Em 1960, as atenções estavam todas voltadas para a inauguração de Brasília, que acontece no dia 21 de abril no Planalto Central do País. “Primeira Página”, Publifolha. Nesse mesmo ano, Jânio Quadros é eleito presidente com o maior sufrágio de votos até então, para, no ano seguinte, renunciar, dando início a uma crise institucional que culmina com o golpe militar de 1964. A partir daí, a repressão e censura empurram muita gente para fora do País. Os que não podem sair, começam a “viajar” nas músicas, filmes e peças teatrais, produzidos pelos grandes talentos que surgem nas artes brasileiras, a maioria na ativa até hoje. Sindetur-50anos.p65 29 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo “Airborne”, Infraero. O movimento no aeroporto de Congonhas continua confirmando a posição de São Paulo como grande pólo emissor e receptor de turistas. Em 1960 são embarcados 770.894 passageiros e desembarcados 783.130, movimentando a atividade dos agentes de viagens. Sindetur-50anos.p65 30 20/9/2010, 18:56 31 A regulamentação da atividade O Sindetur-SP começa seus 10 anos de existência com perspectivas promissoras. Joaquim Mariano Dias Menezes, que havia sido presidente do Sindicato por três gestões consecutivas (54, 56 e 58), é eleito deputado federal em 1962. Na sua plataforma, promete tudo fazer em benefício da categoria de agentes de viagens, pois como colega de classe, bem compreendo seus justos anseios e reivindicações. Uma de suas primeiras iniciativas é tentar conseguir junto às autoridades federais uma regulamentação, ainda que provisória, das atividades das agências de viagens. Tal empenho é plenamente justificado, valendo aqui um parêntese para uma viagem com diversas escalas pelos meandros jurídicos dessa regulamentação. Tudo começa com o Decreto-Lei nº 406, de 04/05/1938, segundo o qual as agências de viagens aéreas, marítimas ou terrestres só podem vender passagens autorizadas pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Tal autorização depende da comprovação de um capital social mínimo no Departamento Nacional de Imigração daquele Ministério, conforme o Decreto nº 3.010, de 20/08/38. Getúlio Vargas, ao instituir o chamado Estado Novo, em 1937, cria, para divulgar seu Governo, o famoso Departamento de Imprensa e Propaganda — DIP, em 1939, e, em sua estrutura, a Divisão de Turismo, a qual recebe a atribuição de fiscalizar as agências e venda de passagens . Dele nasce o Decreto-Lei nº 2.240, de 23/07/1940, o primeiro a regulamentar de forma exclusiva o que chama de empresas e agências de viagens e turismo, ali conceituadas como estabelecimentos de assistência remunerada aos viajantes. O registro para seu funcionamento conti- Sindetur-50anos.p65 31 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo nua sendo no DIP, que não exige mais capital mínimo, mas apresentação de caução, e prevê a aplicação de penalidades de multa e suspensão do funcionamento às infratoras. Com a queda do Estado Novo e a volta do Estado democrático, o DIP é extinto em 1946 e há um hiato até 1951. A partir daí, as empresas de turismo ficam sujeitas a registro no Departamento Nacional de Imigração, sucedido pelo Instituto Nacional de Imigração e Colonização — (INIC). Essa situação dura até 30 de dezembro de 1964, quando é promulgada a Lei nº 4.504, que transfere o registro e a fiscalização do INIC para o Ministério da Indústria e Comércio. É somente com o Decreto-Lei nº 55, de 18 de novembro de 1966, criando a Empresa Brasileira de Turismo — Embratur, que o registro e a fiscalização das agências de viagens passam a ser sua atribuição. O registro é extinto pelo Decreto-Lei nº 2.294/86, que liberaliza o exercício das atividades turísticas em geral, mas mantém o poder de fiscalização da Embratur. Essa liberdade e poder são mantidos pela Lei nº 8.181/91, que reorganiza aquela entidade. Atualmente, há quatro projetos de lei que tratam da regulamentação das atividades das agências de turismo, de autoria dos deputados Jackson Pereira, Ronaldo Vasconcellos e Alex Canziani e do senador Moreira Mendes que, em última análise, condicionam seu funcionamento a registro no órgão competente, que, no momento, continua sendo a Embratur. Até o fechamento deste livro, excetuando o projeto do deputado Alex Canziani, que merece certas correções, os demais tiveram opinião desfavorável do Sindetur-SP, pois não definem as condições para obtenção desse registro, recriando o risco de serem estabelecidas exigências arbitrárias por parte do Poder Executivo. Sindetur-50anos.p65 32 20/9/2010, 18:56 33 Na verdade, o próprio setor ainda não conseguiu formular quais requisitos econômicos e técnicos mínimos devem ser observados para o adequado exercício das atividades das agências de turismo, sob o regime constitucional vigente de livre mercado, mas regulado e fiscalizado na forma da lei. No dia 26 de outubro de 1962, o jornal O Estado de S.Paulo publica matéria sugerindo a criação de uma taxa municipal de turismo e que fosse instituída pelo governo estadual uma sociedade de economia mista denominada “Turismo Paulista S.A.”. O apoio do Sindicato à iniciativa é imediato. Novos ventos parecem estar soprando a favor. Aproveitando as ainda poucas janelas que esses ares começam a abrir para o setor, o Sindetur-SP ratifica sua liderança. Conclama que é chegada a hora de todos os sindicatos de turismo do Brasil se unirem para opinar e deliberar sobre o que realmente é de interesse da categoria. E mais. Munido de um memorial de reivindicações, o presidente do Sindicato agenda encontro com o governador do Estado, Ademar de Barros, e com o presidente da República, Jango Goulart. Com este, o assunto principal é conseguir um reajuste das comissões sobre a venda de passagens, além de outras providências em favor da atividade de agentes de viagens, como sua regulamentação. Sindetur-50anos.p65 33 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Secretarias, Embratur e Ministério O Rio de Janeiro é o primeiro Estado brasileiro a ter um órgão oficial gestor do turismo. Trata-se do Flumitur, criado em 12/04/60 e ligado à então Secretaria da Indústria e Comércio. (Em 1980, o Flumitur passa a se chamar TurisRio, órgão da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo). Secretaria O Sindicato já vem articulando, com o poder legislativo paulista, a criação da Secretaria de Turismo no Estado de São Paulo. O primeiro projeto nesse sentido é elaborado pelo deputado Hilário Torloni, constantemente cobrado pelo Sindetur-SP, que quer acompanhar o trabalho de perto e alertar para a necessidade de se ter profissionais ligados ao setor no Conselho Estadual de Turismo, previsto na lei que criaria a Secretaria. No dia 13 de agosto de 1963, uma comissão composta pela diretoria do Sindicato e da Abav-SP, e por associados de ambas entidades, apresenta ao governador Ademar de Barros um ofício expondo o pensamento da classe com relação à futura Secretaria de Turismo. Nessa ocasião, o Sindetur-SP faz outra investida para regulamentar a atividade de agente de viagens. Para isso, elabora um novo projeto, contendo os itens positivos do antigo Decreto-Lei nº 2240/40, do anteprojeto elaborado em 1959 pelo próprio Sindicato e do projeto de lei já existente. Outras preocupações rondam as mentes e corações da diretoria e dos associados do Sindetur-SP. Uma delas é impedir as companhias aéreas de vender passagens diretamente para as grandes empresas. Essas recebem 10% de comissão, enquanto que, para os agentes, paga-se 7%. Aliás, elevar esse índice de comissão para 10% é outro motivo de inquietação. Ambas fazem parte de um vasto repertório de reivindicações que o Sindicato apre- Sindetur-50anos.p65 34 20/9/2010, 18:56 35 senta no Congresso Internacional da I.A.T.A. (International Air Transport Association), realizado no Rio de Janeiro, do dia 14 a 24 de janeiro de 1964. A presença do Sindetur-SP nas decisões para se criar uma política de turismo nacional, com a implantação de organismos que coordenassem essa política, torna-se cada vez mais assídua. Em 1964, antes, portanto do surgimento da Embratur, já se cogita, em São Paulo, da criação de um Ministério do Turismo. O autor do projeto de lei é o deputado federal paulista Plínio Salgado, que promete ao presidente do Sindicato, Alberto Pinto, enviar-lhe uma cópia do dispositivo para ser analisado pela diretoria da entidade de classe. Em 1965 é criada a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, sob o comando do radialista José Blota Júnior, sucedido por Pedro de Magalhães Padilha. Dois anos depois, suas atribuições são ampliadas e ela passa a ser designada, por decreto de 1967, Secretaria da Cultura, Esporte e Turismo. Com a criação da Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, surge, em 1975, a atual Secretaria de Esportes e Turismo, com o objetivo de desenvolver, também, as atividades compreendidas no Sistema Estadual de Desportos, o que deixa as atribuições a favor do turismo em segundo plano. As iniciativas estaduais e a pressão das entidades de classe levam parlamentares a voltar seus interesses para a criação de organismo para desenvolver o turismo nacional. Nos dias 15 e 16 de agosto de 1963, o Sindicato é convocado para uma mesa redonda em Brasília, organizada por deputados com esse objetivo. O titular do novo órgão seria indicado pela Confederação Nacional do Comércio-CNC, e a preocupação do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo, registrada em ata da Assembléia de 04 de setembro de 1963, é que essa pessoa fosse um profissional do setor, altamente qualificado para o cargo. Turismo Sindetur-50anos.p65 35 20/9/2010, 18:56 Embratur Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 36 No dia 18 de novembro de 1966 é criada, pelo decreto-lei nº 55, a Embratur — Empresa Brasileira de Turismo e seu primeiro presidente é Joaquim Manuel Xavier da Silveira, seguido por Carlos Alberto de Andrade Pinto, Paulo Manoel Protásio, Said Farhat, Miguel Colasuonno, Hermógenes Teixeira Ladeira, Joaquim Affonso Mac Dowell Leite de Castro, João Dória Jr., Pedro Grossi Jr., Ricardo Mesquita de Faria, Ronaldo do Monte Rosa, Lúcio Bello de Almeida Neves, Flavio José de Almeida Coelho e, atualmente, Caio Luiz de Carvalho. Com natureza de empresa pública, capital integralmente constituído pela União e personalidade jurídica de direito público, a nova entidade é, inicialmente, vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio e com sede no Rio de Janeiro. Em 1987, a Embratur é considerada Autarquia Especial e, em 1991, pela Lei nº 8181, de 28 de março, passa a denominar-se Embratur — Instituto Brasileiro de Turismo, autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República, com sede em Brasília. Com a criação do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, em novembro de 1992, a entidade se vincula a essa pasta. Finalmente, no dia 1º de janeiro de 1999, o presidente Fernando Henrique Cardoso, cria, por Medida Provisória, o Ministério do Esporte e Turismo, ao qual a Embratur passa a responder. 20/9/2010, 18:56 37 Próxima escala: surpresas, sustos e crises Antes disso, o mundo prossegue sua viagem maluca dos anos 60, com roteiro imprevisível. O presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy é assassinado em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963. A crise institucional brasileira recrudesce, com os militares assumindo o poder no dia 1º de abril de 1964, iniciando um longo período de repressão e censura; o marechal Castelo Branco é investido presidente da República no dia 16 de abril. Em 1967, é substituído pelo general Costa e Silva. Considerado como o ano de chumbo, 1968 não deixa por menos: enquanto no Brasil os meios de comunicação ficavam sem “seu rei” Assis Chateaubriand, os norte-americanos lamentam e temem as conseqüências pelo assassinado do líder pacifista negro Martin Luther King. No mês de maio, o movimento estudantil francês coloca a França de pernas para o ar, o presidente De Gaulle em crise e influencia estudantes de outras partes do mundo. O senador Robert Kennedy, irmão do falecido presidente John Kennedy, é assassinado em Los Angeles. A terra continua em transe no Brasil com o fortalecimento do movimento contra a repressão e contra o governo militar. O presidente Costa e Silva edita o Ato Institucional nº 5, em 1969, com o recesso do Congresso e duras medidas impedindo a livre expressão do pensamento e de ações. No meio de todo esse “tiroteio” sobra uma bala para os agentes de viagens: a medida econômica elevando em 13% a cotação do dólar e proibindo as financeiras de financiar pacotes turísticos para fora do País, inibindo, conseqüentemente, as viagens para o exterior. O então ministro da Fazenda, Delfim Netto, justifica a medida como necessária para estimular as exportações brasileiras, desviar as pressões episódicas sobre o mercado Sindetur-50anos.p65 37 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo cambial, desestimular a especulação com o dólar e incentivar o investimento estrangeiro no Brasil. Para amenizar tão conturbado período, uma das imagens mais emblemáticas dessa década é a foto do astronauta norte-americano Neil Armstrong pisando na lua, no dia 20 de junho de 1969. Se é um assombro na época, hoje os avanços tecnológicos e novas conquistas científicas, como a clonagem de animais, minimiza o feito. A própria Nasa, responsável por aquela viagem, garante que, em breve, o destino lua fará parte dos pacotes de viagens de operadores e agentes do mundo todo. Mais uma briga “aérea” Provocado pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), o Sindetur-SP entra no clima belicoso que tanto caracteriza a década de 60, que chega ao fim. O motivo é uma circular enviada aos agentes de viagens pelo sindicato das empresas aeroviárias, reduzindo para 15 dias o prazo para entrega dos relatórios e do pagamento das vendas das passagens aéreas, bem como a criação de bilhetes especiais para os vôos da Ponte Aérea com faturamento semanal e pagamento em 15 dias pelas agências. A justificativa é a unificação do sistema de pagamento. Ocupando o mesmo diminuto espaço da rua 24 de Maio, a Abav-SP e o Sindetur-SP, tendo nas presidências, respectivamente, Modesto Mastrorosa e Alberto Pinho, convocam uma reunião da diretoria e associados das duas entidades no dia 02 de outubro de 1969 para analisar o caso e apresentar soluções. O vice-presidente do Sindicato, Eduardo Vampré do Nascimento, propõe que se faça uma campanha pelos jornais e, “em última instância, deixar Sindetur-50anos.p65 38 20/9/2010, 18:56 39 de pagar os relatórios, devolvendo os bilhetes às respectivas companhias aéreas.” A idéia é posta de lado, diante do pequeno número de agentes presentes para decidir sobre uma medida tão radical. O consultor jurídico da Abav-SP, Abrahão Mello, consultado, pondera que um diálogo com as empresas de aviação é difícil e não surtiria o efeito desejado. Propõe, então, uma interpelação judicial contras as companhias aéreas, mostrando que a atitude delas pode se caracterizar abuso econômico, além de provocar um problema social que envolve milhares de pessoas. Antes que essa proposta seja aprovada unanimemente, o membro da diretoria da Abav-SP, Diego Suarez Marruecos, põe mais água na fervura. Para ele, essa ação judicial pode encadear uma série de outras semelhantes. Seus argumentos: “1 º) É estranho que as grandes agências não estejam presentes. 2 º) É possível que se obtenha uma solução negativa do processo legal. 3 º) É provável que o poder econômico que se esteja combatendo pode estar, também, infiltrado nas Agências de Viagens e que as Cias. Aéreas podem combater a questão exibindo estatísticas que mostrem as agências que já faltaram com o pagamento.” O presidente do Sindetur-SP afasta esses receios, lembrando que a circular do Snea deixava bem claro que o motivo da redução do prazo é a unificação do sistema do pagamento. Aprovada, então, a moção do consultor jurídico, constitui-se uma comissão para assessorá-lo quanto às peculiaridades da atividade turística. Não há interpelação judicial. O caso é tratado pela diretoria da AbavNacional e pelo Sindetur-SP, que se reúnem com os presidentes do Snea e das companhias aéreas. O resultado dessa reunião é o tema da última assembléia da década, realizada pelo Sindetur-SP e Abav-SP, no dia 22 de dezembro de 1969. Fica estabelecido que as novas agências que vierem a se cadastrar, em todo o território nacional, e as agências punidas por não Sindetur-50anos.p65 39 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo observar os prazos vigentes, ficariam obrigadas aos novos ditames. As já existentes permaneceriam com o prazo de costume para apresentação do relatório e mais 15 dias para efetuar o pagamento das passagens vendidas. A partir de 01 de março de 1970, passariam a valer os novos bilhetes especiais (talonários) para a Ponte Aérea São Paulo/Rio de Janeiro, com faturamento semanal e pagamento em 15 dias. Ao finalizar, Modesto Mastrorosa e Alberto Pinho informam que o “Snea se comprometeu a não tomar qualquer medida que envolva os Agentes, sem antes ouvir os órgãos de classe.” Sindetur-50anos.p65 40 20/9/2010, 18:56 41 Força Representativa O ano de 1970 é promissor para o mercado turístico do País. O motivo é a Copa do Mundo de Futebol, que movimenta as agências de viagens para atender aos milhares de brasileiros que querem assistir aos jogos no México. A seleção comandada por Zagalo faz uma excelente campanha e arrebata, definitivamente, a Taça Jules Rimet. O Brasil é comandado pelo terceiro presidente militar, o general Garrastazu Médici, que elimina as últimas resistências clandestinas ao sistema. O Sindicato consolida-se como força representativa dos agentes de viagens de São Paulo, irradiando suas realizações para outras praças. Nesse período, várias situações exigem da entidade uma postura política inequívoca. Iniciativas que revelam sua vocação de liderança diante da categoria que representa. “Primeira Página”, Publifolha. O Snea, mais uma vez, é alvo da ação do Sindetur-SP e da sua aliada Abav-SP. O motivo é a decisão daquele sindicato das empresas aeroviárias de limitar o uso de cartão de crédito na compra de passagens aéreas. Em telegrama enviado ao Snea, em 1973, ambas as entidades lamentam a decisão e solicitam um pronunciamento urgente do destinatário. No mesmo embalo, constituem uma comissão para reivindicar à Prefeitura de São Paulo uma regulamentação mais racional sobre a taxação do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as atividades de turismo. Sindetur-50anos.p65 41 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Luta ferrenha Mas são a Embratur, comandada por Paulo Manoel Protásio, e o Ministério da Fazenda, a cargo de Mário Henrique Simonsen, que tiram o Sindetur-SP e a Abav-SP do sério. E, de quebra, levam todas as entidades de turismo do País a empenhar uma luta ferrenha contra as arbitrariedades do governo federal por eles representado. No primeiro caso, o motivo é o decreto nº 73.845, de 14 de março de 1974, através do qual a Embratur dispõe sobre os serviços das agências de viagens e transportadoras turísticas, sem consultar nenhuma entidade do setor. Numa reunião no Rio de Janeiro, imediatamente convocada pelo Conselho Nacional da Abav, Paulo Protásio afirma que o objetivo é estabelecer uma forma de elevar o nível dos agentes de viagens. Em outra reunião, realizada em Brasília, o vice-presidente do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, lembra ao presidente da Embratur que o único conhecimento que aquela entidade do governo federal tem sobre as atividades dos agentes de viagens são os balanços apresentados e as irregularidades denunciadas. O presidente da Abav-SP, Walter Steurer, por sua vez, ressalta que somente quando os agentes de viagens tomaram conhecimento, no ano anterior, da elaboração de um anteprojeto dispondo sobre suas atividades, é que a Embratur convidou-os a participar. Mas, mesmo assim, de nada adiantou, pois das sugestões apresentadas pelo setor, nenhuma foi aproveitada no decreto em discussão. Sindetur-50anos.p65 42 20/9/2010, 18:56 43 O caso tem outros desdobramentos. Durante outra reunião conjunta da diretoria do Sindicato e da Abav-SP, no dia 08 de abril de 1974, Mario de Mello Faro, vice-presidente da Cotal — Confederação de Organizações Turísticas da América Latina, discorda do que considera “silêncio” das duas entidades paulistas em relação ao decreto nº 73.845/74. Afirma “já ser hora da classe pronunciar-se, principalmente se considerarmos que as atitudes tomadas por São Paulo serão levadas em conta em todo o Brasil.” Encerra sua manifestação, apresentando um texto de telegrama, que deveria ser enviado para todas as autoridades, instando a Embratur a rever o Decreto. Vale lembrar que, nesse período, exerce influente atividade o Conselho Técnico de Turismo, criado pelo Sindetur-SP com o objetivo de estudar e propor soluções para os problemas da categoria. Dele toma parte um grande número de autores e personagens da história do turismo de São Paulo: Modesto Mastrorosa, Mario de Mello Faro, Raul Radu, Jorge Haddad, Jose San Leiman, Geraldo Balthazar Gião, Eduardo Aprá, Rodolfo Mainieri, Nilson Vicentini, Vicenti Curti, Celso Matsuda, Claudia Gerlinger, José Leonardo de Moura Coutinho, Paulo Adem, Tasso Gadzanis, Antonio Conte, Januário Perillo de Moraes, Manoel Joaquim de Carvalho, Leonel Rossi Jr., Geraldo Killick, Ilya Hirsch, Ulrich Mielenhausen, Guilherme Paulus, Margarida Hessel, Milton Sanches, Roberto Evandrus Tinoco, Danton Andrade, Martin Jensen, entre outros. É a partir de 1974, também, que o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo passa a usar sua primeira sigla — Setesp, que permanece até, aproximadamente, 1985, quando recebe a sigla oficial Sindetur, como os sindicatos de outros Estados, acrescida da identificação da unidade federativa a que pertence. Sindetur-50anos.p65 43 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo de ação mútua de colaboração entre as partes, documento esse que serviria para delinear as atividades de ambos os organismos daqui para a frente. Ou seja, renovar o esquema de trabalho entre Embratur e Agências de Viagens.” Por sugestão do presidente da Abav-Nacional, Wanderley Xavier Bezera, esse trabalho conjunto deverá ser acompanhado por Rubens F. Sant´Anna, Djalma Meirelles e Eduardo Vampré do Nascimento. Sem solução Mas o impasse do Decreto 73.855/74 da Embratur continua. Sindetur-SP e Abav-SP propõem elaborar um questionário para ser respondido por seus associados sobre suas atividades, que serviria de subsídio para a Embratur reformular o decreto polêmico. O trabalho envolve até o Departamento de Pesquisa da Faculdade de Turismo Morumbi, acionado pelo vice-presidente do Sindicato, Adel Auada. Enquanto isso, numa reunião em Brasília com representantes do turismo nacional, o presidente da Embratur, Paulo Protásio, afirma que a entidade quer trabalhar em conjunto com os agentes de viagens. Para isso, conforme a ata da assembléia conjunta Sindicato-SP/Abav-SP, de 28 de maio de 1974, registra, era necessário “formalizar um documento Sindetur-50anos.p65 44 Para enegrecer ainda mais esse quadro sinistro, em 1976 o ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen, edita, através do Banco Central, medida proibindo a remessa de divisas ao exterior para pagamento de serviços de turismo e cria o Depósito Compulsório para Viagens. Em última análise, ele engessa a atividade turística brasileira. A revolta do setor é geral. Em reunião tumultuada na Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Eduardo Vampré do Nascimento, como presidente do Sindetur-SP, investe contra o ministro Simonsen, perguntando-lhe quais eram as segundas intenções do governo atrás daquelas medidas. (ver Lembranças). Dois meses depois, o Sindetur-SP está às voltas, ou melhor, “às revoltas”, com mais uma lei da Embratur, a de nº 6.505/76, que dá ao Executivo poderes totais para regulamentar o funcionamento das agências de viagens e sua fiscalização. 20/9/2010, 18:56 45 Comunicação e profissionalismo Em compensação, o Sindicato inova, mais uma vez, encerrando a década de 1970 com dois grandes feitos que servem de modelo para outras entidades. Em junho de 1975, inaugura o sistema telefônico AbavSetesp, que origina o Convênio de Atividades Conjuntas firmado entre as duas entidades. É constituído de um PABX com uma rede de telefones internos, que liga as agências de viagens às companhias aéreas e à rede hoteleira. Sob a orientação do então presidente do Sindicato, Eduardo Vampré do Nascimento, o projeto é viabilizado tecnicamente pelo engenheiro e ex-diretor da ex-Telesp, João Corrente. Sua implantação é resultado do empenho de Modesto Mastrorosa, presidente da Abav-SP, que não mede esforços para vê-lo funcionando, com a colaboração dos diretores das duas entidades. A solenidade de inauguração, na Rua Brigadeiro Galvão, onde o sistema está instalado, conta com a presença do presidente da Embratur, Said Farhat, do secretário de Turismo de São Paulo, Ruy Silva, e representantes das entidades dos agentes de viagens. Em 1979, já no novo endereço da Avenida Dr. Vieira de Carvalho, 115, 11º, para onde se mudou no ano anterior, o Sindetur-SP realiza o 1º Salão Profissional de Turismo. Idealizado por Raul Radu (ver Lembranças), é Sindetur-50anos.p65 45 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo a primeira vez que se realiza uma feira onde as operadoras de turismo vão comercializar, diretamente para os agentes de viagens, seus produtos turísticos. O evento acontece nos dias 04 e 05 de junho, no Hilton Hotel, com o nome sugerido pelo então assessor de promoção do Sindicato, Paulo Santos Mattos. Como pano de fundo, o Brasil é comandado por outro militar, o general Ernesto Geisel, que começa a delinear a abertura política. Em 1978, ele passa o bastão para o general João Batista Figueiredo, o último deles na presidência do País. Ainda em política, Juscelino Kubitschek morre em 1976 e, no ano seguinte, Carlos Lacerda. Outro esporte começa a despertar a atenção dos brasileiros e do turismo nacional, com a primeira vitória de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 em 1972. No cenário externo, os Estados Unidos e Vietnam assinam um acordo de Paz. O presidente Richard Nixon renuncia em conseqüência do escândalo Watergate. João Paulo 2º começa seu pontificado em 1978. Sindetur-50anos.p65 46 20/9/2010, 18:56 47 NOVOS TEMPOS Uma luz de liberdade começa a iluminar o túnel dos anos 80. Depois de quase 21 anos de governo autoritário, Tancredo Neves é eleito em janeiro de 1985, pelo Colégio Eleitoral, o primeiro presidente civil desde 1964. Ganha, mas não leva. Quer a fatalidade que ele venha a falecer sem tomar posse, em abril do mesmo ano. Em seu lugar, assume José Sarney e, em 1988, entra em vigor a Nova Constituição brasileira. Do lado de fora, agressões contra celebridades de todos os calibres assustam o mundo. Em dezembro de 1980, o beatle John Lennon é assassinado e, no ano seguinte, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, e o papa João Paulo 2º sofrem atentado. Nessa ocasião, o Conselho de Turismo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, presidido por Eduardo Vampré do Nascimento, mostra seu poder de decisão. Em 1983 aciona a Secretaria Municipal de Finanças com uma proposta para reduzir a cobrança do ISS das agências de viagens. A proposta é aceita e o órgão de finanças da Prefeitura edita portaria, vigente até hoje, considerando como base de cálculo para o ISS não o preço de venda dos pacotes turísticos, mas a margem de 30% sobre esse preço, calculada pelas operadoras. Em abril de 1986, Nascimento entrega ao ministro da Fazenda, Dílson Funaro, um longo trabalho realizado pela entidade sobre câmbio-viagem que o governo pretende Sindetur-50anos.p65 47 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo criar. O objetivo é mostrar que o setor já vinha estudando a instituição desse câmbio diferenciado, que poderia servir de subsídio para o projeto governamental. O câmbio-viagem estabelecia uma cotação da moeda estrangeira específica para viagens internacionais, tanto para compra de moeda trazida por turistas ao País, como para venda a quem viaje ao exterior. O trabalho da Federação estabelecia que o novo câmbio seria fixado diariamente pelo Banco Central, considerada a cotação de mercado e a excedência ou escassez de moeda estrangeira existente em caixa. As agências de viagens de turismo poderiam dispor desse câmbio para o pagamento de serviços turísticos terrestres prestados no exterior e para o recebimento de numerário relativo a serviços prestados no País a turistas estrangeiros. A atividade turística nacional é colocada em destaque em mais uma atitude contraditória do governo federal. Após eleger 1986 o Ano Nacional do Turismo, no final do mesmo, José Sarney extingue os incentivos fiscais que a categoria tivera desde 1966 e torna livre o exercício de todas as atividades turísticas, sem qualquer exigência. A conseqüência é a proliferação intensa, e à vezes predatória, das agências de turismo. É nesse quadro que Antonio Aulísio assume a presidência do SindeturSP, em 1986, procedendo a separação administrativa entre o Sindicato e a Abav-SP (ver Lembranças). Não se trata de um rompimento, pois as duas entidades continuam integradas em muitas parcerias. Uma delas é o Balcão de Atendimento, instalado no Aeroporto de Congonhas, desde 1983, e no de Cumbica, a partir de 1985. Seus usuários são as agências de viagens associadas ao Sindetur-SP e à Abav-SP, que o utilizam para o envio de documentos, passagens e vouchers para serem retirados pelos passageiros. Esse serviço faz parte do Convênio de Atividades Conjuntas, inaugurado em 1975 com o Sistema Telefônico Sindetur/Abav que, diante das inovações tecnológicas surgidas na década de 80 nas telecomunicações, começa a mos- Sindetur-50anos.p65 48 20/9/2010, 18:56 49 trar sua obsolescência, além dos altos custos operacionais. Quando a administração desse convênio telefônico passa para o Sindetur-SP, o presidente Antônio Aulísio alerta para esse problema, não afastando a hipótese de que essa prestação de serviços sofra um colapso diante das elevadas tarifas cobradas dos usurários. Em 1989, o governo de José Sarney lança, através do Banco Central, o dólar turismo, cuja proposta original, elaborada pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, presidido por Eduardo Vampré do Nascimento, fora apresentada para o poder executivo federal em 1983 (ver Lembranças). Por se tratar de uma nova política cambial, muitos agentes de viagens são pegos de surpresa. O vice-presidente do Sindetur-SP, Adel Auada, sugere, então, que se convide alguém do Banco Central para que faça uma ampla exposição a respeito para os associados do Sindicato. Antes de encerrar sua gestão, Antonio Aulísio capacita a sede do Sindicato com um espaço para implantar sua biblioteca, preparado pelo assessor de turismo Eduardo Pires de Campos. Institui, também, o Regimento Eleitoral da entidade, estabelecendo normas para as eleições da Diretoria, Conselho Fiscal e Delegados junto ao Conselho de Representantes da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Concorrências desleais Conseqüência da não regulamentação, a atividade de agente de viagens começa a sofrer uma acirrada concorrência. Companhias aéreas e instituições financeiras, inclusive oficiais, fazem parte desse rol de competidores incômodos. Uma comissão da diretoria do Sindetur-SP, comandada por seu presidente Michel Tuma Ness, se reúne no dia 16 de março de 1993 com os Sindetur-50anos.p65 49 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo diretores da American Express para questionar sua atuação indevida no mercado com o funcionamento da agência de viagens daquela empresa de cartão de crédito. As explicações não convencem os profissionais do setor, que pedem o fechamento da mesma. Preocupada, a diretoria da Amex argumenta que é um procedimento normal da empresa no mundo todo, mas que vai repensar a situação para continuar convivendo em paz com o trade turístico. Nessa ocasião, o presidente da Abav-Nacional, Tasso Gadzanis, articula uma luta ferrenha contra a existência da BBtur, agência de viagens administrada pelo Banco do Brasil. Sua atitude recebe os parabéns do Sindicato em ofício enviado por sua diretoria. “Primeira Página”, Publifolha. Tudo parece conspirar contra os agentes. O alto valor do ISS cobrado na Capital provoca uma evasão de agências de viagens para outros municípios da Grande São Paulo. Diante disso, associados do Sindetur-SP solicitam ao presidente Tuma Ness que reivindique ao Secretário do Planejamento a isenção desse imposto para as empresas de turismo da Capital. O Brasil já tem outro presidente, Fernando Collor, empossado em 1990, mas defenestrado do poder em 1992 pelo impeachment. Em seu lugar assume o vice Itamar Franco, cujo Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso dá um novo rumo à economia nacional. Povo esportista, o brasileiro venera um outro herói: Ayrton Senna, tricampeão da Fórmula 1. Suas atuações são uma grande contribuição para o turismo brasileiro. As etapas do campeonato em Interlagos atraem para São Paulo turistas do Brasil todo e dos países vizinhos, lotando os hotéis e movimentando as agências de turismo receptivo da cidade. Em 1994 ele deixa definitivamente as pistas em um acidente fatal na etapa italiana da Fórmula 1. O mundo está diferente. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) não existe mais e o Muro de Berlim é derrubado. Sindetur-50anos.p65 50 20/9/2010, 18:56 51 GLOBALIZAÇÃO E PARCERIAS Quando a diretoria do Sindetur-SP, comandada por Eduardo Vampré do Nascimento, assume em 1995, um mundo novo dá as cartas. A sociedade pós-industrial, em que a tecnologia passa a substituir o trabalho humano, privilegia o setor de serviços, ao qual o turismo se integra. A globalização, com a rapidez da informação e a supremacia dos mercados financeiros, traz conseqüências para todos os setores produtivos do País, que tem no presidente Fernando Henrique Cardoso um defensor da nova ordem econômica. A nova moeda, o Real, provoca um fenômeno que o turismo, mais do que outro setor, evidencia. Sem inflação, sobra dinheiro para as pessoas viajarem. Mesmo aquelas que nunca o fizeram, tornam realidade seu sonho de conhecer outros países. A internet invade lares e empresas, mostrando seu potencial e assustando, no início, o agente de viagens, que vê nesse revolucionário instrumento de informação um novo concorrente. São novos valores que exigem mudança. Mas mudar como? Para onde? Sindetur-50anos.p65 51 Essas perguntas, expressas por um mercado turístico desorientado, induzem o Sindetur-SP a tentar respondê-las. A fim de subsidiar o agente de viagens com referências atualizadas para enfrentar a nova realidade, o Sindicato instala o Fórum dos Empresários de Turismo, que vem sendo realizado desde 1996. Especialistas dos mais diversos setores, como o economista Antoninho Marmo Trevisan, o perito em marketing turístico, Luís Lara, o consultor de empresas Stefen Kanitz, juristas como o desembargador Yussef Cahali e o juiz Ricardo Chimenti, entre outros, dão o seu recado. Suas palestras apontam caminhos para o turismo num mundo globalizado, a necessidade de um código brasileiro para o setor, o impacto da internet etc. Paralelamente, é desenvolvida consultoria técnica nas agências de viagens, em parceria com o Sebrae/SP. O Senac também oferece sua colaboração com o seminário “Globalização e Tecnologia: o futuro dos profissionais e das empresas de turismo”, para que representantes 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo do trade apresentem suas opiniões. É o que faz o presidente do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, ao afirmar que “a partir de agora, não mais será o grande que engolirá o pequeno, mas o veloz que engolirá o lerdo. É a fábula da tartaruga e da lebre em versão informatizada, não dando mais tempo para a lebre descansar. Daí entendo que, mais do que a própria globalização, o que afetará nosso setor é a velocidade da informação.” Com tantos elementos inovando as relações do mercado turístico, nada mais pertinente do que o Sindicato dar nova linguagem ao seu Estatuto Social. As principais alterações, introduzidas em 1998, estabelecem filiação apenas para empresas, não para autônomos; melhor cadastramento na admissão, com informações econômico-financeiras das candidatas; e dever do associado manter conduta ética no mercado, não lesiva a seus clientes, às demais associadas e à imagem da categoria. Remuneração justa Por iniciativa do seu Comitê de Contas Comerciais, o SindeturSP lança, em 1996, a Tabela de Orientação de Preços. Nela são sugeridos valores para as agências de viagens e operadoras de turismo cobrarem dos clientes que procuram informações, mas não concretizam a compra. Embora seja uma prática comum em outras atividades, como a dos corretores de imóveis e, principalmente, a dos estabelecimentos financeiros, a Secretaria de Direito Econômico abre processo de averiguação, concluindo, no final, que não há ilegalidade no uso da Tabela. Sindetur-50anos.p65 52 20/9/2010, 18:56 53 Apesar de a entidade, desde sua criação, ter buscado sempre a regulamentação da atividade, o Sindicato acha por bem se posicionar contra o substitutivo do deputado federal Nelson Otoch, do Ceará, do projeto de lei nº 2.471/91 que trata da questão. Em ofício enviado àquele parlamentar em 1996, justifica-se afirmando que, ao contrário do que o substitutivo propõe, o Sindetur — SP entende que a atividade econômica do agente de viagens deve ser regulamentada a partir da qualificação profissional, fiscalizada por um conselho, a exemplo de outras profissões, como a de advogado (OAB) e de administração (CFTA). Em compensação, na esteira provedora de mais subsídios para o trabalho da categoria, o Sindetur-SP oferece aos seus associados o Projeto de Normalização para Agências de Viagens. Trata-se de um manual cujo objetivo é definir e padronizar a metodologia para a elaboração, implantação e manutenção de normas de procedimentos das agências de turismo do Estado de São Paulo. O trabalho é desenvolvido por 14 associadas em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos Especiais), Senac/SP e IBQN/RJ (Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear do Rio de Janeiro). Em contraponto às surpresas do mundo globalizado, o Sindetur-SP continua lidando com problemas mais comezinhos. Em 1999, assessorado pelo consultor jurídico Joandre Antonio Ferraz, consegue Sindetur-50anos.p65 53 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo uma vitória com a liminar judicial que assegura às suas associadas a opção pelo SIMPLES. Essa liminar é conseqüência do mandado de segurança coletivo, impetrado pela Consultoria Jurídica contra a Receita Federal. Em 2000, o benefício do imposto simplificado é consolidado com a sentença do Juiz Substituto da 8ª Vara Federal de São Paulo, Rafael Andrade de Margalho, concedendo a segurança requerida. A Receita Federal, entretanto, recorreu contra a medida e o processo aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal, com parecer da Procuradoria da República favorável ao Sindetur-SP. Novos “ataques aéreos” Apesar do tamanho do adversário e de seu poder de fogo, o SindeturSP não se intimida em entrar com ação judicial contra as companhias aéreas nacionais em 1997. O objetivo é acionar as empresas de aviação a devolver os valores do ICMS, que vêm descontando indevidamente das comissões das agências de viagens, embora essas estivessem desobrigadas desse imposto desde 1964. A sentença foi favorável ao Sindicato, tendo havido recurso das companhias aéreas, que se encontra aguardando julgamento no 1º Tribunal de Alçada Civil. No alvorecer do ano 2000, num vôo rasante e sem aviso, as companhias aéreas fazem mais um ataque, reduzindo as comissões pagas às agências de viagens de 9% (nacionais) e 10% (internacionais) para 7% e 9%. Contra essa investida, o Sindetur-SP ajuíza demanda judicial, que se encontra em andamento. Acima de todas e diversificadas reações do setor, o mais importante foi a união de todas as entidades e de seus associados na busca da solução. Sindetur-50anos.p65 54 20/9/2010, 18:56 55 Relações de Consumo Não bastassem as contendas com seus fornecedores, um novo e grave problema afeta a saúde das agências de viagens. Desde o início da vigência do Código de Defesa do Consumidor, em março de 1991, as agências vêm enfrentando reclamações e demandas, muitas vezes fundadas na indústria dos danos morais, decorrente da Constituição Federal de 1988. Uma das dificuldades que elas têm tido está no fato de tal código tratar de forma genérica do fornecimento de serviços e nada tratar sobre os de natureza turística, aliada ao desconhecimento que perdura a respeito das particularidades do nosso setor. Daí porque o Sindetur-SP promoveu diversos contatos com o então secretário da Justiça e da Lançamento da Cartilha de Turismo: Tasso Gadzanis, Cidadania do Estado de São Paulo, Belisário dos Santos presidente da Abav-SP; Maria Inês Fornazaro, dire- Jr., que culminaram com a criação, no Procon-SP, da tora executiva do Procon/SP; Edson Luiz Vismona, secretário da Justiça; Ilya Michael Hirsch, presidente Câmara Técnica de Consumo de Serviços Turísticos, em da Braztoa; e Eduardo Vampré do Nascimento, junho de 1999. Dela fazem parte, também, presidente do Sindetur/SP. a Abav-SP, a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) e, mais recentemente, a Belta (Associação Brasileira de Operadores e Representantes de Programas Educacionais e Cursos no Exterior). Os dois produtos resultantes dos trabalhos da Câmara são a Cartilha de Turismo, com ampla distribuição nacional, contendo orientações sobre como contratar os serviços turísticos, e a Ficha de Roteiro Turístico, um contrato sucinto que mostra o que está no pacote turístico oferecido ao cliente, mas que, devido à sua complexidade, vem inibindo sua utilização. Razão pela qual está sendo reavaliada. No momento, estão em andamento estudos comparativos entre a deliberação normativa da Embratur nº 161/85 e o Código de Defesa do Consumidor sobre as condições contratuais de cancelamento de viagens. Sindetur-50anos.p65 55 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Relações harmoniosas A busca da harmonia da atividade turística com a sociedade em que atua fica mais evidente com a instalação, em fevereiro deste ano, do Conselho de Turismo da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), sob o comando do presidente do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento. Trata-se de um conselho de turismo exclusivamente empresarial, do qual fazem parte representantes da Abav-SP, Abeoc-SP (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), Abraccef (Associação Brasileira de Congressos, Convenções e Feira), Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil), Aviesp (Associação das Agências de Viagens Independentes do Estado de São Paulo), Braztoa, Favecc (Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais), São Paulo Visitors & Convention Bureau, Senac, Sesc, Sindiprom (Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo), Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras) e Viva o Centro. Ao comemorar seus 50 anos, o Sindetur-SP não pode deixar de fora desta festa os funcionários que trabalham nas empresas de seus associados. No dia 11 de julho último, institui com o Seetur (Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo do Estado de São Paulo) a Comissão Intersindical de Conciliação Prévia de Turismo, a primeira do setor no Brasil. O objetivo é tentar conciliar qualquer conflito individual na área trabalhista do setor de turismo, representado pelo Sindetur-SP e Seetur-SP. Sindetur-50anos.p65 56 20/9/2010, 18:56 57 Solenidade de instalação da Câmara Setorial de Turismo do Estado de São Paulo, realizada na Fecomercio — Federação do Comércio do Estado de São Paulo, dia 12/08/1996. A partir da esquerda: Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur; deputado Francisco Dornelles, ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo; Abram Szajman, presidente da Fecomercio; e Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP. Instalação do Conselho Técnico de Turismo da Fecomercio em 14/02/2001. Sindetur-50anos.p65 57 20/9/2010, 18:56 50 anos LEMBRANÇAS Sindetur-SP – Memórias do Turismo Sindetur-50anos.p65 Relato de acontecimentos, realizações e das lembranças que ficaram na memória dos homens do turismo de São Paulo 58 20/9/2010, 18:56 59 Considerado por muitos um “professor” de turismo — era assim como o trade e a imprensa especializada o reverenciavam — Raul Radu tinha como grande meta, quase uma obsessão, a profissionalização do agente de viagens. Foi por ela que brigou muito, teimou demais e idealizou muitas ações que vieram a se concretizar, como o Salão Profissional de Turismo, concebido por ele, Eduardo Vampré do Nascimento e Paulo Santos Mattos e realizado pela primeira vez em 1979. Mais tarde, esse ideal norteou seu trabalho como membro do Conselho Técnico do Sindetur-SP. Radu nasceu em 1927, em Bucareste, Romênia, onde cursou a faculdade de Letras. Durante a II Grande Guerra, por ser judeu, sofre injunções e ingressa na resistência contra o fascismo. Em 1960 deixa seu país, onde era membro do sindicato dos jornalistas e criador do Escritório Nacional Romeno de Turismo, e emigra para o Brasil como representante da publicação francesa “Les Repértoires des Voyages”. Em 1962 começa a trabalhar na agência de viagens Passatours e, dez anos depois, monta sua própria empresa, a Airtour do Brasil. Em 1973 lança o livro Europa ao alcance de todos, baseado nas dúvidas dos seus clientes Sindetur-50anos.p65 59 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo sobre as principais atrações européias. Em 1986 a publicação já estava na quarta edição, com mais de 60 mil exemplares vendidos. Sua fama de homem “sem papas na língua” é superada pela do profissional idealista. Raul Radu faleceu em 1997 deixando prova de sua previsão do futuro, com o qual estava antenado, em muitos artigos e entrevistas publicados pela imprensa especializada: É praticamente impossível alguém cobrir bem todos os setores turísticos do mundo. Isso porque, para se fazer um trabalho realmente honesto e consciente, é necessário que o operador não apenas conheça bem os locais em oferta, mas, principalmente, que acompanhe as evoluções por que esses locais passam, a fim de adaptar seus programas às novas situações. É impraticável manter o mundo todo sob controle para se adaptarem os programas. (Na reportagem “Raul Radu”, publicada no Guia Panrotas, Janeiro/83, defendendo a especialização do agente de viagens) Turismo não é um simples comércio. Tem finalidades sociais e culturais. Assim, não pode ter êxito um comerciante improvisado que se propõe a vender apenas mais um produto, que nesse caso se chama turismo. Nós, que somos profissionais do setor, temos permanentemente de nos enriquecer humana e culturalmente. Temos que conhecer a fundo o nosso produto. Temos de ser profissionais a toda a prova. (...) Em todo o mundo o turista ideal é o que forma o turismo de massa. A classe média. O aposentado. O estudante. No Brasil, entretanto (infelizmente), foi a categoria que mais sofreu e hoje é aquela que realmente não pode mais se dar ao luxo de fazer turismo. Isso, inclusive, explica porque o turismo de massa no Brasil está acabando. (Entrevista fornecida ao Guia Aeronáutico-Abril/89). ..., surgiu a idéia de se criar o Salão Profissional de Turismo. Entre os argumentos para a decisão posso citar: a necessidade de profissionalização Sindetur-50anos.p65 60 20/9/2010, 18:56 61 do setor; maior aproximação entre operadores e agentes de viagens, melhor preparação e formação de vendedores diante das exigências crescentes do público e a abertura do turismo brasileiro para um maior leque de opções. (Trecho do artigo “A profissionalização do setor”, de 1989). Ora, devemos deixar de lado qualquer dignidade e a consciência profissional, para somente encher as poltronas de aviões e ônibus em detrimento da saúde de nossas empresas — pequenas ou grandes? Não será somente uma falta de experiência e de preparo escolher o caminho das facilidades? (Trecho do artigo “O câmbio turístico flutuante para pagamento de serviços turísticos no exterior”, publicado no Informativo ABAV — Jul./Ago. — 89) Mas vale a pergunta: quem protege o agente de viagens? Como intermediário de serviços, ele confecciona o seu produto — excursão, pacote ou simples viagens — costurando com materiais alheios — transportes, hotéis, divertimentos etc — sob medida ao consumidor. Depende de suas escolhas, de preparo cultural e profissional, de talento e intuição psicológica, de seu investimento e honestidade o bom funcionamento da engrenagem que oferece ao turista. Erros são possíveis, má-fé ou imperícia inaceitáveis. (...) De fato, a profissão não existe legalmente, não é reconhecida e sua regulamentação é um sonho ainda. (...) Quem protege o agente de viagens no Brasil — sempre o responsável — de medidas governamentais, abruptas ou incompletas, que cambiam as regras do jogo, com as quais fomos brindados nos últimos 20 anos (depósitos compulsórios, mudanças de câmbio e regras incompletas etc)? Quem protege o agente de viagens do desrespeito dos acordos — nunca escritos — dos transportadores e hoteleiros por mudança unilateral de tarifas, por reservas confirmadas e não respeitadas (o temível overbooking nas altas temporadas)? (Trechos do artigo “Proteção ao turista, sim. E quem protege o agente?”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 19/02/1991). Sindetur-50anos.p65 61 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo Apesar de ser médico, Mario de Mello Faro não conseguiu ficar imune ao vírus sedutor do turismo. Mas a contaminação não foi imediata. Durante oito anos, ele combateu em duas frentes: como médico pneumológico, função que exercia desde 1946, quando se formou, e no turismo, ao qual foi apresentado em 1959. A família mantinha em Santos a “Faro e Irmãos”, empresa que, entre outras atividades, fazia câmbio, vendia passagens marítimas e locava veículos, tudo o que faz uma agência de viagens. Invertendo as posições, em 1960 os irmãos fizeram o diagnóstico da empresa e lhe mostraram a receita: era necessário que ele assumisse a filial em São Paulo, aberta por influência de Alberto Pinto. Até 1968 ele dividiu seu tempo entre as atividades de médico que já havia legado à comunidade científica 22 trabalhos em pneumologia, recebido quatro prêmios, exercido o posto de coordenador da campanha contra a tuberculose no Estado de São Paulo, o cargo de chefe da clínica de pneumologia do Hospital Mandaqui, e o trabalho de agente de viagens que passou, a partir daí, a ser definitivo em sua vida. Sindetur-50anos.p65 62 20/9/2010, 18:56 63 Nesses seus 41 anos de atividade turística já foi presidente da AbavSP (1964/65), na qual atuou várias vezes como membro conselheiro, função exercida, também, na Abav-Nacional e no Sindetur-SP. Exerceu, ainda, a presidência do Skal Club de São Paulo (1973/74) e do Nacional (1977); foi 2º vice-presidente e presidente da Cotal — Confederação de Organizações Turísticas da América Latina (1966/67-1974/75 e 1976/77), membro do CNTur (1979), presidente da primeira diretoria Executiva do São Paulo Convention and Visitors Bureau (1983/84). Sobre o fato de trocar uma carreira consolidada de médico pela de agente de viagens, Mello Faro lembra-se de uma resposta que deu a uma ex-paciente: “Como médico eu vivia entre quatro paredes e meus horizontes não iam muito além da porta do consultório. Dentro dele, na maioria das vezes, eu era portador de notícias ruins, que faziam as pessoas sofrerem. Já no turismo, eu sempre transmito alegria às pessoas e deixei de viver entre quatro paredes para viver nos quatro cantos do mundo”. Atualmente, além de diretor da Mello Faro Turismo e Câmbio, que fundou com seus filhos em 1991, desligando-se da Casa Faro, ainda encontra tempo para se dedicar à genealogia, que já resultou em dois trabalhos publicados: “A família Mello Faro em Portugal e no Brasil” (1996) e “Família Fidalgas Portuguesas e seus vínculos no Brasil” (1999). É também membro do Conselho Editorial da Revista Turismo em Análise, da Escola de Comunicações e Artes da USP, para a qual colaborou com um número temático de sua autoria denominado “Eventos e Turismo” (1997). “Quando comecei a trabalhar na Casa Faro, não havia mais do que 400 empresas de turismo em São Paulo e todos se conheciam. O agente de viagens tinha muito prestígio junto aos componentes do ‘trade’ turístico; era paparicado pelas companhias aéreas, que o consideravam o Sindetur-50anos.p65 63 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo seu melhor elemento de vendas. Hoje existe a nova figura do consolidador, que passou a exercer o papel da empresa aérea, e as operadoras turísticas que montam programas para mais de 2.000 agências só no Estado de São Paulo. Logo que passei a administrar a filial de São Paulo da empresa do meu pai e dos meus irmãos, fiz uma avaliação criteriosa do mercado. Percebi que a maioria dos meus colegas dedicava-se a vender bilhetes aéreos e passagens de navios e conclui que era necessário acrescentar algo mais. Passei a promover eventos nacionais e internacionais, o que permitia que a empresa trabalhasse tanto como agência de turismo receptivo como de emissivo. Foi uma escolha acertada. O turismo de eventos só tem crescido, pois atende a duas necessidades que os tempos atuais têm acentuado: as pessoas precisam se atualizar em suas profissões e aprenderem mais e as empresas perceberam a importância de integrar e motivar seus funcionários. No momento, não participo como membro efetivo de nenhuma entidade de classe porque entendo que devo abrir espaço para os novos valores que estão surgindo. Acredito que um sindicato como o Sindetur-SP deve ter entre suas atribuições congregar as agências de viagens; melhorar seu perfil técnicoprofissional; buscar melhores condições de rentabilidade, vigiando o procedimento agência de viagens/fornecedores; promover o intercâmbio sócio-cultural entre seus associados e estar presente, sempre que necessário, junto aos órgãos governamentais, buscando condições adequadas de trabalho.” Sindetur-50anos.p65 64 20/9/2010, 18:56 65 Ao atravessar as portas da agência de viagens Victur para ser um dos seus funcionários, Eduardo Vampré do Nascimento não imaginava que estava começando, naqueles idos de 1958, uma longa carreira no turismo. A agência em questão foi a primeira a se instalar na zona da Avenida Paulista, em suntuosas dependências do recém inaugurado Conjunto Nacional. Tanta pompa e circunstância, porém, não resistiu à total falta de experiência dos seus diretores, que se acreditavam “técnicos de muito saber em turismo”. Entre eles, o ex-vice-governador do Estado, Porfírio da Paz, Antonio Nelson Pagano, José Alvarez e muitos outros. Pouco tempo depois, a agência fechou. Mas esse não foi o primeiro emprego de Nascimento, que começou a trabalhar em 1950 no escritório do pai, o despachante Annibal P. Nascimento. Depois do equívoco Victur, monta, em outubro de 1961, sua própria empresa, a Turismo e Passagens Nasci- Sindetur-50anos.p65 65 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo mento, no Edifício Glória, da Praça Ramos de Azevedo, próximo ao Largo de São Francisco onde faz o curso de Direito. Sua biografia profissional se confunde com a atividade política que passa a exercer nos quadros diretivos das mais diversas entidades de classe do setor. Como presidente do Sindetur-SP, já está na quarta gestão: as duas primeiras foram no período de 1974 a 1977 e de 1977 a 1980; a terceira, de 1995 a 1998, quando foi reeleito para o atual mandato. Foi membro representante dos agentes de viagens no CNtur durante dois anos, um dos fundadores e o primeiro presidente da Braztoa — Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, da qual é membro do Conselho Consultivo, função que exerce, também, na Abav/Nacional — Associação Brasileira das Agências de Viagens, na Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo e no Sesc. Exerce, ainda, a presidência do Conselho de Turismo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), entidade da qual é um dos diretores. Antes dessas atividades, porém, está a de diretor-presidente das empresas Nascimento e Turismo e Sun & Sea Representações e Turismo. “Dividia meu tempo entre a Faculdade de Direito, a política estudantil e minha incipiente agência aberta em 1961. Com o advento do governo militar, em 1964, uma “bomba” estoura em minhas mãos: o único banco com que trabalhava fecha suas portas. Para superar as dificuldades, me uno a dois velhos amigos, o Horácio Piragibe Galvão, já falecido, e o Leonel Rossi Jr., e transformamos minha empresa na Decatur, que atua até hoje no mercado, sob a presidência do Leonel. Após a formatura em 1965, encontrei mais tempo para as atividades profissionais. Logo percebi que, para lutar pelas correções que considerava necessárias para nossa categoria, o melhor caminho era participar de alguma entidade de classe. Ao oferecer meus préstimos ao então presidente do Sindetur-SP, Sindetur-50anos.p65 66 20/9/2010, 18:56 67 conheci grandes figuras do turismo como Takeharu Akagawa e Modesto Mastrorosa. Com este, sou eleito vice-presidente na chapa que vai dirigir a entidade a partir de 1971. Naquela época, o Sindetur-SP e a Abav-SP ocupavam duas ou três salas da Galeria 24 de Maio, que, somadas, não chegavam a 60 m2. Esse espaço modesto foi a arena de infindáveis debates. Um deles, provocado por uma iniciativa governamental, deu muito que falar. No dia 04 de junho de 1976, o Banco Central edita a Resolução Geral de Câmbio GECAM 313 proibindo a remessa de divisas ao exterior para pagamento de serviços turísticos. Ao mesmo tempo, cria o Depósito Compulsório para Viagem ao Exterior pelo qual somente poderia viajar quem “emprestasse” ao governo a quantia, equivalente aos valores atuais, de US$ 1.200 que seria devolvida dois anos após a viagem, sem juros e sem correção monetária, em 24 prestações mensais. Na minha opinião, foi o maior baque que o turismo brasileiro sofreu nos últimos 50 anos, superando, inclusive, o confisco do governo Collor nos anos 90. Fiquei tão inconformado que, não fosse o apoio da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, da qual eu era membro do Conselho de Turismo desde 1974, acredito que teria sofrido a ira do governo militar. Isso porque, numa ocasião, perguntei publicamente ao então ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, “se o governo brasileiro queria, com o GECAM 313 e o Depósito Compulsório, criar uma cortina de ouro, a exemplo da cortina de ferro da Rússia, para tapar a vista dos brasileiros e impedir que, lá fora, soubessem o que de fato acontecia no País”. O assunto continuou provocando polêmica. No Congresso da Abav de 1977, realizado em Curitiba, insinuamos, propositadamente, que a exposição que acontecia paralelamente só podia estar mostrando produtos contrabandeados. Já que a grande maioria dele era de pacotes de viagens ao exterior, e como estavam proibidas as remessas de pagamento, esses pacotes só poderiam ser negociados no câmbio negro, ou seja, pelo mercado paralelo. O governo, representado na ocasião pelo então presidente da Embratur, Sayd Farah, preferiu calar-se e fazer olhos de mercador. Sindetur-50anos.p65 67 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Mas não desistimos. Às vésperas da Copa do Mundo de 1978, organizamos um almoço para a imprensa esportiva, econômica e de turismo. Ao final, comunicamos que nenhum brasileiro poderia assistir aos jogos da Copa na Argentina, pois estavam proibidas as remessas para pagamentos de serviços no exterior. Quando a informação saiu publicada, foi um Deus nos acuda. Era ministro ligando para ministro, ministro ligando para minha casa querendo saber do que se tratava. Infelizmente, mais uma vez taparam o sol com a peneira e, para não haver uma comoção nacional, permitiram as remessas apenas para os jogos. Vale lembrar que, em todas as nossas batalhas, principalmente contra a Embratur, contávamos com um grande aliado no Rio de Janeiro, o Orlando Fonseca, presidente do Sindetur daquele Estado. Personalidade difícil, mas um caráter inquestionável. No Congresso da Abav de 1978, o Sindicato, em parceria com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, novamente volta à luta. Desta vez, propondo o que considero, sem dúvida alguma, o maior feito daquela gestão, a implantação do Câmbio Turismo, trabalho que contou com a inestimável trabalho do assessor jurídico do Conselho de Turismo da Fecomercio, Joandre Antonio Ferraz. Foram anos de maratona apresentando esse projeto em todos os fóruns que podíamos: Conselho de Turismo do CNC (Conselho Nacional do Comércio), CNtur (Conselho Nacional de Turismo do Ministério da Indústria e Comércio), Congresso da ABIH etc. No nosso projeto, o câmbio-viagem seria fixado diariamente pelo Banco Central, considerada a cotação de mercado e a excedência ou escassez de moeda estrangeira existente em caixa, sendo apropriadas e saídas na conta viagens internacionais. As agências de turismo poderiam dispor deste câmbio para o pagamento de serviços turísticos terrestres prestados no exterior e para o recebimento de numerário relativo a serviços prestados no País a turistas estrangeiros. Dez anos depois, o presidente José Sarney implanta o dólar turismo, um sistema próximo ao que havíamos sugerido. Foi uma perda incalculável para nossa Balança de Pagamentos. Sindetur-50anos.p65 68 20/9/2010, 18:56 69 Uma outra briga boa aconteceu no começo dos anos 70, contra a implantação do VTD — Vôo de Turismo Doméstico, cujo objetivo era promover o turismo de massa. Acontece que, para sua viabilização, era necessário um mínimo de 40 passageiros e nenhum ônibus naquela época, que seria utilizado no programa, possuía mais do que 36 assentos (algo elementar que as autoridades demoraram a perceber, apesar de nossos avisos). O mais grave foi que, na calada da noite, a Embratur tenta viabilizar os Vôos de Turismo Doméstico apenas para duas agências apadrinhadas, excluindo as demais do processo. Foi um luta feia, cheia de ameaças, carteiradas, gravações secretas, mas que, no final, entre mortos e feridos, salvaram-se todos e o projeto ficou democratizado e obteve razoável sucesso. Quando a Abav-SP, sob a presidência do Jurandy Carador, mudou-se para Av. Vieira de Carvalho, 115, achei que o Sindetur-SP não poderia ficar fisicamente distante daquela entidade. Com a interferência do nosso conselheiro Jorge Haddad, conseguimos um bom preço pelo imóvel no mesmo endereço da Abav-SP, para onde o Sindicato mudou-se em 1978 e onde estamos até hoje. Lembro-me que a entidade não tinha muito dinheiro e, tampouco, receita, mas aceitamos o desafio. Graças à coragem do nosso companheiro José Augusto Franco, que foi avalista, e a um bom trabalho administrativo que desenvolvemos, criando receitas paralelas com a realização de eventos e unindo as administrações do Sindicato com a da Abav-SP, pudemos pagar o imóvel sem problema. Por essa época, o sistema de distribuição dos pacotes turísticos pelos operadores para os agentes de viagens era, ainda, muito incipiente. Os agentes, por sua vez, desconheciam quase por completo que produtos as operadoras tinham para vender. Raul Radu, que sempre trazia as últimas novidades da Europa, insistiu para que criássemos um evento para promover esses encontros, como já acontecia nos centros europeus. Criamos, então, em parceria com a AbavSP, o Salão Profissional de Turismo, cuja primeira edição aconteceu em 1979. Retornei ao Sindetur-SP em 1995, depois de um intervalo de 15 anos, com a plataforma TUR (Transparência, União e Reabilitação). Essa volta se Sindetur-50anos.p65 69 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo deveu a pedido de muitos companheiros, face à inexplicável perda do dissídio coletivo no ano anterior, que elevou o salário-base da categoria em 100%. Nossa primeira medida foi agregar novamente o Sindicato à Federação do Comércio do Estado de São Paulo, desligando-nos da Fenactur — Federação Nacional de Turismo Outros desafios surgiram. Um deles foi dar subsídios para o agente de viagens enfrentar e se posicionar em em um mundo que mudou radicalmente, com a globalização e a internet interferindo demais no setor de serviços, do qual fazemos parte. Uma das iniciativas é o Fórum dos Empresários de Turismo, com palestras e debates de especialista de diversos setores. Dentro desse viés profissionalizante, instituímos, também em 1996, a Tabela de Orientação de Preços para que o agente cobrasse pelas consultas, como já fazem profissionais de outros segmentos. Apurada sua irregularidade pela Secretaria de Direito Econômico, foi considerada legal, em 1999. Outro resultado positivo foi conseguir, através de ação judicial, que as empresas associadas ao Sindetur-SP pudessem usufruir o imposto simplificado, o SIMPLES. Mantemos, infelizmente, alguns desentendimentos com as companhias aéreas. Primeiro, pela cobrança indevida do ICMS que elas fizeram às agências e continuam fazendo. O segundo, em conjunto com outras entidades do setor, contra a inesperada atitude de reduzir as comissões. Criamos, também em conjunto com as outras entidades e com o Procon-SP, a Câmara Técnica de Turismo no intuito de fazer esse órgão de defesa do consumidor entender as peculiaridades do turismo e evitar a indústria das reclamações. Com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo do Estado de São Paulo — Seetur-SP, estabelecemos a primeira Comissão de Conciliação Prévia do setor de turismo. Sindetur-50anos.p65 70 20/9/2010, 18:56 71 Nosso desafio consiste, ainda, em fazer com que parte dos empresários de turismo compreendam a verdadeira função do Sindetur-SP. Infelizmente, ainda permanece em muitos a idéia do sindicalismo trabalhista da época do Getúlio Vargas, o sindicalismo comandado pelo governo, o sindicalismo de pelegos que se extinguiu há muitos anos. O Sindicato é uma associação de classe constituída para fins de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica, cuja prerrogativa é representar e defender os interesses gerais da categoria representada e os individuais de suas associadas perante as autoridades administrativas e judiciárias (Artigos 1º e 2º § 1º dos Estatutos Sociais).” Mário de Mello Faro, Eduardo Vampré do Nascimento, Miguel Colassuono e Walter Steurer. Sindetur-50anos.p65 71 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo Adel Auada iniciou suas atividades em turismo no final da década de 60 na empresa Müller, criada pelo filho do Charles Müller, o homem do futebol. Atualmente é diretor da Travelcred. Foi vice-presidente do Sindetur-SP em duas gestões. A primeira com Eduardo Vampré do Nascimento (1974-1980) e a segunda com Antonio Aulísio (1986-1989). Exerceu, ainda, a função de Conselheiro Fiscal em uma das duas gestões de Michel Tuma Ness. Foi presidente da Abav-Nacional (1976-1979) e desde 1996 é presidente de honra da Fenactur — Federação Nacional de Turismo. “Em 1976 um fato traumatizou o mercado: o depósito compulsório para o turismo que, juntamente com uma portaria do governo impedindo o pagamento de serviços no exterior, provocou um caos nos negócios dos agentes de viagens. Não devemos esquecer que estávamos sob a ditadura militar e regidos pelo AI-5. O diálogo com o governo era difícil e, embora existisse a Embratur, ela agia em estrita obediência às autoridades. Pois bem. Cansados de não sermos ouvidos, nós, da Abav-Nacional, resolvemos protestar mais radicalmente contra essas medidas autoritárias do governo, que considerávamos prejudiciais para o setor. Em 1978 nos desligamos dos organismos nacionais — Iata, Cotal, Asta. Como conseqüência, fui convocado quatro vezes para depor no SNI. Nunca sofri nada, mas eles Sindetur-50anos.p65 72 20/9/2010, 18:56 73 queriam saber se nossa atitude era provocação. Não, não era. Tratava-se de uma questão de sobrevivência, pois o governo estava tirando o nosso oxigênio. Ou morríamos quietos ou morríamos gritando. Preferíamos morrer gritando. Na ocasião um coronel me pediu para fazer um relato sobre a situação, que não resultou em nada. Mas nem tudo era espinhos. O mercado turístico estava em franca atividade. Era um período de desenvolvimento do turismo nacional, promovendo o surgimento das primeiras operadoras de turismo rodoviário e aéreo dentro do País. Foi criado o VTD — Vôo de Turismo Doméstico, primeiras tentativas de tarifas diferenciadas através da formação de um grupo para um mesmo destino. Havia, também, uma agência de São Paulo que fazia excursão de ônibus para Fortaleza e a volta era de avião, ou vice-versa. O turismo internacional, por sua vez, estava bastante forte, com muito fretamento para o exterior. Ao contrário do mercado, em plena agitação, as entidades de classe estavam muito passivas como representantes dos agentes de viagens. O Sindetur-SP, por exemplo, exauria suas funções no dissídio coletivo. Nós três — Eduardo Nascimento, Walter Steurer e eu — achávamos que deveríamos mudar essa situação. O primeiro passo foi formar uma aliança e procurar atuar dentro das entidades representativas do setor. O Walter candidatou-se e foi eleito presidente da Abav-SP em 1973 e, no ano seguinte, o Eduardo era eleito presidente do Sindetur-SP. Para ratificar a estratégia, candidatei-me como vice dos dois. As duas entidades assumiram, então, o papel de representantes intransigentes dos agentes de viagens. Um dos nossos primeiros embates foi com a Embratur, que controlava as agências com resquícios de totalitarismo. Com nosso enfrentamento, o relacionamento começou a mudar para um campo de entendimento democrático. Outro resultado de nossa atuação foi a retomada do Congresso da Abav, que havia sido interrompido 10 ou 12 anos antes, e o Walter conseguir realizar o do Guarujá, em 74. Desde então, o evento, nunca mais deixou de ser feito. Sindetur-50anos.p65 73 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo Na nossa gestão foi firmada a parceria Abav-SP/Sindetur-SP para a implantação do sistema telefônico, uma grande novidade na área de comunicação. Firmamos o primeiro convênio com a hotelaria estabelecendo direitos e obrigações. Trabalhamos intensamente na nova regulamentação das agências de viagens e o relacionamento dessas com as companhias aéreas passou a ser intermediado pelas duas das entidades. Até o diálogo com o governo foi restabelecido. Antes, eles nem sabiam o que era a Abav; depois, ela passou a ser referência de turismo para os representantes governamentais. Quando assumi como vice do Antonio Aulísio, dez anos havia se passado. O Sindicato tinha sido engolido pela Abav-SP, agia como se fosse uma divisão dela. Um dos grandes méritos do Toninho foi separar a estrutura administrativa das duas entidades, dando vida própria novamente ao Sindetur-SP. Ele conseguiu, também, estabelecer um relacionamento mais cordial com o sindicato dos empregados. Resumindo, considero o papel do Sindetur-SP fundamental na história do turismo brasileiro. Primeiro, porque é o maior do Brasil. Depois, fica no Estado onde acontecem as coisas — São Paulo é um laboratório permanente. Acho que o Sindicato é a grande representação democrática do setor, mesmo porque a Abav se segmentou muito, gerando filhos como a Braztoa, Aviesp, Favec, Belta e outras. A Abav hoje é um conglomerado de interesses múltiplos, com dificuldade para falar em nome de todos.” Sindetur-50anos.p65 74 20/9/2010, 18:56 75 Diretor de Assuntos Internacionais da Abav-Nacional e da empresa Decatur, Leonel Rossi Júnior presidiu o Sindetur-SP no período de 1980 a 1983. Anteriormente foi membro do Conselho Nacional de Turismo-CNTur. “No CNTur nossa briga era com o sistema bancário, que resolveu atuar no turismo. Sem autorização, os bancos instalavam balcões nos aeroportos para vender bilhetes aéreos. Tínhamos que “gladiar” com essas instituições financeiras, que, protegidas pelo governo, ficaram dez anos arrebentando o negócio das agências de viagens. Foi uma época heróica. Quem estava na Embratur naquela época era o Miguel Colassuono e nós nos dávamos bem. De comum acordo, balizávamos a abertura de agências em todo o Brasil. Era importante que o mercado não ficasse nas mãos “das donas Marias”. Com a mudança do Governo, a Embratur passou a ser comandada pelo João Dória Jr.; a partir daí, qualquer um podia abrir uma agência de viagens. O Dória saiu da Embratur em 1988 e o CNTur “sumiu” em 1990, no governo Collor, tendo suas atribuições transferidas para a Embratur pela Lei nº 8.181/91. Sindetur-50anos.p65 75 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo Quando estava na presidência do Sindetur-SP, formou-se, pela primeira vez, uma verdadeira união dos sindicatos da categoria. O Mayer Ambar, presidente do Sindetur do Rio de Janeiro, e eu convidamos dirigentes de sindicatos de outros estados para criarmos um Fórum de Sindicatos de Turismo. O objetivo era estabelecer uma política homogênea que nos desse mais força para apresentar nossas reivindicações para as autoridades. O primeiro presidente desse Fórum fui eu e, em seguida, o Ambar. Com o Modesto Mastrorosa à frente da Abav-SP e eu no Sindetur-SP, resolvemos unir a estrutura administrativa das duas entidades. Com isso reduzíamos custos e trabalhávamos em conjunto. Na gestão seguinte, do José Augusto, esse esquema foi mantido; quando o Toninho Aulísio entrou, ele separou. Foi na nossa gestão que conseguimos o aumento da comissão de 7% para 10% na venda de bilhete aéreo doméstico e de 7% para 9% no internacional. O Sindetur-SP tem feito um bom trabalho. Só acho que ele deveria se ater à parte que lhe cabe e que faz bem, o de representante patronal da categoria. O Brasil é um dos poucos países que tem sindicato patronal. Isso vem do Estado Novo. É meio fascista, mas, no nosso caso, dá mais força para os agentes de viagens.” Sindetur-50anos.p65 76 20/9/2010, 18:56 77 Atual presidente da Fenactur — Federação Nacional de Turismo e vice-presidente da CNTur — Confederação Nacional de Turismo, Michel Tuma Ness começou a exercer atividades turísticas por volta de 1970, quando abriu sua agência de viagens Status Turismo Ltda. Ao longo de sua vida profissional, por muitas ocasiões teve seu nome ligado às entidades de classe do setor, como o SindeturSP, que presidiu por duas gestões consecutivas (1989 a 1991 e 1992 a 1995), Abav-SP, onde atuou como conselheiro. Foi diretor da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e membro dos Conselhos Estadual e Municipal de Turismo e do CCNT — Conselho Consultivo Nacional de Turismo da Embratur. “Há uma expressiva diferença entre o mercado de turismo dos anos 70 e o atual. Naquela época, as relações profissionais eram pautadas por um harmonioso diálogo entre os agentes de viagens com todos os seus parceiros do setor. Havia um absoluto e fiel respeito aos compromissos assumidos. Apesar da natural competitividade, reinava um comportamento altamente ético entre os empresários. Da mesma maneira, existia mais união entre as entidades de turismo, que, confio, voltaremos a ter. Sindetur-50anos.p65 77 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo À frente do Sindetur-SP, nossa preocupação foi valorizar o trabalho profissional do agente de viagens. Nesse sentido, uma de nossas iniciativas foi lançar a campanha nacional “Procure Seu Agente de Viagens”, visando estimular o turista a adquirir seu bilhete aéreo nas agências. Ainda dentro desse objetivo, criamos, a partir de 1993, a Escola Aberta de Turismo, para filiados ou não ao Sindicato, com duas vertentes: um fórum, com palestra de um convidado sobre um tema sempre problemático, realizado a cada dois meses, do qual participaram o Comandante Rolim, Miguel Colassuuono, João Dória Jr., entre outros. A segunda vertente, realizada em conjunto com a Escola de Sociologia e Política, era o desenvolvimento de pesquisas técnico-científicas, tendo como base estudos realizados em turismo. Vale destacar, também, os seminários que o Sindicato realizou sobre a qualidade da atividade do agente de viagens, em particular a palestra do economista Joelmir Beting sobre “Turismo e Economia”, que atraiu uma platéia de mais de 800 pessoas. Com a criação da “Feira Móvel de Turismo”, em 1990, levamos os agentes e operadores da Capital para mostrar seus produtos aos agentes do interior, que, dessa maneira, não precisavam se deslocar até São Paulo para conhecer os pacotes turísticos. Com isso, poupamos-lhes tempo e dinheiro. Procuramos, sempre, interagir com outros setores, como as companhias aéreas, com as quais realizamos os “Painéis de Debates”. Participamos, ainda, dos grupos de trabalho da Prefeitura que desenvolveram o “Diagnóstico Turístico da Cidade de São Paulo”, que planejaram o “Esquema de Melhoria de Sinalização Turística do Município” e mantivemos presença permanente junto às equipes que tratavam da constituição do Funtur — Fundo Municipal de Turismo e na transformação do Platum — Plano de Turismo Municipal em lei. Sindetur-50anos.p65 78 20/9/2010, 18:56 79 A maior emoção que tive como presidente do Sindetur-SP foi com a homenagem que prestamos aos pioneiros do turismo em São Paulo, como Modesto Mastrorosa, Aldo Leone, Takearu Agakawa, Jorge Haddad, Delfin Blanco, entre outros. A festa aconteceu no hotel Maksoud Plaza, em comemoração aos 40 anos do Sindetur-SP, e foi precedida de palestra do então secretário da OMT — Organização Mundial de Turismo, Augusto Huescar, que veio para São Paulo especialmente para participar do evento. Sindetur-50anos.p65 79 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo Antonio Aulísio foi vice-presidente da Abav-SP, presidente do Sindetur-SP no período de 1986 a 1989 e da Braztoa — Brazilian Tour Operators’ Association, para as quais atua como Conselheiro. Foi membro do Conselho Municipal de Turismo e presidiu o Skal Clube SP. No momento participa do Conselho Estadual de Turismo. A empresa que dirige, Flot Operadora Turística, é uma das cinco a integrar o pool de operadoras no programa “See América Vacations para todo USA”, com a chancela da TIA (Travel Industry Association of América). “Para protestar contra o depósito compulsório, imposto pelo governo para inibir a saída de divisas, protagonizamos uma cena, até então, inédita no trade: uma passeata que ficou conhecida como “passeata dos engravatados”. Organizada pelo Sindicato, contou com a adesão maciça de outras entidades e empresas do setor, que até dispensaram seus funcionários, e com a cobertura da imprensa. A concentração foi em frente ao colégio Caetano de Campos, de onde seguimos pela Avenida São Luís até a Biblioteca Municipal, na Xavier de Toledo, fim do percurso. Ao passarmos em frente do Hotel Eldorado, o Gama, gerente do esta- Sindetur-50anos.p65 80 20/9/2010, 18:56 81 belecimento, que conhecia todo mundo do trade, pediu aos seus garçons para servirem água aos manifestantes. Acho que foi a única passeata de que se tem notícia em que os participantes pararam para beber água, servidos por garçons com bandeja e copos. Uma imagem imperdível para as emissoras de TV que cobriam o evento. Foi uma época de grande ascensão no turismo brasileiro. Muitas empresas, que hoje são líder de mercado, começavam a despontar, entre elas a CVC e a Soletur. Houve um crescimento muito grande das companhias aéreas nacionais, ampliando suas malhas aeroviárias. O país recuperava a abertura política e passava por modificações econômicas. O Brasil como um todo, enfim, começou a crescer mais. Quando eu comecei, em 1968, na Panorama Turismo, a situação era outra. O turismo brasileiro se resumia a viagens rodoviárias. Devido ao custo alto e à falta de informação, viajar para o exterior era um privilégio para poucos que utilizavam mais o transporte marítimo do que aéreo para a Europa. Voltando ao Sindicato. Ao procedermos a separação de sua estrutura administrativa da Abav-SP, nossa intenção foi colocar o Sindetur-SP dentro da lei. De acordo com a CLT, ele não poderia trabalhar em conjunto com a Abav-SP nos moldes como vinha fazendo. Foi uma separação amistosa; tanto assim que em nenhum momento as duas entidades deixaram de ser muito próximas e terem, praticamente, os mesmos associados. Os sindicatos, de uma maneira geral, guardam resquícios da estrutura sindical dos tempos do Getúlio; ainda hoje tem ligação com o governo, repasses de verba etc. As associações, pelo contrário, têm mais liberdade de ação. Acho que o Sindetur de São Paulo é o único filiado à uma Federação do Comércio, no caso a Fecomercio-SP, da qual, durante muito tempo, Sindetur-50anos.p65 81 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-SP – Memórias do Turismo utilizou as assessorias jurídica, econômica e técnica. Isso ajudou o Sindicato a mostrar sua cara e despontar com mais força entre os demais. O Sindetur -SP está, atualmente, no melhor momento de sua história. Criou uma estrutura própria muito grande que lhe dá condições de atender os associados com os diversos tipos de assessorias e serviços. Suas iniciativas voltadas para o aprimoramento da categoria, como o Fórum dos Empresários de Turismo, são extremamente importantes.” Sindetur-50anos.p65 82 20/9/2010, 18:56 83 Jorge Haddad é membro do Conselho Consultivo do Sindetur-SP e um dos profissionais pioneiros de turismo em São Paulo. É diretor da agência Brasília, cuja matriz foi criada em 1945, na longínqua Beirute, com o mesmo nome da então futura capital federal do Brasil. Além da filial paulistana, a empresa libanesa, ainda em atividade, possui filiais na África, Monróvia e em Trípoli. “A Agência Brasília de Viagens de São Paulo é apenas um mês mais nova que o Sindetur-SP. Foi inaugurada em fevereiro de 1951, especializada em Oriente Médio. Inicialmente, nossos principais clientes eram imigrantes que vinham do Líbano em viagens que duravam mais de 36 horas. Uma das minhas principais colaborações para o Sindetur-SP foi ter insistido e influenciado na compra do edifício da atual sede do Sindicato, na Av. Vieira de Carvalho, 115. Acompanhando sua atuação ao longo desses 50 anos, posso afirmar que a entidade tornou-se uma proteção para as agências de viagens de São Paulo, abrindo muitas portas para o profissional junto a outras esferas da administração pública.” Sindetur-50anos.p65 83 20/9/2010, 18:56 50 anos Sindetur-50anos.p65 Diretorias do Sindetur-SP GALERIA Sindetur-SP – Memórias do Turismo 84 20/9/2010, 18:56 85 Gestão de 1949/1952 Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim Diretoria: Secretário: Cícero Neves Requejo, Tesoureiro: Sylvio de Paula Ramos. Suplentes: Joaquim Mariano Dias de Menezes, Modesto Mastrorosa e Helena Chiappetta. Conselho Fiscal: Eugênio de Almeida Salles, Marcos Kertzmann e John Edward Hunnicutt. Suplentes: Paulo Gilberto Pimenta de Pádua, Ângelo Prado Vecchio e Julio Pinto Figueira. Gestão de 1952/1954 Oswaldo Ferraz Alvim Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim Diretoria: Modesto Mastrorosa e Luiz Fernando Ribeiro Ratto. Suplentes: Eddy de Freitas Crissiuma, Marcos Kertzmann e Flávio Aurélio José Pucci. Conselho Fiscal Efetivo: Joaquim Mariano Dias de Menezes, Eugênio de Almeida Salles e John Edward Hunnicutt. Suplentes: Diva Weigert Rocha, Omar Marques Lisboa e Miguel Pinto Cardoso. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Oswaldo Ferraz Alvim e Eddy de Freitas Crissiuma. Suplentes: Modesto Mastrorosa e Luiz Fernando Ribeiro Ratto. Sindetur-50anos.p65 85 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1954/1956 Presidente: Oswaldo Ferraz Alvim Diretoria: Joaquim Mariano Dias de Menezes e John Edward Hunnicutt. Suplentes: Numa Lemos Ramos, Riccieri Eugênio Ponchiroli e Nelson Moraes. Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Omar Marques Lisboa e Osvaldo de Sylos Cintra. Suplentes: Rudolf Karl Phillipp Woehrle, Ângelo Prado Vecchio e Otelo Pace. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Oswaldo Ferraz Alvim e John Edward Hannicutt. Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes e José Lavini. Sindetur-50anos.p65 86 20/9/2010, 18:56 87 Gestão de 1956/1958 Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes Diretoria: Riccieri Eugênio Ponchirolli e Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira. Suplentes: John Edward Hunnicutt, Aldo Leone e Helmut Schutt. Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Omar Marques Lisboa e Armando Sander. Suplentes: Harry Lunish, Eugênio de Almeida Salles e Nelson Moraes. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes, Riccieri Eugênio Ponchirolli e Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira. Suplentes: John Edward Hunnicutt, Aldo Leone e Helmut Schutt. Joaquim Mariano Dias Menezes Gestão de 1958/1960 Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes Diretoria: José Ribeiro Villela, Riccieri Eugênio Ponchirolli, José Zaroni e Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira. Suplentes: Aldo Leone, Diva Weigert Rocha, Rudolf Karl Phillipi Woeshle, Modesto Mastrorosa e Ruth Bruck. Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Arnaldo Batalhini e Nelson Moraes. Suplentes: Francisco Marcondes Homem de Mello Filho, Antonio Mário Valério e Eugênio de Almeida Salles. Sindetur-50anos.p65 87 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes, Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni. Suplentes: Carlos Augusto de Santa Cruz Oliveira, Aldo Leone e Diva Weigert Rocha. Gestão de 1960/1962 Presidente: Joaquim Mariano Dias Menezes Diretoria: Vice-Presidente: Antonio Nelson Pagana, 1º Secretário: Riccieri Eugênio Ponchirolli, 2º Secretário: José Zaroni, Tesoureiro: Jorge Artamanow. Suplentes: Ruth Bruck, Pedro de Almeida, Rudolf Karl Phillipi Woehrle, Modesto Mastrorosa e Cícero Requejo. Conselho Fiscal Efetivo: José Lavini, Antonio Mário Valério e Nelson Moraes. Suplentes: Francisco Marcondes Homem de Mello Filho, Cecília Penoud, Eugênio de Almeida Salles. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes, Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni. Suplentes: Modesto Mastrorosa, Pedro Prado de Almeida e Ruth Bruck. Sindetur-50anos.p65 88 20/9/2010, 18:56 89 Gestão de 1962/1964 Presidente: Nelson Moraes Diretoria: Vice-Presidente: Alberto Pinho, 1º Secretário: Riccieri Eugênio Ponchirolli, 2º Secretário: Ruth Bruck e Tesoureiro: Jorge Artamanow. Suplentes: Modesto Mastrorosa, Fernando Turquim Almeida Filho, José Zaroni, Eugênio Almeida Salles e Diva Weigert Rocha. Conselho Fiscal Efetivo: Osmar Azevedo de Mattos, Cícero Requejo e Armando Sander. Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes, Aldo Leone e Bernardo Savin. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes, Riccieri Eugênio Ponchirolli e José Zaroni. Nelson Moraes Suplentes: Luiz Fernando Ribeiro Ratto, Aldo Leone e Armando Sander. Sindetur-50anos.p65 89 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1964/1966 Presidente: Alberto Pinho Diretoria: Vice-Presidente: Tonino Mastrorosa, 1º Secretário: Riccieri Eurgênio Ponchirolli, 2ª Secretária: Ruth Bruck e Tesoureiro: Jorge Artamanow. Suplentes: Gerald Killick, Fernando Turquim Almeida Filho, Wilson Pinheiro de Castro, Diva Weigert Rocha e John Edward Hunnicutt. Conselho Fiscal Efetivo: Cícero Requejo, Armando Sander e Mário de Mello Faro. Suplentes: Joaquim Mariano Dias Menezes, Miguel Fortunato e José Zaroni. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Joaquim Mariano Dias Menezes, Fernando Furquim Almeida Filho e Riccieri Eurgênio Ponchirolli. Alberto Pinho Suplentes: José Zaroni, André Eduardo Carrara de Sambuy e Miguel Fortunato. Sindetur-50anos.p65 90 20/9/2010, 18:56 91 Gestão de 1966/1968 Presidente: Alberto Pinho Diretoria: Vice-Presidente: Bruno Stefani, 1º Secretário: Luiz Fernando Ribeiro Ratto, 2º Secretário: Tonino Mastrorosa e Tesoureiro: Gerald Killick. Suplentes: Vicente Curti, Luiz Alberto Menezes, Nelson Moraes, Gaston Belot De La Hunaudaye e Miguel Fortunato. Conselho Fiscal Efetivo: Armando Sander, Cícero Requejo e Mário de Mello Faro. Suplentes: Modesto Mastrorosa, Ruth Bruck e Frederiko Octavio G. Brotero. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho, Luiz Fernando Ribeiro Ratto e Armando Sander. Suplentes: Luiz Alberto Menezes, Vicente Curti e Frederiko Octavio G. Brotero. Sindetur-50anos.p65 91 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1968/1971 Presidente: Modesto Mastrorosa Diretoria: Vice-Presidente: Alberto Pinho, 1º Secretário: Endi Stefani, 2º Secretário: Luiz Fernando Ratto e Tesoureiro: Nelson Smith. Suplentes: Bruno Stefani, Fernando Turquim Almeida Filho, Takeharu Akagawa, Marcos Arbaitman e Armando Sander. Conselho Fiscal Efetivo: Vicente Lurti, Geraldo Killick e Tonino Mastrorosa. Suplentes: Aldo Leone, Geraldo Leal e Mário de Mello Faro. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho, Endi Stefani e Fernando Furquim. Modesto Mastrorosa Suplentes: Fernando Ratto, Armando Sander e Aldo Leone. Sindetur-50anos.p65 92 20/9/2010, 18:56 93 Gestão de 1971/1974 Presidente: Modesto Mastrorosa Diretoria: Alberto Pinho, Fernando Giannotti, Eduardo Vampré do Nascimento e George Wilson Smith. Suplentes: Bruno Stefani, Nivaldo de Oliveira, Takeharu Akagawa, Antonio Conte e Windor Antonio Rosa dos Santos. Conselho Fiscal Efetivo: Vicente Curti, Antonio Flavio e Tonino Mastrorosa. Suplentes: Danton Guttenberg de Andrade Filho, Aldo Leone e José Antonio de Paula Leite. Representantes junto ao Conselho da Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Alberto Pinho e Fernando Giannotti. Suplentes: Windor Antonio Rosa dos Santos e Antonio Conte. Sindetur-50anos.p65 93 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1974/1977 Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento Diretoria: Adel Auada, Eduardo Magalhães Couto, Danton G. de Andrade e Modesto Mastrorosa. Suplentes: Antonio Conte, Antonio Aulísio, Arnaldo Batalhini, Gerald Killick e Sérgio Gagliardi. Conselho Fiscal Efetivo: Takeharu Akagawa, José Augusto Lima de Carvalho Franco e Luiz Phelippe Britto Pereira. Suplentes: Vicente Curti, Fernando Giannottti e Januário Perillo de Moraes. Delegados junto à Federação do Comercio: Eduardo Vampré do Nascimento e Adel Auada. Eduardo Vampré do Nascimento Suplentes: Eduardo Magalhães Couto e José Augusto Lima de Carvalho. Sindetur-50anos.p65 94 20/9/2010, 18:56 95 Gestão de 1977/1980 Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento Diretoria: Modesto Mastrorosa, Januário Perillo de Moraes, Goiaci Alves Guimarães, Raul Radu, José Augusto L.C. Franco e Manoel T. de Carvalho. Suplementes: Jurandy Carador, Leonel Rossi Jr., Alexandre Kalin e Takeharu Akagawa. Conselho Fiscal Efetivo: Mário Galvão M. Lacerda, Vicente Curti e Danton G. de Andrade. Suplentes: Oswaldo da Silva, Ilya Michael Hirsch e Luis Oliveira de Barros. Delegados junto à Federação do Comercio: Eduardo Vampré do Nascimento e José Augusto Franco. Suplentes: Modesto Mastrorosa e Goiaci Alves Guimarães. Sindetur-50anos.p65 95 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1980/1983 Presidente: Leonel Rossi Júnior Diretoria: Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio, Gladis Sáfadi, Ariovaldo de Oliveira Lopes, Geraldo Baltazar Gião e Augusto Nogueira Moraes. Suplentes: Domingos Palmeiro de Toledo Piza, Ilya Michael Hirsch. Conselho Fiscal Efetivo: Sylvio Ferraz, José Augusto Lima de Carvalho Franco e Marcel Jeduab. Suplentes: Vicente Curti, Antonio Conte e Januário Perillo de Moraes. Delegados junto à Federação do Comércio: Eduardo Vampré do Nascimento e Abram Szajman. Leonel Rossi Júnior Suplentes: Goiaci Alves Guimarães e Leonel Rossi Jr. Sindetur-50anos.p65 96 20/9/2010, 18:56 97 Gestão de 1983/1986 Presidente: José Augusto Lima de Carvalho Franco Diretoria: Maurice Renné Fermon, José San Leiman, Ilya Michael Hirsch, Gilberto Davanzo, Geraldo Baltazar Gião e Alfredo Meneguelli. Suplentes: Guilherme Paulus, Domingos Palmeiro de Toledo Piza, Mauro Sérgio Vicentini e Fernando de Almeida Castanheira. Conselho Fiscal Efetivo: Eduardo Vampré do Nascimento e Juarez Cintra Pereira Filho. Suplentes: Roberto Tinoco, Claudionor Nespoli e Cláudia Galenger. Delegados junto à Federação do Comércio: Abram Szajman e Rodolfo Maineri. J osé Augusto Lima de Carvalho Franco Suplentes: Ariovaldo de Oliveira Lopes e Augusto Nogueira Moraes. Sindetur-50anos.p65 97 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1986/1989 Presidente: Antonio Aulísio Diretoria: 1º Vice-Presidente: Walter Steurer, 2º Vice-Presidente: Adel Auada, 1º Secretário: Utulante Vignola, 2ª Secretária: Margarida Hessel, 1º Tesoureiro: Geraldo Balthasar Gião e 2º Tesoureiro: Gilberto Davanzo. Suplentes: Maria Viviane Pancarani Gandelhman, Juarez Cintra Pereira Filho, José Luis Santos e Décio Apolinário. Conselho Fiscal Efetivo: Goiaci Alves Guimarães, Nilceu Saito e Ramon Paul Dunoguier. Suplentes: Antonio Conte e Amadeu Orestes Mattera Junior. Delegados junto à Federação do Comércio Efetivos: Abram Szajman e Eduardo Vampré do Nascimento. Antonio Aulísio Suplentes: Leonel Rossi Junior e José Sam Leiman. Sindetur-50anos.p65 98 20/9/2010, 18:56 99 Gestões de 1989/1992 — 1992/1995 Presidente: Michel Tuma Ness Diretoria: José Leonardo de Moura Coutinho, Jarbas Favoretto, Nilson Vicentini, Gilberto Davanzo, Nilceu Saito e Augusto Nogueira de Moraes. Suplentes: Mauro Sérgio Vicentim, José Luis dos Santos, Eduardo Borelli e Francisco Antonio Martins Diniz. Conselho Fiscal Efetivo: Adel Auada, Leonel Rossi Junior e Antonio Aulisio. Suplentes: Paulo Roberto Aulisio e Sidney Dip. Delegados junto à Federação do Comércio Efetivos: Abram Szajman e Eduardo Vampré do Nascimento. Suplentes: José Sam Leiman e Antonio Aulisio. Michel Tuma Ness Criação da Federação Nacional do Turismo em 08/03/1990, legalizada em 26/03/1996. Sindetur-50anos.p65 99 20/9/2010, 18:56 Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Gestão de 1995/1998 Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento Diretoria: 1º Vice-Presidente: Hélio Matshoka, 2º Vice-Presidente: Eloi D’Ávila de Oliveira, 1º Secretário: Gilberto Braghetta, 2º Secretário: Marcos Roberto Tinoco, 1º Tesoureiro: Alfredo Meneguelli, 2º Tesoureiro: Francisco Leme da Silva. Conselho Fiscal Efetivo: Modesto Mastrorosa, Raul Takaki e Ilya Hirsch. Conselho Fiscal Suplente: José Grossman, Raul Radu e Pedro Martinez Garcia. Representantes junto à Federação do Comercio do Est. De S. Paulo Efetivos: Eduardo Vampré do Nascimento e Domingos Toledo Piza. Eduardo Vampré do Nascimento Suplentes: Humberto Folegatti e Cylene Colombo Zogbi. Sindetur-50anos.p65 100 20/9/2010, 18:56 101 Atual gestão (1998) Presidente: Eduardo Vampré do Nascimento Diretoria: Vice-Presidentes: Francisco Leme da Silva, Hélio Matsuoka, Elói D’Ávila de Oliveira, Alfredo Meneguelli, 1º Secretário: Celso Luiz Garcia, 2º Secretário: Francisco Pelosi, 3º Secretário: Ary Handler, 1º Tesoureiro: Thomas Rabe e 2º Tesoureiro: Ilya Hirsch. Conselho Fiscal Efetivo: Goiaci Alves Guimarães, Antonio Aulísio e Aldo Leone. Conselho Fiscal Suplente: Leonel Rossi Junior, Marcos Roberto Tinoco e Jarbas Favoretto. Representantes junto à Federação do Comércio do Estado de São Paulo Efetivos: Eduardo Vampré do Nascimento e Hélio Matsuoka. Suplentes: Francisco Leme da Silva e Francisco Pelosi. Sindetur-50anos.p65 101 20/9/2010, 18:56 BIBLIOGRAFIA Sindetur-SP — 50 anos Memória do Turismo Sindetur-50anos.p65 102 20/9/2010, 18:56 103 Bibliografia Abril Cultural, Nosso Século 1945/1960, São Paulo, 1980. Abril Cultural, 100 Anos de Propaganda, São Paulo, 1980. Abril Editora, Realidade Extra, edição especial nº 40-A, São Paulo, 1969. Agaxtur, Uma viagem no tempo rumo ao Século XXI, edição histórica sobre os 45 anos da operadora de turismo Agaxtur, São Paulo, 1999. Bloch Editores S.A, Fatos e Fotos — Documento histórico, São Paulo,1969. Ferraz, Joandre Antonio, Regime Jurídico do Turismo, Ed. Papirus, Campinas, 1992. Folha de S. Paulo, Primeira Página, 4ª Edição, São Paulo. Paulo Henriques Britto, Elizabeth Bishop — O Iceberg Imaginário e outros poemas, Companhia das Letras, São Paulo, 2001. Sindetur-50anos.p65 103 20/9/2010, 18:56 ACONTECIMENTOS Sindetur-50anos.p65 104 20/9/2010, 18:56 Capa do Suplemento de Turismo do jornal O Estado de S. Paulo, de 23/12/1983, com caricaturas de, no sentido horário: Modesto Mastrorosa, Miguel Colassuono, Caio Pompeu de Toledo, Leonel Rossi Júnior, José Augusto Franco e Waldemar Albien. Caderno color Sindetur-50anos.p65 1 20/9/2010, 18:59 FÓRUM DOS EMPRESÁRIOS DE TURISMO Caderno color Sindetur-50anos.p65 2 20/9/2010, 18:59 Mauro Mendonça, professor da Fundação Getúlio Vargas (RJ) e consultor de empresas. “Qualidade Total é Condição para a Sobrevivência” — 1996. João Roberto Gretz, professor. “Como mudar sua agência de viagens” — 1996. José Ernesto de Mattos Lourenço, juiz diretor do Juizado Especial do Procon e Adnan El Kadri, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP. “ Repensando a proteção do consumidor de serviços turísticos” — 1996. Caderno color Sindetur-50anos.p65 3 20/9/2010, 18:59 Luís Lara, especialista em marketing turístico. “Identificando Alternativas de Atuação no Mercado” — 1996. A partir da esquerda: Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do SindeturSP; João Meirelles Filho, presidente do Instituto de Ecoturismo do Brasil; Gilmar Pinto Caldeira, diretor-executivo da Incentive House; Aldo Leone, presidente da Braztoa; Luís Lara; e Gilberto Braghetta, secretário do Sindetur-SP. Oscar Manuel de Castro Ferreira, consultor. “Quem somos e quais são nossos desafios” — 1997. Caderno color Sindetur-50anos.p65 4 20/9/2010, 18:59 Stephen Kanitz, consultor de empresas. “Quadro atual da economia brasileira e seus reflexos sobre o setor dos empresários de turismo” — 1999. Cadu L emos, profes sor esp ecializ em ma ado rketing . “Vend o Invis endo ível — Inform e Tecn ação ologia nas Ag de Tur ências ismo” — 199 9. r. argado esemb d , li 9 a ah 199 . Said C ismo”. r u T o Yussef ral n no Mo “O Da Tito Martino, band leader. Etapa Cultural: “Noite de Jazz e Geografia Histórica” — 1999. Caderno color Sindetur-50anos.p65 5 20/9/2010, 18:59 Edson Gimenes, contador e consultor de empresas. “Como sobreviver diante da redução de comissionamento e seus reflexos” — 1999 e 2000. Maria Inês Fornazaro, diretora executiva do Procon-SP. “10 anos do Código de Defesa do Consumidor” — 2000. Eduardo Szazi e Marcos Ribeiro Barbosa, advogados. “Fusão de empresas — cooperativas, centrais de serviços, mecanismos de redução de custos. Seus aspectos societários e fiscais” — 2000 Ricardo Cunha Chimenti, juiz da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo. “A responsabilidade dos empresários de turismo e os juizados especiais” — 2000. Eduardo Terra e João Paulo Lara de Siqueira, professores e coordenadores do curso de e-commerce da USP. “Turismo na Internet: ameaças e oportunidades” — 2001. Dorival Donadão, consultor de empresas. “ Qualidade e Modernidade em Turismo” — 2000. Caderno color Sindetur-50anos.p65 6 20/9/2010, 18:59 Nesta edição extra do Fórum, em 11/07/2001, o Sindetur-SP e o Seetur-SP instituíram a Comissão Intersindical de Conciliação Prévia de Turismo, a primeira do setor no Brasil. A partir da esquerda: senador Moreira Mendes, presidente do Sindetur-RO; Lu i z Ve c c h i a , presidente do Seetur-SP; Abram Szajman, presidente da Fecomercio; ministro Almir Pazzianotto, presidente do Tribunal Superior do Trabalho; e Francisco Antonio de Oliveira, presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Após a instalação da Comissão, tiveram início os debates sobre seu funcionamento com a participação de, a partir da esquerda: Joandre Antonio Ferraz, coordenador jurídico do SindeturSP; Luiz Vecchia, presidente do Seetur-SP; Josebel Tambellini, assessora jurídica do Sindetur-SP; Marcos Tavares Leite, assessor jurídico do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Empresas); Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP; e João Medeiros Gambôa, assessor jurídico do Seetur-SP. Caderno color Sindetur-50anos.p65 7 20/9/2010, 18:59 ALMOÇOS COM PALESTRA Caderno color Sindetur-50anos.p65 8 20/9/2010, 18:59 Secretário de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, Marcos Arbaitman — 24/04/2000 Secretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Belisário dos Santos Júnior — 26/03/2000 Delegado da Deatur, Guerdson Ferreira — 28/06/2000 Vice-presidente Comercial e de Marketing da Varig, Roberto Macedo — 28/07/2000 Presidente do Snea, brigadeiro Mauro José Miranda Gandra — 25/08/2000 Diretor-presidente da Anhembi Turismo e Eventos, Eduardo Sanovicz — 28/03/2001 Vice-presidente executivo da Transbrasil, Flávio Carvalho — 27/09/2000 Caderno color Sindetur-50anos.p65 9 20/9/2010, 18:59 Vice-presidente de Marketing e Serviços da Gol, Tarcísio Gargioni — 25/04/2001 SALÃO PROFISSIONAL DE TURISMO Caderno color Sindetur-50anos.p65 10 20/9/2010, 18:59 Abertura oficial do XX Salão Profissional de Turismo, maio/1996, com a presença de autoridades do setor, entre elas, o presidente da Embratur, Caio Luiz de Carvalho e o presidente da Abav/ Nacional, Sérgio Nogueira. Abertura oficial do XXII Salão Profissional de Turismo, maio/1998, a partir da esquerda: José Wagner Ferreira, vice-presidente da Vasp; Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP; Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur; Tasso Gadzanis, presidente da Abav-SP; e Marcos Arbaitman, secretário de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo. Abertura oficial do XXIII Salão Profissional de Turismo, maio/1999, a partir da esquerda: Pedro Costa, presidente da Abav-BA; Fransciso Leme da Silva, vice-presidente do Sindetur-SP; Brigadeiro Mauro Gandra, presidente do Snea; Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur; e Tasso Gadzanis, presidente da Abav-SP. Caderno color Sindetur-50anos.p65 11 20/9/2010, 18:59 TORNEIO ABERTO DE TÊNIS 1997-1998-2001 Caderno color Sindetur-50anos.p65 12 20/9/2010, 18:59 Jungi Hira Maria Hira Aldo Leone Filho Álva K Teddy ahane ro C han vic Jurand y Cara dor Caderno color Sindetur-50anos.p65 13 20/9/2010, 19:00 CONFRATERNIZAÇÃO FIM DE ANO Caderno color Sindetur-50anos.p65 14 20/9/2010, 19:00 Restau 1996 – omba rante B im 1997 — Hotel Sofitel — os presidentes do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento e da Abav-SP, Tasso Gadzanis. 1998 — Bar des Arts — a partir da esquerda: Nilton Volpi, vice-presidente da American Express; os presidentes Eduardo Vampré do Nascimento, do Sindetur-SP; Tasso Gadzanis, da Abav-SP; e Antonio Aulísio, da Braztoa. 1999 — Clube Hípica Paulista — os presidentes da Abav-SP, Tasso Gadzanis; do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento; e da Braztoa, Ilya Hirsch. Caderno color Sindetur-50anos.p65 15 20/9/2010, 19:00 REUNIÕES Reunião da Câmara Setorial de Turismo, junho/1997, Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP; Emerson Kapaz, secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do Estado de São Paulo; e Valter Lessio, diretor de Turismo do Anhembi. Primeira reunião para a instalação da Câmara Técnica de Turismo, julho/1997, a partir da esquerda: Eduardo Vampré do Nascimento, presidente do Sindetur-SP; Maria Inês Fornazaro, diretora executiva do Procon/SP; Antonio Aulísio, presidente da Braztoa; e Leonel Rossi Júnior, presidente da Abav-SP. Posse da diretoria: 1999 Caderno color Sindetur-50anos.p65 16 20/9/2010, 19:00