POLITICAL AND MILITARY GOALS OF THE IRAQ WAR – A
Transcrição
POLITICAL AND MILITARY GOALS OF THE IRAQ WAR – A
POLITICAL AND MILITARY GOALS OF THE IRAQ WAR – A CLAUSEWITZIAN ANALYSIS OF NORTH AMERICAN OPERATIONS OBJETIVOS POLÍTICOS E OBJETIVOS MILITARES DA GUERRA DO IRAQUE (2003-2011): UMA ANÁLISE CLAUSEWITZIANA DA ATUAÇÃO NORTE-AMERICANA Lucas Amaral Batista Leite - PHD ongoing in International Relations - San Tiago Dantas Program – UNICAMP / UNESP / PUC – SP – [email protected] 15 OBJETIVOS POLÍTICOS E OBJETIVOS MILITARES DA GUERRA DO IRAQUE (2003-2011): UMA ANÁLISE CLAUSEWITZIANA DA ATUAÇÃO NORTE-AMERICANA ABSTRACT The Iraq War showed peculiarities in its planning and execution. In this paper we seek to understand the context in which each of these elements were originated and achieved, with a history of the conflict and major decisions regarding the intervention process by the U.S. government of the former President George W. Bush. Through the Carl von Clausewitz´s concepts, we use the distinction between military objectives and political goals in order to trace the limits of U.S. stocks and the changes over the war and how they adapt or not based on the scenario presented in the period after invasion. Our hypothesis is that the Bush administration, conservative formation with Dick Cheney, was unable to assess individuals the whose office had a more like Donald Rumsfeld and conditions which would have to deal after removing Saddam Hussein from power. Thus, confused military objectives with political goals, assuming the regime change as the only goal needed to stabilize the country, the region and hence the construction of peace and an example of democracy. 16 Keywords: Iraq War; George W. Bush; Clausewitz; Preventive war; Regime Change. RESUMO A Guerra do Iraque apresentou peculiaridades no seu planejamento e execução. Nesse trabalho, procuramos entender o contexto em que cada um desses elementos se originou e concretizou, apresentando um histórico do conflito e das principais decisões relativas ao processo de intervenção pelo governo norte-americano do ex-presidente George W. Bush. Por meio dos conceitos de Carl von Clausewitz, usamos da distinção entre objetivos militares e objetivos políticos a fim de traçar as limitações das ações norte-americanas bem como as mudanças ocorridas ao longo da Guerra e como elas se adaptaram ou não ao cenário apresentado no período posterior à invasão. Nossa hipótese é a de que o governo Bush, cujo gabinete tinha uma formação mais conservadora, com indivíduos como Donald Rumsfeld e Dick Cheney, não soube avaliar as condições com as quais teria que lidar depois de retirar Saddam Hussein do poder. Dessa forma, confundiu os objetivos militares com os objetivos políticos, assumindo a mudança de regime como a única meta necessária à estabilização do país, da região e, consequentemente à construção da paz e de um exemplo de democracia. Palavras-chave: Guerra do Iraque; George W. Bush; Clausewitz; Guerra preventiva; Mudança de regime. 17 INTRODUÇÃO Esse artigo tem o objetivo de analisar a Guerra do Iraque (iniciada em 2003 pelo governo Bush) por meio do pensamento do general prussiano Carl von Clausewitz, de acordo com o que expôs em sua obra Da Guerra (2010). Para tanto, iniciaremos nosso trabalho apresentando os conceitos clausewitzianos que nos permitirão prosseguir em nossa análise: a distinção entre objetivos políticos e militares, essencial para que possamos entender o processo inicial de tomada de decisão relacionada ao conflito em questão. Em um segundo momento, traremos o histórico da Guerra do Iraque à discussão no intuito de identificarmos possíveis elementos que correspondam àqueles previamente discutidos na teoria de Clausewitz e, enfim, apresentar nossas conclusões a respeito das ações militares que resultaram na mudança de regime e derrubada do poder de Saddam Hussein. É imperativo lembrar que a Guerra do Iraque é um conflito muito recente. Dessa forma, tanto as análises específicas que tratam dos meios empregados na guerra quanto as consequências desse conflito ainda são pesquisados por diversos analistas, não cabendo aqui explorar – e nem se trataria de nosso objetivo – toda a extensão dessa intervenção levada a cabo durante o governo norte-americano. Lembramos ainda que a obra de Clausewitz é deveras extensa e, por isso, não seria prático nem adequado abordar todos os seus conceitos, mantendo o foco na distinção entre objetivos políticos e objetivos militares, central para nossa análise. 18 A DISTINÇÃO CLAUSEWITZIANA DE OBJETIVOS POLÍTICOS E OBJETIVOS MILITARES Da Guerra (2010) é considerado uma das mais importantes obras relacionadas ao estudo do fenômeno da guerra e de sua consecução (RODRIGUES, 2010). Seu autor, Carl von Clausewitz (1780-1831), foi diretor da Escola de Guerra prussiana em um período em que a Europa passou por diversas mudanças no que diz respeito à formação dos exércitos de então, como as Guerras Napoleônicas e a efervescência em torno de demandas nacionalistas e contrárias ao Antigo Regime (HOBSBAWM, 2010). De acordo com Thiago Rodrigues (2010), apesar de Clausewitz não ter chegado a uma posição de destaque no Estado-Maior de sua nação, “o sucesso do modelo militar prussiano foi associado à sua obra” (p.100). Assim, o oficialato europeu e norte-americano teria sido influenciado fortemente por suas ideias desde então, reflexo de que mesmo após tantos anos, seus conceitos ainda conseguem explicar boa parte da lógica por trás do conflito, sendo relembrado por autores como Raymond Aron e Edward Luttwak, por exemplo, e sem o intuito aqui de fazer uma lista extensa. Dentre as diversas contribuições que Clausewitz trouxe aos estudos da guerra nas Relações Internacionais, podemos citar o papel que o ataque e a defesa exerciam na lógica de combate, a influência do terreno no teatro de guerra, o elemento da surpresa, entre vários outros. Para a análise que buscamos construir nesse trabalho, cabe uma explicação melhor elaborada sobre a distinção que existiria entre objetivos políticos e objetivos militares. 19 Para Clausewitz (2010), a guerra seria por si só um fenômeno indistintamente político. Uma vez que diferentes países buscariam impor seus interesses e forçar seus adversários a submeterem-se às suas vontades, o uso da força se constituiria como elemento indispensável para a obtenção dos objetivos políticos (os interesses) traçados. “A violência – isto é, a violência física (uma vez que a violência moral não existe fora dos conceitos de Estado e Lei) – constitui, portanto, o meio; o fim será impor a nossa vontade ao inimigo” (CLAUSEWITZ, 2010, grifo do autor, p.8) A utilização da violência, aqui explicitada, seria apenas o meio de atingir aquilo que se configuraria como objetivo político; isto é, para tanto, objetivos militares seriam perseguidos com vistas ao objetivo político, este sim determinante na lógica do uso da força. Vemos, pois, que a guerra não é somente um ato político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas, uma realização destas por outros meios. O que se mantém sempre característico da guerra releva puramente da especificidade dos meios que ela põe em prática (CLAUSEWITZ, 2010, p.27). A centralidade do argumento clausewitziano é de extrema importância para que, após a apresentação do contexto em que se concretizou a Guerra do Iraque, possamos estabelecer os vínculos existentes entre os objetivos militares alcançados pelo governo Bush e os objetivos políticos apresentados por ele. A partir daí, buscaremos compreender se houve de fato o uso de objetivos 20 militares para atingir os objetivos políticos destacados ou se estes se perderam em meio à vitória puramente militar. Nossa meta se baseia em que “a guerra é apenas uma parte das relações políticas, e por conseguinte de modo algum independente” (CLAUSEWITZ, 2010, p.870), ou seja, um Estado que usa de meios violentos o faz com fins a atingir objetivos políticos. Dessa forma, abordaremos na próxima seção como se desenrolou a invasão norte-americana no Iraque; procuraremos demonstrar como ela se insere na política externa dos Estados Unidos no período e quais as consequêcias de curto prazo. Depois disso, entraremos no mérito da análise da atuação norte-americana por meio do embasamento teórico da obra clausewitziana. A GUERRA DO IRAQUE Já no ano de 2002, pouco tempo após a invasão do Afeganistão, a possibilidade de mais uma investida na Ásia Central começou a ser cogitada pelo governo norte-americano (FEITH, 2008). Tratava-se do Iraque de Saddam Hussein, considerado pelos neoconservadores como principal ameaça à estabilidade no Oriente Médio e à segurança dos Estados Unidos. Integrantes da administração Bush, especialmente o Secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, e o vice-presidente, Dick Cheney, juntamente às publicações e think tanks neoconservadores passaram a associar o regime de Saddam Hussein à rede terrorista Al Qaeda e seu líder, Osama bin Laden (KAUFMANN, 2004). 21 Depois do anúncio da nova doutrina estratégica norte-americana, a pressão por uma ofensiva militar contra o regime de Saddam Hussein parece ser quase um pretexto para que Washington imponha ao resto do mundo um unilateralismo baseado na força militar (PEIXOTO, 2002). A partir desse momento, diversas tentativas de demonstrar que o regime iraquiano procurava obter armas de destruição em massa foram exploradas na mídia e no Congresso norte-americano a fim de conseguir apoio a mais uma ação militar. De acordo com Nasser & Teixeira (2010), o Iraque seria o início de reconfiguração do Oriente Médio a fim de que os países da região enxergassem na mudança para a democracia o elemento necessário à ordem e à estabilidade da região. Após intenso debate, mas especialmente devido à maioria republicana no Congresso, o presidente Bush conseguiu um mandato para iniciar mais um conflito. Para vender a guerra do Iraque à mídia e ao povo Americano, (…) a Casa Branca moldou o debate em três frentes: as armas de destruição em massa de Hussein configuravam uma ameaça iminente (o quadro das ADMs); o povo do Iraque deveria ser libertado de um ditador cruel (o quadro da libertação); e Hussein patrocinava atividades 22 terroristas (o quadro terrorista) (DAVIDSON et al, 2008, p.470, tradução nossa1). Apesar de ter procurado apoio internacional a esta nova empreitada, o governo Bush não obteve grande sucesso. Diversos países europeus, notadamente Alemanha e França, contestaram a necessidade de uma intervenção direta em forma de ação militar e alegaram que a via da contenção por meio de organismos internacionais era a melhor saída para resolver o problema – a suposta obtenção de ADMs por Saddam (PECEQUILO, 2005). As Nações Unidas e o Conselho de Segurança emitiram a Resolução nº1441, considerada dúbia e pouco objetiva em relação ao tema (PECEQUILO, 2005; KAUFMANN, 2004; BOIO, 2009), mas de qualquer forma, o presidente Bush já havia conseguido seu mandato no Legislativo do seu país e não hesitaria em manter o discurso de que se o Iraque não cedesse às pressões norteamericanas e desistisse das supostas ADMs, a mudança de regime aconteceria sem demoras. De acordo com Kaufmann (2004), a alegação de que o Iraque detinha ADMs tinha o objetivo de criar um cenário ainda mais aterrorizante que os atentados de 11 se Setembro, a fim de legitimar a intervenção. Em março de 2003, o governo Bush intimou Saddam Hussein a deixar o poder ou sofrer as consequências da invasão de seu país. Os ataques a Bagdá não tardariam a ser iniciados e, em pouco tempo, as tropas norte-americanas já dominavam o país. Assim, 1 To sell the Iraq war to the American media and people, Caroline Heldman has explained, the White House framed the debate in three ways: Hussein´s weapons of mass destruction posed and imminent threat (the WMD frame); the Iraqi people should be freed from a cruel dictator (the liberation frame); and Hussein sponsored terrorist activities (the terrorist frame). 23 [a] Operação Liberdade Iraquiana (OLI) começou pouco depois das três horas da madrugada do dia 20 de Março, horário de Bagdá, com um ataque aéreo sobre Dora Farms, um local na região de Badgá onde a CIA 2 pensou (erroneamente, como se viu mais tarde) que Saddam estaria encontrando com seus oficiais mais graduados. Em poucas horas, Forças de Operações Especiais entraram no Iraque pelo sul e oeste, seguidas rapidamente por uma campanha aérea e uma invasão terrestre por soldados e fuzileiros navais americanos e britânicos entrando no Iraque pelo Kuwait (FEITH, 2008, p. 392, tradução nossa3). A operação foi considerada um sucesso, com declarações do Presidente Bush de que “[...] os resultados representavam uma vitória no combate ao terrorismo que havia se iniciado em 11 de setembro de 2001” (LOPES, 2009, p.232). A alusão faz parte de um contexto ainda maior, do que foi construído como uma ofensiva da “guerra ao terror”, no qual certos Estados ocupariam papel de instabilidade no cenário internacional com supostos “santuários” para 2 Central Intelligence Agency (Agência de Inteligência Central) Operation Iraqi Freedom (OIF) began sometime after 3:00 A.M. on March 20, Baghdad time, with an air strike on Dora Farms, a site in the Baghdad region where the CIA thought (erroneously, as it turned out) that Saddam was meeting with his top lieutenants. Within hours Special Operations Forces entered Iraq from the south and the west, followed quickly by an air campaign and a ground invasion by a force of American and British soldiers and marines entering Iraq through Kuwait. 3 24 grupos terroristas. Por isso, a conexão entre a derrubada de Saddam Hussein e uma vitória no combate ao terrorismo busca estabelecer um objetivo político de difícil aceitação pelo público (SCHONBERG, 2009). No entanto, o conflito mostrou-se mais complexo do que o esperado e, assim como no Afeganistão, grupos insurgentes começaram a se organizar e diversos atentados suicidas aconteciam em todo o país. A partir deste momento, os principais críticos da invasão do Iraque começaram a questionar a existência das alegadas armas de destruição em massa e cobravam provas da ligação entre Saddam Hussein e Osama bin Laden. Ainda assim, de acordo com Leis (2009), Rumsfeld reclamava da cobrança advinda da opinião pública a respeito dos objetivos iniciais da guerra que seriam a destruição das ditas armas de destruição em massa, alegando que não “havia manchetes que fizessem referência à libertação do povo iraquiano de uma longa e sangrenta ditadura” (p.124). A pressão sobre o governo norte-americano para que provasse os argumentos que levaram o país à guerra fez com que o presidente Bush recuasse de sua posição unilateral e procurasse manter melhores relações com os países que foram contrários à invasão. Além disso, em discurso nas Nações Unidas, tentou mostrar que a guerra do Iraque seria benéfica à promoção da democracia no Oriente Médio e se mostrava aberto à ajuda dos demais países na reconstrução do país (PECEQUILO, 2005). No final de 2003, Saddam Hussein foi finalmente capturado. No entanto, o que parecia o verdadeiro fim do antigo regime com a impossibilidade de 25 Hussein voltar ao poder, transformou-se numa escalada dos atentados, aumentado ainda mais a instabilidade no país. [O] Secretário de Defesa Donald Rumsfeld ignorou o conselho de militares e foi ao Iraque com uma pequena força que, enquanto adequada para a vitória militar, provou-se totalmente inadequada para a ocupação. O caos generalizado e a falta de segurança resultaram na desmobilização do Exército Iraquiano destruiu boa parte do sentimento gerado no Iraque pela deposição de Saddam Hussein (HARTWIG, 2008, tradução nossa4). O aumento da violência e a aproximação das eleições à presidência norte-americana de 2004 fizeram com que o governo norte-americano instalasse no Iraque o Conselho de Governo Iraquiano (CGI). Este órgão teria o objetivo de redigir a nova constituição do país. Em março do mesmo ano, o documento foi aprovado e passou a reger o país com avanços em relação às liberdades individuais, especialmente a de culto e de expressão. Os três principais grupos do país, os xiitas, os sunitas e os curdos, garantiram representação e uma forma de federação baseada nesta divisão foi implantada. Apesar disso, a violência continuou no país em forma de explosões por carrosbomba e ataques suicidas. “A prestação de contas da guerra revelou que 4 Secretary of Defense Donald Rumsfeld ignored military advice and went into Iraq with a small force which, while adequate for a military victory, proved totally inadequate for the occupation. Widespread looting and a security breakdown resulting from the demobilization of the Iraqi Army destroyed most of the good will that had been generated in Iraq by the overthrow of Saddam Hussein. 26 milhares de soldados americanos haviam morrido e um regime jurídico interno era incapaz de diminuir as tentativas de bombardeiro xiita que levaram à morte do Oficial das Nações Unidas, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello” (BIJOS, 2009, p.196, tradução nossa5). Estabeleceram-se prazos para a transferência do poder no Iraque como uma tentativa de diminuir as pressões sobre o governo norte-americano de que sua permanência no país se delongava mais que o necessário: 30 de junho de 2004 – transferência do poder das forças de ocupação para um governo iraquiano soberano; 30 de janeiro de 2005 – eleições diretas e livres para os representantes da nova Assembleia Nacional Iraquiana, que terá como objetivo a elaboração da Constituição definitiva e a constituição de um novo governo; outubro de 2005 – referendo público para a aprovação ou não da nova Constituição; dezembro de 2005 – realização de eleições gerais, dando-se forma final e definitiva ao ‘novo Iraque’ (PECEQUILO, 2005, p.417). Ao mesmo tempo, o presidente Bush reafirmava a necessidade de manutenção das tropas no país como forma de manter a estabilidade no país e garantir a vitória, essencial para a estabilidade na região. O primeiro semestre de 2004 foi caracterizado por muita violência e muitos sequestros de 5 The war accountability reveals that thousands of Americans soldiers have died and an internal juridical regime was unable to refrain the xiite bombing attempts which led to the death of the Brazilian UN Officer Sergio Vieira de Mello. 27 estrangeiros, principalmente daqueles oriundos dos países que apoiaram a invasão. Grupos contrários à presença estadunidense na região, inclusive a própria Al Qaeda, prometiam ataques às nações aliadas aos EUA como forma de intimidá-los a retirar seu apoio a este. Por outro lado, os neocons defendem como conquistas resultantes de suas ideias a soberania formal iraquiana, que foi restaurada em junho de 2004, a realização de eleições no Iraque, a ratificação de uma nova Constituição e a crescente participação sunita na política iraquiana, impulsos democráticos no Egito e em alguns Estados do Golfo, a retirada síria do Líbano, recuo líbio e um Afeganistão democrático (embora altamente volátil) (TEIXEIRA, Tatiane, 2007, p.212). Um vídeo cuja autoria é alegada a bin Laden mostra ameaças aos países europeus que enviaram tropas ao Iraque e Afeganistão. A possibilidade de também sofrerem atentados terroristas em seus territórios amedrontava esses líderes que viam as eleições de seus países se aproximando. O atentado terrorista sofrido por Madri em março de 2004 demonstraria como a guerra do Iraque tornaria impopular o governante que a apoiasse. Antes desse episódio, José Maria Aznar, então primeiro-ministro, tinha boas chances de se reeleger, contudo, após o atentado, viu sua candidatura sofrer grande rejeição e perdeu as eleições para um opositor à invasão, Luiz Rodriguez Zapatero. 28 De acordo com Pecequilo (2005), o cenário para o presidente Bush tornou-se ainda pior com as denúncias de abuso dos direitos humanos em relação aos presos de Guantánamo. Diversas imagens de soldados norteamericanos humilhando presos iraquianos circularam pelas principais redes de televisão dos EUA, o que diminuiu bastante a aprovação da população do país à permanência das tropas no Iraque. Outro problema foi a divulgação do relatório da Comissão de Investigação do 11/09 que apontava falhas e negligência das agências de Inteligência norte-americanas. Após diversos depoimentos de integrantes da administração Bush e inúmeras desculpas de que a falta de investimento dos antigos presidentes foi responsável por possíveis falhas do FBI6 e da CIA, chegou-se à conclusão de que os atentados poderiam ter ocorrido da mesma forma e não se poderia culpar ninguém diretamente. Nesse contexto, os democratas começaram a vislumbrar a possibilidade de vencer as eleições presidenciais de 2004. A indefinição das guerras do Afeganistão e do Iraque somada à crise econômica pela qual passava o país serviu aos opositores do governo Bush nos principais debates entre o candidato democrata, John Kerry, e o presidente George W. Bush. Entretanto, o discurso daquele de “juntar” as “Duas Américas” (possivelmente a divisão entre republicanos e democratas do pleito de 2000 e acerca da permanência das tropas norte-americanas no Iraque) foi usado contra o próprio, com Bush afirmando que seu partido defendia os interesses da nação norte-americana independente da opção política. 6 Federal Bureau of Intelligence – Bureau Federal de Inteligência. 29 Mais uma vez, o conservadorismo do presidente Bush serviu para garantir que os mesmos grupos que o apoiaram anteriormente mantivessem o apoio e a base eleitoral para o novo pleito. Um discurso de manutenção das ações que preservassem a segurança e a proteção contra novos atentados caso o país fosse governado de maneira menos firme fez com que o eleitorado optasse pelo governo em questão. Isso se deveu também à desconfiança que um novo vídeo de Bin Laden que novamente ameaçava os Estados Unidos causou na população, que preferiu, portanto, manter as atuais políticas de “guerra ao terror” (PECEQUILO, 2005). A vitória de Bush não tardou a ser confirmada, tanto nos votos populares quanto nos votos colegiados. Assim, George W. Bush foi reeleito sob o slogan de “mais quatro anos”. A reeleição republicana significou a perpetuação das políticas neoconservadoras, sobretudo após a dupla vitória do partido, nas duas Casa dos Congresso Americano. O Secretário Donald Rumsfeld foi mantido na pasta da Defesa, contudo, Colin Powell foi substituído por Condoleezza Rice na Secretaria de Estado e Alberto Gonzales ocupou o cargo de John Ashcroft como ministro da Justiça. No lugar de Rice, que ocupava cargo no Conselho de Segurança Nacional, foi nomeado seu “número dois”, Stephen Hadley, corroborando a coesão da administração em torno dos falcões neoconservadores . A guerra ao terror como plataforma de política externa norte-americana foi mantida, da mesma forma que o discurso intervencionista como forma de levar a democracia e os valores liberais aos países que representassem alguma ameaça aos Estados Unidos e seus aliados. 30 (...) houve e continua havendo uma grande influência do pensamento neoconservador na administração de George W. Bush, tanto em seu primeiro quanto no segundo mandato, resultante em parte da proximidade pessoal de seus teóricos com os representantes oficiais, e da ligação destes últimos com os think tanks, da presença de proeminentes neocons no governo, e de maneira mais concreta, dos artigos, relatórios e cartas dos TTs (instituições) e seus intelectuais (pessoas), que se transformaram em importantes documentos e políticas oficiais (TEIXEIRA, Tatiane, 2007, p.220). Países como Irã e Coréia do Norte passaram a receber maior atenção e foram motivos de tensões diplomáticas, com constantes investidas da então Secretária de Estado, Condoleezza Rice. No entanto, a permanência das tropas no Iraque e no Afeganistão afastava no curto prazo qualquer possibilidade de intervenção em outro país. Em 2006, no meio de seu segundo mandato presidencial, o presidente Bush, através de seu Conselho de Segurança Nacional, publicou sua segunda edição da Estratégia de Segurança Nacional (NATIONAL SECURITY STRATEGY, 2006). Ela, contudo, não apresentava novas ideias, reafirmando a possibilidade da guerra preventiva/preemptiva, da necessidade de levar a democracia ao Oriente Médio e outros países considerados tirânicos, e do poder inconteste e 31 consequente responsabilidade norte-americana em garantir a estabilidade e a paz no mundo como forma de garantir sua própria segurança. A ANÁLISE DOS OBJETIVOS POLÍTICOS NORTE-AMERICANOS NA GUERRA DO IRAQUE Uma vez apresentados os conceitos centrais de Clausewitz com os quais trabalhamos e o contexto da Guerra do Iraque, passaremos a analisar diretamente quais objetivos políticos se destacaram e se foram atingidos após o uso da violência para que se pudesse atingi-los. Lembramos novamente que a invasão do território iraquiano deveu-se a uma série de fatores por vezes entrelaçados, mas não necessariamente expostos como correlacionados pelo governo norte-americano. O advento da chamada “guerra ao terror” com a construção do que seria conhecido como “Eixo do Mal” em que certos países seriam considerados como ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos, permitiu a construção de um clima de insegurança baseado nos seguintes pontos: 1. A ameaça de que novos atentados terroristas viessem a acontecer; 2. A existência de países “patrocinadores” de grupos terroristas que ofereceriam refúgio e recursos para a realização de novos atentados; 32 3. O argumento de que regimes “não democráticos” representavam uma ameaça à estabilidade internacional – entendida de forma mais ampla como a própria segurança dos Estados Unidos; 4. E a possibilidade de que grupos terroristas ou países a eles relacionados conseguissem armas de destruição em massa. Com essas colocações, o governo norte-americano colocou a mudança de regime no Iraque como o objetivo político a ser alcançado, mas sem delinear detalhadamente como o pós-guerra se estabeleceria e de que forma outros objetivos políticos como a segurança nacional e a estabilização de uma região considerada problemática ocorreriam. Elementos para atingir a mudança de regime, aqui entendidos como essenciais para alcançar os objetivos militares, foram a rápida invasão do país, a perseguição a Saddam Hussein, o uso de tecnologia muito mais avançada que o inimigo e a superioridade numérica (apesar de não o bastante para os objetivos políticos maiores, como apresentaremos mais adiante). Desde o começo das operações, o sucesso dos objetivos militares era dado como certo e a tese comprovou-se com a superioridade militar norte-americana em comparação ao exército iraquiano (o país já não detinha de poder aéreo desde o fim da Guerra do Golfo, quando também enfrentou tropas norte-americanas por ocasião da invasão do Kuwait). 33 Uma relativa pequena, altamente móvel e tecnologicamente avançada coalização liderada pelos EUA tomou danos mínimos e em apenas três semanas percorreu centenas de quilômetros de território hostil, capturou a capital e derrubou o governo de Saddam Hussein, um adversário norte-americano de longa data (DENNISON, 2007, p.1, tradução nossa7). Contudo, tendo alcançado apenas a mudança de regime não significou a garantia de objetivos políticos maiores como a estabilidade regional e um “efeito cascata” de democracias na região. Pelo contrário, a rápida vitória militar não significou nem ao menos a estabilidade interna e uma recepção amigável pelos iraquianos, como pensou que aconteceria Donald Rumsfeld – acreditando que os Estados Unidos seriam recebidos como “libertadores”. Como se mostrou posteriormente, todavia, as esperanças americanas por uma vitória iluminada foram rapidamente esquecidas. [A] OLI marcou o início de uma sangrenta campanha de guerrilha, um ainda pior atoleiro que agora tem a nação à beira de uma guerra civil sem escalas. Apesar da remoção de Saddam Hussein, poucas esperanças permaneceram de que os EUA seria capazes de 7 A relatively small, highly mobile and technologically advanced U.S.led coalition force had taken minimal casualties and in just three weeks swept across hundreds of kilometers of hostile territory, captured the capital, and toppled the government of Saddam Hussein, a longtime U.S. adversary. 34 atingir seus objetivos políticos, tácitos ou explícitos (DENNISON, 2007, p.2, tradução nossa8). Uma das causas apontadas para que o governo Bush não alcançasse seus objetivos políticos no Iraque pauta-se no crédito que se deu à primazia da vitória militar em detrimento do que viria após a derrubada de Saddam Hussein. Conforme apresentamos anteriormente, os objetivos militares são indissociáveis dos objetivos políticos, devendo esses últimos serem perseguidos como fins de um Estado, para além de vitórias militares. Dennison (2007) afirma que Rumsfeld pautou-se exageradamente na confiança da superioridade tecnológica de suas Forças e, por isso, foi contrário a um número maior de tropas a serem enviadas para o Iraque. Assim, o contingente inicial não teria sido suficiente para garantir a estabilidade necessária em todo o território iraquiano e nem na capital Bagdá, suprimindo os objetivos políticos e mantendo o foco nos objetivos militares com o surgimento de grupos insurgentes baseados, inclusive, na população local e não apenas em militares do antigo regime derrubado. Além disso, como aponta Groves (2009), os objetivos militares são designados vencer conflitos armados, não tendo papel na construção das instituições que deveriam ser instituídas nem na reconstrução do país. “Ao invés de focar apenas na situação de segurança, e prover um ambiente estável em 8 As it turned out, however, American hopes for a lighting victory were quickly dashed. O.I.F. marked the beginning of a bloody guerrilla campaign, an ever worsening quagmire that now has the nation teetering on the edge of fullscale civil war. Besides the removal of Saddam Hussein, little hope remains that the U.S. will be able to accomplish any of its stated or tacit political objectives. 35 que tarefas políticas, econômicas, civis e administrativas, e humanitárias possam ser delegadas, as forças armadas foram a autoridade final em todas as decisões” (GROVES, 2009, p.2, tradução nossa 9). Essa colocação reforça o argumento de que os objetivos militares ocuparam o espaço que deveria ter sido dos objetivos políticos, com instituições e planejamento próprios, distintos dos militares. Um dos objetivos políticos estabelecidos pelo governo norteamericano, o de não permitir que o governo iraquiano detivesse armas de destruição em massa também não foi bem calculado, uma vez que esse tipo de armamento não foi encontrado, corroborando o que já era defendido por organismos multilaterais e países contrários ao conflito. Isso retirou parte da credibilidade da operação, uma vez que “as alegações sobre a existência de laboratórios biológicos móveis no Iraque levaram ao excesso de confiança da administração Bush sobre a responsabilidade, ou mesmo a culpabilidade do Iraque” (TEIXEIRA & NASSER, 2010, p.192). Groves (2009) ainda afirma que quem deveria ter cuidado do processo de reconstrução do país era o Departamento de Estado, mas o que se viu foi a prevalência de decisões advindas do Departamento de Defesa. Portanto, “ao invés de um esforço integrado entre as maiores organizações que poderiam contribuir (Estado, Defesa, USAID10, Tesouro, CIA e ONGs11), as missões de outras organizações foram passadas aos militares” (GROVES, 2009, p.4, 9 Instead of simply focusing on the security situation, and providing a stable environment from which political, economic, civil-administrative, and humanitarian tasks could be undertaken, the military was the final authority on all decisions. 10 United States Agency for International Development – Agência dos Estados para o Desenvolvimento Internacional. 11 Organizações não-governamentais. 36 tradução nossa12). Essa tese é corroborada por Dennison (2007), quando este afirma que as decisões relativas ao processo de reconstrução das instituições iraquianas foram tomadas por autoridades não qualificadas para tanto. Outro erro do governo norte-americano apontado por Dennison (2007) foi o de não atacar a fonte de informações dos iraquianos no decorrer do conflito, permitindo que canais de televisão e estações de rádio permanecessem funcionando e transmitindo propaganda pró-Saddam e antiamericana. Isso é apontado como um dos fatores que impossibilitou uma capitulação em massa dos soldados iraquianos, além de colocar a população contra as forças de ocupação da coalização norte-americana. Entretanto, ao perceber que o controle do país não seria possível com o contingente inicial, o presidente Bush autorizou, em 2007, o envio de mais trinta mil soldados, além do treinamento de aproximadamente cem mil homens no que viria a ser a Força de Segurança Iraquiana (com poderes de polícia no país, a fim de substituir as forças policiais que haviam se desmantelado com a ocupação desde 2003) (GROVES, 2009). Essa decisão pode ser entendida como uma tentativa de correção de rumo que a Guerra do Iraque tomava, com a violência se estendendo a outras cidades além de Bagdá e uma maior compreensão das necessidades que o conflito exigia possivelmente desde seu início. O comando da Operação passou ao General Petraeu, o qual já tinha conhecimento de conflitos relacionados ao Oriente Médio e da questão iraquiana. 12 So, instead of an integrated effort among the major contributing organizations (State, Defense, USAID, Treasury, CIA, and NGOs), the missions of other organizations shifted to the military. 37 O conceito operacional de Petraeu centrou-se em uma provada estratégia contra insurgente que envolvia: assegurar os ‘corações e mentes’ da população local, com missões de segurança voltada para o povo iraquiano ao invés de uma estratégia de segurança. Isso é importante por que reconhece que o sucesso de longo prazo é dependente do suporte da população local. Se a maioria dos cidadãos sente-se segura, tende a ter uma impressão mais favorável de seu governo e do envolvimento dos Estados Unidos em seu país. Eles ainda estariam mais próximos de prover informações que levariam à prisão de elementos violentos e criminosos (GROVES, 2009, p.6, tradução nossa13). Ainda de acordo com Groves (2009), essa nova estratégia provou-se mais bem sucedida uma vez que os índices de violência registrados em 2008 voltaram ao patamar de 2004/2005, quando começaram a ser medidos – o que envolvia um menor número de ataques contra civis iraquianos e militares norteamericanos. Outro dado importante apontado por esse mesmo autor é que a 13 Petraeus’ operational concept centered on a proven counterinsurgency strategy that involves: securing the ‘hearts and minds’ of the local populace by orienting security missions towards a population-based security strategy, instead of a target-based security strategy. This is important because it recognizes that long-term success is contingent on securing the support of the local population. If a majority of citizens feel safe, they will tend to have a more favorable impression of their government and of the US’s involvement in their country. They will also be more likely to provide information leading to further arrests of violent and criminal elements. 38 produção de petróleo voltou aos níveis anteriores ao conflito, demonstrando que foi possível restabelecer canais de serviços voltados à infraestrutura do país. CONSIDERAÇÕES FINAIS A primeira conclusão a que chegamos é a de que houve uma confusão entre objetivos políticos e objetivos militares pelos tomadores de decisão do governo Bush no que concerne à Operação Liberdade Iraquiana. Ao abordar a mudança de regime como essencial o objetivo político e não como um dos meios de objetivos políticos maiores, os objetivos militares foram inadequadamente aplicados no conflito, perpetuando a violência nos anos inícios da intervenção. A crença demasiada na rápida vitória militar e em premissas provadas falsas posteriormente – como a de que o governo iraquiano tinha armas de destruição em massa ou ligações com a Al Qaeda – retiraram a credibilidade do Estados Unidos quanto à sua capacidade de garantir a ordem e a estabilidade da região, especialmente pela falta de um apoio considerável de aliados tradicionais e negativa da Nações Unidas em permitir que se iniciasse o conflito com sua aprovação (ARRAES, 2009). Como aponta Rodrigues, “Clausewitz faz mais que reforçar a ideia de que há uma dependência da guerra com relação à política. [...] A guerra, em uma palavra, é um modo que o Estado dispõe para atingir seus objetivos políticos” (2010, p.108-109). O governo norte-americano teria colocado os objetivos 39 militares hierarquicamente acima dos objetivos políticos ao privilegiar ações que visaram a derrubada do regime de Saddam Hussein mas não a construção do país no pós-guerra. Objetivos militares subsequentes à tomada do território não foram pensados no sentido de garantir o objetivo político de estabilidade e construção de um regime democrático quando se percebe, conforme supracitado, que a população não apoiou a intervenção e que movimentos insurgentes passaram a representar uma nova ameaça à ordem no Iraque. De acordo com Luttwak, “[...] uma vez que a surpresa inicial é passada, a reação às novas ameaças torna-se ainda mais efetivas uma vez que a criatividade e os recursos são aplicados proporcionalmente à tarefa” (2001, p.42, tradução nossa14). Essa reação a que se refere Luttwak, que deveria ter sido prevista no início do conflito, só irá acontecer com as mudanças direcionadas pelo general Petraeu, ao perceber que os objetivos políticos só seriam alcançados com um plano que focasse na diminuição da violência contra a população local a fim de conseguir seu apoio ou pelo menos uma menor desaprovação. A perpetuação do conflito ainda não permite dizer se os objetivos políticos foram totalmente ou parcialmente alcançados pelos Estados Unidos. Já se afirmar que em relação às armas de destruição em massa, o objetivo inicial colocado não faz mais sentido desde que no mesmo ano da invasão comprovouse a inexistência desse tipo de armamento. Também não ficaram comprovadas relações diretas entre o governo de Saddam Hussein e grupos terroristas e a Al 14 [...] once the initial surprise is overcome, the reaction to the new threat becomes increasingly effective as creativity and resources are increasingly applied to the task. 40 Qaeda, apesar da constatação de que integrantes de outros grupos podem ter vivido no país (FEITH, 2008). Quanto à construção de um regime democrático como espelho para os demais países da região, também é cedo para constatar qualquer alteração substancial na forma como a população local e dos países vizinhos enxerga o processo de reconstrução – e se esse é de fato efetivo no sentido de criar instituições duradouras que garantam a estabilidade interna e coesão social. Esse trabalho permanece como objetivo de pesquisa posterior com o intuito de entender o desenrolar das relações entre o novo governo iraquiano, os EUA e os demais países da região a fim de averiguar se houveram mudanças significativas em relação à percepção da democracia como garantidora da ordem regional. Mais ainda, optamos por não abordar as decisões do governo Obama que podem ter reconfigurado os objetivos políticos relacionados à Guerra do Iraque, o que também vale outra pesquisa a fim de identificar como os conceitos de Clausewitz permanecem atuais mesmo depois de tanto tempo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, Paulo Jorge. A Revisão da Política Externa Norte-Americana no Pós 11 de Setembro de 2001: O Século Americano. Disponível em: < http://www.ciari.org/investigacao/a_revisao_da_pe_eua_pos_11_setembro.pdf >. Acesso em: 14 jun. 2009. 41 ARRAES, Virgílio Caixeta. Estados Unidos: efeitos de ufania política no Iraque. In: DINIZ, Eugenio. Estados Unidos: política externa e atuação na política internacional contemporânea. Belo Horizonte: Editora PUC MINAS, 2009. BIJOS, Leila. Security threats in the aftermath of September 11TH: the evolution of U.S. perceptions from Afghanistan to the intervention of Iraq. In: DINIZ, Eugenio. Estados Unidos: política externa e atuação na política internacional contemporânea. Belo Horizonte: Editora PUC MINAS, 2009. BOIO, David. A Geopolítica da Administração W. Bush: O derrube do Regime Iraquiano em 2003. Disponível em: <http://www.ciari.org/investigacao/a_med_do_discurso_pol_pela_cs.pdf> Acesso em: 21 mar 2009. CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra. São Paulo: Martins Fontes, 2010. DAVIDSON, Roger H. et al. Congress and its members. 11th. ed. Washington: CQ Press, 2008. DENNISON, Clayton. Operation Iraqi Freedom: What went wrong? A Clausewitzian Analysis. Journal of Military and Strategic Studies, Spring 2006/2007, Vol. 9, Issue 3. FEITH, Douglas J. War and decision: inside the Pentagon at the dawn of the war on terrorism. New York: Harper Collins, 2008. FLINT, Colin; FALAH, Ghazi-Walid. How the United States Justified Its War on Terrorism: Prime Morality and the Construction of a 'Just War' Author. Third World Quarterly, Vol. 25, No. 8, pp. 1379-1399, 2004. 42 FROELICH, Ivani Vassoler. A Política Externa Americana e seus críticos. Revista Brasileira de Política Internacional. Vol. 48, No. 2, 2005, pp. 205-215. GROVES, Bryan. Bush, Clausewitz, and Great Strategic Imperatives: Keeping Political Ends Primary. Central European Journal of International & Security Studies, 2009, Volume 3, Issue 1. HARTWIG, Richard E. Winning is Everything: The Presidency of George W. Bush. CONfines Vol. 4, No. 7, Enero-mayo 2008. HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções, 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 2010. KAUFMANN, Chaim. Threat Infation and the Failure of the Marketplace of Ideas: The Selling of the Iraq War. International Security, Vol. 29, No. 1, pp. 5– 48, Summer 2004. LEIS, Héctor Ricardo. Dilemas da política internacional e o unilateralismo da política externa dos Estados Unidos no século XXI. In: DINIZ, Eugenio. Estados Unidos: política externa e atuação na política internacional contemporânea. Belo Horizonte: Editora PUC MINAS, 2009. LOPES, Liana Araújo. Doutrina Bush e a hegemonia estadunidense. In: In: DINIZ, Eugenio. Estados Unidos: política externa e atuação na política internacional contemporânea. Belo Horizonte: Editora PUC MINAS, 2009. 43 LUTTWAK, Edward N. Strategy: the logic of war and peace. Cambridge: Belknap, 2001. NATIONAL SECURITY STRATEGY, 2006. Disponível em <http://georgewbushwhitehouse.archives.gov/nsc/nss/2006/>. Acesso em 23 mai 2009. PECEQUILO, Cristina Soreanu. A política externa dos Estados Unidos: continuidade ou mudança? 2ª ed., Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005. PEIXOTO, Antonio Carlos. Desventuras de um império global. Estudos Avançados, Vol. 16, No. 46, 2002. RODRIGUES, Thiago. Guerra e política nas relações internacionais. São Paulo: EDUC, 2010. SCHONBERG, Karl K. Constructing 21st Century U.S. Foreign Policy: Identity, Ideology and America´s World Role in a New Era. New York: Palgrave Macmillan, 2009. TEIXEIRA, Carlos Gustavo Poggio & NASSER, Reginaldo Mattar. A Doutrina Bush e a construção de uma ordem liberal? In: CEPIK, Marco (ed.). Segurança Internacional: práticas, tendências e conceitos. São Paulo: Hucitec, 2010. TEIXEIRA, Tatiane. Os Think Tanks e sua influência na política externa dos EUA. Rio de Janeiro: Revan, 2007. 44 LEITE, Lucas Amaral Batista. Political and Military Goals of the Iraq War – A Clausewitzian Analysis of North American Operations. New York: Lawinter Review, Volume VII, Issue 1, May 2016, p. 15/45. 45
Documentos relacionados
VICHY NO RIO TIGRE
unanimidade global inimaginável em qualquer período anterior. A resolução 1546 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 8 de junho de 2004, amplia o apoio irrestrito ao regime nomeado pela APC,...
Leia maisO DECLÍNIO NORTE-AMERICANO: SINAIS QUE VÊM DO ORIENTE
pelos Estados Unidos foi tentar mascarar o domínio pela coerção sob o verniz da liderança mediante a hegemonia. Utilizando-se de uma retórica de promoção da paz e liberdade ao mundo como forma de s...
Leia maisdiscernimento moral sobre - Faculdade Católica de Fortaleza
de teólogos a favor do uso da força contra o Iraque. Ao final, apresentamos nossa leitura, considerando que, embora o conflito tenha sido considerado dentro de um contexto de guerra contra o terror...
Leia mais