Caminhada da Quaresma 2015

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Caminhada da Quaresma 2015
Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra
~
“A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro,
através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa
participação na humanidade que temos em comum.”
Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma 2015
Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra
Queridos amigos,
Estamos prestes a iniciar um dos momentos mais importantes de todo o ano na vida
dos Cristãos: a Quaresma!
Este é um momento de preparação e renovação. É o “tempo favorável” para pararmos,
refletirmos e mudarmos; pois viver a morte e ressurreição de Cristo não pode ser
apenas mais uma Páscoa, tem de ser “aquela Páscoa especial”.
Na sua mensagem para esta Quaresma, o Papa Francisco vem lembrar a indiferença
pelo outro. Acontece-nos tantas vezes: estamos tão felizes e tudo nos corre bem, por
isso não queremos que ninguém perturbe o nosso bem estar com os seus problemas!
É desta forma que o Santo Padre nos convida a esquecermo-nos de nós próprios para
darmos importância aos outros.
Porém, esta mudança não é possível se não nos renovarmos interiormente. Ou seja,
em primeiro lugar é necessário que cada um de nós faça uma reflexão sobre a sua
vida: o que está bem, o que está mal, o que é preciso mudar. Depois, é preciso que
haja o compromisso da renovação e conversão individual. Somente após esta mudança
é possível despojarmo-nos de nós próprios para nos darmos completamente aos
outros.
O tempo da Quaresma serve para isso mesmo. É um tempo em que somos desafiados
a refletir através da oração e da penitência; para que no final a vivência do mistério da
Ressureição seja plena.
Assim, o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ) vem, mais uma vez,
apresentar-vos um guia para a vossa caminhada na quaresma.
O Papa Francisco diz-nos este ano que “A Quaresma é um tempo propício para mostrar
este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da
nossa participação na humanidade que temos em comum.”. E para isso, diz o Santo
Padre, são necessárias apenas três coisas: rezar, ajudar e converter! Depois, explica:
“Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não
subestimemos a força da oração de muitos! (…) Em segundo lugar, podemos levar
ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está
longe (…). E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à
conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a
minha dependência de Deus e dos irmãos.”
São estes três gestos que vos propomos a explorar nesta Quaresma. Para isso,
apresentamo-vos em cada momento um texto do Papa Francisco, seguido de uma
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pequena reflexão e de dois desafios. Estes últimos são propostas muito práticas,
facilmente realizáveis e apresentam-se sob a forma de um desafio individual e um
desafio em grupo.
Propomos também que sejam arrojados nesta caminhada e que introduzam cânticos,
textos, evangelhos, partilhas e dinâmicas em cada um dos momentos. Isto permite-vos
adaptar o momento ao vosso grupo e a cada um dos jovens, tornando assim o
momento mais intenso e mais profundo.
Tal como o Papa, pedimo-vos “para viverem este tempo de Quaresma como um
percurso de formação do coração (…). Ter um coração misericordioso não significa ter
um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme,
fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo
Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo,
um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro.”
O desafio está lançado: “Fortalecei os vossos corações!”
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REZAR
Um amigo ao qual orar
Rezar é como falar com um amigo: por isso «a oração deve ser livre, corajosa,
insistente», até chegar a «repreender» o Senhor. Com a consciência de que o Espírito
Santo está sempre presente e ensina como o fazer. Este breve «manual» de oração foi
sugerido ao Pontífice pela leitura do trecho do livro do Êxodo (32, 7-14) que narra «a
oração de Moisés pelo povo que tinha caído no pecado gravíssimo da idolatria». O
Senhor — explicou o Papa — «repreende Moisés» e diz-lhe: «Vai, desce, porque o teu
povo, que fizeste sair da terra do Egipto, se perverteu».
Eis então que Moisés começa a sua oração, «uma verdadeira luta com Deus». É
«a luta do chefe do povo para salvar o seu povo, que é o povo de Deus». Moisés «fala
livremente diante do Senhor». E fazendo assim «ensina-nos a rezar: sem medo,
livremente, até com insistência». Moisés «insiste, é corajoso: a oração deve ser
assim!».
De facto, pronunciar palavras e nada mais não significa rezar. Devemos saber
também «negociar» com Deus. Precisamente «como faz Moisés, recordando a Deus,
com argumentações, a relação que tem com o seu povo». Portanto, «procura
“convencer” a Deus» que se derramasse a sua ira contra o povo faria «uma triste
figura diante de todos os egípcios». Com efeito, no livro do Êxodo lêem-se estas
palavras de Moisés a Deus: «Por que deveriam dizer os egípcios: “com malícia fê-los
sair, para os fazer morrer no meio das montanhas e desaparecer da terra”? Desiste do
ardor da tua ira e abandona o propósito de fazer mal ao teu povo».
Certamente, explicou, «o Senhor estava um pouco cansado por causa deste
povo infiel». Mas «quando lemos, na última palavra do trecho, que o Senhor se
arrepende» e «muda a atitude» devemos perguntar: Quem mudou deveras? O
Senhor? «Eu acredito que não», respondeu o bispo de Roma: mudou Moisés. Porque
ele — afirmou o Pontífice — acreditava que o Senhor teria destruído o povo. E
«procura recordar-se como o Senhor foi bom com o seu povo, como o tinha libertado
da escravidão do Egipto para o levar em frente com uma promessa».
O Pontífice concluiu exortando a recordar sempre que «quando rezamos a
Deus, não é um diálogo a dois» mas a três, «porque sempre em cada oração está
presente o Espírito Santo»; é ele quem ora em nós, é ele quem nos muda o coração, é
ele quem nos ensina a dizer “pai” a Deus».
É ao Espírito Santo, acrescentou o Papa, que devemos pedir para nos ensinar a
rezar «como rezava Moisés, a “negociar” com Deus com liberdade de espírito, com
coragem». E «o Espírito Santo, que está sempre presente na nossa oração, nos guie
pelo caminho».
Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 15 de 10 de Abril de 2014
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PAPA FRANCISCO - Meditações matutinas na santa missa celebrada na Capela da Domus
Sanctae Marthae - Quinta-feira, 3 de Abril
Reflexão
Certamente que já te questionaste o porquê de se dar tanta importância à
oração, principalmente na quaresma. Pois bem, a oração é fundamental! É através
dela que podemos falar com Deus: o nosso Pai! Podemos rir, chorar, brincar e até
resmungar com Deus. E quantas vezes não te apetece fazer isso mesmo? QuestionáLo, pedir-Lhe explicações, conforto, luz para o teu caminho… Por esta razão a oração
torna-se essencial na quaresma, pois só através dela poderás preparar o teu coração
para o grande mistério de amor que se aproxima.
Prepara o teu coração, organiza os teus dias, faz penitência, faz jejum, mas reza
também! Reza incessantemente para que o Bom Pai te ajude a abrir o teu coração
para ti mesmo, para os outros e principalmente para Ele.
Há quanto tempo não falas abertamente com o Bom Pai?
Há quanto tempo não tiras um momento em silêncio só para ti e para Deus?
E quando rezas? Sentes realmente cada palavra ou falas de cor?
Por quem rezas? Apenas por ti? Ou também pelos outros?
Porque não aproveitas esta Quaresma para rezares de uma forma diferente, de
uma forma que te aproxime do Bom Pai?!
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Desafio
Individual
O primeiro desafio desta caminhada pretende que até ao fim da quaresma
possas restabelecer a tua ligação com Deus através da oração.
Assim, és desafiado a fazeres a tua oração com auxílio do “Passo a Rezar” ou do
“Click to Pray”. Estes são dois suportes digitais de oração (dos quais também existe a
aplicação para o teu telemóvel) que te permitem em qualquer lugar, a qualquer
momento falares com o Bom Pai. Não tenhas receio de que aceder a estas aplicações
se torne um hábito, porque é um bom hábito!
Está na hora de rezares!
Grupo
O desafio para o grupo neste momento é fazer um momento de oração. Esta
oração é uma proposta que poderão facilmente adaptar a outras situações ou à qual
podem acrescentar outras dinâmicas.
O grupo deve estar sentado numa roda e cada elemento deve ter uma vela
pequena, um pedaço de papel e uma caneta. Primeiro, cada um deve escrever na vela
o seu próprio nome. Cada jovem vai ser desafiado a escrever uma oração dirigida a
Deus a pedir pela pessoa sentada ao seu lado direito. Depois, cada um deve ler a sua
oração em voz alta e entregar essa oração e a vela à pessoa pela qual orou. No final,
cada um levará a vela para casa e será desafiado a rezar pela pessoa a quem pertencia
a vela.
Sugestão de texto de reflexão para este momento:
No nosso quotidiano, é fácil nós rezarmos “Senhor, ajuda-me a fazer isto…” ou
“Deus Pai, peço-te que me concedas aquilo…”. E pelos outros? Costumamos rezar ao
Bom Pai pelos outros? Claro que sim. Mas é certo que poderíamos rezar mais por
aqueles que nos rodeiam, poderíamos pedir muito mais por eles, devíamos agradecer
muito mais o dom da vida daqueles que amamos.
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AJUDAR
Alguém Precisa de Ti
Já alguma vez te sentiste como um zero à esquerda, sem valor nenhum?
Podes responder que não, mas outras tantas pessoas já tiveram o seu dia mau…
São aqueles dias em que olhamos ao redor e não conseguimos ver nada em que
possamos ser úteis.
No entanto, e por essas mesmas razões, há sempre alguém que precisa de ti…
Há pessoas caladas que precisam de alguém para conversar.
Há pessoas tristes que precisam de alguém que as conforte.
Há pessoas tímidas que precisam de alguém que as ajude a vencer a timidez.
Há pessoas sozinhas que precisam de alguém para conversar.
Há pessoas com medo que precisam de alguém para lhes dar a mão.
Há pessoas fortes, mas que precisam de alguém que as faça pensar na melhor maneira
de usar a sua força.
Há pessoas habilidosas que precisam que alguém as ajude a descobrir a melhor
maneira de usar sua habilidade.
Há pessoas que julgam não saber fazer nada e que precisam de alguém que as ajude a
descobrir o quanto podem fazer.
Há pessoas apressadas que precisam de alguém que lhes mostre tudo o que não têm
tempo para ver.
Há pessoas impulsivas que precisam de alguém que as ajude a não magoar os outros.
Há pessoas que se sentem perdidas e precisam de alguém que lhes mostre o caminho.
Há pessoas que se julgam sem importância alguma e precisam de alguém que as ajude
a descobrir como são valiosas.
E tu, que muitas vezes pensas não ter nenhuma utilidade, podes ser justamente a
pessoa que alguém está precisar agora...
Podes nem ser a solução para todos os problemas, mas faz o teu melhor.
Se não puderes ser uma árvore frondosa no topo da colina, sê um arbusto no vale –
mas que sejas o melhor arbusto do vale.
Se não puderes ser um arbusto, sê um ramo - mas o ramo mais exuberante a enfeitar a
paisagem.
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E se não puderes ser um ramo, sê um pequeno tapete de relva para dar alegria a
algum caminhante...
Se desejas ser um lindo ramo de flores perfumadas, e não consegues, sê uma simples
flor - mas sê a mais bela.
E nesse esforço de ser útil a alguém que precisa de ti, irá cada vez tornar-se mais forte
e mais confiante.
E todas as alegrias que espalhar pelo caminho serão as mesmas alegrias que
encontrará na própria estrada.
Por mais difícil que esteja a situação, nunca deixes de lembrar que alguém precisa de
ti. E o mais importante: tu podes ajudar alguém.
Deus espera que cada um de nós faça algo mais.
“Na Quaresma somos convidados a um estreitamento de vida, a um
despojamento do supérfluo, a um tempo de germinação escondida e profunda,
iluminada sempre por uma esperança e uma espera. Ela convida-nos a entrar em nós
mesmos para nos mergulhar nas fontes da vida, em Cristo.” (monge cartuxo, in
www.snpcultura.org)
Desafio
Individual
Na Quaresma é importante fazer um programa espiritual: fazer o jejum que se
consiga, pois cada um é diferente do outro. Pode-se, por exemplo, deixar de ver TV, ou
deixar de ir a uma festa, a uma diversão, ou não comer ou beber algo de que se gosta
muito, ou não dizer uma palavra no momento de raiva ou contrariedade, ou quem
sabe não falar de si mesmo, dar a vez aos outros na fila do autocarro, ser simpático e
atencioso com os outros. Enfim, há mil maneiras de se fazer boas penitências que nos
ajudam a fortalecer o espírito para que ele não fique sufocado e esmagado pelo corpo
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e pela matéria. A nível individual propomos a criação de um mealheiro, onde cada um,
durante a Quaresma, é convidado a deixar o fruto das suas renúncias. Abdicar de algo
que goste muito, desde um simples café a uma pequena guloseima.
Grupo
Para o grupo propomos que juntem o dinheiro que cada um conseguiu no
mealheiro e o entreguem a uma instituição que queiram, pode ser uma instituição
local ou não. Propomos ainda, que quando forem entregar o que conseguiram à
instituição que passem uma manhã ou uma tarde com as pessoas de lá, de forma a
proporcionarem um dia diferente.
O importante é o sentido com que cada um abdica do que gosta e não a
quantia que junta, é essencial pensarmos que renunciámos a algo que até gostamos
mas não nos faz assim tanta falta, que passamos bem sem isso e que com este gesto
podemos ajudar.
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CONVERTER
Catequese sobre a Reconciliação
“Amados irmãos e irmãs, bom dia!
(…) O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando me
confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que
cometi. (…) O Sacramento da Penitência e da Reconciliação brota diretamente do
mistério pascal. Com efeito, na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos,
fechados no cenáculo e, depois de lhes dirigir a saudação: «A paz esteja convosco!»,
soprou sobre eles e disse: «Recebei o Espírito Santo! A quantos perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados» (Jo 20, 21-23). Este trecho revela, (…) antes de tudo,
a constatação de que o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar-nos a
nós mesmos. Não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra
pessoa, e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos
esforços, mas uma dádiva, um dom do Espírito Santo (…). Em segundo lugar, recordanos que só se nos deixarmos reconciliar no Senhor Jesus com o Pai e com os irmãos,
conseguiremos verdadeiramente alcançar a paz (…). Com efeito, a comunidade cristã é
o lugar onde o Espírito se torna presente, que renova os corações no amor de Deus,
fazendo de todos os irmãos um só em Cristo Jesus. Eis, então, por que motivo não é
suficiente pedir perdão ao Senhor na nossa mente e no nosso coração, mas é
necessário confessar humilde e confiadamente os nossos pecados ao ministro da Igreja
que (…) não representa apenas Deus, mas toda a comunidade (…).
Sim, podes dizer a Deus «perdoa-me», e confessar os teus pecados, mas os
nossos pecados são cometidos também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isso, é
necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote. «Mas padre, eu
tenho vergonha...». Até a vergonha é boa, é saudável sentir um pouco de vergonha,
(…) porque nos torna mais humildes, e o sacerdote recebe com amor e com ternura
esta confissão e, em nome de Deus, perdoa. Até do ponto de vista humano, para
desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que pesam
muito no nosso coração. E assim sentimos que desabafamos diante de Deus, com a
Igreja e com o irmão.
Não tenhais medo da Confissão! (…) Quando termina a Confissão sentimo-nos
livres, grandes, bons, perdoados, puros e felizes. Esta é a beleza da Confissão! Gostaria
de vos perguntar – mas não o digais em voz alta; cada um responda no seu coração:
quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense nisto... Há dois dias, duas
semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um
diga: quando foi a última vez que me confessei? E se já passou muito tempo, não perca
nem sequer um dia; vai, que o sacerdote será bom contigo. É Jesus que está ali
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presente, e é mais bondoso que os sacerdotes, Jesus receber-te-á com muito amor. Sê
corajoso e vai confessar-te!
Caros amigos, celebrar o Sacramento da Reconciliação significa ser envolvido
por um abraço caloroso: é o abraço da misericórdia infinita do Pai (…)e eu digo-vos:
cada vez que nos confessamos, Deus abraça-nos, Deus faz festa!”.
Papa Francisco, Catequese 19.02.2014
Reflexão
A Quaresma é um tempo privilegiado de caminho para a Eternidade, no qual
somos convidados a preparar o nosso coração e a nossa vida para recebermos
plenamente o Cristo Ressuscitado que, de braços abertos, espera por nós.
Olhar a nossa existência, desvendar as emoções que sentimos, pensar sobre
quem somos e como nos comportamos, estar atento ao outro que “constitui um apelo
à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida”,
rezar e doar os dons que somos… tudo faz parte deste precioso tempo.
É através da reflexão do que somos em relação com o outro e com Ele que
deslindamos as amarras que temos e os momentos mal-amados que vivemos. A partir
daqui iniciamos o processo de conversão do qual nos fala o Papa Francisco, que é uma
conversão do coração! É o desejo de reconhecermos aquilo que nos pesa e nos faz
sentir tristes para, humildemente, pedirmos perdão e (re)começarmos o nosso
caminho envoltos nos Seus braços com um coração leve e puro, pronto para amar.
Para vos ajudar neste caminho e porque, como diz o Papa Francisco, às vezes é
difícil reconhecer os nossos erros e pedir perdão, deixamos-vos duas propostas que
podem adaptar e escolher consoante vos faça mais sentido e ao vosso grupo.
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Desafio
Individual
O Papa Francisco lança-nos um desafio “Gostaria de vos perguntar – mas não o
digais em voz alta; cada um responda no seu coração: quando foi a última vez que te
confessaste? Cada um pense nisto...”.
Para vos ajudarmos a concretizá-lo propomos que cada um pense sobre a sua
vida, faça um exame da sua consciência a fim de se preparar para a Celebração da
Reconciliação. Esta reflexão pode ser feita individualmente ao longo da Quaresma ou
então num momento preparado pelo Grupo de Jovens. Deixamos-vos um guião que
podem utilizar para fazer esta reflexão.
Guião: Diante de ti e de Deus
O desafio é que serenamente te coloques diante de ti próprio e faças um
exame da tua consciência de cristão. Sê exigente contigo mesmo, mas nunca te
esqueças de que tudo o que pensares ou disseres o fazes diante de Alguém que te ama
tal como és ao ponto de ter dado a Sua vida por ti.
Enquanto lês as provocações que se seguem, deixa que ecoem no teu coração…
procura refletir sobre elas sinceramente e permite que as respostas brotem de ti, sem
medos ou reservas. Assim poderás reconciliar-te plenamente contigo mesmo, com os
outros e com o Bom Pai.
† Rezo a minha vida com Deus? Escuto aquilo que Ele me quer dizer? Vivo com Ele o
meu dia-a-dia ou só me lembro d’Ele quando estou triste e a vida me corre mal?
† Agradeço-Lhe o dom da minha vida e de quem me rodeia? Dou do meu tempo à
minha comunidade ou a qualquer outro serviço em Seu nome?
† Não fui à Eucaristia porque “dava muito trabalho”? Tive medo de ser gozado por
acreditar n’Ele?
† Respeito o meu corpo e a minha saúde que são dons de Deus? Ou será que
destruo o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo, com drogas, álcool, brigas?
Respeito o tempo de descanso que o meu corpo me pede?
†Aceito as minhas fragilidades, sem me criticar mas procurando crescer através
delas? Deixo que os outros me conheçam e me ajudem a ser mais?
† Reconheço o meu valor? Finjo ser outra pessoa por achar que os outros não me
aceitam? Sou fiel a mim próprio e ao meu desejo de integridade?
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† Deixo-me levar pelo relativismo e pelo desinteresse pelo que se passa na
sociedade e na vida dos que me são mais próximos? Ou sou prestativo, humilde, amigo
de verdade?
† Vivo a caridade? Dou do meu tempo para ajudar quem precisa de mim? Partilho
as minhas experiências e os meus bens com os outros ou sou egoísta? Deixo-me
escravizar pelas modas, pelas tecnologias, pelo dinheiro?
† Sou honesto? Engano os meus pais? Sou sincero com os meus amigos e colegas?
Digo a verdade? Copio nos testes, uso o trabalho dos outros? Já roubei algo de alguém,
mesmo que seja algo sem muito valor? Já devolvi?
† Fiz mal a alguém? Magoei os meus pais, os meus amigos, os meus colegas ou
mesmo desconhecidos por palavras ou atos? Falo mal dos outros? Julgo e condeno
quem me rodeia quando não conheço por inteiro as suas vidas? Sou compassivo e
paciente com os outros? Sei perdoar?
† Sou preguiçoso? Não cumpro com os meus compromissos? Deixo o trabalho difícil
para os outros? Deixo para amanhã o que posso fazer hoje? Evito as
responsabilidades?
† Respeito as diferenças? Respeito outras culturas, outras religiões, outros estilos
de vida? Cuido e defendo o meio-ambiente, a casa que Deus criou para mim?
Grupo
Propomos que o Grupo de Jovens viva em conjunto a Celebração da
Reconciliação. Podem optar por ir todos juntos à Celebração Penitencial na vossa
paróquia ou então viver este momento de uma forma mais íntima apenas entre o
Grupo de Jovens. Para isto deixamo-vos um guião de uma Celebração Penitencial que
podem usar, falando com o vosso Pároco.
Como nos diz o Papa Francisco: “Não tenhais medo da Confissão! (…) É Jesus
que está ali presente, e é mais bondoso que os sacerdotes, Jesus receber-te-á com
muito amor. Sê corajoso e vai confessar-te!”.
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GUIÃO: CELEBRAÇÃO PENITENCIAL
CÂNTICO INICIAL (proposta: “Eis-me aqui, ó Deus”)
SAUDAÇÃO – terminado o cântico, o Pároco diz:
A graça, a misericórdia e a paz de Deus, nosso Pai e de Jesus Cristo, nosso Salvador,
estejam convosco.
TODOS: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
FILME – propõem-se a visualização do seguinte filme
CÂNTICO (proposta: “Tomai, Senhor, e Recebei”)
ORAÇÃO (Pároco)
Irmãos, Deus chama-nos à conversão.
Oremos, pedindo que nos conceda a graça de uma penitência verdadeira e
frutuosa.
Todos oram em silêncio durante alguns momentos.
PÁROCO:
Atendei, Senhor, as súplicas dos fiéis que vos confessam os seus pecados e pela
vossa grande bondade dai-nos o perdão e a paz.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
que é Deus connosco na unidade do Espirito Santo.
TODOS: Ámen.
EXAME DE CONSCIÊNCIA (para cada um ler e refletir):
Se desejas ir mais longe no amor de Deus e ao próximo põe-te serenamente diante
de ti próprio e faz um exame da tua consciência de cristão.
Usa de compaixão para contigo, mas não descanses até sentires que a tua vida está
no caminho do Senhor.
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Só isso te dará Paz.
Sê exigente contigo mesmo, mas nunca te esqueças de que tudo o que pensares ou
disseres, o fazes diante de Alguém que te ama tal como és, ao ponto de ter dado a sua
vida por ti.
CONFISSÃO GERAL DOS PECADOS
PÁROCO:
Irmãos, reconheçamos que somos pecadores, e oremos uns pelos outros para
sermos salvos.
Em comunhão com toda a igreja, supliquemos a Deus, nosso Pai, que perdoe as
nossas ofensas e nos livre de todo o mal.
TODOS REZAM O PAI NOSSO: Pai Nosso, que estás nos céus…
PÁROCO:
Assisti, Senhor, aos vossos servos, que, na Vossa Igreja, se confessam pecadores, e
fazei que, depois de libertados das suas faltas, eles possam dar-Vos graças de coração
renovado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
que é Deus connosco na unidade do Espirito Santo.
TODOS: Ámen.
CONFISSÃO E ABSOLVIÇÃO INDIVIDUAL (Os penitentes dirigem-se aos lugares onde se
encontram os sacerdotes levando consigo as suas reflexões pessoais)
MOMENTO DE ORAÇÃO INDIVIDUAL (Depois da reconciliação és convidado a deslocares-te
até á sacristia da capela para um momento a sós com Ele!)
PÁROCO (Oração de conclusão e ação de graças)
Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia,
Vós criastes o homem de maneira admirável
e mais admiravelmente ainda o remistes,
e não o abandonais quando pecador,
antes continuais a amá-lo com amor de pai.
Vós enviastes o vosso Filho ao mundo
para destruir o pecado e a morte pela sua paixão
e nos restituir a vida e a alegria pela ressurreição;
Vós enviastes o Espírito Santo aos nossos corações,
para sermos vossos filhos e herdeiros;
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Vós nos renovais continuamente
pelos sacramentos da salvação,
para nos libertar do pecado que escraviza
e nos transformar, cada dia mais perfeitamente,
na imagem do vosso Filho muito amado.
Nós Vos damos graças
pelas maravilhas da vossa misericórdia,
e Vos louvamos com toda a Igreja,
cantando um cântico novo,
com a voz, com o coração e as nossas obras de misericórdia.
A Vós a glória, agora e para sempre,
por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.
TODOS: Ámen.
CÂNTICO FINAL (proposta “Marcas de vida”)
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