21x28 vazio.indd - Blog Elsevier Saúde

Transcrição

21x28 vazio.indd - Blog Elsevier Saúde
Netter
Medicina
Interna
Netter
Medicina
Interna
2a Edição
MARSCHALL S. RUNGE, MD, PhD
M. ANDREW GREGANTI, MD
Ilustrações de Frank H. Netter, MD
ILUSTRADORES COLABORADORES
Carlos A.G. Machado, MD
John A. Craig, MD
James A. Perkins, MS, MFA
Joe Chovan
Do original: Netter’s Internal Medicine, 2nd edition
Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Saunders – um selo editorial Elsevier Inc.
ISBN: 978-1-4160-4417-8
© 2010 Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida
sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
ISBN 978-85-352-2572-3
Adaptação da Capa
Interface/Sergio Liuzzi
Editoração Eletrônica
Rosane Guedes
Elsevier Editora Ltda.
Conhecimento sem Fronteiras
Rua Sete de Setembro, nº 111 – 16º andar
20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Rua Quintana, nº 753 – 8º andar
04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP
Serviço de Atendimento ao Cliente
0800 026 53 40
[email protected]
Preencha a ficha de cadastro no final deste livro e receba gratuitamente informações sobre os lançamentos e promoções da Elsevier.
Consulte também nosso catálogo completo, os últimos lançamentos e os serviços exclusivos no site www.elsevier.com.br
NOTA
O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos, mas, como as
novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à base de fármacos podem
ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações mais atuais dos produtos, fornecidas pelos
fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verificar a dose recomendada, o método e a duração da administração e as
contraindicações. É responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar
as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade
por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação.
O Editor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
N387
Netter Medicina Interna / [editado por] Marschall S. Runge, M. Andrew Greganti ; ilustrações de
Frank H. Netter, ilustradores colaboradores Carlos A. G. Machado... ;
[tradutores Renata
Scavone de Oliveira... [et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2009.
il.
Tradução de: Netter’s internal medicine
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-352-2572-3
1. Medicina interna. 2. Medicina interna - Atlas. I. Runge, Marschall Stevens, 1954-. II. Greganti,
M. Andrew. III. Netter, Frank H. (Frank Henry), 1906-1991. IV. Título: Medicina interna.
09-3962.
06.08.09
CDD: 616
CDU: 616
14.08.09
014359
Revisão Científica e Tradução
REVISÃO CIENTÍFICA
Adilson da Costa (Caps. 171 a 177)
Coordenador dos Ambulatórios de Acne, Cosmiatria, Dermatologia da Gravidez e de Pesquisa Clínica em Dermatologia da
PUC-Campinas
Coordenador do Programa de Residência Médica em Dermatologia da PUC-CAMPINAS
Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
Mestre em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP
Adriana Weinfeld (Caps. 89 a 107 - Parte)
Médica Residente da Clínica Médica da Irmandade da Santa Casa de São Paulo
Alexandre Maceri Midão (Caps. 66 a 70)
Professor Auxiliar da Disciplina de Cirurgia Geral da Faculdade de Medicina de Petrópolis
Residência Médica em Cirurgia Geral-Vascular pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Cirurgião Vascular do Hospital Municipal Souza Aguiar
Especialista em Educação Médica pela Faculdade de Petrópolis
Cirurgião Geral do Hospital Geral de Bonsucesso
Alexandre Villela de Freitas (Caps. 108 a 120)
Mastologista, Especialista pela Sociedade Brasileira de Mastologia
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO
Diretor Técnico da Mona Lisa Clínica da Mulher – Nilópolis, RJ.
André Jaime (Caps. 178 a 183)
Médico Assistente do Serviço de Clínica Médica do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo
Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Especialista em Geriatria pela Faculdade de Medicina da USP
Carlos Eduardo Rodrigues Santos (Caps. 78 a 88)
Mestre em Cirurgia Geral Abdominal Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCCFF) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ)
Doutorando em Oncologia pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA )
Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC )
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
Claudia Martins de Vasconcellos Midão (Caps. 1 a 7)
Professora Auxiliar e Coordenadora das Disciplinas de Clínica Médica e Semiologia da Faculdade de Medicina de Petrópolis
Residência em Clínica Médica na UERJ
Especialista em Patologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC)
Dimas Ikeoka (Caps. 25 a 38)
Doutor em Cardiologia pela FMUSP
Médico Assistente da Unidade de Terapia Intensiva Pós-Cirúrgica - Divisão de Clínica Cirúrgica II Hospital das Clínicas da
FMUSP
viii
Revisão Científica
Fernanda Bahadian Bardy (Caps. 121 a 134 e 162 a 170)
Médica Neurologista do Hospital dos Servidores do Estado do RJ
Membro da Academia Brasileira de Neurologia
Membro da Academia Americana de Neurologia
Flávio Antonio Quilici (Caps. 50 a 65)
Professor Titular de Cirurgia Digestiva da PUC Campinas
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva
Giberto Paz-Filho Jr (Caps. 39 a 49 - Parte)
Research – Fellow at the John Curtin Scholl of Medical Research University of Camberra – Australia
Hans Graf (Caps. 39 a 49 - Parte)
Chefe da Unidade de Tireóide do Serviço de Endocrinologia da UFPR
Professor de Endocrinologia do HC da UFPR (SEMPR)
Presidente da Sociedade Latino Americana de Tireóide (LATS)
Irina Antunes (Caps. 135 a 142)
Médica Nefrologista Especialista pela Sociedade Brasileira de Nefrologia
Doutora em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Nefrologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo
Irineu Francisco Delfino Silva Massaia (Caps. 89 a 107 - Parte)
Professor Voluntário da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de São Paulo
Infectologista Assistente do Serviço de Emergência e do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo
Mariana Emerenciano (Caps. 71 a 77)
Pós-Doutora do Programa de Hematologia-Oncologia Pediátrico do INCA
Doutora em Oncologia pelo INCA
Mestre em Ciências Morfológicas pela UFRJ
Nephtali Segal Grinbaum (Caps. 17 a 24)
Especialista em Pneumologia
Pós-Graduação em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
Diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia
Perito em Pneumologia
Osmar Mesquita de Souza Neto (Caps. 8 a 16)
Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Mestre e Doutor em Medicina – Otorrinolaringologia
Médico Otorrinolaringologista
Patrícia Dias Fernandes (Caps. 143 a 156)
Professora Associada de Farmacologia do Programa de Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB) da UFRJ
Pós-Doutora em Imunologia pelo Departamento de Imunologia da USP
Mestre e Doutora em Química Biológica pelo Departamento de Bioquímica Médica da UFRJ
Ricardo Lima de Almeida Neves (Caps. 157 a 161)
Professor Assistente de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Coordenador da Disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ
Mestre em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Tradução
TRADUÇÃO
Cecília Cerqueira Café Mendes (Cap. 7)
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB)
Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
Doutoranda em Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (USP)
Douglas Arthur Omena Futuro (Caps. 17 a 24)
Médico Ortopedista - RJ
Fernando Diniz Mundim (Caps. 25 a 38, 108 a 113, 162 a 170 e 178 a 183)
Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Fernando Kok (Caps. 185 e 186)
Livre-Docente em Neurologia Infantil pela Faculdade de Medicina da USP e Médico Assistente do Hospital das Clínicas
FMUSP
Irina Antunes (Caps. 135 a 142)
Juliana Sayuri Kuribayashi (Caps. 66 a 70)
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlância (UFU)
Pós-Graduanda (Mestrado) do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São
Paulo (USP)
Técnica em Patologia Clínica pela Escola Técnica de Saúde da UFU
Juliana Sayuri Kuribayashi (Caps. 66 a 70)
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Pós-Graduanda (Mestrada) do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Médicas da USP
Luciane de Souza Faria Pontes (In Memoriam) (Caps. 89 a 97)
Farmacêutica/Doutora em Ciências Biomédicas
Professora do Curso de Especialização em Histocompatibilidade da UERJ
Marcelo Sampaio Narciso (Caps. 98 a 107)
Professor Adjunto do Programa de Graduação de Histologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UFRJ
Doutor e Mestre em Ciências Morfológicas pelo Programa de Ciências Morfológicas (PCM) do ICB da UFRJ
Especialista em Histologia e Embriologia pela UERJ
Maria das Graças de Luna Gomes (Caps. 171 a 177)
Professora Adjunta da Disciplina de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Maria Inês Corrêa Nascimento (Caps. 1 a 6 e 157 a 161)
Bacharel em Letras (Tradução Bilíngue) - PUC/RJ
Patrícia Dias Fernandes (Caps. 143 a 156)
Renata Scavone de Oliveira (Caps. 50 a 65, 78 a 88)
Médica Veterinária pela FMVZ da USP
Doutora em Ciências, Área Imunologia Básica, pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo
Renate Muller (Caps. 8 a 16, 39 a 49)
Médica Especializada em Neuropediatria pelo Departamento de Neuropsiquiatria do Hospital das Clínicas da USP
Sabine Wohlres Viana (Caps. 114 a 120)
Mestre em Genética e Biotecnologia pela UFJF
ix
x
Tradução
Soraya Imon de Oliveira (Caps. 71 a 77)
Doutorado em Imunologia pelo Departamento. de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP
Especialista do Laboratório junto ao Departamento de Física Experimental, no Instituto de Física da USP
Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Especialização em Imunopatologia e Sorodiagnóstico (FUNDAP) pelo Depto. de Patologia da Faculdade de Medicina da
UNESP
Tatiana Ferreira Robaina (Índice)
Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Mestre em Patologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Odontóloga pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
Vilma de Souza Varga (Caps. 121 a 134)
Residência Médica em Neurologia Clínica - Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo
Colaboradores
Todos os colaboradores são da University of North Carolina School of Medicine em Chapel Hill.
Marschall S. Runge, MD, PhD
Charles Addison and Elizabeth Anne Sanders Distinguished Professor
Professor and Chairman, Department of Medicine
Division of Cardiology
M. Andrew Greganti, MD
John Randolph and Helen Barnes Chambliss Distinguished Professor of Medicine
Professor and Vice Chairman, Department of Medicine
Division of Geriatric Medicine
Program on Aging
Adaora A. Adimora, MD, MPH
Associate Professor of Medicine
Adjunct Associate Professor of Epidemiology
Division of Infectious Diseases
Toby Bates, DO
Instructor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Maha Alattar, MD
Assistant Professor of Neurology
Division of Sleep and Epilepsy
Section of Adult Neurology
Anne W. Beaven, MD
Post-doctoral Fellow
Division of Hematology and Oncology
Robert M. Aris, MD
Associate Professor of Medicine
Director, Pulmonary Hypertension Program
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Victoria Lin Bae-Jump, MD, PhD
Fellow and Instructor, Division of Gynecologic
Oncology
Maria Q. Baggstrom, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Oncology
Washington University School of Medicine
St. Louis, Missouri
A. Sidney Barritt, MD
Instructor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Marc K. Bassim, MD
Chief Resident and Clinical Instructor, Department of
Otolaryngology/Head and Neck Surgery
Robert G. Berger, MD
Professor of Medicine
Director, Medical Informatics
Associate Chief of Staff, University of North Carolina
Hospitals
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Lee R. Berkowitz, MD
Professor of Medicine
Associate Chair for Education
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Stephen A. Bernard, MD
Professor of Medicine
Co-Director, Palliative Care Program
Division of Hematology and Oncology
William S. Blau, MD, PhD
Professor of Anesthesiology
Chief, Division of Pain Medicine
Director, Acute Pain Service
xii
Colaboradores
John F. Boggess, MD
Associate Professor of Obstetrics and Gynecology
Division of Gynecologic Oncology
John B. Buse, MD, PhD
Professor of Medicine
Chief, Division of Endocrinology and Metabolism
Mary C. Bowman, MD, PhD
Instructor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Debra L. Bynum, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Geriatric Medicine
Program on Aging
Mark E. Brecher, MD
Professor of Pathology and Laboratory Medicine
Vice Chair, Department of Pathology and Laboratory
Medicine
Chair, McLendon Clinical Laboratories
Director, Transfusion Medicine Service and Transplant
Laboratories
Philip A. Bromberg, MD
Distinguished Professor of Medicine
Scientific Director, Center for Environmental Medicine,
Asthma and Lung Biology
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Sue A. Brown, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Endocrinology
University of Virginia
Charlottesville, Virginia
Lisa A. Carey, MD
Associate Professor of Medicine
Medical Director, University of North Carolina Breast
Center
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Timothy S. Carey, MD, MPH
Professor of Medicine
Director, Cecil G. Sheps Center for Health Services
Research
Division of General Internal Medicine and Clinical
Epidemiology
Culley C. Carson III, MD
Rhodes Distinguished Professor of Surgery
Chief, Division of Urologic Surgery
Vickie Brown, RN, MPH
Associate Director, Hospital Epidemiology
Department of Hospital Epidemiology
University of North Carolina Health Care System
Patricia P. Chang, MD, MHS
Assistant Professor of Medicine
Director, Heart Failure and Transplant Service
Division of Cardiology
Paul C. Bryson, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Sanjay Chaudhary, MD
Instructor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Robert A. Buckmire, MD
Associate Professor of Otolaryngology/Head and Neck
Surgery
Chief, Division of Voice and Swallowing
Disorders
Director, University of North Carolina Voice
Center
Elizabeth Bullitt, MD
Professor of Surgery
Division of Neurosurgery
David R. Clemmons, MD
Professor of Medicine
Division of Endocrinology and Metabolism
James M. Coghill, MD
Post-doctoral Fellow
Division of Hematology and Oncology
Craig Burkhart, MD
Resident, Department of Dermatology
Romulo E. Colindres, MD, MSPH
Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
M. Janette Busby-Whitehead, MD
Professor of Medicine
Chief, Division of Geriatric Medicine
Director, Program on Aging
AnnaMarie Connolly, MD
Associate Professor of Obstetrics and Gynecology
Division of Urogynecology and Reconstructive Pelvic
Surgery
Colaboradores
Benjamin J. Copeland, MD, PhD
Practicing Otolaryngologist
Otolaryngology Associates
Carmel, Indiana
Todd Correll, PharmD
Clinical Pharmacy Specialist (ID-HIV)
University of North Carolina School of Pharmacy
University of North Carolina Hospitals
Cynthia J. Denu-Ciocca, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Thomas S. Devetski, OD
Practicing Optometrist
Alamance Eye Center
Burlington and Chapel Hill, North Carolina
Darren A. DeWalt, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of General Internal Medicine and Clinical
Epidemiology
Cecil G. Sheps Center for Health Services Research
Luis A. Diaz, MD
Professor of Dermatology
Chairman, Department of Dermatology
xiii
Rose J. Eapen, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Charles S. Ebert, Jr., MD, MPH
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Nurum F. Erdem, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Geriatric Medicine
Program on Aging
Joseph J. Eron, MD
Professor of Medicine
Director, Adult Clinical Trials Unit
Division of Infectious Diseases
Ronald J. Falk, MD
Doc J. Thurston Professor of Medicine
Chief, Division of Nephrology and Hypertension
Director, University of North Carolina Kidney Center
Mary Katherine Farmer-Boatwright, MD
Instructor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
James F. Donohue, MD
Professor of Medicine
Chief, Division of Pulmonary and Critical Care
Medicine
Elizabeth A. Fasy, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Endocrinology, Metabolism and Lipids
Emory University
Atlanta, Georgia
Mary Anne Dooley, MD, MPH
Associate Professor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Alan G. Finkel, MD
Professor of Neurology
Director, University of North Carolina Headache Clinic
Section of Adult Neurology
Jean M. Dostou, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Endocrinology and Metabolism
Douglas A. Drossman, MD
Professor of Medicine and Psychiatry
Co-Director, University of North Carolina Center for
Functional GI and Motility Disorders
Division of Gastroenterology and Hepatology
Carla Sueta Dupree, MD, PhD
Associate Professor of Medicine
Medical Director, University of North Carolina
Hospitals Heart Center at Meadowmont
Associate Director, Heart Failure Program
Division of Cardiology
William F. Finn, MD
Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
David P. Fitzgerald, MD
Instructor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Carol A. Ford, MD
Associate Professor of Pediatrics and Medicine
Director, NC Multisite Adolescent Research Consortium
for Health (NC MARCH)
Division of General Pediatrics and Adolescent
Medicine
xiv
Colaboradores
Catherine A. Forneris, PhD
Associate Professor of Psychiatry
Division of Adult Psychiatry
Amy M. Fowler, MD
Assistant Professor of Ophthalmology
W. Craig Fowler, MD
Associate Professor of Ophthalmology
Wesley Caswell Fowler, MD
Practicing Neurosurgeon
Mountain Neurosurgical and Spine Center
Asheville, North Carolina
Michael W. Fried, MD
Professor of Medicine
Director of Hepatology
Division of Gastroenterology and Hepatology
Don A. Gabriel, MD, PhD
Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Shannon Galvin, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Lisa M. Gangarosa, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
James C. Garbutt, MD
Professor of Psychiatry
Medical Director, Alcohol and Substance
Abuse Program, University of North Carolina
Hospitals
Research Scientist, Bowles Center for Alcohol Study
Division of Adult Psychiatry
Cynthia Gay, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Susan A. Gaylord, PhD
Assistant Professor of Physical Medicine and
Rehabilitation
Director, University of North Carolina Program on
Integrative Medicine
Leonard S. Gettes, MD
Distinguished Professor of Medicine
Division of Cardiology
Andrew J. Ghio, MD
Associate Professor of Medicine
University of North Carolina Division of Pulmonary and
Critical Care Medicine
Research Medical Officer
National Health and Environmental Effects Research
Laboratory
Clinical Research Branch, Human Studies Division
United States Environmental Protection Agency
Chapel Hill, North Carolina
John H. Gilmore, MD
Professor of Psychiatry
Vice Chair, Research and Scientific Affairs
Director, University of North Carolina Schizophrenia
Research Center
Paul A. Godley, MD, PhD, MPP
Associate Professor of Medicine
Adjunct Associate Professor of Epidemiology and
Biostatistics
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Lee R. Goldberg, MD
Practicing Cardiologist
Tucson Heart Hospital
Tucson Medical Center
Tucson, Arizona
Richard M. Goldberg, MD
Professor of Medicine
Chief, Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Matthew N. Goldenberg, MD
Chief Resident and Clinical Instructor, Department of
Psychiatry
Brian P. Goldstein, MD, MBA
Associate Professor of Medicine
Division of General Internal Medicine and Epidemiology
Executive Associate Dean for Clinical Affairs, University
of North Carolina School of Medicine
Chief of Staff, University of North Carolina Hospitals
Robert S. Greenwood, MD
Professor of Neurology and Pediatrics
Chief, Section of Child Neurology
Ian S. Grimm, MD
Associate Professor of Medicine
Director, Gastrointestinal Endoscopy
Division of Gastroenterology and Hepatology
Colaboradores
Steven H. Grossman, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Robert E. Gwyther, MD, MBA
Professor of Family Medicine
Director, Medical Student Programs
John J. Haggerty, Jr., MD
Professor of Psychiatry
Director, Division of Social and Community Psychiatry
Russell P. Harris, MD, MPH
Professor of Medicine
Director, Program on Prevention
Director, MD-MPH Program
Division of General Internal Medicine and Clinical
Epidemiology
William D. Heizer, MD
Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Ashley G. Henderson, MD
Instructor of Medicine
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
David C. Henke, MD, MPH
Associate Professor of Medicine
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Michael A. Hill, MD
Professor of Psychiatry
Director, Adult Inpatient Program
Medical Director, Geropsychiatry Inpatient Unit
Division of Adult Psychiatry
Alan L. Hinderliter, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Cardiology
Mina C. Hosseinipour, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
University of North Carolina Project-Lilongwe,
Malawi
James F. Howard, Jr., MD
Distinguished Professor of Neuromuscular Disease
Professor of Neurology and Medicine
Chief, Division of Neuromuscular Disorders
Section of Adult Neurology
David Y. Huang, MD, PhD
Assistant Professor of Neurology
Director, Inpatient and Emergency Neurology
Associate Director, University of North Carolina
Hospitals Stroke Center
Section of Adult Neurology
Xuemei Huang, MD, PhD
Assistant Professor of Neurology
Acting Chief, Division of Movement Disorders
Medical Director, National Parkinson’s Foundation
Center of Excellence
Section of Adult Neurology
Burton R. Hutto, MD
Professor of Psychiatry
Division of Adult Psychiatry
Kim L. Isaacs, MD, PhD
Professor of Medicine
Associate Director, University of North Carolina
Inflammatory Bowel Disease Center
Division of Gastroenterology and Hepatology
Bruce F. Israel, MD
Practicing Physician—Infectious Diseases
Asheville Infectious Disease Consultants
Asheville, North Carolina
Albert R. Hinn, MD
Associate Professor of Neurology
Section of Adult Neurology
Thomas S. Ivester, MD
Assistant Professor of Obstetrics and Gynecology
Division of Maternal-Fetal Medicine
Gerald A. Hladik, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Heidi T. Jacobe, MD
Assistant Professor of Dermatology
University of Texas Southwestern Medical Center
Dallas, Texas
Hal M. Hoffman, MD
Associate Professor of Pediatrics and Medicine
Division of Allergy, Immunology, and Rheumatology
University of California, San Diego, Medical School
La Jolla, California
Peter Lars Jacobson, MD
Professor of Neurology
Director, University of North Carolina Neurology
Palliative Care Program
Section of Adult Neurology
xv
xvi
Colaboradores
Lukas Jantac, MD
Instructor of Medicine
Division of Cardiology
Jaspaul S. Jawanda, MD
Assistant Professor of Medicine
University of North Carolina Division of Infectious
Diseases
First Health Infectious Diseases
Moore Regional Hospital
Pinehurst, North Carolina
Sandra M. Johnson, MD
Associate Professor of Ophthalmology
Director of Glaucoma
Medical College of Georgia
Augusta, Georgia
Beth L. Jonas, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Joanne M. Jordan, MD, MPH
Associate Professor of Medicine and Orthopedics
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Jonathan J. Juliano, MD, MSPH
Instructor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Kevin A. Kahn, MD
Associate Professor of Neurology
Residency Program Director
Section of Adult Neurology
University of North Carolina Headache Clinic
Andrew H. Kaplan, MD†
Associate Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Nigel S. Key, MB, ChB
Harold R. Roberts Distinguished Professor
Director, Harold R. Roberts Comprehensive Hemophilia
Diagnostic and Treatment Center
Chief, Hematology Section
Division of Hematology and Oncology
William Y. Kim, MD
Instructor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
†
Falecido.
John S. Kizer, MD
Professor of Medicine
Division of Geriatric Medicine
Program on Aging
Caroline M. Klein, MD, PhD
Assistant Professor of Neurology
Section of Adult Neurology
Philip J. Klemmer, MD
Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Karen Kölln, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Mark J. Koruda, MD
Professor of Surgery
Chief, Division of Gastrointestinal Surgery
James E. Kurz, MD
Associate Professor of Medicine and Pediatrics
Division of General Internal Medicine and Clinical
Epidemiology
Jeffrey LaCour, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Alim M. Ladha, MD
Surgical Resident, Division of Neurosurgery
W. Derek Leight, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Peter A. Leone, MD
Associate Professor of Medicine
Medical Director, North Carolina HIV/STD Prevention
and Care Branch, North Carolina DHHS
Division of Infectious Diseases
B. Anthony Lindsey, MD
Professor of Psychiatry
Vice Chair for Clinical Affairs
Division of Adult Psychiatry
Ryan D. Madanick, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Lawrence K. Mandelkehr, MBA
Director, Performance Improvement
University of North Carolina Hospitals
Colaboradores
J. Douglas Mann, MD
Professor of Neurology
Section of Adult Neurology
Patrick H. Nachman, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Silva Markovic-Plese, MD
Associate Professor of Neurology
Section of Adult Neurology
Kelly C. Nelson, MD
Resident, Department of Dermatology
Allen F. Marshall, MD
Resident, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Carla M. Nester, MD, MSA
Instructor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
William D. Mattern, MD
Emeritus Professor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
Celeste M. Mayer, PhD, RN
Patient Safety Officer
University of North Carolina Hospitals
Travis A. Meredith, MD
Sterling A. Barrett Distinguished Professor of
Ophthalmology
Professor and Chairman, Department of
Ophthalmology
William C. Miller, MD, PhD, MPH
Associate Professor of Medicine and Epidemiology
Division of Infectious Diseases
Beverly S. Mitchell, MD
George E. Becker Professor of Medicine
Deputy Director, Stanford Comprehensive Cancer
Center
Division of Oncology
Stanford University School of Medicine
Stanford, California
Stephan Moll, MD
Associate Professor of Medicine
Director, Thrombophilia Program
Division of Hematology and Oncology
Douglas R. Morgan, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Dean S. Morrell, MD
Associate Professor of Dermatology
Director, Residency Training Program
M. Cristina Muñoz, MD
Assistant Professor of Obstetrics and Gynecology
Division of Women’s Primary Health Care
xvii
Linda M. Nicholas, MD, MS
Professor of Psychiatry
Co-Director, Outpatient Services
Medical Director, Adult Diagnostic and Treatment
Clinic
E. Magnus Ohman, MB
Professor of Medicine
Director, Program for Advanced Coronary Disease
Division of Cardiovascular Medicine
Duke University Medical Center
Durham, North Carolina
Bert H. O’Neil, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
David A. Ontjes, MD
Professor of Medicine
Division of Endocrinology and Metabolism
Robert Z. Orlowski, MD, PhD
Associate Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Department of Pharmacology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Daniel J. Parsons, MD, MPH
Assistant Professor of Dermatology
Dhavalkumar D. Patel, MD, PhD
Head, Autoimmunity & Transplantation Research Basel
Novartis Institute for BioMedical Research
Basel, Switzerland
Cam Patterson, MD
Ernest and Hazel Craige Distinguished Professor of
Cardiovascular Medicine
Professor of Medicine, Pharmacology, and Cell and
Developmental Biology
Chief, Division of Cardiology
Director, Carolina Cardiovascular Biology Center
Associate Chair for Research, Department of Medicine
xviii
Colaboradores
Kristine B. Patterson, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Amanda Peppercorn, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Harold C. Pillsbury III, MD
Thomas J. Dark Distinguished Professor of
Otolaryngology/Head and Neck Surgery
Professor and Chairman, Department of
Otolaryngology/Head and Neck Surgery
W. Kimryn Rathmell, MD, PhD
Assistant Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Daniel S. Reuland, MD
Assistant Professor of Medicine
NRSA Primary Care Research Fellow
Division of General Internal Medicine and Clinical
Epidemiology
Mark Russo, MD, MPH
Medical Director, Liver Transplantation
Carolinas Medical Center
Charlotte, North Carolina
William A. Rutala, PhD, MPH
Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
Director, Hospital Epidemiology, Occupational Health
and Safety Program
University of North Carolina Health Care System
William E. Sanders, Jr., MD, MBA
Associate Professor of Medicine
Director, Clinical Cardiac Electrophysiology and Pacing
Division of Cardiology
Hanna K. Sanoff, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Scott L. Sanoff, MD
Instructor of Medicine
Division of Nephrology and Hypertension
University of North Carolina Kidney Center
Yehuda Ringel, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Yolanda V. Scarlett, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
M. Patricia Rivera, MD
Associate Professor of Medicine
Co-Director, Multidisciplinary Thoracic Oncology
Program
Co-Director, Pulmonary/Critical Care Fellowship
Program
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Emily J. Schwarz, MD, PhD
Resident, Department of Dermatology
Craig N. Rosebrock, MD
Instructor of Medicine
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Jonathan S. Serody, MD
Elizabeth Thomas Associate Professor of Medicine,
Microbiology and Immunology
Division of Hematology and Oncology
Program in Stem Cell Transplantation
Pinchas Rosenberg, MD
Fellow and Instructor, Department of Ophthalmology
Robert A.S. Roubey, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
David S. Rubenstein, MD, PhD
Associate Professor of Dermatology
Susan Riggs Runge, MD
Assistant Professor of Dermatology
Brent A. Senior, MD
Associate Professor of Otolaryngology/Head and Neck
Surgery
Chief, Division of Rhinology, Allergy and Sinus Surgery
Nicholas J. Shaheen, MD, MPH
Associate Professor of Medicine and Epidemiology
Director, Center for Esophageal Diseases and
Swallowing
Division of Gastroenterology and Hepatology
Thomas C. Shea, MD
Professor of Medicine
Director, Bone Marrow and Stem Cell Transplant
Program
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Colaboradores
Richard G. Sheahan, MD
Consultant Cardiologist/Electrophysiologist
Beaumont Hospital & Royal College of Surgeons in
Ireland
Dublin, Ireland
William W. Shockley, MD
W. Paul Biggers Distinguished Professor of
Otolaryngology/Head and Neck Surgery
Chief, Division of Facial Plastic and Reconstructive
Surgery
Vice Chair, Department of Otolaryngology/Head and
Neck Surgery
Roshan Shrestha, MD
Medical Director of Liver Transplantation
Piedmont Liver Transplant Program
Atlanta, Georgia
Emily E. Sickbert-Bennett, MS
Public Health Epidemiologist
Department of Hospital Epidemiology
University of North Carolina Health Care System
Micah J. Sickel, MD, PhD
Fellow and Instructor, Program in Child and Adolescent
Psychiatry
Linmarie Sikich, MD
Associate Professor of Psychiatry
Director, Adolescent, School-Age Psychiatric
Intervention Research Evaluation Program
Division of Child Psychiatry
Ross J. Simpson, Jr., MD, PhD
Professor of Medicine
Director, Lipid and Prevention Clinics
Division of Cardiology
Sidney C. Smith, Jr., MD
Professor of Medicine
Director, Center for Cardiovascular Science and
Medicine
Division of Cardiology
Mark A. Socinski, MD
Associate Professor of Medicine
Director, Multidisciplinary Thoracic Oncology
Program
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
xix
P. Frederick Sparling, MD
J. Herbert Bate Professor of Medicine and Microbiology
and Immunology, Emeritus
University of North Carolina Division of Infectious
Diseases
University of North Carolina Center for Infectious
Diseases
Professor of Medicine, Duke University School of
Medicine
Duke Human Vaccine Institute
Thomas E. Stinchcombe, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
George A. Stouffer, MD
Professor of Medicine
Director, C.V. Richardson Cardiac Catheterization
Laboratory
Director, Interventional Cardiology
Division of Cardiology
Teresa K. Tarrant, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Rheumatology, Allergy and Immunology
Thurston Arthritis Research Center
Mark Taylor, MD
Practicing Oncologist
Summit Cancer Center
Savannah, Georgia
Michael J. Thomas, MD, PhD
Practicing Endocrinologist
Carolina Endocrine, P.A.
Raleigh, North Carolina
Nancy E. Thomas, MD, PhD
Associate Professor of Dermatology
John M. Thorpe, Jr., MD
McAllister Distinguished Professor of Obstetrics and
Gynecology
Division of Maternal-Fetal Medicine
Division of Women’s Primary Care
Director, North Carolina Program on Women’s Health
Research
Stephen L. Tilley, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Pulmonary and Critical Care Medicine
Jenny P. Ting, PhD
Professor, Department of Microbiology and Immunology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
xx
Colaboradores
Robert S. Tomsick, MD
Associate Professor of Dermatology
Charles M. van der Horst, MD
Professor of Medicine
Associate Director, Division of Infectious Diseases
Bradley V. Vaughn, MD
Professor of Neurology and Biomedical Engineering
Chief, Division of Sleep and Epilepsy
Section of Adult Neurology
Pamela G. Vick, MD
Adjunct Assistant Professor of Anesthesiology
Division of Pain Medicine
Mark C. Weissler, MD
Joseph P. Riddle Distinguished Professor of
Otolaryngology/Head and Neck Surgery
Chief, Division of Head and Neck Oncology
Ellen C. Wells, MD
Associate Professor of Obstetrics and Gynecology
Chief, Division of Urogynecology and Reconstructive
Pelvic Surgery
Young E. Whang, MD, PhD
Associate Professor of Medicine and Pathology and
Laboratory Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
Robert J. Vissers, MD
Adjunct Associate Professor
Oregon Health Sciences University
Medical Director, Department of Emergency Medicine
Emanuel Hospital
Portland, Oregon
Park W. Willis IV, MD
Sarah Graham Distinguished Professor of Medicine and
Pediatrics
Director, Cardiac Ultrasound Laboratories
Division of Cardiology
Peter M. Voorhees, MD
Assistant Professor of Medicine
Division of Hematology and Oncology
Lineberger Comprehensive Cancer Center
John B. Winfield, MD
Herman and Louise Smith Distinguished Professor of
Medicine in Arthritis, Emeritus
Senior Member, University of North Carolina
Neurosensory Disorders Center
Tracy Y. Wang, MD, MS
Instructor of Medicine
Division of Cardiovascular Medicine
Duke University Medical Center
Durham, North Carolina
Lea C. Watson, MD, MPH
Assistant Professor of Psychiatry
Division of Adult Psychiatry
David J. Weber, MD, MPH
Professor of Medicine, Pediatrics, and Epidemiology
Division of Infectious Diseases
Medical Director, Hospital Epidemiology and
Occupational Health
University of North Carolina Health Care System
Robert S. Wehbie, MD, PhD
Associate Professor of Medicine
University of North Carolina Division of Hematology
and Oncology
Cancer Centers of North Carolina
Raleigh, North Carolina
Gary S. Winzelberg, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Geriatric Medicine
Program on Aging
David A. Wohl, MD
Associate Professor of Medicine
Division of Infectious Diseases
AIDS Clinical Trials Unit
Leslie P. Wong, MD
Practicing Nephrologist
Minor & James Medical
Seattle, Washington
Diem N. Wu, MD
Assistant Professor of Dermatology
Steven Zacks, MD, MPH
Assistant Professor of Medicine
Division of Gastroenterology and Hepatology
Agradecimentos
Esta 2ª edição do livro Netter Medicina Interna se beneficiou
muito do trabalho árduo e do talento de muitas pessoas
dedicadas.
Em primeiro lugar, agradecemos aos autores colaboradores
da University of North Carolina School of Medicine, Chapel
Hill. Sem a sua inteligência, dedicação e perfeccionismo, o
livro Netter Medicina Interna não poderia ter sido publicado.
Tivemos uma base sólida para construir a 2ª edição graças ao
trabalho árduo dos autores que contribuíram para a edição
anterior, e tivemos a sorte de poder contar novamente com
muitos deles.
Nosso reconhecimento especial ao Dr. Carlos A. G.
Machado, que coordenou e supervisionou muito do trabalho
de arte, complementando as grandes contribuições dos Drs.
Frank Netter e John Craig. Todos são médicos-artistas com
talento ímpar que, com seu trabalho, deram vida a conceitos
importantes na medicina por meio das figuras novas e atualizadas incluídas neste texto. Também agradecemos a Joe
Chovan e Jim Perkins por suas contribuições.
Anne Lenehan, Elyse O’Grady e Marybeth Thiel, da Elsevier, foram fundamentais para que tivéssemos uma excelente
primeira edição, tornando-a mais abrangente e objetiva ao
mesmo tempo.
Também estamos em débito com a Sra. Angela R. Rego,
cuja magnífica capacidade de organização foi inestimável. A
Sra. Carolyn Kruse merece especiais agradecimentos por seu
incansável esforço em coordenar o processo de edição desde
o seu início, uma tarefa especialmente difícil em um livrotexto com múltiplos autores.
Agradecemos especialmente a nossas famílias: nossas esposas – Susan Runge e Susan Greganti –, cujo apoio constante,
incentivo e compreensão tornaram possível a conclusão deste
texto; nossos filhos – Thomas, Elizabeth, William, John e
Mason Runge; e Paul Greganti, Taylor Greganti e Katie Hall
– que nos inspiraram e nos lembram que existe vida além do
processador de texto; e, finalmente, a nossos pais – cuja persistência, dedicação e ética nos introduziram neste caminho
há muitos e muitos anos.
Sobre os Editores
Marschall S. Runge, MD, PhD, nasceu em Austin, Texas, e
graduou-se pela Vanderbilt University com Bacharelado em
Biologia Geral e Doutorado em Biologia Molecular. É
formado pela Johns Hopkins School of Medicine e concluiu
residência em Medicina Interna pelo Johns Hopkins Hospital.
Foi estagiário e membro do corpo docente no Massachussetts
General Hospital. A posição seguinte do Dr. Runge foi na
Emory University, onde dirigiu o Programa de Treinamento
em Cardiologia. Em seguida, mudou-se para a University of
Texas Medical Branch em Galveston, onde foi Chefe da Cardiologia e Diretor do Sealy Center for Molecular Cardiology.
Em 2000, transferiu-se para a University of North Carolina,
como Chefe do Departamento de Clínica Médica. Desde
2006 exerce também o cargo de Vice-Reitor para Assuntos
Clínicos na UNC School of Medicine. O Dr. Runge possui
título de especialista em Clínica Médica e em Cardiologia e
tem se destacado apresentando palestras, além de ter publicações na área de Cardiologia Clínica e Medicina Vascular.
Ele continua trabalhando na clínica médica, com enfoque em
Doenças Cardiovasculares e em Clínica, em complementação
às suas atividades de ensino e administrativas no Departamento de Clínica Médica.
M. Andrew Greganti, MD, nasceu em Cleveland, Mississippi, e graduou-se no Millsaps College com Bacharelado em
Química e posteriormente recebeu seu diploma de médico
pela University of Mississippi School of Medicine. Fez residência em Clínica Médica na University of Rochester School
of Medicine, Strong Memorial Hospital. Permaneceu durante
dois anos como membro do corpo docente da University of
Mississippi School of Medicine, e em 1977 tornou-se membro
da UNC, inicialmente como docente da Divisão de Medicina
Geral e Epidemiologia Clínica e desde 1990 como Professor
de Medicina. Durante seu período na UNC, foi Diretor do
Programa de Residência Médica em Clínica Médica e do
Programa de Residência em Clínica Médica e Pediatria, além
de ter sido Chefe do Setor de Medicina Geral e de Epidemiologia Clínica. Também foi Chefe Associado e Chefe Interino
do Departamento de Clínica Médica. Atualmente é ViceChefe do Departamento de Clínica Médica e membro do
UNC Health Care System Board of Directors. Possui título
de especialista em Clínica Médica, profere palestras e também
publica artigos em assuntos sobre Clínica Médica e Educação
Médica. Conhecido como o “médico dos médicos” na UNC,
o Dr. Greganti é um dos clínicos mais ocupados da Faculdade
de Medicina e uma fonte de conhecimento para muitos tanto
dentro da instituição como nos âmbitos regional e nacional.
Prefácio
A primeira edição do livro Netter Medicina Interna foi um
esforço para reunir a quantidade, sempre crescente, de informações médicas para os clínicos em um formato conciso e
altamente visual. Os desafios com que os clínicos se deparam
em “manter-se em dia” com a literatura médica continuou
crescendo nos últimos cinco anos, desde a publicação da primeira edição. Esta necessidade de processar a, sempre em
expansão, base das informações médicas, e aplicar os novos
conhecimentos no cuidado ideal do paciente é crítico em
todas as áreas na medicina, mas é talvez mais desafiadora em
disciplinas que necessitam que o profissional compreenda um
vasto espectro de doenças, como a clínica médica. A explosão
do conhecimento da medicina também é um assunto muito
importante de educação para aprendizes de todos os níveis
(estudantes, residentes e médicos no exercício de sua função),
que necessitam rapidamente determinar o que é e o que não
é importante, organizar as informações principais e, então,
aplicar esses princípios de forma eficaz no ambiente clínico.
Para esta segunda edição do livro Netter Medicina Interna,
nosso objetivo foi melhorar o texto, de forma a manter o foco
do assunto, além de penetrar em áreas clínicas importantes
que não foram totalmente abordadas na primeira edição ou
não o são em muitos textos de Clínica Médica. Para realizar
esta expansão do texto, porém mantendo um texto conciso
que possa ser utilizado como uma referência rápida, mais uma
vez evitamos o tratamento exaustivo dos tópicos. Também
fizemos muitos esforços para apresentar as informações essenciais em um formato “de leitura complementar”, o que
aumenta a capacidade do leitor de aprender os fatos principais
sem se perder em detalhes que podem ofuscar o processo de
aprendizagem.
Após uma revisão cuidadosa dos comentários dos leitores
da primeira edição, fizemos alterações importantes para alcançar nossas metas educacionais. Capítulos foram adicionados
para atender às preocupações do leitor a respeito da falta de
cobertura de diversos tópicos importantes frequentemente
encontrados na prática clínica, como “Panorama da Medicina
Preventiva”, “A Prática Médica no Ambiente Moderno: Melhorando os Resultados e a Segurança do Paciente”, “Fibrilação
Atrial”, “Eletrocardiografia”, “Hemorragia Gastrointestinal”,
“Mieloma Múltiplo”, e “Síndromes Autoinflamatórias”, entre
outros. O formato dos subtítulos dos capítulos “Tratamento
Ideal” e “Evitando Erros de Tratamento” são novos títulos
para atender às crescentes preocupações a respeito dos erros
terapêuticos que podem prejudicar o paciente. Os algoritmos
foram codificados por cores para facilitar a consulta rápida.
No caso de o leitor considerar necessária uma revisão mais
aprofundada foram acrescentadas “Fontes Adicionais” e “Evidência”. Da mesma forma que na primeira edição, os autores
colaboradores tiraram proveito da genialidade de Frank
Netter por meio da seleção cuidadosa do melhor de suas
ilustrações para ilustrar os conceitos clínicos mais importantes
abordados em cada capítulo. Quando as ilustrações de Netter
não eram disponíveis ou mostravam-se difíceis de serem aplicadas para ilustrar os conceitos clínicos modernos, da mesma
forma que na primeira edição, utilizamos o grande talento
artístico de Carlos A. G. Machado, MD, para criar uma nova
ilustração ou para editar habilmente e atualizar alguns dos
desenhos de Frank Netter. A combinação entre as excepcionais habilidades do Dr. Machado como artista da área médica
e seu conhecimento dos conceitos médicos a serem ilustrados
foi um recurso inestimável.
Da mesma forma que na primeira edição, escolhemos
autores da University of North Carolina School of Medicine
em Chapel Hill. Isso nos permitiu selecionar autores que são
autoridades clínicas. Todos são clínicos ativos que utilizam
diariamente as informações abordadas em seus capítulos. No
processo de seleção, escolhemos os melhores clínicos, não
necessariamente os pesquisadores com mais publicações em
todas as áreas. O resultado é um texto verdadeiramente de
uso clínico – e menos um compêndio, como normalmente
acontece com textos de clínica médica. Enquanto todos os
autores desta segunda edição são clínicos atuantes, muitos são
também conhecidos por suas contribuições nacionais e internacionais. Todos conhecem bem a forma com que seus pares
abordam os pacientes em outras instituições e em outros
locais de atendimento. Estamos convencidos, com base na
nossa experiência na primeira edição, de que manter o texto
dentro da nossa instituição, em grande parte dentro do
Departamento de Clínica Médica, nos permitiu manter nosso
foco e cumprir nosso objetivo de fornecer um texto útil para
o clínico.
xxiv
Prefácio
Acreditamos que as mudanças que fizemos na segunda
edição melhoraram de forma substancial o livro Netter Medicina Interna, o que garantirá sua atualidade como uma fonte
extremamente útil para todos os médicos, tanto os generalistas
quanto os subespecialistas, que necessitam manter-se atualizados em clínica médica – em qualquer faixa etária, de estagiários a profissionais experientes. A resposta de se obtivemos
sucesso, obviamente permanecerá nas mãos dos leitores. Fundamentados na nossa experiência com a revisão da primeira
edição, os comentários, as sugestões e as críticas dos leitores
são bem-vindos, o que nos ajudará a melhorar futuras edições
deste trabalho.
Marschall S. Runge, MD, PhD
Chairman, Department of Medicine
The University of North Carolina
School of Medicine, Chapel Hill
M. Andrew Greaganti, MD
Vice Chairman, Department of Medicine
The University of North Carolina
School of Medicine, Chapel Hill
Os algoritmos receberam codificados por cores para consulta rápida.
Abordagem do Diagnóstico Diferencial de Hipogonadismo Primário e Secundário
Oligospermia
TLow
baixa
T
LH
Low
e FSH
or normal
baixosLH
ouand
normais
FSH
Laranja = exame
Serum prolactin
Prolactina
no soro
Pituitary
function
Exames
de função
da tests
hipófise
of pituitary
MRI da
hipófise
Pituitary
or
Tumor
hipofisário
hyothalamic
tumor
ou hipotalâmico
No mass
lesions
seen
Não se observa
lesão
de massa
Azul = todos os outros
HCGde
Teste
stimulationGnRH
test
estimulação
Prolactinoma
Other tumor
Outro
LH
Resposta
and FSH
LH
response
e FSH
Dopaminergic
drugs
Drogas
dopaminérgicas
Surgery
Cirurgia
GnRh deficiency
Deficiência
GnRH
GnRh therapy
Terapia
GnRH
No response
Sem
resposta
Pituitary
Deficiência
deficiency
da
hipófise
Gonadotropin
Terapia com
therapy
gonadotropina
Verde = opções de tratamento
Frank H. Netter, M.D.
Frank H. Netter nasceu em 1906, na Cidade de Nova Iorque.
Estudou arte na Art Student’s League e na National Academy
of Design antes de entrar na faculdade de Medicina na New
York University, onde se tornou médico em 1931. Durante
seus anos de estudante, os esboços nos cadernos do Dr. Netter
atraíram a atenção dos docentes da faculdade e de outros
médicos, permitindo-lhe aumentar seus rendimentos ilustrando artigos e livros. Ele continuou a ilustrar, como ocupação secundária, após estabelecer sua clínica cirúrgica em 1933,
mas optou, por fim, por abandonar sua clínica para se dedicar
em tempo integral à arte. Depois de servir o Exército dos
Estados Unidos durante a II Guerra Mundial, o Dr. Netter
começou sua longa colaboração com a CIBA Pharmaceutical
Company (atualmente Novartis Pharmaceuticals). Essa parceria, durante 45 anos, resultou na produção da extraordinária
coleção de arte médica tão conhecida pelos médicos e demais
profissionais de saúde em todo o mundo.
A Icon Learning Systems adquiriu a Netter Collection em
julho de 2000 e continua a atualizar as pinturas originais do
Dr. Netter e a acrescentar novas pinturas encomendadas, executadas por artistas treinados no estilo do Dr. Netter.
Os trabalhos do Dr. Netter estão entre os melhores exemplos do uso da ilustração no ensino de conceitos médicos. A
Netter Collection of Medical Illustrations, em 13 volumes, que
inclui a maior parte das mais de 20.000 pinturas criadas pelo
Dr. Netter, tornou-se e permanece uma das mais famosas
obras médicas já publicadas. The Netter Atlas of Human
Anatomy, publicado, pela primeira vez em 1989, apresenta as
pinturas anatômicas da Netter Collection. Agora traduzido
em 11 línguas, ele é o atlas de anatomia preferencial entre
estudantes médicos e das profissões da saúde em todo
mundo.
As ilustrações de Netter são apreciadas não somente pelas
suas qualidades estéticas, mas, mais importante, por seu
conteúdo intelectual. Como escreveu o Dr. Netter em 1949,
“... o esclarecimento de um objeto é o objetivo e a meta da
ilustração. Não importando quão belamente pintado, quão
delicada e sutilmente representado possa ser um objeto, ele
será de pequeno valor como ilustração médica se não servir
para esclarecer algum ponto médico”. O planejamento, a
concepção, o ponto de vista e a abordagem do Dr. Netter são
o que suas pinturas comunicam, e o que as torna intelectualmente tão valiosas.
Frank H. Netter, M.D., médico e artista, morreu em
1991.
Sumário
SEÇÃO I
14
Mark C. Weissler
Desafios Clínicos Comuns
1
A Prática Médica no Ambiente Moderno:
Melhorando os Resultados e a Segurança
do Paciente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Brian P. Goldstein
Celeste M. Mayer
2
• Lawrence K. Mandelkehr •
4
Paul C. Bryson
16
Massas Cervicais em Adultos . . . . . . . . . . 88
• Charles S. Ebert Jr.
SEÇÃO III
Distúrbios do Sistema Respiratório
John S. Kizer
17
• Marschall S. Runge
18
• William S. Blau
Intoxicação e Abuso de Drogas . . . . . . . . . 41
Pneumonia Adquirida na Comunidade . . 103
David J. Weber • Amanda Peppercorn
William A. Rutala
Avaliação e Tratamento da Dor Crônica . . 29
Síndrome da Fadiga Crônica . . . . . . . . . . . 36
Tosse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Robert M. Aris
Obesidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
19
•
Derrame Pleural e Pneumotórax . . . . . . . 113
M. Patricia Rivera
M. Andrew Greganti
7
• Robert A. Buckmire
Investigação Diagnóstica: O Exemplo do
Tromboembolismo (EP/TVP). . . . . . . . . . . . 13
Pamela G. Vick
6
Disfunção das Pregas Vocais/Respiração
Paradoxal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Mark C. Weissler
M. Andrew Greganti
5
15
• Charles S. Ebert Jr.
Panorama da Medicina Preventiva . . . . . . . 6
Russell P. Harris
3
Rouquidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
20
Asma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
David C. Henke
Robert J. Vissers
21
Bronquite: Aguda e Crônica . . . . . . . . . . 131
Ashley G. Henderson
SEÇÃO II
Distúrbios do Trato Respiratório
Superior e Orofaringe
8
10
12
Lesões Orais Comuns . . . . . . . . . . . . . . . . 61
• William W. Shockley
Otite Externa Aguda . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Otite Média Aguda . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
James E. Kurz
Doença Pulmonar Ambiental . . . . . . . . . . 153
Andrew J. Ghio
• Philip A. Bromberg
SEÇÃO IV
Distúrbios do Sistema
Cardiovascular
25
Hipertensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Romulo E. Colindres
James E. Kurz
13
• Stephen L. Tilley
• Brent A. Senior
Rinite: Alérgica e Idiopática . . . . . . . . . . . 56
Rose J. Eapen
Doença Pulmonar Restritiva . . . . . . . . . . 143
Craig N. Rosebrock
24
David C. Henke
11
23
Rinossinusite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Daniel S. Reuland
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica . . . 134
James F. Donohue
Faringite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Daniel S. Reuland
9
22
26
• Alan L. Hinderliter
Hipertensão Secundária a Doenças
Renovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
Romulo E. Colindres
• Steven H. Grossman
xxviii
27
Colaboradores
Hipertensão Secundária a Doenças da
Glândula Suprarrenal . . . . . . . . . . . . . . . 180
Romulo E. Colindres
28
• Steven H. Grossman
30
• E. Magnus Ohman
47
32
48
33
• Park W. Willis IV
Miocardiopatias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
Patricia P. Chang
34
• Carla Sueta Dupree
Insuficiência Cardíaca . . . . . . . . . . . . . . . 246
Carla Sueta Dupree
35
Hipercolesterolemia: Avaliação e
Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256
• Sidney C. Smith Jr.
Ross J. Simpson Jr.
36
37
Fibrilação Atrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
Richard G. Sheahan
38
49
• Marschall S. Runge
Síncope . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
William E. Sanders Jr.
• Lukas Jantac
Doença de Paget dos Ossos. . . . . . . . . . . 363
Sue A. Brown
SEÇÃO VI
Doenças do Trato Gastrointestinal
50
Doença do Refluxo Gastroesofágico. . . . . 371
Nicholas J. Shaheen
51
52
• Ryan D. Madanick
Úlcera Péptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 377
Douglas R. Morgan
Arritmias Cardíacas . . . . . . . . . . . . . . . . 264
Richard G. Sheahan
Osteoporose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
David A. Ontjes
Cardiopatias Congênitas e
Valvopatias Cardíacas. . . . . . . . . . . . . . . 226
Lee R. Goldberg
Hipogonadismo no Homem . . . . . . . . . . . 348
David A. Ontjes
Doença Arterial Periférica . . . . . . . . . . . . 217
•
Hirsutismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343
Jean M. Dostou
Eletrocardiografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
George A. Stouffer • Leslie P. Wong
Marschall S. Runge
Doenças Hipofisárias. . . . . . . . . . . . . . . . 335
David R. Clemmons
46
Leonard S. Gettes
31
45
Infarto do Miocárdio . . . . . . . . . . . . . . . . 198
Tracy Y. Wang
Distúrbios do Córtex da Suprarrenal . . . 328
David A. Ontjes
Angina de Peito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
George A. Stouffer
29
44
• Nicholas J. Shaheen
Infecção por Helicobacter Pylori
e Doenças Associadas . . . . . . . . . . . . . . . 383
Douglas R. Morgan
53
Hemorragia Gastrointestinal . . . . . . . . . . 389
Lisa M. Gangarosa
54
Colelitíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
Mark J. Koruda
55
Pancreatite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 404
Ian S. Grimm
SEÇÃO V
56
Distúrbios Endocrinológicos e do
Metabolismo
39
Diabetes e Pré-diabetes: Diagnóstico
e Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297
Yolanda V. Scarlett
57
Prevenção e Tratamento das
Complicações do Diabetes . . . . . . . . . . . . 304
58
59
42
• Sue A. Brown
60
Hiperparatireoidismo . . . . . . . . . . . . . . . 323
Sue A. Brown
• Douglas A. Drossman
Doenças Inflamatórias do Trato
Gastrointestinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436
Kim L. Isaacs
Tirotoxicose. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
Elizabeth A. Fasy
43
Síndrome do Intestino Irritável . . . . . . . . 429
Yehuda Ringel
Hipotireoidismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310
Michael J. Thomas
Doenças Anorretais Comuns e
Doenças Colônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 419
Mark J. Koruda
John B. Buse
41
Constipação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 414
Yolanda V. Scarlett
John B. Buse
40
Diarreia: Aguda e Crônica . . . . . . . . . . . 409
61
Doenças Esofágicas: Disfagia . . . . . . . . . 446
Ryan D. Madanick
• Nicholas J. Shaheen
Colaboradores
62
Doenças do Fígado – Pefis Hepáticos
Anormais, Esteatose Hepática Não
Alcoólica e Lesão Hepática Induzida
por Drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Mark Russo
63
Hepatite Viral: Doença Aguda
e Crônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460
• Michael W. Fried
James M. Coghill
Doenças Oncológicas
78
79
Distúrbios da Coagulação e
Trombose
Estados de Hipercoagulabilidade . . . . . . . 485
81
Trombose Venosa Profunda e Embolia
Pulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Darren A. DeWalt
69
82
83
• Marschall S. Runge
•
Cânceres do Trato Gastrointestinal
Superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 598
• Bert H. O’Neil
Câncer de Pele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 608
Robert S. Tomsick
Coagulação Intravascular
Disseminada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499
84
• Nigel S. Key
Câncer da Cavidade Oral e da
Orofaringe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 614
Allen F. Marshall
Manejo da Anticoagulação . . . . . . . . . . . 505
85
Disrtúrbios Hemorrágicos . . . . . . . . . . . . 514
86
• William W. Shockley
Neoplasia Cervical . . . . . . . . . . . . . . . . . 621
John F. Boggess
• Victoria Lin Bae-Jump
Câncer Testicular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 629
W. Kimryn Rathmell
Lee R. Berkowitz
87
• Paul A. Godley
Câncer de Tireoide . . . . . . . . . . . . . . . . . 638
Thomas E. Stinchcombe
SEÇÃO VIII
88
Distúrbios Hematológicos
71
Câncer de Próstata . . . . . . . . . . . . . . . . . 591
Mark Taylor
Stephan Moll
70
Câncer de Mama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 584
William Y. Kim • Paul A. Godley
Young E. Whang
Stephan Moll
Stephan Moll
•
Lisa A. Carey
SEÇÃO VII
68
Câncer Colorretal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 575
Robert S. Wehbie • Bert H. O’Neil
Richard M. Goldberg
Doença Celíaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475
80
67
Câncer de Pulmão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 567
Mark A. Socinski
William D. Heizer
66
• Thomas C. Shea
SEÇÃO IX
Cirrose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 468
Roshan Shrestha
65
Transplante de Células-tronco
Hematopoéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 558
• Steven Zacks
A. Sidney Barritt
64
77
xxix
Anemias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523
Cuidados Paliativos do Paciente
com Câncer Avançado. . . . . . . . . . . . . . . 645
Stephen A. Bernard
• Thomas E. Stinchcombe
Lee R. Berkowitz
72
Estados de Falência da Medula Óssea . . . 528
Anne W. Beaven • Maria Q. Baggstrom
Thomas C. Shea
73
•
Terapia com Componente Sanguíneo. . . . 536
SEÇÃO X
Doenças Infecciosas
89
Mark E. Brecher
74
William C. Miller
Linfomas Malignos . . . . . . . . . . . . . . . . . 540
Peter M. Voorhees
75
76
• Robert Z. Orlowski
Leucemias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 547
Hanna K. Sanoff
Febre de Origem Indeterminada . . . . . . . 651
• Beverly S. Mitchell
Mieloma Múltiplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 552
Robert Z. Orlowski
• Don A. Gabriel
90
Septicemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 658
Joseph J. Eron
91
• Cynthia Gay
• Cynthia Gay
Infecções Estafilocócicas . . . . . . . . . . . . . 665
Mary C. Bowman • David A. Wohl
Andrew H. Kaplan
•
xxx
Colaboradores
92 Celulite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 673
David J. Weber • Amanda Peppercorn
William A. Rutala
•
93 Endocardite Infecciosa . . . . . . . . . . . . . . 678
Kristine B. Patterson
• Cam Patterson
94 Meningite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 686
110 Gonorreia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 798
P. Frederick Sparling
111 Doença Inflamatória Pélvica . . . . . . . . . . 803
Peter A. Leone
112 Verrugas Genitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 807
Peter A. Leone
Shannon Galvin
95 Artrite Séptica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 693
113 Sífilis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 812
P. Frederick Sparling
Shannon Galvin
96 Osteomielite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697
Jaspaul S. Jawanda
97 Infecções em Cateter Intravascular . . . . . 704
David J. Weber • Vickie Brown •
Emily E. Sickbert-Bennett • William A. Rutala
98 Influenza (Gripe) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 712
Adaora A. Adimora
• David J. Weber
99 Mononucleose Infecciosa . . . . . . . . . . . . . 717
Bruce F. Israel
Peter A. Leone
114 Contracepção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 821
M. Cristina Muñoz
115 Problemas Comuns na Gestação . . . . . . . 826
M. Cristina Muñoz
Thomas S. Ivester
117 Distúrbios Menstruais . . . . . . . . . . . . . . . 839
101 Infecções por Varicela-zóster . . . . . . . . . 727
Adaora A. Adimora
• David J. Weber
102 Encefalite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 731
• Joseph J. Eron
David J. Weber • Peter A. Leone
William A. Rutala
•
104 Infecções Fúngicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 750
Amanda Peppercorn
M. Cristina Muñoz
118 Endometriose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 846
AnnaMarie Connolly
119 Menopausa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 850
103 Tuberculose Pulmonar . . . . . . . . . . . . . . . 740
AnnaMarie Connolly
120 Disfunção Erétil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 855
Culley C. Carson III
• Jonathan S. Serody
105 Infecções Parasitárias . . . . . . . . . . . . . . . 761
Mina C. Hosseinipour
• Douglas R. Morgan
106 Malária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 771
William C. Miller
Distúrbios do Sistema
Reprodutivo
116 Diabetes na Gestação . . . . . . . . . . . . . . . 832
100 Infecções por Herpes Simples . . . . . . . . . 722
Cynthia Gay
SEÇÃO XII
• Jonathan J. Juliano
107 Doenças Infecciosas em Viajantes . . . . . . 778
David J. Weber • David A. Wohl
William A. Rutala
•
SEÇÃO XIII
Distúrbios Neurológicos
121 Transtornos da Consciência . . . . . . . . . . 863
David Y. Huang
122 Radiculopatias: Cervicais, Lombares,
Estenose Espinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 870
Caroline M. Klein
123 Neuropatia Periférica . . . . . . . . . . . . . . . 879
SEÇÃO XI
James F. Howard Jr.
Doenças Sexualmente Transmitidas
108 Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 787
David P. Fitzgerald • Todd Correll
Charles M. van der Horst
•
109 Uretrite Não Gonocócica . . . . . . . . . . . . . 794
Peter A. Leone
• Caroline M. Klein
124 Migrânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 889
Kevin A. Kahn
• Alan G. Finkel
125 Acidente Vascular Cerebral e Ataques
Isquêmicos Transitórios . . . . . . . . . . . . . . 899
David Y. Huang
• Albert R. Hinn
Colaboradores
126 Vertigem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 906
Marc K. Bassim • Benjamin J. Copeland •
W. Derek Leight • Harold C. Pillsbury III
127 Transtornos do Sono . . . . . . . . . . . . . . . . 914
Bradley V. Vaughn
• Maha Alattar
SEÇÃO XV
Desordens do Sistema Imune,
Tecido Conjuntivo e Articulações
143 Osteoartrite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1025
128 Epilepsia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 920
Bradley V. Vaughn
xxxi
• Robert S. Greenwood
129 Tremor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 928
Joanne M. Jordan
• Sanjay Chaudhary
144 Lombalgia em Adultos . . . . . . . . . . . . . 1034
Timothy S. Carey
145 Fibromialgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1042
Xuemei Huang
130 Doença de Parkinson . . . . . . . . . . . . . . . 933
Xuemei Huang • Peter Lars Jacobson
J. Douglas Mann
•
146 Gota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1049
Robert G. Berger
131 Paralisia de Bell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 939
Karen Kölln • Jeffrey LaCour
Harold C. Pillsbury III
•
•
133 Esclerose Múltipla . . . . . . . . . . . . . . . . . . 949
Silva Markovic-Plese
J. Douglas Mann
147 Doenças dos Cristais de Cálcio . . . . . . . 1055
Robert G. Berger
132 Neuralgia do Trigêmeo . . . . . . . . . . . . . . 945
Alim M. Ladha • Wesley Caswell Fowler
Elizabeth Bullitt
John B. Winfield
• Susan A, Gaylord •
134 Miastenia Gravis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 957
James F. Howard Jr.
148 Síndromes Autoinflamatórias . . . . . . . . 1061
Hal M. Hoffman • Jenny P. Ting
Dhavalkumar D. Patel
•
149 Vasculite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1068
Carla M. Nester
• Ronald J. Falk
150 Polimialgia Reumática e Arterite
de Células Gigantes . . . . . . . . . . . . . . . 1077
Toby Bates
• Mary Anne Dooley
151 Lúpus Eritematoso Sistêmico . . . . . . . . . 1082
Mary Katherine Farmer-Boatwright
Mary Anne Dooley
SEÇÃO XIV
•
Distúrbios Renais e do Trato
Urinário
152 Síndrome Antifosfolipídio . . . . . . . . . . . 1089
135 Infecção do Trato Urinário . . . . . . . . . . . 965
153 Artrite Reumatoide . . . . . . . . . . . . . . . . 1095
Philip J. Klemmer
• William D. Mattern
136 Desordens da Função Vesical . . . . . . . . . 972
Beth L. Jonas
• Robert A.S. Roubey
154 Esclerodermia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1101
Mary Anne Dooley
Ellen C. Wells
137 Hematúria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 978
Scott L. Sanoff
Robert A.S. Roubey
• Patrick H. Nachman
138 Doença Calculosa Urinária
(Nefrolitíase) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 984
Cynthia J. Denu-Ciocca
Gerald A. Hladik
140 Insuficiência Renal Aguda . . . . . . . . . . . 1000
William F. Finn
141 Glomerulonefrites . . . . . . . . . . . . . . . . . 1007
• Ronald J. Falk
142 Síndrome Nefrótica . . . . . . . . . . . . . . . . 1015
Patrick H. Nachman
Beth L. Jonas
• Robert A.S. Roubey
156 Polimiosite e Dermatomiosite . . . . . . . . 1115
Toby Bates
• Teresa K. Tarrant
• Romulo E. Colindres
139 Insuficiência Renal Crônica . . . . . . . . . . . 991
Patrick H. Nachman
155 Espondiloartropatias . . . . . . . . . . . . . . . 1108
SEÇÃO XVI
Doenças Oculares
157 Miopia e Distúrbios Refrativos
Comuns. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1123
Thomas S. Devetski
158 Problemas do Segmento Anterior e
do Olho Vermelho Comuns para
Especialistas em Atendimento
Primário: Diagnóstico e Conduta . . . . . 1128
W. Craig Fowler
• Amy M. Fowler
xxxii
Colaboradores
159 Avaliação e Conduta na Catarata . . . . 1142
W. Craig Fowler
160 Glaucoma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1152
Sandra M. Johnson
161 Retinopatia Diabética . . . . . . . . . . . . . . 1158
Travis A. Meredith
• Pinchas Rosenberg
172 Eczema e Outras Dermatoses
Comuns. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1227
Kelly C. Nelson • Dean S. Morrell
David S. Rubenstein
•
173 Dermatite de Contato Alérgica . . . . . . . 1233
Emily J. Schwarz
• Susan Riggs Runge
174 Psoríase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1238
Heidi T. Jacobe • Daniel J. Parsons
David S. Rubenstein
SEÇÃO XVII
175 Doença Bolhosa da Pele . . . . . . . . . . . . 1243
Transtornos Psiquiátricos
David S. Rubenstein
162 Transtornos de Personalidade . . . . . . . . 1169
Burton R. Hutto
• Lea C. Watson •
• Luis A. Diaz
176 Alopecia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1249
Diem N. Wu
163 Ansiedade e Pânico . . . . . . . . . . . . . . . . 1175
Matthew N. Goldenberg
B. Anthony Lindsey
•
• David S. Rubenstein
177 Escabiose e Pediculose . . . . . . . . . . . . . 1257
Susan Riggs Runge
• Craig Burkhart
164 Depressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1181
John J. Haggerty Jr.
• Micah J. Sickel
SEÇÃO XIX
165 Luto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1187
Burton R. Hutto
166 Transtorno de Estresse
Pós-traumático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1190
Catherine A. Forneris
178 Farmacoterapia Geriátrica:
Prescrevendo Apropiadamente para
Pacientes Idosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1265
Debra L. Bynum
167 Transtorno Obsessivo-compulsivo . . . . . 1195
Linda M. Nicholas
179 Quedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1268
Nurum F. Erdem
168 Esquizofrenia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1200
John H. Gilmore
180 Hipertensão nos Idosos . . . . . . . . . . . . . 1275
Debra L. Bynum
169 Problemas Emocionais e
Comportamentais em Adolescentes
e Adultos Jovens . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1205
Carol A. Ford
Medicina Geriátrica
• Linmarie Sikich
• M. Janette Busby-Whitehead
181 Delirium . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1279
Michael A. Hill
182 Demência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1284
Michael A. Hill
170 Dependência e Abuso de Álcool
e Drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1209
James C. Garbutt • Robert E. Gwyther
John M. Thorpe Jr.
•
SEÇÃO XVIII
Distúrbios da Pele
171 Urticária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1221
Nancy E. Thomas
183 Diretivas Avançadas . . . . . . . . . . . . . . . 1295
Gary S. Winzelberg
Índice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1301
Brian P. Goldstein • Lawrence K. Mandelkehr • Celeste M. Mayer
1
A Prática Médica no Ambiente
Moderno: Melhorando os Resultados
e a Segurança do Paciente
Introdução
Nesta primeira década do século XXI, a medicina nos Estados Unidos permanece como uma profissão qualificada. Os pacientes e a população em geral continuam a ter os médicos relativamente em alta consideração.
Os médicos orquestram uma série sempre crescente de ferramentas diagnósticas e terapêuticas mais específicas e, portanto, mais bem-sucedidas, e muitos exames e procedimentos são hoje menos invasivos que os
disponíveis no passado. Em geral, o cuidado disponível aos indivíduos nunca foi tão potencialmente poderoso
ou mais eficaz.
Ao mesmo tempo, ultimamente os norte-americanos estão
cada vez mais conscientes das imperfeições dos profissionais
de saúde e especialmente atentos aos atalhos do sistema que
precisam percorrer para obter cuidados médicos. A população
sabe hoje que o sistema de saúde muitas vezes fica aquém de
seu potencial; que os cuidados médicos às vezes causam prejuízos evitáveis; e que o sistema inclui grandes variações em
termos de prática e custos sem diferenças aparentes em termos
de benefícios aos pacientes. Os profissionais de saúde, bem
como as organizações nas quais eles clinicam, são cada vez mais
desafiados a demonstrar que suas respectivas práticas atendem
aos padrões disponíveis e evitam danos em potencial.
Como bem sabem os médicos, nossa capacidade de coletar
e validar dados relevantes permanece limitada e de comparar,
adequadamente, os diferentes tipos de comportamentos na
prática, e diferentes tipos de pacientes permanecem limitados.
E tão importante quanto isso são os modelos de reembolso
que são fundamentalmente mal-alinhados em relação aos
objetivos de otimizar o desempenho e a segurança do paciente.
As pressões públicas e privadas por mudanças na prática são,
até o momento, modestas, e os médicos enfrentarão essas
demandas enquanto continuarem a lidar com outras que, às
vezes, parecerão mais iminentes — tais como regras de faturamento, falta de pessoal e queda da receita. A despeito dessas
pressões adicionais, o exame minucioso da prática médica pelo
governo, pelas fontes pagadoras e por seus clientes (empregadores) e pela população chegou para ficar.
Antes de meados da década de 1990, pagadores, fazedores
de políticas e profissionais davam pouca atenção às falhas do
sistema de saúde. Só como garantia, o sistema civil dos Estados
Unidos permitiu durante muito tempo a compensação para
vítimas individuais de negligência. Para que um queixoso
pudesse ser ressarcido, era preciso que um réu fosse julgado
como culpado por não atender a um padrão de cuidados e,
portanto, acusado de, “mais provavelmente que não”, causar
danos. A medicina sobrevive a crises periódicas de aumento
das apólices de seguro, e poucos estados realizaram reformas,
mas a má prática do sistema nos Estados Unidos permanece
fundamentalmente inalterada em sua estrutura e pouco contribui, se contribui de fato, para a real evolução do exame
minucioso da prática clínica.
A atenção à qualidade e à segurança do atendimento médico
resulta de diversas outras tendências. Entre as décadas de 1960
e 1980, o que chamamos hoje de pesquisadores de serviços
médicos foram gradualmente padronizando métodos para
avaliar a estrutura dos modelos de prestação de serviços
médicos do sistema de saúde, os processos de prestação de
serviços e os resultados clínicos. Avanços na tecnologia de
informação foram pouco a pouco trazendo o poder da informática e aplicando-o a esses métodos de avaliação do atendimento, dos processos e dos resultados. O apoio federal à
avaliação da prática médica foi intensificado pela criação em
1990 da Agency for Health Care Policy and Research (atualmente Agency for Health Research and Quality). Enquanto
3
2
7
Panorama da Medicina Preventiva
Tabela 2-1 Serviços Preventivos Prioritários para Adultos
Problema Prioritário de Saúde
População Prioritária
Serviço Efetivo/Comentários
Doença evitável por imunização
Todas as idades
Problemas relacionados ao
tabagismo (p. ex., DCV, câncer
de pulmão, enfisema)
Doença cardiovascular
Todas as idades
Diversas imunizações; vide http://www.cdc.gov/nip/
recs/adult-schedule.htm
Triagem e aconselhamento apropriados para tabagistas,
mais aconselhamento preventivo de adolescentes
Doença cardiovascular
Ruptura de aneurisma da aorta
abdominal
Câncer colorretal
Triagem de tabagismo e
pressão arterial em todas as
idades; ênfase no
lipidograma em homens
acima de 45 anos; mulheres
acima de 55 anos; foco na
triagem de diabetes em
pessoas com hipertensão ou
dislipidemia
Ênfase em homens de 45-75
anos e mulheres de 55-75
anos
Tabagismo atual ou prévio em
homens de 65-75 anos de
idade
Homens e mulheres de 50-75
anos, se sadios
Câncer de mama
Mulheres de 50-75 anos;
mulheres de 40-50 anos que
consideraram os prós e
contras da triagem
Câncer cervical
Mulheres sexualmente ativas
com menos de 65 anos e
cérvix intacta
Depressão
Todos os adultos
Quedas e fraturas
Homens e mulheres acima de
65 anos
Acidentes automobilísticos
Todos os adultos
Obesidade
Todos os adultos
Triagem e tratamento apropriado dos fatores de risco
para as DCV: dislipidemia, tabagismo, pressão arterial,
diabetes
Observe que a agressividade do tratamento depende do
nível do risco global de DCV
Não há necessidade de fazer triagem de diabetes em
pessoas que não têm dislipidemia ou hipertensão
Aspirina em dose baixa para pessoas com mais de 10%
de risco em 10 anos
Ultrassom abdominal, exame único, exceto se anormal
Não há necessidade de fazer triagem em não fumantes
e mulheres
Triagem com uma de quatro condutas: exame domiciliar
para pesquisa de sangue oculto nas fezes (FOBT)
anualmente; sigmoidoscopia a cada 5 anos; FOBT
mais sigmoidoscopia; colonoscopia a cada 10 anos
Mamografia e exame clínico da mama por um
profissional de saúde a cada 1-2 anos (observação:
mulheres acima de 50 anos com uma mamografia
negativa e sem anormalidades nos últimos 2 anos
podem fazer a triagem a cada 2 anos)
Papanicolaou se deteriora após 3 anos, a menos que
seja um exame que deu positivo recentemente
Não há necessidade de fazer triagem em mulheres sem
cérvix, mulheres não sexualmente ativas, mulheres
com mais de 65 anos se houver uma triagem anterior
negativa
Teste de triagem com duas perguntas: (1) “Nas últimas
2 semanas, você se sentiu desanimado, deprimido ou
triste?” (2) “Nas últimas 2 semanas, você sentiu pouco
interesse ou prazer em fazer as coisas?”
Entrevista diagnóstica e tratamento/acompanhamento
apropriados caso a triagem seja positiva
Avaliação da ingesta adequada de vitamina D e
aconselhamento se os níveis forem muito baixos
Avaliação sobre quedas anteriores e avaliação de fatores
de risco de quedas, se positivos
Minimizar o uso de fármacos psicoativos
Triagem em pessoas acima de 65 anos para osteoporose
e tratar apropriadamente pessoas na faixa
osteoporótica
Não há necessidade de fazer triagem em pessoas com
menos de 65 anos a menos que haja fatores de risco
importantes
Triagem do mau uso de álcool e aconselhamento, se
detectado
Aconselhar o uso do cinto de segurança de cinco pontas
Triagem de obesidade pelo cálculo do IMC e nível de
atividade física
Discutir o diagnóstico de obesidade e baixa atividade
física com o paciente e considerar abordagens de
mudança, incluindo encaminhamento a programas
comunitários intensivos
Continua
206
SEÇÃO IV
䊏
Transtornos do Sistema Cardiovascular
Figura 30-1 Derivações Eletrocardiográficas e Linhas de Referência.
Derivações dos membros
Derivação I
Derivação II
Derivação III
Derivações dos membros aumentadas
Derivação aVR
Derivação aVL
Derivação aVF
Derivações precordiais
V6
V5
V1
V2
V3
V4
Quando a corrente flui em direção às pontas de seta vermelhas, há uma deflexão ascendente no ECG
Quando a corrente flui em direção oposta às pontas de seta vermelhas, há uma deflexão descendente no ECG
Quando a corrente flui perpendicularmente às setas vermelhas, não há nenhuma deflexão ou há uma deflexão bifásica
ventrículos. A onda U, que ocorre depois da onda T, é considerada como sendo um evento elétrico associado à contração.
A despolarização do nó sinoatrial se dá antes do início da
onda P, mas os gradientes de voltagem criados são pequenos
demais para serem registrados na superfície corporal por
máquinas eletrocardiográficas em uso clínico. Portanto, o
evento é eletrocardiograficamente silencioso. Assim, também, a atividade elétrica da junção atrioventricular (AV) e do
sistema de His-Purkinje, que ocorre durante o intervalo PR,
é eletrocardiograficamente silenciosa. A Figura 30-3 é um
exemplo do ECG normal.
Onda P
A onda P é causada pelos gradientes de voltagem criados
quando as células atriais se despolarizam sequencialmente. A
forma e a duração da onda P são determinadas pela sequência
da despolarização atrial e pelo tempo necessário para despo-
32
ESTENOSE AÓRTICA
Etiologia e Patogênese
A estenose aórtica congênita envolve mais comumente um defeito na valva aórtica. Valvas aórticas congenitamente bicúspides, presentes em 1% a 2% da população geral, apresentam
alterações degenerativas aceleradas. Em indivíduos de idade
mais avançada as calcificações relacionadas à idade e à doença
reumática ocasionam a estenose de valvas normais, providas
de três folhetos.
As lesões congênitas não valvares dos pacientes podem se
manifestar por sintomas e achados de exame indistinguíveis
daqueles da estenose da valva aórtica. As etiologias incluem
a presença de uma estenose membranosa subaórtica discreta
ou de uma estenose supravalvar aórtica. A miocardiopatia hipertrófica, que é coberta em outro local (Cap. 33), também
pode se manifestar inicialmente por sintomas e achados de
exame semelhantes àqueles em pacientes com estenose valvar
aórtica.
A estenose aórtica por qualquer causa acarreta uma obstrução fixa da vazão e sobrecarga de pressão ventricular esquerda.
A hipertrofia compensatória ventricular esquerda aumenta a
demanda miocárdica de oxigênio, e pode ocorrer isquemia
mesmo na ausência de doença arterial coronária. Embora o
desempenho contrátil seja preservado, a hipertrofia causa um
relaxamento miocárdico anormal, diminuição da complacência das câmaras e disfunção diastólica ventricular esquerda.
Por esta razão, a contração atrial pode ser de importância crítica
para o enchimento diastólico e para a manutenção do débito
cardíaco (Fig. 32-1).
Quadro Clínico
A estenose aórtica ocasiona um sopro mesossistólico, mais
audível no segundo espaço intercostal direito e transmitido
para o pescoço. Os sinais de uma estenose aórtica moderada
ou grave incluem um pulso arterial diminuído ou com elevação lenta, um frêmito sistólico no segundo espaço intercostal direito ou na incisura supraesternal e um impulso
apical prolongado. Um som de ejeção aórtico está presente
em muitos pacientes portadores de valvopatias congênitas.
A segunda bulha cardíaca geralmente se mostra normal,
mas um desdobramento reverso pode ocorrer a uma obstrução grave.
São sintomas importantes de estenose aórtica moderada ou
grave, a angina de peito, a síncope e a insuficiência cardíaca.
O prognóstico é pior quando pacientes com estenose aórtica
apresentam inicialmente uma insuficiência cardíaca esquerda.
O início de uma fibrilação atrial pode causar deterioração
hemodinâmica abrupta e precipitar sintomas num indivíduo
até então assintomático.
Diagnóstico Diferencial
Os sopros mesossistólicos podem ser inocentes, especialmente
na infância e na adolescência e em estados de fluxo elevado
(gravidez, anemia, hipertireoidismo). As causas patológicas
incluem qualquer tipo de obstrução na via de saída e dilatação
䊏
Cardiopatias Congênitas e Valvopatias Cardíacas
227
da raiz aórtica ou da artéria pulmonar principal. A miocardiopatia hipertrófica acarreta uma obstrução dinâmica da via de
saída ventricular esquerda. Nesses pacientes o pulso carotídeo
é rápido e de contorno bisfereno, e o sopro sistólico médio é
caracteristicamente mais alto na borda esternal esquerda. Distinguir os sopros sistólicos normais e anormais exige uma
atenção cuidadosa ao exame físico e com frequência a confirmação pela ecocardiografia.
Abordagem Diagnóstica
Embora um exame físico cuidadoso e a eletrocardiografia possam detectar a hipertrofia ventricular esquerda na obstrução
moderada ou grave, a quantificação precisa da estenose aórtica
torna necessária a ecocardiografia para a avaliação anatômica
e a análise da espessura da parede, do tamanho da câmara e
do desempenho contrátil do ventrículo esquerdo. Estudos
Doppler simultâneos devem ser realizados para a medida da
velocidade de fluxo na via de saída ventricular esquerda, do
gradiente de pressão transvalvar médio e da área da valva. A
avaliação invasiva no laboratório de cateterismo cardíaco pode
ser recomendada, quando os testes não invasivos se mostram
inconclusivos ou há uma discrepância entre os achados clínicos e ecocardiográficos.
Conduta e Terapêutica
Tratamento Ideal
Em pacientes assintomáticos a estenose aórtica leve é uma
indicação de avaliação anual, instrução ao paciente e, na ausência de alterações no estado clínico ou no exame físico,
repetição da ecocardiografia a cada 3 a 5 anos. Os pacientes
com estenose aórtica moderada necessitam de exames clínicos
anuais e devem se submeter a estudos não invasivos a cada um
a dois anos. Aqueles com uma estenose aórtica grave devem
ser avaliados a cada seis meses para se determinar se o paciente
deve se submeter à substituição da valva. A ecocardiografia
deve ser realizada mais frequentemente quando os sinais ou
os sintomas se modificarem.
Embora os pacientes com estenose aórtica tenham com
frequência perfis de fatores de risco e anormalidades do tecido valvar em comum com a aterosclerose, o tratamento
clínico não foi demonstrado como impedindo ou retardando
a evolução da estenose aórtica. Ainda assim, a modificação
dos fatores de risco é importante para a prevenção de uma
doença arterial coronária concomitante. A atividade física
não precisa ser limitada em pacientes assintomáticos apresentando uma estenose aórtica leve. Aqueles com estenose
aórtica moderada ou grave devem evitar esportes competitivos que envolvam elevadas demandas musculares dinâmicas
e estáticas.
A substituição da valva é indicada em pacientes com uma
estenose aórtica grave sintomática. Os pacientes de idade mais
avançada, ou todo e qualquer paciente com um risco significativo de aterosclerose coronária, devem ser avaliados por
angiografia coronária antes de se submeter a uma cirurgia para
substituição da valva aórtica. A disfunção contrátil ventricular
esquerda não é uma contraindicação à cirurgia em pacientes
37
Richard G. Sheahan • Marschall S. Runge
Fibrilação Atrial
Introdução
A fibrilação atrial, a arritmia mais comum em adultos e em pessoas idosas, ocorre em resposta a muitas
condições. O pulso irregular encontrado ao acometimento da valva mitral, descrito como delirium cordis, foi
em certa época a manifestação mais comum da fibrilação atrial. Com a diminuição da prevalência da febre
reumática, outras causas de fibrilação atrial atualmente superam em muito o acometimento da valva mitral.
Além disso, reconheceu-se que os pacientes que apresentam fibrilação atrial têm morbidade e mortalidade
substancialmente aumentadas.
A prevalência da fibrilação atrial está aumentando em todo o mundo, especialmente devido ao envelhecimento da população. A fibrilação atrial é rara em lactentes e crianças e se torna progressivamente mais comum
com a idade. Entre os adultos com idade inferior a 55 anos, menos de 0,1% têm fibrilação atrial, enquanto 4%
dos indivíduos com mais de 60 anos e cerca de 10% daqueles com mais de 80 anos têm fibrilação atrial.
Estima-se que mais de 2 milhões de adultos nos EUA têm fibrilação atrial; em meados do século XXI esse número
pode ultrapassar os 5,5 milhões, com mais de 50% deles tendo idade acima de 80 anos. Os pacientes com
fibrilação atrial têm um risco de mortalidade 1,5 a 2,0 vezes maior em comparação com controles pareados
por idade e doença, e um risco acentuadamente aumentado de eventos embólicos e de insuficiência cardíaca
congestiva (ICC), de acordo com dados do Framingham Study.
Etiologia e Patogênese
Muitos fatores predispõem o coração à fibrilação atrial (Quadro 37-1; Fig. 37-1), incluindo anormalidades estruturais
(como valvopatias cardíacas), disfunção sistólica ou diastólica,
ICC, hipertensão, diabetes e infarto do miocárdio. Outras
condições associadas a uma prevalência aumentada de fibrilação atrial incluem ingestão aguda e crônica de álcool, hipertireoidismo ou hipotireoidismo e alterações no tônus vagal ou
simpático. Dos pacientes com fibrilação atrial, menos de 10%
são classificados como tendo fibrilação atrial isolada, ou seja,
sem nenhuma evidência clínica, eletrocardiográfica ou ecocardiográfica de doença estrutural cardíaca e nenhum dos fatores
predisponentes anteriormente citados.
Não há um mecanismo elétrico único que cause a fibrilação
atrial. Os primeiros investigadores propuseram múltiplas
ondas reentrantes (ou ondas pequenas) para indicar que essas
múltiplas pequenas ondas se iniciam no átrio, disseminando-se
e coalescendo para formar pequenos circuitos de atividade
elétrica reentrante. Os comprimentos de onda curtos e variáveis dessas atividades impedem a atividade elétrica atrial organizada e acarretam a fibrilação atrial. Verificou-se que a
geração rápida e repetitiva de impulsos pelos miócitos atriais
localizados próximo ao orifício das veias pulmonares estimula
a fibrilação atrial. Além disso, a fibrilação atrial gera fibrilação
atrial. Remodelagem anatômica, desorganização de circuitos
elétricos e danos celulares e fibrose ocorrem em consequência
da fibrilação atrial, diminuindo todos eles a probabilidade de
um retorno a um ritmo sinusal normal.
Foram identificados mais recentemente deflagradores, que
iniciam a fibrilação atrial, e rotores, que a mantêm. Plexos
ganglionares, uma complexa e extensa rede neuronal, foram
demonstrados no tecido atrial. A atividade elétrica desses plexos pode ocasionar eletrogramas anormais (fracionados), que
são importantes em fibrilação atrial sustentada. A ablação
desses eletrogramas se associa frequentemente à cessação com
êxito da fibrilação atrial.
Quadro Clínico
O quadro clínico dos pacientes com fibrilação atrial varia.
Alguns pacientes permanecem assintomáticos. O diagnóstico
da fibrilação atrial pode ser feito num exame anual regular ou
como achado acidental durante a avaliação de um paciente que
esteja sendo visto para uma doença diferente (por vezes relacionada). Outros pacientes com fibrilação atrial notam sensações que refletem a irregularidade do ritmo, em muitos casos
275
37
䊏
Fibrilação Atrial
277
Figura 37-1 Fibrilação Atrial.
Impulsos anormais repetitivos (ondas pequenas)
Nó SA
Nó AV
ECG demonstrando padrão de fibrilação atrial fina
Não há um mecanismo único que
cause a fibrilação atrial. Múltiplas
pequenas ondas reentrantes podem
coalescer e formar pequenos circuitos
atriais. Impulsos repetitivos rápidos
gerados por miócitos localizados no
átrio esquerdo próximo aos orifícios
das veias pulmonares estimulam
a fibrilação atrial
ECG demonstrando padrão de fibrilação atrial grosseira
Causas e condições associadas
Infarto do
miocárdio
Hipertensão
Diabetes
ICC
X
Insulina
Estenose mitral
Opções de intervenção elétrica
Marca-passo de câmara dupla
(pode incluir desfibrilador implantável)
R
Cardioversão
Q
Hipertireoidismo
Hipotireoidismo
Uso agudo
ou crônico
de álcool
S
A cardioversão emergencial é considerada em duas circunstâncias: (1) quando
a ocorrência da fibrilação atrial causa instabilidade hemodinâmica num
paciente até então estável, manifesta por hipotensão, angina/infarto do
miocárdio ou o início rápido de uma ICC, ou (2) quando pacientes em estado
hemodinâmico marginal vêm subitamente a apresentar fibrilação atrial.
A cardioversão eletiva é indicada, exceto em circunstâncias graves.
Conduta e Terapêutica
O tratamento da fibrilação atrial depende dos sintomas e da
causa da fibrilação atrial (Figs. 37-2 a 37-4). Os sintomas relacionados à fibrilação atrial são toleráveis ou intoleráveis para
o paciente? A fibrilação atrial ocasionou um quadro hemodinâmico desfavorável que pode ter consequências por um período mais longo? Ocorreram eventos embólicos e qual é o
risco de tromboembolismo a longo prazo? A consideração das
questões importantes relacionadas a cada uma dessas áreas
pode ajudar a orientar as opções de tratamento.
Tratamento Ideal
Tratamento Agudo da Fibrilação Atrial
O tratamento inicial da fibrilação atrial depende da resposta
ventricular, da pressão arterial, das evidências de isquemia,
Um marca-passo de câmara dupla permanente deve ser
considerado naqueles que apresentam bradicardia e fibrilação
atrial paroxística (para ajudar a manter o ritmo sinusal) ou em
pacientes com fibrilação atrial persistente nos quais o uso de
drogas supressoras do nó AV (para impedir a resposta ventricular
rápida) acarreta uma significativa bradicardia em repouso
dispneia e choque cardiogênico. A Figura 37-2 apresenta um
esquema do tratamento. Depois de o paciente ter sido estabilizado, a avaliação e o tratamento subsequentes dependem da
idade, da frequência cardíaca, dos sintomas, de considerações
etiológicas, da hipertensão, da isquemia miocárdica, do diabetes mellitus, de doenças da tireoide, de acidentes vasculares cerebrais e de considerações pulmonares (Quadro 37-1 e
Figs. 37-2 a 37-4).
Tratamento não Agudo da Fibrilação Atrial
Quatro questões principais devem ser consideradas ao se determinar o tratamento da fibrilação atrial: conversão da fibrilação atrial ao ritmo sinusal normal, manutenção do ritmo
sinusal normal, controle da frequência em pacientes com
fibrilação atrial crônica e prevenção de complicações trombo-
46
o contraste melhora a eficácia. Em geral, o procedimento é
bem tolerado, apesar de poder ficar muito caro uma vez que
vários tratamentos geralmente são necessários para obtenção
de uma remoção completa e permanente dos pelos.
Tratamento Ideal
Geralmente é necessária uma combinação de agentes farmacológicos e medidas cosméticas para atingir um resultado
satisfatório.
Para PCOS associada à obesidade, o tratamento inicial preferido é obter uma perda de peso por meio de dieta e exercícios.
Caso não se obtenha sucesso, deve ser adicionado metformina,
além da adição de contraceptivos orais, espironolactona ou
creme de hidrocloreto de eflornitina, caso necessário. Na
PCOS, devem ser avaliados os níveis de glicose e lipídios, dada
a forte associação com esses distúrbios metabólicos.
Para IH, quando leve, é razoável uma tentativa com creme
de hidrocloreto de eflornitina, apesar da maioria dos casos
requerer um contraceptivo para supressão hormonal adequada, podendo ser necessária a adição de espironolactona
para um controle hormonal ideal.
Em ambas as situações, depois de um período de tratamento hormonal, podem ser sugeridas medidas mecânicas, e
elas são frequentemente mais eficazes quando usadas após
terapia hormonal, visando reduzir os níveis de andrógeno ou
redução da ação do andrógeno.
Evitando Erros de Tratamento
Os pacientes devem ser adequadamente aconselhados para
que suas expectativas sejam apropriadas. A resposta ao tratamento hormonal frequentemente requer seis meses, sendo
razoável aguardar esse período para avaliar a necessidade de
agentes adicionais. Além disso, muitas mulheres com essa
condição sentem-se frustradas achando que a condição é insolúvel, porque observaram efeitos mínimos com os tratamentos
mecânicos anteriormente empregados. O valor de controlar
as anormalidades hormonais subjacentes para realçar a eficácia
e permanência das medidas mecânicas deve ser apropriadamente enfatizado.
Novas Perspectivas
Existem muitos agentes disponíveis que exercem seus efeitos
sobre o hirsutismo por meio de diferentes mecanismos. São
necessários dados adicionais sobre as combinações de tratamentos mais eficazes e com custo mais compatível. O tratamento hormonal inicial, seguido de tratamentos mecânicos
cada vez melhores, deve continuar sendo fundamental para o
䊏
Hirsutismo
347
tratamento em um futuro próximo. Estão sendo feitos estudos para avaliar novas modalidades de tratamento, incluindo
análogos da somatostatina para PCOS. O reconhecimento e
o tratamento do hirsutismo diminuem a sobrecarga psicológica das pacientes e, para aquelas com PCOS, a sequela potencial em longo prazo da anovulação crônica.
Fontes Adicionais
Azziz R: The evaluation and management of hirsutism. Obstet Gynecol
101(5 Pt 1):995-1007, 2003.
Essa revisão clinicamente orientada foi feita por um especialista na área e
inclui uma vasta bibliografia.
Revised 2003 consensus on diagnostic criteria and long-term health risks
related to polycystic ovary syndrome (PCOS). Hum Reprod 19(1):41-47,
2004.
Esse documento resume evidências apoiando critérios diagnósticos atuais e
implicações de PCOS na saúde em longo prazo.
Rosenfield RL: Hirsutism. N Engl J Med 353(24):2578-2588, 2005.
O autor apresenta uma vinheta clínica com discussão da avaliação e das
recomendações de tratamento para a paciente hirsuta.
Wanner M: Laser hair removal. Dermatol Ther 18(3):209-216, 2005.
O autor discute a história, tipos de laser e as recomendações para seleção das
pacientes para essa modalidade de tratamento.
EVIDÊNCIA
1. Dunaif A, Scott D, Finegood D, et al: The insulin-sensitizing
agent troglitazone improves metabolic and reproductive abnormalities in the polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol
Metab 81(9):3299-3306, 1996.
São apresentadas evidências anteriores do efeito de tiazolidinedionas
sobre os parâmetros metabólicos e clínicos na PCOS.
2.Dunaif A, Segal KR, Futterweit W, Dobrjansky A: Profound
peripheral insulin resistance, independent of obesity, in polycystic
ovary syndrome. Diabetes 38(9):1165-1174, 1989.
São apresentadas evidências de que a síndrome do ovário policístico
ocorre tanto em mulheres magras como em obesas.
3. Moghetti P, Tosi F, Tosti A, et al: Comparison of spironolactone,
flutamide, and finasteride efficacy in the treatment of hirsutism: A
randomized, double blind, placebo-controlled trial. J Clin Endocrinol Metab 85(1):89-100, 2000.
É discutida a eficácia comparativa dos regimes acima no tratamento
do hirsutismo.
4. Nestler JE, Jakubowicz DJ, Evans WS, Pasquali R: Effects of
metformin on spontaneous and clomiphene-induced ovulation in
the polycystic ovary syndrome. N Engl J Med 338(26):1876-1880,
1998.
É fornecida evidência precoce sobre o efeito da metformina nos parâmetros clínicos e metabólicos na PCOS.
5. Serafini P, Lobo RA: Increased 5α-reductase activity in idiopathic
hirsutism. Fertil Steril 43:74-78, 1985.
É fornecida evidência precoce sobre o aumento da atividade da
5α-redutase no IH.
372
SEÇÃO VI
䊏
Doenças do Trato Gastrointestinal
Figura 50-1 Complicações do Refluxo Péptico (Esofagite e Estenose).
Esofagite péptica
Estenose péptica
Observação à endoscopia
Inflamação da
parede esofágica
Refluxo
ácido
Esofagite e
ulceração
A inflamação
crônica pode
causar estenose
e encurtamento
do esôfago
O refluxo esofágico pode causar
esofagite péptica, levando à cicatrização
e à formação de estenose
Estenose
A radiografia com contraste de
bário mostra estenose péptica
Recentemente, as manifestações extraesofágicas do refluxo
passaram a ser mais estudadas. A DRGE pode causar diversas
doenças, acometendo os pulmões, os ouvidos, o nariz e a garganta, incluindo a asma, a bronquite, a tosse crônica, a halitose, a rouquidão, a fibrose pulmonar, a pneumonia por
aspiração e a erosão do esmalte dentário.
Diagnóstico Diferencial
A apresentação da DRGE pode ser similar à de muitas outras
doenças. Os pacientes com doenças cardíacas podem descre-
ver a dor que sentem no tórax como “dor em queimação”.
Entre os indivíduos que se queixam de dor torácica, é essencial descartar a presença de doenças cardíacas, principalmente nos grupos de alto risco. A disfagia está associada ao
câncer ou às estenoses no esôfago. Os sintomas extraesofágicos da DRGE podem ser de reconhecimento especialmente difícil. A asma induzida pela DRGE frequentemente
deixa de ser diagnosticada e deve ser considerada em pacientes que não respondem, da maneira esperada, às terapias
dirigidas à asma.
53
Lisa M. Gangarosa
Hemorragia Gastrointestinal
Introdução
A hemorragia gastrointestinal (GI) é derivada de uma fonte no esôfago, estômago, intestino delgado, cólon,
ânus ou, raramente, no fígado ou no pâncreas. Em 2002, 116.724 pacientes com diagnóstico principal de
hemorragia GI (CID-9 código 578.9) receberam alta; esta doença foi o 51º diagnóstico de alta hospitalar. Outras
74.717 altas foram dadas a pacientes com diagnóstico principal de diverticulose com hemorragia (CID-9 código
562.12). Diversos descritores foram usados para categorizar a hemorragia GI, incluindo agudo, crônico, ativo,
oculto e obscuro. Além disso, a hemorragia GI costuma ser classificada como superior ou inferior. A hemorragia GI superior se refere ao sangramento de uma fonte entre o esôfago e o ligamento de Treitz, no duodeno.
A hemorragia GI inferior se refere ao sangramento entre o jejuno e o ânus. Dada a amplitude deste tópico,
aqui são enfocadas, principalmente, as causas da hemorragia GI e as estratégias terapêuticas utilizadas nos
sangramentos agudos.
Etiologia e Patogênese
Existem diversas causas de hemorragia GI (Fig. 53-1). Vários
fatores podem aumentar o risco de um indivíduo sofrer uma
hemorragia GI. Estes incluem a cirrose e o uso de ácido acetilsalicílico ou outras drogas anti-inflamatórias não esteroides
e de drogas antiplaquetárias ou anticoagulantes.
Quadro Clínico
O quadro clínico depende da taxa, da fonte e do volume de
perda de sangue. A hemorragia GI superior pode se apresentar de diversas formas: hematêmese, vômito de sangue vermelho vivo; êmese em grãos de café, vômito de sangue que foi
digerido pelo ácido gástrico; e melena, eliminação de sangue
digerido, negro, nas fezes. A perda de sangue do trato GI superior também pode ser oculta, sem evidência visível de sangue
a olho nu.
O sangramento do trato GI inferior pode se apresentar
como hematoquezia, a passagem de sangue vermelho vivo pelo
reto e, mais comumente, como melena. Esta hemorragia para
espontaneamente na maioria dos casos (cerca de 85%).
Também pode ser oculta.
Um indivíduo com rápida perda de grande quantidade de
sangue pelo trato GI apresenta instabilidade hemodinâmica.
As alterações ortostáticas na pressão sanguínea (uma diminuição de 20 mmHg na pressão sistólica ou de 10 mmHg na
pressão diastólica associada a um aumento de 20 pontos na
pulsação quando o paciente se levanta) podem ser observadas
quando o volume de sangue sofre uma redução de 15%. A hipotensão geralmente ocorre quando o volume de sangue é reduzido em 20%.
A perda de sangue lenta e crônica pode diminuir a concentração de hemoglobina de forma significativa, sem alterar a
estabilidade hemodinâmica. Os pacientes acometidos frequentemente apresentam fraqueza, fadiga, falta de ar ou dor torácica decorrentes da anemia.
Em todos os pacientes que apresentam hemorragia GI, os
achados sugestivos de doença hepática crônica, incluindo eritema palmar, angioma aracniforme, esplenomegalia, ascite e
icterícia escleral, devem ser pesquisados ao exame físico. A
cirrose subjacente com hipertensão portal é uma causa comum
de hemorragia GI superior de varizes gástricas e esofágicas.
Algumas etiologias da hemorragia GI são associadas à dor
abdominal, mas muitas não são. A realização de um exame abdominal meticuloso, à procura de distensões, sons intestinais
e sensibilidade, é crítica na avaliação do paciente.
Diagnóstico Diferencial
Diversas lesões podem causar hemorragia GI superior (Quadro 53-1) e inferior (Quadro 53-2). As seguintes questões
fornecem importantes informações sobre o histórico do paciente e podem ajudar a diminuir uma enorme lista de diagnósticos diferenciais:
• Existiram outros episódios similares?
• A êmese não sanguinolenta precedeu a hematêmese?
389
390
SEÇÃO VI
䊏
Doenças do Trato Gastrointestinal
Figura 53-1 Hemorragia Gastrointestinal.
Uremia
Hemangioma
Tumor maligno
Respiratória (a ser diferenciada)
Esofágica
Aneurisma aórtico que
rompe no esôfago
Esofagite
Varizes
Síndrome de Mallory-Weiss
(lacerações devidas ao vômito)
Úlcera péptica
Erosão do seio de Rokitansky-Aschoff
Cirrose hepática
(e outras causas de hipertensão)
Varizes
Divertículo
Tecido pancreático ectópico
Carcinoma
Amiloidose
Colelitíase
Carcinoma
Úlcera péptica
Duodenite
Divertículo
Hemangioma
Tumor ampular
Pancreatite
Carcinoma erosivo
Tumores benignos
(incluindo pólipos e hemangiomas))
Úlcera péptica
Gastrite
Erosões
Corpo estranho
Úlcera péptica
Divertículo de Meckel
(com mucosa gástrica ectópica)
Helmintíase
Aneurisma erosivo do intestino
Trombose mesentérica
Intussuscepção
Tumores benignos
(exofíticos ou intraluminais,
incluindo pólipos e hemangiomas)
Enterite regional
Tuberculose
Ulceração tifoide
Tumores malignos
• Quais medicamentos, prescritos ou de venda livre, foram
recentemente ingeridos?
• Há histórico de problemas de coagulação?
• Há dor abdominal associada?
• Há histórico de reparo de aneurisma aórtico abdominal?
• Existem fatores de risco para o desenvolvimento de
doença hepática crônica?
Pólipos
Hemangioma
Amebíase
Helmintíase
Tumores malignos
Doença diverticular
Colite ulcerativa
(ou outra doença inflamatória)
Colônico e retal
Jejunal e ileal
Policitemia
Púrpura
Leucemia
Hemofilia
Gástrico
Pancreática Duodenal
Biliar
Hérnia hiatal
Arterite
Sarcoidose
Mieloma múltiplo
Hematológico Hepático
Tumores malignos
Tumores benignos
(incluindo hemangioma)
Hipertensão (maligna)
Sistêmico
Oral e
faríngea
Nasal (a ser diferenciada)
Corpo estranho
Carcinoma invasivo
(de órgãos adjacentes)
Hemorroidas
Fissura
Abordagem Diagnóstica
Quando um paciente apresenta hemorragia GI, a urgência da
avaliação é altamente dependente da determinação inicial da
estabilidade hemodinâmica e da presença de sangramento
atual significativo. O monitoramento dos sinais vitais, a obtenção de bom acesso intravenoso com cateteres calibrosos e a
solicitação de hemograma completo, tempos de pró-trombina
e tromboplastina parcial e tipagem de hemoderivados devem
ser realizados logo no início da avaliação do paciente. A hipo-
406
SEÇÃO VI
䊏
Doenças do Trato Gastrointestinal
Figura 55-2 Pancreatite Crônica (Recorrente).
Envolvimento moderado
da cabeça e do corpo;
dilatação do ducto
Acometimento extenso de todo
o pâncreas; cálculos; dilatação
do ducto; obstrução biliar
Fibrose com
formação de
múltiplos cistos
espaço (hemoconcentração, oligúria, hipotensão, taquicardia
ou azotemia). Para identificar imediatamente os indivíduos
em risco de desenvolvimento de pancreatite grave, o escore
Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE
II) deve ser calculado no dia de internação. Preditores precoces da gravidade incluem escore APACHE II maior ou igual
a 6, obesidade (índice de massa corporal > 30) ou efusões
pleurais. A PA grave é definida como escore APACHE II
maior ou igual a 8, escore de Ranson de 3 ou mais, falência
de órgãos (choque, insuficiência pulmonar, insuficiência
renal ou hemorragia gastrointestinal) ou complicações locais,
incluindo necrose, abscessos ou pseudocistos. A ultrassono-
grafia abdominal é indicada para a pesquisa de cálculos biliares
ou dilatação do ducto biliar. Os pacientes com PA grave e
suspeita de obstrução biliar devem ser submetidos à CPER
urgente (em até 72 horas) para remoção dos cálculos presentes
nos ductos. Os pacientes com pancreatite grave devem ser
transferidos a uma unidade de terapia intensiva e ser submetidos a uma TC contrastada dinâmica (preferencialmente após
72 horas) para identificar necrose pancreática. A ingestão oral
costuma ser evitada enquanto a dor persiste. A sucção nasogástrica é indicada na síndrome de oclusão intestinal e em
casos de náusea e vômitos refratários. Na ausência de oclusão
intestinal, a alimentação jejunal precoce é segura e pode reduzir
552
SEÇÃO VIII
䊏
Distúrbios Hematológicos
Robert Z. Orlowski • Don A. Gabriel
76
Mieloma Múltiplo
Introdução
Mieloma múltiplo é uma doença maligna clonal das células plasmáticas tipicamente encontradas na medula
óssea. Cerca de 15 mil casos novos são diagnosticados anualmente nos Estados Unidos, com uma prevalência
de aproximadamente 50 mil pacientes, fazendo do mieloma a segunda malignidade hematológica mais comum.
A maior incidência ocorre na sexta década de vida, porém esta doença também pode ser encontrada em
pacientes mais velhos e em pacientes mais novos. Algumas exposições, como a exposição à radiação ou a
alguns químicos, podem causar um aumento modesto do risco de desenvolver mieloma, mas a maioria dos
pacientes não tem histórico de exposições desse tipo. Na maioria dos pacientes o mieloma múltiplo é
esporádico, mas sua incidência em afro-americanos é duas vezes maior que em brancos, sugerindo a possibilidade de uma influência de fatores genéticos.
Apresentação e Avaliação
Pacientes com mieloma múltiplo têm apresentações variadas,
porém as manifestações comuns incluem dor, anemia, disfunção renal, hipercalcemia, infecções recorrentes e neuropatia
periférica. A avaliação de qualquer paciente começa com um
exame cuidadoso de sua história clínica e com um exame físico
(Quadro 76-1). A dor nos ossos desenvolve-se secundariamente a lesões ósseas líticas ou fraturas patológicas, incluindo
fraturas por compressão vertebral. Sintomas de fadiga e dispneia são consequência da anemia causada pelo acometimento
da medula, anemia de doença crônica, ou, em alguns poucos
casos, hiperviscosidade causada por níveis elevados de paraproteínas. O aumento da viscosidade do soro pode induzir
alterações do estado mental, falência cardíaca congestiva, coagulopatia e alterações ao exame do fundo óptico. As medidas
da viscosidade sérica ajudam no diagnóstico desta síndrome a
qual é uma emergência clínica que pode ser rapidamente
revertida através de plasmaferese e trocas. Insuficiência renal
de graus variados é observada em até 40% e pode ocorrer
hipercalcemia como resultado de ativação osteoclástica pela
célula do mieloma e seu microambiente. Infecções recorrentes, especialmente do trato sinopulmonar, aparecem como
complicações funcionais da hipogamaglobulinemia, bem como
granulocitopenia e diminuição da imunidade celular. Podem
se desenvolver neuropatias periféricas como resultado de fraturas por compressão ou da presença de massas de células
plasmáticas conhecidas como plasmacitomas, os quais podem
prejudicar a raíz nervosa. Alguns pacientes podem apresentar
amiloidose que também pode causar neuropatia periférica e
552
outros problemas clínicos, incluindo síndrome nefrótica, cardiomiopatia congestiva, hepatomegalia, macroglossia, síndrome do túnel do carpo, púrpura periorbital e má absorção.
É interessante o fato de que 20% dos pacientes são assintomáticos e procuram atendimento médico devido a alguma
anormalidade encontrada em exame laboratorial ou radiográfico realizados por outra indicação.
O diagnóstico de mieloma, ultimamente, baseia-se em
achados laboratoriais entre os quais o principal é a identificação de uma paraproteína monoclonal por meio de eletroforese
ou de imunofixação do soro ou da urina (Quadro 76-2). É
mais comum os pacientes terem doença de imunoglobulina G
(IgG), IgA ou de cadeia leve, porém mielomas de IgM, IgD
e IgE também são observados, assim como a doença oligossecretória ou a não secretória. Esta última categoria significa
que até mesmo os pacientes sem proteína monoclonal podem
ter mieloma e que eles são diagnosticados com aspiração da
medula óssea e biópsia. A amostragem da medula é importante para avaliar a extensão do acometimento e para estudos
citogenéticos, incluindo cariotipagem convencional e hibridização por fluorescência in situ. Pacientes com pelo menos
10% de plasmocitose clonal medular, paraproteína no soro ou
na urina e sinais de dano a órgãos vitais têm mieloma múltiplo
sintomático. Aqueles pacientes que não tiveram sintomas relacionados à doença têm mieloma assintomático. Por fim,
pacientes com nível baixo de paraproteína, menor envolvimento medular e que não apresentam sintomas têm gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI). Se há
suspeita de amiloidose, pode ser realizada uma coloração de
vermelho do Congo das amostras de medula, mas com uma
Hal M. Hoffman • Jenny P. Ting • Dhavalkumar D. Patel
148
Síndromes Autoinflamatórias
Introdução
As síndromes autoinflamatórias herdadas são um grupo de raras desordens genéticas caracterizadas por
acessos recorrentes de inflamação sistêmica na ausência de autoanticorpos, células T antígeno-específicas ou
infecção identificável. A maioria dessas doenças cai na categoria das desordens de febre periódica hereditária,
que incluem febre familiar mediterrânea (FFM), síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose
tumoral (SPARFNT), síndrome da hiperglobulina D (SHD) com febre periódica, e as criopirinopatias. Recentemente, as bases genéticas dessas desordens foram elucidadas, resultando em melhora na compreensão da
fisiopatologia, diagnóstico mais acurado e novos alvos para a terapia.
Desordens inflamatórias monogênicas raras adicionais são frequentemente incluídas na categoria de síndromes autoinflamatórias. Estas incluem uma doença caracterizada por artrite piogênica com pioderma grangrenoso e acne e uma doença caracterizada por granulomas, conhecida como síndrome de Blau. Estas
desordens, que não serão discutidas neste capítulo, são caracterizadas por inflamação recorrente e são patogeneticamente associadas, mas não clinicamente relacionadas, às febres periódicas. Outras doenças inflamatórias
mais comuns, incluindo a doença de Crohn e a gota, também foram classificadas como doenças autoinflamatórias e são discutidas em outra seção neste livro.
Etiologia e Patogênese
A identificação dos genes responsáveis pelas síndromes começou a elucidar a etiologia dessas desordens. Um tema
comum sobre a patogênese dessas doenças é a desregulação
da imunidade inata. Cada mutação resulta em um aumento na
inflamação mediada por citocinas em vários passos das vias
imunes inatas (Fig. 148-1).
O sistema imune inato é uma parte evolucionariamente
ancestral do sistema imune que permite uma resposta rápida
e relativamente não específica à infecção ou a sinais perigosos,
mas não requer exposição prévia ao agente incitante. Assim
como o sistema imune adaptativo, existem fatores celulares e
humorais que participam da resposta imune inata. Em lugar
dos linfócitos, as células primárias envolvidas são aquelas de
linhagem mieloide, incluindo os monócitos-macrófagos e os
granulócitos. Estas células migram para os locais da infecção
em direção às quimiocinas-quimioatraentes e são capazes de
fagocitar os patógenos. Os monócitos e os macrófagos possuem
receptores extracelulares e intracelulares sensíveis aos patógenos, chamados de receptores toll-like e proteínas repetidas
ricas em leucina com domínios de ligação a nucleotídeos
(RLN) que detectam sinais de perigo ou moléculas associadas
a patógenos tais como o lipopolissacarídeo, ácido ribonucleico
derivado de bactéria (RNA), RNA de fita dupla e produtos
derivados de peptideoglicanos. A ativação desses mediadores inatos leva a produção e liberação de citocinas tais
como a interleucina-1β (IL-1β) e o fator de necrose tumoral-α
(TNF-α). Estes fatores humorais têm efeitos diretos e indiretos na sobrevivência dos patógenos e atraem células inflamatórias adicionais para o local da inflamação.
Embora mutações nos genes envolvidos no sistema imune
adaptativo frequentemente resultem em imunodeficiência,
mutações em vários genes que regulam a resposta imune inata
resultam em inflamação aumentada ou não controlada e
mediada por citocinas, com febre associada e sintomas teciduais específicos. Um resultado comum da inflamação crônica
não regulada é o desenvolvimento de amiloidose, uma comorbidade observada com diferentes frequências em cada uma das
síndromes autoinflamatórias. Os mecanismos subjacentes às
características clínicas específicas de cada síndrome ainda não
foram elucidados.
Bases Genéticas e Moleculares
Febre Familiar do Mediterrâneo
O MEFV, o gene mutado na FFM, codifica a proteína pirina.
A pirina é expressa principalmente como uma proteína citoplasmática em neutrófilos e monócitos. Sua exata participa-
1061
1062
SEÇÃO XV
䊏
Desordens do Sistema Imune, Tecido Conjuntivo e Articulações
Figura 148-1 Vias do Sistema Imune Inato nas Síndromes Autoinflamatórias.
MACRÓFAGO
Patógenos, sinais
perigosos
?
Nbd-LrR
Síndrome periódica
associada ao receptor de
TNF (SPARFNT)
MONÓCITO
TNF-α
Receptores
toll-like
NFκB
Pró
IL-1β
?
Receptor
de TNF
Receptor
de IL-1
Caspase-1
?
Mevalonato
cinase
IL-1β
Proteínas
isopreniladas
Pirina
Inflamassoma
Autoestimulação
Criopirina
Febre familiar
mediterrânea (FFM)
Síndrome da hiper-IgD (SHID)
Criopirinopatias
ção nas manifestações clínicas na FFM não foi totalmente
elucidada, mas a pirina foi associada à regulação da caspase-1 e, assim, com o processamento de IL-1β. Mutações no
MEFV também foram associadas a outras doenças inflamatórias, tais como a doença de Behçet, e podem, também, ter
um efeito modificador na severidade da artrite reumatoide.
Síndrome Periódica Associada ao Receptor do
Fator de Necrose Tumoral
A SPARFNT resulta de mutações no gene TNFRSF1A, que
codifica o TNFRSF1A, o receptor de 55 kD, para o fator de
necrose tumoral (TNF). Em alguns casos, as mutações causam
prejuízo na ligação do receptor, levando a aumento ou prolongamento na sinalização através do receptor de TNF e à
produção reduzida do receptor de TNF solúvel (sTNFRSF1A), o antagonista natural do TNF-α. Entretanto, nem
todos os pacientes mostram ligação defeituosa do receptor,
sugerindo mecanismos adicionais por trás dos ataques de febre
na SPARFNT. As mutações com uma baixa penetrância
podem levar a mais desordens inflamatórias gerais.
Síndrome da Hiperimunoglobulina D (SHID)
Mutações no gene que codifica para o mevalonato cinase
(MVK) foram encontradas como sendo a causa da SHID.
Previamente, mutações no mesmo gene eram associadas a um
fenótipo mais severo da deficiência de MVK, conhecido como
acidúria mevalônica. A MVK é uma enzima na via de biossíntese de colesterol. Não está claro como o defeito metabólico
leva às manifestações clínicas da SHID, mas evidências
sugerem que o armazenamento de proteínas isopreniladas
específicas pode induzir inflamação mediada por IL-1β.
NEUTRÓFILO
Criopirinopatias
A criopirina é codificada pelo gene NLRP3 (CIAS1). A criopirina, uma proteína NLR intracelular expressa em monócitos
e neutrófilos, tem algumas características estruturais em
comum com a pirina e também foi implicada na regulação da
produção de citocina, particularmente a IL-1β, por ativação
da caspase-1. A criopirina e outras proteínas adaptadoras
intercelulares formam um complexo de proteína conhecido
como inflamassoma, que foi implicado em respostas às moléculas associadas com patógenos e sinais de perigo tais como
cristais da gota. Mutações parecem ganhar funções, resultando em aumento na inflamação mediada por citocinas.
Quadro Clínico
Os pacientes com síndromes autoinflamatórias se apresentam
com episódios de febre alternando-se com períodos livres da
doença. Sintomas inflamatórios sistêmicos envolvendo articulações, pele, olhos ou abdômen também são característicos
dos episódios. Cada uma dessas desordens tem uma característica clínica única, que, quando combinada com o teste genético
apropriado, pode ajudar no diagnóstico correto e no guia da
escolha de terapias específicas (Figs. 148-2, 148-3 e 148-4).
Características Clínicas de Síndromes
Individuais
Febre Familiar do Mediterrâneo (FFM)
A FFM é a doença autoinflamatória hereditária mais prevalente e mais bem conhecida. Ela afeta mais de 10.000 pacientes por todo o mundo, a maioria da área mediterrânea,

Documentos relacionados