BHD 40 - Núcleo de Estudos em História Demográfica

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BHD 40 - Núcleo de Estudos em História Demográfica
BHD 40
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BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA
Ano XIII, no. 40, março de 2006
SUMÁRIO
Apresentação
Artigos
Resumos
Notícia Bibliográfica
Publicações Recebidas
Censo de Demografia Histórica
Notícias e Informes
ROL - Relação de Trabalhos Publicados
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Apresentação
Há de se ressaltar quanto a este número do BHD a presença de artigos sobre a Argentina, o Brasil e a
Venezuela. Ademais, estampamos os resumos de trabalhos apresentados em encontros realizados em
distintos quadrantes e chamamentos de comunicações para reuniões a se darem no correr de 2006. Realce
especial deve ser emprestado à retomada da publicação da Revista do Arquivo Público Mineiro (MInas
Gerais - Brasil) a qual já prestou incomensuráveis serviços aos pesquisadores de nossa formação
econômica e social e à qual certamente ficaremos a dever novos estímulos ao desenvolvimento da
historiografia brasileira. Esperamos que tão alvissareiras notícias sirvam como um renovado convite a
todos os colegas com trabalhos na área de história demográfica a que nos enviem a referência completa
de suas publicações e projetos bem como o resumo dessas suas obras e planos de estudos.
Artigos
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SAMUDIO A., Edda O. La cotidianidad esclava en las haciendas del Colegio
San Francisco Javier de Mérida.
RESUMEN. El estudio sobre los esclavos de las haciendas del colegio San Francisco Javier de Mérida se
apoya fundamentalmente en información extraída de escrituras notariales sobre transacciones de distinta
índole, de informes y relaciones de superiores de la Orden y del plantel. Asimismo, de datos obtenidos
del Libro de Recibo (1749-1767) y del Libro de Consulta (1691-1762). En el trabajo se establece la
relación entre comportamiento económico y demanda de mano de obra esclava, circunstancia que definió
el tamaño de la comunidad esclava jesuítica y su distribución espacial, ocupacional y de empleo, hechos
que se proyectaron, a su vez, en aspectos de su vida material, como vivienda, alimentación, vestuario,
compensaciones, castigo y de su existencia espiritual y religiosa, aspectos de la existencia la material
espiritual que los jesuitas regularon y que abarcaron desde el demográfico hasta el moral y religioso.
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DIMUNZIO, Karina & GARCÍA, Claudia. Indagando en las dolencias
de los esclavos: una aproximación a las fuentes para su estudio en
la Córdoba tardo colonial. Comunicação apresentada nas II Jornadas de
Estudios de la Población y Sociedad en Córdoba y Santa Fé, Organizadas por el Centro
de Estudios Avanzados de la Universidad Nacional de Córdoba y por el Centro de
Estudios Interdisciplinarios de la Universidad Nacional del Litoral.Córdoba, noviembre
de 2004; e nas X Jornadas Interescuelas / Departamentos de Historia.Universidad
Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes. Rosario, septiembre de 2005.
RESUMEN. La esclavitud en Córdoba ha sido estudiada desde distintos enfoques. Las
investigaciones realizadas, en general, han incluido a este grupo dentro de marcos más
amplios en la descripción de la sociedad y economía cordobesa, sin abordarlos
específicamente. Las primeras investigaciones centradas en la esclavitud en esta región
abordaron el problema del comercio de negros. En los últimos años, ha habido una
preocupación en profundizar distintas aristas específicas de la esclavitud, desde la
perspectiva de la demografía histórica, por ejemplo, analizando a la fecundidad esclava.
También se ha investigado sobre la participación de los esclavos en la economía
colonial mediante los oficios que ejercían. Otros historiadores indagaron de que manera
se cumplían las normas legales que garantizaban los derechos de esclavos y en los
mecanismos institucionales y extrainstitucionales de control sobre los esclavos en
Córdoba. En otras líneas se están actualmente analizando las distintas estrategias de
resistencia que desplegaron los esclavizados en nuestra región. Sin embargo, la
temática de las enfermedades y dolencias todavía no ha sido explorada. Por lo tanto,
nos proponemos como finalidad, en este trabajo, aproximarnos a distintas fuentes
documentales, resguardadas en los archivos de la provincia de Córdoba, que puedan
proporcionarnos datos sobre las dolencias padecida por los esclavos durante el período
tardo colonial, visualizando sus limitaciones y potencialidades. Intentaremos rescatar
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documentación, que nos brinde respuestas sobre planteamientos tales como: ¿cuáles
eran las enfermedades más comunes de los esclavos, que ideas o concepciones tenía
este grupo social acerca de este fenómeno, como eran diagnosticadas o tratadas las
distintas dolencias?, entre otros interrogantes.
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TRINDADE, Jaelson Bitran. Demografia de povoamento: São Paulo,
1532-1900, um território em construção.
Este artigo, ora revisto e ligeiramente ampliado, foi apresentado originalmente no XII Encontro
Nacional da ABEP - Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Caxambu (MG), 2000, cujos
Anais encontram-se no site da ABEP.
APRESENTAÇÃO. Reconhecendo que, no Brasil, a demografia histórica ainda não travou uma
discussão e/ou diálogo com as abordagens genealógicas o autor explora as virtualidades que poderiam
resultar de um trabalho conjunto e/ou da utilização sistemática dos estudos genealógicos mais
abrangentes já existentes. Como anota, no panorama da genealogia brasileira existem apenas duas obras
de fôlego, abrangendo grandes regiões e largos períodos, ambas relativas à região que constituiu, desde o
século XVI até meados do século XIX a antiga Capitania e depois Província de São Paulo. São, a
Genealogia Paulistana (S. Paulo, 1903-1905), em 9 volumes, de autoria de Luís Gonzaga da Silva Leme
e a Genealogia paranaense, (Curitiba, 1926-1928), em 5 volumes, de autoria de Francisco Negrão.
Avançando nas referidas potencialidades lembra o autor que a Genealogia Paulistana permitiria, desde
já, ainda que falte uma base empírica suficiente, a colocação de questões a serem pensadas e
desenvolvidas num vasto projeto de estudos, a ser paulatinamente implantado, baseado na constituição de
"genealogias sociais": um projeto de "demografia de povoamento". A largueza de dados de ordem
demográfica que apresenta, envolvendo alguns milhares de indivíduos, ao longo de c. de 370 anos
(1532-1902), partindo de 52 troncos fundantes), insinuam situações relativas à estratégias matrimoniais,
herança, acesso à propriedade agrária, reprodução de hierarquias sociais, constituição de quadros das
elites, fluxos migratórios internos (regional e intercolonial) e externos (transoceânicos) etc. etc. A
vantagem do esforço empreendido pelo genealogista Silva Leme está, portanto, em que, estabelecendo-se
a crítica pertinente, seu trabalho propicia um ponto de partida para intercâmbios com os projetos de
pesquisas e estudos de mesma natureza que estão sendo desenvolvidos em Portugal, com suas "bases de
dados".
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Resumos
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ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. Contribuição metodológica para a pesquisa
historiográfica com os testamentos. HISTÓRICA - Revista Eletrônica do Arquivo do
Estado. São Paulo, Arquivo do Estado de São Paulo, ano 1, n. 6, outubro de 2005.
Disponível em: < http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/ >.
RESUMO. A autora apresenta os métodos e os procedimentos relacionados ao uso dos
testamentos como documentação serial, de forma a subsidiar o aprofundamento dos
estudos da família.
OGNIBENI, Denise. Charqueadas pelotenses do século XIX: cotidiano, estabilidade e
movimento. Porto Alegre, PUCRS, Tese de Doutorado, 2005.
RESUMO. O presente trabalho visa analisar uma parcela da sociedade rio-grandense no
século XIX, constituída por indivíduos associados em função da atividade
charqueadora, na região sul da então Província de São Pedro, às margens do arroio
Pelotas, nas terras das antigas sesmarias do Monte Bonito e Pelotas. Nosso foco de
análise será este complexo formado pelos diferentes indivíduos que habitavam,
trabalhavam e conviviam nos estabelecimentos das margens do arroio Pelotas no
decorrer do século XIX. As charqueadas instaladas na costa do Pelotas, permaneceram
por quase um século como atividade econômica de destaque na Província, sustentando
com sua riqueza várias gerações, muitas vezes sobrevivendo em uma conjuntura
econômica e política pouco favorável. Nesta pesquisa buscamos inferir como se davam
as relações familiares e sociais, de que se constituía a vida cotidiana de mulheres,
homens e seus filhos, seus empregados e compadres, sua tralha doméstica, enfim,
penetrar em parte, coletando fragmentos da vida comum, rotineira, destes indivíduos
que habitaram e construíram o maior pólo charqueador rio-grandense no século XIX.
Trabalhamos com a hipótese de que na sociedade charqueadora pelotense, os
industriais da carne salgada, por seu lado, enfrentavam o desafio de manter suas
propriedades nas mãos da família, evitando seu desmembramento, o qual os levaria a
inviabilização de sua atividade. Para tanto utilizavam suas relações sociais por meio dos
laços de compadrio, dos arranjos de casamentos, bem como no controle dos elementos
da própria família. Se para os grupos mais abastados, proprietários, era preciso buscar
a estabilidade, formando para tanto uma rede familiar organizada em um espaço social
restrito, aos indivíduos livres que executavam as mais diversas tarefas nestas
propriedades e em torno delas, suas vidas eram marcadas pela mobilidade.
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RABELL ROMERO, Cecilia Andrea. La población novohispana a la luz de los registros
parroquiales (avances y perspectivas de investigación). México, D. F., Instituto de
Investigaciones Sociales - Universidad Nacional Autónoma de México, 1990, 94 p.,
(Cuadernos de Investigación Social, n. 21).
RESUMO. Este volumen nos presenta un panorama de las tendencias seculares y de los
movimientos a corto plazo de varias poblaciones parroquiales novohispanas. La autora
evalúa las fuentes, los métodos y los hallazgos de diversos estudios, y hace un balance
de las características demográficas que pueden observarse a partir de los registros de
bautizos, matrimonios y defunciones. Aun que hasta ahora se suele plantear que la
segunda mitad del siglo XVIII fue de gran crecimiento económico y demográfico, la
revisión crítica permite sostener que ese siglo se cierra con tasas de crecimiento
poblacional cada vez menores, e incluso negativas, a consecuencia de las intensas
crisis de mortalidad que asolaran a la población.
REIS, Déborah Oliveira Martins dos. Teres e deveres, o evolver da riqueza em Araxá: a
economia de uma localidade mineira com base em inventários post-mortem, 1776-1888.
São Paulo, Dissertação de Mestrado, Departamento de História da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, mimeografado,
2005, 249 p.
RESUMO. A autora analisa o evolver econômico de Araxá para o período 1776-1888;
contempla, especialmente, os níveis e a composição da riqueza que expressam um
conjunto de profundas transformações ocorridas em tal lapso temporal, principalmente
no respeitante à escravidão. Ao longo da dissertação recorre, em alguns momentos, à
lista nominativa de habitantes de 1831-32 e ao censo de 1873, apoiando-se,
fundamentalmente, em 346 processos de inventários post-mortem. Dessa amostra
foram coligidas informações as quais, sobretudo as referentes aos bens arrolados,
contribuíram para o estudo de quadra histórica na qual Araxá se caracterizava, em
termos econômicos, pela pecuária e pela produção agrícola de subsistência.
ROBICHAUX, David. Dinámica de la población indígena en México ¿Recuperación de la población en
el siglo XVIII ?
RESUMEN. La pregunta general que inspira el presente trabajo tiene que ver con la naturaleza de los
procesos específicos mediante los cuales se produjo la recuperación de la población indígena mexicana
después de la catástrofe del siglo XVI. Mi análisis se centrará en el siglo XVIII y, en un intento por
sintetizar varias discusiones, comenzaré con una revisión de algunos de los planteamientos que vinculan
los procesos demográficos con procesos económicos como precios de alimentos, niveles de vida y
pobreza. Con algunos análisis de los datos de dos parroquias del estado mexicano de Tlaxcala y la
reconstitución de uno de sus poblados y, a la luz de los hallazgos de otros estudios, plantearé un modelo
de un régimen demográfico que explique la dinámica demográfica de este sector de la población del país.
Después, pasaré a examinar algunos procesos específicos que se dieron a raíz de las epidemias que
asolaron la población bajo estudio. En las conclusiones, propondré que, con nuestro estado actual de
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conocimientos, habría que replantear algunas de las causalidades económicas propuestas, además de
tomar más en cuenta factores biológicos como los anticuerpos o su ausencia entre la población de distinta
"calidad" o categoría étnica del México colonial.
SOARES, Márcio de Sousa. Dos Sertões de Angola à Planície Goitacá: população, tráfico atlântico e
variação da posse de escravos em Campos, c. 1750 - c. 1830. História & Ensino, n. 2, Campos, FAFIC
Editora, 2005, p. 23-47.
RESUMO. Neste artigo o autor examina o impacto do tráfico atlântico de escravos sobre a população
estabelecida nos Campos dos Goitacases durante o processo de montagem e expansão da produção
açucareira entre 1750 e 1830. Usando mapeamentos populacionais, inventários post-mortem, registros
paroquiais de batismo e passaportes e despachos de escravos como fontes de pesquisa, buscou-se avaliar
a variação da posse de escravos ao longo do período e, assim, mensurar os níveis de concentração de
riqueza na região.
VIEIRA, Martha Victor. Os novos cidadãos brasileiros: naturalização e razão de Estado,
1882-1891. Estudos de História. Franca (SP), Faculdade de História, Direito e Serviço
Social da UNESP, vol. 12, n. 1, 2005, p. 191-210.
RESUMO. A autora propõe-se a abordar a questão da naturalização de estrangeiros,
tomando como parâmetro a legislação, os discursos parlamentares e os relatórios do
Ministério do Império, no período de 1882 a 1891, com o intuito de discutir a modificação
das normativas jurídicas relativas à concessão de nacionalidade brasileira aos
imigrantes radicados no País. Tais modificações indicam que, no contexto de transição
da Monarquia para a República, a concepção de cidadania foi repensada pelos atores
políticos a fim de atender às novas demandas sociais.
COMUNICAÇÕES CONCERNENTES À ÁREA DE DEMOGRAFIA
HISTÓRICA APRESENTADAS NO 2o. ENCONTRO ESCRAVIDÃO E
LIBERDADE
NO BRASIL MERIDIONAL.
Porto Alegre, outubro de 2005
(Os resumos de todas as comunicações do encontro encontram-se no Caderno de Resumo do 2o.
Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional: Porto Alegre, 26 a 28 de outubro de 2005. São
Leopoldo, Oikos Editora, 2005, 80 p.)
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CUNHA, Maísa Faleiros da. Uma tentativa de reconstituição de famílias escravas. Franca (SP) - Século
XIX.
RESUMO. Os estudos de cunho histórico-demográfico, especialmente a partir dos anos 1980, trouxeram
à tona vivências insuspeitadas, tais como o estabelecimento de laços de parentesco consangüíneo e
fictício entre os cativos. Após o reconhecimento da presença da família escrava no passado brasileiro,
atualmente, a questão que se tenta responder remete ao maior entendimento das dificuldades e
possibilidades de constituição e manutenção destas famílias. A fim de ampliar o conhecimento sobre este
tema, nosso estudo focaliza a população escrava em um município no norte paulista (Franca) que se
caracteriza por apresentar uma economia voltada para o abastecimento interno em um momento de
expansão da agricultura de exportação na Província de São Paulo (século XIX). Procuramos destacar as
possibilidades para a reconstituição de famílias escravas a partir de duas fontes documentais: a Lista
Nominativa de Habitantes de 1835-1836 e os registros paroquiais (de batismo e casamento relativos a
escravos). Ao realizarmos o cruzamento dos registros de batismo ocorridos próximo á data da Lista
Nominativa de Habitantes (1835) encontramos o fogo de Francisco Barboza Sandoval, que levou ao
batismo Raimundo, Reinaldo, Roza, filhos de um casal de escravos de sua posse. De acordo com a Lista
Nominativa, este senhor era proprietária de 12 escravos, dentre eles Francisco e Eufrázia, pais dos três
escravinhos. Esta família escrava estava presente no fogo de Francisco Sandoval, mas não houve
qualquer menção ao parentesco destes cativos por parte do recenseador. Esperamos apresentar um quadro
mais claro sobre a família escrava em um contexto econômico ainda pouco analisado pela historiografia.
DE LORENZO, Ricardo. Sobre a insanidade mental entre cativos e libertos (Porto Alegre, século XIX).
RESUMO. Partindo da leitura sobre a discussão política e sobre as fontes médico-institucionais,
policiais, judiciárias e jornalísticas, procuro cercar o universo de alienados, decreptos e suicidas que
circularam pelas ruas e pelas instituições de acolhimento de Porto Alegre durante a segunda metade do
século XIX. Meu objeto de estudo se recorta sobre os escravos, africanos ou crioulos, e sobre os negros
livres ou libertos nestas condições, ou seja, identificados como insanos pelas diversas autoridades
públicas ou pela incipiente medicina. O problema central que apresento refere-se à seguinte indagação:
qual a lógica inerente aos comportamentos de cativos e libertos ditos insanos e, por contrapartida, quais
as situações e critérios que levavam à classificação desses indivíduos como insanos? Essencialmente,
importa-me saber qual era o perfil social e comportamental dos escravos e libertos em questão: qual a sua
origem (africana ou crioula), a quem pertenciam ou sob quais condições foram alforriados, quais as suas
idades, sexo, situação familiar e laboral? Qual a sua representatividade no universo dos "insanos"? Qual a
trajetória desses negros cativos, livres e libertos, anteriormente e já dentro dos mecanismos de exclusão
que se acionavam como resposta ás suas manifestações mentais? A perspectiva de análise das formas de
controle e tratamento que sofriam sugere indagações sobre como os negros reagiam ou se articulavam em
estratégias que lhes permitissem amenizar ou superar esse enquadramento. Há sempre uma nova
estratégia ou se reproduz ou potencializa uma prática costumeira criada ou herdada? Pode-se
compreender o comportamento considerado anormal dentro de uma lógica própria que se explica pela
experiência sócio-cultural dos negros, extrapolando o diagnóstico circunstancial da autoridade, seja
pública ou médica, ou mesmo em contraposição a outros grupos sociais que também sofriam o
apartamento social por alguma manifestação de insanidade? O que dá especificidade aos negros nesse
processo? Há variação de seu comportamento ao longo do tempo? Além disso, um contraponto
complementar aos ditos insanos parece-me pertinente, pois se verificamos um modelo de controle social
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baseado na prevenção ou resposta ao comportamento considerado anômalo - passível de afastamento da
relação social cotidiana a partir de uma classificação, geral, de "Insanidade'' -, interessa saber em que
grau esse controle prendia-se ao arbítrio da autoridade "de plantão" ou se eram adotados os preceitos
médicos que no decorrer do século XIX passaram a ser considerados "científicos". Na análise de a quem
cabia recolher esses indivíduos percebidos como fator de perturbação, qual sua visão própria em relação
ao problema específico dos cativos e dos libertos e como ela se altera ao longo do período? Quanto isso
influi na trajetória dos "enquadrados"?
ELIAS, Roger. Famílias escravas em Porto Alegre (1810-1835). Uma história de suas formações.
RESUMO. A escravidão é um dos traços mais determinantes da história nacional, e também um dos mais
discutidos pelos historiadores. A historiografia dedicada à escravidão no Brasil Imperial tem, há muito,
debatido intensamente a condição social do escravo. Porém, esta é uma discussão que está longe de ser
encerrada. Desde as afirmações em prol do que se chamou de "democracia racial" nos anos 1930, até as
pesquisas sobre as famílias escravas a partir da década de 1980, passando pela idéia de "retificação do
escravo", defendida pela chamada Escola Paulista de Sociologia, a dianteira dos debates já oscilou entre
extremos opostos. Referindo-se mais diretamente á temática da formação das famílias escravas (foco da
presente pesquisa), trabalhos que tiveram por objeto áreas do centro do país dedicadas às plantations de
cana-de-açúcar e café revelaram, com base numa extensa base documental, que para tais áreas era
recorrente a presença de famílias escravas nos plantéis. Tal constatação ensejou questionamentos
diversos, tendo destaque especial o debate sobre o significado dessas famílias para escravos e senhores,
ou seja, a existência dessas famílias enquanto estratégia de emancipação dos escravos ou de dominação
por parte dos senhores. A presente pesquisa em andamento tem por mote investigar a formação das
famílias escravas em Porto Alegre no período 1810-1835. 0 marco temporal pretende permitir a análise
da condição das famílias escravas num período dinâmico do município, desde quando este ascende á
condição de vila até o cerco farroupilha de 1835. Além disso, estão já presentes no período duas
realidades distintas: além da grande zona rural, um pequeno núcleo urbano, limitado à península
correspondente à zona central do município, configura um contexto com cenários diversos, de forma a
tornar possível, esperamos, conclusões sobre as peculiaridades das famílias escravas nesses dois
ambientes. Finalmente, pretende-se chegar a resultados que possibilitem fazer comparações pertinentes
com os resultados de pesquisas levadas a cabo no sudeste do país.
ENGEMANN, Carlos. Reflexões acerca de alguns elementos constitutivos da sociedade escravista no
Brasil.
FARINATTI, Luis Augusto Ebling. Nos rodeios, nas roças e em tudo o mais: trabalhadores escravos na
Campanha Rio-grandense, (1831-1870).
HAMEISTER, Martha Daisson. Famílías rio-grandinas livres e seus escravos através dos registros
batismais: unidades oiconômicas (Rio Grande c. 1738-c. 1763).
RESUMO. Através do estudo intensivo dos registros batismais, vêm-se trabalhando as relações entre os
agentes históricos através do compadrio. Isso possibilitou identificar as relações de compadrio de
algumas famílias livres e suas escravarias. Diferente do que é encontrado em estudos sobre compadrio,
analisam os estratos sociais em separado, este trabalho pretende, através de alguns casos específicos,
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apontar as relações tanto da família proprietária de escravos como das famílias de seus escravos,
comparando a malha de compadrio desses dois setores sociais que coexistem em uma unidade doméstica.
Os resultados apontam, ainda que os compadrios de cada setor tenham características peculiares, padrões
coincidentes nos dois estratos. Com isso, buscam-se elementos para repensar o funcionamento destas
unidades domésticas que são complexas unidades econômicas hierarquizadas, como toda a sociedade o
era, e que continham em seu interior gente de diferentes estatutos sociais. Talvez modifique-se a idéia da
abrangência da família setecentista nesta região, incluindo nela um setor muitas vezes dito como
"excluído" socialmente, Como decorrência dessa reflexão, há a sugestão para que se repense a própria
"economia" da localidade, indo ao encontro da idéia de uma oiconomia, conforme conceituado por
Bartolomé Clavero.
KUNIOCHI, Márcia Naomi. O perfil social dos escravos em Rio Grande, século XIX.
RESUMO. A Cúria Metropolitana do Município de Rio Grande preservou os livros de batismo e óbito
dos escravos da região, desde a fundação da cidade, em meados do século XVIII, que estão, inclusive,
microfilmados. O livro de batismo apresenta dados sobre: data do batismo, filiação, nação dos pais e
padrinhos; por sua vez, os livros de óbitos fornecem informações sobre: data da morte, idade, nação e
causa. As informações de nascimento e morte estão vinculadas ao nome do respectivo proprietário. A
quantificação das informações coletadas fornece indicadores relevantes para se construir um perfil dos
escravos registrados nas paróquias da região. Por meio da sistematização e cruzamento dos dados é
passível avaliar as características da população escrava da região, cujos plantéis estavam dispersos, seja
nas mãos de proprietários ligados tanto ao meio rural como ao setor urbano, para atender ás necessidades
da vila fronteiriça e portuária; sede militar do extremo sul do Brasil e última base mercantil do pais para
intermediar o comércio com o Rio da Prata. Para caracterizar melhor a população escrava, uma outra
fonte vai retratar com mais clareza as atividades do cativo: as anúncios de compra e venda, coletados de
jornal local, de meados do século XIX, que trazem, além da nação e idade do escravo, as profissões
exercidas tanto pelo homem como pela mulher cativa. 0 estudo operacionaliza uma metodologia de
exploração de tais fontes primárias que nos permitem leituras transversais sobre as relações entre
senhores e escravos e contribui desse modo para a historiografia da escravidão no Brasil Meridional, de
inúmeras experiências históricas e necessitam de maior visibilidade na historiografia brasileira, ainda
focada nos grandes centros econômicos agro-exportadores e de " plantation". Esses dados nos permitem
traçar um perfil ainda preliminar do escravo em Rio Grande, no século XIX, identificando características
das relações entre senhores e escravos, as condições de vida e trabalho, assim como doenças que mais os
acometiam e o nível de opressão e de violência dessas relações. Também leituras sócio-culturais pela
reprodução de práticas culturais de seus senhores como o batismo e incorporação de nomes cristãos.
NETTO, Fernando Franco. Compadrio e Escravidão em Guarapuava no século XIX.
RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo conhecer as relações de compadrio dos escravos na
região de Guarapuava no período 1810-1888. Área esta de recente povoamento e com características
bastante específicas quanto ao processo de ocupação e de desenvolvimento de sua economia, haja vista
que sua formação esteve ligada à criação e comercialização de gado e à lavoura de alimentos. As
especificidades locais determinaram uma população cativa muito pequena e composta, majoritariamente,
por crioulos. Provavelmente, Guarapuava não esteve na rota do tráfico internacional de escravos, como
também no pesado tráfico interno. A sociabilidade dos escravos será tema desta pesquisa a partir dos
registros de batismos de cativos e de ingênuos, bem como do cruzamento dos dados com os inventários
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de alguns proprietários. Apesar de uma população pequena é forte a presença da família escrava em
Guarapuava. Os arranjos e laços promovidos pelos escravos demonstram que o compadrio serviu como
estratégia para fortalecer as relações da comunidade. O número de padrinhos livres foi predominante em
Guarapuava, e mais, com forte participação dos senhores e seus familiares nessa rede de relações.
NEVES JÚNIOR, Edson José. Reprodução natural e famílias escravas em Porto Alegre - 1840-1865.
RESUMO. A presente comunicação tem por objetivo apresentar pesquisa em desenvolvimento tratando
da reprodução natural da escravaria porto-alegrense em meados do século XIX, portanto, trabalho no
campo da história demográfica. Procurarei averiguar se a reprodução vegetativa da população escrava
desta cidade conseguiu suprir devidamente a demanda exigida pelo mercado e manter o contingente
populacional mancípio proporcionalmente idêntico nos períodos pré e pós-tráfico. Tenho também por
meta desvendar como essa reprodução se deu, ou seja, quais arranjos familiares foram possíveis dentro
da lógica do cativeiro desta região e que tipo de laços de solidariedade esses cativos criaram, através da
reprodução de sua família. No período recortado observa-se no Brasil o fim do tráfico, tornando possível
averiguar o seu impacto na população cativa porto-alegrense. Bem como, aborda um período anterior à
Guerra do Paraguai, uma quadra de relativa paz para a população, tornando as análises demográficas que
pretendo realizar mais confiáveis, pois homens, principalmente escravos, não foram convocados para a
guerra. As fontes com que trabalho são basicamente duas: registros paroquiais de batismo, casamento e
óbitos e inventários post-mortem.
OSÓRIO, Helen. Campeiros e domadores escravos da pecuária sulista, sec. XVIII.
SANTOS, Sherol dos. A comunidade escrava no litoral norte do Rio Grande do Sul (a freguesia de Santo
Antonio da Patrulha - 1773-1810).
RESUMO. As relações escravo-senhor sempre geraram controvérsias na historiografia. Mais
"conservadores" ou não todos admitem que por mais "severo" que o sistema escravista possa parecer, não
podemos excluir o movimento de seus agentes. Nenhuma trajetória, seja ela individual ou de grupo, pode
ser analisada a partir de suas normas. Normatizar as atitudes dos indivíduos, fazendo com que eles
percam seu caráter de destino individual e passem a ter comportamentos típicos de um determinado
grupo, nos impede a tentativa de reconstruir contextos históricos e sociais. Com base nestes pensamentos
iniciei este trabalho de pesquisa. Minha intenção era perceber como os primeiros povoadores do Rio
Grande estabelecidos na região de Santo António da Patrulha se relacionavam com seus escravos. Este
trabalho pretende analisar a comunidade negra (cativa ou não) da região que abrangia a freguesia de
Santo António da Patrulha, no período de 1773 a 1810, enfocando o estabelecimento de laços familiares
e a constituição de redes de parentesco. Trataremos com destaque as relações que afirmavam através do
compadrio, acreditando ser esta uma das principais estratégias utilizadas por estes agentes para se
movimentar entre o universo cativo e livre e sedimentar relações de solidariedade, principalmente
étnicas. Utilizaremos como fonte primária os registros de batismos desta comunidade, com base nos
preceitos teórico-metodológicos da história social, que a nosso ver permite o cruzamento de variáveis
qualitativas e uma abordagem do universo cultural dos agentes enfocados.
SCHANTZ, Ana Paula Dornelles. E depois da liberdade? Família e sobrevivência econômica de libertos
em Porto Alegre e Viamão no final do século XVIII.
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RESUMO. Esta pesquisa nasceu da necessidade de se entender o que aconteceu com a população
alforriada após sua manumissão, particularmente no que tange á família e à sobrevivência econômica de
libertos. Para compreender como os forros se inseriam economicamente na sociedade e como suas
famílias eram constituídas, foram estabelecidos os seguintes questionamentos: a) como se davam as
relações sociais no interior de suas famílias? b) como sobreviviam? c) com o quê e com quem
trabalhavam? d) continuavam atrelados aos seus antigos senhores ou conseguiam estabelecer relações
sociais com outros indivíduos, ou talvez com outros setores da sociedade? A pesquisa qualitativa,
realizada através de consulta a inventários, testamentos e fontes eclesiásticas, permitiu que fossem
obtidas algumas respostas ás questões propostas. Entre elas está a constatação de que os laços familiares
não são interrompidos com a manumissão e se prolongam além da liberdade; a constatação de que a
autonomia jurídica advinda da alforria corresponde a uma frágil autonomia econômica, que muitas vezes
provoca o agregamento de libertos em casas de homens brancos; e a constatação de que os poucos
alforriados que dispunham de recursos possuíam escravos. Os resultados da pesquisa indicam que a
maioria dos libertos de Viamão e Porto Alegre vivia em condições econômicas limítrofes - entre a
autonomia desejada e a realidade econômica vivida, que os atrelava, muitas vezes a outros indivíduos. A
vida após a liberdade parece ter sido bastante difícil para esses indivíduos, que encontravam na família
não apenas refúgio sentimental mas também proteção econômica e social.
SILVA, Denize Aparecida da. Arranjos e laços familiares na comunidade escrava da Freguesia de Nossa
Senhora da Graça de São Francisco do Sul/SC (1845-1888).
RESUMO. As pesquisas sabre a família escrava apontam para a idéia de que nos grandes plantéis havia
maior possibilidade de constituição dos laços familiares, principalmente no que diz respeito às famílias
legítimas. E ainda que pela manutenção da família escrava era possível estabelecer uma situação de paz
no cativeiro. Por outro lado é colocado que a família escrava poderia significar uma forma de
desestabilizar as relações comunitárias, pois na busca de negociar com o senhor, o escravo acabava
colocando seus interesses pessoais em detrimento do grupo. Porém se pensarmos em laços familiares
mais amplos, aqueles que envolviam parentesco consangüíneo e espiritual, então pode-se pensar que a
comunidade escrava possivelmente tinha vantagens com esta organização. O estudo sobre a freguesia
Nossa Senhora da Graça buscou analisar as relações sociais nos plantéis para responder sobre a
organização, manutenção e estratégias da família escrava, no período de 1845 a 1888. As características
da escravidão na referida freguesia apontam para plantéis relativamente pequenos e com escravos na sua
maioria crioulos. Para a realização do trabalho foram lidos Registros de Batismo e Processos de
Inventários, foram analisadas as informações e também foi feito cruzamento dos dados apresentados na
respectiva documentação. Ao longo do período abarcado pela pesquisa foi observada a trajetória de
determinadas famílias. Outra preocupação foi a de conhecer a organização de grandes famílias, (casais e
mulheres que batizaram cinco ou mais filhos), bem como as estratégias para continuidade das famílias
diante de situações de perigo como nos processos de inventários. Pode-se pensar que os arranjos de
parentesco provavelmente ampliavam as redes de solidariedade e, conseqüentemente, minimizavam os
percalços da vida em cativeiro na freguesia estudada; muito embora constituir uma família e mantê-la, ao
que parece, não tenha sido uma tarefa fácil para os cativos. Portanto os escravos precisavam construir
mecanismos para burlar os obstáculos que a condição no cativeiro lhes impunha. Daí prefere-se acreditar
que a organização da família escrava tinha um sentido que envolvia interesses e desejos tanto dos
escravos como dos senhores.
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XAVIER, Regina Célia Lima. Deslindando a história sobre a escravidão no Rio Grande do Sul.
COMUNICAÇÕES CONCERNENTES À ÁREA DE DEMOGRAFIA
HISTÓRICA APRESENTADAS NO XV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA:
ETNIA, GÊNERO E PODER
Vitória, novembro de 2005
(Os resumos de todas as comunicações encontram-se em CD-ROM elaborado pelas
instituições patrocinadoras do Simpósio)
CARVALHO, Enaile Flauzina. Laços de solidariedade: redes de convivência social em Vitória de
1790/1816.
RESUMO. A presente pesquisa desenvolveu-se com base em fontes cartoriais principalmente do século
XVIII que, quando analisadas, acabaram por inserir o Espírito Santo no contexto produtivo colonial da
época. No trabalho de pesquisa efetuou-se a digitalização e a coleta dos dados quantificáveis existentes
em inventários post-mortem e testamentos depositados na 1a. Vara de Órfãos de Vitória, o que
possibilitou a identificação da existência de circulação de mercadorias além de permitir o
dimensionamento da riqueza da classe proprietária, bem como a identificação de suas fontes de renda.
Devido ao grau de descrições dos bens nos inventários, muitas vezes somados com informações contidas
em testamentos, tornou-se possível uma melhor análise sobre a escravaria desses proprietários. Os
inventários contêm informações sobre o padrão econômico das famílias capixabas, como também
prestam uma valiosa descrição acerca das escravarias, o que permitiu definir a origem, a faixa etária, a
profissão, o ciclo familiar e a cor dos escravos existentes na Capitania capixaba entre 1790 e 1816. Após
dois anos de pesquisa e com a análise dos dados empíricos, uma nova leitura da história do Espírito
Santo vem sendo construída, no propósito de questionar a tese da "barreira verde" empregada por
historiadores tradicionais para comprovar a estagnação econômica da Capitania/Província até meados do
século XIX, convencidos de que a situação só se modificou com o advento do café. Em face das
informações obtidas é factível propor a identificação de redes familiares que exerciam uma grande
influencia econômica, política e social na Villa de Victoria. Nesta comunicação são expostos alguns
dados coligidos e analisados através da leitura das fontes, principalmente os relacionados com os cativos
e as redes familiares.
CONDE, Bruno Santos. Além dos limites espirituais: os escravos e seus padrinhos em Vitória
(1867-1871).
RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos da escravidão em Vitória
no século XIX. Mais especificamente, busca-se discorrer sobre as relações de compadrio envolvendo
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escravos no período compreendido entre 1867 e 1871, últimos anos antes da Lei do Ventre Livre. O
esforço aqui é no sentido de decifrar a forma, ou a intensidade, com que essas relações entre padrinhos e
afilhados se infiltravam no social, moldando e sendo moldadas pelo cotidiano. De qualquer forma, o fato
é que o sacramento batismal caracterizava uma soma da significação religiosa cristã com a teia social do
cenário em questão. Subsidiando a apresentação aqui proposta, têm-se como fontes os registros
paroquiais da Igreja católica do Espírito Santo, bem como publicações relacionadas ao tema e ao período.
A pesquisa que deu origem a esta exposição ainda está em andamento e tem como opção metodológica o
enfoque sobre a dinâmica local em sua especificidade, mas sem perder de vista o âmbito mais geral. É
com essa postura que se ambiciona lançar novas luzes sobre interessantes aspectos da história do Espírito
Santo no século XIX.
EL-KAREH, Almir Chaiban. Meninos vagabundos e meninas prostitutas: o trabalho infantil livre e
compulsório na Corte do Império do Brasil.
RESUMO. Com a chegada numerosa de imigrantes europeus, a partir dos anos 1850, o mercado de
trabalho carioca sofreu profundas modificações no que concerne aos regimes de trabalho. Se no âmbito
da casa o trabalho infantil continuou sendo majoritariamente escravo, de ambos os sexos, percebe-se que,
com a entrada numerosa de imigrantes, ele tendeu a se feminizar e a se desqualificar. Entretanto, o
espaço público, do comércio e das oficinas artesanais, foi muito rapidamente tomado por meninos livres,
em geral mais qualificados, acentuando sua tendência a se masculinizar. Porém, ainda que a participação
de menores, nacionais e estrangeiros de ambos os sexos, fosse muito grande, o mercado de trabalho
urbano carioca não foi capaz de absorvê-los em sua totalidade e as autoridades policiais e da justiça
tiveram de buscar soluções para um fenômeno social relativamente novo, mas que tendia a se agravar
com a miséria: o dos meninos livres vagabundos e das meninas livres que se prostituíam.
FERRAZ, Liz de Oliveira Motta. As Faces de Eva: os papéis da mulher no século XIX.
RESUMO. Este artigo propõe refletir sobre os vários papéis da mulher no século XIX e a dicotomia dos
sexos nas construções sociais do universo feminino no período da primeira fase da revolução industrial,
dentro de um quadro capitalista e patriarcal. Analisa a formação da classe proletária e suas reivindicações
com o objetivo de enfocar a participação feminina, apontando mudanças e conseqüências no bojo dessa
conjuntura.
GIL, Antonio Carlos Amador. Modernidade, culturalismo e mestiçagem na historiografia do México.
RESUMO. O debate historiográfico no México é profundamente marcado pelo tema da mestiçagem, ao
contrário de outras histórias latino-americanas. Pretendemos, neste trabalho, discutir como se estruturou
a idéia de um México mestiço e os embates historiográficos com os que consideravam que os "índios"
deveriam ser excluídos da história.
IOTTI, Luiza. A política imigratória brasileira e sua legislação - 1822-1914.
RESUMO. A política imigratória brasileira, no período de 1822 a 1914, atravessou diferentes momentos,
conforme os interesses dos grupos que estiveram no poder. O objetivo dessa comunicação é analisar cada
um desses períodos, tendo como principal fonte a legislação produzida sobre o assunto.
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LAGE, Lana. Penitentes e solicitantes: gênero, etnia e poder no Brasil Colonial.
RESUMO. Através das denúncias reunidas nos Cadernos dos Solicitantes do Tribunal da Inquisição de
Lisboa, foi possível verificar que 425 clérigos foram acusados por proferirem "palavras amatórias" para
as penitentes na ocasião da confissão, no Brasil Colonial. O fato de essas mulheres, incluindo negras e
índias, terem denunciado seus confessores já indica uma atitude de resistência, numa sociedade bastante
desfavorável à condição feminina. O exame dessa documentação permite verificar maiores detalhes das
relações de gênero nessa época e -- o que particularmente nos interessa nessa comunicação -, as
estratégias de defesa diante de um delito que hoje seria qualificado como assédio sexual.
MARTINS, Bárbara Canedo Ruiz. Mulheres e ofícios: olhares brancos sobre os serviços domésticos na
cidade do Rio de Janeiro no séc. XIX.
RESUMO. A autora efetua uma investigação sobre amas-de-leite, relações de gênero e mercado de
trabalho no Rio de Janeiro escravista do século XIX. Acompanhando perspectivas teóricas metodológicas mais recentes nos estudos sobre escravidão no Brasil levanta questões a respeito de
imagens construídas num cenário escravista urbano. Através das narrativas de viajantes estrangeiros
busca compreender as diferenças e similitudes entre as atividades domésticas, desempenhadas por
algumas figuras femininas. Pensa ainda no impacto deste discurso sobre a sociedade e suas conexões
com outras falas, como aquelas dos médicos sanitaristas do final do século XIX. Representações,
símbolos e significados diversos sobre as práticas das amas-de-leite, o papel social desempenhado, o
cotidiano da ocupação pretendem ser identificadas, assim como as classificações sócio-raciais
processadas diante das relações senhor-escravo. No desdobramento de tais questões propõe, ainda, a
análise sobre as imbricações entre os espaços de dentro e de fora da casa (ambiente mais íntimo). Como
poderiam desenhar-se no cotidiano: divisões e hierarquias. E como estavam situadas as mulheres e suas
ocupações em tais relações específicas de poder. O recorte temporal corresponde ao período 1808-1881,
marcos esses baseados na passagem pelo Brasil dos viajantes coletados e analisados.
MOREIRA, Vânia Maria Losada. A formação do povo brasileiro: a contribuição de Caio Prado.
RESUMO. Formação do Brasil Contemporâneo é, indubitavelmente, uma das principais obras de Caio
Prado Júnior e uma referência na historiografia brasileira. Nessa comunicação analisaremos como o autor
avalia o processo de integração social/assimilação do índio, bem como o processo de formação do povo
brasileiro, a partir de uma massa populacional pluriétnica.
MOTT, Maria Lucia. Parteiras x parteiras: negociação e confronto.
RESUMO. Historiadores que trabalham a História da Assistência ao Parto no Brasil ainda hoje têm
dificuldade de enfrentar dois velhos chavões: o das parteiras como mulheres ignorantes e, seu oposto, o
das parteiras como mulheres sábias, vítimas do poder médico masculino. O primeiro tem como
referencial a história da medicina tradicional, escrita por médicos, que dá especial destaque aos
progressos técnicos da Medicina, vistos como resultado do empenho, conhecimento e genialidade e
alguns de seus pares. Os trabalhos desses estudiosos revelam a crença na superioridade da Obstetrícia
científica, enfatizam os benefícios trazidos para as parturientes e recém-nascidos com o advento do parto
hospitalar e das diferentes técnicas cirúrgicas, descartam a contribuição das mulheres nesse campo de
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conhecimento, colocando médicos e parteiras em campos opostos. A partir desse tipo de estudos criou-se
uma imagem bastante cristalizada e divulgada das parteiras do passado, como sendo mulheres ignorantes,
analfabetas, sujas, sem conhecimento das regras básicas de assepsia, responsáveis pela alta taxa de
mortalidade da mãe e de crianças. Já o segundo chavão, desenvolve-se a partir na década de 1960,
período em que surgem escritos influenciados tanto pelo feminismo, como pelos escritos de Foucault.
Estes últimos, apesar de valorizarem o conhecimento das mulheres, também têm uma visão única de
parteira, qualificadas como "mulheres sábias", cujas práticas e técnicas estavam em consonância com as
necessidades e desejos das parturientes, estabelecendo com elas uma relação de solidariedade e respeito.
A perseguição das parteiras seria resultado do crescente poder dos médicos, desejosos de dominar os
corpos das mulheres, bem como esse campo profissional. Minha proposta para a mesa redonda é trazer
para debate uma terceira via de interpretação com base na análise de denúncias contra parteiras feitas por
parturientes e seus familiares, bem como por outras parteiras na imprensa nos séculos XIX e início do
XX. Antecedendo as professoras, as enfermeiras e as profissionais liberais (médicas, advogadas, etc.), as
parteiras podem ser consideradas senão o primeiro grupo profissional feminino, um dos primeiros a
enfrentar as exigências do mercado de trabalho capitalista. Muitas entre elas tiveram de desenvolver
estratégias para se impor enquanto profissionais e obter a fidelidade e reconhecimento da clientela.
Mesmo que para isso tivessem de denunciar suas colegas de profissão e/ou adotar tratamento e discurso
similares aos dos médicos. A análise desses embates cotidianos, conforme documentado pelos jornais,
possibilita perceber o poder em espaços freqüentemente ignorados pelas análises que privilegiam, ou
tomam como referência primordial, os discursos médicos.
SONEGHETI JR, Adélio. A imagem da mulher no projeto de nação de José de Alencar: um estudo de
gênero das obras Lucíola, Diva e Senhora.
RESUMO. O período após a Independência do Brasil é marcado pela discussão referente a um projeto de
nação. Muitos intelectuais da época debruçaram-se sobre o assunto, que teve as mais variadas vertentes.
Entre eles encontra-se José Martiniano de Alencar Junior, filho do padre e senador liberal José
Martiniano de Alencar, político influente durante o período regencial. Alencar, advogado por opção, mas
jornalista e literato por paixão, discute várias vertentes em sua visão de como deveria ser construído o
nacionalismo brasileiro. Entre elas está o modelo de mulher, que ele constrói em suas obras literárias
Lucíola, Diva e Senhora. Influenciado pelas ideais da Revolução Francesa, absorvidas pelas leituras de
Rousseau, Balzac, Chateaubriand entre outros, José de Alencar estruturou sua ótica sobre o papel
feminino com base no conservadorismo patriarcal, visão esta que foi reforçada pelo estudo dos clássicos
franceses. Desse modo, ele constrói a imagem da mulher, nas suas três obras, tendo como fio condutor o
patriarcalismo demonstrando para o seu leitor a semelhança comportamental em suas três personagem
principais, Lúcia, Emília e Aurélia, mesmo sendo elas pessoas totalmente diferentes.
SOUZA, Alinaldo Faria de. Desmistificando estereótipos: a "ousadia" das mulheres segundo os
processos criminais na província do Espírito Santo (1831-1889).
RESUMO. O objetivo da pesquisa é analisar o comportamento das mulheres na Província do Espírito
Santo do século XIX, a fim de verificar se elas aceitavam de forma passiva a imposição de padrões
comportamentais pré-estabelecidos pela sociedade da época. A investigação pretende desvendar, de um
lado a insubordinação contra a dominação masculina e, de outro, a quebra de expectativa em relação ao
ideal de docilidade e submissão. E é esse universo de contradições entre o poder patriarcal e a submissão
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feminina que se pretende percorrer. Para tanto, serão analisados os inquéritos policiais e processos
criminais existentes no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, que poderão comprovar a
existência de mulheres que transgrediram a legislação penal, por adotarem comportamentOs inadequados
para os padrões exigidos pelo poder patriarcal da época. Assim, poderemos avaliar o contexto histórico
no qual viveram essas mulheres e a sua postura diante da situação de acusada e vítima, bem como a
solução dada pela sociedade aos desvios detectados.
Notícia Bibliográfica
CORTÉS LÓPEZ, José Luis. Los orígenes de la esclavitud negra en España. Madrid, Librería DERSA,
2004, 112 p., (Ediciones "Voz de los sin voz", Sección Historia - 432).
APRESENTAÇÃO. La existencia de una verdadera esclavitud en las sociedades cristianas medievales es
algo que se ha ido pasando por alto, por diversos motivos, hasta el punto de constituir, según un experto
medievalista, una "grave laguna en la Historia medieval". Tal vez prejuicios morales y religiosos o una
visión simplista de la evolución histórica de la economía, nos han hecho pararnos solamente en la
consideración de los "siervos de la gleba" para olvidarmos de la existencia de verdaderos esclavos. [...]
Como veremos a lo largo de la exposición, la mayoría de las publicaciones españolas son trabajos
limitados en el espacio y en el tiempo, pero que tienen el mérito incuestionable de ser los pioneros en una
parcela que aún está por descubrir. En algunos casos, como el relacionado con la esclavitud en las Islas
Canarias, el tema es ya suficientemente conocido; también la cuestión morisca ha sido frecuentemente
abordada, pero la incidencia del mundo negro en la Península está aún por estudiar. Ordinariamente los
trabajos sobre la esclavitud han englobado a todos los esclavos por igual: orientales, moros, canarios,
negros..., y hay que señalar, de antemano, que la existencia jurídica del negro y su mundo sociolaboral
eran distintos a los de los demás esclavos. La intención de este pequeño trabajo es abrir una posibilidad
concreta de estudio en este campo y señalar los numerosos horizontes que pueden seguirse en su
investigación. La imperfección que supone el enfrentarse, por primera vez, a un problema mal conocido
puede verse compensada por el interés que pueda suscitar en futuros investigadores este tema casi inédito
de nuestra Historia. Nosotros mismos seguiremos volcados en esta apasionante perspectiva. (Do capítulo
introdutório da obra).
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GRINBERG, Keila (organizadora). Os judeus no Brasil: inquisição, imigração e identidade. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 2005, 473 p.
RESUMO. Coletânea na qual se efetua um painel histórico da presença judaica no Brasil. O livro
divide-se em duas seções: Inquisição, judeus e cristãos-novos no Brasil colonial e Imigração e identidade
judaica no Brasil contemporâneo.
Publicações Recebidas
Revista do Arquivo Público Mineiro. Belo Horizonte, ano XLI,
julho-dezembro de 2005, 152p.
Com este primoroso lançamento retoma-se, sob a Superintendência de nosso colega Renato Pinto
Venâncio, a publicação da sempre reverenciada Revista do APM a qual teve sua difusão suspensa em
1995. Este volume vai dedicado à Coleção Casa dos Contos fonte documental inspiradora de várias
gerações de pesquisadores da história de Minas às quais se deve uma vasta bibliografia na qual
encontram-se dissertações, teses, artigos, ensaios e livros. Como avançado, a edição contou com superior
tratamento gráfico e traz um valioso dossiê calcado na aludida documentação. Os colegas interessados
em adquirir um exemplar devem dirigir-se diretamente ao Arquivo Público Mineiro, Av. João Pinheiro,
372, CEP 30130-180, Belo Horizonte, MG (Brasil) - fone: (31) 3269-1167 - [email protected].
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Tal lançamento viu-se coroado com a elaboração da um conjunto de cinco CD-ROMs que integram a
Coleção Mineirama sob o título Revista do Archivo Publico Mineiro. Neles encontram-se digitalizados
todos os números publicados da Revista do APM; de seu lançamento, em 1896, até seu penúltimo
exemplar, de 1995. É a seguinte a identificação completa deste precioso material de pesquisa: Revista do
Arquivo Público Mineiro [recurso eletrônico] - ano I, n. 1 (jan./mar. 1896) - 1995. Dados eletrônicos Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais / Arquivo Público
Mineiro, 2005, 5 CD-ROM. Os interessados na aquisição da coleção devem dirigir-se diretamente ao
endereço anotado acima.
ACTAS DEL VI CONGRESO INTERNACIONAL DE ETNOHISTORIA
Sob os auspícios da Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires transcorreu na
capital Argentina, entre 22 e 25 de novembro de 2005, o VI Congreso Internacional de Etnohistória.
Integraram-no os quatro simpósios específicos abaixo detalhados pelos organizadores do encontro e
denominados, respectivamente: Política, autoridade e poder; Sociedade, população e economia;
Tradições orais, narrativa e simbolismo; Etnicidade, identidade e memória. As comunicações foram
reunidas em CD-ROM.
I. Política, autoridad y poder. Este simposio reunirá temáticas afines a las relaciones entre la sociedad y
las diversas formaciones estatales desde el período de los desarrollos de los grandes imperios
prehispánicos y durante la dominación hispánica hasta la república temprana (siglos XV-XIX). Dentro
del campo se incluyen también aportes que permitan reflexionar sobre los movimientos sociales en el
espacio americano, tanto los relacionados con procesos de resistencia, rebelión o movimientos
socio-religiosos de base milenarista en contextos coloniales (centrales o de frontera) como aquellos que
se inscriben en los procesos políticos que configuraron el carácter de las formaciones estatales del siglo
XIX.
II. Sociedad, población y economía. Este simposio está orientado al debate y a la reflexión sobre tres
dimensiones centrales. Uno de ellos se relaciona con los procesos de construcción y transformación
social vistos desde el análisis de grupos socioétnicos, castas, estamentos, elites, nobleza, burócratas,
funcionarios, comerciantes, clero, terratenientes, etc. Otro se refiere a la problemática demográfica y su
incidencia en los estudios de población, mestizaje o miscigenación, parentesco y familia. Finalmente, los
procesos económicos que estructuran las relaciones de trabajo, producción y circulación de bienes y
dinero al interior del espacio americano y en relación con el contexto internacional.
III. Tradiciones orales, narrativa y simbolismo. Se propone analizar concepciones sobre tiempo, espacio
y memoria, sistemas de simbolización y ritual en las tradiciones orales como las narrativas o mitos,
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iconografía, ceremonias y otras expresiones de la conducta simbólica y sus vínculos con la historia y la
cultura de las sociedades nativas en situaciones de frontera o bien ya incorporadas en las formaciones
estatales colonial y republicana. Se incluirán en este simposio aquellos trabajos que problematicen
diversas expresiones artísticas, tales como la pintura mural, los retratos, los libros, la escultura, la
arquitectura, la música, ya sea en el espacio religioso como en el privado de las elites y de los sectores
populares.
IV. Etnicidad, identidad y memoria. Se propone abordar tanto los problemas de identidad étnica y social
y los mecanismos de construcción de esas identidades y etnicidades como las dificultades que ofrecen las
fuentes y la bibliografía cuando interpretan y crean identidades. Vinculado a esto los problemas de
relaciones interétnicas en distintos contextos espacio-temporales, políticos y socioculturales.
Censo de Demografia Histórica
Maria Cristina Coutinho Robert Boechat
UEMG/FAFILE Carangola
Rua Marechal Deodoro 906/201
Centro
36015-460 Juiz de Fora MG
Mestranda em História pela Universidade Severino Sombra/RJ
E-mail - [email protected]
Linha de Pesquisa - Região e Trabalho
Notícias e Informes
NÚCLEO DA ANPUH CONVIDA
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Realizar-se-á em São João Del Rei, de 10 a 15 de julho de 2006, na UFSJ - Campus Santo Antônio, o XV
ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - NÚCLEO
MINAS GERAIS (ANPUH - MG). Para mais informações
.
As professoras Lana Lage da Gama Lima (UENF/Campos dos Goytacazes/ Secretaria de Segurança
Pública/RJ/ UFF) e Maria Beatriz Nader (Universidade Federal do Espírito Santo/ Campus de
Goiabeiras) convidam os colegas a participar do Simpósio Temático (39) "Gênero, Violência e
Segurança Pública", que terá lugar no Seminário Internacional Fazendo Gênero 7 - Gênero e
Preconceitos, a se realizar de 28 a 30 de agosto de 2006, em Florianópolis, Santa Catarina. Para mais
.
informações
ROL - Relação de Trabalhos Publicados
OUTROS TRABALHOS INCORPORADOS AO ROL
SAMARA, Eni de Mesquita. Família, mulheres e povoamento. São Paulo, século XVII.
Bauru (SP), Edusc, 2003, 102 p.
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APRESENTAÇÃO. Segundo palavras da autora, seu objetivo foi estudar "as famílias e as
mulheres nos primeiros séculos da colonização do Brasil, enfatizando especialmente a
sua participação no povoamento do interior, na estruturação do poder local e na
circulação da riqueza". Para tanto, apóia-se em fontes inéditas tais como inventários,
testamentos, atas da câmara, ofícios diversos e censos populacionais, para "reconstruir
conexões entre o público e o privado, de modo que as histórias das famílias e das
mulheres não aparecessem como um adendo à própria História de São Paulo no século
XVII ou um suplemento ao que já era conhecido". O livro foi estruturado em duas partes.
A primeira está dividida em quatro capítulos e trata da historiografia atinente ao
patriarcalismo escravocrata, à organização das famílias de elite e à estruturação do
poder local. A segunda parte, também dividida em outros quatro capítulos, apresenta o
tema da mulher, relacionando-o à esfera do poder público através do exame de
processos de transmissão de herança e do povoamento da São Paulo seiscentista.
(Transcrição de trecho de resenha de autoria de Dora Isabel Paiva da Costa).
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La cotidianidad esclava en las haciendas del Colegio San Francisco
Javier de Mérida
Edda O. Samudio A.
Profesora Titular de la Universidad de Los Andes
Mérida, Venezuela
[[email protected], [email protected]]
Resumen
El estudio sobre los esclavos de las haciendas del colegio San Francisco
Javier de Mérida se apoya fundamentalmente en información extraída de
escrituras notariales sobre transacciones de distinta índole, de informes y
relaciones de superiores de la Orden y del plantel. Asimismo, de datos
obtenidos del Libro de Recibo (1749-1767) y del Libro de Consulta
(1691–1762). En el trabajo se establece la relación entre comportamiento
económico y demanda de mano de obra esclava, circunstancia que definió el
tamaño de la comunidad esclava jesuítica y su distribución espacial,
ocupacional y de empleo, hechos que se proyectaron, a su vez, en aspectos
de
su
vida
material,
como
vivienda,
alimentación,
vestuario,
compensaciones, castigo y de su existencia espiritual y religiosa, aspectos
de la existencia la material espiritual que los jesuitas regularon y que
abarcaron desde el demográfico hasta el moral y religioso.
Palabras clave: Haciendas, esclavos, religión, trabajadores, población, demografía
The daily slave life in the country properties of the School San Francisco Javier
from Merida
Abstract
This study of the slaves of the estates of the College of San Francisco de
Mérida is based upon diverse documentation including: various notarial
records, reports of members and higher authorities in the Order, as well as
data
obtained
from
the
receipt
(1749-1767)
and
(1691-1762) account books. It demonstrates the relationship between
economic performance and the demand for slave labour which determined the
size of the Jesuit slave community and their spatial, and occupational
distribution.
These
elements
also
affected
their
material
lifestyles
including housing, food, clothing, pay, punishment, and their spiritual
existence. The Jesuits regulated all aspects of their lives, from the
demographic to the moral and religious.
Words key: Ranch, slaves, religion, workers, population, demography
Introducción
La esclavitud, forma de sujeción rigurosa del hombre en su condición de
mercancía, llevó al ser humano a ser objeto de propiedad de otros y, como tal, trocado,
vendido o subastado1. Esta conmovedora institución de la historia de la humanidad, tan
generalizada el planeta tierra, fue conocida por las sociedades primitivas y desde la
antigüedad estuvo presente en el Cercano Oriente (Sumerios), en Egipto, Grecia y
Roma; no obstante, con diferentes niveles de desarrollo, es posible encontrarla
en
sociedades más cercanas.
Esta institución se mantiene en las sociedades cristianas del medievo2, fruto de
una mentalidad formada sobre la base de la lectura de obras clásicas como la de
Diógenes, Aristóteles y Justiniano, a la vez que del escenario propicio para el
funcionamiento de los mercados, tan generalizados en aquel período. De esa manera, su
aprobación racional la hizo un acto justificable y, por lo tanto normal, circunstancia
que definiría su posterior desenvolvimiento histórico. Este negocio esclavista fue
desplazándose de la geografía Mediterránea3 a la Atlántica y se extendió al Pacífico
americano, involucrando a pueblos de distintos continentes.
Respecto a España, es importante recordar que su mentalidad esclavista se
vigorizó con la larga lucha de reconquista de su territorio ante los invasores islámicos.
Estuvo directamente vinculada al problema de la fe y dirigida particularmente a los
sarracenos. En ese sentido, cautiverio y rescate justificaban plenamente la esclavitud,
manera normal de admitirla en la Edad Media que, en el caso de España, quedó
expresa
en Las Siete Partidas, cuerpo legislativo del siglo XIII, patrocinado por
Alfonso el Sabio y considerado por algunos estudiosos como representante de la visión
católica de la esclavitud. Esta obra que resumía elementos fundamentales del Derecho
Romano y Canónico reconocía a la guerra, el nacimiento, la venta como medios
validos de esclavitud y concedía al amo poder absoluto sobre el esclavo, tal como la ley
de la antigua Roma3.
Ya para entonces, en los mercados peninsulares, con la ocupación de las islas de
Cabo Verde por los portugueses, a la población esclava oriental, musulmana y canaria
se sumaba la africana, cuyo comercio se incrementó progresivamente4. Este, además
se vio favorecido por comportamientos propios de la incipiente economía capitalista,
tales como las fluctuaciones negativas de los precios que afectaron el del esclavo y
motivaron el incremento de los salarios de los trabajadores libres, hechos que con la
colonización de los territorios americanos hicieron de la trata negra, no sólo una
actividad económica altamente remunerable, sino elemento fundamental del
intercambio triangular posterior, clave en la acumulación capitalista europea.
A principio de la Edad Moderna la esclavitud blanca
perdía
importancia,
mientras la productiva esclavitud africana adquiría creciente significación. Así, quedaba
atrás aquella esclavitud de índole doméstica y sedentaria de las sociedades cristianas
medievales, en tanto que la mano de obra barata y segura del esclavo negro fue
enrolada en el proceso productivo, principalmente en la explotación de las minas y en el
trabajo agrícola, esencialmente en la plantaciones5. El esclavo de origen africano
constituyó factor fundamental de producción en las haciendas de caña de azúcar y,
posteriormente, en las de cultivos nativos, como el cacao, el tabaco y finalmente el
algodón. Junto a trabajadores de otras etnias ocupó espacios en el medio urbano, tanto
en la vida civil como en la religiosa, ocupándose de las actividades domésticas y
artesanales.
Por cierto, esa relación esclavo-plantación de caña de azúcar, condujo
tempranamente a un significativo contingente de esclavos africanos hacia tierras
brasileñas, no obstante haber sido las tierras insulares caribeñas las que en el
continente, recibieron los primeros esclavos negros6. Pero, esa relación esclavoplantación de caña dulce no era una experiencia nueva, pues se mantuvo en el
Mediterráneo durante la
Baja Edad Media y se acentuó luego en la dieciseisava
centuria con el sistema de plantaciones desarrollado fundamentalmente con el brazo
esclavo negro, en los territorios insulares la costa atlántica africana, en las islas de
Madeira, Canarias y Santo Tomé, ocupada por ibéricos7.
En el ámbito americano, la temprana prohibición de introducir moros, judíos y
nuevos conversos a las islas del Caribe, permitiendo la de esclavos negros y otros que
estuviesen en manos de cristianos desde su nacimiento, así como la de esclavizar
canarios y las medidas protectoras del aborigen, favorecedoras de la libertad política
del indígena, no sólo propiciaron el incremento de africanos en los mercados
peninsulares, sino el privilegio de la esclavitud negra en el continente. Se recuerda que
el tráfico negrero que en un principio, controlaron los portugueses8,
pero que lo
disputaron además, traficantes holandeses, franceses, ingleses y españoles9. Por su
parte, España manejó el negocio esclavo a través del régimen de Licencias que fue
sustituido por el de Asientos10.
En América, la esclavitud negra no planteó los problemas de conciencia que
suscitó la de la población indígena, cuyo sometimiento y explotación fue abiertamente
discutida por funcionarios, religiosos y juristas en los primeros tiempos coloniales. No
obstante, haber surgido críticas a la violación de los derechos humanos en el siglo XVII
en Inglaterra y en las colonias anglosajones de norteamericana fue solamente a finales
del siglo XVIII, cuando los movimientos antiesclavistas lograron bajo el estímulo de
sus primeras victorias en esos países y en Francia, obviamente, al amparo de la
Ilustración y el Liberalismo. Cabe recordar que en París se fundó en 1788 la Sociedad
amigos de los negreros, la que propugnaba no sólo la liquidación del comercio esclavo,
sino la eliminación del sistema. Sin embargo, las colonias de los países europeos
tuvieron que esperar algunas décadas para la abolición de la esclavitud.
Por su parte, la política borbónica orientada a obtener el logro de los máximos
rendimientos económicos en sus territorios de ultramar, declaró la libertad del comercio
esclavo en 1789, año en que también se aplica el Código Negro Carolino que formó
parte de la Instrucción sobre educación, trato y ocupación en los dominios españoles.
Posiblemente, el cambio que se dio en el aspecto legal, en cuanto al tratamiento y
educación de los esclavos en las Indias y Filipinas, tuvo en parte la misma motivación.
En mayo de 1789, se ordenó, entre otras cosas, no dar libertad a los esclavos ancianos,
enfermos e inválidos, para garantizar la protección de sus vidas. También se mandó a
ocupar preferentemente los esclavos en las labores relacionadas con la agricultura, se
prohibió las amputaciones, castigos mayores de veinticinco azotes y uso de objetos que
les hicieran daño, en casos no graves. Se fijó penas para los amos y se señaló
enjuiciamiento por maltrato11. En la práctica, aquellas disposiciones corrieron la misma
suerte que muchas de las que se dieron para
los indígenas, a pesar de que para
entonces se dice que hubo un protector de esclavos.
La comprensión de la nueva realidad geosocial americana llevó a los jesuitas a
introducir importantes aspectos de modernidad en la administración de la institución y
de sus bienes, los que se fundamentaron en la idea clara del papel que tenía el hecho
económico en el logro de su autonomía financiera y en la satisfacción de sus fines
educativos y espirituales, para lo cual concedieron al acto económico una connotación
moral de carácter práctico. Para los ignacianos, las actividades económicas estuvieron
al servicio de Dios por constituir medios para procurar los recursos materiales que
garantizaban el logro de los objetivos máximos de la Orden, equiparándolas en ese
sentido a las espirituales y religiosas. De esa manera, en la conducción de los complejos
económicos se conjugaban permanentemente la pauta económica y la ética jesuítica12.
De hecho, para los jesuitas el acto económico, manejado con racionalidad estuvo
vinculado a la satisfacción de sus más caros propósitos. Por ello, no sorprende que los
paladines de la libertad de los aborígenes en el Brasil compartieran con las autoridades
oficiales la opinión de la necesidad de una abundante mano de obra, satisfecha en
función de la población esclava negra. Sin embargo, se conoce que el jesuita Miguel
García, al llegar al Brasil por el año de 1580, le desagradó constatar que hasta el
colegio de la Compañía de Jesús de Bahía contaba con negros esclavizados ilegalmente,
circunstancia que motivó su repudio y le creo adversarios que junto a Gonzalo Leite,
lograron su regreso a Europa13. Por cierto, los colegios de la Compañía de Jesús, que
han sido considerados los más grandes propietarios de esclavos en la América
española14, conformaron sus conjuntos de unidades de producción, sobre la base del
criterio de complementariedad económica, a su cierto carácter autárquico15, en lo cual
se incluyó a la población esclava.
Los colegios jesuíticos tuvieron muy pocas posibilidades de acceso a la mano de
obra indígena, en razón de que la legislación indiana prohibió otorgar encomiendas y
repartimientos a las órdenes religiosas; además, en el beneficio de la caña de azúcar
estaba vedada la ocupación de los indígenas aunque fuese en forma voluntaria.
Recuérdese que en 1595 se dispuso no utilizar indígenas “forzados o voluntarios” en
“ingenio, trapiches de azúcar, ni otra cosa semejante” indicándose que en ellos se
emplearan “negros u otro genero de servicio”. En esta medida se insistió en 160116, por
considerarse producto de una larga experiencia, perniciosa a la salud de los aborígenes
y por generar “otros inconvenientes. No obstante se permitió que los “naturales”
trabajaran en el corte y acarreo de la caña. Nuevamente, en 1621 se repetía la
prohibición de utilizar los indígenas en las tareas de trapiches17.
Las Ordenanzas de Mérida de 1620 también prohibían la utilización del indígena
en los ingenios, por considerar que el trabajo en los trapiches había sido excesivo y
dañino a la salud de los nativos y consumido muchas vidas; asimismo, acorde con las
Reales Cédulas se permitió que plantaran, cortaran y trasladaran la caña dulce en mulas
a los trapiches, pagándose lo que mensualmente estaba
Ordenanzas. Una
dispuesto en las propias
experiencia similar se tuvo en Mérida con los indígenas que los
encomenderos llevaban a sus estancias cacaoteras, por lo que se determinó que no se
sirvieran de un solo indígena en esas labores y se ordenó utilizar negros esclavos, tal
como lo hacían otros propietarios de estancias en la zona. El examen de la información
documental de Mérida revela que el proceso de sustitución de la mano de obra indígena
por la esclava en Mérida fue demorado; todavía en las últimas décadas del siglo XVII
se encuentran expedientes judiciales que atestiguan las obligaciones laborales que se
imponían a los “naturales” en las estancias de cacao y en los trapiches, donde cumplían
actividades especificas en el beneficio de la caña dulce.
Pero, si la esclavitud constituyó uno de los factores esenciales en el desarrollo de
una economía en la que el bajo nivel tecnológico demandaba
una importante
incorporación de fuerza humana en busca de maximizar los beneficios18, para los
colegios jesuitas con una
economía cañera o cacaotera, ésta fue un elemento
primordial. En esa realidad estuvo inserta el colegio de Mérida que centró su atención
en una economía basaba preferentemente en la agricultura de la caña de azúcar y el
cacao. Por ello, no sorprende que los padres del Colegio San Francisco Javier se
desempeñaran abiertamente como cualquier vecino en los procedimientos
de
adquisición de esclavos y concurrieran al mercado a trocarlos, comprarlos y venderlos,
aún en la década de su expulsión y, además, desarrollaran una actitud particular con
relación a la humanidad esclava. En el caso del colegio de Mérida esa población estuvo
destinada fundamentalmente al trabajo en las plantaciones y a beneficiar el fruto. Desde
los últimos años del siglo XVI, los colegios de Nueva España y, posteriormente, de
Brasil tuvieron autorización de sembrar caña de azúcar con fines comerciales.
Esclavos negros procedentes de distintas zonas del África Occidental19 llegaron a
Venezuela en el temprano siglo XVI, en tanto que a Mérida20 ese hecho ocurre a partir
de la segunda mitad de esa centuria, pues su fundación data de 1558. En cuanto al
colegio jesuita emeritense, la primera adquisición de esclavos tuvo lugar con la
donación fundacional, en la que el colegio recibió tierras aptas para el cultivo de trigo y
de cacao. En esta últimas se incluyeron seis mil árboles de ese fruto y ocho esclavos
angolas para su beneficio21, dos mujeres y seis hombres, a quienes se valoró en
trescientos cincuenta pesos cada uno o sea que totalizaban dos mil ochocientos pesos22;
precio que seguramente se pagaba en Mérida, pues se aseguraba que los esclavos
Angolas y los Congos eran los menos estimados de los africanos que llegaban a
Cartagena23, donde se vendían corrientemente a ciento cincuenta ducados24. Una
descripción coetánea que corresponde al padre Alonso de Sandoval
25
reseña que los
Angolas que arribaban a la importante ciudad portuaria de las Indias eran “los de menor
valor y menor suerte, los más inútiles y... los más expuestos a enfermedades’’26. Por
cierto, que a la Iglesia Católica se le imputa no haber cuestionado la validez de la
esclavitud27, por su parte, a los jesuitas, Alonso de Sandoval y el apóstol de los
esclavos, Pedro Claver, considerados los exponentes más importantes de la defensa del
esclavo en Cartagena y su provincia28, se les recrimina haberse ocupado más de la
salvación del alma que de enfrentar el problema de la esclavitud con el calor y la
perseverancia que lo hicieron los teólogos indigenistas en la defensa del indio29.
Si para la provincia de Venezuela el siglo XVIII30se ha considerado la centuria
del cacao, el siglo XVII lo fue para Mérida, a pesar de la importancia que tuvo el
tabaco en algunas de esas décadas y que la producción cacaotera inició su descenso en
forma apresurada ya en los años setenta de ese periodo, debido a una serie de factores
que contribuyeron al deterioro de las unidades productivas en las tierras cálidas y bajas
del sur del Lago de Maracaibo, situación que se ha expuesto en otros trabajos31. Sin
lugar a dudas, los esclavos tuvieron un papel protagónico en la expansión del cultivo
del
cacao en territorios merideños, al igual que en la provincia de Venezuela;
asimismo, fueron factor esencial en el desarrollo de la economía cañera.
A mediados del siglo XVII, las doscientos ocho ‘’estancias de cacao y trapiche’’
registradas en el denominado ‘’padrón’’ de estancias de las vertientes de los llanos
del sur del Lago marabino las que se distribuían entre los valles de Cuellar de la Isla, la
Arenosa, de Mojaján, la Sabana, Bobures, Chimomo, Capaz y Mocotén32, evidencian la
importancia que había alcanzado la actividad cacaotera en Mérida y el predominio de
una población laboral esclava en aquellas tierras tropicales que formaron parte del
escenario geográfico merideño. Esos valles
formaban parte de la jurisdicción de
Mérida y Gibraltar, esta última ciudad portuaria sufragánea de la primera. Por supuesto,
las estancias que los jesuitas tuvieron en aquellas tierras fueron registradas en el
referido catastro.
Si el esclavo desempeñó un rol substancial en las actividades de explotación
económica en el medio rural, hay que reconocer que desde muy temprano cumplió en el
escenario urbano, como trabajador doméstico, hecho que permitió a capitanes de las
huestes conquistadoras y fundadoras llevarlos en sus hazañas. Hay evidencias de lo
insustituible que se hizo la mano de obra esclava en el desempeño de algunos oficios,
los cuales llevaron a cabo tanto en ambientes civiles como religiosos. Además, ser amo
de esclavos concedía prestigio en la sociedad colonial.
Aunque, la población esclava ha sido motivo de importantes estudios de carácter
general33,
como de otros en los que se analizan aspectos referentes a cuestiones
sociales, demográficas, económicas34e institucionales, tales como la trata, los asientos
y licencias, la manumisión y la abolición y que algunos historiadores se han dedicado a
conocer seriamente la presencia esclava y su proyección en un país de América
Hispana35, los de una mayor rigurosidad científica y que ofrezcan nuevas orientaciones
metodológicas son relativamente recientes. Sin embargo, son escasos los trabajos, tal
como lo es en Venezuela
destinados a examinar particularmente el material
documental36 sobre los esclavos de haciendas tanto laicas37, como de instituciones
religiosas38. La situación expuesta es explicable, si aceptamos que la información para
una investigación de esta naturaleza es frecuentemente inexistente y, además, de
difícil localización. A ello se suma que la información que se logra consultar limita el
estudio de los esclavos, pues ella ha sido producida por sus amos o individuos
vinculados a ellos.
Como en otras regiones de América Hispana, en Venezuela, la fuerza laboral
esclava constituyó el soporte de las actividades económicas desarrolladas por los
jesuitas en sus complejos socioeconómicos. Los dos colegios ignacianos establecidos
en el actual territorio venezolano fundamentaron su existencia en una serie de
actividades, tanto urbanas como rurales. No obstante, fueron las rurales y,
particularmente, las que se desarrollaron en sus haciendas de plantaciones cacaoteras
las que proporcionaron los mayores ingresos a las instituciones educativas de la
Compañía de Jesús, mientras las de caña de azúcar siguieron en orden de importancia.
Lo expuesto lleva a plantear que si bien un importante número de esclavos formó
parte de las donaciones de propiedades rústicas, otro sector fue adquirido por los
padres mediante transacciones comerciales y en función de las nuevas necesidades de
esa mano de obra. En ese sentido,
es posible establecer una relación entre
comportamiento económico y demanda de mano de obra esclava, circunstancias que se
reflejaron en el tamaño de la comunidad esclava jesuítica y consecuentemente en su
distribución espacial, ocupacional y de empleo, hechos que se proyectaron, a su vez, en
aspectos de su vida material, como vivienda, alimentación, vestuario, compensaciones,
castigo y de su existencia espiritual y religiosa, todo lo cual permite conocer facetas de
la vida cotidiana de la comunidad que constituyó el
soporte de las actividades
agrocomerciales que definieron en buena medida la existencia y desenvolvimiento de
una institución religiosa educativa que tuvo una notable figuración en la sociedad
colonial.
El estudio sobre los esclavos del colegio San Francisco Javier de Mérida y de
manera particular los de sus haciendas, se apoya fundamentalmente en información
extraída de escrituras notariales sobre transacciones de distinta índole, de informes y
relaciones de superiores de la Orden y del plantel. Asimismo, de datos obtenidos del
Libro de Recibo de marzo de 1749 a junio de 1767 y del Libro de Consultas que abarca
un período de setenta años, desde febrero de 1691 hasta enero de 1762. Este último
resume los temas de las reuniones periódicas de los padres consultores y se trata de una
copia del original que transcribió escrupulosamente, incluyendo las notas marginales
de don Tulio, el padre jesuita José Barrena, en junio de 1937, sin embargo, la valiosa
información que ofrece sobre los esclavos es de carácter cualitativo. Esta circunstancia
lleva a insistir en que el trabajo se centra en el estudio del comportamiento de algunos
aspectos de la existencia de
comunidad esclava de las haciendas del colegio
emeritense, el que estuvo estrechamente vinculado al desenvolvimiento económico de
sus unidades de producción, específicamente aquellas productoras de cacao y caña de
azúcar.
Amos religiosos y trabajadores esclavos
Ya en 1558, año en que se fundó Mérida, la población aborigen de la Nueva
Granada, experimentaba los estragos de la explotación minera y la consecuente y
progresiva demanda e introducción de esclavos negros, sobre el supuesto que uno sólo
de ellos producía el trabajo de tres indios juntos, idea que se generalizó en el siglo
XVIII y que llevó a considerar que la trata y, consecuentemente, el ingreso de una
población esclava numerosa sería el remedio para la economía neogranadina, cuya
actividad fundamental fue la minera. No obstante, la intensificación de la presencia del
esclavo en la economía de La Nueva Granada se ha relacionado con la progresiva
disminución de la población nativa y la expansión de la colonización agrícola.
Mérida no contó con minas de oro, plata ni esmeraldas, como otros territorios
neogranadinos, por lo que su economía descansó primordialmente en la actividad
agrícola, en la que el indígena jugó un papel esencial en el siglo XVI, mientras en el
XVII, recayó el trabajo del agro en el aborigen y el esclavo. Sin embargo, en el siglo
XVIII y primera década del XIX, el trabajo del campo correspondió a la población
indígena, significativamente reducida, a una esclava no cuantiosa y a un importante
sector libre,
mestizado. No obstante, en el caso del colegio de Mérida fue,
particularmente, el brazo esclavo el que hizo posible por más de un siglo el desarrollo
de las actividades económicas encargadas de generar los beneficios que aseguraron la
permanencia y proyección de la institución educativa.
Un hecho revelador, de acuerdo a las cifras que ofrece Germán Colmenares, es
que para 1767, los 346 esclavos del colegio de Mérida, representarían el 21% de los
esclavos de los jesuitas en la Nueva Granada y la Audiencia de Quito. Y, en cuanto al
total de los esclavos de las haciendas productoras de cacao en la Nueva Granada, las
haciendas de cacao del plantel merideño tendrían el 39 % de esos esclavos, mientras las
de caña de azúcar alcanzarían el 32% de la población esclava de las haciendas
neogranadinas productoras de caña de azúcar. Se recuerda que para entonces, Mérida,
ciudad de la provincia de Maracaibo, estuvo bajo la jurisdicción del Nuevo Reino de
Granada hasta 1777, cuando la provincia fue anexada a la Capitanía General de
Venezuela.
En las tierras llanas y bajas de la depresión sur-oriental de la cuenca del Lago de
Maracaibo,
los jesuitas tuvieron las dos más
importantes propiedades rústicas
dedicadas a la explotación cacaotera, La Ceiba y La Sabana, las que se desarrollaron
con el trabajo esclavo, proporcionándole los mayores ingresos al plantel.
circunstancia pone en evidencia que
Esta
la notoria concentración de esclavos en las
unidades de producción cacaoteras y de caña de azúcar en el valle medio del río
Chama,
estuvo estrechamente relacionada con la importancia comercial de su
producción, lo que obviamente, las hizo las haciendas más rentables. Este hecho, sin
lugar a dudas, incidió en la dotación, tanto material como humana, de los ambientes
urbanos, en los que se desarrollaban sus funciones educativas y religiosas, pues ellas
se desenvolvieron y proyectaron acorde al
estado
económico de su complejo
hacendístico.
Como se ha expuesto, es obvio que la expansión de las actividades agrícolas del
colegio no constituyó un suceso aislado que dependió unilateralmente de la eficiente
administración de los jesuitas; también ello fue posible gracias a la conjunción de
factores ecológicos y económicos, al contar con tierras y climas adecuados para el
cultivo de la caña y del cacao y con la participación del esclavo negro y mestizado.
Además, fue decisiva la proximidad de las haciendas cacaoteras a los puertos a través
de los cuales se realizaban las relaciones comerciales con el exterior.
De hecho, se insiste en señalar que todo factor que perturbó las condiciones
ecológicas y económicas de ese
complejo ciudad-campo, determinó
alteraciones
paralelas en las funciones y rendimiento de la empresa jesuítica. En consecuencia, no es
fortuito afirmar que la economía del colegio fue, de alguna manera, expresión de la
economía merideña. En efecto, los factores, tanto humanos
como naturales
que
alteraron la economía de la región repercutieron inevitablemente en el complejo
jesuítico; así, la ciudad y su área rural, el colegio y sus haciendas,
experimentaron
efectos similares sobre su economía, ya de expansión o de crisis, con las respectivas
consecuencias en los aspectos educativos, religiosos, cultural y social de la vida de La
Mérida de ese entonces.
La población esclava
Desafortunadamente, no se tuvo la suerte de disponer, como en otros territorios
coloniales, de registros de bautismo, defunción y matrimonio de los templos del
colegio y los de las haciendas jesuitas. Consecuentemente, los datos demográficos que
se manejan tan sólo permiten ofrecer una visión general del comportamiento
demográfico de la comunidad esclava de las haciendas jesuíticas, comparando su
tamaño en un período de ocho décadas. Se hace referencia en forma somera a la
distribución de sexo y edad, pautada por la política demográfica llevada a cabo por los
padres de la Compañía, la que será igualmente comentada. Asimismo, esa información
hace posible analizar la distribución espacial de los esclavos del colegio merideño, la
que se correspondía con los criterios económicos que manejaron los religiosos, tal
como el de concentrar una fuerza laboral apta en las zonas donde se desarrollaban las
actividades económicas más rentables que para el plantel de Mérida fueron de índole
agrocomercial.
Comportamiento y política demográfica
El comportamiento demográfico de la comunidad esclava de los jesuitas en
Mérida se pone de manifiesto al comparar los casi tres centenares y medio de años que
llegó a tener esta institución para el momento de la expulsión, en 1767 con los ocho
esclavos negros que formaron parte de los bienes fundacionales del colegio en 1629.
Indudablemente, los religiosos de la Compañía de Jesús en Mérida, en casi ciento
treinta y nueve años de existencia, habían incrementado el número de esclavos poco
más de cuarenta y tres veces, respecto a su población original.
La población esclava de las haciendas en el período de ochenta y tres años que se
registró en las cinco visitas señaladas entre 1684 y 1759, como la del inventario de
1767 permitió la realización de una tabla sintética (Tabla 1) de los totales de la
población de las unidades de producción jesuíticas.
Tabla 1
POBLACION ESCLAVA DE LAS HACIENDAS DEL COLEGIO DE MERIDA 1684-1767
HACIENDA
1684
1749
1752
1756
1759
1767
La Ceiba
54
82
94
98
104
138
Las Tapias
34
64
72
95
80
108
La Sabana
23
71
76
70
79
74
Paguey
-
43
42
48
46
26
-
-
-
-
-
La Arenosa
17
San Jacinto
-
17
14
-
8
Santa Mónica
-
-
-
-
7
-
Cacutes
-
-
-
1
-
-
128
277
298
324
346
Total
312*
-
*No Están incluidos los cuatro esclavos que en esa visita fueron registrados en el tejar y la calera.
En esta Tabla es fácilmente observable que la población esclava de La Ceiba,
La Sabana y Las Tapias creció durante ese lapso de tiempo, mientras Paguey,
disminuyó el 40% de sus esclavos, en las casi dos décadas que perteneció al colegio,
tal como o muestra el Gráfico 1. Por su parte, La Sabana y Las Tapias habían más que
triplicado su mano de obra esclava, en tanto La Ceiba logró duplicar algo más el
número de sus esclavos respecto al de 1684. Sin embargo, se advierte que esta última
mantuvo un incremento sostenido de la mano de obra esclava, circunstancia que no se
dio en Las Tapias y La Sabana (Fig. 1) que experimentaron altibajos, los que se
manifiestan en los registros de17 56, en el caso de Sabana y de Las Tapias en 1759,
años en que confrontaron una serie de vicisitudes que explican la pérdida de esclavos
que se aprecian en varios de los registros, motivo de análisis en otro trabajo.
FIG.1. POBLACION ESCLAVA DE LAS UNIDADES DE
PRODUCCION DEL COLEGIO DE MERIDA. 1684-1767.
350
300
250
P
O 200
B
L
150
A
C
I 100
O
N 50
0
1684
La Ceiba
Las Tapias
La Sabana
Paguey
La Arenosa
San Jacinto
Sta. Mónica
Cacutes
Total
1749
1752
1756
1759
1767
AÑOS
Las cinco visitas del Colegio de Mérida y el inventario de 1767 que se realizaron
con intervalos que oscilaron entre tres y cuatro años y, el último de ocho años,
proporcionan una clara visión de la población esclava de las haciendas de 1684 a 1767.
Para 1684, el plantel, ya afectado por la serie de factores humanos y naturales que
ocasionaron el retroceso de la economía merideña de entonces, las haciendas jesuíticas
tenían
128 esclavos distribuidos en cuatro de sus cinco unidades de producción,
destacándose La Ceiba que mantenía el 40% de esa población. Sumada la población de
La Ceiba, la de La Sabana y la Arenosa, situadas todas en tierras lacustres, la mano de
obra de las haciendas cacaoteras alcanzaron a retener el 73 % de los esclavos en 1684,
la máxima representación en los ochenta y tres años, en los que mantuvieron el
predominio de esclavos. No obstante, los esclavos de Las Tapias que fueron ocupados
primordialmente en la actividad cañera y superaron numéricamente a los de la Arenosa
en 1684 y a los de La Sabana en esas ocho décadas fue adquirida en 1639, cuando el
Cabildo merideño hizo donación a los religiosos de aquellas veinticinco cuadras que
eran de los propios de la ciudad.
Sesenta y cinco años más tarde, en 1749, el complejo económico jesuítico se
había ampliado con la adquisición de las haciendas San Jacinto (1737), Cacutes
(1712,1716 y 1720) y Paguey que fue donada en 1748, un año antes de la visita y,
además, la comunidad esclava había aumentado 2.16 veces, respecto a su población de
1684, aunque de aquellas, sólo Paguey y San Jacinto contaron con mano de obra
esclava. El incremento de los esclavos en ese periodo de dieciocho años estuvo
distribuido en un 51% en La Ceiba, un 41% en Las Tapias y La Sabana un 5%. Es
evidente que fue La Ceiba la que concentró la mayoría de los esclavos, seguida por Las
Tapias,
La Sabana y, en último lugar, Paguey que, por el contrario, disminuyó
significativamente la mano de obra sujeta a esclavitud.
Paguey, donada en 1748, poco antes, de que empezaran a desmejorar las
condiciones
económicas del Colegio, acusó en los últimos años del plantel una
reducción del número de esclavos a causa, sobre todo, de fugas y de continuas ventas.
De la población inicial de 43 esclavos "grandes, pequeños y viejos" a Paguey le
quedaban tan sólo 26 en 1767. En el Libro de Recibo de 1749 quedaron los registros de
venta de esclavos cimarrones39 y otros, cambiados por mulas o simplemente declarados
como vendidos; se conoce que el producto de algunas de esas ventas fue destinado a la
adquisición de nuevos esclavos. Se recuerda que los jesuitas trataban de deshacerse de
los esclavos que eran motivo de quebrantos y no experimentaban cambios positivos en
su conducta, tal como los aficionados a la bebida, los indolentes, los altivos y aquellos
que tenían poco juicio; además trataban de salir de los que se resistían a casarse con
individuos como ellos, sin personalidad jurídica. Los padres
mostraron una clara
tendencia a deshacerse con carácter urgente de las esclavas que motivaban riñas40 y
pleitos, de los esclavos mal genio y falta de juicio41, rebeldes, fugitivos42, hechiceros o
yerbateros o con otros malos hábitos, quienes resultan difíciles de manejar, a lo cual en
el caso de Paguey se añadía lo distante que estaba de Mérida y lo difícil que resultaba
comunicarse con ella. En el Libro de Recibo del plantel quedaron consignados ingresos
por concepto de venta de varios esclavos de Paguey, los que constan como huidos y
fugitivos43.
Un ejemplo de lo expuesto se dio con motivo de la aprobación de venta de un
esclavo cocinero en una de las Consultas, la que resume algunas de las razones que
motivaban a los jesuitas a deshacerse de estos trabajadores. Se afirmaba que además
del daño que al esclavo había causado en un ojo el calor de la cocina, con el riesgo de
perder el otro, haciéndole
inútil para cualquier oficio, estaba disgustado con los
religiosos, por lo que había nuevo amo; también, había pretendido casarse con una de
afuera, lo que de acuerdo a los religiosos, aunque el esclavo lo hubiera realizado con
una del colegio, no era hábil para otro trabajo. Y, como si fuera poco, le señalaban de
inquieto y "bellaco", pues salía algunas tardes y se quedaba en la calle toda la noche.
Los padres que habían tratado de corregir al esclavo sin éxito alguno, castigándole en
varias ocasiones, decidieron su venta ante el riesgo de que dañara a los demás.
Indudablemente, las transacciones jurídicas sobre esclavos en las que estuvieron
involucrados los religiosos, por si solas no satisfacen la explicación del crecimiento de
esa población en las haciendas jesuíticas, por lo que y a pesar de la limitación de no
contar con los registros vitales, se considera que hubo aporte de esclavos como
resultado del incremento biológico, consecuencia de la evidente política demográfica
jesuítica que tendía a promover y proteger los enlaces matrimoniales, lo que debió
reflejarse no sólo en el fortalecimiento de la esclavonía, sino en los nacimientos
intracomunitarios y de los que desafortunadamente no tenemos registros. Se sugiere
que las ventas de esclavos y la mortalidad de su población debieron ser contrarrestada
por el crecimiento natural, al igual que en el caso peruano, estudiado por Macera, quien
igualmente lo atribuye al estímulo que los jesuitas dieron a la vida conyugal y, por
tanto, a la procreación. Las situaciones expuestas permiten aceptar la factibilidad de los
supuestos planteados y la imposibilidad de evaluar la incidencia de la natalidad esclava
en el aumento de la población.
No obstante, cabe señalar que en el incremento de la población esclava de las
haciendas del plantel hubo la participación de diferentes fuentes, una debidamente
programada, la correspondiente a la compra
y,
otra de carácter relativamente
espontáneo atribuida a donaciones. Estas, de acuerdo a los datos obtenidos revelan
haber sido las que más incrementaron el número de esclavos. Los esclavos donados,
aproximadamente en número de 91, representaron el 62%, en tanto que los obtenidos
por compra correspondieron al 38% del total de la mano de obra esclava que recibió el
plantel jesuítico, por donación y compra. El 86% de los esclavos donados provino de
La Ceiba y Paguey, representando el 53% del total de la mano de obra esclava,
comprada y donada.
Los veinticuatro compromisos legales de compra-venta estudiados fueron más
numerosos que los de donaciones, los que no llegaron a la docena; sin embargo, a lo
largo de un siglo y casi cuatro décadas, el número de esclavos que ingresaron a
propiedad de los jesuitas por la primera modalidad, alcanzando los cincuenta y cinco
esclavos más o menos, fue bastante inferior a la mano de obra esclava donada al
plantel de la Compañía de Jesús. Los tratos de compra-venta llevados a acabo por los
jesuitas revelan que en las diez décadas en que se produjeron esas negociaciones
sobresale la de los años treinta del siglo XVIII, en la que se obtuvieron el 41% de los
esclavos obtenidos en esa forma.
En las compras de esclavos realizadas por el Colegio de 1645 a 1767, fácilmente
se aprecia la presencia de una población joven y el predominio del sexo masculino. De
los esclavos cuyo sexo fue identificado, un 42% correspondió a varones, mientras las
mujeres representaron 25 %, aunque hubo un 33% cuyo sexo no estuvo identificado.
Además, se advierte que la edad de los esclavos comprados osciló entre uno y cuarenta
años, mientras la de las mujeres fluctuó entre los tres y los treinta años. Respecto a la
distribución etárea, se puede observar que la mayoría de los varones, en un 57%,
estaban en edades comprendidas entre los 30 y 20 años, un 32% no sobrepasaba lo diez
años y, tan sólo un 11% llegaba a los 40 años. En cuanto a las mujeres, el 92% se
encontraba entre los 30 y 15 años o sea en plena capacidad reproductiva; una sola
esclava de tres años, representaba el 7.6 de las compradas.
Con relación al costo de los esclavos se aprecia un visible descenso en el siglo
XVIII, conducta que de manera general tuvieron los precios en la región. En cuanto a
las características étnicas de los esclavos, hubo un peso importante del elemento
negroide de origen africano en las primeras décadas de existencia del plantel, situación
que contrasta con la población esclava de la institución en sus últimos quinquenios, en
los que sus esclavos fueron mayoritariamente mulatos o afromestizos criollos o sea
nacidos en la tierra, situación que compartían otras unidades de producción y la propia
ciudad. Este hecho es perfectamente lógico y comprensible, pues como lo ha señalado
Rolando Mellafe, en América, el esclavo negro tendía a perder sus caracteres negroides
a partir de la segunda o tercera generación y como lo señala el mismo historiador. Sin
lugar a dudas, ese proceso de mestización del negro constituyó un relevante factor
decadencia de la esclavitud negra en la América Hispana.
De igual forma, el Colegio de Mérida permutó esclavos y participó como
vendedor en el mercado interno de esclavos, aunque fue en menor proporción que
como comprador. En las diecinueve transacciones comerciales que tuvieron como
motivo de la venta de veinticuatro esclavos se aprecia el predominio de mujeres (60%)
y el incremento de esas operaciones a partir de la quinta década del siglo XVIII.
El señalado e innegable manejo de la población esclava por parte de los jesuitas, a
través de la promoción del casamiento y protección de la familia, no sólo buscaba
resguardar la integridad de la comunidad esclava, sino favorecer la natalidad
intracomunitaria. Tras estos objetivos los religiosos trataron de mantener el equilibrio
de los sexos que estuvo dirigido a propiciar el matrimonio
entre sus esclavos,
manteniendo una proporción de hombres y mujeres que daba la posibilidad cierta
de encontrar la pareja en el seno de la comunidad. Esa medida quedó expuesta en las
instrucciones
para el manejo de las
haciendas peruanas al ordenarse que "... se
procurara que haya tanto negros como negras por que los solteros puedan tomar
estado y evitar ofensas a Dios y que se casen con indios o libres". Por cierto, desde la
primera mitad del siglo XVI, se promulgaron leyes que coartaban la libertad
matrimonial del negro, las que fueron recogidas en la Recopilación de las Leyes de
Indias de 1680. Esas Reales Cédulas ordenaban que se diligenciara el matrimonio
entre negros, advirtiéndose, además que el sacramento no otorgaba a los esclavos
libertad alguna, aunque sus amos lo quisieran44.
Los jesuitas aplicaron una serie de medidas que favorecían las uniones entre sus
esclavos. Una de éstas fue la de mantener los futuros cónyuges en la misma unidad de
producción y no trasladar a uno de ellos, aunque en ese sentido hubiese un compromiso
previo45. Asimismo, aprobaban la mudanza de un esclavo, cuando la pareja estaba
separada y tenía intención de matrimoniarse. Al igual, previa consulta al Principal,
aprobaban la comutación de un esclavo del colegio o de otro dueño, cuando había
matrimonio de por medio46. También llevaron adelante algunas compras de esclavos,
cuando se necesitó formar parejas47 y fueron propensos a su venta cuando se resistían a
casarse o no había esperanza de procreación48.
Los padres no aprobaban el amancebamiento, práctica ampliamente difundida en
la época que atentaba contra la moral cristiana y los casamientos con mujeres libres,
pues los hijos de hecho lograban condición jurídica. Los registros de población esclava
de las haciendas muestran que los jesuitas propiciaron la (endogamia étnica) vida
conyugal intracomunitaria; en primer término entre los esclavos del colegio49 y, luego,
facilitaran las uniones cuando se trataba de un esclavo ajeno, actitud que como se ha
señalado era una mezcla de sentimientos cristianos y razones económicas. Un caso que
muestra la forma en que los jesuitas propiciaron el matrimonio entre sus esclavos, lo
protagonizaron dos "esclavitos" del colegio que querían casarse con dos "esclavitas"
que los padres habían comprado para la misión de Los Llanos, las que a pesar de haber
sido reclamadas por el Procurador de la Misión, resolvieron dejarlas en el colegio. En
otros ocasiones, cuando un o una esclava quería casarse con un esclavo o esclava
foráneo, los religiosos solicitaban licencia al Provincial para conmutar uno o una de la
institución por la que quería casarse o bien buscaban la forma de adquirirla. En una
ocasión, los padres del colegio reconocían que un buen esclavo de Las Tapias estaba
"desatinado" por una esclava ajena y para no perderlo consideraron que
era preciso
darle gusto y procedieron a su compra. En opinión de Macera ese comportamiento de
los jesuitas tuvo una explicación demográfica, por pretender "...favorecer las uniones y
aumentar los puedan tomar estado y evitar ofensas a Dios y el que se casen con indios o
libres" nacimientos" y, de carácter moral, al tratar de que "...haya tantos negros como
negras para que los solteros.
De hecho, los padres de San Ignacio preferían mudar o vender al esclavo que era
renuente al matrimonio, tal como se hizo con un esclavo de Las Tapias a quien tildaban
de “...natural altivo y resistente en no casarse, y se resolvió que se vendiese y se
comprase otro en que no hubiese estos quebrantos...”; pero, no encontraban comprador
por lo que la medida quedaría pendiente50. Y se apresuraban a salir del esclavo que
había tenido el atrevimiento de casarse sin pedir licencia a sus amos y decidieron la
venta de una viuda que no quería casarse, además de motivar riñas y pleitos con las
otras esclavas y estar acostumbrada al trabajo de servir en la ciudad, pues se enfermaba
frecuentemente en los cañaverales; comportamiento que bien pudo ser un rechazo al
trabajo en la hacienda51.
A pesar de lo expuesto, los esclavos de Paguey
estrategias de resistencia a las formas de represión,
fueron capaces de desarrollar
comportamiento que
debió
constituir una preocupación más para los religiosos. Aquellos, seguramente conscientes
de lo que había significado y significaba la esclavitud en su humanidad, expresaron
claramente su rechazo a casarse con mujeres de su condición, manifestando que
preferían la muerte a matrimoniarse con esclavas. De hecho, en 175652, en Paguey
habían trece solteros y ninguno quería unirse a esclava, a pesar de que habían siete
solteras adultas y cinco muchachas, por el contrario, se aseguraba que vivían los más
de ellos amancebados en forma escandalosa con mujeres libres, situación que se tornó
más preocupante porque uno de ellos mantenía relaciones con la hija de una hechicera
libre, a quien todos le temían. La decisión no se hizo esperar, en el mismo año 1756, en
Consulta se trataba una carta del Padre Provincial en la que aprobaba la venta de los
esclavos solteros de Paguey y todos los que hubiere necesidad53.
De cualquier manera, si los jesuitas no lograron impedir las uniones de sus
esclavos con libres, tampoco consiguieron que todos los solteros y viudos contrajeran
matrimonio. Por ejemplo, de los 107 esclavos que tenía Las Tapias para el momento de
la expulsión, el 21% de esos adultos estaban sin pareja; el 64% de ellos eran mujeres,
mientras el 36% eran hombres. Se debe hacer notar que en aquella representación
femenina predominaban las viudas y en cuanto a los hombres, una gran mayoría eran
solteros. No obstante, es interesante señalar que se mantenía una distribución
proporcional respecto al sexo, pues a pesar del predominio de mujeres en Las Tapias, la
diferencia no sobrepasaba el 9 % y la población de niños, que aún estaban bajo la
tutela de los padres con un 49% del total de la población esclava, era significativa.
Distribución espacial
Los datos
sobre la población esclava de las unidades de producción fueron
conocidos a través de la información de las visitas que con cierta periodicidad llevaron
a cabo los Provinciales o sus representantes a los domicilios de su provincia. Dado que
la actividad económica de los ignacianos en Mérida fue particularmente de carácter
agrícola, la mano de obra esclava del colegio se concentró en las
unidades de
producción destinas especialmente a esa actividad, una de las cuales, Las Tapias,
estaba dedicada al cultivo de la caña dulce que se procesaba en el trapiche.
Consecuentemente, ese hecho permite advertir una correlación entre la distribución
geográfica de los cultivos y la de la población esclava, circunstancia que hace evidente
la concentración de la fuerza laboral en las haciendas más rentables o sea con
plantaciones. Estas, en primer término, estuvieron situadas en zonas aptas para el
cultivo del cacao y, en segundo lugar, en aquellas destinadas al de caña de azúcar
(Fig.1).
En efecto, en los seis registros que se conocen de la población esclava, entre
1684 y 1767, es fácil
observar que fue en las tierras bajas, cálidas, húmedas e
insalubres de paisajes de cacahuales del sur y sur oriente del lago de Maracaibo, donde
se concentró mayoritariamente la población esclava jesuítica. Esta
varió de 94
esclavos (73.4%), repartidos en La Ceiba, La Sabana y La Arenosa en 1684 a 212
esclavos (61.2%) que mantenían las dos primeras, en el momento de la expulsión.
Además, se aprecia que este 61%, estuvo distribuido entre La Ceiba (40 %) y La
Sabana (21%). Evidentemente, la cercanía de la primera al puerto que recibió su
nombre y estar en tierras menos accesible a los Motilones, fueron factores que
favorecieron el desarrollo de sus actividades agrícolas y la estabilidad de su población.
La observación de las figuras 1 y 3 permite reconocer la relación que hubo entre
la distribución espacial de la población esclava y las áreas de producción. De esa
manera, es obvio que la mayor concentración de población esclava se dio en las
haciendas de mayor
rentabilidad, la que lograron los jesuitas en
el
núcleo
hacendístico cacaotero, cuya producción se comerciaba preferentemente en los puertos
de Gibraltar, Maracaibo, Cartagena y Veracruz, aunque también se despacharon
remesas a la metrópoli. Se insiste en que de ese núcleo fue La Ceiba la que proporcionó
al plantel los mayores ingresos (Fig.3).
En el valle medio del Chama, en el que predominó un paisaje de cañaverales y
trapiches hasta hace algunas décadas y que tuvo entre sus primeros actores los esclavos
del Colegio San Francisco Javier, los padres jesuitas mantuvieron otra parte de su
población esclava. Esta seguía en importancia cuantitativa a la que habitaba en las
tierras lacustres, lugar que igualmente mantuvieron los beneficios de sus haciendas
dentro de las rentas de la institución (Fig.3).
La otra hacienda jesuítica que contó con un contingente de mano de obra estable
fue Paguey, unidad de producción que fue donada por un acomodado vecino de Barinas
en 1748, dedicada predominantemente a la explotación ganadera y situada en la
jurisdicción de Barinas; sin embargo, se hace notar que mientras la población esclava
de La Ceiba, La Sabana y Las Tapias creció durante el periodo que estuvieron en
propiedad de los religiosos, Paguey, perdió el 40 % de sus esclavos, en las dos décadas
que estuvo en manos de los jesuitas, situación que se produjo en los últimos años
(Fig.2). Este comportamiento se explica si se considera lo difícil que resultaba a los
padres del colegio manejar unos esclavos que se les señalaba como rebeldes, fugitivos,
con malos hábitos, a lo cual se añadía lo distante que estaba Paguey de Mérida y lo
difícil que resultaba comunicarse con ella. Por cierto, en el único Libro de Recibo del
plantel que se conserva se consignó información relativa a ingresos por concepto de
venta de algunos de los esclavos de Paguey, los que constaban como huidos y fugitivos.
FIG. 2 DISTRIBUCION DE LA POBLACION ESCLAVA DEL
COLEGIO DE MERIDA POR ZONAS. 1684-1767
250
POBLACION
200
150
SUR DEL
LAGO
LLANOS
100
VALLE DEL
CHAMA
50
0
1684
1749
1752
1756
1759
1767
AÑOS
FIG.3 VALOR DE LA PRODUCCION PRIMORDIAL DE LA
CEIBA, LAS TAPIAS Y PAGUEY POR PERIODO. 17491767
9.000,00
8.000,00
7.000,00
V 6.000,00
AL 5.000,00
O 4.000,00
R 3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
La Ceiba
Las Tapias
Paguey
17491752
17531756
17571759
17601763
17641766
PERIODO
La distribución espacial de los esclavos del colegio refleja el peso de las
actividades económicas en la economía del plantel merideño, relación que
“seguramente” tuvo carácter intraregional. Para 1767, año de la extradición de los
religiosos, conforme se estableció, el 61.2 % de los esclavos estaban en las haciendas
cacaoteras, mientras el 31.2%, correspondió a los cañaverales y el 7.5 % a la
ganadería, actividad económica de la que se ocuparon los religiosos a partir de la
segunda mitad del siglo XVIII, cuando les fue donada Paguey.
A pesar de que la distribución espacial de la población esclava no se vio afectada
por desplazamientos de esclavos
entre las zonas hacendísticas jesuíticas, la que
habitaba en el área cacaotera si experimentó alteraciones temporales, con el traslado de
esclavos de una unidad de producción a otra, comportamiento que se refleja en la
población del período 1752-1756 y se puede observar en el Gráfico 2. Esa situación se
atribuye fundamentalmente a la política de defensa que llevaron los jesuitas en esa
zona, la que motivó el traslado de los esclavos de La Sabana a los Marañones, hecho
que afectó la producción cacaotera, al extremo que en la Consulta de marzo de 1756 se
explicaba que La Sabana era la hacienda de cacahual más provechosa del colegio, pues
producía anualmente dos mil pesos libres de todo costo y desde que los negros se
mudaron a los Marañones, todo se traducía en egresos54.
Sin lugar a dudas, los jesuitas del colegio emeritense al igual que los propietarios
de las haciendas peruanas55 se opusieron a los traslados de sus esclavos, lo que en el
caso del colegio San Francisco obedecía a una orden superior56. Esta medida quedó
clara y particularmente manifiesta al tratarse de unidades de producción que se
encontraban en escenarios naturales distintos; sin embargo, cuando se recurrió a ella,
fue más una forma de castigo o un medio distanciador, como solución a problemas
personales entre esclavos, quienes se resistían a una mudanza. No obstante, los padres
movilizaron esclavos enfermos, cuando por necesidad de salud consideraron necesario
un cambio de clima57 o por razones no comprendidas en la prohibición, tal como fue la
de reforzar la población esclava ante las hostilidades de los Motilones58.
El trabajo esclavo
No fue un hecho particular la importancia económica que tuvieron los esclavos
en las haciendas jesuíticas de vid y caña del Perú59, también ellos fueron esenciales en
las unidades de producción cañera y cacaotera del colegio de Mérida, circunstancia que
llevó a los religiosos a definir no sólo normas de carácter demográfico y trabajo, sino
de alimentación, morales y religiosas, en el trato, castigo y retribuciones, las que
parecen haber generado cierta fidelidad del esclavo, comportamiento que de hecho
favorecía
su rendimiento60. La normativa que debían observar personalmente y
respecto a sus trabajadores fueron conocidas por los administradores, quienes debían
cumplirla.
La necesidad de garantizar beneficios de las haciendas orientó la política de
racionalización del trabajo esclavo que caracterizó a los ignacianos. Es reveladora la
Consulta en la que se reconocía que en Las Tapias había más de cincuenta piezas de
esclavos, los más de ello útiles, pero de acuerdo a la exposición, ocupados en la poca
caña que había en esa hacienda, donde aseguraban no había posibilidad de tener más
suertes de caña en que ocupar toda su población esclava. Por cierto, en esta ocasión se
demostraba la semiproductividad de la población estableciendo una relación esclavotrapiche, se afirmaba que para mantener cualquier trapiche bastaba catorce, y a lo más
diez y seis piezas de esclavos, lo que seguramente y a pesar de las circunstancias
especiales que rodearon a las haciendas cacaoteras trataron de aplicar en ellas, en las
que se manejaba un esclavo por cada mil árboles de cacao frutales. Por ello y en aras de
la conveniencia del colegio, propusieron y aprobaron, sin abandonar Las Tapias,
arreglar de nuevo la hacienda de Santa Catharina, y repartir los esclavos en ambas
unidades de producción 61.
La trascendencia del trabajo esclavo en las haciendas del colegio, obliga al
análisis de algunos de sus aspectos trascendentes. Se insiste en indicar que en Mérida,
los jesuitas fueron amos de esclavos a partir de su establecimiento formal en la ciudad
o sea que ese hecho estuvo directa y originalmente asociado a la primera unidad de
producción de cacao del colegio, la que data de su fundación, pues un pequeño número
de esclavos africanos formó parte de los bienes fundacionales. Así, con la dotación de
la estancia en la Sabana de Gibraltar, que contaba con seis mil árboles, repartidos entre
árboles recién sembrados y en plena producción, los jesuitas recibieron ocho esclavos
angolas para el trabajo agrícola.
La mano de obra esclava adquirió importancia particular en las
haciendas
productoras de cacao y caña de azúcar, lo cual explica que las necesidades de
producción en sus diferentes propiedades motivaran el requerimiento de mayor mano
de obra esclava. Esto, por cierto, estuvo supeditado a las condiciones financieras del
colegio, que a su vez dependieron de los beneficios de la comercialización de su
producción cacaotera y, en menor importancia, de la venta de panela, miel y azúcar.
Los esclavos tuvieron a su cargo una gran diversidad de actividades,
directamente relacionadas con el cultivo de la tierra, el cuidado de las plantaciones y el
trapiche.
También con el transporte, la construcción, la artesanía y el servicio
62
doméstico ; en éste, una eficiente cocinera y casera de buenas costumbres satisfacía
una gran necesidad de los religiosos.
En cuanto a la ganadería, no obstante haber formado parte de las actividades
económicas del colegio, demandó menos trabajadores en el manejo y cuidado de los
rebaños que mantenían en las propiedades cercanas a la ciudad. Así, en la Casa de Teja
de Cacutes, en el valle alto del río Chama, los jesuitas mantenían un "esclavito", quien
cuidaba 100 reses y 113 ovejas. En el caso de la extensa y lejana hacienda de Pagüey,
los esclavos pudieron cumplir actividades agrícolas además de las ganaderas, la pesca y
otras de carácter artesanal.. esta multiplicidad de funciones cumplidas por los esclavos
se debió a que las haciendas desarrollaron actividades productivas complementarias a la
de producción de cacao, caña y ganado.
Igual diversidad laboral se encontró en Las Tapias, donde los esclavos fueron
ocupados en el cultivo y corte de la caña de azúcar, el trapiche, la fragua, carpintería, en
la siembra y cosecha de algunas verduras y algodón, así como en el hilado y tejido del
mismo; en la preparación de conservas, en la elaboración de alfombras y tapetes y en
otras labores destinadas a optimizar la hacienda, tales como el levantamiento de cercas
y el mantenimiento de las acequias. Además, se destinaron cuatro esclavos de Las
Tapias a la atención temporal del tejar y la calera del colegio, quienes se dedicaban a
fabricar tejas y ladrillos y a "quemar cal".
Los esclavos de las haciendas del Colegio de Mérida fueron también utilizados en
faenas no comunes como la "mudanza" de unidades de producción. Uno de esos casos
fue el traslado de aperos y otros bienes de La Sabana a las tierras de Los Marañones, en
el sector de La Trinidad. Este cambio se consideró beneficioso porque servía de
resguardo a los Marañones y, de esa manera, ambas podían defenderse de los indios
motilones que tenían azotada aquella zona. Ciertamente, fue una táctica de los jesuitas
mantener esclavos en haciendas con riesgo de ser atacadas por indígenas rebeldes,
como el medio más poderoso para auyentarlos63.
Además, sobre los esclavos de La Sabana recayó la instalación de La Trinidad,
que de acuerdo a la relación de la visita de 1752 comprendía "... la ranchería, con 17
casas y su capilla dedicada a San Francisco de Borja". Además, en 14 meses esos
esclavos habían plantado 500 árboles de cacao, 5.600 matas de plátano y un tablón de
plátano recién sembrado. Finalmente, los trabajos de instalación concluyeron cuando se
vendió La Trinidad a la Residencia de Maracaibo en mayo de 1756 y los esclavos se
reinstalaron nuevamente en La Sabana.
La organización de la mano de obra esclava se basó en las "cuadrillas" con su
respectivo capitán, quien se encontraba bajo el control y autoridad del mayordomo y se
encargaba de que los esclavos cumplieran sus tareas. Por cierto, los Administradores
contaron con
la ayuda de los mayordomos, quienes
a través de los capitanes
controlaban las cuadrillas y vigilaban que se cumpliera el trabajo y la jornada laboral.
Los esclavos aptos para esos oficios debieron ser bien cotizados y pretendidos entre los
hacendados de la región, por lo que los jesuitas no perdieron oportunidad cuando se les
ofrecía uno de ellos, sobre todo a un buen precio64.
En las haciendas de trapiche, como Las Tapias
y la Trinidad, los trabajos
empezaban al amanecer y culminaban normalmente al atardecer, aunque hubo épocas
en que la zafra obligaba a prolongar la molienda toda la noche. En esas unidades de
producción hubo esclavos que se ocuparon en labores que no necesitaban destreza
manual, como las que se realizaban en el sector de las pailas, donde debían ser
expertos en la cocción del jugo. Pero, también contaron con esclavos artesanos que
realizaban los trabajos de carpintería y herrería necesarios para mantener en pleno
funcionamiento el trapiche. Para esas y otras labores artesanales dispusieron de un
taller de carpintería y de la fragua. Además, el Colegio de Mérida utilizó, de manera
particular, la mano de obra diestra de los esclavos tejeros y tejedores.
En algunos casos, los sábados los dedicaban al cultivo de sus conucos con
instrumentos de trabajo que les facilitaron los jesuitas, lo cual les permitía
complementar su manutención, disminuir gastos y, posiblemente como lo plantea
Macera, retribuir servicios especiales65 o bien, para que no se estuvieran ociosos66. En
otros, los esclavos salían a trabajar fuera de la hacienda dado los costos significativos
de mantenimiento67. Quienes tuvieron esta necesidad, casi siempre retornaron a la
hacienda después de su jornada extra de trabajo, lo cual puede atribuirse a que
generalmente no recibieron mejor trato que en las haciendas de sus amos, los jesuitas.
Las consultas proporcionan ejemplos que revelan que los jesuitas atrajeron esclavos que
habían fugado de otras haciendas, inclusive de otras órdenes y hasta de un palenque
cercano a las de Gibraltar.
Una situación que llama la atención y no resulta fácil explicar es que los
religiosos de San Ignacio permitieran mantener dentro de la hacienda a una persona
libre y mujer, quien tenía sus propios cultivos, circunstancia que si se atribuyera a un
acto retributivo, bien pudo ser la compensación a un buen comportamiento en su
periodo de esclavitud. Se trató de la mulata Paula, quien tenía dos hijos grandes, todos
libres, usufructuaba un pedazo de tierra y usaba los bueyes, el trapiche y moledores de
la hacienda. No obstante, en la Consulta de abril de 1722, ante los inconvenientes que
traía el tener esta gente “dentro de casa”, los padres resolvieron que se intimara a Paula
a salir luego que lograra lo que tenía sembrado68.
La documentación de las haciendas muestra que la utilización de la mano de obra
esclava, por parte de los jesuitas, fue debidamente planificada y tuvo características
muy especiales, entre otras, la de mantener disponible una población útil, organizada en
función de sus actividades productivas, el cumplimiento sistemático de un horario de la
jornada diaria y la distribución especializada del trabajo.
Los padres de la Compañía de Jesús tuvieron una clara tendencia a mantener
muchachos esclavos para el servicio en la casa; los que apenas dejaban la niñez les
consideraban plenamente aptos para efectuar los trabajos de un peón, circunstancia
que explica que no se mantuvieran en las tareas domésticas, nada productivas y se
enviaran a la hacienda cercana. Así, para la atención de la refectoría se encargó en un
período a un "negrito" esclavo, quien al crecer, por el "bastante cuerpo" que tenía y
porque pasaba ocioso y jugando en el mucho tiempo que le sobraba, se envió a Las
Tapias; los padres de la Compañía de Jesús tuvieron permanentemente presente que la
ociosidad era madre de vicios, que estar desocupado se traducía en tiempo para el ocio.
Aquel esclavo fue remplazado por un muchachito de "buen natural" también de Las
Tapias, al que le tocó servir y estudiar.
De esa manera,
ser "grande"
para servir en el colegio, se tradujo en la
incorporación de brazos a las actividades económicas de Las Tapias y en el arribo de
un nuevo "negrito o mulatillo" a la casa de los jesuitas; seguramente se trató del
"negrito" más despierto, tal como lo advertían los religiosos, pues debía estar
muy
atento a las alhajas, porque se perdían servilletas y cuchillos. A ellos, como al resto de
los sirvientes esclavos, los padres les proporcionaban ropa, calzado y los cuidados
médicos, en caso de enfermedad.
Se debe hacer notar que la población que cumplió una diversidad de labores en la
casa y en el plantel fue casi exclusivamente varonil, circunstancia muy distinta en las
propiedades rurales, en cuyos ambientes si bien hubo un indiscutible predomino del
trabajador esclavo, en éstos se mantenían una relativa proporción en la distribución
respecto al sexo.
Vida espiritual y religiosa.
En lo que a los jesuitas se refiere, la documentación sobre sus haciendas revela
que mantuvieron una gran preocupación por las condiciones materiales y espirituales de
sus esclavos, a quienes consideraban parte integral y fundamental para hacer producir
las tierras. Los religiosos cuidaron que sus esclavos tuvieran doctrina, asistieran a la
eucaristía y cumplieran con los otros mandamientos de la Iglesia. La misión jesuitica de
defender y dilatar la fe y ayudar a las almas en la vida y doctrina cristiana comprendió
también a su población esclava, la que llevaron a cabo a través de medios y estrategias
diversas. Por ello no sorprende que al no contar con un religioso que se dedicara a la
catequesis en sus unidades de producción, en las que mantuvieron capillas, aceptaran
que los esclavos de La Sabana asistieran y se confesaran en la ciudad puerto de
Gibraltar, mientras los de La Ceiba fueran atendidos con dificultad por el cura de los
Pueblos de la Laguna, situación que les preocupaba, pues conocían que los párvulos, en
peligro de morir, permanecían largo tiempo sin bautismo y los adultos morían sin
confesión. Esto hizo que en consulta se determinara informar al Padre Provincial con
el fin de que atendiera un sacerdote en las haciendas69.
Ciertamente, a los jesuitas la asistencia religiosa a los esclavos de algunas
haciendas ocasionaba desembolsos, como en el caso de La Ceiba que se hizo mediante
un compromiso con el cura de los pueblos de la Laguna, para la administración
espiritual de su población trabajadora; en las cuentas del año 1683 quedaron los
asientos del cobro de la doctrina de esa hacienda. También los jesuitas pagaron una
suma determinada al cura de La Sabana por la atención religiosa que daban a los
esclavos, sin embargo, hubo un momento en que fueron acosados por el ordinario que
les exigía garantizar la congrua del cura del lugar con el pago de diez reales anuales por
cada negro o por cada” cabeza”, sin tomar en cuenta los que murieran70. Aunque, en
otra oportunidad, la falta de sacerdote no motivaba ningún tipo de gasto, ni problema,
tal como ocurrió en Las Tapias, la que por la proximidad a la ciudad, permitía que los
esclavos fueran a la ciudad y escucharan misa en la iglesia del colegio; los padres
tuvieron especial cuidado en que estos esclavos asistieran a la eucaristía el día de San
Ignacio, día en que proporcionaban una res a los trabajadores para las celebraciones.
Los jesuitas se preocuparon igualmente de trasmitir sus vivencias religiosas a sus
trabajadores, circunstancia que explica que ante una catástrofe natural apelaran con sus
esclavos a la voluntad divina a la que atribuían su origen. Así, para que se detuviera la
violenta “entrada “ del río Torondoy a un sector de La Sabana, donde había una
arboleda nueva, que no podía tener otro corte, se encomendaba con toda particularidad
a Dios y se ordenó al hermano a que mandara todas las noches a los negros a rezar un
Padre Nuestro y un Ave María a San Francisco Javier y otro a San Francisco de Borja
patrón de aquella hacienda71.
Obviamente, la vida espiritual cristiana de los esclavos del plantel inquietó
constantemente a los jesuitas. El Rector y los consultores insistían frecuentemente en
que los esclavos que vivían en el colegio atendieran la eucaristía, rezaran diariamente y
recibieran la doctrina. De manera particular, los padres de la Compañía de Jesús
mostraron verdadero cuidado por la formación religiosa de sus sirvientes; se recuerda
que los jesuitas tuvieron particular celo en educar a los niños y, parte esencial de ello,
fue la instrucción en la fe cristiana. En una de las Consultas de 1697, se encargó a uno
de los padres enseñarle a los esclavitos la doctrina cristiana y, en ocasiones en que no
se cumplía con ella, se determinó que el religioso que les debía enseñar la doctrina a
los "negritos" y muchachos de casa, lo hiciera todos los sábados al anochecer, media
hora antes de cenar y, un Hermano los pusiera diariamente a rezar de memoria las
oraciones y decir los mandamientos. La preocupación jesuítica por la instrucción
religiosa fue tal que el propio Rector aseguraba que él llamaba a los "negritos" a su
aposento y rezaba con ellos, aclarando que sabían muy bien las oraciones y el
catecismo.
A pesar de labor catequizadora de los ignacianos, el alma africana estuvo presente
en ritos y ceremonias de algunos esclavos del colegio de Mérida, circunstancia que
revela la existencia de un legado espiritual africano que seguramente cumplió un rol
esencial en la sobrevivencia de su población y de la cultura africana en el medio
americano72.
Ciertamente,
esas “huellas de africanía”73, que de acuerdo a la
mentalidad cristiana de la época fueron consideradas “brujería” y como tal, vinculadas
al demonio, son concebidas por
espirituales
los estudiosos del tema como manifestaciones
de origen africano, mediante la cual los esclavos expresaban su
74
humanidad , cuya permanencia constituyó “... un arma simbólica para luchar contra el
régimen de terror esclavista y soporte para reconstruir nuevas memorias históricoculturales al crear estrategias de adaptación a la cultura y los entornos específicos del
mundo” 75. La verdad es que aquel sistema cruel de cautiverio no llegó a liquidar el
alma africana. Algunos de aquellos legados y fragmentos de memoria africana de los
esclavos del colegio merideño y la forma en que los padres jesuitas, como hacendados,
respondieron a ellos e interpretaron y aplicaron las disposiciones indianas han sido
posible percibirlas a través de la información del Libro de Consultas. Recuérdese que
aquella reglamentación que reguló la vida y el trabajo de los africanos cautivos fue
motivo de la propia interpretación de cristianos, religiosos y seglares, comerciantes,
mineros, hacendados o misioneros, la que motivó diversas formas de represión
esclavista76.
En las haciendas de Las Tapias, Pagüey y, particularmente en las cacaoteras de La
Ceiba y La Sabana, los jesuitas mantuvieron una población esclava concentrada que
habitaba en rancherías no distantes de la capilla y de la casa de los religiosos. Sin
embargo, los entornos específicos que aquellos ocupaban permiten advertir una
diferenciación con relación al grado de permanencia de legados africanos, la que se
reflejó en la manifestación de prácticas y ritos curativos; así, en las unidades de
producción cercanas a la ciudad o ubicadas en el ámbito suburbano como Las Tapias,
lo que posibilitó la frecuente interacción con otras étnias; con la población libre,
situación que preocupaba a los religiosos y que bien pudo afectar la permanencia
cultural africana, pues la acción recordatoria de la comunidad esclava de Las Tapias, de
acuerdo a las consultorías jesuíticas, fue menos evidente que en las haciendas lacustres,
en algunos momentos, verdadero dolor de cabeza de los padres del colegio.
Por el contrario, en haciendas cacaoteras como La Ceiba y La Sabana, la vecindad
de otras unidades de producción esclavistas, la vinculación
al puerto urbano de
Gibraltar, importante mercado de esclavos, particularmente en los siglos XVI y, sobre
todo, en el XVII y la existencia de cumbes en las zonas montañosas próximas, debió
favorecer la relación interétnica, circunstancia que debió propiciar la permanencia de
legados de africanía en aquellos ambientes tropicales, algunos de los cuales, se
practicaban en forma abierta y más frecuente.
Un legado africano que se manifestó entre los esclavos de las haciendas fue el de
conocimientos medicinales que utilizaban con propósitos curativos, del cuerpo y del
alma, lo que hizo de algunos de ellos, conocidos y temidos yerbateros o curanderos,
aunque no hay mención a las plantas utilizadas. Las consultas del dos de abril de 1698 y
la de diciembre de 1701 revelan el temor que los hermanos jesuitas tenían a la
compañía de estos esclavos yerbateros, no solo por las muertes que habían ocasionado,
sino también porque el propio hermano que los cuidaba tuvo que buscar cura al ser
tocado con los venenos. Es posible que la temeridad fuese intencionalmente creada
por el mismo esclavo, como mecanismo de autodefensa de su patrimonio cultural, un
instrumento de resistencia ante el cristianismo y un arma protectora de aquel aterrador
sistema esclavista.
La práctica yerbatera de aquellos esclavos fue tenida por mal peor y la influencia
que ejercían en la población que laboraba en las unidades producción debió ser
advertida por los religiosos, quienes los calificaban
además de muy revoltosos e
inquietadores de los demás. De acuerdo a los padres, la fama de estos yerbateros se
había difundido en toda la provincia, por lo que no se encontraba quien los comprara
aun por precio muy bajo, pues su mala reputación se había divulgado en toda la
jurisdicción. Por ello, los consultores resolvieron que se pusieren
en la barra de
Maracaibo a ganar jornal, asegurándose de que estuvieran prisioneros para que no se
fugaran77.
También, entre las esclavas de las haciendas jesuíticas hubo las que practicaron
los encantos y yerbaterías, a quienes se atribuyen igualmente varias muertes. Esto
motivó “tenerlas sustanciada causa de declaradas yerbateras” y llevó a los jesuitas,
ante la presión de la Justicia a buscar apuradamente su venta, pues tenían perder las
esclavas totalmente, de no embarcarlas o “quitarlas de la vista”. La venta de éstas
resultaba igualmente difícil, pues se aseguraba que eran mujeres desprestigiadas, por lo
que los jesuitas aprobaron su envío en la fragata que marchaba a Nueva España, el que
debió contar con la autorización del padre Provincial.
La mirada acusadora del Santo Oficio que asediaba las prácticas curativas y
mágicas de los esclavizados, juzgadas comúnmente de paganas y diabólicas, debió
motivar que la justicia exigiera a los padres embarcar las dos negras yerbateras o
quitarlas de la vista, so riesgo de perderlas, pues sobre ellas pesaba “sustanciada causa”
de yerbateras y causantes de muertes. A la preocupación anterior, los jesuitas sumaron
la del aviso del gobernador de Maracaibo,
quien les hizo conocer que no podía
mantener en la barra otros tres negros del colegio, por ser igualmente yerbateros y por
los muchos alborotos que ocasionaban. Sin embargo, los padres observaban el peligro
de la tardanza de la autorización, por lo que aprobaron que mientras tanto el hermano
buscara algún modo de esconderlos, teniéndolos presos y a buen recaudo, donde no
les fuera fácil usar de sus malas artes.
Trato y retribuciones, libertad y nuevos amos
Los jesuitas tuvieron gran preocupación en la acertada selección de los
Administradores de haciendas, los que debían tener habilidad en su manejo. Una
condición decisiva y fundamental en la selección fue la de tener cualidades necesarias
para ganarse el respeto del personal bajo su responsabilidad; por lo que hacían énfasis
en que inspiraran sumisión. Evidentemente, la falta de respeto al Administrador de una
hacienda, preocupó a los religiosos, porque entendían que afectaba directamente su
funcionamiento. Ello hace comprensible que los jesuitas no toleraran el irrespeto y la
acusación infundada de un esclavo a un hermano administrador de una hacienda, lo que
les llevó a no vacilalar en su venta78.
Los miembros de la Compañía sabían cuan importante era que las haciendas
tuvieran alguien que las gobernara y que no estuvieran desprovistas de mando en forma
continua, pues entendían que el manejo de los esclavos se hacía muy difícil cuando no
sentían la presencia del amo, lo que hacía posible conocer el comportamiento y modo
de vivir, a objeto de poner oportuno y pronto remedio en caso de cualquier
irregularidad. Tal circunstancia explica que los jesuitas, al tener
una hacienda
descuidada y no contar con la persona que se encargara de su conducción, encontraran
que la falta de aptitud administrativa la recompensaba la autoridad que el candidato
ejercía sobre los trabajadores. Por cierto, ese fue el caso del Hermano Monedero, al
que los consultores resolvieron enviar a La Ceiba, "... aunque él no es apto para este
ministerio, no obstante, podía servir de respeto a los negros, para que hicieran los
negros alguna cosa en pro de la hacienda; o a lo menos no executasen en contra, todo lo
que viéndose libres executaban...". Pero, cuando los religiosos constataban la
incapacidad de un administrador en el desempeño del cargo, sin contemplación se
decidía su remoción, sanción que por ejemplo se aplicó al hermano administrador de La
Sabana en enero de 1700, a quien se le tildaba, entre otras cosas, de falta de espíritu y
bríos necesarios para gobernar los esclavos, a los que parece temía, motivando su
burla79.
Pero, los religiosos exigieron moderación a sus administradores respecto a la
aplicación de castigos a sus trabajadores y,
al igual que en otras regiones de
Hispanoamérica colonial, sus sanciones no tienen que ver con las que se aplicaban en
otras propiedades rústicas de la región, en las que quedaron testimonios de las
crueldades de los mayordomos, de las que tampoco estuvieron exentos los indígenas.
Los padres de la Compañía fueron sabios al recomendar que "no quieran llevarlo todo
por rigor, que nada harán, y ellos vivirán descontentos y servirán forzados, y su servicio
será violento y mal hecho..." y, en el mismo sentido, también aconsejaban "...pórtense
con ellos como padres... acuérdense los administradores que son padres de familia y
superiores de una comunidad tan crecida como la esclavonía..."80.
No obstante, hay testimonios que en las haciendas jesuíticas también se aplicó el
castigo corporal lícito, aunque sus dueños se preocuparon de que éste fuese
ponderado81. En los años setenta del siglo XVII, el superior de la provincia jesuítica
peruana, daba una serie de órdenes para la administración de la hacienda Pachacara, en
la que se incluyó la destinada a poner remedio al rigor con el que se castigaba a los
esclavos. En ella se dispuso que la sanción oscilara entre veinticuatro y treinta azotes y
no se usara torillos u otros instrumentos parecidos sino con riendas o algún latigillo
sobado82. Sin embargo, al no haber enmienda después de varios castigos se consideraba
la conveniencia de salir de él, para que no dañara a los demás83. Ya en el ocaso del
siglo XVII, otro padre visitador ordenaba para la hacienda San Juan de la Pampa o el
ingenio de Huaura que el castigo, sin permiso del Superior, no pasara de treinta azotes
con instrumento que no fuese excesivamente cruel o riguroso84.
Se observa que los religiosos fueron precisando la tasación del castigo; en 1747,
el padre provincial del Perú regulaba la pena de los negros que delinquían en San Juan
de la Pampa, en veiticinco azotes para los delitos menos graves y cincuenta para los
más serios y, también, se suprimía totalmente la costumbre de quemarlos con velas,
prácticas que los padres consideraron ajenas a toda piedad.
En 1764, o sea muy cerca de la expulsión, una orden del Padre Provincial,
confirmada por el Padre General, estipulaba que los castigos no fuesen excesivos, lo
que significaba que no pasaran de veinticinco azotes y cárcel por ocho días para las
faltas comunes, mientras se determinó cincuenta azotes y la cárcel por un mes, para las
extraordinarias, advirtiéndose que de no haber enmienda se procediera a su venta85.
Además, se enfatizaba que los latigazos fueran la única forma de castigo y no se les
apaleara, ni pringara86.
A propósito, el estado de las cárceles debió ser dantesco, pues en un precepto que
se hizo con el parecer de toda la congregación provincial peruana en 1706 para la
hacienda de San Francisco de Borja de Tuman, el que además fue aprobado por el
Padre General Tamburino se revelaba que las cárceles en las que cumplían las penas
sus esclavos peligraban sus vidas, por lo que por “... faltas ordinarias no pase la prisión
y cárcel de ocho días y por las graves no pase de un mes y si no obstante este castigo
perseveran incorregibles se vendan y no se maten etc”87.
La legislación indiana contempló la ahorca para los esclavos que se ausentaran del
servicio de sus amos por más de seis meses y anduvieran con negros alzados o hubieran
cometido otros delitos graves88. Otra disposición legal sobre penas a los negros libres y
esclavos, la que parece haberse destinado a los ambientes urbanos, determinaba que
aquellos que cargaran armas públicas e intentaran agredir a un español se les aplicara
cien azotes y se les clavara la mano la primera vez y si reincidían, se les amputara
ese miembro89. Se conocen algunas de las Ordenanzas Municipales de ciudades de
Hispanoamérica colonial que acogieran esos mandatos y los hicieron frecuentemente
motivo de Bandos de Buen Gobierno90.
En las representaciones de los Síndicos Procuradores Generales y en los Bandos
de Buen Gobierno de Mérida, se prohibió insistentemente el uso de puñales, cuchillos,
palos y otra serie de armas prohibidas, bajo pena de
azote y destierro a los
transgresores, las que en otras ocasiones fueron de quince días y de un mes de trabajo
en las obras públicas con grilletes, si se trataba de plebeyo y pena pecuniaria a los
distinguidos de la ciudad91.
Otro hecho interesante respecto a la aplicación del castigo por parte de los jesuitas
fue la de mantener la política de no castigar los esclavos por sus propias manos y más
bien dejaban esa desagradable tarea a terceros, sin la asistencia de los religiosos;
medida que se encuentra en las normas dadas para las haciendas peruanas y de manera
reiterativa en las mexicanas92. No fue infrecuente que ordenaran “...no castiguen a los
esclavos por si mismo dándoles con las manos, con palos y azotándolos y mucho menos
no hagan con los indios o otras personas libres sino que cuando se hubieren de castigar
a los negros sea por tercera persona y con la templanza moderada”93, o sencillamente
se mandó a que “No castiguen los nuestros por su mano...”94.
La situación antes expuesta permite entender porque los padres del colegio
merideño entregaban al esclavo infractor a la justicia para que ésta le diese castigo
público, sujetando la acción a los que prescribía el Derecho Canónico95, o a un esclavo
"insufrible e irremediable", muy frecuentes en La Ceiba, solicitaran al Gobernador que
lo metiese al castillo de la Barra de Maracaibo96. Precisamente, al sitio "donde no
podían usar sus malas artes", destinaron las ya conocidas esclavas y esclavos yerbateros,
causantes de varias muertes con "encantos y yerbaterías". No obstante, cuando el gobernador
pedía que los sacasen por ser sumamente perversos y no soportarlos, los religiosos aun
abrigaban la esperanza de enmienda en alguno de ellos al juntarlo con su mujer que la
tenía distante y debían traer de la hacienda Santa Catalina, mientras los otros dos, ya
con la autorización del Padre Provincial, esperaban venderles en Cartagena, pues
aseguraban que en Gibraltar, ni en Nueva España habría quien los compre97. También,
a la barra fue confinado un negro ladrón que los padres de la Compañía habían
mantenido por mucho tiempo y quien les había hurtado en forma muy considerable.
Este delito que cometía en cualquiera de las haciendas que se le ubicaba y por el cual
era reconocido en la provincia, hacía casi imposible su venta, a pesar de todas las
diligencias que se habían realizado98. Por cierto, la yerbatería y hechicería, la fuga, el
hurto, la rebeldía y la agresión física fueron las faltas más comunes de los esclavos de
las haciendas del colegio San Francisco Javier.
Lo planteado no significa que los dueños del plantel merideño no utilizaran grillos
y esposas, los que fueron registrados en la hacienda de La Ceiba en 1679. Igualmente,
en el inventario de los bienes del colegio de Mérida de 1767, consta que en Las Tapias
había tres grilletes y unas esposas y en el de Paguey, un par de grillos, dos esposas, una
cólera, y una cadena de media vara de largo, “todo de fierro” 99.
Por su parte, los jesuitas aplicaron sus propios mecanismos de sujeción, los que
parecen, de acuerdo a los mismos religiosos, tuvieron efectos muy positivos en el
trabajo esclavo. Por ejemplo, en el caso de Las Tapias, los padres comentaban en una
de las Consultas que los esclavos de esta hacienda, en un pasado, no muy distante,
habían tenido la audacia de hurtar reses en los hatos del colegio, robar la despensa y
otras “desvergüenzas”, además, de los varios disturbios que habían protagonizado entre
sí, para lo que no se le había hallado remedio hasta que encontraron que el temor de ser
enviado, uno sólo de ellos, a las haciendas lacustres, motivaba que todos se frenaran y
trabajaran con la prontitud y sujeción nunca antes lograda, aclarando que ningún otro
medio había sido tan efectivo100.
La información consultada revela que los esclavos se opusieron a que se les
trasladara del lugar donde residían habitualmente y hubo ocasiones que la resistencia a
una movilización motivó rebeldía101, tal como lo señala Macera para las haciendas
peruanas102. La verdad es que la comunidad esclava de cada hacienda, en tanto que
grupo social mantenía lazos permanentes y de vieja data; lazos familiares, una larga
convivencia y hasta identificación en sus orígenes fueron factores que cohesionaron a
esos grupos de trabajadores esclavos. De hecho, la fuga de esclavos de La Sabana, tuvo
que ver con su mudanza a los Marañones y luego a La Ceiba, donde clamaban por su
retorno al “... sitio en que nacieron y se criaron...”103 y al que finalmente regresaron,
pero con la decisión de vender a los levantiscos.
Los jesuitas justificaron los gastos de aquella mudanza por concepto de petacas,
sombreros, tabaco, papelón y carne para los esclavos, composición de caminos y
apertura de otros, reconociendo que con ello suavizaban "... a los esclavos el natural
sentimiento de mudanza como por los trabajos extraordinarios que ocurrían”.
En
hechos como éste se vuelve a estar en presencia de esa suma, coexistencia de caridad
cristiana y utilitarismo que caracterizó el tratamiento que los jesuitas dieron a los
esclavos104.
La documentación consultada refleja que las fugas de esclavos de las haciendas
del plantel fueron ocasionales y en algunos casos parecen haber finalizado con un
retorno voluntario, hecho que podría ser una señal de conformidad y hasta cierto grado
de complacencia de los esclavos con los religiosos. La naturaleza terrenal-divina o
mundana-religiosa105 que caracterizó el complejo económico del colegio San Francisco
Javier de Mérida, al igual que los de otras ciudades de Hispanoamérica colonial y que
se personificó en los jesuitas administradores de la vida material y espiritual de sus
centros productivos, debieron crear respeto y confianza de los trabajadores y de
aquellos que habitaban en las zonas circunvecinas.
Reflejo de la situación antes expuesta pudo ser el arribo de muchos negros y
negras del palenque a la hacienda de La Ceiba en 1718, con la intención de manifestarle
al Procurador que por el Niño Jesús y San Francisco estaban resueltos a servirle
exclusivamente a la Compañía; “ ...y que a otro amo no servirían aunque los hiciesen
quartos ets.”106. La desconfianza que sentían los padres hacia esos negros se puso en
evidencia al rechazar la propuesta explicando que “... jamás hubiera seguridad de ellos,
como por el daño y malas consecuencias que seguirían los demás de nuestras
haciendas...”. Además les preocuba la censura y murmuración de que podían ser
objeto; y al final, los consultores resolvieron que de ningún modo se admitiese esos
negros, pero recomendaban buscar un acuerdo con el gobernador, para que en otra
forma se utilizara con ellos la piedad, si es verdad anhelaban reducirse107.
La significación económica de la mano de obra esclava llevó a los jesuitas a tomar
una serie de medidas a objeto de evitar la pérdida definitiva de esclavos de sus
haciendas. La venta rápida, sin importar mucho el precio fue uno de los instrumentos
jurídicos a los que recurrieron los religiosos cuando la permanencia de un esclavo que
consideraban perjudicial por haberse huido y llevado consigo a otros, ponía en peligro
la conservación de parte de esa población. A esa transacción comercial recurrieron para
deshacerse de un esclavo de La Ceiba, quien además de conocer la cercanía de un
palenque, podía llevarse consigo otros individuos, como había ocurrido en otras
ocasiones108.
Por cierto, una de las disposiciones jesuíticas para recuperar esclavos fugitivos
fue la de esperar que ellos mismos se hicieran presentes, considerando que la fuga no
había tenido otra causa que ajustarles en el trabajo, por lo que pagar a mozos para su
persecución originaba ruido y los distanciaba más109. Un planteamiento de esta
naturaleza permite advertir nuevamente en los jesuitas una actitud concertadora, en
aras de recobrar un individuo que de perderse debilitaba la fuerza de trabajo de la
hacienda.
No cabe duda que los jesuitas mostraron prudencia y claridad de objetivos en las
actuaciones relacionadas con su complejo económico, condición que es posible
percibirla en las decisiones que tomaron con relación a sus esclavos, en las que es
posible advertir la conjunción de equilibrada de motivaciones terrenales y preceptos
cristianos. En ocasión de la huida de un esclavo que hirió seriamente a otro en la
hacienda de Las Tapias y se refugió en la estancia del Vicario, los ignacianos
decidieron, en primer término, escribir a la autoridad eclesiástica para que lo
mantuviera oculto hasta vislumbrar la evolución de la víctima y, entonces, decidir al
respecto110. Finalmente, los consultores, ya a salvo el herido, resolvieron, que el agresor
regresara de La Ceiba a Las Tapias, donde estaba su mujer preñada y tres hijos muy
pequeños que no podían exponerlos a cruzar el páramo de Mucuchíes, ni a vivir en un
ambiente como el de aquella hacienda, tan propenso a calenturas111, medida que
garantizaba la vida familiar y, sobre todo, evitaba el riesgo de perder cinco esclavos, si
se toma en cuenta que uno estaba por nacer.
Aunque los esclavos contaron con pocas vías legales para escapar de la aterradora
esclavitud, la comunidad esclava del colegio merideño recurrió escasamente a ellas
para ser dueños de su propio destino. Este comportamiento podría estar relacionado
con la confianza y hasta fidelidad que generó el bienestar material y espiritual que
dieron los padres del plantel a sus esclavos, el
que nada tiene que ver con el
comportamiento que en este sentido tuvieron los amos laicos, quienes a diferencia de
los padres de la Compañía, trataban de hacer la menor inversión en esos seres112.
En los testimonios sobre otorgamiento de libertad a esclavos del plantel jesuita,
todos del siglo dieciocho y un predominio de mulatos, se observa un hecho que pueden
mostrar una actitud tolerante y caritativa de los religiosos con los que fueron sus
esclavos. Es interesante advertir que en 1706, una mulata esclava que adquirió la
libertad de su hija113 y tres años más tarde la de ella114, cancelando los montos
correspondientes a sus precios, le permitieron quedarse en Las Tapias por más de una
década. "Seguramente", alli estuvo hasta cuando los religiosos en una Consulta de
1722, a la que ya se ha hecho referencia, consideraban la inconveniencia de mantener
dentro de la comunidad a ex esclavos, pues Paula, sus dos hijos grandes y un sobrino
eran libres y además mantenían cultivos, usaban los bueyes, trapiche y caballos
moledores de la hacienda115.
El comportamiento jesuítico con relación a las manumisiones judiciales muestra
la racionalización de los religiosos respecto al trabajo esclavo, factor fundamental en
su producción cacaotera y cañera. En la documentación estudiada se observa la
concesión de libertad a esclavos inútiles por viejos o impedidos, lo que seguramente
respondió a que su liberación resultaba más económica. A ello pudo responder la
aprobación de la libertad a la negra Juana Ignacia en ciento treinta pesos, a quien la
consideraban vieja y de poco trabajo, además, los religiosos afirmaban que la única
tarea que podía desempeñar era la de cuidar la casa de Gibraltar, donde ya había una
persona, que no ocasionaba la molestia de tener una esclava sólo para ello116.
En otra ocasión se decidió que Agustín, esclavo de La Sabana, quien estaba casi
inútil, aún después de curado, pues tenía un brazo y una pierna fracturada desde que un
tronco grueso le cayó encima, cuando trabajaba, se le diera su libertad por los ciento
cincuenta pesos que le ofreció al Padre Rector. A la máxima autoridad del plantel
pareció que era lo más que valía el esclavo, considerando que no les era útil para el
trabajo de la hacienda, ni para guardia de los otros que trabajan, por no poder manejar
una arma. No obstante, se esperó el viaje del Padre Prados a La Ceiba, para que
apreciara si con el tiempo se habían soldado más los huesos, de suerte que fuese mas
útil y valiese más117.
En la información documental estudiada no se advierte un rechazo o trabas de los
jesuitas a otorgar la libertad de los esclavos estableciendo precios altos que impidieran
su paga o la utilización de otro medio para obstaculizarla o negarla. Por ejemplo, en una
Consulta del año 1726, aprobaron la libertad de un mulatillo de dos años, a quien un
vecino de Maracaibo aspiraba liberar, acción que los padres la justificaron, señalando
que no podían negarla por ser en orden a su libertad118.
Una de las pocas salidas legales que tuvo el esclavo para manifestar sutilmente su
rechazo al subyugador fue el cambio de amo, aunque éste estuvo debieran cumplirse
ciertos requisitos. Esta manera vedada de resistencia que tiene sus en el Medievo fue
contemplada en las conocidas Siete Partidas de Alfonso X, fuente del derecho
castellano119. El cambio de amo surgía por iniciativa del esclavo, al encontrar un amo
de mayor agrado, quien le ofrecía pagar los trámites correspondientes. En otros casos,
como bien lo señala Lavalle, el esclavo lograba, previo acuerdo sobre el precio, la
autorización de su amo para buscar otro dueño120; sin embargo, la mudanza de amo fue
frecuentemente procedimiento engorroso y algunos motivaron verdaderos pleitos.
En Mérida, como en la de otras ciudades de Hispanoamérica colonial, los esclavos
encontraron en el cambio de amo una salida legal para contrarrestar el abuso de que
eran objeto, lo que de ninguna manera fue garantía de una mejor existencia. En cuanto a
los esclavos del colegio, si la concesión de una libertad pagada no fue frecuente, la
búsqueda de un nuevo amo parece haber sido más rara, circunstancia que en parte,
podría atribuirse a que los jesuitas al conocer la intención de mudanza de amo del
esclavo procedían a su venta. Por ejemplo, en 1756, una de las razones que movieron a
los padres a decidir la rápida venta de un negro cocinero fue la de estar disgustado con
ellos y haber buscado amo121.
Asimismo, el siguiente año, los consultores trataban sobre la venta del mulato
Alejandro, esclavo de Paguey, a quien un vecino de Barinas intentaba comprar,
aduciendo que con el Rector anterior había tratado previamente su venta porque dicho
esclavo lo había buscado por amo y afirmaba que luego, el mismo padre le escribió
repetidamente ofreciéndolo en venta. Los consultores decidieron su venta después de
constatar que el esclavo insistía en ella, pues los religiosos temían que de no venderse
se corría el peligro de perderlo122.
De hecho, a través de los instrumentos jurídicos de otorgamiento de libertad, la
documentación que surgió en torno a ella, los testimonios de cambio de amo, al igual
que los expedientes que originaron, se percibe que los esclavos, al igual que los
indígenas aprendieron a hacer uso de la legislación indiana con el objeto, en su caso,
de frenar la omnipotencia de los amos.
Salud, alimentación y vivienda
Existe el consenso entre quienes se han dedicado al estudio de las haciendas
jesuíticas que sus dueños tuvieron una actitud paternalista y de especial consideración
en cuanto a la alimentación y atención médica que se les proporcionaba. Los principios
religiosos y éticos de los padres de la Compañía de Jesús les conducían a ello, así como
su conocimiento de que para tener una buena producción era indispensable una
población esclava saludable.
La alimentación incluía: plátanos, maíz y carne,
suministrados en cantidades suficientes, lo mismo que las medicinas, naturalmente, con
las limitaciones propias de la época y el lugar.
Asimismo, los religiosos dispusieron del servicio de galenos que en unas
ocasiones
asistieron mediante contrato,
por tiempo determinado; y en otras, lo
hicieron por visita, cuando las circunstancias lo demandaba123. Por cierto, en cuanto a
los servicios médicos, no estuvieron libres de las quejas de los religiosos, quienes a
pasar de considerarlos altos, justificaron con el cobro de las medicinas que el galeno
daba al tratar al paciente, aunque el colegio solía tener su botica. Hay testimonios de
que los esclavos del colegio recibieron atención médica cuando hubo necesidad de ella
y registros de algunos los medicamentos que les suministraron.
El establecimiento de la botica en los colegios permitió el acceso de la población
citadina a ciertos medicamentos y a los padres garantizar las medicinas a los enfermos
del plantel y de sus haciendas, al igual que de los talleres textiles se les suplía de
géneros, camisetas y frazadas. Por cierto, la producción de las haciendas permitió al
colegio realizar un interesante intercambio de productos, lo cual permitió a los
religiosos ofrecer cierto bienestar a sus esclavos propiciando su conservación.
Sin espíritu de elogio, se reconoce que así como a los jesuitas se les distingue
por la mesura que tuvieron respecto a los castigos, también es posible subrayar la
preocupación que mostraron con relación a la salud de sus trabajadores; aunque ello
responda a motivos de índole económica, con miras a rendimiento; sin embargo, éste el
comportamiento no caracterizó al resto de los hacendados merideños.
En una de las Consultas, los padres comentaban la conveniencia de comprar, tal
como lo hicieron, la casa que estaba frente a la portería del colegio para tener donde
acoger y curar los esclavos; hasta se consideró las ventajas de arrendar los cuartos de
esa casa para que, entre otros beneficios, la habitara una casera a propósito que "se
encargase del cuidado de nuestros esclavos que viniesen enfermos de Santa Catharina,
para cuidarlos y asitirlos"124. A los despenseros del colegio les tocó asistir en todo a
los enfermos de las Tapias, cuando venían al plantel.
Para mudar los esclavos de una hacienda debieron tener razones justificadas de
salud o que se presentaran situaciones de riesgo personal. A los enfermos de las
haciendas cercanas a Mérida los mandaban a tierra caliente para que "sudaran" y en
ella convalecieran hasta mejorar125. En
uno de los casos conocidos se decidió no
enviar una esclava a la cálida hacienda de La Ceiba por el peligro de las "calenturas"
(fiebres), pero resolvieron mandarla a Caparú, hacienda
que no pertenecía a los
jesuitas, cercana al pueblo de San Juan de Lagunillas, donde los padres tenían un viejo
conocido, a quien le remitirían
lo necesario para el sustento, pues aducían que
"...siendo pobre el dicho, no será razón o que él gaste, o que la esclava tenga
necesidad"126. También se dio el caso de recurrir a la venta para que el esclavo fuera a
un "temple" más benigno a su achaque, frecuentemente de índole asmática que se
reseñaba comúnmente como ahogo y para el cual el clima de Mérida se consideraba
muy nocivo.
Conclusiones
La comprensión de la realidad geosocial americana llevó a los jesuitas a introducir
innovaciones en la administración de la institución y de sus bienes, las que se
fundamentaron en la significación que tenía el hecho económico en el logro de su
autonomía financiera y en la satisfacción de sus fines educativos y espirituales, en
razón de lo cual le otorgaron al acto económico una connotación moral de carácter
práctico. La concepción ignaciana respecto a las actividades económicas fue la de estar
al servicio de Dios por constituir medios para procurar los recursos materiales que
garantizaban el logro de los objetivos máximos de la Orden, equiparándolas en ese
sentido a las espirituales y religiosas, lo que hace entendible la participación de los
jesuitas en el sistema esclavista. Por ello. en la conducción de los complejos
económicos se percibe contantemente la conjunción permanentemente de la pauta
económica y la ética jesuítica. Así, no llama la atención que los jesuitas compartieran
con autoridades oficiales el criterio de la necesidad de una abundante mano de obra,
satisfecha en función de la población esclava negra, sobre todo si se realiza que los
colegios de la Compañía de Jesús, al igual que el resto de las órdenes religiosas
tuvieron muy pocas posibilidades de acceso a la mano de obra indígena, en razón de
que la legislación indiana prohibió que se les otorgara encomiendas y repartimientos;
a lo que muy pronto se sumó la disposición real y una ordenanza particular que prohibía
la utilización de los indígenas en el beneficio de la caña de azúcar, aunque lo hiciesen
en forma voluntaria. Sin embargo, en Mérida el proceso de remplazo de la mano de
obra indígena por la esclava fue lento; todavía en las últimas décadas del siglo XVII los
indígenas eran ocupados en las estancias de cacao y en los trapiches, en el beneficio de
la caña dulce.
La fuerza laboral esclava que indiscutiblemente constituyó el soporte de las
actividades
económicas
desarrolladas
por
los
jesuitas
en
sus
complejos
socioeconómicos fue adquirida a través de distintos instrumentos jurídicos. Un
importante número de esclavos formó parte de donaciones de propiedades rústicas,
otro sector fue adquirido por los padres mediante compromisos legales de compraventa,
en función de las nuevas necesidades de mano de obra, hecho que permite
establecer una relación entre comportamiento económico y necesidades de mano de
obra esclava, circunstancia que definió el tamaño de la comunidad esclava jesuítca y
consecuentemente su distribución espacial, ocupacional y de empleo y se proyectó, a su
vez, en aspectos de su vida material, como vivienda, alimentación, asistencia médica,
vestuario, compensaciones, castigo y en su existencia espiritual y religiosa.
La necesidad de mano de obra esclava en el desarrollo de las actividades
económicas de las que dependía la vida del plantel llevó a que los padres del Colegio
San Francisco Javier se desempeñaran abiertamente como cualquier vecino en los
procedimientos de adquisición de esclavos y concurrieran al mercado a negociarlos, a
trocarlos, comprarlos o venderlos, lo que ocurrió hasta en la década de su expulsión.
Además, desarrollaron un comportamiento particular con relación a la humanidad
esclava regulando su vida material y espiritual, desde el aspecto demográfico hasta el
moral y religioso.
En casi tres centurias y media que llegó a tener esta institución educativa para el
momento de la expulsión, en 1767, la población esclava se incrementó en poco más de
cuarenta y tres veces, respecto a su población original. Obviamente, ese crecimiento
con sus especificidades se manifestó en las unidades de producción cacaoteras y
cañera.
Las transacciones jurídicas sobre esclavos en las que estuvieron involucrados los
religiosos, por si solas no satisfacen la explicación del crecimiento de la población de
sus haciendas: Se contempla el aporte de esclavos como resultado del incremento
biológico, consecuencia de la evidente política demográfica que promovía y protegía
los enlaces matrimoniales, lo que tuvo que reflejarse no sólo en el fortalecimiento de la
esclavonía, sino en los nacimientos intracomunitarios. Asimismo, la venta de esclavos
y la mortalidad de su población debió ser contrarrestada por el crecimiento natural; sin
embargo, se presenta la imposibilidad de evaluar la incidencia de la natalidad esclava
en el aumento de la población.
Sin embargo, en el incremento de la población esclava de las haciendas del plantel
se reconoce la participación de diferentes fuentes, una debidamente programada, la
correspondiente a la compra y, otra de carácter espontáneo atribuida a donaciones.
Estas fueron las que más incrementaron el número de esclavos.
En las compras de esclavos realizadas por el Colegio de 1645 a 1767, fácilmente
se observa la presencia de una población joven y el predominio del sexo masculino.
Con relación al costo de los esclavos se produjo un visible descenso en el siglo XVIII,
conducta que de manera general tuvieron los precios en la región.
Las características étnicas de los
esclavos revelan un peso importante del
elemento negroide de origen africano en las primeras décadas de existencia del plantel,
mientras en los últimos años del colegio, los esclavos fueron mayoritariamente
mulatos o afromestizos criollos o sea nacidos en la tierra, situación que compartían
otras unidades de producción y se experimentaba en la propia ciudad. Asimismo, el
Colegio de Mérida cambió esclavos e intervino como vendedor en el mercado interno
de esclavos, aunque en menor proporción que como comprador. En las ventas hubo el
predominio de mujeres y el incremento de esas operaciones a partir de la quinta década
del siglo XVIII. También se advierte la venta de familias esclavas.
El señalado e innegable manejo de la población esclava por parte de los jesuitas, a
través de la promoción del casamiento y protección de la familia, no sólo buscaba
resguardar la integridad de la comunidad esclava, sino favorecer la natalidad
intracomunitaria. Tras estos objetivos los religiosos trataron de mantener el equilibrio
de los sexos que estuvo dirigido a propiciar el matrimonio
entre sus esclavos,
manteniendo una proporción de hombres y mujeres que daba la posibilidad cierta de
encontrar la pareja en el seno de la comunidad.
Una de las medidas jesuíticas que favorecían las uniones entre sus esclavos fue la
de mantener los futuros cónyuges en la misma unidad de producción y no trasladar a
uno de ellos, aunque en ese sentido hubiese un compromiso previo. Asimismo,
aprobaban la
mudanza de un esclavo, cuando la pareja estaba separada y tenía
intención de matrimoniarse. Al igual, previa consulta al Principal, aprobaban
la
comutación de un esclavo del colegio o de otro dueño, cuando había matrimonio de por
medio. También llevaron adelante compras de esclavos, cuando se necesitó formar
parejas y fueron propensos a su
venta cuando se resistían a casarse o no había
esperanza de procreación.
Por razones obvias, los padres no aprobaron los casamientos con mujeres libres y
si propiciaron la (endogamia étnica) vida conyugal intracomunitaria; en primer término
entre los esclavos del colegio y, luego, facilitaran las uniones cuando se trataba de un
esclavo ajeno, actitud en la que se mezclaron sentimientos cristianos y motivos
económicos. También se apresuraron a salir del esclavo o esclava que se atrevía a
casarse sin licencia o pretendía mantenerse soltera.
No obstante, los esclavos de Paguey fueron capaces de desarrollar estrategias de
resistencia a las formas de represión,
comportamiento que
debió constituir una
preocupación más para los religiosos. Aquellos, seguramente conscientes de lo que
había significado y significaba la esclavitud en su humanidad,
se negaron
rotundamente a casarse con esclavas.
La distribución geográfica de la población esclava muestra una clara polarización,
la que
estuvo estrechamente relacionada con la importancia comercial de su
producción. En las tierras llanas y bajas de la depresión sur-oriental de la cuenca del
Lago de Maracaibo, los jesuitas tuvieron las dos más importantes propiedades rústicas
dedicadas a la explotación cacaotera, La Ceiba y La Sabana, hecho que determinó la
notoria concentración de esclavos en esa zona, mientras en el valle medio del río
Chama, Las Tapias destacaba por ser la unidad de producción cañera concentradora
de esclavos. Consecuentemente, ese hecho permite advertir una correlación entre la
distribución geográfica de los cultivos y la de la población esclava, circunstancia que
hace evidente la concentración de la fuerza laboral en las haciendas más rentables o sea
con plantaciones.
La otra hacienda jesuítica que contó con un contingente de mano de obra eclava
fue Paguey, dedicada predominantemente a la explotación ganadera y situada en la
jurisdicción de Barinas; sin embargo, se hace notar que mientras la población esclava
de La Ceiba, La Sabana y Las Tapias creció durante el periodo que estuvieron en
propiedad de los religiosos, Paguey, perdió esclavos, en las dos décadas que estuvo en
manos de los jesuitas,
situación que
se produjo en los últimos años. Este
comportamiento se explica si se considera lo difícil que resultaba a los padres del
colegio manejar unos esclavos, a quienes se señalaba como rebeldes, fugitivos, con
malos hábitos, a lo cual se sumó lo distante que estaba Paguey de Mérida y lo difícil
que resultaba comunicarse con ella.
La necesidad de garantizar beneficios de las haciendas orientó la política de
racionalización del trabajo esclavo que caracterizó a los ignacianos. La mano de obra
esclava adquirió particular trascendencia en las haciendas productoras de cacao y caña
de azúcar, circunstancia que explica que la producción en esas propiedades estuviera
definida por el tamaño de población esclava. Esto, por cierto, estuvo supeditado a las
condiciones financieras del colegio, que a su vez dependieron de los beneficios de la
comercialización de su producción cacaotera y, en menor importancia, de la venta de
panela, miel y azúcar. Tampoco se desconoce el papel que tuvieron los factores
naturales en el desenvolvimiento económico de esas unidades de producción.
Los esclavos tuvieron a su cargo una gran diversidad de actividades,
directamente relacionadas con el cultivo de la tierra, el cuidado de las plantaciones y el
trapiche.
También con el transporte, la construcción, la artesanía y el servicio
doméstico. En cuanto a la ganadería, no obstante haber formado parte de las actividades
económicas del colegio, demandó menos trabajadores en el manejo y cuidado de los
rebaños que mantenían en las propiedades cercanas a la ciudad. En el caso de la extensa
y lejana hacienda de Paguey, los esclavos cumplieron actividades agrícolas además de
las ganaderas, la pesca y otras de carácter artesanal. Esta multiplicidad de funciones
que incluyó también la de defensa, llevadas a cabo por los esclavos se debió a que en
las haciendas se desarrollaron actividades complementarias a la fundamental,
destinadas a optimizar su funcionamiento.
La organización de la mano de obra esclava se basó en las "cuadrillas" con su
respectivo capitán, quien se encontraba bajo el control y autoridad del mayordomo y se
encargaba de que los esclavos cumplieran sus tareas. Los administradores contaron con
la ayuda de los mayordomos, quienes
a través de los capitanes controlaban las
cuadrillas y vigilaban que se cumpliera el trabajo y la jornada laboral. Los esclavos
aptos para esos oficios debieron ser bien cotizados y pretendidos entre los hacendados
de la región, por lo que los jesuitas no perdieron oportunidad cuando se les ofrecía uno
de ellos, sobre todo a un buen precio.
En algunos casos, los esclavos dedicaban los sábados al cultivo de sus conucos
con instrumentos de trabajo que les facilitaron los jesuitas, lo cual les permitía
complementar su manutención para disminuir los gastos, retribuir servicios especiales o
bien, para que no estuvieran ociosos. Otros esclavos salían a trabajar fuera de la
hacienda dado los costos significativos de mantenimiento. Quienes tuvieron esta
necesidad, casi siempre retornaron a la hacienda después de su jornada extra de trabajo,
lo cual puede atribuirse a que generalmente no recibieron mejor trato que en las
haciendas de sus amos, los jesuitas. Ese mismo hecho explica que los jesuitas captaran
esclavos que habían fugado de otras haciendas, inclusive de las de otras órdenes y hasta
de un palenque cercano a las de Gibraltar.
La documentación de las haciendas muestra que la utilización de la mano de obra
esclava, por parte de los jesuitas, fue debidamente planificada y tuvo características
muy especiales, entre otras, la de mantener disponible una población útil, organizada en
función de sus actividades productivas, el cumplimiento sistemático de un horario de la
jornada diaria y la distribución especializada del trabajo.
A ellos, como al resto de los sirvientes esclavos, los padres les proporcionaban
ropa, calzado y los cuidados médicos, en caso de enfermedad. Los jesuitas mantuvieron
una gran preocupación por las condiciones materiales y espirituales de sus esclavos, a
quienes consideraban parte integral y fundamental para hacer producir las tierras. Los
religiosos cuidaron que sus esclavos tuvieran doctrina, asistieran a la eucaristía y
cumplieran con los otros mandamientos de la Iglesia. La misión jesuitica de defender y
dilatar la fe, al igual que ayudar a las almas en la vida y doctrina cristiana comprendió
a su población esclava, la que llevaron a cabo a través de medios y estrategias diversas.
Se preocuparon igualmente de trasmitir sus vivencias religiosas a sus trabajadores.
De manera particular, los padres de la Compañía de Jesús mostraron verdadero
interés por la instrucción en la fe y la moral cristiana. A pesar de labor catequizadora de
los ignacianos, el alma africana estuvo presente en ritos y ceremonias de algunos
esclavos del colegio de Mérida, circunstancia que revela la existencia de un legado
espiritual africano que seguramente cumplió un rol esencial en la sobrevivencia de esa
población y de la cultura africana en el medio americano. Algunos de aquellos legados
y fragmentos de memoria africana de los esclavos del colegio merideño y la forma en
que los padres
jesuitas, como hacendados, respondieron a ellos e interpretaron y
aplicaron las disposiciones indianas han sido posible percibirlas a través de la
información del Libro de Consultas.
En las haciendas, los jesuitas mantuvieron una población esclava concentrada que
habitaba en rancherías no distantes de la capilla y de la casa de los religiosos. Sin
embargo, los entornos específicos que aquellos ocupaban permiten advertir una
diferenciación en relación al grado de permanencia de legados africanos, la que se
reflejó en la manifestación de prácticas y ritos curativos. Así, las haciendas cercanas a
la ciudad o ubicadas en el ámbito suburbano posibilitaron la frecuente interacción con
otras étnias; circunstancia que pudo afectar la permanencia cultural africana, pues la
acción recordatoria de la comunidad esclava fue menos evidente que en las haciendas
lacustres, en algunos momentos, verdadero dolor de cabeza de los padres del colegio.
Por el contrario, en las haciendas cacaoteras, la vecindad de otras unidades de
producción esclavistas, la vinculación
al puerto urbano de Gibraltar, importante
mercado de esclavos y la existencia de cumbes en las zonas montañosas próximas,
debió favorecer la relación
interétnica, lo que debió propiciar la permanencia de
legados de africanía en aquellos ambientes tropicales, algunos de los cuales, se
practicaban en forma abierta y frecuente.
Un legado africano que se manifestó entre los esclavos de las haciendas fue el
de conocimientos medicinales que utilizaban con propósitos curativos, del cuerpo y del
alma, lo que hizo de algunos de ellos, hombres y mujeres, conocidos y temidos
yerbateros o curanderos, aunque no hay mención a las plantas utilizadas. La temeridad
creada por el mismo esclavo fue mecanismo de autodefensa de su patrimonio cultural,
un instrumento de resistencia ante el cristianismo y un arma protectora de aquel
aterrador sistema esclavista.
Los jesuitas tuvieron gran preocupación en la acertada selección de los
Administradores de haciendas, los que debían tener habilidad en su manejo. Los
miembros de la Compañía sabían cuan importante era que las haciendas tuvieran
alguien que las gobernara y que no estuvieran desprovistas de mando en forma
continua, pues entendían que el manejo de los esclavos se hacía muy difícil cuando no
sentían la presencia del amo, lo que hacía posible conocer el comportamiento y modo
de vivir, a objeto de poner oportuno y pronto remedio en caso de cualquier
irregularidad.
Los religiosos exigieron moderación a sus administradores respecto a la
aplicación de castigos a sus trabajadores, sus sanciones no tienen que ver con las que
se aplicaban en otras propiedades rústicas de la región. No obstante, hay testimonios
que en las haciendas jesuíticas también se aplicó el castigo corporal lícito, aunque sus
dueños se preocuparon de que éste fuese ponderado. Otro hecho interesante respecto a
la aplicación del castigo por los jesuitas fue el no castigar los esclavos por sus propias
manos y dejaron esa desagradable tarea a terceros, sin la asistencia de los religiosos.
Lo planteado no significa que los dueños del plantel merideño no utilizaran grillos
y esposas. Por su parte, los jesuitas aplicaron sus propios mecanismos de sujeción, los
que parecen, de acuerdo a los mismos religiosos, tuvieron efectos muy positivos en el
trabajo esclavo.
Aunque los esclavos contaron con pocas vías legales para escapar de la aterradora
esclavitud, la comunidad esclava del colegio merideño recurrió escasamente a ellas
para ser dueños de su propio destino. Este comportamiento podría estar relacionado
con la confianza y hasta fidelidad que generó el bienestar material y espiritual que
dieron los padres a sus esclavos.
Existe el consenso entre quienes se han dedicado al estudio de las haciendas
jesuíticas que sus dueños tuvieron una actitud paternalista y de especial consideración
en cuanto a la alimentación y atención médica que se les proporcionaba. Los principios
religiosos y éticos de los padres de la Compañía de Jesús les conducían a ello, así como
su conocimiento de que para tener una buena producción era indispensable una
población esclava saludable.
Notas y bibliohemerografía
1
Bernard LAVALLÉ. El cuestionamiento de la esclavitud en Quito colonial. Colección Todo
es Historia. No. 8. Universidad Estatal de Bolívar, (Quito, Quito, 1996) p.3.
2
Con menor importancia que en el período romano, se mantuvo en los países que bordean el
Mediterráneo y en sus áreas de influencia. Un estudio que abarca desde la época romana hasta
el establecimiento de la institución en las Américas es el de: William D. PHILLIPS, JR. La
esclavitud desde la época romana hasta los inicios del comercio trasatlántico. Siglo Veintiuno
de España Editores, S.A. Madrid, 1989.
3
Véase Vicenta CORTES. La Esclavitud en Valencia durante el reinado de los Reyes
Católicos. (Valencia, 1964).
4
Consulta obligada es el estudio de José Antonio SACO. Historia de la Trata. Editorial
Alameda, S. A., México, 1955 y también Historia de la esclavitud de la raza africana en el
Nuevo Mundo y en especial en los países de América Hispana. 4 vols. , (La Habana. 1938).
5
Sobre ello trata: Stuart B. SCHWARTZS. Brasil colonial: plantaciones y periferias, 15801750. En Leslie BETHELL (Ed.). Historia de América Latina. Vol. 3, (Barcelona, 1990) pp.
203-209. Otros trabajos anteriores del mismo autor: The manumisson of slaves in colonial
Brasil, 1684-1745. En: Hispanic American Historical Review, LIV, 4 (November, 1974) pp.
603-635 y Segredos internos. Engenhos e escravos na sociedade colonial, 1500-1835. Cia Das.
Letras, ( Sao Paulo. 1988).
6
Miguel ACOSTA SAIGNES. Vida de los esclavos negros en Venezuela. Editorial Hespérides
(Caracas, 1966) p. 2. Un interesante trabajo respecto a la legislación esclava para el área
caribeña es el de: Marcos ANDRADE JARAMILLO. La legislación afrocolonial en el Caribe
(Siglos XVI-XVIII). Ponencia presentada en el simposio: Africanía e Iglesia que se llevó a
cabo en el marco del 49 Congreso Internacional de Americanistas, Quito, Ecuador, Presentada
el miércoles, 9 de julio de 1997.
7
Magnus MORNER. Race, Mixture in the History of Latin America. Little, Brown and
Company, (Boston, 1965) p. 111.
8
Enrique OTTE y Conchita RUIZ-BURRUECOS. Los portugueses en la trata de esclavos
negros en las postrimerías del siglo XVI. Moneda y Crédito, LXXXV, (Madrid, 1963).
10
Al respecto véase a: Enriqueta VILA VILAR. Hispanoamérica y el comercio de esclavos.
Los Asientos Portugueses. Publicaciones de la Escuela de Estudios Hispanoamericanos de
Sevilla, (Sevilla, 1977). De la misma autora: Los asientos portugueses y el contrabando de
negros. Anuario de Estudios Americanos, tomo XXX, (Sevilla, 1973). Igualmente a. Henry
KAMEN. El Negro en Hispanoamérica 1500-1700. Sección de Historia de América de la
Universidad de Sevilla, (Sevilla, 1971) p. 121 y a Clarence HARING. El Imperio Hispánico en
América. Ediciones Solar- Hachette, (Buenos Aires, 1966) p.22
11
El texto está reproducido en: Eduardo POSADA. La Esclavitud en Colombia. (Bogotá, 1933)
pp. 129-211. Hace un resumen: Jaime JARAMILLO URIBE. Esclavos y señores en la sociedad
colombiana del siglo XVIII. En: Ensayos sobre Historia Social Colombiana. Universidad
Nacional de Colombia, (Bogotá, 1968) p. 33.
13
García criticó a Manuel de Nóbreda, pionero jesuita, quien después de llegar al Brasil en 1549
aceptó sin recelo la necesidad de la esclavitud negra para la Compañía de Jesús como para los
colonos. David BRION DAVIS. Ob. cit., pp. 186-187.
14
Magnus MORNER. Los jesuitas y la esclavitud de los negros. Revista Chilena de Historia y
Geografía, No. 135, (Santiago de Chile, 1967) pp. 107-109.
15
Al respecto véase a: Rosa María MARTINEZ DE CODES. De la reducción a la plantación.
La utilización del esclavo negro en las haciendas jesuíticas de América española y portuguesa.
Revista Complutense de Historia de América, Facultad de Geografía E Historia, Número 21,
(Madrid, 1995) pp. 112-113.
16
Recopilación de Leyes de los Reynos de las Indias de 1680. Libro VI. Título XIII, Ley VIII
del 23 de diciembre de 1595:Que los indios no sirvan en obrajes, ni en ingenios de azúcar: Del
mismo Libro y Título, la Ley XI de 1601: Que aunque los indios sean voluntarios no trabajen
en sacar perlas, y en ingenios de azúcar y puedan servir en la corta y a carreto.
17
Richard KONETZKE. La Historia Social de Hispanoamérica. Colección de Documentos.
Instituto Jaime Balmes, Consejo de Investigaciones Científicas, (Madrid, 1958). II: 73-74.
18
La tecnología agrícola que trajo el español no había experimentado importantes cambios
desde los tiempos romanos y visigodos. Al respecto véase a: Juan A. VILLAMARIN. Factores
que afectaron la producción agropecuaria en la Sabana de Bogotá en la época colonial.
(Bogotá, 1977). p. 8.
19
Sobre las zonas proveedoras de esclavo en el siglo XVI, véase la clasificación de Peter
BOYD BOWMAN. Negro Slavery in Early Colonial Mexico. The Americas, Vol. 26,
(Washington, 1969). pp. 134-151. Una clasificación geográfica más moderna y actual es la de
Philip D. CURTIN. The Atlantic Slave Trade (A census). The University of Wisconsin Press,
(Madison, 1969).
20
Por ejemplo en las escrituras de los primeros Protocolos de Mérida sobre transacciones
comerciales realizadas por vecinos estuvieron presentes esclavos negros y negras Zapes y
Biafaras que procedían de Guinea de Cabo Verde y Congo de la Africa Central.
21
De acuerdo a CURTIN están dentro de su clasificación en la zona 7 que distingue como
Angola o Africa Central incluye en ella a los del congo (o bakongo) y otros pueblos del norte
de éstos. Nicolás DEL CASTILLO MATHIEU. La Llave de las Indias, Ediciones El Tiempo,
Vol. I, (Bogotá, 1981). pp. 184-186.
22
Declaración del Padre Rodrigo de Figueroa, Visitador de esta Provincia sobre la Escritura de
Fundación. En: José DEL REY F. s.j. La Pedagogía Jesuítica en Venezuela Hispánica.
Biblioteca de La Academia Nacional de la Historia. Fuentes para la Historia Colonial de
Venezuela, No. 138, (Caracas, 1979). pp. 453-455. Véase Apéndice Documental. .
23
Al respecto véase las cifras que ofrece Jorge PALACIOS PRECIADO. La Trata de Negros
por Cartagena de Indias. La Rana y El Aguila. Universidad Tecnológica y Pedagógica de
Colombia, (Tunja, Colombia, 1973). p. 63. También a: Ildefonso GUTIERREZ AZOPARDO.
Historia del Negro en Colombia. Sumisión y Rebeldía. Editorial Nueva América, (Bogotá,
1980).
24
De acuerdo a una cita que transcribe y expone: Jorge PALACIOS PRECIADO. La esclavitud
y la sociedad esclavista. Manual de Historia de Colombia. (Cuarta Edición), Tercer Mundo
Editores, (Bogotá, 1992). p. 322.
25
Se afirma que de los esclavos negros que fueron tomados por la Compañía de Jesús en
Cartagena, treinta mil fueron bautizados por el Padre Alonso de Sandoval, o sea un promedio
de siete mil quinientos esclavos recibieron el agua bendita. Alberto MIRAMON. Los Negros
del Caribe. Boletín de Historia y Antigüedades, Vol. XXXI, (Bogotá, 1944). pp.168 ss.
26
Alonso SANDOVAL. De Instaurada. Aethiopum Salute. Biblioteca de la Presidencia de
Colombia, Empresa Nacional de Publicaciones, (Bogotá, 1956). p. 64.
27
Magnus MORNER. Race, Mixture in the History of Latin America. Little, Brown and
Company, (Boston, 1965). p. 113.
28
Ildefonso GUTIERREZ AZOPARDO. Ob. cit., p. 64.
29
Jaime JARAMILLO URIBE. La Controversia Jurídica y Filosófica librada en la Nueva
Granada en torno a la Liberación de Los Esclavos y la importancia Económica y Social de la
Esclavitud en el siglo XIX. En: Ensayos de Historia Social. La sociedad neogranadina. Tomo
I, Tercer Mundo Editores, Ediciones UNIANDES, (Bogotá, 1989) p. 248. También: Magnus
MORNER. Estado, Razas y Cambio Social en Hispanoamérica Colonial. (México, 1974).
pp.149-150.
30
Miguel Angel ORTEGA. La esclavitud en el contexto agropecuario colonial. Siglo XVIII.
Editorial AICUM, Colección “El Otro Discurso”, No. 2, (Caracas, 1992). p. 22.
31
Referencia a esos hechos en: Edda O. SAMUDIO A. Las Haciendas del Colegio San
Francisco Javier de Mérida. 1628-1767. Universidad Católica del Táchira, (San Cristóbal,
1985) pp103. Además de la misma autora en: José DEL REY F. s.j., Edda O. SAMUDIO y
Manuel BRICEÑO JAUREGUI. Virtud, Letras y Política en Mérida Colonial. Vol. I,
Universidad Católica del Táchira, (Caracas, 1996) pp. 521-608. También en: Ildefonso
GUTIERREZ AZOPARDO. Historia del Negro en Colombia. Sumisión y Rebeldía. Editorial
Nueva América,(Bogotá, 1980).
32
Edda O. SAMUDIO A. Las Haciendas de los Jesuitas en Venezuela . Listo para su
publicación.
33
Además de los ya señalados, se hace referencia entre otros a: Roger BASTIDE. Las Américas
Negras. Alianza Editorial, (Madrid, 1969). Richard DUNN. Sugar and Slaves. The University
of North Carolina Press, Chapel Hill, 1973. John LOMBARDI. Comparative Slaves Systems in
the Americas: A critical view. En: New Approaches to Latin American History. Editado por
Richard GRAHAM y Peter SMITH. University of Texas Press, (Austin, 1974). D. MANNIX Y
M. COWEY. Historia de la trata de negros. Alianza Editorial, (Madrid, 1970). Jorge
PALACIOS PRECIADO. La esclavitud y la sociedad esclavista (cuarta edición). Manual de la
Historia de Colombia. Tercer Mundo Editores, (Colombia, 1992). pp. 301-346. Eric
WILLIAMS. Capitalismo y esclavitud. (La Habana, 1975) y Frank TANNENBAUM. El negro
en las Américas. (Buenos Aires, 1968).
34
Para Venezuela se refiere a: Antonio ARELLANO MORENO. Orígenes de la economía
venezolana. Ediciones Edima, Caracas, 1960. Federico BRITO FIGUEROA. La estructura
económica de Venezuela colonial. Ediciones de la Universidad Central de Venezuela, Caracas,
1979. Del mismo autor: El problema tierra y esclavos en la Historia de Venezuela. 2da.
Edición, Universidad Central de Venezuela, (Caracas, 1984); Eduardo ARCILA FARIAS.
Economía Colonial de Venezuela. Italgráfica (Caracas, 1971). Otros aspectos sociales de la
esclavitud han sido estudiados por: Franklin, GUERRA CEDEÑO. Esclavos, negros
cimarrones y cumbes en Barlovento. Cuadernos Lagoven, (Caracas, 1984), José Marcial ,
RAMOS GUEDEZ. El negro en Venezuela: aporte bibliográfico, Instituto Autónomo
Biblioteca Nacional, (Caracas, 1985).
35
Entre ellos están: John LOMBARDI. Decadencia y abolición de la Esclavitud en Venezuela.
Ediciones de la Biblioteca de la Universidad Central de Venezuela, (Caracas, 1974). Para
Colombia: Eduardo POSADA. La Esclavitud en Colombia. Imprenta Nacional, (Bogotá, 1933).
Aquiles ESCALANTE. El negro en Colombia. Universidad Nacional de Colombia, (Bogotá,
1964). Para Perú: Frederick BOWSER. The African Slave in Colonial Peru. Stanford
University Press, (Stanford, California, 1974). Emilio HARTH-TARRE. Presencia del negro
en el Virreinato del Perú. (Lima, 1971). Entre los de México: H.W. KONRAD. A jesuit
hacienda in colonial Mexico: Santa Lucía 1576-1767. (Stanford, 1980).
36
Al respecto véase a: Ermila TROCONIS DE VERACOECHEA. Documentos para el estudio
de los esclavos negros en Venezuela. Selección y Estudio preliminar. Biblioteca de la
Academia Nacional de la Historia. Fuentes para la Historia Colonial de Venezuela. No. 103,
Caracas, 1969. También: Marianela PONCE. El ordenamiento jurídico y el ejercicio del
derecho de libertad de los esclavos en la provincia de Venezuela. 1730-1768. Biblioteca de la
Academia Nacional de la Historia. Fuentes para la Historia Colonial de Venezuela. No. 226,
(Caracas, 1994). En la Escuela de Historia de la Universidad de Los Andes se han producido
tesis inéditas de Licenciatura, entre las que se cuentan las dirigidas por la autora de este trabajo
y que tratan el tema en distintos periodos de La Mérida colonial, ellas son las de: Zoraida B.
SANTIAGO. Aspectos de la Esclavitud en Mérida (1775-1800). Escuela de Historia,
Universidad de Los Andes, (Mérida, 1982), la de César BARRETO y Héctor HERRERA.
Formas Jurídicas a que estuvo sometida la Mano de Obra Esclava en Mérida y su jurisdicción
1622-1678. Escuela de Historia, Universidad de Los Andes, (Mérida, 1981) y la de Miguel
Angel RODRÍGUEZ LORENZO. Presencia y Liberación de los esclavos de Mérida. Escuela de
Historia, Universidad de Los Andes, (Mérida, 1982). Entre otros artículos posteriores de
Miguel Angel RODRÍGUEZ LORENZO están: Proceso de liberación de los esclavos en
Mérida, Objetivos y Metodología. Boletín Antropológico, No. 5, Universidad de Los Andes
(Mérida, 1984) pp. 19-36; Algunos aspectos de la vida cotidiana de los esclavos de origen
africano en Los Andes venezolanos. I y II, Boletines Antropológicos Nos. 8 y 11, Universidad
de Los Andes, (Mérida, 1986) pp. 25-42.
37
Entre ellos están: Adolfo MEISEL. Esclavitud, Mestizaje y Haciendas en la Provincia de
Cartagena, 1533-1851. Desarrollo y Sociedad, No. 4, Bogotá, julio, 1984. Un trabajo que trata
el trabajo esclavo en las haciendas es el de: Adriana NAVEDA CHAVEZ-HITA. Esclavos
negros en las haciendas azucareras de Córdoba, Veracruz, 1690-1830. Universidad
Veracruzana, Centro de Investigaciones Históricas, (México, 1987).
38
Uno de los trabajos conocidos y más reciente que trata sobre los esclavos de los Jesuitas es el
de: Rosa MARTINEZ DE CODES. Art. Cit. pp., 303-306
39
Con el término cimarrón, tal como lo expone, Francisco Moscoso, quien lo toma de Carlos
Esteban Deive se aplicaba al esclavo fugitivo o sea aquel que escapaba, aunque fuese
temporalmente, de la dureza de la esclavitud. Francisco MOSCOSO. Formas de resistencia de
los esclavos en Puerto Rico. Siglos XVI-XVIII. América Negra, No. 10, Pontificia Universidad
Javeriana, (Bogotá, Diciembre 1995) p. 33. Carlos Esteban DEIVE. Los Guerrilleros Negros
Esclavos Fugitivos y Cimarrones en Santo Domingo. Fundación Cultural Dominicana, (Santo
Domingo, 1989)
40
Uno de los ejemplos puede verse en: AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 18 de
septiembre de 1736. f. 69vto.
41
Ibídem. Consulta de marzo de 1738. f. 72.
42
Ibídem. Consulta del 1 de junio de 1759. f. 90.
43
Libro de Recibo que Comienza a Primero de Marzo de 1749 En: Edda O. SAMUDIO A. Las
Haciendas del Colegio San Francisco Javier de la Compañía de Jesús. 1628-1767. Homenaje
de la Universidad Católica del Táchira a la Universidad de Los Andes en sus Festividades
Centenarias,
(Caracas, 1985) pp. 476 y 491.
44
Ley del 11 de mayo de 1527, del 20 de julio de 1538 y del 26 de octubre de 1541.
Recopilación de Leyes de los Reinos de Las Indias. Ley V. Título V, Ermila TROCONIS DE
VERACOECHEA. Documentos para el estudio de los esclavos negros en Venezuela. Selección
y Estudio preliminar. Biblioteca de la Academia Nacional de la Historia. Fuentes para la
Historia Colonial de Venezuela. No. 103, (Caracas, 1969). “Que se procure que los negros
casen con negras, y los esclavos no sean libres por haberse casado”.
45
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 30 de septiembre de 1735. f. 67. Asimismo, la
Consulta de septiembre de1723.f. 47vto.
46
Véase uno de los ejemplos en: Ibídem. Consulta del 15 de diciembre de 1734. f. 65vto.
47
Ibídem. Consulta del 24 de marzo de 1756. f. 82vto.
48
Ibídem. Consulta del 1 de noviembre de 1718. f.40.
49
Idem. En la Consulta del 1 de noviembre de 1718 a la que hemos hecho referencia, entre las
razones que expusieron para la venta de las dos mulatas que fue finalmente aprobada
estuvieron: que dichas mulatas no pertenecían a los propios del colegio y costo el poseerlas;
porque se tiene por experiencia que dichas mulatas no sirven casi nada sino de melindre y
porque la Ignacia es casada, y su marido 9 años ausente que parece la haya dejado y no hay
esperanza de multiplico. Véase el Apéndice Documental.
50
Ibídem. Consulta de diciembre de 1737. f.70.
51
Ibídem. Consulta de julio de 1721. f. 42 y del 18 de septiembre de 1736. f.69 vto.
52
Ibídem. Consulta del 24 de marzo de 1756. f.83 vto. Véase Apéndice Documental.
53
Ibídem. Consulta del 30 de junio de 1756. f. 84. Véase el Apéndice Documental.
54
Ibídem. Consulta del 24 de marzo de 1756. ff. 82-83.
55
Pablo MACERA. Ob. Cit., p. 41.
56
AUCAB. Libro de Consultas. Consultas del 17 y 1 de diciembre de 1733. f. 57 vto. y f. 61.
57
Al respecto véase: Ibídem. Consulta de17 de abril y 1 de diciembre de 1733. ff. 57 vto. y 61.
58
Idem.
Pablo MACERA. Ob. cit. p. 38.
60
Ibídem. pp. 38-39.
61
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del A 23 de abril de 1727.ff. 53-53vto.
62
Ibídem. Consulta de julio de 1721. f. 42.
63
Entre las consultas que tratan el tema y que revelan asuntos interesantes al respecto están las
del: Ibídem. Consulta del 1 de diciembre de 1733, f.61; la del 1 de enero de 1734 f.61 vto; la
de octubre de 1735. f. 67 vto; La de agosto de 1736. f. 69; la de julio de 1737. f. 71. Véase el
Apéndice Documental.
64
Véase: Ibídem. Consulta del 14 de septiembre de 1691. F. 2 vto. También en la Consulta del
8 de junio de 1758. f. 88 es posible percibir la importancia del mayordomo.
65
Pablo MACERA. Ob. Cit., p. 47.
66
Idem. De acuerdo a Macera, en esta modalidad de tenencia, los partidarios veían la
necesidad de mantener ocupados a los esclavos y evitar el ocio que tanto combatieron los
jesuitas.
67
Al respecto véase a: Rosa María MARTINEZ DE CODES. Art. cit. p. 117.
68
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del mes de abril de 1733. f. 44.
69
Ibídem. Consulta del 25 de octubre de 1761. ff 95-95v.
70
Esto se trató en la Consulta del 9 de enero de 1700 y tal como consta en el Apéndice
Documental señala que “el clérigo que esta puesto en la Sabana por el Señor Arzobispo, pide
por un auto de su Señoría, el que para seguro de 200 pesos de congrua, y estos estén siempre
asegurados se le paguen por cada negro, o por cada cabeza diez pesos cada año, entendiéndose
que esto ha de ser cosa asentada siempre aunque se mueran o disminuyan algunos esclavos que
siempre se ha de pagar aun por los ya muertos. En este punto; por haberse opuesto a la
materia, y resistidos a ella todos los vecinos de aquellas haciendas fueron de parecer todos los
padres que se avisase, y consultase a su Reverencia (f. 20 vto.) el padre provincial si
convendría el que el hermano hable al cabildo del pueblo o ciudad de Gibraltar, para que en
nombre de todos los vecinos supliquen del auto, y expongan a su señoría el que sin el exceso y
nueva determinación de lo que manda el auto, tiene asegurados el clérigo que asiste a aquellas
haciendas 500 pesos para su congrua; y si podrá el hermano firmar en caso necesario esta
suplica, que parece conveniente hacerse al Señor Arzobispo; y que entre tanto solo pague de
nuestra hacienda y esclavos lo que hasta aquí se ha acostumbrado...”. Ibídem. Consulta del 9
de enero de 1700. f. 19vto.
71
Idem.
72
Luz Adriana MAYA RESTREPO. Africa: Legados espirituales en la Nueva Granada, siglo
XVIII. Historia Crítica. No. 12, Revista del Departamento de Historia de la Facultad de
Humanidades y Ciencias Sociales de la Universidad de Los Andes, (Bogotá, enero, junio, 1996)
p.29.
73
Una conceptualización en: Nina S de FRIEDEMANN. Presencia africana en Colombia. La
saga del negro. Instituto de Genética Humana, Facultad de Medicina, Pontificia Universidad
Javeriana, (Bogotá, 1993) p. 90. Referencia en: Luz Adriana MAYA RESTREPO. Art. Cit., p.
30.
74
Ibídem., pp. 29-30.
75
Ibídem., p.29.
76
Ibídem., p. 31.
77
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 2 de abril de 1698, f. 13. Asimismo, en la
Consulta del 22 de diciembre de 1701. f. 27. Véase el Apéndice Documental.
59
78
79
Ibídem. Consulta del 3 de junio de 1696. f. 10 vto. Véase Apéndice Documental
Ibídem. Consulta del 20 de enero de 1700. F. 20v. Véase Apéndice Documental.
80
Documento No. 39, citado por Ricardo CAPPA. S.J. Estudios críticos acerca de la
dominación española en América. ( Madrid, 1890) p. 65
81
Es apreciable en las órdenes que se dieron a los Administradores. Por ejemplo, en la tercera
de las órdenes que se añadieron en la Visita del P. Provincial Jaime Pérez para la a la hacienda
de San Juan de la Pampa o Huaura. Pablo MACERA. Ob cit., pp.65-66.
82
Ibid., p.54
83
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 24 de marzo de 1756. f. 82.
84
Pablo MACERA. Ob. cit., pp. 58-59.
85
Ibídem., p. 69. Ordenes dadas por el P. Provincial Jayme Pérez en su visita a la hacienda San
Juan de la Pampa de Huaura.
86
Consistía en pringar o sea lanzar pringue caliente. Es interesante advertir que en algunas
partes de Los Andes venezolanos la palabra se mantiene y significa echar agua hirviendo.
87
Libro Nuevo de la Hacienda de San Francisco de Tuman que comienza desde el primero de
junio de 1742. Pablo MACERA. Ob. cit., p. 78.
88
Ley XXI. Que los negros fugitivos, cimarrones, y delincuentes sean castigados
y, sus penas. Libro VII. Título V. De los mulatos y negros. p. 288. Recopilación de Leyes de
Los Reinos de Las Indias. Tomo II. Dada por Felipe II en 11 de febrero de 1571 y 4 de agosto
de 1574.
89
Ley XV. Que los negros libres, y Loros, libres, o esclavos no traigan armas. Libro VII. Título
V. Dada en Madrid el 16 de noviembre de 1551 y agosto de 1552, f. 287.
90
Tal es el caso de Cuba. Un Bando fue publicado en La Habana en 1779. En: Ermila
TROCONIS DE BERACOECHEA. Selección y Estudio Preliminar. Documentos para el
estudio de los esclavos negros en Venezuela. Biblioteca de la Academia Nacional de la Historia
No. 103. Fuentes para la Historia Colonial de Venezuela, (Caracas, 1969) pp. 271-173.
91
BNBFC. Sección Manuscritos, Libro de Bandos de Buen Gobierno . 1786-¿???
92
Rosa MARTINEZ DE CODES. Art. Cit., p. 102.
93
Ibídem., pp. 54-55.
94
Pablo MACERA. Ob. Cit., pp. 58-59.
95
Se trataba de un esclavo que parece haber padecido de locura, la que los padres tenían que
comprobar. Pero después del castigo estaba decidido su venta. AUCAB. Libro de Consultas.
Consulta del 1 de julio de 1733. f. 50vto.
96
Ibídem. Consulta de principio de noviembre de 1742. f. 75v.
97
Ibídem. Libro de Consultas. Consulta del 9 de enero de 1700. f. 19vto.
98
Ibidem. Consulta del 2 de abril de 1698. f. 13 vto.
AAM. Caja 1718-1792. Expediente sobre la expulsión de los padres jesuitas en la Provincia
de Barinas. Inventario hecho en el sitio de Pagüey, 14 de septiembre de 1767. f.6vto.
100
AUCAB: Libro de Consultas. Consulta del 1 de diciembre de 1733. f. 61.
101
Ibídem., Consulta del 7 de enero de 1756. f. 81 vto. Véase el Apéndice Documental.
102
Pablo MACERA. Ob. Cit., p. 41.
103
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 24 de marzo de 1756, f. 82.
104
Edda O. SAMUDIO A. El Complejo Económico del Colegio San Francisco Javier. En: José
DEL REY FAJARDO s.j., Edda O. SAMUDIO A, Manuel BRICEÑO JAUREGUI s.j. Virtud,
Letras y Política en Mérida Colonial. Universidad Católica del Táchira, (Mérida, 1995) p. 599.
105
Pablo MACERA. Ob. Cit., p. 30.
106
AUCAB. Libro de Consultas. Consultas del 1 de abril de 1718. f.18.
107
Idem.
108
Además se mandaba, tal como lo había dispuesto el Padre General de la Orden se comprara
otro esclavo.
Ibídem. Consulta del 23 de octubre de 1727. f.55.
99
109
Ibídem. Consulta del 1 de abril de 1693. f. 7 vto.
Ibídem. Consulta del 5 de junio de 1727, f. 53 vto.
111
Idem.
112
Al respecto véase a Rosa María MARTINEZ DE CODES. Art. cit., p. 111
113
AGEM. Protocolos. Tomo XLI. Escritura de ahorro y libertad otorgada por el padre Juan de
Cuellar, Rector del Colegio San Francisco Javier de la Compañía de Jesús. Mérida, 15 de mayo
de 1706. ff. 113v.-114. Escritura reproducida textualmente en: Edda O. SAMUDIO A. Las
Haciendas del Colegio San Francisco Javier de la Compañía de Jesús en Mérida. 1628-1767.
Homenaje de la Universidad Católica del Táchira a la Universidad de Los Andes, (Caracas,
11985) pp. 201-202.
114
AGEM. Protocolos. Tomo XLII. Escritura de ahorro y libertad otorgada por el padre Juan de
Cuellar, Rector del Colegio San Francisco Javier de la Compañía de Jesús. Mérida, 8 de enero
de 1709. Asimismo reproducida en : Edda O. SAMUDIO A. Ob. cit., pp. 202-203.
115
Idem.
116
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del de mayo de 1736. f.68.
117
Ibídem. Consulta del 25 de octubre de 1761. f. 92.
118
Ibídem. Consulta del 18 de julio de 1726. f.51.
119
Bernard LAVALLE. Ob. cit., p. 44.
120
Ejemplos de ellos y las soluciones que se dieron en: Ibídem., pp. 44-66
121
AUCAB. Libro de Consultas. Consulta del 24 de marzo de 1756. f. 82.
122
Ibídem. Consulta del 10 de diciembre de 1757. f. 87. El texto completo se reproduce en el
Apéndice Documental.
123
Ibídem. Consulta del 25 de abril de 1742. f. 75 vto.
124
Ibídem. Libro de Consultas. Consulta del 2 de mayo de 1707. f. 33.
125
Ibídem. Consulta del 5 de diciembre de 1727. f. 55vto.
126
Idem.
110
INDAGANDO EN LAS DOLENCIAS DE LOS ESCLAVOS:
Una aproximación a las fuentes para su estudio en la Córdoba tardo colonial
1
Dimunzio, Karina; García Claudia .
Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad Nacional de Córdoba
[email protected][email protected]
RESUMEN. La esclavitud en Córdoba ha sido estudiada
desde distintos
enfoques. Las investigaciones realizadas2, en general, han incluido a este grupo
dentro de marcos más amplios en
la descripción de la sociedad y economía
cordobesa, sin abordarlos específicamente.
Las primeras investigaciones centradas en la esclavitud en esta región abordaron
el problema del comercio de negros3. En los últimos años,
ha habido una
preocupación en profundizar distintas aristas específicas de la esclavitud, desde la
perspectiva de la demografía histórica,4 por ejemplo, analizando a la fecundidad
esclava. También se ha investigado sobre la participación de los esclavos en la
economía colonial mediante los oficios que ejercían5.
Otros historiadores indagaron de que manera se cumplían las normas legales que
garantizaban los derechos de esclavos6 y en los mecanismos institucionales y
1
Licenciadas en Historia, Facultad de Filosofía y Humanidades de la Universidad Nacional de Córdoba,
República Argentina.
2
Como: Endrek, Emiliano: El mestizaje en Córdoba, siglos XVIII y principios del XIX, Universidad Nacional de
Córdoba, Córdoba, 1966. Arcondo, Aníbal: El Ocaso de la Sociedad Estamental. Córdoba entre 1700 – 1760.
Córdoba, UNC,1992 . Punta, Ana Inés: Córdoba borbónica. Persistencias coloniales en tiempo de reformas
(1750 – 1800) UNC, Córdoba 1997.
3
Assadourian, Carlos Sempat: “El tráfico de esclavos en Córdoba, 1588-1610”: según Actas de Protocolos del
Archivo Histórico de Córdoba, Cuadernos de Historia, Universidad Nacional de Córdoba, vol. XXII, 1965.
Torres, Félix A.: “El comercio de esclavos en Córdoba 1700-1731”, seminario de investigación para obtener la
Licenciatura en Historia, 1972, en La Historia que escribí. Estudios sobre el pasado cordobés, xxx, Córdoba,
1990. Pita, Alexandra y Tomadoni, Claudia: El comercio de esclavos en el espacio cordobés (1588-1640),
Seminario final de la Licenciatura en Historia, Córdoba, 1994, manuscrito.
4
Celton, Dora Estela: “Fecundidad de las esclavas en la Córdoba colonial”, en Revista junta Provincial de
Historia, Córdoba, 15, 1993.
5
Moyano, Hugo: “Los artesanos esclavos en Córdoba, (1810-1820)” en Investigaciones y ensayos
Nº 33, julio/Diciembre 1982.
6
Peña. Gabriela: “Los derechos de los esclavos. Legislación y realidad de la Córdoba del siglo XVIII”, en
Revista de Historia del Derecho, Instituto de Investigaciones de Historia del Derecho, Buenos Aires, 1995.
extrainstitucionales de control sobre los esclavos en Córdoba7. En otras líneas se
están actualmente analizando las distintas estrategias de resistencia que
desplegaron los esclavizados en nuestra región8.
Sin embargo, la temática de las enfermedades y dolencias todavía no ha sido
explorada. Por lo tanto,
nos proponemos como finalidad, en este trabajo,
aproximarnos a distintas fuentes documentales, resguardadas en los archivos de
la provincia de Córdoba, que puedan proporcionarnos datos sobre las dolencias
padecida por los esclavos durante el período tardo colonial ,visualizando sus
limitaciones y potencialidades.
Intentaremos rescatar
documentación , que nos brinde respuestas
sobre
planteamientos tales como: ¿cuáles eran las enfermedades más comunes de los
esclavos, que ideas o concepciones tenía este grupo social acerca de este
fenómeno, como eran diagnosticadas o tratadas las distintas dolencias?, entre
otros interrogantes.
7
Rufer Mario “Prácticas sociales y relaciones de poder: los esclavos y la aplicación de la justicia en Córdoba
en la segunda mitad del siglo XVIII” UNC; FFYH, Córdoba junio 2001.
8
Dimunzio, Karina; García Claudia: “Resistencia Esclava en la Campaña Cordobesa. Mediado del
Siglo XVIII a principios del siglo XIX”. Presentado en VIII Jornadas Interescuelas/Departamento de
Historia, Salta, Septiembre 2001. Dimunzio Karina, García Claudia; “ Esclavos Cimarrones. La
fuga: una estrategia de resistencia a la opresión”. Ponencia presentada en las Primeras Jornadas
sobre Población y Sociedad de Córdoba. Centro de Estudios Avanzados de la UNC. Córdoba,
Octubre de 2002.
INDAGANDO EN LAS DOLENCIAS DE LOS ESCLAVOS:
Una aproximación a las fuentes para su estudio en la Córdoba tardo colonial
'LPXQ]LR .DULQD *DUFtD &ODXGLD1
Introducción
La esclavitud en Córdoba ha sido estudiada desde distintos enfoques. Algunos
trabajos
realizados2, incluyeron a este grupo dentro de
la descripción de la
sociedad y economía cordobesa. Las primeras investigaciones centradas en la
esclavitud en esta región abordaron el problema del comercio de negros3 ;
también se ha investigado sobre la participación de los esclavos en la economía
colonial mediante los oficios que ejercían4. En los últimos años, se evidencia un
interés
en profundizar distintas aristas específicas de la esclavitud, desde la
perspectiva de la demografía histórica,5 por ejemplo, analizando a la fecundidad
esclava.
Otros trabajos indagaron sobre los alcances de las normas
garantizaban los derechos de esclavos6
legales que
y en los mecanismos institucionales y
1
Profesoras y Licenciadas en Historia, Escuela de Historia, Facultad de Filosofía y Humanidades
de la Universidad Nacional de Córdoba, República Argentina.
2
Como: Endrek, Emiliano: El mestizaje en Córdoba, siglos XVIII y principios del XIX, Universidad
Nacional de Córdoba, Córdoba, 1966. Arcondo, Aníbal: El Ocaso de la Sociedad Estamental.
Córdoba entre 1700 – 1760. Córdoba, UNC,1992 . Punta, Ana Inés: Córdoba borbónica.
Persistencias coloniales en tiempo de reformas (1750 – 1800) UNC, Córdoba 1997.
3
Assadourian, Carlos Sempat: “El tráfico de esclavos en Córdoba, 1588-1610”: según Actas de
Protocolos del Archivo Histórico de Córdoba, Cuadernos de Historia, Universidad Nacional de
Córdoba, vol. XXII, 1965. Torres, Félix A.: “El comercio de esclavos en Córdoba 1700-1731”,
seminario de investigación para obtener la Licenciatura en Historia, 1972.. Pita, Alexandra y
Tomadoni, Claudia: El comercio de esclavos en el espacio cordobés (1588-1640), Seminario final
de la Licenciatura en Historia, Córdoba, 1994, manuscrito.
4
Moyano, Hugo: “Los artesanos esclavos en Córdoba, (1810-1820)” en Investigaciones y ensayos
Nº 33, julio/Diciembre 1982.
5
Celton, Dora Estela: “Fecundidad de las esclavas en la Córdoba colonial”, en Revista Junta
Provincial de Historia, 15, Córdoba, 1993.
6
Peña. Gabriela: “Los derechos de los esclavos. Legislación y realidad de la Córdoba del siglo
XVIII”, en Revista de Historia del Derecho, Instituto de Investigaciones de Historia del Derecho,
Buenos Aires, 1995.
extra institucionales de control sobre los esclavos en Córdoba7. En otras líneas
se están actualmente analizando las distintas estrategias de resistencia que
desplegaron los esclavizados en nuestra región8.
Sin embargo, la temática de las enfermedades y dolencias todavía no ha sido
explorada. En este trabajo, nos aproximaremos a distintas fuentes documentales,
conservadas en el Archivo Histórico de la provincia de Córdoba, visualizando las
potencialidades y limitaciones que presentan a la hora de abordar esta
problemática como objeto de estudio.
Fuentes para el estudio de las dolencias que padecían los esclavos:
En las últimas décadas los historiadores se han preocupado por recuperar las
distintas dimensiones del universo social de los llamados grupos subalternos,
tradicionalmente minimizados. Para ello han debido recurrir a nuevos repertorios
de documentación con nuevas preguntas.
Los expedientes judiciales y otros documentos oficiales comenzaron a ser
abordados, ya no solamente para el estudio del documento en sí mismo, sino para
llegar, a través de él y desde distintas miradas al conocimiento del aspecto del
pasado que se pretende rescatar.
7
Rufer Mario “Prácticas sociales y relaciones de poder: los esclavos y la aplicación de la justicia
en Córdoba en la segunda mitad del siglo XVIII” UNC; FFYH, Córdoba junio 2001.Trabajo Final
para acceder a la Licenciatura en Historia .
8
Dimunzio, Karina; García Claudia: “Resistencia Esclava en la Campaña Cordobesa. Mediado del
Siglo XVIII a principios del siglo XIX”. Presentado en VIII Jornadas Interescuelas/Departamentos de
Historia, Salta, Septiembre 2001. Dimunzio Karina, García Claudia; “ Esclavos Cimarrones. La
fuga: una estrategia de resistencia a la opresión”. Ponencia presentada en las Primeras Jornadas
sobre Población y Sociedad de Córdoba. Centro de Estudios Avanzados de la UNC. Córdoba,
Octubre de 2002. Dimunzio Karina, García Claudia, Eludiendo la Dominación. Practicas solapadas
de resistencia esclava. Córdoba entre fines del siglo XVIII y comienzos del siglo XIX. IX Jornadas
Escuelas/ Departamentos de Historia, FF y H, UNC, septiembre 2003.De las Mismas autoras:
“Resistencia esclava en Córdoba. Mediados del siglo XVIII a principios del siglo XIX”. Trabajo final
de Licenciatura en Historia. UNC, Facultad de Filosofía y Humanidades .Junio de 2004.
A partir de estas nuevas perspectivas, se nos planteó la problemática del estudio
de las dolencias y enfermedades padecidas por los esclavos en la Córdoba tardo
colonial y a qué fuentes se podría acudir para obtener indicios para su análisis.
Al relevar, parcialmente hasta el momento, las Escribanías 1, 2, 3 y 4 entre los
años 1750 y 1820, hemos encontrado una serie de procesos judiciales civiles en
donde aparece mencionado el estado de salud de los esclavos. Los documentos a
los que nos referimos son juicios para anular ventas de esclavos y otros donde
estos reclaman su libertad o rebaja de su precio de venta. También hemos
encontrado inventarios de bienes, entre los que figuran esclavos, que poseen las
características anteriormente mencionadas.
Observemos que datos e información nos brinda estos tipos de fuentes y cuáles
son sus potencialidades y sus limitaciones.
En 1771 el esclavo Laureano, preso durante tres meses en la cárcel, fue tasado
en trescientos cuarenta pesos, para que lo comprara un nuevo amo. El Defensor
de Pobres reclamaba
la reducción de este precio “... atendiendo a las
enfermedades del mulato...”
En este caso como en otros solo podemos conocer que el esclavizado padeció
alguna enfermedad pero no se hace mención de ella ni de sus síntomas.
Sin embargo, muchos expedientes judiciales nos proporcionan las dolencias, y/o
los síntomas mediante el testimonio del esclavo, del amo, de algún testigo o en el
mejor de los casos de un facultativo.
En 17839 Don Francisco de Serra estaba realizando los preparativos para
encaminarse a Lima para vender unos esclavos. Enterándose de ello, Doña
Ventura Videla le pidió que llevara a una esclava suya y a su marido para
venderlos juntos.
Camino a Chile, este esclavo comenzó a orinar sangre y se cayó de la carreta. Al
ser examinado, el negro dijo que “... a mas de la cahida, hacia tiempo que padecía
unos tumores en el pescueso, que de recien lo habían estado curando...”
9
AHPC, 1783, Escr. 2, leg 61, exp. 19.
En 177510 en una causa para anular la venta de la esclava María Mercedes, su
compradora decía “...que el trato debería darse por nulo por fraude, ya que la
esclava padece un achaque interior del que muchos años antes padecía y padece
hasta el presente ...”
agregando luego
su marido, que
estuvo enferma de
“...corrupcion de tripas, expeliendo sangre, y materia...”. Además declaraba que
“...de este achaque la estuvo curando, y que no sabe hubiese quedado sana...”
Por su parte, Moyano el vendedor replicaba que las dolencias de la esclava eran
a causa del maltrato al que la sometía la señora y por haberla hecho trabajar
demasiado moliendo trigo en el molino.
Un testigo que declaró en esta querella expresaba que “La esclava nacio buena
en manos de Moyano y este la vendio sana. Después la vio muy enferma en la
casa de Cabrera, tendida en un cuero de vaca y por lastima le dio un cuero de
carnero...”
En algunos documentos figuran no sólo los síntomas sino además el nombre con
el que se conocía la enfermedad en la época. De esta manera en una causa11 por
división de unos esclavos, contamos con
el certificado médico referido a una
esclava fallecida, la mulata María Antonia. En éste, el Cirujano Ignacio Tolosa
dejaba constancia del
reconocimiento que había efectuado en las siguientes
palabras: “...vine en conocimiento estar poseida de una Colera Morto, pues esta
no convirtiendo en maes [sic], que en una violentissima excrecion de humores
viliasos, ya acres, como corruptos por la mordacidad,..”
En otras ocasiones los esclavos apelaban a sus enfermedades para obtener
algún beneficio a la hora de comprarse su libertad. Tal era la situación del pardo
Diego , quien se describía a si mismo y a la situación en que se encontraba “...
en la avanzada edad de sesenta años y al mismo tiempo vastado de las piernas,
como aparece a la vista, sobre que he estado tullido mas tiempo de dos años
postrado en la cama...” 12. De esta manera, solicitaba que le rebajasen el precio
de venta.
10
AHPC, 1755, leg 322, exp. 8.
AHPC, 1771, Escr. 3, leg. 18, exp. 7
12
AHPC, 1765, Escr. 1, leg. 353, exp.13
11
En otro expediente13 el pardo libre Jerónimo, mediante las ganancias obtenidas
ejerciendo el oficio de sastre intentaba comprar la libertad de su nuera María del
Carmen y la de su nieto de tres meses. En la tasación se generó una discusión
en torno al precio establecido debido a que la esclava mostraba “... hallarse con
una no pequeña sicatriz en el codo de un brazo, y otra en el hombro del otro
brazo, las que le ymposivilitan el movimiento libre de ellos...”
Un largo documento nos informa sobre
encontraba
Domingo Barbosa14 quien se
bajo la servidumbre del monasterio de Santa Catalina de Sena
cuando lo destinaron a los ejércitos ,a pesar de su enfermedad: hidropesía. El
médico designado por el gobierno para reconocer a los esclavos, lo mandó a
borrar de la lista de reclutas, considerándolo inepto para las armas, por lo cual,
según el mismo Domingo, se retiró al campo por consejo de los médicos para
“tomar aguas saludables” y había regresado sin mejoría.
El síndico del Convento lo emplazó en reiteradas oportunidades para que
se presentara a
trabajar en una obra, y éste se negó aduciendo razones de
salud, ante lo cual le pidió que otorgue jornal o peón que lo reemplazara y
siguiendo con su negativa, lo amenazaron con darle papel de venta, a lo que
contestó: “…quien habrá de comprar un hombre inutil [...]” y que él no era esclavo
del monasterio sino vasallo de la patria.
Conocemos por el expediente, que este esclavo había intentado conseguir
mediante engaños la certificación de un facultativo que lo declarara no apto para
ningún trabajo, pero no lo había conseguido.
Algunas de las fuentes consultadas nos acercan una información más completa;
no solo nos hablan de las características de la enfermedad sino también de sus
causas, su diagnóstico evolución y tratamiento.
13
14
AHPC, 1771, Escr. 3, leg 18, exp 11.
AHPC, 1818, Escr. 1, Leg 450, exp 4, f.1v a 8v.
En una causa donde se reclamaba que la esclava María del Rosario15 había sido
vendida sin especificarse que padecía una enfermedad incurable, esta esclava
informaba que “...la enfermedad que padeze es de la madre [...] cuio achaque a
mas de diez años, que padece de resultar de su parto...”
Finalmente la esclava murió ,y al tiempo fue citado a dar testimonio
el Médico
Cirujano Don Andrés Quiñones quien la había asistido en un”.. dolor de costado..”,
aseverando que: “...acometido con mas vehemencia la enfermedad, que era una
procedencia o cahida del utero, y unos cursos viliosos de sangre hasta que
falleció....”
Lo interesante de este tipo de casos donde se pretendía rescindir el contrato de
venta
es que generalmente se
hacía examinar al esclavo por un médico,
quedando registro de este informe del cual
de otra manera no tendríamos
conocimiento.
Otro ejemplo de similares características es la demanda16 presentada por Don
Andrés Acosta
reclamando que Don Juan Carvallo le había vendido un negro,
Juan José ,en trescientos pesos y cuando quiso volver a venderlo en Chile se
halló que “...dicho criado adolesia de graves enfermedades havituales...”
Para anular la venta se lo hizo examinar por Don Benito Rodríguez, reconocido
“...como ynteligente así en la sirujia como en la medicina...”, quien determinó que
“...hallo una llaga en la cabesa del miembro como también le encontro una
quebradura en la yslilla del lado derecho y también dise le encontró en la yngle del
mismo lado undidura de carne como cosa de tres o cuatro dedos de grandor.”
En 1798, la esclava Pabla Arias17 había solicitado papel de venta sintiendose
incapacitada para servir. Sus amos le otorgaron el papel, pero a un precio que
consideró excesivo y “... respecto del achaque de etico que padesco que me ha
sido imposible el hallar amo...”
15
AHPC,1791,Escr 3, leg .44 , tomo II
16
AHPC, 1788, Escr. 2 ,leg. 72, exp. 1
17
AHPC, 1798, Escr. 4, leg. 9, exp. 23
Al pedir que se le examine, el Padre Domingo del Sacramento Presidente del
hospital de la ciudad de Córdoba Médico Cirujano certificó que había “...asistido en
su enfermedad a Pabla Arias a pedimento de sus amos [...] Primeramente de un
dolor pleurico (vulgo) de costado, con vehemente dolor en el pecho, y esputo
sanguinolento, [...] Segundo de un continuo dolor de pulmon, y pecho haviendo
arrojado sangre por la boca poco menos que vomitarla con una fiebre lenta, sus
evaquaciones lunares suprimidas enteramente al cabo de algun tiempo rompio su
naturaleza erroneamente en una disenteria, i en aguaciones de sangre que la
pusieron en los ultimos periodos de su vida; corregida por mi esta pertinaz
dolencia, y la administracion de varios medicamentos llegó a caer en una thabes,
o Hetica, pues la fiebre nunca cedía;”
Continuando en su informe exponía los tratamientos para este mal:
“...en la administracion de los baños de tina se consigio que atemperada la
estremada ardentia de su masa sanguinaria y humedecida su periferia, se
consiguio algun tanto su reposición”.
También comentaba sobre la evolución de la paciente que....
“Despues de algun tiempo que esta havia pasado volvio o su antiguo exercicio, o
tarea de auja y plancha, en fuerza de su cautiverio luego incontinenti le repitio la
magres de su cuerpo, la fiebre y una hemorragia uterina que ya consenti quedase
incurable, pero en fuerza de las diligencias practicadas por el Arte y la prolija
assistencia de sus amos conciguio su repocicion, haviendo sido pribada por mi y
sus citados amos de los exercicos de la costura y plancha enteramente como de
toda alimento acre, mordas, y de toda las especierias y condimentos en las
comidas de suerte que se halla sugeta perpetuamente a tomar un sustento
enteramente simple, pero con todas estas precauciones son los suficientes para
que se vea libre de la continua tos seca, ni el todo del dolor de los pulmones, ni
pecho, como tampoco de la continua fiebre lenta ( aunque en el dia poca)
Denace que esta criada se halla en el proximo peligro al llegar a verificarsse que
se confirme la Hetica, o Thisica, segun el sentir de los mas graves authores
medicos, y la practica nos lo enseña....”
Otro tipo de documentación valiosa con características propias son los inventarios
de bienes.
Estos presentan
información cualitativa pero también permiten
análisis de carácter cuantitativo. Un ejemplo de ello es la tasación e inventario de
todos los esclavos del Colegio de Montserrat18. Entre los datos que figuran de los
esclavos se encuentran el nombre, la edad, casta, el precio, a veces la profesión
y lo que mayormente interesa a nuestros fines, la enfermedad o dolencia que
padecían, como lo observamos en los casos siguientes:
Estanislao sesenta años quebrado de la ingle; María de 80 años ,quebrada un
muslo; Agustina 65 años, enferma de la vista, mulata viuda ; Pedro viejo de 80 al
que no tasan por su edad y enfermedades; Jerónimo viejo de setenta y cinco años
con una nube en un ojo ,mulato; Lorenza de 40 su mujer falta de varios dientes;
Juan Inocencio de 5 años su hijo, enfermo de calentura; Miguel viejo 50 años
enfermo de orina; Juana Luisa de 36 años su mujer tuerta y fea; Pedro Medina de
34 años obrajero, enfermo de dolores en los huesos ,María del Rosario de 35
años, su mujer, falta de algún diente; Pascual 46 años, sangrador, enfermo de la
vista; Clara de 45, su mujer, con una nube en un ojo y la mano derecha enferma;
Manuel de obraje, 40 años quebrado de la ingles; Rafaela 40 años, su mujer,
enferma de caderas; María de Domingo 60 años viuda sin diente y enferma del
pecho; Lorenza 40 años ñata y petisa, enferma de la cabeza; Santiago porteño 55
años quebrado de la ingles y corto de vista; María Antonia 45 años su mujer
enferma de flujo de sangre ;Francisca 32 años enferma de la barriga; Juana 3
años quebrada del ombligo; Agustina 60 años viuda y sorda quebrada la nariz;
Antonia 60 años viuda enferma de la vista; Juanchu 40 años,
oficial de herrero,
sentido de un brazo; Luisa 45 años, quebrada de una costilla; María Esperanza
de 80 años , decrépita.
18
AHPC,1775, Escr. 2, leg 50, exp 4
Consideraciones finales
A través del relevamiento de las fuentes existentes para el estudio de las
dolencias padecidas por los esclavos podemos conocer que muchas de ellas, por
sus características nos pueden brindar información sobre el nombre de las
mismas, causas, sintomatología, diagnóstico, evolución tratamiento y desenlace.
En otros casos las fuentes presentan limitaciones en la medida en que solo
mencionan que el sujeto poseía una enfermedad, pero no se especifica cual ni
podemos inferirla, ya que sus características no han quedado registradas.
Los documentos que nos brindan una información mas completa son en general
aquellos en los que el amo veía afectados de alguna manera sus derechos de
propietario. Un ejemplo de ello son las anulaciones de venta, que comenzaban
cuando un amo se sentía engañado o estafado si la dolencia del esclavo le
impedía a éste trabajar y rebajaba su valor en el mercado. En estos casos, la
intervención de un facultativo nos permite acceder a información invalorable, a
través del diagnóstico y curas suministradas.
Debido a que la enfermedad de los esclavos como ya hemos mencionado,
disminuía el valor de mismos en ocasiones era sacada a relucir por ellos mismos
al momento en que se abría la posibilidad de la auto- compra o la de un familiar.
También como hemos observado, algunos aludían a la dolencia padecida como
una forma de eludir o flexibilizar las condiciones de trabajo.
Por su parte los inventarios nos aportan una variedad de datos y si bien la
descripción de las dolencias no es tan completa como la de los expedientes
anteriormente mencionados, lo que nos proporcionan cobra gran relevancia a la
hora de indagar en las condiciones de salud en que se encontraban las familias
que convivían en un determinado lugar, como por ejemplo las rancherías de un
convento, una estancia, etc., permitiéndonos el planteo de análisis de carácter
cuantitativo.
La información obtenida de las fuentes y los indicios que aportan nos genera
diversos interrogantes para intentar responder en futuros trabajos; por ejemplo,
cual sería la relación entre dolencias, condiciones de vida, alimentación y el trato
recibido por ellos en su esclavitud.
Bibliografía consultada
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1760. Córdoba, UNC,1992 .
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Dimunzio, Karina; García Claudia: “Resistencia Esclava en la Campaña
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Torres, Félix A.: “El comercio de esclavos en Córdoba 1700-1731”, seminario de
investigación para obtener la Licenciatura en Historia, 1972
DEMOGRAFIA DE POVOAMENTO: SÃO PAULO, 1532-1900,
UM TERRITÓRIO EM CONSTRUÇÃO
*
**
Jaelson Bitran Trindade
Demografia Histórica e Genealogia
Em 1984, os Annales de Démographie Historique, da Société de Démographie*
Historique, tiveram como tema central a questão Demografia Histórica e Genealogia,
expressando o interesse que a matéria vinha apresentando e as discussões que suscitava.
O caráter genealógico das reconstituições de famílias, com a designação de
“genealogias sociais” emergia, em contraposição à genealogia clássica.
A importância maior, assinalada pelos textos, é o fato das reconstituições de
famílias, com encadeamentos genealógicos, permitirem o aprofundamento do estudo da
mobilidade geográfica e social.
Para a história social que expressa o fenômeno de implantação de um agregado
populacional num dado território e de renovação dessa população à base de suprimentos
externos a ele, via migrações, como é o caso do povoamento/colonização do Brasil, é
relevante o debate inserido nos Annales sobre as relações entre a demografia histórica, a
genealogia e a história social, tratado na primeira parte (a segunda referia-se à
demografia histórica, genealogia e genética) da publicação: o recurso às genealogias era
uma resposta da demografia histórica para enfrentar problemas da natureza do nosso:
migrações, imigrações.
Há 16 anos, essa reunião de textos tinha o objetivo de ajustar métodos,
demonstrar e afirmar a importância da genealogia para a história social, via estudos de
demografia. E de considerar as limitações que oferecia o método tradicional de
reconstituição de famílias, apoio de monografias paroquiais: Adeline Daumard, p. ex.,
*
Este artigo, ora revisto e ligeiramente ampliado, foi inicialmente apresentado ao XII Encontro
Nacional da ABEP – Associação Brasileira de Estudos Populacionais, GT – Demografia e História,
Caxambu – MG, 2000, cujos Anais são acessíveis na mídia eletrônica, na página-web daquela
Associação.
**
Historiador, Doutor em História Social, IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, 9ª SR/SP, Ministério da Cultura.
2
buscava diferenciar o método de estudo demográfico que incorporava os encadeamentos
genealógicos designando-o “genealogias sociais”. Não um aproveitamento/apropriação
da genealogia clássica pelo método de reconstituição de famílias, mas o estabelecimento
de variáveis mais complexas que permitam caracterizar a condição social dos diversos
membros de uma família e a evolução da situação dos indivíduos e dos casais.1 Os cinco
estudos que compõem o setor 1 desse volume dos Annales, oferecem uma base crítica
para uma aproximação das genealogias e proposições de trabalho a partir delas.
Antes, em 1976, Louis Henri, publicara nos Annales um artigo com o título
Généalogies et démographie historique, fruto de uma reunião da Société de
Démographie Historique, feita no ano anterior, sobre o tema “o que são as genealogias
para os genealogistas e o que deveriam ser para os historiadores-demógrafos e os
demógrafos”.2 Esta última questão teve, com Louis Henri, “um início de resposta”,
como disse Jacques Dupâquier, num artigo incluído no livro População e Sociedade,
editado no Brasil (org. Maria Luiza Marcílio) em 1984, mesmo ano do número temático
dos Annales . E o autor observa: “Sob a condição de serem completas e de abrangerem
um meio definido, as genealogias constituem-se em excelente material para a
construção da história social”.3
A reconstituição de famílias, com as fichas reagrupadas por genealogias, na
linha desenvolvida por Louis Henri, já mostrava a capacitação desse procedimento para
apreender a mobilidade geográfica e espacial. Em 1983, informa Dupâquier, o
Laboratório de Démographie Historique da École des Hautes Études en Sciences
Sociales desenvolvia “uma pesquisa sobre a mobilidade geográfica e social na França,
para os séculos XIX e XX, utilizando o método da reconstituição de famílias”.4
Naquele momento, a contribuição da genealogia para o projeto era
indispensável, mas as expectativas daquele historiador-demógrafo, em 1983, dado ao
imenso trabalho que se apresentava ao historiador, era também de que os genealogistas
estivessem dispostos a adotar “os rigorosos métodos da demografia histórica”. A
expectativa, aliás, dos demógrafos que participavam dos debates da Société de
Démographie Historique, era não só de que os genealogistas se engajassem no método
1
DAUMARD, Adeline, les généalogies sociales, in Annales de Démographie Historique, Société de
Démographie Historique, Paris, École des Hautes Études en Sciences Sociales, 1984, págs. 10-11
2
DUPÂQUIER, Jacques, demografia histórica e história social, in População e Sociedade: evolução das
sociedades industriais, organizado por Maria Luiza MARCÍLIO, Petrópolis, Vozes, 1984, p. 28.
3
Idem, p. 29.
4
Idem, p. 43.
3
de reconstituição de famílias, mas de que houvesse uma intensa colaboração entre eles e
os demógrafos.5
Naquela altura, 1984, Dupâquier acreditava que as experiências em curso na
França, se levadas “a bom termo”, seriam
de grande importância para a orientação da demografia histórica. Pesquisas similares
poderiam ser empreendidas nos vários países”, com metodologias adaptadas”. Tal
método (reconstituição de famílias) e suas técnicas possibilitariam extrair das fontes “o
romance verdadeiro do povo francês.
6
A experiência francesa se apoiava, enfim, “na convicção de que o estudo da
mobilidade geográfica e social não poderá levar a resultados satisfatórios a menos que
se recorra à micro-análise e, mais precisamente, ao método de reconstituição de
famílias, modificado de maneira a trazer à luz os laços genealógicos” (negritos meus).7
As genealogias descendentes são reconhecidas como as de maior interesse do
ponto de vista demográfico. O recurso às genealogias descendentes vinha ajudando a
contornar problemas que oferecem as genealogias paroquiais ou famílias reconstituídas
dentro de uma paróquia. Os demógrafos tiravam mais proveito das genealogias
descendentes que das genealogias paroquiais. “É preciso sublinhar de novo aqui –
dizem Bideau e Poulain – que as famílias cuja mobilidade espacial é intensa escapam
frequentemente dos estudos demográficos do tipo ‘reconstituição de famílias’ ao nível
de uma monografia local”.8
Conforme assinalam Jette e Charbonneau, num dos textos dos Annales 1984, “só
as descendências reconstituídas completas respondem de maneira adequada às
exigências dos demógrafos desejosos de preencher as fichas de família” (negritos
meus). De fato, as genealogias descendentes deram respaldo para se mensurar as
migrações e a mortalidade adulta, ou seja, para enfrentar o problema fundamental da
renovação das populações;9 porém, dado o esforço que demandam os vastos projetos
de conjuntos paroquiais tratados demograficamente, preconizava-se a colaboração
intensiva entre demógrafos e genealogistas.
5
BIDEAU, Alain e POULAIN, Michel, De la généalogie à la démographie historique: généalogie
ascendante et analyse démographique, in Annales de Démographie Historique, Société de Démographie
Historique, Paris, École des Hautes Études en Sciencses Sociales, 1984, p. 55.
6
DUPÂQUIER, Jacques, op. cit., p. 45
7
Idem, p. 46.
8
BIDEAU, A. e POULAIN, M., p. 55.
9
BIDEAU, A. e POULAIN, M., p. 55.
4
Os dois historiadores, entretanto, se dão conta que, para infelicidade dos
demógrafos, as genealogias descendentes completas, ideais, são raras na França. Além
disso, os trabalhos pioneiros de demógrafos na utilização dessas fontes mostraram o
valor mas também os limites das “descendências reconstituídas” pelos genealogistas.10
No geral, a representatividade das genealogias elaboradas fora dos círculos
demográficos é, na prática senão também de direito, inevitavelmente restrita.
Em fim, a utilização de genealogias descendentes completas para fins de uma
análise demográfica traz, sem dúvida, problemas: problemas de representatividade para
os objetivos que não aqueles da genealogia tradicional.11 A reconstituição de famílias é
definida pelas fontes coletadas, mas a extensão de uma reconstituição de descendentes,
medida em termos de indivíduos, de eventos demográficos e de informações
suplementares, varia em função das intenções de seu autor.12
Coloca-se, pois, o problema da definição do grupo social ilustrado pelas
genealogias descendentes que se tornam acessíveis aos demógrafos, de como foram
escolhidos certos conjuntos de famílias: ou o pequeno número de indivíduos em causa
ou a seleção social feita colocam em questão a representatividade.
E não só. Há, entre outras coisas, nas genealogias descendentes, o caso das
lacunas, tanto de indivíduos como de eventos demográficos. Faltam geralmente – na
avaliação dos demógrafos franceses - falecimentos de adultos, nascimentos das
mulheres, omissões ou imprecisões quanto ao nascimento ou falecimento de crianças
antes da idade adulta; há omissões com relação às crianças e jovens.... Omite-se, pois,
indivíduos. Mas, para além dessas questões, existem aquelas que dizem respeito à
mobilidade: a árvore genealógica familiar é amputada de uma parte de seus ramos cada
vez que seu autor não dar seguir no âmbito regional ou nacional, os indivíduos ou casais
que se afastaram definitivamente do local. Os demógrafos terão que estar seriamente
atentos a tudo isso.
As lacunas que se observam, porém, nos trabalhos da genealogia clássica,
constituem gravames tanto para as reconstituições de famílias quanto para os estudos de
mobilidade; são inconvenientes próprios de trabalhos demográficos realizados a partir
de genealogias. Elas são ponto de partida, base para a colocação de questões, para
10
JETTE, René e CHARBONNEAU, Hubret, Généalogies descendantes et analyses démographiques, in
Annales de Démographie Historique, Société de Démographie Historique, Paris, École des Hautes Études
en Sciences Sociales, 1984, p. 47.
11
JETTE, R. e CHARBONNEAU, H., p. 47.
12
Idem, p. 46.
5
afinação dos métodos de “reconstituição de famílias”; ou seja, extremamente úteis desde
que se faça uma avaliação criteriosa tanto dessas genealogias descendentes como das
ascendentes.
Se mantém, entre os especialistas, a expectativa de que “os genealogistas
poderiam trabalhar melhor”, caso os demógrafos, num diálogo com eles, consigam que
nos seus procedimentos passem a seguir o método de “reconstituição de famílias”:
apesar disso vir a exigir daqueles infinitas horas mais de trabalho, tanto melhor para a
demografia. Mas, como dizem Jette e Charbonneau, enquanto isso não acontece, “é
possível ainda tirar partido do material existente”.13
O recurso às genealogias contribuiu para e encorajou a produção e a análise das
reconstituições e famílias. Só as “‘descendências reconstituídas’ oferecem ainda pistas
de pesquisa aos demógrafos, excetuados, é claro, os vastos projetos de reconstituição de
famílias que se estendem sobre um conjunto de paróquias limítrofes”.14 São esses que
permitem apreender as relações entre mobilidade espacial e os fenômenos
demográficos, que escapam às reconstituições empreendidas em uma só paróquia.
Qual foi a ressonância desses debates na prática da demografia histórica
brasileira? Ecos distantes. 15 Nem mesmo o estudo tradicional das elites, na linha que foi
traçada por Louis Henri (1956), L. Henri e C. Lévy (1960) e T. Hollingsworth (1964),
13
JETTE, R. e CHARBONNEAU, H., op. cit., p. 50.
Idem, p. 50.
15
É inusual entre nós o apelo à genealogia no sentido de entender o processo de estruturação de uma
sociedade num dado território, analisando a configuração das redes sociais; entretanto, a ausência de
genealogias regionais – são raras as que existem – limitam o seu uso nessa perspectiva. Mas vale atentar
para duas experiências: Alida METCALF (1983), hoje professora da Trinity University, EUA, e João
FRAGOSO (2000), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, utilizaram as genealogias de famíliastronco de povoamento em apoio a estudos dessa natureza. Fragoso realiza um estudo sobre as elites, com
recurso à genealogia, entre outras fontes, intitulado A nobreza da República: notas sobre a formação da
primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XV e XVII) - Topoi (p. 45-122), revista de história do
Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nº 1, Setembro 2000. Nele, faz
uso das genealogias elaboradas por Carlos RHEINGANTZ, publicadas em 3 volumes entre 1965-1967
pela Ed. Brasiliana do Rio de Janeiro, com o título de Primeiras Famílias do Rio de Janeiro (Séc. XVI e
XVII). Um trabalho como esse de Rheingantz, visando famílias-tronco (transformadas em “famílias
senhoriais” por Fragoso) de uma comunidade ampla como a da região fluminense, dialogava bem com
um estudo como aquele sobre as redes familiares de elite (“nobreza da terra”) e as estratégias econômicas,
sociais e políticas estabelecidas para assegurar a sua hegemonia sobre a sociedade colonial do Rio de
Janeiro do século XVII. Os estudos de Alida METCALF, por sua vez, recaem sobre São Paulo. A sua tese
de doutorado, Families of Planters, Peasants, and Slaves:Strategies for Survival in Santana de Parnaíba,
Brazil, 1720-1820, de 1983, foi publicada em livro pela Universidade da Califórnia em 1992 com o título
Family and Frontier in Colonial Brazil: Santana de Parnaíba, 1580-1822 e reeditada em 2005 pela
Universidade do Texas – o livro ainda não foi vertido para o português, sendo difícil, portanto, seu
acesso. Alida estuda os padrões de relacionamento entre famílias e cada classe social e a fronteira, nos
processos de ocupação territorial. A interação entre as famílias e a fronteira, segundo Metcalf, tornou-se
visível não só pela repetição dos nomes de família como pela repetição de padrões de migração, tendo em
vista a partilha de bens, num estudo que privilegia as redes familiares, as estratégias familiares (o padrão
concernente ao casamento e à herança).
14
6
entre outros, ou trabalhos aparentados, como o estudo que realizou Peter Burke sobre as
elites européias de século XVII, com base em Veneza e Amsterdã,16 inspiraram novas
abordagens das elites brasileiras da “era pré-estatística”.
Mas, se o projeto de estudo francês contou com uma fecunda produção
genealógica nacional a partir de meados do XIX e, na atualidade, com a colaboração das
associações de genealogistas, o panorama brasileiro nesse aspecto não era, nos anos de
1980 e ainda hoje, nada animador. A falta de uma base genealógica “robusta” - o caso
de São Paulo se diferencia um tanto dos das demais regiões, como se verá - para
impulsionar projetos de magnitude, voltados para os espaços regionais e nacional,
certamente pesou de forma negativa para que perspectivas mais alentadas no plano da
demografia histórica, como aquelas expressas no livro População e Sociedade (São
Paulo, 1984) por Dupâquier, e nos Annales de Démographie Historique (Paris, 1984),
não fossem cogitadas entre os nossos especialistas. Mas, isso não pode ser a única
resposta, é claro.
As dificuldades existentes obstavam que se colocasse em discussão, entre os
estudiosos brasileiros, a problemática? Não era o caso de avaliar as dificuldades e
potencialidades da situação brasileira, os modelos e vias de trabalho? Não era o caso de
partir para construir, pouco a pouco, as bases desses estudos? O que se tem passado em
relação a isso, aqui, nesses últimos 16 anos?
O “país dos paulistas”
No Brasil, a demografia histórica ainda não travou essa discussão e/ou diálogo
com as abordagens genealógicas. A produção genealógica “clássica” reina solitária.
Certamente, são raros os trabalhos em nosso país que tendem para uma genealogia
descendente “completa”. No geral, tendem a contemplar as ascendências do autor, o
apanágio de um tronco, ou das elites de uma localidade, micro-região ou região, senão
satisfazer pretensões aristocráticas. Assim mesmo, ainda que restrita em vários sentidos,
a produção genealógica não é de todo desprezível do ponto de vista quantitativo.
O historiador José Honório Rodrigues observava que, “os estudos genealógicos
no Brasil, como acentuou Gilberto Freyre, em geral foram realizados superficialmente
para atender à vaidade de barões do Império e de snobs da República, carecendo de
16
BURKE, Peter, Veneza e Amsterdã: um estudo das elites do século XVII, São Paulo, Brasiliense, 1991.
7
realismo e de profundidade que correspondam às necessidades puramente científicas. E
manifesta o desejo de que tais estudos tomassem um cunho mais social”.17 A avaliação
de Rodrigues sobre o tema é, entretanto, extremamente sumária.
No panorama da genealogia brasileira existem apenas duas obras de fôlego,
abrangendo grandes regiões e largos períodos, , ambas datadas dos primeiros anos deste
século. E ambas relativas à região que constituiu, desde o século XVI até meados do
século XIX a antiga Capitania e depois Província de São Paulo. São, a Genealogia
Paulistana (S. Paulo, 1903-1905), em 9 volumes,18 de autoria de Luís Gonzaga da Silva
Leme e a Genealogia paranaense , (Curitiba, 1926-1928), em 5 volumes, de autoria de
Francisco Negrão.
A obra de Silva Leme tem, como suporte, as condições históricas bastante
peculiares de São Paulo, por conta de seu belicoso “bandeirantismo” secular (economia
de “frotas do sertão” - armações de guerra de apresamento de populações indígenas e
exploração econômica delas; amestiçamento com indígenas) e, de uma ideologia “neobandeirantista” que coroa a saga da cafeicultura a conquistar progressivamente todo o
território paulista, inclusive a terça parte “desconhecida”, a partir da 4ª década do século
XIX. A obra de Francisco Negrão, relativa a uma região de autonomia recente (deixa de
fazer parte da Província de S. Paulo em 1854) e de recente avanço sobre imensos vazios
territoriais e acolhimento de imigração alemã e italiana, é tributária da obra de Silva
Leme.
Durante anos, Silva Leme vasculhou todo aquele conjunto de fontes básicas que
os programas de “reconstituição de paróquias” ou “genealogias sociais” utilizam, numa
ação “transparoquial”: inventários, testamentos e registros paroquiais.
Ele assim expõe, na Introdução, aos seus virtuais leitores:
A vossa benevolência entregamos este trabalho genealógico fruto de doze anos de
pesquisas nos arquivos de diversas localidades de S. Paulo e em algumas de outros
Estados (...).
Neste trabalho não nos limitamos a descrever somente as famílias que têm sua nobreza
firmada em brasões; mas incluímos, como o fez Pedro Taques, muitas outras que,
oriundas de troncos humildes, meros povoadores, se tornaram nobres pelos seus feitos
e cooperação no engrandecimento de nossa terra (...). Por mais que desejássemos não
17
RODRIGUES, José Honório, Teoria da história do Brasil (Introdução Metodológica), São Paulo,
Editora Nacional, 3ª ed., 1969, págs. 260-261.
8
conseguimos escrever a historia juntamente com o desenvolvimento das famílias;
outro tanto de tempo seria necessário para a consulta dos arquivos das câmaras
municipais e bibliotecas, o que seria tarefa insuperável para um só homem; entretanto,
damos no correr desta obra muito resumidamente o pouco que podemos colher nos
inventários e testamentos.
Em relação a genealogia paulistana trasladamos conscienciosamente para aqui tudo
quanto de interesse encontramos nos arquivos das igrejas e nos cartórios de órfãos e
provedorias até o ano de 1800, e descemos até 1840 em relação a algumas famílias
como sejam: Camargos, Arrudas, Lemes e outras.
"Examinando os documentos dos arquivos tivemos ocasião de verificar que Pedro
Taques foi consciencioso na confecção da sua Nobiliarquia Paulistana; alguns erros e
discrepâncias encontramos em sua obra, que são efeitos de informações errôneas por
ele colhidas, na impossibilidade de consultar pessoalmente alguns desses arquivos: e
estes mesmos erros provavelmente encontrareis neste nosso trabalho, pois que, em
relação as gerações de hoje, que aí vem descritas, nos guiamos por informações;
entretanto ser fácil ao leitor corrigi-los na parte que lhes toca, ficando certo que‚
correta a ascendência de seus avós provada, como está , por documentos.
Escrevemos, alem da introdução, 52 títulos de famílias diversas que vieram na maior
parte nos princípios da povoação de S. Vicente e S. Paulo, e poucas no fim do século
16º e princípio do 17º, as quais vão distribuídas em 8 volumes de 550 paginas cada
um" [o 9º é de índice, com um adendo genealógico e desenhos de árvores de costado].
O escopo da Genealogia Paulistana está claramente traçado nessa introdução
"Ao Leitor". Ao final da introdução o autor ainda faz um agradecimento aos escrivães
dos cartórios de órfãos e da provedoria do Estado de S. Paulo e ao de Curitiba, aos
vigários das paróquias da diocese de S. Paulo, e ao da paróquia de Curitiba.
A Genealogia Paulistana tende, pois, para uma “genealogia descendente”
completa, já que seu autor “quis, malgrado a dispersão no espaço tanto das fontes como
das pessoas, enumerar todos os membros das famílias estudadas fazendo acompanhar
sua identificação nominativa de suas características genealógicas essenciais (data e
lugar de nascimento, de casamento e de falecimento), bem como informes mais ou
menos abundantes” recolhidos sobre as suas atividades e atuações.19
18
Os nove volumes da Genealogia paulistana, publicados entre 1903-05, ganharam uma 2ª edição em
2002, revisada e aumentada sob a coordenação de Marta Amato, em formato eletrônico (CD-Rom).
19
JETTE, René e CHARBONNEAU, Hubret, Généalogies descendantes et analyses démographiques, in
Annales de Démographie Historique, Société de Démographie Historique, Paris, École des Hautes Études
en Sciencses Sociales, 1984, p. 46.
9
A obra de Silva Leme, permite seguir indivíduos e famílias nos seus eventuais
“périplos migratórios”.20 E acompanhar esses “périplos migratórios” significa
acompanhar processos de povoamento, de ocupação do território. É preciso sublinhar
que estamos tratando de uma região povoada a partir de 1532, que até a terceira década
do século XVIII já tinha 23 vilas consolidadas e seus distritos (11 no litoral e 12 no
interior) estabelecendo uma longa faixa de ocupação que se estendia pelo litoral e o
interior desde os limites da então Capitania do Rio de Janeiro até a baía de Paranaguá,
no atual Estado do Paraná e, desde aí, pelo litoral, até os limites com o atual Estado do
Rio Grande do Sul. Na faixa ocupada, o ponto mais afastado do litoral era a vila de Itu,
a cerca de 174 km de distância do porto de Santos.
A Genealogia Paulistana permite, desde já, ainda que falte uma base empírica
suficiente, a colocação de questões a serem pensadas e desenvolvidas num vasto projeto
de estudos, a ser paulatinamente implantado, baseado na constituição de “genealogias
sociais”: um projeto de “demografia de povoamento”. A largueza de dados de ordem
demográfica que apresenta, envolvendo alguns milhares de indivíduos, ao longo de c. de
370 anos (1532-1902), partindo de 52 troncos fundantes), insinuam situações relativas à
estratégias matrimoniais, herança, acesso à propriedade agrária, reprodução de
hierarquias sociais, constituição de quadros das elites, fluxos migratórios internos
(regional e intercolonial) e externos (transoceânicos) etc. etc
A Genealogia Paulistana é apenas um estudos das elites? Creio que não, ainda
que se desenvolva a partir dos 52 títulos de famílias (apelidos/sobrenomes), os
denominados troncos-fundadores dos quais saíram aqueles que configuraram a “nobreza
da terra”; ainda que deixe de fora ramificações deles e muitos outros “troncos”, e mais
as populações escravas, nativas ou afro-negras e os bastardos despossuídos que
povoaram a terra: o evolver dessas 52 famílias no espaço e no tempo histórico e social,
aponta, para além da mobilidade delas no espaço, para situações diferenciadas na
hierarquia social e nas relações de poder do que vem sendo chamado de “antigo
regime”.
Lacunas? Muitas. Mas que uma metodologia de tratamento demográfico deverá
corrigir, explorando a partir dessa base, as possibilidades que se abrem. Como as fontes
desses movimentos populacionais no espaço não são apenas internas, regionais em sua
maior parte, mas também externas, reinóis, esse projeto de “demografia de
20
BIDEAU, A. e POULAIN, M., op. cit., p. 55.
10
povoamento”, trabalhando inicialmente a partir da “base de dados” fornecida pela
Genealogia Paulistana, terá que sempre levar em consideração os fenômenos
migratórios de longa distância, ou seja, as transladações de gentes do Reino (renóis)
para as “partes” do Brasil.
Mais ainda. Tal projeto pode integrar-se a um projeto maior, de Fluxos de
Populações Portugal-Brasil, pensando nos fluxos migratórios continuados entre
Portugal e Brasil, menor no que se refere aos “retornados”, entre os séculos XVI e
princípios do XIX, período em que politicamente o Brasil esteve submetido àquele país
europeu, fluxos que praticamente não tiveram solução de continuidade, já como
imigração depois da independência, em 1822, de portugueses para cá. Entre o início dos
anos de 1880 e os anos de 1930, assistiu-se a uma imigração em massa de portugueses
para o Brasil.
A origem reinól/portuguesa dos colonos de São Paulo, seus destinos aqui, bem
como os fluxos migratórios Reino-Colônia são perceptíveis na Genealogia Paulistana,
apesar do percentual bem significativo de nomes a quem o autor atribuiu simplesmente
“Portugal” como origem. Secularmente predominam as proveniências de freguesias e
vilas do Norte português, compreendendo as regiões durienses e minhotas. Nos séculos
XVII e XVIII a expressivas levas saídas da zona de Lisboa e das ilhas de Açores e
Madeira (o fluxo de ilhéus é maior no XVIII). Não faltam, entre os colonos de S. Paulo,
vários transmontanos e beiraltenses e, em número inferior, adventícios da zona central
(Coimbra, Aveiro, Leiria), do Alentejo e do Algarves.
A vantagem do esforço empreendido pelo genealogista Silva Leme é, portanto,
de que, estabelecendo-se a crítica pertinente, seu trabalho já oferece um ponto de partida
para intercâmbios com os projetos de pesquisas e estudos de mesma natureza que estão
sendo desenvolvidos em Portugal, com suas “bases de dados”.
O programa desenvolvido pelo NEPS – Núcleo de Estudos de População e
Sociedade, formado junto ao Departamento de História da Universidade do Minho, no
Pólo de Azurém, Guimarães, Portugal na última metade da década de 1990, com vistas
à estudos globais de agrupamentos sociais a nível local, regional e nacional, tem
relações objetivas com a história da nossa formação e com os projetos extensos de
estudos de população a serem desenvolvidos aqui.
A metodologia adotada pelo NEPS, de “reconstituição de paróquias”, é similar
à da constituição de “genealogias sociais”, que vem sendo empreendida na França,
utilizando um leque de fontes ampliado, procurando para além dos registros paroquiais,
11
o cruzamento ainda de dados coletados em passaportes, fontes fiscais, livros de registros
de mesteres, róis de confessados, atos notariais, testamentos, inventários, etc.
A impulsionadora e gestora do projeto, Profª Maria Norberta Amorim, já havia
testado a metodologia que denominou de “reconstituição de paróquias” num trabalho
que desenvolveu com três paróquias do sul da ilha do Pico, no arquipélago português
dos Açores. Construiu uma “base de dados” “em que figura, em encadeamento
genealógico, a trajectória de vida de cada residente protagonista de acto vital registrado
pelos párocos nos últimos trezentos anos”.21
Acreditando que “a metodologia de reconstituição de paróquias está preparada
para facilitar” a construção de uma história social ampla, fundada em relações
qualitativas e quantitativas, tem procurado desenvolver um trabalho sistemático que vai
pouco a pouco abrangendo todo o norte de Portugal.
As genealogias sociais, genealogias descendentes, que o núcleo vem produzindo,
paróquia a paróquia, cruzando fontes as mais diversas, para além dos registros
paroquiais, possibilitam precisar a posição social das gerações sucessivas e sua
evolução, permite análises sócio-demográficas mais finas.
Conforme a Profª Norberta Amorim, ao construir as “histórias de vida”,
encadeadas genealogicamente, “em enquadramentos geográficos e institucionais
definidos”, oferece-se um ponto de interseção de fontes históricas “com diversificada
informação de ordem sociológica”.22 De acordo com ela, esses estudos globais, no
território, essas “histórias de vida” são possíveis pela “reconstituição de paróquias”,
objeto de uma metodologia diferenciada da “reconstituição de famílias”, o que
possibilita, segundo ela, não só estudar aqueles fenômenos de base (nupcialidade,
fecundidade, mobilidade e mortalidade) como, ao mesmo tempo, “oferece à análise
social uma plataforma segura de inserção”.23
Os trabalhos desenvolvidos pela Universidade do Minho, indispensáveis, são,
todavia, dificultosos, morosos, exigindo, obviamente, muitas equipes em campo e no
trabalho de tabulação e informatização dos dados. Mas assim são todos os projetos com
perspectivas amplas e bem estruturados.
21
AMORIM, Maria Norberta, Evolução Demográfica de Três Paróquias do Sul de Pico, 1680-1980,
Guimarães, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, 1994, p. 6.
22
AMORIM, Maria Norberta, Demografia histórica: um programa de docência, Universidade do Minho,
Instituto de Ciências Sociais, Guimarães, 1995, p. 7.
23
AMORIM, Maria Norberta, Evolução Demográfica de Três Paróquias do Sul de Pico, 1680-1980, p.
14.
12
As “bases de dados” que estão sendo produzidas pela Universidade do Minho,
com informações que vão desde o século XVI ao XX, podem, sem dúvida, suprir e
articular melhor os dados relativos à gente que se transladou para essa parte da América
de colonização portuguesa. É possível que muita gente apareça em documentos das
localidades portuguesas com a indicação de que ausentou-se dali, “foi para o Brasil”,
“está no Brasil”, “morreu no Brasil”, etc.. Mas, aonde irão se acostar essas informações
para comporem trajetórias de migrantes? E quando em Portugal não há documentos
onde venha indicado que tal ou qual indivíduo que deixou a sua localidade tenha
tomado tal ou qual rumo, como se pode saber do destino americano dele? No Brasil não
há bases de dados em elaboração que permitam a identificação/qualificação desses
migrantes e imigrantes.
Que pontes, afinal, podemos estabelecer com aqueles arquivos demográficos do
Minho? Pensando em termos do Brasil-Português, uma genealogia descendente
“completa” como a que elaborou Luís Gonzaga da Silva Leme para S. Paulo, pode ser,
desde já, um ponto de apoio para se enfrentar, no Brasil, os estudos de demografia
antiga que se orientem para os fenômenos de mobilidade geográfica e espacial que, no
caso brasileiro, vão contribuir para o entendimento do processo de formação territorial,
de povoamento, de estruturação de agregados sócio-econômicos. Doutra parte, cabe
investir na constituição de bases de dados sob a forma de encadeamentos genealógicos,
estabelecendo “reconstituições de paróquias” ou “genealogias sociais”, como quer
Adeline Daumard, que respondam à “questões relativas às estruturas sociais e sua
evolução, à formação de diversos ambientes humanos e ás relações sociais”, etc. etc.24
24
DAUMARD, A., op. cit., p. 10.
ANPUH – MG
Associação Nacional de História
Núcleo Minas Gerais
O
INFORMATIVO N 02/05 - Diretoria da ANPUH-MG (Gestão 2004/2006) – Outubro 2005
XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – NÚCLEO MINAS GERAIS (ANPUH – MG)
São João Del Rei, 10 a 15 de julho de 2006 – UFSJ – Campus Santo Antônio
Fruto desta proposta, convocamos todos os
associados, profissionais da história, alunos e interessados
a participarem do Encontro Regional. Esperamos que neste
Informativo nº 2, assim como nos seguintes, todos
possam encontrar as informações necessárias. Contamos,
por fim, com a sua contribuição para a divulgação do
evento.
APRESENTAÇÃO
Com este segundo Informativo, o Núcleo Minas
Gerais da Associação Nacional de História (ANPUH-MG)
inicia o processo de organização, divulgação e inscrição no
próximo Encontro Regional, que se realizará na cidade de
São João Del Rei, no período de 10 a 15 de julho de 2006.
O Encontro Regional da ANPUH já se consagrou como um
dos principais eventos do calendário acadêmico de Minas
Gerais, tendo se tornado um espaço privilegiado de
intercâmbio entre os profissionais da área e um fórum
adequado para a troca de idéias e experiências, parte
importante da consolidação da reflexão histórica em Minas
Gerais e no Brasil.
O XV Encontro Regional de História, ao contrário
do que é costume, não terá um tema central. Embora a
escolha de temas nos eventos anteriores não excluísse a
apresentação de trabalhos, mini-cursos e conferências
desvinculados da proposta central, a atual ausência visa
explicitar o grande dinamismo que a nossa disciplina tem
demonstrado em Minas Gerais. Uma vez que é enorme a
variedade de contribuições presentes nos últimos eventos,
o que se constata também na vitalidade dos Grupos de
Trabalho, a idéia é evidenciar ainda mais o seu caráter de
grande reunião periódica. O Encontro Regional, assim
como o Simpósio Nacional, se tornou um canal aberto de
exposição do “estado da área”, razão pela qual os
organizadores optaram por esta formatação. O XV
Encontro, sem “tema”, busca evidenciar ainda mais seu
lócus gregário, isto é, “espaço privilegiado para pensar
coletivamente o estado atual da produção historiográfica
em Minas Gerias” (Informativo no 1, novembro 2003), sem
dirigismo ou interferência.
Este modelo, presente em reuniões de outras
áreas (ANPOCS, ANPOLL e ANPEd, por exemplo), não
altera as grandes linhas que os últimos encontros regionais
apresentaram, e que evidenciam o desenvolvimento da
historiografia em Minas Gerais. Novos cursos se
consolidam, os programas de pós-graduação crescem,
aumenta a produção acadêmica. Por outro lado,
constrangimentos aumentam (notadamente na esfera
universitária) e velhos problemas permanecem (como no
ensino fundamental e médio). O XV Encontro Regional,
neste sentido, espera continuar a obra de seus
antecessores, como fórum que espelha os novos rumos da
pesquisa e da divulgação do conhecimento histórico, bem
como permite a discussão dos impasses e das soluções do
fazer e do ensinar história no Estado de Minas Gerais e no
Brasil.
ORGANIZAÇÃO DO XV ENCONTRO REGIONAL
DE HISTÓRIA
Seguindo a trilha dos encontros regionais de Belo
Horizonte (2002) e de Juiz de Fora (2004), e dos simpósios
nacionais de João Pessoa (2003) e de Londrina (2005),
manteve-se o modelo dos Simpósios Temáticos e dos
Grupos de Trabalho. Há espaço ainda para os mini-cursos,
conferências e atividades culturais. Todas estas esferas
serão destacadas no Caderno de Resumos, nos Anais, e
na Programação do Evento.
Nossas atividades estão divididas em três
categorias:
1.
2.
3.
Atividades Científicas.
Reuniões Administrativas.
Atividades culturais.
1. ATIVIDADES CIENTÍFICAS
As atividades científicas constituem a parte
principal do XV Encontro Regional, abarcando questões
teórico-metodológicas da pesquisa e do Ensino de História,
da formação dos profissionais e regulamentação de suas
atividades. Elas se dividem em:
1.1.
SIMPÓSIOS
TEMÁTICOS
COMUNICAÇÕES EM SIMPÓSIOS
E
Os Simpósios Temáticos são os espaços para
apresentação de trabalhos no Encontro, aberto a todos os
que queiram apresentar resultados de pesquisas, sócios ou
não sócios da ANPUH, e a profissionais de outras áreas.
Pretende-se que os simpósios sejam um espaço aberto à
exposição de trabalhos inéditos, cujos resultados estejam
consolidados ou em via de consolidação. Por outro lado, os
simpósios devem se propor a discutir as comunicações.
Tanto os Grupos de Trabalho (GTs) quanto os
demais pesquisadores podem apresentar propostas de
simpósios, devendo almejar um fórum homogêneo de
1
discussões e um público constante para as comunicações
de cada Simpósio Temático. O XV Encontro pretende que
os GTs presentes em eventos passados mantenham a sua
presença, mas também estimula que novas propostas
surjam.
1) Propostas de Simpósios:
¾ Cada Simpósio contará com um
coordenador, financiado para que possa
participar do Encontro integralmente.
¾ As propostas podem ser apresentadas
por mais de um coordenador, mas neste
caso deve ser definido quem será o
responsável principal a receber o
financiamento.
¾ As propostas serão enviadas para a
Comissão Organizadora e devem
conter um resumo do tema proposto para
que, no momento oportuno, os demais
interessados façam suas inscrições de
trabalho em Simpósios com os quais
tenham afinidades temáticas, teóricas
e/ou metodológicas.
¾ Quando a proposta fizer parte de um
Grupos de Trabalho (GTs), o(s)
proponente(s) deve(m) assinalá-lo, para
que conste nos Anais como atividade do
GT.
¾ Inicialmente, podemos trabalhar com um
total de 13 Simpósios Temáticos, mas o
número pode variar em função da
demanda por parte dos pesquisadores.
¾ As propostas de Simpósios Temáticos
devem ser enviadas até o dia 16 de
dezembro de 2005.
¾
as exposições de modo que cada
participante tenha tempo igual de, no
mínimo, 20 minutos; b) garantir que em
cada sessão haja profissionais em
diferentes níveis de carreira (Iniciação
Científica, graduados, especialistas,
mestres e doutores); c) Haja pelo menos
um comentador para os trabalhos
apresentados em cada sessão.
Apresentar um relatório final das
atividades.
Observação: Todos os coordenadores
poderão contar a qualquer tempo com o
auxílio da Comissão Organizadora para a
preparação de seu Simpósio. Depois de
definidos os Simpósios Temáticos enviaremos
as informações complementares para que os
Coordenadores
possam
organizar
as
sessões.
4) Características das reuniões de trabalho dos
simpósios:
¾ Estão garantidas 8 (oito) sessões para os
Simpósios Temáticos com duração de 2
horas para cada sessão (conforme a
planilha abaixo)
¾ Cada Simpósio poderá contar com no
máximo 32 comunicações. No caso de
Simpósios com procura maior do que o
estipulado, a Comissão Organizadora
poderá propor aos Coordenadores o
redirecionamento das comunicações.
¾ Outros casos, como Simpósios com
poucas inscrições, serão tratados de
maneira diferenciada. O objetivo é
garantir o funcionamento do Simpósio
mesmo que seja necessário redistribuir
as atividades. A Comissão Organizadora
fará todos os ajustes necessários para
que nenhum GT ou pesquisador seja
prejudicado.
2) Requisitos para a Proposta de Simpósio:
¾ Ter o título de Doutor e ser professor
e/ou pesquisador de uma das instituições
de Ensino ou de patrimônio histórico do
Estado de Minas Gerais;
¾ Possuir produção científica compatível
com o tema proposto para o Simpósio
(solicita-se o envio de currículo Lattes);
¾ Ser sócio da ANPUH quite com a
anuidade de 2005;
¾ Preencher a Ficha Modelo A (Inscrição
de proposta de Simpósio Temático) e
enviar todos os documentos ali definidos.
¾ Após a aprovação da proposta, pagar a
taxa de Inscrição para o XV Encontro
Regional até a data definida em
comunicação a ser enviada pela
Comissão Organizadora.
5) Comunicações em Simpósios:
¾ Cada participante poderá inscrever um
trabalho que deve ser resultado de
pesquisa em andamento ou concluída
(não serão aceitos projetos e/ou préprojetos de pesquisa).
¾ A comunicação deve estar adequada à
proposta temática do Simpósio no qual
pretende se inscrever.
¾ A estrutura das comunicações ficará sob
a responsabilidade do Coordenador do
Simpósio, mas o proponente deve tomar
como parâmetro o tempo de 20 minutos
para a apresentação de seu trabalho.
¾ Seria adequado que os pesquisadores
participassem de todas as sessões de
seu Simpósio Temático, garantindo assim
o debate e o propósito maior dos
Simpósios – envolver os interessados
nos mesmos temas e/ou problemas
teórico/metodológicos numa reflexão
mais ampla e substancial.
¾ Para os Simpósios sobre ensino de
história, além de trabalhos de pesquisa,
serão aceitos trabalhos referentes a
experiências
e
outras
atividades
específicas da atuação no magistério
3) Diretrizes para os coordenadores de
Simpósio:
¾ Receberão via correio eletrônico e/ou
correio comum as comunicações inscritas
em seu simpósio temático.
¾ Serão responsáveis por selecionar as
comunicações (apresentando um parecer
em caso de recusa).
¾ Devem elaborar o cronograma das
sessões, adequando-o ao calendário do
evento, e enviá-lo para a Comissão
Organizadora para que possam constar
do Caderno de Resumos, dentro de
prazo a ser comunicado.
¾ Recomendamos que os coordenadores
sigam os seguintes critérios: a) organizar
2
¾
¾
¾
(desde que adequados ao resumo
proposto no Simpósio escolhido).
As inscrições de comunicação em
Simpósios
Temáticos
acontecerão
apenas depois que os Simpósios
estiverem definidos. Em Informativo
vindouro apresentaremos a lista de
Simpósios e o procedimento de inscrição.
A Carta de Aceite será enviada pela
Comissão Organizadora até 02 de abril
de 2006.
Qualquer dúvida ou problema, consulte o
nosso sítio na rede mundial de
computadores:
http://www.anpuhmg.ufsj.edu.br, ou
envie
uma
mensagem
para
[email protected].
1.3. MINI-CURSOS
O objetivo dos mini-cursos é atender à demanda
dos participantes interessados em complementar sua
formação.
¾
¾
¾
¾
1.2. CONFERÊNCIAS
¾
A Comissão Organizadora optou por convidar
conferencistas, tendo em vista não só a ausência de um
tema condutor, mas também outras considerações.
Uma grande parte dos participantes e ouvintes do
Encontro Regional é composta de alunos de graduação e
de pós-graduação em história, bem como de profissionais
de história de fora do universo acadêmico, que não têm
muitas oportunidades de contato com os assim chamados
“grandes nomes” da historiografia contemporânea brasileira
para além de seus textos. Seguindo o escopo de os
conferencistas presentes nos últimos encontros, a
Comissão Organizadora convidará acadêmicos não só de
reconhecida competência, mas que têm tido impacto no
desenvolvimento da reflexão histórica, referências em
áreas mais específicas e/ou na disciplina como um todo.
Outra consideração é a de incluir nomes que não
se filiam academicamente à história e/ou que não
pertençam ao universo acadêmico, para que tenhamos
contato com olhares diferentes do oferecido pelos
especialistas. Os nomes considerados são, contudo,
aqueles que reconhecidamente adotam uma perspectiva
história em suas reflexões.
Neste sentido, será levado em conta,
particularmente, o aspecto do contraditório. Uma vez que a
não adoção de tema se pauta pela abertura mais ampla
possível ao debate, não só os conferencistas deverão
provir de orientações teórico-metodológicas distintas, mas
haverá uma mesa-redonda reunindo historiadores,
cientistas sociais e intelectuais que debaterão o tema
“Republica e cidadania no Brasil”.
A escolha deste tema visa, além de contemplar as
considerações acima, conciliar uma outra perspectiva:
representar um momento do evento em que historiadores,
intelectuais e demais representantes do pensamento social
no Brasil dialoguem na perspectiva de um tema que
permanece fonte de debates contemporâneos, tanto nas
ciências sociais quanto na vida política e cultural do país.
Por fim, devido à ocorrência do 19o Inverno
Cultural da Universidade Federal de São João Del Rei, o
último dia do Encontro Regional coincidirá com a abertura
deste evento, pelo que a Comissão Organizadora entende
que a última conferência deve ter um apelo a um público
mais amplo do que o composto pelos participantes e
ouvintes do Encontro. A UFSJ já demonstrou interesse em
integrar esta palestra aos eventos do Inverno Cultural.
No total teremos 5 (cinco) Conferências (conforme
grade abaixo), de 50 minutos cada, seguidos de mais 30
minutos para os debates com a audiência; e uma mesaredonda, de duas horas (mais 30 minutos de participação
da platéia).
¾
A princípio podemos contar com 13 minicursos ao longo do evento;
Os mini-cursos terão carga horária de 8
(oito) horas/aula, distribuídas em quatro
sessões diárias de 2 horas.
No caso de curso com dois professores,
só será garantido financiamento para um
deles (que deve ser definido pelos
proponentes).
O proponente deverá preencher a Ficha
Modelo B: Proposta de Mini-Curso e
seguir todos os procedimentos ali
definidos.
As propostas para mini-cursos também
serão avaliadas e selecionadas pela
Comissão Científica.
As propostas de mini-cursos devem ser
enviadas até o dia 03 de março de 2004.
Observação: A inscrição para participar dos
mini-cursos será feita posteriormente em ficha
específica, a ser enviada junto com um
informativo. O valor da inscrição em minicurso também será divulgado posteriormente.
1.4. PAINÉIS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Haverá um espaço reservado para a apresentação
de painéis de iniciação científica. A Comissão
Organizadora garantirá espaço para as exposições.
Contudo, o transporte, montagem e desmontagem, bem
como a exposição e permanência dos mesmos serão de
responsabilidade dos proponentes. Só serão aceitos
trabalhos resultantes de pesquisas de Iniciação Científica.
Maiores detalhes sobre o espaço, horários e
tamanhos dos painéis serão fornecidos posteriormente.
¾ Os proponentes deverão preencher a
Ficha Modelo C: Proposta de Painel de
Iniciação Científica.
2. REUNIÕES ADMINISTRATIVAS
Como já é prática nestes encontros, a ANPUH-MG
realizará uma série de reuniões de trabalho sobre assuntos
administrativos, divididos em:
¾ Assembléia Geral da ANPUH-MG na qual
faremos um balanço da gestão e também
tomará posse a nova diretoria, para o
biênio 2006-2008. O processo eleitoral
será divulgado em breve.
¾ Reuniões administrativas dos GTs.
a
Comissão
¾ Reuniões
Abertas:
Organizadora poderá reservar um espaço
na programação do evento para a
realização de reuniões de entidades que
congreguem historiadores ou outros
profissionais da história. Para tanto é
necessário
que
os
interessados
preencham uma ficha, a ser divulgada
em informativo e na página da ANPUHMG na internet, na qual apresentem um
associado responsável pela Reunião, o
resumo da reunião, a indicação de sua
3
¾
¾
finalidade e qual entidade ou grupo
representa.
As reuniões serão programadas e
divulgadas durante o Evento.
A data limite para tais solicitações é o dia
13 de maio de 2004.
R$ 28,00 – Estudante de Graduação
R$ 35,00 – Estudante de Pós-Graduação
R$ 58,00 – Associado da ANPUH-MG
R$ 150,00 – Profissional (não associado da
ANPUH-MG)
O pagamento da taxa de inscrição para
apresentação de trabalhos no XV Encontro Regional de
História deve ser efetuado através de depósito bancário na
Conta da ANPUH-MG:
3. ATIVIDADES CULTURAIS
Durante o XV Encontro Regional de História
também acontecerão diversas atividades culturais:
exposições, apresentação de peças teatrais, shows,
lançamento de livros, etc. O último dia do evento coincidirá
19o Inverno Cultural da Universidade Federal de São João
Del Rei, oferecendo atividades que constarão da
programação do Encontro.
Os proponentes devem:
projetos,
através
de
¾ Apresentar
correspondência dirigida à Comissão
Organizadora, que serão avaliados e
executados conforme as disponibilidades
orçamentária e de espaço físico.
¾ A data limite para proposição de
atividade cultural é o dia 13 de maio de
2004.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – NÚCLEO MG
Caixa Econômica Federal (banco 104)
Agência 0151
Operação 003
Conta: 502754-0
É indispensável enviar, junto com a inscrição, o
recibo do depósito bancário (original ou xerox). Do
contrário, a inscrição não será aceita.
6. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:
Associação Nacional de História – Núcleo de Minas Gerais
(ANPUH –MG)
Universidade Federal de São João Del Rei - Decis
Praça Dom Helvécio, 74 - Fábricas
36301-160 - São João Del Rei - MG
4. PUBLICAÇÕES E RESUMOS
Para facilitar a edição do Caderno de Resumos do
XV Encontro Regional de História, os resumos pedidos
para todas as atividades deverão ter o seguinte formato: no
máximo 20 linhas, espaço simples, letra 11, Arial, gravado
em Word for Windows.
O formato para a publicação dos Trabalhos finais
nos Anais do XV Encontro Regional de História serão
estabelecidos posteriormente.
Observação importante: Os trabalhos serão
divulgados sem serem editados ou revisados.
7. ANUIDADE – ASSOCIADOS DA ANPUH
Os proponentes de Simpósios Temáticos devem
estar com a anuidade de 2005 paga (o que pode ser feito
também pelo depósito bancário no valor de R$ 70,00).
Só receberão o Certificado de Participação os
sócios que quitarem a sua anuidade de 2006 até 03 de
junho de 2006.
Para o pagamento das anuidades utilizar a mesma
Conta do Simpósio (ver acima). Maiores informações na
página da ANPUH-MG na rede mundial de computadores.
Lembramos que a partir de 2006 as anuidades
sofrerão reajuste, passando a R$ 80,00.
Os recibos também devem ser enviados para a
Comissão Organizadora.
5. TAXAS DE INSCRIÇÃO
Os valores para inscrição em simpósio temático,
mini-curso, apresentação de painel de iniciação científica,
ou como participante sem apresentação de trabalho são os
mesmos:
10. GRADE DE PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR DO XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
Horário
08:00 – 10:00
10:00 – 12:00
segunda-feira
– 10/07
12:00 – 14:00
14:00 – 16:00 Credenciamento
16:00 – 18:00 Credenciamento
19:00
Conferência de
Abertura
terça-feira
–
11/07
Credenciamento
Conferência
quarta-feira
– 12/07
Mini-cursos
Conferência
Intervalo
Simpósios
Temáticos
Simpósios
Temáticos
Intervalo
Simpósios
Temáticos
Mesaredonda
quinta-feira
– 13/03
Mini-Cursos
Reunião dos
GTs
Intervalo
Simpósios
Temáticos
Simpósios
Temáticos
sexta-feira –
14/07
Mini-Cursos
Assembléia
ANPUH-MG
Intervalo
Simpósios
Temáticos
Conferência
Sábado – 15/07
Mini-Cursos
Intervalo
Intervalo
Simpósios
Temáticos
Conferência de
Encerramento
11. CRONOGRAMA EXECUTIVO DO XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
16/12/2005
13/01/2006
Data limite para o envio de propostas de Simpósios Temáticos
Edição do Informativo no 02, com a confirmação e divulgação das propostas de Simpósios
Temáticos
4
03/03/2006
02/04/2006
13/05/2006
19/05/2006
01/06/2006
10/07/2006
11/07/2006
15/07/2006
Data limite para inscrições de Comunicações nos Simpósios Temáticos; data limite para o
envio de propostas de Mini-Cursos; data limite para inscrições de Painéis de Iniciação
Científica
Envio das Cartas de Aceite dos trabalhos inscritos
Data limite para solicitação de espaço para Reunião Aberta e para Atividades Culturais
Data limite para o envio do texto final das Comunicações para a publicação dos Anais do
XV Encontro Regional de História.
Edição do Informativo no 03, com informações sobre transporte e hospedagem, além da
Programação Parcial do Encontro
Abertura do XV Encontro Regional de História / ANPUH-MG
Data limite para inscrição nos Mini-Cursos e como participante sem apresentação de
trabalho
Encerramento do XV Encontro Regional de História / ANPUH-MG
Informações adicionais e Divulgação de todos os Informativos:
Sítio: www.anpuhmg.ufjs.edu.br
Correio eletrônico: [email protected]
Telefone: (32) 3379-2496 (das 14h às 18h)
Comissão Organizadora - Diretoria da ANPUH-MG (2003-2004):
Diretor: João Paulo Coelho de Souza Rodrigues (UFSJ)
Secretário: Moisés Romanazzi Torres (UFSJ)
Tesoureiro: Ivan Andrade Vellasco (UFSJ)
Danilo Z. Ferretti (UFSJ)
Comissão Científica do XV Encontro Regional de História da ANPUH-MG:
Adriana Romeiro (UFMG)
Andréa Lisly Gonçalves (UFOP)
Cláudia Maria da Graças Chaves (UFV)
Marcos Ferreira de Andrade (UNI-BH)
Rosângela Patriota (UFU)
Silvana Mota Barbosa (UFJF)
Silvia Maria Jardim Brügger (UFSJ)
Tarcísio Rodrigues Botelho (PUC-MG)
5
XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – NÚCLEO MINAS GERAIS
SÃO JOÃO DEL REI, 10 A 15 DE JULHO DE 2006
UFSJ – CAMPUS Santo ANTÔNIO
FICHA MODELO A – PROPOSTA DE SIMPÓSIO
TEMÁTICO
Tema do
simpósio:............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Coordenador Principal do
Simpósio:............................................................................................................................................................
Outros Coordenadores (quando houver): ...........................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Atividade ligada ao GT (se for o caso): ...............................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Instituição:..........................................................................................................................................................
Endereço para correspondência: ....................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
FONE/FAX:........................................................
E-MAIL:
.....................................................................................................
AVISOS IMPORTANTES
São anexos obrigatórios:
1. Resumo descrevendo O TEMA DO SIMPÓSIO (MÁXIMO DE 20 LINHAS).
2. DISQUETE CONTENDO TODAS AS INFORMAÇÕES ACIMA NO FORMATO: ESPAÇO SIMPLES,
GRAVADO EM W ORD FOR W INDOWS.
3. CÓPIA DO COMPROVANTE DE DEPÓSITO BANCÁRIO.
4. CURRÍCULO(S) LATTES DO(S) PROPONENTE(S) .
LETRA 11,
ARIAL,
O PREENCHIMENTO INTEGRAL DESTA FICHA É CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL PARA A EFETIVAÇÃO DA INSCRIÇÃO.
Enviar para:
Associação Nacional de História – Núcleo de Minas Gerais (ANPUH –MG)
Universidade Federal de São João Del Rei - Decis
Praça Dom Helvécio, 74 - Fábricas
36301-160 - São João Del Rei - MG
XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – NÚCLEO MINAS GERAIS
SÃO JOÃO DEL REI, 10 A 15 DE JULHO DE 2006
UFSJ – CAMPUS Santo ANTÔNIO
FICHA MODELO B – Proposta de Mini-CURSO
Título do Curso:
.............................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Proponente
Responsável:......................................................................................................................................................
Instituição:..........................................................................................................................................................
Endereço para
correspondência:...............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Fone/Fax:........................................................
e-mail:..........................................................................................
Outro professor (se for o caso):
Nome:..................................................................................................................................................................
Instituição:..........................................................................................................................................................
Endereço para
correspondência:.................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................................
Fone/Fax:.................................................
e-mail:.................................................................................................
Se for o caso:
Equipamentos necessários para a apresentação:
.........................................................................................................................................................................
AVISOS IMPORTANTES
São anexos obrigatórios:
1. EMENTA (MÁXIMO 20 LINHAS); BIBLIOGRAFIA; PROGRAMA DO CURSO (MÁXIMO 20 LINHAS);
MATERIAL DE APOIO NECESSÁRIO.
2. Disquete contendo todas as informações acima no formato: espaço simples, letra 11, Arial, gravado em
Word for Windows.
3. Comprovante de depósito bancário
4. Currículo(s) Lattes do(s) proponente(s).
O preenchimento integral desta ficha é condição indispensável para a efetivação da inscrição.
Enviar para:
Associação Nacional de História – Núcleo de Minas Gerais (ANPUH –MG)
Universidade Federal de São João Del Rei - Decis
Praça Dom Helvécio, 74 - Fábricas
36301-160 - São João Del Rei - MG
XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – NÚCLEO MINAS GERAIS
SÃO JOÃO DEL REI, 10 A 15 DE JULHO DE 2006
UFSJ – CAMPUS Santo ANTÔNIO
FICHA MODELO C – Painel de Iniciação
Científica
Título do Projeto/Pesquisa: ...............................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
Proponente
Responsável:......................................................................................................................................................
Orientador da pesquisa: ......................................................................................................................................
Instituição:..........................................................................................................................................................
Agência financiadora: .........................................................................................................................................
Endereço para
correspondência:...............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................................
Fone/Fax:........................................................
e-mail:..........................................................................................
AVISOS IMPORTANTES
São anexos obrigatórios:
1. Resumo (máximo de 20 linhas) do painel a ser apresentado, com referência ao projeto de Iniciação
Científica ao qual se vincula.
2. DISQUETE CONTENDO TODAS AS INFORMAÇÕES ACIMA NO FORMATO: ESPAÇO SIMPLES, LETRA 11, ARIAL,
GRAVADO EM W ORD FOR W INDOWS.
3. Currículo Lattes do orientador.
4. Comprovante de depósito bancário
O preenchimento integral desta ficha é condição indispensável para a efetivação da inscrição.
Enviar para:
Associação Nacional de História – Núcleo de Minas Gerais (ANPUH –MG)
Universidade Federal de São João Del Rei - Decis
Praça Dom Helvécio, 74 - Fábricas
36301-160 - São João Del Rei - MG
$V SURIHVVRUDV GRXWRUDV
/DQD /DJH GD *DPD /LPD
8(1) &DPSRV GRV *R\WDFD]HV 6HFUHWDULD GH 6HJXUDQoD 3~EOLFD 5- 8))
ODQD ODJH#WHUUD FRP EU H ODQDODJH#LVS UM JRY EU
H
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8QLYHUVLGDGH )HGHUDO GR (VStULWR 6DQWR &DPSXV GH *RLDEHLUDV
PDU[LV#WHUUD FRP EU
FRQYLGDP D SDUWLFLSDU GR 6LPSyVLR 7HPiWLFR
³*rQHUR 9LROrQFLD H 6HJXUDQoD 3~EOLFD´ TXH
WHUi OXJDU QR 6HPLQiULR ,QWHUQDFLRQDO )D]HQGR *rQHUR ± *rQHUR H 3UHFRQFHLWRV TXH VHUi
UHDOL]DGR GH D GH DJRVWR GH
HP )ORULDQySROLV 6DQWD &DWDULQD
7(0È7,&$ ( ,'e,$6 '( ',6&866-2
2 6LPSyVLR 7HPiWLFR *rQHUR 9LROrQFLD H 6HJXUDQoD 3~EOLFD SUHWHQGH UHXQLU WUDEDOKRV TXH
WUDWHP GD YLROrQFLD FRQWUD D PXOKHU D SDUWLU GH XPD SHUVSHFWLYD GH JrQHUR DERUGDQGR DVSHFWRV
VRFLDLV SVLFROyJLFRV FXOWXUDLV HFRQ{PLFRV H SROtWLFRV +i LQWHUHVVH HVSHFLDO HP DFROKHU
WUDEDOKRV TXH LQVLUDP HVVD TXHVWmR QDV iUHDV GD 6HJXUDQoD 3~EOLFD GRV 'LUHLWRV +XPDQRV GD
-XVWLoD H GDV 3ROtWLFDV 3~EOLFDV 7DPEpP VHUmR GH LQWHUHVVH DV GLVFXVV}HV VREUH TXHVW}HV
WHyULFDV H PHWRGROyJLFDV UHODWLYDV DR WHPD
$ YLROrQFLD GH *rQHUR FRQVWLWXL XP JUDYH SUREOHPD QD VRFLHGDGH EUDVLOHLUD DWLQJLQGR XP JUDQGH
Q~PHUR GH PXOKHUHV GH WRGDV DV FODVVHV VRFLDLV H IDL[DV HWiULDV $OpP GLVVR DSUHVHQWD XP JUDX
SDUWLFXODU GH FRPSOH[LGDGH SRU HQYROYHU HP JUDQGH SDUWH GRV FDVRV UHODo}HV DIHWLYDV H GH
GHSHQGrQFLD HFRQ{PLFD HQWUH D YtWLPD H R DJUHVVRU 8PD GDV FRQVHT•rQFLDV GHVVH IDWR p TXH
SRU H[LJLU D TXHEUD GH IRUWHV EDUUHLUDV VRFLDLV FXOWXUDLV H SVLFROyJLFDV D GHQ~QFLD GHVVHV
GHOLWRV HQWUH RV TXDLV VH GHVWDFDP D YLROrQFLD VH[XDO H D GRPpVWLFD WRUQD VH PXLWR GLItFLO SDUD D
PXOKHU R TXH UHVXOWD QD VXD SRXFD YLVLELOLGDGH e UHFRQKHFLGD D IRUWH VXE QRWLILFDomR GD
YLROrQFLD FRQWUD D PXOKHU QDV GHOHJDFLDV SROLFLDLV PHVPR QDV HVSHFLDOPHQWH FDSDFLWDGDV SDUD
HVVH DWHQGLPHQWR $ VXSHUDomR GHVVD VLWXDomR H[LJH GR SHVTXLVDGRU GLIHUHQWHV FDPLQKRV
PHWRGROyJLFRV H R FUX]DPHQWR GH GDGRV TXDOLWDWLYRV H TXDQWLWDWLYRV
3RU RXWUR ODGR FRQVLGHUDQGR TXH D IRUPXODomR H LPSOHPHQWDomR GH SROtWLFDV S~EOLFDV HILFD]HV
SDUD R FRPEDWH GD YLROrQFLD GH JrQHUR GHSHQGHP GD DYDOLDomR GH VXD UHDO GLPHQVmR SRGH VH
HQWHQGHU D LPSRUWkQFLD IXQGDPHQWDO GDV SHVTXLVDV QHVVH FDPSR $R FRQIHULU PDLRU YLVLELOLGDGH D
HVVH WLSR GH YLROrQFLD UHYHODQGR VXD DEUDQJrQFLD H FRPSOH[LGDGH RV SHVTXLVDGRUHV GH
LQVWLWXLo}HV DFDGrPLFDV JRYHUQDPHQWDLV RX QmR JRYHUQDPHQWDLV IRUQHFHP VXEVtGLRV SDUD D
FRQVFLHQWL]DomR SRU SDUWH GD VRFLHGDGH GD JUDYLGDGH GHVVH SUREOHPD HVWLPXODQGR DVVLP R
GHEDWH HP WRUQR GR HVWDEHOHFLPHQWR GH PHGLGDV SDUD FRPEDWr OR
5(68026 '( 75$%$/+26
$V SURSRVWDV GH WUDEDOKRV GHYHUmR VHU DSUHVHQWDGDV QR IRUPXOiULR DEDL[R H HQYLDGDV SRU H PDLO
DV FRRUGHQDGRUDV GR 6LPSyVLR 7HPiWLFR HVFROKLGR 2 UHVXPR SUHHQFKLGR QR IRUPXOiULR GHYH
FRQWHU QR Pi[LPR
SDODYUDV HVSDoR
IRQWH 7LPHV 1HZ 5RPDQ WDPDQKR
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2V WUDEDOKRV VHOHFLRQDGRV H RV WH[WRV ILQDLV TXH VHUmR SXEOLFDGRV QR &' 5RP FRP DV $WDV GR
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2V 6LPSyVLRV 7HPiWLFRV IXQFLRQDUmR DR ORQJR GH WRGR R HYHQWR QR SHUtRGR GD WDUGH H
SUHWHQGHP SURSLFLDU R HQFRQWUR H GLVFXVVmR GH SHVTXLVDGRUDV GH XP PHVPR WHPD GH PDQHLUD
LQWHUGLVFLSOLQDU 'H DFRUGR FRP R HVWDEHOHFLGR SHOD RUJDQL]DomR GR 6HPLQiULR ,QWHUQDFLRQDO
)D]HQGR *rQHUR WRGRV RV 6LPSyVLRV 7HPiWLFRV WrP R OLPLWH GH
WUDEDOKRV TXH VHUmR
DSUHVHQWDGRV GXUDQWH RV WUrV GLDV $ FRRUGHQDomR GDV DSUHVHQWDo}HV VHUi GH UHVSRQVDELOLGDGH
GH VXDV RUJDQL]DGRUDV H RV DXWRUHV GLVSRUmR GH
PLQXWRV SDUD H[SRU VHXV WUDEDOKRV $VVLP
TXH GHILQLGRV RV WUDEDOKRV TXH SDUWLFLSDUmR DV FRRUGHQDGRUDV LQIRUPDUmR VREUH D RUJDQL]DomR GH
FDVD VHVVmR GH WUDEDOKR
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7HPiWLFR (VFROKLGR
1RPH
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(QGHUHoR FRPSOHWR
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6LPSyVLR 7HPiWLFR
7tWXOR GR 7UDEDOKR
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3DODYUDV &KDYH
SDODYUDV
7LPHV 1HZ 5RPDQ
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