Emigrantes acusados de quererem roubar o país
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A intervenção sindical certa, no momento certo! Em perigo A poluição do ar ataca a saúde de todos Construção 2 As horas variáveis deixam de existir Mais fortes 3 É preciso dar força às propostas sindicais 4 Nr. 1 | Februar 2006 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch Exito do Unia na luta por melhores condições de trabalho Um balanço Positivo Os Contratos Colectivos de Trabalho (CCT) são o instrumento mais importante dos sindicatos, para melhorar as condições de trabalho dos assalariados. E que a acção sindical vale a pena, mostrase nitidamente na evolução dos salários. A consolidação e expansão dos Contratos Colectivos de Trabalho, foram um dos objectivos principais da fundação do Unia. Podemos constatar hoje, que nos aproximámos mais deste objectivo, do que o deixavam prever as difíceis condições iniciais. Encontramo-nos no caminho certo, o que não é, de modo algum, evidente. O reforço da direita na Suíça, influenciou também algumas organizações patronais e empresas, que reagiram com grande nervosismo à fundação do Unia, tentando fugir aos seus compromissos contratuais com o Unia ou procurando desmantelar totalmente os Contratos Colectivos de Trabalho. Sobretudo graças à mobilização das bases afectadas e graças à pressão política que conseguimos exercer em relação ao alargamento da livre circulação de pessoas aos novos países membros da UE, conseguimos re- pelir quase todos estes ataques: No sector da Construção, conseguimos parar um golpe radical contra o Contrato Nacional de Trabalho (CNT). Conservámos as conquistas sociais do CNT e negociámos um aumento salarial substancial. ■ Superámos sem cortes essenciais a situação sem contrato nos sectores Pintores e Estucadores bem como Carpintaria, e na Construção em Madeira aproxima-se o fim da situação sem contrato. ■ Na Hotelaria/Restauração conseguimos melhorar de forma maciça os instrumentos para a imposição do Contrato Colectivo de Trabalho; o que é da maior importância no contexto da alargada livre circulação de pessoas. ■ Na Indústria de Máquinas alcançámos melhoramentos concretos (entre outros na participação e na licença de parto) e conseguimos pôr limites aos apetites excessivos dos patrões em relação à flexibilização e ao desmantelamento. ■ No novo contrato dos Químicos em Basileia alcançámos uma protecção contratual contra o dumping salarial. ■ E também na reforma antecipada na Suíça alemã, bloqueada desde A luta sindical continua! Nos primeiros dias do ano , técnicos e trabalhadores do teatro saíram à rua para exigirem melhores salários. 2003, temos feito de novo progressos (introdução do modelo da Romandia do sector Mármores e Granito). O Unia cumpre o seu dever No primeiro ano do Unia demonstrámos uma posição recta: prontos para o diálogo e a procura de soluções, sempre que possível, e prontos para o conflito, sempre que necessário. Também no futuro, o Unia manterá a sua posição de parceiro contratual competente e fiável. Mas não temos ilusões: os ataques contra as condições de trabalho e a contratação colectiva que as protege, vão continuar, mesmo que, assim o esperamos, a imagem de inimigo que alguns patrões têm do Unia, comece a desvanecer-se dando lugar a uma apreciação mais realista. Neste debate, não se poderão esquivar ao Unia, como representante mais forte e independente dos trabalhadores. Consolidámo-nos no sector do CCT – o Unia acompanha mais de 500 CCT’s – e vamos cumprir a tarefa que nos confiaram 200’000 membros do Unia em mais de 80 sectores. Melhorar as condições de trabalho e oportunidades de vida de todos os trabalhadores da economia privada e seus familiares, continua a ser o nosso objectivo máximo, ao qual não renunciaremos de modo algum. ✏ Vasco Pedrina, Co-presidente do Unia Emigrantes acusados de quererem roubar o país Incrível, mas é verdade! Funcionários de alguns dos Centros Distritais da Segurança Social, acusam os trabalhadores sazonais portugueses emigrantes na Suíça de quererem roubar o País ao apresentarem o documento E 301, para requerer o subsídio de desemprego a que têm direito. O acordo bilateral entre a Suíça e a União Europeia entrou em vigor em Junho de 2002. Passados mais de três anos continuamos a deparar enormes dificuldades na sua aplicação. Funcionários de várias instituições portuguesas continuam a não reconhecer os formulários da União Europeia que permitem o acesso a direitos reconhecidos pelo acordo em causa. Deficiência na informação, falta de formação, incompetência, ou arrogância de zelosos funcionários, perante o facto de terem diante de si um emigrante a coberto de uma determinada regalia? não sabemos ao certo. Mas a verdade é esta: as instituições portuguesas já tiveram tempo, mais do que suficiente, de preparar os seus funcionários para a aplicação dos acordos que Portugal assinou e se comprometeu aceitar. O pagamento das prestações do desemprego, sob a responsabilidade do regime português, aos trabalhadores sazonais, não está a ser aplicado. Formulário E 301 Os trabalhadores sazonais portugueses na Suíça descontam para terem direito ao fundo de desemprego. São emigrantes com uma autorização provisória de residência «L» (com a duração entre 4 meses e 365 dias), quando acaba o contrato, acaba também a autorização de residência e na maioria das situações o acesso ao alojamento, sendo por isso obrigados a regressar a Portugal no final de cada temporada. Para não perderem tudo os emigrantes optam pelo formulário europeu E 301, validado pelas caixas de desemprego na Suíça. O valor do subsídio de desemprego a receber pelo trabalhador, durante um período máximo de três meses, fica sob a responsabilidade do Estado de residência do trabalhador sazonal, neste caso Portugal, e são suportados e calculados nos termos da legislação portuguesa. Não existe, por isso, qualquer ilegalidade na utilização do formulário E 301, aplicado na base de um acordo internacional. Não existem diferenças entre a situação de um trabalhador sazonal que esteve por exemplo 7 meses em França e um trabalhador na Suíça com um contrato de trabalho temporário. O carácter sazonal da actividade laboral implica, evidentemente, o reconhecimento de re- sidência em Portugal. A apresentação do formulário E 301 atesta, já por si, a qualidade de trabalhador temporário, facto que parece incomodar os zelosos funcionários do Estado. Um exemplo muito negativo A guerra foi desde há muito declarada por alguns dos Centros Distritais de Segurança Social do norte de Portugal, ao recusarem, ilegalmente, a entrega dos formulários E 301. Dando, assim, um forte pontapé no Acordo Bilateral entre a Suíça e a União Europeia, acusando ainda os emigrantes sazonais, nesta situação, de quererem roubar o país. Estamos perante um exemplo muito negativo de como as instituições portuguesas tratam a maioria dos cidadãos portugueses, com a agravante de estes trabalhadores, para fugirem ao flagelo do desemprego, tenham de procurar longe das suas fronteiras o seu ganha pão. No regresso, ao pretender o reconhecimento de um direito, passam, de imediato, à categoria de ladrões. Esta é mais uma prova, do triste abandono a que estão condenados os trabalhadores emigrantes portugueses. Como nos custa acreditar que Portugal deixou de ser um Estado de direito, que reconhece os direitos dos seus cidadãos, e não uma República das Bananas, ou governado por « bananas», esperamos que alguém de direito intervenha e faça respeitar os acordos Internacionais assinados pelo Estado português. Os trabalhadores portugueses que na Suíça desenvolvem a sua actividade laboral, temporariamente e longe dos seus familiares, porque todos residem em Portugal, esperam uma solução do problema. Competência, precisa-se! ✏ Manuel Beja horizonte Notícias breves Eleições A análise dos resultados das presidenciais revela que, a vitória tangencial do candidato Cavaco Silva, apoiado pelas forças da direita social e política e pelo poder económico e financeiro, foi fortemente influenciada pelas políticas que têm vindo a ser seguidas pelo actual Governo. Cavaco Silva beneficiou de centenas de milhar de votos de portugueses e portuguesas descontentes com as políticas do Governo. Menos saúde Critérios economicistas levam o Governo português a encerrar serviços de «urgências» dos Centros de Saúde, em preverem alternativas, colocando em causa o acesso e a resposta dos serviços médicos às populações. Fechar escolas O Ministério da Educação pretende reduzir uma boa parte das 2879 escolas públicas do 1° ciclo com menos de 20 alunos. As consequências desta fúria contra as escolas são imprevisíveis, mas existirão. As vítimas serão as crianças, as famílias, as comunidades rurais e os profissionais docentes. Administração Afirmam os sindicatos da função pública: a partir de agora, a ameaça da instabilidade de emprego paira sobre todos os funcionários públicos, sejam do quadro, do contrato individual de trabalho, ou de contrato administrativo de provimento. O Governo lançou a instabilidade «para aterrorizar e tolher as reacções dos trabalhadores contra a injustiça, contra o roubo dos direitos e a perda do poder de compra». Conselheiro fica Os membros da secção local da Suíça do CCP saudaram a recondução no cargo do Conselheiro Social na Embaixada de Berna do Dr. Manuel de Matos. Como é do conhecimento público, o seu contrato tinha sido revogado com o argumento de ser necessário proceder-se a uma redução do número de conselheiros e técnicos das embaixadas, no âmbito da racionalização de recursos imposta pelos cortes orçamentais. Acesso aos tribunais A CGTP lançou uma petição para que seja reconhecido o direito à protecção jurídica, como direito fundamental, que garante o acesso aos tribunais, o direito à informação e consulta e o direito ao patrocínio judiciário, a todos os cidadãos, independentes da sua condição social e em condições de igualdade. O polvo ataca O sindicato das comunicações acusa o homem mais rico de Portugal, Belmiro de Azevedo, «de ganância sem limites» e alerta para o facto, caso o negócio avance com a PT , estarão em causa os direitos dos trabalhadores, bem como os direitos na área da saúde e os direitos sindicais. 2 Nr. 1 | Februar 2006 | português Micro poeiras no ar A saúde em perigo Em meados de Janeiro o Conselho Federal alarmou para a excessiva concentração de micro poeiras no ar, que ameaçam a saúde de todos: especialistas calculam que, anualmente, umas 3’700 pessoas morrem mais cedo, devido às consequências da poluição do ar. No caso das micro poeiras, trata-se de partículas de dimensões mínimas, que penetram nos pulmões, podendo provocar doenças das vias respiratórias, do coração e da circulação, bem como cancro do pulmão. Esta poluição do ar é produzida pelo trânsito (29%), pela indústria (27%), pela agricultura e silvicultura (37%) e por particulares (7%). Especialmente perigosas, são as emissões dos motores a gasóleo. São cancerígenas, favorecem alergias, podendo provocar asma e bronquite e aumentam o risco de enfarte cardíaco. Este tipo de poluição está também presente nas obras, provocado pelas máquinas a gasóleo. Existe no entanto uma medida de protecção simples: os chamados fil- tros de partículas! Estes reduzem 99% da emissão de fuligem – quer dizer: emissões de partículas de gasóleo podem ser praticamente eliminadas. Em estaleiros maiores de longa duração, tais filtros são obrigatórios para todas as máquinas de construção médias e grandes (a partir de 18 quilovátios). Com a aplicação consequente desta imposição, até ao ano 2020 poderiam ser evitadas 1’300 mortes prematuras, mas também 7’070 casos de bronquite aguda em crianças e 7’100 casos de asma nos adultos. Infelizmente, esta imposição não é aplicada com a devida consequência. A conselheira nacional Jasmin Hutter (SVP) até reivindicou a sua suspensão, o que no entanto o Conselho Federal recusou. Mas o Conselho Nacional ainda deverá decidir definitivamente sobre o assunto. Este ano, o sindicato Unia vai dar especial atenção à realização e aplicação da obrigatoriedade de filtros de partículas para máquinas de construção. Os próprios trabalhadores da construção podem facilmente controlar se as máquinas nas As micro poeiras penetram nos pulmões provocando graves doenças. suas obras, estão munidas de filtros de partículas. Se esse não for o caso: falem com os vossos colegas e perguntem ao patrão, por que razão as máquinas não têm filtros e contactem a secção mais próxima do Unia. Além disso, o Unia luta juntamen- te com o «VCS» e «Médicos pela protecção do ambiente», para que todos os veículos a gasóleo sejam equipados com filtros de partículas: «Nenhum diesel sem filtro!» ✏ Dario Mordazini Cartão Europeu de Seguro de Doença O Cartão Europeu do Seguro de Doença que substitui os formulários necessários para a prestação de cuidados de saúde, durante a estadia temporária na União Europeia, está em vigor desde o passado dia 1 de Janeiro. Antes da partida para Portugal: deslocações, férias, estudos, períodos de formação profissional, etc., não nos podemos esquecer de solicitar o novo cartão do seguro de doença. Este deve ser utilizado em caso de necessidade de assistência médica du- rante a estadia em Portugal, ou em outro país da EU. cartão europeu de seguro de doença. Na Suíça: Condições de utilização em Portugal: centros de saúde, hospitais públicos, consultórios dos médicos reconhecidos pelas administrações regionais de saúde, numa situação de assistência ao domicílio, se o estado de saúde impede a deslocação do doente, este deve solicitar a presença de um médico do centro de saúde e não de um médico privado. Nas farmácias deve-se apresentar a receita passada pelo médico e o Os familiares dos emigrantes que se deslocam à Suíça devem igualmente ser portadores do cartão europeu do seguro de doença. Com este cartão é possível o acesso aos cuidados de doença e aos medicamentos durante a estadia, em conformidade com a lei em vigor no país. Se o estado de um familiar exige hospitalização, deve-se, em primeiro lugar, passar por um médico que orientará o doente em caso de in- ternamento, por urgência. A segurança suiça de doença tomará a seu cargo as despesas de hospitalização. Para obter os medicamentos numa farmácia é necessária uma receita passada pelo médico. O pagamento deverá ser efectuado e a receita guardada para o respectivo reembolso. Para informações complementares, contactar a : Institution comunne LaMal Gilelinstr. 25, CH-4503 Solothurn T +41 32. 625 30 30 Amianto: Um veneno que mata Dezenas de trabalhadores mortos por cancro e muitos outros a padecerem desta terrível doença, por terem trabalhado em contacto com amianto durante anos. Em causa está a fábrica da Eternit, em Niederurnen, cantão Glarus, onde o Tribunal Federal de Segurança Social deu razão à família de um trabalhador que faleceu de cancro em 1998. A SUVA, a entidade suíça seguradora contra acidentes no local de trabalho, não queria assumir as suas responsabilidades e pagar a respectiva indemnização de integridade física. Agora, graças à sentença proferida, vai ser obrigada a pagar. O valor foi fixado em 85 mil e 400 francos. O trabalhador em questão faleceu com a idade de 52 anos com um tumor na pleura e a Suva negara-se a pagar à família a referida indemnização. O Tribunal de Glarus tinha dado razão, numa primeira instância, à Suva, o que fez com que os familiares recorressem ao Tribunal Federal, cuja sentença vai ao encontro das legítimas exigências da família. Entretanto, o jornal Blick tem investigado este assunto e chegou à conclusão, que mais de 55 trabalhadores faleceram nos últimos anos e que muitos outros lutam actualmente contra esta doença maligna. Todos eles trabalharam em contacto com amianto. A firma Eternit pertence à multimilionária família Schmidheiny, que perguntamos, terão porventura algumas manchas na consciência? A maior parte dos trabalhadores da firma queixam-se da falta de informação, dado que só há bem pouco tempo se começou a falar deste problema. Numa sucursal em Payerne, sempre da Eternit, também existem os mesmos problemas e, segundo nos disseram, trabalham neste local alguns portugueses. O problema do amianto começou a ser falado em 1964, quando vários especialistas deram o alarme. No entanto, os baixíssimos custos de produção aliados às características físicas do amianto, que resiste a altas pressões, ao calor e isola o som, fez com que muitas firmas tivessem ganhos milionários desde os anos 60. É um grave problema de cariz económico, com uma subtil cumplicidade dos políticos, dado que foram feitas interpelações tanto ao governo local de Glarus, como ao Federal, e estes não encontraram, ou não quiseram, nenhum motivo de alarme que justificasse a tomada de previdências adequadas. No entanto, o número de mortos fala por si mesmo. Hans Rudolf Merz, actual ministro do departamento de finanças, foi o director da Eternit na Suíça e noutros países durante vinte anos. Um responsável pelo departamento económico do cantão de Glarus, Heinz Martinelli, declarou ao jornal Blick, que a firma Eternit é muito importante e seria fatal para o cantão se a mesma fechasse ou reduzisse drasticamente o número de postos de trabalho. O último trabalhador da empresa que faleceu tinha apenas 55 anos de idade. Se a família do malogrado decidir avançar para os tribunais, como fez a família Martini, deverá esperar cerca de seis anos por uma decisão. Contudo, muitos têm medo de enfrentar a poderosa família Schmidheiny. Mal a doença é detectada, a perspectiva média de vida dessas pessoas é de apenas dois anos, sem contar com o sofrimento que a mesma provoca até aos últimos dias. O Sindicato Unia tem apoiado as famílias e tem estado particularmente activo e atento a este grave problema. A Sá horizonte Derrota da Comissão Europeia Triunfo dos trabalhadores portuários No final do ano e frente à sede do Parlamento Europeu, um forte dispositivo policial dispersou violentamente uma manifestação de trabalhadores portuários oriundos de 16 países, designadamente de Portugal. O desfile, que juntou cerca de dez mil pessoas entre as quais estava uma delegação com uma centena de portugueses, foi convocado no âm- 3 Nr. 1 | Februar 2006 | português bito de uma jornada europeia de luta contra a directiva que liberaliza os serviços portuários. O projecto previa a liberalização dos serviços de pilotagem, reboque, atracagem e manutenção nos portos. Por outras palavras, os navios passariam a poder prescindir dos serviços portuários, assegurando eles próprios a sua movimentação e assistência, designadamente as cargas e descargas. Novo CCT – a tua opinião conta! Para além dos riscos de segurança, a proposta representava o desemprego para muitas dezenas de milhares de trabalhadores dos portos europeus e, a prazo, o fim da profissão de estivador. Chumbo da directiva O texto discutido no Parlamento da EU em Strassburg, no mesmo momento em que decorria a manifestação, foi rejeitado pelos deputados por 532 contra 120 votos. Construção As horas variáveis deixam de existir O Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) para o sector dos pintores e estucadores, vai ser renovado no próximo ano e determina a partir de 1 de Abril de 2007 as tuas condições de trabalho. As negociações iniciam-se no Outono. Tu determinas, quais vão ser as nossas prin- cipais reivindicações. Por isso, o sindicato Unia realizará nos próximos meses um inquérito nas obras e nas empresas. Participa e contribui com os teus desejos e as tuas reivindicações! Mais informações ser-te-ão fornecidas pelo teu secretariado. Aumento salarial! A partir de 1 de Abril 2006 aumentam os salários para todos os pintores e estucadores! Se és pintor ou estucador, a partir de 1 de Abril tens direito à compensação integral do aumento do custo de vida. Os pintores recebem um aumento salarial de 48 francos e os estucadores 50 francos por mês. Esta regulamentação aplica-se a todos os trabalhadores do sector – também aos temporários! O teu patrão é obrigado a respeita-la. Resultados que não nos satisfazem de longe! Necessitamos urgentemente da compensação da carestia. Mas perante a enorme carga dos prémios, que sobem sem parar, precisamos de muito mais. Os executivos e capitães da economia, não devem ser os únicos a tirar proveito da retoma. No próximo ano queremos um aumento salarial que nos facilite finalmente um pouco a vida! Eis o que queremos obter com o novo Contrato Colectivo de Trabalho: Novos salários mínimos a partir de 1 de Abril 2006 V Chefes de equipa A Trabalhadores qualificados (a partir de 2 anosde experiência profissional) B Trabalhadores qualificados C Ajudantes Finalistas no 1° ano Finalistas no 2° ano Pintores 5251.– Estucadores 5459.– 4567.– 4253.– 4070.– 3859.– 4070.– 4779.– 4423.– 4888.– 4018.– 4227.– Mármores e Granito Resultados vantajosos Os trabalhadores da construção já estão a beneficiar do aumento salarial e de novas regras para as horas extraordinárias. Está em vigor o aumento salarial de 106 francos mensais paraos trabalhadores da construção. Assim o prevê o Contrato Colectivo de Trabalho obrigatório para todas as empresas do ramo, a partir de 1 de Fevereiro. O sistema das horas variáveis foi abolido, sendo substituído por um sistema de horas extraordinárias. Quer dizer, futuramente deixam de existir horas a menos. Se agora, devido ao frio e à neve não se puder trabalhar, estas horas não podem ser contabilizadas como horas a menos. Desta forma, nenhuma folha sala- rial deve apresentar um saldo de horas negativo! Todas as horas prestadas para além do mapa das horas de trabalho, são horas extraordinárias. No máximo 20 horas extraordinárias por mês, respectivamente 100 horas extraordinárias no total anual, podem ser registadas para serem compensadas mais tarde. Caso se trabalhe mais do que 48 horas por semana, as horas prestadas para além destas, devem ser imediatamente pagas com o salário e com um suplemento de 25 por cento. Sempre no final de Março, as contas das horas extraordinárias deve estar saldadas. Aquilo que não puder ser compensado com tempos livres, deve ser pago no final de Março, com 25 por cento. Trabalho ao sábado O sábado continua em princípio a ser um dia livre. Para trabalho excepcional aos sábados, existe agora um suplemento obrigatório de 25 por cento. Esta decisão é para ser cumprida por todas as empresas do ramo da construção. Caso o aumento salarial de 106 francos ou os novos suplementos não forem pagos a com o salário de Fevereiro, ou caso a empresa não contabilize correctamente as horas extras, os trabalhadores devem dirige-se de imediato a uma das secções do sindicato Unia. Como resultado das negociações contratuais no ramo dos mármores e granito, destaca-se a introdução da reforma antecipada e os aumentos salariais. A dinâmica da intervenção da delegação sindical do Unia, nas negociações contratuais no sector dos mármores, consegui fazer aprovar um aumento salarial de 100 francos por mês, ou seja, 0.55 francos por hora. Os aumentos entram imediatamente em vigor. Outro passo em frente está na aprovação da regulamentação sobre a reforma antecipada aos 62 anos de idade que segundo tudo indica entrará em vigor dentro de um ano, altura em que a declaração de obrigatoriedade geral será concluída. No decorrer dos próximos meses os trabalhadores vão receber uma informação detalhada sobre as possibilidades de acesso à reforma antecipada. Menos feliz foi a concessão feita sobre os prémios do seguro da diária em caso de doença. Os trabalhadores devem, a partir de 1 de Janeiro do corrente ano, participar com mais 0,5 por cento e a partir de 2007 com 1 por cento, do salário declarado à AVS. No entanto esta regulamentação continua a ser vantajosa para os trabalhadores. horizonte 4 Nr. 1 | Februar 2006 | português Prémios dos seguros de automóveis Com o Unia somos Unia entrega petição mais fortes Delegação sindical no momento da entrega da petição pedindo a proibição dos cálculos dos prémios tendo como base a nacionalidade do assegurado. A situação vivida no dia a dia nos locais de trabalho revela uma grave ofensiva contra os trabalhadores. Estes são cada vez mais, tratados como se não tivessem direitos. O patronato coloca em causa constantemente a contratação colectiva, ameaça e passou à chantagem, explora e utiliza os métodos mais inaceitáveis, isola os trabalhadores, procura colocar uns contra os outros utilizando velhas e novas tácticas de divisão. Todos nós sofremos de uma forma ou de outra do aumento da precariedade de trabalho, do agravamento do desemprego, a diminuição real dos salários e o aumento acentuado do custo de vida, a deterioração do nível de vida, enquanto se vê a desigualdade social aumentar como consequência de desastrosas opções políticas e económicas. Estamos perante uma grande ofensiva contra os trabalhadores sejam eles nacionais ou emigrantes. Enquanto isso se desenvolve os patrões e os partidos que estes apoiam e subvencionam, tudo fazem para conseguirem o adormecimento dos trabalhadores, eliminando a sua resistência e manipulando as informações para assim fragilizarem a intervenção sindical. Ficar de braços cruzados nada serve, é preciso que os descontentamentos e revoltas que ho- je se manifestam, se transformem numa mobilização colectiva. Por muito complexa que seja a situação nos locais de trabalho nada pode justificar o andar de costas voltadas para com os sindicatos, pensando que deste modo, individualmente, se consegue algumas vantagens, alguns favores dos patrões, ou dos chefes, tal como a garantia do posto de trabalho. Quem pensa assim, pensa mal, comete um grave erro que o prejudica, indigna os seus colegas, e contribui par o enfraquecimento da luta colectiva. Um trabalhador consciente das suas responsabilidades é um trabalhador organizado sindicalmente, um homem, ou uma mulher: que sabe o quer, é solidário, participa, está munido da informação necessária para fazer valer os seus argumentos e defender colectivamente os interesses de todos. É preciso insistir e dar força às propostas do sindicato Unia, a favor de melhores salários, de melhores garantias contra a peste do desemprego, na luta contra as gravosas propostas do Governo contra a segurança social e por uma vida comum com igualdade de direitos entre nacionais e imigrantes. Recorda ao colega de trabalho que ainda não aderiu ao sindicato a necessidade da sua adesão, fala com ele e propõe-lhe a inscrição no sindicato Unia . Só unidos conseguimos vencer! Curso Unia para jovens activistas sindicais portugueses Trabalho igual, salário igual Nenhum trabalhador deverá estar sujeitoaqualquer discriminação no emprego, nomeadamente nos aspectos salariais, ou outros aspectos da contratação laboral com base no sexo, homem ou mulher, nacionalidade, raça, idade, ou origem social ou ética. A discriminação salarial é, em muitas empresas e ainda hoje, uma prática quase corrente. Para conquistar a igualdade salarial os trabalhadores e as trabalhadoras têm de se organizar junto do sindicato, defendendo com a sua solidariedade, os seus interesses, combatendo as desigualdades. Este curso destinado a jovens activistas sindicais de origem portuguesa. Tem como objectivo, dar a conhecer aprofundadamente as li- gações entre o trabalho e o salário numa perspectiva do combate às discriminações salariais. Mais de 6 pessoas apoiaram a petição do sindicato Unia solicitando que se proíba o cálculo dos prémios dos seguros automóveis baseados na nacionalidade do assegurado. As companhias de seguros automóveis discriminam as pessoas com passaportes estrangeiros, entre elas os portugueses e outros cidadãos da União Europeia, penalizando com prémios mais elevados outros grupos éticos, como por exemplo; os emigrantes prove- nientes da Turquia e da ex-Jugoslávia. Isto é uma absurda descriminação! A maneira de condução não é determinada pelo passaporte, ou pela cor do rosto. Com tal decisão, as seguradoras suíças favorecem a xenofobia. As assinaturas ( cerca de 6 mil) recolhidas pelo sindicato Unia, com o fim de se pedir ao Conselho Federal que se proíba o critério da nacionalidade nos cálculos dos prémios dos seguros de automóveis, foram entregues recentemente por uma delegação do sindicato Unia. Encontro de doentes com fibromialgia A fibromialgia é uma doença de diagnóstico difícil. Calcula-se que afecte 500 mil pessoas em Portugal. Junto da comunidade portuguesa são conhecidos inúmeros casos de pessoas que dela também sofrem. A vitalidade do corpo desaparece de um dia para o outro, sem aparente motivo. Os médicos indicam como sintomas as dores musculares, fadiga crónica, insónias, dores de cabeça, dormência e formigueiros nas extremidades do corpo. Com o fim de melhor conhecerem a doença e partilharem as suas experiências, alguns por- tugueses residentes na Suíça, afectados por este mal pretendem promover um encontro, no inicio da próxima primavera, de doentes com fibromialgia; com a participação de médicos, reumatologistas e outros especialistas. Para outras informações e inscrição para o encontro os interessados podem contactar com as pessoas abaixo indicadas: Aristides Dias: T 044 492 46 34, M 079 605 92 62 Manuel Beja: T 044 295 16 65, M 079 219 91 63 Analfabetismo O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão do peixe, da farinha, do aluguer, dos sapatos e dos remédios dependem de decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha estufa o peito dizen- do que odeia a política. Não sabe que é imbecil, que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, corrupto, é o lacaio dos exploradores do Povo! Data: 11 e 12 de Março de 2006, sábado e domingo, no centro de formação FloraAlpina, em Vitznau, no Cantão de Luzerna. Monitor: Manuel Beja As inscrições devem dar entrada até ao próximo dia 28 de Fevereiro. Para se inscreverem devem contactar as vossas secções Unia ou através do Natel: 079. 605 92 61. A luta será mais eficaz se os trabalhadores se informarem e participarem activamente Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Serge Baehler; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Beja, S. Di Concilio, H. Gashi, M. Komaromi, M. Martín | Sprachverantwortlicher Manuel Beja, Dora Bueler | Koordination Mira Komaromi | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Solprint, Solothurn | Adresse Redaktion «Horizonte», Strassburgstr. 11, 8021 Zürich, [email protected] www.unia.ch B. Brecht
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