Convocação do X

Transcrição

Convocação do X
PIE MADRI DELLA NIGRIZIA
Curia Generalizia
Residenza
Viale Tito Livio, 24
00136 - ROMA
Tel. +39 06-355561
Fax +39 06-35429590
Indirizzo postale
C.P. 12341 – Roma Belsito
00135 - ROMA
Roma, Festa da Exaltação da Sta. Cruz 2015
Prot. VICG16/105/2015
A todas as Irmãs
Da Congregação
Assunto: Convocação do XX Capítulo Geral
Queridas Irmãs,
escolhi este dia significativo para a espiritualidade comboniana para entregar a todas
e a cada uma, a carta de convocação do XX Capítulo Geral, cujo tema é
“OUSAR A MÍSTICA DO ENCONTRO
PARA VIVER A MISSÃO COMBONIANA HOJE”.
Este evento é importante para a nossa Congregação, para vivermos e celebrarmos em fidelidade
ao legado “da experiência mística de Comboni, experiência que lhe permite assimilar a
universalidade de Cristo na Cruz, que abraça toda a humanidade” (AC 2010 n° 53).
É um evento do Espírito, vivido em comunhão eclesial, conforme o magistério de Papa Francisco:
“a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se ENCONTRAM com Jesus”
(EG n° 1).
Durante o encontro do Conselho Alargado, entre a Direção Geral e as Superioras de
Circunscrição, realizado em dezembro passado na Casa Madre, em Verona, dedicamos um tempo
para refletir sobre a preparação do próximo Capítulo Geral. Consideramos o caminho percorrido, o
que emerge nas Circunscrições e os desejos e sonhos para vivermos com alegria e paixão a
vocação missionária comboniana. Recolhemos ideias e sugestões e acompanhamos com atenção
as Assembleias deste ano de 2015 que confirmam e ampliam o que foi recolhido no encontro
mencionado.
Toda esta riqueza de partilha proporcionou-nos elementos úteis para a preparação do próximo XX
Capítulo Geral, que estamos prestes a iniciar, em profunda comunhão com todas vocês,
colocando-nos em escuta do Espírito de Deus com humildade, gratidão e grande esperança.
O tempo litúrgico que estamos vivendo é chamado tempo “comum”, porque é marcado pela
cotidianidade, feita de luzes e sombras, de alegrias e sofrimentos.
É neste contexto de normalidade que se ergue gloriosa a Cruz de Cristo, que nos recorda mais
uma vez que somente no encontro com Ele encontramos a salvação, o sentido da vida e da
morte. “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o
ENCONTRO com um acontecimento, com uma PESSOA que dá à vida um novo horizonte e,
desta forma, o rumo decisivo”. (Deus Caritas Est n°1)
São Daniel Comboni ENCONTROU Jesus Cristo, sentiu o seu coração bater em uníssono com o
D’ELE. Daquele encontro místico nasceu o seu Plano, fortaleceu-se o seu encontro com os filhos
e filhas da África, desprendeu-se a sua energia humana e espiritual que lhe deu força, coragem e
paixão para viver e morrer pela missão. Da contemplação do grande amor de Deus, feito visível
em Jesus crucificado, morto e Ressuscitado, ele pôde olhar e encontrar a África de um modo
diferente de seus contemporâneos, com um olhar profético: “olhou a África do puro raio da sua fé;
e descobriu lá uma infinidade de irmãos pertencentes à mesma família, que tem nos céus um Pai
comum (...). Então, levado pelo ímpeto daquela caridade saída do lado do Crucificado para abraçar
toda a família humana, sentiu que o seu coração palpitava mais fortemente; e uma força divina
pareceu empurrá-lo para aquelas terras, para apertar entre os seus braços e dar um ósculo de paz
e de amor àqueles seus irmãos”. (cfr. E 2742).
Do encontro pessoal, verdadeiro e profundo com o Cristo Crucificado e Ressuscitado, nosso
coração é transformado, de tal forma que se encontra com o próximo de uma maneira nova,
reconciliado, vendo em todas as pessoas, irmãs e irmãos pertencentes à única família, atraída por
Cristo, através da sua glorificação na Cruz e na Ressurreição.
A nossa vida missionária é feita de encontros: encontro com Deus, encontro com as pessoas,
encontro com nós mesmas, encontro com a realidade, encontro com a Criação. Mas é feita
também de divergências e, às vezes, até mesmo de indiferenças. Inseridas em um mundo
globalizado e pluralista, somos desafiadas a cultivar e alimentar-nos de uma mística do encontro,
para que a outra/o torne-se uma companheira/o de caminho, uma irmã, um irmão e não uma
ameaça a ser eliminada ou da qual fugir.
“Neste tempo em que as redes e demais instrumentos da comunicação humana alcançaram
progressos inauditos, sentimos o desafio de descobrir e transmitir a «mística» de viver juntos,
misturar-nos, encontrar-nos, dar o braço, apoiar-nos, participar desta maré um pouco caótica que
pode transformar-se numa verdadeira experiência de fraternidade, numa caravana solidária, numa
peregrinação sagrada” (EG 87).
Ao olharmos para os desafios da nossa vida missionária, ontem e muito mais hoje, percebemos
que eles estão focados em relacionamentos, no encontro com muitas diversidades do nosso
mundo, com uma missão pluralista, com o ser missão mais que fazer missão. Com este desejo,
queremos viver o evento capitular em comunhão com a Igreja, em escuta da Humanidade e da
Criação. Queremos vivê-lo experimentalmente, seja durante a preparação seja durante o seu
desenvolvimento, como um tempo de graça, um tempo para “ousar a mística do encontro” e
aprofundá-la em suas várias dimensões, de modo que O ENCONTRO se torne um paradigma
para vivermos a missão comboniana hoje.
A missão hoje não se realiza mais entre “evangelizadores e destinatários”, mas é alargada na sua
compreensão, de fato, percebe-se a insuficiência da mesma linguagem. Ir. Antonietta Potente, em
seu artigo em Combonifem (março 2015) propõe “reler a missão como caminho de migração,
mudança no ritmo da vida dos povos. Mudança mental e corporal, porque sabemos muito bem
que não é suficiente viajar para outras geografias, atravessar outras fronteiras, se a mente que se
comunica com as entranhas, não está aberta, não “mudou”.
Desta forma, as pessoas não serão apenas as destinatárias do nosso anúncio, mas as
companheiras de busca de novas iniciativas, seja no âmbito da vida social seja na experiência da
fé. Hoje, na verdade, existe a necessidade de reconhecer que se sente a mesma sede e não de
acreditar que se tem respostas para cada pergunta”.
A Sagrada Escritura é a narrativa do longo e interminável ENCONTRO de Deus com a
humanidade, preparado e concretizado no tempo e na história. A missão de Jesus começa com O
2
ENCONTRO da sua divindade com a nossa humanidade, no mistério da Encarnação. Nós
também, para nos encarnar, para encontrar a outra/outro, precisamos ter em nós “o mesmo modo
de pensar de Cristo Jesus, que embora sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus; mas esvaziou-se a si mesmo, assumiu a natureza de servo, tornando-se
semelhante aos seres humanos”. (Fl. 2,5-7)
Os Evangelhos nos apresentam a beleza e a fadiga, a surpresa e a admiração dos muitos
encontros de Jesus com homens e mulheres, jovens e crianças, ricos e pobres, pessoas
saudáveis e doentes, com os bons e maus, justos e injustos, encontros que acontecem na vida
cotidiana. É ali, no meio desta “maré caótica”, usando a expressão de papa Francisco, que Jesus
anuncia a Boa Nova com gestos, palavras e testemunho.
Ele encontra e se deixa encontrar. Torna-se hóspede e se deixa interrogar pelas pessoas. São
encontros em que podemos contemplar a pedagogia missionária de Jesus, na escuta, no diálogo,
no respeito em relação à alteridade da outra pessoa.
“Ousar a mística do encontro” parece-nos uma exigência para aprofundar e qualificar a nossa
formação a fim de enfrentarmos os novos desafios que a missão comboniana exige de nós hoje,
em fidelidade ao carisma do nosso Fundador. Sentimos a necessidade de nos regenerarmos no
encontro com o Ressuscitado, para continuarmos a ser Suas discípulas, encontradas e enviadas
por Ele nas Galileias do mundo onde Ele nos precede.
«Se cada um de vocês é para os outros, é uma valiosa oportunidade para se encontrar com Deus,
trata-se de redescobrir a responsabilidade de ser uma profecia como comunidade, de
procurar em conjunto, com humildade e paciência, uma palavra de significado que pode ser um
presente, e testemunhá-la com simplicidade. Vocês são como antenas, prontas para colher os
germes de novidade suscitados pelo Espírito Santo, e vocês podem ajudar a comunidade eclesial
a assumir este olhar bom e encontrar caminhos novos e corajosos para chegar a todos» (Scrutate n.
13).
No sexênio que estamos para concluir, estivemos empenhadas em tecer com os fios da
consagração e da ministerialidade comboniana, no tecido da nossa espiritualidade, um estilo de
vida profético no mundo de hoje. Como estamos prestes a viver um novo Capítulo e um novo
sexênio, perguntamo-nos: até que ponto nas nossas comunidades e no nosso apostolado, é
visível um estilo de vida profético? Conseguimos tecer este estilo? Com certeza o vemos, e somos
gratas ao Senhor pelo caminho percorrido, mas podemos ainda, com criatividade e alegria, inserir
outros fios para compor este desenho, conforme um estilo que responda sempre mais à Palavra
de Deus e à sede de vida plena que sentimos com toda “a família humana”.
Pelo que temos percebido e recolhido no caminho da Congregação, atentas aos sinais dos
tempos, às contínuas exortações do Papa e também das pessoas, neste ano dedicado à Vida
Consagrada, sentimos que devemos continuar esta tecelagem, “ousando a mística do encontro”,
para sermos profecia hoje, como comunidade de mulheres consagradas combonianas.
O horizonte foi deslocado para manter-nos no caminho como mulheres do Evangelho, com os
olhos fixos em Jesus e atentas à “nuvem” que se levanta e preanuncia chuva abundante (cfr.
Scrutate n. 6).
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CONVOCAÇÃO DO XX CAPÍTULO GERAL
Com estas premissas, sustentada pelo Espírito Santo e assistida pela intercessão de São
Daniel Comboni, de Madre Maria Bollezzoli, da Venerável Ir. Maria Giuseppa Scandola,
do grupo das Irmãs da Mahdia, de todas as Irmãs que nos precederam, eu, Ir. Luzia
Premoli, Superiora Geral da Congregação, com o consenso do meu Conselho, conforme
a RdV 138,
convoco oficialmente
o XX Capítulo Geral
das Irmãs Missionárias Combonianas, Pie Madri della Nigrizia.
O Capítulo, que terá caráter ordinário, será realizado em Verona, na nossa Casa Mãe;
terá início em 05 de setembro de 2016 e terminará em 30 de setembro de 2016.
Ulteriores detalhes serão enviados posteriormente.
1.
Tema do Capítulo
“OUSAR A MÍSTICA DO ENCONTRO
PARA VIVER A MISSÃO COMBONIANA HOJE”.
“E quando eu for levantado da terra,
atrairei todos a mim” (Jo 12,32).
2.
Composição do Capítulo
De acordo com a RdV 138 e com as alterações feitas durante os Capítulos de 1998 e 2010, no
discernimento durante o encontro do Conselho Alargado, da Superiora Geral e seu Conselho com
as Superioras de Circunscrição, determinou-se o número das Delegadas capitulares para cada
Circunscrição que, como exposto pelas AC2010 n° 138 deve ser “mais da metade”. Considerando
que as Capitulares por Direito são 24, ficou decidido que Assembleia Capitular será formada por
52 membros. As remanescentes 28 Capitulares Delegadas serão subdivididas desta forma:
Uma capitular delegada para cada Circunscrição
2 para os GIP América, AO e Europa
3 para o GIP Subsaariano
distribuídas de acordo com os critérios discutidos e aprovados durante o mesmo encontro.
A composição fica assim definida:
 As Circunscrições: BRASIL, CASA GERAL, COTBE, EGITO, ETIÓPIA, QUÊNIA, SUDÃO,
SUDÃO DO SUL, EUA, ZÂMBIA terão uma Capitular por Direito e elegerão uma Capitular
Delegada.
 As Circunscrições: CT, EPC, ERITREIA, EUROPA, ITÁLIA, MCRG, MO, UGANDA, MOSA
terão uma Capitular por Direito e elegerão duas Capitulares Delegadas.
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Resumo do quadro final:
24 Capitulares por Direito (19 Superioras de Circunscrição e 5 membros da Direção Geral)
28 Capitulares Delegadas
52 Total das Capitulares
3.
Preparação para o Capítulo
a) Escolha das Delegadas
O Capítulo é um evento do Espírito; invoquemo-lo incessantemente ao mesmo tempo que,
com responsabilidade, abertura e coragem, pedimos a Ele que nos ajude a fazer
discernimento com critérios evangélicos.
A escolha das Delegadas é um serviço que prestamos à Congregação e à Missão: chamanos a ter em conta seja a natureza seja a finalidade do Capítulo, expressas na RdV 135 e
136, e alguns critérios de discernimento que possam ajudar a manter as nossas escolhas.
É importante que as Delegadas
 Tenham uma identidade clara e autêntica de mulheres consagradas conforme o





carisma comboniano.
Tenham e demonstrem um sentido de pertença ao Instituto.
Tenham uma mentalidade aberta sobre a realidade do mundo, da Igreja, da
missão, da Congregação.
Sejam mulheres de discernimento e diálogo.
Sejam expressão de internacionalidade e multiculturalidade sempre mais presentes
na nossa família.
Tenham capacidade de transmitir o Capítulo, ao retornarem às próprias
Circunscrições.
Para a eleição das Delegadas ao Capítulo, as Superioras de Circunscrição procedam
conforme indicação da RdV 141; 141.1, 141.2, 141.3, tendo em conta as modificações
introduzidas pelos Capítulos de 1998 e 2010 (Compêndio modificações RdV).
O processo de eleição das Delegadas deve ser concluído, possivelmente, até dezembro
de 2015.
Solicitamos-lhes adotar, para essa escolha, o processo de discernimento que anexamos a
esta.
Em junho de 2016, as Capitulares por Direito e as Delegadas serão convocadas para
uma Assembleia formativa em nível de GIP para:

Aprofundar o significado e as implicações da participação ao Capítulo

Examinar o primeiro texto do Regulamento do Capítulo
b) Envolvimento de cada Irmã na fase preparatória
A esta carta é anexado o Processo de Preparação para o XX Capítulo Geral, com duas
orientações de trabalho: uma, que se refere à Experiência do Encontro e a outra, sobre a
Avaliação do caminho do sexênio. As Comunidades podem iniciar o trabalho até as
Assembleias Pré-Capitulares (determinadas por cada Circunscrição entre os meses de
janeiro e metade de abril de 2016), tão logo recebam esta carta.
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c) Preparação Espiritual
É o mais importante e fundamental de todo o caminho que desejamos viver em espírito
contemplativo.
Este tempo que iniciará em dezembro de 2015 e terminará em setembro de 2016, será
marcado por:

Um itinerário de oração e reflexão bíblica – serão enviados alguns subsídios que
nos ajudarão a ler, aprofundar, contemplar vários ENCONTROS que encontramos
na Sagrada Escritura, iluminantes para o discipulado missionário.

Adoração Eucarística comunitária semanal.

A oração para o Capítulo a ser recitada todos os dias.

Celebração eucarística semanal, para invocar a luz do Espírito.

Outras iniciativas que cada Circunscrição organizará ( retiros mensais, vigílias de
oração, etc.) envolvendo, sempre que possível, também as pessoas com quem
vivemos.
d) Comissão pré-capitular
Nas Reuniões de dezembro de 2015, será nomeada a Comissão pré-capitular que terá a
tarefa de preparar o material para o trabalho do Capítulo: o chamado Instrumentum laboris.
Portanto, todas juntas, iniciamos o caminho para a celebração do XX Capítulo, com a certeza de
que São Daniel Comboni e as nossas Santas Irmãs nos acompanham especialmente neste tempo
de graça, para nos mostrar, mais uma vez, o caminho a percorrer, na fidelidade à missão ad
gentes que hoje se entrelaça com o intergentes.
A Maria, Mãe da humanidade e da Igreja, mulher de escuta e de profundo encontro com a
Palavra, feita carne no seu ventre, pedimos que nos acompanhe neste nosso caminho, para que
nos deixemos atrair pelo Senhor e, com audácia e coragem, irmos ao encontro das Irmãs e dos
Irmãos de todo o mundo, com muita alegria e esperança renovada.
Com afeto, unidas no Coração Transpassado de Cristo Bom Pastor.
ANEXOS:
A. Processo de preparação para o XX Capítulo Geral
B. Processo de discernimento para a eleição das Delegadas Capitulares
C. Fac-simile ficha (sondagem e eleição) das Delegadas Capitulares
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