Maracujá - Nutrigold

Transcrição

Maracujá - Nutrigold
Maracujá
Elis Regina Fernandes
Nome científico: Passiflora sp
Família botânica: Passifloraceae
Parte utilizada: folhas e partes aéreas
Histórico:
O maracujá é originário da América tropical, que necessita de temperaturas
elevadas e só se aclimata bem nas regiões temperadas.1
É uma trepadeira perene que floresce na primavera e dá seus frutos no início do
verão. Suas flores lembram os instrumentos utilizados na crucificação de Cristo,daí ser
reconhecida em outros idiomas por flor-da-paixão, e são de grande efeito ornamental.1
Seus frutos são ovóides amarelados e a polpa comestível, contém sementes rugosas, que
servem para preparar bebidas refrescantes. É rica em vitamina C.1
Em 1867, os estudos de um investigador americano chamaram a atenção para a
passiflora e demonstraram o seu grande interesse para a medicina como sedativo e
antiespasmódico.1
Aspectos botânicos:
Planta perene, arbustiva, sarmentosa, alcançando 8-10 m quando se apóia em
árvores altas. Caule grosso e torcido, casca parda, áspera e gretada. Ramos longos,
pilosos, secção circular, arroxeados e com gavinhas.2
Folhas simples, grandes, alternas, trilobuladas, palminérvias, verde-escuro-Luzidias
superiormente e verde mais claro e fosca na página inferior, pecíolo curto com duas
glândulas no ápice e estípulas muito pequenas. Lobos dentados, largos na base e
acuminados na extremidade, com nervação peninérvea.2
Flores grandes, brancas. Tépalas em duas ordens: 5 formando o cálice, de
prefloração imbricada, com a nervura média terminando numa ponta. Pétalas-5 e
alternas com as sépalas. Brácteas do invólucro serrilhadas, agudas e em número de 3
formando um falso cálice. Corona-1 seriada, com filamentos purpúreos base. Flores
solitárias e axilares com pedúnculo curto. Florescimento: dezembro a abril.2
Frutos ovais ou oblongos, às vezes redondos, casca grossa e muito lisa amarela
na variedade flavicarpa, ou purpúrea na variedade iodocarpa, com endocarpo sucoso e
alaranjado, de sabor ácido e aroma pronunciado.Sementes pequenas, cinza-escuras,
achatadas e numerosas, imersas na massa sucosa do fruto.2
Aspectos agronômicos:
Cultivo
Propagação: Sementes. As mudas são feitas em sacos plásticos, à meia-sombra e
transplantadas quando atingem 0.20 m aproximadamente.2
Época de plantio: Semeadura em estufas de março a setembro. Transplante na
primavera. 2
Espaçamento:
a) condução em espaldeiras ( cercas) 4,0 m entre as cercas e 2,5 m entre as plantas.
b)
Latadas (tipo parreira) 4x4 m.2
Clima: Tropical a subtropical ( temp.médias 26-27º C) com boas chuvas (800 a 1.750
mm), bem distribuídas especialmente durante a frutificação. Exige meia-sombra
enquanto novo, mas quando adulto luta pela luz. Por isso, não plantar sob árvores
frutíferas. Frios precoces interrompem a maturação dos frutos.2
Solos: Areno-argilosos e até argilosos, ricos em matérias orgânicas. O pH deve estar
entre 5-6, portanto é relativamente resistente à acidez. Os solos sujeitos ao
enxarcamento devem ser evitados, pois podem ocorrer doenças fúngicas que causam o
apodrecimento das raízes .2
Tratos culturais: Replantio das folhas, tutoramento, condução inicial dos pés, capinas,
muita vigilância contra as borboletas que depositam ovos que irão transformar-se em
lagarta vorazes; afofamento do solo e ocasionalmente uma ou outra irrigação em tempo
muito seco.2
Pragas e doenças: A praga mais importante e que exige intenso cuidado é lagarta
pardo-escura com espinhos curtos provenientes das borboletas Dione juno (alaranjada) e
Heliconia eratofilis ( vermelha e preta de vôo lento) . Por vezes podem ocorrer ataques
de nematóides, ácaros ou mosca das frutas. Quanto às doenças, as mais sérias são a
verrucose e antracnose ( fúngicas); ou ainda bacterioses ou viroses.2
Colheita:
a) parte colhida- os frutos e ocasionalmente as folhas e as flores para fins
medicinais.
b) Os frutos são colhidos à medida que tomam a cor amerelo-limão ou se
desprendem dos pés. Isto se dá de novembro em diante até meados de maio. As
folhas são colhidas de setembro a fins de maio e as flores no mesmo período dos
frutos.
c)
A produção inicia com 8.000 kg/há no fim de um ano, aumentando para até
20.000 kg/há no segundo ano e cair para 10.000 aproximadamente no terceiro
ano, quando deverão ser substituídos.2
Composição química:1
Alcalóides indólicos (0,03-0,1%): harmana, harmina, harmol,harmalina.
derivados da beta-carbonila.
Flavonóides:vitexina, isvitexina, orientina, 0,55 g% de apigenina
Glicosídeos cianogênicos
Álcoois
Todos
Gomas
Resinas
Taninos
Estudos etnofarmacológicos:
A literatura etnofarmacológica registra o uso das folhas, dos diversos maracujás,
na forma de chá, como um calmante e suave indutor de sono.3
Atividades farmacológicas:
O efeito sedativo atribuído pela medicina popular a esta planta, segundo a FDA
norte americana, foi analisado em grande quantidade de pacientes.4
No princípio se achava que o efeito tranqüilizante se devia a ação dos alcalóides. Porém
estudos posteriores demonstraram que os mesmos (principalmente o harmano )
apresentavam uma ação estimulante do SNC, já que podem inibir a enzima monoamino-oxidase (MAO) e interagir com os receptores para as benzodiacepinas.Mais tarde
se investigou a ação conjunta da fração de flavonóides e o alcalóide harmano, mass em
poder chegar a conclusões definitivas. Entretanto, a partir da década de 80 começaram a
conhecer-se em maior profundidade os flavonóides desta planta. Se pode demonstrar
que os flavonóides administrados por via oral, potencializam a cão do hexobarbital,
prolongando assim o tempo de sono e diminuindo notoriamente a motilidade.4
Estudos posteriores puderam determinar que o flavonóide crisina, seria o
principal responsável pelo efeito ansiolítico, já que a estrutura química é própria de
substâncias que apresentam afinidade aos receptores GABA-A. Desta maneira,
exerceria um efeito sedativo semelhante ao do diazepam, mas dez vezes menor. Esta
afinidade ao receptor GABA-A é a mesma exercida pelo flavonóide apigenina.O maltol
é uma substância saborizante cujo efeito se estima entre 30 e 300 vezes mais potente
que a sacarose. Alguns estudos indicam uma ação bradicardizante, hipotérmica e
hiporrefléxica. Mesmo assim o maltol e isomaltol tem exibido uma diminuição de
consumo de oxigênio a nível de córtex cerebral, inibição da atividade motora
espontânea e ação anticonvulsivante em doses de 0,5 g/kg.4
Extratos das partes aéreas revelaram ação antimicótica frente a Aspergillus
fumigatus, Cândida albicans, Epidermophyton floccosum, Microsporum cookei e,
antibacteriana contra Streptomyces olivaceus e Streptococcus A hemolitico. Nesta última
ação se vê importante o papel das cumarinas.4
Em relação as cumarinas, se pode averiguar que apresentam várias ações:
antitérmica e analgésica (em doses de 5 mg/kg), antiinflamatória e espasmolítica. A
atividade espasmolítica já havia sido analisada em 1939 por G. Borgartti, que havia
observado que o extrato de passsiflora provocava uma diminuição no tônus e freqüência
das contrações peristálticas do intestino, de maneira similar a papaverina.4
À nível cardiovascular, o extrato fluido de passiflora sobre o coração in vivo de
rã e sapo, determina um efeito bradicardizante e um aumento na amplitude das
pulsações. Em outros mamíferos o mesmo extrato provoca inicialmente um efeito
excitatório sobre as fibras do miocárdio e, posteriormente um efeito depressor. Nos
cachorros provoca um efeito hipotensivo por vasodilatação periférica.4
Experimentos e eficácia clínica:
Experiências realizadas com a fração de flavonóides em ratas por via oral,
comprovaram que os princípios ativos existente teriam ação sedativa já que diminuíam
o estado de excitação dos animais induzidos por cocaína. Um estudo com 166 pacientes
com problemas de ansiedade e/ou insônia demonstro a utilidade do extrato de passiflora
nestes casos .4
Outros estudos em ratas tem demonstrado que a introdução de um átomo
eletronegativo em um núcleo flavônico (por exemplo 6-bromoflavona ou bromo-3nitroflavona) incrementa o efeito ansiolítico da crisina entre 30 e 300 vezes mais que o
demonstrado pelo diazepam.4
Toxicidade:
Em geral, a passiflora é muito bem tolerada, mas doses muito altas podem
provocar náuseas e vômitos (por seu sabor amargo), cefaleias, taquicardias, diminuição
do tempo de reação frente a estímulos externos pode gerar convulsões e parada
respiratória. Provas de toxicidade aguda em roedores, por via intraperitonial,
determinaram que uma dose de 500 mg/Kg de extrato seco de passiflora não provoca
mudanças significativas no comportamento normal do animal. Um estudo realizado na
Universidade de Rosário (Santa Fé, Argentina) com ratas brancas, nas quais foram
administradas um extrato em doses equivalentes ao consumo diário de um adulto
humano durante 15,30 e 90 dias, demonstraram a ausência de mudanças significativas.
Cabe assinalar que alguns dos alcalóides derivados da beta-carbonila apresentam ação
alucinógena. A DL50 do alcalóide harmano administrados em ratos por via endovenosa,
foi calculada em 0,04 g/kg, observando-se nos animais tremores, convulsões e parada
respiratória. No entanto a DL50 por via oral se estimo em 0,15 g/kg.4
Por via intraperitonial se observa, em doses de 0,01 g/kg uma atividade
depressora do SNC e em doses de 0,05 g/kg, o aparecimento de paralisia e convulsões.
A DL50 do maltol foi calculada entre 0,4 a 0,8 g/kg. A toxicidade aguda do extrato
fluido em ratas por via intraperitonial é calculado em mais de 900 mg/kg. 4
Especialidades farmacêuticas:
Maracujá de extrato fluido: Maracujina composta
Maracujá de extrato seco: Maracujina drágeas
Maracujá tintura: Bemcalm
Passicalm
REFERÊNCIAS
1- TESKE, M.; TRENTINI, A.M. M. Herbarium – Compêndio de Fitoterapia. 3ª ed.
Curitiba: Ingra, 1997.
2- MING, L.C.; SCHEFFER, M.C.; BARROS, I.B.I.; et al. Plantas medicinais
aromáticas e condimentares – Avanços da pesquisa agronômica. Vol II. São Paulo:
Universidade Estadual Paulista, 1998.
3- LORENZI, H.; MATOS, F.I. Plantas medicinais no Brasil – nativas e exóticas.
São Paulo: Instituto Plantarum de estudos da flora LTDA, 2002.
4- ALONSO, J.R. Tratado de fitomedicina – Bases Clínicas y Farmacológicas.
Argentina: Indugraf, 1998.
Quebra- Pedra
Elis
Regina
Fernandes
Nome científico: Phyllanthus niruri L
Família botânica: Euphorbiaceae
Partes utilizadas: toda a planta
Histórico :
Planta herbácea, anual, erecta, de pequeno porte e de consistência mole. Nativa
da América,é uma planta daninha bastante comum em terrenos úmidos, sendo
particularmente freqüente na planície litorânea.Conhecida também como ervapombinha, arrebenta pedra, quebra-pedra- branca e saxifraga.1
Várias espécies do gênero Phyllantus são usadas na medicina popular, mas das
plantas conhecidas como quebra-pedra esta é mais ativa.1
Aspectos botânicos
Planta anual, herbácea, baixa (0,3-0,5m), esguia. Caule fino, frágil, torcido, ereto
ou largo recurvo, arroxeado, achatado, parecendo triangular e pouco ramoso.2
Folhas simples, pequenas, com pecíolos muito curtos, limbo obovado ou elíptico com
base simétrica atenuado ou grosso-atenuado, estípulas vermelhas, curtas e pontiagudas.
Nervuras peninérvias e salientes na página inferior.2
Flores de dois tipos: masculinas na parte superior do raminho, na junção da
folha, solitárias, com 5 tépalas de prefloração imbricada. Estames em número de 5,
livres, alternos com as tépalas. Flores femininas pedunculadas, abaixo dos galhos, de
forma pêndula, com 5 tépalas de prefloração valvar. Ovário provido de um disco basal
com os lóbulos biovulados. Pedúnculo com 6-7 mm. As flores apresentam-se solitárias
ou aos pares. Florescimento ao fim do verão.2
Frutos minúsculos, pedunculados, tipo cápsula tricoca, colocados linearmente ao
longo do ramo. Circulares, achatados com três linhas salientes e três linhas
intermediárias mal visíveis. Resquícios de estigma formando 3 pretuberâncias brancas.
Sementes minúsculas, ásperas e escuras, com 3 faces sendo uma curva (dorso) e duas
retas em cunha, em número de 6 por fruto provindas do fendilhamento dos cocos da
cápsula.2
Aspectos agronômicos:
Clima: Subtropicais, vegetando em locais sombreados sob viveiros e em pomares ou
sob arbustos altos e ralos. Não tolera o frio, morrendo com as primeiras noites frias.
Solos: Férteis, humosos e com boa umidade. Parece preferir os arenos ou arenoargilosos, mas vegeta, também, satisfatoriamente nos mais pesados.2
Propagação:Por sementes que frequentemente se separam em cocos individuais.a
germinação se dá melhor ao abrigo da luz em embalagens com terra de mato ou caixas
com areia. As sementes não devem ser cobertas, mas conservadas à meia-sombra e
irrigadas frequentemente.2
Plantio: é feito na primavera ou na entrada do verão. As mudas são plantadas com
cuidado, de preferência conservando o torrão, em vasos ou canteiros estreitos e longos
para permitir as limpezas sem danificar as plantas que são muito frágeis quando novas.
As linhas devem estar a 00,30 m entre si e as plantas a 0,20-0,25 m de distância na
linha.2
Pragas e doenças: é bastante perseguida pelas formigas cortadeiras que cortam muito
as plantas ainda novas. Lagartas pequenas e verdes "mede-palmos",por vezes atacam
estas plantas.2
Colheita: A colheita é feita "de vez", arrancando-se toda a planta ou cortando o talo pela
metade para um possível nova colheita antes do fim do verão. A colheita de talos e
folhas é baixa considerando o porte e o hábito esguio da planta e ao secar se reduz ainda
mais em peso.2
Composição química:1
Sementes: ácido linoléico, ácido linolênico, ácido ricinoléico
Folhas: compostos fenólicos (3,5%), vitamina C (0,4%),ligninas, triterpenóides
Parte aérea: flavonóides, quercetrina, rutina, astragalina, nirurina, fisetina-4-glicosídeo,
triacontanal, triacontanol e hipofilantina.
Raízes:
Derivados flavônicos, triterpenóides e esteróide estradiol.
Estudos etnofarmacológicos:
Seu uso em medicina popular é referido, de longa data, na literatura
etnofarmacológica unanimemente, como remédio para os rins, para eliminar pedra dos
rins e para urinar mais.4
Atividades farmacológicas:
Estudos de suas propriedades farmacológicas apresentam resultados que
justificam a crença popular e esclarecem que sua administração promove um
relaxamento dos ureteres que, aliado a uma ação analgésica, facilita a descida dos
cálculos, geralmente sem dor nem sangramento, aumenta a filtração glomerular e a
excreção de ácido úrico. Estes resultados justificam o uso da quebra pedra para
tratamento da pedra nos rins e, provavelmente, no reumatismo gotoso e outras afecções
caracterizadas por taxas elevadas de ácido úrico. É eficaz também no tratamento de
hepatite, icteríceas. É Antidiabética, aperiente,sodorípara, antigota, hidropsia Usada
também na prostatite e artrite.
Desenvolve atividade diurética pela elevação da
filtração glomerular e excreção urinária do ácido úrico.4
Estudos exeperimentais usando as folhas e as sementes também demonstraram
sua ação hipoglicemiante, antibacteriana e anticancerígena. Em ensaios especiais
mostro-se que é ativo contra o vírus da hepatite B ("in vivo" e "in vitro").4
Em estudos realizados em cultura de hepatócitos de ratos, algumas substâncias
como tricontanol e hipofilantina, flavonóides encontrados principalmente na parte aérea,
mostraram ação protetora contra substâncias citotóxicas.4
Toxicidade:
Por causa da potencial ação tóxica do alcalóide, não se deve ultrapassar as doses
recomendadas e, embora se tenha determinado nesta planta uma atividade protetora dos
hepatócitos, é conveniente interromper o uso do chá por uma semana após cada período
de três, nos tratamentos demorados.3
Especialidades farmacêuticas:
Quebra-pedra extrato: quebra-pedra composta
REFERÊNCIAS
1- TESKE, M.; TRENTINI, A.M. M. Herbarium – Compêndio de Fitoterapia. 3ª ed.
Curitiba: Ingra, 1997.
2- MING, L.C.; SCHEFFER, M.C.; BARROS, I.B.I.; et al. Plantas medicinais
aromáticas e condimentares – Avanços da pesquisa agronômica. Vol II. São Paulo:
Universidade Estadual Paulista, 1998.
3- LORENZI, H.; MATOS, F.I. Plantas medicinais no Brasil – nativas e exóticas.
São Paulo: Instituto Plantarum de estudos da flora LTDA, 2002.
4- ALONSO, J.R. Tratado de fitomedicina – Bases Clínicas y Farmacológicas.
Argentina: Indugraf, 1998.
Pata de vaca
Elis Regina Fernandes
Nome científico: Bauhinia forficata Link
Família botânica: Leguminosae
Partes utilizadas: Folhas, raízes, flores, cascas do caule
Histórico:
A pata-de-vaca ou unha-de-vaca é uma planta arbórea, de porte médio, originária
da Ásia e encontrada em regiões de clima temperado, especialmente em matas
secundárias e beiras de estrada. Em nosso país adaptou-se bem ao clima, sendo comum
no sul.Sua folhas apresentam um corte no centro em sentido vertical até o meio, o que
lhe dá o aspecto de uma pata de vaca.1
Aspectos botânicos:
Árvore espinhenta, semdecídua, de copa aberta, com tronco um pouco canelado
e de cor clara, de 5-9 m de altura. Folhas simples, coriáceas, divididas até acima do
meio com aspecto de uma pata de vaca, de 8-12 cm de comprimento. Flores brancas,
dispostas em racemos axilares. Os frutos são vagens achatadas e deiscentes.
Ocasionalmente é plantada na arborização urbana.2
Aspectos agronômicos:
Clima:Subtropicais e temperados brandos. Resiste ao frio e aos calores do verão.
Produz maior volume de folhas quando há maior distribuição de chuvas. É espécie
pioneira (heliófita), mas pode ser plantada à meia-sombra.2
Solos: prefere os solos férteis, levemente úmidos e com bom teor de matéria orgânica.
Pode ser plantada em várzea, encostas e locais pedregosos. Nos solos fracos seu
desenvolvimento é lento, o caule fino e ramos espinhentos em demasia.2
Propagação: por sementes que a planta produz em grande quantidade. As sementes
devem ser previamente tratadas com água quente e deixadas de molho por uma noite
para facilitar a germinação. O nascimento é demorado e irregular. As mudas devem
ficar no viveiro até que se tenham 0,20 a 0,40 m, mas não mais que isso devido à sua
raiz principal que é longa e pivotante.2
Plantio: É feito em linhas a 2,50 a 3,00 m, deixando as mudas a 2,0-2,5 m entre si, na
linha. O plantio deve ser feito no fim do verão, outono, ou início do inverno.2
Tratos culturais: roçagens para manter o mato baixo na cultura. Capinas em coroa ao
redor das mudas. Replantes, tutoramento e regas para manter um bom número de
plantas por hectare.2
Pragas e doenças: a praga mais preocupante é de gorgulhos, que atacam as sementes
ainda nas vagens inutilizando-as. Com isso, escasseia o número de sementes para o
plantio.2
Colheita: a colheita das folhas é feita no fim da primavera e início do verão, ou no
início do outono (antes da desfolha). No verão, as plantas estarão em flor, sendo,
portanto, desaconselhável cortar os ramos, e no outono não há folhas para serem
colhidas. As folhas devem ser colhidas livres de orvalho e levadas para a secagem o
mais rápido possível para não perderem a cor verde ou ficarem mofadas.2
Composição química:1
Contém glicosídeos, heterosídeos, cianogênicos, saponinas, goma, mucilagem,
taninos (flobatênicos e pirogálicos), ácidos orgânicos , sais minerais, flavonóides (rutina
e quercetina)
quercetina
Estudos etnofarmacológicos:
As folhas são empregadas nas práticas caseiras da medicina popular contra
cistites, parasitoses intestinais, elefantíase,como auxiliar no tratamento da diabetes,
diuréticos.4
Atividades farmacológicas:
Antidiabéticas, diuréticas, hipoglicemiantes, antidiarréica. Em um trabalho
realizado no Chile, demonstrou-se o efeito hipoglicemiante da pata-de-vaca em ratos
diabéticos. O efeito foi verificado em 3 horas após a administração. Não houve
diferença do efeito sendo por via oral (12 mg/kg ) ou intravenosa (5 mg/kg) o que
mostra a boa absorção do extrato.1
Usando ratos sadios, não observou-se queda da taxa de açúcar o que prova que
não possui efeito hipoglicemiante por si só.Os flavonóides identificados na pata-de-vaca
são responsáveis pela ação sobre a permeabilidade capilar.1
Experimentos e eficácia clínica:
Estudos farmacológicos feitos em animais de laboratório e clínicos feitos em
humanos para avaliação de sua atividade hipoglicemiante forneceram resultados
contraditórios, mas mesmo assim, é um das principais plantas antidiabéticas usadas pela
população brasileira. Os primeiros estudos que confirmaram esta atividade foram
refutados por um estudo mais recente publicado em 1990.3
Toxicidade:
Não se realizaram até agora estudos de toxicidade aguda ou crônica.4
REFERÊNCIAS
1- TESKE, M.; TRENTINI, A.M. M. Herbarium – Compêndio de Fitoterapia. 3ª ed.
Curitiba: Ingra, 1997.
2- MING, L.C.; SCHEFFER, M.C.; BARROS, I.B.I.; et al. Plantas medicinais
aromáticas e condimentares – Avanços da pesquisa agronômica. Vol II. São Paulo:
Universidade Estadual Paulista, 1998.
3- LORENZI, H.; MATOS, F.I. Plantas medicinais no Brasil – nativas e exóticas.
São Paulo: Instituto Plantarum de estudos da flora LTDA, 2002.
4- ALONSO, J.R. Tratado de fitomedicina – Bases Clínicas y Farmacológicas.
Argentina: Indugraf, 1998.