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6 sociedade 08 de Março de 2013 acusados da morte de MIDO MACIE Sociedade Audição de polícias sul-africanos marcada para hoje breves GOVERNO PODERÁ ENCAIXAR MILHARES DÓLARES COM A VENDA DE ACÇÕES NO ROVUMA A venda de 20 por cento das participações da companhia americana Anadarko e da indiana Videocon no seu projecto de prospecção e exploração de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, poderá render vários milhares de dólares ao governo. Esta Terça-feira, o presidente da Videocon, Venugopal Dhoot, anunciou o lançamento do leilão para a aquisição de 10 por cento das suas acções e outras 10 do seu parceiro Anadarko, num negócio que se espera gerar mais de 4,5 biliões de dólares americanos. A justiça da África do Sul adiou de quarta-feira para hoje a audição em tribunal dos oito polícias sul-africanos acusados da morte de um taxista moçambicano, para permitir a identificação dos suspeitos por testemunhas. A audição, para decidir se os arguidos poderiam ser libertados sob caução, estava prevista para a passada quarta-feira, mas o tribunal quer antes verificar se os oito polícias incriminados, actualmente em detenção, são de facto os autores do crime, através da identificação por testemunhas. “O caso fica adiado para 08 de Março para a audiência de libertação sob caução”, declarou o juiz Samuel Makamu. Em causa está a morte do moçambicano Mido Macie, de 27 anos, na esquadra da polícia de Daveyton, nos arredores de Joanesburgo, após ser filmado a ser amarrado à traseira de uma carrinha policial e arrastado por 400 metros, imagens que estão a chocar o país e o mundo. A autópsia revelou que o jovem taxista, residente na África do Sul desde os 10 anos de idade, morreu duas horas e meia após sofrer ferimentos na cabeça e uma hemorragia interna. Além de querer identificar os oito polícias, a justiça sul-africana quer também saber, segundo o canal informativo eNCA, se o homem foi agredido pelos agentes no interior da esquadra, o que os tornaria culpados de homicídio premeditado, punível com pena de prisão perpétua. As agressões, já condenadas pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e pela comissária nacional da polícia do país, Riah Phyiega, suscitaram a reprovação internacional, meses após a tragédia da mina de Marikana, palco do pior fuzilamento policial desde o apartheid e que resultou na morte de 34 mineiros. 7 sociedade 08 de Março de 2013 Município da Matola doa bens alimentares às vítimas das cheias Texto: Rafael Mandlate | Fotografia: Rogério Manhique O Conselho Municipal da Cidade da Matola doou, na passada sexta-feira, diversos bens às vítimas das cheias e enxurradas no país. Trata-se farinha de milho, açúcar, bolachas, óleo, sabão, sal, feijão, produtos de higiene pessoal, sumos, 117 unidades de fardos, entre outros. Arão Nhancale, presidente do Conselho Municipal da Cidade da Matola, disse na ocasião que “ criámos para o efeito um fundo de solidariedade, que se destina a apoiar cidadãos nacionais em casos de calamidades como esta. Trata-se de um fundo gerido conjuntamente com a sociedade civil de uma forma transparente, aberta e dirigido para os mais necessitados”, vincou. A edilidade deliberou, igualmente, numa das suas secções, transformar o valor destinado às festividades do 41ª aniversário em apoio às vítimas das cheias e enxurradas no país. Nhancale disse ainda que a sua Reassentadas duas mil pessoas afectadas pelas cheias edilidade irá entregar oportunamente cerca mil pães frescos ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), a serem proporcionados por uma das padarias da Matola. Num outro diapasão, o edil da Matola entregou um cheque de 100 mil meticais ao INGC. O Director-geral do INGC, João Ribeiro, mostrou-se satisfeito com o gesto da edilidade e disse que neste momento “estamos numa fase de assistência de humanitária, já não há necessidade de fazer resgates, buscas e salvamentos, porque as chuvas abrandaram, os rios estão a baixar. Agora a aposta é reassentar as famílias em zonas de risco. As famílias em causa necessitam de apoios para os próximos três a quatro meses”. João Ribeiro disse ainda que foram assistidas em todo o país cerca de 350 mil pessoas, com maior ênfase para a província de Gaza. Trabalhadores do FUNAE apoiam vítimas das cheias LDH acusa polícia sul-africana de “estrangeirismo” contra moçambicanos A Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique acusou a polícia sul-africana de “agir na base de estrangeirismo” após ver o “chocante assassinato brutal e violento” do taxista moçambicano amarrado na parte traseira de um carro da corporação. Em comunicado quarta-feira enviado à nossa redacção, a Liga diz que “o Governo sul-africano substituiu os polícias do ‘apartheid’ com estes que agem na base do estrangeirismo, em particular contra os moçambicanos, que naturalmente têm maior peso de presença naquele país vizinho”. Defende, por isso, celeridade na tomada de medidas, a nível diplomático, para acabar com estas “atro- cidades” e pede “uma reacção ao nível mais alto do Estado, expressando abertamente a sua indignação de forma pública”. “No entender da Liga, a reacção do Governo moçambicano, inicialmente feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, não basta. Deve, sim, haver uma reacção ao nível mais alto do Estado expressando abertamente a sua indignação de forma pública”. Aquela organização diz que com a reacção do Presidente moçambicano, Armando Guebuza, tornaria claro que “o Governo (de Moçambique) não está indiferente e ausente, para que o povo sinta que, de facto, tem protecção, tal como acontece com cidadãos de outros países em casos similares”. O taxista moçambicano morreu na quinta-feira após agentes da polícia sul-africana o terem amarrado na parte traseira de um carro da corporação e arrastado cerca de 400 metros numa estrada alcatroada. Imagens captadas por um vídeo amador e que estão a correr o mundo mostram Mido Macie, moçambicano de 27 anos, a ser detido por agentes sul-africanos, após uma discussão sobre estacionamento numa praça de táxis. A LDH diz que “esta actuação da polícia sul-africana fere com os princípios universais dos Direitos Humanos, os quais conferem o direito à vida a todo o cidadão” e recorda vários relatos da má actuação da polícia sul-africana contra cidadãos moçambicanos. Para a LDH, “o Governo deve apoiar a família do jovem (taxista) assassinado, para que esta seja ressarcida dos danos morais causados por este macabro assassinato, uma vez que ele dá direito a uma pesada indemnização”. “É momento de pôr termo a esta brutalidade chocante e absolutamente inaceitável da polícia sul-africana que até agride moçambicanas que vendem verduras naquele país, ameaça prender automobilistas por simples falta de triângulo” (nos automóveis). “É necessário, sim, accionar todos os mecanismos diplomáticos de que Moçambique dispõe”, acrescenta. Cerca de duas mil pessoas que se refugiaram na estufa de uma antiga indústria de copra, depois de desalojadas pelas enxurradas em Mecuse, distrito de Namacura, centro de Moçambique, já foram reassentadas, disse ontem à Lusa fonte oficial. Maria Luciano, delegada interina do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) na Zambézia, disse que, numa primeira acção, o Governo disponibilizou sete toneladas de alimentos e 260 tendas para “socorrer” as pessoas que estavam “alojadas em situação deplorável”. “Podemos assegurar que todos, nos centros de acomodação, têm assistência. Atendendo que o número não é pouco, há vários desafios. Há sempre reclamação, mas o nosso esforço neste momento é atender a todos os necessitados. Onde não estamos, estão os nossos parceiros”, disse à Lusa. As duas mil pessoas, dos povoados de Brigodo, Majai, Cuculucu, Cabuir e Mutapa, em Mecuse, ficaram sitiadas depois de intensas chuvas que inundaram a região, o que não permitiu um rápido resgate devido a dificuldades de transitabilidade das vias de acesso na zona. Entretanto, outras 630 pessoas no distrito de Morrumbala (Zambézia) refugiaram-se no Malawi, país vizinho de Moçambique, na sequência das cheias e inundações devido ao transbordo do caudal do rio Chire. “Recentemente, recebemos a informação de que, em duas zonas do distrito de Mopeia, a população precisa de uma assistência alimentar, em número que ainda não sabemos. Estamos a trabalhar com as autoridades locais e a qualquer altura poderá sair um carregamento para atender a região”, precisou Maria Luciano. Os trabalhadores do Fundo de Energia, FUNAE, sensibilizados com as consequências trazidas pelos desastres naturais, promoveram uma campanha interna em apoio às vítimas das cheias que assolaram o País. Os bens doados foram canalizados ao Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC), sendo produtos de primeira necessidade, a destacar vestuário diverso, arroz, açúcar, sabão, óleo alimentar e são resultado duma campanha interna da iniciativa dos trabalhadores do FUNAE. De acordo com os coordenadores do INGC, que receberam a comitiva de técnicos do FUNAE, nomeadamente, Marta Manjate e Abdul Jaime, a ajuda será encaminhada aos centros localizados nas Províncias de Cabo Delgado, Gaza, Nampula e Zambézia.