LIVRO DO PROFESSOR
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LIVRO DO PROFESSOR
9 História interativa _ 8 - 9_Professor História Prestes e Xavier 17647 H á pessoas que pensam que a História é uma ciência ligada a coisas antigas, sem nenhum sentido para nossos dias. Porém, por mais que alguns tentem negar, a História faz parte da vida de qualquer ser humano. Na verdade, não podemos ficar indiferentes a ela. Constantemente, somos levados a buscar interpretações sobre o passado, com o objetivo de entender nossa sociedade e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da História, e dela fazemos parte. Nesta coleção, você terá a oportunidade de discutir importantes temas da História, desde as origens do ser humano até a formação de seu próprio país. Você perceberá como o passado, mesmo quando se trata de tempos bem antigos, está ligado ao seu cotidiano e às formas como você entende o mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao discuti-lo, você estará mais preparado para fazer sua parte na sociedade, como um cidadão responsável e consciente. Fernando Designer Editor (a) C.Qualidade CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Depto. Arte LIVRO DO PROFESSOR Coord. pedagógica 9 Ubirajara F. Prestes Filho Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP) Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) Edson Xavier 17646 Ð Hist—ria Interativa 9 o ano Prog. Visual Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP) Redator Cliente Casa Publicadora Brasileira Tatuí, SP C. Qualidade Dep. Arte Fundação Wikimédia APRESENTAÇÃO História Interativa Vivemos em um mundo bastante agitado, onde mudanças ocorrem o tempo todo. Nos noticiários, podemos acompanhar informações sobre a política, esportes, arte, tecnologia, enfim, sobre várias atividades humanas. Encontramos informações que nos agradam, mas também ouvimos sobre tragédias, violência, fome, entre outros problemas. As notícias tratam de problemas de nossa cidade, do estado e do país, mas também nos dizem muito sobre outros povos ao redor do planeta. Nem tudo conseguimos entender, pois o volume de informações é muito grande. No ensino fundamental, uma das matérias escolares é História. Embora muitos tenham dúvidas sobre sua importância, trata-se de uma área fundamental para conhecer o mundo que nos cerca. Em várias universidades do Brasil e do mundo, existem historiadores realizando pesquisas e discutindo as ações humanas ao longo do tempo, desde épocas mais antigas até o presente. Constantemente somos levados a buscar interpretações sobre o passado, com o objetivo de entender nossa sociedade e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da História, e dela fazemos parte. Neste ano, você terá a oportunidade de continuar discutindo importantes temas da História, que tratam de várias culturas e países, com destaque para o Brasil. Você perceberá como o passado está ligado ao seu cotidiano e às formas como as pessoas entendem o mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao discuti-lo, você estará preparado para fazer sua parte na sociedade, como um cidadão responsável e consciente. 17645 Ð Hist—ria Interativa 8 O interesse pelo passado faz parte de toda sociedade, e os seus usos são diversos. Por isso as pesquisas produzidas nas universidades apontam para várias interpretações e releituras do passado. Entretanto, não podemos imaginar que o estudo da História é privilégio apenas dos acadêmicos, pois qualquer ser humano tem direito de buscar entender o passado, e suas relações com a vida atual. Ao estudar este livro, leve em conta que ele não possui todas as versões e fatos sobre o passado. Qualquer material de História é feito a partir de escolhas, de temas e periodizações, que acabam por excluir outras possibilidades. Por isso, achamos que é nossa responsabilidade avisá-lo que a História é muito mais do que está escrito nestas páginas. Dessa forma, queremos incentivá-lo a buscar novas fontes de pesquisa, discutindo a seleção que fizemos. Nosso objetivo é levá-lo a aprofundar seus estudos. Prog. Visual Nosso desejo é que todos os debates e ideias apresentados aqui colaborem para que o passado humano, e suas relações com o presente, façam mais sentido em sua vida. Cliente Tenha um excelente ano letivo. Os autores Redator C. Qualidade Dep. Arte 4ª PROVA SUMÁRIO 1 COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO . . . . .6 1. 2. 3. 4. 5. 5 Mudanças, revoluções e intervenções . . . . . . . . . . . . . 6 Características gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Imperialismo dos EUA sobre a América Latina . . . . . 9 A Revolução Mexicana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Outros movimentos de destaque. . . . . . . . . . . . . . . . .15 Modernidade e exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Guerra de Canudos (1813 a 1897) . . . . . . . . . . . . . . . .71 Revolta da Vacina (1904). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73 Revolta da Chibata (1910) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75 Guerra do Contestado (1912 a 1916) . . . . . . . . . . . . .76 Revolta do Juazeiro (1914). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78 Mudanças culturais promovidas pela semana de Arte Moderna (1922) . . . . . . . . . . . . . . . . .78 8 O movimento Tenentista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79 9. Crise da República Velha e a Revolução de 1930 . . . .81 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 2 O MUNDO EM GUERRA PELA PRIMEIRA VEZ . . . . . . . . . . . 24 SUMÁRIO 1. 2. 3. 4. 5. 6. O fim da “Era dos Impérios”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 A caminho do confronto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Uma corrida por armas e alianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 O primeiro conflito mundial (1914 a 1918). . . . . . . . . . . 28 Uma paz com vencedores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Personalidades ainda desconhecidas . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88 6 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 O que você vê. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 3 REVOLTAS E TRANSFORMAÇÃO POLÍTICA NA PRIMEIRA REPÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . .70 CRISE E TOTALITARISMO NOS ANOS 1920 E 1930 . . . . . .90 1. 2. 3. 4. 5. 6. DO CZARISMO AO BOLCHEVISMO . . . . . . . . . . . . . .38 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 Textos complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106 1. A maior experiência socialista HISTóRIA – INTERATIVA 17645 Ð Hist—ria Interativa 8 de todos os tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 2. Dinastia Romanov: último bastião absolutista . . . .39 3. Mencheviques no poder (de fevereiro a outubro de 1917) . . . . . . . . . . . . . . . . .41 7 4. Da chegada dos bolcheviques ao poder à formação da URSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43 os dilemas sociais e políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 2. Uma revolução em São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 3. A constituição de 1934 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 4. O governo constitucional de Vargas (1934 a1937) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 5. A constituição de 1937 e a derrocada dos integralistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 A REPÚBLICA A FAVOR DOS CORONÉIS . . . . . . . . . . . . .52 6. A organização do Estado Novo . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 7. Economia e política externa no Estado Novo . . . 118 8. A redemocratização do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125 1. As oligarquias no poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 2. Aspectos gerais da politica na Primeira República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 3. A política do café com leite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 4. As fábricas, as cidades e as transformações tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . .55 Prog. Visual 5. A imigração continua na República. . . . . . . . . . . . . . .58 6. O movimento operário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60 7. Economia e sociedade na expansão da borracha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61 8. Redator Cliente C. Qualidade Dep. Arte A política indigenista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68 O BRASIL NOS ANOS 1930 E 1940 . . . . . . . . . . . . . . .108 1. O começo dos anos 30 e 5. Três décadas de Stálin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 4 Um mundo em crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90 A crise do capitalismo em 1929 . . . . . . . . . . . . . . . . . .91 O facismo italiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94 O nazismo alemão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97 Política e sociedade nazista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 A Guerra Civil Espanhola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 8 O MUNDO EM GUERRA PELA SEGUNDA VEZ . . . . . . . . . . . . .126 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. O conflito mais devastador de todos os tempos Entre as duas grandes guerras . . . . . . . . . . . . . . . . . . A primeira fase da guerra (1939 a 1941) . . . . . . . . A segunda fase da guerra (1942 a 1945) . . . . . . . . O poder do átomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As conferências de paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Holocausto nazista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 128 130 133 136 137 138 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145 OS TEMPOS DA GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .146 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7 Um mundo dividido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A tentativa de garantir a paz mundial. . . . . . . . . . . A Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guerra Fria: corrida armamentista e espacial . . . . Conflitos durante a Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . O poder das imagens na Guerra Fria. . . . . . . . . . . . Movimentos de contestação nos anos 1960 . . . . 13 OS MILITARES NO PODER . . .220 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 146 147 148 150 153 156 158 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .160 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163 O BRASIL NO CONTEXTO DA GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .166 14 Mikhail Gorbatchev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 3. O fim da União Soviética e a formação da CEI. . . . . 243 4. Transformações no Leste Europeu . . . . . . . . . . . . . . 245 5. A União Europeia: aspectos gerais do cenário contemporâneo no continente. . . . . . . . . . . . . . . . . 248 6. Aspectos da ordem mundial após a Guerra Fria. . . 250 7. O socialismo na China e o cenário recente . . . . . 251 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .180 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .182 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184 RUMOS DA AMÉRICA LATINA PELO SÉCULO XX. . . . . . . . . . . . . . . .186 1. Características comuns da história Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Um mundo muito complexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Por que enfraqueceu o domínio europeu . . . . . . Termina o controle europeu na África . . . . . . . . . . Termina o controle europeu na Ásia . . . . . . . . . . . . Depois da descolonização afro-asiática . . . . . . . . . Conflitos no Oriente Médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CONTRADIÇÕES DO MUNDO GLOBALIZADO . . . . . . . . . . . . .260 Desafios do mundo contemporâneo . . . . . . . . . . . A economia globalizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os efeitos da globalização da economia . . . . . . . . Sociedades de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Terrorismo e violência global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A doutrina Bush e as invasões do Afeganistão e do Iraque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7. Discussões e ações em escala global . . . . . . . . . . . 1. 2. 3. 4. 5. 6. 186 187 188 190 190 192 193 194 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 198 199 199 200 200 ÁFRICA, ÁSIA E ORIENTE MÉDIO NO SÉCULO XX . . . . . .202 1. 2. 3. 4. 5. 6. 15 202 203 204 207 209 211 215 217 217 218 218 16 260 261 264 265 267 269 271 273 275 276 276 276 O BRASIL APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO . . . . . . .278 1. 2. 3. 4. 5. 6. Um período repleto de mudanças. . . . . . . . . . . . . . Sarney no lugar de Tancredo (1985–1990) . . . . . . O governo do “caçador de marajás”. . . . . . . . . . . . . O “monstro da inflação” é gravemente ferido. . . . FHC duas vezes seguidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Considerações a respeito do “Lula lá”. . . . . . . . . . . . 278 279 282 283 284 287 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .289 Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .290 O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .291 Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .293 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .294 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . 296 SUMÁRIO 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. latino-americana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Saem os oligarcas, entram os populistas . . . . . . . . Populismo: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . . . Saem os populistas, entram os militares . . . . . . . . Militarismos: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . . Revoluções e guerrilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guerrilhas: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . . . . Revoluções: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . . Redemocratização (neoliberalismo, neopopulismo e "neoesquerdismo"). . . . . . . . . . . . OS ANOS FINAIS DA GUERRA FRIA E SEUS DESDOBRAMENTOS . .240 1. Mudanças no cenário mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 2. A União Soviética e a ascensão de Situações internas e externas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 A constituição de 1946 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1951) . . . . 168 Último governo de Vargas (1951 a 1954). . . . . . . . 168 O governo Juscelino Kubitschek (1956 a 1960). . . .170 A produção cultural brasileira e a sociedade entre 1945 e 1964 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 7. O governo Jânio Quadros (31/1 a 25/8/1961) . . . . .175 8. O governo João Goulart (1961 a 1964). . . . . . . . . . . .177 1. 2. 3. 4. 5. 6. 11 232 234 235 236 238 HISTÓRIA – INTERATIVA 10 Alguns conceitos importantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 O governo do primeiro marechal (1964–1967) . . . . 222 O governo do segundo marechal (1967–1969) . . . 223 O governo do primeiro general (1969–1974) . . . . . 225 O governo do segundo general (1974–1979) . . . . . 226 O governo do terceiro general (1979–1985) . . . . . . 228 Alguns aspectos culturais durante o regime militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 17645 Ð Hist—ria Interativa 8 9 Prog. Visual Redator Cliente C. Qualidade Dep. Arte Ablestock/Conexão Editorial 1. MUDANÇAS, REVOLUÇÕES E INTERVENÇÕES HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte 1 COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO 6 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO Uma importante característica que marcou a história do continente americano nas primeiras décadas do século XX foi o aumento da influência dos Estados Unidos. Depois do intenso século XIX – quando as colônias ibéricas alcançaram sua independência e os Estados nacionais latino-americanos se organizaram – os Estados Unidos promoveram sua grande expansão territorial, e a Guerra de Secessão quase dividiu o país. Era de se esperar que o início do próximo século fosse diferente. No entanto, como veremos, a primeira metade do século XX também ficou marcada por tensões que, a despeito de suas peculiaridades, ajudaram a formar a América atual. que se sentiam explorados e excluídos. Em meio a esse contexto, os Estados Unidos procuraram fortalecer sua influência e promover o estabelecimento de seus interesses sobre a América Latina. O caminho para tornar prático esse objetivo muitas vezes se deu através de intervenções diretas e indiretas sobre a região. Enquanto todo esse quadro se desenrolava no continente americano, o mundo, de maneira geral, assistia e/ou participava dos dois maiores conflitos bélicos da História da humanidade. Os reflexos dessas duas guerras também abalaram profundamente a América. Várias mudanças ocorridas nas Ámericas podem ser abordadas como reflexo direto desses acontecimentos. Neste capítulo estudaremos sobre o modo como tudo isso se deu e de que maneira os habitantes do continente americano formaram a América do modo como a conhecemos hoje. 7 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS americanos, nascidos a partir dos processos de independência ocorridos no início do século XIX, mantiveram a sua vocação agroexportadora. A classe social que conduziu os processos de emancipação era ligada majoritariamente ao setor agrícola e, ao chegar ao poder político, não encontrou razão para mudar a orientação econômica. Deste modo, em grande parte, até a segunda década do século XX, a economia dessa parte do continente se manteve essencialmente consumidora de produtos industrializados – vindos quase sempre da Europa – e exportadora de produtos agrícolas. A Primeira Guerra Mundial provocou mudanças significativas nessas condições. Voltada para os esforços de guerra, a indústria europeia não mais conseguia satisfazer a demanda do continente americano. Os Estados Unidos, aproveitando-se COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO No início do século XX a América Latina ainda mantinha várias das características que definiram suas condições políticas, econômicas e sociais durante a segunda metade do século XIX. Socialmente, os grandes proprietários de terra ainda predominavam em quase todas as regiões, permanecendo assim, de modo geral, até a década de 1930. Herdeiros do caudilhismo na América hispânica e representantes do coronelismo no Brasil ainda predominavam sobre os outros agentes sociais. A partir das primeiras décadas do século XX, gradativamente passaram a ceder espaço para os novos contornos políticos e sociais que se formavam a partir das comunidades urbanas que cresciam aceleradamente. Economicamente, as semelhanças também foram marcantes. Os países latino- OP 17646 / História Interativa 9 A importância da Europa para a História da América diminuiu de forma significativa na passagem do século XIX para o XX. O longo exercício da hegemonia britânica sobre o continente, especialmente sobre a América Latina, cedeu lugar à influência estadunidense. As estruturas econômicas tradicionais, essencialmente ligadas ao setor agrário exportador, abriram espaço para o estabelecimento das primeiras indústrias latino-americanas. No contexto da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos – a nação mais industrializada da América – passam de devedores a credores com relação à Europa. O longo predomínio de grupos oligárquicos vindos das antigas estruturas sociais latino-americanas passa a ser muito questionado. Revoluções de caráter político-social procuraram resolver as disparidades entre os interesses das forças políticas tradicionais e as necessidades daqueles Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte 8 HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 das estruturas produtivas desenvolvidas durante a Segunda Revolução Industrial, tornaram-se um dos maiores exportadores do mundo. No entanto, os estadunidenses se concentraram no mercado europeu, o que manteve a demanda latino-americana em aberto. Assim, a solução encontrada foi promover aquilo que veio a ser conhecido como substituição das importações, ou seja, na medida do possível, as nações da América Latina procuraram desenvolver uma base industrial interna que pudesse abastecer em condições mínimas sua própria demanda. O resultado desse momento histórico foi uma onda de desenvolvimento industrial que afetou em graus bem diversos a economia latino-americana, quebrando a relativa homogeneidade característica do predomínio agrícola. Essas mudanças não afetaram somente a economia. A ocorrência desse surto industrial trouxe o crescimento urbano e a formação de novos grupos sociais que, com necessidades bem diversas daqueles que viviam no campo, passaram a exigir uma adequação política às novas condições econômicas e sociais que se apresentavam. Dentre os grupos sociais que mais afetaram as estruturas políticas durante a primeira metade do século XX, encontramos as classes médias urbanas. De maneira geral, mais conscientes das mudanças que ocorriam, passaram a defender uma política voltada também para as necessidades dessa nova sociedade urbanizada. Desse modo, o predomínio das grandes oligarquias ligadas ao setor agrícola gradativamente foi sendo questionado e, lentamente, cedeu espaço aos interesses urbanos. Não foi somente no Brasil, com a Revolução de 1930 (que será estudada no capítulo 5), que o predomínio da aristocracia rural chegou ao fim: em várias outras nações latino-americanas, a força política dos grandes proprietários de terra teve de ceder espaço à nascente burguesia industrial. Outra importante característica que marcou a história do continente americano nas primeiras décadas do século XX foi o significativo aumento da influência dos Estados Unidos. A hegemonia europeia sobre a América sofreu seu primeiro golpe com a independência das Treze Colônias Inglesas na América, ainda na segunda metade do século XVIII. No início do século XIX as independências das colônias latino-americanas marcaram o segundo grande golpe. Na segunda metade do século XIX essa hegemonia foi diminuindo gradativamente até que, nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos assumiram esse exercício hegemônico. Library of Congress Fundação Wikimédia Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte Plantação de café em São Paulo, na década de 1910. Vista do Vale do Anhangabaú, São Paulo, na década de 1920. 3. IMPERIALISMO DOS EUA SOBRE A AMÉRICA LATINA 189 8 1895 9 COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO OP 17646 / História Interativa 9 3 190 3 190 The Times Atlas of World History, 3. ed. p. 243. 05 5 19 1 19 7-22 191 06 19 3 90 -1 6-34 0 906 1 A história do estaIntervenções estadunidenses na belecimento do impeAmérica Latina rialismo estadunidense sobre a América Latina Influência ESTADOS pode ser reconstruída estadunidense UNIDOS Possesão a partir da Doutrina estadunidense Monroe, quando o preProtetorado estadunidense sidente James Monroe 19 18 Intervenção militar 1 9 7 8 se opôs à interferência estadunidense 189 19 8dos europeus sobre as Bases navais 1916 questões do continente. BAHAMAS Essa posição foi interGolfo MÉXICO REP. do 1914 México pretada pela maioria dos DOMINICANA PORTO CUBA RICO historiadores como o JAMAICA início declarado das preBELIZE HAITI HONDURAS tensões estadunidenses GUATEMALA Oceano Pacífico Mar do Caribe sobre as Américas. PosEL SALVADOR NICARÁGUA teriormente, a doutrina PANAMÁ COSTA do Destino Manifesto, RICA VENEZUELA Canal do ainda que mais restrita GUIANA Panamá à América do Norte, tamCristobal COLÔMBIA bém representou uma forma de justificar ideoEQUADOR Panamá logicamente um processo 260 0 520 km de dominação. No início do século XX, o presidente Theodore Roosevelt, mais evidente, pois, em decorrência desque governou os Estados Unidos de 1901 sa doutrina, ocorreram várias intervena 1909, adotou uma política em relação à ções militares e políticas na América América Latina que se tornou o símbolo do Latina. Os europeus não deveriam interimperialismo dos Estados Unidos sobre a re- vir, porém, os estadunidenses sim. Nesse gião. Conhecida como a Política do Grande contexto ocorreu o processo que levou Porrete (Big Stick Policy), ela defendia um à independência do Panamá em relação à princípio aparentemente simples, segundo Colômbia, em 1903, às intervenções milio qual a influência estadunidense deveria se tares na República Dominicana (1905) e estabelecer, primeiramente, de maneira pa- em Cuba (1906), às interferências diplocífica. Porém, se houvesse resistência, uma máticas e ao financiamento de empresas intervenção armada logo teria lugar. exploradoras de recursos naturais sobre as Um dos desdobramentos dessa pro- mais distantes regiões da América Latina. posta foi a diminuição da influência euAté mesmo o Brasil recebeu a visita do ropeia em solo americano, ou seja, uma presidente Theodore Roosevelt que, a convite espécie de reedição da Doutrina Mon- do Marechal Cândido Rondon, conheceu a roe, adaptada à nova realidade histórica. região amazônica e sua imensa quantidade de O viés imperialista, porém, ficou muito recursos naturais. Há quem diga do interesse Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte Library of Congress 10 Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 Proj. Gráf. juvenil do presidente Roosevelt sobre a região, fator que o teria trazido ao Brasil. Porém, sob o contexto de uma política agressiva de desenvolvimento da indústria estadunidense, questionam-se Theodore Roosevelt. as verdadeiras razões de sua visita. Outras nações do cone sul-americano, além do Brasil, receberam a instalação de indústrias estadunidenses, que aqui se estabeleceram com o claro intuito de explorar os recursos locais. Mesmo após a presidência de Roosevelt as ações intervencionistas dos Estados Unidos não diminuíram. Na realidade, é possível rastrear a presença direta ou indireta dos Estados Unidos tentando estabelecer, manter e aumentar sua hegemonia sobre o continente americano por quase todo o século XX. No entanto, como estamos focando nas primeiras décadas desse século, tomaremos apenas alguns exemplos. Dentre estes, os processos de independência cubana e panamenha exemplificam de forma muito clara a ação imperialista estadunidense e, por esta razão, serão estudados mais atentamente. › Cuba A primeira tentativa de independência cubana ocorreu entre os anos de 1868 e 1878, porém, o temor de uma radicalização do movimento, direcionado aos interesses populares e não ao dos grandes proprietários ou dos EUA, fez com que essa tentativa fracassasse. Em 1895, uma segunda tentativa também não atinge o objetivo, basicamente pelos mesmos motivos que levaram à derrota do primeiro movimento. Finalmente, no mesmo ano em que fracassava a segunda tentativa interna de emancipação, um movimento de caráter elitista, conduzido pelos Estados Unidos, promove a independência de Cuba em relação à Espanha. Era o ano de 1898, quando um navio de guerra da marinha dos Estados Unidos, ancorado no porto de Havana, afundou em resultado de uma explosão. Mais de duas centenas de marinheiros morreram nesse episódio e o governo dos Estados Unidos culpou a Espanha pelo acontecimento. Isso justificou a famosa Guerra Hispano-Americana, que resultou em uma rápida vitória dos Estados Unidos e na independência de Cuba. Livres dos espanhóis, os cubanos passaram ao controle direto das forças militares estadunidenses, e assim permaneceram até 1902. A partir de então, uma emenda constitucional elaborada pelo congresso dos Estados Unidos foi incorporada à constituição cubana: era a Emenda Platt. Na ilha de Cuba, ainda no século XVI, os espanhóis estabeleceram um dos principais portos de entrada para sua dominação do Novo Mundo. Transformada em Capitania Geral, essa ilha se manteve sob o domínio espanhol por quase quatrocentos anos. No início do século XIX a rigidez do pacto colonial deixou de existir. A Espanha permitiu que Cuba negociasse seu açúcar diretamente com os Estados Unidos, que passaram a exercer uma influência crescente sobre a ilha. Pouco a pouco, essa “parceria” econômica tornou a ilha dependente economicamente dos Estados Unidos. © Lucian Coman/Dreamstime.com Vista aérea de Havana, Cuba. Na prática, ainda que a presença militar estadunidense não fosse mais ostensiva, a Emenda Platt permitia a intervenção dos Estados Unidos a qualquer momento que estes julgassem necessário. O objetivo dessa emenda era manter Cuba afastada da influência de outras nações, permitindo que os interesses estadunidenses fossem prioritários sobre a ilha. A seguir, destacamos dois trechos da emenda: “O governo de Cuba nunca deverá ingressar em qualquer tratado ou outro pacto estabelecido com qualquer potência estrangeira...”; “O governo de Cuba permitirá que os Estados Unidos exerçam o direito de intervir com o objetivo de preservar a independência cubana...”. esteve ligado diretamente ao processo de independência do Panamá que, por sua vez, estava inserido na política imperialista estadunidense para o período, o Big Stick. Porém, no intuito de aprimorar o entendimento dessa questão, voltemos um pouco no tempo e vejamos alguns fatos que marcaram a história da região e colaboraram para a construção desse canal interoceânico. A ideia de promover a ligação entre os oceanos já havia sido discutida primeiramente pelo rei da Espanha, ainda no século XVI. No início do século XIX, a questão voltou a ser discutida. Em 1826, num congresso ocorrido no Panamá, e em 1835, em outra reunião ocorrida na Colômbia, algumas decisões foram tomadas, porém nada chegou à prática. Ainda na › Panamá Canal do Panamá Viej o 11 Baía do Limón Colón Cristóbal Es ro via Pa d-Roos eve lt res ag Ch Lago Madden na PANAMÁ Indio má Área de Operação do Canal Gamboa n atú rd Pa ja llia Ga Lagarterita Fa lh ad eG Eclusa de Pedro Miguel Eclusa de Miraflores all a rad br a) Est iar d( Cu le Cidade do Panamá Balboa Mar do Caribe Baía do Panamá Canal do Panamá Taboga Elevação (metros) Oceano Pacífico 250 0 500 km 200 100 Oceano Pacífico 6 0 12 km Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 39. (Adaptado segundo dados do autor.) oG Lag s le Frijo COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO Represa Gatún a Boy OP 17646 / História Interativa 9 tr ad Eclusa de Gatún Fe r Desde a chegada dos europeus à América, a região do Panamá destacou-se em importância. Devido a sua posição geográfica privilegiada, marcada por conter a área territorial de menor distância entre os oceanos Pacífico e Atlântico, a região sempre foi alvo de grande interesse. Ao longo do tempo, não somente os espanhóis, mas também outras potências atentaram para esse istmo. Destacaramse entre elas a França, a Inglaterra e, finalmente, os Estados Unidos. Cada uma delas, em algum momento, projetou construir o famoso Canal do Panamá. Porém, coube aos Estados Unidos a sua realização final. O contexto em que se deu a construção do canal Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 12 Fundação Wikimédia Eclusa no Canal do Panamá. metade do século XIX, ingleses e estadunidenses disputaram a construção do canal, mas decidiram abandonar a disputa e se afastar momentaneamente do projeto. No final da década de 1870, os franceses negociaram o direito de sua construção, mas aproximadamente dez anos depois e após muito dinheiro gasto, o projeto foi abandonado. No final do século XIX, o crescimento da indústria mundial e, consequentemente, do comércio marítimo internacional, fez com que o interesse pela construção do canal se renovasse. Nessa época, a região do Panamá fazia parte do território colombiano e foi nesse contexto que os Estados Unidos propuseram sua independência. Apoiando de forma clara e decisiva o processo de emancipação e impedindo a reação colombiana, os estadunidenses “promoveram” a independência do Panamá (1903). Um tratado previamente elaborado foi imposto aos panamenhos e, por meio dele, o projeto de construção do canal foi reiniciado no ano seguinte à emancipação. O tratado previa também a concessão perpétua de direitos sobre o canal aos Estados Unidos e o controle de uma faixa de terra de dezesseis quilômetros de largura acompanhando o canal. Dessa forma a nação panamenha permaneceria dividida por uma extensa faixa de terra controlada pelos Estados Unidos. Leis que permitiam intervenções estadunidenses sobre o Panamá também foram impostas e, da mesma forma ocorrida em Cuba. Desta forma, os Estados Unidos manipularam a política panamenha pelas décadas seguintes. Recentemente, em 1999, depois de décadas de negociações, o canal finalmente passou às mãos panamenhas. 4. A REVOLUÇÃO MEXICANA Ocorrida no início da segunda década do século XX, a Revolução Mexicana se tornou um dos mais importantes movimentos latino-americanos do período. Esse processo revolucionário representou um momento crítico de reação popular a um longo período de exploração econômica, centralização política e interferência estrangeira sobre a nação mexicana. Para a compreensão dessa fase conturbada da história do México, é necessário retomarmos as circunstâncias que deram forma à revolução. A independência do México ocorreu na esteira dos processos de emancipação que marcaram a história da América Latina no início do século XIX. Sem que se passassem dois anos completos, a forma de governo nascida da emancipação foi substituída. Augustín Iturbide, que havia assumido o poder como imperador do México, foi obrigado a abdicar em 1823 (posteriormente foi fuzilado) e a monarquia, substituída pela república. As décadas seguintes foram marcadas pela alternância entre liberais, influenciados pelas ideias de esquerda, e conservadores, defensores dos interesses da direita mexicana. De modo geral os conservadores estiveram alinhados aos interesses internacionais, na maioria das vezes, os estadunidenses. Fundação Wik Fundação Wikimédia Em oposição a essa postura, os liberais rejeitavam a influência estrangeira, defendiam um nacionalismo independente e visavam aos interesses populares. Entre o processo de independência e a fase revolucionária, aproximadamente noventa anos se passaram. Durante esse período, longos governos conservadores, por vezes ditatoriais, foram intercalados por curtos períodos em que os liberais estiveram no poder. Vejamos os principais exemplos. imédia O general Antonio López de Sant’Anna foi o primeiro conservador que se destacou. Esteve à frente do governo seguidas vezes entre 1833 e 1855. Sua administração caracterizou-se pelo extremo centralismo. Apoiado pela Igreja, pelo exército e pelos grandes proprietários de terra, várias vezes voltou ao poder por meio de golpes. No período em que exerceu sua hegemonia sobre a política mexicana, praticamente metade do território do México foi perdida para os Estados Unidos. Essas circunstâncias, entre outras, permitiram a ascensão da oposição liberal. Fundação Wikimédia Aurelio Escobar Castellanos Archive/Creative Commons COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO Retrato a óleo de Agustín Iturbide, imperador do México. OP 17646 / História Interativa 9 13 Benito Juárez, reH IS _ IN T 9 _ C A P 1 presentante dos libeF007 - INSERIR IM _ AGEM rais, assumiu o poder e passou a implementar mudanças profundas. Tomou medidas que desagradaram os conservadores e suas bases de apoio. Retirou a administração Antonio López de da justiça das mãos do Sant’ Anna. exército, acabou com a oficialidade do catolicismo e suspendeu o pagamento da dívida externa. A reação conservadora logo se fez sentir: apoiados pelos franceses, credores dos mexicanos, interessados em voltar a receber os juros dos empréstimos feitos ao México, promoveram a derrubada de Juárez. Após um curto governo de um duque austríaco, representante da França, Juárez retorna ao poder e governa até ser derrubado por um golpe. Benito Juárez esteve no poder cinco vezes entre 1858 e 1871. Entre 1876 e 1911 Porfirio Díaz, um dos mais conhecidos personagens da história mexicana, exerceu a presidência da república várias vezes. Seu governo ficou caracterizado pela excessiva centralização, sendo considerado por muitos estudiosos como o maior ditador mexicano. Na tentativa anunciada de promover o desenvolvimento tecnológico e científico da nação, abriu o México aos investimentos estrangeiros. Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Benito Juárez. Porfirio Díaz. Dep. Arte 14 HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 Na prática, entregou o país ao capital externo, o que redundou em imensas dificuldades para a população. Exigiu títulos de posse de terra da população (majoritariamente de origem indígena), o que fez com que várias comunidades indígenas simplesmente desaparecessem. Sem a posse de suas terras, que foram entregues ao capital estrangeiro, muitos índios foram colocados à margem da sociedade. Esse modelo de desenvolvimento trouxe um profundo questionamento por parte dos representantes das mais diversas classes mexicanas. A burguesia reclamava da concorrência estrangeira, os proprietários questionavam sobre as terras entregues aos interesses internacionais, a população indígena reagia contra o fim do ejido (comunidade indígena). Enfim, o descontentamento era generalizado. Na primeira década do século XX, até mesmo as relações internacionais ficaram abaladas. A procura de novas alianças provocara a indisposição dos tradicionais aliados internacionais. O medo de que a administração de Porfirio pudesse provocar uma revolta popular mais radical, entre outros fatores, fez com que alguns países “parceiros” passassem a incentivar os movimentos de oposição. Dentre as principais lideranças oposicionistas destacava-se Francisco Madero, que defendia o fim do porfiriato e a instalação de um governo Fundação Wik imédia Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte P1_ H IS _ IN T9 _ C A IMAGEM F009 - INSERIR NCISCO PEQUENA DE FRA ikipédia) MADERO(Refer.W Francisco Madero. democrático. No entanto, por ser um grande latifundiário, não estava interessado na devolução das terras indígenas. Em outras palavras, reforma agrária. Pressionado de todos os lados, Porfirio Díaz convocou eleições. Percebendo que seria substituído, tentou impedir o processo, no entanto, era tarde demais: a Revolução Mexicana já havia começado. Obrigado a entregar o cargo ao novo presidente eleito, Francisco Madero, Porfirio se retirou da vida pública, vindo a falecer quatro anos depois, em 1915. Madero assumiu a liderança da nação, reunindo o apoio das mais diversas lideranças revolucionárias. Dentre elas se destacou o líder guerrilheiro Emiliano Zapata, defensor dos interesses da população rural concentrada na região sul do país. Ao norte, outra liderança se apresentava, Pancho Villa, inicialmente também a favor do governo Madero. No entanto, a despeito de toda a esperança que se colocou sobre os ombros de Francisco Madero, muito cedo se percebeu que os anseios revolucionários ficariam muito aquém do que se esperava. Em menos de dois anos de governo, o novo presidente perdeu sua base de apoio. Criticado por não atender às expectativas nem das camadas populares nem das elites, Madero foi derrubado e morto em 1913. Sua execução deu início a um processo de instabilidade e troca de presidentes que se encerrou apenas com a eleição do famoso populista mexicano, Lázaro Cárdenas. Pouco mais de duas décadas separaram as eleições de Madero e Cárdenas e foi nesse período que as lideranças revolucionárias e contrarrevolucionárias mais agiram. Ainda na administração Madero, Emiliano Zapata, percebendo a ineficiência do governo, promoveu o Plano Ayala, que se caracterizou pela proposição de uma grande reforma agrária. A reação dos conservadores, ligados aos grandes Fundação Wikimédia proprietários, foi muito forte. Nessa época a Revolução Mexicana chegou ao seu ponto máximo de radicalização. Finalmente as forças populares foram controladas, e Zapata executado, em 1919. Quatro anos depois o mesmo ocorreu com Pancho Villa. Os contrarrevolucionários prevaleceram, ao menos até a chegada de Lázaro Cárdenas ao poder, em 1934. O governo Cárdenas, no entanto, está inserido no quadro dos populismos latino-americanos, que será estudado mais adiante. Library of Congress Emiliano Zapata. Pancho Villa. 5. OUTROS MOVIMENTOS DE DESTAQUE Nicarágua e El Salvador Golfo do México CUBA BELIZE HONDURAS Mar do Caribe Oceano Pacífico NICARÁGUA COSTA RICA PANAMÁ AMÉRICA DO SUL (COLÔMBIA) 120 0 Fundação Wikimédia 240 km Augusto César Sandino, ao centro. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO EL SALVADOR OP 17646 / História Interativa 9 GUATEMALA HAITI JAMAICA Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 39. (Adaptado segundo dados do autor.) AMÉRICA DO NORTE (MÉXICO) 15 Ainda na primeira metade do século XX, vários outros acontecimentos se destacaram na história da América Latina. Abordaremos três deles. O primeiro, ocorrido na Nicarágua, exemplifica a permanência de alguns conflitos políticos latino-americanos que, em seus desdobramentos, atingiram os dias atuais. O segundo, que se desenvolveu em El Salvador, exemplifica as reações populares de contestação à exploração oligárquica que, na maioria das vezes, foram violentamente reprimidas. O terceiro, uma disputa territorial entre paraguaios e bolivianos, representa a permanência de vários conflitos decorrentes do estabelecimento dos limites territoriais das nações latino-americanas. Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte 16 Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 Proj. Gráf. › Nicarágua Na história da Nicarágua, durante o século XX, dois personagens se destacaram: Augusto César Sandino e Anastásio Somoza Garcia. Sandino representava os ideais populares em defesa de uma sociedade mais justa, menos desigual e sem interferência estrangeira. Ainda que não fosse adepto do comunismo em sua plenitude, ele se tornou o líder nicaraguense que passou a representar os ideais e as forças populares. Entre 1927 e 1933 Sandino esteve à frente de um movimento popular que, entre outras coisas, pregava o fim da interferência estadunidense sobre sua nação. Na época, os interesses dos Estados Unidos sobre a Nicarágua fizeram com que mantivessem forte presença militar na região. Sandino conseguiu organizar uma resistência notável, liderando um exército popular que nunca foi controlado pelos estadunidenses. Isso o levou a uma posição simbólica da resistência ao imperialismo por toda a América Latina. Muitas décadas após a sua morte, o sandinismo permaneceu vivo e forte na Nicarágua, especialmente através da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Ainda hoje existem os defensores e representantes desse movimento naquele país. Ninguém mais representou a oposição ao movimento sandinista do que Anastásio Somoza. Representante do conservadorismo nicaraguense e apoiado pelos Estados Unidos, Somoza empreendeu uma das mais longas ditaduras da história da Nicarágua. Responsável pela morte de Sandino, governou de forma muito centralizadora, reprimindo todos os movimentos que pudessem ser associados às ideias sandinistas. Governou de 1937 a 1956 e durante todo esse período recebeu apoio quase irrestrito do governo estadunidense. Usou a Guarda Nacional para impor sua autoridade e esteve sempre aliado e apoiado pela alta burguesia da Nicarágua. › El Salvador necessidades da população economicamente menos favorecida. A reação do governo foi violenta, promovendo a morte de aproximadamente 30 mil pessoas. A insurreição foi controlada e a falta de democracia permaneceu ao longo das décadas que se seguiram. Ainda hoje é possível perceber os efeitos desse longo período. O caso salvadorenho não foi o único na América Latina. O que o tornou destacável entre os demais foi a repressão excessiva usada por parte das oligarquias dominantes para permanecer no poder. Em El Salvador, a influência dos Estados Unidos também foi marcante durante as décadas iniciais do século XX. A economia salvadorenha estava intimamente ligada à estadunidense e, por esta razão, quando estourou a Crise de 1929, seus efeitos foram devastadores. Nesse contexto, partidos de orientação popular, socialistas e comunistas se organizaram em El Salvador. Em 1931, Arturo Araújo, do Partido Trabalhista, venceu as eleições, porém, antes que completasse um ano no cargo, sofreu um golpe. Os militares assumiram o poder e, aliados às oligarquias salvadorenhas, imprimiram um governo marcadamente antidemocrático. Em 1932, ocorreu uma forte reação popular no país. Os reacionários eram contrários às características ditatoriais do governo que se impôs e ao fato de que este ignorava as › Bolívia X Paraguai O processo de independência da América Latina foi marcado por várias disputas territoriais que, entre outros fatores, colaboraram para a fragmentação político-territorial da região. Várias décadas se passaram após as emancipações e muitos desses conflitos ainda mantinham algumas pendências. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 41. (Adaptado segundo dados do autor.) Oceano Pacífico Entre 1932 e 1935 as forças bolivianas e paraguaias se enfrentaram militarmente. Inicialmente, em melhores condições, os bolivianos se destacaram. Porém, uma sucessão de erros do comando boliviano permitiu a reação paraguaia que, com grande auxílio internacional, conseguiu vencer a guerra. Uma empresa petrolífera estadunidense, a Standard Oil, atual Exxon, influenciou decisiRegião do Chaco vamente no conflito. Percebendo que a Bolívia não tinha saída para o mar e que, PARAGUAI pelas vias fluviais, o atual oceano Atlântico era acessível ao ParaBOLÍVIA guai, ela apoiou este último. A vitória do La Paz Paraguai na Guerra Porto BRASIL Suarez Santa do Chaco não sigCruz nificou o acesso ao Bahia Sucre Negra petróleo da região, CHACO pois a Standard Oil Potosi Olimpo Rio Ve conseguiu impor um rde Boqueron acordo que manteRio PARAGUAI CHILE Pil co ria os paraguaios ma yo distantes da exploAssunção ARGENTINA ração desse recurso 115 0 230 km até o ano de 2006. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO PERU Escritórios da ExxonMobil em Downtown Houston, Texas, EUA. OP 17646 / História Interativa 9 Fundação Wikimédia 17 Dentre eles, alguns alcançaram o século XX, sendo as disputas entre Peru X Equador e Bolívia X Paraguai as mais marcantes. No entanto, foi o desentendimento entre bolivianos e paraguaios que mais se destacou. Não só pela duração das tensões e pelos declarados interesses estrangeiros em questão, como também pelos custos do conflito principal e suas consequências. A indefinição das fronteiras entre o Paraguai e a Bolívia se arrastava desde o século XIX. A questão principal era uma região de aproximadamente 8 milhões de hectares, localizada entre o sudeste da Bolívia e o noroeste do Paraguai. As duas nações, por razões históricas, reivindicavam para si o território do Chaco. No entanto, fatores econômicos também se destacavam, pois na área em questão se encontravam grandes reservas petrolíferas. O nome da região acabou dando o título ao conflito que resultou dessa disputa: Guerra do Chaco. Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte Como vimos, a história do continente americano durante as primeiras décadas do século XX foi marcada pela crescente e muito presente ação dos Estados Unidos. O imperialismo desenvolvido nesse período, em seus desdobramentos, chega aos nossos dias. Ainda que as ações militares não sejam tão claras e definidas, a forte influência econômica e cultural ainda pode 1 ser percebida. Todos os momentos históricos aqui estudados colaboraram em maior ou menor grau para as características atuais da América Latina. No entanto, entre esse período e hoje, destacam-se muitos acontecimentos. Dentre eles, a fase dos populismos, seguida pelos militarismos latino-americanos. Porém, estes temas serão vistos mais adiante. De acordo com o capítulo estudado, durante as décadas finais do século XIX e as iniciais do XX, a influência europeia – especialmente inglesa – sobre a América Latina foi perdendo força e cedendo lugar à estadunidense. Destaque um aspecto que diferencie e outro que assemelhe o exercício hegemônico inglês ao que passou a ser exercido pelos Estados Unidos. O aluno deverá escolher entre alguns pontos que diferenciam este exercício, como a intervenção militar 18 e, muitas vezes, direta promovida pelos Estados Unidos, algo que praticamente não ocorreu com a Inglaterra nesse período. Outra possibilidade foram os investimentos econômicos diretos que os ingleses realizaram Proj. Gráf. Editor(a) HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 sobre a América Latina várias vezes, por exemplo, financiando a produção agrícola na região. Os EUA iniciaram essa prática declarada somente após a Primeira Guerra, intensificando-a após a Segunda. Dentre as semelhanças é possível destacar a intenção de manter a região voltada para a produção agrícola e consumidora de produtos industrializados. A lenta imposição de um modelo cultural também pode caracterizar um ponto de semelhança entre os exercícios hegemônicos. 2 Que importante acontecimento histórico mundial afetou as bases econômicas latino-americanas no início do século XX, colaborando para o declínio das forças oligárquicas rurais e para a ascensão da burguesia industrial e das comunidades urbanas? Explique resumidamente como esse processo se deu. O estudante deverá citar a Primeira Guerra Mundial e explicar como esse conflito, que envolveu diretamente várias das principais potências do planeta, provocou um grande declínio das exportações de produtos industrializados. Desta forma, várias nações latino-americanas foram obrigadas – na medida do possível – a promover o que veio a ser conhecido no Brasil como “substituição das importações”. Esse processo fez com Coor. Ped. que o poder das indústrias crescesse e com elas as cidades. Assim, as comunidades urbanas foram lentamente C. Q. Dep. Arte adquirindo mais força política e econômica, rivalizando com o poder dos grandes proprietários de terra, que entra em declínio. 3 Elabore um pequeno texto mostrando como a independência do Panamá pode ser considerada um exemplo de ação da Política do Big Stick. Resposta pessoal do aluno, que deverá evidenciar as duas faces dessa política estadunidense, ou seja, o “falar manso” e o uso do “grande porrete”, durante o processo de independência do Panamá. 4 Para cada presidente mexicano abaixo citado, mencione ao menos uma ação do seu governo que possa ser identificada como “conservadora” ou “liberal”. a) Antonio López de Sant’Anna: Presidente conservador que teve seu governo caracterizado por uma sequência de golpes que o mantiveram no poder por muitos anos. Para muitos estudiosos, foi um ditador. b) Benito Juárez: Presidente liberal, retirou a administração da justiça das mãos do exército, acabou com a oficialidade do catolicismo e suspendeu o pagamento da dívida externa. 19 externo, o que redundou em imensas dificuldades para a população. Exigiu títulos de posse de terra da população, o que, na prática, acabava com o “ejido” (comunidade indígena). 5 Assinale verdadeiro (V) ou falso (F). ( V ) A influência do caudilhismo na América Latina, em seus desdobramentos, pode ser encontrada até o início do século XX. ( F ) Caudilhos e coronéis se diferenciam apenas por sua atuação geográfica e não pela amplitude de sua influência e aparatos militares. ( F ) O Destino Manifesto e a Doutrina Monroe surgiram durante o mesmo momento histórico e previam os mesmos limites de atuação. ( V ) A independência cubana foi realizada em um contexto de aumento deliberado da influência estadunidense sobre a região. ( V ) A Emenda Platt é considerada um dos maiores símbolos de exercício do imperialismo dos EUA sobre a ilha de Cuba. ( V ) Antes dos EUA, ingleses e franceses se propuseram a construir o Canal do Panamá. ( F ) A independência do Panamá em relação à Colômbia foi realizada somente por forças panamenhas, cansadas da exploração exercida por Bogotá. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO ditadores mexicanos. Abriu o México aos investimentos estrangeiros. Na prática, entregou o país ao capital OP 17646 / História Interativa 9 c) Porfirio Díaz: Presidente conservador, governo excessivamente centralizador, considerado um dos maiores Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte 6 (UDESC) A Revolução Sandinista em 1979 depôs o ditador Anastácio Somoza, que controlava o país há cerca de 40 anos. Essa revolução foi um dos episódios que marcaram a instabilidade política dos países da América Central no processo de descolonização, facilitando a implantação de sangrentas ditaduras na região durante todo o século XX. O país onde ocorreu a Revolução Sandinista foi: ( ) El Salvador. ( ) Cuba. ( ) Guatemala. ( ) Costa Rica. ( X ) Nicarágua. 7 (UECE – Adaptado) Em Chiapas, no México, em 1994, ocorre uma rebelião conduzida pela Frente Zapatista de Libertação Nacional que reivindica mudanças na distribuição da terra e benefícios sociais para as populações do campo e indígena. Quanto à utilização do termo “zapatistas”, assinale o correto. ( X ) Uma aproximação à imagem de Emiliano Zapata, um líder da Revolução Mexicana que ocorreu no início do século XX. ) Uma clara homenagem ao atual presidente espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero. ( ) Referência a Zapata, território localizado no pequeno estado mexicano de Morelos. ( ) Uma homenagem aos irmãos Juliano e Eufêmio Zapata, pequenos proprietários de terras que morreram em luta pela defesa dos camponeses mexicanos. Proj. Gráf. HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 20 ( Baseado em seus conhecimentos, no texto deste capítulo, em pesquisas (na internet, em jornais, livros ou revistas) e nas discussões feitas em sala de aula, explique como você vê a interferência de empresas estrangeiras, como a ocorrida na Guerra do Chaco no início da década de 1930, em questões internas de nações latino-americanas. Naquela ocasião, a antiga Standard Oil (atual ExxonMobil) interferiu diretamente no conflito entre bolivianos e paraguaios. Dentre as perguntas que devem guiá-lo no estabelecimento de sua opinião, sugerimos algumas abaixo. • A interferência estrangeira ajudou ou prejudicou? • Quem foi ajudado ou prejudicado? • Solucionou ou perpetuou o conflito? • O interesse da intervenção estava focado no benefício da população local ou não? Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte • Elabore outras que julgar necessárias. Dadas as respostas, elabore um pequeno texto dissertativo, em seu caderno, contendo as ideias que agora formam sua opinião. Resposta pessoal. Observe atentamente a imagem. Ela faz referência a uma ideologia defendida pelo governo estadunidense no decorrer de sua história. Trata-se de uma interpretação crítica sobre o assunto. O tema é alvo de muitos debates entre os pesquisadores. Dicas: atente para o diálogo acima da imagem e para o objeto que está sendo entregue pelo homem de boné verde ao senhor vestido com um terno listrado. Três pessoas aparecem nessa figura. Quem eles representam? OP 17646 / História Interativa 9 Feita a observação, identifique e descreva a “doutrina” ou “política” a que se refere a imagem. A seguir, destaque elementos da caricatura, que possam exemplificar os objetivos explícitos e implícitos da doutrina, bem como a crítica levantada. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO 1 21 Professor, estimule os alunos a apresentar suas próprias interpretações. A seguir, sugerimos um caminho possível para a leitura da imagem: Representação da Doutrina Monroe, a chave sendo entregue às mãos do senhor de terno simboliza a passagem da dependência europeia para a estadunidense, proposta pelo presidente Monroe. As frases explicitam o objetivo implícito da Doutrina Monroe. O senhor de terno listrado representa os EUA; o homem de boné verde, a classe dos caudilhos que ascendem ao poder; o homem acorrentado, a classe dos explorados, que assim permanece após a independência da América Latina. Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte Reunindo-se em grupos de três alunos, discuta com seus colegas a respeito de algumas questões atuais relacionadas à América Latina que aparecem constantemente nos noticiários. Após a discussão, escolha aquela que, segundo o grupo, tem maior importância para o momento. Escolhido o tema, a partir de uma cartolina, o grupo deverá desenvolver uma imagem que represente, de forma simbólica e crítica, o tema escolhido. Não é necessário saber desenhar: a imagem pode ser estilizada, baseada em recortes de outras imagens retiradas de jornais ou revistas. Pode ser feita com régua, compasso e outros instrumentos. Enfim, use sua criatividade. Depois de pronta, cada grupo deverá expor a sua imagem aos colegas, explicando a que ela se refere e quais as críticas que o grupo quis expressar através dela. Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte HISTÓRIA – INTERATIVA OP 17646 / História Interativa 9 22 As elites urbanas e o campesinato indígena Nos últimos anos do século XIX, a Cidade do México exibia os efeitos da modernização, com bairros repletos de palacetes e grandes avenidas. Já em 1890 tinham chegado à cidade as bicicletas, que logo se tornaram moda. As famílias dos terratenientes (proprietários de terra) dividiam seu tempo entre o luxo da Cidade do México e o das haciendas. O balão de Joaquim de la Cantolla sobrevoou a cidade em 1902. O Casino Español reunia a aristocracia em festas luxuosas. A cidade se embriagava com tudo o que vinha da Europa: a moda francesa, os saraus, a música. Aos domingos, jovens militares e civis cavalgavam pelo Bosque de Chapultepec, e aqueles que tinham sorte viam passar a cavalo ou em sua caleche o “Hombre Fuerte”, como os mexicanos chamavam Porfirio Díaz. Fora das cidades e das sedes das haciendas, a maior parte da população era de origem indígena e não tinha qualquer contato com a nova sociedade industrial emergente. Quase como nos tempos coloniais, as famílias viviam do que a terra lhes dava. Comiam milho, feijão e ovos; do milho faziam tortilha (pequena torta que lembra uma panqueca) temperada com chilli (uma pimenta) e, quando possível, enriqueciam seu cardápio com carne. As mulheres geralmente se limitavam a trabalhar na agricultura e a cuidar da casa e dos filhos. Os homens, estes chegavam até as vilas e povoados. Bebiam pulque (bebida fermentada), endividavam-se nas tiendas de raya (vendas) comprando produtos necessários à sobrevivência de suas famílias e voltavam para casa a pé, porque a mula era um patrimônio que nem todos podiam ter. Como nunca ganhavam o suficiente para as despesas, estavam sempre devendo. Essa dívida era conveniente ao proprietário das terras porque o camponês, enquanto devesse à venda, não podia sair dali. As dívidas prendiam as famílias camponesas à terra por várias gerações. SOARES, Mariza Carvalho. A revolução mexicana. São Paulo: FTD, 2000. p. 22-23. 1 O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do século XIX e início do XX. O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estratificada. De um lado, a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Porfirio Díaz. Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses, de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as reformas promovidas por Porfirio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo. O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses, especialmente os homens. OP 17646 / História Interativa 9 23 2 Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte 1 O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do século XIX e início do XX. O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estratificada. De um lado, a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Porfirio Díaz. Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses, de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as reformas promovidas por Porfirio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo. O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta. COMEÇA O SÉCULO XX NO CONTINENTE AMERICANO Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses, especialmente os homens. OP 17646 / História Interativa 9 23 2 Proj. Gráf. Editor(a) Coor. Ped. C. Q. Dep. Arte