LIVRO DO PROFESSOR

Transcrição

LIVRO DO PROFESSOR
9
História interativa _ 8 - 9_Professor
História
Prestes e Xavier
17647
H
á pessoas que pensam que a História é uma
ciência ligada a coisas antigas, sem nenhum
sentido para nossos dias. Porém, por mais que
alguns tentem negar, a História faz parte da vida de
qualquer ser humano. Na verdade, não podemos ficar
indiferentes a ela.
Constantemente, somos levados a buscar interpretações
sobre o passado, com o objetivo de entender nossa sociedade
e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado
nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da
História, e dela fazemos parte.
Nesta coleção, você terá a oportunidade de discutir
importantes temas da História, desde as origens do ser
humano até a formação de seu próprio país. Você perceberá
como o passado, mesmo quando se trata de tempos bem
antigos, está ligado ao seu cotidiano e às formas como você
entende o mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao
discuti-lo, você estará mais preparado para fazer sua parte na
sociedade, como um cidadão responsável e consciente.
Fernando
Designer
Editor (a)
C.Qualidade
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Depto. Arte
LIVRO DO PROFESSOR
Coord. pedagógica
9
Ubirajara F. Prestes Filho
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)
Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP)
Edson Xavier
17646 Ð Hist—ria Interativa 9
o
ano
Prog. Visual
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)
Redator
Cliente
Casa Publicadora Brasileira
Tatuí, SP
C. Qualidade
Dep. Arte
Fundação
Wikimédia
APRESENTAÇÃO
História Interativa
Vivemos em um mundo bastante agitado, onde mudanças ocorrem o tempo todo. Nos
noticiários, podemos acompanhar informações sobre a política, esportes, arte, tecnologia,
enfim, sobre várias atividades humanas. Encontramos informações que nos agradam, mas
também ouvimos sobre tragédias, violência, fome, entre outros problemas.
As notícias tratam de problemas de nossa cidade, do estado e do país, mas também nos
dizem muito sobre outros povos ao redor do planeta. Nem tudo conseguimos entender,
pois o volume de informações é muito grande.
No ensino fundamental, uma das matérias escolares é História. Embora muitos tenham
dúvidas sobre sua importância, trata-se de uma área fundamental para conhecer o mundo
que nos cerca. Em várias universidades do Brasil e do mundo, existem historiadores realizando pesquisas e discutindo as ações humanas ao longo do tempo, desde épocas mais
antigas até o presente.
Constantemente somos levados a buscar interpretações sobre o passado, com o objetivo
de entender nossa sociedade e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado nos
ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da História, e dela fazemos parte.
Neste ano, você terá a oportunidade de continuar discutindo importantes temas da
História, que tratam de várias culturas e países, com destaque para o Brasil. Você perceberá
como o passado está ligado ao seu cotidiano e às formas como as pessoas entendem o
mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao discuti-lo, você estará preparado para
fazer sua parte na sociedade, como um cidadão responsável e consciente.
17645 Ð Hist—ria Interativa 8
O interesse pelo passado faz parte de toda sociedade, e os seus usos são diversos. Por
isso as pesquisas produzidas nas universidades apontam para várias interpretações e releituras do passado. Entretanto, não podemos imaginar que o estudo da História é privilégio
apenas dos acadêmicos, pois qualquer ser humano tem direito de buscar entender o passado, e suas relações com a vida atual.
Ao estudar este livro, leve em conta que ele não possui todas as versões e fatos sobre o
passado. Qualquer material de História é feito a partir de escolhas, de temas e periodizações,
que acabam por excluir outras possibilidades. Por isso, achamos que é nossa responsabilidade avisá-lo que a História é muito mais do que está escrito nestas páginas. Dessa forma,
queremos incentivá-lo a buscar novas fontes de pesquisa, discutindo a seleção que fizemos.
Nosso objetivo é levá-lo a aprofundar seus estudos.
Prog. Visual
Nosso desejo é que todos os debates e ideias apresentados aqui colaborem para que o
passado humano, e suas relações com o presente, façam mais sentido em sua vida.
Cliente
Tenha um excelente ano letivo.
Os autores
Redator
C. Qualidade
Dep. Arte
4ª PROVA
SUMÁRIO
1
COMEÇA O SÉCULO XX NO
CONTINENTE AMERICANO . . . . .6
1.
2.
3.
4.
5.
5
Mudanças, revoluções e intervenções . . . . . . . . . . . . . 6
Características gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Imperialismo dos EUA sobre a América Latina . . . . . 9
A Revolução Mexicana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
Outros movimentos de destaque. . . . . . . . . . . . . . . . .15
Modernidade e exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70
Guerra de Canudos (1813 a 1897) . . . . . . . . . . . . . . . .71
Revolta da Vacina (1904). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73
Revolta da Chibata (1910) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
Guerra do Contestado (1912 a 1916) . . . . . . . . . . . . .76
Revolta do Juazeiro (1914). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78
Mudanças culturais promovidas pela
semana de Arte Moderna (1922) . . . . . . . . . . . . . . . . .78
8 O movimento Tenentista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79
9. Crise da República Velha e a Revolução de 1930 . . . .81
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
2
O MUNDO EM GUERRA PELA
PRIMEIRA VEZ . . . . . . . . . . . 24
SUMÁRIO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
O fim da “Era dos Impérios”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
A caminho do confronto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Uma corrida por armas e alianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
O primeiro conflito mundial (1914 a 1918). . . . . . . . . . . 28
Uma paz com vencedores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Personalidades ainda desconhecidas . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88
6
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
O que você vê. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
3
REVOLTAS E TRANSFORMAÇÃO
POLÍTICA NA PRIMEIRA
REPÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . .70
CRISE E TOTALITARISMO
NOS ANOS 1920 E 1930 . . . . . .90
1.
2.
3.
4.
5.
6.
DO CZARISMO AO
BOLCHEVISMO . . . . . . . . . . . . . .38
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105
Textos complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106
1. A maior experiência socialista
HISTóRIA – INTERATIVA
17645 Ð Hist—ria Interativa 8
de todos os tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
2. Dinastia Romanov: último bastião absolutista . . . .39
3. Mencheviques no poder
(de fevereiro a outubro de 1917) . . . . . . . . . . . . . . . . .41
7
4. Da chegada dos bolcheviques ao poder
à formação da URSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
os dilemas sociais e políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
2. Uma revolução em São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
3. A constituição de 1934 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
4. O governo constitucional de Vargas
(1934 a1937) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
5. A constituição de 1937 e
a derrocada dos integralistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
A REPÚBLICA A FAVOR
DOS CORONÉIS . . . . . . . . . . . . .52
6. A organização do Estado Novo . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
7. Economia e política externa no Estado Novo . . . 118
8. A redemocratização do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125
1. As oligarquias no poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52
2. Aspectos gerais da politica na
Primeira República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
3. A política do café com leite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54
4. As fábricas, as cidades e
as transformações tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
Prog. Visual
5. A imigração continua na República. . . . . . . . . . . . . . .58
6. O movimento operário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
7. Economia e sociedade na
expansão da borracha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
8.
Redator
Cliente
C. Qualidade
Dep. Arte
A política indigenista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
O BRASIL NOS ANOS
1930 E 1940 . . . . . . . . . . . . . . .108
1. O começo dos anos 30 e
5. Três décadas de Stálin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51
4
Um mundo em crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90
A crise do capitalismo em 1929 . . . . . . . . . . . . . . . . . .91
O facismo italiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94
O nazismo alemão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97
Política e sociedade nazista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
A Guerra Civil Espanhola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
8
O MUNDO EM GUERRA PELA
SEGUNDA VEZ . . . . . . . . . . . . .126
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
O conflito mais devastador de todos os tempos
Entre as duas grandes guerras . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A primeira fase da guerra (1939 a 1941) . . . . . . . .
A segunda fase da guerra (1942 a 1945) . . . . . . . .
O poder do átomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
As conferências de paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Holocausto nazista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
126
128
130
133
136
137
138
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145
OS TEMPOS DA
GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .146
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7
Um mundo dividido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A tentativa de garantir a paz mundial. . . . . . . . . . .
A Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Guerra Fria: corrida armamentista e espacial . . . .
Conflitos durante a Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . .
O poder das imagens na Guerra Fria. . . . . . . . . . . .
Movimentos de contestação nos anos 1960 . . . .
13
OS MILITARES NO PODER . . .220
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
146
147
148
150
153
156
158
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .160
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
O BRASIL NO CONTEXTO DA
GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .166
14
Mikhail Gorbatchev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
3. O fim da União Soviética e a formação da CEI. . . . . 243
4. Transformações no Leste Europeu . . . . . . . . . . . . . . 245
5. A União Europeia: aspectos gerais do cenário
contemporâneo no continente. . . . . . . . . . . . . . . . . 248
6. Aspectos da ordem mundial após a Guerra Fria. . . 250
7. O socialismo na China e o cenário recente . . . . . 251
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .180
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .182
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184
RUMOS DA AMÉRICA LATINA PELO
SÉCULO XX. . . . . . . . . . . . . . . .186
1. Características comuns da história
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12
Um mundo muito complexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Por que enfraqueceu o domínio europeu . . . . . .
Termina o controle europeu na África . . . . . . . . . .
Termina o controle europeu na Ásia . . . . . . . . . . . .
Depois da descolonização afro-asiática . . . . . . . . .
Conflitos no Oriente Médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CONTRADIÇÕES DO MUNDO
GLOBALIZADO . . . . . . . . . . . . .260
Desafios do mundo contemporâneo . . . . . . . . . . .
A economia globalizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Os efeitos da globalização da economia . . . . . . . .
Sociedades de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Terrorismo e violência global . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A doutrina Bush e as invasões do Afeganistão
e do Iraque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7. Discussões e ações em escala global . . . . . . . . . . .
1.
2.
3.
4.
5.
6.
186
187
188
190
190
192
193
194
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
196
198
199
199
200
200
ÁFRICA, ÁSIA E ORIENTE
MÉDIO NO SÉCULO XX . . . . . .202
1.
2.
3.
4.
5.
6.
15
202
203
204
207
209
211
215
217
217
218
218
16
260
261
264
265
267
269
271
273
275
276
276
276
O BRASIL APÓS A
REDEMOCRATIZAÇÃO . . . . . . .278
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Um período repleto de mudanças. . . . . . . . . . . . . .
Sarney no lugar de Tancredo (1985–1990) . . . . . .
O governo do “caçador de marajás”. . . . . . . . . . . . .
O “monstro da inflação” é gravemente ferido. . . .
FHC duas vezes seguidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Considerações a respeito do “Lula lá”. . . . . . . . . . . .
278
279
282
283
284
287
Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .289
Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .290
O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .291
Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .293
Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .294
BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . 296
SUMÁRIO
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
latino-americana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Saem os oligarcas, entram os populistas . . . . . . . .
Populismo: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . . .
Saem os populistas, entram os militares . . . . . . . .
Militarismos: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . .
Revoluções e guerrilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Guerrilhas: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . . . .
Revoluções: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . .
Redemocratização (neoliberalismo,
neopopulismo e "neoesquerdismo"). . . . . . . . . . . .
OS ANOS FINAIS DA GUERRA FRIA
E SEUS DESDOBRAMENTOS . .240
1. Mudanças no cenário mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . 240
2. A União Soviética e a ascensão de
Situações internas e externas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
A constituição de 1946 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1951) . . . . 168
Último governo de Vargas (1951 a 1954). . . . . . . . 168
O governo Juscelino Kubitschek (1956 a 1960). . . .170
A produção cultural brasileira e a sociedade
entre 1945 e 1964 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
7. O governo Jânio Quadros (31/1 a 25/8/1961) . . . . .175
8. O governo João Goulart (1961 a 1964). . . . . . . . . . . .177
1.
2.
3.
4.
5.
6.
11
232
234
235
236
238
HISTÓRIA – INTERATIVA
10
Alguns conceitos importantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
O governo do primeiro marechal (1964–1967) . . . . 222
O governo do segundo marechal (1967–1969) . . . 223
O governo do primeiro general (1969–1974) . . . . . 225
O governo do segundo general (1974–1979) . . . . . 226
O governo do terceiro general (1979–1985) . . . . . . 228
Alguns aspectos culturais durante
o regime militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230
17645 Ð Hist—ria Interativa 8
9
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Ablestock/Conexão Editorial
1. MUDANÇAS, REVOLUÇÕES E INTERVENÇÕES
HISTÓRIA – INTERATIVA
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COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE
AMERICANO
6
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO
Uma importante característica que
marcou a história do continente
americano nas primeiras décadas
do século XX foi o aumento da
influência dos Estados Unidos.
Depois do intenso século
XIX – quando as colônias
ibéricas alcançaram sua independência e os Estados
nacionais latino-americanos
se organizaram – os Estados
Unidos promoveram sua
grande expansão territorial,
e a Guerra de Secessão quase dividiu o país. Era de se
esperar que o início do próximo século fosse diferente.
No entanto, como veremos,
a primeira metade do século
XX também ficou marcada
por tensões que, a despeito de suas peculiaridades,
ajudaram a formar a América atual.
que se sentiam explorados e excluídos.
Em meio a esse contexto, os Estados Unidos procuraram fortalecer sua influência e
promover o estabelecimento de seus interesses sobre a América Latina. O caminho
para tornar prático esse objetivo muitas
vezes se deu através de intervenções diretas e indiretas sobre a região.
Enquanto todo esse quadro se desenrolava no continente americano, o mundo,
de maneira geral, assistia e/ou participava
dos dois maiores conflitos bélicos da História da humanidade. Os reflexos dessas
duas guerras também abalaram profundamente a América. Várias mudanças ocorridas nas Ámericas podem ser abordadas
como reflexo direto desses acontecimentos. Neste capítulo estudaremos sobre o
modo como tudo isso se deu e de que maneira os habitantes do continente americano formaram a América do modo como a
conhecemos hoje.
7
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
americanos, nascidos a partir dos processos de independência ocorridos no início
do século XIX, mantiveram a sua vocação
agroexportadora. A classe social que conduziu os processos de emancipação era ligada majoritariamente ao setor agrícola e,
ao chegar ao poder político, não encontrou
razão para mudar a orientação econômica.
Deste modo, em grande parte, até a segunda década do século XX, a economia dessa
parte do continente se manteve essencialmente consumidora de produtos industrializados – vindos quase sempre da Europa
– e exportadora de produtos agrícolas.
A Primeira Guerra Mundial provocou
mudanças significativas nessas condições.
Voltada para os esforços de guerra, a indústria europeia não mais conseguia satisfazer a demanda do continente americano.
Os Estados Unidos, aproveitando-se
COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
No início do século XX a América
Latina ainda mantinha várias das características que definiram suas condições
políticas, econômicas e sociais durante a
segunda metade do século XIX. Socialmente, os grandes proprietários de terra
ainda predominavam em quase todas as
regiões, permanecendo assim, de modo
geral, até a década de 1930. Herdeiros
do caudilhismo na América hispânica e
representantes do coronelismo no Brasil ainda predominavam sobre os outros
agentes sociais. A partir das primeiras
décadas do século XX, gradativamente
passaram a ceder espaço para os novos
contornos políticos e sociais que se formavam a partir das comunidades urbanas que cresciam aceleradamente.
Economicamente, as semelhanças também foram marcantes. Os países latino-
OP 17646 / História Interativa 9
A importância da Europa para a História
da América diminuiu de forma significativa na passagem do século XIX para o XX.
O longo exercício da hegemonia britânica
sobre o continente, especialmente sobre a
América Latina, cedeu lugar à influência
estadunidense. As estruturas econômicas
tradicionais, essencialmente ligadas ao
setor agrário exportador, abriram espaço
para o estabelecimento das primeiras indústrias latino-americanas. No contexto
da Primeira Guerra Mundial, os Estados
Unidos – a nação mais industrializada da
América – passam de devedores a credores
com relação à Europa.
O longo predomínio de grupos oligárquicos vindos das antigas estruturas
sociais latino-americanas passa a ser muito questionado. Revoluções de caráter
político-social procuraram resolver as disparidades entre os interesses das forças políticas tradicionais e as necessidades daqueles
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HISTÓRIA – INTERATIVA
OP 17646 / História Interativa 9
das estruturas produtivas desenvolvidas
durante a Segunda Revolução Industrial,
tornaram-se um dos maiores exportadores
do mundo. No entanto, os estadunidenses
se concentraram no mercado europeu, o
que manteve a demanda latino-americana
em aberto. Assim, a solução encontrada foi
promover aquilo que veio a ser conhecido
como substituição das importações, ou seja,
na medida do possível, as nações da América Latina procuraram desenvolver uma base
industrial interna que pudesse abastecer em
condições mínimas sua própria demanda.
O resultado desse momento histórico
foi uma onda de desenvolvimento industrial que afetou em graus bem diversos a
economia latino-americana, quebrando
a relativa homogeneidade característica
do predomínio agrícola. Essas mudanças não afetaram somente a economia.
A ocorrência desse surto industrial trouxe o crescimento urbano e a formação de
novos grupos sociais que, com necessidades bem diversas daqueles que viviam no
campo, passaram a exigir uma adequação
política às novas condições econômicas
e sociais que se apresentavam.
Dentre os grupos sociais que mais afetaram as estruturas políticas durante a
primeira metade do século XX, encontramos as classes médias urbanas. De maneira
geral, mais conscientes das mudanças que
ocorriam, passaram a defender uma política voltada também para as necessidades
dessa nova sociedade urbanizada. Desse
modo, o predomínio das grandes oligarquias ligadas ao setor agrícola gradativamente foi sendo questionado e, lentamente,
cedeu espaço aos interesses urbanos. Não
foi somente no Brasil, com a Revolução de
1930 (que será estudada no capítulo 5),
que o predomínio da aristocracia rural
chegou ao fim: em várias outras nações latino-americanas, a força política dos grandes
proprietários de terra teve de ceder espaço
à nascente burguesia industrial.
Outra importante característica que
marcou a história do continente americano nas primeiras décadas do século XX foi
o significativo aumento da influência dos
Estados Unidos. A hegemonia europeia
sobre a América sofreu seu primeiro golpe
com a independência das Treze Colônias
Inglesas na América, ainda na segunda
metade do século XVIII. No início do
século XIX as independências das colônias latino-americanas marcaram o segundo grande golpe. Na segunda metade do
século XIX essa hegemonia foi diminuindo gradativamente até que, nas primeiras
décadas do século XX, os Estados Unidos
assumiram esse exercício hegemônico.
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Plantação de café em São Paulo, na década de 1910.
Vista do Vale do Anhangabaú, São Paulo, na década de 1920.
3. IMPERIALISMO DOS EUA SOBRE A AMÉRICA LATINA
189
8
1895
9
COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
OP 17646 / História Interativa 9
3
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3
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The Times Atlas of World History, 3. ed. p. 243.
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1
A história do estaIntervenções estadunidenses na
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rialismo estadunidense
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Influência
ESTADOS
pode ser reconstruída
estadunidense
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a partir da Doutrina
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19
18
Intervenção militar
1
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7
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se opôs à interferência
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8dos europeus sobre as
Bases navais
1916
questões do continente.
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Essa posição foi interGolfo
MÉXICO
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pretada pela maioria dos
DOMINICANA
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historiadores como o
JAMAICA
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tensões estadunidenses
GUATEMALA
Oceano
Pacífico
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sobre as Américas. PosEL SALVADOR
NICARÁGUA
teriormente, a doutrina
PANAMÁ
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do Destino Manifesto,
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ainda que mais restrita
GUIANA
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à América do Norte, tamCristobal
COLÔMBIA
bém representou uma
forma de justificar ideoEQUADOR
Panamá
logicamente um processo
260 0
520 km
de dominação.
No início do século
XX, o presidente Theodore Roosevelt, mais evidente, pois, em decorrência desque governou os Estados Unidos de 1901 sa doutrina, ocorreram várias intervena 1909, adotou uma política em relação à ções militares e políticas na América
América Latina que se tornou o símbolo do Latina. Os europeus não deveriam interimperialismo dos Estados Unidos sobre a re- vir, porém, os estadunidenses sim. Nesse
gião. Conhecida como a Política do Grande contexto ocorreu o processo que levou
Porrete (Big Stick Policy), ela defendia um à independência do Panamá em relação à
princípio aparentemente simples, segundo Colômbia, em 1903, às intervenções milio qual a influência estadunidense deveria se tares na República Dominicana (1905) e
estabelecer, primeiramente, de maneira pa- em Cuba (1906), às interferências diplocífica. Porém, se houvesse resistência, uma máticas e ao financiamento de empresas
intervenção armada logo teria lugar.
exploradoras de recursos naturais sobre as
Um dos desdobramentos dessa pro- mais distantes regiões da América Latina.
posta foi a diminuição da influência euAté mesmo o Brasil recebeu a visita do
ropeia em solo americano, ou seja, uma presidente Theodore Roosevelt que, a convite
espécie de reedição da Doutrina Mon- do Marechal Cândido Rondon, conheceu a
roe, adaptada à nova realidade histórica. região amazônica e sua imensa quantidade de
O viés imperialista, porém, ficou muito recursos naturais. Há quem diga do interesse
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juvenil do presidente
Roosevelt sobre a região, fator que o teria
trazido ao Brasil. Porém, sob o contexto de
uma política agressiva
de desenvolvimento
da indústria estadunidense, questionam-se
Theodore Roosevelt.
as verdadeiras razões
de sua visita. Outras
nações do cone sul-americano, além do Brasil,
receberam a instalação de indústrias estadunidenses, que aqui se estabeleceram com o claro
intuito de explorar os recursos locais.
Mesmo após a presidência de Roosevelt
as ações intervencionistas dos Estados Unidos
não diminuíram. Na realidade, é possível
rastrear a presença direta ou indireta dos Estados Unidos tentando estabelecer, manter e
aumentar sua hegemonia sobre o continente
americano por quase todo o século XX. No
entanto, como estamos focando nas primeiras décadas desse século, tomaremos apenas
alguns exemplos. Dentre estes, os processos de independência cubana e panamenha
exemplificam de forma muito clara a ação
imperialista estadunidense e, por esta razão,
serão estudados mais atentamente.
› Cuba
A primeira tentativa de independência cubana
ocorreu entre os anos de 1868 e 1878, porém, o temor
de uma radicalização do movimento, direcionado aos
interesses populares e não ao dos grandes proprietários ou dos EUA, fez com que essa tentativa fracassasse.
Em 1895, uma segunda tentativa também não atinge o objetivo, basicamente pelos mesmos motivos que
levaram à derrota do primeiro movimento. Finalmente, no mesmo ano em que fracassava a segunda tentativa interna de emancipação, um movimento de caráter
elitista, conduzido pelos Estados Unidos, promove a
independência de Cuba em relação à Espanha.
Era o ano de 1898, quando um navio de guerra da marinha dos Estados Unidos, ancorado no
porto de Havana, afundou em resultado de uma
explosão. Mais de duas centenas de marinheiros morreram nesse episódio e o governo dos
Estados Unidos culpou a Espanha pelo acontecimento. Isso justificou a famosa Guerra Hispano-Americana, que resultou em uma rápida
vitória dos Estados Unidos e na independência
de Cuba. Livres dos espanhóis, os cubanos passaram ao controle direto das forças militares estadunidenses, e assim permaneceram até 1902.
A partir de então, uma emenda constitucional
elaborada pelo congresso dos Estados Unidos
foi incorporada à constituição cubana: era a
Emenda Platt.
Na ilha de Cuba, ainda no século XVI, os
espanhóis estabeleceram um dos principais
portos de entrada para sua dominação do
Novo Mundo. Transformada em Capitania
Geral, essa ilha se manteve sob o domínio
espanhol por quase quatrocentos anos. No
início do século XIX a rigidez do pacto colonial deixou de existir. A Espanha permitiu
que Cuba negociasse seu açúcar diretamente com os Estados Unidos, que passaram a
exercer uma influência crescente sobre a ilha.
Pouco a pouco, essa “parceria” econômica
tornou a ilha dependente economicamente
dos Estados Unidos.
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Vista aérea de Havana, Cuba.
Na prática, ainda que a presença militar estadunidense não fosse mais ostensiva,
a Emenda Platt permitia a intervenção dos
Estados Unidos a qualquer momento que
estes julgassem necessário. O objetivo dessa
emenda era manter Cuba afastada da influência de outras nações, permitindo que os
interesses estadunidenses fossem prioritários sobre a ilha. A seguir, destacamos dois
trechos da emenda: “O governo de Cuba
nunca deverá ingressar em qualquer tratado ou outro pacto estabelecido com qualquer potência estrangeira...”; “O governo de
Cuba permitirá que os Estados Unidos exerçam o direito de intervir com o objetivo de
preservar a independência cubana...”.
esteve ligado diretamente ao processo de independência do Panamá que, por sua vez,
estava inserido na política imperialista estadunidense para o período, o Big Stick. Porém, no intuito de aprimorar o entendimento dessa questão, voltemos um pouco no
tempo e vejamos alguns fatos que marcaram
a história da região e colaboraram para a
construção desse canal interoceânico.
A ideia de promover a ligação entre os
oceanos já havia sido discutida primeiramente pelo rei da Espanha, ainda no
século XVI. No início do século XIX, a
questão voltou a ser discutida. Em 1826,
num congresso ocorrido no Panamá, e em
1835, em outra reunião ocorrida na Colômbia, algumas decisões foram tomadas,
porém nada chegou à prática. Ainda na
› Panamá
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Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 39. (Adaptado segundo dados do autor.)
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COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
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OP 17646 / História Interativa 9
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Desde a chegada dos
europeus à América, a
região do Panamá destacou-se em importância.
Devido a sua posição
geográfica privilegiada,
marcada por conter a
área territorial de menor
distância entre os oceanos Pacífico e Atlântico,
a região sempre foi alvo
de grande interesse. Ao
longo do tempo, não
somente os espanhóis,
mas também outras potências atentaram para
esse istmo. Destacaramse entre elas a França, a
Inglaterra e, finalmente,
os Estados Unidos. Cada
uma delas, em algum
momento, projetou construir o famoso Canal do
Panamá. Porém, coube
aos Estados Unidos a sua
realização final.
O contexto em que se
deu a construção do canal
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Eclusa no Canal do Panamá.
metade do século XIX, ingleses e estadunidenses disputaram a construção do canal, mas decidiram abandonar a disputa e
se afastar momentaneamente do projeto.
No final da década de 1870, os franceses
negociaram o direito de sua construção,
mas aproximadamente dez anos depois
e após muito dinheiro gasto, o projeto
foi abandonado.
No final do século XIX, o crescimento da
indústria mundial e, consequentemente, do
comércio marítimo internacional, fez com
que o interesse pela construção do canal se
renovasse. Nessa época, a região do Panamá
fazia parte do território colombiano e foi
nesse contexto que os Estados Unidos propuseram sua independência. Apoiando de
forma clara e decisiva o processo de emancipação e impedindo a reação colombiana,
os estadunidenses “promoveram” a independência do Panamá (1903). Um tratado
previamente elaborado foi imposto aos
panamenhos e, por meio dele, o projeto de
construção do canal foi reiniciado no ano
seguinte à emancipação.
O tratado previa também a concessão
perpétua de direitos sobre o canal aos Estados Unidos e o controle de uma faixa
de terra de dezesseis quilômetros de largura acompanhando o canal. Dessa forma a
nação panamenha permaneceria dividida
por uma extensa faixa de terra controlada pelos Estados Unidos. Leis que permitiam intervenções estadunidenses sobre
o Panamá também foram impostas e, da
mesma forma ocorrida em Cuba. Desta
forma, os Estados Unidos manipularam
a política panamenha pelas décadas seguintes. Recentemente, em 1999, depois
de décadas de negociações, o canal finalmente passou às mãos panamenhas.
4. A REVOLUÇÃO MEXICANA
Ocorrida no início da segunda década
do século XX, a Revolução Mexicana se
tornou um dos mais importantes movimentos latino-americanos do período.
Esse processo revolucionário representou
um momento crítico de reação popular
a um longo período de exploração econômica, centralização política e interferência estrangeira sobre a nação mexicana.
Para a compreensão dessa fase conturbada da história do México, é necessário
retomarmos as circunstâncias que deram
forma à revolução.
A independência do México ocorreu na
esteira dos processos de emancipação que
marcaram a história da América Latina
no início do século XIX. Sem que se
passassem dois anos completos, a forma de governo nascida da emancipação
foi substituída. Augustín Iturbide, que
havia assumido o poder como imperador do México, foi obrigado a abdicar
em 1823 (posteriormente foi fuzilado) e
a monarquia, substituída pela república.
As décadas seguintes foram marcadas
pela alternância entre liberais, influenciados pelas ideias de esquerda, e conservadores, defensores dos interesses da
direita mexicana.
De modo geral os conservadores estiveram alinhados aos interesses internacionais,
na maioria das vezes, os estadunidenses.
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Em oposição a essa postura, os liberais
rejeitavam a influência estrangeira, defendiam um nacionalismo independente e visavam aos interesses populares.
Entre o processo de independência e a
fase revolucionária, aproximadamente
noventa anos se passaram. Durante esse
período, longos governos conservadores, por vezes ditatoriais, foram intercalados por curtos períodos em que os
liberais estiveram no poder. Vejamos os
principais exemplos.
imédia
O general Antonio López de Sant’Anna
foi o primeiro conservador que se destacou. Esteve à frente do governo seguidas
vezes entre 1833 e 1855. Sua administração caracterizou-se pelo extremo centralismo. Apoiado pela Igreja, pelo exército
e pelos grandes proprietários de terra,
várias vezes voltou ao poder por meio de
golpes. No período em que exerceu sua
hegemonia sobre a política mexicana, praticamente metade do território do México
foi perdida para os Estados Unidos. Essas
circunstâncias, entre outras, permitiram a
ascensão da oposição liberal.
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COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
Retrato a óleo de Agustín Iturbide, imperador do México.
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Benito Juárez, reH IS _ IN T 9 _ C A P
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presentante dos libeF007 - INSERIR IM _
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rais, assumiu o poder
e passou a implementar mudanças profundas. Tomou medidas
que desagradaram os
conservadores e suas
bases de apoio. Retirou a administração
Antonio López de
da justiça das mãos do
Sant’ Anna.
exército, acabou com
a oficialidade do catolicismo e suspendeu
o pagamento da dívida externa. A reação
conservadora logo se fez sentir: apoiados
pelos franceses, credores dos mexicanos,
interessados em voltar a receber os juros
dos empréstimos feitos ao México, promoveram a derrubada de Juárez. Após um
curto governo de um duque austríaco, representante da França, Juárez retorna ao
poder e governa até ser derrubado por um
golpe. Benito Juárez esteve no poder cinco
vezes entre 1858 e 1871.
Entre 1876 e 1911 Porfirio Díaz, um dos
mais conhecidos personagens da história
mexicana, exerceu a presidência da república várias vezes. Seu governo ficou caracterizado pela excessiva centralização, sendo
considerado por muitos estudiosos como
o maior ditador mexicano. Na tentativa
anunciada de promover o desenvolvimento tecnológico e científico da nação, abriu
o México aos investimentos estrangeiros.
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Benito Juárez.
Porfirio Díaz.
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HISTÓRIA – INTERATIVA
OP 17646 / História Interativa 9
Na prática, entregou o país ao capital externo, o que redundou em imensas dificuldades para a população. Exigiu títulos de
posse de terra da população (majoritariamente de origem indígena), o que fez com
que várias comunidades indígenas simplesmente desaparecessem. Sem a posse de
suas terras, que foram entregues ao capital
estrangeiro, muitos índios foram colocados à margem da sociedade.
Esse modelo de desenvolvimento trouxe um profundo questionamento por parte dos representantes das mais diversas
classes mexicanas. A burguesia reclamava da concorrência estrangeira, os proprietários questionavam sobre as terras
entregues aos interesses internacionais, a
população indígena reagia contra o fim
do ejido (comunidade indígena). Enfim,
o descontentamento era generalizado.
Na primeira década do século XX, até
mesmo as relações internacionais ficaram
abaladas. A procura de novas alianças
provocara a indisposição dos tradicionais
aliados internacionais.
O medo de que a administração de
Porfirio pudesse provocar uma revolta
popular mais radical, entre outros fatores,
fez com que alguns países “parceiros”
passassem a incentivar os movimentos
de oposição. Dentre as principais lideranças oposicionistas destacava-se Francisco Madero, que defendia o fim do
porfiriato e a instalação de um governo
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Francisco Madero.
democrático. No entanto, por ser um
grande latifundiário, não estava interessado na devolução das terras indígenas.
Em outras palavras, reforma agrária.
Pressionado de todos os lados, Porfirio
Díaz convocou eleições. Percebendo que seria substituído, tentou impedir o processo,
no entanto, era tarde demais: a Revolução
Mexicana já havia começado. Obrigado a
entregar o cargo ao novo presidente eleito, Francisco Madero, Porfirio se retirou
da vida pública, vindo a falecer quatro
anos depois, em 1915. Madero assumiu a
liderança da nação, reunindo o apoio das
mais diversas lideranças revolucionárias.
Dentre elas se destacou o líder guerrilheiro
Emiliano Zapata, defensor dos interesses
da população rural concentrada na região
sul do país. Ao norte, outra liderança se
apresentava, Pancho Villa, inicialmente
também a favor do governo Madero.
No entanto, a despeito de toda a esperança que se colocou sobre os ombros
de Francisco Madero, muito cedo se
percebeu que os anseios revolucionários
ficariam muito aquém do que se esperava. Em menos de dois anos de governo,
o novo presidente perdeu sua base de
apoio. Criticado por não atender às expectativas nem das camadas populares
nem das elites, Madero foi derrubado e
morto em 1913. Sua execução deu início
a um processo de instabilidade e troca de
presidentes que se encerrou apenas com
a eleição do famoso populista mexicano,
Lázaro Cárdenas.
Pouco mais de duas décadas separaram as eleições de Madero e Cárdenas e
foi nesse período que as lideranças revolucionárias e contrarrevolucionárias mais
agiram. Ainda na administração Madero,
Emiliano Zapata, percebendo a ineficiência do governo, promoveu o Plano Ayala,
que se caracterizou pela proposição de
uma grande reforma agrária. A reação
dos conservadores, ligados aos grandes
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proprietários, foi muito forte. Nessa época a Revolução Mexicana chegou ao
seu ponto máximo de radicalização.
Finalmente as forças populares foram
controladas, e Zapata executado, em
1919. Quatro anos depois o mesmo
ocorreu com Pancho Villa. Os contrarrevolucionários prevaleceram, ao menos até a chegada de Lázaro Cárdenas
ao poder, em 1934. O governo Cárdenas, no entanto, está inserido no quadro dos populismos latino-americanos,
que será estudado mais adiante.
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Emiliano Zapata.
Pancho Villa.
5. OUTROS MOVIMENTOS DE DESTAQUE
Nicarágua e El Salvador
Golfo do
México
CUBA
BELIZE
HONDURAS
Mar do Caribe
Oceano
Pacífico
NICARÁGUA
COSTA
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PANAMÁ
AMÉRICA DO SUL
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Augusto César Sandino, ao centro.
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EL SALVADOR
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GUATEMALA
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JAMAICA
Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 39. (Adaptado segundo dados do autor.)
AMÉRICA DO NORTE
(MÉXICO)
15
Ainda na primeira
metade do século XX,
vários outros acontecimentos se destacaram na
história da América Latina. Abordaremos três deles. O primeiro, ocorrido
na Nicarágua, exemplifica a permanência de alguns conflitos políticos
latino-americanos que,
em seus desdobramentos,
atingiram os dias atuais.
O segundo, que se desenvolveu em El Salvador,
exemplifica as reações
populares de contestação
à exploração oligárquica
que, na maioria das vezes, foram violentamente
reprimidas. O terceiro,
uma disputa territorial
entre paraguaios e bolivianos, representa a
permanência de vários
conflitos decorrentes do
estabelecimento dos limites territoriais das nações
latino-americanas.
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OP 17646 / História Interativa 9
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› Nicarágua
Na história da Nicarágua, durante
o século XX, dois personagens se destacaram: Augusto César Sandino e Anastásio
Somoza Garcia. Sandino representava os
ideais populares em defesa de uma sociedade mais justa, menos desigual e sem interferência estrangeira. Ainda que não fosse
adepto do comunismo em sua plenitude, ele
se tornou o líder nicaraguense que passou a
representar os ideais e as forças populares.
Entre 1927 e 1933 Sandino esteve à frente
de um movimento popular que, entre outras coisas, pregava o fim da interferência
estadunidense sobre sua nação.
Na época, os interesses dos Estados
Unidos sobre a Nicarágua fizeram com
que mantivessem forte presença militar na
região. Sandino conseguiu organizar uma
resistência notável, liderando um exército
popular que nunca foi controlado pelos
estadunidenses. Isso o levou a uma posição simbólica da resistência ao imperialismo por toda a América Latina. Muitas
décadas após a sua morte, o sandinismo
permaneceu vivo e forte na Nicarágua,
especialmente através da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Ainda
hoje existem os defensores e representantes desse movimento naquele país.
Ninguém mais representou a oposição ao movimento
sandinista do que Anastásio Somoza. Representante do
conservadorismo nicaraguense e apoiado pelos Estados
Unidos, Somoza empreendeu uma das mais longas ditaduras da história da Nicarágua. Responsável pela morte de Sandino, governou de forma muito centralizadora,
reprimindo todos os movimentos que pudessem ser associados às ideias sandinistas. Governou de 1937 a 1956
e durante todo esse período recebeu apoio quase irrestrito do governo estadunidense. Usou a Guarda Nacional para impor sua autoridade e esteve sempre aliado e
apoiado pela alta burguesia da Nicarágua.
› El Salvador
necessidades da população economicamente
menos favorecida. A reação do governo foi
violenta, promovendo a morte de aproximadamente 30 mil pessoas. A insurreição foi
controlada e a falta de democracia permaneceu ao longo das décadas que se seguiram.
Ainda hoje é possível perceber os efeitos desse longo período. O caso salvadorenho não
foi o único na América Latina. O que o tornou destacável entre os demais foi a repressão excessiva usada por parte das oligarquias
dominantes para permanecer no poder.
Em El Salvador, a influência dos Estados Unidos também foi marcante durante
as décadas iniciais do século XX. A economia salvadorenha estava intimamente
ligada à estadunidense e, por esta razão,
quando estourou a Crise de 1929, seus
efeitos foram devastadores. Nesse contexto, partidos de orientação popular, socialistas e comunistas se organizaram em
El Salvador. Em 1931, Arturo Araújo, do
Partido Trabalhista, venceu as eleições,
porém, antes que completasse um ano no
cargo, sofreu um golpe. Os militares assumiram o poder e, aliados às oligarquias
salvadorenhas, imprimiram um governo
marcadamente antidemocrático.
Em 1932, ocorreu uma forte reação popular no país. Os reacionários eram contrários
às características ditatoriais do governo que
se impôs e ao fato de que este ignorava as
› Bolívia X Paraguai
O processo de independência da América Latina foi marcado por várias disputas
territoriais que, entre outros fatores, colaboraram para a fragmentação político-territorial da região. Várias décadas se passaram
após as emancipações e muitos desses conflitos ainda mantinham algumas pendências.
Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 41. (Adaptado segundo dados do autor.)
Oceano
Pacífico
Entre 1932 e 1935 as forças bolivianas
e paraguaias se enfrentaram militarmente.
Inicialmente, em melhores condições, os
bolivianos se destacaram. Porém, uma sucessão de erros do comando boliviano permitiu a reação paraguaia que, com grande
auxílio internacional, conseguiu vencer
a guerra. Uma empresa petrolífera estadunidense, a Standard Oil, atual Exxon,
influenciou decisiRegião do Chaco
vamente no conflito. Percebendo que a
Bolívia não tinha saída para o mar e que,
PARAGUAI
pelas vias fluviais, o
atual
oceano Atlântico era
acessível ao ParaBOLÍVIA
guai, ela apoiou este
último. A vitória do
La Paz
Paraguai na Guerra
Porto
BRASIL
Suarez
Santa
do Chaco não sigCruz
nificou o acesso ao
Bahia
Sucre
Negra
petróleo da região,
CHACO
pois a Standard Oil
Potosi
Olimpo
Rio Ve
conseguiu impor um
rde
Boqueron
acordo que manteRio
PARAGUAI
CHILE
Pil
co
ria os paraguaios
ma
yo
distantes da exploAssunção
ARGENTINA
ração desse recurso
115 0
230 km
até o ano de 2006.
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NO CONTINENTE AMERICANO
PERU
Escritórios da ExxonMobil em Downtown Houston, Texas, EUA.
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Dentre eles, alguns alcançaram o
século XX, sendo as disputas entre
Peru X Equador e Bolívia X Paraguai as mais marcantes. No entanto, foi o desentendimento entre bolivianos e paraguaios que mais se
destacou. Não só pela duração das
tensões e pelos declarados interesses
estrangeiros em questão, como também pelos custos do conflito principal e suas consequências.
A indefinição das fronteiras entre o Paraguai e a Bolívia se arrastava desde o século XIX. A questão
principal era uma região de aproximadamente 8 milhões de hectares, localizada entre o sudeste da Bolívia
e o noroeste do Paraguai. As duas nações,
por razões históricas, reivindicavam para si
o território do Chaco. No entanto, fatores
econômicos também se destacavam, pois na
área em questão se encontravam grandes reservas petrolíferas. O nome da região acabou dando o título ao conflito que resultou
dessa disputa: Guerra do Chaco.
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Como vimos, a história do continente
americano durante as primeiras décadas
do século XX foi marcada pela crescente e
muito presente ação dos Estados Unidos.
O imperialismo desenvolvido nesse período, em seus desdobramentos, chega aos
nossos dias. Ainda que as ações militares
não sejam tão claras e definidas, a forte influência econômica e cultural ainda pode
1
ser percebida. Todos os momentos históricos aqui estudados colaboraram em maior
ou menor grau para as características atuais da América Latina. No entanto, entre
esse período e hoje, destacam-se muitos
acontecimentos. Dentre eles, a fase dos
populismos, seguida pelos militarismos latino-americanos. Porém, estes temas serão
vistos mais adiante.
De acordo com o capítulo estudado, durante as décadas finais do século XIX e as iniciais do XX, a influência
europeia – especialmente inglesa – sobre a América Latina foi perdendo força e cedendo lugar à estadunidense. Destaque um aspecto que diferencie e outro que assemelhe o exercício hegemônico inglês ao que
passou a ser exercido pelos Estados Unidos.
O aluno deverá escolher entre alguns pontos que diferenciam este exercício, como a intervenção militar
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e, muitas vezes, direta promovida pelos Estados Unidos, algo que praticamente não ocorreu com a Inglaterra
nesse período. Outra possibilidade foram os investimentos econômicos diretos que os ingleses realizaram
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HISTÓRIA – INTERATIVA
OP 17646 / História Interativa 9
sobre a América Latina várias vezes, por exemplo, financiando a produção agrícola na região.
Os EUA iniciaram essa prática declarada somente após a Primeira Guerra, intensificando-a após
a Segunda. Dentre as semelhanças é possível destacar a intenção de manter a região voltada
para a produção agrícola e consumidora de produtos industrializados. A lenta imposição de um
modelo cultural também pode caracterizar um ponto de semelhança entre os exercícios hegemônicos.
2
Que importante acontecimento histórico mundial afetou as bases econômicas latino-americanas no início
do século XX, colaborando para o declínio das forças oligárquicas rurais e para a ascensão da burguesia
industrial e das comunidades urbanas? Explique resumidamente como esse processo se deu.
O estudante deverá citar a Primeira Guerra Mundial e explicar como esse conflito, que envolveu diretamente
várias das principais potências do planeta, provocou um grande declínio das exportações de produtos
industrializados. Desta forma, várias nações latino-americanas foram obrigadas – na medida do possível – a
promover o que veio a ser conhecido no Brasil como “substituição das importações”. Esse processo fez com
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que o poder das indústrias crescesse e com elas as cidades. Assim, as comunidades urbanas foram lentamente
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adquirindo mais força política e econômica, rivalizando com o poder dos grandes proprietários de terra, que
entra em declínio.
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Elabore um pequeno texto mostrando como a independência do Panamá pode ser considerada um exemplo de ação da Política do Big Stick.
Resposta pessoal do aluno, que deverá evidenciar as duas faces dessa política estadunidense, ou seja, o “falar
manso” e o uso do “grande porrete”, durante o processo de independência do Panamá.
4
Para cada presidente mexicano abaixo citado, mencione ao menos uma ação do seu governo que possa ser
identificada como “conservadora” ou “liberal”.
a) Antonio López de Sant’Anna: Presidente conservador que teve seu governo caracterizado por uma sequência
de golpes que o mantiveram no poder por muitos anos. Para muitos estudiosos, foi um ditador.
b) Benito Juárez: Presidente liberal, retirou a administração da justiça das mãos do exército, acabou com a oficialidade do catolicismo e suspendeu o pagamento da dívida externa.
19
externo, o que redundou em imensas dificuldades para a população. Exigiu títulos de posse de terra da
população, o que, na prática, acabava com o “ejido” (comunidade indígena).
5
Assinale verdadeiro (V) ou falso (F).
( V ) A influência do caudilhismo na América Latina, em seus desdobramentos, pode ser encontrada até o
início do século XX.
( F ) Caudilhos e coronéis se diferenciam apenas por sua atuação geográfica e não pela amplitude de sua
influência e aparatos militares.
( F ) O Destino Manifesto e a Doutrina Monroe surgiram durante o mesmo momento histórico e previam
os mesmos limites de atuação.
( V ) A independência cubana foi realizada em um contexto de aumento deliberado da influência estadunidense sobre a região.
( V ) A Emenda Platt é considerada um dos maiores símbolos de exercício do imperialismo dos EUA sobre
a ilha de Cuba.
( V ) Antes dos EUA, ingleses e franceses se propuseram a construir o Canal do Panamá.
( F ) A independência do Panamá em relação à Colômbia foi realizada somente por forças panamenhas,
cansadas da exploração exercida por Bogotá.
COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
ditadores mexicanos. Abriu o México aos investimentos estrangeiros. Na prática, entregou o país ao capital
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c) Porfirio Díaz: Presidente conservador, governo excessivamente centralizador, considerado um dos maiores
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(UDESC) A Revolução Sandinista em 1979 depôs o ditador Anastácio Somoza, que controlava o país há
cerca de 40 anos. Essa revolução foi um dos episódios que marcaram a instabilidade política dos países
da América Central no processo de descolonização, facilitando a implantação de sangrentas ditaduras
na região durante todo o século XX. O país onde ocorreu a Revolução Sandinista foi:
(
) El Salvador.
(
) Cuba.
(
) Guatemala.
(
) Costa Rica.
( X ) Nicarágua.
7
(UECE – Adaptado) Em Chiapas, no México, em 1994, ocorre uma rebelião conduzida pela Frente
Zapatista de Libertação Nacional que reivindica mudanças na distribuição da terra e benefícios
sociais para as populações do campo e indígena. Quanto à utilização do termo “zapatistas”, assinale
o correto.
( X ) Uma aproximação à imagem de Emiliano Zapata, um líder da Revolução Mexicana que ocorreu no
início do século XX.
) Uma clara homenagem ao atual presidente espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero.
(
) Referência a Zapata, território localizado no pequeno estado mexicano de Morelos.
(
) Uma homenagem aos irmãos Juliano e Eufêmio Zapata, pequenos proprietários de terras que morreram em luta pela defesa dos camponeses mexicanos.
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HISTÓRIA – INTERATIVA
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(
Baseado em seus conhecimentos, no texto deste capítulo, em pesquisas (na internet, em jornais,
livros ou revistas) e nas discussões feitas em sala de aula, explique como você vê a interferência de
empresas estrangeiras, como a ocorrida na Guerra do Chaco no início da década de 1930, em questões internas de nações latino-americanas. Naquela ocasião, a antiga Standard Oil (atual ExxonMobil) interferiu diretamente no conflito entre bolivianos e paraguaios. Dentre as perguntas que
devem guiá-lo no estabelecimento de sua opinião, sugerimos algumas abaixo.
• A interferência estrangeira ajudou ou prejudicou?
• Quem foi ajudado ou prejudicado?
• Solucionou ou perpetuou o conflito?
• O interesse da intervenção estava focado no benefício da população local ou não?
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• Elabore outras que julgar necessárias.
Dadas as respostas, elabore um pequeno texto dissertativo, em seu caderno, contendo as ideias
que agora formam sua opinião. Resposta pessoal.
Observe atentamente a imagem. Ela faz referência a uma ideologia defendida pelo governo
estadunidense no decorrer de sua história. Trata-se de uma interpretação crítica sobre o assunto. O
tema é alvo de muitos debates entre os pesquisadores.
Dicas: atente para o diálogo acima da imagem e para o objeto que está sendo entregue pelo
homem de boné verde ao senhor vestido com um terno listrado. Três pessoas aparecem nessa
figura. Quem eles representam?
OP 17646 / História Interativa 9
Feita a observação, identifique e descreva a “doutrina” ou “política” a que se refere a imagem. A seguir,
destaque elementos da caricatura, que possam exemplificar os objetivos explícitos e implícitos da
doutrina, bem como a crítica levantada.
COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
1
21
Professor, estimule os
alunos a apresentar suas
próprias interpretações.
A seguir, sugerimos um
caminho possível para a
leitura da imagem: Representação da Doutrina
Monroe, a chave sendo
entregue às mãos do senhor de terno simboliza a
passagem da dependência
europeia para a estadunidense, proposta pelo presidente Monroe. As frases
explicitam o objetivo implícito da Doutrina Monroe. O senhor de terno listrado representa os EUA;
o homem de boné verde,
a classe dos caudilhos
que ascendem ao poder;
o homem acorrentado, a
classe dos explorados, que
assim permanece após a
independência da América
Latina.
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Reunindo-se em grupos de três alunos, discuta com seus colegas a respeito de algumas questões atuais relacionadas à América Latina que aparecem constantemente nos noticiários. Após a
discussão, escolha aquela que, segundo o grupo, tem maior importância para o momento. Escolhido o tema, a partir de uma cartolina, o grupo deverá desenvolver uma imagem que represente,
de forma simbólica e crítica, o tema escolhido. Não é necessário saber desenhar: a imagem pode
ser estilizada, baseada em recortes de outras imagens retiradas de jornais ou revistas. Pode ser
feita com régua, compasso e outros instrumentos. Enfim, use sua criatividade. Depois de pronta,
cada grupo deverá expor a sua imagem aos colegas, explicando a que ela se refere e quais as
críticas que o grupo quis expressar através dela.
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HISTÓRIA – INTERATIVA
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As elites urbanas e o campesinato indígena
Nos últimos anos do século
XIX, a Cidade do México exibia
os efeitos da modernização, com
bairros repletos de palacetes e
grandes avenidas. Já em 1890
tinham chegado à cidade as bicicletas, que logo se tornaram
moda. As famílias dos terratenientes (proprietários de terra)
dividiam seu tempo entre o luxo
da Cidade do México e o das haciendas. O balão de Joaquim de la
Cantolla sobrevoou a cidade em
1902. O Casino Español reunia a
aristocracia em festas luxuosas. A
cidade se embriagava com tudo
o que vinha da Europa: a moda
francesa, os saraus, a música. Aos
domingos, jovens militares e civis
cavalgavam pelo Bosque de
Chapultepec, e aqueles que tinham
sorte viam passar a cavalo ou em
sua caleche o “Hombre Fuerte”,
como os mexicanos chamavam
Porfirio Díaz.
Fora das cidades e das sedes
das haciendas, a maior parte da
população era de origem indígena e não tinha qualquer contato
com a nova sociedade industrial
emergente. Quase como nos
tempos coloniais, as famílias viviam do que a terra lhes dava.
Comiam milho, feijão e ovos; do
milho faziam tortilha (pequena
torta que lembra uma panqueca) temperada com chilli (uma
pimenta) e, quando possível,
enriqueciam seu cardápio com
carne. As mulheres geralmente
se limitavam a trabalhar na agricultura e a cuidar da casa e dos
filhos. Os homens, estes chegavam até as vilas e povoados. Bebiam pulque (bebida fermentada), endividavam-se nas tiendas
de raya (vendas) comprando produtos necessários à sobrevivência de suas famílias e voltavam
para casa a pé, porque a mula era
um patrimônio que nem todos
podiam ter. Como nunca ganhavam o suficiente para as despesas, estavam sempre devendo.
Essa dívida era conveniente ao
proprietário das terras porque o
camponês, enquanto devesse à
venda, não podia sair dali. As dívidas prendiam as famílias camponesas à terra por várias gerações.
SOARES, Mariza Carvalho. A revolução
mexicana. São Paulo: FTD, 2000. p. 22-23.
1
O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio
Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que
o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do
século XIX e início do XX.
O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estratificada. De um lado,
a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Porfirio Díaz.
Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do
processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses,
de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as reformas promovidas por Porfirio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre
uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a
descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo.
O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos
camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada
em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta.
COMEÇA O SÉCULO XX
NO CONTINENTE AMERICANO
Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão
da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses,
especialmente os homens.
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O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio
Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que
o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do
século XIX e início do XX.
O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estratificada. De um lado,
a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Porfirio Díaz.
Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do
processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses,
de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as reformas promovidas por Porfirio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre
uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a
descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo.
O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos
camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada
em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta.
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Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão
da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses,
especialmente os homens.
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