Abel Portilho Magalhães Júnior - ICES
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Abel Portilho Magalhães Júnior - ICES
Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde – Faculdade de Medicina Curso de Pós-Graduação em Medicina – Cardiologia PERFIL DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM CARDIOLOGIA Uma Análise Bibliométrica da Base de Dados MEDLINE entre 1987 e 2007 ABEL P MAGALHÃES JR Orientador: Prof Aristarco Gonçalves de Siqueira Filho Rio de Janeiro 2008 ii PERFIL DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM CARDIOLOGIA Uma Análise Bibliométrica da Base de Dados MEDLINE entre 1987 e 2007 ABEL P MAGALHÃES JR Tese apresentada ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Medicina (Cardiologia) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Doutor em Medicina (Cardiologia). Orientador: Prof Aristarco Gonçalves de Siqueira Filho Rio de Janeiro 2008 iii Tese de Doutorado aprovada por: Prof Nelson Albuquerque de Souza e Silva Prof Titular de Cardiologia da Faculdade de Medicina – UFRJ Doutor em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – UFRJ Pós-Doutor em Epidemiologia Clínica pela McMaster University (Canadá) Presidente da Banca Examinadora Prof Fernando Bacal Editor-Chefe do Arquivos Brasileiros de Cardiologia Doutor em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – USP Livre-Docente em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – USP Médico Assistente do Instituto do Coração (INCOR) do Hospital das Clínicas – USP Prof Ronaldo de Souza Leão Lima Editor-Chefe da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro Doutor em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – UFRJ Pós-Doutor em Cardiologia Nuclear pela University of Virginia (EUA) Prof Adjunto de Cardiologia da Faculdade de Medicina – UFRJ Prof Evandro Tinoco Mesquita Ex-Editor-Chefe do Arquivos Brasileiros de Cardiologia Doutor em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – USP Prof Adjunto de Cardiologia da Faculdade de Medicina – UFF Coordenador da Unidade de Emergência do Hospital Pró-Cardíaco (Rio de Janeiro) Profa Lena Vânia Ribeiro Pinheiro Mestre em Ciência da Informação pelo Inst Bras Informação em Ciência e Tecnologia Doutora em Comunicação e Cultura pela Faculdade de Comunicação – UFRJ Tecnologista Sênior do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Orientador: Prof Aristarco Gonçalves de Siqueira Filho Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Medicina (Cardiologia) Doutor em Medicina (Cardiologia) pela Faculdade de Medicina – UFRJ Professor Associado da Faculdade de Medicina – UFRJ Rio de Janeiro, 31 de março de 2008. iv Magalhães Jr, Abel Portilho Perfil da produção científica brasileira em cardiologia. Uma análise bibliométrica da base de dados MEDLINE entre 1987 e 2007. / Abel P Magalhães Jr. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro – Faculdade de Medicina, 2008. xviii, 102p.: il. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Curso de Pós-Graduação em Medicina (Cardiologia) 2008. 1. Bibliometria. 2. Cardiopatias. 3. MEDLINE. 4. Cardiologia – Tese. I. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina. II. Título. v Dedico o trabalho atual aos meus pais (Abel e Vanda) pelo apoio constante e incondicional, à minha irmã (Kilda) pela ajuda constante e incondicional, à minha esposa (Isabela) pelo amor constante e incondicional, aos nossos filhos (José e Mateus) que chegaram trazendo alegria em dobro e à nossa filha (Gabriela) que chegou sozinha, mas trazendo a mesma alegria. vi Agradeço às seguintes pessoas e instituições (em ordem alfabética) que contribuíram de modo significativo para minha formação pessoal e profissional: Aristarco Gonçalves de Siqueira Filho e Waldemar Deccache – Curso de PósGraduação em Cardiologia – Faculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de Janeiro Eli Veloso de Oliveira – Comissão de Informática Médica (CIMed) – Faculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de Janeiro Guilherme Kurtz, Roberto Takashi Sudo e Paulo de Assis Melo – Departamento de Farmacologia Básica e Clínica – Universidade Federal do Rio de Janeiro Henrique Sérgio de Moraes Coelho e Jorge André Segadas Soares – Serviço de Clínica Médica – Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universidade Federal do Rio de Janeiro Ivan Gonçalves Maia, Roberto Sá, Paulo Alves e Rose Henriques – Pró-Ritmo – Hospital Pró-Cardíaco (Rio de Janeiro) José Guilherme de Faria Feres e Isabela Franco – Serviço de Cardiologia – Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universidade Federal do Rio de Janeiro Maurício Perez – Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva – Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Gabriel Bastos e José Balli – Centro de Tratamento Intensivo – Hospital de Ipanema (Rio de Janeiro) vii Paulo Sérgio Siebra Beraldo e Maurício Gomes Pereira – Curso de PósGraduação em Ciências da Reabilitação – Rede SARAH de Hospitais – Brasília (Distrito Federal) Renato Sabbatini e Paulo Marcondes Carvalho Jr – Núcleo de Informática Biomédica – Universidade de Campinas (São Paulo) Roberto Lourenço – Cuidado Integral à Pessoa Idosa (CIPI) – Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI) – Universidade Estadual do Rio de Janeiro viii “I thoroughly support universal free access to research. The wonderful thing about ideas is more people being exposed to more ideas leads to still more ideas.” Dr Richard Smith Former Editor of the British Medical Journal (www.bmj.com) Member of the PLoS Board of Directors (www.plosmedicine.org) ix RESUMO Introdução: A utilização de índices bibliométricos para analisar a produção científica em diferentes áreas do conhecimento médico vem aumentando ao longo dos últimos anos. Entretanto sua aplicação em nosso país e, mais especificamente, na área da cardiologia ainda é relativamente pequena. Objetivamos com o presente trabalho, realizar uma análise bibliométrica da produção científica brasileira em cardiologia na base de dados MEDLINE nos últimos 20 anos. Materiais e Métodos: Uma estratégia de busca foi aplicada no Pubmed/Medline em outubro de 2007. Esta estratégia procurou contemplar os principais e mais abrangentes termos MeSH (Medical Subject Heading) voltados para cardiologia. Parâmetros bibliométricos como evolução temporal, distribuição regional, distribuição institucional e tipo de revista onde o trabalho é publicado foram avaliados. Estatística descritiva básica foi empregada no tratamento dos dados. Resultados: Foram analisados um total de 5.087 trabalhos. Com relação à evolução temporal, observou-se um crescimento médio de 21% ao ano, com 5 picos de maior aumento da produção científica. De inicialmente (1987) 34 trabalhos/ano, chegamos ao número de 636 trabalhos em 2006. Conclusão: A produção científica brasileira de qualidade em cardiologia apresentou uma tendência constante de crescimento ao longo dos últimos 20 anos (média de 21% ao ano). Alguns períodos tiveram crescimento acima da média, e o entendimento do que ocorreu nestas épocas é fundamental para ampliar a participação brasileira na geração e na disseminação do conhecimento científico em cardiologia. x ABSTRACT Introduction: The use of bibliometrics to evaluate research in different areas of medical knowledge has been increasing in the last ten years. However its application in our country and more specifically in the area of cardiology is still relatively small. The main objective of the present work was to perform a bibliometric analysis of Brazilian scientific production in cardiology, in the MEDLINE database, during the last 20 years. Materials and Methods: A search strategy has been applied in the Pubmed / Medline database in October 2007. This strategy include the main and most comprehensive MeSH (Medical Subject Heading) terms focused on cardiology. Bibliometric indicators like temporal evolution, regional distribution, institutional distribution and journal type where the article is published were evaluated. Basic descriptive statistics were used. Results: A total number of 5,087 articles were analyzed. For the temporal evolution, there was an average growth of 21% per year, with five different peaks of higher increase in scientific output. From initially (1987) 34 articles per year, we achieved a number of 636 articles in 2006. Conclusion: The Brazilian scientific production of quality in cardiology showed a trend of constant growth over the past 20 years (mean of 21% per year). Some periods were above mean increase, and understanding of what occurred in these times is crucial to expand the Brazilian role in the generation and dissemination of scientific knowledge in cardiology. xi LISTA DE ANEXOS Anexo 1 – Listagem dos 119 periódicos que integram a classificação AIM – Abridged Index Medicus (Core Clinical).......................................................................................91 Anexo 2 – Reprodução parcial da planilha eletrônica utilizada para a análise bibliométrica (89 de 5.087 publicações)..........................................................................94 xii LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Página de entrada na base de dados Pubmed/Medline...................................08 Figura 2 – Página de entrada na base de dados LILACS/BIREME................................10 Figura 3 – Página de entrada na base de dados SciELO.................................................12 Figura 4 – Termos MeSH (Medical Subject Headings) empregados na busca..............42 Figura 5 – Utilização de filtro limite “Afiliação” na estratégia de busca........................47 Figura 6 – Utilização do programa Reference Manager no tratamento dos dados..........48 Figura 7 – Utilização do programa Microsoft Excel no tratamento dos dados...............49 Figura 8 – Resultado da busca realizada por artigos da área cardiovascular...................51 Figura 9 – Resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras.........................................................................................................................52 Figura 10 – Resumo do resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras na área cardiovascular.................................................................53 Figura 11 – Resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras na área cardiovascular....................................................................................54 Figura 12 – Evolução temporal (número de artigos / ano) .............................................55 Figura 13 – Crescimento anual (%).................................................................................56 Figura 14 – Distribuição das publicações por regiões do país........................................57 Figura 15 – Distribuição das publicações por Unidades Federativas do país.................58 Figura 16 – Normalização pelo número de cardiologistas (distribuição regional)..........59 Figura 17 – Normalização pelo número de cardiologistas (distribuição UF)..................59 Figura 18 – Projeção de crescimento da produção científica para os próximos 10 anos..................................................................................................................................66 Figura 19 – Reportagem O Globo – 10 de julho de 2007................................................68 xiii LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AIM – Abridged Index Medicus BIREME – Biblioteca Regional de Medicina / Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências das Saúde CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CO – Região Centro-Oeste CT – Ciência e Tecnologia FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz IBBD – Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação ISI – Institute of Scientific Information ISSN – International Standard Serial Number KWIC – Keyword In Context KWOC – Keyword Out of Context LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde MCT – Ministério da Ciência e da Tecnologia MEDLARS – Medical Literature Analysis and Retrieval System MEDLINE – MEDLARS Online MeSH – Medical Subject Headings N – Região Norte NCBI – National Center for Biotechnology Information NE – Região Nordeste NLM – National Library of Medicine PDF – Portable Document Format PubMed – Public MEDLINE xiv QUALIS – Sistema de Classificação de Periódicos, Anais e Revistas da CAPES RSS – Rich Site Summary / Really Simple Syndication S – Região Sul SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia SCI – Science Citation Index SCIELO – Scientific Electronic Library Online SE – Região Sudeste SOCERJ – Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo T4 – Top Four T5 – Top Five T7 – Top Seven UF – Unidade Federativa xv LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Alguns motivos para se publicar um artigo científico...................................14 Tabela 2 – Alguns motivos para a existência de periódicos científicos..........................18 Tabela 3 – Estudos mundiais sobre o padrão de produção científica em cardiologia.....35 Tabela 4 – Estudos nacionais sobre o padrão de produção científica em cardiologia.....37 Tabela 5 – Detalhamento dos Termos MeSH empregados na busca..............................44 Tabela 6 – Distribuição institucional (somente as que alcançaram valor maior que 1%)...................................................................................................................................60 Tabela 7 – Principais periódicos (em ordem decrescente) onde instituições brasileiras publicaram seus trabalhos nos últimos 20 anos...............................................................61 Tabela 8 – Proporção entre o número total de publicações (Pubmed/Medline e o presente trabalho) e as classificadas como AIM, T4, T5 e T7........................................62 Tabela 9 – Distribuição regional, ano-a-ano das publicações.........................................63 Tabela 10 – Tipo de periódico, ano-a-ano.......................................................................64 Tabela 11 – Tipo de periódico por distribuição regional.................................................65 Tabela 12 – Estudos nacionais sobre o padrão de produção científica em cardiologia...71 xvi SUMÁRIO páginas I. Resumo……………………………………………………..…………………....x II. Abstract…………………………………………………………………..….......xi III. Lista de Anexos………………………………………………………….……..xii IV. Lista de Figuras…………………………………………………………..…....xiii V. Lista de Siglas e Abreviaturas…………………………………….....…..…….xiv VI. Lista de Tabelas………………………………………………….......…..…….xvi VII. Sumário…………………………………………………………………..…...xvii VIII. Introdução………………………………………………………………..……..01 IX. Revisão Bibliográfica………………………………………..…………..……..04 a. A produção científica brasileira...............................................................04 b. Razões para publicar um artigo científico...............................................13 c. Para que servem os periódicos científicos...............................................17 d. Metodologias utilizadas para avaliar a produção científica.....................20 e. Sistemas de revisão bibliográfica............................................................29 f. O fator de impacto...................................................................................34 g. Estudos internacionais sobre produção científica em cardiologia...........35 h. Estudos nacionais sobre produção científica em cardiologia..................37 X. Objetivos…………………………………………………..……………..……..39 XI. Materiais e Métodos…………………………………….....……………..…….40 a. Base de dados estudada...........................................................................40 b. MESH – Medical Subject Headings.......................................................41 c. Tipo de estudo.........................................................................................42 d. Critérios de inclusão................................................................................43 xvii e. Estratégia de busca..................................................................................43 f. Tabulação dos dados e análise estatística................................................45 XII. Resultados………………………………………………………………..……..50 a. Evolução temporal...................................................................................55 b. Distribuição regional e institucional........................................................56 c. Parâmetros de qualidade – tipo de revista...............................................60 d. Inter-relação.............................................................................................62 XIII. Discussão…………………………………………….…………………..…..…66 a. Principais achados...................................................................................66 b. Limitações...............................................................................................69 c. Comparação com a literatura...................................................................71 d. Perspectivas futuras.................................................................................72 XIV. Conclusões………………………………………...……………………....……73 XV. Referências Bibliográficas…………………...…………………………....……74 XVI. Anexos…………………………………….....…………………………....……90 xviii INTRODUÇÃO O aumento da produção de conhecimento – e, portanto, do número de periódicos científicos – na segunda metade do século passado levou a comunidade de profissionais e pesquisadores a encarar o desafio de desenvolver critérios de qualidade que pudessem orientar os leitores na seleção das melhores evidências científicas. Entretanto, a falta de um esquema de consenso para medir os resultados técnicos e científicos sob um esquema conceitual razoável levou a um leque muito amplo de indicadores (Aronsky et al, 2005) (Almeida-Filho et al, 2003). Deste modo, na prática, a assim chamada cienciometria é (e foi) muitas vezes realizada somente com o uso da bibliometria, que é a medida de publicações científicas, mesmo que além dela não existam relações sistemáticas com outras categorias de medida de ciência e tecnologia. A bibliometria baseia-se no conceito de que a qualidade dos periódicos e artigos pode ser inferida pela hierarquização da produção científica, construída por meio de técnicas quantitativas que fornecem certos índices (Bressan et al, 2005) (Packer e Meneghini, 2006). O fator de impacto, introduzido no início da década de 60 é a mais destacada das muitas medidas de citação de periódicos que têm sido propostas. Calcula-se o fator de impacto de um periódico dividindo o número de citações, no ano corrente, a qualquer item publicado no referido periódico nos dois anos anteriores pelo número de artigos publicados no periódico no mesmo período (Garfield, 1987) (Lopez-Abente e MunozTinoco, 2005). 1 Assim, o fator de impacto, que é visto como um indicador da visibilidade e da difusão do conhecimento científico, é basicamente uma razão entre citações e itens publicados passíveis de citação. Sua força reside, sobretudo, na abrangência, na estabilidade e na aparente reprodutibilidade; por outro lado, algumas falhas óbvias, junto com seu uso leviano, provocaram uma grande quantidade de críticas e discussões controversas sobre sua exatidão (Garfield, 1999) (Jemec, 2001). Com o desenvolvimento de aplicações práticas dos índices bibliométricos, estes se tornaram a base técnica para a avaliação sistemática e decisões estratégicas dentro da arena política, assim como em todo o domínio social. No Brasil, a bibliometria é amplamente utilizada para nortear a alocação de subsídios e recursos técnicos, por meio de esquemas institucionais de hierarquização bibliográfica. Por exemplo, o QUALIS (Sistema de Classificação de Periódicos, Anais e Revistas da CAPES) emprega o fator de impacto como referência para classificar os periódicos de circulação internacional (Kater, 2000) (Mesquita e Silva, 2004). O grau de inserção internacional da produção brasileira científica pode ser medido pela análise de bases de dados de citações bibliográficas. A maior delas, em todo o mundo, na área da saúde, é o MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) da US National Library of Medicine. Atualmente contém quase 18 milhões de referências a publicações de aproximadamente 5.800 periódicos de todo o mundo (Lukenda et al, 2005) (Packer et al, 1998). Embora a bibliometria esteja completamente incorporada ao trabalho diário dos pesquisadores como uma ferramenta para monitorar o desempenho pessoal e 2 institucional, há poucos estudos que analisaram as tendências e o grau de inserção internacional da produção científica do Brasil de acordo com áreas de conhecimento específicas, incluindo a cardiovascular, motivo maior do presente estudo (Novaes, 2004) (Page, 2003). 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nesta parte do trabalho serão revistos conceitos e estudos relacionados com a produção científica brasileira, com as razões para publicar um artigo científico, com os motivos para que servem os periódicos científicos, com as metodologias utilizadas para avaliar a produção científica, com os sistemas de revisão bibliográfica, com o fator de impacto e, finalmente, com a produção científica mundial e nacional na área cardiovascular. A PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA Faz parte do senso comum entender que o processo de comunicação situa-se no próprio coração da ciência, visto que os cientistas necessitam divulgar suas pesquisas, para que os dados manipulados se transformem em informação, que por sua vez vai gerar conhecimento (Patsopoulos et al, 2005) (Lotufo, 2001). De volta aos primórdios da comunicação científica, chega-se, inquestionavelmente, aos gregos antigos que comunicavam seus estudos através de dois canais: a fala e a escrita. A fala, por meio dos debates e discussões filosóficas, que tiveram lugar nos séculos V e IV A.C., as quais ocorriam na Academia, nos arredores de Atenas; e a escrita, através de Aristóteles, que com os manuscritos dos seus debates, influenciou primeiramente a cultura árabe e depois a Europa Ocidental (Santos, 2003) (Lundberg, 2003). 4 A criação da imprensa na Europa, no século XV, veio contribuir para facilitar o processo de comunicação, onde o documento escrito exerce papel vital. Alguns autores relatam que a transição da comunicação manuscrita para a comunicação impressa se deu muito vagarosamente, visto que a comunicação manuscrita destinava-se a um público reduzido e a comunicação impressa atingia a um público muito maior (Zorzetto et al, 2006) (Kanthraj, 2006). Até meados do século XVII, a comunicação científica era constituída maciçamente por correspondências particulares. Com o advento do periódico científico, em 1665, em Paris e em Londres, o processo de comunicação científica passou por uma mudança radical (McAlister et al, 1999) (Kurmis, 2003). No ano de 1665, em Paris, surgiu o Journal des Sçavans, que pode ser considerada a primeira revista no sentido “moderno”. O primeiro número desse periódico foi editado em 5 de janeiro de 1665 e discutido em 11 de janeiro, na Royal Society of London. O Journal des Sçavans tinha como funções: catalogar e reunir os livros mais importantes publicados na Europa; publicar óbitos de personalidades eminentes; descrever os progressos científicos e técnicos; registrar as principais decisões jurídicas e publicar notícias sobre o que acontecia na “República das Letras” (Meneghini e Packer, 2006) (Glanzel e Moed, 2002). No mesmo ano, foram editadas as Philosophical Transactions of the Royal Society of London, as quais consistiam nas cartas trocadas entre membros da 5 comunidade e correspondentes, tanto do país quanto do exterior, que traziam informações sobre novas idéias e pesquisas. Cabe ressaltar que já naquela época, os editores dessa revista preconizavam que os textos deveriam ser aprovados pelo seu conselho, sendo revistos antes por alguns de seus membros (Long et al, 2004) (Figg et al, 2006) (de Granda, 2003). Pode ser apontada como razão específica do surgimento do periódico científico a expectativa de lucros e como razão geral, a crença de que para haver novos descobrimentos era necessário um debate coletivo. No entanto, o motivo principal era a necessidade de comunicação, fato que influenciou diretamente a formalização do processo de comunicação (Holden et al, 2005) (de Meis e Leta, 1996). As revistas criadas na metade do século XVII passaram por uma grande evolução nos três últimos séculos, sendo influenciadas pelas transformações tecnológicas e, também, pelas exigências da comunidade científica. Após a Segunda Guerra Mundial, com o surgimento dos periódicos especializados que cobriam não só as grandes áreas do conhecimento, como as subdivisões desses campos, ocorreu o fenômeno denominado explosão bibliográfica (Gibbs, 1995) (Coimbra, 2003). O termo explosão bibliográfica foi primeiramente utilizado em 1948, na Royal Society Conference of Scientific Information. No entanto, alguns autores observaram que já no início do século XIX, as resenhas e os artigos científicos eram tão numerosos que “indivíduo algum poderia lê-los ou pretender assimilá-los completamente”. 6 Esse fenômeno concorreu para instituir uma grande preocupação, quanto ao acesso à informação. Surgiram, então, os periódicos de resumos, que se constituíam em versões condensadas de artigos publicados em revistas científicas (Dijkers, 2003) (Coura e Wilcox, 2003). Paralelamente ao crescimento das pesquisas, ocorreu o crescimento da comunidade científica e o surgimento dos computadores. A aplicação dos computadores no processamento das informações bibliográficas trouxe como vantagens o armazenamento de grandes quantidades de informação, a capacidade de ordenar os dados com rapidez e efetuar buscas por palavras-chave, extraídas do título, do resumo, ou mesmo do documento integral (Freitas, 2005) (Chagoyen et al, 2006). Fenômenos como o avanço da pesquisa científica, após a Segunda Guerra Mundial, e o desenvolvimento da tecnologia de processamento de dados, por computador, concorreram para o surgimento das bases de dados eletrônicas. Em 1969, surgiu o primeiro sistema de busca retrospectiva em larga escala, disponível para o público, alimentado em batch - MEDLARS - Medical Literature Analysis and Retrieval Systems, gerenciado pela base de dados da US National Library of Medicine (Figura 1). 7 Figura 1 – Página de entrada na base de dados Pubmed/Medline. Como bases de dados precursoras podem ser citadas: ORBIT (1960); DIALOG (1964); STAIRS/IBM (1966); este último, um dos primeiros sistemas de recuperação de dados bibliográficos. Esse cenário da comunicação eletrônica veio trazer grandes vantagens para os cientistas, uma vez que os pesquisadores dos países em desenvolvimento sempre tiveram grandes dificuldades em acompanhar a frente de pesquisa. Portanto, esta situação colocava os cientistas dos países periféricos em condições de igualdade com os cientistas dos países desenvolvidos (Crosta et al, 2005) (Altman, 2005) (Araujo et al, 2006). 8 Focalizando o caso brasileiro, a recuperação da produção científica nacional, a partir de 1954, foi promovida pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação – IBBD, através do Serviço de Bibliografia, que produzia o Sistema Automatizado de Bibliografias Especializadas – SIABE. Foram editadas as bibliografias brasileiras, nos campos das Ciências Sociais, Zoologia, Agricultura, Botânica, Matemática e Física, Medicina e, ainda, sobre a Amazônia. Essas bibliografias brasileiras utilizavam índices KWIC e KWOC – Key Words in Context e Key Words ouf of Context, para recuperação de dados contidos no texto e no corpo dos trabalhos. Faziam divulgação da literatura produzida em artigos de periódicos técnico-científicos. Esse serviço foi oferecido até o final da década de 1970 (Cunha-Melo et al, 2006) (Darmoni et al, 2002). Na década de 1980, foram implementadas iniciativas isoladas: Geocinf (PADCT); AGRÍCOLA (EMBRAPA); LILACS (BIREME) (Figura 2); BIBLIODATA (FVG); BOVESPA (BOVESPA); FONTE (CIN). 9 Figura 2 – Página de entrada na base de dados LILACS/BIREME. Passando-se a analisar os atores da produção científica brasileira, ao se tentar levantar o número de cientistas ativos no Brasil, encontra-se um resultado variável, dependendo das fontes consultadas. Documento do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT – apresentava 8.580 pesquisadores (1993); trabalho do Conselho Nacional de Pesquisa-CNP/MCT – apontava 21.541 cientistas (1994); mais recentemente, a Base LATTES, desenvolvida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, armazenava, em 2001, 105.890 cientistas (Blank et al, 2005). Analisando-se esses dados, e levando-se em conta a assertiva de alguns autores de que um cientista de produtividade média publica três trabalhos em toda a sua carreira profissional, indaga-se: onde é veiculada a produção brasileira? 10 Por outro lado, o universo das revistas científicas também varia, de acordo com a fonte e a classificação das mesmas. O ULRICH’S de 2001 arrola 104.000 revistas técnico-científicas; já a base do International Serials Standard Number – ISSN, em 2001 armazenava 1.016.059 revistas. Pesquisas realizadas apontam que 70% das revistas latino-americanas não estão indexadas em nenhum banco de dados e que somente 5% da produção científica dos países periféricos está presente nas grandes bases de dados internacionais (Bordons e Zulueta, 1999) (Davidoff, 2001). No banco de dados Web of Science, em que são indexadas 8.000 revistas, através das bases Science Citation Index (SCI), Social Science Citation Index (SSCI), Arts & Humanities Citation Index (A&H), foram indexadas, em 2001, 21 revistas brasileiras; a base SCIELO (Figura 3) indexa, atualmente, 57 revistas brasileiras (Blank et al, 2005) (Porta et al, 2003). 11 Figura 3 – Página de entrada na base de dados SciELO. Pesquisas desenvolvidas no período de 1991 a 1993, com dados do Institute for Scientific Information (ISI), apontam que a maior parte da pesquisa brasileira é praticada nas universidades públicas, das quais a USP, a UFRJ, a UNICAMP, a UFMG e a UFRGS ocupam os primeiros lugares. Além disso, pesquisas em cima de dados da CAPES, descrevem que o maior veículo de comunicação da produção científica brasileira são as revistas nacionais. Essas revistas convivem com questões como amadorismo, atrasos na edição, comunicações deficientes com leitores e colaboradores, dentre outras (Mari et al, 2004). 12 Outros autores informam que as revistas nacionais são voltadas para o público brasileiro, pois são editadas em língua portuguesa, focalizando temáticas locais e, nesse sentido, isolam a ciência brasileira do resto do mundo. Estudos das últimas décadas apresentam a classificação da produção científica brasileira no cenário mundial, em 1973, ocupando o 31º lugar. Em 1978, o 25º lugar, devido ao desenvolvimento da pós-graduação e, em 2000, o Brasil aparece entre os 20 países maiores produtores de conhecimento do mundo (Vilhena e Crestana, 2002). RAZÕES PARA PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICO Aparentemente, o profissional de saúde no Brasil tem um preconceito: escrever um artigo científico é ato exclusivo de pesquisadores, cientistas ou pessoas “especiais”. Trata-se de um grande engano. Aquele que possui informações sistematizadas de seu dia-a-dia, um médico, por exemplo, que acredita ser essas informações úteis a outros médicos, deve colocar esse conhecimento ao alcance de seus colegas. Uma das muitas formas de se fazer isso é através de um artigo científico. O corpo editorial das revistas avalia a possibilidade de publicá-lo e também costuma sugerir pontos a serem revisados pelo autor, com o intuito de melhorar a qualidade do seu conteúdo ou a forma de sua comunicação (Pereira, 2000). Várias razões podem ser levantadas para explicar por que algumas pessoas publicam um artigo científico e outras não. Vamos ver seis delas (Tabela 1). 13 A primeira razão é ter algo a dizer para a comunidade científica, ou para o público em geral. Às vezes são resultados originais sobre novas descobertas, o que é raro. Outras vezes são tentativas de confirmar os achados de outros pesquisadores, contribuindo para diminuir controvérsias se o assunto em questão ainda não está devidamente esclarecido, ou mesmo para criá-las se novas questões surgirem. O tema em foco pode ser uma faceta de um problema, como variações no tratamento, na abordagem de um paciente, na forma de diagnóstico e/ou na evolução dos casos (Ramos et al, 2005). Ter algo para dizer para a comunidade científica Melhorar o próprio currículo Obtenção de financiamento para pesquisas Impressionar os colegas Algumas pessoas estão acostumadas a escrever Manter as revistas científicas em circulação Tabela 1 – Alguns motivos para se publicar um artigo científico. O motivo pode ser o relato da freqüência de uma patologia, de seus fatores de risco e/ou da relação entre eles. Na verdade há uma infinidade de temas e situações que fazem com que um profissional de saúde tenha algo a dizer para a comunidade científica e decida fazê-lo através de um artigo científico. A divulgação desse conhecimento funciona como atualização para muitos colegas de profissão, podendo contribuir para melhorar a prática clínica e servir de motivação para novas investigações. Uma segunda razão para publicar um artigo científico é melhorar o próprio currículo e alcançar vantagens dele decorrentes. As carreiras de muitos profissionais são impulsionadas pelo número e qualidade das publicações. Estão nesse caso as posições em universidades e em institutos isolados de pesquisa. Em muitos locais os 14 investigadores e docentes de ensino superior são compelidos a publicar suas pesquisas, já que sem publicações terão de se afastar da posição que ocupam (Rigby et al, 2004). É o “publicar ou perecer” que move muitos indivíduos em determinados locais. Também os médicos clínicos têm as suas reputações expandidas ao terem os seus trabalhos publicados, o que pode refletir nas atividades do seu dia-a-dia. O autor tornase mais visível para os seus colegas, para os seus clientes e para a sociedade de modo geral. Uma terceira razão relaciona-se com a obtenção de financiamento para pesquisas uma vez que os recursos para ciência são sempre limitados em maior ou menor grau. Para consegui-los, participa-se de uma disputa na qual a demanda é muito maior do que a oferta. O pré-requisito para entrar na competição é ter uma boa idéia, expressa em um bom projeto de pesquisa enviado a um órgão financiador. Mas isso só não basta (Rochon et al, 2004) Ajuda muito na decisão favorável do comitê avaliador da solicitação por financiamento, o autor ter publicado artigos científicos, o que sugere capacidade de levar a frente um projeto de pesquisa, de modo que os recursos solicitados, em princípio (pensam os avaliadores) não serão mal empregados. O produto final de uma pesquisa científica é o artigo original publicado. Assim sendo, para se manter competitivo em novas solicitações de recursos, o pesquisador deve publicar artigos e torná-los conhecidos, no devido tempo, ao órgão financiador de investigações. 15 Uma quarta razão para publicar artigo cientifico é impressionar os colegas. Os pares podem ficar impressionados com a capacidade de um médico em fazer pesquisa, coletar dados, revisar a literatura, manter-se atualizado e ainda ter tempo para escrever sobre o assunto. Há também os benefícios indiretos. As revistas têm ampla audiência, às vezes não reconhecida mesmo por autoridades na matéria. Alguém, em outra parte do país ou do mundo, lê o artigo, interessa-se por ele, passa a citá-lo (se for o caso), e mesmo convida o autor para proferir palestras ou ser membro de conselhos e comitês de revistas e de organismos de ciência e tecnologia, no país e no exterior (Ruiz-Canela et al, 2001). Isso significa não só prestígio, mas também, viagens subsidiadas e contacto com outros pesquisadores e centros de pesquisa. Isso tudo pode gerar novos estímulos e idéias a serem aplicadas no ambiente de trabalho do autor – o que pode impressionar mais ainda os seus colegas. Uma quinta razão refere-se ao fato de que algumas pessoas estão acostumadas ou são impelidas a escrever por uma força interior, resultado de múltiplos fatores, entre os quais propensão individual, influência familiar ou exposição a ambientes em que é habitual a publicação de artigos e livros (Sampson et al, 2006). Uma sexta e última razão levantada para publicar um artigo cientifico tem caráter eminentemente prático: manter as revistas científicas em circulação. Sem bons artigos para publicar não há boas revistas científicas. E estas são o arcabouço da ciência no mundo moderno, além de uma maneira eficiente de divulgar, entre os profissionais, avanços e condutas médicas adequadas (Seglen, 1997). 16 Assim aconselhava Osler (1849-1919), o médico norte-americano considerado o pai da Medicina moderna aos seus alunos: “...permaneçam sempre em contato íntimo e amistoso com os demais médicos, cooperando com eles, escrevendo com freqüência o que observaram para as revistas médicas...” (Semenzato et al, 2004). PARA QUE SERVEM OS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS Não existe ciência sem publicação científica. No entanto, não se sabe exatamente quando ocorreu a primeira comunicação desse tipo. Problemas conceituais sobre o que seja comunicação científica dificultam essa determinação. Sabe-se que os livros tiveram importância fundamental na divulgação dos conhecimentos, nos últimos 2.500 anos, ao lado da comunicação oral e da correspondência pessoal. A revolução cientifica do século XVII, porém, necessitava de meios mais eficazes e rápidos de comunicação. Em 1665 surge a revista científica, simultaneamente na França e na Inglaterra. No final do século XVIII firma-se como principal meio de comunicação entre os cientistas (Pereira, 2001) (Siegfried et al, 2006) (Taylor et al, 2007) (Vass, 2002). Mas para que servem, especificamente, os periódicos científicos? Alguns autores, quando abordam o tema enumeram determinadas funções das revistas científicas, das quais iremos comentar seis, a seguir (Tabela 2). Primeiro, os periódicos científicos divulgam os resultados das pesquisas para a comunidade científica e, de maneira mais ampla, para toda a sociedade. Nem todos os 17 textos que chegam às mãos do editor são publicados. O artigo passa por uma avaliação prévia de sua qualidade, feita por especialistas – a chamada “arbitragem por pares” ou em inglês peer review. Desse modo, ante o público, o periódico configura uma espécie de certificado de qualidade referente ao que está publicado. As revistas científicas regionais preenchem a tarefa da divulgação não somente por formar caminhos de comunicação entre pesquisadores, mas também por publicar dados relevantes para a sociedade em que estão inseridas (Tsay e Yang, 2005). Divulgam os resultados das pesquisas Tornam-se a memória da Ciência Desenvolvimento de indicadores Implementação de critérios de qualidade Consolidação de áreas de pesquisa Treinar revisores e autores em análise crítica Tabela 2 – Alguns motivos para a existência de periódicos científicos. Segundo, ao registrar continuamente os avanços, os periódicos científicos tornam-se a memória da Ciência. O meio eletrônico facilita o acesso dos usuários a uma gigantesca quantidade de informação e propiciam melhores revisões bibliográficas ou, simplesmente, maior acesso das pessoas às atualizações (Vilhena e Crestana, 2002). Terceiro, os periódicos científicos contêm as bases de informação para o desenvolvimento de indicadores que permitem avaliar a produção de instituições e de cientistas. Esse é um aspecto delicado, visto que o fator de impacto, um dos indicadores de qualidade da produção científica, não alcançou consenso. Há críticas principalmente quanto à forma de escolha dos periódicos que compõe a base de dados de onde vai ser calculado este indicador (Araujo et al, 2005). 18 Quarto, as revistas possibilitam o estabelecimento e a implementação de critérios de qualidade para a realização e a divulgação de pesquisas. Os editores de periódicos científicos estão particularmente bem situados para iniciar ou estimular essas atividades. E isso tem acontecido em muitas oportunidades. Um exemplo é a Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas que, periodicamente, divulga novas edições das normas de Vancouver (ICMJE, 1997) (Krieger e Ferreira, 2003). Quinto, os periódicos científicos vêm a ser valiosos instrumentos na consolidação de áreas de pesquisa. E não poderia ser de outro jeito. Como já apontado anteriormente, não existe ciência sem publicação científica. As revistas de maior impacto aceitam menos de 1% das submissões de países em desenvolvimento. Conseqüentemente, pesquisadores brasileiros têm de publicar suas pesquisas em revistas de menor repercussão. É fundamental que estas tenham visibilidade por meio de indexação em bases de dados eletrônicas (Silva et al, 2004). Por mérito da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) são amplamente divulgadas as publicações em revistas indexadas na base LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde), como aquelas que figuram na sua biblioteca virtual, o SCIELO (Scientific Electronic Library Online). Nela existem dezenas de revistas científicas brasileiras, nas quais os autores encontram meios para divulgar suas pesquisas e consolidar suas áreas de atuação. Sexto, as revistas ensejam treinar revisores e autores em análise crítica, melhorando a qualidade da ciência. Não há caminho único para formar um bom crítico de artigo científico. Em cursos de Metodologia Científica, de Epidemiologia e de 19 Estatística aprende-se o que deve ser feito. Em “clubes de revista” e no dia-a-dia dos locais de pesquisa, a interação entre os mais jovens e os mais experientes funciona como vínculo entre teoria e prática. Na secretaria dos periódicos científicos vivencia-se o processo de avaliação e de melhoria da qualidade dos textos submetidos para publicação, além de sua normalização e numerosos outros detalhes de editoração (Swingler et al, 2005). As pessoas submetidas a esse aprendizado e a essa vivência tornam-se melhores críticos, melhores escritores científicos, melhores cientistas e, por que não dizer, melhores profissionais. As revistas regionais têm um papel adicional de receptáculo para a publicação de artigos rejeitados pelas revistas de “primeira linha”. Constituem também veículo para as primeiras publicações dos iniciantes. As pesquisas de interesse local, cujos resultados não são tão passíveis de generalização, podem ser divulgadas em periódicos regionais. Em conclusão, os periódicos científicos têm importantes funções para preencher e precisam de sustentação da sociedade para exercer eficientemente o relevante papel que lhes é destinado. Pior para a sociedade que não os reconhece e não os estimula. METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA AVALIAR A PRODUÇÃO CIENTÍFICA Nos últimos anos e décadas tem sido crescente o interesse de especialistas e autoridades de diversas áreas (incluindo as governamentais) por indicadores quantitativos e qualitativos que, além de auxiliar o entendimento da dinâmica de ciência e tecnologia (CT), funcionam também como instrumentos para o planejamento de 20 políticas e tomada de decisões neste setor (Palma e Delgado-Rodriguez, 2005) (Wallin, 2005). Depois da Segunda Guerra Mundial, os países qualificados como cientificamente mais avançados deixaram a cargo de cientistas o poder de decisão no segmento de CT, confiando em sua visão e competência, comprovadas por sucessos em áreas estratégicas, principalmente na de energia nuclear. Contudo, o surgimento de novos desafios sócio-econômicos, derivados em grande parte do enorme avanço científico-tecnológico das últimas décadas, tornou esse modelo ineficaz (Oria et al, 2005) (Weale et al, 2004). Sua reestruturação exigiu a incorporação de políticos e administradores que, por sua vez, passaram a demandar indicadores quantitativos que mostrassem claramente as tendências do setor de CT e as conseqüências das políticas implantadas. Nesse cenário, o papel dos pesquisadores voltou a destacar-se não só pela sua capacidade de equacionar problemas científicos e desenvolver soluções, como também de propor e validar tais indicadores, definindo seus alcances e limitações (Michalopoulos e Falagas, 2005) (Whitehouse, 2001). Surgiu então uma nova área, a “cienciometria” cuja meta é gerar informações e discussões que contribuam para a superação dos desafios característicos da ciência moderna. 21 A cienciometria, tal qual conhecemos hoje, constitui-se fundamentalmente em um reducionismo bibliométrico. Por sua vez, as premissas conceituais da bibliometria remontam ao começo do século XIX. Desde então, os fundamentos, as técnicas, as aplicações dos métodos bibliométricos evoluíram sobremaneira graças a inúmeras pesquisas. Esta abundância de trabalhos e, sobretudo a variedade de objetivos buscados tornaram confusa a idéia do que se pode fazer com a bibliometria, a tal ponto que, mesmo entre os especialistas da área há dificuldade de chegarem a um acordo a respeito de noções cruciais como a terminologia empregada e as definições dos limites de aplicação (Leon e Bayat, 2007) (Wilgus et al, 2005). Para avaliar as potencialidades da base científica e tecnológica dos países, monitorar as oportunidades em diferentes áreas e identificar atividades e projetos mais promissores para o futuro, auxiliando as decisões estratégicas dos gestores da política científica e tecnológica, faz-se necessário a formulação, o desenvolvimento e a implementação de sistemas de informação científica e técnica para produzir indicadores, métodos e ferramentas afins (Leff, 2005) (de Meis (a) et al, 2003). No processo de análise das informações científicas e técnicas para a produção de indicadores, encontrar a fonte de dados primários, em suporte magnético, mais adequada às necessidades de produção dos indicadores é uma das etapas mais difíceis. Em geral, as fontes de dados primários em suporte magnético não foram desenvolvidas com o objetivo de produzir indicadores, havendo necessidade de adaptar diversos 22 campos antes da importação dos dados. Esta adaptação pode ser, em alguns casos, bastante trabalhosa e complicada (Kuper et al, 2006) (de Meis (b) et al, 2003). Além disso, um aspecto bastante inusitado é que no contexto dos dados primários é que existem poucas bases de dados com cobertura global e completa dos seus assuntos, além de reconhecidamente estruturadas para análise da informação para a produção de indicadores, sem necessidade de grandes manipulações prévias nos dados. Algumas são especializadas em informação científica e outras em informação técnica, no domínio das patentes (Geisler, 2005). Estima-se que circulem atualmente, em todo o mundo, aproximadamente um milhão de periódicos científicos. Uma pequena porcentagem desse volume encontra-se indexada nos principais bancos de dados. Habitualmente os periódicos são indexados após rigorosa seleção, o que contribui para esta fração reduzida de indexação e ao mesmo tempo qualifica essas fontes de dados como as mais conceituadas em todo mundo (Donato e De Oliveira, 2006). De forma geral estas bases de dados incorporam milhares de novos artigos semanalmente. Além disso, possuem versões online com mecanismos de busca, disponibilizando deste uma simples citação, passando por resumos (abstracts) e chegando a artigos integrais no formato PDF. Algumas disciplinas incluídas são: agricultura, neurociências, astronomia, bioquímica, biologia, biotecnologia, física, química, ciência da computação, matemática, medicina, história, direito, sociologia, lingüística, psicologia, antropologia, ciência política, saúde pública e estudos urbanos (French et al, 2005). 23 A representatividade de algumas dessas bases para a produção internacional, especialmente em certos domínios, é pouco contestada pela comunidade científica, por serem completas e aprofundadas. O mesmo não ocorre com outras que, por sua natureza, são menos internacionalizadas. Muitas das mais conceituadas e “nobres” publicações da área (como algumas européias), cujos periódicos não têm o inglês como língua mãe, não são por ela indexadas. Isso faz com que o meio acadêmico encare algumas dessas bases com certa reserva, considerando baixa a sua representatividade e recomendando sua utilização com cautela (Dandona et al, 2004). Mesmo nas mais representativas, argumenta-se que há certo viés em benefício dos periódicos e publicações em língua inglesa, e especificamente dos norteamericanos, que predominam amplamente, ficando a ciência européia em geral e a dos países em desenvolvimento em particular, sub-representadas. Em algumas áreas científicas, especialmente aquelas que têm um caráter mais aplicado, como a agricultura e as profissões relacionadas à saúde, esse distorção pode surgir de modo mais acentuado (Marusic et al, 2005). Para não perder o essencial da informação, e para se assegurar da cobertura, a mais completa possível do assunto analisado, faz-se uso no processo de produção dos indicadores, de uma massa considerável de dados e/ou de informação. Face a essa situação, a questão que se impõe é como encontrar métodos e técnicas que permitam extrair sentido nessa massa de informação, sem no entanto, ter que ler documento por documento, o que tornaria inviável o processo. 24 Os termos “cienciometria” e “estudos quantitativos da ciência e da tecnologia” podem ser considerados sinônimos. No entanto, para o mesmo significado o termo “bibliometria” é também consagrado pela sua considerável interface nos estudos quantitativos ou cienciométricos. Há ainda o termo “tecnometria” por vezes utilizado para designar “estudos quantitativos da tecnologia” (Nemery, 2001). Na década de 60, a partir dos estudos estatísticos aplicados à mão de obra e à literatura científica, alguns autores observaram que essas práticas obedeciam a leis gerais, e que os métodos empíricos aplicados para apurar periódicos e artigos, na determinação dos indicadores científicos, produziam coerência teórica, com representações de curvas estáveis e regulares (Miguel-Dasit, 2006). Ainda na década de 60, outros autores definiram a bibliometria como “a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a livros, artigos e outras mídias de comunicação”. Também nessa época alguns pesquisadores definiram a cienciometria como “pesquisas quantitativas de todas as coisas que dizem respeito à ciência e, aos quais podem ser atribuídos números”. Esta definição tão ampla da cienciometria foi interpretada segundo uma importante publicação da área (Scientometrics) como “estudos de avaliação de publicações (periódicos, artigos e patentes) de autores e suas citações” (Pena, 2006). Tal constatação é reforçada pelo fato de que existem bases de dados bibliográficas que cobrem com precisão e exclusividade a informação tipo científica e técnica (publicações científicas e de patentes). Neste sentido uma hipótese que se 25 sustenta é a de que publicações científicas e de patentes constituem-se fontes de informações e assumem papel destacado e inconteste como indicadores de produção de conhecimentos certificados no domínio das ciências e das técnicas (Sherwill-Navarro e Wallace, 2004). Da mesma forma, aceitando-se dois postulados que serão enunciados em seguida, implícitos em todos os métodos de análise bibliométrica, explicita-se que os estudos das publicações científicas permitem vincular os conhecimentos e suas estruturas segundo as escolas de pensamento e suas evoluções, e que, portanto, do ponto de vista da prática, reforça-se a idéia, já anteriormente explicitada de que, em síntese, a cienciometria é um reducionismo bibliométrico (Rummler e Spinola, 2004). Primeiro postulado: uma obra científica é o produto objetivo da atividade intelectual criativa. Em um contexto científico, uma publicação é uma representação da atividade de pesquisa de seu autor. O maior esforço deste autor é de persuadir os seus pares de que suas descobertas, seus métodos e suas técnicas são particularmente pertinentes. O modo de comunicação escrita fornecerá, portanto, todos os elementos técnicos, conceituais, sociais e econômicos que o autor busca afirmar ao longo de sua argumentação. Segundo postulado: a atividade de publicação científica é uma eterna confrontação entre as reflexões intrínsecas do autor e os conhecimentos que ele adquiriu pela leitura dos trabalhos originais de outros autores. Desta forma a publicação é o resultado de uma comunicação entre a razão individual e a coletiva. Assim os pesquisadores, para consolidar suas argumentações, fazem referência aos trabalhos de 26 outros pesquisadores que constituem, com esse arranjo, certo consenso na comunidade científica. Desse fenômeno pode-se dizer que existe uma relação entre grande parte dos trabalhos científicos publicados, mas, no entanto, não é possível precisar este tipo de relação: se direta ou indireta, reconhecida ou dissimulada, consciente ou inconsciente, acordada ou não. Estes postulados, que foram inicialmente definidos para fins da pesquisa científica, foram, em seguida, admitidos como válidos para as publicações reunindo conhecimentos técnicos ou tecnológicos (as patentes). Apoiando-se sobre estes dois postulados, o princípio da bibliometria é o de analisar as atividades científicas ou técnicas através de estudos quantitativos das publicações. Os dados quantitativos são calculados a partir de contagens estatísticas das publicações ou de elementos extraídos das mesmas. Desta forma, pode-se dizer que a bibliometria é um termo genérico, que reúne uma série de técnicas estatísticas buscando quantificar os processos da comunicação escrita. Ao introduzir o termo bibliometria, alguns autores pretendiam substituir a expressão “bibliografia estatística” que vinha sendo empregada desde a década de 20. Nesta substituição argumentou-se que o termo “bibliografia estatística” poderia dar margem a interpretações distorcidas como, por exemplo, dar a entender tratar-se de uma bibliografia a respeito de estatística (Patel e Sumathipala, 2001). Devido ao fato de que a definição proposta não dava nenhuma indicação da finalidade da bibliometria e também pelo fato de que as aplicações bibliométricas haverem sido, por longo tempo, fortemente atreladas ao domínio da gestão de 27 bibliotecas e centros de documentação (certamente pela ênfase econométrica que sugeria), estudos bibliométricos sobre a circulação das publicações, que ultrapassavam fronteiras eminentemente biblioteconométricas, não chegavam a ser destacados com a mesma importância destes (Perneger, 2004). Foi, para distinguir estes dois tipos de aplicação, que surgiu o tempo “cienciometria” (ou cientometria). Alguns autores estabeleceram esta distinção da seguinte forma. A bibliometria teria por objeto estudar os livros ou as revistas científicas e por objetivo compreender as atividades de comunicação da informação. Já a cienciometria teria por objeto estudar aspectos quantitativos da criação, difusão e utilização da informação científica e técnica e por objetivo a compreensão dos mecanismos de pesquisa como atividade social. Assim a bibliometria reagruparia o conjunto dos métodos para ajudar a gestão da biblioteca e a cienciometria pesquisaria as leis que regem a ciência, tendo também uma outra denominação conhecida, a “Ciência da Ciência”. Faz-se necessário observar ainda que os estudos quantitativos da ciência e da tecnologia comportam uma abordagem de pesquisa aplicada e uma outra de pesquisa fundamental. A primeira obedece preponderantemente à demanda por indicadores quantitativos de ciência e da tecnologia da parte dos gestores de política científica, pública ou privada. Quanto ao segundo, considera-se que os métodos quantitativos e principalmente a análise dos dados constituem um elemento indispensável para fazer avançar a nossa compreensão sobre os estudos da ciência como um sistema complexo de produção e de troca de conhecimentos (Nakayama et al, 2003). 28 SISTEMAS DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Como já mencionado anteriormente, os profissionais de saúde, de forma geral, passaram a reconhecer, com o tempo, o quanto difícil era ler, memorizar e relembrar todas as informações necessárias para a prática e a pesquisa médica de alta qualidade. Com isso foram buscando, ao longo das décadas, novos métodos para lidar com as publicações médicas. Durante muitos anos os profissionais se basearam em bibliotecas pessoais (assim como institucionais) de livros, periódicos e artigos nos quais poderiam buscar informações quando necessário. Entretanto, tornou-se claro que o grande volume de informação escrita da literatura biomédica era inútil, sem métodos auxiliares especiais (índices impressos, e mais recentemente, sistemas informatizados) com capacidade para revisar a literatura em busca de referências pertinentes (Packer e Meneghini, 2006). Cientistas, educadores e médicos buscam informação das mais variadas maneiras. Comunicação pessoal direta com colegas/pares e especialistas é freqüentemente um dos modos mais fáceis de ter ajuda para resolver um problema. Em grandes organizações também pode existir a figura do gatekeeper. Este é uma pessoa que mantém um elevado grau de comunicação externa e, por isso, procura manter seus pares informados de novos desenvolvimentos. Participação em congressos e simpósios também ajuda a manter indivíduos informados de desenvolvimentos recentes em campos específicos do interesse. 29 Entretanto, o acesso mais amplo e compreensivo a inovações e novos conhecimentos é originado do exame da literatura publicada. Guias tradicionais da literatura foram, durante muito tempo, índices impressos, livros e catálogos que identificavam os assuntos e os autores de artigos e livros relevantes para o interesse do leitor. Uma questão fundamental nessa área é que a quantidade de literatura publicada continua a crescer muito a medida que a pesquisa biomédica se expande. Alguns autores que descreveram este aumento apontam que nos últimos 300 anos o crescimento foi exponencial, dobrando a cada 10 a 15 anos. A magnitude deste conhecimento apresentase como um problema central, principalmente para as instituições que podem adquirir não mais do que uma pequena amostra para sua comunidade de usuários. Portanto é importante que o sistema de revisão bibliográfica não apenas liste o que está disponível, mas também indique meios para que seus itens sejam integralmente localizados (Beraldo e Pereira, 2000). De modo crescente, sistemas informatizados têm sido utilizados para facilitar o acesso rápido e conveniente aos bancos de dados da literatura biomédica. Instituições públicas e privadas, em todo o mundo, têm reconhecido rapidamente o potencial da tecnologia da informática como meio de lidar com a enorme quantidade de informação na área da saúde. As comunidades de usuários também têm respondido com rapidez à disponibilização do acesso a este tipo de informação 30 A base de dados MEDLINE, como veremos mais à frente, é um caso representativo deste movimento. Trata-se do maior banco de dados da US National Library of Medicine, que inicialmente estava disponível para apenas poucos usuários (em 1971) e hoje está publicamente acessível em todo o mundo. O volume de acesso a este banco de dados confirmou o que já se imaginava há muitas décadas. A literatura médica continua a ser um link vital conectando pesquisa, educação e prática (Beraldo e Pereira, 2001). Em geral os sistemas de revisão bibliográfica online possuem várias vantagens sobre os sistemas manuais convencionais. São mais rápidos, com melhor relação custobenefício e permitem a busca seletiva de itens mais relevantes às necessidades do usuário. Talvez a vantagem mais importante é que permitem uma busca mais complexa, que seria inviável com os sistemas convencionais, como por exemplo, uma busca para encontrar artigos relacionados a dois ou mais tópicos. Os benefícios advindos do uso do MEDLINE variam com a natureza do requisitante. Médicos ligados à assistência podem realizar buscas com o objetivo de encontrar artigos que ajude a desvendar fenômenos pouco usuais encontrados no atendimento de pacientes. Um pesquisador pode necessitar de uma busca mais abrangente para estudar de modo aprofundado uma área específica de seu interesse. Qualquer que seja o objetivo, o usuário receberá uma lista de referências com informações adicionais (Sollaci e Beraldo, 1999). Historicamente os guias bibliográficos da literatura científica foram iniciados no século 16 por pessoas que começaram a colecionar livros impressos. Nenhum índice 31 abrangente da literatura médica esteve disponível até o meio do século 19 quando o médico John Shaw Billings desenvolveu o Index-Catalogue of the Library of the Surgeon General´s Office. Este instrumento incluía tanto livros como periódicos. Os livros eram listados em categorias de assuntos e também pelo nome do autor, enquanto que os periódicos eram listados apenas na categoria de assuntos. Subcategorias eram utilizadas para definir os tópicos de modo mais claro. Mais de 500 mil livros e aproximadamente 1,5 milhão de artigos foram incluídos neste instrumento antes de ser abandonado em 1961 (Taylor et al, 2007). Com o objetivo de manter um índice atual e focado na literatura médica crescente, Billings também desenvolveu o Index Medicus. Esta publicação foi impressa pela primeira vez em 1879 e mantida com poucas interrupções por mais de um século. O Index Medicus fornecia tanto listagens por assunto como por nome de autor e em pouco tempo tornou-se um guia indispensável para a literatura médica mundial. Entre 1927 e 1931 foi publicado com o nome de Quarterly Cumulative Index Medicus, patrocinado conjuntamente pela American Medical Association e a Army Medical Library. Um grande aumento na quantidade de publicações científicas ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, o que causou atrasos na indexação, tornando o Index Medicus menos útil para a pesquisa médica. Nesta época já incluía aproximadamente 2000 periódicos e por volta de 100.000 novos artigos todo ano. Em 1960 a “mecanização” da produção do Index Medicus foi iniciada. Um sistema manual de cartões foi substituído por outro de cartões perfurados que permitiam 32 a ordenação alfabética automática de determinados parâmetros. Uma câmera fotográfica especialmente produzida para este fim realizava registros a uma velocidade de 200 cartões por minuto (Van Diest et al, 2001). Uma automatização “verdadeira” foi iniciada em 1964 quando o Index Medicus passou a ser produzido pelo sistema computadorizado da NLM conhecido como MEDLARS. Também foi criado um glossário para categorizar assuntos (palavraschave). Este vocabulário foi chamado de MeSH e até hoje é rotineiramente atualizado para refletir as constantes evoluções com ajuda de diversas sociedades médicas. Em pouco tempo o sistema MEDLARS mostrou-se insuficiente para a grande demanda de pesquisadores de todo o mundo. A NLM implementou então, em 1971, um sistema mais rápido e amplamente disponível conhecido como MEDLARS Online (MEDLINE). Através deste sistema foi possível, pela primeira vez, buscar a combinação de diversos termos MeSH, nome do autor, palavras no título, no resumo, data de publicação, idioma, nome do periódico, etc (Sevinc, 2004). Durante algum tempo a utilização da base de dados MEDLINE era feita por indivíduos treinados (normalmente bibliotecários especializados). Com o passar dos anos e o advento de interfaces mais amigáveis, incluindo a disponibilização pública na Internet (PubMed), a disseminação do uso pelo usuário final tornou-se uma realidade. 33 O FATOR DE IMPACTO A idéia de um fator de impacto foi mencionada pela primeira vez em 1955. Naquela época não se imaginava que atualmente este conceito fosse motivo de tão grande controvérsia (Garfield, 2006). No início dos anos 60 o fator de impacto foi criado com o objetivo de ajudar na seleção dos periódicos que seriam incluídos no SCI (Science Citation Index). Sabia-se que um grupo de grandes periódicos muito citados deveria ser incluído, mas como avaliar importantes periódicos menores, focados em artigos de revisão, com poucas citações em termos absolutos? Era necessário criar um método simples para comparar os periódicos, independente do tamanho (Garfield, 1986). O uso do termo “fator de impacto” foi progressivamente sendo modificado e ampliado, principalmente na Europa, e incluindo fator de impacto tanto do periódico como do autor. Esta ambigüidade freqüentemente causa problemas, já que comparar periódicos e autores são duas coisas muito diferentes. Fatores de impacto de periódicos geralmente envolvem grandes números de artigos e citações. No caso de autores individuais, na média, os números envolvidos são bem menores. Por definição o fator de impacto é baseado em dois elementos: o numerador, que é o número de citações, no ano atual, a qualquer item publicado no periódico nos dois anos precedentes e o denominador que é o número total de artigos publicados nos mesmos dois anos precedentes. 34 Além de auxiliar bibliotecários que devem escolher quais periódicos devem ser comprados, o fator de impacto dos periódicos também é utilizado para auxiliar os pesquisadores no momento de decidir em quais periódicos eles devem submeter seus manuscritos para publicação. De forma geral (uma regra com muitas exceções) os periódicos com maior fator de impacto estão entre os de maior prestígio (Garfield, 1987). ESTUDOS INTERNACIONAIS SOBRE PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CARDIOLOGIA Tendo em vista a importância mundial das doenças cardiovasculares como a principal causa de morbi-mortalidade nas mais diferentes regiões de planeta, era de se esperar que diversos autores já tivessem se preocupado com o padrão de produção científica nesta área. Entretanto, como veremos a seguir, poucos estudos sobre o assunto podem ser encontrados na literatura mundial (Tabela 3). Autor Ano Local Período Ferramenta Roberts WC 1984 EUA 1983 Periódicos selecionados Yosipovitch G 1991 Israel 1978...1988 Medline Zulueta MA 1999 Espanha 1990-1996 Science Citation Index Lukenda J 2005 Croácia 1991-2004 Pubmed/Medline Rosmarakis ES 2005 Mundial 1995-2002 Medline Tabela 3 – Estudos mundiais sobre o padrão de produção científica em cardiologia. Em 1984 Roberts e colaboradores publicaram um estudo que analisava e comparava sete diferentes periódicos da área cardiovascular no ano de 1983, com relação a número de páginas, artigos, tipo de artigos, figuras, tabelas e número de autores por artigo. Os periódicos analisados foram o American Journal of Cardiology, 35 o Circulation, o Journal of the American College of Cardiology, o American Heart Journal (todos norte-americanos) além dos British Heart Journal, European Heart Journal e International Journal of Cardiology. Os resultados demonstraram que o perfil dos periódicos, com relação aos indicadores mencionados acima, era extremamente diverso (Roberts, 1984). Em 1991 Yosipovitch e colaboradores publicaram um estudo bibliométrico sobre a produção científica na área de cardiologia em Israel. Três anos diferentes (1978, 1983 e 1988) foram comparados entre si, com base em dados extraídos da base de dados Medline (quantidade, tipo e tópico da publicação e fator de impacto). Os resultados apontaram para um aumento marcante da produção científica no primeiro período (entre 1978 e 1983), mas não no segundo período (entre 1983 e 1988) (Yosipovitch et al, 1991). Em 1999 Zulueta e colaboradores publicaram um estudo que objetivava descrever a produção científica espanhola em cardiologia através da análise da base de dados Science Citation Index, entre os anos de 1990 e 1996. Os resultados evidenciaram que ocorreu um crescimento significativo no período, inclusive em revistas de elevado fator de impacto, assim como foi crescente a colaboração de pesquisadores espanhóis com centros internacionais (Zulueta e Bordons, 1999). Em 2005 Lukenda e colaboradores publicaram um estudo que buscava, entre outros objetivos, determinar o número de publicações sobre doenças cardiovasculares no banco de dados MEDLINE por autores da Croácia em comparação com Eslovênia, 36 Hungria, República Tcheca e Áustria. Os resultados demonstraram que a Croácia possuía a menor produção científica entre os países analisados (Lukenda et al, 2005). Também em 2005 Rosmarakis e colaboradores publicaram um estudo que comparou nove diferentes regiões mundiais, divisão esta baseada em uma combinação de critérios geográficos, econômicos e científicos. Vários resultados interessantes foram levantados, com destaque para um aumento progressivo na participação de países em desenvolvimento no cenário da pesquisa cardiovascular mundial, com exceção dos países africanos (Rosmarakis et al, 2005). ESTUDOS NACIONAIS SOBRE PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CARDIOLOGIA A exemplo do acima observado, veremos a seguir que também poucos estudos sobre o produção científica em cardiologia podem ser encontrados na literatura nacional (Tabela 4). Autor Ano Periódico Período Ferramenta Amorim DS 1980 Arq Bras Cardiol 1968-1977 Arq Bras Cardiol Mansur AJ 2000 Arq Bras Cardiol 1948...1998 Arq Bras Cardiol Rodrigues PS 2000 Braz J Med Biol Res 1981 a 1995 ISI Tabela 4 – Estudos nacionais sobre o padrão de produção científica em cardiologia. Em 1980 Amorim e colaboradores publicaram um estudo que analisava as publicações do periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia no período compreendido entre 1968 e 1977, com relação ao número de artigos, idioma, número de páginas (total e por artigo), número de referências, dentre outros (Amorim, 1980). 37 Em 2000 Mansur e colaboradores publicaram um estudo que buscava avaliar as tendências das publicações no mesmo periódico no período de março de 1948 e fevereiro de 1998, através do sorteio aleatório de uma amostra de cada período de publicação (trimestral, bimestral e mensal). Os resultados demonstraram que existiam várias oportunidades de melhoria no padrão das publicações, como a reduzida citação de estudos nacionais, o que leva a uma importante queda no fator de impacto do periódico (Mansur et al, 2000). Também em 2000 Rodrigues e colaboradores publicaram um estudo sobre a produção científica brasileira, focado em indicadores da área cardiovascular, oncologia e malária. O período analisado foi compreendido entre 1981 e 1995 através da ferramenta (banco de dados) ISI. Os resultados apontaram para um aumento progressivo na área cardiovascular e uma importante concentração da pesquisa na região sudeste do país (Rodrigues et al, 2000). 38 OBJETIVOS Caracterizar na base de dados MEDLINE, nos últimos 20 anos, os seguintes aspectos da produção científica brasileira em cardiologia, através de uma análise bibliométrica, contribuindo para o estabelecimento do que pode ampliar a participação brasileira na geração e na disseminação do conhecimento científico desta área: 1) parâmetros relacionados com a evolução temporal – número de publicações detectadas no período total, assim como em cada ano (objetivo principal); 2) análise da distribuição regional, seja em cada unidade federativa (UF) ou em cada macro-região brasileira, assim como a análise da distribuição institucional (objetivo secundário); 3) parâmetros de qualidade da publicação, através da análise do tipo de periódico onde o trabalho é publicado (objetivo secundário); 4) inter-relação entre os tópicos acima listados (objetivo secundário). 39 MATERIAIS E MÉTODOS BASE DE DADOS ESTUDADA A base de dados Pubmed/Medline foi lançada em janeiro de 1996 como uma base de dados experimental acessada pelo sistema de recuperação “Entrez”. A palavra experimental foi eliminada em 1997 e, em seguida, a base ficou disponível para acesso gratuito por decisão do Congresso Norte-Americano (Rippon et al, 2005). Para se ter uma idéia da evolução do número de consultas à base Pubmed/Medline, em 1997 o total mensal era de aproximadamente 2 milhões por mês. Em outubro de 2006 já era maior que 3 milhões por dia (aproximadamente 90 milhões por mês) (Nitrini, 2006). O acesso ao Pubmed/Medline permite consultar informações de fontes diversas, incluindo OldMedline (registros anteriores a 1966), Serials Database, NLM Catalog e Medline (de 1966 em diante) (Lankhorst e Franchignoni, 2001). A interface de consulta à base Pubmed/Medline foi totalmente reformulada em 2004, permitindo que os usuários pudessem definir suas áreas de consulta com filtros de interesse e receber resultados de pesquisas em suas contas de correio eletrônico (serviço denominado MyNCBI) (Goldani et al, 2007). Outras características desta funcionalidade são: (1) a capacidade de interpretar as consultas dos usuários e sugerir alternativas de termos de consulta; (2) links para outras 40 bases de dados e diferentes formatos de apresentação; e (3) capacidade de autocompletar abreviaturas de títulos de revistas e de autores na opção Single Citation Matcher. No site da base Pubmed/Medline está disponível ampla documentação sobre a utilização destas bases de dados por meio de manuais, tutoriais e demonstrações. A interface conta, a partir de 2006, com uma nova página para definição de limites que traz mais opções para facilitar a consulta pelos usuários. Além disso, permite acesso a artigos relacionados a cada citação da base, pela opção AbstractPlus e o recebimento de informações por meio do recurso RSS. MESH – MEDICAL SUBJECT HEADINGS O MeSH (Figura 4) é um vocabulário controlado utilizado na indexação dos artigos do MEDLINE. O vocabulário MeSH provê uma forma consistente de recuperar informação que pode aparecer de diferentes formas terminológicas para descrever o mesmo conceito. É importante entender que um artigo indexado para o MEDLINE tem os termos MeSH estabelecidos como descritores para cada um dos artigos indexados (Catwright e McGhee, 2005). 41 Figura 4 – Termos MeSH (Medical Subject Headings) empregados na busca. Esta estratégia é considerada por muitos autores como uma das formas ao mesmo tempo mais específica e mais sensível para buscas na base de dados MEDLINE (Coelho et al, 2003). TIPO DE ESTUDO A presente investigação baseou-se no modelo de estudo do tipo análise bibliométrica. 42 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Foram avaliados todos os trabalhos publicados por instituições brasileiras na área cardiovascular e indexados na base de dados Pubmed/Medline, segundo a estratégia de busca detalhada adiante. ESTRATÉGIA DE BUSCA Uma estratégia de busca ("Cardiovascular Diseases"[Mesh] OR "Cardiology"[Mesh]) foi aplicada à base de dados Pubmed/Medline, disponível no site http://www.pubmed.gov em outubro de 2007 (Figura 5). Esta estratégia de busca procurou contemplar os principais e mais abrangentes termos MeSH (Medical Subject Headings) voltados para a área de patologias cardiovasculares (Tabela 5). O termo “Doenças Cardiovasculares” por definição do MEDLINE engloba “condições patológicas que acometem o sistema cardiovascular, incluindo o coração, os vasos sanguíneos e/ou o pericárdio”. Já o termo “Cardiologia” está relacionado com “o estudo do coração, da sua fisiologia e das suas funções”. Outra peculiaridade da estratégia de busca utilizada foi empregar o campo “Afiliação” (Figura 5) como filtro limite para determinar, com os termos “Brazil” ou “Brasil”, os artigos publicados por instituições brasileiras (Coimbra, 2004). 43 All MeSH Categories Diseases Category Cardiovascular Diseases Cardiovascular Abnormalities Arterio-Arterial Fistula, Arteriovenous Malformations, Central Nervous System Vascular Malformations, Heart Defects, Congenital, Pulmonary Atresia, Scimitar Syndrome Cardiovascular Infections Endocarditis, Bacterial, Syphilis-Cardiovascular, Tuberculosis-Cardiovascular Heart Diseases Arrhythmia, Carcinoid Heart Disease, Cardiac OutputHigh, Cardiac Output-Low, Cardiac Tamponade, Cardiomegaly, Cardiomyopathies, Endocarditis, Heart Aneurysm, Heart Arrest, Heart Defects-Congenital, Heart Failure-Congestive, Heart Neoplasms, Heart Rupture, Heart Valve Diseases, Myocardial Ischemia, Pericardial Effusion, Pericarditis, Pneumopericardium, Postpericardiotomy Syndrome, Pulmonary Heart Disease, Rheumatic Heart Disease, Ventricular Dysfunction, Ventricular Outflow Obstruction Pregnancy Complications, Cardiovascular Embolism-Amniotic Fluid Vascular Diseases Aneurysm, Angiodysplasia, Angiomatosis, Angioneurotic Edema, Aortic Diseases, Arterial Occlusive Diseases, Arteriovenous Malformations, Arteritis, Capillary Leak Syndrome, Cerebrovascular Disorders, Diabetic Angiopathies, Embolism and Thrombosis, Erythromelalgia, Hand-Arm Vibration Syndrome, Hemorrhoids, Hepatic Veno-Occlusive Disease, Hyperemia, Hypertension, Hypotension, Ischemia, Peripheral Vascular Diseases, Phlebitis, Pulmonary VenoOcclusive Disease, Raynaud Disease, Retinal Vein Occlusion, Scimitar Syndrome, Spinal Cord Vascular Diseases, Superior Vena Cava Syndrome, Telangiectasis, Thoracic Outlet Syndrome, Varicocele, Varicose Veins, Vascular Fistula, Vascular Hemostatic Disorders, Vascular Neoplasms, Vasculitis, Venous Insufficiency Tabela 5 – Detalhamento dos Termos MeSH empregados na busca. 44 All MeSH Categories Biological Sciences Category Health Occupations Medicine Specialties, Medical Internal Medicine Cardiology Tabela 5 – Detalhamento dos Termos MeSH empregados na busca. TABULAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE ESTATÍSTICA Foram utilizados os programas Reference Manager versão 11.0 (Figura 6) e Microsoft Excel versão 2003 SP2 (Figura 7) na tabulação dos dados obtidos. O procedimento constou, basicamente de: - execução da busca; - arquivamento do resultado em formato texto; - importação e tabulação inicial pelo programa Reference Manager; - exportação dos dados para análise através do programa Microsoft Excel. A planilha eletrônica resultante necessitou de mínima edição manual em alguns poucos parâmetros por eventuais erros cometidos na tabulação automática dos dados. A categorização por instituição foi exceção a esta regra, uma vez que necessitou de preenchimento manual individual. Se mais de uma instituição fosse encontrada no campo afiliação, optava-se pela categorização da primeira. Para categorização da qualidade dos periódicos onde foram encontrados trabalhos publicados, foram utilizados os seguintes critérios de classificação: 45 - T4 (Top Four), composto pelas 4 principais revistas médicas nos quesitos impacto, tradição, circulação e credibilidade (Lancet, British Medical Journal, JAMA e New England Journal of Medicine); - T5 (Top Five), composto pelas revistas do T4 acrescidas da Annals of Internal Medicine; - T7 (Top Seven), composto pelas revistas do T5 acrescidas da Archives of Internal Medicine e da American Journal of Medicine; - AIM (Abridged Index Medicus ou Core Clinical), conjunto de 119 revistas que além dos quesitos impacto, tradição, circulação e credibilidade, possuem foco na aplicabilidade prática (clínica) dos temas abordados (Anexo 1). Outros parâmetros bibliométricos como padrão de autoria, assim como o padrão de colaboração regional/internacional não foram analisados no presente trabalho. Estatística descritiva básica foi empregada no tratamento dos dados. Para evolução temporal e distribuição regional/institucional os dados foram descritos com relação às suas freqüências absolutas e relativas (percentual). O teste qui-quadrado foi utilizado para a análise de tendência de proporções. 46 Figura 5 – Utilização de filtro limite “Afiliação” na estratégia de busca. 47 Figura 6 – Utilização do programa Reference Manager no tratamento dos dados. 48 Figura 7 – Utilização do programa Microsoft Excel no tratamento dos dados. 49 RESULTADOS Os resultados obtidos no presente estudo serão expostos na seguinte ordem: (1) parâmetros relacionados com a evolução temporal – número de publicações detectadas no período total, assim como em cada ano; (2) análise da distribuição regional, seja em cada unidade federativa (UF) ou em cada macro-região brasileira, assim como a análise da distribuição institucional; (3) parâmetros de qualidade da publicação, através da análise do tipo de periódico onde o trabalho é publicado; (4) inter-relação entre os tópicos acima listados. Em cada um dos tópicos também se deu preferência, quando aplicável, para a exposição dos resultados seguindo a ordem de indicadores mais gerais para os mais específicos. Antes, porém, inicia-se com um exemplo, da tela principal de busca bibliográfica, que ilustra o número total de artigos da área cardiovascular (1.427.002), o número total dos publicados por instituições brasileiras (76.620) e a interseção entre ambos (5.087) que é o objeto central do presente estudo (Figura 8 a 11). 50 Figura 8 – Resultado da busca realizada por artigos da área cardiovascular. 51 Figura 9 – Resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras. 52 Figura 10 – Resumo do resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras na área cardiovascular. 53 Figura 11 – Resultado da busca realizada por artigos publicados por instituições brasileiras na área cardiovascular. 54 EVOLUÇÃO TEMPORAL Em todos os artigos analisados foi possível determinar com precisão o seu ano de publicação. Observou-se um crescimento médio de 21% ao ano, com seis picos de maior aumento da produção científica. Estes picos corresponderam ao final da década de 80 (2), à segunda metade da década de 90 (3) e ao último ano analisado integralmente (2006) (1). De inicialmente (1987) 34 trabalhos/ano chegamos ao número de 636 publicações em 2006 (Figuras 12 e 13). Número de artigos / ano 700 600 500 400 300 200 100 0 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 Figura 12 – Evolução temporal (número de artigos / ano). 55 Crescimento anual (%) 120 100 80 60 40 20 0 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 -20 -40 Figura 13 – Crescimento anual (%). DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E INSTITUCIONAL Com relação à distribuição regional dos trabalhos publicados, não foi possível determinar com precisão a sua origem em apenas oito (0,16% do total). Observou-se uma forte concentração das publicações na região Sudeste (80%) seguida pela região Sul (13%), pela região Nordeste (5%) e pela região Centro-Oeste (2%). O número de publicações da região Norte não alcançou o percentual de 1% (Figura 14). 56 Distribuição regional rest o NE S SE 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 Figura 14 – Distribuição das publicações por regiões do país; SE = Sudeste, S = Sul, NE = Nordeste. Quanto à análise da distribuição por Unidade Federativa (UF) podemos observar uma forte concentração no estado de São Paulo (3.098 artigos), seguido pelo Rio de Janeiro (519 artigos), pelo Rio Grande do Sul (442 artigos), por Minas Gerais (363 artigos), pelo Paraná (173 artigos) e pela Bahia (116 artigos). As demais UF não alcançaram, individualmente, número igual ou maior que 100 publicações em todo o período avaliado (Figura 15). 57 Distribuição por UF resto BA PR MG RS RJ SP 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 Figura 15 – Distribuição das publicações por Unidades Federativas do país. Estes dados de distribuição regional foram ainda “normalizados” para: (1) o número total de médicos cardiologistas por macro-região econômica, segundo levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz; (2) o número total de médicos portadores do Título de Especialista em Cardiologia por unidade federativa (UF) e por macro-região econômica, segundo informações disponíveis no site (http://www.cardiol.br) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (informações acessadas em outubro de 2007). Este tipo de “correção” pelo número de profissionais cardiologistas em cada UF (e conseqüente macro-região) levou a discretas mudanças na distribuição anteriormente observada, mas não diferiu quando a fonte eram os dados da SBC ou da Fiocruz. 58 Durante este procedimento foi criado um índice que corresponde ao número de artigos publicados por cada 100 cardiologistas de uma região ou de uma UF (Figuras 16 e 17). Número de artigos publicados por cada 100 cardiologistas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Sudeste Sul Nordeste Centro-Oeste Norte Figura 16 – Normalização pelo número de cardiologistas (distribuição regional). Número de artigos publicados por cada 100 cardiologistas 140 120 100 80 60 40 20 0 SP RS ES RJ M G PR BA DF CE PE GO SC M A PA PB MT SE AM M S RN PI AL Figura 17 – Normalização pelo número de cardiologistas (distribuição UF). 59 Com relação à distribuição institucional, não foi possível determinar com precisão a sua origem em apenas 38 publicações (0,75% do total). Observou-se uma forte concentração das publicações em instituições das regiões Sudeste e Sul, sendo que na Tabela 6 podemos observar, em ordem decrescente, que apenas uma instituição do Nordeste e nenhuma das demais regiões, alcançou mais de 1% de representação. Instituição Abs Perc Universidade de São Paulo (USP) 1731 34,03 Escola Paulista de Medicina (EPM) 493 09,69 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 244 04,80 Universidade de Campinas (UNICAMP) 233 04,58 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 191 03,76 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 159 03,13 Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) 138 02,71 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 127 02,50 Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (DANTE) 109 02,14 Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) 86 01.69 Inst de Cardiologia / Fund Univ de Cardiologia (IC-FUC) 74 01,45 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) 65 01,28 Universidade Federal do Paraná (UFPR) 54 01,06 Universidade Federal da Bahia (UFBA) 53 01,04 Tabela 6 – Distribuição institucional (somente as que alcançaram valor maior que 1%); Abs = valor absoluto, Perc = valor percentual. PARÂMETROS DE QUALIDADE – TIPO DE REVISTA Em todos os artigos analisados foi possível determinar com precisão o periódico de publicação. Observou-se uma forte concentração em periódicos nacionais, tais como o Arquivos Brasileiros de Cardiologia, o Arquivos de Neuropsiquiatria, o Brazilian Journal of Medical and Biological Research e o São Paulo Medical Journal (Tabela 7). Além disso, foi possível detectar quais são as principais revistas internacionais onde os autores brasileiros buscam divulgar seus trabalhos: International Journal of 60 Cardiology, Hypertension, American Journal of Cardiology, Annals of Thoracic Surgery e Circulation (Tabela 7). Periódico Arq Bras Cardiol Arq Neuropsiquiatr Braz J Med Biol Res Int J Cardiol Hypertension Sao Paulo Med J Am J Cardiol Ann Thorac Surg Circulation Transplant Proc Rev Saude Publica Am Heart J J Cardiovasc Pharmacol Cad Saude Publica Mem Inst Oswaldo Cruz Rev Soc Bras Med Trop Cardiol Young Clinics Eur J Cardiothorac Surg Abs 630 381 265 122 107 84 73 67 52 52 48 41 37 36 36 33 31 31 31 Perc 12,39 07,49 05,21 02,40 02,10 01,65 01,44 01,32 01,02 01,02 00,94 00,81 00,73 00,71 00,71 00,65 00,61 00,61 00,61 Tabela 7 – Principais periódicos (em ordem decrescente) onde instituições brasileiras publicaram seus trabalhos nos últimos 20 anos; Abs = valor absoluto, Perc = valor percentual. Com relação às classificações adotadas para selecionar as revistas “líderes” nos quesitos impacto, tradição, circulação, credibilidade e foco na aplicabilidade prática (clínica), observamos uma participação extremamente reduzida dos autores brasileiros pelos critérios (mais rígidos) T4, T5 e T7. Já pela classificação AIM a proporção encontrada foi semelhante ao restante do Mundo (Tabela 8). 61 Total AIM T7 T5 T4 Pubmed/Medline Abs Perc 17963204 100 1670638 9,30 338985 1,89 303191 1,69 278268 1,55 Presente trabalho Abs Perc 5087 100 486 9,55 11 0,22 5 0,10 5 0,10 NS p<0,01 p<0,01 p<0,01 Tabela 8 – Proporção entre o número total de publicações (Pubmed/Medline e o presente trabalho) e as classificadas como AIM, T4, T5 e T7; Abs = valor absoluto, Perc = valor percentual. EVOLUÇÃO TEMPORAL X DISTRIBUIÇÃO REGIONAL Confrontando os dados da evolução temporal e da distribuição regional, é possível observar que a tendência de crescimento nacional se confirma em todas as regiões do país, exceto na Região Norte (Tabela 9). 62 Ano Centro-Oeste 1986 1987 1988 2 1989 1 1990 6 1991 1 1992 2 1993 2 1994 2 1995 5 1996 1 1997 1 1998 1 1999 5 2000 4 2001 6 2002 8 2003 7 2004 10 2005 13 2006 14 2007 12 Total geral 103 indef Nordeste 1 1 1 1 1 1 1 1 8 3 3 3 4 4 1 1 4 3 7 4 8 14 6 17 27 24 28 20 38 23 242 Norte Sudeste 1 29 59 66 88 1 105 123 83 89 2 143 95 144 1 144 2 217 1 256 2 258 300 1 353 1 389 385 2 476 270 13 4073 Sul 2 8 6 8 5 9 7 12 11 14 14 17 49 34 53 47 57 75 69 106 45 648 Total geral 1 34 72 76 106 116 135 93 107 165 118 163 172 287 301 337 383 443 503 488 636 351 5087 Tabela 9 – Distribuição regional, ano-a-ano das publicações. EVOLUÇÃO TEMPORAL X PARÂMETROS DE QUALIDADE Confrontando os dados da evolução temporal e dos parâmetros de qualidade, é possível observar que nos parâmetros T4, T5 e T7 a produção, ainda muito pequena, não tem mostrado nenhuma tendência de crescimento na avaliação ano-a-ano. Já no parâmetro AIM (menos exigente) observamos melhor tendência de crescimento, embora reduzida nos últimos anos (Tabela 10). 63 Ano 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total T4 T5 T7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 5 5 11 AIM 3 13 15 12 18 18 13 16 13 13 17 18 26 30 25 36 39 51 43 37 30 486 Tabela 10 – Tipo de periódico, ano-a-ano. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL X PARÂMETROS DE QUALIDADE Confrontando os dados da distribuição regional e dos parâmetros de qualidade, é possível observar que nos parâmetros T4, T5 e T7, assim como no parâmetro AIM (menos exigente) mantém-se a concentração da publicação de qualidade na região Sudeste (Tabela 11). 64 Região Centro-Oeste indef Nordeste Norte Sudeste Sul Total geral T4 1 T5 1 4 4 5 5 T7 1 AIM 13 9 1 11 19 1 421 32 486 Tabela 11 – Tipo de periódico por distribuição regional. 65 DISCUSSÃO PRINCIPAIS ACHADOS A análise bibliométrica realizada na base de dados MEDLINE evidenciou resultados importantes, dentre eles, uma tendência constante de crescimento ao longo dos últimos 20 anos da produção científica brasileira de qualidade em cardiologia. Levando-se em conta os valores principais encontrados para os principais parâmetros estudados é possível projetar os valores absolutos de artigos a serem publicados, tendo em vista o crescimento anual médio de 21% (Figura 18). Número de artigos/ano (projeção) 4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Figura 18 – Projeção de crescimento da produção científica para os próximos 10 anos. 66 Além desse padrão de evolução temporal, a análise bibliométrica realizada permitiu evidenciar uma forte concentração da produção científica em determinadas regiões do país (assim como por Unidade Federativa). Vale ressaltar que ao corrigirmos estes dados pelo número total de cardiologistas em cada local o padrão de concentração foi atenuado, além de, no caso da distribuição por UF, observarmos mudanças importantes na ordenação de estados como Rio Grande Sul e Espírito Santo. Com relação a critérios de qualidade (tipo da revista onde o artigo é publicado) foi possível observar que por critérios menos rígidos (como a distribuição AIM) a proporção dos artigos brasileiros é semelhante à média mundial, mas que se utilizarmos critérios mais elaborados (como T4, T5 e T7) nossa produção científica está aproximadamente 10 vezes menor que aquela observada no restante do mundo (Bland, 2004). O valor prático destes achados está na identificação do padrão atual (assim como no passado recente) de publicações científicas nacionais de qualidade na área de cardiologia. Diante deste mapeamento atual é possível estabelecer políticas de investimento que reduzam as grandes diferenças regionais, sem deixar de incentivar os locais, autores e instituições responsáveis pelo bom momento atual que desfruta a nossa comunidade científica (Figura 19). 67 Figura 19 – Reportagem O Globo – 10 de julho de 2007. 68 LIMITAÇÕES O presente trabalho, do ponto de vista metodológico, é passível de uma série de limitações. Como pesquisa a distribuição de um evento (publicações científicas) em termos quantitativos, sem a formação de um “grupo controle” para comparação dos resultados, na forma como é feita nos estudos analíticos, este tipo de estudo (descritivo) exibe problemas para interpretar a relação causal entre os eventos (Albrecht et al, 2005). Entretanto, não era objetivo desta pesquisa, estabelecer causalidade, mas sim contribuir para o estabelecimento de um mapeamento atual da produção científica nacional na área de cardiologia. Outro ponto de que deve ser sempre levado em consideração é que o número de artigos publicados traduz apenas uma estimativa da atividade científica e nem sempre se correlaciona com a qualidade da pesquisa de determinada área do conhecimento (Andersen et al, 2006). Com relação a outras limitações de nosso trabalho podemos destacar a utilização de uma base de dados que não contempla algumas das principais revistas científicas nacionais médicas, incluindo os periódicos editados pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e os da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ). Entretanto, ao restringir a busca aos periódicos indexados no Pubmed/Medline, objetivamos estudar somente as publicações que, por critérios internacionais (como o 69 fator de impacto e a presença mais constante do sistema de revisão pelos pares – peer review system) possuíam maior reconhecimento com relação à sua qualidade (Callaham et al, 2002). Outra limitação importante diz respeito à classificação dos artigos quanto à sua origem. É freqüente encontrarmos autores brasileiros publicando suas pesquisas durante programas de pós-graduação (mestrado ou doutorado) realizados no exterior em nome de instituições estrangeiras. Estes trabalhos não foram contemplados em nossa busca, pois não tínhamos como assegurar a origem do artigo por outro modo que não o campo de afiliação da base de dados Pubmed/Medline. Entretanto, acreditamos que os centros de pesquisa nacionais mais bem estabelecidos, conhecendo as formas de avaliação existentes no Brasil, não deixaram nos últimos 20 anos de incluir seus dados de forma correta neste campo, sob a pena de reduzir suas respectivas pontuações. Mais uma limitação significativa do presente estudo está correlacionada com o constante processo de atualização da base de dados Medline, de forma que os dados encontrados, principalmente nos últimos dois anos do estudo, podem ainda sofrer grande variação. Apesar disso, outros autores têm evidenciado que esta variação não costuma afetar as tendências gerais aqui mostradas (Blank et al, 2006). 70 COMPARAÇÃO COM A LITERATURA Até onde foi possível levantar pesquisas semelhantes, este trabalho foi o primeiro a fornecer dados tão amplos e consistentes sobre publicações de artigos como indicador da produção científica brasileira em cardiologia. Por isso, com relação aos artigos anteriormente publicados sobre a produção científica nacional na área de cardiologia, os resultados aqui apresentados são de difícil comparação (Tabela 12). Autor Ano Período Ferramenta Amostragem Amorim DS 1980 1968-1977 Arq Bras Cardiol não Mansur AJ 2000 1948...1998 Arq Bras Cardiol sim Rodrigues PS 2000 1981 a 1995 ISI não Magalhaes Jr AP 2008 1987 a 2007 Pubmed/Medline não Tabela 12 – Estudos nacionais sobre o padrão de produção científica em cardiologia. Trata-se de abrangências diferentes, uma vez que os dois primeiros (Amorim DS e Mansur AJ) avaliaram apenas publicações de um periódico, o Arquivos Brasileiros de Cardiologia. No caso do terceiro estudo listado (Rodrigues PS) não houve foco na área cardiovascular – também foram avaliados estudos em oncologia e em infectologia (malária) – além da base de dados utilizada (ISI) ser mais restritiva que o MEDLINE. Outro ponto que merece destaque no presente estudo é a utilização de critérios bem estabelecidos para a busca bibliográfica de publicações (termos MeSH) além da escolha por uma base de dados pública (Pubmed/Medline) o que deve permitir uma mais fácil reprodução dos resultados aqui encontrados por diferentes pesquisadores em situações semelhantes. 71 Apesar dessas diferenças os demais trabalhos, em linhas gerais, também concluíram que há aumento constante do crescimento da produção científica ao longo do tempo, assim como uma forte concentração do número de publicações na região Sudeste do país. PERSPECTIVAS FUTURAS Os resultados encontrados no presente estudo trazem novas perspectivas para o cardiologista pesquisador brasileiro. Não só pela originalidade dos achados, mas também porque agora se pode avaliar, do ponto de vista quantitativo (e também qualitativo), qual a exata contribuição que um trabalho individual imprime (ou imprimiu) na totalidade de um país (Coimbra, 1999). A necessidade de confirmar estes resultados por outros autores em diferentes bases de dados (incluindo a LILACS/BIREME) é imperativa. Além disso, análises de outros parâmetros bibliométricos, como padrão de autoria, distribuição de temas (dentro da área cardiovascular) estudados, comparação com dados econômicos (como grau de investimento financeiro em pesquisa), correlação com o impacto de morbi-mortalidade de cada patologia (burden of disease) e padrão de colaboração regional/internacional devem ser os próximos passos para melhor compreender as características dos artigos publicados pela comunidade científica nacional na área de cardiologia. 72 CONCLUSÕES A análise bibliométrica realizada permite concluir que a produção científica brasileira de qualidade em cardiologia apresentou uma tendência constante de crescimento ao longo dos últimos 20 anos (média de 21% ao ano). Alguns períodos tiveram crescimento acima da média, e o entendimento do que ocorreu nestas épocas é fundamental para o incremento ainda maior da quantidade de artigos atualmente publicados, objetivando ampliar a participação brasileira na geração e na disseminação do conhecimento científico em cardiologia. 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Albrecht J, Meves A, Bigby M. Case reports and case series from Lancet had significant impact on medical literature. J Clin Epidemiol 2005; 58(12):1227-32. Almeida-Filho N, Kawachi I, Filho AP, Dachs JN. Research on health inequalities in Latin America and the Caribeean: bibliometric analysis (1971-2000) and descriptive content analysis (1971-1995). Am J Public Health 2003; 93(12):2037-43. Altman DG. Endorsement of the CONSORT statement by high impact medical journals: survey of instructions for authors. BMJ 2005; 330(7499):1056-7. Amorim DS. Considerações sobre as publicações de Arquivos Brasileiros de Cardiologia no período de 1968 a 1977. 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American journal of roentgenology 1272646 American family physician 0370465 American heart journal 0207277 The American journal of cardiology 0376027 The American journal of clinical nutrition 0370470 American journal of clinical pathology 0267200 The American journal of medicine 0372646 The American journal of nursing 0370476 American journal of obstetrics and gynecology 0370500 American journal of ophthalmology 0370502 American journal of pathology 8803677 American journal of physical medicine & rehabilitation / Association of Academic Physiatrists 0370512 The American journal of psychiatry 1254074 American journal of public health 9421642 American journal of respiratory and critical care medicine 0370473 American journal of surgery 0370506 The American journal of the medical sciences 0370507 The American journal of tropical medicine and hygiene 0370524 Anaesthesia 1310650 Anesthesia and analgesia 1300217 Anesthesiology 8002646 Annals of emergency medicine 0372351 Annals of internal medicine 0407300 The Annals of otology, rhinology, and laryngology 0372354 Annals of surgery 15030100R The Annals of thoracic surgery 0372433 Archives of dermatology 0372434 Archives of disease in childhood 9501297 Archives of disease in childhood. Fetal and neonatal edition 101282564 Archives of environmental & occupational health [continues Archives of environmental health] 0372435 Archives of general psychiatry 0372440 Archives of internal medicine 0372436 Archives of neurology 7706534 Archives of ophthalmology 8603209 Archives of otolaryngology--head & neck surgery 7607091 Archives of pathology & laboratory medicine 9422751 Archives of pediatrics & adolescent medicine 2985158R Archives of physical medicine and rehabilitation 9716528 Archives of surgery (Chicago, Ill : 1960) 0370605 Arthritis and rheumatism 100935741 BJOG : an international journal of obstetrics and gynaecology [continues British journal of obstetrics and gynaecology] 7603509 Blood 8900488 BMJ (Clinical research ed) 91 0372537 Brain; a journal of neurology 0373125 The British journal of radiology 0372553 The British journal of surgery 0370647 CA: a cancer journal for clinicians 0374236 Cancer 0231335 Chest 0147763 Circulation 0075674 Clinical orthopaedics and related research 0372606 Clinical pediatrics 101241654 Clinical toxicology : the official journal of the American Academy of Clinical Toxicology and European Association of Poisons Centres and Clinical Toxicologists [continues Journal of toxicology. Clinical toxicology] 0372741 Clinical pharmacology and therapeutics 9711805 CMAJ : Canadian Medical Association journal = journal de l'Association medicale canadienne 0355501 Critical care medicine 0372617 Current problems in surgery 0372763 Diabetes 7902782 Digestive diseases and sciences 0370657 Disease-a-month : DM 0375040 Endocrinology 0374630 Gastroenterology 2985102R Geriatrics 2985108R Gut 0330057 Heart & lung : the journal of critical care 9602087 Heart (British Cardiac Society) 9312077 Hospitals & health networks / AHA 7501160 JAMA : the journal of the American Medical Association 1275002 The Journal of allergy and clinical immunology 0014030 The Journal of bone and joint surgery American volume 0375355 The Journal of bone and joint surgery British volume 0375362 The Journal of clinical endocrinology and metabolism 7802877 The Journal of clinical investigation 0376601 Journal of clinical pathology 7502590 The Journal of family practice 2985117R Journal of immunology (Baltimore, Md : 1950) 0413675 The Journal of infectious diseases 8706896 The Journal of laryngology and otology 0375402 The Journal of nervous and mental disease 0253357 Journal of neurosurgery 1263116 The Journal of nursing administration 8206428 Journal of oral and maxillofacial surgery : official journal of the American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons 0375410 The Journal of pediatrics 8301365 Journal of the American College of Cardiology 9431305 Journal of the American College of Surgeons 7503061 Journal of the American Dietetic Association 0376343 The Journal of thoracic and cardiovascular surgery 0376373 The Journal of trauma 0376374 The Journal of urology 92 9502837 The journals of gerontology. 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Series B, Psychological sciences and social sciences 2985213R Lancet 0405543 Mayo Clinic proceedings 2985236R The Medical clinics of North America 2985240R The Medical letter on drugs and therapeutics 2985248R Medicine; analytical reviews of general medicine, neurology, psychiatry, dermatology, and pediatrics 0401060 Neurology 0255562 The New England journal of medicine 0042033 The Nursing clinics of North America 0401075 Nursing outlook 0376404 Nursing research 0401101 Obstetrics and gynecology 0254463 The Orthopedic clinics of North America 0401126 Pediatric clinics of North America 0376422 Pediatrics 0022623 Physical therapy 1306050 Plastic and reconstructive surgery 0401147 Postgraduate medicine 0376442 Progress in cardiovascular diseases 9716844 Public health reports (Washington, D.C. : 1974) 0123703 Radiologic clinics of North America 0401260 Radiology 100883501 Rheumatology (Oxford, England) [continues British journal of rheumatology] 0404522 Southern medical journal 0417347 Surgery 0074243 The Surgical clinics of North America 101280339 Translational research : the journal of laboratory and clinical medicine [continues The Journal of laboratory and clinical medicine] 0423221 The Urologic clinics of North America Anexo 1 – Listagem dos 119 periódicos que integram a classificação AIM – Abridged Index Medicus (Core Clinical) 93 ID 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Titulo Autores Data Complications of liver transplantation: multimodality imaging approach Caiado AH;Blasbalg R;Marcelino AS;da Cunha PM;Chammas 2007 Sep Effect of pharmaceutical care on blood pressure control and health-related quality of life in patde Souza WA;Yugar-Toledo JC;Bergsten-Mendes G;Sabha M; 2007 Sep Lupus anticoagulant activity as a thrombosis risk factor in lung adenocarcinoma patients De ME;Pinheiro VR;Loures MA;Kotouc MM;Zamboni MM;Gued2007 Jun Maxillary lesion presenting as a first sign of multiple myeloma: case report Pinto LS;Campagnoli EB;Leon JE;Lopes MA;Jorge J; 2007 Sep Cardiac and aortic structural alterations due to surgically-induced menopause associated withMendonca LS;Fernandes-Santos C;Mandarim-de-Lacerda CA; 2007 Aug 2007 Aug Low coronary driving pressure early in the course of myocardial infarction is associated with s Koike MK;Frimm CC;Curi M; Dobutamine stress echocardiography as a predictor of coronary lesion severity on coronary a Campos AM;da Cunha AB; 2007 May 2007 Diagnosing abnormal glucose tolerance in hypertensive women: are we making the best choicMariosa LS;Ribeiro-Filho FF;Ribeiro AB;Zanella MT; An update on the management of Chagas cardiomyopathy Rocha MO;Teixeira MM;Ribeiro AL; 2007 Aug Significance of vectorcardiogram in the cardiological diagnosis of the 21st century Perez Riera AR;Uchida AH;Filho CF;Meneghini A;Ferreira C;S 2007 Jul Increase of classic and nonclassic cardiovascular risk factors in patients with acromegaly Vilar L;Naves LA;Costa SS;Abdalla LF;Coelho CE;Casulari LA 2007 Jul Twenty-millisecond interventricular difference as assessed by body surface potential mappingSamesima N;Douglas R;Tobias N;Pedrosa A;Martinelli FM;Ram2007 Jul Repercussions of cardiac resynchronization therapy on the ventricular repolarization of heart fPastore CA;Douglas RA;Samesima N;Martinelli FM;Nishioka S2007 Jul 'Salt and pepper' in the eye and face: a prelude to brainstem ischemia Conforto AB;Martin MG;Ciriaco JG;Leite CC;Campos CR;Yama2007 Aug Intravitreal bevacizumab for foveal detachment in idiopathic perifoveal telangiectasia Maia Junior OO;Bonanomi MT;Takahashi WY;Nascimento VP; 2007 Aug 2007 'Correction:' Serum transforming growth factor beta-1 (TGF-beta-1) levels in diabetic patients Schaan BD;Quadros AS;Sarmento-Leite R;De LG;Bender A;Be Drug-eluting stents vs bare metal stents for the treatment of large coronary vessels Quizhpe AR;Feres F;de Ribamar CJ;Abizaid A;Maldonado G;C2007 Aug Locally produced survival cytokines IL-15 and IL-7 may be associated to the predominance of Fonseca SG;Reis MM;Coelho V;Nogueira LG;Monteiro SM;Ma 2007 Aug IFN-gamma, but not nitric oxide or specific IgG, is essential for the in vivo control of low-virule Marinho CR;Nunez-Apaza LN;Martins-Santos R;Bastos KR;Bo 2007 Aug Rheumatic fever and rheumatic heart disease: genetics and pathogenesis Guilherme L;Ramasawmy R;Kalil J; 2007 Aug Potential roles of bone marrow stem cells in stroke therapy Mendez-Otero R;de Freitas GR;Andre C;de Mendonca ML;Frie2007 Jul Bone-marrow mononuclear cell therapy of severe ischemic heart failure Dohmann HF;Silva SA;Souza AL;Rossi MI;Takiya CM;Borojevi 2007 Jun Natural products to anti-trypanosomal drugs: an overview of new drug prototypes for America Tempone AG;Sartorelli P;Mady C;Fernandes F; 2007 Jul 2007 Jul Is there a true beneficial effect of statin therapy in the acute phase of unstable angina or myocCorreia LC; Autoantibodies to the atheroma component beta2-glycoprotein I and risk of symptomatic peripFranck M;Staub HL;Petracco JB;Norman GL;Lassen AJ;Schiav2007 Jun Characterization of the acute cardiac electrophysiologic effects of ethanol in dogs Fenelon G;Balbao CE;Fernandes R;Arfelli E;Landim P;Ayres O2007 Sep 2007 Single-lung ventilation with contralateral lung deflation: a simplified method for multivessel off-Dallan LA;Lisboa LA;Platania F;Oliveira SA;Stolf NA; A three-dimensional intravascular ultrasound comparison between the new zotarolimus-elutin Lasave LI;Costa JR;Abizaid AA;Feres F;Tanajura LF;Staico R;A2007 Jul 2007 Metabolic syndrome is associated with coronary artery calcium in asymptomatic white BraziliaSantos RD;Nasir K;Tufail K;Meneghelo RS;Carvalho JA;Blume Computer-aided systematized approach to pediatric ECG analysis Molina MS;Benjo AM;Molina AI;Favarato D;Tobias N;Garcia E; 2007 Jul 2007 Paraoxonase 1 gene polymorphisms in angiographically assessed coronary artery disease: evRios DL;D'Onofrio LO;Cerqueira CC;Bonfim-Silva R;Carvalho H Hypertension increases retinal inflammation in experimental diabetes: a possible mechanism Silva KC;Pinto CC;Biswas SK;de Faria JB;de Faria JM; 2007 Jun Gait training combining partial body-weight support, a treadmill, and functional electrical stimuLindquist AR;Prado CL;Barros RM;Mattioli R;da Costa PH;Salv2007 Sep Escharotomies, fasciotomies and carpal tunnel release in burn patients--review of the literatur Piccolo NS;Piccolo MS;Piccolo PD;Piccolo-Daher R;Piccolo ND2007 Jun Preoperative plasma levels of soluble tumor necrosis factor receptor type I (sTNF-RI) predictsGelape CL;Sanches MD;Teixeira AL;Teixeira MM;Braulio R;Pin2007 May Andrei AM;Fraguas R;Telles RM;Alves TC;Strunz CM;Nussbac2007 Jul Major depressive disorder and inflammatory markers in elderly patients with heart failure Biomarkers of oxidative stress and antioxidant status in children born small for gestational ageFranco MC;Kawamoto EM;Gorjao R;Rastelli VM;Curi R;Scavon2007 Aug The influence of L-arginine on blood pressure, vascular nitric oxide and renal morphometry in Cavanal MF;Gomes GN;Forti AL;Rocha SO;Franco MC;Fortes 2007 Aug Arteriovesical fistula as a complication of a gunshot wound to the pelvis: treatment dilemma Reis LO;Barreiro GC;D'Ancona CA;Netto NR; 2007 Jun Fas ligand-dependent inflammatory regulation in acute myocarditis induced by Trypanosoma de Oliveira GM;Diniz RL;Batista W;Batista MM;Bani CC;de Ara2007 Jul 2007 Sep Flexible fiber-optic laryngoscopy in the first hours after extubation for the evaluation of laryngeSmith MM;Kuhl G;Carvalho PR;Marostica PJ; Diagnostic value of color flow mapping and Doppler echocardiography in the quantification of Pinheiro AC;Mancuso FJ;Hemerly DF;Kiyose AT;Campos O;de2007 Oct 2007 Jul Trimetazidine added to combined hemodynamic antianginal therapy in patients with type 2 diaRibeiro LW;Ribeiro JP;Stein R;Leitao C;Polanczyk CA; 2007 Jul Validity of an instrument to measure the impact of valve heart disease on the patient's daily lif Padilha KM;Gallani MC;Colombo RC; Ano 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 2007 Informacoes1 Informacoes2 Pag-i Pag-f Periodico T4 T5 T7 AIM Vol(?) Fasc(?) Resumo 1401 1417 Radiographics 27 5 Liver transplantation is currently an accepted first-line DA - 20070912IS - Adult;adverse effect DA - 20070907IS - Adolescent;Adult;ad 1955 1961 Am J Health Syst Pharm 64 18 PURPOSE: Verification of whether pharmacotherape DA - 20070906IS - Adenocarcinoma;Hu 51 55 Ann N Y Acad Sci 1107 There is a high incidence of thrombosis in cancer pat DA - 20070903IS - Aged;diagnosis;FemE344 E347 Med Oral Patol Oral Cir Bucal 12 5 Plasma cell neoplasia is a lymphoid neoplastic prolife DA - 20070816IS - Animals;Aorta;Blood 301 309 Int J Exp Pathol 88 4 Menopause and hypertension independently alter ca 279 290 Int J Exp Pathol 88 4 Subendocardial remodelling of the left ventricular (LV DA - 20070816IS - Animals;Blood Press DA - 20070813IS - Coronary Angiograp 505 518 Rev Port Cardiol 26 5 In order to evaluate the capacity of dobutamine stres 98 103 J Cardiometab Syndr 2 2 Essential hypertension is a condition of peripheral ins DA - 20070808IS - Adult;complications; DA - 20070806IS - Anticoagulants;Arrhy 727 743 Expert Rev Anti Infect Ther 5 4 Chagas disease, caused by the protozoan parasite T DA - 20070809IS - diagnosis;Electrocar 319 323 Clin Cardiol 30 7 Until the mid-1980s, it was believed that the vectorca DA - 20070802IS - Acromegaly;Adult;A 363 372 Endocr Pract 13 4 OBJECTIVE: To evaluate the prevalence of classic a DA - 20070622IS - Body Surface Poten 213 215 Anadolu Kardiyol Derg 7 Suppl 1 OBJECTIVE: There is little research on the ventricula DA - 20070622IS - Arrhythmia;Body Su 79 81 Anadolu Kardiyol Derg 7 Suppl 1 OBJECTIVE: Cardiac resynchronization therapy (CR DA - 20070730IS - Adult;Angiography,D 322 325 Am J Ophthalmol sim 144 2 PURPOSE: To report the 'salt and pepper'(SP) eye p DA - 20070730IS - administration & dos 296 299 Am J Ophthalmol sim 144 2 PURPOSE: To report the use of intravitreal bevacizu 19 Cardiovasc Diabetol 6 BACKGROUND: The association between TGF-beta DA - 20070917IS - Adult;Age Factors;A DA - 20070723IS - administration & dos 373 378 Am Heart J sim 154 2 BACKGROUND: Lately drug-eluting stents (DES) ha DA - 20070719IS - biosynthesis;CD4-P 362 371 Scand J Immunol 66 2/mar Human chronic Chagas disease cardiomyopathy (CC DA - 20070719IS - Animals;Antibody Sp 297 308 Scand J Immunol 66 2/mar Highly virulent strains of Trypanosoma cruzi are frequ DA - 20070719IS - Amino Acid Sequen 199 207 Scand J Immunol 66 2/mar Molecular mimicry between streptococcal and human DA - 20070719IS - Adult;Bone Marrow 417 423 Regen Med 2 4 There is a need for improved therapies, in terms of ut DA - 20070716IS - adverse effects;Anim 543 549 C R Biol 330 6/jul We describe cell therapy for severe ischemic heart fa DA - 20070716IS - Animals;Biological P 222 235 Cardiovasc Hematol Agents Med Chem 5 3 Protozoan tropical diseases cause great suffering thr DA - 20070713IS - Acute Disease;admi 221 225 Curr Vasc Pharmacol 5 3 It has been claimed that early use of statins in acute 295 302 Angiology 58 3 Peripheral artery disease (PAD) is mostly related to a DA - 20070713IS - Adult;adverse effect DA - 20070831IS - Action Potentials;An 1574 1580 Alcohol Clin Exp Res 31 9 BACKGROUND: Alcohol has been related to atrial fib DA - 20070711IS - Coronary Arterioscle 175 177 Tex Heart Inst J 34 2 There are many new alternative methods of minimally DA - 20070710IS - analogs & derivative 303 308 J Invasive Cardiol 19 7 BACKGROUND: Despite the effectiveness of sirolimu DA - 20070709IS - Atherosclerosis;Braz 141 146 Prev Cardiol 10 3 The authors investigated whether the metabolic synd DA - 20070709IS - Adolescent;Brazil;Ca 237 245 Ann Noninvasive Electrocardiol 12 3 BACKGROUND: In pediatric electrocardiography (EC DA - 20070709IS - Alleles;Aryldialkylph 874 878 Clin Chem Lab Med 45 7 BACKGROUND: Paraoxonases (PON) are members DA - 20070706IS - Animals;Blotting,We 533 541 Curr Eye Res 32 6 Inflammation is pivotal to the pathogenesis of diabetic DA - 20070903IS - Brazil;Cerebrovascu 1144 1154 Phys Ther sim 87 9 BACKGROUND AND PURPOSE: Treadmill training w DA - 20070702IS - Adolescent;Adult;Ag 161 167 Handchir Mikrochir Plast Chir 39 3 Escharotomies are usually performed in patients with DA - 20070725IS - Aged;blood;Brazil;C 90 95 Cytokine 38 2 OBJECTIVE: The objective was to estimate the sTNF DA - 20070629IS - Aged;Biological Mar 319 324 Psychosomatics 48 4 The authors evaluated levels of inflammatory marker DA - 20070816IS - Adult;Antioxidants;B 204 208 Pediatr Res 62 2 Children born small for gestational age are known to 145 150 Pediatr Res 62 2 The present study was designed to evaluate the effec DA - 20070816IS - Acetylcholine;admin DA - 20070626IS - Adult;Angiography;B 569 570 Int J Urol 14 6 The case is reported of an arteriovesical fistula after a DA - 20070626IS - Acute Disease;analy 79 86 Am J Pathol sim 171 1 Fas/Fas ligand (Fas-L) engagement, a potent induce 71 9 OBJECTIVE: To evaluate the feasibility and safety of DA - 20070731IS - adverse effects;Brad 1423 1428 Int J Pediatr Otorhinolaryngol DA - 20071002IS - Adult;Aged;Blood Fl 1141 1148 J Am Soc Echocardiogr 20 10 OBJECTIVES: The objective was to analyze the diag DA - 20070622IS - administration & dos 78 7 Am Heart J sim 154 1 BACKGROUND: In nondiabetic patients with stable a DA - 20070622IS - Activities of Daily Liv 1285 1291 J Clin Nurs 16 7 AIM: This study was to verify the psychometric prope Afiliacao Estado Institute of Radiology, University of Sao Paulo, Medical School, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Department of Pharmacy, Federal University of Alfenas, Alfenas, MG, Brazil. [email protected] MG Clinical Pathology, Instituto Nacional do Cancer, Rio de Janeiro, Brazil. [email protected] RJ Oral Semiology and Oral Pathology, Department of Oral Diagnosis, Dental School, University of Campinas (UNICAMP), Piracicaba, Sao Paulo, Brazil SP Laboratory of Morphometry and Cardiovascular Morphology, Biomedical Center, Institute of Biology, State University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil RJ LIM 51 - Laboratory of Emergency Medicine, University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, SP, Brazil. [email protected] SP Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, Rio de Janeiro, Brasil RJ Division of Endocrinology, Department of Medicine, Federal University of Sao Paulo, Oswaldo Ramos Foundation, Sao Paulo, Brazil SP Internal Medicine Department and Coordinator, Postgraduate Course of Tropical Medicine, School of Medicine, Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, MG Discipline of Cardiology, School of Medicine, ABC Foundation, Santo Andre, Brazil SP Division of Endocrinology, Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brazil PE Electrocardiology Service, Heart Institute of the University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Electrocardiology Service, Heart Institute (InCor) of the University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Department of Neurology, Hospital das Clinicas, Sao Paulo University, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Retina and Vitreous Service, Department of Ophthalmology, University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Experimental Medicine Service, Institute of Cardiology of Rio Grande do Sul/University Foundation of Cardiology, Porto Alegre, Brazil. bschaan.pesquisa@cardiologRS Institute Dante Pazzanese of Cardiology, Sao Paulo, SP, Brazil SP Laboratory of Immunology, Heart Institute of the Sao Paulo University Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Department of Immunology, Biomedical Sciences Institute, University of Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brazil SP Heart Institute (InCor), School of Medicine, University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Instituto de Biofisica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCS-Bloco G-Cidade Universitaria 21941-590, Rio de Janeiro, Brazil. rmotero@RJ Instituto de Ciencias Biomedicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, and Hospital Pro-Cardiaco - PROCEP, Rio de Janeiro, Brazil RJ Laboratorio de Toxinologia Aplicada, Departamento de Parasitologia, Inst. Adolfo Lutz - Av. Dr. Arnaldo 355, 8 andar, CEP 01246-000, Sao Paulo, Brazil. atemponeSP Medical and Public Health School of Bahia, Foundation for Scientific Development of Bahia, Brazil. [email protected] BA Department of Rheumatology, Universidade Catolica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil. [email protected] RS Department of Cardiology, Paulista School of Medicine, Federal University of Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brazil. [email protected] SP Heart Institute, Sao Paulo University Medical School-Brasil, Sao Paulo, SP 05403-900, Brazil. [email protected] SP Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Sao Paulo, SP, Brazil SP Lipid Clinic Heart Institute (InCor), Univerisity of Sao Paulo Medical School Hospital, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Heart Institute (InCor) of the University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Laboratorio de Genetica Molecular, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequie, BA, Brazil. [email protected] BA Renal Pathophysiology Laboratory, Faculty of Medical Sciences, State University of Campinas (Unicamp), Campinas, Sao Paulo, Brazil SP Department of Physical Therapy, Federal University of Rio Grande do Norte, Brazil RN Plastic Surgery, Pronto Socorro para Queimaduras, Goiania, Brazil. [email protected] GO Department of Surgery, Minas Gerais Federal University, Av. Professor Alfredo Balena, 190, 30130-100, Belo Horizonte, MG, Brazil. [email protected] MG Heart Institute, University of Sao Paulo School of Medicine, Sao Paulo, SP, Brazil SP Division of Nephrology, School of Medicine, Federal University of Sao Paulo, 04023-900 Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Department of Physiology, Federal University of Sao Paulo - Unifesp/EPM, CEP 04023-900, Sao Paulo, Brazil SP Division of Urology, School of Medicine, University of Campinas, Campinas, Sao Paolo, Brazil. [email protected] SP Fundacao Oswaldo Cruz/Instituto Oswaldo Cruz, Departamento de Ultra-estrutura e Biologia Celular (DUBC), Laboratorio de Biologia Celular, Rio de Janeiro (RJ); RJ Graduate Program in Pediatrics, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rua Ramiro Barcelos, 2350, CEP 90035-903, Porto Alegre, RS, Brazil. mar RS Disciplina de Cardiologia, Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil SP Cardiology Division, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil RS Department of Nursing, College of Medical Sciences, State University of Campinas, Campinas, SP, Brazil SP Região Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Nordeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Nordeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Nordeste Sudeste Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sul Sudeste Sul Sudeste Instituição USP UF-ALFENAS INCA UNICAMP UERJ USP HOSP-CARDIO-LARANJ EPM UFMG FUND-ABC-STO-ANDRE UFPE USP USP USP USP IC-FUC DANTE USP USP USP UFRJ UFRJ ADOLFO-LUTZ EBSP PUC-RS EPM USP DANTE USP USP UESBA UNICAMP UFRN PS-QUEIMAD UFMG USP EPM EPM UNICAMP FIOCRUZ-RJ UFRGS EPM UFRGS UNICAMP PMID PM:17848699 PM:17823108 PM:17804532 PM:17767095 PM:17696911 PM:17696909 PM:17691277 PM:17684470 PM:17678433 PM:17674376 PM:17669712 PM:17584728 PM:17584688 PM:17659974 PM:17659962 PM:17651487 PM:17643591 PM:17635814 PM:17635807 PM:17635797 PM:17635049 PM:17631451 PM:17630949 PM:17627565 PM:17626983 PM:17624995 PM:17622364 PM:17620675 PM:17617777 PM:17617069 PM:17617030 PM:17612969 PM:17609334 PM:17602377 PM:17600726 PM:17600168 PM:17597662 PM:17597655 PM:17593110 PM:17591955 PM:17590444 PM:17588714 PM:17584555 PM:17584347 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 [Strokes caused by infection in the tropics] Carod-Artal FJ; 2007 Jun 2007 The reliability of walking tests in people with claudication da Cunha-Filho IT;Pereira DA;de Carvalho AM;Campedeli L;So2007 Jul 2007 Effect of enalapril treatment on the sensitivity of cardiopulmonary reflexes in rats with myocardAndrade TU;Pinto VD;Medeiros AR;Abreu GR;Moyses MR;Sam2007 Jul 2007 Chronic salt loading and cardiovascular-associated changes in experimental diabetes in rats Maeda CY;Schaan BD;Oliveira EM;Oliveira VL;De AK;Irigoyen 2007 Jul 2007 Sirolimus-eluting coronary stents: a review Abizaid A; 2007 2007 2007 2007 Left ventricular free-wall rupture after acute myocardial infarction imaged by cardiovascular m Shiozaki AA;Filho RA;Dallan LA;de Oliveira SA;Nicolau JC;Roc Homocysteine and nitric oxide are related to blood pressure and vascular function in small-for Franco MC;Higa EM;D'Almeida V;de Sousa FG;Sawaya AL;Fo 2007 Aug 2007 Cutaneous vasculitis as a paraneoplastic syndrome in childhood Pelajo CF;de Oliveira SK;Rodrigues MC;Torres JM; 2007 Apr 2007 Use of the etonogestrel-releasing implant is associated with hypoactivation of the coagulation Vieira CS;Ferriani RA;Garcia AA;Pintao MC;Azevedo GD;Gom 2007 Aug 2007 Hereditary hemorrhagic telangiectasia: a rare cause of severe anemia dos Santos JW;Dalcin TC;Neves KR;Mann KC;Pretto GL;Berto2007 Feb 2007 Head-to-head comparison of dobutamine and adenosine stress real-time myocardial perfusionKowatsch I;Tsutsui JM;Osorio AF;Uchida AH;Machiori GG;Lop 2007 Sep 2007 2007 2007 Evaluation of AC(n) and C(-106)T polymorphisms of the aldose reductase gene in Brazilian paRicheti F;Noronha RM;Waetge RT;de Vasconcellos JP;de Sou Aortic coarctation hypertension induces fibroblast growth factor-2 immunoreactivity in the stimFior-Chadi DR;Varella TC;Maximino JR;Chadi G; 2007 Aug 2007 Association of insulin resistance and nocturnal fall of blood pressure in GH-deficient adults du Brasil RR;Soares DV;Spina LD;Lobo PM;da Silva EM;Mansur V2007 Apr 2007 Possible cardioprotective effect of angiotensin-converting enzyme inhibitors during treatment Rodrigues AM;Hueb M;Nery AF;Fontes CJ; 2007 May 2007 Microvascular tumour invasion in renal cell carcinoma: the most important prognostic factor Dall'Oglio MF;Antunes AA;Sarkis AS;Crippa A;Leite KR;Lucon 2007 Sep 2007 Isolated bilateral internuclear ophthalmoplegia after ischemic stroke de A;Lucato LT;Yamamoto FI;Marchiori PE;Scaff M;Conforto A2007 Jun 2007 Pulmonary and cardiac cysticercosis: helical CT findings Bastos AL;Marchiori E;Gasparetto EL;Andrade BH;Junior GC;C2007 Mar 2007 Cardiac autonomic modulation evaluated by heart interval variability is unaltered but subtly wi Correia D;Junqueira LF;Molina RJ;Prata A; 2007 Jun 2007 Evaluation of blood flow reserve in left anterior descending coronary artery territory by quantit Osorio AF;Tsutsui JM;Kowatsch I;Guerra VC;Ramires JA;Lemo2007 Jun 2007 2007 May 2007 Clinical findings, natriuretic peptides, and echocardiography: integrating tools to optimize hearBeck-da-Silva L;Rohde LE;Goldraich L;Clausell N; Risk factors for hypertension 3 years after renal transplantation in children Nagasako SS;Nogueira PC;Machado PG;Pestana JO; 2007 Sep 2007 2007 May 2007 Images in cardiovascular medicine. Percutaneous pericardial access for mapping and ablationSosa E;Scanavacca M; Reversible pulmonary trunk banding III: assessment of myocardial adaptive mechanisms-contAbduch MC;Assad RS;Rodriguez MQ;Valente AS;Andrade JL; 2007 Jun 2007 Efficacy and safety of aprotinin use for reoperative valvular surgery Rodrigues AJ;Evora PR;Bassetto S;Luciano PM;Alves L;Filho A2007 Jun 2007 Sympathetic and renin-angiotensin systems contribute to increased blood pressure in sucroseFreitas RR;Lopes KL;Carillo BA;Bergamaschi CT;Carmona AK 2007 Jun 2007 2007 Jun 2007 The NTS and integration of cardiovascular control during exercise in normotensive and hypertMichelini LC; Increase in kinins on post-exercise hypotension in normotensive and hypertensive volunteers Moraes MR;Bacurau RF;Ramalho JD;Reis FC;Casarini DE;Ch 2007 May 2007 Effect of treadmill exercise on cell damage in rat hippocampal slices submitted to oxygen and Cechetti F;Rhod A;Simao F;Santin K;Salbego C;Netto CA;Siqu2007 Jul 9 2007 2007 Jun 2007 [Deep-seated (corpus callosum, intraventricular, basal ganglia and insula) and brain stem cav ves de SA; 2007 Mar 2007 Cryoglobulinemia in chronic hepatitis C: clinical aspects and response to treatment with interfeParise ER;de Oliveira AC;Ferraz ML;Pereira AB;Leite KR; Ischaemia and reperfusion effects on skeletal muscle tissue: morphological and histochemica Carmo-Araujo EM;Dal-Pai-Silva M;Dal-Pai V;Cecchini R;njos F2007 Jun 2007 Increased expression and phosphorylation of focal adhesion kinase correlates with dysfunctio Lopes MM;Ribeiro GC;Tornatore TF;Clemente CF;Teixeira VP 2007 Aug 2007 Trimetazidine to reverse ischemia in patients with class I or II angina: a randomized, double-b Cesar LA;Mathias W;Armaganijan D;Gimenez V;Jallad S;Del M2007 Jun 2007 Obstructive sleep apnea, hypertension, and their interaction on arterial stiffness and heart remDrager LF;Bortolotto LA;Figueiredo AC;Silva BC;Krieger EM;Lo2007 May 2007 Prevention of hypertension abrogates early inflammatory events in the retina of diabetic hyperSilva KC;Pinto CC;Biswas SK;Souza DS;de Faria JB;de Faria J2007 Jul 2007 Percutaneous coronary revascularization using a trilayer metal phosphorylcholine-coated zotaAbizaid A;Lansky AJ;Fitzgerald PJ;Tanajura LF;Feres F;Staico 2007 May 2007 [Factors determining hyperhomocysteinemia in the chronic phase of strokes] Carod-Artal FJ;Nunes SV;Vargas AP;Portugal D; 2007 May 2007 What is next when the first blood pressure-lowering drug is not sufficient? Fuchs FD;Guerrero P;Gus M; 2007 May 2007 Detection of arteriolar narrowing in fundoscopic examination: evidence of a low performance oMaestri MM;Fuchs SC;Ferlin E;Pakter HM;Nunes G;Moraes RS2007 May 2007 2007 2007 Association of lipase lipoprotein polymorphisms with myocardial infarction and lipid levels Gigek CO;Chen ES;Cendoroglo MS;Ramos LR;Araujo LM;Pay Association of increased levels of homocysteine and peripheral arterial disease in a JapaneseGarofolo L;Barros N;Miranda F;D'Almeida V;Cardien LC;Ferrei 2007 Jul 2007 Myocardial delayed enhancement by magnetic resonance imaging in patients with muscular dSilva MC;Meira ZM;Gurgel GJ;da Silva MM;Campos AF;Barbo 2007 May 2007 Hybrid repair of aortic arch aneurysms: a totally extrathoracic approach with branched endogr Ferreira M;Chuter T;Hartley D;Lanziotti L;Abuhadba G;Monteiro2007 Mar 2007 2007 2007 Effect of different periods of hyperbaric oxygen on ischemia-reperfusion injury of rat skeletal mVidigal J;Jose FD;De Jesus SM;Oshima CT;Odashiro AN;Sant DA - 20070622IS - Adult;Animals;Arrhy 755 763 Rev Neurol 574 582 Am J Phys Med Rehabil DA - 20070621IS - Aged;Blood Pressur DA - 20070621IS - Angiotensin-Conver 606 611 Clin Exp Pharmacol Physiol DA - 20070621IS - analogs & derivative 574 580 Clin Exp Pharmacol Physiol DA - 20070621IS - Blood Vessel Prosth 191 201 Vasc Health Risk Manag 719 721 J Cardiovasc Magn Reson DA - 20070620IS - analysis;Biological M DA - 20070719IS - Adolescent;Age Dist 396 402 Hypertension DA - 20070618IS - blood supply;Brain N 181 183 Acta Reumatol Port DA - 20070727IS - administration & dos 2196 2201 Hum Reprod DA - 20070614IS - Anemia,Iron-Deficie 109 112 J Bras Pneumol DA - 20070903IS - Adenosine;administ 1109 1117 J Am Soc Echocardiogr DA - 20070612IS - Adolescent;Adult;Ald 740 745 Mol Vis DA - 20070726IS - Animals;Aortic Coar 285 294 J Mol Histol DA - 20070608IS - Adult;adverse effect 306 312 J Endocrinol Invest DA - 20070618IS - Adult;adverse effect 113 118 Acta Trop DA - 20070802IS - Adolescent;Adult;Ag 552 555 BJU Int DA - 20070605IS - Brazil;Cerebral Aque 125 126 J Neuroophthalmol DA - 20070605IS - Adult;Brazil;Cardiome58 e60 Br J Radiol DA - 20070605IS - Adolescent;Adult;an 772 780 Pacing Clin Electrophysiol DA - 20070604IS - Adenosine;analysis; 709 716 J Am Soc Echocardiogr DA - 20070601IS - Biological Markers;b 158 163 Congest Heart Fail DA - 20070704IS - Adolescent;adverse 1363 1368 Pediatr Nephrol DA - 20070529IS - Adult;Arrhythmogen e542 e544 Circulation 1510 1516 J Thorac Cardiovasc Surg DA - 20070529IS - Adaptation,Physiolo DA - 20070528IS - Adult;Aged;Aprotinin 2060 2065 Ann Thorac Surg DA - 20070528IS - adverse effects;Ang 692 698 Am J Hypertens DA - 20070523IS - Animals;Baroreflex;B 214 221 Curr Hypertens Rep 533 540 Biol Chem DA - 20070522IS - Adult;blood;Blood P DA - 20070625IS - analysis;Animals;Bio 121 125 Brain Res DA - 20070529IS - Basal Ganglia;Brain 182 191 Neurochirurgie DA - 20070516IS - Antiviral Agents;Bra 67 72 Rev Inst Med Trop Sao Paulo DA - 20070516IS - analysis;Animals;blo 147 154 Int J Exp Pathol DA - 20070711IS - Brazil;complications 195 204 Clin Sci (Lond) DA - 20070514IS - administration & dos 259 263 Coron Artery Dis DA - 20070514IS - Adult;analysis;Arteri 1379 1386 Chest 123 129 Exp Eye Res DA - 20070709IS - administration & dos DA - 20070511IS - Aged;analogs & der 1403 1408 Am J Cardiol 513 519 Rev Neurol DA - 20070511IS - Adult;Aged;analysis 435 439 Expert Rev Cardiovasc Ther DA - 20070510IS - Antihypertensive Ag DA - 20070508IS - Adult;Brazil;Capillar 501 505 Am J Hypertens 599 604 Clin Chem Lab Med DA - 20070508IS - Aged;Aged,80 and o DA - 20070611IS - Age Distribution;Age 23 28 Eur J Vasc Endovasc Surg 1874 1879 J Am Coll Cardiol DA - 20070507IS - Adolescent;blood;Br DA - 20070507IS - Aorta,Thoracic;Aorti 79 83 Vascular DA - 20070522IS - Animals;Apoptosis;b 252 257 Microsurgery sim sim sim sim sim sim sim 44 12 86 7 34 7 34 7 3 2 9 4 50 2 32 2 22 8 33 1 20 9 13 38 4 30 4 102 2 100 3 27 2 80 951 30 6 20 6 13 3 22 9 115 21 133 6 83 6 20 6 9 3 388 5 1157 53 2-3 Pt 2 49 2 88 3 113 4 18 4 131 5 85 1 99 10 44 9 5 3 20 5 45 5 34 1 49 18 15 2 27 4 INTRODUCTION: Almost three out of every four peo OBJECTIVE: To contrast the reliability of the 6-min w 1. The aim of the present study was to evaluate the e 1. High-sodium intake may increase blood pressure a The sirolimus-eluting coronary stent received CE Ma This manuscript describes a rare situation where afte Leptin, homocysteine (Hcy), and C-reactive protein a INTRODUCTION: In children, vasculitis as a paraneo BACKGROUND: The role of progestogens in haemos Hereditary hemorrhagic telangiectasia is an autosom We sought to determine the value of dobutamine vers PURPOSE: Diabetic retinopathy (DR) is one of the m The actions of neurotrophic factors i.e. basic fibroblas The GH deficiency syndrome in adults is characterize We conducted an observational retrospective study to OBJECTIVE: To evaluate the role of microvascular in A 63-year-old man suddenly developed an isolated b The authors aim to report the chest CT findings of a p BACKGROUND: Cardiac autonomic function in the in We sought to compare the feasibility and accuracy of The hemodynamic profile of heart failure (HF) patient We performed a case-control study in renal transplan OBJECTIVES: Rapid ventricular conditioning induced BACKGROUND: Preservation of the hemostatic syst BACKGROUND: This study evaluated the effect of ch Due to upward resetting of baroreceptors, tachycardi Post-exercise hypotension is an important event for b We have recently demonstrated that high intensity tra With a review of the literature, we report our experien INTRODUCTION: The main extra-hepatic manifestat This was a study on the oxidative stress due to ischa FAK (focal adhesion kinase) has been shown to med AIMS: We sought to evaluate the effects of trimetazid STUDY OBJECTIVES: Obstructive sleep apnea (OS Hypertension is an important risk factor associated w The ZoMaxx Coronary Stent System elutes the antip INTRODUCTION: Several prospective and case-con A large proportion of patients with hypertension requi BACKGROUND: Retinal abnormalities, particularly a BACKGROUND: Lipoprotein lipase has an important OBJECTIVES: Our aim was to evaluate the possible OBJECTIVES: This study sought to analyze whether Of all of the aortic segments, the aortic arch is the las The effect of hyperbaric oxygen (HBO) on ischemia-r Servicio de Neurologia, Hospital Sarah, Red Sarah de Hospitales de Rehabilitacion, Brasilia DF, Brasil. [email protected] DF Centro Universitario de Belo Horizonte, UNI-BH Brazil MG Department of Pharmacy, University Centre of Vila Velha, Vila Velha, Brazil ES Hypertension Unit, Heart Institute, University of Sao Paulo, Sao Paulo, and Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil SP Institute Dante Pazzanese of Cardiology, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Cardiovascular Magnetic Resonance and Computed Tomography Sector of Heart Institute (InCor) University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Division of Nephrology, School of Medicine, Federal University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Medica Pediatra, Especializacao em Reumatologia Pediatrica, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bra RJ Department of Gynaecology and Obstetrics, Ribeirao Preto School of Medicine, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, Brazil. [email protected] SP Pulmonology Department, Santa Maria University Hospital, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS, Brazil RS Heart Institute (InCor), University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Laboratory of Molecular Medicine, Department of Physiology, Faculty of Medical Sciences, Irmandade da Santa Casa de Misericordia de Sao Paulo, Brazil SP Department of Physiology, Institute of Biosciences, University of Sao Paulo, Sao Paulo 05508-900, Brazil SP Service of Endocrinology, Clementino Fraga Filho University Hospital, Medical School, Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil. rosanebrRJ Master in Health Sciences, School Medical Sciences, Federal University of Mato Grosso, Av. Fernando Correa da Costa s/n, Coxipo, 78060-900 Cuiaba, MT, Brazil MT Division of Urology, University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Department of Neurology, University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Department of Radiology, Hospital Julia Kubitschek, Belo Horizonte, Brazil MG Faculty of Medicine of Triangulo Mineiro, Division of Tropical Medicine, Uberaba, MG, Brazil MG Heart Institute (InCor), University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Heart Failure and Transplant Unit of Cardiovascular Division, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brazil RS Pediatrics Department - UNIF SP Heart Institute, INCOR, School of Medicine, Sao Paulo University, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Laboratory of Pathology, Heart Institute (InCor) University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil SP Division of Cardiothoracic Surgery, Department of Surgery and Anatomy, Faculty of Medicine of Ribeirao Preto, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, SP, Brazil. SP Department of Physiology, Universidade Federal de Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil SP Department of Physiology and Biophysics, Biomedical Sciences Institute, University of Sao Paulo, Av. Prof. Lineu Prestes, 1524 05508-900, Sao Paulo, Brazil. michSP Department of Biophysics, Federal University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil SP Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas-Neurociencias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Sarmento Leite, 500, 90050-170, Porto AlegRS Hopital Santa-Casa, hopital Lifecenter, Belo Horizonte, Brazil. [email protected] MG Disciplina de Gastrenterologia da Universidade Federal de Sao Paulo, and Anatomia Patologica, Hospital Sirio-Libanes, Sao Paulo, SP, Brazil. [email protected] SP Department of Physiotherapy, UNESP/FCT, Presidente Prudente, SP, Brazil SP Department of Internal Medicine, School of Medicine, State University of Campinas, Campinas, Sao Paulo, Brazil SP Heart Institute (InCor) University of Sao Paulo Medical School bInstituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Hypertension Unit, Heart Institute (InCor), University of Sao Paulo Medical School, Av. Dr Eneas Carvalho de Aguiar 44, CEP 05403-904, Sao Paulo, Brazil SP Renal Pathophysiology Laboratory, Nephrology Unit, Faculty of Medical Sciences (FCM), State University of Campinas (UNICAMP), Campinas, Sao Paulo, Brazil SP Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Sao Paulo, Brazil SP Service de Neurologia, Hospital Sarah Centro, Brasilia DF, Brasil. [email protected] DF Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Division of Cardiology, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Ramiro Barcelos, Porto Alegre-RS, Brazil. [email protected] RS Post-graduate Program in Medical Sciences, School of Medicine, Division of Ophthalmology, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio GraRS Departamento de Morfologia e Genetica, Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP), Sao Paulo, SP, Brazil SP Post-Graduation Course on Cardiac, Vascular and Thoracic Surgery, Surgery Department, Federal University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil. [email protected] SP Axial Centro de Imagem, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil MG Endovascular Techniques Integrated Service, Rio de Janeiro, Brazil. [email protected] RJ Orthopedic Division, Medical School of Federal University of Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brazil MS Centro-Oeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Centro-Oeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Centro-Oeste Sul Sul Sudeste Sudeste Sudeste Sudeste Centro-Oeste SARAH CENT-UNIV-BH CENT-UNIV-VILA-VELHA USP DANTE USP EPM UFRJ USP UFSM USP SANTA-CASA-SP USP UFRJ UFMT USP USP HOSP-JULIA-KUBITSCHEK FMTM USP UFRGS indef USP USP USP EPM USP EPM UFRGS FCM-MG EPM UNESP UNICAMP USP USP UNICAMP DANTE SARAH UFRGS UFRGS EPM EPM AXIAL ETIS UFMS PM:17583870 PM:17581292 PM:17581216 PM:17581211 PM:17580729 PM:17578729 PM:17576855 PM:17572653 PM:17569674 PM:17568877 PM:17566697 PM:17563730 PM:17562191 PM:17556867 PM:17555699 PM:17555475 PM:17548998 PM:17548502 PM:17547611 PM:17543741 PM:17541310 PM:17534667 PM:17533188 PM:17532949 PM:17532397 PM:17531930 PM:17519128 PM:17516849 PM:17512916 PM:17507054 PM:17505661 PM:17504444 PM:17497960 PM:17496489 PM:17494787 PM:17493613 PM:17493469 PM:17492607 PM:17489668 PM:17485010 PM:17484619 PM:17482486 PM:17481447 PM:17481368 PM:17477427