Tocha da Verdade #12

Transcrição

Tocha da Verdade #12
Por que Deus fez isso?
Uma Revista Cristã - Grátis
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significativo no início
do seu casamento. Ele se
(continua na página 6)
Esta revista é para distribuição gratuita
e não pode ser vendida
Conselho Diretor:
Dale E. Heisey
Duane Nisly
Mark Yoder
Paul Schrock
Noah Schrock
Hugo Valverde
Jesús Villegas
Sanford Yoder
Editores
Duane Nisly
Theodore Yoder
La Antorcha de la
Verdad
Apartado Postal #15
Pital de San Carlos
Costa Rica, C. A.
Tocha da Verdade
Caixa Postal 241
Boituva-SP-Brasil
18550-970
www.LMSdoBrasil.com.br
Índice
Por que Deus fez isso? . . . . . . .capa
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3
As bem-aventuranças
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . .4
O compromisso matrimonial . . . . . .9
Duki, o dominador . . . . . . . . . . . . .12
Seção para os pais
A vida com um alcoólatra
Capítulo 10b . . . . . . . . . . . . . .13
Pai, tu es responsável . . . . . . . . . .21
História bíblica:
Jacó enganado, luta com um anjo .18
Receita
Biscoitos de coco . . . . . . . . . . . . . .24
Seção para os jovens
A busca do contrabandista
Capítulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Seção para as crianças
Consciência por dez centavos . . . .30
Atividade para crianças . . . . . . . . .34
..............................
Se atravessares este vale
assustador . . . . . . . . . . . .Contracapa
Impresso no Brasil pela Igreja Bíblica Anabatista com autorização expressa da Publicadora La Merced. Todos os direitos reservados
A PUBLICADORA LA MERCED é uma organização sem fins lucrativos que tem o
objetivo de divulgar o evangelho, de propagar a doutrina bíblica e saudável e de
apresentar conselhos práticos para a vida cristã em países latino-americanos.
Desenho da capa: Olive Studios
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3
As
Bem-aventuranças
Jesus nos convida a uma vida feliz
Introdução de uma nova série de ensinamentos
Philip Yoder
O
que cada pessoa mais deseja é
sentir-se feliz. Se analisarmos
bem, concluiremos que quase
todo esforço humano, direto ou indireto,
tem como objetivo encontrar a felicidade.
Na realidade, o que a maioria das pessoas
busca é um sentimento eufórico,
prazeroso ou alegre. Querem aproveitar a
vida.
Satanás e o mundo têm nos enganado
fazendo-nos pensar que a felicidade se alcança quando a vida nos trata bem; nos dá
coisas como riquezas, poder ou fama. Acredita-se que as pessoas que conseguem essas
coisas devem estar felizes. Isto é, acreditase que as coisas deste mundo podem proporcionar-nos esses sentimentos de
felicidade que anelamos.
Não obstante, a realidade do assunto
é que com esta mentalidade mundana
não se encontra a felicidade verdadeira.
Sempre vemos outras pessoas que têm
mais coisas ou que vivem em circunstâncias mais favoráveis que as nossas. Automaticamente, isso implica que elas
4
devem estar mais felizes ou alegres que
nós. Isso produz em nós inconformismo
e, como resultado, a infelicidade.
Em vez disso, as pessoas que
conseguiram riquezas, o poder e a fama,
são muitas vezes as mais infelizes de
todas. É evidente que as coisas deste
mundo não podem nos dar felicidade. O
apóstolo João sabia do que estava
falando quando disse que o mundo e
seus desejos passam (1João 2:17). A
busca pela felicidade nas coisas
passageiras deste mundo é uma ilusão.
Embora essas coisas possam dar-nos
prazer momentâneo, não podem tornarnos felizes (Eclesiastes 2:10-11). A razão
para isso é que a verdadeira felicidade, ao
contrário do que muitos pensam, não é
primariamente um sentimento.
Os psicólogos nos dizem que a
felicidade é o fruto de uma autoestima
saudável. Nos é dito que a pessoa que vive
sem felicidade é uma vítima de danos em
sua autoestima. Portanto, culpa-se outros
ou às circunstâncias por não se ter
alcançado aquelas coisas que dão felicidade. O resultado dessa maneira de pensar
é crer que todos somos vítimas; que não
somos responsáveis pela depressão nem
pela obstinação que sentimos. No lugar da
felicidade, essa mentalidade produz pessoas que se consideram as vítimas de suas
dificuldades; são intocáveis e vivem deprimidas e ressentidas pelas dificuldades da
vida.
O que é, de fato, a verdadeira felicidade? Onde podemos encontrá-la?
A verdadeira felicidade é mais que um
sentimento prazeroso ou emocionante. É
sentir que a vida tem sentido e propósito.
É sentir-se satisfeito com a qualidade de
vida que se vive. É sentir-se alegre com a
condição de vida que se tem.
Em Mateus 5, Jesus nos dá a receita
para experimentarmos uma vida que satisfaz os anseios mais profundos do coração; que nos leva a desfrutar do
verdadeiro bem da vida. Ele nos ensina
que a verdadeira felicidade não está em
que a vida nos proporcione circunstâncias que sejam de nosso agrado, e sim, nas
atitudes que temos para com nós mesmos
e para com as circunstâncias que enfrentamos. Ela não está no que a vida nos
pode dar, e sim, em com que atitude enfrentamos a vida. Jesus disse que são
“bem-aventurados”, felizes, afortunados,
abençoados, aquelas pessoas que adotam
as atitudes que Ele oferece.
Essas atitudes, à primeira vista, são totalmente contrárias à lógica humana. Mas
quando as analisamos bem e quando as experimentamos, percebemos que Jesus tem
razão.
Por exemplo: Jesus disse que são felizes “os pobres de espírito” (Mt. 5:3). A palavra “pobre" que Jesus usa significa
mendigo. Quem pensaria que um mendigo é feliz? Mas, quando aceitamos que
sem Deus não somos nada, que somos totalmente dependentes dele, e mais, que
por nossos pecados merecemos a morte,
qualquer bênção, desde o fato de estarmos
vivos em diante, sentimos como se fosse
uma grande riqueza. Quando enumeramos as tantas coisas que temos (saúde, o
suficiente para comer e vestir, onde viver,
família e amigos, etc.), elas nos fazem sentir verdadeiramente bem-aventurados. E
pensar o que nos espera no reino dos
Céus! Que felizes somos! Não é pobre o
que tem pouco, e sim, é pobre o que não
agradece pelo que tem.
A felicidade, portanto, está nas atitudes com que vemos a vida e suas circunstâncias. Jesus nos convida a aceitar suas
atitudes. Ele nos convida a uma vida verdadeiramente alegre e feliz. O que acontece é que, para alcançar isso, temos que
deixar que Deus mude nossa maneira de
pensar.
Em Mateus 5, Jesus está descrevendo
as atitudes que podem nos fazer sentir verdadeiramente bem-aventurados. Nos próximos números de “A Tocha da Verdade”
vamos analisar essas atitudes que Jesus recomenda para sermos felizes. Convidamos
vocês a estudá-las, aceitá-las para sua vida,
e ser uma pessoa verdadeiramente bemaventurada.
5
Por que Deus fez isso? (capa)
ajoelhou junto com sua esposa e em sua oração prometeu a Deus o seguinte:
— Oh Deus, nós prometemos dar-te sempre uma porção das nossas entradas; seremos teus mordomos.
Durante muitos anos, o casal cumpriu fielmente seu pacto com Deus. Porém,
chegou o dia quando começaram a acumular muitas riquezas. Chegou a tal ponto de
ser o homem mais rico da comunidade. Ele tinha a casa mais luxuosa, seu sítio era o
melhor e tinha o melhor gado em toda a região. Mas, com o passar dos tempos, começou a reter mais e mais a parte que ele havia prometido a Deus. Chegou o momento em que ele abandonou por completo seu compromisso com Deus.
A este homem nasceu uma filha preciosa, mas foi surpreendido pela morte, deixando um grande vazio no coração do pai. Mas, em vez de suavizar seu coração para
com Deus, essa experiência só serviu para endurecê-lo mais. Seu coração se endureceu
cada vez mais. Deixou de assistir aos cultos. Não queria escutar a pregação do evangelho. Quando alguém se aproximava para lhe falar de sua necessidade ele se aborrecia e
amaldiçoava a Deus, dizendo:
— Não quero ter nada a ver com Deus. Ele me tirou a minha filha. Eu o odeio!
Eu o odeio! Não servirei jamais a um Deus assim. Nunca mais terei nada a ver com
ele.
Chegou o tempo em que a igreja realizou uma campanha de evangelismo. A esposa se entregou a Deus nessa campanha, mas não teve coragem de convidar o evangelista à sua casa. Então, disse-lhe assim:
— Ore a Deus, e eu perguntarei ao meu esposo se ele me permite convidar você à
nossa casa.
Fizeram exatamente assim, e o homem respondeu:
— Pode vir, mas não permitirei que fale do seu Deus. Caso contrário, eu o expulsarei de casa.
A esposa disse ao evangelista o que seu esposo havia dito. Ao escutar isso, o evangelista disse à senhora:
— Rogue a Deus que me ajude, dando-me sabedoria para falar o que devo falar e
para fazer o que devo fazer.
Com esse acordo, o evangelista chegou à casa deles. Foi recebido pela senhora
com muita cortesia. Logo, ela avisou ao seu esposo que o evangelista havia chegado.
— Não quero vê-lo!, resmungou o esposo.
Chegou a hora do almoço e todos se aproximaram da mesa para comer. O
homem também se aproximou e lhes disse:
— Imagino que vocês queiram orar antes de comer. Está bem, mas nesta casa
6
não é permitido orar mais do que somente para pedir a bênção pela comida. — Em
seguida, ele começou a falar de política. O evangelista também se uniu com ele na
conversa.
Depois de conversar um bom tempo sobre o clima e sobre a comunidade, o
homem disse ao evangelista:
— Bom, tenho que ir ver as ovelhas.
Imediatamente, o evangelista revelou interesse nas ovelhas e perguntou ao
homem:
— Eu gostaria de ver suas ovelhas. Posso acompanhá-lo?
A essa altura o evangelista havia ganhado certa confiança desse homem. Parecia
que ele sabia um pouco de qualquer coisa e demonstrava interesse em qualquer
assunto.
Continuaram
conversando sobre
vários tipos de
gado e o
evangelista parecia
especialista no assunto.
— Tenho
outro rebanho de
ovelhas ainda melhor que estas que
são de excelente
qualidade. É um
rebanho de trinta e
cinco ovelhas de
raça fina. O problema é que estão
longe em outro
rancho.
— Eu gostaria
de ir vê-las — disse
o evangelista.
Podemos ir agora?
Juntos, foram ver o rebanho de ovelhas finas nas campinas do outro rancho.
— Na realidade, esse campo fica longe demais de casa, falou o homem. Eu gostaria de mudá-las para mais perto de casa, mas se não puder fazê-las atravessar o riacho,
terei que levá-las pelo caminho, o qual é bem longe.
7
O evangelista orou em seu coração a Deus: “Pai, dá-me as palavras certas”.
O homem continuou:
— Se eu levasse esse cordeiro ao outro lado do riacho, seus balidos atrairiam as
ovelhas do rebanho e todas cruzariam o riacho.
O evangelista ficou pensando em como alcançar o coração desse homem que parecia um especialista em ovelhas. “Pai, o que digo a este homem?” perguntou.
Nisso, virou para o homem e disse:
— Você está me tratando muito bem. Tivemos uma conversa muito agradável
nessa tarde. Também, me agradou muito poder conhecer seu excelente rebanho de
ovelhas. Porém, não quero ir sem primeiro dizer-lhe uma palavra a respeito da sua salvação...
— Não, não, não! exclamou o homem. — Não me diga nem uma palavra sobre
seu Deus. Ele tirou a minha filha. Me diga por que Deus fez isso? Com isso, ele começou a amaldiçoar a Deus novamente.
O evangelista ficou pensando consigo mesmo. “O que eu faço agora, Deus?” perguntava. Em seguida, carregou um cordeirinho e caminhou em direção ao riacho, entrou na água e passou para o outro lado. Então, colocou o cordeirinho no chão no
outro lado do riacho. O cordeirinho começou a balir com angústia por sua mãe que
estava no lado oposto do riacho. A mãe se aproximou da água e demorou pouco
tempo até que ela deu um pulo na água para cruzar o riacho e sair do outro lado junto
da sua cria. Com isso, todas as outras ovelhas correram até o riacho e cruzaram até o
outro lado da mesma maneira. Ao ver isso, o homem olhou para o evangelista e lhe
disse:
— Ei, por que você fez isso?
— Quer que eu te diga? perguntou o evangelista. — Deus levou a sua filha. Você
havia esquecido de Deus. Embora você havia prometido servi-lo, e sempre ser seu
mordomo, você abandonou seu compromisso com Deus por tantos envolvimentos
com as coisas desse mundo. Você estava nessa situação quando Deus veio e levou a
sua cordeirinha e a colocou do outro lado. Sua cordeirinha está do outro lado e está
chamando você.
— Como é possível! Nunca tinha pensado assim!, exclamou o homem. Depois
de um longo silêncio, o homem pôs os braços no pescoço do evangelista. — Vou
atender a esse chamado. Vou entregar a minha vida a Deus novamente.
Amigo leitor, fará você o mesmo? Deus está lhe dando mais uma oportunidade
para entregar a sua vida a ele. Hoje você pode ser reconciliado com Deus.
Extraído de: The Highway and Hedge Evangel
Em: John Three Sixteen
8
O compromisso matrimonial
Segunda parte
(A primeira parte foi publicada em Tocha no. 7)
Votos. Os votos significam algo hoje? Se
você é mulher casada, deve ter feito votos semelhante ao seguinte:
“Você promete, diante de Deus e destas testemunhas, tomar __________ como
seu legítimo esposo. Você o amará e o estimará na saúde e na doença, na prosperidade
e na adversidade; compartilhará com ele as alegrias e as tristezas da vida; será paciente, bondosa e amável com ele; viverá com ele em paz como corresponde a uma
cristã fiel; e deixando a todos os outros, se conservará somente para ele enquanto
ambos viverem?
Compartilhar com ele as alegrias e as tristezas da vida
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ssa frase do voto matrimonial da esposa é diferente ao voto do esposo. Um
dos propósitos principais de Deus ao criar a esposa foi para ser companheira.
Em Gênesis 2:15-24 lemos que quando Adão deu nome aos animais não encontrou alguém que fosse uma companheira para ele. Deus disse: “Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. No voto da esposa, ela promete compartilhar com seu esposo as alegrias e tristezas da vida. A
tristeza, quando se compartilha com outra pessoa, parece aliviá-la. Que bênção é
chegar em casa depois de um dia de trabalho e encontrar a esposa na porta dizendo alegremente: “Bem-vindo! Como foi o dia hoje?” Uma parte essencial no
lar cristão é ter com quem compartilhar os eventos do dia, quer sejam provas ou
alegrias.
Lembro-me de uma vez que levei as crianças comigo ao escritório em uma
ocasião em que minha esposa não estava em casa. Retornamos antes dela e as
crianças corriam por toda a casa buscando a mamãe. Para eles era estranho que a
mamãe não estive em casa; e assim deve ser.
9
Em geral, a mulher compartilha mais facilmente o que sente do que o
homem. Para nós, homens, é difícil compartilhar as coisas íntimas de nosso coração. O homem precisa da ternura da mulher para ser motivado a compartilhar. A
esposa que aprendeu o segredo de compartilhar com seu esposo e o ajuda a compartilhar com ela, na verdade, tem cumprido o mandamento bíblico de ser uma
auxiliadora idônea. Todas as frustrações e as provas da vida se tornam muito mais
fáceis com tal companheira a seu lado. “O seu valor muito excede o de finas joias”
(Provérbios 31:10).
Viverá com ele em paz
C
omo podemos conviver em paz? Para manter a paz, é necessário manter a
calma e a tranquilidade todos os momentos. Levantar a voz é permitido
quando tem um incêndio na casa, mas na vida normal não devemos proceder
assim. Quando convivemos em paz, conseguimos resolver os problemas. Certamente haverá mal entendidos e frustrações. Mas, em tais casos devemos atacar o
problema, não o cônjuge. “Segui a paz com todos"”(Hebreus 12:14), inclui também o cônjuge.
Conviver em paz com o nosso cônjuge requer esforço. Requer lidar severamente com nossa obstinação e astúcia. Faça a si mesmo estas perguntas
quando se encontrarem em um conflito: “Estou, verdadeiramente, tentando
chegar a um acordo com meu cônjuge ou estou tentando provar que tenho a
razão e meu cônjuge está equivocado?” É necessário diligência para ver como
resolver o desacordo de maneira pacífica. Conheço um homem que, certo dia,
fez o seguinte comentário: “Creio que a guerra é má; em vez de ir para a
guerra, casei-me”. É certo que um aspecto da paz é a ausência de guerra ou
conflito. E, embora não seja bom comparar um casamento com a guerra, muitas vezes essa é a realidade. No entanto, querido amigo, é muito mais desejável
buscar viver juntos em paz, e essa também é a vontade de Deus. “Bem-aventurados os pacificadores; porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Lamentavelmente, essa bem-aventurança se perdeu em muitos lares. Mas Deus
nos ajudará se lhe pedirmos humildemente. Ele deseja que vivamos juntos em
paz.
Deixando a todos os outros
L
embro-me que minha esposa certa vez perguntou ao pastor se ela podia ter
ciúmes de mim. O pastor lhe respondeu que sim, desde que seja da mesma
maneira que Deus é ciumento. Ele quer que todo nosso amor seja
10
direcionado a ele. Não podemos servir a Deus e a Satanás. O apóstolo Paulo
afirma isso dizendo que somos um povo exclusivamente (especial) para Deus
(Tito 2:14). Temos a característica de pertencer unicamente a Deus. Somos exclusivamente dele. Assim também deve ser o relacionamento matrimonial. Pertencemos unicamente a uma pessoa.
Não existe coisa que possa ferir mais rapidamente o coração que ver o cônjuge
dar sua atenção para outra pessoa. Paquerar outra pessoa não somente fere o cônjuge, como também brinca com os sentimentos da outra pessoa. Arruína também
meu próprio amor para com meu cônjuge. Por essas razões é pecado. Por que desejaríamos ferir nosso cônjuge? Nosso compromisso é o de agradar essa pessoa
única com quem nos comprometemos por toda vida.
Durante o tempo de namoro, não faltavam maneiras de agradar nosso namorado ou namorada. Sobravam motivos para estar juntos. Jamais passava-se pela cabeça sair com outra pessoa. Evitávamos qualquer coisa que pudesse atrapalhar
nossa amizade. Mas, lamentavelmente, depois de vários anos de casados, muitos
se esquecem de continuar apaixonados pelo seu cônjuge. Enquanto o cabeleireiro
cortava o cabelo de William Jennings Bryan, perguntou-lhe se poderia cortar o
cabelo bem curto. O Sr. Bryan respondeu: “Quando minha esposa e eu éramos
namorados, ela não gostava que meu cabelo estivesse muito curto. Por isso, deixei
o cabelo crescer um pouco mais”. “Mas isso já faz anos”, respondeu o cabeleireiro.
“Certamente já poderia cortá-lo”. “Por quê?” replicou Bryan. “Ainda estamos
apaixonados”.
É preciso pedir a Deus que purifique nossa mente e nossos olhos para poder
resistir à tentação da infidelidade. Lembre-se que prometemos deixar todos os outros por uma pessoa. Conserve-se somente para ele ou ela enquanto ambos viverem. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a
vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7). Lembro-me do que José disse
quando foi tentado pela esposa de Potifar: “Como, pois, cometeria eu tamanha
maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9). Uma das estatísticas mais lamentáveis da atualidade é a quantidade de casamentos destruídos por causa do adultério. “Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará” (Provérbios 6:33).
Sejamos como José e fujamos da tentação. Deus nos ajudará se fizermos nossa
parte de deixar todos os demais.
–Allan Miller
Reaching Out
11
DUKI, O DOMINADOR
"Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também
cada qual o que é dos outros” (Filipenses 2:4)
Duki é um cachorro. Mas Duki não era um cachorro de rua. Existe uma força
poderosa que o mantém perto de casa. Essa força poderosa é seu próprio
egoísmo. Duki vive com um temor constante de que
seu dono acaricie o gato. Duki crê que todas as carícias devem ser reservadas para ele. Às vezes,
quando o dono chega em casa à tarde, Duki corre
às pressas para encontrar com seu dono e, com
isso, faz com que todos os gatos corram buscando
refúgio. Ele fica justamente na entrada, balançando o rabo e esperando ansiosamente a atenção
que o dono lhe dará.
De fato, Duki é só um cachorro. Por isso, podemos desculpá-lo por seu egoísmo. Mas, quantas
vezes nós, seres humanos, nos comportamos de
forma semelhante mesmo que de um modo mais sofisticado? Revela-se pela maneira em que dou atenção ao outro quando estou conversando com ele. Mal posso
esperar que o outro termine para eu poder falar o que eu quero? Ou pior ainda,
eu interrompo o outro para falar o que eu quero? Isso se revela quando sinto
que devo receber reconhecimento por um trabalho bem feito. Revela-se quando
me ofereço de voluntário para algo que me coloca em um lugar visível onde as
pessoas podem me ver. Revela-se em não querer fazer os trabalhos que não são
visíveis, e parecem ser demasiado humildes. É difícil reconhecer que o outro
fez um bom trabalho e, ao mesmo tempo, receber satisfeito o louvor para mim
mesmo? Para mim, é fácil dar ordens, mas é difícil me submeter às ordens dos
que têm autoridade sobre mim?
Essas tendências dominantes vêm de nossa natureza carnal. Melhor se deixamos essas tendências a Duki e sigamos nós, discípulos de Cristo, o exemplo
dele.
—Gary Miller
Beside the Still Waters
Vol. 12, Issue 1
12
O caminho à realização pessoal e à
felicidade é procurar abençoar a outros.
SEÇÃO PARA OS PAIS
A VIDA COM UM ALCOÓLATRA
o que posso fazer?
Capítulo 10 (segunda parte)
D
esfrutem juntas as coisas que
puderem desfrutar. Devido a
que cada qual tem as suas próprias amizades e faz a maioria das coisas
sem o companheiro, torna-se ainda mais
importante compartilhar as coisas que
ambos desfrutam.
Procuremos desfrutar o máximo possível dos bons tempos. Em meu caso, nossas melhores ocasiões eram as que
compartilhávamos como uma família.
Lembro-me de uma viagem que
fizemos aos lagos na região noroeste de
Ontário. Ema (nossa filha) havia
13
oferecida um tempo de serviço voluntário ali como professora da escola bíblica
entre os indígenas. Eu desejava que Eugênio a levasse, pois, tinha certeza de que
ele gostaria muito do ambiente natural e
limpo dos bosques.
Eugênio estava resolvido a não viajar.
Acho que ele temia o ambiente espiritual
que esperava encontrar nesse lugar. No
entanto, o Senhor mudou a sua forma de
pensar e ele decidiu fazer a viagem.
Enquanto estávamos nessa região, eu
desejava entrevistar um dos missionários
para recolher mais informações que necessitava para um de meus livros. Para encontrar-me com esta pessoa, um pequeno
avião da missão devia levar eu e Eugênio
para a reserva indígena onde se encontrava o missionário.
O pequeno avião que nos levou
desde o Red Lake (Lago Vermelho) até
o Deer Lake (Lago do Veado) tinha
uma capacidade para oito passageiros e
levava grandes flutuadores para decolar
e aterrissar na água. Eugênio desfrutou
muito desse voo! Ele se parecia a um
menino com seu brinquedo novo.
Queria aprender tudo sobre o manejo
do pequeno avião. Ele olhava para os
instrumentos dos painéis e observava
como o pequeno avião reagia diante
das manobras do piloto. Os olhos de
Eugênio observavam com atenção para
o bosque e lagos em busca de algum
alce.
Havia um vento forte durante os noventa minutos de voo, e quando aterrissamos no Lago do Veado, as ondas
14
faziam espumas brancas por causa do
vento.
Nosso plano original era que ficaríamos apenas o suficiente para realizarmos a entrevista. No entanto, o vento
aumentou de força e durante quatro
dias, fez com que as ondas ficassem
maiores e levantassem muita espuma.
Tornava-se impossível que o pequeno
avião regressasse por nossa causa, visto
que não podia aterrissar sobre aquele
lago agitado.
Nosso anfitrião, um missionário, começou por pedir a diferentes homens
que dirigissem a oração pelos alimentos
antes das refeições. Eu senti a profunda
inquietude de Eugênio e sabia que estava preocupado com a chegada da sua
vez. Falei em particular com o missionário e logo Eugênio se tranquilizou. Não
sei o que se passou, se foi porque Roy (o
missionário) e eu oramos, ou se foi que
Roy disse algo a Eugênio. De qualquer
forma, a tensão de Eugênio desapareceu
e desse dia em diante desfrutou da sua
estadia no bosque. Ele ocupou o seu
tempo em ajudar a construir um caminho dentro da reserva indígena, uma tarefa para o qual o seu conhecimento foi
de muita ajuda.
Eu ocupei o meu tempo ajudando a
esposa do missionário a lavar e a passar a
roupa e também a cozinhar, a limpar e a
lavar os pratos. A energia elétrica era
produzida por meio de um gerador.
Quanto a Eugênio, ele gostou muito
da vida do bosque, e até mesmo elogiou
o nosso anfitrião missionário.
Quando Ema, mais tarde retornou
para trabalhar por um ano neste mesmo
lugar, eu e Eugênio, levamos os nossos filhos para visitá-la. Exploramos uma
mina de ouro e pescamos num dos tranquilos lagos. Ema se feriu numa das mãos
com um anzol de pesca nessa aventura.
E como não havia nenhum médico próximo, Eugênio, com muita habilidade e
sua navalha, conseguiu retirar-lhe o
anzol.
Uma evidência do muito que Eugênio desfrutou da visita nestes bosques,
surgiu quando nos preparamos para
buscar Ema ao finalizar a sua estadia.
Dois amigos de Eugênio que também
eram empregados do Departamento de
Vias nos acompanharam. Eugênio
havia falado com tanto ânimo sobre a
sua viagem ao norte, que Jack e Rodrigo também desejaram conhecer a
região.
Eugênio e eu viajamos no nosso automóvel, enquanto Jack e Rodrigo com
suas esposas nos seguiram em outro.
Nós íamos à frente e eles se esforçavam
em nos acompanhar, mas não foi fácil,
visto que o nosso automóvel era mais
possante do deles, e além disso, Eugênio
gostava de correr.
Fizemos esta viagem no final de
março. Nesta época do ano, o norte de
Ontário ainda estava congelado e coberto de neve. Isto não desanimou os
amigos de Eugênio. Eles acompanharam Eugênio e Ema numa viagem ao
bosque em motos de neve em busca de
uma tora de salgueiro que Eugênio
queria. Por acidente, Ema saiu com
uma das motos justamente no momento em que Jack montava na dele,
provocando que ele caísse na neve. Durante muitos anos isso provocou risos
entre nós.
As esposas dos amigos de Eugênio,
Nancy e Linda, ficaram encantadas
com os bebês índios de olhos tão negros. Elas desejavam levá-los para casa.
E por muitos anos depois, Jack falou de
voltar a esse lugar numa viagem de
pesca durante o verão, mas isto nunca
aconteceu.
Como disse anteriormente, Eugênio
se mantinha sóbrio quando viajávamos.
O frescor e a calma desses dias eram semelhantes a um oásis no deserto. Esses
tempos ajudaram a unir a família e a
curar as feridas de outros tempos mais
problemáticos.
Estes dias de viagens nos libertavam,
sobretudo, da tensão resultante do comportamento imprevisível de Eugênio.
Durante estes curtos períodos de tempo,
podíamos estar seguros de que não passaríamos nenhuma vergonha, nem crise
devido ao seu vício. Através dos anos,
Eugênio e eu fizemos quatro viagens ao
Lago Vermelho.
Muitos dos tempos felizes que
compartilhamos como família,
surgiram devido ao nosso interesse
comum pelas montanhas. Eugênio
havia sido criado numa região isolada
de montanhas, e por isso ele adquiriu
muito conhecimento de seus
arredores.
15
Por exemplo, ele sabia quais plantas
podiam ser comidas e quais podiam ser
utilizadas para fazer um chá. Sabia quais
carvalhos produziam bolotas doces e
quais produziam as amargas. Ele também reconhecia as árvores que davam a
melhor madeira para lenha e os que serviam para fazer móveis e postes para
cerca.
Eugênio era fascinado pelos animais
silvestres. Eu ficava maravilhada com a
sua habilidade de entrar no bosque e
“fazer a sua leitura” por meio da evidência que encontrava: o rastro de diferentes
animais, suas pegadas no solo, os sulcos
nas árvores deixados pelos ursos, pelos
veados ou pelos alces, ou as folhas mordidas pelos veados ao passarem. Cada
uma destas coisas revelava a Eugênio a
sua própria história.
Eugênio tinha um excelente sentido de orientação. Frequentemente estacionava a sua camionete na margem
de um bosque desconhecido, embrenhava-se em busca de cogumelos ou
rastro de veados, e no final saía pelo
mesmo lugar por onde havia entrado.
Esta habilidade lhe ajudava muito na
hora de colher cogumelos. Eugênio foi
criado comendo estes manjares, e tanto
ele como os rapazes passavam muitas
tardes de verão nos bosques em busca
destes alimentos.
Eu admirava o conhecimento que
Eugênio possuía a respeito de cada árvore. Ele as distinguia tanto pela sua
forma como pela sua casca. Podia
também diferenciá-las tanto no inverno
16
austero que as deixavam sem folhas,
como também no verão quando possuíam a sua folhagem verde, quer fosse
carvalho, bordo, álamo ou bétula.
Esta habilidade de conhecer as diferentes árvores foi de muito proveito
quando os nossos filhos entraram no ensino médio. Uma tarefa de biologia consistia em recolher e identificar uma
variedade de folhas de árvores. Ainda me
lembro dessas excursões aos bosques
para recolher folhas como um tempo
prazeroso de unidade familiar.
Antes de minha sogra morar conosco, a nossa família costumava sair
para dar uma volta pelo campo. Eugênio
gostava do desafio de tomar um caminho desconhecido. Começava a aventura para averiguar onde terminaria o
caminho.
Certa tarde de domingo enquanto
investigávamos uma estrada sem asfalto
a leste da montanha Massanutten, um
pico destacado no Vale de Shenandoah, descobrimos um forno de ferro
restaurado. Também encontrei uma
nova flor roxa, da família das ervilhas
silvestres, a qual não encontrei nunca
mais.
Nessa tarde caiu inesperadamente
um temporal e os rapazes ficaram encharcados porque vinham na parte de
trás da camionete, enquanto Ema, Eugênio e eu estávamos abrigados e secos dentro da cabine. Contudo, foi uma tarde
inesquecível!
Algumas vezes, Eugênio preparava
o almoço enquanto os outros iam ao
culto de domingo pela manhã. Ao regressarmos do culto, íamos às montanhas para um piquenique. Nesses dias
ainda existiam várias torres de
vigilância nas montanhas nessa região.
Haviam sido construídas com o
propósito de vigiar no caso de haver incêndios nos bosques. No verão os trabalhadores da floresta vigiavam destes
locais estratégicos. Eu não gosto de
altura, mas Eugênio e os rapazes muitas
vezes escalavam até a parte mais alta
destas torres.
Na época em que meus pais iam às
montanhas para dirigir a escola dominical, eu aprendi a apreciar as flores silvestres. Meu pai comprou uma
enciclopédia de flores silvestres que nos
acompanhava fielmente cada domingo,
assim como as Bíblias e o flanelógrafo.
Eugênio apoiou o meu interesse
pelas flores silvestres. Quase todas as
primaveras colocávamos as crianças na
parte de trás da camionete, às vezes
com alguns de seus amigos da igreja, e
fazíamos um longo passeio pelas
montanhas em busca de flores. As
crianças apreciaram e identificaram
muitas das nossas espécies naturais
nessas aventuras.
Eu me lembro de uma tarde de domingo quando Eugênio retornou a casa
trazendo uma flor roxa muito bonita que
tinha um aspecto diferente. Com muita
alegria ele me presenteou e perguntou se
eu sabia que tipo de flor era.
— É uma estrela cadente (Dodeca-
theon) — respondi imediatamente.
— Ah! — respondeu, — pensei que
havia encontrado algo desconhecido.
— Mas, realmente encontrou — assegurei-lhe, — é a primeira vez na minha
vida que vejo uma pessoalmente.
— Então, como sabe o que é? —
perguntou.
Expliquei que devido às muitas vezes
que havia folheado a enciclopédia, tentando identificar outras flores, havia
visto essa, e, portanto, havia reconhecido
agora. Ele me compreendeu.
Quando lhe perguntei onde havia
encontrado a estrela cadente, ele me
disse que Jimmy havia pedido que o levasse ao seu lugar de nascimento, o qual
se encontrava na divisa com a Virginia
Ocidental. Eugênio encontrou essa flor
nesta viagem.
Eu aprendi a cooperar com meu
marido o máximo possível. Eu e meus
filhos nunca tardávamos em sair após o
término do culto de domingo pela
manhã. Ao sairmos de casa para o
culto, Eugênio já começava a preparar
o almoço para todos nós. Portanto, se
demorássemos após o culto, ao regressarmos a nossa casa, a carne, as batatas, e as outras comidas estariam frias
e teríamos que esquentá-las novamente. Nenhum cozinheiro gosta de
esquentar novamente a sua comida,
por isso tínhamos pressa em chegar a
casa.
Houve umas poucas vezes nas quais
não conseguimos chegar a casa tão logo
(Continua na página 20)
17
J
HISTÓRIA
J ACÓ ENGANADO,
Uma lição
acó agora estava morando em Harã e queria se casar com Raquel, a
filha de Labão. Jacó disse a Labão:
— Vou trabalhar sete anos para o senhor se me der Raquel por
esposa.
Labão concordou.
No dia do casamento, trouxeram a noiva para Jacó. Como era
costume naquela terra, ela se cobriu com um véu grosso para ninguém
ver seu rosto. Então se casaram, mas depois quando Jacó levantou o
véu, descobriu que não tinha se casado com Raquel, a quem amava.
Era sua irmã mais velha, Lia, a qual ele não amava de jeito nenhum!
Jacó ficou muito chateado por ter sido enganado, apesar de que ele
mesmo havia enganado seu pai de maneira semelhante. Mas Labão
disse:
— Na nossa terra, nós não permitimos que a filha mais nova se case
antes da mais velha. Vou dar Raquel para você, se você trabalhar para
mim por mais sete anos. Jacó concordou e Raquel também veio a ser
sua esposa.
Depois de servir seu tio Labão durante vinte anos, Jacó ajuntou sua
família e seus pertences e foi embora de Harã. No caminho de volta a
Canaã, sua terra natal, ele ouviu uma notícia que o encheu de medo.
Ouviu dizer que seu irmão, Esaú, estava vindo ao seu encontro com
400 homens. Jacó lembrou-se de que Esaú o tinha ameaçado de morte.
Naquela noite Jacó ordenou que sua família atravessasse o riacho
primeiro, pois ele queria ficar para trás para orar. Enquanto sozinho,
Jacó sentiu que um homem o agarrou. Jacó lutou com este estranho até
o amanhecer do dia. O homem era um anjo de Deus. Ele abençoou
Jacó e mudou seu nome para Israel.
Quando Israel se encontrou com Esaú, fizeram as pazes um com o
outro.
18
Gênesis 29:15-35; caps. 30-32; 33:1-16
BÍBLICA
L UTA COM UM ANJ O
muito longa
Jacó luta com um anjo e recebe a bênção de Deus.
“Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos
ao seu clamor” (Salmo 34:15).
1. Por que Labão enganou Jacó?
2. Com quem Jacó lutou?
3. Qual foi o novo nome que Deus deu a Jacó?
Usado com permissão de: Christian Aid Ministries, Berlin, Ohio
Do livro: 101 Histórias Bíblicas Favoritas © 1994
Livro completo disponível no site www.LMSdobrasil.com.br
19
Eugênio nos esperava. Era problemático, mas tentamos suportar com paciência a sua irritação. Quantas esposas
cujo marido se recusa a assistir ao culto
com elas, teriam o almoço pronto
quando voltasse para casa? O fato de
que o cardápio fosse quase sempre previsível não fazia a menor diferença. Eugênio era um bom cozinheiro — melhor
que eu, segundo ele — e isso possivelmente fosse verdade.
Quando Eugênio me pediu que arrumasse o forro do teto do nosso carro,
eu tentei. Quando ele insistiu que eu o
acompanhasse à sua reunião com os colegas do exército, fui com boa vontade,
ainda que me sentisse completamente
fora de lugar. Não obstante, quando me
convidou para um baile de música country, eu me neguei a ir.
Sempre me sentia incomodada ao
viajar de carro com Eugênio quando ele
dirigia sob a influência do álcool. Agora
olho para trás e me pergunto se poderia
ter feito de forma diferente. Louvo a
Deus pela sua misericórdia sobre nós.
Eugênio nunca sofreu um acidente sério
enquanto dirigia embriagado. Certamente, Deus protegeu a nós e também aos outros que transitavam pelas
estradas.
Minha amiga Maria se recusa a viajar
no carro com seu marido Diego quando
sabe que ele bebeu algo. Certa ocasião,
Maria e Diego decidiram visitar o seu
filho. Depois de ter viajado por algum
tempo, Diego pegou uma garrafa de
vinho que estava embaixo do banco e
20
bebeu um pouco. Maria o confrontou diretamente. “Leve-me de volta para casa,
Diego”, disse com firmeza. “Eu não sabia
que você tinha essa garrafa no carro
quando aceitei visitar Sandy”. Diego a
levou de volta para casa.
Eugênio não teria feito o mesmo
para mim. Provavelmente, tal confronto
o teria irritado e o perigo resultante teria
sido maior.
Ao concluir este capítulo, eu devo
repetir novamente que você deve sempre
se lembrar de ser agradecida. Dê graças
a Deus pelos momentos de companheirismo que você e seus filhos conseguem
desfrutar junto a seu marido. Se você não
tem tais atividades, procure encontrar algumas em que todos possam participar
como família.
Talvez vocês poderão montar juntos um quebra-cabeças, fazer uma comida favorita ou ler um livro em voz
alta. Antes de Eugênio comprar a televisão, ele e eu passávamos muitos domingos pela tarde jogando dama. Ema,
Keith e eu, desfrutamos de um jogo
chamado de Scrabble (Palavras Cruzadas). O Senhor guiará você para encontrar algumas atividades familiares, se o
pedir. E uma vez que ele o fizer não se
esqueça de agradecer!
(Continua no próximo número.)
Usado com permissão de:
Christian Light Publications, Inc.
Harrisonburg, Virginia, EUA
Todos os direitos reservados
Livro completo disponível no site:
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Pai, tu és responsável
Elí Glick
“Se eu sou responsável?” pergunta.
“Desde o início. Sempre provi o alimento para minha família. Também não
lhes falta roupa.”
Bem. Você sabe que tem que ser responsável. Mas, alguma vez já pensou
quão responsável você é como pai de família em relação a outros assuntos referentes à sua família? Você está
verdadeiramente cumprindo com a responsabilidade que Deus te deu?
Instruir os filhos
“Ensina a criança no caminho em
que deve andar” diz Provérbios 22:6, “e
ainda quando for velho não se desviará
dele”. De que maneira podemos cumprir com essa responsabilidade? Para
instruir bem a criança, é necessário que
Deus tenha o primeiro lugar no seu lar.
Seu filho deve ver claramente que você
busca primeiramente o reino de Deus e
sua justiça (Mateus 6:33). Seu filho vê
que você toma tempo para ler e estudar
a Bíblia? Ou ele vê que você troca sua
vida de oração pelo trabalho ou
diversões?
Deus deve ter o primeiro lugar, não
só em sua própria vida, mas também na
vida da sua família. Uma maneira de
ensinar isso às crianças desde mui tenra
idade é realizar o culto familiar
diariamente. Assim, a criança aprende
a cantar, a orar e a escutar a Bíblia.
Sempre que possível, cada filho deve ter
sua própria Bíblia. Devem ter suficientes hinários para que todos possam
cantar. É importante realizar esses
cultos todos os dias sempre que
possível. Seu filhinho ouvirá você orar
por ele diariamente. Essa é uma maneira muito importante de cumprir
com sua responsabilidade de instruir
seu filho.
Você pode demonstrar que Deus
tem o primeiro lugar em sua vida
guardando o dia do Senhor. Seu filho
vê que você faz preparações especiais
no dia anterior para que haja menos
trabalho no domingo? Ele observa que
você procura ficar livre de negócios,
trabalhos sem necessidade e viagens
desnecessárias? É importante que seu
filho veja que para você o dia do Senhor é muito especial, que você quer
agradar a Deus no que faz. Seu filho
também deve ver o exemplo de um
servo de Deus que visita aos irmãos, se
ocupa no evangelismo, e que frequenta
as atividades e programas da igreja.
Ensine a criança e dê um bom exemplo
21
de alguém que põe a Deus em primeiro
lugar. Dessa maneira, ele aprenderá a
servir a Deus também. Que alegria será
ver seu filho servindo-o fielmente.
Criar um ambiente cristão
Já pensou, pai, que você é responsável por manter um ambiente cristão em seu lar? Esse ambiente cristão
deve ser um ambiente de amor. O amor
une a família e deve começar com seu
próprio exemplo. Ame seu cônjuge
assim como a Bíblia ensina. Depois
ame os seus filhos e ensine-os a se amarem entre si. Uma maneira importante
de demonstrar esse amor é buscar sempre fazer o bem ao outro. A felicidade
dos demais deve ser importante para
você.
O ambiente do lar cristão também
deve ser de paz. Você é responsável por
não permitir brigas. Também é responsável por corrigir àquele que se meter em
briga. Não permita que os filhos se irritem um com o outro. Nem permita que
se comuniquem de maneira grosseira.
Ensine-os a pedir perdão um ao outro.
Busque estimular a ajuda mútua em sua
família, tanto no trabalho como nas
brincadeiras.
O ambiente do lar cristão deve excluir o mundanismo. Alguns dizem que
podemos permitir um filho pequeno
fazer coisas mundanas ou vestir-se de
maneira mundana porque ainda não é
um crente. Mas, não é seu desejo que
22
seu filho seja um crente? Se lhe permitir
fazer coisas mundanas, estará semeando
uma semente do mal nele. Certamente
haverá uma colheita ruim. É necessário
que você proteja seu filho das coisas
mundanas. Se seu filho lhe perguntar
por que não lhe permite fazer essa ou
aquela coisa mundana, explique a razão
com toda sinceridade. Ele tem o direito
de entender por que não lhe pode permitir e, ao mesmo tempo, deve entender a importância do respeito e da
obediência. Assim, você evitará causar
rebeldia nele.
O exemplo
Você é responsável também por ser
um exemplo fiel ao seu filho. Quero enfatizar três áreas em especial nas quais
deve ser exemplo para seu filho: na sua
forma de falar, em seu espírito e em sua
pureza.
Se seu filho ouve você usar palavras
torpes, o mais provável é que ele as repetirá. Se ele ouve você usar o nome de
Deus em vão, provavelmente fará o
mesmo. Como pai cristão, a Bíblia ensina que você é responsável por evitar
as palavras ásperas, as ameaças e a gritaria. Se na sua forma de falar você
deixa um bom exemplo para seu filho,
provavelmente ele aprenderá a fazer o
mesmo.
O que significa ser exemplo em seu
espírito? Uma das coisas que significa é
em ter entusiasmo pelas coisas de Deus.
Se você realiza a obra da igreja de má
vontade, seu filho entenderá que para
você as coisas espirituais não são tão importantes. Pode ser ele que perceba que
seu entusiasmo é para outras coisas. Será
difícil que seu filho tenha entusiasmo
para as coisas espirituais se em você ele
não o vê.
É importante que você também seja
um exemplo de pureza. Se vocês como
cônjuges guardam a fidelidade e a confiança mútua, serão de grande ajuda para
que seu filho não caia em pecado. No
mundo existe impureza por toda parte.
Mas, se você dá um exemplo fiel disso,
vestindo-se de maneira honesta e falando de uma maneira pura, será de
grande ajuda ao seu filho. Você não deve
permitir que haja quadros desonestos
nas paredes de sua casa. É importante
que você domine seus olhos. Se seu filho
observa você olhando a uma mulher mal
vestida, pensará que não é tão mal fazêlo e você o debilitará em sua própria
vida.
Você é responsável pela disciplina
O pai de família é responsável por
corrigir o filho desobediente e castigá-lo
de acordo com o que haja cometido.
Deus deu a você a responsabilidade de
ajudar a seu filho dessa forma. Em Provérbios 29:15 nos diz que a criança entregue a si mesma envergonhará a sua mãe.
Por outro lado, se você corrige o seu filho,
você terá descanso (Provérbios 29:17).
Corrigir o seu filho tirará a estultícia dele
(Provérbios 22:15). A felicidade do seu
lar depende muito de como você disciplina o seu filho.
Pai, cumpra com sua responsabilidade. Você tem muito a ver com a
vida e o destino eterno do seu filho. Dê
a Deus o primeiro lugar em seu lar. Crie
um ambiente de amor e de paz. Seja um
exemplo no seu modo de falar, em seu
espírito e em sua pureza. Pratique fielmente a disciplina. Dedique-se ao serviço de Deus e de sua igreja. Se você for
verdadeiramente responsável, será uma
grande bênção ver o seu filho servir ao
Senhor. Ainda quando for velho não se
desviará do caminho, porque você o instruiu no Senhor.
Reimpresso de:
La Antorcha de la Verdad
Volume 7, Número 4
Ensina a criança no caminho, e
ande você também nele.
23
2
1/2
1
2/3
1
claras de ovo
colher de chá de baunilha
pitada de sal
xícara de açúcar
pacote de coco ralado
Unte o tabuleiro para biscoitos com óleo. Bata as claras junto com a baunilha e o sal até que forme a clara em
neve. Coloque o açúcar gradualmente até que se forme a
clara em neve mais firme. Com cuidado para não abaixar
as claras, acrescente o coco. Com uma colher, deixe cair
um pouco da mistura sobre o tabuleiro que vai para o
forno, deixando uma distância de uns 4 centímetros entre
cada um. Leve ao forno a 160°C durante 20 minutos.
Deixe esfriar sobre uma grelha. Rende de 20 a 24 biscoitos
de coco.
24
SEÇÃO PARA OS JOVENS
A BUSCA DO CONTRABANDISTA
Capítulo 3
A
vida na casa da família Donado era caótica. Papai Donado vinha e ia
sem explicações, e Noel estava seguindo o exemplo dele, exceto que as
sumidas dele ocorriam todas as noites enquanto as do papai se estendiam por muitos dias.
Hugo observava e esperava a oportunidade certa para seguir Noel. A
temporada de cortar cana chegou ao fim, devolvendo a ele a sua liberdade.
Porém, o trabalho no canavial tinha dado ao pequeno corpo do Hugo
bastante vigor.
25
Certa tarde, Hugo estava passando o tempo na porta da loja com seus
amigos quando viu Noel e seu amigo Jorge esperando perto do telefone.
Hugo ouviu Noel sussurrar a Jorge:
26
— Está indo para o Barco?
— Estou esperando a ligação — respondeu Jorge.
— Espero que seja bom hoje à noite.
Noel esticou os músculos do seu braço, sem perceber que Hugo estava
entre os outros ali.
“Então!” Pensou Hugo consigo mesmo. “É por isso que eles sempre ficam
por aqui. É por causa do telefone! Eu vou descobrir o que eles estão fazendo!”
Naquela noite, Hugo se escondeu entre as sombras, observando cada movimento do Noel. Por volta das oito horas, um jipe cinza, que o garoto não reconhecia, estacionou perto da ponte na entrada de São Marcos.
Hugo pensou, “A única saída é atravessar aquela ponte; eles terão de virar
à direita se forem para a grande cidade de Ameca ou à esquerda se forem para
Barco. Por que iriam para um vilarejo como Barco?” perguntou-se perplexo.
“Barco é desse lado do rio e as patrulhas fronteiriças estão do outro.”
“Será que ouvi errado?” ele pensou intrigado com a informação, tentando
encontrar uma resposta. “Tenho de descobrir!”, ele decidiu. Rapidamente,
atravessou a ponte flutuante que ligava a vila com a estrada. As tábuas faziam
um eco surdo cada vez que ele pisava sobre um dos barris vazios amarrados debaixo das tábuas. Em virtude do nível alto do rio, um vão se formou entre a
ponte e a beira do rio. Hugo pulou o vão, correu estrada abaixo, e subiu num
pinheiro, achando um ramo onde podia se sentar confortavelmente. “Agora
posso ver a intersecção” ele pensou, satisfeito.
O barulho da folia na vila atravessou o rio e entretinha Hugo com seu
ritmo familiar. O som dos rádios, o latido dos cachorros e o brilhar constante
das luzes ajudaram a afastar a noite sombria. Hugo tremia, não tanto por
causa do calor úmido que o envolvia, mas por se sentir solitário e vulnerável
aos perigos na escuridão.
Quando finalmente o jipe cinza atravessou a ponte e foi em direção a
Barco, Hugo se sentiu recompensado pela sua longa espera.
“Então, esta parte está resolvida!”, ele suspirou contente ao ver desaparecer
as luzes traseiras do jipe. “Agora, voltarei à vila para ver se o Noel e o Jorge
foram embora.”
— Onde está o Noel? — ele perguntou a alguns meninos que estavam nas
proximidades do telefone.
27
— Quem sabe — um deles respondeu sacudindo os ombros. — Perguntelhe você mesmo — o outro protestou.
Hugo foi embora. Seguindo em direção a sua casa, ele cortou por outra
rua e, então, voltou ao rio. “Eu vou descobrir quando Noel voltar e o que ele
foi fazer”, resolveu Hugo.
Entrando numa embarcação, ele esperou. Porém, em menos de uma hora,
o sono o venceu. Ele nem percebeu quando os passos pesados atravessaram a
ponte, tampouco ouviu o estrondo do jipe na intersecção, ou Noel entrando
na loja carregando um pacote pesado. Hugo não conseguiu ouvir o que cochichavam e ver a alegria que mostravam Jorge e Bryan quando apertavam as
mãos e colocavam algo em seus bolsos.
Hugo dormiu, sem saber da desaprovação do Noel quando descobriu que
a cama de seu irmão estava vazia. Hugo acordou com cãibras e com frio antes
do primeiro raio da manhã atingir o céu no leste. Zangado consigo mesmo,
ele arrastou-se para casa, grato por ninguém na vila estar fora. Ele não queria
ser obrigado a responder perguntas!
— Onde você estava ontem à noite? — Noel resmungava, sacudindo
Hugo com violência. — Diga-me. O que estava fazendo?
— Onde você estava? Por que foi a Barco? Quando voltou?
— Um espião! Meu irmãozinho virou um espião — disse Noel enfurecido, seus olhos se estreitando enquanto cuspia as palavras.
A fúria apoderou-se de Hugo e, com um pulo, ele caiu sobre o seu irmão.
Seus socos rápidos o surpreenderam.
— Pare! — Noel gritou, virando e segurando Hugo no chão. Porém,
Hugo continuou com seus socos. — Pare! Seu selvagem. Pare! Noel o levantou e, segurando os braços dele, o fez ficar em pé rapidamente. Segurando-lhe
o braço por trás das costas, o fez sentar e continuou segurando-o. — Talvez eu
lhe conte se…
— Meninos, parem com esta briga! — gritou mamãe Donado, levantando
a vassoura.
Noel deu uma gargalhada na cara dela.
— É claro que não, senhora. As tortilhas já estão prontas? Eu e o Hugo
precisamos de um monte, temos coisas a fazer — ele disse, piscando o olho e
batendo nas costas do seu irmão.
Admirado, Hugo ficou sentado sem poder levantar e sua ira evaporou.
28
— Eu não tinha percebido que meu irmãozinho tinha crescido — disse
Noel em voz baixa como se nada tivesse acontecido. — Quando foi que você
ficou tão forte? Se estiver disposto, você poderia trabalhar comigo. Aquelas
palavras penetraram na mente do Hugo. No entanto, ainda surpreso, assentiu
com a cabeça.
Será que isso estava acontecendo mesmo? Será que Noel estava falando
sério? Uma sensação de imensa alegria fez com que Hugo desse cambalhotas
de pura emoção.
(Continua no próximo número.)
—Lily A. Bear
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Harrisonburg, Virginia, EUA
Todos os direitos reservados
Livro completo disponível no site:
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RESPOSTAS: Atividade para crianças
2x3 4x5 4x3
3x4 5x1 1x3 2x6 2x1 4x2 1x2 6x3 6x6
C O N
F
I
A M O
3x1 2x5 1x2 4x4 6x6
T
E M O
Q U
S
E
3x6 5x1 2x4
S
B
O A
6x5 4x4 5x5 5x2 3x4 1x6 4x3 6x1 2x2 5x3 4x2
C O N
S
C
I
Ê
N
C
I
A
29
SEÇÃO PARA AS CRIANÇAS
Consciência por dez centavos
O preço na caixinha dizia: 89 centavos de dólar. Leonardo pôs a
mão no bolso. “Me faltam 60 centavos. Onde vou encontrar 60
centavos?”, falou consigo mesmo. Encolheu os ombros e colocou a
caixinha no seu lugar no mostruário da loja. “Wilson, Beisebol oficial”
diziam as letras na caixinha. “Talvez consiga ganhar os 60 centavos
nesta semana."
Leonardo saiu da loja. Olhou para o relógio na parede do banco.
“16:45! O que está acontecendo comigo? O moinho fecha dentro de
quinze minutos. Papai me pediu que comprasse sal para as vacas.” Com
pressa, Leonardo subiu na carruagem, puxada pela égua, Juli. Rapidamente, chegou ao local do moinho.
— Posso ajudá-lo em alguma coisa, jovem? — perguntou um senhor
de cabelos grisalhos.
— Sim. Meu pai precisa de três blocos de sal.
O senhor subiu por uma escada a uma plataforma. Desde lá de
30
cima, perguntou:
— Você poderia fazer o favor de subir até a metade da escada e pegar
os blocos que eu te passar?
— Com muito prazer! — Quando o senhor lhe deu o primeiro
bloco, Leonardo perguntou:
— Onde está o seu ajudante hoje?
— Está de folga esta tarde. Teve que ir ao dentista.
— Eu gostaria de ter um trabalho. Mas meu pai precisa da minha
ajuda.
— Para que um jovem como você precisa de dinheiro? Disse o senhor.
— Não preciso de muito. Mas as vezes é bom ter dinheiro. Tenho só
29 centavos.
— Mas, a maior casquinha de sorvete custa apenas 25 centavos.
— Sim, eu sei. Mas, eu queria comprar uma bola de beisebol que
custa 89 centavos.
O senhor ajudou a Leonardo colocar os blocos de sal na carruagem.
De repente Leonardo teve uma ideia.
— Não sabe como eu poderia ganhar 60 centavos?
— Para você comprar uma bola de beisebol?
— Sim.
— Eu compro sacos; pago dez centavos por cada um se são bons. Já
sabe, não podem estar rasgados. Tem alguns sacos sobrando?
— Olha! Essa é uma boa ideia. Creio que possa encontrar seis sacos.
— Bom, se os encontrar, lhe dou os 60 centavos.
— Obrigado! Vou trazê-los na próxima semana.
O senhor do moinho o viu até que se distanciou. “Que jovem mais
simpático!”, disse para si mesmo. “A maioria dos jovens teria roubado a
bola antes de procurar trabalho para adquiri-la.”
Essa tarde, Leonardo procurou sacos velhos na despensa. Havia
muitos, mas a maioria estavam rasgados. Passou uma hora procurando
sacos e encontrou cinco sacos bons. Porém, por mais que se esforçasse,
31
não encontrava mais um. “Bom, irei ao moinho na quarta-feira. Antes
disso aparecerá outro saco.”
Rapidamente, chegou a noite de terça-feira. Mas, ainda faltava um
saco para Leonardo. Ao voltar a procurar entre os sacos que havia rejeitado na primeira noite, as rupturas já não pareciam tão grandes para ele.
Levantou um saco e olhou para ele diante da luz. “Quanta diferença faz
uma ruptura tão pequena? Não é maior que uma moeda de dez centavos. Por que me preocupo tanto? Eu posso colocar esse por último.
Quem sabe o senhor inspeciona o primeiro saco, mas não inspecionará a
todos.”
Na quarta-feira pela manhã, Leonardo foi até a cidade com uma
carga de milho. Quando chegou ao moinho, o senhor disse:
— Você voltou. Que bom. Trouxe os sacos?
— Sim. Respondeu Leonardo. O coração batia acelerado. “Espero
que não os inspecione!”
32
— Coloque-os lá em cima daqueles outros. Não vou inspecioná-los.
Eu sei que você é honesto.
As palavras atravessaram o coração de Leonardo. Como desejava não
ter incluído o último saco. Mas agora era tarde demais. O senhor já
havia dado o dinheiro.
— Obrigado — disse Leonardo em voz baixa. — Eu… eu não mereço esta moeda. — Devolveu-lhe uma moeda de dez centavos.
— Alguma coisa incomoda você? Diga-me o que é.
Foi difícil para Leonardo saber o que falar. Mas terminou contando
tudo o que aconteceu.
— Sinto muito não ter sido honesto. O senhor estava me ajudando,
e eu aqui demonstro meu agradecimento trazendo um saco rasgado —
terminou dizendo em tom de desgosto para com sua própria pessoa.
O senhor do moinho olhou para chão por um momento. Finalmente levantou o olhar.
— Não estou bravo, nem decepcionado. Estou contente. Na semana
passada me alegrei por haver conhecido um jovem que tinha uma
consciência ainda que por 89 centavos. Hoje fico ainda mais feliz por
saber que tem consciência ainda que por 10 centavos.
— David Luthy
— De Step by Step
— Usado com autorização
O VERSO PARA MEMORIZAR
“Pois o que nos preocupa é
procedermos honestamente, não só
perante o Senhor, como também diante
dos homens” (2 Coríntios 8:21).
33
A T I V I D A D E P A R A C R I A N ÇAS
Descubra a letra para cada quadrante abaixo, utilizando os números. O primeiro
número representa as fileiras na horizontal e o segundo representa as colunas na
vertical. Exemplo: O primeiro quadrante aparece “3x4”. Ao deslizar o dedo na fileira 3 e chegar até a coluna 4, verás que a letra correspondente é o “C”. Assim
faça com todos os quadrantes até terminar. Dessa forma, descobrirás um verso bíblico.
1
2
1 A
M
3 T
N
2
I
4 D
5 O
6 N
3
4
5
6
E
F
N
R
N
N
C
E
C
Q
A
E
O
U
C
O
P
C
S
S
U
I
A
I
E
N
B
E
3x4 5x1 1x3 2x6 2x1 4x2 1x2 6x3 6x6
C
3x1 2x5 1x2 4x4 6x6
2x3 4x5 4x3
3x6 5x1 2x4
6x5 4x4 5x5 5x2 3x4 1x6 4x3 6x1 2x2 5x3 4x2
34
(As respostas se encontram na página 29.)
Se atravessares este vale
assustador
Se atravessares este vale assustador,
Sem luz em seu caminho cansado,
Se ninguém tem respondido ao teu clamor,
Não tenha medo, o Senhor está ao teu lado.
Jesus é fonte viva de consolo
Que acalma as tristezas da vida.
Ele trouxe, como uma pomba, lá do Céu
O bálsamo de paz à alma ferida.
Escuta o amoroso apelo
De Cristo inocentíssimo Cordeiro,
Que veio redimi-lo com seu sangue,
Morrendo escarnecido no madeiro.
Traga ao Senhor cuidados e prantos,
E venha a ele com toda sua impureza.
Te limpará em sua imensa bondade
Te encherá de amor sublime e santo.
Traduzido de Himnos de la iglesia
Publicadora Lámpara y Luz
Usado com autorização
“Temos... a palavra... à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro...” (2 Pedro 1:19).

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