Avaliação cresc gramas esmeralda

Transcrição

Avaliação cresc gramas esmeralda
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Avaliação de crescimento de gramas esmeralda (Zoysia
japônica).
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Gustavo Rinaldi Ferreira1, Igor Ferraz Bernardes Vilela1, Odeemes Santos
Junior1, Pedro Gilberto Silva de Morais2.
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Resumo
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A grama esmeralda (Zoysia japônica) é muito utilizada em gramados e áreas
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verdes com a finalidade de se evitar a crescente impermeabilização dos solos,
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ajudar na fixação do carbono, capturar poluentes, auxiliar contra a poluição
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sonora e beleza dos ambientes.
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O empirismo no plantio da grama e sua falta de conhecimento cientifico no
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plantio de gramas e também sua divulgação dificulta o estudo e o crescimento
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de novos jardins.
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Neste trabalho observou-se o desenvolvimento de grama esmeralda quatro
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canteiros de 2mtx2mt em uma escola estadual na cidade de Ituiutaba,
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tratamentos diferentes, sendo: canteiro 1 (T1) o canteiro controle não recebeu
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adubação, dois (T2) recebeu 350 gramas de adubo de fórmula comercial NPK
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04-14-07, o canteiro 3 (T3) recebeu 1.500 gramas de esterco de bovinos
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curtido e o canteiro 4 1.500 gramas de húmus de minhocas vermelhas da
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Califórnia em 3 adubações no período de 18/05/2012 a 31/05/2012, a grama foi
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medida com uma régua plástica em zigue zague em cada canteiro todas as
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semanas e seu crescimento anotado.
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Observou-se que os canteiros T2 e T4 não apresentaram diferenças
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estatísticas entre eles, mas demonstraram diferenças estatísticas para os
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demais canteiros, onde se conclui que a adubação com adubo mineral por ser
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mais biodisponível nesse período não apresentou diferença e também o
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canteiro T4 estava em área de maior sombra produzida pelo prédio da escola e
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uma árvore no pátio.
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Palavras-chaves: Adubação; adubo mineral; escola estadual; esterco de
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bovinos; húmus.
1 Alunos do oitavo ano da Escola Estadual Coronel Tonico Franco.
2 Professor de Ciências da Escola Estadual Coronel Tonico Franco.
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1
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Introdução
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A agricultura é a primeira atividade a fixar o homem pré-histórico a
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determinada região que propiciava condições para o cultivo, tais como água e
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clima para o plantio. Entre 10.000 e 5.000 anos antes de nossa época, algumas
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dessas sociedades neolíticas começaram a semear plantas e manter animais
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em cativeiro, com vistas a multiplicá-los e utilizar-se de seus produtos, iniciando
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formas rudimentares de agricultura e pecuária, transformando o homem, que
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antes era nômade, predador ou colhetor de frutos em agricultor (MAZOYER e
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ROUDART, 2010).
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A evolução da capacidade humana de produzir com a utilização de
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tecnologia associada à crescente demanda de alimentos e bens de consumo
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pelo aumento da população global, fez com que as pesquisas agrícolas
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crescessem (ROMEIRO, 1987), segundo esse autor Liebig (1803-1873) era
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contrário à teoria do húmus por acreditar que só teorias fundamentas em
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pesquisas de laboratório teriam validade e com essas afirmativas de Liebig
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houve um crescimento da adubação com compostos minerais, formulados em
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laboratórios principalmente com a utilização do NPK (Nitrogênio, Fósforo e
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Potássio).
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A agricultura e produção de alimentos é um fator gerador de divisas e
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domínio dos povos. O domínio do antigo Egito sobre outros povos tinha como
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base para seu grande desenvolvimento as técnicas agrícolas baseadas nas
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cheias do rio Nilo (o rio Sagrado), fecundavam as margens com matéria
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orgânica trazida e depositada pelas cheias periódicas. No início do século XX
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teorias contrapondo Liebig surgiram e foram chamadas de agricultura
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alternativa (ASSIS e ROMEIRO, 2002).
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A utilização de húmus além de ser uma opção para decompor mais
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rapidamente os dejetos principalmente fezes de animais, também corrobora
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para o aumento dos organismos que compõem a fauna edáfica.
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A matéria orgânica ao servir de alimento para minhocas sofre duas
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alterações importantes: tem as suas moléculas maiores quebradas, tornando-
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as biodisponíveis e ao passar pelo trato digestório dos anelídeos recebe
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algumas bactérias que contribuirão para a tamponização dos solos, facilitando
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absorção de nutrientes pelas raízes das plantas (RODRIGUES, et al, 2003).
2
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A impermeabilização do solo nas cidades, por asfalto ou concreto que
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refletem os raios solares tornando cada dia maior a sensação térmica, tem
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instigado arquitetos e paisagistas a tornarem os pequenos espaços não
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impermeabilizados em áreas verdes, a utilização de grama tem sido uma opção
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para evitar-se essa impermeabilização e também uma opção para áreas com
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fluxo pequeno de pessoas, bicicletas ou veículos, pois algumas espécies tem
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tolerância ao pisoteio, além filtrarem o ar, auxiliam na decomposição de
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poluentes, retenção e sequestro de carbono, existem estudos que relacionam a
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utilização de gramas à diminuição da poluição sonora.
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As gramas são membros da família Gramineae (Poaceae), que contém
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mais de 7.500 espécies, a grama-esmeralda (Zoysia japônica), originária do
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Japão, é uma gramínea herbácea, perene e muito ramificada. A altura varia até
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15 cm, sendo suas folhas estreitas e pequenas, dispostas em hastes curtas e
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densas, indicada para a formação de gramados ornamentais e para lazer
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(COAN, 2008). A grama é uma planta com demanda de alta luminosidade,
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pois realiza fotossíntese do tipo C4.
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Justificativa
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A adubação em gramados é relativamente simples, sendo por isso
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mesmo pouco estudada e a comparação entre tipos de adubações com
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adubação mineral, geralmente baseada na formulação NPK (nitrogênio, fósforo
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e potássio), utilização de adubo orgânico e húmus não havendo muitos
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estudos. Os protocolos de adubação em uso são os mesmos para as demais
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culturas, em alguns casos desconhecendo as peculiaridades de solo e
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necessidades do vegetal. Apesar de serem técnicas consagradas e
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amplamente estudadas a adubação em culturas diversas a formação de
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gramados e suas peculiaridades ficou relegado ao plano do empirismo.
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A necessidade de estudos que demonstrem a viabilidade de adubação
orgânica em gramados.
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Objetivos
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Dimensionar o crescimento de grama esmeralda (Z. japônica) com
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quatro tipos de adubação diferentes.
100
3
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Material e Métodos
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A cidade de Ituiutaba esta localizada no triângulo mineiro região de clima
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característico de cerrado com uma estação seca e amena de dias com poucas
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horas de luminosidade e outra estação chuvosa e quente com dias de maiores
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quantidade de horas com luz solar. Sua localização geográfica é latitude
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18º58’08” sul e longitude de 49º27’54” oeste e altitude de aproximadamente
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605 metros.
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Foram plantadas no pátio de uma escola estadual na cidade de
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Ituiutaba-MG, quatro canteiros de grama com dimensões de 2 metros x 2
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metros com área total de 4m2, cada canteiro e com espaço de 30 centímetros e
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outro, em 18 de maio de 2012 utilizando-se placas de grama com 20x40 cm de
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tamanho, que foram colocadas sobre o solo sem aração. A irrigação foi por
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gotejamento por dez minutos dia sim e dia não. Após a colocação das placas
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foi jogado a lanço a seguinte adubação: canteiro 1 (T1) o canteiro dois (T2)
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recebeu 350 gramas de adubo de fórmula comercial NPK 04-14-07, o canteiro
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3 (T3) recebeu 1.500 gramas de esterco de bovinos curtido e o canteiro 4 1.500
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gramas de húmus de minhocas vermelhas da Califórnia. Todos os fertilizantes
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foram distribuídos a lanço. Foram repetidas as adubações com as mesmas
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quantidades 04/06/2012, 18/06/2012, 04/07/2012, 14/07/2012, 03/08/2012,
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17/08/2012. O NPK, o esterco e o húmus foram pesados em balança eletrônica
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de precisão encontrada no laboratório da escola. Nessas datas foram
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efetuadas as medições do tamanho da grama com régua plástica escolar
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colocando-a em cinco pontos em cada canteiro, a vinte cm dos vértices de
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cada canteiro e no centro, onde foi tirado à média de crescimento, foi
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observado se houve crescimento lateral dos canteiros.
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Utilizou-se o programa Biostat para realizar a análise estatística.
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Resultados e Discussão
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Após o plantio das placas de grama a altura observou que houve um
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desenvolvimento maior nos primeiros dias no canteiro que recebeu o húmus,
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seguido do que recebeu o composto mineral NPK, depois o canteiro que
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recebeu esterco curtido e o menor crescimento registrado foi no canteiro
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testemunha (Tab. 01).
4
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O crescimento dos canteiros 2 e 4 foram o mais semelhante, como o
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canteiro 4 recebeu sobra de uma árvore ao lado do experimento pode ter
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comprometido o seu desenvolvimento no final deste experimento uma vez que
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a grama é uma planta de fotossíntese do tipo C4, além do solo ser um solo
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com alta exposição ao solo e ao pisoteio, dificultando o enraizamento rápido
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das plantas e o composto NPK estaria com maior disponibilidade para o
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crescimento das plantas (SEVERINO, et al., 2006, ROMEIRO, 1987).
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Tabela 01 – Crescimento da grama durante o experimento.
DATA/
T 1 em cm
T2 em cm
T3 em cm
TRATAMENTOS
18/05/2012
0
0
0
04/06/2012
0,3
1
0,8
18/06/2012
0,7
1,5
1
04/07/2012
1
2
1,5
14/07/2012
1
3
2
03/08/2012
7
13
9
17/08/2012
7
13
10
31/08/2012
8
14
10
T4 em cm.
0
1,3
1,9
2,5
4
12
14
14
143
144
Os canteiros T2 (composto mineral NPK 04-14-07) e T4 (húmus) não
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demonstraram diferenças estatísticas significativas entre si, entretanto
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demonstraram um crescimento maior que os canteiros T1 (testemunha) o que
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teve menor crescimento e T3 (esterco curtido) (Graf. 01).
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Gráfico 01 – Normalidade pelo Teste de Lillefors dos tratamentos, demonstrando
5
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153
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diferenças estatísticas entre os tratamentos. P entre 2 e 4 insignificante, entre 1 e 2 < que
0,05, entre 2 e 3 < que 0,05, entre 1 e 4 < 0,05 e entre 3 e 4 < 0,05.
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mais próximo de uma árvore além de ficar mais próximo da projeção da sobra
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do prédio da escola no período da tarde, após as 15 horas, com a fotossíntese
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do tipo C4 a grama demanda maior luminosidade, mas a manutenção em
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outras épocas deve ser observada.
O canteiro que recebeu húmus foi o que recebeu maior sombra, pois é o
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Já a diferença entre o canteiro que recebeu esterco e os canteiros que
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receberam NPK e húmus demonstra que a biodisponibilidade do esterco é
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menos que as outras formas de adubação para a grama esmeralda, o fato do
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solo estar compactado em todos os tratamentos também pode ter influenciado,
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já que o composto mineral é mais biodisponível e o esterco e húmus tem uma
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liberação de nutrientes mais lentos, pois existe a necessidade de mineralização
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do mesmo (SEVERINO, et al.,2006) .
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Conclusão
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Apesar de não haver diferença estatística entre os canteiros T2 e T4 a
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adubação com húmus demonstrou ser eficiente e devendo continuar a
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observação dos canteiros em outras épocas do ano.
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Referências
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174
175
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