Meu Primeiro TCC
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Meu Primeiro TCC
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFª ANNA DE OLIVEIRA FERRAZ CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM DANÇA DO VENTRE: EVOLUÇÃO FÍSICA, MENTAL E EMOCIONAL PARA O CORPO FEMININO. Ione Conceição Leite Glaucia Regiane Hernandes Selis Cíntia Machado de Abreu Andrea Fernandes Priscila Claudino Luciano Regiane Barros dos Reis ARARAQUARA – SP 2010 0 1 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFª ANNA DE OLIVEIRA FERRAZ CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM DANÇA DO VENTRE: EVOLUÇÃO FÍSICA, MENTAL E EMOCIONAL PARA O CORPO FEMININO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a ETEC Profª Anna de Oliveira Ferraz. Orientadora: Prof.ª.Esp. Lourdes Rosane Ribeiro. ARARAQUARA – SP 2010 2 DEDICATÓRIA Consagramos esta pesquisa a todos que sorriram e choraram conosco nos bons e maus momentos, abandonaram seus sonhos e ideais pelos nossos, e não mediram esforços para que um dia aqui chegássemos e para daqui possamos seguir e enfrentar os obstáculos que surgirão em nossas vidas. 3 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, por estar sempre presente em minha vida, ao meu marido Júnior e a minha linda filha Laura, pois são eles quem me conduzem a crescer e cada vez melhorar a minha vida. Agradeço a orientadora e professora Lourdes Rosane, pela paciência, confiança e dedicação para a pesquisa, as minhas amigas e companheiras de curso, Gláucia, Priscila, Cíntia, Regiane e Ione pelas dicas e conselhos para a pesquisa. A escola de dança Art company em especial a professora Carla, pela atenção e cooperação para conosco as alunas e pesquisadoras, a minha mãe Maria Helena, que muitas vezes me apoiou e ajudou em tudo o que eu me propus a fazer. Andrea Fernandes Agradeço primeiramente a Deus por estar aqui hoje com vida e saúde para concluir este trabalho de conclusão de curso de enfermagem, apesar de muita luta e sofrimento. Pela existência dos meus pais Sebastiao e Lucimar que me apoiaram e me conduziram por este caminho que trilhei e pela companhia do meu irmão Danilo pela paciência e compreensão. Agradeço especialmente ao meu namorado Ivson pela companhia nos dias bons e ruins sempre esteve ao meu lado, pela paciência, compreensão, amor e carinho. Agradeço a professora Carla Raile de Miranda a escola de Dança do Ventre Art Company, por ter autorizado a coleta de dados da nossa pesquisa e disponibilizando para todas nós uma bolsa de aula para assim nós mesmas sentirmos os benefícios adquiridos com a Dança do Ventre. 4 Agradeço a presença da Enfermeira Fernanda, que além de ser líder exemplar, é uma grande mulher. Obrigada, por você ter gostado de mim, do jeito que sou... Por ter me aceitado, com meus defeitos e por saber também elogiar minhas virtudes. Por me ensinar, que a cada dia podemos recomeçar, por me fazer sentir um alguém diferente e por eu saber que sempre contigo poderei contar. Agradeço, por ter aceitado o convite para participar da banca examinadora da nossa pesquisa científica com o tema Dança do Ventre: evolução física, mental e emocional para o corpo feminino. E também agradeço as bailarinas de Dança do Ventre que participaram do nosso questionário, pois, elas eram a peça chave. Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha trajetória desses dois anos e em especial as Prof.ª: Inaiara, Carla, Sonia, Rosangela, Cássia, Marilda, Mirian, Lourdes Rosane pois, com um pouco de cada uma dessas mulheres me tornei a pessoa que sou hoje. Agradeço aos meus amigos de curso em especial a Sylmara uma mulher surpreendente companheira das primeiras experiências de estágios, Regiane uma mulher incomparável, lutadora e amiga também participou das minhas primeiras experiências de estágios. Às companheiras de pesquisa: Glaúcia, Andrea, Priscila, Ione. Em especial agradeço as minhas amigas Jéssica, Lidiane, Joice e entre outras que me aconselharam. Quando precisei foram meu ombro amigo e declaro que a minha amizade por vocês é tão especial que não saberei explicar em meras palavras, sempre sinto vontade de dizer o quanto é importante contar com amigos como vocês. Hoje vocês fazem parte da minha vida, agradeço a Deus por ter encontrado e descoberto em cada uma de vocês a verdadeira amizade. Cíntia Machado de Abreu 5 Agradeço em primeiro lugar a Deus que me concedeu essa oportunidade de ampliar meu conhecimento através deste trabalho. Agradeço aos meus filhos pela compreensão que tiveram não medindo esforços para aprender a realizar suas tarefas sozinhos, não esperando que eu fosse ajudá-los ou que eu fosse colocá-los para dormir ou deixado de contar uma história ou cantar uma canção de ninar. Agradeço meus pais, que abaixo de Deus eles são meu fôlego de vida. Agradeço minha orientadora profª. Lourdes Rosane que dispensou toda paciência e esperança ao trabalho, a mim e as minhas amigas. Agradeço também a cinco pessoas que aprendi a amar, cada uma delas de uma maneira especial e que em meio a tantos conflitos e desencontros guardaram o que realmente importa “a amizade”, te agradeço Andréa, Cíntia, Ione, Priscila e Regiane. Glaucia Regiane Hernandez Selis Primeiramente agradeço a Deus pela vida e oportunidade de crescimento físico, mental e intelectual. Agradeço a existências dos meus queridos pais Antônio e Maria que me proporcionaram valores que me fizeram ir à busca de meus sonhos. É com satisfação que agradeço também a minha irmã Viviane pela paciência e apoio. Agradeço em especial ao meu querido marido Mikail pelo tempo de compreensão, dedicação, depositados nesta fase, pelo respeito, paciência, amor e principalmente por ter me ajudado a concluir este trabalho científico subsidiando minha tecnologia e cuidando de nós: Eu, Ju e Zinho. Serei eternamente grata. Obrigada por expor determinadas vezes, o que eu verdadeiramente precisava ouvir em vez do que eu esperava que você dissesse, e por ter me apontado outro lado para refletir e 6 considerar. Agradeço por se abrir comigo, por confiar-me seus pensamentos, suas decepções, seus sonhos, suas realidades, por saber que você pode contar comigo. Obrigada por ter posto tanta sabedoria, cuidado e imaginação no nosso relacionamento e amizade, por compartilhar tantas coisas boas e por cravar tantas lembranças sobre nós. Obrigada por sempre ser honesto comigo, ser gentil e sempre presente quando necessito. Agradeço por você ser um amigo e tanto pra mim, de tantas diferentes e significativas formas. Obrigada! Agradeço a Deus a cada momento que passo com você, por ter conhecido a melhor pessoa do mundo, por amar e sonhar em cada momento que passamos juntos, a cada momento que parecia ser eterno; pois estava contigo, Agradeço a Deus por ser a pessoa mais feliz do mundo, e por isso agradeço muito a você, meu amor, que esteve comigo quando mais eu precisei. Te amo e te agradeço por não ter me abandonado. Agradeço também a inestimável Academia Art company, e aos proprietários Sra. Carla Raile de Miranda e ao Sr.Miranda que incentivaram e abriram as portas para um novo universo de conhecimentos e valores, onde presentearam as autoras com bolsa Dança do Ventre e assim, pudemos constatar a transformação e benefícios em nós mesmas. Agradeço às alunas (bailarinas) participantes já que sem elas seria impossível a realização deste estudo. Aos incríveis docentes da Etec que não são apenas professores, mas sim grandiosos educadores com exclusividade às Prof.ª Cássia e Prof.ª Lourdes Rosane que ajudaram a reconstruir este sonho e tornar realidade. E aos meus eternos amigos que juntos conquistamos em dois anos o que não pagaríamos por uma vida toda, em especial minhas amigas grandes autoras: Regiane (Uma surpresa em minha vida, grande amiga), Cintia, Gláucia, Priscila, Andréa e Jéssica minha amiga e irmã de alma e coração. Ione Conceição Leite 7 Agradeço primeiramente a Deus por mais essa conquista, a escola profª. Anna de Oliveira Ferraz vinculada ao Centro Paula Souza, que tornou possível essa oportunidade de crescimento profissional, à nossa orientadora Prof.ª Lourdes Rosane, que abraçou o projeto, sempre com muita vontade e disposição, a todas as companheiras de equipe, que foram mais que simples colegas, foi o meu apoio, incentivo e determinação, aos meus familiares por acreditar que seria possível essa realização, em especial marido e filhos, que abdicaram dos nossos momentos juntos por acreditarem nesse projeto comigo, e agradecer ao principal ponto de partida desse projeto a academia Art Company e seus fundadores que nos receberam com tanto carinho e incentivo e dedicação. Priscila Claudino Luciano Agradeço primeiramente a Deus, a minha família por ter me apoiado e todos os estímulos e caminhos que me trouxeram onde estou nos dando força para conseguirmos ultrapassar os obstáculos e dificuldades. A minha mãe Edna, meu pai Raimundo, meu namorado e companheiro pela confiança motivação e carinho. E logicamente a minha filha Caroline o encanto da minha vida! Agradeço a todos que fizeram parte da minha jornada até o presente momento. Aos professores no âmbito escolar que contribuíram para a minha formação. Aos colegas e amigos que passaram pela minha vida e aos que fizeram e fazem a diferença. Agradeço à orientadora Prof.ª Esp. Lourdes Rosane Ribeiro por ter acreditado em nosso grupo e no acontecimento deste trabalho. Agradeço também a Prof.ª Drª Cássia Tieme Nagasawa Ebisui pelos esclarecimentos sobre o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço as conversas, reflexões e ajudas em especial das amigas do grupo; 8 Glaucia, Ione, Cintia, Andréia, Priscila. Agradeço todas as bailarinas da academia Art Company, por terem participado da coleta de dados e principalmente da professora de Dança do Ventre Carla Raile de Miranda que nos receberam de braços abertos. Regiane Barros dos Reis 9 “Gostaríamos de viver num mundo de paz, embora essa realidade pareça distante. Acreditamos ser possível viver num planeta onde as diferenças sirvam para somar conhecimentos, trocar experiências e crescer. A arte da dança do ventre é quase tão antiga quanto à história da humanidade, atravessou diferentes povos e civilizações, sobreviveu ás guerras e aos preconceitos. Enquanto a raça humana existir, haverá a celebração á vida. Haverá a música, o canto e a dança.” (PATRÍCIA BENCARDINI, 2009) 10 LEITE, I.C.; SELIS, G.R.H.; ABREU, C.M.; FERNANDES, A.; LUCIANO, P.C.; REIS, R.B. Orientadora: RIBEIRO, L.R. DANÇA DO VENTRE: Evolução, Física, Mental e Emocional para o corpo feminino. 2010. TCC (técnico em enfermagem) Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. ETEC Anna de Oliveira Ferraz, Araraquara SP, 2010. RESUMO O tema desta pesquisa referiu-se à Dança do Ventre. A história da Dança do Ventre é tão antiga quanto à história do homem, ou melhor, da mulher. É a primeira dança feminina de que se tem registro. Dança do Ventre, consiste em arte, capaz de despertar sentimentos, provocar sensações, relembrar, mover, resgatar, descobrir, permitir. Trata-se de uma atividade física muito prazerosa que traz muitos benefícios para a saúde. O objetivo deste estudo consistiu em identificar e reconhecer os benefícios que a Dança do Ventre proporciona, assim como caracterizar as variáveis idades e estado civil, verificar o que levou a praticar a Dança do Ventre, o tempo dessa prática e benefícios adquiridos pela dança. Tratou-se de um estudo quantitativo descritivo. A coleta de dados foi realizada com bailarinas matriculadas em uma academia onde se ministra aulas de Dança do Ventre. A amostra foi constituída por 20 alunas, na faixa etária de 11 a 60 anos, que responderam a um questionário após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O questionário visou estabelecer relações com os benefícios que a Dança do Ventre pode oferecer com sua prática. Aplicamos um questionário de dez questões fechadas e objetivas. A análise dos resultados foi realizada por meio dos conteúdos das respostas que evidenciou que a Dança do Ventre proporcionou excelentes benefícios com a prática, mesmo em pequeno tempo de aulas praticadas. O que diferenciou a quantidade de benefícios foi o equilíbrio entre organismo e suas influências, entre elas a saúde física, mental e emocional de cada aluna e sua dedicação para a dança. No grupo pesquisado, foram verificados benefícios significativos no que se refere à melhora física e emocional, o que gerou alterações positivas no senso de autoconfiança e no estabelecimento de relações sociais. A Dança do Ventre trouxe benefícios para a educação integral e levou à valorização da vida, melhorando a saúde e a qualidade de vida. Enfim, a referida pesquisa não só trouxe a confirmação de dados levantados teoricamente sobre os benefícios da Dança do Ventre, mas, principalmente, conduziu cada bailarina ao encontro com seu próprio corpo como unidade viva e atuante, por meio da experiência integradora proporcionada pela dança. Palavras-chave: Dança do ventre, saúde física e emocional, qualidade de vida. 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................15 1.1. A Dança na História...........................................................15 1.2. A História da Dança do Ventre..........................................28 1.3. A Dança do Ventre como Terapia Alternativa Complementar....................................................................42 1.4. Os Benefícios da Dança do Ventre...................................50 2. OBJETIVOS................................................................56 3. JUSTIFICATIVA..........................................................57 4. METODOLOGIA..........................................................59 4.1. Tipo de Estudo....................................................................59 4.2. Local do Estudo..................................................................59 4.3. Amostra do Estudo.............................................................60 4.4. Período de estudo...............................................................60 4.5. Instrumento de coleta dados.............................................60 4.6. Aspectos Éticos Legais......................................................61 4.7. Coleta de Dados..................................................................61 4.8. Análise dos dados...............................................................62 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................63 6. CONCLUSÃO..............................................................93 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................102 8. APÊNDICES..............................................................107 8.1. Apêndice A........................................................................107 8.2. Apêndice B........................................................................108 9. ANEXOS....................................................................110 9.1. Anexo A...............................................................................110 9.2. Anexo B...............................................................................111 12 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição percentual das bailarinas, segundo a faixa etária.......................................................................................................63 Gráfico 2: Distribuição percentual das bailarinas entrevistadas em relação ao estado civil............................................................................65 Gráfico 3: Distribuição percentual do tempo de prática das bailarinas.................................................................................................67 Gráfico 4: Distribuição percentual da parte do corpo que menos aprecia....................................................................................................78 Gráfico 5: Distribuição percentual da melhora da parte do corpo que menos aprecia........................................................................................80 Gráfico 6: Distribuição percentual das que consideram a Dança do Ventre uma atividade prazerosa, lúdica e benéfica para saúde......................................................................................................82 Gráfico 7: Distribuição percentual das que consideram ter apresentado mudanças mentais..................................................................................84 Gráfico 8: Distribuição das que consideram apresentar mudanças emocionais..............................................................................................86 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Distribuição Percentual dos motivos que levaram as bailarinas a praticarem Dança do Ventre................................................................69 Tabela 2. Distribuição Percentual dos benefícios sentidos com a prática da Dança do Ventre................................................................................88 14 LISTA DE FIGURAS Figura 1..................................................................................................97 http://musiculturalidade.blogspot.com/2009/05/musica-na-prehistoria.html Acesso em: 01/11/10 Figura 2..................................................................................................97 http://historiadoradiojoseense.blogspot.com/2009/11/historia-dadanca.html Acesso em: 01/11/10 Figura 3..................................................................................................98 http://www.crisele.com.br/danca.php Acesso em: 01/11/10 Figura 4..................................................................................................99 http://vindarr.wordpress.com/2008/11/23/historia-da-danca-do-ventre1/ Acesso em: 01/11/10 Figura 5................................................................................................100 http://www.drdreadlocks.net/Rosado_Babies.php Acesso em: 01/11/10 Figura 6................................................................................................101 http://carolinachiquechique.blogspot.com/2010/08/danca-do-ventre-maisum-pouco-de.html Acesso em: 17/11/10 Figura 7................................................................................................101 http://www.esto.es/bellydance/english/history.htm Acesso em: 17/11/10 15 1. INTRODUÇÃO 1.1. A Dança na História O ser humano por natureza é um ser racional que estabelece formas de criar e aperfeiçoa esta questão do criar e formar algo novo, seja em qualquer campo estabelece novas coerências para mente humana. E estes fenômenos relacionados “ao novo” abrangem, portanto, a capacidade de compreender, com isso relaciona, ordena, configura, traz significados as novas coisas criadas (OSTROWER, 1993). A dança surgiu na pré-história, onde o homem se expressou primeiramente através da arte. Dança e movimentos foram descobertos por meio de desenhos encontrados nas cavernas, assim pode-se dizer que a dança veio antes mesmo que a fala (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). Há milênios foi criado um algo novo significando tanto a sua cultura, seu nome consiste em arte, mais precisamente a arte de movimentar o corpo de forma a expressar um significado, um sentimento, um ritmo, mais tarde conhecido como dança (OSTROWER, 1993). Acredita-se que a origem da dança tenha sido na Grécia Arcaica ou antiga, pode-se afirmar, segundo as narrativas lendárias dos poetas Platão e Paul Boucier historiador, que a mesma nasceu em Creta. A dança teria sido doutrinada aos mortais pelos deuses, para que eles os honrassem e os alegrassem, foi em honra ao deus Dionísio que surgiram os primeiros grupos de dança e foram compostos os primeiros ditirambos. As pessoas que participavam dos ditirambos vestiam-se de Sátiro, semideus metade homem metade animal, que durante a cerimônia invocava o deus cantando e dançando. Os gregos consideravam a dança 16 como dom dos imortais e como um meio de comunicação com os deuses. Vários autores e filósofos clássicos consideram que as lições dos deuses eram dar ordem ao ritmo e que estes também eram atributos das danças em seu louvor. Logo, não havia festejo sem dança, pois este era o melhor meio de agradar, honrar e alegrar um deus (MAGALHÃES, 2005). E desde seu surgimento a dança veio acompanhada de som e celebração a vida, em tempos remotos o homem percebeu que ao bater galhos, pedras em árvores ou outros lugares poderiam criar diversos sons e percebeu que seu corpo poderia acompanhar esses mesmos sons, e que isso trazia sensações diferentes, compreendeu que seu corpo poderia ser conduzido pelo conjunto de som. E a partir das sensações foram-se criando novos significados para expressar cada um destes sons (BENCARDINI, 2009). As comunidades primitivas utilizavam a dança para umas variedades de intenções, dentre elas chamarem a chuva, caçar, agradecer aos deuses, enfim o ser humano criou a dança mesmo sem saber o que era, pois seu corpo sentia a necessidade de se movimentar (AUGUSTINI, 2003). Através da dança o homem instituiu em seguida todo um código de sinais, gestos, movimentos e expressões fisionômicas ao qual produziu vários ritmos (RIBAS, 1959 Apud DINIZ, 2008, p.2). Nesse período nasce também uma nova organização do acompanhamento da dança e da música, o ritmo que se agrega a dança. Posteriormente a dança ritmada começa a ser muito usadas. E sempre foi acompanhada por algum instrumento, pandeiro, chocalho entre outros, tudo para determinar um ritmo (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). O ritmo se constitui como “elemento temporal da música, atribuído pela sucessão e pela relação de valores de duração” o que determina de forma lógica a 17 velocidade e a direção correta a seguir no tempo e espaço em relação ao movimento exercido (LAROUSSE, 2007). O ritmo escolta o gesto, e equivale a uma descarga emocional servindo para satisfazer e mensurar todas as forças vitais, é ele que provoca a harmonia e cria a estabilização dos movimentos, organiza a ordem das coisas e dá aos gestos às suas reações; força e expressão “O ritmo é o primeiro movimento da vida que incide sobre os músculos do corpo humano” (DINIZ, 2008). Esta reflexão nos comprova que a dança esta atrelada ao movimento ao corpo e a vida. O corpo tem necessidade de expressar-se através do movimento, mas não é possível esquecer que ele é único e individual e sua natureza é muito complexa, onde cada ser humano tem seu ritmo, seu desenvolvimento, sua capacidade criadora própria, onde alguns necessitam de maiores estímulos e todos exigem respeito à sua individualidade (AUGUSTINI, 2003, p.26). A individualidade criada na dança consiste em uma forma de comunicação, na qual expressamos sentimentos, sensibilidade, amor e carinho, através de movimentos e gestos corporais (FERREIRA, 2001). Dessa forma a dança compreende-se em arte robusta e completa que pode e tem a capacidade de expressar qualquer sentimento, através dos movimentos praticados pelo corpo. Para se expressar corporalmente é necessário antes de mais nada trabalhar a conscientização do corpo, manter o enfoque presente ao movimento a ser realizado (AUGUSTINI,2003). A Dança pode ser avaliada como uma das mais complexas artes. Para mapeá-la é necessário que se volte no tempo, visto que os primeiros registros de movimentos do corpo e de expressões corporais datam de 14.000 anos atrás. Historiadores que muito se atalharam com a época pré-histórica, de forma global, abandonaram e colocaram em segundo plano a questão do movimento corporal usado na época. Apenas no séc. XX a dança começa a ser pesquisada como uma 18 das mais importantes manifestações do homem em aspectos sociais, religiosos, culturais, entre outros (MAGALHÃES, 2005). Aor analisar todo o seu desenvolver histórico, a dança, tida como manifestação essencial a natureza do ser humano, que se fez presente nos episódios mais significativos de sua existência, assumiu vários e diferentes posicionamentos, em especial, quanto à sua função social ao longo dos tempos. (BRONDANI, 2010) Nos anos 60, foram produzidas várias experiências no campo da expressão corporal, portanto como um importante elemento da educação, educando pela arte do movimento todos os estudos nesse sentido colabora com a melhoria na condição humana principalmente no expressar (AUGUSTINI, 2003). Por conseguinte a expressão corporal manifesta-se como o comunicar através do corpo que presume em movimento. A dança tem o corpo como seu instrumento de trabalho e o homem já usavam movimentos rítmicos com os pés e as mãos para expressar alegria, luto, culto a deuses, treinar guerreiros e formar cidadãos. Os gregos em especial se destacaram nessa arte, pois representavam quase tudo, através da dança (SANTOS, 2007). Atividades rítmicas tais como as danças voltadas a educação, dança moderna, jazz, ballet, dança de salão, dançaterapia, dramatização, improvisação, expressão corporal, yoga entre outros podem contribuir para a conscientização corporal, trazendo conhecimento profundo de si e do próprio corpo, limitações e possibilidade de desenvolver habilidades e autoconfiança (AUGUSTINI, 2003). Na dança podemos enxergar vários lados, vários significados em cada ação, a música, 19 acompanhada pelo movimento, coloca o espectador para refletir e raciocinar em busca de respostas. A dança além de ensinar ela consegue entreter. Na vida das antigas culturas altamente desenvolvidas e dos povos naturais, a dança atuou profunda e amplamente na sua existência, na região Européia se transformou em entretenimento sociais, como o balé , e as danças de roda populares. Na Grécia a dança por exemplo é claramente sensível demonstrando presente tradição entre as famílias. Através da dança o homem não apenas encontrar-se a si mesmo, mas também encontra uma forma de melhorar a comunidade e seu lado divino. (WOSIEN, 2000). Ou seja, a dança possui vários caminhos que refletem expressões de muito significado e conhecimento seu caráter global evidencia que sua aceitação foi pandêmica desde sua criação. Na época pré histórica existia dança também entre os Etruscos e os Romanos. Entre os Etruscos só se observa à dança através de representações, pois não há, informação de textos escritos. Mas podemos acreditar, que recebeu forte influência dos gregos desde o Séc. VII a.C., pelos aspectos em que surgem vestígios de danças guerreiras, dionisíacas, de Banquete, entre outras. As apresentações mostram movimentos harmônicos entre gestos e discursos, na mímica antiga. A arqueologia, maravilhosa ciência que tanto esclareceu e continua a esclarecer sobre o nosso passado próximo ou longínquo, ao traduzir a escrita de povos hoje desaparecidos, não deixa de indicar a existência da dança como parte integrante de cerimônias religiosas, parecendo correto afirma-se que a dança nasceu da religião, se é que não nasceu junto com ela. (FARO, 1986 Apud DINIZ, 2008, p. 13). É provável mapear de forma aceitável, embora não exata ou definitiva, as danças exercidas na cultura grega, pois se fez presente desde sempre. A dança na 20 cultura grega fazia parte do dia-a-dia dos homens. Estava nos rituais religiosos, nas consagrações cívicas, nas festas, fazia parte da educação das crianças, do treinamento militar. Mas teve sua primeira manifestação na origem, como ato ritual, cerimonial sagrado (MAGALHÃES,2005). Entre os Romanos, a dança semelhava ter um significado mais claro e específico: tudo girava em entorno de Reis, República e Império do séc. VII ao Séc. VI a.C., Roma foi contida pelos Etruscos assim, as danças eram de linhagem agrária. Entretanto, podemos destacar também as danças guerreiras (costume entre os Salinos) comemoradas largamente durante a primavera, e em honra a Marte, deus da guerra, ou seja, ainda nessa época encontra-se a dança sagrada (DINIZ, 2008). O homem vê na dança uma forma de expressar sua existência relativa a si e também em sua elevação divina (BENCARDINI, 2009). A busca por conhecimento e resposta forma a dança como rito para uma busca espiritual onde se usa o corpo, durante as cerimônias de transe, para dançar e, sobretudo orientar e curar aqueles que procuram por ajuda religiosa para solução de seus males (PRANDI, 1995). A dança está presente em algumas religiões desde a época de Jesus Cristo. Existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos. Todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram. Dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver! (TAVARES, 2005 Apud DINIZ, 2008). As danças religiosas eram executadas nos templos ou em outros lugares, mas para uma entidade superior como o “Senhor” citado nos textos bíblicos, como por exemplo, na passagem da história de Moisés quando ele e o povo israelita atravessaram o mar vermelho após a perseguição de Faraó, Miriã irmã de Moisés 21 começa a dançar para expressar sua alegria e exaltar o Deus de Israel (BÍBLIA SAGRADA; ÊXODO, 2000). A dança, como um ato sagrado para louvar, era manifestada em lugares definidos como os templos e também em ocasiões específicas em que os sacerdotes a exerciam para invocar ajuda dos deuses ou para lhes agradecer. Os deuses eram invocados pelas danças nas circunstâncias mais diversas como nascimentos, casamentos, mortes, guerras, colheitas e muitos outros. Essas Danças em tributo aos deuses pouco a pouco foram ganhando um conjunto de passos, gestos próprios para cada deus a ser invocado e cada situação que hoje denominamos coreografia (MAGALHÃES, 2005). Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho. Orei e todos os israelitas condizaram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a Arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, Filha de Saul, olhando pela janela viu o rei Davi saltando e dançando em presença do Senhor; e desprezou-o em seu coração... Retrocedendo Davi para abençoar a família, Micol, Filha de Saul, veio-lhe ao encontro e disse: “Como se distinguiu hoje o rei de Israel, dando-se em show as servas de seus servos, achando–se sem pudor como qualquer um do povo!”- “Foi diante do Senhor, contestou Davi; diante do Senhor que me escolheu e me nomeou a teu pai e a toda tua família, para fazer-me o chefe de seu povo de Israel. Foi diante do senhor que dancei” (BÍBLIA SAGRADA; SAMUEL, 2000). É provável que na corte do rei Salomão já existisse bailarinas profissionais (DINIZ, 2008). 22 Na Bíblia Sagrada, em uma das passagens nos convida a imaginar que a dança referida seria a Dança do Ventre. O texto nos diz que Herodias casada com Filipe que era irmão do rei, teria se interessado por Herodes que no livro de Marcos percebemos que João Batista dava um conselho e dizia “Não te é permitido ter a mulher de teu irmão” e assim ela o odiava e queria matá-lo. Até que chegou o dia o oportuno aniversário do Rei Herodes que este convidou para um banquete algumas pessoas da corte e os principais da Galiléia. Então Salomé filha de Herodias dançou para o rei Herodes e seus convidados, como um presente de aniversário, a dança o fascinou tanto que o mesmo ofereceu- lhe até metade do seu reino se assim ela quisesse. Ela não sabendo o que pedir foi ate sua mãe, que sugeriu a cabeça de João Batista em uma bandeja (BÍBLIA SAGRADA; MARCOS, 2000). Na história da humanidade os hebreus tinham suas próprias danças e outras provavelmente de origem egípcia. É provável que tenha sido a Dança do Ventre que dançavam na festividade ao falso deus de Israel (bezerro de ouro construído por Aarão com brincos das mulheres) que é interrompida por Moisés que desce do Monte Sinai para salvar o povo da perversão, se vê escrito assim: Quando se aproximou do acampamento e viu o bezerro e as danças, irouse e jogou as tábuas no chão, ao pé do monte, quebrando-as. Pegou o bezerro que eles tinham feito e o destruiu no fogo; depois de moê-lo até virar pó, espalhou-o na água e fez com que os israelitas a bebessem. (BÍBLIA SAGRADA, 2000, p. 66 e 67, êxodo c 32 v 19 e 20). Em um dos salmos de Davi deixa clara a existência da dança como forma de glorificar o senhor, nele diz: “Aleluia! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento, obra do seu poder. Louvai-o pelos seus poderosos feitos; Louvai-o consoante a sua muita grandeza. Louvai-o ao som da trombeta; Louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o com adufes e danças; Louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas. Louvai-o com címbalos sonoros; Louvai-o com címbalos 23 retumbante. Todo ser que respira louve ao senhor. Aleluia!. A bíblia diz que devemos louvar ao senhor de várias formas entre elas com a dança (BÍBLIA SAGRADA; SALMOS 150, 2005, p.646). Assim a dança atravessa a história da humanidade e deixa seus rastros e passos que mais tarde seriam aperfeiçoados e teriam sua própria história. A dança vira estrangeira em todos os lugares do mundo, pelas mais diversas influências que o povo marcava. Mais tarde no Baixo Império, na Roma cosmopolita da época, onde não mais podia se pintar o drama falado por conta da disparidade de línguas, e onde os espetáculos refletiam a decadência da história, as artes viraram cada vez mais grosseiras, constituindo representações de violência sádica do circo e a obscenidade da pantomima. A dança foi, portanto, arrastada na corrupção do modo de vida romano. Na condenação do cristianismo de que esse mundo decompunha, a história e a religião englobam as artes que refletiam esse estrago (DINIZ, 2008). Percebe-se que Os padres da Igreja, Santo Agostinho entre elas, condenara "essa loucura lasciva chamada dança, negócio do diabo". Além desta maldição circunstancial, a contaminação do pensamento bíblico pelo dualismo grego que levou São Paulo a opor o espírito aos sentimentos e a desprezar o corpo: o bem, no homem, só está na alma, e todo o mal vem da carne. Essa perversão dualista do cristianismo trouxe como conseqüências a consideração do corpo como obstáculo à vida da alma e a orientação da vida para outro mundo, com a negação da carne, que deve ser ignorada, punida, e mortificada. (WISSMANN, 2010). A dança perdeu sua força nessa atmosfera de dúvida em analogia ao corpo. A partir do século IV, com os imperadores ditos "cristãos", o teatro e a dança foram censurados. O batismo era renunciado aos que apresentavam no circo ou na pantomima. E em 398, no Concílio de Cartago, os que freqüentavam ao teatro nos dias santos foram excomungados. Mesmo no século XVII, na França, os comediantes ainda não podiam ser sepultados no "campo santo". A tradição pública, 24 no entanto, é tão forte que até o século XII a dança, sob a forma de rondas que acompanhavam os salmos, fez peça com a liturgia. A partir daí, a dança foi banida (DINIZ, 2008). Nesse tempo só sobreviveram às danças consideradas profanas, mais tarde a dança voltaria com força total, para exorcizar todos os protótipos criados pelos ditos cristãos. E logo se percebe que, com relação, à dança, o homem é atingido em sua totalidade e nela encontra não só consigo mesmo, mas também com seu interior uma forma de auto realização, com uma fonte de ligação com a música, jogos e exercícios se harmonizando. Com a dança aprende-se a rever experiências e assim reciclar, pensamentos, sentimentos, intuições e atitudes (BROTTO, 1999). Através da dança o homem tem a possibilidade de refletir, criar memórias intensas seja pelo simples passo e ou pela música. A dança apresenta-se como uma necessidade e é apenas com uma nova era de evolução a arte da dança retomaria seu lugar ao posto. É apenas no renascimento que a dança tornou a prosperar, quando nasceu uma nova atitude em relação ao dualismo cristão, e os valores mundanos da vida e do corpo foram outra vez acendidos. No mundo Renascentista em vias de secularização, as artes que permaneciam até então a ocupação da Igreja, tornaram-se símbolo de riqueza e poder. Temos como exemplo no século XV, na Itália, o ballet que nasceu do cerimonial da corte e dos entretenimentos da nobreza (DINIZ, 2008). O ballet uma arte especial dentro da dança, foi destinada primeiramente as pessoas com alto Capital e com grandes influências. Como vários tipos de dança o ballet esbanja movimentos circulares dos membros superiores, verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria e é considerada uma dança clássica que exige muito do 25 corpo e mente do bailarino esta arte desdobra a expressão física e mostra a leveza e sutileza dos passos. Como toda obra de arte a dança surge de uma meditação, sobretudo, tem algo essencial que acontece quando o bailarino realmente sente a sintonia que surge do seu interior e exterior. O objeto de meditação para o bailarino é o seu corpo, ou seja, o essencial acontece durante a dança ou a arte, uma fusão com os objetos: odor, circulação, suor produz um despertar interior que transborda flexibilidade e solução, onde a expiração e inspiração são profundas. Em suma, todo esse processo é cada vez mais um passo para as descobertas. (REIS; ZANELLA, 2010). E essas descobertas não devem ter discriminação no contexto social, pois a dança é para todos basta apenas se movimentar. A separação da dança através do contexto social surgiu desde a idade média, nas danças populares, achamos os mesmos pretextos das danças tidas como primitivas. O cristianismo conseguiu enfraquecer, mas não apagar totalmente o sentido pagão das danças. O carnaval é a festa mais popular sob o ponto de vista cultural e psicológico que surge também de origem pagã (DINIZ, 2008). Porém as danças realizadas em festas de carnaval expressam mais que idolatrias, expressam alegria, descobertas e diversão. “As possibilidades que a dança oferece em relação à exploração das possibilidades corporais são inúmeras.” (AUGUSTINI, 2003). Contudo a relação que o homem estabelece com as incontáveis experiências são maiores ainda, fazendo com que a criação da dança torne-se evoluída. Embora todo este lado de arte, expressão, sentimentos, danças primitivas, danças pagãs, danças clássicas, o homem evoluiu e continua a evoluir e esta arte extremamente realçada nas épocas passadas diminui e ganha espaço 26 outro tipo de arte que é a tecnologia com isso em algumas culturas a dança é meio que deixada de lado, perde seu status e é menos praticada. Porém sabemos que muitas pessoas dançam e que a dança evolui e enquanto existir o homem, existirá a dança (DINIZ, 2008). A evolução do homem na dança chega ao século XXI com característica sedentária, ele deixa de usar os movimentos que antes eram espontâneos e naturais em seus antepassados, passando a ter uma rotina mais acelerada. Esquecendo que a dança desenvolve um auto referencial enquanto atividade física e expressão corporal que pode estimular a ter uma vida mais saudável sem perder muito tempo. (NANNI, 2005). A dança vivida trás fascinantes conhecimentos e cultura, mas o tempo ininterrupto evolui os estilos, as aceitações e os passos. Em cada lugar no mundo em cada época a dança revolucionou e causou grandes vitórias e derrotas, foi até banida. Acarretou polêmicas e paixões, mas maior que tudo, trouxe aprendizado e experiência, onde hoje permanece crescendo e revolucionando o estilo de vida de cada pessoa (DINIZ, 2008). Durante toda a história, o ser humano vem demonstrando seus sentimentos mais íntimos através da dança, por meio de expressões do corpo ritmadas que confirmam o estreito elo com a religiosidade, misticismo, energia, sexualidade, a ludicidade, prazer. Assim sendo, a dança vem demarcando seus horizontes de presença em vários aspectos da humanidade, seja na esfera do sagrado através de rituais místicos e religiosos, sejam do profano (social e do divertimento), ou em outra dimensão que envolva ambas as esferas. (NANNI, 2005). Enfim a dança nasce e evolui a cada segundo e a cada passo. 27 A dança é uma ciência onde tudo se cria, se renova. É um conjunto de experiências expressadas pelo corpo e através destas experiências foi criada uma dança primitiva, milenar de muita sedução chamada Dança do Ventre. 28 1.2. A História da Dança do Ventre DANÇANDO COM AS DEUSAS Ainda não se sabe o momento Em que a Deusa nos chama Através do Amor, das dores, dos sentimentos, das músicas, do sexo ou da arte E quando se abrem os portais da consciência Ela vem suave e envolvente com uma música E, em um toque mágico. Me vejo no meu grande espelho! É chegado o momento. Eu sei, eu sinto. A energia dela se faz presente em meus pensamentos e na pele. No ar a magia da música e dos aromas Sândalo, Angélica e Mirra unidos me eleva sintonizando com o fluir da música. Visto-me com meus trajes esvoaçantes e brilhantes A sutileza dos gestos das mãos, eu sinto tocar os éteres dos céus, que me abrem os canais para captar sua dança, dos mistérios que me liberta A música a entrar em cada parte de meu corpo, ondulando como as sereias no mar O magnetismo do olhar e minha aura aumentam seu brilho porque alcançou o segredo 29 Nesse momento eu sinto que estou entre o Céu e a Terra, entendendo meus caminhos Entrego-me ao transe, entre os meus véus coloridos esvoaçantes e perfumados Danço entre as nuvens que revelam seus segredos do Sagrado Cálice resgatando a força do feminino. Nessa entrega à dança estou unificada com a Deusa a consagrar seu Retorno, pela grande transformação do brilho do olhar, num sorriso, na cor dos cabelos, na leveza da aura e do andar, e a abertura do coração a me revelar a força do amor . Assim, Ela me envolve com seu amor e revela, dance, dance transforme sua vida e seu corpo Se não as Deusas não saberão o que fazer com você... (LYZ, 2009). Dos primórdios da existência humana até o surgimento da religião judaico-cristã, a mulher era vista como o sagrado feminino, representava a dualidade divina, assim sendo a própria Deusa, que era adorada por muitas civilizações, pois a mulher tinha e tem o poder de gerar vida, onde este poder foi considerado como o mistério sagrado (MANO, 2010). A história da dança no planeta se confunde com esses tempos primitivos, e também com a necessidade humana de reverenciar o divino. Quase todas as danças tiveram origem em rituais de adoração aos deuses da natureza. Era um período de pouco desenvolvimento intelectual, porém de intensa vivência física. A intensa luta pela sobrevivência fazia aumentar o aspecto sagrado da existência humana (BENCARDINI, 2009, p.17). 30 Nos rituais de veneração a deusa, as mulheres dançavam entre elas uma dança hipnotizante acompanhadas de movimentos ondulatórios feitos pelo corpo e música até o momento que entravam em transe e faziam conexão com o sagrado feminino. Essa dança é o que hoje conhecemos como a Dança do Ventre (MANO, 2010). A incerteza da origem exata desta dança é explicita, mas, alguns autores têm suas teorias assim acabam criando outras suposições e alimentando diversas curiosidades. Uma das curiosidades enfatizadas é a de que a relação desta prática surge no contexto árabe islâmico que para o senso comum estabelece contradição por conta das condutas feminina nestes lugares. Assim sendo é importante lembrar que a pratica da Dança do Ventre não se restringe ao contexto árabe islâmico, estando presente como importante manifestação popular de país como Grécia, Turquia e Irã (XAVIER, 2006). Em estudo realizado por (PEREIRA, 2004) conclui-se que embora existam escassos registros a respeito da origem da Dança do Ventre, muitos autores acreditam que seu nascimento tenha se dado em civilizações antigas como a egípcia, grega e suméria. Descrever a origem exata da Dança do Ventre é uma complicada tarefa, pois existe uma inexatidão do assunto entre as poucas bibliografias disponíveis que são escassas, devido a vários mitos que cercam a sua história. A rede mundial de computadores tem inúmeros sites que falam sobre o assunto, porém seus textos muitas vezes são contraditórios e confusos além de não explicitarem as referências das publicações (XAVIER, 2006). O que se sabe é que a Dança do Ventre surge ao longo da história como rito aplicado em manifestações religiosas, era praticada pelas sacerdotisas de 31 templos egípcios, onde elas dançavam para o sol com o objetivo de receber energia masculina e assim neutralizar suas energias sexuais, acreditando que desse modo teriam o equilíbrio energético necessário para a alquimia (RIBEIRO, 1999). Depois disso se propaga na Mesopotâmia e com o passar dos séculos vai evoluindo, ganhando novos estilos e novas projeções. De qualquer maneira a Dança do Ventre é considerada a dança clássica do mundo árabe, grandes bailarinas apresentam-se com orquestras clássicas árabes, com violinos, alaúde, acordeom e instrumentos percussivos, em praças, teatros, no Egito e Líbano (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). A Dança do Ventre é considerada uma arte milenar. A Dança do Ventre é conhecida a seis mil anos no Egito, Mesopotâmia e Pacífico, era oferecida em rituais as Deusas Isis, Isthar e Inana, durante as festas, também era usada na iniciação sexual das jovens e no trabalho de parto. Nesse tempo era secreta e proibida a apresentação em público. Conhecida por poucas mulheres sendo somente realizada por sacerdotisas (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Antigamente a Dança do Ventre tinha um aspecto religioso de evocação espiritual, que exaltava aos Deuses, ou melhor, as Deusas. Com a evolução da humanidade e destruição dos templos, a Dança do Ventre foi usada pelos ciganos que a alastraram pelo mundo. Os dois grupos de ciganos mais importantes foram os Cengi e os Gawazee. Os movimentos e as particularidades da Dança do Ventre foram se transformando durante este percurso por causa das influências culturais dos lugares por onde a dança acontecia. Mas tarde os árabes a admitiram de vez, e hoje a Dança do Ventre é claramente parte da cultura de certos países árabes tais como: Líbano, Egito, Marrocos, Tunísia e Turquia (RIBEIRO, 1999). 32 Partindo da idéia de que a Dança do Ventre tenha se originado de um intercambio cultural uma pesquisa revela em resumo que os reis turcos pegavam mulheres escravas revestiam de pedrarias a fim de se sentirem poderosos, surgindo a partir daí a Dança do Ventre. Uma das escravas do rei se liberta e continua a apresentar a dança com a finalidade de ganhar algum dinheiro e mostrar o lado sensual e a beleza da mulher, não mais a expressão de poder que existia em cima da dança ou das roupas e pedras preciosas, Pouco a pouco então, se espalhou pelo Oriente Médio e chegou ao Egito onde foi lapidada (XAVIER, 2006). Nesta época a dança era vendida como forma de arte e entretenimento. Porém mais tarde isto foi um atalho facilitador para torná-la uma forma de comércio de prostituição. Representações da Dança do Ventre encontra-se em pinturas e esculturas do Egito faraônico. Da época do Egito onde a Dança do Ventre era uma prática sagrada até os dias atuais encontramos mudanças no caráter desta dança que se transformou completamente. A visão se modificou com o passar dos tempos e com os lugares onde passaram a ser praticada principalmente no final do califato em 1258 e com a radicalização do Islamismo, onde a Dança do Ventre entrou numa época de declínio. No Egito, a partir do séc. XVI começou a ser executada em locais de prostituição (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). Já que é uma dança que pode mexer com a imaginação do telespectador por apresentar-se de forma sensual e misteriosa. Os filmes hollywoodianos colaboraram para corromper sua imagem. Espalhada pelo mundo a Dança do Ventre seduz admiradores homens, mulheres de todas as idades e com as mais distintas intenções: artística, psicoterapêutica, exotérica entre outras (RIBEIRO, 1999). 33 Em um artigo norte Americano a autora expõe que a Dança do Ventre é sedutora não porque é sensual, mas porque atrai telespectadores com diferentes visões e classes sociais (MAIRA, 2008). Tornado assim entretenimento para pessoas de alta classe ligada a dinheiro, atraindo algumas bailarinas para a prostituição. A Dança do Ventre, por ser extremamente sensual, é usada de forma preconceituosa em relação ao seu significado, sendo executado em zonas de prostituição no mundo todo (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). Algumas mulheres trabalham enfrentando preconceitos de toda a sociedade, porém outras continuam fortemente sua missão de animar festas e alegrar as pessoas. A questão do preconceito é sempre dissimulada, existe tanto nos países ocidentais e orientais. Todos apreciam a arte da Dança do Ventre, porém algumas pessoas condenam a mulheres que a exercem profissionalmente, acusando-as, entre outras coisas, de feitiçaria ou de ter moral duvidosa (BENCARDINI, 2009). Os movimentos de Dança do Ventre mexem muito com os quadris e glúteos tornando esta arte uma dança de sensualidade ligada à sexualidade. Esta visão relacionada ao sexo e à sedução é a primeira que surge quando se fala de dança do ventre. Aspecto inegável, porém pequeno diante da grande manifestação cultural existente no Oriente Médio nestes espetáculos de dança, com orquestras ricas em instrumentos e bailarinas reconhecidas. Vem sido reprimida a prática desta dança em algumas tribos beduínas, por preconceito aos aspectos relativos à vulgaridade. O fato de bailarinas desta dança exporem danças clássicas árabes traz ao público maior conhecimento, e pela divulgação de sua história aos interessados, preserva o aspecto cultural da dança árabe. (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009 p.4) Outro aspecto que relaciona o mistério da sensualidade na Dança do Ventre é o uso de roupas e acessórios diferenciados como o véu. Sem dúvida alguma, a Dança do Ventre executada com um ou mais véus proporciona beleza e 34 suavidade inigualáveis. Os movimentos impostos ao véu (ou aos véus) pelo manejo e giros do corpo são inúmeros e alteram de acordo com a amplitude dada pelos braços e com a velocidade decorrente dos giros ou deslocamentos da dançarina (LA REGINA, 1998). Somente com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito por volta de 1798 que a dança começou a ser vista como prática alternativa, graças aos seus benefícios físicos e mentais (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Os benefícios surgiram a partir do momento que eram praticadas, em cada lugar a Dança do Ventre acaba por sofrer influências e aperfeiçoamentos dos passos, criando novos estilos. O estilo egípcio consiste no mais conhecido e nele se misturam movimentos suaves e lentos com enérgicos e rápidos. No Líbano o ritmo é mais alegre, festivo e dinâmico e na Turquia, por outras influências, possui características mais espirituais, com predomínio de braços e ombros. No Brasil, os estilos mais praticados são o egípcio e o libanês. Nossa cultura corporal favorece o aprendizado e aperfeiçoamento, resultando em excelentes bailarinas (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). No Brasil dentre todas as danças principalmente as praticadas em São Paulo usa-se bastante o quadril o que favorece o aprendizado da Dança do Ventre. A Dança do Ventre veio para América há 101 anos durante uma grande feira internacional “The Chicago’s World Fair” (1897), nos Estados Unidos. A bailarina Litle Egypt foi a primeira a dançar. Ela foi um mito, pois jamais alguém soube seu verdadeiro nome nem personalidade. Acredita-se que existam mais de uma Litle Egypt. Sherahzad foi quem trouxe esta dança para o Brasil há mais de 20 anos. A Dança do Ventre que apreciamos hoje vem tomando forma desde o pósguerra em restaurantes e festas árabes (RIBEIRO, 1999). 35 Essa é uma arte sem fronteiras, salvo-conduto que nos últimos anos tem crescido em passo acelerado em toda a civilização ocidental. Por ser tão antiga, e ter sobrevivido a diferentes povos e em desiguais culturas, a Dança do Ventre não pertence a apenas aos países árabes. É peça do contexto folclórico de vários outros países como: Grécia, Turquia, Armênia, Israel, Argélia, entre outros. Recentemente, se desenvolve numa velocidade colossal em sociedades ocidentais, que têm pouca ou nenhuma afinidade com a cultura e as tradições orientais. Um dos melhores exemplos para isso é a popularidade que alcançou no Brasil (BENCARDINI, 2009). Não é maior o uso da arte da Dança do Ventre no Brasil por falta de apoio financeiro do governo. No início do século XX, surgem propostas que visam exercer a dança como uma forma educacional, sobretudo, o Brasil não oferece apoios institucionais voltados à questão da arte de dançar e o que se vê é o ensino privado, privatizado em academias e escolas particulares de dança (DANTAS, 1996). O desenvolvimento da Dança do Ventre no Brasil se dá em todo o país, sendo que em São Paulo encontramos um número maior de bailarinas. Houve um grande número de imigrantes árabes no estado e municípios de São Paulo, o que beneficiou a proliferação desta cultura. Os benefícios que a Dança do Ventre proporciona são praticados até hoje por algumas mulheres de tribos beduínas do deserto que fazem esta dança para se prepararem para o parto (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). A Dança do Ventre tem uma conectividade com o corpo da mulher que estimula o surgimento dos benefícios com a prática, fazendo com que a mulher obtenha bons resultados na gestação e no parto. “A dança do ventre, na cultura árabe também tem a finalidade de preparar o corpo da mulher para uma boa gestação e um parto fácil.” (OCHIAI, 2008). O 36 beneficio se dá por melhorar a circulação sanguínea na região abdominal através dos movimentos de quadris e abdômen. A gravidez e o parto ficam mais fáceis. Fortalecidos, os músculos do abdômen que sustenta melhor o bebê durante a gestação e têm mais força para expulsar a criança no momento do parto (UMEDA, 1999). Em breve a Dança do Ventre será uma dança universal, pois atinge e cativa as mulheres do mundo todo e a ligação entre o beneficio e a saúde estimulam e motivam a mulher para sua reprodução saudável. A Dança do Ventre ressalta a esfera que a imagem da mulher muçulmana árabe exibi, sendo uma visão de mulher forte, cuidadora, geradora de vida e sensual e que as mulheres norte americanas demonstra ser um ideal também elas sentemse mais livres fazendo jus ao “American way of life” enfim, a Dança do Ventre como cultura árabe que sobreviveu a guerras sociais mantém seu espaço no mundo de hoje (MAIRA, 2008). Talvez, a dança do ventre seja propriedade das mulheres do mundo todo que procuram o conhecimento intuitivo, e o encontram dançando. Essa força, também chamada de poder feminino, é algo que as sociedades atuais têm alguma dificuldade em explicar, mas os antigos orientais lidavam plenamente com ela. A dança é um instrumento de libertação feminina. É uma conquista pessoal. De que adianta conquistar espaço no mercado de trabalho, tornar se independente, e não conquistar a si mesma? (BENCARDINI, 2009, p.20). É válido dizer que as literaturas deixam claro que a dança proporcionava benefícios à saúde da mulher que a praticava (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). As mulheres das tribos beduínas praticam a dança numa preparação para o parto e as acompanhantes da parturiente realizam exercícios da dança para reduzir o tempo e as dores do parto (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). Como forma de apoio psicológico e forma de aliviar o sofrimento. 37 Em um estudo realizado, as entrevistadas expressaram a Dança do Ventre como: uma dança que estabelece uma ligação da mulher com o seu corpo, com seus ciclos menstruais, com a gravidez, a menopausa e a fertilidade (CAMARGO, 2007). A Dança do Dentre é um exercício ligado tradicionamente ás mulheres e sua criação surgiu a partir do considerar o útero sagrado e divino (VIOLETASALVADO&FURELOS, 2004, p.1). Este fato se dá por trabalhar a região pélvica e dos orgãos reprodutores femininos. “A dança do ventre é uma maneira clara, simples, direta e ampla para trabalhar a saúde de um grupo de mulheres. É uma prática milenar que reduz a complexidade na abordagem da sexualidade feminina” (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Porém outros fatores estressantes podem desencadear reações físicas, psíquicas adversas, afetando o equilíbrio e bem estar da mulher principalmente no contexto sexualidade. Com isso a mulher perde sua feminilidade, desencontra-se da vida, do próprio corpo, do grupo e de sua própria existência, devido ao estresse da vida familiar e urbana. Com isso, experiências que seriam normais a ela acabam por se tornar uma problemática doentia. A Dança do Ventre a faz exorcizar seu “eu”, se resgatar e aceitar-se como mulher e fazer-se dar mais chance à vida útil como, mãe, pessoa e amante (FIGUEIREDO, 2006). As capacidades sensoriais quando afetadas geram problemas para o corpo, a dança facilita a eliminação de acúmulo de tensões, melhorando a expressão corporal e a mente valorizando o sentido positivo da vida e a expansão saudável da sexualidade humana (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Ou seja, embora todos 38 os fatores de stress que uma pessoa possa sentir em determinado momento a dança permite uma diminuição ou até mesmo a eliminação destas sensações desagradáveis causadas pelas frustrações do dia-a-dia. Uma das formas de se sentir sensações desagradáveis é causada pela imobilidade física exemplo: Um castigo para repreender alguma criança, horas em frente do computador, geralmente deixa as pessoas irritadas ou estressadas a dança possibilita a quebra destas sensações desagradáveis dançar é uma atitude que evidencia que o movimento é sinônimo de prazer e a imobilidade, de desconforto, desprazer (STRAZZACAPPA, 2001). O sentido de prazer que a dança pode nos oferecer, ajuda-nos a achar harmonia e adquirir maior sentido de pertinência. Com esse fim, nosso impulso interior para o movimento deve se vitalizar e orientar-se para uma expressão plena e estruturada pela dança, em especial a dança do ventre, melhorando, assim, a saúde física e mental (ABRÃO; PEDRÃO, 2005, pag.11-12). A Dança do Ventre tem fundamentalmente dois modelos de movimentos: os sinuosos e os ritmados. Os movimentos sinuosos são conhecidos como movimentos de serpente. Constituindo lentos, referem ao caráter sensual da dança. São movimentos espiralados e arredondados (círculos em diferentes formas de 8). A boa articulação da coluna, neste caso, é o ponto técnico básico. Os movimentos de serpente são comumente seguidos pelo véu e podem também ser dançados pelos braços (RIBEIRO, 1999). Os movimentos lentos expressam sentimentos diferentes dos movimentos ritmados à dança permite expressar o que sente de diferentes formas. A dança sustenta as fragilidades, afaga os sofrimentos e, realça o brilho do coração agitado e resgata a identidade feminina. Os movimentos da Dança do Ventre massageiam os órgãos internos melhoram a circulação e o metabolismo. São trabalhados os sete chacras o básico, sexual, emocional, cardíaco, laríngeo intuitivo 39 e coronário. A mulher cresce interiormente se auto valoriza através da dança, estando dispersos o sentidos do corpo, conduz a melhoria da saúde e da sua qualidade de vida, a dança também atua no plano emocional realçando a feminilidade, dando mais leveza, mais suavidade, beleza, confiança e segurança. Faz com que ela exponha mais os seus sentimentos que antes eram reprimidos (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Com pratica de Dança do Ventre a mulher se torna mais comunicativa sabendo assim expressar melhor seus sentimentos. Os movimentos ritmados são mais diretos e podem ser realizados de forma delicada ou brusca. Comumente isoladas, partes do corpo como quadris, ombros e cabeça acompanham as nuances dos diferentes ritmos. Esta isolação exibe que os movimentos são conduzidos pelas articulações, pelos ossos, não realçando o trabalho muscular. Por isso é uma ótima técnica para aqueles que querem melhorar a postura e se recolocar nos eixos (RIBEIRO, 1999). “Mulheres que estudam e praticam a Dança do Ventre não apenas buscam os benefícios físicos exploram o lado emocional ligado a status tais como “glamour e ou o estrelato” (MAIRA, 2008). O trabalho circular das articulações recoloca o músculo harmoniosamente nos seus devidos lugares. As transformações no físico são aparentes: postura delineada, fortalecimento dos músculos de uma maneira geral, (mais evidente nos das pernas e nos músculos de suporte das costas). O corpo fica mais arredondado (RIBEIRO, 1999). Além de proporcionar estes e muitos outros beneficios a Dança do Ventre pode atuar como terapia. A Dança do Ventre surge como terapia, fazendo com que os movimentos dos músculos do abdômen “massageiem” os órgãos internos, regulando o 40 metabolismo e melhorando a circulação através dos movimentos sinuosos (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Movimentos estes que são passos diferentes com marcações e posições diferentes do corpo. Existem passos específicos para cada ritmo (como baladi, macksoun, falahi, said, saaude, ayoub, malfouf) e para cada acessório (véu, jarro, bastão, snujs, castiçal, candelabro, pandeiro, espada, punhal,). Tremidos, giros e encadeamentos de chão também fazem parte. Como a Dança do Ventre veio da tradição popular e não de instituições, os nomes dos passos podem mudar de cultura para cultura e de professora para professora. Embora, alguns passos como ximmi, básico egípcio e camelo já se tornaram parte da linguagem comum. Há quem diga que os passos da Dança do Ventre imitam animais, como camelo, serpentes e até mesmo cavalo (RIBEIRO, 1999). Uma aula não é como uma apresentação. No início, nada de fantasias. As bailarinas (alunas) usam simples tops e calças legging para enfrentar um alongamento prolongado. No chão, ao lado delas, ficam a saia e o lenço, que serão vestidos na hora de dançar. Podem ser usados outros acessórios. O kit completo contém ainda véu, bastão, espada, jarro, punhal, flores, castiçal e os instrumentos musicais típicos: snujis (espécie de castanhola de metal) e pandeiros. Até há pouco tempo, algumas bailarinas dançavam com cobras, mas os bichos estão sendo deixados em paz ultimamente, para alívio das alunas (UMEDA, 1999). O que determina esta dança como ótima maneira de trabalhar a arte, a terapia e o cuidar da saúde são critérios de cumplicidade no papel da dança com os diversos tipos de terapia. A Dança do Ventre estando dentro das terapias alternativas complementares tem papel importante na saúde das pessoas. Ela 41 consegue atingir de forma terapêutica a questão psicológica através de um trabalho elaborado de psicoterapia ou psicanálise, pode atuar também como terapia comportamental através das aulas da dança, terapia cognitiva nos casos de depressão e distúrbios mentais, terapia individual que estabelece uma ligação com seu próprio “eu” baseando-se no conceito de auto aceitação, terapia de grupo que relaciona outras bailarinas para um só objetivo seja a dança ou uma coreografia, terapia comportamental que trata a questão da bailarina com o mundo. Além destas, outras formas de atingir a terapia através da Dança do Ventre pode ser alcançada tais como terapia de reabilitação e ocupacional. Enfim a infinidade de benefícios que a Dança do Ventre pode proporcionar vão além de meras melhoras físicas ela também consegue atingir o lado mental e emocional de quem a pratica. (ARANTES, 2008). 42 1.3. A Dança do Ventre como Terapia Alternativa Complementar As primeiras doenças apareceram quando o homem passou a fazer parte do planeta terra. Na idade média a doença era considerada como um castigo dados para as pessoas, pois os enfermos eram considerados pecadores e por isso tinha que sofrer os castigos de Deus, ao médico foi dado o poder de cuidar do corpo e retirar as dores e os sofrimentos (TROVÓ; SILVA, 2002). O corpo humano tem um relacionamento com múltiplos sistemas energéticos que influenciam a fisiologia. A medicina vibracional que age paliativamente com a medicina tradicional acredita que uma força vital organiza as moléculas tendo como ponto de vista que o ser humano não é apenas carne, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos. Essa visão holística está intimamente ligada com a compreensão da ação das terapias alternativas complementares que está sendo associada à medicina ocidental englobando este profissional a sua assistência à saúde. Essa prática vem sendo elaborada por várias instituições como forma de prevenção e cura (NUÑEZ, 2002). Segundo essa visão, nós somos seres multidimensionais de energia, cujo corpo físico é somente um dos elementos de um sistema ativo maior, ou seja, o homem é um complexo mente, corpo, espírito, que existe em equilíbrio dinâmico continuo com as grandezas energéticas superiores (TROVÓ; SILVA, 2002). A denominação “alternativa” se deve, ao fato de tais práticas apresentarem pressupostos e diferentes princípios que os da ciência moderna. Como forma de resistência à racionalidade instrumental da modernidade. Pode-se citar como exemplo a Dança do Ventre que, vista como terapia, procura ressaltar a 43 face sagrada feminina das sacerdotisas originárias do Antigo Egito (SAFF, 1997 Apud RONDINELLI, 1999, p.3). As terapias complementares são aplicadas para aliviar os sintomas de problemas físicos e psicológicos. Antigamente, essas terapias eram descritas como tratamentos “Alternativos”, mas hoje são bem aceitas como um complemento da medicina convencional (ARANTES, 2008). A origem da terapia Alternativa complementar é antiga, mas só ganhou força com o passar dos tempos e vem emergindo como uma forma de tratamento. Pai da Medicina Landmann Hipócrates, definia saúde como o estado de harmonia do homem com a natureza, o equilíbrio entre os diferentes componentes do organismo entre si e com o meio ambiente (TROVÒ; SILVA, 2002). Por isso foise criando formas complementares para auxiliar na cura das enfermidades. A terapia Alternativa Complementar teve início na Grécia que visava à prevenção e a terapia das doenças, relacionando-as sempre as deusas, entre elas Hygeia que cuidava pela manutenção da saúde e sua irmã Panakia que focalizava o conhecimento dos remédios e derivados de plantas ou da terra. Tendo em vista que terapia significa cuidar, “dar assistência a”, a medicina convencional de Hipócrates, reconhecia o poder curativo da natureza inerente ao médico o qual se utilizava desses meios para dar assistência e assim favorecer o processo de cura (NUÑEZ, 2002). A assistência e as terapias hoje em dia disponíveis são amplas. Mas para a maior parte das pessoas, um tratamento convencional indicado pelo médico, como um tratamento medicamentoso, é a opção preferida. Contudo, as terapias complementares, incluindo a hipnoterapia, a homeopatia e a quiropraxia, estão tornando-se cada vez mais conhecidas, sendo, muitas vezes, usadas juntamente 44 com alguns tratamentos convencionais. De fato, os médicos podem recomendar essas terapias aos seus pacientes se entenderem que elas serão úteis (ARANTES, 2008). Embora, sejam bem pequenos os números de trabalhadores encontrados na área de Terapia Alternativa e Complementar, Alguns pesquisadores começaram a se interessar pelo assunto e explorar o contexto social, cultural, econômico e político, dando ênfase ao estudo entre terapia e a profissão de enfermagem (BARROS; ADMS, 2005). Apesar das melhorias na prevenção e detecção precoce de doenças os tratamentos para aliviar sintomas ou curar doenças permanecem necessários. Os protótipos de assistência médica alteram-se atualmente de forma corriqueira: embora ainda ocorram muitas cirurgias e tratamentos para doenças graves em hospitais, onde recentemente as pessoas ganham alta médica o mais rapidamente possível, dificultando um acompanhamento real do processo de cura. Além disso, muitos tratamentos e processos prolongados podem ocorrer em domicílio ou em centros ambulatoriais, sem a necessidade de internação hospitalar (ARANTES, 2008). Assim com o sucesso das terapias alternativas e complementares segue crescendo, há maior necessidade de averiguações que auxiliem a incluir sua relação com a prática da enfermagem, certamente há mais profissionais no campo da saúde e terapias na América Latina, passando a ser mais e mais urgente a necessidade destes profissionais (BARROS; ADMS, 2005). 45 Afinal, no mundo conturbado em que se vive o conhecimento de qualquer técnica que possa auxiliar na assistência à saúde ao indivíduo e que possa aumentar sua qualidade de vida é sempre bem-vindo. Antigamente, o corpo nada mais era do que uma máquina, com peças pequenas que muitas das vezes apresentava defeitos em uma das suas partes. No século XX o corpo foi considerado mais do que uma energia (TROVÓ; SILVA, 2002). Com isso evoluiu e a medicina também, aprendendo a favorecer o campo da dança como forma de terapia alternativa para se alcançar a cura. A forma de curar mais complexa e demorada para recuperar a saúde é a necessidade de cura mental, isso ocorre porque muitas das doenças mentais ou enfermidades que atingem o cérebro não têm cura ou deixam sequelas graves. Muitos problemas da saúde mental, abrangendo depressão, problemas de personalidade, dependências e problemas alimentares, podem ser curados com suprimento de terapias complementares psicológicas. Há várias terapias disponíveis: algumas avaliam o comportamento ou os processos dos pensamentos atuais da pessoa e outras também o seu passado. Em todas elas, o paciente é estimulado a exercer um papel ativo no tratamento (ARANTES, 2008). As práticas corporais devem resgatar o homem que vive suas diferentes dimensões tais como pensar, sentir e agir de forma não reducionista, valorizando sua criatividade, sensações e percepções, remetendo-o a uma introspecção que lhe proporcione refletir e resignificar sua ação, não caindo no lugar comum do movimento repetitivo e mecanizado. Quanto às terapias alternativas práticas devem estabelecer a relação que o sujeito constrói com seu corpo e definir na construção 46 de sua subjetividade, uma forma que as pessoas procurem com o desígnio de preencher hiatos que se formaram em sua vida pessoal e profissional (SILVA, 2009). No final do século XIX, Sigmund Freud desenvolveu o tratamento de problemas de saúde mental com terapia psicológica, ou psicoterapia. (ARANTES, 2008). A dança atinge e trabalha muito bem a relação da necessidade terapêutica psicológica principalmente no quesito expressão. Com o movimento do corpo através da dança é possível entender as relações físicas, psíquicas e mentais que o corpo sente, a dança é um tipo de prática corporal e pode ser uma terapia alternativa complementar. Foi fundamentado na análise de (NUÑEZ; CIOZAK, 2002) que as terapias alternativas complementares são consideradas como tratamento, pois elas podem ser definidas como um extenso domínio de recursos de cura que junto, abrangendo todos os sistemas de saúde, modalidades, práticas, doutrinas e crenças associadas inclui todas as práticas e idéias auto definidas por seus usuários como prevenindo ou tratando as doenças e gerando a saúde com bem estar. A Dança do Ventre também trabalha bem como uma terapia, como no contato com o corpo, a partir de manifestações de expressão física, há uma liberação psicológica, o que ajuda a elevar auto-estima. É por isso que a prática regular ao longo do tempo ajuda a superar a inibição e aceitar o nosso corpo como ele é. Ao contrário de outros exercícios, como aeróbica, onde toda a energia investida é projetada para fora para conseguir uma boa imagem, nesta dança trabalha-se a partir do interior, de modo que a beleza física não nasce como uma finalidade, mas como conseqüência. (VIOLETA-SALVADO&FURELOS, 2004, p.1). A Dança do Ventre exerce seu papel fundamental dentro da categoria terapia complementar, além de trazer diversos beneficios para a saúde, a dança mostra 47 para quem assisti toda a sua relidade sentimental ao apresentar- se de forma expressiva. E a terapia expressiva, incide em aproveitar a arte como recurso, nas práticas educativas em hospitais, escolas, consultórios, grupos de convivência e outros espaços de atuação dos profissionais de saúde (SILVA, 2009). A necessidade do homem em se expressar ultrapassa qualquer barreira ou dificuldades transformando o aprendizado em educação. E esta educação deve ser global, não apenas tendendo a um aspecto do ser humano, o que supõe e reúne a dança na educação pode e deve ser um exercício que agrega o conhecimento intelectual e a livre expressão (SCARPATO, 2001). Deste modo, a terapia expressiva conglomera técnicas e formas de expressão artística, como a dança, o desenho, o teatro na qual os métodos cognitivos, a afetividade e a sociabilidade das pessoas podem ser explorados, por enfermeiros (as) e outros profissionais de saúde, como estratégias de comunicação terapêutica. A dança é avaliada como uma das expressões em que a arte pode ser utilizada, como terapia expressiva, na comunicação terapêutica. Pois através dela, ocorre a linguagem do corpo através do toque, movimentos, gestos e expressões faciais (SILVA, 2009). O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no Parecer Informativo 004/95, reconhece a fundamentação da profissão de Enfermagem na visão holística do ser humano, o crescente interesse e utilização das práticas naturais no cuidado ao cliente e os aspectos do Código de Ética dos profissionais de Enfermagem que justificam a utilização das terapias naturais. Finalmente, em 19/3/1997, o COFEN, através da Resolução 197, estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como 48 especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. A partir dessa Resolução, o enfermeiro passa a ser reconhecido como terapeuta alternativo/complementar (na área específica), mediante conclusão e aprovação em cursos reconhecidos em instituição de ensino, com carga horária mínima de 360 horas (COREN, 2001). Porém, existe uma deficiência na formação básica que gera uma lacuna no conhecimento do enfermeiro dos cursos de graduação que não exigem disciplinas sobre terapia alternativa complementar, trazendo prejuízo no seu desempenho profissional, principalmente na assistência a população mais carente, mais afetada pela deficiência do atual sistema de saúde. Além disso, a atitude dos estudantes de hoje se reflete no profissional de amanhã e tendências emergentes, no campo da terapêutica alternativa complementar, podem trazer implicações para o relacionamento enfermeiro-paciente e para o futuro do cuidado multidisciplinar (TROVÓ; SILVA, 2002). Diante da resolução do COFEN, o diferencial do profissional da saúde está em sua própria motivação cabe ao profissional fazer um curso de especialização de 360h em alguma terapia para ser capacitado em trabalhar com terapia alternativa complementar. Uma boa opção é a Dança do Ventre, sendo prática oriunda de cultura oriental e repassada de geração em geração (COREN, 2001). A Dança do Ventre constitui a importância da boa musculatura do assoalho pélvico, dados demonstram que a região perineal pode ficar com melhor musculatura, reforça a importância desta musculatura pélvica bem fortalecida para saúde da mulher e que para desenvolver esta musculatura se faz necessário uma 49 atividade lúdica para atingir os objetivos. E ajuda a estimular a criatividade, a feminilidade, diminuir a timidez, as tensões pré-menstruais, aumentar a auto-estima, facilitar o processo digestivo, melhorar na sensualidade, na sexualidade e mais disposição para as atividades diárias, logo a dança caracteriza-se por uma atividade prazerosa o que também agrega a Dança do Ventre como uma nova terapia alternativa complementar para reforço perineal e prevenção das disfunções da musculatura do assoalho pélvico (SILVA, 2009). 50 1.4. Os Benefícios da Dança do Ventre Como todas as outras danças, a Dança do Ventre é uma forma de expressão sendo, acima de tudo, uma atividade artística. Embora, sua experiência agrupa também aspectos que influenciam a saúde de maneira positiva, seja no plano psicológico ou físico (RIBEIRO, 2000). Através do movimento da dança o homem se manifesta da expressão e da comunicação verbal, pictórica, musical, dançada, entre outras, através de ações e, coloca à sua disposição o movimento envolvendo simultaneamente a organização perceptiva das conjunções psicomotoras de base como a manipulação, locomoção, tônus postural e as percepções dos sentidos como visão, audição, tato, olfato e gustação de caráter cognitivo e percepções sinestésicas resultando em linguagem. (NANNI, 2005) Esta linguagem trabalha o corpo e a mente de forma positiva beneficiando a estética o bem estar a auto aceitação e todo lado emocional de quem o pratica. No plano psicológico, a bailarina profissional ou a estudante pode achar uma harmonia corpo e mente, formando para si mesma um novo modo de vida. A técnica da Dança do Ventre em si propõe um auto conhecimento. Vivenciando os símbolos e os arquétipos femininos que o universo da Dança do Ventre apresenta, a mulher praticante poderá conhecer mais profundamente sua feminilidade, o que aumentará admiravelmente sua auto-estima (RIBEIRO, 2000). Através da conscientização corporal podem-se criar vários ritmos, passos e danças, porém não interessa a perfeição das técnicas aplicadas e sim o aprofundamento nos conhecimentos do todo no que constitui o passo, o ritmo, a 51 dança. “Deve - se ter em mente que o desenvolvimento físico mental, psíquico e o reconhecimento de potenciais vêm em primeiro lugar.” (AUGUSTINI, 2003). Os movimentos dissociados possibilitam o alivio de tensões de partes especificas do corpo, pois a técnica desta dança é uma técnica somática. Partes necessitam ser isoladas e metradas com precisão. Os movimentos de peito, por exemplo, provocam a liberação do lado emocional e seu equilíbrio. Os de quadris levam a um maior enraizamento e a uma maior compreensão psquicocorporal da própria sexualidade. As tremidas intensificam a circulação sanguíneo sendo um banho de vigor ao corpo todo (RIBEIRO, 2000). Os benefícios da Dança do Ventre surgiram desde sua época inicial e foi aperfeiçoada com a prática e com o decorrer dos séculos, a mistura dos estilos e culturas criaram novas dimensões dentro desta arte que se propagou para o mundo todo. Sócrates, um dos grandes filósofos gregos, através de Platão em Leis VII, avaliou a dança como a atividade que formava o cidadão por completo. A dança daria dimensões adequadas ao corpo, seria fonte de boa saúde, além de ser ótima forma de reflexão estética e filosófica, o que a faz ganhar lugar na educação grega. O homem grego não separava o corpo do espírito e acreditava que o equilíbrio entre ambos que lhe trazia o conhecimento e a sabedoria (MAGALHÃES, 2005). A Dança do Ventre é compreendida como dança exótica, bonita, feminina, cativante e sedutora. Uma dança que ajuda a melhorar o alinhamento da postura, dos quadris e cintura, ajuda no endireitamento da coluna vertebral quando apresenta algum desvio, fortalece os músculos das costas, coxas e barriga, faz com que suas mãos e corpo tornem-se mais flexível e maleável (SELIVERSTOVA, 2007). 52 “Muitos são os benefícios que se atribuem a prática deste tipo de dança, tanto no plano físico como no mental. Pode ser um eixo, mas mediante a dança, é possível uma íntima conexão entre o corpo e a mente, uma situação de perfeito equilíbrio como tantas técnicas, como a meditação ou o yoga.” (VIOLETA-SALVADO&FURELOS, 2004, p.1). Os movimentos de ondulações e alongamento podem acrescentar na flexibilidade dos músculos das mulheres, auxiliando no controle da ansiedade e outros transtornos psíquicos e aprimorando, também, o processo digestivo. Os exercícios circulares e ondulados do corpo, dos braços e das mãos, com contrações e relaxamentos musculares, realizados com o acompanhamento de músicas de ritmos lentos e suaves, gerando diminuição da pressão sanguínea e do ritmo respiratório, que, possivelmente, leva reações no metabolismo, as quais se demonstraram em um meio efetivo de combate à hipertensão e à enxaqueca. (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). A Dança do Ventre estabelece uma conexão com o corpo e desenvolve possibilidades expressivas do indivíduo. Para as mulheres, essa dança traz melhor percepcão da feminilidade e força, através de movimentos específicos da região pélvica, abdominal e respiração, estimula os órgãos internos. Ajuda a reduzir cólicas menstruais, melhora a elasticidade do tecido abdominal e desde sua origem, é uma dança de preparação para a fertilidade, com o trabalho da musculatura pélvica e abdominal. Este trabalho de dança melhora o corpo inteiro através do delicado equilíbrio entre o relaxamento de estresse e fortalecimento dos músculos assim é apropriado para qualquer pessoa, independentemente da sua idade e condição física. Nem requer uma estrutura específica do corpo, como pode ocorrer em outras danças (VIOLETA-SALVADO&FURELOS, 2004, p.1). 53 “Quanto ao aspecto corporal, é uma técnica milenar de intenso condicionamento físico que vai trabalhar de forma completa todos os grupos musculares que formam o corpo humano” (BENCARDINI, 2009). Os exercícios de Dança do Ventre permitem o relaxamento do corpo, derivando num efeito de bem-estar, que possivelmente está coligado à liberação de serotonina pelo organismo. A experiência prática de professores dessa dança sucede que mulheres praticantes são menos expostas a doenças infecciosas. Subentende-se que esse tipo de dança incorporar-se ao sistema imunológico na ação contra essas doenças, incluindo, também, outras, não infecciosas, como a depressão e a ansiedade (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Também há uma grande mobilidade articular na região lombar, pescoço e cintura escapular, evitando a rigidez articular. Ela também promove a flexibilidade e coordenação, e ajuda a garantir a postura correta e o posicionamento dos quadris. (VIOLETA-SALVADO&FURELOS, 2004). Em uma pesquisa aplicada no interior de São Paulo a Dança do Ventre além de ocasionar benefícios externos, ou seja, físicos, também acarreta benefícios internos com a melhora no sistema digestório (SILVA, 2009). Isso ocorre porque os movimentos da Dança do Ventre ajudam a estimular os movimentos peristálticos realizados pelo trato gastrointestinal. Através da Dança do Ventre que também é considerada uma terapia em uma aula de nível adiantado pode-se começar a sentir a melhora da circulação (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Nota-se que os movimentos realizados nas aulas de Dança do Ventre trabalham diversos sistemas do organismo incluindo o circulatório principalmente com os movimentos de abdômen, nesta região a um grande aumento da circulação sanguínea acarretando em bem estar físico e emocional. 54 A Dança do Ventre proporciona diversos benefícios um deles é a flexibilidade, pode-se concluir que as bailarinas melhoram sua postura, e ficam mais eretas (FRANZOSI, 2009). Assim a estética visual que se tem é a de uma pessoa com boa postura e elegante. Vários artifícios são empregados para minimizar o estresse, a dança ajuda a combater o estresse, porque, através da dança a pessoa se liberta, atingindo o equilíbrio interior consigo mesmo (SILVA, 1997). Através da dança consegue-se alcançar o equilíbrio entre funções físicas mentais e emocionais de cada pessoa com relação ao meio exterior, social, cultural e pessoal. Benefícios sexuais são evidentes na vida da praticante com isso há um significante aumento da libido (BENCARDINI, 2002). Com da Dança do Ventre a mulher começa a se valorizar de forma a não criar um estereótipo de sua imagem. A praticante de Dança do Ventre começa a entender seu interior onde ela passa a ter controle sobre si própria, considerando esse controle como um beneficio adquirido, sendo assim a respiração um componente do sistema autônomo estabelecido na área parassimpática do cérebro humano passa a ser melhor respeitada, deste modo a praticante começa a respirar melhor e de forma correta (MORO, 2004). A prática de Dança do Ventre é um mundo enorme de autoconhecimento e crescimento pessoal. Amplia o senso de percepção e as aptidões ocultas em cada praticante. A bailarina (aluna) pode acompanhar, aos poucos, sua evolução dentro da própria dança, e entender que expande seus horizontes, tanto em relação ao seu corpo, quanto à sua mente e espírito (BENCARDINI, 2009). 55 Ao praticar a Dança do Ventre a mulher passa por uma mudança geral, principalmente revitalizando a sua autoestima (MANO, 2010). Portanto a pratica de Dança do Ventre oferece uma série de benefícios localizados em diversas áreas do corpo. Então toda mulher deveria praticar a Dança do Ventre. Comumente, o assunto preconceito está associado à ignorância. Quem acomete esta forma de expressão artística não a conhece genuinamente. Não sabe os benefícios que sua prática pode ocasionar ou não quer se admitir conhecê-los. Por estes e outros motivos, essas pessoas devem ser respeitadas, para que deste modo aprendam também a respeitar a Dança do Ventre e as mulheres que com ela trabalham (BENCARDINI, 2009). Os movimentos desta dança são tão individuais para cada pessoa, cada corpo, cada constituição, a bailarina aprende a melhorar o seu corpo em uma modalidade individual, permitindo que a bailarina não se prenda a padrões de beleza e sim sinta que ela pode ser bela do jeito que realmente é (SELIVERSTOVA, 2007). 56 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Identificar e analisar os benefícios da Dança do Ventre para a saúde sintetizando os em aspectos físicos, mentais e emocionais para o corpo feminino. 2.2. Objetivos específicos - Caracterizar sociodemograficamente a amostra, através das variáveis, idade e estado civil. - Caracterizar o que levou a praticar a Dança do Ventre - Identificar o tempo de prática da Dança do Ventre - Identificar os benefícios fisiológicos, mentais e emocionais da Dança do Ventre para a saúde do corpo. 57 3. JUSTIFICATIVA A motivação para desenvolver este tema foi a de inovar no conteúdo do curso técnico em enfermagem de acordo com a resolução COFEN-197/97 realizada em 18.07.95, onde dispõe que as terapias alternativas (Acupuntura, Iridologia, Fitoterapia, Reflexologia, Quiropraxia, Massoterapia, dentre outras), são práticas oriundas, em sua maioria, de culturas orientais, onde são exercidas ou executadas por práticos treinados assistematicamente e repassados de geração em geração não estando vinculados a qualquer categoria profissional, que diz que as danças orientais poderiam ser usadas como terapia alternativa por profissionais de enfermagem, e nos vimos obrigadas à complementar os cuidados de enfermagem e aperfeiçoá-lo em um sistema de evolução de hábitos, a fim de garantir a prevenção e melhorar na qualidade de vida do ser humano. E melhorar a assistência aos cuidados prestados renovando toda a questão de humanização. Contudo, o que mais fortaleceu a escolha do tema surgiu a partir de uma simples menção a essa manifestação cultural que foi suficiente para desencadear reações negativas por parte de algumas pessoas que entraram em contato com esta pesquisa. Porém, nós profissionais da arte do cuidar sabemos que a integridade da nossa saúde se dá por um completo equilíbrio em todo sentido do organismo, das necessidades importantes entre elas destacamos o prazer. No que diz respeito, a Dança do Ventre é uma atividade, lúdica, prazerosa e que beneficia a saúde completa. Concretizamos a escolha sobre o tema por beneficiar em especial as mulheres que a cada dia tem tomado seu espaço no mundo moderno e globalizado, vivenciando a “correria do dia-a-dia” fazendo com que nós mulheres deixemos de lado os pequenos e valiosos minutos de cuidados e dedicação que poderiam ser 58 depositados em saúde, beleza, descontração, entretenimento, prazer. A Dança do Ventre proporciona todos estes benefícios em pouco tempo de dedicação e prática. Diante das informações que relacionam a Dança do Ventre e o desenvolvimento dos benefícios com a prática o presente estudo buscou traçar uma relação entre a técnica e o benefício apresentado a partir do uso da Dança do Ventre e sua influencia na vida da mulher. 59 4. METODOLOGIA 4.1. Tipo de Estudo A pesquisa científica configurou-se como um trabalho descritivo quantitativo. A pesquisa descritiva é o estudo que envolve formas de descrever através das incidências (porcentagens), a dimensão dos fatos estudados na pesquisa, para melhor entendimento e compreensão do leitor. Já o estudo quantitativo, parte de teorias ou conceitos, observando como os fenômenos pesquisados agem em relação ao mesmo, procurando especificar através dos dados obtidos para se modificar ou dar credibilidade ao conceito/ teoria encontrado (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). Indicamos este tipo de pesquisa para melhor construção correta dos dados, adequando aos objetivos da investigação e que pudesse oferecer elementos teóricos para análise considerando este estudo como quantificável, o que denota demonstrar em números opiniões e informações para classificação e análise. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas. 4.2. Local do Estudo O estudo foi realizado no município de Araraquara, fundado em 22 de agosto de 1877, situada no Estado de São Paulo a 282 km da capital com aproximadamente 200.666 habitantes. A Academia de ginástica e dança, onde foi realizado o estudo, foi inaugurada no mês de Julho de 1988 e localiza-se em um bairro periférico do 60 município. Contém uma equipe de trabalho corporal constituído por seis professores, dois administradores e um funcionário da equipe de apoio, nesta Academia têm matriculado 51 alunos no curso de Dança do Ventre e 167 alunos no total matriculados. 4.3. Amostra do Estudo A pesquisa desenvolvida teve como participantes 20 alunas bailarinas matriculadas em uma academia de ginástica e dança praticantes de Dança do Ventre. Foram considerados os seguintes critérios de exclusão: Crianças que não poderiam responder e entender de maneira coerente as questões abordadas no Apêndice B. Não consentimento da bailarina em participar da pesquisa. Bailarinas não encontradas após três tentativas de visita na academia. 4.4. Período de estudo A coleta de dados foi realizada pelo grupo de pesquisadoras através de visitas na academia nos dias 23, 25 e 28 de agosto de 2010 após a aprovação da instituição (Anexo B). A partir deste realizamos a outras etapas da pesquisa. 4.5. Instrumentos de coleta de Dados A partir do conhecimento dos sujeitos, foram realizadas as visitas na academia para esclarecimento da pesquisa e seus objetivos, agendamento da pesquisa na própria academia e aplicação do questionário a quem as bailarinas já estavam disponíveis naquele momento. 61 A escolha da aplicação do questionário na própria academia ocorreu através da compreensão de que nesta a bailarina pudesse sentir-se mais confortável para informar os dados exigidos no questionário de forma mais correspondente com o que elas vivenciavam na prática, já que a aplicação foi ao término das aulas de Dança do Ventre. 4.6. Aspectos Éticos Legais No desenvolvimento do projeto de pesquisa, foram tomados cuidados para que os princípios éticos que regem pesquisas com participação de seres humanos fossem respeitados. Para todas as participantes, foi entregue um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A), garantindo-lhes os direitos como voluntários, conforme Resolução 196/96 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1996). 4.7. Coleta de Dados As bailarinas de Dança do Ventre responderam um questionário com questões de respostas fechadas (Apêndice B), relatando os benefícios para a saúde após ter iniciado a Dança do Ventre. A coleta foi de forma individual a cada bailarina. O questionário foi elaborado a partir de levantamentos dos benefícios adquiridos junto à Dança do Ventre, identificando assim os resultados. 62 4.8. Análise de Dados Depois de colhidos os dados foram analisados e em seguida dispostos em gráficos e tabelas, onde posteriormente estas variáveis foram tabuladas e discutidas com ênfase em trabalhos científicos já publicados. Segundo (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004) estatísticas descritivas é uma pesquisa que envolve coleta de dados, utilizando variável, principalmente na forma numérica, identificando-os de acordo com o grau de interesse da pesquisa. 63 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Gráfico 1: Distribuição percentual das bailarinas, segundo a faixa etária. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo,2010. Quanto a ao percentual de idade das bailarinas entrevistadas, denota-se predominância de 30% (06) com idade entre 41 a 50 anos. A seguir temos as faixas de 21 a 30 anos com 25% (05), de 11 a 20 anos e 31 a 40 anos com 20% (04 cada opção) e em sua minoria temos a faixa de 51 a 60 anos com 5% (01). Os dados revelados no gráfico nos mostram um equilíbrio na faixa etária de mulheres que praticam a Dança do Ventre, indicando que, a Dança do Ventre pode ser feita por todas as mulheres, independente da idade (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Porém, o que se observa é que o número de mulheres na faixa de 51 a 60 é bem menor. Este fato se dá por conta de muitas mulheres se sentirem vilipendiadas ao estarem presentes em conjunto de mulheres mais jovens e por apresentarem maior grau de sedentarismo. 64 Em uma pesquisa realizada em 2005 sobre sedentarismo no lazer foi observado que o maior percentual de sedentarismo no lazer ocorre em predominância nas mulheres. Quanto à idade e ao estado civil, o sedentarismo no lazer predominou na faixa etária de 40 a 59 anos e entre as casadas, separada e viúvas, com diferenças significativas e esses números só tendem a aumentar com a idade (PITANGA, 2005). Entretanto, a explicação para esse fenômeno poderia ser dada pelo fato de que, nessa faixa etária, as mulheres já teriam criado seus filhos, muitas vezes, já estando aposentadas, tendo conseqüentemente mais oportunidades para participar de atividades físicas nos seus momentos de lazer. Mesmo assim observamos que a busca da prática da atividade física em mulheres idosas são bem pequenas. Como a Dança do Ventre não exige um determinado tipo físico, todas as mulheres podem praticá-la, sejam elas magras, gordas, altas ou baixas (DOBBECK, 2010), além disso, não existe uma idade máxima para fazer Dança do ventre, o que significa que as mulheres de meia-idade (ou melhor, idade) podem usufruir de seus benefícios e outro aspecto importante é que a mulher, com a prática independente da idade começa a se sentir mais feminina e sedutora. (CORNELY, 2008). Estes dados coincidiram com a nossa pesquisa enfatizando que qualquer pessoa de qualquer idade pode praticar a Dança do Ventre. 65 Gráfico 2: Distribuição percentual das bailarinas entrevistadas em relação ao estado civil. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. O gráfico acima ilustra os seguintes resultados 45% da mulheres que praticam Dança do Ventre são solteiras, 45% (09) são casadas 45% (09), 5% (01) Viúva e 5% (01) outro. Conforme o resultado da pesquisa quanto ao estado civil, é possível notar a equivalência entre mulheres solteiras e casadas e um menor número de viuva e outro, que praticam a Dança do Ventre. Segundo (ABRÃO; PEDRÃO, 2005) a Dança do Ventre é uma maneira clara, simples, direta e ampla para trabalhar a saúde de um grupo de mulheres. É uma prática alternativa milenar que reduz a complexidade na abordagem da sexualidade feminina. Diante da pesquisa observamos que mulheres solteiras geralmente estão em busca de uma fusão que une saúde, beleza e sexualidade. As casadas, viúvas e outro procuram uma forma de auto realização com relação a independencia e aumento da auto estima. 66 A Dança do Ventre destaca que além da questão da saúde e estética, as mulheres casadas, avançam em busca da auto-estima e do exótico reavaliando seus conceitos sociais (FIGUEREDO, 2006). Assim sendo, apesar das distinções, a dança é uma cultura, que está ao alcance de todos independente do estado civil, gênero, e idade (REIS, 2007). Em um estudo realizado em São Paulo sobre câncer de mama e imagem corporal: uma busca através da Dança do Ventre a autora concluí na primeira análise que independente da idade, profissão, estado civil, tipo de cirurgia, reconstrução da mama ou não, as mulheres sentem uma mudança negativa em sua imagem corporal, tanto em analogia à como se vêem quanto a como se sentem e como acham que os outros as vêem, referindo-se ao corpo como faltando pedaço e o sentindo com estranheza. Também demonstram receio quanto ao parceiro a perceber com estranheza causando o medo de rejeição, medo do próprio toque na mama e medo de mostrar a mama. Mas logo ela percebe que as coisas não são bem assim o artigo demonstra muita aceitação, e mostra que a mulher não se sente atraente apenas pelos seus seios, ela reconhece que existem muitos outros atributos em seu corpo que camufla esta deficiência (MENENDÉZ, 2007). Então independente de qualquer situação, idade, estado civil, deficiência, a mulher pode praticar a Dança do Ventre e conseguir muitos beneficios, coincidindo novamente com nossos resultados. 67 Gráfico 3:Distribuição percentual do tempo de prática das bailarinas. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. O gráfico acima relaciona o tempo de prática de Dança do Ventre das 20 bailarinas entrevistadas 20% (04) praticam a Dança do Ventre de 0 a 3 meses, 20% (04) de 4 a 6 meses, 30% (06) de 1 a 2 anos, 30% (06) há mais de 5 anos. Com relação ao gráfico podemos dizer que o tempo de prática da Dança do Ventre vem crescendo. A ampliação da Dança do Ventre no Brasil se dá hoje em âmbito nacional, porém, a produção artística é mais dirigida em São Paulo, onde existe maior número de profissionais da área, como professoras, coreógrafas e músicos. Existe um grande número de imigrantes árabes e descendentes, tanto no estado como nos municípios de São Paulo, o que favorece esta propagação cultural, na qual a manifestação artística está sempre muito presente (KUSSUNOKI; AGUIAR, 2009). No Brasil, a Dança do Ventre se popularizou muito, especialmente com a repercussão obtida após a novela “O Clone” exibido entre 2001 e 2002. Através da novela, o público pôde ver alguns tipos de costumes, roupas usadas e alguns 68 elementos da dança, bem como a uso da dança em festas, como as de casamento, consequentemente, isto influenciou a mulher brasileira, o que aumentou o número de praticantes desta arte (ARAÚJO, 2008). A Dança do Ventre é um estilo de dança oriental que têm se popularizado no ocidente, estando hoje largamente praticada em escolas de dança e academias de ginástica. Tradicionalmente praticadas apenas por mulheres, é vista pelo senso comum como uma dança do feminino, uma forma de “expressão da essência feminina” (REIS, 2008). Isto se percebe através de suas tradições onde são trabalhadas todas as concepções do feminino estipulado pela humanidade. 69 Tabela 1. Distribuição Percentual dos motivos que levaram as bailarinas a praticarem Dança do Ventre. MOTIVOS Cólica menstrual Dor Muscular Falta de prazer pela vida Atividade Física Não estava satisfeita com o próprio corpo Considera um tipo de arte Sensualidade É um tipo de expressão Faz Refletir Coordenação Motora Auto Estima PORCENTAGEM DE RESPOSTAS EM RELAÇÃO AOS MOTIVOS 5% (01) 25% (05) 5% (01) 85% (17) 10% (02) 85% (17) 22% (11) 45% (09) 32% (08) 5% (01) 10% (02) Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo,2010. Na tabela acima encontramos a representação percentual dos motivos que levaram as bailarinas a procurarem uma academia de dança para praticar a Dança do Ventre. Fatores predominantes foram: atividade física e considerar a Dança do Ventre um tipo de arte com 85% dos motivos; é um tipo de expressão 45%, faz refletir 32%, dor muscular 25%, sensualidade 22%, não estava satisfeita com o próprio corpo 10%, autoestima 10%, cólica menstrual 5%, coordenação motora 5% e falta de prazer pela vida 5%. Quanto aos motivos Físicos classificados em: cólicas menstruais, dor muscular, atividade física, insatisfação com o corpo, ser um tipo de expressão. O número é grande o que demonstram que as bailarinas já tinham algum conhecimento prévio para ir à busca destes benefícios tais como a atividade física onde a Dança do Ventre é completa, pois trabalha todos os músculos da dançarina. Além dos membros superiores e inferiores, geralmente usados na dança ocidental, à Dança do Ventre trabalha tronco, quadris, mãos, e até os músculos do pescoço. Como parte desta dança é feita em meia ponta alta algumas das técnicas da dança 70 dos gregos que sobrevive até hoje, conhecido como relevé nome original é muito usado no balé de corte e mais tarde no clássico. Onde, registros de figuras orquésticas pintadas ou desenhadas em vasos e escritos mostravam a meia ponta alta. Esses documentos, quando examinados, podem sugerir que os gregos procuravam uma harmonia, uma simetria, um equilíbrio natural ao usarem o relevé, que fortalece os músculos das pernas e também os glúteos (MAGALHÃES, 2005). Devido à necessidade de se manter os braços erguidos, em diversos momentos, os músculos desta região ficam mais firmes e torneados. A contínua contração da barriga ajuda a firmá-la. E ao contrário do que se pensa, Dança do Ventre não aumenta a região abdominal. Outro importante benefício é a correção postural, que deixa a mulher mais elegante. Dentre os motivos para praticar Dança do Ventre temos cólicas menstruais. Em estudo realizado em Salvador em 2009 as entrevistadas afirmaram melhora e aumento de vários benefícios com a dança atribuídos a saúde tanto física, mental e emocional entre elas o alívio de cólicas menstruais. (SILVA, 2009). Isso de dá por conta dos movimentos da Dança do Ventre que estimula a circulação sanguinea da região pélvica, através dos exercicios de alongamento e passos da própria dança. Quanto a dor muscular toda atividade física deve ser precedida de alongamentos para não causar lesões. O alongamento estático é baseado cientificamente e comprovadamente diligente na ampliação do movimento. Ele aglomera as restrições típicas de tempo limitado e requer menos espaço, além de poder ser feito em qualquer lugar. É também exigido para o desenvolvimento favorável da flexibilidade estática, requer um menor consumo de energia (o que resulta em menos sofrimento) e alívio da dor muscular (SOUZA, 2006). Este tipo de 71 alongamento são os mais usados nas aulas de Dança do Ventre o que estimula a flexibilidade, relaxamento e alívio das dores musculares nesta atividade. Com relação a atividade física na Dança do Ventre, além de uma excelente atividade física, única feita exclusivamente para o corpo da mulher, ela nos instrui algo muito valioso: O RESGATE DO DIVINO FEMININO, a nossa essência, quem verdadeiramente somos, pois a Deusa vive dentro de cada mulher (BRAGA, 2007). “É uma dança que vai pelo e com o corpo, não contra o corpo” (RIBEIRO, 1999 p.12). Os movimentos de dança do ventre constitui as formas arredondadas do corpo feminino apeifeiçoando a musculatura nos lugares certos. A Dança do Ventre faz o corpo da mulher se movimentar de forma harmoniosa, resgatando a verdadeira essência do feminino, devolvendo a expressão da vida e a luz contida no íntimo de cada mulher, esquecidas pelo mundo capitalista, digital e tecnológico em que vivemos (MANO, 2010). Esta atividade física estimula e trabalha a alma da mulher, por trazer e “exalar” bem estar. Nas aulas de Dança do Ventre a bailarina se sente a vontade para pensar, refletir e se movimentar da forma que quiser sem se preocupar com julgamentos ou acusações. A Dança do Ventre estimula os pontos energéticos do corpo, quando a bailarina faz os movimentos ela consequentemente massageia os órgãos internos ativando a circulação e melhorando o metabolismo uma aula de nível adiantado, perde cerca de 200 cal. (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Os resultados físicos esperados do treinamento de Dança do Ventre são pernas mais fortes, braços, ventre modelados e definidos “(é um ventre forte, mas sua definição é específica à Dança do Ventre, não é como se fizéssemos exercícios 72 abdominais)” melhor postura, flexibilidade na coluna (RIBEIRO, 2000). Com corpo melhor mais satisfação e plenitude. Insatisfação com o corpo: As pessoas hoje em dia tem a mania de emitir julgamentos pessoais ou de comparação principalmente no quesito autoestima, preconceito, autoimagem elas se autoflagelam com pensamentos e atitudes (CARDOSO et al., 2010) a busca por uma atividade lúdica, prazerosa e benéfica para a saúde minimiza os problemas com auto imagens imposto pela sociedade, publicidade e mídia. O Corpo em movimento apresenta-se como uma necessidade da vida moderna, dada à correria do dia-a-dia. Constitui-se em meio de acatar não só às necessidades vitais do homem, como também às obrigações sociais, às referências individuais (percepção dos estados de tensão/ relaxamento), da auto-imagem (pela consciência corporal), do autoconceito (na busca de sua identidade do “Eu” existencial) e destas em afinidade à sociedade e aos diversos tipos de comportamentos e estilos de vida, ou ainda, nas inter-relações pessoais que advêm da sociedade em que o homem se insere (noção de tempo e espaço em relação ao meio ambiente) (NANNI, 2005). Criar um tempo para dedicar-se as necessidades de lazer e satisfação é uma tarefa bastante difícil principalmente pelo costume habitual humano de querer ver mudanças rapidamente, esta frustração é sentida e jogada na cara das pessoas pela publicidade. A Mídia a internet as capas de revistas jogam na face de cada um como seria um corpo perfeito, a família os amigos todos almejam um porte físico melhor um estudo aponta que imagem corporal tem maiores importâncias de acordo com cada situação, por exemplo, um jovem, universitário que tem status requer um corpo 73 “melhor “que uma pessoa de 40 anos (DAMASCENO, 2005). Esta visão é imposta pela sociedade de forma discriminatória alterando assim o estado se satisfação de cada pessoa com relação ao seu corpo. A Dança do Ventre proporciona grandes benefícios estéticos e físicos estes benefícios elevam os níveis de auto aceitação e a autoestima cresce melhorando a satisfação física (FRANZOSI, 2009). A Dança do Ventre permiti uma melhor conduta em relação as escolhas para melhor funcionar e tratar seu corpo, fazendo com que a mulher venha praticar uma atividade física que expresse sua relação com o mundo e seu corpo e que traga benefícios tanto, estéticos como o bem estar. Quanto ao tipo de expressão é mencionado que uma das primeiras tentativas do ser humano em se comunicar foi por meio da expressão corporal que surgiu como uma forma de libertação e evolução dos nossos sentimentos como clamor da alma. Na antiguidade as mulheres que eram sacerdotisas e bailarinas praticavam a dança como expressão de ritual como forma de identificação com a Deusa, desta forma se aproximavam das origens do universo trazendo para essas mulheres força, esperança, ajudando-as às difíceis condições de vida. (MANO, 2010). O ser humano nasceu buscando a expressão, com o tempo e a experiência, evoluiu e refinou sua expressão em arte. Como todo tipo de expressão assim como a dança, para se adquirir uma técnica refinada é preciso muito treino e trabalho de consciência corporal (RIBEIRO, 1999). A Dança do Ventre estabelece relação com a criatividade e evolução nas coreografias e nos passos. 74 Na busca incessante do seu “Ser” e de significados, as mulheres reencontram na expressão do movimento o verdadeiro significado da sua existência e evolução. A dança é a expressão da vida, nunca tem um fim, há sempre uma possibilidade de criação e renovação, está intrínseca no ser humano é a forma de percepção do seu corpo em relação com a própria vida e o universo, comunicandose por meio do movimento (MANO, 2010). Esta forma de comunicação também expressa os sentimentos emocionais da mulher. Com relação aos motivos emocionais observamos a necessidade humana e feminina de crescer emocionalmente evoluir já que este motivo é o mais predominante, o que determina a escolha para uma ação é a intensidade dessa necessidade que refere ao tanto de esforço, motivação depositado para se realizar algo (ELY, 2009). Quanto a falta de prazer pela vida, considera um tipo de arte, sensualidade e faz refletir. A Dança do Ventre desenvolve o aspecto emocional quanto à questão da auto-estima que é especialmente trabalhada, conforme relato das várias alunas entrevistadas. Mulheres inseguras aprendem a confiar mais em si mesmas, e as tímidas, a se soltar mais (CORNELY, 2008). Em um estudo recente, coloca que a percepção de prazer pela vida depende de como cada individuo encara as diversas situações sendo ela familiar, profissional ou social. (JANUÁRIO, 2008). Logo entende-se que a Dança do Ventre é uma boa opção para organizar os pensamentos e relaxar. A arte da Dança do Ventre constitui-se em arte não apenas por ser milenar, mas também por expressar os significados do nosso corpo e auxiliar a nossa mente a refletir sobre uma melhor evolução. (PETO, 2005). 75 A Dança do Ventre recebe um enfoque dado à prática por ser arte antiga por envolver rituais de fertilidade, maternidade, sensualidade, sexualidade, religião e dança (CAMARGO, 2007). Quando uma bailarina faz uma apresentação ela tenta atingir o outro de forma artística como todas as outras danças, a Dança do Ventre equivale a uma configuração de expressão e a uma atividade artística. A arte freqüentemente é atingida como a atividade humana atrelada a manifestações de ordem estética, realizada por artistas a partir de percepção, emoções e idéias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores, dando um significado único e diferente para cada obra de arte. Assim, entende-se como a dança é uma arte completa. A Dança do Ventre é muito sensual e este fato se dá por conta do ventre ocultar o segredo da vida onde o ventre é a fonte da energia no corpo da mulher. A dança trabalha os movimentos conscientizando este corpo, fazendo contato direto com a pelve, onde se localiza a energia sexual, junto do processo mental (MORO 2004). A sensualidade sentida com esta dança é mais que desejo e paixão é arte. A sensualidade em plenos movimentos, mãos que incitam mistérios, suavidade, compõem um trabalho terapêutico de resgate da sensualidade, da autoestima e da satisfação com o próprio corpo corrompida pelas imposições da modernidade. As mulheres modernas, muitas vezes incumbidas de tripla jornada de trabalho, encontram na Dança do Ventre um momento em que os problemas se dispersam e a timidez passa a ser um incômodo irrelevante. A Dança do Ventre devolve as praticantes à identidade feminina, através da sensualidade e da consciência corporal (XAVIER, 2006). 76 A dança, de um modo geral, é importantíssima, como meio de comunicarse, de criar reflexões e de possibilidades de conceitos e definições, onde o respeito a si próprio e aos outros está mais que presente em sua prática, pois trazem aprendizados e conhecimentos, que levam a transformações, reafirmações concepções e princípios, na busca de uma obra mais inovadora, inteligente e futurista de nosso código de valores (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). A Dança do Ventre cria seus momentos de reflexões por conta dos sons exóticos, pés descalços, movimentos circulares com o tempo de prática a mulher desenvolve uma nova e evoluída visão holística de si mesma. A Dança do Ventre é direcionada ao próprio corpo, ao conhecimento de cada movimento que por mais sútil, mexe, chacoalha e desperta a sensualidade em cada alma feminina. (MANO, 2010) “A maioria das mulheres relatam alegria, relaxamento e estar de bem com a vida na prática da dança do ventre, e, no plano emocional, a dança do ventre transforma as emoções, dando à mulher mais feminilidade, beleza e suavidade, mais confiança e segurança. É a chamada “descoberta do próprio corpo”, que, de certa forma, leva a mulher a aceitar-se mais e, conseqüentemente, ter mais facilidade para a aceitação do outro, incluindo o próprio parceiro ”(ABRÃO; PEDRÃO, 2005p.4). Com relação aos motivos mentais para se praticar a Dança do Ventre aqui representadas como coordenação motora e na opção estabelecida pela resposta de uma das entrevistadas dada como autoestima. Compreende-se por questões relacionadas ao psíquico classificando este como o motivo para a busca de uma atividade física como a Dança do Ventre, entende-se que a bailarina tenha uma dificuldade em algum movimento corporal ou que especifique em distúrbios de memória, falta de equilíbrio e desenvolvimento da criatividade (DOBBECK, 2010). Portanto a prática da danças principalmente da 77 Dança do Ventre ajuda e auxilia em distúrbios ligados a memória, pois a elaboração de passos e coreográfias estimula o exercicios mental e a coordenação motora. Esta dança desenvolve bem coordenação, ajuda a manter e a formar relações mentais com o mundo exterior, ou seja, além de seu corpo, a Dança do Ventre é para muitos a melhor maneira de auto-conhecimento, a capacidade de conhecer o corpo e a compreender a profundidade da alma. A dança nos ensina a respeitar o corpo com amor (SELIVERSTOVA, 2007). Em um estudo foi constatada a transformação com relação a auto estima onde as bailarinas passaram a expressar melhor “autoconfiança, autoconhecimento, autonomia, fortalecimento da identidade, prazer do movimento, sensualidade, felicidade” e tranquilidade (CAMARGO,2008). Portanto a Dança do Ventre auxilia no processo de construção da pessoa. Na mulher estimula a libido e aumenta a autoestima (SELIVERSTOVA, 2007). Assim sendo, motivos para querer praticar a Dança do Ventre não faltam, mas o que causa este motivo é a mudança física, mental, emocional? A motivação está associada á palavra motivo, que pode ser definido como: Força interior, impulso, intenção, que leva a pessoa a fazer algo ou agir de certa forma e que afeta o inicio, a manutenção e a intensidade da conduta. (PEREIRA 1984 apud; PAIM, 2005). Portanto a motivação tem grau de intensidade. A intensidade refere-se ao tanto de esforço, motivação depositada para realizar algo, podendo ser ruim ou bom (ELY, 2009) A motivação pode ser influenciada em qualquer ambiente, a motivação constitui-se um dos elementos centrais para tarefa ou escolhas bem sucedida. 78 Gráfico 4:Distribuição percentual da parte do corpo que menos aprecia. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. Observamos pelas análises das respostas das bailarinas do presente estudo e também, pela experiência prática que a Dança do Ventre ajudou com a autoestima com relação ao corpo. 36% (09) das bailarinas entrevistadas tem menor apreço com relação à barriga, 20% (05) em relação aos seios, 12% (03) ao pé, 8% (02 cada opção) braço, pernas e outros e 4% (01) glúteo e uma opção não respondida. Em seu estudo realizado sobre cirurgia plástica estética, confirma que 90% das mulheres entrevistadas referiam querer mudança no corpo sendo que a porcentagem maior, 28% afirmaram querer modificações no abdômen (VALLADARES, et al. 2004). O processo de satisfação de imagem corporal identifica-se em apropriarse de partes do corpo alheio incorporando-as em nossa própria imagem corporal, ou seja, a nossa satisfação estética depende do interesse dos outros pelo nosso próprio corpo (SAUR, 2007). 79 A Dança do Ventre ajuda no aumento da autoestima, modelando o físico, através dos exercícios de ondulações e alongamento realizados com corpo, braços e mãos afirmando assim um aumento da flexibilidade e musculatura (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). 80 Gráfico 5: Distribuição percentual da melhora da parte do corpo que menos aprecia. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. A partir dos dados apresentados 50% (10) das bailarinas afirmaram ter mudança física em a relação à parte que menos aprecia. 45% (09) disseram não ter apresentado mudança na parte física que menos aprecia e 5% (01) não responderam. Em relação ao gráfico as bailarinas demonstraram não praticar a dança apenas por motivos estéticos ou físicos os benefícios com a Dança do Ventre vão além da beleza. De acordo com (REIS, 2007) as mulheres com relação à Dança do Ventre apresenta uma visão não como um produto estético, mas um processo em que um sujeito se estetiza para outro sujeito. Segundo (LABAN, 1978), a dança se desenvolve através dos ritmos e assim as bailarinas mesmo algumas com suas dificuldades mostram os esforços para realizar os movimentos incompletos, utilizando o interior e assim transferindo para o seu exterior. Uma das dificuldades observadas foi à auto aceitação com o 81 próprio corpo e sua imagem algumas bailarinas, não olham ou ficam perto dos espelhos. A Dança do Ventre conduz as mulheres a um reencontro com o seu próprio eu, levando a perceber sentimentos e sensações que passavam despercebidos, como o medo e a sensualidade, permitindo que os compreendam e interpretem. A dança desperta para sua totalidade levando a um diálogo com o corpo aceitando, fazendo com que as mulheres se explorem mais, a Dança do Ventre leva-as a uma maior consciência corporal e maior percepção de si mesmas como um todo e novas percepções que levaram ao despertar da sensualidade (MENÉNDEZ, 2007). 82 Em relação à distribuição percentual das que consideram a Dança do Ventre uma atividade prazerosa, lúdica e benéfica para saúde evidenciamos que: Todas as (20) bailarinas consideram a Dança do Ventre uma atividade prazerosa, lúdica e benéfica para a saúde. Com mais podemos dizer que a Dança do Ventre proporciona diversos benefícios entre ele o bem estar. A Dança do Ventre pode nos oferecer, prazer e adquirir maior sentindo de pertinência em relação à harmonia, vitalizando e orientando para uma expressão estruturada da dança melhorando, assim, a saúde física e mental (PETO; SAWADA; ZAGO, 2000). Com isso podemos afirmar que a Dança do Ventre traz benefícios, diversão e distração quando executada com prazer, fazendo com que a dança acarrete em bem estar através desta atividade lúdica que envolve música, brincadeira, ritmo e movimento. Portanto, a bailarina desenvolve a atividade motora, mental e emocional. A psicoterapia associada à dança poderá trazer de uma forma prazerosa a busca por desenvolvimento, e contato com as diferentes dificuldades de cada um ao admirar a própria imagem. Pois a Dança do Ventre envolve e desenvolve a beleza, a sensualidade, a vaidade e a feminilidade (MORO, 2004). Sendo assim, a Dança do Ventre trás benefícios físicos libertando de forma criativa o lado “infantil” da mulher. A Dança do Ventre apresenta-se em uma visão lúdica inerente, tornandose puro entretenimento social dando livre expressão do prazer na cadência do ritmo (BENCARDINI, 2009). Contudo, afirmando assim a Dança do Ventre permanece ao longo dos séculos sendo uma atividade, lúdica e prazerosa. Na antiguidade, as mulheres dançavam a fertilização da terra, a energia de seu povo, e os prazeres do corpo, 83 dando um tom sensual, místico e energético (MORO, 2004). De tal modo esta pesquisa de Dança do Ventre afirma este fato e assegura os dados obtidos. Surpresas, brincadeiras, incorporações de estados de espírito e de padrões femininos transformam esta dança numa forma de descoberta profunda da feminilidade e da arte em si. Mais do que tudo, a Dança do Ventre é um estilo de vida! (RIBEIRO, 1999). 84 Gráfico 7: Distribuição percentual das que consideram ter apresentado mudanças mentais. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. De acordo com o gráfico acima se verifica que 20% (04) das bailarinas de Dança do Ventre não consideram ter apresentado mudanças mentais, enquanto que 80% (16) afirmam que notaram mudança em sua saúde mental após a prática da dança. A Dança do Ventre age no plano mental, os movimentos ondulatórios e os alongamentos ajudam a controlar transtornos psíquicos, agiliza o raciocínio, estimula a memória e proporciona maior concentração (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). O movimento estimula a concentração e a memória e quando dançamos estamos nos expressando através de movimentos. O movimento revela a vida interior de uma pessoa tanto das impressões externas imediatas como as já vivenciadas pela memória (JULIANUS; et al, 2008). Em estudo realizado sobre cursos alternativos para os funcionários da área da enfermagem conclui-se que a dança dentre outros cursos voltados à 85 questão do prazer e lazer contribui para a melhoria no relacionamento com os colegas de trabalho consigo mesmo, com o próprio trabalho, valorizando sua saúde física e mental e todo o processo de aprendizagem (MADEIRA, 1996). Acreditando que a Dança do Ventre, contribui para uma melhora na saúde corporal, física e mental nas mulheres após o contato com a dança, proporcionando convívio social e familiar melhorado (PETO, 2000). 86 Gráfico 8: Distribuição das que consideram apresentar mudanças emocionais. Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo, 2010. De acordo com a análise dos dados referente à pesquisa feita, 25% (05) das bailarinas entrevistadas não consideram ter apresentado mudanças em seu estado emocional, ao passo que 75% (15) delas afirmam ter notado mudança em seu estado emocional após a prática da dança. O corpo possui uma vasta rede fazendo conexão do cérebro aos órgãos e tecidos do corpo, através do sistema nervoso, de tal maneira formando um circuito que liga desde uma célula a um de terminado órgão ou sistema e até mesmo uma emoção ou pensamento. Assim sendo, o equilíbrio e desequilíbrio de um órgão ou sistema sempre estará ligado ao emocional (MIORIM, 2006). Afirmando que por ter uma técnica livre, a Dança do Ventre faz com que suas praticantes dancem com seus mais profundos sentimentos e a unidade espírito, corpo, almas vibram mais conjuntamente, trabalhando questões como relacionamentos, vida interior e valores femininos (RIBEIRO; et al, 2005). 87 A dança criativa estimula a auto expressão, aumenta o desenvolvimento social e ajuda a ter relação consigo mesmo. As habilidades motoras básicas desencadeiam o movimento e podem influenciar o estado emocional, cognitivo e a motivação entre outros (CAMPEIZ; VOLP, 2004) Também é válido afirma que a Dança do Ventre vem sendo cada vez mais praticada porque além de atuar como exercício físico ela também provoca transformações emocionais como promover a reaproximação da feminilidade (GOLIK, 1995). 88 Tabela 2. Distribuição Percentual dos benefícios sentidos com a prática da Dança do Ventre. BENEFÍCIOS Alinhamento Postural Alívio das Cólicas Alívio de dores Melhora do funcionamento intestinal Melhora da Circulação Melhora da Respiração Aumento da Libido Aumento da autoestima Proporcionou Bem estar Diminuiu o Stress Novos Amigos PORCENTAGEM DAS RESPOSTAS EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS 70% (14) 15% (03) 20% (04) 15% (03) 40% (08) 55% (11) 20% (04) 80% (16) 85% (17) 55% (11) 80% (16) Fonte: Academia de ginástica e dança de um município do interior do Estado de São Paulo,2010. Na tabela encontramos a representação percentual dos benefícios sentidos pela prática de Dança do Ventre: 85% consideraram que praticar a Dança do Ventre fez com que as bailarinas sentissem bem estar, 80% consideraram ter feito novos amigos e melhora da autoestima, 70% alinhamento postural, 55% diminuição do stress e melhora da respiração, 40% melhora na circulação, 20% aumento da libido e alívio de dores, 15% alívio de cólicas menstruais e melhor funcionamento intestinal. Os benefícios adquiridos com a prática da Dança do Ventre são inúmeros e podem auxiliar no estilo de vida saudavél, garantindo uma melhor qualidade de vida no âmbito pessoal e social, beneficiando as funções do organismo de cada praticante, principalmente no aspecto físico, mental e emocional, favorecendo o equilíbrio para a saúde. Entre todos estes benefícios o que tem mais chamado atenção das mulheres é a estética graças à competitividade relacionada ao cotidiano feminino. 89 A estética do movimento realizado com a Dança do Ventre se expressa na crença de liberdade, a graça, plasticidade e expressividade. Estes movimentos além de proporcionar enormes benefícios à saúde, os movimentos de quadris, não só reforçam o abdomem, mas também massageia os órgãos do cólon pélvico deixando mais “desenhado” (SELIVERSTOVA, 2007). Nada mais significativo que alcançar uma estética melhor e conseguir unir benefícios com prazer é saber que a Dança do Ventre proporciona tais benefícios com facilidade. Através de um estudo realizado em um grupo de mulheres pósmastectomia afirma que os benefícios obtidos pela a prática da atividade física foram: a melhora na disposição, ânimo, energia, bem-estar, melhora nas articulações, ajuda na flexibilidade dos braços e ombros, fortalecimento dos músculos, prevenção de linfedema, auxilio na prevenção de problemas em relação à saúde mental, ajudando a dormir melhor proporcionando prazer (PRADO; et al, 2004). A atividade física praticada regularmente de maneira correta associada à alimentação adequada, não interfere na função hormonal, muito pelo contrário ajuda na musculatura, ganhando massa óssea, desde a adolescência a terceira idade, contribuindo para a prevenção primária da osteoporose pós- menopáusica (LEITÃO; et al, 2000) . Melhor disposição física e bem estar, são benefícios identificados após realização de uma pesquisa sobre atividade física. (BATTISTI; et al, 2005). A Dança do Ventre é uma atividade física de exercícios moderados. 90 A Dança do Ventre é uma atividade física que engloba movimentos rítmicos que interage com a música de forma a proporcionar benefícios que satisfaz a necessidade do bem estar. Os benefícios da prática de atividades físicas durante a gravidez são múltiplos e abordam diferentes áreas do organismo materno. O exercício diminui e previne as dores nas costas, devido à orientação da postura correta da gestante frente à hiperlordose que comumente surge durante a gestação, em lugar da expansão do útero na cavidade abdominal e o conseqüente desvio do centro gravitacional. Nestes episódios, o exercício físico colaborará para o ajuste de uma nova e melhor postura física, refletindo-se em maior habilidade para a gestante durante a prática da atividade física (HARTMANN, 1999 Apud BATISTA, 2003). O benefício na gestação se dá por conta dos movimentos sinuosos realizados com os quadris e abdome. Condicionando a melhora da circulação nestas regiões. Lopes (s/d) refere que a Dança do Ventre também favorece o sistema circulatório, eliminação ou manutenção do peso, fortalece e desenvolve os músculos das pernas. Observamos, pela análise das respostas dos sujeitos de um estudo e, também, pela experiência prática, que a Dança do Ventre ajudou a estimular a criatividade e a trabalhar a feminilidade da mulher abatendo a timidez e as tensões pré-menstruais (ABRÃO; PEDRÃO, 2005). Segundo Lopes (s/d) os benefícios adquiridos com a Dança do Ventre são reeducação da postura, adquirindo assim uma aparência com elegância, os 91 movimentos ajuda a fortalecer e endurecer a musculatura corporal, trabalhando de forma harmoniosa a musculatura da pélvis, aumento da flexibilidade, elevação da resistência corporal e favorece o sistema respiratório obtendo controle sobre a função involuntária da respiração. Dados obtidos na pesquisa (ABRÃO; PEDRÃO, 2005) confirma que a Dança do Ventre é um meio saudável de promover um melhor processo digestivo beneficiando de forma positiva a saúde. A Dança do Ventre, além de proporcionar benefícios físicos, estimula na relação social da pessoa praticante. Este fato é confirmado através do estudo realizado onde se identifica que a dança pode trazer benefícios aos praticantes oportunidades de iniciar, manter ou expandir relacionamentos, assim conquistando novos amigos consequentemente adquirindo novas experiências (VOLP et al,1995). O corpo é um instrumento de intervenções por meio de exercícios físicos, possibilitando alongamento, técnicas de ginástica dentre outros, corroborando para uma melhoria da circulação a partir da dança (MIORIM, 2006). Portanto a dança alimenta um melhor físico saudável, ou seja, construindo uma melhor imagem de si próprio, consequentemente aumentando sua auto estima (VOLP; et al, 1995) . Como prática de atividade física regular ou sistemática pode constituir num importante elemento na busca da maior valorização do indivíduo. Isto ocorre através da conquista do sentimento de auto realização, de auto capacitação e da melhoria da auto-imagem, o que provoca uma alteração positiva no seu autoconceito e na sua auto-estima. Aliados a todos estes benefícios, nos aspectos psicológicos, devemos também, considerar os efeitos que a atividade física pode proporcionar em 92 relação aos ganhos fisiológicos, interferindo positivamente sobre a saúde física e capacidade (COSTA; DUARTE, 2002). A capacidade física pode sofrer influências graves para a mente ocasionando stress. Com o conhecimento dos agentes estressores endógenos e exógenos é que podemos adequar à atividade física que melhora o estilo cognitivo, o equilíbrio emocional, à redução da sensibilidade, melhora da assertividade e afetividade, autocontrole da ansiedade, redução nos sintomas físicos e emocionais. Logo é necessário modificar a biografia emocional também, através da atitude assertiva de modificar a situação estressante, a melhora da capacidade de enfrentamento da situação, modificação da percepção através de uma visão mais positiva e confiante e mudanças dos hábitos e comportamentos (BATISTA; DANTAS, 2002). Comportamento estes, que pode ser a busca de uma atividade física integradora como a Dança do Ventre. Os maiores benefícios adquiridos com a pratica de atividade física incluem mecanismos de auto percepção e auto controle, domínio, melhora da imagem do corpo, do estado de humor, controlando o estresse e interação social (ROEDER, 1999). Baseando em Lopes (s/d): a Dança do Ventre tem características essenciais para obter uma melhor qualidade de vida, pois funciona como uma atividade física específica, desenvolvendo o corpo como um todo. 93 6. CONCLUSÃO Dança do Ventre não é só dançar, mas deixar que toda a força feminina que está dentro de você se exteriorize. Dançando de forma correta a mulher se transforma sem perceber. Há mulheres que dançam anos e vão continuar dançando anos, pois a dança transforma, muda a mulher, desde que ela esteja preparada para essas mudanças e tenha consciência do que está fazendo. Estamos aprendendo sempre, ninguém aqui aprende só, mas sempre com outras pessoas. Estamos aqui para aprender e com muita humildade. Respeitar a individualidade de cada um para que aconteça o desbloqueio em todos os sentidos, é deixar a música penetrar no fundo do seu eu, é saber sentir a música para sentir o movimento. Assim, dançando com seus sentimentos, deixando toda a emoção em forma de movimentos. Quanto ao desbloqueio podemos falar sobre a simbologia dos véus que ao retirá-los a mãe Terra acolhe e não tem nada a ver com “Streap tease”, isso é pura ignorância e falta de conhecimento da cultura oriental. O primeiro véu que precisa cair é o da vaidade. Ao desprezar idéias ou pessoas por vaidade ou por arrogância estamos retratando a nossa incapacidade de superação e de ensinar algo de valor a outro ser humano. É o véu mais difícil de ser retirado. A Dança do Ventre está na genética da mulher, por isso, basta descobrir, desenterrar e trazer os sentimentos ao exterior. Acontece de dentro para fora, é conexão com a mãe Terra, representando a aproximação com a natureza. É o sentimento de ouvir, sentir e dançar a música literalmente. A interpretação que cada uma expressa encanta e diferencia uma bailarina da outra. A pessoa tímida desabrocha em uma verdadeira 94 mulher dançando com toda sensualidade (não confundir com sexualidade) está à flor da pele, e é muito mágico. É a força feminina querendo sair e se libertar das amarras. Dança do Ventre não é somente uma dança étnica, mas trabalha as energias também. A energia da mulher é muito poderosa. A mulher nasceu para ser o coração de uma relação, da família, para ganhar tudo e dominar com o amor. E a correção da postura reestrutura o corpo da mulher, a pélvis não pode ficar para trás, a bacia é o centro do corpo e assim, a pélvis tem que ficar correta, para fluir a energia de forma correta, o triângulo com as mãos posiciona a pélvis. E tudo que se faz de um lado obrigatoriamente se faz do outro lado com o mesmo tempo e intensidade para superar as dificuldades, desatando os bloqueios. Concluímos, que a Dança do Ventre proporciona excelentes benefícios com a prática, mesmo em pequeno tempo de aulas praticadas. O que diferencia a quantidade de benefícios é o equilíbrio entre organismo, a saúde física, mental e emocional de cada aluna e sua dedicação para a dança. No grupo pesquisado, foram verificados dados significativos no que se refere à melhora física e emocional, o que gerou alterações positivas no senso de autoconfiança e no estabelecimento de relações sociais, a Dança do Ventre é um método que traz benefícios para a educação integral e leva à valorização da vida, melhorando a saúde e a qualidade de vida. Enfim, a referida pesquisa não só trouxe a confirmação de dados levantados teoricamente sobre os benefícios da Dança do Ventre, mas, principalmente, conduziu cada bailarina ao encontro com seu próprio corpo como unidade viva e atuante, por meio da experiência integradora proporcionada pela dança. “O importante é que o professor auxilie o aluno á descobrir seu próprio tempo, promovendo uma atitude de autoconfiança e segurança. É preciso vivenciar 95 o seu corpo para descobri-lo.” (AUGUSTINI, 2003). Assim sendo, entendemos que depois de realizada uma breve busca literária sobre a Dança do Ventre, traduzida nos benefícios que essa dança traz às mulheres de um modo geral e através de um estudo com mulheres submetidas a essa prática verificamos que por meio de suas vivências comprova-se que tais benefícios ocorrem facilmente com a prática. Outros estudos poderão ser realizados futuramente, com mulheres portadoras de transtornos mentais, por exemplo, no sentido de verificação se essa dança influencia no controle de seus sintomas psicóticos. E talvez com pessoas portadoras de deficiências, tais como a visual ou síndrome de down, pois a dança do ventre pode ser bem rítmica proporcionando facilidade ao expressar os sons exercidos pelas músicas tradicionais. “Nas pessoas cegas em específico, deve-se observar e dar atenção às condições características dessa deficiência, como sua postura corporal para desenvolverem as atividades físicas.” (AUGUSTINI, 2003). A necessidade da atividade física e do prazer é essencial para o equilíbrio do organismo. A enfermagem deve incorporar ao seu currículo conteúdos pertinente à atividade física e esporte, pois as duas se complementam beneficiando a manutenção da saúde e bem-estar (MONTEIRO; FARO, 2006). Novas pesquisas são necessárias para incrementar essas iniciativas e, também, para explorar mais profundamente a relação entre as terapias alternativas e complementares e a prática da enfermagem. Essas novas investigações devem examinar, além da prevalência do interesse, prática, o perfil dos profissionais, os aspectos mais qualitativos da relação das terapias com os diferentes grupos de enfermagem no campo da saúde no Brasil. 96 A interface existente entre a Dança do Ventre e a enfermagem é que a resolução do cofen nos deixa em alerta para a necessidade da saúde do profissional da enfermagem, pois se faz necessário o uso de pessoas capacitadas e saudáveis para trabalhar na área da saúde, pessoa saudável é pessoa feliz, motivada para atender e cuidar. A arte da Dança do Ventre deve se complementar com a arte do cuidar de modo garantir a satisfação e a necessidade do organismo em relação à atividade física complementando a saúde. Esta terapia alternativa complementar ajuda na vida da mulher moderna, uma vez que a demanda da vida diária torna imperativo que se alcance e se mantenha um nível satisfatório. A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas com o corpo em forma. Mas, hoje, já se sabe que outros benefícios da atividade física como a Dança do Ventre se manifestam em todos os aspectos do organismo, desde a parte psicológica até o fortalecimento dos ossos e das articulações, especialmente para a mulher. Mas importante ainda é que a profissional de enfermagem que mantém muitas das vezes jornadas, duplas ou até mesmo tripla, tenha este enfoque de liberação das tensões como se fosse uma “válvula de escape” a Dança do Ventre é um ótimo meio de satisfazer a necessidade do organismo em relação à atividade Física complementando na saúde. Mas pouco se fala da dança como uma terapia para a alma. Basta observar com um pouco mais de atenção para perceber que os resultados vão muito além do bem-estar físico. Socialização, combate à depressão e à timidez, alegria, auto-estima elevada e disposição para encarar as dificuldades do dia-a-dia são apenas algumas das transformações que se nota em quem se arrisca a adentrar o mágico mundo da dança. Mais do que técnica, é preciso sentimento e isso o ser humano tem de sobra. 97 LISTA DE FIGURAS “Somente através do estudo de sítios arqueológicos podemos ter uma idéia do desenvolvimento da música nos primeiros grupos humano. A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma vaga idéia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem cantar dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais. Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da habilidade de manipular materiais, sobre algumas das possíveis evoluções na música.” “A dança é uma das três principais artes cênicas da Antigüidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela.” 98 “Relaciona-se muito a Dança do Ventre ao Egito. É o berço atual dela. Os egípcios foram uma civilização pré-histórica, e mesmo com a conquista árabe, deram sua contribuição para personificar a Dança do Ventre em sua cultura, que vem sendo preservada como relíquia histórica desde a mais remota Antigüidade. Ela sobreviveu a todas as manifestações contrárias à sua perpetuação.” 99 “São várias as versões de onde vem, como começou, quando, quem... Mas dizem que uma as hipótese, e que, teve sua origem no Egito há aproximadamente1500 A.C. sendo executada somente em rituais por sacerdotisas. Com a invasão do povo árabe no Egito 638 D.C., a dança foi incorporada à cultura árabe com ares mais festivos sendo praticada então em palácios e festas populares. São dançadas não somente a tradicional árabe, mas também as que remontam á origem ritual do Oriente como a Dança dos Setes Véus e a Dança dos Cinco Elementos: além das danças com acessórios, como snujs (címbalos que são usados nos dedos das bailarinas), bastão, o jarro, o candelabro, as taças, o punhal, o pandeiro, a espada e o véu.” 100 “Algumas informações associam a mesma à fertilidade e à maternidade. Acredita-se, assim como nos ritos de fertilidade, que no Antigo Egito tenha também assumido a forma do culto aos deuses.” 101 “Tahyea Karioca - dançarina egípcia que participou de vários filmes de Hollywood, contribuindo para a divulgação da dança do ventre.” "La Bella Otero (Otero A bela), disguished como uma dançarina do ventre”. 102 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRÃO, A. C. P; PEDRÃO, L. J. A contribuição da dança do ventre para a educação corporal, saúde física e mental de mulheres que freqüentam uma academia de ginástica e dança. Revista latino americana enfermagem, São Paulo, n.16, p.E4-E8, 2005. ARANTES, A.C. Guia de saúde da família: Doenças e tratamento. Hospital Israelita Albert Einstein, Pontifícia Universidade Católica de SP. Abril Coleções. Editora Abril. V.13. São Paulo: abril, 2008. ARAUJO, L.K.D. A moda e a mídia: a função metalingüística das telenovelas e revista feminina de moda. Centro Universitário Feevale, 2008. AUGUSTINI, E.C. 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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu ___________________________________________________________________ ___________, estado civil,..., idade.........................anos, residente na ......................................................, número...........................,bairro..........................................,cidade...............,telefone.... ......... Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos: O trabalho tem por finalidade: Identificar os benefícios da dança do ventre; Ao participar desse trabalho estarei contribuindo para verificar a utilização da dança do ventre como benefício à saúde física; A minha participação é como voluntário e não terei despesa ao participar desse estudo. Os procedimentos aos quais serei submetido não provocarão danos físicos, morais ou religiosas. Meu nome será mantido em sigilo, assegurando assim minha privacidade e se desejar deverei ser informado dos resultados dessa pesquisa; Qualquer dúvida ou solicitação de esclarecimentos poderá entrar em contato com a equipe científica pelos telefones (16) 97011825 falar com Rosane ou (16) 88271566 Glaucia; (16) 97967142 Cíntia; (16) 99615361 Regiane; (16) 33572504 Andrea; (16) 97330620 Ione; (16) 97162184 Priscila. Diante dos esclarecimentos prestados, concordo em participar do estudo “Dança do Ventre”, na qualidade de voluntário. Assinatura do voluntário __________________________________ Assinatura do pesquisador __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 108 8.2. APÊNDICE B: Questionário. 1. Qual a sua idade? ( )4 a 10 anos ( ) 11 a 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 60 anos. 2. Estado civil ( ) solteira ( ) casada ( ) outros. 3. Há quanto tempo faz dança do ventre? ( ) 0 a 3 meses ( ) 4 a 6 meses ( ) 1 ano a 2 anos ( ) há mais de 5 anos 4. Motivos pelos quais você começou fazer Dança do Ventre? ( ) cólicas menstruais ( ) considero um tipo de Arte. ( ) dor muscular. ( )sensualidade ( ) falta de prazer pela vida ( ) é um tipo de expressão. ( ) indicação terapêutica ( ) faz refletir. ( )Atividade física ( ) quero engravidar ( ) não estava satisfeita com o próprio corpo ( ) outros_____________________________ 5. Qual a parte do seu corpo que você menos gosta? ( ) Barriga ( ) Pernas ( )seios ( )Braços ( )Glúteo ( ( )Outros____________ )Pé 6. Esta parte do corpo que você menos gosta melhorou com a dança do ventre? ( )sim ( ) não 109 7. Para você a dança do ventre é uma atividade prazerosa, lúdica e benéfica para saúde? ( )sim ( )não 8. Você sentiu alguma mudança mental após começar a dançar? ( ) sim ( ) não. Se sim quais?----------------------- 9. Você sentiu alguma mudança emocional após começar a dançar? ( ) sim ( ) não. Se sim quais?----------------------- 10. Quais os benefícios você sentiu ao praticar a dança do ventre? ( ) Alinhou minha postura ( ) aumentou minha libido ( ) Aliviou minhas cólicas ( )Aumentou minha auto-estima ( ) Aliviou minhas dores ( ) Proporcionou bem estar ( ) Melhorou o funcionamento intestinal ( ) Melhora da circulação ( ) Melhorou minha respiração ( ) Outros ( ) Aliviou o stress ( ) Fiz novos amigos 110 9. ANEXOS: 9.1. ANEXO A: 111 9.1. ANEXO B: AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO Araraquara,......de agosto de 2010. À Srª. Sônia Maria Masini Azarito Silva. Coordenadora do Curso Técnico em enfermagem. Etec Profª Anna de Oliveira Ferraz Centro Paula Souza. Autorizo a realização do TCC (trabalho de conclusão de curso) do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza ETEC Professora Anna de Oliveira FerrazCurso Técnico em Enfermagem intitulado: Dança do Ventre pelas pesquisadoras Andréa Fernandes, Cintia Machado de Abreu, Gláucia Regiane Hernandes Selis, Ione Conceição Leite, Priscila Claudino Luciano e Regiane Barros dos Reis sob a orientação da Enfermeira e Educadora física Profª Lourdes Rosane Ribeiro. E utilizem o espaço da Instituição (Academia de Ballet e ginástica Art Company) com o objetivo de coletar os dados necessários para a referida pesquisa e posterior publicação. Esta autorização será válida após a aprovação e assinatura da proprietária da Academia. Atenciosamente. Data: _____/_____/______ ________________________________________ (Carla Raile de Miranda-Proprietária)