6.4. Casa de Petrópolis* 6.4.1. Período identificado
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6.4. Casa de Petrópolis* 6.4.1. Período identificado
COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.4. Casa de Petrópolis* 6.4.1. Período identificado de funcionamento 1971-1974 6.4.2. Localização Rua Arthur Barbosa, 668 (atual n. 50) Município: Petrópolis Estado: Rio de Janeiro. * A casa de Petrópolis foi objeto de pesquisa específica da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que se encontra disponível em: http://www.cnv.gov.br/index.php/publicacoes/454-relatorio-preliminar-de-pesquisa-sobre-a-casa-damorte-de-petropolis COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.4.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao Centro de Operações de Defesa Interna/Destacamento de Operações de Informações (CODI-DOI) do I Exército (Rio de Janeiro) e ao Centro de Informações do Exército (CIE). 6.4.4. Equipe responsável Militares 1. Major Freddie Perdigão. Codinome: “Dr. Roberto”. Morreu em 1997. 2. Major Rubens Paim Sampaio. Codinome: “ Dr. Teixeira”. Atualmente, é Tenente-Coronel na reserva. 3. Sargento Ubirajara Ribeiro de Souza. Codinome: “Zé Gomes” ou “Zezão”. Atualmente, é Subtenente de Infantaria na reserva. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 2 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 4. Sargento Rubens Gomes Carneiro. Codinome: “Laecato”. Atualmente, é Segundo Sargento na reserva. 5. Aspirante a oficial R2 Antonio Fernando Hughes de Carvalho. Codinome: “Alan”. Morreu em 2005. 6. Capitão Paulo Malhães. Codinome: “Dr. Pablo”. Atualmente, Tenente Coronel na reserva. 7. Tenente-Coronel José Brant Teixeira Polícia Civil 1. Comissário Luiz Cláudio de Azeredo Vianna. Codinome: “Laurindo” 6.4.5. Linha de Comando Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 3 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.4.6. Vítimas 1. Nome: Carlos Alberto Soares de Freitas Organização: Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VARPALMARES). Data da morte: 15 de abril de 1971 2. Nome: Marilena Villas Boas Pinto, a Índia Organização: Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) Data da morte: 3 de abril de 1971 Situação Atual: Corpo entregue à família em caixão lacrado cinco dias após a data de morte. Enterrado no Cemitério São Francisco Xavier, Caju, Rio de Janeiro 3. Nome: Aluízio Palhano Pedreira Ferreira. Organização: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Provável data do desaparecimento: entre 13 e 15 de maio 1971 4. Nome: Mariano Joaquim da Silva, “Loyola”. Organização: Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR- PALMARES) Data do desaparecimento: 31 de maio de 1971 5. Nome: Antônio Joaquim de Souza Machado, o Quincas Organização: Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR- PALMARES). Data do desaparecimento: 15 de junho de 1971 6. Nome: Heleny Ferreira Telles Guariba Organização: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Data do desaparecimento: 12 de julho de 1971 Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 4 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7. Nome: Walter Ribeiro Novaes Organização: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Data do desaparecimento morto em 12 de julho de 1971 8. Nome: Paulo de Tarso Celestino da Silva Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Data do desaparecimento: 12 de julho de 1971 9. Nome: David Capistrano da Costa Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Provável do desaparecimento: 16 de março de 1974 10. Nome: José Roman Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Provável data do desaparecimento: 16 de março de 1974 11. Nome: Walter de Souza Ribeiro Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Desaparecimento: 03 de abril 1974 12. Nome: Ana Rosa Kucinski Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Provável data do desaparecimento: 22 de abril de 1974 13. Nome: Wilson Silva Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Ptovável data do desaparecimento: 22 de abril de 1974 14. Nome: Issami Nakamura Okano Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 5 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Provável data do desaparecimento: 14 de maio de 1974 15. Nome: Inês Etienne Romeu Organização: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Situação atual: Sobrevivente Esteve presa na Casa de Petrópolis entre os dias 8 de Maio e 11 de Agosto de 1971 6.4.7. Excerto do depoimento de Inês Etienne Romeu sobre a morte de Marilena Villas Boas Pinto “A pedido, confirmo integralmente meu depoimento de próprio punho, sobre fatos ocorridos na Casa de Petrópolis, RJ, onde fiquei presa de 08 de maio a 11 de agosto de 1971. Esse depoimento é parte integrante do Processo nº MJ-7252/81 do CDDPH do Ministério da Justiça. Nesse depoimento está registrado que ‘Dr. Pepe’ contou ainda que Marilena Villas Boas Pinto estivera naquela casa e que fora, como Carlos Alberto Soares de Freitas, condenada à morte e executada. Declaro ainda que estive internada no HCE no Rio de Janeiro de 06 a 08 de maio, que Marilena Villas Boas Pinto havia chegado morta ao HCE; que no dia 08 de maio, na casa de Petrópolis, o ‘Dr. Pepe’ disse que Marilena havia morrido exatamente na mesma cama de campanha onde eu me encontrava, afirmando também que, embora baleada, Marilena tinha sido dura” (Depoimento de Inês Etienne Romeu em “Relatório de Prisão” elaborado em 1981 e ratificado pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos – Secretaria Especial de Direitos Humanos. Presidência da República. (Direito à Memória e à Verdade, p. 154). Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 6 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.4.8. Excerto do depoimento de Inês Etienne Romeu sobre a morte de Mariano Joaquim da Silva “Inês disse ter estado com Mariano três vezes, duas na presença dos carcereiros e uma a sós. Mariano lhe contou que permanecera 24 horas preso em Recife, de onde chegou com o corpo em chagas. Em Petrópolis, foi interrogado durante quatro dias ininterruptamente, sem dormir, sem comer e sem beber. Permaneceu na casa até o dia 31 de maio, fazendo todo o serviço doméstico, inclusive cortante lenha para a lareira. Inês afirma ainda, que teve contato com Mariano até o dia 31 de maio, quando, na madrugada, ouviu uma movimentação estranha e perceber que ele estava sendo removido. No dia seguinte, indagou a seus carcereiros sobre Mariano, os quais lhe disseram que ele havia sido transferido para o quartel do Exército no Rio de Janeiro. Desde então nada mais se soube de seu paradeiro. Em princípio de julho, o carcereiro conhecido por Inês como ‘Dr. Teixeira’ lhe disse que Mariano fora executado pois pertencia ao comando da VAR-Palmares e era considerado irrecuperável” (Depoimento de Inês Etienne Romeu em “Relatório de Prisão” elaborado em 1981 e ratificado pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos – Secretaria Especial de Direitos Humanos. Presidência da República. (Direito à Memória e à Verdade, p. 164-165). 6.4.9. Excerto do General Adyr Fiuza de Castro sobre a Casa de Petrópolis “Nós (do CODI) cedemos umas dependências na Barão de Mesquita ao CIE para eles fazerem uma espécie de "cela preta" que aprenderam nos Estados Unidos e na Inglaterra. Mas o CIE tinha autonomia para trabalhar em qualquer lugar do Brasil. Eles tinham aparelhos especiais, não oficiais, fora das unidades do I Exército, para interrogatórios (...). Como a casa de Petrópolis.” (ARAUJO, Maria Celina CASTRO, Celso. Os Anos de Chumbo, p. 68) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 7 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.5. Fazenda 31 de Março 6.5.1. Período identificado de funcionamento 1970 – 1973 6.5.2. Localização Bairro Emburá, ao sul da represa de Guarapiranga, entre Embu-Guaçu e a represa Billings, na Grande São Paulo. Estado: São Paulo. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 8 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.5.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao Centro de Operações de Defesa Interna/Destacamento de Operações de Informações (CODI-DOI) do II Exército (São Paulo) 6.5.4. Equipe responsável Polícia Civil 1. Delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury 6.5.5. Vítimas 1. Joaquim Câmara Ferreira, “Toledo” Organização: Ação Libertadora Nacional (ALN) Data da morte: morto em 23 de outubro de 1970 2. Antônio Carlos Bicalho Lana “Cristiano” Organização: Ação Libertadora Nacional (ALN) Data da Morte: 30 de novembro de 1973 3. Sônia Maria de Moraes Angel Jones Organização: Ação Libertadora Nacional (ALN) Data da Morte: 30 de novembro de 1973 4. Maria de Lourdes Rego Melo. Codinome: “Maria Baixinha” Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Data da prisão: 23 de outubro de 1970 Situação atual: Sobrevivente 5. Maurício Segall Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Data da prisão: 23 de outubro de 1970 Situação atual: Sobrevivente Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 9 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 4. Viriato Xavier de Mello Filho Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Situação atual: Sobrevivente 6.5.6. Excerto de depoimento de Maurício Segall “(...) No sítio, bem primitivo, ao qual chegamos de olhos vendados, a iluminação era de velas, pois não havia luz elétrica. O sítio aparentemente tinha dois quartos, uma sala/cozinha e um banheiro. Os choques elétricos aplicados no pau-de-arara eram gerados num aparelho, acionado por manivela manual. Já estava lá sendo torturado Viriato, recém chegado de Cuba. (...) Tudo que se passava num dos cômodos, mesmo com porta fechada, se ouvia nos demais. (...) Quando fui pendurado, o interrogador era o próprio Fleury. (...) Em meio da minha tortura no paude-arara, já de noite, que vinha durando algum tempo, houve uma agitação coletiva, colocaram uma espécie de apoio nos meus quadris, de forma que fiquei só parcialmente pendurado e a maioria dos policiais deixou às pressas o sítio, deixando apenas dois ou três para trás. Não sei quanto tempo isto durou (no mínimo 2 horas) mas, a um certo momento, fui tirado com as pernas totalmente inermes do pau-de-arara, só podendo andar amparado e fiquei sentado na sala com uma venda nos olhos, mas que deixava uma fresta na parte de baixo. Logo depois, ouvi uma pessoa chegando, arfando desesperadamente, com falta de ar, com sintomas muito parecidos com ataque cardíaco (que eu conhecia pois eram semelhantes daqueles do meu pai, por ocasião de sua morte). Esta pessoa foi levada para o quarto que tinha a cama e não o pau-de-arara. Fiquei sabendo que era Toledo pelos comentários que vinham sendo feitos pelos policiais. Havia muita agitação entre eles e Toledo não parava de arfar. A um certo momento, vi pela fresta inferior da venda dos olhos, passarem duas pernas Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 10 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE vestidas de branco, calçadas com sapatos brancos. Não havia dúvida que era um médico. Logo depois, Toledo parava de arfar. Muito rapidamente o acampamento foi levantado e fomos levados de olhos vendados para o DOPS e, a seguir, para a OBAN. (...) Ouvi diversas manifestações de irritação do pessoal da OBAN com o pessoal do Fleury devido à morte de Toledo sem que eles pudessem tê-lo interrogado também (...) Soube depois, também, que Maria, Viriato e eu termos sobrevivido ao sítio se deveu, em boa parte, à morte prematura de Toledo”. (Direito à Memória e à Verdade, p. 135-136.) 6.5.7. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Em 1972, o II Exército, em São Paulo, montou os seus centros clandestinos de tortura e assassinatos. Durante um curto período, o Destacamento de Operações de Informações, o DOI, utilizou-se de um sítio na região sul de São Paulo. Ali foram assassinados Antônio Bicalho Lana e sua companheira Sônia Moraes, ambos da Ação Libertadora Nacional, a ALN” (Depoimento fornecido pelo Ex-Sargento Marival Chaves à Revista Veja, publicada em 18 de novembro de 1992, p.22-23). 6.5.8. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Antônio Carlos e Sônia foram presos no Canal 1, em Santos, onde não houve qualquer tiroteio, e nem ao menos um tiro, ‘apenas’ a violência dos agentes de segurança que conseguiram imobilizar o casal aos socos, pontapés e coronhadas. (...) Eles foram torturados e as- sassinados com tiros no tórax, cabeça e ouvido.(...) Foram levados para uma casa de tortura, na zona sul de São Paulo, onde ficaram de cinco a 10 dias até a morte, em 30 de novembro. Depois disso, seus corpos foram colocados à porta do DOI-CODI, para servir de exemplos, antes da montagem do teatrinho”.(Direito à Memória e à Verdade, p. 364) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 11 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.6. Casa de Itapevi 6.6.1. Período identificado de funcionamento 1974- 1975 6.6.2. Localização Estrada da Granja, 20. Município: Itapevi. Estado: São Paulo. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 12 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.6.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao Centro de Operações de Defesa Interna/Destacamento de Operações de Informações (CODI-DOI) do II Exército (São Paulo) e ao Centro de Informações do Exército (CIE). 6.6.4. Equipes responsáveis Militares 1. Tenente-coronel de Artilharia Aldir Santos Maciel, Dr Silva 2. Major André Pereira Leite Filho, Dr Edgar 3. Cabo Félix Freire Dias, Dr. Magno ou Dr Magro. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 13 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.6.5. LINHA DE COMANDO 6.6.6. VÍTIMAS 1. Luís Inácio Maranhão Filho Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 03 de abril de 1974 Situação atual: desaparecido 2. João Massena Melo Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 03 de abril de 1974 Situação atual: desaparecido Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 14 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 3. Élson Costa Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Provável data do desaparecimento: 14 de janeiro de 1975 Situação atual: desaparecido 4. Hiran de Lima Pereira Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 15 de janeiro de 1975 Situação atual: desaparecido 5. Jayme Amorim de Miranda Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 04 de fevereiro de 1975 Situação atual: desaparecido 6. Itair José Veloso Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 22 de maio de 1975 Situação atual: desaparecido 7. José Montenegro de Lima. Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 29 de setembro de 1975 Situação atual: desaparecido 8. Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data do desaparecimento: 08 de outubro de 1975 Situação atual: desaparecido Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 15 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.6.7. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Era uma época de matança febril. No final de 1973, o DOI usou uma casa no bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Nesse período montou outro centro clandestino na estrada de Itapevi. Entre 1965 e 1966, funcionou ali uma boate chamada Querosene, que pertencia ao irmão do então subtenente Carlos, fundador da OBAN. Só em 1975, por questões de segurança, o cárcere de Itapevi foi substituído por uma fazenda na beira da Rodovia Castelo Branco, a 30 quilômetros de São Paulo. A fazenda era de um amigo do major do Exército André Leite Pereira Filho.” (Depoimento fornecido pelo Ex-Sargento Marival Chaves à Revista Veja, publicada em 18 de novembro de 1992, p.22-23). Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 16 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.7. Casa no bairro Ipiranga A Casa do Ipiranga funcionou como um centro de recrutamentos de infiltrados que, ao serem capturados, assinavam contratos de prestação de serviços com o Exército. Esses serviços incluíam a delação de ex-companheiros, relatos de reuniões e o fornecimento de informações que pudessem levar ao desmantelamento de aparelhos – pontos de encontro desses militantes, nos quais eram articuladas ações de combate ao regime ditatorial. Em troca, os infiltrados recebiam proteção policial e, muitas vezes, importâncias em dinheiro. Não houve registros de torturados e mortos no local. 6.7.1 Período identificado de funcionamento Entre 1972 e 1973 - ? Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 17 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.7.2. Localização Avenida Tereza Cristina, 58 Bairro: Ipiranga Município: São Paulo Estado: São Paulo 6.7.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao Centro de Operações de Defesa Interna/Destacamento de Operações de Informações (CODI-DOI) do II Exército (São Paulo) e a Centro de Informações do Exército (CIE) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 18 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.7.4. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Era uma época de matança febril. No final de 1973, o DOI usou uma casa no bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo”. (Depoimento fornecido pelo Ex-Sargento Marival Chaves à Revista Veja, publicada em 18 de novembro de 1992, p.22-23). 6.7.5. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Quem coordenava os cachorros era um oficial. Tivemos o doutor Patrício e o doutor Jairo, que conheço só pelos codinomes. (...) Conheci vários (infiltrados), Severino Teodoro de Mello, do PCB, João Henrique Ferreira de Carvalho, o ‘Jota’, da ALN. Sabia também de três infiltrados do PC do B. Eram Luciano Rosa de Siqueira, o advogado Hamilton de França e o médico Fiúza de Mello. Todos trabalhavam para o Exército”. (Depoimento fornecido pelo Ex-Sargento Marival Chaves à Revista Veja, publicada em 18 de novembro de 1992, p.27). 6.7.6. Excerto de depoimento do ex-sargento Marival Chaves “Teodoro de Mello, por exemplo, foi preso em 1974 e levado para Itapevi. De lá, foi transferido para outro cárcere na cidade de São Paulo. Depois de interrogado, ele assinou um contrato de trabalho e recebeu uma importância em dinheiro” (Depoimento fornecido pelo Ex-Sargento Marival Chaves à Revista Veja, publicada em 18 de novembro de 1992, p.27). Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 19 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 20 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.8. Casa do Renascença 6.8.1. Período identificado de funcionamento 1969 - ? 6.8.2. Localização Rua Taquari, 508 Bairro: Renascença Município: Belo Horizonte Estado: Minas Gerais Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 21 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.8.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao 12º Regimento de Infantaria do Exército e à Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. 6.8.4. Equipes responsáveis Militar 1 . Capitão Hilton Paula da Cunha Portela. Polícia Militar 1. Major Rubem. Major Rubens. 2. Capitão Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos. 3. Primeiro Tenente Antônio de Pádua Alves Ferreira. 4. Sargento Darcy Rodrigues. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 22 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 6.8.5. Linha de Comando 6.8.6. Vítimas 1. Nome: Delsy Gonçalves de Paula. Organização: Ação Popular (AP) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 23 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE Situação atual: Sobrevivente 2. Nome: Laudelina Maria Carneiro Organização: Ação Popular (AP) Situação atual: Sem informação 3. Nome: Maria do Rosário Cunha Peixoto Organização: Ação Popular (AP) Situação atual: Sobrevivente 6.8.7. Excerto do depoimento de Delsy Gonçalves “15/06/1969 – às 20:00hs, foi levada pela Polícia Militar a uma casa desconhecida, no bairro Renascença, onde foi barbaramente espancada pela capitão Pedro Ivo, capitão Portela, tenente Pádua, sargento Léo e pelo major Rubem. Após toda sua roupa ter sido violentamente arrancada, sofreu golpes de karatê no pescoço, estômago e rins; socos no rosto e pontapés.” (Depoimento de Delsy Gonçalves de Paula fornecido ao Conselho Estadual de Direitos Humanos no dia 25 de setembro de 2002, Belo Horizonte/MG) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 24 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 1. RELAÇÃO E MAPEAMENTO DE OUTRO CENTROS CLANDESTINOS DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS O ponto de partida desta pesquisa foram as denúncias apresentadas à Comissões de Direitos Humanos. 7.1. Casa em Olinda 7.1.1. Período identificado de funcionamento 1964 - ? 7.1.2. Localização Sem informação 7.1.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.1.4. Equipe responsável Militar Major da Infantaria Walter Moreira Lima 7.1.5. Vítimas Sem informação 7.2. Casa em Goiânia 7.2.1. Período identificado de funcionamento 1964 Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 25 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.2.2. Localização Município: Goiânia. Estado: Goiás. Casa da Vila Militar ou Imóvel próximo ao stand de tiro do polo do 10 Batalhão de Caçadores, aproximadamente a 8 km de Goiânia. Há a informação, não comprovada oficialmente, de que este centro clandestino tornou-se o Centro Cultural Martim Cererê, situado na Rua 94-A no Setor Sul. 7.2.3. Posição no interior da estrutura de repressão Ligada ao 10º Batalhão de Caçadores, em Goiânia. 7.2.4. Equipes responsáveis Militares 1. Tenente-Coronel da Infantaria Danilo Darcy de Sá da Cunha Mello 2. Major da Artilharia Aníbal de Carvalho Coutinho 3. Capitão da Infantaria Vicente Albuquerque 4. Capitão de Infantaria José Carlos Sant´Anna de Oliveira 5. Capitão de Infantaria Marcus Antônio Brito Fleury 6. Tenente da Infantaria Siselísio Gusmão 7. Terceiro-Sargento Guido Fontgalland Ferro 8. Terceiro-Sargento João da Costa Garcia Neto 9. Segundo-Sargento Milburges Alves Ferreira 10. Primeiro-Sargento Moysés Thompson do Nascimento 7.2.5. Reportagem de Márcio Moreira Alves sobre a Casa em Goiânia “Edith Zacariotti é uma jovem médica chilena (...). Conta que desde a prisão de seu marido, só deixou de visitá-lo 15 dias, quando o coronel declarou-lhe encontrar-se ele em súbita de incomunicabilidade. Quando finalmente pode vêlo, em visita que fez em companhia da sogra, Maria de Freitas Zacariotti, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 26 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE reparou um lanho da grossura de um lápis que descia de seu pescoço. Após muito insistir, contou-lhe João Batista haver sido torturado diversas vezes, por meio de choques elétricos. (...) O Batalhão de Guardas comunicou que Zacariotti fora entregue à Polícia do Distrito Federal, que o levara para local ignorado. Em local ignorado este homem se encontra até hoje, apesar dos esforços da sua família e da Ordem dos Advogados do Brasil”. (ALVES, Márcio Moreira. Coronel desrespeita o STM: prende advogado. Jornal Correio da Manhã. Terça-feira, 20 de outubro de 1964. Capa). 7.2.6. Reportagem de Márcio Moreira Alves sobre a Casa em Goiâni “(...) o Sr. João Batista Zacariotti, preso, repito, desde 29 de julho, no 10º Batalhão de Caçadores de Goiânia! Precisamente o Sr. João Batista Zacariotti, sequestrado na última quarta-feira e desde sábado removido para local ignorado pelo DOPS, segundo informação prestada pelo Exército, ao representante da Ordem dos Advogados do Brasil.” (ALVES, Márcio Moreira. Nojo. Jornal Correio da Manhã. Quarta-feira, 21 de outubro de 1964. 1º Caderno). 7.3. Sítio de São João do Meriti 7.3.1. Período identificado de funcionamento 1968 - ? 7.3.2. Localização Município: São João do Meriti. Estado: Rio de Janeiro. 7.3.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 27 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.3.4. Equipes responsáveis Sem informação 7.3.5. Vítimas 1. Nome: João Antônio Santos Abi-Eçab (ALN) Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Data da morte: 08 de novembro de 1968 2. Nome: Catarina Helena Xavier Abi-Eçab Organização: Aliança Libertadora Nacional (ALN) Data da morte: 08 de novembro de 1968 7.4. Casa em Recife 7.4.1. Período identificado de funcionamento Década de 1970 7.4.2. Localização Há notícias de que este centro clandestino situava-se na atual sede dos Correios Avenida Guararapes, 250 Bairro: Santo Antônio Município: Recife Estado: Pernambuco 7.4.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 28 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.4.4. Equipes responsáveis Sem informação 7.4.5. Vítimas Sem informação 7.5. Casa em Fortaleza 7.5.1. Período identificado de funcionamento Década de 1970 7.5.2. Localização Próximo à lagoa do Cumbuco, nos arredores de Fortaleza. Estado: Ceará. 7.5.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.5.4. Equipe responsável Sem informação 7.5.5. Vítimas Sem informação 7.6. Sítio entre Belo Horizonte e Ribeirão das Neves 7.6.1. Período identificado de funcionamento Sem informação Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 29 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.6.2. Localização Estrada entre os municípios de Belo Horizonte a Ribeirão das Neves. Estado: Minas Gerais. 7.6.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.6.4. Equipe responsável Sem informação 7.6.5. Vítimas Nome: Gilse Maria Cosenza Avelar Organização: Ação Popular (AP) Situação atual: Sobrevivente 7.6.6. Excerto de depoimento de Gilse Maria Cosenza Avelar “Às 19h (do dia 17 de julho de 1979), fui conduzida para um sítio policial cujo lugar não posso informar por não conhecer a periferia despovoada dos arredores de Belo Horizonte. Tratava-se de uma pequena construção com três ou quatro salas, na saída de um rodovia, no meio de um descampado, situado no caminho que leva ao município de Neves (...) Lá, eles me ameaçaram de torturar minha filha de três meses de idade, caso não respondesse às suas perguntas.” (MERLINO, L.E.R.; KUCINSKI, B.; TRONCA, B.; TAVARES, B.B. Pau de arara: a violência militar no Brasil. Paris: Librairie François Masperu, Cahier Libres, 1971, p.205.) Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 30 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.7. Fazendinha 7.7.1. Período identificado de funcionamento Sem informação 7.7.2. Localização Possivelmente um prédio em construção, na entrada da cidade de Alagoinhas, que seria um Quartel do Exército. Há informações de que atualmente seja o Quartel da Polícia Militar. Município: Alagoinhas. Estado: Bahia 7.7.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.7.4 Equipes responsáveis Militares 1. General Adyr Fiúza de Castro (Comandante VI Região Militar) 2. Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Codinome: “Dr. Tibiriçá” e “Dr. Antonio”. 3. Major Antonio Bião Martins Luna. 7.7.5. Vítima 1. Marco Antonio Rocha Medeiros Organização: Partido Comunista Brasileiro (PCB) Data da prisão: 4 de julho de 1975 Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 31 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.8. Sítio no Triângulo Mineiro 7.8.1. Período identificado de funciomanento Sem informação 7.8.2. Localização Estado: Minas Gerais 7.8.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.8.4. Equipe responsável Sem informação 7.8.5. Vítimas Sem informação 7.9. Sítio em Sergipe 7.9.1. Período identificado de funcionamento Sem informação 7.9.2. Localização Estado: Sergipe. 7.9.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 32 COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 7.9.4. Equipe responsável Sem informação 7.9.5. Vítimas Sem informação 7.10. Apartamento em Brasília 7.10.1. Período identificado de funcionamento Sem informação 7.10.2. Localização Bloco “J” da superquadra 104 Sul Cidade: Brasília/Distrito Federal 7.10.3. Posição no interior da estrutura de repressão Sem informação 7.10.4. Equipe responsável Sem informação 7.10.5. Vítimas Sem informação Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – 2º andar – Portaria 1 Setor de Clubes Sul – SCES – Trecho 2 Lote 22 70200-002 – Brasília-DF 33
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