A entrada da Light na geração e distribuição de energia
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A entrada da Light na geração e distribuição de energia
Luz e Força A história da The Rio de Janeiro Tramway Light and Power Company, Limited, no Rio de Janeiro começou oficialmente no dia 7 de janeiro de 1905, quando o seu vice-presidente, presidente, o advogado canadense Alexander Mackenzie, conseguiu a transferência da concessão que que pertencera ao empresário inglês William Reid para dotar o Distrito Federal de um sistema público de iluminação a partir de força hidráulica. A The Rio de Janeiro Light and Power Company, Limited constituíra constituíra-se em Toronto, Canadá, no dia 9 de julho de 1904, 1904, logo incorporando ao seu nome o termo ‘tramway’. No dia 30 de maio de 1905, a empresa receberia a autorização federal para atuar no Brasil pelo decreto nº 5.539, publicado no dia seguinte, e assumiu a concessão de Mackenzie. No Distrito Federal, a Light Light teve a oportunidade de assumir e integrar diversos serviços públicos, estratégia já utilizada com sucesso em São Paulo, onde a empresa se encontrava desde 1899. Tendo por base o setor de energia, a Light pôde consolidar sua posição no serviço de transporte, transporte, com a instalação de linhas de bondes elétricos, e teve condições de se lançar em outros setores, como os de telefonia lefonia e abastecimento de gás. O Rio de Janeiro passava então por uma série de transformações promovidas pelo prefeito Pereira Passos, que pretendia dar início a uma nova era para a capital brasileira. As obras de remodelação, saneamento e embelezamento empreendidas dariam forma e velocidade à sua modernização, mas implicaram am também no sacrifício da população carioca, removida de grande parte da área central da cidade. Iluminação nação elétrica e a gás na Avenida Central, futura Rio Branco. Só para a abertura da Avenida Central foram demolidos mais de 500 prédios e, ao todo, foram cerca de 2.700 construções, muitas delas cortiços, Distrito Federal A entrada da Light na geração e distribuição de energia elétrica e o fim da iluminação a gás ‘ casas de cômodos os e pequenos estabelecimentos comerciais. A cidade se transformou em verdadeiro canteiro de obras, no que ficou conhecido como o ‘bota-abaixo’ abaixo’ de Pereira Passos. A Avenida Central tornou-se tornou se símbolo deste período, conhecido como a ‘Belle Époque’ carioca, com seus postes de iluminação elétrica e lampiões a gás, bueiros para o escoamento de água e esgoto, calçadas em pedra portuguesa, arborização que fazia lembrar um bulevar parisiense, e também restaurantes, cafés, confeitarias, lojas elegantes e vida noturna. notur A Light havia adquirido naquele ano o controle acionário da Société Anonyme du Gaz (SAG), que manteve personalidade jurídica própria. Para a inauguração da Avenida Central, a SAG contratou a firma Braconnott e Irmãos, que instalou uma pequena usina termelétrica melétrica na rua da Alfândega, junto à sede da empresa. Foram importadas luminárias, postes e braços, além de combustores alimentados por gás canalizado e lâmpadas elétricas a arco voltaico. A iluminação elétrica ganhou destaque, deslumbrando a população c carioca na noite de 15 de novembro, diante do presidente Rodrigues Alves. Também em 1905 o aproveitamento hidráulico de Ribeirão das Lajes e do rio Paraíba do Sul foi autorizado pelo decreto nº 910, de 29 de março, e a Light iniciou no final do ano a construção construção da usina hidrelétrica de Fontes Velha, em Ribeirão das Lajes, no município de Piraí, estabelecendo uma casa de força provisória de 3.400HP para o atendimento da própria obra. Dois anos depois o prefeito Marcelino de Souza Aguiar acionou a chave de ligação igação da subestação Frei Caneca, que ficaria conhecida como “estação terminal”. Ela recebia energia de uma estação provisória em Ribeirão das Lajes e a distribuía para o Centro do Rio de Janeiro, por intermédio de mais de 350km de fios, atingindo uma população população de 800 mil habitantes. Foi o início do fornecimento de energia elétrica estável e segura à cidade pela empresa. Subestação Frei Caneca e assentamento de trilhos para bondes elétricos no Centro e no F Flamengo. Fonte: Instituto Light. 2 ‘ A usina de Fontes ontes Velha foi inaugurada no dia 22 de maio de 1908, tendo sido a primeira de oito unidades que a empresa construiria no futuro complexo hidrelétrico do Ribeirão das Lajes. Era dotada de seis geradores, com uma potência inicial de 12 mil kW, que dobraria no ano seguinte com a entrada em operação de três novas unidades. Era à época a maior hidrelétrica da América Latina e a segunda do mundo. A energia elétrica logo receberia novos usos na cidade. Em 1905, tinha sido instalado no bairro da Glória o primeiro relógio elétrico da cidade, alimentado pela rede termelétrica da Companhia de Bondes Jardim Botânico, empresa cujo controle também seria assumido assumido pela Light. A abertura da Exposição Nacional, em 28 de janeiro de 1908, teve entre suas atrações um sistema monumental de iluminação dos pavilhões. Os primeiros contratos para o fornecimento de energia elétrica pela Usina de Fontes Velha foram fechados ados com duas das maiores indústrias têxteis do país: a Companhia América Fabril e a Fábrica Bangu, ainda em 1908. Em 1910, a Estrada de Ferro do Corcovado seria a primeira ferrovia brasileira totalmente eletrificada. 3 Fábrica de tecidos Bangu. Fonte: Instituto Light. Em 1909, a SAG renovou o contrato de concessão para a iluminação pública até o ano de 1945 (embora a exclusividade para o fornecimento de iluminação particular só se mantivesse até 1915), inaugurou a iluminação a gás nas avenidas Rodrigues Alves e Atlântica e em outras ruas de Copacabana e de Ipanema e iniciou a construção de um gasômetro em São Cristóvão, junto ao Canal do Mangue, com capacidade de produção de 90 mil metros cúbicos de gás, inaugurado dois anos depois. Todavia, no ano seguinte a SAG perderia o seu gasômetro nº 2, após uma explosão. expl ‘ Construção do gasômetro de São Cristóvão. Acervo do Instituto Light. Também em 1909, a Inspetoria Geral do Serviço Público de Iluminação a Gás passou a chamar-se se Inspetoria Geral de Iluminação e foi vinculada ao Ministério da Viação e Obras Públicas. Apesar da mudança no nome do órgão, a iluminação a gás continuou a se expandir expandir até 1912, quando atingiu o seu ponto máximo, com 22.300 combustores instalados. Para organizar os investimentos feitos no Brasil, em 1912 foi criada em Toronto a holding Brazilian Traction, Light & Power Limited, que unia as três empresas do grupo, entre ntre elas a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company, Limited. No dia 13 de abril, a subsidiária carioca inaugurou sua sede na Avenida Marechal Floriano nº 168, em terreno que pertencera à Companhia de Carris Urbanos. A empresa, que antes funcionara funcionara em escritórios na Avenida Central, já havia instalado mais de 1.740km 1.740 de cabos aéreos e subterrâneos, levando a energia elétrica a 150km km de ruas e a mais de 10 mil residências. A Light completou em 1913 a segunda fase da usina hidrelétrica Fontes Vel Velha, com a inauguração do reservatório de Ribeirão das Lajes, da barragem de Tocos e do desvio de curso do rio Piraí, que elevaram a capacidade gerada da usina para 49 mil kW. Para a transposição das águas do rio Piraí, que tem sua foz no rio Paraíba do Sul,, foi instalado um túnel de 8,5km, 8,5 , cuja construção se iniciara dois anos antes. A expansão da organização teria continuidade pela década seguinte. A sociedade Brazilian Hydro Electric Company, Limited, também com sede em Toronto, foi autorizada a funcionarr no Brasil pelo decreto nº 15.473, de 10 de maio de 1922, e incorporada à Brazilian Traction Light and Power Company Limited. A Brazilian Hydro Electric Company, Limited foi encarregada da construção da usina hidrelétrica Ilha dos Pombos, na bacia do rio Paraíba do Sul, inaugurada em julho de 1924, com 22 mil kW de capacidade instalada e as maiores comportas de concreto do mundo à época. Em dezembro do mesmo ano, entrou 4 ‘ em operação o segundo grupo gerador, que adicionou 22 mil kW à capacidade da usina. Em 1929, a usina Ilha dos Pombos agregou mais 29 mil kW à sua capacidade, com o início da operação do terceiro grupo gerador, e passou a somar 73 mil kW de capacidade instalada. Em 1929 ocorreu a primeira interligação entre sistemas elétricos no Brasil, juntando a Light e a Companhia Brasileira de Energia Elétrica, do grupo Amforp. No mesmo ano, a Light desativou as oficinas de Vila Isabel e, em 1930, inaugurou em Triagem, em terreno que pertencera ao Jockey CLub, a ‘Cidade Light’, um conjunto de vinte edifícios que ocupava área de 150 mil m2 e empregava 2 mil pessoas. Outra empresa que marcou época no Distrito Federal foi a General Electric, que se registrou no Brasil em 1914 para a importação de seus produtos e serviços. As lâmpadas incandescentes, que produzia, começaram a substituir as lâmpadas a arco voltaico na iluminação pública do Distrito Federal em 1912, mas se multiplicariam a partir da adoção da tecnologia do fio metálico enrolado em hélice em 1915 e da instalação da empresa em 1919. Em 1921, a General Electric inaugurou no bairro de Maria da Graça a Fábrica Mazda, a primeira a produzir lâmpadas elétricas na América Latina, em 1929, iniciaria a produção de medidores de energia e, no ano seguinte, de transformadores. A empresa continuaria inovando pelas décadas seguintes, dando início até 1945 à produção local de transformadores de grande porte, destinados a redes de altas tensões, bulbos de vidro, lâmpadas fluorescentes, disjuntores a óleo e chaves desligadoras, reatores e lâmpadas miniaturas para veículos. Outros fatos mexeram com a vida da cidade. Em 1931, a Light inaugurou a iluminação da estátua do Cristo Redentor no Morro do Corcovado e, no mesmo ano, foi instituído pela primeira vez no Brasil, pelo decreto nº 20.466, o “horário de economia de luz”, precursor do horário de verão, pelo qual os relógios deviam ser adiantados em uma hora. A experiência vigoraria de 3 de outubro a 31 de março de 1932 e se repetiria no ano seguinte para ser interrompida dois anos depois. Em 1933, foram acesos pela última vez os 490 lampiões a gás remanescentes na cidade, que ainda iluminavam 33 ruas dos subúrbios. Com o fim da iluminação a gás, a Light passou a ser a única responsável pelo serviço de iluminação pública na cidade, embora a SAG se mantivesse como fornecedora de gás para o aquecimento doméstico. 5 ‘ Com o fim dos lampiões a gás, desapareceram também os ‘profetas’, acendedores de lampiões que todo dia à mesma hora, com seu uniforme de camisa azul e chapéu de couro e sua haste de madeira, iluminavam a cidade. Acendedores de lampiões a gás, conhecidos popularmente como “profetas”, profissão que se extinguiu com o fim da iluminação a gás. 6
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