COMITÊ INTERAMERICANO CONTRA O TERRORISMO (CICTE
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COMITÊ INTERAMERICANO CONTRA O TERRORISMO (CICTE
COMITÊ INTERAMERICANO CONTRA O TERRORISMO (CICTE) DÉCIMO PRIMEIRO PERÍODO ORDINÁRIO DE SESSÕES 17 de março de 2011 Washington, D.C. OEA/Ser.L/X.2.11 CICTE/INF.2/11 17 de março de 2011 Original: espanhol DISCURSO DO SECRETÁRIO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS EXCELENTÍSSIMO SENHOR JOSÉ MIGUEL INSULZA (Pronunciado na cerimônia de abertura realizada em 17 de março de 2011) DISCURSO DO SECRETÁRIO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS EXCELENTÍSSIMO SENHOR JOSÉ MIGUEL INSULZA (Pronunciado na cerimônia de abertura realizada em 17 de março de 2011) Sejam bem-vindos à sede da Organização dos Estados Americanos, a “Casa das Américas”. Agradecemos sua participação neste Décimo Primeiro Período Ordinário de Sessões do Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE). Sua presença aqui é uma renovada mostra do “COMPROMISSO HEMISFÉRICO PARA FORTALECER A COOPERAÇÃO A FIM DE PREVENIR, COMBATER E ELIMINAR O TERRORISMO” que, não por mera casualidade, é o título da Declaração sob consideração por esta Comissão para este Décimo Primeiro Período de Sessões. Nossos países criaram o CICTE com o objetivo principal de promover a cooperação entre os Estados membros para prevenir, combater e eliminar o terrorismo. As ações do CICTE orientam-se pelos princípios da Carta da Organização dos Estados Americanos e da Convenção Interamericana contra o Terrorismo, bem como pelo pleno respeito à soberania dos países, ao Estado de Direito e ao direito internacional, inclusive o Direito Internacional Humanitário, o Direito Internacional dos Direitos Humanos e o Direito Internacional dos Refugiados. As autoridades de nossos Estados membros têm deixado claro – com palavras e ações – que o terrorismo só acarreta o solapamento dos pilares que esta Organização hemisférica defende e promove por serem inerentes à aspiração de paz e desenvolvimento que os povos das Américas desejam ver cumpridas. Neste sentido, nossos países têm reafirmado que os atos terroristas de qualquer procedência, além de imorais, são a essência da injustiça pois cerceiam as vidas de inocentes, destruindo famílias e comunidades. Por isso, a resposta de nossos Estados membros têm reafirmado a importância do Estado de Direito, das liberdades democráticas e da pluralidade tolerante e estreitado a cooperação multilateral para fazer frente às diferentes manifestações desta ameaça à paz e à segurança de nossos povos. O terrorismo, que condenamos com firmeza qualquer que seja sua procedência, não é alheio à nossa região. Basta recordar apenas alguns fatos: Em 6 de outubro de 1976, um avião comercial de Cubana de Aviação, procedente de Caracas, foi derrubado sobre Barbados. Morreram nessa ocasião 73 pessoas, cidadãos latino-americanos e do Caribe. Em 17 de março de 1991, um dia como hoje, um atentado contra a Embaixada de Israel na cidade de Buenos Aires deixou o trágico saldo de 29 pessoas mortas e 242 feridas. Recordamos com afeto esta data e este novo aniversário da morte dessas pessoas, entre as quais havia anciães de um centro geriátrico vizinho, crianças de um jardim de infância contíguo e um trabalhador que estava reparando equipamentos nessa embaixada que foi destruída, além de uma igreja católica e uma escola -2- situada em um edifício próximo. Mas a República Argentina sofreria um atentado ainda maior em 18 de julho de 1994 quando uma bomba explodiu na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) matando outros 85 pessoas e ferindo mais de 300. No atentado à AMIA faleceram cidadãos argentinos, bolivianos, chilenos, poloneses e outros cidadãos. Saúdo aqui, com muito afeto, a presença do Senhor Guillermo Borger, Presidente da AMIA, que está conosco hoje e por meio dele envio novamente toda a nossa solidariedade. Um dia depois do atentado à AMIA, em 19 de julho de 1994, um avião explodiu no ar no Panamá e ocasionou a morte de seus 21 ocupantes. E em 2011 comemoraremos o décimo aniversário do atentado terrorista mais brutal jamais sofrido em nosso Hemisfério: o duplo ataque às Torres Gêmeas em Nova York e ao edifício da Secretaria de Defesa em Washington. Em 11 de setembro de 2011 será um dia de luto e reflexão em que nosso pensamento e o sentimento de nossos povos estarão com as 2.977 vítimas de mais de 90 países, de 85 a 2 anos de idade, falecidas em tão infausto dia. Por este motivo, no âmbito desta solenidade e apesar da tristeza que traz a recordação desses incidentes, tomo a liberdade de convidá-los a olhar com esperança para o futuro. Nossa Organização tem respondido a estes acontecimentos com firmeza e decisão. A Primeira Cúpula das Américas de dezembro de 1994 e o chamado Compromisso de Mar del Plata de 1998 sentaram as bases para a criação desta Comissão. Após os atentados de setembro de 2001 os Estados membros deram um passo para criar a Secretaria que apóia os trabalhos da Comissão, bem como promover as iniciativas e prioridades estabelecidas para enfrentar o terrorismo. Hoje, com uma visão de perspectiva dos trágicos acontecimentos de há dez anos, podemos sentir-nos satisfeitos de não ter havido novos atentados de semelhante magnitude em nosso Hemisfério. Isto foi possível, em parte, ao incansável trabalho de todos os seus países para prevenilos não só internamente mas fundamentalmente, graças à imprescindível cooperação internacional que as políticas antiterroristas requerem por sua natureza. Como bem indica a resolução 1373 de 28 de setembro de 2001 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Convenção Interamericana contra o Terrorismo de 2002, prevenir o livre movimento dos terroristas e de seus meios de financiamento através das fronteiras é um requisito imprescindível do combate à ameaça do terrorismo. Neste particular empenho concentram-se os programas do CICTE em matéria de controles fronteiriços. Por meio da prestação de assistência técnica e da capacitação de funcionários da polícia, alfândegas e imigração, de inteligência financeira, de segurança marítima e aeroportuária, o CICTE aborda a questão dos controles fronteiriços sob uma perspectiva multidimensional. Desta maneira, nossa Secretaria desenvolve projetos abrangentes de treinamento e capacitação que reforçam as iniciativas nacionais e de cooperação internacional das Américas para combater não somente o terrorismo, mas também toda forma de criminalidade internacional organizada que pretenda beneficiar-se das vantagens que nossos tempos trazem nos intercâmbios comerciais e humanos. Este é o conceito de segurança moderno que nossa Organização professa e que, estamos certos, continuará a oferecer bons frutos. -3- Este conceito de segurança multidimensional foi consagrado na Declaração sobre Segurança nas Américas do México de 2003 para o qual confluem as parcerias estratégicas necessárias entre o setor público e o privado. Este é de fato o tema principal dos trabalhos que, sob a orientação da Presidência das Bahamas, o CICTE realizou neste último ano. Isto mostra a plena sintonia entre as prioridades conferidas pelos Estados membros e a arquitetura teórica e prática posta a seu serviço por desta secretaria. É precisamente em matéria de controles fronteiriços que as parcerias estratégicas públicoprivadas adquirem um sentido manifesto. Portos e aeroportos com segurança concessionada, análise de riscos, operadores turísticos e hoteleiros, bem como entidades financeiras internacionais constituem áreas em que o diálogo e cooperação constantes são fundamentais. No ano passado foram envidados esforços neste sentido e com esta cooperação em mente se continuará a seguirá a trabalhar no futuro. Este ano o CICTE focará seus trabalhos em reforçar a cooperação internacional para prevenir e derrotar o terrorismo. Neste contexto, a ação dos países assume maior relevância. A SecretariaGeral, por meio da Secretaria do CICTE, desenvolve ferramentas de assistência técnica e capacitação em cumprimento dos padrões internacionais, assegurando que o trabalho conjunto que levam a cabo seus Estados membros multiplique seu impacto. Não devemos esquecer o trabalho transcendental realizado para assegurar que nossa associação com as organizações internacionais, regionais, sub-regionais e nacionais peritas em matéria de prevenção e luta contra o terrorismo redunde em máximo benefício para nossos Estados membros. O CICTE mantém neste momento associações com entidades e organizações de reconhecido prestígio em todo o mundo, reforçando assim a mensagem de unidade que esta atividade requer e assegurando a maior qualidade na implementação de nossos projetos para dispor dos recursos de maneira mais eficiente. Quero também enfatizar a cooperação existente com diversas entidades da Organização das Nações Unidas, especialmente com a Comissão contra o Terrorismo do Conselho de Segurança e sua Diretoria Executiva, com a Subdivisão de Prevenção do Terrorismo do Escritório contra a Droga e o Delito e com o Instituto Inter-Regional para Investigações sobre o Crime e a Justiça. Além disso, cumpre mencionar a associação que, no âmbito do Programa de Segurança Marítima do CICTE, mantemos desde 2007 com a Transportes do Canadá e a Guarda Costeira dos Estados Unidos, bem como com nossa própria Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) e a Comissão Interamericana de Portos. Destacam-se também associações recentes e promissoras. Mantemos também associação com o Programa de Combate ao Financiamento do Terrorismo com a formação de uma Mesa de Coordenação (MECOOR) entre os principais fornecedores internacionais de assistência técnica na matéria e o Programa de Controles Fronteiriços em matéria de apoio à implementação da Resolução 1540 do Conselho de Segurança da ONU, com o Grupo de Peritos da Comissão 1540 desse Conselho e com os peritos do Escritório de Desarmamento das Nações Unidas. Todo este trabalho não seria possível sem o apoio de todos os nossos Estados membros e sem nossos principais doadores – Canadá, Estados Unidos e Espanha – aos quais desejo expressar nosso sincero agradecimento. Quero também mencionar as contribuições da Argentina, Chile, Panamá, Trinidad e Tobago e Turquia, bem como o inestimável compromisso dos Estados membros que -4- contribuem diretamente com recursos humanos à Secretaria do CICTE, tais como Bahamas, Brasil, Estados Unidos, México e Uruguai. A todos eles vai o reconhecimento da Organização por uma contribuição tanto importante como decisiva para a consecução dos objetivos que o CICTE se traçou. Toda ação e iniciativa que tomarmos, todo caminho que percorrermos não deverão perder de vista o objetivo de estabilidade que o combate ao terrorismo visa a conseguir. Os atos terroristas destroem não somente vidas, mas também a esperança de um futuro melhor. Setores-chave de muitas de nossas economias são irremediavelmente afetados por esta praga: serviços de transporte, turismo, investimentos financeiros, indústria energética e outras. Cooperando, preservaremos vidas e construiremos o futuro das Américas. Confio em que o Décimo Primeiro Período Ordinário de Sessões do CICTE prossiga e aprofunde o trabalho realizado este ano e nos dê um novo e mais profundo sentido ao conceito de cooperação internacional, renovando e fortalecendo o compromisso dos Estados membros contra todas as formas de terrorismo. Para concluir desejo expressar meu agradecimento à Presidência das Bahamas e à VicePresidência de Grenada do CICTE por sua destacada liderança durante todo o ano passado; aos Estados membros e Observadores Permanentes por seu apoio e ativa participação nos trabalhos da Comissão; e à Secretaria da Comissão por seu dedicado trabalho. CICTE00623S01
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