Computação em Nuvem - revista eletrônica da faculdade metodista

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Computação em Nuvem - revista eletrônica da faculdade metodista
Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery
http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377
Curso de Sistemas de Informação-N. 17, JUL/DEZ 2014
Computação em Nuvem:
Desafios, Tecnologias e Panorama do Mercado
David Guedes ∗,
Diego Trepim*,
Diogo Marques*,
Thiago Lima*,
Sônia C. de Jesus**,
Katia C. L. dos Santos**
RESUMO
Com a popularização do acesso à Internet associado à necessidade imperativa em estar sempre
conectado, torna-se preponderante o uso de armazenamento na nuvem tanto para aplicações
corporativas quanto para entretenimento. Comumente utilizada de forma incorreta, o objetivo
da computação em nuvem é atender a essa demanda crescente a partir de múltiplos
dispositivos de acesso. A partir desse cenário, o conhecimento das tecnologias, desafios e o
panorama de mercado é o tema desse artigo.
PALAVRAS-CHAVE: Chrome OS, Infraestrutura, Serviço, Plataforma, Disponibilidade.
ABSTRACT
Commonly used in an incorrect manner, the concept of cloud computing aims to meet this
growing demand from multiple access devices. From this scenario, the knowledge of the
technologies, challenges and the viewpoint of the cloud computing market is the subject of
this paper.
KEYWORDS: Chrome OS, Infrastructure, Service, Platform, Availability.
∗
Graduandos da Faculdade Metodista Granbery
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected]
∗∗
Professoras da Faculdade Metodista Granbery
[email protected], [email protected]
1 INTRODUÇÃO
A computação em nuvem, do inglês cloud computing, baseia-se no armazenamento
lógico de dados (lado cliente), sem a dependência de infraestrutura para tal, isentando o uso
de dispositivos físicos, tais como dispositivos removíveis, (pendrive ou disco rígido externo),
sendo feito então em rede (ARMBRUST, 2009). Devido às reduções de custo com hardwares,
a computação em nuvem tende a ser mais vantajosa economicamente. Utiliza-se o conceito de
“nuvem”, pois a estrutura de rede e os serviços prestados (hardware, software e serviços em
geral) são reunidos em um grande sistema, os quais não precisam ser conhecidos pelo usuário,
justificando tal nomenclatura. São chamados de Data Center (central de dados), que podem
ser alterados e atualizados com grande facilidade por seus gestores.
Cloud computing não é uma inovação tecnológica, pois se baseia em diversas
tecnologias já existentes, como a Arquitetura Orientada a Serviço (Service Oriented
Architecture - SOA), virtualização e Computação em Grid (Grid Computing) (KONDO,
2009), mas é uma verdadeira ruptura na maneira de se gerenciar e entregar produtos e
serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs).
Na computação em nuvem não é necessário se ater em velocidade de execução de
máquinas, os gigahetz (GHz) de processadores, porque não me interessa mais saber onde
meus aplicativos vão rodar. A escolha da plataforma de execução vai se deslocar de
caraterísticas técnicas para variáveis como custo, nível de segurança, disponibilidade,
confiabilidade e privacidade, e, importante, a largura de banda do provedor. E tudo isso feito
por atendimento por demanda de serviço (self-service), por meio de um portal.
Em termos de mercado, várias empresas líderes em outros setores como Microsoft,
Google e IBM oferecem os serviços na nuvem. Entretanto, conforme levantamento realizado
em 2014 com empresas de destaque no cenário mundial, o grupo Gartner posicionou uma
empresa de atuação exclusiva em serviços na nuvem como a líder. Conforme apresentado na
Figura 1, a Amazon Web Services (AWS) foi classificada como a empresa com a maior
abrangência de visão e a maior capacidade de execução (BABCOCK, 2014). Foram avaliados
dois aspectos, determinados pelos eixos X e Y, respectivamente: visão completa dos serviços
ofertados e habilidade em realizar os serviços. As empresas que estão posicionadas no
quadrante superior à direita são aquelas que se destacam sobre os dois enfoques. Além da
AWS, a Microsoft e a CenturyLink assumiram a segunda e terceira posições, respectivamente.
Figura 1: Gartner's Magic Quadrant 2014 for cloud: winners & losers
Fonte: (LEONG et al, 2014)
Este trabalho está organizado da seguinte forma. Na seção 2 são apresentadas algumas
das principais características que definem um sistema de computação em nuvem. Na seção 3
são apresentadas as arquiteturas disponíveis. A partir das aplicações possíveis de produtos e
serviços em nuvem, na seção 4 são apresentadas as vantagens e desvantagens na adoção
destas tecnologias. As seções 5, 6 e 7 apresentam algumas das principais tecnologias
disponíveis e adotadas a nível mundial e em específico no Brasil. A última seção traz algumas
considerações finais frente ao levantamento realizado.
2 CARACTERIZANDO A COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Podemos destacar algumas das principais características do modelo de computação em
nuvem, que a difere do modelo comumente conhecido. São elas: a ilusão da disponibilidade
de recursos infinitos, ilimitados, a eliminação de um comprometimento com antecedência por
parte dos usuários, a elasticidade e a habilidade de pagar pelo uso dos recursos à medida que
eles são utilizados (CHAPPELL, 2008). Abaixo são definidas tais características:
•
A ilusão da disponibilidade de recursos infinitos, ilimitados: confere ao usuário a
ilusão de que possui completo controle sobre a internet e seus serviços.
•
A eliminação de um comprometimento com antecedência por parte dos usuários: um
conceito que explica bem tal característica é a escalabilidade, que consiste no aumento
ou diminuição de hardware dedicado e fornecido pelos centros de dados (data centers)
de acordo com a demanda exigida pelo usuário. Por exemplo: uma central de
chamadas que necessita ampliar suas ilhas de trabalho e que anteriormente possuía um
determinado número de postos terá que aumentar o quantitativo de atendentes tanto
quanto for necessário aumentar o de máquinas. Consecutivamente, torna-se necessário
um serviço de Computação em Nuvem mais robusto, que ofereça um hardware
compatível com o serviço buscado.
•
A habilidade de pagar pelo uso dos recursos à medida que eles são utilizados: a
liberação de recursos para o usuário é feita de acordo com que são pagos e utilizados,
nasce então o conceito de pagar pelo uso (pay-per-use), onde só é cobrado aquilo que
realmente é utilizado, fazendo com que o tráfego de dados entre nuvem e cliente flua
de forma mais limpa e mais rápida.
•
A elasticidade é a capacidade do ambiente computacional da nuvem aumentar ou
diminuir de forma automática os recursos computacionais, tanto cresce quanto diminui
a capacidade ofertada. É vista de forma diferente pelo consumidor de serviços e pelo
provedor dos serviços. O usuário visualiza apenas a interface, interage com a nuvem
pelo portal de acesso, já o provedor coloca em operação toda a parafernália
tecnológica que faz a elasticidade acontecer, esse conceito é exemplificado na Figura 2
a seguir, onde nos mostra o ambiente atual e o ambiente onde é aplicada a computação
em nuvem. Há uma diferença também quando ela aparece em nuvens públicas ou
privadas.
Figura 2 - Os ganhos para as empresas com a implementação do modelo de Cloud Computing
Fonte: (CLOSS, 2009)
3 ARQUITETURA E OS TIPOS DE NUVEM
A arquitetura computacional baseia-se no conjunto de métodos e personagens que,
interagindo de forma sistemática formam o serviço como um todo. A Computação em Nuvem
possui em sua estrutura três camadas, a serem detalhadas a seguir.
3.1 Arquitetura
A Computação em Nuvem possui três camadas, cada uma com uma função que a
difere das demais, mas que juntas propiciam o serviço ao usuário (CHIRIGATI, 2009).
A camada mais baixa é a de infraestrutura da nuvem, ou Prestadores de Infraestrutura.
Neste nível encontram-se todos os equipamentos necessários para armazenamento e também
os serviços de rede. È constituída de data centers, desktops e grandes servidores.
Acima desta camada temos os Prestadores dos Serviços, onde as atenções estão
voltadas para a Plataforma. São executados trabalhos como Manutenção e Desenvolvimento
de Aplicações.
E por fim temos a camada dos Usuários dos Serviços. Por ser a camada de mais alto
nível de abstração, é a que apresenta a função em fase final. Nela encontram-se as aplicações
como serviço. É de fato aquilo que o usuário vê quando o utiliza. A figura 3 abaixo ilustra
esse conceito de camadas.
Figura 3 - Camadas da Cloud Computing
Fonte: (CHIRIGATI, 2009)
Como foi dito anteriormente, o serviço de Computação em Nuvem é dividido em
camadas, e que atrelados a elas, temos os serviços oferecidos por cada uma. Atualmente a
Computação em Nuvem possui seis tipos de serviços (CHIRIGATI, 2009) que são
apresentados a seguir:
•
Software como Serviço (SaaS): representa o que há de mais alto nível na
nuvem. É a disponibilização completa de aplicações para o cliente sem a
necessidade de o mesmo obter licenças para execução.
•
Plataforma como Serviço (PaaS): é disponibilizado com o intuito de reduzir
custos e facilitar o desenvolvimento de aplicativos. Fornece um sistema
operacional, linguagem de programação e ambientes de desenvolvimento.
•
Infraestrutura como Serviço (IaaS): o cliente contrata o fornecimento de
infraestrutura computacional como um serviço. Nesse tipo de modalidade são
oferecidos pelos datacenters servidores, roteadores e todo equipamento a ser
disponibilizado pela rede.
•
Desenvolvimento como Serviço (DaaS): as ferramentas de desenvolvimento
tomam forma no cloud computing como ferramentas compartilhadas.
•
Comunicação como Serviço (CaaS): uso de uma solução de Comunicação
Unificada hospedada em Data Center do provedor ou fabricante.
•
Tudo como Serviço (EaaS): quando se utiliza tudo, infraestrutura, plataformas,
software, suporte, enfim, o que envolve T.I.C. (Tecnologia da Informação e
Comunicação) como um Serviço.
3.2 Tipos de Nuvem
As nuvens podem ser divididas em quatro tipos, que são contratadas de acordo com a
necessidade do cliente, com seu nível de segurança ou então de acordo com a permissão de
cada usuário para acessar uma mesma conta. São elas: pública, privada, hibrida e comunitária.
A Figura 4 apresenta um resumo dos tipos de nuvens e dos seus principais pontos, que as
distinguem umas das outras.
Figura 4 - Modelos de implementação de computação em nuvem
Fonte: (IBM SITE).
3.2.1
Nuvem Pública
A nuvem pública pode ser acessada por um grande grupo de pessoas, ou uma
organização, empresa. Sua principal característica é o armazenamento de informações de
diversos usuários no mesmo sistema. Nesse modelo não é exigida uma autenticação para
prosseguir com o acesso, a nuvem é acessada por qualquer usuário que conheça sua
localização.
3.2.2
Nuvem Privada
A nuvem privada tem como principal característica o acesso de somente um usuário.
Diferente da nuvem pública, a privada exige quando do seu acesso uma autenticação por meio
de login e senha. Ela possui um data Center dedicado que também é privado.
3.2.3
Nuvem Híbrida
As nuvens híbridas combinam os modelos de nuvens públicas e privadas. Elas
permitem que os recursos de uma nuvem privada sejam adquiridos a partir de uma reserva de
recurso em uma nuvem pública. Nas nuvens híbridas encontra-se uma combinação de duas ou
mais nuvens.
4 VANTAGENS E DESVANTAGENS
Todo e qualquer sistema fatalmente possuirá quando implantado erros e coisas a serem
melhoradas. Com a Computação em Nuvem isso não é diferente.
O método amplamente testado no passado em grandes empresas, que centralizavam os
serviços de diversos terminais em um servidor central, é hoje considerado, por muitos, como
ultrapassado. Temos como objetivo visar uma comparação entre os diversos benefícios e
malefícios do armazenamento de dados na rede.
Existem vários riscos e vantagens nas diversas possibilidades oferecidas pela
Computação em Nuvem. Uma vantagem direta é a possibilidade de acessar seus dados de
qualquer lugar desde que se tenha uma boa conexão com a internet.
Os usuários não dependem mais de uma infraestrutura física, pois seus dados e
aplicativos são acessados diretamente do centro de processamento. Outra grande vantagem é
que a computação em nuvem trabalha sobre o modelo pay-per-use, onde o usuário paga
somente pelo o que ele usa, a cobrança é baseada no consumo de recursos, quantidade de
horas utilizadas do CPU e o volume de dados armazenados. Dentre outras vantagens está a
grande portabilidade de informações, a possibilidade de se dispensar dispositivos de grande
capacidade de armazenamento e a maior simplicidade no funcionamento dos computadores.
Já os fatores negativos giram em torno da falta de segurança no armazenamento de
dados pessoais e sigilosos, possibilidades de falhas em servidores, etc. Nesse novo modelo os
usuários armazenam dados que tradicionalmente armazenariam em seus próprios
computadores, além disso, os mesmos desconhecem a localização de seus dados e a fonte de
outros dados que foram armazenados juntamente aos deles.
Dessa maneira devem ser
consideradas pelos prestadores da infraestrutura e de serviços, a proteção da privacidade dos
usuários e a integridade das informações. Outra grande desvantagem é que tais informações
estarão ao alcance do provedor, esse podendo fazer mau uso e até oferecendo de maneira
indevida alguns dados a terceiros.
5 SISTEMAS ATUAIS BASEADOS EM COMPUTAÇÃO EM NUVEM
É bem extensa a lista de sistemas que possuem Computação em Nuvem, e cada vez mais
empresas aderem a este novo modelo de computação. Abaixo listamos alguns desses sistemas
e suas principais características.
5.1 Google Chrome OS
Desenvolvido pela Google, virá com os Chromebooks, que teve seu lançamento no
mercado dia 15 de junho de 2011 nos EUA, Reino Unido, Espanha e em outros quatro países.
Trabalha com uma interface diferente, semelhante ao do Google Chrome, em que todas as
aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e sincronizados com sua conta do Google, sem
necessidade de salvá-los no computador, já que o HD dos dois modelos de Chromebooks
anunciados contam com apenas 16gb de HD.
5.2 Joli Os
Desenvolvido por Tariq Krim, o ambiente de trabalho chamado jolicloud usa tanto
aplicativos em nuvem quanto aplicativos off-line, baseado no ubuntu notebook remix, já tem
suporte a vários navegadores como Google Chrome, Safari, Firefox, e está sendo
desenvolvido para funcionar no android.
5.3 YouOS
Desenvolvido pela empresa WebShaka, cria um ambiente de trabalho inspirado nos
sistemas operacionais modernos e utiliza a linguagem Javascript para executar as operações.
Ele possui um recurso semelhante à hibernação no MS-Windows XP, em que o usuário pode
salvar a área de trabalho com a configuração corrente, sair do sistema e recuperar a mesma
configuração posteriormente. Esse sistema também permite o compartilhamento de arquivos
entre os usuários.
Além disso, possui uma API para o desenvolvimento de novos aplicativos, sendo que
já existe uma lista de mais de 700 programas disponíveis. Fechado pelos desenvolvedores em
30 de julho de 2008.
5.4 DesktopTwo
Desenvolvido pela empresa Sapotek, tem como pré-requisito a presença do utilitário
Flash Player para ser utilizado. O sistema foi desenvolvido para prover todos os serviços
necessários aos usuários, tornando a Internet o principal ambiente de trabalho. Utiliza a
linguagem PHP como base para os aplicativos disponíveis e também possui uma API,
chamada Sapodesk, para o desenvolvimento de novos aplicativos. Fechado pelos
desenvolvedores.
5.5 G.host
Esta sigla significa “Global Hosted Operating SysTem” (Sistema Operacional
Disponível Globalmente), tem como diferencial em relação aos outros a possibilidade de
integração com outros serviços como: Google Docs, Meebo, ThinkFree, entre outros, além de
oferecer suporte a vários idiomas.
5.6 EyeOS
Este sistema está sendo desenvolvido por uma comunidade denominada EyeOS Team
e possui o código fonte aberto ao público. O objetivo dos desenvolvedores é criar um
ambiente com maior compatibilidade com os aplicativos atuais, MS-Office e OpenOffice.
Possui um abrangente conjunto de aplicativos, e o seu desenvolvimento é feito principalmente
com o uso da linguagem PHP.
5.7 Icloud
Sistema lançado pela Apple em 2011, é capaz de armazenar até 5 GB de fotos,
músicas, documentos, livros e contatos gratuitamente, com a possibilidade de adquirir mais
espaço em disco (pago).
5.8 UbuntuOne
UbuntuOne é o nome da suíte que a Canonical (Mantenedora da distribuição Linux
Ubuntu) usa para seus serviços online. Atualmente com o UbuntuOne é possível fazer
backups, armazenamento, sincronização e compartilhamento de arquivos e vários outros
serviços que a Canonical adiciona para oferecer mais opções e conforto para os usuários.
5.9 IBM Smart Business
Sistema da IBM que engloba um conjunto de serviços e produtos integrados em
nuvem voltados para a empresa. O portfólio incorpora sofisticada tecnologia de automação e
autosserviço para tarefas tão diversas como desenvolvimento e teste de software,
gerenciamento de computadores e dispositivos, e colaboração. Inclui o Servidor IBM
CloudBurst server (US) com armazenamento, virtualização, redes integradas e sistemas de
gerenciamento de serviço embutidos.
5.10 OwnCloud
O software OwnCloud é fácil de instalar e simples de usar. O acesso aos dados se dá
por meio de uma interface web ou através do protocolo WebDAV. Para os que possuem mais
conhecimento técnico, as funcionalidades podem ser expandidas através de uma API simples,
porém poderosa para o desenvolvimento de aplicativos e plugins que funcionam com
qualquer servidor de armazenamento (storage).
Estão disponíveis clientes para os sistemas MS-Windows, OS X, Linux, iOS e
Android. O sistema está atualmente (setembro/2014) na versão 7. Maiores informações, como
documentação livre, demonstrações podem ser vistas no site oficial (http://owncloud.org/) ou
no repositório GitHub (https://github.com/owncloud).
Vale também destacar que as redes sociais podem ser consideradas aplicações com
Computação em Nuvem embarcada, pois elas permitem ao usuário hospedar arquivos
associados ao seu perfil, tais como fotos e vídeos. Mas, sem dúvida, um bom exemplo que está
presente no dia-a-dia de usuários da computação é o serviço de e-mail, que é acessível e na
maioria das vezes gratuito. Nele é possível armazenar arquivos de qualquer natureza, seja ele
um vídeo, uma foto ou um currículo com grande facilidade. Inserir dados, gerar informações e
gerenciar suas tarefas são funções presentes nesse serviço. Na figura 5, é exibido um modelo
para armazenamento em nuvem, onde podemos ver diferentes atores, dentre eles redes sociais
e serviços de e-mail citados anteriormente.
Figura 5 - Modelos para armazenar e disponibilizar informações
Fonte: (RUSSO, 2011)
6 ESTUDO SOBRE O CHROME OS
Como foi dito, na pequena introdução acima, esse sistema foi desenvolvido pela
Google onde todas as aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e sincronizados com sua
conta do Google, sem necessidade de salvá-los no computador.
Os Chromebooks, como são chamados os notebooks com Chrome OS cujo sistema
operacional é o próprio Google Chrome, são independentes de sistema operacional e
configurações de hardware. Dessa forma, o usuário não precisa se preocupar com
atualizações, otimizar o sistema ou qualquer tipo de gerência, é só ligar e usar. Basicamente,
trata-se de um navegador com funções extras onde a maioria dos usuários, tendo uma conexão
de dados realiza suas funções como acessar Facebook, Twitter, Netflix, Deezer, Suplerplay,
Grooveshark, Youtube, dentre outros mais (CIPOLI, 2014).
Como todo sistema operacional, o Chrome OS também apresenta limitações e
problemas. A principal crítica em cima dele é a conexão com a internet, por ele não possuir
um HD com grande capacidade de armazenamento e sua finalidade ser o armazenamento em
nuvem, ele tem uma forte dependência de uma conexão com internet, apesar de possuir Apps
que funcionam de forma offline. Mas afinal, o que as pessoas fazem em um computador hoje
em dia sem internet? Outro ponto a ser destacado é que o Chromebook não é uma máquina de
produção onde se possam realizar grandes tarefas, mas sim uma segunda opção de máquina,
para aqueles que estão sempre viajando e não tem algo para passar o tempo.
7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM NO BRASIL
O Brasil ainda não possui infraestrutura apropriada para comportar um serviço como a
Computação em Nuvem. Com uma banda larga de baixa qualidade oferecida pelas
prestadoras, ainda é impossível que esse serviço seja realidade. Com uma infraestrutura web
ruim, o serviço funcionaria se implantado, porém com falhas constantes e perda de pacotes.
Diversos fatores além do mencionado anteriormente podem ser apontados.
Um fator importante é o meio como os dados trafegam atualmente, em pequenos casos
têm-se o uso de fibra óptica, que eleva a taxa de transferência, mas a esmagadora maioria
ainda utiliza cabeamento inapropriado, cabos de par trançado, cabos telefônicos FE (Fio
externo), que ficam expostos ao tempo e vão se deteriorando.
Outro fator é queda da taxa de transferência por conta da resistência à qual esses cabos
são expostos. Quanto maior for o cabo usado maior será a resistência ao longo dele.
Apesar da ineficiência do serviço oferecido pelas prestadoras já é realidade -ainda que
pequena - a existência no Brasil de Computação em Nuvem. Graças a fusões de empresas
brasileiras e grandes empresas como a Microsoft e a Amazon que desde o ano de 2011 vem se
instalando e fazendo parcerias com microempresas brasileiras, como destacou Ana Paula
Lobo em sua reportagem para o site Convergência digital em 15/12/2011.
“Numa prova que computação na nuvem virou, de fato, um motor
para novos negócios em Tecnologia da Informação, os serviços na
área movimentam o mercado brasileiro de fusões e aquisições nesta
reta
final
de
2011.”
(Lobo,
Ana
Paula,
2011,
http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?info
id=28733&sid=97).
“O ano marca o desembarque de dois titãs globais na área de data
center - Microsoft e Amazon - além das compras de controle de
provedores locais como Tivit e Alog e da expansão dos investimentos
de empresas como UOL Host, Locaweb e Ativas. Agora, dos
chamados gigantes, apenas o Google permanece sem base
local.”Lobo,
Ana
Paula,
2011,
http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?info
id=28733&sid=97)
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada nos mostrou que a Computação em Nuvem torna-se a cada dia
um item essencial para aqueles que prezam por um bom conhecimento na área da informática,
afinal, o futuro da computação e da maioria dos sistemas conhecidos está ligado a essa nova
tecnologia. Se compararmos e pesarmos seus prós e contras veremos que suas desvantagens
são irrelevantes diante os benefícios que a nuvem proporciona. Sem dúvidas um dos maiores
benefícios é a facilidade de gerenciar seus dados, visto que o dia a dia do usuário está cada
vez mais corrido, impedindo uma frequente manutenção de seus dados em um computador
residencial.
Apesar de ainda a computação em nuvem não ser uma tecnologia que tenha expressão
no mercado brasileiro, aos poucos esse panorama tende a mudar, visto que grandes empresas
para se manterem no mercado procuram por profissionais mais qualificados e “antenados”
com a evolução tecnológica.
Com sua facilidade de utilização e a expansão em grande escala através da própria
rede, com certeza, será no futuro uma das maiores ferramentas que a tecnologia poderá
oferecer e esse não será um futuro muito distante, de acordo com a pesquisa da revista Exame
"O mercado brasileiro de Cloud Computing deve crescer 74% até 2015, impulsionado por
benefícios como alta disponibilidade de recursos, redução de custos de TI e flexibilidade
operacional. A virtualização possibilita novas formas de fazer negócios, contribuindo para
aumentar a produtividade das empresas". Vale ressaltar que o futuro da computação ainda é
incerto, devido a isso, inúmeras questões devem ser levantadas. Até onde a tecnologia afetará
as relações humanas? Onde pararemos com tanta evolução tecnológica?
REFERÊNCIAS
ARMBRUST, M. et al. Gartner's Magic Quadrant 2014 for cloud: winners & losers.
Disponível
em:
<http://www.informationweek.com/cloud/infrastructure-as-a-service/gartners-magicquadrant-2014-for-cloud-winners-and-losers/d/d-id/1269411>. Acessado em 10 de março de 2015.
CHAPPELL, D. A Short Introduction to Cloud Platforms: An Enterprise-Oriented View.
David Chappell & Associates, agosto 2008.
CHIRIGATI, Fernando Seabra. Computação em Nuvem. Grupo GTA da UFRJ, 2009.
Disponível em <http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2009_2/seabra/index.html>. Acessado
em 10 de março de 2015.
CIPOLI, Pedro. Conhecendo o Chrome OS: entenda o sistema operacional do Google.
Disponível em <http://canaltech.com.br/analise/google-chrome/Conhecendo-o-Chrome-OS-entenda-osistema-operacional-do-Google/>. Acessado em 10 de março de 2015.
CLOSS, Fabiano. Computação em nuvem e os ganhos para empresas da indústria da
construção civil. Disponível em: <http://www.crea-sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigosdetalhe&id=580#.VATkivnIZCg>. Acessado em 07 de março de 2015.
LEONG, Lydia et al. Magic Quadrant for Cloud Infrastructure as a Service. Site do
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KONDO, D. et al. Cost-Benefit Analysis of Cloud Computing versus Desktop Grids.
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RUSSO, Rafael. Cloud Computing – O Futuro da Computação está na Nuvem. Site
Escreve
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Disponível
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<http://escreveassim.com.br/2011/01/26/futuro-computacao-nuvem/>. Acessado em 12 de
março de 2015.