Textos curtos sobre as drogas

Transcrição

Textos curtos sobre as drogas
José Facury
Funke-se na vida
José Facury Heluy
CENA 1
Na fila de entrada para um baile funk.
Lucas
Cara, não agüento mais essa vida.
Tino
Qual é malandro?
Lucas
Porra, eu já tou de saco cheio de tudo ter que pedir permissão pros velhos. Agora eles
não querem que eu vá nem no baile. Pode? Ter que cascatear pra fazer o que eu quero.
Tino
Eu também pago esse mico.
Lucas
É um saco, eles querem ficar colado na nossa. Prá pegar no trampo e sentar a bunda na
escola a gente já é adulto, responsável, mas prá curtir umas, zoar, a gente ainda é
criança.
Tino
Eu não entendo a deles, sabe! Se a gente reclama, ainda prometem dar porrada.
Lucas
Será que eles ainda não viram que agora se derem, podem levar também?
Tino
Isso eu também acho. Mas não sei se tenho coragem.
Lucas
Não sei não, tudo depende da adrenalina. Porra, vou esperar até quando prá não dar
satisfação prá ninguém?
Tino
Quando ficar velho, mané!
Lucas
Eu quero é mais e já! Vou ficar punhentando até quando?
Tino
Pois é, o que é que nós vamos fazer?
Lucas
Sei lá, mas nessa eu não fico. Já deu o que tinha que dar.
Tino
Vai fazer o quê, cara? Roubar?
Lucas
Quem sabe? É uma. Pelo menos pinta uma grana prá sair com uma xeca e acampar
num motel desses.
Tino
Tá maluco, meu? Roubar é a maior sujeira.
Lucas
Ó, o cara ... tá com medo, mané.
Sem entrar na fila, entra o grupo ligado ao tráfico
acompanhado de algumas mulheres, dançando e
cantando um funk.
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José Facury
Sou o rei do meu pedaço
Todo mundo me respeita
Comecei já muito cedo
A dominar a minha área
Faço esse meu comércio
Que me dá muito poder
Também quebro muito galho
Prá evitar deduração
Posso ter tudo que quero
Mesmo vivendo malocado
Até os home me respeitam
Pois aqui tou bem armado
Sei que minha vida é curta
Mas curtida prá valer
Não adianta vida longa
Sem viver só de prazer
Lucas
Olha aí. Esses caras é que tão com tudo. Nem entraram na fila. Grana, poder, ninguém
se mete com eles. E ainda vivem o clima das gatas em volta.
Tino
Mas, tu vai fazer o quê, entrar nessa?
Lucas
Quem sabe, não é má idéia. Melhor do que levar a vida de otário que eu levo. Sem
grana, levando dura dos home, sem força pra reagir e sem gatas. O que elas querem
mesmo é ser também “a primeira dama do pedaço”.
Tino
É, mas vai ser altos perigos.
Lucas
Tenho medo não. Eu encaro qualquer uma. Não agüento mais.
À porta do clube, onde acontece o baile.
Tino
Vamos nessa, cara, esquece isso.
Lucas
Esquecer nada. Tá na meta do mané aqui.
CENA 2
Outro dia de baile na mesma fila do baile funk.
Cláudio
Hoje a fila tá curta mesmo ou tá muito cedo?
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Tino
Pois é, tá estranho, né.
Lina
Que nada, é que nego só tá vindo de galera. Daqui a pouco enche.
Cláudio
Esse negócio de andar em galera é uma boa, porque ninguém se mete a besta.
Lina
Olha aí, tá chegando uma.
Cláudio
Ih, essa aí é pesadona, é a do Bicho Galo. Eles não são de brincadeira não.
Lina
Tou fora!
Tino
Eu também.
Cláudio
Eu vou ficar fazendo cera aqui na fila, se o pau comer aí dentro, eu me mando.
Tino
Tou nessa.
Entra a galera do Bicho Galo, sem muita conversa e
com as caras enfezadas.
Cláudio
Ih, tá brabo, hein!
Lina
Que nada, isso aí é só teatro. Quer vê, não são de nada.
Tino
O que eu não me conformo é passarem na frente de todo mundo. Porra, isso me deixa
puto.
Cláudio
Vai reclamar prá eles, vai mané.
Lina
Quer dizer que tu não queria uma mordomia dessa?
Tino
Porra, tem que ter respeito por quem já comprou ingresso e tá aqui esperando.
Cláudio
Olha, lá vem outra galera aí. Essa aí é a do... espera aí... ah, é a do Chicória.
Tino
Ah, não, não vai me dizer que aquele é o Lucas.
Lina
Tu conhece ele?
Tino
Olha aí, o cara! Tu emburacou mesmo, hein.
Lucas
E aí mano, tudo em cima, não está? Continua ralando na fila, né. Tua garota, é?
Tino
Não, conheci aqui, agora.
Lucas
Vamos entrar comigo, sai dessa.
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Tino
Não, tudo bem, a gente tá quase entrando.
Lina
Vamos sim, eu vou.
Lucas
Isso beleza, assim é que se fala. Tá vendo tudo o que eu tenho? Quis dividir com os
velhos, eles disseram que era dinheiro sujo. Mas, eu acho limpeza. Ainda não tou no
comando, mas um dia, chego lá. É só ter paciência e tutano no lugar.
Tino
Mas, é por isso que não te vejo há muito tempo.
Lucas
Pois é, encarei legal. No começo foi difícil, agora tiro de letra. Escreveu, não leu, o
chumbo come!
Tino
Mas, tu não tem medo de te queimarem por aí?
Lucas
Ninguém morre de véspera. Ainda mais armado, cara. E quando chegar a hora, já terei
zoado e transado muitas minas por aí. Não é mesmo, gata? Vamos nessa... vamos,
cara. Rompe com essa caretice pelo menos uma vez na vida.
Tino
Não, tudo bem, vai nessa.
Lucas
Vamos, gata.
Cláudio
Olha aí, o cara se deu bem. Ainda levou a garota que eu tava de olho.
Tino
Ah, tava, né?
Cláudio
Eu acho que ele tá certo, meu. Isso não é vida mesmo.
Tino
Tu viu a arma, acho que é até automática. Como é que deixam entrar no baile assim.
Cláudio
Mas ninguém bota a mão neles.
Tino
Eu não vou entrar.
Cláudio
O cara pega a mulher que quiser e a gente vai ficar aqui, chupando o dedo. Eu não, eu
vou é entrar...
De repente, começa o maior tiroteio dentro do baile.
Sai pela porta o Lucas totalmente ferido a bala e se
agarra no Tino.
Lucas
Você tinha razão... o dia chegou mais cedo. Mas a gente pega eles. Avisa pró pessoal
lá de casa que eu tou mal... muito mal.
O grupo inimigo sai do baile, dando ordens.
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Bicho Galo
Vão dispersando, aqui ninguém viu nada. O baile acabou antes de começar. Estes que
queimamos não valiam mesmo nada. Vamos aí, pessoal. Não disse que íamos pegar
eles.
Inserir um funk que fale da violência da garotada
nos bailes.
FIM
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NEM OITO NEM OITENTA
Personagens
Ana
Luiza
Joana
AS ALUNAS ANA E LUIZA NO BANHEIRO DA ESCOLA
Ana - Menina, tava doida prá te contar.
Luiza - Não vai me dizer que você foi com outro.
Ana - Pera lá, não é assim, você acha que eu sou alguma piranha.
Luiza - Parece, né.
Ana - Voce acha que eu vou fazer como você que fica de fielzinha por aí.
Homem não presta, e quanto mais se sacaneia eles mas eles se amarram.
Luiza - Mas com o João não é assim, a gente curte tudo junto. A gente é muito
parecido.
Ana - Não vai me dizer que você nunca ficou com outro?
Luiza - Prá que?
Ana - Pra que, Luiza? Ora, prá se divertir. Além do mais um é diferente do
outro: no tamanho e no jeito de pegar a gente.
Luiza - Diferente?
Ana - Total.
Luiza - Não sei. Vontade eu tenho, mas com o João já tou tão acostumada
Ana - Me diz uma coisa, você já gozou com esse cara?
Luiza - Espera lá, Ana. Gozei! Claro...claro, né.
Ana - Claro nada. Quer vê você nem sabe o que é isso.
Luiza -A gente se toca, sente prazer e faz tudo. O que mais além disso?
Ana - O que mais, não tem muita coisa não, é só uma e é o máximo. Não
precisa de mais nada.
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Luiza - Ah, espera lá, não é lá essas coisas.
Ana - Lógico que é. Coitada, você na verdade nunca gozou, sabia.
Luiza - Olha, a gente toma uns troços que o João arruma, aí fica tudo "legal".
Ana - Mas que troços vocês usam? Drogas?
Luiza - É, dá um ouriço danado nêle. Aí a gente vai junto.
Ana - Transar com drogas. Tô fora, comigo sexo tem ser de cara limpa. Talvez,
uma cerveginha ainda vá lá.
Luiza - Que nada, você sempre coloca o sexo em tudo. As vezes a gente fica
tão legal que até esquece de transar.
Ana - Ah, eu nunca esqueço. Se sair com um cara e ele vier com négócio de
droga e lero-lero, saio fora. Quer vê esse teu João deve ser é brocha..
Luiza - Brocha nada. Qual é, Ana?
Ana - Pô, como é que um cara sai com uma menina prá transar onde só
consegue com drogas?
Luiza - Pô, como é que uma menina sa i prá namorar com um cara e só quer
saber de transar com ele?
Ana - Espera lá, falando assim parece que eu sou uma tarada.
Luiza - Com certeza!
Ana - Se eu sou tarada, você é uma viciada.
Luiza - Sabe o que é eu acho, é que na verdade a gente não sabe é de nada.
Tudo que a gente aprende é na raça.
Ana - Isso é mesmo, se eu gosto de transar com os caras...Por que eu gosto?
O que me leva a isso? No que vai dar isso? Botar camisinha... ah isso eu faço,
senão já seria burrice. Agora o resto, frear essa fissura por homem. Como?
Será que vai ser sadio reprimir essa vontade? Bem, ninguém sabe me dizer
nada. E enquanto isso: arrepio.
Luiza - É isso aí, Ana. Ninguém sabe dizer nada. Olha só, a gente fica lá horas
a fio cheias de cocaína, conversa a vontade, fala uma porção de merda,
chegamos até a ficar cansada. Depois transa e cai pro lado. Mas prá não ficar
caído, outra cafungada...outra levantada e o mesmo blá-blá-blá. Por que que
eu vou deixar de fazer isso? Se é bom porque que eu vou deixar.
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Ana - Eu acho que tudo isso, na hora mesmo, é muito bom. O problema é
depois. Quer ver: por que é que depois, eu quero mais sexo e você mais
cocaina?
Luiza - Eu sou uma viciada e você é uma tarada. Simples, né?
Ana - Não. Não é tão simples assim. Tem que ter uma explicação.
Luiza - Pois é, na verdade é muito fácil você dizer que fulano é "isso ou aquilo",
agora ajudar você sair do "isso"ou "aquilo", ninguém quer.
Ana - Mas eu não quero que ninguém me ajude a fazer nada. Só quero me
entender melhor, só isso.
Luiza - Então, olha só, por que que a gente não se ajuda então. Eu não quero
ser chamada de doidona por aí.
Ana - Nem eu de piranha.
Luiza - É quem tiver me passando cocaina, e quem tiver transando contigo vão
ser os primeiros a falar por aí.
Ana - Isso é mesmo. Adoram contar vantagem e não são de nada. Mas eu me
amarro.
Luiza - Você não tem jeito!
Ana - Então agora: sem sexo, sem drogas e só rock an roll.
Joana - (ENTRANDO NO BANHEIRO) O que vocês estão fazendo aí?
Ana - O que ninguém pode fazer pela gente.
Joana - Ah, espera lá, há muito tempo que estão trancadas aqui. Estavam
fazendo um sabãozinho ou queimando umzinho?
Luiza - Qualé menina?
Ana - Estavamos só esperando você para fazermos tudo isso, queridinha.
Como é, vai ser agora?
Joana - Eu hein, para com isso. Tesconjuro!
Ana - Pois é, Vai ou não vai.
Joana - Vou é embora...suas taradas! (SAI)
Luiza - Você botou prá quebrar, hein?
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Ana - Ah, quem não sabe ajudar, perturbar é pior. Carêta comigo tem que ser
tratada assim.
Luiza - Mas ela está sempre querendo ajudar.
Ana - Desse jeito, cheia de preconceito, agradeço.(PARA JOANA AO LONGE)
Vai morcega. Vampira.
AS DUAS TERMINAM RINDO E IMITANDO A CENA COM A JOANA
.
FIM
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FAÇO QUALQUER COISA POR ELE
Personagens
Pedro
Miriam
Avó
Maravilha
Pedro - Olha, até entendo que ela não tá querendo que a gente fique junto.
Mas que você fique fugindo de mim,não dá ,né.
Miriam - Mas eu não quero largar você. É que a vózinha, é a única pessoa que
eu tenho, quando o meu pai e depois e minha mãe me largaram, ela que
segurou a peteca. Além do mais ela tá doente, amor.
Pedro - Porra, mas é uma desconsideração. Ela me conhece desde guri, porra.
Miriam - Mas você mudou, cara. Tu era feliz, vivia rindo e sacaneando com
todo mundo. Hoje é um bicho acuado.
Pedro - Acuado porra nenhuma. Quero vê alguém se meter a besta comigo
que leva é uns teco na cara.
Miriam - Tá vendo. Tu só fala nisso. Virou homem do Maravilha e só fala nisso.
Pedro - Pera lá, Maravilha é como um pai prá mim e prá muita gente daqui. E
tu bem sabe disso.
Miriam - Não sei não.
Pedro - Pera lá, pera lá. O que tá acontecendo contigo?
Miriam - Nada.
Pedro - Nada , não. Já tou ficando grilado.
Miriam - Deixa prá lá e me beija.
Pedro - Nada feito. Para com isso, para com isso e me diiz o que tá
acontecendo, porra.
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Miriam - Espera aí, você tá me machucando.
Pedro - E o que é, vai quebrar, é?
Miriam - Tá quebrando meu braço.
Pedro - Se você não me disser o que tá acontecendo eu quebro mesmo.
Miriam - Tá bom, olha só, eu não vou fazer mais avião prá vocês na escola....
Pedro - E por que?
Miriam - Ai porra....meu braço!
Pedro- Sujou?
Miriam - Não, mas eu fico grilada. Tem até pivetinho comprando, isso não vai
dá certo.
Pedro - E daí, eu comecei cedo também e tou aqui "homem feito", não caiu
nenhum pedaço.
Miriam - Pedro, você tá inteiro por fora, por dentro tá um caco e eu tou indo
atrás.
Pedro - Você pensa que eu ainda cheiro essa porcaria. Prá mim isso é só
comércio. Quem usa são os otários, eu não.
Miriam - Tá. Mas eu não quero mais fazer isso.
Pedro - Mas acho que não vai dá.
Miriam - Por que?
Pedro - O Maravilha não gosta de quem vacila, de quem desiste no meio do
caminho. Ele não gosta.
Miriam - Eu vou falar com ele.
Pedro - É melhor não.
Miriam - Mas por que?
Pedro - Eu invento uma desculpa e...
AVÓ CHEGA INTERPELANDO OS DOIS
Avó - É...não adianta eu falar mesmo, né?
Pedro - Espera lá, dona...
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Avó - Espera lá, dona, nada. Você vá procurar um trabalho decente prá poder
se aproximar de alguém.Vamos...
Miriam - Tá bem, vó. (PARA O PEDRO) Deixa que eu vou falar com ele.
Pedro - Não faz isso. Vai sujar.
Avó - Mas agora em que você tá se metendo, menina?
Miriam - Ih, vó, vou tirar o Pedro dessa vida. A senhora vai vê.
Avó - Vou vai é se meter em encrenca, aquilo não tem mais jeito. Eu já te falei,
eu já te falei. Mas que desgosto. Antes eu tivesse deixado a sua mãe dá você
para as freiras.
Miriam - O que é isso vózinha, não fale assim.
Avó - Ai meu Deus, que desgosto.
EM OUTRA CENA PEDRO CONVERSA COM O MARAVILHA
Maravilha - Pois é, e daí?
Pedro - Pois é, ela não conseguiu vender. Tá grilada.
Maravilha - Grilada nada cara. Por lá tá tudo limpeza. Ela tá é fugindo da raia.
Pedro - Não é isso.Inclusive, ela quer explicar tudo pra você.
Maravilha - Quer falar comigo, né. Pode ser uma boa.
Pedro - É, ela quer.
Maravilha - Ela quer, né? Sabe qual é o problema? Toda garota que tu arruma
prá ser avião , ao invés de tu só comer, tu quer casar. Quer casar com
todas...aí, elas nesse pique de casar acham que não podem mais fazer isso ou
aquilo. E tu lá, querendo casar.
Pedro - Não, também não é assim.
Maravilha - Sabe quando é que tu vai ser gerente? Nunca. Esse negócio aqui
é uma guerra, cara. Não tem espaço prá novela, só prá porrada e filme de
sacanagem.
Pedro - É , isso eu sei.
Maravilha - Então tu tem que escolher qual é a tua. Não pode é ficar no meio
do caminho. Então, qual é a tua?
Pedro - A minha é essa aqui mesmo. Eu já tou, né?
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Maravilha - Não é nada disso que eu tou falando. Eu tou perguntando qual a
mulher que você quer de fé, prá você. É essa vacilona?
Pedro - Não, não tem nenhuma não. É tudo só transa mesmo.
Maravilha - Inclusive a netinha da vovó?
Pedro - Lógico, seu Maravilha. Eu quero saber é de grana. Ai quando eu for
gerente, eu arranjo uma mina de fé.
Maravilha - Tá certo, garotão, assim é que se fala. Olha, manda a guria falar
comigo, que eu vou entender o caso
dela.
Pedro - Mas vai tratar bem ela, não vai?
Maravilha - Lógico. Numa flor não se bate.
MIRIAM DESOLADA, SENDO CONSOLADA PELA AVÓ.
Avó - Eu te falei, minha filha. Eu te falei.
Miriam - Mas aquele homem é nojento, vó. Ele me agarrou. Eu não queria
...ele me agarrou a força...
Avó - Você não devia ter ido lá sózinha.
Miriam - O Pedro disse que estaria por perto.
Avó - Mas esse moleque te vendeu pro chefe minha filha, isso eles fazem toda
hora, todo dia , com todas. Você não foi a primeira e nem vai ser a última.
Miriam - O Pedro não pode ter feito isso, vó.
Avó - Se não fez por querer, foi forçado a fazer.
Miriam - O que eu vou fazer agora da minha vida.
Avó - Eu tou aqui com você.
Miriam - Eu sei, vó.
Avó - Agora, dorme um pouco e relaxa, que isso tudo vai passar, e você...e
você vai esquecer.
Miriam - É só o que eu quero...é só o que quero.
FIM
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