Dezembro - Adventist World

Transcrição

Dezembro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
D e ze m b ro 2 0 0 9
8o
de Rádio
Emissoras
não São
Suf ıcıentes
A Rádio Mundial Adventista
está apenas começando
ARTIGO ESPECIAL
Ajudando os Necessitados
Veja página 11
D eze mbro 2009
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
8 Cinco Coisas que não
Podemos Ignorar.
Janela
10 A Costa Rica por Dentro
A R T I G O
C A P A
D E
Oitenta Emissoras de Rádio
não São Suficientes ................................................... 16
Bill Knott, editor-chefe da Adventist World, entrevista
Ben Schoun, presidente da Rádio Mundial Adventista, sobre
um ministério que não pode ser contido por fronteiras.
V I D A
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Comer ou não
Comer? ............................. 26
Por Angel Manuel Rodríguez
A D V E N T I S TA
Ajudando os Necessitados Por Sandra Blackmer ............ 11
O perfil da generosidade dos crentes.
DEVOCIONAL
O Que Nós Fizemos! Por Thurman C. Petty, Jr.................. 14
ESTUDO
BÍBLICO
O Selo de Deus
no Apocalipse ................ 27
Por Mark A. Finley
Honrando Aquele que assumiu nossos pecados e deu a vida por nós.
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Perfeição Por Robert J. Ross.................................................... 20
Isso deve ser visto como provocação ou desafio?
O
ESPÍRITO
DE
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
PROFECIA
Criatividade, Tato e Fidelidade
Por Ellen G. White ...................................................................... 22
Uma única abordagem não alcança todos.
SERVIÇO
INTERCÂMBIO
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
ADVENTISTA
Esforço Conjunto ................................................................. 24
A cada mês um grupo de pessoas, com uma ampla equipe de
apoio, apresenta a revista que você tem em suas mãos.
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 12, dezembro de 2009.
2
Adventist World | Dezembro 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Ouvindo com o Coração
Aberto
“Não acredite em nada do que você ouve,
e apenas em metade do que você vê.”
sabedoria preventiva popular nos adverte poderosamente de quanto engano existe em nosso mundo.
Ouvimos as notícias, todos os dias, assumindo que
estão nos contando os “fatos”, para descobrir, mais tarde, que
os “fatos”, às vezes, são manipulados para favorecer interesses
políticos. Vigiamos nosso coração, ponderando se devemos
crer até em relatos promissores, com medo de sermos desapontados novamente. Aprendemos a descontar várias coisas
como sendo fofoca ou coisas que não mereçam nosso crédito
ou nosso tempo. Não queremos ser ingênuos.
Mas ouvimos as Escrituras nos chamando para um tipo
de confiança em nossa comunidade de fé, que a princípio
parece difícil: “Devem ser considerados merecedores de dobrados
honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os
que se afadigam na palavra e no ensino” (1Tm 5:17).
Os “honorários dobrados” que Paulo nos convida a conceder àqueles que nos ministram a Palavra, começam quando
dedicamos especial atenção ao desempenharem a função que
A
Deus lhes designou: abrir as Escrituras. Talvez saibam pouco
ou nada sobre como ganhamos a vida – como agricultor,
industrial, pescador ou editor – e não tenham autoridade
especial nesses assuntos. Mas a nossa fé nos lembra que, se
eles estão abrindo a Palavra de Deus com integridade e coração humilde, suas palavras para nós, seja do púlpito, na sala
de aula ou no estudo da Bíblia, podem ser confiáveis como
poucas outras fontes de informação no mundo.
Assim, ouço o sermão do meu pastor de modo distinto do
que ouço o jornal, um líder político ou mesmo um professor.
Peço, a cada sábado, a graça de abandonar a desconfiança que
aprendi com um mundo enganador e, pelo contrário, que eu
ouça com tal sinceridade que permita que suas palavras sobre
a Palavra impressionem profundamente minha vida e me
chamem ao arrependimento e à renovação.
Os “honorários dobrados” que devo oferecer é ouvir com
atenção expectante ao que Deus pode dizer a mim por meio
do ministério de um servo dedicado.
Ore por aqueles que manuseiam a Palavra de Deus em
Seu nome, por sua entrega à verdade que pregam e pela sua
eficácia em trazê-la até você.
— Bill Knott
D E
A D V E N T I S TA
■ Mais de um milhão de pessoas
uniram-se à Igreja Adventista do
Sétimo Dia durante o exercício findo
em 30 de junho de 2009, marcando o
sexto ano consecutivo de crescimento
com milhões de membros, disseram os
líderes da igreja. Disseram também que
uma média de 2.818 pessoas se uniu
à igreja, elevando o número mundial
para um total de 16.049.101 membros
batizados. Projetou-se, inicialmente, o
aumento de 17 milhões de membros
na igreja mundial, até 2009. No
D A B R O W S K I / R E D E
Pelo sexto ano seguido, nos
sete últimos, sobe o número de
membros da igreja.
entanto, parcialmente, por causa da
correção nos relatórios de número de
membros da igreja em várias regiões, o
acréscimo total ficou em torno de
16 milhões, disse o secretário mundial,
Matthew Bediako. Bediako disse
ainda que uma auditoria recentemente
concluída na Divisão Sul-Americana
apontou uma diminuição de mais de
300 mil membros.
Durante seu relatório, Bediako incentivou duas ou três divisões que ainda
não fizeram auditorias que “tomem
coragem e o façam”. “Sei que isso pode
resultar em algo positivo, quando sabemos que o número total de membros
nos registros são exatos”, disse ele.
Bert Haloviak, diretor dos Arquivos
Estatísticos da igreja, disse que uma
auditoria, às vezes, é seguida por um
período de rápido crescimento.
R A J M U N D
Um Milhão de Membros
são Acrescentados aos
Adventistas, Mais Uma Vez
N O T Í C I A S
NOTÍCIAS DO MUNDO
CONTAGEM DE MEMBROS: O secretário da
igreja mundial, Matthew Bediako, à frente,
e Bert Haloviak, diretor dos Arquivos de
Estatísticas da igreja, apresentam relatório
sobre as estatísticas de crescimento da
igreja entre 2008 e 2009, durante as reuniões
administrativas, em 11 de outubro.
Dezembro 2009 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Haloviak disse que o crescimento
de membros na região da Divisão ÁsiaPacífico Sul aumentou mais de 6% nos
últimos quatro trimestres. Essa região
foi submetida a auditorias de membros
entre 2006-2007 e, desde então, tem
aumentado o número de seus membros
mais do que em qualquer outro momento de sua história.
Enquanto a Divisão Sul-Americana
(DSA) relata perdas significativas devido
às auditorias no número de membros, a
região também registrou um acréscimo
total de mais de 200 mil membros, relatou Bolívar Alaña, secretário da DSA.
Bediako e Haloviak apresentaram
seu relatório durante o Concílio Anual
da igreja mundial, que aconteceu no dia
11 de outubro de 2009, em Silver Spring,
Maryland, Estados Unidos. Os padrões
de crescimento da Igreja indicam que o
maior crescimento aconteceu em sociedades não-ocidentais. Cerca de 71% do
crescimento da igreja ocorreu em cinco
das treze regiões da igreja no mundo –
América do Sul, América Central, África
Centro-Oriental, África do Sul-Oceano
Índico, e no sul da Ásia.
Os líderes da Igreja atribuíram o
crescimento a uma série de iniciativas
levadas a cabo pelas principais regiões
da igreja, incluindo a mídia, proximidade interpessoal e evangelismo público.
— Reportagem de Megan Brauner, Rede
Adventista de Notícias
Investimentos Conservadores
Ajudam Adventistas em Tempos de
Desaceleração, diz Tesoureiro.
■ Os líderes financeiros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia vão dar continuidade ao que chamam de abordagem
cautelosa e conservadora na gestão de
fundos da igreja, durante a recessão global.
CONTANDO O DINHEIRO: O tesoureiro da
Igreja Adventista, Robert E. Lemon, apresenta
relatório financeiro para os delegados
reunidos na sede da Igreja, durante o Concílio
Outonal, em 12 de outubro de 2009.
R A J M U N D
D A B R O W S K I / A D V E N T I S T
N E W S
N E T W O R K
Embora a recuperação do mercado
tenha começado em março deste ano e
alguns indicadores econômicos mostrem
que o sistema financeiro tende a crescer,
a igreja não deve basear seu orçamento
na premissa de que o padrão de crescimento continuará ininterrupto, disse o
tesoureiro da Igreja Adventista, Robert
E. Lemon, aos delegados do Concílio
Anual, no dia 12 outubro de 2009.
As ofertas para as missões têm se
mantido constantes, apesar da considerável queda no início do ano, mas
os dízimos da América do Norte, que
correspondem a 45% do orçamento da
igreja no mundo, continuam a diminuir,
refletindo as crescentes taxas de desemprego. “Quando as pessoas não têm renda
não devolvem o dízimo”, disse Lemon.
Por causa da incerteza em relação a
um novo crescimento na devolução de
dízimos e ofertas nos Estados Unidos, o
orçamento aprovado pelos delegados para
2010 não está baseado em supostos aumentos na devolução de dízimos e ofertas,
como acontece tipicamente, disse Lemon
aos delegados. Ele reflete uma redução
de 1,6 milhões de dólares americanos,
em dízimos e ofertas, quando comparado ao orçamento de 2009, disse ele.
Os administradores da igreja votaram,
ainda, o uso de 2,79 milhões de dólares de
capital de giro da igreja para equilibrar o
orçamento de apropriações de 2010.
O dízimo para a sede mundial da
igreja em 2009, quando comparado ao
ano passado, caiu 3%, ou 1,4 milhão de
dólares, na América do Norte e 9,7%,
ou 1,1 milhão de dólares, nas outras
regiões do mundo, a partir de agosto e
julho, respectivamente, relatou Lemon.
Os dízimos e as taxas de ofertas estão
em alta na maioria das outras regiões da
Igreja e em moedas locais, mas quando
convertidos para uma moeda mais forte
como o dólar americano, essas taxas
diminuem, acrescentou.
Da mesma forma, as ofertas para as
missões na América do Norte sofreram
queda de 4,6%, ou 700.000 dólares; em
outras regiões, refletem uma redução de
2 milhões de dólares, ou 8,6%.
Grande parte do relatório financeiro
de 12 de outubro focalizou o comportamento dos investimentos da igreja –
tanto nos mercados de ações como nas
aplicações menos voláteis de renda fixa –
durante a recente desaceleração global.
A maior parte dos investimentos
da sede mundial da Igreja “sustentou
a desaceleração financeira global”
razoavelmente bem, disse Lemon. Entre
o período de 1º de janeiro de 2008 e 21
de agosto de 2009, a sede mundial da
Igreja ganhou um retorno líquido de
2,8 milhões de dólares em seus quase
290 milhões de dólares investidos.
Se todo o recurso da sede mundial
da Igreja fosse colocado em uma conta
de poupança, ganhando a taxa de juros
praticada de meio por cento durante o
mesmo período, em vez de investirem no
mercado, “estaríamos no mesmo lugar
em que estamos agora”, disse Lemon.
Assembleia da Associação Geral
Nota oficial: A quinquagésima nona Assembleia da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia acontecerá entre os dias
23 de junho a 3 de julho de 2010. Todos os delegados credenciados são convidados a estar presentes nesse período.
— Jan Paulsen, Presidente da Associação Geral;
Matthew A Bediako, Secretário da Associação Geral.
A D V E N T I S TA
D E
N O T Í C I A S
O Hino Oficial do Congresso da AG,
Ofertas e Nova Bíblia de Estudos São
Apresentados
■ A unidade da Igreja e o compromisso
com o evangelismo foram os motivos
para a decisão do hino oficial e ofertas
para a Assembleia da Associação Geral de 2010, disseram líderes da Igreja
Adventista do Sétimo.
Reunidos na sede mundial da Igreja
para o Concílio Anual, os delegados aceitaram o novo hino oficial para a próxima
Assembleia da Associação Geral. Intitulado
“Cantarei Tua Graça” e composto por
Bruce Ashton, o hino é alusivo ao tema do
congresso: “Proclamando a Graça de Deus”.
“A música é um instrumento de unidade”, disse Williams Costa Jr., membro
da comissão de música e diretor-associado de Comunicação da Associação Geral
dos Adventistas do Sétimo Dia. “É uma
maneira de ter todos no mesmo espírito,
louvando a Deus.”
Os delegados também votaram a arrecadação de uma oferta para o congresso do próximo ano. Essa oferta deverá
ser recolhida nas igrejas adventistas em
todo o mundo, nos dias 30 de janeiro e
20 de maio e financiará o evangelismo
pela educação, mídia e literatura em
D A B R O W S K I / R E D E
o Hope Channel. Dos 5,1 milhões de
dólares orçados para o projeto, 2,6
milhões foram gastos para completar
52% do projeto. Os líderes disseram que
esperam que as produções iniciem no
novo prédio em janeiro de 2010.
Ainda no dia 12 de outubro, os delegados reviram as apropriações da Igreja,
concordando em distribuir mais recursos durante os próximos cinco anos,
para regiões sem presença adventista e
instituições que apoiam o evangelismo.
Geoffrey Mbwana, presidente da
Divisão Africana-Centro Oriental, disse
que apreciou a decisão de “repriorizar”
as apropriações. “Esta é a coisa certa a
fazer com os recursos da Igreja e estou
feliz que pelo fato de termos avançado
no plano de racionalizar o como e o porquê distribuímos os recursos,” ele disse.
Os delegados ainda adicionaram ao
orçamento 350.000 dólares para ajudar
a financiar os salários dos obreiros da
Missão Global. Também votaram
aprovar a apropriação, de uma só vez,
de 150 mil dólares para ajudar a
Universidade Adventista da África no
seu alvará de licença.
Em resposta ao relatório, os delegados pareciam refletir a atitude de
cautela e otimismo de Lemon e outros
administradores financeiros da Igreja.
Enquanto os membros da Igreja na
Divisão Transeuropeia (TED) sentem os
efeitos da economia, a região ainda não
necessitou de realizar cortes no quadro
de funcionários, disse o tesoureiro
da TED, Johann E. Hohannsson: “Na
maior parte dos países, pelo menos em
moeda local – o dízimo está aumentando”, disse ele.
O tesoureiro da Divisão NorteAmericana, Tom Evans, disse que, embora ainda tenha reservas para a atual
situação econômica, “ela não me deixa
acordado à noite”. Evans disse que uma
vez viu o projeto do prédio que começou sem dinheiro. “Já vi o Senhor fazer
o que é impossível antes”, disse ele.
— Reportagem de Elizabeth Lechleitner,
Rede Adventista de Notícias
R A J M U N D
Ao transferir mais de seus investimentos em renda fixa, a Igreja reduziu
sua exposição às drásticas flutuações do
mercado, disse o tesoureiro-associado,
Roy E. Ryan. Mesmo que isso signifique
ganhar menos juros, o objetivo imediato
da Igreja é proteger seu capital, disse ele.
Embora os indicadores de mercado
atual sejam encorajadores, a Igreja
ainda deve ter cautela na elaboração de
orçamentos e fundos de apropriação,
disse Lemon. Se as taxas de juros
- atualmente em níveis historicamente
mínimos - aumentarem, a Igreja deverá
aguardar os efeitos negativos de curto
prazo sobre o valor de seus investimentos em renda fixa, explicou.
Apesar da situação econômica atual,
a sede da igreja mundial está operando
em 2 milhões de dólares abaixo de seu
orçamento de 37 milhões de dólares, devido aos contínuos cortes orçamentários,
incluindo o congelamento de salários e
contratações e restrições de viagem, disse
Lemon. A utilização “parcimoniosa” dos
fundos da Igreja ajuda a manter suas
apropriações em várias regiões do mundo e evita demissões, mesmo em meio a
uma “turbulenta economia”, disse ele.
Durante o relatório financeiro, os delegados também ouviram uma atualização do chamado “dízimo extraordinário”,
uma doação de cerca de 102 milhões de
dólares para a Igreja, feita há dois anos.
Os investimentos durante os últimos dois
anos acrescentaram cinco milhões ao
principal, disseram os administradores.
Dos quase oitenta milhões alocados,
menos de meio por cento foi distribuído,
disse o vice-tesoureiro da igreja, Juan
Prestol, assegurando que a Igreja está
aplicando “cautelosamente” seus recursos. 14,7 milhões estão reservados para
alocações futuras, disseram os líderes.
O tesoureiro-associado da igreja
mundial, George Egwakhe, informou os
delegados a respeito do progresso feito
na nova extensão do prédio da sede
mundial da Igreja, que abrigará estúdio,
escritórios e espaço de armazenamento
da rede de televisão oficial da Igreja,
LENDO AS NOTAS: Os delegados do
Concílio Anual estavam entre os
primeiros a ouvir o hino oficial
escolhido para a próxima Assembleia
da Associação Geral.
Dezembro 2009 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
regiões historicamente conhecidas como
Caminho da Seda. Uma vez que o evangelismo tradicional é difícil na região que
inclui a China, Ásia Central e o Oriente
Médio, a oferta ajudará os pioneiros da
Missão Global, ministérios da família e
da saúde e evangelismo humanitário.
Entre os itens da agenda votados
durante o Concílio Anual, estavam
várias decisões sobre o congresso. Os
delegados também aceitaram reescrever a
declaração de missão da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, para que concentre sua
atenção no discipulado dos membros.
Eles adicionaram ao documento a
frase “fazei discípulos de todas as nações”
e instruam na “disciplina”, ou “confirmando o crescimento espiritual contínuo
de todos os membros”.
A declaração de missão da Igreja é
revisada de cinco em cinco anos, e reescritas as mudanças sugeridas para ajudar
a refletir adequadamente a metodologia
da Igreja em difundir sua mensagem.
Em seu sumário, constava a apresentação da Bíblia de Estudo Andrews, ainda
a ser lançada, aceita pelos delegados.
Publicada pela editora da Universidade
Andrews, a Bíblia destina-se a “intensificar o estudo sério e cuidadoso” das
Escrituras, disse Niels-Erik Andreasen,
presidente da Universidade Andrews.
Um grupo internacional de estudiosos
da Bíblia adventistas do sétimo dia
trabalhou para tornar a Bíblia de estudos
“academicamente confiável, teologicamente idônea e de fácil uso”, disse
Andreasen aos delegados.
Planejada para estar disponível no
próximo ano, a Bíblia de Estudos Andrews
inclui um sistema de referências ligando
muitos dos assuntos bíblicos, como a
guarda do sábado e a Segunda Vinda.
A versão em inglês utilizará o texto da
Nova Versão King James, uma versão
popular da amplamente aceita e atualizada Versão Autorizada de 1611, popularmente conhecida como King James
Version, nome dado em homenagem
ao monarca britânico que comandou o
esforço original.
6
Adventist World | Dezembro 2009
Produção de
Igrejas em um Dia
aumenta para
Atender
Demandas
Pedidos de mais de 100 mil
estruturas estão pendentes
Por Elizabeth Lechleitner, Rede Adventista de Notícias
F O T O :
D I C K
D U E R K S E N / M A R A N AT H A
V O L U N T E E R S
I N T E R N AT I O N A L
A
produção de kits de construção de igrejas está acelerada
para ajudar a infraestrutura das igrejas a se igualar aos
números impressionantes de crescimento de
membros, disse um empresário adventista do sétimo dia aos
delegados do Concílio Anual, durante reunião em outubro de
2009, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.
A iniciativa “Igrejas em um Dia” visa a solucionar os mais
de 100 mil pedidos pendentes para a construção de igrejas em
todo o mundo, disse Garwin McNeilus, que ajudou a desenvolver o projeto.
A iniciativa resulta da parceria entre os Serviços de Leigos
Adventistas e Industries and Maranatha Volunteers International (Indústrias e Voluntários Maranatha International),
que apoiam o ministério da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
O projeto “Igrejas em um Dia” é responsável pela fabricação
de cerca de 3 mil kits de construção e pelo despacho de mil
para vários locais do mundo, desde seu lançamento no ano
passado, disse Don Noble, presidente do Maranatha.
Com a formação de cerca de 4 mil novas congregações a
cada ano, segundo a Sede da Missão Adventista, McNeilus e
sua equipe estão intensificando a produção.
A recente aquisição de uma máquina capaz de manipular
aço permitiu que a equipe aumentasse, em sete vezes por dia,
a produção do número de kits de construção de igrejas. O
rolo de forma, com preço original de 650.000 dólares, adqui-
Esquerda: REQUER MONTAGEM: Uma
visão do interior de um container com os
componentes necessários para construir
uma Igreja em um Dia. Esse container chegou
a um local perto de Livingstone, Zâmbia.
Em agosto de 2009, 1.700 novos adventistas
foram batizados ali, em um único dia.
Acima: JUNTANDO AS PEÇAS: Um trabalhador
monta parte de uma Igreja em um Dia, perto
de Livingstone, Zâmbia.
rido por uma fração desse valor (38.000 dólares), pode dobrar
pedaços de aço, numa velocidade de 33 metros por minuto,
formando vigas para as estruturas.
Como o nome sugere, o kit de igreja, que se encaixa na parte
traseira de uma caminhonete, pode ser construído em menos
de um dia. O edifício básico é facilmente adaptado para atender
a uma variedade de culturas e áreas geográficas e a moldura
de aço galvanizado resiste a cupins, ferrugem, calor e furacões
classe 3, disseram líderes da Igreja, no lançamento do projeto.
Os kits “Igreja em um Dia” foram adaptados para uso em
escolas, dormitórios e casas de professores e funcionários, em
alguns casos produzindo um campus inteiro, disse McNeilus.
Citando a adesão de 1 milhão de membros à Igreja apenas
neste ano, ele disse que tal versatilidade será vital no apoio à
educação para os filhos de novos membros.
“A construção dessas escolas e igrejas é uma doação para
o futuro”, disse ele aos delegados. “Quando olho para um
desses prédios, não vejo tijolos e argamassa, não vejo aço; eu
vejo as pessoas.”
Depois de sua apresentação, os delegados se uniram para
tomar um voto de apreço a McNeilus e outros leigos adventistas que, nas palavras do presidente da Associação Geral –
Pastor Jan Paulsen, são “parceiros na missão”.
Paulsen disse que o projeto “Igrejas em um Dia” ilustra os
elementos de “direção” por trás do sucesso da Igreja: “zelo” e
confiança em Deus.
Refletindo sobre o impacto do projeto, Paul S. Ratsara,
presidente da Igreja na Divisão Sul-Africana-Oceano Índico,
descreveu o projeto como sendo uma dádiva de Deus para os
novos membros. Moçambique, país da região, recebeu 250 kits
de construção de igreja.
“Nossa região está crescendo tão rapidamente, que oferecer
um local de adoração para os novos membros tem sido um
grande desafio. O momento para o projeto ‘Igrejas em um Dia’
não poderia ter sido melhor para nós.”
Algumas das novas Igrejas em um Dia serão construídas em
Livingstone, Zâmbia, e arredores, onde 1.700 novos membros
foram batizados em um único dia, em agosto de 2009. Em uma
igreja local fora da cidade, já foi encontrado um terreno para
um novo edifício que substituirá a estrutura com telhado de
palha e sem paredes, que está sendo utilizada atualmente.
Ter um número elevado de igrejas é um marco importante
para congregações adventistas do sétimo dia em muitas partes
do mundo. A igreja não é apenas um farol para a comunidade
local, mas também demonstra um sentido de permanência
e estabilidade para a própria congregação, tornando-se uma
ferramenta implícita de evangelismo.
Segundo o site www.onedaychurch.org, cerca de 200 mil
congregações adventistas do sétimo dia ao redor do mundo
não possuem uma estrutura permanente para reuniões. O site
contém informações sobre o projeto, bem como formas de
fazer doações on-line apoiando a iniciativa.
— Reportagem adicional da equipe da Adventist World.
Dezembro 2009 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
O
status quo pode ser um
“lugar” maravilhosamente
confortável para se ocupar.
A segurança da rotina, a
certeza do que é familiar, a facilidade do
modo de pensar reciclado e bem usado.
Nas Escrituras, no entanto, vejo uma
fé que está fundamentalmente em desacordo com “a realidade”. Vejo homens
e mulheres insatisfeitos com aquilo que
é comum, pessoas que avançam para as
águas profundas da fé, porque não estavam satisfeitos com o que era apenas
“rotina”.
Vejo um Salvador que nos chama à
fidelidade, fidelidade que, necessaria-
Coısas
Ign
que não Podemos
Encarar o futuro significa encarar esses desafios
mente, não leva a caminhos confortáveis ou previsíveis.
Alguns pensamentos têm se cristalizado em minha mente nas últimas
semanas, enquanto nos preparamos
para deixar para trás 2009 e entrar em
um novo ano. É uma lista naturalmente
subjetiva e, de maneira alguma, definitiva. Ela, porém, representa as áreas da
nossa jornada espiritual que, se negligenciadas, naturalmente irão sucumbir
em face da atração pelo status quo.
Os adventistas do sétimo dia não
podem ignorar:
1.
Escolhas
Será que estamos fazendo
conscientemente as escolhas que
moldam nosso cotidiano? Temos uma
clara noção de nossos próprios valores?
Não estamos vivemos deliberadamente?
8
Adventist World | Dezembro 2009
Será que nossas escolhas são realmente
nossas?
Cada decisão que fazemos contribui
para o aperfeiçoamento de nosso
caráter e a direção que daremos à nossa
vida. Esse é um processo vagaroso. É
um processo que acontece de forma
lenta, gradual e, muitas vezes, inconsciente, mas acontece.
Não podemos nos iludir em relação
à posse de nossas escolhas. Se tentarmos,
começaremos a nos sentir à mercê das
circunstâncias, com a sensação de estar
presos e encontraremos outras pessoas
fazendo escolhas em nosso nome.
No reino espiritual, isso pode levar ao
discipulado não saudável, tornando-nos
dependentes de outra pessoa que não
nosso Senhor, para definir nossas crenças
e alimentar nossa espiritualidade.
Quando olho para trás, para minha
vida, vejo as escolhas que estavam longe
de ser ideais. Não temos que fazer escolhas perfeitas, escolhas que, na melhor
das hipóteses, são tolas. Elas são um tributo à paciência e compaixão que Deus
continua a me oferecer, apesar de mim
mesmo. Nós não temos de fazer escolhas
perfeitas, mas temos de reconhecer que
elas existem para serem feitas.
Não podemos ignorar o poder de
nossas escolhas.
2.
O Relógio
O tempo está passando. Estamos inexoravelmente caminhando para
o clímax da História, para o retorno de
nosso Senhor. Entretanto, o tempo tem
o hábito de deslizar silenciosamente.
Nós nos tornamos insensíveis. Apaziguamo-nos pensando que “sempre foi
assim e amanhã continuará exatamente
como hoje” (veja 2 Pedro 3:4). Assim,
deslizamos para a complacência. “Estou
bem intencionado, venho de um bom
lar adventista, minha cultura e comportamento são os de um ‘bom adventista’.”
A dura realidade é esta: Se não formos
sérios sobre como gastamos tempo, se
a Segunda Vinda de Cristo não é uma
realidade viva para nós, então vamos
adormecer. Vamos deslizar para um
coma espiritual.
Isso significa que temos de viver em
um estado de ansiedade ou paranóia?
Não. Significa, simplesmente, estar
alerta para a passagem do tempo e para
a proximidade da volta de Cristo. Significa permitir que essa realidade molde
orar
Por Jan Paulsen
nossas escolhas diárias, tanto grandes
como pequenas.
Não podemos ignorar o rápido
fechamento da porta da História.
3.
Eu - O Primeiro
Pensamento
Somos uma comunidade de crentes,
não uma coleção de indivíduos isolados
ou congregações em que cada um faz
“o que parece certo aos olhos de cada
um”. Permanecemos juntos. Apoiamos
uns aos outros. Doamo-nos pessoal e
financeiramente uns aos outros. Oramos
uns pelos outros. Submetemo-nos uns
aos outros. Quando uma parte do corpo
luta contra um problema, conversamos
sobre ele como membros da mesma
família (1Co 12:26).
Se deliberadamente, porém, não cultivarmos uma atitude de “interesse pelo
outro”, desviaremos para o “interesse em
mim primeiro”. Pode tratar-se de indivíduos, congregações ou líderes de igreja,
alguns são mais preocupados com o que
podem receber da igreja em geral do que
com o que podem dar em troca.
Não podemos abandonar os sagrados elos familiares. Não podemos
desistir da nossa visão da missão, que vê
o mundo além da nossa comunidade.
Não podemos ignorar a imensa
necessidade que temos uns dos outros.
4.
Cultura da Exclusão
Não podemos caminhar para
o futuro com segmentos em nossa comunidade de fé - sejam eles jovens, mulheres, culturas ou grupos étnicos - com
a sensação de que não desempenham
papel significativo ou representativo
na vida da igreja. Precisamos atentar
para isso. Por que a exclusão realmente
existe, ou temos a impressão de que ela
existe? Será que estamos incentivando
e nutrindo os dons de todos os nossos
membros? Está faltando alguém em um
cargo importante porque em alguma
etapa do processo eletivo ele ficou de
fora? Se não conseguirmos resolver
esse problema, vamos prejudicar nossa
credibilidade, impedir o crescimento de
nossa capacidade de concluir a missão e
impedir nosso crescimento.
Não podemos ignorar as habilidades
e os dons espirituais que Deus dá a
todos os Seus filhos.
5.
Mentalidade “Bolha”
Alguns, frequentemente,
olham para trás com nostalgia; veem
tudo o que pertence ao passado como
inviolável, e o passado se torna sagrado.
Mas o mundo em que vivemos se
recusa a permanecer inerte. A vida,
fora e dentro da igreja, é dinâmica. Está
em constante movimento. Como igreja,
não podemos viver dentro do confortável casulo do “que era”. Não podemos
ser o povo de “uma ideia”, estereotipado
por nosso modo de trabalhar (veja
Serviço Cristão, p. 119).
Deixe-me ser claro. Não estou sugerindo a mudança daquilo que somos.
Longe disso! Nossa história e nosso
patrimônio têm um significado enorme
para nós e vemos a mão de Deus em cada
curva do caminho. As doutrinas e os
valores que compartilhamos são a âncora
poderosa de nossa identidade global.
Pense, por um momento, em si
mesmo, como indivíduo. Você tem sua
própria história, personalidade e valores.
Você acorda todas as manhãs na mesma
casa, toma o mesmo desjejum e sai pela
mesma porta. Mas cada dia é diferente,
novos desafios o empurram para caminhos inesperados e demandam ações
criativas. Entretanto, sua personalidade
básica, o âmago de sua identidade, permanece inalterada.
Com a igreja também é assim.
Precisamos estar aptos a reagir, a ajustar
nossa estrutura, nossos procedimentos e
nossos métodos de nos relacionar com a
sociedade. Se só repetirmos o que sempre
fizemos simplesmente porque é assim que
sempre foi feito, entramos num caminho
sem volta em direção da ineficácia.
Não podemos ignorar as mudanças.
Vida com significado
Como devemos encarar o próximo
ano? Espero que vivamos escolhendo
deliberadamente nosso caminho com
integridade e com um olho na passagem
do tempo.
Espero que escolhamos uma comunidade acima do individualismo, valorizando o que cada um acrescenta ao corpo de
Cristo. Acima de tudo, espero que, como
indivíduos e como igreja, nos recusemos
a nos satisfazer com o status quo.
Jan Paulsen é presidente
mundial da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Dezembro 2009 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
JANELA
A
Por Hans Olson
Costa Rica
Por Dentro
C
onhecida por alguns como a “a Suíça da América
Central”, a Costa Rica é uma linda nação apertada
entre a Nicarágua, ao norte, e o Panamá, ao sul. Esse
país tem duas costas, com o Oceano Pacífico no lado oeste e o
Caribe no lado leste.
A comparação da Costa Rica com a Suíça provém da
região central montanhosa, da próspera indústria de turismo,
do governo e economia relativamente estáveis, baixa taxa de
criminalidade e sistema previdenciário altamente desenvolvido.
Em 1949, o presidente da Costa Rica aboliu seu exército e ainda
não tem suas forças armadas estabelecidas. O país tem uma das
maiores taxas de expectativa de vida no Hemisfério Ocidental.
Devido à resistência local, dos piratas e desafios ambientais inesperados, os exploradores espanhóis não obtiveram
sucesso inicialmente, quando tentaram colonizar a Costa
Rica no início de 1500. Em 1563, estabeleceram a resolução
definitiva de Cartago, no planalto central. Pelos 258 anos
seguintes, Costa Rica foi uma das muitas colônias espanholas
no “novo mundo”, no Caribe e nas Américas Central e Sul.
Em 1821, junto com vários outros países, Costa Rica declarou
sua independência, que tem mantido desde então.
Historicamente, os ricos recursos naturais, a indústria
agrícola, predominada pelo café, banana, carne, abacaxi e
plantas ornamentais, tem impulsionado a economia do país.
Embora a agricultura ainda seja importante para a Costa
Rica, a indústria turística e a tecnologia dão à nação um alto
padrão de vida. Suas praias e florestas tropicais, com imensa
flora e fauna, atraem multidões de turistas a cada ano.
Adventistas na Costa Rica
O primeiro adventista chegou à Costa Rica na virada do
século passado, quando o missionário pioneiro F. J. Hutchins
fez frequentes visitas a Limón, na costa leste, em sua escuna
missionária, o Herald. Os primeiros missionários, um grupo
de colportores evangelistas, chegaram em 1902. Um ano mais
tarde, um deles, I. G. Knight, relatou à Review and Herald
dez batismos e a organização de uma igreja com 26 membros
num lugarejo no subúrbio de Limón. Em 1928, a Igreja
Adventista era formada por quatro igrejas e 148 membros.
Em 1921, foram abertas as portas da primeira escola
primária, em Limón. Seis anos mais tarde, foi iniciada uma
escola de ensino médio que, mais tarde, tornou-se a Universidade Adventista da América Central. Hoje, há duas escolas de
ensino médio na Costa Rica: uma em Limón e outra em São
José, além da universidade. A igreja continua forte nesse país.
Nos últimos dez anos, o número de membros cresceu mais
que cem por cento.
A Costa Rica é um dos muitos países que formam a Divisão Interamericana da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Neste
mês, essa divisão está hospedando o projeto “Siga a Bíblia”.
O projeto é uma iniciativa patrocinada pela Igreja Adventista
do Sétimo Dia mundial, para estimular o interesse na leitura
da Bíblia. O clímax dessa jornada será
na abertura do congresso da
Associação Geral, em Atlanta,
em junho de 2010.
Para saber mais sobre
o trabalho e a missão da
Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial, acesse:
www.AdventistMission.
org.
San José
Idiomas principais:
Espanhol (oficial) e inglês
Religião:
Católica Romana, 70%; Protestante, 14%;
outras, 4%; nenhuma, 12%.
População:
4,48 milhões*
Membros adventistas:
57.647*
População adventista
per capita:
1:78*
San José
COSTA RICA
Oceano Pacífico Norte
PANAMÁ
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 145º Relatório Estatístico Anual.
10
Adventist World | Dezembro 2009
J O S H
Mar do Caribe
L a n g u n a
d e A re n a l
Capital:
R O S E N B L U M
COSTA RICA
NICARAGUA
A
M E L I S S
A RT I G O E S P E C I A L
K E
B R E E T Z
TRABALHO DE EQUIPE: Trabalhadores locais foram
contratados para ajudar a construir a escola.
sabíamos que tínhamos que fazer algo para ajudar”, diz Larry
Blackmer, vice-diretor de educação da DNA. “Nós não poderíamos simplesmente ir embora e dizer:
‘Que triste! Vamos orar por eles.’ Cremos que Deus quer
que unamos oração com ação.”
O que Fazer?
Cerca de seis mil adventistas frequentam 31 igrejas no
pequeno país de Lesoto. Essa região do sul da África nunca se
rendeu aos ingleses. Lesoto tornou-se país independente em
1966 e é rodeado pela República da África do Sul. Os 2,1 milhões de habitantes desse território montanhoso sobrevivem
da agricultura, pecuária e manufatura de bens de consumo,
como aparelhos elétricos e vestuário. A pobreza é galopante,
assim como o HIV/AIDS. Estimativas indicam que, em 2007,
18.000 pessoas morreram em decorrência da AIDS.*
Ajudando
os Necessitados
Por Sandra Blackmer
DNA alimenta órfãos e constroi escolas em Maluti
O
sorriso das crianças é lindo e contagiante, ao
brincarem umas com as outras e ao saudarem
a professora com um sonoro “bom dia”. Após
as instruções iniciais, os jovens alunos começam a tirar os livros das prateleiras e a sentarse nas carteiras, a testa franzida em profunda concentração,
no início das aulas do dia.
Embora essa seja uma cena comum nas salas de aulas na
maior parte dos países do mundo, de certa forma, essa era
diferente: são poucos os livros nas prateleiras, e neles faltam
páginas e as capas estão gastas. Nove alunos se acotovelam
num contêiner de mudança, de 2,5 x 4,5 metros, que serve
como sala de aulas. Alheios ao ambiente atípico, as crianças
de Lesoto começam mais um dia de aulas, gratas pela simples
oportunidade de obter educação.
Também localizada no campus do Hospital Adventista
Maluti vê-se uma construção mais convencional, com duas
salas de aulas adicionais. Outro contêiner de aço, não maior
que o da classe da quinta série, serve de biblioteca da escola.
Os alunos do jardim da infância reúnem-se em um barraco
abandonado, do outro lado do campus.
As necessidades são tão grandes que, quando os diretores
de educação da União da Divisão Norte-Americana (DNA)e
eu visitamos o hospital e o campus da escola em Lesoto,
Os educadores da DNA visitaram a região da Missão
Esperança para a Humanidade, numa viagem missionária em
setembro de 2007, para observar in loco o programa do EPH de
alimentação dos órfãos cujos pais morreram de AIDS em Nhlengelo, África do Sul, além do Hospital Adventista e a escola em
Mapoteng, Lesoto. Eles partiram determinados a conscientizar
as pessoas sobre a situação das crianças e para angariar fundos,
não só para ajudar a alimentar os órfãos, mas também para
construir um novo edifício escolar no campus do hospital.
Durante o ano escolar de 2007-2008, os educadores e
alunos da DNA, da pré-escola ao ensino médio, angariaram
mais de 120 mil dólares para o programa de alimentação de
órfãos do “Esperança para a Humanidade”. Então mudaram
sua atenção para os necessitados de Maluti.
Blackmer admite que construir uma nova escola é
“um empreendimento muito ambicioso, que envolve custos
não só no processo de edificação, mas com a construção
Sandra Blackmer é editora assistente da
Adventist World.
Dezembro 2009 | Adventist World
11
C H R I S
R O
M A K W E
K E L LY
B O C K
“Percebemos que, para oferecer uma boa educação para as
crianças, precisaríamos de nova escola e melhores instalações”,
diz ele. “Para que nela (na nova escola) as crianças tivessem
melhor educação, mas também uma maneira de aumentar consideravelmente a capacidade do hospital de realizar sua missão
pela retenção de pessoal bem qualificado. Quando viram a nova
escola ser construída, seu moral aumentou muito.”
Sob a orientação do EPH, as igrejas adventistas das associações de Chesapeake e Michigan doaram uma unidade médica
com equipamento básico, incluindo cobertores para bebês, colchões, sistemas de aquecimento e aquecedores de água. Agora os
educadores da DNA querem ajudar, especificamente, as crianças
em idade escolar em Maluti. Para isso votaram, em dezembro
de 2007, que tentariam, por meio das escolas adventistas de
ensino médio de toda a Divisão, levantar dinheiro suficiente
para a construção de um edifício de seis salas de aula no campus
hospitalar.
A incorporação do trabalho voluntário de alunos e adultos
para ajudar a construir as instalações diminuiu consideravelmente o custo previsto para o projeto. Mesmo assim, o total
chegou a 250 mil dólares. Esse valor cobriria não apenas o
custo dos materiais para construção e salário dos trabalhadores
contratados, mas também a compra de carteiras, livros, computadores e equipamento para o parque infantil.
Destemidos, os líderes de educação da divisão enviaram
um DVD com informações sobre o projeto a todas as escolas
da DNA, pedindo que cada um dos alunos e cada um dos
professores se comprometessem a angariar, pelo menos, cinco
De cima para baixo: A NOVA ESCOLA: A construção da
dólares. A resposta foi muito positiva.
escola no Hospital Maluti está quase pronta. ESTUDANTES
Em setembro de 2009, em parceria com o EPH e o Maranata
MISSIONÁRIOS: Alunos das escolas adventistas de toda a
Internacional, com a coordenação da diretora de educação da
Divisão Norte-Americana (DNA) viajam a Lesoto para ajudar
União do Pacífico, Kelly Bock e o construtor Robert Jackson,
a construir nova escola.
do estado de Washington, 40 alunos, doadores e outros
voluntários adultos, formaram o primeiro dos três grupos
propriamente dita”. Ele e outros professores, entretanto,
escalados para, sucessivamente, realizar a árdua viagem aérea
pensaram que, se pudessem recrutar trabalho voluntário,
até Lesoto, para iniciar a construção da escola.
tanto de alunos do ensino médio como de adultos para ajudar,
“Foi uma alegria trabalhar com nossos alunos de ensino
poderiam melhorar o salário dos trabalhadores contratados, e, médio de toda a América do Norte nesse projeto maravilhoso”,
“com as bênçãos do Senhor, cremos que o projeto seria viável”. diz Bock. “A interação que havia entre eles e os trabalhadores
“Simplesmente resolvemos avançar pela fé”, diz Blackmer.
locais, o entusiasmo e o espírito de cooperação deixavam claro,
durante todo o projeto, que Deus era o líder. Essa escola vai
Ávidos Participantes
permitir que os administradores admitam mais alunos das
Esperança para a Humanidade (EPH) – o novo nome
áreas adjacentes, podendo assim compartilhar o amor de Jesus
do programa centenário de angariação de fundos da Igreja
em novas e maravilhosas instalações.”
Adventista, conhecido como Recolta – é a força por trás de
O porta-voz do Maranata Internacional, Richard Duerksen,
milhões de dólares coletados anualmente pelos membros da
vê a parceria organizacional como um trunfo para o projeto.
igreja da América do Norte para apoiar o trabalho humanitá- Descrevendo o esforço cooperativo entre membros da equipe
rio em comunidades locais de países estrangeiros. Sediado na
Maranatha, dos educadores da DNA e líderes EPH como “um
Divisão Norte-Americana (DNA), em Silver Spring, Maryland, verdadeiro prazer”, Duerksen observa que “Nossa equipe inclui
Estados Unidos, e dirigido por Maitland DiPinto, o EPH tem
o grupo do Equador, que fabricou a estrutura de aço da escola,
estado envolvido, já por vários anos, em suprir as necessidades assim como um grupo do México e Moçambique que trabalha
do Hospital Maluti.
com cimento e aço. Esse projeto representa os milagres que
“O hospital Maluti serve uma área muito pobre, com altos podem ser operados quando grupos de trabalhadores internaíndices de HIV/AIDS. A instituição realiza ali um grande
cionais se unem para realizar o impossível.”
trabalho, sob circunstâncias muito difíceis”, diz DiPinto. Uma
Melissa Breetzke, aluna de espanhol da Universidade
das dificuldades que enfrentam é prover ensino de qualidade
Adventista del Plata, serviu como tradutora entre os engenheiros
para as crianças.
da América do Sul, contratados pela Maranata, e os organizado-
12
Adventist World | Dezembro 2009
res do projeto durante a maior parte do empreendimento. Descrevendo Lesoto como “a terra de grandes montanhas, animais
domésticos barulhentos e pessoas maravilhosas”, Breetzke diz
que desfrutou ali de “um período fenomenal”.
“Tive a impressão de que essa viagem foi planejada especialmente para mim”, diz ela. “Mesmo sendo o trabalho mais
pesado que já fiz na vida, nunca me senti tão feliz.”
O povo, diz Breetzke, foi o que mais a impressionou.
“Eles me ensinaram palavras em Lesoto e me chamavam
de irmã e filha. Eles riam das minhas tentativas de imitar o
barulho que usam em seu idioma e faziam festa quando eu
me lembrava das frases que me ensinaram.”
Ela admite, no entanto, que o trabalho acabou por ser mais
árduo do que o previsto. Porque o aquecedor no quarto em que
ela estava nem sempre funcionava, à noite, ela diz, “fazia frio,
e alguns dias acordávamos cedo para trabalhar por 10 horas
carregando as peças de metal mais pesadas que já encontrei”.
Breetzke está convencida de que o projeto da escola de Maluti
foi “uma obra de Deus”. Ela diz que encontrou na África “a vida
real, não o xarope de milho aguado, escondido nas diversões e
felicidade pré-embaladas que você encontra no mundo real, mas
sim a felicidade pura e concentrada de uma vida bem vivida.
Isso, para mim, é a sensação que mais se aproxima do Céu, mais
do que qualquer coisa que você encontra em livros. É rústico, real
e eterno.… Foi um dos melhores períodos da minha vida.”
Papel da Educação Adventista
Blackmer observa que “um dos papéis da educação adventista
é ajudar os alunos a entender que são parte de uma comunidade
global e que têm uma responsabilidade para com essa comunidade. O projeto Missão Maluti, as centenas de comunidades locais e
outros projetos de missão internacional conduzidos pela educação adventista, a cada ano, permitem que nossos jovens partilhem
seu tempo, talentos e recursos com os carentes”.
Ela acrescenta: “Acredito que as crianças e jovens em lugares como Lesoto têm lições para ensinar aos nossos alunos.
Para muitos desses jovens, a doença, a fome e a violência são
parte de seu cotidiano. Mesmo assim, eles compartilham avidamente o que têm, e seus sorrisos vêm do coração. Podemos
aprender muito com eles.
“A DNA está empenhada em encontrar maneiras para que
todos os alunos, a cada ano, se assim o desejarem, se envolvam
com um projeto missionário.
Para obter mais informações e ver fotos adicionais, visite
www.nadeducation.org/maluti ou www.hope4.com/maluti.
*www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/lt.html.
O Envolvimento de
Alunos e Professores
As escolas de todo o território da
Divisão Norte-Americana envolveram-se
com a captação de recursos para o
projeto da missão da escola Maluti. A
seguir, a história de uma dessas escolas:
Academia Cristã Apalache,
Manchester, Kentucky, E.U.A.
Quando a professora da ACA, Debbie
Brock, abriu o pacote de informações sobre o projeto que o departamento de educação da Associação Kentucky-Tennessee
lhe havia enviado, a respeito da captação
de recursos para a Missão Maluti, ela se
perguntou quanto de doação sua escola
seria capaz de levantar. Afinal, ela falou
para o Senhor: “Somos uma escola tão
pequenina, com meros sete alunos, localizada na região mais pobre de Kentucky
e o 18º município mais pobre da nação.”
Entretanto, depois de passar a informação
do projeto e mostrar o DVD sobre Maluti a
seus alunos, eles se sentiram compelidos a
fazer o que podiam para ajudar.
“Sentimos como se fôssemos uma ‘escola irmã’”, explica Brock, “como também
estamos ligados a um hospital – Manchester
Memorial Hospital – do mesmo modo que
essa escola está associada ao Hospital
Adventista de Maluti, em Lesotho.”
Brock e os alunos pensaram que o alvo
de cinco dólares por aluno que o departamento de educação da Divisão NorteAmericana havia estipulado era muito
baixo, porque o valor seria de apenas 35
dólares para a ACA. Assim, após trocarem
ideias sobre possíveis eventos para
captação de recursos, eles estipularam
o ambicioso alvo de 1.500 dólares. As
ideias para levantar fundos que tiveram e
escreveram no quadro negro, incluía:
■ Radio ad
■ Programa de leitura
■ Programa de talento, inclusive a equipe
do ministério de fantoches da escola
■ Venda de artigos usados
Depois que o DVD foi mostrado nas
igrejas da área, as doações começaram
a chegar durante o mês de novembro e
dezembro de 2008. O programa de leitura,
realizado em fevereiro, trouxe mais 400
dólares. O show de talentos rendeu cerca
de 500 dólares para o projeto. E a venda de
artigos usados aumentou substancialmente o total com mais mil dólares.
“Até aí, já havíamos arrecadado aproximadamente três mil dólares”, diz Brock.
“Quando as aulas terminaram no dia 21 de
maio de 2009, o total havia subido para 4.500
dólares. Mas ainda havia umas poucas pessoas a ser contatadas, aí sim [ela e os alunos] haviam feito tudo o que podiam fazer.”
Brock ligou pessoalmente para mais
algumas poucas pessoas que haviam prometido ajudar, elevando o valor arrecadado
para 7.000 dólares. Pouco tempo depois,
um casal adventista apareceu na casa
dela para presenteá-la com um envelope
contendo 4.500 dólares, elevando o total a
11.500 dólares.
“Sinto-me como Moisés na sarça
ardente, quando percebeu que estava na
presença de Deus e que Deus queria que
ele ajudasse Sua obra na Terra”, diz Brock.
“Sinto-me humildemente honrada por ter
tido uma pequena parte nesta aventura…
Essa foi uma missão de Deus o tempo todo.”
Dezembro 2009 | Adventist World
13
D E V O C I O N A L
A
imagem mental que fazemos de Jesus parece inclinar-se
para Seu lado humano. Afinal, Jesus era um homem.
Temos milhares de quadros, concepções artísticas de
Jesus, mostrando que Ele brincava com crianças, conversava
com médicos, ou simplesmente olhando para a “câmera” ou
no espaço.
Mas o homem que documentou o início de Seu ministério
nos evangelhos também deixou claro que esse Jesus
humano que viveu entre nós era Deus em carne humana!
A idéia da divindade de Jesus traz muitos conceitos surpreendentes que nos deixam perplexos. Eles nos levam para o início
de nosso planeta, quando “No princípio, criou Deus os céus e a
Terra” (Gn 1:1). Será que a divindade de Jesus não desejaria que
Ele participasse no processo de trazer a Terra à existência?
Por
Thurman C.
Petty, Jr.
O
QueNós
Fizemos!
Falar sobre Jesus
consiste em dizer quem
Ele é e o que fez por nós
Não há dúvida quanto a isso. Paulo proclama enfaticamente que Jesus “subsistindo em forma de Deus, não julgou
como usurpação o ser igual a Deus” (Fl 2:6). O apóstolo João
concordou dizendo que Jesus “era Deus” e que “todas as coisas
foram feitas por intermédio dEle, e, sem Ele, nada do que foi
feito se fez”(Jo 1:1-3).
Isso deve incluir todo o Universo, não é mesmo? Incrível!
Imagine ler Gênesis assim: “No princípio [Jesus] criou os céus e
a Terra” E “[Jesus] fez também as estrelas”(veja Gn 1:16).1
Isso não pode ajudar a mudar nossa imagem do bebê
nascido de Maria, o único Deus-Homem. E, no entanto…
os apóstolos nos conduzem à verdade incontestável de
que Aquele que criou o Universo, incluindo nosso planeta
com todos os seres humanos que nele habitam, sofreu e
morreu na cruz fora de Jerusalém para nos salvar dos
nossos pecados.2
Que sacrifício! Que amor! Isso nos impulsiona a colocarnos de joelhos, em profunda humilhação pelo que temos feito.
14
Adventist World | Dezembro 2009
Veja o que Ele Fez
Voltando, mais uma vez, para o fato de que Jesus criou
o Universo inteiro, olhemos com mais atenção para Suas
maravilhosas obras. Para nos ajudar a entender esse conceito,
usemos um dos truques da ficção científica. Imaginemos que
nos tornamos astronautas e temos o privilégio de explorar o
Universo que Jesus fez.
Nossa nave espacial entra na órbita da Terra e, em seguida,
somos transferidos para uma espaçonave gigante, para uma
jornada pelas galáxias. Uma vez a bordo, acomodamo-nos em
assentos reclináveis e, imediatamente, voamos para o espaço,
à velocidade da luz: 18 milhões de quilômetros por minuto.
A essa fantástica velocidade, passamos por nosso Sol em
menos de nove minutos e voamos até ao distante Plutão, em
apenas cinco horas e meia. Continuando no espaço profundo,
teríamos que viajar quatro anos e meio antes de chegar a Alfa
Centauro, a estrela fixa mais próxima. Passariam cem mil
anos antes de alcançarmos nossa Via Láctea, e outros dois
milhões de anos virariam história antes mesmo de nos aproximar da grande galáxia de Andrômeda, conhecida pelo fato
de ter cem bilhões de sóis!
Segundo as Escrituras, Aquele que conhecemos como
Jesus de Nazaré criou tudo nesse vasto sistema!
Não admira que o salmista tenha exclamado: “Quando
contemplo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a Lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem ... para que
com ele Te preocupes?” (Sl 8:3, 4, NVI).
Por que o Criador de todos os astros desses sistemas
estelares magnificentes Se preocuparia com uma raça de seres
humanos rebeldes, que vivem numa partícula de pó chamada
Terra, num canto distante de Seu universo? A Bíblia diz que
é devido ao Seu AMOR, divino amor, mais vasto – e mais
específico – que nossa mente finita possa compreender.
Miríades de sóis gigantes,
Em movimentos sem rota pelo espaço vazio
Em cursos conhecidos, para uma mente onisciente apenas.
Esplendor indescritível!
Cada massa flamejante grita com voz silenciosa:
‘Deus é meu Criador’.
Os homens, numa esfera minúscula, declaram:
‘Não há Deus!’
No entanto, o Deus que eles dizem não existir,
Veio para este mundo destroçado,
E Morreu – por mim!”3
Veja o que Fizemos!
Talvez o que achamos mais surpreendente é o fato de
que Deus criou o planeta Terra, sabendo, o tempo todo, que
a raça humana, finalmente, iria assassiná-Lo.4 A natureza
egoísta de todo ser humano revela, de forma clara, quão
profundamente nos envolvemos nessa ação. Na realidade,
toda vez que agimos com hostilidade contra um animal ou
contra outra pessoa, mostramos a Deus que, se estivéssemos
no lugar de Adão, também teríamos nos rebelado abertamente contra o Criador!5
Para nos ajudar a compreender essa terrível verdade,
vamos viajar, na imaginação, de volta no tempo, para três
jardins: Éden, Getsêmani e Gólgota. Quando sobrepomos
os acontecimentos de cada um desses jardins, obtemos uma
compreensão única do que fizemos:
Deus sorri quando nos mostra a magnificência do Jardim
do Éden, recém-saído de Suas mãos. E nós mostramos nossa
gratidão tratando-O de tal maneira que Ele chegou a suar
grandes gotas de sangue, enquanto agonizava e gritava a Seu
Pai for socorro. Então, O agarramos pelo pulso e cuspimos
em Seu rosto. Empurramos uma coroa de espinhos em Sua
cabeça, batendo nela várias vezes até que suas pontas afiadas
fossem encravadas profundamente em Sua nobre fronte.
Mesmo assim, Ele continua a amar-nos, escolhendo morrer
para nos salvar.
Rasgamos Suas roupas e açoitamos Suas costas até que o
sangue jorrasse livremente. Agarramos aquelas mãos gentis
e poderosas que nos moldaram do barro, transpassando-as
com pregos empurrados por um martelo gigante contra um
grotesco madeiro, amarrando-o a ele como a um espantalho.
Jesus, que com Suas palavras trouxe inúmeros mundos
à existência, cuja ordem poderia mobilizar milhões de anjos
instantaneamente e cujo olhar terrível poderia transformarnos em vapor, grita em angústia: “Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem” (Lc 23:34).
Penduramos nosso Deus entre o céu e a terra, preso por
pregos através de suas mãos e pés. E aqui estamos nós,
ainda, segurando o martelo que empurrou aqueles pregos!
Aqui estamos, sabendo que nós é que deveríamos ser
pendurados na cruz!
Nós é que somos culpados, e nossos pecados diários ainda
pregam Jesus na cruz do mesmo modo que as mãos daqueles
cruéis líderes fizeram há dois mil anos. Assim como com
Adão, Eva, Caim e Abel, nós ainda queremos fazer as coisas da
nossa maneira, em vez de submeter nossa vida à vontade de
Deus. Esse egoísmo ainda O corroi com terríveis espinhos e
enterra a lança no Seu lado. O peso dessa terrível culpa deveria ser nosso, não dEle.
Ele, porém, está ali… pendurado numa cruz, em nosso
lugar. Pendurado numa cruz por nossos pecados – não, por
meus pecados! Ele está morrendo por MIM! O reconhecimento de meu crime me leva ao desespero, à profunda tristeza
pelo que eu fiz, ao arrependimento.
E Deus me perdoa. Ele sorri para mim, como um dia
sorriu para Adão.
Sim, Ele tomou sobre Si o castigo que eu merecia receber
por causa da minha rebelião. Foi pendurado entre o céu e a
terra. Tomou meu lugar. Carregou meus pecados (1Pe 2:24).
E gora Ele me perdoa (1Jo 1:9).
O que nós fizemos? Essa não é uma pergunta relevante.
Ao contrário, deveria ser: O que DEUS fez? Aqui está a resposta:
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho
unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3:16, NVI).
É claro que a mesma coisa deve ser dita a respeito de cada membro da Trindade.
Filipenses 2:5-8; compare com João 3:16.
“A Voz Silenciosa”, pelo autor.
4
Compare com Apocalipse 13:8; 1 Pedro 1:18-20.
5
Compare com Isaías 53:4-6.
1
2
3
Thurman C. Petty, pastor e escritor
adventista, desfruta sua jubilação em Burleson,
Texas, EUA.
Dezembro 2009 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
B
ill Knott, editor-chefe da
Adventist World, sentou-se
com Ben Schoun, presidente
da Rádio Mundial Adventista
(AWR), para descobrir por
que o rádio continua sendo um meio
efetivo de compartilhar o evangelho nos
rincões mais distantes do mundo.
Algumas pessoas estimam que, atualmente, o alcance mundial da AWR
excede o alcance de todas as outras
mídias, se colocadas juntas. Será
que essa é uma declaração correta?
É muito provável que seja. Geralmente,
estimamos que estamos cobrindo, pelo
menos, 70% da população do mundo,
sem contar com nossas transmissões
via Internet. Não nos concentramos
nas regiões do mundo bem
desenvolvidas, ao contrário, nossa
prioridade são as áreas altamente
populosas e menos evangelizadas,
como Ásia, África, Leste Europeu e
outras regiões. São os lugares que conseguem receber nossas transmissões.
Alcançamos um grande número de
pessoas nesses locais isolados do mundo
e temos o potencial de fazê-lo por uma
razão: porque usamos o rádio de ondas
curtas. As ondas curtas não são muito
usadas nos Estados Unidos ou em outros
lugares desenvolvidos porque as pessoas
preferem as rádios FM locais, porque
a qualidade do som é muito melhor.
Entretanto, para alcançar um grande
número de ouvintes em todo o mundo,
as ondas curtas são mais adequadas.
A AWR começou com ondas curtas,
há cerca de 40 anos, mas hoje vocês
também transmitem em outras
mídias, não é mesmo?
Sim. Os hábitos dos ouvintes mudam
em várias áreas. Por isso, também mudamos nossos hábitos de transmissão.
Na América do Sul, atuamos em ondas
curtas por muitos anos, mas hoje aquela
região usa, quase que exclusivamente,
as rádios locais (AM e FM). Do mesmo
modo, a África está em transição, pois
muitos e muitos países estão disponibilizando licenças para rádios e concedendo essas licenças especificamente para
a AWR. Estamos nos preparando para
16
Adventist World | Dezembro 2009
8o
de
Enãomissoras
São
Sufıcıe
Por que a Rádio
Mundial
Adventista crê
que seu trabalho
está apenas
começando
uma grande iniciativa na transmissão
por Internet, na qual todos os nossos
programas, em diversas línguas, estarão
disponíveis como podcasts, que será um
grande recurso para a igreja no mundo.
Fizemos projetos-piloto em vários
países, onde distribuímos aparelhos de
áudio-digital, com ótima resposta.
recentemente iniciamos nossas transmissões no Laos, país do sudeste da Ásia, e
esperamos, muito em breve, transmitir
em Hmong. Eu poderia enumerar
muitos outros idiomas nos quais gostaríamos de transmitir. Mas é claro, toda vez
que iniciamos um novo idioma, precisamos angariar fundos para manter esses
programas no ar pelos anos seguintes.
Se você pensar em todos os tipos de
pessoas que este artigo alcançará,
como os leitores da Adventist World
que moram nas regiões alvo da AWR,
o que gostaria de dizer a eles? Em
que a AWR precisa deles?
Rádio
ntes
Em primeiro lugar, nesses lugares ao
redor do mundo precisamos de pessoas
que, quando souberem de alguém que
está aceitando Cristo por meio do rádio,
que sejam receptivas, façam amizade
com essa pessoa, a encaminhem para a
igreja e faça o que for necessário para
fazê-la parte da família de Deus. Isso é
uma coisa muito importante.
Onde é possível para o povo, também
precisamos de apoio financeiro, porque
quanto mais recursos tivermos, mais
programas poderemos transmitir. Essa é
uma equação simples.
Se eu fosse alguém que vivesse na
Janela 10/40 e encontrasse uma transmissão da AWR, o que a distinguiria de
outros tipos de conteúdo? O que faria
com que eu parasse e pensasse no que
estivesse ouvindo?
Considerando apenas o tempo de
transmissão, meia hora, varia entre 20
mil e 35 mil dólares americanos por ano.
Vou lhe contar uma história. Havia um
rapaz, na Etiópia, viajando entre o povo
afar, que é muçulmano, da região leste
do país. Um rapaz afar, grande, alto,
disse ao viajante etíope: “Eu sei o que
você está ouvindo!” Nosso viajante, um
tanto intimidado, começou a tremer os
joelhos porque esse homem afar o estava
acusando de ouvir um programa cristão.
Entretanto, ao conversarem sobre o
assunto por meio de um tradutor, o
homem afar disse finalmente: “Sei o que
você está ouvido porque tem a mesma
música do início e do fim do programa
que eu ouço!” A música-tema identificou nosso programa em dois idiomas
diferentes. É muito comum as pessoas
comentarem que nossos programas são
diferentes de tudo o que já ouviram.
Meia hora por dia?
O que os torna diferentes?
Sim, de transmissão diária.
É claro, seguimos uma linha cristã, de
modo que o tipo de música é diferente.
Usamos um formato de revista, que é
formado por um segmento sobre saúde,
vida familiar e estudo da Bíblia ou o
segmento espiritual. Abordamos temas
sobre melhor qualidade de vida e que
melhoram a vida na comunidade, coisas
que chamam a atenção do povo. Alguns
de nossos estúdios transmitem até cursos de princípios de agricultura, histórias
para crianças e programas educacionais.
Você tem uma estimativa de custo por
idioma?
Isso dá às pessoas uma noção do que
significa seu apoio, com quanto poderiam contribuir se decidirem apoiar
financeiramente uma transmissão. Em
quantos idiomas estão transmitindo
atualmente?
Temos programas disponíveis em cerca
de oitenta idiomas, mas esse número não
é suficiente! Há cerca de seis mil idiomas
no mundo. Muitos deles são idiomas pequenos, muito isolados e a maioria desses
povos sabe outras línguas também. Há,
porém, 200 idiomas falados no mundo
que nós consideramos muito importantes. Você pode perceber, então, por que
nosso trabalho está só começando.
Ainda não entramos no Butão.
Precisamos transmitir no Tibete. Só
A programação de vocês está mais
focada em programas para crianças?
Sim. E quando as pessoas ouvem, dizem:
“Nunca ouvi esse tipo de coisa em uma
rádio, antes!” Esse é um meio maravilhoso de atrair ouvintes em outras culturas,
tal como a muçulmana. Na área de Afar,
Dezembro 2009 | Adventist World
17
awr
Resumo sobre a
Missão: Levar a esperança adventista ao mundo, aos grupos de pessoas mais
difíceis de ser alcançados, em sua própria língua.
Tipos de mídia: Rádios de ondas curtas, rádios locais, AM e FM, podcasts da
Internet, material de áudio com conteúdo pré-gravado
De cima para baixo: EM CONSTRUÇÃO:
Um país na África listou 35 cidades e
povoados que desejam conceder licença
para estações FM da AWR (Rádio
Mundial Adventista). ENERGIA SOLAR:
Ben Schoun, presidente da AWR,
demonstra um rádio que funciona com
energia solar aos moradores de uma
aldeia na região de Fianarantsoa,
Madagáscar. LANÇANDO UMA REDE
MAIOR: Quando o Nepal se declarou
estado secular, a AWR aproveitou
a oportunidade para transmitir mais
programas. Além das transmissões em
ondas curtas, a AWR está comprando
horários baratos em estações de rádio
locais e estará presente em dez estações
FM, em todo o país, até o fim de ano.
de que falei há pouco, há líderes
muçulmanos que recomendaram nossos
programas para o seu povo por causa das
instruções sobre saúde que eles contêm.
Devido ao alcance da AWR, quantas
pessoas contratadas fazem parte desse ministério? Por outro lado, quanto
vocês dependem de voluntários?
Os funcionários contratados, no mundo
todo, são aproximadamente 35.
Para alcançar 70% da população do
mundo?
Sim. No entanto, você deve se lembrar
18
Adventist World | Dezembro 2009
Público-alvo: Ouvintes não cristãos de todo o mundo, especialmente na África,
Ásia/Pacífico, Oriente Médio e Leste Europeu.
Número atual de idiomas: Oitenta, aproximadamente.
Alvo: Transmitir nos duzentos idiomas principais do mundo.
Programação singular: Programas originais criados por locutores nativos nos
idiomas locais, que abordam todos os aspectos da vida do povo – vida espiritual,
saúde, educação familiar, crenças adventistas, etc.
Para saber mais ou se tornar um doador, entre em contato com:
Adventist World Radio
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, Maryland 20904, USA.
Nos EUA e Canadá: fone: 800-337-4297
Fone: 301-680-6304
Fax: 301-680-6303
Web site: www.awr.org
E-mail: [email protected]
de que, atualmente, os produtores que
trabalham nos estúdios não são pagos
pela AWR. Trabalhamos com e por
meio da organização local da igreja, ou
das associações locais. Pedimos a eles
que contratem funcionários para os
estúdios porque eles conhecem a língua.
A maioria das pessoas que trabalham
nos estúdios ou prestam assistência
técnica para as produções é constituída de pessoas empregadas pela Igreja
Adventista?
Sim. Temos também muitos voluntários.
Tomando o estúdio de Madagáscar por
exemplo: eles têm dois funcionários de
período integral no estúdio. Têm, porém,
15 voluntários, pessoas que vão e trabalham algumas horas por dia para produzir
um programa ou ajudar a editá-los, ou
ainda, para ajudar no escritório. Assim,
são uma grande equipe. Tenho orgulho de
dizer que há um grande número de voluntários, em todo o mundo, trabalhando
para a AWR. Na verdade, há poucos anos,
em um dos países muçulmanos no norte
da África, onde há apenas um punhado de
adventistas, houve um período em que
todos os adventistas do país, de alguma
forma, trabalhavam para a AWR!
Com essa combinação entre funcionários da AWR, membros contratados
da igreja local e voluntários, como os
ouvintes saberão com quem entrar
em contato para responder sobre
algo que ouviram?
Uma vez que é necessário o acompanhamento no idioma local, tentamos
reservar em cada um de nossos estúdios
recursos para oferecer literatura adicional ou informações para acompanhar
esses indivíduos. Uma vez que o locutor
já tem certo contato com os ouvintes,
ele pode escrever uma carta para eles, ou
pode enviar material no idioma local.
Tradicionalmente, essa comunicação
é realizada pelo correio. Entretanto, não
obtivemos resposta de muitos ouvintes
e, infelizmente, isso ainda acontece. A
razão principal é que muitos desses ouvintes são muito pobres. Eles não podem
comprar um selo. Muitos são analfabetos
e não sabem escrever. Muitos têm medo
porque uma carta pode ser interceptada
e, em alguns países, pode custar-lhes a
vida. Assim, há muitos motivos pelos
quais não recebemos tantas cartas, como
as estações de rádio comuns.
Nos últimos anos, mais e mais pessoas têm nos enviado e-mails. Em Hong
Kong, temos um evangelista de período
integral para a Internet, o qual passa o
dia todo em frente ao seu computador
recebendo e enviando e-mails. Ele tem
obtido grande sucesso preparando pessoas para o batismo em lugares longínquos, pessoas a quem nunca encontrou
pessoalmente. Ele os instrui por meio
do correio eletrônico.
O telefone é o terceiro meio, especialmente em certas partes da África, onde
todos usam celular. Eles nunca tiveram
a infraestrutura de telefonia tradicional,
mas agora que as torres de telefonia celular foram instaladas nas montanhas por
todos os lugares, todos podem usar um
telefone móvel. Assim, em nosso estúdio
em Adis-Abeba, Etiópia, por exemplo,
eles provavelmente recebem mais
ligações do que qualquer outro meio de
comunicação.
Estou intrigado com o fato de
que seu método de ministério difere
significativamente da maioria dos outros ministérios de mídia. Na América
do Norte, por exemplo, os ouvintes
escrevem para a sede do programa,
em Oklahoma. Parece que você tem
um método bem difuso.
a existência de um grupo de ouvintes
fiéis, que descobriram tudo sozinhos.
Sim. É descentralizado e, em grande
parte, impulsionado pelo fato de a AWR
transmitir em muitos idiomas. Cremos
piamente que devemos usar os idiomas
locais para atingir o coração do povo, e
temos muito mais sucesso quando utilizamos a língua materna para despertar
neles o desejo de estudar a Bíblia ou para
compreender o conceito da salvação. É
claro, então, que o acompanhamento
também deve ser feito na língua local.
Sua história é fora do comum, como
algumas das primeiras experiências
do adventismo, em 1870. Havia pessoas, mesmo em Battle Creek, que não
sabiam que havia outros grupos ou
uma denominação.
Isso quer dizer que você precisa
medir o sucesso de maneira um pouco
diferente das emissoras tipicamente
cristãs. Seu sucesso é realmente o sucesso dos ministérios em 80 idiomas.
Sim, é verdade. E mesmo assim não
podemos medi-lo totalmente pela
quantidade de respostas que obtemos
pelo correio. Há alguns anos, começamos a transmitir na África Oriental,
para o povo maasai. A maior parte
desse povo não sabe ler ou escrever.
Se fôssemos avaliar nosso trabalho
pela resposta dos ouvintes, pensaríamos que não tínhamos audiência!
Entretanto, ao viajar entre os maasai, é
impressionante perceber a quantidade
de pessoas que estão ouvindo a rádio
e que tomaram a decisão de se tornar
adventistas do sétimo dia. Estive lá em
maio deste ano e visitei meia dúzia
de aldeias em diferentes lugares, onde
todos eram crentes.
Então, quando você pede para que
as pessoas apoiem esse ministério, é
baseado na premissa de que fará algo
com a palavra pregada?
E provavelmente não recebeu nenhuma carta deles ...
Não, nenhuma carta.
Isso sugere que, de fato, esse método
descentralizado e difuso que você está
descrevendo é o que realmente funciona em igrejas entre os indígenas, não é?
Sim. De fato, houve um fenômeno que
nos surpreendeu, chamado “igrejas
AWR”. Temos pessoas, em vários países,
que começam a aprender e a contar uns
para os outros como eles gostam do
nosso programa de rádio, e logo estão
ouvindo o rádio juntos e em seguida,
fazendo cultos regulares. A administração da igreja não sabe nada sobre
eles. Só muito tempo depois descobrem
É verdade. E esses grupos estão aparecendo em muitos países. Antes de John
Ash se aposentar como secretário da
União/Missão da China, ele me contou
como, ao viajar por aquele país, encontrava grupos de pessoas que guardavam
o sábado e criam praticamente nas
mesmas coisas em que nós cremos.
Quando lhes perguntava: “Como vocês
aprenderam essas coisas?” Eles respondiam: “Estamos ouvindo a mensagem
pelo rádio.” É assim que os grupos
são formados. É claro que, mais tarde,
procuramos conduzir e integrá-los na
comunhão da igreja, porém sei que estamos alcançando muita gente de quem
não sabemos absolutamente nada.
Nós nos consideramos uma “rádio
missionária” porque estamos no ar,
alcançando pessoas em lugares em que
não há uma congregação adventista
significativa ou até mesmo uma organização adventista. Assim, temos que ter
recursos e doações das pessoas das áreas
mais fortes do mundo. Essa é realmente
uma rádio missionária. Frequentemente,
falo com as pessoas que dizem: “Eu não
consigo ouvir sua rádio! Por que faria
doação para vocês?” Eu digo: “Porque
você tem interesse na salvação dessa
gente. Porque Jesus não vai voltar para
você até que todos tenham a chance de
ouvir a mensagem da salvação!”
Você realmente apela para o compromisso missionário das pessoas, para
seu altruísmo.
É verdade. É isso mesmo. Contamos a
eles as histórias e essa é a recompensa. A
recompensa de ouvir o milagre de como
a vida das pessoas é transformada e como
gente que nunca viu uma Bíblia na vida e
agora está amando a Jesus Cristo.
Dezembro 2009 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 10
Perfeição
Por
Robert J. Ross
C
omo capelão voluntário
da noite, vi o médico do
pronto-socorro dar o
último dos muitos pontos
para unir a pele do que, momentos
antes, era um enorme buraco. Ele
endireitou as costas e, com os olhos
ainda fixos no ferimento, disse a si
mesmo: “Perfeito, simplesmente
perfeito”. Mais tarde, me perguntei: O
que ele realmente queria dizer com isso?
Seriam os pontos? Ou seria o ferimento
que agora estava perfeitamente fechado?
Seria o bom trabalho que havia feito,
ou todo o conjunto?
O maravilhoso Sermão da Montanha proferido por Jesus abrange três
capítulos (Mt 5–7) e concentra-se inicialmente no tipo de atitude que devemos cultivar, ser abençoados ou felizes,
independentemente das circunstâncias.
Conhecemos essa primeira parte como
as bem-aventuranças. Cristo, a seguir,
chama a atenção para nossas motivações, o motivo pelo qual fazemos o que
fazemos. O que conta é a nossa moti-
Robert J. Ross, nativo
da África do Sul, é pastor
da Igreja Adventista
de Meadow Vista, na
Associação da Califórnia do Norte, EUA.
Ele gosta de esculpir em madeira.
20
Adventist World | Dezembro 2009
A perfeição
tem dois níveis
vação, nossa atitude, o que pensamos,
o que molda nossas ações. Na metade
do Seu sermão, Jesus fez essa surpreendente afirmação, em Mateus 5:48:
“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito
o vosso Pai que está nos Céus.”
O que Significa “Perfeito”?
“Perfeito”, na Bíblia, é retratado de
muitas maneiras em várias traduções.
Perfeito pode ser sem defeito, leal,
completo, maduro, instruído, paciente,
amável e seguidor de Jesus. Perfeito
descreve coisas como a lei da liberdade
(Tg 1:25), sacrifícios (Lv 22:21), ou a
vontade de Deus (Rm 12:2). Perfeição
também está frequentemente ligada a
ação: a igreja de Sardis foi repreendida
porque Cristo disse: “Não achei as tuas
obras perfeitas” (Ap 3:2). Ao jovem
rico Jesus aconselhou: “Se queres ser
perfeito, vai, vende tudo o que tens ...
e ... vem, e segue-Me” (Mt 19:21).
Com todas essas aplicações, o que
então é “perfeito”, ou colocando mais
coloquialmente, “quão branca deve
ser a cor branca, para ser um branco
perfeito?” Uma famosa citação de Ellen
White diz: “Como Deus é perfeito
em Sua esfera, assim pode o homem
ser na sua.”1
Sabemos que Deus, em Seu nível,
é perfeito. “Ele é a Rocha, cuja obra é
perfeita” (Dt 32:4). Também sabemos
que Jesus é perfeito, “tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o Autor da salvação
eterna” (Hb 5:9). Definitivamente, reconhecemos que não somos perfeitos,
e “todas as nossas justiças, como trapo
da imundícia” (Is 64:6). Que tipo de
“perfeição em nossa esfera” devemos
ter? Jesus nos dá uma sugestão na sua
oração sacerdotal em João 17:23: “Eu
neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam
aperfeiçoados na unidade.” A perfeição,
portanto, tem dois níveis: Unidade
perfeita de Deus na Trindade, e a
perfeita unidade dos seres humanos
com Cristo.
Perfeição Objetiva: A Unidade
Perfeita de Deus
Apenas a Divindade pode reivindicar participação nessa unidade perfeita. É a perfeição máxima. Embora o
Filho de Deus tenha Se revestido com a
fragilidade humana, tenha sido tentado
quando Seu corpo humano estava
profundamente fraco, Satanás não
conseguiu colocar nem a mais ínfima
separação entre Pai e Filho. Somente
a Divindade pode transformar rochas
em pães. Por meio da obediência a
Seu Pai, Jesus recusou-Se a usar Sua
própria divindade, independente de
Seu Pai. “Em Cristo combinaram-se
divindade e humanidade. A divindade
não se degradou, para tornar-se
humanidade; a divindade conservou
seu lugar, mas a humanidade, pela
união com a divindade, resistiu à mais
feroz prova da tentação no deserto.”2
“Ele ‘sofreu, tendo sido tentado’ (Heb.
2:18)... sofreu na proporção da perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe
das trevas nada achou nEle, nem um
simples pensamento ou sentimento
de resposta à tentação.”3 Jesus tinha
atitude e unidade perfeitas para com
Seu Pai, as quais O motivaram a resistir
a todas as tentações.
Perfeição Subjetiva: Nossa
Unidade com Cristo
Gosto do modo como Ellen White
descreve nossa necessidade de expiação. “O homem não podia servir de
expiação pelo homem. Sua condição
pecaminosa e decaída faria dele uma
oferta imperfeita e um sacrifício
expiatório de menos valor do que
Adão antes de sua queda. Deus criou
o homem perfeito e reto, e depois da
sua transgressão não poderia haver
sacrifício aceitável para Deus por ele,
a não ser que o seu valor excedesse o
do homem em seu estado de perfeição
e inocência.”4
A pura atitude de Cristo motivou
a obediência absoluta, resultando
em uma completa união com o Pai.
Essa é a verdadeira perfeição. Essa é a
perfeição imputada, o único meio pelo
qual somos salvos. “Esse sacrifício foi
oferecido com a finalidade de restaurar
o homem a sua perfeição original. E
mais: [...] dar-lhe completa transformação de caráter.”5
A justiça comunicada de Cristo é a
obra que Ele realiza em nós, transformando-nos à Sua imagem, em unidade
com Ele. Isso é o que verdadeiramente
significa ser perfeito em nossa esfera. É
ser perfeitamente um com Ele. Nossas
atitudes são alteradas, motivando
em nós a obediência para refleti-Lo
plenamente. Quando estamos unidos
a Ele, é refletida a imagem com a qual
originalmente Ele nos criou (ver Hb
5:8, 9). A unidade não é alcançada
quando subtraímos os nossos erros,
pois deixaria um vácuo. Ao contrário,
tomamos mão de tudo o que pudermos
obter de Cristo, rejeitando aquilo que
ofusca Sua glória. Não seremos, então,
apenas Sua imagem, mas um com Ele.
União Perfeita
Recentemente, os cientistas descobriram um modo de fazer, pela primeira vez, um vidro completamente plano
com superfície 100% lisa e polida.
Ele é tão plano e liso que quando são
colocadas duas placas grossas desse
vidro, uma sobre a outra, eliminando
todo o ar entre elas, há uma ligação
tão grande entre as moléculas que é
quase impossível separá-las. Tornamse verdadeiramente uma. A unidade
perfeita de Jesus com o Pai, por meio
de Sua obediência na Terra, torna-se
nossa veste de (Sua) justiça concedida
a nós por toda a eternidade. A justiça
que Ele quer nos comunicar é a
perfeita unidade que podemos ter por
meio da direção do Seu Espírito.
Obediência motivada pelo amor genuíno permite que Ele realize em nós
um polimento diário até que estejamos
absolutamente unidos a Ele, como
um, de modo que seja quase impossível de separar-nos.
Penso que foi isso o que o médico
daquele pronto socorro quis dizer
quando terminou a sutura. A ferida
estava fechada. A pele de volta onde
deveria estar. Não mais tecido lacerado.
Não mais sangramento. A cura já
podia começar. Talvez nem haveria
cicatriz: perfeito.
Ellen G. White, Conselhos Sobre Educação, p. 232.
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 408.
Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 422.
4
Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 24.
5
Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 231.
1
2
3
Edaxperiência
Salvação
Em infinito amor e misericórdia, Deus fez com que Cristo, que não conheceu pecado,
Se tornasse pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus. Guiados
pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa pecaminosidade, arrependemo-nos de nossas transgressões e temos fé em Jesus como Senhor e
Cristo, como Substituto e Exemplo. Essa fé que aceita a salvação advém do divino poder
da Palavra e é o dom da graça de Deus. Por meio de Cristo, somos justificados, adotados
como filhos e filhas de Deus, e libertados do domínio do pecado. Por meio do Espírito,
nascemos de novo e somos santificados; o Espírito renova nossa mente, escreve a lei de
Deus, a lei de amor, em nosso coração, e recebemos o poder para levar uma vida santa.
Permanecendo nEle, tornamo-nos participantes da natureza divina e temos a certeza da
salvação agora e no juízo. (2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7; Jo 16:8; Gl 3:13, 14;
1Pe 2:21, 22; Rm 10:17; Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Rm 3:21-26; Cl 1:13, 14; Rm 8:14-17;
Gl 3:26; Jo 3:3-8; 1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27; 2 Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10.)
Dezembro 2009 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
S
e fossem usados mais tato e discrição na apresentação
da verdade pelos ministros, nos sermões, e por seus
auxiliares, no trabalho, muito mais do que vemos
agora poderia ser realizado. Por causa de negligência
nesse sentido, muitos têm uma visão equivocada de nossa
fé e doutrina que nunca teriam se a formação da primeira
opinião fosse mais favorável.
Ministério para Todas as Classes
É nosso dever aproximar-nos o máximo que pudermos
das pessoas em elevada posição. Tal tarefa não exclui os pobres e os de classes mais baixas, pois assim, tanto ricos como
pobres terão a oportunidade de beneficiar-se das verdades
da Bíblia. Se nossas palavras e vida mostrarem a influência
refinadora da verdade de Deus sobre o coração, aqueles que
nos conhecerem verão que a religião da Bíblia nunca degrada
quem a recebe e, ao aceitarem a verdade, perceberão os deveres e responsabilidades neles depositados, tendo eles mesmos
se tornado representantes de Jesus Cristo na Terra.
A verdade de Deus, obedecida de coração, constantemente eleva, refina e enobrece quem a recebe. Não é
sabedoria mundana, mas a sabedoria dada por Deus que
chega até nós para apresentar a verdade de tal modo que
atingirá as classes mais altas que, quando convertidas para
a verdade, exercerão uma influência em seu favor e que
ajudará a sustentá-la com seus talentos, influência
e recursos.
O dever que temos sobre nossos semelhantes nos coloca
sob a obrigação de expor nossos talentos à luz da verdade
que temos recebido, bem como o talento dos recursos. Ao
ganharmos almas para Jesus Cristo, aquelas que estão em
posições de responsabilidade e cuja influência pode ser
um poder para alcançar homens e mulheres das classes
mais elevadas, a quem Deus achou por bem confiar grande
capacidade para fazer o bem, receberão talentos em dobro.
A influência de nosso trabalho, mesmo que seja ganhando
apenas uma alma, é de grande alcance; nossos talentos
estão sendo usados e constantemente aumentados.
Por
Ellen G.
White
Criatividade,
Teato
idelidade
F
Alcançando todas as pessoas
22
Adventist World | Dezembro 2009
Encontre a Dose Certa de Evangelho
para a Abordagem
Os obreiros da causa não deveriam pensar que a única
maneira de trabalhar é tornar conhecidos, de uma só vez, em
um mesmo lugar, todos os pontos de doutrina professados
pelos adventistas do sétimo dia. Tal atitude fecharia os
ouvidos das pessoas e frustraria os fins pretendidos. Deus
quer que Seus obreiros sejam como cordeiros entre lobos,
prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.
Suas próprias ideias devem ser postas de lado, e devem seguir
a direção do Espírito de Deus. Que não pensem que toda
a verdade de Deus é para ser dita aos incrédulos em toda e
qualquer ocasião, mas devem planejar com cuidado o que
precisa ou não ser dito.
Isso não é praticar o engano, é agir como Paulo. Ele diz:
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de
ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus,
como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o
regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os
que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei.
Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para
com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que
vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos,
com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com
o fim de, por todos os modos, salvar alguns.”
Ele não abordava os judeus de forma a incitar seus
preconceitos. Não corria o risco de torná-los inimigos dizendo-lhes que precisavam primeiro crer em Jesus de Nazaré,
mas deu ênfase às promessas do Antigo Testamento que
testificavam de Cristo, Sua missão e Sua obra. Assim, levouos adiante, passo a passo, mostrando-lhes a importância de
honrar a lei de Deus.
Ele também honrou devidamente a lei cerimonial mostrando que Cristo foi Aquele que instituiu o serviço sacrifical
judaico. Após enfatizar essas coisas que provavam que possuía
um claro conhecimento delas, levou-os ao primeiro advento
de Cristo e provou que no Jesus crucificado cada especificação havia sido cumprida.
Essa foi a sabedoria exercida por Paulo. Ele se aproximou
dos gentios, a princípio não exaltando a lei, mas exaltando
Cristo, e depois mostrando as reivindicações da lei. Mostroulhes claramente como a luz refletida na cruz do Calvário deu
importância e glória a todo o sistema judaico. Assim, variou
seu método de trabalho, sempre acomodando sua mensagem
às circunstâncias em que estava, e, mesmo sendo bemsucedido em grande parte após árduo e paciente trabalho,
muitos não foram convencidos.
Há alguns que não serão convencidos por nenhum
método de apresentação da verdade. O obreiro de Deus deve,
no entanto, estudar cuidadosamente o melhor método, a
fim de que não desperte preconceitos ou levante contendas
O obreiro de Deus
deve estudar
cuidadosamente o
melhor método, a fim de
não despertar preconceitos
ou levantar contendas
desnecessárias.
desnecessárias. Que ele dê ao povo evidências de que é
verdadeiro cristão, consciencioso, a favor da paz e não da
discórdia e que tem amor pelas almas. Assim ganhará a
confiança das pessoas.
Cristo disse aos Seus discípulos: “Tenho ainda muito que
vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.” Muita coisa
Ele não lhes disse porque sua educação e ideias eram de tal
caráter que Suas instruções teriam lhes confundido a mente
e levantado questionamentos e descrença que seria difícil de
remover.
Seja Criativo em Sua Missão
Os obreiros de Deus devem ser ecléticos, isto é, devem ter
grandeza de caráter. Não devem ser unilaterais, estereotipados
no seu modo de trabalhar, caindo em rotinas em que são
incapazes de ver que as suas palavras e o método de trabalho
devem variar para atender à classe de pessoas com quem
estão em contato, e as circunstâncias que têm para atender.
Todos devem dominar, constantemente, suas principais
características e educar suas fraquezas, de modo a equilibrar
a mente. Isso é necessário para que haja obreiros úteis e
bem-sucedidos. Deus quer que Seus servos, velhos e jovens, se
aperfeiçoem continuamente, aprendendo como evangelizar
de modo mais eficaz. Não devem contentar-se, pensando que
seus caminhos são perfeitos, e que os outros têm de trabalhar
como trabalham. Todos os nossos métodos e planos devem
ajustar-se ao modelo divino.
Este artigo foi publicado pela primeira vez na The Atlantic
Canvasser, no dia 11 de dezembro de 1890. Os adventistas do
sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom
profético bíblico por mais de 70 anos de ministério público.
Dezembro 2009 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
EsforcoConjunto
Como editores e como equipe da Adventist World, fazemos a maior parte de nosso trabalho no anonimato. Certamente, você vê
nossos nomes na ficha técnica (página 31), mas é provável que não conheça nosso rosto ou o que fazemos para a revista. As
fotografias nestas duas páginas o ajudarão a colocar o nome em cada rosto e isso contará um pouco sobre nossas responsabilidades
em nosso escritório, na Associação Geral.
Mais desconhecidos são os editores de texto, designers gráficos, tradutores, impressores, encadernadores e as pessoas que despacham
a revista para todo o mundo, cuidando para que a sua cópia da Adventist World chegue à sua casa ou igreja. —Editores e Equipe.
Da esquerda para a direita
Kimberly Luste Maran, editora assistente, coordena as
colunas da Adventist World, Intercâmbio Mundial e O Lugar
das Pessoas, e ocasionalmente escreve e edita artigos.
Roy Adams, editor associado, responsável pelos devocionais e ocasionalmente pelo artigo de capa, supervisiona a
pré-impressão de materiais para diferentes edições.
Merle Poirier, gerente de operações, controla os prazos de
produção, o canal de comunicação com tradutores, editoras
e fornecedores e ainda supervisiona a expedição para os
campos do mundo.
Da esquerda para a direita
Gerald A. Klingbeil, editor associado, responsável pelos
artigos que tratam de estudos bíblicos, arqueologia, crenças
fundamentais, herança adventista e do Espírito de Profecia.
Natural da Alemanha, viveu e atuou em quatro países
diferentes (África do Sul, Peru, Argentina e Filipinas).
Marvene Thorpe-Baptiste, assistente editorial, seleciona
os originais para avaliação, informando os autores quanto ao
seu progresso. Auxilia os editores na edição e na preparação
de originais a serem publicados, nos processos de honorários,
despacha os cheques e as cópias de cortesia da revista.
Carlos Medley é editor das revistas Adventist World e
Adventist Review online. Supervisiona os oito sites da Web do
departamento, faz pesquisa em busca de material complementar e trabalha com os autores.
Sandra Blackmer, editora assistente, coordena a seção da
Vida Adventista e Saúde no Mundo, como também edita e
escreve artigos, quando solicitada.
24
Adventist World | Dezembro 2009
D A N I E L
B O T T N E R / S TA R - L I G H T
S T U D I O S
Da esquerda para a direita
Bill Knott é editor chefe das revistas Adventist World e
Adventist Review (Revista Adventista em inglês).
Wilona Karimabadi é editora-chefe e diretora de marketing
da KidsView, a Revista Adventista de crianças, em inglês.
Trabalha com o site da Adventist World em inglês, espanhol,
francês e português e, ocasionalmente, escreve artigos
especiais.
Claude Richli, diretor de marketing e editor associado,
supervisiona a coordenação mundial de recursos para
garantir que a Adventist World, impressa ou pela internet,
chegue até você ou sua igreja.
Rachel Child, assistente executiva do editor, cumpre funções administrativas, quando solicitada, e gerencia as finanças
para garantir bom sistema de pagamento.
Da esquerda para a direita
Judy Thomsen, editora de correspondência, responde a
todos os e-mails, cartas e pedidos de oração e coordena o
Intercâmbio Mundial e o Lugar de Oração na revista. É
também auxiliar do editor-associado.
Mark A. Kellner é um jornalista veterano que trabalha
como editor de notícias desde 2007. Nessa função, ele
coordena a cobertura de notícias, que produz e apresenta
artigos especiais, como os artigos de capa da revista de julho e
novembro de 2009.
Alfredo Garcia-Marenko, assistente editorial, registra
as minutas da comissão de capa e reuniões de produção, faz
correções de originais e transmite arquivos digitais do
escritório editorial para a revisão da Review and Herald
Publishing Association (Casa Editora).
Stephen Chavez, diretor de edição, edita as colunas, serve
de ligação com a Divisão Norte-Americana e supervisiona
o fluxo de material em nosso escritório editorial, desde o
processo de desenho gráfico até a publicação.
Dezembro 2009 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P
eles estariam em excelentes condições físicas para obter o
ermita-me considerar o contexto do assunto citado
melhor aprendizado.
em Daniel 1:3-21 e, no processo, responderei à perSe, porém, considerarmos essa decisão do ponto de vista
gunta especificamente.
cultural, concluímos que o rei tinha intenções mais profundas:
A queda do reino de Judá e a expatriação de
o alimento determina a identidade; aquilo que comemos demuitos israelitas para Babilônia expuseram-lhes a fé a novos
termina nossa cultura, inclusive nossas convicções religiosas. A
desafios. Eles estavam numa terra de cultura distinta e de
ênfase na alimentação era parte da tentativa cultural e religiosa
convicções religiosas radicalmente diferentes, dificultando
assim a prática da sua fé religiosa.
de assimilar os hebreus na religião e na cultura de Babilônia.
1. Assimilação Cultural: O propósito dos reis babilônios
3. Rejeição da Mudança Cultural: Daniel resolveu não se
era transferir lentamente a fidelidade que os jovens hebreus
contaminar com os manjares do rei nem com o vinho que
tinham para com Deus, para os deuses deles, de Jerusalém para ele bebia. “Decidiu não se tornar impuro com a comida e
Babilônia. Esse era o objetivo
com o vinho do rei” (verso
dos profissionais e psicólogos
8, NVI). “Decidiu” foi a
de seu programa educacional.
tradução para “colocou em
Primeiro, elevavam sua
seu coração”, em hebraico.
autoestima ao levá-los para o
Daniel colocou sua vontade e
palácio real, onde passavam a
razão no que havia decidido,
fazer parte da elite intelectual,
provavelmente baseado no
o que facilmente criava neles
fato de que os alimentos do
a predisposição para aceitar o
rei eram oferecidos aos seus
país estrangeiro e ter gratidão
deuses antes de ser servidos
ao rei por aceitá-los.
à mesa de Daniel. Provavelmente, a maior parte deles
Segundo, deveriam ser
não era preparada de acordo
instruídos nos idiomas e
P E R G U N TA :
com as ordens bíblicas (Lv
literatura de Babilônia. Provavelmente Daniel já falava
17:10) e incluía alimentos
várias línguas, porém teria
imundos. Essas razões em si
que aprender pelo menos o
já eram motivo para rejeitar
aramaico e o caldeu acadiano
a comida do rei. Mas o fato
para se comunicar com os
de, nessa ocasião, Daniel
Por
ter escolhido uma dieta
outros e para ler a literatura
Angel Manuel Rodríguez
sobre ciência (como matevegetariana sugere algo mais
mática, astronomia), música
profundo. O rei resolveu que
e religião (incluindo mitologia, divindades, astrologia) e ser ele mesmo “escolheria” [yeman] a dieta deles. A forma verbal
usada no Antigo Testamento é empregada especificamente
doutrinados na visão mundial de Babilônia.
Terceiro, a assimilação cultural foi iniciada com a troca de
para atividades de Deus (Sl 16:5; 61:8; Jn2:1), sugerindo que
sua identidade, dando-lhes nomes de divindades babilônicas
o rei estava assumindo uma prerrogativa divina. Para Daniel,
(Dn 1:7). Seu comprometimento com o Senhor foi ameaçado. somente Deus poderia determinar o que ele deveria comer.
E, naquela situação, ele voltou à dieta original que excluía
O interessante é que a escrita dos nomes babilônicos parecia
a carne (Gn 1:29; 3:18) e o ajudava a obedecer ao Senhor.
corromper, intencionalmente, os nomes originais, evidenciando sua resistência à assimilação cultural e religiosa.
Assim, o Senhor abençoou seu esforço de servi-Lo. Enquanto
ficou responsável por sua própria dieta, ele seguiu a ordem
2. Provisão Alimentar: O rei determinou qual seria a
levítica (Dn 10:3).
dieta de Daniel e de seus amigos, o que deveria ser consideA escolha de assimilar os perigos de uma cultura ainda
rado um privilégio e parte dos benefícios de estudar na
é nossa. À semelhança de Daniel, devemos resistir a ela e
Universidade de Babilônia. As refeições eram fornecidas
permanecer firmes aos nossos valores, princípios e ensinos da
pelo rei. É sabido que os reis de Babilônia não apenas
Palavra de Deus.
supriam seus oficiais com alimentação diária, mas também
com acomodação. O contexto bíblico sugere que o alimento
oferecido a Daniel e seus amigos era o alimento preparado
para o próprio rei, o melhor que Babilônia tinha para
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
oferecer. O principal interesse do rei era estar seguro de que
Bíblicas da Associação Geral.
Comer,
ounão
Comer?
Daniel era
vegetariano?
26
Adventist World | Dezembro 2009
E S T U D O
B Í B L I C O
O
de
elo
S Deus
no
Por Mark A. Finley
apocalipse
O último livro da Bíblia, o Apocalipse, revela a batalha final entre o bem e o mal, na Terra.
A adoração é o coração desse último conflito. Enfim, há apenas dois lados nessa guerra:
os que são leais a Deus e os que se rebelaram contra Ele (Ap 22:11, 12). Esses dois grupos
são colocados em primeiro plano na última batalha da Terra sob os símbolos do selo de
Deus ou a marca da besta. A lição deste mês incidirá sobre o selo de Deus, um assunto de
extrema importância. É absolutamente vital que compreendamos o significado do selo
eterno de Deus e como recebê-lo.
1.
Que instrução específica deu Deus aos anjos no Apocalipse?
“Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro
anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à Terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a Terra, nem o
mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus” (Ap 7:2, 3).
Antes que juízos de Deus caiam sobre este planeta rebelde, Deus instrui os anjos para não danificar a
nem o
nem
até
os servos do nosso Deus.
Essa passagem revela três fatos importantes sobre o selo de Deus: Primeiro, Deus vai adiar
Seu julgamento final até que o processo de selamento esteja completo. Segundo, serão
selados os servos de Deus que foram totalmente leais e fiéis a Ele. Terceiro, o selo de Deus
é colocado na fronte, um símbolo da mente.
2.
Quem realiza a importante tarefa de selamento?
“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4:30).
O Ser divino que realiza o selamento em nossa vida é o
de Deus.
O selo de Deus não é um selo visível colocado em nossa testa como um sinal de que
pertencemos a Deus; ele está relacionado ao Espírito Santo aprofundando nossa lealdade a
Jesus, para que estejamos firmados em Seu amor e verdade, de modo que nada nos derrube.
3.
Como o apóstolo Paulo descreve a função do selo de Deus?
“Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que Lhe
pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2Tm 2:19).
O fundamento da verdade permanecerá na crise final e, “O
conhece os que lhe
.”
Dezembro 2009 | Adventist World
27
Tanto hoje, como no passado, um selo legal autentica um documento. Selos identificam
aquele a quem pertence o documento e que autoridade está por trás dele. O povo de Deus
é identificado ao permanecer totalmente comprometido com Ele, “apartado da injustiça”
e obedecendo-Lhe com amor, como testemunha de Sua graça salvadora para o mundo.
4.
Onde encontramos esse selo de obediência a Deus?
“Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos Meus discípulos” (Is 8:16).
O selo de Deus é encontrado em Sua
.
O amor dos cristãos para com Deus é sempre revelado em sua amorável obediência à lei
de Deus.
5.
Que outro nome é dado ao selo?
“E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o
pai de todos os que creem, embora não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça” (Rm 4:11).
Abraão recebeu o
da circuncisão pelo qual ele
demonstrava sua lealdade a Deus. Na Bíblia, um selo e um sinal descrevem a mesma coisa.
6.
Será que Deus tem um sinal de adoração eterno que diferencia Seu povo?
“Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou
o Senhor que os santifica” (Ez 20:12).
O eterno sinal de lealdade é o sábado do sétimo dia. Os selos antigos continham três
elementos principais: o nome, título e a jurisdição do dono, além do local em que se
devia colocar o selo oficial e legal no documento. O sábado de Deus é o único dos Dez
Mandamentos que contém Seu nome, “o Senhor teu Deus”; Seu título, Criador, ‘pois em
seis dias fez o Senhor”; e Seu território, “o céu e a Terra, o mar e tudo o que neles há” (veja
Êx 20:8-11). O sábado do sétimo dia é o eterno sinal dos últimos dias de lealdade a Deus. É o
símbolo externo de uma fé viva e profunda. Em tempos de tremenda crise e perseguição, o
Espírito Santo dará força aos filhos de Deus para que vivam em santa obediência.
7.
Que apelo final Deus faz a todos, pouco antes de Sua volta?
“Dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele
que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7).
O apelo final de Deus é um chamado para adorar a Deus como o
“do céu, da Terra, do mar, e das fontes das águas”.
O sábado do sétimo dia é o sinal eterno de Deus e de Sua autoridade criativa. Nos momentos
finais da Terra, ele será o sinal visível de nossa lealdade a Ele. Quando houver boicote
econômico e perseguição, a adoração ao Criador durante o sábado revelará nossa
dedicação ao nosso Senhor e à Sua verdade. Será a demonstração de que o Espírito Santo
selou Sua verdade em nosso coração, e nosso amor por Jesus Cristo é tão profundo que
nada poderá nos abalar.
No próximo mês, completaremos esta
série sobre o Apocalipse, com o tema:
“A Recompensa Eterna
do Apocalipse”.
28
Adventist World | Dezembro 2009
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Parceria
Após ler na
Adventist
World sobre o
entusiasmo para
unir forças com
a Organização
Mundial de Saúde
(“Paulsen diz que
ênfase da Igreja
sobre saúde pode ajudar a curar o mundo”, setembro de 2009), imagino o que
“na prática” está acontecendo. Muitas
de nossas igrejas ainda são bastante
eficientes em suprir as necessidades
na área da saúde nas comunidades do
mundo, de um modo, talvez, muito
mais efetivo do que qualquer outro grupo. Há cada vez mais cursos de culinária
vegetariana em meu país. O número
de amizades duradouras tem crescido,
como resultado do programa Melhoria
da Saúde Coronária, assim como os
batismos.
Tenho dúvidas se a parceria com os
órgãos das Nações Unidas vai realizar o
que nossos líderes esperam. Por favor,
apresentem-nos alguma ideia do que
envolveria uma parceria com a OMS.
Será que isso minimizaria a eficácia dos
programas da igreja?
John Wallace
Kaikohe, Nova Zelândia
Vivendo para Cristo Hoje
Muito obrigada por selecionar e
publicar mensagens tão inspiradoras
e informativas em nossas revistas.
O desafio de Jan Paulsen em seu
sermão em Genebra (“A Cura de Cristo
num Mundo em Mudança”, setembro
Ler sobre os desafios e experiências
de outros povos me encoraja a viver
para Cristo diariamente, sabendo que,
mesmo as mínimas coisas que consideramos
normais podem ser usadas por Deus de
maneira grandiosa.
— Joseph Kongoro,
Quênia
de 2009) é bom para todos nós,
especialmente a declaração de que
“para os adventistas do sétimo dia
a renovação de todas as coisas não é
apenas um evento do futuro; é um
processo de renovação que começa
agora. Esperar a ‘bendita esperança’
não é um exercício passivo, mas algo
que demanda ação no presente”. Esse
desafio não é apenas para os que
estavam presentes à sua preleção,
mas para alertar todos os adventistas
do sétimo dia. Cada dia deve começar
com uma renovação em nossa
caminhada cristã e em nossos deveres
como cristãos.
Virginia Moyer
Chestertown, Maryland,
Estados Unidos
Dê-me Mais
Louvado seja o Senhor! Estou
enviando a lição que vi e preenchi sobre o Apocalipse, “O Conflito do Tempo do Fim no Apocalipse”
(setembro de 2009). Estava analisando
esse livro no meu estudo pessoal. Por
favor, envie-me qualquer outro estudo,
especialmente sobre o Apocalipse.
Charles Livingston Jr.
Memphis, Tennessee,
Estados Unidos
Retribuição
Fui tocada pelo
artigo do “Adote
um Ministro
Internacional”
(Da Vingança e
Granadas para a
Graça Salvadora,
agosto de 2009),
especialmente
a “Retribuição” de Marilynn Peeke
sobre Reva Lachica Moore. O artigo foi
maravilhoso! Meu esposo e eu estamos
tentando retribuir a outros as bênçãos
que temos.
Obrigada pela revista Adventist
World. Normalmente, recebemos
algumas cópias na biblioteca da
Universidade Adventista Zurcher.
Estamos orando pela continuidade da
publicação dessa revista.
Evelyn Pelayo
Antsirabe, Madagáscar
Dezembro 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Evangelizando
Nasci na Etiópia em uma família judia.
Toda a minha família, eu inclusive,
ainda somos judeus. Encontrei sua
revista, a Adventist World, numa clínica
de olhos na Etiópia. Li alguns artigos,
realmente interessantes, porém preciso
de ajuda. Em nossa religião só leio
o Antigo Testamento. Não tenho a
mínima ideia sobre o Novo Testamento.
Gostaria de saber se vocês podem me
ensinar sobre ele. Se for possível,
enviarei muitas perguntas a vocês.
Daniel Tefera Mamo
Adis-Abeba, Etiópia
Gratidão e Agradecimento
Estou muito feliz porque, agora, é
possível ler a Adventist World em alemão
pela Internet! Que adventista não estaria
interessado em saber sobre o que está
acontecendo com nossa igreja ao redor
do mundo? Sempre recebemos algumas
poucas cópias em inglês em nossa igreja.
No entanto, grande parte dos nossos
membros não sabe inglês o suficiente,
mas, mesmo assim, gostariam de saber
sobre o que está acontecendo.
Eu e muitos outros de minha
igreja aguardamos com ansiedade pela
edição seguinte.
Hannes Schinagl
Vienna, Áustria
Para acessar a Adventist World online em
sete idiomas, visite www.adventistworld.
org. Para ir direto à Adventist World em
alemão, acesse http://de.adventistworld.
org. – Os Editores
Tenho grande prazer em ler os seus
artigos, pois eles me lembram que
faço parte de uma grande comunidade
de fé. Ler sobre os desafios e experiências de outros povos me encoraja a
viver para Cristo diariamente, sabendo
que mesmo as mínimas coisas que
consideramos normais podem ser
usadas por Deus de maneira grandiosa.
Eu gostaria de compartilhar seus
artigos não apenas por e-mail, mas por
links no Facebook.
Joseph Kongoro
do Quênia por e-mail
Links para os artigos da Adventist World
podem ser compartilhados no Facebook.
— Os Editores
Quero expressar minha gratidão pela
publicação mensal de uma revista que
mostra o panorama mundial da obra
adventista.
Basil Zawadzki
Misiones, Argentina
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Por favor, orem para que Deus me ajude
a conseguir os recursos necessários
para pagar meus quatro anos de estudo.
Conto com suas orações, irmãos e irmãs.
Emol Young, Haiti
A empresa em que trabalho comemorará
cinquenta anos de existência e fui convidado para fazer a oração inicial. Orem
para que Deus me dê a oração certa.
Judith, Zimbábue
Por favor, orem pela minha vida espiritual.
Estou passando por problemas financeiros
que causam dificuldades em casa.
Brian, África do Sul
Perdi a apelação no tribunal e permaneço na prisão. É muito difícil para
mim, mas não estou perturbado ou
desanimado na fé como adventista.
30
Adventist World | Dezembro 2009
Deus está no controle e creio que Ele
permitiu que isso acontecesse para
que eu continue a pregar na prisão.
Orem por mim, pois vou escrever ao
presidente pedindo perdão.
Bernard, Zâmbia
Quero agradecer as orações por todos
os pedidos que enviei. Por favor, orem
por minha filha que está fora da igreja.
Ela tem vários problemas de saúde e
estou preocupada com ela.
Virgínia, Estados Unidos
Oremos pelas vítimas do tsunami
Samoa, do terremoto Sumatra e do
tufão nas Filipinas. É muito triste ver
milhares de pessoas sem casa, alimento,
água e família.
Johnson, Índia
Orem para que nossa família permaneça
firme na fé. Orem também para que
Deus providencie os recursos financeiros
para que meu filho complete o curso
de teologia.
Malena, México
Fiz a inscrição num curso para pilotos
e, em um mês, deverei receber a resposta. Quero ser um piloto internacional
para ajudar a espalhar as boas novas.
Realmente conto com suas orações para
que eu possa fazer esse curso.
Robert, Vanuatu
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
C Í N T I A
S
M A R T I N
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Uma
Palavra
Sobre
Dons
Proféticos
Neste mês, uma leitora nos diz o que aprendeu
na lição da Escola Sabatina
A
lguém pode esperar ansiosamente pela vibrante discussão da Escola Sabatina
na igreja da Universidade do Norte Caribenho, em Mandeville, Jamaica. O
Dia 31 de janeiro de 2009 não foi diferente quando as classes se reuniram
para estudar a lição número 5: “A Inspiração dos Profetas”. O ponto alto veio
quase no fim do estudo da lição, quando o Dr. D. L. Ebenezer, professor do curso
de Administração, resumiu 2 Timóteo 3:16. Abaixo seguem alguns dos pontos
expostos por ele.
■ Toda a Escritura foi dada por inspiração. Não apenas algumas passagens, não o
que você acha que é certo ou errado, mas toda ela.
■ No ensino superior criticamos bastante. Crescemos criticando tudo e todos.
■ Moisés e Paulo eram muito instruídos, mas tiveram que desaprender tudo para
seguir a Deus por toda a vida. Pedro questionou Jesus quando Ele ordenou que
jogasse as redes. Pedro obedeceu, embora sua fé fosse um tanto frágil e tenha
jogado apenas uma rede.
■ Aprender apenas um pouco é perigoso. Pensamos que já sabemos tudo. Perece
que não queremos estar conectados com Cristo. Queremos fazer tudo do nosso jeito.
■ “Quando comecei a estudar matemática, fui ensinado que linhas paralelas se
encontram no infinito. O que é infinito? Não sabemos. Porém, cremos nesse
princípio básico o tempo todo, sem questioná-lo. Avançamos pela fé, aprendendo
mais e mais de matemática. Assim deve ser com nossa crença no dom profético,
tanto nos escritos da Bíblia como nos de Ellen G. White. Um dia, veremos um
quadro mais claro das coisas e, depois, começaremos a ver coisas do jeito que
Deus planejou.
■ Resumindo o pensamento do Dr. Alden Thompson, da Universidade Walla Walla
sobre criticismo,* Ebenezer disse que dissecamos qualquer coisa e todas as coisas
até que o objeto dissecado morra e nos contamine no processo.
Através de seu resumo da lição, Ebenezer nos deu uma nova perspectiva dos
dons proféticos e como devem ser observados.
— Reportagem de Tameka McPherson, estudante na Universidade
Norte Caribenha, Mandeville, Jamaica.
*A Universidade Walla Walla está localizada em College Place, no Estado de Washington, Estados Unidos.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor Online
Carlos Medley
Coordenadora Técnica
Merle Poirier
Assistente Executiva de Redação
Rachel J. Child
Assistentes Administrativos
Marvene Thorpe-Baptiste
Alfredo Garcia-Marenko
Atendimento ao Leitor
Merle Poirier
Diretor de Arte e Diagramação
Jeff Dever, Fatima Ameen
Consultores
Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon,
Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu,
Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka
T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong
Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj,
Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A.
Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente
na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 12
Dezembro 2009 | Adventist World
31
O Lugar Das
L U G A R
É
E S S E ?
H E L E N
R O S E
Q U E
AS
VIDA ADVENTISTA
Gosto do nome Adventistas do Sétimo Dia.
Ele me lembra, uma vez por semana, que estamos
“indo para casa” e depois, que estamos “indo
para casa” para sempre.
P O R
— Renee Ford, Charlotte, Carolina do Norte, E.U.A
E N V I A D A
John Carroll perdeu seu sapato de borracha
quando foi batizado no tanque batismal da Igreja
Adventista do Sétimo Dia de Ocala. O pastor
oficiante, Dave Swinyar, o encontrou e fez um
comentário sobre o sapato perdido e recuperado.
Um membro comentou que era melhor perder o
sapato do que perder a alma!
— Herb Pritchard, Ocala, Flórida, EUA.
FRASE
DO
MÊS
“O novo ano está exatamente diante de nós, e dever-se-iam fazer planos
para um esforço zeloso e perseverante no serviço do Mestre. Há muito a ser feito
a fim de avançar a obra de Deus”
(Ellen G. White, O Colportor Evangelista, p. 17).
C O N H E Ç A S E U V I Z I N H O
Quando o casal Salvador Cena e Luciana
Talquenca estava terminando seus estudos na
Universidade del Plata, na Argentina, sonhavam
poder trabalhar como voluntários em um país
estrangeiro. É isso que estão fazendo agora.
De janeiro de 2008 a dezembro de 2009,
Salvador e Luciana serviram no Colégio
Helderberg, na África do Sul. Trabalharam como
preceptores assistentes nos dormitórios e
ajudaram com os cultos e outros programas. Eles
gostaram muito do tempo de serviço voluntário
e, por meio dele, sentem que Deus os ajudou a
crescer de muitas maneiras. “Nossa experiência
aqui”, diz Luciana, “foi a confirmação de que eu
quero servir a Deus pelo resto de minha vida”.
Após quase dois anos de serviço na África do
Sul, o casal incentiva, de coração, outros a tentar
o voluntariado também. “Você precisa ter uma
experiência como voluntário”, diz Luciana. “Vai
ficar mais forte espiritualmente e vai gostar de
conhecer novas pessoas e conhecer uma nova
cultura. Basta ir! Deus vai usar você!”.
Se você quiser ler histórias
sobre outros voluntários
adventistas no mundo, ou saber mais a
respeito de como
participar do programa de voluntariado, acesse www.
adventistvolunteers.
org.
— Cortesia do Serviço
de Voluntariado Adventista
Essa foto foi tirada nas Filipinas durante um acampamento de jovens da Igreja
Adventista do Sétimo Dia Namboongan, em Pozorrubio, Paquistão, nos dias 24 a 26 de abril de 2009.
RESPOSTA:
G A L E R A
PESS

Documentos relacionados

Dezembro - AW Portuguese

Dezembro - AW Portuguese O Resgate Final Por Mark Finley .......................................... 22 Por vinte séculos, os cristãos têm sido confortados pela verdade da ressurreição.

Leia mais

Junho - AW Portuguese

Junho - AW Portuguese Na meia-luz de uma madrugada chuvosa, fico curvado sobre a brilhante tela do meu computador, com olhos úmidos de lágrimas de gratidão, enquanto leio as mensagens que lotam minha caixa de entrada. “E...

Leia mais

portadores de

portadores de como, por exemplo, as histórias de missionários. A mente adventista alimentavase de todos esses temas, bem como de outros, e assim toda a literatura adventista tornou-se o fórum em que ocorreram as...

Leia mais

Outubro - Adventist World

Outubro - Adventist World para o vídeo, aprendemos a contar a história CENTRADO NA MISSÃO: Dan Weber, produtor de vídeo, numa por meio de uma seqüência de fotos. locadora em Cuba, no ano passado. Ele ajuda a produzir o DVD ...

Leia mais