Adventist World

Transcrição

Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ma i o 2 01 1
Da
Ignorância
ao
Conhecimento
8 Liberdade de Escolha
14
A Casa de Deus e
a Casa de Perdição
27
Símbolos do Espírito Santo
no Tempo do Fim
Maio 2011
AÇÃO
EM
IGREJA
Editorial ............................ 3
Notícias do Mundo
A R T I G O
D E
C A P A
Da Ignorância
ao Conhecimento
Por Adugnaw Worku ........................ 16
N I A L L
C R O T T Y
A providência de Deus o levou a
lugares que nem podia imaginar.
VIDA
DEVOCIONAL
Duras Arestas
Por Gerald A. Klingbeil .................... 12
Visão Mundial
8 Liberdade de Escolha
SAÚDE
NO
MUNDO
Hipertensão ................... 11
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Ele sabe como polir Seus tesouros.
ADVENTISTA
A Casa de Deus e a Casa de Perdição
Por Kim Papaioannou ................................................................. 14
Lições por contraste.
CRENÇAS
3 Notícias & Imagens
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Livre para
Escolher ........................... 26
Por Ángel Manuel Rodríguez
FUNDAMENTAIS
“Como Eu Amo a Tua Lei”
Por A. Rahel Shafer ..................................................................... 20
Alguns, se irritam com a lei de Deus. Outros,
a conhecem melhor.
DESCOBRINDO O
ESPÍRITO DE PROFECIA
ESTUDO
BÍBLICO
Símbolos do
Espírito Santo no
Tempo do Fim ............... 27
Por Mark A. Finley
Adaptação dos Escritos de Ellen White
INTERCÂMBIO
Os tempos, as circunstâncias e a linguagem
mudam – mas não os princípios.
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
Por William Fagal ....................................................................... 22
SERVIÇO
MUNDIAL
ADVENTISTA
Edificando Igrejas e Crianças
Por Laurie Falvo .......................................................................... 24
Levando o evangelho onde o território é vasto e
grandes os desafios.
O Lugar das
Pessoas ............................ 32
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 5, Maio de 2011.
2
Adventist World | Maio 2011
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Quem nos Mantém Unidos
H
oje, os narcisos do meu quintal
estão maravilhosamente amarelos
e sou tentado a falar com entusiasmo
sobre a alegria de ver os botões desabrochando e a afluência
da seiva. Mas, a meio mundo de distância, aqueles que
compartilham de minha fé adventista estão ajuntando lenha
para o inverno que se aproxima, fazendo suas colheitas
e procurando roupas mais quentes.
Falo e escrevo em inglês, um idioma híbrido devido à
influência do francês, alemão, latim e uma dúzia de outras
línguas. Entretanto, milhões dos que leem essas palavras
compreenderão seu significado em pelo menos catorze
idiomas que não leio e não entendo. No plano divino, a fé
dessas pessoas não depende das excentricidades da minha
língua materna.
Todos os sábados, dirijo meu carro para ir à igreja e
reclamo do aumento do preço da gasolina. Mas para milhões
de meus irmãos e irmãs em Cristo, a distância entre seu lar e o
local de culto é medido passo a passo, pelas savanas, através de
florestas ou pelas ruas aglomeradas das cidades. O combustível
de que necessitam é a refeição que partilham após o culto.
Venho de povos com raízes na Inglaterra, Itália e Estados
Unidos. Mas para milhares de adventistas do sétimo dia, é difícil
pensar nesses países sem também se lembrar das confusões e
conflitos que têm perturbado a paz e a alegria em sua terra natal.
Quando avaliamos as coisas que nos dividem – linguagem, cultura, histórias da nação, até o ciclo das estações – é
de se admirar, do ponto de vista humano, que esta igreja
remanescente realmente exista. Muitas outras religiões não se
esforçam para alcançar o objetivo para o qual somos chamados no adventismo. Ao contrário, celebram tudo o que é local,
ímpar, particular ou étnico. Mas o princípio organizacional
deste movimento nunca foi e nunca será acomodado ao nosso estilo de vida. Uma religião mundial tem sua base e centro
de satisfação no Senhor que não é conhecido apenas em um
idioma, uma cultura ou por uma identidade nacional.
“Ele é antes de todas as coisas”, escreveu o apóstolo Paulo
séculos atrás, “Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da
igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos,
para em todas as coisas ter a primazia” (Cl 1:17, 18)*
Quando orar, peça as bênçãos de Deus sobre seus irmãos
ao redor do globo que não se parecem com você, não falam
como você, não comem o que você come ou cantam o que
você canta. Interceda para que alcancem plenitude no Senhor
que é o grande Alguém a quem temos em comum.
– Bill Knott
*Texto Bíblico extraído da versão João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada.
NOTÍCIAS DO MUNDO
parte do prédio, mas usando o princípio
do “copo meio cheio”, ao invés de “meio
vazio”, ele exortou a congregação, que
incluía os funcionários do escritório, a
olhar o lado positivo quando usarem
os recursos do novo prédio para levar a
mensagem adventista às ilhas britânicas,
com mais eficiência.
Todos, arquitetos, construtores e
planejadores, tinham sua parte da história
para contar, mas Alan Burtenshaw,
vereador de Watford, resumiu dizendo
que a nova construção reuniu o melhor
do antigo prédio acrescentado de um
estilo moderno que, segundo Victor
V I C T O R
■ Um incêndio devastador destruiu
parte da sede da União Britânica (UB),
em Watford, Inglaterra. Contudo, apenas
dois anos e quatro meses depois, o presidente da Associação Geral, Pr. Ted Wilson,
cortou a fita de inauguração do prédio
reconstruído. Vindo de vários lugares,
inclusive das distantes Escócia e Irlanda,
centenas de convidados aplaudiram o fato.
O Pr. Wilson falou sobre a experiência
dos doze espias que estiveram na Terra
Prometida, e comparou o negativismo
dos dez espias em relação à natureza
positiva de Josué e Calebe. Teria sido fácil
desanimar com o incêndio que destruiu
H U L B E R T / U B
Wilson Inaugura Reconstrução da Sede
Adventista Britânica
CORTANDO A FITA: Pastor Ted
N. C. Wilson (terceiro da esquerda)
prepara-se para cortar a fita de
inauguração da reconstrução do
prédio da União Britânica, Inglaterra.
Maio 2011 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
Canal Adventista Atrai Grande
Audiência no Oriente Médio
■ O canal de televisão adventista do
sétimo dia com sede em Beirute, Líbano,
está atraindo extraordinária atenção.
Pouco depois de inaugurado, o Departamento de Relações Públicas do Centro
de Mídia Al Waad constatou um aumento no número de e-mails e de acessos à
página da internet (www.al-waad.tv) do
Al Waad (Canal da Promessa).
Assim que os telespectadores começaram a assistir à programação do Al
Waad, ficaram gratos pelo novo canal
cristão. Ficaram tão felizes que muitos
deles começaram a promover o canal
em páginas particulares da Internet.
“Para minha surpresa, encontrei na
Internet muitas pessoas que haviam
assistido ao Al Waad na TV e o estão promovendo em suas páginas. Eles colocam
4
Adventist World | Maio 2011
U N I Ã O
H U L B E R T,
J .
V I C T O R
Pilmoor, tesoureiro da União Britânica
(UB), demonstra “a coerência da fé
adventista e dirige o olhar ao céu,
possibilitando a visão do ‘Eden’ que é a
área do Parque Stanborough.”
“O dia estava perfeito”, comentou
Audrey Balderstone, membro ativo da
comunidade de Watford. Ela não se
referia ao clima, que durante o período
ficou úmido e nublado, mas à exortação
do Pr. Wilson, à linda música do
Grupo Vocal Adventista, à história do
trabalho da igreja nas ilhas britânicas e
à rededicação do prédio da UB.
Don McFarlane, presidente da UB,
falou sobre a alegria do processo de
reconstrução que resultou num escritório
próprio para atender às necessidades da
igreja do século XXI. “O desafio para nós
que trabalhamos no escritório é fazer dele
não apenas um local de trabalho agradável”, disse ele, “mas um local onde Deus
está impactando a vida dos líderes da igreja, e onde permitimos que o Espírito Santo
tome os planos e ideias e os transforme em
experiências vivas para a glória de Deus.”
– reportagem de Victor Hulbert, Diretor
de Comunicação da União Britânica
B R I T Â N I C A
NOTÍCIAS DO
MUNDO
EQUIPE DO AL-WAAD: Os funcionários do novo Al Waad (Canal da Promessa) estação
de televisão em Beirute, Líbano, são apresentados na cerimônia de inauguração.
fotografias dos programas, fazem links
para a nossa página, postam a frequência
de onde achar o Al Waad e escrevem
comentários sobre o conteúdo desse
canal”, disse Tawfik Megally, diretor de
áudio no Centro de Mídia Al Waad.
As páginas da Internet que estão
incentivando a população a assistir ao
Al Waad não são adventistas; algumas
delas são da igreja Ortodoxa Copta, mas
a maioria é de muçulmanos.
“Fiquei impressionado com o
impacto que o lançamento do Al Waad
provocou aqui no Oriente Médio. O
Al Waad está sendo divulgado “boca a
boca”, pelas várias páginas da Internet,
pelos membros da igreja, por e-mail e
muito mais”, disse Megally.
O Oriente Médio e o norte da África
estão vivendo um período de mudanças
sem precedentes. Ondas de liberdade estão atingindo toda essa região. Os jovens
estão se levantando contra as ditaduras e
atrocidades reinantes por décadas.
Será que Deus está dando à igreja
adventista a chance de servir e de levar
a mensagem do tempo do fim para as
pessoas do mundo árabe? É providencial que tanto o Hope Channel (TV
Adventista Mundial) como a Rádio
Mundial tenham montado, simultaneamente, seus estúdios quando todo o
Oriente Médio e o norte da África estão
lutando por liberdade? Será que esse
movimento incluirá liberdade religiosa?
–reportagem de Amir Ghali, tedNEWS
O Web Site Adventus 21 Leva Livros
Adventistas ao Grande Público
■ Encontrar livros adventistas do sétimo
dia, tanto acadêmicos como outros, especialmente em espanhol, ficou mais fácil
para os clientes internacionais, graças ao
novo site, www.Adventus21.com, dedicado à venda e distribuição desses livros.
“O Editorial Adventus é uma parceria
interuniversitária criada para promover,
Página na Internet, Adventus 21
Neal Wilson–“Mentor,” “Homem de
Visão,” e “Papai”– é Lembrado em
Cerimônia na Sede Mundial da Igreja
Por Mark A. Kellner, editor de notícia
■ Neal Clayton Wilson, por onze anos
presidente da Associação Geral (AG)
dos Adventistas do Sétimo Dia, foi
lembrado no dia 19 de janeiro de 2011,
na cerimônia em sua memória, como
alguém cuja “grande obsessão” era a
“abençoada esperança do retorno de
Jesus para buscar Seus filhos.”
Wilson, presidente da AG de 1979
a 1990 e fundamental na expansão da
Rádio Mundial, da Agência Adventista de
Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), e pela igreja na antiga União
Soviética, faleceu no dia 14 de dezembro
de 2010, aos 90 anos de idade, após
enfermidade prolongada. Deixa esposa,
Elinor, duas irmãs, um irmão, o filho, a
filha, quatro netos e quatro bisnetos.
Líderes adventistas, num total de
catorze, e membros da família Wilson,
O L I V E R / A N N
A N S E L
distribuir e publicar livros acadêmicos, revistas, pesquisas e vídeos
educacionais que se encaixam
na categoria bíblico-cristã, para
beneficiar educadores, bibliotecas,
estudantes, profissionais e outros
leitores”, segundo comunicado no
site. “Nosso objetivo é estimular a
mente e cultivar o espírito de uma
clientela internacional, com material
de leitura e vídeos em vários idiomas. O
catálogo eletrônico, organizado em
categorias, facilita a compra de produtos
de qualidade a preços acessíveis.”
O empreendimento foi idealizado
por Humberto M. Rasi, ex-diretor de
educação da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia, hoje aposentado. Ele diz que outro objetivo do projeto
é “criar um consórcio entre as universidades adventistas na América Latina
para obter recursos para a publicação de
livros textos e monografias necessários em
nossas instituições educacionais.
–equipe da Adventist World
Acima: TRIBUTO DA FAMÍLIA: Shirley Wilson Anderson, esquerda,
professora da Walla Walla University, e Pastor Ted N.C. Wilson,
direita, presidente da Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia, falam na cerimônia em memória de seu pai, Neal
Wilson, ex-presidente da Associação Geral, falecido no dia 14 de dezembro de 2010.
Esquerda: Capa da Adventist Review
prestaram homenagem a Neal Wilson
diante de um auditório de mais de
quinhentas pessoas na sede mundial. O
Hope Church Channel, um dos canais do
Hope Channel (TV Adventista Mundial),
transmitiu a cerimônia que também
pode ser acompanhada pela Internet.
“Este não é um momento onde
damos à morte a oportunidade de reinar
sobre nós”, declarou Charles E. Bradford,
sucessor de Wilson na presidência da
Divisão Norte Americana. “Tudo que
Neal Wilson conquistou foi por meio do
seu Senhor e Salvador, Jesus Cristo.”
Durante as duas horas e meia do
evento, todos os que usaram da palavra
confirmavam a dedicação de Wilson na
missão da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, que norteou as várias décadas em
que serviu a igreja. Filho de missionários, foi também missionário e líder de
associação, união, divisão e da igreja
mundial; sua dedicação na proclamação
das Três Mensagens Angélicas – textos
de Apocalipse 14 que predizem o retorno de Jesus– foi fundamental.
Ele “foi uma torre de justiça em
um deserto de desespero e trouxe esperança ao nosso coração”, disse C. D.
Brooks, chamado por Wilson para ser
evangelista de uma união. Brooks disse
que Wilson era amado pela comunidade afro-americana por sua posição
contra o racismo e pela reconciliação
dentro do movimento adventista.
“Nossos pais foram pais maravilhosos
e foi uma bênção crescer em um lar
cristão”, disse o Pr. Ted N. C. Wilson,
filho de Neal Wilson e atual presidente da
Associação Geral. Lembrando a profunda
fé que ambos compartilhavam nos ensinos
bíblicos sobre a ressurreição dos justos na
segunda vinda de Jesus, Ted Wilson disse
com segurança: “Verei meu pai outra vez.”
Rádio Mundial Adventista Realiza
Concílio na Região Asiática
do Pacífico.
■ Quinze países da região Asiática
do Pacífico foram representados no
concílio quinquenal da Rádio Mundial
Adventista (AWR), nos dias 22 e 23 de
fevereiro, na ilha de Batam, Indonésia.
Essa região compreende três divisões
da Igreja Adventista do Sétimo Dia: a
Divisão Asiática do Pacífico Sul (SSD),
com sede nas Filipinas; a Divisão Asiática
do Pacífico Norte (NSD), sul da Coréia e
a Divisão Sul-Asiática (SUD), Índia.
Os participantes do evento eram
diretores de comunicação, diretores
de estúdios da AWR e produtores de
programas. Entre os oradores do evento
estavam os líderes da AWR, Dowell Chow,
presidente mundial; Greg Scott, vicepresidente; Kent Sharpe, vice-presidente
financeiro; Claude Richli, diretor de
marketing e editor associado das revistas
Adventist Review e Adventist World; e dois
membros da comissão administrativa da
AWR, Dyane Pergerson e Don Martin.
Jonathan Wagiran, diretor da AWR
da região Asiática do Pacífico e Anniston
Mathews, diretor de programa da AWR,
Maio 2011 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
I
coordenaram o evento e fizeram palestras.
O evento foi repleto de atividades
espirituais e relatórios dos diferentes campos. Nos dois dias do concílio, no centro
do palco, foi dedicado um período de
tempo à oração. Essa foi uma atividade de
adoração, gratidão, confissão e súplica.
A AWR usa como principal veículo
as ondas curtas de rádio, mas também
utiliza outras mídias como a Internet,
Podcasts, iTunes e redes sociais como o
Facebook e Twitter.
Greg Scottr enfatizou a importância
de respeitar as leis dos direitos autorais.
Sobre esse assunto, Don Martin reforçou que os “produtores de rádio devem
ter muito cuidado utilizando apenas
os materiais registrados, com a devida
autorização e os créditos.”
Kent Sharpe deu as informações
sobre a disponibilidade de recursos
para realização de novos projetos para o
avanço do ministério da AWR.
Wagiran apresentou um longo relatório sobre o progresso da AWR na região
Pacífico-Asiática e ressaltou seus planos
para o futuro. Durante o evento foi anunciado que a Indonésia é o segundo país,
depois dos Estados Unidos, na utilização
das redes sociais como o Facebook, que
podem ser utilizadas para distribuir os
programas da AWR que são facilmente
acessados por telefones celulares.
–reportagem de Samuel Simorangkir,
Divisão Asiática do Pacífico Sul
mpulsionados pelo objetivo de aperfeiçoar a educação em
todas as igrejas adventistas do sétimo dia na América Central, presidentes e vice-presidentes das instituições de ensino
superior, como também os presidentes das respectivas mesas
administrativas, reuniram-se em comissão especial para avaliar
as funções de gerência, administrativas e processos de avaliação
das treze universidades daquele território.
Mais de setenta líderes de educação se reuniram para renovar
seu comprometimento com a educação cristã, no campus da
Universidade Adventista da América Central, em Alajuela, Costa
Rica, nos dias 2 e 3 de março de 2011.
“Essas reuniões foram o primeiro passo para estabelecer boas
práticas de gestão identificadas pelos administradores de nossas
instituições”, disse Gamaliel Florez, diretor de educação da igreja
na América Central.
Administradores
Instituições
Comissão especial revisa
Por Libna Stevens,
SEMINÁRIO DA AWR: Delegados de quinze
países compareceram ao seminário da Rádio
Mundial Adventista, na Indonésia.
F O T O :
6
Adventist World | Maio 2011
S S D
Os administradores das universidades puderam ver claramente
o papel e o dever de cada conselho administrativo ou entidade
e as funções como gerentes de tais instituições, explicou Florez,
que foi acompanhado por uma equipe de palestrantes da sede
da Divisão Interamericana (IAD), e da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
“Os conselhos administrativos devem saber que sua função é
administrar e não acompanhar de perto”, acrescentou Florez.
“Os administradores também foram lembrados de que seu papel
é exercer suas funções administrativas sem tocar nas áreas de
ação exclusiva do conselho administrativo.”
Cada uma das instituições adventistas na IAD é dirigida pelo
conselho ou corpo diretivo da respectiva união. A única exceção
é a Universidade de Montemorelos, na região norte do México,
que é administrada pela divisão.
Os líderes das universidades também estabeleceram parâmetros para avaliar as instituições, identificando as práticas
administrativas mais eficientes em cada instituição.
A respeito do encontro, disse Florez: “Tudo isso é parte do
processo para melhorar a educação adventista para os cerca de
A R G U M E D O / I A D
J O N AT H A N
ENCONTRO DE ADMINISTRADORES: Administradores das universidades adventistas de toda América Central
reuniram-se em comissão especial com o objetivo de aperfeiçoar as práticas administrativas das instituições de ensino
superior. A reunião foi realizada na Universidade Adventista da América Central em Alajuela, Costa Rica, nos dias
2 e 3 de março de 2011.
Priorizam Melhoramentos nas
Educacionais na
América
Central.
funções e procedimentos em treze universidades.
assistente de comunicação, na Divisão Interamericana, escrevendo de Alajuela, Costa Rica
17 mil estudantes matriculados nas 13 universidades adventistas e uma faculdade da América Central”.
Aperfeiçoar a administração das instituições não foi o
único objetivo da comissão especial, mas também a oportunidade de os líderes se comprometerem a ajudar os jovens a
crescer espiritualmente, para que possam cumprir o plano
que Deus tem para eles.
“Não somos chamados para questionar a filosofia da
educação cristã adventista”, disse Florez, “mas para garantir
que a instituição à qual fomos chamados para administrar
continue cumprindo sua missão. Nossas instituições devem
ser protegidas contra qualquer influência negativa que possa
minar a crença dos alunos ou desviá-los da salvação.”
Trata-se de oferecer uma educação que molde profissionais qualificados na sua área de conhecimento, explicou
Florez. “Nossas universidades e escolas estão educando para
este mundo ou para a eternidade? Estamos ajudando nossos
alunos a desenvolver maior comunhão com Deus? Essas são
perguntas que farão parte da avaliação de nossas instituições”,
acrescentou ele.
Os líderes votaram numa declaração de compromisso de
“promover reforma e reavivamento espiritual em todas as
nossas universidades, colocando em primeiro lugar as
Escrituras Sagradas, a norma perfeita da verdade, como fonte
de todo conhecimento, e a oração como instrumento de
fortalecimento espiritual”, entre outras declarações.
Objetivando o fortalecimento espiritual, os líderes das
universidades promoveram atividades de reavivamento espiritual em suas instituições durante o mês de abril.
A comissão especial concluiu o evento com uma cerimônia
homenageando líderes universitários pelo tempo de serviço
na educação cristã adventista.
Entre os oradores dessa comissão especial, estavam
Lowell Cooper, vice-presidente da igreja adventista mundial.
E da Divisão Interamericana: Israel Leito, presidente; Elie
Henry, secretário executivo; Filiberto Verduzco, tesoureiro;
Myrna Costa, vice-presidente, Gamaliel Florez, diretor de
educação; Efrain Velasquez, diretor acadêmico do seminário
teológico e Ekel Collins, vice-diretor para questões estudantis
na Universidade Montemorelos.
Maio 2011 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Jesus morreu para
defender nosso direito
de escolha.
E
ntre todas as crenças adventistas
do sétimo dia, uma das principais
e estritamente baseada nas Escrituras, é a crença da liberdade de escolha.
Este é, de fato, o tema central do grande
conflito entre o bem e o mal. Muito
antes do início dos tempos, ela já existia.
O sistema de governo de Deus sempre
foi baseado em Seu caráter; afinal, “Deus
é amor”(1 Jo 4:8). Toda obediência que
resulta da força e do medo é contrária
aos princípios de Deus. Satanás ataca o
fundamento do sistema de governo de
Deus ao declarar que ninguém O adora
por amor, mas por medo. Por isso,
Deus pôs a árvore do conhecimento do
bem e o mal no Jardim do Éden, dando
ao ser humano liberdade de escolha
de obedecer-Lhe ou não.
Após nossos primeiros pais terem
escolhido o senhorio de Satanás, de
fato, perderam seu poder de escolha.
Não havia mais retorno ao perfeito
estado de obediência a Deus por amor.
A iniciativa teve que vir de fora, pois
Deus tinha a solução. Antes da criação
da terra, Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo haviam formulado
um plano de salvação, no qual Jesus
Ted N. C. Wilson é
presidente da Associação
Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia.
8
Adventist World | Maio 2011
de
Por
Ted N. C. Wilson
Escolha
tomaria o nosso lugar. Cristo veio a
esta terra, viveu uma vida de obediência amorosa ao Seu Pai, refutando as
declarações de Satanás de que a lei de
amor de Deus não podia ser obedecida.
Ele, então, morreu por nós e pagou o
preço por nossos pecados para que
outra vez tivéssemos o poder de escolha.
A obra de Cristo por nossa salvação
não terminou com Sua morte na cruz.
Ele agora intercede por nós no Lugar
Santíssimo do santuário celestial.
O juízo investigativo iniciado em 1844
(Dn 8:14) gira principalmente em
torno das escolhas, à medida que se
fazem públicos os registros dessas
escolhas, de cada indivíduo, a favor ou
contra Deus.
Dentro do Coração
Por essa razão, os Adventistas do
Sétimo Dia promovem tenazmente
a proteção dos direitos religiosos de
todos. Queremos proteger o direito
de cada pessoa de fazer sua decisão
por Deus. É claro que não queremos
proteger as coisas erradas que são completamente contra a lei de Deus, mas
queremos que todos possam escolher
acreditar em um poderoso Deus de
amor que proveu a salvação para cada
um de nós. Mesmo desejando que todos
conheçam o amor do Deus das Escrituras, não forçamos ninguém. Forçar
alguém, ainda que a fazer coisas boas,
vai contra a vontade de Deus e confirma
a mentira de Satanás sobre Seu caráter.
Deus deve ser obedecido por amor. Essa
é a essência da liberdade religiosa.
Em quase todos os lugares, a liberdade de culto é defendida. A maioria
diz que acredita em liberdade religiosa.
Quando visito países onde a liberdade
de consciência é permitida, agradeço
as autoridades políticas pela liberdade
religiosa oferecida aos seus cidadãos,
e afirmo que esses princípios são o
fundamento de uma sociedade e nação
robusta. A aplicação desse princípio,
porém, geralmente é diferente.
Em alguns lugares onde a ênfase
religiosa não era permitida no passado,
o cenário político mudou, mas foi
substituído por uma religião dominante, potencialmente hostil às outras
religiões. Os adventistas do sétimo dia
devem se proteger contra essa prática,
e nunca se sentirem culpados por essa
aplicação seletiva da liberdade religiosa,
mesmo ao crescermos numericamente
e em influência.
Ao olharmos para nossa história,
vemos que sempre quando religião e
política estão muito próximas, há
potencial de abuso. Muitas vezes,
quando as organizações religiosas
predominantes têm acesso ao poder
social e político, há potencialmente
a tendência de diminuir a liberdade
individual daqueles que não pertencem
à maioria. Por isso é importante que
os adventistas do sétimo dia, em todo
G A B R I E L L A
F A B B R I
mundo, tomem constantemente a
iniciativa de informar o governo local
e nacional, líderes cívicos, outras
organizações religiosas e líderes
comerciais a respeito de nossas crenças
e necessidade de liberdade religiosa.
Isso deve ir além do que apenas uma
lista de crenças, e deve incluir nossa
abordagem à vida como defensores
da liberdade de consciência. Quando
a visão das pessoas sobre quem são os
adventistas do sétimo dia for melhor,
governos, outras organizações religiosas
e líderes de outras áreas de atividade
serão capazes de concluir que os adventistas do sétimo dia não são um grupo
estranho e dissonante, mas são pessoas
que têm no coração o bem da humanidade e que estamos comprometidos
na construção da sociedade e da nação.
Desse modo, nosso apelo por liberdade
religiosa será muito melhor compreendido e aceito.
Sabendo Quem Somos
O Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Associação
Geral produz material de excelente
qualidade e trabalha diligentemente, em
todo o mundo, conscientizando sobre
liberdade religiosa e influenciando o
pensamento dos líderes. Isso, entretanto, não é suficiente. É necessário que
cada adventista do sétimo dia compreenda, envolva-se e promova a liberdade
religiosa e a liberdade de consciência.
Todos necessitamos comunicar nossa
compreensão de que a vida é um dom
abrangente, criado por Deus e que
envolve os aspectos físico, mental, social
e espiritual.
De todas as pessoas deste mundo,
os adventistas do sétimo dia devem
ser os mais amigáveis e proativos
em demonstrar quem somos, o que
somos, o que defendemos e como
podemos ajudar a construir sociedades
saudáveis. Onde quer que estivermos,
devemos buscar oportunidades de
nos associar às pessoas, porém, não
comprometendo nossas crenças. Embora não creiamos em ecumenismo,
devemos procurar oportunidades de
trabalhar com as pessoas, ajudando-as
a fazer boas escolhas. Ao fazermos
amizade, seremos
solicitados a explicar nossa crença
singular e estilo de
vida. Isso nos dará
oportunidade de
ajudar as pessoas a
conhecerem quem
somos e por que
somos defensores da
liberdade religiosa.
Teremos a oportunidade de falar de
nossa fé e de oferecer
literatura cristã,
inclusive o maravilhoso livro O Grande
Conflito, cuja autora,
Ellen White, declarou
que, de toda sua
obra, gostaria que
esse livro fosse o mais amplamente divulgado. Esse livro, em particular, mostra quão dramaticamente importante é
a liberdade religiosa e a necessidade de
fazermos escolhas corretas e seguirmos
a Deus. Por que não lê-lo mais uma vez
este ano, como preparo para a maravilhosa distribuição mundial que ocorrerá
em 2012 e 2013?
Mesmo nos lugares onde a liberdade
religiosa é praticada, há sempre o perigo
de perder o que não é valorizado. Por
esse motivo, a vigilância constante é o
preço pago pela liberdade religiosa. Esta
não é peculiar aos adventistas do sétimo
dia, ela é algo que estamos excepcionalmente qualificados para defender no
mundo todo.
Mostrando Quem Somos
Certo amigo meu tinha um adesivo
que dizia: “Pregue Sempre o Evangelho.
Se Necessário, Use as Palavras.” Ser um
adventista do sétimo dia vai muito
além de apenas um grupo de crenças
ou a escolha de um estilo de vida. Tem
a ver, em última instância, com nosso
Maio 2011 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Igreja de Um Dia
relacionamento com Deus e como tratamos os outros. Enfim, são as nossas
escolhas que nos colocam completamente nas mãos de Deus de modo que
permitimos que Ele trabalhe em nós
por meio do Espírito Santo. Devemos
entender, claramente, que somos salvos
pela graça e completamente devedores
e dependentes de um Deus poderoso
e amoroso, que não apenas nos criou,
mas nos redimiu. Quando isso acontece,
nossa vida não abordará a fé de maneira
mecânica e legalista. Ao contrário, como
consequência de nossa gratidão e completa submissão a Deus, assumirá uma
dinâmica cheia do Espírito.
Há um ditado que diz: “Há mais
religião em um pedaço de pão, do que
imaginamos.” Quando repartimos um
pão como um vizinho, ou ajudamos
alguém em suas necessidades básicas,
alguém na prisão, alguém que está
enfrentando problemas em seu casamento – seja o que for, quando estamos
ajudando as pessoas, é ai que estamos
dizendo poderosamente ao mundo que
somos adventistas do sétimo dia.
Defendendo a Liberdade
Mesmo defendendo a liberdade
religiosa, sabemos pelas profecias que,
no futuro, por vários fatores, haverá
restrição da liberdade de consciência
em todo o mundo. Mesmo assim, ainda
devemos ser otimistas quanto ao futuro,
porque sabemos o final da história. A
Bíblia nos garante o destino profético
do povo de Deus. Quando leio livros
como O Grande Conflito, sei que a igreja
de Deus chegará até o fim e que Deus
tem Sua mão sobre ela.
Enquanto guardamos e protegemos
o precioso dom da liberdade religiosa,
usemos essa liberdade para mostrar
às pessoas o Originador da escolha, o
maravilhoso Deus de amor.
10
Adventist World | Maio 2011
N
a pequena comunidade nos arredores de Choluteca, Honduras, uma
Igreja de Um Dia feita de postes, vigas e
telhado de aço, foi levantada sobre um
simples piso de concreto. A congregação é muito pobre para acrescentar as
paredes, o que não foi empecilho para
que usassem a igreja como centro
para o ministério infantil na época do
Natal do ano passado. A equipe do
Projeto Natal da Família Maranatha
2010 estava lá para ajudar a construir
uma nova escola para 900 alunos.
Apesar do movimento da construção ao lado, um grupo de especialistas em
Escola Cristã de Férias (ECF) passou a maior parte dos dias realizando uma série
de atividades na ECF de Natal para as crianças da comunidade local.
Setenta e cinco crianças compareceram à Igreja de Um Dia na primeira
tarde. Elas devem ter espalhado as “boas novas”, pois a frequência rapidamente
cresceu para mais de duzentas crianças nos próximos dias.
As famílias locais se uniram aos voluntários do Canadá, Austrália, Nova
Zelândia e dos Estados Unidos para apresentar histórias da Bíblia “ao vivo”,
ensinar conceitos práticos de saúde e ajudar as crianças a construírem uma
corrente de oração e enrolar nas vigas de aço da igreja.
Na última reunião, a igreja estava lotada de crianças que cantaram tão alto
que todo o bairro veio para ouvir. As crianças fizeram anjos de papel com coroas
brilhantes e cantaram sobre o céu com tal vivacidade que provocou lágrimas em
todos os presentes.
A equipe havia preparado presentes para 200 crianças apenas, porém, mais de
230 compareceram à última reunião. Os voluntários adolescentes perguntaram o que
podiam fazer, e um dos voluntários adultos disse: “Lembra como Jesus abençoou os
pães e os peixes? Vamos pedir que Ele abençoe aquelas sacolas com os presentes!”
Quando todos os duzentos presentes foram distribuídos, de repente,
apareceram mais dois sacos cheios com sacolas, algumas marcadas “meninos”
e outras “meninas”. Todas as mais de 230 crianças receberam uma sacola com
presente naquele dia, e ainda sobraram várias.
E a corrente de oração? A corrente completa rodeou quase duas vezes a
igreja, e em cada elo continha uma oração especial:
“Deus, ajude que minha mãe fique boa.”
“Muito obrigado por trazer novos amigos para o meu bairro.”
“Jesus, por favor, venha me buscar logo – pode ser hoje!”
A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services and Industries (ASI)[Federação de
Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. A iniciativa da
Igreja de Um Dia foi inicialmente criada e desenvolvida por Garwin McNeilus,
empresário de Minessota e membro da ASI. Estas histórias chegam até você, todos
os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.
S A Ú D E
N O
M U N D O
Hipertensão
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Fui diagnosticado com pressão alta e estou tomando o medicamento receitado pelo médico. Minha pressão sanguínea está
melhor e parece controlada. Um dos meus vizinhos almoçou comigo recentemente e se mostrou preocupado com minha
dieta. Não posso comer tudo o que quero se tomo medicamento e minha pressão está controlada?
S
eu vizinho está bem informado;
medicamento não é o único
tratamento para a hipertensão.
É muito importante adotar mudanças
no estilo de vida que inclui uma dieta
saudável, manter o peso ideal do corpo,
exercícios regulares e não fumar ou
beber álcool.
A pressão sanguínea elevada é um
problema comum. Aproximadamente
um bilhão de pessoas no mundo sofrem
desse mal, e é previsto que esse número
chegue próximo de 1.6 bilhão até o ano
de 2025. Isso mostra uma progressão
assustadora dessa perigosa doença. No
mundo, a hipertensão é responsável
por 7.6 milhões de mortes por doenças
cardíacas e vasculares, todos os anos.
A pressão sanguínea é produzida
por várias fases do processo de atividade do coração, bombeando sangue
para os vasos sanguíneos, e também
pelas maravilhosamente criadas, veias
e artérias. São usados dois números
para registrar a pressão sanguínea:
um número maior, ou sistólico e um
número menor, ou diastólico. A pressão
sistólica é produzida pela função de
bombeamento do coração (contração
ventricular), que empurra o sangue
para dentro de todos os vasos do corpo.
Esse é um reflexo do trabalho que o
coração realiza para manter a vida.
A pressão diastólica reflete a queda
da pressão quando o coração relaxa
durante a diástole (fase de descanso) e
outra vez se enche de sangue entre os
batimentos cardíacos. Essa pressão depende da estrutura muscular, especialmente das menores artérias (arteríolas
ou vasos resistentes), que auxiliam na
manutenção do fluxo sanguíneo.
É importante rever e conhecer os
números que definem a pressão arterial
normal e quando é necessária uma
intervenção para baixar níveis elevados
da pressão sanguínea. Os números são
classificados em quatro categorias:
1. Normal—abaixo de 120/80
2. Pré hipertensão—sistólica 120-139,
ou diastólica 80-89
3. Hipertensão – estágio 1—sistólica
140-159, ou diastólica 90-99
4. Hipertensão – estágio 2—sistólica 160
ou acima, ou diastólica 100 ou acima
É importante conhecer seus números, pois há recomendações específicas
de tratamento para cada estágio da
doença, começando com mudanças no
estilo de vida na pré-hipertensão, aos
medicamentos quando necessários.
A hipertensão é conhecida como
“assassina silenciosa” porque geralmente
não provoca sintomas. Mais um motivo
para conhecer seus números.
Dieta e Hipertensão
Sua pergunta sobre dieta é pertinente e importante. Como mencionado
anteriormente, a hipertensão tem se
tornado cada vez mais comum.
Nas populações dos países mais industrializados, a pressão alta aumenta
drasticamente com a idade. Alguns
grupos, no entanto, incluindo os
rigorosamente vegetarianos, cuja dieta
consiste principalmente de produtos
vegetais e baixo consumo de sal (sódio),
não há elevação na incidência da
hipertensão com o aumento da idade.
A associação entre a melhora da
hipertensão com a dieta tem sido
extensivamente estudada. Os padrões
dietéticos comprovadamente eficientes
na redução dos níveis da pressão
sanguínea são os baseados nas frutas,
vegetais, laticínios com baixo teor
gorduroso, grãos integrais, castanhas
e óleos vegetais não saturados. Os
melhores resultados são obtidos quando
o consumo de sal é bem limitado (1.2 g
por dia). Nos estudos clássicos, a dieta
de redução da pressão arterial (DRPA)
inclui aves e peixes, embora esses
possam ser eliminados sem risco. São
desaconselhados os doces e bebidas que
contém açúcar.
Os pacientes que seguem DRPA para
baixar a pressão sanguínea e outras dietas
similares têm melhor controle da pressão
arterial e quando os medicamentos são
necessários – como frequentemente são –
demonstram ser mais eficazes e as doses
podem até ser reduzidas.
O que deve ser lembrado é que a
medicação, apenas, não é o tratamento
adequado para a hipertensão. A adoção
de um estilo de vida saudável e mudanças na dieta são medidas muito importantes para tratar o problema.
Referência: New England Journal of Medicine, 3 de junho de
2010, pp. 2102-2112.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor do Ministério da
Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B.,
B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA),
F.A.C.C., é diretor executivo
do ICPA e diretor associado
do Ministério da Saúde
da Associação Geral.
Maio 2011 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
E
las eram desinteressantes,
rústicas e feias – nada que
compensasse escrever para
contar para os de casa.
Um funcionário da empresa que
estávamos visitando colocou-as dentro
de um grande barril. Em seguida,
adicionou areia, serragem, água e o
fechou hermeticamente. Ele apertou
um botão e o barril começou a dançar.
agora com as arestas polidas, redondas
e brilhantes, foram cuidadosamente
ordenadas por tamanho e qualidade.
Rosas, azuis escuras, brancas, vermelhas,
verdes, de repente, parecia que iluminavam o ambiente.1
Gemas Polidas e a Igreja
Ao observar a transformação de
uma pedra feia em uma gema polida,
2:18, 19) – é como uma família. Apenas
imagine um esquiador de cross-country
que não gosta do treinador ou de alguns
dos colegas de equipe. É melhor que
abandone o clube e procure outro mais
ao seu gosto. Numa família (assim
como na igreja), não temos essa opção.
Somos parte de algo maior, que não foi
construído ao redor do que gostamos
ou não gostamos.
uras
DArestas
Por Gerald A. Klingbeil
As Surpreendentes
Ferramentas de Deus
Ele balançou, revirou, girou e rodou.
O barulho, embora ensurdecedor, era
intrigante. Dúzias de barris balançavam
e sacudiam naquele salão e enquanto
observávamos de um local com visão
privilegiada, percebemos que nenhum
deles deixava vazar seu precioso conteúdo. É fato que quando as pedras entraram nos barris eram desinteressantes,
rústicas e feias, mas quando vimos um
dos barris ser aberto após semanas de
constante movimento, a transformação
era espantosa. Cobertas com poeira e
lama, surgiram as mais surpreendentes
pedras semipreciosas.
Olho de tigre, quartzo rosa, ametista, ágata, jaspe e dezenas de outras,
12
Adventist World | Maio 2011
lembrei-me da igreja. Não um prédio,
não uma organização, mas a comunidade de crentes com os mais diferentes
estilos de vida, etnias e culturas.
Todos possuem arestas, mas estão todos
juntos, reunidos na igreja.
Cresci na Floresta Negra, na
Alemanha, que era abençoada com
grandes nevadas. Quando adolescente,
por amar o cross-country ski (esqui em
trilhas horizontais), associei-me a um
clube. Todos no clube apreciavam essa
modalidade de esqui e treinavam
arduamente para vencer as competições. A igreja, no entanto, não é como
um clube. Ao contrário – e essa metáfora é usada nas Escrituras (Ef 1:5, 17;
G E R A L D
K L I N G B E I L / M O D I F I C A D A
D I G I TA L M E N T E
Polindo as Arestas
Às vezes, você fica irritado com os
irmãos e irmãs que se assentam ao seu
lado na igreja? É surpreendido por seu
suspiro quando vê certo nome no boletim (“não, ele outra vez!”)? Os conceitos
teológicos de alguém na igreja faz com
que você respire profuuuuundamente?
Estou certo de que muitos de nós já reagimos assim, mesmo sendo gratos por
fazer parte da igreja de Deus do tempo
do fim e estarmos comprometidos com
a missão da Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Conflitos, pequenas e grandes sensibilidades, no entanto, parecem fazer
parte das famílias (e igrejas) no mundo
todo. Não somos dedicados a Deus por
natureza, mas egoístas – e humanos.
O Novo Testamento contém várias
histórias que refletem os conflitos da
igreja primitiva. Em alguns casos, essas
tensões eram o resultado do conflito
de personalidades ou o sentimento de
ter sido decepcionado por alguém (veja
Atos 15:37-40; 13:13 sobre João Marcos).
Em outras ocasiões, o conflito era por
diferenças teológicas. Atos 15 sugere
que houve muita discussão e debate
(calorosos e contraditórios)2 , no
primeiro concílio de Jerusalém. Há,
porém, uma história que realça um
pouco esse processo de polimento que
faz parte da igreja.
Lembra-se de Pedro em Antioquia e
seu confronto com Paulo? As Escrituras
mostram apenas um pequeno vislumbre
desse triste episódio em Gálatas 2:11-14.
A sua inclusão nos registros sagrados nos
lembra de que ninguém é infalível – nem
Pedro, nem Paulo, nem você ou eu. O
comentário de Ellen White sobre essa
história salienta um ponto em comum
nos conflitos da igreja, onde posições de
liderança (em todos os níveis) podem
inflar egos e distorcer perspectivas: “A
história deste desvio dos retos princípios
permanece como solene advertência a
homens em posições de confiança na
causa de Deus, para que não venham a
fracassar na integridade, mas se apeguem
firmemente ao princípio.”3
Quando Pedro mudou sua prática
de comer com os crentes gentios por
causa da pressão dos irmãos de
Jerusalém, Paulo não conseguiu calar-se
e “enfrentou” Pedro, face a face (veja
verso 11)4 . O termo grego usado aqui
é forte: Tiago 4:7 emprega o mesmo
termo exortando os cristãos a “resistir
o diabo”. Qual foi a reação de Pedro?
Gálatas não relata toda a história. Paulo
usa essa oportunidade para, mais uma
vez, exaltar o evangelho, as boas novas
da salvação pela graça. Imagino que
Pedro compreendeu e se arrependeu. Ele
estava pronto para aceitar a crítica. Ele
era parte do grande “barril” chamado
igreja, cheio de “pedras semipreciosas”
com duras e profundas arestas.
O Polimento de Deus
Ao ponderar sobre o trabalho de
Deus polindo as grandes arestas da minha
vida (e de Sua igreja) coletei uma série de
lições das Escrituras que podem ser úteis.
1. Humildade é o principal ingrediente no “barril” da igreja. O próprio
Jesus nos convida a aprender dEle que
é manso e “humilde de coração” (Mt
11:29). Pedro também nos aconselha
a sermos submissos e “todos humildes uns para com os outros” (1 Pe 5:5).
A humildade é como um bálsamo que
cura as feridas causadas pelas arestas, e
é uma excelente maneira de comunicar
até mesmo as críticas diretas.
2. Reconhecer o erro e arrepender-se
não é fácil, mas precisa ser parte de
nossa vida na igreja. Quando a crítica
é feita com humildade e segundo os
princípios bíblicos, é hora de dizer: “Eu
estava errado; por favor, perdoe-me.”
A tensão entre irmãos e irmãs, às vezes,
pode nos ferir, mas, finalmente, deveria
nos aproximar.
3. Segundo as orientações de Jesus
em Mateus 18:15-20, para solucionar os
conflitos e pecados na igreja é necessário uma abordagem em várias etapas.
Abordar um irmão pessoalmente produz melhor resultado do que abordá-lo
em público. Há, no entanto, outro
princípio que merece atenção: o pecado
público requer repreensão pública e
firmeza. Paulo confrontou Pedro “diante de todos” (Gl 2:14), por se tratar de
um assunto teologicamente importante,
pertinente a toda igreja.
4. Utilizando a ilustração do barril,
é importante lembrar que por trás das
profundas arestas, cantos pontiagudos,
maneirismos irritantes e muitas outras
pequenas ou grandes perturbações,
está algo precioso: um irmão ou irmã,
criado à imagem de Deus e redimido
pelo sangue de Jesus, alguém que
excede, de longe, a beleza e o valor de
uma pedra semipreciosa. O destemido
Paulo, que raramente media as palavras
quando via a necessidade de uma ação
decisiva, lembra um importante princípio em Filipenses 2:3: “Nada façam por
ambição egoísta ou por vaidade, mas
humildemente considerem os outros
superiores a si mesmos.”
Excelente conselho para esse “barril”
refinador e sempre em movimentado –
a igreja.
1
The Mineral World (O Mundo Mineral), de propriedade de
Topstones, em Simonstown, perto da Cidade do Cabo, África do
Sul, é visita obrigatória. Acesse www.scratchpatch.co.za/index.
html e leia sobre o incrível processo de lapidação de gemas.
2
O termo grego em Atos 15:2 que a versão NVI traduz por
“contenda” pode também ser traduzido por “controvérsia,
debate, discussão.”
3
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 199.
4
Textos extraídos da Bíblia na Nova Versão Internacional
Gerald A. Klingbeil é
editor associado da
revista Adventist World
e mora em Silver Spring,
Maryland, E.U.A., com sua família: a
esposa Chantal e três filhas.
Maio 2011 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
A
H
á não muito tempo, fui a Hong Kong, a trabalho,
onde fiquei por três semanas. Sou professor de
teologia e fui convidado para dar um curso sobre
os quatro Evangelhos para um grupo de pastores
chineses. Naquela visita, duas experiências chamaram minha
atenção para a profunda realidade da batalha entre o bem e o
mal acontecendo bem perto de nós.
A Casa de Deus
No meu ultimo sábado em Hon Kong, fui convidado para
pregar na Igreja Adventista Filipina. Como Hong Kong é
uma cidade rica, imaginei que encontraria uma igreja bonita,
com prédio funcional. A realidade, porém, foi bem diferente.
Entramos numa rua com apartamentos bem simples, e a sala
de reuniões era pouco maior que a minha sala de estar. Cerca
de setenta pessoas, a maioria mulheres, sentavam-se bem
próximas umas das outras. A Escola Sabatina começou.
Quando tomei o meu lugar, recebi as boas vindas com
sorrisos e apertos de mão. O estudo da lição foi habilmente
conduzido por um líder leigo. A congregação havia estudado
bem e a discussão era animada e pessoal. Percebi que várias
pessoas tinham lágrimas nos olhos. A vida não é fácil para
eles. Muitos deixaram a família em suas aldeias e vieram em
busca de trabalho – muitas vezes pesado – para enviar algum
dinheiro para casa. Enquanto olhava ao redor para essas
pessoas queridas, emocionei-me quase às lágrimas também.
Após o culto, almoçamos juntos. A refeição foi simples,
mas saborosa. Agora eu estava livre para voltar ao meu quarto
e descansar, no entanto, várias pessoas pediram que eu ficasse
para o programa da tarde. Embora o descanso fosse convidativo, decidi ficar.
Eram 13h57 e logo o programa começaria. De repente,
conclui que, como orador convidado, poderia ser solicitado a
pregar outra vez. Comecei, então, na última hora, a reformular
na mente, um dos meus recentes sermões. Às 14h00, o programa
começou com uma oração e um hino; então, o líder anunciou
minha participação. Preguei sobre o amor de Deus, no Evangelho de Mateus, e mais uma vez vi lágrimas nos olhos das pessoas.
Em seguida, tivemos um estudo bíblico sobre a vida de Cristo.
Provavelmente o programa acaba agora, pensei, porém,
mais uma vez, o líder anunciou que o púlpito era meu. Eu
estava completamente despreparado. Fiz uma oração silenciosa
e disse que teríamos um período de perguntas e respostas.
Seguiu-se a isso um sermão sobre profecia. Então cantamos,
oramos e encerramos a reunião.
A essa altura, já era noite e um dos irmãos me levou para
onde eu estava hospedado, mais de uma hora de distância.
14
Adventist World | Maio 2011
Casa
Por Kim
Papaioannou
de
deus
ea
Casa
de
Perdição
Que
contraste!
Quando chegamos, perguntei: “Você vai para casa agora?”
“Não”, respondeu ele. “Vou voltar para a igreja.”
De repente, concluí que, para esse povo, a igreja não é um
hábito semanal. A igreja é o céu para eles. A vida não é nada
fácil e geralmente vivem em circunstâncias muito difíceis.
A igreja é o seu lar, o lugar onde são aceitos e amados, onde
podem sentir-se parte da grande e maravilhosa família de
Deus. Eles chegam cansados, às vezes machucados, mas saem
renovados espiritualmente e com novo ânimo para enfrentar
mais uma semana.
Pensei, então, no meu dia. Tinha pregado três sermões.
Estava cansado, mas, também, me sentia espiritualmente
renovado e revigorado. Eu sentira a presença de Deus no amor,
bondade e profunda experiência espiritual daqueles irmãos e
irmãs em Cristo com quem me encontrara pela primeira vez.
Naquele dia, eu realmente havia estado na casa de Deus.
A Casa da Perdição
Na manhã seguinte, um pastor local me levou para visitar
Macau, conhecida pela maravilhosa arquitetura colonial
portuguesa e pelos muitos cassinos. Assim que chegamos,
ambulantes nos abarrotaram com panfletos e cupons para os
cassinos. Também percebemos uma fila de ônibus oferecendo
passeios gratuitos pela cidade. Não podíamos recusar um
passeio gratuito; assim, entramos num ônibus e poucos
minutos depois fomos deixados em frente a um cassino.
Decidimos entrar só para ver como era e para procurar um
lugar para comer.
O pastor e eu havíamos recebido dois cupons no valor
total de trinta dólares. Assim que entramos no local, uma
mulher nos abordou e disse que fôramos escolhidos
aleatoriamente para receber um presente, e nos deu dois
envelopes. Dentro havia o equivalente a 150 dólares em
cupons. Somando todos os nossos cupons, tínhamos 180
dólares. Obviamente, queriam que ficássemos para jogar,
no entanto, usamos os cupons para comprar uma refeição
vegetariana no restaurante japonês do cassino. Aproveitamos
a oportunidade, também, para visitar o “chef ” e falar a ele
sobre o evangelho.
Voltando à recepção do hotel, tudo parecia brilhar em
opulência: o chão, a decoração, as paredes, a imensa
abundância de espaço. Um grupo de cantores andava pelos
corredores cantando música latino-asiática para os hóspedes.
Percebemos um grande bezerro dourado rodeado de
presentes e luzes brilhantes. Imediatamente lembrei-me do
bezerro de ouro de Êxodo 32. Aquele bezerro não estava
exposto em memória do Êxodo; o fato é que o Ano Novo chinês
estava se aproximando e aquele seria o Ano do Boi. No entanto,
o paralelo com Êxodo 32 era muito forte para ser ignorado.
Tínhamos a impressão de que as pessoas se divertiam
jogando naquele cassino. Bebidas alcoólicas e refrigerantes
eram oferecidos gratuitamente. Mas, em meio ao riso e entusiasmo, o pastor e eu percebemos que várias pessoas estavam
sofrendo profundas e dolorosas perdas financeiras. Algumas,
aparentemente, acabavam de desperdiçar todas as suas
economias. O desânimo nunca está longe de um cassino, nem
o potencial de violência, pensei comigo mesma ao perceber os
detectores de metal nas portas.
Que Diferença!
Foi só então que percebi a ironia. Todos os aparatos –
cupons, refeições e bebidas gratuitas, música bonita, a
decadência – eram ganchos para agarrar potenciais vítimas.
Aquele lindo cenário não era para entreter, mas para separar
as pessoas do seu dinheiro. Apenas um dia antes, no sábado,
no ambiente humilde daquela pequena sala de um prédio
de apartamentos modesto, eu sentira a presença de Deus. As
pessoas chegavam ali feridas, mas saiam curadas. Em contraste, na pompa e suntuosidade do cassino, muitas pessoas
chegavam felizes e saiam feridas e desapontadas.
Que flagrante contraste entre o modo como Deus e
Satanás trabalham! Deus, sempre amoroso e verdadeiro, agirá
em qualquer ambiente, tanto humilde como rico, para curar,
abençoar e oferecer a paz que excede todo entendimento.
Satanás, ao contrário, é o maior perdedor. Sem nada substancial para oferecer, gratifica os sentidos, para em seguida
destruir a paz e a plenitude. Ele leva suas vítimas inocentes à
ruína. Suas casas nada mais são que lugares de perda e dor.
E elas existem em abundância.
Graças a Deus pela realidade oposta: por locais de adoração
como a Igreja Adventista Filipina em Hong Kong e pelos
milhares de lugares semelhantes ao redor do mundo para
aqueles queridos membros que amam ao Senhor e para as
pessoas ao redor deles. Enquanto houver pessoas e lugares de
culto, tal como aquele, haverá esperança para o mundo.
Que toda igreja adventista seja uma casa de Deus onde
pessoas feridas sejam curadas.
Kim Papaioannou é professor de Novo
Testamento no Adventist International Institute
of Advanced Studies (AIIAS), nas Filipinas.
Maio 2011 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Por
Adugnaw
Worku
Da
Ignorância
ao
Conhecimento
A Educação Adventista fez a diferença.
Adugnaw Worku, bibliotecário chefe do Pacific Union College
em Angwin, Califórnia, Estados Unidos, fez o discurso a seguir
(aqui editado) para os formandos da Southwestern Adventist
University em Keene, Texas (E.U.A), no dia 17 de dezembro de
2009. – Os editores.
Q
ue diferença faz a educação, especialmente a educação cristã!
A maioria dos que se formam na faculdade
iniciam sua educação acadêmica entre os 6 e 7 anos de idade.
Completam o ensino fundamental aos 13 ou 14 e o ensino
16
Adventist World | Maio 2011
médio por volta dos 18 anos. Ao chegarem aos 22 ou 23 anos,
terminam a faculdade. A minha experiência durante esses
primeiros anos de formação, entretanto, foi muito diferente.
Infância na Etiópia
Tornei-me um pastor de ovelhas aos sete anos de idade.
Perambulava pelos vastos prados e colinas da zona rural no
noroeste da Etiópia, com cabritos, ovelhas, vacas e alguns
burros. Essa era a minha obrigação diária até completar doze
anos. Então, passei a função de pastor para meu irmão mais
novo e mudei para a fazenda da família. Lá, aprendi a arar
a terra usando um par de bois, a plantar, capinar e colher.
Descobri a dignidade do trabalho muito cedo na vida e
assumia maiores responsabilidades a cada novo ano.
Minha família e eu sobrevivíamos da lavoura. Plantávamos tudo de que necessitávamos para viver. O trabalho era
extenuante e, literalmente, vivíamos do suor do nosso rosto.
Essa não era uma questão de escolha, mas de sobrevivência.
Minha profissão de agricultor durou até os 15 anos.
Mudança de Vida
Por esse tempo, sofri um terrível acidente que cegou e
desfigurou meu olho esquerdo. Os melhores “profissionais”
da saúde de minha aldeia tentaram me ajudar com os remédios tradicionais, mas nada funcionou. Assim, minha família
decidiu me enviar para um hospital moderno. Caminhei
com um grupo de comerciantes, por dois dias, até o hospital
mais próximo. Aconteceu que aquele hospital era da missão
Adventista do Sétimo Dia, construído no meio do “nada”.
Minha família e eu não éramos adventistas, mas muitos
dos parentes de minha mãe eram. Portanto, eu conhecia um
pouquinho daquela religião.
Quando cheguei à sede da missão, encontrei três coisas:
uma igreja, uma escola e um hospital. A filosofia e prática
de construir uma igreja, uma escola e um centro de saúde
tem sido há muito tempo uma característica dos Adventistas
do Sétimo Dia em todo o mundo. Foi assim que a Igreja
Adventista começou seu trabalho nas décadas de 1860 e
1870, construindo a igreja, o sanatório e o colégio em Battle
Creek, Michigan (E.U.A.). Essa prática de proporcionar um
desenvolvimento harmonioso do aspecto físico, mental e
espiritual de cada ser humano, está profundamente enraizada
na filosofia adventista. Não foi incomum, portanto, eu
S O U T H W E S T E R N
A D V E N T I S T
U N I V E R S I T Y
/
C O R T E S I A
D O
PA C I F I C
encontrar essas três instituições na sede da missão no noroeste da Etiópia, aproximadamente uns cinquenta anos atrás.
Enquanto eu estava sendo tratado ali, observava atentamente os alunos da escola. Observava o que faziam, como se
vestiam e como se comportavam. Percebi, imediatamente,
que tinham algo especial que eu não tinha. Instintivamente
senti que a educação é imprescindível. Vi que as crianças de
7 e 8 anos de idade, liam e escreviam, e eu, com 15 anos não
era capaz sequer de escrever meu nome. Eu era um lavrador
analfabeto e sabia disso.
O desejo de frequentar a escola tornou-se incontrolável
e decidi encontrar um meio de fazê-lo. Havia, porém, dois
grandes problemas: Eu não tinha o consentimento de meus
pais e nenhum dinheiro. Só tinha a roupa do corpo. Na
minha cultura rural, a permissão dos pais era muito importante. No interior da Etiópia, os pais exercem considerável
poder e influência sobre seus filhos. Eles escolhem sua
profissão, seu cônjuge, sua religião e o local onde vão morar.
Mesmo que a ideia de ir contra os desejos de meus pais
pesasse em meus ombros, o intenso desejo de frequentar a
escola era ainda maior.
Respostas de Deus à Oração de um Jovem
A falta de dinheiro e da permissão dos meus pais parecia
ser um problema insolúvel, e naquele tempo eu não sabia
orar formalmente. Lembro-me, porém, de repetir várias vezes
uma pequena oração: “Deus, por favor, me ajude.” “Querido
Deus, por favor, me ajude.” O Senhor ouviu aquela simples
Adugnaw Worku é o bibliotecário chefe do Pacific Union College
em Angwin, Califórnia, Estados Unidos.
U N I O N
C O L L E G E
Maio 2011 | Adventist World
17
A R T I G O D E C A PA
oração e respondeu-a miraculosamente. Aos 15 anos, tornei-me
um orgulhoso aluno da primeira série, no meio do ano escolar.
Eu estava tão agradecido e extremamente feliz que, até hoje,
considero aquele o dia do meu segundo nascimento.
Já estava com 20 anos quando conheci o Deus amoroso e
perdoador e me uni à Igreja Adventista do Sétimo Dia através
do batismo. Aprendi nas aulas de Bíblia, na Escola Sabatina
e na igreja que esse Deus pessoal tem expectativas e padrões
muito elevados, mas nunca dispensa de Sua presença um
pecador arrependido. Ele perdoa e diz: “Vá e não peques
mais”; e nunca diz: “Vá embora.” Nunca! Essa descoberta deu
rumo, significado, propósito, paz e estabilidade a minha vida.
profunda e maior a minha gratidão a Deus e ao Seu povo.
Graças à generosidade daqueles missionários, eu frequentei
um internato adventista por quatro anos, e me formei como
presidente de minha classe aos 25 anos. Após o ensino médio,
matriculei-me no Avondale College, na Austrália, onde me
formei aos 30 anos. Segui, então, para a Andrews University,
em Berrien Springs, Michigan (E.U.A.), para cursar um
mestrado. Assim, sou um produto da educação adventista
do começo ao fim. Isso não me deixa apenas grato, mas
também orgulhoso. Pode parecer que sempre estive atrasado,
no entanto, consegui realizar tudo. Casei-me aos 36 anos e
tornei-me pai aos 40. O que mais posso dizer?
Ajuda dos Missionários
Os Benefícios da Educação Adventista
Com 22 anos, eu me formei na oitava série – primeiro
com minha classe, e no estado, após fazer o exame nacional.
Não foi tão mal para um jovem agricultor! Nesse mesmo
ano, conheci na sede da missão, uma maravilhosa família de
missionários americanos, do sul da Califórnia, que me recebeu
em seu lar como um de seus filhos. Dr. Harvey Heidinger
era médico no hospital. Sua cunhada, Carolyn Stuyvesant, era
enfermeira. Elizabeth Heidinger, esposa do Dr. Heidinger,
era nossa “mama” em casa.
Essa família de missionários deixou o conforto e
conveniências do sul da Califórnia e viajou para aquela
distante missão, no noroeste da Etiópia, onde havia poucas
amenidades modernas. Sou muito grato por terem ido, pois
mudaram a minha vida. Eles financiaram meus estudos, e dos
meus irmãos, até a faculdade. E que diferença a educação em
geral, e particularmente a educação cristã, fez em nossa vida!
Como a maioria das pessoas, avalio meu sucesso na vida pela
altura das minhas escaladas. Nunca me esqueci, porém, da
profundidade de onde saí. Essa dicotomia torna ainda mais
A Igreja Adventista do Sétimo Dia emprega uma quantidade
enorme de recursos financeiros, humanos e materiais para
educar seus jovens. Ela oferece aos jovens a oportunidade
de encontrar um Deus pessoal em um ambiente seguro e
encorajador, onde podem questionar e pesquisar as questões
fundamentais da vida. O propósito da educação cristã é
ajudar aos jovens a descobrir um Deus pessoal, amoroso,
perdoador e a desenvolver uma fé inabalável nEle. Ela também
ajuda nossos jovens a desenvolverem os talentos dados por
Deus, de uma forma distintamente cristã adventista e assim
servir a Deus e à humanidade.
Ellen White, no livro Educação, afirma claramente a missão
das escolas adventistas. Ela escreve: “A verdadeira educação
significa mais do que avançar em certo curso de estudos. É
muito mais do que a preparação para a vida presente. Visa o
ser todo, e todo o período da existência possível ao homem.
É o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas,
intelectuais e espirituais. Prepara o estudante para a satisfação
do serviço neste mundo, e para aquela alegria mais elevada
18
Adventist World | Maio 2011
Estudos das fraudes nos comércios de varejo nos Estados
Unidos revelam perdas de bilhões de dólares, todos os anos,
por furto.4 E sessenta por cento desses furtos são cometidos
por empregados. 5 Mais de trinta por cento das novas empresas fracassam devido à desonestidade dos funcionários.6
Tragicamente, esses não são incidentes isolados.
Todos os Filhos de Deus
por um mais dilatado serviço no mundo vindouro.”1 Algumas
páginas à frente ela acrescenta: “É a obra da verdadeira
educação … preparar os jovens para que sejam pensantes e
não meros refletores do pensamento de outrem.”2 Resumidos
nessas declarações estão os principais conceitos e reflexões
sobre educação: amor a Deus, ao próximo e o serviço para
ambos. É por essa razão que as escolas adventistas existem e
o motivo de a igreja empregar na educação grande parte de
seus recursos.
Integridade sem Concessões
Mais uma vez, no livro Educação, Ellen White descreve
outro objetivo vital das escolas adventistas: “A maior necessidade do mundo é a de homens [homens e mulheres] - … que
se não comprem nem se vendam; [homens e mulheres] que
no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; … [homens
e mulheres] cuja consciência seja tão fiel ao dever como a
bússola o é ao pólo; [homens e mulheres] que permaneçam
firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus. Mas um caráter tal não é obra do acaso … Um caráter nobre é o resultado
da disciplina própria … [e] da renúncia do eu para o serviço
de amor a Deus e ao homem.”3
Sua integridade, como pessoa, não faz concessões? Se isso
for verdade, não se esqueça de acrescentar em seu currículo.
Empregadores em potencial e comissões de admissão nas
escolas de pós-graduação vão levá-lo a sério e, provavelmente,
decidirão a seu favor. O mundo necessita desesperadamente
de homens e mulheres com integridade pessoal que não faça
concessões. A atual crise econômica nos Estados Unidos,
que deixou milhões de pessoas sem trabalho e sem moradia,
foi provocada por homens e mulheres bem educados, com
diplomas de instituições educacionais de prestígio, mas com
pouca integridade.
As escolas adventistas ensinam que todos somos filhos
de Deus. Se aceitamos a Deus como nosso Pai, não podemos
escolher quem são nossos irmãos e irmãs. Vocês são meus
irmãos e irmãs , e eu sou seu irmão, não importa quem
somos ou de onde viemos. Nem sempre vivemos esse ideal de
lealdade, mas esse é o nosso alvo. É por isso que os missionários
cruzam o oceano e ajudam as pessoas do outro lado do
mundo. Eu sou um exemplo vivo desse amor fraternal.
Muitos cientistas, assim como a Bíblia, afirmam que há
somente uma raça humana. Nós, os adventistas, damos um
passo adiante e afirmamos que somos todos filhos de Deus,
portanto, irmãos e irmãs. Como igreja, somos responsáveis
por nossos irmãos e irmãs. Deus sempre vai nos perguntar:
“Onde está seu irmão? Onde está sua irmã?” Tudo o que
fizermos “a um desses pequeninos” filhos de Deus, Ele
considera como se fizéssemos para Ele.
Traduzi 102 hinos infantis do inglês para o etíope, e são
três os meus favoritos: “Sim, Cristo Me Ama”, “Cristo Ama as
Criancinhas”, e “Esta Pequenina Luz Vou Deixar Brilhar”. Essas
canções pessoais e inclusivas não são apenas para crianças;
sua mensagem é para todas as épocas e para pessoas de todas
as idades e raças. É isso que ensinamos em nossas escolas.
O Aprendizado Nunca Acaba
O aprendizado não termina com a formatura da faculdade,
nem do mestrado ou doutorado. É um processo permanente.
Como cristãos adventistas, cremos que esta vida é um ensaio
para a vida futura e o aprendizado é comum às duas. Ao
longo desta vida – e na eternidade – aprendemos sobre Deus,
Seu complexo e vasto universo e sobre nós mesmos.
Os eternos aprendizes creem que ganhar novos conhecimentos e adquirir novas habilidades é intrinsicamente
compensador, além de ter valor prático. Estudos indicam que
os trabalhadores com idades entre 18 e 38 anos, mudam de
emprego, em média, dez vezes.7
Portanto, nunca pare de aprender. Os eternos aprendizes
estarão sempre em vantagem neste mundo em mudança.
Ellen G. White, Educação, p. 13.
Ibid., p. 17.
Ibid., p. 57.
4
http://ezinearticles.com/?Employee-Theft-Higher-in-the-United-States&id=5406092.
5
www.lpinnovations.com/page/16-incident_resolution/?utm_campaign=Employee-TheftIncidents-PPC&utm_source=adwords&gclid=CLrfrprwkacCFYnd4AodZCxMbg.
6
www.quickbackgroundchecks.com/blog/tag/employee-background-checks.
7
http://careerplanning.about.com/b/2006/07/28/how-often-do-people-change-careers.htm.
1
2
3
Maio 2011 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
M
uitos cristãos hoje pensam
na lei apenas como regra
de julgamento e de punição
resultante da desobediência. Infelizmente, esquecemo-nos de amar a lei!
O salmo mais longo da Bíblia, o
Salmo 119, não é sobre o amor de
Deus nem sobre Sua santidade, mas
é dedicado ao deleite na lei de Deus.
Essa alegria reflete o resultado de
meditar na introdução dos Dez Mandamentos: “Eu sou o SENHOR, o teu
Deus, que te tirou do Egito, da terra
da escravidão” (Ex 20:2). Embora
frequentemente ignorado, esse verso
introdutório define o tom do mais
conhecido conjunto das leis de Deus.
O propósito da lei não é a obediência
estrita a um tirano, ou o apaziguamento dos caprichos de uma divindade.
Ao contrário, o próprio Deus revela o
principal motivo de guardar a Sua lei:
gratidão pessoal por Sua redenção.
O livro de Deuteronômio expande
e comenta os Dez Mandamentos em
forma de sermão. A palavra Deuteronômio significa “segunda lei”, mas
em hebraico, o livro efetivamente
é referido como “instruções” (ou
Torah). A cada sete anos, o povo de
Israel lia todo o livro em conjunto
(Dt 31:10-13). Mais importante ainda,
Deuteronômio 17:14-20 instrui cada
rei, como o representante e exemplo
para o povo, a escrever para ele
mesmo uma cópia completa da lei no
início do seu reinado. Essa passagem
apresenta quatro das principais razões
da importância da lei de Deus.
A. Rahel Schafer é aluna
de doutorado em estudos
teológicos e bíblicos no
Wheaton College. Ela e
seu esposo Kirk, amam escalar montanhas
e dirigir grupos de jovens na igreja.
20
Adventist World | Maio 2011
NÚMERO 19
Como
mo
A
Eu
Por A. Rahel Schafer
1.
Obediência é uma resposta de
gratidão pelo livramento –
“Se quando entrarem na terra que o
Senhor, o seu Deus, lhes dá, [...]
tenham o cuidado de nomear o rei
que o Senhor, o seu Deus, escolher.
Quando subir ao trono do seu reino,
mandará fazer num rolo, para o seu
uso pessoal, uma cópia da lei” (Dt
17:14, 15 e 18). A prescrição de Deus
continua sendo o fundamento para a
obediência; a terra e o rei só existem
por meio da ação de Deus. A lei
representa a aliança entre Deus e Seu
povo. É fato que todo o livro de
Deuteronômio é estruturado como
muitos dos tratados políticos daquele
tempo, começando com o relato
de todos os favores que o Soberano
(Deus) concedeu aos vassalos (Israel)
libertando-os (do Egito), e, em
seguida, estipula a aliança como
resposta de gratidão. Semelhantemente,
no Novo Testamento, Jesus relembra
Seus discípulos de que a obediência à
lei de Deus está intimamente ligada
com o amor a Ele; e declara: “Se vocês
me amam, obedecerão aos meus
mandamentos” (Jo 14:15).
2.
Deus nos capacita a obedecer
pela meditação na Sua Palavra –
“Trará sempre essa cópia consigo
e terá que lê-la todos os dias da sua
vida, para que aprenda a temer o
Senhor, o seu Deus, e a cumprir
fielmente todas as palavras desta
lei” (Dt 17:19). A meditação nas
instruções de Deus vem antes da
obediência. É pelo tempo gasto com
a Palavra de Deus, que Ele preparava
o rei para guardar a lei. Desde o
princípio, o povo de Deus sempre
foi o que guardava os Seus mandamentos e mantinha no coração um
relacionamento com Ele. O próprio
Deus promete circuncidar o coração
do povo para capacitá-lo a seguir
Seus estatutos (Dt 30:6). Assim, os
Dez Mandamentos podem ser lidos
como dez promessas (por exemplo,
“[Eu prometo:] não terás outros
deuses diante de Mim”). Jesus reitera
esse princípio no Novo Testamento
quando Se denomina a vinha e Seus
seguidores os ramos, que produzirão
frutos apenas se permanecerem
nEle, e Ele os molda à Sua imagem
(Jo 15:1-8).
3.
A lei oferece proteção – “Isso fará
com que ele não se considere
superior aos seus irmãos israelitas e que
não se desvie da lei, nem para a direita,
nem para a esquerda. Assim prolongará o
seu reinado sobre Israel, bem como o dos
imutável. Os Dez Mandamentos já eram
conhecidos antes do Sinai (ver Gn 2:2, 3;
4:8-12; 26:7; 39:7-9). Embora Paulo se
alegre por estar livre da sujeição à lei por
meio de Cristo, ele compara sua liberdade
em Cristo com a escravidão a Deus (Rm
!
aTua
seus descendentes” (Dt 17:20). A função
da lei também é revelar quão terrível é
o pecado. Sem a lei, o povo não saberia
quando tinham se desviado do reto e
estreito caminho de conformidade com
a imagem de Deus. Diferente de outras
divindades, porém, a lei de Deus não
é confusa ou arbitrária (Dt 30:11-16).
Escrita em prol dos outros, a lei protege a
vida e a dignidade, relacionamentos e propriedade. Assim, a lei não é uma barreira
que impede que desfrutemos do mundo
e seus prazeres, mas uma cerca que nos
protege do mundo e de seus perigos.
Na verdade, a lei de Deus é eterna e
A
de
ei
Ldeus
6:15-22). A sujeição a que Paulo se refere,
é a sujeição ao pecado que nos impede
de guardar a lei, mas que é quebrada ao
aceitarmos a perfeita obediência de Cristo
em nosso favor (Rm 8:3, 4). João reitera
no Apocalipse que aqueles que seguem
a Deus no tempo do fim guardarão Seus
mandamentos (Ap 14:12).
A reputação de Deus está em jogo –
“Assim prolongará o seu reinado
sobre Israel, bem como o dos seus
descendentes” (Deut. 17:20). Em última
instância, guardar a lei é inocentar o
nome e caráter de Deus manchados pelos
pecados do Seu povo. As nações vizinhas
4.
valorizavam as divindades baseadas na
percepção que tinham da habilidade que
um deus possuía de proteger e abençoar
seu povo e a terra. Assim, por amor do
Seu nome, quando Seu povo profanou
perante o mundo, Deus promete dar a esse
povo novo coração e fazer com que ande
em Seus caminhos (Ez 36:22). Do mesmo
modo, em nossa perspectiva, a lei de Deus
deve abranger o significado cósmico de
nossa obediência. Quando obedecemos à
lei de Deus, que é o reflexo de Seu caráter,
somos testemunhas para o universo de
que nosso Deus é fiel, justo e verdadeiro
(Mt 5:16; Rm 7:12; Hb 8:8-10; 1 Jo 5:2, 3).
Os cristãos não devem se concentrar
nas dificuldades para obedecer à lei de
Deus, mas procurar ansiosamente todas
as formas possíveis de demonstrar nossa
gratidão ao nosso Salvador. Não podemos
guardar a lei por nós mesmos, mas fomos
redimidos pelo sangue do Cordeiro,
e estamos sendo transformados à
imagem de Cristo pelo Espírito Santo. A
lei nos protege da escravidão do pecado e
até nos oferece muitas oportunidades de
testemunhar e honrar o nome de Deus.
Ao invés de considerar a lei como um
requerimento pesado para a salvação,
podemos alegremente contar aos outros
como Deus nos livrou do pecado e que é
nosso privilégio servi-Lo.
“Como eu amo a tua lei! Medito nela
o dia inteiro.” (Sl 119:97).
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Os grandes princípios da lei de Deus são incorporados nos Dez Mandamentos e exemplificados
na vida de Cristo. Expressam o amor, a vontade, os propósitos de Deus acerca da conduta e das
relações humanas, e são obrigatórios a todas as pessoas, em todas as épocas. Esses preceitos
constituem a base do concerto de Deus com Seu povo e a norma no julgamento de Deus. Por meio
da atuação do Espírito Santo, eles apontam para o pecado e despertam o senso da necessidade de
um Salvador. A salvação é inteiramente de graça, e não pelas obras, mas seu fruto é a obediência
aos mandamentos. Essa obediência desenvolve o caráter cristão e resulta numa sensação de
bem-estar. É uma evidência de nosso amor ao Senhor e de nossa solicitude por nossos semelhantes.
A obediência da fé demonstra o poder de Cristo para transformar vidas e fortalece, portanto, o
testemunho cristão (Ex 20:1-17; Sl 40:7, 8; Mt 22:36-40; Dt 28:1-14; Mt 5:17-20; Hb 8:8-10; Jo 15:7-10;
Ef 2:8-10; 1 Jo 5:3; Rm 8:3, 4; Sl 19:7-14.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 19.
Maio 2011 | Adventist World
21
D E S C O B R I N D O
O
E S P Í R I T O
D E
E
m 1895, James Edson White consultou sua mãe, Ellen
G. White, sobre uma necessidade específica. No extremo
sul dos Estados Unidos, muitos dos escravos libertos
e seus descendentes estavam vivendo em extrema pobreza e
ignorância. Sob grande perigo, Edson viajou para sul para
levar aos negros americanos, não apenas instrução espiritual
e esperança, mas para começar a educá-los. Ele produziu um
livro para ensinar-lhes a ler, e estava procurando um material
religioso para praticarem duas novas habilidades. Os livros
de sua mãe continham mensagens espirituais maravilhosas,
mas difíceis de serem lidas por novos leitores. Ele, então,
pediu permissão para adaptar seus escritos para tal uso. Ela
escreveu: “Edson, fique à vontade para escolher entre meus
P R O F E C I A
de Ellen G. White publicou A Call to Stand Apart (2002), uma
nova compilação parafraseada para jovens, e Jerry Thomas
escreveu Messiah (2002), paráfrase de O Desejado de Todas
as Nações e Blessings (2008) paráfrase de Thoughts From the
Mount of Blessing. Isso provocou vasta apreciação dos leitores,
mas não é a única abordagem para o assunto.
Adaptações Recentes
Na tentativa de introduzir as inspiradas ideias de Ellen G.
White a novos leitores, durante a última década o Patrimônio
White produziu uma série de adaptações de seus livros a pedido
de vários departamentos da igreja. À medida que se aproximava
o centenário do livro Educação, o Departamento de Educação
Adaptação de
dos Escritos
escritos o material necessário para os folhetos com linguagem
simples para esse propósito aí no sul…. Você mesmo pode ser
capaz de simplificar para o modo que lhe seja mais útil” (The
Publishing Ministry, p. 209). Como resultado, no ano seguinte,
Edson publicou Christ Our Saviour (Cristo Nosso Salvador)
sob o nome de Ellen White, no qual simplificou algumas
das matérias que ela escreveu sobre a vida de Cristo a fim de
atingir um público, inclusive crianças, que não conseguiriam
ler O Desejado de Todas as Nações.
Hoje, também percebemos uma necessidade especial.
Embora muitas pessoas leiam confortavelmente os escritos
de Ellen G. White com suas expressões originais, outros
tropeçam em algumas palavras e sofrem com as longas
frases e complexas expressões literárias do século dezenove.
A porcentagem de adventistas, particularmente os jovens,
na América do Norte, que leem regularmente os escritos de
Ellen White tem decrescido por décadas, parcialmente, creem
alguns, devido à dificuldade que algumas pessoas encontram
nesses escritos.
Ellen
da Divisão Norte Americana solicitou ao Patrimônio White que
publicasse uma nova edição do livro, com linguagem atualizada. O resultado foi True Education (A Educação Verdadeira),
publicado em 2000. Foi impresso na capa que é uma adaptação
do livro Educação, de Ellen G. White. Do mesmo modo, a
pedido do Departamento de Saúde da Associação Geral, em
2005 o Patrimônio White lançou uma adaptação chamada The
Ministry of Health and Healing (O Ministério da Saúde e Cura)
para o centenário do livro A Ciência do Bom Viver.
Esses dois títulos revelam sua conexão com os livros originais, mas todos os títulos adaptados são diferentes do original
para que a distinção seja clara. Eles seguem um precedente
criado cerca de 30 atrás com a publicação de Steps to Jesus
(Passos para Jesus), uma adaptação do Caminho a Cristo
(em inglês) para jovens e pessoas com limitação no idioma.
Adaptações Não São Paráfrases
Esses livros não são paráfrases. Em grande parte, eles seguem
a obra original, frase por frase e muito do vocabulário original de
Ellen G. White, embora, às vezes, diferindo na ordem das palavras.
Paráfrases Modernas
Uma solução para esse problema tem sido parafrasear os
escritos de Ellen White para transmitir seus conceitos sem
necessariamente usar seu vocabulário. O Patrimônio Literário
William Fagal é diretor associado do
Patrimônio Literário de Ellen G. White na
Associação Geral dos Adventistas do Sétimo
Dia, Silver Spring, Maryland, E.U.A.
22
Adventist World | Maio 2011
Nova Série do Conflito para Adolescentes
O Patrimônio White também está desenvolvendo uma
adaptação dos cinco volumes da série O Conflito dos Séculos –
obra de Ellen White sobre o tema do grande conflito. Esses
livros são, indiscutivelmente, sua maior contribuição teológica
e literária para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Há aproximadamente cinco anos, os líderes do Departamento de Escola
Sabatina da Associação Geral solicitaram ao Patrimônio
White a atualização do vocabulário da série O Conflito. Eles
estavam criando um novo conteúdo para as lições da Escola
ANTIGO E NOVO: Uma das primeiras adaptações de
O Desejado de Todas as Nações, e a nova adaptação
especialmente para adoslescentes.
Ellen White e a New King James, essas adaptações oferecem
um tipo de “passo à frente” em direção à obra original,
tornando a transição para os originais um pouco mais fácil.
Um benefício adicional é que esses livros estão sendo
atrativos não só para adolescentes. Os leitores adultos também
estão reagindo positivamente. Além disso, há o interesse dos
países onde se fala português e onde uma versão facilitada é
muito bem vinda. Os líderes da igreja de vários lugares
gostariam de traduzir essas adaptações porque sendo menores
os volumes, podem ser oferecidos ao público a preços
acessíveis e com uma linguagem mais simples e mais direta.
Por
William Fagal
White
Adaptações Suprem Necessidades
As adaptações nunca substituirão os volumes originais
completos. A riqueza e poder dos escritos de Ellen White
É realmente necessário?
Sabatina Adolescente, e queriam incluir algumas citações
dos livros de Ellen White. “É possível termos algo mais fácil
de ler?” perguntaram. “Os jovens dizem que é muito difícil
compreender o vocabulário original e a estrutura das frases
usadas por Ellen White.”
Os responsáveis pelo Patrimônio White decidiram preparar edições desses volumes adaptados para adolescentes.
O ponto inicial para a nova proposta foi a condensação da
série “Conflito”, produzida no início dos anos 1980, que
reduziu cada capítulo em cerca de 40 por cento. Os volumes
adaptados, porém, são menores do que os livros originais de
Ellen White, tornando-os mais atrativos para jovens leitores.
Benefícios das Adaptações
Os responsáveis pelo Patrimônio White esperam que essas
adaptações introduzam um maior número de adolescentes
aos conceitos esclarecedores encontrados nos escritos de Ellen
White, e que será um incentivo para se que esforcem para ler
Ellen White, no original. Por usar muito do vocabulário de
são mais bem expressos em seus escritos originais, e a igreja
não tem a intenção de substituí-los com outras edições. As
adaptações, porém, estão suprindo uma necessidade que
irá complementar e chamar a atenção para a obra original.
Elas são um lembrete de que nesses escritos há um tesouro
que não podemos perder. Elas ajudarão uma nova geração a
conhecer e apreciar essa obra que já abençoou milhões
de pessoas.
Nota: As adaptações mencionadas no artigo estão disponíveis,
até o momento, somente em inglês. A Casa Publicadora
Brasileira iniciou neste ano o projeto de atualização da
linguagem dos livros de Ellen G. White. Para os próximos
meses está prevista a publicação de: O Grande Conflito e
O Desejado de Todas as Nações.
COLEÇÃO PARA ADOLESCENTES: O Patrimônio
Literário de Ellen G. White está produzindo uma adaptação
especial da série O Conflito dos Séculos para adolescentes.
Capte a Visão Na Sua Linguagem
O Patrimônio Literário de Ellen G. White lançou recentemente
uma nova página na internet (egwwritings.org), fácil de ser usada,
contendo a obra de Ellen White no inglês original, adaptações
em inglês moderno, alemão, francês, espanhol, português, russo,
chinês e romeno. O material está disponível em vários formatos
inclusive em livros digitais, livros em áudio, arquivos em PDF e
muito mais. A página também oferece aplicação para ser
baixado gratuitamente no iPhone e iPad. Também estão
disponíveis, opções para mídia social como Facebook e Twitter
para partilha.
Para obter cópias impressas em idiomas ainda não oferecidos
pela nova página, acesse http://publishing.gc.adventist.org/publ_
houses.html e consulte a lista completa das 62 casas publicadoras
da Igreja Adventista do Sétimo Dia no mundo.
Maio 2011 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
A
Divisão Euro-Asiática é
geograficamente o maior
território da Igreja Adventista
do Sétimo Dia no mundo. Sua extensão
abrange cerca da metade do globo,
indo do este europeu ao Oceano
Pacífico, e desde acima do Círculo
Ártico ao centro da Ásia. Se você
tivesse que viajar toda a extensão dessa
divisão, teria que acertar o relógio em
onze fusos horários diferentes!
A Euro-Ásia é formada por doze
nações, incluindo os países predominantemente cristãos: Armênia, Belarus,
Geórgia, Moldávia, Rússia e Ucrânia;
e os predominantemente muçulmanos:
Azerbaijão, Cazaquistão, Quirquistão,
Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.
Esses países são muito diferentes, com
sua própria mescla de grupos étnicos,
religiões e idiomas. No entanto, compartilham um passado em comum: todos
pertenceram à antiga União Soviética.
A ascensão do comunismo em
1917 provocou a perda da liberdade
religiosa. Em 1929, muitas igrejas
Adventistas do Sétimo Dia já haviam
sido confiscadas ou fechadas. As publicações adventistas e as reuniões nos
lares eram estritamente proibidas.
Centenas de adventistas do sétimo
dia foram detidos, presos ou enviados
para campos de trabalhos forçados
por compartilhar sua fé. Alguns até
perderam a vida. Em 1938, já não existiam cultos congregacionais na Rússia.
Mesmo assim, os membros da igreja
permaneceram fieis a Deus.
Quando o Comunismo caiu em
1991, os cidadãos soviéticos desfrutaram de muitos tipos de liberdade.
Milhares tinham fome de Deus e a
Igreja Adventista do Sétimo Dia cresceu
rapidamente. Essa onda de interesse
religioso, porém, logo diminuiu, à medida que as pessoas começaram a adotar
o estilo de vida secular do Ocidente.
Hoje, a igreja continua a crescer,
porém, mais vagarosamente. Dos 280
milhões de pessoas que vivem no território da Divisão Euro-Asiática, menos de
140 mil são adventistas do sétimo dia.
24
Adventist World | Maio 2011
Olesia
Margeurita
Igrejas
edificando
Crianças
Por
Laurie
Falvo
e
Onde o território é vasto e o desafio assustador
Pelo fato de a religião ter sido terminantemente proibida durante o período
Soviético, muitos cristãos, hoje, seguem
sua fé apenas nominalmente. Poucos
lêem a Bíblia. O ateísmo e agnosticismo
são muito fortes. O caos político, a
inflação e o desemprego deixaram
milhões desiludidos e indiferentes à
religião. Muitos, porém, ainda buscam
algo espiritual que não os decepcione.
Os adventistas na Divisão EuroAsiática estão alcançando essas pessoas
com esse algo especial. Por meio do
evangelismo e do testemunho um a um,
estão sensibilizando corações para Jesus.
Sibéria
Coberta com florestas virgens e
campos ondulantes, a Sibéria é um
vasto território vazio da Rússia, no lado
este das Montanhas Ural. A vida ali é
difícil e os invernos muito rigorosos. As
igrejas adventistas, porém, estão levando o calor do amor de Deus às pessoas.
Krasnoyarsk é uma cidade com
cerca de um milhão de habitantes com
apenas uma congregação adventista.
Olesia estava procurando uma maneira de falar de Jesus aos seus amigos
e vizinhos e sentiu-se impressionada a
começar um pequeno grupo de estudo
Alexande
r
da Bíblia. Ela convidou Margeurita, que
já frequenta o grupo há um ano e meio.
“Esta é a minha família”, diz
Margeurita. “São as pessoas mais próximas para mim... [Por causa deles] eu sei
que Jesus me ama e que está sempre
comigo.”
Hoje Margeurita é adventista do
sétimo dia e está compartilhando sua fé
com outros.
As reuniões evangelísticas e pequenos grupos, como o que Olesia ajudou a
começar, estão ganhando corações para
Jesus. Mas, à medida que o número de
membros cresce, não há igrejas permanentes para acolher os novos membros.
Guillermo Biaggi, presidente da
Divisão Euro-Asiática, salienta a falta de
prédios de igreja: “Nosso grande desafio
é ter mais capelas aqui neste grande
território da divisão, para que os membros da igreja e seus convidados possam
adorar o Deus verdadeiro e preparar-se
para o céu.”
Nossos irmãos em Krasnoyarsk
compraram um terreno e estão planejando construir uma igreja.
Outra área da Sibéria, onde os
pequenos grupos e o evangelismo está
ajudando no crescimento da igreja, é
Tomsk, uma cidade universitária com
uma população de 500 mil habitantes. A
igreja adventista, porém, é representada
ali por apenas uma igreja lar, escondida
numa rua de fundo. Cerca de 180 adventistas vivem em Tomsk. Como os bancos
da pequena igreja lar acomodam apenas
90 pessoas, frequentemente muitos se
apertam para entrar. Simplesmente não
há lugar para novos membros!
Hoje, Alexander é o ancião da igreja
lar em Tomsk. Mas há poucos anos
ele planejou causar problemas para a
congregação de Tomsk. Convicto de que
aquela era uma seita, foi à igreja
determinado a “resgatar” um parente.
As coisas, porém, não aconteceram
como ele planejara.
“Vim para este lugar como inimigo;
vim para fazer uma guerra contra a
igreja”, diz Alexander. “Mas decidi que
tenho que seguir este estilo de vida,
porque Deus me mostrou o Seu amor
e o Seu sorriso por meio desses irmãos
e irmãs. Fiquei impressionado com os
amigos que fiz aqui.”
Os adventistas em Tomsk compraram um terreno e estão trabalhando
para construir uma nova igreja, com
espaço suficiente para acomodar duas
congregações. “Realmente precisamos
de um prédio, novo e bonito para os
cultos, que se torne um testemunho
nesta esta cidade para que outros se
unam a nós”, disse Alexander.
Azerbaijão
A República do Azerbaijão situa-se
junto ao Mar Cáspio, ao sul da Rússia.
Cerca de oito milhões de pessoas vivem
nesse país, porém, pouco mais de cinco
por cento são cristãos e aproximadamente setecentos são adventistas. Os
adventistas reúnem-se em pequenos
grupos e nas poucas igrejas espalhadas
pelo país.
Testemunhar da fé no Azerbaijão
é muito difícil. A liberdade religiosa é
restrita e os que pertencem a minorias
religiosas ou mudam de fé são, geralmente, perseguidos.
Cerca de trezentos adventistas em
determinada cidade compraram um
prédio e esperam transformá-lo em um
centro para ajudar as pessoas da sua
comunidade. Atualmente, eles dirigem
a casa de lanches Boas Novas e realizam
seminários para os membros. Os
planos para o futuro incluem uma
escola de inglês e uma pequena clínica
onde possam apresentar a mensagem de
saúde. Esperam que em futuro próximo
possam formar uma segunda congregação adventista em sua cidade.
Algo para as Crianças
Os países da Armênia, Azerbaijão
e Geórgia compõem uma região que a
Igreja Adventista denomina de União
Transcaucasiana. Mais de 16 milhões
de pessoas vivem nesses três países,
mas apenas dois mil são adventistas.
Em várias cidades não existe sequer um
adventista.
Não existe material de Escola Sabatina
no idioma local para as crianças desses
países. “É muito importante ter material
para as crianças, porque está sendo
formada uma nova geração”, diz Sergo
Namoradze, pastor da igreja adventista
em Tbilisi, Geórgia. “Eu pertenço à
geração da União Soviética, onde não
havia nada religioso para se ler. Se
houvesse, talvez eu teria me convertido
antes. Essa nova geração precisa de
material sobre a Bíblia e Jesus, na maior
quantidade possível.”
A igreja na Euro-Ásia enfrenta
muitos desafios para cumprir a missão.
Mas o evangelismo um-a-um está
ganhando os corações para Jesus.
Milhares estão vindo a Ele e estão
desejosos de compartilhar a sua fé. Eles,
no entanto, necessitam de igrejas para
os cultos e material da Escola Sabatina
em seu idioma, adaptado aos vários
níveis. Podemos ajudar a fornecer esses
recursos para que mais e mais pessoas
possam conhecer o amor de Jesus.
Suas orações e ofertas generosas no
Décimo Terceiro Sábado podem fazer
a diferença para eternidade na Divisão
Euro-Asiática. Por favor, doe generosamente. Para mais informação sobre os
desafios de levar pessoas a Cristo, acesse
www.AdventistMission.org.
Laurie Falvo é gerente dos
projetos de comunicação
da sede da Missão
Adventista.
Maio 2011 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Fomos
totalmente corrompidos
pelo pecado? E nosso livre arbítrio? Temos, ainda,
a habilidade de escolher entre o bem e o mal?
N
ão posso responder a suas três perguntas neste
pequeno espaço. De fato, o tema sobre o efeito do
pecado sobre nós, e sobre a natureza do livre arbítrio
tem sido estudado e discutido há séculos, sem uma conclusão
unanime. Vou compartilhar alguns conceitos para estimular
seu pensamento. Quero iniciar com um paradoxo: A
Bíblia afirma que temos livre
arbítrio, mas ensina que somos escravizados pelo pecado.
Considere o paradoxo e pense
sobre ele.
1. Escravizados pelo
Pecado: A queda de Adão e
Eva alterou radicalmente a
natureza humana. O coração,
centro racional e volitivo do
ser humano, foi corrompido:
“O coração é mais enganoso
que qualquer outra coisa e
sua doença é incurável. Quem
é capaz de compreendê-lo?”
Por
(Jr 17:9).* O dano foi irreparável; os seres humanos
Ángel
não são apenas incapazes de
se compreenderem, também
enganam-se uns aos outros. Nenhuma dimensão da natureza
humana ficou livre do toque do pecado; assim, ninguém
é justo (Rm 3:10) ou naturalmente busca a Deus (Sl 53:2 e 3;
Ef 2:1-3). O pecado é uma realidade humana. Isaías escreveu:
“Somos como o impuro – todos nós! Todos os nossos atos
de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas,
e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe”(64:6); até os melhores seres humanos estão contaminados
com nosso estado pecaminoso. Há uma inimizade natural
contra Deus no coração humano que nos incapacita de procurar e de fazer o bem, ou de nos submetermos à Sua vontade
(Rm 8:7). Somos controlados pelos desejos pecaminosos e
egoístas de nossa natureza caída (versos 6-8). A situação é
desesperadora porque não há nada que possamos fazer para
mudar essa realidade (Jr 13:23). Os seres humanos vivem sob o
domínio do pecado, governados por um déspota e incapazes de
fazer o que, talvez, gostariam de fazer (Rom 6:16; cf. 7:18-23).
E o livre arbítrio?
2. A Situação do Livre Arbítrio: Permita-me dar uma
definição de livre arbítrio: é o poder de escolha, independente
de condições e forças internas ou externas as quais não
podemos controlar. Se, é verdade que somos escravizados
pelo pecado, então, é difícil falar sobre liberdade de escolha.
Mas, se este é realmente o caso, é impossível falar de nossa
responsabilidade sobre nossos atos. No entanto, a doutrina
bíblica de julgamento e castigo admite que temos livre arbítrio.
Podemos argumentar que o pecado não obliterou a
imagem de Deus em nós e, portanto, temos livre arbítrio
(Rm 3:23). Se ele faz parte da imagem de Deus e de nossa
humanidade, então ainda o temos. Isso, porém, deve ser apropriadamente compreendido.
O livre arbítrio que temos,
está deteriorado e corrompido. A pergunta agora é: quão
deteriorado está ele?
Deixa-me sugerir algo:
O pecado mudou a ênfase
da função do livre arbítrio,
das decisões altruístas que
beneficiavam os outros, para
a autopreservação. A situação
é tal que não há nada que
possamos fazer a respeito. O
livre arbítrio ainda está sob o
poder do pecado!
3. Deus Conosco: Se o
livre arbítrio é a ferramenta
para atualizar meu egoísmo e
Manuel Rodríguez
minha corrupção, então não é
livre coisa nenhuma, e a questão de sermos responsáveis
por nossos atos não foi resolvida. Como saímos desse dilema?
“Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7:25).
Após a queda, o Filho de Deus não nos abandonou
(Ap 13:8). Desde aquele momento Deus está trabalhando no
coração humano, convidando cada indivíduo para a verdadeira liberdade do poder do pecado. Por meio do trabalho
do Espírito, Deus tem criado nos corações humanos o desejo
e a disposição de escolher o bem. Essa graça divina invade o
planeta, toma a iniciativa, alcança cada indivíduo (Jo 1:9),
e desperta o livre arbítrio, capacitando os seres humanos a
escolher a Cristo ou a continuarem sendo escravos do pecado,
que é sua tendência natural. Esse silencioso trabalho do
Espírito faz-nos responsáveis por nossas decisões.
Verdadeira liberdade há somente em Cristo.
Livre
para
Escolher
26
Adventist World | Maio 2011
*Os textos bíblicos utilizados foram extraídos na Nova Versão Internacional.
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
Bíblicas da Associação Geral.
E S T U D O
B Í B L I C O
Símbolos do
Espírıto
Santo
no tempo do fim
Por Mark
A. Finley
Para muitos cristãos o Espírito Santo é um mistério. A questão sobre quem é Ele e como
age em nossa vida, os deixa confusos. A Bíblia, porém, é extremamente clara sobre a
identidade do Espírito Santo. Ele é divino, a eterna terceira pessoa da Trindade. Ele é parte
do trio celestial tanto quanto o Pai e o Filho (veja Mt 28:19, 20; Ef 2:18; 2 Co 13:14). Nesta
lição, descobriremos três símbolos do Espírito Santo, usados em toda a Bíblia.
1.
Que símbolo do Espírito Santo Jesus compartilhou com Seus discípulos?
“Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios
de água viva. Ele estava Se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nEle cressem” (Jo 7:37-39).
O ministério do Espírito Santo é simbolizado como rios de
.
2.
Por que Jesus escolheu a água como símbolo do Espírito Santo? Que lições
espirituais encontramos nesse símbolo?
“Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole,
e minha bênção sobre seus descendentes”(Is 44:3).
“Aspergirei água pura sobre vocês e ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os
seus ídolos” (Ez 36:25).
A água satisfaz nossa
e nos limpa de nossas
.
Nada satisfaz a sede como a água. Só a água sacia aquela sede profunda, a sede intensa.
Quando o Espírito Santo entra em nossa vida, revelando o amor de Jesus e a verdade,
preenche nossos mais profundos anseios e acalma nossa ansiedade. O Espírito Santo
sacia nossa sede daquilo que é eterno.
A água também limpa. Quando o Espírito Santo enche nossa vida, Ele dá início ao
processo de limpeza da nossa rebeldia. Os hábitos que contaminam nossa vida são
purificados pelo Seu poder.
A água estimula o crescimento. Quando a chuva do Espírito de Deus cai sobre nós,
enche-nos com a vida espiritual que cresce diariamente na graça de Jesus (veja Sl 1:3).
3.
Que símbolo da poderosa ação do Espírito Santo usou Jesus em Sua visita noturna a
Nicodemos?
“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece
com todos os nascidos do Espírito ” (Jo 3:8).
O ministério do Espírito Santo é como o
.
Maio 2011 | Adventist World
27
O vento é poderoso. Nessa passagem ele representa o poder transformador de Deus por
meio do Espírito Santo, que vai além de nossa compreensão finita. Sua ação divina é
miraculosa. Na visão de Ezequiel do “vale de ossos secos” (Ez 37), quando o Espírito Santo
soprou nova vida nos ossos mortos, eles voltaram à vida. Por meio do Espírito Santo,
nossa vida espiritual é reavivada em Cristo.
4.
O óleo também é usado na Bíblia como símbolo do Espírito Santo. Que aspecto da
obra do Espírito Santo ele representa?
“Unja Arão e seus filhos e consagre-os para que Me sirvam como sacerdotes. Diga aos israelitas: Este será o
Meu óleo sagrado para as unções, geração após geração” (Ex 30:30, 31).
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como Ele andou por toda parte fazendo
o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com Ele” (At 10:38).
O óleo foi usado para
Arão e seus filhos para o serviço do santuário terrestre.
Deus, o Pai, ungiu Jesus com o Espírito Santo, capacitando-O a
e
todos os oprimidos pelo diabo.
O óleo representa o poder santificador do Espírito Santo em nossa vida. Ele nos separa
como servos consagrados a Cristo. Assim como o óleo era usado para consagrar os
sacerdotes e o santuário terrestre para o serviço de Deus, o Espírito Santo nos santifica
como testemunhas para o nosso Senhor.
5.
Qual foi a grande necessidade das virgens insensatas na parábola de Jesus sobre as
dez virgens? Qual sua importância para a igreja de Deus no tempo do fim?
“As [virgens] insensatas disseram às [virgens] prudentes:‘Dêem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas
candeias estão se apagando’. Elas responderam: ‘Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para
vocês. Vão comprar óleo para vocês’” (Mt 25:8, 9).
As virgens insensatas estavam despreparadas para o atraso do Noivo e ficaram sem
6.
.
Como Jesus identificou o problema espiritual das virgens insensatas?
“Mas Ele respondeu: ‘A verdade é que não as conheço!’ Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a
hora!”(Mt 25:12, 13).
As virgens insensatas não sabiam a
do retorno do seu Senhor,
e estavam
quando Ele chegou.
O óleo do Espírito Santo separa, consagra, santifica e cura. As virgens insensatas se
conformaram com uma vida religiosa superficial. Elas não mantinham íntima comunhão
com Jesus. Foi por isso que Ele disse: “Não as conheço”.
Esses símbolos do Espírito Santo falam ao nosso coração hoje. O símbolo da água
convida-nos a fazer uma limpeza interior de tudo que possa obstruir os canais da mente
e nos impeça de conhecer a Jesus mais intimamente. O símbolo do vento nos
convida a abrir a nossa mente ao fôlego de Deus e a recebermos nova vida.
O simbolismo do óleo apela para vivermos uma vida consagrada e íntima
comunhão com Deus.
*Os textos bíblicos utilizados foram extraídos na Nova Versão Internacional.
28
Adventist World | Maio 2011
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Motivador
Sou adventista
há quase cinco
anos e a leitura
de revistas como
a Adventist World
tem fortalecido
minha fé em Deus
e em Sua Palavra.
Minha mãe, meu
irmão e eu somos os únicos adventistas
na família, numa cidade onde a Igreja
Adventista do Sétimo Dia ainda está
em crescimento. É muito animador ler
sobre outras pessoas que encontraram a
mesma crença que tenho e como
valorizam essa fé, acima de tudo.
“O Pequeno Diamante”, por Chantal
Klingbeil (dezembro de 2010), foi
para mim, que sou jovem, uma grande
inspiração para continuar aspirando a
maiores alturas para glória de Deus e o
avanço do Seu reino. Gosto muito de ler
sobre a vida dos pioneiros, pois me dão
esperança quando sou provado e me
desafia a dedicar o meu melhor para Deus.
Agradeço a equipe e aos escritores
por fazerem a diferença em minha vida.
Vocês são a voz de Deus e uma carta de
amor para muitas pessoas. Que Deus
continue a abençoá-los.
Rochelle Stander
Nelspruit, África do Sul
Convite à Oração
Sou muito grato pela publicação da
Adventist World. Nesses últimos dias
quando as pessoas correm de um lado
para o outro, em busca de consolo e
esperança, quando estão perdendo a
fé em Deus, esta revista relata histórias
reais de como Deus ainda está no
controle. Ela é uma bênção.
A edição de dezembro de 2010 me
animou e inspirou. O artigo de Charlotte
Ishkanian intitulado “Um Homem e seu
Deus” tocou meu coração. O pregador,
Golden Lapani, está fazendo um bom
trabalho para Deus no Maláui. Ele
me lembra o apóstolo Paulo com sua
paixão, dedicação e determinação para
pregar a boa nova da salvação pelo
poder de Jesus Cristo. Não há dúvida
de que o Deus a quem servimos é um
Deus de milagres.
Peço que em todo o mundo oremos
pelo irmão Lapani e outros que estão
arriscando sua vida para servir a Deus.
Que nosso coração queime com o
desejo de salvar as pessoas, de curar as
feridas do coração e de levar os perdidos a Jesus.
Litton Prosad Mowalie
Dhaka, Bangladesh
do Todo Poderoso. Quando oramos, de
Sua fonte abundante de riqueza, Deus
supre as nossas necessidades. Quando
paramos de limitar o poder de Deus,
podemos ser agradecidos por Ele estar
sempre presente e ouvindo nosso
clamor em momentos de necessidade.
Mais poder para a Adventist World.
Larry R. Valorozo
Taguig City, Metro Manila,
Filipinas
Impacto Atlanta
Poder Ilimitado
Aprecio todos os artigos da Adventist
World, mas há alguns artigos em especial que servem como pontes para preencher nosso vazio. “O Piano ‘Invisível’”,
por Wilhermina Dunbar (dezembro de
2010), fortaleceu a minha fé no poder
Amo a Adventist World. O artigo “Impacto Atlanta”, por Kimberly Luste Maran
(setembro de 2010), de fato me impressionou. Agradeço a Deus pelo ministério
que une os adventistas do mundo.
Jean Marie Sadio
Cosendai, Camarões
Nesses últimos dias quando as
pessoas correm de um lado para o outro,
em busca de consolo e esperança, quando
estão perdendo a fé em Deus, esta revista
relata histórias reais de como Deus ainda
está no controle. Ela é uma bênção.
– Litton Prosad Mowalie
Dhaka, Bangladesh
Maio 2011 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Apreciada ao Redor do Mundo
Sou adventista, tenho 19 anos de idade
e sou um ávido leitor da Adventist
World. Alegro-me de poder saber sobre
meus irmãos e irmãs de todo o mundo
e fico maravilhado com o trabalho
missionário. Que o Senhor esteja com
todos os Seus filhos e nos guie.
Elom Tagbede
Lome, Togo
Leio regularmente a Adventist World. É
muito interessante saber o que acontece
em nossa igreja em outras partes do
mundo.
Rebeca Ruiz Laguardia
Saragoça, Espanha
Saudações à liderança da Adventist World,
que encontrei na Internet e leio em espanhol. Os artigos e testemunhos de tantas
pessoas ao redor do mundo são um incentivo para avançarmos no caminho que
o nosso Senhor Jesus Cristo nos deu, por
fazermos parte do povo remanescente.
Desde a minha infância sou membro
da igreja na cidade de Guadalajara,
México. Perguntei ao Senhor o que mais
pode ser feito pela igreja, e concordo que
temos uma tarefa nessa obra de reavivamento e reforma. Sinto que o preparo
da igreja para o que está para vir, é uma
necessidade urgente. Saúdo a iniciativa
de reavivamento e reforma da igreja.
Enrique Martin del Campo
Tepic Nayarit, México
A Adventist World é uma das minhas revistas favoritas. Nela adquiro conhecimento e fortalecimento espiritual. Seus artigos
têm mudado a vida de muitos, levando-os
a crer no Senhor Jesus. Como é editada
mensalmente, nunca deixa de renovar
nossa mente espiritual. Sempre que leio
essa revista, sou inspirado a trabalhar mais
pela igreja e pelo evangelismo.
Naw Moo Kapaw
Taungngu, Mianmar
Muito obrigado pela Adventist World.
Ela me ajuda sempre que estou desanimado. Imagine quantas pessoas estão
sendo beneficiadas por seus esforços.
Sou leitor assíduo e continuarei lendo e
esperando pelo próximo exemplar até
Jesus voltar.
Essa revista me conforta e anima,
pois estou num presídio de segurança
máxima.
Boxten T. Kudziwe
Malawi
Saudações dos membros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia de Uganda.
Muito obrigada pelo bom trabalho que
estão realizando. Que Deus abençoe
aqueles que contribuem com essa revista. Oro para que um dia possa visitá-los
em Maryland!
Eva Namugere
Uganda
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
LUGAR DE ORAÇÃO
Por favor, ore pelo reavivamento entre os
jovens adventistas do sétimo dia de nossa
província. O número de nossos jovens
tem decrescido. Que Deus abençoe e
fortifique nossa igreja. Ore pelo evangelismo na China e que os propósitos de
Deus se realizem na China e fora dela.
Jin, China
uns poucos pedidos por mês, entretanto, somente nos meses de dezembro e
janeiro recebemos cerca de setenta
pedidos de estudos bíblicos. Agradecemos
suas orações por essa nova dimensão do
nosso ministério, a Herança Judaica.
Jeff, Estados Unidos
Por favor, ore para que seja resolvido o
problema com o terreno de nossa igreja.
Estamos em vias de perder nossa igreja.
Não temos recursos financeiros para
pagar as despesas legais.
Ann, Filipinas
Pouco mais de duas semanas atrás fui
diagnosticada com glaucoma. Estou
solicitando suas orações. Por favor, ore
para que o Senhor realize um milagre na
minha visão. Obrigada por interceder
por mim e por outros.
Naomi, Ilhas Virgens
Fomos convidados a disponibilizar as
lições do Estudo Bíblico da Herança
Judaica para prisioneiros. Esperávamos
Sou do Zimbábue e moro na África do
Sul. Desde o ano passado estou esperando por uma permissão de trabalho. Por
30
Adventist World | Maio 2011
favor, ore para que Deus providencie
uma maneira para que eu consiga esse
documento.
Sharon, África do Sul
Solicito a gentileza de orarem pela
Igreja Adventista do Sétimo Dia em
Mianmar.
Gin, Mianmar
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Além da Compreensão
Humana
Este mês, um
leitor conta sobre
a vitória de Deus
em um desastre.
E
ra 19 de abril de 2010.
Eu acabara de chegar
de um encontro
L A W R E N C E D O M I N G O
adventista anual sobre reavivamento na área de Falam.* Cheguei ao campus do Upper Myanmar Adventist
Seminary (Seminário Adventista de Myanmar), onde sou o diretor. Naquela noite,
como de costume, jantamos às 19 horas. De repente, a chuva começou a cair com
ventos muito fortes. Corremos para todos os lados, fechando as janelas e portas. A
tempestade era tão forte que não conseguimos acabar de comer.
Enquanto estávamos ocupados secando o chão, Thang Sawm Tung, preceptor dos
rapazes, voltou de uma visita aos membros. Tung disse que teríamos muito trabalho
no dia seguinte. “O que aconteceu?” perguntei. Tung explicou que o prédio principal
do campus, usado como prédio de aulas e biblioteca, havia perdido o telhado.
Fomos conferir e, realmente, não havia mais telhado e tudo estava exposto.
Rapidamente colocamos todos os livros em um local e os cobrimos com uma lona
à prova d’água. Depois disso, reuni alguns voluntários e oramos a Deus dizendo:
“Senhor, estamos muito tristes com essa devastação, mas, ao mesmo tempo, estamos
agradecidos porque sabemos que o Senhor vai transformar essa maldição em bênção.”
De fato, palavras não podem expressar quão tristes estávamos. A tempestade destruiu
não apenas o prédio, mas também nossos planos de comprar um Jeep, barato, fabricado localmente – decisão tomada pela diretoria da escola no dia 12 de abril de 2010.
Comuniquei à Missão e à União do Upper Mianmar sobre a devastação. Suak
Khaw Ngin, diretor de educação da missão, nos orientou a entrar em contato com
a divisão para providenciar a assistência do seguro. Recebi, imediatamente, um
formulário do seguro para ser preenchido, e o devolvemos em seguida. O processo
de recebimento do seguro, no entanto, demorou meses.
A reconstrução começou no dia 26 de abril de 2010. Tínhamos que concluí-lo
antes do próximo dia 25 de maio, porque as matrículas começavam no dia 26.
Agora, já não havia mais orçamento para o Jeep, e a reconstrução ainda estava
em andamento. Deus nos abençoou com doações vindas dos ex-alunos e dos
membros da igreja. A reconstrução continuou e foi completada com um recurso
adicional do ano escolar de 2010-2011.
Finalmente, o dinheiro do seguro chegou no dia 4 de outubro de 2010 e cobriu
o orçamento para o Jeep e outras coisas.
A escola havia planejado comprar um Jeep, mas Deus modificou as coisas e
tornou possível a compra de um pequeno caminhão que pode ser usado de muitas
maneiras no Seu ministério. De fato, Deus transformou a devastação em bênção,
muito além da minha compreensão humana.
–Kap Lian Thang, Myanmar
* Falam é uma pequena cidade do estado de Chin, na região norte de Myanmar.
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun,
vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley;
Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana;
G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan;
Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian,
acessor legal.
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki;
Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland, EUA
Gerald A. Klingbeil (editor associado), Sandra Blackmer,
Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran,
Gina Wahlen
Editores em Seul, Coreia do Sul
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor On-line
Carlos Medley
Coordenadora Técnica
Merle Poirier
Colaborador
Mark A. Finley
Conselheiro
E. Edward Zinke
Assistente Executiva de Redação
Rachel J. Child
Assistentes Administrativos
Marvene Thorpe-Baptiste
Alfredo Garcia-Marenko
Atendimento ao Leitor
Merle Poirier
Diretor de Arte e Diagramação
Jeff Dever, Fatima Ameen
Consultores
Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo
E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey
Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael
L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S.
Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee,
Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver,
Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 209046600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos
Estados Unidos.
Vol. 7, No. 5
Maio 2011 | Adventist World
31
O Lugar das
PESS
Q U E
L U G A R
É
AS
E S T E ?
FRASE
DO
MÊS
“Quando o Senhor está no
controle, todos se alegram, mas,
quando Satanás está no comando,
todos choram. Por isso, vamos
dar a Deus a chance de dirigir
nossa vida.”
–Zvikomborero Zihanzu, durante uma Escola Sabatina, no
começo de 2011, no Acampamento de Jovens na Federação
Chitungwiza, em Chipinge, Zimbábue.
J U N E
VIDA ADVENTISTA
Fui capelão dos Hospitais
Adventistas da Flórida por muito
tempo. Num dos hospitais em
que trabalhei fui diretor dos capelães voluntários e dos auxiliares
voluntários. Alguns dos hospitais
chegam a ter 500 voluntários
trabalhando com os pacientes e
auxiliando os funcionários.
O hospital não funcionaria
sem o trabalho desses fieis voluntários. Por isso, num dia do ano
de 1989, fui inspirado a escrever
as seguintes palavras de gratidão:
“Viva os voluntários! Grande
parte do progresso da história da
C O O M B S
humanidade acontece graças ao
esforço e dedicação deles.”
Creio que isso ainda é verdade.
–Chet Damron, Carolina do Norte,
Estados Unidos
Minha netinha, de sete anos
de idade e eu estávamos juntas,
assistindo na TV a um programa sobre a vida silvestre. Ambas
ficamos chateadas ao ver um leão
perseguindo um antílope impala
pequeno. Lembrei a ela que no
céu não haverá matança e que os
leões comeriam capim.
“Sim, Vovó”, respondeu ela,
“e os cachorrinhos vão comer
B Y D E N D
Y K
P O R
J O N AT H
A N
E N V I A D O
bolinhas.” Que resposta linda
dessa criança que pensa criativamente sobre o céu!
–Wilhelmina Dunbar, Heidelberg,
Gauteng, África do Sul
RESP O S TA : Na Inglaterra, na Igreja Adventista do Sétimo dia de Stanborough Park, Neilson Roberts, ancião da igreja, olha a panela
com água quente que será usada para preparar bebidas quentes e sopa instantânea para ajudar a alimentar a população de rua de
Londres. Os voluntários da igreja levam para as ruas: água quente, bebidas geladas, alimento suficiente para 40 pessoas, roupas,
material de higiene pessoal, cobertores e sacos de dormir.

Documentos relacionados

Setembro - Adventist World

Setembro - Adventist World benefícios do estilo de vida adventista, a importância do estunossos irmãos e irmãs do passado, que sofreram, choraram, do da Bíblia, o trabalho ativo da ADRA (Agência Adventista passaram por momen...

Leia mais

Novembro - Adventist World

Novembro - Adventist World da revista, em seu gabinete, em Quito, capital do país, das mãos do pastor distrital, Santiago Ayala. Por toda a América do Sul, grupos de adventistas invadiram ruas e bairros para distribuir a pub...

Leia mais

Junho - AW Portuguese

Junho - AW Portuguese Na meia-luz de uma madrugada chuvosa, fico curvado sobre a brilhante tela do meu computador, com olhos úmidos de lágrimas de gratidão, enquanto leio as mensagens que lotam minha caixa de entrada. “E...

Leia mais

Janeiro - Adventist World

Janeiro - Adventist World Laodiceia, famosa cidade cuja igreja era “morna”. Os arqueólogos marcaram onde as ruas um dia se cruzavam, onde ficava o maior prédio público. Hoje, entretanto, nada que esteja em pé é mais alto que...

Leia mais

Abril - Adventist World

Abril - Adventist World O ESFORÇO LEIGO É IMPORTANTE: Segundo Ángel Duo, presidente da ASI-Europa, o “evangelismo da amizade”, vizinhos convidando seus vizinhos, foi o responsável por 40% da frequência ao evento evangelís...

Leia mais