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UFABC – NHZ3043 – NOÇÕES DE ASTRONOMIA E COSMOLOGIA – Curso 2016.2 Prof. Germán Lugones Capítulo 1 A esfera celeste Reference: An Introduction to modern Astrophysics, Carroll & Ostlie, 2 edition, Pearson 2007. to Greek mythology, to protect the Pleiades from Orion, heavenly bodies. The relative po Olhando para o céu: Constelações This is a real photo of the Orion constellation c cand this is a mapped interpretation, to exactly the same scale. a g P d 16° z k (a) R I V U X G (b) b prefa of th simp made are c visua of a h to id stars Figur in the ident stars Alam Constelações SECTION 1.3 ◀ a d g e Th re pr di th 19 z Looking out from Earth, we see a projection of the seven prominent stars. b k 1000 light-years Generally speaking, as illus at a person’s birth were carefully studied by astrologers, the case of Orion, the stars th who used the data to make predictions about that person’s 1 ano luz = distancia que a luz viajou 1 ano velocidade 300.000 km/s constellation are not actua destiny. Thus, in a sense, astronomy anddurante astrology arosecomcular in space, even by astronomical from the same basic desire—to “see” into the future—and, 1 a.l. = c Δt = 300.000 km/s (365.25 × 24 × 3600 s) ≈ 1013 km are bright enough to observe w indeed, for a long time they were indistinguishable from happen to lie in roughly the sam one another. Today, most people recognize that astrology is heritage. Most of thekilometers chemical elements 15,000 1,500,000 kilometers bodies (hydrogen, oxygen, carbon, and created billions of years ago in the hot anished stars. Their fuel supply spent, died in huge explosions, scattering the deep within their cores far and wide. matter collected into clouds of gas that to give birth to new generations of SECTION 1.1 Our Place in Space 7 the Sun and its R I V U X G 15,000 kilometers formed nearly o. Everything on The1,000,000 Sun is a star, a very The light-year is a unit introduced by astronomers to▲ FIGURE 1.3 The Sun About light-years toms from other hot ball of gas composed mainly of hydrogen and them describe immense distances. We will encounerse and from a many such custom units in our studies. As discussedhelium. Much bigger than Earth—more than 100 motedetail than intheAppendix 2, astronomers frequentlytimes larger in diameter—the Sun is held together more man evolution. ment the standard SI (Système Internationale) met-by its own gravity. The dark blemishes are beings—perhaps ystem with additional units tailored to the particularsunspots (see Chapter 16). (AURA) 1.1 in Space 7 R I SECTION V U OurXPlace G R I V U X G much greater lem at hand. may at this very ▲ FIGURE 1.3 The Sun The Sun is a star, a very Earth isEarth isintroduced a planet, aby astronomers to g▲ inFIGURE wonder at1000 The1.2 light-year a unitkilometers, About 1,000,000 About quadrillion hot ball of gas composed mainlylight-years of hydrogen and Nosso lugar no Universo help them immense distances. encounmostly solid object, although it has some We will ordescribe 100,000 light-years unit of time,helium. a light-year is than in fact the distance Much bigger Earth—more than 100 ter many such custom units in our studies. As discussed liquid in its oceans and core and gas in its times larger in diameter—the Sun is held together in a year, at a speed of about in more detail in Appendix 2, astronomers traveled frequently by light by its own gravity. The dark blemishes are atmosphere. In this view, the North and the standard SI (Système Internationale) met- kilometers 300,000 per second. eterSouthaugment sunspots (see Chapter 16). (AURA)MultiplyAmerican continents R are I clearly V Uto the X particular G ric system with additional units tailored ing out, it follows that a light-year is equal to visible, though most of the scene shows problem at hand. ▲ FIGURE 1.2 Earth Earth is a planet, 300,000 kilometers/second * 86,400 seconds/ Pacific waters. (NASA) a unit of time, a light-year is in fact the distance day * 365 days or about 10 trillion kilometers, traveled by light in a year, at a speed of about or roughly 6 trillion miles. Typical galac300,000 kilometers per second. Multiplytic systems are truly “astronomical” in size. ing out, it follows that a light-year is equal to For comparison, Earth’s roughly 13,000-km 300,000 kilometers/second * 86,400 seconds/ diameterdayis* 365 lessdays than one-twentieth of a or about 10 trillion kilometers, or roughly 6 trillion miles. Typical galaclight-second. R I V mostly solidquadrillion object, although About 1000 kilometers,it has some light-years liquid or in 100,000 its oceans and core and gas in its atmosphere. In this view, the North and South continents GURE 1.1 Humans WeAmerican know our own are clearly visible, though most of the scene shows nd scale well—adult humans are typically Pacific waters. (NASA) eters tall. Earth in the next figure is about lion times bigger. (J. Lodriguss) FIGURE 1.1 Humans We know our own size and scale well—adult humans are typically 1.5 meters tall. Earth in the next figure is about 10 million times bigger. (J. Lodriguss) ◀ X G R I V U X G U X tic systems are truly “astronomical” in size. ▲ 1.5 Galaxy Cluster This photograph shows a typical ForFIGURE comparison, Earth’s roughly 13,000-km cluster of galaxies, spread across roughly a million light-years of diameter is less than one-twentieth of a space. Each galaxy contains hundreds of billions of stars, probably light-second. planets, and possibly living creatures. (NASA) R I V U X G G Posições na esfera celeste Para localizar objetos no céu noturno, precisamos conhecer a sua direção, mas não a sua distância até nos. Podemos imaginar que todos os objetos estão localizados em uma esfera celeste. Para localizar os objetos na esfera celeste, precisamos introduzir um sistema de coordenadas: Existem diversos sistemas de coordenadas celestes. Por enquanto, introduziremos: • sistema horizontal • sistema equatorial Sistema de coordenadas HORIZONTAL: Este sistema, também conhecido como sistema altitude-azimute está baseado no horizonte local do observador. A localização é determinada por duas coordenadas: altitude e azimute. ✴a altitude h: definida como o ângulo medido desde o horizonte até o objeto ao longo de um círculo máximo que passa pelo objeto e pelo zênite. Alternativamente, podemos usar a distância zenital z, que é o ângulo medido desde o zênite até o objeto, ao longo de um círculo máximo. −90◦ ≤ h ≤ +90◦ 0◦ ≤ z ≤180◦ ✴o azimute A: definido como o ângulo medido ao longo do horizonte, desde o norte e na direção leste, até o círculo máximo utilizado para medir a altitude. 0◦ ≤ A ≤ 360◦ Círculo máximo é qualquer círculo traçado sobre a superfície de uma esfera com o mesmo perímetro de sua circunferência, dividindo-a em dois hemisférios iguais. Zênite é um ponto imaginário (localizado sobre a esfera celeste) interceptado pela vertical traçada a partir da cabeça de um o b s e r v a d o r. N a d i r é o p o n t o diametralmente oposto. Meridiano local: é definido como o círculo máximo que passa pelo zenith e intersecta o horizonte nas direções norte e sul. O sistema horizontal é pouco prático porque: 1. Coordenadas de objetos celestes neste sistema são específicas para a latitude local e longitude local do observador e são difíceis de transformar a outros locais da Terra. 2. Além disso, como a Terra está girando, as estrelas parecem mover-se constantemente através do céu, o que significa que as coordenadas de cada objeto estão constantemente mudando, mesmo para o observador local. 3. Para complicar o problema ainda mais, as estrelas nascem cerca de 4 minutos mais cedo a cada noite sucessiva, de modo que, mesmo quando visto a partir do mesmo local em um determinado momento, as coordenadas mudam de dia para dia. MUDANÇAS SAZONAIS NO CÉU: Para entender as mudanças sazonais das coordenadas horizontais, devemos considerar o movimento orbital da Terra em torno do Sol. ernmost point above the celestial equator is known as the summer solstice (from the Latin words sol, meaning “sun,” and stare, “to stand”). As indicated in Figure 1.17, it represents the location in Earth’s orbit where our planet’s the Sun. This occurs on or ne varies slightly from year to yea of a year is not a whole numbe points north of the equator sp From the dark side of Earth, our view of the night sky changes as our planet moves in its orbit around the Sun. VIRGO CANCER LEO LIBRA March Como a Terra orbita o Sol, a nossa visão das estrelas distantes está em constante mutação. A nossa linha de visada para o Sol percorre a s co n ste l a çõ e s d u r a n te a s estações do ano. Consequentemente, vemos que o Sol parece mover-se através dessas constelações por um caminho conhecido como eclíptica. As 12 constelações cortadas pela eclíptica são denominadas constelações do Zodíaco. SCORPIO December Sun’s equator SAGITTARIUS t rbi so th’ TAURUS r Ea June CAPRICORNUS AQUARIUS September ARIES ic lipt Ec PISCES GEMINI Dia solar e dia sideral DIA SOLAR: tempo entre dois nasceres do Sol consecutivos. DIA SIDERAL: de um dia para outro a Terra se desloca na sua órbita ao redor do Sol. A Terra percorre 360° em 1 ano (~365 dias), portanto se desloca 0.986° ≈ 1° por dia. Devido a essa diferença, o dia medido em relação às estrelas fixas (dia sideral) é diferente do dia solar. A cada dia a Terra tem que rodar em torno de si pouco mais que 360°: 360° + 0.986° ≈ 361° para o Sol apontar na mesma posição aparente no meridiano local. Como a Terra demora 4 minutos para girar de 1° em torno de si mesma, o dia solar (24 hs) é 4 minutos mais longo que o dia sideral (23 h 56 m 4.1 s). Uma estrela qualquer, nasce no horizonte 4 minutos mais cedo cada noite. rays of sunlight striking Earth’s surface are more conSix months later, the Sun is at its southernmost point centrated—spread out over a smaller area—than in winbelow the celestial equator (Figure 1.16)—or, equivalently, Asthevariações sazonais do clima, também se aothe movimento orbital dasummer, Terra ter.devem As a result, Sun feels hotter. Therefore North Pole points farthest from the Sun (Figure 1.17). when the Sun is highest above the horizon and the days We have reached the winter solsticedo (December 21), the com a inclinação de 23.5° seu eixo de rotação. are longest, is generally much warmer than winter, when shortest day in Earth’s Northern Hemisphere and the longthe Sun is low and the days are short. est in the Southern Hemisphere. Smaller ground area covered Light from Sun Light from Sun Vernal equinox (Mar. 21) N N Summer solstice (June 21) Seasons are caused by the tilt of our planet relative to the Sun, not by its distance from it. Larger ground area covered N Sun N Autumnal equinox (Sept. 21) Winter solstice (Dec. 21) Interactive FIGURE 1.17 Seasons Earth’s seasons result from the inclination of our planet’s rotation axis with respect to its orbit plane. The summer solstice corresponds to the point on Earth’s orbit where our planet’s North Pole points most nearly toward the Sun. The opposite is true of the winter solstice. The vernal and autumnal equinoxes correspond to the points in Earth’s orbit where our planet’s axis is perpendicular to the line joining Earth and the Sun. The insets show how rays of sunlight striking the ground at an angle (e.g., during northern winter) are spread over a larger area than rays coming nearly straight down (e.g., during northern summer). As a result, the amount of solar heat delivered to a given area of Earth’s surface is greatest when the Sun is high in the sky. junto Como consequência da inclinação, a eclíptica se move do norte para o sul do equador celeste. O equador celeste é o círculo máximo determinado pela intersecção da esfera celeste com o plano perpendicular ao eixo terrestre que passa pelo centro da Terra. Ele divide a esfera celeste em hemisfério celestial norte e sul. O movimento sinusoidal ocorre porque o hemisfério norte aponta alternadamente para o Sol e em direção contrária ao Sol em diferentes épocas do ano. Duas vezes por ano, o Sol atravessa o equador celeste. Uma vez o faz se movendo na direção norte ao longo da eclíptica, e outra vez o faz se movendo na direção sul. No primeiro caso, o ponto de intersecção é denominado equinócio de primavera (ou ponto vernal, ou ponto de Áries, ou ponto gama !), e no segundo, equinócio de outono. O maior grau de afastamento angular do equador atingido pelo Sol acontece nos solstícios de inverno e de verão. Ao longo de um ano (à mesma hora do dia), a sombra é máxima no Solstı́cio de Inverno, e mı́nima no Solstı́cio de Verão. A bissectriz marca o tamanho da sombra nos equinócios. Foi observando a variação do tamanho da sombra do gnômon ao longo do ano que os antigos determinaram o comprimento do ano das estações, ou ano tropical. Z S o 23 .5 S o 5 23. S.I. 7.1.1 Eq. S.V. Posições caracterı́sticas do Sol Posição do Sol ao atravessar o meridiano local Durante o ano, o Sol ocupa quatro posições caracterı́sticas na Eclı́ptica: • º 21 Março: Sol cruza o Equador, indo do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte: . ÆØ = 0h Sistema de coordenadas EQUATORIAL: Esse sistema utiliza como plano fundamental o equador celeste. Suas coordenadas são a ascensão reta e a declinação. Ascensão reta (") ou (AR): ângulo medido sobre o equador celeste, com origem no meridiano que passa pelo ponto Áries e fim no meridiano do astro. A ascensão reta varia entre 0h e 24h (1h = 15◦), aumentando para leste. 0h ≤ " ≤ +24h Declinação (#): ângulo medido sobre o meridiano do astro, com origem no equador e extremidade no astro. −90 ≤ # ≤ +90 O sistema equatorial permite definir o tempo sideral local → tempo transcorrido desde que o ponto ! atravessou o meridiano local pela última vez. Este sistema é fixo na esfera celeste e, portanto, suas coordenadas não dependem do lugar e instante de observação. A ascensão reta e a declinação de um astro permanecem praticamente constantes por longos períodos de tempo. Movimento de Precessão 18 CHAPTER 1 Charting the Heavens A Terra não é perfeitamente esférica, mas achatada nos pólos e bojuda no equador. Seu diâmetro equatorial é cerca de 40 km maior do que o diâmetro polar. Além disso, o plano do equador terrestre e, portanto, o plano do bojo equatorial, está inclinado cerca de 23.5◦ em relação ao plano da eclíptica, que por sua vez está inclinado ~5◦ em relação ao plano da órbita da Lua. Earth precesses like a top, but very, very slowly. Por causa disso, as forças produzidas pelo Sol e a Lua tentam “endireitar” o eixo de rotação da Terra, alinhando-o com o eixo da eclíptica. Como a Terra está girando, o eixo da Terra não se alinha com o eixo da eclíptica, mas precessiona em torno dele, da mesma forma que um pião posto a girar precessiona em torno do eixo vertical ao solo. Polaris (current pole star) Vega (pole star in A.D. 14,000) Thuban (pole star in 3000 B.C.) 23.5° Earth’s axis of rotation Equator Ecliptic plane (a) Interactive FIGURE 1.19 Precession (a) Earth’s axis curre A.D. 16,000 Vega e a top, but very, very slowly. Polaris urrent pole star) Deneb Vega (pole star in A.D. 14,000) Thuban (pole star in 3000 B.C.) DRACO 3000 B.C. A.D. 24,000 23.5° Earth’s axis of rotation Thuban A.D. 8000 URSA MINOR CEPHEUS A.D. 1 URSA MAJOR Equator CYGNUS Polaris Ecliptic plane (b) E 1.19 Precession (a) Earth’s axis currently points nearly toward the star years from now—almost halfway through one cycle of precession—Earth’s star called Vega, which will then be the “North Star.” Five thousand years as a star named Thuban in the constellation Draco. (b) The yellow circle shows north celestial pole among some prominent northern stars. Tick marks nd years. Portanto, os pólos celestes não ocupam uma posição fixa no céu: cada pólo celeste se move lentamente em torno do respectivo pólo da eclíptica, descrevendo uma circunferência em torno dele com raio de 23.5◦. O tempo necessário para descrever uma volta completa é aproximadamente 26000 anos. Atualmente, o Pólo Celeste Norte position of the Moon in the sky relativeda to Ursa the nas Moon proximidades da The estrela Polar, na constelação Menor, mas isso não onestá of the Sun, asa seen from de Earth, varies with lunarele phase. For será sempre assim. Daqui cerca 13000 anos estará nas proximidades da st neighbor in space. Apart from example, the full Moon rises in the east as the Sun sets Vega, natheconstelação de while Lira.the first quarter Moon actually rises at est estrela object in the sky. Like Sun, in the west, move relative to the background however, the Moon really does noon, but may become visible only late in the day as the Sun’s light fades and the Moon is already high in the sky. Consequências da precessão dos equinócios ✴O movimento de precessão da Terra é conhecido como precessão dos equinócios, porque, devido a ele, os equinócios se deslocam ao longo da eclíptica. ✴A precessão não tem nenhum efeito importante sobre as estações, uma vez que o eixo da Terra mantém sua inclinação de 23.5◦ em relação ao eixo da eclíptica enquanto precessiona em torno dele. ✴Como o ano do nosso calendário é baseado nos equinócios, a primavera continua iniciando em setembro no Hemisfério Sul, e em março no Hemisfério Norte. ✴A única coisa que muda é o ponto da órbita em que a Terra se encontra quando acontece uma determinada estação. ✴Devido a isso, mudam as estrelas visíveis durante a noite nessa determinada estação. Por exemplo, atualmente Órion é uma constelação característica de dezembro, e o Escorpião é uma constelação característica de junho. Daqui a cerca de 13000 anos será o oposto. Coordenadas em relação a J2000.0 ✴Como a precessão altera a posição do equinócio vernal ao longo da eclíptica, é necessário se referir a uma época específica (ou data de referência) ao indicar a ascensão reta e a declinação de um objeto celeste. ✴Os valores atuais de " e # podem, então, ser calculados, com base na quantidade de tempo decorrido desde o período de referência. ✴A época utilizada hoje nos catálogos astronômicos de estrelas, galáxias e outros fenômenos celestes refere-se à posição de um objeto ao meio-dia em Greenwich, Inglaterra (hora universal, UT) em 1 de Janeiro, 2000. ✴Um catálogo usando esta data de referência é designado como J2000.0. O prefixo, J, na designação J2000.0 refere-se ao calendário juliano, que foi introduzido por Júlio César em 46 aC. Expressões aproximadas para a mudança nas coordenadas em relação a J2000.0 são: onde M e N são dados por: e T é definido como: onde t é o tempo presente, especificado em frações de um ano. Medidas de tempo O calendário cívico comumente usado na maioria dos países hoje é o calendário gregoriano. O calendário gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII em 1582, especifica cuidadosamente quais anos devem ser considerados anos bissextos. Embora os anos bissextos são úteis para muitas finalidades, os astrônomos preferem se referir ao instante em que as observações foram feitas em termos do tempo decorrido desde algum tempo de referência (zero) especificado. O tempo de referência usado universalmente, é o meio-dia de 1 de Janeiro de 4713 aC, conforme especificado pelo calendário Juliano. Esse instante, é designado como JD 0.0, onde JD indica Julian Date. A data juliana de J2000.0 é JD 2451545.0 (número de dias transcorridos desde o meio-dia de 1 de Janeiro de 4713 aC). Outra designação comumente utilizada é a Data Juliana Modificada (MJD), definida como MJD = JD - 2400000.5 onde JD refere-se à data Juliana. Assim, um dia MJD começa à meia-noite no horário universal, em vez de ao meio-dia. Movimento próprio Outro efeito que contribui para a mudança nas coordenadas equatoriais é devido às velocidades intrínsecas dos próprios astros. O Sol, a Lua e os planetas exibem movimentos relativamente rápidos e complexos através do céu. As estrelas também se movem umas em relação às outras. Mesmo que suas velocidades reais possam ser muito grandes, os movimentos relativos aparentes das estrelas são geralmente muito difíceis de medir já que elas estão muito distantes. Consideremos a velocidade de uma estrela em relação a um observador. O vetor de velocidade pode ser decomposto em duas componentes mutuamente perpendiculares: • A componente ao longo da linha de visada é a velocidade radial da estrela, vr • a componente transversal é a velocidade tangencial, v $ , ao longo da esfera celeste. A velocidade transversal aparece como uma mudança angular lenta, nas coordenadas equatoriais do astro, conhecida como movimento próprio (geralmente expressa em segundos de arco por ano). Num intervalo de tempo Δt, a estrela se move na direcção perpendicular à linha de visada do observador uma distância Se a distância do observador até a estrela é r, então a mudança na sua posição angular ao longo da esfera celeste é dada por Assim, o movimento próprio da estrela, %, está relacionado com a sua velocidade transversal por Um pouco de trigonometria esférica Definições: Quando dois círculos máximos se interceptam em um ponto, formam entre si um ângulo esférico. A medida de um ângulo esférico é igual à medida do ângulo plano entre as tangentes dos dois arcos que o formam. Um ângulo esférico também é medido pelo arco esférico correspondente, que é o arco de um círculo máximo contido entre os dois lados do ângulo esférico e distantes 90◦ de seu vértice. A medida de um arco esférico, por sua vez, é igual ao ângulo que ele subentende no centro da circunferência. Triângulos esféricos Um triângulo esférico não é qualquer figura de três lados sobre a esfera; seus lados devem ser arcos de grandes círculos (círculos máximos), ou seja, arcos esféricos. Denotamos os ângulos de um triângulo esférico por letras maiúsculas (A,B,C), e os seus lados por letras minúsculas (a,b,c). Propriedades dos triângulos esféricos 1. A soma dos ângulos de um triângulo esférico é sempre maior que 180 graus e menor do que 270 graus e não é constante, dependendo do triângulo. De fato, o excesso a 180 graus é diretamente proporcional à área do triângulo. 2. A soma dos lados de um triângulos esférico é maior do que zero e menor do que 180 graus. 3. Os lados maiores estão opostos aos ângulos maiores no triângulo. 4. A soma de dois lados do triângulo é sempre maior do que o terceiro lado, e a diferença é sempre menor. 5. Cada um dos lados do triângulo é menor do que 180 graus e isso se aplica também aos ângulos. Para um triângulo esférico valem as seguintes relações (com todos os lados medidos) em unidades angulares, e.g. graus): Lei dos senos: Lei dos cosenos para os lados: Lei dos cosenos para os ângulos: Vamos considerar o movimento de uma estrela na esfera celeste, desde o ponto A até o ponto B. A distância angular percorrida é Δ$. O ponto P indica o pólo norte celeste. Os arcos AP, AB e BP são segmentos de círculos máximos. A estrela se move na direção do ângulo de posição & (ângulo PAB), medido a partir do pólo norte celeste. Usando as relações trigonométricas do slide anterior, podemos encontrar a seguinte relação entre o ângulo Δ$, e as variações nas coordenadas equatoriais Δ" e Δ#: (demonstrar na lista de exercícios)