Edição 77 - Conselho Regional de Fonoaudiologia

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Edição 77 - Conselho Regional de Fonoaudiologia
REVISTA DA
Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região
Nº 77 | ABR • MAI • JUN / 2008
GERENCIAMENTO
DE CARREIRA:
Desafio para o fonoaudiólogo
E ditorial
Fonoaudiologia e sucesso profissional:
construção individual ou de classe?
E
sta edição da Revista da Fonoaudiologia traz uma importante reflexão a respeito da nossa profissão e do gerenciamento de carreira. Remuneração nem sempre de acordo com
a expectativa do fonoaudiólogo e o desconhecimento da abrangência da profissão são
alguns aspectos que merecem estudo cuidadoso.
Mudanças no cenário acadêmico, com o fechamento ou baixa procura para os cursos na
área da saúde, inclusive da Fonoaudiologia, têm nos chamado a atenção.
A profissão passa por mudanças significativas. Como temos nos preparado para elas? Qual
a imagem que a sociedade faz de nós como profissionais e como será que nós mesmos nos
vemos neste contexto? O que estamos fazendo para redirecionar a realidade atual? Em contrapartida, sabemos da fundamental importância do profissional fonoaudiólogo para a saúde da
comunicação da sociedade. Vivemos um paradoxo.
Para tratar algumas destas questões, entrevistamos consultores
com o objetivo de sensibilizar os fonoaudiólogos para reflexões
a respeito do gerenciamento de suas carreiras e chamar a atenção
para o fato de que, apesar de iniciativas individuais serem absolutamente necessárias, a união da classe é fundamental. Temos a
tendência de atribuir aos outros – no caso, ao Conselho – a solução das dificuldades. Isto é um equívoco.
Há necessidade da mobilização de todos, para juntos estabelecermos com clareza estratégias e ações, em nível individual e em
nível de classe profissional, tomando como ponto de partida o
diagnóstico da situação.
As instituições que congregam a classe têm feito a sua parte,
que é agregar os profissionais em torno de ideais comuns.
Nós, do Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª Região, temos por missão garantir o
exercício legal da profissão, sempre no sentido de assegurar o melhor para todos, à luz da ética
profissional.
Por fim, além de promover sua carreira individualmente, no exercício diário da profissão, o
fonoaudiólogo deve considerar a participação ativa nas proposições dos órgãos de classe.
Boa leitura!
Paulo Eduardo Damasceno Melo
Presidente do 8º Colegiado do CRFa 2ª Região/SP
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
I nclusão
Í ndice
Hora de refletir
sobre a profissão
6
VICE-PRESIDENTE
Isabel Gonçalves
DIRETOR-SECRETÁRIO
Rodrigo Chinelato Frederice
DIRETORA-TESOUREIRA
Cristina Lemos Barbosa Furia
DELEGACIA DA BAIXADA SANTISTA
Rua Joaquim Távora, 93 – cj. 15 – Vila Matias
CEP 11075-300 – Santos/SP
Fone: (13) 3221-4647 – Fax: (13) 3224-4908
[email protected]
e em Língua Brasileira de Sinais
5
Fonoaudiólogos se
reunem em Santa
Catarina para discutir
a Audiologia
Encontro internacional
realizado de 12 a 15
de março apresentou
as principais questões
relacionadas à prática
da especialidade
12
Vem aí o Dia da Voz
A data cresce em importância a cada ano e a SBFa. premia as melhores
campanhas de conscientização sobre o tema
14
Planos de Saúde cobrem atendimento fonoaudiológico
Resolução publicada no Diário Oficial atualiza o rol de procedimentos
com cobertura mínima garantida e considera atenção multidisciplinar
16
O que fazemos por você
Acompanhe o trabalho das Comissões e das Delegacias do Conselho
19
Mundo Acadêmico
DELEGACIA DE RIBEIRÃO PRETO
Rua Bernardino de Campos, 1001 – 13º andar – cj. 1303
CEP 14015-130 – Ribeirão Preto/SP
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COMISSÕES
Audiologia • Divulgação • Educação • Ética •
Legislação e Normas • Licitação • Orientação e
Fiscalização • Saúde • Tomada de Contas
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Carolina Fanaro da Costa Damato – Presidente
Andrea Soares da Silva
Lilian Cristina Cotrim
Nadia Vilela
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Site da Prefeitura de São Paulo exibe o Telelibras
Jornal é transmitido semanalmente em português
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10
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SECRETARIA
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SUPERVISÃO
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Jornal é transmitido semanalmente em português
21
Ponto de Vista
23
Notas
26
Cartas
C
om exibição semanal pelo site
da Vez da Voz, o Telelibras,
jornal semanal transmitido em
português e em Libras e voltado às pessoas com deficiência auditiva e aos interessados em aprender
Libras, ganhou mais um endereço na
internet. Agora, também pode ser assistido no site da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) da capital paulista.
“Esse novo canal significa aumentar o número de acessos, ter surdos
mais informados e com participação
ATIVA da pessoa com deficiência em
um telejornal”, comenta a fonoaudióloga Cláudia Cotes, responsável pelo
projeto. “É nossa intenção que o Telelibras seja um telejornal diário e a parceria da Prefeitura é um selo de credibilidade”, continua.
O jornal é realizado por uma equipe de 18 pessoas. O grupo inclui jornalistas de Campinas – ex-pacientes
de Cláudia –, intérpretes de Libras e
assessores surdos, entre outros profissionais. Na equipe de externa, há a participação de um repórter com Down,
um tetraplégico e dois repórteres cegos, além dos assessores surdos.
O jornal existe há um ano e contabiliza 11 mil acessos mensais. Nasceu do pedido de uma surda, que comentou sobre as dificuldades de os
Fotos Divulgação
CONSELHEIROS
Alexsandra Aparecida Moreira • Andrea Soares da Silva • Andrea
Wander Bonamigo • Camila Carvalho Fussi • Carolina Fanaro da
Costa Damato • Claudia Silva Pagotto Cassavia • Cristina Lemos
Barbosa Furia • Daniela Soares de Queiroz • Gisele Gotardi de
Oliveira • Isabel Gonçalves • Lica Arakawa Sugueno • Lilian
Cristina Cotrim • Maria Cristina Pedro Biz • Monica Bevilacqua •
Nadia Vilela • Paulo Eduardo Damasceno Melo • Renata Cristina
Dias da Silva • Renata Strobilius • Rodrigo Chinelato Frederice •
Yalís Maria Folmer-Johnson Pontes
Site da Prefeitura de São Paulo
exibe o Telelibras
A necessidade de
inserção no mercado
de trabalho obriga o
profissional a lançar
um novo olhar sobre
sua carreira
PRESIDENTE
Paulo Eduardo Damasceno Melo
Foto Marco Antonio Tavaree de Mello
Conselho Regional
de Fonoaudiologia
2ª Região
8º Colegiado
A intértprete de libras Rafaella Sessenta e o repórter Ariel de Lucena
surdos entenderem as notícias. Neste período, já foram realizados mais
de 65 vídeos, apresentados no site da
Vez da Voz. O programa também é
transmitido pela TV THATHI, de Ribeirão Preto.
A receptividade é excelente: “Saltamos de três mil para 10 mil acessos
em três meses”, conta Cláudia. “Recebemos parabéns de surdos de outros países, como Portugal e Chile, e
saímos em um blog japonês”, continua. Cláudia lembra que recebe correspondências de Fortaleza, do Sul
e do Rio de Janeiro. “Tem surdo do
interior da Bahia que vai no cyber assistir ao jornal. E tem vários professores que o utilizam em aulas. Tam-
bém soubemos que os funcionários
da Caixa Econômica utilizam o Telelibras para estudar a Libras.” •
O intértprete de libras Fabiano Campos
e a jornalista Andréia Marques
Para saber mais
Para assistir ou obter mais informações sobre
o trabalho, acesse www.vezdavoz.com.br e
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/
deficiencia_mobilidade_reduzida/telelibras/0001
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
de
C apa
Hora de refletir
sobre a profissão
A necessidade de inserção no mercado de trabalho obriga o
profissional a lançar um novo olhar sobre sua carreira
I
novar, persistir, acreditar. E, acima de tudo, se unir. Esses são alguns dos desafios que se impõem
ao fonoaudiólogo que precisa alavancar sua carreira no mercado. A
conclusão, unânime, é da avaliação
feita por gestores de carreiras a respeito da situação do fonoaudiólogo
hoje no país. No número anterior da
Revista da Fonoaudiologia, a repor
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75 • jan/fev/mar • 2008
tagem publicada nas páginas 18 e 19
trouxe um retrato da profissão pelo
viés de especialistas da área.
A fonoaudióloga Mara Behlau,
orientadora em diversas universidades e consultora em comunicação,
apontou na entrevista passada que o
profissional ainda se posiciona de forma imatura em relação ao mercado.
Sua opinião foi partilhada pela
colega Beatriz Novaes. Muitos outros questionamentos foram feitos por elas sobre como os profissionais conduzem sua atividade no
dia-a-dia.
Elas não estão sozinhas em seu
diagnóstico do setor. Segundo representantes do CRFa. 2ª Região, atualmente a profissão de fonoaudiólogo passa por um momento críti-
co. “Parece haver baixa auto-estima
dos profissionais em relação à carreira frente às dificuldades enfrentadas.
É necessário investir permanentemente na formação técnica e na conduta profissional. Investimento continuado na formação e, conseqüentemente, melhor qualidade de serviços e postura profissional adequada
são pilares para a inserção no mercado”, resume Paulo Melo, presidente
do Conselho.
Muitos se queixam da falta de
emprego e da baixa remuneração,
embora o campo para os fonoaudiólogos tenha crescido nos últimos
anos. Outra reclamação constante:
ainda há um desconhecimento dos
profissionais de saúde e de outras categorias profissionais, além da população em geral, em relação às competências do fonoaudiólogo.
Também prevalece uma visão romântica da carreira por parte do profissional da Fonoaudiologia. O serviço desempenhado pelo fonoaudiólogo é encarado apenas como uma
atividade voluntária, segundo lembrou na reportagem anterior a fonoaudióloga Altair Pupo, a Lila, da
PUC-SP.
n Modelo ultrapassado
Para Luiz Cláudio Bido, psicólogo
organizacional, coaching e educador,
os problemas apontados não ocorrem apenas com os fonoaudiólogos.
“A questão está mais relacionada com um modelo de profissão em
crise. Há algum tempo, apostou-se
num atendimento de saúde focado no modelo liberal: o profissional,
em seu consultório, atendendo individualmente seu paciente”, opina.
Nesse modelo, segundo ele, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e até médicos investiram.
“O caso é que esse modelo está
falindo, porque é caro e porque há
cada vez menos nicho de mercado
para um serviço tão individualizado”, explica.
Para Bido, a solução estaria em
dimensionar a carreira de maneira
diferente. “Não mais focada apenas
no trabalho e desenvolvimento pessoal e exclusivista, mas aberta às relações, aos novos espaços, às novas
habilidades. É preciso participar das
equipes, organizá-las, ou fundá-las,
se necessário. Abrir novos grupos de
estudo e formas de trabalho e novas
clínicas de atendimento interdisciplinar”, orienta.
Um dos nichos que ele vislumbra: ir às empresas não apenas para
dar palestras, mas para propor intervenções de qualidade de vida e saúde. “O profissional deve se apresentar como alguém capaz de gerar lucro ao facilitar relações mais saudáveis, ao diminuir o turnover (demissão/admissão de empregados), ao
propor programas de prevenção ao
estresse e de facilitação da qualidade de vida.”
José Antônio Rosa, consultor de
empresas e de carreiras, pontua que
o mercado atual é de grandes mudanças, para todas as categorias.
“São os desafios que nos impõe a
nova economia.”
Sobre a falta de emprego e baixa remuneração, ele lembra que as
grandes empresas estão achatando suas estruturas gerenciais. Com
isso, profissionais bons e competentes são demitidos. E muitas profis-
sões passam pela mesma crise. “O
emprego intelectual hoje requer paciência e um esforço permanente de
busca de oportunidades, além de
um plano sensato para isso. Profissionais que se amparam apenas nas
reclamações ou que desistem ficam
no meio do caminho. É preciso investir na área, tentar criar o próprio
espaço, identificar aspectos ainda
não explorados da profissão, inovar
e persistir”, pontifica.
Arquivo pessoal
R eportagem
O consultor Rosa lembra que é possível
ganhar mais dentro da profissão investindo
no marketing pessoal
Hoje, diz Rosa, muita gente vem
buscando “inventar” profissões ou
expandir o campo de atuação daquelas existentes. Ele observa que os
salários vêm sendo achatados, para
todas as categorias, desde a década
de 80, com a globalização. “É preciso controlar as aspirações de ganhar
muito e rápido. Pessoas que são muito ambiciosas dificilmente vão ter
seus sonhos satisfeitos pelas profissões. Mas é preciso ver o outro lado
desta moeda: quem se sente feliz em
atuar numa profissão que gosta pode
esperar pelo sucesso financeiro mais
tardio.” E, neste contexto, dá um reRevista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75 • jan/fev/mar • 2008
Algumas
de
C apa
idéias para reflexão
Farah
• O fonoaudiólogo tem de pensar na sua clínica como um negócio. Tem de ser criativo,
produzir bons folders sobre suas competências. Tem de se apresentar para
empresas, outros profissionais de saúde, leigos etc. É preciso ser visto. E dá para
fazer isso sem perder a ética. As entidades de classe – conselhos, sindicatos,
sociedades – são recursos importantíssimos para isso, mas mal aproveitados,
vistos ainda com preconceito.
Dutra
• Vejo um nicho interessante para o trabalho do fonoaudiólogo no fluxo migratório. Há
todo um trabalho de aculturamento, aprendizado de idiomas e adaptações a sotaques
que poderia ser explorado por este profissional.
• Para visualizar a carreira é preciso afastar qualquer sentimento de auto-piedade.
Bido
• Quando não se encontram saídas na carreira, vale a pena realinhar-se com os ideais que
nos fizeram escolher determinada profissão. Para quem se esqueceu dos porquês de
sua escolha pessoal, um tempo de análise e reflexão pode fazer bem. Afinal, é preciso
recuperar a jovialidade dos ideais acesos da juventude. E para quê? Para ter
motivação suficiente para sentir-se feliz com sua atuação. Devemos buscar sempre
formas novas de estar no mundo, pelo simples motivo de que o mundo mesmo muda
sempre.
• E por que um paciente deve ter o mesmo respeito pelo fonoaudiólogo que tem pelo
médico? Temos uma questão de identidade aqui. O fonoaudiólogo precisa delinear
sua especialidade, definir sua diferença. Certamente, os conselhos regionais, os
sindicatos, as universidades, enfim, todo centro de formação e debate têm um papel
importante na proposta dessa discussão.
Rosa
• A falta de valorização das profissões hoje é uma tônica. É preciso atacá-la em dois
âmbitos: o individual e o de classe. Do ponto de vista individual, cada profissional tem
de ser um promotor de sua categoria. No plano coletivo, as instituições da profissão
devem fazer campanha de aproximação com outros sindicatos e agremiações das
outras categorias, influenciar órgãos do governo, promover eventos públicos, para
que o valor da profissão seja cada vez mais reconhecido. O profissional tem de
colaborar com esse esforço.
• Antigamente, os conhecimentos de administração eram dispensáveis, mas hoje, quem
quer manter-se liberal tem de conhecer o mínimo de administração, além de ter a
necessária qualificação técnica. Há cursos de pós-graduação e MBAs em saúde.
Quem almeja estabelecer consultório deve buscar treinamento administrativo. Cursos
oferecidos pelo Sebrae e Senac são um bom início.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 75
77 • jan/fev/mar
abr/mai/jun • 2008
Arquivo pessoal
Oliveiras
• Autocrítica permanente é fundamental para qualquer profissional.
• Não dá para se “familiarizar” com uma situação que não nos agrada. Quem se
acomoda incorpora o paradigma do “status quo”.
Segundo Oliveiras, a conquista do reconhecimento
da profissão exige atualização permanente
cado importante: “É possível descobrir modos de ganhar mais dentro
da profissão, por meio de um plano
sensato de marketing pessoal. Vale a
pena buscar ajuda nessa área”.
n O poder do “caos destrutivo”
Um outro especialista em gestão
de carreiras, o professor Joel Dutra,
da Faculdade de Economia e Administração da USP, orienta os fonoaudiólogos a subverter um pouco a
lógica do mercado. “O profissional
tem de começar perguntando o que
ele espera da profissão, o que gosta, o que quer. E não buscar atender o que quer o mercado, como é
freqüente.”
Na sua avaliação, é preciso aprender a olhar para o futuro. “As pessoas só visualizam as possibilidades
daquele momento, mas uma carreira
é dinâmica e a estrutura do mercado
de trabalho hoje já é passado”.
Outro consultor, Elias Farah, professor da Fundação Getúlio Vargas,
chama atenção para a existência de
um desconhecimento da importância do fonoaudiólogo para ele mesmo. “Na minha análise, esse profissional tem um problema de imagem
no mercado de trabalho. É impor-
tante que ele saiba se posicionar. Eu,
por exemplo, vejo o fonoaudiólogo apenas como um técnico”, revela. E, como professor, ele conta que
já se valeu dos serviços da categoria.
“Mas o que eu preciso, como leigo,
é conhecer melhor as potencialidades desse profissional. Elas não estão claras”, provoca.
A solução para a carreira, arrisca
Farah, é de cunho interno. “Só conseguimos mudar a imagem que os
outros fazem de nós quando mudamos isso dentro da gente.”
Edmilson Oliveiras, consultor da
área de Recursos Humanos, também
bate na tecla do marketing de posicionamento como uma saída viável
para se repensar a carreira. “O que
eu tenho para oferecer ao mercado e
como quero que o mercado me veja?
Temos de definir um foco para nós –
o que queremos, até onde podemos
ir, de que forma atingiremos nossas
metas”, diz.
As ferramentas para chegar lá?
Oliveiras aponta: “Tem de desenvolver competências, ver quais são suas
qualidades profissionais, ser resiliente, pró-ativo e trabalhar o desenvolvimento da imagem no mercado”.
Para ele, um bom profissional não
pode se acomodar jamais, sob risco
de não se projetar no contexto social
como gostaria. “A conquista desse
reconhecimento da profissão, dessa
auto-estima elevada, exige atualização permanente, ousadia. Quem almeja o crescimento na carreira tem
de trabalhar com a lógica do caos
Arquivo pessoal
R eportagem
Para o prof. Farah, as potencialidades
da fonoaudiologia ainda não estão claras
destrutivo”, afirma Oliveiras.
“Isso significa pensar que todo
dia pode ser o último naquele cargo
que ocupamos.” Em resumo, se destruir, para depois se construir. •
Ponto de Vista
Valorização Profissional
COF alerta sobre cálculo dos honorários
do fonoaudiólogo
Ao concluir a graduação em Fonoaudiologia, muitas
expectativas norteiam a vida do profissional. No entanto, é importante definir objetivos de carreira, tanto
com relação ao aprimoramento constante dos conhecimentos técnicos, quanto à cobrança dos honorários
profissionais.
Para calcular o valor do trabalho a ser oferecido, o
profissional deve buscar informações sobre as características da clientela, da região onde deseja atuar, o
volume de despesas, incluindo gastos com impostos,
secretária, limpeza, materiais, calibração/aferição dos
equipamentos audiológicos, entre outros.
A Comissão de Orientação e Fiscalização tem constatado que um grande número de fonoaudiólogos, não
apenas recém-formados, têm cobrado valores muito
inferiores aos constantes em tabelas de referência de
honorários profissionais, tais como: Tabela elaborada
pelo Sindicato dos Fonoaudiólogos, AMB e Tabela de
Procedimentos SIA-SUS.
É importante que o fonoaudiólogo reflita sobre sua
atuação profissional e busque maneiras de oferecer
bons serviços, fidelizar clientes e promover a profissão como um todo de maneira digna e através da cobrança de valores justos.
Sugerimos as seguintes leituras complementares:
• Revista da Fonoaudiologia 2ª Região/SP nº 73
“Quanto Vale meu trabalho?”
• Revista da Fonoaudiologia 2ª Região/SP nº 52,
página 16
“Gestão em Fonoaudiologia”
Comissão de Orientação e Fiscalização
Conselho Regional de Fonoaudiologia – 2ª Região/SP
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
E vento
Fonoaudiólogos se reúnem
em Santa Catarina para
discutir a Audiologia
Encontro internacional realizado entre 12 e 15 de março apresentou
as principais questões relacionadas à prática da especialidade
E
m se tratando de Audiologia,
quase tudo, praticamente, foi
abordado durante o encontro realizado em Itajaí (SC). Promovido pela Academia Brasileira de Audiologia (ABA), o evento contou com o
apoio da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e foi prestigiado, na abertura, por representantes do Governo
do Estado e da Secretaria de Saúde de
Santa Catarina; pelo reitor da Univali,
José Roberto Provesi, e pela coordenadora do curso de Fonoaudiologia da
universidade, Andrea Risoto; por Iêda
Chaves Pacheco Russo, da Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa);
por Silvia Maria Ramos, do Conselho
Federal de Fonoaudiologia; por George Mencher, secretário geral da International Society of Audiology (ISA);
e por Ana Cláudia Fiorini, presidente da ABA.
George Mencher aproveitou para
falar sobre o alcance do trabalho desenvolvido pela ISA e informou que
Iêda Russo tomará posse como presidente da entidade em junho de 2008,
no Congresso em Hong Kong.
A importância do evento para a Fonoaudiologia no Brasil foi ressaltada
por Ana Cláudia Fiorini. “O grande
10
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
objetivo da ABA é divulgar a Audiologia no país e, também, divulgar a
Audiologia Brasileira no exterior. E o
EIA é uma das provas de que alcançamos nossos objetivos.”
Iêda, que já faz parte da Diretoria
da ISA desde 1998, lembrou que é a
segunda mulher a ocupar a presidência da ISA e a primeira vez que o Brasil tem essa representação na Sociedade. Ela convidou os brasileiros a se
inscreverem na Sociedade. E foi enfática: “Para o país, essa representação é
extremamente importante.”
Durante o encontro, foram tratados
tópicos como Diagnóstico e Reabilitação em Audiologia; Seleção e Adaptação de Dispositivos Eletrônicos; Avaliação e Reabilitação
Vestibular; Processamento Auditivo; Saúde Auditiva; Potenciais Evocados Auditivos e Emissões Otoacústicas, Genética;
Saúde do Trabalhador, entre outros.
Representantes dos
Conselhos Regionais
de Fonoaudiologia e
do Conselho Federal
de Fonoaudiologia participaram do
Fórum de Telesaúde em Audiologia,
cujo objetivo foi levantar as necessidades que a prática da teleassistência traz. Foram discutidos diversos
pontos: ética profissional no atendimento à distância, competência profissional, treinamento e capacitação
do profissional.
Os Conselhos Regionais de Fonoaudiologia já começaram uma discussão junto ao CFFa para buscar normatizar esta prática, respeitando o Código de Ética, a Lei 6965 e as resoluções do CFFa.
Mesa reunida na abertura do encontro:
evento cresce em importância no Brasil
Fotos Marco Antonio Tavaree de Mello
Ana Cláudia: “O EIA é uma das
provas de que conseguimos
divulgar a Audiologia no país”
O Diagnóstico Audiológico foi
discutido em um Fórum coordenado por Iêda Russo. Além de retomar as questões dos fóruns anteriores, foi discutida a ordem dos procedimentos durante avaliação audiológica e a pesquisa do reflexo acústico ipsilateral.
dimentos em reabilitação auditiva de
pacientes de 0 a 18 anos, referentes a
2007 até junho de 2008. Para inscrever as informações no fórum, não é
preciso ser sócio da ABA.
A mesa “Políticas Públicas em Saúde Auditiva” contou com a coordenação de Márcia Tiveron de Souza e par-
tes audiológicos realizados em equipamentos que não tiveram seus certificados de calibração/aferição expedidos por empresas acreditadas pelo
Inmetro podem ser anulados.
Para resolver esta questão, Claudia
Tacolini solicitou que as sociedades
científicas elaborem um selo de qua-
O Fórum “Protocolo de Seleção/ ticipação de Débora Frizzo Pagnos- lidade na fabricação das cabinas acúsIndicação/Adaptação de Aparelhos sim e Cláudia Tacolini. O Conselho ticas, que também foram alvo de disde Amplificação” teve como objeti- Federal de Fonoaudiologia participou cussão na mesa. Ficou acordado que
vo iniciar a discuso CFFa., juntamensão para elaborar
te com Inmetro,
O que é ISA
um documento que
SBFa., ABA, CRFa.
A Sociedade Internacional de Audiologia, com sede em Genebra, existe
oriente as questões
e a SOBRAC irão
há mais de 50 anos e congrega profissionais audiologistas de diferentes
relativas ao atendiconstituir um gruformações, de muitos países.
mento fonoaudiopo de trabalho para
Participa de políticas internacionais relacionadas à ética, formação curricular
e práticas em determinadas áreas relacionadas à avaliação, prevenção e
lógico na Indicadiscutir e propor
reabilitação
em
Audiologia.
Além
disso,
conta
com
um
representante
na
ção e Adaptação de
soluções para estas
Organização Mundial de Saúde. Para mais informações, acesse ISA –
Prótese auditiva em
questões. Mais inInternational Society of Audiology (www.isa-audiology.org/Default.asp)
adultos. Ficou deformações sobre as
finido que um gruempresas creditaLeia mais sobre o 23º EIA no site do CRFa. – 2ª região – www.fonosp.org.br
po de fonoaudiólodas e que integram
gos irá montar um
a Rede Brasileira de
documento, sugerindo uma minuta da mesa redonda “Metrologia e Au- Calibração consulte www.inmetro.
com diretrizes para este atendimen- diologia Parâmetros para realização gov.br/laboratorios/rbc.
to, disponível para consulta pública de testes audiométricos”, representaAconteceram, ainda, outros Fóruns
no site da ABA.
do por Claudia. Discutiu-se a valida- para discutir protocolo de Avaliação
No Fórum de (Re) Habilitação Au- de da calibração dos equipamentos Audiológica para diagnóstico em Neuditiva foi retomada proposta de 2007, que regulam os audiômetros e imi- ropatia, Diagnóstico Audiológico Inque consistia em aplicar o protoco- tanciômetros. Existem apenas duas fantil, entre outros. Todos os temas
lo usado em 1997, para levantar o empresas (em São Paulo e no Rio) cer- apresentados durante o EIA continuperfil da população em reabilitação tificadas pelo Inmetro para este servi- arão a ser debatidos por um grupo de
auditiva e avaliar o impacto da saú- ço e, por isso, fonoaudiólogos de ou- profissionais interessados no assunde auditiva no atendimento. Não foi tros estados têm dificuldade para ca- to. Os associados podem ler as resopossível levantar este perfil, porque librar seus equipamentos.
luções dos fóruns realizados durante
apenas seis instituições se inscreveA presidente da ABA, Ana Clau- o evento e acompanhar as discussões
ram em todo o Brasil. Foi prorroga- dia Fiorini, salientou também que, no site da ABA (www.audiologiabrado o prazo para a inclusão dos aten- em ações cíveis e criminais, os tes- sil.org.br/forum.php?acao). •
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
11
F ique por D entro
A data cresce em importância a cada ano e a SBFa. premia as melhores
campanhas de conscientização sobre o tema
12
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
coordenação das ações no Brasil. “Assim, envolvemos todo o país nesta
iniciativa”, diz.
n Pequeno histórico da data
Celebrado em 16 de abril, o Dia
Mundial da Voz é uma data originariamente brasileira. Pois foi daqui que
a iniciativa decolou, em 1999. Muitas campanhas e alguns anos depois
– mais precisamente, em 2003 – o
dia ganhou projeção internacional.
Atualmente, são realizados eventos,
além do Brasil, nos Estados Unidos,
Europa e Ásia.
Com a instituição de um dia fixo
para debates em torno do tema, espera-se promover maior conscientização
da população a respeito da importância da voz humana.
Por isso, ressalta Mara, é fundamental o empenho da classe fonoaudiológica com a campanha. “Queremos que os profissionais se envolvam em atividades comunitárias, que
abranjam desde ações com crianças
que contam com a voz como um importante meio de expressão emocional até com profissionais da comunicação, como políticos, locutores, jornalistas e professores”, afirma Mara.
“Na sociedade moderna, o número de trabalhadores que depende
da comunicação aumenta gradativa-
• Nos anos seguintes, alternaram-se as formas de
realização da Campanha Nacional da Voz: em um
ano comemora-se a Semana da Voz e, no outro, o
Dia da Voz (dia 16 de abril). A cada ano há um tema
central da Campanha, o que também reflete os
avanços e as mudanças decorrentes das pesquisas e
práticas fonoaudiológicas na área de voz.
mente em comparação aos trabalhadores braçais e, por isso, a atenção à
comunicação deve ser redobrada, já
que a maioria das pessoas só se dá
conta da importância da voz quando
passa a ter problemas de rouquidão,
perda de voz, dificuldade ou cansaço para falar”, continua a especialista que, juntamente com Juliana Algodoal e Mara Branco, redigiu um artigo para conclamar todos os profissionais “a contribuir para que os brasileiros tenham uma voz saudável, sendo
ouvidos e valorizados”. •
• Em 1999, o tema da campanha centrou-se na
prevenção de doenças relacionadas à voz: “Não
arrisque sua voz/cuide da sua saúde”.
• A campanha de 2000 trouxe a questão: “Afine a
sua saúde/cuide da sua voz”, abordando a voz
numa perspectiva de saúde.
• Em 2002, foi abordado o tema: “A voz como
instrumento de trabalho”, focalizando a
problemática do mau uso e abuso vocal para
aqueles que usam a voz profissionalmente.
• As campanhas de 2003 e 2004 focalizaram, como
público alvo, os profissionais da voz (especialmente
os professores) e com o tema “Voz educada, saúde
cuidada”.
• Nos anos de 2005, 2006 e 2007, a campanha esteve
voltada para ações educativas. Com o slogan “Seja
amigo da sua voz”, os fonoaudiólogos envolvidos
deram ainda especial atenção aos chamados
profissionais da voz, com enfoque ao poder da voz
na interação social.
Fonte: Profas. dras. Regina Zanella Penteado e Léslie Piccolotto Ferreira
Para saber mais
Sobre a história e os eventos relacionados à Campanha da Voz, acesse:
www.campanhadavoz.com.br
Uma das várias formas
de dar vida à voz
Para Mara Behlau, data
representa oportunidade única
de orientar a população
Para lembrar o Dia da Voz, nada como ressaltar
aqui o trabalho realizado pelo coral Fono Voices,
formado só por estudantes de Fonoaudiologia.
Ele surgiu no Centro Universitário São Camilo, em
São Paulo (SP), em 2006. Os universitários – 14
pessoas ao todo – são regidos pelo maestro Lúcio
Batista, também aluno de Fonoaudiologia da mesma instituição.
“Quando eu entrei na faculdade, o grupo já existia. Como estudei regência e coral na Universidade Livre de Música, assumi a coordenação da turma”, conta Batista. Eles se apresentam com freqüência na São Camilo e em alguns eventos. O
repertório é variado. Além do gosto em comum pela música, por serem estudantes de Fonoaudiologia os integrantes do
Fono Voices têm um interesse especial pela utilização da voz no canto. “Eu, por exemplo, fui atraído para a área por este
Arquivo pessoal
O
dia de 16 de abril já é conhecido internacionalmente como
o Dia da Voz. E, como ocorre desde que a data foi instituída, em 1999, o Departamento de
Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia – SBFa. incentiva os fonoaudiólogos do país a desenvolverem
campanhas de grande alcance, para a
população em geral. As três melhores idéias são premiadas no Congresso de Fonoaudiologia.
Segundo as fonoaudiólogas Mara
Behlau, Juliana Algodoal e Mara Branco, diretoras executivas do Departamento de Voz da SBFa., a celebração
do Dia Mundial da Voz é de extrema
importância para o Brasil.
“O evento representa uma oportunidade única de disseminar conhecimento, orientar a população, promover ações de saúde e auxiliar no encaminhamento adequado de problemas potenciais ou reais”, afirma Mara
Behlau em artigo produzido a respeito da data, em conjunto com o cientista vocal tcheco Jan Svec, publicado
na Folia Phoniatrica et Logopedica.
Mara relata que o Departamento
de Voz conta com oito articuladores
nacionais – um em cada região (seguindo as divisões do Conselho Federal de Fonoaudiologia), para contribuir com a campanha e auxiliar a
• Já em 2001, o lema foi: “Voz é vida, cuide da sua
voz”, o que indicava uma perspectiva mais ampla
que relaciona a voz à vida como um todo e não
apenas pela vertente da saúde-doença.
Foto Osmar Bustos
Vem aí o Dia da Voz
n Lembranças de campanhas
• A primeira grande Campanha Nacional da Voz
aconteceu por conta das comemorações da Semana
Nacional da Voz, entre 12 e 16 de abril de 1999.
Atingiu 150 municípios de 23 estados brasileiros.
Objetivo: conscientizar a população a respeito da
sua saúde vocal e dos “cuidados com a voz”. O
evento resultou de uma parceria entre a Sociedade
Brasileira de Laringologia e Voz e a Sociedade
Brasileira de Otorrinolaringologia, contando
com apoio institucional de diversas sociedades,
associações, conselhos e entidades.
viés, porque quero aprimorar meu trabalho”, explica Batista.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
13
Planos de Saúde cobrem
atendimento fonoaudiológico
Resolução publicada no Diário Oficial atualiza o rol de procedimentos com cobertura
mínima garantida e considera atenção multidisciplinar
14
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
reembolso. Mas o serviço era opcional e disponibilizado só para determinados pacotes de algumas operadoras. Agora, todos os planos privados do país são obrigados a oferecer atendimento mínimo de seis sessões anuais.
A inclusão dos fonoaudiólogos
e de outros profissionais de saúde,
como nutricionistas e psicólogos,
na referência básica demonstra uma
nova visão com relação ao atendimento da população. “Uma das questões colocadas durante o processo de
discussão se referia à inclusão de outros profissionais que não apenas os
médicos”, conta Karla Coelho, gerente técnico-assistencial de Produtos da
ANS. “Foi considerada a importância de uma visão mais
ampliada da saúde, da atenção multidisciplinar e integrada”, explica.
Para os fonoaudiólogos,
a medida traz, além do reconhecimento profissional,
maior possibilidade de trabalho. “Essa inclusão também representará uma abertura de mercado para os profissionais, pois haverá novos
credenciamentos e diversas
possibilidades de divulgarDivulgação
D
esde o dia 2 de abril, os Planos
Privados de Saúde são obrigados a oferecer atendimento
em Fonoaudiologia. A Resolução Normativa nº 167, da Agência
Nacional de Saúde (ANS), foi publicada em janeiro no Diário Oficial da
União e atualiza o rol de procedimentos e eventos em saúde que constituem a referência básica para a cobertura. A medida, voltada aos clientes com contratos firmados após 1º
de janeiro de 1999, beneficia, segundo dados da própria agência, cerca de
26 milhões de brasileiros.
“O fato de haver uma resolução
normativa garantindo a inclusão da
Fonoaudiologia no rol de procedimentos oficializa o que já se sabe há
muito tempo: comunicação é vital
para se promover saúde e qualidade
de vida”, analisa a conselheira Cláudia Cassavia, presidente da Comissão
de Saúde do CRFa. 2ª Região. “É necessário destacar que essa resolução
evidencia a demanda da sociedade de
incluir o que outrora não era considerado básico e mínimo: sessões de
fonoaudiologia”, continua.
Alguns Planos de Saúde já ofereciam atendimento fonoaudiológico para seus clientes, enquanto outros proporcionavam o sistema de
mos nossa profissão”, ressalta Ana
Luzia dos Santos Vieira, conselheira
do Conselho Federal de Fonoaudiologia, que participou de diversas reuniões referentes ao assunto representando a entidade.
n Histórico
A luta pela inserção da profissão
no atendimento dos planos não é recente. A última revisão dos procedimentos havia sido feita em 2004. Já
no ano seguinte, o Conselho Federal
Para Claudia Cassavia, resolução
comprova que comunicação é vital para
promover a saúde
de Fonoaudiologia participava do grupo técnico
criado para estudar as possibilidades de inserção de
novos procedimentos no
rol. Integravam o grupo,
representantes da ANS e
de entidades representativas de consumidores,
operadas e prestadores.
Entre 15 de junho e
6 de setembro de 2007,
o site da ANS abrigou a
Consulta Pública nº 27, referente à
revisão. Durante os 84 dias de consulta, a ANS recebeu aproximadamente
30 mil contribuições de operadoras,
prestadores, sociedades de especialidades médicas e associações civis.
“Ainda em 2007, enviamos ofício
com alguns questionamentos e solicitações e tivemos algumas reuniões
com a ANS”, lembra Ana Luzia. Ao
final do ano, representantes do CFFa.
participaram como convidados do
grupo técnico formado pelos Conselhos da área de Saúde. Também
foram como ouvintes na reunião
da Câmara de Saúde Suplementar,
na qual foi apresentada para as entidades que compuseram a mesa de
discussões a Minuta de Resolução
Normativa publicada. Ficava garantida, então, a filosofia de integralidade
da atenção à saúde e o acesso, por
parte do consumidor, ao tratamento
multidisciplinar.
n Limite de sessões
O reconhecimento da Fonoaudiologia na atenção à população é, sem
dúvida, uma conquista importante.
Mas ainda há um processo a ser percorrido. “Obviamente, a resolução
Divulgação
E m D ia
Segundo Karla Coelho, da ANS,
texto que limita o número de
atendimentos será revisto em
um ou dois anos
não significa o final do caminho, mas
sim a continuação da jornada de luta
e de reconhecimento”, avalia Cláudia
Cassavia.
O limite de seis atendimentos
anuais obrigatórios é ponto que necessita ser discutido. “Bem sabemos
que seis sessões anuais não são suficientes para um atendimento eficaz.
Porém, devemos perceber que esse é
o mínimo que as operadoras poderão
oferecer e que isso não significa que
elas oferecerão o mínimo a todos”,
comenta Ana Luzia. “Mesmo por
que, considero que a quantidade de
consultas oferecidas poderá ser um
diferencial entre as operadoras de
saúde”, continua.
A própria Agência Nacional de
Saúde reconhece que adaptações
são necessárias. Os técnicos da entidade consideram que o Rol de Procedimentos necessita de ajustes e a
ANS continuará mantendo relações
com as entidades representativas da
área de saúde, como os Conselhos
Federais.
Segundo a gerente técnico-assistencial de Produtos da ANS, Karla
Coelho, era necessário definir um
número de sessões e o tema voltará
a ser discutido em breve. “Precisávamos partir de um mínimo que possibilitasse a assimilação paulatina e
não provocasse um grande impacto”, conta a representante da agência. “Faremos uma nova revisão do
rol em um ou dois anos e o número
de atendimentos deverá ser revisto”,
comenta.
O resultado da revisão dependerá, segundo ela, de um trabalho de
monitoramento e de avaliação. “Cabe
às partes interessadas, usuários e
profissionais, demonstrar de forma
objetiva a necessidade de ampliação
do número de atendimentos”, alerta
a conselheira Cláudia Cassavia. E um
dos caminhos para esta demonstração, lembra ela, está dado na própria
Resolução Normativa 167. No art. 4º
- § IV do texto, é ressaltado o “uso da
epidemiologia para monitoramento
da qualidade das ações e gestão em
saúde”.
Mais uma vez, a Fonoaudiologia
depara-se com a necessidade de levantar informações. “Sabemos que
precisamos investir em dados epidemiológicos para continuar demonstrando a importância e os resultados
da intervenção fonoaudiológica”,
alerta Cláudia. •
Para saber mais
O texto da Resolução Normativa 167 e todos
seus anexos estão à disposição para consulta
no site da ANS. É só acessar www.ans.gov.
br/portalv4/site/noticias/noticia_25163.
asp?secao=Home.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
15
A ções
Delegacia de Santos | Dezembro de 2007 a Janeiro de 2008
O que as Delegacias fazem por você
Acompanhe os trabalhos realizados em Marília, em Ribeirão Preto e em Santos
Delegacia de Marília | Abril de 2007 a Janeiro de 2008
1 Happy Hour:
1.1 - 31/05/2007 – Tema: “Responsabilidade Técnica e
Relacionamento do Fonoaudiólogo com os Convênios
de Saúde”.
1.2 - 06/12/2007 – Fórum: “Acesso, Acolhimento e Humanização nos Processos de Saúde e Educação”.
2 Convocações para orientação profissional: 14
3 Campanhas:
6.6 - 23/09/2007 – Reunião do Comitê de Fonoaudiologia do Município de Marília, com a presença de fonoaudiólogos representantes do serviço público e privado. Discutimos a necessidade da criação de cargos de
fonoaudiólogos e contratação pela Secretaria Municipal
de Saúde, em razão da demanda reprimida em algumas
áreas do município.
6 Atividades externas:
6.7 - 17/10/2007 – Reunião na Câmara Municipal com
o Vereador e Presidente da Câmara, Eduardo Nascimento, sobre o projeto de lei que trata da implantação de um
Centro de Atendimento para escolares da rede municipal da educação e prevê atendimento fonoaudiológico,
psicopedagógico e dos demais profissionais. Na mesma
data, falamos sobre a criação de seis cargos para fonoaudiólogos no Município de Marília (com previsão de
Concurso Público para início de 2008).
6.1 - 16/04/2007 – Reunião com o Prefeito do Município de Marília, para discussão da equiparação do cargo de fonoaudiólogo/farmacêutico e biomédico. Nesta
data, houve a resposta positiva em relação ao projeto de
lei, que visa o aumento de referência salarial igualando-a
com outras classes (dentistas e médicos).
6.8 - 18/10/2007 – Entrevista para o Jornal da Manhã
(circulação municipal) sobre a Campanha da Gagueira,
com representantes da Secretaria Municipal da Saúde e
da Fonoaudióloga Cristiane Canhetti (UNESP/Marília)
na sede da SMS.
3.1 - Campanha da Voz – 16/04/2007
3.2 - Campanha da Gagueira – 22/10/2007
4 Fiscalizações realizadas a pessoas físicas e jurídicas: 222
5 Palestras em Universidades: 4
6.2 - 20/04/2007 – Entrevista para jornais locais a respeito do Dia Mundial da Voz.
6.3 - 20/04/2007 – Reunião com o Presidente da Câmara Municipal de Marília, para solicitação de agilização da
discussão e aprovação do projeto.
6.4 - 23/04/2007 – Participação como ouvinte de sessão de atos oficiais da Câmara Municipal de Marília,
junto aos demais fonoaudiólogos, que aprovou e sancionou a lei que reclassifica as referências salariais dos
fonoaudiólogos.
6.5 - 15/08/2007 – Reunião com o Promotor da Vara da
Infância e Juventude de Marília, para falar sobre a Lei
16
Municipal de Triagem Auditiva Neonatal.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
6.9 - 22/10/2007 – Reunião do Comitê de Fonoaudiologia do Município de Marília, com a presença de fonoaudiólogos representantes do serviço público e privado.
Discutimos a importância de estabelecermos atividades
educativas e de prevenção como metas para 2008. Falamos sobre o sucesso das ações realizadas na Campanha
da Gagueira.
6.10 - 11/01/2008 – Entrevista concedia à TV Tem – afiliada à Rede Globo – exibida em 14/01/2008, referente à
inserção dos Fonoaudiólogos nos planos de saúde.
6.11 - 21/01/2008 – Reunião na Secretaria Municipal de
Saúde sobre a atuação de fonoaudiólogos em cargos em
comissão de natureza diversa.
1 Atividades da Delegacia:
1.1 - O Dia do Fonoaudiólogo foi comemorado pela
Delegacia da Baixada Santista no dia 5 de dezembro,
com palestras das fonoaudiólogas Paula Vegas e Maria
Cristina Biz, que abordaram o tema “Fonoaudiologia: da
Maternidade à Terceira Idade”, onde destacaram a atuação fonoaudiológica desde o nascimento do bebê - através do incentivo e orientação ao aleitamento materno
e trabalho de estimulação precoce em recém-nascidos
de alto risco - até a atuação com os idosos, através da
intervenção na melhoria da qualidade de vida desses
indivíduos. Agradecemos aos parceiros: BERNAFON,
CAS-Phonak e WIDEX-Santos.
1.2 - Participação da delegada Cristina Jabbur nas reuniões do Conselho Municipal de Saúde de Santos, como
membro representante da categoria dos fonoaudiólogos.
1.3 - Em 17/01, a delegada Cristina Jabbur concedeu
entrevista à TV Santa Cecília de Santos, falando sobre
a nova Resolução Normativa da ANS sobre os Planos
de Saúde.
1.4 - Em 21/01, a delegada representou o Conselho no
Simpósio “Residência Médica e Aprimoramento Profissional” do Hospital Guilherme Álvaro.
1.5 - Em 23/01, a delegada participou, juntamente com
a conselheira Cristina Biz, de reunião no Conselho
Regional de Psicologia – Sub-sede Baixada Santista,
onde discutiram questões referentes ao Projeto de Lei
0868/06, que dispõe sobre diagnóstico de Dislexia na
rede pública de São Paulo.
2 Balanço do Serviço de Fiscalização em 2007:
2.1 - Realizadas 343 fiscalizações
2.2 - Preenchidos 144 Termos de Visita e 42 Autos de
Infração, sendo que 24 se regularizaram, 12 encontramse em processo de regularização, com prorrogação de
prazos, e seis ainda não se regularizaram.
2.3 - A delegada Cristina Jabbur tem acompanhado a
fiscal Milene em algumas visitas de fiscalização.
Delegacia de Ribeirão Preto | Janeiro a dezembro de 2007
1 Happy Hour Cultural 2007:
Dando continuidade ao ciclo de palestras realizado em
2006, a Delegacia de Ribeirão Preto realizou, em 2007,
novos encontros com o intuito de reunir os fonoaudiólogos e informar-lhes sobre as novidades referentes à
atuação fonoaudiológica na região. Os encontros realizados foram um sucesso, tanto pela qualidade das palestras proferidas quanto pela participação de fonoaudiólogos e estudantes de Ribeirão Preto e região.
20/04/07 – Tema: Ruído na Unidade Neonatal
Palestrante: Fga. Nelma Ellen Zamberlan
29/06/07 – Tema: Fonoaudiologia Educacional – Possibilidades de Atuação
Palestrante: Fga. Larissa de N. Ribeiro Elmor
09/08/07 – Tema: Voz e Qualidade de Vida do Professor
Palestrante: Fga. Maria Lúcia O. Suzigan Dragone
25/10/07 – Tema: Fonoaudiologia Empresarial
Palestrante: Ivanoel Gonçalves Vieira
2 Dia do Fonoaudiólogo 2007
No dia 14 de dezembro, a Delegacia de Ribeirão Preto
organizou, no Centro de Convenções do Edifício Fortes
Guimarães, um evento em comemoração aos 10 anos
de sua existência (06/12) e ao Dia do Fonoaudiólogo
(09/12).
A convite da delegada Ana Camilla, a ginecologista
Dra. Carla Queiroz ministrou palestra sobre “Qualidade de Vida” e, logo após, a fonoaudióloga Thelma
Costa, de São Paulo, coordenou uma roda de discussão sobre a “Fonoaudiologia nos Dias de Hoje”. Participaram da mesa os seguintes profissionais: Fga. Ivana
Elmi (Gerente-Geral de Produtos do Centro Auditivo
Trivox), Fga. Juliana Rocha (Coordenadora do Curso
de Fonoaudiologia da Unaerp) e Fga. Denise Luchetta
(Fonoaudiologia empresarial).
O evento foi encerrado com um coquetel para 50 fonoaudiólogos, que puderam se confraternizar e comemorar os 26 anos da regulamentação da profissão!
Agradecemos aos fonoaudiólogos presentes e aos patrocinadores que tornaram possível o evento: Centro
Auditivo Trivox, Centro Auditivo Uniaudio/Widex,
Centro Auditivo Audio Center, Cas-Produtos Médicos, Onodera Estética e Livraria Book Toy.
3 Eventos Externos :
3.1 - Participação da delegada Ana Camilla na 1ª
Oficina Regional de Ribeirão Preto do FNEPAS SBFA
– Fórum Nacional das Profissões das Áreas de Saúde,
realizado na Faculdade de Medicina da USP no dia
09/11/07.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
17
M undo A cadêmico
3.2 - Participação da delegada Ana Camilla no II Congresso de Fonoaudiologia em pesquisa “Prof.Dr. Antonio Apparecido de Oliveira” da FMRP – USP realizado
de 04 à 06 de dezembro de 2007.
4 Reuniões:
Participação da delegada Ana Camilla Bianchi Pizarro:
4.1 - Reunião Mensal Interconselhos de Classe, para
discussão de pauta da plenária mensal do Conselho Municipal de Saúde.
4.2 - Reunião Mensal da Plenária do Conselho Municipal
de Saúde, realizada na Secretaria Municipal de Saúde.
4.3 - Reunião com a coordenadora do Setor de Fonoaudiologia da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, / Ana
Paula Gericó Speri, sobre serviços e projetos – Panorama
de demanda e Atendimentos.
4.4 - Reunião na Secretaria da Educação – Prefeitura
Municipal de Ribeirão Preto sobre serviços e projetos
– Panorama de demanda e Atendimentos.
4.5 - Reunião com a Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da USP-FMRP, Marisa Fukuda, sobre parceria com a Secretaria da Saúde.
4.6 - Reunião com a Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da UNAERP – RP, Juliana Rocha, sobre
parceria com a Secretaria da Saúde.
4.7 - Reunião com a deputada Darcy Vera sobre Projeto de Lei instituindo a Fonoaudiologia Educacional.
4.8 - Reunião com o Secretário da Saúde sobre parceria para a inserção de Fonoaudióloga Educacional
na rede.
O que fazemos por você
Acompanhe o trabalho das Comissões do Conselho
Comissão de Legislação e Normas | Outubro e Novembro de 2007
1 Encaminhamento de ofício à Deputada Estadual Maria Lúcia Prandi, autora da Lei 10.893/01, que “Institui o
Programa de Saúde Vocal do Professor da rede estadual
de ensino”. Foi sugerida convocação de audiência pública para debate sobre a regulamentação e implantação
desta lei no Estado de São Paulo.
resse da Fonoaudiologia, de âmbitos municipal, estadual e federal.
4 Contato com o Deputado Jonas Donizette, autor da
Projeto de Lei 573/07, que “Torna obrigatório que toda
escola da rede municipal de ensino disponha de um fonoaudiólogo”.
Lei 12.522/07, que “Torna obrigatório o diagnóstico da
audição em crianças nascidas nos hospitais e maternidades do estado de São Paulo”. O motivo do contato
foi ter expirado o prazo inicial para o Grupo Técnico,
instituído na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,
apresentar proposta para regulamentação e implementação da referida lei.
3 Acompanhamento do trâmite de projetos-lei de inte-
5 Elaboração do planejamento para 2008.
2 Audiência com o vereador José Américo, autor do
Comissão de Saúde | Outubro de 2007 a Janeiro de 2008
1 Coordenação do Fórum dos Conselhos da Área de
Atividade Fim da Saúde.
2 Participação na 5ª Conferência Estadual de Saúde de
São Paulo.
18
5 Participação no Seminário promovido pela Funda-
Tese apresentada
por Maria Teresa
Rosangela Lofredo
Bonatto, fonoaudióloga,
especialista em Voz e em
Motricidade e Funções
Orofaciais, para obtenção
do título de Doutor em
Lingüística Aplicada e
Estudos da Linguagem,
na Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo
6 Sediamos a Reunião Interconselhos da Comissão de
(PUC/SP), em setembro
Saúde do CFFa. e recebemos os Conselhos Regionais
da 4ª, 5ª e 7ª Regiões.
4 Contato com a Associação Brasileira de Fissura Lá-
7 Participação na 14ª Conferência Nacional de Saúde,
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
Maria Teresa Bonatto
centro: “Reabilitação Profissional Pública, um direito
do cidadão”.
3 Participação no Conselho Municipal de Saúde/SP.
bio-Palatina, com o objetivo de discutir a participação
do CRFa. 2ª Região/SP na audiência pública realizada
na Câmara Municipal de São Paulo, por ocasião da
“Semana de Orientação, Educação e Conscientização
sobre Fissura Lábio-Palatina”.
VOZES INFANTIS: A Caracterização do
Contraste de Vozeamento das Consoantes
Plosivas no Português Brasileiro na Fala
de Crianças de 3 a 12 anos
realizada em Brasília.
8 Discussão dos seguintes temas: políticas públicas
de saúde, convênios médicos, Sistema Único de
Saúde.
de 2007
O
s sons obstruintes plosivos
são produzidos logo cedo pelas crianças, mas apesar disso é comum encontrarmos na
clínica fonoaudiológica aquelas que
apresentam dificuldades para pronunciá-los, principalmente em relação a estabelecer a distinção entre os
vozeados e os não-vozeados. Para a
produção dos sons vozeados a literatura fonética explica que o grau de
constrição das pregas vocais pode aumentar o nível de obstrução supra-laríngea igualando-o ao da sub-larínge
e como conseqüência dificultar o vozeamento. Para produzir os sons obstruintes vozeados semelhantes aos
do adulto, a criança tem que aprender a sincronizar o gesto glotal e oral.
Para a investigação acústica da produção dessas plosivas a literatura aponta várias medidas, dentre elas o Voice Onset Time (VOT), a duração total
do segmento correspondente à plosiva e a duração da vogal que a precede ou a sucede.
O objetivo do presente estudo é
caracterizar, por meio de uma investigação fonético-acústica, a produção
das consoantes plosivas no Portu-
Arquivo pessoal
A ções
Fonoaudióloga Maria Teresa Bonatto
guês Brasileiro (PB), na fala de crianças de 3 a 12 anos.
Para realizar tal investigação, utilizamos um corpus contendo as seis
plosivas do PB, a partir da produção
de palavras dissílabas, inseridas em
frases-veículo. As crianças foram selecionadas após análise criteriosa e a
inspeção do sinal acústico foi realizada na forma de onda e no espectrograma de banda larga. Foram realizadas a extração do VOT de cada
um dos segmentos vocálicos e consonantais a partir do /a/ de “diga”, além
das palavras-chave, da palavra “baixiRevista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
19
M undo A cadêmico
nho” e da frase completa, começando com a primeira vogal (Ex: “D/i/g/
a/p/a/p/a/baixinho”).
O corpus das crianças de 3 anos
foi utilizado para a realização do estudo perceptivo com a participação
120 juizes. Quanto aos resultados obtidos, os juízes identificaram as plosivas /b/, /d/ e /g/ como vozeadas
quando apresentavam, pelo menos,
53% de barra de sonoridade. No caso
das plosivas /p/, /t/ e /k/, a presença
da breathy vowel favoreceu a identificação dessas consoantes como vozeadas e a presença da aspiração não interferiu no julgamento dos juizes para
as plosivas não-vozeadas.
Quanto aos resultados da produção, pudemos observar para as plosivas não-vozeadas, tônicas e pós-tônicas, variabilidade nos valores das médias e desvios-padrão elevados para
todas as faixas etárias. De forma ge-
Ponto de Vista
ral, verificamos que o VOT foi um
parâmetro satisfatório para a diferenciação do vozeamento na fala infantil, e esta foi encontrada a partir dos 3
anos. O VOT não foi específico para
diferenciar entre o ponto articulatório
das plosivas bilabiais e alveolares.
Os pressupostos teóricos que
adotamos como a Teoria da Fonte e
do Filtro (Fant, 1960), a Fonologia Articulatória (FAR - Browman e Goldstein, 1986; 1990; 1992) e a Acústica
Articulatória (FAAR - Albano, 2001),
a Teoria do Realismo Direto (Fowler, 1986) e a proposta de aquisição
do sistema fonológico que Albano
(1990) denominou “O Toque de Ouvido“, nos permitem afirmar que o
contraste de vozeamento esteve presente na produção de fala de todas as
crianças. Podemos afirmar, também,
que principalmente na produção das
crianças de 3 anos, ocorreu maior la-
tência entre a coordenação dos gestos
glotal e articulatório, que foi observada pela grande variabilidade em suas
produções em termos de VOT, sendo
que as velares revelaram menor variabilidade. Inferimos com base na análise das características espectrográficas e com apoio nos fundamentos
teóricos da fonologia gestual (FAR e
FAAR) que as crianças pequenas têm
dificuldades em interromper um gesto e iniciar outro, provavelmente em
função de dificuldades em relação à
sobreposição de gestos e com o aumento da idade essa sobreposição
passa a ser melhor realizada. •
Orientadora
Profª. Dra. Sandra Madureira
Banca Examinadora
Profª. Dra. Ana Luiza Gomes Pinto Navas
Profª. Dra. Luisa Barzaghi Ficker
Profª. Dra. Léslie Piccolotto Ferreira
Profª. Dra. Regina Yu Shon Chun
L ivros
Corrigindo
as trocas de letras
Especializada em motricidade oral e distúrbios de
aprendizagem, a fonoaudióloga Ruth Bicudo
publica desde 2004 os cadernos que
levam seu nome (Cadernos Ruth
Bicudo). Fonoaudióloga formada
pela PUC-SP em 1974, Ruth é especializada nas áreas de motricidade oral e distúrbios de aprendizagem. Os
seus cadernos, quatro até agora, são dirigidos especialmente para o fonoaudiólogo que trabalha em consultórios
com trocas de letras. Um quinto número está prestes a sair.
“As trocas de letras são muito comuns na fase de alfabetização”,
explica Ruth. Segundo ela, seus cadernos, destinados a corrigir as
trocas ortográficas visuais e auditivas, são manuais práticos para
auxiliar o trabalho do fonoaudiólogo. “Pessoas disléxicas são muito
beneficiadas”, diz a autora. O quarto caderno, lançado em setembro, se destina ao desenvolvimento da consciência fonológica,
segundo Ruth.
Cadernos Ruth Bicudo (LivroPronto Editora)
de Ruth Soares Bicudo
20
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
Para afiar a memória e o raciocínio
Quem não se preocupa em treinar o raciocínio hoje? De crianças a
idosos, todos buscam estimular o cérebro por meio de exercícios
próprios. Para este público amplo, os Manuais Papaterra são bastante
recomendados.
Segundo a própria autora, a fonoaudióloga Fernanda Papaterra Limongi, eles são indicados para ativar habilidades cognitivas de pessoas
dos 8 aos 100 anos. Contém exercícios de lógica, de raciocínio, de
atenção, de memória, de criatividade e de compreensão, entre vários
outros tipos. Com as crianças, os resultados são evidentes – quem
os utiliza por um certo período de tempo aprende a pensar de modo
mais efetivo.
Adultos preocupados em treinar suas habilidades cerebrais certamente
encontram nestes exercícios interessantes desafios. Os Manuais Papaterra são
indicados para escolas, em atendimentos
fonoaudiológicos e psicopedagógicos ou para
qualquer pessoa interessada em melhorar sua
capacidade de raciocínio, criatividade e memória.
Manuais Papaterra (LivroPronto Editora)
de Fernanda Limongi Papaterra
A Fonoaudiologia e o desempenho
do trabalho voluntário
Comissão de Ética discute a atuação dos profissionais da
área junto às atividades do voluntariado
A
Fonoaudiologia é uma das profissões regulamentadas que
possui grande número de “profissionais voluntários”.
Tal realidade talvez ocorra pelo
fato de a atividade fonoaudiológica
propriamente dita, a exemplo de outras tantas ciências da saúde, estar intimamente ligada à idéia elementar de
auxílio e benevolência aos que dela
necessitam para ter uma vida cotidiana menos tormentosa, quando considerada sob o prisma da patologia,
seja no aspecto preventivo, paliativo
ou curativo. Entenda-se aqui como
atividade fonoaudiológica propriamente dita aquela elencada no artigo 4º da Lei 6965/81 e desempenhada pelo profissional descrito no parágrafo único do artigo 1º da mesma
Lei, com os direitos e deveres regulamentados pelo correspondente Código de Ética.
A atividade de auxílio e benevolência é sem dúvida uma das mais enaltecedoras e, por que não dizer, fundamentais, ainda mais considerandose um país rico em carências como o
Brasil e, vale ressaltar, pode ser desempenhada de diversas formas, dentre as
quais, o trabalho voluntário.
Numa sociedade em que a maioria
dos cidadãos é enquadrada na quali-
dade de desamparados ou necessitados, um grande passo para o reconhecimento da importância da atividade voluntária foi a promulgação, em
18 de fevereiro de 1998, no governo
Fernando Henrique Cardoso, da Lei
Federal nº 9608, que dispõe sobre o
serviço voluntário.
n Assistência Social
Foi graças ao advento da citada
Lei que, atualmente, algumas instituições privadas (e também as entidades
públicas) possuem o status de “instituição privada sem fins lucrativos”.
São assim consideradas aquelas que,
por óbvio, no desempenho de suas
atividades não visam lucro, mas ao
mesmo tempo possuem objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
E algumas dessas instituições contam com os serviços voluntários do
profissional fonoaudiólogo.
Por tal razão, é fundamental que o
fonoaudiólogo predisposto a desempenhar serviço voluntário – que não
necessariamente deve ser ligado à sua
área de atuação profissional – saiba
reconhecer o verdadeiro serviço voluntário e a verdadeira instituição privada sem fins lucrativos.
Isso porque não são poucas as
instituições que “por não objetivar
lucro” “contratam” profissionais sob
a égide do “serviço voluntário”, sem
remuneração.
Tal situação é fácil de ser observada e reconhecida, e geralmente ocorre naquelas instituições cuja presença de um (ou mais) profissional (is)
de uma determinada categoria é fundamental e indispensável, diuturnamente, pelo período de quatro ou até
oito horas diárias, mas sem qualquer
tipo de remuneração e também sem
configurar vínculo empregatício nem
obrigações trabalhistas, uma vez que
assim preceitua o parágrafo 1º do artigo 1º da Lei 9608/98.
Ora, todos hão de convir que se a
presença do profissional e, particularmente, do fonoaudiólogo, é tão fundamental a ponto de ser diuturna e
diária, resta claro que tal instituição,
mesmo sem fins lucrativos, necessita contratar um profissional para o
desempenho da referida função: um
profissional que esteja à disposição
da instituição diariamente, que cumpra seus deveres e também exija seus
direitos; com a remuneração e as condições de trabalho adequadas.
E, no caso específico da Fonoaudiologia, a existência de um granRevista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
21
P onto
de
V ista
N otas
Jornada de Trabalho
de número de profissionais voluntários, além de contribuir para a depreciação da profissão e construção do
estigma de má qualidade da prestação de serviço (uma vez que em instituições maquiadas de filantrópicas
nem sempre existem condições dignas para o desempenho adequado do
profissional), tem impedido a contratação dos próprios profissionais fonoaudiólogos e, por que não dizer,
do próprio ”profissional voluntário”,
que às vezes até permanece na instituição alimentando a esperança de
utópica contratação futura.
n Determinações Legais
Ressalte-se que não se trata aqui
de tecer críticas a instituições públicas
ou privadas sem fins lucrativos idôneas ou, ainda, a profissionais que desempenham serviços verdadeiramente voluntários. Trata-se, sim, de alertar à classe fonoaudiológica sobre a
existência de entidades que, por serem consideradas sem fins lucrativos, manifestamente aproveitam-se
da boa intenção, espírito altruísta e
da força de trabalho de alguns profissionais que acreditam estar desempenhando serviço voluntário. Também
para alertar às instituições idôneas sobre profissionais que utilizam-se dessa modalidade de trabalho com o único intuito de promoção pessoal ou
como verdadeiros centros de aperfeiçoamento e treinamento de métodos e técnicas particularmente fonoaudiológicas, não assimiladas de maneira completa em época e local que
deveriam ter sido, qual seja, nos bancos da Universidade.
Portanto, o fonoaudiólogo que
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
pretender desempenhar o verdadeiro serviço voluntário, seja este ligado à Fonoaudiologia ou não, deve estar atento a algumas particularidades
e determinações da Lei que regulamenta o serviço voluntário, a seguir
elencadas:
1. o serviço voluntário é atividade
não remunerada que deve
ser prestada por pessoa física
a entidade pública de qualquer
natureza ou instituição privada
sem fins lucrativos;
2. o serviço voluntário não gera
vínculo empregatício;
3. o serviço voluntário é exercido
mediante celebração do termo
de adesão entre a entidade e o
prestador do serviço; (vide
modelo no site www.fonosp.
org.br);
4. no termo de adesão deverão
constar o objeto e as condições
do serviço a ser prestado/
desempenhado;
5. o prestador de serviço voluntário
poderá ser ressarcido pelas
despesas que comprovadamente
realizar no desempenho de suas
atividades voluntárias. Tais
despesas devem ser
expressamente autorizadas
pela instituição.
Além das particularidades acima descritas, o fonoaudiólogo que
pretender prestar serviço voluntário
deve atentar-se também ao fato de
que o serviço a ser desempenhado
não precisa necessariamente estar relacionado a qualquer área da Fonoaudiologia para ser voluntário, sendo certo também que o inverso não é
verdadeiro, uma vez que apenas aos
que preenchem os requisitos do artigo 5º da Lei 6965/81 é assegurado
o exercício das atividades inerentes
à Fonoaudiologia.
Devem os profissionais da Fonoaudiologia atentar-se também a instituições sem fins lucrativos que restringem a forma de prestação do serviço voluntário exigindo a atuação
apenas na qualidade de fonoaudiólogo, vedando qualquer outra forma de serviço voluntário, que possa ser desempenhado. Tais instituições, apesar de “não objetivarem o lucro”, provavelmente não são dotadas
de objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou
de assistência social e, portanto, não
estão e não estarão legalmente autorizadas a receber e/ou oferecer serviços voluntários.
Por fim, há de se considerar que
desempenhando o trabalho voluntário da maneira preceituada pela
Lei, em instituições verdadeiramente filantrópicas ou públicas e, ainda,
combatendo o desempenho de trabalho e funções exclusivas da Fonoaudiologia por pessoas não habilitadas sob a escusa de desempenho de
“trabalho voluntário”, o fonoaudiólogo estará trabalhando em benefício do ser humano, da coletividade,
e propugnando pela harmonia da
classe profissional, em manifesto
cumprimento dos Princípios Éticos
da Fonoaudiologia. •
Comissão de Ética
Conselho Regional de Fonoaudiologia –
2ª Região/SP
Tramita na Câmara dos Deputados
o Projeto de Lei Federal Nº 2.192/03,
que fixa a jornada de trabalho do Fonoaudiólogo em, no máximo, 30 (trinta
horas) semanais, de autoria do deputado Carlos Sampaio - PSDB/SP.
A proposição recebeu vários pareceres favoráveis e agora é esperada a posição final da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania
– CCJC, sendo designado como relator o deputado Mendes Ribeiro Filho
(PMDB-RS). Todos poderão se manifestar sobre o assunto diretamente
com o deputado por meio da página
da Câmara, www.camara.gov.br.
A proposição está sujeita à apreciação conclusiva pelas Comissões.
Não é necessária votação no plenário. Depois de aprovado pela CCJ, o
Projeto segue para análise do Senado, antes de ser encaminhado para
sanção presidencial.
Estado implanta exame
em bebês de alto risco
Foi publicada em 27/02/08, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, a
Resolução do Secretário de Saúde Nº
25, que “Implanta o diagnóstico de audição em crianças recém-nascidas de
alto risco nas maternidades e hospitais
de referência para alto risco no Estado
de São Paulo”.
A resolução é conseqüência da Lei
Estadual 12.522/07, que obriga a realização de exames diagnósticos de
audição nos bebês nascidos em todas
as maternidades do estado. A lei, porém, não define que apenas os recémnascidos de alto risco sejam submetidos à triagem.
Para ler na íntegra a Lei e a Resolução, acesse www.fonosp.org.br.
Inclusão pela
literatura
O livro “O Som do Silêncio”, da fonoaudióloga
Cláudia Cotes, é o mais novo lançamento da Fundação
Educar D Paschoal, projeto da rede de loja de serviços
e produtos automotivos que há 11 anos distribui livros
infantis gratuitamente para escolas públicas, bibliotecas e pessoas físicas em projetos voluntários. Escrito em 2003 e reeditado agora, com tiragem de 30 mil
exemplares, o livro de Cláudia foi escrito para crianças surdas.
A fonoaudióloga já escreveu outros dois livros editados pela Fundação – “Juliana pra
lá de bacana”, voltado a crianças com câncer, em parceria com o Centro Boldrini, de
Campinas, e “A voz da estrela”, para pequenos com AIDS, junto com a Fundação Viva
Cazuza, do Rio. Para saber como solicitar os livros, acesse o site www.educardpaschoal.org.br.
Biblioteca
básica
A Comissão de Orientação e Fiscalização vem orientar os profissionais no que se refere à necessidade da leitura de legislações e documentos relacionados à Fonoaudiologia, que encontram-se disponíveis
nos sites dos Conselhos Federal – www.fonoaudiologia.org.br – e Regional de Fonoaudiologia – www.fonosp.org.br – , dentre elas:
• Lei nº 6.965, de 9 De Dezembro de 1981
• Código de Ética da Fonoaudiologia
• Código de Processo Ético-Disciplinar
• Leis Federais
• Leis Estaduais (Estado de São Paulo)
• Leis Municipais
• Decretos Federais
• Decretos Estaduais
• Decretos Municipais
• Projetos de Lei
• Resoluções do CFFa.
• Pareceres do CFFa.
• Pareceres do CRFa 2ª Região
• Recomendações do CFFa.
• Ministério da Educação
• Ministério da Saúde - Vigilância Sanitária
• Ministério do Trabalho e Emprego
• Guia prático de consulta rápida do CID – 10 pelo Fonoaudiólogo
• Manual de Biossegurança – Março 2007
• Manual de Audiologia – 2007
Esta Comissão entende ser imprescindível as leituras mencionadas
para uma adequada atuação profissional.
Fonoaudiólogo, acesse os sites e leia a revista regularmente!
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
23
N otas
Uma análise realizada por microscopia eletrônica, que amplia em até
24 mil vezes o objeto, permitiu apurar
de forma mais precisa a duração da
perda auditiva provocada pelo consumo de salicilato de sódio, princípio
ativo de medicamentos como Aspirina,
Voltaren, Cataflan, Sonrisal, AAS e Melhoral. Ao invés de 72 horas, como se
sabia, a nova pesquisa concluiu que é
de uma semana o prazo que as células auditivas danificadas levam para se
regenerar.
“Para nossa surpresa, a lesão ainda
era visível até 168 horas depois. Ape-
Saúde Auditiva
no Sistema Público
Nos dias 8 e 9 de maio, será realizado o “II Seminário Científico
Políticas Públicas em Saúde Auditi-
Evento discute Fissura Labiopalatina
sar de o cílio estar se recuperando, a
resposta da cóclea não era normal”,
explica a autora da pesquisa, a estudante de Fonoaudiologia da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto, Ijanete
de Almeida. A pesquisa recebeu vários
prêmios, entre eles o “Prêmio de Excelência em Fonoaudiologia 2007”, do
15º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e do 7º Encontro Internacional
da área, em Gramado (RS).
A estudante de Fonoaudiologia Ijanete de
Almeida, co-autora da pesquisa premiada
Correio Eletrônico
A Delegacia da Baixada Santista
solicita aos profissionais da região
(Baixada, Litoral Norte, Litoral Sul
e Vale do Ribeira) que atualizem
seus endereços eletrônicos. É só
enviar um e-mail para [email protected]. Assim, será
possível ficar em dia com as informações referentes aos eventos
promovidos pela Delegacia.
va”, promovido pelo Departamento
de Fonoaudiologia da Faculdade
“Estágio Atual dos Projetos e Programas de Conscientização, Educação e Orientação sobre Fissura Labiopalatina” foi o tema da Reunião Paralela da Associação Brasileira de Fissuras Palatinas realizada no 26º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, no
dia 27 de janeiro, na Associação Paulista de Cirurgiões
Dentistas. A vice-presidente do CRFa. 2ª Região, Isabel
Gonçalves, esteve no encontro. “Discutimos a lei que ins-
Encontro
tituiu a Semana Municipal de Educação, Conscientização
e Orientação sobre Fissura Labiopalatina, marcada anualmente na segunda semana de novembro”, conta. Também estavam presentes a profª. dra. Lucy Dalva Lopes
Mauro, presidente da Associação, o dr. Marco Antonio
Manfredini e a dra. Tânia Regina Tura Mendonça, coordenadora da Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria
do Estado.
reúne servidores públicos
Com o objetivo de refletir sobre as práticas e a organização dos serviços e dividir as
experiências dos municípios, a seção de
Fonoaudiologia da Prefeitura Municipal
de Mogi Mirim recebeu o X Encontro de
Fonoaudiólogos do Serviço Público,
em dezembro de 2007. Durante o evento, foi abordada a caracterização dos
serviços de Fonoaudiologia da Diretoria
Regional de Saúde XIV e o controle social. Também houve a apresentação do
serviço da seção de Fonoaudiologia de
Mogi Mirim e a discussão sobre práticas
fonoaudiológicas na atenção básica, es-
pecializada e hospitalar. Em 2008, o evento
será realizado no município de Salto.
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Pesquisa Premiada
As conselheiras Claudia Regina Charles Taccolini
(esq), do CFFa, Cláudia Silva Pagotto Cassavia
e Lilian Cristina Cotrim, do CRFa 2ª Região,
estiveram presentes no evento
de Odontologia de Bauru (USP) em
parceria com o Centrinho/USP (Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais da Universidade de
São Paulo - HRAC/USP). “Indicadores de qualidade nos serviços de
saúde auditiva do Sistema Único de
Saúde” será o tema do seminário
coordenado pela professora Maria
Cecília Bevilacqua. O evento terá a
participação do Dr. John Bamford,
pesquisador da School of Psychological Sciences - The University of
Manchester.
Preço: R$ 50,00 para profissionais em geral e R$ 30,00 para estudantes ou profissionais que tenham
vínculo com a USP. Local: Teatro da
FOB, Bauru. Para mais informações
e inscrições: [email protected],
ou pelo telefone 14-3234-2280.
24
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
Fonoaudiologia é incluída
na Saúde da Família
O Ministério da Saúde confirmou a inclusão dos fonoaudiólogos na lista de profissionais que
formam os Núcleos de Apoio à
Saúde da Família (NASF). A medida consta da Portaria 154, assinada em janeiro pelo ministro
José Gomes Temporão.
O principal objetivo dos Núcleos é ampliar a abrangência e
o escopo das ações da atenção
básica. Eles serão constituídos
por equipes compostas por pro-
fissionais de diferentes áreas de
conhecimento, para atuar em
parceria com os profissionais das
Equipes de Saúde da Família.
O Ministério da Saúde prevê a
implantação de 500 NASFs até o
final do ano. A carga horária dos
profissionais considerados para
repasse de recursos federais
é de, no mínimo, 40 horas semanais. A composição de cada
equipe será definida pelos gestores municipais.
CLAS SIFICADOS
EXTRAVIOS
Veja a lista de fonoaudiólogos que perderam
carimbos e cédulas
Carimbo Priscila Karla S. Pereira
CRFa. 14551
Maria Elizabete R. Marinheiro
CRFa. 7255
Vendo Audiômetro Madsen Midimate 622 por R$ 8.000,00 em 4x ou à vista com
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235 – Tel.:(19) 9214-7147
Maria Emilia Reviejo Rigado
CRFa. 4897
CÉDULA
Luciana P. do Vale Prodomo
CRFa. 8665
Natália Leme Fonseca
CRFa. 15910
Marisa Portes Fioravanti
CRFa. 2318
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Zona Leste. Enviar CV para o email [email protected]
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 77 • abr/mai/jun • 2008
25
C artas
Conquista
Parabéns a todos os Conselheiros que batalharam pela
inclusão da Fonoaudiologia, assim como de outras áreas
que abrangem o atendimento à saúde, pela lei que rege
os planos e seguros de saúde. Entre eles me incluo, já que
na gestão de 2001 a 2004 demos continuidade ao trabalho iniciado em gestões anteriores, formando o Fórum
Multiprofissional, que muito trabalhou, juntamente com
a presidente do Sindicato da Baixada Santista, Sandra Murat, em prol desse objetivo. A despeito do número irrisório de sessões, podemos nos considerar vitoriosos, mas
a batalha continua.
Ana Maria Hernandez – CRFa. 2814
Inclusão
Gostaria de parabenizar a revista de dezembro por publicar uma reportagem sobre inclusão. Apesar de ser um
tema novo e muito polêmico, toda a população deverá se
adaptar e aceitar tal situação, pois não temos direito algum de “escolher” com quem queremos viver socialmente. Assim, nada mais justo que nós, terapeutas, auxiliarmos nesta mobilização a favor dos direitos dos indivíduos com deficiência.
Mas acredito que a reportagem deveria também ter
abordado a inclusão das pessoas com deficiência intelectual.Trabalho numa instituição onde é realizada a inclusão
escolar e a inclusão no mercado de trabalho e, apesar dos
resultados serem positivos, ainda sentimos a preferência
da sociedade por pessoas com deficiências físicas, auditivas, visuais etc. É importante informar que, para acontecer tal procedimento, todo um trabalho é realizado com
tais alunos, para que não haja insatisfação das partes envolvidas. Devemos pensar, também, que são indivíduos
que, apesar de algumas limitações, têm toda a capacidade de desenvolver um trabalho adequado ou ser um aluno com evoluções.
Se possível, peço a este Conselho que realize uma
reportagem específica sobre esta deficiência, sendo englobada tanto a inclusão escolar como a no mercado
de trabalho.
Muito obrigada,
Ana Elisa Fachini Gonçalves – CRFa. 12.333
Rapidez e gentileza
Quero parabenizá-los pela rapidez e eficiência ao responderem meu e-mail. Sempre que necessitei usar o email para comunicar-me com vocês, as respostas sempre
foram rápidas (em menos de 24 horas) e com muita clareza e gentileza!
Obrigada, assim dá gosto pagar a anuidade, pois estão sempre dispostos!
Um grande abraço!
Sílvia Borin – CRFa. 14.311
Agradecimento
Estamos encaminhando as mensagens que recebemos
sobre a matéria da ABRA GAGUEIRA (edição 75) aproveitamos a oportunidade para agradecer imensamente à
revista pela forma respeitosa e esclarecedora que abordou
o assunto gagueira.
Atenciosamente,
Daniela Veronica Zackiewicz
Presidente da ABRA GAGUEIRA
Qualidade de Vida
Muito legal! É importante que haja no Brasil uma entidade como a ABRA GAGUEIRA, para defender e elevar
a qualidade de vida de pessoas que gaguejam, através de
seus projetos. Daniela, Wladimir, parabéns a vocês e seus
colaboradores, e que esses aumentem cada vez mais por
todo o Brasil.
Abraços,
Sanderson
Destaque
Acabei de receber a Revista da Fonoaudiologia – do
Conselho Regional 2ª Região e com alegria vi o destaque
dado ao evento do dia 22 de outubro, realizado no Hospital das Clínicas em São Paulo, organizado pela ABRAGAGUEIRA, com Daniela Verônica e suas colaboradoras
em 2 páginas de matéria e fotos. Além de Daniela, nosso querido Wladimir Damasceno e sua linda esposa estão presentes nas fotos.
Parabéns a vocês!!!!
Mariângela Zulian
C réditos
Fotógrafos
Estes foram os autores das fotografias publicadas nas edições 74 e 75 da Revista da Fonoaudiologia:
Edição 74 – Rubens Gazeta; Regina Yu Shon Chun; Milene Valente Lopes
Edição 75 – Casa da Photo; Carolina Fanaro da Costa Damato; Celso Henrique Campos dos Santos; Rubens Gazeta; Neuza Nakahara
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