Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de

Transcrição

Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de
artigo inédito
Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão
de Classe II com o aparelho Twin Block em jovens
brasileiros: um estudo prospectivo
Luciano Zilio Saikoski1, Rodrigo Hermont Cançado2, Fabrício Pinelli Valarelli3, Karina Maria Salvatore de Freitas2
Objetivo: avaliar os efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho Twin Block
comparado a um grupo controle.
Métodos: o grupo experimental foi composto por 20 pacientes com idade inicial média de 11,76 anos e que foram
tratados por um período de 1,13 anos. O grupo controle foi composto por 25 indivíduos com idade inicial média de
11,39 anos e que foram acompanhados por um período de 1,07 anos. Telerradiografias em norma lateral foram obtidas
ao início e final do tratamento para avaliar as alterações decorrentes do tratamento. A comparação intergrupos foi realizada por meio do teste qui-quadrado e do teste t independente.
Resultados: o aparelho Twin Block não apresentou alterações significativas no componente maxilar. O componente
mandibular revelou um aumento estatisticamente significativo do crescimento efetivo da mandíbula (Co-Gn) e uma
melhora significativa da relação existente entre as bases ósseas. Os componentes dentoalveolar superior e inferior apresentaram um significativo componente de inclinação dos dentes anteriores em ambas as arcadas. Os incisivos superiores
foram inclinados para lingual e retruídos, ao passo que os incisivos inferiores foram inclinados para vestibular e protruídos.
Conclusões: o aparelho Twin Block apresenta grande efetividade na correção da má oclusão de Classe II esquelética
em pacientes em fase de crescimento. A maior parte das alterações ocorridas é de natureza dentoalveolar, com um
grande componente de inclinação dentária associado a um significativo efeito esquelético na mandíbula.
Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II. Circunferência craniana. Aparelhos ortodônticos funcionais. Estudos
prospectivos. Resultado de tratamento.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade
ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias
descritos nesse artigo.
Como citar este artigo: Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS.
Dentoskeletal effects of Class II malocclusion treatment with the Twin Block
appliance in a Brazilian sample: A prospective study. Dental Press J Orthod. 2014
Jan-Feb;19(1):36-45.
Mestre em Ortodontia, UNINGÁ.
Professor Adjunto, Programa de Mestrado Profissionalizante em Ortodontia,
UNINGÁ. Pós-Doutor em Ortodontia, Universidade de Toronto.
3
Doutor em Ortodontia, FOB/USP. Professor Adjunto, Programa de Mestrado
Profissionalizante em Ortodontia, UNINGÁ.
1
Enviado em: 03 de abril de 2012 - Revisado e aceito: 06 de agosto de 2012
2
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
Endereço para correspondência: Rodrigo Hermont Cançado
Rua do Amparo, nº 100 - Centro - Diamantina-MG
CEP: 39100-000 - E-mail: [email protected]
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
36
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS
que uma amostra de 17 pacientes em cada grupo (já considerando eventuais perdas) confere um poder do teste
de 80%. Uma amostra com 19 pacientes em cada grupo
confere um poder do teste de 85%.
A amostra, de caráter prospectivo, foi composta de
20 modelos de gesso obtidos ao início do tratamento
(T1) e 40 telerradiografias em norma lateral obtidas ao
início (T1) e final (T2) do tratamento ortopédico de 20
pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1, que
formaram o grupo experimental. Formaram o grupo
controle 25 modelos de gesso e 50 telerradiografias em
norma lateral obtidas de 25 indivíduos com má oclusão
de Classe II, divisão 1, que não receberam tratamento.
As telerradiografias e os modelos de gesso do grupo controle são provenientes do arquivo de documentações da
disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia
de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB/USP).
O grupo experimental foi composto por 20 pacientes, sendo 11 do sexo masculino e 9 do feminino, com
idade inicial média de 11,76 ± 1,64 anos, que apresentavam Classe II, divisão 1, ao início do tratamento, e
que foram tratados com o aparelho ortopédico funcional
Twin Block modificado. O tempo médio de tratamento
foi de 1,13 ± 0,40 anos, e a idade final média dos pacientes foi de 12,89 ± 1,56 anos. Quanto à severidade
inicial da relação anteroposterior existente entre os primeiros molares permanentes avaliada em modelos de
gesso, nove pacientes apresentavam Classe II completa,
três apresentavam ¾ de Classe II, sete apresentavam ½
Classe II e um apresentava ¼ de Classe II.
O grupo controle foi composto por 25 indivíduos,
sendo 14 do sexo masculino e 11 do feminino, não-tratados e com má oclusão de Classe II, divisão 1, com idade inicial média de 11,39 ± 1,35 anos. O tempo médio
de acompanhamento foi de 1,07 ± 0,17 anos, e a idade
final média foi de 12,46 ± 1,38 anos. Quanto à severidade inicial da relação anteroposterior existente entre os
primeiros molares permanentes avaliada em modelos de
gesso, quatro indivíduos apresentavam Classe II completa, seis apresentavam ¾ de Classe II, nove apresentavam ½ Classe II e seis apresentavam ¼ de Classe II.
Os critérios de inclusão dos pacientes no grupo
experimental foram: 1) presença de má oclusão de
Classe II, divisão 1, avaliada nos modelos de gesso e
confirmada clinicamente. Não houve critério cefalométrico para determinar que os pacientes eram Classe II esquelética com valores de ANB maior que 4°;
INtroduçÃO
Os aparelhos funcionais têm sido amplamente utilizados no tratamento da má oclusão de Classe II esquelética. Embora poucos clínicos não reconheçam a grande
efetividade desses aparelhos, a evidência científica de
que esses aparelhos promovem uma alteração no crescimento das bases ósseas permanece indefinida1,2.
Alguns autores acreditam que existe pouca evidência para suportar o fato de que os aparelhos funcionais
alteram significativamente o crescimento mandibular3,4. Por outro lado, outros autores sugerem que esses
aparelhos podem ter uma influência significativa no
crescimento mandibular, desde que utilizados em época oportuna5,6,7.
As principais alterações decorrentes do uso dos aparelhos funcionais são de natureza dentoalveolar, incluindo a distalização do segmento posterossuperior, inclinação para lingual dos incisivos superiores, mesialização
do segmento posteroinferior e inclinação para vestibular
dos incisivos inferiores8. As principais alterações verticais são a restrição do desenvolvimento vertical dos
molares superiores e um estímulo do desenvolvimento
vertical dos molares inferiores8.
No entanto, a maioria desses resultados descritos foi
obtida em estudos retrospectivos, e um número relativamente pequeno de trabalhos com o objetivo principal
de avaliar as alterações dentoesqueléticas apresentou um
caráter prospectivo9-12. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar, de forma prospectiva, os efeitos dentoesqueléticos do aparelho Twin Block no tratamento da má oclusão de Classe II utilizando um grupo
controle compatível.
MATERIAL E MÉTODOS
Material
O presente estudo foi submetido e aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) da Faculdade Ingá
e todos os pacientes da amostra tiveram que assinar um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
antes da realização do tratamento. Antes do início da
pesquisa, foi realizado um cálculo amostral para se determinar o número mínimo de pacientes em cada grupo.
Para evitar o erro do tipo I, foi realizado o cálculo amostral considerando a = 5% (erro tipo I), b = 20% (erro
tipo II), uma variabilidade estimada (s) de 1,513 e uma
mínima diferença a se detectar (d) entre os grupos controle e experimental de 2mm. Os resultados mostraram
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
37
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho Twin Block em jovens brasileiros: um estudo prospectivo
linha mediana permite corrigir pequenas inclinações
linguais dos dentes posteriores. Os grampos Benac são
usados para retenção do aparelho na parte posterior e,
na parte anterior, se o arco não for suficiente, deve
ser feito um recobrimento de acrílico sobre a borda
dos incisivos inferiores. As pistas localizam-se à frente,
na região dos primeiros pré-molares, e se estendem
até os caninos para obter maior resistência, e são confeccionadas em 70° para se encaixar na parte superior
do aparelho, mantendo a mandíbula em uma posição
mais anterior. A altura da pista é compatível com a
pista superior, sem que haja contato com os dentes da
arcada superior (Fig. 1 e 2).
Recomendava-se que os pacientes utilizassem o
Twin Block modificado por um período de aproximadamente 20h/dia.
2) apinhamento na arcada inferior de, no máximo,
4mm; 3) não foram submetidos a tratamento ortodôntico prévio; 4) presença de convexidade facial, clinicamente avaliada.
Descrição do aparelho Twin Block modificado
» Parte maxilar: composta por uma base acrílica recobrindo o palato duro, aberta na linha da sutura palatina mediana com parafuso expansor de 6,5mm, da marca
Dentaurum, permitindo a expansão transversal da arcada
superior. Possui arco de Hawley anterior, sendo utilizado
para melhorar a retenção, afastar a musculatura do lábio e
controlar as inclinações dos incisivos superiores. O aparelho apresenta molas simples na face palatina dos incisivos
centrais e laterais superiores, controlando a pressão da língua e verticalização desses dentes. A retenção do aparelho é
realizada nos dentes posteriores pelos grampos Benac, que
permitem ativação e, por sua grande quantidade de fios em
sua confecção, apresentam boa flexibilidade. Os blocos de
acrílico encontram-se sobre a oclusal dos dentes posteriores
com altura suficiente para que haja a desoclusão dos dentes
anteriores, e as pistas encontram-se em sua porção anterior
em ângulo de 70°, responsáveis, junto com as pistas inferiores, por manter a mandíbula protruída (Fig. 1 e 2).
» Parte mandibular: composta por uma base de
acrílico pelo rebordo gengival lingual, possui arco de
Hawley anterior para controlar a inclinação dos incisivos. A presença do expansor de 5,5mm Dentaurum na
Material e Métodos
Telerradiografias em norma lateral
Com a finalidade de avaliar as alterações dentoesqueléticas do aparelho Twin Block modificado, telerradiografias em norma lateral, obtidas ao início e final
do tratamento, foram avaliadas e comparadas ao grupo
controle. Todas as imagens radiográficas foram obtidas
com os lábios em repouso e na posição de máxima intercuspidação habitual, com o auxílio do cefalostato de
Broadbent para uma padronização do posicionamento
da cabeça. Todas as telerradiografias da amostra foram
Figura 1 - Aparelho Twin Block modificado.
A
B
C
Figura 2 - Aparelho Twin Block sendo utilizado. A) Vista lateral direita. B) Vista frontal. C) Vista lateral esquerda.
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
38
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS
realizadas em três aparelhos diferentes, e, para uma
maior precisão dos resultados, foi determinada a magnificação de cada aparelho. Os diferentes tipos de aparelhos apresentaram porcentagens distintas de magnificação, que variaram entre 6 e 10,94%.
6) Componente dentoalveolar inferior: 1.NB,
1-NB, 1-AP e IMPA.
7) Relações dentárias: trespasse horizontal, trespasse vertical e relação molar.
Traçado cefalométrico e obtenção das grandezas
As telerradiografias foram digitalizadas na resolução
de 9.600 x 4.800dpi em um scanner Microtek ScanMaker i800 (Microtek International, Inc., Carson, EUA),
acoplado a um microcomputador Pentium. As imagens
foram transferidas ao programa Dolphin Imaging Premium 10.5 (Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, EUA), por meio do qual foram marcados os pontos cefalométricos de interesse, e processadas as mensurações, envolvendo os planos e as linhas.
Análise Estatística
Erro do método
Para avaliação do erro intraexaminador, foram
realizadas, novamente, pelo mesmo pesquisador, todas as mensurações em 30 telerradiografias em norma
lateral selecionadas aleatoriamente após um intervalo
de três semanas. A aplicação da fórmula matemática
proposta por Dahlberg (Se2 = Sd2/2n) permitiu estimar a ordem de grandeza dos erros casuais14. A avaliação dos erros sistemáticos procedeu-se pela aplicação
do teste t dependente15,16.
Grandezas cefalométricas utilizadas (Fig. 3, 4, 5 e 6)
As seguintes grandezas cefalométricas foram utilizadas neste trabalho:
1) Componente maxilar: SNA, A-Nperp e Co-A.
2) Componente mandibular: SNB, P-Nperp e
Co-Gn.
3) Relação maxilomandibular: ANB e Wits.
4) Padrão de crescimento: SN.GoGn, SN.GoMe,
SN.Ocl, FMA e AFAI.
5) Componente dentoalveolar superior: 1.NA,
1-NA, 1-Aperp, 1.PP e 1-PP.
Comparação intergrupos
Para verificar se os dados cefalométricos dos grupos experimental e controle apresentavam distribuição
normal, foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov.
Os resultados mostraram que as variáveis cefalométricas apresentavam distribuição normal nos dois grupos
e em todas as fases avaliadas (p > 0,05). Assim sendo,
foram utilizados testes paramétricos para a comparação
intergrupos. A compatibilidade entre os grupos experimental e controle em relação às idades médias inicial (T1), final (T2) e tempo de tratamento/observação
21
5
6
7
3
9
4
8
11
13
12
10
Figura 3 - Grandezas cefalométricas esqueléticas angulares: 1) SNA;
2) SNB; 3) ANB; 4) SN.GoMe; 5) SN.GoGn; 6) SN.Ocl; 7) FMA.
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
Figura 4 - Grandezas cefalométricas esqueléticas lineares: 8) A-Nperp;
9) Co-A; 10) P-Nperp; 11) Co-Gn; 12) Wits; 13) AFAI.
39
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho Twin Block em jovens brasileiros: um estudo prospectivo
14
15
17
25
21
22
20
18
19 24
23
16
Figura 5 - Grandezas cefalométricas dentárias angulares: 14) 1.NA; 15) 1.PP;
16) 1.NB; 17) IMPA.
Figura 6 - Grandezas cefalométricas dentárias lineares: 18) 1-NA;
19) 1-Aperp; 20) 1-PP; 21) 1-NB; 22) 1-AP; 23) trespasse horizontal; 24) trespasse vertical; 25) relação molar.
foi realizada com o teste t independente. Para verificar
a compatibilidade entre os grupos na distribuição por
sexos e na severidade anteroposterior existente entre os
molares, foi utilizado o teste qui-quadrado. O teste t independente foi utilizado para comparação intergrupos
nas fases inicial (T1), final (T2) e alterações entre as fases
inicial e final (T2-T1) dos dois grupos. Para o controle de
falso-positivo (erro Tipo I), foi utilizada a correção de
Bonferroni, e as diferenças foram consideradas estatisticamente significativas para p < (0,05/24) = 0,002. Todos
os testes estatísticos foram realizados com o programa
Statistica for Windows 7.0 (Stat Soft Inc., Tulsa, EUA).
superiores do grupo experimental apresentavam-se significativamente mais inclinados para vestibular e protruídos na maxila (p < 0,002). No componente relações
dentárias, a variável trespasse horizontal apresentou-se
significativamente aumentada em relação ao grupo controle (p < 0,002) (Tab. 4).
Ao final do tratamento (T2), o padrão de crescimento, quando avaliado pela variável AFAI, apresentou-se
significativamente maior no grupo experimental em
comparação ao grupo controle. No componente dentoalveolar inferior, o grupo experimental apresentou os
incisivos inferiores significativamente mais protruídos e
inclinados para vestibular em comparação ao grupo controle. Na avaliação das relações dentárias, o grupo experimental apresentou a relação molar significativamente
menor na comparação com o grupo controle (Tab. 5).
Na comparação das alterações dentoesqueléticas (T2-T1) entre os grupos experimental e controle,
verificou-se que, em relação ao componente mandibular, o grupo experimental obteve um aumento significativamente maior do comprimento mandibular
(Co-Gn). No componente padrão de crescimento, a
variável Sn.Ocl apresentou um aumento significativamente maior no grupo experimental quando comparado ao grupo controle. Em relação ao componente
dentoalveolar superior, o grupo experimental apresentou uma maior e significativa inclinação para lingual e
retrusão dos incisivos superiores na comparação com o
grupo controle. No componente dentoalveolar inferior,
RESULTADOS
Três variáveis (SNA, SN.GoGn e AFAI) apresentaram erro sistemático (p < 0,05) e a amplitude dos erros
casuais variou de 0,32 (ANB) a 2,39 (AFAI).
Os grupos experimental e controle apresentaram
compatibilidade na idade inicial, idade final, tempo de
tratamento/observação, distribuição por sexos e severidade da relação anteroposterior existente entre os molares (Tab. 1, 2, 3).
Ao início do tratamento (T1), os grupos experimental e controle apresentaram uma compatibilidade cefalométrica moderada, sendo que no componente relação
maxilomandibular as variáveis ANB e Wits revelaram
uma pior relação entre as bases apicais no grupo experimental (p < 0,002). No componente dentoalveolar
superior, a variável 1-Aperp revelou que os incisivos
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
40
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS
Tabela 1 - Avaliação da compatibilidade entre os grupos considerando a idade inicial, idade final e o tempo de tratamento/observação (teste t independente).
Variáveis (anos)
Grupo experimental (n = 20)
Grupo controle (n = 25)
Média ± D.P.
Média ± D.P.
P
Idade inicial
11,76 ± 1,64
11,39 ± 1,35
0,4063
Idade final
12,89 ± 1,56
12,45 ± 1,38
0,3239
Tempo de tratamento/observação
1,13 ± 0,40
1,07 ± 0,17
0,4773
Tabela 3 - Resultado do teste qui-quadrado na comparação entre os grupos
experimental e controle na severidade da relação anteroposterior existente
entre os molares.
Tabela 2 - Comparação da distribuição dos sexos entre os dois grupos (teste
qui-quadrado).
Sexo
Grupo
Total
Feminino
Experimental
9
11
20
Controle
11
14
25
Total
20
25
45
Grupo experimental
Grupo controle
(n = 20)
(n = 25)
¼ Classe II
1
6
½ Classe II
7
9
¾ Classe II
3
6
Classe II completa
9
4
Severidade
Masculino
c2= 0,005; GL=1; p = 0,9465
c2= 6,2663; GL = 3; p = 0,0993
Tabela 4 - Resultados do teste t independente na comparação entre os grupos experimental e controle na fase inicial (T1).
Variável
Grupo experimental (T1) (n = 20)
Grupo controle (T1) (n = 25)
Média ± D.P.
Média ± D.P.
p
Componente maxilar
SNA (graus)
84,51 ± 3,51
83,30 ± 3,16
0,2270
A-Nperp (mm)
0,78 ± 2,98
-0,18 ± 2,70
0,2618
Co-A (mm)
85,45 ± 3,38
83,67 ± 4,80
0,1686
78,59 ± 3,49
0,2723
Componente mandibular
SNB (graus)
P-Nperp (mm)
Co-Gn (mm)
77,33 ± 4,10
-8,95 ± 6,64
-6,30 ± 4,83
0,1287
108,49 ± 6,60
108,14 ± 6,27
0,8570
Relação maxilomandibular
ANB (graus)
7,19 ± 2,27
4,69 ± 1,66
0,0001
Wits (mm)
3,84 ± 2,65
0,50 ± 2,34
0,0001
Padrão de crescimento
SN.GoGn (graus)
30,46 ± 5,24
29,88 ± 4,95
0,7049
SN.Ocl (graus)
13,00 ± 5,20
14,57 ± 2,99
0,2095
FMA (graus)
26,58 ± 4,85
25,83 ± 4,06
0,5743
AFAI (mm)
61,16 ± 4,03
58,49 ± 4,55
0,0461
Componente dentoalveolar superior
1.NA (graus)
29,48 ± 6,75
24,73 ± 6,29
0,0190
1-NA (mm)
5,03 ± 2,10
3,44 ± 1,87
0,0107
6,23 ± 1,74
4,40 ± 1,05
0,0001
1.PP (graus)
120,68 ± 5,63
115,20 ± 5,80
0,0027
1-PP (mm)
26,35 ± 1,86
25,37 ± 2,76
0,1837
1-NB (mm)
5,14 ± 2,44
3,92 ± 1,97
0,0713
1.NB (graus)
26,18 ± 6,98
24,40 ± 6,34
0,3760
1-Aperp (mm)
Componente dentoalveolar inferior
1-AP (mm)
-0,15 ± 2,12
0,37 ± 2,16
0,4213
IMPA (graus)
95,92 ± 8,16
93,47 ± 6,59
0,2715
Relações dentárias
Trespasse horiz. (mm)
9,16 ± 2,10
5,61 ± 2,61
0,0000
Trespasse vertical (mm)
4,59 ± 2,50
3,29 ± 1,73
0,0464
Relação molar (mm)
1,90 ± 1,54
0,40 ± 1,55
0,0024
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
41
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho Twin Block em jovens brasileiros: um estudo prospectivo
Tabela 5 - Resultados do teste t independente na comparação entre os grupos experimental e controle na fase final (T2).
Variável
Grupo Experimental (T2) (n = 20)
Grupo Controle (T2) (n = 25)
Média ± D.P.
Média ± D.P.
p
Componente maxilar
SNA (graus)
84,18 ± 4,55
82,99 ± 3,26
0,3117
A-Nperp (mm)
0,50 ± 3,36
-0,48 ± 2,51
0,2728
Co-A (mm)
87,26 ± 3,68
84,84 ± 4,39
0,0562
SNB (graus)
78,61 ± 4,66
78,84 ± 3,90
0,8523
Componente mandibular
P-Nperp (mm)
Co-Gn (mm)
-7,08 ± 7,14
-5,93 ± 4,81
0,5256
115,00 ± 6,72
110,48 ± 6,21
0,0242
Relação maxilomandibular
ANB (graus)
5,59 ± 1,83
4,14 ± 1,69
0,0087
Wits (mm)
1,67 ± 3,15
0,16 ± 3,02
0,1083
Padrão de crescimento
SN.GoGn (graus)
29,94 ± 5,39
28,96 ± 4,79
0,5223
SN.Ocl (graus)
14,37 ± 5,13
13,70 ± 3,02
0,5823
FMA (graus)
25,91 ± 4,58
25,26 ± 3,40
0,5885
AFAI (mm)
64,34 ± 4,00
59,02 ± 4,43
0,0014
25,13 ± 3,92
0,0502
Componente dentoalveolar superior
1.NA (graus)
22,42 ± 5,11
1-NA (mm)
3,25 ± 1,78
4,04 ± 1,61
0,1265
1-Aperp (mm)
4,78 ± 1,52
4,88 ± 1,22
0,8001
1.PP (graus)
113,68 ± 4,38
114,96 ± 4,19
0,3221
1-PP (mm)
27,84 ± 2,09
26,02 ± 2,67
0,0167
Componente dentoalveolar inferior
1-NB (mm)
7,10 ± 2,27
4,10 ± 1,74
0,0000
1.NB (graus)
32,35 ± 6,28
25,25 ± 5,10
0,0001
1-AP (mm)
IMPA (graus)
2,85 ± 2,10
0,74 ± 2,00
0,0013
101,43 ± 6,95
94,68 ± 5,02
0,0005
Relações dentárias
Trespasse horiz. (mm)
3,88 ± 1,46
5,43 ± 2,09
0,0071
Trespasse vertical (mm)
3,04 ± 1,44
3,30 ± 1,53
0,5633
Relação molar (mm)
-1,87 ± 2,24
0,42 ± 1,22
0,0001
o grupo experimental apresentou uma maior e significativa inclinação para vestibular e protrusão dos incisivos inferiores na comparação com o grupo controle.
Na avaliação das relações dentárias, o grupo experimental apresentou uma diminuição significativamente
maior nas variáveis trespasse horizontal e relação molar
na comparação com o grupo controle (Tab. 6).
horizontal em uma idade precoce, melhor relacionamento entre as bases apicais, diminuição na convexidade facial e um menor tempo de tratamento com
aparelhos fixos são fatores que incentivam o tratamento da Classe II em duas fases9. Por outro lado, alguns
autores já demonstraram que o tratamento da Classe II
em uma fase na dentição permanente (aparelho fixo)
apresenta uma melhor eficiência quando comparado
ao tratamento em duas fases, uma vez que resultados
oclusais semelhantes são obtidos em um tempo de tratamento significativamente menor18,19,20.
Na investigação das reais alterações dentoesqueléticas obtidas com o uso do Twin Block em uma primeira
fase de tratamento, não se observou nenhuma restrição
DISCUSSÃO
O uso de aparelhos ortopédicos funcionais removíveis em pacientes com Classe II esquelética e em fase
de crescimento tem demonstrado algumas vantagens
no tratamento da Classe II em duas fases (ortopedia
funcional e aparelho fixo)11,17. A redução do trespasse
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
42
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS
Tabela 6 - Resultados do teste t independente na comparação das alterações (T2-T1) entre os grupos experimental e controle.
Variável
Grupo experimental (T2-T1) (n = 20)
Grupo controle (T2-T1) (n = 25)
Média ± D.P.
Média ± D.P.
p
Componente maxilar
SNA (graus)
-0,33 ± 1,69
-0,30 ± 1,47
0,9564
A-Nperp (mm)
-0,29 ± 2,46
-0,29 ± 1,90
0,9915
Co-A (mm)
1,80 ± 2,60
1,17 ± 1,23
0,2870
0,0152
Componente mandibular
SNB (graus)
1,27 ± 1,41
0,26 ± 1,29
P-Nperp (mm)
1,88 ± 4,35
0,37 ± 2,82
0,1674
Co-Gn (mm)
6,51 ± 3,13
2,34 ± 1,56
0,0000
Relação maxilomandibular
ANB (graus)
-1,60 ± 1,55
-0,54 ± 1,10
0,0108
Wits (mm)
-2,16 ± 2,78
-0,34 ± 2,30
0,0210
Padrão de crescimento
SN.GoGn (graus)
-0,53 ± 1,67
-0,92 ± 2,09
0,4911
SN.Ocl (graus)
1,37 ± 2,38
-0,87 ± 1,87
0,0010
FMA (graus)
-0,68 ± 2,21
-0,57 ± 2,57
0,8877
AFAI (mm)
3,18 ± 3,12
1,49 ± 1,44
0,0201
Componente dentoalveolar superior
1.NA (graus)
-7,06 ± 6,11
0,40 ± 4,38
0,0000
1-NA (mm)
-1,77 ± 1,62
0,60 ± 1,45
0,0000
1-Aperp (mm)
-1,44 ± 1,33
0,49 ± 1,16
0,0000
1.PP (graus)
-7,00 ± 6,41
-0,24 ± 3,93
0,0001
1-PP (mm)
1,50 ± 1,64
0,65 ± 1,27
0,0583
1-NB (mm)
1,96 ± 1,83
0,18 ± 0,95
0,0001
1.NB (graus)
6,17 ± 5,96
0,85 ± 3,29
0,0004
1-AP (mm)
3,00 ± 1,97
0,36 ± 1,10
0,0000
IMPA (graus)
5,51 ± 6,33
1,20 ± 3,53
0,0060
0,0000
Componente dentoalveolar inferior
Relações dentárias
Trespasse horiz. (mm)
-5,29 ± 2,20
-0,18 ± 1,28
Trespasse vertical (mm)
-1,55 ± 2,73
0,01 ± 1,39
0,0169
Relação molar (mm)
-3,76 ± 2,32
0,02 ± 1,39
0,0000
do deslocamento anterior da maxila (Tab. 6). Esse resultado sugere que o tratamento de pacientes com má
oclusão de Classe II com o Twin Block não apresentou
nenhum efeito extrabucal significativo, conforme relatado em estudos anteriores17,21.
Na avaliação do componente mandibular, houve um
aumento estatisticamente significativo do comprimento mandibular (Co-Gn) de 4,17mm, com um deslocamento para anterior do ponto gônio, sendo que essas
duas alterações são desejáveis no tratamento de pacientes
com Classe II esquelética (Tab. 6). Não foi possível determinar se esse aumento na variável Co-Gn foi decorrente de um aumento do comprimento mandibular ou
a um reposicionamento da mandíbula. Alguns autores
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
também evidenciaram alterações semelhantes em relação ao comprimento mandibular9,11,17,22. No entanto,
os aparelhos ortopédicos funcionais promovem um aumento maior do comprimento mandibular em um período de tratamento menor, sem que o comprimento
final da mandíbula, ao término da fase de crescimento,
seja significativamente maior que os indivíduos não-tratados. Essa característica dos aparelhos funcionais é
conhecida na literatura como a hipoteca do crescimento
mandibular2,23. Uma melhora do retrognatismo mandibular também foi observada nos pacientes do grupo
experimental que apresentaram um maior aumento
na variável SNB (1,01°) quando comparado ao grupo
controle (Tab. 6). Provavelmente essa alteração tenha
43
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho Twin Block em jovens brasileiros: um estudo prospectivo
Classe II, da curva de Spee e da sobremordida profunda dos pacientes26,27,28.
Os componentes dentoalveolar superior e inferior
apresentaram um significativo componente de inclinação dos dentes anteriores em ambas as arcadas. Os
incisivos superiores foram inclinados para lingual e
retruídos, ao passo que os incisivos inferiores foram
inclinados para vestibular e protruídos (Tab. 6). Essas
alterações de natureza dentoalveolar contribuíram significativamente para a correção do trespasse horizontal9,17,22. No entanto, a inclinação excessiva dos incisivos deve ser criteriosamente controlada, uma vez que
reduzem substancialmente o potencial das alterações
de natureza ortopédica9.
Na avaliação das relações dentárias, houve uma diminuição significativa de 5,11mm no trespasse horizontal, e de 3,78mm na relação molar em comparação
ao grupo controle. Essas alterações contribuem para a
correção da discrepância anteroposterior em pacientes
com má oclusão de Classe II (Tab. 6). Esses resultados
representam uma consequência desejável do tratamento
da Classe II esquelética e que se estabelece em função do
somatório das alterações dentoalveolares e esqueléticas
que ocorreram no grupo experimental29,30.
contribuído para uma diminuição da convexidade facial
nos pacientes do grupo experimental.
Uma provável movimentação para lingual das raízes
dos incisivos inferiores pode promover uma remodelação alveolar, alterando a posição do ponto B mais para
posterior e, consequentemente, diminuindo a variável
SNB. Os incisivos inferiores apresentaram uma significativa inclinação para vestibular e protrusão, mas ainda assim evidenciou-se um aumento do ângulo SNB
(Tab. 6). Trabalhos anteriores também encontraram
alterações semelhantes na avaliação dos efeitos cefalométricos decorrentes do uso de aparelhos funcionais11,21.
Ao avaliarmos o componente relação maxilomandibular, o crescimento e/ou reposicionamento da
mandíbula não promoveu alterações significativas nas
variáveis ANB e Wits, e, consequentemente, uma
diminuição da discrepância esquelética entre as bases
apicais nos pacientes do grupo experimental (Tab. 6).
Esse resultado não se encontra em conformidade com
trabalhos prévios, uma vez que a literatura apresenta
inúmeros trabalhos mostrando a grande efetividade dos
aparelhos funcionais em obter um melhor relacionamento entre a maxila e a mandíbula17,24,25.
Em relação ao padrão de crescimento, houve um
aumento não significativo da AFAI (1,69mm) nos pacientes do grupo experimental quando comparado ao
grupo controle, com consequente giro do plano oclusal no sentido horário, que pode ser verificado pelo
aumento significativo da variável SN.Ocl (Tab. 6).
Provavelmente esses efeitos foram decorrentes do
desgaste seletivo do acrílico que está em contato
com os dentes posteroinferiores, permitindo, assim,
um maior desenvolvimento vertical desses dentes,
o que contribui para a correção da relação molar de
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
CONCLUSÃO
Com base no método empregado e nos resultados
obtidos, podemos concluir que o aparelho Twin Block
apresentou grande efetividade na correção da má oclusão de Classe II em pacientes em fase de crescimento.
A maior parte das alterações ocorridas é de natureza
dentoalveolar, com um grande componente de inclinação dentária associado a um significativo efeito esquelético na mandíbula.
44
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45
artigo inédito
Saikoski LZ, Cançado RH, Valarelli FP, Freitas KMS
Referências
1.
Woodside DG. Do functional appliances have an orthopedic effect? Am J
16. Houston WJ. The analysis of errors in orthodontic measurements. Am J
Orthod Dentofacial Orthop. 1998;113(1):11-4.
2.
Orthod. 1983;83(5):382-90.
Chen JY, Will LA, Niederman R. Analysis of efficacy of functional
17. Jena AK, Duggal R, Parkash H. Skeletal and dentoalveolar effects of Twin-
appliances on mandibular growth. Am J Orthod Dentofacial Orthop.
block and bionator appliances in the treatment of Class II malocclusion: a
2002;122(5):470-6.
3.
comparative study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006;130(5):594-602.
Björk A. The principles of the Andresen method of orthodontic
18. Dolce C, McGorray SP, Brazeau L, King GJ, Wheeler TT. Timing of Class II
treatment: a discussion based on cephalometric x-ray analysis of treated
treatment: skeletal changes comparing 1-phase and 2-phase treatment.
cases. Am J Orthod. 1951;37(6):437-58.
4.
5.
Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;132(4):481-9.
Pancherz H. A cephalometric analysis of skeletal and dental changes
19. Ghafari J, Shofer FS, Jacobsson-Hunt U, Markowitz DL, Laster LL.
contributing to Class II correction in activator treatment. Am J Orthod.
Headgear versus function regulator in the early treatment of Class
1984;85(2):125-34.
II, division 1 malocclusion: a randomized clinical trial. Am J Orthod
DeVincenzo JP. Changes in mandibular length before, during and after
Dentofacial Orthop. 1998;113(1):51-61.
successful orthopaedic correction of Class II malocclusions using a
20. Tulloch JF, Phillips C, Proffit WR. Benefit of early Class II treatment:
functional appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991;99(3):241-57.
6.
progress report of a two-phase randomized clinical trial. Am J Orthod
Windmiller EC. The acrylic-splint Herbst appliance: a cephalometric
Dentofacial Orthop. 1998;113(1):62-72.
evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993;104(1):73-84.
7.
21. DeVincenzo JP, Huffer RA, Winn MW. A study in human subjects using
Olibone VLL, Guimarães AS, Atta JY. Influência do aparelho propulsor
a new device designed to mimic the protrusive functional appliances
Twin Block no crescimento mandibular: revisão sistemática da literatura.
used previously in monkeys. Am J Orthod Dentofacial Orthop.
Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006;11(1):19-27.
8.
1987;91(3):213-24.
Hirzel HC, Grewe JM. Activators: a practical approach. Am J Orthod.
22. Mills CM, McCulloch KJ. Treatment effects of the twin block appliance: a
1974;66(5):557-70.
9.
cephalometric study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;114(1):15-24.
Lund DI, Sandler PJ. The effects of Twin Blocks: a prospective controlled
23. Johnston LE Jr. Functional appliances: a mortgage on mandibular
study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;113(1):104-10.
position. Aust Orthod J. 1996;14(3):154-7.
10. Gill DS, Lee RT. Prospective clinical trial comparing the effects of
24. Kalha A. Early treatment with the twin-block appliance is effective
conventional Twin-block and mini-block appliances: Part 1. Hard tissue
in reducing overjet and severity of malocclusion. Evid Based Dent.
changes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005;127(4):465-72; quiz 517.
2004;5(4):102-3.
11. Illing HM, Morris DO, Lee RT. A prospective evaluation of Bass, Bionator
25. O’Brien K, Wright J, Conboy F, Sanjie Y, Mandall N, Chadwick S, et
and Twin Block appliances. Part I--The hard tissues. Eur J Orthod.
al. Effectiveness of early orthodontic treatment with the Twin-block
1998;20(5):501-16.
appliance: a multicenter, randomized, controlled trial. Part 1: Dental and
12. Brunharo IHVP, Quintão CA, Almeida MAO, Motta A, Barreto SYN.
skeletal effects. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124(3):234-43.
Alterações dentoesqueléticas decorrentes do tratamento com aparelho
26. Clark WJ. The Twin Block technique. A functional orthopedic appliance
ortopédico funcional Twin Block em pacientes portadores de má oclusão
system. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988;93(1):1-18.
de Classe II esquelética. Dental Press J Orthod. 2011;16(5):40.e1-8.
27. Clark WJ. The Twin Block technique. Part 2. Funct Orthod.
13. Antonarakis GS, Kiliaridis S. Short-term anteroposterior treatment effects
1992;9(6):45-9.
of functional appliances and extraoral traction on class II malocclusion. A
28. Clark WJ. The Twin Block technique. Part 1. Funct Orthod. 1992;9(5):32-
meta-analysis. Angle Orthod. 2007;77(5):907-14.
4, 36-7.
14. Dahlberg G. Statistical methods for medical and biological students. New
29. Lee RT. How orthodontic functional appliances work. Prim Dent Care.
York: Interscience; 1940.
2000;7(2):67-73.
15. Baumrind S, Frantz RC. The reliability of head film measurements. 1.
30. Bishara SE, Ziaja RR. Functional appliances: a review. Am J Orthod
Landmark identification. Am J Orthod. 1971;60(2):111-27.
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
Dentofacial Orthop. 1989;95(3):250-8.
45
Dental Press J Orthod. 2014 Jan-Feb;19(1):36-45

Documentos relacionados

Revista Clinica de Ortodontia Dental Press

Revista Clinica de Ortodontia Dental Press somatória dos efeitos aditivos por todo o complexo dentofacial, como a restrição da mesialização e extrusão dos molares superiores, linguoversão dos incisivos superiores, mesialização de toda a por...

Leia mais

Tratamento da mordida aberta

Tratamento da mordida aberta Modificam efetivamente o padrão esquelético vertical. Deslocamento maxilar anterior Aumento no comprimento mandibular Intrusão molar posterior Rotação anterior da mandíbula Aumento do trespasse ver...

Leia mais