Revista Pneus e Cia nº05

Transcrição

Revista Pneus e Cia nº05
Publicação Bimestral da AMIRP
Associação Mineira dos Reformadores de Pneus
Ano I – Nº 5 – Julho/Agosto 2008
Um brinde à Lei Seca
Desde que, claro, não dirija depois
Ecoatividade – Entrevista com
Ronaldo Vasconcellos – Pág. 12
Conexão – Gestão sustentável:
sobrevivência empresarial – Pág. 20
Pneus e frotas – Invista em
equipamentos e instalações – Pág. 22
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Pneus & Cia. Ano I – Nº 5 – Julho/Agosto 2008
Órgão Informativo da AMIRP
Diretoria AMIRP
Presidente
Paulo César Pereira Bitarães
Vice-presidente
Rogério de Matos
Diretor de Comunicação
Marcelo Hildeu de Souza Lara
Diretor Financeiro
Fernando Antônio Magalhães
Diretor Técnico
Miguel Pires Matos
Conselheiro Fiscal
Júlio Vicente da Cruz Neto
Executivo
Eduardo de Oliveira Martins
MOSTRE A SUA CARA
REFORMANDO ATITUDES
Não passam despercebidos os preconceitos e até mesmo os
conceitos acerca da atividade e do uso do pneu reformado.
Ainda que essa prática se manifeste comprovadamente
como uma ação segura e de significativo valor ambiental,
muitas vezes é perceptível as expressões de dúvida nos
rostos de representantes de ações políticas ou de projetos
de desenvolvimento, até mesmo de pessoas da área, com
instrução. Muitos demonstram desconhecimento em relação
ao nosso trabalho.
Lastimável ou engraçado?
Administrativo
Danieli Laureano de Souza
Auxiliar de Comunicação
Fabrício Silveira
Revista Pneus & Cia.
Diretora Responsável
Luciana Laborne – Reg.: MTb. 12657/MG
Editores
Luciana Laborne e Mariana Conrado
[email protected]
Colaboradores
Flávio Martins, Kátia Matos,
Pércio Schneider e Túlio Zamin
Revisão Final
Débora Santana
Arte e Editoração
In Foco Brasil (31) 3226-8463
www.infocobrasil.com
Impressão
Gráfica e Editora Del Rey (31) 3369-9400
www.grdelrey.com.br
Tiragem
3.000 exemplares
Os informes publicitários aqui veiculados são
de responsabilidade exclusiva dos anunciantes,
inclusive, com relação à veracidade.
Os textos editoriais não têm vinculação com os
materiais publicitários.
As opiniões expressas nos artigos assinados
são de responsabilidade dos autores.
Diante da clareza das questões que afligem nosso segmento,
não seria a hora de reformar atitudes? Mudar a cultura é
imprescindível para divulgar novos conceitos à sociedade,
aos poderes públicos e à justiça. É preciso parar de culpar ou
se sentir ofendido pelo olhar atravessado do outro e renovar
o modo de pensar e de agir.
Você, empresário da reforma, reconhece que é representante
de um setor dinâmico, rentável e detentor de um considerável
potencial de desenvolvimento, não só econômico, mas social
e ambiental? Concorda que seria mais adequado e produtivo
se houvesse uma organização, união e cooperação em prol
da visibilidade e do verdadeiro crescimento do setor?
Portanto, junte-se às nossas forças já penosamente
constituídas! A integração e a capacitação trilham o caminho
que nos levará a uma cultura organizacional voltada para o
futuro. A cultura que o mundo inteiro evoca: o crescimento
econômico sustentável!
AMIRP
Av. João César de Oliveira, 452 • Sala 15 • Eldorado
CEP 32310-000 • Contagem • MG • Tel: (31) 3356-3342
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Chega de adiar as mudanças! É hora de reformas!
Diretoria AMIRP
3 | Pneus & Cia.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos
e de ilustrações integrantes da edição impressa
ou virtual, sem a prévia autorização dos editores.
Estudos recentes nos levam a entender que a própria cultura
social acena com sinais negativos e retrógrados quando o
assunto é pneu reformado. Como se não bastassem as
pressões externas à classe dos reformadores, há ainda os
fatores internos do setor que dificultam o desenvolvimento,
o empreendedorismo, a sustentabilidade e a confiança no
próprio negócio. Esses obstáculos, facilmente detectados,
manifestam-se desde a falta de recursos e o alto custo
dos equipamentos, passando pela difícil manutenção da
estrutura funcional, até a quase inexistência de mão-deobra qualificada. Isso, sem contar a reciprocidade das visões
distorcidas entre os próprios empresários do segmento,
bem como as relações paradoxais decorrentes da cultura
organizacional, quando se tratam de empresas familiares.
Nesse caso, é comum deparar com problemas pessoais
enfraquecendo promissoras transações.
12
ECOATIVIDADE
“Em nome do meio ambiente”
16
CAPA
Um brinde à “Lei da Vida”
20
AMIRP em ação
Reuniões em destaque
6
Estratégia
Foco e determinação
10
Serviços
Tão importante quanto
ser bom é parecer bom
11
Cenário
Desafios que trazem oportunidades
15
Valores & valores
Reflexões
24
Fazendo a diferença
Pão e leite
26
Reformadores
Guia dos reformadores de Minas Gerais
28
Viver bem
Adiar. Odiar.
30
CONEXÃO
Gestão sustentável: sobrevivência empresarial
4 | Pneus & Cia.
22
PNEUS E FROTAS
Invista em equipamentos e instalações
Recebi a revista Pneus & Cia. nº 4
e gostaria de parabenizá-los pela
iniciativa. Já no editorial é possível verificar a preocupação com
o setor de reforma de pneumáticos. Na Camelback, trabalhamos
para melhorar e aperfeiçoar este
segmento, com uma tecnologia
inédita, fruto de seis anos de
pesquisas, e que denominamos controle de unidades de
cura na vulcanização.
AMIRP EM AÇÃO
REUNIÕES EM DESTAQUE
AMIRP EM VARGINHA
Foto: arquivo Amirp
CARTA DO LEITOR
Sabemos que toda nova tecnologia demanda tempo para ser assimilada. É muito difícil quebrar paradigmas, principalmente em
uma área em que as empresas são familiares
e sempre avessas a investimentos, sendo
que muitos reformadores não sabem nem
quanto é sua margem de contribuição.
Empresários da reforma de pneus do sul de Minas Gerais
História
Quando começamos a trabalhar com vulcanização, na década de 1990, sabíamos que
era um processo produtivo. Nosso conhecimento inicial era apenas de administração,
produção e controle de qualidade, mas
nenhum em vulcanização, já que seria somente um trabalho temporário. Mas, como
o americano Harvey Brodsky disse: “a borracha entra no sangue”. Uma vez contaminado, você se apaixona e ela se torna cada
vez mais importante na sua vida.
6 | Pneus & Cia.
A primeira providência foi fazer o levantamento geral da situação financeira da empresa. A segunda foi a análise de produtividade,
de retrabalho, de perda e de reclamação,
item responsável por 30% dos contatos
dos clientes. Desta forma, a empresa foi
conquistando resultados positivos e crescendo, chegando a números satisfatórios,
como produtividade de 200 pneus/homem
e índice de reclamação de 0,3%. Depois de
muito trabalho e estudo, o resultado foi uma
vulcanização com tempo correto, ganho de
produtividade, produto homogêneo e com
alto índice de qualidade.
Agradecemos a revista e nos colocamo à disposição da AMIRP. Que tenhamos um grau de
cooperação para o crescimento deste ramo de
negócios e o desenvolvimento de nosso país.
José Pedro Souza – diretor Camelback
Guarujá – SP
A AMIRP realizou, no dia 10 de julho, na Aciv (Associação Comercial e Industrial de Varginha), um encontro
com empresários da reforma de pneus, da região do sul
de Minas Gerais. A proposta central foi discutir a sobrevivência do setor, conscientizar e mobilizar os reformadores de pneus a respeito das transformações do mercado
(o reajuste de valores das matérias-primas, da mão-deobra, da energia, do transporte e outros itens que fazem
parte dos custos da recapagem).
AMIRP EM CAMPINAS
Junto aos reformadores do interior do estado de São Paulo,
a AMIRP marcou presença na reunião realizada pela Aresp
e pela ABR, em Campinas, no dia 16 de julho. O encontro
focou nas estratégias de mercado alinhadas a atual conjuntura econômica. Um dos assuntos conversados foi a sugestão do aumento de preços, cerca de 16%, tanto nas
matérias-primas, como nos custos fixos.
LEMBRETE AO REFORMADOR
Inmetro – Portaria Nº 272, de 5 de agosto de 2008
Regulamento técnico da qualidade para o serviço de
reforma em pneus para veículos comerciais, comerciais
leves e seus rebocados.
Decreto Nº. 6.514, de 22 de julho de 2008
Regulamentação da Lei de Crimes Ambientais
Diário Oficial da União – Decreto Nº 6.455 de
12 de maio de 2008
Altera o Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de
2006, que aprova a Tabela de Incidência do Imposto
sobre Produtos Industrializados (TIPI).
*Resumo da carta do leitor
Fale com a gente: [email protected]
Para visualizar as informações técnicas na íntegra, acesse:
www.amirp.com.br
Foto: arquivo Amirp
AMIRP REÚNE COM SINDIPNEUS
Representantes do Sindpneus e da AMIRP
No dia 29 de julho, a diretoria da AMIRP se reuniu com
o Sindipneus (Sindicato das empresas de revenda e de
prestação de serviços de reforma de pneus e similares
do estado de Minas Gerais) para discutirem assuntos
gerais de interesse do segmento. O encontro foi realizado na sede do sindicato, em Belo Horizonte, com
a presença dos diretores do Sindipneus, da AMIRP e
também do advogado Samuel Oliveira Maciel.
Entre as idéias debatidas, o diretor executivo da AMIRP,
Eduardo Martins, destaca a importância de uma união
da associação com o sindicato para fortalecer o setor.
Foto: arquivo Amirp
EM DEFESA DA MANUTENÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DO SETOR
Representates das entidades do setor de reforma de pneus na primeira reunião AMIRP e ABR
8 | Pneus & Cia.
Primeira reunião
as maneiras de reformas (recauchutagem, remoldagem e recapagem). Foi elaborado e encaminhado um ofício ao Inmetro que repudia o ato
e também solicita o envolvimento das entidades
na criação e conferência de quaisquer materiais
informativos do setor.
No dia 15 de julho, a diretoria da AMIRP e a da ABR
promoveram um encontro na sede da Associação
Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus, em
São Paulo, com entidades representativas do setor
de reforma de pneus de todo o país. Dando continuidade aos objetivos de divulgar e discutir estratégias para garantir e manter a sobrevivência do setor,
a reunião teve como principais pontos de debate:
Segunda reunião
• Audiência pública sobre importação de carcaças,
ocorrida no Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
• O caso da possível manobra nos preços dos pneus
da China, denunciado pela Associação Nacional da
Indústria de Pneumáticos (Anip), e em processo de
investigação pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
• A análise da possibilidade de se elaborar um projeto
que permita a criação e a implementação de um
Selo Verde para o segmento de reforma de pneus.
• Cartilha Inmetro: O Inmetro criou uma cartilha
referente ao segmento com erros técnicos sobre
Dando continuidade aos debates relacionados à
prática de estratégias que asseguram a sobrevivência do setor, a diretoria da AMIRP e da ABR realizaram um segundo encontro, em São Paulo, no dia 5
de agosto. A proposta da reunião foi buscar alternativas para o associativismo de todo o segmento
de reforma de pneus, visando obter recursos que
viabilizem a manutenção das associações. Entre os
presentes estavam os representantes das associações estaduais e da nacional, da Câmara dos Fabricantes, de associações de marcas e dos sindicatos
do segmento.
Foto: arquivo Amirp
REGULAMENTAÇÃO PARA TODOS
Nelma Aparecida, Paulo Bitarães, Iranelson Coelho e Eduardo Martins
No dia 30 de julho, representantes da diretoria da
AMIRP, Paulo Bitarães (presidente), Eduardo Martins
(executivo) e Iranelson Coelho (diretor regional) se
reuniram no Ipem-MG (Instituto de Pesos e Medidas
de Minas Gerais) com a responsável por registros,
Nelma Aparecida. O objetivo do encontro foi discutir
questões referentes à fiscalização e à regulamentação
do setor. A AMIRP quer saber que atitudes tomar para
que ocorra, de maneira concreta, a mudança de imagem do segmento. “Se cada empresa fizer sua parte,
o negócio andará diferente”, concorda Nelma Aparecida, que se comprometeu a dar um retorno para a
associação, após se reunir com a equipe de suporte do
Ipem-MG, representantes do Inmetro e o gerente de
fiscalização e verificação compulsória do Ipem-MG,
Raimundo Mendes Costa.
ESTRATÉGIA
FOCO
E DETERMINAÇÃO
F
oco, do latim focu”. De acordo com o dicionário Aurélio é possível encontrar várias definições
para esta palavra. Mas, o que pode facilitar a
compreensão do seu sentido é compararmos com a
utilidade de uma lanterna à noite. Esse instrumento
pode iluminar, mesmo que com pouca qualidade, um
espaço maior, mas também pode focar uma área menor, concentrando os raios luminosos, com mais intensidade, em um ponto, dando melhor visibilidade.
• Planejar a estratégia
adequada: levantar quais
serão as atividades e a seqüência lógica da realização de cada uma.
• Compartilhar esse foco
com quem pode ajudar a
alcançar os resultados esperados, promovendo uma comunicação clara.
• Fé: ter pensamento positivo,
Observa-se, então, que houve uma convergência, o
acreditando firmemente que
que permitiu melhores resultados. Assim, podemos
tudo vai dar certo.
dizer que foco é o ponto de convergência. Em ou• Canalizar toda a energia para
tras palavras, é a concentração de algo que tende a
executar com empenho as ativialgum objetivo.
dades que vão levar à concretização do que foi
O mesmo acontece na vida pessoal
definido.
e profissional. Se realizarmos muitas
• Ser persistente,
atividades ao mesmo tempo tereManter o foco
não deixando que
mos esforços dispersos, o que acaba
e ser sempre
eventuais dificuldagerando resultados fracos e diluídos
des o façam desistir.
em diversas áreas. Mas, se concendeterminado
• Ser disciplinado
trarmos nossa atenção numa área
são virtudes
para cumprir o que
específica de interesse, certamente,
foi determinado na
os resultados serão melhores.
fundamentais
estratégia.
nos negócios
• Avaliar os resultados
“Além da nobre arte de fazer coisas,
à medida que as tarefas
existe a nobre arte de deixar coisas
são cumpridas, considesem fazer. A sabedoria da vida conrando as prioridades.
siste na eliminação do que não é essencial”, já dizia
• Corrigir os rumos e o planejamento, se
um provérbio chinês. Se não há foco nas atividades
necessário.
profissionais e nos negócios, a atenção e os esforços ficam dispersos, perdidos e sem finalidade. Dessa
O foco é uma característica comum às emforma, não há competência que dê bons resultados.
presas e às pessoas bem sucedidas. Elas tiveram êxito, porque traçaram um objetivo e
Manter o foco e ser sempre determinado são virtudes
concentraram nele todos os seus esforços e
fundamentais nos negócios. Foco na estratégia, na
determinações. Dessa forma, alcançaram os
qualidade, na lucratividade, no cliente, na obtenção
resultados esperados.
dos recursos materiais e humanos são necessários para
alcançar o que se pretende. Enfim, tudo a ser realizado
Determine o seu foco, organize as suas ações,
deve ser focado no objetivo almejado – a propósito, a
aja com determinação e tenha pensamento
falta de planos é uma das maiores causas de insucesso
positivo. Os resultados certamente virão.
profissional e empresarial. É preciso ainda:
10 | Pneus & Cia.
”
• Priorizar: perceber o que é mais importante, o que
será o foco.
• Estabelecer objetivos claros dentro dessa prioridade.
• Organizar: verificar todos os recursos que serão
disponíveis e como eles serão utilizados da forma
mais racional.
Flávio Martins – administrador de empresa
e consultor
E-mail: [email protected]
Site: www.flaviomartins.com.br
SERVIÇOS
TÃO IMPORTANTE QUANTO
SER BOM É PARECER BOM
por Mariana Conrado
O
que deve passar pela mente de uma pessoa que não conhece o pneu reformado
quando alguém sugere que ela experimente o produto? Entre outras indagações: O
preço é bom, mas será que é uma opção segura?
Qual a vantagem? Qual o melhor lugar para comprar? Muitos ainda remetem uma imagem suspeita
quando se fala em pneu reformado. Mas, sofrer
com preconceito não é exclusividade do setor de
reforma. “Imagine a Associação dos Proprietários
de Armas de Fogo?”, lembra o autor e consultor
de marketing, Sady Bordin.
Na hora da compra, o consumidor escolhe a empresa que mais lhe passa confiança. Nesse sentido, a imagem do produto e da marca aparece
na mente do cliente quando ele pensa em qual
opção prefere. Segundo o consultor Ari Lima,
“os empresários devem construir uma imagem
de confiabilidade no produto para os consumidores”. Por essa e outras razões, uma consultoria
pode trazer vantagens.
Consultoria empresarial é como um serviço de
conselhos dado por profissionais que analisam e
criam estratégias para apoiar toda a área administrativa das organizações. A empresa de consultoria, por não estar vinculada a nenhum setor específico, tem uma visão mais ampla do mercado. “É
aquela máxima do jogo de xadrez: quem está de
fora sempre vê um lance fantástico que o jogador
nunca vê”, compara Bordin.
Então, deve-se seguir o exemplo do país líder
mundial do setor de reforma, os EUA. Para
Bordin, é preciso divulgar, ter transparência e
visibilidade: “O pior que um segmento com
qualquer problema de imagem pode fazer é
se omitir”. Entre outras dicas, para uma boa
imagem da empresa é preciso adotar ações de
marketing, inclusive que envolva o consumidor
final. Além disso, uma regra deve ser conhecida
e cumprida: a de que é necessário conquistar os
pontos de contato com o mercado. Para agradar os clientes, funcionários e fornecedores é
imprescindível oferecer um excelente serviço
e produto, mas, para alcançá-los deve-se também transmitir uma imagem de confiança, profissionalismo e qualidade.
Imagem, entre diversos outros conceitos, é impressão, representação mental de algo. A imagem
da empresa depende da experiência do cliente
com ela e com o que ela vende. “Trabalhar a imaJá que o propósito é falar da imagem e até mesmo
gem significa analisar a percepção que o consureverter quando for negativa, o consultor aponmidor tem em relação ao produto/empresa”, diz
ta outro exemplo mais específico: a experiência
Sady Bordin. O consultor frisa que
dramática que a companhia aérea
a credibilidade da marca é mais
TAM passou no ano passado. O
ligada à postura da empresa em
Airbus-A320 não conseguiu pousar
relação ao consumidor do que ao
em uma das pistas do aeroporto de
A imagem do
produto em si.
Congonhas, em São Paulo. Atravessou a Av. Washington Luís e se choproduto e da
Uma breve consultoria para o
cou contra um depósito da própria
marca são fatores
setor de reforma
empresa, que explodiu. Nesse acidecisivos na opção
dente, cerca de 200 pessoas morreO segmento de reforma de pneus do
ram. “Esse pesadelo poderia afetar
do cliente
Brasil é o segundo maior do mundo.
de vez a imagem da companhia,
Os produtos, de qualidade tão boa
mas, mesmo hoje, depois de um
quanto a dos pneus novos, têm a
trabalho de marketing, como muvantagem de serem econômicos,
dar a logomarca e fazer campanhas,
sem contar que são ambientalmente corretos. “Essas
a TAM domina quase 50% do mercado da aviação
informações são preciosas, uma defesa de bandeja
comercial brasileira”, diz Sady Bordin, explicando
para o setor. São dados defendidos até mesmo pela
que a empresa, com o auxílio de consultorias, está
concorrência”, diz Bordin.
superando esse fato diante do mercado.
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Em um cenário de significativa competitividade – em
que antes a concorrência era local e agora é, até mesmo, global – e clientes cada vez mais exigentes, o empresário deve ficar atento. É preciso se aprimorar para
manter e, se possível, melhorar sua posição no mercado,
buscando também o reflexo lucrativo no faturamento.
ECOATIVIDADE
“EM NOME DO MEIO AMBIENTE”
O vice-prefeito de Belo Horizonte admite a dificuldade
de políticos tomarem frente quando o tema é pneus e diz que
o trabalho de entidades como a AMIRP deve ser feito, ter
visibilidade e persistência, não só para o desenvolvimento do setor,
mas “em nome do meio ambiente”.
por Luciana Laborne
Pneus & Cia.: Em linhas gerais, nos aponte os principais conceitos que são necessários compreender e serem considerados para a condução do desenvolvimento humano sustentável do ponto de vista ambiental.
usar o chamado pneu reformado, devido à desconfiança, por não conhecerem, mas, em resumo, pela
falta de informação.
Pneus & Cia.: Então, vamos às informações. A reforma além de prolongar a vida útil do pneu, favorece
a economia (petróleo). Diante desses esclarecimentos,
não seria prioridade colocar em práticas atitudes como:
incentivar a produção do asfalto ecológico feito com
raspas de pneus, a criação de ecopontos (pontos para
recolhimento e destinação final adequada do pneu,
para que esse não seja depositado no meio ambiente
de maneira errônea) ou até mesmo leis que obriguem
parte da frota de entidades públicas a utilizarem pneus
reformados? O intuito do empresário da reforma não
Foto: arquivo Amirp
P
ode parecer óbvio e até soar repetitivo para
alguns, mas os benefícios e a segurança da reforma ainda são questionados por uma parcela
considerável da sociedade. Entre eles, formadores de
opinião e representantes políticos. Afirmação comprovada em conversa com o vice-prefeito de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos, que está envolvido no
trabalho em prol do meio ambiente desde o ano de
1982 e possui autonomia para admitir a fragilidade de
debater e criar iniciativas quando o assunto é pneu. E,
também, para dar seu parecer: “O dever é nosso, mas
a associação pode nos ajudar e se fazer visível”.
Ronaldo Vasconcellos: Eu não sou “ecochato”, nem
“ecoxiita” e muito menos “biodesagradável”. Eu sou
“ecodesenvolvimentista”, porque defendo o desenvolvimento sustentável. Dedico-me a essa iniciativa
com paixão, determinação e até por obrigação como
cidadão. Você pode e deve usufruir dos recursos naturais, ambientais e minerais, mas de uma maneira
competente, do ponto de vista da legislação, da engenharia; de um jeito que não sacrificará gerações
futuras. Mas para isso, é preciso mudar conceitos e
práticas do cotidiano que a sociedade consumista
vende constantemente para todos nós.
12 | Pneus & Cia.
Pneus & Cia.: Especificando, como o setor de reforma de pneus é percebido e visto atualmente no plano
de ações políticas em Minas Gerais?
Ronaldo Vasconcellos: Quando eu era deputado
federal e fomos discutir política nacional de resíduos
sólidos, o grande entrave foi quando chegou às discussões relacionadas aos pneus. Eu diria que a política nacional dos resíduos sólidos só não saiu, ainda
hoje, por causa dos pneus. Temos que ser sensatos
e entender que as pessoas trocam os pneus do seu
carro para terem tranqüilidade, segurança e confiança para dirigir. E, muita gente ainda tem receio de
Ronaldo Vansconcellos – vice-prefeito de Belo Horizonte
Trajetória profissional
1983
1990 e 1994
2005
Integrante da Comissão de Meio
Ambiente da Câmara Municipal
Deputado estadual. Trabalhou na Comissão de Meio Ambiente
e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de MG
Vice-prefeito de
Belo Horizonte – MG
1982
Vereador de
Belo Horizonte – MG
1986
1998 e 2002
Deputado estadual de MG
Deputado federal. Atuou na Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
pára na reforma. Eles querem fazer a parte deles e,
após o pneu ser inservível, criar possibilidades para dar
continuidade à destinação correta do pneu. E é por isso
que insisto, qual a visão das ações políticas? Para tirar
essa imagem distorcida do pneu, não seria o momento
do governo fazer sua parte de maneira mais ativa?
14 | Pneus & Cia.
Ronaldo Vasconcellos: Nós, do poder público, temos
culpa, porque precisamos representar uma legislação
que aborde o assunto. O dever é nosso, mas a associação pode nos ajudar e se fazer visível. Não é fácil
defender o tema pneus. Mas, a ação política tem que
ser sensível e ter coragem para fazer sua parte. O
pneu só é vilão para quem não tem
essa consciência.
A associação deve ser participativa, estar sempre antenada, ter visibilidade. A entidade, que ainda está
em um ponto de vista desfavorável, precisa mudar
o costume e a visão para ter uma imagem positiva. A AMIRP tem que ter um trabalho de convencimento, de paciência, de perseverança, mas tem que
agir, porque senão vai ficar sempre na derrota. É um
desafio trabalhoso e que será desenvolvido com o
tempo. Mas, para perpetuar, é necessário ser persistente, afinal, quem não tem competência, que não
se estabeleça. É preciso acreditar no seu produto
e qualificá-lo cada vez mais para dar credibilidade
para todo o setor de reforma.
Pneus & Cia.: O que está faltando
para que a consciência ambiental
floresça amplamente em todos os
setores empresarias?
Sou totalmente favorável à questão
Quando se fala em
da legislação e em criar ecopontos,
mas temos agora que saber fazer. Os meio ambiente, logo
projetos sugeridos são interessantes,
se pensa em plantar Ronaldo Vasconcellos: É preciso esmas acho que a AMIRP e demais astabelecer um relacionamento com o
uma árvore. Isso é
sociações do setor têm que ter contapoder público constituído, indepento com vereador, deputado estadual, muito bonitinho, mas dente de qualquer coisa: com a Câdeputado federal, com ONGs e escomara Municipal, com a Assembléia
não resolve nada
las. Porque os representantes dessas
Legislativa, com a Comissão de Meio
entidades entendem a questão do
Ambiente e com a Semad (Secretaria
pneu e assim podem contribuir muito
de Estado de Meio Ambiente e Depara a elaboração de uma legislação.
senvolvimento Sustentável), no caso
A gente não pode ficar esperando a política nacional
de Minas. Mas isso é de maneira generalizada. Devede resíduo sólido atuar por si só. Temos que ver que,
se focar e ter uma equipe. O trabalho é um processo
normalmente, a sociedade como um todo ainda não
que para chegar lá e ser bem sucedido tem que ter
tem uma visão ambientalmente correta e completa.
início, meio e fim. O setor tem que se mostrar para
Não tem a noção e não possui a prática. E o poder
ganhar mais visibilidade, e, assim, conquistar o apoio
público também. Muitos prefeitos não possuem visão
dessas instituições. E tem mais, é preciso a união do
ambiental. Quando se fala em meio ambiente, logo
segmento e que todos trabalhem em busca de um
se pensa em plantar uma árvore. Isso é muito bonitimesmo propósito.
nho, mas não resolve nada.
Ronaldo Vasconcellos é engenheiro eletricista, forPneus & Cia.: O Sr., representante da ação política e
mado em 1973. Em 1975, fez o curso de extensão
defensor de interesses relacionados ao meio ambiende Engenharia e Segurança do Trabalho e, hoje, se
te, já foi a uma reformadora?
dedica à área de engenharia ambiental. Ronaldo
é professor universitário do curso de Engenharia
Ronaldo Vasconcellos: Não. E por isso afirmo que insAmbiental, na disciplina de Legislação e Política
tituições, como a AMIRP, precisam divulgar o setor. É
Ambientais, e apresenta o programa de televisão
um trabalho que necessita de muita paciência e muiEcologia e Cidadania, da ONG Ponto Terra – voltata persistência, mas que precisa ser feito em nome do
da para educação, conscientização e comunicação
meio ambiente.
na área ambiental.
CENÁRIO
DESAFIOS QUE TRAZEM
OPORTUNIDADES
O
mercado de reforma de pneus, assim como
as demais cadeias produtivas que têm o
petróleo como principal matéria-prima,
vive hoje um novo período de desafios. O atual
contexto tem como características a escassez de
produto bruto, os preços em alta, o consumo em
ascensão. Sabemos que é um momento difícil, mas
também as crises dos mercados são cíclicas; acontecem de tempos em tempos e acabam estabelecendo novos patamares de consumo, de preço e da
relação oferta/demanda.
Por outro lado, a economia do mundo está se transformando. Com um novo patamar de consumidores: o Brasil, a China, a Índia e os países emergentes estão trazendo as suas populações para o nível
de consumo. Por isso, a demanda por alimentos
e produtos básicos também aumenta – e acredito
que dificilmente venha a diminuir. Aqui também
chegamos a um novo patamar.
Portanto, desafios e oportunidades andam juntos. A reforma de pneus se consolida como alternativa sustentável para manter nossa economia “na estrada” e garantir melhores margens
para caminhoneiros e frotistas. A reposição da
banda de rodagem desgastada pelo uso emprega apenas cerca de 25% do material utilizado
na produção de um pneu novo. Por isso, estimase que a reforma represente uma economia de
quase 60 litros de petróleo por pneu reformado.
Sem falar no menor custo da reforma com relação ao pneu novo.
Agora, o objetivo é focar em uma busca incessante por crescimento e reconhecimento. Aproveitamos este momento para fortalecer parcerias
com nossos reformadores autorizados e oferecer
ainda mais apoio e serviços para caminhoneiros e
frotistas que utilizam nossos produtos. Com visão
de futuro e planejamento estratégico, é importante optar por uma expansão da produção.
Sempre tivemos a certeza de que a reforma de
pneus é a opção mais econômica e ecológica.
O cenário mundial em que vivemos hoje reafirma nossa convicção da importância estratégica
da reforma na economia. Fazer rodar mais, com
menos utilização de matéria-prima, mais do que
lógico, passa a ter papel fundamental no modelo de transporte rodoviário e no modelo de desenvolvimento sustentável que queremos para
o planeta.
Túlio Luiz Zamin – diretor comercial e de marketing
da Borrachas Vipal
15 | Pneus & Cia.
CAPA
UM BRINDE À LEI SECA
DESDE QUE, CLARO, NÃO DIRIJA DEPOIS
16 | Pneus & Cia.
por Luciana Laborne
As estatísticas evidenciam: a violência no trânsito
apresenta índices que podem ser comparados a
uma guerra civil. Mudança na legislação, quanto
ao consumo de bebidas alcoólicas e a condução
de veículos, reestrutura a “Lei Seca”, que além de
novo corpo, ganha também outra titulação, “Lei
da Vida”. Mas as causas dos acidentes nas estradas e nas cidades são inúmeras e vão além do
“se beber, não dirija”. O cansaço, o não uso do
cinto e o uso de medicamentos também exigem
do condutor uma mudança de comportamento.
S
egundo dados da Polícia Rodoviária Federal, de
1º de janeiro a 31 de julho desse ano, ocorreram nas rodovias federais, em Minas Gerais,
11.786 acidentes, com 7.426 feridos e 564 mortos.
Os dados são alarmantes e demonstram por si só a
veracidade e a necessidade de praticar o conhecido
ditado: “Prevenir é melhor do que remediar”.
Médico especialista em medicina de trânsito e autor do
livro A “Vacina” Contra a Violência no Trânsito, Fernando Moreira acredita que é por meio do estímulo de
reflexões, com informações coerentes e úteis, que
jovens e adultos adotarão comportamentos mais seguros ao dirigir.
Muitos são os motivos dos acidentes nas cidades e
estradas brasileiras. O consumo de álcool etílico, o
não uso do cinto de segurança, o cansaço, o comportamento, certos hábitos (como, por exemplo,
uso de medicamentos) entre várias outras, são algumas causas que merecem a atenção dos experientes e futuros motoristas, profissionais ou não,
e, até mesmo, de quem não pensa em dirigir.
Por exemplo, crianças e adolescentes necessitam da
atenção dos responsáveis para usar, nos veículos, dispositivos exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro
e pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que
permitam a adequada segurança em função do peso
e da faixa etária, tais como o cinto de segurança, cadeirinhas e banquinhos auxiliares. Segundo Fernando
Moreira, estes equipamentos, quando adequadamente utilizados, podem reduzir o risco de morte em até
71% nos casos de colisões.
alerta Moreira, que afirma ainda que o uso de
medicamentos com efeitos colaterais, que prejudicam a direção de veículos, é feito no Brasil de
maneira indiscriminada.
Outro problema é o uso de substâncias com intuito
de prolongar o tempo ao volante, muito utilizado por
condutores em estradas, devido ao cansaço. A fadiga
ataca não só os motoristas profissionais, que muitas
vezes ultrapassam um número de horas recomendável para dirigir, mas também os outros condutores.
“Os limites do ser humano devem ser considerados
e observados em nome da segurança individual e coletiva”. Moreira ainda aconselha: “O sono durante
a direção é algo difícil de enfrentar e, uma vez que
se perceba esta condição, o mais sensato a fazer é
parar o veículo e dormir, ainda que por um período
relativamente curto. Pausas durante viagens longas
também são fundamentais, pois evitam a monotonia
e permitem uma recomposição para enfrentar mais
um trecho de estrada”. E nesses intervalos, fica a dica
para se evitar refeições “pesadas” (muito calóricas),
preferindo alimentos de fácil digestão. Afinal, acredita-se que o cansaço seja um causador de acidentes de
magnitude comparável ao álcool.
17 | Pneus & Cia.
Estima-se que o inventor do cinto de três pontos,
Nils Bohlin, tenha salvado mais de um milhão de
Álcool
vidas desde sua criação, em 1958. Para Moreira, esse equipamento é um dos mais importantes
Entre tantas causas para a violência no trânsito, o
itens de segurança desenvolvidos na história da
binômio drogas/direção de veículos, incluindo álcool
humanidade e informa: “Um aspecto muito inteetílico, é o ponto mais crítico em relação à ocorrênressante é a redução da freqüência e a severidade
cia de acidentes. De acordo com dados publicados
dos traumas de face por aqueles que utilizam corno livro A “Vacina” Contra a Violência no Trânsito,
retamente os cintos. Felizmente, houve uma redução significativa desses traumas após
a obrigatoriedade do uso do cinto
nas cidades, reduzindo-se, também,
Dicas que devem aliar: conhecimento, respeito às leis
expressivamente, seqüelas como a
do trânsito e direção preventiva
perda da visão por lesão ocular”.
Especialistas, hoje, no Brasil, procu• Se fizer uso de bebidas alcoólicas, aguarde pelo menos 12
ram conscientizar as pessoas sobre
horas sem dirigir. Se o consumo ultrapassar duas doses
a necessidade do uso do cinto tampode ser necessário um período ainda maior.
bém no banco de trás. Apesar de ser
• Nunca tente superar o cansaço ao dirigir. Uma cochilada
obrigatório, o uso no banco traseiro
no volante pode matar.
é muitas vezes negligenciado.
• Realize sempre a manutenção preventiva dos veículos. É
espantosa a quantidade de acidentes causados por carros
Além desses cuidados, boas condições
sem freio, por rodas que saíram dos veículos em pleno
de atenção, raciocínio e execução de
movimento e por pneus sem condições de uso.
tarefas complexas são exigências para
• Ao iniciar uma manobra em marcha à ré, faça-a muito
a condução de veículos. O uso de mecuidadosamente. Fique atento, a falta de visibilidade é
dicamentos comuns, muitos utilizados
um dos principais fatores relacionados a acidentes.
corriqueiramente, até mesmo sem
• Mantenha uma distância de segurança do veículo que
receita médica, podem comprometer
trafega à frente do seu.
a direção. “Motoristas, sejam esses
•
Não
deixe que objetos fiquem soltos dentro de seu veículo.
profissionais ou não, devem sempre
Eles podem desviar sua atenção: tempo suficiente para
indagar ao seu médico, no momento
que você se envolva num acidente grave. O mesmo
da prescrição dos remédios, sobre os
raciocínio serve para a troca de CDs, acendimento de
prejuízos que estes possam causar na
cigarros e uso de celulares.
capacidade de dirigir veículos e sobre
o período de adaptação necessário”,
Foto: Jorge dos Santos
emergencial. Neste sentido, é importante ressaltar
que a melhoria das condições do trânsito e a diminuição da violência nele são importantes ações de
responsabilidade social.
Para a administração pública, destaca-se a oportunidade de dar resposta efetiva a um problema nacional. A população saberá reconhecer aqueles que desempenharem adequadamente seus papéis, seja na
estruturação e na execução de ações de fiscalização
ou na punição justa dos que cometerem infrações
e crimes de trânsito. É uma chance de buscar uma
expressiva redução do número de mortos e feridos
em acidentes no Brasil.
Fernando Moreira – médico especialista em
medicina de trânsito
a utilização de bebidas alcoólicas pelos condutores ou pedestres, antes ou durante a direção de
veículos e caminhadas, tem sido apontada como
causa de 30% de todos os acidentes de tráfego e
por aproximadamente 60% dos que resultam em
feridos graves ou mortos. Anualmente, acidentes
no trânsito matam 50 mil pessoas, deixando ainda 500 mil feridos e 100 mil pessoas com seqüelas
permanentes. Cerca de três mil sofrem traumas da
coluna e da medula vertebral que podem resultar
em paraplegia e tetraplegia.
18 | Pneus & Cia.
Segundo Fernando Moreira, os números oficiais de
mortes são ainda mais assustadores, pelo fato de
que a grande parte dos óbitos não é registrada como
traumas provenientes do trânsito, dando entrada em
hospitais como politraumatismos não especificados
ou falecimento próximo a via pública sem socorro.
Assim, não são visualizados nas estatísticas oficiais.
Se o óbito ocorrer após um amplo intervalo de internação hospitalar, também é freqüente que não se
contabilize estas ocorrências como mortes causadas
por acidentes de trânsito.
“Se dirigir, não beba”
Esta tragédia cotidiana que se configura num conflito social e tem seus elevados números freqüentemente divulgados na imprensa necessita de uma
tomada de atitude por parte dos indivíduos, famílias, empresas e demais organizações sociais. Os
governos também devem representar papéis fundamentais neste processo de transformação que é
As diversas conseqüências do uso do álcool e suas
repercussões estão muito além do “se dirigir, não
beba” ou “se beber, não dirija”. De acordo com
Fernando, o consumo do álcool é responsável por
acarretar no ser humano uma redução da capacidade de reagir adequadamente a estímulos, afetando os reflexos; diminui a visão periférica; altera o
controle corporal, o que causa desequilíbrio e dificuldades de marchas; aumenta a agressividade; dá
sono e leva à embriaguez. “Todos que consomem
bebidas alcoólicas estão mais propensos a causar
ou envolver-se em acidentes de tráfego, quer seja
na direção de veículos ou em deslocamentos como
pedestres”, constata.
Lei da Vida
Diante as estatísticas, em que o número de mortos e
feridos já foi comparado a uma guerra civil, a nova
regra, que prevê até prisão para quem guiar um veículo após ingerir álcool, tenta modificar os índices
alarmantes. A sanção da lei 11.705, denominada pelos especialistas e pelas organizações das vítimas do
trânsito de “Lei da Vida”, altera o Código de Trânsito Brasileiro quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e a condução de veículos, causando polêmica
por sua rigidez. Mas, para o médico especialista em
tráfico do trânsito, a lei é uma oportunidade para a
mudança: “É uma chance singular de reduzir de maneira significativa as gigantescas e inaceitáveis taxas
de mortalidade e morbidade relacionadas ao trânsito
no Brasil”.
A política de “tolerância zero” implica em uma mudança de hábitos sociais. Um cidadão que ingerir
qualquer quantidade de álcool e em seguida conduzir veículos estará passível de punição. Se o álcool
detectado no ar expirado, por meio do etilômetro
(bafômetro), for equivalente a até 0,3 mg por litro de ar, o condutor estará cometendo infração de
trânsito gravíssima. Esse ganhará sete pontos no
prontuário, terá sua habilitação recolhida, o veículo será retido até apresentação de outro condutor
habilitado, pagará multa de R$ 957 e ainda terá seu
O QUE MUDA NA LEGISLAÇÃO
ANTES
AGORA
Era punido o motorista com
concentração igual ou superior a
0,6g de álcool por litro de sangue.
Na prática, não se pode dirigir após consumir qualquer quantidade de
álcool. Sofre punição quem tiver concentração de álcool superior a 0,1mg
por litro de ar expelido dos pulmões, medido pelo bafômetro.
Penalidade: multa de R$ 955 e
suspensão da carteira por um ano.
Penalidade (de 0,11mg a 0,29mg): multa de R$ 957, sete pontos,
suspensão da carteira por um ano e retenção de veículo até a
apresentação de condutor habilitado. A partir de 0,3mg por litro
de ar expirado medido pelo bafômetro será considerado crime de
trânsito, com pena de seis meses a três anos.
direito de dirigir suspenso, que só poderá ser recuperado após cumprimento de exigências administrativas e o transcurso do prazo de suspensão. Aqueles
que se recusarem ao teste do bafômetro sofrerão as
mesmas conseqüências.
Uma pessoa com massa corporal mediana, a partir
da segunda dose de qualquer bebida já pode estar
atravessando este limite de álcool no ar expirado e,
nesta condição, as novas normas determinam, adicionalmente, que se tratará de um crime de trânsito,
com a conseqüente tramitação na esfera criminal.
Se, além disso, o condutor alcoolizado vier a se envolver em acidente de trânsito que tenha em seu
desfecho lesão corporal ou homicídio, responderá por crime de trânsito e não poderá contar com
julgamento nos juizados especiais criminais, o que,
certamente, implicará em penas que respeitarão a
dignidade das vítimas.
“Amigo da Vez”
O Brasil não é o primeiro a colocar em prática uma
legislação rígida para evitar a violência no trânsito.
Todos os países desenvolvidos enfrentam fortemente
a questão da prevenção de acidentes. Muitos deles,
principalmente na Europa ocidental, ainda patrocinam campanhas educativas relacionadas à estratégia conhecida como ”motorista designado”, que
no Brasil foi trazida pelo programa Pare e recebeu o
nome “Amigo da Vez”.
Principais efeitos do álcool
sobre os motoristas
Falta de coordenação.
Diminuição da visão periférica e da visão lateral.
Dificuldade para calcular a velocidade de
aproximação de um carro. Torna-se complicado prestar atenção em outro carro que
cruza a rua.
Redução da capacidade de reagir adequadamente a estímulos.
Perdem-se os reflexos e a noção dos riscos
(como atravessar o sinal vermelho). Mais dificuldade de suportar a luminosidade.
Alteração do controle corporal, o que causa
desequilíbrio e dificuldades de marchas. Aumenta a dificuldade de executar manobras rápidas, se necessário.
O motorista fica com visão dupla ou muito
borrada.
Aumenta a agressividade, dá sono e leva a
embriaguez.
Risco de inconsciência, de falência respiratória
e de morte.
Fonte: Fernando Moreira, médico especialista em medicina
de trânsito
19 | Pneus & Cia.
O programa é uma alternativa que estimula grupos
de amigos a escolher um integrante por vez que não
fará o uso de bebidas alcoólicas em ocasiões que os
outros pretendem beber. Assim, esse amigo será o
motorista apto a dirigir, que dará a carona com segurança. Dentro dessa estratégia, insere-se também
o rodízio na escolha do motorista designado, o que
permite que todos tenham seu momento de condutor seguro e “anjo da guarda” de seus amigos.
O médico Fernando Moreira aponta que a preocupação com a segurança nos deslocamentos no trânsito
significa conscientização e uma cultura voltada para
a preservação da vida e a prevenção de acidentes.
E lembra ainda que ”quando tiver feito ingestão de
álcool há outras opções, tais como ônibus, metrô e
táxi. O importante é nunca misturar álcool e direção
de veículos”.
CONEXÃO
GESTÃO SUSTENTÁVEL
UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA EMPRESARIAL
por Mariana Conrado
N
as edições anteriores, abordamos a conexão
das empresas com os fornecedores, funcionários e clientes. Essas relações são de extrema importância para o desenvolvimento das companhias, mas o destaque dessa vez não se trata de
um relacionamento para beneficiar especificamente
o lucro nos negócios e as vantagens para as pessoas
envolvidas. Mas sim, para garantir a sobrevivência
de todo o planeta.
Foto: arquivo Cemig
Empresas conscientes se empenham e têm um
compromisso com a preservação do meio ambiente e com a minimização dos impactos ambientais e
desperdícios. A questão de sustentabilidade, da interação de empreendimentos econômicos nos planos ambientais e sociais deve ser uma contribuição
de organizações de todos os setores.
A Cemig, uma das maiores geradoras e distribuidoras
de energia elétrica do país, é destaque no quesito preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável. O gerente de responsabilidade ambiental e social da empresa, Ricardo Prata Camargos, explica que
a empresa sempre se determinou para que o progresso
tecnológico caminhasse em equilíbrio com a proteção
do meio ambiente desde a sua fundação, há 56 anos.
“O trabalho no setor de energia causa diversos impactos ambientais. Reconhecemos, então, que é praticamente obrigatório atuar com responsabilidade sócioambiental”, diz Camargos. O gerente acredita que,
com o trabalho em conexão com o meio ambiente, há
um constante crescimento, não só no plano econômico, mas no desenvolvimento social como um todo.
20 | Pneus & Cia.
Antes mesmo da implantação da Norma ISO – normas que estabelecem diretrizes sobre a gestão ambiental das empresas, desenvolvida pela Organização Internacional para Padronização (International
Organization for Standardization) –, a Cemig trabalha com sua própria política ambiental, publicada há
18 anos. Nela constam os princípios que conduzem
as atividades e os esforços da companhia na esfera
do meio ambiente. O Sistema de Gestão Ambiental,
implantado em várias áreas da companhia, identifica
os impactos e define planos de ações para a adequação, o controle e a preservação do meio ambiente.
A gestão vigora de acordo com a metodologia recomendada pela Norma ISO 14001.
Ricardo Prata Camargos – gerente de responsabilidade
ambiental e social da Cemig (Companhia Energética
de Minas Gerais)
“O fator do meio ambiente faz parte de um contexto de sustentabilidade”, comenta Ricardo Camargos. Entre as estratégias previstas na política ambiental, destacam-se: reservas ambientais,
programas de educação ambiental nas escolas, de
preservação da fauna e flora, campanhas de prevenção e conscientização, acordos e parcerias com
entidades ambientais, universidades e ONGs (Organizações não governamentais).
Investimentos
Destaque em índice internacional
A receita operacional da Cemig, em 2007, foi de R$
15,79 bilhões. A companhia dedicou um valor total de R$ 44,1 milhões aplicado ao meio ambiente.
De acordo com o relatório de sustentabilidade da
empresa, dessa quantia investida, R$ 7,3 milhões
foram revertidos em cuidados e ações ambientais
referentes à implantação de novas obras e R$ 36,8
milhões foram gastos para estudos, monitoramentos
e na operação e manutenção de instalações. Dessa
última parcela, R$ 859 mil foram destinados a projetos de pesquisa.
Como reflexo do compromisso social e ambiental, a Cemig conquistou um selo inédito para uma
companhia brasileira: faz parte da seleta lista (de
2007/2008) das companhias mais sustentáveis da
bolsa de Nova York, pela oitava vez consecutiva.
A lista é selecionada pelo Dow Jones Sustainability
World Indexes (DJSI World), um índice de referência
internacional que avalia a sustentabilidade corporativa e a capacidade das empresas de gerenciar as
oportunidades e de integrar a performance financeira com a atuação junto à sociedade e ao meio ambiente, de modo a agregar valor para os acionistas
ao longo prazo.
Vantagens
No relatório consta ainda que as aplicações voltadas
para a adequação ambiental das instalações e para o
monitoramento dos programas proporcionaram um
aumento nos recursos aplicados na operação e na
manutenção das instalações da empresa. Na opinião
de Ricardo Camargos, a vantagem de um comprometimento com o meio ambiente vai além no benefício econômico. “Uma gestão sustentável é a sobrevivência empresarial”, diz o gerente ressaltando
que a empresa que atua com responsabilidade sócio-ambiental valoriza sua imagem, principalmente,
no mercado nacional e internacional. “A Cemig tem
investidores em 40 países, ações comercializadas
em bolsas de São Paulo, de Nova York e da Europa.
A questão ambiental é muito valorizada, portanto,
nosso empenho, além de beneficiar o meio ambiente, nos dá boa visibilidade perante os acionistas, já
que muitos se baseiam no perfil da empresa para
decidir as aplicações de investimentos”.
O empenho ambiental da Cemig, reconhecido pelo
DJSI World, rendeu à companhia também o posto de
líder mundial no supersetor de utilities (que engloba
empresas prestadoras de serviço de energia elétrica,
distribuição de gás, saneamento e outros serviços de
utilidade pública). Nove empresas do setor elétrico
de todo o mundo foram apontadas nesse índice,
sendo a Cemig a única da América Latina.
Esses títulos, não apenas conferiram à empresa uma
boa exposição na vitrine mundial, mas reconhecem
os trabalhos nas dimensões social, ambiental e econômica. Para Ricardo Camargos, uma companhia
não pode existir se não considerar uma conexão de
suas atuações com o meio ambiente. “Essa preocupação insere a empresa no mercado, mantêm seu
desenvolvimento e, principalmente, garante à sociedade um futuro melhor”, conclui o gerente de
responsabilidade ambiental e social.
PNEUS E FROTAS
EQUIPAMENTOS, INSTALAÇÕES E
TEMPO: VALE A PENA INVESTIR
talão são permitidos somente se a borracha foi afetada e os arames não foram expostos. Vale ressaltar
também que um pneu perdido pode custar até mais
caro que a ferramenta correta.
Um calibrador digital está por volta R$ 1.200. Existem modelos que permitem calibrar simultaneamente quatro, seis ou até sete pneus. Esse equipamento,
além de agilizar o processo de calibragem ao reduzir
o tempo necessário para a ação, ainda garante que
todos os pneus tenham a mesma calibragem. Mas
não esqueça, é preciso que o compressor de ar tenha
capacidade para tanto.
Esses investimentos valem a pena, visto que
são feitos uma única vez e utilizados em todos
os pneus.
N
22 | Pneus & Cia.
a edição anterior, falamos da qualificação
profissional do borracheiro. Comentei que
pouco adianta investir no homem se não
lhe forem dadas as condições necessárias para
colocar em prática o que ele aprendeu. Por condições entende-se: equipamentos, instalações e,
algo pouco mensurado, tempo.
Começando pelo básico, um bom jogo de ferramentas adequadas para a montagem e a desmontagem
correta custa cerca de R$ 1.000. Existem vários fabricantes no mercado. Escolha o que mais agradar
a você e ao seu borracheiro. No entanto, é de fundamental importância que esse trabalho seja feito
corretamente. A falta de ferramentas adequadas e,
principalmente, o improviso com instrumentos grosseiros, como marretas e picaretas, pode vir a inutilizar
o pneu caso ocorra um dano nos talões em que os
arames internos aparecerão na parte externa. Lembre-se que, de acordo com a legislação, reparos no
Falando em calibradores, é comum encontrarmos a seguinte situação: quando se utiliza mangueiras longas, coloca-se uma ou duas libras a
mais para “compensar” o comprimento da mangueira. Isso está errado. A pressão indicada no
calibrador é a mesma que existe dentro do pneu,
pois os três itens – calibrador, mangueira e pneu
(ou câmara de ar) – formam um sistema chamado
vaso-comunicante. No momento da calibragem, a
pressão que houver em um tem também no outro,
para qualquer tamanho de mangueira. Já a verificação da pressão deve ser feita com mangueira
curta, para evitar erros de leitura.
Os calibradores necessitam ser aferidos periodicamente, pelo menos uma vez por ano. Os mais indicados são os de parede, digitais ou não. A seguir,
os portáteis do tipo relógio, com manômetro. Evite
os do tipo vareta, pois são os que mais apresentam
erros de medição. Numa grande frota que comprou
cinco calibradores de vareta, o borracheiro fez um
teste assim que os recebeu. Colocou um pneu na
gaiola de proteção e calibrou, utilizando o calibrador
digital. Em seguida, mediu o mesmo pneu com os
cinco calibradores novos. Fez cinco leituras diferentes, às vezes mais altas, outras vezes mais baixas. Ou
seja: todos estavam descalibrados, antes mesmo de
serem utilizados pela primeira vez.
Na hora de fazer reparos, utilize sempre consertos
a frio. Além de economizar energia, permitem um
número maior de reparos numa mesma câmara de ar,
sem envelhecer nem deformar a borracha pela aplicação de calor localizado e excessivo. Mas, atenção:
consertos a frio utilizam cola branca. Cola preta requer calor para proporcionar a adesão necessária.
principalmente no uso de pneus sem câmara. Ao atritar a roda com o piso rústico podem aparecer pontas e arestas cortantes que, ao ser montado o pneu,
provocam cortes na borracha do talão; o que pode
resultar em vazamento de ar.
Na lubrificação de talões e flanges dos aros use
pasta de montagem apropriada, de origem vegetal,
e nunca utilize nada que seja derivado de petróleo.
Aliás, é muito comum que a vaselina seja vendida
como pasta de montagem. Custa menos, mas acaba
com os pneus ao deteriorar a borracha do talão.
O piso deve ser limpo com freqüência. A sujeira
trazida da rua pelos pneus pode se alojar na parte
interna. Num pneu com câmara, uma pedrinha pode
furar a câmara de ar, obrigando a fazer paradas e
reparos durante a viagem. E, no caso de pneus sem
câmara, pode entupir a válvula, obstruindo a passagem de ar e dificultando a calibragem. O pneu pode
até trazer sujeira, mas a borracharia não precisa ser
um local sujo.
Outra situação corriqueira é o fato da borracharia em
transportadoras estar localizada no ponto mais distante do pátio, com difícil acesso. Quando o pátio
está cheio é mais uma desculpa para que a calibragem
não seja feita. Muitas vezes a borracharia encontrase próxima do lavador, assim o compressor puxa o ar
úmido que nem sempre é esgotado e, quando o pneu
é calibrado, lá vai água e óleo para dentro do pneu
ou da câmara.
Aqui é importante uma mudança de atitude! A calibragem dos pneus não precisa, necessariamente,
ser feita na borracharia. Consertos, trocas, montagem e desmontagem, sim, mas calibragem, não.
Qual é o único lugar da empresa pelo qual todos
passam, obrigatoriamente? A portaria, é claro. Se
houver um local próximo da portaria, equipado com
linha de ar e calibrador, a calibragem dos pneus,
provavelmente, será realizada. Ar ainda é de graça, e calibragem é a manutenção mais barata que
existe. Muito se fala sobre os custos do transporte,
em que o combustível e os pneus são apontados
entre os mais elevados. E um pneu descalibrado faz
aumentar o consumo de combustível em até 10%.
No entanto, ao investir em calibragem, duas das
maiores despesas podem ser reduzidas.
O piso da borracharia deve ser revestido com madeira, borracha, papelão ou algo que seja mais macio
que as rodas, para evitar danos ao flange dos aros,
Aproveite e dê uma volta pelo pátio da empresa. É
muito comum encontrar pregos, parafusos, hastes
de rebite, arruelas, pedaços de arame e mais inúmeros objetos perfurantes espalhados pelo chão. A
maior parte do que penetra nos pneus está no seu
quintal. Procure que vai achar.
Cuide também da iluminação. Pneus e câmaras de
ar são pretos. Se não houver iluminação suficiente,
um conserto mal feito pode resultar até mesmo em
estouro de um pneu, provocando acidente.
Tenha uma gaiola de proteção para inflar os pneus
e não permita nunca que um pneu seja inflado
fora dela. É comum ouvirmos a desculpa de que
isso leva mais tempo. Bobagem. O tempo necessário para inflar um pneu depende unicamente
da vazão do compressor, esteja o pneu no chão,
na gaiola ou em qualquer outro lugar. O deslocamento de ar é violento, podendo provocar desde
um susto até acidentes fatais ou incapacitantes. E
acidentes de trabalho ocorridos por condição insegura implicam em responsabilidade civil e criminal
por parte do empregador.
Pércio Schneider – especialista em pneus da Pró-Sul
E-mail: [email protected]
VALORES & VALORES
Jamais desesperes, mesmo
perante as mais sombrias
aflições de sua vida, pois
das nuvens mais negras cai
água límpida e fecunda
Provérbio chinês
Comece por fazer o que é
necessário, depois o que é
possível e de repente estará
a fazer o impossível
São Francisco de Assis
O que somos é a conseqüência
do que pensamos
Buda
Não podemos
dirigir o vento...
Mas podemos
ajustar as velas
Autor desconhecido
Que cada um procure,
não o próprio interesse, mas,
o interesse dos outros
24 | Pneus & Cia.
Filipenses: 2,4
O único lugar onde o
sucesso vem antes do
trabalho é no dicionário
Albert Einstein
Não faça do amanhã o sinônimo de nunca, nem o
ontem te seja o mesmo que nunca mais. Seus passos ficaram.
Olhe pra trás... mas vá em frente. Pois há muitos que
precisam que chegue para que possam te seguir
Charles Chaplin
FAZENDO A DIFERENÇA
PÃO E LEITE
MAIS DO QUE ALIMENTOS: O PRINCÍPIO
PARA A SOLIDARIEDADE
por Luciana Laborne
Diante da desigualdade, a vontade de fazer gente
feliz. Esse é o propósito de Noemi Gontijo, que
oferece dignidade para habitantes de uma região
mineira. Dona Geralda, a guerreira que soube enfrentar situações de humilhação para sobreviver,
atualmente possibilita emprego e decência para
dezenas de catadores da Asmare. Com o rosto
pintado de pasta de jenipapo, Ailton Krenak contribuiu para a história da população indígena brasileira, que, ainda hoje, é representada pelo índio
botocudo. Relatos descritos nas edições anteriores
da Pneus & Cia., que além de inspirar exemplo,
instigam a vontade de fazer a diferença.
U
m fazer que você também pode fazer. E não
precisa ser em nome de um povo, representar
uma classe ou uma entidade. Já existe o “Dia de
Fazer a Diferença” e não é necessário ser famoso, ter dinheiro, nem uma história de vida emocionante, nenhum
pré-requisito específico. Somente solidariedade.
Foto: arquivo Grupo Fraterno Amigo Presente
26| Pneus & Cia.
Participante voluntário de uma campanha, Andreone Carvalho foi surpreendido em uma situação
que a princípio parecia comum. Encontrou um
menino, de cerca de sete anos, em um canto de
um passeio qualquer no centro de Belo Horizonte.
Ao se aproximar, perguntou:
– Você não tem casa?
– Tenho sim. (Respondeu o menino)
– Então, por quê não volta? Vai ficar na rua sentindo
frio e fome? Diga-me onde mora que o levo agora de
volta para a sua casa.
– Não posso. Se eu voltar, minha mãe me mata. (Falou imediatamente)
Andreone retrucou:
– Ah, não é bem assim. Em momentos de raiva, mãe
fala isso mesmo, mas não fará nada contra você.
– Fará sim. Ela matou meu pai, eu vi. E depois disse
que ia me matar, por isso eu fugi.
Sem mais palavras para convencer o menino a voltar para casa, o voluntário entregou à criança o
que havia lhe trazido: pão, leite e sua solidariedade. Naquele dia ele entendeu que sair para as
ações com a idéia pré-concebida de que sempre
conseguirá tirar alguém da rua, é ilusão. Para ele,
o importante é perceber as necessidades e intervir dentro da possibilidade do morador. “Não vou
para campanha apenas para ajudar em uma dificuldade específica, dar o que comer ou tirar aquele sujeito da rua. Vou para conhecer a pessoa, suas
necessidades e fazer a minha parte, diante do que
sinto e do que sou”.
Andreone Carvalho tem 37 anos e há quase 20 se dedica
como voluntário nas ruas, ganhando sorrisos e aliviando
a fome dos andarilhos que encontra. Passadas décadas
nesse ritmo de “ajudar”, o técnico de saúde comprova
que fazer a diferença faz bem: “É como se fosse para o
meu próprio benefício, de tão gratificante”.
Grupo Fraterno Amigo Presente
Participante de um grupo de estudo na área do espiritismo, Andreone presenciou quando a turma começou a se mobilizar para agir em prol do semelhante.
Em novembro de 1989, os envolvidos no projeto,
que não tinha caráter assistencial, resolveram fazer
uma única campanha. A atividade era doar alimentos
(pães, leite e sucos) e assistência moral à população
de rua da região central da capital mineira.
A receptividade contagiante, com direito a conversas agradáveis e uma festa traduzida pelo brilho nos olhos diante da ajuda, mobilizou o grupo
que programou novo encontro na semana seguinte e, depois, mais outro...
Andreone Carvalho no asilo Lar Cantinho da Paz
Com a maioridade alcançada, a turma continua a
se reunir. Hoje, Andreone é o presidente do Grupo
Fraterno Amigo Presente. Todas as sextas-feiras,
Foto: arquivo Grupo Fraterno Amigo Presente
arrecadar fundos para as campanhas. A sede alugada é o ponto de encontro dos participantes
para preparar o material que, depois se dividem
em um roteiro específico.
O presidente sabe que as necessidades dos moradores vão além da questão material. São dificuldades
com a família, problemas com drogas, alcoolismo e
uma série de outros fatores. Quando é preciso encaminhar alguém para um acompanhamento especializado, o grupo recorre a entidades de credibilidade.
O trabalho é digno de admiração, mas também é
preciso reconhecer o perigo de transitar a noite
pelo centro da cidade. Andreone explica que os
voluntariados não esquecem o risco da violência
ao chegar perto de um andarilho. “Ficamos atentos diante dos limites e das fragilidades dos moradores de rua. Afinal, a fé e a solidariedade não
podem excluir a prudência”.
Campanha do Pãozinho
cerca de 50 pessoas saem para a Campanha do
Pãozinho. No passar dos anos, foram integrados
ao projeto outros perfis e idéias. Uma pluralidade
que possibilitou novos eixos de atuação, como a
Campanha do Quilo; visitas, no terceiro domingo
de cada mês, ao asilo Lar Cantinho da Paz (uma
oportunidade de oferecer carinho, respeito e afeto
aos idosos). E mais: apoio ao trabalho da Biblioteca
Graça Rios, que permite aos estudantes carentes
acesso a obras literárias e acadêmicas. Sem contar,
campanhas eventuais, como a do agasalho, que,
durante a madrugada em todo inverno, distribui
roupas de frio e cobertores à população de rua.
In Foco Brasil
A entidade não possui nenhuma renda fixa e
conta com doações e eventos organizados para
O pão e o leite, mais do que alimento, são os atrativos para a abordagem. “Chegamos com o material,
claro que com o objetivo imediato de combater a
fome, mas também como um acesso para nos aproximar da pessoa e começar um diálogo”, detalha.
O trabalho desenvolvido pelo grupo, incansavelmente há mais de 18 anos, dispensa adjetivações. Ao dizer que não sabe se faz a diferença, Andreone finaliza a entrevista: “Ah, não sei
mesmo. Mais que uma oportunidade de trabalho,
eu ganho auto-conhecimento. Vou sem esperar
nada em troca, mas eles me surpreendem. Fazem
a diferença para mim. Isso me estimula a continuar e querer fazer mais. E é algo que você pode
sentir também”.
Pediu, chegou.
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JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 3597-1335
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VIVER BEM
ADIAR. ODIAR.
Q
ue relação pode existir entre estes
verbos diferenciados ortograficamente por apenas uma letra? Muitas.
Mas essa interdependência não se caracteriza só
pela proximidade da grafia. Alguns significados
circulam entre os dois. Em vice-versa, por exemplo,
um pode se tornar conseqüência do outro.
De que modo odiar pode vir a ser um efeito de
adiar? Muitos de nós, em qualquer atividade da
vida, somos predispostos a ficar atrelados ao mundo
das idéias sem conseguir ordená-las, tomar decisões e
levá-las à ação. Sobra energia, mas falta vontade para
atingir objetivos. Como mecanismo de defesa encobridor
da culpa pela inércia, passamos aos protestos: reclamamos
sem parar, fazemos acusações, ofendemos, ressentimonos – únicas atuações para as quais nos revelamos aptos.
Paralisados pelo pensamento, depositamos em território
alheio a falta de habilidade para o ato, para a luta. Não
obstante tenhamos sido nós a adiar projetos grandes ou
pequenos, somos nós mesmos quem convocamos o ódio a
se tornar o vizinho mais próximo. Impregnados do desconforto pelo não-fazer, diremos: “Todos vão contra as minhas idéias”. “Ninguém executa minhas ordens”. “Nada
me favorece”. “Não fazem como eu mando”. Argumentos inúteis que buscam disfarçar a ausência da coragem.
30| Pneus & Cia.
Mesmo distanciados de movimentos perceptíveis, esperamos que as idéias se materializem, transformem-se em
iniciativas concretas e cheguem a belos resultados. Sem
mover um só dedo, mas mexendo de forma negativa o
pensamento e os lábios, vamos adiando e odiando. Consideramos que seja possível fazer a vida fluir sem atitudes. Que basta pensar, aguardar e se sentir injuriado.
Desventurados! É o que julgamos ser.
Mas, e como adiar pode se tornar um efeito de
odiar? Às vezes, as contingências nos desencaminham daquilo que pretendemos. A uma grande
distância das nossas intenções, vem a sensação de
deslocamento, insegurança, desmotivação, injustiça e infelicidade. A condição à qual nos submetemos
nos empurra de tal forma para o abismo dos aborrecimentos que ficamos propensos a adiar indefinidamente nossas tarefas. Por odiar o que nos
é proposto cumprir, não o fazemos. Costumam
nos rotular de preguiçosos, indisciplinados, pouco perseverantes, indolentes ou arrogantes.
À mercê daquilo que chamamos sorte, predestinação ou determinismo, cruzamos de ponta-a-ponta
a esterilidade de um deserto que jamais desejaríamos pisar. Adiamos por odiar. Porque nos custa fazer.
E também porque não nos desviamos daquilo que
acreditamos ter sido designado para nós.
De um modo ou de outro, ficamos
confinados dentro da expectativa. A espiar pelas frestas da vida,
permanecemos, imobilizados no
presente, o único lapso de tempo durante o qual algo pode ser
efetivado. Presos ao passado (eu
poderia ter feito!) ou ao futuro
(eu farei!), eliminamos a possibilidade de nos esquivar do
mundo das idéias, muitas vezes
ótimas idéias, e passar ao espaço da ação.
Lástimas se tornam nosso comportamento mais singular! Vítimas dos nossos hábitos imutáveis e impermeáveis à espera de que alguém opere em nosso
nome, perdemos as guerras, batalha por
batalha! Pois, não há quem duvide de que a
existência é luta incessante contra conflitos.
Mas que também oferece grandes compensações decorrentes dos nossos atos.
Além de nos ocuparmos do ódio por adiar
e do adiar por odiar, ainda resta a angústia e o desconforto de pensar permanentemente naquilo que ainda não
foi feito. Desconhecemos a sensação de
alívio e de liberdade advinda do cumprimento
de uma missão. Que é só nossa. E, se não for,
que andemos em busca de outras.
Odeio porque não faço. Não faço porque odeio. Melhor que nenhuma dessas opções seja escolhida. Fazer é o recomendável! Gostando.
Kátia Matos – psicóloga
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