Revista Pneus e Cia nº05
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Revista Pneus e Cia nº05
Publicação Bimestral da AMIRP Associação Mineira dos Reformadores de Pneus Ano I – Nº 5 – Julho/Agosto 2008 Um brinde à Lei Seca Desde que, claro, não dirija depois Ecoatividade – Entrevista com Ronaldo Vasconcellos – Pág. 12 Conexão – Gestão sustentável: sobrevivência empresarial – Pág. 20 Pneus e frotas – Invista em equipamentos e instalações – Pág. 22 EXPEDIENTE EDITORIAL Pneus & Cia. Ano I – Nº 5 – Julho/Agosto 2008 Órgão Informativo da AMIRP Diretoria AMIRP Presidente Paulo César Pereira Bitarães Vice-presidente Rogério de Matos Diretor de Comunicação Marcelo Hildeu de Souza Lara Diretor Financeiro Fernando Antônio Magalhães Diretor Técnico Miguel Pires Matos Conselheiro Fiscal Júlio Vicente da Cruz Neto Executivo Eduardo de Oliveira Martins MOSTRE A SUA CARA REFORMANDO ATITUDES Não passam despercebidos os preconceitos e até mesmo os conceitos acerca da atividade e do uso do pneu reformado. Ainda que essa prática se manifeste comprovadamente como uma ação segura e de significativo valor ambiental, muitas vezes é perceptível as expressões de dúvida nos rostos de representantes de ações políticas ou de projetos de desenvolvimento, até mesmo de pessoas da área, com instrução. Muitos demonstram desconhecimento em relação ao nosso trabalho. Lastimável ou engraçado? Administrativo Danieli Laureano de Souza Auxiliar de Comunicação Fabrício Silveira Revista Pneus & Cia. Diretora Responsável Luciana Laborne – Reg.: MTb. 12657/MG Editores Luciana Laborne e Mariana Conrado [email protected] Colaboradores Flávio Martins, Kátia Matos, Pércio Schneider e Túlio Zamin Revisão Final Débora Santana Arte e Editoração In Foco Brasil (31) 3226-8463 www.infocobrasil.com Impressão Gráfica e Editora Del Rey (31) 3369-9400 www.grdelrey.com.br Tiragem 3.000 exemplares Os informes publicitários aqui veiculados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive, com relação à veracidade. Os textos editoriais não têm vinculação com os materiais publicitários. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Diante da clareza das questões que afligem nosso segmento, não seria a hora de reformar atitudes? Mudar a cultura é imprescindível para divulgar novos conceitos à sociedade, aos poderes públicos e à justiça. É preciso parar de culpar ou se sentir ofendido pelo olhar atravessado do outro e renovar o modo de pensar e de agir. Você, empresário da reforma, reconhece que é representante de um setor dinâmico, rentável e detentor de um considerável potencial de desenvolvimento, não só econômico, mas social e ambiental? Concorda que seria mais adequado e produtivo se houvesse uma organização, união e cooperação em prol da visibilidade e do verdadeiro crescimento do setor? Portanto, junte-se às nossas forças já penosamente constituídas! A integração e a capacitação trilham o caminho que nos levará a uma cultura organizacional voltada para o futuro. A cultura que o mundo inteiro evoca: o crescimento econômico sustentável! AMIRP Av. João César de Oliveira, 452 • Sala 15 • Eldorado CEP 32310-000 • Contagem • MG • Tel: (31) 3356-3342 [email protected] • www.amirp.com.br Chega de adiar as mudanças! É hora de reformas! Diretoria AMIRP 3 | Pneus & Cia. É proibida a reprodução total ou parcial de textos e de ilustrações integrantes da edição impressa ou virtual, sem a prévia autorização dos editores. Estudos recentes nos levam a entender que a própria cultura social acena com sinais negativos e retrógrados quando o assunto é pneu reformado. Como se não bastassem as pressões externas à classe dos reformadores, há ainda os fatores internos do setor que dificultam o desenvolvimento, o empreendedorismo, a sustentabilidade e a confiança no próprio negócio. Esses obstáculos, facilmente detectados, manifestam-se desde a falta de recursos e o alto custo dos equipamentos, passando pela difícil manutenção da estrutura funcional, até a quase inexistência de mão-deobra qualificada. Isso, sem contar a reciprocidade das visões distorcidas entre os próprios empresários do segmento, bem como as relações paradoxais decorrentes da cultura organizacional, quando se tratam de empresas familiares. Nesse caso, é comum deparar com problemas pessoais enfraquecendo promissoras transações. 12 ECOATIVIDADE “Em nome do meio ambiente” 16 CAPA Um brinde à “Lei da Vida” 20 AMIRP em ação Reuniões em destaque 6 Estratégia Foco e determinação 10 Serviços Tão importante quanto ser bom é parecer bom 11 Cenário Desafios que trazem oportunidades 15 Valores & valores Reflexões 24 Fazendo a diferença Pão e leite 26 Reformadores Guia dos reformadores de Minas Gerais 28 Viver bem Adiar. Odiar. 30 CONEXÃO Gestão sustentável: sobrevivência empresarial 4 | Pneus & Cia. 22 PNEUS E FROTAS Invista em equipamentos e instalações Recebi a revista Pneus & Cia. nº 4 e gostaria de parabenizá-los pela iniciativa. Já no editorial é possível verificar a preocupação com o setor de reforma de pneumáticos. Na Camelback, trabalhamos para melhorar e aperfeiçoar este segmento, com uma tecnologia inédita, fruto de seis anos de pesquisas, e que denominamos controle de unidades de cura na vulcanização. AMIRP EM AÇÃO REUNIÕES EM DESTAQUE AMIRP EM VARGINHA Foto: arquivo Amirp CARTA DO LEITOR Sabemos que toda nova tecnologia demanda tempo para ser assimilada. É muito difícil quebrar paradigmas, principalmente em uma área em que as empresas são familiares e sempre avessas a investimentos, sendo que muitos reformadores não sabem nem quanto é sua margem de contribuição. Empresários da reforma de pneus do sul de Minas Gerais História Quando começamos a trabalhar com vulcanização, na década de 1990, sabíamos que era um processo produtivo. Nosso conhecimento inicial era apenas de administração, produção e controle de qualidade, mas nenhum em vulcanização, já que seria somente um trabalho temporário. Mas, como o americano Harvey Brodsky disse: “a borracha entra no sangue”. Uma vez contaminado, você se apaixona e ela se torna cada vez mais importante na sua vida. 6 | Pneus & Cia. A primeira providência foi fazer o levantamento geral da situação financeira da empresa. A segunda foi a análise de produtividade, de retrabalho, de perda e de reclamação, item responsável por 30% dos contatos dos clientes. Desta forma, a empresa foi conquistando resultados positivos e crescendo, chegando a números satisfatórios, como produtividade de 200 pneus/homem e índice de reclamação de 0,3%. Depois de muito trabalho e estudo, o resultado foi uma vulcanização com tempo correto, ganho de produtividade, produto homogêneo e com alto índice de qualidade. Agradecemos a revista e nos colocamo à disposição da AMIRP. Que tenhamos um grau de cooperação para o crescimento deste ramo de negócios e o desenvolvimento de nosso país. José Pedro Souza – diretor Camelback Guarujá – SP A AMIRP realizou, no dia 10 de julho, na Aciv (Associação Comercial e Industrial de Varginha), um encontro com empresários da reforma de pneus, da região do sul de Minas Gerais. A proposta central foi discutir a sobrevivência do setor, conscientizar e mobilizar os reformadores de pneus a respeito das transformações do mercado (o reajuste de valores das matérias-primas, da mão-deobra, da energia, do transporte e outros itens que fazem parte dos custos da recapagem). AMIRP EM CAMPINAS Junto aos reformadores do interior do estado de São Paulo, a AMIRP marcou presença na reunião realizada pela Aresp e pela ABR, em Campinas, no dia 16 de julho. O encontro focou nas estratégias de mercado alinhadas a atual conjuntura econômica. Um dos assuntos conversados foi a sugestão do aumento de preços, cerca de 16%, tanto nas matérias-primas, como nos custos fixos. LEMBRETE AO REFORMADOR Inmetro – Portaria Nº 272, de 5 de agosto de 2008 Regulamento técnico da qualidade para o serviço de reforma em pneus para veículos comerciais, comerciais leves e seus rebocados. Decreto Nº. 6.514, de 22 de julho de 2008 Regulamentação da Lei de Crimes Ambientais Diário Oficial da União – Decreto Nº 6.455 de 12 de maio de 2008 Altera o Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006, que aprova a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). *Resumo da carta do leitor Fale com a gente: [email protected] Para visualizar as informações técnicas na íntegra, acesse: www.amirp.com.br Foto: arquivo Amirp AMIRP REÚNE COM SINDIPNEUS Representantes do Sindpneus e da AMIRP No dia 29 de julho, a diretoria da AMIRP se reuniu com o Sindipneus (Sindicato das empresas de revenda e de prestação de serviços de reforma de pneus e similares do estado de Minas Gerais) para discutirem assuntos gerais de interesse do segmento. O encontro foi realizado na sede do sindicato, em Belo Horizonte, com a presença dos diretores do Sindipneus, da AMIRP e também do advogado Samuel Oliveira Maciel. Entre as idéias debatidas, o diretor executivo da AMIRP, Eduardo Martins, destaca a importância de uma união da associação com o sindicato para fortalecer o setor. Foto: arquivo Amirp EM DEFESA DA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SETOR Representates das entidades do setor de reforma de pneus na primeira reunião AMIRP e ABR 8 | Pneus & Cia. Primeira reunião as maneiras de reformas (recauchutagem, remoldagem e recapagem). Foi elaborado e encaminhado um ofício ao Inmetro que repudia o ato e também solicita o envolvimento das entidades na criação e conferência de quaisquer materiais informativos do setor. No dia 15 de julho, a diretoria da AMIRP e a da ABR promoveram um encontro na sede da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus, em São Paulo, com entidades representativas do setor de reforma de pneus de todo o país. Dando continuidade aos objetivos de divulgar e discutir estratégias para garantir e manter a sobrevivência do setor, a reunião teve como principais pontos de debate: Segunda reunião • Audiência pública sobre importação de carcaças, ocorrida no Supremo Tribunal Federal, em Brasília. • O caso da possível manobra nos preços dos pneus da China, denunciado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), e em processo de investigação pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). • A análise da possibilidade de se elaborar um projeto que permita a criação e a implementação de um Selo Verde para o segmento de reforma de pneus. • Cartilha Inmetro: O Inmetro criou uma cartilha referente ao segmento com erros técnicos sobre Dando continuidade aos debates relacionados à prática de estratégias que asseguram a sobrevivência do setor, a diretoria da AMIRP e da ABR realizaram um segundo encontro, em São Paulo, no dia 5 de agosto. A proposta da reunião foi buscar alternativas para o associativismo de todo o segmento de reforma de pneus, visando obter recursos que viabilizem a manutenção das associações. Entre os presentes estavam os representantes das associações estaduais e da nacional, da Câmara dos Fabricantes, de associações de marcas e dos sindicatos do segmento. Foto: arquivo Amirp REGULAMENTAÇÃO PARA TODOS Nelma Aparecida, Paulo Bitarães, Iranelson Coelho e Eduardo Martins No dia 30 de julho, representantes da diretoria da AMIRP, Paulo Bitarães (presidente), Eduardo Martins (executivo) e Iranelson Coelho (diretor regional) se reuniram no Ipem-MG (Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais) com a responsável por registros, Nelma Aparecida. O objetivo do encontro foi discutir questões referentes à fiscalização e à regulamentação do setor. A AMIRP quer saber que atitudes tomar para que ocorra, de maneira concreta, a mudança de imagem do segmento. “Se cada empresa fizer sua parte, o negócio andará diferente”, concorda Nelma Aparecida, que se comprometeu a dar um retorno para a associação, após se reunir com a equipe de suporte do Ipem-MG, representantes do Inmetro e o gerente de fiscalização e verificação compulsória do Ipem-MG, Raimundo Mendes Costa. ESTRATÉGIA FOCO E DETERMINAÇÃO F oco, do latim focu”. De acordo com o dicionário Aurélio é possível encontrar várias definições para esta palavra. Mas, o que pode facilitar a compreensão do seu sentido é compararmos com a utilidade de uma lanterna à noite. Esse instrumento pode iluminar, mesmo que com pouca qualidade, um espaço maior, mas também pode focar uma área menor, concentrando os raios luminosos, com mais intensidade, em um ponto, dando melhor visibilidade. • Planejar a estratégia adequada: levantar quais serão as atividades e a seqüência lógica da realização de cada uma. • Compartilhar esse foco com quem pode ajudar a alcançar os resultados esperados, promovendo uma comunicação clara. • Fé: ter pensamento positivo, Observa-se, então, que houve uma convergência, o acreditando firmemente que que permitiu melhores resultados. Assim, podemos tudo vai dar certo. dizer que foco é o ponto de convergência. Em ou• Canalizar toda a energia para tras palavras, é a concentração de algo que tende a executar com empenho as ativialgum objetivo. dades que vão levar à concretização do que foi O mesmo acontece na vida pessoal definido. e profissional. Se realizarmos muitas • Ser persistente, atividades ao mesmo tempo tereManter o foco não deixando que mos esforços dispersos, o que acaba e ser sempre eventuais dificuldagerando resultados fracos e diluídos des o façam desistir. em diversas áreas. Mas, se concendeterminado • Ser disciplinado trarmos nossa atenção numa área são virtudes para cumprir o que específica de interesse, certamente, foi determinado na os resultados serão melhores. fundamentais estratégia. nos negócios • Avaliar os resultados “Além da nobre arte de fazer coisas, à medida que as tarefas existe a nobre arte de deixar coisas são cumpridas, considesem fazer. A sabedoria da vida conrando as prioridades. siste na eliminação do que não é essencial”, já dizia • Corrigir os rumos e o planejamento, se um provérbio chinês. Se não há foco nas atividades necessário. profissionais e nos negócios, a atenção e os esforços ficam dispersos, perdidos e sem finalidade. Dessa O foco é uma característica comum às emforma, não há competência que dê bons resultados. presas e às pessoas bem sucedidas. Elas tiveram êxito, porque traçaram um objetivo e Manter o foco e ser sempre determinado são virtudes concentraram nele todos os seus esforços e fundamentais nos negócios. Foco na estratégia, na determinações. Dessa forma, alcançaram os qualidade, na lucratividade, no cliente, na obtenção resultados esperados. dos recursos materiais e humanos são necessários para alcançar o que se pretende. Enfim, tudo a ser realizado Determine o seu foco, organize as suas ações, deve ser focado no objetivo almejado – a propósito, a aja com determinação e tenha pensamento falta de planos é uma das maiores causas de insucesso positivo. Os resultados certamente virão. profissional e empresarial. É preciso ainda: 10 | Pneus & Cia. ” • Priorizar: perceber o que é mais importante, o que será o foco. • Estabelecer objetivos claros dentro dessa prioridade. • Organizar: verificar todos os recursos que serão disponíveis e como eles serão utilizados da forma mais racional. Flávio Martins – administrador de empresa e consultor E-mail: [email protected] Site: www.flaviomartins.com.br SERVIÇOS TÃO IMPORTANTE QUANTO SER BOM É PARECER BOM por Mariana Conrado O que deve passar pela mente de uma pessoa que não conhece o pneu reformado quando alguém sugere que ela experimente o produto? Entre outras indagações: O preço é bom, mas será que é uma opção segura? Qual a vantagem? Qual o melhor lugar para comprar? Muitos ainda remetem uma imagem suspeita quando se fala em pneu reformado. Mas, sofrer com preconceito não é exclusividade do setor de reforma. “Imagine a Associação dos Proprietários de Armas de Fogo?”, lembra o autor e consultor de marketing, Sady Bordin. Na hora da compra, o consumidor escolhe a empresa que mais lhe passa confiança. Nesse sentido, a imagem do produto e da marca aparece na mente do cliente quando ele pensa em qual opção prefere. Segundo o consultor Ari Lima, “os empresários devem construir uma imagem de confiabilidade no produto para os consumidores”. Por essa e outras razões, uma consultoria pode trazer vantagens. Consultoria empresarial é como um serviço de conselhos dado por profissionais que analisam e criam estratégias para apoiar toda a área administrativa das organizações. A empresa de consultoria, por não estar vinculada a nenhum setor específico, tem uma visão mais ampla do mercado. “É aquela máxima do jogo de xadrez: quem está de fora sempre vê um lance fantástico que o jogador nunca vê”, compara Bordin. Então, deve-se seguir o exemplo do país líder mundial do setor de reforma, os EUA. Para Bordin, é preciso divulgar, ter transparência e visibilidade: “O pior que um segmento com qualquer problema de imagem pode fazer é se omitir”. Entre outras dicas, para uma boa imagem da empresa é preciso adotar ações de marketing, inclusive que envolva o consumidor final. Além disso, uma regra deve ser conhecida e cumprida: a de que é necessário conquistar os pontos de contato com o mercado. Para agradar os clientes, funcionários e fornecedores é imprescindível oferecer um excelente serviço e produto, mas, para alcançá-los deve-se também transmitir uma imagem de confiança, profissionalismo e qualidade. Imagem, entre diversos outros conceitos, é impressão, representação mental de algo. A imagem da empresa depende da experiência do cliente com ela e com o que ela vende. “Trabalhar a imaJá que o propósito é falar da imagem e até mesmo gem significa analisar a percepção que o consureverter quando for negativa, o consultor aponmidor tem em relação ao produto/empresa”, diz ta outro exemplo mais específico: a experiência Sady Bordin. O consultor frisa que dramática que a companhia aérea a credibilidade da marca é mais TAM passou no ano passado. O ligada à postura da empresa em Airbus-A320 não conseguiu pousar relação ao consumidor do que ao em uma das pistas do aeroporto de A imagem do produto em si. Congonhas, em São Paulo. Atravessou a Av. Washington Luís e se choproduto e da Uma breve consultoria para o cou contra um depósito da própria marca são fatores setor de reforma empresa, que explodiu. Nesse acidecisivos na opção dente, cerca de 200 pessoas morreO segmento de reforma de pneus do ram. “Esse pesadelo poderia afetar do cliente Brasil é o segundo maior do mundo. de vez a imagem da companhia, Os produtos, de qualidade tão boa mas, mesmo hoje, depois de um quanto a dos pneus novos, têm a trabalho de marketing, como muvantagem de serem econômicos, dar a logomarca e fazer campanhas, sem contar que são ambientalmente corretos. “Essas a TAM domina quase 50% do mercado da aviação informações são preciosas, uma defesa de bandeja comercial brasileira”, diz Sady Bordin, explicando para o setor. São dados defendidos até mesmo pela que a empresa, com o auxílio de consultorias, está concorrência”, diz Bordin. superando esse fato diante do mercado. 11 | Pneus & Cia. Em um cenário de significativa competitividade – em que antes a concorrência era local e agora é, até mesmo, global – e clientes cada vez mais exigentes, o empresário deve ficar atento. É preciso se aprimorar para manter e, se possível, melhorar sua posição no mercado, buscando também o reflexo lucrativo no faturamento. ECOATIVIDADE “EM NOME DO MEIO AMBIENTE” O vice-prefeito de Belo Horizonte admite a dificuldade de políticos tomarem frente quando o tema é pneus e diz que o trabalho de entidades como a AMIRP deve ser feito, ter visibilidade e persistência, não só para o desenvolvimento do setor, mas “em nome do meio ambiente”. por Luciana Laborne Pneus & Cia.: Em linhas gerais, nos aponte os principais conceitos que são necessários compreender e serem considerados para a condução do desenvolvimento humano sustentável do ponto de vista ambiental. usar o chamado pneu reformado, devido à desconfiança, por não conhecerem, mas, em resumo, pela falta de informação. Pneus & Cia.: Então, vamos às informações. A reforma além de prolongar a vida útil do pneu, favorece a economia (petróleo). Diante desses esclarecimentos, não seria prioridade colocar em práticas atitudes como: incentivar a produção do asfalto ecológico feito com raspas de pneus, a criação de ecopontos (pontos para recolhimento e destinação final adequada do pneu, para que esse não seja depositado no meio ambiente de maneira errônea) ou até mesmo leis que obriguem parte da frota de entidades públicas a utilizarem pneus reformados? O intuito do empresário da reforma não Foto: arquivo Amirp P ode parecer óbvio e até soar repetitivo para alguns, mas os benefícios e a segurança da reforma ainda são questionados por uma parcela considerável da sociedade. Entre eles, formadores de opinião e representantes políticos. Afirmação comprovada em conversa com o vice-prefeito de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos, que está envolvido no trabalho em prol do meio ambiente desde o ano de 1982 e possui autonomia para admitir a fragilidade de debater e criar iniciativas quando o assunto é pneu. E, também, para dar seu parecer: “O dever é nosso, mas a associação pode nos ajudar e se fazer visível”. Ronaldo Vasconcellos: Eu não sou “ecochato”, nem “ecoxiita” e muito menos “biodesagradável”. Eu sou “ecodesenvolvimentista”, porque defendo o desenvolvimento sustentável. Dedico-me a essa iniciativa com paixão, determinação e até por obrigação como cidadão. Você pode e deve usufruir dos recursos naturais, ambientais e minerais, mas de uma maneira competente, do ponto de vista da legislação, da engenharia; de um jeito que não sacrificará gerações futuras. Mas para isso, é preciso mudar conceitos e práticas do cotidiano que a sociedade consumista vende constantemente para todos nós. 12 | Pneus & Cia. Pneus & Cia.: Especificando, como o setor de reforma de pneus é percebido e visto atualmente no plano de ações políticas em Minas Gerais? Ronaldo Vasconcellos: Quando eu era deputado federal e fomos discutir política nacional de resíduos sólidos, o grande entrave foi quando chegou às discussões relacionadas aos pneus. Eu diria que a política nacional dos resíduos sólidos só não saiu, ainda hoje, por causa dos pneus. Temos que ser sensatos e entender que as pessoas trocam os pneus do seu carro para terem tranqüilidade, segurança e confiança para dirigir. E, muita gente ainda tem receio de Ronaldo Vansconcellos – vice-prefeito de Belo Horizonte Trajetória profissional 1983 1990 e 1994 2005 Integrante da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal Deputado estadual. Trabalhou na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de MG Vice-prefeito de Belo Horizonte – MG 1982 Vereador de Belo Horizonte – MG 1986 1998 e 2002 Deputado estadual de MG Deputado federal. Atuou na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pára na reforma. Eles querem fazer a parte deles e, após o pneu ser inservível, criar possibilidades para dar continuidade à destinação correta do pneu. E é por isso que insisto, qual a visão das ações políticas? Para tirar essa imagem distorcida do pneu, não seria o momento do governo fazer sua parte de maneira mais ativa? 14 | Pneus & Cia. Ronaldo Vasconcellos: Nós, do poder público, temos culpa, porque precisamos representar uma legislação que aborde o assunto. O dever é nosso, mas a associação pode nos ajudar e se fazer visível. Não é fácil defender o tema pneus. Mas, a ação política tem que ser sensível e ter coragem para fazer sua parte. O pneu só é vilão para quem não tem essa consciência. A associação deve ser participativa, estar sempre antenada, ter visibilidade. A entidade, que ainda está em um ponto de vista desfavorável, precisa mudar o costume e a visão para ter uma imagem positiva. A AMIRP tem que ter um trabalho de convencimento, de paciência, de perseverança, mas tem que agir, porque senão vai ficar sempre na derrota. É um desafio trabalhoso e que será desenvolvido com o tempo. Mas, para perpetuar, é necessário ser persistente, afinal, quem não tem competência, que não se estabeleça. É preciso acreditar no seu produto e qualificá-lo cada vez mais para dar credibilidade para todo o setor de reforma. Pneus & Cia.: O que está faltando para que a consciência ambiental floresça amplamente em todos os setores empresarias? Sou totalmente favorável à questão Quando se fala em da legislação e em criar ecopontos, mas temos agora que saber fazer. Os meio ambiente, logo projetos sugeridos são interessantes, se pensa em plantar Ronaldo Vasconcellos: É preciso esmas acho que a AMIRP e demais astabelecer um relacionamento com o uma árvore. Isso é sociações do setor têm que ter contapoder público constituído, indepento com vereador, deputado estadual, muito bonitinho, mas dente de qualquer coisa: com a Câdeputado federal, com ONGs e escomara Municipal, com a Assembléia não resolve nada las. Porque os representantes dessas Legislativa, com a Comissão de Meio entidades entendem a questão do Ambiente e com a Semad (Secretaria pneu e assim podem contribuir muito de Estado de Meio Ambiente e Depara a elaboração de uma legislação. senvolvimento Sustentável), no caso A gente não pode ficar esperando a política nacional de Minas. Mas isso é de maneira generalizada. Devede resíduo sólido atuar por si só. Temos que ver que, se focar e ter uma equipe. O trabalho é um processo normalmente, a sociedade como um todo ainda não que para chegar lá e ser bem sucedido tem que ter tem uma visão ambientalmente correta e completa. início, meio e fim. O setor tem que se mostrar para Não tem a noção e não possui a prática. E o poder ganhar mais visibilidade, e, assim, conquistar o apoio público também. Muitos prefeitos não possuem visão dessas instituições. E tem mais, é preciso a união do ambiental. Quando se fala em meio ambiente, logo segmento e que todos trabalhem em busca de um se pensa em plantar uma árvore. Isso é muito bonitimesmo propósito. nho, mas não resolve nada. Ronaldo Vasconcellos é engenheiro eletricista, forPneus & Cia.: O Sr., representante da ação política e mado em 1973. Em 1975, fez o curso de extensão defensor de interesses relacionados ao meio ambiende Engenharia e Segurança do Trabalho e, hoje, se te, já foi a uma reformadora? dedica à área de engenharia ambiental. Ronaldo é professor universitário do curso de Engenharia Ronaldo Vasconcellos: Não. E por isso afirmo que insAmbiental, na disciplina de Legislação e Política tituições, como a AMIRP, precisam divulgar o setor. É Ambientais, e apresenta o programa de televisão um trabalho que necessita de muita paciência e muiEcologia e Cidadania, da ONG Ponto Terra – voltata persistência, mas que precisa ser feito em nome do da para educação, conscientização e comunicação meio ambiente. na área ambiental. CENÁRIO DESAFIOS QUE TRAZEM OPORTUNIDADES O mercado de reforma de pneus, assim como as demais cadeias produtivas que têm o petróleo como principal matéria-prima, vive hoje um novo período de desafios. O atual contexto tem como características a escassez de produto bruto, os preços em alta, o consumo em ascensão. Sabemos que é um momento difícil, mas também as crises dos mercados são cíclicas; acontecem de tempos em tempos e acabam estabelecendo novos patamares de consumo, de preço e da relação oferta/demanda. Por outro lado, a economia do mundo está se transformando. Com um novo patamar de consumidores: o Brasil, a China, a Índia e os países emergentes estão trazendo as suas populações para o nível de consumo. Por isso, a demanda por alimentos e produtos básicos também aumenta – e acredito que dificilmente venha a diminuir. Aqui também chegamos a um novo patamar. Portanto, desafios e oportunidades andam juntos. A reforma de pneus se consolida como alternativa sustentável para manter nossa economia “na estrada” e garantir melhores margens para caminhoneiros e frotistas. A reposição da banda de rodagem desgastada pelo uso emprega apenas cerca de 25% do material utilizado na produção de um pneu novo. Por isso, estimase que a reforma represente uma economia de quase 60 litros de petróleo por pneu reformado. Sem falar no menor custo da reforma com relação ao pneu novo. Agora, o objetivo é focar em uma busca incessante por crescimento e reconhecimento. Aproveitamos este momento para fortalecer parcerias com nossos reformadores autorizados e oferecer ainda mais apoio e serviços para caminhoneiros e frotistas que utilizam nossos produtos. Com visão de futuro e planejamento estratégico, é importante optar por uma expansão da produção. Sempre tivemos a certeza de que a reforma de pneus é a opção mais econômica e ecológica. O cenário mundial em que vivemos hoje reafirma nossa convicção da importância estratégica da reforma na economia. Fazer rodar mais, com menos utilização de matéria-prima, mais do que lógico, passa a ter papel fundamental no modelo de transporte rodoviário e no modelo de desenvolvimento sustentável que queremos para o planeta. Túlio Luiz Zamin – diretor comercial e de marketing da Borrachas Vipal 15 | Pneus & Cia. CAPA UM BRINDE À LEI SECA DESDE QUE, CLARO, NÃO DIRIJA DEPOIS 16 | Pneus & Cia. por Luciana Laborne As estatísticas evidenciam: a violência no trânsito apresenta índices que podem ser comparados a uma guerra civil. Mudança na legislação, quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e a condução de veículos, reestrutura a “Lei Seca”, que além de novo corpo, ganha também outra titulação, “Lei da Vida”. Mas as causas dos acidentes nas estradas e nas cidades são inúmeras e vão além do “se beber, não dirija”. O cansaço, o não uso do cinto e o uso de medicamentos também exigem do condutor uma mudança de comportamento. S egundo dados da Polícia Rodoviária Federal, de 1º de janeiro a 31 de julho desse ano, ocorreram nas rodovias federais, em Minas Gerais, 11.786 acidentes, com 7.426 feridos e 564 mortos. Os dados são alarmantes e demonstram por si só a veracidade e a necessidade de praticar o conhecido ditado: “Prevenir é melhor do que remediar”. Médico especialista em medicina de trânsito e autor do livro A “Vacina” Contra a Violência no Trânsito, Fernando Moreira acredita que é por meio do estímulo de reflexões, com informações coerentes e úteis, que jovens e adultos adotarão comportamentos mais seguros ao dirigir. Muitos são os motivos dos acidentes nas cidades e estradas brasileiras. O consumo de álcool etílico, o não uso do cinto de segurança, o cansaço, o comportamento, certos hábitos (como, por exemplo, uso de medicamentos) entre várias outras, são algumas causas que merecem a atenção dos experientes e futuros motoristas, profissionais ou não, e, até mesmo, de quem não pensa em dirigir. Por exemplo, crianças e adolescentes necessitam da atenção dos responsáveis para usar, nos veículos, dispositivos exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro e pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que permitam a adequada segurança em função do peso e da faixa etária, tais como o cinto de segurança, cadeirinhas e banquinhos auxiliares. Segundo Fernando Moreira, estes equipamentos, quando adequadamente utilizados, podem reduzir o risco de morte em até 71% nos casos de colisões. alerta Moreira, que afirma ainda que o uso de medicamentos com efeitos colaterais, que prejudicam a direção de veículos, é feito no Brasil de maneira indiscriminada. Outro problema é o uso de substâncias com intuito de prolongar o tempo ao volante, muito utilizado por condutores em estradas, devido ao cansaço. A fadiga ataca não só os motoristas profissionais, que muitas vezes ultrapassam um número de horas recomendável para dirigir, mas também os outros condutores. “Os limites do ser humano devem ser considerados e observados em nome da segurança individual e coletiva”. Moreira ainda aconselha: “O sono durante a direção é algo difícil de enfrentar e, uma vez que se perceba esta condição, o mais sensato a fazer é parar o veículo e dormir, ainda que por um período relativamente curto. Pausas durante viagens longas também são fundamentais, pois evitam a monotonia e permitem uma recomposição para enfrentar mais um trecho de estrada”. E nesses intervalos, fica a dica para se evitar refeições “pesadas” (muito calóricas), preferindo alimentos de fácil digestão. Afinal, acredita-se que o cansaço seja um causador de acidentes de magnitude comparável ao álcool. 17 | Pneus & Cia. Estima-se que o inventor do cinto de três pontos, Nils Bohlin, tenha salvado mais de um milhão de Álcool vidas desde sua criação, em 1958. Para Moreira, esse equipamento é um dos mais importantes Entre tantas causas para a violência no trânsito, o itens de segurança desenvolvidos na história da binômio drogas/direção de veículos, incluindo álcool humanidade e informa: “Um aspecto muito inteetílico, é o ponto mais crítico em relação à ocorrênressante é a redução da freqüência e a severidade cia de acidentes. De acordo com dados publicados dos traumas de face por aqueles que utilizam corno livro A “Vacina” Contra a Violência no Trânsito, retamente os cintos. Felizmente, houve uma redução significativa desses traumas após a obrigatoriedade do uso do cinto nas cidades, reduzindo-se, também, Dicas que devem aliar: conhecimento, respeito às leis expressivamente, seqüelas como a do trânsito e direção preventiva perda da visão por lesão ocular”. Especialistas, hoje, no Brasil, procu• Se fizer uso de bebidas alcoólicas, aguarde pelo menos 12 ram conscientizar as pessoas sobre horas sem dirigir. Se o consumo ultrapassar duas doses a necessidade do uso do cinto tampode ser necessário um período ainda maior. bém no banco de trás. Apesar de ser • Nunca tente superar o cansaço ao dirigir. Uma cochilada obrigatório, o uso no banco traseiro no volante pode matar. é muitas vezes negligenciado. • Realize sempre a manutenção preventiva dos veículos. É espantosa a quantidade de acidentes causados por carros Além desses cuidados, boas condições sem freio, por rodas que saíram dos veículos em pleno de atenção, raciocínio e execução de movimento e por pneus sem condições de uso. tarefas complexas são exigências para • Ao iniciar uma manobra em marcha à ré, faça-a muito a condução de veículos. O uso de mecuidadosamente. Fique atento, a falta de visibilidade é dicamentos comuns, muitos utilizados um dos principais fatores relacionados a acidentes. corriqueiramente, até mesmo sem • Mantenha uma distância de segurança do veículo que receita médica, podem comprometer trafega à frente do seu. a direção. “Motoristas, sejam esses • Não deixe que objetos fiquem soltos dentro de seu veículo. profissionais ou não, devem sempre Eles podem desviar sua atenção: tempo suficiente para indagar ao seu médico, no momento que você se envolva num acidente grave. O mesmo da prescrição dos remédios, sobre os raciocínio serve para a troca de CDs, acendimento de prejuízos que estes possam causar na cigarros e uso de celulares. capacidade de dirigir veículos e sobre o período de adaptação necessário”, Foto: Jorge dos Santos emergencial. Neste sentido, é importante ressaltar que a melhoria das condições do trânsito e a diminuição da violência nele são importantes ações de responsabilidade social. Para a administração pública, destaca-se a oportunidade de dar resposta efetiva a um problema nacional. A população saberá reconhecer aqueles que desempenharem adequadamente seus papéis, seja na estruturação e na execução de ações de fiscalização ou na punição justa dos que cometerem infrações e crimes de trânsito. É uma chance de buscar uma expressiva redução do número de mortos e feridos em acidentes no Brasil. Fernando Moreira – médico especialista em medicina de trânsito a utilização de bebidas alcoólicas pelos condutores ou pedestres, antes ou durante a direção de veículos e caminhadas, tem sido apontada como causa de 30% de todos os acidentes de tráfego e por aproximadamente 60% dos que resultam em feridos graves ou mortos. Anualmente, acidentes no trânsito matam 50 mil pessoas, deixando ainda 500 mil feridos e 100 mil pessoas com seqüelas permanentes. Cerca de três mil sofrem traumas da coluna e da medula vertebral que podem resultar em paraplegia e tetraplegia. 18 | Pneus & Cia. Segundo Fernando Moreira, os números oficiais de mortes são ainda mais assustadores, pelo fato de que a grande parte dos óbitos não é registrada como traumas provenientes do trânsito, dando entrada em hospitais como politraumatismos não especificados ou falecimento próximo a via pública sem socorro. Assim, não são visualizados nas estatísticas oficiais. Se o óbito ocorrer após um amplo intervalo de internação hospitalar, também é freqüente que não se contabilize estas ocorrências como mortes causadas por acidentes de trânsito. “Se dirigir, não beba” Esta tragédia cotidiana que se configura num conflito social e tem seus elevados números freqüentemente divulgados na imprensa necessita de uma tomada de atitude por parte dos indivíduos, famílias, empresas e demais organizações sociais. Os governos também devem representar papéis fundamentais neste processo de transformação que é As diversas conseqüências do uso do álcool e suas repercussões estão muito além do “se dirigir, não beba” ou “se beber, não dirija”. De acordo com Fernando, o consumo do álcool é responsável por acarretar no ser humano uma redução da capacidade de reagir adequadamente a estímulos, afetando os reflexos; diminui a visão periférica; altera o controle corporal, o que causa desequilíbrio e dificuldades de marchas; aumenta a agressividade; dá sono e leva à embriaguez. “Todos que consomem bebidas alcoólicas estão mais propensos a causar ou envolver-se em acidentes de tráfego, quer seja na direção de veículos ou em deslocamentos como pedestres”, constata. Lei da Vida Diante as estatísticas, em que o número de mortos e feridos já foi comparado a uma guerra civil, a nova regra, que prevê até prisão para quem guiar um veículo após ingerir álcool, tenta modificar os índices alarmantes. A sanção da lei 11.705, denominada pelos especialistas e pelas organizações das vítimas do trânsito de “Lei da Vida”, altera o Código de Trânsito Brasileiro quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e a condução de veículos, causando polêmica por sua rigidez. Mas, para o médico especialista em tráfico do trânsito, a lei é uma oportunidade para a mudança: “É uma chance singular de reduzir de maneira significativa as gigantescas e inaceitáveis taxas de mortalidade e morbidade relacionadas ao trânsito no Brasil”. A política de “tolerância zero” implica em uma mudança de hábitos sociais. Um cidadão que ingerir qualquer quantidade de álcool e em seguida conduzir veículos estará passível de punição. Se o álcool detectado no ar expirado, por meio do etilômetro (bafômetro), for equivalente a até 0,3 mg por litro de ar, o condutor estará cometendo infração de trânsito gravíssima. Esse ganhará sete pontos no prontuário, terá sua habilitação recolhida, o veículo será retido até apresentação de outro condutor habilitado, pagará multa de R$ 957 e ainda terá seu O QUE MUDA NA LEGISLAÇÃO ANTES AGORA Era punido o motorista com concentração igual ou superior a 0,6g de álcool por litro de sangue. Na prática, não se pode dirigir após consumir qualquer quantidade de álcool. Sofre punição quem tiver concentração de álcool superior a 0,1mg por litro de ar expelido dos pulmões, medido pelo bafômetro. Penalidade: multa de R$ 955 e suspensão da carteira por um ano. Penalidade (de 0,11mg a 0,29mg): multa de R$ 957, sete pontos, suspensão da carteira por um ano e retenção de veículo até a apresentação de condutor habilitado. A partir de 0,3mg por litro de ar expirado medido pelo bafômetro será considerado crime de trânsito, com pena de seis meses a três anos. direito de dirigir suspenso, que só poderá ser recuperado após cumprimento de exigências administrativas e o transcurso do prazo de suspensão. Aqueles que se recusarem ao teste do bafômetro sofrerão as mesmas conseqüências. Uma pessoa com massa corporal mediana, a partir da segunda dose de qualquer bebida já pode estar atravessando este limite de álcool no ar expirado e, nesta condição, as novas normas determinam, adicionalmente, que se tratará de um crime de trânsito, com a conseqüente tramitação na esfera criminal. Se, além disso, o condutor alcoolizado vier a se envolver em acidente de trânsito que tenha em seu desfecho lesão corporal ou homicídio, responderá por crime de trânsito e não poderá contar com julgamento nos juizados especiais criminais, o que, certamente, implicará em penas que respeitarão a dignidade das vítimas. “Amigo da Vez” O Brasil não é o primeiro a colocar em prática uma legislação rígida para evitar a violência no trânsito. Todos os países desenvolvidos enfrentam fortemente a questão da prevenção de acidentes. Muitos deles, principalmente na Europa ocidental, ainda patrocinam campanhas educativas relacionadas à estratégia conhecida como ”motorista designado”, que no Brasil foi trazida pelo programa Pare e recebeu o nome “Amigo da Vez”. Principais efeitos do álcool sobre os motoristas Falta de coordenação. Diminuição da visão periférica e da visão lateral. Dificuldade para calcular a velocidade de aproximação de um carro. Torna-se complicado prestar atenção em outro carro que cruza a rua. Redução da capacidade de reagir adequadamente a estímulos. Perdem-se os reflexos e a noção dos riscos (como atravessar o sinal vermelho). Mais dificuldade de suportar a luminosidade. Alteração do controle corporal, o que causa desequilíbrio e dificuldades de marchas. Aumenta a dificuldade de executar manobras rápidas, se necessário. O motorista fica com visão dupla ou muito borrada. Aumenta a agressividade, dá sono e leva a embriaguez. Risco de inconsciência, de falência respiratória e de morte. Fonte: Fernando Moreira, médico especialista em medicina de trânsito 19 | Pneus & Cia. O programa é uma alternativa que estimula grupos de amigos a escolher um integrante por vez que não fará o uso de bebidas alcoólicas em ocasiões que os outros pretendem beber. Assim, esse amigo será o motorista apto a dirigir, que dará a carona com segurança. Dentro dessa estratégia, insere-se também o rodízio na escolha do motorista designado, o que permite que todos tenham seu momento de condutor seguro e “anjo da guarda” de seus amigos. O médico Fernando Moreira aponta que a preocupação com a segurança nos deslocamentos no trânsito significa conscientização e uma cultura voltada para a preservação da vida e a prevenção de acidentes. E lembra ainda que ”quando tiver feito ingestão de álcool há outras opções, tais como ônibus, metrô e táxi. O importante é nunca misturar álcool e direção de veículos”. CONEXÃO GESTÃO SUSTENTÁVEL UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA EMPRESARIAL por Mariana Conrado N as edições anteriores, abordamos a conexão das empresas com os fornecedores, funcionários e clientes. Essas relações são de extrema importância para o desenvolvimento das companhias, mas o destaque dessa vez não se trata de um relacionamento para beneficiar especificamente o lucro nos negócios e as vantagens para as pessoas envolvidas. Mas sim, para garantir a sobrevivência de todo o planeta. Foto: arquivo Cemig Empresas conscientes se empenham e têm um compromisso com a preservação do meio ambiente e com a minimização dos impactos ambientais e desperdícios. A questão de sustentabilidade, da interação de empreendimentos econômicos nos planos ambientais e sociais deve ser uma contribuição de organizações de todos os setores. A Cemig, uma das maiores geradoras e distribuidoras de energia elétrica do país, é destaque no quesito preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável. O gerente de responsabilidade ambiental e social da empresa, Ricardo Prata Camargos, explica que a empresa sempre se determinou para que o progresso tecnológico caminhasse em equilíbrio com a proteção do meio ambiente desde a sua fundação, há 56 anos. “O trabalho no setor de energia causa diversos impactos ambientais. Reconhecemos, então, que é praticamente obrigatório atuar com responsabilidade sócioambiental”, diz Camargos. O gerente acredita que, com o trabalho em conexão com o meio ambiente, há um constante crescimento, não só no plano econômico, mas no desenvolvimento social como um todo. 20 | Pneus & Cia. Antes mesmo da implantação da Norma ISO – normas que estabelecem diretrizes sobre a gestão ambiental das empresas, desenvolvida pela Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization) –, a Cemig trabalha com sua própria política ambiental, publicada há 18 anos. Nela constam os princípios que conduzem as atividades e os esforços da companhia na esfera do meio ambiente. O Sistema de Gestão Ambiental, implantado em várias áreas da companhia, identifica os impactos e define planos de ações para a adequação, o controle e a preservação do meio ambiente. A gestão vigora de acordo com a metodologia recomendada pela Norma ISO 14001. Ricardo Prata Camargos – gerente de responsabilidade ambiental e social da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) “O fator do meio ambiente faz parte de um contexto de sustentabilidade”, comenta Ricardo Camargos. Entre as estratégias previstas na política ambiental, destacam-se: reservas ambientais, programas de educação ambiental nas escolas, de preservação da fauna e flora, campanhas de prevenção e conscientização, acordos e parcerias com entidades ambientais, universidades e ONGs (Organizações não governamentais). Investimentos Destaque em índice internacional A receita operacional da Cemig, em 2007, foi de R$ 15,79 bilhões. A companhia dedicou um valor total de R$ 44,1 milhões aplicado ao meio ambiente. De acordo com o relatório de sustentabilidade da empresa, dessa quantia investida, R$ 7,3 milhões foram revertidos em cuidados e ações ambientais referentes à implantação de novas obras e R$ 36,8 milhões foram gastos para estudos, monitoramentos e na operação e manutenção de instalações. Dessa última parcela, R$ 859 mil foram destinados a projetos de pesquisa. Como reflexo do compromisso social e ambiental, a Cemig conquistou um selo inédito para uma companhia brasileira: faz parte da seleta lista (de 2007/2008) das companhias mais sustentáveis da bolsa de Nova York, pela oitava vez consecutiva. A lista é selecionada pelo Dow Jones Sustainability World Indexes (DJSI World), um índice de referência internacional que avalia a sustentabilidade corporativa e a capacidade das empresas de gerenciar as oportunidades e de integrar a performance financeira com a atuação junto à sociedade e ao meio ambiente, de modo a agregar valor para os acionistas ao longo prazo. Vantagens No relatório consta ainda que as aplicações voltadas para a adequação ambiental das instalações e para o monitoramento dos programas proporcionaram um aumento nos recursos aplicados na operação e na manutenção das instalações da empresa. Na opinião de Ricardo Camargos, a vantagem de um comprometimento com o meio ambiente vai além no benefício econômico. “Uma gestão sustentável é a sobrevivência empresarial”, diz o gerente ressaltando que a empresa que atua com responsabilidade sócio-ambiental valoriza sua imagem, principalmente, no mercado nacional e internacional. “A Cemig tem investidores em 40 países, ações comercializadas em bolsas de São Paulo, de Nova York e da Europa. A questão ambiental é muito valorizada, portanto, nosso empenho, além de beneficiar o meio ambiente, nos dá boa visibilidade perante os acionistas, já que muitos se baseiam no perfil da empresa para decidir as aplicações de investimentos”. O empenho ambiental da Cemig, reconhecido pelo DJSI World, rendeu à companhia também o posto de líder mundial no supersetor de utilities (que engloba empresas prestadoras de serviço de energia elétrica, distribuição de gás, saneamento e outros serviços de utilidade pública). Nove empresas do setor elétrico de todo o mundo foram apontadas nesse índice, sendo a Cemig a única da América Latina. Esses títulos, não apenas conferiram à empresa uma boa exposição na vitrine mundial, mas reconhecem os trabalhos nas dimensões social, ambiental e econômica. Para Ricardo Camargos, uma companhia não pode existir se não considerar uma conexão de suas atuações com o meio ambiente. “Essa preocupação insere a empresa no mercado, mantêm seu desenvolvimento e, principalmente, garante à sociedade um futuro melhor”, conclui o gerente de responsabilidade ambiental e social. PNEUS E FROTAS EQUIPAMENTOS, INSTALAÇÕES E TEMPO: VALE A PENA INVESTIR talão são permitidos somente se a borracha foi afetada e os arames não foram expostos. Vale ressaltar também que um pneu perdido pode custar até mais caro que a ferramenta correta. Um calibrador digital está por volta R$ 1.200. Existem modelos que permitem calibrar simultaneamente quatro, seis ou até sete pneus. Esse equipamento, além de agilizar o processo de calibragem ao reduzir o tempo necessário para a ação, ainda garante que todos os pneus tenham a mesma calibragem. Mas não esqueça, é preciso que o compressor de ar tenha capacidade para tanto. Esses investimentos valem a pena, visto que são feitos uma única vez e utilizados em todos os pneus. N 22 | Pneus & Cia. a edição anterior, falamos da qualificação profissional do borracheiro. Comentei que pouco adianta investir no homem se não lhe forem dadas as condições necessárias para colocar em prática o que ele aprendeu. Por condições entende-se: equipamentos, instalações e, algo pouco mensurado, tempo. Começando pelo básico, um bom jogo de ferramentas adequadas para a montagem e a desmontagem correta custa cerca de R$ 1.000. Existem vários fabricantes no mercado. Escolha o que mais agradar a você e ao seu borracheiro. No entanto, é de fundamental importância que esse trabalho seja feito corretamente. A falta de ferramentas adequadas e, principalmente, o improviso com instrumentos grosseiros, como marretas e picaretas, pode vir a inutilizar o pneu caso ocorra um dano nos talões em que os arames internos aparecerão na parte externa. Lembre-se que, de acordo com a legislação, reparos no Falando em calibradores, é comum encontrarmos a seguinte situação: quando se utiliza mangueiras longas, coloca-se uma ou duas libras a mais para “compensar” o comprimento da mangueira. Isso está errado. A pressão indicada no calibrador é a mesma que existe dentro do pneu, pois os três itens – calibrador, mangueira e pneu (ou câmara de ar) – formam um sistema chamado vaso-comunicante. No momento da calibragem, a pressão que houver em um tem também no outro, para qualquer tamanho de mangueira. Já a verificação da pressão deve ser feita com mangueira curta, para evitar erros de leitura. Os calibradores necessitam ser aferidos periodicamente, pelo menos uma vez por ano. Os mais indicados são os de parede, digitais ou não. A seguir, os portáteis do tipo relógio, com manômetro. Evite os do tipo vareta, pois são os que mais apresentam erros de medição. Numa grande frota que comprou cinco calibradores de vareta, o borracheiro fez um teste assim que os recebeu. Colocou um pneu na gaiola de proteção e calibrou, utilizando o calibrador digital. Em seguida, mediu o mesmo pneu com os cinco calibradores novos. Fez cinco leituras diferentes, às vezes mais altas, outras vezes mais baixas. Ou seja: todos estavam descalibrados, antes mesmo de serem utilizados pela primeira vez. Na hora de fazer reparos, utilize sempre consertos a frio. Além de economizar energia, permitem um número maior de reparos numa mesma câmara de ar, sem envelhecer nem deformar a borracha pela aplicação de calor localizado e excessivo. Mas, atenção: consertos a frio utilizam cola branca. Cola preta requer calor para proporcionar a adesão necessária. principalmente no uso de pneus sem câmara. Ao atritar a roda com o piso rústico podem aparecer pontas e arestas cortantes que, ao ser montado o pneu, provocam cortes na borracha do talão; o que pode resultar em vazamento de ar. Na lubrificação de talões e flanges dos aros use pasta de montagem apropriada, de origem vegetal, e nunca utilize nada que seja derivado de petróleo. Aliás, é muito comum que a vaselina seja vendida como pasta de montagem. Custa menos, mas acaba com os pneus ao deteriorar a borracha do talão. O piso deve ser limpo com freqüência. A sujeira trazida da rua pelos pneus pode se alojar na parte interna. Num pneu com câmara, uma pedrinha pode furar a câmara de ar, obrigando a fazer paradas e reparos durante a viagem. E, no caso de pneus sem câmara, pode entupir a válvula, obstruindo a passagem de ar e dificultando a calibragem. O pneu pode até trazer sujeira, mas a borracharia não precisa ser um local sujo. Outra situação corriqueira é o fato da borracharia em transportadoras estar localizada no ponto mais distante do pátio, com difícil acesso. Quando o pátio está cheio é mais uma desculpa para que a calibragem não seja feita. Muitas vezes a borracharia encontrase próxima do lavador, assim o compressor puxa o ar úmido que nem sempre é esgotado e, quando o pneu é calibrado, lá vai água e óleo para dentro do pneu ou da câmara. Aqui é importante uma mudança de atitude! A calibragem dos pneus não precisa, necessariamente, ser feita na borracharia. Consertos, trocas, montagem e desmontagem, sim, mas calibragem, não. Qual é o único lugar da empresa pelo qual todos passam, obrigatoriamente? A portaria, é claro. Se houver um local próximo da portaria, equipado com linha de ar e calibrador, a calibragem dos pneus, provavelmente, será realizada. Ar ainda é de graça, e calibragem é a manutenção mais barata que existe. Muito se fala sobre os custos do transporte, em que o combustível e os pneus são apontados entre os mais elevados. E um pneu descalibrado faz aumentar o consumo de combustível em até 10%. No entanto, ao investir em calibragem, duas das maiores despesas podem ser reduzidas. O piso da borracharia deve ser revestido com madeira, borracha, papelão ou algo que seja mais macio que as rodas, para evitar danos ao flange dos aros, Aproveite e dê uma volta pelo pátio da empresa. É muito comum encontrar pregos, parafusos, hastes de rebite, arruelas, pedaços de arame e mais inúmeros objetos perfurantes espalhados pelo chão. A maior parte do que penetra nos pneus está no seu quintal. Procure que vai achar. Cuide também da iluminação. Pneus e câmaras de ar são pretos. Se não houver iluminação suficiente, um conserto mal feito pode resultar até mesmo em estouro de um pneu, provocando acidente. Tenha uma gaiola de proteção para inflar os pneus e não permita nunca que um pneu seja inflado fora dela. É comum ouvirmos a desculpa de que isso leva mais tempo. Bobagem. O tempo necessário para inflar um pneu depende unicamente da vazão do compressor, esteja o pneu no chão, na gaiola ou em qualquer outro lugar. O deslocamento de ar é violento, podendo provocar desde um susto até acidentes fatais ou incapacitantes. E acidentes de trabalho ocorridos por condição insegura implicam em responsabilidade civil e criminal por parte do empregador. Pércio Schneider – especialista em pneus da Pró-Sul E-mail: [email protected] VALORES & VALORES Jamais desesperes, mesmo perante as mais sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda Provérbio chinês Comece por fazer o que é necessário, depois o que é possível e de repente estará a fazer o impossível São Francisco de Assis O que somos é a conseqüência do que pensamos Buda Não podemos dirigir o vento... Mas podemos ajustar as velas Autor desconhecido Que cada um procure, não o próprio interesse, mas, o interesse dos outros 24 | Pneus & Cia. Filipenses: 2,4 O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário Albert Einstein Não faça do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Seus passos ficaram. Olhe pra trás... mas vá em frente. Pois há muitos que precisam que chegue para que possam te seguir Charles Chaplin FAZENDO A DIFERENÇA PÃO E LEITE MAIS DO QUE ALIMENTOS: O PRINCÍPIO PARA A SOLIDARIEDADE por Luciana Laborne Diante da desigualdade, a vontade de fazer gente feliz. Esse é o propósito de Noemi Gontijo, que oferece dignidade para habitantes de uma região mineira. Dona Geralda, a guerreira que soube enfrentar situações de humilhação para sobreviver, atualmente possibilita emprego e decência para dezenas de catadores da Asmare. Com o rosto pintado de pasta de jenipapo, Ailton Krenak contribuiu para a história da população indígena brasileira, que, ainda hoje, é representada pelo índio botocudo. Relatos descritos nas edições anteriores da Pneus & Cia., que além de inspirar exemplo, instigam a vontade de fazer a diferença. U m fazer que você também pode fazer. E não precisa ser em nome de um povo, representar uma classe ou uma entidade. Já existe o “Dia de Fazer a Diferença” e não é necessário ser famoso, ter dinheiro, nem uma história de vida emocionante, nenhum pré-requisito específico. Somente solidariedade. Foto: arquivo Grupo Fraterno Amigo Presente 26| Pneus & Cia. Participante voluntário de uma campanha, Andreone Carvalho foi surpreendido em uma situação que a princípio parecia comum. Encontrou um menino, de cerca de sete anos, em um canto de um passeio qualquer no centro de Belo Horizonte. Ao se aproximar, perguntou: – Você não tem casa? – Tenho sim. (Respondeu o menino) – Então, por quê não volta? Vai ficar na rua sentindo frio e fome? Diga-me onde mora que o levo agora de volta para a sua casa. – Não posso. Se eu voltar, minha mãe me mata. (Falou imediatamente) Andreone retrucou: – Ah, não é bem assim. Em momentos de raiva, mãe fala isso mesmo, mas não fará nada contra você. – Fará sim. Ela matou meu pai, eu vi. E depois disse que ia me matar, por isso eu fugi. Sem mais palavras para convencer o menino a voltar para casa, o voluntário entregou à criança o que havia lhe trazido: pão, leite e sua solidariedade. Naquele dia ele entendeu que sair para as ações com a idéia pré-concebida de que sempre conseguirá tirar alguém da rua, é ilusão. Para ele, o importante é perceber as necessidades e intervir dentro da possibilidade do morador. “Não vou para campanha apenas para ajudar em uma dificuldade específica, dar o que comer ou tirar aquele sujeito da rua. Vou para conhecer a pessoa, suas necessidades e fazer a minha parte, diante do que sinto e do que sou”. Andreone Carvalho tem 37 anos e há quase 20 se dedica como voluntário nas ruas, ganhando sorrisos e aliviando a fome dos andarilhos que encontra. Passadas décadas nesse ritmo de “ajudar”, o técnico de saúde comprova que fazer a diferença faz bem: “É como se fosse para o meu próprio benefício, de tão gratificante”. Grupo Fraterno Amigo Presente Participante de um grupo de estudo na área do espiritismo, Andreone presenciou quando a turma começou a se mobilizar para agir em prol do semelhante. Em novembro de 1989, os envolvidos no projeto, que não tinha caráter assistencial, resolveram fazer uma única campanha. A atividade era doar alimentos (pães, leite e sucos) e assistência moral à população de rua da região central da capital mineira. A receptividade contagiante, com direito a conversas agradáveis e uma festa traduzida pelo brilho nos olhos diante da ajuda, mobilizou o grupo que programou novo encontro na semana seguinte e, depois, mais outro... Andreone Carvalho no asilo Lar Cantinho da Paz Com a maioridade alcançada, a turma continua a se reunir. Hoje, Andreone é o presidente do Grupo Fraterno Amigo Presente. Todas as sextas-feiras, Foto: arquivo Grupo Fraterno Amigo Presente arrecadar fundos para as campanhas. A sede alugada é o ponto de encontro dos participantes para preparar o material que, depois se dividem em um roteiro específico. O presidente sabe que as necessidades dos moradores vão além da questão material. São dificuldades com a família, problemas com drogas, alcoolismo e uma série de outros fatores. Quando é preciso encaminhar alguém para um acompanhamento especializado, o grupo recorre a entidades de credibilidade. O trabalho é digno de admiração, mas também é preciso reconhecer o perigo de transitar a noite pelo centro da cidade. Andreone explica que os voluntariados não esquecem o risco da violência ao chegar perto de um andarilho. “Ficamos atentos diante dos limites e das fragilidades dos moradores de rua. Afinal, a fé e a solidariedade não podem excluir a prudência”. Campanha do Pãozinho cerca de 50 pessoas saem para a Campanha do Pãozinho. No passar dos anos, foram integrados ao projeto outros perfis e idéias. Uma pluralidade que possibilitou novos eixos de atuação, como a Campanha do Quilo; visitas, no terceiro domingo de cada mês, ao asilo Lar Cantinho da Paz (uma oportunidade de oferecer carinho, respeito e afeto aos idosos). E mais: apoio ao trabalho da Biblioteca Graça Rios, que permite aos estudantes carentes acesso a obras literárias e acadêmicas. Sem contar, campanhas eventuais, como a do agasalho, que, durante a madrugada em todo inverno, distribui roupas de frio e cobertores à população de rua. In Foco Brasil A entidade não possui nenhuma renda fixa e conta com doações e eventos organizados para O pão e o leite, mais do que alimento, são os atrativos para a abordagem. “Chegamos com o material, claro que com o objetivo imediato de combater a fome, mas também como um acesso para nos aproximar da pessoa e começar um diálogo”, detalha. O trabalho desenvolvido pelo grupo, incansavelmente há mais de 18 anos, dispensa adjetivações. Ao dizer que não sabe se faz a diferença, Andreone finaliza a entrevista: “Ah, não sei mesmo. Mais que uma oportunidade de trabalho, eu ganho auto-conhecimento. Vou sem esperar nada em troca, mas eles me surpreendem. Fazem a diferença para mim. Isso me estimula a continuar e querer fazer mais. E é algo que você pode sentir também”. Pediu, chegou. Produtos, ferramentas e acessórios ssórios para reformadoras, lojas de pneus e borracharias. Tel (31) 3291-6979 www.gebor.com.br R. Cassia, 26 - Loja 01 - Prado - Belo Horizonte - MG - [email protected] REFORMADORES GUIA DOS REFORMADORES DE MINAS GERAIS ALFENAS RECALFENAS AV. JOVINO FERNANDES SALLES, 761 JARDIM BOA ESPERANÇA - TEL.: (35) 3292-6400 ANDRADAS RECAUCHUTAGEM ANDRADENSE ROD. PINHAL - ANDRADAS - KM 4,7 CONTENDAS - TEL.: (35) 3731-1414 ARAGUARI PNEUBOM – FÁBIO PNEUS AV. VER. GERALDO TEODORO DA SILVA, 79 PARQUES - TEL.: (34) 3242-3456 ARAXÁ PNEUARA – PNEUS ARAXÁ LTDA. AV. TANCREDO NEVES, 495 VILA SILVÉRIA - TEL.: (34) 3661-8571 ARCOS RENOVADORA DE PNEUS NOVA ALIANÇA LTDA RODOVIA BR 354. KM 476, 1100 VILA CALCITA - TEL.: (37) 3351-1717 BARBACENA BQ PNEUS RECAUCHUTADORA E COMÉRCIO LTDA. AV. GOV.BIAS FORTES, 1.629 - B PASSARINHO - TEL.: (32) 3332-2988 NOVATRAÇÃO MINAS GERAIS S/A. RUA JOSÉ PERMINIO DA SILVA, 80 CINCO - TEL.: (31) 3351-4751 PNEUCON PNEUS CONTAGEM LTDA. RUA DO REGISTRO, 1.715 COLONIAL - TEL.: (31) 3353-9924 PNEUS AMAZONAS LTDA. RUA OSÓRIO DE MORAES, 800 VILA BARRAGINHA - TEL.: (31) 3361-7320 RECAPE PNEUS LTDA. RUA BETA, 120 VILA PARIS - TEL.: (31) 3353-1765 REGIGANT RECUPERADORA DE PNEUS GIGANTES LTDA. RUA RIO ORENOCO, 884 RIACHO DAS PEDRAS - TEL.: (31) 2191-9999 BANDA FORTE RECAUCHUTADORA ROD. BR 040 KM 697 CAIÇARAS - TEL.: (32) 3331-4740 SOMAR RECICLAGEM DE PNEUS LTDA. RUA RIO ELBA, 143 RIACHO DAS PEDRAS - TEL.: (31) 3396-1758 BELO HORIZONTE JAC PNEUS LTDA. AV. DOM PEDRO II, 5.038 JARDIM MONTANHES - TEL.: (31) 3464-5553 CORONEL FABRICIANO AUTORECAPE LTDA. AV. JOSÉ FRANCISCO DOMINGOS, 114 DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3842-3900 JP PNEUS LTDA. RUA PADRE LOPES CANÇADO, 95 GLALIJÁ - TEL.: (31) 3333-4200 RECAPAGEM RIO DOCE LTDA. AV. PRES. TANCREDO NEVES, 4.010 CALADINHO - TEL.: (31) 3841-9050 PNEUSOLA PNEUS E PEÇAS S/A. RUA ANTONIO ZANDONA, 144 JARDINÓPOLIS - TEL.: (31) 3361-2522 DIAMANTINA PNEUSHOPPING LTDA. RUA JOSE ANACLETO ALVES, 158 CAZUZA - TEL.: (38) 3531-2407 RENOVADORA DE PNEUS OK S/A. AV. ANTONIO CARLOS, 310 LAGOINHA - TEL.: (31) 3421-1577 PNEUBRASA LTDA. AV. CRISTIANO MACHADO, 1.211 GRAÇA - TEL.: (31) 3423-4578 SILVEIRA & SOUZA RENOV. COM. PNEUS DE MOTOS RUA PEDRO LÚCIO DA SILVA, 88 VENDA NOVA - TEL.: (31) 3451-5576 BETIM AD PNEUS E SERVIÇOS LTDA. RODOVIA FERNÃO DIAS, S/Nº - KM. 424 JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 2125-9100 CASA AMARO - REMOLDAGEM DE PNEUS LTDA. RUA TOYOTA, 471 JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 3304-1067 RECAUCHUTADORA 10 VIDAS LTDA. RUA GRACYRA RESSE DE GOUVEIA, 20 JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 3597-1335 CAPELINHA PNEUS CAP LTDA. ANEL RODOVIÁRIO, 600 PLANALTO - TEL.: (33) 3516-1512 CONTAGEM ARAUJO PNEUS LTDA. RUA TOMAZ JEFFERSON, 356 JARDIM INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3363-1840 28| Pneus & Cia. LUMA PNEUS LTDA. VIA EXPRESSA DE CONTAGEM, 4.800 JARDIM MARROCOS - TEL.: (31) 3352-2400 FROTA COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA. RUA SIMÃO ANTONIO, 300 CINCÃO - TEL.: (31) 3358-0000 FOCUS PNEUS AV. DAS AMÉRICAS, 949 PRESIDENTE KENNEDY - TEL.: (31) 3394-7879 JURANDIR PNEUS LTDA. RUA AUGUSTA GONÇALVES NOGUEIRA, 35 INCONFIDENTES - TEL.: (31) 3333-1555 DIVINÓPOLIS PNEUMAC LTDA. AV. A, Nº 2.388 ORION - TEL.: (37) 3229-1111 RECAMAX MÁXIMA LTDA. ANEL RODOVIÁRIO, S/Nº - KM. 03 RANCHO ALEGRE - TEL.: (37) 3216-2000 RENOVADORA SEGURANÇA LTDA. RUA ANTONIO PEDRO DE ALMEIDA, 2.000 BALNEÁRIO RANCHO ALEGRE - TEL.: (37) 3222-6565 FORMIGA AD PNEUS E SERVIÇOS LTDA. AV. BRASIL, 1.151 MANGABEIRAS - TEL.: (37) 3322-1441 RENOVADORA SEGURANÇA LTDA. ROD. MG 050 , S/Nº - KM. 202, 3 VILA SOUZA E SILVA - TEL.: (37) 3322-1239 GOVERNADOR VALADARES RECAPAGEM VALADARES LTDA. RUA EDER DA SILVEIRA, 460 VILA ISA - TEL.: (33) 3278-2160 REFORMADORA BELO VALE AV. RIO BAHIA, 2.615 IPÊ - TEL.: (33) 3278-1508 IGARAPÉ RECAPAGEM CAMPOS AV. PERINA WENCESLAU DO PRADO, 699 BAIRRO JK - TEL.: (31) 3534-1552 ITAMARANDIBA BODÃO PNEUS E REFORMAS LTDA. TRAVESSA NOVE DE JULHO, 64 SÃO GERALDO - TEL.: (38) 3521-1185 ITAÚ DE MINAS ITAÚ CAP LTDA RUA SENADOR JOSÉ EMIRIO DE MORAES, 51 DISTRITO INDUSTRIAL II - TEL.: (35) 3536-3071 JUIZ DE FORA AM COMÉRCIO DE PNEUS LTDA. RUA BRUNO SIMILI, 678 DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (32) 2101-1400 RECAUCHUTADORA JUIZ DE FORA LTDA RUA FERNANDO LAMARCA, 250 DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (32) 2102-5000 / 5042 LAVRAS CARLO DEL PRETE - TYRESOLES RODOVIA BR 265 KM 145 ZONA RURAL - TEL.: (35) 3821-8772 LAVRAS RECAP ROD. BR 265 KM 147 Nº 2045 AEROPORTO - TEL.: (35) 3821-6308 LUZ RECAROL - RECAPAGEM DE PNEUS CAROLINA LTDA. RUA PINHUÍ, 785 MONSENHOR PARREIRAS - TEL.: (37) 3421-3110 MACHADO REAL CAP RUA DOS CRAVOS, 145 DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (35) 3295-4339 MATIAS BARBOSA PNEUSOLA RECAPAGEM LTDA. OTR CENTRO EMPRESARIAL PARK SUL, 15 – A CENTRO EMPRESARIAL - TEL.: (32) 3273-8622 SOROCABANA PNEUS LTDA. DT EMPRESARIAL PARK SUL, 11 CENTRO EMPRESARIAL - TEL.: (32) 3273-1127 MONTES CLAROS RECAPAGEM SANTA HELENA RUA TRES, 40 CENTRO ATACADISTA REGINA PERES - TEL.: (38) 3213-2051 POUSO ALEGRE FRANS MOREIRA ROD. BR 459 - KM. 97 RIBEIRÃO DAS MORTES - TEL.: (35) 3423-8218 LTR RENOVADORA DE PNEUS LTDA ROD. BR 459 - KM. 99 RIBEIRÃO DAS MORTES - TEL.: (35) 3422-0882 SABARÁ RECAPAGEM E PNEUS PONTENOVENSE LTDA ROD. MG 05, 959 - KM. 3,5 ALVORADA - TEL.: (31) 3486-1966 SÃO JOAO DEL REY MANTIQUEIRA RECAUCHUTADORA AV. 31 DE MARÇO, 1731 COLONIA DO MARÇAL - TEL.: (31) 3371-7800 SÃO LOURENÇO BRISA PNEUS LTDA RUA EVARISTO DA VEIGA,112 CENTRO - TEL.: (35) 3332-8333 SETE LAGOAS RECAPAGEM CASTELO LTDA. AV. MARECHAL CASTELO BRANCO, 4.001 UNIVERSITÁRIO - TEL.: (31) 3773-9099 RECAPAGEM SANTA HELENA RUA OTAVIO CAMPELO RIBEIRO, 4.305 ELDORADO - TEL.: (31) 2106-6000 RECAPAGEM SÃO BENTO LTDA. RODOVIA BR 040 - KM. 468 ELDORADO - TEL.: (31) 3775-1155 PNEUSOLA AV. DEPUTADO PLINIO RIBEIRO, 853 ESPLANADA – TEL.: (38) 3215-7699 RECAPAGEM TRES PODERES LTDA. ROD. BR 040 KM - 471 ELDORADO - TEL.: (31) 3773-0039 MURIAÉ L & A COMERCIAL PNEUS LTDA. AV. RIO BAHIA, 5.800 - KM. 706 UNIVERSITÁRIO - TEL.: (32) 3722-4042 TIMÓTEO REFORMADORA DE PNEUS CACIQUE LTDA. ROD. BR 381, 2000 - KM. 195 NÚCLEO INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3847-3154 NANUQUE CACIQUE PNEUS LTDA RUA ARTHUR FELIPE DOS SANTOS , 40 CENTRO - TEL.: (33) 3621-4924 TORQUE DIESEL LTDA BR - 381 - KM 196, 2160 CACHOEIRA DO VALE - (31) 3845-4300 PARÁ DE MINAS AUTO RECAPAGEM AVENIDA LTDA. AV. PROF. MELO CANÇADO, 1.729 CENTRO - TEL.: (37) 3231-5270 PATOS DE MINAS RECALTO PNEUS LTDA AV. JUSCELINO KUBITSCHEK OLIVEIRA, 4000 PLANALTO - TEL.: (34) 3823-7979 PATROCINIO AUTOMOTIVA PNEUS LTDA. AV. FARIA PEREIRA, 856 MORADA DO SOL - TEL.: (34) 3831-3366 PEDRO LEOPOLDO ROLLEX COMÉRCIO DE PNEUS LTDA RUA ZICO BARBOSA, 50 TEOTÔNIO B. FREITAS - TEL.: (31) 3662-2400 PITANGUI SUFER PNEUS E RECAPAGEM LTDA RUA JOÃO LOPES CANÇADO, 508 CHAPADÃO - TEL.: (37) 3271-4444 POÇOS CAP LTDA AV. PRESIDENTE WENCESLAU BRAZ, 400/01 CAMPO DO SÉRGIO - TEL.: (35) 3713-1237 PONTE NOVA VULCANIZAÇÃO SOROCABANA PNEUS LTDA. AV. CUSTÓDIO SILVA, 800 CENTRO - TEL.: (31) 3817-2566 UBERLÂNDIA DPASCHOAL AV. ANTONIO THOMAZ FERREIRA DE RESENDE, 3333 DISTRITO INDUSTRAL - TEL.: (34) 3213-1020 RECAPAGEM SANTA HELENA AV. FLORIANO PEIXOTO, 4.369 CUSTÓDIO PEREIRA – TEL.: (34) 3230-2300 VARGINHA TYRESUL RENOVADORA DE PNEUS LTDA. AV. SALUM ASSAD DAVID, 21 SANTA LUIZA - TEL.: (35) 3690-5511 VISCONDE DO RIO BRANCO RECAUCHUTADORA RIO BRANQUENSE DE PNEUS AV. PERIMETRAL, 145 BARRA DOS COUTOS - TEL.: (32) 3551-5017 PRODUTOS PARA RECAUCHUTAGEM BELO HORIZONTE GEBOR COMERCIAL LTDA. – ACESSÓRIOS RUA CÁSSIA, 26 – LOJA 01 PRADO - TEL.: (31) 3291-6979 UBERLÂNDIA MATTEUZZI FIX DO BRASIL – EQUIPAMENTOS RUA CEARÁ, 3.100 CUSTÓDIO PEREIRA - TEL.: (34) 3213-7218 COLOQUE SUA MARCA EM DESTAQUE! ENTRE EM CONTATO COM A AMIRP 29 | Pneus & Cia. POÇOS DE CALDAS AD PNEUS E SERVIÇOS LTDA. AV. MANSUR FRAYA, 1.225 JARDIM ELIZABETE - TEL.: (35) 3713-9293 UBÁ JACAR PNEUS LTDA ROD. UBÁ JUIZ DE FORA, KM 86 RODOVIA - TEL.: (32) 3539-2800 VIVER BEM ADIAR. ODIAR. Q ue relação pode existir entre estes verbos diferenciados ortograficamente por apenas uma letra? Muitas. Mas essa interdependência não se caracteriza só pela proximidade da grafia. Alguns significados circulam entre os dois. Em vice-versa, por exemplo, um pode se tornar conseqüência do outro. De que modo odiar pode vir a ser um efeito de adiar? Muitos de nós, em qualquer atividade da vida, somos predispostos a ficar atrelados ao mundo das idéias sem conseguir ordená-las, tomar decisões e levá-las à ação. Sobra energia, mas falta vontade para atingir objetivos. Como mecanismo de defesa encobridor da culpa pela inércia, passamos aos protestos: reclamamos sem parar, fazemos acusações, ofendemos, ressentimonos – únicas atuações para as quais nos revelamos aptos. Paralisados pelo pensamento, depositamos em território alheio a falta de habilidade para o ato, para a luta. Não obstante tenhamos sido nós a adiar projetos grandes ou pequenos, somos nós mesmos quem convocamos o ódio a se tornar o vizinho mais próximo. Impregnados do desconforto pelo não-fazer, diremos: “Todos vão contra as minhas idéias”. “Ninguém executa minhas ordens”. “Nada me favorece”. “Não fazem como eu mando”. Argumentos inúteis que buscam disfarçar a ausência da coragem. 30| Pneus & Cia. Mesmo distanciados de movimentos perceptíveis, esperamos que as idéias se materializem, transformem-se em iniciativas concretas e cheguem a belos resultados. Sem mover um só dedo, mas mexendo de forma negativa o pensamento e os lábios, vamos adiando e odiando. Consideramos que seja possível fazer a vida fluir sem atitudes. Que basta pensar, aguardar e se sentir injuriado. Desventurados! É o que julgamos ser. Mas, e como adiar pode se tornar um efeito de odiar? Às vezes, as contingências nos desencaminham daquilo que pretendemos. A uma grande distância das nossas intenções, vem a sensação de deslocamento, insegurança, desmotivação, injustiça e infelicidade. A condição à qual nos submetemos nos empurra de tal forma para o abismo dos aborrecimentos que ficamos propensos a adiar indefinidamente nossas tarefas. Por odiar o que nos é proposto cumprir, não o fazemos. Costumam nos rotular de preguiçosos, indisciplinados, pouco perseverantes, indolentes ou arrogantes. À mercê daquilo que chamamos sorte, predestinação ou determinismo, cruzamos de ponta-a-ponta a esterilidade de um deserto que jamais desejaríamos pisar. Adiamos por odiar. Porque nos custa fazer. E também porque não nos desviamos daquilo que acreditamos ter sido designado para nós. De um modo ou de outro, ficamos confinados dentro da expectativa. A espiar pelas frestas da vida, permanecemos, imobilizados no presente, o único lapso de tempo durante o qual algo pode ser efetivado. Presos ao passado (eu poderia ter feito!) ou ao futuro (eu farei!), eliminamos a possibilidade de nos esquivar do mundo das idéias, muitas vezes ótimas idéias, e passar ao espaço da ação. Lástimas se tornam nosso comportamento mais singular! Vítimas dos nossos hábitos imutáveis e impermeáveis à espera de que alguém opere em nosso nome, perdemos as guerras, batalha por batalha! Pois, não há quem duvide de que a existência é luta incessante contra conflitos. Mas que também oferece grandes compensações decorrentes dos nossos atos. Além de nos ocuparmos do ódio por adiar e do adiar por odiar, ainda resta a angústia e o desconforto de pensar permanentemente naquilo que ainda não foi feito. Desconhecemos a sensação de alívio e de liberdade advinda do cumprimento de uma missão. Que é só nossa. E, se não for, que andemos em busca de outras. Odeio porque não faço. Não faço porque odeio. Melhor que nenhuma dessas opções seja escolhida. Fazer é o recomendável! Gostando. Kátia Matos – psicóloga E-mail: [email protected] In Foco Brasil A UNIÃO FAZ A FORÇA. A AMIRP é a associação que reúne o maior número de reformadores de pneus do Brasil. Resultado do trabalho em conjunto e do apoio oferecido aos associados. Junte-se a nós. Associe-se você também e faça parte desse grupo. AMIRP – União e força para vencer. (31) 3356-3342 www.amirp.com.br [email protected]