Balcãs. Trilha liga Montenegro, Albânia e Kosovo
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Balcãs. Trilha liga Montenegro, Albânia e Kosovo
OGLOBO QUINTA-FEIRA 2.5.2013 oglobo.com.br Balcãs. Trilha liga Montenegro, Albânia e Kosovo Brasil. Festivais e novo museu movimentam Tiradentes Retrô moderno Novos hotéis, lojas e restaurantes valorizam a história de Miami e voltam a chamar a atenção para South Beach DIVULGAÇÃO 19 _ BOA VIAGEM QUINTA-FEIRA 2.5.2013 FOTOS DE FERNANDA DUTRA ESTADOS UNIDOS 18 Moda. Em um prédio art déco, a The Webster tem peças e nos anos 1980, neon, selecionadas pela Kate Moss e Gianni francesa Laure FERNANDA DUTRA MIAMI De volta aos S [email protected] holofotes South Beach se renova com butiques, restaurantes e hotéis que valorizam história e produtos locais Versace representavam Miami, hoje os emblemas são calçados da grife local Del Toro, a cantora indie Cat Power e a francesa Laure HériardDubreuil, dona da multimarcas The Webster. Laure redescobriu Miami com uma leva de galeristas, artistas e fashionistas que, desde 2002, frequentam a Art Basel Miami Beach. O que a princípio era uma forma de recuperar os anos dourados da Magic City se tornou uma das maiores e mais influentes feiras de arte do mundo — e virou até tema do livro mais recente de Tom Wolfe, “Back to blood” (ainda sem tradução). Nem uma cidade muito fiel às suas raízes passaria incólume à onda artística. Hotéis, restaurantes, bares e lojas, concentrados em South Beach, surgiram para atender à nova cliente- Mac and cheese. O clássico americano no Yardbird Arte de rua. Em Wynwood, bons cafés e muros coloridos Café. A Panther mói grãos de fazendas sustentáveis da América do Sul Grife e livros. A Alchemist vende edições raras de beatniks e Dior la. Na The Webster, telas do noivo de Laure, Aaron Young, convivem com peças Chanel e de estilistas novos como Julien David. Na Lincoln Road, a Alchemist tem raridades beatniks em suas prateleiras e, nas araras, sua cota de Céline e Isabel Marant. A Miami de hoje continua cheia de glamour, mas é menos ostensiva e valoriza mais a história e os produtos locais — afinal, a ascensão veio no meio de uma crise econômica. O bar The Broken Shaker, aberto em dezembro dentro do albergue The Freehand, tem carta de drinques elaborados semanalmente com ingredientes orgânicos colhidos da horta no jardim. Os garçons do novo hotel The James vestem uniformes produzidos no Sul da Flórida e servem peixes frescos da costa no restaurante. Áreas reurbanizadas em Miami, como Wynwood, acabaram se beneficiando do burburinho internacional também. Das poucas regiões a permitir arte nos muros, o bairro atrai não só artistas como fanáticos por cafés orgânicos. l No jardim. O Bar The Broken Shaker usa ingredientes da própria horta Masculino. Na Base, camisas, relógios e fones de ouvido Local. Cerveja da Flórida no Radio Bar Compras. Revistas, sucos e Lagerfeld na Alchemist Cores. Peças exclusivas à venda na The Webster South Beach Badalação, compras e arte no distrito histórico E sbarrar em figuras como Karl Lagerfeld já não surpreende Joey, que nasceu há pouco mais de duas décadas em Miami e mora e trabalha numa butique em South Beach. — Numa noite, estava no bar de sempre, tomando um drinque, quando notei o editor-chefe da revista “W” bebendo no balcão sem se tocar que um tipo estranho estava dando em cima dele. Fiquei preocupado e pensei em alertá-lo. Mas logo esqueci a cena quando notei que Larry Gagosian (dono de 12 galerias com seu sobrenome) em pessoa estava ali. Então me dei conta, a Miami Basel já tinha começado — relembra Joey. — Depois, achei que conhecia uma mulher caminhando na rua e, quando ela se aproximou, vi Miuccia Prada. O desfile de gente de áreas diversas, relacionadas de alguma forma à arte, é praxe durante a Miami Basel em dezembro. Pela voz de Tom Wolfe no li- vro “Back to blood”, colecionadores milionários — homens de meia-idade usando tênis — aguardam na fila, ansiosos, como os compradores da promoção de meia-noite pós-Natal da Macy’s. Loucos para arrematar peças icônicas, indicadas por inteligentes e belas consultoras de arte (em inglês, art advisors ou A.A.). Não à toa, o livro foi recebido com polêmica. Sátiras à parte, difícil é dizer que Miami continua a mesma. Laure Hériard-Dubreuil, criada entre barris da Rémy Cointreau, fundada por sua família, se mudou há seis anos para Miami para abrir a The Webster. A ideia lhe ocorreu quando, numa das edições da feira, não conseguiu comprar um vestido. Mais tarde, viu num dia chuvoso em Paris a dica para curtir as praias e a cultura latina do Sul da Flórida. — Miami mudou muito com a Art Basel, trazendo uma clientela sofisticada. Há novos hotéis e restaurantes O YARDBIRD, COM MENU SULISTA, FOI ELEITO A MELHOR NOVIDADE DE 2012 PELA FUNDAÇÃO JAMES BEARD incríveis. A Webster contribuiu para colocar Miami no “mapa da moda”, trazendo quase cem grifes e peças exclusivas para South Beach. Agora, já há lojas da Prada e da Louis Vuitton no Design District — diz Laure, explicando como enxerga sua função. — Trabalhei na Balenciaga antes, e tinha uma ideia muito definida do que queria para a The Webster. Hoje você vê museus dedicados à moda. Para mim, é arte. Considero que faço um trabalho de curadoria. A loja fica na Collins Avenue — entre o restaurante Spiga, do chef carioca Roberto Legrand, e o hotel Marlin. Para não assustar os clientes (é este mesmo o verbo usado pelos funcionários), o térreo é dedicado aos novos estilistas. Ali também há diversos itens exclusivos que Laure cria diretamente com seus eleitos. Flamingos, logotipo da Webster, e seu tom de rosa são quase uma obsessão da francesa. A designer de joias italiana Delfina Delettrez produziu um brinco no formato da ave especialmente para a loja. Já a grife local Del Toro fez um slipper em “rosa-flamingo” de veludo, também exclusivo. A marca de sapatos de Miami tem uma única loja própria no distrito de Wynwood, e produz tênis, mocassins e espadrilles na Itália — terra natal do dono. Outra exclusividade são as camisetas masculinas da Surface to Air, elaboradas com o noivo de Laure, o artista plásti- co Aaron Young, numa referência à gangue de Los Angeles Locals Only. Se o térreo é dedicado aos novos estilistas, o primeiro andar da The Webster é um desfile de nomes consagrados. A loja é das poucas multimarcas a vender Chanel, com o luxo de ter autorização para combinar nos manequins terninhos com saltos coloridos. Balenciaga, Balmain, Saint Laurent, Céline, Valentino... Todos comparecem à festa. Com duas lojas na Lincoln Road — uma entre a loja da Nespresso e a livraria Taschen, e a outra no segundo andar de um estacionamento — a Alchemist não vende livros de Paulo Coelho mas as primeiras edições de autores beatniks e revistas de moda e arte do mundo todo. Também tem esmaltes RGB e velas decoradas com traços de Keith Haring. Givenchy, Alaïa, The Row, Pucci e Dries van Noten não saem barato. Mas vale desembolsar uns trocados pelos sucos fresquinhos da Jugofresh — que, segundo os donos, têm superpoderes de desintoxicação. Na mesma rua, a Base mistura acessórios e roupas de grife. Revistas de arte e música, toy art, discos e fones de ouvido da Urban Ears convivem com bem cortadas camisas da Shades of Grey. O estiloso restaurante Yardbird, ali perto na Lennox Avenue, é decorado com luminárias baixas, desenhos a giz nas paredes e música no volume exato. Apesar da cara moderninha, a casa — eleita a melhor novidade de 2012 pela fundação James Beard — recupera os sabores e valores do Sul do país. Os ingredientes são selecionados de fazendas da Flórida e da Georgia. Vêm frescos e fazem toda a diferença nas receitas simples, como o tradicional mac & cheese — feito de queijos e massa artesanais. O frango frito dá as caras em vários pratos. Se quiser um gostinho somente, peça como entrada o frango orgânico com geleia de pimenta no biscuit (tipo de pão de leite) — a carne é crocante e saborosa. Em outra oportunidade, eu provaria o frango frito com molho de mel, melancia apimentada, queijo cheddar e waffle com xarope de maple. Mas preferi as costelinhas ao molho barbecue, deliciosas. Acha que o povo sofisticado não suja as mãos no jantar do Yardbird? Engano seu. “Pharrell Williams (rapper americano) recomendou a Karolina Kurkova (modelo tcheca) que passou para mim”, conta a princesa da Arábia Saudita Deena Al-Juhani ao guia à venda exclusivamente na The Webster, “Miami: the fashion & friendly guide” ( US$ 18). Não deixe de conferir a carta de drinques especiais com bourbon. Há experiências interessantes como a mistura de suco de limão, bourbon Buffalo Trace, amoras e cardamomo, finalizada com espumante. Antes ou depois, passe no Juvia — bar no terraço que abriga as melhores festas da Miami Art Basel. A vista da cidade faz valer a pena mesmo fora da badalada semana de arte de dezembro. O Radio Bar nasceu como pop up no ano passado e ficou, garantindo um público fiel com o ambiente casual: livros e pranchas de skate dividem espaço nos painéis de madeira. Poltronas vintage confortáveis estão espalhadas pelo salão, porém, o lugar mais concorrido é o da mesa de sinuca. Os drinques são clássicos — o bourbon vem na forma do Old Fashioned, o preferido dos publicitários da série “Mad men”. As opções de cerveja em garrafa rendem uma boa noite de degustações: comece com a Swamp Ape Ipa da Flórida; prove depois as da Louisiana e do Oregon. Já o bar The Broken Shaker investe nos drinques, elaborados semanalmente pelos mixologistas da Bar Lab. Provei o Spring Tide, com morangos, ruibarbo, vodca e ervas do jardim. Outro delicioso: Chaim Rum Manhattan, de vermute com infusões de temperos chai e rum. Todos a US$ 11. No albergue The Freehand, o bar invade o jardim com mesas e cadeiras Adirondack. A iluminação fica por conta de singelos piscas-piscas. l 21 _ BOA VIAGEM QUINTA-FEIRA 2.5.2013 FOTOS DE FERNANDA DUTRA THE NEW YORK TIMES/BARBARA P. FERNANDEZ ESTADOS UNIDOS 20 FOTOS DE FERNANDA DUTRA Wynwood Cafés e cultura de rua D epois de rodar por prédios art déco em tons pastéis de South Beach, onde as cores fortes no máximo cobrem sutis detalhes na fachada, é preciso recalibrar as lentes ao chegar a Wynwood — bairro próximo de Downtown Miami e do Design District. Não há coqueiros, praia ou arquitetura premiada. Nos muros e galpões, brigam pela atenção do visitante obras coloridas, caóticas, bem-humoradas e comoventes. Em outas área da cidade, grafitar é proibido — e a fiscalização é dura. Wynwood se assemelha a uma galeria a céu aberto, ainda mais do que outras metrópoles reconhecidas por sua arte de rua. Isso por ter cedido espaço, e até comissionar uma série de painéis. Pode hoje se gabar dos grandes nomes que interagem nos muros: os brasileiros osgemeos e Nunca, os americanos Shepard Fairey, Kenny Scharf e Ron English são alguns deles. Artistas locais se beneficiaram do lugar: alguns já consagrados internacionalmente, como Secret, e outros que certamente entraram no radar por seus trabalhos no bairro, como The 305 Kid e La Pandilla. O primeiro colocou os Beatles, na clássica cena atravessando a Abbey Road, diante de um muro pintado no muro de fato. O segundo é uma dupla que cria animais com traços humanos, desenhados a lápis e depois finalizados com pincel. Os bichos em preto e branco nas paredes vermelhas do bar Wood chamam a atenção pela riqueza de detalhes. O empresário David Lombardi, do setor imobiliário, já vendera todos seus imóveis de South Beach com a recuperação da área e procurava outras áreas. Numa tarde ensolarada,viu um grupo de amigos bebendo alguma coisa e conversando numa galeria de arte em Wynwood. Passou a reformar galpões e alugá-los a preços baixos para artistas. Logo, o bairro que antes era um enclave portoriquenho violento se tornou lar de dezenas de galerias e estúdios. Outro empresário importante nessa transformação foi Tony Goldman, que abriu o primeiro restaurante por lá — a pizzaria Joey’s. Depois veio o Wynwood Kitchen. Para seu maior restaurante, Goldman convidou artistas consagrados. Responsável pelos painéis na área interna e externa, Shepard Fairey se tornou conhecido durante a campanha presidencial ame- Jardim. No Wynwood Kitchen, mural dos americanos Faile e Bäst República. No Lester’s, decoração casual e cerveja Polvo. Frutos do mar frescos no Wynwood Kitchen ricana de 2008, quando lançou o pôster “Hope”, ilustrado com o rosto de Barack Obama. No Wynwood, Fairey primeiro retratou a líder da oposição em Mianmar, Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da paz. Depois, voltou para homenagear Goldman, morto em setembro passado. Refez seu mural incluindo Mahatma Ghandi, David Bowie e Basquiat. Enquanto, na área interna, os traços psicodélicos rubro-negros de Fairey predominam, no jardim, há outros artistas que compõem as Wynwood Walls. Entre eles, o contemporâneo de Basquiat, Kenny Scharf, que usa cores alegres nos seus traços infantis, e também o português Alexandre Farto, que há pouco deixou sua marca no Rio, produzindo rostos expressivos escavando muros. A dupla osgemeos fez o painel de entrada do restaurante. No pátio, estão trabalhos dos americanos Faile e Bäst. Goldman ainda pensou numa carta de drinques homenageando os artistas de seus muros. O drinque brasileiro leva aperol e maracujá, entre outros ingredientes; o de Fairey, pisco e suco de abacaxi. No cardápio do chef Miguel Aguilar, cabem influências latinas e americanas: há ceviche e empanadas, mas também ostras fritas e costela de porco com barbecue. Peixes e frutos da mar frescos vêm em preparações ideais para o clima tropical de Miami, ainda mais quente ali, longe do mar. Guarde o momento do café para o Panther Coffee. Criado por um casal de baristas que se mudou de Portland, no Oregon, para Miami, o Panther vende grãos selecionados de uma cooperativa etíope e de fazendas brasileira e guatemalteca. Enquanto toma um café, veja o torrador de grãos em ação: uma máquina alemã da década de 1920, reformada. Aos sábados, às 15h, a Panther organiza degustação gratuita. O Lester’s é um café, mas poderia ser a sala de estar de uma república. Tem mesa comunal, dardos, revistas de arte, porta-retratos e vasos de plantas. Os cafés são melhores do que a média americana. Mas é a carta de cervejas que chama atenção: enxuta, só inclui rótulos de pequenas cervejarias americanas. Os galpões de Wynwood também abrigam coleções particulares de arte, algumas abertas ao público. A área de 4 mil m² da família Rubell é praticamente um museu, com exposições temporárias e palestras. Até agosto, discute o isolamento do artista numa mostra coletiva e apresenta a primeira exposição solo nos Estados Unidos do colombiano Oscar Murillo. A coleção da família Margulies de fotos e instalações de vídeo está em Wynwood desde 1999. Mas em outubro passado se expandiu e agora exibe permanentemente instalações de Ólafur Elíasson, Ernesto Neto, Willem de Kooning, entre outros. l 23 _ BOA VIAGEM QUINTA-FEIRA 2.5.2013 ESTADOS UNIDOS 22 Mesa em madeira maciça com tampo de vidro incolor. 6 cadeiras estofadas no assento e encosto. DISPONÍVEL EM OUTROS PADRÕES de: R$ 3.790, por: 3.390 à vista , ou 10XR$339, Preços válido até 07/05/13 ou enquanto durar o estoque. *10X sem juros cheque pré 1 + 9 vezes de 30 em 30 dias. Sala de Jantar Nina Anuncie: (21) 2534-4310 (11) 3266-7888 Tranquilo. Pestana fica em área residencial Hotéis Sustentáveis e artísticos toqueacampainha.com.br fonte Ipsos Marplan - Grande Rio - Jan 11 a Dez 11 N os últimos anos, fim de ano e a Art Basel não só foram sinônimo de arte como de lançamentos hoteleiros em Miami. Todos seguindo, de formas distintas, duas ideias: valorização da arte e de princípios sustentáveis. O The James Royal Palm, em South Beach, abriu em novembro passado com 393 apartamentos, sendo mais da metade suítes de até três quartos — um agrado às famílias, que vão adorar a área de recreação para crianças. O foco na sustentabilidade é forte: os uniformes dos garçons, que só servem peixes e frutos do mar da costa da Flórida, foram feitos no estado. Assim como todos os snacks à disposição no minibar. E a lojinha vende somente produtos cuja renda é revertida a causas sociais. O terceiro hotel do grupo, depois de Chicago e Nova York, investiu em arte: além da coleção permanente, fechou parceria com o Museum of Contemporary Art of North Miami (Moca) para receber obras de arte, performances e instalações nos corredores. No mesmo mês, o projeto de Philippe Starck para o SLS South Beach foi finalmente revelado. As áreas comuns remetem à estética dos acampamentos e beach clubs da década de 1950, romântica e bem-humorada. O ponto alto fica diante de uma das duas piscinas, a de borda infinita: um pato amarelo, como os de banheira, de quase três metros de altura. Os quartos homenageiam a filha mais nova de Starck, em tons de rosa-bebê e estilo Luis XV. Mas o vizinho do badalado Delano não é só sombra e água fresca. À noite, o restaurante The Bazaar, de tapas do chef espanhol José Andrès — reconhecido por ter apresentado o conceito das miniporções ao país — é concorrido. Quem não consegue reservas, pode ir ao japonês Katsuya. A tempo da Art Basel, o The Freehand restaurou o antigo hotel Indian Creek. Não é um albergue qualquer, a começar pelos nomes envolvidos: é dos mesmos donos do NoMad de Nova York, foi decorado por Roman & Williams, responsáveis pelo visual do Ace Hotel Nova York, e tem obras de artes encomendadas a artistas locais. O hostel possui quartos coletivos de quarto e oito camas, e suítes com camas king size. Em soft opening desde fevereiro, o Pestana de South Beach é o primeiro do grupo português nos Estados Unidos. São 99 quartos em quatro prédios históricos inte- grados — um deles onde ficava o histórico Miljean, da década de 1940. Vários elementos originais foram mantidos na restauração, a começar pelo letreiro. Está numa via tranquila e residencial, a James Avenue, que fica a duas quadras da praia e a três da Lincoln Road. Para a Art Basel anterior, no final de 2011, outros prédios clássicos art déco de South Beach voltaram à boa forma. A rede espanhola Room Mate lançou seu segundo hotel butique no país, depois de Nova York, no lugar das alaranjadas Waldorf Towers. São 44 quartos com decoração moderninha, minimalista, camas king size e Wi-Fi gratuito. O hotel investiu na tendência sustentável: detém a certificação do U.S. Green Building Council. Vizinho à loja The Webster, o Marlin South Beach tem somente 15 suítes. O empresário mineiro Mario Valadares restaurou o prédio original de 1920 por US$ 10 milhões. Equipou os quartos com um sistema moderno, todo controlado por iPad. Outros mimos são o checkout às 15h, Wi-Fi gratuito e os livros de arte da Taschen nos quartos. Valadares manteve o estúdio de gravações montado pelo antigo dono, Chris Blackwell, fundador do selo Island Records. Muitos gravaram lá, como Stevie Wonder e David Bowie. Um dos preferidos de artistas é o Soho Beach House, em North Beach, aberto no final de 2010 — principalmente pela política de proibir fotografias nas áreas comuns. O hotel faz parte do clube britânico Soho, fundado em 1995 para gente na in- dústria do cinema, mídia e outras funções criativas. Quem não é membro pode se hospedar no hotel da Flórida e em outras cinco unidades pelo mundo. Os 49 quartos são decorados à moda das casas americanas do sul do país, com móveis de peça única. O minibar nem deveria ser chamado assim, pois oferece tudo de que um barman precisa. Entre 19h e 21h, os hóspedes podem inclusive chamar um para preparar drinques e aperitivos. As amenities e o spa são assinados pela marca britânica Cowshed, que não usa petroquímicos, sulfatos ou fragrâncias artificiais. Os aromas florais chamam atenção desde a a entrada do prédio. Os dois restaurantes do Soho House são concorridos: o Cecconi’s, que tem unidades em Londres e Los Angeles, fica num pátio coberto por árvores e luzes piscantes. Massas com frutos do mar em receitas simples fazem sucesso entre hóspedes estrelados. Com bela vista da cidade no terraço do oitavo andar, a taqueria Ocho abriu no início do ano passado. O cardápio inspirado em food trucks mexicanos traz tacos, guacamole, ceviche e tequila. l North Beach. O Soho House é inspirado em casas do Sul dos EUA South Beach. Suítes de até três quartos para acomodar famílias no The James 25 _ BOA VIAGEM QUINTA-FEIRA 2.5.2013 ESTADOS UNIDOS O Boa Viagem possui 541 mil leitores. 68% pretendem viajar pelo Brasil nos próximos 12 meses. FOTOS DE DIVULGAÇÃO FERNANDA DUTRA 24 Passeios De carro elétrico ou bike E nquanto as metrópoles debatem sobre meios de deslocamento sustentáveis, as ruas de Miami esbanjam três bons exemplos ao alcance dos turistas. Há dois anos em Miami Beach, as Decobikes — sistema oficial de bicicletas de aluguel — podem render tanto um bom passeio pela orla de South Beach quanto servir para deslocamento nas ruas e avenidas internas. São 100 estações movidas a energia solar com mil bikes para alu- guel por entre US$ 4 (30 minutos) e US$ 18 (4 horas); ou passes diários por US$ 24. Há ciclovias não só à beira da praia como na Indian Creek Drive e na Collins Avenue (nesta, onde não existe ciclovia, há faixa compartilhada). Depois de mais de dois milhões de aluguéis, a Decobike conseguiu autorização da prefeitura de Miami para instalar até agosto 50 estações com 500 bikes no Design District, Wynwood e Downtown. Nessas regiões de Miami, Carros elétricos. O Car2go chegou em julho do ano passado na cidade de Miami e está em Wynwood outra opção inovadora e sustentável de transporte é o Car2go. Cadastrados no site podem pegar quaisquer dos 200 carros elétricos espalhados pela cidade quando quiserem; ou reservar com até 30 minutos de antecedência. A inscrição sai por US$ 35, e inclui o cartão magnético com que se abre os veículos. Por minuto utilizado, pagase US$ 0,38. A ideia surgiu em 2008, na cidade alemã de Ulm. Atualmente, 16 cidades na Europa e nos Estados Unidos adotam o sistema, usado por 120 mil clientes. Fazendo um cadastro americano, é possível dirigir os carrinhos em Seattle, Washington DC, Portland, Austin e San Diego. Nas ruas de South Beach, circulam carrinhos elétricos de golfe dando caronas gratuitamente. Sim, o Swoop vive da verba gerada com anúncios no teto dos veículos e da gorjeta dos clientes. O serviço começou nos campi da região para boicotar taxistas mal-educados e evitar que os jovens pegassem o carro depois de beber. Considerando o horário de funcionamento (das 13h até altas horas, com a política de nunca recusar passageiros) e a região repleta de bares, é fácil notar que, com a profissionalização do serviço, a empresa continua atendendo ao mesmo tipo de cliente. Basta ligar ou mandar um SMS para os motoristas, que saem buscando e deixando passageiros como for mais conveniente. Às vezes, demoram um pouco. Mas são uma ótima forma de conhecer gente e descobrir quais as melhores festas do dia. Os motoristas, colegas de universidade que fazem isso como um extra no mês, são bem-humorados e acabam conhecendo os clientes. Usei o serviço por acaso num dia de semana. Dividi a carona com outras duas meninas, e fomos conversando ao som da banda pop que o motorista Omarie acabara de contratar para o selo que fundou. Só mais uma noite qualquer em South Beach. l Fernanda Dutra viajou a convite do Soho Beach House 27 _ Serviço Miami Onde comer Passeios Como chegar Yardbird: 1.600 Lenox Avenue. runchickenrun.com Juvia: 1.111 Lincoln Road. South Beach. Radio Bar: 814 1st Avenue. South Beach. radiopopupbar.com The Broken Shaker: Dentro do albergue The Freehand. Wynwood Kitchen: 2.550 NW 2nd Avenue. wynwoodkitchenandbar.com Panther Coffee: 2.390 NW 2nd Ave. panthercoffee.com Lester’s: 2.519 2nd Avenue. lestersmiami.com Cecconi’s: Dentro do Soho Beach House. Car2go: Informações sobre a associação em car2go.com. Há uma linha de telefone específica nos EUA para quem tem carteira de motorista internacional: (877) 488-4224. Decobike: Outras informações no site decobike.com. Swoop: Para chamar o táxi coletivo, ligue ou mande mensagem para (305) 409-6636. swoopmiami.com Rubell Family Collection: Ingressos, a US$ 10. Há tours guiados gratuitos todos os dias às 15h. 95 NW 29th Street. Wynwood. rfc.museum The Margulies Collection: Ingressos a US$ 10. 591 NW 27th Street. Wynwood. margulieswarehouse.com Do Rio até Miami, a American Airlines voa direto por R$ 2.205. A TAM vai direto até Miami por R$ 2.305. A Gol oferece voos com escala em Santo Domingo por R$ 1.976. A Copa tem bilhetes com conexão no Panamá por R$ 2.085. Valores com taxas para o mês de junho. Miami Wynwood South Miami Beach Downtown Compras Onde ficar The James Royal Palm: Diárias para casal por US$ 299. 1.545 Collins Avenue. South Beach. jameshotels.com SLS South Beach: Diárias para casal por US$ 285. 1.701 Collins Avenue. South Beach. slshotels.com The Freehand: Camas por US$ 27; quartos privados por US$ 119. 2.727 Indian Creek Drive. South Beach. thefreehand.com Pestana: Diárias para casal por US$ 179. 1.817 James Avenue. pestana.com Room Mate: Diárias para casal por US$ 179. 860 Ocean Drive. room-matehotels.com Marlin: Diárias para casal por US$ 179. 1.200 Collins Avenue. themarlinhotel.com Soho Beach House: Para não membros do clube, as diárias para casal saem por US$ 495. 4.385 Collins Avenue. sohobeachhouse.com Alchemist: Há duas unidades na Lincoln Road, em South Beach. Uma fica no número 1.109, outra no número 1.111, 5º andar do estacionamento. shopalchemist.com Base: 939 Lincoln Road. baseworld.com The Webster: 1.220 Collins Avenue. thewebstermiami.com BOA VIAGEM QUINTA-FEIRA 2.5.2013 FERNANDA DUTRA Oceano Atl ântico ESTADOS UNIDOS 26