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ROMANOS
A revolução arquitetônica
Prof. Marco Pádua
“A Idade do Ferro se refere ao período em que ocorreu a metalurgia do ferro. Este
metal é superior ao bronze em relação à dureza e abundância de jazidas. A Idade do Ferro vem
caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente através da
emigração de tribos indo-europeias (celtas), que a partir de 1.200 a.C. começaram a chegar a
Europa Ocidental, e o seu período alcança até a época romana e na Escandinávia até a época
dos vikings (em torno do ano 1.000 d.C).”
ETRUSCOS
Os Etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na atual Itália na região ao sul
do rio Arno e a norte do Tibre, então denominada Etrúria e mais ou menos equivalente à atual
Toscana, com partes no Lácio e a Úmbria.
Desconhecem-se ao certo quando os Etruscos se instalaram aí, mas foi provavelmente
entre os anos 1.200 e 700 a.C.. Nos tempos antigos, o historiador Heródoto acreditava que os
Etruscos eram originários da Ásia Menor, mas outros escritores posteriores consideram-nos
italianos. A sua língua, que utilizava um alfabeto semelhante ao grego, era diferente de todas as
outras e ainda não foi decifrada, e a religião era diferente tanto da grega como da romana.
Por volta de 850 a.C. os etruscos já estavam estabelecidos na região da Etrúria, entre os
rios Arno e Tibre, a oeste e sul da cadeia dos Apeninos. Nos três séculos posteriores difundiram
seus domínios submetendo os povos locais, ocupando vastas áreas da planície do rio e fundaram
cidades que existem até hoje. Em direção ao sul, tomaram Roma, então um aglomerado de
aldeias, e transformaram-na em uma cidade cercada de muros. Acredita-se que os Tarquínios,
uma dinastia de reis etruscos, governaram Roma por volta de 616 a.C. a 509 a.C.
Por volta de 300 a.C. aliaram-se com os helenos contra cartagineses e romanos, pelo
controle das rotas comerciais.
Ao redor de 295 a.C. uma liga de etruscos, sabinos, umbros e gauleses cisalpinos
combateram contra Roma, saindo esta última vitoriosa. Contudo, em sucessivas alianças
temporárias com os gauleses continuaram lutando contra os romanos, até ter lugar uma aliança
com Roma contra Cartago. Após isso, os etruscos, já em decadência, começaram a ser
absorvidos pelos romanos.
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ARQUITETURA
Para os templos utilizavam a pedra, enquanto que para as moradias utilizavam o adobe,
com estrutura de madeira e revestimento de barro cozido.
Conheciam o arco de meio ponto (arco que forma um semicírculo inteiro), a abóbada de
canhão (sucessão de arcos formando um tubo cortado ao meio), e a cúpula (cobertura
semiesférica), elementos que utilizaram –entre outras coisas– para a construção de pontes.
Também construíram canais para drenar as zonas baixas, levantaram muralhas defensivas de
pedra, mas, sobretudo, destacou a arquitetura funerária, em forma de impressionantes hipogeus
(tumbas enterradas).
Os templos estavam inspirados no modelo grego, embora apresentassem notáveis
diferenças: costumavam ser menor de planta quadrangular, fechado, sem peristilo (corredor
circundante e aberto para o exterior, sustentado por colunas), somente com uma fileira de
colunas da ordem chamada "toscano" a jeito dos pronaos gregos, e o altar estava sobre um fojo,
chamado pelos latinos mundus - limpador, purificador - (a palavra talvez seja de origem etrusca),
quer dizer, um orifício que, simbolicamente, serviria para jogar os restos dos sacrifícios.
Fonte: Wikipedia
Esta paisagem urbana era comum
na antiguidade, ou seja, uma cidade
construída sobre acidentes geográficos
como monte, colina, etc. Essa pratica
seguiu até a era medieval e deram origem
aos feudos, que eram as cidades
autônomas mantendo inclusive seus
exércitos particulares. A grande vantagem
deste tipo de construção era a segurança
proporcionada pelas escarpas íngremes
das encostas, dificultando as invasões
inimigas. A da foto é Bagnoregio na
região do Lácio, província de Viterbo.
Os Romanos difundiram em muito
os calçamentos de pedras, criando as
primeiras estradas pavimentadas. Sabe-se
que esta pratica teve origem no Império
Minóico, na ilha de Creta, cerca mil anos
antes. Muitas dessas “estradas” foram
preservadas e resistem até os dias de hoje.
A da foto é a via Apia em Roma.
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Este
recurso
criado
pelos
Romanos é usado em nossos dias e
conhecido como domus. Sua função é a de
iluminar o ambiente, principalmente os
corredores e acessos. Trata-se de uma
abertura no teto sem cobertura. Quando
usado em áreas de acesso leva o nome de
atrium. A edificação da foto localiza-se na
cidade de Pompeia.
Ao lado vemos uma típica
arquitetura etrusca destinada a um
mausoléu funerário.
Antigamente as batalhas e
conquistas eram comemoradas de varias
formas inclusive construindo uma
edificação onde eram contados os fatos
para a posteridade. Esta pratica era
comum desde os egípcios, porem em
outras manifestações. O material usado era
a pedra natural que posteriormente foram
assentados com argamassa feita com cal
pozolamica (cinza de vulcão) fazendo-os
precursores neste procedimento. Ao lado
vemos o arco do Imperador Augusto,
talvez o primeiro. A semelhança com os
trílitos de Stonehenge seria um acaso? É
certo que eles já existiam e os Romanos os
conheciam.
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A foto representa o coração da Roma antiga composta pelos prédios
públicos, palácios e o fórum, famoso por seus senadores até então desconhecidos
em outras civilizações. A Arquitetura Romana expressava toda a gloria, o poder e o
esplendor de suas conquistas, reinventando e inovando conceitos e técnicas
construtivas.
Os
Romanos
foram
conquistadores e imperialistas, fazendo
com que os povos se curvassem diante
do seu poderio. Seus limites se
estenderam por vasta área hoje
representada por grande parte da
Europa. Por outro lado, positivamente,
deixou uma infinidade de monumentos
espalhados por estas terras, mostrando
sua técnica construtiva, como um
presente para a posteridade. Ao lado
vemos o aqueduto (canalização de água)
de Segovia, na Espanha, construído
durante o período dos Imperadores
Vespasiano e Trajano. Desta invenção
Romana, hoje restam 728 m de extensão
com 29 m de altura.
Aqui vemos uma característica da Arquitetura Romana que são os arcos. Este também é
um presente deixado em outras terras, mais precisamente em Portugal, conhecido como Ponte
Sertã. Arquitetura de pedra argamassada. É interessante imaginar como seriam os escoramentos
necessários e utilizados para esta obra, uma vez que seriam assentados no fundo do rio. Outra
questão também seria saber como foram executadas as formas para dar a curvatura aos arcos.
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Acima vemos a Ponte do Gard (rio), no sul da França, construída pelos Romanos,
provavelmente no sec. I d.C. que consiste em três níveis servindo como ponte e aqueduto
destinado ao transporte de água, fazendo parte de um conjunto com cerca de 50 km. Esta
ponte tem 49 m de altura e 275 m de comprimento. A relação entre os arcos, sua altura,
sua curvatura e coincidência dos pilares, demonstra um planejamento e um cuidado que
torna o trabalho uma obra de arte.
Os Romanos não inventaram as lutas corporais representadas pelos
gladiadores, porém soube explorar bem este costume criando as arenas. Se elas já
serviam para musica e o teatro, com os gregos, no Império Romano tiveram outra
finalidade. A política do “pão e circo” criou a maior delas: o Coliseu. Iniciado por
Vespasiano foi terminado por seus filhos. Capaz de acolher 50 mil expectadores no
ano 90 d.C. podemos imaginar quão rico era o Projeto e a construção desta obra.
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Aqui vemos a entrada 52 do Coliseu Romano. O cuidado com o acabamento é
visível. O material de construção usado foi o mármore e pedra calcaria. As ferramentas,
sendo feitas com o ferro, proporcionam um melhor acabamento. É visível a utilização de
grandes blocos de rocha esculpidos. As colunas utilizadas são representadas pelas ordens
dóricas, jônicas e coríntias. Credita-se aos Romanos a invenção do concreto composto de
areia, pedregulho e cal pozolânica como aglomerante. Essa mistura era introduzida nas
formas feitas com a montagem da alvenaria em forma de canaleta.
Ao lado vemos outro
presente
deixado
pelos
Romanos
nas
terras
conquistadas, dessa vez na
França. Trata-se também de
uma arena destinada a distrair
o publico com lutas de
gladiadores.
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Este edifício da Roma antiga é fundamental para o estudo da Arquitetura
Romana. Como se fosse um divisor de águas representa o inicio do uso do concreto em
coberturas. A mistura de pedregulho, areia e cal pozolânica dá origem ao concreto que
usamos hoje. A alvenaria é feita de tijolos argamassados e revestida com mármore,
inusitado até então. Outra inovação aqui aplicada são as formas que moldaram a cúpula,
cobrindo todo o edifício. A fachada com detalhes gregos como o frontão, as colunas e
capitéis, decoram o Panteon Romano, local de culto aos Deuses.
Ao lado vemos a cúpula
vista de baixo para cima. As
cavidades em forma de degraus
diminuíam a espessura da casca
de concreto, aliviando o peso. Ao
mesmo tempo criava vigamentos
em forma de anéis, reforçando a
“estrutura”
até
então
desconhecida. Outra inovação foi
o conceito modular das formas
embelezando a cobertura e
evidenciando a simetria. A parte
lisa central interrompe a sequência
de cavidades, mas se apoia em
pilares curvados tornando a
cobertura semiesférica totalmente
coesa e equilibrada. Hoje em dia
usamos este recurso para cobrir
grandes áreas com lajes finas. São
conhecidas como caixão perdido
ou nervuradas. Conceito este
bastante antigo. Na parte central
outra maravilha: uma abertura
zenital para iluminar todo o
edifício.
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Construído em 27
d.C. pelo cônsul Marco
Agripa, sofreu um incêndio e
foi reconstruído em 125 d.C.
pelo Imperador Adriano,
sendo o único edifício dessa
época ainda em uso.
Aqui vemos as Termas de
Caracala,
Imperador
Romano,
construído entre os anos de 214 d.C e
216 d. C. Essas instalações serviam para
o banho dos nobres e envolvidos com o
Império. Do ponto de vista arquitetônico
esta obra se tornou importante a partir
de sua restauração quando se descobriu
barras metálicas introduzidas nos blocos
de rocha, vencendo vãos. Semelhantes
as vigas de concreto armado que usamos
hoje.
Ao lado temos Santa Sofia em
Istambul, Turquia. Construída em 532
d.C. pelo Imperador Justiniano é
importante pela monumentalidade
expressa por sua altíssima cúpula
central, revestimentos em pedras
nobres e também uso de barras
metálicas introduzidas nos blocos de
rocha. Inicialmente era uma igreja
cristã, na antiga Constantinopla,
passando a mesquita pelos turcos
otomanos e após 1.935 d.C. tornou-se
um museu.
Após essas obras prevalece um hiato em termos de evolução arquitetônica. O que vem a
seguir repetirá os avanços até então conquistados. Os castelos, as pontes, as fortificações e
similares mostrarão as mesmas técnicas e materiais, diferenciando evidentemente em porte. Há
um avanço porém, nos dispositivos de transportes e ferramentas mais eficazes. A evolução no
Projeto e no estilo será marcante, principalmente na Arquitetura religiosa. O avanço significativo
virá a partir de 1.700 d.C. com a Revolução Industrial.
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