Rádio Espírito Santo 70 anos _2 - Rádio e Televisão Espírito Santo

Transcrição

Rádio Espírito Santo 70 anos _2 - Rádio e Televisão Espírito Santo
Rádio Espírito Santo 70 anos
Rádio Espírito Santo 1160 AM, emissora do Sistema RTV –70 anos de atividades
A criação e a inauguração
Fotos: Rádio ES
1949 - Visão panorâmica do Auditório da
Rádio Espírito Santo
Inaugurada oficialmente pelo governo do Estado em 14 de janeiro de 1940, a Rádio
Espírito Santo foi a primeira emissora de radiodifusão capixaba. Porém, antes disso,
em 03 de setembro de 1933, um grupo de amigos, entusiastas do novo veículo de
comunicação recém chegado ao país, fundou a Sociedade Civil Recreativa Rádio Club
do Espírito Santo, agremiação que funcionou em caráter experimental até o ano de
1939, momento em que o Governo do Estado entrou de forma definitiva no
empreendimento. A partir daí, a emissora passou a denominar-se Rádio Espírito
Santo, com o prefixo PRI-9 e o slogan “A Voz de Canaã”.
Aos 77 anos, se contada a criação voluntariosa e amadora da Sociedade Civil
Recreativa Rádio Club do Espírito Santo, em 1933, por Antônio Becacicci, Augusto
Figueiroa, Afrodísio Coelho, Eduardo Andrade Silva, Balbino Quintaes Júnior,
Guilherme Abaurre, Olinto Ribeiro Coelho, Manoel Luiz Mazzi, Erildo Martins, entre
outros, ou prestes a comemorar sete décadas, se considerada a inauguração oficial
em 1940, o fato é que a Rádio Espírito Santo veio para fazer história nas terras
capixabas.
Flagrante do auditório da Rádio Espírito
Santo durante o programa Paraíso Infantil.
O seu pioneirismo abriu as portas para a propagação da cultura capixaba e revelou
diversos profissionais que até hoje são reconhecidos pela sociedade local.
Além disso, a sua importância também está no fato de, por integrar o Governo do
Estado, carregar em sua trajetória uma parte importante da história do Espírito Santo.
Sendo assim, desde sua criação até os dias de hoje, a Rádio Espírito Santo se revelou
fonte de memória para o Estado e catalisador de talentos.
Astros e Estrelas
Duarte Júnior e Arlete Cypreste de Cypreste
no comando do Programa Perfume e
Mulher.
Por ela passaram os grandes nomes do rádio capixaba, entre eles Darly Santos,
Licério Duarte Júnior, Jair Andrade Gonzaga, Therezinha Gobbi, Élson Leão, Bertino
Borges, Cody Santanna Có, Paulo Bonino, Arlete Cypreste de Cypreste, Jolino Gagno,
Boris Castro, Norberto Júnior, Jairo Maia, Hélio Carneiro, Alberto Ferreira, Eduardo
Ribeiro, Nelson Zanotti, Wilson Machado, Renato Pacheco e nomes que figuram na
vida política estadual, como o senador Gerson Camata e o deputado Élcio Álvares,
ambos ex-governadores do Estado. O ex-Prefeito de Vitória, Solon Borges e
Deputados Estaduais
como Hugo Borges, Darcy Castello Mendonça e Nilton Gomes.
Na cena musical, destacam-se artistas como Bento Machado Guimarães, o primeiro
cantor da Rádio Club do Espírito Santo, Maurício de Oliveira, Antonio João, Rose
Valentim, Ilma Alves, Olímpia Felício de Souza (Maria Cibeli, conhecida como a nossa
Rainha do Rádio), Yeda Oliveira (Estrelinha do Samba), Valquíria Brasil, Neli
Rodrigues, Alba Souza, Joel Guilherme, Sílvio Roberto, Didi Chagas, Hélio Mendes,
Luiz Noronha, Mundico e Carlos Poyares. Eram estrelas, com fãs-clubes e tudo.
Também havia os grupos musicais, como Bando Tropical, Cancioneiros da Lua, e
Conjunto Hélio Mendes.
O locutor Bertino Borges no comando do
programa Paraíso Infantil.
Além destes também podemos citar: a dupla Bico e Biquinho, Altemar Dutra, Armando
Mauro, Gibson Calmon, Marly Viana, Jair Amorim, Aloísio Rocha, Alba Souza, Alberto
Gino, Orquestra de Clóvis Cruz, os trios Capixaba e Caiçaras, Esmeralda Gonçalves,
Ilma Alves, Didi Chagas, Dorcas Nunes, Linda Naglis, Gualtier Gonçalves, o pianista
Hélio Mendes, Barros Filho, José Avelino, Harley Quintaes, Waldecir Lima, Sílvio
Roberto, Vera Lúcia do Amaral, Terezinha Baracho, Rose Valentim, Antonio João,
José Barbosa; além do primeiro Regional da emissora formado por Maurício e José de
Oliveira, Luiz Noronha, Cícero Dantas dos Santos, Nelson do Pandeiro, Claudionor,
Jefa e Odil do Clarinete.
O Mestre Maurício de Oliveira em três
momentos na Rádio Espírito Santo
Entre os artistas nacionais que estiveram no palco da Rádio Espírito Santo figuram:
Cauby Peixoto, Silvio Caldas, Ângela Maria, as irmãs Linda e Dircinha Batista, Zé
Trindade, Roberto Carlos, Vicente Celestino, Altemar Dutra, Ronaldo Lupo, Carlos
Galhardo, Nelson Gonçalves, Jararaca e Ratinho, Murilo Caldas e Lolita França, a
trupe do PRK-30, Rodolfo Mayer, Marlene, Francisco Alves, Elizeth Cardoso e Elza
Soares.
Astros internacionais também participavam da programação, como Lucho Gattica,
José Mojica, Gregório Barrios e o cantor argentino Edgar Lafoucarde.
Além da música e dos shows, o palco também era dividido com as radionovelas.
Sobre esse estilo destaca-se a contribuição de dona Arlete Cypreste de Cypreste,
importante escritora capixaba, autora de programas e diversas radionovelas como A
Vida de Santa Rita de Cássia, O Último Beijo e, a primeira radionovela transmitida pela
PRI-9, A Vida de Anita Garibaldi.
Jornalismo
1950 - Élcio Álvares e Renato Pacheco
revisando os programas da Rádio Espírito
Santo antes de irem para o ar.
O jornalismo foi um marco para a emissora. Na década de 1950, com uma equipe
formada por mais de vinte repórteres e editores, a Rádio Espírito Santo era referência.
O aparelhamento patrocinado pelo governo, com carro de reportagem e transmissor
portátil – uma grande mochila com cerca de vinte quilos, carregada pelo repórter – e a
proximidade com os órgãos oficiais permitiam a transmissão em primeira mão de fatos
importantes para os cidadãos. Dessa equipe surgiram nomes como Gérson Camata,
do jornalismo policial, e Élcio Álvares.
Entre os programas jornalísticos mais lembrados estão os jornais Radiorepórter
Capixaba, no estilo do Repórter Esso, e o Na Polícia e Nas Ruas, que futuramente
veio a se chamar Ronda Policial, programa de maior audiência por vários anos no
rádio capixaba. Havia ainda os noticiários institucionais que foram implantados pelo
governo, dando informações oficiais e transmitindo solenidades sob o pretexto de
serem programas de cunho puramente jornalístico. Nomes marcantes do
radiojornalismo de então: Marien Calixte,José Luiz Holzmeister, Djalma Juarez
Magalhães, Osdiva Bruzzi e Adam Emil Czartoryski.
Alunas da Escola Normal D. Pedro II, sob a
orientação das professoras Rita Tozzi
Quintas e Maura Abaurre, no programa
Brasil Promissor.
Esses foram também os anos de ouro do futebol capixaba. Com transmissões ao vivo
de jogos do campeonato local e do brasileiro de seleções. Os times do Estado
passavam por momentos muito melhores e jogos contra o Santos de Pelé, ou o
Cruzeiro de Clodoaldo eram garantia de audiência. Os informativos Binóculos –
homônimo de uma coluna do jornal A Gazeta, escrita por Darly Santos – e Focalizando
os Desportos, com Darly Santos e Duarte Júnior, elevaram os níveis de interesse pelo
desporto capixaba. Santos ficou conhecido pelo apelido de Mickey, pseudônimo usado
inicialmente para burlar a proibição de sair do quartel em tempos de serviço militar
para jogar futebol.
A Rádio também investia em nomes novos. Marien Calixte começara no jornal A
Tribuna, como repórter, e logo passou a ter sua coluna de cultura. Na Rádio Espírito
Santo apresentou, dentre outros, o seu programa dedicado ao jazz, que existe até hoje
(Rádio Universitária FM), sendo o mais antigo do gênero no rádio brasileiro.
Resta salientar que a Rádio Espírito Santo mantém seu protagonismo, em questões
de audiência, e também no radiojornalismo – desde 2004, a emissora vem faturando
as principais colocações nos prêmios de jornalismo como, por exemplo, o Prêmio
Capixaba de Jornalismo e o Prêmio de Jornalismo Cooperativista OCB/SESCOOP.
Revitalização e Perspectivas
Desde o início do Governo Paulo Hartung, a emissora oficial do estado tem recebido
investimentos expressivos. Prova disso foram as importações, diretamente dos
Estados Unidos, de novos e modernos microfones, equipamentos, Consoles digitais
para os Estúdios e o maior investimento já feito nos últimos tempos: a importação do
novo Transmissor Harris de 50 kilowatts, em estado sólido e apto a receber a
tecnologia digital. Este moderno transmissor, avaliado em U$ 502.888 dólares
americanos, vai solucionar uma questão pendente desde a desativação das
transmissões em ondas curtas, nos anos 80. Após mais de 25 anos sem alcançar os
quatro cantos do país, as transmissões em 50 kilowatts vão chegar a outros estados
da Federação ou vazar por outros países. O mais importante, entretanto, não é a
abrangência nacional e internacional, e sim a captação do sinal 1.160 AM dentro do
próprio Estado do Espírito Santo. A emissora oficial precisa falar com quem está nas
mais distantes localidades de nosso Estado, oferecendo informação e entretenimento
com o objetivo de atender aos interesses de nossa população.
Para que este novo Transmissor entre em funcionamento, a RTV-ES contratou o
IOPES para a construção do novo Parque Irradiante em um terreno de 30.000m²
localizado na Fazenda Queimados, no município de Serra, adquirido pelo Governo do
Estado, por R$ 705.000,00 reais. Lá será abrigado o transmissor de 50 kilowatts e
instalada a nova Antena de Transmissão da emissora. A perspectiva é que o IOPES
entregue a obra em Outubro de 2010.
Também está nas mãos do IOPES o projeto para a construção da nova Sede da RTVES, para abrigar a Rádio Espírito Santo e a Televisão Educativa do Espírito Santo, em
uma área de 2.000 m² no Bairro Itararé. A previsão é que esta nova Sede esteja
pronta em 2011.
Rádio Espírito Santo Hoje
Por tradição, a RÁDIO ESPÍRITO SANTO AM é uma emissora positivamente
previsível, isto é, os ouvintes conhecem a rádio, sua programação, seus
comunicadores e sabem que todos os dias tudo estará lá, do mesmo jeito, na mesma
hora, na freqüência 1.160 do dial.
Um aspecto forte no perfil da RÁDIO ESPÍRITO SANTO AM é a interatividade, a ação
recíproca entre a emissora e seus ouvintes. Em todos os programas há, em maior ou
menor escala, espaço para a participação dos ouvintes, que têm abertura para
manifestar livremente suas opiniões.
A prestação de serviço está presente em toda a programação da RÁDIO ESPÍRITO
SANTO AM. Os ouvintes procuram a emissora para as mais diversas necessidades
como pedidos de doação de sangue, cadeira de rodas, medicamentos, etc. – e têm
seus apelos veiculados pela rádio. Há ainda a prestação de serviço que inclui os
apelos sociais, sempre acompanhados de uma posição das autoridades envolvidas no
assunto. Assim, quem reclama de um buraco na rua, por exemplo, tem, em
contrapartida, a resposta da empresa pública responsável pela manutenção das vias.
Portanto, partindo-se do principio da relevância do veículo, a Rádio Espírito Santo é
referência para todos os capixabas: Um veículo importante principalmente num país
como o nosso onde as distâncias são grandes e os vazios maiores ainda.
Ondas que continuam deleitando os ouvintes com a valorização da cultura e com
tradição, interatividade, credibilidade e qualidade. A companheira de todas as horas,
no seu perfil, se define então como um núcleo de cooperação: “São cem funcionários,
todos trabalhando para manter uma programação de qualidade, que dá ênfase à
notícia, ao esporte, à prestação de serviços e, é claro, a divulgação da música
brasileira e capixaba”.
A Rádio Espírito Santo é uma das dez mais antigas do país