Herança Egípcia na Maçonaria

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Herança Egípcia na Maçonaria
Herança Egípcia na Maçonaria
Hamilton Savi, Manoel Galdino Vieira, 62 – GOSC
(Resumo da palestra proferida na Loja Lealdade Ação e Vigilância)
HERANÇA EGÍPCIA NA MAÇONARIA
VISÃO GERAL DO EGITO ANTIGO
Muito se escreveu sobre o Antigo Egito mas, foi somente depois da descoberta da Pedra de
Roseta, decifrada por Champollion (Jean-François Champollion em 1799), o menino gênio, é
que a leitura dos hieróglifos tornou possível o entendimento confiável dos textos em pedra ou
em papiros. E isso aconteceu à época em que as conquistas napoleônicas chegaram ao Egito.
Pedra de Roseta
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As interpretações dos hieróglifos, até então, eram muito diversas e o que se sabia do Egito era
o que se podia interpretar através do livro aberto da Arquitetura Sagrada e as interpretações de
viajantes, sábios e escritores impressionados com o que viam. Tem-se a impressão que era o
ponto de convergência como acontece atualmente com aquelas pessoas que buscam, no
primeiro mundo, a complementação de sua formação com viagens ou programas de estudo ou
programas de doutorado. Teria acontecido isso também com o Egito?
Entre os grandes viajantes que escreveram sobre o Egito, a literatura cita Estrabão, Heródoto e
outros apaixonados pela cultura do Nilo, o grande celeiro da antiguidade. Sem contar o lendário
Cristiano Rosa-Cruz –teria realmente existido?- que teria ido buscar no Egito parte de seus
conhecimentos.
O Egito é ainda hoje uma pequena faixa de terra, uma pincelada verde às margens de um dos
rios mais importantes do mundo que chegou a ser denominada por Homero de a “Dádiva do
Nilo”. A cultura geral bem como a cultura vinculada ao cultivo da agricultura, nascia às suas
margens. Regras de uso do solo foram estabelecidas como as confissões de NUT. A riqueza
advinda do solo renovado a cada ano com as cheias do rio que era o termômetro de suas
vidas. Sem as águas dessas cheias, sem o Sol, que evaporava as águas, que dava Luz e Calor
não havia vida no Nilo. Poderia ser um fenômeno natural em qualquer parte do Globo mas, no
Egito, tinha uma conotação diferente porque era mais sentido e por isso, vivido e reverenciado.
A combinação de SOL, calor, umidade, matéria orgânica trazida pelo rio, influenciou muito esse
povo que vivia num oásis ao longo do Nilo. A história da humanidade registrou, sem
descontinuidade, o comando mais longo da história conhecida da humanidade através da
várias dinastias dos Faraós. Porque esse fenômeno? Teria sido a união de forças em torno de
um mesmo problema? Teria sido o sistema de crença de seus reis (faraós), que segundo
consta, eram iniciado nos Altos Mistérios, nos mistérios de Osiris? Seria o compromisso de
seus reis com os princípios de MAAT, a deusa da Verdade e da Justiça que os fazia respeitar?
O egiptólogo Chistian Jacques em sua série romanceada Ramsés, ressalta bem esse aspecto.
O fato é que, ao longo do Nilo, que a cada ano trazia em suas águas terras da África Central, e
que formava uma considerável camada de húmus, dava vida aos seus habitantes fornecendo
alimentos produzidos em suas terras fertilizadas pelas cheias. Talvez por essa generosidade
da natureza, os egípcios foram sempre agradecidos ao Criador. Construíram templos ao longo
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do rio, construíram pirâmides que ainda hoje desafiam cientistas e palpiteiros sobre qual teria
sido a sua finalidade.
O MISTÉRIO DAS PIRÂMIDES
O mistério das Pirâmides continua nos nossos dias. Teriam sido construídas para serem
túmulos dos Faraós? Teriam sido construídas para serem utilizadas como câmaras de
iniciação? Ninguém pode afirmar de forma categórica qual é a resposta correta. Recentemente,
foi mostrada uma ampla entrevista / reportagem com os resultados de pesquisas realizadas por
astrônomos que constataram a relação da posição geográfica das e pirâmides e a esfinge, que
estão no mesmo sitio, em Gizê, repetiam exatamente a posição da estrelas principais da
constelação de Orion.
Vista parcial da Pirâmide de Keops, no bairro de Gizê
O mesmo grupo analisou um outro misterioso sitio com construções no Cambodja e
Tihauanaco, esse último às margens do Lago Titicaca. O fato comum entre elas foi o de que
deslocando nas posições há 12.500 anos todas elas coincidiam com outras constelações o que
levou esses cientistas a afirmarem a possibilidade de que essas edificações não foram ai
construído ao acaso ou por mania de grandeza de um Faraó ou de um rei ou chefe religioso.
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No caso das Pirâmides –que parecem ser as mais estudadas – o mistérios em torno de sua
obra e finalidade são ainda muito grande. Tive o privilégio de entrar na chamada “Câmara do
Rei” na Grande Pirâmide em Gizê. Não foi um período de meditação porque lá me encontrava
com uma meia dúzia de pessoas várias partes do mundo. Lá, todos, em silencio, admirávamos
as paredes vazias e um sarcófago sem inscrições no meio da sala. Apenas, em uma das
paredes, escrito em italiano, a data e nome do “pesquisador” que descobriu a entrada que deu
acesso à Câmara. Teria sido construída para tumulo de um faraó? Não acredito. Há poucos
quilômetros dali, dentro do deserto, a pirâmide escalonada de Sacará atribuída a Zozer ou
Zozér.
E o mistério da Esfinge? Está lá, serenamente desafiando os tempos. Parece, simbolicamente,
induzir a mensagem que está descrita em “Dogma e Ritual da Alta Magia”, de Eliphas Levi: “Aq
uele que aspira ser um sábio e saber o grande enigma da natureza deve ser o herdeiro e
espoliador da esfinge: Deve possuir cabeça humana para possuir a palavra, as asas de água
para conquistar as alturas, os flancos de touro para cavar as profundezas e as garras de leão
para preparar o lugar para si à direita, à esquerda, adiante e atrás”
.
Muito ainda poderia ser dito nessa introdução. Citamos apenas alguns tópicos que lembram a
grandeza do Egito: O rio Nilo, Delta do Nilo, ruínas de Memphis, a primeira capital, as ruínas de
Tebas / Karnak, Vale dos Reis, Manu, Ramsés II, Iknaton, Zozer, Alto e Baixo Egito, Coroa
Vermelha (Baixo Egito), Coroa Branca (Alto Egito), Biblioteca de Alexandria, Tel-el-Amarna....
A MORTE PARA OS EGÍPCIOS
Uma análise superficial leva o estudioso admitir que o povo egípcio vivia para a morte e, nesse
contesto, o sacerdote tinha um papel extremante importante e determinante sobre a população
e sobre os nobres do país. Ao longo da história oculta ou mística do Antigo Egito, um
personagem de nome HERMES DE TRISMEGISTER (Trimegister, Trimegisto) que teria sido
um sacerdote, iniciado, semi-Deus, semi-homem, com atributos de Thot. Não há uniformidade
de opiniões com relação a data de seu nascimento. Mesmo porque é um personagem
lendário.Hermes de Trismegister teria vivido em 2.700 AC segundo alguns e em 1939, segundo
outros, conhecido como o Três Vezes Ilustre ou Três Vezes Grande (Três Vezes Poderoso
teria vindo dessa analogia?) que na Bíblia aparece como Melchisedech –que iniciou Abraão – e
no Egito é conhecido também como divindade Thot (e que se confunde com Hermes de
Trismegister).
Atribuise a Hermes de Trismegister a criação de uma grande escola de Mistérios no Antigo Egito, que
teria assistido a instalação do Faraó Amenotep IV (O Grande Mestre) e preparou seu sucessor.
A ele são atribuídos 42 trabalhos, entre eles: O Pastor de Hermes, O Livro dos Mortos (Livro de
Saída da Luz), a Tábua de Esmeraldas (Assim como é em cima é embaixo –ou: é verdade
verdadeira....)A Hermes é atribuída, também: criador das Ciências e Artes, de Escolas de
Sabedoria, de Escolas de mistérios dando origem ao nome HERMETISMO às ciências ocultas.
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Séculos mais tarde Hermes de Trimegister teve influência na criação da Escola de Alexandria.
OS MISTÉRIOS EGIPCIOS
Os Mistérios egípcios eram instituições públicas mantidas pelo estado, um verdadeiro centro de
vida religiosa que operava em forma de funil. Em principio, todas as pessoas poderiam entrar
nas Escolas de Mistérios, mas... poucos podiam seguir. O caminho de um iniciado durava
muitos anos. Neles –nos Mistérios-, os participantes tomavam conhecimento das leis deste
mudo e as leis que regem a vida após a morte –de acordo com suas crenças- e como se
preparar para enfrentá-la. No Antigo Egito, ao que nos parece, todos viviam para a Morte. Para
os iniciados, o prosseguimento na senda só de dava aos mais preparados. Esses eram
recebidos ritualistamente e admitidos sob promessa de solene juramente de guardar segredo
absoluto sobre seus a que era submetido.
O que ensinavam?
Ensinavam os Rituais de iniciação, da morte e da ressurreição. A cerimônia visava mostrar a
buscador a evolução do Homem e o seu retorno à fonte divina: Ao TODO, ao COSMOS.
Os mistérios Egípcios eram classificados em Mistérios menores e Mistérios Maiores. Os
mistérios de Isis eram considerados Mistérios menores. Os de Osíris, os Mistérios Maiores.
Nos Mistérios menores o candidato era preparado em todas as ciências da época. (Seriam as
matérias listadas na escada em caracol do segundo grau?).
Nos Mistérios Maiores, o estudante era preparado para os estudos mais avançados e ocultos:
aprendia sobre o plano mental, o céu, a Câmara do Meio, aprendiam os segredos do domínio
da mente. Os iniciados tinham que passar pelas provas simbólicas do sofrimento, morte e
renascimento e ascensão de Osíris. Nessa etapa, o iniciado vencia e se libertava de todas as
ilusões.
Os grandes centros inciáticos no Antigo Egito estavam localizados nas cidades de Saís,
MênPhis, Tebas e Heliópolis, principalmente.
No Antigo Egito, segundo a maioria dos autores, as escolas iniciáticas tinham um papel muito
importante. No nosso entendimento, as Escolas de Mistérios transformavam em religião os
ensinamentos externáveis: Os ensinamentos EXOTÉTICOS. Todavia, a componente
ESOTÉRICA era apenas transmitida aos iniciados que tinham condições de continuar
recebendo informações.
Fica até difícil, para um homem comum, entender o limite entre o Faraó e ou a divindade. Em
cada caso, os sacerdotes desempenhavam um importante papel. Suponho que fossem como
os sacerdotes cristãos na Idade Média, os interlocutores habilitados entre os homens e a
divindade.
QUAL É A INFLUÊNCIA DA CULTURA DO ANTIGO EGITO NA MAÇONARIA
As opiniões são contraditórias. Para nosso Irmão Castellani, há muita balela em torno dessa
herança. Todavia ele mesmo cita alguns traços dessa herança: O Teto da Loja, as colunas, a
lenda de Osíris (de onde teria nascido a lenda de Hiran) e não vai muito mais longe. Leadbeter,
vai ao outro extremo: situa no Egito o nascimento da Maçonaria. Todavia, maioria dos autores
que se situam entre esses dois extremos, aponta muitos outros elos entre o Antigo Egito e a
Maçonaria e, em especial, nos ritos ecocistas. Vamos por partes. Para que possamos ter uma
vaga idéia como a cultura egípcia influenciou na Maçonaria é importante recapitular alguns
fatos bastante conhecidos de nossa história. Albert G. Mackey, em “The History of
Freemasonry” diz que a Maçonaria tem sua componente histórica e sua componente
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tradicional. A primeira refere-se a sua componente visível e altamente documentada. A
segunda refere-se aos seus aspectos de caráter secretos. Os aspectos da história da
Maçonaria com a criação do sistema de Obediência, são bem conhecidos e no nosso horizonte
histórico, como por exemplo:
- Em 24 de junho de 1717, na taberna O Ganso e a Grelha, nos fundos da Catedral de São
Paulo, em Londres, nascia a primeira Obediência Maçônica do mundo com o nascimento da
GRANDE LOJA DE LONDRES (com a reunião da citada Loja mais as que se reuniam Coroa, a
Macieira e o Topázio e as Uvas);
- Entre os IIr.?. presentes estavam: George Payne, Antony Sayer (que foi o primeiro Grão
Mestre), John Theophilo Dasagullier (que teve papel destacado no REAA) e o Reverendo
James Anderson.
O primeiro presidente –1o Grão-Mestre- foi Antony Sayer foi nomeado poucos dias após a
reunião.Outro fato importante é que documentalmente, o grau de A.?. M.?. nasceu em 2 de
fevereiro de 1356 em Londres. (Esse documento está na biblioteca da prefeitura de Londres),
segundo Xico Trolha em sua tradução de “Maçonaria Dissecada” de Samuel Prichard – 1730,
mesmo como profissionais, o grau de Aprendiz já existia e foi incorporado aos rituais
maçônicos.
Em 1721 os IIr.’. Dasaguillier e Anderson apresentaram ao Grão Mestre George Payne uma
proposta de constituição a qual Payne entregou a um grupo de 14 “experts” que, depois de
analisada e aprovada foi editada em 1723 acabou sendo batizada como o nome de
Constituição de Anderson.O grau de C.?. M.?. nasceu nos idos de 1670 depois de uma longa
discussão sobre o grau de APRENDIZ SENIOR.
Até 1738, numa relação de ex-Grãos Mestres, continha apenas IIr.?. com títulos de A.?. M.?. e
C.?. M.?. embora em 1725 registrava-se o nome dos primeiros Mestres Maçons. Até essa data
existia, apenas, o cargo de MESTRE da LOJA.
Porque contar essa história? Apenas para dizer que, até essa data, ao que consta, não havia
iniciações dos candidatos à Maçonaria como temos hoje. Autores prudentes afirmam que
existiam apenas cerimônias de recepção aos novos membros dos profissionais das
“Corporações de Oficio”. Assim, há fortes evidências de que as inserções de natureza
hermética só foram introduzidas mais tarde com a criação dos rituais com os nomes que
conhecemos hoje: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Adonhiramita e outros (Xico Trolha cita
mais de 250 rituais).
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Assim, se nós adotarmos como marco histórico a data da reunião das quatro Lojas que
culminou com a criação da Grande Loja de Londres, e se admitirmos que Lojas isoladas
–independentes ou não ter terem em seus quadros maçons aceitos- começaram no século XII
ou XIII e como comprovamos pelos primeiros rituais a ausência de “misticismo” nas reuniões
dos nossos antepassados IIr.?., fica fácil admitir a hipótese de Nicola Aslan de que a
maçonaria se reunia em Lojas de Mesa e que, aos poucos, foi admitindo em seu meio IIr.?.
com formação em Cabala, Alquimia, Astrologia, Rosacrucianismo e de outras escolas
iniciáticas. Assim, aos poucos, a recepção – iniciação - passou a ser, certamente, uma atração
a mais com a componente hermética e mística. Com isso, passamos a ser herdeiros – ou
influenciados – por elementos das antigas escolas iniciáticas e, assim, o Egito, direta ou
indiretamente passou a ter uma significativa influência na Maçonaria e de forma marcante em
alguns rituais como o R E A A.
Alguns ritos, como o R E A A, o rito Adonhiramita, tem uma forte ligação com o Velho
Testamento, com a Bíblia Judaico-Cristã, transformando esses documentos em onda
portadora, base temática ou fonte das mensagens de moral e de ética para a Escola da
Maçonaria.
Moisés, uma das figuras fortes da Bíblia Judaica, como se sabe, teve toda sua educação no
Antigo Egito, como nobre, recebendo uma formação palaciana como se preparado fosse para
ser um futuro Faraó. Moisés foi iniciado, freqüentou as mais importantes bibliotecas, conviveu
com sacerdotes egípcios e, foi ele quem conduziu os hebreus à Palestina conduzindo os seus
seguidores pelo deserto, durante 40 anos deixando nas areias desse deserto durante quase
duas gerações. Foram os descendentes desses homens, através de seu rei conhecido como
Salomão, que construíram um templo em honra ao Criador e que serviu de modelo à
Maçonaria, visto por muitos autores como o inicio da Maçonaria e fonte importante da
simbologia maçônica.
Quando um Maçom participa de uma sessão em uma Loja adequadamente decorada para um
dos ritos mais difundidos no Brasil, lemos em suas paredes e em no interior do TEMPLO, nas
páginas desse livro aberto, que é a Loja a Simbólica, a presença marcante de elementos da
Cabala, do Judaísmo – no REAA- na Bíblia, símbolos da Fraternidade Rosa-Cruz, símbolos da
Alquimia, da Astrologia e outros. Sabemos que direta ou indiretamente esses símbolos ou
vivências, passaram pelo Antigo Egito, da Grécia de Pitágoras ou da Escola Pitagórica. Como
no cristianismo, há na maçonaria, um considerável sincretismo de símbolos, idéias ou uma
grande e deliciosa salada de várias escolas iniciática que tiveram origem no Oriente e, mais
especificamente, no Antigo Egito.
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Parece evidente que a Bíblia, em particular, teve uma considerável influência do Mundo
Egípcio, através de seu iniciado Moisés. Ela – a Bíblia - nos empresta passagens importantes
tanto nos graus simbólicos como nos Altos Graus, como onda portadora para as nossas
mensagens de Moral e de Ética e dos nossos princípios maçônicos.
De forma mais objetiva, na leitura do ritual do grau de A.?. M.?. publicado em 1730,
destacamos algumas palavras que remetem aos antigos ensinamentos, como:
- Loja consagrada a São João, vinculado aos solstícios de Verão, no mundo Europeu,
vinculado ao SOL, o Deus Sol (Solarium dos romanos) e Rá dos Egipcios;
- Loja Justa e Perfeita;
- Números: TRÊS, CINCO, SEIS E SETE cujo simbolismo numerológico nos remete a
Pitágoras (Escola Pitagórica) ou à Cabala hebraica);
- A idéia do SEGREDO iniciático, que nos remete ao Egito Antigo;
- GEOMETRIA da Loja vinculada às tradições egípcias onde aparece o SOL, a Lua e,
principalmente o TETO da LOJA representando o CÉU e os pontos cardeais ligados aos
cargos.
- Colunas (Pilares da Sabedoria, Força e Beleza) que nos remete ao Egito Antigo;
- ESTRELA FLAMINGERA, orla dentada;
- Mobílias: Bíblia para DEUS, Compasso para o MESTRE e Esquadro para o companheiro
do Grêmio.
- Luzes da Loja associadas ao Sol, a Lua e Mestre da Loja. O VM senta-se no Oriente,
como o Sol. Os egípcios e os Celtas foram adoradores do Sol e a eles associavam os seus
deuses.
- Letra G, (quintessência);
- PILARES de 18 côvados de altura, com dois capitéis, romãs. Na construção do Templo
de Salomão essas colunas recordavam os Templos egípcios.
- Câmara do Meio cujo acesso era feito por meio de uma escada de sete degraus;
Como pode ser constatado, nesse ponto, em 1730, o ritual publicado tinha alguns elementos
que podem ser ligados à cultura hermética do Antigo Egito, entre eles:
- Os números sagrados 3,5,6 e 7
- O Segredo
- Dimensões e orientação de LOJA;
- SOL, Lua, Terra...
- Letra G dentro de um triângulo eqüilátero (Que aparece também com primeira letra do
Tetragrama Sagrado: Yod, He, Vau, He).
- Câmara do Meio;
- Dois Pilares;
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-
O Teto da Loja;
Acesso a Câmara do Meio / Escada
Hexagrama;
Pentagrama / Estrela Flamígera;
Lenda de Hiran.
Como é que esses elementos entraram nos rituais? Quando a Maçonaria operativa passou a
admitir, a ACEITAR profanos não profissionais, pelas razões que a história bem explica,
certamente ingressaram para os quadros das Lojas pessoas com formação cabalística,
rosa-cruzes, hermetistas e, em geral, religiosos, estudiosos alquimistas e outros. Onde é que a
maioria dessas correntes místico-religiosas foi buscar os seus ensinamentos? TODOS, senão
quase todos, foram buscar no velho Egito ou na Grécia (que também foi buscar no Egito).
O Sol estaria na Loja apenas para decoração? A estrela Flamígera estaria lá apenas para
decorar? O Triângulo Sagrado com a primeira letra do Tetragrama Sagrado seria apenas para
decoração? Qual é o papel do Menorah, o antigo símbolo da Árvore Sefirótica? E o simbolismo
da espada flamejante?
A Maçonaria é uma Escola iniciática. E, como diz Hercole Espoladore, “A Maçonaria nos leva a
descobrir o nosso EU. Ela coloca nas mãos do iniciado os meios, as ferramentas para essa
realização. Continua afirmando que a Maçonaria é uma das últimas herdeiras das Sociedades
Iniciáticas antigas e utiliza a iniciação como ensinamento de sua doutrina e esse ensinamento
e é realizado pela interpretação intuitiva e individual de seus símbolos”. Símbolos, como
linguagem universal, comunicam-se com o nosso subconsciente, não importando de onde
vieram ou onde foram gerados: sejam do Antigo Egito, Antiga Grécia, entre os Celtas ou
mesmo do Hinduísmo. Parece, todavia, que o Egito foi uma das grandes fontes!
De uma forma geral, os símbolos, independente de sua origem:
Nos ajudam a perceber a existência de um Criador,Nos capacitam a perceber a VERDADE;
Nos capacitam a uma visão do mundo superior as visões sectarista;
Tornam as pessoas mais esclarecidas em todos os planos;
Tornam melhor nossa missão sobre a Terra;
Melhor amar o nosso mundo e aos nossos Semelhantes;
Formar um cidadão que pratique a solidariedade humana;
Que pratique o BEM criando clima de felicidade humana.
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Bibliografia:
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Deuses Túmulos e Sábios.
Antigos Símbolos Sagrados, Ralph M. Lewis, F.R.C.
Símbolos Maçônicos, Xico Trolha, A Trolha.
A Vida Oculta na Maçonaria, C.W. Leadbeater, O Pensamento.
As Origens do Ritual da Igreja e na Maçonaria, H.P. Blavatky, O Pensamento.
Os Papiros Sagrados de Hermes.
Corpus Herméticum – Discurso de iniciação A Tábua de Esmeraldas.
Maçonaria Dissecada, Samuel Prichard-1730, A Trolha.
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