a civilização do ouro e a civilização do ouro e do ferro nas terras
Transcrição
a civilização do ouro e a civilização do ouro e do ferro nas terras
II Colóquio Brasil – Espanha sobre Ordenamento e Conservação do Patrimônio Natural e Cultural Tema: Geoconservação Os geoparques, significado e importância A CIVILIZAÇÃO DO OURO E DO FERRO NAS TERRAS ALTAS DE MINAS GERAIS – UM ESBOÇO P l de Paulo d Tarso T s Am Amorim im Castro C st Departamento de Geologia Embrapa ((2005) 21,8 , % População p ç de Minas Gerais 26,8 % PIB Minas Gerais Causas do declínio de civilizações (sociedades), Diamond (2005) • Danos ambientais • Mudanças climáticas • Relações com as sociedades vizinhas (hostil, amistosa) • Colaboração e parceiros comerciais entre sociedades • Respostas da sociedade aos seus problemas, bl iinclusive l i ambientais bi t i Ameaças e riscos às civilizações Ilha de Páscoa ( Rapa Nui) Presente Isolada l d no Pacífico íf a ~3800 k km d de outro llugar 900 – 1722 isolamento Sem árvores, sem aves nativas Passado População : pelo menos 6000 habitantes Em 1722 ~700 700 pessoas Palinologia e restos vegetais : presença p ç de palmeiras p que q serviam para construção de canoas Montículos de ossos: diminuição de ossos de golfinhos e aves com o tempo. tempo Aumento no de ratos Civilização da Ilha de Páscoa 900 1722 1000 1400 1800 ilha vulcânica 2,5 km http://pt.wik kipedia.org Área: 163.6 km² Causas do declínio da civilização da Ilha de Páscoa Diamond (2005) Danos ambientais: desmatamento, utilização não sustentável de recursos naturais Mudança climática ? Relações com as sociedades vizinhas (hostil, amistosa) Colaboração e parceiros comerciais entre sociedades Respostas da sociedade aos seus problemas, inclusive ambientais Competição entre clãs, impossibilidade de emigração Vikings Domínios e expansão dos Vikings na Idade Média (Mandia 2005) Vikings na Groenlândia : 980 - 1420 www2.sunysuffolk.edu/mandias/lia/ Civilização Viking na Groenlândia 980 1000 1420 1200 1400 Causas de declínio da civilização da viking na Groenlândia Diamond (2005) Mudança climática ? Danos ambientais: desmatamento, desmatamento utilização não sustentável de recursos naturais (sobrepastejo, desmatamento, retirada excessiva de turfa como fonte energética) Relações com as sociedades vizinhas: declínio da amistosa com a Noruega Aumento da hostilidade com os esquimós (inuits) Colaboração e parceiros comerciais entre sociedades: declínio do comércio com a Noruega Respostas da sociedade aos seus problemas, inclusive ambientais: Apego as tradições culturais (costumes, pecuária e agricultura) A civilização é o estágio da cultura social e da civilidade de um agrupamento humano pelo p progresso p g social,, caracterizado científico, político, econômico e artístico. A civilização é um processo social em si, inerente aos grupamentos humanos que tendem sempre a evoluir com a variação das disponibilidades alimentares e de outros recursos e a competição por eles com os grupamentos vizinhos. (wikip pédia) Análises de civilizações no Brasil Exemplos no Brasil Séculos 18 e 19 Século 20 civilização do ouro, no centro de Minas Gerais civilização do ouro ouro, na Serra Pelada Pelada, Pará Ouro Serra Pelada Centro de Minas Gerais Porto et al. 2002 wikipédia Civilização do Ouro, Serra Pelada PA Civilização do Ouro, Serra Pelada PA Curionópolis População, 80.000 – 166.000 (1982) 47 t em 12 anos 1973 1991 1980 1973 = pepita de 60,8 kg aluviões l iõ ((no início) i í i ) zonas de cisalhamento 1990 2000 1982 – a cava atinge o lençol freático Curionópolis (população) ~6.000 (2003) doenças base alimentar Causas de declínio da civilização de Serra Pelada Mudanças climáticas Danos ambientais: desmatamento, assoreamento dos rios, contaminação e poluição das águas, utilização não sustentável de recursos naturais Relações com as sociedades vizinhas: descolamento de relações Colaboração e parceiros comerciais entre sociedades: isolamento físico, comércio oligopolizado Respostas da sociedade aos seus problemas, inclusive ambientais: Ausência de relações sociais estáveis e estruturadas, ações sanitárias, despreparo para a sobrevivência em clima equatorial p q Séculos 18 e 19 civilização do ouro, no centro de Minas Gerais 1700/1701- Os anos da fome. “O flagelo da fome produziu na Serra de Ouro Preto a debandada dos moradores, igualmente cegos pelo ouro, esquecidos dos comestíveis. Alguns retiraram-se para São Paulo...”( Diogo Vasconcelos). 1711 - População da região das minas é estimada em mais de 30.000 pessoas (Antonil) , semelhante a população da cidade do Rio de Janeiro. Vivia-se em arraiais, aglomerados de choupanas provisórias (Morais (Morais, 2007) 2007). 1711.- Um alvará proíbe a importação de livros na Capitania das Minas. Ouro 1740.- Pequenas forjas em Minas Gerais operadas por escravos africanos (Dean, 1996). 1776.- a população da Capitania das Minas atinge 320.000 habitantes, tornando-se a mais populosa da América portuguesa (Morais, 2007). 1785 – decreto proibindo a produção de ferro no Brasil. 1808 – transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro 1815 -Começa a funcionar a fábrica á de ferro do Morro do Pilar encerrada em 1831 1824 –Crise na produção de ferro e aço na região das Minas, falta de mestres-artífices (Espíndola 2005) 1825 -Começa Começa a funcionar a fábrica de ferro de João Monlevade. Monlevade 1860 –Produção alcança 4 mil toneladas (Dean, 1996). Carvão vegetal, desmate de 40 km2. 1880 –Madeira atinge 70% do custos operacionais das forjas (Dean, 1996). Crise na produção por falta de made madeira. ra. 60 anos após a difusão d fusão da produção de ferro. 1883 –Ferrovia atinge a região das minas. O carvão para as forjas passa a vir de mais longe (Dean, 1996). Ferro www.descubraminas.com.br br www.ibs.org.b 1812 - Barão de Eschwege começa suas experiências siderúrgicas na Usina Patriótica, em Congonhas, com produção de ferro de qualidade em escala industrial Civilização do Ouro, centro de MG 1698 1700 1800 1900 2000 leito dos rios planícies aluviais garimpo terraços aluviais colúvios e elúvios nas encostas - canga veios de quartzo cortando as rochas zonas de cisalhamento desmatamento erosão das encostas e dos terraços assoreamento dos vales (10 metros, Eschwege, 1833) relação com a corte escravatura base alimentar Causas de declínio da civilização do ouro no centro de Minas Gerais Mudanças climáticas Danos ambientais: desmatamento, assoreamento dos rios, contaminação e poluição das águas, utilização não sustentável de recursos naturais Relações com as sociedades vizinhas; dicotomia entre a coroa portuguesa e a sociedade urbana mineira na segunda metade do século XVIII Colaboração C l b ã e parceiros i comerciais i i entre t sociedades: i d d i l isolamento t fí físico, i comércio é i oligopolizado Respostas da sociedade aos seus problemas problemas, inclusive ambientais: Ausência de relações sociais estáveis e estruturadas, ações sanitárias Civilização do ouro em Minas Ocupação Intensa Civilização do ouro em Serra Pelada Intensa Utilização de recursos naturais Predatória, Desorganizada, não sustentável Predatória, Desorganizada, não sustentável Sociedade No início ausência de relações sociais estáveis e estruturadas Ausência de relações sociais estáveis e estruturadas Relação social de produção Principalmente escravidão Trabalho “livre” Facilidades e intensidade de locomoção Pequena, favorece a fixação Grande, favorece a migração 1700/1701- Os anos da fome. “O flagelo da fome produziu na Serra de Ouro Preto a debandada dos moradores, igualmente cegos pelo ouro, esquecidos dos comestíveis. Alguns retiraram-se para São Paulo...”( Diogo Vasconcelos). 1711 - População da região das minas é estimada em mais de 30.000 pessoas (Antonil) , semelhante a população da cidade do Rio de Janeiro. Vivia-se em arraiais, aglomerados de choupanas provisórias (Morais (Morais, 2007) 2007). 1711.- Um alvará proíbe a importação de livros na Capitania das Minas. Ouro 1740.- Pequenas forjas em Minas Gerais operadas por escravos africanos (Dean, 1996). 1776.- a população da Capitania das Minas atinge 320.000 habitantes, tornando-se a mais populosa da América portuguesa (Morais, 2007). 1785 – decreto proibindo a produção de ferro no Brasil. 1808 – transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro 1815 -Começa a funcionar a fábrica á de ferro do Morro do Pilar encerrada em 1831 1824 –Crise na produção de ferro e aço na região das Minas, falta de mestres-artífices (Espíndola 2005) 1825 -Começa Começa a funcionar a fábrica de ferro de João Monlevade. Monlevade 1860 –Produção alcança 4 mil toneladas (Dean, 1996). Carvão vegetal, desmate de 40 km2. 1880 –Madeira atinge 70% do custos operacionais das forjas (Dean, 1996). Crise na produção por falta de made madeira. ra. 60 anos após a difusão d fusão da produção de ferro. 1883 –Ferrovia atinge a região das minas. O carvão para as forjas passa a vir de mais longe (Dean, 1996). Ferro www.descubraminas.com.br br www.ibs.org.b 1812 - Barão de Eschwege começa suas experiências siderúrgicas na Usina Patriótica, em Congonhas, com produção de ferro de qualidade em escala industrial 1910 - No XI Congresso Geológico Internacional, em Estocolmo, é revelado o alto teor de ferro do minério das jazidas mineiras. 1921 -Criação da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira primeira usina siderúrgica integrada da América Latina. 1937 -Companhia Siderúrgica Belgo Mineira.em João Monlevade Ferro 1942 - Decreto-lei nº 4.352, de 1º de junho, lança as bases para a organização da Companhia Vale do Rio Doce. Doce 1962 – Criação do complexo siderúrgico da Usiminas Aço www.descub braminas.com.brr www.ibs.org.br 2000 – Parque siderúrgico globalizado Civilização do Ferro e do Aço 1920 1850 1900 1950 Energia hidrelétrica 2000 2050 Recursos hídricos Carvão mineral Degradação ambiental Carvão vegetal Tecnologia Civilização do Ouro, Ouro Ferro e do Aço 1920 1700 1750 1800 1850 Energia hidrelétrica 1900 1950 2000 2050 Recursos hídricos Carvão mineral Degradação ambiental Carvão vegetal Transformação social Tecnologia População em 2007 PIB x R$1000,00 (2005) serviços indústria agropecuária Minas Gerais 19.261.816 Belo Horizonte p Alvinópolis PIB per capita R$ (2005) IDH (2000) 192 610 905 46% 46% 8% 10 012 0,773 2.412.937 28 386 694 67% 33% 0% 11 951 0,839 15.251 86 819 50% 30% 20% 5 511 0,727 Barão de Cocais 26.402 360 005 37% 63% 0% 14 211 0,757 Belo Vale 7.262 30 818 54% 19% 27% 4 016 0,733 Bonfim 6.726 27 783 58% 24% 18% 4 167 0,715 Brumadinho 31.919 551 745 36% 59% 5% 17 689 0,773 Caeté é 37.424 32 544 72% 23% 6% 7 221 0,756 Congonhas 45.987 468 428 50% 50% 0% 10 422 0,788 Contagem 608.650 9 542 361 52% 48% 0% 16 080 0,789 Esmeraldas 55.426 191 242 60% 28% 12% 3 116 , 0,748 Ibirité 148.075 643 543 57% 39% 4% 3 844 0,729 Igarapé 31.135 155 390 60% 35% 5% 5 094 0,753 Itabira 105.199 2 421 910 31% 69% 0% 22 786 0,798 Itabirito 41.523 745 721 32%, 67% 1% 17 951 0,786 Mariana 52.235 1 031 747 32% 66% 2% 19 821 0,772 Moeda 4.506 32 976 62% 27% 11% 4 615 0,733 Nova Lima 72.207 1 630 061 32% 68% 0% 22 672 0,821 Ouro Branco 33.530 1 545 351 23% 77% 0% 47 937 0,801 Ouro Preto 67 405 67.405 1 621 301 31% 68% 1% 23 622 0 787 0,787 Raposos 14.886 39 421 81% 19% 0% 2 753 0,758 Rio Acima 8.267 49 184 54% 45% 1% 6 126 0,735 Rio Piracicaba 14.326 122 974 50% 41% 9% 8 524 0,735 Sabará 120738 687 750 44% 55% 1% 5 234 0.773 Santa Bárbara 26180 171 346 47% 51% 2% 6 726 0.762 Santa Luzia 222507 1 152 433 48% 51% 1% 5 375 0.754 Rio Cipó APA do Morro da Pedreira Parque Nacional da Serra do Cipó Microrregião de Belo Horizonte Parque Estadual Serra do Rola Moça Embrapa ((2005) Parque Estadual do Itacolomi Bibli Bibliografia fi Barcellos, D.C; Couto, L. Siderurgia a Carvão Vegetal: Passado Presente e Futuro. Futuro Informativo Técnico RENABIO – 001 – 2006. 2006 Rede Nacional de Biomassa para Energia – RENABIO 15p. www.renabio.org.br. Dean, W Dean W. A ferro e fogo fogo. A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras 1996. 484p. Diamond, J. Diamond J Colapso Colapso. Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Ed. Record. 2005. 685p. Espíndola, p , H.S. Sertão do Rio Doce. Edusc. 2005. 488p. p Moraes, F.B. De arraiais, vilas e caminhos: a rede urbana das Minas coloniais. In: Resende, M.E.L. & Villalta, L.C. História de Minas Gerais. As Minas Setecentistas vol. 1. Autêntica Ed. Belo Horizonte. 2007. 589p.