em tempos de Crise
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Foto cedida pela EEUM Portugal Inovador Índice 5 - Editorial 6 - COSTA SANTOS E PINHO “Uma ciência a seus pés” 8 - Distrito de Setúbal 36 - “Networking: informação e visibilidade” por João Abreu 37 - Braga Página Exclusiva 4 Portugal Inovador Editorial Exportar as nossas marcas Recentemente, o Banco de Portugal anunciou que, ainda este ano, o país deverá conseguir, pela primeira vez em 69 anos, um excedente da balança comercial de bens e serviços. Isto significa que o valor das exportações será superior ao das importações, facto que não se verifica desde 1943. Estes resultados são, sem dúvida, um sinal animador acerca do trabalho desenvolvido pelas empresas nacionais, no esforço de levar mais longe os seus produtos. No entanto, e porque acreditamos que é possível fazer mais e melhor, há uma área onde o nosso país ainda precisa de percorrer um longo caminho – falamos da exportação de marcas. É importante referir que exportar uma marca não é o mesmo que exportar uma mercadoria ou um serviço. O risco envolvido e o investimento são, naturalmente, muito superiores, porque exportar uma marca implica valorizá-la e diferenciá-la, comunicando-a a uma escala global com alguma frequência. Apesar disso, acreditamos que o resultado deste trabalho pode ser extremamente compensador. Senão, vejamos dois exemplos. Presente em 67 mercados, a Renova, conhecida de todos os portugueses, é uma das marcas portuguesas que não se limita a exportar papel higiénico. Há uma procura constante de ideias novas – o papel higiénico preto é um dos exemplos mais notórios – e, a par da inovação, a marca procurou definir um território próprio, onde se pudesse expandir, procurando novas formas de se mostrar e de comunicar com o cliente. Outro caso de sucesso é o da Fly London. Esta marca de sapatos, ao contrário do que muita gente pensa, não é britânica, é portuguesa. O ‘London’ no nome tem como objectivo aludir a um estilo de vida cosmopolita, sendo que a marca definiu sempre uma estratégia de moda global, que lhe permite implantar-se em mercados mais variados. A originalidade das suas criações é algo que a Fly London pretende comunicar ao público, seja através do material promocional, da publicidade em revistas ou até do próprio logótipo. Posto isto, e sabendo que não faltam em Portugal empresas detentoras de produtos com potencial, de que é que estamos à espera?! Página Exclusiva 5 Portugal Inovador Uma ciência a seus pés A Costa Santos e Pinho, fundada por António Oliveira da Costa Santos, conta já 32 anos de existência. Hoje, Vasco Santos, filho do gerente, recorda, com orgulho, o trabalho do pai e reflectiu acerca daquela que, actualmente, considera ser a “realidade dos sapatos”. António Santos é um exímio trabalhador que começou a sua actividade por baixo da fábrica do seu pai, que por sua vez trabalhava para uma outra empresa de calçado. Foi com muito esforço e dedicação que em 1980 abriu a Costa Santos e Pinho. Fruto de um trabalho intenso e de uma luta constante, consegue hoje manter a empresa no bom caminho. António é, por isso, visto pelos filhos como uma referência pelo seu percurso e trabalho. Presentemente, a Costa Santos e Pinho mantém-se sob a gerência de António Santos, e Vasco Santos trabalha a seu lado assumindo a função de director criativo. A empresa não descura a qualidade nem os pormenores. Esta característica perfeccionista faz com que, até aos dias de hoje, não haja Página Exclusiva 6 uma única história de devoluções na empresa. Aqui fabrica-se única e exclusivamente calçado de mulher, e o facto de não se aventurarem noutro género, permite-lhes especializarem-se no que fazem. A empresa chegou a criar duas marcas próprias, a Evalinda e a Patico. Apesar do potencial das marcas, na altura, a Costa Santos e Pinho entendeu que o projecto não era viável. Por isso, agora trabalha exclusivamente para o cliente, que idealiza o que necessita, e a empresa concretiza. Lidar com o mercado estrangeiro também não é novidade para a empresa de calçado, que já se iniciou neste processo há sete anos. Actualmente, 95% da sua produção é destinada, precisamente, a mercados externos. Contudo, nem tudo é fácil. “A realidade da exportação é completamente diferente nos dias que correm. Agora, é o cliente a impor tudo aquilo que necessita. Impõe o modelo, impõe o preço, quando quer receber e quando pretende pagar!” “Existe uma grande exigência por parte dos clientes estrangeiros a nível da qualidade do calçado”, afirma. No entanto, não é o factor qualidade que assusta a empresa. E, prova disso, é que, para além de um ou dois clientes nacionais, a empresa colabora com diversos países, entre os quais Inglaterra, França, Suécia, Espanha, Rússia, Alemanha e Holanda. Entre as marcas para as quais produzem estão nomes de referência como a Next, La Redoute, Cubanas e Seaside. Vasco Santos menciona que a Portugal Inovador arte do calçado se tornou muito mais complexa. Se antes “levava uma etiqueta, metia-se em caixa e já estava”, agora “é procedida a compra, tem que seguir uma amostra para confirmar o sapato, e só depois é que se pode iniciar a produção. Entretanto, tem que se efectuar os testes aos sapatos, o embalamento tem que obedecer a regras específicas, levar uma etiqueta, etc.” O entrevistado acredita que apenas as fábricas industrializadas vão sobreviver e poder fazer frente às exigências do cliente. Para Vasco Santos, foi o bom trabalho levado a cabo pelo pai que ajudou a empresa a estar preparada para essas necessidades. Foi graças a ele, que a empresa conquistou um lugar de referência no mercado. Um bom exemplo disso mesmo é o facto de algumas empresas do sector estarem agora a introduzir máquinas de corte automático, equipamento que a Costa Santos e Pinho já possui há cerca de dez anos. Segundo o director criativo, o que distingue esta empresa de outras do sector “é o dar tudo por um objectivo comum. Vou fazer sempre referência ao meu pai, porque acho importante que as pessoas percebam que ele é um exemplo a seguir. Trabalha com os funcionários em qualquer sector. Se um funcionário falha, ele vai substituílo porque sabe como fazer. Dá-se tudo pelo cliente, tudo o que ele necessita”. “Realidade dos sapatos” Vasco Santos comentou logo desde início que gostaria de dar a entrevista para poder falar um pouco sobre “a realidade dos sapatos” e assim foi. “Não é verdade o que todos retratam. Não é. A realidade é que fecham mais fábricas do que abrem. E, infelizmente, vão continuar a fechar, porque a realidade dos sapatos é esta, mais nenhuma.” Isto deve-se ao facto de aqui em Portugal termos um óptimo produto para oferecer, mais rápido e mais barato. Contudo as despesas continuam a aumentar o que leva a uma insustentabilidade. Para o nosso interlocutor outro dos grandes problemas passa pelo facto de as pessoas não quererem trabalhar neste sector. Vasco Santos refere que trabalhar na área do calçado envolve uma ciência que não é fácil de aprender. “O que falta nas pessoas é responsabilidade. A falta de querer e a falta de ambição, a falta de se querer ajudar o outro, nota-se em tudo nas empresas. O retrato final está aí”. As leis laborais e o facto de não poder movimentar o pessoal dentro da empresa de maneira a ficar com aqueles que realmente trazem uma mais-valia transformamse também num entrave ao desenvolvimento e a este junta-se outra dificuldade que é o alargamento do prazo pagamento. As encomendas tornam-se quase impossíveis de suportar visto que desde a altura em que é colocada a matéria-prima na empresa até ao momento do pagamento por parte do cliente podem passar-se até seis meses. “Ou se tem um grande rol de clientes, de forma a colmatar monetariamente, ou então torna-se complicado.” Problemas à parte, Vasco Santos mostra-se orgulhoso da sua família e de si próprio. “Se alguém me perguntar o que faço, digo ‘Sou sapateiro’ , porque não sou outra coisa e tenho orgulho naquilo que faço e no que sou aqui”, conclui. Página Exclusiva 7 Portugal Inovador Um Mundo de Possibilidades Ao fim de quase uma década, o sonho tornou-se realidade. A Introsys deu a conhecer ao público o IntroBot, robô 100% português preparado para entrar no mercado, abraçando um mundo de possibilidades. A fundação da Introsys remonta ao ano de 2002, quando Luís e Nuno Flores, com background profissional na indústria automóvel, decidiram dar prioridade à concretização de um sonho antigo: a criação de um robô móvel destinado à aplicação em desmionagem/EOD (Explosive Ordnance Disposal). No entanto, depois de constituída a empresa, os dois irmãos sentiram necessidade de repensar a sua estratégia. “Um ano e meio depois, como resultado da nossa inexperiência e de uma certa visão romântica do negócio, concluímos que ninguém vive exclusivamente de I&D ou robótica móvel em Portugal. Então, decidimos vocacionar a Introsys para uma actividade semelhante à que desempenhávamos antes, na indústria automóvel, mantendo em Página Exclusiva 8 paralelo um centro de I&D para a robótica móvel”, recorda Nuno Flores. Em 2004, depois de recrutarem o director operacional da empresa, Eurico Nogueira Dias, bem como uma equipa de engenheiros recém-licenciados, a Introsys lançou o seu primeiro projecto de automação, inserido no core-business da empresa – a implementação de soluções avançadas de controlo para a indústria automóvel. Fornecedores de referência Hoje certificada com o selo PME Excelência, a Introsys tem a seu cargo a programação e optimização das máquinas que produzem veículos de marcas como a Wolkswagen, Ford, Audi ou BMW. A especificidade deste tipo de produto, não permitindo margens para erros, é um dos trunfos da Introsys, que é já um dos fornecedores de segunda Portugal Inovador linha de referência no circuito europeu. Esta actividade permitiu à empresa estar presente em mercados como a Rússia, China ou Índia, onde criaram recentemente uma filial. De referir ainda que a facturação da Introsys evoluiu de 40 mil euros, em 2003, para 6,1 milhões de euros em 2011, sendo que as expectativas para 2012 atingem os 8,5 milhões. Foram os primeiros anos de vida da Introsys e a aposta nesta actividade que permitiram aos seus fundadores a possibilidade de concretizarem o seu sonho – a criação do IntroBot. O projecto obteve um financiamento de 535 mil euros (num total de 859 mil) através do programa PORLISBOA (QREN/FEDER). Tecnologia Made In Portugal Nas palavras de Luís Flores, o IntroBot, com “uma arquitectura mecânica fabulosa”, é o primeiro robô de serviço de todo o terreno para vigilância de perímetros exteriores, totalmente desenvolvido em Portugal. O projecto é o resultado de dez anos de investigação e desenvolvimento, sendo que, aos responsáveis, não escapou uma premissa importante – o facto de “poder haver lugar para um produto como este no mercado”. Este pequeno prodígio da técnica é uma plataforma extremamente flexível, adaptável e genérica, configurável de acordo com as necessidades de cada missão – sejam elas search&rescue, com controlo tele-operado, seja como agente de telepresença, como controlo de multidões, videovigilância, explosive ordenance disposal, electronic mule, entre outros. Apesar de, numa primeira fase, ter sido pensado para demining, as aplicações do IntroBot, que detém uma capacidade para traccionar 300 quilos, são inúmeras. A desenvolver todo o trabalho da Introsys está uma equipa com 60% de licenciados ou habilitações académicas superiores. “Sempre quisemos apostar em jovens licenciados. Para além de serem eles os respon- sáveis pelo sucesso desta empresa, são também eles os responsáveis por parte da nossa dedicação pessoal e empenho. É graças a eles que a Introsys se tornou naquilo que é hoje”, ressalva Nuno Flores. Página Exclusiva 9 Portugal Inovador Partilha Bidireccional A Introsys tem mantido, também, relações estreitas com o mundo académico. Na verdade, a empresa nasceu no contexto de uma incubadora, o UniNova (Instituto de Desenvolvimento Página Exclusiva 10 de Novas Tecnologias). Presente na apresentação do IntroBot, Luís Camarinha Matos referiu que “quando se criaram instituições como o Uninova, dizia-se que seriam um interface entre a universidade e a indústria, pelo que serviriam de transmissão de conhecimento numa perspectiva unidireccional. Felizmente, essa perspectiva mudou. A Introsys soube aproveitar a longa rede de colaboração do Uninova, a nível europeu, e retribuir da mesma forma. É essa partilha bidireccional que origina o sucesso”. Ainda nesta lógica de interacções com o mundo académico, importa reforçar que a Introsys levou à criação de emprego para mão-de-obra graduada, contratando engenheiros jovens e permitindo-lhes realizar mestrados e até doutoramentos. Voltando ao IntroBot e às suas potencialidades, há que dizer que há, de facto, um mundo de possibilidades pela frente. Os responsáveis da Introsys reconhecem que esta é uma máquina desenvolvida para efeitos de vigilância, mas que se poderá enquadrar noutros domínios de aplicação. “Seja do ponto de vista militar, de segurança, protecção civil, exploração agrícola ou ambiental, o facto de termos uma plataforma completamente aberta e expansível permitenos personalizar a máquina, de modo a que se adapte à aplicação que se destina. No entanto, para que isso seja possível, é crucial encontrarmos parceiros que nos ajudem ainda mais a desenvolver o produto. A ideia é entrar em graus de customização mais detalhados, nomeadamente através de configurações que nos permitam fazer face a toda uma diversidade de missões”, conclui Luís Flores. Portugal Inovador 90% para exportação A Utilcork destina 90% da sua produção ao mercado externo. Pavimentos e revestimentos de parede em cortiça, onde a qualidade não pode ser colocada em causa, satisfazem a procura de clientes localizados na Holanda, Alemanha, EUA, Canadá e Inglaterra. A Utilcork sabe que o segredo de negócio se baseia na inovação constante para corresponder ao exigente mercado externo. A empresa começou desde cedo a construir relações de cumplicidade, que ainda hoje perduram, com o mercado externo: “A Utilcork começou por trabalhar apenas com um cliente. Refiro-me à Bodum, uma multinacional de renome, para quem fabricávamos bases de cortiça e que nos garantia uma facturação anual de um milhão de euros. Ainda hoje trabalhamos com eles, ainda que numa escala menor. Quando eles substituíram as bases de cortiça por peças metálicas, fomos obrigados a procurar novos nichos de mercado. Foi nesse momento que nos virámos para os pavimentos e revestimentos”, relembra Formosinho Torres, fundador e administrador da empresa. Análise de mercado Para Formosinho Torres, seria muito mais fácil vingar no mercado externo se as empresas portuguesas se unissem num objectivo comum: “Quantos mais players existirem neste sector, maiores possibilidades teremos de vingar no mundo externo. O Grupo Amorim está a fazer uma divulgação internacional muito interessante da qual poderemos todos beneficiar”, salienta o empresário. Claro que, para que isso aconteça, terão de ser criadas as condições necessárias à exportação sustentada: “Precisamos, não só no sector da cortiça, mas em todos, de ter empresas financeiramente estáveis. Infelizmente, é algo raro em território nacional. As empresas debatem-se com um parasitismo lateral crescente que prejudica seriamente os seus objectivos. Há cada vez mais elementos/ factores não-produtivos na cadeia de negócio que limitam a acção dos empresários. É algo que precisa de mudar urgentemente. Em 2011, a Utilcork conseguiu crescer no seu volume de negócios e as previsões são de manter esses números este ano, mas também tenho consciência de que não podemos fazer previsões nos dias de hoje. Nem a longo, nem a médio, nem a curto prazo! Temos, todos, de contribuir activamente para mudar esta situação. Portugal é líder mundial na produção de cortiça, por isso tem o dever de fortalecer este sector”, reitera Formosinho Torres. Página Exclusiva 11 Portugal Inovador A tradição do fumeiro A Dom Porco vale-se de todo o saber ancestral para produzir, segundo o método tradicional, os famosos enchidos e derivados de porco da região do Alentejo Litoral. A industrialização desta tradição do fumeiro tem garantido à empresa um crescimento gradual e sustentado, começando agora a dar os primeiros passos na exportação. O Alentejo é, desde há muito, terra de bons costumes e sabores. Em 2007, tirando partido dessa consciência nacional e de todo o passado familiar, Ana Maria Ventura tem a ousadia de arrancar com a empresa Dom Porco. A partir de S. Francisco da Serra cria uma pequena indústria plena de desejos e vontades que, gradualmente, começaram a ser valorizados pelos seus clientes: “Toda a minha tradição familiar estava ligada ao mundo agro-pecuário. Na minha formação profissional, mesmo quando estive envolvida em projectos de investigação, todos eles estavam ligados ao espaço rural. Por isso foi com naturalidade que, em Novembro de 2007, arranquei, em sociedade, com a Dom Porco. Recordo-me que no início não foi muito fácil, porque começámos tudo do zero… Os potenciais clientes não conheciam o nosso produto, a marca não estava implantada no mercado e levou o seu tempo Página Exclusiva 12 até que fosse valorizada. Felizmente e apesar das dificuldades do momento presente a nível nacional, temos tido um processo de crescimento lento mas constante, acompanhado por um aprimoramento de todos os processos produtivos. Actualmente, a Dom Porco já conta com quatro colaboradores e começa a dar os primeiros passos na exportação, através de um grossista. A exportação tem sido uma experiência muito interessante, sendo expectável, e desejável, um desenvolvimento nesta área para o curto e médio prazos”, revela a administradora. Crescer com tradição Do chouriço preto à linguiça e à farinheira, passando pelo paio, paínho e paiola, ou mesmo pelo presunto e pela banha, a Dom Porco é o exemplo de produtos alentejanos produzidos com qualidade e de forma tradicional: “Tentamos transportar para os nossos produ- tos a forma tradicional de produzir enchidos nesta região do Alentejo Litoral. Para além disso fabricamos também a cabeça de xara, que é de outra zona do Alentejo, mas sempre da forma mais genuína possível. Utilizamos o fumeiro a lenha para a cura dos enchidos, seguido de um período de estabilização e posterior comercialização”, explica Ana Maria Ventura. “Como complemento à nossa atividade e diversificando produtos, também fazemos o leitão assado à moda da Bairrada, no respeito pela sua genuína receita” acrescenta. A empresa, que começou por se dedicar apenas ao canal HORECA, começa agora a trabalhar também com armazenistas e grossistas: “É uma experiência com poucos meses, mas que tem tido bons resultados. Esta opção acontece porque uma PME desta dimensão não tem o mesmo potencial logístico que empresas dedicadas em exclusivo à comercialização. As parcerias apresentam melhores resultados quando cada um dos parceiros se dedica à actividade que melhor desempenha. Pessoalmente, acredito que a Dom Porco se deve preocupar em produzir bem, divulgar os seus produtos e rentabilizar a sua capacidade produtiva, agindo na complementaridade com estes agentes económico-logísticos”, destaca a administradora. Dinâmica empresarial A Dom Porco não exclui a possibilidade de produzir sob a marca do cliente: “É algo que estamos disponíveis para realizar, e temos Portugal Inovador duto através da sua origem geográfica partindo, claro, de um princípio - que essa origem pressupõe características diferenciadoras nos produtos... Defendo que os fabricantes devem informar sobre as características reais dos artigos produzidos. O cliente é livre de valorizar, ou não, essa diferença, mas deverá ser sempre devidamente informado”, reitera a empresária. condições para o fazer segundo as necessidades do cliente, desde que sejam respeitadas algumas questões básicas, como por exemplo a qualidade da produção - disso não abdicamos. Por outro lado, poderá também abrir portas no mercado externo, onde a Dom Porco já começa, indirectamente, a dar os primeiros passos. É um objectivo cumprido, ainda que se encontre numa fase embrionária”, revela Ana Maria Ventura. De realçar que a Dom Porco está a ter um papel impulsionador no desenvolvimento das exportações deste sector: “Fazemos parte do núcleo fundador da Marca Litoral Alentejano, porque acreditamos ser importante distinguir um pro- Página Exclusiva 13 Portugal Inovador Vitorino Gonçalves Produtor de flores e hortícolas Da simples produção de flores à hidroponia. O testemunho de um homem de sucesso - “Eu estava destinado a trabalhar nesta área”, sorri Vitorino Gonçalves, “os meus dois irmãos eram produtores de cravos e rosas e foram os meus primeiros fornecedores. Comprava-lhes as flores, embalava-as e fazia eu mesmo a distribuição, através de camioneta ou comboio, para todo o país. Angariei cerca de 40 clientes nessa altura. Como nas alturas festivas comecei a não ter flores para abastecer esses clientes, decidi enveredar também pela produção. Em 1977 criei a empresa Vitorino Augusto Nascimento Gonçalves, em sociedade com um irmão [António Gonçalves] e, num terreno de 2000m2, comecei por cultivar cravos e cravinas. Hoje, a empresa conta com 25 hectares de estufas e com um efetivo de 58 colaboradores, incluindo Página Exclusiva 14 dois engenheiros agrónomos, um licenciado em Gestão e outro em Vendas”, salienta que este crescimento só foi possível graças ao esforço e dedicação de todos os colaboradores que o acompanharam neste projeto. Recentemente foi criada uma nova empresa designada, VANGFLOR - Produção e Comércio de flores, Lda, destinada a novos mercados, assim como a implementação do sistema de produção em Hidroponia. Vitorino Gonçalves e Vangflor - no mercado Apesar das flores chegarem a todo país, é na região Centro que está concentrada a maioria dos clientes: “Enviamos flores para todo o país, mas diria que cerca de 30% da nossa produção se destina ao MARL – Mercado Abastecedor da Região de Lisboa. Depois te- mos uma percentagem de clientes que nos compra directamente nas nossas instalações, assim como também a produção destinada ao mercado espanhol, holandês, prevendo-se ainda para este ano o alargamento a outros países da Europa. “Hortícolas, mercado nacional e em parceria com a empresa Primo-horta, associação à qual pertencemos, exportamos batata e cenoura, para França, Alemanha, Bélgica”. Salienta que os hortícolas representam, actualmente, cerca de 40% da sua faturação. A concorrência e o mercado consumo Facto é que, num sector onde a concorrência nasce e renasce todos os dias, “mesmo com o nosso know-how, manter-se no activo, torna-se uma tarefa muito exigen- Portugal Inovador espiritual, conforto e alegria. Por isso acredito”. A continuidade te. Ainda assim, Vitorino Gonçalves foca a sua atenção noutro ponto: “A concorrência existe, sempre existiu, como em qualquer outro sector, e, sinceramente, não a vejo como um factor negativo para o nosso negócio. Se cada um trabalhar com honestidade, todos teremos lucros. O que me preocupa é a situação económica, financeira e social, que a Europa está a viver. Isso sim, pode tornar-se muito problemático para todos. Os nossos produtos, os hortícolas, são considerados bens essenciais, há sempre mercado. A flor, não sendo um bem essencial, começou a ser considerada um bem Para que a continuidade da empresa esteja garantida, a segunda geração da Vangflor está já a delinear novas abordagens ao mercado: “São as minhas filhas e os meus genros que agora tomam conta da Vangflor. São eles que estão a apresentar os novos projectos desta empresa. Até agora, investimos muito na melhoria dos sistemas de rega, aquecimento e sombreamento, para optimizar a produção. Neste momento, eles avançaram com um projecto de produção de gerbera em sistema de Hidroponia. É mais um passo para sobreviver neste mercado. Com esforço e dedicação, acredito que será sempre possível atingir esta meta. Se assim não for, a vitória nem tem o mesmo sabor”, sorri o empresário. Página Exclusiva 15 Portugal Inovador Da produção ao consumidor final Abrangendo desde a produção, à revenda ou mesmo ao consumidor final, o Grupo Tutiflor abrange hoje todo o ciclo de vida da flor. Uma estratégia de expansão com um único objectivo: retomar hábitos de consumo, devolvendo às flores o impacto que outrora provocavam no quotidiano dos portugueses. Temos clientes de continuidade e clientes ocasionais, mas todos eles procuram um serviço de qualidade e responsabilidade. Apostamos muito nessa componente do serviço, nomeadamente através de um forte investimento ao nível da tecnologia informática. Criámos plataformas B2B (business to business) e B2C (business to consumer), com softwares específicos optimizados para o nosso negócio”, avança o administrador. Aumentar a proximidade Nos tempos em que vivemos, comprar uma flor tornou-se quase um acto simbólico para marcar determinada data ou situação. Mas nem sempre foi assim. “Antes, os portugueses compravam flores para ter em casa. Não só como objecto de decoração, mas também como elemento importante na criação de um ambiente inspirador. É algo que está na nossa tradição, que está enraizado, mas esquecido. É isso que a Tutiflor está a tentar devolver aos portugueses, através de uma estratégia de sensibilização lenta, mas que, acreditamos, poderá ter resultado”, refere José Luís Pombo, administrador da empresa. Nova abrangência E para que a compra de flores volte a ser um hábito, o Grupo Tutiflor reestruturou-se e apresentou-se, Página Exclusiva 16 de uma forma rejuvenescida, ao mercado: “Em 2010, comprámos e reestruturámos a Florextra, uma empresa que faz a vertente da produção de flores, sempre na perspectiva de ter a Tutiflor como comercializador. Definimos, também, não optar pela massificação da produção, mas sim pela estilização. Isto porque verificámos a existência de um problema: exportámos, os clientes gostam, mas depois não existem quantidades para exportar… Falta um trabalho profundo de estandardização, da parte dos produtores, para que se consiga agregar valor a determinados produtos específicos”, alerta José Luís Pombo. Para além disso, o Grupo Tutiflor fez questão de actualizar a empresa: “A Tutiflor é uma empresa que inova e está na vanguarda do serviço, embalamento e logística. Ainda assim, a Bloem – Art of Nature poderá considerar-se a ideia mais arrojada de toda a reestruturação do Grupo Tutiflor: “Trata-se de um posicionamento estratégico de proximidade ao consumidor final. Funciona em regime de franchising e, até agora, a adesão tem sido enorme. A primeira loja de venda ao público, na Avenida de Roma (Lisboa), funcionou como projectopiloto. Neste momento já existem quatro lojas Bloem e acabámos de abrir uma loja em Aveiro. É um projecto 100% português, com um nome forte e sonante, que, para além de potenciar a reorganização do sector, poderá ser exportável. A internacionalização da Bloem é um dos projectos mais motivantes do Grupo Tutiflor”, confessa José Luís Pombo. “Para além disso pretendemos criar quiosques de venda de flores. Por um lado, é ajustamento do produto às diferentes capacidades económicas dos portugueses. E por outro, é o estar mais próximo Portugal Inovador do consumidor, estimulando assim a compra por impulso. São dois pontos importantes. Os portugueses assimilaram que as flores são um pequeno luxo, mas não é verdade. Há flores para todas as carteiras e queremos projectar essa imagem nos nossos pontos de venda.”, explica o empresário. Dinamizar o sector E para uma empresa que já fez tanto, o que falta fazer? José Luís Pombo não tem dúvidas: “Falta-nos a venda de flores transversal a todo o país. Actualmente, 60% das vendas estão no Norte do país. Se conseguirmos uniformizar e crescer na quantidade vendida, então podemos considerar que a missão foi cumprida. Não temos qualquer interesse na monopolização do sector, mas pretendemos continuar a ser uma parte activa na dinamização e crescimento do mesmo. É isso que nos move”. Página Exclusiva 17 Portugal Inovador Fertilizar o crescimento A ADP Fertilizantes, integrada no Grupo Fertibéria, é uma importante empresa de produção e comercialização de adubos, ocupando uma posição de destaque no sector adubeiro em Portugal, e Península Ibérica. Para além do mercado nacional e espanhol, a ADP Fertilizantes, tem vindo a apostar em outros mercados cujo crescimento tem sido significativo. Criada em 1997, a partir da fusão das duas maiores empresas adubeiras em Portugal, pertencentes aos grupos Quimigal e Sapec, passou a chamar-se ADP-Adubos de Portugal, S.A. O Grupo CUF, detentor da ADPAdubos de Portugal, em 2009 fez a sua venda ao Grupo espanhol Fertibéria, passando esta a denominar-se ADP Fertilizantes, S.A. Beneficiando de mais de um século de experiência, a ADP Fertilizantes tem assegurado, de forma sustentada, uma posição de liderança no mercado nacional na comercialização de Página Exclusiva 18 produtos de fabricação própria, nomeadamente adubos sólidos, adubos líquidos, bioestimulantes e correctivos agrícolas. O mercado da ADP Fertilizantes reparte-se ainda pelos mercados da Europa, África, Médio e Extremo Oriente, Brasil e Austrália, onde a empresa coloca vários tipos de adubos. Como já referimos, a ADP Fertilizantes, está integrada, desde 2009, no Grupo espanhol Fertibéria, sendo composta por três empresas. A ADP Fertilizantes, localizada em Alverca do Ribatejo, onde se situa também a Sede. A Sopac, localizada em Setúbal, onde são fabricados 56% da totalidade dos adubos da ADP Fertilizantes. A Nova AP, por sua vez, é uma empresa de transformação de matériasprimas, que abastece as duas empresas supracitadas. Uma organização bem estruturada que garantiu um crescimento de 20 milhões de euros em 2011. Ainda assim, João Cabral, administrador da ADP, relativiza o crescimento: “Apesar de ser uma realidade, não reflecte totalmente o que se passou. A verdade é que o ano de 2010 esteve muito abaixo das nossas expectativas, daí se verifi- Portugal Inovador car este crescimento em 2011. Eu diria que este sector é muito sensível às questões climatéricas e ao preço das matériasprimas, pelo que o sucesso da ADP está sempre dependente destas condicionantes. É claro que a Fertibéria, no caso das matérias-primas, também tem algo a dizer”, confessa o administrador. Mercado interno Com uma capacidade de produção de adubos acima do consumo nacional, a ADP Fertilizantes é obrigada a exportar grande parte da sua produção: “Neste momento, 60% da produção da ADP destina-se à exportação. É, em parte, consequência do declínio da agricultura portuguesa. Nos anos 80, a agricultura portuguesa consumia 1 milhão de toneladas de adubos, enquanto que nos dias de hoje não vai além das 400 mil toneladas. A ADP tem uma capacidade total de produção de 700 mil toneladas (300 na fábrica de Alverca e 400 na de Setúbal), pelo que a exportação é inevitável”, explica João Cabral. Para agregar valor aos seus produtos, a ADP Fertilizantes dispõe de um gabinete interno de desenvolvimento e inovação: “Devido à grande diversidade de terrenos e tipos de climas no nosso país, criamos adubos adaptados a cada caso e tentamos lançar dois produtos novos por ano. Actualmente, este departamento está a trabalhar em conjunto com o Departamento e Desenvolvimento da Fertiberia”. Empresa com dimensão O mercado espanhol continua a ser um mercado primordial para a ADP Fertilizantes, com cerca de 300 mil toneladas comercializadas por ano. No entanto, há outros mercados na mira da ADP Fertilizantes: “Exportamos produtos especiais para quase todo o mundo. Desde o Japão, à Austrália, Ucrânia, México, Brasil, entre outros. Com a integração na Fertibéria estamos também a crescer muito no mercado europeu. Esta integração deu-nos, de facto, uma outra dimensão na exportação dos nossos produtos, possibilitando também, à ADP Fertilizantes maior capacidade de negociação, na compra de matérias‑primas. No caso da ADP Fertilizantes não ter sido adquirida pela Fertibéria, provavelmente estaria a atravessar maiores dificuldades na actual conjuntura económica europeia”, remata João Cabral. Página Exclusiva 19 Portugal Inovador Prevenção como negócio A Redecor é a referência nacional na reabilitação, impermeabilização e protecção das superfícies interiores de reservatórios de água potável. Sem medo de arriscar na busca por novos nichos de mercado, a empresa sedeada em Alcochete aposta agora em anti-deslizantes aplicados não só aos pavimentos, mas também a banheiras e bases de duche. O historial da Redecor remete para uma base de inovação muito forte. Em quatro décadas de existência, os pavimentos em resinas auto-nivelantes - área que originou a criação da Redecor - tornaram‑se apenas um complemento ao vasto leque de serviços inscritos nas competências da empresa. Mestres dos reservatórios A Redecor está hoje, inevitavelmente, associada aos reservatórios de água potável. Ao inaugurarem uma nova área de negócio em Portugal, inscreveram o seu nome na história: “Decidimos pegar numa representação francesa, quando ninguém pensava em fazer limpeza e desinfecção Página Exclusiva 20 de reservatórios de água. Foi um projecto arriscado porque, à época, era uma actividade totalmente desprezada pelos portugueses. E como ninguém sentia necessidade de a fazer, também ninguém a procurava. Ou seja, só após dois anos de sensibilização é que conseguimos o nosso primeiro negócio”, relembra Carlos Santos, o fundador da empresa. A segunda geração desta empresa familiar, composta por Carlos e Luís Pina Santos, ainda se entusiasma com o início desta área de negócio: “Foi um processo de descoberta surpreendente. Há 20 anos atrás nunca tínhamos estado dentro de um reservatório e de repente estávamos a visitar e conhecer o parque nacional de reservatórios. Uma experiência única que nos fez entrar numa nova área de negócio: a reabilitação e impermeabilização de reservatórios”, explicam. Ao verificarem a crescente degradação do interior da grande maioria dos reservatórios nacionais negociaram a representação da Vandex: “Tivemos formação com a Vandex e começámos a complementar o nosso trabalho de limpeza e desinfecção com um relatório onde se realçava as inúmeras patologias encontradas no interior das células. Apresentávamos também as nossas soluções Técnicas inovadoras para a resolução das mesmas, sendo em Portugal Inovador seguida elaborada uma proposta económica mais vantajosa do que a que existia nessa época, devido a utilização de produtos cuja aplicação era compatível com os teores de humidade existente no interior dos reservatórios. Esta complementaridade permitiu-nos crescer nas duas vertentes”, define Carlos Pina Santos. A Redecor tornou-se um prestador de serviços indispensável a todos os distribuidores de água potável, representando a área de reabilitação e impermeabilização de reservatórios cerca de 70% da facturação da empresa e as lavagens e desinfecções cerca de 15%. O restante continua ligado aos pavimentos e a uma nova área de negócio que tem atraído clientes de renome mundial… Novos negócios A aplicação de produtos Heritage em pavimentos e banheiras/ cabines de duche tem sido uma das grandes apostas dos últimos anos da Redecor: “Apesar de ser um sucesso em Espanha, tem sido algo difícil de implementar em Portugal… Ainda assim, já temos alguns clientes importantes nesta área. Já trabalhamos, por exemplo, com alguns hotéis da cadeia Ibis e com, praticamente, todos os McDonald’s, tendo recentemente aplicado o Heritage em cerca de 22000m2 de diversas estações do Metro de Lisboa. Trata-se de um produto incolor e que, após aplicado, em nada altera as superfícies e que previne a queda das pessoas devido ao piso escorregadio. Em Espanha, o código técnico de edificação obriga os pavimentos dos locais públicos a cumprirem com níveis de coeficiente de atrito em molhado que a maioria dos pavimentos não consegue cumprir sem a aplicação deste tipo de produto, por isso acreditamos que, a seu tempo, é um negócio que poderá ter muita projecção”, avança Luís Pina Santos. Mas com competências inovadoras e um know-how extenso, porque não está a Redecor a apostar na internacionalização? Os administradores respondem: “A Redecor participa em duas a três feiras internacionais por ano e até pensamos, a médio prazo, avançar com um projecto em Moçambique, provavelmente com uma parceria local. Ainda assim, não esquecemos que o processo de internacionalização obriga a despender muitos recursos financeiros e que representa um risco muito elevado para uma PME da nossa dimensão. Temos 55 colaboradores e temos competências para o fazer, mas nunca poderá ser a Redecor a assumir esse risco sozinha”. Página Exclusiva 21 Portugal Inovador Reestruturar para sobreviver A Webasto instalou-se em Portugal para produzir o mais sofisticado tecto retráctil automóvel a nível mundial. Com cinco peças, o modelo altamente tecnológico do Volkswagen EOS, augurava uma produção que a quebra do sector insiste em deixar escapar. Ainda assim, a filial nacional tem garantido números positivos graças a reestruturações bem delineadas ao longo dos anos. Rui Miguel Cunha, director geral da Webasto Portugal, não esconde a realidade da empresa: “O EOS foi a razão do investimento da Webasto na unidade de produção em Portugal. As projecções da Volkswagen eram optimistas quanto ao volume de vendas, pelo que Portugal se afigurava como um investimento totalmente justificado. O que é facto é que o sector automóvel viria a sentir uma quebra acentuada, e este segmento dos cabrio, onde a Webasto Portugal actua, não fugiu à regra. E isto acontece não porque o Volkswagen EOS, ou o Peugeot 207cc, têm sete anos de mercado, mas sim porque existe uma quebra generalizada no Página Exclusiva 22 sector automóvel europeu. O resultado prático para a Webasto Portugal foi a passagem de uma facturação de 110 milhões, em 2007, para uma facturação de 50 milhões, em 2011. Este ano, as perspectivas são de nova quebra, mas esperamos continuar a manter a empresa com resultados positivos. É o que temos feito até hoje, graças a reestruturações constantes na empresa”, avança Rui Miguel Cunha. Procurar alternativas Mas o que é que a Webasto Portugal, uma empresa localizada no Parque Industrial da AutoEuropa, tem a ver com o Peugeot 207cc? Rui Miguel Cunha explica: “O tec- to retráctil do Volkswagen EOS, que fornecemos em just in time para a AutoEuropa, continua a representar 95% da facturação da Webasto Portugal. Ainda assim, a empresa passou a ser, também, responsável pela produção dos mecanismos da capota do Peugeot 207cc, que é produzido em Madrid. Não muda radicalmente o rumo da empresa, mas não deixa de ser uma lufada de ar fresco importante”, confessa o director. O projecto de romper com a dependência da AutoEuropa não é novo, mas teima em tornar-se efectivo: “Neste momento, a Webasto Portugal dedica-se ao mercado português e espanhol, mas a ideia é não estar só dedicada Portugal Inovador Apostar no futuro à AutoEuropa. Poderemos usar a produção da Webasto Portugal noutros equipamentos além dos tectos retrácteis. É essa a estratégia que tenho estado a seguir, a par da casa-mãe, para tentar sair da dependência do EOS e do 207cc. Temos capacidade para produzir tectos de abrir e tectos panorâmicos, produtos que seriam bastante interessantes do ponto de vista de negócio. Claro que, para que isso aconteça, terá de ser a Webasto a ganhar o concurso na Alemanha, para posteriormente podermos avançar com a produção”, relembra Rui Miguel Cunha. gócio, mas também porque todos sabemos que a AutoEuropa não se esgota em si mesma. E o que se passa é que a AutoEuropa é o que até compreendo enquanto estratégia - demasiado fechada em si mesmo. Daqui a algum tempo, se a AutoEuropa sobreviver e o Parque Industrial não o conseguir fazer, como é que a AutoEuropa vai resolver este problema? Na minha opinião, a AutoEuropa deveria olhar para o Parque Industrial como uma parte de si, fortalecendo através do diálogo esta lógica de parceria tão importante para ambas as partes”. Para o futuro, e apesar do cenário negro traçado, há razões para manter o optimismo na Webasto: “Nenhuma empresa na Europa poderá dizer que daqui a três anos ainda estará em funcionamento. A questão é demasiado complexa para se analisar de uma forma tão linear. Acredito que existem muitas possibilidades para a Webasto se manter em funcionamento, até porque temos alguns pergaminhos... Em termos de performance, esta fábrica é uma referência na Webasto. Do grupo Webasto, somos os únicos fornecedores de nível A (classificação de Qualidade) da Volkswagen em todo o mundo! Do ponto de vista de performance financeira temos uma fábrica muito equilibrada. Fizemos uma redução de 40% ao nível de overheads, o que é brutal, e passámos a um turno de produção, em vez dos dois que sempre tivemos. Ou seja, no global, mesmo com estas quebras acentuadas nas vendas do EOS, temos conseguido ajustar os custos às vendas. Se mantivermos um percurso atento ao mercado, iremos com certeza sobreviver a estas dificuldades”, prevê Rui Miguel Cunha. Valorizar parcerias No entanto, o director geral da Webasto mostra-se consciente quanto às dificuldades em romper com a dependência da AutoEuropa: “A nossa sobrevivência e da Webasto, na sua vertente industrial, passa inevitavelmente pela AutoEuropa. A partir do momento em que não haja uma AutoEuropa, se algum dia esse cataclismo acontecer, obviamente que a indústria automóvel desaparece em Portugal. Nesse sentido, nas muitas reuniões que tenho com a AutoEuropa, tenho tentado passar uma mensagem de parceria. Não só como perspectiva de nePágina Exclusiva 23 Portugal Inovador Potencial logístico Enquanto agente de navegação, a Sitank tem uma posição segura no Porto de Sines, focando agora as suas atenções na área logística. Um potencial de crescimento que poderá catapultar a facturação da empresa já nos próximos anos. A Sitank – Navegação e Logística, Lda. assume-se como a primeira agência de navegação a operar em Sines. Inclui-se, desde 1977, no topo da lista dos agentes de navegação com o maior número de navios agenciados no porto de Sines. O ponto de partida deu-se com o atendimento do primeiro navio que escalou o porto de Sines (nessa altura só o terminal petrolífero estava construído) para descarregar crude oil para servir de “test run” da maior refinaria nacional acabada de construir. A Sitank está, por razões óbvias, familiarizada com todo o tipo de navios tanques que servem a indústria petroquímica, atendendo em média, numa base mensal, cerca de 25 navios distribuídos pelas categorias de granéis líquidos e de carga contentorizada. A actividade logística da Sitank Página Exclusiva 24 é uma aposta recente. Em 2009, com o investimento de um milhão de euros na construção de uma nave de 5000m2, a Sitank criou condições para descarregar e carregar contentores e camiões no seu reduto. O leque de serviços logísticos prestados pela Sitank inclui, como enumera João Damas, da administração, “a consolidação e desconsolidação de cargas, transportes porta-a-porta, centro de distribuição de produtos de grande consumo, armazenamento e acondicionamento das mercadorias e verificações físicas por parte da Alfândega.” Logística em ascensão Para a administração da Sitank, a área de logística, sob a responsabilidade directa de João Damas, é “seguramente a área com maior potencial de desenvolvimento. Um dos objectivos principais deste investimento é passar a servir importadores espanhóis que tenham a possibilidade de trazer cargas da China e Extremo Oriente para Sines. As vantagens de poder importar através do Porto de Sines estão à vista de todos. Por um lado, está provado que transportar contentores por via terrestre mais de 200km é um contrassenso, e por outro, e talvez seja o mais relevante, Sines não obriga ao pagamento do IVA em antecipação, o que, por si só, já é muito atractivo. Para a Sitank, a grande vantagem seria ter clientes como o Grupo Inditex, um importador massivo de contentores do Extremo Oriente”. João Damas acrescenta que “as dinâmicas de crescimento da carga contentorizada e os tráfegos cada vez mais globais nas cadeias de abastecimento e de distribuição alavancam Portugal Inovador a importância da logística”, o que explica esse potencial de desenvolvimento. Considera que é uma actividade que, simultaneamente, envolve uma grande exigência. Já na área de shipping, onde a concorrência tem aumentado, a evolução torna-se mais lenta: “Em termos de potencial como agente de navegação não há muito mais a fazer a não ser tentar angariar novos clientes e esperar que ao nível da Refinaria e/ou petroquímica aumente a necessidade de escoamento de produtos levando a um maior tráfego de navios. Com o alargamento do Terminal XXI espera-se um aumento do movimento de mercadorias levando à necessidade de recurso a mais navios. O principal entrave ao desenvolvimento da Sitank nesta área deve-se, em parte, ao crescimento do número de agências a operar em Sines, o qual, não teve, até agora, correspondência proporcional do lado do número de navios que escalam este porto”, afirma a gerente da Sitank, responsável directa pela área de shipping, Maria Joana Barroso. Um futuro em vista Da parte da Sitank há perspectivas de crescimento para 2012, ainda assim, mantém-se alguma apreensão face ao rumo do Porto de Sines: “A empresa facturou cerca de três milhões de euros em 2011, sendo perspectivável um novo crescimento em 2012. Ainda assim, não deixamos de lamentar algumas decisões que não estão a beneficiar as empresas nacionais aqui presentes… Ou seja, o terminal de contentores de Sines foi construído por uma empresa de Singapura, empresa de renome internacional, que explora terminais de todo o mundo. Foi mui- to bom receber um investimento desta dimensão, por parte de uma empresa com este calibre. Sines preparou-se para receber navios de grandes dimensões, no entanto, é preocupante constatar que a estiva de Sines esteja sob a alçada de um único cliente. Não coloca em causa todo este investimento, mas é, seguramente, um limitador ao potencial de actividade de todas as outras empresas”, alerta a administração. A Sitank mostra, contudo, interesse em desenvolver novos projectos. “Estamos a estudar áreas complementares ao nível da intermodalidade, assegurando a movimentação eficiente dos produtos, e ao nível do aumento do nosso portefólio de serviços. O Porto de Sines está a crescer e a diversificar os mercados servidos, nomeadamente na carga contentorizada, e nós queremos acompanhar esse crescimento.” Página Exclusiva 25 Portugal Inovador A fertilizar o sucesso Na vanguarda da inovação e desenvolvimento, a Fertinagro assume-se, no panorama nacional e internacional, como um dos líderes de mercado. Com uma vasta gama de fertilizantes, desde os correctivos orgânicos a adubos foliares, a Organização dá resposta às especificidades de cada cultura. Em entrevista à Portugal Inovador, José Vieira, administrador da Fertinagro Portugal, traça as directrizes que irão manter a empresa na senda do sucesso. Inserida num grupo prestigiado, grupo Tervalis, a Fertinagro tem edificado um percurso de meritório sucesso. Sendo a confiança, o dinamismo e o empreendedorismo valores profundamente intrínsecos ao ADN desta Organização, a Fertinagro alavancou o crescimento com base numa estratégia inovadora e expansionista – estando presente em Espanha, França, Itália, Portugal, Marrocos, Argélia, entre outros. “A sorte protege os audazes”, pode ler-se na Eneida de Virgílio. E foi com audácia, tenacidade e perseverança que José Vieira encetou aquele que viria a revelar-se um projecto de vida – a Fertinagro Portugal. “Trabalho há 30 anos no sector e já tive outros projectos em Página Exclusiva 26 mãos. Porém, chegou a altura em que era necessário começar tudo de novo, uma nova era. Eis que surge então a Fertinagro Portugal. Comecei sozinho, sem instalações e fazia cerca de 120 mil km/ano. Este projecto exigiu muito esforço, mas só assim foi possível alcançar este nível”, afirma, com regozijo, José Vieira. Com instalações equipadas de acordo com os imperativos legais, a actividade desenvolvida pela Fertinagro é inócua para o ambiente, tal como garante José Vieira: “A nossa produção respeita o ambiente, não contamina os solos. Aliás, somos das poucas empresas que se orgulham em poder exibir três certificados: ambiente, segurança e qualidade”. Miguel Martinho, responsável administrativo, também dá voz a este projecto. Na empresa há já dez anos, “é um elemento de confiança que faz o controlo da gestão e dá apoio directo à administração”, afiança o empresário, José Vieira. “Não estamos aqui para perder” Quinze anos no mercado são o corolário do profissionalismo da Fertinagro – um percurso pautado por estratégias que despoletaram um ciclo de crescimento virtuoso. A Fertinagro conseguiu um crescimento substancial de 2010 para 2011 e para o ano de 2012, apesar das dificuldades do mercado espera-se um crescimento significativo. Portugal Inovador José Vieira perspectiva uma evolução auspiciosa para a Fertinagro: “Somos um dos maiores grupos de fertilizantes da Europa. Estamos a crescer e temos um objectivo no mercado português: conquistar mais clientes. Houve um investimento de 10 milhões numa nova fábrica em Huelva que já está a trabalhar para desenvolver produtos que terão grande impacto no mercado Português. Estou convencido que vamos conseguir alcançar o nosso objectivo. Pouco a pouco, step by step, continuaremos a crescer”. Na vanguarda da I&D Com o ímpeto de apresentar produtos inovadores ao mercado, a Fertinagro dedica “4,25% da sua facturação à Investigação e Desenvolvimento. É um componente muito importante para o Grupo”, sustenta Miguel Martinho. Os centros de pesquisa, sediados em Utrillas – Espanha – Dispõe de equipas multidisciplinares (agrónomos, biólogos, químicos, entre outros) e de protocolos com outras entidades estatais e privadas de investigação, focados em desenvolver fertilizantes mais económicos e eficientes. Para- lelamente, o Grupo dispõe ainda de cinco laboratórios de controlo de qualidade de matérias-primas e produtos acabados. Assim, com um percurso onde flutuam desafios, conquistas e vitórias, a Fertinagro Portugal continuará a ser um ‘player’ prestigiado no sector em que actua. Página Exclusiva 27 Portugal Inovador O ‘bichinho’ do teatro… A Leonel&Bicho é o parceiro ideal na produção de cenários e estruturas metálicas para qualquer tipo de espectáculo ou evento. Com um know-how de três décadas, o trabalho da empresa é reconhecido nacional e internacionalmente. Falar em Leonel&Bicho pode não dizer muito à grande maioria dos portugueses, mas se enumerarmos alguns dos espectáculos, em que assumiu a responsabilidade de execução de cenários, então a associação é imediata. Do icónico ‘Canção de Lisboa’, baseado no célebre clássico do cinema português de Cotinelli Telmo; passando pelo ‘My Fair Lady’, galardoado com Globo de Ouro para Melhor Espectáculo do Ano e Prémio de tradução; pelo ‘Rainha do Ferro-Velho’, de Garçon Kanin; por ‘Amália’, considerado o melhor espectáculo do ano 2000; pelo memorável, ‘Maldita Cocaína’, ou mesmo pelo cenário de ‘Quixote Opera Bufa’, espectáculo do teatro ‘O Bando’, encenado por João Brites que esteve em cena em 2010, no Teatro Trindade, tendo ganho em 2011 o Prémio do melhor espectáculo atribuído pela SPA/RTP. ‘Crazy Horse’ faz também parte do vasto currículo da empresa. Recorde‑se que Lisboa foi, em 2007, a quarta cidade do mundo a receber este espectáculo no Auditório do Casino de Lisboa. Como revela Leonel Caldeira, fundador e sócio-administrador da empresa, “para a realização do cenário, em qualquer parte do mundo, Página Exclusiva 28 têm que ser respeitadas as regras do projecto original – inaugurado em Paris a 19 de Maio de 1951 – tais como as dimensões do espaço de representação. Assim sendo, tivemos que nos deslocar a Paris para estudar o projecto e, de seguida, construí-lo no Auditório do Casino de Lisboa!”. Foi assim meticulosamente edificado por esta empresa portuguesa um espaço que, por curiosidade, tem a idade do nosso entrevistado. A Leonel&Bicho tem sido um parceiro de excelência de grandes cenógrafos portugueses, construindo uma relação duradoura baseada numa paixão comum: o teatro. Mas nem só de teatro vive a Leonel&Bicho, sedeada em Alcochete (Setúbal), abraça a cenografia de projectos televisivos e todo o tipo de eventos que requisitem os seus serviços: “Lembro-me de executarmos a Caravela Quinhentista presente na cerimónia de abertura do Euro 2004. Foi um projecto ambicioso em que nos pediram a execução de uma caravela que, obrigatoriamente, pudesse ser transformada numa quinhentista para o encerramento. Conseguimos não só, projectar e concretizar a caravela, como conseguimos desmonta-la no encerramento, num minuto e 15 segundos. Foi um sucesso”, relembra Leonel Caldeira. Recentemente, a Leonel&Bicho tomou a responsabilidade de executar o cenário da empresa Forella, um dos mais importantes da telenovela Rosa Fogo. Telenovela que, aliás, alcançaria o maior número de audiências numa estreia de telenovelas da SIC: “É um conceito inovador que foge ao que é, tradicionalmente, feito em televisão. Não são apenas três paredes, com câmaras em frente, mas sim um cenário tridimensional, que oferece outro tipo de possibilidades ao realizador”, explica Leonel Caldeira. A execução de trabalhos para exposições é outra das valências desta empresa que, desde 2009, está envolvida na produção da ‘Nasa Aventura Humana’, que tem vindo a estar presente em vários países europeus (Suécia, Espanha, Turquia). Encontrar soluções Ironicamente, a constante procura dos clientes acabou por deixar pouco tempo para a prospecção de novas soluções para combater uma eventual quebra no sector: “Estivemos constantemente envolvidos em projectos, descurando um pouco a visão de negócio enquanto empresa. Ou seja, o trabalho foi de tal forma constante que acabamos por ficar sem tempo para nos preparar para uma eventual crise. Assim, quando a crise chegou a Portugal fomos apanhados de surpresa”, lamenta Leonel Caldeira. Ainda assim, a Leonel&Bicho investiu o seu capital na criação de novas instalações: “Com capital próprio, criámos novas instalações. Era fulcral para desenvolver trabalhos nas dimensões que pretendíamos e por isso mudámos para as actuais ins- Portugal Inovador talações. Eu costumo dizer que foi a única ‘vaidade’ desta empresa”, sorri Leonel Caldeira. “Tínhamos projectado a criação de um departamento técnico que iria ocupar o andar superior do armazém, mas com a crise económica decidimos colocar essa hipótese em stand-by. Seria incomportável integrar, nos quadros da empresa, dois ou três técnicos especializados numa altura como esta. Reconheço que a empresa ainda conseguiu registar algum crescimento no ano passado graças à sua estratégia de actuação no mercado externo, nos últimos três anos. Mas este ano, tendo em conta os resultados do primeiro semestre, será difícil conseguir o mesmo”. Directamente, os projectos no mercado externo da Leonel&Bicho foram realizados em Africa e na Europa, ainda que, indirectamente, já tenha executado projectos para todo o mundo. “O mercado externo pode ser uma solução, desde que os negócios sejam realizados com segurança. Não podemos arriscar em criar mais situações de crédito malparado. Outra hipótese de sobrevivência no mercado interno será apostar mais na vertente industrial, onde já executámos várias Esculturas e temos capacidade para todo o tipo de estruturas metálicas.” A paixão pelas Artes e Espectáculos, essa, nunca desaparecerá: “Temos capacidade para tornar reais as ideias preliminares dos nossos clientes. Nós criamos soluções e este é o nosso lema. Como diria um grande cenógrafo, e amigo pessoal que infelizmente já faleceu - A Leonel&Bicho nunca faz o que eu lhe peço, mas faz sempre o que eu quero!”, conclui Leonel Caldeira. Página Exclusiva 29 Portugal Inovador Inovar na panificação Grande parte das panificadoras do país estagnaram no tempo. No caso da Panificadora de Santo André, poder-se-ia dizer que está um passo à frente da actualidade. Gelados, chocolates e franchising são os três condimentos desta receita de sucesso. Visitar o Litoral Alentejano e não dar de caras com uma das lojas de venda ao público da Panificadora de Santo André é muito difícil. Com nove lojas, distribuídas por Sines, Grândola, Melides, Carvalhal, Vila Nova de Santo André, e prestes a inaugurar a décima em Santiago do Cacém, a Panificadora de Santo André é a casa preferencial dos milhares de residentes nesta região do país. Para o fundador, António da Silva, o crescimento gradual tem compensado: “Ironicamente, esta casa teve início no Baixo Alentejo, concelho de Almodôvar, a minha terra Natal. Só depois decidimos regressar à terra natal. Começámos com um posto de venda e distribuição, sendo que hoje já contamos com nove lojas e fabrico próprio. Com muito trabalho, fomos crescendo até aos dias de hoje”, congratulase o empresário. Entretanto, António da Silva passou à segunda geração da família, quase por completo, os destinos Página Exclusiva 30 da empresa. Ricardo Silva trouxe juventude à Panificadora de Santo André e, sobretudo, vontade de crescer. Empresa inovadora Ricardo Silva é o primeiro a dizer que o sector mudou muito desde o início da empresa: “Os paradigmas pelos quais se regia este sector há 20 anos, quando iniciámos a empresa, já não são os mesmos. A revenda, por exemplo, deixou de fazer sentido para uma empresa como a nossa. Ainda existem alguns clientes seguros, mas optámos por trabalhar com distribuição a 90% para as nossas lojas. Depois, é claro, a nossa estrutura também cresceu muito. Passámos de 20 para 80 funcionários, o que nos obriga a ser muito mais cuidadosos na gestão da empresa. É complicado, principalmente quando há muitas empresas familiares a produzirem o nosso produto, sem quaisquer tipo de condições e que apresen- tam preços mais acessíveis. Mas o cliente também reconhece essa diferença… Por isso, a solução foi vocacionarmo-nos para o cliente final”. Com base nesta mudança de atitude, surgiram também novos produtos na Panificadora de Santo André: “Além da pastelaria, padaria tradicional, bolos de aniversário e casamento, actualmente apresentamos dois produtos sazonais que nos diferenciam da concorrência. No Inverno brindámos os clientes com chocolates de fabrico próprio e no Verão apresentámos os nossos gelados, sob marca própria, numa panóplia de aromas muito extensa”, avança Ricardo Silva. O sucesso destes produtos está garantido, tendo já recebido alguns prémios nacionais: “Ficámos em segundo lugar no Festival Internacional de Chocolate de Óbidos, com três esculturas criadas para o efeito. É muito bom receber este tipo de reconhecimento externo pelo nosso trabalho, ainda que não seja um exemplo único. O nosso bolo-rei está muito bem cotado nos concursos nacionais e depois temos aquelas especialidades que nos distinguem - é o caso do folar algarvio, do pão alentejano ou dos nossos pastéis de nata”, salienta o administrador. No total, são usadas mais de duas toneladas de farinha diárias para produzir os cerca de 350 artigos que compõem o leque de produtos da empresa. Números impressionantes para um sector que muitos dizem estar em quebra. Portugal Inovador Revolucionar negócio E para que a Panificadora de Santo André não perca o ritmo, Ricardo Silva está a implementar um novo conceito de negócio: “Fizemos, recentemente, o registo da marca ‘Panificadora de Santo André’ e estamos a ponderar enveredar por uma situação de franchising. Se tudo acontecer como esperado, até Outubro deste ano deveremos abrir as primeiras três lojas franchisadas. Número que poderá ser aumentado até ao final do ano. Para já, sabemos que temos nove lojas e que, para qualquer uma delas, temos pessoas interessadas em avançar com o fran- chising. Para nós, seria um negócio muito interessante porque nos permitiria retirar continuar a fornecer essas lojas, colher alguns dividendos e manter um controlo exigente sobre a qualidade de serviço das lojas”, explica Ricardo Silva. “Temos capacidade, com os nossos níveis de produção, de ir até às 25 lojas franchisadas nesta zona. Qualquer coisa acima disso, e fora desta região, terá de ser alvo de uma análise para saber se compensa, ou não, abrir um novo centro produtivo”. Página Exclusiva 31 Portugal Inovador Sangue novo, vida nova A Contab-Batnoc rejuvenesceu. Sem desprezar a qualidade de serviço que sempre lhe foi atribuída, o gabinete de contabilidade, localizado na Moita, foi reestruturado, prometendo uma nova abordagem ao mercado. Tornou-se vulgar o incentivo ao empreendedorismo em Portugal, mas são raros os exemplos concretos de verdadeiros cidadãos empreendedores. Na Moita, encontrámo-nos com Melanie Félix, administradora da Contab-Batnoc, e um desses raros exemplos. Jovem e determinada, decidiu no início deste ano abraçar um novo desafio: “Sempre trabalhei na área financeira. Inicialmente na Contab, onde realizei um estágio, e posteriormente em multinacionais. Sabendo das dificuldades que a Contab atravessava decidi delinear um projecto de reestruturação. Falei com o TOC da empresa, uma Página Exclusiva 32 pessoa que admiro muito, para saber se estaria interessado em fazer parte desse projecto e tudo começou assim. Aproveitamos o capital humano da empresa e a carteira de clientes da empresa, mudámos a denominação social para Contab-Batnoc e iniciámos um novo projecto”. Serviço personalizado Actualmente, a Contab-Batnoc conta com um quadro de oito profissionais que prestam apoio a cerca de 130 clientes. A experiência no mercado continua a ser o maior atractivo de uma empresa que está, gradualmente, a apresentar novas competências. Neste momento, um cliente que procure a Contab-Batnoc terá acesso às áreas de: contabilidade geral e analítica; responsabilização como Técnicos Oficiais de Contas; análise da empresa e posterior elaboração de um plano de contas de acordo com as necessidades de informação de gestão da direcção; classificação e registo da contabilidade de acordo com o SNC e em conformidade com as normas em vigor; elaboração das demonstrações financeiras da empresa; elaboração das obrigações fiscais nos prazos legalmente estabelecidos; e gestão de pessoal. Um gabinete que presta os serviços tradicionais de contabilidade, apoio à gestão e cumprimento das obrigações fiscais, complementando-os com um acompanhamento constante ao cliente: “Acredito que nesta área específica, a melhor imagem é a qualidade do serviço e a imagem que transparecemos no mercado. Nesse sentido, tentamos dar um acompanhamento personalizado aos nossos clientes”, garante a administradora. Angariar clientes Dedicada, em larga maioria, a clientes de pequena/média dimensão, a Contab-Batnoc conhece de perto os efeitos da actual quebra da economia nacional: “Sabemos que muitos dos nossos clientes ultrapassam situações difíceis nesta fase. Por isso tivemos de renegociar algumas avenças para garantir uma continuidade. Cabe-nos a nós encontrar a melhor forma de cativar novos clientes. Sabemos que quando a Contab iniciou acti- Portugal Inovador vidade, actuava de forma isolada. Hoje, isso já não acontece. Há muita concorrência nesta região geográfica que, invariavelmente, recorre aos preços para angariar clientes. Essa não será a nossa estratégia. Queremos destacarnos pela qualidade do nosso serviço e é por isso que iremos lutar”, explica Melanie Félix. A Contab-Batnoc promete ainda proactividade na busca por novos clientes: “Temos consciência das dificuldades que a maioria das empresas atravessam, por isso queremos estar atentos ao mercado porque poderão surgir oportunidades tanto na aquisição de carteiras de clientes como de profissionais, caso se torne necessário. Por outro lado, um dos grandes projectos que pretendo implementar a curto-prazo passa pela contratação de uma pessoa para a área comercial. Trabalhamos com em- presas de grande dimensão, mas gostaríamos de alargar esta franja de clientes”, avança a administradora. Projectos de parceria com outros profissionais do ramo também estão na calha, ficando reservado para o futuro a médio-prazo um desejo de expansão: “Gostaria de abrir um pequeno gabinete em Lisboa para potenciar essa angariação de clientes pela localização. Temos 20 a 30% do nosso potencial por ocupar, pelo que iremos trabalhar arduamente para o reduzir”, assegura Melanie Félix. Página Exclusiva 33 Portugal Inovador A histórica Casa Lanchinha Com cerca de 120 anos de actividade, a Casa Lanchinha é uma das empresas familiares com maior tradição no tecido empresarial português. A quarta geração da empresa enfrenta agora os novos desafios de uma economia, cada vez mais, global. a limpeza e o embalamento. Depois representamos marcas de renome e que nos asseguram qualidade e mercado. É o caso das Rações Zêzere, a única empresa certificada nacional a fazer alimentos compostos para animais”, revela Cosme Almeida. Responsabilidades Longe vão os tempos em que o fundador da empresa, João de Almeida, navegava no rio Tejo para distribuir as misturas de cereais que alimentavam os animais da região. A pequena lancha em que se deslocava garantiu-lhe a alcunha ‘Lanchinha’ que ainda hoje é associada à família Almeida. Actualmente, é Cosme Almeida, bisneto do fundador, o administrador da Casa Lanchinha, uma empresa secular que mantém as vivas as suas raízes: “Demos continuidade ao legado de Página Exclusiva 34 João de Almeida, ainda que numa escala maior. Hoje, a Casa Lanchinha actua sob duas vertentes: comercial e industrial. Ao nível comercial, temos três lojas de venda ao público – Moita, Faias e Vendas Novas – onde vendemos rações e respectivos derivados. Para além disso fazemos a revenda para todo o país e Galiza. Na vertente industrial, fabricamos e representamos diversos tipos de rações. Internamente, trabalhamos os cereais em lotes de misturas simples, fazendo Apesar de tudo, a dimensão desta PME Líder não a deixa indiferente aos grandes problemas do sector: “Pela primeira vez, desde que conheço esta empresa, tivemos um decréscimo ao nível das vendas. Era algo previsível, mesmo sabendo que a Casa Lanchinha já tinha iniciado um plano de reestruturação. Infelizmente, reduzimos a estrutura a 28 colaboradores, quando, em tempos, chegámos a ser 40…”, lamenta o administrador. “Hoje, as empresas têm de ser mais produtivas e reduzir os custos fixos para conseguir suportar os encargos e os cortes sucessivos da Banca. Por outro lado, acredito que a falta de apoios do Estado é o reflexo da falta de fiscalização aos apoios concedidos no passado. Se os empresários fossem responsabilizados pelos seus actos, as PME cumpridoras poderiam estar hoje a funcionar de forma mais saudável”, alerta Cosme Almeida. Portugal Inovador Apelo ao investimento Registando um volume de vendas e prestação de serviços bastante significativo para o sector, a Tecnitema é uma empresa estabilizada. Sólidas parcerias e representações de qualidade têm sido o suporte desta PME localizada em Sines. põe de parcerias com as empresas Montaga e Mibérico, onde actua na área da Manutenção Industrial em permutadores, colunas e depósitos, intervindo na limpeza de alta pressão, nas reparações e construção de permutadores e seus componentes”, explica João Paulo Nunes. Fortalecer negócio Da necessidade de dar apoio às Indústrias Petrolíferas, Petroquímicas, Centrais Térmicas e Terminais Portuários localizados no Complexo Industrial de Sines, nasce a Tecnitema. Desde 1992, a empresa fundada por João Paulo Nunes tem sido um dos parceiros incontornáveis de indústrias tão importantes como a Refinaria, a Petroquímica, a Central Térmica e todas as indústrias locais, bem como outras instalações noutros locais do País. Actividade especializada A Tecnitema tem nas suas representações e parcerias, um dos segredos do negócio: “Uma forte aposta em representações de grandes fabricantes de equipamentos e componentes mecânicos, com um bom compromisso na assistência técnica, formação e aconselhamento, têm sido a “chave” do sucesso desta empresa. Destacam-se as representações da KSB, fabricante de bombas centrífugas e válvulas, a KLINGER no sector de válvulas, juntas, empanques e indicadores de nível, a CPI com os componentes para compressores e a UHDE equipamentos para aplicações de altas pressões. Paralelamente a Tecnitema dis- O sócio-gerente da Tecnitema mostra-se disponível para realizar parcerias no mercado externo, sem descurar a principal actividade nas Indústrias de Sines: “Estamos abertos a colocar algumas representações no mercado externo. Já o fizemos pontualmente, através de clientes a operar nos Palops, pelo que poderá ser uma hipótese. No entanto, e sabendo que a Tecnitema trabalha a 99% para o mercado interno, preocupa-me muito o estado do país, concretamente na vertente industrial de Sines. É importante que as empresas continuem a investir em Sines. Os nossos clientes estão a investir menos do que aquilo que desejaríamos, mas continuamos a acreditar no enorme potencial deste complexo industrial”. Página Exclusiva 35 Portugal Inovador Networking: informação e visibilidade João Abreu Diretor da Academia das Emoções Docente no Instituto Superior Miguel Torga Segundo um estudo da DBM, 51% dos inquiridos usa as redes sociais para comunicar com os seus contactos, e 49% declarou que a maior vantagem das redes sociais é a possibilidade de gestão e comunicação com grupos de clientes, enquanto 58% declarou usar as redes sociais para encontrar informação relevante de negócio. É por demais reconhecido, no mundo dos negócios, que aquilo que conhecemos vem sendo substituído, no ranking dos fatores decisivos, por quem conhecemos. Estar no sítio certo, no momento certo, com a pessoa certa, é determinante. Solução para este problema? Uma abertura de conta numa qualquer rede social e já está! Nada de mais parcialmente errado! Sim, porque a adesão às redes e media sociais e de contatos é também uma ferramenta útil. Mas insuficiente! O que se procura quando se estabelecem e se investe em relações duradouras, em novas relações? Aceder a informação delicada e muitas vezes quase inacessível, converter-se no líder da organização onde se trabalha, encontrar caminhos de financiamento e parcerias de negócio, acelerar a curva de rendimento profissional, vender mais e num maior espaço de mercado, cimentar a reputação, aumentar o poder da socialização em qualquer ambiente, ultrapassar barreiras burocráticas, assumir responsabilidades, conseguir apoios, patrocínios ou mecenas, inovar em função dos contributos da rede, internacionalizar e solidificar a rede existente. Por tal fato, fazer networking significa aumentar o poder de chegar à informação e ganhar visibilidade. Networking Profissional não é para para quem está, desesperado, à procura de emprego, apenas para praticar num certo momento, apenas para alguns, não é dar muitos cartões pessoais, apenas estar presente, não é galanteio, não é sorrir para a fotografia ou falar imediatamente de política, religião, sexo ou futebol. Devemos, sim, começar por responder, de forma direta, a certas questões, averiguar se temos feito o trabalho de casa do networking: sou, ou fui, dirigente associativo?; participo habitualmente em feiras, eventos, profissionais ou outros?; estou ligado a redes sociais?; desenvolvo outra atividade profissional em paralelo (dar aulas, por exemplo)?; pratico/pratiquei desportos coletivos, frequento o ginásio?; estou inscrito ou participo em ações de teatro, dança, música? Construir a rede antes de precisar dela é a palavra de ordem no networking. Para tal, importa travar conhecimento com pessoas, na qualidade de amigos, não profissionalmente, tentar que se tornem nossos clientes, da nossa ideia ou projeto, não do produto ou serviço, fazer bom trabalho até ao limite, fazer voluntariado profissional, assumir cargos de liderança nos hobbies, desenvolver novas competências, novos conhecimentos, fazer parte de um grupo de antigos estudantes, de uma associação de pais, frequentar cursos ou regressar à Escola/Universidade. Este é o ponto de partida! *Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico Página Exclusiva 36 Portugal Inovador Braga Página Exclusiva 37 Portugal Inovador “A Universidade do Minho tem hoje um impacto significativo na região” Actualmente a representar 18358 estudantes, a Associação Académica da Universidade do Minho baseia a sua actividade juntos dos jovens, na promoção do empreendedorismo e na criação de capital de conhecimento Considerada uma das cidades mais jovens da Europa, Braga é este ano Capital Europeia da Juventude. A Associação Académica da Universidade do Minho é, como não poderia deixar de ser, promotora oficial de várias actividades ao nível do desporto, cultura e empreendedorismo, que fomenta junto dos jovens. O trabalho da AAUM “vai além das fronteiras da universidade e estendese a toda a cidade”, revela o presidente Hélder Castro. Nos seus 34 anos de história, a AAUM trabalha para ir de encontro aos problemas, anseios e desejos dos estudantes, de forma a complementar o seu percurso formativo: “Os estudantes precisam de actividades extracurriculares que completem a sua formação e desenvolvam as suas competências”, conclui Hélder Castro. Nesse sentido, muitas das actividade já levadas a cabo no âmbito da Capital Europeia Página Exclusiva 38 da Juventude tiveram uma participação massiva dos jovens e do resto da comunidade, e quando o ano ainda está a meio, muitos eventos ainda estão por acontecer. Criado em novembro de 2010, o Gabinete do Empreendedor da AAUM acaba por ser hoje um marco da instituição. “Empreendedorismo é não apenas a criação de empresas e planos de negócio, é uma forma diferente de olharmos o mundo e um estilo de vida”, afirma Hélder Castro, dessa forma, esta visão começou a ser uma realidade dentro da universidade e hoje faz parte de tudo. O Gabinete do Empreendedor começou a sensibilizar os jovens para o empreendedorismo e a fornecer ferramentas e apoios, “actualmente, muitos dos cursos têm unidades curriculares sobre o empreendedorismo”, observa o presidente da AAUM. Assim, no âmbito da Capital Europeia da Juventude, vai acontecer em Novembro próximo, a Feira Internacional da Empregabilidade e Empreendedorismo, promovida pela AAUM. Além disto, o Gabinete do Empreendedor vai abrir também no Espaço Generation no centro da cidade. O ponto alto a nível desportivo vai acontecer com os campeonatos mundiais universitários de futsal e de xadrez, eventos organizados este ano em Braga pela AAUM. Sendo que a Universidade do Minho foi uma das universidades com maior comitiva e que mais medalhas arrecadou no último europeu da especialidade, espera-se uma boa campanha para os portugueses. Com mais de 200 actividades num só ano, o Festival Universitário de Artes Performativas vai ser um dos mais consagrados eventos culturais ainda a acontecer, entre outros. “A Universidade do Minho é jovem, mas é exigente e de excelência, temos tido visão e ambição para trabalhar nestes critérios, a UM tem hoje um impacto significativo na região e as empresas sentem a necessidade de criar parcerias com a universidade”, afirma Hélder Castro. É sobre este prisma que muitos bons exemplos de sucesso de empresas e spin-offs surgiram no seio da Universidade do Minho, muitas das actuais grandes empresas e empresários do nosso país tiveram origem em Braga. Apesar de tudo, Hélder Castro ainda considera que “existem sempre arestas a limar, mas que estamos a correr a passos largos para a criação de um grande capital de conhecimento e almejámos um futuro muito promissor”, conclui o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho. Portugal Inovador Página Exclusiva 39 Portugal Inovador Um Instituto de pós-graduação com visibilidade internacional Com origens que remetem à fundação da própria Universidade do Minho, o Instituto de Educação (IE) tem vindo, ao longo dos anos, a adequar a sua oferta formativa à realidade educativa e social do nosso país. Os seus projetos de ensino e de investigação têm captado alunos de graduação e de pós-graduação do país e do estrangeiro, com especial relevância dos países da CPLP. O Instituto de Educação foi uma das Unidades que esteve presente desde a fundação da Universidade do Minho, em 1973, tendo contribuído para a sua afirmação e desenvolvimento. O Instituto teve um papel decisivo na formação de milhares de professores que permitiram o alargamento da escolaridade básica e secundária a toda a população portuguesa. “O país precisava de muitos professores para alargar a escolaridade básica e secundária, para atender às necessidades de educação de adultos e para lançar o pré-escolar. Nesse sentido, a Universidade do Minho e o Instituto, desempenharam um papel importante criando Página Exclusiva 40 um modelo integrado de formação de professores e educadores de infância”, começa por explicar Leandro Almeida, Presidente do IE. Esta necessidade de profissionais para o ensino diminuiu na década de 90 e o Instituto diversificou a sua oferta formativa. Hoje, o Instituto dispõe de duas licenciaturas em Educação e em Educação Básica, mas a sua maior aposta está na pós-graduação. Escola centrada na Pós-Graduação “Ao nível da formação de professores, desenvolvemos cursos de formação pós-graduada em áreas bastante diversas como a Adminis- tração Escolar, Tecnologia Educativa ou Educação Especial tendo em vista a especialização dos professores para novas funções no sistema educativo. Por outro lado, não nos cingimos à vertente do ensino. A licenciatura e o mestrado em Educação forma técnicos para desenvolvimento comunitário, social e familiar”. Estes técnicos operam em serviços autárquicos, empresas, instituições de solidariedade social ou associações diversas, sendo profissionais “mais voltados para a formação e promoção da qualidade de vida das pessoas e das comunidades”, atenta Leandro Almeida. Neste momento, o IE tem cerca de Portugal Inovador 1800 alunos, estando a sua maioria a frequentar cursos de mestrado. De referir que “Professores e técnicos de educação investem bastante na sua formação contínua em resposta à complexidade das solicitações sociais e à valorização das suas carreiras profissionais”. O IE conta com “um corpo docente muito qualificado em áreas bastante diversificadas da formação de educadores e professores, assim como da educação em geral. Muitos dos docentes são referência a nível nacional e internacional contribuindo para a atractibilidade dos seus cursos”. A qualidade dos cursos e dos docentes envolvidos tem captado não só alunos provenientes de todo o país, mas também do estrangeiro, nomeadamente dos países de língua oficial portuguesa. “São alunos que consideram a Universidade do Minho uma referência, devido à existência de áreas de excelência – como a educação de adultos, a intervenção comunitária, a supervisão pedagógica, a tecnologia educativa ou o desenvolvimento curricular, entre outras”. A língua e o facto de alguns destes países atravessarem processos consolidados de desenvolvimento em que emergem grandes necessidades de investimento na área da educação, ajudam a explicar o sucesso destas parcerias internacionais. Leandro Almeida refere-se aos casos recentes de Angola, Moçambique e Timor, sendo que “com o Brasil e Cabo Verde o trabalho de parceria tem já vários anos e múltiplas formas”. O Instituto “está presente nestes países lecionando os seus cursos ou apoiando, através dos seus docentes, os cursos dessas instituições”. Estas parcerias beneficiam do funcionamento de alguns cursos em regime de b-learning. Empregabilidade na educação Numa altura em que a taxa de desemprego entre os jovens diplomados é um assunto na ordem do dia, o Presidente do IE reconhece que “estamos num contexto de intervenção fortemente afetado pelas condições económicas do país”. Leandro Almeida lembra que “os jovens encontram no IE formação académica superior que não está direta ou exclusivamente centrada no ensino. A nossa formação, nomeadamente dos alunos que apostam na licenciatura e mestrado em Educação, caracteriza-se pelo desenvolvimento de competências de largo espectro interventivo, o que tem facilitado a sua entrada no mercado de trabalho onde as instituições assumem um papel na finalização da preparação dos seus próprios profissionais”. Mesmo na área do ensino, o Instituto tem procurado diversificar a sua oferta formativa organizando projetos de profissionalização de professores em novas áreas como o ensino da música ou da informática. “Portugal não pode reduzir o ensino superior aos cursos com emprego direto e imediato, aliás fecharíamos a maioria dos cursos. Seria lamentável que os jovens portugueses tivessem que sair do país ou irem apenas para as instituições privadas para concretizarem os seus projetos vocacionais”, salientou Leandro Almeida. Espírito de Campus A propósito da iniciativa Braga Capital Europeia da Juventude, Leandro Almeida considera que o facto de Braga ser uma cidade “potenciadora de um contexto de vida académica bastante enriquecido faz com que a Universidade do Minho apareça como primeira opção para muitos estudantes”. Acrescenta que, “a universidade estando organizada em campus universitários, quer em Braga quer em Guimarães, possibilita aos alunos oportunidades ímpares de enriquecimento”. Em sua opinião “a par do apoio social que o jovem facilmente perceciona, este espírito de campus favorece o desenvolvimento de competências e a sua transição para a idade adulta”. Página Exclusiva 41 Portugal Inovador No caminho da Inovação É sob o lema ‘Uma Escola Para a Sociedade’ que, ao longo de quase quatro décadas, a Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) tem vindo a consolidar o seu caminho. A Escola de Engenharia está cada vez mais apostada num projeto global: a produção de novo conhecimento nos seus centros de investigação, de reconhecida excelência, a sua difusão através dos seus projetos de ensino, com elevada procura, e uma forte aposta na aplicação desse conhecimento com os seus parceiros de referência do tecido empresarial. A inovação faz parte do ADN da Escola de Engenharia da Universidade do Minho desde a sua fundação, em 1975, em todas as vertentes da sua missão. Foi a primeira Escola a oferecer, em Portugal, uma licenciatura em Engenharia Informática, bem como outros projectos de ensino inovadores, como a Engenharia de Polímeros e a Engenharia Têxtil, projetos ancorados em departamentos específicos e em centros de investigação de excelência internacional. Como Escola de Engenharia integral, a sua marca na cadeia “Investigação & Inovação & Desenvolvimento” está patente na indústria que aplica a engenharia e a tecnologia, nomeadamente na indústria automóvel e aeronáutica, através da engenharia de polímeros, ou da engenharia têxtil, em particular nos “têxteis funcionais”, estes com Página Exclusiva 42 forte contribuição para a qualidade de vida, incluindo a área do desporto. Também na área de engenharia civil, através de investigação de excelência, a EEUM tem-se afirmado, a nível internacional, na área da reabilitação do património histórico. A EEUM marca também presença na área da biotecnologia e bioengenharia, destacando-se o setor da Segurança Alimentar, através do Centro de Engenharia Biológica (CEB), um dos seus centros de investigação com classificação de Excelente. Por sua vez, o 3B’s (Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos) é o centro de investigação com maior produção científica a nível europeu e partilha o seu edifício no AvePark com a sede do Instituto Europeu de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa. Através do seu lema, “Uma Escola para a Sociedade”, a EEUM participa ativamente e é líder em projetos de investigação que visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida, nomeadamente através da aplicação dos avanços nas suas áreas de excelência da bioinformática médica, biomecânica e dos sistemas robóticos aplicados às neurociências. A qualidade da investigação e do ensino nestas áreas tem conduzido a uma participação crescente da EEUM no “Health Cluster”, constituído por um conjunto de empresas de sucesso instaladas, na sua maioria, no norte de Portugal. Com mais de 6200 alunos, dos quais cerca de 700 alunos de doutoramento, e 310 docentes, a Escola é, atualmente, uma das instituições mais procuradas a nível nacional, e “a sua posição no ranking nacional continua a melhorar ao longo dos últimos Portugal Inovador anos”. Para Paulo Pereira, este é um sinal do reconhecimento da qualidade do ensino ministrado pela EEUM, suportado por investigação de qualidade internacional. O reconhecimento internacional também está evidente na continuação da parceira da EEUM com o prestigiado MIT (Massachussets Institute of Technology). A Escola, as Empresas e a Sociedade A EEUM assegura a sua missão através do elevado empenho de todos os seus recursos humanos, alunos, docentes, investigadores e pessoal técnico e administrativo. Ao nível da captação dos seus alunos, recentemente, e “com muito empenho por parte da EEUM”, a Reitoria da Universidade do Minho (UMinho) aprovou o seu Plano de Promoção de Excelência Académica, o qual atribui bolsas de estudos aos alunos com classificação superior a 16 valores no secundário que se inscrevem nos seus cursos, assim como aos seus estudantes com elevado desempenho ao longo do seu percurso na UMinho. A relevância dos resultados da investigação produzida pelos centros de investigação da EEUM é sublinhada pelo elevado número de patentes, nos mais diversas áreas da Engenharia, assim como nas empresas nascidas da iniciativa dos graduados da Escola (Spin-offs). Esta intensa atividade foi recentemente reconhecida a nível nacional com a atribuição do prémio COTEC Empreendedorismo à UMinho. “Trata-se de uma distinção que pretende identificar, entre as instituições de ensino superior, as que de forma mais efetiva promovem a valorização do conhecimento produzido dentro da universidade para a sociedade, através da criação de novas empresas, de alto valor acrescentado”. “Para a EEUM, todo o processo de interagir com a sociedade é crucial, não apenas na transferência e valorização do conhecimento, mas também ao nível da formatação dos nossos projetos de ensino. Em geral, procuramos discutir os planos de estudos dos nossos projectos com os mais relevantes parceiros do tecido empresarial, numa perspectiva de formação de engenheiros com as competências mais adequadas para atuarem num mundo cada vez mais globalizado”. Quanto à valorização do conhecimento, a EEUM, pelo seu lado e também em cooperação com outras escolas da UMinho, procura “desafiar as empresas a identificar problemas onde estas sentem que a investigação pode fazer toda a diferença, ao tornálas mais robustas e competitivas no plano internacional”. Um exemplo dessa postura da EEUM é o recente protocolo firmado entre a UMinho e a empresa Bosch (uma das empresas com maior produção de patentes a nível mundial), a qual, na sequência de anterior cooperação com a EEUM, reconheceu “o saber produzido nos seus centros de investigação, em particular na área da electrónica industrial e dos materiais compósitos”. Neste âmbito, as duas entidades (UMinho e Bosch) desenvolverão projetos de investigação e inovação, quer com o financiamento da própria empresa, quer com fundos comunitários. Além de continuar a reforçar as áreas onde já tem indicadores de excelência a nível internacional, a EEUM está a elaborar um plano estratégico para o domínio do mar, onde já tem vários projetos de investigação, em parceira com outras entidades, nacionais e estrangeiras. Esse domínio, abrangendo projetos de ensino, de investigação e de valorização do conhecimento, incluirá os mais diversos sectores da atividade marinha, integrando uma abordagem multidisciplinar, desde a biotecnologia até à engenharia civil, passando pela produção e transporte de energia, com a participação de todas as outras áreas da engenharia. Em última análise, a EEUM assume o desafio de, com os seus parceiros estratégicos, promover a exploração sustentável deste imenso território nacional e dos seus recursos, incluindo a sua sustentabilidade ambiental, minimizando o impacto de desastres no mar e estudando medidas de redução e controlo da erosão costeira. Página Exclusiva 43 Portugal Inovador Um Projecto Educativo com Liberdade A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho (ECS) trouxe o que de melhor se faz em universidades de referência a nível mundial e reuniu essas práticas num projecto educativo centrado no aluno, com espaço para a liberdade e para o saber fazer. O reforço na investigação, com o Centro Clínico Académico, trará mais-valias para o futuro da instituição. A ECS, uma das mais jovens escolas da Universidade do Minho (UM), constituiu-se em 2000. Para a criação do seu projecto educativo, viajou por diferentes paragens e universidades de referência, trazendo e adaptando ao contexto do nosso país princípios de educação inovadores. “Criámos uma oferta formativa centrada num currículo integrado. O curso de Medicina não está organizado em disciplinas, mas sim em unidades curriculares multidisciplinares. Aqui, o actor principal é o aluno e não o docente. É-lhe concedida a liberdade para construir o seu percurso. Estamos concentrados em que os alunos aprendam saberes relacionados com a medicina, e que aprendam, sobretudo, a saber fazer, com competências clínicas, e a saber estar, com atitudes, comportamentos e profissionalismo”, explica o vice-presidente da escola, Nuno Sousa. Assim, os alunos “têm contacto com os doentes logo que entram, no primeiro ano, e por outro lado, também são convidados a revisitar as ciências básicas quando já estão na fase clínica do curso”. Trata-se de um modelo híbrido, que não se centra em apenas uma metodologia, e no qual “a aprendizagem é mais entusiasmante, os índices de motivação são maiores e as taxas de retenção de conhecimento são muito elevaPágina Exclusiva 44 das”, continua o responsável. Para além do Mestrado Integrado em Medicina, a ECS tem programas de pós-graduação, com o Mestrado em Ciências Biomédicas, e três programas doutorais – novamente Ciências Biomédicas, Medicina, e o MD/PhD, pioneiro no nosso país. Nuno Sousa explica: “Trata-se de um programa inspirado em modelos norte-americanos e que é extremamente prestigiado e competitivo. Como não existia nada do género em Portugal, fizemos uma parceria com a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e a Thomas Jefferson, em Filadélfia. Este é um programa em que os alunos fazem os primeiros cinco anos de medicina, depois interrompem, fazem os três anos de doutoramento e depois concluem medicina.” O rigor e método estão presentes a cada momento, e a instituição valoriza, em particular, a avaliação. “Todo o curso está sob escrutínio interno e externo. Temos um projecto de investigação muito interessante, o estudo longitudinal. Fazemos o acompanhamento de todos os alunos desde o dia em que entram, com um conjunto de questionários sobre tudo o que está para trás, e depois ao longo do curso, e da vida. Mantemos o contacto com os graduados e a UM criou, inclusive, um Alumni, de forma a acompanhar os seus trajectos depois da universida- “Criámos uma oferta formativa centrada num currículo integrado. O curso de Medicina não está organizado em disciplinas, mas sim em unidades curriculares multidisciplinares. Aqui, o actor principal é o aluno e não o docente. É-lhe concedida a liberdade para construir o seu percurso. Estamos concentrados em que os alunos aprendam saberes relacionados com a medicina, e que aprendam, sobretudo, a saber fazer, com competências clínicas, e a saber estar, com atitudes, comportamentos e profissionalismo” Portugal Inovador de. Algo que, mais uma vez, não se faz muito em Portugal”, explica. Uma das razões que levam a que estes alunos prefiram a ECS é, a par do modelo de ensino, a possibilidade de fazer investigação. De facto, a escola possui “um instituto de investigação, que entretanto se transformou num laboratório associado, que é a categoria mais elevada da rede científica nacional. Cerca de 40% dos alunos de medicina passam por lá, e alguns deles acabam por ficar”, revela Nuno Sousa. Ainda no âmbito da investigação, o vice-presidente da ECS afirma que um dos projectos com mais relevância no presente e futuro da escola é o centro clínico académico. A funcionar no Hospital de Braga, resulta de uma parceria entre a UM “O facto de existir um espaço inserido num hospital onde se faz investigação clínica é, mais uma vez, algo único em Portugal. Ao nível da investigação mais básica, temos um instituto de referência nacional e internacional, mas tínhamos um handicap nesta área. São estruturas como esta que vão ajudar a mudar isso” e o Grupo José de Mello e foi constituído enquanto associação sem fins lucrativos. “Nesse serviço são internados voluntários, que podem ou não estar doentes, e faz-se investigação clínica. O facto de existir um espaço inserido num hospital onde se faz investigação clíni- ca é, mais uma vez, algo único em Portugal. Ao nível da investigação mais básica, temos um instituto de referência nacional e internacional, mas tínhamos um handicap nesta área. São estruturas como esta que vão ajudar a mudar isso”, conclui o responsável. Página Exclusiva 45 Portugal Inovador Aposta na investigação como forma de crescimento Em entrevista à Portugal Inovador, Johannes Sommerhäuser, administrador comercial da Bosch Car Multimedia Portugal, afirma que a “aliança do ensino à prática empresarial é sempre uma mais-valia, orgulhamo-nos por receber investigadores e docentes da UMinho”. Instalada desde 1990 em Braga, o que incentivou a Bosch Car Multimedia a instalar-se nesta cidade? Actualmente qual o seu peso socio-económico na região? A Blaupunkt, da Bosch, iniciou, em 1990, a produção de auto-rádios para a Grundig numa joint-venture com esta empresa em Braga. Em 2009, com a venda da Blaupunkt e do negócio de auto-rádios para o consumidor final, a empresa adoptou a designação Bosch Car Multimedia Portugal. Para além de sermos uma empresa com evidente crescimento, temos um papel directo na economia da região ao oferecermos emprego a mais de 2100 pessoas. Sendo actualmente a maior empresa do grupo em Portugal, desde o início ela se afirmou nesta posição ou foi crescendo ao longo do tempo? A aposta constante em I&D teve um peso considerável neste crescimento? As decisões estratégicas tomadas nas últimas duas décadas permitiram à Bosch Car Multimedia Portugal tornar-se na maior empresa do Grupo no país e na principal unidade produtiva da divisão a nível mundial. Uma destas decisões foi a diversificação do portefólio de produtos da emprePágina Exclusiva 46 sa, de forma a nos mantermos competitivos no mercado. O desenvolvimento positivo do volume de vendas confirma a eficácia da estratégia adoptada. A aposta em I&D teve um papel importante neste crescimento. Temos cerca de 90 colaboradores especializados no Departamento de I&D e no Centro de Competências para as tecnologias de produção de componentes electrónicos. Assinaram recentemente um protocolo para os próximos 5 anos com a Universidade do Minho, em que é que se baseia esse protocolo e que mais-valias irá trazer para ambas as partes? Na criação de um centro de I&DT, que permitirá a criação de empregos qualificados na região e a promoção da competitividade das instituições a nível internacional através da oferta de produtos e soluções inovadoras. Na Bosch Car Multimedia Portugal, verificar-se-á um aumento das actividades de I&D, enquanto a UMinho contratará 30 bolseiros de investigação. Este projecto envolve colaboradores da empresa e 90 membros da UMinho. Entre os projectos a desenvolver, estão os novos chassis em plástico para auto-rádios e sistemas de navegação e um sistema de suporte à produção que melhore a sincronização entre diferentes áreas de fabrico. Que factores tiveram em conta para escolher a U. Minho para estabelecer esta parceria? A UMinho é uma das entidades de ensino mais prestigiadas do país. Temos total confiança nos conhecimentos e nas práticas partilhadas pe- los membros da UMinho e estamos seguros que acrescentarão valor ao nosso trabalho. A proximidade foi outro dos factores que nos levou a eleger esta Universidade, de forma a garantir a boa comunicação e o trabalho em equipa entre todos os envolvidos no projecto. Sendo a Bosch Car Multimedia Portugal um Centro de Competências para o mercado Europeu, a imagem da empresa, bem como da cidade e da Universidade do Minho, vão ser favorecidas no futuro através deste protocolo e dos seus frutos? Consideramos que aliar o ensino à prática empresarial é sempre uma mais-valia. Na Bosch, orgulhamonos por receber investigadores e docentes da Universidade para que possam colocar em prática os conhecimentos que adquirem e transmitem diariamente. Para a Universidade, acreditamos ser positivo estar envolvida num projecto com a Bosch, empresa que lança regularmente novas tecnologias. Espera-se ainda que o centro de I&DT consolide a actividade industrial de elevado valor acrescentado na região. Planeiam, no futuro, estreitar ainda mais as relações com a UMinho? Sem dúvida que ambicionamos que esta parceria se prolongue e evolua. Pretendemos desenvolver novos projetos que tenham por base a inovação e o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, para os quais esperamos poder continuar a contar com o apoio da UMinho. Portugal Inovador Tradição e modernidade Situados num edifício histórico da Avenida Central de Braga, o Hotel Bracara Augusta e o Restaurante Centurium são já espaços de referência na cidade. A Portugal Inovador esteve à conversa com o proprietário, António Costa. modernidade, aproveitando as iguarias da cozinha regional, com pratos como o Bacalhau à Braga, a carne barrosã ou alheira, aliando-os a reconhecidos pratos da cozinha internacional. A distinção Bib Gourmand, atribuída a restaurantes com uma oferta de alta qualidade a preços moderados, pelo Guia Michelin, é um dos sinais de reconhecimento do Centurium, que está também concebido para receber festas e eventos. Tanto no restaurante, aberto em 2005, como no hotel, que iniciou actividade no ano seguinte, se vive e respira tradição. Este edifício, que em tempos foi a antiga casa da Legião Portuguesa, foi adquirido em 1999, dando origem a um hotel de charme e restaurante localizados bem no centro da cidade de Braga. “Temos tido um feedback muito positivo”, revela António Costa. Composto por 17 quartos e duas suítes, o hotel Bracara Augusta está bem cotado entre as principais agências e tem tido taxas de ocupação acima da média. A arquitectura e decoração apra- zíveis são aspectos que, certamente, têm peso nas preferências dos hóspedes. António Costa enfatiza que “a ideia foi conservar o original, integrando a modernidade com a antiguidade”, facto que tem sido notado e congratulado, inclusive, por arquitectos estrangeiros que visitam o hotel. O espaço possui também um jardim, nas traseiras do hotel, onde se pode disfrutar de um ambiente de grande tranquilidade. A diversidade gastronómica do restaurante é outras das maisvalias. Mais uma vez, jogouse com a dualidade tradição/ Página Exclusiva 47 Portugal Inovador Turismo em várias frentes Ao reunir num só local um hotel rural, restaurante, espaço para eventos e conferências, actividades radicais e enoturismo, a Quinta do Esquilo, em Amares, apresenta-se ao público como um empreendimento turístico em várias frentes, rodeado pelo melhor que a natureza à entrada do Gerês tem para oferecer. Em tempos idos, esta casa pertencia aos monges beneditinos do Mosteiro de Santo André, em Rendufe. No século XVIII, com a passagem do património da Igreja para o Estado, a quinta foi adquirida por particulares e pertenceu ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Primeira República, Augusto Soares. Em 2005, em homenagem aos pequenos roedores que costumavam vaguear pelo espaço, tornava-se oficialmente Quinta do Esquilo. “Quando pensámos a quinta, definimos que queríamos ter diferentes valências, distribuídas pelos sete hectares. Mas, mais do que ter uma oferta diversificada, tentámos integrá-la de forma coerente. Temos uma particularidade, que é o facto de podermos ter, por exemplo, pessoas no restaurante, enquanto há um grupo, na outra ponta da quinta, a fazer paintball e, no espaço de eventos, decorre um casamento. Há também a verPágina Exclusiva 48 tente de turismo de negócios, com empresas que requisitam a quinta para realizar as suas actividades – possuímos uma sala de conferências com 40 lugares. Para além disso, somos flexíveis. Se alguém nos liga a perguntar se, para além do almoço no restaurante, podem usar a piscina durante a tarde, nós, dentro do possível, tentamos dar resposta a esses pedidos”, explica o administrador da Quinta do Esquilo, Moisés Silva. O espaço do hotel rural, com dez quartos e capacidade para 28 camas, bem como o restaurante, foram recuperados, mantendo a estrutura original da casa. Numa segunda fase, foi construído o pavilhão de eventos na margem Portugal Inovador do rio Homem e aproveitou-se o espaço do pomar para fazer uma casa em madeira. “Temos actividades para uma família inteira – desde as crianças, com a Casa da Brincad’eira e o Parque Infantil, até à Casa da Leitura, para os mais velhos, ou as actividades radicais, para os jovens”, continua o responsável. A quinta tem uma equipa de nove pessoas a tempo inteiro, que também fazem catering externo e organização de eventos. Com cerca de 3,5 hectares de vinha, ali produz-se também vinho verde, proveniente das castas loureiro/ Trajadura/ perdenã, sob a marca registada Vale do Esquilo. Para já, pode apenas ser degustado ou adquirido na própria quinta. nomeadamente o inglês, francês e italiano, e a aprofundar os já existentes, “como o brasileiro, que já é bastante relevante aqui no Minho”. O responsável entende que “é preciso chegar ao ouvido das pessoas, despertar-lhes a curiosidade. Argumentamos com o carácter histórico deste espaço e com o conforto que proporcio- namos. As pessoas querem sentir-se em casa, e nós oferecemos uma estrutura antiga com condições contemporâneas. Exploramos o contraste entre a tradição e a modernidade. Já a nossa gastronomia, é vincadamente minhota. Damos-lhe apenas um ligeiro toque dos dias de hoje”. Já com alguns prémios e menções, a Quinta do Esquilo foi recentemente distinguida na gala do Comércio, uma iniciativa das Unidades de Acompanhamento e Coordenação para o Alto Ave e Alto Cávado, em parceria com a Associação Comercial de Braga e a Expoente. O Prémio de Alojamento na região do Minho “é um sinal do serviço de qualidade e excelência, possibilitado pela nossa diversidade de valências”. Num futuro próximo, a quinta vai iniciar o processo de certificação como Bike Hotel e, Moisés Silva, em particular, tem novos projectos em mente. “Adquiri uma marca que promove o turismo rural na região, a VisitMinho. A ideia é utilizar essa marca para promover não só a Quinta do Esquilo mas toda a região, através de uma estratégia mais integrada, apresentando o Minho como um produto estratégico, nomeadamente através de parcerias”, termina o responsável. Tradição e Modernidade A aposta neste tipo de resposta, diversificada e integrada, é, para Moisés Silva, “uma forma de combater e minimizar a sazonalidade”. A quinta tem vindo também a procurar captar novos mercados, Página Exclusiva 49 Portugal Inovador Uma Viagem Pelo Mundo da Moda Fundada em 2008 por José Neves, a Farfetch.com é uma plataforma pioneira a nível mundial. Ao reunir produtos das melhores lojas, este projecto, com grande parte das operações centradas na filial de Guimarães, revolucionou a forma de comprar artigos de vestuário de luxo. A ideia para a criação da Farfetch surgiu por volta de 2007, quando José Neves, que já tinha ligações ao mundo da moda e residia há vários anos em Londres, em conversa com retalhistas, se apercebeu de uma necessidade sentida pelos profissionais do mercado de vestuário de luxo. “Estamos a falar de empresas com dimensões Página Exclusiva 50 que não permitem dispor de recursos humanos, financeiros e logísticos para criar uma presença online, que lhes permita chegar a todo o mundo, garantindo qualidade de serviço e de imagem. Nessa altura, surgiu então a ideia de criar uma plataforma tecnológica e logística para resolver essa lacuna. Nasceu assim a Farfetch, resolvendo simultaneamente o problema das duas partes – lojas e consumidores”, explica José Neves. A Farfetch tornou-se, assim, um projecto único e inovador, ao permitir a qualquer pessoa o acesso a produtos altamente exclusivos das melhores boutiques de Itália, França Reino Unido ou EUA, de Portugal Inovador forma cómoda, à frente do computador. É, como afirma o próprio José Neves, uma possibilidade de “viajar pelo mundo da moda, sem passaporte”. Com um crescimento que o fundador define como “explosivo”, a Farfetch, em apenas quatro anos, criou quatro filiais – uma em Guimarães, outra em Londres, Los Angeles e São Paulo – totalizando 200 colaboradores, mais de 100 mil clientes activos em mais de 100 países e 250 lojas parceiras, espalhadas por 15 países. Os Estados Unidos encabeçam a lista dos maiores clientes da Farfetch, representando 25% das vendas. José Neves reconhece que o facto de “os negócios online terem um potencial de crescimento muito superior aos tradicionais” levou à aposta na criação de um projecto deste género. Tecnologia 100% Nacional As quatro delegações da empresa comandam diferentes operações, sendo que a filial de Guimarães detém um papel crucial no seu desempenho. “Em Portugal, temos desde a equipa de desenvolvimento de software – podemos dizer, com orgulho, que a tecnologia da Farfetch é 100% nacional – até à equipa de account management, costumer service, passando por toda a parte de fotografia e styling de todas as lojas da Europa”, atenta o responsável, referindo ainda que o departamento de Londres, cidade onde o próprio reside, concentra os departamentos de business development, online marketing, PR & communications e senior management. Importa referir que a Farfetch portuguesa, está, neste momento, a contratar novos colaboradores, nomeadamente engenheiros informáticos, bem como profissionais para os departamentos de account management, costumer service e logística. Comprar com Segurança Comprar através da Farfetch.com é fácil, cómodo e sem complicações. Depois de entrar no site, basta escolher o produto, encomendar e esperar que ele chegue a casa. “O cliente tem a oportunidade de conhecer as melhores boutiques de cidades como Los Angeles, Nova Iorque, Milão ou Paris. Quando o produto chega às lojas, nós fotografamos e ele fica disponível para o cliente encomendar. Em apenas dois ou três dias, o último grito das colecções de todo o mundo chega à Farfetch”, afirma o responsável. Face à impossibilidade de se experimentarem os produtos antes de se encomendar, a Farfetch tem uma política de devoluções que facilita ao máximo a vida do cliente. “No caso de não ficar satisfeito e desejar devolver o produto, nós oferecemos a devolução. Os portes são pré-pagos por nós, e o produto é recolhido onde o cliente desejar – seja em casa, no trabalho, ou onde lhe for mais conveniente. A pessoa tem dez dias úteis para fazer a devolução, e o reembolso do pagamento é imediato”. O trabalho desenvolvido pela Farfetch tem, inclusive, sido uma ajuda preciosa para as próprias lojas. “Temos tido um óptimo feedback por parte das lojas. Neste momento, a crise europeia é uma realidade, e como abrangemos muitas casas que se encontram em países com situações económicas adversas, como é o caso, por exemplo, de Itália e Espanha, a abertura a novos mercados é extremamente positiva. São boutiques que sentem cada vez mais a procura de países emergentes, como a China ou o Brasil, que têm cada vez mais uma clientela altamente exigente”, refere. O responsável considera ainda que “apesar de a crise afectar alguns países, a nível global, este mercado não está a sofrer. Os grandes grupos de luxo mundiais, cotados em bolsa, têm, mesmo neste momento de crise, reportado níveis de crescimento muito fortes”. Face a tudo isto, no futuro, a Farfetch reúne as condições necessárias para continuar a crescer. Os próximos objectivos passam pelo lançamento do projecto nas plataformas móveis, “acompanhando a evolução tecnológica e a fazer melhoramentos constantes no site,”. Perseguindo a meta de chegar cada vez a mais pessoas e mercados, a Farfetch está também a estudar a possibilidade de abrir uma filial no Sudoeste Asiático. Página Exclusiva 51 Portugal Inovador Um Talento Inato Decidiu que queria ser cabeleireiro – ou, como o próprio se intitula, Estilista capilar – depois de uma boleia inesperada, que, embora tenha realmente tido lugar, acaba por ser uma metáfora da sua vida: foi da Madeira até Londres, de Londres para o Porto, até se fixar em Braga, onde está de portas abertas desde 1997, com o salão J. Ayres. Oriundo de uma família humilde, José Reis Silva Ayres é um de nove irmãos que, desde cedo, revelou uma postura e personalidade que se destacava do meio rural em que vivia. Começou por trabalhar na agricultura, mas cedo percebeu que estava fora do seu elemento. Apesar de já cortar cabelo aos amigos, por graça, foi numa noite, depois de sair do restaurante onde trabalhava, na Ribeira Brava, que percebeu que queria, de facto, ser cabeleireiro. “Há 20 anos, era muito normal andar-se à boleia na Madeira. Eu tinha saído do trabalho e aceitei a boleia de um grupo de duas rapari- Página Exclusiva 52 gas e um rapaz que eram completamente diferentes, tinham penteados e roupas como eu nunca tinha visto. Depois de conversarmos, percebi que eram emigrantes, e o rapaz era cabeleireiro. Guardei até hoje as memórias dessa noite. Foi aí, que tive a certeza de que seria cabeleireiro”, recorda José Ayres. Com cerca de 20 anos fez-se à estrada. Esteve um ano em Londres, onde juntou dinheiro para o curso de cabeleireiro, e regressou à Madeira, onde tomou o primeiro contacto com o ofício. Aos poucos, foi ganhando fama de artista nas redondezas e, a conselho de amigos, viajou para o Porto. Passou por vários espaços na região, até que “um anjo da guarda”, uma fiel cliente, o ajudou a abrir o seu espaço em Braga. Já no seu espaço, José Ayres conseguiu a liberdade pela qual ansiava para definir a sua identidade. A admiração que tem pela Mãe, tornou-a a sua imagem de marca. Passou a designar-se ‘Estilista capilar’, para ir mais ao encontro da sua forma de estar na profissão. “O cliente vem cá, senta-se e embarca numa viagem. Tem que se deixar levar, porque eu não trabalho de acordo com pedidos, eu não corto pontas. Só há medida que vou trabalhando é que sei o que vou fazer”, explica, comparando a sua forma de trabalhar à escultura, vendo “a cabeça como uma forma a ser esculpida”. Esta postura, aliada à sua boa disposição – a par do talento nesta área, José Ayres tem o hábito de cantar, com mestria, o Fado, inclusive enquanto penteia os clientes – têm-lhe trazido filas intermináveis de curiosos, que se tornaram numa clientela fidelizada, rendida aos seus métodos. Actualmente, só atende por marcação, de terça a sábado, entre as 10h e as 20h. E, quem o visitar, tem uma garantia: será recebido e atendido pelo próprio. Portugal Inovador Todo o Minho num Só Lugar Ao longo de 14 épocas, mais de um milhão de pessoas visitou a Quinta da Malafaia. Os fiéis mais convictos rumam ao “maior arraial minhoto do país” todos os anos, religiosamente, e o fundador, António Cunha Guimarães, orgulha-se em ver as pessoas saírem com um sorriso nos lábios. Todos os sábados, por volta das 19h, centenas de pessoas aguardam a abertura da Quinta da Malafaia. A recepção é feita com a banda de música, e bailam no terreiro Cabeçudos e Gigantones, Bombos e Gaiteiros, que saúdam os visitantes. Depois, estes seguem para o interior do arraial, o único no país que tem 370 mesas marcadas e capacidade para 2500 pessoas sentadas. A quinta possui ainda um salão de eventos para 400 pessoas e esplanadas que envolvem todo o espaço do arraial com ramadas de vinho, tipicamente minhoto. Por detrás do colorido das luzes, das toalhas de mesa e dos enfeites está uma máquina logística bem oleada, sem espaço para contemplações. Tudo é cronometrado ao minuto, desde o assar das sardinhas – saem 1500 de dez em dez minutos – até aos espectáculos nos diferentes palcos, onde não falha uma nota, não há momentos parados. São cinco horas de espectáculo non-stop, num desfilar de tudo o que são tradições e costumes minhotos. “Fazemos desde a malhada do milho, com a participação dos visitantes, os ranchos folclóricos, bandas de música, cantares ao desafio, arruadas com Cabeçudos e Gigantones, Bombos e Gaiteiros, marchas populares… E depois temos um dos pontos altos da noite, que é a largada com cerca de três mil balões nas duas eiras, à meianoite”, conta António Guimarães. A cada arraial, as quantidades são astronómicas. Dez mil sardinhas, 700 quilos de broa, 700 quilos de frango, 250 quilos de rojões, 700 quilos de costelinhas ou 600 quilos de carvão, são apenas alguns exemplos da matéria-prima das dezenas de colaboradores da Malafaia. Nesta altura do ano, é habitual que os arraiais esgotem. Para além da bilheteira, os principais clientes são as câmaras municipais, juntas de freguesia e empresas. No entanto, tem-se sentido alguma quebra na procura da parte institucional. Apesar disso, a bilheteira continua a ser o forte da Quinta da Malafaia, e, em particular, nesta altura do ano, são muitos os emigrantes que vêm à festa para reviver as tradições da sua terra. “É um público que sente isto de forma muito diferente”, confirma o fundador. Não são só os emigrantes que levam a fama da Quinta da Malafaia a todo o mundo. Várias entidades procuram a Malafaia para realizar as mais diversas iniciativas: congressos, apresentação de produtos (feiras), comemoração de aniversários ou festas de Natal. Mais recentemente, um congresso internacional, com a presença de 116 países, foi um dos exemplos da heterogeneidade de públicos desta casa, que recebe repetidos elogios pela organização, limpeza e segurança. A Malafaia é também conhecida por proporcionar uma das mais famosas passagens de ano do país.“É tudo como numa boa casa de família. A Malafaia veio para ficar e está instituída no mundo”, termina António Cunha Guimarães. Página Exclusiva 53 Portugal Inovador “Packaging Solutions” Luis Pombeiro percebeu em 1980, que o mercado revelava uma tendência crescente em termos de consumo e que a embalagem passaria a ter um papel determinante junto do consumidor. Com inicio em 1987, a SITECNA é criada para responder a uma necessidade crescente do mercado, de apresentar soluções de embalagem que protejam e, simultaneamente promovam os produtos. Essa necessidade revelada, então, pela MAP Matérias Plásticas, justifica o arranque da empresa que, durante vários anos, produziu embalagens para as mais diversas séries de acessórios de sala de banho. No começo da década de 90, surgem novas oportunidades de negócio alavancadas pelo boom da comunicação móvel, e por áreas tão distintas como a automóvel, farmacêutica e de consumo, onde a SITECNA fez valer as suas competências ao nível do desenvolvimento de projecto e da sua capacidade de resposta, num momento em que o factor tempo era determinante. No entanto, é em 2004 com transferência para as novas instalações, associada a um forte investimento no seu parque de máquinas, que a empresa entra numa etapa de crescimento alicerçado na competência, qualidade e elevados níveis de serPágina Exclusiva 54 viço. Evolui para áreas de negócio como o alimentar, farmacêutico, cosmética e reforça a sua presença no setor automóvel, tendo conquistado a confiança de importantes players como a Delphi, Grundig, Bosch, Visteon entre outros. Aumenta a sua capacidade de manipulação de produtos e obtém a confiança de empresas ligadas à grande distribuição, o que lhe confere a responsabilidade de acondicionar e preparar os produtos para entrarem no ponto de venda. Com a constante aposta em tecnologia, software e formação a Sitecna está capacitada para realizar projectos “chave-na-mão”. Em 2007 a empresa atinge o seu valor mais elevado de facturação. Luís Pombeiro reconhece a importância de uma parceria forte com a Colep, o que permitiu atingir um nível de excelência no trabalho desenvolvido, para a marca americana Johnson & Johnson, no sector das embalagens para produtos home care. Core Business A SITECNA é reconhecida por ser especialista no trabalho de termoformação diversificando a sua atividade por diversas áreas de negócio. A tendência de queda da economia, sentida com maior incidência a partir de 2009, fez com que a SITECNA definisse no seu plano estratégico o desenvolvimento de novas competências na produção de embalagem, elegendo em primeira instância a Injecção de Polímeros, recorrendo à personalização e valorização da embalagem através do processo IML. Conta já com alguns produtos no mercado, pautando-se pela diferenciação através do design, funcionalidade e longevidade con ferida pela possibilidade de reutilização da embalagem, superando desta forma a expectativa dos clientes, indo ao encontro dos princípios definidos na sua Política de Qualidade, Ambiente Segurança e Saúde no Trabalho da empresa. “Sentimos a necessidade permanente de evoluir ao nível das soluções. Sempre nos preocupámos por oferecer ao nosso cliente um produto e serviço muito personalizado. Queremos estar no mercado afirmando os nossos Valores de Profissionalismo, Sentido de Responsabilidade, Confidencialidade, e Ética na relação com os nossos parceiros. Estamos no mercado e queremos vencer.” O caminho do sucesso Analisando a posição da Sitecna no mercado, podemos considerar que num ambiente tão competitivo, esta distingue-se pela capacidade de trabalhar em parceria com o cliente, garantindo qualidade no produto e rapidez de resposta. Portugal Inovador “Nestas áreas de negócio, não há espaço para falhas. Os clientes não podem parar uma linha de produção por falta de embalagens, este facto está assegurado pela nossa flexibilidade e rapidez de resposta”, explica. Como forma de garantir todo o seu Sistema de Gestão e exigências do mercado, a SITECNA é uma empresa certificada desde 1999 e actualmente está a implementar o Sistema de Segurança Alimentar HACCP. Para assegurar a conformidade dos seus produtos recorre, com uma periodicidade regular, a entidades externas acreditadas para o efeito. Aplica esta prática sempre que se trata de produtos alimentares ou, sempre que solicitado pelo cliente noutras embalagens não alimentares. Todo este procedimento torna a SITECNA uma empresa credível, factor cada vez mais determinante para as marcas que procuram qualidade e excelência. de de estar mais perto do cliente e queremos potenciar os recursos existentes nos mercados de destino. Não temos necessariamente que produzir embalagens, temos que gerar a necessidade das mesmas.” A criação de uma pequena unidade de negócio, numa economia emergente, apresenta-se como uma forte realidade do promissor futuro desta PME Líder. Futuro “Orientamos a nossa estratégia para o crescimento dentro das áreas de negócio onde nos situamos e onde houver espaço para crescer. É nosso objetivo aumentar de forma significativa a nossa cota de exportação directa, que se cifra atualmente nos 20%, para o efeito temos em curso um projeto de Internacionalização. Sentimos necessida- Página Exclusiva 55 Portugal Inovador Contrariando a tendência Situadas na Marinha Grande, as empresas Amtools, NewcutTools e a Inovatools Portugal, são três empresas que trabalham em conjunto na comercialização de ferramentas de corte e no fabrico de ferramentas de corte em apoio à indústria metalomecânica, e à indústria de moldes para plástico. A Amtools está no mercado há 11 anos e começou a trabalhar com ferramentas de corte no apoio à indústria de moldes. Com o tempo foi criando parcerias com o estrangeiro e descobriu uma nova necessidade, o apoio através da reparação e produção de ferramentas de corte. “Tentamos procurar uma solução diferente para um mercado em que faltavam opções” e foi assim que nasceu inicialmente a Linetools Lda, em 2007, da qual foi adquirida parte da empresa em 2010 pela empresa alemã “Inovatools Germany”. Daí a criação da empresa Inovatools Portugal, com o objectivo de dar apoio às necessidades que existiam no sector. “Procurámos trazer, tanto para a empresa como para os clientes, uma maior proximidade e soluções mais rápidas. Essa era uma grande necessidade e uma das lacunas que existiam no mercado. Hoje, por exemplo, um molde que se fazia em dois ou três meses faz-se em seis, sete semanas. O factor tempo é muito importante Página Exclusiva 56 para se conseguir estar perto do cliente, principalmente na indústria de moldes.” José Maia e José Pascoalinho são os gerentes da Amtools e Nuno André o gerente da Inovatools Portugal tendo esta última um sócio alemão - a “Inovatools Germany”. A Amtools recentemente criou uma nova empresa, a NewCutTools. “É uma empresa que achámos ser uma mais-valia para nós, pois foi criada com base nas representadas da empresa JBP, Lda., marcas essas conceituadas no mercado em apoio à indústria de moldes para plástico. A NewcutTools tem um excelente suporte técnico e produtos. Nós acabámos por adquirir estas representações e pessoas para fazer o complemento da actividade nas outras duas empresas a nível nacional.” Actualmente contam com vários parceiros em Inglaterra, Áustria, Alemanha e Japão que os complementam em termos do leque que acham necessário para apoiar as empresas. A nível de parcerias, podem fornecer tudo o que é ferramentas de corte, entre outros também contam com alguns produtos que não são propriamente materiais de desgaste rápido. Dentro das empresas Amtools e NewcutTools podem fornecer um serviço completo desde apoio técnico, equipamentos Portugal Inovador Página Exclusiva 57 Portugal Inovador para máquinas CNC, materiais de polimento moldes e criação de ferramentas especiais através da empresa Inovatools Portugal. Alguns exemplos são: cones BT40, SK40, etc., mesas magnéticas, brocas de furação de metal duro, brocas com pastilhas intermutáveis, fresas de metal duro, alongadores roscados porta fresas, Motor-Spindle de alta frequência, cabeças de alta frequência entre outros produtos também disponíveis. Estando a indústria em geral em crise têm tentado passar ao lado da mesma investindo em tecnologia moderna e stocks para que consigam contrariar esse ciclo. Segundo José Maia “a solução está em poder dar a resposta imediata na entrega dos produtos, tendo sido esse o motivo para obter boas performances nestes últimos anos.” A Amtools em 11 anos tem tido sempre bons resultados financeiros apresentando sempre resultados positivos. Na Inovatools Portugal só o primeiro ano é que não correu tão bem “isso porque começámos sem know-how, e daí não ter sido um ano fácil. Tivemos que procurar o conhecimento e a parte financeira ficou um pouco mais débil”. Contudo depois do primeiro ano, tem crescido sempre anualmente. Sendo uma empresa com uma parceria alemã conseguiram atingir mais rapidamente a procura necessária Página Exclusiva 58 em Know-how, “sendo uma indústria tecnológica estamos sempre em constante aprendizagem. Estamos sempre na procura constante do aperfeiçoamento”. A Inovatools Portugal está com exportação a 50% e Nuno André acredita que ainda virá a aumentar. “Há cerca de um mês, adquirimos mais duas máquinas e um controlador Genius Zoller de forma a podermos aumentar as exportações e diminuir os prazos de entrega das ferramentas de corte.” Para já toda a exportação é enviada exclusivamente para a Alemanha. Na Inovatools destacam-se ainda por duas mais-valias: a produção de especiais na hora e a recuperação de ferramentas usadas. “Agora, temos quatro máquinas CNC praticamente só a produzir, a afiar e a fazer ferramenta especial; três das quais são de carregamentos automáticos, como tal, podem ficar a trabalhar durante a noite ou fimde-semana a produazir.” Contam com maquinaria de topo, a mesma que é usada pelos principais fabricantes de ferramentas de corte no mundo, mas Nuno André já tem como novo objectivo vir a poder adquirir uma nova máquina, para produção de ferramentas de micro-fresagem. Relativamente aos últimos 11 anos, entre empresas de ferramentas de corte, a Amtools é uma empresa que tem crescido no mercado de ferramentas de corte em Portugal. Quanto ao futuro, “estamos sempre a procurar fazer mais, mas nunca fomos uma empresa de criar objectivos muito altos, pois temos noção da realidade do nosso país e da economia. Fomos crescendo sempre, sem grandes pressões”, conclui José Maia. Portugal Inovador A exigência do mercado nórdico A comemorar o seu 27º aniversário a Gasportex é uma PME Excelência que tem pautado o seu percurso pela inovação e diferenciação no seu sector de actividade. Corria o dia 1 de Agosto de 1985, quando Gaspar Ribeiro e a esposa, Olívia Ribeiro, deram início ao projecto profissional das suas vidas. Sediada na freguesia de Lodares, em Lousada, a Gasportex é uma empresa que presta serviços a alguns dos maiores players do sector têxtil. Se, inicialmente, a Gasportex era subcontratada por empresas portuguesas que colaboravam com reconhecidas marcas internacionais, à medida que a crise foi afectando o mercado interno, a gerência viu-se impelida a desenvolver o contacto directo com as marcas. Esta entrada no mercado externo foi de tal modo bem sucedida que hoje 98% da produção da firma resume-se à exportação, nomeadamente de vestuário técnico (Suíça, Alemanha e cerca de 85% para o mercado nórdico). Consciente da sua dimensão face aos clientes, a Gasportex deve o seu sucesso ao empenho e dedicação empregue em cada trabalho. “Os mercados com os quais colaboramos compram, habitualmente, no continente asiátio ou em países como a Lituânia. No entanto, a nossa firma tem conseguido manter uma boa relação comercial com esses clientes dado o rigoroso cumprimento de prazos e a qualidade certificada do nosso trabalho, em detrimento das guerras de preços”, explica Gaspar Ribeiro (filho), co-gerente. Um novo rumo Foi em 1995, com a entrada de Gaspar Ribeiro (filho) na administração da firma, que a Gasportex iniciou em força a sua entrada no mercado externo. Para marcar a diferença a aposta centrou-se na apresentação de trabalhos mais elaborados que vão ao encontro das necessidades das marcas: “Hoje em dia os clientes enviam-nos o design das peças com indicação das cores e nós assumimos a responsabilidade de pesquisar e adquirir todos os componentes, desenvolver os protótipos e enviar para apreciação. O caminho para obtenção de lucro, na conjuntura actual, passa, inevitavelmente, pela poupança e optimização dos processos”, explica. Têxtil Técnico Reconhecida no mercado nórdico pela elaboração de peças técnicas, a Gasportex está a realizar os procedimentos necessários para obter a certificação Gore-Tex que lhe vai permitir iniciar a criação de uma linha de fatos de neve, sob o processo de colagem e vulcanização. Num mercado em constante mutação, onde as empresas versáteis e multidisciplinares têm maiores garantias de sucesso, a Gasportex tem vindo também a marcar presença junto de clientes pequenos, que apostam em produtos complexos e com algum valor acrescentado. Manter os clientes de grande dimensão, angariando pequenos contactos, que exigem outro género de peças, tem sido o mote desta empresa portuguesa. O nome Gasportex é sinónimo de sucesso e sustentabilidade. Prova disso é a atribuição do prémio PME Excelência 2011, após ter alcançado um volume de negócios no valor de um milhão e 800 mil euros e um crescimento de 10% no seu volume de facturação. Para 2012 o objectivo da gerência passa pela manutenção deste prémio, sendo que é elevada a fasquia para um volume de negócio de dois milhões de euros. Página Exclusiva 59 Portugal Inovador “Trabalhamos para vê-lo sorrir” A Clínica da Trindade Dra. Daniela Picotez Brás, Lda de Chaves abriu as suas portas em 2001. Daniela Picotez Brás não ficou satisfeita e ainda este ano abriu uma nova clínica, desta vez em Vidago. Daniela Picotez Brás é médica dentista, formada pela FMDUP, e tem a sua própria clínica, onde conta com mais cinco dentistas e seis assistentes. Os objectivos que tinha com a abertura da clínica foram conseguidos rapidamente, por isso, e como só tinha uma sala equipada, “os objectivos passaram a ser equipar outra sala (na mesma Clínica) e comprar um ortopantomografo, o que também foi conseguido. Em 2009 a clínica alargou as instalações, ficando com mais uma sala equipada e mais três disponíveis. “Em 2012 equipámos uma quarta sala ficando esta preparada só para fazer implantes.” Inicialmente Daniela Picotez Brás trabalhou em várias clinicas, e a partir de 2004 dividia o seu tempo entre a sua clínica de Chaves e os SAMS. Contudo estes últimos resolveram fechar várias delegações, entre as Página Exclusiva 60 quais a de Chaves, o que levou a dentista a abrir uma nova clínica em Vidago. Em Julho deste ano a clínica abriu as portas e “está a ter muita aceitação por parte da população”. Em ambas as clínicas os tratamentos realizados vão desde simples destartarizações e restaurações a intervenções mais complexas como implantes e ortodontia. Daniela Pi- cotez Brás nota que a preocupação pela estética e pelo bem-estar oral da população tem vindo a aumentar “contudo ainda há um caminho longo para andar. Nota-se principalmente nas classes mais carenciadas a falta de higiene, falta de cuidados em todas as fachas etárias. A boca é muitas vezes esquecida e vítima de maus hábitos alimentares e vícios. E como se não bastasse ainda temos o entrave económico, as consultas não são acessíveis a toda a gente e apesar do Serviço Nacional de Saúde ajudar com o cheque-dentista, a sua abrangência ainda não é a ideal. Ainda temos um grande trabalho pela frente.” Quantos aos efeitos da crise, Daniela Picotez Brás, embora não a sinta, repara em alguns pormenores, “as pessoas marcam as consultas com maior intervalo entre elas, desmarcam mais vezes e faltam, porém como temos uma longa lista de espera temos conseguido colmatar essas falhas, mas não se sabe o dia de amanhã”. Para combater esta situação, os preços não foram Portugal Inovador aumentados apesar de os gastos serem maiores e todos os membros da equipa esforçam-se para estarem “mais presentes junto dos pacientes, mostrando e explicando mais os nossos serviços, não só nas clínicas mas também na Internet através do e-mail e Facebook”. Para ajudar ao bem-estar geral, a clínica conta também com instalações modernas e confortáveis e materiais inovadores. A Clínica da Trindade distingue-se, “acima de tudo, pela qualidade dos tratamentos, pela simpatia de toda a equipa e pelo excelente trabalho em equipa e depois pela elevada qualidade, quer na tecnologia, quer nas instalações e todo um vasto trabalho no crescimento e desenvolvimento contínuo na procura da perfeição”. Neste momento, e como abriu a nova clínica muito recentemente, Daniela Picotez Brás quer “consolidar os projectos e rentabilizar os investimentos” antes de se envolver em novos projetos. “Gostamos de crescer, mas com os pés bem assentes na terra. Continuaremos a trabalhar para o crescimento e desenvolvimento da empresa. É claro que queremos sempre mais e melhor, mas o futuro a Deus pertence”. Página Exclusiva 61 Portugal Inovador Com carinho “A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.” Madre Teresa de Calcutá Joana Paiva Ribeiro, sócia-gerente da SADAT – Serviço de apoio domiciliário do Alto Tâmega -, tem formação em gestão da qualidade para as respostas sociais e frequenta uma pós-graduação em Avaliação e Reabilitação na Neuropsicologia Clinica e dedica-se a cuidar de outros. O projeto SAD teve início em 2009 mas como se trata de uma empresa particular, a sua abertura levou algum tempo. Trata-se de uma empresa familiar na qual grande parte da equipa é mesmo família e dão “valência a Chaves e também às aldeias circundantes, daí ser Alto Tâmega” Esta empresa assegura todo o tipo de cuidados individualizados e personalizados no domicílio. Pois estes serviços são prestados 24horas. Ao contrário do que se possa pensar, o trabalho tem aumentado para estas pessoas que têm como lema “o humanismo e a solidariedade”, pois “prestamos serviços a clientes temporários (pós operatório), clientes com dependência permanente e clientes com ausência permanente ou temporária do cuidador”. Estão a apostar na saúde, mais precisamente em serviços de enfermagem e reabilitação domiciliária. “É um trabalho também social, por vezes muito do que nós fazemos os clientes não podem pagar”. De momento trabalham com 17 utentes e atuam nas mais diversas áreas, desde higiene pessoal, serviços de apoio doméstico, acompanhamento a consultas médicas e outras saídas e ainda serviços especiais como acompanhamento em doenças crónicas, degenerativas e oncológicas. Quem recorre à SADAT não quer deixar a sua casa para ir para um lar e pode garantidamente contar com um apoio psicológico e uma companhia mais familiar. “Penso que será o futuro, a maior parte das pessoas não vão querer ir para lares, só mesmo os desamparados”, mas são precisamente estes casos que Joana não consegue recusar. “Por vezes tenho “Por vezes tenho situações que gostava de ajudar mais, pessoas que podem pagar pouco e nós apegamo-nos a elas e não as consigo deixar” Página Exclusiva 62 situações que gostava de ajudar mais, pessoas que podem pagar pouco e nós apegamo-nos a elas e não as consigo deixar”. A gerente chega mesmo a fazer trabalhos, sem o passar para as funcionárias “porque se puser uma funcionária vou ter que lhe pagar e teria que cobrar ao cliente”. A gerente pensa que é difícil encontrar pessoas que queiram trabalhar tantas horas ao dia, fim-de-semana, feriados, mas termina lembrando-nos a todos que “de hoje para amanhã, podemos ser nós. Não sabemos como vamos ficar e as doenças surgem não há hora...”. A SADAT tem profissionais que trabalham em equipa e são pessoas especiais, pois “sentimo-nos realizadas por fazermos a diferença na vida dos nossos clientes, promovendo a felicidade e a independência dos clientes, no conforto das suas próprias casas. Todas as nossas prestadoras são formadas de forma cuidadosa, estando capacitadas para cuidar dos nossos clientes e outros clientes que possam necessitar de ajuda domiciliária. O SAD é uma das respostas sociais, portanto não queria perder a oportunidade de agradecer às Assistentes Sociais por referenciarem também o Serviço de Apoio Domiciliário”. Portugal Inovador Resort Sénior – Flavicórdia A qualidade dos serviços aliada à excelência dos espaços. O Resort Sénior – Flavicórdia é um novo conceito de equipamento social que consiste numa unidade de saúde em ambiente hoteleiro, combinando soluções tradicionais de âmbito social com uma assistência especializada em geriatria. Situado na nova entrada da cidade de Chaves – Av. Marechal Costa Gomes – este magnífico equipamento abriu ao público em Janeiro de 2011. Com uma arquitetura moderna, de amplas e luminosas áreas, tem capacidade para 57 clientes, e alia a excelência dos seus espaços – quartos (individuais e duplos), salas de convívio, capela, biblioteca, SPA, restaurante, terraços... – à qualidade dos serviços prestados – telefone e pequeno-almoço no quarto, espaço multimédia e Internet, serviço religioso e animação espiritual, biblioteca com jornais diários e revistas, enfermeiros e médico sempre disponíveis, fisioterapia, higiene pessoal, tratamento de roupas, alimentação cuidada e adequada a todas as patologias, vigilância permanente, transporte e acompanhamento nas saídas, actividades diárias de animação sociocultural, ginástica e classe de movimento, cabeleireiro, esteticista e massagista, SPA com diversos tratamentos terapêuticos e de relaxamento... Neste contexto e seguindo a filosofia defendida pela directora técnica, Susana Alves, quando afirma que a “qualidade, sendo dinâmica como dinâmicas são as sociedades e as necessidades das pessoas, é cada vez mais um factor de extrema importância, quer em termos pessoais quer em termos institucionais ou empresariais”, o Resort Sénior – Flavicórdia obteve, recentemente, a certificação de Estrutura Residencial para Idosos – Resposta Social Certificada, sendo uma das primeiras da região a receber tal qualificação. “Esta certificação foi fruto de uma exigente avaliação dos critérios definidos pelo Modelo de Avaliação da Qualidade das Respostas Sociais, concebido pelo Instituto da Segurança Social, que incidiu, principalmente, sobre os cuidados de higiene e conforto pessoal, a alimentação, os cuidados de saúde e as actividades de animação sociocultural” – concluiu Susana Alves. Página Exclusiva 63 Portugal Inovador Alojamento “Low Cost” em tempos de Crise O Hotel São Mamede é um dos hotéis de referência no Estoril, quando se trata da escolha de um alojamento com uma excelente relação qualidade/preço, voltado para o mercado corporativo. Devido à sua excelente localização, os clientes poderão ter acesso a um diverso leque de restaurantes, minimercados, bares, farmácias, bancos entre outros serviços, apenas a alguns passos do hotel. Desconto 5% de desconto para os leitores da Portugal Inovador, sobre as tarifas disponíveis da nossa webpage. Para acessar este desconto, será necessário enviar os pedidos de reserva, Em meio de um cenário económico nada animador, as empresas são forçadas a reduzir cada vez mais o orçamento referente às viagens corporativas. Neste contexto, com o objectivo de aproveitar um novo seguimento de mercado, o Hotel São Mamede apostou recentemente numa remodelação, visando manter a actual carteira de clientes e de angariar novos clientes. O Hotel dispõe de 41 quartos standards e duas suites, distribuídos por cinco andares, com conexão feita, através de dois elevadores. Todos os quartos estão equipados com casa de banho privativa, TV cabo em Lcd, telefone, ar-condicionado, serviço de despertar e Página Exclusiva 64 Internet Wi-fi gratuita, em todo o hotel. Além do serviço de alojamento, o hotel também dispõe de serviço de pequeno-almoço buffet, serviço de bar, lavandaria, fax, cofre, concierge, além de um esmerado atendimento. Próximo ao hotel existem algumas áreas de estacionamento público gratuito. O Hotel está localizado a apenas a 25 km da cosmopolita cidade de Lisboa, a 12 km da romântica vila de Sintra e a apenas 6 km do famoso circuito do Estoril. Extremamente acessível, pois mesmo ao lado do hotel encontra-se a Estação de comboios, de autocarros e a praça de táxis do Estoril. exclusivamente, para o [email protected], incluindo a referência “promo Portugal Inovador”. Portugal Inovador Modernidade, conforto e bem-estar Com uma excelente vista sobre o Tejo, o Hotel Vip Executive Art’s, no Parque das Nações, é uma das mais modernas unidades hoteleiras da capital O Hotel Vip Executive Art’s, de quatro estrelas, situa-se em pleno Parque das Nações, um dos locais mais modernos da cidade de Lisboa e um importante centro de negócios da capital. O edifício apresenta uma arquitectura moderna e o hotel dispõe de 300 quatros (10 suites e uma suite presidencial) com uma decoração e design vanguardistas, que aliam o conforto e bem-estar, agraciados com uma excelente vista sobre o Rio Tejo. O Hotel Vip Executive Art’s dispõe ainda de oito salas de conferência com diversas capacidades para a realização de reuniões e põe ao seu dispor um auditório com capacidade para 165 pessoas. Todas as Salas de Reunião estão equipadas com a mais recente tecnologia de ponta para apoio audiovisual e podem ser dispostas conforme as suas necessidades. A localização e as suas valências fazem do Hotel Vip Executive Art’s uma das mais modernas unidades hoteleiras de Lisboa, onde pode disfrutar na sua estadia de conforto e comodidade num ambiente que responderá a todas as suas necessidades de bem-estar. Página Exclusiva 65 Portugal Inovador Página Exclusiva 66 Portugal Inovador Página Exclusiva 67 Portugal Inovador Página Exclusiva 68
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