- Centro Tecnológico do Exército

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- Centro Tecnológico do Exército
CTEx
Notícias
Informativo do Centro Tecnológico do Exército
RIO DE JANEIRO
RJ
ANO II
N° 4
13 de junho de 2007
EDITORIAL
O cumprimento da missão de pesquisar e desenvolver Materiais de Emprego Militar de interesse do
Exército requer a compreensão de que, além dos procedimentos resultantes de uma elevada formação nos
assuntos de Engenharia, há a imperiosa necessidade de conscientização relativa às seguintes assertivas
gerenciais:
♦ as pessoas são o fator essencial do êxito ⎯ por essa razão, é necessário que lhes sejam propiciados
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
conhecimento, experiência, habilitação específica e estímulo para a criatividade;
a definição clara e precisa do objeto da pesquisa e desenvolvimento alicerça a eficácia do
planejamento ⎯ em conseqüência, o objeto deve ser estabelecido de tal sorte a transmitir a
conformação do material a ser produzido e a caracterizar o princípio, meio e fim do
empreendimento;
as soluções devem ser úteis, efetivas e oportunas ⎯ como corolário, impõe-se caracterizar o que é
possível, o que é desejável e o que seria ideal se recursos existissem; e também levantar a melhor
solução para o momento devido, condicionada aos meios disponíveis;
a duração de um empreendimento é relevante, dado que o descumprimento de prazo onera o
orçamento, prejudica a reputação e a confiabilidade da equipe ⎯ por conseguinte, é imperioso
realizar a previsão das possibilidades de atraso do cronograma de execução e planejar as alternativas
requeridas;
a análise de risco condiciona a possibilidade de sucesso, sendo seguro asseverar que, para a redução
dos riscos, deve-se buscar alternativas que tenham maior efetividade;
o estudo de viabilidade deve apoiar-se no balanceamento entre desempenho, tempo e custo, de tal
forma que não se transija com as necessidades adicionais de recursos, a menos que circunstâncias
excepcionais e imprevisíveis ocorram;
o projeto deve evoluir de forma incremental e estruturada, daí resultando soluções simples e fáceis,
com arquitetura aberta e do tipo “conecte e execute”, com a possibilidade de utilização das melhores
práticas associadas à inovação;
as experiências do passado e as contribuições de terceiros não podem ser desprezadas ⎯ assim,
mister se faz estudá-las, avaliar parcerias e adotar abordagens inibidoras de incertezas e
estimuladores do êxito;
o estado-da-arte não pode ser ignorado e deve ser utilizado como referencial para moldar soluções
que satisfaçam aos interesses brasileiros, de conformidade com a conjuntura vigente.
A observância dos princípios ora delineados e a prática das ações resultantes certamente permitem que
os Engenheiros Militares do CTEx possam obter equipamentos bélicos melhores, com mais rapidez, menor
custo e maior efetividade, bem como ampliar a contribuição para o incremento da operacionalidade da Força
Terrestre.
CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007
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FAPEB
Maj QEM Marcelo da Silva Roseira
Em 2006, foi instituída a Fundação de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – Exército
Brasileiro (FAPEB), com sede em dependências do CTEx.
Essa Fundação tem o objetivo de estimular e apoiar a pesquisa, a inovação, o desenvolvimento
científico-tecnológico de interesse do Exército, por meio da gestão e acompanhamento de projetos e a
realização de parcerias com entidades públicas ou privadas.
O órgão máximo da Fundação é o Conselho de Curadores que é integrado por seu Presidente e pelos
Chefes do CTEx e do CAEx. O Presidente da FAPEB é o Gen Div R/1 Dilson Corrêa de Sá e Benevides.
Ademais, o superintendente ⎯ que tem a atribuição de cumprir as determinações da Presidência da
Fundação ⎯ é o Gen Div R/1 Luis Augusto Cavalcante Moniz de Aragão.
Os seguintes projetos do CTEx se encontram em fase de execução com a interveniência da FAPEB:
Projeto de Radares de Defesa Antiaérea (Radares SABER X60, M60 e M200), Projeto de Tecnologia
Termal e a Implantação do Núcleo Regional de Competência para o Desenvolvimento de Tecnologia de
Carbono.
TECNOLOGIA DE VISÃO TERMAL
Maj QEM Omar Barbosa Campos
Em dezembro de 2006, o CTEx, a FINEP1 e a FAPEB
celebraram convênio para o desenvolvimento de dispositivos
de visão termal. Em fevereiro de 2007, a primeira parcela de
recursos financeiros foi provisionada, permitindo o início
imediato da pesquisa.
O projeto se fundamenta fortemente na matricialidade,
envolvendo, por conseguinte, outras Organizações Militares,
Universidades e empresas da iniciativa privada.
O objetivo do projeto inclui o desenvolvimento de
famílias de dispositivos de visão termal voltados para atender
as necessidades operacionais do Exército, aí incluídos
monóculos, binóculos, lunetas e câmeras portáteis. Esses
equipamentos possuem aplicação dual, podendo ser
empregados em observação, diagnóstico e detecção de falhas
em área médica, em indústria e em segurança.
A visão termal dá uma elevada vantagem ao usuário em
combate, pois permite a observação de alvos em ambientes de
completa escuridão e/ou camuflagem, bem como sob chuva,
neblina, poeira ou fumaça. Seu princípio de funcionamento se
baseia na captação de radiações infravermelhas que o olho
humano não consegue captar. Assim, diferenças de temperatura
são percebidas, tais como o calor do corpo humano ou de
motores.
_____________________
1 - FINEP⎯ Financiadora de Estudos e Projetos
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DESENVOLVIMENTO DE BIODIESEL
Engenheiro Evandro Maya Caldeira
Em dezembro de 2006, foi celebrado convênio com a participação da ELETROBRÁS, FRF1, CTEx,
IME e UFPA2, com o objetivo de realizar estudos para a geração de energia elétrica a partir de
biocombustíveis, para benefício da Amazônia.
O CTEx será responsável pela avaliação do desempenho e funcionamento de motores diesel, usando
como combustível o biodiesel puro derivado do dendê (B100) e as misturas com o óleo diesel mineral nas
proporções de 5% e 20% de biodiesel (B5 e B20).
Esse projeto está alinhado com as diretrizes do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel
(PNPB), do Governo Federal, que busca o desenvolvimento sustentável das regiões rurais com enfoque na
inclusão social.
________________________
1 - FRF ⎯ Fundação Ricardo Franco
2 - UFPA ⎯ Universidade Federal do Pará
SIMULADOR DE TIRO DE PISTOLA
Cap QEM Trajano Alencar de Araújo Costa
O CTEx concluiu a primeira etapa de um sistema
simulador de tiro de pistola 9 mm, que permite a realização
do disparo virtual em distâncias de 5 a 25 metros.
O sistema é constituído de um computador, um
programa computacional controlador da detecção do raio
laser e geração do cenário, um dispositivo emissor de raio
laser infravermelho e uma pistola a que foi acrescentada
uma interface de controle do raio laser.
A simulação é realizada em sala de instrução. Na
consecução do treinamento, o atirador escolhe a distância
para o tiro e o alvo é posicionado convenientemente na
tela. Ao acionamento do gatilho, o programa simula o
impacto no alvo por meio de um raio laser invisível e
simultaneamente produz o ruído do disparo. Após a série
de tiro, o alvo pode ser aproximado do atirador para a
conferência do resultado.
Há a expectativa de que a versão produzida nessa
primeira etapa possa ampliar o desempenho dos militares
na instrução de tiro, mercê da utilização de uma ferramenta
de treinamento segura e econômica, dado que não requer
munição real e dispensa o deslocamento dos instruendos
para o estande de tiro.
Duas outras etapas estão previstas no prosseguimento
do projeto: a inclusão de recuo na pistola e a possibilidade
de simulação em cenários dinâmicos e reativos. Ademais,
esse sistema pioneiro é o ponto de partida para o
desenvolvimento de uma família de dispositivos, que deve
incluir simuladores de tiro de fuzil, de morteiro, de
obuseiro e de míssil.
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SEMINÁRIO DE REOLOGIA E ANÁLISE TÉRMICA
1º Ten QEM Carolina Possato Braga.
Em 28 de novembro de 2006, foi realizado no CTEx o
Seminário de Reologia e Análise Térmica com a participação do
Dr. Abel Gaspar-Rosas, Ph.D. em Ciências dos Materiais e
Reologia.
A reologia1 e a análise térmica2 são técnicas de análise
empregadas em pesquisas do CTEx para a caracterização de
materiais carbonosos, como os piches utilizados na fabricação de
fibras de carbono.
O Dr. Gaspar-Rosas ministrou a palestra intitulada A
Sinergia entre Reologia e Caracterização Térmica de Materiais,
na qual abordou diversas aplicações das duas técnicas, com
ênfase para a comparação dos resultados atinentes ao
comportamento do material ensaiado.
Além dos integrantes do CTEx, participaram do seminário
convidados de universidades e empresas, incluindo pesquisadores
do CENPES/PETROBRAS, da Rio Polímeros, da Petroflex, do
Inmetro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
________________________
1 - Reologia ⎯ estudo do escoamento dos materiais.
2 - Análise térmica ⎯ estudo do comportamento dos materiais quando submetidos a variações de temperatura.
DESENVOLVIMENTO DO RADAR SABER M60
TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge
O radar SABER M60 teve sua construção concluída em
março de 2007. A partir do mês subseqüente, o equipamento
estará sendo submetido às avaliações técnica e operacional pelo
CAEx,
para verificar sua conformidade aos requisitos
estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército.
Outro exemplar, numa configuração experimental, o radar
SABER X60, já havia sido concluído em outubro de 2006.
A entrega do primeiro exemplar do radar SABER M60
ocorre apenas um ano após o início do projeto e marca o fim da
fase de pesquisa e desenvolvimento do projeto M.01.00 - Sensor
Radar de Defesa Antiaérea de Baixa Altura, financiada com
recursos da FINEP.
Dessa forma, a Engenharia Militar dá um importante salto
na pertinaz luta para a ampliação da operacionalidade da Força
Terrestre.
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RADAR SABER M60 versus CONCORRENTES
TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge
A pesquisa e desenvolvimento do radar SABER M60, destinado ao emprego no Sistema de Defesa
Antiaérea, tem comprovado a excelência da parceria entre o Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército,
Universidade federal e empresa da iniciativa privada. Nesse sentido, obteve-se, em curto prazo, com
inequívoco sucesso, os dois primeiros exemplares de uma seqüência de seis radares a serem produzidos ⎯
um radar experimental e cinco operacionais.
À guisa de auditagem do trabalho desenvolvido até o presente, é conveniente comparar as
características do radar militar brasileiro com seus similares encontrados no mercado internacional. A
Tabela 1 apresenta os dados da comparação. Pode-se constatar que o radar especificado, projetado e
desenvolvido sob a gerência do CTEx apresenta plenas condições de competitividades com seus similares
estrangeiros.
Tabela 1. Comparação do radar SABER M60 com similares estrangeiros
RADAR
Origem
Fabricante
Dados dos alvos
Guarnição
Alcance com IAI1
Alt Max de detecção
Vel. mínima de
detecção de alvos
AF2 / AR3
NG-40 ELTA
Israel
Elta Systems Ltd
3D
3 militares
60 km
6.600 m
alcance 30 m
azimute 0,7º
altura
3D HARD
Suécia
Ericsonn
3D
4 militares
20 km
9.500 m
AF >= 30 km/h
AF >= 72 km/h
AF >= 50,4 km/h
AR – vôo pairado AR – vôo pairado AR – 18 km/h
Resolução em alcance 75 m
Acuidade
PSTAR
Estados Unidos
Lockheed Martin
2D
3 militares
30 km
3.300 m
2,0 º
Acompanhamento e
Até 60 alvos
designação dos alvos
Peso máximo
210 kg
com IAI
Dist. máxima de
500 m
operação remota
SABER M60
Brasil
CTEx/Orbisat
3D
3 militares
75 km
5.000 m
AF >= 32 km/h
AR – vôo pairado
1500 m
150 m
75 m
200 m
2º
50 m
0,5 º
50 m
1º
Não mede
1,0 º
2º
Até 40 alvos
Até 20 alvos
Até 40 alvos
245 kg
555 kg
(mais a viatura)
200 kg
100 m
100 m
100 m
1 - IAI – Identificação Amigo ou Inimigo — Identification Friend or Foe (IFF)
2 - AF – Aeronave de asas fixas
3 - AR – Aeronave de asas rotativas
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ASSENTO BLINDADO PARA HELICÓPTERO
Maj QEM Pedro Augusto S.L. Cosentino
Foi projetado por engenheiros do CTEx um assento blindado para a
aeronave Esquilo HA-1, em uso pela Aviação do Exército. O assento foi fabricado
pela empresa nacional GRUPO AEROMOT. Atualmente, esse componente
encontra-se em fase de homologação pelo IFI/CTA1.
A blindagem é fabricada em polietileno de peso molecular ultra-alto —
material que apresenta elevada possibilidade de oferecer proteção balística, com a
grande vantagem de possuir densidade menor que outros usados em blindagem.
Esse polietileno possui pois maior efetividade em blindagem e menor peso. Além
disso, foi acrescida ao novo assento a funcionalidade de regulagem de altura,
permitindo maior grau de conforto e operacionalidade para a tripulação.
________________________
1 - IFI/CTA — Instituto de Fomento e Coordenação Industrial do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial
NÚCLEO DE COMPETÊNCIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA DE CARBONO
Cap QEM Alexandre Taschetto de Castro
Em agosto de 2006, foi assinado um Termo
de Cooperação entre o CTEx, a FAPEB e a
PETROBRAS, visando à implantação do Núcleo de
Competência para o Desenvolvimento de
Tecnologia de Carbono neste Centro Tecnológico.
O Termo de Cooperação dá prosseguimento
às ações relacionadas com os êxitos na obtenção,
em laboratórios do CTEx, de fibra de carbono, a
partir de resíduos aromáticos do petróleo.
Esse instrumento prevê o aporte, pela
PETROBRAS, de recursos destinados à ampliação
de infra-estrutura, aquisição de equipamentos e
custeio de atividades de pesquisa e desenvolvimento
nas áreas de piches de petróleo, fibras de carbono,
grafites especiais e nanomateriais de carbono.
A primeira parcela de recursos para a
construção de edificações no CTEx foi liberada no
final de 2006, os projetos de obras civis já foram
iniciados e as obras deverão ser contratadas no
primeiro semestre de 2007, devendo o Núcleo de
Competência estar implantado em dezembro de
2008.
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ADEQUAÇÃO OPERACIONAL DA VIATURA URUTU NO HAITI
Cap QEM Gustavo de Queiroz Chaves
No início de dezembro de 2006, foram instalados
Proteções Balística para o Motorista (PBM) e Proteções
Balística para o Atirador (PBA) em viaturas Urutu
utilizadas pelo Exército no Haiti.
Dezoito viaturas receberam PBM e oito viaturas
receberam PBA, com possibilidade de proteção contra
munição 5,56 mm e 7,62 mm.
Dessa forma, houve um expressivo aumento da
segurança das tripulações que atuam nas operações de
Garantia da Lei e da Ordem naquele País.
O projeto, a fabricação e a instalação dos sistemas
protetores envolveram integrantes do CTEx, do AGSP e
da empresa CENTIGON do Brasil, sob a orientação e
supervisão de militar do COTER.
DESTAQUE INTERNACIONAL
Maj QEM Paulo Fernando Pinto Malízia Alves
O Cap QEM Maurício Moutinho Silva concluiu, em
2006, o curso de mestrado em engenharia e ciências forenses
no Royal Military College of Science, em Shrivenham,
Inglaterra.
Essa escola é subordinada ao Ministério da Defesa do
Reino Unido e oferece cursos de mestrado e doutorado para
oficiais das Forças Armadas Britânicas e de Nações amigas.
Durante o curso, foram estudadas matérias atinentes a
perícias técnicas envolvendo Materiais de Emprego Militar
(MEM) e Produtos Controlados pelo Exército (PCE).
O Cap Moutinho classificou-se em 1º lugar, numa
turma de 22 alunos oriundos do Reino Unido, Estados
Unidos, Canadá, Grécia, Líbano, Camarões e Brasil. Por essa
razão, foi agraciado com os prêmios LGC Forensic Prize e
Centre for Materials Science and Engineering Prize.
Cap Moutinho, por ocasião da realização de
testes no laboratório balístico do Royal
Military College of Science.
O resultado alcançado pelo Cap Moutinho atestou a
excelência do ensino militar no âmbito da Força Terrestre e
contribuiu para a projeção internacional do Exército
Brasileiro.
CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007
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VIATURA GAUCHO
Cap QEM Marcio dos Santos Gomes
Em janeiro de 2007, foi recebido, em Paso de los Libres/
Uruguaiana , o primeiro protótipo da Viatura Leve de Emprego Geral
Aerotransportável (VLEGA) Gaucho, que se encontrava em processo
de avaliação no território argentino.
A viatura Gaucho foi desenvolvida em conjunto pelo CTEx e
pela Dirección de Investigacción Desarrollo y Producción (DIDEP) do
Exército Argentino. A primeira fase da montagem do protótipo foi
concretizada naquele País, em 2005. A conclusão da montagem foi
realizada no Brasil. Depois dos primeiros testes de Engenharia, no
início de 2006, a viatura retornou a Buenos Aires para início da
avaliação.
Após percorrer cerca de 13.000 km em diversos terrenos, climas
e condições operacionais, sob a gestão da DIDEP, a viatura está
retornando ao Brasil para a conclusão da avaliação, de acordo com as
normas e procedimentos do Exército Brasileiro.
Participaram do recebimento militares do CTEx e do
CIEM/1º DSup, apoiados por integrantes da 2ª Bda C Mec (Brigada
Charrua).
VIATURA BLINDADA PARA SEGURANÇA PÚBLICA
Maj QEM Paulo Roberto Rocha Aguiar
Em 2004, por iniciativa da SECTI/RJ1, o CTEx iniciou contatos com representantes da SSP/RJ2,
visando identificar formas de cooperação para o desenvolvimento de uma viatura blindada que atendesse às
necessidades das forças estaduais de segurança do Rio de Janeiro.
Em dezembro de 2006, a FAPERJ3 aprovou a concessão de recursos para o projeto conceitual de
uma viatura blindada destinada à Polícia Militar. Esse projeto concorrerá para a ampliação da capacidade
dos engenheiros militares do CTEx no apoio à obtenção de viaturas blindadas para a Força Terrestre.
A fase inicial prevista no projeto consiste no levantamento das necessidades para uma viatura
blindada. Nas fases subseqüentes, serão confeccionados os Requisitos Operacionais e Técnicos,
selecionados os chassis nacionais que atendam à capacidade de carga estimada, avaliados os arranjos
físicos para o interior da viatura, levantadas as potenciais blindadoras nacionais que tenham capacidade
para todo o encarroçamento da viatura e estudadas as viabilidades técnica e econômica para a execução do
projeto.
________________________
[1] SECTI/RJ — Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro
[2] SSP/RJ — Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro
[3] FAPERJ — Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
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VIATURA CHIVUNK - PESO versus PREÇO
Cap QEM Luiz Henrique Inacio de Souza
A Viatura Leve de Emprego Geral Aerotransportável (VLEGA)
CHIVUNK foi concebida para atender às Unidades e Subunidades da
Brigada de Infantaria Pára-quedista nas ações de ressuprimento, transporte
de material, evacuação de feridos e lançamento de fios.
Em razão desse emprego específico, a alta mobilidade operacional
torna-se um fator prioritário. Em conseqüência, a viatura deve ser
aerotransportável por aeronave de asa fixa ou como carga externa de
helicóptero.
CHIVUNK
Dentro da classe da VLEGA destacam-se, no mercado internacional,
as viaturas Flyer (EUA) e Spider (Cingapura). Suas características mais
relevantes são a alta mobilidade e o baixo peso — obtidos pelo uso de ligas
metálicas especiais e de componentes automotivos exclusivos. Em
contrapartida, resultam as desvantagens do elevado custo e da dificuldade
de apoio logístico.
O projeto da VLEGA CHIVUNK utilizou como premissa a redução
dos custos de obtenção e a facilidade de apoio logístico. Por essa razão,
foram empregados componentes padronizados de viaturas nacionais em
detrimento de componentes importados ou especialmente projetados e
fabricados sob encomenda.
FLYER ITV
Embora as soluções tecnológicas adotadas tenham aumentado o peso
da viatura, os requisitos de desempenho, mobilidade, rusticidade e
operacionalidade têm sido satisfatórios, conforme mostram os resultados
apresentados nos testes de engenharia realizados com o primeiro protótipo.
WOLF AGF-LIV
A tabela apresenta uma comparação elucidativa, onde,
adicionalmente, incluiu-se Viaturas Táticas Leves (VTL), uma vez que há
estudos em curso para verificar a viabilidade de acréscimo de blindagem à
viatura Chivunk.
Tabela Comparativa entre viaturas similares
Classe
Viatura
Peso
(Kg)
Potência
(CV)
Flyer ITV
(EUA)
1.450
116
1.600
132
Spider LSV
Viatura Leve de (Cingapura)
Emprego Geral
Aerotransportável
(VLEGA)
Chivunk
(Brasil)
Viatura Tática
Leve
(VTL)
2.300
132
Wolf AGF –
LIV
(Alemanha)
3.300
156
Defender
130
Blindada
(Inglaterra)
3.600
115
Características
Custo
Estimado
- Missões de ressuprimento, transporte de material,
evacuação de feridos e lançamento de fios
- Componentes especiais (projetados ou importados) R$ 380.000,00
- Reparo para Mtr, munição e ALAC
- Aerotransportável em C-130 (empilhamento)
- Missões de ressuprimento, transporte de material,
evacuação de feridos e lançamento de fios
- Componentes padronizados nacionais
R$ 180.000,00
- Reparo para Mtr, munição e ALAC
- Aerotransportável em C-130 (empilhamento)
- Missões de ataque, aquisição de alvos,
reconhecimento e ambulância
- Chassi civil com carroceria militarizada
- Blindagem adicional contra 7,62mm
R$ 430.000,00
- Reparo para Mtr, munição, ALAC
- Aerotransportável em aeronaves maiores que o C130
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Página 10
REPARO DE METRALHADORA AUTOMATIZADO
Cap QEM Marcello Menezes Eifler
Em dezembro de 2006, foi iniciada a pesquisa, o
desenvolvimento e a produção do protótipo do Reparo de
Metralhadora Automatizado X (REMAX). Trata-se do
primeiro projeto conduzido pelo CTEx na área de
armamento e munição a empregar a tecnologia de
plataformas servo-estabilizadas em sistemas de armas.
O REMAX será empregado em viaturas blindadas
como URUTU e M113, em outras viaturas blindadas
encontradas no mercado internacional ou em
desenvolvimento no Brasil e ainda em embarcações
fluviais.
Concepção artística do
Sistema de Emprego do REMAX
O REMAX suportará uma metralhadora calibre
7,62 mm ou .50”, com as funcionalidades disponíveis nos
mais modernos reparos para utilização em viaturas
blindadas. As tecnologias envolvidas no projeto do
REMAX permitirão a instalação de um Lançador
Automático de Granadas 40 mm (LAG).
A produção do protótipo do REMAX será iniciada
no corrente ano, com conclusão prevista para 2008. As
avaliações técnica e operacional deverão ocorrer em 2009.
“... Não deve vacilar então e,
sim, lançar-se sempre para o
futuro, pelas abertas de sua
época.”
Mal Humberto de Alencar Castello Branco
EXPEDIENTE
Aqui se delineia o
Exército do futuro!
CTEx Notícias ·■ Informativo do Centro Tecnológico do Exército
Ano II ·■ N° 4 ·■ JUNHO 2007
Chefe do CTEx
Gen Bda Aléssio Ribeiro Souto
Subchefe do CTEx
Cel Antônio César Castro de Sordi
Supervisão: Cel Germano Klaus Wolff Filho ■ Edição: Maj Renato
Massayuki Okamoto ■ Distribuição: Assessoria de Comunicação
Social do CTEx ■ Endereço: Avenida das Américas, 28705 –
Guaratiba – Rio de Janeiro – RJ – CEP 23020-470 ■ Tel.: (21)2410
6200 ■ Fax.: (21) 2410 1374 ■ E-mail: [email protected] ■ Página
na Internet: http://www.ctex.eb.br ■ Periodicidade: trimestral ■
Tiragem: 1.500 exemplares

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