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Transcrição

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Bem-vindo a Bordo!
“Mais de sessenta anos de voos e setenta de história, deram origem ao Grupo SATA deste
novo milénio. Um conjunto de empresas que, sobretudo ao longo da última década, internacionalizouse, conquistou outra dimensão, ganhou novo fôlego, e consequentemente, melhores resultados.
O Grupo SATA de hoje, já está longe do pequeno núcleo familiar de meados da década de
quarenta do século passado. Mais de 1.200 trabalhadores participam com empenho e profissionalismo,
no desenvolvimento deste importante projeto.
Passou de SATA EP, a SATA SGPS, diversificou a sua actividade, reorganizou-se em torno de
uma estrutura mais flexível e apta a encarar os desafios que se adivinham. Das cinco empresas que
compõem hoje o universo de empresas SATA, encontra duas transportadoras aéreas, dois operadores
turísticos e uma entidade gestora dos aeródromos do Arquipélago dos Açores.”
(in: www.sata.pt)
É com essa informação disponível na página oficial do grupo SATA, que inicio o meu texto e a
primeira crónica duma paixão de muitos nós presentes, a Aviação… nos Açores!
Contudo, não sendo historiador, piloto ou profissional aeronáutico, é normal que alguns erros
possam vir a existir. Tendo por base muitas horas em pesquisas na Internet, desejo apresentar
faseadamente diversos temas relativos ao Transporte Regional nos Açores, desde o aeródromo de
Santana – conhecido pelo “AeroVacas” – passando por imagens fantásticas captadas por diversos
spotters açorianos registando aviões e momento históricos (fotografia e/ou vídeo), incidentes,
acidentes, frota passada, actual ou futura, programação visual, e claro, debater um pouco o(s)
modelo(s) de serviço público regional de transporte aéreo.
Assim sendo, inicio-me com a história da nossa SATA e respectiva frota.
Sejam Bem-vindos!
A SATA - Serviço Açoriano de Transportes Aéreos – e sua Frota
Desde a década de 1940 a Transportes Aéreos Portugueses – vulgo TAP – operava voos
regulares para os Açores. Entretanto, a operação regular civil dos aeroportos construídos no
arquipélago durante a Segunda Guerra - na Terceira, em São Miguel e em Santa Maria -, iniciou-se a
partir da entrada em operação da Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos (SATA).
Tudo ocorreu por mestria dum grupo de cinco açorianos notáveis, Vasco Bensaúde, José
Bensaúde, Dr. Augusto Rebelo Arruda, Augusto d'Athaide Corte Real Soares de Albergaria, Albano
Freitas da Silva Oliveira e a firma Bensaúde & Cª representada pelo sócio gerente António Medeiros e
Almeida, que com um capital social de 24 contos, constituíram a 21 de Agosto de 1941, num cartório
de Lisboa, a Sociedade Açoreana de Estudos Aéreos, Lda., com sede em Ponta Delgada, tendo como
objetivo obter a autorização do Estado português para a exploração das ligações aéreas entre as ilhas
do arquipélago e entre estas e Lisboa.
Seis anos mais tarde (1947), alcançado o objetivo proposto, a razão social da empresa foi
alterada para Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos, Limitada. Nesse mesmo ano, a 15 de Junho,
a empresa inaugurou os voos oficiais SATA com o Beechcraft D18S prefixo CS-TAA, batizado como
"Açor".
Model D18S – “Twin Beech”
First post-World War II variant introduced in 1945 with seating for eight
passengers and MTOW of 8,750 lb (3,970 kg). 1,035 units built.
O CS-TAA transportava 2 tripulantes e 7 passageiros, e fazia as ligações entre as ilhas de São
Miguel, Santa Maria e Terceira, utilizando até 1969 a pista de Santana na Ribeira Grande.
No dia 5 de agosto de 1948, pelas dez horas, o CS-TAA - "Açor" registou dificuldades após a
descolagem de São Miguel com destino a Santa Maria, vindo a despenhar-se no mar. Os dois
tripulantes e os quatro passageiros pereceram, e a carga foi perdida no trágico acidente.
A empresa foi assim forçada a suspender as suas operações, e apenas retomou com a
chegada de duas aeronaves De Havilland DH-104 Dove , em 23 de Maio de 1949, com capacidade
para 9 passageiros e 700 kilos de carga cada uma.
Estas iniciaram operações a 1 de Agosto do mesmo ano, tendo as aeronaves as seguintes
prefixos: CS-TAB e CS-TAC. Ver video: http://www.youtube.com/watch?v=eUOzlJXDUoY
De Havilland DH-104 Dove
Production of the Dove and its variants totalled 542
including 127 military Devons and 13 Sea Devons. The
first customer deliveries were made in early summer
1946, the last example being delivered in 1967.
Main cabin seating for eight passengers, max cabin
seating for 11 in a modified cabin arrangement and
flightcrew of two pilots.
Contudo a SATA, pelo menos até 1954 (data do anúncio de jornal) comercializava voos com a
colaboração do Aero Clube da Ilha Verde (ACIV).
Estes voos eram realizados pelo CS-AFC,
nomeadamente num Tiger Moth para os passeios "turísticos",
como também com os aviões Dove104.
Este Tiger (CS-AFC) foi destruído a 22 de Dezembro
de 1980.
Desde de 1 de Agosto de 1969, data que se iniciou as operações por intermédio do cmdt.
Manuel Maria Rocha, a SATA foi aumentando o tráfego transportado, passando de 1216 passageiros
referente ao período Agosto/Dezembro de 1948, para 3662 em 1949, 5581 em 1954 até atingir os
14670 passageiros em 1963.
Em 21 de Agosto de 1963, a frota da
SATA foi aumentada pela aquisição de duas
aeronaves Douglas DC-3 - Dakota, ex: Air
Lingus, com capacidade para 26 passageiros,
com os registos CS-TAD e CS-TAE, tendo
estas entrado em operações em 1964.
O movimento de passageiro sobe em flecha,
pois verifica-se 24049 passageiros em 1965,
33406 em 1966 até atingir em 1969 o valor de
60594 passageiros. Contudo esses valores
devem-se à emigração açoriana, pois a SATA
realizava as ligações para Santa Maria, de onde
empresas como a Pan American World Airways
(a operar desde 1947), a Trans World Airlines e
a Canadian Pacific Airlines, realizavam serviço regulares com os EUA e Canadá.
Também via Santa Maria voava-se para Lisboa através da Transportes Aéreos Portugueses.