Projeto Fomento
Transcrição
Projeto Fomento
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA NÚCLEO DE FOMENTOS CULTURAIS EDITAL N° 12/2014/SMC-NFC PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO 26° EDIÇÃO – 2015 GRUPO DE TEATRO CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS PROJETO DE CONTINUAÇÃO “Artes do Subterrâneo” Vamos Venha Vamos tirar tudo do bolso e desaparecer. Faltar a todos os compromissos e só voltar de barba grande anos depois velhos papéis de enrolar cigarro enfiados na calça e folhas no cabelo. Vamos parar de nos preocupar com os pagamentos. Eles que venham e levem tudo seja lá o que for pelo que pagamos. E que até levem a nós. Vamos levantar para ir lá onde as piranhas adoram No Alto do Morro onde elas seguram tremores de terra atrás de pardieiros perdidos entre canos de gás e restos de comida. Tomemos os Pardieiros Urbanos pelo que eles são realmente. A pátria os chora. Vamos desaparecer imergindo em cemitérios de automóveis e reaparecer anos depois catando trapos e jornais secando a cueca no calor do lixo queimado com o rabo remendado. Não se dê ao trabalho de dar adeus a uma só pessoa. Nossa ausência não desolará sua esposa. Vamos com todo nosso cheiro animal por onde os bancos estão cheios de estátuas dispensadas do parque à escura noite interior da zona florida olhos aguados pela contemplação das garrafas vazias de moscatel. Vamos declamar nas esquinas lendo bíblias bichadas Seguir piranhas no porto Falar canções de selvageria Jogar pedras Dizer qualquer coisa Piscar pro sol se coçar tropeçar para cair no silêncio Papear nas portas conhecer putas de terceira mão depois que todos já se fartaram andar cambaleando abismado no pôr-do-sol sobre o rio dormir em cabines telefônicas vomitar num balcão de loja de prego batalhando por um casaco de inverno. Vamos levantar e descer sob a cidade onde os cinzeiros de pé saem rolando e ressurgem em roupas pútridas como os reis subterrâneos sem coroa dos mictórios do metrô. Vamos dar comida aos pombos da Prefeitura exortando-os a que cumpram com seu dever no gabinete do Prefeito. Se apresse que está na hora o fim de aproxima Faíscas afluem Há desastres no sol Os cães estão soltos E uma irmã na rua usa o sutiã para trás. Vamos logo ingressar na escura noite interior da zona calma da alma e encontrar nossos seres renovados onde os metrôs defeituosos esperam sob o Rio. Cruze para o pleno maravilhar-se. A Barca do Sul não vai sair para sempre. Já estão aliás tirando as barcas da Baía mas ainda não é tarde demais para ir se perder em Oakland. Washington ainda não caiu do cavalo. Ainda há tempo para incentivá-lo e então se mandar largando para trás o formulário do imposto de renda o relógio à prova d'água e indo às tontas procurar por pivetes sob a Ponte de Brooklyn estátuas de calças largas no vento nossos gritos de guerra e a voz do lixo avisando pastosa que vende coisinha! Vamos parar vamos ir para o interior real do país onde o reino do penhor pende para a pura anarquia. O fim está aqui mas o golfe continua lá em Burning Tree. Está chovendo desabando água e o Velho continua roncando. Vem vindo aí outro dilúvio mas não é do tipo que você pensa. Ainda há tempo para pular de cabeça e pensar à beça. Meu desejo é descer na sociedade. Quero todo ser livre. Simples reles quadriga amiga. Não esperemos cadillacs que nos carreguem triunfantes pelo interior acenando aos nativos como senadores romanos nas províncias com lauréis de poeta postos nas suas testas ilustres. Não esperemos a matéria na 1ª página do The New York Times Book Review imagens de insano sucesso mandando lá do retrato um sorriso. Quando eles derem tua foto na revista Life você de resto já terá se tornado um negativo uma cópia de acabamento brilhante. Já terão vindo e te pegado para ser famoso mas você não terá ficado livre. Tchau que eu me vou. Vou vender tudo e dar o resto para as Indústrias da Boa Vontade. Lá deve estar fazendo escuro com a Banda do Exército da Salvação e a mente sua própria iluminação. Tchau que estou saindo de cena. Fim de papo pra mim. O sistema está todo contaminado. Roma nunca foi como isso. Estou cansado de esperar por Godot. Estou indo para onde as tartarugas saem ganhando estou indo lá onde os pilantras morrem de vomitar. Nada das tristes esplanadas do mundo oficial. Coisinha à venda! E a pátria lamenta. vamos pois nós dois largando as gravatas penduradas num poste. Assumindo a barba da anarquia andarilha com uma cara de Walt Whitman e uma bomba feita em casa no bolso. Quero descer na escala social. A alta sociedade é a sociedade baixa. Na ascensão social eu subo para baixo e a descida é dura. O Ideal da Alta Classe Média é para os pássaros mas nem os pássaros precisam dele pois têm sua ordem de bicar baseada no canto. E os pombos se contentam no chão. Vamos levantar para ir para a Ilha de Liberfri. Deixa pra lá os traficantes de paz. Corre que é hora. Vamos levantar e avançar até o fundo da Cafeteria Foster. Tchau Emily Post. Tchau Lowell Thomas. Tchau Broadway. Tchau Herald Square. Desliguem tudo. Confundam todo o sistema. Cancelem nossas folgas. Percam a guerra sem matar ninguém. “Obligatto do Bicho Louco”, do poeta e editor Lawrence Ferlinghetti OBJETIVOS Em 1982, Mário Bortolotto e Lázaro Câmara; fundam na cidade de Londrina (PR) o Grupo de Teatro Chiclete com Banana que a partir de 1987 passou a se chamar Cemitério de Automóveis (Nome que alude ao poema “Obligatto do Bicho Louco”, do poeta e editor americano, Lawrence Ferlinghetti, um importante nome da geração beat). O Grupo já montou mais de quarenta espetáculos cumprindo várias temporadas em Londrina, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, onde está trabalhando desde 1996. Participou dos mais importantes festivais de teatro do país colecionando uma galeria respeitável de prêmios. Com o espetáculo Medusa de Rayban, ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Ator Coadjuvante de 1997 (Everton Bortotti) e foi indicado para o Prêmio Shell de Melhor Autor de 1997 (Mário Bortolotto). Por Diário das Crianças do Velho Quarteirão, que esteve em cartaz durante os meses de novembro e dezembro de 1998, no TBC, Mário Bortolotto recebeu a indicação para o Prêmio Shell de Melhor Autor de 1998. O Cemitério de Automóveis é reconhecido como um núcleo de produção constante e intensa, permanecendo em cartaz na cidade de São Paulo com espetáculos de teatro, eventos sobre literatura, além de shows com a Banda Cemitério de Automóveis, formada em 1999 com repertório próprio (e um CD lançado, Cachorros Gostam de Bourbon) de blues e rock’n’roll. Em maio de 2000 o Grupo participa do FILO – Festival Internacional de Londrina com os espetáculos Efeito Urtigão e Felizes para Sempre. De julho a outubro realiza a 1.ª Mostra de Teatro Cemitério de Automóveis, com 14 produções no Centro Cultural São Paulo. A mostra rende a Mário Bortolotto o PRÊMIO APCA PELO CONJUNTO DA OBRA e o PRÊMIO SHELL DE MELHOR AUTOR por Nossa Vida não Vale um Chevrolet. Em 2001 o Grupo esteve em cartaz no Teatro Augusta entre abril e julho, com o espetáculo Getsêmani. Em setembro participa do Festival Porto Alegre em Cena. Participa do Projeto Viagem Teatral a convite do SESI com o espetáculo Efeito Urtigão. Participa no Rio de Janeiro do Festival de Dramaturgia Contemporânea com o espetáculo Postcards de Atacama. Em abril de 2002 o grupo estreia sua nova montagem: E éramos todos Thunderbirds, cumprindo temporada de dois meses no Espaço Cultura Inglesa – Vila Mariana. Em junho Mário Bortolotto integra a Mostra de Dramaturgia Contemporânea, organizada por Renato Borghi, no Teatro Popular do Sesi. De julho a setembro o Grupo realiza a 2.ª Mostra de Teatro Cemitério de Automóveis, que reúne 79 atores para a realização de 26 espetáculos no Centro Cultural São Paulo. Mário Bortolotto é indicado para o PRÊMIO SHELL DE MELHOR AUTOR DO ANO por Hotel Lancaster, com direção de Marcos Loureiro. Contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo 2003, o Grupo pode, pela primeira vez, conquistar uma sede: o Espaço Cemitério de Automóveis. Confirmando o potencial aglutinador do grupo, com programação intensa, de terça a domingo, incluindo peças de repertório, shows e lançamento de livro, o Espaço vira ponto de referência não só para o público, mas também para escritores, bandas e artistas, com oficinas gratuitas extremamente concorridas. Estreiam, no próprio espaço, dois espetáculos inéditos: A Frente Fria que a Chuva traz – indicado ao Prêmio Shell de Melhor Autor para Mário Bortolotto – e Homens, Santos e Desertores, com direção de Fernanda D´Umbra. Em julho o grupo se apresenta com 4 montagens – E éramos todos Thunderbirds; Homens, Santos e Desertores; Felizes para sempre e Nossa vida não vale um Chevrolet – no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo 2004, com o qual ocupou o teatro Alfredo Mesquita, estreou o espetáculo O que restou do sagrado, em temporada no Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt, e realizou o evento Encontros no Cemitério, uma série de debates sobre teatro realista tendo como convidados os principais nomes do teatro contemporâneo brasileiro. O Grupo torna-se ponto preponderante no processo de revitalização humana e artística da Praça Roosevelt, hoje considerada o maior centro de produção teatral do Brasil. A Frente Fria que a chuva traz participa em julho do FILO e em outubro do Festival Rio Cena Contemporânea. O grupo ofereceu três oficinas gratuitas, no Teatro Fábrica, de adaptação de textos para teatro (Mário Bortolotto), interpretação baseada em histórias em quadrinhos (Fernanda D´Umbra), cenografia (Gabriel Pinheiro) e roteiro para HQ (André Kitagawa). Chapa Quente cumpriu temporada de maio a julho de 2006 no Viga Espaço Cênico. Por conta da tradução e inclusão de Hotel Lancaster, Mário Bortolotto é convidado especial do “Libreto em Mano”, em Montevideo, festival com leituras dramáticas de importantes autores brasileiros interpretadas por artistas uruguaios. Em novembro, Homens, Santos e Desertores faz quatro apresentações no Auditório Mini Guaíra, na cidade de Curitiba (PR). Em 2007 o grupo completa 25 anos. Em junho/julho realizou a IV Mostra de Teatro Cemitério de Automóveis, na Sala Ademar Guerra do Centro Cultural São Paulo. No fim do ano o grupo lança sua primeira experiência em cinema digital: Getsêmani. Baseado no espetáculo homônimo de Mário Bortolotto, com o elenco original da peça, o longa-metragem foi filmado no fim de 2006 na Casa das Caldeiras e em diversas outras locações da cidade de São Paulo. Ainda em 2007, realiza a Mostra Cemitério de Automóveis no Rio Janeiro. Em 2008, o grupo remontou “Nossa vida não vale um Chevrolet”, no Espaço Parlapatões, na data de lançamento do longa-metragem “Nossa vida não cabe num Opala”, inspirado no texto original de Mario Bortolotto. Em 2010, o grupo apresentou a peça inédita de Mário Bortolotto, “Música Para Ninar Dinossauros” e comemorou 28 anos de existência com a V Mostra de Teatro Cemitério de Automóveis, apresentando 10 espetáculos de seu repertório, nos meses de setembro e outubro, no Centro Cultural São Paulo. Em 2011 com recursos oriundos do PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO, ocupou um espaço - na região central, localizado na rua Frei Caneca, 384 (um espaço de utilidade pública) com uma sala de espetáculos (que também é usada como sala de exibição de filmes) uma sala de aula/ensaios, um hall (onde são realizados shows, saraus e exposições) e um café. É importante ressaltar que, devido ao caráter não comercial do Grupo (as temáticas “perturbadoras”, o preço dos ingressos são populares e as atividades realizadas no projeto foram todas gratuitas), fez-se imprescindível a ajuda do Poder Público que possibilitou a sua existência. A contemplação de 2011 proporcionou a realização: Ensaios; Mostra de repertório com 7 (sete) peças que marcaram a história do Grupo (a saber: Chapa Quente, 2006, O Natimorto 2007, Hotel Lancaster, 2002, Deve ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio, 2002, A Frente Fria que a Chuva Traz, 2006, Uma Pilha de Pratos na Cozinha, 2007, Homens, Santos e Desertores, 2002 ) Produção e apresentações de 3 espetáculos inéditos (Quartos de Hotel, 269 – 4 peças curtas criadas a partir do livro Crônicas de Motel de Sam Shepard e o terceiro que será escrito durante este projeto). Exibição de filmes, saraus de poesia, shows e exposições de fotos históricas do Grupo; Realização de debates com especialistas renomados, de diferentes linguagens artísticas (cinema, literatura, teatro, fotografia, quadrinhos, poesia, música) que tenham participado direta/indiretamente da História da Cia. Realização de Encontros com especialistas sobre Teatro, Sociologia, Psicanálise, Antropologia, Filosofia, Semiótica e Linguística para discutir e teorizar sobre o trabalho realizado pelo Grupo e sobre sua obra; Oficinas (dramaturgia, interpretação, cenografia, HQ, literatura, cinema, figurino e produção). Desenvolvimento de site para difusão e ampliação do debate sobre a pesquisa desenvolvida pelo Grupo; Publicamos o livro comemorativo de 30 anos do Grupo intitulado CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS 30 ANOS - ARTES DO SUBTERRÂNEO, distribuído em bibliotecas públicas, escolas de teatro, centros culturais, outros grupos de teatro e a cooperativa de teatro, contendo textos e imagens da história da companhia, depoimentos e a transcrição de todas as palestras e debates realizados neste projeto – 1000 unidades. Atualmente o GRUPO CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS se configura como um grupo de teatro que tem como princípio unir e reunir outras pessoas (convidados, das mais variadas áreas de atuação) para integrar suas atividades. De 2012 a 2014, o teatro deu sequência em sua produção, mantendo espetáculos de teatro, sem interrupção, com peças inéditas, reapresentações, com shows, debates, eventos literários, oficinas de teatro, exposições de arte, com recurso próprio a preços populares e sem apoio financeiro de terceiros. Nesse momento, faz-se necessário e urgente o apoio do EDITAL N° 12/2014/SMC-NFC PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO 26° EDIÇÃO – 2015 para o projeto “artes do subterrâneo” do espaço cultural Cemitério de Automóveis, que pretende a continuidade de suas atividades com uma programação cultural rica e diversa, como sempre foi sua proposta, valorizando a qualidade do trabalho a ser oferecida ao público Tal programação busca ocupar todos os espaços da sede, que conta com uma sala de espetáculos e exibição de filmes, uma sala de aula/ensaios, um hall onde podem ser realizados shows, saraus e exposições e um café, para público jovem e adulto, com acesso a cadeirantes. A verba solicitada para o projeto do espaço cultural de utilidade pública será para custeio de: - Pesquisa e aprofundamento do Grupo Cemitério de Automóveis. Continuidade dos encontros de leitura e pesquisa para novos textos, a serem selecionados para futuras montagens do Grupo Cemitério de Automóveis. - Dança, Corpo e Movimento, com a coreografa Karina Ká Pinheiro, para os integrantes do grupo. Pretende-se apresentar em três meses os processos básicos de criação em Dança como técnicas corporais (balé, yoga, dança moderna, dança contemporânea, ates marciais, dança-teatro e etc) composição coreográfica, conceitos e prática de espaço, tempo, ritmo, forma, fluência e movimento. Noção de anatomia básica, (sistemas) e sua exploração e desenvolvimento de repertório corporal de ações e estados. Estudo prático do corpo como matéria prima, ferramenta e imagem na criação em Dança-Teatro. Preparação corporal do atorintérprete-criador e a dramaturgia do corpo em relação a dramaturgia do texto na encenação. Criação e apresentação de pequenos solos de cada ator, com ou sem texto. Duração 3 meses (para os integrantes do grupo/atores convidados) Durante 12 meses o Cemitério de Automóveis pretende, em seu espaço manter uma programação diversa e constante através dos seguintes conteúdos: Teatro - Doze peças do repertório do grupo durante um mês cada, toda terça e quarta-feira, quinta. Todas as peças terão preços populares de 20,00 (inteira) e 10,00 (meia) 1) Quartos de Hotel Texto, Direção e Sonoplastia: Mário Bortolotto Iluminação: Mário Bortolotto e Pablo Perosa Elenco: Walter Figueiredo, Luciana Joyce Caruso Borges, Erika Puga, Francisco Eldo Mendes, Carcarah e Samya Ennes. Sinopse: Trata-se de uma peça com cenas curtas todas passadas num quarto de hotel (sempre o mesmo) em particular. É o tipo de hotel decadente, daquele que as pessoas vão pra passar uma noite ou então alugam um quarto por um mês. Por esse quarto irão passar vários personagens com suas histórias e seus dramas pessoais. 2) Dias e Noites Texto: Lucas Mayor Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Mauricio Bittencourt, Karina Ka Pinheiro, Francisco Eldo Mendes, Gabriela Fontanell, Rodrigo Humberto Leon Contrera, Majeca Angelucci, Luciana Joyce Caruso Borges e Lulu Pavarin. Sinopse: Em breves narrativas, a peça trata da banalidade aparente do cotidiano. Entre as histórias, um casal, que mobiliza o passado para entender o presente e um catedrático que se apaixona por uma aluna. Direção Mário Bortolotto. Elenco: Lulu Pavarin, Contrera, Majeca Angelucci, Karina Ká, Gabriela Fortanell, Mauricio Bittencourt e Francisco Eldo Mendes. 3) Patrimônio Texto: Lucas Mayor Direção: Mário Bortolotto Sinopse: Cinco histórias formam o drama. Em comum, todas apresentam recortes familiares. Um pai e uma filha que se reencontram, dois irmãos refletindo sobre a ausência materna e um pai e um filho confrontados com uma doença estão entre as tramas. Texto: Lucas Mayor Direção Mário Bortolotto Elenco Antoniela Canto, Francisco Eldo Mendes, Gabriela Fortanell, Mauricio Bittencourt, Nelson Peres e Pablo Perosa 4) A queima roupa Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Mário Bortolotto, Nelson Peres, Walter Figueiredo, Marcos Amaral, Rodrigo Humberto Leon Contrera e Gabriel Pinheiro. Sinopse: É um dos trabalhos mais violentos e elogiados pela crítica. O texto de Mário Bortolotto foca em uma espécie de psicopata justiceiro. Ele sai da cadeia depois de dez anos preso e já sai disposto a tocar o terror. É uma peça curta, rápida e objetiva. 5- “Trilogia da Amizade” “Borrasca” na terça-feira, Whisky e Hambúrguer” quarta-feira “A pior das Intenções” quinta. Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Carlos Carcarah, Mario Bortolotto, Patricia Vilela, Wanessa Rudmer, Aline Abovsk,Liz Reis, Renata Airold. Sinopse: Os textos da trilogia são como um estudo da precariedade das relações, apenas com o intuito de arriscar um salto em águas profundas que possibilitem aquela falsa impressão de que é possível que não voltemos mais à tona. Todas as vezes que mergulhamos, é o primeiro pensamento que vem à nossa cabeça. Em “Borrasca” a personagem Diego que acabou de voltar do velório, conversa com Gabriel, que vive suas tempestades, por ter sido traído pela mulher com o amigo morto. Em “A Pior das Intenções” uma escritora coloca em xeque o relacionamento com a amiga, que despreza seu ofício sem saber os motivos da sua escolha, colocando em risco a amizade entre as duas. Relacionamentos amorosos são discutidos em tom de superficialidade até que o subtexto da relação entre as duas se revela. “Whisky e Hambúrguer” trata do que resta depois do fim de um relacionamento. O luto sentimental e o processo de desapego. Fala de um lugar que todos nós vivenciaremos, cedo ou tarde. Não há como impedir que as coisas não saiam do lugar. As três peças fecham um mesmo pensamento. Não é simplesmente o mapeamento das relações que envolvem aqueles que consideramos como amigos. É o tour noturno das duas personagens no final da peça. É a história que vai continuar sendo contada e da qual não seremos nem testemunhas. 6) O que restou do sagrado Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Nelson Peres, Gabriel Pinheiro, Wilton Andrade, Mário Bortolotto, Lavínia Pannunzio, Mariana Leme e Aline Abovsky. Sinopse: Por algum motivo que ninguém consegue explicar, seis pessoas são atraídas para uma igreja. Um padre espera por eles. São seis pessoas que cometeram pecados muito graves. Eles devem se arrepender de seus pecados. Do seu arrependimento depende a salvação do mundo. 7)-Kerouac Texto: Mauricio Arruda Mendonça Direção e Iluminação: Fauzi Arap Interpretação e sonoplastia: Mário Bortolotto Sinopse: Os últimos dias de vida do escritor Jack Kerouac. Ele está sozinho em casa e tenta escrever um último livro, mas está por demais amargurado e sem inspiração. 8) Felizes para Sempre Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Nelson Peres, Liz Reis, Fernão Lacerda, Antoniela Canto, Mário Bortolotto e Aline Abovsky Sinopse: Três cenas curtas sobre casais desestruturados. 9) Uma pilha de pratos na cozinha Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Paula Cohen, Francisco Eldo Mendes, Walter Figueiredo e Alex Gruli. Sinopse: Cristina está sofrendo de uma doença terminal. Em uma noite na casa do ex namorado Julio, ela vai se deparar com os fantasmas que a assombram em momento tão delicado de sua vida. 10) A frente fria que a chuva traz Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Rodrigo Humberto Leon Contrera, Débora Ester, Gabriela Fontanell, Renata Gouveia, Ana Luisa Hartmann, Francisco Eldo Mendes, Gabriel Pinheiro, Jiddu Pinheiro, Fernanda Cunha e Carcarah. Sinopse: Um grupo de jovens abastados aluga uma laje na periferia para promover festas onde os legitimos habitantes do lugar são impedidos de frequentar. 11) Hotel Lancaster Texto e Sonoplastia: Mário Bortolotto Elenco: Sergio Mastropasqua, Sergio Guizé, Nelson Perez Liz Reis, Henrique Stroeter e Erika Puga, Maria Manoela Sinopse: Numa noite de reveillon, um traficante resolve cobrar uma dívida no "Hotel Lancaster", conhecido reduto junkie da cidade. 12- “Killer Joe” Elenco: Aline Abovsky, Carlo Carca Rah Ana Hartmann, Fernão Lacerda e Gabriel Pinheiro. Sinopse: Texto de Tracy Letts na literatura teatral, Killer Joe foi escrita em 1991 em homenagem a Holly Wantuch, companheira do dramaturgo. Em São Paulo, Killer Joe ganhará a primeira montagem. Tudo se passa num trailler. Chris Smith, 22 anos, é filho de Ansel e irmão de Dottie e está devendo dinheiro a traficantes de Dallas, cidade onde mora. Com a ajuda do pai e da madrasta elabora um plano mortal para se livrar dos problemas. Para isso, contrata Joe Cooper, o Killer Joe, detetive que é também matador para começar o trabalho, iniciando assim uma série de eventos que levam a trama a um clímax chocante. Todos, porém, são socialmente imprestáveis. - Três espetáculos inéditos encenados aos finais de semana, com uma temporada de três meses cada. 1)Tudo que dói Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Mário Bortolotto, Carcarah, Ana Luisa Hartman, Liz Reis, Walter Figueiredo e Valentine Durant Sinopse: Um escritor mora sozinho. Ele tem um passado nebuloso que envolve uma filha que ele não vê há muito tempo, porque a justiça proibiu que ele voltasse a vê-la por conta de sua natureza violenta. A filha enfim completa a maioridade e tem permissão de voltar a ver o pai. Ela opta por encontrá-lo. Ele então não sabe como agir diante da premissa de reencontrar a filha. A peça começa quando ele recebe a notícia que a filha está vindo. O escritor então enquanto espera a chegada da filha, começa a beber ininterruptamente e tenta de alguma maneira afogar os seus fantasmas num delírio de álcool e lembranças que já havia há muito tempo enterrado. 3) Notícias de Náufragios NOTÍCIAS DE NAUFRAGIOS Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Gabriel Pinheiro, Francisco Eldo Mendes, Patricia Vilela, Aline Abovsky, Nelson Peres, Walter Figueiredo e Débora Ester. Um homem volta para sua cidade. Ele deixou mulher e filha recém nascida quando foi embora. Ele não conhece a filha. Quando chega na cidade, não consegue ir para casa. Fica andando pela cidade como se traçasse uma geografia de sua vida pregressa. É quase como se fosse um périplo sem destino, ou como a história de alguém incapaz de chegar ao seu destino. No caminho (que seria a longa noite que antecede o seu encontro com a sua família) ele reencontra amigos e ex-namoradas e o que seria apenas uma noite se transforma em dias acordado e em estado de sonambulismo premeditado. 3) Os velhos garotos do Bill´s Bar Texto, Direção, Sonoplastia e Iluminação: Mário Bortolotto Elenco: Nelson Peres, Mário Bortolotto, Carlos Carcarah, Heitor Goldfluss, Fernão Lacerda e Walter Figueiredo No Bill´s Bar, um grupo de amigos que são frequentadores há mais de 30 anos se embriagam e passam a limpo suas vidas. Oficinas Nove oficinas gratuitas, sendo uma por mês: 1) Iluminação Responsável: Fernando Azevedo Sinopse: técnicas de movimentos de equixion, luz expressionista, luz realista entre diversas técnicas. Montagem de ribalta, e montagem em geral. 30 vagas, público jovem e adulto em 4 encontros. 3 horas de duração 2) Interpretação “Cena teatral”, Responsável: Nelson Perez. Sinopse: Através de uma série de exercícios físicos que visam o aprimoramento da percepção da consciência corporal individual são introduzidas várias dinâmicas coletivas que acabam por reproduzir importantes elementos que devem ser ponderados no momento da criação de uma cena teatral. 20 vagas (público jovem e adulto) Duas vezes semanais, com uma carga horária 1h30 a 2h (8 encontros) 3) Ilustração Responsável: João Pirolla Sinopse: "Ilustrador experiente no mercado publicitário e editorial, João Pirolla vai dissecar seu traço e temática autoral, e traçar um paralelo entre seu trabalho próprio e as exigências da indústria do desenho" duração 3h , 30 vagas, público jovem e adulto, 4 encontros. 4) Direção Responsável: Marco Antonio Braz Serão 4 encontros sobre a direção teatral assim dispostos: direção e ator; direção e produção; direção e público e direção e dramaturgia. Através destes encontros, embasados por textos e entrevistas de grandes diretores, atores e dramaturgos, pretendemos refletir questões reais da arte do diretor teatral nos dias de hoje. 20 vagas – 3h 5) DramaturgiaResponsável: Lucas Mayor Sinopse: “Diálogo, cena, drama”. A partir da análise de fragmentos de algumas peças e filmes escolhidos, discutiremos sobre algumas maneiras de estruturação dramática. Encontros de 3h cada. 15 vagas. Uma vez por semana (4 encontros) 6) Figurino Responsável: Ofélia Lotti 04 encontros de 3 horas – 12 vagas A oficina visa criar uma ponte entre o realismo do texto e a subjetividade emocional dos personagens, propondo a criação de roupas que simbolizem o enredo da história. Cada roupa deverá ser experimentada, substituída e evoluída segundo as necessidades do ator ou participante, somadas aos interesses do grupo e ao conceito do trabalho. 7- Lourenço Mutarelli. Oficina de HQ. Sinópse seria: dividindo a experiência e experimentação na narrativa gráfica. 8- Marcelino Freire – Oficina de Dramaturgia. 20 vagas – 3 horas 4 encontros Título da oficina: Soltando a Língua Conteúdo programático: Por meio de exercícios e de intensa troca de ideias e de experiências entre os participantes desta oficina, o escritor MARCELINO FREIRE dará dicas de como “desbloquear” e “enxugar” um texto, trabalhar a concisão, dar voz a uma ideia, criar um personagem, organizar um livro, valorizar o repertório e o vocabulário, seja em qual gênero literário for. Marcelo Montenegro. Palestra sobre roteiro. Tema “Poeta, Profissão, Roterista” Quinta em Cena O projeto Quinta em cena tem por finalidade a construção de cenas curtas de textos de dramaturgos contemporâneos, a fim de montar um painel mais amplo e experimental da produção iniciática destes autores. Uma vez ao mês, duas cenas ocupam a agenda do teatro. A regra é o ineditismo do texto e o rodízio de atores, dramaturgos e diretores, abrindo nossas portas para outros coletivos e artistas apresentarem. Bilheteria com preço popular, integralmente revertida aos participantes (2 vezes ao mês) 20 apresentações. 40 lugares preço popular 20 inteira 10 meia. Cinetério - Exibição de filmes escolhidos pelo grupo com temas ligados à arte musical, documentários e clássicos nacionais e internacionais, gratuitamente, uma vez ao mês. ( dez meses) Gratuito Palestras Gratuitas 50 vagas cada Nesse momento serão abordados seis diferentes temas da área cultural que serão debatidos com profissionais qualificados, que serão convidados para o projeto uma vez por mês em seis diferentes encontros, da seguinte forma: 1) Literatura. Ricardo Lisias. Palestra sobre literatura. Tema: "Entre a fofoca, a agressão e o tédio: uma análise de certa recepção do romance 'Divorcio'". 2) Crônica. Xico Sá. Tema: Crônica 3) Poesia. Ademir Assunção. Palestra:: "Poesia selvagem”. 4) Marcelo Montenegro. Palestra sobre roteiro. Tema “Poeta, Profissão, Roterista” Exposições Gratuita – publico livre Serão três exposições 1 fotográficas /ilustrativas da retrospectiva do grupo Cemitério de Automóveis. Com Bob Sousa, João Pinheiro e André Kitagawa CRONOGRAMA IV. PLANO DE TRABALHO a) Primeira etapa: pré-produção (3 meses) 1. MANUTENÇÃO DO ESPAÇO E NÚCLEO ARTÍSTICO: pagamento mensal dos salários do Núcleo Artístico (elenco fixo – que estará trabalhando para organizar e produzir as atividades) e das despesas fixas e variáveis do espaço a partir do início de suas atividades. 2. REFORMA: contratação de fornecedores para execução da reforma de acústica e melhoramento do espaço cultural. 3. ENSAIOS: preparação, estudo, dança e ensaios dos espetáculos a serem encenados durante o projeto. 4. DIVULGAÇÃO: início do trabalho de assessoria de imprensa para divulgação de todas as atividades do projeto. Confecção das peças de divulgação. b) Segunda etapa: execução (9 meses) 1. MANUTENÇÃO DA COMPANHIA: pagamento mensal dos salários do Núcleo Artístico e das despesas fixas e variáveis do espaço durante todo o período. 2. ENSAIOS: continuidade dos ensaios das peças de repertório e ensaios das peças inéditas. 3. ESPETÁCULOS DO REPERTÓRIO: estreia toda primeira terçafeira do mês segue em temporada toda terça e quarta-feira durante o mês inteiro cada, outras serão encenadas as quintas. 1º mês Quartos de Hotel; 2 º mês - Dias e Noites 3º Patrimônio 3º mês - 4º - A queima roupa; 5º mês – “Trilogia da Amizade” 6º mês - O que restou do Sagrado; 7º mês – Kerouac; 8º mês - Felizes para Sempre; 9º mês - Uma pilha de pratos na cozinha; 10º mês - A frente fria que a chuva traz; 11º mês - Hotel Lancaster.12 º - Killer Joe. 4. ESPETÁCULOS INÉDITOS: estreia trimestral sempre no primeiro final de semana. Duração de três meses cada. 1º trimestre: Tudo que dói; 2º trimestre: Garrafas de Náufragos; 3º trimestre: Os velhos garotos do Bill´s Bar 5. OFICINAS: durante os 9 meses será realizada uma oficina por mês. Cada oficina acontecerá 1 vezes por semana, com 3 horas de aula a cada encontro e terá a duração de 1 mês. Carga horária total: 12 horas aulas/mês . 4 encontros. (Gratuítas para publico jovem e adulto) 20 vagas em cada oficina 6. QUINTA EM CENA: apresentação de uma montagem por mês, apresentada duas vezes ao mês, quinta-feira durante 10 meses. Preço Popular 20,00 (inteira) 10,00 (meia) 40 lugares 7.CINETÉRIO: (duas vezes ao mês, durante dez meses) 20 encontros -Gratuitos – Publico Jovem e adulto. 8. PALESTRAS: um encontro por mês, durante 4 meses, com quatro temas diferentes abordados.; 4° mês: literatura; 5º mês: crônica; 6°mês: poesia; 7° Roteiro; 9. EXPOSIÇÕES: 10º ilustrações: André Kitagawa; 11° João Pinheiro. 12°mês: exposição fotográfica do projeto de continuidade “Artes do subterrâneo” de Grupo Cemitério de Automóveis; de Bob Sousa. - Terceira etapa: pós-produção (1 mês) 1. RELATÓRIO E PRESTAÇÃO DE CONTAS: elaboração do relatório de atividades, organização do clipping e prestação financeira. Justificativa “A arte só serve para alguma coisa se é irreverente, atormentada, cheia de pesadelos e desespero. Só uma arte irritada, indecente, violenta, grosseira, pode nos mostrar a outra face do mundo, a que nunca vemos ou nunca queremos ver, para evitar incômodos à nossa consciência.” Pedro Juan Gutiérrez Esta afirmação de Gutiérrez (escritor reconhecido internacionalmente como um dos mais talentosos da nova narrativa cubana) define de maneira precisa o universo abordado nos textos do reconhecido dramaturgo, ator, diretor e compositor Mário Bortolotto. Com uma produção vasta, constante e continuada de textos escritos ao longo de seus 30 anos de carreira, premiado e respeitado no meio teatral, Bortolotto estabelece total responsabilidade com seu tempo ao criar personagens que vivem histórias em condições-limite de confronto social, afetivo e existencial. Personagens estes que poderiam passar despercebidos em meio à grande multidão de excluídos, ou melhor, de quem se exclui, mas que em suas mãos se tornam peculiares, carregados de poesia e são retratados sem retoques. É um teatro às vezes extremamente trágico, mas sempre impregnados de humor maldito, sem concessões nos temas, fortemente influenciado pelos ritmos blues e rock, que dão a cadência aos seus espetáculos. Segundo Sebastião Milaré "A obra dramática de Bortolotto tem óbvias influências da literatura, em permanente confronto com o sistema, de um Kerouac e, mais ainda, de um Bukowski. Na maneira de abordagem, aos problemas e nos fluentes diálogos, todavia, prevalecem a cor local, e os estigmas da classe média brasileira, sufocada em angústias, medos e carências. Numa linguagem teatral contemporânea, Mário Bortolotto vê o inconformismo dos filhos da burguesia em face do sistema burguês, que marcou a arte nos anos 1950 e 1960. E revela a atualidade desse inconformismo seminal e transformador". Bortolotto, como um arguto intérprete da realidade, reapresenta, em seus textos, o fluxo que a urbanidade produz diariamente. Por meio de suas personagens ficcionais, o dramaturgo traduz as transformações da sociedade no que diz respeito ao encurtamento das distâncias, às tribalizações, às hibridações religiosas e culturais, ao papel da mídia, à comunicação, ao ritual político, e à pluralidade das novas identidades. Os temas abordados pelo dramaturgo em seus textos são atemporais ao tratarem dos relacionamentos humanos presentes em todos os tempos, como a juventude, a exclusão, os anseios, dúvidas e escolhas diante das mais variadas situações da vida. O conjunto da obra de Bortolotto permite concluir que, como autor, é um intérprete da contemporaneidade. Sua estética dramatúrgica e de direção (sensibilidade, sensação, supermodernidade, sentimentos, atração) decorre de seus olhares. Este termo é proposto por Augé (1997, p. 41) para apontar as transformações no tempo e no espaço devido à globalização, ao desenvolvimento tecnológico, a aceleração da história, o encurtamento dos espaços, a planetalização de alguns problemas, a superabundância factual, as cooperações econômicas e políticas e as individualizações das referências. Sabe-se que a realidade é uma construção feita não sobre o real, mas sobre as representações deste real com as quais o autor entrou em contato enquanto leitor. Bortolotto (2006) testemunha que prefere escrever sobre as pessoas comuns, sobre os outsiders, aqueles que não são representados na história oficial e não querem se enquadrar. O Cemitério de Automóveis sobrevive há 30 anos produzindo seus espetáculos com poucos recursos, o que obrigou o grupo a criar um estilo próprio, centrado no texto e no ator – na música do texto como uma partitura que deve ser descoberta e seguida e com o ator sendo solista soberano. Tão notável quanto à capacidade de produzir intensamente é o talento de seu condutor (Mário Bortolotto) para agregar pessoas. A proposta CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS 30 ANOS – Manutenção - ARTES DO SUBTERRÂNEO pretende revisitar o percurso construído pelo grupo analisando o passado, refletindo sobre o presente e planejando suas ações futuras, reunindo pessoas que contribuíram e contribuem com o nosso pensamento artístico, calcado em histórias em quadrinhos, poesia, literatura, cinema, blues, rock e o universo beatnik. O fascínio mútuo pelas obras uns dos outros e pelas absorções criativas geradas pelo contato estabelecido entre artistas consagrados e talentos promissores de diversas áreas proporcionará uma visão do conjunto da obra do Grupo - que é o reflexo da realidade urbana com caminho trilhado pelas sendas do non sense e do humor para invadir o território trágico, sem se perder em psicologismos, onde o destino dos homens é manipulado por invisíveis e insensíveis deuses. O projeto terá divulgação, na mídia virtual e impressa, utilizando nosso vasto mailing, redes sociais e principais jornais. Nesse sentido, o projeto aqui apresentado foi elaborado de modo a dar continuidade ao trabalho do grupo e seus desdobramentos, conseguindo agregar o máximo de profissionais em diferentes áreas artísticas, difundindo ainda mais os seus resultados. Além da própria manutenção do espaço e do grupo, as atividades aqui propostas buscam democratizar a programação do Cemitério de Automóveis, tanto pelo valor popular das suas apresentações, quanto pela diversidade de formatos, linguagens e áreas contempladas, de forma a atender o interesse cultural das mais variadas camadas da população. ORÇAMENTO RECURSOS HUMANOS: Núcleo Artístico Mário Bortolotto (autor ,diretor, sonoplasta e iluminador e ator) Serão pagos mensalmente durante 12 meses, R$ 3.300,00 ( Três mil e trezentos reais) para os 1 integrantes do Núcleo Artístico. Totalizando: 39.600,00 Serão pagos mensalmente durante 12 meses, R$ 2.900,00 (dois mil e quinhentos reais) para os 3 integrantes do Núcleo Artístico: Carlos Carcarah (produtor executivo, ator, administrador) Lucas Mayor (Autor, Coordenador oficina de dramaturgia e diretor) Liz Reis (Diretora executiva , produtora e coordenação geral e atriz) R$ 104.400,00 Serão pagos mensalmente durante 12 meses, R$ 2.000,00 (dois mil e quinhentos reais) para os 4 integrantes do Núcleo Artístico: Isabela Bortolotto (Administradora/bilheteria) Gabriela Fornell (Administração/Atriz) Antoniella Canto (Produção/Atriz) Ivone F.S (Produtora/Coordenadora) R$ 96.000,00 Total Núcleo Artístico 12 meses = R$240.000,00 Oficinas Serão pagos as 9 oficinas, R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada totalizando R$ 18.000,00 Oficina de dança Será pago uma oficina, R$ 1000,00 durante o projeto de pesquisa do grupo totalizando R$ 3.000,00 Palestras Serão pagos aos 4 palestrantes, de notório saber, R$ 1.000,00 (Hum mil reais) para cada. Totalizando R$ 4.000,00 Exposições Serão pagas 3 expositores, R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada. Totalizando R$ 6.000,00 Técnicos Serão pagos aos 3 técnicos, R$ 1.500,00 (Hum mil reais) para cada por mês 12 meses). Totalizando R$ 54.000,00. Assistentes Serão pagos para dois assistentes R$5.000,00 cada. Totalizando R$10.000,00 32 - Atores convidados Motagem Inédita e Repertório - R$2.000,00 cada, totalizando R$ Totalizando R$66.000,00 TOTAL : R$ 161.000,00 Manutenção do Espaço: Mesa de Luz 24 canais R$ 6.000,00 Mesa de Som R$ 1.289,00 2 rac – dimmer de luz de 12 canais R$ 2.450,00 R$ 4.900,00 6 Refletores (tipo Fresnel da marca telem) R$ 510,00 R$ 3.060,00 4 refletores (tipo plano convexo telem) R$ 465,00 6 Elipsoidal 36 R$ 1420,00 10 Bandor para PC iy Fresnel R$130,00 6 porta- gel para Elipso R$ 15,00 R$ 1.860,00 R$ 8.520,00 R$ 1.300,00 R$ 90,00 6 porta-gel para Fresnel R$ 10,00 R$ 60,00 4 porta-gel para Pc R$ 10,00 R$ 40,00 10 folhas de gelatina R$ 18,00 R$ 180,00 20 garras para iluminação CBI 3911 R$12,00 6 Fita adesiva gaffer tape preto rosco R$108,00 Reforma do balcão café/bilheteria/sebo R$ 120,00 R$ 648,00 R$6.000,00 50 ms de linóleo preto de 1,40 de largura R$ 22,00m R$1.100,00 Total R$ 35.167,00 Material de escritório (lápis, caneta, cadernos, recibos, etc) Material de limpeza Faxineira R$ 100,00 R$1.200,00 R$ 1.800,00 R$21.600,00 Material de divulgação folder, cartaz, Aluguel (12 meses) R$ 30.000,00 R$ 6.360,48 Luz R$ 150,00 (média) Agua R$ 300,00 (média) Telefone/internet Vedação acústica Total: 185.925,76 R$ 400,00 R$ 250,00 (média) R$ 76.325,76 R$ 1.800,00 R$ 3.600,00 R$ 3.000,00 R$48.000,00 c) PRODUÇÃO E DOCUMENTAÇÃO: COMBUSTÍVEL ................................................................. R$2.000,00 DESPESAS COM CORREIO...................................................R$1.000,00 SERVIÇOS GERAIS, XEROX, MOTOBOY..............................R$ 3.000,00 TRANSPORTE, HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO convidados.............R$10.000,00 SITE..........................................................................................R$ 7.000,00 CENOGRAFIA (Verba incluindo transporte).............................R$ 20.000,00 ILUMINAÇÃO (Verba).............................................. R$ 10.000,00 FIGURINOS (Verba).................................................. R$ 15.000,00 GRÁFICA (5.000 PROGRAMAS)...................................... R$ 5.000,00 BANNERS .................................................................... R$ 1.500,00 FLYERS (30.000 UNIDADES) ..................................... R$ 3.000,00 CARTAZES (500 UNIDADES)..................................... R$ 1.500,00 GRAVAÇÃO DE TRILHA SONORA ....................... R$ 10.000,00 VÍDEO E FOTOGRAFIAS (DOCUMENTAÇÃO)....... R$ 30.000,00 ASSESSORIA DE IMPRENSA E CLIPAGEM.......... R$ 20.000,00 VERBA DE MÍDIA....................................................... R$ 12.000,00 ARTE GRÁFICA..................................................... R$ 2.000,00 TRANSCRIÇÃO............................................................ R$5.000,00 Direitos autorais......................................................... R$ 600,00 PROJETO GRÁFICO....................................................... R$4.000,00 Total R$ 152.600,00 Valor total do Projeto: R$774.692,76 Ficha Técnica Mario Bortolotto (autor ,diretor, sonoplasta, ator) Carlos Carca Rah (produtor executivo, ator, administrador) Lucas Mayor (Autor, Coordenador oficina de dramaturgia e diretor) Liz Reis (Diretora executiva , produtora e coordenação geral e atriz) Isabela Bortolotto (administradora/bilheteria) Gabriela fortanell (atriz/administração) Antoniella Canto (atriz/produtora) Ivone F. S (produtora/coordenadora) Walter Figueiredo (Ator/ técnico geral) Ademir Muniz (técnico de som) Tarcisio Buenas (coordenador do sebo do teatro) Karina Ká Pinheiro(atriz/oficina de dança) Nelson Perez (ator/oficina de interpretação) Fernando Azevedo (oficina iluminação) João Pirolla (oficina de ilustração) Marco Antonio Braz (oficina de direção) Ofélia Lotti (oficina de figurino) Lourenço Mutarelli (Oficina de HQ) Marcelino Freire (Oficina de literatura) Xico Sá (palestra crônica) Ricardo Lisias (palestra literatura) Ademir Assunção (Palestra Poesia) André Kitagawa (exposição) Bob Sousa (Exposição/Fotografia) João Pinheiro (Exposição/Fotografia) Atores Convidados 1- Aline Abovsk 2- Pablo Perosa 3- Luciana Joyce Caruso Borges 4- Francisco Eldo Mendes 5- Samya Ennes 6- Mauricio Bittencourt 7- Rodrigo Humberto Leon Contrera 8-Majeca Angelucci 9-Lulu Pavarin 10- Marcos Amaral 11- Patricia Vilela 12- Wanessa Rudmer 13- Aline Abovsk 14- Renata Airold 15- Valentine Durant 16- Fernão Lacerda 17- Renata Gouveia 18- Ana Luisa Hartmann 19- Jiddu Pinheiro 20-Gabriel Pinheiro 21-Wilton Andrade 22-Lavínia Pannunzio 23-Mariana Leme 24-Alex Gruli 26-Fernanda Cunha 27-Sergio Mastropasqua 28-Henrique Stroeter 29-Erika Puga 30-Maria Manoela 31-Débora Ester 32-Heitor Goldfluss 33- Sergio Guizé