Veiculou matéria sobre a morte do Osama Bin Laden, com aspas do

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Veiculou matéria sobre a morte do Osama Bin Laden, com aspas do
Muçulmanos não verão Bin Laden como herói ou mártir
VEJA On-line - SP - NOTÍCIAS - 02/05/2011
Terrorista chegou a ter forte apoio da população de países islâmicos, mas muito antes de ser
morto com tiro na cabeça sua popularidade já tinha despencado Aretha Yarak
O terrorista saudita Osama bin Laden, de 54 anos, foi executado com um tiro na cabeça,
numa operação militar realizada nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão
(Arquivo/AP)
Rosto mais conhecido do terrorismo internacional, o saudita Osama bin Laden já teve o apoio
da maioria da população de alguns países islâmicos. Isso nos primeiros momentos após o
atentado de 11 de setembro de 2001. De lá para cá, o prestígio de Osama bin Laden
despencou, segundo pesquisa, e nada indica que o homem mais procurado do mundo será
cultuado como um mártir ou herói do mundo islâmico - salvo, é claro, entre os irmãos
jihadistas.
A queda de popularidade do líder terrorista decorre de ações da rede Al Qaeda dentro do
próprio mundo islâmico. 'Há que se pesar a parcela da população local que é atingida
diretamente por organizações terroristas', diz Samuel Feldberg, membro do Instituto de
Relações Internacionais da USP e professor das Faculdades Rio Branco . 'Eles são a maioria
das vítimas e não vão apoiar a Al Qaeda só para penalizar os Estados Unidos.' Para Feldberg,
bin Laden não será visto como mártir. 'Um mártir morre em ação', explica. 'Bin Laden ficou
anos sem fazer uma ação relevante e morreu como um fugitivo.'
Segundo uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center’s Global Attitudes Project, bin
Laden tinha 72% de apoio entre palestinos em 2003, e 34% em 2010. Na Indonésia, 59% das
pessoas disseram em 2003 confiar nas decisões de Bin Laden, contra 26% em 2010. No
Paquistão, onde o terrorista foi morto com um tiro na cabeça, o apoio caiu de 46% em 2003
para 18% em 2010.
'Bin Laden será um mártir apenas para os grupos radicais, não para a população como um
todo', diz Pedro Paulo Funari, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da
Unicamp. Funari diz que as ações de Osama marcaram o mundo de maneira indelével, e por
isso será lembrado. Mas não como herói ou mártir. 'Ele não vai se tornar um herói popular',
diz, 'simplesmente porque ele não é o tipo popular'. Contribui para que Osama não seja
cultuado como mártir ou herói o fato de seu corpo ter sido sepultado no mar, o que impede
peregrinações.
Martírio - Funari ressalta que bin Laden ainda tem o apoio dos radicais. 'É uma minoria, mas
existe', diz. Em Kandahar, no Afeganistão, um morador disse à agência de notícias Reuters
que bin Laden 'é o mártir número um da Al-Qaeda. É mais forte morto do que vivo'. Para a Al
Qaeda, 'se bin Laden se tornar um mártir, será uma grande vitória para nós', segundo disse
o porta-voz de uma das facções do Talibã à AFP. 'Porque o martírio é o objetivo de todos.'
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