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VIAJES DEL INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL EN EL SIGLO XV CON INDICACIÓN DE LOS DE UNA RELIGIOSA ESPAÑOLA POR LAS REGIONES O R I E N T A L E S M I L A Ñ O S A N T E S POR D. CESÁREO FERNÁNDEZ DURO MADRID IMPRENTA DEL CUERPO DE ARTILLERÍA San Lorenzo, 5 1 bajo. 1903 Viajes Él Infante D, P E O k P VIAJES DEL INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL EN EL SIGLO XV CON INDICACIÓN DE LOS DE UNA RELIGIOSA ESPAÑOLA POR LAS REGIONES O R I E N T A L E S M I L A Ñ O S A N T E S POR D. CESÁREO FERNÁNDEZ DURO MADRID IMPRENTA DEL CUERPO DE ARTILLERÍA San Lorenzo, 5 i bajo. 1903 •VIAJES DEL INFANTE D, PEDRO DE PORTUGAL EN E L SIGLO XV CON INDICACIÓN POR LAS DE LOS REGIONES DE UNA ORIENTALES RELIGIOSA MIL A Ñ O S ESPAÑOLA ANTES I. El Infante D. Pedro. S e g u n d o g é n i t o del R e y de P o r t u g a l D . J u a n I y de F e l i p a de L a n c a s t e r , nació en Lisboa en 1392, y recibió crianza y educación, en las que se unían á las prácticas de a n t i g u o seg u i d a s en la enseñanza de los fidalgos de la C o r t e , o t r a s imp o r t a d a s de I n g l a t e r r a por la m a d r e , que influj'eran en la sanidad de la m e n t e como en el vigor del c u e r p o . D u a r t e ó E d u a r d o , su h e r m a n o m a y o r , estaba destinado á la sucesión en el solio, que alcanzó; los m e n o r e s fueron: D. E n r i q u e , llamado el Navegante, célebre por los descubrimientos a f a n o s a m e n t e dirigidos por él á lo l a r g o de la costa occidental de Á f r i c a ; D . J u a n , M a e s t r e de la O r d e n de Sant i a g o , de r e c t o p r o c e d e r ; D . F e r n a n d o , j o v e n desdichado, m u e r t o en cautividad e n t r e los m o r o s , inmortalizado por n u e s t r o d r a m a t u r g o C a l d e r ó n en la obra titulada El Principe constante; D . A l f o n s o , Conde de B a r c e l l o s , habido por el R e y a n t e s del m a t r i m o n i o , y b a s t a r d o en los hechos t a n t o como en el nacimiento. D o n P e d r o , en lo físico, alcanzó a v e n t a j a d a e s t a t u r a ; el cabello y la b a r b a r u b i o s , los ojos a z u l e s , como la m a d r e ; el cuerpo delgado y bien hecho. E n lo moral m o s t r ó ser modesto, sufrido, religioso, b e n i g n o y p r u d e n t e . 6 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L Movido en la j u v e n t u d por el espíritu caballeresco y avent u r e r o de la é p o c a , j u n t a m e n t e con los h e r m a n o s , invitó al R e y á intentar alguna expedición en el vecino continente de África que sirviera p a r a dilatar los t é r m i n o s de la nación y reducir al mismo tiempo los de la m o r i s m a , con gloria de un pueblo mal avenido con el r e p o s o . L a s dificultades de la emp r e s a no e r a n escasas, p e r o á t o d a s r e s p o n d í a la imaginación de los Infantes con insistencia t a n t a , que consiguió v e n c e r á la opinión p r u d e n t e del M o n a r c a y á la poquedad de los recursos, iniciando desde entonces los p r e p a r a t i v o s , prosiguiendo sin cesar los a r m a m e n t o s de n a v e s y soldados, hasta terminarlos con g r a n d í s i m o s e c r e t o y disimulo, considerada la i m p o r t a n c i a de g u a r d a r l o s . El éxito r e c o m p e n s ó á los afanes. E m b a r c a d o el Rey con los t r e s Infantes D u a r t e , P e d r o y E n r i q u e , dirigiendo h u e s t e de 50.000 soldados, sorprendió á la plaza de C e u t a el año 1415, tomándola por asalto sin p e r d e r más de ocho h o m b r e s ; aseg u r a n d o á la cristiandad e n t r e las columnas de H é r c u l e s un b a l u a r t e que h a s t a I103' p e r d u r a . V u e l t o s á P o r t u g a l en triunfo, creó el R e y á D . P e d r o D u q u e de C o i m b r a , siendo el p r i m e r o que t u v o en el reino tal dignidad; mas las honras y a g r a d o s del recibimiento no satisfacían al afán de instruirse y c o r r e r t i e r r a s que la b r e v e incursión africana estimuló m á s y m á s . D e s e a b a v e r las cosas g r a n d e s y la v a r i e d a d de costumb r e s y de a r t e s de que se g o b i e r n a el m u n d o , universidad de experiencias y estudio que más enseña á los h o m b r e s , dice F a r í a y Sousa (1). Resolvió p e r e g r i n a r , discurriendo por las cortes de diversos P r í n c i p e s , en el comienzo; conciliar en el viaje con las miras políticas las p i a d o s a s ; visitar en la P a l e s tina el Santo S e p u l c r o , é i n t e r n á n d o s e cuanto p u d i e r a en dirección de los reinos mal d e t e r m i n a d o s del P r e s t e J u a n de las I n d i a s , cumplir recomendación de su h e r m a n o E n r i q u e , (1) Manuel de F a r í a y Sousa, Europa 1679, rol., tomo I I . portuguesa. Segunda edición. L i s b o a , V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L / que le e n c a r g a b a la adquisición de m a p a s y de noticias de los viajes de g e n o v e s e s y venecianos por aquellas t i e r r a s misteriosas, tan celebradas entonces ( 1 ) . H a s t a qué punto realizó el p r o y e c t o , no está completam e n t e a v e r i g u a d o ; no hay certeza en la época en que emprendió la m a r c h a , en la duración del viaje ni en los l u g a r e s r e c o r r i d o s , que algunos escritores extienden por E u r o p a , Asia y África (2), m i e n t r a s otros (que citaré o p o r t u n a m e n t e ) los limitan á la p r i m e r a p a r t e del m u n d o , si bien conformes por lo g e n e r a l en que llevó consigo g e n t e y caudal que cor r e s p o n d í a n bien á su e s t a d o ; t r a t ó con R e y e s y P r í n c i p e s , y de todos se vio estimado y socorrido. A l r e g r e s a r á la P e n í n s u l a ibérica el año 1429, fué hospedado en A r a g ó n con singular agasajo por el R e ) ' D . Alonso; casó con I s a b e l , hija m a y o r de D . J a i m e , Conde de U r g e l , y n i e t a , por c o n s i g u i e n t e , de D . P e d r o I V , y dio vuelta con ella á la patria, g r a n j e á n d o l e universal estimación la notoriedad d e s ú s estudios, no menos que su a c r e d i t a d a prudencia. D e s d e que murió el Rey D . J u a n , en 1434, fué leal consejero de su h e r m a n o D u a r t e , auxiliándole de buena fe en c u a n t a s comisiones confió á su cuidado. Dio p r u e b a s públicas de independencia y justificación, oponiéndose á la j o r n a d a de T á n g e r c o n t r a el p a r e c e r de sus h e r m a n o s , y v o t a n d o , t r a s el d e s a s t r e , por la e n t r e g a de la plaza de C e u t a , cumpliendo lo estipulado, sin t e m o r á la impopularidad en cuestión que afectaba á la santidad de la p a l a b r a . D o t a d o de n a t u r a l talento y en el estudio p e r s e v e r a n t e , fué ensanchando sin cesar la esfera de sus conocimientos: era filósofo y m o r a l i s t a ; escribía en prosa y v e r s o ; tradujo obras del latín y del italiano; sostenía correspondencia con m u y doctas p e r s o n a s , de ellas en Castilla el Condestable D . A l v a r o de L u n a y J u a n de M e n a , cronista y s e c r e t a r i o del R e ) ' , considerado entonces príncipe de los p o e t a s . E r a , en fin, uno (1) J. P . Olivcira .Martina, Os Julios de V. Joao I. Lisboa, 1891. En 4." (2) L o s y a citados y F r a n c i s c o da F o n s e e a Bone-vides, Rainhas de Portugal. Lisboa, 1878. Tomo I, pág. 350. 8 VIAJES DEL INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL de los h o m b r e s m á s ilustrados del t i e m p o , pasando de sus días á los actuales la popularidad que el incesante anhelo de cultura le había conquistado (1) y que hubo de evidenciarse d u r a n t e las turbulencias originadas en 1432 por fallecimiento de D . D u a r t e y minoría de su hijo Alfonso V . R e u n i d a s las C o r t e s por causa de tales s u c e s o s , fué don P e d r o n o m b r a d o defensor del r e i n o , lo cual equivalía á dividir la r e g e n c i a e n t r e la R e i n a m a d r e y el b a s t a r d o Conde de Barcellos, g r a n d e s enemigos suyos desde e n t o n c e s , como int e r e s a d o s en eliminar su persona y seguir g o b e r n a n d o solos. D e aquí las i n t r i g a s , los motines y a l g a r a d a s puestos en jueg o con r e s u l t a d o c o n t r a p r o d u c e n t e . E l p u e b l o , ansioso de tranquilidad, aclamaba á D . P e d r o ; las C o r t e s , r e s p e t u o s a s con la opinión, le e n c o m e n d a r o n al cabo la r e g e n c i a exclusiv a ; sofocáronse los chispazos de la g u e r r a civil a m e n a z a n t e ; o t r a s C o r t e s a c o r d a r o n el matrimonio del R e y , que contaba 10 a ñ o s , con la hija del R e g e n t e , y abrióse p e r í o d o de sosieg o en que éste g o b e r n ó con firmeza y justicia. D u r ó poco. Cumplidos p o r D . Alfonso 14 años de edad, e n t r e g ó la R e g e n c i a , r e t i r á n d o s e á su ciudad de Coimbra con idea de a c a b a r los días t r a n q u i l o , idea g r a n d e m e n t e e r r ó n e a , que al ducado le siguió la inquina de los e n e m i g o s ; la del Conde de Barcellos principalmente y más dé t e m e r , t o d a vez q u e , a p o d e r a d o del valimiento r e a l , abusando de la sencillez del niño al paso que s e m b r a b a en la v a n a imaginación del ine x p e r i m e n t a d o soberano los celos, la suspicacia, la irascibilid a d , sin r e p a r o en insinuaciones a l t a m e n t e calumniosas, alcanzó á p r o m o v e r persecución e n d e r e z a d a á despojar al exr e g e n t e de los bienes y aun de la v i d a , e x t r e m a n d o aquélla hasta el punto de obligarle á defender ésta con las a r m a s ó de p e r d e r l a con ellas en la m a n o , que en esto t e n í a que a c a b a r la lucha d e s i g u a l , como acabó efectivamente, m u e r t o de saetazo en la batalla de A l f a r r o b e i r a , c e r c a de Lisboa, en 1449. (1) D. José" A m a d o r de los Ríos, Historia Madrid, 1865. Tomo V I I . crítica de la literatura española. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 9 N o por ello se acabó la e n e m i g a : el secuestro de la hacienda y el ostracismo de la familia r e q u e r í a n que se infamara su m e m o r i a con declaraciones de deslealtad y de traición seguidas de las más odiosas consecuencias. « T e m i e n d o que la m u e r t e del Infante había de escandalizar á quien le conocía, conociéndole casi todo el m u n d o entonces d e s c u b i e r t o , hicieron (sus a d v e r s a r i o s ) r e m e d i o d e nuevos e r r o r e s . Compuestos á su modo unos libelos infames, o r d e n a r o n al R e y que enviándolos al Pontífice Nicolás V se justificase con él. A p r e s u r á r o n s e por el aforismo de lo que monta la p r i m e r a información. L a r e s p u e s t a fueron g r a n d e s elogios del Infante m u e r t o y m o r t a l e s r e p r e n s i o n e s del R e y y de sus consejeros vivos, con excomuniones sobre los que le n e g a r o n la s e p u l t u r a los días que estuvo sin ella. T a m b i é n avisaron en aquella conformidad á los o t r o s P r í n c i p e s cristian o s , y como todos les enviaron las mismas r e p r e n s i o n e s , vinieron á conocer que las excomuniones mismas les hubiesen enviado si todos fuesen Pontífices. E s t a fué la gloria que consiguieron de aquel hecho. ¿Qué maj'or la pudo q u e r e r p a r a sí, y oprobios p a r a sus enemigos, aquel Príncipe infeliz, aquel día en P o r t u g a l , felicísimo p e r d u r a b l e m e n t e en todo el mundo? P o r t u g a l envió á R o m a libelos que le infaman; Italia á P o r t u g a l elogios que le ilustran. No muere quien así muere» (1). Con todo esto se impuso la voz pública d e m a n d a n d o rehabilitación y d e s a g r a v i o , y hubo de dispensarlos el R e y , mal de su g r a d o , pasado algún tiempo, al cabo del cual r e p o s a r o n los r e s t o s del Infante al lado de los de sus m a y o r e s , en el M o n a s t e r i o de Batalla. A su fama realzó el sufrimiento, estimándole fuera de su p a t r i a el más v a r o n i l , el más caballero, el más bizarro P r í n c i p e del tiempo ( 2 ) , «en guerra y paz maravilla» ( 3 ) , (1) (2) 1894. (3) H a r í a y Sousa, obra citada. Tomo II, p á g . 383. La vita c i tempi de Paolb del Pozo Toseanelli di G u s t a v o Uzielli. Roma Raccolta Colombina, p a r t o V, vol. I, pág-. 136. Tirso de Molina. El vergonzoso en .Palacio. Acto III, escena XV, 10 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L y pasando los siglos, el S r . Oliveira M a r t i n s , que en su Historia de Portugal le había considerado «acaso o typo digno de toda a historia nacional»_, mais en el h e r m o s o libro a n t e s m e n c i o n a d o , v e r d a d e r a o b r a de a r t e ( 1 ) , le ha erigido monumento. II. El libro del Infante. Cien a ñ o s , al poco m á s ó m e n o s , después de la t r a g e d i a lastimosa de Alfarrobeira, apareció en E s p a ñ a un opúsculo de pocas hojas haciendo relación de los viajes de D . P e d r o de P o r t u g a l , p r o l o n g a d o s h a s t a las t i e r r a s del P r e s t e - J u a n , en el e x t r e m o O r i e n t e , diciéndose a u t o r G ó m e z de San E s t e b a n , uno de los que al Infante a c o m p a ñ a r o n e'n la j o r n a d a , y, por lo t a n t o , t e s t i g o de vista. Dícese que la más a n t i g u a edición conocida, la p r i m e r a quizá, se imprimió en 1544 con título de Auto del Infante D. Pedro. D e n u e s t r o s bibliófilos, algunos han n o m b r a d o el libro sin dar importancia á la noticia ni á la investigación que m e r e ciera un i m p r e s o , curioso por lo m e n o s , y q u e , s e g ú n ha de v e r s e , ha alcanzado como pocos popularidad y circulación. Nicolás A n t o n i o , b a s t a n t e escaso de d a t o s , lo creía de origen y a u t o r p o r t u g u é s . Sus p a l a b r a s son (2): «Gomezius de S a n t i s t e v a n , L u s i t a n u s , propia gentis ling u a edidit, i>Historia do Infante Dom Pedro de Portugal, que andón as sette partidas do Mundo. H a e c in Castellanam c o n v e r s a prodiit anno 1595 et anno 1626 in 4.°» (1) D. Antonio Sánchez Moguel, Os Jilhos de D. Joao I, por J. /'. Oliveira Martins. Boletín de la Real Academia de la Historia, tomo X X . Madrid, 1892. (2) Bibliolheca iV<ro«,'Matriti, 1783. 11 V I A J E S D E E I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L P o r t u g u é s le c r e y ó también D . D o m i n g o G a r c í a P é r e z , escribiendo (1): « G Ó M E Z D E S A N T I S T E B A N . — Q u e se dice ser uno de los c o m p a ñ e r o s del Infante D . P e d r o , hijo de D . J u a n I , en sus p e r e g r i n a c i o n e s , escribió un libro, auto ó n a r r a c i ó n de ellas, que bajo mil a l t e r a c i o n e s , y con v a r i a s m u d a n z a s , se ha publicado en castellano y p o r t u g u é s . L a p r i m e r a edición que se conoce fsicj es la de 1564, hecha en B u r g o s por F e l i p e J u n t i , pues la que refiere B a r b o s a como p o r t u g u e s a , y de Lisboa de 1554, nadie la ha visto 3' se c r e e que no existe. El mismo B a r b o s a cita dos ediciones más en castellano hechas por D o m i n g o R o b e r t i s , en Sevilla, 1595 y 1626, 4.° E l catálogo de L o r d S t u a r d cita una de la misma ciudad sin fecha, p e r o cuyo título es igual á la que t e n e m o s , que v a r í a de las p r i m e r a s ediciones que designaban s o l a m e n t e c u a t r o partidas, y ésta dice así: Historia del Infante D. Pedro de Portugal, el qual anduvo las siete partidas del mundo. Con licencia, B a r c e l o n a , en casa de Rafael F i g u e r ó , 8.°, 62 p á g i n a s , sin fecha, y principia así: Este tratado fue compuesto por Gomes Santisteban, uno de los doce que anduvieron con el Infante D. Pedro de Portugal. «No sabemos si la alteración del título la extiende á todo el libro p o r q u e no hemos podido confrontar ésta con las o t r a s ediciones; es probable que s í , p o r q u e todo él no es m á s que un libro de Caballerías, á p e s a r del título, p e r o de poca m i g a y menos gracia.» Inocencio F r a n c i s c o da Silva (2), á quien pudiera h a l a g a r la creencia a n t e r i o r , no participaba de ella; consultadas las n o t a s de B a r b o s a (3), p r e s u m í a que la obra se escribió origi(1) Catálogo razonado biográfico y bibliográfico de los autores portugueses que escribieron en castellano, por D. Domingo G a r c í a Pérez, doctor en Medicina y Cirugía, antiguo diputado de la Nación p o r t u g u e s a por la ciudad de Setubal. Madrid, 1890. (2) Diccionario bibliograpltico, t. III, p á g . 149. (3) Diego B a r b o s a Machado, Bibliotlieca Lusitana. 12 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L n a l m e n t e en castellano (opinión admitida por otros literatos portugueses) (1), y a p u n t a b a edición de 1564, en B u r g o s , por Felipe J u n t i (sicj, a n o t a d a asimismo por B a r b o s a y por J u a n S o a r e s da Silva. D o n P a s c u a l d e G a y a n g o s , incluyendo el folleto de referencia e n t r e los libros de Caballerías, ó sea e n t r e los fabulosos de a m e n a r e c r e a c i ó n ( 2 ) , señaló edición de Z a r a g o z a por J u a n Millán, 1570, en 4.°, letra de T o r t i s , y o t r a de Barcelona de 1595, manifestando presunción de h a b e r l a s a n t e r i o r e s , que no había l o g r a d o v e r . Más m o d e r n a s se contienen en la Biblioteca de Salva (3), con p a r t i c u l a r i d a d e s dignas de atención, así por el título como por el .nombre del a u t o r , v a r i a d a s de las a n t e r i o r e s como sigue: «Libro del Infante Don Pedro de Portugal, el qvcil anduvo todas las partidas del mundo. Aova nuevamente corregido y historiado con mucha curiosidad. Van añadidas las siete Maravillas del Mundo. Compuesto por luán Gómez de Saneste-van. V a l e n c i a por F r a n c i s c o M e s t r e , 1696, 4.°, con láminas en m a d e r a , 32 páginas incluso el frontis.» A d v i e r t e el bibliófilo que las ediciones r e g i s t r a d a s difieren en muchas c o s a s , especialmente ésta de V a l e n c i a , observación g e n e r a l en cuantos han c o m p a r a d o las tiradas s u c e s i v a s , extendida por Inocencio da Silva hasta la afirmación de no ser fácil e n c o n t r a r dos e n t e r a m e n t e c o n f o r m e s , p o r q u e los editores han ido e n m e n d a n d o á su g u s t o y a c r e c e n t a n d o lo que les ha parecido. B a s t a p a r a confirmarla la simple consideración de los tít u l o s , d e m o s t r a t i v a del proceso de crecimiento parecido al de la bola de nieve r o d a d a . U n a de las ediciones, no incluida, (1) OHveira Martín, libro citado.—Sousa V i t e r b o , O hitante D. Pedro o das scle partidas, Lisboa, 1902. (2) Catálogo de los libros de Caballerías. Colección de A u t o r e s españoles de R i v a d e n e y r a , t. X L V I I , pág. L X X X I I , Madrid, 1857. (3) Catálogo de la Biblioteca de Salva, Valencia, 1872, t. II. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 13 por c i e r t o , en las relaciones bibliográficas d i c h a s , y que par e c e ser de las p r i m i t i v a s , se titula: Libro del Infante do Pe dro d Portugal. El qual anduvo las quatro partidas del mundo Siguen 38 hojas en 4.° sin paginación. E n la señalada aij, i n m e d i a t a m e n t e después del frontis, se lee: «Aqui comienca el libro del yufan \ te don Pedro de partugal (sic). El qual anduvo las par | tidas del mundo. Compuesto por Gomes de Sanl este | uan uno de los do.ze que anduvieron con el dicho yn \ fanle a las ver.» E n la última p á g i n a , después de Deo gratias, reza el colofón : «TI Fenece el presente tratado llama \ do Infante don Pedro de Portugal: que anduvo \ las quatro partidas del mundo. Fué ¿mpresso | en la muy noble ciudad de Salamanca por | Juan de Junta. Acabóse a veinte e cin \ co dias de Enero. Anno de mil y \ quinientos y quarenta y sie \ te años. | ^¡ [ O t r a edición inmediata que p e r t e n e c i ó á la biblioteca de D . P a s c u a l de G a y a n g o s , en 4.°, l e t r a g ó t i c a , sin g r a b a d o s de a d o r n o , dice en el frontis: «El libro del Infante don Pedro de Portugal. El qual anduvo las quatro partidas del mundo. Con licencia. Año MDLXiij'.», y al final: «Impresso en Burgos en casa de Philippe de Junta. Año MDLXiij'.» S u c e s i v a m e n t e , s e g ú n se o b s e r v a , las c u a t r o p a r t i d a s crecieron en los títulos á siete; luego á todas las del universo; después, á lo que sucedió al Infante en el viaje que hizo alrededor del m u n d o . 14 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L Colegidos sin mucha diligencia los a p u n t e s , a p a r e c e n estas ediciones c o r r e l a t i v a s : 1544 C A S T I L L A . — I n o c e n c i o da Silva. 1547 S A L A M A N C A , p o r J u a n de J u n t a . — B i b l i o t e c a N a c i o n a l de P a r i s . — 1563 B U R G O S , p o r F e l i p e de J u n t a . — Biblioteca de D . Pascual de G a - 1564 BURGOS, p o r D . Felipe Junti ( s i c ) . — B a r b o s a . — J u a n M. Gabriel Marcel. yangos. Soares da Silva. 1570 ZARAGOZA, por Juan 1595 BARCELONA.—Nicolás Antonio.—Gayangos.—Salva.—Brunet. Millán.—Gayangos.—Salva.—Brunet. 1595 S E V I L L A , p o r D o m i n g o de R o b e r t i s . — B a r b o s a . 1602 L I S B O A . — S r . Sousa V i t e r b o . 1622 SALAMANCA.—Museo Británico. 1626 SEVILLA.—Nicolás Antonio.—Barbosa. » B A R C E L O N A , sin a ñ o , p o r Rafael F i g u e r ó . — D . D o m i n g o García Pérez. 1644 L I S B O A , p o r D o m i n g o C a r n e í r o . — Salva. 1646 LISBOA.^—Biblioteca de E v o r a . — D . A. F . Barata. 1669 B A R C E L O N A , p o r Francisco C o r m e l l a s . — D . A. Elias de Molins. 1690 Sin lugar. — S a l v a . 1696 V A L E N C I A , p o r F r a n c i s c o M e s t r e . — Salva. 1698 L I S B O A . — I n o c e n c i o da Silva. 1713 L I S B O A . — B i b l i o t e c a de E v o r a . — D . A. F . Barata. 1720 SEVILLA.—Museo Británico. > V A L E N C I A , sin a ñ o . — G u s t a v o Uzielli. 1732 LISBOA.—Salva. 1739 L I S B O A . — I n o c e n c i o da Silva. 1767 1794 LISBOA.—Gayangos.—Salva.—Silva.—Brunet. LISBOA.—Silva. 1800 Q) M A D R I D . — M u s e o B r i t á n i c o . 1800 (?) CÓRDOBA, p o r Rafael García R o d r í g u e z . — B i b l i o t e c a N a c i o n a l de P a r i s . — M . Gabriel Marcel. 1815 M A D R I D . — M u s e o Británico. 1852 M A D R I D . — B i b l i o t e c a de D r e s d e . — D r . K o n r a d H a e b l e r . 1873 M A D R I D , p o r Mares y C . — O l i v e i r a Martins. 1882 PORTO , p o r Cruz Coutinho.—-Oliveira M a r t i n s . — S o u s a V i t e r b o . 1893 M A D R I D , p o r H e r n a n d o . — A la vista en r e p r o d u c c i ó n . a A u n q u e la lista es i n c o m p l e t a , b a s t a n d o p a r a a c r e d i t a r que desde mediados del siglo X V I ha sido incesante en la V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 15 P e n í n s u l a la impresión del librito, favorecido como pocos por la d e m a n d a y consiguiente aceptación popular , c o r r o b o r a al mismo tiempo el supuesto de p r i m a c í a castellana. B r u n e t , p r o b a b l e m e n t e guiado por B a r b o s a (1), denunció una impresión hipotética en Lisboa el año 1554. L a s t r a d u c c i o n e s de la composición del v e r d a d e r o ó supuesto G ó m e z de San E s t e ban, Sant E s t e v a n , Santisteban, Santo E s t e v a o , empezaron en P o r t u g a l hacia 1644, un siglo después de c o r r e r p o r e s t a parte. A tales c i r c u n s t a n c i a s , j u n t a s con las del estilo prosaico y escaso v o l u m e n , o b e d e c e r í a la decisión de incluir al folleto, á la p a r de las historias imaginarias y r o m a n c e s de c i e g o , en la l i t e r a t u r a v u l g a r , llamada de cordel, á lo que p a r e c e , por la práctica de exhibirla los v e n d e d o r e s en una c u e r d a tendida á lo l a r g o de las p a r e d e s de los edificios (2). P o r todas ellas, en conjunto, no o b s t a n t e la repetición, ha pasado i n a d v e r t i d o de los historiadores críticos de n u e s t r a lit e r a t u r a (3), bien que otros de más fuste en el g é n e r o de viaj e s e s c a p a r o n á su diligencia; p e r o aun de los recopiladores especialistas en la m a t e r i a ha sido desconocido ó menospreciado (4), sin lo cual p a r e c e r í a cosa e x t r a ñ a que papel tan m a n o s e a d o por el vulgo se eclipsara á la vista de los doctos. (1) Manual dii Ubrairc—-París, 1S61. (2) «Puede l l a m a r s e con propiedad (escribía D. Pascual de Gaj-angos en el Catálogo citado) historia de cnerda ó de esquina; historia rie plaza la l l a m a b a un crítico del reinado de Carlos III.» D. Marcelino Mcnéndez y Pelayo confirma la dicción (Obras de Lope de Vega, publicadas por la Real Academia Española, tomo XIII.—Madrid, 1892, pág. L X X X VI), enseñando que -una redacción prosaica que en F r a n c i a forma p a r t e do la librería popular, de lo que allí se llama bibliotlieque hlciic, se n o m b r a entre nosotros literatura de cordel.-' En P o r t u g a l es común tal denominación según los a u t o r e s , Oliveira Martins, Michaelis de Vasconcellos, Sousa V i t e r b o , D . F . , A. B a r a t a . Livrcs populaires de Colpor/agc, dice el Sr. W c n t w o r t h W e b s t e r , se nombran en F r a n c i a los folletos de este género expedidos en los mercados de aldea por los buhoneros, y existe allí compilación, que elogia, con título de Histoire des Livrcs Populaires ou de la Littérature de Colportage depuis le XV siecle, por M. C h a r l e s Nisard. — P a r í s , 1854, dos t o m o s . (3) M. J. T i c k n o r , A m a d o r de los Ríos, Fitzmauricc-lvclly. (4) D. José de V a r g a s y Ponce, Resumen histórico de los progresos de la Geografía. Introducción al Derrotero de las costas de España en el Mediterráneo, e t c é t e r a , Madrid, 1787, que el a u t o r consideraba primero en Castellano.—D. IsiL 16 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L III. Consideraciones. ¿Existió en el curso del siglo X V relación m a n u s c r i t a en la que Gómez de S a n E s t e b a n ó cualquiera de los c o e t á n e o s del I n f a n t e , n a r r a r a las principales ocurrencias de sus viajes, ó fué la t r a d i c i ó n , a u m e n t a d a y embellecida p o r la poesía, como d e ordinario s u c e d e , la q u e nos h a t r a n s m i t i d o lo q u e a n d a b a en l e n g u a s de g e n t e l o n g e v a ? E s c r i t o no se h a visto h a s t a estos días de c o n s t a n t e r e busca de noticias con que satisfacer á la c u r i o s i d a d ; r e f e r e n cias sí se h a n e n c o n t r a d o , b a s t a n t e s p a r a c o n g e t u r a r q u e en vida del Infante m i s m o , la leyenda de su p e r e g r i n a c i ó n p o r lejanas r e g i o n e s , existía. E l poeta J u a n de M e n a , en su correspondencia epistolar le a s e g u r a b a : N u n c a f u é , después ni a n t e , •quien viese los atavíos e secretos de L e v a n t e , sus m o n t e s , islas e r í o s , sus calores y sus fríos, como vos, señor Infante. D e esto á certificar q u e tocó los confines de la t i e r r a no hay mucha distancia, a n d á n d o l a con buena voluntad , á la que doro de Antillón, Discurso preliminar á las Lecciones de Geografía, Madrid, 1S04. — Viajes de Alí Bey el Abassi (D. Domingo B a d í a y Leblich) por A/rica y Asia, Valencia, 1836.—D. Ricardo B e l t r á n 5' Rózpide. Viajes y descubrimientos efectuados en la Edad Media en su relación con los progresos de la Geografía y de la Historia, Madrid, 1876.—D. Adolfo R i v a d e n e j ' r a , Viaje al interior de Persia, Madrid, 1880.—D. Ángel L a s s o de l a V e g a , Viajeros españoles de la Edad Media, BOLETÍN DE LA SOCIEDAD GEOGRÁFICA DE MADRID, tomo X I I , p á g . 2 2 7 , año 18S2.—D. Felipe Picatoste, Apuntes para una biblioteca científica española del siglo XVI, Madrid, 1891.—D. Acisclo F e r n á n d e z Vallín, Noticias bibliográficas de algunas obras de Geografía y viajes, escritas ó publicadas durante el siglo XVIpor autores españoles, Madrid, 1893.—No lo citan. V I A J E S D E L I N F A N T E D. l'EDKO D E P O R T U G A L 17 a y u d a b a la Crónica del Rey Don Juan II, consignando que al llegar á la c o r t e de Castilla el año 1428, llevaba empleados c u a t r o en A l e m a n i a , H u n g r í a , I n g l a t e r r a y otras partes (1), lo cual r e p e t í a G a r i b a y afirmando venía el Infante de ver las c o r t e s de los P r í n c i p e s cristianos (2). Luis de A c e v e d o , c o r t e s a n o p o r t u g u é s que osó defender la m e m o r i a del vencido en A l f a r r o b e i r a , después de su muert e , escribía (3): Nam lia reynos en christaos que ein todos nam andasse. F u e r a de E s p a ñ a hacía elogio del Infante la Crónica de Nuremberg, refiriendo que viajó por casi toda E u r o p a (4), y en parecidos términos E n e a s Silvio Piccolomini en su o b r a De Viris Illustribus (5), á los" que p a r e c e aludir C a m o e n s c a n t a n d o (6): Olha cá dous infantes, Pedro e H e n r i q u e , Progenie generosa de J o a n n e , Aquelle faz que fama ¡Ilustre fique Uelle en Gemianía....; Viva se c o n s e r v a b a , p u e s , la t r a d i c i ó n , y no hacía falta o t r a cosa á cualquiera de los que t o m a b a n por empeño y ocupación el solaz p o p u l a r , que es lo que emprendió el seudo G ó m e z sin t e n e r que aflojar mucho la rienda á la inventiva á fin de vestir y e n g a l a n a r lo r e a l ó v e r d a d e r o , p o r q u e en punto á v i a j e s , modelos tenía A su a l c a n c e , e m p e z a n d o por el de Benjamín de T u d e l a , en el siglo, X I I , recibido con beneplá- (1) (2} reinos (3) (4) tarem (5) (6) Crónica de Don Juan II, año 1428, cap. X I V . Compendio historial de las crónicas y universal historia de todos los de España, Ambcres, 1571.—Año 1428, tomo III, pág'. 437. Doña Carolina Michaelis de Vasconcellos. Edición de 1493, folio CCXC. Poriiignlia; la comentó el vizconde de Sanen su Essai sur l'histoire de la Cosiuographie, etc., tomo III, pág". 231. Edición de S t u t t g a r t , pág". 44. Os Luisiadas, canto V I I I , estrofa 37. 18 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L cito del pueblo (1), y el de R u y González de Clavijo en embaj a d a del R e y Don E n r i q u e III de Castilla á T i m u r B e g (14031406), que no quedó á la zaga (2). E r a n tiempos aquellos, los que c e r r a b a n el siglo X V dando comienzo al s i g u i e n t e , en los q u e , alimentado el a r t e alegórico y desenvuelta la ficción c a b a l l e r e s c a , utilizaba la liter a t u r a el r e c i e n t e p r o g r e s o de la p r e n s a de imprimir p a r a p r o p a g a r la lectura. L o s libros de a v e n t u r a s p o r t e n t o s a s andaban en valimiento, introducido y a por los a u t o r e s el elem e n t o m o r a l de la G e o g r a f í a , que t a m a ñ a p a r t e alcanzó después en la composición de este linaje de o b r a s , en las cuales solían r e c o r r e r s e los espacios i m a g i n a r i o s . B u e n a m u e s t r a ofrece la Crónica del Caballero Cifar (3), con lecciones que no han de estimarse ociosas a q u í , t o d a vez que no fácilmente puede v e r s e a h o r a el original. «Fállase por las estoriás a n t i g u a s que después que se partieron los l e n g u a j e s , comon oystes desir, e comencaron los gentiles a se d e r r a m a r , e comenco N o e de los a y u n t a r e de los consejar, e partió el mundo por t r e s tercios e puso términos conoscidos a cada tercio, e partiólos a sus t r e s fijos; e llamo al uno E u r o p a , e al otro Asia, e al otro África. E u r o p a es el tercio que es a la p a r t e de C i e r c o ; África es el tercio que es a la p a r t e del Mediodia; A s i a es el medio destos dos tercios, e N o e dio a E u r o p a a Jafe, el fijo m a y o r , e Asia a S e m , el fijo mediano, e África a Caín, el fijo m e n o r . E u r o p a es a la p a r t e del Ciercio, c a t a n d o ornen a O r i e n t e de c a r a , e comien(1) De las peregrinaciones de Benjamín-ben-Jouah (1159-1173) corrieron v a r i a s relaciones antes que A r i a s Montano publicara en A m b e r e s , en 1575, la que tituló Itinerayinm Benjamín tudelensis judaci, ex hebraico in latinum Jacio. (2) Lo dio á luz Gonzalo A r g o t e de Molina en 15S2, con título a r b i t r a r i o de Vida y hazañas del gran Tainorlan, con la descripción de las ¿ierras de su imperio y señorío. Se reimprimió en Madrid en 17S2. (3) Coronica del muy esforzado y esclarescido Caballero Cifar, en la cual se cuentan sus famosos fechos de Caballería, por los cuales e por sus muchas e buenas virtudes vino á ser Rey del reino de Mentón. Fue impresa esta, presente historia del Caballero Cifar en la muy leal cibdat de Sevilla por Jacobo Crouberger, alemán. E acabóse a IX días del mes de Junio, anno de -mil D et XII anuos. Folio, l e t r a de T o r t i s , á dos columnas, 100 hojas. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 19 ca encima del m u n d o , cerca de O r i e n t e , sobre el imperio de las Insolas d o t a d a s , e viene por las t i e r r a s de los T u r c o s e por las s y e r r a s de G o d e M a g o d , e por las t i e r r a s de A l a m a ña e de Esclavonia e de G r e c i a e de R r o m a , e por las t i e r r a s de los Galesos e de los P i c a r d o s e de los B r e g o n e s , e por la t i e r r a de B r e t a ñ a , e por las t i e r r a s a que disen A l a r q u e b i a , que quiere desir la g r a n d t i e r r a , e por la t i e r r a de G a s c u e ñ a , e por los A l p e s de B u r d e l , e por las t i e r r a s de E s p a ñ a , e encimase en la isla de Calis que pobló E r c u l e s , en, una iglesia que es 03' r i b e r a de la mar quando a dos l e g u a s del castillo de Calis, e fue y librada por mojón, e pusiéronle n o m b r e los que vinieron después San P e d r o , e nunca este n o m b r e perdió e disenle a g o r a S á n e t e P e t r e , ca asy gelo m a n d a r o n los o t r o s . E l tercio de A s y a es p a r t i d o en dos p a r t e s ; la una es a la p a r t e de O r i e n t e e comienca del rio E u f r a t e s fasta fondón de E s p a ñ a , e disenle A s y a la m e n o r , e a la m a n o d e r e c h a n d e s t a Asia es la m a r que disen la m a r de India e en esta A s i a la m a y o r son las t i e r r a s de I r g e n s e all) llaman Alfares e Alid e Alindia, e a la p a r t e de Cierco della son las t i e r r a s de Cim, e a la p a r t e de Mediodía son las de Alcinde e de A l e g a g , e a la p a r t i d a de los E t i o p e s a que disen Caniculos, p o r q u e comen a los ornes blancos do los pueden a v e r ; e el rio de E u f r a t e s p a r t e e n t r e Asya la ma)-or e Asia la m e n o r . E al o t r o cabo d e s t a A s i a la m e n o r es el Olimio e el d e s i e r t o ; e a3' e n t r e la t i e r r a de África e el desierto unas s i e r r a s a que disen Girbed a r a n , e tienense con aquellas s i e r r a s unos a r e n a l e s que son de a r e n a m e n u d a comon el polvo, e con la aveliga del desierto m u e v e n s e los vientos e lancan aquel polvo de un l u g a r a o t r o , e a las veces fasese muy g r a n d m o t a , que semeja que alli fue S3'empre e c h a d a ; e cabo este desierto a n d u b i e r o n los lijos de Israel q u a r e n t a años fasta que llego el plaso a que Dios quiso que e n t r a s e n en la t i e r r a de C a n a n e a , e poblase la t i e r r a del fijo de N o e , que es en Asia la m e n o r c o n t r a la p a r t e de los fijos de I s r a e l , e poblase la t i e r r a de A r a b i a , que es en la provincia de Meca, e los otros m o r a b a n en t i e r r a de Canan e a , que es la provincia de J h e r u s a l e m . E el o t r o t e r m i n o de r 20 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L África comienca de A l e x a n d r i a con una p a r t i d a de la provincia de E g y p t o , e tiene desde la cibdad de B a r c a , que es en la p a r t e de O r i e n t e fasta T a n g a d A l a d i a , que es en la p a r t e de P o n i e n t e , e disenle en ladino M a u r i t a n a , e tiene en anchon desde la m a r fasta los a r e n a l e s que se tienen con las t i e r r a s de los E t i o p e s , é son g r a n d e s a r e n a l e s e g r a n d e s s i e r r a s , e van desde P o n i e n t e fasta en O r i e n t e . E esto destas t r e s partes del mundo fue aqui puesto p o r q u e lo sepan aquellos que quieren valer mas e p r o v a r las t i e r r a s do se p o d r a n mejor fallar e mejor b e v i r . «El rio T r i g r i s es uno de los q u a t r o rios que salen del p a r a y s o t e r r e n a l : el uno ha n o m b r e Ssison e el otro Gigon e el otro T r i g r i s e el otro E u f r a t e s , onde dise en el Genes}' que en el p a r a y s o t e r r e n a l nace un rio p a r a r e g a r la h u e r t a del p a r a y s o , e p á r t e s e por q u a t r o l u g a r e s que son los q u a t r o rios que sallen del para}.*so t e r r e n a l , e cuando sallen del p a r a y s o , van ascondidos so la t i e r r a e p a r e s c e cada uno allí do nace, asi comon a g o r a 03'redes. E este rio Ssison c o r r e por las tier r a s de I n d i a , e a semejanca que nace de un m o n t e que ha n o m b r e O t u b r e r , e c o r r e c o n t r a O r i e n t e é cae en la m a r ; e Gigon es el rio que disen N i r o j a n d a , e va por t i e r r a de Oriente, e escondese so la t i e r r a , e nace cerca del monte O b l a o n t e , el qual disen en a r a v i g o Reblalca m a r ; e después súmese so la t i e r r a e de si salle e cerca toda la t i e r r a de A n t i o c h i a , e c o r r e por E g y p t o e alli se p a r t e por seys p a r t e s , e cae en la m a r que es cerca de A l e x a n d r i a e de Etiopia. E los o t r o s dos rios que han n o n b r e T r i g r i s e E u f r a t e s pasan por una g r a n d m o n t a ñ a e c o r r e n por la p a r t e O r i e n t a l de S i n a , e pasan por medio de A r m e n i a , e v u e l v e n s e amos a dos cerca de una villa que a n o n b r e A l t a g r a , e disenles entonce L a s a g u a s mistas, ca c o r r e n mas fuerte que todas las a g u a s mistas del m u n d o . E después que han a n d a d o m u c h o n , caen en la m a r anciana, e disen al p a r a y s o t e r r e n a l onde estos rios n a c e n , las yslas b i e n a v e n t u r a d a s , pero que n i n g u n o non p u e d e e n t r a r al par a y s o t e r r e n a l , ca a la e n t r a d a del puso Dios un m u r o de fue- V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 21 g o que llega fasta el cielo. E los sabios antiguos disen que Ssison es el rio a que llaman A r r i o , al que disen en a r a v i g o Alluno e en ebraico Nilos; e disen que en el tiempo antiguo se solie somir e p e r d e r so la t i e r r a e fasia toda la t i e r r a t r e medal, de guisa que non podie ninguno a n d a r sobrella, e que J o s e p metióla a este rio en m a d r e e guareseio a Nullo e a la t i e r r a , asi q u e , segund disen, esta es la mas plantiosa t i e r r a del mundo; e este rio salle de m a d r e dos v e g a d a s en el año e r r i e g a toda la t i e r r a , e d e m i e n t r a el rio esta fuera de m a d r e , andan por barcas de un logar a o t r o , e por esta r a s o n son todas las villas alearías puestas sobre las a l t u r a s de la tierra.» No dejarían de servir de n o r m a obras v e r d a d e r a m e n t e didácticas, cual eran la Suma de Geografía, de M a r t í n F e r nández de Enciso (Sevilla, 1482); la Imagen del Mundo, del m a e s t r o E s t e b a n de R i v a d a b i a , escrita hacia el mismo tiempo, y la Cosmografía y C a r t a de J e r ó n i m o G i r a v a , algo posterior e s , c o m p u e s t a s que fueron á instancia del 111113? docto é ingenioso señor Gonzalo P é r e z , s e c r e t a r i o del Consejo de E s t a d o del R e y Católico (1); p e r o m a y o r influencia, en g e n e r a l , y especialmente en lo relativo al L i b r o del Infante D . P e d r o de P o r t u g a l , debieron ejercer los especiales de viajes, gozando de crédito por entonces, á m á s de los dos a n t e r i o r m e n t e citados, o t r o s que no por inéditos dejaban de e s t a r al alcance de los estudiosos, toda vez que componían p a r t e del fondo de uno de los Colegios ma} ores de S a l a m a n c a ó similares, en su n ú m e r o , El libro del conocimiento de todos los reinos, tierras y señoríos que son por el mundo, que escribió un franciscano español á mediados del siglo XIV (2), compendio geográfico del orbe entonces conocido, comprensivo de r e g i o n e s que se T (1) La Cosnwgrapliia y Geograpliia del S. ílierouimo Ciirava, Tarraconés, En la qual se contiene la Descripción de lodo el mundo y de sus parles, y particularmente de las yndias y tierra nuera. Islas de España y de ¡as otras partes del mundo, con la navegación, longitud, latitud, grandeza y circuito de todas ellas En .Milán, 1556, y en Venetia por Lordan Zileti y su compañero. MDLXX.. En .1.° (2) Lo sacó á luz con anotaciones y comentarios D. Marcos Jiménez de la E s p a d a en Madrid, 1877. 22 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L han creído descubiertas y t r a n s i t a d a s en tiempos muy posteriores, y de interés p r e f e r e n t e en las africanas; Andanzas e viajes de Pero-Tafur por diversas partes del mundo ávidos, relación de las ocurrencias y observaciones de un cortesano de D . J u a n II, noble, rico é instruido que no r e c o r r i ó t a n t o s países como Clavijo; Italia, J u d e a , C h i p r e , E g i p t o , F r i g i a , G r e c i a , T a r t a r i a , Suiza , Alemania , F l a n d e s , B o r g o ñ a , p a í s e s , en v e r d a d , menos i n c ó g n i t o s , p e r o que los describió m e j o r , nar r a n d o cuanto i n d a g a b a ó descubría por sí mismo, haciéndolo con e n t e r a v e r d a d y amenizándolo con tradiciones legendarias ó históricas, en estilo, no y a conciso y monótono como el del franciscano anónimo, a n t e s bien, movido, i n t e r e s a n t e , delicioso en opinión autorizada; m e r e c e d o r de c o m p a r t i r con el Diario del embajador de D . E n r i q u e III el principado de nuest r a l i t e r a t u r a geográfica del siglo X V , digno preludio de la del siguiente (1). E n la a g r u p a c i ó n e n t r a la Flor de las historias de Oriente , labor de D . F r e y J u a n F e r n á n d e z de H e r e d i a , ilustre caballero a r a g o n é s , g r a n P r i o r de Castilla y de San Gil, maest r e de la orden de San J u a n en J e r u s a l e m , noble por la cuna, gallardo por los hechos, docto por los estudios, aplaudido por sus l e t r a s , quien, al decir del S r . A m a d o r de los R í o s (2), dividió la obra, que m a n u s c r i t a se g u a r d a en la librería del E s corial, en dos p a r t e s , t r a t a n d o en la p r i m e r a de los reinos y t i e r r a s de O r i e n t e , en situación geográfica, g e n t e s , costumb r e s , ritos, ceremonias, sucesión de los e m p e r a d o r e s y r e y e s , 3? dedicando la s e g u n d a p a r t e á la T i e r r a S a n t a , con fundam e n t o en la Grant conquista de Ultramar. Comprendió en el (1) Don Marcelino Menéndez y P e l a y o , Prólogo d la Historia de la Literatura española de Fit&maurice-Keily, Madrid, 1901. Las andanzas c viajes de '.Pero Tafur exhumó también el referido D. Marcos Jiménez de la E s p a d a , publicándolas con copiosas ilustraciones en el tomo V I I I de la Colección de libros españoles raros ó curiosos, Madrid, 1S74. Tradujo la p a r t e r e l a t i v a á los viajes por el Imperio alemán el Doctor Kcnrad H a e b l e r con título de Peter Tafurs in Deutsclien Reiche in den Jahren 1138-1439 en la Zeitsclirift fur Allgem, Geschichle, etc., 1887. (2) Historia crítica de la literatura española, tomo V, Madrid, 1864. V I A J E S DEL. I N F A N T E D. P E D R O DE P O R T U G A L 23 t e x t o uno de los m o n u m e n t o s que en este g é n e r o de escritos produjo la E d a d M e d i a , El Libro de Clareo Polo, ciudadano de Venecia, cuya p r i m e r a versión española brindaba a n t e s de a c a b a r el siglo X I V . T r a d u c c i o n e s latinas, venecianas ó toscanas, p o r t u g u e s a s , catalanas, se hicieron p o s t e r i o r m e n t e , repitiendo la n a t u r a l R o d r i g o F e r n á n d e z S a n t a e l l a , arcediano de R e i n a , en Sevilla, con dedicatoria al Conde de Cifuentes (1); la de F e r n á n dez de H e r e d i a ha permanecido inédita hasta estos días en los que rediviva ha salido de la i m p r e n t a de Leipzig (2). Con m a y o r aceptación que cualquiera de los impresos, circulaba en Castilla, á la vez que el de M a r c o Polo, el Libro de las maravillas del mundo y del viaje de la Tierra Santa en Jcrusalem y de todas las provincias y ciudades de las Indias, y de lodos los hombres monstruos que hay por el mundo y muchas otras admirables cosas, compuesto por Juan de Mandavila, EL CUAL ANDUVO TODAS LAS PARTIDAS DEL MUNDO. Luciéronse, cuando menos, t r e s ediciones en V a l e n c i a , en (1) Cosmografía introductoria en el libro de Marco Paulo Véneto, de las cosas maravillosas de las partes orientales, y tratado de Micer Pogio, florentino. Impreso en Sevilla por Juan V á r e l a de S a l a m a n c a , 151S, en 4.° Segunda edición se considera el titulado: Libro del famoso Marco Polo, veneciano, de las cosas maravillosas que vido en las parles orientales; conviene á saber, cu las Indias, Armenia, Arabia, Persia y Tartaria; e del poderío del Gran Can y otros Reyes, con otro tratado de Micer Pogio,florentino, c trata de las mcsinas tierras e islas. Del t r a d u c t o r y de! libro contiene p a r t i c u l a r i d a d e s la Biblioteca Marítima de D. M a r t í n F e r n á n d e z de N a v a r r e t e , tomo II, pág. 667. (2) El libro de Marco Polo. Aus riem veruioclituis des Dr. Herniann Kunst nach der Madrider handschrift lierausgegebeu vou Dr. R. Stuebe. Leipzig, Dr. Saele, & C", 1902. P o r las razones antedichas, t r a t a n d o de la Coránica del Caballero Cifar, me p a r e c e oportuno t r a n s c r i b i r el párrafo primero p a r a que pueda formarse juicio de la redacción del castellano a r a g o n é s : «Aqui comienza el libro de Marco Polo, ciudadano de Venecia. s P r i m e r a m e n t quando hombre c a v a l g a XXX i o r n a d a s del g r a n t desierto, qui se clama el desierto del Lobo, troba h o m b r e una g r a n t ciudat que se clama la giudat del Lobo, et aquel desierto d u r a de traviesso X X X iornadas et de luengo un anyo. E t conviene que h o m b r e lieve con si todo quanto le face menester, car no se t r o b a res de que pueda bevir. Et trobasse una tal m a r a v i l l a , que si alguno se a t u r a un poco de entre los otros, oyra bozes que lo c l a m a r a n por su nombre.» 24 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L los anos 1500, 1531 y 1547, que vinieron á ser fuente de recreación popular, y se concibe: n a d a i n t e r e s a t a n t o como lo desconocido, y nada impresiona al vulgo más que lo r e v e s t i d o e n t r e maravillosos misterios. L a obra de Mandavila ó sea del caballero inglés sir J o h n de Maundeville ó Mandeville, no sólo vertida al castellano, sino también al francés, italiano y alemán, después de la aparición original en 1499 cumplía el objeto. Se explica por el éxito que s u r g i e r a n imitadores, siéndolo A n t o nio de T o r q u e m a d a en el Jardín de flores curiosas, repertorio de consejas, monstruosidades y casos e x t r a v a g a n t e s , dado á luz en 1570, en Salamanca, por J u a n de T e r r a n o v a , que no obstante la calidad de varios de los cuentos de t r a s g o s y aparecidos, por la g r a c i a de los m á s , y la n a t u r a l e z a misma de la m a t e r i a , consiguió lisonjera acogida; se reimprimió en Castilla, se tradujo al italiano y al francés, y lo fué al inglés p o r F e r n a n d o W a l k e r con el llamativo título de El Mandeville español (1). (1) The Spanish Maundeville of Míreteles. London, 1600, en 4.° M. G. Ticknor, Historia de la literatura española, edición traducida por D. Pascual de G a y a n gos y D. Enrique de Vedia, Madrid, 1851, noticia que, á p e s a r de h a b e r l a censurado C e r v a n t e s , r e c u r r i ó á ella en busca de hechos y a v e n t u r a s fantásticas r e l a t i v a s á las t i e r r a s de Finlandia é Islandia en la p r i m e r a p a r t e del Persiles. En Medina del Campo por Cristóbal L a s s o V a c a , año 1599, se hizo edición con título de Jardín de Flores curiosas, en que se tratan algunas materias de Humanidad, Philosophia, Theologia y Geograplna, con otras cosas curiosas y apacibles, compuesto por Antonio de T o r q u e m a d a . Dirigido al muy ilustre y reverendísimo Sr. D. Diego Sarmiento de Sotomayor, Obispo de A s t o r g a , etc. V a necho en seis t r a t a d o s , como a p a r e c e r á en la s e x t a página de esta obra. Consta, en efecto, la obra de seis coloquios, en cada uno de los cuales son interlocutores Antonio, Luis y Bernardo. «El primero t r a t a d o es de aquellas cosas que la n a t u r a l e z a h a hecho y hace en los hombres fuera de la n a t u r a l y común orden que suele o b r a r en ellos; entre las cuales h a y a l g u n a s dignas de admiración por no h a b e r sido o t r a s veces v i s t a s ni oídas. ^El segundo, de propiedades de rios y fuentes y lagos y del p a r a y s o t e r r e n a l , y cómo se h a de entender y verificar lo de los cuatro rios que del salen; en que p a r t e s de las del mundo h a b i t a n cristianos. »E1 tercero de p h a n t a s m a s , visiones, t r a s g o s e n c a n t a d o r e s , h e c h i c e r o s , brujas, saludadores, con algunos cuentos de cosas acaecidas, y o t r a s cosas curiosas y apacibles. »E1 cuarto de qué cosa es fortuna, y caso, y en qué difieren, y qué es,dicha, v e n t u r a , felicidad y constelación y hado: y cómo influyen los cuerpos celestiales, y si son causa de algunos daños que vienen al mundo con o t r a s cosas curiosas. aEl quinto t r a t a de las T i e r r a s Septentrionales y de] crecer y descrecer de V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 25 T o d a v í a , exclusivamente c o n s a g r a d o s á los S a n t o s lugar e s , de los que casi todos los que van n o m b r a d o s , en a l g ú n modo t r a t a n , son de a p u n t a r : el r e l a t o de Romería á la Casa Sania de Jerusalem, del catalán OH v e r , manuscrito del siglo X V , existente en la Universidad de Barcelona; el Viaje d Tierra Santa, siquier p e r e g r i n a c i ó n por B e r n a r d o de B r e i n d e n b r a c h en 1483, traducido por M a r t í n M a r t í n e z D a m piés, y el del M a r q u é s de T a r i f a , D . F a d r i q u e E n r í q u e z de R i v e r a en 1519, del cual J u a n de la E n c i n a escribió y publicó, i n d e p e n d i e n t e m e n t e de la relación r o m a n c e a d a , su Tribagia ó Vía Sacra de Jherusalem, en verso. D e modo que cualquiera de los eruditos que al mediar el siglo X V I se propusiera d e s e n v o l v e r y a d e r e z a r la v a g a tradición del Infante D . P e d r o de P o r t u g a l en lo t o c a n t e al ver de los atavíos e secretos de Levanté , sus m o n t e s , islas e r í o s , sus calores y sus fríos , podía c o n t a r con p r e p a r a c i ó n y material sobrado p a r a el lucimiento de la e m p r e s a , y aun con público dispuesto á celebrarla. El compositor del opúsculo pudo también valerse de la información oral. E n auto p r o c e d e n t e del A r c h i v o de la Inquisición de V a l e n c i a hay declaración p r e s t a d a a n t e el licenlos días y noches h a s t a el venir á ser de medio año y cómo toda aquella t i e r r a es habitable y cómo les nace y se les pone el sol y la luna diferentemente que á nosotros, con otras cosas nuevas y curiosas. . »E1 sexto t r a t a de m u c h a s cosas a d m i r a b l e s que h a y en las t i e r r a s del Septentrión, de que en estas no se tiene noticiadL a obra fué incluida en el índice e x p u r g a t o r i o de 1667, y, según D. Cristóbal Pérez P a s t o r (La imprenta en Medina del Campo), también en los de 1677 y 1790. R e c u e r d a este entendido bibliófilo el curioso escrutinio de los libros de Don Quijote al citar la Historia del invencible caballero D. Olivante de Laura, del mismo escritor. «El a u t o r dése libro, dijo el C u r a fue" el mesmo que compuso á Jardín de ¡lores, y en verdad que no sepa d e t e r m i n a r cuál de los dos libros es m á s v e r d a d e r o , ó, por decir mejor, menos mentiroso: sólo sé decir que éste irá al corral por d i s p a r a t a d o y a r r o g a n t e . * f 26 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L ciado P e r o Ochoa de V i l l a n u e v a , inquisidor en la Audiencia del S a n t o Oficio y certificada por el notario público J u a n L ó pez, á 15 de Mayo de 1514, consignando que: (1) Luis de Isla, judío n a t u r a l de B u i t r a g o , de oficio hilador de s e d a , e m i g r ó de E s p a ñ a en julio de 1492 obedeciendo el m a n d a t o de expulsión g e n e r a l de israelitas. E m b a r c ó p a r a A r g e l , desde donde pasó á Venecia y G e n o v a , y al cabo de t r e s años y medio de residencia en a m b a s c i u d a d e s , lo más del tiempo en la p r i m e r a , se t o r n ó cristiano y dio vuelta á E s p a ñ a , m o r a n d o sucesivamente en E s c a l o n a , U b e d a , G r a nada, Sevilla, Valencia y A l i c a n t e . E s t u v o b r e v e espacio en Mazalquivir, desde donde r e g r e s ó á V a l e n c i a , p e r o sin arraig a r en el pueblo; a n d u v o por el de M á l a g a y otros de la costa hasta que, h u y e n d o de la pestilencia r e i n a n t e (año 1506), tomó pasaje en C a r t a g e n a p a r a L i o r n a , y ensayó modos de vivir en R o m a , Bolonia, F e r r a r a , V e n e c i a , Brindisi, A u l o n a , Salónica, Andrinópolis, Constantinopla, Kutiéh, Adalia, el Cair o , A l e j a n d r í a , ciudad la última donde quedó ciego por causa de c a l e n t u r a s . E n este estado se t r a s l a d ó á Ñ a p ó l e s , Valencia y T o l e d o , en cuya cárcel e s p e r a b a la conclusión del proceso formado por la Inquisición. N o i m p o r t a b a al T r i b u n a l a v e r i g u a r lo que vio é hizo en sus l a r g a s caminatas á t r a v é s de las t i e r r a s de E u r o p a , Asia y África; d e d ú c e s e , sin e m b a r g o , de la d e c l a r a c i ó n , que por todas estas p a r t e s , especialmente en M a c e d o n i a , e n c o n t r ó muchos españoles que le valieron, y a dándole ocupación en fábricas de sedas que habían i m p l a n t a d o , ya utilizándole en servicio personal. A l de dos c o r t e s a n a s estuvo más de un año en A l e j a n d r í a , y no e r a n j u d í a s , por c i e r t o , que así lo e x p r e s a , añadiendo p r o c e d e r la una de V i z c a y a y la o t r a de Ñapóles. ¡ Qué curiosa relación cabía ilustrar siendo otro el objetivo! (1) Copia í n t e g r a se ha publicado en el Boletín Historia. Año 1S85, t. V I , p á g . 130. de la Real Academia de la V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 27 IV. Fantasías. D o ñ a Carolina• Michaelis de V a s c o n c e l l o s , insigne escrit o r a , ya citada, al dar á conocer una t r a g e d i a inédita del Condestable D . P e d r o de P o r t u g a l (1), hijo del Infante del mismo n o m b r e , objeto del trabajo p r e s e n t e , t r a t a n d o del p r o g e n i t o r á quien por equivocación se había adjudicado la o b r a , y del libro en su h o n r a elaborado por «el m a y o r artista histórico que la P e n í n s u l a ha producido en n u e s t r o s días»; esto es, por el inolvidable Oliveira M a r t i n s (2); t e m e r o s a de que por la magia de su p a l a b r a lleguen á conseguir aceptación y a r r a i g o las especies arquitecturadas por él r e s p e c t o á la ley e n d a de las siete partidas, quiso elucidar r á p i d a m e n t e el p u n t o , haciéndose c a r g o del opúsculo designado con el nombre de G ó m e z de San E s t e b a n , en su buen juicio, a b s u r d a lucubración , buena cuando más p a r a figurar enixe los libros de Caballerías, si su redacción fuera menos prosaica. P a r é c e l e que en los últimos decenios del siglo X V I , época por justos motivos fecunda en la p r o p a g a c i ó n de p a t r a ñ a s históricas y en el invento de apócrifos l i t e r a r i o s , es cuando la idea de h a b e r corrido el Infante m u c h a s p a r t e s del m u n d o , se hizo l e g e n d a r i a , inclinándose á c r e e r que el historiador que inició la t a r e a de vindicar c a r á c t e r verídico p a r a el opúsculo c i t a d o , fuera F a r í a y Sousa «uno de los m a y o r e s , si no el m a y o r fabulista de la historia patria», pues se adv i e r t e que después que él lo enunció en sus Comentarios á (1) Una obra inédita do Condestavel D. Pedro de Portugal. Publicada en el Honienaje á Menéndcs y Pelayo en el año vigésimo de su profesorado. Madrid. 1899, 1.1, páginas 637-732. (2) El gran a r t i s t a histórico le apellidó el mismo Sr. Menéndez y Pelayo en su estudio de la comedia de Lope de V e g a El Principe perfecto. 28 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L Los Luisiadas, en el Epítome historial y o t r a s producciones, los biógrafos del Infante e n g a s t a r o n la fantástica visita á T i e r r a S a n t a y o t r a s r e g i o n e s asiáticas ó africanas como hechos indiscutibles en la n a r r a c i ó n de los viajes r e a l e s y efect i v o s , invocando el testimonio de la t r a d i c i ó n , t a n t o en tratados de l i t e r a t u r a como en o b r a s de historiografía. E n c u e n t r o algo s e v e r o el p a r e c e r de D o ñ a C a r o l i n a , no en cuanto al concepto g e n e r a l del laborioso historiador port u g u é s q u e , en p u r i d a d , solía pecar de crédulo y facilitón; si en el p a r t i c u l a r de la lej^enda p r o p a g a d a en el A u t o , L i b r o ó como quiera llamarse al profuso folleto p o p u l a r , á cuya invención debió de ser c o m p l e t a m e n t e ajeno. E n el Tratado dos descobrimentos de A n t o n i o G a l v a o , publicado en 1563, se lee (1): «No anno de 1428 diz q foy o Infante dom P e d r o a Inglat e r r a , F r a n c a , A l e m a n h a , a casa sancta, & a o u t r a s de aquella bada, t o r n o u por Italia, e s t e v e en R o m a & V e n e z a etcétera.» F a r í a y Sousa aceptó la indicación con las s e m e j a n t e s , mas no dejó de p o n e r a l g ú n c o r r e c t i v o á las e x a g e r a c i o n e s del escritor p o p u l a c h e r o . Sus p a l a b r a s en la Europa portuguesa, son (2): «Estuvo (el Infante) en la c o r t e del g r a n T u r c o y en la del Soldán de Babilonia, y ú l t i m a m e n t e en la de R o m a , pontificando M a r t i n o V E s t a p e r e g r i n a c i ó n , que fué de c u a t r o a ñ o s , y r a r a de príncipe de E u r o p a , se hizo tan admirable que vino á ser e x a g e r a d a de algunos escritores de tal man e r a , que no se distingue lo v e r d a d e r o de lo fabuloso, con que algunos c r e e n poco de las relaciones della p o r q u e no vieron mucho, y todos menos de lo que pudo ser; porque las cosas del mundo son r a r í s i m a s Corrió todas las provincias del mundo que entonces e r a n d e s c u b i e r t a s , no t r a t a n d o con (1) T r a n s c r i p t o por el Sr. Sousa Viterbo en su trabajo titulado O D. Pedro o das sete partidas. Lisboa, 1902. (2) Segunda edición, t. II, p a r t e III, cap. I, p á g i n a s 325-326. Infante V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 29 C i r c e s , Polifemos y m o n s t r u o s de bien soñadas fábulas, más con P r í n c i p e s y C o r t e s y g e n t e s de v a r i a s policías (1).» D e m o s t r a d o queda a n t e r i o r m e n t e cómo la tradición dilat a d o r a de las j o r n a d a s del I n f a n t e , mucho antes de los días de F a r í a y Sousa, p r e v a l e c í a ; en lo que sus libros influyeron quizá, fué en e x t e n d e r l a a ú n m á s , á todas las provincias, á lo que en el opúsculo se denomina las cuatro, las siete, Las partidas del mundo, frase p r o v e r b i a l desde entonces q u e , si no me e n g a ñ o , tiene origen en El libro de las maravillas de Mandeville, pues que en el frontis se halla e s t a m p a d a . F o r t u n a t u v o : g e n e r a l i z a d a desde entonces en la P e n í n sula, n ó m b r a s e o das sele partidas á D . P e d r o y por d o q u i e r a se adopta , inspirando en Italia á Sabbadino la novela 77 figliuolo del re di Portogalo; sirviendo en E s p a ñ a de estribillo (2), que no desdeñan los conspicuos en la l i t e r a t u r a . C e r v a n t e s , al escribir las a v e n t u r a s del Ingenioso Hidalg o , introduce en la de la C u e v a de Montesinos la p r o m e s a y voto «de no s o s e g a r y de a n d a r las siete p a r t i d a s del m u n d o con más puntualidad que las a n d u v o el Infante D . P e d r o de (1) Obra citada (2) Creo equitativo r e c o r d a r lo que de F a r í a y Sousa escribió Lope de Vega en su Laurel de Apolo: «Y e n t r e m u c h o s c i e n t í f i c o s s u p u e s t o s E l i g e n á Fan'a Q u e en historia y p o e s í a S a b e n q u e no p u d i e r a D a r l e m a y o r la lusitana esfera, A u n q u e d e tantos c o n razón se p r e c i a Q u e p u e d e n e n v i d i a r Italia y G r e c i a , C o m o lo m u e s t r a n h o y t a n t o s e s c r i t o s Vestidos de concetos inauditos, E l o c u c i o n e s , frasis y c o l o r e s F r u t o s d e letras y d e v e r s o s llores.'. E s de a d v e r t i r que Lope era grande amigo del escritor portugués: dicelo el S r . Menéndez y Pelayo (Historia de las ideas estéticas en España, segunda edición, tomo III, pág. .510), en semblanza tan donosa como exacta, resumida en estos términos: «Era h o m b r e de enorme l e c t u r a , de agudo ingenio, de inmensa memoria v de ningún juicio, cuyos escritos parecen una t o r r e de Babilonia ó un laberinto cretense.> 30 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L P o r t u g a l (1)». G ó n g o r a las parafrasea con buen h u m o r en el romance: «Recibí vuestro billete, d a m a de los ojos n e g r o s , con mil donaires cerrado y con mil ansias abierto , y en fe de los treinta escudos que en aquel renglón tercero vienen en un «alma mía» enmarañados y envueltos, os envío ese inventario de las partidas que os debo que es como si os enviara las del Infante don Pedro.» El a u t o r de Estebanillo González pone en boca de este tipo de la vida picaresca, que haciéndola con comediantes era descansada «y á costa a g e n a podía v e r las siete p a r t i d a s del m u n d o , como el Infante de P o r t u g a l (2).» Sin c a r g a r en la cuenta de F a r í a y Sousa p a r t i d a s de aplicación d u d o s a , figúraseme fácil descubrir en los pigmeos y g i g a n t e s de G ó m e z de San E s t e b a n ; en los c e n t a u r o s , los h o m b r e s con c a r a ó voz de p e r r o , los unicornios y los d r o m e d a r i o s , un aire m a r c a d o de familia con los de M a r c o Polo y M a n d e v i l l e , no siendo menos notable el parecido del r e y de Babilonia, n a t u r a l de V i l l a n u e v a de la S e r e n a , con el truj a m á n sevillano de que habla Tafur; del P r e s t e J u a n de las I n d i a s , con el que pintan todos los viajeros, incluso el franciscano a n ó n i m o , p r i m e r o en colocarle definitivamente en E t i o p í a , á p e s a r de los informes comunicados por Pian de Carpino y R u i s b r o e k , y , por a b r e v i a r , e n t r e mil coincidencias, las de las descripciones de la M e c a , M o n t e S i n a í , Armenia con el arca de N o é , ríos del P a r a í s o , con lo sabido de m e m o r i a por los dichos a u t o r e s , especialmente Tafur y Ni- (1) Don Quijote, (2) Cap. I V . segunda p a r t e , cap. XXIII. V I A J E S D E L I N F A N T E TJ. P E D R O D E P O R T U G A L 31 coló de Contó ó C o n t i , cuya relación insertó el p r i m e r o en la suya (1). D e A m a z o n a s no hay que hablar: era y siguió siendo tenia socorrido: «Griegos ilustres, oid Un rato la historia atentos D e esas fieras que buscáis C o r t a n d o mares i n m e n s o s ; Esta tierra es T e r n i s c i r a ; Detrás de este monte excelso, Corre p o r arenas de oro El T r e m e d o n t e soberbio. Aquí una fuerte ciudad Encierra en m u r a d o cerco Las bélicas A m a z o n a s , Y éste es su origen primero (2). > Q u e G ó m e z dedicara espacio á los e n t e r r a m i e n t o s y reliquias de los b i e n a v e n t u r a d o s ; que diera c u e n t a de milagros repetidos por virtud de las de S a n t o T o m á s , S a n t a Catalina ú o t r o s , se concibe: era tendencia piadosa y nacional. P o r aquellos tiempos (1423) había hecho D . Alfonso V de A r a g ó n los imposibles á fin de apropiarse el cuerpo de San Luis, Obispo de T o l o s a , estimando fuera la joya m á s valiosa del botín conseguido en el saco de M a r s e l l a , y casos cual el de los soldados del Maese de C a m p o D . J u a n del Á g u i l a , aguzando el ingenio en N a n t e s p a r a s u s t r a e r un hueso siquiera de San V i c e n t e F e r r e r , o c u r r í a n á cada paso. T i k n o r , sin perjuicio de estimar la relación del viaje de R u y G ó m e z de Clavijo, superior á las de Marco Polo y M a n d e v i l l e , como inspirada por m e n t e más delicada y c u l t a , á fuer de protest a n t e y racionalista c e n s u r a b a que hubiera perdido sti tiempo (1) E l viaje de Nicolo Contó P a p a Eugenio I V , incluyéndolo rna'. F e r n á n d e z de S a n t a e l l a lo en Libro ríe Marco -Polo, según (2) Las mujeres sin iwmbres, escribió al dictado Carlos Poggio, s e c r e t a r i o del en su t r a t a d o De Varielate forlitine urbis liotradujo al castellano y añadió por apéndice en queda expuesto. comedia famosa de Lope de V e g a Carpió. 32 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L hablando de tales c o s a s ; p e r o de ellas se ocupaban casi todos los viajeros, y el mismo M a r c o Polo lo hizo de la t u m b a del incrédulo discípulo de Cristo ( 1 ) , á la que i g u a l m e n t e dedicó mención Tafur, y que no carece la memoria de a t r a c t i v o dent r o de lo maravilloso acredita el hecho de h a b e r preferido un literato italiano, en su relación e x t r a c t a d a del opúsculo de San E s t e b a n , la celebración por el P r e s t e J u a n , de la Misa, p a r a la cual la mano del S a n t o Apóstol p r o v e í a de vino (2). L a s e ñ o r a Michaélis de Vasconcellos no ponía en duda que el glorificador de la ínclita g e n e r a c i ó n de D . J u a n I conociera p e r f e c t a m e n t e las r a z o n e s v a l e d e r a s p a r a calificar la relación de n o v e l e s c a , ni que se obscureciera á su perspicacia la impresión de que el n o m b r a d o San E s t e b a n , uno de los doce que fueron en la compañía del Infante en busca del P r e s t e J u a n , escribiera mucho m á s t a r d e , en el siglo X V I , sin h a b e r visto cosa de los países que r e l a t a , así como tampoco dejaría de sospechar que G ó m e z fuera á buscar lo positivo de sus descripciones en a n t e r i o r e s e s c r i t o s , cual el de M a n d e v i l l e , con el cual rivaliza en p a t r a ñ a s , a t r i b u y e n d o en s e g u i d a , por un proceso n a t u r a l , las a v e n t u r a s y maravillas referidas, al p r e minente e n t r e los viajeros peninsulares del siglo X V . E n su opinión, si Oliveira M a r t i n s prefirió, á p e s a r de todo, a p r o v e char el opúsculo suprimiendo lo e v i d e n t e m e n t e fabuloso, cor r i g i e n d o al a u t o r donde los elementos exactos lo consentían y adicionando lo q u e , á su e n t e n d e r , hacía falta, fué p o r q u e el ideal que le guiaba e r a dar á su historia la unidad sintética y v i v a , sin la cual no trascienden los libros desde las esferas e r u d i t a s al t e r r e n o abierto ó c o m ú n de los l e c t o r e s . P o r a m o r al a r t e estima que el g r a n escritor m o d e r n o henchió con hipótesis las g r a n d e s l a g u n a s que en el s a b e r de la vida del In- (1) Mucho antes manifestaba h a b e r l a visitado W i l l i b a l d , peregrino inglés en el siglo A^III, á quien canonizó el P a p a León V I I ; sólo que la pone en la ciudad fenicia de Edisa, m i e n t r a s que el viajero veneciano la vio en la población del mismo nombre del Santo, algo al S. de M a d r a s . (2) G u s t a v o Uzielli, La vita e i tempi de Paolo del Poso Toscanelll, obra citada. V I A J E S D E L J.VFAXTE D. P E D R O D E P O R T U G A L 33 fante q u e d a n , siguiendo los pasos del ingenuo novelador al r o m a n c e a r h e r m o s a m e n t e su itinerario. El aliquando bonus dormitat tiene aplicación más g e neral de la que se piensa. Oliveira M a r t i n s t e m e r í a despojar al héroe de su libro del brillo que p r e s t a b a á la figura la p e r e grinación á T i e r r a S a n t a no prohijando el e n g e n d r o en que se s u b s t e n t a b a , y de aquí la resolución de poetizarlo, sin pensar que, no por bella, dejaba de ser la suya o t r a ficción que añadir á las fantásticas. H e m o s de seguirle en la a v e n t u r a d a v í a , saltando con pena los c o m e n t a r i o s , las aclaraciones, los añadidos que constituyen la esencial diferencia con el fabuloso impreso del siglo X V I y proporcionan encanto al n u e v o . Discutida b r e v e m e n t e la opinión de a u t o r e s coetáneos en punto á la fecha en que emprendió D . P e d r o los viajes, Oliveira M a r t i n s la adelanta al año 1418, el mismo de la conquista de Ceuta. L l e v a b a el Infante consigo doce c o m p a ñ e r o s en memoria de los doce discípulos de C r i s t o , s e g ú n declaración piadosa del cronista. F u e r o n d i r e c t a m e n t e á Valladolid, Corte de Castilla, donde visitaron al Rey D . J u a n I I , entonces en el período de su minoridad, así como á su amigo y favorito D . A l v a r o de L u n a , más t a r d e C o n d e s t a b l e , Conde de S a n E s t e b a n y absoluto g o b e r n a n t e . T u v o el viajero honrosa acog i d a ; recibió p r e s e n t e de 25.000 piezas de o r o , y joya de mayor precio en un i n t é r p r e t e ó lengua llamado G a r c í a R a m í r e z , por su práctica en l a t í n , h e b r e o , t u r c o , caldeo y á r a b e , útilísima en las r e g i o n e s que se proponía a t r a v e s a r . El destino inmediato de la j o r n a d a era la C o r t e del E m p e r a d o r Segismundo de H u n g r í a , en los confines de E u r o p a , b a l u a r t e á la sazón de las naciones c r i s t i a n a s , combatido por los t u r c o s . Recibido el Infante con los brazos abiertos al p o n e r s e con los caballeros de su séquito al servicio del E m p e r a d o r , obtuvo pensión anual de 20.000 florines y el feudo de la M a r c a de T r e v i s o , ducado fronterizo con la Italia oriental. E n el año s i g u i e n t e , 1419, e n t r ó D . P e d r o en c a m p a ñ a c o n t r a los husit a s , t o m a n d o p a r t e activa en aquella g u e r r a religiosa que en 3 34 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O DE P O R T U G A L el corazón de Bohemia complicaba la de la invasión m a h o m e t a n a con h a r t a s peripecias, y consumidos c u a t r o ó cinco años en ellas, d e t e r m i n ó el viajero cambiar de l u g a r . P r e s u m e el S r . Oliveira M a r t i n s que con el cansancio y monotonía de obscuras batallas lejos de la patria, influyera la curiosidad de ver en O r i e n t e las provincias á las que los turcos e x t e n d í a n su g a r r a , y quizá el cristiano deseo de visitar la T i e r r a S a n t a , en la decisión del Infante, á la que no dejaba de estimular por otro lado la idea de conocer algo de las r e • giones distantes del P r e s t e J u a n , cuya leyenda corría por el m u n d o y a g u z a b a el ansia descubridora de su h e r m a n o E n r i que. E l ' h e c h o es q u e , e m b a r c a d o con dirección á Chipre y siguiendo el clásico itinerario de los c r u z a d o s , arribó á Nicosia, C o r t e de los L u s i ñ a n e s , donde la R e i n a l a m e n t a b a la der r o t a y prisión en E g i p t o de su marido H u g o I V . E n el suceso descubre el r e l a t o r la p r i m e r a p r u e b a de veracidad del libro de G ó m e z de San E s t e b a n , que lia sido, dice, tenido por fábula, mas que á él le p a r e c e admirable h a s t a cierto p u n t o , lo cual no obsta p a r a que corrija el itinerario original. ¡ Y qué itinerario el de S a n E s t e b a n ! P o r su lección d e s e m b a r c a r o n los expedicionarios en V e n e c i a haciendo navegación desde la P e n í n s u l a ; pasaron á Chipre y su capital Nicaim; siguieron á T u r q u í a , D a m a s c o y T r o y a ; retrocedier o n á G r e c i a por un desierto que d u r a n t e c a t o r c e j o r n a d a s no m o s t r a b a indicio de población; á lomo de d r o m e d a r i o s y comiendo de su c a r n e se t r a s l a d a r o n desde allí á N o r u e g a en ocho días, por lo que se entiende ser los j o r o b a d o s c u a d r ú p e dos tan propios p a r a s a l v a r a r e n a l e s como p a r a c r u z a r enjutos el Báltico y el K a t t e g a t . V i e n e n después á E g i p t o de reg r e s o , a t r a v i e s a n la A r a b i a feliz, pasan el J o r d á n y encuént r a n s e de lleno en el t e a t r o donde se desarrolló el d r a m a sag r a d o de la humanidad. Bien hizo el eminente literato p o r t u g u é s en prescindir o t r a vez por completo del t e x t o que e n c a r e c í a , substituyendo á la p e d e s t r e explicación de ser aquella tierra que mana leche y miel, lo que á un espíritu privilegiado, con profundo s a b e r , V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O DE P O R T U G A L 35 puede inspirar la epopeya del m u n d o , teniendo á la vista descripciones a n t i g u a s y m o d e r n a s (1). C u e n t a , pues , m a g i s t r a l m e n t e lo que ha sido y es la t i e r r a de promisión, t a n t a s veces r e g a d a de s a n g r e , introduciendo á los viajeros, no desde las r e g i o n e s h i p e r b ó r e a s , en las que el día no alcanza más de cuatro á seis horas de duración en el i n v i e r n o , s e g ú n el cronista c o n s i g n a , por más s e ñ a s , y él considera distracción disculpable, sino desde P a t r á s á Const a n t i n o p l a , donde p r o b a b l e m e n t e , s u p o n e , e m b a r c a r í a n p a r a A l e j a n d r í a , seguirían al C a i r o , que muchos llamaban Babilonia de E g i p t o y de aquí gnm Babilon al Sultán b a h a r i t a , pasando á J e r u s a l e m por t i e r r a y camino de las c a r a v a n a s . Ofrécele la enmienda ocasión p a r a r e s u m i r las historias de A m u r a t e s , de Saladino, de M a h o m e t y también p a r a comp r o b a r la exaclidao per [cita da narrativa de Gomes de Santo Eslevao en p o r m e n o r e s de deformación del cráneo e n t r e los egipcios y de calidades de las rosas de J e r i c ó , si b i e n , como es de p r e s u m i r , no i n c l i n e á los de subsistencia de la e s t a t u a de la mujer de L o t h , que crece y m e n g u a con la luna (2), ni extiende sus consideraciones con cita de los m o d e r n o s descubrimientos en O r i e n t e , como lo ha h e c h o , con objeto distinto, D . R a m i r o F e r n á n d e z Valbuena. (3). Concluida la j o r n a d a l a r g a de los r o m e r o s , t o r n a r o n , cuenta , á E g i p t o por las sierras de A r m e n i a , sin que le o c u r r a t a m p o c o , como c o m e n t a d o r , objeción que hacer á las dificult a d e s con que t r o p e z a r o n p a r a a p r o x i m a r s e al A r c a de N o é , que estaba cubierta de hierbas y de estiércol de a v e s . E s t a s e g u n d a p a r t e de la expedición p a r e c e al Sr. Oliveira (1) Cita Itinerario da Terra Saricía, etc.; por F r . P a n t a l c ó n Daneiro. Lisboa, 1536. Segunda e d i c i ó n . - L a terre saiute on dcscript ion topographíquc tres particuliere des sainéis ¡icit.x & de terre de Promissiou, etc., par F . E u g é n e R o g e r . París, 1646.—Pietro dolía Valle, Viaggi, edición de Venecia, 1661.—Renán, Ilistoire da peu pie d'Israel. (2) Benjamín de Tudcla no abona la p a r t i c u l a r i d a d ; al contrario, refiere que si bien tos rebaños que pasan la lamen c o n s t a n t e m e n t e , esta e s t a t u a de sal recrece y se conserva siempre en el mismo estado. (3) En su obra Egipto y Asiría resucitados. Toledo 1901, cuatro vol. 36 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L M a r t i n s más obscura que la a n t e r i o r . ¡ Y t a n t o ! T i e n e que i n t e r p r e t a r l a t r a b a j o s a m e n t e , admitiendo que subieran por el valle del Nilo acometiendo de n u e v o , pero por mejor cam i n o , la d e m a n d a del misterioso P r e s t e J u a n , y que alcanzaron la ciudad de Assian, ó sea A s s u a n , al e x t r e m o de la región inferior del r í o . D e s d e allí e n t r a r o n en lo a b s o l u t a m e n t e desconocido: la t r a v e s í a del desierto de Nínive c r e e p u e d a ser la de Nubia, y la ciudad de Sabá, S a m h a r a en el litoral del m a r R o j o , j u n t o al estrecho de Bab-el-Mandeb. Plubieron de cost e a r este m a r por el O r i e n t e h a s t a el m o n t e Sinaí donde está el t ú m u l o de S a n t a C a t a l i n a , y en cuya descripción reconoce y confiesa que el cronista mezcló lo fantástico con lo v e r d a dero , en dosis v a r i a d a s . El libro de San E s t e b a n ( a g r e g a i n g e n u a m e n t e ) , dice todavía que fueron á la Casa de la Meca á v e r el sepulcro del P r o f e t a , y describe los viajes de D . P e d r o á E t i o p í a , pint a n d o las t i e r r a s del P r e s t e J u a n con los t r a z o s que se encuent r a n en los escritores de la época. N o es creíble que el Infante llegara á E t i o p í a ni que d e s c u b r i e r a al P r e s t e , pues hecho semejante no podía p a s a r i n a d v e r t i d o . Sao evidentes addita'mentos do editor do secuto XVI. E n el Sinaí a c a b a , p u e s , la peregrinación , á lo que le par e c e . D o n P e d r o r e g r e s ó por E g i p t o , a t r a v e s a n d o e m b a r c a d o el M e d i t e r r á n e o ; corrió la E u r o p a de S. á N . llegando, s e g ú n t r a d i c i ó n , á D i n a m a r c a con objeto de visitar á su a n t i g u o c o m p a ñ e r o de a r m a s en H u n g r í a . D e allí se t r a s l a d ó á Inglat e r r a y á F l a n d e s ; descendió por H u n g r í a á V e n e c i a , á R o m a , C h i o g g i a , F e r r a r a , siguiendo por t i e r r a d i r e c t a m e n t e á E s paña 3' P o r t u g a l , donde descansó de tan p r o l o n g a d a caminata. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 37 V. R e a l i d a d de l o s v i a j e s . D e b í a conocerla bien el Condestable de P o r t u g a l D . Ped r o , hijo del p e r e g r i n o , quien, al e n u m e r a r las v i r t u d e s de su p r o g e n i t o r escribía: «Aquel que pasando la g r a n d e B r e t a ñ a y las gálicas y g e r m á n i c a s r e g i o n e s á las de U n g r i a e de Boemia e de Rosia p e r v i n o , g u e r r e a n d o c o n t r a los exercitos del g r a n d T u r c o por tiempos e s t o v o ; e r e t o r n a n d o por la maravillosa cibdat de V e n e c i a , venido á las ytalicas o esperias provincias escudriño e vido las insignes e magnificas c o s a s , e llegando a la cibdat de Q u e r i n o tanjo (sic) las s a c r a s reliquias , r e p o r t a n d o honor e grandissima gloria de todos los principes e re)mos que vido». E s t e b r e v e r e s u m e n t r a n s c r i t o por la s e ñ o r a Michaelis de V a s c o n c e l l o s , le ha servido de base en la j u s t a y elevada crítica que hizo del libro Os filhos de D. Joao I. L a m a r c h a por I n g l a t e r r a , F r a n c i a , F l a n d e s y A l e m a n i a á H u n g r í a , y de allí por Italia á E s p a ñ a , está c o m p r o b a d a por los d o c u m e n t o s que de aquella edad se conocen; solamente de la e n t r a d a en Rusia (quizá P r u s i a ) no hay constancia. E n los que r e g i s t r a n hechos del tornaviaje se indica con repetición venir"el Infante de visitar al E m p e r a d o r S e g i s m u n d o ; mas ni una sola palab r a tienen de referencia á Constantinopla, Chipre, Tierra Santa, Meca, Abasia, Cairo ú otra cualquier región africana ó asiática. Con relación al tiempo empleado en las expediciones, obs e r v a D o ñ a Carolina que cada uno de los que las contaron lo fué extendiendo á su g r a d o , poco á p o c o , desde t r e s ó cuatro hasta doce a ñ o s , y que Oliveira M a r t i n s castigó apenas á la leyenda sin e x t i r p a r l a . 38 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L Se pueden seguir los pasos del viajero á t r a v é s de E u r o p a desde 1425 á 1428, período r e s t r i c t o d e n t r o del cual no cabría la soñada expedición á O r i e n t e , y r e p i t e que no se ha descubierto ninguna escritura que p r u e b e la estancia del Infante de P o r t u g a l en el e x t r a n j e r o d u r a n t e los años 1418 á 1424, por lo c o n t r a r i o , existe en la T o r r e do T o m b o una clonación hecha por D . J u a n I en favor de su s e g u n d o g é n i t o que acredita la permanencia de éste en la patria hasta fines de 1420. El propio diploma imperial por el que S e g i s m u n d o le confirió (en Constanza en 1419) la M a r c a T r e v i s a n a , prueba que en el acto de esta m e m o r a b l e acción, mal i n t e r p r e t a d a , seguía t o d a v í a e n t r e los suyos. S á b e s e , y el propio Oliveira M a r t i n s suministra datos precisos, que el viajero se hallaba en I n g l a t e r r a por S a n Miguel de 1425, p r o b a b l e m e n t e después de p r o l o n g a d a d e m o r a en Oxford y en P a r í s ; que a t r a v e s ó por F l a n d e s de 22 de Diciembre del mismo año hasta fines de e n e r o de 1426, tocando en O s t e n d e , U d e n b u r g , G a n t e y Brujas. E n 1426 y 1427 asistió á la c o r t e de S e g i s m u n d o , batallando c o n t r a los t u r c o s . E n la p r i m a v e r a del año inmediato fué obsequiado en V e n e c i a , desde d o n d e , por C h i o g g i a , F e r r a r a y P a d u a , llegó á R o m a , hallándose en esta capital el 16 de m a y o . D e Italia m a r c h ó p a r a B a r c e l o n a , donde a p a r e c e en Julio. D e t ú v o s e poco en A r a n d a del D u e r o , en la c o r t e de su primo D . J u a n II y coloquios con D . A l v a r o de L u n a , y en Peñafiel celebró e n t r e vista con el R e y de N a v a r r a . E n s e p t i e m b r e de 1428 se hallaba de r e g r e s o en C o i m b r a al c e l e b r a r s e los festejos del casamiento de D . D u a r t e con L e o n o r de A r a g ó n , contrayendo en principios de 1429 su propio consorcio con hija del último Conde de U r g e l (1). E s t o es t o d o . P o r diferentes c o n d u c t o s , explorados los más por el r e p e tido S r . Oliveira M a r t i n s , consta haber sido condecorado el Infante, en I n g l a t e r r a , con las insignias de la orden de la Ja- (1) L a elegante y escrupulosa e s c r i t o r a cita los documentos que dan testimonio de todos estos hechos. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 39 r r e t i e r a ; que en F l a n d e s asistió á un t o r n e o en B u e r c h ; que en G a n t e se hospedó en el palacio del D u q u e de B o r g o ñ a ; que envió l a r g a carta á su h e r m a n o D u a r t e desde Brujas. L l e g ó á V e n e c i a llevando consigo lucido cortejo de 300 caballeros, y recibido y alojado r e g i a m e n t e por el D u x , a c e p t ó , e n t r e diversos p r e s e n t e s , un ejemplar manuscrito del libro de M a r c o Polo con otros de c a r t a s g e o g r á l i c a s muy e s t i m a d a s . Menciona Oliveira M a r t i n s e n t r e diversas venecianas la del mallorquín V a l s e c a (1); A n t o n i o G a l v a o lo hizo de im m a p a m u n d i que contenía todo el ámbito de la t i e r r a y en el que el estrecho de Magallanes se n o m b r a b a Cola del Dragón y el Cabo de Buena E s p e r a n z a Frente de África (2), denominaciones copiadas á la letra por F a r í a y Sousa, lo mismo que la afirmación de haber servido la p i n t u r a al Infante don E n r i q u e p a r a la empresa de sus descubrimientos (3). U n a Bula del P a p a M a r t í n V concediendo á los R e y e s de P o r t u g a l el privilegio de poderse ungir s o l e m n e m e n t e , lo mismo que los de F r a n c i a é I n g l a t e r r a , a t e s t i g u a la presencia de D . P e d r o en R o m a y en Q u e r i n o , comprobándola en P a d u a la auténtica de reliquias de S a n A n t o n i o que obtuvo y trajo. El S r . G u s t a v o Uzielli, con referencia de otros a u t o r e s i t a l i a n o s , cuenta que el Infante D . P e d r o fué á F l o r e n c i a en (1) Una de este cartógrafo firmada en Mallorca en 1439 y que al respaldo tiene escrito Qucsta ampsa, pesse di geografía fu págala da Americo Vespuci XCCC ducal i de oro di marco, se conserva en P a l m a de Mallorca en la biblioteca del Sr. Conde de Montenegro. Conviene r e c o r d a r que otra c a r t a de Macía de Viladestes construida en 1 4 1 3 que se g u a r d a b a en la Cartuja de Valdeeristi, cerca de Segorbe, según la descripción h e c h a por el obispo A m a t , r e p r e s e n t a b a al P r e s t e J u a n con mitra dorada, poniendo debajo: ' P r e s t e J u a n per la g r a c i a de Deu iermen la fe de J h s x t . e per instigacio e per molts miracles aqui [ets p e r mon senyor S. T o m a s Aposto!, al dia de v u y es honr a d a la s u a s e p u l t u r a ; c sapiats que el a tan gran poder que negú de si no li poria teñir camp, sino que el enbargen descrt de s a l v a g e s que i es e a l t r e s montanyes que Ii sont entorn de la s u a {rentera, en que stan moltes e d i v e r s bisiies leves.> V é a s e BOLRTÍX DK I.A SOCIKDAD GEOGRÁFICA DI: MADRID, año 188-1, tomo X V I I , página 235. (2) Sousa Viterbo, O Infante D. Pedro. (3) Europa portuguesa, tomo IT, p á g . 835. 40 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L este viaje de V e n e c i a con objeto de a c o r d a r un t r a t a d o de Comercio q u e , en efecto, se firmó con g r a n ventaja de la Señ o r í a , y ésta alojó espléndidamente al huésped y le honró con espectáculos en que se g a s t a r o n más de 2.000 florines de oro (1). El paso por Barcelona y Peñafiel, c e r c a de Valladolid, consignado está por los cronistas del t i e m p o . D o c u m e n t o s históricos son, p u e s , los que r e s p o n d e n á la frase entusiasta de Oliveira M a r t i n s , Vira, pode dizer-se, o mundo inteiro. VI. Mil a ñ o s antes. V I A J E S D E L A MONJA ETÉREA. El literato italiano S r . G a m u r r i n i , descubrió en A r e z z o y dio á luz en 1884, relación incompleta, pero i n t e r e s a n t e , de un viaje hecho en peregrinación á T i e r r a S a n t a , á mediados del siglo I V . F a l t a b a n al original e n c o n t r a d o las p r i m e r a s y últimas hojas, en las que es de p r e s u m i r c o n s t a r a el n o m b r e del autor; en las r e s t a n t e s , escritas en latín, si v u l g a r é ingenuo, no desprovisto de a t r a c t i v o , tal nombre no a p a r e c e , advirtiéndose tan sólo por el t e x t o h a b e r sido t r a z a d a s por mano de una religiosa que, partiendo del e x t r e m o occidental del imperio r o m a n o , de provincia lindante con el m a r , no d e s i g n a d a t a m p o c o , se encaminó hacia el opuesto confín de O r i e n t e , ávida de conocer los l u g a r e s s a g r a d o s de que hablan el An(1) G u s t a v o Uzielli. Paolo dal Pozzo Toscanelli, iniziatore delta scoperta d'America. F i r e n z e , 1892; en 8.°—Es obra distinta de la citada a n t e r i o r m e n t e y en ella e x t r a c t a también el opúsculo de San E s t e b a n , según edición de Valencia, sin año de la impresión, y título, Historia del Infante D. Pedro de Portugal, en la que se refiere lo que le sucedió en el viaje que hizo cuando anduvo las siete partes del mundo, compuesto por Gomes de S a n t i s t e v a n , uno de los doce que llevó en su compañía el Infante,—En 4 . ° , 28 páginas. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 41 tiguo y N u e v o T e s t a m e n t o , é instada por a r d o r o s o celo á r e verenciarlos. E m p l e ó la viajera unos c u a t r o años en r e c o r r e r á Palestina, Siria y A s i a Menor; hizo mención de visitas á C a p a d o cia, Galacia, Bitinia, Antioquía y Calcedonia, sin que aparezca la del p r i m e r t r a y e c t o desde E u r o p a , que quizá contuvier a n también los folios p r i m e r o s . L a comparación que al atrav e s a r el E u f r a t e s le ocurrió con la impetuosa c o r r i e n t e del R ó d a n o , hace razonable la presunción de h a b e r realizado el viaje de ida por la Galia y N o r t e de Italia h a s t a Constantinopla. E n lo que no cabe duda es en h a b e r cumplido su plan llegando á los t é r m i n o s de Mesopotamia, á la f r o n t e r a de P e r s i a , consideradas sus propias p a l a b r a s , modo ibi accessus Romanorum non est, totum enim illiid Persae tenent. L a s indicaciones de buena acogida por doquiera, de salir á su e n c u e n t r o clérigos y obispos que se complacían en acomp a ñ a r l a , servirla de g u í a s é ilustrar sus observaciones; el homenaje de los monjes colmándola de elogios y bendiciones; las h o n r a s t r i b u t a d a s por los g o b e r n a d o r e s de las fortalezas, p r e surosos en p r o v e e r l a de escolta de soldados al t r a n s i t a r por vías poco s e g u r a s ó parajes infestados de m a l h e c h o r e s , r e v e lan en la e x t r a n j e r a s e ñ o r a de alto r a n g o , culta, p r o t e g i d a y r e c o m e n d a d a de personajes de la c o r t e imperial. ¿Quién e r a , p u e s , la incógnita r o m e r a ? D i s c u r r i e n d o el S r . G a m u r r i n i sobre el p a r t i c u l a r , y examinando las Memorias del tiempo r e l a t i v a s á Galia y á España, de donde p r e f e r e n t e m e n t e cabe suponer la procedencia de la religiosa, c r e y ó p o d e r identificarla con la b i e n a v e n t u r a d a Silvia, h e r m a n a del aquitano Rufino, por e n t o n c e s (hacia el año 383) persona de influencia en Constantinopla, encabezando en consecuencia el f r a g m e n t o m a n u s c r i t o de A r e z z o con el título de Sancta Silviae aquitainae peregrinatio ad loca sánela. A c e p t a d a la hipótesis en carencia de o t r a , por los d a t o s que la relación del viaje ofrece acerca de los l u g a r e s del culto c r i s t i a n o , liturgia y disciplina eclesiástica en J e r u s a l e m , de 42 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O DÉ P O R T U G A L filología, de etnología, de cuestiones curiosas de la a n t i g ü e dad, cautivó el escrito la atención de los doctos y de él se hicieron ediciones c o m e n t a d a s en R u s i a , I n g l a t e r r a , A u s t r i a , Estados-Unidos de A m é r i c a , y con m á s abundancia crítica en A l e m a n i a . S e reconoció que en o t r a exposición literaria de P e d r o , diácono del siglo X I I , Liber de locis sanctis, publicado por la A c a d e m i a R e a l de V i e n a , se h a c í a n , no sólo referencias claras á la p e r e g r i n a c i ó n aludida, sino que se amplia-, ban sus itinerarios n o m b r a n d o parajes d i f e r e n t e s , en su núm e r o A n a t o t h , T h e r n e , Cariadiarim, E b r a n , J e r i c ó , E m m a u s , N a i m , N a z a r e t , Siquem, T i b e r i a d e s , G e l b o e y Silo. P a s a d o tiempo en este estado de la investigación, el exam e n de un Códice de los del E s c o r i a l , ha producido luz bast a n t e p a r a modificar las p r i m e r a s suposiciones y a t r i b u i r la relación del viaje á distinta p e r s o n a l i d a d , con copia de razones que dificultarán m u c h o la contradicción si otros documentos de comparable a u t o r i d a d no se d e s c u b r e n . C o r r e s p o n d e al R v d o . P . D o m . Mario F e r o t í n , de la a b a d í a de F a r n b o r o u g h , la demostración, si así puede decirse, de h a b e r sido una española, a b a d e s a ó simple religiosa nacida en Galicia, á orillas del A t l á n t i c o , la v e r d a d e r a a u t o r a de la Peregrinatio ad loca sánela. P e r t e n é c e l e el descubrimiento del n o m b r e , p a t r i a , calidad y circunstancias de la intrépida expedicionaria explicadas en r e c i e n t e estudio (1). E l Códice escurialense referido ( s i g n a t u r a a, II, 9.) de la e r a 992, ó sea año 954, fué donado por D . J o r g e de B e t e t a al R e y F e l i p e II, quien m a n d ó g u a r d a r l o donde está. U n a copia confrontada cuidadosamente por el R v d o . P . A m b r o s i o A n t o lín, bibliotecario del M o n a s t e r i o , y testimoniada con fotogra- (1) Le vevitable auíeur de la Peregvinatio Silviae. La vieyge espagiio/e Etheria, par Dom. .Marius F é r o t i n , O. S. B . de l ' A b b a y e de F a r n b o r o u g h . Revue des questions hisloriques. P a r í s , 1903. E l a u t o r hace reseña bibliográfica de las publicaciones á que h a dado origen la p r i m e r a del Sr. G a m u r r i n i , y con g r a n erudición desarrolla el estudio de las cuestiones que e n t r a ñ a n h a s t a finalizar la demostración dicha, con la que conforma, empleando especulaciones distintas, el R v d o . P . Dom. A. L a m b e r t . d e la abadía de San Martín en l-].erck-la-Ville (Limbourg). V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 43 fía del folio p r i m e r o , ha servido al S r . F e r o t í n , aunque no sola, pues el Códice le p a r e c e ser el mismo e n c o n t r a d o en Oviedo por el cronista A m b r o s i o de Morales d u r a n t e el viaje que hizo á las iglesias de L e ó n , Galicia y A s t u r i a s , y no es único: el P . F l ó r e z conoció dos traslados cuando m e n o s ; uno de C a r r a c e d o sin fecha; otro del cabildo de T o l e d o , escrito en 902, comunicado por el P . Burriel, que a c t u a l m e n t e existe en la Biblioteca nacional. Contiene el volumen diversas producciones de V a l e r i o , monje solitario del V i e r z o (Burgidense terriiorium), cuya vida estuvo dedicada á la contemplación, al estudio y á la enseñanza cristiana, y e n t r e aquéllas se nota una epístola en elogio de la b e a t a E t é r e a , e v i d e n t e m e n t e la p e r e g r i n a á Tier r a S a n t a de que v a m o s t r a t a n d o (1). C o m p a r a d o s los t e x t o s , a d v i é r t e n s e v a r i a n t e s ocasionadas p r o b a b l e m e n t e por escasa fidelidad de los copistas, que alter a n el n o m b r e de la p e r e g r i n a en las formas E t h e r i a , E c h e r i a , E i h e r i a y E g e r i a , dicción, la última, r e p e t i d a en los catálogos de manuscritos de San Marcial de L i m o g e s , r e d a c t a d o s en el siglo X I I I . El P . F e r o t í n se inclina á elegir con preferencia e n t r e las lecciones, que en suma sólo a l t e r a n la s e g u n d a l e t r a del n o m b r e , la de E t h e r i a , que hoy se escribiría en castellano E t é r e a como d e r i v a d a de é t e r , equivalente á Cielo. Objeto de la epístola laudatoria del e r e m i t a V a l e r i o , era p r e s e n t a r y ofrecer á la consideración de los monjes leoneses, el ejemplo elocuente de una débil doncella cuyo tesoro rico de fe, de caridad, de e s p e r a n z a 3' de t e m o r de Dios, no meng u ó en los m a r e s t e m p e s t u o s o s ó en los a r e n a l e s d e s i e r t o s , ni (1) Hállase la epístola al folio IOS en la numeración p r i m i t i v a del Códice del Escorial, y la d a t a de éste se declara al 132 diciendo: In lesu Ctiristi nomine explicitus esl codix (sic) iste a notario loannes indigno in era DCCCCet nonagésima secunda idas Martias, regnante rex Ordonio in Legioue, comitcni vero Fredenando Gundisalbiz in Castella. E m p i e z a el texto: Incipit vita et epístola beatissimae Etherie laude conscripta fratrum Bergendensium a Valerio conlala. A c a b a : Finit. Expiicit epístola de laude Etheria virginís. L a publicó el P. F l ó r e z en La España Sagrada, tomo X V I , 2.'" edición, 1787, páginas 366-370. 1 44 VIAJES DEL I N F A N T E D. PEDRO DE PORTUGAL en modo alguno le afectaron la c o r r i e n t e de los r í o s , la aspereza de las m o n t a ñ a s , el implacable furor de tribus impías, la fatiga, la intemperie, la privación de toda comodidad, debiendo causar r u b o r á los h o m b r e s el r e c u e r d o de esta v e r d a d e r a hija de A b r a h a m adquiriendo p a r a su cuerpo delicado la r e sistencia del hierro con sólo el pensamiento de r e c o m p e n s a ; que en absoluto renunció al descanso t e r r e n a l por alcanzar la palma de la victoria en el reposo e t e r n o ; que se hizo voluntaria p e r e g r i n a en el suelo á fin de participar de la herencia del reino celestial. A l desarrollar la tesis, teniendo sin duda á la vista el escrito original de E t é r e a , amplía en su c a r t a el f r a g m e n t o publicado por el Sr. G a m u r r i n i , contando cómo la expedicionaria, caminando á los confines del m u n d o , visitó los l u g a r e s del n a c i m i e n t o , de la pasión y de la r e s u r r e c c i ó n del S a l v a d o r . Con audacia singular — dice — corrió provincias, visitó ciudades , escaló m o n t a ñ a s , proponiéndose o r a r a n t e los sepulcros de los m á r t i r e s . Quiso ver los monasterios famosos de Tebaid a , llegando á las « e r g á s t u l a s » de los a n a c o r e t a s . Siguió á t r a v é s de E g i p t o los movimientos del pueblo h e b r e o ; a d m i r ó ' las maravillosas construcciones de aquellas ciudades; Alejandría, R a m e s e s , Menfis, Eliópolis; las condiciones de la t i e r r a de G e s e n , la fertilidad de las r i b e r a s del Nilo Ascendió á la cima elevada de Sinaí, sosteniéndola el a r d o r de su fe; subió asimismo al m o n t e N e b o (Nabcui), desde el que Moisés avistó la t i e r r a de promisión antes de ser a r r e b a t a d o por los ángeles; al F a r a n , al H e r m o n , al T a b o r , á los que en la cumb r e tenían iglesias ú o r a t o r i o s . E n Sedima (la a n t i g u a Salem) e m o s t r a r o n las ruinas del palacio de Melquisedec; en el Jordán, en las cercanías del M a r M u e r t o , vestigios v e n e r a b l e s . Contempló en H a r r a n la estancia del p a t r i a r c a ; en E d e s a (Orfa) las s e p u l t u r a s del A p ó s t o l S a n t o T o m á s y del R e y A b g a r ; en Seleucia la de S a n t a T e c l a . P o r a b r e v i a r , p e n s a b a V a l e r i o que su heroína conoció (otius muncii itinera ; que llevó á cabo el inmenso t r a y e c t o del orbe (intrépido cor de inmensum totius orbis arripuit iter), V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 45 expresiones que en su tiempo pudo t r a z a r con h a r t a más razón que el S r . Oliveira M a r t i n s la de Vira, pode diser se, o mundo inteiro, aplicada á su objetivo, el infante D . P e d r o de P o r tugal. N o poco ensancha la epístola valeriana las noticias contenidas en el manuscrito de A r e z z o , mas si bien sirve p a r a confirmarlo con la conformidad en la d a t a , en el punto de p a r t i d a 3' a l g u n a de las e t a p a s , m u e s t r a ser escasos t o d a v í a los d a t o s r e l a t i v o s á los viajes de E t é r e a , y que e r a n muchos m á s los e x t r a v i a d o s ó perdidos. F a l t a n los de las navegaciones', los r e f e r e n t e s á las c a m i n a t a s por E g i p t o , la P e n í n s u l a a r á b i g a , I d u m e a y A s i a m e n o r ; el de vuelta desde Constantinopla á esta p a r t e con objeto de buscar en Efeso las huellas de San J u a n e v a n g e l i s t a ; la n a r r a c i ó n de e n c u e n t r o s azarosos con sar r a c e n o s 3' m a l h e c h o r e s ¡saurios; falta, en fin, la correspondencia enviada á sus h e r m a n a s de religión en E s p a ñ a , con p o r m e n o r e s suprimidos en la descripción del viaje, de todo lo cual quedan referencias ó alusiones en los folios conocidos y más hacen sentir la desaparición de los c o m p l e m e n t a r i o s . Sospecha el P . F e r o t í n que la viajera no r e g r e s a r í a á su r e t i r o , y que de hacerlo no sería p a r a vivir en paz, pues invadida la Península en 409, poco tiempo bastó á los alanos, vándalos 3' suevos p a r a d e v a s t a r l a , d e s t r u y e n d o vidas y viviendas: ¡qué mucho que los papeles escritos t u v i e r a n igual s u e r t e ! T a m b i é n c o n g e t u r a que habiendo nacido en la r e g i ó n Nor o e s t e de E s p a ñ a el g r a n Teodosio y llevado la familia á Constantinopla al ser elevado al solio imperial de O r i e n t e , pudo t e n e r relación de p a r e n t e s c o ó de amistad con la r o m e r a , y que en otro caso la a r r i b a d a á Bizancio de una conter r á n e a de sus condiciones poco después del año 380, b a s t a r í a p a r a que en aquella c o r t e e n c o n t r a r a - p r o t e c t o r e s . O p o r t u n a m e n t e r e c u e r d a el erudito i n v e s t i g a d o r que visit a r o n á Palestina en aquellos días el cronista Idacio 3' los p r e s bíteros A v i t o y P . Orosio (1). (1) F l ó r e z , La España Sagrada, tomo XV, segunda edición, p á g . 374 46 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L VIL El opúsculo de G ó m e z de S a n E s t e b a n . A título de curiosidad r e c r e a t i v a t r a n s c r i b o , al a c a b a r , la o b r a atribuida á uno de los c o m p a ñ e r o s del Infante D . P e d r o el de las P a r t i d a s , que a n d u v i e r o n con él á las v e r , no como apareció en el siglo X V I y al público b r i n d a b a n los ciegos vestidos con g r e g ü e s c o s y jubón, sino como ha llegado á nuestros días, en los que r e m o z a d o el estilo, c o r r e g i d a s , a u m e n t a das ó disminuidas las maravillosas o c u r r e n c i a s del viaje, continúan colgándolo del cordel en ferias y m e r c a d o s de p r o vincia, v e n d e d o r e s de capa y de g r a m á t i c a p a r d a s , sin los g r a b a d o s de m a d e r a , los frontis y colofones, g a l a s del a r t e primitivo tipográfico, sustituidas p o r g r o s e r a s viñetas. L a s m u e s t r a s adjuntas c o r r e s p o n d e n á las dos últimas ediciones que conozco; de Madrid la u n a , en 1893; de P o r t o la c o m p a ñ e r a , de 1882 (1). L a reproducción en p á g i n a s p a r e a d a s consentirá a p r e c i a r á p r i m e r a vista las diferencias y t e n e r en cuenta la declaración de ser los p e r e g r i n o s vasallos del R e y de Castilla y de L e ó n ; la circunstancia de e s t a r e n d e r e z a d a á D . J u a n l l la c a r t a del P r e s t e J u a n , con todas las d e m á s de redacción que indujeron al S r . Oliveira M a r t i n s á admitir que p o r a u t o r castellano debió de e s t a r escrito el original. (1) Débola á la buena amistad y deferencia del Sr. Sousa Viterbo, repetidamente citado. 48 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L HISTORIA DEL INFANTE DON PEDRO DE PORTUGAL [I LA QUE SE-REFIERE LO QUE LE SUCEDIÓ E» EL VIAJE QUE HIZO ALREDEDOR DEL HUNDO ESCRITA POK GÓMEZ DE SANTISTEBAN Uno de los que llevó en su Compañía. Madrid.—Despacho:" H e r n a n d o , Arenal, 11.—1893. ( T r e s pliegos, 24 páginas).—Es propiedad. CAPITULO PRIMERO. Cómo-el de Bar de ver á sil infante D. Pedro de Portugal se partió de la villa celos á tomar la bendición de su padre, con designio todas las partes del mundo, y de cómo dio principio jornada. El infante D . P e d r o fué hijo del r e y D . P e d r o de P o r t u gal, p r i m e r o de este n o m b r e . D e s e a b a con ansia r e c o r r e r el mundo y v e r cuanto en él habia. D o m i n a d o ú n i c a m e n t e por t a n irresistible deseo, d e t e r m i n ó , pues, e m p r e n d e r este viaje, p e r o no quiso hacerlo sin recibir antes la bendición p a t e r n a l . Hizo p r e v e n i r lo necesario, eligiendo doce de sus mejores criados que le acompañasen en tan dilatada como a r r i e s g a d a expedición. Salió de la villa de B a r c e l ó s , donde r e s i d í a , dirigiéndose á la c o r t e , y habiéndose p r e s e n t a d o á su p a d r e y manifestado el designio que le conducía, le pidió su beneplácito y bendición p a r a e m p r e n d e r aquella j o r n a d a . Mucho lo V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 49 LIVRO no INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL 0 OJAL AHBOU AS SfíE PARTIDAS DO MUNDO FF.ITO POR GOMES DE SANTO ESTEVAO Um dos doze que foram na sua companhia. 2. a cdi£ño da Bibliotheca pai-a o p o r o . V e n d e - s e na üvraria d e J. E. da Cruz, Coutinho, 1882. Porto. Iniprensa Commercial , Rúa dos L a v a d o u r o s , De como o Infante D. Pedro de Portugal partiu de Barcellos, para ir ver as setc partidas do 16. da villa mundo. O infante D . P e d r o foi fllho d'el-rey D . J o a o , o primeiro d ' e s t e n o m e , o qual era conde de B a r c e l l o s , e foi muito desejoso de v e r t é r r a s . T e n d o d e t e r m i n a d o ir ver as sete p a r t i d a s do m u n d o , sahiu um dia á t a r d e com os s e u s , e s t a n d o em B a r c e l l o s , que foram s e t e d i a s ; depois de t e r companhia p a r a s a b e r as p a r t i d a s do m u n d o , entao se lhe offereceram muitos p a r a ir com e l l e , m a s nao quiz levar comsigo senao doze c o m p a n h e i r o s , em l e m b r a n c a dos doze A p o s t ó l o s , com elle t r e z e , como Nosso S e n h o r J e s ú s C h r i s t o com os seus discípulos. P a r t i m o s de Barcellos, p a r a pedir licenca a el-rei de P o r t u g a l seu p a i , que lhe pezou muito de que seu filho quizesse passar aquellas p a r t e s : mas emíim lhe deu licenca com muito g r a n d e t r i s t e z a , e lhe deu doze mil pegas d ' o u r o . 50 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L sintió el r e y por v e r se iba á e x p o n e r á un viaje tan l a r g o y peligroso; p e r o no pudo menos de condescender á los r u e g o s é instancias que le hizo su hijo; y después de h a b e r l e p r o d i g a d o los sabios y saludables consejos que le dictó su prudencia, dispuso que le e n t r e g a r a n veinte mil doblas de oro y u n a porción de j o y a s de inestimable v a l o r , despidiéndole con su bendición. P a r t i ó en seguida el infante p a r a Valladolid á despedirse de su primo el r e y D . J u a n II de Castilla, quien a p e n a s supo de su llegada salió á recibirle; y e n t e r a d o de la intención que l l e v a b a , m a n d ó darle cien mil escudos de oro y un faraute ó i n t é r p r e t e de l e n g u a s que le a c o m p a ñ a s e en su j o r n a d a , llam a d o G a r c í a R a m i r e z , después de lo cual se despidieron afect u o s a m e n t e , y el infante dio principio á su deseada e m p r e s a . Aquí principia la relación de Gomes Santisieban. Salimos de Valladolid todos juntos con dirección á Lisboa, donde p e r m a n e c i m o s cinco dias a g u a r d a n d o viento favorable p a r a d a r á la vela con una f r a g a t a maltesa , donde debiamos e m b a r c a r n o s , cuyo viaje hacia á la ciudad de V e n e c i a . E n efecto, dimos la vela p a r a aquel p u e r t o , al que a r r i b a m o s con toda felicidad, siéndonos admirable v e r que tan famosa ciudad e s t u v i e r a construida con la m a y o r h e r m o s u r a 3^ uniformidad sobre islotes en medio del m a r , por cuyas calles pasa el a g u a , }' en las cuales se a d v e r t í a n v a r i a s góndolas que servían p a r a t r a n s i t a r de unos edificios á o t r o s . E s t a ciudad está en los dominios de I t a l i a , á quien p e r t e n e c i ó en o t r o t i e m p o ; luego después se hizo i n d e p e n d i e n t e con g o b i e r n o republicano. E n el dia p e r t e n e c e o t r a vez á los E s t a d o s de Italia. A los n u e v e dias nos volvimos á e m b a r c a r en un navio holandés que salió p a r a C h i p r e , á donde llegamos sin contratiempo alguno que sea de c o n t a r , después de veinte 3^ siete dias de n a v e g a c i ó n . N o s dirigimos á la ciudad de N e c a i m , V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L De como o Infante fazer reverencia D. Pedro foi a a el-rei de Castella 51 Valhadolid seu tio. D'alli p a r t i m o s p a r a Valhadoliz a fazer r e v e r e n c i a a elrei D . J o a o o s e g u n d o de C a s t e l l a , e como el-rei soube que seu sobrinho quería passar a l e v a n t e , p a r a s a b e r as p a r t i d a s do m u n d o , t e v e mui g r a n p r a z e r , e mandou-lhe d a r vinte e cinco mil p e g a s , e deu-lhe um lingua que se llamava Garda Ramires, o qual era prático no latim, g r e g o , h e b r a i c o , chald e o , t u r c o , a r a b i o , i n d i a n o , e o u t r a s m a i s . O dito Garda Ramires t e v e g r a n d e p r a z e r por ir c o m n o s c o . F o i el-rei a c o m p a n h a r n o s até urna legoa de V a l h a d o l i d , e alli se despediu d'elle o infante D . P e d r o . De como e infante chegou d cidade de e alli nos embarcamos. Venesa, L o g o fomos nosso caminho direito á cidade de V e n e z a , v e n d e m o s as c a v a l g a d u r a s em um l u g a r p e r t o da cidade, emb a r c a m o s em urna ñau na qual passamos até ao reino de Chyp r e , e alli fomos fazer r e v e r e n c i a á r a i n h a da cidade de Nicocia, á qual e s t a v a mui triste por seu m a r i d o , que o tinham p r e s o os t u r c o s , e dissenos: « A m i g o s , de que g e r a c a o sois?» F a l l o u Garda Ramires, e r e s p o n d e u : «Somos vassallos d'elrei de L e a o de H e s p a n h a , e e n t r e nos vem um seu p á r e n t e . » Disse á r a i n h a : « P r o u v e r a a D e u s . q u e a provincia d'el-rei de H e s p a n h a e s t i v e r a p e r t o do nosso s e n h o r i o , e nos podér a m o s s o c c o r r e r uns aos o u t r o s ; p o r q u e assim foram os inimigos da fé menos p o d e r o s o s . » De como partimos de C/iypre, d faser reverencia ao gran Turco, á cidade de Mandna. Alli pedimos licenca p a r a ¡ r a d i a n t e , e fomos á T u r q u í a , á cidade de M a n d u a , cuidando achar n'ella o g r a n T u r c o , nao o 52 VIAJES D E L INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL c o r t e de este r e i n o , con el objeto de t o m a r el pase de aquel s o b e r a n o ; y puestos que estuvimos á su presencia, quiso enter a r s e de n u e s t r a procedencia y del objeto del viaje que h a c í a m o s ; á lo cual respondió n u e s t r o i n t é r p r e t e que é r a m o s vasallos del r e y de Castilla 3^ de L e ó n , en E s p a ñ a , 3^ que el objeto que nos conducía por aquellos p a í s e s , no era o t r o que el de v e r m u n d o : mucho se a l e g r ó de esto el r e y y nos dio pase p a r a p o d e r seguir a d e l a n t e . Habiéndonos despedido, emprendimos el'camino para T u r q u í a dirigiéndonos hacia D a m a s c o , en donde entonces r e sidía el principal s o b e r a n o , señor de la media luna ó de medio m u n d o , al cual nos p r e s e n t a m o s con el r e s p e t o 3- modestia debida, haciéndole p r e s e n t e quiénes é r a m o s 3' que íbamos per e g r i n a n d o ; e n t e r a d o de ello m a n d ó p a g á s e m o s el t r i b u t o impuesto á todos los que pasan por sus d o m i n i o s , reducido á dos escudos de oro por c a d a uno de n o s o t r o s , c i ^ a cantidad fué satisfecha al m o m e n t o 3 se nos dio el salvo-conducto p a r a p o d e r t r a n s i t a r sus p r o v i n c i a s , a c o m p a ñ a d o s de e x e a s ó geníz a r o s , con los que p a s a m o s á la g r a n ciudad de T r o y a , que fué la m á s populosa del m u n d o 3' su fortaleza tan inexpugnab l e , que sería t e m e r i d a d de un ejército n u m e r o s o q u e r e r l a reducir por la fuerza de las a r m a s en el espacio de diez años de sitio. D e s p u é s de h a b e r e n t r a d o en tan dilatada población, fuimos conducidos por n u e s t r o s g u í a s á una p o s a d a , á cuya dueña nos e n t r e g a r o n por su c u e n t a : allí p e r m a n e c i m o s dos dias comiendo e n t r e otros manjares c a r n e de d r o m e d a r i o , que es la que allí se consume en vez de la vaca y del c a r n e r o , hasta que avisamos á los c o n d u c t o r e s queríamos m a r c h a r : éstos de nuevo se volvieron á e n c a r g a r de nosotros y salimos de la ciudad con dirección á G r e c i a por un desierto t a n ásper o , y e r m o y solitario , que en c a t o r c e j o r n a d a s que hicimos no descubrimos el m e n o r indicio de población alguna. r A l dia quince de n u e s t r a m a r c h a hallamos un m o n a s t e r i o , cuya comunidad era de unos buenos e r m i t a ñ o s ; el p o r t e r o nos recibió con la m a y o r afabilidad, brindándonos á e n t r a r en el templo á h a c e r oración , como en efecto por condescen- V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 53 acharaos. F o m o s e n t a o á cidade de P a t r a s s o onde elle estav a , e allí lhe fizemos r e v e r e n c i a . P e r g u n t o u - n o s : « D e que g e n e r a c a o sois?» Fallou o l i n g u a , e'disse que e r a m o s p o b r e s c o m p a n h e i r o s , e tinhamos v o n t a d e d'ir v e r todas as provincias e reinos do m u n d o ; mandou que p a g a s s e m o s salvo conducto, e nos fossemos com a bencao do C r e a d o r . Alli p a g a mos vinte e seis pecas de o u r o , duas por cada u m , e pedindo-lhc licenca p a r a passar por sua p r o v i n c i a , m a n d o u ir duas g u i a s c o m n o s c o . E d'alli fomos á cidade de C o n s t a n t i n o p l a , que é de cem mil visinhos . P r i m e i r o que e n t r a s s e m o s na cid a d e , a t r a v e s s a m o s t r e s palanques de fosses, e q u a t r o coreas, p o r q u e se temia do g r a n M e s t r e de R h o d e s , e esta va fortificada de m a n e i r a que nao podesse e n t r a r . Alli nos t o m a r a m os R e g e d o r e s da c i d a d e , e nos e n t r e g a r a n ! a um estalajadeir o , e foi um companheiro á praca e t r o u x e duas postas de d r o m e d a r i o , por nao h a v e r vacca n e m c a r n e i r o , e havia falta de m a n t i m e n t o s ; pedimos licenca aos R e g e d o r e s p a r a nos i r , p o r q u e nao podíamos sahir sem ella. P a r t i m o s d'alli, e a t r a v e s s a m o s pela t é r r a dos g r e g o s e m a c e d o n i o s , passamos um d e s e r t o de q u a t o r z e j o r n a d a s , subindo urna g r a n d e s e r r a , d'onde apparecia a t e r r a de J e r u s a l e m , e a n d a m o s perdidos muitos dias. Depois c h e g a m o s a una ermida e acharaos n'ella um b e a t o , o qual nos dise fossemos fazer o r a c a o , e vimos d e n t r o mais de vinte corpos m i r r a d o s . P e r g u n t a m o s ao b e a t o que homens e r a m aquelles? Disse que e r a m reis e principes d'aquella t é r r a e depois convidou-nos p a r a c o m e r . E ao o u t r o dia disse que nao passassemos por aquella t é r r a da mao e s q u e r d a , p o r q u e e r a do n o r t e da N o r u e g a , onde n a o havia no i n v e r n ó , mais que q u a t r o h o r a s no d i a , e vinte na n o i t e . P a r t i m o s d'alli por g r a n d e s s e r r a s e d e s e r t e s cheios de n e v e s , e caminhamos alguns dias con muito t r a b a l h o , assim p o r ' s e r e m pequeños , como pelo g r a n d e frió que fazia, nao fomos a v a n t e . A n d a m o s t r e s j o r n a d a s de dromed a r i o , que sao q u a r e n t a leguas a j o r n a d a , que a n d a cada um d r o m e d a r i o , e leva s o b r e si q u a t r o h o m e n s , com todo o necessario p a r a elles, p a o , a g u a , m e l , m a n t e i g a , figos, passas 54 VIAJES DEL INFANTE D. PEDRO D E PORTUGAL dencia, lo ejecutamos con aquella r e v e r e n c i a debida al religioso s a n t u a r i o : mas ¿cuál seria n u e s t r a admiración y sorpresa al o b s e r v a r a l r e d e d o r de las p a r e d e s , puestos en forma n a t u r a l , una porción de esqueletos que m a n i t e s t a b a n ser de g r a n d e s personajes! P o r lo que suplicamos al e r m i t a ñ o que nos a c o m p a ñ a b a hiciese el favor de explicarnos la causa de p e r m a n e c e r allí semejantes c a d á v e r e s ; á lo que nos contestó e r a n todos los r e y e s y príncipes que habian fallecido en aquel r e i n o , que sólo allí era donde se d e p o s i t a b a n , como p a n t e ó n destinado al efecto. N o s instó p a r a que e n t r á s e m o s á descansar en el m o n a s t e r i o , lo que a c e p t a m o s con g u s t o , p e r m a n e ciendo allí dos d i a s , en los que nos obsequiaron y asistieron m u y bien, sin p e r m i t i r que á n u e s t r a despedida se les hiciese la m e n o r expresión de g r a t i t u d . C A P I T U L O II. Como el infante pasó d Noruega, ü Babilonia tierra Santa. y después á la M u y complacidos nos despedimos de aquellos humildes e r m i t a ñ o s , quienes nos d e s e a r o n un feliz v i a j e ; é informados no distar m a s que seis millas de allí una población nos dirigimos á ella, donde t o m a m o s c u a t r o d r o m e d a r i o s y lo d e m á s necesario p a r a el camino de N o r u e g a , á donde p e n s a b a p a s a r el infante. L o s d r o m e d a r i o s llevaban u n a especie de a g u a d e r a s anc h a s , capaces de ir colocados en ellas á d e r e c h a é izquierda las c a t o r c e p e r s o n a s de n u e s t r a c o m i t i v a : en medio de las c a r g a s se colocó también la provisión de v í v e r e s de boca p a r a el viaje, y una g r a n porción de d á t i l e s , p a r a m a n u t e n ción de los d r o m e d a r i o s , cuyos animales caminan sobre veinte y cinco leguas diarias; siendo su rapidez tal cuando m a r c h a n , que es conveniente llevar los oidos t a p a d o s con algodón p a r a V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 55 e o u t r a s cousas necessarias, com t r e s ou q u a t r o saceos de t á m a r a s p a r a comer o d r o m e d a r i o , p o r q u e nao come o u t r a c o u s a . H a urnas bolas d'algodao p a r a m e t t e r e m nos ouvidos dos homens que vao n'elles, ao r e d o r das o r e l h a s , p o r q u e se fossem d'outra m a n e i r a p e r d e r i a m o sentido com o g r a n d e estroncio que faz o d r o m e d a r i o ; tem feito c e s t o s , como de a g u a d e i r o s , e em cada cesto vai uní hornera a t a d o pelo corpo, p o r q u e os nao d e r r i b e m com a g r a n d e for^a que l e v a m . De como fomos a Babylonia faser reverencia ao granBabylao. D ' a l l i fomos a Babylonia a p o v o a d a , e fizemos r e v e r e n cia ao g r a n B a b y l a o , que e filho do s u l t a o , o cual p e r g u n t o u de que g e r a c a o e r a m o s , pois a n d a v a m o s pela provincia sem licenca, e que dissessemos a v e r d a d e se e n t r e nos vinha alg u m principe ou r e i . F a l l o u o l i n g u a , e disse: « N u n c a D e u s queira que e n t r e nos venha tal h o m e m . S o m o s p o b r e s companheiros vasallos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a ; é nossa v o n t a d e ir ao P r e s t e J o a o das I n d i a s . » Mandou-nos que r e p o u s a s s e m o s , que quería ouvir novas d'el-rei de L e a o , p a r a s a b e r se e r a t a o g r a n d e cousa como se dizia. Alli nos d e t e v e q u a t o r z e dias, contando-lhe n o v a s do p o e n t e . E entao disse García Ramircs que nos désse sua licenca p a r a ir adiante, m a n d o u que fossemos, e que nao p a g a s s e m o s salvo conducto > por a m o r d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , e ordenou que nos dessem q u a t r o mil pecas d'ouro. 56 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L evitar el zumbido que hace el aire con su velocidad: también es necesario ir bien sujetados á las a g u a d e r a s p a r a evitar una caida; pues al q u e , por d e s g r a c i a , llega á suceder e s t o , por m i l a g r o se libra de la m u e r t e . Ocho dias caminamos en esta conformidad, al cabo de los cuales llegamos al reino de N o r u e g a , 0113^0 t e r r e n o fértil a b u n d a de h e r m o s o s y frondosos árboles, que p r o d u c e n variedad de frutas silvestres: es clima b a s t a n t e sombrío y e x t r e m a d a m e n t e frío á causa de su situación al N o r t e , 3' de no h a b e r m a s que seis h o r a s de dia y diez 3' ocho de noche: las cosechas son duplicadas al a ñ o , y los rocíos que caen de continuo son como las lluvias copiosas en n u e s t r o clima en E s p a ñ a ; motivo p o r qué el infante no quiso d e t e n e r s e mucho tiempo en aquel país p a r a p a s a r á Babilonia. A n u e s t r a llegada á tan famosa ciudad p a s a m o s á p r e s t a r obediencia al g r a n Babilon, hijo del Soldán de E g i p t o , el c u a l , con la m a y o r s e v e r i d a d nos i n t e r r o g ó de qué nación é r a m o s , con qué licencia pisábamos sus t i e r r a s , 3^ si e n t r e nosotros habia algún príncipe ó infante. G a r c í a R a m i r e z le contestó é r a m o s e s p a ñ o l e s , vasallos p o b r e s del r e y de L e ó n ; que en n u e s t r a compañía no iba p e r s o n a alguna de las que p r e g u n t a b a , y que el motivo de p a s a r por sus dominios, era por ir en r o m e r í a á visitar al P r e s t e J u a n de las Indias. Con esta relación m a n d ó nos d e t u v i é r a m o s algunos dias, en los que se le informó de la g r a n d e z a de n u e s t r o s o b e r a n o con los ritos, c o s t u m b r e s y ceremonias de los países cristianos: con cuya noticia quedó s u m a m e n t e complacido.^mandándonos dar c u a t r o mil doblas de oro y salvo-conducto p a r a t r a n s i t a r por todos sus E s t a d o s . D e allí salimos p a r a la ciudad de U r i a n , país donde h a b i t a n los c e n t a u r o s , g e n t e soez é indómita y sin religión pues cada uno vive en la ley que le a c o m o d a . E n s e g u i d a a t r a v e s a m o s la A r a b i a Feliz; y llegamos al rio J o r d á n , donde p a g a m o s un escudo de plata p o r cada uno; p a s a m o s á N a z a r e t y casa d o n d e vivió N u e s t r a S e ñ o r a la V i r g e n M a r í a , y habiendo p a g a d o otro escudo de plata por cada uno, fuimos al castillo de E m a u s ; allí p a g a m o s VIAJES DEL INFANTE Como partimos de Babylonia D. P E D R O D E para visitar PORTUGAL a Terra 57 Santa. P a r t i m o s d'alli p a r a a provincia de C e n t u r i o , que nao sust e n t a lei n e n h u m a . E quando nasce urna crianca d'ahi á n o v e dias lhe poem urna v e r g a de ferro na c a b e c a , e assim lica com pouco juizo, mas muí forte da cábeca. L o g o fomos p a r a a t é r r a dos A l a r v e s , que nao t e m povo nem casa nem l u g a r c e r t o , e de tempo a t e m p o se m u d a m pelas m o n t a n h a s . Com e m c a r n e c r u a e h e r v a s , e andam ñus. Sahimos d'esta gent e , que é sem r a z a o e fomos a A n a m i n s por ver á fonte do rio J o r d a o , onde S. Paulo foi b a p t i s a d o , e alli p a g a m o s um cruzado cada um, e g a n h a cada pessoa cem q u a r e n t e n a s de p e r d a o . D ' a l l i fomos a N a z a r e t h , d ' o n d e foi a linhagem de Nossa S e n h o r a , e alli p a g a m o s o u t r o cruzado por cada u m . D ' a l l i fomos ao castello de E m a u s , d ' o n d e sahiu a asninha em que foi fugindo Nossa S e n h o r a com o Menino J E S Ú S p a r a o E g i p t o , alli p a g a m o s e n t r e dous um c r u z a d o . E alli fomos ver a palma, que se baixou á V i r g e m M a r i a , da cual colheu t á m a r a s p a r a seu Filho; ao pé da palma está urna fonte que se abriu, da cual bebeu a V i r g e m e S. J o s é . D ' a l l i fomos á Belém onde nasceu o Menino J E S Ú S , e vimos o presepio onde foi deitado, e a s e p u l t u r a de S. Jeronj-mo debaixo do presep i o ; p a g a m o s a cruzado cada u m ; ha indulgencias plenarias. D ' a l l i fomos ao Valle de J o s e p h a t ; a n d a m o s por elle, e vimos a s e p u l t u r a de Nossa S e n h o r a , onde os Apostólos faziam a vigilia, quando os anjos subiram ao céo, e o moimento ficou assignalado conforme ao túmulo do corpo; e ficaram ao r e d o r "as p e g a d a s dos A p o s t ó l o s por m e m o r i a e despedida. E disse García Ramires: « A q u i h a v e m o s de ser j u l g a d o s no dia de juizo. D e i s e m o s aqui um signal onde estamos juntos.» E respondeu D . P e d r o : « N u n c a D e u s queira que taes signaes fiquem n ' e s t e l u g a r » ; e e s t r a n h o u muito aquellas p a l a v r a s , dizendo que era t e n t a r a D e u s . 58 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L también medio escudo: después nos dirigimos á ver la palmer a que se bajó haciendo acatamiento á la V i r g e n , al pié de la cual hay una fuente de a g u a v i v a , que manó p a r a que esta S e ñ o r a bebiera cuando iba h u y e n d o á E g i p t o con su Santísimo Hijo, 3' su Esposo San J o s é . D e s p u é s pasamos al p o r t a de Belén , donde nació Cristo N u e s t r o R e d e n t o r , haciéndonos p a g a r dos escudos p o r cada uno. E n seguida fuimos al V a l l e de J o s a f a t , cuya llanura es t a n g r a n d e 3^ espaciosa, que sus confines se pierden de vista en el horizonte, por el cual anduvimos algunos dias: luego pasamos á la g r a n ciudad de J e r u salen, 3^ llevándonos los c o n d u c t o r e s á la callejuela 3* c o r r a l donde se hospedan los cristianos que c o n c u r r e n á esta población: de allí nos dirigimos al c o n v e n t o de religiosos F r a n c i s cos 3 suplicamos al p a d r e g u a r d i á n hiciese p o r q u e viésemos el Santo S e p u l c r o ; en efecto, habló á los m o r o s que se hallaban de g u a r d i a , y después de h a b e r p a g a d o siete piezas de oro por cada uno, nos dejaron e n t r a r : e n s e g u i d a fuimos conducidos al M o n t e - C a l v a r i o , donde p e r m a n e c e n los a g u j e r o s de las cruces de Cristo y de los l a d r o n e s . P a s a m o s al m o n t e Olivete, donde el t r a i d o r J u d a s dio paz á su M a e s t r o ; al huerto de J e t s e m a n í ó de las O l i v a s , en cuyo sitio no ha vuelto á n a c e r 3 erba a l g u n a , viendo también el saúco donde se ahorcó aquel pérfido discípulo. D e s p u é s nos volvimos á la a n t i g u a ciudad de J e r u s a l e n , en la que vimos las casas de A n a s y silla donde se s e n t a b a ; la de Pilatos y su p r e t o r i o , con la columna en que fué azotado el Señor, donde dimos doce ducados por t o d o s : las ruinas del templo de S a l o m ó n ; la casa de San J o a q u í n , la m a s conocida en la ciudad por t e n e r los u m b r a l e s , p u e r t a s y c e r r a d u r a s todo de p i e d r a : la cueva donde San P e d r o lloró su p e c a d o , p a g a n d o aquí c u a t r o diner o s cada uno: luego p a s a m o s á v e r el sepulcro de A d á n , que está en el valle de E b r o n : de allí fuimos á ver el tronco donde se c o r t ó la Cruz en que murió Cristo: el h u e r t o de J e r i c ó , que está media legua de la ciudad: el m o n t e T a b o r , donde fué trasfigurado el S e ñ o r y donde fué e n t e r r a d o Moisés, ignorándose el sitio de su sepulcro. T T V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L De como o infante D. Pedro enirou na cidade de 59 Jerusalem. D ' a l l i fomos á cidade de J e r u s a l e m , e levando-nos duas guias ao baixo que assim é chamado Cural, onde m o r a m os christaos. F o l g a r a m muito de nos v e r , e p e r g u n t a r a m nos de que t é r r a e r a m o s . R e s p o n d e m o s que e r a m o s vassallos d ' e l rei de H e s p a n h a , queríamos ver o S a n t o S e p u l c h r o . E logo nos l e v a r a m ao templo, e fazendo o r a c a o , e n t r a m o s a fazer r e v e r e n c i a ao g u a r d a do mosteiro, em que estao doze frades, em l e m b r a n g a dos doze Apostólos, e com o g u a r d i a o t r e z e , e t i v e r a m g r a n d e alegría e consolacao comnosco. Alli soubemos como p o d e r i a m o s v e r o Sepulchro, e foi o g u a r d i a o comnosco onde e s t a v a o m o u r o , que o g u a r d a v a , e lhe demos v i n t e pecas cada um por ver o S a n t o S e p u l c r h o . E m cima d'elle estava urna capella em que nao podiam caber mais que t r e s h o m e n s , a s a b e r : S a c e r d o t e de m i s s a , diácono e subdiácono. D e b a i x o está o S a n t o S e p u l c h r o a t r e s d e g r a u s , ' e ao t e r c e i r o está o m o u r o que g u a r d a a e n t r a d a á p o r t a de b a i x o , e á e n t r a d a hao-de-se a b a i x a r p a r a p o d e r e m e n t r a r , e alli r e cebe cada um dos que e n t r a m urna bofetada por vituperio da m a o do m o u r o . E m a pessoa e m t r a n d o , c e r r a o m o u r o a p o r t a por fora com a c h a v e , e como lhe p a r e c a que t e r a o feito o r a c a o , e visto o S a n t o S e p u l c h r o , a b r e logo a p o r t a p a r a sahir, e se nao p a g a salario hade soffrer sessenta acout e s mui crueis, dados pelo dito m o u r o . D'alli fomos ao m o n t e C a l v a r i o , vimos o b u r a c o onde for a m a s s e n t a d a s as cruzes de Nosso S e n h o r J e s ú s C h r i s t o , e dos dous l a d r o e s . D'alli fomos a casa de A n n á s e onde J u d a s deu a paz a C h r i s t o , e oitenta passos em comprido do l u g a r em que lhe deu a paz nunca nasceu h e r v a n e m se viu p ó ; e toda a t é r r a se t o r n o u em cor de s a n g u e . D'alli fomos a J e r u salem a a n t i g a , onde se t r a t o u a m o r t e de C h r i s t o . D'alli fomos á casa de A n n á s , e p a g a m o s e n t r e todos doze cruzados, por v e r a cadeira onde A n n á s e s t a v a s e n t a d o . D'alli fomos á 60 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L P a s a m o s también al desierto donde ayunó el S e ñ o r , en el cual vimos los sepulcros de D a n i e l , el de J e r e m í a s y el de Z a c a r í a s , volviéndonos después al convento á despedirnos del p a d r e g u a r d i á n , p a r a e m p r e n d e r el camino de A r menia. V t A J E S D E L INFANTE D. PEDRO D E PORTUGAL 61 casa de Simao L e p r o s o , onde veio a Madalena com o ungüento com que ungiu os pés a Christo. Depois fomos a casa de I s a b e l , e s t a v a na r ú a t e n e b r o s a , por onde l e v a r a m a J e s ú s Christo com a cruz ás costas, quando foi a crucificar. D ' a l l i fomos ao templo de S a l o m a o , e nao nos d e i x a r a m e n t r a r d e n t r o ; p o r q u e os m o u r o s teem alli a sua m e s q u i t a , e nao consentem que e n t r e m alli christaos. D ' a l l i fomos ao lug a r onde S. J o a o Baptista fazia oracao e onde d o r m i a , pagamos un c r u z a d o , e é p e r d o a d a a culpa e pena. D ' a l l i fomos á casa de S. J o a q u i m , pai de Nossa S e n h o r a , e nao ha casa em J e r u s a l e m mais conhecida, p o r q u e é feita a fronteira de g r a n des e formosas p e d r a s . E d'alli fomos fora da cidade á cova onde chorou S. P e d r o , e se a r r e p e n d e u , quando negou á N o s s o S e n h o r J e s ú s C h r i s t o , e p a g a m o s q u a r e n t a dinheiros cada u m . D ' a l l i fomos a Galilea, onde a p p a r e c e u Nosso Senhor depois que resuscitou, a seus discípulos, e d'alli fomos ao V a l l e E c r e m , que está a o u t r a meia legua da cidade, o n d e está e n t e r r a d o A d a o . D ' a l l i fomos ao lugar onde c o r t a r a m a cruz em que crucificaran! C h r i s t o . E d'alli fomos ao h o r t o de J e r i c ó , que está a meia legua de J e r u s a l e m . D e p o i s fomos ao m o n t e T h a b o r , onde foi transfigurado Nosso Senhor diante de S. P e d r o , S. T h i a g o e S. J o a o ; e quando urna pessoa está em cima de t é r r a , á qualquer p a r t e que olha vé a t é r r a c o b e r t a de n e v é , e a p p a r e c e una s e p u l t u r a mui g r a n d e , e quando a g e n t e c h e g a p e r t o , d e s a p p a r e c e a n e v é e a s e p u l t u r a ; e tornando depois á olhar, logo torna a a p p a r e c e r ; que nao é Nosso S e n h o r s e r v i d o que os homens saibam onde está o corpo de Moysés. E d'alli fomos ás t é r r a s de A r t a d o r , onde está a s e p u l t u r a do p r o p h e t a D a v i d . E fomos ao campo G i g a n t e , onde está sepultado o p r o p h e t a Daniel. F o m o s ao campo de J o s a p h a t , onde J e r e m í a s está e n t e r r a d o . E d'alli fomos onde foi t e n t a d o Nosso S e n h o r , e está ahi sepultado Z a c h a r i a s . E alli vimos o d e s e r t o onde jejuou o Senhor a q u a r e s m a . E depois fomos ver onde se enforcou J u d a s . 62 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L C A P Í T U L O III. Como el infante D. Pedro llega á la Armenia donde se presentó al rey, pasando después d otras provincias. E n t r a m o s por las sierras de A r m e n i a , que son las m a s escabrosas y á s p e r a s , pero fértiles al mismo t i e m p o , que h a y en el m u n d o ; y aunque v u l g a r m e n t e se dice estar los campos llenos de leche y miel, es la causa de ello el e s t a r plagados de m u c h e d u m b r e de a n i m a l e s , como son elefantes, camellos y o t r a infinidad de distintas especies, los que no pudiendo sus hijos consumir la leche de que a b u n d a n , la v i e r t e n por donde pasan r e g a n d o la t i e r r a . Son también t a n t o s los enjambres de abejas de que a b u n d a n los m o n t e s , que pueblan y llenan los árboles y peñascos con sus p a n a l e s , d e r r a m a n d o tan copiosam e n t e la miel, que c o r r e por v a r i a s p a r t e s ; por lo que con alg u n a razón fundada se dice que aquellos campos e s t á n llenos de leche y miel. N i n g u n o de los animales que pueblan aquellas á s p e r a s m o n t a ñ a s b e b e a g u a h a s t a que viene el unicornio, que por lo r e g u l a r suele ser al medio dia, h o r a que p o r su instinto saben t o d o s : al llegar m e t e el c u e r n o ó asta que lleva en la frente, 3^ s e p a r a el veneno que los muchos animales ponzoñosos que hay, como son d r a g o n e s , s e r p i e n t e s , á s p i d e s , escorpiones y v í v o r a s de terrible m a g n i t u d echan al a g u a ; . por cuya razón ningún caminante se a t r e v e á b e b e r í a , teniendo que llevarla en vasijas, como tuvimos que h a c e r n o s o t r o s . P o r medio de estas sierras á r i d a s pasa un caudaloso rio, el cual circumbala dos altísimas m o n t a ñ a s que se descubren desde mas de t r e i n t a leguas por la p a r t e del m a r , sobre cuyas e n c u m b r a d a s cimas descansa el arca de N o é , la que tiene todos sus costados poblados de j^erbas, verdín y m u s g o , advirtiéndose también e s t a r sus bordes blancos por el estiércol de la m u c h e d u m b r e de aves que sobre ella p a r a n , y á la que V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L Como partimos de Jerusalem para a serra de onde está a arca de Noé. 63 Armenia, L o g o partimos p a r a a s e r r a d ' A r m e n i a , onde está a a r c a de N o é , e esta é a t é r r a que m a n a leite e mel. O leite é dos animaes g r a n d e s e p e q u e ñ o s , assim como marfins, camafeus, búfalos, unicornios, elefantes, c a m e l o s , d r o m e d a r i o s , t i g r e s , o n c a s , e outros muitos. A t é r r a é muí abundosa de h e r v a s , e estes animaes sao tao viciosos, que os íilhos nao poden mam a r quanto leite as maes t e e m , e andando pelo d e s e r t o lhe a n d a cahindo das t e t a s . E sao tao g r a n d e s as a b e l h a s , que criam ó mel pelas a r v o r e s , p e n e d o s , e pelas a b e r t u r a s da tér r a , que se d e r r a m a o mel pelo c h a o , por isso se diz que aquellas t é r r a s m a n a n leite e mel. . N ' e s t e s d e s e r t o s nao bebem as bestas b r a v a s senao a g u a s e m b a l s a m a d a s de l a g o s , porque nao ha o u t r a s , as quaes estao cheias de muitos animaes p e c o n h e n t o s , que n'ella b e b e m é and a m , a s a b e r : d r a g o s , s e r p e n t e s , l a g a r t o s , escorpioes, cobras e v í b o r a s , que sao chamados v o l a n t e s , p o r q u e dao g r a n d e s s a l t o s , e tem t r e s v a r a s de c o m p r i d o , e quando q u e r e m morder se l e v a n t a n da t é r r a e saltam muito alto. E poz Nosso S e n h o r tal g u a r d a e n a t u r e z a nos outros animaes por causa d ' e s t a s p e c o n h a s , que c h e g a n d o ao r e d o r da a g u a nao ousam b e b e r d ' e l l a , até que venha o unicornio, e como o v é e m vir, desviam-se da a g u a , e m e t t e o corno d e n t r o d ' e l l a , e logo os animaes b e b e m , p o r q u e lica a a g u a livre da p e c o n h a . E s t a s s e r r a s d ' A r m e n i a sao mui a l t a s , e g a s t a m o s em subil-as dia e m e i o , e por e n t r e as s e r r a s passa un rio mui cor r e n t e , onde se acham p e d r a s preciosas linas; e n t r e estas ser r a s está a t r a v e s s a d a a arca de Noé , e da humidade do rio estaba a arca c o b e r t a de h e r v a s , e do estéreo das aves está b r a n c o como a n e v é , e n e n h u m de nos pode c h e g a r j u n t o á 64 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L nadie p u e d e llegar sin e x p o n e r s e á un inminente peligro por lo inexpugnable del sitio. D e s p u é s p a s a m o s á la ciudad de A r m e n i a , que es una de las mas fuertes y populosas del m u n d o ; á n u e s t r a llegada fuimos p r e s e n t a d o s al r e y , quien nos p r e g u n t ó n u e s t r a p r o c e d e n cia y á qué p a r t e nos dirigíamos; á lo que satisfizo n u e s t r o i n t é r p r e t e , diciendo é r a m o s vasallos del r e y de Castilla y L e ó n , en E s p a ñ a , y e n t r e nosotros iba un p a r i e n t e su3^o: que n u e s t r o viaje se dirigia á v e r al P r e s t e J u a n de las Indias. Mucho se a l e g r ó el r e y de ello, m a n d a n d o se nos diese m u y buen hospedaje en su palacio, en el que p e r m a n e c i m o s veinte, dias por o r d e n suya', en cuyo tiempo se informó de la g r a n d e za de n u e s t r o s o b e r a n o y de la abundancia de sus t i e r r a s . Pasado este tiempo le pedimos su beneplácito p a r a p r o s e g u i r el camino, y habiéndolo concedido, y después de p r o d i g a r muchos ofrecimientos á n u e s t r o s o b e r a n o el r e y de Castilla y L e ó n , e n t r e g ó al infante quinientas piezas de oro p a r a a y u d a del viaje, que e m p r e n d i m o s p a r a Babilonia, en E g i p t o . H a b i e n d o llegado á aquella ciudad nos p r e s e n t a m o s al r e y , y después de h a b e r l e informado G a r c í a R a m í r e z quiénes éramos y á qué provincia nos encaminábamos,- se complació en c o n o c e r n o s , manifestando ser paisano n u e s t r o , n a t u r a l de Castilla, hijo del m a e s t r o M a r t i n Y a ñ e z , n a t u r a l de la B a r b a da , y que él habia nacido en V i l l a n u e v a de la S e r e n a ; que con motivo de h a b e r m u e r t o los m o r o s á su padre., le c a u t i v a r o n á él siendo niño; y el r e y de G r a n a d a lo p r e s e n t ó al de F e z , quien lo crió en su s e c t a ; y sabiendo era hijo de h o n r a d o s pad r e s , apasionados los m o r o s á sus buenos p r o c e d e r e s y disposiciones, le a c l a m a r o n por soldán. E s t e es el motivo, queridos paisanos, prosiguió diciendo, de h a l l a r m e en esta posición en que me v e i s , en la cual os ofrezco s e r v i r todo el tiempo que gustéis p e r m a n e c e r a q u í , s e g u r o s de que n a d a os h a r á falta. Condescendimos con su solicitud, p e r m a n e c i e n d o á su lado cerca de un m e s , r e g a l á n d o n o s y obsequiándonos m u y bien y c u m p l i d a m e n t e . U n a t a r d e que salimos á p a s e a r n o s por la ciudad, vimos V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 65 a r c a por causa dos g r a n d e s b o s q u e s , e altas s e r r a s que alli havia. De como o infante foi fazer reverencia a el-rei d''Armenia, c visitón a casa de Santa Maria Egypciaca. D'alli fomos fazer r e v e r e n c i a ao rei dos a r m e n i o s , que ficou m a r a v i l h a d o , e p e r g u n t o u de que nacao e r a m o s . F a l l o u Garda Ramires, nosso l i n g u a , e disse: «Somos vassallos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , e e n t r e nos vem um seu pár e n t e . » Elle folgou muito d'ouvir novas d'el-rei, e mandounos dar boas p o u s a d a s , e fez-nos deter alli vinte dias. E depois pedimos licenca, e disse que fossemos com a b e n c a o de Deus. Pouco t e m p o havia que elle tinha sahido do c a p t i v e i r o , pelo que e s t a v a p o b r e , comtudo mandou-nos dar cem pecas d'ouro. D'alli fomos á s e p u l t u r a de S a n t a Maria E g y p c i a c a , que está d'aquella p a r t e do rio J o r d a o e n t r e urnas s e r r a s mui g r a n d e s , e d e s p o v o a d a s , onde esta S a n t a fez p e n i t e n c i a , e estivemos alli n o v e dias. De como fomos onde estava o gran em Babylonia. sultao do Egypto V i e m o s depois ao E g y p t o , que é urna p r o v i n c i a , e fomos á cidade de Babylonia fazer r e v e r e n c i a ao g r a n sultao. E como soube que e r a m o s do p o e n t e t e v e g r a n d e p r a z e r , porque tinha nascido em C a s t e l l a , em Villa N o v a de S e r e n a , e e r a ñlho do m e s t r e M a r t i n s , e da B a r b u d a , e disse-nos que el-rei de G r a n a d a m a n d a r a muitos mouros a c o r r e r a t é r r a , e o c a p t i v a r a m a elle com outros muitos, e o p a s s a r a m a F e z , e o t o r n a r a m m o u r o , e foi ta'o valenre e e s t i m a d o , que cheg o u á v e n t u r a de ser sultao. E s t a n d o nos alli cavalgou em um dia de S. J o a o , e iam com elle até q u a r e n t a mil cavalleir o s , e g u a r d a v a m - n o s t r e s mil Elches r e n e g a d o s mui valen5 66 .VIAJES D E L INFANTE D. PEDRO DÉ PORTUGAL en una de las plazas más públicas el cruel suplicio á que estaba destinado u n infeliz m o r o , e n t e r r a d o h a s t a el cuello con señales de q u e r e r espirar; y habiéndole p r e g u n t a d o al soldán cuál e r a el delito que habia cometido, nos dijo que sólo el hab e r dado una bofetada á un p e r e g r i n o español que pasaba en r o m e r í a por aquella ciudad. El i n f a n t e , condolido del m o r o , le suplicó e n c a r e c i d a m e n t e le p e r d o n a s e ; m a s el soldán le contestó no lo podía h a c e r , en atención á que si le i n d u l t a b a , e r a dar pábulo ó motivo p a r a que otros u l t r a j a r a n á los p e r e g r i n o s , en t é r m i n o s que no habría quien pasase por su r e i n o ; y de consiguiente debia de p e r m a n e c e r en aquel estado h a s t a m o r i r de h a m b r e , sin el m e n o r s o c o r r o por p a r t e de p e r s o n a a l g u n a , so p e n a de sufrir el mismo castigo el que intentase libertarle. Siendo y a tiempo de s e g u i r n u e s t r o viaje, pedimos licencia al soldán p a r a ello; y después de habérnosla concedido, junt a m e n t e con muchas j o y a s y piedras preciosas que r e g a l ó al infante, e n c a r g ó á sus emires nos a c o m p a ñ a r a n h a s t a salir de sus dominios, á fin de e v i t a r se nos impidiese el paso. Con ellos caminamos unas ochenta l e g u a s , que e r a lo que nos rest a b a de aquella p r o v i n c i a : y despidiéndonos de su compañía, llegamos á la ciudad de P e r o n a . V i s i t a m o s al m o n a r c a , quien e n t e r a d o d,e quiénes é r a m o s y la dirección que llevábamos, nos p r e g u n t ó con t o d a s e v e r i d a d dijésemos si e n t r e nosotros iba alguna persona r e a l ó señor p o d e r o s o , á lo que contestó G a r c í a R a m í r e z que todos é r a m o s p o b r e s p e r e g r i n o s , y pasábamos á v e r al P r e s t e J u a n . N a d a conforme con lo que se le dijo, m a n d ó se nos pusiese en la cárcel con separación unos de o t r o s : todos los dias se nos i n t e r r o g a b a sobre lo mismo; p e r o viendo que e s t á b a m o s siempre contestes á una misma c o s a , después de c u a r e n t a dias de prisión, m a n d ó se nos pusiera en l i b e r t a d , p e r o con la condición de que cada uno hab í a m o s de p a g a r veinte escudos de oro y salir al m o m e n t o de su t e r r i t o r i o . D e s p u é s de h a b e r satisfecho la cantidad i m p u e s t a , salimos de aquella ciudad p a r a la de S o b r a n z a , cuyo s o b e r a n o , sospe- V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 67 tes, e a p a r d'elles iam alguns r o m e i r o s christaos p a r a ó v e r . E chegou um m o u r o da g u a r d a , que e r a dos c a v a l l e i r o s , a um r o m e i r o , e deu-lhe urna bofetada sem r a z a o , e foi dito ao sultao aquelle m a u feito. E quando t o r n a m o s por alli achamos o m o u r o a t r a v e s s a d o em um pau, posto em alto. Isto m a n d o u fazer o s u l t a o , d i z e n d o , que se nao g u a r d a s s e justica aos per e g r i n o s , nao passaria nenhum a J e r u s a l e m . Alli pedimos licenca p a r a p a s s a r a d i a n t e . Disse-nos que fossemos com a bencao de D e u s e que nao p a g a s s e m o s cousa a l g u m a , e mandou-nos dar g u a r d a s p a r a a t r a v e s s a r a t é r r a do E g y p t o mui s e g u r a m e n t e . E d'alli a t r a v e s s a m o s um d e s e r t o d'oitenta leg u a s , e c h e g a m o s á cidade de P é ñ o r a , e fomos fazer r e v e rencia a el-rei, e nos p e r g u n t o u se e n t r e nos vinha a l g u m principe. R e s p o n d e m o s que e r a m o s vassallos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , que nossa v o n t a d e era ir v e r o m o n t e Sinay. Disse el rei que nao diziamos v e r d a d e , e mandolinos p r e n d e r , e cada dia nos fazia p e r g u n t a s , que dissessemos a v e r d a d e , que mais nos valia que p a d e c e r m o r t e . Disse o lingua que fallavamos a v e r d a d e , no que s e m p r e dissemos: quando el-rei isto o u v i u , m a n d o u que p a g a s s e m o s salvo c o n d u c t o , e que fossemos nosso camino. D'alli fomos a cidade de S a b r a n c a , que era d'el-rei C a n o n h o m , e fomos fazerlhe r e v e r e n c i a á cid a d e de g r a n C a i r o , que é de q u a t r o c e n t o s mil visinhos, t e m cinco c e r c o s ; e a fortaleza é feita de p e d r a s a g u d a s á feicao de pontas de d i a m a n t e s . E sahindo d'esta c i d a d e , a t r a v e s s a mos un d e s e r t o de t r e z e n t a s l e g u a s , e fomos á cidade de Assiao. Pedimos licenca ao R e g e d o r p a r a ver a cidade. Disse • nos que p a g a s s e m o s salvo c o n d u c t o , e a vimos t o d a . Alli est i v e m o s q u a t o r z e dias d e s c a n c a n d o ; e vendo a cidade que é duzentos mil visinhos. D'alli fomos a F a n t a l e a o , que é urna cidade de seiscentos vishinos, e passa por alli um r i o , que vem do P a r a i z o T e r r e a l c h a m a d o F r i s o n . O R e g e d o r da cidade vinha de fazer m o n t a r í a ; trazia um elefante m o r t o em un c a r r o , pelo qual p u x a v a m doce camelos. Alli nos t e v e o R e g e d o r doze d i a s , ouvindo novas de H e s p a n h a . 68 VIAJES D E L I N F A N T E D. P E D R O DE PÓRÍÜGAI. chando mal de n o s o t r o s , o r d e n ó nos r e t i r á s e m o s luego al p u n t o de su p r e s e n c i a , y que si después del t e r c e r o dia perm a n e c í a m o s d e n t r o de sus E s t a d o s , en el sitio donde nos hallaran sufriríamos una m u e r t e a f r e n t o s a ; y que p o r el desacato de h a b e r n o s i n t e r n a d o en ellos sin el debido permiso, p a g á sernos cincuenta escudos de oro p o r cada uno. Notificada que nos fué esta s e n t e n c i a , no pudimos menos de darla cumplimiento en t o d a s sus p a r t e s , con t a n t a celeridad , que en pocos dias a t r a v e s a m o s un desierto que tenia m á s de doscientas l e g u a s , sin e n c o n t r a r población ni casa a l g u n a , h a s t a la ciudad de A s i a n , cuyos h a b i t a n t e s nos recibieron con toda u r b a n i d a d y a g r a d o , haciéndonos p a g a r un corto tributo. Salimos después p a r a la población de T o r n a , cuyo g o b e r n a d o r nos m a n d ó seguir n u e s t r a m a r c h a , sin que tuviésemos que a b o n a r tributo a l g u n o , de lo que nos m o s t r a m o s m u y reconocidos, 3^ seguimos p a r a la ciudad de P a s i b a n , por la que pasaba un famoso rio que sale del P a r a í s o t e r r e n a l : en esta población p a g a m o s un c o r t o t r i b u t o ; pero quiso el infante nos d e t u v i é r a m o s en ella á causa de ser h e r m o s a y sus h a b i t a n t e s m u y afables con los p e r e g r i n o s . CAPITULO IV. Cómo el infante D. Pedro con su acompañamiento pasó á la ciudad de Capadocia y se presentó al gran Mor ato, de quien fué mal recibido, y después tomó el camino para visitar al grande y supremo Tamerlan. Salimos de la ciudad de Pasiban p a r a la de C a p a d o c i a , á donde llegamos sin el m e n o r c o n t r a t i e m p o ; habiéndonos pres e n t a d o al g r a n M o r a t o ó v i r e y de aquel E s t a d o , nos recibió t a n d e s a b r i d a m e n t e , que fué preciso al infante y su comitiva salir al i n s t a n t e de allí, t o m a n d o el camino p a r a la célebre Nin i v e , en cu3'a p u e r t a hallamos una reforzada g u a r d i a de mo- x VIAJES DEL INFANTE D. P E D R O DE PORTUGAL 69 De como o infante foi facer reverencia ao gran Morate, e d'alli passamos onde eslava o gran Tamaroleque. D'alli fomos fazer r e v e r e n c i a ao g r a n M o r a t e á cidade de Capadocia; e mandou-nos que logo nos fossemos da sua t é r r a . A t r a v e s s a m o s pelo d e s e r t o de Ninive, e fomos á cidade de S a m a s a que é do g r a n T a m a r o l e q u e , e e n t r a m o s pelos a r r a b a l d e s , que s e r a o em comprido urna legua. E c h e g a n d o á p o r t a da c i d a d e , fallou García Ramires com uns m o u r o s , e 70 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L r o s que la defendía. E n t r a m o s sin que nos impidieran el paso; y e n t r e la multitud de g e n t e que t r a n s i t a b a en t o d a s direccion e s ; nos dirigimos á un g r u p o de h o m b r e s que vimos reunidos á la p u e r t a de un g r a n d e edificio, y G a r c í a R a m í r e z , nuest r o i n t é r p r e t e , p r e g u n t ó cuál de ellos quería s e r v i r n o s de g u í a , hasta p r e s e n t a r n o s al g r a n T a m e r l a n : uno de los m á s j ó v e n e s contestó que él iria siempre que le p a g á s e m o s por su trabajo c u a t r o escudos de oro, p o r q u e distaba m á s de u n a legua desde aquel p u n t o , y de consiguiente habia que transit a r por m u c h a s calles y p l a z a s : le damos los c u a t r o escudos que pidió, y m a r c h a m o s con él h a s t a llegar al palacio: pedimos licencia p a r a e n t r a r , y nos dijeron los g u a r d i a s que sin saber antes quiénes é r a m o s y á qué í b a m o s , no p o d í a m o s pasar a d e l a n t e . G a r c í a R a m í r e z les informó de todo, y enterados de ello e n t r ó uno de los g u a r d i a s : á c o r t o r a t o volvió con el r e c a d o de p o d e r p a s a r a d e l a n t e ; así lo hicimos, y después de a t r a v e s a r m u c h a s antesalas e n t r a m o s en un g r a n salón, donde descubrimos un magnífico 3/ suntuoso dosel, bajo del c u a l , en un tronco de ébano g u a r n e c i d o de b r o c a d o , cubierto de p e d r e r í a , estaba s e n t a d o aquel g r a n d e 3^ p o d e r o s o s e ñ o r . L u e g o que estuvimos a n t e su p r e s e n c i a , hincamos todos la rodilla á un tiempo, por no manifestar que e n t r e nosotros iba superior alguno. A pocos pasos r e p e t i m o s el a c a t a m i e n t o h a s t a t r e s v e c e s : á la inmediación suya nos p o s t r a m o s del todo en t i e r r a , y nos m a n d ó l e v a n t a r y r e t i r a r h a s t a el dia s i g u i e n t e , que nos hizo llamar; puestos de n u e v o en su p r e sencia, haciendo los mismos a c a t a m i e n t o s , nos dijo esperásemos un poco, pues quería fuéramos con él á h a c e r oración á su mezquita. M a n d ó llamar á sus m a y o r d o m o s , criados y a c o m p a ñ a m i e n t o , que se p r e s e n t a r o n con la m a y o r p r o n t i t u d en la anchurosa y espaciosa plaza delante del r e a l palacio, cu3'0 séquito se componía de c u a t r o c i e n t o s caballos con sus jinetes a r m a d o s ; cuatrocientos de á pié i g u a l m e n t e a r m a d o s ; á éstos seguían doscientos moros n e g r o s que e r a n los pajes; éstos t r a í a n hachas y a r m a s ; d e t r á s venia un almudan ó arzobispo, con cien alfaquíes, especie de a b a d e s , los que iban V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 71 disse: «Qual de vos outros nos quer m o s t a r a casa do g r a n T a m a r o l e q u e , poderoso da P o r t a de F e r r o ? » E um d'elles se concertou comnosco, e nos levou pelas r ú a s ; e andamos desde pela m a n h a até á t a r d e , primeiro que chegassemos aos pacos. E como fomos c h e g a d o s , p e r g u n t o u - n o s o p o r t e i r o de que g e r a c a o e r a m o s . F a l l o u García Ramires, e dissé: «Somos vassallos d'el-rei de H e s p a n h a , do poente;» o p o r t e i r o nos abriu a p o r t a , e e n t r a m o s na sala onde e s t a v a o g r a n T a m a roleque assentado em um rico e s t r a d o ; e antes de c h e g a r m o s a elle t r i n t a passos, pozemos osjoelhos em t é r r a , j u n t a m e n t e t o d o s , e pozemos as maos no c h a o , e l e v a n t a m o - n o s , e andamos dez p a s s o s , e t o r n a m o s a por o s j o e l h o s em t é r r a , e beij a n d o as nossas m a o s , levantando-nos, c h e g a m o s p e r t o dos pés do T a m a r o l e q u e , e pozemos o u t r a vez osjoelhos em t é r r a , e demos-lhe paz nos joelhos: e por ser t a r d e , m a n d o u nos dessem p o u s a d a , e todo o necessario. E ao o u t r o dia mandounos c h a m a r , que ia á sua m e s q u i t a , e p a r a que vissem como ia a c o m p a n h a d o . D i a n t e d'elle iam oito mil cavalleiros, e logo q u a t r o mil s e n h o r e s de esporas d o u r a d a s calcadas, e ao pé de cada um d'estes s e n h o r e s iam uns m o u r o s com casacas compridas; estes como p a g e n s , e após d'estes ia o rabbi maior da m e s q u i t a , com p e r t o de t r e z e n t o s alfaquins, c a n t a n d o com músicas a seu c o s t u m e ; e d e t r a z d'estes iam doze m o u r a s muito a t t r a h i d a s , con ricos a t a v í o s ; duas t a n g i a m dous crav o s , e o u t r a s duas , a l a ú d e , e o u t r a s , h a r p a s , e todas descant a v a m s u a v e m e n t e . A s o u t r a s seis d e s c a n t a v a m diante do T a m a r o l e q u e ; e iam até t r e z e n t o s homens p u x a n d o por cordoes de fina s e d a , que e s t a v a m atados em um c a r r o triump h a l , e em cima do c a r r o ia urna rica cadeira d'ouro macico t o d a e n c a s t o a d a em p e d r a s p r e c i o s a s , e dos pés da cadeira iam q u a t r o v e r g a s d'ouro, sobre ellas urna cortina de b r o c a d o b o r d a d a a p e r o l a s , e elle ia d e n t r o assentado na c a d e i r a , e os homens t i r a n d o pelos cordoes com muito t e n t ó , e d e t r a z do T a m a r o l e q u e iam mais de seis mil cavalleiros p a r a a r e t a g u a r d a , e d'esta m a n e i r a fomos até á sua mesquita. Mandou 72 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L entonando en voz alta v a r i a s o r a c i o n e s ; seguíanle doce m o r a s h e r m o s í s i m a s , r i c a m e n t e vestidas de b r o c a d o s de oro y plata, con t a n t a p e d r e r í a , que d e s l u m h r a b a la vista á cuantos las mir a b a n : á éstas las, seguían o t r a s doce j ó v e n e s doncellas, igualm e n t e a d o r n a d a s , t r a s de las que venia un h e r m o s o c a r r o triunfal, sobre el cual iba un magnífico t r o n o de oro g u a r n e cido de b r i l l a n t e s , cubierto con un pabellón de b r o c a d o de lo mismo, en el que iba s e n t a d o aquel g r a n d e y poderoso señor, el célebre T a m e r l a n ; salian de la c a r r o z a cincuenta cordones g r u e s o s de o r o , tejidos con el m a y o r p r i m o r , y á cada uno iba asido un n e g r o que t i r a b a de él. A n t e s que diese principio la m a r c h a , m a n d ó el s o b e r a n o fuésemos á la inmediación suya, cuya h o n r a quería h a c e r n o s p o r q u e é r a m o s vasallos de su hijo el r e y de L e ó n , s e g ú n él decia. E n esta forma caminamos á la m e z q u i t a : luego que e n t r a mos en ella m a n d ó que nos m o s t r a s e n todas las alhajas que h a b i a , las cuales eran t a n t a s y tan c o s t o s a s , que es imposible calcular su n ú m e r o , como asimismo el valor á que podían asc e n d e r . A c a b a d o que fué aquel acto r e l i g i o s o , en el que hizo el T a m e r l a n los rezos y oraciones según su c o s t u m b r e , m a n d ó g u i a r la c a r r o z a por los sitios mas públicos de la ciudad, p a r a que nosotros v i é r a m o s su grandiosidad y magnificencia, p u e s tiene sobre dos l e g u a s de l a r g o . E n esta forma dimos la vuelta á p a l a c i o , donde siendo y a la h o r a de c o m e r , o r d e n ó se nos sirviese la comida al estilo de n u e s t r o país. E l l o s , s e g ú n sus r i t o s , comen medio tendidos sobre a l f o m b r a s , en las cuales p a r a la s e r v i d u m b r e de palacio, vimos que pusieron h e r m o s o s g u a r d a m a s i l e s y t a p e t e s , y encima una porción de platos de oro y p l a t a , m u y finamente t a l l a d o s , llenos unos con sabrosísimos manjares y otros con ricas y esquisitas frutas de que abunda en aquel país. A nosotros nos p r e s e n t a r o n a l g u n a s frutas m u y b u e n a s , l e c h e , miel, m a n t e c a y c a r n e s de d r o m e r a r i o , elefante, marfil, camello y u n i c o r n i o , que alg u n o s la comimos de mala g a n a y c o n t r a n u e s t r a voluntad, solo p o r q u e no c r e y e r a n h a c í a m o s desprecio. V e i n t e dias nos t u v o en su palacio en esta misma f o r m a , en cuyo tiempo le V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 73 a dous cavalleiros que andassem comnosco pela m e s q u i t a , e que nos mostrassem t u d o . Depois vimos toda a m e s q u i t a , e t o r n a m o s a a c o m p a n h a r o T a m a r o l e q u e , o qual com o mesmo concertó c o r d e m t o r n o u p a r a os seus pagos. N a o usa o T a m a r o l e q u e c o m e r em cousa alta mas tem no chao uns g u a d a m e c i n s mui r i c o s , e alli poe seus p r a t o s d'ouro e p r a t a , cheios de c o m i d a s , e- ao r e d o r dos p r a t o s poe urnas almofadas riquissimas, e sobre ellas uns g u a r d a n a p o s p a r a limpar as maos. E mandou o g r a n T a m a r o l e q u e , que p a r a nos outros vassalios d'el rei de L e a o de H e s p a n h a pozessem o u t r o assento com seus p r a t o s , e que nao os pozessem em r o d a como a elle, mas ao c o m p r i d o , assim como tjnhamos de c o s t u m e , e d e r a m nos muitas fructas diversas, a s a b e r : leite, m a n t e i g a , passas, r o m a s , e t á m a r a s ; e depois t r o u x e r a m - n o s muitos m a n j a r e s de c a r n e ; mas nos, como era sexta-feira, nao ousamos comel-a; e disse GarciaRamires, que nunca D e u s quizesse que em tal m a n e i r a peccassemos c o n t r a o S e n h o r D e u s , e disse ao g r a n T a m a r o l e q u e : «Senhor, a nossa lei nos defende p a r a que com a m o s n'este dia c a r n e , e se sua senhoria m a n d a que a com a m o s , de nos outros s e r á e n c a r r e g a d o . » R e s p o n d e u o T a m a r o l e q u e : « N u n c a D e u s q u e i r a , que por a m o r de mim, q u e b r a n t é i s á vossa lei, que en sei que é b o a » ; e mandou-nos t r a z e r o u t r a s viandas de p e i x e , e m a n d o u que todas as iguarias que t r o u x e s s e m a n t e elle ñas p o z e s s e m , p a r a que vissemos sua g r a n d e z a . Alli vimos c a r n e de d r o m e d a r i o , d'elep h a n t e , de búfalo, gallinhas, capóes, c a r n e i r o , p a v o e s , c a r n e de u n i c o r n i o , de marfim, falcoes e o u t r a s muitas diversidades, até c a r n e de c a b r a , de l a g a r t o , de lobo e r a p o z a , p o r q u e tudo se come n'aquellas p a r t e s . Depois que a c a b a m o s de c o m e r m a n d o u que p a r t i s s e m o s d'alli; e deteve-nos quinze dias p a r a saber novas d'el-rei de L e a o , que elle folgaba muito d'ouvir, e m e t t e u n o s em um p o m a r que tinha q u a t r o q u a d r a s , e no meio e s t a v a unía arvor e que distillava balsamo', que seis homens nao le a b r a c a v a m o pé, d'esta a r v o r e s sahem cinco r a m o s , e de cada r a m o cinco 74 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L i n s t r u y ó G a r c í a R a m í r e z de la g r a n d e z a del r e y de L e ó n (á quien él llamaba su hijo), de los r i t o s , c o s t u m b r e s y d e m á s p e r t e n e c i e n t e s á sus E s t a d o s , de lo que manifestó la m a y o r complacencia. E n seguida y en n o m b r e de t o d o s , le pidió licencia p a r a p a r t i r n o s de allí, la cual concedió con mil doblas de oro y muchos ofrecimientos y amistades p a r a n u e s t r o sob e r a n o , y nos despedimos. N o s dirigimos luego á la ciudad de S e t a , y de ésta á la de T r a s i s , c a t o r c e leguas distante de S o d o m a y G o m o r r a , cuyas dos poblaciones están c o n v e r t i d a s en lagos de a g u a n e g r a cubierta de c a r b o n e s . E s t a s ciudades fueron algún dia de las m a s i m p o r t a n t e s y ricas de aquella c o m a r c a ; p e r o p e r v e r t i dos en e x t r e m o sus h a b i t a n t e s , un fuego enviado del cielo los d e v o r ó y redujo á cenizas. T a n t a e r a la fertilidad de aquella t i e r r a , que no o b s t a n t e el d e s a s t r e sufrido, da aun señales de lo que fué: en cuyas inmediaciones se ven h e r m o s o s y frondosos á r b o l e s , y las frutas son las m a s vistosas de la t i e r r a , p e r o por d e n t r o se las a d v i e r t e como una especie de c a r b ó n ceniciento, de modo que n i n g ú n animal las p u e d e comer á c a u s a de ser tan a m a r g a s como la hiél: h a y también muched u m b r e de animales m u y h e r m o s o s , m a s de n i n g u n a m a n e r a se p u e d e hacer uso de sus c a r n e s , por t e n e r un sabor fétido y s u m a m e n t e d e s a g r a d a b l e . A la media l e g u a de estos lagos está la mujer de L o t h c o n v e r t i d a en e s t a t u a de sal, en castig o de no h a b e r obedecido al á n g e l , que al salir de la ciudad le m a n d ó m a r c h a r sin volver la cabeza a t r á s . E s del t a m a ñ o de una mujer r e g u l a r , y cuando c r e c e la luna se hincha la est a t u a m a s de un p a l m o , y se disminuye c u a n d o m e n g u a : su p o s t u r a es vuelta la cabeza s o l a m e n t e , m i r a n d o á la p a r t e que se le había v e d a d o , en que hoy están los l a g o s , que a n t e s fueron las dos poblaciones referidas. N o s a d m i r a m o s todos al v e r aquel p r o d i g i o , discurriendo cómo en t a n t o s años que habían t r a s c u r r i d o p e r m a n e c í a como al principio, sin que los h u r a c a n e s , a g u a del cielo y la mala i n t e m p e r i e de aquellos clim a s hubiese podido b o r r a r ni aun la m a s mínima p a r t e de la estatua. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 75 esgalhos 0X1 p o n í a s , e ao pé da a r v o r e nascem t r e s vides, as quaes se p o d a m cada anno, e d'esta nasce o b a l s a m o . N ' e s t a provincia cria urna gallinha quinhentos e seiscentos p i n t o s , p o r q u e a t é r r a é muito q u e n t e , e poem em cima d'uma m a n t a os ovos, e depois os com e s t é r e o , e d'alli a t r e s s e m a n a s estao pintos g e r a d o s . D'alli a t r a v e s s a m o s um d e s e r t o de duzentas leguas e fomos á cidade de T a r f o , que está q u a t o r c e l e g u a s de S o d o m a e G o m o r r h a . E fomos t e r aos sitios d'estas cidades, ñas quaes estabam feitas lagóas d'agua n e g r a cheias de c a r v a o . E dizem que aquellas cidades se s u b m e r g i r a m pelos peccados da luxuria dos seus m o r a d o r e s . Aqui vimos a m a c a , formosa fructa do m u n d o , mas se a p a r t e m , acham d e n t r o c a r v a o moido; e se á bocea c h e g a m a a g u a é mais a m a r g o s a que o fel. E se lancares no lago um p a u , urna p a l h a , ou u t r a cousa leve vai ao fundo, em quanto que o ferro ou outros m e t a e s sobrenadan!, o que p a r e c e cousa impossivel e c o n t r a a natureza. D'alli fomos onde está a mulher de L o t h , a qual se c h a m a n'aquella t é r r a a má mulher, p o r q u e quebrou o mandamiento de D e u s . E está meia legua de Sodoma feita p e d r a de sal, e m i n g ú a como a lúa. E muitos animaes v e m , e lambem d'ella, e toda a figura é de m u l h e r , e o r o s t r o virado sobre o h o m b r o , de modo que o virou p a r a as cidades que se abrazaran! por permissao de D e u s . 76 V I A J E S D E L INFANTE D. PEDRO DE PORTUGAL CAPITULO Cómo el infante Arabia, luego Sinaí. D. Pedro á Zaguar, V. y su compañía pasaron monte Cálboe y después á la al de T o m a m o s al siguiente dia el camino de la ciudad de S a b á , en la que existia un b a r r i o ocupado por una g e n e r a c i ó n , cuyos h o m b r e s tenian la c a r a á semejanza de p e r r o s , dándoles por los demás h a b i t a n t e s el n o m b r e de r u s t i c a n o s , los cuales son m u y feroces y de malas p r o p i e d a d e s ; las mujeres de esta r a z a no manifiestan t a n t a fealdad, y son m u y b u e n a s y compasivas. P e d i m o s licencia p a r a v e r al r e y , y habiéndola concedido nos p r e s e n t a m o s á é l : luego que nos t u v o d e l a n t e , nos p r e g u n t ó con la m a y o r s e v e r i d a d quiénes é r a m o s y á dónde íbamos por aquellas provincias: G a r c í a R a m í r e z contestó al tenor de su i n t e r r o g a t o r i o lo mismo que habia dicho en las partes a n t e r i o r e s por donde p a s a m o s ; lo que no quiso c r e e r , m a n d a n d o tuviésemos la ciudad por c á r c e l , con g r a v e s penas que nos impuso si las q u e b r a n t á b a m o s . Quince dias nos t u v o d e t e n i d o s , h a s t a que satisfecho en algún modo de ser cierto lo que se le tenia manifestado m a n d ó p a g á s e m o s veinte escudos de oro de t r i b u t o , y que d e n t r o de veinte y c u a t r o h o r a s saliésemos de allí p a r a n u e s t r o destino. A l m o m e n t o seguimos el camino de la A r a b i a , y p a r a poder cruzar los g r a n d e s a r e n a l e s que h a y en aquellas r e g i o n e s r e m o t a s , alquilamos c u a t r o d r o m e d a r i o s , sin los cuales e r a imposible c a m i n a r , p o r q u e los continuos a i r e s y fuertes h u r a canes que se l e v a n t a n , t r a s p o r t a n de un lado á o t r o en m e n o s de un c u a r t o de h o r a los disformes -montes de a r e n a que se f o r m a n ; por m a n e r a que m u c h a s veces sucede que los que caminan á pié por no poderlo h a c e r de otro m o d o , se ven expuestos á p e r e c e r , p o r q u e en un m o m e n t o les c u b r e la a r e n a VIAJES DEL De como chegamos INFANTE D. P E D R O á Arabia ejomos DE PORTUGAL aos montes de 77 Gelboé. P a r t i m o s d'alli e fomos ao reino da A r a b i a , cidade de S a b á , e alli achamos g e n t e de muitas m a n e i r a s , e vimos g e r a c a o que tinha corpos de homens e o r o s t o de caes. E fomos fazer r e v e r e n z i a a el-rei: p e r g u n t o u - n o s de que provincia e r a m o s , e disse o lingua que e r a m o s vassallos d'elrei de L e a o de H e s p a n h a . E mandou nos e s t a r a modo de p r e sos uns d i a s , p a r a s a b e r se e n t r e nos vinha algum principe; e quando viu que e r a m o s todos uns, mandou p a g a s s e m o s salvo conducto, que era cento e vinte e seis pecas d'ouro e que fossemos em paz. Alli c o m p r a m o s q u a t r o d r o m e d a r i o s por t r e z e n t a s p e c a s d'ouro, p a r a a t r a v e s s a r os m o n t e s de G e l b o é , onde foi vencido e m o r t o el-rei S a ú l , e desde e n t a o nunca choveu nem cahiu orvalho n'aquelles m o n t e s . E os homens que alli morr e m se m i r r a m , de que se faz a c a r n e momia, que s e r v e em m é z i n h a . E s t a o estes m o n t e s t a o a r e o s o s , que assim como se m u d a o t e m p o , assim se l e v a n t a a a r é a . De como chegamos ao monte Sinay. Como p a s s a m o s os d e s e r t o s areosos fomos ao m o n t e Sin a y , onde está o corpo de S a n t a C a t h a r i n a . E n t r a m o s no m o s t e i r o a fazer r e v e r e n c i a ao prior, que era p á r e n t e d'el-rei de H e s p a n h a ; todos os seus frades, que seriam cento e oitent a , t i v e r a m g r a n d e p r a z e r comnosco e d'estes frades sao sessenta de missa, e os mais l a v r a m a t é r r a , e semeiam p a r a m a n t i m e n t o do m o s t e i r o . — O l u g a r onde está o corpo de S a n t a C a t h a r i n a é ácima do mosteiro em urna penedia muito a l t a , a. qual dizem que feriu Mo}'sés com a v a r a , quando sahiu a g u a em abundancia p a r a os filhos de Israel. E m o pe- 78 VIAJES DEL INFANTE D. P E D R O DE PORTUGAL sin poderse defender y m u e r e n Sofocados, de cuyos cuerpos se saca la carne momia por algunos n a t u r a l e s que se dedican á ello, aunque con peligro de p e r e c e r . C u a t r o dias t a r d a m o s en p a s a r aquellos a r e n a l e s , que á no h a b e r t o m a d o la precaución de llevar los d r o m e d a r i o s , sin duda h u b i é r a m o s quedado sepultados en las a r e n a s , por los recios vientos que corrian en aquellos dias; en fin, con la ayuda de D i o s , á cuya providencia nos e n t r e g a m o s de todo cor a z ó n , suplicándole nos librase del p e l i g r o , pudimos salir de lance tan a p u r a d o , y a r r i b a m o s á la g r a n d e y h e r m o s a ciudad capital de la A r a b i a , donde hallamos un buen a c o g i m i e n t o ; y p a g a n d o un corto t r i b u t o que se nos e x i g i ó , nos m a r c h a m o s p a r a la de Z a g u a r , en cuyo campo murió Saúl y todo su ejército. A n u e s t r a llegada visitamos al g o b e r n a d o r y después de h a b e r n o s exigido diez piezas de oro por cada u n o , nos dejó m a r c h a r p a r a el m o n t e S i n a í , en el que habia un convento de religiosos F r a n c i s c o s , con c u a r e n t a individuos e n t r e sacerdotes y l e g o s : en él fuimos bien recibidos del g u a r d i á n , por las m u e s t r a s de cariño que manifestó haciéndonos sus h u é s p e d e s y teniéndonos en aquel s a g r a d o recinto sobre unos dos m e s e s . E n esta t i e r r a no se conoce el g a n a d o v a c u n o , p e r o p a r a cultivar los campos y demás t i e r r a s salen los legos del convento por aquellos m o n t e s y cogen unicornios, búfalos, drom e d a r i o s , marfiles y daines cuando son cachorrillos; los t r a e n al c o n v e n t o , donde los crian á la m a n o , de modo que los hacen tan domésticos como á unos mansos b u e y e s ; con ellos lab r a n sus t i e r r a s haciendo en todo el mismo uso que en Españ a se h a c e de los caballos, muías y b u e y e s . E n la falda de este monte Sinaí existe la piedra que hirió Moisés con la v a r a p a r a que saliendo a g u a satisfacieran la sed que e x p e r i m e n t a ban los hijos de I s r a e l , de la cual sale suficiente cantidad de a g u a p a r a formar un c o r t o a r r o y o que fertiliza una porción de t e r r e n o . A su inmediación h a y un g r a n peñasco llamado S a n t a Catalina: tiene de a l t u r a ciento cincuenta v a r a s ; su planicie á la p a r t e de arriba es de veinte y c u a t r o v a r a s , don- V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 79 nedo está um g r a n d e s i g n a l , e esta a g u a nao s a h e . E m cima d'esta pencdia está urna igreja p e q u e ñ a , onde está a sepultur a d'esta S a n t a , e c o n t i n u a m e n t e estao aqui dous frades de S. F r a n c i s c o que vigiam o corpo de S a n t a C a t h a r i n a que alli está em c a r n e e osso. A o pé d'este penedo estao duas estac a s , e uns calabres muito g r a n d e s atados n'ellas, e em cima da p a r e d e da igreja de S a n t a C a t h a r i n a estao o u t r a s duas estacas, onde os cavalleiros estao bem a m a r r a d o s , e por elles á m a n e i r a d'escada com seus d e g r a u s de c o r d a sobem ácima, que bem h a v e r á cento e sessenta bragas d ' a l t o , e os frades do m o s t e i r o , d e b a i x o , de t r e s em t r e s dias lhe m a n d a m t r e s cousas: pao e a g u a p a r a os frades, e azeite p a r a a l a m p a d a : e isto m e t t e n d e n t r o d'uma c e s t a , a qual t o m a m os de cima p o r urna corda que está no alto. E assim, quando hao mister a l g u m a c o u s a , e s c r e v e m um papel, e m e t t e m - n o d e n t r o da c e s t a , e debaixo olham o que q u e r e m e o m e t t e n d e n t r o , e fazem signal que t i r e m ao de cima, e logo sobem a cesta. P e d i m o s licenca ao prior p a r a subir a c i m a , que de boa vont a d e a concedeu. E c o m e c a m o s a subir pela e s c a d a , e como nos sentiram os p a d r e s de cima, deitaram-se de peitos sobre os d e g r a u s do altar, que nao lhe podemos v e r a c a r a . E n t r a mos na i g r e j a , a qual é feita de duas p e d r a s só. O chao da igreja, e os d e g r a u s do a l t a r e sepnlchro de S a n t a C a t h a r i n a , onde está o p r a t o em que cahe o oleo do corpo da S a n t a , tudo é urna p e d r a ; e o p o r t a l da igreja e a abobada; d'outra p e d r a e d'onde está e n c a i x a d a , é feito m i l a g r o s a m e n t e p o r m a o s dos anjos. E subindo sobre os d e g r a u s se vé o corpo d'esta S a n t a em c a r n e e osso, que está mettido no altar meia v a r a p a r a d e n t r o . E p a r a que se possa v e r sem lhe t o c a r , está diante urna p e d r a a modo de r e d e , m i l a g r o s a m e n t e feita, e no a l t a r c e l e b r a m os p a d r e s missa. E alli se vé o oleo que lhe s a h e dos b r a c o s , o qual s a r a t o d a s as enfermidades. Estiv e m o s a fazer o r a c a o , e v e n d o a perfeicao da igreja cinco ou seis h o r a s , e depois deseemos pela escada de c o r d a p a r a o m o s t e i r o de b a i x o , e D . P e d r o pediu licenca ao prior p a r a passar adiante. 80 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L de h a y una p e q u e ñ a e r m i t a que contiene el c u e r p o de la santa , en la cual existen de continuo dos religiosos F r a n c i s c o s de ejemplar virtud. P e d i m o s licencia al p a d r e g u a r d i á n p a r a v e r el cuerpo de la s a n t a ; y habiéndola concedido, fuimos al pié del p e ñ a s c o , donde habia dos fuertísimas m a r o m a s que forman u n a e s c a l a , por la que subimos con b a s t a n t e trabajo y exposición: visitamos aquella e r m i t a con toda devoción, m o s t r á n d o n o s aquellos religiosos el cuerpo de la s a n t a , que se c o n s e r v a e n t e r o y n a t u r a l como si e s t u v i e r a v i v a , en una hermosísima u r n a construida con el m a y o r p r i m o r , de ébano y marfil, cuya guarnición es de p l a t a , así como la c e r r a d u r a y llave. D e s p u é s de h a b e r n o s m o s t r a d o a l g u n a s preciosidades y reliquias que e n c e r r a b a aquel pequeño s a n t u a r i o , nos despedimos de los dos v e n e r a b l e s r e l i g i o s o s , volviendo á bajar por la misma escala que s u b i m o s , y nos dirigimos al c o n v e n t o , donde á pocos dias nos despedimos de sus individuos p a r a seg u i r n u e s t r o c a m i n o , habiendo a n t e s confesado todos y r e c i bido el Divino Manjar. CAPITULO VI. Cómo el infante D. Pedro y su comitiva pasaron d las ciudades del gran Roboan, la de Meca, Santerra, y en Judea á la de Cananea. D e s p u é s de h a b e r salido del c o n v e n t o y t o m a d o el camino de R o b o a n , e n t r a m o s en dicha c i u d a d , cuyo bajá m a n d ó á los m o r o s fuesen con nosotros y nos p r e s e n t a s e n presos en la de Meca al califa de B a g d a d , señor de la Casa S a n t a de J e rusalen y de la M e c a , donde está depositado el cuerpo del profeta M a h o m a , r e y de F e z y de los m o n t e s C l a r o s , d o n d e , existen las minas de o r o , defensor de la ley m a h o m e t a n a y p e r s e g u i d o r de los cristianos : llegado que hubimos á la M e c a , y diciendo los mensajeros de que el bajá de R o b o a n nos en- 81 V t A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L O prior lhe disse: «Pois vossa v o n t a d e é ir a v a n t e , olhai que haveis de passar p o r t é r r a s d'inñeis; e v o s o u t r o s sois t r e z e , e se a l g u m m o r r e r levai d'aqui t r e z e túnicas em que sejaes e n t e r r a d o s . » De como fomos á térra do gran Roboao de Meca. e vimos a casa Despedimo-nos do prior e p a d r e s , e fomos á t é r r a do g r a n R o b o a o m o u r o , que é o maior r a b b i da casa de M e c a , onde dizem e s t a r o corpo de M a f o m a , e m a n d o u a dous m o u r o s que fossem comnosco a Gudilfe, que e r a senhor da casa de M e c a , e rei de J e r u s a l e m , senhor dos a l a r v e s e dos fideos, senhor do b r a c o direito dos m o u r o s , rei de F e z , senhor dos m o n t e s C l a r o s , b e b e d o r franco das a g u a s , p a s s a d o r das herv a s dos reis p e q u e ñ o s , defensor da seita de Mafamede, e pers e g u i d o r p e r p e t u o dos christaos. L e v a r a m nos estes m o u r o s 6 82 VIAJES DEL INFANTE t>. PEDRO DE PORTUGAL viaba presos p a r a que dispusiera de nosotros lo que t u v i e r a p o r c o n v e n i e n t e , m a n d ó que e n t r á s e m o s , y con m u c h a majestad nos p r e g u n t ó de qué nación é r a m o s y á qué p a r t e se dirigía n u e s t r o camino. E l i n t é r p r e t e le contestó que é r a m o s p o b r e s p e r e g r i n o s vasallos del r e y de L e ó n , en E s p a ñ a , y p a s á b a m o s , si nos lo p e r m i t í a n , á b e s a r la m a n o al P r e s t e J u a n . El califa respondió que no le e n g a ñ á r a m o s , p o r q u e si nos e n c o n t r a b a en a l g u n a m e n t i r a nos h a r i a q u e m a r vivos. G a r c í a R a m i r e z le a s e g u r ó de s e r la v e r d a d lo que decia: P u e s bajo esa p a l a b r a , dijo, y p o r r e s p e t o á v u e s t r o s o b e r a n o , os doy salvo conducto y amplia licencia p a r a que p e r m a nezcáis en la c i u d a d , la paséis y marchéis cuando tuviereis por c o n v e n i e n t e . T o d o s le b e s a m o s la m a n o por la m e r c e d que nos d i s p e n s a b a , y con su beneplácito nos r e t i r a m o s . T r e s dias p a s e a m o s la ciudad, en la que vimos p o r u n a g r a c i a especial la g r a n m e z q u i t a , dicha la Kaba, sostenida p o r 400 columnas de m á r m o l é iluminada por 300 l á m p a r a s de plata que a r d e n c o n t i n u a m e n t e , t e c h a d a en p a r t e con láminas de oro, con m á s de 160 p u e r t a s de m a d e r a s finas y colgadas de esquif a s t a p i c e r í a s , donde está el sepulcro ó z a n c a r r ó n de Mahom a , el que se halla en una suntuosísima capilla toda l a b r a d a de piedras p r e c i o s a s : en medio de ella y en el aire se ve el z a n c a r r ó n de aquel p r o f e t a , el cual está e n g a s t a d o de fino a c e r o : en cada uno de los á n g u l o s de la capilla, que son ocho, hay una loseta de p i e d r a i m á n , y como cada una llama igualm e n t e para a t r a e r s e el a c e r o del e n g a s t e del z a n c a r r ó n , es la causa de que se s o s t e n g a en el aire sin inclinarse á ningún l a d o , lo que a t r i b u y e n á m i l a g r o aquellos miserables fanáticos. D e s p u é s nos dirigimos á ver los j a r d i n e s r e a l e s , en los que se ven t a n t a s y t a n maravillosas i n v e n c i o n e s , que excedían á c u a n t a s hasta allí habíamos contemplado en los reinos y provincias por donde t r a n s i t á b a m o s . P a s a d o s t r e s dias, pag a m o s el t r i b u t o de doce escudos de oro por cada u n o , y nos dirigimos hacia la t i e r r a de los p i g m e o s , cuya e s t a t u r a es de t r e s c u a r t a s ; la cabeza b a s t a n t e g r u e s a y a b u l t a d a ; las pier- VIAJES D E L I N F A N T E D. P E D R O DE PORTUGAL 83 com muita p r e s s a , e fomos fazer r e v e r e n c i a ao g r a n Gudife e disseram-lhe como nos m a n d a v a o g r a n R o b o a o a sua sen h o r i a , p a r a que fizesse de nos o que quizesse, p o r q u e eramos vassallos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , que conquistou a el-rei de G r a n a d a . E disse o g r a n Gudilfe que dissessemos a v e r d a d e , se e n t r e nos havia algum p á r e n t e d'el-rei de L e a o . Nos s e m p r e n e g a m o s , que na companhia nao havia tal pessoa. Alli estivemos presos dez s e m a n a s , cada u m em sua p a r t e , que nao sabíamos uns dos o u t r o s , e nao a d i a n d o cousa a l g u m a c o n t r a nos mandou-nos soltar e que nos fossemos. Depois de soltos pedimos licenca p a r a v e r as cousas que alli h a v i a , e vimos no pago urna sala e urna cadeira em que o g r a n Gudilfe se s e n t a v a , mui formosa m a r a v i l h a , e urna mesa d'ouro em que comia pelas festas, na qual bem podiam cab e r cento e cincoenta h o m e n s . A s p a r e d e s das salas e r a m e n c a s t o a d a s em e s m e r a l d a s e r u b i n s , e a c á m a r a e r a toda e n t a l h a d a de unicornio e de marfim. P e d i m o s licenca p a r a ir ver a casa de Meca. E s t a casa tem t a n t o de circuito-como um l u g a r de mais de mil visinhos. E n t r a m o s d e n t r o da m e s q u i t a , e mandou o Gudilfe dous cavalleiros dos s e u s , que andassem em nossa c o m p a n h i a , e nos m o s t r a s s e m a mesquita. V i m o s o sepulchro do seu falso prop h e t a Mafoma, que e s t a v a em urna capella, p e n d u r a d o no a r e n t r e seis p e d r a s imans d'uma i g u a l d a d e , e moimento d'ouro; as p e d r a s de c e v a r s u s t e n t a m o moimento no a r , p o r q u e t e m a p e d r a imán esta v i r t u d e de s u s t e n t a r o u r o , e assim e s t a v a o sepulchro de Mafoma no a r . De como fomos á térra das Amazonas da cidade de Sonterra. A n d a m o s por todos aquelles infléis com muitos t r a b a l h o s , e a t r a v e s s a m o s g r a n d e s d e s e r t o s . D'alli fomos á t é r r a das A m a z o n a s que é urna provincia de muflieres christas subditas ao P r e s t e J o a o ; fomos a cidade de S o n t e r r a fazer r e v e r e n c i a 84 VIAJES DEL INFANTE D. P E D R O DE PORTUGAL ñas m u y c o r t a s ; anchos de hombros y espaldas; la voz es mas g r u e s a de lo que p a r e c e permitir su n a t u r a l e z a ; alcanzan mucha fuerza, siendo los p e o r e s y m á s crueles h o m b r e s que h a y en el mundo : es t a n t o lo que a b u n d a n en n ú m e r o por t o d a s p a r t e s , que á no e s t a r contenidos por un caudaloso rio que los s e p a r a y que no p u e d e n s a l v a r por falta de conocimientos en la n a v e g a c i ó n é i n d u s t r i a , me p a r e c e inundarían la m a y o r p a r t e de la t i e r r a habitable. E n este país no quisimos e n t r a r , t e m e r o s o s de algún f r a c a s o , pasándonos por un lado hacia la ciudad de S o n t e r r a , donde habitan las a m a z o n a s , cuyas mujeres son cristianas y viven sin h o m b r e a l g u n o : están sujetas al P r e s t e J u a n : eligen e n t r e ellas r e i n a que las dirija y justicia que las g o b i e r n e : l a b r a n sus c a m p o s , ejercit a n todas las a r t e s y dirigen sus pueblos sin que h o m b r e alg u n o se e n t r o m e t a en n a d a . E n t r a m o s en esta ciudad, y pasamos á dar obediencia á la r e i n a , la c u a l , así que nos vio, nos p r e g u n t ó por el país de n u e s t r a procedencia y á dónde c a m i n á b a m o s ; á lo que respondió G a r c í a R a m í r e z é r a m o s vasallos del r e y de L e ó n , y p a s á b a m o s á besar la mano al P r e s t e J u a n : á lo que replicó la r e i n a , que si no s a b í a m o s que en su t i e r r a no podía p e n e t r a r h o m b r e alguno sino en ciertos tiemp o s , y que el que e n t r a b a tenia p e n a de m u e r t e ; G a r c í a Ruiz le dijo que nosotros i g n o r á b a m o s aquellas l e y e s , pues á haberlas sabido nunca h u b i é r a m o s intentado q u e b r a n t a r l a s , U n a de las c a m a r i s t a s de la r e i n a nos informó de todas sus costumb r e s , diciéndonos: sabed que e n t r e n o s o t r a s no h a y h o m b r e s sino en los t r e s meses de Marzo , A b r i l y M a y o : en este tiemp o , y no en o t r o , se j u n t a n los h o m b r e s con n o s o t r a s p a r a que no se acabe la g e n e r a c i ó n : pasado este tiempo nos separ a m o s sin que por n i n g ú n motivo pueda q u e d a r ningún homb r e e n t r e n o s o t r a s , ni n i n g u n a mujer irse con ellos, y si alg u n o ó a l g u n a falta á esta l e y , luego al m o m e n t o se le da ignominiosa m u e r t e . A l tiempo de r e t i r a r s e los h o m b r e s dejan cada uno su n o m b r e por e s c r i t o , como t a m b i é n el pueblo y sitio donde v a n á r e s i d i r , recibiendo i g u a l m e n t e un papel de sus mujeres p a r a que se reconozcan y no h a y a confusión al V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 85 á r a i n h a . E n t r e ellas ha unía r a i n h a , p r i n c e z a s , condessas e l a v r a d o r a s que r o m p e m a t é r r a , t r a b a l h a m p a r a a b a s t e c e r as c i d a d e s , as quaes nao vao á g u e r r a . E em nos vendo vier a m a nos as R e g e d o r a s m a r a v i l h a d a s , e d i s s e r a m - n o s : « A m i g o s , de que g e r a c a o s o i s , que nunca vimos h o m e n s de vossa maneira?» F a l l ó n o l i n g u a , e disse que e r a m o s vassaUos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , irmao em a r m a s do P r e s t e J o a o . P e r g u n t a r a m as R e g e d o r a s : « Q u e m vos m o v e u a ent r a r por nossa p r o v i n c i a , por v e n t u r a e n t r a s t e s p a r a multiplicar, ou p o r q u e causas?» R e s p o n d e u o nosso lingua: «Nunca D e u s queira que nossa vinda seja p a r a esse effeito; mas nossa v o n t a d e é ir beijar a m a o ao P r e s t e J o a o . » E s t a s mulheres nao sao como as de c á , p o r q u e nao t e e m a j u n t a m e n t o de homens senao em t r e s mezes no anno, a s a b e r : em m a r c o , abril, e maio. N ' e s t e s t e m p o s c n t r a m por suas t é r r a s homens das provincias que estao mais p e r t o , a multiplicar: sahem as R e g e d o r a s a elles;" p e r g u n t a m - l h e s se v e e m a multiplicar, e lhes dao licenca que e n t r e pelas villas e cidades. Os ditos homens a n d a m olhando a mulher que melhor lhes p a r e c e , e aquellas t o m a m , e usam com ella como cora sua m u l h e r ; mas nao ha de t r a t a r com o u t r a , p o r q u e se o a c h a m , logo fazem justica d'elle e d'ella. D e p o i s , se a mulher p a r e filho, fazemlhe cinco cruzes de fogo com um f e r r o , em signal que é c h r i s t a o , e em lembran9a das cinco c h a g a s de C h r i s t o . C r i a m n o s t r e s a n n o s , e depois os m a n d a m d'alli com a g e n t e que vem a multiplicar, e dizem : « T o m a i , amigo , este m e n i n o , e dai-o em tal t é r r a a fulano, e dizei-lhe como é seu filho, e que o crie lá.» E se é femea dao-lhe o mesmo b a p t i s m o , e queimam-lhe a t e t a esq u e r d a , p o r q u e , como sao todas frecheiras de a r c o , lhes nao e s t o r v e a t e t a o a t i r a r , e com a t e t a direita criam seus filhos. Fallou o nosso lingua á r a i n h a , e declarou-lhe como vinha um p á r e n t e d'el rei de L e a o de H e s p a n h a , que havia visitar o P r e s t e J o a o , e que sua alteza o favorecesse p a r a passar seu c a m i n h o ; disse a r a i n h a : «Mando que déem ao p á r e n t e de el rei de L e a o de H e s p a n h a vinte m a r c o s d'ouro,» 86 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L tiempo de j u n t a r s e . L u e g o que' nacen las c r i a t u r a s les ponemos en las espaldas cinco cruces con un h i e r r o e n c e n d i d o ; si es v a r ó n , lo criamos t r e s años y con los que vienen al año sig u i e n t e se le lleva su p a d r e p a r a que lo crie y enseñe á t r a b a j a r ; si es h e m b r a , le c o r t a m o s el pecho izquierdo p a r a que p u e d a m a n e j a r el arco y flecha, y ésta se queda e n t r e nosot r a s , g u a r d a n d o los ritos y c e r e m o n i a s y a e x p r e s a d a s . Sin el auxilio de nadie defendemos n u e s t r o t e r r i t o r i o , teniendo a r r e g l a d a s n u e s t r a s t r o p a s ; peleamos con arco y flecha, sin h a c e r n o s falta p a r a esto la a y u d a de los h o m b r e s ; y puesto que os he informado de t o d o , y a os podéis r e t i r a r , y a g r a d e ced que atendiendo á v u e s t r a ignorancia no m a n d a la reina mi s e ñ o r a que se os castigue s e v e r a m e n t e . G a r c í a R a m i r e z , con mucha cortesía y h u m i l d a d , respondió que luego al p u n t o saldríamos de aquel p a í s , estando r e conocidos al favor que se dignaba d i s p e n s a r n o s ; e s p e r a n d o de la mucha bondad y munificencia de su majestad nos facilit a r a algunos r e c u r s o s , p o r q u e y a no t e n í a m o s p a r a poder costear el viaje y pasar a d e l a n t e . L a r e i n a m a n d ó se nos diese la suma de mil doblones de o r o , y con ellos salimos de aquella t i e r r a p a r a la J u d e a . A n d u v i m o s por esta provincia ocho dias, al cabo de los cuales llegamos á la ciudad de C a n a n e a , la may o r que hay en toda la J u d e a , en la que están los descendientes de las t r i b u s de J u d á y Benjamín; luego que nos vieron los judíos salieron á nosotros p r e g u n t á n d o n o s quiénes é r a m o s y á qué íbamos. Contestó G a r c í a R a m i r e z á la p r e g u n t a , y no c r e y é n d o n o s nos m a n d a r o n llevar a n t e el p r o c u r a d o r gen e r a l de la t r i b u de B e n j a m í n , por no h a b e r en aquella nación m á s r e y , g o b e r n a d o r , c o r r e g i d o r ni otro jefe que un p r o c u r a d o r en cada t r i b u : este nos m a n d ó poner presos por si podia a v e r i g u a r si e n t r e nosotros iba a l g u n a p e r s o n a r e a l de las t i e r r a s de E s p a ñ a . U n mes nos tuvo p r e s o s , en cuyo tiempo nos recibió v a r i a s d e c l a r a c i o n e s , y viéndolas t o d a s c o n t e s t e s , m a n d ó ponernos en l i b e r t a d , p e r o que sin detenernos siguiéramos n u e s t r a m a r c h a hasta salir de su t e r r i t o r i o . E n uno de los pueblos del tránsito presenciamos una cosa V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L De como fomos a urna provincia ao Preste de judens, Joao. que sao 87 sujeitos D'alli fomos a urna provincia de j u d e u s , e vimos o rio das P e d r a s , o qual c é r e a toda a provincia; nao t e m a g u a , senao urnas p e d r a s toscas e muito l e v e s , sem c o m p a r a c a o , e quando ha vento as faz anclar. F o m o s á cidade principal dos jud e u s , que m o r a m n'estas p a r t e s , que é c h a m a d a C a n a n é a , e até a maior que ha em toda a provincia onde vivem os da tribu de J u d á . E como nos v i r a m de l o n g e , sahiram a nos fóra da c i d a d e , e p e r g u n t a r a m - n o s d ' o n d e vinhamos sem licenca, de onde iamos, e p o r q u e causa a n d a v a m o s sem licenca do maioral por alli; lancou mao de nos o p r o c u r a d o r de C a n a n é a , e teve-nos presos n o v e s e m a n a s . E s t a provincia nao tem r e i , nem principe, nem s e n h o r n a t u r a l , e é sujeita ao P r e s t e J o a o , e lhe p a g a de t r i b u t o cada anno cem d r o m e d a r i o s c a r r e g a d o s de m a n t i m e n t o , e cem pegas d'ouro e p r a t a , p o r q u e os deixe v i v e r em sua lei, e g u a r d a r o s a b b a d o . O P r e s t e J o a o , p o r q u e se nao l e v a n t e m os j u d e u s , nao lhes quer d a r rei conhecido. E ' t é r r a mui abast a d a , e em cada cidade estao homens d ' a r m a s que vigiam. N ' e s t a provincia nao fazem os j u d e u s as b a r b a s , e t r a z e m nas g r a n d e s p o r q u e p e r d e r a m a t é r r a da promissao. Depois que o p r o c u r a d o r nos t e v e presos nove s e m a n a s , nao a d i a n d o em nos cousa a l g u m a , mandou-nos soltar, é que nos déssem pelo seu t r a b a l h o , que h a v i a m o s passado ñas pris o e s , por ser em servico do S e n h o r P r e s t e J o a o das Indias, n o v e c e n t a s pegas d'ouro p a r a p a s s a r nosso c a m i n h o . 88 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L r a r a p a r a n o s o t r o s , y fué un e n t i e r r o en que iban en p r o c e sión varias g e n t e s de ambos s e x o s , vestidos de cilicios y con los pies descalzos; al llegar á un sitio en que había una g r a n porción de ceniza, se a r r o j a r o n en ella revolcándose como las bestias en el c e n a g a l , y en seguida se volvieron á la casa que ocupaba el difunto, d o n d e , s e g ú n nos dijeron, lloran la p é r d i d a de su p a r i e n t e ó amigo con g r a n d e s m u e s t r a s de p e s a d u m b r e todo el r e s t o de aquel dia y noche s i g u i e n t e ; dur a n t e cuyo tiempo no t o m a n m á s alimento que u n a escudilla de lentejas cocidas: esta clase de g e n t e no c r e e en la venida de J e s u c r i s t o ; y sólo se disponen p a r a la aparición del A n t e Cristo. L o s únicos jueces que g o b i e r n a n aquellas t r i b u s son los p r o c u r a d o r e s electos por el p u e b l o ; éstos están sujetos al P r e s t e J u a n , á quien le contribuyen a n u a l m e n t e con el tributo de cien d r o m e d a r i o s c a r g a d o s de t r i g o y diez mil doblas de oro. CAPITULO VIL Cómo el infante don Pedro y demás de su acompañamiento pasaron á la ciudad de Luca, donde habitan los gigantes, y desde allí á la ciudad de A Ibes, residencia del Preste Juan. Salimos de C a n a n e a , y luego nos e n c a m i n a m o s á la ciudad de L u c a , en cuyo camino g a s t a m o s quince d í a s ; este viaje fué p a r a nosotros el más peligroso que hicimos en n u e s t r a expedición, por el motivo de e s t a r h a b i t a d a s todas aquellas t i e r r a s p o r g i g a n t e s que tienen de e s t a t u r a t r e c e c o d o s ; son m u y feroces y sin p i e d a d ; por lo r e g u l a r están a c o s t u m b r a d o s á com e r c a r n e h u m a n a , y no se libra de la m u e r t e el d e s g r a c i a d o que cae en sus manos s a n g u i n a r i a s . P o r estos paises caminamos con todo cuidado y r e s e r v a , lo que no nos hubiera servido de n a d a si la s u e r t e no nos hubiese favorecido, como lo hizo, pues en todo el camino no e n c o n t r a m o s más que á c u a t r o V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L De como o infante D. Pedro passou pela térra dos e foi á India do Preste Joao. 89 Gigantes, D'alli fomos á provincia dos G i g a n t e s , que sao de n o v e covados de alto, e t a o altos como g r a n d e s langas. N ' e s t a tér r a nunca m o r r e u nenhum senao de muita velhice. D'alli ent r a m o s ñas I n d i a s , e fomos a cidade de Cargóla, que p a r t e com a provincia dos G i g a n t e s , e p e r g u n t a m o s onde a d i a r í a mos o P r e s t e J o a o , e d i s s e r a m - n o s que na cidade de C a r l e o , que p a r t e com o senhorio do g r a n sultao: mas nao o a d i a m o s alli. F o m o s a cidade de A l v e s , a qual é urna das mais n o b r e s , e formosas do m u n d o , e alli o a d i a m o s . E n t r a n d o pela cidade p e r g u n t a m o s pelos pagos do" P r e s t e J o a o , e a n d a m o s pelas r ú a s desde pela m a n h a até á noite que 90 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L de ellos en distintos sitios, de modo que nunca vimos dos juntos ; y como nosotros é r a m o s c a t o r c e , no se a t r e v i ó ninguno á e m b e s t i r n o s , pues de lo contrario h u b i é r a m o s perecido mis e r a b l e m e n t e en esta t i e r r a : en fin, salimos de ella con el susto que se deja conocer, y al cabo de a l g u n a s j o r n a d a s lleg a m o s con toda felicidad á la ciudad de A l b e s , donde habita el P r e s t e J u a n . E s t a ciudad, la más populosa y r e s p e t a b l e , la más rica y fortalecida que h a y en aquella p a r t e del m u n d o , tiene de circunferencia más de doce l e g u a s : en su muralla ó cerca tiene ciento cincuenta castillos ó t o r r e o n e s bien fortificados; en cada uno hay más de mil h o m b r e s de g u a r n i c i ó n , todos con la b a r b a l a r g a , m o s t r a n d o en ello luto en señal de h a b e r perdido la T i e r r a de P r o m i s i ó n , en la que se hallan unas piedras tan p a r t i c u l a r e s , que t o m á n d o l a s en la m a n o y dándolas un g o l p e , se dividen en m u c h a s piezas t o d a s t r i a n g u l a r e s , y por p e q u e ñ a que sea cada una de ellas, se vuelve á dividir en o t r a s m a s m e n u d a s que a p e n a s se perciben con la v i s t a ; p e r o no por ser tan diminutivas pierden la figura t r i a n g u l a r . T i e n e n v i r t u d p a r a c u r a r m u c h a s e n f e r m e d a d e s , en p a r t i c u l a r p a r a las m o r d e d u r a s de animales venenosos. E s t a n t o el n u m e r o s o g e n t í o que habita la ciudad de A l b e s , que por n i n g u n a de sus m u c h a s y anchas calles apenas se p u e d e t r a n s i t a r d e s e m b a r a z a d a m e n t e . E n t r a m o s en aquella ciudad al r a y a r el alba, y habiendo p r e g u n t a d o por el palacio del P r e s t e J u a n , nos dijer o n que p a r a llegar á su palacio se necesitaba ocupar medio dia sin dejar de a n d a r , y que como no llevásemos quien nos g u i a s e , acaso no l l e g a r í a m o s en todo el dia. Con este motivo ajustamos un h o m b r e que nos condujese, y sin p é r d i d a de tiempo, e m p e z a m o s á caminar por la ciudad , en la que vimos cosas tan admirables y edificios t a n magníficos, que es imposible esplicarlo; b a s t e decir, que cuanto h a s t a entonces habíamos visto fué n a d a en comparación de lo que en esta ciudad a d m i r a m o s . L a s once y media seria cuando descubrimos á l a r g a distancia un suntuoso palacio con ocho t o r r e s t a n hermosas y b r i l l a n t e s , que no se podían m i r a r sin recibir i m p r e - V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 91 c h e g a m o s aos pagos. D e n t r o dos m u r o s h a v e r á mais de seiscentas casas de nobres com seus jardins c e r c a d o s ; e d ' u m a a o u t r a r ú a taipa no m e i o , p a r a nao se passar d ' u m a r ú a a o u t r a de noite. F o m o s fazer r e v e r e n c i a ao P r e s t e J o a o , e primeiro que chegassemos a elle havia t r e z e p o r t e i r o s ; os doze sao bispos, e um arcebispo, que está na c á m a r a do P r e s te J o a o . C h e g a m o s a p o r t a primeira onde havia urna g r a n d e s a l a , e p e r g u n t o u o primeiro p o r t e i r o de que g e r a c a o eram o s . R e s p o n d e u o l i n g u a , que e r a m o s vassallos d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , seu irmao en a r m a s , e que e n t r e nos vinha um seu p á r e n t e . O p o r t e i r o nos abriu a p o r t a com g r a n de alegría, e e n t r a n d o o infante D . Pedro fez r e v e r e n c i a ao P r e s t e J o a o , com os joelhos no chao e beijou-lhe as raaos, e o mesmo fez á rainha sua m u l h e r , e a um seu filho, que era i m p e r a d o r da t é r r a dos G o l d r á s . Tirou D . P e d r o as c a r t a s que l e v a v a d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a , e pondo-as em cima da sua cabeca, as deu ao P r e s t e J o a o , o qual com o r o s t o aleg r e as tomou e m a n d o u a el-rei de Alvim que as lfisse: como foram lidas, mandou o P r e s t e J o a o a D . P e d r o que se sentasse á sua mesa e n t r e a mulher e seu filho, e ácima de todos os reis, que comiam com elle, que e r a m q u a t o r z e , e serviam á sua mesa s e t e : e p a r a nos mandou o P r e s t e J o a o por o u t r a m e s a . E s t a sala em que comeu o P r e s t e J o a o é mui rica: porque as p a r e d e s e r a m de ouro e azul; o telhado de cachos de ouro, o chao de p e d r a s r e s p l a n d e c e n t e s e a taboa da mesa de diamantes. E s t i v e m o s assim q u a t o r z e s e m a n a s . Cada dia lhe p u n h a m na mesa c u a t r o v a s o s de ouro. N o primeiro e s t a v a urna cabeca de hornera m o r t o , p o r q u e visse que assim havia de ser elle. O s e g u n d o e s t a v a cheio de t é r r a , p o r q u e assim havia de s e r . O t e r c e i r o cheio de b r a z a s , porque se l e m b r a s s e das penas do inferno. O q u a r t o cheio de urnas p e r a s , que n a s c e m e n t r e os rios T i g r e , e E u f r a t e s , p o r q u e vejam o m i l a g r e , que está d e n t r o d'estas p e r a s , ñas quaes p a r t i d a s pelo meio, appar e c e d e n t r o a i m a g e n do S a n t o Crucifixo.. N ' e s t a t é r r a os clérigos sao casados com mogas v i r g e n s , 92 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L sion la vista por el mucho reflejo que despechan. L e p r e g u n t a m o s al guia qué palacio e r a a q u e l , y nos contestó que el del P r e s t e J u a n . L l e g a m o s á él y o b s e r v a m o s que d e l a n t e de sus p u e r t a s habia una g u a r d i a de seiscientos h o m b r e s de caballer í a é infantería, lujosamente vestidos y bien a r m a d o s , de los cuales se adelantó un capitán y nos p r e g u n t ó quiénes é r a m o s y qué se nos ofrecia. El i n t é r p r e t e respondió que é r a m o s esp a ñ o l e s , vasallos del rey de L e ó n , y p r e t e n d í a m o s besar la mano al P r e s t e J u a n ; á lo que contestó el capitán nos a g u a r dásemos en aquel sitio hasta que él p a s a r a la noticia á los port e r o s de c á m a r a , y éstos á su m a j e s t a d ; con lo que se fué, volviendo á corto r a t o diciendo que pasásemos a d e l a n t e . L e seguimos h a s t a donde e s t a b a n los p r i m e r o s c a m a r e r o s , y él se quedó allí: uno de aquellos m a n d a r i n e s nos condujo h a s t a la a n t e s a l a , en la que e s t a b a n seis r e y e s de a r m a s y m a s de cien a l a b a r d e r o s ; uno de los r e y e s dio aviso al p o r t e r o de cám a r a de n u e s t r a p r e t e n s i ó n , y este la comunicó á su majest a d ; el cual m a n d ó e n t r á s e m o s ; puestos en orden con la may o r ceremonia y cortesía que p u d i m o s , e n t r a m o s en el r e a l salón, en el que debajo de un magnífico dosel e s t a b a s e n t a d o el P r e s t e J u a n con su esposa al lado, y un hijo que tenia el título de e m p e r a d o r de las provincias G a l d r a s . H i n c a m o s la rodilla en t i e r r a v a r i a s v e c e s , h a s t a llegar á la inmediación del t r o n o , en cuya p o s t u r a el infante don P e d r o sacó las c a r t a s que llevaba de su primo, y poniéndoselas sobre la c a b e z a , las besó con sumisión y puso en las m a n o s del P r e s t e J u a n , quien las recibió con la m a y o r c o r t e s í a , m a n d a n d o á uno de sus cam a r e r o s las leyese. E n t e r a d o el s o b e r a n o de que el p o r t a d o r era primo del r e y de L e ó n , le m a n d ó s e n t a r s e y siguieron hablando l a r g o tiempo, h a s t a que llegó la h o r a de c o m e r . P u e s t a s que fueron las m e s a s le hizo s e n t a r s e á su lado, p r e firiéndole á los r e y e s que comian con él. M a n d ó también pon e r o t r a m e s a , en la que s e n t a d o s todos los demás de la comitiva del i n f a n t e , nos sirvieron la comida con magnificencia. O b s e r v a m o s con e s t r a ñ e z a que todos los dias ponían en la mesa del P r e s t e J u a n c u a t r o fuentes de p l a t a : en una habia V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 93 e se elle m o r r e a mulher nao pode casar o u t r a vez, e se lhe m o r r e a mulher ha-de g u a r d a r castidade, e se a nao g u a r d a r logo o m a n d a m m a t a r . E m cada igleja ha dous c l é r i g o s , e um a l t a r com a l g u m a s i m a g e n s , e a do S a n t o Cruciíixo. E s t e s clérigos sao semaneiros; ao sabbado vai um ao o u t r o , que est a v a n a igleja, confessa-se com elle, e r e c e b e t a m b e m o Sac r a m e n t o , e o o u t r o se vai p a r a sua casa a fallar com seus f r e g u e z e s , e fal-os i r á igleja p a r a que se comfessem, e recebam o corpo de N . S. J e s ú s C h r i s t o . Q u a n d o o P r e s t e J o a o vai fóra, leva diante de si t r e z e c r u c e s ; as doze em lembran5a dos doze A p o s t ó l o s , e a o u t r a , com o Crucifixo, significa J e s ú s C h r i s t o . F o m o s ver o corpo de S. T h o m é , e m a n d o u o P r e s t e J o a o dous cavalleiros c o m n o s c o , que nos m o s t r a s s e m o sepulchro do S a n t o o qual está em cima do a l t a r , assim como está posta a i m a g e m , e b r a c o , e mao com que tocou o lado de Nosso S e n h o r ; e está t a o fresco como se estivesse vivo. N a vigilia de S. T h o m é t o m a m urna vida s e c c a , e poemlha n a m a o , desde h o r a s de v e s p e r a s até á noite; deita a vide de si t r e s r a m o s ; e cada r a m o dá t r e s cachos de a g r a c o ; desde a noite até m a t i n a s sao estes a g r a c o s bem limpos; e desde m a t i n a s a t é á missa vera a a m a d u r e c e r ; e t i r a m d'elle mosto com que celebra o P r e s t e J o a o n'este dia, e nao diz missa em o u t r o algum senao de C o r p u s C h r i s t i , e de S a n t a M a r i a de de A g o s t o . Q u a n d o fallece o P r e s t e J o a o , nao pode n i n g u e m ser P r e s t e p o r l i n h a g e m , nem por senhorio, senao pela g r a p a de D e u s , e pelo S a n t o Apostólo que escolheu, como logo diremos. 94 VIAJES D E L I N F A N T E D. PEDRO DE PORTUGAL la cabeza ó cráneo de un difunto en r e p r e s e n t a c i ó n de la m u e r te ; en o t r a una porción de t i e r r a p a r a r e c o r d a r l e lo que somos y en lo que hemos de venir á p a r a r ; la t e r c e r a llena de carbón encendido, p a r a r e p r e s e n t a r l e las penas del infierno, y la c u a r t a estaba llena de una fruta á modo de p e r a s m u y especiales , que por cualquiera p a r t e que se c o r t a b a n se veian dos c r u c e s , u n a en cada p e d a z o , y a u n q u e se c o r t a r a n en m u c h a s piezas t o d a s sacaban la cruz de Cristo S e ñ o r n u e s t r o . E n esta forma comia todos los d i a s , y luego con muchas oraciones daba señales de o b s e r v a r la v e r d a d e r a religión como buen cristianismo. T r e s m e s e s estuvimos en aquella c o r t e m u y bien t r a t a d o s y asistidos de todo lo necesario, en cuyo tiempo vimos cosas m u y maravillosas. L o s s a c e r d o t e s son casados en aquella tier r a ; p e r o cuando q u e d a n viudos no p u e d e n volver á c a s a r s e , debiendo e n t o n c e s p e r m a n e c e r en la iglesia sin salir de ella h a s t a que se m u e r e n . Si él fallece a n t e s , t a m p o c o se le permite s e g u n d o m a t r i m o n i o á la m u g e r , debiendo g u a r d a r castidad por toda su v i d a , y la que q u e b r a n t a este p r e c e p t o tiene irremisible p e n a de m u e r t e ; p o r cuyo delito vimos quitar la vida á dos de ellas. E n cada iglesia asisten de continuo c u a t r o s a c e r d o t e s , los que a l t e r n a n por s e m a n a s , y p a r a salir los c u a t r o tienen que quedar otros en su l u g a r . H a y otros que tienen la obligación de e x h o r t a r á los feligreses al cumplimiento de la iglesia todos los m e s e s , y el que no lo hace cae en d e s g r a c i a del P r e s t e . N i n g ú n s a c e r d o t e p u e d e t r a t a r en n a d a de comercio, ni t e n e r labor de c a m p o , g a n a d o s , camellos, elefantes, ni o t r a s g r a n g e r í a s , m a n t e n i é n d o s e solamente con los diezmos y primicias, lo que se o b s e r v a con tanto r i g o r , que al que se le justifica alguna falta en estos p r e c e p t o s , al m o m e n t o s a l e d e s t e r r a d o de todos aquellos dominios, con cuya ley viven m u y conformes y sumisos á sus obligaciones, y á imitación de ellos siguen los s e g l a r e s en la p a r t e que les toca r e s p e c t o á lo civil, viviendo todos en t a n t a paz y a r m o n í a , que apenas se a d v i e r t e un disgusto. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O De como elegem DE o Preste Joao das PORTUGAL 95 Indias. A d j u n t a m - s e todos os clérigos na cidade de A l v e s , e andam em procissao ao r e d o r do A p o s t ó l o , e p a r a aquelle quena de ser P r e s t e S e n h o r de todos, estende o Apostólo o braco e a p o n t a com o d e d o , e entao o t o m a m todos os o u t r o s com g r a n d e s o l e m n i d a d e , c h e g a n d o onde esta o Apostólo aquelle que ha-de ser P r e s t e J o a o , vai com muita humildade beijar a m a o a S. T h o m é , e todos os o u t r o s , que juntos estao beijam a m a o ao P r e s t e J o a o , t o m a m a cinta de S a n t a M a r i a , a qual deixou Nossa S e n h o r a quando subiram os anjos ao céo, poem em duas v e r g a s de ouro a t r a v e s s a d a s por c i m a , e vao a t é ao a l t a r de S. J o a o , e d'esta m a n e i r a é elegido o P r e s t e J o a o . Disse D . P e d r o ao l i n g u a : «Dizei ao P r e s t e J o a o que nos dé licenca que minha v o n t a d e é de passar adiante.» 96 VIAJES D E L I N F A N T E D. P E D R O DE PORTUGAL Pocos dias a n t e s de venirnos m a n d ó el P r e s t e á dos sacerdotes que nos m o s t r a r a n el c u e r p o de S a n t o T o m á s : fuimos á la iglesia donde está el santo y le v i m o s : está colocado en el altar m a y o r en pie d e r e c h o , y el b r a z o y m a n o que puso sobre el costado de Cristo N u e s t r o S e ñ o r , lo tiene tan natur a l y fresco como si lo t u v i e r a con vida. L a v í s p e r a del dia del santo le ponen en la m a n o un s a r m i e n t o seco, el cual se r e v e r d e c e al i n s t a n t e , echa hojas y t r e s racimos de u v a s , que al toque de oración están en a g r a z y cuando a m a n e c e y a est á n en s a z ó n : de ellas se hace m o s t o , y con él celebra misa el P r e s t e aquel d i a , el del C o r p u s y el de N u e s t r a S e ñ o r a , á 15 de A g o s t o , que son las t r e s únicas que dice en todo el a ñ o . V i s t o el cuerpo del santo nos volvimos á Palacio á d a r las g r a c i a s al P r e s t e por el favor que nos habia dispensado. CAPITULO VIII. Del ceremonial que se observa para elegir al Preste Juan, y de cómo el infante D. Pedro y los suyos hicieron una excursión por una tierra donde los hombres tienen el acento como el ladrido de los perros. I n m e d i a t a m e n t e que m u e r e el P r e s t e , como esta dignidad no es h e r e d i t a r i a , se r e ú n e n en la ciudad todos los obispos y a b a d e s del r e i n o , y en solemne procesión se dirigen á la iglesia del apóstol S a n t o T o m á s , en la que con muchas oraciones y p l e g a r i a s r u e g a n al s a n t o designe al que debe ser el P r e s t e ; á cuya r e v e r e n t e súplica el elegido es designado con u n a señal p a r t i c u l a r y solo conocida de todos los c i r c u n s t a n t e s allí c o n v o c a d o s . E n seguida todos le dan la obediencia, pasando después el que ha sido electo á b e s a r la m a n o al s a n t o , y los d e m á s p r e l a d o s se la besan á él: echa esta ceremonia r e ciben su bendición, se v u e l v e n á f o r m a r la procesión y le conducen al palacio desde cuyo m o m e n t o da principio su autoridad g o b e r n a n d o sus dominios. V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 97 R e s p o n d e u o P r e s t e J o a o que nao quizessemos passar d'alli p o r q u e poderiamos c h e g a r a t é r r a a que nao a c h a r i a m o s ger a c a o ; que sao s e p u l t u r a s os filhos dos p a e s , e os paes dos filhos, p o r q u e comem uns aos o u t r o s . E s t e s h a o d e vir cora o A n t i - C h r i s t o , p o r q u e sao mui crueis, m o r a m e n t r e s e r r a s mui altas. Disse D. P e d r o que sua v o n t a d e era ir ao diante a t é que no mundo nao houvese mais nacao. Q u a n d o o P r e s t e J o a o viu que nossa tencao era de nos i r m o s , m a n d o u que nos dessem seis d r o m e d a r i o s e dou linguas que nos servissem de guia. P a r t i m o s d'alli urna segunda-feira, e a t r a v e s s a m o s a cidade de E d i c i a , até ao P a r a í s o T e r r e a l por d e s e r t o s em que fizemos dezesete j o r n a d a s , e cada urna de q u a r e n t a l e g u a s , que a n d a o d r o m e d a r i o em cada d i a , e nunca achamos pov o a d o : ñera g e n t e em seiscentas e oitenta l e g u a s . N ' e s t e s des e r t o s nao ha caminhos que g u i e m as p e r s o a s , e c h e g a n d o nos a vista de t é r r a do P a r a í s o T e r r e a l , as guias que nos deu o P r e s t e J o a o , nao nos d e i x a r a m p a s a r p a r a d i a n t e . D'alli viemos aos rios T i g r e , E u f r a t e s , Gion e Pisón, que sahem do P a r a i s o T e r r e a l . Pelo T i g r e sahem r a m o s de oliveira e c y p r e s t e s , pelo E u f r a t e s sahem p a l m a s , pelo Gion s a h e m h o m e n s , e pelo Pisón sahem p a p a g a i o s em ninhos pelas a g u a s ; e d ' e s t e s rios se m a n t e m todo o m u n d o de a g u a s , p o r q u e d'estes nascem o u t r o s rios. D'alli fomos v e r a s a r v o r e s das peras', que estao e n t r e o T i g r e e E u f r a t e s , que sao duas, cada urna dá cada anno quar e n t a p e r a s , e nunca dao mais n e m m e n o s , e isso significa q u a r e s m a . E s t a s p e r a s se e n t r e g a m ao P r e s t e J o a o , e se r e p a r t e m pelbs s e n h o r e s principaes, p a r a os confirmar na fé de Christo; p o r q u e quando se p a r t e r a estas p e r a s em cada p a r t e a p p a r e c e o S a n t o Crucifixo, e N o s s a S e n h o r a com seu filho nos b r a c o s . F o m o s a urna provincia onde habita g e n t e que nao t e m mais que urna p e r n a , e um pé r e d o n d o , e vimos carneiros com oito pés e seis corpos. D'alli fomos a urna provincia dos P i n t o s que sao uns ho7 98 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L V i e n d o el infante el mucho tiempo que hacia que estábamos detenidos en aquella ciudad, pidió licencia p a r a p a s a r á o t r a p a r t e , y el p r e s t e le aconsejó no siguiera su camino hacia cierta dirección que le indicó, p o r q u e llegaría á una provincia habitada por g e n t e s tan idiotas, que tienen la p e r v e r s a c o s t u m b r e de c o m e r s e los hijos á sus p a d r e s cuando éstos llegan á una edad a v a n z a d a , y cuando hablan, su voz se p a r e ce al ladrido de los p e r r o s . E l infante le dijo que aunque no e n t r a r a en aquellas t i e r r a s , quería p o r curiosidad v e r l a s desde lejos, á lo cual no se opuso el P r e s t e por darle g u s t o , m a n d a n d o p r e v e n i r p a r a el viaje seis d r o m e d a r i o s : dos p a r a c o m e r con ellos, y los otros p a r a c a r g a y m o n t a r á caballo en ellos, dándole t a m b i é n mil escudos de oro y dos h o m b r e s p a r a que nos guiasen y sirviesen en aquella j o r n a d a . P a r t i m o s de aquella ciudad t o m a n d o el camino del desierto del P a r a í s o , por el que anduvimos t r e s c i e n t a s veinte l e g u a s sin e n c o n t r a r población a l g u n a . L u e g o que llegamos á la vista de unas altísimas m o n t a ñ a s , vimos al pié de ellas algunas poblaciones circumbaladas por c u a t r o rios que se denominan el T i g r i s , E u f r a t e s , Guión y F i s o n , los cuales salen del P a r a í s o T e r r e nal , según' nos manifestaron los dos g u i a s ; las r i b e r a s están pobladas de frondosos árboles, p e r o de distintas especies, seg ú n la calidad del t e r r e n o de cada uno; así es que en las márg e n e s ó c e r c a n í a s del T i g r i s sólo se a d v e r t í a n olivos; las del E u f r a t e s estaban cubiertas de cipreses; las de Guión de palmer a s y a r r a y a n e s , y las del F i s o n de c e d r o s , sobre cuyos árboles se divisa i n n u m e r a b l e s p a p a g a y o s y o t r a s a v e s hermosísimas. P a s a m o s m á s adelante h a s t a llegar á la orilla del rio T i g r i s , que era el m á s c e r c a n o , y los guias nos manifestaron dos árboles de los que echan las p e r a s ó fruta de la cruz que vimos en la mesa del P r e s t e J u a n ; los cuales no echan más de c u a r e n t a , no descubriéndose otros que aquellos dos en todos aquellos contornos, ni han e n c o n t r a d o medio de hacerlos producir; causa p o r q u e los tienen m u c h a e s t i m a , dedicando su fruto sólo p a r a el P r e s t e J u a n . Quisimos pasar a d e l a n t e , mas los guias no lo consintieron por no e x p o n e r n o s á algún peligro, V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 99 mens muitos pequenhos como meninos de cinco annos, e t e m g u e r r a s con g r a n d e s bandos de p a s s a r o s , que vem c o m e r suas n o v i d a d e s . T o r n a m o s p a r a o P r e s t e J o a o , o cual t e v e g r a n d e plazer quando soube que e r a m o s c h e g a d o s ; e estivemos alli t r i n t a dias. E disse D . P e d r o ao P a e s t e J o a o : «Pois vossa alteza sabe que sou p á r e n t e d'el-rei de H e s p a n h a , e vim ver t o d a s as t é r r a s do m u n d o , faca-me a m e r c e de me dar s o c o r r o p a r a me t o r n a r ao poente.» E mandou o P r e s t e J o a o que nos dessem nove mil pegas e urna c a r t a que elle mesmo mandou fazer, a qual contém militas cousas notaiveis e diz assim: Carta que mandou o Preste Joao das ludias, cousas d'aquella térra. em que corita P r e s t e J o a o das Indias, rei de muitos reinos, e t c . F a z e m o s saber que nos e r e m o s em D e u s P a d r e , Filho e Espirito Sant o , T r e s P e s s o a s e um só D e u s v e r d a d e i r o . A todos os que desejaes saber que cousas ha em nosso senhorio vos dizemos, que temos sessenta reis nossos vassallos, e aos p o b r e s de nossa t é r r a os m a n d a m o s m a n t e r de nossas r e n d a s . H a v e i s de s a b e r que nossas p a r t i d a s sao t r e s , India menor, A b e x i n s , e India maior, e n'ella está o corpo de S. T h o m é A p o s t ó l o . Sabei que n'esta t é r r a nascem os e l e p h a n t e s , camelos, leoes e grifos, os quaes t e m g r a n d e s forcas que levam voando um b e z e r r o , p a r a que o comam seus filhos. E s t e s animaes, e o u t r a s especies de s e r p e n t e s a n d a m no d e s e r t o , e os drom e d a r i o s , e camelos quando sao p e q u e ñ o s , os t o r n a m nossos vassallos, e os fazem mansos p a r a l a v r a r a t é r r a , e a n d a r caminhos. T e m o s g e n t e em urna p r o v i n c i a , que nao t e m senao um olho, e o u t r a g e n t e , que tem dous olhos d i a n t e , e dous a t r a z , e quando a l g u m m o r r e os p a r e n t e s o comem, sao c h a m a d o s Gostes e Mangostes, vivem d e t r a z d'umas s e r r a s 100 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L y d e t e r m i n ó el infante nos volviésemos á la c o r t e del P r e s t e J u a n , como en efecto lo hicimos, p e r m a n e c i e n d o t r e i n t a dias más, al cabo de los cuales nos concedió la licencia y beneplácito p a r a que pudiésemos r e g r e s a r á E s p a ñ a , dándonos muchas bendiciones, y m a n d a n d o e n t r e g a r al infante veinte mil piezas de o r o , c u a t r o d r o m e d a r i o s y seis camellos, con cuyo auxilio tuvimos lo suficiente p a r a v o l v e r n o s á E s p a ñ a : asimismo le dio una c a r t a p a r a el r e y de L e ó n . CAPITULO IX. Carta del Preste Juan de las Indias para el rey D. Juan el segimdo de Castilla, en la que se da cuenta de los ritos y ceremonias, de su reino, y costumbres de los habitantes que le pueblan. P o d e r o s o y cristianísimo r e y D . J u a n , salud en N u e s t r o S e ñ o r J e s u c r i s t o . Os h a g o s a b e r que n u e s t r a ley es la de g r a cia, c r e y e n d o fiel y v e r d a d e r a m e n t e en Dios P a d r e , Hijo y E s p í r i t u S a n t o , t r e s p e r s o n a s distintas y un solo Dios verdadero. Y p o r cuanto si apetecéis s a b e r las particularidades de mis extensos dominios, os manifiesto que t e n g o bajo mi autoridad 64 r e y e s ; me obedecen 12 arzobispos, 30 obispos y 4 pat r i a r c a s . E l dominio de mis. t i e r r a s se extiende á diez mil leg u a s c u a d r a d a s , en las que t e n g o dos provincias muy import a n t e s llamadas India m a y o r é India m e n o r , en las que se crian mucha v a r i e d a d de animales y aves de tan g r a n d e s fuerzas, que sin p e r d e r el vuelo a r r e b a t a n del suelo las r e s e s y se las llevan al nido p a r a que coman sus hijuelos. Con los d r o m e d a r i o s , elefantes, camellos y unicornios, se labran los campos y hacen las labores que n e c e s i t a m o s . T e n g o en mis E s t a d o s un t e r r i t o r i o cuyos h a b i t a n t e s no tienen m a s de un ojo en medio de la frente, cuando m u e r e al- V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 101 mui a l t a s ; dizem que nunca d'alli sahirao até que v e n h a o A n t i - C h r i s t o , e e n t a o sahirao com g r a n d e furia: e sao t a n t o s , que os nao p o d e r a o v e n c e r as g e n t e s do m u n d o , m a s só D e u s m a n d a r á do c é o , com que s e r a o a b r a z a d o s por suas crueldades. E m o u t r a provincia ha g e n t e , que tem um pé r e d o n d o , n a o sao p a r a pelejar, mas sao bons l a v r a d o r e s . E ha o u t r a g e g e r a c a o , que nao sao maiores os h o m e n s , e m u l h e r e s que menimos de 5 a n n o s , e nao tem t r a b a l h o senao quando haode s e g a r o t r i g o , p o r q u e vera urna m a n a d a de g r a n d e s pass a r o s , e sahe o rei d'elles á b a t a l h a , e aquellas a v e s nao se q u e r e m ir até que m a t a m muitas d'ellas. E p e r t o d'estes ha o u t r o s , que sao homens da cintura p a r a c i m a , e da c i n t u r a p a r a baixo sao cavallos, comem c a r n e c r u a , vivem de c a c a r , e m o r a m no d e s e r t o como animaes. M a n d a m o s t r a z e r alguns d'estes, p a r a que estejam em nossa c o r t e . T e m o s mais em nossa t é r r a cem castellos mui f o r t e s , e em cada um q u a t r o mil homens de a r m a s , que g u a r d a m os papos e fronteiras d'aquella nacao cruel de G o t , e M a g o t , que se sahissem fóra d'aquellas s e r r a s destruiriam o m u n d o . Q u a n d o nos v a m o s b a n h a r , fazemos levar diante de nos urna c r u z : p o r q u e nos l e m b r e m o s d'aquella em que foi posto Nosso S e n h o r J e s ú s Christo, e levam diante de nos urna tumba de o u r o e vai cheia de t é r r a . E sabei que n i n g u e m ousa m e n t i r onde está o A p o s t ó l o S. T h o m é , p o r q u e logo s ú b i t a m e n t e é castigado por m i l a g r e , e ñas o u t r a s p a r t e s logo o damos por desleal, p o r q u e D e u s m a n d o u que cada um amasse ao próximo em boa l e a l d a d e , e nao fizessem e n g a ñ o com os que fazem fornicio, que se os p r e n d e m d'este peccado logo os m a t a m o s . 'Outro s i m , nos iamos cada anno visitar o sepulchro dos S a n t o s P r o p h e t a s a n t i g o s ; e iamos a Babylonia em castellos feitos s o b r e elephantes (por causa de muitas s e r p e n t e s , drag o s , l e o e s , t i g r e s , e oncas que ha no d e s e r t o ) a visitar o sepulchro do p r o p h e t a D a v i d . T a m b e m s e n h o r e a m o s urna provincia de G i g a n t e s , que nos p a g a m t r i b u t o , e sao homens tao altos como l a n c a s , e se 102 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L gimo se le comen e n t r e sus p a r i e n t e s , á los cuales llaman g ó m e o s ; habitan e n t r e dos s i e r r a s tan á s p e r a s , que ni pueden llegar h a s t a nosotros ni nosotros á ellos por la profundidad del valle en que se crian: siendo en t a n t o n ú m e r o los que hay, que si Dios no hubiera permitido que estuviesen e n c e r r a d o s alli por la n a t u r a l e z a , podían cubrir mucha p a r t e de la tier r a ; habiendo tradición que no saldrán de aquel sitio h a s t a que v e n g a el A n t e Cristo. Hay o t r a provincia con una clase de g e n t e s que tienen los pies r e d o n d o s ; son pacíficos, y se ocupan n a d a m á s que en l a b r a r sus t i e r r a s . E n otra isla t e n g o una g e n e r a c i ó n , cuyas g e n t e s son de la alzada de una v a r a , con c o r t a diferencia, p e r o son m u y belicosos. E n o t r a provincia h a y unos c e r r o s m u y e l e v a d o s , en los que se cria g e n t e que de cintura a r r i b a son h o m b r e s y de cintura abajo son caballos, y lo mismo las mujeres: estos pelean f u e r t e m e n t e con los s a g i t a r i o s , de los que h a g o t r a e r algunos á mi c o r t e por curiosidad especial; los demás nunca salen de sus m o n t e s . T e n g o una provincia habitada por g i g a n t e s de la a l t u r a de dos h o m b r e s los que no me p a g a n t r i b u t o , 'aunque están á mi mando; si así como son de g r a n d e s fueran belicosos y g u e r r e r o s , pudieran conquistar el m u n d o ; p e r o son tan pacíficos, que-sólo se ocupan en lab r a n z a de t i e r r a ; sus a n t e c e s o r e s fueron los que formaron la t o r r e de Babilonia. Cuando t e n e m o s que salir á c a m p a ñ a no u s a m o s o t r o est a n d a r t e ni b a n d e r a que la S a n t a C r u z . T o d o s los años v a m o s á visitar el cuerpo del profeta D a v i d ; y p a r a p a s a r los desiertos a r e n a l e s de Babilonia, v a m o s en castillos de m a d e r a puestos sobre elefantes, p a r a librarnos de las m u c h a s s e r p i e n t e s , d r a g o n e s y otros animales que h a y con siete cabezas, los cuales son m u y v o r a c e s . C u a t r o meses en el año vivimos con n u e s t r a s m u j e r e s , y p a s a d o s , nos s e p a r a m o s h a s t a otro a ñ o : esto se entiende los que somos s a c e r d o t e s , pues los s e g l a r e s viven siempre j u n t o s : en las festividades de la Natividad de N u e s t r o S e ñ o r Jesuc r i s t o , P a s c u a de R e s u r r e c c i ó n , Ascensión y N a t i v i d a d de V Í A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L 103 assim como sao g r a n d e s elles fossem bellicosos e g u e r r e i r o s podiam conquistar o m u n d o : mas Nosso S e n h o r lhe póz tal e m b a r g o ; que nao se e n t r e t e e m senao em t r a b a l h a r , e l a v r a r a t é r r a , isso lhes veio, p o r q u e queriam fazer a t o r r e de Babylonia ; dizendo que por ella subiriam ao céo. D ' e s t e s temos alguns na nossa c o r t e , p a r a que os vejam os e s t r a n g e i r o s Os nossos pagos sao da m a n e i r a que os figurou o Apostólo S. T h o m é a el-rei Gudilfe, as p o r t a s de cedro do L i b a n o , e as janellas de c r y s t a l . A n t e o nosso paco t e m o s um t e r r e i r o d'onde se e s c a r a m u c a m nossos donzeis. N o aposento a o n d e dormimos a r d e urna a l a m p a d a de b a l s a m o , p o r q u e dá bom c h e i r o , e os leitos em que dormimos sao e n c a s t o a d o s em sap h i r a s : isto fazemos por castidade. E m nossa c a s a assistem o r d i n a r i a m e n t e 12 r e i s , 12 a r c e b i s p o s , 12 bispos, 12 patriarchas e t e m o s t a n t o s a b b a d e s em nossa capella quantos dias t e m o a n n o . Cada um diz missa por o r d e m em seu d i a , e depois que a t e m dita vao p a r a um m o s t e i r o , em r a z a o da hon e s t i d a d e , e recqlhimento , p o r q u e em cada s a c e r d o t e d e v e h a v e r h u m i l d a d c . Sabei que em dia de N a t a l , R e s u r r e i c a o , A s c e n s a o e N a s c i m e n t o de Nosso S e n h o r , estamos em nossa c o r t e , t e m o s corOa mui n o b r e n ' e s t e s d i a s ; e fazemos p r é g a cao ao povo e o u t r a s solemnidades que d u r a m todo o dia; e á noite sahimos t a o a b a s t a d o s , como se c o m e r a m o s todas as viandas do mundo. E s t e s m i l a g r e s , e outros muitos, faz D e u s p o r intercessao do b e m a v e n t u r a d o S. T h o m é . E s t a s cousas e s c r e v o eu aos d'essas p a r t e s , p a r a que saibam o que se passa n ' e s t a s Indias. C o m o P r e s t e J o a o viu que nos queríamos p a r t i r de sua c o m p a n h i a , suspirou e disse: « Q u a n t o bem nos fizera D e u s Nosso S e n h o r se e s t i v e r a p e r t o d'el-rei de L e a o de H e s p a n h a nosso e r m i t a o , p a r a que os inimigos de J e s ú s Christo fossem d e s t r u i d o s que t a n t o s t r a b a l h o s nos dao em todo t e m p o estas g u e r r a s crueis. Mas dizei a m e u a m a d o i r m a o el-rei de L e a o de H e s p a n h a , que se esforcé como b o m , com a g r a g a de D e u s a m a n t e r seus reinos em verdade e j u s t i g a , que faga t a e s o b r a s que seja D e u s s e r v i d o ; e de a p p a r e c e r sem ver- 104 VIAJES DEL I N F A N T E D. P E D R O DE PORTUGAL N u e s t r a S e ñ o r a , predicamos al pueblo en público, e x h o r t á n dole al cumplimiento de la divina L e y , y animándole á que resista las tentaciones del común e n e m i g o . A d m i n i s t r a m o s y g u a r d a m o s m u y r e c t a justicia, castigando á los malos y p r e miando á los b u e n o s . E n esta f o r m a , caro y amado h e r m a n o , g o b i e r n o estas provincias y en la misma creo dirigís las v u e s t r a s : así lo c r e e del celo cristiano con que os j u z g a poseído v u e s t r o h e r m a n o , El Preste Juan de las Indias. V I A J E S DEL I N F A N T E D. PEDRO D E PORTUGAL 105 g o n h a diante do seu r o s t o n'aquelle r e s p e i t a v e l dia do juizo. A g o r a ide com a bencao de J e s ú s C h r i s t o , o qual t e n h a p o r bem de vos g u a r d a r dos p e r i g o s d'este m u n d o , assim de alma como do corpo.» De como o infante se despediu do Preste para. Hespanha. Joao, e se tomón D . P e d r o e nos todos, pozemos os joelhos no chao, diante do P r e s t e J o a o , com muitas l a g r i m a s pedindo-lhe p e r d a o , e a b e n s u c a o , e assim nos p a r t i m o s mui t r i s t e s . E segundo a v i d a , que n'aquella t é r r a fazem, alli folgariamos de ficar se os d'estas nacoes n'ella podessem viver. D'alli viemos p a r a Casopia, que era t é r r a de Gudilfe, e fomos ao m a r V e r m e l h o , por onde p a s s a r a m os filhos de Israel quando vinham do E g y p t o fugindo, os quaes e r a m muitos milhares de h o m e n s , m u l h e r e s e m e n i n o s ; ao longo do m a r a c h a m o s até t r e z e n t o s p i l a r e s , que estao por signal por onde passou cada tribu, e cada linhagem d'aquelles j u d e u s . Depois que p a s s a m o s muit a s p a r t i d a s viemos t e r ao reino de F e z , d'onde nos passamos a Castella. FIM. 8 106 VIAJES D E L I N F A N T E D. PEDRO DE PORTUGAL CAPITULO X. De cómo el infante D. Pedro se despidió del Preste Juan vino á España con su acompañamiento. y se Cuando el infante se hubo e n t r e g a d o de la c a r t a y d e m á s que le habia dado el P r e s t e J u a n , á quien besó la m a n o , nos despedimos de los arzobispos y obispos de palacio con m u c h a s l á g r i m a s y t i e r n o s a f e c t o s , que á no h a b e r sido p o r dejar al i n f a n t e , algunos de nosotros nos h u b i é r a m o s quedado p o r aquel país. A l fin salimos de la c o r t e g u i a d o s por los criados que nos p r o p o r c i o n a r o n , d a n d o principio á n u e s t r a j o r n a d a el dia p r i m e r o de A b r i l . S e g u i m o s j u n t o s h a s t a los confines de aquellas provincias, donde nos s e p a r a m o s de los criados, ellos p a r a volverse á la c o r t e y n o s o t r o s p a r a s e g u i r n u e s t r o camino. L l e g a m o s á la ciudad de C a p a d o c i a , que p e r t e n e c e á T u r q u í a , en donde fuimos bien recibidos d e s c a n s a n d o t r e s dias. D e allí salimos p a r a el m a r R o j o , p o r donde p a s a r o n los hijos de Israel cuando v e n í a n de E g i p t o , que fueron seiscientos mil h o m b r e s sin las mujeres y niños. D e s d e aquel punto t o m a m o s el camino que habíamos llevado cuando fuimos hacia allí, p o r s a b e r y a los p a s o s , c o s t u m b r e s y c e r e m o n i a s de aquellos habit a n t e s ; pues a u n q u e algunos de n u e s t r a comitiva fueron de de sentir nos volviésemos p o r o t r a s p r o v i n c i a s , G a r c í a Ramir e z y otros con él dijeron que no c o n v e n i a , p o r q u e y a nos conocían en las t i e r r a s p o r d o n d e h a b í a m o s p a s a d o , y no nos dejarían volver l i b r e m e n t e sin e x p o n e r n o s á n u e v o s peligros. P a r e c i ó m u y bien este dictamen al i n f a n t e , y d e t e r m i n ó que r e g r e s á s e m o s por el camino que habíamos l l e v a d o , el que seguimos con t a n t a felicidad, que en n i n g u n a de las provincias 108 V I A J E S D E L I N F A N T E D. P E D R O D E P O R T U G A L y reinos p o r donde p a s á b a m o s nos pusieron el m e n o r impedim e n t o en la m a r c h a ; la que continuamos sin suceso que de •contar s e a , e m b a r c á n d o n o s en A l e j a n d r í a h a s t a llegar á las costas de E s p a ñ a . A n u e s t r a a r r i b a d a pasó el infante á v e r á su primo el r e y D . J u a n , de quien después de h a b e r l e e n t r e g a d o la c a r t a del P r e s t e J u a n se despidió, y p a s a m o s á Port u g a l á b e s a r la m a n o á su p a d r e , al que contó cuanto queda manifestado en t a n dilatada y peligrosa j o r n a d a , g a s t a n d o en ella t r e s años y c u a t r o m e s e s . M u y complacido quedó el r e y de que su hijo hubiese vuelto con felicidad: á todos los que le a c o m p a ñ a m o s m a n d ó se nos diesen r e n t a s con que poder m a n t e n e r n o s p o r los dias de nuest r a v i d a , con lo que nos r e t i r a m o s cada uno á disfrutarlas en el seno de n u e s t r a familia. FIN.