esvaziamento cervical - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia

Transcrição

esvaziamento cervical - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia
ESVAZIAMENTO CERVICAL
ESVAZIAMENTO CERVICAL
1. DIVISÃO EM NÍVEIS CERVICAIS
(1,2)
Ia
• Linfonodos submentonianos
• Entre os ventres anteriores do digástrico
• Acima do hióide
Ib
• Linfonodos submandibulares
• Entre o ventre anterior do digástrico, o estilohióide e o corpo da mandíbula
II
• Linfonodos jugulares altos
• Da base do crânio ao osso hióide
• Do estilohióide até a borda posterior do esternocleidomastóideo
• Dividido pelo nervo acessório em IIa e IIb
III
• Linfonodos jugulares médios
• Do osso hióide até a cricóide
• Da borda lateral do esternohióide
esternocleidomastóideo
até
a
borda
posterior
do
ESVAZIAMENTO CERVICAL
IV
• Linfonodos jugulares baixos
• Da cricóide até a clavícula
• Da
borda
lateral
do
esternohióide
esternocleidomastóideo
até
a
borda
posterior
do
V
• Linfonodos do triângulo posterior
• Entre a borda posterior do esternocleidomastóideo e a borda anterior do
trapézio
• Da convergência trapézio - esternocleidomastóideo até a clavícula
• Dividido por uma linha na altura da cricóide em Va e Vb
VI
• Linfonodos do compartimento
peritireoideanos e recorrenciais).
• Entre o hióide e o esterno
• Entre as artérias carótidas
anterior
(paratraqueais,
pré-laríngeos,
ESVAZIAMENTO CERVICAL
Observação: linfonodos localizados
em outras
regiões devem ser chamados pelo
nome
da
respectiva
cadeia
linfonodal
(ex:
mediastinais
occitpitais, etc)
superiores,
ESVAZIAMENTO CERVICAL
2. TIPOS DE ESVAZIAMENTO
RADICAL
• Antigamente denominado radical clássico ou
Crile
• Desde a mandíbula até a clavícula
• Entre borda anterior do trapézio e borda
lateral do esternohióide, osso hióide e
digástrico contralateral
• Inclui os níveis I a V
• Inclui o sacrifício do nervo acessório, veia
jugular
interna
e
músculo
esternocleidomastóideo
• Não inclui os linfonodos retrofaríngeos,
periparotídeos, suboccipitais, mediastinais,
bucinadores e do compartimento anterior (VI)
• Indicado no pescoço N3 e nas recidivas
cervicais, atualmente com indicação mais
restrita
•As estruturas são sacrificadas desde que haja
invasão tumoral
(1,3,4)
Fig 2: Esvaziamento cervical radical –
sacrifício da jugular interna (seta larga),
esternocleidomastóideo (seta) e nervo
acessório (XI)
ESVAZIAMENTO CERVICAL
RADICAL MODIFICADO
• É uma modificação do esvaziamento
radical
• Preserva, ao menos uma das estruturas
não linfáticas: nervo acessório, veia jugular
interna, e/ou esternocleidomastóideo
• Especificar a estrutura preservada
• Evitar a classificação numérica (tipo I,
II,III)
• Indicado no pescoço positivo (metástases
detectáveis
clinicamente
ou
pela
tomografia)
• As estruturas são preservadas desde que
não haja invasão tumoral
Fig 3: Esvaziamento cervical radical
modificado com preservação do nervo
acessório (seta)
ESVAZIAMENTO CERVICAL
Fig 2: Esvaziamento cervical radical
ampliado, com sacrifício da artéria
carótida comum (seta)
RADICAL ESTENDIDO ou AMPLIADO
• É uma modificação do esvaziamento
radical
• Inclui estruturas não linfáticas e/ou
grupos de linfonodos não especificados
no esvaziamento radical
• Especificar a estrutura ressecada
• Indicado desde que haja invasão
ESVAZIAMENTO CERVICAL
SELETIVO
• Resseca apenas os primeiros níveis de
drenagem linfática, de acordo com o sítio
primário
• Preserva grupo de linfonodos normalmente
ressecado no esvaziamento radical
• Indicado no pescoço negativo (ausência de
metástases
clinica
/
tomograficamente
detectáveis), mas com alta probabilidade de
metástases ocultas
• Especificar os níveis ressecados entre
parênteses - ex: ECS (I,II,III ou IV)
• Evitar as denominações supraomohióideo (IIII), lateral (II-IV) e póstero lateral (II-V)
• BOCA: I,II,III
• OROFARINGE: II,III,IV
ESVAZIAMENTO CERVICAL
• NÍVEL VI: Tireóide, laringe,
hipofaringe, esôfago e traquéia.
• LARINGE: II,III,IV
• HIPOFARINGE: II,III,IV
ESVAZIAMENTO CERVICAL
DE RESGATE
• Utilizado após tratamento não cirúrgico, principalmente radioterápico,
associado ou não a quimioterapia
• Indicado na permanência da metástase – resposta parcial após o tratamento
• O esvaziamento radical modificado é o mais utilizado
PROGRAMADO
• Utilizado após tratamento não cirúrgico, principalmente radioterápico,
associado ou não a quimioterapia
• Indicado sempre que pescoço é estadiado como N2>3cm ou N3 antes do
•tratamento radioterápico, independente da resposta do pescoço a este
tratamento
• O esvaziamento radical modificado é o mais utilizado
• No caso de N1 ou N2c<3cm e resposta completa, pode-se acompanhar o
paciente
• Se disponível, o PET-CT pode ser utilizado para avaliar a resposta
ESVAZIAMENTO CERVICAL
LINFONODO SENTINELA (LS)
• Utilizado inicialmente em melanoma e a seguir em carcinomas de Mama
• Atualmente tem sido empregado na pesquisa de metástases ocultas no
CEC de cabeça e pescoço
• Utiliza-se no doente estadiado como N0, para pesquisa de metástases
ipsilaterais a lesão, ou em pacientes N+ para pesquisa de metástases
contralaterais, sobretudo em tumores próximos a linha média
• Serve para determinar os primeiros linfonodos que podem estar
comprometidos pela doença
• Para isso utiliza-se de linfocintilografia 12h antes do procedimento e
dissecção com auxílio de gama probe para determinar os primeiros
linfonodo de drenagem
• Se o exame histológico demonstrar que o LS é negativo, evitamos o
esvaziamento cervical e a sua morbidade
• O LS positivo ao exame de congelação ou anatomopatológico definitivo
indica o esvaziamento cervical
• Quando não é possível determinar o LS, o paciente deve ser submetido ao
tratamento tradicionalmente indicado para cada sítio anatômico
ESVAZIAMENTO CERVICAL
OUTROS TERMOS
• O esvaziamento de princípio é aquele indicado em pacientes que tem
metástases clinicamente indetectáveis (pescoço negativo) porém alta
probabilidade de metástase oculta(5)
• O esvaziamento cervical de necessidade ou terapêutico é aquele
indicado na presença de metástases cervicais (pescoço positivo)
• O esvaziamento de oportunidade é aquele realizado durante o ato
operatório como tática ou quando encontramos linfonodos suspeitos
(exemplo: esvaziamento do nível VI em cirurgia da tireóide)
ESVAZIAMENTO CERVICAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1)
Robbins, K.T., et al., Neck dissection classification update: revisions
proposed by the American Head and Neck Society and the American
Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery. Arch Otolaryngol
Head Neck Surg, 2002. 128(7): p. 751-8.
2)
Robbins, K.T., et al., Consensus statement on the classification and
terminology of neck dissection. Arch Otolaryngol Head Neck Surg, 2008.
134(5): p. 536-8.
3)
Antonio, J. K.; Gonçalves, A. J.; Anatomia Cirúrgica do Pescoço e
Esvaziamentos Cervicais, in Clínica e Cirurgia de Cabeça e Pescoço,
Antonio José Gonçalves e Fernando Antonio Maria Claret Alcadipani,
Editors. 2005, Tecmedd Editora: Ribeirão Preto. p. 41 - 49.
4)
Barbosa, J.F., Os Esvaziamentos Cervicais e seus problemas. 1962, São
Paulo: Atheneu.
5)
Antonio, J.K., et al., Selective neck dissection for treating node-positive
necks in cases of squamous cell carcinoma of the upper aerodigestive
tract. São Paulo Med J, 2008. 126(2): p. 112-8.
DISCIPLINA DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO
Site: www.santacasasp.org.br/cabpesc
ESVAZIAMENTO CERVICAL

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